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Trabalho Ciência

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Profissional

Prof. José Amilton da Silva Carraro


Guarapuava – Pr.
MORAL e ÉTICA
Definições
 Os gregos tinham duas palavras muito
parecidas:

  (êtos) = para designar "costume".

  (étos) = para designar a índole

 Os romanos, utilizavam a palavra latina mos


(mores) p/ designar o costume.

Daí a palavra portuguesa "moral".

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MORAL e ÉTICA
 O dicionário de Aurélio Buarque:

 Ética refere-se ao "o estudo e a reflexão teórica,


sobre a moral, o comportamento moral dos
homens e as valorações morais de diferentes
culturas e sociedade”.

 Moral refere-se ao "conjunto de regras de


conduta consideradas como válidas para qualquer
tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa
determinada".
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Sócrates (470-399 a.C.)
 Sócrates inicia a Filosofia Moral ao
questionar os atenienses sobre os valores
 sociais e o que eles consideravam certo
(bem) e errado (mal).

 Desenvolvia o saber filosófico em praças


públicas

 Une o saber ao fazer, a consciência


intelectual à consciência prática ou moral.

O autoconhecimento. “Conhece-te a ti
mesmo” era a recomendação feita por “CONHEÇA-TE
Sócrates a seus discípulos. A TI MESMO”

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Platão (427-347 a.C.)
 É na razão que o homem realiza sua humanidade.
 A ação racional atinge o sumo bem.
 No entanto a natureza racional encontra-se no corpo que é um
obstáculo para atingir o bem.
 A moral platônica é de renúncia ao mundo (ascética)

 Quanto ao destino das almas após a morte:


» os sábios que se libertaram da sensibilidade, voltam ao mundo
das ideal
» os homens mergulhados na matéria, vão para um lugar de
danação
» as almas intermediárias reencarnam em corpos mais ou menos
nobres, conforme o bem ou mal que fizeram.
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Aristóteles (384-322 a.C.)

 A felicidade é alcançada mediante a virtude


e, esta é uma atividade segundo a razão.

 Características da ética aristotélica:


 harmonia entre paixão e razão.
» a virtude é um justo meio.
» a razão domina as paixões, mas não as
aniquila e destrói.

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A ética cristã medieval.
 Religião (cristã) torna-se sinônimo de
doutrina ética.
 O guia moral que dá unidade às diversas
comunidades (feudos).

Fundamentada na seguinte concepção


metafísica:
  Deus criador.
  Verdade revelada (plano de Deus).
  Mandamentos de Deus.
  Desobediência = pecado.

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Agostinho (354 - 430 D.C.)

 Justificação
filosófica da fé

 A moral é
teísta
cristã
logo
transcendente
ascética.
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A ética cristã medieval.
Na Idade Média a Igreja admite o
casamento, porém com menor valor do que
o celibato e a virgindade .
Continua negando o prazer sexual mesmo
dentro do casamento definindo regras em
relação às posições sexuais e limita a
frequência :

“Teólogos recomendavam a abstenção nas


quintas-feiras, em memória da prisão de
Cristo; nas sextas-feiras em memória de sua
morte; aos sábados, em honra a Virgem
Maria; aos domingos, em homenagem á
ressurreição e às segundas-feiras em
comemoração aos mortos”.
(Tannahill, 1980)27.
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Tomás Aquino (1226 - 1274 D.C.)

 » O homem se determina
livremente em virtude do
livre arbítrio.

 » o homem é naturalmente social.


Sendo sociedades necessárias a
família, o Estado e a Igreja.

 A intenção: ainda que não se


efetue o ato, o animus para o ato
desonesto já é, por si só, uma
transgressão à ética.
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Ética moderna
 Do teocentrismo ao antropocentrismo.

 Surgimento dos estados modernos


(laicos).

 Perda de hegemonia católica


(reforma protestante)

 Surgem sistemas filosóficos específicos do


trato moral independente da religião
(iluminismo) mas fundados na razão.
 Razão  Fé
 Natureza  Deus
 Estado  Igreja
 Homem  Divindade
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Marxismo
 Moral como função social

 Moral necessária com


instrumento de mudança Karl Marx
social. 05/05 /1818 – 14/03/1883

 Moral individual interpretada


com o dever de atuar na
história.
Engels
13
28/1820 – 05/08/1895
Marx afirmava que os valores da moral vigente
(burguesa) como liberdade felicidade, igualdade
jurídica, etc, eram hipócritas.

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Immanuel Kant
(1724 -1804)

 Kant propôs uma regra imperativa


para orientar o comportamento
humano, que ficou conhecida na
filosofia como imperativo categórico

 “age de tal modo que a tua ação se


possa tornar princípio de uma lei
universal”.

