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Sumário

1. A Sexualidade...........................................................................................................1
2. Respostas Sexuais Adaptadas e Desadaptadas......................................................1
3. Fases da conscientização sexual.............................................................................2
4. Fatores predisponentes.............................................................................................3
5. Estressores desencadeantes....................................................................................4
6. Parafilias....................................................................................................................5
7. Parafilias sem Outra Especificação: Definições Rápidas.......................................11
Considerações Finais..................................................................................................14
Referências Bibliográficas...........................................................................................15
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TRANSTORNOS DA SEXUALIDADE

1. A SEXUALIDADE

A sexualidade está relacionada a uma dimensão da personalidade,


manifestando-se na aparência, nas convicções, comportamento e relacionamentos
interpessoais.

Segundo Laraia & Stuart (2001), existem quatro componentes da sexualidade,


como, identidade genética (sexo cromossômico do indivíduo), identidade de gênero
(forma como o indivíduo percebe sua própria masculinidade ou feminilidade), papel
de gênero (atribuições dos papéis culturais do gênero), tais como expectativas que
envolvem o comportamento, cognições, ocupações, valores e respostas emocionais,
orientação sexual (sexo que atrais romanticamente uma pessoa).

Com freqüência, a Enfermagem é solicitada a intervir nas preocupações


sexuais dos pacientes, devido seu entendimento holístico, isto quando os
profissionais desta área desenvolvem habilidades e competências nas abordagens
de questões sexuais de forma consciente através da educação dos princípios
básicos da sexualidade.

Para se entender o se precisa saber sobre este tema, primeiro é necessário


um autoconhecimento e conscientizarão dos próprios sentimentos e valores com
relação ao sexo, além de respeitar o conhecimento, sentimentos e valores dos
outros.

2. RESPOSTAS SEXUAIS ADAPTADAS E DESADAPTADAS

Para se conhecer e entender as alterações e distúrbios sexuais devemos em


primeiro compreender a “normalidade” do assunto e do comportamento.

Não há um padrão consensual entre os especialistas sobre qual é o


comportamento sexual normal. A sexualidade varia de um extremo adaptado até o
extremo da desadaptação, onde no primeiro extremo estão os critérios e que entre
dois indivíduos que se consentem o ato, que a satisfação seja mútua sem prejuízo
psicológico ou físico para qualquer um dos parceiros, sem que haja violência e
coerção, sendo realizada de forma privativa.

A sociedade freqüentemente considera comportamento sexual aceitável ou


inaceitável, baseando-se no medo, no preconceito e na falta de informação,
desconsiderando os fatos.

Já se relacionando s respostas sexuais desadaptadas, pode-se citar os


comportamentos que não envolvem um ou mais dos critérios para as respostas
adaptadas.
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3. FASES DA CONSCIENTIZAÇÃO SEXUAL

3.1. Dissonância cognitiva

É a primeira fase no desenvolvimento da autoconscientização sexual


decorrendo da coexistência de duas crenças opostas como, por exemplo,
pensamentos antagônicos sobre o assunto sexo, que incluem o desconforto em se
tratando deste e a importância e necessidade de se ter certa tranqüilidade em falar
sobre esse tema.

3.2. Ansiedade

Um leve nível de ansiedade é importante para se promover uma consciência


de “perigo”, energia extra ou estimular o crescimento pessoal, de forma a criar um
desconforto suficiente para iniciar uma ação.

Nesta fase, as incertezas, a insegurança, as questões e os problemas


envolvendo a sexualidade são normais. O aprendizado sobre esse assunto e
enfrentamento dos valores conflitantes, leva o indivíduo à terceira fase do
desenvolvimento da conscientização sexual.

3.3. Raiva

Esta surge após o delírio da ansiedade, do medo e do choque, sendo


direcionada a si mesmo ou dirigida ao outro ou à sociedade. Através da raiva,
palavras e ações podem ser tão críticas quanto às atitudes que se está combatendo.

