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Ana Maria Enoque

A pragmática da Escola de Palo Alto


(Licenciatura em ensino do Portugues)
Teoria de Comunição

Universidade Rovuma
Nampula
Geónimo Mareço Amandio

PSICOLOGIA DE APRENDIZAGEM

Desenvolvimento Psiquico da criança dos 0 à 16 anos segundo Freud

(Licenciatura em ensino do Portugues)

Trabalho de carácter avaliativo referente a cadeira da


disciplina de Psicologia de Aprendizagem. Sob orientação
da Professora: Marta

Universidade Rovuma

Nampula

2022
Introdução

O presente trabalho referente a cadeira de psicologia de aprendizagem visa abordar questões


relacionadas com as fases do desenvolvimento psíquico da criança, as instâncias que forma a
psique humana, e também visa versar sobre a sexualidade em Freud. Portanto, Sabe - se que no
decorrer da vida o ser humano passa por constantes transformações. O homem durante seu
crescimento passa por fases relevantes e necessárias para seu desenvolvimento, e isso inclui as
fases sexuais. A medida que as crianças vão crescendo, mudanças no comportamento sexual são
percebidas.
Sigmund Freud foi um médico vienense, que viveu de 1856 a 1939, e dedicou-se a compreender
o psiquismo humano. Nos primórdios de sua carreira, voltou-se ao tratamento das histerias (em
sua maioria mulheres) por meio da hipnose, método que aprendeu com o psiquiatra Jean Charcot,
em Paris. Ao serem submetidas à sugestão hipnótica, as pacientes ficavam livres dos sintomas
que causavam sofrimento. No entanto, não muito tempo depois, outros sintomas costumavam
aparecer.

Histeria: deriva da palavra grega hystera, que significa útero ou matriz; se


caracteriza por um sintoma ou conjunto de sintomas de manifestação física, mas
que tem sua causa psíquica. As pacientes tratadas por Freud e Charcot
apresentam, em sua maioria, ataques semelhantes aos epilépticos e/ou paralisias
de membros, incluindo cegueira. (ROUDINESCO; PLON, 1998).

O retorno dos sintomas, bem como o fato de que nem todos os pacientes eram capazes de serem
hipnotizados, fizeram com que Freud, pouco a pouco, fosse abandonando esse método e criando
sua própria metodologia de trabalho, a associação livre. Freud pedia aos pacientes que relatassem
tudo que lhes viesse à mente e também que lhe contassem seus sonhos. A partir disso, descobriu
que há fenómenos psíquicos que escapam à consciência humana. Construiu, então, sua teoria
sobre o inconsciente, pré-consciente e consciente.

 Inconsciente: Nele, encontram-se conteúdos que o indivíduo não se dá conta, que foram
"escondidos" por causarem angústia, vergonha ou culpa (motivações violentas, desejos
egoístas, etc). A esse processo de tornar oculto, Freud deu o nome de recalque ou
recalcamento. E por que ele acontece? Para preservar o equilíbrio do funcionamento
psíquico, ou seja, para evitar que o sujeito vivencie um grande sofrimento e se
desestabilize emocionalmente. O fato de que nosso aparelho psíquico trabalha de modo a
esconder de nós mesmos certos conteúdos não significa que eles não nos afectem. Por
mais que sejam descritos de forma estática, o consciente, o pré-consciente e o
inconsciente são processos dinâmicos e em constante relação.
 Pré-consciente: na porção intermediária, é formado pelos conteúdos que não estão
totalmente disponíveis na consciência, mas que, mediante um exercício de introspecção,
podem se tornar conhecidos, como algumas memórias e conhecimentos.
 Consciente: o consciente é composto pela percepção, atenção, pensamentos/raciocínio,
ou seja, tudo aquilo que está acessível.

Freud opôs-se à tendência dominante em sua época de explicar os fenômenos


psíquicos apenas pelos fatos que o indivíduo tem na consciência em um
determinado momento. Ele não via nos processos conscientes a essência da vida
psíquica. Ao contrário, na determinação do psiquismo, os processos conscientes
se somariam aos pré-conscientes e aos inconscientes. (Cória-Sabini, 1986, p.
92).
As instâncias que formam a psique humana (Id, Ego e Superego)

Ao longo de seus estudos, Freud identificou que o aparelho psíquico era mais complexo do que
supunha anteriormente ao propor as três dimensões da mente (consciente, pré-consciente e
inconsciente). Introduziu, então, a hipótese da existência de outras três instâncias psíquicas (id,
ego e superego), que não anulam suas ideias anteriores, do contrário, as complementam (Násio,
1999; Schultz; Schultz, 2015).

