INTRODUÇÃO

Paz e bençãos a você que faz parte da IGREJA BATISTA LÍRIO DE SIÃO!

Começamos uma nova fase da nossa Escola Bíblica, em que estudaremos

nossa Declaração Doutrinária. Antes de mais nada, queremos esclarecer a você a
importância deste documento, pois somos chamados Cristãos, evangélicos e por
vezes até protestantes. Mas além destes rótulos, somos denominados Batistas.
Afinal, o que é ser um Cristão Batista?

Esta revista busca responder a essa pergunta, e o melhor caminho é

apresentar a você o documento oficial, que foi redigido e aprovado pelas igrejas
batistas brasileiras que possa demonstrar nossas crenças e doutrinas comuns.

No dia 22 de janeiro de 1986, na décima quinta sessão da 67ª Assembleia

Anual da Convenção Batista Brasileira, após oito anos de discussões, foi aprovada
de forma unânime a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira.

A declaração se tornou uma diretriz das práticas comuns das igrejas

batistas no Brasil, isso não quer dizer que não possamos ter diferenças ou
discordâncias, ela em si é apenas aquilo que nos une, em especial, os nossos
princípios.

Durante o estudo de nossa revista, você terá em suas mãos o texto da

declaração doutrinária na íntegra, e nas notas de rodapé você encontrará as bases
bíblicas de nossas doutrinas. Nós também incluímos alguns comentários dos
principais pontos, mas queremos que você também possa questionar, concordar,
discordar e contribuir em nossas aulas.

Para começar, vamos entender os nossos 6 princípios essenciais. São as

bases do “Ser Batista”, eles nos definem como batistas, mas veja bem, não é sobre
ser cristão, mas sobre pertencer a nossa denominação. Pois as outras igrejas tem
suas formas de crer e suas doutrinas, eles são nossos irmãos de fé, não são errados
ou piores, só são diferentes. Cada denominação tem sua forma de ser, e as
pessoas se adaptam a igrejas diferentes porque somos diferentes uns dos outros.
Porém, ainda assim, existe algo que está acima dos nomes de igrejas e doutrinas:
Cristo. Ele é quem nos une. Mas para vivermos em harmonia e respeito, e para
podermos saber o que somos, apresentamos a você as DECLARAÇÃO
DOUTRINÁRIA DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA:

