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INSTITUTO DE CIÊNCIA DE SAUDE TENHA ESPARANCA - INCISTE

Curso: Farmácia 6

Cadeira: Nutrição e Dietética


2ᵒ Ano

Tema: Hipertensão arterial, Alimentação, complicações, Interacções


entre fármaco e nutrientes e os fármacos usados na hipertensão arterial.

Discentes:
Anora Johane Jambo
Domingas Maria Fernando
Joana Noé Filimone
Rassul Gustavo

Beira,
Fevereiro de 2023
Instituto de ciência de saúde tenha esperança - INCISTE

Curso: Farmácia 6

Ano:2º Ano
Cadeira։ Nutrição e Dietética

Trabalho de pesquisa a ser


apresentado no Instituto de ciência
de saúde tenha esperança –
INCISTE
Formadora Dra: Filomena Carlos

Beira,
Fevereiro de 2023
Indice
1. Introdução.................................................................................................................. 4

2. Objectivos.................................................................................................................. 5

2.1. Objectivo geral ...................................................................................................... 5

2.2. Objectivo específico .............................................................................................. 5

3. Metodologia da pesquisa ........................................................................................... 5

4. A hipertensão arterial ................................................................................................ 6

4.1. Fatores de Risco para Hipertensão Arterial ........................................................... 6

4.2. Outros Fatores de Risco Relacionados com a Elevação da PA ............................. 7

4.3. A Importância da Abordagem Multiprofissional no Controle da Hipertensão ..... 8

4.4. Alimentação na hipertensão arterial ...................................................................... 8

4.4.1. Recomendações de alimentos de hipertensão arterial ............................................ 9

4.4.2. As formas para baixar a pressão arterial ............................................................... 10

4.5. Tratamento Não Medicamentoso............................................................................. 10

4.6. Tratamento Medicamentoso .................................................................................... 10

4.7. Complicações .......................................................................................................... 10

4.8. A interação entre fármaco-nutriente ........................................................................ 11

4.8.1. Os fármacos podem induzir alterações na ingestão de alimentos; ....................... 12

4.8.2. O estado nutricional pode influenciar a ação dos fármacos ................................. 13

4.9. Os Fármacos usados na hipertensão arterial ............................................................ 13

5. Conclusão ................................................................................................................... 15

6. Referências bibliográficas .......................................................................................... 16


1. Introdução
.
No presente trabalho iremos abordar sobre hipertensão artérial que se considera
como uma doença crônica não transmissível, que atua silenciosamente, provocando
inúmeras complicações no organismo humano. Caracterizada pela elevação sustentada
dos níveis pressóricos em valores ≥140x90 mmHg, a HAS é frequentemente associada a
distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgaõ s-alvo, agravada
pela presença de múltiplos fatores de risco (FR): dislipidemia, obesidade abdominal,
intolerância à glicose e diabetes Melitus (DM). Mantém ainda associação independente
com diferentes desfechos clínicos cardiovasculares e renais, fatais ou não fatais: morte
súbita, acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM),
insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica
(DRC). Tratar e até mesmo prevenir a hipertensão arterial envolve, fundamentalmente,
ensinamentos para que se processem mudanças do hábitos de vida, tanto no que se refere
ao tratamento não-medicamentoso quanto ao tratamento com agentes anti-hipertensivos.
Interações medicamentosas são tipos especiais de respostas farmacológicas, em que os
efeitos de um ou mais medicamentos são alterados pela administração simultânea ou
anterior de outros, ou através da administração concorrente com alimentos.
2. Objectivos:

2.1.Objectivo geral
 Definir a hipertensão arterial

2.2.Objectivo específico
 Conhecer os produtos alimentares na hipertensao arterial;
 Explicar as complicações da hipertensão arteral;
 Difernciar interação farmaceutica e nutricional;

3. Metodologia da pesquisa
Para o LAKATOS (2010, p.44) o “método é o conjunto das actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objectivo conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. Segundo Gil (2008) “Método
bibliográfico é desenvolvido com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”.
4. A hipertensão arterial
Hipertensão: É uma patologia que se caracteriza pela elevação da pressão arterial.
A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT)
definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso
e/ ou medicamentoso) superam os riscos) e é caracterizada por elevação persistente da
pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA
diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo
menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicaçaõ anti-hipertensiva.

