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FREUD

PSICOLOGIA 12º ANO


BIOGRAFIA
• Nasceu a 6 de maio de 1856, em Freiberg, Moravia.
• (atualmente Pribor, República Checa),
• Estudou em Viena. Foi aluno do fisiólogo Brücke.
• Licenciou-se em Medicina em 1881.
• De 1885-86, foi aluno de Charcot, em Paris. Charcot
• trabalhava no asilo de Salpetriére e chamou a atenção da
• comunidade médica ao adoptar a hipnose como técnica
• terapêutica.
• Em 1887, estuda as doenças nervosas e introduz a hipnose
• na sua prática clínica.
• De 1893-96, trabalha com Josef Breuer em casos clínicos
• como o de “Anna O”. Como resultado deste trabalho,
• surge a obra, de 1895, escrita em parceria com Breuer,
• “Estudos sobre a histeria”.
• No ano seguinte, em 1876, Freud emprega
• pela primeira vez o termo “Psicanálise”.
• Em 1897 Freud começa a sua auto-análise
• (que foi muito importante para o
• desenvolvimento das teorias psicanalíticas).
• Nesse mesmo ano, rompe com a teoria
• traumática da neurose, de Breuer. Datam desta
• altura o reconhecimento da sexualidade
• infantil e do complexo de Édipo.
• Em 1900 publica a sua obra mais conhecida e,
• seguramente, a mais importante para o autor:
• “A interpretação dos sonhos”.
• O ano de 1923 fica marcado pelo facto de ter
• sido diagnosticado a Freud um câncro na
• cavidade bucal, considerado incurável e
• extremamente agressivo. Até à sua morte será
• submetido a um total impressionante de 33
• cirúrgias. Apesar das dores constantes e de ter
• que usar uma prótese no maxilar superior, Freud
• manteve-se activo e continuou a sua actividade
• de clínico e investigador.
• Em 1933, em Berlim, os livros de Freud são
• queimados, na sequência da subida dos nazis ao
• poder. A psicanálise é banida porque Freud é
• Judeu e porque contradiz o totalitarismo.
• Em 1938 abandona Viena e refugia-se em
• Inglaterra, na sequência da anexação da Áustria
• pela Alemanha nazi.
• Freud morre em Londres no dia 23 de Setembro
• de 1939.
ESTRUTURA DA MENTE HUMANA
• O inconsciente é, para
Freud, o
• “lugar psíquico ou um
sistema do nosso
aparelho psíquico que
contém pulsões de vida
e pulsões de morte,
desejos, fobias (medos),
RECALCAMENTOS que
estão situados nas
profundezas da nossa
mente, aquém da
consciência”
CONSCIENTE

O Consciente corresponde à dimensão racional da Psiqué. Ao nível


do Consciente tomamos conhecimento da realidade exterior.
Os conteúdos do Consciente são: os raciocínios, as perceções e os
pensamentos. Conteúdos sempre manifestos.
Freud defendeu que a consciência abarca apenas uma pequena
dimensão da Psiqué.
O Consciente é regido pelo Princípio de Realidade.
Pré-consciente
Entre o Consciente e o Inconsciente, existe uma antecâmara, o Pré-
consciente, que permite que alguns conteúdos do Inconsciente
acedam à consciência, mas “travestidos”, “disfarçados”, por forma a
evitar distúrbios ao nível do Consciente.
Assim, os conteúdos de origem libidinal, ligados ao instinto sexual,
podem aceder à consciência sob uma forma simbólica, não geradora
de tensão.
Os conteúdos do Pré-consciente são as memórias, as recordações, as
lembranças.
Estes conteúdos estão latentes mas, a qualquer altura, podem tornar-
se manifestos.
INCONSCIENTE
Segundo Freud é do Inconsciente que emanam os
processos psíquicos, por isso, o nosso comportamento é
fundamentalmente determinado por processos mentais
inconscientes (área maior).

O Inconsciente constitui-se durante a nossa vida psíquica,


sobretudo, no decorrer da infância e os seus conteúdos
estão muito longe da superfície.

