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Sexta-Feira Santa?
A Páscoa é uma das principais celebrações do calendário cristão e,
durante a Semana Santa, existe a tradição de não consumir carne,
especificamente na Sexta-Feira Santa.
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A Igreja Católica orienta seus fiéis, ainda, para que não consumam
comidas e bebidas reconhecidamente prazerosas, como
chocolates, outros doces e bebidas alcoólicas. Na visão da
instituição, no sábado de aleluia ainda não é hora de festa, mas de
penitência pela morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Mas em que livro da bíblia está escrito que não pode comer carne
na sexta-feira santa e no sábado de aleluia? Está descrito em
Levítico 11.
Tradição milenar
A tradição de jejuar e não comer carne na sexta-feira santa e no
sábado de aleluia, provavelmente, teve sua origem ainda na Idade
Média, período compreendido entre séculos V e XV.
Contudo, com o passar dos anos, esse ato foi perdendo força.
Razão pela qual a Igreja passou a defender a abstenção apenas na
sexta-feira santa. Hoje em dia, a abstinência de carne durante a
sexta-feira santa segue sendo cumprida pelos fiéis.
É pecado comer carne na Semana Santa? Ora, antes de nos perguntar o que
é pecado e o que não é, devemos nos perguntar em que consiste
determinada coisa, qual a sua origem e razão de existir.
Por exemplo, não querer se abster de carne na semana santa por não se
importar com Deus e as práticas religiosas, pode ser considerado um
pecado de indiferença a Deus (cf. CIC 2094) ou até mesmo de irreligião (cf.
CIC 2118). Por outro lado, não se abster de carne na semana santa pela
incapacidade de abdicar do prazer que ela concede, pode ser considerado
uma falta de autodomínio, um defeito origem de muitos pecados, como
gula e luxúria, entre outros. Nesse caso, também deve ser considerado um
mal. Enfim, se a pessoa não quer se abster de carne apenas porque não
quer fazer penitência, pode ser expressão de uma falta de desejo de se
converter a Ele, o que poderia ser considerado pecado de presunção de si
mesmo ou da misericórdia de Deus para salvar-se (cf. CIC 2092).
Em virtude do anterior, a Igreja, que, como uma boa mãe, sabe o que é bom
para a nossa conversão, nos prescreve a abstinência de carne em dias e
tempos penitenciais: “O quarto preceito [da Igreja] (‘Guardar abstinência e
jejuar nos dias determinados pela Igreja’) assegura os dias de ascese e de
penitência que nos preparam para as festas litúrgicas e contribuem para
nos fazer adquirir domínio sobre os nossos instintos e a liberdade do
coração” (CIC 2043).
Os dias e tempos penitenciais compreendem todas as sextas-feiras do ano
e o tempo da quaresma (cf. Código de Direito Canônico, cân. 1250).
Convém, então abster-se de carne vermelha todas as sextas-feiras do ano
(que não coincidam com uma solenidade) e observar a abstinência e o
jejum na quarta-feira de cinzas e na Sexta-feira da Paixão (cf. Cân. 1251).
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A Bíblia diz, em Efésios, que o jejum não deve ser usado como meio de
se obter o favor de Deus, pois a salvação é unicamente pela graça,
mediante a fé em Jesus. Outro conceito relevante é dito pelo Papa
Francisco. Ele afirma que o verdadeiro jejum vem do coração. “É preciso
distinguir entre o ‘formal’ e o ‘real’, pois, para Deus, não é jejum deixar de
comer carne e depois brigar e explorar os trabalhadores. Jesus condenou
os fariseus porque faziam tantas observações exteriores, mas sem a
verdade do coração”. Segundo o Santo Padre, o jejum que Jesus quer é
aquele que dissolve as cadeias injustas e liberta. “O amor a Deus e o amor
ao próximo são uma unidade e, se você quer fazer penitência, real e não
formal, deves fazê-la diante de Deus e também com o teu irmão, com o
próximo”.