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Resumo- Freud - Vol.

VII - Três ensaios sobre a Teoria da


Sexualidade (1905) -caps. 01
CAPITULO I
Obra formatada por Freud inúmeras vezes (tão quanto A Int. dos Sonhos). A teoria presente surge das
observações clínicas da importância dos fatores sexuais na origem de neuroses de angústia, neurastenia, e
posteriormente, psiconeuroses. Freud em seus estudos afirmou dentro desse estudo da sexualidade infantil
que histeria remontava a experiências sexuais passivas na infância e neuroses obsessivas a exp. ativas
(precedidas por exp. passivas). Abandona a teoria da sedução em 1897, e assume que moções sexuais
atuavam em crianças sem necessidade de estimulação externa. Freud a partir daí elabora sua teoria da
sexualidade, ora contra, ora a favor, reconhecendo que poderia ser melhorada a posteriori a partir de teses
mais corretas. Freud ainda critica a questão de ligarem ferozmente a psicanálise (e a teoria da sexualidade)
com o aspecto biológico, estimulando maior conhecimento, estudo teórico e empírico para conclusão de tais
situações.

As aberrações sexuais

Freud aqui dialoga com a ideia de libido enquanto sensação de necessidade e satisfação e
equivalendo à pulsão sexual (necessidades sexuais no homem). Ele vai falar que no senso comum, tal pulsão/
libido se instaura na puberdade, algo que é errado. Para isso, ele chama de objeto sexual a pessoa de quem
provém a atração sexual, e de alvo sexual a ação para a qual a pulsão impulsiona. Conceituados, ele vai
mostrar os desvios em ambos e a relação deles com a suposta norma vigente.

Desvios com respeito ao objeto sexual

Freud afirma que pela teoria popular sobre a pulsão sexual, há duas metades (homem e mulher), tornando-
se, portanto, surpresa quando o homem se interessa por outro homem e vice-versa: tais pessoas seriam as
chamadas invertidas (inversão).
Sobre a inversão, Freud pontua seus possíveis comportamentos: são eles invertidos absolutos (1 - nunca se
atraem pelo sexo oposto); invertidos anfígenos (2 - ou hermafroditas sexuais - o objeto sexual pode ser do
mesmo sexo ou do oposto - não tem exclusividade); e ainda os invertidos ocasionais (3 - por condições
externas as quais tornam inacessível o objeto sexual normal e por imitação, pode ter ato sexual com alguém
do mesmo sexo). Há invertidos que aceitam tal condição como normal, e outros que a sentem como
compulsão patológica, necessitando da psicanálise. Com relação ao tempo, dá-se que ela pode vir de longa
data (na infância) ou se manifestar antes ou após a puberdade, podendo ser permanente ou temporário.
Freud atribui à inversão caráter inato e degeneração (manifestação patológica sem origem traumática ou
infecciosa), embora Freud aponte fatores que mostre que os invertidos não são degenerados nesse sentido,
como pelo fato de ter encontrado invertidos que não têm outro desvio grave da norma ou porque há indiv
assim com desenv intelectual elevado. Freud alerta, ainda, para a questão do mundo antigo e da visão
etnocentrica de degeneração para caracterizar invertidos. O caráter inato, para ele, é presente aos invertidos
absolutos e incompatível aos ocasionais. A questão de ser a inversão um caráter adquirido parte da ideia de
que pode haver influências de impressões sexuais; influências externas favorecedoras ou inibidoras que
levam à fixação da inversão; além de que sendo a inversão cabível de eliminação sob hipnose, seria
assombroso dizê-la sendo inata. Ao analisar que atos como masturbação mútua estão presentes em pessoas
não invertidas, Freud afirma que seu estudo sobre ser inato/adquirido quanto À inversão é incompleto.
Ele tenta, então, explicar a inversão, afirmando que quando adquirida, não apresenta influências externas,
como também aspectos interiores ao indivíduo. Fala, enfim, da bissexualidade, falando do hermafroditismo
anatômico, afirmando que esse último é independente da inversão por si só. Falar em cérebro feminino em
corpo masculino para Freud é substituir o problema psicológico pelo anatômico, algo que seria inútil. Ele
conclui dizendo que existe uma disposição bissexual dentro da inversão, embora não saiba que disposição é
essa além da formação anatômica. Ele falou também das perturbações que afetam a pulsão sexual em seu
desenvolvimento.

