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Saiba mais
Apresentada pela primeira vez por Sigmund Freud no final do século XIX, a teoria
psicanalítica passou por muitos refinamentos desde seu trabalho.[2] O conjunto
formado pelos modelos baseados na teoria psicanalítica, suas práticas
psicoterapêuticas e os métodos utilizados, geralmente é referido simplesmente
como psicanálise.
Estrutura e dinâmica da
personalidade
Freud imaginava a psique (ou aparelho psíquico) do ser humano como um sistema
de energia: cada pessoa é movida, segundo ele, por uma quantidade limitada de
energia psíquica. Isso significa, por um lado, que se grande parte da energia for
necessária para a realização de determinado objetivo (ex. expressão artística) ela
não estará disponível para outros objetivos (ex. sexualidade); por outro lado, se a
pessoa não puder dar vazão à sua energia por um canal (ex. sexualidade), terá de
fazê-lo por outro (ex. expressão artística). Essa energia provém das pulsões (às
vezes chamadas incorretamente de instintos). Segundo o autor, o ser humano
possui duas pulsões inatas, a de vida (Eros) e a de morte (Tânato).[3] Essas duas
pulsões opõem-se ao ideal da sociedade e, por isso, precisam ser controladas
através da educação, considerando que a energia gerada pelas pulsões não é
liberada de maneira direta. O ser humano é, assim, sexual e agressivo por natureza
e a função da sociedade é amansar essas tendências naturais do homem. A
situação de não poder dar vazão a essa energia gera no indivíduo um estado de
tensão interna que necessita ser resolvido. Toda ação do homem é motivada,
assim, pela busca hedonista de dar vazão à energia psíquica acumulada.[4]
Ego (ich, "eu"): O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que
seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo, por
intermédio do chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a
razão, o planejamento e a espera ao comportamento humano. A satisfação das
pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com
um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas. A principal
função do ego é buscar uma harmonização inicialmente entre os desejos do id e a
supervisão/realidade/repressão do superego.
Os mecanismos de defesa
O ego está constantemente sob tensão, nas suas tentativas de harmonizar os
impulsos do id no mundo exterior e adequando-os à repressão do superego.
Quando essa tensão (normalmente sob a forma de medo) se torna grande demais,
ameaça a estabilidade do ego, que pode fazer uso dos mecanismos de defesa ou
ajustamentos. Estas são estratégias do ego para diminuir o medo através de uma
deformação da realidade - dessa forma o ego exclui da consciência conteúdos
indesejados. Os mecanismos de defesa satisfazem os desejos do id apenas
parcialmente, mas, para este, uma satisfação parcial é melhor do que nenhuma.
A fase oral
A primeira fase do desenvolvimento é a fase oral, que se estende desde o
nascimento até aproximadamente dois anos de vida. Nessa fase a criança
vivencia prazer e dor através da satisfação (ou frustração) de pulsões orais, ou
seja, pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome, mas
inicialmente por ela. Assim, para a criança sugar, mastigar, comer, morder, cuspir
etc. têm uma função ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. Ao ser
confrontada com frustrações a criança é obrigada a desenvolver mecanismos
para lidar com tais frustrações. Esses mecanismos são a base da futura
personalidade da pessoa. Assim, uma satisfação insuficiente das pulsões orais
pode conduzir a uma tendência para ansiedade e pessimismo; já uma excessiva
satisfação pode levar, através de uma fixação nessa fase, a dificuldades de aceitar
novos objetos como fonte de prazer/dor em fases posteriores, aumentando assim
a probabilidade de uma regressão.[8]
A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento dos
dentes. Até então a criança se encontra em uma fase passiva-receptiva; com os
primeiros dentes a criança passa a uma fase sádica-ativa através da possibilidade
de morder. O principal objeto de ambas as fases, o seio materno, se torna, assim,
um objeto ambivalente. Essa ambivalência caracteriza a maior parte dos
relacionamentos humanos, tanto com pessoas como com objetos.[8]
A fase anal
A segunda fase, segundo Freud, é a fase anal, que vai aproximadamente do
primeiro ao terceiro ano de vida. Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao
ânus, ao controle da tensão intestinal. Nessa fase a criança tem de aprender o
controle dos esfincteres sobre o ato de defecar e, dessa forma, deve aprender a
lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas necessidades imediatamente.