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Ética latino-americana
 Enrique Dussel - argentino
naturalizado mexicano

 Eduardo Galeano – uruguaio

 Paulo Freire - brasileiro

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Ética latino-americana
 O princípio ético que surgiu da reflexão latino-
americana que tem relação com a necessidade de
respeito à alteridade do outro, das suas necessidades,
da sua dor, para que o outro possa ser o que é e
conquiste seu espaço no mundo.

 Uma coisa, por exemplo, é planejar um modelo de


economia para uma sociedade do ponto de vista de
quem já tem muito, e deseja ter mais; outra bem
diferente é pensar do ponto de vista daquele que está à
margem da sociedade, excluído, negado na sua
alteridade. 17
Ética profissional
O homem virtuoso convive entre os
ladrões, sem ser ladrão, entre os assassinos,
sem matar, em suma, participa do meio, mas
não se deixa contaminar por ele

BUDA
Aspectos físicos, éticos e morais

 Aparência: configuração exterior agradável, aspecto


satisfatório e boa feição.

 Capacidade de decisão: saber tomar as melhores decisões


quando necessário para resolver um problema.

 Segurança: qualidade daquele com quem se pode contar ou


em quem se pode confiar inteiramente.

 Caráter: coerência nos atos, ter firmeza moral.


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Aspectos físicos, éticos e morais

 Cooperação: estar disposto a atuar juntamente com os outros


para um mesmo fim.

 Curiosidade intelectual: ter vontade de aprender, de saber e de


pesquisar.

 Dedicação ao trabalho: condição de amor, de consideração às


suas atividades profissionais.

 Discrição: não chamar muito a atenção, nem revelar segredos


dos outros; ser reservado.

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Aspectos físicos, éticos e morais
 Humildade: virtude caracterizada pela consciência das próprias
limitações.

 Linguagem adequada: expressar-se com correção, moderação


e respeito, nada de gírias ou palavras de baixo calão ou
inadequada para o ambiente.

 Moderação: virtude de permanecer na exata medida, com


afastamento de todo e qualquer excesso.

 Participação: tomar parte das atividades em equipe;


compartilhar das decisões. 21
Aspectos físicos, éticos e morais

 Simplicidade: comportamento natural e espontâneo.

 Ponderação: agir com reflexão, bom senso e


prudência.

 Tolerância: admitir nos outros maneiras diferentes e


mesmo opostas de pensar, de agir e de sentir, sabendo
desculpar certas falhas.

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Virtudes indispensáveis de um
profissional ético
 Zelo
 Honestidade
 Sigilo
 Competência
 Coleguismo

É fácil dizer não para o incorreto, basta começar.


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Pablo Rogerio Santos de Lima
A VIRTUDE DO ZELO
 Um trabalho continua sempre presente, ainda quando falta aquele
que o produziu.

 O que fazemos representa-nos, mesmo na nossa ausência

 Por um dever consigo mesmo, o profissional deve cuidar para


realizar sua tarefa com maior perfeição possível

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Honestidade; virtude magna no
campo profissional
 Trata-se da responsabilidade perante o bem e a felicidade de terceiros

 A desonestidade é a transgressão ao direito de terceiros

 É necessário ser honesto, parecer honesto e ter ânimo de sê-lo.

 Um dos fatores que mais tem caracterizado a desonestidade é a


fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis.

 Esse mal alcança principalmente quem disputa o poder:


» Dirigentes de empresas
» Políticos, ministros corrupção
» Juízes, sindicalistas
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Honestidade

 Honestidade não admite relatividade

 A tolerância não entra nas cogitações, nem na


fixação de um limite de honestidade.

 Não existe menor ou maior desonestidade,


mas desonestidade.

 Não há desonestidade temporária, mas


unicamente, desonestidade.

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A intenção

 Ainda que não se efetue o ato, o animus para


o ato desonesto já é, por si só, uma
transgressão à ética.

 Quem tem intenção de fraudar, de


corromper, já se coloca em transgressão
ética.

 Ou aqueles que não praticam o ato, mas


abrem caminho para que ele se efetive: a
conivência passiva ou ativa.

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A VIRTUDE DO SIGILO

 O respeito pelos segredos das pessoas, dos


negócios, das instituições, é protegido por lei.

 Fatos que por natureza devem ser mantidos em


sigilo, a revelação deles pode representar sérios
problemas para a empresa ou clientes

EX: » programas, hábitos pessoais, registros


contábeis, pesquisas cientificas, etc.

