Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ginecologia
• CÍCLICA
• ACÍCLICA
Dor localizada aos quadrantes inferiores do abdómen (infra-umbilical) com duração superior a 6 meses e com
intensidade suficiente para causar incapacidade funcional e/ou exigir tratamento médico ou cirúrgico.
PREVALÊNCIA - muito variável nas várias regiões do globo; estima-se entre 15 e 20% das mulheres
entre os 18 e os 50 anos têm queixas de dor pélvica crónica durante 1 ano ou mais.
Responsável por
10 % de todas as referenciações à Consulta de Ginecologia
40% das laparoscopias diagnósticas
20% das histerectomias
DOR PÉLVICA CRÓNICA
ETIOLOGIA
CAUSAS GINECOLÓGICAS DE DOR PÉLVICA CRÓNICA
Endometrite / salpingite crónica
Aderências pélvicas (DIP crónica, endometriose, status pós-cirúrgico, …)
Endometriose / Adenomiose
Neoplasias ginecológicas benignas (miomas, quistos anexiais, …)
Neoplasias ginecológicas malignas (c. ovário, c. endométrio, sarcoma uterino)
Síndrome de congestão pélvica (varicocelo pélvico)
Síndrome do ovário restante
Sinéquias intra-uterinas
Obstrução do fluxo menstrual (malformações uterinas, imperfuração himenial, estenose cervical, …)
Alterações da estática do pavimento pélvico (prolapso uterino, retroversão uterina acentuada)
DOR PÉLVICA CRÓNICA
ETIOLOGIA
CAUSAS NÃO GINECOLÓGICAS DE DOR PÉLVICA CRÓNICA
GASTROINTESTINAL UROLÓGICA NEUROLÓGICA
• Síndrome do colon irritável • Infeções urinárias recorrentes • Síndrome de compressão nervosa
• Doença inflamatória intestinal • Cistite intersticial • Infeção neurogénica crónica
• Diverticulite / Diverticulose • Divertículo / Pólipo uretral • Nevroma
• Cancro colorretal • Síndrome uretral crónico
• Doença celíaca • Neoplasia da bexiga
• Obstipação crónica grave
CARACTERIZAÇÃO DA DOR
• início
• localização / irradiação
• intensidade
• duração
• tipo
• sinais e sintomas associados
• fatores de alívio / agravamento
• Suspeição de malignidade.
DOR PÉLVICA CRÓNICA
TRATAMENTO
DOR PÉLVICA CRÓNICA DE CAUSA ESTRUTURAL
Tratamento dirigido ao fator causal
Médico (COC, análogos GnRH, SIU / implantes, antibióticos, AINE, …)
Cirúrgico (quistectomia, miomectomia, polipectomia, salpingectomia, lise de aderências, …)
Combinado
DEFINIÇÃO
Dor súbita, de instalação rápida, geralmente de elevada intensidade, duração variável, podendo regredir
de forma espontânea ou necessitar de tratamento imediato e que pode ser acompanhada de
- mecanismos reflexos nociceptivos: cardíacos, vasculares, nervosos, respiratórios, …
- sinais inflamatórios e/ou infeciosos; febre, leucocitose, elevação de PCR e VS, …
- estado de pré-choque ou choque
DOR PÉLVICA AGUDA
ETIOLOGIA
CAUSAS GINECOLÓGICAS DE DOR PÉLVICA AGUDA
DIP aguda / abcesso tubo-ovárico
Complicações de quisto do ovário: hemorragia, rotura
Complicações de endometriose: rotura de endometrioma
Torção de anexo com isquémia ou necrose
Complicação de mioma pediculado (sub-seroso / sub-mucoso): isquémia, necrose
Endometrite
Dismenorreia grave
Síndrome de Mittelschmerz
DOR PÉLVICA AGUDA
ETIOLOGIA
CAUSAS NÃO GINECOLÓGICAS DE DOR PÉLVICA AGUDA
OBSTÉTRICA UROLÓGICA GASTROINTESTINAL
• Rotura de gravidez ectópica • Litíase urinária • Gastroenterite
• Abortamento • Infeção aguda do trato urinário • Apendicite aguda
• Obstrução intestinal
• Perfuração ansa intestinal
• Diverticulite
• Doença Inflamatória Intestinal
OUTRAS MÚSCULO-ESQUELÉTICA
• Hérnia encarcerada • Osteíte do osso púbico
• Rotura de aneurisma • Fasceíte necrotizante
• Trombose da veia ovárica • Rotura muscular
• Tromboflebite pélvica
• Porfiria aguda
DOR PÉLVICA AGUDA
HISTÓRIA CLÍNICA - CARACTERIZAÇÃO DA DOR
data da última menstruação
obrigatório
Pré-choque
ESTABILIZAR A DOENTE
do ponto de vista
Hemodinâmico
Hidroeletrolítico
DOR PÉLVICA AGUDA
LOCALIZAÇÃO
peritoneal superficial
peritoneal profunda
ovárica (endometrioma)
miométrio (adenomiose)
extra-peritoneal
A ENDOMETRIOSE É
UMA DOENÇA
INFLAMATÓRIA
CRÓNICA
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
ETIOPATOGENIA – Desconhecida
No estado atual do conhecimento, apenas uma causa multifatorial pode explicar todos os tipos de endometriose
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
SINAIS E SINTOMAS
Dismenorreia
Dor pélvica crónica
Dispareunia profunda
Disquezia
Disúria
Dor abdominal / lombar
Dor inguinal
Dor pélvica com o exercício físico
Menstruações abundantes
Diarreia / obstipação
Náuseas e vómitos
Polaquiúria
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
SINAIS E SINTOMAS
Dismenorreia
Dor pélvica crónica
Dispareunia profunda
Disquezia
Cerca de 30%
Disúria das doentes com endometriose
são assintomáticas
Dor abdominal / lombar
Dor inguinal
Dor pélvica com o exercício físico
Menstruações abundantes
Diarreia / obstipação
Náuseas e vómitos
Polaquiúria
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
SINAIS E SINTOMAS
Dismenorreia (62%)
EXAME FÍSICO
Podem existir sinais físicos sugestivos de endometriose extra-pélvica a nível abdominal superior, pleuro-
pulmonar, pericárdico, vaginal ou em cicatrizes abdominais ou do períneo.
