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Sumário

1 Introdução...................................................................................................................1
2 Metodologia................................................................................................................2
3 Aspectos Teóricos......................................................................................................3
4 Apresentação de Dados...........................................................................................10
5 Discussão.................................................................................................................20
Conclusão....................................................................................................................21
Referências Bibliográficas...........................................................................................22
Anexo..........................................................................................................................23
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RELATÓRIO SOBRE ADOLESCÊNCIA

1 INTRODUÇÃO

Até o fim do século XX, não existia uma cultura adolescente, pois as crianças
eram incorporadas ao mundo do trabalho entre os sete anos e o início da
puberdade.

Com a Revolução Industrial no ocidente, tornou-se necessária uma maior


capacitação das pessoas e as crianças passaram a permanecer mais tempo nas
escolas, que foram se aprimorando e aumentando em número.

Este fato fez com que os adolescentes se incorporassem mais tardiamente ao


status adulto, surgindo um novo grupo, com hábitos, maneiras e problemas próprios.
Atualmente, devido ao grande número de pessoas que se encontram na
adolescência, há uma maior conscientização dos conflitos e desajustes dessa fase
do desenvolvimento.

O início e o fim da adolescência não são bem delimitados, variando de uma


pessoa para outra, não havendo nenhum tipo de delimitação ou coisa do tipo entre a
puberdade e a adolescência.

Devido as grandes mudanças presentes nesse período, tanto físicas quanto


psicológicas.Este período torna-se difícil de ser aceito tanto pelos jovens quanto
pelos seus então "cuidadores" (pais), e pela sociedade em geral, que ora cobram do
adolescente uma postura adulta, ora reforçam sua dependência, não permitindo que
busque sua identidade e sua independência, e criando um estado confusional.

Este é o momento do desabrochar da sexualidade a fase dos


descobrimentos, e uma maior compreensão dos adultos permitira que os
adolescentes lidassem com tal fase de maneira menos conflituosa, diminuindo a
ansiedade e os distúrbios característicos desta fase.A partir da observação desse
período de transição, sendo algo inegável e de grande relevância foi possível
desenvolver o titulo do trabalho.

Durante a execução e elaboração deste trabalho foi possível observar a


significativa importância do embasamento teórico e de sua aplicabilidade quando
colocado junto à prática.

O objetivo deste trabalho é traçar o perfil psicológico de um adolescente tendo


como voluntária Y.C.S., comprovando ou refutando a hipótese de que a adolescente
observada e entrevistada se encontra num período de transição e evolução antes
mencionado por Osório.
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2 METODOLOGIA

Sujeito: Para realização de tal estudo, como sujeito teve-se uma adolescente
do sexo feminino, filha única, nascida em Goiânia - Go, 15 anos, solteira, pesando
58 kg, medindo 1,65m e cursando a 7ª serie do ensino fundamental, no colégio pré-
universitário.

Mora com os avós e a mãe fato de que a mãe nunca apresentou seu pai.

Material: Foram utilizados durante os encontros com a adolescente


entrevistas semi-estruturados, papel com pauta para a confecção de redação, lápis e
caneta.

Procedimento: O primeiro contato foi feito na própria escola, pela a


coordenadora Clair cerca de uma semana antes do início das entrevistas.Foi
explicado à adolescente, de forma superficial, do que se tratava o trabalho, enviando
um oficio um aos seus responsáveis, para que também fossem informados do
objetivo do trabalho.

No primeiro encontro, foi explicado como aconteceria e como se


desenvolveria o trabalho e que sua finalidade era traçar o perfil do adolescente. Que
se tratava de um trabalho acadêmico, de base exploratória e que não se tratava de
nenhuma psicoterapia. Foi firmado que nossos encontros seriam duas vezes por
semana, cujo dia seria as segundas e quintas. Foi relatado o sigilo em relação à
identidade da adolescente e às informações que seriam obtidas.

No primeiro encontro onde foi firmado o contrato, mais uma vez ressaltando o
sigilo, ficou estabelecido o local das entrevistas que aconteceriam os encontros, o
horário e o tempo. A observadora e a entrevistadora foram bem recebidas, tanto
pela coordenação do colégio quanto pela própria adolescente que por sua vez
demonstrou grande interesse nas entrevistas.
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3 ASPECTOS TEÓRICOS

As mudanças corporais levam à aquisição de uma nova imagem corporal


definitiva e as mudanças psicológicas provocam a reestruturação da personalidade,
em direção à definição da identidade adulta.

Nem sempre o início da adolescência a coincide com o da puberdade; tanto


pode precede-la como o sucede-la. A puberdade se constitui nem fenômeno
universal, pelo qual passam todos os membros de nossa espécie, entre nove e
quatorze anos, independente de raça ou cultura (1999 p. 11).

Segundo Osório, a adolescência é uma etapa evolutiva do ser humano, na


qual ocorre um processo evolutivo dos aspectos biológicos, psicológico e sócio-
culturais conjuntamente, pois são indissociáveis.

A adolescência, embora seja um fenômeno igualmente universal, tem


características bastante peculiares conforme o ambiente sócio-cultural do indivíduo.
Portanto, determinar seu início é tarefa singularmente complexa e que não pode
apoiar-se apenas em certa constância dos elementos psicológicos, todos eles,
contudo, apontando na direção de um objetivo axial, que é o estabelecimento da
identidade pessoal (1999 p. 12).

A adolescência se caracteriza basicamente por uma série complementar de


perdas e aquisições: perda da bissexualidade infantil e a correspondente aquisição
da sexualidade adulta, perda do pressuposto de dependência infantil e aquisição da
autonomia adulta e também perda da comunicação ou linguagem infantil para
adquirir uma comunicação ou linguagem adulta (Osório, 1999, p. 18).

A adolescência é um complexo psicossocial, assentado em uma base


biológica, que se caracteriza por: 1) redefinição da imagem corporal mediante a
perda do corpo infantil e a aquisição do corpo adulto; 2) resolução do processo de
separação/individuação e substituição do vínculo de dependência simbiótica com os
pais da infância por relações objetais de autonomia plena; 3) elaboração de lutos
infantis; 4) definição de escolas de valores própria; 5) identidade no grupo de iguais;
6) enfrentamento/fuga na relação com geração anterior; 7) aceitação dos ritos de
iniciação para o ingresso ao status adulto; 8) assumência de funções ou papéis
sexuais de acordo com as inclinações pessoais, sejam homo ou heterossexuais
(Osório, 1999, p. 12).

A adolescência é uma crise vital como o são tantas outras ao longo da


evolução do indivíduo. Para melhor definir o sentido não patológico do termo,
Erikson chamou a adolescência de "crise normativa", isto é, momento evolutivo
assinalado por um processo normativo, de organização ou estruturação do indivíduo
(Osório, 1999, p. 14).

Para Osório (1999), o crescimento da população jovem mundial no período


pós-guerra e a ampliação da faixa etária com as características da adolescência são
responsáveis pelo interesse universal do estudo a adolescência (1999 p. 13).
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Concluindo, Osório discrimina alguns elementos que assim assinalam o


término da adolescência, que são: 1) aquisição de uma identidade sexual e a
possibilidade de estabelecer relações afetivas estáveis; 2) capacidade de assumir
compromissos profissionais e manter-se financeiramente; 3) aquisição de uma
"moral própria" e 4) relação de reciprocidade com a geração precedente (sobretudo
com os pais) (199, p13).

Por tanto, o conceito de transformação permite manter, simultaneamente, a


idéia de uma certa estabilidade, de uma certa continuidade com o passado e de uma
certa novidade, de uma certa mudança. Os processos psicológicos da adolescência
não são uma mera extensão para cima dos da infância. Mas tampouco são umas
novidades absolutas, umas criações "ex-novo". Nesse sentido, o que ocorre ao
adolescente não difere, radicalmente, do que ocorrem em outras etapas de transição
da vida humana (Coll, Palácios & Marchesi, 1995, p. 271).

