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INTERVENÇÕES EDUCACIONAIS PARA


PESSOAS COM HIPERTENSÃO
ARTERIAL
Antonio José Sarmento de Nóbrega
Vanessa Regiane Resque!

■ INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial (HA) é o maior problema de saúde pública no mundo de


acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).1 A sua condição clínica
mul!fatorial é caracterizada pelo aumento sustentado da pressão arterial
(PA) (pressão sistólica ≥ 140mmHg e/ou pressão diastólica ≥ 90mmHg).

A HA está frequentemente associada a distúrbios metabólicos, a alterações


funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo e é um importante fator de risco
para o desenvolvimento de doenças, como:

doenças cardiovasculares – infarto agudo do miocárdio (IAM) e insuficiência


cardíaca (IC);
obesidade;
dislipidemia;
acidente vascular encefálico (AVE);
doenças renais crônicas;
diabetes melito (DM);
re!nopa!a;
doença arterial periférica.

Entre as complicações associadas à HA, pelo menos 45% das mortes estão
relacionadas com a ocorrência de IAM e 51% delas são decorrentes de AVE.2
:
No Brasil,3 a HA a!nge 36 milhões de indivíduos adultos, sendo 60% idosos.
As suas complicações apresentam alto impacto nas a!vidades laborais e na
renda familiar.

LEMBRAR
O tratamento da HA, a sua prevenção e o tratamento de suas
complicações são um desafio para os profissionais da saúde, pois a
prevalência dessa doença aumenta com a idade.4

A terapêu!ca da HA inclui medidas medicamentosas ou não, visando reduzir a


morbidade e a mortalidade, prevenir desfechos cardiovasculares e renais. O
tratamento não medicamentoso inclui várias abordagens e tem se mostrado
valioso na redução da PA e no seu controle. Essas intervenções incluem, entre
outras:1

controle de peso corporal;


adoção de medidas nutricionais;
prá!ca de a!vidades #sicas;
alterações de hábitos de vida prejudiciais.

LEMBRAR
A atenção ao paciente envolve diversos profissionais da saúde, como,
por exemplo, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos,
farmacêu!cos e enfermeiros. Além disso, é importante que os pacientes
entendam os bene#cios do controle e da diminuição da PA, auxiliando
assim a redução de suas complicações.5

As intervenções educacionais (IEs) aumentam os níveis de conhecimento


sobre a HA e têm influência posi!va na confiança quanto ao uso correto das
medicações.6 Além disso, criam oportunidades para que os pacientes possam
entender melhor sua condição clínica e a função das terapias medicamentosas
e aumentam a aderência ao tratamento, visando diminuir a progressão da
doença e de suas complicações. Estudos demonstram que as IEs reduzem a
incidência de AVE, de eventos cardíacos e, consequentemente, a taxa de
mortalidade, sem impactos nega!vos na qualidade de vida.7,8

Diferentes modelos de cuidado são u!lizados para melhorar o controle da PA


e a progressão da doença. Neste ar!go, serão abordados, de forma detalhada,
os !pos de IEs mais u!lizados para pessoas com HA.

■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste ar!go, o leitor será capaz de
:
iden!ficar os principais fatores de riscos comportamentais para o
desenvolvimento da HA;
apresentar as IEs mais comumente u!lizadas em pacientes com HA;
iden!ficar os efeitos de cada intervenção na prevenção e no controle do
aumento da PA;
orientar e/ou direcionar os pacientes quanto aos métodos de IEs.

■ ESQUEMA CONCEITUAL

■ PAPEL DA FISIOTERAPIA NAS ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO


EDUCACIONAL
A fisioterapia, apesar de se manter no nível de reabilitação, tem competências
necessárias à atuação em outros níveis. Entretanto, os conhecimentos
relacionados exclusivamente à prá!ca fisioterapêu!ca são incipientes,
demandando a atuação de equipe mul!profissional e interdisciplinar.9

No âmbito da educação em saúde para a HA, a conduta do


:
fisioterapeuta é direcionada aos grupos populacionais doentes e aos não
doentes. Neste contexto, obje!va transformar hábitos e condições de
vida e, consequentemente, promover saúde e prevenir danos sistêmicos
que potencialmente conduziriam os pacientes à perda da independência
e da funcionalidade.9 Além disso, é importante admi!r que trabalhar com
IEs exige também conhecimento e envolvimento dos familiares do
paciente.

Os profissionais devem compreender a importância de entender e trabalhar


com os familiares do doente. O conhecimento do fisioterapeuta deve se fundir
à prá!ca após conhecer a realidade de cada paciente e desvendar o
entendimento da família de forma a superar os limites e as possibilidades para
a concre!zação das propostas.10

O atendimento fisioterapêu!co pode ser individualizado e em grupo, bem


como domiciliar, no qual a equipe de saúde pode avaliar a relação entre o
autocuidado, a assistência familiar e os fatores de risco de cada paciente. A
grande estratégia dos trabalhos em grupo consiste em atender uma grande
demanda e mo!var a adesão e a con!nuidade do tratamento, que se
caracteriza por ser de longo prazo.10
Os principais obje!vos específicos do papel educa!vo do fisioterapeuta no
tratamento da HA consistem em:9

reduzir a morbidade e a mortalidade decorrentes de doenças


cardiovasculares;
promover a regulação da PA sistêmica por meio da prescrição de exercícios
aeróbicos e de exercícios respiratórios domiciliares, supervisionados pelos
familiares ou pelos cuidadores;
promover saúde e prevenir a incapacidade funcional mediante a orientações
quanto à patologia e a mudanças no es!lo de vida;
incen!var o contato do paciente com programas de educação.

■ FATORES DE RISCO COMPORTAMENTAIS

A adoção de um estilo de vida saudável pode prevenir o desenvolvimento da


HA e/ou diminuir os níveis de PA. Assim, apresentam-se, a seguir, os
principais fatores de risco comportamentais para o desenvolvimento da
doença, como:1

consumo excessivo de sódio (sal) e de gordura nos alimentos;


baixa ingestão de frutas e de vegetais;
consumo crônico ou abusivo de bebidas alcoólicas;
sedentarismo com reduzida ou nenhuma realização de a!vidade #sica
regular;
excesso de peso ou obesidade;
:
fatores socioeconômicos (nível de escolaridade, que, no Brasil, representa
um fator de risco real);
estresse excessivo.

A Figura 1 apresenta os !pos de intervenções voltados à HA.

* IEs informa!vas e/ou mo!vacionais sobre comportamentos


saudáveis e modificações de es!lo de vida, administração
medicamentosa, fatores de risco, estresse e dietas.
Figura 1 — Tipos de intervenções.
Fonte: Elaborada pelos autores.

Os principais obje!vos das IEs voltadas à HA são:

controlar a PA;
aumentar o conhecimento e as informações sobre a HA;
promover melhor gestão da doença por meio do desenvolvimento de
habilidades necessárias ao autocuidado;
promover maior conscien!zação sobre a HA e sobre o seu tratamento;
mo!var os pacientes a adotar um es!lo de vida melhor;
promover boa adesão terapêu!ca.

■ AUTOMONITORAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL

O automonitoramento é um recurso criado para aumentar o controle da HA,


além de proporcionar um feedback dos resultados de uma aderência

11
:
terapêu!ca e de reforçar os padrões de sucesso de uma medicação.11

Com relação ao acompanhamento clínico da PA, o automonitoramento


pode encorajar a u!lização mais apropriada de recursos, reduzindo a
necessidade de visitas desnecessárias à clínica (como, por exemplo,
visitas somente para a verificação da PA). Dessa forma, a realização de
visitas se tornará necessária somente quando o paciente es!ver com a
PA alterada por um longo período de tempo ou quando relatar
desconfortos.11

Um estudo recente demonstrou que o automonitoramento está associado ao


declínio da pressão sistólica (-2,5mmHg) e diastólica (-1,8mmHg), causando
reduções de eventos cardiovasculares.12 Quando combinado a um suporte
adicional, seja ele familiar ou de um profissional da saúde, o
automonitoramento reduziu significa!vamente a PA em 2,4mmHg durante
seis meses.13

O automonitoramento é realizado em domicílio, e pode acelerar a


velocidade com que os pacientes alcançam suas metas com relação ao
tratamento, levando a um comportamento de autorregulação, seja
medicamentosa ou dieté!ca, e evitando a necessidade de esperar meses
para ir ao consultório médico e realizar os ajustes.14

Além disso, o automonitoramento pode aumentar a aderência ao tratamento


medicamentoso e alertar o profissional da saúde sobre as mudanças na saúde
do paciente, que podem se manifestar por um aumento descontrolado da
PA.15

A seguir, dicas e passos a serem seguidos no automonitoramento:

um profissional da saúde deve ensinar ao paciente como manusear o


esfigmomanômetro no primeiro dia. O uso de esfigmomanômetro digital
pode facilitar o manuseio pelo paciente.
o paciente deve ser treinado a registrar todas as aferições realizadas em um
formulário (Figura 2). O treinamento de um parente ou de um cuidador
também deve ser realizado visando a uma aderência maior à intervenção, se
possível.
as aferições devem ser realizadas diariamente e ajustadas de acordo com a
necessidade do paciente e a fase da doença;
as mudanças no es!lo de vida ou de hábitos devem ser registradas no
formulário, assim como quaisquer sintomas adversos;
o paciente deve levar o formulário de automonitoramento para
acompanhamento em todas as consultas médicas.
:
A Figura 2 contém um formulário para o monitoramento da PA.

* Indicar o nome das medicações e as doses dos comprimidos que o


paciente ingeriu no dia em que a PA foi aferida; ** o campo de
observação deve ser marcado se houver mudança de hábito ou
intercorrências no dia da aferição; *** assinatura do responsável pela
aferição ou do próprio paciente.
Figura 2 — Modelo de formulário a ser u!lizado para realização do
automonitoramento da PA.
Fonte: Elaborada pelos autores.

Estudos indicam que o automonitoramento domiciliar da PA deve ser


realizado, pois fornece um melhor prognós!co de mortalidade
cardiovascular quando comparado ao monitoramento ambulatorial. No
entanto, em decorrência de problemas inerentes à precisão das aferições
realizadas pelos pacientes em casa e às variações chamadas ar!ficiais
dos valores de PA durante o dia (por causa de ansiedade e de estresse
ou até mesmo de hipertensão do jaleco branco, ou white coat effect, por
exemplo), a abordagem ideal é realizar sempre duas aferições.11

O automonitoramento pelo paciente pode ser ineficaz se não houver um


reforço contínuo dos profissionais da saúde ou dos prestadores de
cuidados.15

■ TELEMONITORAMENTO
O telemonitoramento domiciliar merece destaque neste ar!go por ser uma
ferramenta recente e promissora, desenhada para ajudar os pacientes com
hipertensão a a!ngir o controle da sua PA.14 Essa tecnologia permite a
aquisição precisa da PA sistólica e diastólica, da frequência cardíaca e do
eletrocardiograma, bem como a transmissão automá!ca dos dados para os
profissionais da saúde que acompanham o paciente. Além disso, pode
promover mudança de comportamento integrada ao tratamento clínico
prescrito pelo médico.16,17
:
Logo após a aferição da PA no domicílio do paciente, os dados são
transmi!dos para aparelhos de telefone celular ou para computadores, pela
internet, por bluetooth ou via cabo de dados. Se os valores de PA do paciente
excedem os parâmetros predeterminados, uma mensagem de alarme é
automa!camente gerada e enviada a ele com instruções para contatar o
profissional da saúde responsável. Essa mensagem pode ainda ser programada
para ser encaminhada diretamente ao profissional da saúde para que uma
intervenção imediata seja feita.18,19
O telemonitoramento foi u!lizado em um estudo realizado em 16 clínicas com
450 pessoas com HA. Os pacientes foram instruídos a transmi!r pelo menos
seis mensurações da PA por semana (três pela manhã e três à noite) durante
seis meses. A frequência de transmissão foi diminuída pelos pesquisadores nos
seis meses seguintes de intervenção.20
No período seguinte de seis meses, foram realizados telefonemas a cada dois
meses para enfa!zar a importância da aderência à medicação e às mudanças
de es!lo de vida. Ao final do estudo, os autores observaram que em 72% dos
sujeitos avaliados houve redução da pressão sistólica nos 12 primeiros meses
(-9,7mmHg) e que esse controle con!nuou durante os seis meses posteriores
à intervenção.20
Os pontos posi!vos do telemonitoramento são:21,22

precisão na aquisição dos dados;


facilitação da conscien!zação sobre a doença e a adesão do paciente ao
tratamento;
comunicação direta com o profissional da saúde responsável;
redução do risco de problemas relacionados à precisão das aferições
realizadas em casa;
eficácia no controle e na redução da PA;
promoção de melhor qualidade de vida.

O alto custo do equipamento é um ponto nega!vo do


telemonitoramento.23

Apesar do alto custo, o telemonitoramento é descrito como uma ferramenta


que facilita o aumento da confiança por parte dos pacientes e a habilidade de
reconhecer os seus sintomas, com subsequentes efeitos posi!vos nas
habilidades de autoavaliação da severidade dos sintomas e na efe!vidade da
gestão do regime de tratamento em que estão incluídos.24

■ LEMBRETES
Diferentemente do telemonitoramento, a abordagem com lembretes é uma
estratégia simples de ser realizada. Esse !po de intervenção, além de educar o
:
paciente, proporciona um monitoramento frequente ao mesmo tempo em que
permite ao profissional da saúde concentrar sua atenção nos pacientes que
mais necessitam.25

Os lembretes podem ser realizados de várias formas, como telefonemas


automa!zados ou não automa!zados, e-mails, cartas ou mesmo durante
as visitas domiciliares,25 e têm dois obje!vos principais, que são guiar o
paciente em direção à forma correta de tratamento e reforçar os seus
pontos posi!vos.

An!gamente, cartas eram enviadas aos pacientes com hipertensão como


lembretes sobre a consulta médica,26 e, mesmo com dificuldades, o controle
significa!vo da PA era a!ngido, além de um aumento da aderência ao
tratamento. Hoje em dia, com o avanço da tecnologia, os lembretes realizados
de forma automá!ca estão cada vez mais comuns. Por exemplo, os pacientes
podem ser avaliados constantemente por meio de ligações automá!cas pré-
programadas, e as respostas podem ser reportadas por intermédio do teclado
do aparelho de telefone celular e avaliadas semanalmente pelos profissionais
da saúde, a fim de estabelecer um protocolo específico.25
Uma recente revisão sistemá!ca avaliou os efeitos de lembretes
automa!zados na prevenção e na gestão de doenças de longa duração. Os
autores concluíram que essa abordagem promoveu mudanças significativas no
comportamento e no autocuidado, além de efeitos posi!vos em áreas
como:27

imunização;
atendimento às consultas médicas;
adesão ao tratamento medicamentoso.
Segundo Kobak e colaboradores, pacientes são mais inclinados a reportar
problemas de saúde durante uma avaliação automa!zada do que diretamente
com o profissional da saúde.28
No entanto, os telefonemas automa!zados não devem ser realizados de forma
singular, e sim acompanhados de lembretes não automa!zados. Assim, os
profissionais da saúde podem discu!r o tratamento, responder dúvidas sobre
medicações e mudanças de comportamentos, lembrar as metas semanais ou
mensais, mo!var o automonitoramento, iden!ficar várias barreiras que os
pacientes podem estar enfrentando e tentar compreender a razão da não
aderência ao tratamento, além de traçar uma terapêu!ca mais direcionada às
diferentes situações.26,29
Esses telefonemas devem ser realizados por profissionais qualificados e bem
treinados30 e podem ser efetuados semanalmente, com o obje!vo de manter
o paciente aderente à terapia e às medicações, ou dias antes da consulta
médica.26
:
A abordagem realizada com lembretes é de grande valor a todos os
pacientes que não têm acesso às IEs convencionais para a redução da
HA, além de ser uma abordagem de baixo custo, de não demandar
esforço do paciente e de não consumir um tempo significa!vo do
profissional da saúde.30,31

Os lembretes escritos, sejam eles entregues pelos profissionais da saúde ou


escritos pelos pacientes, devem estar sempre em locais acessíveis (como na
porta da geladeira ou do quarto) e enfatizados pelos profissionais da saúde
durante a consulta ou em visita domiciliar.

