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Por que não pode comer carne na

Sexta-Feira Santa?
A Páscoa é uma das principais celebrações do calendário cristão e,
durante a Semana Santa, existe a tradição de não consumir carne,
especificamente na Sexta-Feira Santa.

Durante o jejum praticado na Sexta-Feira Santa, muitas pessoas substituem a


carne vermelha por peixe.
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Uma das principais datas do calendário religioso do cristianismo é


a Páscoa, comemoração que relembra a crucificação e celebra a
ressurreição de Jesus Cristo. A celebração da Páscoa acontece durante
a Semana Santa, período do cristianismo que tem início no Domingo
de Ramos, dia que marca a entrada de Cristo em Jerusalém. A Semana
Santa termina exatamente no domingo de Páscoa, dia da ressurreição
de Cristo.
Durante o período, os fiéis observam muitas práticas e tradições que
são ligadas, principalmente, ao catolicismo, e uma das mais conhecidas
diz respeito à abstinência de carne na Sexta-feira Santa. Afinal, por
que a Igreja Católica recomenda aos fiéis não se alimentarem de carne
vermelha na Sexta-Feira Santa?

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Leia também: A origem histórica de uma das principais festas do


cristianismo

Tópicos deste artigo


 1 - Por que algumas pessoas não comem carne na Sexta-Feira
Santa?

 2 - O que pode comer na Sexta-Feira Santa?

Por que algumas pessoas não comem carne na


Sexta-Feira Santa?
Dentro da tradição da Igreja Católica, a Sexta-Feira Santa, também
conhecida como Sexta-Feira da Paixão, é um dia reservado para a
prática da abstinência. Essa tradição milenar do catolicismo opõe-se ao
consumo de carne vermelha e de frango nesse dia. Dentro desse
costume, é comum que nesse dia as pessoas substituam o consumo
dessas carnes pelo consumo de peixe.

A tradição de jejuar na Sexta-Feira Santa, provavelmente, teve sua


origem na Idade Média. Isso porque outra tradição do catolicismo
surgiu nesse período: a de jejuar toda sexta-feira. No século IX,
durante o pontificado de Nicolau I, foi imposta a prática de abdicar de
carne toda sexta-feira a todos os cristãos maiores de sete anos.

Nos primeiros tempos dessa prática, era comum que as pessoas


abstivessem-se nas quartas e nas sextas e, além da carne, as pessoas
não consumiam laticínios e ovos também. A prática, no entanto,
perdeu força, e a Igreja defende atualmente a abstenção apenas na
sexta. Hoje em dia, a prática da privação de carne durante a Sexta-Feira
Santa segue vigente.

O Código de Direito Canônico afirma que todas as sextas-feiras do


ano devem ser reservadas para a abstinência de carne ou outro
alimento, mas o jejum pode ser substituído pela realização de uma
obra de caridade, por exemplo. No que compete à Páscoa, o jejum era
realizado durante todo o período da Quaresma (período de 40 dias
que antecedem a Páscoa).

Existem aqueles que ainda fazem o jejum na Quarta-Feira de Cinzas e


na Sexta-Feira Santa. O mais comum entre aqueles que praticam o
jejum é de realizá-lo apenas na Sexta-Feira Santa. 

A abstenção de carne na Sexta-Feira Santa acontece em respeito ao derramamento do sangue de Jesus


Cristo durante o seu sacrifício. Além disso, muitos religiosos destacam que a realização do jejum é uma
prática daqueles que desejam ser afastados do pecado.

Acesse também: A história dos ovos de Páscoa produzidos pela


família Romanov

O que pode comer na Sexta-Feira Santa?


A tradição refere-se especificamente ao consumo de carne vermelha e
frango. Muitas pessoas substituem o consumo dessas carnes pela de
peixe, mas outras pessoas optam por não consumir nenhum tipo de
carne no período. O que consumir exatamente, durante o período da
Quaresma e na Sexta-Feira Santa, tem relação com a consciência e com
aquilo em que cada um acredita.

Por que não se pode comer carne?


