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Gestão da Qualidade

Pós Graduação SENAC

Acomode-se e desligue o seu celular, em instantes...

Aula 02 de Gestão da Qualidade, incluindo:


– Histórico da evolução dos requisitos para
sistemas de gestão
– Requisitos da ISO 9001:2015 da cláusula 0 à
cláusula 6
Gestão da Qualidade
Histórico dos sistemas de gestão normalizados:
1959 – Emissão da MIL Q 9858, QUALITY
PROGRAM REQUIREMENTS, pelo UNITED STATES
DEPARTMENT OF DEFENSE, com requisitos de
gestão da qualidade para fornecedores de
armamentos para o governo norte americano.
1963 – Emissão do ASME CODE SECTION III,
NUCLEAR POWER, pela AMERICAN SOCIETY OF
MECHANICAL ENGINEERS (ASME), com
requisitos de garantia da qualidade para serem
observados na construção de equipamentos
nucleares.
Gestão da Qualidade
1968 – Emissão da ASQC C1, SPECIFICATIONS OF
GENERAL REQUIREMENTS FOR A QUALITY
PROGRAM, pela AMERICAN SOCIETY FOR
QUALITY CONTROL (ASQC), com requisitos de
garantia da qualidade para serem observados em
contratos.
1968 – Emissão da AQAP 1, QUALITY CONTROL
REQUIREMENT FOR INDUSTRY, pela NORTH
ATLANTIC TREATY ORGANIZATION (NATO), com
requisitos de gestão da qualidade para
fornecedores de armamentos da NATO (EUA +
Europa Ocidental).
Gestão da Qualidade
1970 – Emissão da 10-CFR-50, QUALITY
ASSURANCE CRITERIA FOR NUCLEAR POWER
PLANT, pela USA ATOMIC ENERGY COMMISSION,
com requisitos do governo norte americano para
construção de usinas atômicas.
1972 – Emissão da BS 4891, GUIDE TO QUALITY
ASSURANCE, pelo BRITISH STANDARDS
INSTITUTION (BSI), como um código de práticas.
1973 – Emissão da DEF STAN 05-21, QUALITY
CONTROL REQUIREMENTS FOR INDUSTRY, pelo
UK MINISTRY OF DEFENCE, com requisitos de
gestão da qualidade para fornecedores de
armamentos para o governo britânico.
Gestão da Qualidade
1974 – Emissão da BS 5179, GUIDE TO THE
OPERATION AND EVALUATION OF QUALITY
ASSURANCE SYSTEMS, pelo BSI com regras
contratuais para inspeção de produtos.
1976 – Emissão do SAFETY CODE OF PRACTICES
ON QUALITY ASSURANCE FOR NUCLEAR PLANTS,
pelo INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY
(IAEA), com requisitos para construção de usinas
atômicas.
1979 – Emissão das normas da série Z 299 QUALITY
PROGRAM STANDARDS, emitidas pela CANADIAN
STANDARDS ASSOCIATION (CSA), com requisitos
para sistemas de garantia e controle da qualidade.
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1979 – Emissão da BS 5750, QUALITY SYSTEMS,
pelo BSI, com requisitos de sistemas de gestão
para a indústria em geral.
1980 – Emissão da ISO 6215 QUALITY
ASSURANCE FOR NUCLEAR PLANTS, pela ISO,
com requisitos para construção de usinas
atômicas.
1987 – Emissão da 1ª versão da ISO 9001.
1994 – Emissão da 2ª versão da ISO 9001.
2000 – Emissão da 3ª versão da ISO 9001.
2008 – Emissão da 4ª versão da ISO 9001.
2015 – Emissão da 5ª versão da ISO 9001.
Gestão da Qualidade

0 – Introdução

0.1– Generalidades
Indica que a decisão de implementar um SGQ
deve derivar do direcionamento estratégico
da organização e servir de base para o
desenvolvimento sustentável da mesma.
Fica explicitado que a norma não visa a
uniformização dos SGQ, nem o uso de dos
termos nela utilizados.
Gestão da Qualidade