Esses conteúdos são pulsões de vida (eros) e de morte


(thanatós), medos desejos e recalcamentos.
É no Inconsciente que estão impulsos e desejos
essencialmente de natureza sexual que exercem
influência no comportamento humano.
O Inconsciente não esquece nada, todos os
incidentes da história de vida do indivíduo ficam aí
retidos e guardam a mesma força e vivacidade
do momento em que foram vividos.
O Inconsciente é imune ao tempo.
CENSURA

A passagem dos impulsos e


desejos inconscientes é
controlado por um mecanismo
denominado Censura que recalca
o que pode perturbar a nossa
integridade psíquica e a
adaptação ao meio social.
Formas do Inconsciente se manifestar no
Consciente
A Censura não consegue impedir que as pulsões
inconscientes (medos, impulsos sexuais
inaceitáveis, impulsos destrutivos e imorais,
desejos Irracionais, experiências infantis
traumatizantes) encontrem em formas substitutivas
e indirectas de manifestação tais como atos
falhados, sintomas neuróticos e sonhos.
Os lapsos ou atos falhados
ATOS FALHADOS: são o modo, por vezes grotesco, mas nunca doentio, de
os conteúdos e representações inconscientes vencerem a barreira da
censura.

Diariamente cometemos algumas falhas a que não


damos relevo especial, para Freud são cruciais:
-Dizer “Está um belo sono” em vez de “belo dia”
manifesta inconscientemente desejo de dormir.
-Uma mulher com tendência para a tagarelice pede
ao merceeiro “um pacote de leite de longa
conversação, em vez de “longa conservação.
OS SONHOS
SONHOS: realização ilusória (simbólica) de desejos inconscientes
(recalcados). Para Freud, o sonho era a via real de acesso ao
Inconsciente (desnuda-o).

O sonho é para Freud uma “expressão noturna das


nossas frustrações diurnas”, o sonho ´só aparentemente
é absurdo, pois possui muito sentido: os desejos
interditos e recalcados encontram nele uma satisfação
velada, desviada e simbólica.
Durante o sonho, a vigilância da censura enfraquece,
por isso, mais facilmente lhe escapam as
representações inconscientes.
AS NEUROSES
NEUROSES: manifestações ou sintomas de algo que foi recalcado,
impedido de aceder à consciência.

Geralmente, o doente ignora aquilo que recalca, não conhece os


desejos escondidos do seu Insconsciente.
Estas doenças psíquicas ao traduzirem-se em perturbações
físicas, resistem à medicação.
As neuroses podem ter origem:
- em traumas vividos na infância – Psiconeuroses;
- em traumas ocorridos após a infância . Neuroses Atuais.
Segunda tópica freudiana
ID
• O Id é o único componente
da personalidade que está
presente desde o
nascimento.
• Este aspeto da
personalidade tem uma
atividade totalmente
inconsciente e inclui os
comportamentos
instintivos e primitivos.
• O Id segundo Freud é a
fonte de toda a energia
psíquica, tornando-se o
principal componente da
personalidade.
ID
• O Id é impulsionado • No entanto, satisfazer sempre
pelo princípio do prazer, que essas necessidades
se esforça para a gratificação imediatamente não é realista
imediata de todos os desejos, nem mesmo possível. Se
vontades e necessidades. estivéssemos completamente
• Se essas necessidades não são guiados pelo princípio do prazer,
satisfeitas, o resultado é um tiraríamos coisas das mãos das
estado de ansiedade ou tensão. outras pessoas para satisfazer
• O Id é muito importante no início
os nossos próprios desejos.
da vida, porque assegura que
as necessidades de uma
criança sejam atendidas. Se a
criança está com fome ou
desconfortável, ela vai chorar
até que se cumpram as
exigências do id.
EGO
• O ego é o componente da
personalidade que é
responsável por lidar com a
realidade.
• De acordo com Freud, o ego
desenvolve-se a partir do id,
durante o primeiro ano de vida e
garante que os impulsos do id
possam ser expressos de uma
forma aceitável no mundo real.
• O ego tem uma atividade tanto
no consciente como no pré-
consciente e inconsciente.
• O Ego é regido pelo princípio de
realidade
EGO
• O ego opera com base
no princípio da
realidade, que se
esforça para satisfazer
os desejos do id de
formas realistas e
socialmente adequadas.
• O princípio de realidade
pesa os custos e
benefícios de uma ação
antes de decidir agir
sobre desistir ou ceder
aos impulsos.
•.
Superego
• O superego é o aspeto
da personalidade que
nos dá o senso de
certo e errado.
• De acordo com Freud,
o superego começa a
surgir por volta dos
cinco anos, no final da
fase fálica
idealistas
Fases

Fase Oral -0 aos 2 anos


aproximadamente
18/24
Fase Anal – 2 aos 3 anos

A erotização da fase anal envolve tanto a sensação de prazer da excreção


como posteriormente, a estimulação erótica da mucosa anal por meio da
retenção das fezes.

