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Índice
Entenda o que é a para.lia, como é diagnosticado o quadro no seu paciente, e a abordagem para o
acompanhamento psiquiátrico. Bons estudos!
A para4lia é um dos distúrbios psiquiátricos da vontade que desperta curiosidade, e merece ser
abordado com cuidado e seriedade. Assim sendo, é fundamental que o médico esteja familiarizado
com a condição e saiba manejá-la da melhor forma possível.
O que é parafilia?
Pensando nisso, a palavra para4lia advém dos pre4xo “para” (fora/paralelo) e “.lia” (predileção). Com
isso, as para4lias são variações do comportamento sexual que fogem ao padrão estabelecido pela
sociedade.
A característica das para4lia é a atração sexual recorrente ou intensa por objetos ou atividades
atípicas , através de fantasias, apresentando esse comportamento por mais de 6 meses.
De maneira geral, esses comportamentos podem ser prejudiciais tanto para o praticante quanto para
o sujeito envolvido no foco sexual.
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Além disso, a origem desses padrões de comportamento costuma se desenvolver no 4nal da infância
ou início da puberdade. Assim sendo, o tratamento envolvido na terapia da para4lia envolve
principalmente diminuir ou evitar episódios de recaídas .
No entanto, o sofrimento mútuo não é uma regra para a de4nição da para4lia. Em tempos passados,
ela era conhecida ainda como “perversão sexual”. Hoje, chamada de transtornos parafílicos, conta
com uma abrangência que permite uma abordagem essencialmente médica, distante dos
julgamentos morais.
A para4lia se enquadra nos distúrbios da vontade, e com isso precisamos diferençar os atos
considerados impulsivos dos considerados compulsivos a 4m de entender essa condição.
O ato impulsivo se dá em oposição à ação voluntária. Logo, ele pode ser representado como um
“curto circuito” do ato voluntário, entre a fase de intenção e a de execução. Ou seja, o ato impulsivo
tem como característica abolir as fases de intenção, deliberação e decisão abruptamente, devido à
grande intensidade dos desejos. É importante ainda compreender que para o indivíduo dominado
pela impulsividade, os desejos e necessidades de outras pessoas tendem a ser desconsideradas.
Com relação ao ato compulsivo, diferente do ato impulsivo, ele é reconhecido pelo indivíduo como
indesejável ou inadequado. Por isso, existe a tentativa de refreá-lo. Nesse caso, ainda, é um
comportamento egodistônico, sendo contrário aos valores de moral do indivíduo. Justamente por
esse fato, existe a sensação de alívio na realização da ação, porém é logo substituído pelo
desconforto de ter realizado a ação.
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A para$lia, portanto, é um conjunto de atos impulsivos e compulsivos de natureza sexual.
Como vimos, o comportamento parafílico é muito diverso, podendo ter uma gama imensa de
apresentações e raízes psiquiátricas. Pensando nisso, os riscos que envolvem a apresentação
desses quadros são variados, muito relacionados à etiologia da para4lia em questão.
Em primeiro lugar, embora a para4lia seja uma condição que prejudique tanto o agente quanto o
sujeito da ação, o maior prejudicado é o objeto/pessoa/animal que não consentiu com o ato.
O DSM-5 ainda estende a nomenclatura dos transtornos parafílicos. Essa mudança é importante para
reclassi4car alguns costumes sexuais atípicos, mas que não são enquadrados como tratados como
transtornos mentais.
Como exemplo de um costume sexual revisado, tem-se o Masoquismo Sexual, que ganhou o nome
de Transtorno de Masoquismo Sexual.
No voyeurismo, o indivíduo tem excitação sexual ao observar ou espionar a atividade sexual realizada
por outras pessoas. Embora seja um tipo de para4lia, a maioria dos voyeurs não tem o transtorno de
voyeurismo.
É importante esclarecer que em certo grau o voyeurismo é comum. Por isso, esse comportamento é
tolerado em certa medida pela sociedade, representado pelo consumo de conteúdo adulto explícito.
Esse é um comportamento que tem se tornado popular entre muitos casais. Existem frentes
terapêuticas para fortalecer a conexão entre o casal que se baseiam no voyeurismo. Em outros
casos, acordos entre os(as) parceiros(as) envolvem a observação do toque íntimo ou ato sexual do
par com uma terceira pessoa.
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O voyerismo passa a ser um problema quando, na busca de oportunidades de observação, ocorre a
negligência de aspectos da sua vida pessoal.
Nessa para4lia, apesar do nome, nem sempre a dominação implica em dor. Na maioria dos casos, a
sensação de dominar e ser dominado é su4ciente para atingir a excitação sexual e o orgasmo. Assim,
em geral, o que motiva os praticantes do sadomasoquismo é o mistério e a sequência de surpresas
durante o ato sexual.
Embora seja considerado uma para4lia, o sadomasoquismo também tem se popularizado entre
muitos casais e ganhado muitos adeptos. De maneira geral, são de$nidas preferências, a exemplo do
enforcamento, e senhas de segurança. Sendo assim, no momento em que a prática não agradar o
parceiro, pode ser imediatamente interrompida.