É destacada a base conceitual da norma


incluindo o ciclo PDCA e a abordagem por
processos, e é introduzido o conceito de
mentalidade de riscos.
Gestão da Qualidade

Risco (conforme item 3.7.9 da ISO 9000:2015):


― Efeito da incerteza.
― Desvio do esperado (positivo ou negativo).
― Deficiência de informação, compreensão ou
conhecimento sobre um evento (incluindo sua
probabilidade e consequência).
― Quantificação ou qualificação da probabilidade
de ocorrência de um evento ou das
consequências geradas pelo mesmo.
Gestão da Qualidade
0.2 – Princípios de gestão da qualidade
É explicitado que a norma é baseada nos
seguintes princípios:
― Foco no cliente.
― Liderança.
― Engajamento das pessoas.
― Abordagem de processo.
― Melhoria.
― Tomada de decisão baseada em evidência.
― Gestão de relacionamento.
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0.3 – Abordagem de processo

0.3.1 – Generalidades
É explicitado que a abordagem de
processo é um requisito “essencial” (ver
4.4), e é apresentada a figura abaixo:
Início Fim
Fontes de entradas Entradas Atividades Saídas Receptores de saídas
Processos anteriores Recursos: Resultados Processos subsequentes
Por exemplo: - Energia Por exemplo: Por exemplo:
- Provedores internos ou - Materiais - Produtos - Clientes internos ou
externos - Informação - Serviços externos
- Clientes - Requisitos - Informação - Partes interessadas
- Partes interessadas - Decisões
Possíveis pontos de
verificação para monitorar
e medir desempenho
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Abordagem por processos


Entradas do
Processo A

Processo A
Entradas do
Processo B
Saídas do
Processo A
Processo B
Entradas do
Processo C
Saídas do
Processo B
Processo C

Saídas do
Processo C
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Abordagem por processos

A P

C D
Clientes Externos

Clientes Externos
A P A P
Entrada D C D
C D
Entrada A Saída B Saída D
Processo A Entrada C Processo D
Processo
‘ C
Entrada B Saída E
Processo B Saída B
A P
C D Saída C Processo E
A P A P
C D
Entrada E C D
Entrada F
Cliente Cliente
Processo F
Interno A P
Interno
C D Saída F
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0.3.2 – Ciclo PDCA
É explicitado o “alinhamento” entre a estrutura
da norma e o ciclo PDCA, e é apresentada a
figura abaixo:
Sistema de Gestão da Qualidade (4)
A organização e seu
contexto (4) Suporte &
Operação
(7 & 8)

Planejar Desenvolver Satisfação dos


Clientes
Os requisitos Planejamento Liderança
Avaliação de Resultados do
dos clientes desempenho (9
(6) (5)
& 6)
SGQ
Produtos &
Aprimorar Controlar Serviços
Necessidades e
expectativas de partes Melhoria
(10)
interessadas relevantes
(4)
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O ciclo “PDCA”

Aprimorar Planejar
“O que e “O que fazer?”
como
“Como fazer?”
melhorar?”
(eficácia + eficiência)

Controlar Desenvolver
“Foi feito como “Fazer como
planejado?” planejado”
Gestão da Qualidade

0.3.3 – Mentalidade de risco


É explicitado que a “mentalidade de risco”
(anteriormente cobertas pelos requisitos de
“análise crítica” e “melhoria contínua”) é
essencial para a organização entender o seu
contexto (4.1) e definir o seu planejamento
(6.1), é também tal “mentalidade” que vai
determinar a extensão e detalhamento da
documentação.
É explicitado em A.4 que não existe na norma
um requisito para adoção de uma metodologia
específica para a gestão de riscos (por
exemplo ISO 31000).
Gestão da Qualidade

