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ISO 9001:2015
Interpretação e orientações para o
uso eficaz da norma
GUILHERME ROMBOLI
MARCIO PUCCI
ISO 9001:2015
Interpretação e orientações para
o uso eficaz da norma
Nota dos autores
Prezado leitor,
Você está recebendo o arquivo do livro ISO 9001:2015 – Interpretação e orien-
tações para o uso eficaz da norma no formato PDF para o seu desenvolvimento
educacional e profissional.
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ximadamente R$ 46,00.
Caso exista disponibilidade de sua parte, como retribuição por estar recebendo
esta obra de forma gratuita, solicitamos que faça uma doação, de qualquer valor,
para a ASSOCIAÇÃO CRUZ VERDE, entidade filantrópica que presta serviços
de assistência integral e gratuita aos portadores de paralisia cerebral grave. Para
maiores detalhes, visitar o site: www.cruzverde.org.br.
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podem ser beneficiadas.
Agradecemos, antecipadamente, seu gesto de solidariedade.
G E S TÃ O
ISO 9001:2015
Interpretação e orientações para
o uso eficaz da norma
GUILHERME ROMBOLI
MARCIO PUCCI
Dedicatória
Guilherme Romboli
Aos meus pais, Névio e Bruna (in memoriam), que não poderiam ser melhores
exemplos do que foram.
À minha esposa Marisa e aos meus filhos Victor e Henrique, que são a fonte de
minha motivação, minha razão de ser.
Marcio Pucci
Prefácio
Caro leitor,
Esperamos que as informações contidas neste livro sejam úteis a você, pois é
nossa intenção transmitir orientações que facilitem a interpretação dos requisitos
normativos da ISO 9001 em sua versão de 2015, ajudando-o na implementação
deste padrão normativo em organizações de diferentes ramos de negócio, in-
dependentemente de seu tamanho e do nível de maturidade de seu sistema de
gestão da qualidade.
O mérito do resultado, se existente, não é só nosso, ele também é fruto dos pro-
fissionais com quem interagimos ao longo de nossa carreira e de quem tiramos
muitos dos ensinamentos que agora colocamos à sua disposição.
Boa leitura!
Os autores
Sumário
1. Introdução 11
2. Base histórica 13
2.1. Histórico dos sistemas de gestão 13
2.2. Histórico das entidades de normalização 15
2.3. Histórico da International Organization for Standardization (ISO) 16
2.4. Histórico da ISO 9001 17
3. Conceituação básica 20
3.1. Princípios de gestão da qualidade 20
3.2. Abordagem de processos 26
3.3. PDCA 30
3.4. Mentalidade de risco 33
3.5. Relacionamento da ISO 9001 com outras normas de sistema de gestão 35
3.6. Escopo da norma ISO 9001 41
4. Contexto da organização 42
4.1. Entendimento da organização e seu contexto 42
4.2. Entendimento das necessidades e expectativas de partes interessadas 43
4.3. Determinação do escopo do sistema de gestão da qualidade 45
4.4. O sistema de gestão da qualidade e seus processos 49
5. Liderança 53
5.1. Liderança e comprometimento 53
5.2. Política 54
5.3. Papéis, responsabilidades e autoridades 55
6. Planejamento 58
6.1. Ações para abordar riscos e oportunidades 58
6.2. Objetivos da qualidade e o planejamento para alcançá-los 60
6.3. Planejamento de mudanças 61
7. Apoio 63
7.1. Recursos 63
7.2. Competência 65
7.3. Conscientização 66
7.4. Comunicação 66
7.5. Informação documentada 67
8. Operação 71
8.1. Planejamento e controle operacional 71
8.2. Requisitos para produtos e serviços 72
8.3. Projeto e desenvolvimento de produtos e serviços 74
8.4. Controle de processos, produtos e serviços providos externamente 85
8.5. Produção e provisão de serviço 87
8.6. Liberação de produtos e serviços 91
8.7. Controle de saídas não conformes 92
9. Avaliação de desempenho 95
9.1. Monitoramento, medição, análise e avaliação 95
9.2. Auditorias internas 96
9.3. Análise crítica pela direção 97
Referências 137
Este livro visa prover informações sobre esse padrão normativo, de modo a fa-
cilitar a compreensão sobre seus requisitos e formas de implementá-lo sem cair
em armadilhas, como o excesso de burocracia e custos desnecessários, muitas
vezes criados por regras não escritas, oriundas de interpretações errôneas, ou
pela adoção, por tradição, de métodos desnecessariamente complicados.
Não está incluso nesta obra o texto original da norma ISO 9001 (ABNT, 2015b),
mas enfatizamos fortemente que a leitura deste livro, embora não requeira a
disponibilidade dessa norma, trará melhores resultados se após cada capítulo as
12 INTRODUÇÃO
explicações contidas neles forem comparadas com o texto normativo, para que o
leitor possa entender a interpretação dada e a forma de aplicar o conhecimento
adquirido em situações práticas.
Por conta disso, com o objetivo de propiciar uma inter-relação entre este livro
e a ISO 9001 (ABNT, 2015b), para os Capítulos 4 a 10, a identificação (“núme-
ro”) das cláusulas estão estabelecidas de forma idêntica à utilizada pela referida
norma. Ao final desses capítulos serão apresentados alguns estudos de caso para
melhorar a fixação dos conceitos apresentados. É importante frisar que o uso
do livro não dispensa a leitura da norma em si como referência normativa final.
Neste capítulo será apresentado um breve histórico que mostra a origem dos
sistemas de gestão da qualidade e a formação das entidades de normatização,
com particular atenção para a ISO e a norma ISO 9001 (ABNT, 2015b).
Até o início do século XIX eram os artesãos os responsáveis pela concepção e por
todas as fases de realização de um produto, com um conhecimento obtido por meio
de um longo processo de aprendizado que algumas vezes era regulado por associa-
ções de classe.
O foco da inspeção era a detecção de defeitos, e esta era feita após o término da
fabricação.
Na década de 1930, uma contribuição decisiva foi dada pelo Dr. Walter Shewhart,
que desenvolveu técnicas de controle estatístico da qualidade. Tais técnicas per-
mitiram a inspeção por amostragem em vez de 100% do lote em questão, além
de tornarem possível prever a ocorrência de defeitos aleatórios ou sistemáticos
por meio da aplicação de cartas de controle. Com isso, foi possível trazer para a
função de controle da qualidade o papel de prever e evitar defeitos nos produtos.
A ISO surgiu para substituir a primeira tentativa de criar uma entidade normali-
zadora internacional, a ISA, criada em uma reunião ocorrida em Londres, em ou-
tubro de 1946, com a presença de representantes de 25 países, e extinta em 1939.
Atualmente, ela é uma entidade não governamental reconhecida por mais de 160
países, cuja função é promover a normalização de produtos e serviços para que
a qualidade destes seja sempre melhorada.
Ao contrário do que muitos imaginam, ISO não é uma sigla, e sim uma marca,
baseada no prefixo grego iso, que significa igualdade.
A própria ISO indica as seguintes normas como as mais utilizadas entre as que
foram emitidas pela entidade:
Uma norma de sistema de gestão oferece um modelo para ser seguido ao confi-
gurar e operar tal sistema.
A BS 5750 foi usada pelo TC 176, Comitê Técnico da ISO que cuida das normas
de gestão da qualidade, como referência para o desenvolvimento da ISO 9001.
A partir de 1987 o TC 176 publica as normas da série ISO 9000, que estão rela-
cionadas a seguir:
Em 1994, o TC 176 efetua a primeira revisão das normas da série ISO 9000,
mantendo basicamente a mesma estrutura, mas incluindo a necessidade de um
“manual da qualidade” e maior ênfase em relação às ações preventivas.
Em 2008, a terceira revisão da ISO 9001 traz somente emendas e pequenos ajus-
tes de terminologia, visando ao esclarecimento de pontos que geraram erros de
interpretação.
Em 2015, ocorre mais uma profunda revisão, em função das seguintes razões:
• Mentalidade de risco.
• Expansão do foco no “cliente” para foco no “mercado” ou “ramo de atuação”.
• Necessidade de alinhamento entre o direcionamento estratégico de uma or-
ganização com sua política e objetivos para com a qualidade.
• Maior flexibilidade sobre a necessidade de documentos de referência ou re-
gistros comprobatórios.
Além disso, aproveitou-se para que a estrutura normativa da ISO 9001 passase
a ter aderência ao ciclo PDCA e ficasse alinhada ao Anexo SL do documento
ISO/IEC Directives, Part 1 (ISO/IEC, 2015), emitido em sua primeira versão em
2012 para ser a base de itemização e editoração de normas de gestão a serem
emitidas pela ISO.