1
 AULA 1
OS PRINCÍPIOS DOS BATISTAS
Os discípulos de Jesus Cristo, que foram designados pelo nome batista se
caracterizavam pela sua relação com às Escrituras e por isso só recebiam em suas
comunidades, como membros atuantes, pessoas convertidas pelo Espírito Santo
de Deus. Somente essas pessoas eram por eles batizadas e não reconheciam como
válido o batismo administrado na infância por qualquer grupo cristão, pois, para
eles, crianças recém-nascidas não podiam ter consciência de pecado, regeneração,
fé e salvação. Para adotarem essas posições eles estavam bem fundamentados
nos Evangelhos e nos demais livros do Novo Testamento. A mesma
fundamentação tinham todas as outras doutrinas que professavam. Mas sua
exigência de batismo só de convertidos é que mais chamou a atenção do povo e
das autoridades, daí derivando a designação “batista” que muitos supõem ser uma
forma simplificada de “anabatista”, “aquele que batiza de novo”.
A designação surgiu no século 17, mas aqueles discípulos de Jesus Cristo
estavam espiritualmente ligados a todos os que, através dos séculos, procuraram
permanecer fiéis aos ensinamentos das Escrituras, repudiando, os acréscimos e
corrupções nos textos sagrados.
Através dos tempos, os batistas se destacam pela defesa destes
princípios:
1º) A aceitação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta.
Não temos outro livro de fé que seja considerado inspirado, não
acolhemos nenhum acréscimo no texto ou remoção, respeitando as diversas
traduções e versões e adotando os manuscritos mais aceitos. Prezamos pelo
acesso universal à Bíblia Sagrada nos idiomas e dialetos que possibilitem ao povo
desfrutar livremente dos Escritos. Nenhuma Bula Papal, decreto religioso ou
literatura cristã posterior será tratada como inspirada.
2º) O conceito de igreja como sendo uma comunidade local democrática e
autônoma, formada de pessoas regeneradas e biblicamente batizadas.
Prezamos pela democracia e defendemos a autonomia da igreja local, não
havendo redes de igrejas submissas a uma sede ou ao governo de um pastor,
presbitério ou líder.
2 27
demonstrar que são parte do corpo de Cristo, tanto por uma vida moralmente
correta, quanto pelo gesto público que simboliza a conversão do indivíduo, ou
seja, o Batismo. Por isso em nossa igreja as pessoas que participam da ceia, são
membros ativos de uma igreja, que creem em Jesus como Messias e não se ajoelha
diante de imagens. Algumas igrejas entendem, que apenas os membros da mesma
igreja devem participar da ceia. Eles, diferente do grupo acima, não são liberais,
mas sim ultra-restritos. Um grupo radical que não reconhece a integridade de
outro grupo e tão pouco valoriza a história e o testemunho dos outros.
Para alguns religiosos não é errado beber vinho alcoólico, eles afirmam
que a Bíblia não diz nada sobre isso. Nós não vamos entrar em discussão sobre
este tema aqui, porém como Igreja, precisamos entender que muitas pessoas que
professam a fé entre nós, já tiveram problemas com o álcool, direta ou
indiretamente. Muitos viveram momentos difíceis com o impacto catastrófico das
bebidas alcoólicas em suas famílias. Isto é reflexo de uma velha vida, que nossa
igreja não deve de maneira nenhuma reaproximar a pessoa.
Ainda temos entre nossos membros, adolescentes e juniores que, pela lei
vigente em nosso país, não podem ingerir álcool nesta idade. Por isso não fazemos
uso de vinho alcoólico em nossa ceia, apenas o suco de uva, ele é suficiente para
simbolizar o que a Bíblia nos orienta, sem que haja maiores transtornos. Ainda,
como instituição, NÃO RECOMENDAMOS o consumo de álcool para nossos
membros, por isso em nossas celebrações oficiais e de quaisquer departamentos
este tipo de cultura não é acolhida, preservando a integridade de nossa instituição
e do nome de Cristo.
Em resumo; a ceia celebrada em nossa igreja é composta destes dois
elementos: O suco de uva (o fruto da videira) e o pão que utilizamos mensalmente
é o pão normal, exceto em páscoa, onde utilizamos o pão ázimo, pois a Bíblia diz
que no período de páscoa “Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado não se
verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos.” (Êxodo 13.7)
e o apóstolo Paulo nos orienta que em páscoa: "...façamos a festa, não com o
fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os pães
ázimos da sinceridade e da verdade." (I Coríntios 5:8).
CONCLUSÃO DA PARTE 1
Nesta primeira edição, tratamos os primeiros 9 pontos de nossa
declaração doutrinária, na próxima edição continuaremos a apresentar e discutir
os outros temas. Desejamos que no final desse curso você possa conhecer melhor
os fundamentos da nossa igreja e denominação e que você esteja apto para
ensinar aqueles que chegarem em nossa comunidade de Fé.
vinho é escarnecedor e embriaga. Quando um crente bebe do fruto da videira, ele
deve saber qual videira ele representa. A Bíblia diz que na ceia do Senhor você
bebe o vinho do Eterno, de Sua videira maravilhosa. O Salmo 104 declara que O
nosso Deus “Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem,
para fazer sair da terra o pão, e o vinho que alegra o coração do homem...” (Salmo
104.14 e 15a.). Mas se o homem bebe de um vinho não oferecido pelo Eterno, seu
vinho é visto na Bíblia de uma maneira diferente: “Para os que se demoram perto
do vinho, para os que andam buscando vinho misturado. Não olhem para o vinho
quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No
fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá.” (Provérbios 23.30-32)
O Eterno não se agrada de alguém que só se alegra em algo contaminado
ou misturado. Nossa alegria não pode estar no Senhor e no mundo. Ou estamos no
caminho de Jesus, ou estamos no caminho deste mundo. Jesus é chamado de a
Videira Verdadeira, e este título nos enxerta nesta Videira. Veja o que diz o
Evangelho de João: “Eu sou a videira, vocês são as varas; quem está em mim, e eu
nele, esse dá muito fruto; porque sem mim vocês não podem fazer nada.” (João
15.5). Nossa alegria e nosso alimento espiritual devem estar em Deus e em Seu
filho Jesus O Messias.
Na ceia do Senhor você entenderá que estes dois elementos, o pão e o
vinho, simbolizam o corpo e o sangue de Jesus e por estarmos nesta ceia, ela
representa que na morte de Jesus, nós que aderimos ao seu caminho, recebemos
o pão vivo que desceu dos céus e por seu sangue representado pelo vinho,
recebemos vida, muita vida!
O que não cremos?
Saiba que, em algumas igrejas, as pessoas acreditam que podem receber
bençãos físicas e materiais por participarem da ceia. Mas nós NÃO cremos assim, a
Bíblia não se refere a ninguém que ficou rico ou curado de uma enfermidade por
comerem pão e bebido vinho. As únicas bençãos que recebemos são a comunhão
com os irmãos e a capacidade de sermos gratos por fazermos parte do corpo de
Cristo.
Em algumas outras igrejas acreditam que ao comer o pão e beber do
vinho estamos literalmente comendo a carne e bebendo do sangue de Jesus. Eles
chamam de “transubstanciação”, mas a Bíblia não diz que o pão vira carne e o
vinho, o sangue, mas que comemos em memória, ou seja, na ausência de Jesus,
simbolizando o que Jesus é, e fez por nós.
Existem denominações que permitem que qualquer pessoa que entrar
pelas portas da igreja pode participar da ceia, são chamados de Liberais. Mas nós
compreendemos que as pessoas que devem participar da ceia do Senhor, precisam
26
3º) A separação entre igreja e Estado.
A igreja não pode interferir no Estado, ela pode ter voz, criticar, cobrar e
cooperando para o bem-estar da sociedade e é seu dever orar por seus
governantes, sem infringir as leis que regem a nação, desde que essas leis não
afetem a liberdade de culto e pensamento, assim como a integridade dos
indivíduos. A separação com o Estado implica em distanciamento da Igreja de
partidos e espectros políticos. Como indivíduo, o membro da igreja tem a
liberdade de se posicionar politicamente de acordo com suas preferências e
consciência. Mas ele não deve privar o direito comum aos membros de sua
comunidade de fé, sendo saudável a divergência de posições políticas e
ideológicas, desde que o ambiente de culto não se converta em palanque político.
Fora das dimensões da Igreja, toda militância deve ser desvinculada da igreja local.
A igreja batista não pode ter partido político, nem se associar aos espectros
políticos (direita, esquerda, centro) ou ser governada pelo Estado. Quando
pensamos em assegurar os direitos de nossa fé, esse mesmo princípio se estende
às outras religiões, visto que, o Brasil é oficialmente um Estado laico, pois a
Constituição Brasileira e outras legislações preveem a liberdade de crença religiosa
aos cidadãos, além de proteção e respeito às manifestações religiosas.
4º) A absoluta liberdade de consciência.
Acreditamos que toda forma de regime totalitarista, opressivo e ditatorial,
quer seja religioso, ideológico, militar ou de Estado, ofende a liberdade de
consciência. Sendo assim, as igrejas batistas defendem a absoluta liberdade para
que seus membros decidam sobre a educação de seus filhos, administração de
seus lares, negócios, bens e conduta pessoal. Cabe a igreja instruir e orientar,