A raiz da preferência sadomasoquista tem sido muito discutida, e tem-se encontrando respostas na
infância dos praticantes. Uma das grandes associações feitas para justi4car essa preferência é a
relação parental.
Por ter sido ensinado de que os pais são as pessoas que mais a amam, mas ainda assim ter sido
machucada física ou psicologicamente por um deles ou ambos, a relação entre dor e amor se torna
tênue. Esse é apenas um exemplo muito comum de raízes infantes que possam conduzir à essa
para4lia.
Apesar disso, o sadomasoquismo representa uma questão que merece ser tratada na medida em
que põe em risco a vida ou moral do paciente.
A para4lia ainda é considerada um tema tabu nos dias atuais. No entanto, com o acesso à
informação, em especial de maneira anônima, ela desperta a curiosidade de muitos.
As descrições da para4lia datam desde os tempos bíblicos, sendo já proibidas e vistas com maus
olhos na época, a exemplo da zoo4lia e a necro4lia.
Ao longo dos séculos, a para4lia foi discutida pelos manuais de DSM, sendo abordada de várias
maneiras diferentes. Dentre elas, a 3ª edição as para4lias integraram os distúrbios psicossexuais.
Embora o tabu acerca do tema tenha tomado menores proporções ao longo dos anos, ainda se trata
de um tema pouco discutido e compreendido. Não se tem, assim, tantas informações acerca de
incidência, distribuição e curso das para4lias.
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DSM-5: o que mudou com o diagnóstico do Transtorno Parafílico
Segundo essa nova classi4cação, a grande maioria das pessoas com interesses sexuais atípicos não
necessariamente tem um transtorno mental. Por isso, para que a para4lia seja de fato diagnosticada,
os interesses sexuais atípicos devem estar relacionados a:
Angústia pessoal a respeito do seu interesse pessoal, devido à clara reprovação da sociedade;
Seu desejo ou comportamento sexual envolve situações tais como:
Sofrimento psicológico;
Lesões;
Morte de outras pessoas;
Prática sexual que não tenha o consentimento ou que não se tenha como obter o consentimento.
A medicina, em seu lugar de cuidado e acolhimento, não intenciona julgar esses comportamentos de
maneira moral, mas deixar o paciente seguro de expor as suas angústias acerca do quadro.
Portanto, a abordagem do paciente com para4lia deve ser tratada com um somatório entre
habilidade e cuidado. Pensando nisso, o pro4ssional deve se comportar de maneira a não ter um
comportamento julgador com o paciente.
É importante ter em mente que, em casos mais avançados e de longa data do comportamento
parafílico, é comum que o paciente tenha um abalo nas relações interpessoais. Isso porque é muito
incomum que o paciente considere o seu comportamento de fato algo distônico, ou que mereça
intervenção.
Pensando nisso, os pro4ssionais de saúde mental são os grandes agentes auxiliadores no processo
de tratamento desses pacientes. A avaliação cuidadosa de cada indivíduo, bem como a identi4cação
especí4ca de qual para4lia se trata aquele caso especí4co fazem parte da conduta terapêutica.
O cultivo de uma boa relação médico paciente é fundamental para o sucesso terapêutico do
indivíduo, visto que o acompanhamento pode ser facilmente quebrado por falta de con4ança do
paciente.
Além das medicações citadas acima, os antidepressivos (como inibidores seletivos de recaptação de
serotonina) e neurolépticos são administrados visando o controle da sintomatologia.
Em vista disso, a preparação pro4ssional do médico que está acompanhando um paciente com
para4lia é determinante. Ter o conhecimento acerca dos transtornos e como orientar o paciente se
faz prioridade no atendimento.
Ainda sobre essa realidade, os pacientes que costumam participar dos estudos sobre para4lia são
presidiários ou pacientes em centros de tratamento. Em vista disso, a amostra não costuma
representar a população geral.
Outros fatores que desfavorecem o tratamento sobre a para4lia é o protagonismo que o estupro e a
pedo4lia tomam diante do todo. Assim, a urgência por encontrar um tratamento se perde diante pelo
foco se direcionar para esses pequenos grupos, não havendo estudos exclusivos e consistentes
acerca de fetichismo e masoquismo, dentre outras.
Como vimos, o preparo pro4ssional para os cuidados do paciente com para4lia são fundamentais
para um bom manejo dos sintomas.
Diante desse e outros casos tão comuns em atendimentos psiquiátricos, a pós graduação em
psiquiatria da Sanar pode ser um grande diferencial na sua carreira!
Perguntas frequentes
Referências
:
1. Balone, 2005.
2. parafílico: o que mudou com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5a edição (DSM-5).
3. Perturbações Parafílicas no séc. XXI.
Ana Rita Ribeiro Caldeano.
4. Dalgalarrondo, Semiologia dos Transtornos Mentais.
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