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Discente:
Dominique Talacha Kabasso
Docente:
PhD. Hachimo Chagana
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Objectivo geral
Explicar a Escola Clássica e a Escola Positiva.
Objectivos específicos
Explicar o que é criminologia, seu objecto e suas vertentes;
Apresentar a historiada escola clássica, seus princípios e suas contribuições;
Mostrar os períodos da escola clássica;
Apresentar o surgimento da escola positiva e suas contribuições;
Comparar a escola clássica da escola positiva.
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Introdução
A Criminologia é conceituada como sendo uma ciência empírica (baseia-se na observação),
interdisciplinar (alimenta e é alimentada por outras ciências) voltada para o estudo do crime, do
criminoso, da vítima e do controle social formal, constituído pelo aparato oficial de segurança e
por controle social informal, ou seja, a sociedade.
Especialmente atrelada aos saberes da sociologia e do Direito Penal, as análises das observações
criminológicas oferecem aos legisladores os mais seguros subsídios no momento da criação das
leis penais, contribuem para o melhor desenvolvimento do processo penal e têm papel
fundamental na proposição de políticas públicas de segurança.
Embora se possa buscar a origem dos estudos criminológicos nas reacções aos suplícios
impostos aos condenados durante a Idade Média, este aspecto será, aqui, apenas motivo de
breves considerações, já que sobre este tema existem numerosos e abrangentes trabalhos dos
mais renomados autores.
A Criminologia é considerada ciência, tem objecto de estudo amplo e não possui um único
método (a depender da corrente de pensamento que se adopte), tem finalidades próprias que a
destacam de outros campos do conhecimento.
Objectos da Criminologia
Quando se fala em objectos da criminologia, estuda-se o crime, o criminoso, a vítima e o
controle social.
São as quatro vertentes:
1. Crime
Analisa a conduta anti-social, suas causas geradoras, o efectivo tratamento dado ao delinquente
visando sua não reincidência, bem como as falhas da profilaxia preventiva. Para a criminologia,
crime é um fenómeno social, comunitário e que se mostra como um “problema maior”,
necessitando entender suas múltiplas facetas.
A criminologia entende o crime como um fenómeno comunitário e como um problema social.
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Significa dizer que o tratamento do crime deve ser pensado para a criminologia no sentido
amplo, como um fenómeno que é ao mesmo tempo individual e social.
2. Criminoso
Para a Escola Clássica o criminoso era um ser que pecou, que optou pelo mal.
Para a Escola Positiva o criminoso era um ser atávico, preso a sua deformação patológica (nascia
criminoso).
Para a Escola Correcionalista o criminoso era um ser inferior e incapaz de se governar.
Por fim, para o Marxismo, o criminoso era uma vítima inocente das estruturas económicas.
Para a Criminologia Moderna o delinquente não possui mais a mesma importância, ficando em
segundo plano
3. Vítima
O estudo da vítima passou por três grandes momentos históricos:
Idade do Ouro: compreende desde os primórdios a civilização até o fim da Alta Idade
Média (época da justiça privada);
Período de Neutralização surgiu quando o estado reivindica o monopólio da jurisdição;
Redescobrimento surge após a 2ª guerra mundial, com a revisão do papel da vítima no
fenómeno criminoso (vitimológica).
4. Controle social
Constitui-se em um conjunto de mecanismos e sanções sociais que buscam submeter os
indivíduos às normas de convivência social.
Há dois sistemas de controle: controle social informal (família, escola, religião, profissão, etc.)
com visão preventiva e educacional e o controle social formal (polícia, Ministério público,
justiça, Administração Penitenciária, etc) o qual é mais rigoroso que o anterior e possui
conotação político-criminal.
São missões (finalidade) da Criminologia:
Compreender cientificamente o crime, incluindo todos os seus personagens (criminoso,
vítima e sociedade);
Preveni-lo;
Intervir com eficácia e de modo positivo no criminoso.
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Escola clássica
A Escola Clássica foi a primeira Escola Criminológica possuindo origens intrínsecas com a
antiga filosofia grega que qual sustentava ser o delito a afirmação da justiça.