porém jamais ditar o comportamento de seus membros ultrapassando a liberdade
de consciência. No entanto, para o exercício de cargos e ministérios, sendo
representantes da igreja, cabe à igreja local, com liberdade, interpretar se as ações
de seus líderes são incompatíveis com a natureza institucional e os princípios aqui
defendidos.
5º) A responsabilidade individual diante de Deus.
Os batistas preservam a absoluta liberdade, que traz consigo não apenas
direitos, mas deveres. Um sistema democrático responsabiliza os indivíduos por
suas ações, isso tanto nas nossas relações horizontais (em sociedade), como nas
relações verticais (nossa responsabilidade diante de Deus).
3
 Somos responsáveis por nossa conduta cristã no mundo, nosso
testemunho e o enfrentamento de nossos impulsos, pensamentos e ações. Somos
responsáveis pelo impacto social, ambiental e espiritual de nossas escolhas.
Portanto, diante do livre arbítrio, a conversão é pessoal e apesar dos impactos
coletivos de nossas ações, seremos julgados individualmente.
6º) A autenticidade e apostolicidade das igrejas.
Neste princípio defendido por nós, entendemos ser nossa
responsabilidade preservar a visão de igreja que encontramos nos testemunhos
bíblicos. É nosso papel dar prosseguimento ao que os apóstolos inauguraram. Por
isso, a visão de igreja hoje precisa se adequar à realidade local, mas sem perder
autenticidade, sem rejeitar as raízes de nossa fé. Ao presenciarmos o testemunho
de muitas igrejas hoje, com novos apóstolos, discursos e teologias sem qualquer
semelhança ao que vemos nos relatos do Novo Testamento, isto nos alerta a
sempre retornarmos ao texto bíblico e compararmos nossa postura hoje com as
raízes de nossa fé.
Os Batistas caracterizam-se também pela intensa e ativa cooperação entre
suas Igrejas. Não havendo nenhum poder que possa constranger a Igreja local, a
não ser a vontade de Deus, manifestada através de seu Santo Espírito, os Batistas,
baseados nesse princípio da cooperação voluntária das Igrejas, realizam uma obra
geral de missões, em que foram pioneiros entre os evangélicos nos tempos
modernos; de evangelização, de educação teológica, religiosa e secular; de ação
social e de beneficência. Para a execução desses fins, organizam Associações
regionais e Convenções estaduais e nacionais, não tendo estas, no entanto,
autoridade sobre as Igrejas, devendo suas resoluções ser entendidas como
sugestões ou apelos.
AULA 2
I - AS ESCRITURAS SAGRADAS
Olá querido aluno ou aluna, nesta aula vamos tratar de nosso livro de fé.
Como nossa denominação entende a Bíblia e nossa forma de nos relacionarmos
com ela.
Cremos que:
4 25
glorifique ao nosso Pai que está nos céus, empenhados na honestidade, decência,
respeito, amor e descobrindo na Palavra, como agradar a Deus.
Sobre a Ceia
A ceia do Senhor é uma cerimônia da igreja reunida,
comemorativa e proclamadora da morte do Senhor Jesus Cristo,
simbolizada por meio dos elementos utilizados: O pão e o vinho.
Nesse memorial o pão representa seu corpo dado por nós no
Calvário e o vinho simboliza o seu sangue derramado.90 A ceia do
Senhor deve ser celebrada pelas igrejas até a volta de Cristo e
sua celebração pressupõe o batismo bíblico e o cuidadoso exame
íntimo dos participantes.91
Existem dois símbolos na Bíblia que representam O Corpo do Messias: O
Primeiro símbolo você já entendeu que somos nós, a Bíblia nos mostra que nossa
união com Jesus nos faz parte do mesmo corpo espiritual. Mas existe um segundo
símbolo que representa O Corpo do Messias:
“O Pão”.
Na Bíblia, o pão nos faz recordar o episódio em que o povo de Israel
peregrinava no deserto. Eles não podiam plantar, nem comprar alimento, mas O
Eterno fazia descer dos céus o “maná” um tipo de pão (Confira a história em Êxodo
16). O pão na Bíblia posto sobre nossas mesas simboliza que: O Eterno diariamente
não se esqueceu de nós e tem derramado suas bençãos sobre os seus.
Do mesmo modo, sobre o pão que desceu dos céus no deserto, Jesus diz
sobre si mesmo: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão,
viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do
mundo” (João 6.51).
“O Vinho”
Mensalmente nossa igreja celebra um memorial chamado de ceia do
Senhor, onde o pão estará presente, com outro elemento, O VINHO. Este elemento
também simboliza O nosso Messias.
O vinho na Bíblia é o principal símbolo da alegria que está no coração do
homem. Se o coração for bom, seu vinho é bom. Mas se seu coração for mal, seu
90
Mt 26.26-29; 1Co 10.16,17-21; 11.23-29
91
Mt 26.29; 1Co 11.26-28; At 2.42; 20.4-8
 AULA 10
IX - O BATISMO E A CEIA DO SENHOR
Sobre o Batismo
O batismo e a ceia do Senhor são as duas ordenanças da igreja
estabelecidas pelo próprio Jesus Cristo, sendo ambas de
natureza simbólica.86 O batismo consiste na imersão do crente
em água, após sua pública profissão de fé em Jesus Cristo como
Salvador único, suficiente e pessoal. 87 Simboliza a morte e
sepultamento do velho homem e a ressurreição para uma nova
vida em identificação com a morte, sepultamento e ressurreição
do Senhor Jesus Cristo e também prenúncio da ressurreição dos
remidos.88 O batismo, que é condição para ser membro de uma
igreja, deve ser ministrado sob a invocação do nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo.89
João Batista, batizava muitas pessoas, mas ele exigiu que as pessoas que
se batizassem, deveriam ter uma vida que expressassem retidão, virtudes de
justiça, piedade para com o próximo e para com Deus. Certa vez João disse para
alguns religiosos de sua época: “E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus,
que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: raça de víboras, quem vos ensinou a fugir
da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento.” (Mateus 3. 7-8)
João está dizendo que não adianta só tomar banho, tem que produzir
bons frutos, frutos daqueles que se arrependem, daqueles que ingressam no novo
caminho. A pessoa que se propõe a ser batizada, deve ter uma postura social que
reflita seu gesto, inclusive em suas redes sociais, pois o batismo é o reflexo de um
estado espiritual que pode ser publicamente visto. Sendo assim, é preciso que
você ao se batizar, tenha em mente que este é um grandioso e marcante passo em
sua vida, que requer de você uma mudança de atitude, carece que você esteja
verdadeiramente trilhando o caminho de Jesus. Isso não quer dizer que você
parou de cometer pecados, somos humanos e pecadores, mas os que nasceram de
novo em Jesus e por isso devem se batizar, querem viver uma vida de luta contra o
pecado e buscam ter uma vida reta e piedosa diante do Senhor, para que o mundo
86
Mt 3.5,6,13-17; Jo 3.22,23; 4.1,2; 1Co 11.20,23-30
87
At 2.41,42; 8.12,36-39; 10.47,48
88
Rm 6.3-5; Gl 3.27; Cl 2.12
89
Mt 28.19; At 2.38,41,42; 10.48
24
“A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana.1 É o registro
da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens.2 Sendo Deus
seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e
dirigidos pelo Espírito Santo.3
Quando afirmamos que a Bíblia é a Palavra de Deus, o que é um gesto de
fé e não um fato histórico, estamos convictos de que Deus atuou e continua a
atuar na vida de incontáveis pessoas em culturas e tempos diferentes. Mas coube
ao povo de Israel o registro desta revelação, sendo eles os primeiros a terem essa
experiência com O Eterno e repassada pelos escritores bíblicos até os dias atuais.
Por que cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus? Primeiro, pois nela
encontramos a revelação máxima do amor que é Cristo. Outra razão é que muitos
são os testemunhos de pessoas que tiveram experiências pessoais
transformadoras em mais de 3000 anos, de uma fé nascida entre os israelitas até a
era cristã em que vivemos. Você também já deve ter vivido e/ou ainda viverá
experiências quando se debruçar sobre esse livro.
Cremos que Deus fala em linguagem humana, para que nós possamos
entender, por isso Deus usou mais de quarenta escritores na formação da Bíblia
Sagrada. Portanto, compreendemos que Deus inspirou essas pessoas para revelar
sua vontade.
Compreendemos que ela:
Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os
pecadores à salvação, edificar os crentes e promover a glória de
Deus.4 Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso
é um perfeito tesouro de instrução divina.5 Revela o destino final
do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os
homens.6
É neste texto que encontramos a santa vontade de Deus revelada para
nossas vidas. Entretanto, por mais que ela seja uma magnífica obra literária e cheia
1
Sl 119.89;Hb 1.1; Is 40.8; Mt 24.35;Lc 24.44,45; Jo 10.35;Rm 3.2;1Pe 1.25; 2Pe 1.21
2
Is 40.8; Mt 22.29; Hb 1.1,2; Mt 24.35; Lc 24.44,45; 16.29; Rm 16.25,26; 1Pe 1.25
3
Ex 24.4; 2Sm 23.2; At 3.21; 2Pe 1.21
4
Lc 16.29; Rm 1.16; 2Tm 3.16,17; 1Pe 2.2; Hb 4.12; Ef 6.17; Rm 15.4
5
Sl 19.7-9; 119.105; Pv 30.5; Jo 10.35; 17.17; Rm 3.4; 15.4; 2Tm 3.15-17
6
Jo 12.47,48; Rm 2.12,13
5
de inspiração, isso não quer dizer que ela deva ser lida literalmente sem ser
interpretada. De forma alguma!
Pense nesse exemplo: Genivaldo é um crente muito temente a Deus, mas
em certa ocasião ele acabou traindo sua esposa, todos ficaram sabendo, vizinhos,