Para Freud, a estruturação da personalidade adulta é uma decorrência do


desenvolvimento da sexualidade durante a infância, que ocorre através de três
estágios: a fase oral, a fase anal e a fase fálica. Depois ocorre um período de
latência, em que a libido é dirigida às relações sociais, e em seguida há a fase
genital, na qual se nota a eclosão dos impulsos sexuais que capacitam os jovens à
reprodução (Blos, 1995, p. 10).

Durante a adolescência, ocorre o renascimento do complexo de Édipo, sendo


necessário que o adolescente renuncie aos pais edípicos fazendo o trabalho de luto
que propicia a separação dos pais da infância. Se este adolescente não elaborou o
complexo de Épido durante a fase fálica, fazendo a identificação com o genitor de
mesmo sexo, ele pode vir a ter dificuldades em assumir plenamente sua sexualidade
adulta que pressupõe a passagem da bissexualidade infantil à heterossexualidade,
ou seja, do amor narcíseo ao amor objetal (Blos, 1995, p. 32).

A adolescência é um momento crucial na vida humana, decisiva no processo


de desprendimento que se iniciou com o nascimento, segundo Aberastury. Por um
lado há o desejo de ingressar no mundo adulto, por outro, há o temor da perda
definitiva da condição infantil. A flutuação entre a dependência e a independência
implica em contradições, confusão, ambivalência e conflitos interno, com o meio
familiar e social. Só a maturidade tornará possível à independência dentro de um
limite de necessária dependência (Aberastury, 1992, p. 13).

Com a aceitação das mudanças corporais surge sua nova identidade, após
um longo processo que pressupõe o luto pela perda da identidade infantil. A
adolescente precisa ainda elaborar a perda dos pais da infância, que deixam de
idolatrar, vendo-os como pessoas normais (Aberastury, 1992, p. 15).

As modificações corporais incontroláveis exigem que o adolescente faça o


luto pela perda do corpo de criança, ao mesmo tempo em que deve aceitar o
surgimento dos caracteres sexuais secundários, assim como a menarca na menina
e a primeira ejaculação no menino, que indicam que ele deve assumir um papel
junto ao parceiro e em relação à procriação (Aberastury, 1992, p. 14).
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Este processo faz parte da ambivalência dual, pois também os pais enfrentam
a necessidade de elaborar os lutos pelos filhos pelo corpo do filho pequeno, pela
identidade de criança e pela relação de dependência infantil, desprendendo-se do
filho criança e relacionando-se com o filho adulto. Além disso, ao acompanhar o filho
adolescente, os pais revivem sua própria adolescência, vindo à tona suas
frustrações, o que pode interferir inconscientemente nas escolhas profissionais e
amorosas de seus filhos ocorrendo brigas e conflitos entre pais e filhos (Aberastury,
1992, p. 15).

Este é um momento de muitas mudanças e, conseqüentemente, conflitos,


havendo a necessidade de fazer lutos e de lidar com a ambivalência entre o
desprender-se e o continuar ligado, e tudo isto leva o adolescente a se isolar e
refugiar-se na fantasia, no mundo interno, havendo aumento da onipotência
narcisista, prescindindo do externo. Ocorre fisicamente uma grande descarga de
energia para a elaboração destes processos, o que leva o jovem a sentir muito sono,
sendo tachado de preguiçoso (Aberastury, 1992, p. 18).

Os confrontos da juventude com a sociedade se devem a não aceitação do


mundo que está aí, cheio de violência e que teve suas necessidades sexuais bem
satisfeitas na infância, terá uma atitude mais livre frente ao sexo (1992 p.
18).Destruição, despertando-lhes o desejo de se rebelar e fazer uma revolução que
transforme este mundo de tal forma que o torne agradável de se viver (Aberastury,
1992, p. 19).

O adolescente, segundo Aberastury, desconfia dos pais e do mundo em geral,


rejeitando a realidade. As mudanças de humor são repentinas havendo crises de
susceptibilidade e de ciúmes. A estabilidade afetiva e a soma de gratificações e
frustrações dos primeiros anos de vida vão determinar a intensidade e a gravidade
dos conflitos.

Os conflitos surgem também devido à intolerância dos adultos em relação às


mudanças pelos quais os jovens estão passando. Ao mesmo tempo em que se
cobra deles que definam sua vocação, reprimem suas primeiras tentativas desta
vocação. A incompreensão frente à mudança leva os pais à coação, restringindo o
dinheiro e a liberdade, através do controle de saídas e horários (Aberastury, 1992, p.
20).

Para Aberastury, a adolescência é um momento crucial na vida do homem e


precisa de uma liberdade adequada, com a segurança de normas que lhe possam ir
ajudando a adaptar-se às suas necessidades ou a modifica-las, sem entrar em
conflitos graves consigo mesmo, com seu ambiente e com a sociedade (1992 p. 22).

Segundo Knobel, o período da adolescência, ou melhor, este período da vida,


como todo fenômeno humano tem sua exteriorização característica dentro do marco
cultural-social no qual se desenvolve. Deve-se considerar a adolescência como um
fenômeno específico dentro de toda a história do desenvolvimento do ser humano,
e, por outro lado, estudar a sua expressão circunstancial de caráter geográfico e
temporal histórico-social. (1992, p. 24) Atrás dessa expressão sócio-cultural existe
um embasamento psicobiológico que lhe dá características universais (1992 p. 25).
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A estabilização da personalidade não se consegue sem passar por um certo


grau de conduta patológica que, devemos considerar inerente à evolução normal,
desta etapa da vida. A normalidade se estabelece sobre as pautas de adaptação ao
meio, e que não significa submetimento ao mesmo, mas a capacidade de utilizar os
dispositivos existentes para o alcance das satisfações básicas do indivíduo, numa
interação permanente que procura modificar o desagradável ou o útil através do
alcance de substituições para o indivíduo e para a comunidade (Knobel, 1992, p.
27).

O adolescente passa por desequilíbrios e instabilidades extremas de acordo


com o que conhecemos dele. Em nosso meio cultural, mostra-nos períodos de
elação, de intraversão, alternando com audácia, timidez, descoordenação, urgência,
desinteresse ou apatia, que se sucedem ou são concomitantes com conflitos
efetivos, crises religiosas nas quais se pode oscilar do ateísmo, anárquico ou
misticismo fervoroso, intelectualizações e postulações filosóficas, ascetismo,
condutas sexuais dirigidas para o heteroerotismo e até a homossexualidade
ocasional. Tudo isto foi chamado, por Knobel, de entidade semipatológica de "uma
síndrome normal da adolescência" (Knobel, 1992, p. 28).

De acordo com Knobel, devemos estar capacitados para observar a conduta


juvenil como algo que aparentemente é seminormal ou semipatológico, mas que,
entretanto esta maneira de encarar o problema permite aceitar os desajustes e
desencontros, valoriza-los com maior correção e utilizar o impacto de gerações, não
como fonte de conflitos negativos, mas como um encontro inquietante que facilite o
desenvolvimento da humanidade (Knobel, 1992, p. 29).

Sintetizando as características da adolescência, podemos descrever a


seguinte sintomatologia que integraria esta síndrome: 1) busca de si mesmo e da
identidade; 2) tendência grupal; 3) necessidade de intelectualizar e fantasiar; 4)
crises religiosas; 5) deslocalização temporal, onde o pensamento adquire as
características de pensamento primário; 6) evolução sexual manifesta, que vai do
auto-erotismo até a heterossexualidade genital adulta; 7) atitude social
reivindicatória com tendência anti ou associais de diversa intensidade; 8)
contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta, dominada pela
ação, que constitui a forma de expressão conceitual mais típica deste período de
vida; 9) uma separação progressiva dos pais; e 10) constantes flutuações de humor
e do estado de ânimo (Knobel, 1992, p. 29).

