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Escola Secundaria

11a Classe; Turma:


Disciplina: Filosofia
Tema:
Consciência moral

Estudantes:

Docente:

Beira, Março de 2023


Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Consciência moral...........................................................................................................................4

- Noção de consciência moral......................................................................................................4

- Formação da consciência moral................................................................................................5

- Etapas do seu desenvolvimento segundo Piaget........................................................................5

- Etapas do seu desenvolvimento segundo Kohlberg~...............................................................7

Conclusão........................................................................................................................................9

Bibliografia....................................................................................................................................10
Introdução
O ser humano é um ser de enorme grandeza como mostra o núcleo pessoal e uma de suas
principais características é a intimidade. Isto é, a capacidade de reflexão que tem todo ser
humano sobre aquilo que é correcto em relação ao que faz, por isso a filosofia sempre esteve
ligada a conceitos em volta da vida humana, buscando explicar a origem e as consequências de
suas acções, e para isto, estuda-se a consciência moral.

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Consciência moral

- Noção de consciência moral


Cada homem leva em seu coração uma lei. Por isto, com sua inteligência e vontade pode
distinguir o bem e o mal, o justo e o injusto, o permitido e o proibido.

A consciência moral está relacionada com a ponderação sobre quais decisões a pessoa deve
tomar, em relação ao comportamento de si próprio e de outras pessoas. A consciência moral
exige que o indivíduo seja o responsável pelos seus actos, assumindo totalmente as
consequências de suas atitudes.

Os elementos que constituem a consciência são:

 Voz interior: que anuncia um dever ou uma obrigação.

 Juiz interior: que condena ou aprova os actos de incidência moral.

 Sentimento: que antecedem, acompanham e sucedem à deliberação, decisão e acção,


tais como a satisfação e aplauso, no caso de acções conformes com a consciência, ou
remorso, arrependimento, vergonha, culpa ou censura, no caso de acções reprovadas pela
consciência.

 Força: que mobiliza e empurra ou impede a acção.

 Intimidade: que faz da consciência o reduto mais secreto do ser humano, algo íntimo a
exigir respeito e o direito à inviolabilidade

A consciência moral desempenha as funções ou papéis de ordem:

 Apelativa, a consciência moral chama-nos para indicar que há valores, normas e deveres
a que não podemos renunciar, isto é, orienta as nossas acções;

 Imperativa, obriga-nos a agir de acordo com a hierarquia de valores que assumimos


como nossos;

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 Judicativa (julgar), julga-nos de acordo com o que fazemos, tendo em conta os
ideais/valores que seleccionamos para orientar a nossa vida;

 Punitiva, sanciona-nos levando-nos a viver de “consciência pesada”, ou seja, a natureza


dos actos praticados determina o aparecimento de sentimentos incomodativos de culpa,
arrependimento, vergonha, remorso

A consciência pode equivocar-se se não está bem formada, porque frente a um ato concreto
poderia fazer um juízo erróneo contra a razão e a lei divina.

O papel da consciência moral é normativo e crítico. È uma papel normativo porque ordena o que
devemos fazer e é uma papel critico porque nos impede de fazer qualquer coisa ou condena-nos
quando realizamos uma acção na qual não nos reconhecemos. O sentido da consciência moral é
apelativo, imperativo e judicativo.

- Formação da consciência moral


Segundo Coimbra (2013), a consciência é formada com o conhecimento da lei de Deus tal como
a ensina o Magistério da Igreja, com a prática das virtudes, a oração, a petição de conselho
especialmente no direcionamento espiritual e na recepção frequente do sacramento da Penitência.
Enquanto que para Bila (2015), a consciência moral forma-se tendo em conta certas qualidades e
certos requisitos: por um lado, a consciência moral só se forma num ser capaz de reflectir e de
compreender o sentido da sua reflexão; por outro lado, o meio onde o ser se insere e desenvolve
tem uma importância fundamental, uma vez que fornece as condições necessárias e elementares
para que a formação da consciência moral possa acontecer.