igreja, parentes. Ele ficou arrasado, sentiu-se um traidor, decepcionando seu Deus,
sua fé e seus valores. Em uma forte tristeza, Genivaldo vai para seu quarto e pega
a Bíblia para ler. Ele eleva um clamor aos céus dizendo: Pai, fala comigo! Então ele
abre a Bíblia aleatoriamente e coloca o dedo em um versículo qualquer. Em
seguida, ele lê: Mateus 27:5 “Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de
prata, retirou-se e foi enforcar-se”. Ele sai dali e dá cabo de sua vida. Você acha que
é assim que se deve ler a Bíblia? Óbvio que não! Ela precisa ser interpretada, não
um versículo solto, mas passagens completas repletas de valores e princípios
preciosos para a vida. Ensinos Morais, éticos, sobre justiça social, higiene, ecologia
e tantos outros temas importantíssimos para praticarmos e levarmos a vida de
modo honesto, justo e bom.
Nossa fé e prática está firmada nela pois:
A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão
pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a conduta dos
homens.7 Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos
ensinos de Jesus Cristo.8
Jesus é nossa forma de olhar para Bíblia, nós lemos cada passagem
buscando encontrar nela sinais de Jesus. Você vai olhar para as profecias antigas e
encontrar textos que apontam para Cristo. Você encontrará símbolos e expressões
que revelam Jesus. Na lei de Moisés, nos salmos e em muitas outras passagens,
você perceberá Jesus em cada passagem.
Como disse Jesus em João 5:39:
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas
que testificam de mim.”
Por isso, para nós Batistas, a Bíblia é a Palavra de Deus.
7
2Cr 24.19; Sl 19.7-9;Is 34.16;Mt 5.17,18;Is 8.20;At 17.11;Gl 6.16;Fp 3.16; 2Tm 1.13
8 85
Lc 24.44,45; Mt 5.22,28,32,34,39; 17.5; 11.29,30; Jo 5.39,40; Hb 1.1,2; Jo 1.1,2,14
6 23
Você percebeu que às igrejas batistas adotaram o sistema democrático de
gestão, isso quer dizer que nós somos autogerenciáveis, e nossas decisões são
tomadas em assembleias, onde você como membro tem o direito e o dever de
participar. Nossa administração precisa ser transparente e aprovada em votação
onde a decisão da maioria deve ser respeitada. A congregação é soberana, exceto
sob seu próprio estatuto e desde que não infrinja as leis do país e os direitos
humanos universais. A função dos oficiais (pastores e diáconos) são em harmonia
como as Escrituras e os mesmos são orientadores e cooperadores dentro dos
seus ofícios, não havendo, em hipótese alguma, a função soberana sacerdotal. Em
razão disto, não temos papas, abades ou bispos que governem sobre a igreja.
A Igreja Universal
Há também no Novo Testamento um outro sentido da palavra
“igreja”, em que ela aparece como a reunião universal dos
remidos de todos os tempos, estabelecida por Jesus Cristo e
sobre ele edificada, constituindo-se no corpo espiritual do
Senhor, do qual ele mesmo é a cabeça. Sua unidade é de
natureza espiritual e se expressa pelo amor fraternal, pela
harmonia e cooperação voluntária na realização dos propósitos
comuns do reino de Deus.85
Apesar de precisarmos escolher uma igreja local para congregarmos,
aquele lugar que escolhemos investir nossos dons, talentos e recursos, onde nos
identificamos com as pessoas, com os projetos e com o discurso religioso. Alguns
nasceram, cresceram e envelheceram dentro dessas igrejas. Um lugar que muitos
cavaram as sapatas e as paredes, onde as fotos e lembranças se entrelaçam com
suas histórias de vida. Apesar de escolhemos a família Lírio de Sião como
comunidade de fé, ainda assim, existe outro sentido, bem mais amplo do “Ser
Igreja.” É essa igreja universal que a declaração dos batistas destaca e que está
acima das denominações e rótulos, onde Assembleia, Presbiteriana, Metodista,
Congregacional, Batista e entre outras. Nesta igreja universal, somos todos uma
só Igreja, uma só fé, acima das doutrinas e costumes, que é a Igreja espiritual de
Jesus Cristo. Essa é a Igreja que herdará as promessas do Senhor. Ela não descarta
as igrejas locais, mas igrejas locais não são suficientes para acolher toda a obra
redentora de Cristo.
Mt 16.18; Cl 1.18; Hb 12.22-24; Ef 1.22,23
trazendo seu Reino e governando todas as coisas. Serão novos céus e uma nova
terra.
AULA 9
VIII – IGREJA
A paz do Senhor, Igreja! Quando alguém diz isso em um culto, a pessoa
não está falando com as paredes, portas e janelas. Ela está falando com pessoas, a
igreja acima de ser um local aonde vamos, ela é algo que juntos nós somos. Ser
igreja é superior ao Ir à Igreja. Por isso nós batistas cremos que:
Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e
batizadas após profissão de fé. É nesse sentido que a palavra
“igreja” é empregada no maior número de vezes nos livros do
Novo Testamento.81 Tais congregações são constituídas por livre
vontade dessas pessoas com finalidade de prestarem culto a
Deus, observarem as ordenanças de Jesus, meditarem nos
ensinamentos da Bíblia para a edificação mútua e para a
propagação do evangelho.82
Os Batistas defendem a Igreja Democrática.
As igrejas neotestamentárias são autônomas, têm governo
democrático, praticam a disciplina e se regem em todas as
questões espirituais e doutrinárias exclusivamente pelas
palavras de Deus, sob a orientação do Espírito Santo.83 Há nas
igrejas, segundo as Escrituras, duas espécies de oficiais: pastores
e diáconos. As igrejas devem relacionar-se com as demais igrejas
da mesma fé e ordem e cooperar, voluntariamente, nas
atividades do reino de Deus. O relacionamento com outras
entidades, quer seja de natureza eclesiástica ou outra, não deve
envolver a violação da consciência ou o comprometimento da
lealdade a Cristo e sua palavra. Cada igreja é um templo do
Espírito Santo.84
81
Mt 18.17; At 5.11; 20.17-28; 1Co 4.17
82
At 2.41,42
83
Mt 18.15-17
84
At 20.17,28; Tt 1.5-9; 1Tm 3.1-13
22
AULA 3
II – DEUS
Quem é Deus? Existem tantas religiões falando sobre um Ser Supremo, ou
seres que são adorados e temidos, mas qual a religião está correta?
Essa pergunta não é questão de lógica, mas unicamente de fé. Nós
cremos no Deus da Bíblia porque tivemos uma experiência com Ele. Fomos
ensinados por nossos pais, ou evangelizados por amigos e alguns até em seu
momento de desespero, ouviram uma pregação no rádio ou na TV, quem sabe
uma mensagem na Internet ou simplesmente viram uma igreja aberta e entraram.
Não importa como chegamos até uma experiência com Deus, o que agora
é fundamental, é que Deus não pode permanecer alguém estranho.
Compreendemos que o nosso Deus deseja se relacionar conosco, mas para isso
precisamos conhecê-lo um pouco mais e esse conhecimento só acontece pela
Bíblia Sagrada e pelas experiências pessoas que você e eu terem com Ele. Mas
quanto à Bíblia, quem Ela diz que Deus é?
Em nossa Declaração Doutrinária explicamos como compreendemos Deus
à Luz das Escrituras:
O único Deus vivo e verdadeiro é Espírito pessoal, eterno, infinito
e imutável; é onipotente, onisciente, e onipresente; é perfeito
em santidade, justiça, verdade e amor.9
Nesta parte de nossa Declaração, encontramos as bases bíblicas que nos
levam a crer que Deus é Único de caráter impecável e se revela a nós.
Quando você lê que Ele é onipotente, quer dizer que Ele tem todo o
poder. De que não existem governos, forças malignas de nenhum ser espiritual ou
humano que possa competir com Deus. Ele pode todas as coisas, e não está refém
de nenhuma religião, povo, política ou vontade humana.
Ao lermos onisciente, significa que Ele sabe de tudo, não apenas o que já
aconteceu, mas também do que acontecerá. Ele já sabia da queda do homem no
jardim, já sabia das tragédias que ocorreriam e das que ainda vamos viver. Sabe
tudo o que você fez, e até se você irá se desviar ou se manter firme no caminho da
9
Dt 6.4; Jr 10.1; Sl 139; 1Co 8.6; 1Tm 2.5,6; Ex 3.14; 6.2,3; Is 43.15; Mt 6.9; Jo 4.24;
1Tm 1.17; Ml 3.6; Tg 1.17; 1Pe 1.16,17
7
salvação. Porém, isso não quer dizer que por Ele saber, essa seja a escolha dEle
para sua vida. Não! Ele não remove suas escolhas, Ele quer que você tenha o
direito de amá-lo ou não.
Também afirmamos que nosso Deus é onipresente, isso quer dizer que Ele
está em todos os lugares. Na verdade, O Sábio Maimônides afirma que não
deveríamos perguntar “onde Deus está?”, não porque Ele está em todos os
lugares, mas porque todos os lugares estão dentro dele. Deus criou o mundo, mas
Ele não cabe em sua criação, a sua criação é que está nele. Como lemos em Atos
17:28a. “...pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos.”
Cremos que Ele controla a história.
Ele é o criador, sustentador, redentor, juiz e Senhor da história e
do universo, que governa pelo seu poder, dispondo de todas as
coisas, conforme o seu eterno propósito e graça.10 Deus é infinito
em santidade e em todas as demais perfeições.11
Não conseguimos compreender um Deus soberano que traga a existência
todas as coisas sem ter um plano soberano e perfeito. Por mais que pela nossa
limitada compreensão às vezes parece que as coisas estão fora de controle, ainda
assim cremos que Deus tem um projeto de redenção para a humanidade. E que Ele
tem tudo em seu controle, mostrando na plenitude dos tempos seu propósito
perfeito.
Cremos que Ele se revela desta forma:
