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REMISSÃO DOS PECADOS

(quero saber por que devo confessar-me a um padre?)

Remissão dos Pecados

Remissão dos pecados significa o perdão que temos da nossa dívida. Deus providenciou
para que a nossa dívida (nossos pecados) pudesse ser paga (perdoada) e assim,
pudéssemos estar livres da condenação que merecíamos.

Sabemos que essa nossa dívida nos traria uma terrível condenação: “porque o salário do
pecado é a morte” (Rm 6:23).

Redenção significa que o próprio Deus, por meio do pagamento de um preço, nos
perdoa e paga a nossa divida, dando-nos uma nova vida e a absolvição. Deus perdoa a
nossa dívida, e a condenação não mais se aplica a nós.

Deus interferiu nessa triste história E esse preço capaz de pagar a nossa dívida altíssima
foi a morte de Jesus Cristo na cruz. O sangue de Jesus foi o preço pago pelos nossos
pecados. Nós é que deveríamos ser condenados e pagar com o nosso sangue, mas Jesus
nos substituiu e foi condenado em nosso lugar para nos dar a absolvição dos nossos
crimes (pecados contra Deus).

No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo. João 1:29

O que significa remissão dos pecados na Bíblia

A palavra remissão significa perdão. A remissão dos pecados significa o perdão da


dívida, o perdão dos pecados.

Quando Jesus se entregou na cruz por causa dos nossos pecados, Ele nos redimiu, pagou
nossa dívida. Fomos redimidos, ou simplesmente perdoados (Efésios 1:7, Colossenses
1:13-14 e 1 João 1:9). Em algumas traduções bíblicas a palavra 'remissão' é substituída
pela palavra 'perdão', mas ambas têm o mesmo sentido.

Almirante Gilberto José


Havia remissão dos pecados antes de Jesus?

Antes de Jesus, os pecados eram perdoados com base na lei que Deus deu a Moisés
(Levítico 4). A remissão dos pecados era alcançada através de uma oferta de sacrifício:
a vida de um animal.

O animal era sacrificado pelo sacerdote, assim realizando a expiação dos pecados da
pessoa que ofereceu (Levítico 4:20). Este tipo de sacrifício era imperfeito, pois a todo
momento era necessário novas ofertas de sacrifício devido ao pecado (Hebreus 10:1-2).

Diante disto, Deus entregou o seu único Filho para a propiciação dos nossos pecados
como sacrifício perfeito (Hebreus 9:15 e João 3:16). Depois do sacrifício de Jesus na
cruz já não é mais necessário sacrifícios de animais, pois o sangue de Jesus nos
purificou de todo o pecado (Hebreus 9:13-14).

Perdoando e sendo perdoado

Em Cristo fomos redimidos e recebemos perdão das nossas dívidas (Colossenses 2:13-
15). Assim como recebemos a remissão dos nossos pecados em Cristo, devemos
perdoar o próximo assim como fomos perdoados (Colossenses 3:13).

Ao aceitarmos a Cristo, reconhecemos que o seu sacrifício de sangue nos purificou de


todo pecado e fazemos parte do seu corpo (1 João 1:7 e Tito 2:14). Como Filhos de
Deus devemos anunciar o seu sacrifício que nos redimiu (Isaías 53:5) e declarar a
remissão que recebemos em boas obras (Mateus 5:16 e Efésios 2:10).

De modo geral, a remissão é rodeada pelos sentimentos de misericórdia, compaixão e


pena, que acabam por conceder alívio e consolo para quem estava em situação de
agonia ou acusação, em outrora.

Por que devo confessar-me a um padre?

É importante saber que a confissão não é feita para o padre, pois acreditamos que, no
sacramento da Reconciliação o sacerdote age na pessoa de Cristo. Isto significa que
quando confessamos nossos pecados não os expomos a outro, senão ao próprio Cristo
que, percebendo nosso arrependimento apaga todas as nossas faltas cometidas.