4.1.Fatores de Risco para Hipertensão Arterial


Genética
Os fatores genéticos podem influenciar os níveis de PA entre 30-50%.7 No
entanto, devido à ampla diversidade de genes, às variantes genéticas estudadas até́ o
momento e à miscigenação em nosso país, não foram identificados dados uniformes com
relação a tal fator.
Idade
Com o envelhecimento, a PAS torna-se um problema mais significante, resultante
do enrijecimento progressivo e da perda de complacência das grandes artérias. Em torno
de 65% dos individuos acima dos 60 anos apresentam HA, e deve-se considerar a
transição epidemiológica que o Brasil vem sofrendo, com um número ainda maior de
idosos (≥ 60 anos) nas próximas décadas, o que acarretará um incremento substancial da
prevalência de HA e de suas complicações
Sexo
Em faixas etárias mais jovens, a PA é mais elevada entre homens, mas a elevaçaõ
pressórica por década se apresenta maior nas mulheres. Assim, na sexta década de vida,
a PA entre as mulheres costuma ser mais elevada e a prevalência de HA, maior. Em ambos
os sexos, a frequência de HA aumenta com a idade, alcançando 61,5% e 68,0% na faixa
etária de 65 anos ou mais, em homens e mulheres, respectivamente.7
Etnia
A etnia é um fator de risco importante para a HA, mas condições socioeconômicas
e de hábitos de vida parecem ser fatores mais relevantes para as diferenças na prevalência
da HA do que a implicaçaõ étnica propriamente dita.
Sobrepeso/Obesidade
Parece haver uma relaçaõ direta, contiń ua e quase linear entre o excesso de peso
(sobrepeso/obesidade) e os niv́ eis de PA. Recomenda se que os profissionais de saúde
sejam treinados para realizar adequadamente essa simples medida e considerá-la como
um importante “sinal vital” na prática clínica.
Ingestão de Sódio e Potássio
A ingestaõ elevada de sódio tem-se mostrado um fator de risco para a elevaçaõ da
PA, e consequentemente, da maior prevalência de HA. A literatura cientif́ ica mostra que
a ingestaõ de sódio está associada a DCV e AVE, quando a ingestaõ média é superior a 2
g de sódio, o equivalente a 5 g de sal de cozinha. Deve ser salientado que o efeito da
suplementaçaõ de potássio parece ser maior naqueles com ingestaõ elevada de sódio e
entre os indivíduos da raça negra.
Sedentarismo
A falta de movimentação do corpo favorece o acúmulo de gordura e dificulta a
circulação do sangue. Exercitar o corpo estimula os vasos a se dilatarem, ou seja, se
abrirem. Isso aumenta o gasto energético, ajuda na perda de peso e faz o corpo trabalhar
melhor.
Álcool
O impacto da ingestaõ de álcool foi avaliado em diversos estudos
epidemiológicos. Há maior prevalência de HA ou elevaçaõ dos niv́ eis pressóricos
naqueles que ingeriam seis ou mais doses ao dia, o equivalente a 30 g de álcool/dia = 1
garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL); = 2 taças de vinho (12% de álcool, 250 mL);
= 1 dose (42% de álcool, 60 mL) de destilados (uísque, vodca, aguardente). Esse limite
deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso e mulheres.15,16
Fatores Socioeconômicos
Entre os fatores socioeconômicos, podemos destacar menor escolaridade e
condições de habitaçaõ inadequadas, além da baixa renda familiar, como fatores de risco
significativo para HA.17,18

