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Victor de Araújo Negreiros

Antônio Lopes de Sá

ÉTICA

PROFISSIONAL

Am/2023
Introdução

– INTRODUÇÃO
Este trabalho visa resumir todos os tópicos relacionados sobre os
elementos de ética do livro “Ética Profissional”, do autor Antônio
Lopes de Sá.

II – DESENVOLVIMENTOINTRODUÇÃO GERAL E
PRIMEIRA CONCEPÇÃO DEÉTICA
SENTIDO AMPLO DE ÉTICA Em seu sentido de maior amplitude, a
Ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana
perante seus semelhantes. Ela envolve os estudos de aprovação ou
desaprovação das ações dos homens, encara a virtude como
prática do bem e como promotora da felicidade dos seres, quer
individualmente, quer coletivamente, e analisa a vontade e o
desempenho virtuoso do ser em face de suas intenções e atuações,
relativos à própria pessoa ou em face da comunidade.
VARIADOS ASPECTOS DE ANÁLISE DA ÉTICA NO
ENTENDIMENTODOS PENSADORES CLÁSSICOS
Após as ideias genéricas sobre Ética, é preciso esclarecer sobre
dois aspectos aceitos pelos estudiosos:1° - Como ciência que
estuda a conduta dos seres humanos, que cuida das formas ideais
da ação humana e busca a essência do Ser, procurando conexões
entre o material e o espiritual.2° - Como ciência que busca os
modelos da conduta conveniente, objetiva, dos seres humanos. O
primeiro situa-se no campo do ideal e o segundo das forças que
determinam a conduta, um estuda a essência e outro as relações
que influenciam a conduta.
Comum entre tais aspectos é, todavia, a análise do bem, como
prática de amor em suas variadas formas; igualmente relevante
destaca-se o da conduta respeitosa que evita prejudicar a terceiros,
bem como o próprio ser.
ESTUDOS DA ÉTICA PELOS PENSADORES MODERNOS
Os filósofos modernos buscaram inspirações remotas para seus
estudos, mas, aplicaram alguns, certas doses de radicalismo, de
acordo com suas preferências em entender o ideal do bem e a
conduta do ser. No pensamento moderno, todavia merecem
destaque alguns filósofos que se dedicaram ao assunto.
ÉTICA DE BERGSON
Henri Bérgson enfocou os estudos morais e éticos sob dois ângulos
distintos a que denominou de moral fechada e moral aberta, como
conceitos de suas razões. Moral fechada é a derivada do instinto,
na preservação das sociedades em que se grupam os seres.
Admitindo a necessidade ou ideal de uma renovação moral,
terminou ele por deduzir que existem forças que se destinam a
promover essa mesma renovação, fazendo a apologia da intuição.
ÉTICA DO VALOR DE SCHELER, HARTMANN E WAGNER os
referidos autores desenvolveram estudos de rara expressão sobre o
conceito de valor e que, segundo Abanano, veio substituir a noção
de bem que era a predominante nos domínios da Ética, mas poucos
filósofos tiveram a virtude da clareza e da facilidade de expressão
que Wagner empregou em seu trabalho premiado. Wagner enfoca a
conquista da energia, o preço da vida, a obediência, a simplicidade,
a guarda interior, a educação heroica, os começos difíceis, o
esforço e o trabalho, a fidelidade, a jovialidade, a honra viril, o
medo, o combate, o espírito de defesa, a bondade reparadora,
formas comportamentais que considerou relevantes e o faz de
maneira a ressaltar em tudo o valor como o que se deve eleger para
a qualidade de vida. O trabalho de Schuler centrou-se no combate a
uma ética material do bem, ou seja, aquela que considera este
apenas como desejo ou vontade própria, sem que isto possa