Não há nenhuma explicação teológica a respeito do consumo de
frango no sábado de aleluia. No entanto, a tradição da igreja
recomenda aos católicos que substituam a carne vermelha ou de
frango por peixe, por se tratar de um alimento bíblico.
Outro fator que reforça esta restrição do consumo se refere à
crença de que a carne vermelha está relacionada ao sangue
derramado pelo Cristo na crucificação.

A Igreja Católica orienta seus fiéis, ainda, para que não consumam
comidas e bebidas reconhecidamente prazerosas, como
chocolates, outros doces e bebidas alcoólicas. Na visão da
instituição, no sábado de aleluia ainda não é hora de festa, mas de
penitência pela morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Os dias que antecedem a Páscoa estão, portanto, reservados à


reflexão sobre o sacrifício de Jesus na cruz. Para os católicos,
tradicionalmente, a sexta-feira santa é um dia de rituais e
penitências, como o jejum e as abstinências de prazeres tidos
como mundanos.

De acordo com a bíblia, pode ou não pode


comer carne no sábado de aleluia?
Segundo a bíblia, Jesus Cristo viveu e morreu para salvar todas as
pessoas de seus pecados. Durante a Quaresma, que é o período
de 40 dias que antecede a Páscoa, a recomendação da Igreja é que
o fiel não coma carne ou substitua isso por pequenas ações de
sacrifício.

A abstenção de carne na Sexta-feira Santa e no sábado de aleluia,


por exemplo, ocorre em respeito ao derramamento do sangue de
Jesus Cristo durante o seu sacrifício antes e durante a crucificação.
Além disso, muitos religiosos creem que ao fazer jejum ou se
abster de comer carne, a pessoa expressa seu desejo de se afastar
dos pecados.

Mas em que livro da bíblia está escrito que não pode comer carne
na sexta-feira santa e no sábado de aleluia? Está descrito em
Levítico 11.

Nessa passagem bíblica, o Senhor fala a Moisés e Arão. E define


quais animais podem ser comidos e quais não podem: “você pode
comer qualquer animal que tenha o casco fendido e que rumine.
Há alguns que só ruminam ou só têm o casco fendido, mas não
deves comê-los”.

A Igreja Católica não recomenda o jejum de carne apenas na


semana santa, na sexta-feira e no sábado de aleluia. Ao contrário
do que muitos pensam, ela recomenda a abstinência de carne em
todas as sexta-feiras do ano. Pelo menos é o que está escrito na
página 365 do Código de Direito Canônico, o livro que rege as
regras da Igreja Católica.

Se para a carne não há uma regra de proibição, o mesmo vale para


se ouvir música no sábado de aleluia

Tradição milenar
A tradição de jejuar e não comer carne na sexta-feira santa e no
sábado de aleluia, provavelmente, teve sua origem ainda na Idade
Média, período compreendido entre séculos V e XV.

Isso porque outra tradição do catolicismo surgiu nesse período: a


de jejuar todas as sextas-feiras do ano. É que no século IX, durante
o pontificado de Nicolau I, foi imposta uma norma de não se
consumir carne nestes dias. Essa prática se estendia a todos os
cristãos maiores de sete anos.

Nos primeiros tempos dessa prática, era comum que as pessoas


deixassem de consumir carne nas quartas e nas sextas. Além de
não comer carne, elas não consumiam laticínios e nem ovos.

Contudo, com o passar dos anos, esse ato foi perdendo força.
Razão pela qual a Igreja passou a defender a abstenção apenas na
sexta-feira santa. Hoje em dia, a abstinência de carne durante a
sexta-feira santa segue sendo cumprida pelos fiéis.

É pecado comer carne na Semana


Santa?
A Semana Santa é a semana mais importante do
ano! Deus tem reservadas graças particulares para
nós nesses dias. Por que não colaborar com elas
através de atos que contribuam com a nossa
conversão?
30 março 2022

É pecado comer carne na Semana Santa? Ora, antes de nos perguntar o que
é pecado e o que não é, devemos nos perguntar em que consiste
determinada coisa, qual a sua origem e razão de existir.

A abstinência de carne não é outra coisa a não ser uma forma de penitência.