ATIVIDADES

1. Comente a importância das IEs acerca da HA.

Confira aqui a resposta

2. Assinale a alterna!va correta com relação ao papel da fisioterapia nas


estratégias de IE para a HA.
A) A conduta do fisioterapeuta no nível de educação em saúde para a
HA é direcionada exclusivamente aos grupos populacionais doentes.
B) O trabalho do fisioterapeuta com IE para a HA dá-se
exclusivamente com o paciente.
C) A conduta do fisioterapeuta em IE voltada para a HA busca
transformar hábitos e condições de vida, promovendo a saúde e
prevenindo danos sistêmicos que potencialmente conduziriam à
perda da independência e da funcionalidade dos pacientes.
D) O atendimento fisioterapêu!co deve ser realizado sempre em
grupo, de modo a maximizar os resultados das intervenções.
Confira aqui a resposta

3. Assinale a alterna!va que contém um dos principais fatores de risco


comportamentais para o desenvolvimento de HA.
A) Fatores socioeconômicos, como o nível de escolaridade.
B) Consumo excessivo de açúcar.
C) Padrão de sono irregular.
D) Ingestão excessiva de proteína animal.
Confira aqui a resposta
:
4. Analise as afirmações a seguir, referentes aos obje!vos das IEs.
I — Promover conscien!zação sobre a doença.
II — Incen!var a adequação dos pacientes a es!los de vida melhores.
III — Promover melhor gestão da doença exclusivamente por meio do
acompanhamento por diversos profissionais da saúde.
IV — Controlar a PA.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I e IV.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a I, a II e a III.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta

5. Quais são os !pos de abordagens educacionais voltados à HA?

Confira aqui a resposta

6. Assinale a alterna!va correta a respeito do automonitoramento da PA.


A) Os pacientes devem procurar a clínica regularmente para verificar a
PA, mesmo com o automonitoramento, evitando buscar os serviços
apenas quando es!verem com a PA alterada por um longo período
de tempo ou quando relatarem desconfortos.
B) O automonitoramento é realizado em domicílio e também pode
acelerar a velocidade em que os pacientes alcançam suas metas com
relação ao tratamento, gerando um comportamento de
autorregulação.
C) As aferições de PA no automonitoramento devem ser realizadas
com frequência semanal ou quinzenal, de acordo com a necessidade
do paciente e com a fase da doença.
D) O paciente deve ser treinado a registrar todas as aferições realizadas
em um formulário, no qual devem constar unicamente os valores
dessas aferições.
Confira aqui a resposta

7. Qual é a peculiaridade do telemonitoramento em relação ao


automonitoramento?
:
Confira aqui a resposta

8. Com relação aos pontos posi!vos e nega!vos do telemonitoramento,


assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) Inviabiliza uma comunicação direta com os profissionais de saúde
responsáveis.
( ) Oferece custo acessível a todos os pacientes.
( ) Dificulta a conscien!zação sobre a doença, uma vez que o paciente
não tem acesso aos dados.
( ) Promove o controle da PA e a adesão do paciente ao tratamento.
( ) Disponibiliza dados imprecisos.
Assinale a alterna!va que apresenta a sequência correta.

A) F — V — V — F — F
B) V — F — V — V — F
C) F — F — F — V — F
D) F — V — F — V — F
Confira aqui a resposta

9. Analise as afirmações a seguir, relacionadas com as caracterís!cas


acerca da intervenção com lembretes.
I — Os recursos u!lizados podem ser telefonemas automa!zados, não
automa!zados, e-mails, cartas ou serem realizados durante as visitas
domiciliares.
II — A intervenção com lembretes é capaz de promover mudanças
comportamentais e adesão ao tratamento an!-hipertensivo.
III — A intervenção com lembretes apresenta como vantagens baixo
custo, menor demanda de tempo pelo profissional da saúde e isenção
de esforços por parte do paciente.
IV — Os lembretes obje!vam orientar o paciente quanto ao tratamento
correto e enfa!zar os erros come!dos pelos pacientes.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I e IV.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a I, a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
:
■ PROGRAMAS EDUCACIONAIS

O conhecimento do paciente sobre a doença e sobre os bene#cios das


mudanças de es!lo de vida parecem ser a chave para o sucesso no
controle da HA e para a aderência ao tratamento an!-hipertensivo.32

As IEs direcionadas aos pacientes têm efeitos significa!vamente desejáveis


em relação aos pontos supracitados, mesmo quando comparados a
intervenções voltadas aos profissionais da saúde. No entanto, essas mudanças
não são facilmente a!ngidas, pois a aderência ao tratamento aumenta quando
os pacientes se tornam mais a!vos, o que leva algum tempo.32
A aderência aos programas educacionais, assim como a mo!vação em longo
prazo, ainda é um problema para os pacientes e seus familiares. Apesar de o
paciente com HA não estar visivelmente doente, ele demanda suporte
constante, tanto familiar quanto do profissional da saúde responsável. O
profissional deve reforçar a importância das mudanças comportamentais e da
adesão ao tratamento e definir as principais áreas pelas quais o paciente e sua
família devem se responsabilizar no processo de mudança e de controle da
doença.6,33
A relação estabelecida de cuidado entre os pacientes e os profissionais da
saúde é importante. Mohammadi e colaboradores,34 em um estudo
randomizado, avaliaram uma abordagem para controlar a HA baseada no
modelo de cuidados de parceria ou em equipe em dois centros de saúde. De
acordo com esse modelo, deve-se prestar atenção não apenas às
caracterís!cas epidemiológicas e fisiológicas da doença, mas também às
características dos pacientes e às interações entre pacientes, enfermeiros e
médicos na área terapêutica, por exemplo.
A parceria em equipe aumenta o envolvimento, a mo!vação e a
responsabilidade das pessoas em um grupo. Os resultados do estudo
mostraram que a relação conjunta de cuidados foi eficaz na diminuição da PA
sistólica e diastólica e no aumento da taxa de hipertensos controlados, na
melhora da qualidade de vida, do índice de massa corporal (IMC) e da
ansiedade.34

LEMBRAR
Vários são os fatores que contribuem para a aderência ao tratamento da
HA. Segundo a OMS, dois dos fatores mais importantes que colaboram
para a baixa aderência são, sem dúvida, a natureza assintomá!ca da
doença e a sua longevidade.

Além dos fatores que ajudam na aderência ao tratamento, podem-se citar:35


:
percepção e entendimento da doença por parte dos pacientes;
modo de tratamento imposto pelo profissional da saúde;
relacionamento entre pacientes e profissionais da saúde;
sistema de saúde;
tolerância e complexidade dos regimes medicamentosos.

As IEs, em geral, criam oportunidades para os pacientes entenderem


melhor as suas condições e o seu papel nas terapias, esclarecendo os
possíveis conceitos equivocados e gerando uma significa!va mudança no
comportamento.36

Destacam-se, a seguir, quatro principais IEs direcionadas aos pacientes com


hipertensão:12,33,37

car!lhas;
reuniões individuais;
palestras e/ou seminários;
visitas domiciliares.

Vale salientar que as intervenções citadas anteriormente não são exclusivas.


Pelo contrário, elas se complementam, e talvez a combinação de uma ou mais
intervenções possa trazer mais bene#cios para os pacientes do que quando
usadas isoladamente.12,33,37

CARTILHAS

As organizações voltadas à atenção à saúde são sempre desafiadas a


desenvolver e implementar estratégias de baixo custo, visando melhorar o
controle da HA em grandes populações de pacientes. Dentre as estratégias de
baixo custo, os materiais educacionais escritos estão entre as intervenções de
automanejo realizadas com maior frequência.38

As car!lhas, ou guias, têm a vantagem de ser simples e fáceis de usar, e


os pacientes podem u!lizá-las a qualquer momento do dia como forma
de autocuidado. Esse !po de IE pode melhorar a qualidade de vida,
incluindo saúde geral, função social, função #sica, papel #sico, poder e
energia e saúde mental do paciente hipertenso.39

Segundo Gullion e colaboradores40 e Green e colaboradores,41 as


car!lhas devem conter informações detalhadas, com predominância de
uma linguagem informal, ser divididas em sessões (ou capítulos) que
abordem temas como conscien!zação, mo!vação, adaptação do
paciente, aspectos posi!vos do tratamento, suporte pelos profissionais
:
da saúde e estratégias de controle da PA, além de conter pequenos
comunicados e exemplos em cada uma das sessões (Quadro 1).

