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Psicologia da Personalidade – Prof.

Hítala Gomes
hitala@gmail.com –
Aula 03 Data: 14/09/2017

ABORDAGEM DE FREUD

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
 Freud é a base para toda a teoria da personalidade (informalmente foi a primeira
teoria da personalidade)
 A psicanálise impactou não só a psicologia, mas a cultura em geral
 Foi a primeira teoria da personalidade

A VIDA DE SIGMUND FREUD (1856-1939)


 Foi aos 4 anos para Viena
 Filho mais velho, a mãe 20 anos mais nova que o pai, possuía 2 irmãos paternos e mais
5 irmãos
 Era bastante estudioso e recebia estímulos quanto a isto
 Fluente em alemão, hebraico, latim, grego, francês e inglês. Aprendeu sozinho italiano
e espanhol
 Judeu
 Fez medicina, suas pesquisas contribuíram para a fisiologia
 Em 1881 começa a trabalhar como neurologista
 Tímido, teria tido problemas sexuais no casamento
 Aos 40 anos sofre com sua neurose de ansiedade
 Entre 1920 a 1930 atinge o auge do sucesso, mas adoece (câncer)
 Em 1939 muda-se para Londres, por conta do nazismo
 Josef Breuer descobriu o método, mas retoma seus estudos em 1895 com Freud
 Charcot também foi pioneiro no método
 Principal campo de aplicação: histerias, fobias, estados obsessivos, perversos e estados
depressivos. Não era utilizado para demência precoce ou paranoia (Caso de Dora)
 Para Breuer os sintomas se relacionam a cenas do passado (traumas) que foram
esquecidas
 Emmy – talking cure (necessidade da fala para a cura, mostra que a hipnose não é
suficiente)

FREUD E A PSICANÁLISE
 Ele percebe que hipnose não é suficiente, não dá conta do sintoma. Ex.: Dora
 A psicanálise surge quando ele deixa de usar a técnica da hipnose e introduz as
associações (falar tudo, sem importar a ordem dos fatos)
 A meta não é remediar todos os males, mas apontar para os limites do tratamento, é a
tentativa de substituir atos inconscientes por conscientes (Freud, 1926)
 Não é uma teoria fechada, mas está em constante alteração
 Foi repudiado por seus estudos sobre a sexualidade, mas aponta que foi altamente
influenciado por eles, em especial (Charcot e Breuer – primeiro a atener Ana O)
 Critica as receitas médicas da época “Penis normalis dosim repetatur”
 “Como há muito já reconheci que provocar oposição e despertar rancor é o destino
inevitável da psicanálise [...] (FREUD, 1914, p. 19)

VER O FILME HISTERIA

BASES DA PSICANÁLISE (FREUD, 1926)


 Reconhecimento da repressão = existiria uma força que exerce censura e exclui da
consciência o que desagrada
 Importância da pulsão sexual = sintomas neuróticos seriam satisfações substitutivas da
sexualidade reprimida. Fatores sexuais desencadeariam neuroses, sexualidade
aparecendo na infância – fator decisivo para o desenvolvimento do indivíduo e da
doença
 Transferência = relação emocional que o paciente desenvolve com seu médico.

A ORGANIZAÇÃO DO MOMENTO PSICANALÍTICO


 Em 1902 Freud inicia reuniões regulares para difundir o conhecimento da psicanálise –
médicos, pintores, escritores;
 [...] as teorias da psicanálise não podem ficar restritas ao campo médico, mas são
passíveis de aplicação a várias outras ciências mentais.” (Freud, 1914, p. 36)

FUNDAÇÃO DA IPA
 Freud funda a Associação Psicanalítica Internacional
 “Declarou-se que o objetivo da Associação era: promover e apoiar a ciência da
psicanálise fundada por Freud, tanto como ´sicologia pura como em sua aplicação à
medicina e às ciências mentais e cultivar o apoio mútuo entre os seus membros para
que fossem desenvolvidos ???????