3.4. Ação

É a etapa final, onde diversos comportamentos emergem daí; os valores


evoluem e mudam à medida que o indivíduo muda, cresce e adquire novas
experiências.

3.5. Comportamento

De acordo com Kinsey, apud Laraia & Stuart (2001), há uma escala de
classificação mede sete pontos para examinar a preferência sexual, onde 0
representa comportamento exclusivamente heterossexual, 6 experiências
exclusivamente homossexuais; 2 3, e 4 indicam uma orientação exclusivamente
hetero/homossexual.
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3.6. Ciclo de resposta sexual

Quando se fala em resposta sexual, deve-se considerar que além dos modos
de expressão sexual ou orientação, existem as respostas fisiológicas e psicológicas
à estimulação sexual.

O ciclo de resposta sexual ocorre em quatro fases de acordo com Máster &
Johnson apud Laraia & Stuart (2001), que são excitação, platô, orgasmo e
resolução; já para Kaplan, apenas existem o desejo, excitação e orgasmo.

Muitas disfunções sexuais são causadas por fatores psicológicos (conflitos


infantis não resolvidos, até problemas adultos como ansiedade do desempenho,
falta de conhecimento ou ausência de comunicação com o parceiro) ou por fatores
fisiológicos como transtornos vasculares e endócrinos, além de efeitos colaterais de
medicamentos, sendo freqüente quando é resultado da interação entre esses dois
fatores.

4. FATORES PREDISPONENTES

4.1. Biológico

Esses fatores são responsáveis pelo desenvolvimento do gênero, onde o


somatotipo inclui cromossomos, hormônios, genitais internos, externos e gônadas.

4.2. Psicanalítico

De acordo com Freud apud Laraia &Stuart (2001), a sexualidade seria


estabelecida antes do início da puberdade. A opção da expressão sexual de um
indivíduo depende de um misto de hereditariedade, biologia e fatores sociais.

Para Freud, a criança passa por estágios como o oral, que é o primeiro. Este
ocorre do nascimento aos 12 ou 18 meses, onde a principal sensação de prazer do
bebê, deriva da estimulação dos lábios e da boca pela sucção.

O segundo estágio é o anal (de 1 a 3 anos de idade) onde a atenção é


direcionada as funções excretoras e de controle esfincteriano.

O próximo é o estágio fálico (dos 3 aos 5 anos de idade), onde o foco fica
sobre os genitais, ocorrendo também o complexo de Édipo nos meninos e complexo
de Electra nas meninas (a criança possui emoções sexuais pelo genitor do sexo
oposto, ressentindo-se pelo genitor do mesmo sexo).

O estágio final é o de latência, que persiste até a adolescência. Neste, há o


ingresso no estágio genital e reaparecimento dos anseios sexuais, ressurgimento
dos complexos de Édipo e Electra, com necessidade autoafirmação.
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4.3. Comportamental

Sob a perspectiva de comportamento, a forma mais fidedigna para a


compreensão das reações sexuais é as respostas observáveis a estímulos
manifestos e mensuráveis.

Os behavioristas acreditam que o comportamento sexual dos adultos que


cuidam das crianças como um elemento importante do desenvolvimento sexual
posterior das mesmas.

5. ESTRESSORES DESENCADEANTES

5.1. Doença física e ferimentos

A doença física pode alterar a sexualidade, mudando as sensações e o


comportamento sexual do indivíduo.

5.2. Doença psiquiátrica

Este tipo de doença pode afetar a sexualidade do indivíduo, seu


comportamento e satisfação. A depressão pode ser tanto resultado quanto a causa
da disfunção sexual, diminuindo o desejo e do prazer.

A hipersexualidade pode ser o primeiro sintoma de um episódio maníaco. As


pessoas com transtorno bipolar têm diminuições das inibições sexuais,
freqüentemente escolhem impulsivamente seus parceiros sexuais ou começam
casos extraconjugais, exibem comportamento sexual impróprio ou agem de maneira
sedutora.