4.2. Outros Fatores de Risco Relacionados com a Elevação da PA


Além dos fatores clássicos mencionados, é importante destacar que algumas
medicações, muitas vezes adquiridas sem prescriçaõ médica, e drogas ilić itas têm
potencial de promover elevaçaõ da PA ou dificultar seu controle. Entre eles, estaõ : os
inibidores da monoaminaoxidase e os simpatomiméticos, como descongestionantes
nasais (fenilefrina), antidepressivos tricíclicos (imipramina e outros), hormônios
tireoidianos, contraceptivos orais, anti-inflamatórios naõ esteroides, carbexonolona e
liquorice, glicocorticoides, ciclosporina, eritropoietina, drogas ilić itas (cocaiń a, cannabis
sativa, anfetamina e 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA).5,19
Apneia Obstrutiva do Sono (AOS)
Há clara evidência que sustenta a relaçaõ entre a AOS e a HA e o aumento do
risco para HA resistente Os graus leve, moderado e grave da AOS mantém uma relaçaõ
dose-resposta com a HA. Existe uma associaçaõ mais forte de caucasianos e pacientes do
sexo masculino à AOS.3-6,20

4.3. A Importância da Abordagem Multiprofissional no Controle da Hipertensão


A hipertensaõ arterial (HA) naõ controlada continua sendo fator de risco
cardiovascular (FRCV) amplamente prevalente no mundo. Diversos estudos nacionais e
internacionais demonstraram, de forma consistente, a superioridade do controle da
pressaõ arterial (PA) com a abordagem multiprofissional, comparada com o tratamento
convencional, com acréscimo na qualidade da assistência, melhor adesaõ e sucesso
terapêutico, reduçaõ de FRCV, morbilidade e mortalidade CV.
Cuidados dispensados por equipes e decisões tomadas de forma compartilhada
estaõ associados à redução de custos e a melhores resultados no tratamento da HA.
Vários objetivos exigem diferentes estratégias de atuaçaõ , entre as quais
assistência centrada no paciente, capacidade de integraçaõ entre os profissionais,
compartilhamento de objetivos e metas e colaboraçaõ na tomada de decisões, com a
participaçaõ do próprio paciente.3

4.4. Alimentação na hipertensão arterial


 Use temperos naturais como ervas, cebola e alho. Evite utilizar sal, temperos
completos, temperos prontos, caldo de carne, galinha e de legumes.
 Evite alimentos gordurosos, fritos e empanados. Retire a gordura aparente das
carnes e a pele do frango; prefira preparar os alimentos grelhados, cozidos ou
assados.
 Prefira os desnatados. Leite e iogurte desnatados possuem menor quantidade de
gordura.
 Consuma frutas, legumes e verduras variados. As vitaminas e minerais presentas
nas frutas ajudam o corpo a funcionar melhor. Você pode adicionar castanhas,
aveia ou granola.
 Descasque mais e desembale menos. Evite comprar refeições pontas, produtos
que vem empacotados e prontos para o consumo. Eles frequentemente possuem
grande quantidade de sal e gorduras. Prefira os alimentos naturais como frutas,
legumes e verduras.
 Movimente-se. Faça caminhadas e procure orientação de um profissional de
educação física ou fisioterapeuta para a execução de exercícios físicos.
Exemplos de alimento:
 Verduras e Legumes: alface, rúcula, agrião, couve, repolho, tomate, pepino,
cenoura, abobrinha.
 Cereais, Raízes e Tubérculos: arroz, batata, mandioca, inhame, cará, quinoa,
mandioquinha.
 Carnes e ovos: carnes (peixe, frango, boi, porco) e ovos (galinha, codorna)
 Feijões: feijão de todos os tipos (carioca, preto, branco, de corda), lentilha, ervilha
e grão de bico e soja.

Fig1: Alimentação

4.4.1. Recomendações de alimentos de hipertensão arterial


 Utilizar dieta rica em fruta e verduras, principalmente cruas, legumes e cereais;
 Reduzir o sal das preparações;
 Consumir biscoitos e torradas sem sal;
 Usar margarina sem sal ou azeite extra-virgem;
 Usar leite desnatado;
 Consumir queijos com pouca gordura;
 Utiliza temperos naturais como: coentro, cebolinha, salsa, folha de louro, alho,
cebola, pimentão, orégano, manjericão, alecrim, colorau, para melhorar o sabor
dos alimentos;
 Ingerir de 08-10 copos (200 ml de líquidos/dia).