3. Conceituação básica
3.1. Princípios de gestão da qualidade
3.2. Abordagem de processos
3.3. PDCA
3.4. Mentalidade de risco
3.5. Relacionamento da ISO 9001 com outras normas de
sistema de gestão
3.6. Escopo da norma ISO 9001
A ISO 9000 tem a definição de todos os termos específicos que a ISO 9001 utiliza,
e para os quais não podem restar dúvidas sobre seu significado na implantação,
manutenção e melhoria de sistema de gestão da qualidade, embora não haja
requisito na ISO 9001 de que tal terminologia seja obrigatoriamente aplicada à
informação documentada do sistema de gestão da qualidade das organizações.
• Oferecer produtos e serviços com valor agregado perceptível por seus clientes.
• Elevar o nível de satisfação dos seus clientes e, consequentemente, de sua
fidelização.
• Abertura de oportunidades para ampliação do volume de negócios e de par-
ticipação no mercado.
• Melhoria e consolidação da reputação da organização.
22 CONCEITUAÇÃO BÁSICA
A justificativa para adoção deste princípio é que, para gerenciar uma organização
de forma eficaz e eficiente, é necessário respeitar e envolver todas as pessoas em
todos os níveis da empresa. O reconhecimento, a definição de responsabilida-
des, a atribuição de autoridade e o aperfeiçoamento de competências facilitam
o engajamento das pessoas na realização dos objetivos estabelecidos. Assim, a
organização obteria, entre outros, os seguintes benefícios:
A justificativa para adoção deste princípio é que a busca pela melhoria contínua
é essencial para a sobrevivência de uma organização, pois assim é possível reagir
às mudanças nas condições internas e externas, bem como criar novas oportuni-
dades. Assim, a organização obteria, entre outros, os seguintes benefícios:
proach" to management.
he outputs from one process can be the inputs into other processes and
erlinked into the overall network or system (for generic examples, see Figure 3 and
Dep.
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Dep.
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Ivan Sardella
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Gera as e en os Requisitos Processos inter-relacionados através Saídas eficazes
saíd rodut de entrada dos departamentos e eficientes
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A P
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A P A P
Clientes externos
Clientes externos
C D C D
Processo A A P Processo D
Entrada A Saída B C D Entrada D Saída D
Processo C
Entrada C Saída C
Entrada B Saída B Entrada E Saída E
Processo B Processo E
A P A P
C D C D
Entrada F Saída F
Cliente interno Processo F Cliente interno
Marco Sardella
A P
C D
Além disso, tais informações devem ser usadas para a melhoria contínua do
Sistema de Gestão da Qualidade como um todo.
Eficácia
(O quanto se atingiu do esperado)
Eficiência
Medição e monitoramento (O quanto se consumiu de
recursos para o atingimento
dos resultados)
Atualmente, tanto a ISO 9000 como a ISO 9001 trazem a abordagem de pro-
cessos como um dos sete princípios da gestão da qualidade, cuja conceituação
normativa é:
Início Fim
Marco Sardella
Possíveis pontos de
verificação para monitorar
e medir desempenho
Apesar de ficar claro o que é um processo, nenhum desses dois documentos traz
indicações de como mapear os processos de uma organização.
• “Polvo & Tartaruga”, que foi adotado e divulgado pelo International Auto-
motive Task Force (IATF), órgão responsável pelo conteúdo da especificação
técnica IATF 16949 (IATF, 2016), nos seus cursos de qualificação de Auditores
Líderes.
• SIPOC (Supplier, Input, Process, Output, Customer, em tradução livre para o
português, Fornecedores, Entradas, Processo, Saídas, Clientes), é um método
que busca identificar todos os elementos relevantes de um processo, permi-
tindo uma visão das inter-relações dentro dele, evidenciando suas interfaces
30 CONCEITUAÇÃO BÁSICA
e seu impacto na qualidade das saídas. Seu uso foi divulgado na aplicação do
DMAIC (Define, Measure, Analyze, Improve and Control) dentro da meto-
dologia 6 Sigma.
3.3. PDCA
• Planejar (Plan): definir para cada processo o que deve ser feito e como deve
ser feito, para obter os efeitos ou saídas desejadas, com base nas entradas
existentes.
• Desenvolver (Do): executar as atividades inter-relacionadas que compõem o
processo da forma como elas foram planejadas.
• Controlar (Check): avaliação dos efeitos ou saídas obtidas, para verificar se
o desejado foi alcançado e se as atividades foram executadas conforme o
planejado.
• Aprimorar (Act): a tomada de decisão do que pode melhorar em termos de
eficácia e eficiência, gerando novas entradas para a continuidade do ciclo por
meio de um novo planejamento.
Tal método foi aprimorado e divulgado por W. Edwards Deming e Kaoru Ishikawa,
durante a sua atuação na reconstrução industrial do Japão após a Segunda Guerra
Mundial.
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Aprimorar Planejar
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“O que e “O que fazer?”
como melhorar?” “Como fazer?”
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“Foi feito como “Fazer como
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Marco Sardella
as ti vi d
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s nto
Conju
Produtos &
Aprimorar Controlar serviços
Marco Sardella
Necessidades e
expectativas de Melhoria
(10)
partes interessadas
relevantes (4)
Nota: os textos destacados em cinza foram alterados em relação à figura original apresentada na ISO 9001
(ABNT, 2015b) para manter coerência com a abordagem e a terminologia adotadas ao longo deste livro.
O sistema de gestão da qualidade e seu escopo devem ser definidos tendo como
base a seção 4 da ISO 9001, de forma a sustentar o contínuo funcionamento do
ciclo PDCA.
Um equívoco que deve ser evitado é usar a Figura 6 como forma de estruturação
do sistema de gestão da qualidade. Ela não indica cinco processos genéricos e
aplicáveis a todas as organizações (e, portanto, não deve ser adotada como o
“mapa dos processos”); trata-se apenas de uma ilustração do relacionamento
entre os requisitos normativos distribuídos pelas seções da ISO 9001 e a concei-
tuação do ciclo PDCA, que é a base teórica da norma em si.
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 33
O conceito de risco sempre esteve implícito desde a primeira versão da ISO 9001,
mas na atual versão ele ficou indicado explicitamente, visando seu uso por todo
o sistema de gestão.
A mentalidade de risco faz com que as ações preventivas sejam parte do plane-
jamento estratégico e operacional.
Apesar da ênfase dada a esse conceito, a ISO 9001 não impõe um modelo formal
de gestão de riscos, como o estabelecido na ISO 31000 (ABNT, 2009) que, aliás,
não é uma metodologia e sim uma norma de gestão para um programa de análise
de riscos.
Ao longo dos anos, a ISO publicou muitas normas de sistema de gestão para
vários assuntos, como qualidade, meio ambiente, segurança da informação e
gestão de continuidade de negócios.
• Cláusula 0: Introdução
• Cláusula 1: Escopo
Relação das normas que devem ser consultadas ou utilizadas com a norma de
sistema de gestão em questão.
• Cláusula 5: Liderança
– 5.2: Política
• Cláusula 7: Apoio
– 7.1: Recursos
– 7.2: Competência
– 7.3: Conscientização
– 7.4: Comunicação
• Cláusula 8: Operação
Na cláusula 0.4 da norma ISO 9001 é indicada sua relação com a ISO 9000 para
fins de termos e definições, mas deve ser alertado que a própria ISO 9001, em
sua cláusula 0.1, estabelece que não há intenção de uniformizar o uso dessas
terminologias.
A ISO 9004 (ABNT, 2010), na qual são estabelecidas diretrizes para a gestão do
sucesso sustentado, é direcionada para as organizações que desejam progredir
além dos requisitos da ISO 9001.
40 CONCEITUAÇÃO BÁSICA
A ISO 9001, em seu Anexo B, lista uma série de normas desenvolvidas pelo
comitê ISO/TC 176 que estão relacionadas com o funcionamento de sistemas
de gestão da qualidade, e faz a correlação destas com as cláusulas da ISO 9001.
Tal anexo é informativo e não pretende adicionar requisitos à ISO 9001, nem
obrigar as organizações a seguirem as orientações das normas relacionadas.
A própria ISO 9001 explicita que ela não possui requisitos aplicáveis a outras
disciplinas, como a ambiental ou de segurança.
Existem normas de gestão da qualidade que são baseadas na ISO 9001, mas que
possuem requisitos específicos para seu mercado. Entre elas, podem-se citar:
• Legislação trabalhista.
