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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE – FAVENI

RAFAEL SOUZA DE OLIVEIRA

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE


LITERATURA

CRUZEIRO DO SUL – ACRE


2023
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE – FAVENI

RAFAEL SOUZA DE OLIVEIRA

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE


LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título especialista em
SAÚDE PÚBLICA E ESF –
ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA PARA
ENFERMEIROS.

CRUZEIRO DO SUL – ACRE


2023
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE
LITERATURA

Rafael Souza de Oliveira1,

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por
mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma
ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou
daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e
assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª
Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica comum em idosos e representa um
importante fator de risco para doenças cardiovasculares e mortalidade. O objetivo desta revisão de literatura foi
avaliar as abordagens terapêuticas e as estratégias de prevenção e controle da HAS em idosos. Foram selecionados
estudos publicados nas bases de dados PubMed, Web of Science e Lilacs e Scopus. Os resultados indicaram que o
tratamento da HAS em idosos devem incluindo mudanças no estilo de vida e terapia medicamentosa. Além disso, o
acompanhamento médico regular é fundamental para garantir a efetividade do tratamento e minimizar os riscos
associados. A escolha do medicamento mais adequado deve ser feita em conjunto entre o médico e o paciente,
considerando as condições de saúde e necessidades individuais. As mudanças no estilo de vida, como atividade
física regular ao ar livre, redução do consumo de sal e álcool, e cessação do tabagismo, são importantes para
controlar a pressão arterial e melhorar a qualidade de vida dos idosos com HAS. Além disso, intervenções baseadas
em tecnologia, como o monitoramento remoto da pressão arterial e o uso de aplicativos de saúde, podem ser úteis
para melhorar a adesão ao tratamento e a qualidade dos cuidados. Em conclusão, a HAS em idosos requer uma
abordagem individualizada e multifacetada, envolvendo mudanças no estilo de vida e terapia medicamentosa, além
de acompanhamento médico regular. As intervenções baseadas em tecnologia podem ser uma opção promissora para
melhorar a adesão ao tratamento e a qualidade dos cuidados.

PALAVRAS-CHAVE: Saúde. Estilo de vida. Terapia medicamentosa.

rafasouza12382@gmail.com 1
1 INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica multifatorial que afeta uma
grande parcela da população idosa. Caracterizada pelo aumento da pressão arterial, a HAS é um
dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio,
acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca, além de estar associada a outras
comorbidades, como doença renal crônica e demência (Leão e Silva., et al 2013; Macete; Borges
2020).
De acordo com Santos et al. (2005), a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada
uma "assassina silenciosa" e representa o maior problema médico-social em países desenvolvidos
e emergentes. Embora existam medidas preventivas e de controle eficazes, tanto farmacológicas
quanto não farmacológicas, a HAS continuará sendo um dos maiores desafios em saúde e um
fardo para os pacientes hipertensos e a sociedade por décadas.
A HAS é um problema de saúde pública mundial, que afeta cerca de 1 bilhão de pessoas
em todo o mundo, e é responsável por aproximadamente 9,4 milhões de mortes anuais (Kearney
et al., 2005). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a HAS é um dos
principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio,
acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca, além de estar associada a outras
comorbidades, como doença renal crônica e demência (WHO, 2014).
A prevalência da HAS aumenta significativamente com a idade, sendo que mais de 60%
dos idosos apresentam níveis elevados de pressão arterial (Chobanian et al., 2003). Isso se deve,
em parte, ao processo fisiológico de envelhecimento, que causa alterações na estrutura e função
dos vasos sanguíneos, bem como à presença de outras comorbidades que são mais comuns em
idosos, como a doença arterial coronariana, a insuficiência cardíaca e a doença renal crônica.
Além disso, fatores comportamentais, como o sedentarismo, a dieta inadequada e o tabagismo,
podem contribuir para o desenvolvimento e agravamento da HAS em idosos (Malachias et al.,
2016).
O controle da HAS em idosos é um desafio para os profissionais de saúde, uma vez que a
pressão arterial pode ser influenciada por vários fatores e a resposta dos
idosos ao tratamento anti-hipertensivo pode ser diferente daquela dos pacientes mais jovens.
Além disso, pode ocorrer efeitos colaterais e interações medicamentosas tornando o controle da
HAS em idosos uma questão complexa. Nesse sentido, a atualização constante do conhecimento
científico sobre a HAS em idosos é fundamental para aprimorar a abordagem diagnóstica,
terapêutica e preventiva dessa doença (Weber et al., 2014).
Com o objetivo de realizar uma revisão de literatura abrangente e sistemática sobre a HAS
em idosos, buscando sintetizar as principais evidências científicas sobre a epidemiologia, os
mecanismos fisiopatológicos, as diretrizes de tratamento e as estratégias de prevenção dessa
doença, o presente estudo é uma contribuição importante para a saúde do idoso. Acredita-se que
os resultados desta revisão poderão contribuir para aprimorar a compreensão dos profissionais de
saúde acerca da HAS em idosos, bem como para a elaboração de estratégias mais efetivas de
prevenção e tratamento dessa doença. Além disso, esta revisão poderá fornecer subsídios para a
formulação de políticas públicas voltadas para a saúde do idoso e para a promoção do
envelhecimento saudável.