Dentro dessa escola, surgiram duas vertentes: o jusnaturalismo e o contratualismo. Eram opostas
em muitos aspectos, mas coincidiam na ideia da contestação da tirania estatal, visando à
dignidade humana. Francesco Carrara foi o principal autor desta escola, sendo considerado o
criador da dogmática penal. Acreditava que o direito penal estava a serviço da liberdade do
homem
A criação da Escola Clássica não se deu a partir de um corpo teórico comum, não houve uma
homogeneidade durante sua existência até porque sua denominação parte dos representantes do
positivismo criminológico (a escola positiva), pois estes negavam o carácter científico das
valorações jurídicas do delito.
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Tem por objecto de estudo o delito, visto como fato individual, isolado, mera infracção à lei. A
aplicação da pena surge como consequência lógica do descomprimindo ao ordenamento jurídico.
Tem como tracção marcante a ideia de livre arbítrio. O homem é visto como um ser racional e
livre, e a teoria do pacto social é tida como fundamento da sociedade e do poder.
Não pesquisa os motivos que levam à criminalidade, não se preocupando com a etiologia do
fenómeno criminoso.
Incapaz de fornecer aos poderes públicos as informações necessárias para um programa político-
criminal de prevenção e luta contra o crime
Esta linha de pensamento utilizava um método racionalista, partindo da observação geral para
um fato específico, de forma que o acto-crime foi mais evidenciado do que o criminoso em si.
Um progresso importante realizado nesse período foi a valorização da defesa do indivíduo contra
as arbitrariedades do Estado, uma vez que o crime foi abordado como conceito jurídico e alocado
como instituto de direito.
Entende-se, portanto, que a Escola Clássica possui princípios de cunho humanitário e liberal,
defendendo os direitos individuais e se voltando contra o absolutismo e o processo inquisitório.
Outra contribuição da escola clássica foi propor um exame analítico do crime, sendo ponto de
partida para a teoria geral do delito. Além disso, deu inicio a tendência de eliminar as penas
cruéis e os suplícios públicos.
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Períodos da Escola Clássica
É possível dividir a corrente classicista em dois grandes períodos: Filosófico/Teórico e
Jurídico/Prático.
Ao longo do primeiro período desenvolve-se o ideal de um sistema penal baseado na legalidade,
onde o Estado deve punir, mas ao mesmo tempo se submeter às limitações legais. Beccaria
trabalha bem essa ideia, baseando-se em conceitos contratualistas, estabelecendo que o pacto
social define que o indivíduo se compromete a viver conforme as leis. Quando uma lei é
transgredida, a punição por parte do Estado restabelece a ordem social.
Tratando-se do segundo período, Franchesco Carrara trabalha mais a fundo o conceito de crime
como instituto jurídico e da pena como retribuição ao mal exercido contra a sociedade. O
classicista lecciona que “a pena é uma resposta do Estado visando a conservação da humanidade
e a protecção dos seus direitos, com observância às normas de Justiça”.
Escola positiva
O positivismo surgiu no final do século XIX, e início do século XX, principalmente na Europa
quando pretendeu transplantar até mesmo para a Filosofia o rigor do método científico. E com
sua evolução surte efeitos no âmbito do Direito e consequências nas ciências criminais.
Assim esta escola teve 3 grandes influenciadores, que foram: Cesare Lombroso, Enrico Ferri e
Garafalo. Esta escola era responsável pela visão biológica do crime.
A escola positivista buscava entender como o homem se torna um criminoso e quais são os
factores que o circundam (interna e externamente) que o levam a ser um criminoso.
Os influenciadores desta escola divergiam em suas opiniões, como: Lombroso preocupava com
as características mentais ou físicas de algum antepassado, além da aparência do criminoso como
factores que determinavam à prática do crime. Para Ferri, o outro influenciador desta escola
dizia que o indivíduo torna-se criminoso pelas condições sociais que o circundam.
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Nesta escola o delito é tido como fato histórico e real que prejudica a sociedade, originando
assim o delito e a natureza, tendo aqui como objectivo “cortar o mal pela raiz” com programas de
prevenção, priorizando os estudos do delinquente independente dos delitos.