• Acordos coletivos.
• Contratos de terceirização e de prestação de serviços.
• Pesquisas de clima organizacional.
• Análise de Desempenho 360º, ferramenta da área de recursos humanos para
determinação de demandas internas.
• Canais de comunicação interna para demandas de responsabilidade social.
• Planejamento estratégico.
• Plano de metas.
• Resultados de reuniões de conselho administrativo ou do corpo de acionistas.
Não se pode esquecer que tais informações devem ser continuamente monitora-
das e analisadas para captação de possíveis mudanças. Tal análise pode ser feita
periodicamente com base em uma agenda de atividades, ou caso a caso, conforme
a mudança for captada nos contatos da organização com suas partes interessadas.
Não há na ISO 9001 (ABNT, 2015b) nenhum requisito que imponha a pertinên-
cia de qualquer tipo de parte interessada, pois, como já indicado anteriormente,
cabe à organização, dentro de seu escopo, determinar os requisitos aplicáveis e
as partes interessadas pertinentes (o limite dessa liberdade é a conformidade dos
produtos e serviços providos aos clientes e à legislação aplicável).
Caso a organização queira restringir de alguma forma os limites para seu sis-
tema de gestão da qualidade, pela exclusão de alguma unidade organizacional,
atividade, produto ou serviço, deve avaliar cuidadosamente os impactos em seus
fornecimentos do ponto de vista dos clientes.
Isso se torna ainda mais crítico caso a organização seja a responsável pela de-
finição das características dos produtos e serviços, independentemente de o
desenvolvimento ser feito internamente ou de forma terceirizada.
Em princípio, deve-se considerar que todos os requisitos da norma ISO 9001 são
aplicáveis ao sistema de gestão da qualidade da organização.
A seguir são apresentados alguns exemplos, criados pelo próprio comitê TC 176
da ISO, sobre a adequação ou inadequação na restrição de escopo do sistema de
gestão da qualidade:
Exemplo 1
Banco que excluiu o requisito 8.5.3 (propriedade pertencente a clientes
ou provedores externos).
Exemplo 2
Empresa contratada para fazer a manufatura terceirizada de um pro-
duto eletrônico excluiu o requisito 8.3 (projeto e desenvolvimento de
produtos e serviços).
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 47
Exemplo 3
Empresa fabricante de vasos de pressão, conforme código construtivo
internacional (por exemplo, ASME, AD Merkblatter etc.), excluiu o
requisito 8.3 (projeto e desenvolvimento de produtos e serviços).
Exemplo 4
Empresa de construção civil, com atividade de projeto terceirizada,
que excluiu o requisito 8.3 (projeto e desenvolvimento de produtos e
serviços).
Exemplo 5
Empresa fabricante de motores elétricos para venda por distribuidores
licenciados que excluiu a atividade de rastreabilidade prevista no re-
quisito 8.5.2 (identificação e rastreabilidade).
Exemplo 6
Empresa de consultoria que presta serviços de auditorias internas de
sistemas de gestão da qualidade em pequenas organizações, que excluiu
o requisito 8.3 (projeto e desenvolvimento de produtos e serviços).
Exemplo 7
Empresa de consultoria que presta serviços de auditoria fiscal em gran-
des organizações cujo produto é o relatório de balanço, que excluiu o
requisito 8.5.5 (atividades pós-entrega).
Exemplo 8
Empresa fabricante de roupas que excluiu o requisito indicado no item
“f ” da cláusula 8.5.1 (controle de produção e provisão de serviço, em
particular para validação de processo).
Exemplo 9
Empresa de treinamento com cursos para pedreiros que usa prumos,
trenas e níveis de bolha em suas aulas, que excluiu o requisito indicado
no item 7.5.1 (recursos de monitoramento e medição).
Exemplo 10
Empresa multinacional fabricante de aparelhos de TV, com matriz,
centro de projeto e desenvolvimento, fabricação de componentes, mon-
tagem de aparelhos e centro de distribuição logístico localizados em
diferentes países e com sistemas de gestão da qualidade individuais bus-
ca uma certificação global que envolva todas as suas atividades, sendo
que a unidade de projetos ainda não obteve sua certificação específica.
Quando a organização optar por adquirir externamente algum processo que afete
a conformidade do produto ou serviço (a chamada contratação ou terceirização),
devem ser observados os seguintes aspectos:
Exercícios
1. Identificar para cada uma das cláusulas da Seção 4 da ISO 9001 (ABNT,
2015b) se existe uma relação com um, ou vários, dos sete princípios da
gestão da qualidade apresentados no Capítulo 3.
1
É necessário entender a diferença entre eficácia e eficiência. Eficácia é o atendimento das metas estabelecidas,
por exemplo, entrega no prazo em 100% dos casos, e eficiência é o “consumo” de recursos no atendimento da
meta, por exemplo, total de horas extras em relação à quantidade de produtos entregues no prazo acordado.
O texto normativo não indica a necessidade de se definir objetivos de eficiência, porém deve ficar claro que
objetivos de eficácia traduzem o ponto de vista dos clientes ou do mercado, enquanto os de eficiência indicam
fatores importantes para os donos ou investidores da organização. Assim, recomenda-se que os dois tipos de
indicadores sejam monitorados.
54 LIDERANÇA
• Promover a melhoria.
• Apoiar outras funções pertinentes.
• Demonstrar foco no cliente.
Como direção entende-se aqueles que são os responsáveis pela tomada de deci-
sões gerenciais da organização.
5.2. Política
A direção deve estabelecer a política da qualidade, que deve ser entendida como
a diretriz básica de orientação para a organização alcançar o estabelecido pelo
planejamento estratégico ou plano de negócios (ver Apêndice B).
Em função do exposto, fica claro que a política não é para ser uma declaração
permanente, e sim algo que muda conforme a conjuntura da organização.
A política deve:
Em princípio, a abordagem a ser adotada visa tornar claras aos envolvidos suas
atribuições, sua importância para o sucesso global da organização e qual é a
rotina para a tomada de decisões.
Exercícios
1. Identificar, para cada uma das cláusulas da Seção 5 da ISO 9001 (ABNT,
2015b), se existe uma relação com um, ou vários, dos sete princípios da
gestão da qualidade apresentados no Capítulo 3.
3. Para cada uma das situações indicadas a seguir, definir uma política que
atenda aos requisitos indicados na cláusula 5.2.1 da ISO 9001 (ABNT,
2015b).
Empresa
Requisitos do
(ramo de Mercado-alvo Requisitos legais
mercado
negócios)
Situação 1: Circunvizinhança • Preços competitivos. • Impostos estaduais
LOJA X • Disponibilidade de (ICMS).
(Comércio produtos. • Alvará municipal.
varejista)
• Instalações • Lei de defesa do
agradáveis. consumidor.
• Disponibilidade de • CLT.
diversas formas de
pagamento.
Situação 2: Montadoras • Atendimento aos • Certificação de
METAL Y instaladas no requisitos técnicos. produto conforme
(Metalúrgica Brasil • Constante melhoria as portarias do
fabricante de da produtividade para Inmetro para itens
autopeças) gerar redução de segurança.
de custos. • Impostos federais
• Total aderência às (IPI).
programações de • Impostos estaduais
entrega. (ICMS).
• Suporte técnico no • Licenciamentos
pré e pós-venda. ambientais.
• CLT.
(continua)
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 57
Empresa
Requisitos do
(ramo de Mercado-alvo Requisitos legais
mercado
negócios)
Situação 3: Indústrias e • Provisão de serviços • Impostos municipais
SEGURANÇA condomínios para prevenção de (ISS).
Z dentro de perdas e sinistros. • Licenças junto à
(Prestação de uma região • Disponibilização Polícia Civil.
serviços de metropolitana de mão de obra • Licenças junto à
segurança treinada nas rotinas
patrimonial) Polícia Federal.
estabelecidas em
• CLT.
contrato.
• Serviços de apoio, no
caso de emergências.
• Provisão de
certidões negativas
para evidenciar o
atendimento da
legislação e evitar
acúmulo de passivos.
6. Planejamento
6.1. Ações para abordar riscos e oportunidades
6.2. Objetivos da qualidade e o planejamento
para alcançá-los
6.3. Planejamento de mudanças
Os riscos podem ser evitados, assumidos, ter sua fonte eliminada e sua probabi-
lidade ou consequência alteradas.
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 59
Uma das ações que pode ser adotada é a definição de planos de contingência.
Nesse caso, a organização identificaria e avaliaria os riscos de origem interna e
externa, para os processos de manufatura e para sua infraestrutura (com foco
naqueles que forem essenciais para assegurar o atendimento aos requisitos dos
clientes).