Quadro 1

EXEMPLO DE CONTEÚDOS DE CARTILHAS EDUCACIONAIS

Introdução à doença
Definição da HA
Principais complicações
Mensuração da PA
Dicas para uma nutrição saudável
Dicas e conselhos voltados para um es!lo de vida saudável
Dicas e comentários sobre os !pos de medicações an!-hipertensivas
Fatores que influenciam a seleção das medicações
Efeitos colaterais das medicações
Exemplos de estratégias para não esquecer os horários das medicações
Introdução ao automonitoramento e possíveis recomendações para a
seleção de um bom esfigmomanômetro
Dicas para uma mensuração mais precisa da PA
Figuras ilustra!vas

Fonte: Adaptado de Hunt e colaboradores (2004); 38 McKinstry


colaboradores. (2006).42
No Brasil, um estudo43 avaliou a efe!vidade da u!lização de um álbum
seriado contendo informações sobre a hipertensão na qualidade de vida e na
adesão ao tratamento de 116 pacientes hipertensos. Nas fichas-roteiro do
álbum seriado, os autores u!lizaram abordagens semelhantes às indicadas por
Gullion e colaboradores40 e Green e colaboradores.41 Os autores, após dois
meses de intervenção, observaram melhorias significantes na qualidade de
vida do paciente e na sua adesão ao tratamento.

A intervenção por meio de car!lhas pode a!ngir um resultado mais


sa!sfatório se acompanhada de outra abordagem educa!va42 e se
também for direcionada ao cuidador ou ao familiar mais próximo do
paciente.

Hunt e colaboradores38 demonstraram aumento no conhecimento sobre a


hipertensão, além de maior sa!sfação dos pacientes sobre a sua saúde após o
envio de duas car!lhas (contendo informações sobre a doença, mudança de
es!lo de vida, medicação e monitorização da PA) direcionadas aos pacientes e
aos cuidadores.
:
REUNIÕES INDIVIDUAIS COM OS PACIENTES
As reuniões individuais, também chamadas reuniões face a face, são
caracterizadas por serem curtas (entre 10 e 15 minutos) e realizadas com
frequência semanal ou mensal por um profissional da saúde, seguindo um pré-
agendamento, ou logo após a saída do paciente do consultório médico.

A implementação das reuniões individuais com os pacientes, de modo


geral, pode consumir um tempo maior nos primeiros estágios, mas,
durante a fase de desenvolvimento, o foco da responsabilidade é
progressivamente transferido para os pacientes, e assim eles conseguem
ter maior controle e consciência dos seus casos, tornando a intervenção
menos exaus!va.44

Um estudo realizado43 com dados referentes às reuniões individuais com


pacientes com HA mostrou que essa abordagem foi capaz de diminuir a PA
sistólica em 7,6mmHg e a diastólica em 2,4mmHg, além de constar maior
inicia!va do paciente para tomar as medicações an!-hipertensivas. Além
disso, essa técnica pode ser superior à educação indireta por meio de
folhetos, como visto por Palumbo e colaboradores,45 em pacientes com
hipertensão.
Os obje!vos das reuniões individuais com os pacientes são:37,46

rever a medicação prescrita e avaliar a relação com o uso;


enfa!zar a importância de o paciente retornar às próximas consultas
médicas;
avaliar os hábitos comportamentais atuais, principalmente com relação à
dieta;
incen!var o paciente a dar início ou a manter a mudança de hábitos de vida;
avaliar as metas previamente abordadas e as razões de elas terem ou não
sido alcançadas;
avaliar a aceitação e a aderência à medicação prescrita;
desenvolver, junto ao paciente, metas futuras.
Após as reuniões, os profissionais da saúde podem ainda encorajar os
pacientes a par!cipar de atividades em grupos, de sessões ou de palestras.

PALESTRAS, SEMINÁRIOS E REUNIÕES EM GRUPOS

As reuniões em grupos são realizadas de forma mais organizada por um


conjunto de profissionais da saúde especializados e bem treinados,
diferentemente das reuniões individuais. As principais caracterís!cas desse
!po de intervenção são sua divisão disciplinar, na qual um profissional assume
a liderança do grupo para a abordagem de um tema específico em cada dia da
sessão, e o direcionamento da intervenção, que também deve ser voltado aos
47
:
familiares e/ou aos cuidadores.47
As reuniões em grupo são consideradas um !po de abordagem que se
beneficia por ser bem aceito por profissionais da saúde. O principal obje!vo é
promover a compreensão e o sentimento de autoconfiança do paciente com
relação à doença (motivação), principalmente nas áreas de gestão,
comportamento e cumprimento de metas.37 Para isso, essa intervenção deve
ser bem organizada e dividida em pequenos grupos (geralmente de seis a 12
pessoas) de pacientes e familiares ou cuidadores.48
Segundo Pierce e colaboradores49 e Sacke% e colaboradores,50 as sessões em
grupo devem:

ser estratégicas;
ter número e duração bem definidos;
ter cronogramas bem detalhados, com ênfase sempre em um ponto
específico por dia (explicação sobre os fatores de risco e nutrição em dias
diferentes, por exemplo);
explicar e desmis!ficar a doença e seus efeitos em órgãos-alvo, na saúde, na
expecta!va de vida e na gestão;
encorajar os par!cipantes a criarem metas ao final de cada encontro;
explicar os bene#cios e a necessidade da terapia an!-hipertensiva;
esclarecer dúvidas gerais dos pacientes.
Sacke% e colaboradores50 enfa!zam que as palestras devem ser
acompanhadas de uma cartilha informativa e padronizada (explicada na
próxima sessão), e de vídeos intera!vos ou de áudios.

Nas palestras, o profissional da saúde deve, durante as sessões, sempre


checar, lembrar e enfa!zar todas as informações apresentadas
previamente.50 Além disso, a estratégia de criação de novas metas, além
da revisão e do reforço das metas anteriormente criadas, e o
encorajamento dos pacientes para levarem um familiar, um cuidador ou
uma pessoa mais próxima, devem ser implementadas para maior adesão
ao tratamento.49

Um estudo realizado na Dinamarca,51 onde o sistema de saúde oferece


tratamento gratuito para controle da PA, constatou que pacientes com HA e
nível educacional superior a 10 anos são mais propensos a ter a sua PA
controlada. Baseados nesse estudo, Zhang e colaboradores52 avaliaram os
efeitos de IEs, realizadas em comunidades (em que o nível socioeconômico é
baixo), no controle da PA, do peso e de comportamentos e compararam esses
dados com os de sujeitos hipertensivos, com nível educacional elevado.

Os autores concluíram que as IEs (90 minutos de seminários, realizados por


diversos profissionais da saúde, uma vez por trimestre, durante um ano)
:
beneficiaram o controle da PA, do peso corporal e aumentaram a realização de
a!vidades #sicas em todos os pacientes, mas em menor significância naqueles
com menor nível de escolaridade.52

Quando comparadas às outras abordagens, como a distribuição de


car!lhas, as palestras parecem ser mais eficazes, pois os profissionais da
saúde interagem diretamente com os pacientes, havendo o
aprofundamento do efeito do treinamento.39

Destacam-se, a seguir, os quatro principais atributos que contribuem para o


sucesso de programas educacionais:

mo!vação dos profissionais da saúde e dos pacientes para redução dos


fatores de risco e para mudanças dos hábitos de vida;
número suficiente de par!cipantes por sessão;
discussão em torno de metas realís!cas;
feedback repe!!vo com intuito de reforço da intervenção.
O Quadro 2 mostra dicas e passos a serem realizados em uma intervenção que
se u!liza de palestras, de seminários ou de reuniões em grupos.
Quadro 2
:
DICAS E PASSOS A SEREM REALIZADOS EM UMA INTERVENÇÃO QUE
SE UTILIZA DE PALESTRAS, DE SEMINÁRIOS OU DE REUNIÕES EM
GRUPOS

1° Introdução ao sistema de grupos de discussões ou palestras. Cada


sujeito deve falar sobre o curso da sua doença, se faz uso da
dia
medicação e se já fez alguma mudança no es!lo de vida para
controlar a PA.
Apresentação dos par!cipantes e contextualização. Na primeira
sessão, todos os profissionais devem, juntos, se apresentar e discu!r
informações gerais sobre a doença e darem ênfase ao tratamento
não medicamentoso. Nesse primeiro momento, os profissionais têm o
dever de encorajar os pacientes a atenderem a todas as reuniões (que
poderão ter duração entre 60 e 90 minutos) e repassarem
detalhadamente todo o cronograma.
Criação da primeira meta a ser alcançada pelos pacientes. Essa meta
também pode ser adaptada para cada paciente do grupo
individualmente.
Plantão de dúvidas.

