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Revisão Técnica:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
A Criminologia Sociológica
ou Sociologia Criminal e
as Escolas Sociológicas
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Desenvolver análise pormenorizada sobre diversas teorias elaboradas acerca da origem so-
cial do delito;
• Compreender os diversos processos de interação social enquanto gênese multifatorial do crime.
UNIDADE A Criminologia Sociológica ou Sociologia
Criminal e as Escolas Sociológicas
A Escola Eclética
Como dito, o positivismo surgiu em contrariedade à manifestação classicista, que,
por seu turno, apontava a livre manifestação de vontade como causa da conduta
criminosa. Em razão dessa dicotomia, novos pensadores trouxeram à lume posicio-
namento misto buscando conciliar os postulados teóricos da Escola Clássica com o
empirismo da Escola Positiva: eis a Escola Eclética ou Intermediária!
Em Síntese
A Escola Eclética buscava conjugar os postulados teóricos do Classicismo com o empiris-
mo do Positivismo.
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Como ponto central, realçou a dualidade entre os indivíduos com autodetermina-
ção de vontade (o que chamou de responsabilidade moral ou determinismo psicoló-
gico), e aqueles desprovidos de tal aptidão. Os primeiros, por possuírem capacidade
intelectiva e volitiva para guiar suas condutas, eram considerados imputáveis, e, por-
tanto, poderiam ser penalmente responsabilizados e, em consequência, submetidos
à aplicação de pena; os outros, por serem inimputáveis, e dotados de periculosidade
social, estariam sujeitos às medidas de segurança.
Destarte, somente o indivíduo guiado pela vontade, que conduz seus comporta-
mentos conforme suas razões e motivos, deveria ser subjugado às agruras da pena,
os demais, por força de sua incapacidade cognitiva ou volitiva e de sua periculosidade
social, seriam submetidos a medidas de natureza curativa.
À época, a pena de prisão tinha como função primordial castigar o apenado (ca-
ráter retributivo da pena), mas já se começava falar que referida reprimenda deveria
assumir também o desiderato de promover a correção do indivíduo (o que pode ser
entendido como um esboço da finalidade ressocializadora) (GARCIA-PABLOS DE
MOLINA; GOMES, 2002. p. 204).
Você Sabia?
Que até a reforma do Código Penal, ocorrida em 1984, nossa legislação previa o sistema do
duplo binário, em que eram aplicados, sucessivamente, medida de segurança e pena privativa
de liberdade? E que atualmente, em nova sistemática, no chamado sistema de dois trilhos, se
prevê a cisão entre pena e medida de segurança; a primeira aplicável aos agentes imputáveis
e a segunda aos inimputáveis por doença mental (Artigos 26 e 96 a 99 do Código Penal)?
Figura 1 Figura 2
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images
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Criminal e as Escolas Sociológicas
São citados como expoentes dessa corrente, dentre outros, Emanuel Carnevale,
Bernardino Alimena e Impallomeni.
A Escola de Lyon
Por conjugar na gênese do delito caracteres biológicos e fatores sociais, era tam-
bém conhecida como Escola Antropossocial.
Figura 3
Fonte: Getty Images
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A Escola da Defesa Social
Seu maior expoente foi o magistrado e jurista francês Marc Ancel (1902-1990),
podendo ainda ser citado o italiano Filippo Gramática.
Filippo Gramática, inclusive, chegou a propor a substituição do Direito Penal por um novo
sistema jurídico atuante na prevenção do crime, através de estratégias educativas. Vale a
pena pesquisar sobre sua doutrina!
Importante!
A reinserção social provocada pela aplicação da pena era o único instrumento apto para
defender a sociedade contra a delinquência. A finalidade da pena era evitar a reincidên-
cia através da reeducação do condenado.
A Sociologia Criminal
Da mesma forma que as vertentes da Escola Eclética, a Sociologia Criminal vem
à tona após os embates doutrinários produzidos pelos extremismos e antagonismos
teóricos gerados entre os postulados da Escola Clássica e da Escola Positiva. No en-
tanto, os teóricos da Sociologia Criminal, diferentemente dos pensadores da Escola
Eclética, não visaram harmonizar as premissas do Classicismo e do Positivismo, e
procederam à verdadeira mudança de paradigma.