Tais planos de contingência devem prever ações cujo objetivo é manter a conti-
nuidade do fornecimento em quaisquer dos seguintes eventos:
• Falhas em equipamentos-chave.
• Interrupções no fornecimento de matérias-primas, componentes, insumos e
serviços adquiridos externamente.
• Desastres naturais recorrentes (regiões de enchente, ciclos de seca etc.).
• Sinistros (incêndios, explosões, roubos, derramamentos etc.).
60 PLANEJAMENTO
• a notificação aos clientes sobre a extensão e duração das situações com im-
pacto às suas operações;
• o teste periódico da eficácia dos planos de contingência por meio de simula-
dos ou ações assemelhadas;
• análises periódicas desses planos para a execução das atualizações necessárias.
Entre os métodos que podem ser adotados estão o 5W2H (What, Why, Where,
When, Who, How & How much) e o RACI (Responsible, Accountable, Consulted
& Informed).
Exercícios
1. Identificar, para cada uma das cláusulas da Seção 6 da ISO 9001 (ABNT,
2015b), se existe uma relação com um, ou vários, dos sete princípios da
gestão da qualidade apresentados no Capítulo 3.
3. Para cada uma das situações indicadas a seguir, com base nos dados
informados no Exercício 3 do Capítulo 5 e na política obtida como resul-
tado da execução do referido exercício, definir os objetivos da qualidade
e os planos de ação necessários para atender aos requisitos indicados na
cláusula 6.2 da ISO 9001 (ABNT, 2015b):
Objetivos de Plano
Empresa Política
qualidade de ação
Situação 1:
LOJA X
(Comércio varejista)
Situação 2:
METAL Y
(Metalúrgica fabricante de
autopeças)
Situação 3:
SEGURANÇA Z
(Prestação de serviços de
segurança patrimonial)
7. Apoio
7.1. Recursos
7.2. Competência
7.3. Conscientização
7.4. Comunicação
7.5. Informação documentada
7.1. Recursos
A organização deve analisar e definir quais são os recursos suficientes para que
as atividades sejam executadas de forma adequada aos requisitos aplicáveis para
os produtos/serviços, processos produtivos/administrativos e sistema de gestão
da qualidade, incluindo:
Ao definir os requisitos sobre o ambiente, que pode incluir o social (não discri-
minatório, sem abusos etc.), o psicológico (sem estresse excessivo, não exaustivo
etc.) e o físico (temperatura, umidade, ruído, iluminação, ventilação, higiene
etc.), deve-se tomar o cuidado de levar em consideração o contexto da organiza-
ção e a real influência desses ambientes na conformidade de produtos/serviços1.
d. Medição e monitoramento
1
Apoio para a definição de formas de planejar, desenvolver, controlar e aprimorar as atividades relacionadas
com requisitos de ambiente pode ser obtido em normas de sistema de gestão em saúde e segurança ocupa-
cional, como a OHSAS 18001 ou ISO 45001; normas de sistema de gestão de responsabilidade social, como
a SA 8000 e a ISO 26000; normas de gestão de segurança alimentar, como a ISO 22000; normas de gestão de
sistemas antissuborno, como a ISO 37001 etc.
Em relação ao ambiente, técnicas consagradas, como o 5S e o Housekeeping, podem ser úteis enquanto
ferramentas para planejamento das ações e monitoramento dos resultados.
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 65
e. Conhecimento
7.2. Competência
Tal competência é obtida por educação (instrução básica necessária para o enten-
dimento das questões envolvidas e do comportamento a ser adotado), treinamen-
to (conhecimento específico na atividade em questão em uma situação específica)
ou experiência (aplicação prática da educação e treinamentos recebidos).
7.3. Conscientização
7.4. Comunicação
• Manuais.
• Procedimentos.
• Instruções de trabalho.
• Mapeamento de processos (em forma de gráficos, tabelas ou outros).
• Planos de negócio ou estratégicos.
• Planos de ação.
• Normas.
• Métodos de teste.
• Especificações para produtos ou insumos.
• Desenhos técnicos.
• Gráficos (como fluxogramas, organogramas, histogramas etc.).
• Roteiros de trabalho.
• Planos de controle.
• Leis.
• Listas de verificação.
• Comunicações internas (memorandos, quadros de aviso etc.).
• Comunicações externas (ONGs, órgãos regulamentadores, sindicatos etc.).
• Telas de computador de sistemas de informação eletrônica (com ou sem
validação de campos).
• Menus de sistemas de informação eletrônica.
• Vídeos ou apresentações de treinamento.
68 APOIO
• Áudios orientativos.
• Formulários para registros.
Tal documentação (de origem interna ou externa) deve ser controlada para asse-
gurar que esteja disponível onde necessário e suficientemente protegida (como
contra perda de confidencialidade ou de sua integridade, contra uso impróprio
etc.).
Exercícios
Documento
Empresa Registro
de referência
Situação 1:
LOJA X
(Comércio varejista)
Situação 2:
METAL Y
(Metalúrgica fabricante de
autopeças)
Situação 3:
SEGURANÇA Z
(Prestação de serviços de
segurança patrimonial)
8. Operação
8.1. Planejamento e controle operacional
8.2. Requisitos para produtos e serviços
8.3. Projeto e desenvolvimento de produtos e serviços
8.4. Controle de processos, produtos e serviços
providos externamente
8.5. Produção e provisão de serviço
8.6. Liberação de produtos e serviços
8.7. Controle de saídas não conformes
Quando for necessário, devem ser realizadas mudanças nos processos produtivos.
Essas mudanças devem ser planejadas e implementadas de acordo com o que foi
explicado no item 6.3 do Capítulo 6 deste livro.
1
A comunicação verbal e escrita com os clientes deve ser no idioma acordado com eles.
A organização deve ter a habilidade para trocar dados nos formatos de informática especificados pelo cliente,
por exemplo, desenhos em CAD, documentos fiscais em arquivos XML etc.
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 73
pois neste caso o cliente deve ser obrigatoriamente avisado e, dentro das
condições comerciais em vigor, ter a liberdade de aceitação ou rejeição da
mudança proposta).
Quando ocorrerem mudanças nos requisitos para produtos e serviços, além dos
acertos com os clientes, a organização deve assegurar que:
Exemplo 1
Empresa prestadora de serviços de contabilidade, ao desenvolver um
conjunto de soluções para um cliente específico, pode ter de considerar:
• Acordos coletivos.
Exemplo 2
Empresa prestadora de serviços de arquitetura, ao projetar uma resi-
dência, pode ter de considerar:
Exemplo 3
Empresa prestadora de serviços de segurança patrimonial, ao desen-
volver um esquema de trabalho, pode ter que considerar:
• Infraestrutura existente.
Exemplo 4
Comércio varejista, ao desenvolver um ponto de venda, pode ter que
considerar:
Exemplo 5
Site para vendas on-line, ao desenvolver uma oferta de itens, pode ter
que considerar:
Exemplo 6
Manufatura de autopeças, ao desenvolver um produto para uma mon-
tadora, pode ter que considerar:
Exemplo 7
Gráfica, ao desenvolver um impresso para um cliente, pode ter que
considerar:
Exemplo 1
Empresa prestadora de serviços de contabilidade, ao aplicar as soluções
desenvolvidas para um cliente específico, pode ter de gerar:
Exemplo 2
Empresa prestadora de serviços de arquitetura, ao projetar uma resi-
dência, pode ter de gerar:
• Os cálculos estruturais.
• Maquete arquitetônica.
Exemplo 3
Empresa prestadora de serviços de segurança patrimonial, ao imple-
mentar um esquema de trabalho, pode ter de gerar:
Exemplo 4
Comércio varejista, ao disponibilizar ao público um ponto de venda,
pode ter de gerar:
Exemplo 5
Site para vendas on-line, ao disponibilizá-lo, a organização pode ter
de gerar:
Exemplo 6
Manufatura de autopeças, ao desenvolver um produto para uma mon-
tadora, pode ter de gerar:
• Desenhos do produto.
Exemplo 7
Gráfica, ao desenvolver um impresso para um cliente, pode ter que
gerar:
• Mockup.
• Desenhos de clichês.
• Provas de cor.