4.4.2. As formas para baixar a pressão arterial


1. Consuma menos bebidas alcoólicas
2. Beber grande quantidade de bebida alcoólica de uma vez pode aumentar a pressão
arterial. A quantidade de álcool que não aumenta a pressão é diferente para homens e
mulheres.
 Homens: 2 doses de bebida por dia, no máximo
 Mulheres: 1 dose de bebida por dia, no máximo
Alguns exemplos de doses:
350 mL de cerveja 150 mL de vinho 45 mL de destilados como uísque 90 mL de xerez
ou vinho do Porto
Se optar por consumir bebida alcoólica, tome-a com uma refeição para reduzir o risco de
hipoglicemia.
Faça exercícios e seja ativo para administrar a pressão arterial e a glicose no sangue

4.5. Tratamento Não Medicamentoso


Pressaõ arterial (PA) elevada, tabagismo, obesidade, dieta naõ saudável e
atividade fiś ica insuficiente saõ fatores de risco cardiovasculares (FRCV) estabelecidos e
alvos de intervenções para controle da hipertensaõ arterial (HA).

4.6. Tratamento Medicamentoso


A proteçaõ cardiovascular (CV) consiste no objetivo primordial do tratamento
anti-hipertensivo. A reduçaõ da pressaõ arterial (PA) é a primeira meta, com o objetivo
maior de reduzir desfechos CV e mortalidade associados à hipertensaõ arterial (HA).

4.7. Complicações
O risco de complicações de hipertensão arterial, em geral, é maior em homens do que em
mulheres1. Nos grupos mais idosos esta diferença entre os sexos reduz-se,
particularmente, ao risco de complicações cardiovasculares, acentuadamente aumentada
nas mulheres após a menopausa. Além da idade, a raça também deve ser levada em
consideração, na comparação entre homens e mulheres, em relação a eventos adversos da
hipertensão arterial.