 Id: é a instância pulsional, a fonte de energia psíquica. É regido pelo Princípio do Prazer,
ou seja, seu objectivo é a obtenção de prazer e a evitação da dor, e de modo imediato. É
constituído principalmente por aspectos inatos, não conhece ética, moral ou valores. É
egoísta, impulsivo, irracional e agressivo, a parte animal da nossa personalidade. Em um
primeiro momento, o id pode parecer algo negativo, que deveria ser eliminado. Mas esta
não é uma realidade. Pensemos no início da vida: o bebê chora, grita e esperneia quando
está com fome ou tem algum desconforto. Ele não para até que sua necessidade seja
atendida e isso garante sua sobrevivência. No entanto, a importância do id se estende para
além da primeira infância, como veremos mais adiante.
 Ego: é a instância responsável pelo contacto com a realidade. Seu objectivo é satisfazer
as demandas dos instintos primitivos (id) de modo adequado ao ambiente em que vive. É
regido pelo Princípio da Realidade, que se configura pelo adiamento da gratificação
(obtenção do prazer e evitação da dor). Representante do equilíbrio psíquico, tem função
mediadora e integradora entre as pulsões do id e as exigências do superego. Superego: é a
instância da moralidade. Se funda a partir do ego e tem como objectivo suprimir os
impulsos inaceitáveis do id, de modo a possibilitar a convivência civilizada. É
responsável pelo senso de certo e errado, pois compreende os valores morais e culturais
do indivíduo e seu grupo. É, portanto, o responsável pelos sentimentos de vergonha,
culpa e remorso. Assim como o ego, ele também tem componentes conscientes, pré-
conscientes e inconscientes. Para Freud, o superego se desenvolve por volta dos cinco
anos.

A sexualidade em Freud

Ao longo de seus estudos, Freud defendeu que estava na infância a principal causa dos
problemas psíquicos dos adultos e que grande parte deles giravam em torno de conflitos de
cunho sexual. Contrariando os pensadores da época, ele argumentou a existência de uma
sexualidade humana desde o nascimento. Nesse sentido, é importante esclarecer que, para a
Psicanálise a sexualidade vai muito além da genitalidade, da relação sexual e da reprodução.

O conceito psicanalítico de sexualidade proposto por Freud, traz uma


identidade específica e diferente de tudo aquilo que até então já se
havia falado sobre o tema. Freud elabora seu conceito, no qual a
sexualidade aparece como força, ou seja: sexo é energia. Essa energia
vital está ligada precisamente aos instintos, que por sua vez possuem
um papel importante na estrutura orgânica dos seres humanos, atuando
tanto no meio interno como no externo da vida do homem. (Silva;
Brígido, 2016, p. 126).

Compreendendo a sexualidade como parte fundamental da personalidade humana e considerando


que ela está presente desde o nascimento até a morte, Freud elaborou a teoria do
desenvolvimento psicossexual, que compreende cinco fases (oral, anal, fálica, latência e
genital). Em seu entendimento, os aspectos cruciais da personalidade se formam até o quinto ano
de vida e as fases psicossexuais acompanham o desenvolvimento biológico da criança. Em cada
uma delas, há o predomínio do investimento libidinal em determinada área do corpo,
denominada zona erógena.

De acordo com Hall e Lindzey (1984), no estágio oral que acontece do 0 aos 18 meses da
criança, comer é a atividade mais prazerosa e que é produzida pela boca, comer estimula os
lábios e a cavidade oral, podendo ser jogado fora o alimento que não agradar. Quando acontece o
crescimento dos dentes, a boca também servirá para morder e fazer a mastigação dos alimentos.
A mastigação e o morder, podem dizer muito sobre a personalidade, o caráter que pode aparecer
futuramente em alguém, assim os autores trazem como exemplo a personalidade ingênua de
alguém, que “se fixou no nível de receptividade oral da personalidade; tal pessoa, em geral
“engole” tudo o que lhe dizem”. Já uma pessoa que morde ou agride oralmente tem tendências a
ser sarcástico e a discussões. Sobre tal característica do estágio oral, Marcondes (1992, não
paginado) traz que os traços orais que forem mantidos estarão sempre ligados às características
predominantes do homem. Segundo a mesma autora:

Podemos dizer que caracteristicamente há traços orais da personalidade, mas


que a estrutura destes pode ser completamente inversa, dependendo do tipo de
situação que levou à fixação, do tipo de resposta da criança a tal situação
desequilibradora e da interrelação desses dois factores. É isso que justifica tantas
possibilidades diferentes de manifestações sintomaticamente orais. (Marcondes
1992, não paginado).

O Estágio Anal ocorre dos 18 meses aos 3 anos de vida da criança, e é nesse estágio que após
ocorrer a digestão dos alimentos, os mesmos ficam acumulados no intestino, para depois ser
expelido. As fezes quando são expulsas levam junto o que dá desconforto promovendo certa
sensação de alivio ao sujeito. Os esfíncteres começam a ser controlados a partir dos dois anos de
vida, e é nesse momento que a criança tem a sua primeira experiência de decidir o controle de
um impulso que vem de seu próprio instinto, pois ela começa a aprender a segurar sua
necessidade de aliviar as tensões anais. O modo como à criança é educada e o jeito que a mãe
encara as situações de proscrição das fezes pode produzir nas crianças efeitos que dizem respeito
com a formação de valores da criança. (Hall; Lindzey,1984, p.41).