• realizar avaliações das “saídas” obtidas pela execução das atividades plane-
jadas contra as “entradas” coletadas no início do processo, atividade essa
também chamada de “verificação” do projeto e desenvolvimento;
• testar, ensaiar ou simular o uso pretendido dos produtos/serviços, atividade
essa também chamada de “validação” de projeto e desenvolvimento;
• resolver os problemas ou pendências que tenham surgido ao longo do projeto
e desenvolvimento, além de efetuar possíveis reprogramações, atividade essa
que pode ser chamada de “análise crítica” de projeto e desenvolvimento;
• emitir os documentos de referência das atividades de controle e os registros
de seus resultados.
desenvolvimento:
A conformidade dos produtos e serviços de uma organização não deve ser afeta-
da pelo que é adquirido externamente. Para isso, devem ser definidos requisitos
de avaliação, seleção e monitoramento de fornecedores de processos, produtos
e serviços, sempre que estes forem:
A organização pode ter que utilizar alguma propriedade pertencente aos seus
clientes para fornecer seus produtos ou prestar seus serviços, como matérias-
-primas, componentes, ferramentas, equipamentos, instalações, documentos de
referência etc.
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 89
Tal situação também pode ocorrer na relação com os fornecedores pelo uso de
serviços fora do escopo da contratação propriamente dita, como embalagens
retornáveis, recursos de laboratório, consultoria técnica etc.
Qualquer dano, perda ou inapropriação para uso devem ser comunicados, in-
cluindo a emissão dos devidos registros, para o cliente ou fornecedor envolvido.
A organização deve determinar quais são as atividades pós-entrega que são as-
sociadas a seus produtos e serviços, considerando:
A liberação de produtos ou serviços para o cliente não pode ocorrer até que todas
as verificações planejadas tenham sido satisfatoriamente concluídas, ou que, pelo
menos, tenha sido obtida uma autorização específica de uma autoridade perti-
nente (por exemplo, representantes do cliente, órgãos de fiscalização, escritórios
de diligenciamento etc.).
Tais verificações são aquelas planejadas como necessárias para assegurar o aten-
dimento aos requisitos aplicáveis, ao longo das etapas de processamento e/ou
fornecimento, como:
Devem ser tomadas ações apropriadas aos efeitos nos produtos ou serviços a
serem fornecidos, incluindo:
c. Aplicação das ações de correção aplicáveis para os itens divergentes, que pode
envolver uma ou mais das seguintes medidas:
Caso algum problema só tenha sido detectado após a entrega dos produtos ou
depois da provisão dos serviços para o cliente, seja por uma detecção interna
ou pelo recebimento de uma reclamação, além do já indicado para a contenção
e correção de não conformidades, a organização deve:
Um cuidado que deve ser tomado é perceber que os controles descritos neste item
são aplicáveis às divergências de produtos e serviços. As não conformidades em
relação ao funcionamento e às falhas nos resultados dos processos do sistema de
gestão devem ser controladas conforme previsto nos requisitos da cláusula 10.2
da ISO 9001 – não conformidade e ação corretiva.
Exercícios
Subcláusula da cláusula
Empresa Atividade
8.3 da ISO 9001
Situação 1:
LOJA X
(Comércio varejista)
Situação 2:
METAL Y
(Metalúrgica fabricante
de autopeças)
Situação 3:
SEGURANÇA Z
(Prestação de serviços
de segurança patrimonial)
9. Avaliação de desempenho
9.1. Monitoramento, medição, análise e avaliação
9.2. Auditorias internas
9.3. Análise crítica pela direção
A norma ISO 19011, que é uma diretriz para auditorias em sistemas de gestão,
é uma referência orientativa no estabelecimento da sistemática a ser adotada,
porém não é mandatória, exceto para organismos de certificação. Assim, a or-
ganização tem a liberdade de definir rotinas próprias.
Como resultado da análise pela direção, devem ser definidas ações a serem ado-
tadas em relação:
• às oportunidades de melhoria;
• às possíveis mudanças no sistema de gestão da qualidade;
• aos recursos adicionais necessários.
Exercícios
10.1. Princípios
Exercícios
Os anexos de A.1 até A.8 foram incluídos na norma ISO 9001 para facilitar a transição
das pessoas já acostumadas com as versões anteriores e para evitar a transposição
de antigos conceitos para a nova visão desejada.
O Anexo A.5 explica a aplicabilidade do SGQ, indicando que não é mais utiliza-
do o termo “exclusão”, como ocorria nas versões anteriores da ISO 9001. Agora,
qualquer “não aplicabilidade” de um requisito específico é limitada pelo fato de
tal definição não poder levar a falhas na conformidade de produtos e serviços.
Nota: “Todos” indica que todas as subcláusulas de uma cláusula específica da ISO 9001 estão
relacionadas com a outra norma.
106 COMENTÁRIOS A RESPEITO DOS ANEXOS DA ISO 9001
De agora em diante, eles serão indicados pelas suas siglas, que são, respectiva-
mente, POC, PA e PG.
TIC é a sigla para Tabela das Interfaces com os Clientes, a qual permite deter-
minar os pontos de contato entre uma organização e os clientes ou mercado que
ela atende, em forma de entradas (requisitos a serem atendidos) e saídas (forma
de atendimento a esses requisitos), e é com base nela que serão identificados os
POC.
Como fazer:
1. Reunir uma equipe multifuncional, com membros, por exemplo, das áreas
de gestão, vendas, programação de entregas, produção ou prestação de serviços,
logística, faturamento e cobrança (isto é, tentar incluir todos os elementos apli-
cáveis dentro do conceito de order-to-cash).
2. Desenhar uma tabela com duas colunas, uma para as entradas e outra para
as saídas.
(continua)
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 111
Obviamente, a maioria das organizações terá TICs mais extensas que o exemplo
mostrado anteriormente, porém a linha de raciocínio alinhada com o conceito de
order-to-cash permanece, independentemente do tamanho, ramo e complexidade
da organização em questão.
Como fazer:
Vendas Cobrança
PCP Produção
Ivan Sardella
Assistência
Engenharia
técnica
Novamente, lembramos que o exemplo anterior tem a didática como sua única
função, não sendo uma receita pronta para ser copiada. Cada organização deve
identificar seu próprio diagrama de sequenciamento e interação, com as deno-
minações que lhe forem adequadas e com a complexidade necessária para cobrir
suas atividades no ramo em que atua.
Lembrar-se de que:
• Em raras situações, pode ser que o tema básico relacionado aos serviços
associados não seja aplicável, porém essa decisão só deve ser tomada após
cuidadosa análise pela organização.
Quadro 2 – Exemplo de verificação do POC por meio dos dez temas básicos
Quadro 2 – Exemplo de verificação do POC por meio dos dez temas básicos (continuação)
Como se vê no Quadro 2, o checklist proposto nada mais é que listar os dez temas
básicos em uma tabela contendo uma linha para cada tema e associando a esta li-
nha um ou mais dos POC indicados no diagrama de sequenciamento e interação.
Nesse quadro deve haver uma coluna para a denominação dos componentes dos
processos e, então, devem ser acrescidas as colunas necessárias, na proporção
de uma para cada um dos POC que foram identificados por meio da TIC e que
foram sequenciados e inter-relacionados no diagrama.
Assim, em cada campo de ligação entre cada um dos onze componentes e cada
um dos POC indicados, serão colocadas as informações correspondentes, con-
forme as seguintes definições:
• Uma relação dos pontos indicados na TIC que tenham origem nos clien-
tes e que sejam aplicáveis para o processo (dados, insumos, estruturas,
situações etc.).
• Uma relação das saídas geradas pelo processo anterior que são necessárias
para as atividades de agregação de valor do processo. Elas podem estar na
forma de produtos, serviços, informações, documentos, registros, situa-
ções etc.
116 APÊNDICE A – MÉTODO PARA MAPEAMENTO DE PROCESSOS
• Uma relação dos pontos indicados na TIC que tenham origem no pro-
cesso e sejam esperados pelos clientes (informações, decisões, produtos,
serviços etc.).
• Uma relação das saídas geradas pelo processo que são necessárias para as
atividades de agregação de valor dos próximos processos, podendo estar
na forma de produtos, serviços, informações, documentos, registros, si-
tuações etc.
10. PA: são os processos internos necessários para apoio ao POC. Deve-se listar
sua denominação, que pode incluir, por exemplo, os Recursos Humanos, a Ges-
tão de Tecnologia da Informação (TI), a Gestão Ambiental, a Gestão da Saúde &
Segurança Ocupacionais, a Manutenção, a Gestão da Qualidade etc. Obviamente,
eles variam de organização para organização e em algumas delas tais processos
serão POC e não PA.