Por isso, a ele devemos todo o amor, culto e obediência.12 Em sua triunidade, o eterno
Deus se revela como Pai, Filho e Espírito Santo, pessoas distintas, mas sem divisão em
sua essência.13
1 - Deus Pai
Deus, como Criador, manifesta disposição paternal para com
todos os homens. 14 Historicamente ele se revelou primeiro
10
Gn 1.1; 17.1; Ex 15.11-18; Is 43.3; At 17.24-26; Ef 3.11; 1Pe 1.17
11
Ex 15.11; Is 6.2; 57.15; Jó 34.10
12
Mt 22.37; Jo 4.23,24; 1Pe 1.15,16
13
Mt 28.19; Mc 1.9-11; 1Jo 5.7; Rm 15.30; 2Co 13.13; Fp 3.3
14
Is 64.8; Mt 6.9; 7.11; At 17.26-29; 1Co 8.6; Hb 12.9
8 21
O que é o Reino de Deus?
O reino de Deus é o domínio soberano e universal de Deus e é
eterno.78 É também o domínio de Deus no coração dos homens
que, voluntariamente, a ele se submetem pela fé, aceitando-o
como Senhor e Rei.
A fé no Reino, antes de mais nada, é uma crença que age no interior das
pessoas. Ele não é uma instituição, não é uma Teocracia em que um rei ou rainha
seja o representante divino. O Reino não é uma denominação ou uma igreja local.
A igreja pode ser parte do Reino, mas ela não comporta a vontade de Deus para a
humanidade, de mesma forma políticos, governantes ou líderes religiosos não
podem se declarar monarcas do reino de Deus. Por isso ele está nos corações dos
homens e mulheres, não nas instituições e partidos, mas sim naqueles que se
empenham em fazer deste mundo um lugar mais justos e pacífico.
O Reino invisível, se torna visível
É, assim, o reino invisível nos corações regenerados que opera no
mundo e se manifesta pelo testemunho dos seus súditos.79
Este sentimento que arde dentro de nós de justiça, paz, compaixão e amor
pelas almas perdidas e por toda a criação de Deus, não se sustenta apenas de
palavras e sensações. Nossa fé é vista em nossas boas obras para que O Pai
Celestial seja glorificado. O invisível torna-se visível em nosso testemunho para o
mundo.
A plenitude do Reino
A consumação do reino ocorrerá com a volta de Jesus Cristo, em
data que só Deus conhece, quando o mal será completamente
vencido e surgirão o novo céu e a nova terra para a eterna
habitação dos remidos com Deus.80
Tudo que vivemos hoje, são sombras do que há de vir, pois haverá um dia
que não haverá mais um mundo repleto de males e desigualdade. Chegará a
Plenitude dos tempos, em que Cristo habitará fisicamente no meio de nós
78
Dn 2.37-44; Is 9.6,7
79
Mt 4.17; Lc 17.20; 4.43; Jo 18.36; 3.3-5
80
Mt 25.31-46; 1Co 15.24; Ap 11.15
resgatados, não havendo um destino preestabelecido. O saber divino não o torna
determinista, nem alguns indivíduos fadados à perdição.
O que os batistas em sua declaração doutrinária decidiram?
Calvino ou Armínio?
Optamos pelo caminho do meio.
Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em
perfeita consonância com o livre-arbítrio de cada um e de todos
os homens. 74 A salvação do crente é eterna. Os salvos
perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus.75
Nenhuma força ou circunstância tem poder para separar o
crente do amor de Deus em Cristo Jesus.76 O novo nascimento, o
perdão, a justificação, a adoção como filhos de Deus, a eleição e
o dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na
graça da salvação.77
Escolhemos dar liberdade a cada Cristão de ter sua própria opinião. Os
batistas não são arminianos, e também não são oficialmente calvinistas.
Entendemos que ambos têm razão e diversos pontos, e que também existem
inconsistências nas duas teologias. Mas dois aspectos são indiscutíveis e estão
presentes em ambos: A salvação está apenas em Cristo e que Deus é soberano
sobre todas as coisas. E você, qual você acha que está com a razão?
AULA 8
VII – REINO DE DEUS
Acreditamos na vida eterna, isso é uma esperança para além desta vida,
que nos leva a acreditar em um lugar melhor que este aqui, sem sofrimento,
injustiça, sem guerras, doenças e fome. Mas a nossa fé não pode se tornar uma
“utopia futurista”, onde a vida só será melhor depois da morte. Essa não é a
mensagem do Evangelho e por isso precisamos proclamar e construir uma
realidade chamada de Reino de Deus.
74
Dt 30.15-20; Jo 15.16; Rm 8.35-39; 1Pe 5.10
75
Jo 3.16,36; Jo 10.28,29; 1Jo 2.19
76
Mt 24.13; Rm 8.35-39
77
Jo 10.28; Rm 8.35-39; Jd 24
20
como pai ao povo de Israel, que escolheu consoante os
propósitos de sua graça.15 Ele é Pai de Nosso Senhor Jesus
Cristo, a quem enviou a este mundo para salvar os pecadores e
deles fazer filhos por adoção.16 Aqueles que aceitam a Jesus
Cristo e nele creem são feitos filhos de Deus, nascidos pelo seu
Espírito, e, assim, passam a tê-lo como Pai celestial, dele
recebendo proteção e disciplina.17
2 - Deus Filho
Jesus Cristo, um em essência com o Pai, é o eterno Filho de
Deus.18 Nele, por ele e para ele foram criadas todas as coisas.19 Na
plenitude dos tempos ele se fez carne, na pessoa real e histórica
de Jesus Cristo, gerada pelo Espírito Santo e nascido da Virgem
Maria, sendo, em sua pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro
homem.20 Jesus é a imagem expressa do seu Pai, a revelação
suprema de Deus ao homem.21 Ele honrou e cumpriu plenamente
a lei divina e revelou e obedeceu toda a vontade de Deus.22
Identificou-se perfeitamente com os homens, sofrendo o castigo
e expiando a culpa de nossos pecados, conquanto ele mesmo
não tivesse pecado.23 Para salvar-nos do pecado, morreu na cruz,
foi sepultado e ao terceiro dia ressurgiu dentre os mortos e,
depois de aparecer muitas vezes a seus discípulos, ascendeu aos
céus, onde, à destra do Pai, exerce o seu eterno sumo
sacerdócio.24 Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os
homens e o único e suficiente Salvador e Senhor.25 Pelo seu
Espírito ele está presente e habita no coração de cada crente e
15
Ex 4.22,23; Dt 32.6-18; Is 1.2,3; 63.16; Jr 31.9
16
Sl 2.7; Mt 3.17; 17.5; Lc 1.35; Jo 1.12
17
Mt 23.9; Jo 1.12,13; Rm 8.14-17; Gl 3.26; 4.4-7; Hb 12.6-11
18
Sl 2.7; 110.1; Mt 1.18-23; 3.17; 8.29; 14.33; 16.16,27; 17.5; Mc 1.1; Lc 4.41; 22.70;
Jo 1.1,2; 11.27; 14.7-11; 16.28
19
Jo 1.3; 1Co 8.6; Cl 1.16,17
20
Is 7.14; Lc 1.35; Jo 1.14; Gl 4.4,5
21
Jo 14.7-9; Mt 11.27; Jo 10.30,38; 12.44-50; Cl 1.15,19; 2.9; Hb 1.3
22
Is 53; Mt 5.17; Hb 5.7-10
23
Rm 8.1-3; Fp 2.1-11; Hb 4.14,15; 1Pe 2.21-25
24
At 1.6-14; Jo 19.30,35; Mt 28.1-6; Lc 24.46; Jo 20.1-20; At 2.22-24; 1Co 15.4-8
25
Jo 14.6; At 4.12; 1Tm 2.4,5; At 7.55,56; Hb 4.14-16; 10.19-23
9
 na igreja.26 Ele voltará visivelmente a este mundo em grande
poder e glória, para julgar os homens e consumar sua obra
redentora.27
3 - Deus Espírito Santo
O Espírito Santo, um em essência com o Pai e com o Filho, é
pessoa divina.28 É o Espírito da verdade.29 Atuou na criação do
mundo e inspirou os homens a escreverem as Sagradas
Escrituras. 30 Ele ilumina os homens e os capacita a
compreenderem a verdade divina.31 No dia de Pentecostes, em
cumprimento final da profecia e das promessas quanto à descida
do Espírito Santo, ele se manifestou de maneira singular, quando
os primeiros discípulos foram batizados no Espírito, passando a
fazer parte do Corpo de Cristo que é a Igreja. Suas outras
manifestações, constantes no livro Atos dos Apóstolos,
confirmam a evidência de universalidade do dom do Espírito
Santo a todos os que creem em Cristo.32 O recebimento do
Espírito Santo sempre ocorre quando os pecadores se
convertem a Jesus Cristo, que os integra, regenerados pelo
Espírito, à igreja. 33 Ele dá testemunho de Jesus Cristo e o
glorifica.34 Convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo.35
Opera a regeneração do pecador perdido.36 Sela o crente para o
dia da redenção final.37 Habita no crente.38 Guia-o em toda a
Nem mesmo os maiores teólogos, filósofos cristãos e sábios da história da
nossa fé chegaram a uma resposta absoluta para essa questão. Eles questionam:
Se Deus elegeu alguns para a salvação e outros Ele descartou, então esse Deus
bondoso fez alguns de nós para a perdição eterna? Se Deus sabe de todas as coisas,
Ele já sabe quem vai pro inferno e quem será salvo, então será que nós temos alguma
liberdade para decidir, ou alguém superior já decidiu por nós? Será que temos livre
arbítrio? Se diferente disso, afirmarmos que Deus não sabe quem será salvo ou não,
então Ele deixaria de ser Deus? Pois Deus sabe de todas as coisas.
Esses são alguns dos problemas que enfrentamos para entender o plano
de Salvação e a soberania de Deus. Dentre tantos estudiosos deste tema nós
queremos destacar dois deles: Calvino e Armínio e o que cada um deles diz:
Calvino e a Eleição incondicional
João Calvino é o mais famoso teólogo francês. Ele viveu entre 1509 e 1564,
e seus escritos tem uma grande influência na religião até os dias atuais, até
mesmo na economia e política. Dentre suas teorias, está a "eleição incondicional"
compreende que O Eterno que é onisciente escolheu os seus Eleitos desde a
eternidade, não pela virtude, por nosso merecimento ou pelo tamanho da nossa
fé; diferente disso, a sua escolha é Divina, incondicional e fundamentada apenas
em sua misericórdia. Deus escolhe a quem quer derramar sua misericórdia.
Igualmente, Ele optou em privar o benéfico de sua misericórdia aos “não
escolhidos”. Deus não precisa se justificar sobre porque tomou essa decisão.
Armínio e o Livre Arbítrio

