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Contraditoriamente, como
bode expiatório, a CRISE
deixa de vilã para ser
heroína. Para as iniquidades
decorrentes, há manutenção
de uma excepcionalidade
que já atua em estado de
exceção.
NOSSA META
• PARTE 1
Conceitos gerais e Ética em Aristóteles.
• PARTE 2
Ética e contemporaneidade.
• PARTE 3
Ética e teoria psicanalítica.
• PARTE 4
A ética do psicanalista.
PARTE 1
Conceitos gerais e ética aristotélica
CONCEITO GERAL
ETHOS – é a construção
social, fundamento da
estrutura do pensamento
de um povo e alicerce das
escolhas individuais.
NEVES (2018)
ÉTICA EM ARISTÓTELES
• ÉTICA A NICÔMACO, de PARTE IRRACIONAL
Aristóteles (335 a.C)
-Vegetativa
-Apetitiva
- Livre de mitos e sagrados
(oposição a Platão).
PARTE RACIONAL
- Bem é a felicidade,
atividade da alma.
- Puramente contemplativa,
Haveria portanto a alma
demanda apetite da parte
racional e a alma irracional, de onde surgem as
irracional virtudes INTELECTUAL E MORAL.
ÉTICA EM ARTISTÓTELES
VIRTUDE INTELECTUAL –
Resultam das instruções,
morais e dos hábitos.
VIRTUDES MORAIS –
Instruções quando
transformadas em
hábitos bons. Com o
tempo, há prazer no “agir
bem”.
ÉTICA EM ARISTÓTELES
Toda virtude, para
Aristóteles, é um meio
termo entre dois
extremos.
1 – LEI UNIVERSAL.
Sua ação vista como Lei Universal.
2 – FIM EM SI.
O bem praticado por si, porque é bom e faz bem.
3- LEGISLADOR UNIVERSAL
Sua vontade deve poder encarar a si mesmo.
CIENTIFICISMO
Ética no século XIX
• Estruturalismo.
• A ciência acima das necessidades individuais.
• Vazão da razão em detrimento da emoção, da subjetivação e
de qualquer visão litúrgica considerada experimental ou
bárbara.
• Forte tendência positivista, conservadora e cristã.
• Foco no método científico e na vida urbana e social.
• Pragmatismo que leva a humanidade aos horrores da Primeira
Guerra Mundial.
• Revisto após os experimentos humanos feitos pelos nazistas na
Segunda Guerra Mundial.
BELLE ÉPOQUE
ANTES DE FREUD E BREUER
Na antiguidade – “Hystera” possuía Século 17 – A Histeria é atribuído
conotação hoje reconhecida como apenas às mulheres, resultado de
“doença do útero”. Acreditava-se retenção de líquidos ou resultado
que mulheres com comportamentos das oscilações de humor. O
distintos do considerado regular tratamento era o sexo consentido
pelos gregos do século VI possuíam com o marido.
um “útero errante”, algo discutido
posteriormente pelos filósofos
humanistas. Século 19 - Esse “tratamento” passa
a ser estimulatório através da
No Medievo – O comportamento que masturbação consentida,
não poderia ser corrigido pela igreja realizada pelo médico com o
era considerado a representação de dedo, ou com o chuveiro. Nesse
um mal diabólico ou de uma ambiente teria sido inventado o
possessão. Essa visão é revista no vibrador, junto com a descoberta
século 17 com as experiências da energia elétrica (hipótese
médicas proposta pelos luteranos levantada por Rachel Maines e
em espaços de convivência onde bastante criticada por
eram depositados os doentes historiadores).
mentais.
PROPOSTA DE FILME
PROPOSTA DE FILME
ANTES DE FREUD E BREUER
Charcot – é o primeiro a Breuer – É quem convida o
dizer que se trata de uma amigo Freud, na época
questão física elaborada um jovem neurologista a
pela mente. Entende que estudar com
histeria também pode profundidade a histeria
ser masculina. de mulheres em seu
consultório. Freud abraça
Rousseau – “A doença se os estudos e supera
explica pelo desejo Breuer em suas primeiras
natural não realizado análises, o que causa
pela mulher”. atrito entre os dois.