5.3. Medicamentos

Determinados medicamentos podem contribuir com a disfunção sexual. O


efeito colateral mais comum da droga é a diminuição da libido, ocorrendo
praticamente com a mesma freqüência em ambos os sexos.

O problema sexual mais comum é as disfunções eréteis masculina, seguidas


por dificuldades de orgasmo; já nas mulheres o problema comum é a demora do
orgasmo.

5.4. HIV/AIDS

O medo de contrair uma doença sexualmente transmissível pode provocar


alterações no comportamento sexual, sendo a AIDS a DST mais assustadora nos
últimos tempos.
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6. PARAFILIAS

6.1. Definições

A parafilia é uma alteração comportamental, caracterizada por excitação


sexual em resposta a objetos ou situações que normalmente não são excitantes
para as atividades sexuais afetivas com parceiros humanos e que causam
sofrimento tanto para o praticante quanto para a vítima que sofre a ação.

A experiência da violência em geral é devastadora e freqüentemente, as


vítimas sobreviventes de abuso e da violência possivelmente será vista no contexto
psiquiátrico.

Apesar de vários tipos de violência, os mais freqüentes relatos são os


praticados dentro do contexto familiar que incluem também o estupro e abuso sexual
extrafamiliar.

Em geral é estabelecida no final da infância ou próximo da puberdade e


quando isso ocorre, esses padrões parafílicos persistem por toda a vida (Manual
Merck, acesso em 08/02/2007).

Os parceiros de parafílicos com freqüência sentem-se como objetos.

A atividade parafílica quase sempre assume a forma de travestivismo,


pedofilia, exibicionismo, voyeurismo, masoquismo ou sadismo, ocorrendo na maioria
dos casos em indivíduos do sexo masculino.

6.2. Parafilia no Contexto Familiar

6.2.1. Dimensões da violência familiar

A violência dentro do contexto familiar inclui o abuso físico e emocional de


crianças, negligência, espancamento da esposa, estupro pelo cônjuge e abuso do
idoso, ato esse que podem ser um segredo intrafamiliar que se estende por várias
gerações.

Em geral, a causa básica da violência é a necessidade de poder e controle


por parte do agressor, que são causados por uma interação de fatores de
personalidade, demográficos, situacionais e sociais como tempo de convivência,
envolvimento emocional, privacidade e conhecimento profundo um do outro, que
pode tanto facilitar a intimidade quanto a violência. Portanto, uma família pose ser
carinhosa e acolhedora e ao mesmo tempo violenta.
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6.2.2. Características das famílias violentas

Fatores como processo familiar de múltiplas gerações, isolamento social, uso


e abuso de poder, efeito de álcool e outras drogas são comuns às famílias violentas.
A violência familiar é transmitida entre múltiplas gerações, sendo vista como um
comportamento aprendido.

Isolamento social: Famílias violentas são socialmente isoladas, talvez por


alguns tipos de violência forem considerados anormais ou ilícitos tornando isso um
segredo de família.

Uso e abuso de poder: Em caso de abuso sexual de crianças, o abusador em


geral é dos sexo masculino em posição de autoridade, vitimando o menor em
posição subalterna.

No abuso contra a esposa, justificam a violência por motivos triviais


relacionados à necessidade de total domínio sobre a cônjuge. Essa violência
freqüentemente começa ou aumenta quando a mulher adquire comportamento
independente, como trabalhar para fora, freqüentando escola ou universidade
(Laraia & Stuart, 2001).

Respostas físicas ao espancamento: Há um padrão característico das lesões


relativas ao espancamento, que em geral, ocorre na cabeça, pescoço, face,
garganta, tronco e órgãos sexuais.

