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MANAUS
2010
PAULO SÉRGIO COELHO MONTEIRO
TUANNY GUIMARÃES
MANAUS
2010
I – INTRODUÇÃO
II – DESENVOLVIMENTO
Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido entendida como a ciência da
conduta humana perante seus semelhantes. Ela envolve os estudos de aprovação ou
desaprovação das ações dos homens, encara a virtude como prática do bem e como
promotora da felicidade dos seres, quer individualmente, quer coletivamente, e analisa a
vontade e o desempenho virtuoso do ser em face de suas intenções e atuações, relativos
à própria pessoa ou em face da comunidade.
Após as idéias genéricas sobre Ética, é preciso esclarecer sobre dois aspectos
aceitos pelos estudiosos:
1° - Como ciência que estuda a conduta dos seres humanos, que cuida das formas
ideais da ação humana e busca a essência do Ser, procurando conexões entre o material
e o espiritual.
ÉTICA DE BERGSON
Henri Bergson enfocou os estudos morais e éticos sob dois ângulos distintos a que
denominou de moral fechada e moral aberta, como conceitos de suas razões.
CONDUTA HUMANA
A conduta do ser é sua resposta a um estímulo mental, ou seja, é uma ação que se
segue ao comando do cérebro e que, manifestando-se variável, também pode ser
observada e avaliada. A evolução conceptual é natural nas ciências e até no campo
empírico; quanto mais evolui um conhecimento, tanto mais tende a ter mais e melhores
conceitos.
THOMAS HOBBES
RENÉ DESCARTES
Consagra, pois, o sentido da benevolência como base ética, ou seja, reconhece que
a consciência deve moldar-se pela agregação em relação ao que nos cerca, afirmando
que “nos consideramos unidos ao que amamos, de tal sorte que imaginamos um todo do
qual acreditamos ser apenas uma parte, sendo a outra o objeto amado”.
Lecionou que jamais devemos menosprezar alguém, assim como devemos estar
sempre mais dispostos “a desculpar que a censurar”, sendo sempre recomendável a
humildade virtuosa, sem o vício do orgulho.
Em suma, proclamou a inteligência emocional como o caminho para um
procedimento ético competente.
JOHN LOCKE
Leibniz entendeu que as normas da moral não são inatas, mas que existem
verdades inatas; de uma forma extremamente singela apresentou a que lhe pareceu a
mais importante: “não façais aos outros senão aquilo que gostaríeis fosse feito a vós
mesmos”.
Entendeu ele, também, que muitos mundos existem e que Deus age dentro de uma
razão lógica, havendo, pois, razão para tudo o que acontece e que o bem sempre
prevalece sobre o mal.
DAVID HUME
Hume ressalta que a conduta, nas sociedades, nem sempre está de acordo com a
virtude, com o padrão ideal a ser alcançado; os atos de corrupção no Poder, as mentiras
habituais dos homens públicos, a condução da imprensa ao sabor dos interesses
econômicos da maioria em detrimento da minoria, são transgressões da Ética que
comprovam a verdade enunciada pelo ilustre filósofo, há tanto tempo.
IMMANUEL KANT
Kant afirma que a razão guia a moral e que três são os pilares em que se sustenta:
Deus, liberdade e imortalidade. Entende que a razão quando não se aplica à moral, deixa
de ter sentidos e se sujeita a produzir sofismas.
JEREMY BENTHAM
Apologista do dualismo – dor e prazer -, nele resumiu toda sua doutrina ética,
impregnada fortemente de uma tendência para o maior proveito que a conduta possa
oferecer como veículo de felicidade.
Vidari escreveu que a Ética é ciência e que seu objeto é composto de juízos
formados pela aprovação ou não de condutas humanas, estudadas sob o prisma de seus
efeitos.
Na verdade, tudo que pode ser objeto de conhecimento pode ser objeto também de
ciência, desde que se condicione à disciplina do método e tenha por meta encontrar
realidades ou sustentações lógicas.
É uma crença antiga e vencida no campo da ciência que o ser já nasce bom ou
mau; podem ocorrer casos eventuais de seres resistentes à educação, por uma
determinação genética ou inexplicável, mas que hoje aceitamos como correto é moldar a
infância e os iniciados em qualquer atividade, através de uma sólida educação. É a
educação a principal responsável pela estrutura da consciência, logo, da vontade e, em
decorrência, da conduta humana.
INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS
Quando não ocorre a produção educacional básica, competente para influir mais
que a má qualidade da mídia eletrônica, a tendência é de que os elementos difundidos
formem modelos mentais contrários às virtudes.