26
Mt 28.20; Jo 14.16,17; 15.26; 16.7; 1Co 6.19 O polêmico teólogo neerlandês Jacó Armínio Jacó viveu entre 1560 e 1609
27
tulos, somos denominados Batistas. Afinal, o que At 1.11; 1Co 15.24-28; 1Ts 4.14- e por mais que concordasse com a Eleição de João Calvino, tornou-se famoso por
18; Tt 2.13 discordar dele. Armínio entendia a soberania divina capaz de saber quem serão os
28
Gn 1.2; Jó 23.13; Sl 51.11; 139.7-12; Is 61.1-3; Lc 4.19,18; Jo 4.24; 14.16,17; que serão alcançados pela graça salvadora de Jesus. Porém, ele discordava de que
15.26; Hb 9.14; 1Jo 5.6,7; Mt 28.19 Deus havia criado pessoas já destinadas ao sofrimento eterno.
29
Jo 16.13; 14.17; 15.26
30
Gn 1.2; 2Tm 3.16; 2Pe 1.21
31
Lc 12.12; Jo 14.16,17,26; 1Co 2.10-14; Hb 9.8
32
Jl 2.28-32;At 1.5; 2.1-4; Lc 24.29; At 2.41; 8.14-17; 10.44-47; 19.5-7; 1Co 12.12-15
33
At 2.38,39; 1Co 12.12-15 Para Armínio, Deus predestinou o ser humano para salvação. Mas que a salvação
34
Jo 14.16,17; 16.13,14 foi planejada antes dos homens, por saber que eles careceriam da graça.
35
Jo 16.8-11 Portanto, a presciência não faz de Deus alguém que remova o livre-arbítrio. Saber
36
Jo 3.5; Rm 8.9-11 o destino das pessoas, não afetaria a liberdade em rejeitarmos ou não essa graça
37
Ef 4.30 salvadora. Para Armínio, todos os seres humanos são capazes de serem
38
Rm 8.9-11