Almirante Gilberto José


Outro ponto diz respeito ao emprego do verbo “dever” em sua pergunta; penso que não
é o mais oportuno, visto que diz respeito a um sacramento, o qual entendemos como
gratuito dom de Deus, dispensado a todos os filhos e filhas, que a ele recorrem com fé.
Sugiro que ao invés do verbo dever, utilizemo-nos do verbo “precisar”. A pergunta
ficaria então: “Quero saber por que preciso confessar-me...?”

Esta mudança ganha sentido quando vamos ao real significado da Confissão,


sacramento da cura. Instituído pelo próprio Jesus, visto que, antes de voltar para o Pai
instruiu os seus discípulos, dizendo “... Àqueles a quem perdoardes os pecados
ficarão perdoados; a quem os mantiverdes ficarão mantidos” (João 20, 22-23).

Não é ele quem perdoa os pecados, mas é Cristo que nele nos escuta e absolve nossas
faltas. Ou seja, o padre faz a mediação entre nós e Deus, nos levando novamente à
comunhão, antes interrompida: a princípio com Deus, depois connosco e com os irmãos.

Se confessar com Deus ou com o Padre?

A confissão é um sacramento para o perdão dos pecados perante um padre ou bispo que
atuam em nome de Jesus Cristo. É terminantemente proibido que qualquer padre ou
bispo revele o que lhes foi dito em confissão, com o risco de excomunhão caso o façam.

Ainda assim, muitos cristãos preferem confessar-se directamente com Deus, seja na sua
casa ou na Igreja, sem intermediários. Mas ficam na dúvida se este ato é válido, já que o
padre ou bispo possuem uma ligação sagrada com o Divino para lhe transmitir o perdão
em nome de Cristo.

Em João, 20: 22-23, Jesus disse aos escolhidos: “A paz esteja com você; Como o Pai
me enviou, eu também te envio. E quando Ele disse isso, Ele expiou sobre eles e disse-
lhes: „Receba o Espírito Santo. Se você perdoa os pecados de alguém, seus pecados
serão perdoados; Se você reter os pecados de qualquer um, eles serão mantidos.”

Da mesma forma que Deus ungiu seu Filho com o Espírito Santo para que tivesse o
poder de perdoar os pecados, Jesus fez o mesmo com seus apóstolos, dando-lhes o
poder de perdoar pecados em Seu nome. Assim sucessivamente aconteceu com todos os
apóstolos até os dias atuais, agora chamados de padres e bispos.

Confessar-se directamente com Deus?

Almirante Gilberto José


Em Tiago, 5:16, Deus ordena “confessar os pecados uns aos outros”. Não diz para
confessar seus pecados directamente a Deus e somente a Deus, mas sim, que deve-se
confessar seus pecados uns aos outros. Neste caso, aos ungidos pelo Espírito Santo,
preparados para ouvir, perdoar ou reter os pecados em nome de Deus.

Outra razão da importância de fazer sua confissão para este sacerdote é que quando
cometem-se pecados, não deve-se perdão somente a Deus, mas também à Igreja, em ato
de reconciliação com esta casa que o recebe. Então, é claro que você pode conversar
directamente com Deus sobre seus pecados, mas precisa do perdão sacramental para que
seja completo.

”Quem pode perdoar os pecados, senão só Deus?” (Mc 2,7).

Quem negava a Jesus o poder de perdoar os pecados, e até taxava de blasfemador, eram
os orgulhosos escribas. Jesus, porém, lhes respondeu (Mc 2,10): “Para que saibais que o
Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados…”Jesus curou o paralítico
perdoado à vista deles.
Este poder de perdoar os pecados, Jesus o confiou aos homens pecadores, aos Apóstolos
e seus legítimos sucessores, no dia mais solene, na Ressurreição quando lhes apareceu e
disse (Jo 20,21-23): “Assim como o pai me enviou, também eu vos envio a vós. Tendo
dito estas palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Àquele
a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes,
ser-lhes-ão retidos”.
Não resta dúvida que o sopro de Cristo ressuscitado e as palavras: “Recebei o (dom do)
Espírito Santo…”expressam claramente que os Apóstolos não obtiveram o poder de
perdoar os pecados em virtude de sua santidade ou impecabilidade, mas como um dom
especial, merecido por Cristo e a ele conferido em favor das almas, remidas pelo sangue
derramado na cruz.
Daí dizer: “Eu não me confesso com os padres, porque eles também são pecadores,
demonstra igual insensatez, como afirmar: “Eu não vou, com minha doença, procurar
conselho e remédio dos médicos, porque eles também ficam doentes”.