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Criminal e as Escolas Sociológicas
Isto posto, verifica-se o abandono do ponto de vista individual pregado pelo Positi-
vismo Biológico de Cesare Lombroso, passando-se à análise de teorias que enxerga-
vam o crime enquanto fato social genericamente considerado, já que entendiam que
o próprio meio social operava como fator impulsionador da prática delitiva.
Seus desdobramentos reportam a uma análise da criminalidade em um contexto
social global e não pessoal, no qual a sociedade em geral é, de per se, causa e meio
da conduta delitiva.
Em Síntese!
O meio social origina a conduta criminosa e, ao mesmo tempo, sofre suas nocivas consequências.
As Teorias do Consenso
Sob esta ótica, a sociedade é harmoniosa, já que seus membros, costumeiramen-
te, acatam os regulamentos vigentes em evidente deferência aos princípios ético-mo-
rais propagados na sociedade. Há sinergia entre os cidadãos, os quais, por vontade
própria, compactuam dos valores tutelados e respeitam os princípios e regramentos
daquela comunidade, todos se comportando em prol de um convívio sadio.
Importante!
Essa confluência de valores é imprescindível para a sobrevivência e manutenção da so-
ciedade como um todo. O cerne da sociedade é a conexão entre os cidadãos através da
assunção deliberada dos princípios e valores nela difundidos.
Figura 4 Figura 5
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images
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O funcionamento do próprio Estado e a estabilidade da sociedade como um todo
dependem dessa coesão social acerca das premissas e normas a serem seguidas, o que
somente se dá nas ocasiões em que as pessoas, deliberadamente, aceitam, respeitam
e praticam os valores, princípios e regras vigentes (SHECAIRA, 2004, p. 134-135).
Em Síntese
A coesão é o pilar de qualquer sociedade sadia!
Figura 6 Figura 7
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images
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Criminal e as Escolas Sociológicas
Figura 8
Fonte: Wikimedia Commons
Ademais, a urbe não estava apta a receber e proporcionar a todos os meios ne-
cessários para a tão sonhada melhoria de vida.
Importante!
Para os teóricos da Escola de Chicago, esse incremento na densidade demográfica pro-
vocado pelo êxodo rural e pelas imigrações, ambos em razão da ascensão da indústria,
somados à consequente desorganização das cidades, foram considerados o estopim da
criminalidade à época.
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Impende afirmar com a melhor doutrina que a criminalidade, à época, apresentava
distribuição geográfica assimétrica com maior incidência nos arredores do centro das
cidades e, a medida que destinava-se aos bairros mais afastados com menor densidade
demográfica (periferias), os índices iam baixando. O que se mostrava lógico, haja vista,
tanto a migração quanto a imigração voltarem-se para os centros das grandes cidades
onde se localizavam as novas oportunidades de empregos e negócios.
região central = indústrias,
comércio, negócios; maior
aglomeração de pessoas
alto índice de
criminalidade
periferia, menor
densidade demográfica,
baixos índices de criminalidade
Figura 9
Observou-se nesses bairros a ausência ou, no mínimo, a ineficácia das instâncias for-
mais e também informais na função primordial de evitar a propagação da criminalidade.
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Criminal e as Escolas Sociológicas
Você Sabia?
Eduardo Viana “Nas áreas urbanas em que os indivíduos compartilham os mesmos con-
ceitos sobre valores há maior controle social informal e isso impacta e reduz os índices
de criminalidade (por exemplo valores familiares sólidos; existência de igrejas e associa-
ções de vizinhos); nas áreas urbanas com maior desorganziação social há significativa
ausência dessas instâncias informais de controle e isso explica os maiores índices de
criminalidade” (VIANA, 2018, p. 219).
Em Síntese
Tanto as agências formais quanto as instâncias informais de controle não se mostravam
aptas a deter a criminalidade!
No que diz respeito à luta contra a criminalidade, a aposta da Escola de Chicago foi
na reestruturação do planejamento urbano. No trancorrer das décadas de 1940/50,
no que nominou de estudo da área social, seus adeptos vislumbraram que a forma e
delineamento das edificações, bem como o estado de conservação dos espaços pú-
blicos, poderiam favorecer a prática de certos crimes, seja franqueando o acesso a
estranhos (muros baixos ou até mesmo falta de muros e portões, janelas e portas dire-
tamente na calçada, varandas etc.), seja restringindo a vigilância (terrenos baldios, vias,
parques e praças mal iluminadas, ruas abandonadas, matagais, locais ermos em geral
etc.) (GARCIA-PABLOS DE MOLINA; GOMES, p. 347)
Figura 10 Figura 11
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images
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Nesta perspectiva, a mudança dos traçados arquitetônicos e até mesmo do planeja-
mento urbanístico, poderia evitar a prática de crimes. A proposta era que a melhoria do
estado de conservação do imobiliário urbano poderia ter contundente função preventiva.