Com isso não se deseja afirmar ser impossível a reeducação, mas, sim, ser
imprescindível a vigilância das famílias e das classes sociais sobre o aperfeiçoamento
das virtudes e responsabilidades ou deveres éticos.
O processo psicológico da vida do lar pode ser realista, sem ser autocrático; o
critério de estimular as virtudes é melhor que o de impô-las. A educação baseada em um
imenso amor, com austeridade, parece-me ser o ideal e foi o que me inspirou na
orientação de meus filhos e netos, todos, hoje, encaminhados positivamente na
sociedade como educadores, empresários e profissionais.
Não basta educar, sendo necessário controlar o educando para observar se ele
cumpre corretamente o que lhe foi ministrado e aplicando os corretivos racionais e
humanos. As advertências, os corretivos não devem ser motivadores de pavor, de medo
ou covardia, mas sim, apenas inspirar a lembrança amarga da transgressão. Os erros não
se corrigem com outros erros e a educação não deve seguir o caminho da intimidação,
mas sim, do estímulo, do chamamento à realidade da vida.
O choque entre a moral que a norma prescreve e exige como modelo e a prática da
imoralidade, situam-se, também, no problema ambiental.
Todos sabemos que as modificações sociais foram grandes nos últimos trinta anos
e que a face do mundo alterou-se quanto a costumes, mas é preciso almejar uma nova
civilização, sem destruir as raízes da virtude e que são perenes.
CONSCIÊNCIA ÉTICA
Reside, pois, no interior de nos mesmos, um elo cujos limites não estão
demarcados no campo da ciência e que liga o que de mais intimo possuímos com o que
de mais exterior de nos se relaciona com o mundo ambiental; para a filosofia,
simplesmente, reconhece-se que dessa condução resulta um estado que é o de
consciência.
Nosso ego, para nós, acaba por confundir-se com nossa consciência ,assim como o
espírito com nosso eu, embora sejam coisas distintas quando nos preocupamos em
estudá-las.
Ter fome, ter sede, fechar uma ferida etc. são coisas que acontecem
independentemente de nossa vontade, automaticamente, programadamente, para manter
o organismo em plena atividade e tais manifestações estão arraigadas ao regime da vida
do corpo.
Não se trata de uma renúncia ao espírito e nem ao ego, mas de uma adaptação que
se processa de forma natural pelo reconhecimento do amor como condição essencial da
existência; a prática do amor inicia-se pelo amor próprio e complementa-se pelo amor
ao semelhante, ao grupo, a classe, a sociedade.
Não podemos perceber uma verdade que se fundamente na afirmativa de que nos
mesmos nos criamos, mas conseguimos aceitar e verificar que a consciência é algo que
foi criado por nossa aceitação ou assimilação de elementos recebidos na vida que
cumprimos.
Quando então consideramos a consciência ética ai sim vamos perceber que todo o
universo da existência se acomoda a uma norma do consensual, na direção do que se
entende como virtuoso.
Isto pode levar a conflitos de diferentes naturezas, tanto para o ser, como entre seu
grupo, sua classe, sua sociedade, seu estado. A consciência ética é especifica, pois
forma-se para o exercício de vontades que geram condutas que se submetem ao
julgamento de terceiros.
A consciência ética forma, pois, também, como toda consciência, uma opinião,
derivada da reflexão, ou seja, desse confronto entre a realidade percebida e aquela que
se insere no intimo do ser.
Essas posições interiores que atribuímos a nossa mente são, todavia, parecem-me,
transcendentais, provenientes ou de partes recônditas e desconhecidas do cérebro, pela
ciência, ou dessa energia ainda tão pouco conhecida pelo homem e que denominamos
espíritos.
O fato é que existe, dentro de cada um, consoante a sua capacidade, um fluxo de
julgamentos e de intuições para o que admitimos como as normalizações, com as leis,
sob certas condições.
Ninguém pode negar que existe, dentro de cada um de nos, esse fluxo de ligações
entre nossas percepções da vida e o que interiormente nos é sugerido por essas energias.
Embora tal forma de entender tenha rigor lógico, sendo, por conseguinte, aceitável
no campo da ciência, carece de provas, para os materialistas.
Seja como for, o aspecto da consciência ética é bem palpável para nos e tem sua
forma objetiva de ser aceita, como já se descreveu.
Também pode ocorrer que o profissional se volte contra medidas provenientes dos
poderes que geram o estado e que forçam medidas em nome do social, mas, em verdade,
com lesões ao interesse individual dos cidadãos que exercem seus trabalhos.
Se nosso código civil protege o sigilo e se a lei fiscal obriga sua quebra, o conflito
da própria legislação desmoraliza a posição legal e a opção profissional é fácil, em favor
da empresa. A questão de consciência, no caso, tem como mais forte, o dever de não
trair, de não insurgir-se contra aquele que tem o dever de proteger.