O ânus e as áreas vizinhas são fonte de interesse e gratificação,


principalmente o ato de defecar;

Nesta fase é importante o treino do controle dos esfíncteres.


Fase Fálica – 3 aos 5 anos

A fase
fálica
Jung designou este como Complexo de
Período de Latência – 6 anos à
puberdade
Fase Genital – a partir da
puberdade

liquidar

do
Freud - Teoria da motivação
1. Todas as nossas motivações são pulsionais.

2. A pulsão é uma força ou energia que tem como fonte uma tensão orgânica contínua e
como objectivo a descarga da tensão acumulada.

3. A líbido (desejo sexual) é a principal manifestação da energia pulsional.

4. A não libertação das energias pulsionais acumuladas (na maior parte das vezes pela
intervenção do superego) gera conflitos intrapsíquicos que conduzem à ansiedade e à
neurose.

5. Se a saída normal (para a libertação dessas energias) estiver bloqueada, a libertação


tenderá a realizar-se por outras vias.

6. Existe um conjunto de mecanismos de defesa do ego que permitem resolver os


conflitos intrapsíquicos, garantindo o equilíbrio psíquico do indivíduo.
Os mecanismos de defesa do ego

São estratégias inconscientes de resolução de conflitos


intrapsíquicos e da redução das energias pulsionais que
estão na sua origem.
Recalcamento – Mecanismo de repressão de pensamentos, recordações, sentimentos,
pulsões e desejos que, por provocarem ansiedade e porem em causa o equilíbrio
intrapsíquico, são excluídos da consciência e mantidos no inconsciente.

Racionalização (ou intelectualização) – É um conjunto de estratégias de justificação


de comportamentos, pensamentos, tendências psíquicas, lógicas e formuladas a
posteriori, com o fim de evitar sentimentos de inferioridade que ponham em risco a
auto-estima.
Ex: Tentar provar que está certo, apresentando uma explicação plausível, pautada na
ética, para uma atitude, digamos, inaceitável.
Deslocamento – Mecanismo libertador que ocorre quando um indivíduo, não podendo
atingir determinado objecto, o substitui por outro, sobre o qual descarrega as suas
tensões acumuladas.
Ex: quando, por exemplo, o chefe trata mal o pai no trabalho e ele chega a casa e
descarrega a raiva na mulher e nos filhos..

Compensação (ou formação reativa) – Mecanismo de defesa contra qualquer tipo de


inferioridade fisiológica ou psicológica, seja ela real ou não, que consiste na adopção de
comportamentos contrários ao desejo.
Ex: é quando alguém trata exageradamente bem uma pessoa que, na realidade, não
gosta.
Outro exemplo é de um homofóbico, que critica exageradamente os homossexuais,
quando na verdade ele tem uma inclinação para a homossexualidade
Sublimação – Mecanismo que consiste em substituir uma atividade social e
moralmente inaceitável por outra, moral e socialmente aceitável.
Ex: acontece quando os nossos impulsos destrutivos se disfarçam de personagens
inocentes e inofensivos e conseguem manifestar-se na vida consciente.
- Um pedófilo trabalhar num jardim de infância.

Projeção – Tendência que os seres humanos têm para atribuir aos outros,
comportamentos, sentimentos e desejos que, sendo deles próprios, são muitas vezes
tidos como inaceitáveis.
Ex: Quem mente acha que todas as pessoas mentem.
Quem pensa em trair acha que todas as pessoas traem.

Regressão – Mecanismo segundo o qual o indivíduo adopta formas de conduta


próprias de fases anteriores de desenvolvimentos (em que o indivíduo se sentia em
segurança).
Ex: é o caso do fumador compulsivo. No momento em que ele está angustiado,
nervoso, preocupado, regride a uma fase de desenvolvimento anterior, em que se
sentia protegido. No caso do fumador, à fase oral.
A sexualidade na psicanálise
A psicanálise de Freud dá grande ênfase à natureza sexual humana, o que chocou
a sociedade da época.

