RESUMO - VOLUME XII - FREUD - FORMULAÇÕES SOBRE OS
DOIS PRINCÍPIOS DO FUNCIONAMENTO MENTAL (1911)
No presente texto do volume XII, Freud quis trazer à sua própria inspeção, hipóteses importantes de um período anterior, preparando as para basear exames teóricos que viriam adiante. Freud pretendeu distinguir princípio da realidade e princípio do prazer (princípios reguladores que dominam os processos mentais secundario e primário, respectivamente: um artigo com base preparatória e exploratória. Freud introduz falando que os neuróticos fogem da realidade por a acharem insuportável. Eles negam eventos paranóicos que desencadeiam sua insanidade. Diante disso, ele quis investigar a relação dos neuróticos e da humanidade em geral com a realidade, querendo trazer significância psicológica desse mundo real às duas teorias. Os processos inconscientes são os primários (princípio de prazer-desprazer): buscam alcançar o prazer, afastando-se de qualquer evento que proporcione desprazer (repressão). A ausência da satisfação esperada leva ao abandono da tentativa de se satisfazer pela alucinação. Tendo o aparelho psíquico tomado a decisão de tomar concepção das circunstâncias reais no mundo externo, um novo princípio de funcionamento mental é introduzido: o que se tinha na mente era real, e não agradável. Tal princípio é secundario e é o princípio da realidade (algo não presente em bebês como se verifica no texto). Essa insurgência vem do fato de que o conhecimento incerto pede uma adaptação necessaria do aparelho psíquico. Os significados da realidade externa também eleva a importância dos órgãos sensoriais, dirigidos à consciência. Emerge a função da atenção, sistema de notação (assentar resultados da atividade da consciência - parte que se tem por memória). A repressão (elemento que exclui situações que geram desprazer) da lugar ao julgamento imparcial(decisão de alguma ideia é verdadeira ou falsa - se está ou não em concordância com a realidade). A descarga motora, presente no princípio do prazer, cede lugar à ação. Tudo isso desenvolvido pelo pensar (incialmente inconsciente, adquire qualidades perceptíveis à consciência). Para ele, existe uma tendencia pelo princípio econômico de poupar consumo (de energia) em termos dificuldade em desapegar de elementos que nos propiciam prazer. Com o princípio de realidade, uma das espécies de pensamento permaneceu subordinada ao princípio do prazer (que é o fantasiar que tem início da infância e é conservada como devaneio, abandonando a dependência de objetos reais). Essa substituição de um princípio primário pelo secundario não se dá de repente. Freud fala que tanto o auto-erotismo quanto o período de latência fazem com que o instinto sexual seja detido em seu desenv psíquico, permanecendo no princípio do prazer, e em muitas pessoas, não se afastando jamais. Ele pontua a relação instinto sexual e fantasia x instintos do ego e consciência. O auto-erotismo no ser (seja normal ou neurótico) é que prolonga a satisfação imaginária (a real exige esforço e adiamento). Na fantasia, tem a repressão, importante para evitar o desprazer. Segundo Freud, o ego-prazer luta pra alcançar o prazer, enquanto o ego-realidade para o que é útil e a fim de se resguardar contra danos. O princípio da realidade vem para proteger o do prazer: um prazer incerto é abandonado a fim de ganhar um prazer seguro (religião/favorece a ciência). Freud pontua ainda que a educação pode incentivar a substituição do PP pelo PR. É utilizado o amor dos educadores para com as crianças. Já a arte faz uma reconciliação entre os princípios (pinta fantasiosamente e efetua alterações do mundo externo na tela = jogo de vai e volta). Do ego-prazer - > ego-realidade; tem-se o auto-erotismo -> amor objetal a serviço da procriação. A neurose a se desenvolver depende da fase de desenv do ego e da libido na qual a inibição do desenv ocorreu. Freud ainda fala que os processos inconscientes (reprimidos) são equiparados com a realidade externa assim como era com o princípio do prazer (por isso é dificil saber o que é fantasia inconsciente e lembranças que viraram inconscientes). Não se pode aplicar padrões da realidade ao inconsciente reprimido, senão a análise fica comprometida (podemos menosprezar as fantasias como formação de sintomas, por exemplo. Temos que usar a moeda-neurótica: pensar dentro dessa perspectiva, analisando tudo). Freud nesse capítulo quis, enfim, mostrar o predomínio do princípio da realidade.