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
LAPAROSCOPIA – o meio de diagnóstico mais adequado e o único que pode dar um diagnóstico definitivo.
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
tubas colon
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
LAPAROSCOPIA – nódulos de endometriose, aderências entre várias estruturas pélvicas, alteração da arquitetura pélvica,
fenómenos de hipervascularização e inflamatórios marcados.
De referir o sangue no FSD e entre estruturas pélvicas e ansas intestinais proveniente da “menstruação” que decorre dos
focos de endometriose pélvicos que respondem às hormonas sistémicas tal como o endométrio eutópico.
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
DIAGNÓSTICO
Dado que a endometriose ativa depende da produção cíclica de hormonas ováricas, o bloqueio das mesmas é
considerado o suporte do tratamento médico da endometriose (atrofia do tecido endometrial).
Nas mulheres que estão a tentar engravidar, a medroxiprogesterona oral diária (em contínuo) é uma
opção a considerar, dado que não tem efeito contracetivo, embora com eficácia reduzida na dor.
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
ORIENTAÇÃO NÃO HORMONAL DA DOR
AINEs
Imunomoduladores
Dicloroacetato (DCA)
Canabinoides
Fisioterapia do pavimento pélvico
Acupunctura
Nanofármacos
Por vezes, na ausência de alternativas, a doente é submetida a HT+AB. No entanto, em algumas doentes a dor mantem-se!!!
DOR PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
ORIENTAÇÃO CIRÚRGICA
ORIENTAÇÃO DA INFERTILIDADE
MALIGNIZAÇÃO DE ENDOMETRIOMAS
ADENOMIOSE
DOR PÉLVICA
ADENOMIOSE
Esta doença surge, geralmente, em mulheres mais velhas do que as doentes com endometriose,
acima dos 35 anos, e é particularmente frequente nas multíparas.
ADENOMIOSE
DOR PÉLVICA
ADENOMIOSE
FATORES DE RISCO
multiparidade
abortamentos espontâneos ou induzidos
endometriose
curetagem endometrial
cirurgias intra-uterinas
parto prematuro
DOR PÉLVICA
ADENOMIOSE
SINAIS E SINTOMAS
Dismenorreia
Menstruações muito abundantes e/ou prolongadas (menorragias)
Distensão abdominal pré-menstrual
Dor pélvica crónica com exacerbação pré-menstrual
Sintomas de compressão de órgãos adjacentes (bexiga, intestino)
DOR PÉLVICA
ADENOMIOSE
SINAIS E SINTOMAS
Dismenorreia
Menstruações muito abundantes e/ou prolongadas (menorragias)
Distensão abdominal pré-menstrual
30-50% das doentes são assintomáticas
Dor pélvica crónica com exacerbação pré-menstrual
Sintomas de compressão de órgãos adjacentes (bexiga, intestino)
DOR PÉLVICA
ADENOMIOSE
EXAME GINECOLÓGICO
Inspeção – normal
Palpação bimanual – útero globoso e indolor, que se torna ainda mais volumoso e amolecido
quando em fase pré-menstrual (útero “em harmónio”)
Quando não acompanhada de endometriose pélvica, não existem outros sinais detetáveis ao
exame físico
DOR PÉLVICA
ADENOMIOSE
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
Infertilidade
Anemia crónica
DOR PÉLVICA
ADENOMIOSE
Agonistas da GnRH
Moduladores Seletivos da Progesterona (???)
Progestativos
COC
Beckmann and Ling´s Obstetrics and Gynecology, 8th edition, 2019. Ed: Robert Casanova. Lippincott
Williams and Wilkins.