11. PG: são os processos internos necessários para a gestão estratégica dos POC.
Deve-se listar sua denominação, que pode incluir, por exemplo, a Controladoria,
o Planejamento Estratégico, a Assembleia de Acionistas etc. Mais uma vez, tanto
a denominação quanto a quantidade desses processos irão variar de organização
para organização, sendo que o importante é identificar quais serão os conjuntos
de atividades que irão monitorar os resultados dos POC (recomenda-se aqui
a adoção dos conceitos da triple bottom line, nos quais os resultados devem
sustentar economicamente a empresa, assegurar a conformidade aos requisitos
legais aplicáveis e manter uma atuação socialmente responsável junto às partes
interessadas). Mais uma vez, deve-se lembrar de que a simples coleta de dados
118 APÊNDICE A – MÉTODO PARA MAPEAMENTO DE PROCESSOS
POC
Componente Atendimento no Entrega em Central de
Marketing
balcão domicílio relacionamento
Entradas Pesquisa de mercado Pedidos verbais e Pedidos verbais Acionamentos via
Comparação com receitas apresentadas feitos por telefone ou telefone feitos pelos
concorrentes pelos clientes no balcão clientes
Requisitos ISO 9001:2015 = ISO 9001:2015 = 7.1.5, ISO 9001:2015 = ISO 9001:2015 = 7.4,
7.4, 8.2.1, 8.2.2, 9.1.1 8.1, 8.2, 8.3, 8.5, 8.6, 7.1.5, 8.2, 8.4, 8.5, 8.2.1, 8.5, 8.6, 8.7,
e 9.1.2 8.7, 9.1.1, 9.1.2, 10.1, 8.6, 8.7, 9.1.1, 9.1.2, 9.1.1, 9.1.2, 10.1, 10.2
Requisitos indicados 10.2 e 10.3 10.1, 10.2 e 10.3 e 10.3
no sistema do Requisitos indicados Requisitos indicados Requisitos indicados
prestador de no sistema do no sistema do no sistema do
serviços de gestão da prestador de prestador de prestador de
conformidade legal serviços de gestão da serviços de gestão da serviços de gestão da
conformidade legal conformidade legal conformidade legal
Máquina INTERNET INTRANET INTRANET INTRANET
INTRANET Telefonia Telefonia Telefonia
Telefonia Loja
Meio LTCAT/PPRA LTCAT/PPRA LTCAT/PPRA LTCAT/PPRA
ambiente Manual GMP Manual GMP
Matéria- Não aplicável Remédios Remédios Não aplicável
-prima Produtos de saúde Produtos de saúde
Produtos de higiene Produtos de higiene
Produtos de beleza Produtos de beleza
Mão de obra Gerente Comercial Gerente da Loja Farmacêutico Supervisor
Assistente Comercial Farmacêutico Atendente Atendente
Atendente Motoboy
Método Plano anual de Material de Material de Instrução de
marketing treinamento no treinamento no atendimento
atendimento no balcão atendimento à sugestões,
Material de telefônico reclamações e outros
treinamento na Instrução de acionamentos de
cobrança no caixa contratação e clientes
Material de controle de
treinamento no motoboy
atendimento
telefônico
(continua)
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 119
POC
Componente Atendimento no Entrega em Central de
Marketing
balcão domicílio relacionamento
Medição Market share Faturamento Faturamento Nível de satisfação
Faturamento Giros de estoque Giros de estoque dos clientes
Giros de estoque Faturamento por Faturamento por Custo de
Faturamento por funcionário funcionário reclamações e/ou
funcionário Nível de satisfação dos Nível de satisfação devoluções
Nível de satisfação clientes dos clientes
dos clientes Custo de motoboy
Saídas Plano anual de Venda de produtos Venda de produtos Resposta aos
marketing acionamentos dos
Campanhas clientes
publicitárias
Promoções
PA TI TI TI TI
RH RH RH RH
Abastecimento Abastecimento
PG Supervisão geral Supervisão geral Supervisão geral Supervisão geral
Agora, deve ser feita mais uma TOC, indicando as informações pertinentes para
os PA e PG que foram identificados durante a confecção da TOC relativa aos
POC, como indicado no Quadro 5.
PA PG
Componente
TI RH Abastecimento Supervisão geral
Entradas Necessidades de Necessidades de Necessidades de Dados dos processos
informática competência compras Nível de satisfação
dos clientes
Análises gerenciais
anteriores
Plano de negócios
em vigor
Requisitos ISO 9001:2015 ISO 9001:2015 = 7.2, ISO 9001:2015 = ISO 9001:2015 =
= 7.1.3, 7.4, 7.5, 7.4 e 9.1.1 7.1.5, 8.4, 8.5.2, 4.1, 4.2, 5.1, 5.2, 5.3,
8.5.4 e 9.1.1 Requisitos indicados 8.5.4, 8.6, 8.7, 9.1.1, 6, 7.1, 7.5, 9.1, 9.3
no sistema do 10.2 e 10.3 e 10.3
prestador de Requisitos Requisitos indicados
serviços de gestão da indicados no no sistema do
conformidade legal sistema do prestador de
prestador de serviços de gestão da
serviços de gestão conformidade legal
da conformidade
legal
(continua)
120 APÊNDICE A – MÉTODO PARA MAPEAMENTO DE PROCESSOS
PA PG
Componente
TI RH Abastecimento Supervisão geral
Máquina INTERNET INTRANET INTERNET INTRANET
INTRANET Telefonia INTRANET Telefonia
Telefonia Loja Telefonia Loja
Estoque
Transporte
Meio LTCAT/PPRA LTCAT/PPRA LTCAT/PPRA LTCAT/PPRA
ambiente Manual GMP
Matéria- Não aplicável Não aplicável Remédios Não aplicável
-prima Produtos de saúde
Produtos de higiene
Produtos de beleza
Mão de obra Supervisor de TI Supervisor de RH Supervisor de Diretor
Abastecimento Gerente Operacional
Assistente para
Sistemas de Gestão
Método Plano anual de CLT Instrução de Instruções
informática Tabela de compras para gestão da
Instruções para competências Instrução de conformidade legal
autorização de Matriz de recebimento Roteiro para análise
acessos versatilidade Material de do plano estratégico
Instrução para treinamento sobre e do sistema de
proteção de dados cuidados no estoque gestão
Manual para
os prestadores
de serviço de
transporte
Medição Disponibilidade Rotatividade Giro de estoque Cumprimento
do sistema Custos de RH Custos de estoque das metas dos
Custos de Nível de indicadores dos
informática atendimento às processos
demandas da loja Nível de satisfação
dos clientes
Cumprimento do
plano de negócios
Saídas Plano anual de Alocação de pessoas Abastecimento das Definições sobre o
informática com competência lojas sistema de gestão
Infraestrutura e Política do sistema
sistemas de TI de gestão
Objetivos da
qualidade
Análises críticas
Plano de negócios
PA RH TI TI TI
RH RH RH
PG Supervisão geral Supervisão geral Supervisão geral Não aplicável
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 121
5. Fazer mais uma TOC incluindo cada um dos PA e PG que foram identificados
durante o detalhamento dos POC na TOC aplicável a eles.
O método apresentado não é o único, não pretende ser o melhor e talvez não
seja considerado adequado por parte dos leitores, mas entendemos que ele é
uma abordagem prática para um assunto ainda pouco dominado, apesar de seus
conceitos já estarem disponíveis há um bom tempo e sua utilização diminuir o
tempo de adequação ou implementação de um sistema de gestão.
Apêndice B – Integração das
estratégias organizacionais com
os requisitos da ISO 9001
Ivan Sardella
6
Objetivos da
qualidade (6.2 da
ISO 9001:2015)
4
Política da
qualidade (5.2 da
ISO 9001:2015) 7
3 Avaliação do
andamento das ações
Plano estratégico planejadas, possí-
ou plano de veis mudanças,
negócios (6.12 da desempenho dos
ISO 9001:2015) processos, conformidade
2 de produtos/serviços,
Análise de riscos e resultado de auditorias,
oportunidades desempenho de
(6.1.1 da fornecedores e
ISO 9001:2015) e satisfação dos clientes
gestão de mudanças (9.3 da ISO 9001:2015)
1 (6.3 da
ISO 9001:2015)
Definição do contexto
da organização (4.1 da
ISO 9001:2015) e das
necessidades das
partes interessadas (4.2
da ISO 9001:2015)
(continua)
124 APÊNDICE B – INTEGRAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS COM OS
REQUISITOS DA ISO 9001
Como orientação foi preparado o Quadro 1, que relaciona temas genéricos das
organizações com as cláusulas da ISO 9001 (ABNT, 2015b).
• Diagnóstico inicial.
• Estruturação.
• Motivação e treinamento.
• Planejamento do SGQ.