A conseqüência final da adolescência seria um conhecimento do si mesmo


como entidade biológica no mundo, o todo biopsicossocial de cada "ser" nesse
momento da vida. Ao conceito do self como entidade psicológica, une-se o
conhecimento do substrato físico e biológico da personalidade. O corpo e o
esquema corporal são duas variáveis intimamente inter-relacionadas que não devem
desconhecer-se na equação do processo de definição de si mesmo e da identidade
(Knobel, 1992, p. 30).

O esquema corporal é a representação mental que o sujeito tem de seu


próprio corpo como conseqüência de suas experiências em contínua evolução.
Deste modo, é de fundamental importância como está a elaboração dos lutos,
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especialmente o luto pelo corpo infantil, como o adolescente aceita todas as


mudanças que vêm sendo trazidas com o processo puberal (Knobel, 1992, p. 31).

No momento da busca pela identidade, o adolescente procura um ideal para


ser seguido, inicialmente diferente dos pais, mas em virtude de todos os conteúdos
que foram fornecidos desde a infância por estes pais, o jovem acaba pôr carregar
muitos traços conseguidos com os pais. É comum, também, que sejam adotados
identidades transitórias ou passageiras; identidades ocasionais, que surgem frente a
uma situação nova e as identidades circunstanciais, que são adotadas conforme o
ambiente em que o adolescente esteja presente (Knobel, 1992, p. 33).

Na busca da identidade adolescente, o indivíduo, recorre como


comportamento defensivo à busca de uniformidade que pode proporcionar
segurança e estima pessoal (Knobel, 1992, p. 36). Esta tendência a fazer parte de
um ou mais grupos, leva o adolescente a mostrar uma extrema necessidade de ser
aceito pelo grupo, e quando isso não acontece o indivíduo é tomado de uma imensa
frustração.

Depois de passar pela experiência grupal, o indivíduo poderá começar a


separar-se da turma e assumir a sua identidade adulta. (Knobel, 1992, p. 37).

A necessidade de intelectualizar e fantasiar acontece como uma das formas


típicas do pensamento do adolescente para compensar as perdas que ocorrem
dentro de si mesmo e que não pode evitar, servem como mecanismos defensivos
frente a estas situações. (Knobel, 1992, p. 39).

A intelectualizarão e o ascetismo é manifestações típicas de defesa do


adolescente. A fuga para o mundo interior permite um reajustamento interno. (Anna
Freud, 1969, p. 20).

O adolescente apresenta extrema ambivalência, até mesmo em sua


religiosidade, indo de um ateu exacerbado a um místico fervoroso. Isto concorda
com toda a situação mutável e flutuante do seu mundo interno, trata-se de tentativas
de soluções da angústia que vive o ego na sua busca de identificações positivas e
do confronto como fenômeno da morte definitiva de uma parte do seu ego corporal
(Knobel, 1992, p. 40).

O adolescente vive uma certa deslocalização temporal, converte o tempo em


presente e ativo, numa tentativa de maneja-lo (Knobel, 1992, p. 41). Knobel
considera que durante a adolescência a dimensão temporal vai adquirindo
lentamente características discriminativas; dificuldades para diferenciar externo-
interno, adulto-infantil, presente-passado-futuro (1992 p. 42).

A noção temporal do adolescente é de características fundamentalmente


corporais ou rítmicas, ou seja, baseadas no tempo de comer, no de defecar, no de
brincar, no de dormir, no de estudar; denominado de tempo vivencial ou
experimental (Knobel, 1992, p. 43).

A sexualidade, que atinge seu clímax na adolescência, já está presente como


já foi dito desde a infância. No período da adolescência, ela começa através do auto-
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erotismo, que é a masturbação e a manipulação da genitália, e conclui na


heterossexualidade, primeiramente como atividade lúdica e exploratória, para depois
assumir uma postura procriatória (Knobel, 1992, p. 44).

É normal que, na adolescência, apareçam períodos de predomínio de


aspectos femininos no rapaz e masculinos na moça. É preciso ter sempre presente o
conceito de bissexualidade e aceitar que a posição heterossexual adulta exige um
processo de flutuações e aprendizagem em ambos os papéis (Knobel, 1992, p. 48).

A constelação familiar é a primeira expressão da sociedade que influi e


determina grande parte da conduta dos adolescentes. As primeiras identificações
são as que se fazem com as figuras parentais, mas não há dúvida de que o meio em
eu vive determinará novas possibilidades de identificação (Knobel, 1992, p. 51).

Os "ritos de iniciação" tendem a mudar de sociedade para sociedade, mas a


base é sempre a rivalidade dos adolescentes com seus pais, principalmente com os
do mesmo sexo. A sociedade é a que se encarrega do conflito edípico e tende a
impor a sua solução, às vezes de maneira cruel (Knobel, 1992, p. 52).

Segundo Knobel, a sociedade, mesmo manejada de diferentes maneiras e


com diferentes critérios sócio-econômicos, impõe restrições à vida do adolescente. E
em resposta a isso o jovem acaba por se voltar contra essa sociedade, que é
chamado de atitude social reivindicatória. Sendo que essas atitudes são a
concretizações de algo que já aconteceu ao nível de pensamento (1992 p. 53).

A conduta do adolescente está dominada pela ação, que constitui o modo de


expressão mais típica nestes momentos da vida, em que até o pensamento precisa
tornar-se ação para poder ser controlado. O adolescente não pode manter uma linha
de conduta rígida, permanente e absoluta, ainda que muitas vezes o pretenda ou
procure (Knobel, 1992, p. 55).

A personalidade do adolescente é uma personalidade na qual os processos


de projeção e introjeção são intensos, variáveis e freqüentes, isto faz com que não
possa ter uma linha de conduta determinada, o que já indicaria uma alteração da
personalidade do adolescente. É por isso que é falada de uma "normal
anormalidade", de uma instabilidade permanente o adolescente (Knobel, 1992, p.
55).

Uma das tarefas bacias concomitantes à identidade do adolescente é a de ir


separando-se dos pais. Muitas vezes os pais passam a negar o crescimento de seus
filhos, e estes acabam por se sentirem perseguidos pr esses pais. Quando a figura
dos pais possui papéis bem definidos, numa união amorosa e criativa, a cena
primária diminui seus aspectos persecutórios e se converte no modelo do vínculo
genital que o adolescente procurará realmente (Knobel, 1999, p. 56).

As mudanças de humor são típicas da adolescência e é preciso entende-las


sobre a base do mecanismo de projeção e de luto pela perda de objetos; ao
falharem estas tentativas de elaboração, tais mudanças de humor podem aparecer
como microcrises maníaco-depressivas (Knobel, 1992, p. 58).
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Somente quando o mundo adulto compreende adequadamente e facilita a


tarefa evolutiva do adolescente, que este poderá desempenhar-se correta e
satisfatoriamente, gozar de sua identidade, de todas as suas situações, para
elaborar uma personalidade mais sadia e feliz (Knobel, 1992, p. 59).

Segundo Aberastury é na busca de identidade que aparecem patologias que


podem confundir habitualmente uma crise com um quadro psicopático.
Especialmente quando surgem determinadas defesas utilizadas para iludir a
depressão, assim como a má-fé, a impostura, as identificações projetivas em massa,
a dupla personalidade e as crises de despersonificação, as quais, quando se
consegue elaborar os lutos, resultam passageiras. O psicopata fracassa na
elaboração do luto e não chega à identidade adulta, manifestando muitos destes
sintomas sem modificação (1992 p. 66).

O adolescente é um ser humano que quebram em grande parte as suas


conexões com o mundo externo, uma das manifestações da sua crise de
crescimento é o afastamento do mundo para se refugiar num mundo interno que é
seguro e conhecido (Aberastury, 1992, p. 69). O adolescente, para Aberastury,
precisa estar só e desdobrar-se em seu mundo interno, sendo isto necessário para
agir no mundo exterior (1992 p. 70).