Como na fase oral, também os mecanismos desenvolvidos nesta fase influenciam
o desenvolvimento da personalidade. O defecar imediato e descontrolado é o
protótipo dos ataques de raiva; já uma educação muito rígida com relação à
higiene pode conduzir tanto a uma tendência ao caos, aos descuido, à bagunça
quanto a uma tendência a uma organização compulsiva e exageradamente
controlada. Se a mãe faz elogios demais ao fato de a criança conseguir esperar
até o banheiro, pode surgir uma ligação entre dar (as fezes) e receber amor, e a
pessoa pode desenvolver generosidade; se a mãe supervaloriza essas
necessidades biológicas, a criança pode se desenvolver criativa e produtiva ou,
pelo contrário, se tornar depressiva, caso ela não corresponda às expectativas;
crianças que se recusam a defecar podem se desenvolver como colecionadores,
coletores ou avaros.[8]
A fase fálica
A fase fálica, que vai dos três aos cinco anos de vida, se caracteriza segundo
Freud pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou
pênis; nessa fase prazer e desprazer estão, assim, centrados na região genital. As
dificuldades dessa fase estão ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ou
libidinosa ao genitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução
desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com o
genitor de mesmo sexo.[8]
Freud desenvolveu sua teoria tendo sobretudo os meninos em vista, uma vez que,
para ele, estes vivenciariam o conflito da fase fálica de maneira mais intensa e
ameaçadora. Segundo Freud o menino deseja nessa fase ter a mãe só para si e
não partilhá-la mais com o pai; ao mesmo tempo ele teme que o pai se vingue,
castrando-o. A solução para esse conflito consiste na repressão tanto do desejo
libidinoso com relação à mãe como dos sentimentos agressivos para com o pai;
em um segundo momento realiza-se a identificação do menino com seu pai, o que
os aproxima e conduz, assim, a uma internalização por parte do menino dos
valores, convicções, interesses e posturas do pai. O complexo de Édipo representa
um importante passo na formação do superego e na socialização dos meninos,
uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais. Essa solução de
compromisso permite que tanto o ego (através da diminuição do medo) e o id (por
o menino poder possuir a mãe indiretamente através do pai, com o qual ele se
identifica) sejam parcialmente satisfeitos.[8]
A fase genital
A última fase do desenvolvimento psicossocial é a fase genital, que se dá durante
a adolescência. Nessa fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e
acompanhando as mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez
se dirigem a uma pessoa do sexo oposto, ou não (onde entra a questão da
homossexualidade). Como se depreende da explanação anterior, a escolha do
parceiro não se dá independente dos processos de desenvolvimento anteriores,
mas é influenciada pela vivência nas fases anteriores. Além disso, apesar de
continuarem agindo durante toda a vida do indivíduo, os conflitos internos típicos
das fases anteriores atingem na fase genital uma relativa estabilidade conduzindo
a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade
adulta.[8]
No início de sua obra, Freud dividiu os transtornos emocionais, que então ele
denominava psiconeuroses, em três categorias psicopatológicas: 1) As neuroses
atuais. 2) As neuroses transferenciais, também conhecidas como psiconeuroses
de defesa (que eram as histerias, as fobias e as obsessivas). 3) As neuroses
narcisistas (que constituem os atuais quadros psicóticos). De lá para cá, muita
coisa modificou substancialmente. Os autores discutem a adequação ou não do
termo “perversão” para nomear uma determinada categoria de pacientes que
apresentam uma série de características comuns e típicas entre eles, levando em
conta o fato de que essa denominação tem o inconveniente de estar impregnada
de “pré-conceitos”, especialmente os de ordem moral e ética, o que nem sempre
faz jus à seriedade e à profundidade com que tais pacientes merecem ser
compreendidos e analisados.[9]
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Ver também
Referências
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title=Teoria_psicanalítica&oldid=66632728"
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