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Introdução e

Fundamentos
Aline Andressa Matiello
Introdução e Fundamentos

Introdução
Você está na Introdução e Fundamentos. Conheça aqui os princípios básicos
relacionados à área de massoterapia. Serão abordados os fundamentos da
massoterapia, incluindo as indicações, contraindicações, efeitos fisiológicos, dentre
outras informações.

Serão abordadas também a história da massoterapia ao longo dos anos, tanto no


Brasil quanto no mundo, assim como as principais características das massagens
originárias do ocidente e do oriente e as diferenças entre elas.

Aqui, você estudante ainda conhecerá os princípios relacionados à segurança em


massoterapia e as principais aplicações terapêuticas.

Bons estudos!

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Fundamentos de Massoterapia
A massoterapia é considerada uma terapia manual, que é caracterizada pela aplicação
de massagem aos tecidos moles do organismo afim de promover efeitos fisiológicos
específicos. Para isso, o profissional pode utilizar-se de inúmeras modalidades
diferentes de massagem, de acordo com o objetivo de tratamento.

Definição de Massoterapia

A palavra massagem tem sua origem grega, e significa “amassar”, por isso, deste
termo surgem uma gama de modalidades de manobras de massagem que promovem,
basicamente, o amassamento e a fricção dos tecido humanos (PEREZ, LEVIN, 2014).

Da palavra massagem surge um outro termo, a massoterapia. Segundo Donatelli (2015),


a massoterapia é definida como sendo um conjunto de técnicas e procedimentos
terapêuticos naturais, de característica não invasiva, tradicional e contemporânea, que
tem por finalidade a manutenção da saúde e a prevenção de desequilíbrios através da
aplicação da massagem nos tecidos corporais.

Quanto à origem da palavra massoterapia, o termo terapia vem do grego e refere-se


a “therapeia”, que significa cuidar ou dar assistência. E massoterapia é, na verdade,
considerada o ofício de prestar assistência aos pacientes por meio da massagem
(DONATELLI, 2015).

Para prestar assistência e cuidado ao paciente, a massoterapia faz utilização de


massagem dos tecidos, através do uso de diversas técnicas realizadas manualmente,
visando diferentes objetivos.

A massoterapia é capaz de contribuir com a promoção do bem-estar físico e mental e,


ainda, na melhoria da qualidade de vida, podendo ser utilizada de maneira conjunta ou
complementar a outras técnicas terapêuticas, de modo a proporcionar maior eficácia
nos tratamentos realizados.

Para a OMS (Organização Mundial de Saúde), a massoterapia é uma área que se


enquadra dentro do escopo de ações de integração terapêutica e dentre seus objetivos
principais citam-se:

• a prevenção de doenças;
• promoção da saúde;
• estimulação da circulação;
• favorecimento da autoconsciência e;

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• é capaz de contribuir para a normalização das funções fisiológicas do orga-
nismo humano, auxiliando no controle de dores, tensões, desequilíbrios, dis-
funções e estresse (DONATELLI, 2015).

Quanto à aplicação, a massoterapia envolve uma série de métodos e técnicas de


massagem destinados aqueles pacientes que apresentam necessidade de toque
direto sobre o corpo afim de manter ou restabelecer o estado de equilíbrio fisiológico
dos sistemas.

Neste caso, segundo Donatelli (2015), o toque utilizado pela massoterapia pode ser de
diferentes características, intensidades e profundidades, conforme o tipo de técnica e
o objetivo do tratamento, podendo atuar em diferentes estruturas mecânicas do corpo,
proporcionando tanto a estimulação como a sedação de condições energéticas ou
fisiológicas.

Veja a seguir uma síntese da definição de massoterapia, incluindo a origem do nome,


os objetivos, dentre outras informações, conforme Donatelli (2015, p.6).

Terapia Do grego “therapeía” (dar assistência, cuidar).

Massoterapia Dar assistência por meio da massagem.

Terapia complementar ao sistema de saúde que atua por meio das


Definição técnicas de massagem.

Manutenção da saúde, prevenção de desequilíbrios (profilaxia), auxílio


Objetivos para tratamentos.

Qualificação Massoterapeuta.

O contato com a pele, através do toque promovido pela massoterapia, é capaz de


promover uma série de sensações e percepções ao paciente. Saiba abaixo.

Efeitos Fisiológicos da Massoterapia

Os resultados da massoterapia ocorrem de diferentes maneiras. Dependendo das


características do toque inerentes a cada tipo de massagem, pode-se promover efeitos
específicos no organismo (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

O toque promovido pela massagem, além de promover inúmeras sensações e


percepções, é capaz de gerar uma série de efeitos fisiológicos sobre os tecidos
humanos e, com isso, promover benefícios sobre o organismo como um todo (PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).

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Estes efeitos fisiológicos da massagem acontecem porque o toque promovido pela
técnica pode influenciar vários dos sistemas existentes no corpo humano, promovendo
efeitos sobre células, tecidos, órgãos, vísceras e, por fim, nos sistemas do organismo.

Vários podem ser os sistemas que sofrem efeitos fisiológicos decorrentes da aplicação
da massagem. De maneira geral, quando aplicada aos tecidos humanos, promove
efeitos concretos e perceptíveis, principalmente sobre o sistema circulatório, linfático.
Contudo, vale ressaltar que todos os sistemas são beneficiados pela aplicação da
técnica de massagem (DONATELLI, 2015).

No sistema circulatório, a massagem estimula a circulação sanguínea através de


alterações na permeabilidade das membranas e, com isso, aumenta o aporte de
sangue aos tecidos (ABREU; SOUZA; FAGUNDES, 2012). E, ao mesmo tempo, promove
maior drenagem do sangue venoso, reduzindo a quantidade de metabolitos existentes
nos tecidos corporais. Estes efeitos sobre a circulação proporcionam aos tecidos
melhores condições de funcionamento, com maior disponibilidade de nutrientes às
células.