Para Piaget, o inicio da adolescência é caracterizado pela transição de


operações concretas de meados da meninice para o pensamento operacional.
(p.528).

A utilização da palavra e do pensamento com preparativos para a ação é uma


característica do adolescente, ele pensa e fala muito mais do que age, acredita na
comunicação verbal e precisa dela. Frustra-se quando não é escutado e
compreendido.

Mesmo tendo utilizado e apoiado todo o trabalho segundo as teorias de A.


Aberastury e M. Knobel em seu livro "Adolescência normal", será exposto, como
forma de complemento, uma visão sócio-histórica de adolescência.
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4 APRESENTAÇÃO DE DADOS

4.1 Contato

A adolescente foi indicada por Clair coordenadora do colégio pré-universitário


por encaixar-se no perfil desejado. A coordenadora passou os dados da
adolescente.

A observadora e a entrevistadora entraram em contato com a coordenadora,


e pediu que entregasse o oficio ao responsável da adolescente, quando a mesma se
dispôs a entregar. Antes identificamos falando nosso nome que era estudante de
psicologia que estava fazendo um trabalho onde ocorreria entrevista de base
exploratório onde seriam discutidos alguns aspectos do cotidiano da adolescência. A
observadora e a entrevistadora falaram com a adolescente e explicamos como seria
o procedimento das entrevistas, ciente de algumas coisas porque a coordenadora
havia comentado e a adolescente começou a falar que queria muito fazer as
entrevistas e que se a entrevistadora e a observadora quisesse poderia ser todo dia
que ela estava disposta. A entrevistadora repetiu o intuito do trabalho ressaltando
que seria de grande ajuda para seus trabalhos acadêmicos.

A entrevistadora perguntou para a adolescente M.F. O se ela estava


disponível na quinta feira dia 10 de Outubro, a adolescente falou que sim que
poderia ser às 16:40hs .

Finalizando a observadora agradeceu e confirmou a presença no dia e hora


marcados.

A observadora e a entrevistadora chegando no local data e horário marcado


foi atendida pela coordenadora do colégio e encaminhada a adolescente, a
observadora falou que primeiramente gostaria de conversar com a adolescente em
particular então sentaram em um banco que havia no pátio do colégio. A
observadora falou que gostaria de explicar os objetivos do trabalho que era
constituído de algumas entrevistas sobre o cotidiano da adolescente, ressaltou que
não seria nenhum tipo de terapia, nem estudo de personalidade apenas será
observado o perfil adolescente que o trabalho é muito ético onde haverá sigilo
sabendo somente a observadora, a entrevistadora e sua professora. A adolescente
perguntou se seria dito alguma coisa para sua mãe e então a observadora ressaltou
mais uma vez que haverá sigilo total que ela poderia ficar tranqüila que inclusive seu
nome não seria dito que se ela quisesse poderia escolher um pseudônimo, ela
gostou da idéia e ficou de pensar em alguma coisa.

Também foi dito que deveria haver um local apropriado para se ocorrer as
entrevistas, um local onde não seriam incomodadas, mas que não fosse totalmente
fechado. A adolescente perguntou se poderia ser em alguma sala-de-aula e se o
local estava bom e a observadora achou que sim. A observadora ressaltou que será
necessária sempre à presença da entrevistadora e a adolescente.
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Nós passamos também o numero de nosso telefone e pegamos o telefone da


adolescente para qualquer eventualidade, foi dito também que esse trabalho tem
data para ser entregue e que por isso precisa da colaboração para que tudo ocorra
no tempo determinado porque se ocorrer duas faltas seguidas sem aviso implicarão
no desligamento da mesma, a observadora perguntou se havia alguma duvida.

4.2 Primeira Entrevista: Escolaridade/Atualidades

A adolescente M.F. O faz a 7ª série do ensino fundamental, estuda há dois


anos no colégio da rede estadual de ensino. O colégio foi escolhido pela mãe por ser
próximo de sua casa e ter parentes na mesma. M.F.O, aprovou a escolha da mãe
por achar que o colégio é muito bom, relata que não gostaria de mudar, pois esse
colégio é o melhor que ela já estudou, visto que o anterior que também era estadual
deixava a desejar em muitos aspectos, como por exemplo, os professores eram
todos "chatos", gostavam de cobrar muito e não ensinavam direito.

M.F.O, descreve sua sala com muito entusiasmo, falando que as maiorias dos
colegas são muito legais, são muito unidos, sempre fazem festinhas estão sempre
se encontrando fora da escola, apenas ressalta que tem quatro colegas que não se
"misturam" vivem em uma "panelinha" mas que mesmo assim elas são "gente boa"
ou seja, sempre que conversam demonstram atenção e principalmente "não se
acham as gostosas, são de boa".

A adolescente revela gostar de se se sentar no "fundão", e agora porque


descobriu ser melhor local da sala. Quando indagada do motivo de tal lugar ser o
melhor, a adolescente cai na risada e posteriormente fala que no "fundão só tem
bagunça" e que só ela de menina senta-se lá e que os meninos vivem à sua volta,
mas ressalta que não há nenhum interesse nem por parte dela nem pelos garotos,
diz que algumas colegas sentem inveja da sua relação com os meninos, e
novamente diz que é só amizade que não se interessa por nenhum deles por já ter
namorado que por sinal não estuda na escola. M.F.O. diz ter percebido que as
colegas sentem inveja, mas não sabe explicar como isso ficou visível, mas que tem
certeza, apesar de que ninguém comentou nada até hoje e confessa que até gosta
de tal relação.

Mesmo sentando-se no fundão longe das meninas a adolescente tem mais


afinidade com uma colega chamada Lice que se senta na primeira carteira bem no
meio da sala, M.F.O.diz que jamais conseguiria sentar-se no lugar da colega, por ser
muito parado e os professores ficarem perto demais.

O relacionamento com os professores é razoável. A professora predileta se


chama Edilene dá aulas de Português, ela tem um estilo jovial tem mais ou menos
uns 25 anos, segundo a adolescente é muito atenciosa e se preocupa com os
alunos, fala tudo abertamente sobre diversas questões, como, por exemplo, drogas,
sexo, festas, diversões em geral e também dá liberdade para que os alunos falem. A
adolescente diz não gostar somente da professora de Inglês Maria por ser mal
educada, antiquada e também muito exigente, fala que se fosse permitido a
professora faria uso da palmatória. Conclui dizendo que tal professora não evoluiu
vive no século passado.
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A adolescente não tem tempo certo para estudar, estuda mais nas vésperas
das provas, não costuma colar nas provas por ter muito medo, mas confessa que já
colou uma vez, mas ficou com muito medo de ser pega, então não cola. Em casa
estuda sentada no sofá e ouvindo som bem alto, foi reprovada na segunda série,
mas confessa que foi erro da professora, pois mais da metade da sala foi reprovada,
mas a considera-se uma boa aluna.

Na parte da tarde a adolescente divide seu tempo entre a televisão e as


intermináveis conversas com as colegas na maioria por telefone.

M.F.O quer se formar em veterinária, mas não pensa muito nisso acha que
ainda demora muito e tem outras coisas mais importantes para pensar no momento
como, por exemplo, em seu namorado e suas amigas.

Com relação à vida escolar a adolescente diz não sofrer nenhum tipo de
pressão, sua mãe que é responsável fala que ela que tem que cuidar do futuro
sendo assim cada um cuida de si. Já seus avos não falam nada porque não se
impor
Fez vários cursos profissionalizantes, mas demonstra vontade de ter aulas de violão,
porque adoro musicas e participa da banda de fanfarra do colégio.