As vítimas de violência experimentam sintomas físicos não obviamente


relacionados com suas lesões, como cefaléias, problemas menstruais, dor crônica,
perturbações gastrintestinais e do sono.

Respostas comportamentais: Muitas mulheres de vítimas de violência por


parte do seu cônjuge permanecem no relacionamento, porque quando está sai de
casa, corre maior risco de ser vítima novamente do seu agressor e até assassinada
pelo mesmo que está obcecado pelo poder e controle.

A preocupação com os filhos é um tema importante na decisão para sair de


casa. Essas mulheres abandonam o ambiente violento, com freqüente indas e
vindas antes do rompimento final, isto é normal, pois esse comportamento é
influenciado pela qualidade de apoio social e assistência para a mulher, do
comportamento do agressor e determinar como as crianças reagirão sem o pai.

O abuso contra a esposa faz parte de um sistema de controle por opressão


que pode incluir coerção financeira, ameaças contra os filhos e outros familiares,
bem como destruição do patrimônio.

Uma mulher vítima de violência conjugal corre extremo risco de sofre


homicídio quando deixa seu parceiro ou deixa claro a ele que está terminando o
relacionamento.
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Os maridos que praticam agressão sexual contra sua esposa (estupro),


acreditam que é certo ter sexo sempre que desejarem e da forma que assim
também o querem.

A parafilia nasce de uma experiência negativa que ocorreu na infância e na


puberdade, sendo comumente ocorrida no contexto familiar e menos freqüente, no
extrafamiliar. Não necessariamente a violência tem que ser de forma sexual, mas a
violência verbal e física também são estímulos para que tanto uma criança quanto
um adulto vítima desses tipos de agressão possam desenvolver comportamentos
parafílicos.

Os sintomas parafílicos que se desenvolvem podem ser manifestados através


de práticas como as já citadas, dependendo a natureza da experiência sofrida.

6.3. Epidemiologia

As parafilias são praticadas por uma pequena porcentagem da população. No


entanto, a natureza insistente e repetitiva resulta na lata freqüência dos atos
parafílicos. Sendo assim, uma parte da população tem sido vitima de pessoas com
essa doença.

Entre os casos, a pedofilia é a mais comum. Os exibicionistas também


preferem as crianças para exibirem seus órgãos sexuais.

Os voyeurs não causam tantos danos, pela característica desse


comportamento.

O sadismo e o masoquismo sexual são sub representados em qualquer


estimativa de prevalência. O sadismo só toma grande proporção, em caso de
estupro e brutalidade seguido de conseqüência mais grave, sendo pouco
denunciado por se tratar de atividade comumente realizada por prostitutas e seus
clientes.

Mais de 50% das parafilias iniciam antes dos 18 anos de idade e geralmente
tem de três a cinco distúrbios ao mesmo tempo ou em diferentes momentos de suas
vidas, isso vale para os casos de exibicionismo, fetichismo, masoquismo, sadismo,
sexual e zoofilia.

A ocorrência do comportamento parafílica atinge o seu pico entre os 15 e os


25 anos, desenvolvendo-se até por volta dos 50 anos. Por isso, é raro encontrar
esse distúrbio entre as pessoas idosas a não ser em casos raros de forma isolada,
ou com parceiros coperantes.
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6.4. Distúrbios da identidade de gênero

6.4.1. Heterossexualidade

Define-se como sendo a atração sexual por membros do sexo oposto, tendo
sanções tanto legais quanto religiosas, influenciando a cultura, os valores e as
normas cotidianas.

6.4.2. Homossexualidade

É a atração sexual por membros do mesmo sexo.

Os comportamentos sexuais envolvem escolha, enquanto a orientação sexual


envolve emoções e atração erótica, podendo ambas ser geneticamente
determinadas, em vez de ser simples questão de livre arbítrio.

