Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DELEGAÇÃO DE GAZA
Outro instinto básico é o impulso para a morte, para a destruição (tanatos ou instinto
da morte). Segundo Freud, é esse instinto que explica o comportamento (Kto)
agressivo do homem na sociedade. Esse instinto de destruição pode se manifestar na
agressão ao próximo ou pode voltar-se contra o próprio indivíduo, quer em forma mais
violenta e brutal como suicídio, quer em formas patológicas do comportamento (Kto)
humano como alcoolismo.
Constituição do psíquico
O dilema do Ego
O Ego ocupa uma posição privilegiada como mediador, tentando executar acordos. O
Ego precisa servir a três senhores exigentes (Id, Superego, realidade) e tem de fazer
seu melhor para conciliar as demandas dos três. Quanto mais intensos forem os
conflitos, mais energia psicológica (psíquica) é exigida para resolvê-los. Menos energia
sobra, então para viver. É por isso que quando uma pessoa tem conflitos intra-
psíquicos intensos fica deprimida e perde vontade para as actividades da vida (fica
muito passiva e isola-se porque tem pouca energia para investir nas relações sociais).
O Superego é formado a partir de uma parte do Ego. Começa a se formar por volta dos
3 anos e termina quando a criança atinge mais ou menos 6 anos.
Esta evolução é feita através de diferentes fases por que passa o ser humano em
diferentes idades no seu desenvolvimento. Freud reconheceu 5 fases nessa evolução
da libido, apesar de ter dado maior ênfase apenas a 4 dessas. A cada uma dessas
fases de evolução psicossexual corresponde uma característica de personalidade, ou
padrão típico de comportamento (Kto).
Chama-se fase oral ou erógeno-oral porque nesse período da vida todo o senso de
prazer que o indivíduo experimenta provém da zona oral. A primeira ou talvez a única
sensação de prazer que a criança recém-nascida experimenta é através da boca ao
alimentar-se, sugar, morder, levar objectos a boca. Nota-se que alimento neste caso
não se refere a simples comida, mas inclui uma gama de relações humanas e de
afectos implícitos no processo de amamentação.
Quanto mais difícil deixar o seio ou a mamadeira e seus prazeres para os bebés (em
virtude da gratificação ou privação exagerada), mais libido será fixada na boca. Se uma
parte substancial é fixada, a criança pode sugar o polegar, comer demais ou roer as
unhas. Quando adulto, continua a exibir traços e preocupações orais: fumar, beber,
comer muito, roer unhas, mastigar frequentemente pastilhas, falar muito. Uma pessoa
profundamente marcada pela fase oral do seu desenvolvimento – lembremos que é um
período de grande dependência em relação a quem cuida de nós e em que prevalece a
incorporação de objectos (alimentos, chuchas) – poderá apresentar, quando adulto,
características como credulidade (“engolir” tudo o que lhe dizem) mas também gosta de
falar bujarda, grande capacidade de argumentação ou obstinação na defesa das suas
ideias, espírito crítico (disposição para “morder e triturar” as ideias dos outros) e por
outro lado passividade e dependência emocional (falta de maturidade emocional).
Nesta fase de vida o ser humano deriva o senso de prazer a partir do ânus, embora a
estimulação oral continue a dar prazer. Neste período a criança parece sentir
considerável prazer em eliminar e/ou reter suas próprias fezes. Nesta fase da vida, a
estimulação da mucosa rectal é tão prazerosa como o foi a estimulação do tubo
digestivo na fase oral.
A criança terá de aprender que não pode aliviar-se onde e quando quer, que há
momentos e lugares apropriados para tal efeito. Pela primeira vez, de forma
sistemática, constrangimentos externos limitam e adiam a satisfação dos impulsos
internos. O princípio de realidade conjuga-se com o princípio de prazer. A necessidade
de adquirir hábitos higiénicos e de controlar as pulsões do Id, mostra que o Ego já se
formou. O confronto com as imposições parentais, o medo de ser punido e o desejo de
agradar aos pais mostra que o Superego está a se formar.
Mas criança pode reagir às excessivas exigências de higiene e limpeza de uma outra
forma: em vez de reter as fezes e de infligir sofrimento a si próprio, revolta-se contra a
limpeza e repressão do treino, expelindo-as nos momentos menos apropriados. Freud
fala, neste caso, por generalização simbólica, de carácter expulsivo-anal.
Neta fase de modo mais acentuado, a criança começa a derivar prazer da manipulação
dos órgãos sexuais. É aqui ordinariamente que começa a chamada masturbação
infantil. A criança apercebe-se das diferenças anatómicas entre os sexos e de que a
sexualidade faz parte das relações entre as pessoas.
Qual é a consequência de fixação durante a fase fálica? O que implica não ser bem
sucedido/a na resolução do complexo de Édipo/Electra?