4.8. A interação entre fármaco-nutriente


A interação fármaco-nutriente é uma alteração da cinética ou dinâmica de um
medicamento como resultado da ingestão de algum alimento, como também causando
uma implicação do estado nutricional quando administrado um medicamento
(BRUNTON; PARKER, 2008).
Interações fármacos é a modificação do efeito de um fármaco provocada pela
administração concomitante de um outro fármaco ou substância (fármaco, ou substância
precipitante). São interações do tipo físico-químicas que ocorrem quando dois ou mais
medicamentos são administrados na mesma solução ou misturados no mesmo recipiente
e o produto obtido é capaz de inviabilizar a terapêutica clínica. Portanto, acontecem fora
do organismo, durante o preparo e administração dos medicamentos parenterais
(incompatibilidade entre os agentes misturados ou com o veículo adicionado) e
frequentemente resultam em precipitação ou turvação da solução; mudança de coloração
do medicamento ou inativação do princípio ativo.
A grande maioria dos fármacos orais é absorvida por difusão passiva, já os
nutrientes por mecanismos de transporte ativo, geralmente. Um fármaco administrado por
via oral necessita da sua absorção pelo tudo gastrintestinal, e por consequência da
concentração sanguínea, sendo assim ambas são dependentes de diversos fatores
(MOURA; REYES, 2002). As interações nutriente-fármaco podem estar na origem de
desequilíbrios nutricionais ou podem interferir com a eficácia dos fármacos.
- Podem comprometer a eficácia terapêutica medicamentosa e a manutenção do estado
nutricional.
O fármaco percorre um determinado trajeto no organismo, que pode ser dividido
em três fases:
Fase Biofarmacêutica
Inclui todos os processos que ocorrem com o medicamento a partir da sua
administração, da sua liberação e dissolução do princípio ativo. É nessa fase que o
fármaco fica disponível para a absorção. A natureza química, o estado físico, o tamanho
e superfície da partícula, a quantidade e tipo dos excipientes utilizado, o processo
farmacêutico empregado e a formulação, são alguns fatores que podem influenciar na
biodisponibilidade do princípio ativo, fazendo variar o tempo de absorção e a quantidade
absorvida (MOURA; REYES, 2002).
Fase Farmacocinética
É nesta fase que o organismo interfere sobre o fármaco. A farmacocinética estuda
os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. É o tipo de
interações mais frequente (SANTOS; RAMOS, 2005).
Fase Farmacodinâmica
Essa fase é responsável pelo estudo das interações moleculares que regulam o
reconhecimento molecular de um fármaco pelo receptor (BARREIRO; FRAGA, 2001).
O efeito terapêutico é produzido através dessa interação, cuja resposta é variável e
depende de diversos fatores individuais, além dos farmacocinéticos (MOURA; REYES,
2002).
As interações entre nutrientes e fármacos podem alterar a disponibilidade, a ação
ou a toxicidade de uma destas substâncias ou de ambas. Elas podem ser fisiológicas,
patofisiológicas e físico químicas. As fisiológicas incluem as modificações que o fármaco
vai induzir no apetite, digestão, esvaziamento gástrico, biotransformação e clearance
renal. As patofisiológicas ocorrem quando os fármacos prejudicam a absorção e/ ou
inibição do processo metabólico de nutrientes. E as interações físico-químicas são
caracterizadas por complexações entre componentes alimentares e os fármacos (SOUSA;
MENDES, 2013). Os riscos das possíveis interações fármacos e alimento/ nutrientes são
maiores durante os tratamentos crônicos, e doses elevadas dos fármacos podem facilitar
essas interações. Além disso, pacientes idosos ou desnutridos são mais suscetíveis a
apresentarem possíveis interações (GOMEZ; VENTURINI, 2009).

4.8.1. Os fármacos podem induzir alterações na ingestão de alimentos;


 Induzir náuseas e vómito
 Alterar as sensações do paladar (disgeusia)
 Tornar a boca seca (xerostomia)
 Causam inflamação e lesões na boca e trato GI (mucosite)
 Sedar o paciente - Suprimir/aumentar o apetite
 Ganho/perda de peso não intencional
Os fármacos podem;
 Reduzir o apetite (Anti-infeciosos, Antineoplásicos, Fluoxetina, Anfetaminas,
metanfetaminas, Sibutramina, Topiramato, Fentermina).
 Provocar a diminuição de peso
 Aumentar o apetite (Alterações do paladar: cisplatina (antineoplásico), captopril
(anti-hipertensivo) amprenavir (antiviral), fenitoína (anticonvulsivo),
claritromicina (antibiótico).
 Provocar o aumento de peso
 Mucosite: antineoplásicos, como a interleucina-2, paclitaxel, carboplatina.
 Boca seca: anticolinérgicos (antidepressivos tricíclicos - amitriptilina, anti-
histamínicos difenidramina)
Os Fármacos Podem Alterar Paladar
 Bifosfonatos – após a toma os doentes devem sentar-se 30 minutos para evitar a
esofagite
 Aspirina e outros AINES – podem causar hemorragia gastrointestinal, úlcera e
gastrite - Orlistato – bloqueia a absorção de gordura, pode causar incontinência
fecal
 Opioides – podem causar obstipação
 Laxantes, antirretrovirais, antibióticos, antineoplásicos, medicamentos líquidos
em elixires (associados ao sorbitol) – podem causar diarreia

4.8.2. O estado nutricional pode influenciar a ação dos fármacos


 Podem alterar o ADME de fármacos (interações farmacocinéticas -ADME)
 Níveis de albumina - Os baixos níveis podem tornar os fármacos mais potentes,
aumentando a disponibilidade nos tecidos. Doses mais baixas são recomendadas
nesta situação.
 Composição corporal - Obesos ou idosos têm uma maior proporção de tecido
adiposo, os fármacos lipossolúveis podem acumular-se (aumento do risco de
toxicidade).