Desta feita, ascendeu o repaginar urbanístico ao patamar de ferramenta de prevenção da
criminalidade recomendando medidas de reordenação da cidade como: reurbanização
de bairros carentes, iluminação das ruas, pavimentação, infra-estrutura educacional, polí-
ticas sociais de esporte e lazer, revitalização de áreas abandonadas, além da organização
estratégica das agências formais de controle da criminalidade como delegacias.
Com qual grau de certeza poderíamos afirmar que o desenho arquitetônico ou reurbani-
zação de certar áreas, por exemplo, seriam instrumentos eficazes na luta contra a crimina-
lidade? Qual a real influência dessas medidas nas estatísticas criminais? Quais espécies de
delitos seriam afetados pelas soluções propostas (patrimoniais, sexuais, contra a vida etc.)?
Você concorda com essa teoria?
A principal crítica tecida à Escola de Chicago refere-se à sua limitação, qual seja,
ao fato de não explicar, nem mesmo discorrer, sobre a criminalidade praticada fora
das áreas de delinquência, bem como de não mencionar a vítima em seus estudos.
Figura 12 Figura 13
Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons
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Criminal e as Escolas Sociológicas
Figura 14
Fonte: Getty Images
Importante!
Estamos falando, portanto, da complexa criminalidade econômica, de intrincada logís-
tica, atualmente representada pela corrupção, peculato (apropriação funcional de bens
e valores públicos), fraudes à licitação, lavagem de valores, fraudes tributárias e evasão
de divisas, por exemplo.
Veja o vídeo “Sentença dá detalhes de como funcionava o mensalão do DEM para dis-
tritais”. Disponível em: https://glo.bo/30jWfLN
Mas o que leva uma pessoa com status social, político e econômico, componente
dos altos estratos da sociedade, a cometer crimes dessa natureza?
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Mas o que seria exatamente essa associação diferencial?
Para melhor entendimento da relação entre tal teoria e a aprendizagem, ler GARCIA-PA-
BLOS DE MOLINA. A.; GOMES, L. F. Criminologia: introdução a seus fundamentos teóricos:
introdução às bases criminológicas da Lei 9099/95, lei dos juizados especiais criminais. 4ª
Ed. ver e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, p. 374-376.
Essa aprendizagem por imitação dos comportamentos só se verifica nos crimes de colari-
nho branco? Não poderia ser ela também a causa da criminalidade comum perpetrada por
membros das classes sociais desfavorecidas? A convivência nos subúrbios, guetos e favelas
não poderia também ser citada como gênese de crimes praticados pelos mais carentes em
evidente transmissão de uma cultura criminal? Poderíamos tecer uma crítica à parcialidade
dos estudos desenvolvidos pela teoria da associação diferencial, haja vista não analisar, pro-
fundamente, a etiologia dos crimes comuns?
Essa forma de criminalidade possui lesividade difusa, não atingindo bens, direitos
ou interesses particulares, ou seja, suas danosas consequências não vitimizam direta
e individualmente os membros da comunidade, mas a coletividade como um todo.
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Criminal e as Escolas Sociológicas
Você Saiba?
Que em nosso atual e vigente Direito Penal são chamados de crimes vagos os delitos que
não possuem vítima determinada, mas cujo sujeito passivo é a coletividade indetermi-
nada de indivíduos?
No que diz respeito ao controle social, a legislação penal vigente à época não se
mostrava tão rigorosa, prevendo a possibilidade de aplicação de penas restritivas de
direitos ou até mesmo de multa.
Interessante notar que o ordenamento jurídico penal pátrio vigente, destoando do abrandamento
das sanções previstas à época, direciona-se a um maior punitivismo cominando altas penas pri-
vativas de liberdade para delitos dessa natureza, as quais, frequentemente, inviabilizam a substi-
tuição por penas alternativas ou meramente pecuniárias. A título de exemplos podem ser citados
os artigos 312 (peculato), 317 (corrupção passiva) e 333 (corrupção ativa), todos do Código Penal,
prevendo penas de reclusão de 2 a 12 anos; a Lei 12850/13 comina pena de reclusão de 2 a 8 anos
ao crime de organização criminosa; a Lei 9613/98, ao tipificar as formas de lavagem de bens e
valores, prevê pena de reclusão de 3 a 10 anos e, por fim, a Lei 7492/86 define os crimes contra o
sistema financeiro nacional e, em seu artigo 22, ao tipificar o delito de evasão de divisas, comina
pena de reclusão de 2 a 6 anos.