 A infração ética é notória quando os casos se


processam com intenção de tirar proveito próprio.
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A VIRTUDE DO SIGILO
 Jamais o advogado, o contabilista, o padre,
pode denunciar seu cliente

 A própria Lei brasileira protege o sigilo


profissional.

 Aqueles que mesmo sendo prejudicados


mantém o segredo profissional fazem
história, porém os traidores da confiança são
seres que se desqualificam.

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A VIRTUDE DA COMPETÊNCIA
 Os males que a incompetência tem causado à
humanidade são muito grandes, por isso,
competência é uma questão também de ética.

 Nem sempre á possível acumular todo o


conhecimento que uma tarefa requer, mas é
preciso que se tenha postura ética de recusar o
serviço que se sabe não poder realizar.

 EX: » incompetência médica


» Incompetência jurídica
» incompetência contábil
» incompetência política
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ÉTICA DO COLEGUISMO
 A virtude do coleguismo de fundamenta na
fraternidade profissional

 Isso exige que nos interessemos pelos problemas


dos colegas com sinceridade, lealdade,
honestidade, tolerância, cooperação e
compreensão.

 Se observarmos dessa forma, evitaremos de ver


nosso colega como um concorrente.

 Tira maior proveito aquele que pensa em construir


sua vida, do que aquele que se dedica em destruir
a dos outros

 O que pratica o bem tende a recebê-lo como


remuneração, e o que pratica o mal, igualmente. 31
ÉTICA PROFISSIONAL E MENTIRA

 Mentira é uma afirmação consciente contrária a uma


realidade.

 A mentira é uma lesão à virtude.

 Por natureza o profissional deve ser uma pessoa


seriamente comprometida com a verdade.

 Existem casos em que a verdade pode ser perniciosa se


dita com sua dureza

 Casos em que existe a proteção de uma virtude maior,


como a do sigilo.

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ÉTICA PROFISSIONAL E MENTIRA

 “A verdade pode ser dita conforme o alcance


que cada um” (Voltaire)

 Embora a mentira tenha por finalidade um


objetivo nobre, não deixa de ser uma mentira.

 A mentira no campo profissional apresenta-se


sob vários aspectos:
 se um dentista afirma que o tratamento vai
causar muita dor...

 Sendo o meio menor que o fim, aquele se


justificaria perante a grandeza deste. 33
Há um limite de tolerância para a

mentira no campo profissional,

mas jamais isso pode justificar a

negligência e resultar na quebra de

confiança.

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Dez princípios da ética no trabalho
1. Seja honesto em qualquer situação

2. Nunca faça algo que você não possa assumir em


público

3. Seja humilde tolerante e flexível. Ideias


aparentemente absurdas podem ser a solução de um
problema.

4. Seja ético, o que significa, muitas vezes, perder


dinheiro, status e benefícios.

5. Seja pontual; se você sempre se atrasar será


considerado indigno de confiança, e poderá perder
boas oportunidades. 35
Dez princípios da ética no trabalho

6. Evite criticar os colegas de trabalho pelas


costas. Se tiver que corrigir ou responder
alguém faça-o, cara-a-cara.

7. Respeite a privacidade do vizinho. É


proibido mexer nos pertences dos colegas.
Devolva o que pedir emprestado
rapidamente e agradeça a gentileza, de
preferência com um bilhete.

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Dez princípios da ética no trabalho

8. Competência: não é apenas um dever de


ofício, mas uma exigência ética na atuação
profissional.

9. Sigilo profissional: dever ético de não revelar


fato cuja ciência se teve em razão da profissão
(Professor, Advogado, Padre...).

10. Assiduidade: o que não falta às suas


obrigações; não falta ao trabalho
costumeiramente, sem justificação válida.
O bom profissional
 Tem um conceito positivo de si mesmo

 Gosta do que faz


 Busca as possibilidades de fazer coisas diante
das diversidades. Não se contamina pelo
pessimismo dos outros

 Sabe mostrar a beleza e o poder das ideias

 Tem expectativas positivas acerca de seus


clientes

 Nunca ridiculariza as pessoas

 Dialoga com seus companheiros

 Não vê os companheiros como adversários

 Conhece bem sua área e mantém relações


positivas com os demais profissionais. 38
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Bibliografia
 CHAUI, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 1999.
 CAMARGO, Marculino. Fundamentos de Ética Geral e Profissional.
Vozes.
 MOREIRA, Joaquim Manhães. A ética empresarial no Brasil. São Paulo:
Pioneira,1996.
 Santos, Clóvis Roberto dos
Ética moral e competência dos profissionais da educação. São Paulo:
avercamp, 2004.
 SÁ, Antonio Lopes de. Ética profissional. São Paulo: Atlas,1999
 VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1995.

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