No sistema linfático, a massagem atua sobre as taxas de filtração e absorção de


líquidos pelos capilares, promovendo descongestão dos espaços intersticiais através
do retorno deste líquido a circulação.

Abreu, Souza e Fagundes (2012) comentam que a massagem é capaz de atuar no


organismo humano no âmbito mecânico, neural, fisiológico e químico. Esta atuação
acontece porque ela estimula desde a pele, a microcirculação, as terminações nervosas
e todos os demais tecidos.

Indicações e Contraindicações da Massoterapia

Considerando os efeitos fisiológicos nos tecidos corporais promovidos pela


massagem, ela pode ser indicada em uma série de situações, que incluem: redução
de tensões musculares, redução de edema, melhoria no retorno venoso, redução de
quadros álgicos, melhora da consciência corporal, melhora da circulação sanguínea,
liberação de endorfinas, tratamentos de disfunções estéticas, além de ser indicada
para melhorar o bem estar físico, mental e restabelecer a homeostasia corporal.

Contudo, mesmo sendo indicada em uma série de situações, algumas condições de


saúde podem contraindicar a realização de massagem. Estas contraindicações à
realização da massoterapia podem ser absolutas ou relativas.

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Contraindicações absolutas

São condições em que, por questões de saúde, o paciente não deve ser
submetido à técnica de massoterapia de maneira nenhuma. Dentre as contra
indicações absolutas cita-se: pacientes com trombose venosa profunda
(independentemente do local de acometimento e do local de massagem),
lesões vasculares instáveis, gangrena, doença renal ou doença cardíaca
descompensada, cefaleia intensa de origem desconhecida, hipertensão arterial
sistêmica descontrolada, febre, aneurisma, e presença de infecções ou doenças
contagiosas (VERSAGI, 2015).

Contraindicações relativas

Necessitam de uma avaliação mais detalhada do paciente para ser indicada,


e dependem do local de tratamento. Exemplos de contraindicações relativas
são: alterações de sensibilidade, presença de irritações na pele, flebites, varizes,
presença de fratura recente ou outras lesões cutâneas no local de tratamento.

Cabe ao profissional de massoterapia investigar a presença destas condições antes


do início do tratamento com massagem. Para isso, o profissional deve submeter o
paciente a uma avaliação detalhada, previamente à realização do tratamento. Deste
modo, poderá indicar com segurança as técnicas de massagem, garantindo um
tratamento que atenda às necessidades do paciente e, sobretudo, que seja seguro,
reconhecendo que nem todos os pacientes podem se beneficiar das técnicas de
massoterapia.

História da Massoterapia
Em relação ao histórico da massoterapia ao longo dos anos, existem relatos do
uso desta técnica com finalidade terapêutica desde a antiguidade (ABREU; SOUZA;
FAGUNDES, 2012). Conforme Perez e Levin (2014), a massagem é conhecida e definida
pela realização de movimentos de característica rítmica, com a qual é possível aliviar
tensões e promover o bem-estar mediante a fricção dos tecidos humanos. Conhecer os
principais marcos históricos do uso deste importante recurso terapêutico é essencial
ao massoterapeuta.

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História da Utilização de Massagem

Há relatos do uso da massoterapia desde a pré-história, com informes originários da


Índia, China, Japão, Egito, Grécia e Roma (CASSAR, 2001). Dentre estas civilizações,
os chineses foram os pioneiros na utilização de técnicas de massagem, seguidos
pelos hindus, egípcios, indianos, gregos e romanos (PEREZ; LEVIN, 2014).

Na grande maioria das civilizações que utilizavam a massoterapia, esta era utilizada,
normalmente, em rituais místicos, que eram passados de geração a geração e
perpetuaram as práticas de massagens ao longo dos anos.

Esses rituais místicos onde se utilizava a massoterapia eram realizados rotineiramente


nas civilizações, através de rituais de purificação, uma vez que se acreditava que
o surgimento das doenças acontecia em virtude de pecados e energias maléficas.
Além disso, a massoterapia costumava ser utilizada de maneira associada a outras
terapias de purificação, como banhos de imersão, saunas, enfim, uma série de outras
modalidades (PEREZ; LEVIN, 2014).

Basicamente, deste modo, pode-se afirmar que nos primórdios, a massoterapia


teve grande influência espiritual e religiosa, uma vez que fazia parte dos rituais de
purificação em uma série de civilizações.

Saiba mais
Um dos primeiros registros na literatura acerca do uso da
massagem é a unção. A unção é uma técnica muito antiga, utilizada
por sacerdotes para livrar as energias maléficas do organismo
e consiste na aplicação de um óleo sobre a pele do paciente,
associado à realização de fricção com os dedos (PEREZ, LEVIN,
2014).

A referência mais antiga ao uso da massoterapia com finalidade terapêutica é de


períodos anteriores a 2600 a.C., relatos estes presentes em um texto médico chinês
chamado de Nei Ching (DONATELLI, 2015).

Posterior a isso, aproximadamente em 480 a.C, há relatos de que Hipócrates utilizava


uma técnica de massagem que consistia em friccionar tecidos com auxílio dos dedos.

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Os gregos utilizavam a massagem por volta de 300 a.C, de maneira associada aos
exercícios físicos e com objetivo de melhorar a condição física dos pacientes, através
do alívio dos quadros de dor e redução da fadiga muscular.

Segundo Perez e Levin (2014), para a civilização grega o treinamento físico, associado
à massagem e a banhos eram primordiais para garantir bom desempenho de atletas.
Por isso, eram realizados, geralmente, em locais próximos aos ginásios de esportes e
tinham como objetivo evitar a exaustão e a fadiga dos atletas.