2º Discussão sobre a meta criada na sessão anterior. Se o paciente não


alcançou a meta, devem-se discu!r com o grupo as causas e as
dia
possíveis soluções para que ela seja a!ngida.
Discussão sobre maneiras de a!ngir o controle sa!sfatório da PA
como modificações nutricionais, redução de peso corporal e
exercícios e as vantagens das terapias comportamentais (não
medicamentosas). Essa discussão pode ser subdividida em 2 ou em 3
partes, de acordo com as dúvidas dos pacientes e o foco da
abordagem dos profissionais.
Criação de uma nova meta.
Plantão de dúvidas.

3º Discussão sobre a meta criada na sessão anterior.


Discussão sobre terapias medicamentosas, encorajamento e
dia
desmis!ficação dos seus efeitos adversos.
Encorajamento dos pacientes à adoção das terapias não
medicamentosas.
Criação de uma nova meta.
Plantão de dúvidas.

4º A!vidade ou dinâmica em grupo.


Revisão das metas de cada paciente individualmente pelos
dia
profissionais da saúde.
Plantão de dúvidas.

* Os pacientes devem ser recrutados ou convidados pelos profissionais de


saúde a atenderem à primeira reunião no dia previamente selecionado. Esse
:
contato pode ser realizado dentro do consultório ou por intermédio de e-mail
ou de telefonema.
Fonte: Adaptado de Lauziere e colaboradores (2013);47 Muhlhauser e
colaboradores (1993).48

Os profissionais devem fazer da sessão uma conversa dinâmica, que


permita a par!cipação do paciente e que prenda a sua atenção. Para
alcançar sucesso, as a!vidades em grupo devem ser realizadas em
ambientes calmos, para possibilitar que os pacientes se concentrem e
não sejam interrompidos, e com número reduzido de par!cipantes.
Todas as informações devem ser repassadas em uma linguagem básica e
explica!va.

As atividades práticas ou utilizando recursos de multimídia são altamente


encorajadas. Chiou e Chung53 relataram o sucesso de uma educação
direcionada ao paciente u!lizando mul!mídia e materiais intera!vos no
conhecimento, na redução da incerteza, na tomada de decisão e na qualidade
de vida geral em pacientes com HA e com doença renal terminal.

VISITAS DOMICILIARES

As visitas domiciliares se diferenciam das reuniões individuais por serem mais


longas (duram entre 30 e 40 minutos) e por serem realizadas na casa do
paciente, uma vez por semana ou por mês.37

A par!cipação dos pacientes é mais a!va no ambiente domiciliar, e o


profissional da saúde pode inves!gar mais rigorosamente a forma como
o tratamento medicamentoso ou o programa educacional estão sendo
administrados. Além disso, esse profissional pode incen!var o
envolvimento de um familiar na terapêu!ca.54 Segundo McKenney e
colaboradores,55 as visitas domiciliares sem o envolvimento familiar
podem diminuir a efe!vidade do tratamento. Assim, a combinação de
visitas e o suporte familiar se tornam primordiais na eficácia do controle
da PA.

São obje!vos das visitas domiciliares:

supervisionar o tratamento;
promover o envolvimento e a educação dos familiares;
aumentar o entendimento pessoal e do familiar sobre a doença;
iden!ficar formas que podem ajudar na aderência ao tratamento;
reforçar o comportamento de autocuidado e a importância de manter as
visitas médicas.

8
:
Ho e colaboradores8 sugeriram que as visitas domiciliares devem ser
direcionadas ao estresse, aos problemas psicossociais e às modificações
do es!lo de vida do paciente. Hennessy e colaboradores56 sugerem que
lembretes educacionais e mo!vacionais sejam entregues pelos
profissionais durante as visitas, aumentando assim a sua aderência ao
tratamento.

Um interessante estudo57 inves!gou se as visitas domiciliares realizadas por


agentes comunitários de saúde, com o intuito de aumentar a aderência ao
tratamento medicamentoso de pacientes com HA e diminuir eventos
cardiovasculares, eram economicamente viáveis em uma comunidade africana.

Os autores do estudo referido descobriram que uma visita gerava um custo de


aproximadamente 8 dólares por paciente e que as IEs e a redução de fatores
de risco promovidas por esses agentes proporcionavam uma relação entre
custo e benefício de 320 dólares. Além disso, as visitas provocaram uma
redução dos pacientes nos centros de saúde, liberando assim mais tempo para
a avaliação de novos pacientes.57

Em outro estudo, Park e Kim58 observaram aumentos sobre o conhecimento


da doença, automonitoramento da PA, autoconfiança e aderência ao
tratamento em idosos com hipertensão após 10 visitas domiciliares que
envolviam principalmente o estabelecimento de metas e a gestão de planos,
além de conselhos sobre es!los de vida e monitoramento e sintomas. Assim
como Palumbo e colaboradores,45 os autores concluíram que as abordagens
pessoais (ou presenciais) promovem mais efeitos do que as abordagens não
presenciais.

■ MUDANÇAS DE ESTILO DE VIDA


O tópico que se refere às mudanças de es!lo de vida é apresentado à parte
porque está ligado intrinsecamente a todas as intervenções citadas.

LEMBRAR
Em cada !po de IE, as mudanças de es!lo de vida devem ser
enfa!zadas, pois desenvolvem um papel significante no controle da PA
e no desenvolvimento da HA.59

Vários são os estudos demonstrando a diminuição dos níveis da PA


ocasionada por mudanças de es!lo de vida, como monitoramento nutricional,
a!vidades #sicas, estresse, tabagismo, controle do peso, descanso e sono.
Entre elas, apresentaram maior efeito sobre a redução dos níveis de PA as
modificações relacionadas:59
:
à nutrição;
ao exercício #sico;
ao estresse;
ao peso corporal.

Até mesmo uma aparente redução da PA pode se converter em enormes


bene#cios em relação à diminuição de eventos cardiovasculares. Por
exemplo, a redução de 3mmHg na PA sistólica pode diminuir a
mortalidade por AVE e por doença coronária em até 8 e 5%,
respec!vamente. E, ao contrário da maioria dos tratamentos
medicamentosos, as modificações do es!lo e de hábitos de vida, além de
reduzirem a PA, também podem promover o desenvolvimento de
hábitos saudáveis e prevenir ou controlar outras condições crônicas.60

O principal obje!vo das mudanças comportamentais quanto ao es!lo de vida


são a prevenção de complicações e a redução da medicação necessária para o
controle da PA. Essas mudanças incluem, além do encorajamento, a:61

aderência ao regime medicamentoso;


restrição de sódio na dieta;
redução de peso (se o paciente for obeso);
redução do consumo de álcool;
redução do número de cigarros consumidos (para tabagistas);
realização de exercícios #sicos;
u!lização de técnicas para relaxamento para a gestão do estresse.

