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▪ Não foi sem motivo que Freud escolheu iniciar o seu artigo, “Três
Ensaios sobre a Sexualidade”, que introduziu, na realidade, a
problemática da sexualidade infantil, pelas aberrações sexuais.
A CONCEPÇÃO
DE PERVERSÃO
EM FREUD
A concepção da perversão em Freud
● O tema era de relevância nos meios científicos da época e, portanto,
mais tolerado pelos cientistas do que suas teses sobre o sexual
presente na vida sexual das crianças que implicava uma mudança na
concepção da infância prevalente naquele momento histórico.
A homossexualidade feminina
▪ A criança não tem nenhum interesse em acolher esse real, que lhe
impõe aceitar uma conseqüência insuportável: libertar-se ela mesma de
sua identificação fálica, imaginária, e renunciar a seu estatuto de único
objeto de desejo da mãe. Se a mãe é um ser castrado, a própria criança
se sente também ameaçada pela castração. A emergência da angústia
de castração favorece na criança reações defensivas destinadas a
neutralizá-la.
A concepção lacaniana das perversões
▪ Essas construções defensivas recusam em aceitar a diferença
dos sexos e apontam para um trabalho psíquico que visa
contornar a incidência da castração.
▪ A mãe do perverso não manda no pai, não pode ser inscrita como
as mães psicotizantes, fora da lei. A criança permanece
confrontada à dimensão de um desejo referido a lei do pai
imaginário.
A concepção lacaniana das perversões
▪ Trata-se apenas de mostrar que a significação não é
essencialmente trazida pela palavra do pai. O discurso materno
se faz embaixador da interdição, mas é também por causa dessa
delegação que a criança é, apesar de tudo, remetida a uma
interdição reportada a lei do pai.
Fenômenos Elementares
▪ Lacan aborda a noção de fenômenos elementares, procurando mostrar que
não se trata apenas de um fato, ou acontecimento, mas de um motivo que se
repete, muitas vezes de formas disfarçadas, encontrado tanto no delírio
psicótico quanto no roteiro perverso, e que revela como o sujeito se relaciona
com o objeto
Fenômenos elementares
▪ Os fenômenos elementares podem aparecer mesmo que ainda não
tenha se produzido um surto psicótico delirante ou uma atuação
perversa. São fenômenos sutis que antecedem o desencadeamento do
delírio ou das alucinações, como um sentimento de estranheza,
impressões diversas, etc.
▪ Uma questão que fica diante deste fato é se, nestes casos, a
perversão poderia ser uma proteção defensiva contra o
desencadeamento de uma psicose.
▪ Isso pode levá-lo a construções que regulem, de certa forma, seu dilema
com o gozo, o que não significa trocar o modo de gozar.
Qual estratégia adequada à clínica da perversão?
▪ A estratégia do analista visa, além de desfazer a assimetria da relação,
devolver ao perverso uma certa autonomia ao libertar o sujeito de sua
certeza quanto ao Outro que goza de pleno poder sobre ele.
▪ É num segundo tempo que vem a relação com o pai, com aquele que
pode ser considerado “um outro Outro”. A maneira como se inscrevem
no aparelho psíquico da criança essas primeiras relações determinará
sua capacidade posterior de dar lugar à alteridade.
▪ Não devemos nos deixar levar por uma primazia a ser concedida
ao regime paterno sem considerar que esta só é justificada por
estar a serviço da inscrição na cultura e na vida social. É neste
ponto preciso que se situa o deslocamento do traumatismo.