Em Roma, a massoterapia era praticada por alguns médicos, que realizavam uma
associação de exercícios físicos, dieta, banhos e massagens em seus pacientes,
através de movimentos de vibração e balanço dos tecidos, de modo a restaurar o
equilíbrio dos tecidos (PEREZ; LEVIN, 2014).

Ainda em Roma, mais especificamente entre o ano 42 a.C. e o ano 37 d.C, Tibério,
um médico de origem romana, fez importantes descobertas acerca da massagem,
mostrando seus efeitos positivos sobre quadros de paralisia (CASSAR, 2011).

Na idade Média, houve uma ausência de desenvolvimento cultural, artístico e


científicos, que durou aproximadamente mil anos.

Nesta fase, caracterizada pela forte influência da igreja sobre a sociedade, não se tem
relatos do uso da massoterapia, uma vez que as pessoas que realizavam rituais de
purificação, com uso de massagem, banhos etc. eram consideradas pecadoras e, por
isso, não há tantos registros (PEREZ; LEVIN, 2014).

Durante o período da Renascença (1450-1600), a massoterapia se tornou bastante


popular junto à realeza. Na França, por exemplo, um famoso médico, chamado de
Ambroise Pare (1517-1590) realizada massagens para a família real.

Esta massagem consistia em técnicas que eram feitas através de movimentos de


fricção e que eram empregadas no tratamento de articulações (CASSAR, 2001).

Neste período ainda, John Grosvenor (1742-1823), um cirurgião inglês, conseguiu


mostrar alguns estudos que demonstravam resultados positivos do uso da massagem
no alívio de articulações enrijecidas, no tratamento da gota e de doenças reumáticas.

Na Índia, a massagem também era utilizada como uma técnica de tratamento. Mais
especificamente, há relatos de seu uso no ano de 1780 d. C., quando as civilizações
da Índia utilizavam a massagem em sua cultura. Por volta de 1800 d. C., as técnicas
de massoterapia eram utilizadas pela maioria das comunidades europeias, onde é
possível encontrar registros médicos antigos citando o seu uso.

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Donatelli (2015) comenta que Pehr Henrik Ling (1776-1839) teve um papel primordial
na história da massoterapia, pois criou uma técnica de massoterapia própria e, deste
modo, influenciou de maneira positiva no desenvolvimento da massoterapia. Além de
Ling, outras pessoas também desenvolveram suas próprias técnicas de massoterapia
e, com isso, auxiliaram no desenvolvimento desta área ao longo dos anos.

Saiba mais
Em 1914, há relatos do uso da massagem para auxiliar na
reabilitação de pacientes feridos na primeira Guerra Mundial,
sendo utilizada em praticamente 300 hospitais da Grã-Bretanha.
Estes benefícios da massagem no tratamento de ferimentos de
guerra foram relatados em um livro escrito por James Mennell no
ano de 1920 (CASSAR, 2001).

Em 1984, na Inglaterra, um grupo de mulheres fundou a Society of trained masseuses


(Sociedade de treinamento de massoterapeutas). Esta sociedade proporcionou um
aumento no número de profissionais massoterapeutas em atividade. E, em seguida,
associou-se ao Instituto de Massagem e Exercícios Terapêuticos em Manchester,
ampliando ainda mais a formação de profissionais em massoterapia (DONATELLI,
2015).

Na Europa, a massagem se tornou tão popular no século XIX, que foi possível associá-la
às técnicas de ginástica e ainda foi possível criar a profissão de massagista. Contudo,
nos anos seguintes, a ginástica passou a ser considerada um tipo de exercício,
enquanto que a massagem passou a ser definida como uma modalidade de terapia
manual, que deve ser aplicada por outro indivíduo (PEREZ; LEVIN, 2014).

Posterior a isso, a massagem teve um grande progresso, tendo cada vez mais um
número maior de profissionais que a utilizam em clínicas, domicílios, consultórios
e hospitais. Por se tratar de uma técnica de tratamento milenar, a massoterapia está
entre as terapias mais procuradas e mais utilizadas na atualidade, em virtude da série
de benefícios que é capaz de promover.

Histórico da Massoterapia no Brasil

No Brasil, assim como no restante do mundo, a massoterapia é amplamente utilizada


como recurso terapêutico há muitos anos. Até o início do século XX, o Brasil fazia uso

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de massagem praticada nas áreas desportiva, em reabilitação de pacientes, e ainda
em casas de banho.

No início do século XX, o país recebeu uma grande quantidade de imigrantes de origem
oriental, tendo como ápice o ano de 1950. Então, esses imigrantes, em geral, médicos
e práticos de nacionalidade chinesa, japonesa e coreana, passaram a inserir no Brasil
a massagem oriental como medida terapêutica (DONATELLI, 2015).

Deste modo, o Brasil passou a contar com novas técnicas de massoterapia, utilizadas
de modo a promover a finalidade terapêutica.Seguindo isso, nas décadas de 1960 e
1970, houve um aumento na implementação de novas técnicas terapêuticas, visando
atuar tanto sobre o corpo quanto sobre a mente. Com isso, a partir desta época,
houve uma crescente procura por parte da população por essas técnicas terapêuticas
diferenciadas de massagem.

Diante desta procura por parte da população, ao final da década de 1970, várias
publicações, como livros, por exemplo, passaram a tratar destes temas e, com isso,
houve o desenvolvimento de novos cursos na área da massoterapia e mais profissionais
passaram a executar a técnica (DONATELLI, 2015).

Princípios e Histórico da Massoterapia Oriental e


Ocidental
Dentro da área da massoterapia, as massagens podem ser classificadas com base
em sua origem no ocidente ou no oriente, possuindo características distintas entre si.

Princípios e Histórico da Massagem Oriental

A massoterapia oriental teve seu início ainda na civilização ancestral da China, e trata-
se de uma das vertentes da medicina tradicional chinesa, tendo relatos de seu uso em
2.800 a.C. É pautada na prática do taoismo, o qual tem registros escritos que datam
5.500 a.C., ou seja, trata-se de uma das modalidades de massoterapia mais antigas
(DONATELLI, 2015).