Foram inúmeras as contribuições trazidas para o direito penal pela criminologia durante o
período da escola positiva, que são:
a) O Direito tem uma natureza transcendente, segue a ordem imutável da Lei natural: O
direito é congénito ao homem, porque foi dado por Deus à humanidade desde o primeiro
momento de sua criação, para que ela pudesse cumprir seus deveres na vida terrena. O
direito é a liberdade. Portanto, a ciência criminal é o supremo código da liberdade, que
tem por objecto subtrair o homem da tirania de si mesmo e de sua próprias paixões. O
Direito Penal tem sua génese e fundamento na lei eterna da harmonia universal;
b) O delito é um ente jurídico, já que constitui a violação de um direito. É dizer: o delito é
definido como infracção. Nada mais é que a relação de contradição entre o fato humano e
a lei;
c) A responsabilidade penal é lastreada na imputabilidade moral e no livre arbítrio humano;
d) A pena é vista como meio de tutela jurídica e como retribuição da culpa moral
comprovada pelo crime. O fim primeiro da pena é o restabelecimento da ordem externa
na sociedade, alterada pelo delito. Em consequência, a sanção penal deve ser aflitiva,
exemplar, pública, certa, proporcional ao crime, célere e justa;
e) O método utilizado é o dedutivo ou lógico-abstrato;
f) O delinquente é, em regra, um homem normal que se sente livre para optar entre o bem e
o mal, e preferiu o último;
g) Os objectos do estudo do Direito Penal são o delito, a pena e o processo.
Assim conclui que esta escola é caracterizada pela defesa social, investigação do delito e os
factores que determinam a capacidade do criminoso.
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Algumas comparações entre as escolas: clássica e positiva
Estas duas escolas se opõe, mas também buscam aprimorar a curiosidade em busca de
averiguações sobre a criminologia, dentre algumas de suas diferenças, aqui estão:
1. Quando se fala em crime, para a escola clássica ele tem previsão legal, já para a escola
positiva o crime é considerado um fato natural, decorrente de factores sociais, físicos ou
biológicos.
2. O indivíduo é livre, inteligente, consciente e capaz de diferenciar entre o bem e o mal
para a escola clássica, enquanto a escola positiva acontece o oposto, na qual o indivíduo
torna-se um criminoso porque é influenciado.
3. A escola clássica diz que o mal deve ser pago com outro mal, enquanto para a escola
positiva este mal tem como reacção social onde a sociedade pune o criminoso de acordo
com o grau de periculosidade determinando a pena a aplicar.
4. A escola clássica nasceu como forma de combater e desestimular o absolutismo estatal
através do direito penal, enquanto a escola positiva surgiu quando o foco dos estudos
voltou para o criminoso e a descobrir qual seria o motivo que o levaria a praticar
determinado delito.
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Conclusão
Conclui-se sobre as ideias da Escola Penal Clássica que o crime é uma violação do Direito, de
forma que a defesa contra este ato provém do próprio ordenamento. A pena como meio de tutela
jurídica deve ser retributiva e não pode ser arbitrária ou desproporcional. Por fim, o criminoso
não se mostra como objecto primordial de estudo, tendo em vista que realiza o ato
conscientemente utilizando o livre-arbítrio.
A crítica a uma concepção ingénua de livre-arbítrio como característica fundamental dos seres
humanos, como a defendida pela racionalidade clássica, é extremamente válida; porém, há que
questionar-se: não será a negação total ao livre-arbítrio e, em consequência, à culpabilidade, tão
ingénua e até mesmo mais violenta que sua pressuposição generalizada? Ao verificar o
desenrolar e as consequências das teses da Escola Positiva verificou-se que sim.
Resta incontroverso que Lombroso foi um homem de seu tempo: teorizou ideias que pairavam
nos mais diversos pensamentos, intelectuais e populares. De algum modo podemos identificá-lo
como um cronista do senso comum.
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Referências bibliográficas
https://
canalcienciascriminais.com.br›...Escola_Clássica_da_Criminologia:_seus_principais_pensadores
_e_pontificados
Acesso em: 27/06 Hora: 11:48
https://www.institutoformula.com.br ›...Criminologia-Escola-Clássica-InstitutoFórmula
Acesso em: 27/06 Hora: 11:51
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