10 19
 A glorificação é o ponto culminante da obra da salvação.69 É o
estado final, permanente, da felicidade dos que são redimidos
pelo sangue de Cristo.70
Mas como em nosso corpo ainda existe outro desejo, que não é o desejo
de Cristo, viveremos sempre uma imensa batalha dentro de nós, entre a vontade
da carne, o “eu natural” e a vontade do Espírito, o “eu espiritual”. Até que nossos
corpos sejam transformados e toda a inclinação para mal seja removida de nós.
Todavia, isso somente acontecerá na ressurreição dos mortos.71 Mas esse assunto
trataremos mais adiante.
verdade.39 Capacita-o a obedecer a vontade de Deus.40 Distribui
dons aos filhos de Deus para a edificação do Corpo de Cristo e
para o ministério da Igreja no mundo.41 Sua plenitude e seu fruto
na vida do crente constituem condições para uma vida cristã
vitoriosa e testemunhante.42
Esta maneira que os Batistas adotaram de crer em Deus chama-se Trindade,
que desde o século IV, a igreja definiu que seria a melhor forma de se
compreender um Deus que não cabe plenamente na mente humana, mas que
precisamos e podemos nos relacionar com Ele.

AULA 7 AULA 4
VI - ELEIÇÃO III - O SER HUMANO

Pense comigo, chegamos neste mundo sem muitas escolhas. Não

decidimos em que família vamos nascer, qual a cor da nossa pele, nem nosso Como a Bíblia nos vê? Nesta aula vamos mostrar em nossa declaração doutrinária,
sexo. Privados do direito de determinar o ano, nem o dia ou o país onde seremos como a Bíblia revela o que o ser humano é.
concebidos. Por isso, veja que grande privilégio tivemos, em vivermos num país
Fomos criados.
livre para se pregar o evangelho e a salvação chegou até nós. Contudo, nesse
momento, 3 bilhões de pessoas no mundo nunca ouviram falar de Jesus e a Por um ato especial, o homem foi criado por Deus à sua imagem e
grande maioria delas vão morrer sem terem tido chance de serem alcançadas pela conforme a sua semelhança e disso decorrem o seu valor e
graça de Jesus. dignidade.43 Seu corpo foi feito do pó da terra e para o mesmo pó
Porque fomos privilegiados com tamanha oportunidade e os outros não? há de voltar. 44 Seu espírito procede de Deus e para Ele
40% da população mundial não foi contemplada, mas por quê? Por que fomos retornará.45
eleitos e não eles? Sorte, preferência divina, responsabilidade nossa e não de
Deus, por que tanta gente não foi alcançada? Na Bíblia encontramos a história da criação de todas as coisas, e neste relato
Nessa lição vamos tratar desse grande dilema da nossa fé, “A ELEIÇÃO”. religioso do mundo, o ser humano tem um papel especial. Quando lemos que o
Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, quer dizer que somos
de pessoas para a vida eterna, não por qualquer mérito, mas seres individuais e com capacidades semelhantes às de nosso Criador. Podemos
segundo a riqueza da sua graça.72 Antes da criação do mundo, pensar, julgar o que é certo ou errado, amar ou odiar, até mesmo criar e destruir
Deus, no exercício da sua soberania divina e à luz de sua algo. Temos a imagem de Deus em nós, porém não somos eternos nesta forma
presciência de todas as coisas, elegeu, chamou, predestinou, que temos. Somos seres finitos que no livro de Gênesis fomos criados do pó da
justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos,
aceitariam livremente o dom da salvação.73 39
Jo 16.13
40
Ef 5.16-25
69 41
Rm 8.30; 2Pe 1.10,11; 1Jo 3.2; Fp 3.12; Hb 6.11 1Co 12.7,11; Ef 4.11-13
70 42
1Co 13.12; 1Ts 2.12; Ap 21.3,4 Ef 15.18-21; Gl 5.22,23; At 1.8
71 43
1 Co 15 Gn 1.26-31; 18.22; 9.6; Sl 8.1-9; Mt 16.26
72 44
Gn 12.1-3; Ex 19.5,6; Ez 36.22,23,32; 1Pe 1.2; Rm 9.22-24; 1Ts 1.4 Gn 2.7; 3.19; Ec 3.20; 12.7
73 45
Rm 8.28-30; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13,14 Ec 12.7; Dn 12.2,3