Dentro das massagens orientais, pode-se encontrar uma série de técnicas, de origens
diferentes, e que podem ser escolhidas pelo massoterapeuta com base nos objetivos
do tratamento. Dentre as massagens orientais mais comuns, conforme Donatelli
(2015) estão a ayurvédica, a shantala, a moxabustão, a anma e o shiatsu.

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Tem origem indiana. Assim como a shantala, possui origem indiana e foi
desenvolvida ainda no século XX por um médico obstetra chamado de
Ayurvédica Frédérick Leboyer, que utilizava esta técnica de massagem oriental em
bebês. Já na China, Coreia e Japão, as massagens mais comuns eram a
acupressão e moxabustão.
Consiste em uma massagem em que é feita uma pressão sobre pontos
Acupressão específicos utilizados nos tratamentos de acupuntura.
Costuma ser uma técnica associada ao uso de plantas medicinais
Moxabustão (DONATELLI, 2015).
Desenvolvida no Japão, utiliza-se de um conjunto de técnicas de massagem
Anma sobre os pontos da acupuntura chinesa.
Também desenvolvida no Japão, esta técnica consiste numa forma de
manipulação dos tecidos através do uso dos polegares e dos dedos em
geral, além da palma das mãos, de modo a exercer pressão sobre os
Shiatsu tecidos humanos, com objetivo de corrigir o mau funcionamento interno do
organismo, promovendo a saúde e tratando algumas doenças (DONATELLI,
2015).

Para ampliar o estudo acerca das técnicas de massagem oriental, a seguir, você
conhecerá um pouco mais sobre a massagem intitulada shiatsu.

Independentemente da técnica de massagem oriental, todas elas possuem a mesma


finalidade, que é regular a quantidade e o fluxo de energia no organismo humano, tanto
de maneira preventiva como curativa. Quanto aos efeitos promovidos, a massagem
oriental visa fortalecer o sistema imunológico, através da melhoria das defesas do
organismo. Estes efeitos são promovidos mediante toque sobre trajetos específicos
do corpo humano, chamados de meridianos e outros pontos específicos (DONATELLI,
2015).

Princípios e Histórico da Massagem Ocidental

No Ocidente, a massagem foi previamente utilizada pela civilização grega como


medida de melhora da forma física e à beleza. Além disso, os romanos utilizavam
a massoterapia associada a banhos públicos e seu uso estava atrelado a efeitos
benéficos sobre o sistema muscular e também no tratamento de cefaleias e até
paralisia (DONATELLI, 2015).

Com o avanço da medicina nos anos seguintes, houve a possibilidade de


desenvolvimento de mais pesquisas que puderam explicar os efeitos benéficos das
técnicas de massagem. Um exemplo disso foram publicações realizadas acerca da
importância da massagem no processo de cura pelo cirurgião e médico Frances
Ambroise Paré.

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Já no século XVIII, no Reino Unido, John Grosvenor, um cirurgião e professor de Medicina
na Universidade de Oxford (Inglaterra), conseguiu demonstrar os efeitos benéficos da
massagem no tratamento da gota, reumatismo e rigidez articular (DONATELLI, 2015).

No século XIX, na Suécia, que o Dr. Henry Pahr Ling utilizou a massagem com
uma abordagem ocidental, através do seu uso como recurso terapêutico médico,
disponibilizando a prática à sociedade. Por isso, a massagem ocidental é também
conhecida pelo nome de massagem sueca, graças a este marco histórico possibilitado
por Henry Parhr Ling.

Neste sentido, a massagem ocidental tinha como princípios básicos a reabilitação


dos sistemas ósseo, articular, muscular, atuação sobre a área desportiva, além de ser
utilizada de modo a estimular os sistemas circulatório e linfático (DONATELLI, 2015).

Seguindo isso, a partir desses princípios, no século XX houve o desenvolvimento


e aprimoramento de técnicas de massoterapia, conhecendo-se e empregando-se
também a massoterapia na melhora das condições físicas e também das condições
psíquicas.

Estas novas técnicas aprimoradas valorizavam o toque do tecido conjuntivo, a


ação sobre o sistema nervoso, além de atuar sobre a consciência do corpo e dos
movimentos.

Deste modo, entende-se que a finalidade da massagem ocidental é na verdade atuar


sobre o sistema ósseo, muscular, articular, estimulando o sistema circulatório e
desde modo, promover efeitos a nível fisiológico e também, efeitos a nível psicológico
(PEREZ; LEVIN, 2014).

Quanto aos efeitos fisiológicos, a massagem ocidental traz efeitos específicos sobre
os tecidos corporais.

Efeitos da massagem ocidental sobre os tecidos humanos

Pele Aumento da temperatura, desobstrução dos poros, vasodilatação no local,


ação esfoliante, remoção das toxinas e das células mortas, estímulo do fluxo
sanguíneo

Fáscias Promove a tixotropia, que é a hidratação e solubilidade dos tecidos

Estímulo na nutrição celular por meio do fluxo sanguíneo, melhora nas


Músculos propriedades de contrabilidade, elasticidade e tonicidade das células.
Funcionando, alonga e organiza a direção das fibras musculares

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Tecidos Tem ação anti-inflamatória

Circulações Estimula o fluxo do sangue e a circulação da linfa, que contribui para a remoção
sanguíneas e de restos metabólicos e líquidos intersticiais
linfática

Sistema Excitação das terminações e efeito calmante


nervoso

Remoção dos resíduos celulares, possibilitando a chegada do sangue, repleto de


Metabolismo
nutrientes

Vísceras Por efeito reflexo, atua na funsionalidade visceral

Aspecto Promove conforto, bem-estar e percepção sensorial, o que possibilita a


psicológico ressignificação das memórias traumáticas

Quadro 1 - Efeitos da massagem ocidental sobre os tecidos humanos


Fonte: Donatelli (2015, p. 6).
#PraCegoVer - A figura mostra uma tabela com os efeitos da massagem oci-
dental sobre alguns tecidos humanos. Na pele, a massagem ocidental eleva a
temperatura e estimula o fluxo sanguíneo, nas fáscias, ela promove o amoleci-
mento dos tecidos, na circulação, a massagem aumenta a circulação sanguí-
nea e linfática, no sistema nervoso pode gerar estimulação ou efeito sedativo,
no metabolismo, remove restos celulares, nas vísceras, promove uma melhor
funcionalidade e na área psicológica, atua promovendo conforto e bem estar.