2 METODOLOGIA

Foi conduzida uma revisão sistemática de literatura abrangente sobre hipertensão arterial
sistêmica (HAS) em idosos, adotando-se diversas estratégias de busca nas principais bases de
dados científicas, tais como MEDLINE/PubMed, Scopus, Web of Science e Lilacs. A seleção dos
artigos foi realizada de forma independente, utilizando critérios rigorosos de inclusão, que
incluíram estudos publicados em inglês, português ou espanhol, envolvendo a população idosa
(com idade igual ou superior a
60 anos) e que abordassem HAS ou suas complicações, além de estudos que apresentassem dados
originais ou revisões sistemáticas de literatura. Foram excluídos os estudos que não cumpriram
esses critérios, bem como aqueles que apresentaram baixa qualidade metodológica, garantindo a
robustez e a confiabilidade da análise dos dados.
Os termos de busca utilizados foram abrangentes e específicos, incluindo palavras-chave
como "hypertension", "elderly", "systemic arterial hypertension", "complications", "treatment" e
"prevention". A busca identificou artigos relevantes nas quatro bases de dados selecionadas. A
extração dos dados foi realizada forma independente observando informações como autor(es),
ano de publicação, país de origem do estudo, tipo de estudo, número de participantes, idade dos
participantes, medidas de pressão arterial, prevalência de HAS, fatores de risco associados à
HAS em idosos, complicações da HAS em idosos, diretrizes de tratamento da HAS em
idosos e estratégias de prevenção da HAS em idosos.
Os dados coletados foram analisados de forma cuidadosa, empregando técnicas de síntese
narrativa para descrever os principais achados dos estudos selecionados. Em suma, essa revisão
sistemática de literatura permitiu a identificação e análise crítica de artigos relevantes sobre
HAS em idosos, contribuindo para a melhor compreensão da condição e para o
desenvolvimento de estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento.

3 RESULTADO E DISCUSSÃO

A revisão sistemática de literatura é uma ferramenta importante para sintetizar e avaliar a