Todas as recomendações referentes às mudanças no es!lo de vida


podem ser repassadas aos pacientes por meio de palestras, aulas,
folhetos, car!lhas, reuniões e também reforçadas por intermédio de
telefonemas e de lembretes.61,62

No Quadro 3, podem ser observadas as principais mudanças comportamentais


direcionadas aos pacientes com HA.61,62
Quadro 3

PRINCIPAIS MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS DIRECIONADAS AOS


PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL

Exercícios Recomendar ao paciente caminhar, pedalar ou nadar por 30


#sicos e minutos, 3 vezes por semana, em uma intensidade moderada,
redução até a!ngir uma meta específica. O número de dias por semana
de peso* também pode ser incrementado.
Sugerir que sujeitos que não têm se exercitado con!nuamente
nos úl!mos dois anos comecem as a!vidades com uma
:
nos úl!mos dois anos comecem as a!vidades com uma
caminhada de 15 minutos.
Prescrever exercícios de alta intensidade ou relacionados ao
treinamento de força muscular, que são recomendados para
pacientes hipertensivos, classificados como estágio 1 (pressão
sistólica entre 140 e 159mmHg ou pressão diastólica entre 90
e 99mmHg) por não influenciarem nega!vamente a PA.
Mo!var a redução ou a manutenção de um peso corporal
saudável (com um IMC entre 18,5 e 24,9kg/m2 e
circunferência da cintura < 102cm para homens e < 88cm
para mulheres).

Fumo e Encorajar e mo!var o paciente a cessar o tabagismo.


consumo Sugerir ao paciente a inserção em programas de
de álcool aconselhamento e suporte social para tabagistas (sugere-se a
leitura dos seguintes manuais Trea!ng tobacco use and
dependence63 e A clinical prac!ce guideline for trea!ng
tobacco use and dependence).64
Recomendar a re!rada do álcool ou a limitação do seu
consumo em no máximo duas bebidas (ou dois copos) por dia.
Importa lembrar que uma bebida padrão é considerada
equivalente a 13,6g ou a 17,2mL de etanol ou
aproximadamente 355mL de cerveja [a 5% de álcool], ou
148mL de vinho [a 12% de álcool]).
Dieta Recomendar a adoção de uma dieta rica em frutas, vegetais e
alimentos com pouca gordura.
Indicar a inclusão de grãos ricos em fibras, bem como de
cereais, aves e peixes.
Recomendar a ingestão de poucas quan!dades de carne
vermelha e seus derivados, bem como de doces e de bebidas
com alto índice de açúcar.
Recomendar a ingestão de, pelo menos, 2 litros de água por
dia;
Indicar a redução do consumo de café ou de produtos ricos
em cafeína.

Ingestão Recomendar a diminuição da ingestão de sódio para, no


de sódio, máximo, 5 gramas por dia.
cálcio, Aconselhar o paciente para que evite a suplementação de
magnésio cálcio e magnésio, a qual não é recomendada para a
e potássio prevenção ou para o tratamento da hipertensão.
Indicar o aumento na ingestão de potássio. O paciente deve
ser avaliado por um profissional da saúde competente e não
estar em risco de desenvolver hipercalemia — nível elevado de
potássio no sangue.

Estresse** Encorajar os pacientes a expressarem seus medos e


preocupações sobre sua saúde.
:
preocupações sobre sua saúde.
Auxiliar os pacientes no estabelecimento de metas realistas e
a!ngíveis, além de apoiá-los quanto ao uso de estratégias
apropriadas, como, por exemplo, pensar posi!vo e
racionalmente e tentar se acalmar respirando profundamente
ao som de uma música de fundo.
Elogiar o progresso e as metas alcançadas pelo paciente.
Fornecer assistência com relação ao encaminhamento para
um assistente social ou psicólogo visando aconselhamentos
adicionais, se necessário.

* As estratégias para perda de peso devem ser mul!disciplinares e devem


incluir outras mudanças comportamentais. ** Emoções estão in!mamente
relacionadas à ingestão de alimentos. Estresse emocional ou desordens que
ocasionam humores nega!vos, como ansiedade, depressão, raiva, solidão e
sen!mento de abandono, podem aumentar o consumo de alimentos contendo
altas calorias.65

Todos os pacientes devem ser encorajados a registrar suas mudanças em um


diário, que deverá conter informações como:66

ingestão de frutas;
peso corporal;
a!vidade #sica (ro!na e duração);
quan!dade de álcool consumido (em copos ou em mililitros);
número de cigarros fumados por dia;
estratégias realizadas para diminuir o estresse e se essa estratégia
funcionou.
O diário servirá como guia para os profissionais da saúde que acompanham o
paciente, que poderão analisar a progressão das mudanças e seus efeitos.66

A implementação efe!va de todas as mudanças de es!lo de vida requer


conhecimento especializado, entusiasmo, paciência e tempo
considerável com os pacientes e com os membros da família, além de
reforço profissional. Para isso, o acompanhamento e o suporte devem ser
realizados sempre por um profissional da saúde bem treinado. Além do
mais, essas mudanças devem ser implementadas em grupo e
recomendadas a todas as pessoas com HA e também àquelas com PA
elevada.67

ATIVIDADES

10. Quais fatores contribuem para a baixa aderência de pacientes


hipertensivos ao tratamento?
:
Confira aqui a resposta

11. A respeito das IEs direcionadas ao paciente, assinale V (verdadeiro)


ou F (falso).
( ) As car!lhas, as reuniões individuais, as palestras, os seminários e as
visitas domiciliares são as principais IEs direcionadas ao paciente.
( ) As IEs conduzem os pacientes ao entendimento sobre sua condição
de saúde, mas não lhes possibilita uma mudança de es!lo de vida.
( ) As IEs têm caráter exclusivo, não necessitando se complementarem
entre si.
( ) As car!lhas são apontadas como estratégias de baixo custo voltadas
ao automanejo.
Assinale a alterna!va que apresenta a sequência correta.

A) V — F — F — V
B) V — V — F — V
C) F — F — V — F
D) V — V — V — F
Confira aqui a resposta

12. Analise as afirmações a seguir, referentes às car!lhas para HA.


I — As car!lhas para HA são u!lizadas como forma de autocuidado,
podendo ser consultadas a qualquer momento do dia.
II — As car!lhas para HA devem conter informações gerais escritas em
linguagem técnica.
III — Os temas abordados nas car!lhas para HA são conscien!zação,
mo!vação, adaptação do paciente, aspectos posi!vos do tratamento,
suporte pelos profissionais de saúde e estratégias de controle de PA.
IV — A abordagem se torna mais sa!sfatória se for acompanhada por
outra forma de intervenção e direcionada também ao cuidador ou ao
familiar mais próximo.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I e IV.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a I, a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta

13. Quais são os obje!vos das reuniões individuais?


:
Confira aqui a resposta

14. Assinale a alterna!va correta com relação às reuniões individuais com


os pacientes com HA.
A) As reuniões individuais caracterizam-se por proporcionar uma
atenção mais focada e exclusiva ao paciente e, para isso,
recomenda-se que tenham uma duração entre 1 e 2 horas.
B) As reuniões individuais devem ser realizadas com uma frequência de
dois ou três encontros por semana, no mínimo.
C) As reuniões individuais subs!tuem a par!cipação do paciente em
a!vidades em grupos, em sessões ou em palestras.
D) As reuniões individuais com os pacientes consomem um maior
tempo nos primeiros estágios, de modo geral, o que muda na fase de
desenvolvimento, quando o foco da responsabilidade é
progressivamente transferido para os pacientes e as reuniões
tornam-se menos exaus!vas.
Confira aqui a resposta

15. Analise as afirmações, a seguir, relacionadas aos aspectos das


reuniões em grupo.
I — Obje!vam promover a compreensão e a autoconfiança do paciente
em relação à doença e ao seu cuidado.
II — Devem ser organizadas junto aos familiares ou aos cuidadores em
grandes grupos.
III — Apresentam cronogramas detalhados, com diversos temas
abordados por dia.
IV — Encorajam os par!cipantes a criarem metas dentro da terapia ao
final de cada encontro.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a III e a IV.