Principais Técnicas de Massagem

Atualmente, há à disposição dos massoterapeutas inúmeras técnicas e métodos de


massagem, tanto orientais como ocidentais, que fazem uso do toque terapêutico para
promover diversas finalidades. Dentre as técnicas mais utilizadas cita-se:

• massagem relaxante;
• reflexologia;
• quick massage;
• massagem do tecido conjuntivo, dentre inúmeras outras técnicas.

Donatelli (2015) cita ainda algumas outras técnicas de massoterapia utilizadas


atualmente: massagem chinesa, massagem japonesa, massagem tailandesa,
massagem indiana, massagem rítmica, massagem integrativa, massoterapia clínica,
massagem crânio sacral, reiki, drenagem linfática, massagem desportiva, massagem
estética, massagem terapêutica, massagem holística, dentre outras.

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Princípios de Segurança em Massoterapia
A massoterapia é amplamente utilizada por profissionais para promover melhorias
na qualidade de vida de seus pacientes. Mesmo sendo utilizada desde a antiguidade
e sendo considerada uma modalidade segura, é necessário que alguns aspectos,
relacionados ao paciente e ao profissional sejam considerados no momento da
realização do tratamento; garantindo assim, um tratamento efetivo e seguro.

O Profissional de Massoterapia

O profissional que desempenha as técnicas de massoterapia recebe o nome de


massoterapeuta. No Brasil, a profissão de massoterapeuta foi reconhecida ainda
no ano de 1945, com o Decreto-lei n. 8.345, que dispôs sobre a habilitação para o
exercício de algumas profissões, incluindo o massoterapeuta (DONATELLI, 2015).

Posterior a isso, em 1961, através da Lei n. 3.968, de 5de outubro de 1961, estabeleceu-
se critérios para o desempenho da profissão em território nacional, exigindo que
os profissionais tenham uma habilitação própria, estabelecendo normas a serem
respeitadas e ainda, definindo punições cabíveis em caso de descumprimento das
normas (DONATELLI, 2015).

No Brasil, os massoterapeutas podem atuar em diferentes espaços, desde clínicas,


consultórios, clubes, escolas, spas, hospitais e ainda, no atendimento de pacientes no
âmbito domiciliar.

Em 2001, foi criado o Conselho Brasileiro de Auto-Regulamentação da massoterapia,


que atua de modo a contribuir para a normatização e regulamentação da profissão
de massoterapia. O conselho foi responsável por desenvolver o Código de Ética do
massoterapeuta e a matriz curricular para os cursos técnicos e de formação em
massoterapia que acontecem em todo o território nacional (DONATELLI, 2015).

Cuidados com o Paciente

Para Cassar (2001), é vital que, durante a realização da massoterapia, o paciente seja
colocado em uma posição confortável. Para isso, ele pode ser posicionado em decúbito
dorsal (barriga para cima), decúbito ventral (barriga para baixo) ou de decúbito lateral
(deitado de lado); de acordo com a área que receberá o tratamento de massoterapia.

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Quando o posicionamento adequado é o decúbito dorsal é necessário que o paciente
tenha, além do travesseiro, uma cunha posicionada na região posterior dos joelhos de
modo a sentir-se mais confortável.

Para posicionamento em decúbito lateral, o paciente deve ficar com os joelhos


levemente fletidos e com um travesseiro entre as pernas, de modo a manter um bom
alinhamento e com isso, maior conforto. O paciente pode ser colocado também na
posição sentado para realização de algumas técnicas especificas de massagem.

Além do posicionamento adequado do paciente, é necessário que a região de


tratamento esteja livre de roupas e, por questões éticas, durante o período em que
a região não estiver sendo massageada, a área deve ser coberta por uma toalha,
garantindo maior privacidade ao paciente. A imagem a seguir mostra este cuidado
necessário em massoterapia.

Figura 1 - Posicionamento adequado do paciente durante a massagem


Fonte: MakeStory Studio, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer - A imagem mostra uma paciente deitada na maca em decúbito
ventral (barriga para baixo) e o massoterapeuta realizando a massagem na re-
gião de costas, que está livre de roupas. As demais áreas, que não estão sendo
massageadas, como a região lombar e glúteos, estão cobertas com uma toalha
branca, de modo a garantir mais privacidade durante o tratamento.

Vale ressaltar que algumas técnicas de massoterapia não necessitam que a área
de tratamento esteja descoberta. Nestes casos, podem haver variações no cuidado
conforme o tipo de massagem a ser realizado.

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O local de realização da massagem também deve ser adequadamente preparado
pelo profissional, garantindo um ambiente confortável, limpo e seguro. Para isso, o
massoterapeuta deve manter a sala sempre organizada, bem ventilada, com controle
adequado de temperatura, com iluminação indireta; garantindo assim um ambiente
confortável e aconchegante ao paciente.

Avaliação do Paciente e Documentação dos Registros

Previamente à realização de qualquer técnica de massagem, é primordial que


o massoterapeuta realize a avalição do paciente e, a partir disso, verifique se o
paciente apresenta indicação para a realização da técnica e se há presença de
alguma situação que contraindique a massagem. Ainda, é a partir desta avaliação
que o massoterapeuta optará pela melhor modalidade de massagem, com base nas
necessidades demonstradas pelo paciente.