18 11
terra e para lá voltaremos, pois seremos sepultados em nossa morte física, e
nossa essência divina retornaria para o Criador.
De onde viemos e para onde iremos?
O Criador ordenou que o homem domine, desenvolva e guarde a
obra criada.46 Criado para a glorificação de Deus.47 Seu propósito
é amar, conhecer e estar em comunhão com seu Criador, bem
como cumprir sua divina vontade.48
Três são as perguntas existenciais que o ser humano sempre faz: (1) De onde
viemos, (2) para onde vamos e (3) qual o propósito de estarmos aqui?
Na Bíblia encontramos algumas respostas que preenchem esse vazio. Somos
tratados como responsáveis por cuidar deste mundo, preservando animais, águas
e plantas. A terra é nossa responsabilidade, e nela encontramos sentido de viver.
Cuidando deste mundo e restaurando aquilo que o nosso pecado degradou. A
Bíblia nos convida a sermos coparticipastes da obra de Deus.
Nossas virtudes.
Ser pessoal e espiritual, o homem tem capacidade de perceber,
conhecer e compreender, ainda que em parte, intelectual e
experimentalmente, a verdade revelada, e tomar suas decisões
em matéria religiosa, sem mediação, interferência ou imposição
de qualquer poder humano, seja civil ou religioso.49
A Bíblia deixa claro que somos pessoas capazes de nos relacionarmos com
Deus e interpretarmos a Bíblia. E por mais que você tenha dificuldades talvez na
leitura ou na interpretação de alguns textos bíblicos, ainda assim somos capazes
de aprender, aptos para descobrir mais da Bíblia.
Nas viagens da missão Terra Fértil pelo sertão nordestino, encontramos
muitas pessoas que jamais foram a escola, com pouca ou quase nenhuma leitura.
Mas que aprenderam a Bíblia ouvindo, conhecem passagens bíblicas e as histórias
46
Gn 1.21; 2.1; Sl 8.3-8
47
At 17.26-29; 1Jo 1.3,6,9
48
Jr 9.23,24; Mq 6.8; Mt 6.33; Jo 14.23; Rm 8.38,39
49
Jo 1.4-13; 17.3; Ec 5.14,17; 1Tm 2.5; Jó 19.25,26; Jr 31.3; At 5.29; Ez 18.20; Dn
12.2; Mt 25.32,46; Jo 5.29; 1Co 15; 1Ts 4.16,17; Ap 20.11-30
12
Cristo, absolve, no perdão, o homem de seus pecados e o declara
justo, capacitando-o para uma vida de retidão diante de Deus e
de correção diante dos homens.65 Essa graça é concedida não por
causa de quaisquer obras meritórias praticadas pelo homem, mas
por meio de sua fé em Cristo.66
Neste Talvez alguém possa dizer: Mas será que as pessoas não vão se
aproveitar da Graça que nos traz perdão pelos nossos pecados e garantia de
salvação para fazerem o que quiserem? Pois posso pecar o quanto eu quiser, pois
já estou perdoado!
É verdade, algumas pessoas se aproveitam dessa garantia divina e não se
importam em viverem de uma forma que agrada a Deus. Mas é neste ponto que
precisamos entender o que é a Santificação.
A Santificação reflete um coração quebrantado
A santificação é o processo que, principiando na regeneração,
leva o homem à realização dos propósitos de Deus para sua vida
e o habilita a progredir em busca da perfeição moral e espiritual
de Jesus Cristo, mediante a presença e o poder do Espírito Santo
que nele habita.67 Ela ocorre na medida da dedicação do crente e
se manifesta através de um caráter marcado pela presença e pelo
fruto do Espírito, bem como por uma vida de testemunho fiel e
serviço consagrado a Deus e ao próximo.68
A santificação é um processo, uma caminhada de aperfeiçoamento que
buscamos ter. Ela reflete se alguém foi realmente salvo por Cristo, a pessoa
alcançada pela Graça não é perfeita, ela continua pecadora e com a necessidade
diária de melhorar. Mas o que efetivamente demonstra que alguém foi salvo é
esse desejo genuíno de tentar ser melhor e faz a vontade de Deus. Até que o
momento mais importante da caminhada aconteça:
A glorificação.
65
Is 53.11; Rm 8.33; 3.24
66
Rm 5.1; At 13.19; Mt 9.6; 2Co 5.31; 1Co 1.30
67
Jo 17.17; 1Ts 4.3; 5.23; 4.7
68
Pv 4.18; Rm 12.1,2; Fp 2.12,13; 2Co 7.1; 3.18; Hb 12.14; Rm 6.19
17
através de Cristo Jesus. Ele é a expressão máxima desse Deus amoroso e
perdoador. A salvação não é através dos nossos méritos, sendo apenas no
arrependimento de nossos pecados e reconhecendo Cristo como aquele que
morreu em nosso lugar, carregando o preço dos nossos pecados, é que somos
absolvidos de nossa maldade. Então, após salvos pela graça, vamos agora buscar
viver uma vida que agrade a Deus e honre o sacrifício de Cristo. E o ponto de
partida dessa nova caminhada chamamos de regeneração.
A regeneração do ser humano
A regeneração é o ato inicial da salvação em que Deus faz nascer
de novo o pecador perdido, dele fazendo uma nova criatura em
Cristo. É obra do Espírito Santo em que o pecador recebe o
perdão, a justificação, a adoção como filho de Deus, a vida
eterna e o dom do Espírito Santo. Nesse ato o novo crente é
batizado no Espírito Santo, é por ele selado para o dia da
redenção final e é liberto do castigo eterno dos seus pecados.62
Há duas condições para o pecador ser regenerado:
arrependimento e fé. O arrependimento implica mudança
radical do homem interior, por força do que ele se afasta do
pecado e se volta para Deus. A fé é a confiança e aceitação de
Jesus Cristo como Salvador e a total entrega da personalidade a
ele por parte do pecador.63 Nessa experiência de conversão o
homem perdido é reconciliado com Deus, que lhe concede
perdão, justiça e paz.64
Outra marca da graça divina se refere ao efeito do perdão que há no
sacrifício de Jesus, em que ele abrange não somente os pecados já cometidos,
como também aqueles que vamos cometer. Chamamos esse efeito de
Justificação, onde fica evidente que jamais a salvação será por méritos humanos.
Veja em seguida a visão de nossa declaração e as bases bíblicas para nossa crença.
Justificados pela Graça
A justificação, que ocorre simultaneamente com a regeneração, é
o ato pelo qual Deus, considerando os méritos do sacrifício de
62
Dt 30.6; Ez 36.26; Jo 3.3-5; 1Pe 1.3; 2Co 5.17; Ef 4.20-24
63
Tt 3.5; Rm 8.2; Jo 1.11-13; Ef 4.32; At 11.17
64
2Co 1.21,22; Ef 4.30; Rm 8.1; 6.22
16
com uma riqueza de detalhes impressionante. Isso é uma formidável virtude
nossa, somos não apenas capazes de aprender, mas responsáveis pela forma
como interpretamos a Bíblia.
AULA 5
IV - O PECADO
Saudações em Cristo! Neste nosso encontro, vamos falar sobre o pecado.
Algo comum a você e a mim. Somos pecadores, nascemos com duas inclinações
dentro de nós, uma inclinação para fazer o bem e outra para fazer o mal.
Desde os primeiros passos, vemos traços em nosso comportamento que
acentuam vontades que são magníficas e outras que nos envergonhamos. Ao
lermos notícias de pais e mães que são capazes de matar seus filhos, filhos que
brutalizam e ceifam a vida de seus pais. Torturamos animais indefesos,
prendemos aves em gaiolas, escravizamos nosso próximo, roubamos o pobre e
traímos nossos melhores amigos. Do ato de roubar uma fruta no quintal do
vizinho até a bomba nuclear. Em tudo, vemos o pecado em nós. Abaixo vamos
destacar como a Bíblia trata esse mal que todos nós temos.
O pecado Original
No princípio o homem vivia em estado de inocência e mantinha
perfeita comunhão com Deus.50 Mas, cedendo à tentação de
Satanás, num ato livre de desobediência contra seu Criador, o
homem caiu no pecado e assim perdeu a comunhão com Deus e
dele ficou separado.51
O pecado Original seria o pecado de Adão, o primeiro pecado cometido
pelo homem. A Bíblia nos conta essa história, pois ela é uma forma de mostrar
que todos nós, quando tomamos consciência de nossos atos, nos tornamos
responsáveis pelo mal que podemos causar aos outros e a nós mesmos.
Os efeitos do pecado
50
Gn 2.15-17; 3.8-10; Ec 7.29
51
Gn 3; Rm 5.12-19; Ef 2.12; Rm 3.23
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 Em consequência da queda de nossos primeiros pais, todos
somos, por natureza, pecadores e inclinados à prática do mal.52
Todo pecado é cometido contra Deus, sua pessoa, sua vontade e
sua lei. 53Mas o mal praticado pelo homem atinge também o seu
próximo.54
O coração de qualquer um de nós, em algum momento, hospedará
sentimentos e inclinações perversas. Inveja, egoísmo, ira, luxúria e tantos outros
desejos que nos levam a viver uma vida distante do que Deus planejou para nós.
Os efeitos do pecado não combatido são diversos, e podemos vê-lo em
nós, na sociedade e na natureza. Miséria, distribuição injusta de renda, guerras,
poluição, desmatamento, racismo e escravidão são alguns dos muitos impactos
do pecado sobre a humanidade.
A pior consequência do Pecado.
O pecado maior consiste em não crer na pessoa de Jesus Cristo, o
Filho de Deus, como salvador pessoal. 55 Como resultado do
pecado, da incredulidade e da desobediência do homem contra
Deus, ele está sujeito à morte e à condenação eterna, além de se
tornar inimigo do próximo e da própria criação de Deus. 56
Separado de Deus, o homem é absolutamente incapaz de salvar-
se a si mesmo e assim depende da graça de Deus para ser salvo.57
Os efeitos do pecado vão além desta realidade, eles se refletem na
eternidade, destinando a pessoa que escolheu viver uma vida de perversidades e
egoísmos a uma eternidade sem Deus.
Em nossa próxima aula falaremos sobre como somos resgatados por Deus
desta condição espiritual e moral.
52
Gn 3.12; Rm 5.12; Sl 51.15; Is 53.6; Jr 17.5; Rm 1.18-27; 3.10-19; 7.14-25; Gl 3.22;
Ef 2.1-3
53
Sl 51.4; Mt 6.14; Rm 8.7-22
54
Mt 6.14,15; 18.21-35; 1Co 8.12; Tg 5.16
55
Jo 3.36; 16.9; 1Jo 5.10-12
56
Rm 5.12-19; 6.23; Ef 2.5; Gn 3.18; Rm 8.22
57
Rm 3.20; Gl 3.10,11; Ef 2.8,9
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AULA 6
V - SALVAÇÃO
Querido aluno e aluna da EBD Lírio de Sião, saudações e Cristo!
Neste encontro vamos falar sobre Salvação, mas afinal, precisamos ser
salvos? Salvos de quê? Por quê? De quem?
Na aula anterior falamos de Pecado, é preciso que você entenda que ele é
parte de um Plano de Deus dividido em 3 etapas: O pecado, a justiça e o juízo.
Neste processo o homem peca, sendo separado de sua harmonia com o Criador,
com o próximo e com a natureza. O ser humano passa a não dominar sua
inclinação para o mal e por isso seremos julgados conforme a justiça divina. Por
consequência, receberemos o castigo por nossas escolhas, experimentando o
juízo divino.
É neste momento que no Plano de Deus, surge a face de uma Divindade
que não é só justiça mas também Amor. Nós chamamos essa manifestação divina
de “Graça”, um valor não merecido, mas que nos foi concedido. E para falarmos
de salvação você precisará entender melhor sobre a Graça que nos alcançou.
Para entendermos melhor sobre isso, vamos aprender um pouco mais de
nossa Declaração Doutrinária.
Salvos pela Graça
A salvação é outorgada por Deus pela sua graça, mediante
arrependimento do pecador e da sua fé em Jesus Cristo como
único Salvador e Senhor.58 O preço da redenção eterna do crente
foi pago de uma vez por Jesus Cristo, pelo derramamento do seu
sangue na cruz.59 A salvação é individual e significa a redenção do
homem na inteireza do seu ser. 60 É um dom gratuito que
Deus oferece a todos os homens e que compreende a
regeneração, a justificação, a santificação e a glorificação.61
Você deve ter percebido que como Batistas, em nossa declaração
doutrinárias, fazemos questão de ressaltar que a salvação vem pela Graça, e
58
Sl 37.39; Is 55.5; Sf 3.17; Tt 2.9-11; Ef 2.8,9; At 15.11; 4.12
59
Is 53.4-6; 1Pe 1.18-25; 1Co 6.20; Ef 1.7; Ap 5.7-10
60
Mt 116.24; Rm 10.13; 1Ts 5.23,24; Rm 5.10
61
Rm 6.23; Hb 2.1-4; Jo 3.14; 1Co 1.30; At 11.18
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