Representar um efeito perante os agregados humanos. Para ele, a


Ética não se baseia nem na noção de bem, nem em aspirações
desejadas, mas na intuição emotiva dos valores, observados em
suas diversas hierarquias. Hartmann segue, nesse pensamento, o
que Scheler também defendeu como princípio: concebe uma esfera
ideal ética. A defesa da hierarquia de valores não é só defendida
por estes pensadores, mas também outras questões sobre o valor,
na Ética, surgiram através dos estudos dos seus aspectos, ou seja,
se algo é conectado com o homem ou se é algo independente; se
fundando no ressentimento, ou no vital, ou seja, qual o parâmetro
para a atribuição do valor.
ÉTICA COMO DOUTRINA DA CONDUTA HUMANA
Como móvel da conduta humana, a Ética tem uma concepção de
objeto da vontade ou das regras que a direcionam. CONDUTA
HUMANAA conduta do ser é sua resposta a um estímulo mental, ou
seja, é uma ação que se segue ao comando do cérebro e que,
manifestando-se variável, também pode ser observada e avaliada.
A evolução conceptual é natural nas ciências e até no campo
empírico; quanto mais evolui um conhecimento, tanto mais tende a
ter mais e melhores conceitos.
ÉTICA CONCEBIDA COMO DOUTRINA DA CONDUTAO
Estudo doutrinário a respeito do motivo que leva a produzir a
conduta é um específico esforço intelectual; buscar conhecer o que
promove a satisfação, prazer ou felicidade é, nessa forma de
entender a questão, mais que analisar o bem como uma coisa
isolada ou ideal, simplesmente. A Ética, como estudo da conduta,
todavia, já é percebida em Protágoras, quando em seus
ensinamentos pregava o que fazer para ser virtuoso perante
terceiros. Xenofonte indicou caminhos de ação do homem para que
fossem observados deforma adequada, perante cada um dos
aspectos de sua presença. Apresentou entendimentos de condutas
que realmente nos parecem de uma lógica irrepreensível, como o
que diz respeito à gestão do bem púbico, quando sugeriu que
aquele que não sabe administrar sua casa não sabe, também,
administrar o Estado.
ÉTICA CIENTÍFICA E GRANDES PENSADORES THOMAS
HOBBES.
Hobbes entendeu que o básico na conduta é a “conservação de si
mesmo”, como o bem maior. Escreveu o seguinte: “os homens não
tiram prazer algum da companhia uns dos outros (e sim pelo
contrário, enorme desprazer), quando não existe um poder capaz
de manter a todos em respeito”. Conclui sobre a existência de três
causas fundamentais da discórdia entre os participantes de um
grupo: “Primeiro, a competição, segundo, a desconfiança, e terceiro,
a glória”. RENÉ DESCARTES Poucas inteligências se equipararam
à de Descartes no século XVII e raras à deles nivelaram até hoje.
Ensinou que a maioria das vontades é determinação anímica e que
esta independe do corpo, afirmando, todavia, que “a alma é de uma
natureza que nenhuma relação tem com a extensão, dimensões e
outras propriedades da matéria deque compõe o corpo, mas,
apenas com todo o conjunto dos órgãos deste”. Consagra, pois, o
sentido da benevolência como base ética, ou seja, reconhece que
consciência deve moldar-se pela agregação em relação ao que nos
cerca, afirmando que “nos consideramos unidos ao que amamos,
de tal sorte que imaginamos um todo do qual acreditamos ser
apenas uma parte, sendo a outra o objeto amado”. Sugere também
os “deveres éticos” perante terceiros, ou seja, os de praticar o teme
o de evitar o mal a nós mesmos e também aos nossos
semelhantes. Lecionou que jamais devemos menosprezar alguém,
assim como devemos estar sempre mais dispostos “a desculpar
que a censurar”, sendo sempre recomendável humildade virtuosa,
sem o vício do orgulho.

Em suma, proclamou a inteligência emocional como o caminho para


um procedimento ético competente. JOHN LOCKE Locke
acompanha a tendência de conservação do ser e acrescenta que se
deve evitar a tristeza, auxiliando a experiência pelas sensações e
reflexões, buscando-se, ao máximo, a alegria de viver. Conservar-
se em prazer, como móvel, como conduta ética preponderante, foi
uma forma de apresentar, com roupagem nova, velhos
pensamentos. Isso permite a dedução de que a conduta, movida
pelo cérebro, pelo espírito, é fruto de algo adquirido, excluídos, pois,
para o filósofo, as causas naturais. Partindo de suas premissas
defende a percepção como fonte da ideia: “a alma começa a ter
ideias quando começa a perceber”, “a alma nem sempre pensa, por
isto necessita de provas”. GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ Leibniz
entendeu que as normas da moral não são inatas, mas que existem
verdades inatas; de uma forma extremamente singela apresentou a
que lhe pareceu amais importante: “não façais aos outros senão
aquilo que gostaríeis fosse feito a voseamos”. Entendeu ele,
também, que muitos mundos existem e que Deus age dentro de
uma razão lógica, havendo, pois, razão para tudo o que acontece e
que o bem sempre prevalece sobre o mal. Complementa afirmando
que os limites da justiça nem sempre são assimiláveis ela
sociedade e que a conduta humana absolutamente justa termina
por conflitar-se com aquela do grupo social. DAVID HUME Hume
destaca-se no campo da Ética pelo seu posicionamento utilitarista,
como um questionador das causas promotoras das virtudes, dos
vícios, da verdade, da falsidade, da beleza e da fealdade e como
um precursor de conceitos sobre os móveis da conduta humana.