• Planejamento da adequação dos recursos necessários ao SGQ e a definição
das rotinas para sua manutenção.
• Planejamento da operação em si e a definição das rotinas de controle.
• Medição.
• Validação do SGQ.
No Quadro 1, para cada uma das etapas indicadas, são detalhadas as ações per-
tinentes e os respectivos resultados esperados.
do escopo do SGQ
rotina para manutenção de sua atualização
Emissão ou adequação do
“Planejamento estratégico” e seu desdobramento
“planejamento estratégico”, já com o
em política para a qualidade, objetivos e ações
uso da “mentalidade de risco”
Processos mapeados, inter-relacionados e
sequenciados, com determinação de atividades,
Identificação e mapeamento dos
responsabilidades, autoridades, entradas, saídas,
processos
infraestrutura, insumos, condições locais, funções,
métodos e indicadores
necessária pessoal
(continua)
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 133
por processo
Execução das ações corretivas em
função do resultado da auditoria Adequação final do SGQ
interna
Certificação do SGQ (se requerido
Certificado ISO 9001
pelo mercado)
Considerações finais
Esperamos que tenha gostado do conteúdo apresentado para seu estudo e leitura.
Nosso objetivo foi proporcionar uma ferramenta útil de aplicação efetiva, que
ajude a criar um corpo de conhecimento o qual permita que os profissionais e
alunos que fizerem uso deste livro desenvolvam suas habilidades com qualidade,
onde quer que atuem.
______. NBR ISO 31000: gestão de riscos: princípios e diretrizes. Rio de Janeiro:
ABNT, 2009.
______. NBR ISO 9004: gestão para o sucesso sustentado de uma organização:
uma abordagem da gestão da qualidade. Versão corrigida. Rio de Janeiro: ABNT,
2010.
______. ISO/TC 176/SC 2/N 524R6 – ISO 9000 Introduction and Support Pack-
age: Guidance on ISO 9001:2000 clause 1.2 Application. Disponível em: <http://
www.iso.org/iso/ru/01_guidance_on_iso_9001_2008_sub-clause_1.2_applica-
tion.pdf>. Acesso em: 02 de novembro de 2016.
______. ISO/TC 176/SC 2/N 544R3 – ISO 9000 Introduction and Support Pack-
age: Guidance on the Concept and Use of the Process Approach for management
systems. Disponível em: <http://www.iso.org/iso/ru/04_concept_and_use_of_
the_process_approach_for_management_systems.pdf>. Acesso em: 05 de ou-
tubro de 2016.
1.
4.1: foco no cliente.
2.
Capítulo 5. Liderança
1.
5.1.1: liderança, melhoria e gestão de relacionamentos.
2.
3.
Situação 1
Situação 2
Situação 3
Capítulo 6. Planejamento
1.
6.1.1: foco no cliente e melhoria.
6.2.1: foco no cliente, liderança, engajamento das pessoas, tomada de decisão basea-
da em evidência e gestão de relacionamentos.
2.
Objetivos da
Empresa Política Planos de ação
qualidade
Situação 1: A LOJA X mantém • Oferta de preços • Pesquisa periódica de preços
LOJA X um sistema de dentro ou abaixo da praticados pela concorrência
(Comércio gestão da qualidade média praticada na para adaptação da planilha de
varejista) que é aprimorado região. preços.
constantemente
para assegurar a • Oferta da variedade • Pesquisa junto aos clientes com
satisfação de seus de produtos esperada o objetivo de saber se algum
clientes por meio pela clientela. produto procurado não foi
da oferta de preços encontrado, para adaptação do
competitivos, estoque.
disponibilidade
de uma grande • Oferta de formas • Contratação ou estabelecimento
variedade de variadas para de convênios com prestadoras
produtos e pagamento conforme de serviços de crediário e
de formas de o esperado pela pagamento eletrônico.
pagamento, clientela.
atendendo a • Conformidade • Obtenção periódica de certidões
toda a legislação tributária. negativas para acompanhamento
aplicável, incluindo dos serviços de contabilidade.
o que se refere
à manutenção • Conformidade • Execução de auditorias internas
das condições das condições das baseadas no método 5S para
adequadas em instalações. verificação das condições de
nossas instalações. higiene, segurança e organização.
(continua)
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 145
Objetivos da
Empresa Política Planos de ação
qualidade
Situação 2: A METAL Y, dentro • PPM (nível de • Controle da estabilidade dos
METAL Y de sua tradição de refugo) externo < 10. processos produtivos (CEP).
(Metalúrgica atender ao mercado
fabricante de automotivo
autopeças) brasileiro de • PPM (nível de • Modernização e automação
acordo com os refugo) interno dos processos produtivos com
mais altos padrões < 100. adoção de inspeções e correções
de qualidade, está de ajuste de máquina feitas de
• Redução de custos forma automática.
comprometida
em, no mínimo, 10%
com os seguintes
em relação ao ano
princípios:
anterior.
fornecer
produtos em total • 100% de entregas • Adoção de programa de MRP
conformidade conforme para automatização do controle
com os requisitos programações da programação de máquinas e
técnicos, recebidas. dos níveis de estoque.
regulamentares e de
logística aplicáveis, • 100% de • Contratação de representantes
incluindo possíveis atendimento às de assistência técnica a serem
serviços associados; solicitações de alocados nas instalações dos
buscar assistência técnica clientes para reação avançada às
constantemente recebidas. solicitações.
a redução de
custos por meio • Satisfação dos • Adoção de pesquisa junto aos
da modernização representantes dos EQF dentro da reunião de SIGN-
de seus processos clientes (EQF) em OFF do nível de satisfação do
produtivos e da relação às atividades mesmo em relação às atividades
melhoria contínua de desenvolvimento efetuadas dentro de cada
de suas rotinas de (APQP). desenvolvimento.
trabalho.
(continua)
146 RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
Objetivos da
Empresa Política Planos de ação
qualidade
Situação 3: A SEGURANÇA Z, • Redução do • Atualização tecnológica
SEGURANÇA Z comprometida número total de para ofertar aos clientes
(Prestação com seus clientes eventos por cliente, aprimoramentos nas rotinas de
de serviços e com a sociedade com necessidade trabalho.
de segurança civil, mantém em de “boletim de
patrimonial) constante evolução ocorrência” em
um sistema de relação ao ano
gestão direcionado anterior.
à prestação
de serviços • Atendimento • Cumprimento do plano de
customizados às metas de treinamentos através do
de segurança treinamento planejamento de escalas e de
patrimonial estabelecidas em um programa de prevenção ao
que visam obter função de contratos absenteísmo e rotatividade de
os padrões e regulamentos mão de obra.
de vigilância, aplicáveis.
prevenção de
ocorrências e apoio • Apoiar os clientes • Desenvolvimento da área de
técnico necessários em suas relações apoio legal para disponibilizar
para seus clientes, com órgãos aos clientes serviços referentes
dentro de rotinas oficiais e empresas às relações com órgãos oficiais e
totalmente seguradoras. empresas seguradoras.
aderentes à • Esclarecer • Desenvolvimento do serviço
legislação regularmente de demonstração de evidências
trabalhista, aos clientes a da conformidade em relação à
tributária e manutenção de legislação trabalhista, tributária e
regulamentadora. nossa conformidade regulamentadora.
em relação
à legislação
trabalhista, tributária
e regulamentadora.
Capítulo 7. Apoio
1.
7.1.1: liderança.
2.
3.
Documento de
Empresa Registro
referência
Situação 1: • Descrição • Registros que evidenciem o monitoramento do
LOJA X da política atendimento aos objetivos da qualidade (cláusula
(Comércio de qualidade 6.2 da ISO 9001).
varejista) (cláusula 5.2.2 da • Registros que evidenciem a execução da pesquisa
ISO 9001). periódica de preços e de suas ações derivadas
• Descrição (cláusula 7.1.5 da ISO 9001).
dos objetivos • Registros que evidenciem a execução da pesquisa
da qualidade sobre artigos não encontrados pela clientela e de
(cláusula 6.2 da suas ações derivadas (cláusula 7.1.5 da ISO 9001).
ISO 9001). • Registros que demonstrem a avaliação, seleção,
monitoramento e reavaliação das prestadoras de
serviços de crediário e de pagamento eletrônico
(cláusula 8.1.4 da ISO 9001).
• Registros que demonstrem a avaliação, seleção,
monitoramento (pelas certidões negativas) e
reavaliação dos serviços de contabilidade (cláusula
8.1.4 da ISO 9001).