Sobre política a adolescente diz não entender e prefere não pensar muito, por
achar muito chato e coisa de "velho", apenas relatou que o primeiro passo para
mudar a situação dos pais é acabando com a violência e aumentando a educação,
mas, no entanto não tem a nenhuma noção de como fazer isso.Na opinião de
M.F.O. os políticos são todos iguais e não consegue ver qualidades em nenhum
deles.

A respeito do aborto a adolescente diz ser a favor em alguns casos como


estupro e quando a mãe for muito nova, porque se não irá destruir sua vida.
Também fala que se hoje ficasse grávida faria sim o aborto e não sentiria nenhum
tipo de remorso e que só é contra se a mulher tiver todas as condições e mesmo
assim deixar de ter esse filho, já que existe tanto método de evita-lo. A adolescente
conhece uma colega que já fez aborto e que não aconteceu nada, mas não sabe
maiores detalhes.

M.F.O, diz que não pretende tirar titulo eleitoral aos 16 anos acha ridículo ir
votar e depois descobrir que ajudou a colocar um ladrão no poder, acha que isso
não vai mudar enquanto o mundo não for destruído e construído novamente com
outros aspectos.A CNH (CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇAO) deve continuar
sendo tirada aos 18 anos porque os adolescentes andam muito "loucos", usando
drogas, bebendo, enfim fazendo besteiras e que com um carro na mão seria muito
pior.

Na opinião da adolescente a crescente onda de pornografia, de prostituição e


de violência em geral é fruto da grande importância que a mídia dá a esses
assuntos, pois tudo que passa muito na televisão é copiado pelas pessoas e para
que se resolva isso deve ser proibido que seja noticiada esses assuntos.
13

M.O.F, diz que os responsáveis por todo esse caos são os governantes que
só pensam em si mesmos, e não querem mudar nada.

A adolescente vê a sua classe muito dividida, de um lado aqueles


adolescentes que só querem viver o seu momento no seu "mundinho", de outro lado
àqueles que só querem usar drogas e esquecer do resto e de todos, e ainda por
outro lado esses a minoria os que estão "lutando" para um dia serem pessoas de
respeito e honradas e nesse instante M.F.O., se inclui nesse grupo que esta lutando
para melhorar.

4.3 Segunda Entrevista: Lazer

A adolescente M.F. O, revela que seu lazer predileto é a companhia do


namorado e das amigas, quando eles freqüentam o cinema ou qualquer outro lugar
que esteja na companhia dele.

Referindo-se ao cinema como algo muito emocionante, a adolescente fala


que não se interessa por assistir filmes em casa no vídeo, diz faltar o melhor do filme
que é a emoção de todo som acústico, as luzes apagadas, a pipoca, o frio do ar
condicionado, as poltronas confortáveis, enfim tudo que faz parte do espaço físico
do cinema.

Gosta de freqüentar o cinema qualquer dia, mas principalmente aos fins de


semana por ser cheio de gente, e M.F. O, diz gostar de estar em ambientes com
muita gente. Geralmente vai ao cinema com o namorado ou então com as amigas.
A adolescente gosta de comedias românticas, por ser engraçado e também conter
histórias que têm um fundo emocional.O ator predileto é Leonardo di Caprio, por ser
segunda o adolescente muito bom como profissional e principalmente
"maravilhoso".Por conseqüência ela diz que o filme predileto é Titanic, fala mais
ainda, que podem ser feitos bons filmes, mas que nunca vão reunir tantas
qualidades em um só. Na opinião da adolescente essas qualidades são; um lindo
romance que sobreviveu ao tempo, atores maravilhosos, história real acompanhada
de aventuras e grandes emoções.

A respeito de leitura M.F.O. é bem direta a principio por já dizer que não gosta
de ler e só o faz quando a mesma é obrigada por algum professor de português,
acha muito "chato" ficar lendo e ainda que a leitura lhe dá sono e sempre dorme em
cima dos livros.Falando de leitura de jornais e revista a adolescente se anima um
pouco, e fala gostar de ler o resumo das novelas e as noticias sobre os artistas, que
as outras reportagens são um "saco" e muito desinteressantes por se tratar de
assuntos que todos já estão cansados de saber, como violência e roubos. A
entrevistadora perguntou se na opinião dela deve-se ignorar tais situações por
serem desagradáveis. E então ela diz que não, mas que não precisa ficar lembrando
o tempo todo, porque "coisa ruim atrai coisa pior".

Mostrou ser bem eclética na questão dos tipos de músicas, não restringindo
nenhum estilo colocando qualidades em todas. A entrevistada houve musica o
tempo todo dorme com o som ligado só o desliga quando sai ou esta vendo
televisão.
14
15

Na companhia das amigas a adolescente já foi a um show, de Kelly key que


são uns dos seus ídolos, mas sonha muito de ver os cantores pessoalmente, fala
que um dia vai conseguir nem que seja quando estiver "velhinha". Ver Sandy e
Junior que sua maior loucura. A entrevistadora perguntou porque esses cantores
são tão bons e a adolescente diz "eles são tudo de bom, de maravilhosos, são
lindos, e cantam de uma maneira diferente sei lá como é, são totalmente
inexplicáveis, eles não existem".

M.F.O. assisti televisão várias horas por dia, vendo sempre todas as novelas.
Não sabe ao certo o tempo que fica em frente da telinha, mas diz ser muito tempo.
Acha as novelas interessantes por contar histórias de vida diferentes das que esta
acostumada a saber.

Nos domingos a adolescente revela gostar de ver o programa do Gugu ,por


não ter nada de mais interessante. Acha televisão aos domingos desinteressantes
pela falta das novelas. O ator que mais gosta se chama Dado Dolabela e o que
menos gosta é o ator que faz o papel do marido da Raquel em mulheres
apaixonadas, chamado na ficção de Marcos, a adolescente ressalta que não é só
pelo seu papel, mas por ser um péssimo ator.

A adolescente sempre sonhou com uma festa de 15 anos, com a valsa das
quinze amigas, o vestido de debutante enfim tudo de tradicional, mas fala que sua
mãe não tem condições. Seus avos não gostam que ela freqüente festas até altas
horas, no máximo até meia noite tem que estar em casa.Também diz que não
deixam ir a festa sozinha com o namorado, sempre tem que ter uma amiga ou prima
junta.

Nessas saídas a entrevistada relata ter "pago o maior mico" que foi cair na
rua perto de muitos garotos e diz que queria desaparecer.

A adolescente diz não ter nenhum vício. M.F.O diz ter muita vontade de ter
uma tatuagem, mas que tem medo de arrepender. Pratica esporte vôlei há sete anos
e adoro pretende jogar no grupo de treinamento do jóquei. A adolescente diz ter
muita admiração por futebol, apenas na copa. A respeito de gangues a adolescente
é bem incisiva ao dizer que todos deveriam ser presos mesmo que os tais sejam
menores de idade.Mais ainda fala que quando esses "delinqüentes" picharem os
muros ou cometer qualquer ato de violência deveriam ser obrigados a prestar
serviços sociais, que devem ser bem duros.

Sobre diário e agenda, a adolescente tem agenda e não diário. Na casa da


adolescente tem computador, mas ela não tem muito contato atualmente por que ela
fala que não tem muita graça, e na internet isso apenas para pesquisar e não gosta
de bate-papo.

A adolescente tem coleção de cartões telefônicos e selos. Para fazer compras


a adolescente não tem muita paciência, prefere que os outros comprem suas roupas
a sua mãe de preferência.
16

A entrevistada fala que a mãe é ótima para escolher roupas, fala que quando
por acaso ela mesma compra as roupas, acaba não gostando tanto quanto daquelas
que a mãe comprou.Gosta de se vestir bem básica de calça jeans e blusinhas. Não
tem nenhuma restrição do tipo de roupa, por parte dos responsáveis, ate porque
nunca usou nada ousado que merecesse desaprovação, não gosta de nada que
esteja muito diferente dos outros. Os adereços são muito importantes para a
adolescente que revela ter muitos brincos, colares, pulseiras, anéis, "não gosto de
sair sem meus bijus, sinto que estou pelada". A adolescente não ganha mesada,
mas acha que não precisa porque sua mãe da quase tudo que quer.