6.4.3. Bissexualidade

É a resposta sexual a ambos os sexos. Alguns bissexuais relataram


experiências de orgasmos mais intensos além de serem mais ousados sexualmente,
descrevendo maiores níveis de erotismo, maior incidência e prazer com a
masturbação.

6.5. Classificação de parafilias

As principais categorias segundo o Manual Diagnóstico e Estatística de


Transtornos Mentais (DSM-IV, 4.a. ed.) são o exibicionismo, fetichismo, frotteurismo,
pedofilia, masoquismo, sadismo, voyeurismo, fetichismo transvéstico e uma
categoria separada paras as parafilias sem outra especificação (SOE), por exemplo,
a zoofilia.

Uma pessoa pode ter vários transtornos parafílicos.

6.5.1. Travestivismo

É definido como àquele indivíduo que prefere o uso de roupas do sexo


oposto. Os travestis em geral são do sexo masculino, casados, que relatam um
comportamento heterossexual, não desejando uma mudança de sexo, hormonal ou
cirúrgica. Estas pessoas em geral, tentam encontrar parceiros que os aceitem, além
das suas atividades de travestivismo e que não impeçam relacionamentos sexuais
com outras pessoas.
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6.5.2. Transexualismo

É o indivíduo que anatomicamente é mulher ou homem, mas que expressa


com forte convicção que tem a mente do sexo oposto, vive com um membro do sexo
oposto em tempo parcial ou integral, tenta mudar de sexo legalmente por retribuição
sexual, hormonal ou cirúrgica.

Muitos apresentam intenso sofrimento emocional pela discriminação da


sociedade.

6.5.3. Fetichismo

Neste, a atividade sexual utiliza objetos físicos, às vezes a preferir contatos


com seres humanos. Os fetichistas podem ser estimulados e satisfeitos pelo uso de
roupas íntimas de uma outra pessoa, do uso de peças de borracha, segurando,
friccionando ou cheirando esses objetos. Muitos dos indivíduos com esse distúrbio
são incapazes de ter atividade sexual sem o uso de fetiches.

6.5.4. Pedofilia

É uma preferência pelo ato sexual com crianças em geral de 13 anos de


idade para baixo.

O pedófilo pode se angustiar e preocupar-se com seu comportamento


relacionado a fantasias sexuais com crianças, mesmo quando não as põe em
prática.

A pedofilia pode manifestar-se de uma forma pura, quando a atração é


apenas por crianças, ou mista, quando essa atração ocorre tanto com crianças
quanto com adultos. A atenção pedófila pode ser por membros da família, mais
conhecida como incesto, ou por indivíduos da comunidade circunvizinha.

Em geral, o agressor, através da coerção e ameaça impede a denúncia do


ato, ficando a vítima submetida a novo ataque.

O tratamento pode ser com psicoterapia e medicamentos, mas em muitos


casos, não há evolução satisfatória. O encarceramento ou aprisionamento por
longos períodos pode aumentar as fantasias e os desejos do pedófilo.

6.5.5. Exibicionismo

Neste distúrbio, o sexo mais acometido como praticante é o masculino. Nele,


o indivíduo expõe seus órgãos genitais e se excitam neste ato. A masturbação
quase sempre está presente, sendo raros os casos de estupro por exibicionistas,
haja vista que estes evitam o contato sexual com suas vítimas, que na maioria das
vezes, nem sabem que o são.
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Os indivíduos exibicionistas que são detidos possuem menos de quarenta


anos de idade e nas mulheres é considerado um distúrbio psicossocial.

6.5.6. Voyeurismo

No voyeurismo, a excitação do indivíduo se dá pela observação de outras


pessoas tirando a roupa ou praticando sexo, sendo o ato de observação o estímulo
excitatório e não o que ele observa. Acomete mais o sexo masculino e em graus
elevados, pode consumir horas de busca e observação, ficando o indivíduo “preso”
ao seu distúrbio.