4.9. Os Fármacos usados na hipertensão arterial


Diuréticos
Efeito diurético e natriurético. Os diuréticos de alça são reservados para
hipertensão associada a insuficiência renal com clearance de creatinina abaixo de
30ml/min e na insuficiência cardíaca com retenção de volume.
Inibidores adrenérgicos e Ação central
Bloqueiam os receptores alfa-adrenérgicos. Efeito discreto como monoterapia.
Induzem tolerância. Melhora discreta no metabolismo lipídico e dos pacientes com
hipertrofia prostática benigna
Betabloqueadores
Bloqueiam os receptores beta-adrenérgicos, causando diminuição inicial do débito
cardíaco, redução da secreção da renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição
das cateclaminas nas sinapses nervosas.
Alfa e Betabloqueadores
Bloqueiam os receptores alfa e beta-adrenérgicos, causando diminuição inicial
do débito cardíaco, redução da secreção darenina, readaptação dos barorreceptores e
diminuição das cateclaminas nas sinapses nervosas, melhora discreta do perfil lipídico e
dos sintomas dos pacientes com hipertrofia prostática benigna.
Bloqueadores dos canais de Cálcio
Redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de
cálcio nas células musculares lisas.
Inibidores da ECA
Bloqueio da transformação da AT1 em 2 no sangue e nos tecidos. A longo prazo
retardam o declínio da função renal em pacientes nefropatias.
Bloqueadores dos receptores da AT1
Antagonizam a ação da AT1 por meio do bloqueio específico de seus receptores
AT1. Tem efeito benéfico na ICC e nefroprotetor no paciente diabético.
Vasodilatadores diretos
Atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento
muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular.
5. Conclusão
A hipertensão arterial é uma condição clínica multifatorial caracterizada por
níveis elevados e sustentados da pressão arterial, constitui um importante fator de risco
para complicações cardíacas e cerebrovasculares, considerada um problema de saúde
pública não apenas no Brasil, mas também no mundo; considera-se um indivíduo
hipertenso quando os índices pressóricos estiverem maior ou igual a 140/90 mmHg
(milímetros de mercúrio), (BRASIL, 2011). Para essa confirmação diagnóstica, a pressão
deve ser aferida e registrada, de forma correta, com aparelhos calibrados e por
profissionais capacitados que realizem esse mapeamento. Existem alguns fatores,
considerados de risco, os quais associados entre si e a outras condições, predispõem o
aparecimento da HA, a exemplo: idade avançada, predisposição genética, raça,
obesidade, estresse, vida sedentária, álcool, tabaco, anticoncepcionais, alimentação rica
em sódio e gorduras (SILVA, et. al, 2016). O controle da hipertensão arterial inicia-se
com a detecção e observação contínua, não devendo ser diagnosticada com base em uma
única medida da pressão arterial, é feito o acompanhamento do paciente seguida da
monitorização. A HA assola boa parte da população idosa, predispondo a ocorrência de
inúmeras complicações severas como cardiopatias, retinopatias, nefropatias, problemas
circulatórios e vários outros, tudo isso pelo fato dos órgãos-alvo sofrerem com as
constantes “agressões” ocasionadas pela (HA), a qual muitas vezes é um mal silencioso,
onde os portadores relatam não sentir nenhuma sintomatologia, o que dificulta ainda mais
a realização do diagnóstico e respectivamente do tratamento precoce.
6. Referências bibliográficas

BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Química medicinal: as bases moleculares da ação


dos fármacos. Porto Alegre: Artmed. 243p. 2001.
BBC. Número de idosos no Brasil vai quadruplicar até 2060, diz IBGE. Jornal BBC
Brasil, 29 de agosto, 2013.
BRUNTON, L. L.; LAZO, J. S.; PARKER, K.L. Goodman & Gilman As Bases
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Brasil, 2008.
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