evidência disponível sobre um determinado assunto. Ao adotar critérios rigorosos de inclusão e
exclusão, essa metodologia ajuda a garantir a validade e a confiabilidade dos resultados obtidos.
No contexto da hipertensão arterial sistêmica em idosos, a revisão sistemática permitiu identificar
as principais características clínicas e epidemiológicas da doença, bem como as opções
terapêuticas disponíveis e seus respectivos benefícios e limitações. Além disso, a revisão
sistemática também apontou para lacunas na pesquisa, destacando a necessidade de estudos
futuros que possam aprofundar o conhecimento sobre a HAS em idosos e melhorar a qualidade
do atendimento médico a essa população
A revisão de literatura permitiu identificar que a hipertensão arterial sistêmica é uma das
doenças mais comuns em idosos (acima de 65 anos), os principais fatores de risco para o
desenvolvimento da doença nesta faixa etária incluem o envelhecimento, a
presença de outras comorbidades, o sedentarismo, a dieta inadequada e o consumo excessivo de
álcool e tabaco (Lionakis et al., 2012; Nicolas et al., 2014). Os mecanismos fisiopatológicos
envolvidos no desenvolvimento e agravamento da hipertensão arterial sistêmica em idosos
incluem a rigidez arterial, a disfunção endotelial, a ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona e o aumento da atividade simpática (Fernandez; Calero, 2021).
Com o envelhecimento, ocorre naturalmente a rigidez arterial, que resulta na perda de
elasticidade dos vasos sanguíneos e no aumento da resistência vascular periférica. A aterosclerose
e outras doenças que afetam a integridade das paredes arteriais podem agravar esse processo.
Além disso, a disfunção endotelial, também um processo natural com a idade, está associada à
diminuição da produção e disponibilidade do óxido nítrico, um importante regulador do tônus
vascular, o que pode levar a uma maior vasoconstrição e aumento da pressão arterial. O
organismo responde ao desequilíbrio hidroeletrolítico ativando o sistema renina-angiotensina-
aldosterona, o que pode levar à vasoconstrição, aumento da retenção de sódio e água pelos rins e,
consequentemente, ao aumento da pressão arterial (Poortvliet et al., 2012; NIAG, 2020; SBH,
2020).
Além disso, o aumento da atividade simpática pode contribuir para o desenvolvimento e
agravamento da hipertensão arterial, uma vez que pode aumentar a resistência vascular periférica.
Esses mecanismos fisiopatológicos podem atuar de forma combinada e sinérgica para levar ao
desenvolvimento e agravamento da hipertensão arterial sistêmica em idosos. Portanto, é
importante individualizar o tratamento da hipertensão arterial nesta faixa etária, levando em conta
não apenas a pressão arterial, mas também outras condições médicas e a capacidade funcional do
paciente. Além disso, os idosos têm maior probabilidade de apresentar outras condições
médicas, como aterosclerose, doença renal crônica e diabetes, que podem agravar a HTA
(Jameson et al., 2018; Chirinos et al., 2019).
No coração ocorrem mudanças anatômicas e estruturais que afetam a relação ventricular,
o enchimento ventricular e diminuem a resposta às catecolaminas. Há maior propensão ao
desenvolvimento de arritmias, doença coronária, infarto e insuficiência cardíaca. Além disso,
ocorre diminuição da sensibilidade dos barorreceptores e da volemia. O nível dos vasos
sanguíneos destaca o desenvolvimento da doença vascular
aterosclerótica, que se manifesta pela rigidez vascular aumentando a velocidade da onda de pulso
e facilitando a elevação da pressão arterial sistólica (PAS). Tudo isso faz com que a hipertensão
arterial nesta faixa etária tenha características especiais. (Schillaci, et al., 2012; Paneni et al.,
2017).
De acordo com Barroso et al (2007), o diagnóstico é baseado em medidas precisas e
repetidas da pressão arterial. Para identificar a hipertensão arterial sistêmica em idosos,
recomenda-se a medição da pressão arterial em pelo menos duas visitas clínicas separadas por um
intervalo de uma a quatro semanas. É importante que essas medidas sejam feitas com o paciente
sentado e utilizando um manguito adequado para o tamanho do braço. A hipertensão arterial
sistêmica é definida como pressão arterial sistólica igual ou superior a 140 mmHg e/ou pressão
arterial diastólica igual ou superior a 90 mmHg em ambas as visitas clínicas. No entanto, para
idosos frágeis ou com múltiplas comorbidades, a meta de pressão arterial pode ser mais alta (por
exemplo, 150/90 mmHg)
De acordo com os mesmos autores, além das medidas de pressão arterial, é importante
avaliar a presença de fatores de risco cardiovasculares, como diabetes, dislipidemia, tabagismo e
obesidade, bem como a presença de doenças cardiovasculares prévias . É recomendado realizar
exames de rotina, incluindo avaliação da função renal e hepática, exames de sangue para medir
os níveis de eletrólitos e creatinina, eletrocardiograma e exames de imagem, como
ecocardiograma e ultrassonografia das artérias carótidas.
Como mencionado anteriormente, a pressão arterial aumenta com a idade, tornando-se um
diagnóstico comum em idosos. Causas secundárias de pressão alta também podem aparecer nessa
idade. Em alguns casos, a hipertensão pode ser um sintoma que aponta para uma causa
subjacente, enquanto em outros casos, a doença produtora se manifesta principalmente como um
aumento da pressão arterial, dificultando o diagnóstico.
De acordo com Torres et al (2021) para assegurar a eficácia do controle e a adesão ao
tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS), é fundamental que os profissionais da saúde