0.4 – Relacionamento com outras normas de


sistema de gestão
É explicitado o relacionamento da ISO 9001
com a ISO 9000 (para fins de termos e
definições) e com a ISO 9004 (com diretrizes
para obtenção do “sucesso sustentado”).
É indicado que no anexo B existe uma relação
de normas de gestão emitidas pela ISO para
obtenção de mais informações sendo que
nenhuma delas é um requisito.
É explicitado que a norma não possui
requisitos aplicáveis a outras disciplinas como
a ambiental ou segurança.
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1 – Escopo
A norma é aplicável para organizações que
necessitam demonstrar sua capacidade de
atender os requisitos de produtos/serviços
fornecidos e elevar a satisfação dos clientes.
É explicitado que a mesma se aplica a
qualquer organização, independentemente do
seu tipo, tamanho, produto/serviço fornecido.
É explicitado que requisitos estatutários e
regulamentares podem ser entendidos como
requisitos legais.
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2 – Referências normativas
A norma indica somente a ISO 9000:2015 para
fins de vocabulário e definições.
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3 – Termos e definições
É explicitado que todos os termos e
definições aplicáveis estão na ISO 9000:2015.
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4 – Contexto da organização

4.1 – Entendendo a organização e seu contexto


É indicado que as informações sobre
questões, internas ou externas, pertinentes:
― Ao propósito da organização.
― Ao seu direcionamento estratégico.
― À capacidade do seu SGQ em alcançar os
resultados pretendidos.
Devem ser monitoradas e analisadas.
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4.2 – Entendendo as necessidades e expectativas


de partes interessadas
É indicado que a organização deve:
― Determinar as partes interessadas que são
pertinentes ao seu SGQ.
― Determinar os requisitos pertinentes ao
seu SGQ destas partes interessadas.
― Monitorar e analisar as informações sobre
essas partes interessadas e os seus
requisitos pertinentes.
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4.3 – Determinando o escopo do SGQ


É indicado que a organização deve determinar
os limites e a aplicabilidade do seu SGQ,
considerando:
― As questões referidas em 4.1.
― Os requisitos das partes interessadas
referidos em 4.2.
― Os produtos e serviços da organização.
É indicado que todos os requisitos da norma
são aplicáveis.
Qualquer declaração de “não aplicabilidade”
deve ser justificada e não pode afetar a
conformidade de produtos e serviços.
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4.4 – SGQ e seus processos

4.4.1 É que a organização deve determinar os seus


processos necessários ao SGQ, incluindo a
definição de:
― Entradas e saídas de tais processos.
― Sequência e interação de tais processos.
― Critérios de monitoramento/medição.
― Recursos.
― Autoridades e responsabilidades.
― Riscos e oportunidades.
― Avaliação de resultados.
― Melhoria.
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4.4.2 A organização deve definir a extensão e o


detalhamento da informação documentada
necessária para:
― Apoiar a operação dos processos.
― Reter dados que tragam confiança que os
processos estão sendo operados
conforme o planejado.
Comentário: na definição da extensão e
detalhamento dos “documentos de
referência” e dos “registros de execução”
deve-se levar em conta os requisitos legais e
de clientes aplicáveis, a “análise de riscos” e
o “contexto da organização”.
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5 – Liderança

5.1 – Liderança e comprometimento

5.1.1 – Generalidades
A alta administração deve demonstrar
liderança e comprometimento com o SGQ,
através das seguintes ações:
a) Responsabilizar-se pela eficácia do
SGQ.
b) Estabelecer a política e objetivos da
qualidade.
c) Assegurar a integração do SGQ aos
negócios da organização.
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d) Promover o uso da abordagem por
processos e da mentalidade de risco.
e) Assegurar a disponibilidade de recursos
para o SGQ.
f) Comunicar a importância de um SGQ
eficaz e do atendimento dos requisitos
aplicáveis.
g) Assegurar que o SGQ alcance os
resultados pretendidos.
h) Engajando, dirigindo e apoiando
pessoas que contribuem para a eficácia
do SGQ.
i) Promover a melhoria.
j) Apoiar outras funções pertinentes.
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5.1.2 – Foco no cliente
A alta administração deve demonstrar foco
no cliente, através das seguintes ações:
a) Assegurar que os requisitos de clientes e
os de legislação aplicáveis sejam
identificados, entendidos e atendidos.
b) Assegurar que os riscos e oportunidades
que possam afetar a conformidade de
produtos/serviços e a satisfação dos
clientes sejam identificados e
“encaminhados”.
c) Assegurar que o direcionamento geral
para o aumento da satisfação dos
clientes seja mantido.
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5.2 – Política