Esta avaliação pode ser realizada em uma sessão específica, antes do início do
tratamento, e inclui a anamnese e o exame físico do paciente.

Anamnese - segundo Perez e Levin (2014), esta avaliação tem início com o
estabelecimento de uma conversa com o paciente, que deve ser realizada utilizando-
se e uma comunicação clara e objetiva, que permita que o paciente compreenda o
tratamento a ser executado.

É nesta avaliação, prévia à realização da massagem, que o massoterapeuta terá dados


precisos e relevantes para a realização da massagem. A anamnese possibilita que o
massoterapeuta obtenha

• o histórico de saúde do paciente;


• os tratamentos realizados;
• as doenças existentes;
• os hábitos de vida;
• e uma série de fatores que serão relevantes e que servirão de subsídios para
a elaboração de um plano que atenda às necessidades do paciente e que seja
o mais individualizado possível.

Nesta etapa, o profissional deve questionar informações acerca dos dados de


identificação do paciente, queixa principal, histórico da queixa e histórico de saúde.
Nos dados de identificação, orienta-se registrar informações como: nome, telefone,
endereço, ocupação, e-mail, data de nascimento etc. Na queixa principal, o profissional

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deve questionar o paciente sobre “o que está lhe incomodando?” “Por que procurou a
massoterapia?”, de modo que o paciente relate o seu problema.

Além de conhecer a queixa do paciente, é importante registrar um breve histórico,


incluindo quando o paciente apresentou os primeiros sintomas, quais tratamentos já
realizou, quais os resultados obtidos com os tratamentos, entre outras informações.

No histórico de saúde, o profissional deve questionar a presença de doenças, história


familiar de algumas doenças, uso de medicações, histórico de cirurgias, e ainda,
hábitos de vida que possam estar relacionados às condições de saúde do paciente
(tabagismo, etilismo, sedentarismo, estresse, alimentação etc).

Exame físico - em seguida, após a anamnese, o profissional deve realizar o exame físico
do paciente. Esta avaliação deve conter informações sobre a inspeção dos tecidos
corporais (o que é visualizado pelo profissional), a palpação (toque das estruturas
anatômicas) e outros testes físicos (como por exemplo, teste de movimentos). Nesta
fase, o profissional pode identificar quadros de dor, que deverão ser descritos na ficha
de avaliação.

A inspeção deve ser feita em toda a região de tratamento, e consiste no profissional


visualizar as áreas a fim de identificar quaisquer situações atípicas. A palpação é um
instrumento de avaliação que analisa a qualidade e as características dos tecidos,
através do toque das estruturas.

Além disso, no exame físico, o profissional pode verificar:

• peso;
• altura;
• índice de massa corporal;
• dor;
• dentre outros aspectos.

De modo geral, a realização da anamnese e do exame físico do paciente possibilita


ao massoterapeuta conhecer os antecedentes de saúde do paciente, avaliar
detalhadamente o caso, relacionar sinais e sintomas com eventuais disfunções,
elaborar um tratamento, orientar o paciente sobre o autocuidado.

Plano de tratamento - a partir desta avaliação, o massoterapeuta deve estabelecer um


plano de tratamento, que serve como um roteiro de tratamento para o paciente. Neste
plano, devem constar os objetivos de tratamento e a conduta a ser realizada, sempre
com base na avaliação prévia (anamnese e exame físico).

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Associado ao plano de tratamento, é importante que o profissional faça o registro
da evolução do quadro do paciente, descrevendo no prontuário a data, a duração e
a frequência das sessões, a duração do tratamento, as condições apresentadas
pelo paciente naquele dia, as técnicas realizadas, as recomendações repassadas ao
paciente e ainda os resultados obtidos (PEREZ, LEVIN, 2014).

Registro em prontuário - todas estas informações (anamnese, exame físico, plano de


tratamento e evolução) devem, obrigatoriamente, estar registradas em um documento
próprio, chamado de prontuário. O prontuário é considerado um documento, no qual
constam todas as informações do paciente e este deve ficar sob responsabilidade do
massoterapeuta. Ele é considerado um documento essencial nos serviços de saúde,
incluindo a massoterapia.

Para Perez e Levin (2014), a documentação das informações em prontuário se faz


necessária para manter os registros de todo o processo de tratamento, iniciando pela
ficha de avaliação e a evolução do quadro do paciente em cada sessão de tratamento.

Atenção
Todas as informações que constam no prontuário, tanto as
relatadas pelo paciente na anamnese, como as informações
coletadas no exame físico são confidenciais e é responsabilidade
do massoterapeuta garantir o sigilo das mesmas (PEREZ; LEVIN,
2014).

Vale lembrar que ao final do preenchimento das informações e leitura junto ao


paciente, o prontuário deve ser assinado pelo profissional e também pelo paciente,
demonstrando que o mesmo está em acordo com as informações descritas.

Cuidados com o Massoterapeuta

Alguns cuidados relacionados ao massoterapeuta são importantes e devem ser


levados em consideração pelo profissional durante a realização de massagens.
Perez e Vasconcelos (2014) citam a importância de prestar atenção à postura do
massoterapeuta durante a massagem.

A postura adequada permite que o profissional consiga desempenhar movimentos


mais eficientes, ao mesmo tempo em que permite ao profissional condições físicas

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adequadas de execução da técnica, evitando sobrecarga sobre algumas estruturas
corporais, que possam gerar quadros de dor e disfunções a longo prazo.

Para isso, o profissional deve estar com um alinhamento adequado do corpo,


permitindo, deste modo, que haja uma preservação da mecânica corporal fisiológica
do corpo do massoterapeuta e que nenhuma estrutura fique sobrecarregada.

Durante a execução da massagem, o massoterapeuta pode posicionar-se em diferentes


locais e de diferentes modos, a fim de garantir uma postura mais harmônica conforme
o movimento de massagem a ser realizado.

