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2. ESCOLA POSITIVISTA
Desenvolveu-se em meados do sécu. XIX, passando a delinear um cunho científico aos estudos
criminológicos, com a publicação dos primeiros dados estatísticos sobre a criminalidade.
Com base em um paradigma etiológico, define a criminologia como uma ciência causal-explicativa
da criminalidade, considerando o crime como um fenômeno natural e social determinado por fatores
biológicos, físicos e sociais.
Seguindo o método empírico-dedutivo, procurou explicar cientificamente as causas do delito a partir
da observação dos fatos e dos dados e estabelecer formas de reação em defesa do corpo social.
Negou o livre-arbítrio e conduziu o delinquente para o centro de sua análise, buscando apreender
caracteres decisivos da criminalidade.
A pena deixa de lado a prevenção geral, passando a ostentar somente a prevenção especial, como
instrumento de defesa social.
Enrico Ferri desenvolveu a enciclopédia, na qual a criminologia prestar-se-ia a informar o direito
penal.
Sua recepção no Brasil recebeu contornos racistas, notadamente no trabalho antropológico de Nina
Rodrigues.
A Escola Positivista pode ser dividida em 3 vertentes:
I. Antropológica ou antropobiológica → representado por Lombroso, examinou características
fisionômicas e as comparou com dados estatísticos de criminalidade, descobrir o determinismo
para o crime. Para Lombroso, o criminoso era “nato” (atávico). Haveria, ainda, um
determinismo biológico.
O Autor classificava os criminosos em: natos, loucos, passionais e ocasionais;
II. Sociológica → representado por Ferri, o crime tem razões antropológicas, físicas e culturais
(determinismo social). Negou a ideia de livre arbítrio. Prevenção geral mais eficaz que a
repressão. Responsabilidade moral deveria ser substituída pela responsabilidade social e a
razão de punir é a defesa social.
Idealizou a Lei da Saturação Criminal, certos delitos seriam produzidos em dadas condições
sociais e, em circunstâncias excepcionais do meio social, poderia haver um incremento nas
taxas de criminalidade, o que denominou de sobressaturação criminal.
Sustenta que a pena deve visar o delinquente e não o delito.
Tem-se a teoria dos substitutivos penais: há a priorização dos meios preventivos no
enfrentamento da criminalidade.
O autor classifica os criminosos em: natos, loucos, passionais, ocasionais e habituais;
III. Jurídica → representado por Garófalo, crime estava no homem, sendo degeneração deste.
Criou o conceito de periculosidade. Fixou a necessidade de outra forma de intervenção penal –
a medida de segurança. Classificou os criminosos em: a) Nato; b) furtuitos; c) defeito moral
especial.
Acreditava na existência de 2 espécies de delitos:
Delitos legais → não ofendem o senso comum de moralidade, altruísmo ou
piedade, podendo sua tipificação como crime variar conforme a localidade, de
modo que, a depender da vontade política, em dado Estado uma conduta poderá
ser definida como crime e em outro não;
Delitos naturais → violam o senso comum de moralidade, altruísmo ou piedade,
independentemente da época ou localidade.
7. ESCOLA CORRECIONALISTA
Se deu na Alemanha em 1839 por Cárlos Davis Augusto. Idealizando o desenvolvimento da piedade
e do altruísmo, Roder defendeu a aplicação da pena como correção moral.
A Escola Correcionalista defende a pena correcional, dotada de caráter pedagógico,
fundamentando-a a partir da finalidade de prevenção especial, ou seja, na correção/recuperação do
indivíduo e adaptação à sociedade, evitando que (re)incida na prática de condutas criminosas.
Os autores Giancarlo Silkunas Vay e Tédney Moreira Silva apresentam os 3 principais elementos
nos quais esse pensamento de alicerça:
I. O delinquente como portador de patologia de desvio social: o delinquente é um ser débil,
inferior, portador de uma patologia de desvio social;
II. Pena como remédio social: compreendido o crime como uma doença no corpo social, a pena
é concebida como meio de tratar o criminoso e sanar a patologia de desvio social de que seria
portador, adaptada ao estágio do indivíduo e ter duração indeterminada perdurando pelo tempo
necessário para emenda-lo;
III. O juiz como médico social: responsável pela aplicação do remédio social ao portador da
patologia de desvio social.
Pode-se apontar como contribuições da Escola Correcionalista para o Direito Penal brasileiro:
a) Caráter mais humanístico conferido à execução da pena;
b) Finalidade de prevenção especial da pena, notadamente a de ressocialização do preso;
c) Concepção de prevenção especial e progressão de regime em atenção ao desenvolvimento
do condenado;
d) Responsabilização de adolescente por atos infracionais.
9. MOVIMENTO PSICOSSOCIOLÓGICO
Capitaneado pelo Gabriel Tarde, em oposição ao determinismo biológico e social defendido pela
escola positivista, sustentava a preponderância dos fatores sociais sobre os fatores físicos e
biológicos na criminalidade.
Formulou a lei da imitação ou da integração social: o crime como todo comportamento social seria
inventado, repetido, conflitado e adaptado. O delinquente, a partir de um processo de aprendizagem,
imitaria, de forma consciente ou inconsciente, o comportamento criminoso.
Influenciou a teoria da associação diferencial.