Teoria da
associação diferencial
Críticas
Figura 15
Em 1929, em razão de diversos fatores, ocorreu a quebra da bolsa de valores de Nova York,
agravando sobremaneira a recessão econômica nos Estados Unidos da América. E. H.
Shuterland desenvolveu seus estudos sobre os crimes de colarinho branco à partir das décadas
de 1920/30. Em sua opinião, seria possível verificar uma relação de causa e efeito entre o crack
do mercado financeiro e o pensamento desenvolvido pela Teoria da Associação Diferencial?
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A Teoria da Subcultura Criminal
Primeiramente, cabe ressaltar que sua premissa básica é a mesma da Teoria da
Associação Diferencial, o processo de aprendizagem da conduta delitiva culturalmente
transmitido em um certo grupo social, o que muda é o foco, aqui a criminalidade juve-
nil, lá os crimes de colarinho branco.
Pesquisar na internet sobre a cultura e o modo de vida W.A.S.P. (white, anglo saxon and
protestant) praticado durante as décadas de 1950/60 no Estados Unidos da América.
A submissão a esse estilo de vida era rigorosamente imposta pela própria estrutura
social, familiar, religiosa e mercadológica (profissional). Desta feita, qualquer comporta-
mento, ou até mesmo opinião, que andasse às suas margens, transgredindo tais premis-
sas, seria considerada ofensiva à cultura dominante e, por conseguinte, criminalizada.
Figura 16 Figura 17
Fonte: historydaily.org Fonte: publishing.cdlib.org
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Criminal e as Escolas Sociológicas
À vista disso, havia clara disparidade entre os jovens das classes sociais alta, média
e baixa. As duas primeiras, com amplo acesso ao aparato legitimamente ofertado pelo
Estado para ir ao encalço dos objetivos sociais e patrimoniais impostos; a última não!
Tal situação resultou em injusta disputa na busca por melhores condições de vida.
Importante!
Para a Teoria da Subcultura criminal, essa divergência entre disponibilização dos meios e ob-
jetivos proclamados é elevada à condição de causa primária da criminalidade infanto-juvenil.
Em outros dizeres, o Estado não era capaz de prover o instrumental suficiente para
que todos atingissem os parâmetros pré-estabelecidos pela cultura dominante (riqueza
e pleno emprego, por exemplo), dando azo a um grande vácuo na busca do sonho
americano e, por consequência, suscitando um sentimento de impotência, insatisfação
e frustração na parcela mais frágil e carente da juventude (SHECAIRA, 2004, p. 247).
Figura 18 Figura 19
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images
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Assim, esses jovens não detêm o poder de escolha entre o legítimo e a ilegalidade,
pois sua condição pessoal e a disposição da estrutura político-social determinam,
peremptoriamente, se eles pertencem ou não ao submundo do crime.
Para entender melhor sobre o movimento social de formação das gangues neste contexto,
indispensável a leitura de GONZAGA, C. Manual de criminologia. São Paulo: Saraiva Educação,
2018, p. 117 - 118.
Figura 20
Fonte: Getty Images
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Criminal e as Escolas Sociológicas
Teoria da
subcultura criminal
Causas
Figura 21
O controle social, até mesmo pelas condições pessoais dos autores dos crimes (juven-
tude desfavorecida), não caberia, logicamente, ao Direito Penal, face à cristalina defici-
ência de ação preventiva e eficácia reeducadora. Efetivamente, as sanções penais acen-
tuam a finalidade repressiva e punitiva da pena mostrando-se inadequada e insuficiente
ao propósito de afastar os jovens da criminalidade. Desta forma, aposta suas fichas em
medidas extrapenais não punitivas, empregadas pelas instâncias informais de controle
do crime e voltadas para a reinserção social desses jovens, visando retirá-los do sórdido
e sem futuro submundo do crime, redirecionando-os à sociedade produtiva através do
sistema educacional e da realocação no mercado de trabalho (VIANA, 2018, p. 256).