Dentre os posicionamentos principais do massoterapeuta, este pode posicionar-se na


lateral da maca, na cabeceira da maca, numa postura ereta, numa postura de vaivém,
e ainda, sentado.

Para a posição na lateral da maca, para garantir um alinhamento adequado, Perez e


Vasconcelos (2014) citam alguns critérios que devem ser levados em consideração:

• Mantenha a postura ereta, e controle a distribuição do peso corporal durante


a realização da massagem, mantendo a postura alinhada.
• Os pés do massoterapeuta devem manter contato com o solo durante todos
os movimentos, evitando permanecer com apenas um pé em solo.
• Os movimentos do massoterapeuta devem ser direcionados de sua região
umbilical em direção ao segmento a ser tratado.
• Durante a execução da massagem, o massoterapeuta não deve utilizar forca
muscular excessiva, apenas utilizar um controle do peso corporal.
• O profissional deve manter uma base de sustentação boa, afastando os pés
durante manobras mais alongadas.

A figura a seguir mostra alguns destes critérios de posicionamento adequado do


massoterapeuta na posição lateral da maca ou cadeira.

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Figura 2 - Posição correta do massoterapeuta na realização da massagem
Fonte: Sabelskaya, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer - A ilustração mostra um posicionamento adequado do massote-
rapeuta, que envolve cotovelos retos ou levemente fletidos, joelho da perna que
se encontra a frente levemente fletido, pé que se encontra à frente, alinhado
com a maca ou cadeira, sendo que a pressão é transmitida dos membros supe-
riores para o paciente utilizando-se do peso corporal.

Esta postura é descrita por alguns autores como postura de esgrimista ou postura
semiereta. Resumidamente, ela consiste em manter o pé dianteiro alinhado com a
maca ou cadeira de tratamento, enquanto o pé posicionado atrás é girado para a
lateral. A posição do massoterapeuta deve ser ajustada entre ficar um pouco afastado
da maca de tratamento ou encostar-se a ela, dependendo da técnica de massagem
utilizada (CASSAR, 2001).

O massoterapeuta pode posicionar-se também na cabeceira da maca para realização


de algumas técnicas de massagem. Neste caso, segundo Perez e Levin (2014), o
profissional deve permanecer na cabeceira da maca de tratamento e pode adotar, para
esse movimento, a postura de vaivém ou a postura do corpo inclinada, dependendo da
necessidade. Entretanto, o profissional deve escolher a melhor postura com base na
postura que lhe possibilitar curvar-se para a frente e alcançar as costas do paciente
sem causar tensão sobre seus próprios músculos. Em geral, esta postura da cabeceira
da maca é utilizada para os movimentos de massagem realizados nas costas do
paciente e que necessite de movimentos mais longos.

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Figura 3 - Posicionamento do massoterapeuta na cabeceira da maca
Fonte: nd3000, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer - A imagem mostra o massoterapeuta posicionado na cabeceira
da maca, em pé, enquanto o paciente está deitado em decúbito ventral (barriga
para baixo). O massoterapeuta realiza a massagem na região de trapézio
superior.

Outro posicionamento utilizado é a posição ereta. Nesta, o profissional deve se


posicionar ao lado do paciente, com pés levemente afastados e o peso corporal
distribuído de maneira uniforme entre os membros inferiores. Em geral, esta postura
é utilizada para se realizar a massagem nas regiões laterais do tronco e também em
membros inferiores (PEREZ, LEVIN, 2014).

A postura de vaivém também pode ser utilizada, principalmente em massagens cujas


manobras são realizadas na lateral do tronco, em glúteos e na região lombo sacral.
Neste caso, o massoterapeuta deve se posicionar com um pé́ ligeiramente atrás do
outro, mas com a cabeça voltada para o paciente e girando o corpo até um ângulo
confortável.

Além destas posturas, o profissional pode permanecer na postura sentada. Esta


postura é utilizada para realizar deslizamentos nas regiões de escapulas e ombros,
para quando o paciente se encontra em decúbito ventral ou lateral. Neste caso, o
massoterapeuta deve permanecer sentado na borda da maca, mantendo um pé́ no
chão para apoiar o peso do corpo (PEREZ; LEVIN, 2014).

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Para garantir estes critérios de posicionamento durante a realização da massagem,
o massoterapeuta deve estar atento o tempo todo ao seu posicionamento e postura,
evitando assim sobrecarga mecânica sobre algumas estruturas anatômicas, como
alguns músculos e tendões por exemplo.

Caso o profissional sinta dor, fadiga ou desconforto durante a realização da massagem


ou ao final dela, possivelmente há algum desalinhamento durante a execução das
manobras de massagem, resultando em uma sobrecarga de alguma região. Nestes
casos, o massoterapeuta deve reavaliar seu alinhamento durante a execução das
técnicas.

Aplicações Terapêuticas da Tassoterapia


A massoterapia pode ser empregada como modalidade terapêutica com diferentes
finalidades, podendo ser indicada para pacientes que necessitem de melhoria no bem
estar físico e mental; ou também, pode ser indicada para pacientes com finalidade
estética.

Aplicações da Massoterapia na Melhoria do Bem Estar Físico e


Mental

Algumas massagens podem ser indicadas aos pacientes com objetivo de promoverem
melhoria do bem estar físico e do bem estar mental. Neste sentido, podem ser
empregadas tanto técnicas de massoterapia ocidentais como orientais, dependendo
dos objetivos do tratamento.

Neste sentido, a massoterapia pode ser indicada de modo a reduzir tensões musculares,
aliviar o estresse, reduzir a ansiedade e melhorar a condição física do paciente.

Dentre as técnicas de massoterapia bastante utilizadas com esta finalidade, temos:

• a massagem relaxante;
• a massagem terapêutica;
• a massagem expressa (também chamada de quick massage); e
• reflexologia podal.