Ora, a penitência é definida pelo Catecismo como uma reorientação radical
da vida por inteiro, um regresso, uma conversão a Deus de todo o coração,
que comporta uma ruptura com o pecado, uma aversão ao mal, com
repugnância pelas más ações cometidas, e que implica, simultaneamente, o
desejo e o propósito de mudar de vida, com a esperança da misericórdia
divina e a confiança na ajuda da sua graça (cf. CIC 1431). Assim sendo, a
abstinência de carne é uma ferramenta que contribui com a nossa
conversão, mortificando o nosso homem velho e fortalecendo o nosso
homem novo em Cristo. Desta forma, a abstinência de carne é uma prática
salutar recomendada a todos os fiéis.

Leia também| Por que não se faz abstinência de peixe?


Os tempos da quaresma e da Semana Santa são tempos excelentes para
deixar que Deus opere em nós a conversão, acolhendo a sua graça e
colaborando com ela através dos nossos atos. A Semana Santa é a semana
mais importante do ano! Deus tem reservadas graças particulares para nós
nesses dias. Por que não colaborar com elas através de atos que
contribuam com a nossa conversão?

Abstinência auxilia no processo de conversão


Esta deve ser a nossa postura em relação à abstinência de carne: ela deve
ser tida como uma poderosa ferramenta que está ao nosso favor no maior
e mais importante objetivo da nossa vida: a conversão a Deus.

Para responder se acaso é pecado não se abster de carne na Semana Santa,


deve se fazer uma reflexão a partir do dito até aqui. O consumo de carne
em si mesmo nada tem de pecaminoso. Contudo, a recusa de nos abster
dele pode sê-lo, dependendo do motivo.

Por exemplo, não querer se abster de carne na semana santa por não se
importar com Deus e as práticas religiosas, pode ser considerado um
pecado de indiferença a Deus (cf. CIC 2094) ou até mesmo de irreligião (cf.
CIC 2118). Por outro lado, não se abster de carne na semana santa pela
incapacidade de abdicar do prazer que ela concede, pode ser considerado
uma falta de autodomínio, um defeito origem de muitos pecados, como
gula e luxúria, entre outros. Nesse caso, também deve ser considerado um
mal. Enfim, se a pessoa não quer se abster de carne apenas porque não
quer fazer penitência, pode ser expressão de uma falta de desejo de se
converter a Ele, o que poderia ser considerado pecado de presunção de si
mesmo ou da misericórdia de Deus para salvar-se (cf. CIC 2092).

Em virtude do anterior, a Igreja, que, como uma boa mãe, sabe o que é bom
para a nossa conversão, nos prescreve a abstinência de carne em dias e
tempos penitenciais: “O quarto preceito [da Igreja] (‘Guardar abstinência e
jejuar nos dias determinados pela Igreja’) assegura os dias de ascese e de
penitência que nos preparam para as festas litúrgicas e contribuem para
nos fazer adquirir domínio sobre os nossos instintos e a liberdade do
coração” (CIC 2043).
Os dias e tempos penitenciais compreendem todas as sextas-feiras do ano
e o tempo da quaresma (cf. Código de Direito Canônico, cân. 1250).
Convém, então abster-se de carne vermelha todas as sextas-feiras do ano
(que não coincidam com uma solenidade) e observar a abstinência e o
jejum na quarta-feira de cinzas e na Sexta-feira da Paixão (cf. Cân. 1251).

Que Deus nos dê a graça de viver uma penitência cheia de sentido e


interioridade!

Retiro de Semana Santa Shalom 2022


 A Comunidade Católica Shalom promoverá o seu tradicional retiro de
formação e oração em uma edição híbrida. O encontro acontecerá dos dias
14 a 17 de abril  de 2021 e será transmitido pelo Canal no YouTube. Entre
os pregadores do retiro, estão Moysés Azevedo e Emmir Nogueira,
fundador e cofundadora da Comunidade Shalom. Na programação ainda
haverá a tradicional Via-Sacra organizada pelos artistas Comunidade
Shalom.

A inscrição para o Retiro de Semana Santa é gratuita, clique no link e faça já


a sua inscrição. 