• Registros que evidenciem a execução das
auditorias internas baseadas no método 5S para
verificação das condições de higiene, segurança e
organização, e de suas ações derivadas (cláusula
7.1.5 da ISO 9001).
(continua)
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 149
Documento de
Empresa Registro
referência
Situação 2: • Descrição • Registros que evidenciem a execução dos estudos
METAL Y da política estatísticos para controle da estabilidade dos
(Metalúrgica de qualidade processos produtivos, conforme documento de
fabricante de (cláusula 5.2.2 da referência indicado pelo cliente (cláusula 7.1.5 da
autopeças) ISO 9001). ISO 9001).
• Descrição • Registros referentes às mudanças em função
dos objetivos da modernização e automação dos processos
da qualidade produtivos (cláusula 8.5.6 da ISO 9001).
(cláusula 6.2 da • Registros referentes às inspeções e correções de
ISO 9001). ajustes de máquina feitas de forma automática,
• Documento após implementação das mudanças (cláusula 8.6
de referência da ISO 9001).
aplicável • Registros referentes às mudanças em função da
ao controle adoção de programa de MRP para automatização
estatístico de do controle da programação de máquinas e dos
processos (CEP) níveis de estoque (cláusula 8.5.6 da ISO 9001).
indicado pelo • Registros referentes à programação de produção
cliente. via MRP após implementação da mudança
(cláusulas 8.1 e 8.2.3 da ISO 9001).
• Registros que demonstrem a competência dos
representantes de assistência técnica a serem
alocados nas instalações dos clientes para
reação avançada às solicitações (cláusula 7.2 da
ISO 9001).
• Registros referentes à prestação de serviços de
assistência técnica nas instalações dos clientes
pelos representantes de assistência técnica
(cláusula 8.1 da ISO 9001).
• Registro da pesquisa junto aos EQF do nível de
satisfação do mesmo em relação às atividades
efetuadas dentro de cada desenvolvimento
(cláusula 8.3.5 da ISO 9001).
(continua)
150 RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
Documento de
Empresa Registro
referência
Situação 3: • Descrição • Registro das mudanças no projeto de determinado
SEGURANÇA Z da política serviço contratado pela inclusão de atualizações
(Prestação de qualidade tecnológicas para abranger aprimoramentos nas
de serviços (cláusula 5.2.2 da rotinas de trabalho (cláusula 8.3.6 da ISO 9001).
de segurança ISO 9001). • Registro das mudanças na operação de
patrimonial) • Descrição determinado serviço contratado pela inclusão de
dos objetivos atualizações tecnológicas nas rotinas de trabalho
da qualidade (cláusula 8.5.6 da ISO 9001).
(cláusula 6.2 da • Registros que evidenciem o cumprimento do
ISO 9001). plano de treinamentos (cláusula 7.2 da ISO 9001).
• Plano de • Registros referentes ao monitoramento do
implantação programa de prevenção ao absenteísmo e
da área de rotatividade de mão de obra (cláusula 9.1 da
apoio legal para ISO 9001).
disponibilizar aos • Registros das mudanças em função da implantação
clientes serviços da área de apoio legal para disponibilizar aos
referentes às clientes serviços referentes às relações com órgãos
relações com oficiais e empresas seguradoras (cláusula 8.5.6 da
órgãos oficiais ISO 9001).
e empresas • Registros das mudanças em função da implantação
seguradoras do serviço de demonstração de evidências da
(cláusula 8.3.2 da conformidade em relação à legislação trabalhista,
ISO 9001). tributária e regulamentadora (cláusula 8.5.6 da
• Plano de ISO 9001).
implantação
do serviço de
demonstração
de evidências da
conformidade
em relação
à legislação
trabalhista,
tributária e
regulamentadora
(cláusula 8.3.2 da
ISO 9001).
Capítulo 8. Operação
1.
8.1: abordagem de processo e tomada de decisão baseada em evidência.
8.3.2: foco no cliente, engajamento das pessoas e tomada de decisão baseada em evi-
dência.
8.6: foco no cliente, engajamento das pessoas, tomada de decisão baseada em evidên-
cia e gestão de relacionamentos.
2.
3.
Subcláusulas da
Empresa cláusula 8.3 da Atividade
ISO 9001
Situação 1: • 8.3.3 • Avaliação da concorrência existente, os
LOJA X possíveis fornecedores e o mercado-alvo
(Comércio para definir a viabilidade de um ponto de
varejista) venda.
• Levantamento da legislação para instalação
da loja e aquela relativa à vigilância
sanitária.
• Avaliação das instalações a serem
usadas e as adaptações necessárias para
armazenamento e exposição dos produtos.
• Avaliação das formas de pagamento a
serem disponibilizadas aos clientes.
• Avaliação das formas de divulgação que
podem ser adotadas após instalação.
• 8.3.2 • Plano para instalação do ponto de venda.
• 8.3.5 • A lista de itens que devem constar do
estoque inicial.
• O desenho da decoração a ser adotada.
• O programa de treinamento de vendedores
e estoquistas.
• A definição do conteúdo e meios de
divulgação (sites, flyers, anúncios etc.).
• A decisão sobre os equipamentos para
formas de pagamento a serem ofertadas.
• 8.3.4 • Acompanhamento das atividades de
adaptação das instalações.
• Acompanhamento das atividades de
compra, recebimento e organização do
estoque.
• Acompanhamento dos resultados
financeiros obtidos com o ponto de venda.
• 8.3.6 • Correções de estoque em função das
vendas.
• Retreinamento de vendedores e estoquistas
em função de retroalimentação dos clientes.
(continua)
ISO 9001:2015 – INTERPRETAÇÃO E ORIENTAÇÕES PARA O USO EFICAZ DA NORMA 155
Subcláusulas da
Empresa cláusula 8.3 da Atividade
ISO 9001
Situação 2: • 8.3.3 • Os requisitos especificados pelo cliente.
METAL Y
(Metalúrgica • A legislação aplicável à fabricação da peça
fabricante de (uso de insumos restritos, disposição
autopeças) de resíduos industriais etc.) e ao uso
pretendido dela (vida útil, tempo de
garantia, formas de descarte após validade,
manual operacional etc.).
• A análise de viabilidade técnica e comercial.
• Os parâmetros estabelecidos para validação
do produto pelo cliente.
• As técnicas de verificação das saídas a
serem aplicadas.
• As demandas de produção e entrega.
• As atividades de pós-venda indicadas como
aplicáveis.
• 8.3.2 • O cronograma de atividades de acordo
com a metodologia de desenvolvimento
acordada com o cliente, como APQP
(Advanced Product Quality Planning).
• 8.3.5 • Desenhos do produto.
• Especificações de matérias-primas e de
serviços de acabamento.
• Instruções de trabalho para os processos
produtivos.
• Planos de inspeção dos produtos.
• Estudos estatísticos aplicáveis como MSA
(Measurement Study Analysis) e CEP
(Controle Estatístico de Processo).
• Lote piloto.
• 8.3.4 • Reuniões de apoio gerencial conforme
metodologia adotada, como APQP.
• Documentação de validação de produtos
e processos, como PPAP (Production Part
Approval Process), VDA 6.3 (Verband der
Automobilindustrie) etc.
• 8.3.6 • Gestão de mudanças conforme
metodologia adotada, como APQP e PPAP.
(continua)
156 RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
Subcláusulas da
Empresa cláusula 8.3 da Atividade
ISO 9001
Situação 3: • 8.3.3 • Levantar as necessidades de vigilância e
SEGURANÇA Z resposta a situações de emergência.
(Prestação
de serviços • Levantar a infraestrutura existente.
de segurança
patrimonial) • 8.3.2 • Roteiro para elaboração de propostas.
• 8.3.5 • Contrato.
• Métodos e obrigações de ronda e vigilância.
• Mobilização da equipe de porteiros e
vigilantes.
• Escala para porteiros e vigilantes.
• Regras para manutenção da infraestrutura
disponibilizada pelo cliente (banheiro,
vestiário, área para refeições etc.).
• Meios de contato em situações de
emergência.
• 8.3.4 • Acompanhamento da instalação do
posto de trabalho e dos primeiros dias de
prestação dos serviços.
• Rondas periódicas da supervisão para
verificação do posto de trabalho.
• Reuniões periódicas junto ao cliente para
avaliação do posto de trabalho.
• 8.3.6 • Ações de correção das rotinas em função
das ocorrências.
• Ações de correção das rotinas em função de
solicitação do cliente.
1.
9.1.1: tomada de decisão baseada em evidência.
2.
3.
1.
10.1: foco no cliente, melhoria, tomada de decisão baseada em evidência.
2.