não se restrinjam a compreender apenas os fatores objetivos que afetam o tratamento. É
necessário que eles aprofundem seu conhecimento na forma como os indivíduos nessa faixa
etária percebem a doença e a terapia. Diversos
estudos sugerem que essa compreensão pode ajudar a identificar as barreiras que impedem os
idosos de aderir ao tratamento.
O tratamento da hipertensão em idosos pode ser complexo porque os pacientes podem ter
várias condições médicas concomitantes e podem estar tomando vários medicamentos (Bastos-
Barbosa et al., 2012). Além disso, os idosos são mais propensos a apresentar efeitos adversos da
medicação anti-hipertensiva que podem levar à descontinuação do tratamento. Portanto, é
importante ajustar o tratamento de acordo com as características individuais de cada paciente
(Leão e Silva et al., 2013).
Existem várias opções de tratamento para hipertensão em idosos, incluindo diuréticos,
inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), bloqueadores dos receptores da
angiotensina (BRAs), bloqueadores dos canais de cálcio (BCCs) e betabloqueadores (Rollason;
Vogt 2003; Maher; Hanlon; Hajjar, 2014). No entanto, o tratamento ideal depende das
características individuais de cada paciente e deve ser baseado em evidências científicas sólidas.
Portanto, é importante realizar uma avaliação criteriosa do idoso hipertenso antes de iniciar
qualquer tratamento (Bastos- Barbosa et al., 2012).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2020), existem diversas opções de
tratamento para a hipertensão arterial em idosos, e a escolha do medicamento mais adequado para
cada paciente deve levar em conta vários fatores. A gravidade da hipertensão, a presença de
outras condições médicas, a idade e a função renal do paciente são alguns dos fatores que podem
influenciar na escolha do medicamento e na dosagem adequada. É importante ressaltar que o
tratamento deve ser personalizado e individualizado para cada paciente, levando em consideração
os riscos e benefícios de cada medicamento, bem como as possíveis interações medicamentosas e
os efeitos colaterais.
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, as classes de medicamentos anti-
hipertensivos disponíveis incluem inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA),
bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA), diuréticos, bloqueadores de canal de
cálcio e betabloqueadores. Cada classe de medicamento age de forma diferente no organismo e
pode ter diferentes indicações e efeitos colaterais. Por isso, a escolha do medicamento mais
adequado deve ser feita em conjunto entre o médico e o paciente, após uma avaliação detalhada
das condições de saúde e necessidades
individuais. O acompanhamento médico regular e a adesão rigorosa às orientações médicas são
essenciais para o sucesso do tratamento.
As recomendações de tratamento também envolvem medidas não farmacológicas, como
mudanças no estilo de vida, além do uso de anti-hipertensivos. As estratégias de prevenção
incluem identificação precoce e controle dos fatores de risco, adoção de estilo de vida saudável e
acompanhamento médico regular (Gravina; Grespan; Borges 2007; Falcão et al., 2018).
Os resultados obtidos na pesquisa realizada por Leão e Silva (2003) demonstraram que a
taxa de adesão ao tratamento anti-hipertensivo prescrito pela equipe médica é relativamente baixa
entre idosos, com cerca de 62,6% dos indivíduos não seguindo as orientações recomendadas.
Esses achados enfatizam a importância de um acompanhamento regular e personalizado para
garantir a efetividade do tratamento e minimizar os riscos associados à hipertensão arterial
sistêmica nessa população.
A meta para a pressão arterial diastólica em idosos hipertensos é a mesma das outras
faixas etárias, que é abaixo de 90 mmHg. Já para a hipertensão sistólica, é preciso reduzir a
pressão arterial para abaixo de 160 mmHg em pacientes com valores de 180 mmHg ou acima, e
diminuí-la em pelo menos 20 mmHg em indivíduos com valores abaixo de 180 mmHg.
Mudanças no estilo de vida devem ser implementadas antes de qualquer tratamento, inclusive
para idosos (Paciaroni et al., 1996; (Bastos- Barbosa et al., 2012).
O programa de tratamento deve incluir atividade física moderada e regular ao ar livre,
além de uma redução na ingestão calórica para alcançar um peso estável não superior a 10% do
peso ideal. O Joint National Committee on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood
Pressure (1993) recomenda uma restrição dietética de cloreto de sódio para menos de 6 g/dia (2-3
g), o que é especialmente importante para idosos que estão acima do peso e costumam ser
sensíveis ao sal. Além disso, muitos idosos têm insuficiência renal, e a redução na ingestão de
sal pode ser benéfica. O consumo de álcool também deve ser limitado a não mais do que dois
copos de vinho ou cerveja por dia, ou um copo pequeno de licor. O tabagismo deve ser evitado, e
a ingestão de gorduras e minerais deve ser regulada de acordo com o equilíbrio metabólico
individual (Borgues, 2022; Malta et al., 2022).
Em resumo, o tratamento da hipertensão arterial em idosos requer uma abordagem
individualizada e cuidadosa, levando em consideração as particularidades de cada paciente. É
essencial que as mudanças no estilo de vida sejam estabelecidas antes do tratamento
medicamentoso, e que a ingestão de sal, álcool e tabaco seja limitada. Além disso, é importante
garantir que o programa de tratamento seja adaptado às necessidades específicas de cada
paciente, de modo a garantir o controle adequado da pressão arterial e minimizar os riscos de
complicações (Godin et al., 2022).