Atualmente existem uma incontável variedade de shows materiais de sexo


explícito, porém esses não possuem o elemento principal de excitação para os
voyeur que é a observação em segredo, sem deixar que o outro saiba que está
sendo observado.

6.5.7. Masoquismo e sadismo

O masoquismo é a obtenção do prazer sexual através da autolesão e


submissão a abusos. Já no sadismo, o prazer é conseguido causando sofrimento
físico e psicológico no parceiro.

O sadomasoquismo em extremos, pode causar até a morte. O masoquista


precisa do sádico, pois um gosta de sentir abusos e lesões para conseguir
satisfação sexual, enquanto o outro a obtém praticando os abusos, lesões e
agressões ao outro. A asfixiofilia, onde no momento do orgasmo, através da força do
parceiro ou auto-aplicação de estrangulamento, o que de forma acidental pode levar
a morte.

Os parceiros que não consentem com o comportamento do sádico,


geralmente são aprisionados e sofrem abuso e violações. Comumente o sádico
pode amarrar, amordaçar, torturar, ferir, apunhalar, aplicar choques elétricos ou até
assassinar.
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7. PARAFILIAS SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO: DEFINIÇÕES


RÁPIDAS

• Necrofilia: é uma parafilia sem outra especificação, onde há o desejo e


impulso e atração sexual por cadáveres.

• Escatologia telefônica: desejo, impulso e prazer sexual através de


telefonemas obscenos.

• Parcialismo: prazer sexual obtido através da focalização de uma parte do


corpo.

• Zoofilia: é o envolvimento sexual de seres humanos com animais. Há duas


variedades: a zoofilia em si, que é o envolvimento levando em conta o prazer sexual
também do animal, e a bestialidade, que é a satisfação sexual sem levar em conta o
bem-estar do animal, muitas vezes levando-o a maltrato, ferimentos e até a morte. A
bestialidade equivaleria ao estupro humano. A zoofilia geralmente é apenas um meio
de obter prazer sexual, uma fantasia. Mas há quem adote como estilo de vida,
podendo até casar com o animal. Lembrando que, tudo que deixa de ser apenas
uma fantasia, e passa a tomar conta da vida da pessoa, é perversão.

• Coprofilia: consiste na excitação sexual relativa ao contacto com fezes do


parceiro sexual. Abrange um largo espectro de práticas, que pode ir até à coprofagia
(ingestão)..

• Urofilia: é a excitação associada ao ato de urinar ou receber o jato urinário


do parceiro, chegando-se, em alguns casos, a beber a urina. A urina pode ser
depositada no ânus ou vagina. É também designada como Ondinismo ou Urolagnia
ou pelo termo popular "Chuva Dourada".

• Cronofilia é um termo raramente usado para se referir a um grupo de


parafilias do tipo em que a idade sexo-erótico da pessoa em causa é discordante da
sua própria idade cronológica e concordante com a do parceiro.

• Teleiofilia: atração sexual de um menor por adultos.

• Apotemnofilia: é uma parafilia caracterizada pelo desejo de se ver amputado


em uma ou mais partes do corpo.

• Gerontofilia: atração sexual de não-idosos por idosos, pode ocorrer em


ambos os sexos e ter muito mais que o sexo como atrativo como interesse
econômico, proteção social, carência afetiva.

• Podolatria: desejo e satisfação sexual obtido ao beijar, tocar, cheirar, lamber


os pés do parceiro.

• Bondage: é um tipo específico de fetiche, geralmente relacionado com


sadomasoquismo, onde a principal fonte de prazer consiste em amarrar e imobilizar
seu parceiro ou pessoa envolvida.
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• Pregnofilia ou Maieusofilia: uma parafilia que consiste em se ter desejo


sexual por mulheres grávidas.

• Incesto: é a relação sexual ou marital entre parentes próximos ou alguma


forma de restrição sexual dentro de determinada sociedade. São consideradas
incestuosas, geralmente, as relações entre pais e filhos, entre irmãos ou meio-
irmãos, ou entre tios e sobrinhos.