Quando a entrevistadora perguntou sobre corpo, a adolescente foi bem


incisiva ao dizer que esta ótima, e que gostaria apenas de perder um pouco de
barriga.

4.4 Terceira Entrevista: Amizade

A adolescente diz tem muitas amizades, principalmente no colégio e na rua


de casa. A melhor amiga se chama Lice estuda em sua classe, mas não sentam-se
juntas e Rayssa e sua vizinha desde pequena.

M.O.F acha que não causou nenhuma decepção a nenhuma amiga.


Considera-se uma boa amiga porque sempre que os amigos necessitam podem
contar com ela para conversar sobre tudo que precisarem.

A adolescente tem duas turmas a da escola e a da rua de casa, mas prefere o


pessoal da escola por estar sempre em mais contato com eles, vêm-se todos os
dias.

Os amigos (homens) da escola às vezes desagradam M.O.F, quando ficam


falando que mal de alguma garota, falando de uma maneira vulgar.

A adolescente acha que os colegas vêm ela como uma pessoa muita
engraçada e "gente boa", sempre esta de bem com a vida.

A respeito dos pais dos amigos a adolescente diz conhecer os pais da Lice,
eles são muito educados e a tratam muito bem.Também conhece os pais da Rayssa
amiga que mora na mesma rua, os pais da amiga são amigos de seus avós, e
sempre a trataram muito bem.

No grupo de amigos a adolescente diz que ela mesma é sempre o centro das
atenções, sente-se muito bem com isso porque quando ela chega todos fica a sua
volta.

A adolescente não gosta de emprestar nada para as amigas, nem para


ninguém "minhas coisas são só minhas", e também não pega nada emprestado.
Alias empresta somente seus cds, mas confessa morrer de ciúmes.
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4.5 Quarta Entrevista: Namoro

Para M.O.F, namoro é algo muito importante e legal. A adolescente define


namoro como algo muito importante na vida de todos, por ser a realização de
compartilhar todas as alegrias, os problemas, "é poder contar com uma pessoa
especial nos momentos difíceis".

A adolescente diz estar nesse momento apaixonada pelo namorado e tem


certeza que tal sentimento é compartilhado.Antes do atual namorado a adolescente
não teve outros namorados, mas afirma ter gostado de outros garotos. As outras
"paixões" não foram muito importantes, por ter sido há muito tempo atrás e M.O.F
nem se lembrar direito.

O namoro da adolescente é de suma importância em sua vida.Ela afirma que


não saberia viver sem o namorado, fala mais, que faria qualquer coisa por ele.

O namoro da adolescente começou há oito meses atrás, conheceu o garoto


que é oito anos mais velho, na porta do colégio, quem, apresentou foi Lice. A
adolescente disse que no mesmo dia começou uma paquera, e então eles ficaram
no mesmo dia. No mesmo dia o garoto chamou a adolescente para namorar, ela
então aceitou, mas, no entanto namoram escondidos, porque as irmãs não iriam
permitir que M.O.F, namorasse porque elas só puderam começar a namorar aos 16
anos (a adolescente não se mostra descontente por não poder namorar todos
sabendo, muito pelo contrario em alguns momentos fala que assim pode ficar mais à
vontade).

A adolescente sente-se muito apaixonada pelo namorado e confirma que tal


sentimento é recíproco. O que mais atrai a adolescente ao namorado é o "jeitão"
nada convencional, "ele é diferente, não é igual a todo mundo que se vê, usa
percing, tem tatuagem, usa roupas largas, esta deixando o cabelo crescer, ele é
lindo".

Na opinião da adolescente o que mais atraiu ela ao namorado foi seu jeito
brincalhão e seus olhos.

Costumam namorar na rua, na casa do namorado que por sua vez moram
com os pais e esses não se importa que eles fiquem lá. Às vezes eles saem em
lugares pertos para tomar sorvete, caldo, comer sanduíche, e nessas ocasiões o
namorado paga ou às vezes cada um paga sua parte.

Encontra-se todos os dias, o namorado vai à escola da adolescente, onde não


gosta dos amigos homens da garota, "morre de ciúmes". A adolescente também
afirma que tem ciúmes das amigas do namorado. A adolescente ressalta a todo o
momento da certeza que tem na fidelidade do namorado.

Para a adolescente ficar é namorar num dia ou ate dois sem compromisso,
podendo ate mesmo ficar com outras pessoas.Foi perguntado o que a adolescente
pensa sobre ficar, ela disse que acha normal um jeito interessante de conhecer
pessoas, mas que ela nunca tinha ficado, pois prefere namorar.
18

Para a adolescente fidelidade é fundamental num namoro, e sem tal requisito


não namoraria ninguém, fala ainda que não sabe se perdoaria a traição, que
depende do motivo.

Na opinião de M.O.F, o que rege um relacionamento é o amor entre os dois,


que quando acabar o amor não tem sentido continuar uma relação. Foi indagada a
adolescente se poderia acabar o amor entre ela e o atual namorado, ela então foi
bem expansiva ao afirmar que entre eles existe um amor verdadeiro e que o amor
verdadeiro só a morte acaba.

Para a adolescente o amor é o melhor sentimento que uma pessoa pode


sentir, fala ainda que quem não sente deve providenciar, porque é algo inexplicável.

4.6 Quinta Entrevista: Sexualidade

Quando informada do tema da entrevista adolescente ficou um pouco receosa


e envergonhada. A adolescente deu o primeiro beijo aos doze anos num menino da
antiga escola, e fala que foi horrível, mas não sabia direito como agir.

Sobre intimidades com o namorado a adolescente diz ainda não ter tido
relações sexuais com ele, mas acha que não vai demorar, fala que ate tentaram,
mas, ela ficou com medo.Em um dia em que a adolescente estava na casa do
namorado e os pais dele foram fazer compras, começaram a ter umas "trocas de
carícias" mais fortes e ai o namorado e ela ficaram nus, a adolescente disse que foi
uma sensação maravilhosa, mas teve medo de várias coisas: medo de perder a
virgindade e depois ninguém mais valoriza-la, (nesse momento ocorre uma
ambigüidade em sua fala, pois anteriormente ela fala que nunca se separara do
namorado), também diz ter tido medo de ficar grávida e dos pais do rapaz
chegar.Fala também que os dois já se tocaram, e o namorado insiste muito para que
eles "façam amor".

A adolescente diz não dar muita importância a virgindade, mas fala que a
primeira vez tem que ser marcante e inesquecível.

A fantasia que a adolescente tem sobre sexo é que seja algo marcante, em
um lugar bonito que não sabe onde, e que nesse momento seja tudo perfeito nos
mínimos detalhes, mas ressaltou que no momento lembrou queria "tomar banho"
com ele.

Sobre sexo a adolescente diz estar aprendido aos poucos nas aulas de
ciências na 7a série, com as amigas, em alguns livros e em conversas com as
amigas.

Para adolescente sexo só vale a pena se for por amor, e quando as pessoas
fazem sexo só por prazer é porque não respeita nem a si mesma.

Nunca teve conversas, com a mãe sobre sexo por que a mãe nunca lhe deu
liberdade, ela nem tocam no assunto, e adolescente ate prefere assim, pois acha
19

que ficaria com vergonha se tal assunto se estendesse. Mas acha que a mãe é
assim porque ficou grávida numa noite baile e muito nova.