A consciência moral pode ser concebida como inata, adquirida, entidade divina e por último
como fonte humana. É inata (nasce com o homem)quando se entende que todos os homem
nascem com a consciência moral; é adquirida quando é resultante da aprendizagem (educação)
dentro da sociedade; é entidade divina, aqui supõe-se que a consciência é fruto de dadiva de
Deus; fonte humana, que está é fruto da consciência histórica do homem.

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- Etapas do seu desenvolvimento segundo Piaget
Quanto ao desenvolvimento da moralidade encontramos dois principais pensadores Piaget e
Kohlberg que, foram os primeiros psicólogos a se interessar pelo desenvolvimento da moralidade
na criança e no homem adulto.

Piaget viu que crianças de 0 a 12 anos passam por duas grandes orientações da moralidade: a
autonomia e a heteronomia. Por um lado como diz Piaget as crianças menores estão no estágio
de heteronomia, onde as regras são leis externas, sagradas, imutáveis, por que são impostas
pelos adultos. Por outro lado afirma Piaget que as crianças maiores passam aos poucos para um
estágio de autonomia, em que as regras são vistas como resultado de uma decisão livre e digna
de respeito, e com efeito devem ser aceites (as regras) pelo grupo ou sociedade.

Para Piaget, toda moral é formada por um sistema de regras e a moralidade consiste no respeito
que o indivíduo nutre por estas regras. Partindo desse princípio, Piaget propôs estudar esse
problema em dois níveis: a consciência (interacção) que se tem das regras, e a sua colocação em
prática.

 Os estágios de desenvolvimento da moralidade em Piaget

1º estágio - crianças até 2 anos - nesse estágio as crianças simplesmente jogam, não há
nenhuma regra ou lei, é puramente uma actividade motora, não há nenhuma consciência de
regras.

2º estágio - crianças de 2 a 6 anos - nesse estágio a criança observa os maiores jogarem e


começa a imitar o ritual que observa. A criança percebe que existem regras que regulam a
atividade e considera as regras sagradas e invioláveis. Ainda que nesse estágio a criança saiba as
regras do jogo, ela não joga "com os outros", ela joga como que sozinha, é uma actividade
egocêntrica, ainda que esteja jogando com outros companheiros. É uma actividade que produz
prazer psicomotor.

3º estágio - entre os 7 e 10 anos - nesse estágio a criança passa do prazer psicomotor dos
estágios anteriores ao prazer da competição segundo uma série de regras e um consenso comum.
Esse estágio está ainda dominado pela heteronomia, as regras são sagradas mas já são
reconhecidas como necessárias para bem dirigir o jogo. Há um forte desejo de entender as regras

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e de jogar respeitando o combinado. As crianças vigiam-se mutuamente para se certificar de que
todos jogam respeitando as regras.

4º estágio - entre 11 e 12 anos - é a passagem para a autonomia. O adolescente desenvolve a


capacidade de raciocínio abstracto e as regras já são bem assimiladas. Há um grande interesse em
estudar as regras em si mesmas, discutem muitas vezes sobre quais as regras que vão ser
estabelecidas para o jogo.

Para Piaget o desenvolvimento da moralidade se dá principalmente através da actividade de


cooperação, do contato com iguais, da relação com companheiros e do desenvolvimento da
inteligência.

- Etapas do seu desenvolvimento segundo Kohlberg~


Para Kohlberg existem seis estágios no desenvolvimento moral, dividido em três níveis.
Lembremos que Piaget estudou somente a vida moral até a adolescência e Kohlberg até o
desabrochar pleno da maturidade e da vida moral. Com isso, podemos perceber que o
desenvolvimento da moralidade de Kohlberg passa ao desenvolvimento de Piaget. Kohlberg não
dá muita importância ao comportamento moral externo. Por exemplo um adulto e um
adolescente que roubam uma maçã, o comportamento externo é o mesmo, mas as razões, a
moralidade interna, o nível de maturidade moral é diferente nesses casos. Kolhberg baseia
principalmente na classificação no nível de consciência que se tem das regras e normas, das suas
razões e motivações, da consciência da sua utilidade e necessidade. E os seus níveis de
desenvolvimento da moralidade são:

1º Nível Pré-Convencional

A moralidade da criança é marcada pelas consequências de seus actos: punição ou recompensa,


elogio ou castigo, e baseia-se no poder físico (de punir ou recompensar) daqueles que estipulam
as normas.