5.2.1 – Desenvolvimento da política da qualidade


A alta administração deve estabelecer a
política da qualidade, para que a mesma:
a) Seja apropriada ao propósito e ao
contexto da organização, e também ao
direcionamento estratégico.
b) Permita estabelecer objetivos da
qualidade dela oriundos.
c) Indique de forma geral, quais requisitos
serão atendidos.
d) Indique que o que será melhorado no
SGQ.
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5.2.2 – Comunicando a política da qualidade


A política deve:
a) Estar disponível e ser informação
documentada.
b) Ser comunicada, entendida e aplicada
na organização.
c) Estar disponível para partes
interessadas identificadas como sendo
“pertinentes” (ver “contexto da
organização” itens 4.1 e 4.2).
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5.3 – Papéis, responsabilidades e autoridades
organizacionais
A alta direção deve atribuir autoridades e
responsabilidades para:
a) Assegurar que o SGQ atende a ISO 9001.
b) Assegurar que os processos estão
“entregando” as saídas esperadas.
c) Relatar o desempenho do SGQ e indicar
melhorias (ver “análise crítica” no item
10.1).
d) Promover o foco nos clientes.
e) Assegurar a integridade do SGQ no caso
de mudanças no mesmo (ver 6.3).
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6 – Planejamento

6.1 – Ações para abordar riscos e oportunidades

6.1.1 – Ao planejar o SGQ a organização deve


considerar o seu contexto (ver 4.1) e os
requisitos aplicáveis (ver 4.2), e determinar
os riscos e oportunidades (ver 0.3.3), para:
a) Assegurar que o SGQ possa alcançar os
resultados esperados.
b) Reforçar efeitos desejados.
c) Prevenir ou reduzir efeitos indesejados.
d) Alcançar a melhoria.
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6.1.2 – A organização deve planejar:
a) Ações para “abordar” os riscos e
oportunidades identificados (ver 0.3.3)
b) Integrar tais ações nos processos do
SGQ.
c) Como avaliar a eficácia destas ações.
As ações devem ser apropriadas ao impacto
em produtos e serviços.
Em nota, está indicado que riscos podem ser
evitados, “assumidos”, ter sua fonte
eliminada, ter alteração de probabilidade ou
de consequência, já as oportunidades
podem levar a novos produtos/serviços,
mercados, tecnologias, parcerias...
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6.2 – Objetivos da qualidade e planejamento para
alcançá-los

6.2.1 – Os objetivos da qualidade devem ser:


a) Coerentes com a política da qualidade.
b) Mensuráveis.
c) Compatíveis c/ os requisitos aplicáveis.
d) Pertinentes para com a conformidade de
produtos e serviços, e com o aumento da
satisfação dos clientes.
e) Monitorados.
f) Comunicados.
g) Atualizados.
Deve haver informação documentada.
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6.2.2 – Ao planejar como alcançar os objetivos da


qualidade, a organização deve determinar:
a) O que será feito.
b) Quais recursos são necessários.
c) Quem será o responsável.
d) Quando as ações estarão concluídas.
e) Como os resultados serão avaliados.
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6.3 – Planejamento de mudanças


Quando forem determinadas mudanças no
SGQ, deve se considerar:
a) O propósito das mudanças e suas
possíveis consequências.
b) A integridade do SGQ (ver 5.3).
c) Os recursos disponíveis.
d) A alocação de responsabilidades e
autoridades (ver 5.3).
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Referências bibliográficas:
– ISO 9000:2015
– ISO 9001:2015
Gestão da Qualidade

Material preparado por:

Marcio Pucci
e
Guilherme Romboli

Dúvidas? Consulte: romboli@uol.com.br

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