A menarca da adolescente aconteceu aos onze anos, quando estava no


colégio começou a sentir umas dores na barriga e ai foi ao banheiro e viu que tinha
ficado menstruada, então a professora orientou o que fazer, e foi embora para casa
mais à noite quando a mãe chegou a adolescente contou o que tinha acontecido e
foi normal para a mãe, mas lhe disse quanto tempo ficaria menstruada. Sobre
mudanças corporais a adolescente diz que ate gosta que às vezes fica horas em
frente o espelho passando cremes e que se sente bem com seu corpo.

Masturbação deixou a adolescente bem sem graça, falou que não sabe muito
a respeito, mas que às vezes vê falar que os garotos se masturbem, mas, no
entanto não entende, mas já leu a respeito.

Anticoncepcionais a adolescente diz já ter visto falar em pílulas e ate injeções


que podem ser tomadas de três em três meses, também sabe sobre camisinha. Fala
que se for usar quer tomar injeções porque assim não corre o perigo de ninguém
descobrir vendo os remédios.

A adolescente revela pensar muito em casamento, principalmente depois que


esta namorando, acha o momento mais sublime de uma relação quando é com
alguém que se ama. A instituição casamento na opinião da adolescente é valida que
só sobrevive com amor e não por convenções ou costumes como é visto pela
adolescente o casamento do pai com a madrasta, na opinião da adolescente ele só
não se separa dela porque na família não tem ninguém separado, e ele já se
acostumou.

4.7 Sexta Entrevista: Família


A adolescente diz que para ela família é muito importante, que são as
pessoas que nas horas difíceis "agentes pode contar".

M.O.F. é filha única e não tem vontade de ter irmão.

A entrevistadora ao perguntar sobre seu pai, ela diz que não tem interesse
pelo pai e nem quer conhecer.

Na casa da adolescente existe divisão de tarefas aos sábados ocorre a faxina


e ela sempre sobra com o banheiro que por sinal diz odiar. As refeições são feitas
na sua casa.

A adolescente diz ser católica, mas, no entanto não tem muito contato com a
igreja. É porque toda família é, mas ninguém impôs essa religião.

Para a adolescente Deus esta em toda parte e não é necessário que fique
indo à igreja, mas na sua vida Deus é muito importante e sem ele não saberia viver
sem essa força que às vezes lhe impulsiona a lutar.
20

Para a adolescente os avos têm um papel essencial em sua vida, não tem
muito costume de viajar, eles a ajudam financeiramente e emocionalmente.
21

Com o restante da família tudo é tranqüilo tem vários primos que na maioria
são muito legais exceto uns primos chatos que nem sempre tem contato. A
adolescente tem avos maternos no qual mora junto com ela.

O avô materno gosta de contar historias de seus passados e a adolescente


diz gostar muita fala que fica horas ouvindo e imaginando e às vezes pensa que na
época deles era melhor alguma coisa, mas logo vai dizendo que não gostaria de
viver naquela época, que apesar de tudo prefere os tempos de hoje.

Na família tem algumas doenças, mas nada complicado.


22

5 DISCUSSÃO

A adolescente se constitui num momento muito importante do


desenvolvimento, pois é a passagem da infância para a vida adulta. Por um lado,
ocorrem perdas que devem ser elaboradas como o não contato com o pai ainda
quando na barriga da mãe (complexo de Édipo), e olhando por outro lado ainda há
ganhos, como a autonomia, identidade adulta e outro fato bastante ressaltado pela
adolescente, em questão, que é o namorado que esta com a adolescente em alta
conta, mas este não é, definitivamente um processo fácil, tornando-se menos
doloroso com a compreensão e colaboração de seus pais, que no caso M.O.F, fica
ainda mais complicado por não ter seus primeiros objetos de amor junto de si.

Segundo Knobel, a busca incessante de saber qual a identidade adulta que


se vai constituir é angustiante, e as forças necessárias para superar estes microlutos
e os lutos ainda maiores da vida diária obtêm-se das primeiras figuras introjetadas
que formam a base do ego e do superego deste mundo interno do ser (1992, p. 35).

O adolescente na busca de sua identidade recorre a um comportamento


defensivo à busca de unidade que pode proporcionar segurança e estima pessoal
(Knobel, 1992, p. 36).

A adolescente demonstra ter vários grupos, quando fala que tem o grupo da
rua da escola e também fala das amigas, e denomina-se líder do grupo, e demonstra
gostar e ser algo importante para ela. No grupo, o indivíduo adolescente encontra
um reforço muito necessário para os aspectos mutáveis do ego que se produzem
neste período da vida. O grupo constitui assim a transição necessária no mundo
externo para alcançar a individualização adulta.

É comum no adolescente a deslocalização temporal, convertem o tempo em


presente e ativo tentando maneja-lo (41). A noção temporal do adolescente é de
características fundamentalmente corporais ou rítmicas.

A adolescente tem dificuldades de lidar com seus horários de estudo,


adequando seu tempo disponível para seu lazer, ver programas de tv, ir ao cinema e
namorar.

A adolescente possui uma boa imagem de seu esquema corporal, as


mudanças biológicas já provocaram muita ansiedade e preocupação no momento
em que ocorreu a sua primeira menstruação. O luto pelo corpo infantil está sendo
elaborado, ainda não iniciou sua vida sexual, porém, segundo a adolescente, "não
vai demorar muito".

As primeiras identificações são as que se fazem com as figuras parentais,


mas não há dúvidas de que o meio em que vive determinará novas possibilidades de
identificação, futuras aceitações de identificações parciais e incorporação de uma
grande quantidade de pautas sócio-culturais e econômicas que não é possível
minimizar (Knobel, 1992, p. 52).
23

A adolescente, diz querer cursar veterinária, e que a família não opina,


ficando assim evidente a negação do complexo de Édipo.

Foi percebida, em várias entrevistas, a necessidade e busca de atenção por


parte dos amigos, do grupo em que se esta inserida. Nota-se uma carência e
dificuldade na elaboração da ausência do pai na infância. Sua relação com sua mãe,
também, denominasse como um processo às vezes "bom", mais amigável.

Há, portanto, uma dificuldade da adolescente em internalizar boas imagens


parentais, que seriam responsáveis pelo desprendimento e uma passagem saudável
à vida adulta ate pela falta do pai junto de si. Talvez, essa carência parental seja a
responsável pela supervalorização que a adolescente faz de sua relação amorosa,
pois é nesta relação que obtém maior reciprocidade. Amando um rapaz e sendo
correspondida, a antiga inveja do pênis e os sentimentos de inferioridade feminina
podem chegar finalmente à completa superação. A adolescente estará satisfeita por
ter alguém com um pênis e que o partilhará com ela. (D'Andréa, 1974, p. 104).

A sensação de fracasso frente à busca de satisfações pode ser muito intensa


e obrigar o indivíduo a se refugiar em si mesmo. Caso as tentativas de elaboração
de luto falharem, mudanças de humor podem aparecer como pequenas crises
maníaco-depressivas (Knobel, 1992, p. 58). As moças vivem mais intensamente os
conflitos vocacionais, pois a sociedade moderna ao permitir-lhes a competição
profissional com os homens, põe em xeque sua vocação biológica para maternidade
e a vida no lar. Algumas conseguem conciliares as duas vocações, mas são em
minoria. O papel dos pais seria, desde o período de latência, o de estarem abertas à
discussão com os filhos sobre esse assunto e serem isentos de preconceitos e
valores estereotipados para poderem transmitir a idéia de que a vocação representa
um chamado interior para ser membro útil da sociedade, seja no plano profissional,
familiar ou social (D'Andréa, 1974, p. 101).

A adolescente mostra-se ainda não firme quanto as suas escolhas, mas,


contudo, demonstra no momento um tanto quanto desinteressada das questões que
envolvem o futuro.

CONCLUSÃO

Durante todo o processo de elaboração do trabalho em questão, foi possível


comprovar a tamanha importância de se compreender o desenvolvimento humano, e
no caso específico, a adolescência. A riqueza de ter em mãos embasamentos
teóricos pertinentes ao contexto desejado, e de buscar visões divergentes podendo
compará-las ou mesmo, complementá-las de acordo com uma linha de pensamento
utilizada pelo estudante.