A sexualidade na Psicanálise de Freud faz com sua psicologia utilize expressões


como libido e incesto, associa o funcionamento psíquico ao prazer e desprazer,
cita fases psicossexuais no desenvolvimento humano, que fazem da psicanálise
uma ciência baseada na sexualidade humana.

Perversão sexual diz respeito a práticas sexuais que extrapolam o objetivo do


coito. Nesses casos, o orgasmo é obtido através de práticas ou objetos desviantes
do normal, sendo as perversões o resultado do desenvolvimento da pulsão sexual
em zonas erógenas distintas dos genitais.
As parafilias são expressões anormais da sexualidade, que podem variar de um
comportamento quase normal a um comportamento destrutivo ou danoso somente para
a própria pessoa ou também para o parceiro, até um comportamento considerado
destrutivo ou ameaçador para a comunidade como um todo.

As principais parafilias são: https://www.youtube.com/watch?v=LXN0_xTwtjE

exibicionismo (exposição dos genitais),

fetichismo (uso de objetos inanimados),

frotteurismo (tocar e esfregar-se numa pessoa sem o seu consentimento),

pedofilia (foco em crianças pré-púberes),

masoquismo sexual (ser humilhado ou sofrer),

sadismo sexual (infligir humilhação ou sofrimento),

fetichismo transvéstico (vestir-se com roupas do sexo oposto)

voyeurismo (observar atividades sexuais).


zoofilia (ato sexual com animais); necrofilia (cadáveres);

escatologia telefónica (telefonemas obscenos);

parcialismo (foco exclusivo em uma parte do corpo);

coprofilia ou excrementofília (obtenção de prazer durante a evacuação


das fezes ou com a sua manipulação);

clismafília (prazer obtido com a aplicação de líquidos dentro do reto, através do


ânus ou introdução de objetos estranhos);
urofilia (prazer e excitação sexual obtido com o contato pelo corpo ou ingestão de
urina);

dendrofília (relação sexual com plantas ou frutas);

acrotomofilia (preferência sexual por pessoas que tenham alguma parte de


seus corpos amputada);

erotofonofilia (a excitação ocorre com a possibilidade de matar o companheiro,


coincidindo essa morte com o próprio orgasmo);

gerontofília (atração sexual por pessoas idosas)


http://www.cbp.org.br/perversoesdiferenciam.pdf
O método psicanalítico
• https://www.youtube.com/results?search_query=Freud+o+m%C3
• O método psicanalítico utiliza, articulando-as, duas técnicas:
a associação livre e a interpretação dos sonhos.
• Além destas duas técnicas, há dois processos que acompanham a
terapia psicanalítica: a resistência e a transferência.
• A associação livre é uma técnica que exige do sujeito a associação
espontânea sem auto-censura de imagens, ideias e recordações por
mais embaraçosas que sejam ou por mais absurdas que possam
parecer. O seu objectivo é o de trazer à consciência o que foi
recalcado, mas se manifesta implicitamente em vários sintomas.
• A interpretação dos sonhos consiste em descobrir o conteúdo
latente do sonho mediante a análise do conteúdo manifesto (o que
sonhamos é a manifestação de desejos inconscientes que estão
latentes no sonho e que é preciso descodificar).
Transferência
• Além destas técnicas, é necessário que entre o paciente
e o analista se estabeleça uma determinada relação:
a transferência. Este processo consiste no facto de o
paciente experimentar, na relação com o psicanalista,
sentimentos de natureza semelhante aos que na infância
certas figuras parentais (pai, mãe, irmão,..) lhe
despertaram.
• Sem a transferência, isto é, sem esta ligação afectiva
intensa (positiva ou negativa), é difícil obter qualquer
resultado terapêutico significativo.
Resistência
• É frequente a tendência do paciente para bloquear a
terapia ao evitar o “encontro” com assuntos ameaçadores
e, em especial, com o acontecimento crucial e traumático
que está na origem dos seus padecimentos.

• A este processo deu Freud o nome de resistência. É um


estado de agitação emocional que assinala a
aproximação e chegada à consciência de algo que estava
escondido no inconsciente.

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