Para cumprimento de tal desiderato seria imperativa uma reforma estrutural da socieda-
de proporcionando à juventude delinquente os mesmos instrumentos e caminhos postos à
mão das outras classes sociais (média/alta), para que assim se veja equalizada a persecução
dos objetivos e parâmetros culturalmente propostos. Na sua opinião, isso seria possível?
Seria factível tal reforma de toda estrutura educacional e empregatícia na sociedade?
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Por derradeiro, nota-se que a Teoria em testilha enfoca sua pesquisa, em primeiro
lugar, na figura do criminoso e nas causas que o levam a delinquir, por segundo, no
controle social do crime, enfatizando o relevante papel preventivo e reeducador das
instâncias informais, relegando ao segundo plano a análise do crime em si e da vítima.
As Teorias do Conflito
Por outro lado, para a Teoria do Conflito, a heterogeneidade é inerente a qualquer
sociedade, a qual é composta por culturas e valores distintos e frequentemente con-
flitantes. As parcelas da sociedade discordam sobre os princípios, valores e regras
vigentes, e um determinado grupo, por divergir de outro, é por este compelido a
aceitar referidas premissas.
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UNIDADE A Criminologia Sociológica ou Sociologia
Criminal e as Escolas Sociológicas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Manual de criminologia
GONZAGA, C. Manual de criminologia. São Paulo: Saraiva Educação, 2018,
p. 91 - 114, que discorre sobre duas teorias: Teoria dos testículos despedaçados e
das janelas quebradas.
Criminologia
VIANA, E. Criminologia. 6 ed. ver. Atual e ampl. Salvador: JusPODIVM, 2018,
p. 267 - 270, que discorre sobre as leis da imitação de Gabriel Tarde como
fundamento da Teoria da Associação Diferencial.
Criminologia
SHECAIRA, S. S. Criminologia. Ed RT, 2004, p. 188 a 193, que discorre sobre
seus antecedentes fáticos
Criminologia Crítica e crítica ao Direito Penal
BARATTA, A. Criminologia Crítica e crítica ao Direito Penal. Introdução
à sociologia do Direito Penal. Coleção pensamento criminológico. Tradução
Juarez Cirino dos Santos. 3ª Ed. Rio de Janeiro Ed. Revan: Instituto carioca de
Criminologia, 2002, p. 69 - 76.
Difíceis ganhos fáceis – drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro.
BATISTA, V. M. Difíceis ganhos fáceis – drogas e juventude pobre no Rio de
Janeiro. Coleção pensamento criminológico. 2ª Ed. Rio de Janeiro Ed. Revan:
Instituto carioca de Criminologia, 2003.
Vídeos
Jovens Infratores
https://youtu.be/cA2t4uruwZM
Filmes
O Mecanismo
Marco Ruffo (Selton Mello) é um delegado aposentado da Polícia Federal obcecado
pelo caso que está investigando. Quando menos espera, ele e sua aprendiz, Verena
Cardoni (Carol Abras), já estão mergulhados em uma das maiores investigações de
desvio e lavagem de dinheiro da história do Brasil. A proporção é tamanha que o
rumo das investigações muda completamente a vida de todos os envolvidos.
https://youtu.be/80NBF4O-guM
Cidade de Deus
Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em
um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida
por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se
tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento
como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás
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da câmera que Buscapé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta
ser infinita.
https://youtu.be/pUt-yPxOZqk
Juízo
Juízo acompanha a trajetória de jovens pobres com menos de 18 anos de idade
diante da lei, entre o instante da prisão e o do julgamento por roubo, tráfico,
homicídio. Com sequências filmadas em audiências reais e durante visitas ao
Instituto Padre Severino, local de reclusão dos menores infratores, as imagens
revelam as conseqüências de uma sociedade que manda os filhos ter “juízo”, mas
não o pratica.
https://youtu.be/OFIChJPrL4g
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Criminal e as Escolas Sociológicas
Referências
BARATTA, A. Criminologia Crítica e crítica ao Direito Penal. Introdução à socio-
logia do Direito Penal. Coleção pensamento criminológico. Tradução Juarez Cirino
dos Santos. 3ª Ed. Rio de Janeiro Ed. Revan: Instituto carioca de Criminologia, 2002.
VIANA, E. Criminologia. 6ª. ed. ver. Atual e ampl. Salvador: JusPODIVM, 2018.
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