Objeto sexual dos invertidos

Segundo a teoria do hermafroditismo psíquico, o objeto sexual dos invertidos seria o oposto do normal.
Entretanto, esse fato, pra ele, não é generalizante: há casos em que o obj sexual não é do mesmo sexo, mas
uma conjugação dos caracteres de ambos os sexos. Freud visa separar a inversão do obj sexual com a mescla
de caracteres sexuais no sujeito. Com relação às mulheres invertidas ativas, elas buscam maior feminilidade
em seu obj sexual, mas ele não generaliza haja visto a quantidade de casos variados. Após relatar diversas
pesquisas nos rodapé, Freud afirma, enfim, para uma confirmação da suposição da bissexualidade.

Alvo sexual dos invertidos

Freud informa que não é uniforme a meta sexual dos invertidos. A masturbação mesmo,
aos homens, é algo exclusivo, sendo as restrições ao alvo sexual super comuns. Nas mulheres invertidas,
também são muitos os alvos, tendo como privilégio entre elas o contato com a mucosa bucal. Freud conclui
que a pulsão sexual, inicialmente, é independente de seu objeto sexual.
Freud fala então de animais e pessoas sexualmente imaturas como objetos sexuais. A esse indivíduo, ele
chamou de covarde, que apresentam pulsões inadiáveis. Ao citar a zoofilia, não anula a loucura, mas afirma
ser ela quando presente no indivíduo, fator que aumenta o indício zoofílico: alguém anormal num aspecto
social, por exemplo, o pode ser no sexual. Para ele, em casos assim, a índole e o valor do obj sexual passam
para segundo plano.
Ele então vai atribuir ao alvo sexual normal, a união de genitais no coito, que leva à descarga da tensão
sexual e à extinção temporária da pulsão sexual. Os desvios do mesmo dá-se as perversões, sendo elas
transgressões anatômicas (questão das regiões do corpo destinadas à união sexual) ou demoras (nas rel
intermediárias com o obj sexual).
Freud fala, então, da supervalorização do objeto sexual, podendo levar a diferentes partes do corpo como
condição de alvos sexuais. Ilustrou ser mais presente nos homens que nas mulheres (pela questão cultural).
Traz o uso da mucosa dos lábios como perversão no sexo oral, mas não no beijo. Com relação ao ânus, é o
fato de se repugnar o mesmo que atribui perversão ao sexo anal. Ele fala que a apropriação de outras partes
do corpo por interesse sexual só mostra a intenção de apoderar do objeto sexual enquanto um todo. A
reivindicação do sexo anal/oral pode ser justificado pelo desenv da pulsão sexual.
Quanto ao fetichismo (subst imprópria do objeto sexual), ele relata que está interligado à supervalorização
sexual, da qual dependem esses fenômenos ligados ao abandono do alvo sexual. O substituto do obj sexual
pode ser uma parte do corpo ou vestimenta. Rebaixar a aspiração do alvo sexual normal é pré-requesito em
todos os casos. É normal, só se complica e se torna patológico quando o anseio pelo fetiche se fixa no lugar
do alvo sexual normal, e pior, quando se desprende de alguém, tornando-se o único objeto sexual. A
substituição do objeto pelo fetiche pode ser também uma conexão de pensamentos que é inconsciente para a
pessoa. Esse simbolismo independe das exp sexuais da infância.
Freud trata ainda das fixações de alvos sexuais provisórios ao afirmar que condições externas e internas que
dificultam ou adiam a consec do alvo sexual normal reforçam o demorar nos atos preliminares, formando
novo alvos sexuais, que podem vir a tomar lugar dos normais. Fala que o tocar e o ver são normais até certo
ponto. Torna-se perversão quando o ver se restringe à genitália, quando é voyeur (espectador das funções
excretórias) ou quando suplanta o alvo sexual normal em vez de ser preparatório para o mesmo. A força que
opõe-se ao prazer de ver é a vergonha.
Freud relata sadismo (componente agressivo da pulsão sexual movido por deslocamento ao local
preponderante) e masoquismo (satisfação vinda da dor física advinda do obj sexual) como inclinações a