Os outros crentes, porém, preferem ignorar estas palavras de Jesus, e desprezar o grande
dom de Jesus, no sacramento da Penitência. Para motivar este procedimento, procuram

Almirante Gilberto José


na Bíblia vários textos no sentido: “Convertei-vos… fazei penitência… arrependei-vos,
para que vossos pecados sejam perdoados,… para que sejais salvos”.

Ninguém duvida de que o sincero arrependimento dos pecados, com forme propósito de
não pecar mais, e satisfação feita a Deus e aos prejudicados, eram no Antigo
Testamento condições necessárias e suficientes para obter perdão de Deus.

Cada pecado é um ato de orgulho e desobediência contra Deus. Por isso “Cristo se
humilhou e tornou-se obediente até a morte na cruz” (Fl 2,8) para expiar o orgulho e a
desobediência dos nossos pecados, e nos merecer perdão.

Por isso ele exige de nós Confissão sacramental, na qual confessamos os nossos
pecados diante do seu representante, legitimamente ordenado. E, conforme a sua
promessa: “Quem se humilha, será exaltado, e quem se exalta, será humilhado” (Lc
18,14).

 Alguns “crentes” aliciam os católicos para sua seita com a promessa de que,
depois do baptismo (pela imersão), estarão livres de qualquer pecado e nem
poderão mais pecar! (Consequentemente, não precisarão mais de nenhuma
Confissão). Apoiam esta afirmação nas palavras bíblicas de I Jo 3, 6 e 9 “Quem
permanece Nele, não peca; quem peca, não O viu, nem O conhece” e “Todo
aquele que é gerado por Deus, não comete pecado, porque nele permanece o
germe divino” (a graça santificante).

(I Jo 1,8-10): “Se dissermos que não temos pecados algum, enganamos a nos mesmos, e
a verdade não está em nós, Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, e nos
perdoa os nossos pecados, e purifica de toda a iniquidade.

O que a Bíblia diz sobre a confissão dos pecados a um padre?

Quanto à confissão dos pecados, os crentes são ensinados em 1 João 1:9 a confessar os
seus pecados a Deus. Deus é fiel e justo para perdoar os nossos pecados quando os
confessamos a Ele.

Almirante Gilberto José


Tiago 5:16 fala da confissão das nossas transgressões “uns aos outros”.

Os católicos indicam João 20:23: “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes


perdoados; se lhos retiverdes, são retidos.” Com base neste versículo, os católicos
afirmam que Deus deu aos apóstolos a autoridade para perdoar pecados, e que esta
autoridade foi passada adiante para os sucessores dos apóstolos, como, por exemplo, os
bispos e padres da Igreja Católica Romana.

C.I.C

“Aquele que quiser obter a reconciliação com Deus e com a Igreja deve confessar ao
sacerdote todos os pecados graves que ainda não confessou e de que se lembra depois
de examinar cuidadosamente a sua consciência.” P. 411, #1493 Catecismo da Igreja
Católica (1994)

O Catolicismo ordena os membros a confessar seus pecados a um homem, mas a Bíblia


revela que aqueles que são nascidos na família de Deus podem ir directamente ao trono
de Deus para terem seus pecados perdoados:

“Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: Confessarei
ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.” Salmo
32:5

Davi confessava seus pecados a Deus, enquanto orava:

“Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu


conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” Salmo
51:2-3.

Almirante Gilberto José

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