O Estágio Fálico acontece dos 3 aos 6 anos da criança, e de acordo com Hall e Lindzey (1992,
42) é nele que surge as primeiras sensações sexuais e uma certa agressividade no que diz respeito
ao funcionamento dos genitais. É nesse estágio que aparece o complexo de Édipo, que decorre
do início da masturbação e de fantasias que a criança produz em sua vida. Os autores ainda
salientam que, Freud considerou que identificar o Complexo de Édipo se tornou uma de suas
maiores descobertas no estudo da sexualidade. A denominação desse complexo se deu por conta
do Rei de Tebas que haveria matado o próprio pai, e após teria se casado com a própria mãe. O
complexo de Édipo, se caracteriza pelo fato de o menino desejar a mãe e a menina desejar o pai,
e com isso segue-se o desejo do menino de afastar o pai e a menina de afastar a mãe. Segundo
Freud (apud Miranda, 2013, p. 261) “apaixonar-se por um dos pais e odiar o outro figuram entre
os componentes essenciais do acervo de impulsos psíquicos que se formam nessa época”.

Após o Estágio Fálico temos o Período da Latência que segundo Nunes e Silva (2000)
acontecem geralmente dos 6-9 seis aos nove anos da criança, e esse estágio também marca
consideravelmente o que diz respeito ao desenvolvimento sexual da criança, mas podemos ver
que nesse período existem interrupções, que de acordo com Freud, “Nada de certo se pode dizer
sobre a regularidade e periodicidade das oscilações deste desenvolvimento, mas parece que a
vida sexual da criança, por volta do terceiro ou quarto ano, já se manifesta de uma forma que a
torna acessível à observação.” (1970, p.90 apud Nunes; Silva 2000, p.48). Portanto, o Período da
Latência pode se dar por completo ou parcialmente. Nesse período o psicológico ganha mais
força, podendo fazer com que mais adiante no processo de desenvolvimento sexual da criança
aconteçam obstáculos a serem vencidos, pois é ai que aparecem as inibições sexuais, que fazem
com que nessa fase aconteça o desgosto, a moralidade, o pudor e o desejo estético. É considerado
que a infância acontece do nascimento da criança até o Período da Latência, que pode ser tida
como o intermédio da infância com a puberdade. (Nunes; Silva 2000, p.48- 49).

O último período das fases psicossexuais segundo Freud é o Estágio Genital. Hall e Lindzey
dizem que estas que antecedem o período Genital são Narcisistas em relação ao carácter, pois
neles os indivíduos podem adquirir satisfação estimulando o próprio corpo, e a satisfação com
outras pessoas pode se dar por que apresentam outras maneiras de prazer físico a criança. Na
adolescência aparecem às primeiras manifestações de atração sexual a outras pessoas, é maior a
socialização do indivíduo, cresce o interesse profissional, e também aparece a preparação para o
casamento e para a constituição de família, […]. Mesmo com a chegada do período Genital, as
fases que o indivíduo passou anteriormente não são apagadas e nem substituídas, pois os mesmos
se juntam para formar os impulsos genitais. Como já citado, no período Genital a pessoa está em
momento de preparação para constituir uma família, sendo que o principal exercício do Estágio
Genital é a reprodução. Para que isso aconteça o psicológico trabalha de uma forma que lhe dê
segurança e estabilidade para tal responsabilidade. Ainda de acordo com as palavras de Hall e
Lindzey (1984, p. 43), Freud mostrou que há certa distinção entre os estágios Oral, Anal, Fálico
e Genital, mas não mostrou com clareza e certeza que exista separação ou até mesmo que o
estágio seguinte seja algo inesperado para o desenvolvimento. Pois no fim, o desenvolvimento da
personalidade humana se dá a partir das contribuições de cada um dos quatro estágios
apresentados.
vai da fase (oral, anal, fálica, latência e genital), em que a fase oral que acontece do 0 aos 18
meses da criança, comer é a actividade mais prazerosa e que é produzida pela boca, comer
estimula os lábios e a cavidade oral, podendo ser jogado fora o alimento que não agradar. Ao
passo que na fase Anal ocorre dos 18 meses aos 3 anos de vida da criança, e é nesse estágio que
após ocorrer a digestão dos alimentos, os mesmos ficam acumulados no intestino, para depois ser
expelido. As fezes quando são expulsas levam junto o que dá desconforto promovendo certa
sensação de alívio ao sujeito. E, também encontramos o Estágio Fálico que acontece dos 3 aos 6
anos da criança, e de acordo com Hall e Lindzey (1992, 42) é nele que surge as primeiras
sensações sexuais e uma certa agressividade no que diz respeito ao funcionamento dos genitais.
Portanto,

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