4 CONCLUSÃO

A revisão de literatura permitiu uma visão ampla e atualizada sobre a hipertensão arterial
sistêmica em idosos, contribuindo para a compreensão dos fatores de risco, dos mecanismos
fisiopatológicos, das diretrizes de tratamento e das estratégias de prevenção desta doença nesta
faixa etária. Os resultados podem ser úteis para orientar a prática clínica e a formulação de
políticas públicas para o controle da hipertensão arterial sistêmica em idosos.
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição crônica que afeta pessoas de todas as
idades, inclusive os idosos. O tratamento da hipertensão envolve mudanças no estilo de vida,
terapia medicamentosa e acompanhamento médico regular. Os medicamentos anti-hipertensivos
possuem diferentes indicações e efeitos colaterais, e a escolha do mais adequado deve ser feita
em conjunto entre o médico e o paciente. É fundamental que os pacientes sigam as orientações
médicas e não interrompam o tratamento sem orientação.
Além da terapia medicamentosa, as mudanças no estilo de vida são fundamentais no
tratamento da hipertensão arterial sistêmica em idosos. A prática de atividade física moderada e
regular, a redução da ingestão calórica e do consumo de sal e álcool, e a cessação do tabagismo
são importantes para controlar a pressão arterial e melhorar a qualidade de vida dos idosos.
Embora a adesão a essas mudanças possa ser desafiadora, o apoio da família, amigos e
profissionais de saúde pode tornar o processo mais fácil e efetivo.
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