inflingir dor ao objeto sexual como perversões, sendo a primeira ativa, e a segunda passiva. No caso do
sadismo, ter uma atitude muito violenta com o obj sexual até levar à satisfação condicionada pela sujeição e
maus-tratos a eles inflingidos, é considerado perversão. Tangendo ao masoquismo, é perversão a união de
fatores como complexo de castração e consciência de culpa, no exagero e na fixação da atitude sexual
passiva originária. Freud aponta que a crueldade e a pulsão sexual sempre estiveram ligadas e que quem é
sádico é também masoquista.
Freud então traz suas considerações gerais sobre as perversões, analisando o termo e relatanto que as
transgressões, etc, podem estar presentes de alguma forma em pessoas normais. As que se afastam do normal
são mesmo patológicas, principalmente quando a pulsão sexual faz obras assombrosas na superação da
resistência (vergonha e asco). Esse caráter patológico da perversão é mais encontrado em sua relação com a
normalidade, e não no conteúdo do novo alvo sexual.
Freud destaca ainda a pulsão sexual nos neuróticos. Ele fala que é pelo método cartático que é possível
informar que as psiconeuroses (histeria, neurose obsessiva, etc,são formadas por forças pulsionais de cunho
sexual. Para ele, os sintomas são a atividade sexual dos doentes. O recalcamento sexual -> intensifica-se a
resistência da pulsão sexual (vergonha e asco) -> fuga do intelecto qnt ao problema do sexo -> ignorância
sexual -> essencial na histeria (psiconeurose). Pela premência da pulsão e o antagonismo da renúncia ao
sexual, tem-se a saída para a doença, que não soluciona o conflito, mas escapa dele pela transf da libido em
sintomas. Esses sintomas não só derivam das pulsões sexuais normais, mas podem representar também uma
conversão de pulsões perversas. Tendo os sintomas se formando pela sexualidade anormal, verifica-se que a
neurose é o negativo da perversão. Tudo isso já foi relatado por ele nas observações acima. Nos quadros
patológicos, as inclinações opostas descritas desempenha papel preponderante. O psiconeurótico, para Freud,
dificilmente apresenta só uma dessas pulsões perversas, ainda que a intensidade da pulsão isolada seja
independente do desenvolvimento das outras.
Freud vai falar das pulsões parciais (representantes psíquicos de estímulos - produzidos por excitações
vindas de fora) e as zonas erógenas. O que diferencia as pulsões são as fontes somáticas e os alvos. Os
órgãos do corpo apresentam dois tipos de excitação (um tipo é a sexual - ligado ao órgão em causa - zona
erógena). Para ele, o sentido das zonas erógenas como aparelhos substitutos da genitália ficam mais claro na
histeria, mas não exclui as outras psiconeuroses.
Freud conclui dizendo que os psiconeuróticos aproximam-se dos perversos e se afastam dos normais no que
tange conduta sexual, mas não é bem assim. O recalcamento sexual e fatores externos permitem perversões
em indivíduos que poderiam permanecer normais. Isso debate com aquilo de ser inato ou de ser
acidentalmente vivenciado, por exemplo. Demonstrando as perversidades como formadoras de sintomas nas
psiconeuroses, aumentou-se o número de perversos. Todos somos um pouco histéricos. Freud pontua que
tendo a pulsão sexual inata e originadora de perversoes, dar-se-ão as atividades sexuais perversas, passando
por recalcamento (supressao) insuficiente, terá sintomas patológicos; entretanto, com uma restrição eficaz,
ter-se-á uma vida sexual normal.
Para ele, o início das perversões se dá na criança, ainda que com intensidade moderada. Ou seja, os
neuróticos ou preservam o estado infantil de sua sexualidade ou são retransportados para ele.Assim, Freud
vai estudar a vida sexual infantil, para entender o desenv infantil até o posterior desfecho da perversão, na
neurose e vida sexual normal.

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