Não se trata, pois, de defender a omissão, o crime ou o adultério, mas a pessoa que
se deixou vitimar por tais eventos.A consciência enseja um exercício de vida que busca
fundamentos nas virtudes do espírito e estas seguem a parametria das essências.
O ego, envolvido pela crença, pelo preconceito, pela forte emoção, pelo
desenfreado interesse, pelo descontrole do IF, tende a deturpar o racional, podendo
negá-lo, alterá-lo ou superestimá-lo, de acordo com a circunstância.
Pode ocorrer entre um grupo e uma sociedade e ate com a aceitação do estado,
uma posição fanática, logo irracional, que se torna moral perante o coletivo, mas não se
torna ética perante a doutrina.
A virtude a uma propriedade do espírito envolvida pelo amor, pela sabedoria, pela
ação e a prática do bem. Na ética a virtude é um princípio, uma condição essencial,
basilar à conduta.
O ser humano nasce com características que não se pode definir, mas podemos
moldá-las com a educação no lar, nas escolas, nas igrejas, nos clubes, nas diversas
convivências. Assim, com tudo isso, a virtude em um ser é definida na pratica de atos
morais, essenciais, íntimos da alma.
EVOLUÇÃO CONCEPTUAL DE VIRTUDE E SUAS RELATIVIDADES
A virtude consagra profissionais que usam a virtude não pela consciência, mas
pela conveniência. Fazendo com que sejam beneficiados, na ordem material e social,
quando não mereciam, pois fazem isso por interesse.
A virtude, por ser algo raro, é vista como uma qualidade que traz confiança às
pessoas. Apesar de ser uma qualidade, a virtude é também motivo de desconfiança
devido muitas pessoas a utilizarem para atingir seus interesses e não para uma causa
humano-social.
PERFEIÇÃO E VIRTUDE
CARÁTER E VIRTUDE
Por mais que sejamos semelhantes, nunca seremos idênticos. O homem tem
virtudes e defeitos que são adquiridos no decorrer da vida, o caráter. Para que o homem
construa a virtude em si depende da sua vontade que querer. De acordo com os
espiritualistas, a humanidade tende a evoluir, pois com os principio da conservação e da
evolução do espírito. Essa evolução vem da sabedoria que é adicionada à entidade
espiritual e que tem que ser reconquistada a cada reencarnação.
O caráter é originado da energia desse espírito e beneficiado pela educação e pela
qualidade do ambiente em que se vive. Caráter é um sistema energético
consubstanciado em virtudes que regem a ação do homem. Essa energia é contagiante e
inspiradora. Quando existe lideres virtuosos, a virtude se propaga pelos membros da
sociedade. Assim como a virtude, corporificada em pessoas, inspira outras para a
conduta perfeita. O caráter de uma pessoa pode ser desenvolvido a partir da virtude.
Apesar de muitos estudos, ainda não é possível definir se o caráter de uma pessoa
depende da educação ou do meio em que nasce ou vive. Existem pessoas que nascem na
prosperidade e chegam a situações adversas, e tem gente que nasce em situações
adversas e chegam a prosperidade. O caráter é o destino que cada pessoa tem, que cada
um traça.
O livre arbítrio foi dado ao homem para ele escolher entre o bem e o mal, por
seguir ou não suas intuições, assim definindo seu destino. Mudanças de ambiente
podem operar mudanças, mas a decisão de mudar ou não é do homem. Muitas pessoas
já nasceram em locais de adversidade e chegaram ao ápice da sabedoria, e para o autor
essa vitoria foi causada pela evolução do espírito que encarnou naquela pessoa. Mas o
caráter é mutável e amoldável, por isso depende da escolha de cada um.
A consciência do homem faz com que ele pense no errado e no certo, no ético e no
antiético, no justo e no injusto, e quem decide as ações é o próprio homem.
SENDIBILIDADE PARA COM O DEVER
Quando praticamos algo que achamos normal tendemos a normalizar essas ações
como leis. Tem vezes que a lei contraria a ética e tem vezes que a ética contraria a lei,
mas se existir coincidência de princípios, a desobediência desses acarretara em violação.
A ética humana é um sentimento que nos modela para o dever pelas vias de uma
consciência ética. Aquele que não tem sensibilidade ética termina, quase sempre,
marginalizado, embora possa iludir e tirar proveitos dos outro, temporariamente.
COMPULSORIEDADE DO DEVER
Logo, a violação torna-se objeto de sanção ou punição, quer natura, quer do grupo
próximo, quer legal, quer profissional, quer social.