• Clismafilia: é a excitação sexual causada de preferência ou exclusivamente


por clisters.

• BBW: são as iniciais de "Big Beautiful Woman", ou seja, mulheres gordas e


bonitas ou atraentes. Essas mulheres estão se tornando cada vez mais "objeto" de
desejo de milhares de homens ao redor do mundo. Os admiradores de mulheres
com esse tipo físico se chamam Fat Admirer ou simplesmente "FA", ou seja,
admiradores de gordas.

• Agorafilia: compreende-se o desejo doentio (impulso incontrolável) pela


prática do coito em lugares abertos, ou ao ar livre.

• Anemofilia: no sentido botânico, é a polinização por ação portadora do


vento. No sentido psiquiátrico, a anemófila é a excitação sexual com vento ou sopro
(corrente de ar) nos genitais ou em outra zona exógena.

• Agrofilia: é a excitação em fazer sexo no campo (mato).

• Cinofilia: a amizade pelos cães; o gosto pelos cães.

• Coreofilia: Prazer sexual durante a dança.

• Corofilia: a inclinação de certas lésbicas maduras por mocinhas impúberes.

• Crinofilia: Excitação sexual provocada por secreções (saliva, suor,


secreções vaginais, etc).

• Dendrofilia: excitação sexual com vegetais.

• Efebolia: também conhecida como hebefilia [do grego "ephebos" - pessoa


jovem pós-pubescente, ou "hebe" - juventude, + "philia" ] é a condição de adultos
que são dependentes da atração sexual por adolescentes pós-pubescentes, a fim de
obter excitação sexual e facilitar ou conseguir o orgasmo.É uma parafilia distinta da
nepiofilia e da pedofilia. O termo técnico para a condição parafílica recíproca na qual
uma pessoa mais velha personifica um adolescente é o adolescentismo parafílico.

Um efebófilo pode ser de ambos os sexos, e se interessar por adolescentes


do sexo masculino, feminino ou ambos. A pederastia se refere à atração direcionada
a adolescentes masculinos. A atração por adolescentes femininas é algumas vezes
chamada de Síndrome de Lolita. A atividade efebofílica pode ser fantasiada durante
a masturbação ou cópula com parceiros adultos.
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• Emetofilia: Excitação obtida com o ato de vomitar ou com o vomito de outro.


Conhecido como "banho romano".

• Estupro: Estupro é definido, na maior parte das jurisdições, como um ato ou


uma penetração sexual sem consentimento válido por um dos partidos (tanto o
homem quanto a mulher). prática não-consensual de sexo, imposta por meio de
violência ou grave ameaça de qualquer natureza, ou ainda imposta contra pessoas
incapazes de consentir com o sexo (como crianças).

• Hebefilia: resulta em desejo sexual por adolescentes púberes (com o corpo


em transformação), entre nove e treze anos.

• Hipofilia: Sexo com cavalos.

• Menofilia: excitação sexual por mulheres menstruadas.

• Nanofilia: atração sexual por anões.

• Neosfilia: atração pela cópula em ilhas, geralmente deserta.

• Orquifilia: é o termo utilizado para descrever a excitação sexual por


testículos.

• Paternofilia: Fixação sexual por virgens.

• Pigofilia: excitação sexual por nádegas.

• Pogonofilia: Excitação sexual por barbas.

• Trampling: é um fetiche que consiste no ato de um indivíduo ser pisado por


uma ou mais pessoas, normalmente do sexo oposto, sendo mais comum uma
mulher pisando num homem. O adepto desta parafilia sente-se excitado ao ser
pisado por outra pessoa, descalça ou não, em várias partes do seu corpo, como
peito, barriga e até mesmo cabeça e órgãos genitais. É muito comum o uso de salto-
alto para a realização deste fetiche.