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Massagem relaxante

É uma técnica de massoterapia que está indicada para pacientes quando


o objetivo é melhorar o bem estar e a qualidade de vida, uma vez que atua
reduzindo tensões e aliviando o estresse. Esta técnica atua especificamente
sobre o sistema circulatório e imunológico, aumentando a circulação sanguínea,
ao mesmo tempo em que proporciona a liberação de mediadores químicos, que
geram a sensação de bem estar e relaxamento (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

Massagem terapêutica

Está voltada ao tratamento de alguma disfunção. Neste caso, além dos efeitos
de relaxamento e melhora do bem estar, ela é capaz de atuar sobre determinadas
disfunções dos tecidos, melhorando a condição fisiológica e restabelecendo o
equilíbrio das funções locais. Pode ser empregada, por exemplo, no tratamento
de pontos de tensão, chamados também de trigger points. Nestes casos, a
massagem terapêutica é capaz de reduzir a tensão muscular, aliviar o quadro
de inflamação local e, com isso, proporcionar redução do quadro álgico.

Aplicações da Massoterapia na Área da Estética

Na área da estética, a massoterapia pode ser introduzida em protocolos de tratamento


de disfunções estéticas tanto de maneira preventiva, como no manejo de algumas
disfunções. Além disso, pode ser introduzida em protocolos de maneira isolada, sendo
utilizada como modalidade única de tratamento ou ainda, de maneira associada a
outros recursos estéticos, como eletroterapia, cosmetologia ou outras terapias
manuais.

A bambuterapia é um exemplo de massagem que pode ser empregada nos tratamento


estéticos. Você já ouviu falar dela?

Além da bambuterapia, outras técnicas de massagem são amplamente utilizadas


na área da estética, como a drenagem linfática facial e corporal e a massagem
modeladora.

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Drenagem linfática

Pode ser realizada tanto em tratamentos estéticos faciais como em tratamento


estéticos corporais. Segundo Perez e Vasconcelos (2014), a técnica de
drenagem linfática é feita com o objetivo de eliminar o excesso de líquido do
espaço intersticial e, com isso, gerar uma diminuição do edema. Dessa forma,
pode ser utilizada em tratamentos de disfunções ou condições estéticas que
causem acúmulo de líquido nos espaços intersticiais, como nos casos de pré
e pós operatório de cirurgias plásticas, em pacientes com fibroedema geloide,
dentre outras indicações.

Massagem modeladora

Refere-se a uma modalidade de massagem que atua através da estimulação da


circulação. O toque produzido por ela e a mobilização dos tecidos permitem que
haja uma vasodilatação superficial, que causa aumento da circulação sanguínea
local (PEREZ, VASCONCELOS, 2014). Além do aumento da circulação local, a
massagem modeladora permite um aumento do metabolismo local, melhora
da maleabilidade tecidual, redução de fibroses, dentre outros efeitos e, por isso,
está indicada no tratamento de inúmeras disfunções estéticas como o fibro
edema geloide e a lipodistrofia localizada.

A massagem modeladora é uma das modalidades de massoterapia aplicada à


estética. Ela utiliza toques e movimentos mais vigorosos e rápidos quando comparada
a outras modalidades de massoterapia; sendo que os efeitos ocorrem em virtude da
estimulação mecânica promovida pela massagem (PEREZ, VASCONCELOS, 2014).

Além destas duas modalidades de massagem aplicadas à estética, o massoterapeuta


tem a sua disposição outras opções, que podem ser inseridas em protocolos de
tratamentos estéticos tanto corporais como faciais.

Mas como a massoterapia pode ser inserida nestes protocolos? A dica a seguir trata
deste tema.

Vale lembrar que a massoterapia pode ser inserida nos protocolos como modalidade
única de tratamento, mas também como modalidade associada a outras terapêuticas,
como ao uso de cosméticos, eletroterapia ou outras técnica manuais, de modo a
potencializar os efeitos do tratamento estético.

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Conclusão
Neste conteúdo, você teve a oportunidade de:

• entender os principais fatores relacionados à segurança nos tratamentos de


massoterapia;
• estudar quem é o profissional de massoterapia;
• aprender a utilizar o prontuário como uma ferramenta importante de registro
de informações do paciente;
• conhecer os cuidados relacionados à postura do massoterapeuta, de modo a
garantir uma melhor qualidade de vida a este profissional;
• compreender as principais técnicas de massagem utilizadas atualmente.

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Referências
ABREU, M. F.; SOUZA, T. F.; FAGUNDES, D. S. Os efeitos da massoterapia sobre o estresse
físico e psicológico. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente
3(1):101-105, jan-jun, 2012. Disponível em: http://www.faema.edu.br/revistas/index.
php/Revista-FAEMA/article/view/119/330. Acesso em: 2 mar. 2020.

CASSAR, M. P. Manual de massagem terapêutica: um guia completo de massoterapia


para o estudante e para o terapeuta. São Paulo: Manole, 2001.

DONATELLI, S. A linguagem do toque: massoterapia oriental e ocidental. Rio de


Janeiro: Roca, 2015. recurso online

GONDIM, S. S.; ALMEIDA, M. A. P. T. Os efeitos da massagem terapêutica manual em


pacientes com a síndrome da fibromialgia. Revista multidisciplinar e de psicologia, v.
12, n. 39, 2018. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/994.
Acesso em: 2 mar. 2020.

PEREZ, E. Técnicas de massagens ocidental e oriental. São Paulo: Erica, 2014. recurso
online

PEREZ, E.; VASCONCELOS, M.G. Técnicas estéticas corporais. São Paulo: Erica, 2014.
recurso online

VERSAGI, C. M. Protocolos terapêuticos de massoterapia: técnicas passo a passo


para diversas condições clínicas. São Paulo: Manole, 2015. recurso online

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