EDUCAÇÃO E DEVER
Muitos são os estudiosos que recusam o conceito de dever moral ou ético, como
efeito da pressão social ou de imposição legal, por entenderem que o ser humano pode
possuí-lo como formação própria e recebida , independentemente do que possa
estabelecer um código, um decreto, um regulamento etc.
Os efeitos da educação básica de qualidade, sobre a comunidade e o próprio ser,
tem a historia comprovado serem eficazes meios de geração de condutas positivas.
Educar para o dever é contribuir para a harmonia social e para o êxito do ser que
recebe os modelos de conduta.
ESPÍRITO E DEVER
O dever ético natural é o que a ética acolhe como categórico, como especifico da
natureza da conduta. Desta forma, nasce e se desenvolve por uma voluntaria
manifestação de vontade, sem que exista a obrigação de cumprir, mas como
cumprimento de uma determinação que fluiu sem esforços.
O DEVER E O SOCIAL
DEVER E RACIONALIDADE
O autor admite que o dever não deva ser encarado com tamanho rigor, como o fez
Kant, mas não pode deixar de acolher a utilidade do reconhecimento do mesmo como
associado ao do bem, e este como pratica do amor a si mesmo e a nossos semelhantes.
Assim como a ação racional, parece-lhe ser manifestação suprema que associa o
dimanado da energia espiritual com a estrutura do cérebro. Sendo assim associando a
sensibilidade para o bem a racionalidade de sua pratica, parece completar o circuito, que
é competente para fazer do dever uma conseqüência natural de tão importantes causas.
Somos parte de uma sociedade que apesar de nos oferecer grandes conveniências
nos requerem como participantes ativos de sua organização. Servir a ela deixa de ser um
dever imposto ou mesmo sugerível, para emergir do racional e do sensível.
O bem tem face de relatividades que precisam ser observadas sob a égide da
racionalidade, para que a consciência ética não se forme somente na base da doação,
mas também na da negação, quando a recusa é que enseja um bem.
O impulso com que a pessoa age movida pela emoção revela um sentimento que
explode, transformando-se em ação.
Essa ação pode ser positiva, o que é magnífico, mas pode se manifestar também de
forma negativa, o que revela desequilíbrio, deficiência moral, fraqueza de espírito e
desajuste no meio em que vive e atua. A capacidade de controlar os impulsos é a base
da força de vontade e do temperamento do indivíduo.
Há duas posições morais, dentre tantas, que o ser humano procura resgatar, de
maneira até obstinada, que são o autocontrole e a força de caráter, não se dando conta de
que as pulsações do cérebro são um fenômeno soberano e determinante do
comportamento emocional que desafia os princípios da lógica e da racionalidade.
Razão para a exigência da disciplina do homem para com o seu grupo, decorre do
fato de que as associações necessitam de equilíbrio, o que só é encontrado quando a
autonomia dos seres se coordena com a finalidade do todo.
O valor ético do esforço humano, é pois, variável de acordo com seu alcance em
face da comunidade.
A consciência de grupo tem surgido mais por interesse da defesa que por
altruísmo, pois garantida a liberdade de trabalho, se não se regular e tutelar a conduta, o
individualismo pode transformar a vida dos profissionais em reciprocidade de agressão.
A vocação para o coletivo já não encontra nos dias de hoje a mesma pujança nos
centros maiores.
A vitória do egoísmo parece vigorar ainda, e a sua reversão não parece ser fácil.
O homem não deve construir seu bem a custa de destruir o de outros, e nem pensar
que é o centro do universo.
CLASSES PROFISSIONAIS
Essa união dos que realizam o mesmo trabalho ocorreu de forma natural e hoje é
regulada por lei e consolidada em fortes instituições de classe.
Portanto, se muitos exercem uma mesma profissão é preciso que uma disciplina de
conduta ocorra.
Para que um código de ética profissional seja organizado é preciso que se trace a
sua base filosófica, que deve estribar-se nas virtudes exigíveis a serem respeitadas no
exercício da profissão e em geral abrange as relações com os ostentes dos serviços, os
colegas, a classe e a nação.
Exemplos de virtudes:
Logo, traçar as linhas mestras de um código é compor a filosofia que será seguida
e que forma a base essencial do mesmo.
A conduta sadia do ser, consigo mesmo e com seu ambiente, habilita ao sucesso.
Estabelecido um código de ética, para uma classe, cada indivíduo a ele passa a
subordinar-se, sob pena de incorrer-se em transgressão punível pelo órgão competente,
incumbido de fiscalizar o exercício profissional.
III – CONCLUSÃO
IV – BIBLIOGRAFIA
SÁ, Antonio Lopes de. Ética Profissional. São Paulo: Editora Atlas, 2005.