Coerente com sua posição, admitiu a percepção como fundamento,


ou seja, como formadora de ideias e, obviamente, da própria
consciência ética, repudiando a ideia doeu” como substância.
Quando trata, todavia, da liberdade e da necessidade, penetra no
campo que diz diretamente respeito à Ética, tratando da paz e da
segurança da sociedade humana através da conduta. Hume
ressalta que a conduta, nas sociedades, nem sempre está de
acordo com a virtude, com o padrão ideal a ser alcançado; os atos
de corrupção no Poder, as mentiras habituais dos homens públicos,
a condução da imprensa ao sabor dos interesses econômicos da
maioria em detrimento da minoria, são transgressões da Ética que
comprovam a verdade enunciada pelo ilustre filósofo, há tanto
tempo.IMMANUEL KANT Kant afirma que a razão guia a moral e
que três são os pilares em que se sustenta: Deus, liberdade e
imortalidade. Entende que a razão quando não se aplica à moral,
deixa de ter sentidos e se sujeita a produzir sofismas. Atribui à
razão a exclusiva responsabilidade da origem das ações éticas e
admite que só existe valor quando o homem age sob o impulso de
um sentimento de dever, daquela dimanada lei da vontade ética é a
que, entende ele, sobre todas prevalece. JEREMY
BENTHAMApologista do dualismo – dor e prazer -, nele resumiu
toda sua doutrina ética, impregnada fortemente de uma tendência
para o maior proveito que a conduta possa oferecer como veículo
de felicidade. A “Contabilidade de Prazeres e Dores”, sugerida por
Benta, procura uma grade exatidão, segundo ele mesmo sugere;
escreve que se ocorrer um resultado positivo do prazer, a tendência
é boa; se houver prevalência da dor, a tendência será má. No
desenvolvimento maior de seu trabalho sobre “motivos” (causa
móvel da conduta), chegou à conclusão de que os que impelem ao
ato são os “impulsionastes” e

Os que repelem o ato são “semoventes” e termina por acolher a


coexistência desses, ou seja, o querer e o não querer, como
estímulos iguais e contrários. CONCEITO DE ÉTICA CIENTÍFICA
DE GIOVANNI VIDARIVidari escreveu que a Ética é ciência e que
seu objeto é composto de juízos formados pela aprovação ou não
de condutas humanas, estudadas sob o prisma de seus efeitos. Na
verdade, tudo que pode ser objeto de conhecimento pode ser objeto
também decência, desde que se condicione à disciplina do método
e tenha por meta encontrar realidades ou sustentações lógicas.
GÊNESE, FORMAÇÃO E EVOLUÇÃO ÉTICA Em que raízes se
sustentam as condutas humanas, quais os fundamentos do que é
ético, só podemos encontrar respostas remontando aos aspectos
da gênese ou das formações originárias de tal fenômeno. BASES
MENTAIS E CONDUTA os estudos científicos da mente chegaram
a conclusões comuns no que tange à influência dos conhecimentos
adquiridos nas primeiras idades, em relação aos estruturados
pensamentos, logo, das ações. Parece não haver dúvida de que a
fonte das estruturas mentais, destinadas a seguirem, ao longo da
vida, como predominantes, são havidas no passado. A educação
deve dedicar-se a implantação de tais bases, quer no lar, quer na
escola e daí a importância máxima de ambos; em que pesem as
teses e doutrinas do valor e que discutem sobre as estruturas
educacionais do lar e da escola, é sempre família que se afirmar
com uma grande usina de moldagem das consciências.
DETERMINISMO GENÉTICO E EDUCAÇÃO ÉTICAÉ uma crença
antiga e vencida no campo da ciência que o ser já nasce bom uma;
podem ocorrer casos eventuais de seres resistentes à educação,
por uma determinação genética ou inexplicável, mas que hoje
aceitamos como correto é moldar a