Hipnose
DIFERENÇA ENTRE OS DOIS AUTORES
Breuer está mais preocupado em Freud está mais interessado
encontrar um “elo perdido” na compreensão da origem
entre os aspectos emocionais dos traumas e de seus
e as doenças psiscológicas simbolismos que darão
com o corpo. Sua linguagem é
origem aos fenômenos
mais voltada para o campo da
histéricos – principalmente
medicina e da anatomia e na
busca por respostas práticas
as com sintomas
que podem ser utilizadas no convergentes.
consultório. Faz as primeiras
descobertas que abriria Seus estudos geram mais
espaço para a descoberta da perguntas que respostas, o
própria Psicanálise freudiana. que cria cisão com o autor
mais velho.
FREUD CHOCA A ÉTICA POSITIVISTA
• Freud desconstrói a • Revela conhecimentos
ideia de uma “natureza sobre uma desconhecida
do homem”. sexualidade infantil.
• Revela as pulsões • Transcende o atendimento
médico-fisiológico.
primitivas do homem.
• Constrange os colegas com
• Deflagra que o homem
exploração de seus
pode regredir. próprios ressentimentos e
• Deflagra que o homem necessidades psicológicas.
não está totalmente no
comando de sua razão.
PARTE 3
Ética e teoria psicanalítica
ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
• A ética está hoje • A ética reterá parte da
relacionada ao Humanismo cultura ocidental/oriental e
(substituto do Positivismo se atrela a um sentimento de
após a 2ª guerra mundial). dever, sempre aliado às
• Atua sobretudo no Sujeito responsabilidades sociais.
da Responsabilidade: • A moral colocará o Homem
resposta por suas decisões. em relação com sua própria
• É portanto impossível falar ação. Será uma direção
pessoal que clama por um
de ética sem contudo falar
ideal de conduta diante do
sobre igualdade, direito de
DESEJO de realização.
fala e liberdade.
• A Psicanálise ajuda a
equacionar essa relação.
ACOLHIMENTO
Muitas pessoas chegam aos consultórios de Psicanálise
nessas condições.
A importância do MÉTODO, do
RESPEITO á experiência do outro e o
NÃO JULGAMENTO no SET, mesmo
diante das TRANSFERÊNCIAS e dos
ACTINGS (movimento regressivo que vai do
pensamento ao ato ).
ÉTICA DO ANALISTA
• Reconhecer a verdade • Não mudar o set analítico.
psiquica e separá-la da • Não sociabilizar com o
verdade material. paciente.
• Ser continente das • Entender que exceções
informações dispostas no fazem parte das regras,
set. desde que justificadas e
• Reconhecer as legitimadas pelo supervisor.
contratrasferências e a • Sempre falar a verdade no
transferência do analista.
set.
• Recorrer ao supervisor no
• Conhecer os próprios limites
primeiro caso e ao analista
e encaminhar o paciente
no segundo caso.
quando necessário.
ÉTICA DO ANALISTA
• Lembrar que o set é um • Ter disciplina com horários e
espaço do cliente. organização dos clientes.
• Nunca estimular a • Não buscar saciedade pessoal
transferência. no paciente.
• Ter responsabilidade em • Direcionar o discurso do
casos de catexia. paciente para as zonas de
análise e de investigação, sem
• Respeitar o tempo do
contudo falar pelo paciente
paciente. ou impedi-lo de se expressar.
• Não diagnosticar. • Buscar na literatura
• Tratar doentes e não a psicanalítica formas de
doença. atuação analítica.
ÉTICA DO ANALISTA
• Ser psicanalista é abraçar um estilo de vida, uma forma de
linguagem.
• Atue apenas em ambientes profissionais.
• Sempre seja remunerado por seu trabalho.
• Lute pela LIBERDADE de atuação do psicanalista. Se engaje
politicamente em sua Associação.
• Respeite as outras linhas da psicologia e outras formas de
análise.
• Saiba quando a Psicanálise deverá ser utilizada como forma
de aplicação e não como análise propriamente dita (Ex:
casos de traumas, de psicoeducação, de consultoria e de
tratamento a transtornos de personalidade).
BIBLIOGRAFIA
• ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martins Claret, 2016.
• FANI, Hiszail. A ética da Psicanálise. Revista Brasileira de Direito
Constitucional, n8. jul-dez. 2006.
• FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica. Belo Horizonte:
Autêntica, 2017.
• _____________. Totem e Tabu, 1977.
• LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
• LACAN, Jacques. Ética da Psicanálise. 1958.
• MARX, Karl, Engels, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Martins
Fontes, 2002.
• MEIER, Celito. Filosofia: por uma inteligência da Complexidade. São
Paulo: Pax, 2010.
• RUSSEL, Bertrand. A história da Filsofia Ocidental. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2015.
• SANTOS, Boaventura de sousa. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra:
Almedina, 2020.