ROMPIMENTOS E DECEPÇÕES
 1909 congresso nos EUA – psicanálise difundida no mundo
 1911 rompe com Adler
 1912 rompe com Jung
 Manifesta seus descontentamentos com os congressos, e o caminho que o IPA está
tomando
 IPA passa a impor regras que deveriam ser cumpridas e propostas por um contrato
com os analisantes (padronização)
 A única regra estabelecida por Freud é a associação livre

LACAN E A PSICANÁLISE
 Fez parte da IPA – divergências
 1953 excomunhão da Sociedade Psicanalítica de Paris (SPP)
 Funda a Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP)
 Combate a normatização e padronização da psicanálise
 Das divergências rompe de vez com a IPA em 1963 e em 1964 escreve o ato de
fundação da Escola Freudiana de Paris
 “[...] a Escola é um mecanismo de trabalho que se propõe a n restaurar a verdade no
campo aberto por Freu e fazer cumprir o dever da psicanálise pelo mundo”.
(Quinet, ...)
PROPOSIÇÃO DE 9 DE OUTRUBRO DE 1967 (de Lacan)
 Tripé clássico da formação analítica:
o Análise pura
o Estudo teórico dos textos fundamentais (cartéis)
o Supervisão

DISSOLUÇÃO DA ESCOLA
 Em 1981 Lacan dissolve a EFP para iniciar a Escola da Causa Freudiana, morre logo em
seguida
 Jacques Miller (genro dele) continua seu trabalho e todo esse movimento, criando a
AMP (Associação Mundial de Psicanálise)
 Nela se ligam todas as escolas que reconhecem a interpretação, a orientação e a
tradução de Miller.

NÍVEIS DA VIDA MENTAL

A CONSCIÊNCIA E O QUE É INCONSCIENTE


 A GRANDE DESCOBERTA Freudiana: O Inconsciente
 Contribuição de Freud para a teoria da personalidade: o inconsciente e atuação das
forças inconscientes na vida do indivíduo
 A psicanálise divide o psíquico em: consciente e inconsciente
 Onde está a essência da vida mental?
 Somos 90% inconscientes e 10% de capacidade consciente, e isso se a pessoa for
muito, estudar muito (Gilvandro)
 A essência é aquilo que está escondido

Consciente
Inconsciente

A CONSCIÊNCIA
 A CS é transitória (é o que está disponível naquele momento)
 É o nível da vida mental que está disponível
 É um dado da experiência individual
 É a superfície do aparelho mental
 Sensações e sentimentos são conscientes
 Tem a ver com a percepção individual porque cada pessoa percebe um fato de acordo
com si próprio
 Duas formas das ideias se tornarem conscientes
o Pelo sitema percepção-consciência – percepção dos estímulos do mundo
exterior, o que não é ameaçador fica na consciência
o Provem da estrutura mental – ideias não ameaçadores do pré-consciente ou
disfarçadas no inconsciente

ESTAR CONSCIENTE
 trata-se de uma percepção imediata e certa
 é momentâneo
 a ideia fica latente, podendo tornar-se consciente a qualquer momento, ou ainda
torna-se inconsciente
 o conhecimento se liga à consciência

PRÉ-CONSCIENTE
 não são conscientes, mas podem se tornar
 é latente, temporariamente inconsciente
 as ideias podem ser representadas verbalmente
 representações verbais = resíduos de lembranças antes percebidas (percepções
auditivas) e podem se tornar CS
 Provém de 2 formas
o ?????