Estágio 1 - O que determina a bondade ou maldade de um ato são as consequências físicas do ato
(punição). Respeita-se a ordem apenas por medo à punição, e não se tem consciência nenhuma
do valor e do significado humano das regras.

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Estágio 2 - A acção justa é aquela que satisfaz as minhas necessidades, a que me gera
recompensa e prazer, e, ocasionalmente aos outros. As relações humanas são vistas como trocas
comerciais. Mais ou menos assim "Tu me gratificas e eu te gratifico". A pessoa tenta obter
recompensas pelas suas acções.

2º Nível Convencional

Nesse nível a manutenção das expectativas da família, do grupo, da nação, da sociedade é vista
como válida em si mesma e sem muitos questionamentos ou porquês. É uma atitude de
conformidade com a ordem social, mas também uma atitude de lealdade e amor á família, ao
grupo, ao social.

Estágio 3 - É bom aquele comportamento que agrada aos outros e por eles é aprovado. De certa
forma, é bom o que é socialmente aceito, aquilo que segue o padrão. O comportamento é muitas
vezes julgado com base na intenção, e a intenção torna-se pela primeira vez importante. É a
busca do desejo de aprovação familiar e social.

Estágio 4 - Há o desenvolvimento da noção de dever, de comportamento correcto, de cumprir a


própria obrigação. Há o desejo de manter a ordem social especificamente pelo desejo de mantê-
la, isto é, por que isso é justo.

3º Nível Pós-Convencional

Há um esforço do indivíduo para definir os valores morais, para definir conscientemente e


livremente o que é certo e o que é errado, e porquê... Prescinde-se muitas vezes da autoridade
dos grupos e das pessoas que mantém a autoridade sobre os princípios morais.

Estágio 5 - É a tomada da consciência da existência do outro, da maioria, do bem comum, dos


direitos humanos... A acção justa é a acção que leva em conta os direitos gerais do indivíduo, isto
é, o bem comum. Valores pessoais são claramente considerados relativos, é a lei da maioria e da
utilidade social.

Estágio 6 - O justo e correcto é definido pela decisão da consciência de acordo com os os


princípios éticos escolhidos e baseados na compreensão lógica, universalidade, coerência,
solidariedade universal. Guia-se por princípios universais de justiça, de reciprocidade, de

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igualdade de direitos, de respeito pela dignidade dos seres humanos, por um profundo altruísmo,
pela fraternidade. Os padrões próprios de justiça têm mais peso do que as regras e leis existentes
na sociedade.

Conclusão
O homem define-se pelo modo como escolhe, decide e executa as diferentes acções. Cada
homem individualiza-se neste processo.  A consciência moral mostra a postura ética do ser
humano através de um juízo racional que é capaz de discernir aquilo que é bom do que não é.

A consciência moral determina também algumas normas de conduta, como também as leis gerais
e universais que ajudam o indivíduo a interiorizar o conceito do dever moral. Um dos principais
critérios da consciência moral é a justiça. O ser humano tem a capacidade de refletir sobre suas
próprias ações com o objetivo de poder avaliar possíveis erros. a consciência moral só se forma
num ser capaz de reflectir e de compreender o sentido da sua reflexão.

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Bibliografia
Bila, B. D. (2015). Natureza desta capacidade cuja manifestação no ser humano o eleva à dignidade de
um ser moral.

Biriate, M., & Samuel, J. (2019). O meu caderno de actividades de Introdução à Filosofia - 11ª Classe.

Coimbra, P. (213). Acidigital. Obtido em 20 de 3 de 2023, de /www.acidigital.com:


https://www.acidigital.com/catecismo/concimoral.htm

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