Mas sem sombra de duvidas a realização de tal trabalho acadêmico ficara


marcado, tanto pela gratificação pessoal causada, quanto pelos ganhos alcançados
ao longo desse.
24

Fica aqui meu sincero agradecimento a todos os colaboradores, a


adolescente M.O.F., aos colegas de classe à professora Daniela, meus sinceros
agradecimentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABERASTURY, A. & KNOBEL, M. Adolescência Normal. Porto Alegre: Artes


médicas, 10a edição, 1992.
BLOS, Peter. Adolescência: uma interpretação psicanalítica. São Paulo: Martins
Fontes, 1995.
COLL, C; PALACIOS, J. & MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico e
Educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre: Artes médicas, Vol. 1, 1995.
CLÍMACO, A. A. S. (1991). Repensando as concepções de adolescência.
Dissertação de Mestrado em Psicologia da Educação. São Paulo, PUC-SP.
D'ANDRÉA, F. A adolescência. In: Desenvolvimento da Personalidade. São Paulo:
Difel, 3a edição, 1974.
OSÓRIO, L. O. Adolescer: estudos sobre adolescência. Porto Alegre: Artes médicas,
1994.
Mussen, Conger, Kagan, Huston. Desenvolvimento e personalidade da
criança.Editora Harbra, Edição 2001.
25

ANEXO

Primeira Entrevista: Escolaridade / Atualidade

Qual o seu nome?


Sua idade?
Qual sua altura e peso?
Onde nasceu?
Onde estuda?
Gosta do colégio? Porque?
Como é seu relacionamento com seus colegas de sala e seus professores?
Onde senta? Porque?
Como é sua escola?
Como estuda? E onde?
Como e você em relação aluno?
Já foi reprovado? Qual motivo?
Qual matéria mais gosta? E a que não gosta?
É organizada em relação ao estudo?
Que profissão quer seguir?
Seus pais influenciam?
Como são seus pais na sua vida a escolar? São exigentes?
Fez ou faz algum curso?
O que pensa da situação dos nossos pais?
Como se sente diante dos problemas sociais, políticos e econômicos? O que
mudaria?
O que pensa sobre aborto?
Como vê os políticos?
O que pensa sobre pornografia ou prostituição infantil e adolescente? O que pode
ser feito?
Na sua opinião quem os quais são as pessoas responsáveis pela atual situação dos
pais?
Como vê o adolescente hoje?

Segunda entrevista: Lazer

Como e seu lazer?


Tem algum hobby?
Gosta de ir ao cinema e com quem? Com que freqüência vai ao cinema?
Gosta de que tipo de filme?
Qual ator, atriz? Porque?
Melhor filme?
Tem o habito de ler? Porque?
O que mais lê?
Que autor mais gosta? O que te leva a ler esses livros?
Onde ler?
Que tipo de musica gosta?
Com que freqüência ouve musica?
Toca algum tipo de instrumento? Qual?
Compra cd? Qual?
Que cantor gosta ou grupo musical?
26

Gosta de televisão?
Com que freqüência assisti?
Apresentadora atriz ou ator preferido?
Vai muita a festas?Que tipo de festa?
O que rola nas festas que vai? Com quem costuma ir?
Ate que horas fica?
Vai a clubes, bares, shopping?
Como e?
Como vai e com quem?
Já pagou algum mico? Qual?
Como foi?
Já viajou para o exterior?
Tem algum vicio?Qual?
Seu pai sabe?
Conhece alguém que usa drogas? Conhece algum tipo de drogas?
O que pensa sobre isso?
Tem piercing ou tatuagem? Tem vontade de por?
Onde? Que tipo?
Porque?
Você anda com gangues?
Sabe o que e isso?
Tem vontade de ter uma?
O pensa a respeito disso, das atitudes de violência, vandalismo?
Você tem algum tipo de esporte?Qual?
Quanto tempo pratica?
Freqüenta academia? Qual?Quanto paga?
Quem paga?
Tem diário ou agendas?
O que escreve?
Troca correspondências?
Tem acesso a computador? Onde?
Navega na internet?
Como o utiliza? Para que?
Que ceais visita?
Entra em salas de bate papo? Com que idade costuma conversar? Que tipo de
assunto?
O que pensa sobre conhecer pessoas virtualmente?
Já chegou a encontrar alguém da internet?
O que acha das pessoas que se encontraram pela internet e ate se casam?
Você teria coragem?
Qual sua opinião sobre este tipo de relacionamento?
Tem alguma coleção? Qual? Porque?
Faz comprar com freqüência? Quem faz?
Com quem vai?
Como se veste?
Se não fosse este estilo qual seria?
Gosta de maquiagem?
Há restrição por parte dos seus pais sobre roupa, maquiagem e acessórios?
Acha seu corpo legal?
O que gostaria de mudar?
27

Porque?
O que não mudaria em você?

Terceira entrevista: Amizade

O que é amizade para você?


Tem muitas amizades? Alguma em especial?
Quem são seus amigos? Conte um pouco sobre suas amizades?
Já decepcionou alguém? Ou já foi decepcionada?
Tem turmas? Como são?
Qual a imagem que você acha que eles tem sobre vc?
Sua família influencia?
Você e um bom amigo?
Conhece ou tem conta com os pais de seus amigos?
O que fazem juntos e o que mais gosta?
Dorme na casa da sua amiga? Quem?
E seus pais o que falam?
Empresta suas roupas, sapatos, discos, ou outras coisas?
Como se sente relação aos amigos?

Quarta entrevista: namoro

O que significa namoro para você?


Já se apaixonou por alguém?
Já disputou algum garoto?
Tem namorado?
Quanto tempo?
Como ele te conquistou?
O que sente em relação ao namorado? Quanto tempo?
Onde namoram?
O que te mais atraiu nele?
Conte me como conheceu e como e?
Quando saem?
Com quem vai?
Seus aprovam o namoro?
Quando sai quem paga a conta?
Como e a relação dos amigos deles com você e você com o deles?
O que e paquerar?
O que e ficar?
Gosta de ficar?
O que pensa a respeito disso?
É fiel? O que e ser fiel?
O que mais valoriza na relação de vocês?
Qual a coisa mais importante para você?
O que e na sua opinião manter um relacionamento?
O que menos valoriza?
O que é o amor para você?
Quinta entrevista: sexualidade
Com que idade deu seu primeiro beijo?
Com quem e como foi? Gostou?
28

Se tiver namorado (a) que tipo de intimidade tem com ele? Como e?
Gostou? O que sentiu?
O que pensa a respeito do sexo?
Você tem alguma fantasia sexual?
Qual?
Onde ouviu falar sobre sexo? E amor?
O que seus pais falam a respeito de sexo para você?
Quando foi sua primeira menstruação? O que sentiu?
Já falou a respeito para alguém?
O que masturbação? Já falou com alguém sobre? Leu algo?
Conhece métodos anticoepcionais?
Quais? Usa algum?
Qual?
Já pensou a respeito de casamento?
Qual sua opinião?
Sexta entrevista: Família
O que e família pra você?
Tem irmãos? Idade? Quantos? Escolaridade?
Como e o relacionamento com eles?
E o relacionamento com os seus pais?
Qual imagem que você acha que ele tem sobre você?
Como e o relacionamento do seu pai com sua mãe?
Existem regras na sua casa? Quais?
Participa das tarefas de casa?
Gosta?
Tem seu próprio espaço?
Como e seu quarto? Sua casa e grande?
Tem religião? Qual?
O que pensa a respeito?
Qual a importância para você?
Como e seu relacionamento com o restante da família?
Como são seus avos?
Conhece a historia dos seus avos?
Gosta de falar com eles?
Com quem tem mais afinidade da sua família?

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