INCONSCIENTE
 Contém impulsos, desejos, pulsões
 Estão além da consciência
 Motivam nossos sentimentos, ações e palavras
 Processos mentais por trás do nosso comportamento
 Ex.: sei que me sinto atraído por alguém mas não sei bem as rações que me levam a
isso
 É possível comprovar o inconsciente à medida que ele se torna CS
 Existe uma censura que barra o ICS
 O ICS pode aparecer na CS de forma distorcida e não se torna mais ameaçadora
 Há uma luta do ICS para se tornar CS
 É sistemático
 Sentimentos podem ser também ICS

REPRESSÃO
 Operação psíquica tendente a fazer desaparecer da consciência um conteúdo
desagradável ou importuno
 É uma operação consciente que leva o conteúdo reprimido ao pré-consciente e não ao
inconsciente
 Repressão é diferente de Recalcamento (Inconsciente)
 As motivações morais desempenham na repressão um papel predominante
 Geralmente temas sexuais, agressividade ou traumas podem ser reprimidos
 Freud (1923) chama o reprimido de um protótipo do ICS.

Instinto tem a ver com as necessidades biológicas


Repressão é uma tentativa de tirar da consciência alguma coisa que está desagradável
– está no pré consciente
Recalque é algo que a gente mandou para o inconsciente
RESISTÊNCIA
 Durante a análise, a resistência é o tudo o que se opção ao acesso do analista ao
inconsciente
 É um obstáculo ao tratamento terapêutico
 Foça que mantem e insiste na repressão e no recalcamento
 Quando as associações falham fala-se que o paciente está dominado por uma
resistência, não sabe o que é ou como descrever
 Em Inibição, Sintoma e Angústia, Freud (1926) aponta 5 formas de resistência: o
recalcamento, a resistência de transferência, benefício secundário da doença,
resistência do ICS e a resistência do superego.

INSTÂNCIAS DA MENTE – FUNÇÕES DAS IMAGENS MENTAIS


Ego, Id e Superego

ID (das Es)
 Parte primitiva (já nascemos com ele)
 Inconsciente
 É o componente ainda não conhecido da personalidade, mas que está na sua essência
 Não tem contato com a realidade
 Sua função é satisfazer o prazer
 Ex.: recém-nascido (sem noção do que pode e o que não pode; ele simplesmente quer)
 É também ilógico, podendo ter ideias incompatíveis. Ex.: demonstro amor por alguém
mas inconscientemente sinto raiva.
 Não possui moralidade, não faz julgamento de valor (amoral)
 Procura prazer sem consciência
 Representado pelas paixões
 É um grande reservatório de libido (do latim = vontade, desejo, não é redutível a uma
energia mental não especificada, possui um caráter sexual, apenas em investimentos
narcísicos pode ser dessexualizada. “Chamamos assim a energia, considerada como
uma grandeza quantitativa [...] das pulsões que se refere a tudo que podemos
entender sob o nome de amor”. (FREUD, 1921)

EGO (Ich)
 Organização coerente dos processos mentais em cada indivíduo
 Tem contato com a realidade
 Transforma-se na fonte de comunicação com o mundo externo
 Controla a descarga de excitações par o mundo externo
 É o ramo executivo da personalidade, é o toma as decisões
 Possui parte consciente, parte inconsciente e parte pré-consciente
 Serve ao id, superego e ao mundo externo
 Tenta aplicar as influências do mundo externo ao id e trocar o princípio do prazer pelo
princípio de realidade
 O ego envolve razão, senso comum
“ [...] em sua relação com o id, ele é como um cavaleiro que tem de manter controlada
a força superior do cavalo, com a diferença de que o cavaleiro tenta fazê-lo com a sua
própria força, enquanto que o ego utiliza forças tomadas de empréstimo. [...] o ego
tem o hábito de transformar em ação a vontade do id, como se fosse sua própria”.
(FREUD, 1923, p.39)
 Se desenvolve na infância a partir do Id
 É governado pelo princípio de realidade
 Com tatas forças divergentes, o ego torna-se ansioso e se utiliza dos mecanismos de
defesa
 Não está totalmente separado do Id, em parte eles se fundem
 Devem controlar as pulsões, mas às vezes fica à mercê do Id
 As repressões partem do ego
 O ego deriva das sensações corporais – do corpo originam sensações ?????

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