B) Apenas a I, a II e a III.
C) Apenas a I, a II e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta

16. Descreva os principais fatores que contribuem para o sucesso de


programas educacionais.
:
Confira aqui a resposta

17. Analise as afirmações a seguir, relacionadas às caracterís!cas das


visitas domiciliares a pacientes hipertensos.
I — O paciente é mais a!vo no ambiente familiar, e a forma como a
medicação e a IE estão sendo administradas é mais bem avaliada
neste contexto.
II — As estratégias de autocuidado não são reforçadas nas visitas
domiciliares, uma vez que já são priorizadas nas car!lhas e em
reuniões em grupos.
III — As visitas domiciliares devem ser direcionadas também ao estresse,
aos problemas psicossociais e à modificação do es!lo de vida do
paciente.
IV — Um dos obje!vos da visita domiciliar é melhorar o envolvimento e a
educação dos familiares ou do cuidador.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a IV e a V.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a I, a II e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta

18. Assinale a alterna!va correta com relação aos bene#cios das


mudanças de es!lo de vida em pacientes com HA.
A) As modificações do es!lo de vida são consideradas um tratamento
complementar ao tratamento medicamentoso, uma vez que sozinhas
elas não geram bene#cios duradouros.
B) As modificações do es!lo e dos hábitos de vida, além de reduzirem a
PA, também podem desenvolver hábitos saudáveis e prevenir ou
controlar outras condições crônicas, ao contrário da maioria dos
tratamentos medicamentosos.
C) Os principais mo!vos das mudanças comportamentais quanto ao
es!lo de vida em pacientes com HA são o alívio dos sintomas da
doença e a prevenção de novas crises de HA.
D) As mudanças quanto ao es!lo de vida devem ser u!lizadas como
meio de prevenção da elevação da PA e do surgimento da HA, não
tendo a mesma eficácia depois do desenvolvimento da doença,
quando outras formas de tratamento devem ser u!lizadas.
Confira aqui a resposta
:
19. Assinale a alterna!va correta com relação às principais mudanças
comportamentais direcionadas aos pacientes com HA, referentes à
ingestão de sódio, cálcio, magnésio e potássio.
A) A diminuição da ingestão de sódio recomendada é para no máximo 5
gramas por dia.
B) A suplementação de cálcio e de magnésio pode contribuir para a
redução da PA.
C) A diminuição na ingestão de potássio é recomendada em pacientes
com risco de desenvolvimento de HA.
D) A ingestão de sódio por pacientes com PA elevada deve ficar entre
10 e 25 gramas diárias.
Confira aqui a resposta

20. Sobre as recomendações que devem ser feitas quanto às mudanças


comportamentais relacionadas ao estresse, é correto afirmar que o
profissional deve
A) auxiliar os pacientes a desenvolver técnicas que os ajudem a evitar o
pensamento referente aos seus medos e às suas preocupações
quanto à sua saúde.
B) aconselhar o paciente no sen!do de que ele evite preocupações
referentes ao estabelecimento de metas, pois elas podem gerar
ansiedade e frustração.
C) indicar ao paciente a busca por auxílio e por tratamento
medicamentoso como opção preferencial contra o estresse.
D) fornecer assistência com relação ao encaminhamento para um
assistente social ou para um psicólogo, visando aconselhamentos
adicionais, se necessário.
Confira aqui a resposta

21. Assinale a alterna!va correta com relação às recomendações


referentes às mudanças na dieta para pacientes com HA ou com risco
para a doença.
A) A ingestão de carne vermelha e de derivados pode ser irrestrita,
desde que a quan!dade de sal nesses alimentos seja controlada.
B) A ingestão de grãos ricos em fibras deve ser reduzida em pacientes
com risco para HA.
C) A adoção de uma dieta rica em frutas, vegetais e alimentos com
pouca gordura é recomendada.
D) Os pacientes com risco para HA devem evitar o consumo de carne
:
vermelha e de aves.
Confira aqui a resposta

■ CASOS CLÍNICOS

A seguir, serão apresentados casos clínicos envolvendo IEs para pessoas com
HA.

CASO CLÍNICO 1

O. R., 67 anos de idade, do sexo masculino, bancário aposentado,


casado, caucasiano, residente em área urbana, relata ser hipertenso
desde os 40 anos de idade. É ex-tabagista e atual e!lista social. Relata
gostar de cozinhar e de tomar vinho com certa frequência. É
assintomá!co, apresenta IMC igual a 29kg/m2, faz uso de medicação
para controle da PA desde o diagnós!co de HA.

Em sua úl!ma consulta, o paciente apresentou valores da PA em


repouso de 145/106mmHg. Informou que faz caminhadas
semanalmente, com frequência de 2 a 3 vezes/semana, e que possui
equipamento para aferir a PA em domicílio, porém, não faz uso con&nuo.

ATIVIDADE

22. Descreva as estratégias de IE e de controle da PA adequadas à


situação descrita no caso clínico 1.

Confira aqui a resposta

CASO CLÍNICO 2
:
N. M. S., 55 anos de idade, sexo masculino, motorista, divorciado, negro,
residente em região metropolitana de uma grande cidade.

O paciente é assintomá!co, tabagista, rastreado como possível hipertenso.


Não pra!ca a!vidade #sica e se diz sedentário. Não sabe se é diabé!co e
informa que apresentou colesterol alto nos úl!mos exames sanguíneos. Seu
IMC é igual a 27kg/m2. No exame #sico, apresentou valores da PA em
repouso de 180/95mmHg.

ATIVIDADE

23. Descreva as estratégias de IE e de controle da PA adequadas à


situação descrita no caso clínico 2.

Confira aqui a resposta

■ CONCLUSÃO
Os pacientes hipertensos precisam de aconselhamento, suporte e informação
dos profissionais da saúde para entender a importância do con&nuo controle
da PA durante o dia, o uso racional da medicação, além de aprender como
lidar com as doses esquecidas, como iden!ficar os efeitos adversos e o que
fazer quando eles aparecem.

Pelo fato de a HA ser mul!dimensional, a abordagem, assim como o


tratamento, deve também ser mul!dimensional e mul!profissional, o que
requer várias intervenções e estratégias visando modificar os diferentes
componentes da doença. Além disso, a seleção do melhor método depende
tanto da capacidade dos pacientes como dos recursos #sicos e humanos
disponíveis nos diferentes contextos.
Em pacientes com doenças crônicas, em geral, a aderência aos regimes
educacionais geralmente envolve um longo prazo. Assim, diferentemente de
intervenções realizadas em sessões simples ou de curto prazo, mudanças de
comportamento ou de es!lo de vida adicionadas a um reforço dos
profissionais da saúde se mostram mais eficazes e parecem produzir mais
efeitos em longo prazo. Além disso, estratégias comportamentais orientadas
(com supervisão profissional ou familiar) ou múl!plas intervenções
demonstram maior controle da pressão e maior aderência ao tratamento.
:
A u!lização de mais de uma IE em conjunto, bem desenhada e desenvolvida,
com a par!cipação a!va dos pacientes e familiares, é primordial para o
aumento do conhecimento, para a aderência ao tratamento e para o controle
da hipertensão.

■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS

A!vidade 1
Resposta: As IEs aumentam o conhecimento sobre a hipertensão e
influenciam o paciente posi!vamente quanto à confiança nos remédios,
permi!ndo o seu entendimento sobre as condições e a função da terapia.

A!vidade 2
Resposta: C
Comentário: A conduta do fisioterapeuta ao nível de educação em saúde para
a HA é direcionada aos grupos populacionais doentes e aos não doentes,
buscando transformar hábitos e condições de vida, promovendo a saúde e
prevenindo danos sistêmicos que potencialmente conduziriam esses pacientes
à perda da independência e da funcionalidade. O trabalho com IE exige
também o conhecimento e o envolvimento dos familiares do paciente. O
atendimento fisioterapêu!co pode ser individualizado e em grupo, bem como
domiciliar, no qual a equipe de saúde tem a possibilidade de avaliar a relação
entre o autocuidado, a assistência familiar e os fatores de risco de cada
paciente. A grande estratégia dos trabalhos em grupo consiste em atender
uma grande demanda e mo!var a adesão e a con!nuidade do tratamento,
caracterís!co por ser de longo prazo.

A!vidade 3
Resposta: A
Comentário: Os principais fatores de risco comportamentais para o
desenvolvimento da HA são o consumo excessivo de sódio (sal) e de gordura
nos alimentos, a baixa ingestão de frutas e de vegetais, o consumo crônico ou
abusivo de bebidas alcoólicas, o sedentarismo com reduzida ou nenhuma
realização de a!vidade #sica regular, o excesso de peso ou a obesidade, os
fatores socioeconômicos, tais como o nível de escolaridade, que é um fator de
risco real no Brasil, e o estresse excessivo.

A!vidade 4
Resposta: C
Comentário: A gestão da HA ocorre também por meio do desenvolvimento de
habilidades necessárias ao autocuidado.