Se surgem, dificuldades durante a fase fálica e muita libido for aí fixada, a criança
permanece excessivamente ligada ao progenitor do sexo oposto. Consequentemente,
ela pode nunca romper com a mãe ou com o pai, ou pode na fase adulta sentir-se
atraída apenas por mulheres ou homens muito mais velhos (substituto do pai/mãe).
Mecanismos de defesa
Mecanismos de defesa são formas pelas quais o “eu” (Ego) procura defender-se de
situações ameaçadoras. Estes são úteis para a nossa saúde psíquica, pois permitem-
nos ganharmos tempo até que se resolva a situação frustrante. Mas perderão toda a
sua capacidade de defesa da nossa integridade se a situação frustrante se prolongar
no tempo, facto que levará ao estabelecimento de um comportamento global anormal
(patologia da personalidade).
Fixação
Ex: o indivíduo pode ficar retido na fase oral ou fálica, conforme as circunstâncias.
Regressão
A regressão consiste em, um indivíduo tendo se evoluído para uma determinada fase,
voltar (regressar) para uma das fases anteriores. Uma criança que atingiu a fase
latente por exemplo, pode regredir para a fase oral ou anal. Geralmente a regressão
ocorre como resultado de alguma experiência traumática (1) ou de ansiedade causada
pela necessidade de assumir responsabilidades de adultos perante a vida (2).
2- Ex: uma criança que deixou de fazer xixi na cama, quando a mãe for a ter um
bebé, pode voltar a ter o hábito de fazer xixi na cama para atrair atenção dos
pais (para continuar a gozar regalias de uma criança pequena, por parte dos
pais).
Identificação
O indivíduo identifica-se com pessoas a quem admira e incorpora ao seu “eu” (Ego) as
qualidades dessas pessoas. O adolescente identifica-se com os seus heróis. As
revistas populares publicam fotografias e notícias sobre estrelas e grandes líderes,
favorecendo a identificação. Os êxitos de outros servem de anestésico para os nossos
fracassos e misérias.
Muitas vezes os pais identificam com os êxitos dos seus filhos. “Meu filho está na
universidade”; e os filhos com os pais. “Meu pai é director”. “Vencemos o Maxaquene”,
dizem os adeptos do Desportivo.
Projecção
Ex: um professor incompetente tende acreditar que o seu insucesso deve-se ao facto
de ter alunos mal preparados nas classes anteriores;
Uma aluna apaixonada com um colega tende acreditar que as amigas estão
apaixonadas com esse aluno.
Racionalização
Ex: um seropositivo pode admitir que não tem problema porque é doença do século,
portanto todos somos seropositivos até que se prove o contrário;
Um professor que cobra dinheiro aos alunos pode se aliviar de peso de consciência,
admitindo que “o cabrito come onde está amarrado”, portanto todos os funcionários são
corruptos e ele não pode ser uma excepção.
Repressão
Ex: uma mulher que não tem marido, para não ser mal vista na comunidade pode não
praticar adultério, reprimindo os seus desejos sexuais.
Substituição
Ex: um homem privado de ter mulher (quando está na cadeia), pode virar homossexual;
Sublimação
Sublimação é o mecanismo de defesa pelo qual o “eu” (Ego) encontra a satisfação dos
impulsos sexuais que não pode expressar em termos biológicos e afectivos em
actividades artísticas, religiosas e beneméritas.
Ex: uma mulher que fracassou na vida conjugal, pode tornar-se muito activa na igreja
ou na política (ser membro activa da OMM);
Um homem que fracassou num namoro pode produzir uma obra artística (musica,
poema, etc) que retrata esse fracasso.
Agressão
Agressão directa
Agressão deslocada
Ex: um homem que está furioso com a mulher pode partir a loiça;
Um professor que se zangou com o director pode descarregar a sua frustração nos
alunos, agredindo-os.
Negação
Negação consiste em negar uma realidade que possa nos causar uma frustração.
Ex: um homem que foi vencido, numa luta, pode negar essa realidade;
Ex: um jovem apaixonado, pode se imaginar a passear num jardim com a moça da sua
paixão e se sentir satisfeito com essas fantasias.
Despersonalização
Ex: se você é ridicularizado pelos colegas por ser orgulhoso, pode evitar mostrar esse
comportamento que faz parte da sua personalidade.
Retirada ou fuga
Ex: você pode parar de frequentar aulas de matéria na qual não está a se sair bem;
evitar encontrar-se com um vizinho frustrante.
Compartimentalização
Ex: um chefe pode ser agressivo no serviço, enquanto em casa é um pai carinhoso.
Formação reactiva
Esquecimento
Compensação
Ex: um aluno muito pobre, para superar o seu sentimento de inferioridade pode se
esforçar em ser o melhor da turma no aproveitamento escolar.
Bibliografia