Infância e os iniciados em qualquer atividade, através de uma sólida


educação. É a educação a principal responsável pela estrutura da
consciência, logo, da vontade e, em decorrência, da conduta
humana. Na impossibilidade de afirmar, é preferível admitir que a
educação e as ambiências é que são competentes para construir as
consciências; a inteligência do ser é que vai dar maior ou menor
efeito àquelas.
INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS
A educação é, todavia, vulnerável a um meio ambiente adverso,
especialmente se ministrada com deficiências ou se enseja espaços
para incompreensões. Vivemos em uma época em que proliferam
veículos de má qualidade e, sob o pretexto de liberdade, é praticada
uma corrosão moral educacional, tudo com a complacência de
muitos pais, professores e especialmente do Poder Público. Na
infância, pequenos erros podem representar grandes desastres na
vida futura do ser, sendo imprescindível adotar muita cautela desde
o primeiro ano de vida. Quando não ocorre a produção educacional
básica, competente para influir mais que a má qualidade da mídia
eletrônica, a tendência é de que os elementos difundidos formem
modelos mentais contrários às virtudes. Com isso não se deseja
afirmar ser impossível a reeducação, mas, sim, ser imprescindível a
vigilância das famílias e das classes sociais sobre o
aperfeiçoamento das virtudes e responsabilidades ou deveres
éticos.
ACUMULAÇÃO DOS PROBLEMAS NO CURSO DA EXISTÊNCIA
Tudo o que forma opinião tem condições de contribuir ou de
destruir modelos de conduta, de acordo com as diferentes
estruturas mentais, mas sempre, subliminarmente, podendo motivar
ações. A formação ética depende de ambiência sadia, virtuosa,
inspiradora de uma consciência no sentido de não prejudicar quem
se forma moralmente e nem a terceiros, ou seja, lastrada na prática
do bem.

EDUCAÇÃO NA FAMÍLIA, COMO SUSTENTÁCULO


O processo psicológico da vida do lar pode ser realista, sem ser
autocrático; o critério de estimular as virtudes é melhor que o de
impô-las. A educação baseada em um imenso amor, com
austeridade, parece-me ser o ideal e foi o que me inspirou na
orientação de meus filhos e netos, todos, hoje, encaminhados
positivamente na sociedade como educadores, empresários e
profissionais

A Ética tem uma concepção de objeto da vontade ou das regras


que a direcionam. O bem, nesse caso, não se enfoca como algo
básico de realidade ou perfeição, mas, sim, como o que passa a ser
matéria nos domínios do volitivo.
O que a Ética estuda, pois, é a ação que, comandada pelo cérebro,
é observável e variável, representando a conduta humana. Tais
diferenças conceituais nem sempre são respeitadas e os termos
podem ser encontrados para expressarem efeitos como se
sinônimos fossem; em realidade, todavia, a partir do início deste
século, começaram a apresentar as diferenças que podem ser
detectadas.
A evolução conceptual é natural nas ciências e até no campo
empírico; quanto mais evolui um conhecimento, tanto mais tende a
ter mais e melhores conceitos.
A denominada Ética da Conduta ou Ética do móvel, tem inspiração
milenar e já a encontramos nos pensadores clássicos, como nos
referimos. Xenofonte8 indicou caminhos de ação do homem para
que fossem observados de forma adequada, perante cada um dos
aspectos de sua presença, ou seja, perante a divindade, os amigos,
a sociedade, a pátria etc., cada um exigindo uma ação específica,
uma conduta peculiar a ser observada.
Embora sem adquirir notoriedade no campo da Ética, mas
acolhendo reflexões e lições da sabedoria antiga, Paracelso (1493-
1541) firmou pilares derivados de sua própria experiência. A
consideração das máximas do referido homem de ciência tem seu
valor inequívoco como conhecimento do ponto de vista de um ser
que marcou sua época e inaugurou uma nova etapa na Medicina
(foi quem introduziu como medicamentos os elementos químicos
extraídos de plantas e minerais, inaugurando nova era no campo
farmacêutico).
É sempre útil julgar os pensamentos considerando quem os emite.
O famoso suíço Paracelso’2 (cujo nome era Phillipus Aureolus
Theophrascus Bombastus von Hohetiheim) foi médico (diplomando-
se aos 17 anos), alquimista, físico e astrônomo, logo, um ser
dedicado ao conhecimento e preocupado com a vida humana e o
bem-estar dos seres. Associando a teoria à prática e
especializando-se através de pesquisas e reflexões, ganhou crédito
não só profissional, mas, também, intelectual, ade— rindo
principalmente aos pensamentos de Pitágoras e Platão, tão como a
uma Xenofonte, em seu livro O econômico, Capítulo XIII, item 5.
10Tal foi a forma -de apresentar -a matéria nos pensamentos de
Aristipo,
Epicuro etc.

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