• Transfilia: O adepto desta parafilia sente-se excitado ao ser pisado por outra
pessoa, descalça ou não, em várias partes do seu corpo, como peito, barriga e até
mesmo cabeça e órgãos genitais. É muito comum o uso de salto-alto para a
realização deste fetiche. Basicamente, manifesta-se como uma simpatia e uma
vontade de adquirir amizade, relacionamento ou proximidade com pessoas trans. A
transfilia se manifesta de muitas maneiras, independentemente da orientação sexual
da pessoa (heterossexual, homossexual, bissexual etc.).

Uma parte dos transfílicos é formada por transexuais e transgêneros latente,


que de algum modo tencionam pertencer ao grupo, usar os códigos, as maneiras e
viver como, mas não tiveram oportunidade ou possibilidade, seja por fatores
externos (pressões da família e da sociedade), ou internos (pressão fomentada
dentro de si mesmo).
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Outra parte é formada por homens que preferem relacionar-se com


transexuais ou transgêneros, mesmo sendo heterossexuais e agindo como tal dentro
relacionamento.

Nesse caso, a transfilia está relacionada ao fetiche de se relacionar com uma


figura feminina que possui um pênis (travestis), ou uma mulher que já foi homem
anatomicamente (transexuais MtF operadas e hormonizadas), ou ainda - no caso
das mulheres heterossexuais - relacionar-se com um homem que já foi
anatomicamente uma mulher (transexuais FtM mastectomizados e homonizados).

• Tricofilia: conhecido o fetiche por cabelos e pêlos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Infelizmente, na maioria das vezes, os crimes ou comportamentos parafílicos


não são denunciados com freqüência, primeiro pelo fato constrangedor da vítima,
depois pela impunidade que pode acontecer, pelas ameaças e coerções que podem
ocorrer ou outras variadas causas.

A detecção dos transtornos da sexualidade em geral ocorre após o


cometimento de um crime, ou quando o parafílico já está em grande sofrimento,
gerando incapacidade de se socializar e relacionar com todos, ficando totalmente
isolado.

Como pode-se verificar, o transtorno da sexualidade acontece como um


comportamento aprendido na criança e no adulto se manifesta devido ao um trauma
sofrido dessa natureza ou por má resolução da questão sexual do indivíduo.

O enfermeiro é muito importante para o estabelecimento de um vínculo


interpessoal com o paciente vítima de parafilia ou com transtornos parafílicos, isto
porque a enfermagem é a profissão que fica constantemente em contato com o
cliente; portanto deve ser esclarecido com relação à sexualidade e observar
continuamente o comportamento e atitudes do indivíduo, a fim de desenvolver um
diagnóstico de enfermagem compatível para uma boa evolução do paciente.

A parafilia pode ser tratada de forma paliativa com medicações e terapias,


mas infelizmente, alguns indivíduos com transtorno da sexualidade são detidos,
sofrem agressão dentro da prisão e podem inclusive ser assassinados, dependendo
do tipo de crime que cometeram, outros,por sua vez, voltam a cometer e reivindicar
o seu delito e poucos respondem ao tratamento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

01. htttp://www.msd-brazil.com/msd43/m_manual/mm_sec7_87.htm. Acesso em


18/03/07.
02. LARAIA,M.T. & STUART,G.W. Enfermagem psiquiátrica:princípios e práticas. 6.ª
ed. São Paulo, 2004.
03. htttp://gballone.sites.uol.com.br/sexo/crimesexo.html. Acesso em 20/03/07.
04. http:// www.psiqweb.med.br/dsm/sexual4.html. Acesso em 20/03/07.
05. http://www.psiqweb.med.br/forense/sexual6.html. Acesso em 20/03/07.
06. http://www1.uol.com.br/vyaestelar/peversao_parafilia.htm.
07. http://www.tarasnet.hpg.ig.com.br/tarasnetnosso%20parafilia. Acesso 21/03/07.

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