[CLIQUE AQUI e faça a sua inscrição]

Meditações para a Semana Santa 


Meditações para a Semana Santa já está à venda nas Edições Shalom. A
obra, que é um auxílio para a boa vivência do espírito litúrgico desse tempo
especial, será utilizada pelos participantes do Retiro da Semana Santa 2022,
da Comunidade Católica Shalom. Essa edição traz orientações e reflexões
para oito dias, do Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa. A semana
mais importante para a fé católica será meditada segundo o versículo de Jo
13,34: “Amai-vos como Eu vos amei”

É pecado comer carne vermelha na Sexta-Feira da Paixão?


Saiba mais sobre o costume católico de comer peixe neste dia de reflexão sobre a morte de Jesus
Cristo.
18/04/2019 • 11:16 • Atualizado em 18/04/2019

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Geralmente os cristãos católicos têm o costume de não comer carne


vermelha às quartas e sextas-feiras da Quaresma, e, principalmente,
na Sexta-feira da Paixão. O peixe é o alimento mais comum para este dia,
simbolizando o ato de não comer carne, como uma penitência, um
sacrifício, já que o consumo da carne é mais rotineiro. Mesmo assim, com
toda essa simbologia, a própria Igreja afirma que não é pecado ingerir
a carne vermelha.

A Bíblia diz, em Efésios, que o jejum não deve ser usado como meio de
se obter o favor de Deus, pois a salvação é unicamente pela graça,
mediante a fé em Jesus. Outro conceito relevante é dito pelo Papa
Francisco. Ele afirma que o verdadeiro jejum vem do coração. “É preciso
distinguir entre o ‘formal’ e o ‘real’, pois, para Deus, não é jejum deixar de
comer carne e depois brigar e explorar os trabalhadores. Jesus condenou
os fariseus porque faziam tantas observações exteriores, mas sem a
verdade do coração”. Segundo o Santo Padre, o jejum que Jesus quer é
aquele que dissolve as cadeias injustas e liberta. “O amor a Deus e o amor
ao próximo são uma unidade e, se você quer fazer penitência, real e não
formal, deves fazê-la diante de Deus e também com o teu irmão, com o
próximo”.

Como uma prática voluntária, o jejum é tido como uma forma de


aproximação com Deus. Mas e o peixe? Tem algum significado? De
acordo com o Missionário Redentorista, Pe. Natalino Martins, desde o início
da história humana, dentro da realidade eclesial, a partir de Jesus, é
observado que o peixe é o símbolo dos amigos de Cristo. “Por isso, havia
entre os cristãos, depois da ressurreição de Jesus, a grande característica de
demonstrar, mostrar, apontar e denunciar quem era amigo de Cristo ou
não pelo simbolismo do peixe tanto na refeição quanto nos sinais e
símbolos para a identificação dos seus amigos. Por isso, na Sexta-feira
Santa, todos os amigos de Cristo, tanto na Quaresma, tanto em todas
as ocasiões é orientado pela Igreja se comer peixe, não apenas por
uma questão estética ou alimentar saudável, mas também para ir
imprimindo nos gestos e nas atitudes a amizade do próprio Cristo”,
pontua.

De acordo com o Missionário Redentorista, as Sagradas Escrituras


mostram que a realidade da carne é a realidade do pecado, do prazer e
da luxúria, mas isso não significa se alimentar de carne seja pecado ou
coisa parecida. “Apesar da carne ter um simbolismo muito profundo
acerca da limitação e fragilidade humana, o cristão faz não apenas uma
abstinência alimentar, mas é convidado a entrar em contato com aquele
que, de fato, se fez cada vez mais divino, sendo Deus, vivendo tudo, menos
o pecado, e ao mesmo tempo tendo a necessidade de tomar a decisão por
continuar sendo divino e escola para cada um de nós. Comer carne
vermelha não é pecado, mas nós temos que criar esse simbolismo, essa
consciência de que a carne é essa limitação humana que
carregamos. Comer peixe simboliza, dentro da realidade eclesial, a
nossa amizade com Cristo, a nossa unidade, a nossa proximidade com
Cristo”, explica Pe. Natalino.

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