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CRIMINOLOGIA

O QUE É?
Ciência que estuda os crimes, criminosos, a vítima e o prognóstico social,
ou seja, o crime em si e seus respectivos objetos.

● É também uma ciência empírica (baseada na observação e na


experiência) e interdisciplinar, uma vez que possui ramificações em
outras áreas.
● É a ciência do “ser”, empírica.

● Difere-se do Direito quanto ao enfoque dado a ambos, uma vez que


este é a ciência do “dever-ser” (método lógico/dedutivo- silogismo
•Premissa maior: lei
•Premissa menor: fato crime
•Conclusão: decisão
Portanto, normativa e valorativa, visualizando o crime como conduta
anormal, fixando uma punição.
● Já a Criminologia é a ciência do "ser”, vê o crime como um
problema social, problema comunitário (método empírico-indutivo);
● Quanto a sua interdisciplinaridade, é uma ciência dotada de
autonomia, tendo influência de outras ciências, como a sociologia,
psicologia, direito, medicina legal e entre outras.
● O fim básico da Criminologia é informar a sociedade e os poderes
constituídos acerca do crime, do criminoso, da vítima e dos
mecanismos de controle social.

● Não é uma ciência exata, afastando-se a possibilidade de emprego da


intuição ou de subjetivismo.

● Visa também oferecer um diagnóstico do fato criminal, de modo


qualificado e mais confiável.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CRIMINOLOGIA (PERÍODO PRÉ-


CIENTÍFICO E CIENTÍFICO):

PRÉ-CIENTÍFICO: da produção de textos esparsos na


Antiguidade à realização dos trabalhos de Cesare Beccaria, em
que este, apenas, se ocupava no estudo do crime, pela
verificação do delinquente (Escola Positivista);

PERÍODO CIENTÍFICO: das produções das obras de


Cesare Beccaria e Cesare Lombroso e ao ecletismo dos
séculos XX/XXI.

CRIMINOLOGIA NO PERÍODO ANTIGO


(ANTIGUIDADE):
a) Ausência de estudo sistematizado sobre o crime e o
criminoso;
b) Existência de explicações sobrenaturais ou religiosas
sobre o mal e o crime, teologia em ênfase, vale ressaltar
que essa época antecede o Iluminismo, porque a partir
deste, as ideias começam a mudar;
c) O crime como tabu ou pecado, avaliado em termos
éticos ou morais;
d) O crime como produto de um destino inexorável, do
qual não se pode escapar.

CRIMINOLOGIA NO PERÍODO MEDIEVAL:


● A forte influência da filosofia escolástica e da teologia
na definição do pensamento, relacionado à delinquência
(confusão entre crime e pecado, criminoso e pecador).
● Estudos centrados na democratização da figura do
criminoso: atribuição da personalidade diabólica.

A IDADE MODERNA:
O iluminismo na Europa (séc. XVIII) e o surgimento da
Escola Clássica ou retribucionista da Criminologia.

OBJETO DA CRIMINOLOGIA:

● Crime/Delito: atividade verificativa, analisa a conduta antissocial,


colocando em ênfase suas causas geradoras, o efetivo tratamento
dado ao delinquente visando sua não reincidência, as falhas
profilaxias de prevenção. Vale ressaltar também que o crime é um
fenômeno social, comunitário e que se mostra como um problema
maior.
● Criminoso:

● Vítima;

● Controle Social: conjunto de mecanismos e sanções sociais que


buscam submeter os indivíduos às normas de convivência social.
Quanto ao controle social ele pode ser de dois tipos:
I. FORMAL: instâncias estatais, como: Polícia. MP,
Forças armadas, Justiça e entre outros.
II. INFORMAL: Comunitária, coletividade, família,
escola, igreja e profissão.

ESCOLA CLÁSSICA:
● As ideias consagradas pelo Iluminismo acabaram por influenciar a
obra de Beccaria, intitulado “Dos delitos e das penas”, com proposta
de humanização das ciências penais. Os clássicos partiram de duas
teorias distintas, o jusnaturalismo, que decorria da natureza eterna é
imutável do ser humano, e o contratualismo (contrato social de
Rousseau) em que o Estado surge a partir de um grande pacto entre
os homens, no qual estes cedem parcela de sua liberdade e direitos
em prol da segurança coletiva, ou seja, é “entregar” o seu poder nas
mãos do Estado, para que este realize o bem comum. Em que
geralmente, se espera que este retribua segurança e o bem estar
social.
● A escola Clássica leva em consideração o livre-arbítrio.
● Também defende a ideia de que as ações humanas devem ser
julgadas conforme tragam mais ou menos prazer ao indivíduo e
contribuam ou não para maior satisfação do grupo social.

ESCOLA POSITIVISTA
● Início no século XIX, na Europa, influenciada no campo das ideias
pelos princípios desenvolvidos pelos fisiocratas e iluministas do
século anterior.
● Pode ser dividida em três fase:
● 1- antropológica (Lombroso),
● 2- sociológica (Ferri),
● 3- jurídica (Garófalo)
● Lombroso: Publicou o livro O homem delinquente, que instaurou
um período científico de estudos criminológicos.
● Considerado o pai da antropologia criminal, estudava a fisionomia
do criminoso, estudando com bastante profundidade as
características de um criminoso.
● Propôs a utilização do método empírico-indutivo ou indutivo-
experimental.
● Para ele o criminoso é um ser atávico, um verdadeiro selvagem.
● Lombroso acreditava que existia fatores exógenos (fora) que
influenciavam os aspectos motivadores para um crime, mas ainda
sim, para ele a pessoa já nascia destinada a ser criminoso
(determinismo biológico).
ENRICO FERRI:
● Discípulo de Lombroso, foi criador da “sociologia criminal”, ou seja,
para ele a criminalidade era derivada dos fenômenos antropológicos,
físicos e culturais.
● Negou o livre-arbítrio, ao contrário de Beccaria.
● Para ele, a prevenção geral é mais eficaz que a repressão.
● Tratou do indivíduo no seu meio.

GARÓFALO:
● Afirmou que o crime estava no homem é que se revelava como
degeneração deste,
● Criou o conceito de periculosidade.
● Vale ressaltar também que ele questionou Lombroso, tendo dito que
o indivíduo criminoso é um ser diferenciado, mas não doente. Deve
ser punido com a pena capital, pois o indivíduo com esses traços
atávicos é irrecuperável.
● A Escola Positivista entendia que o criminoso era um ser atávico,
preso a sua deformação patológica (às vezes nascia criminoso). Um
ser que pecou e optou pelo mal, embora tivesse a possibilidade de
escolher o bem.
● Escola Correcionalista, em que o criminoso era um ser inferior e
incapaz de se governar por si próprio, merecendo do Estado uma
atitude pedagógica e de piedade. Podendo citar a visão do marxismo
que entendia o criminoso como vítima inocente das estruturas
econômicas.
● A crítica feita aos positivistas era que para o crime não há uma única
resposta, mas “N” explicações para suas variadas performances, e
não apenas o criminoso, mas o todo.

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