A!vidade 5
Resposta: As IEs podem ser direcionadas aos profissionais de saúde, aos
pacientes, ocorrer por meio de cuidados específicos pelo profissional da saúde
:
e serem organizacionais, voltadas à prestação de cuidados.

A!vidade 6
Resposta: B
Comentário: Quando comparado ao monitoramento clínico da PA, o
automonitoramento pode encorajar a u!lização mais apropriada de recursos,
reduzindo as visitas desnecessárias à clínica, as quais só serão indispensáveis
quando o paciente es!ver com a PA alterada por um longo período de tempo
ou quando relatar desconfortos. O automonitoramento é realizado em
domicílio e também pode acelerar a velocidade em que os pacientes alcançam
suas metas com relação ao tratamento, gerando um comportamento de
autorregulação, seja ela medicamentosa ou dieté!ca, e evitando a necessidade
de esperar meses para ir ao consultório médico e realizar os ajustes. Quanto à
realização do automonitoramento, no primeiro dia, um profissional da saúde
deve ensinar ao paciente como manusear o esfigmomanômetro, sendo que o
paciente deve ser treinado a registrar todas as aferições realizadas em um
formulário. Além dos valores ob!dos com as aferições, qualquer mudança no
es!lo de vida ou de hábitos deve ser registrada no formulário, assim como
quaisquer sintomas adversos. Ademais, recomenda-se que o paciente leve o
formulário de automonitoramento para acompanhamento em todas as
consultas médicas. Quanto às aferições, elas devem ser realizadas diariamente
e ajustadas de acordo com a necessidade do paciente e com a fase da doença.

A!vidade 7
Resposta: O telemonitoramento, diferentemente do automonitoramento,
permite a aquisição precisa da pressão sanguínea, cujos dados são
transmi!dos de forma automá!ca aos profissionais de saúde responsáveis
pelo paciente.

A!vidade 8
Resposta: C
Comentário: O telemonitoramento oferece ao paciente um controle sobre
dados precisos relacionados à PA, estabelecendo comunicação direta com os
profissionais de saúde que o acompanham e promovendo conscien!zação
acerca da doença e da adesão ao tratamento. Apesar dos bene#cios desse
recurso, é uma abordagem de alto custo.

A!vidade 9
Resposta: D
Comentário: Os obje!vos da estratégia de intervenção com lembretes são
guiar o paciente ao tratamento correto e enfa!zar os seus pontos posi!vos.

A!vidade 10
Resposta: A natureza assintomá!ca e a longevidade da HA, a percepção e o
entendimento da doença pelos pacientes, o !po de tratamento escolhido pelo
profissional de saúde, a complexidade e a tolerância dos regimes
:
medicamentosos contribuem para a baixa adesão dos pacientes ao tratamento
an!-hipertensivo.

A!vidade 11
Resposta: A
Comentário: As IEs induzem o paciente à compreensão da doença e do seu
papel na terapia, gerando mudança em seu comportamento. Além do mais,
elas não são exclusivas, portanto, uma combinação entre elas pode trazer mais
bene#cios.

A!vidade 12
Resposta: B
Comentário: As car!lhas devem conter informações detalhadas, estar divididas
em sessões e ser escritas com linguagem predominantemente informal.

A!vidade 13
Resposta: Os obje!vos das reuniões individuais são reavaliar a medicação
prescrita e a aderência do paciente, enfa!zar a importância de retornar às
próximas consultas médicas, avaliar os hábitos comportamentais e incen!var o
início ou a manutenção da mudança de hábitos de vida, avaliar metas e as
razões de elas terem ou não sido alcançadas e desenvolver metas futuras
junto ao paciente.

A!vidade 14
Resposta: D
Comentário: As reuniões individuais, também chamadas reuniões face a face,
são caracterizadas por serem curtas, com duração entre 10 e 15 minutos,
podendo ser realizadas semanalmente ou mensalmente por um profissional da
saúde, seguindo um pré-agendamento ou logo após a saída do paciente do
consultório médico. Geralmente, a implementação desse !po de intervenção
pode consumir um tempo maior nos primeiros estágios, mas, durante a fase de
desenvolvimento, o foco da responsabilidade é progressivamente transferido
para os pacientes e eles conseguem ter maior controle e mais consciência dos
seus casos, tornando a intervenção menos exaus!va. Após as reuniões, os
profissionais da saúde podem ainda encorajar os pacientes a par!ciparem de
a!vidades em grupos, de sessões ou de palestras.

A!vidade 15
Resposta: A
Comentário: As reuniões em grupo devem ser realizadas em pequenos grupos
e ter um cronograma detalhado, abordando um tema específico por dia.

A!vidade 16
Resposta: Os principais fatores contribuintes para o sucesso de programas
educacionais são a mo!vação dos profissionais da saúde, uma quan!dade
suficiente de par!cipantes por sessão, a discussão de metas realistas e o
feedback.
:
A!vidade 17
Resposta: B
Comentário: Um dos obje!vos das visitas domiciliares é reforçar o
comportamento de autocuidado e a importância de o paciente manter as
visitas médicas.

A!vidade 18
Resposta: B
Comentário: Os principais obje!vos das mudanças comportamentais quanto
ao es!lo de vida são a prevenção de complicações e a redução da medicação
necessária para o controle da PA. As mudanças de es!lo de vida desenvolvem
um papel significa!vo no controle da PA e no desenvolvimento da HA,
devendo, por esse mo!vo, ser enfa!zadas em cada !po de intervenção. Vários
são os estudos demonstrando a diminuição dos níveis da PA ocasionada pelas
mudanças de es!lo de vida, e até mesmo uma aparente redução da PA pode
gerar enormes bene#cios em relação à redução de eventos cardiovasculares.
Além do mais, ao contrário da maioria dos tratamentos medicamentosos, as
modificações do es!lo e de hábitos de vida, além de reduzirem a PA, também
podem desenvolver hábitos saudáveis e prevenir ou controlar outras
condições crônicas.

A!vidade 19
Resposta: A
Comentário: Dentre as principais mudanças comportamentais direcionadas
aos pacientes com HA, no que se refere à ingestão de sódio, cálcio, magnésio
e potássio, recomenda-se a diminuição da ingestão de sódio para no máximo 5
gramas por dia. Além disso, deve-se aconselhar o paciente para que evite a
suplementação de cálcio e magnésio, a qual não é recomendada para a
prevenção ou para o tratamento da hipertensão, e indicar o aumento na
ingestão de potássio, desde que o paciente seja avaliado por um profissional
da saúde competente e não esteja em risco de desenvolver hipercalemia.

A!vidade 20
Resposta: D
Comentário: No que se refere às mudanças comportamentais relacionadas ao
estresse em pacientes com HA ou com risco para a doença, o profissional
deve encorajar os pacientes a expressar seus medos e preocupações sobre sua
saúde, auxiliar os pacientes no estabelecimento de metas realistas e a!ngíveis,
além de apoiá-los quanto ao uso de estratégias apropriadas, elogiar o seu
progresso e metas alcançadas e, se indicado, fornecer assistência com relação
ao encaminhamento para um assistente social ou psicólogo, visando
aconselhamentos adicionais.

A!vidade 21
Resposta: C
:
Comentário: A propósito das recomendações relacionadas com mudanças na
dieta para pacientes com HA ou com risco para a doença, recomenda-se a
adoção de uma dieta rica em frutas, vegetais e alimentos com pouca gordura.
Além disso, estão indicadas a inclusão de grãos ricos em fibras, cereais, aves e
peixes na dieta, a ingestão de poucas quan!dades de carne vermelha e seus
derivados, bem como o consumo de doces e de bebidas com alto índice de
açúcar; a ingestão de, pelo menos, 2 litros de água por dia e a redução do
consumo de café ou de produtos ricos em cafeína.

A!vidade 22
Resposta: Em relação ao caso clínico 1, um dos obje!vos é reforçar o
comportamento de autocuidado no paciente, além de conscien!zá-lo sobre a
importância da mudança de hábitos de vida, com alimentação saudável, baixa
ingestão de sódio e redução do consumo de bebidas alcoólicas. Além disso, a
diminuição do seu peso corporal deve ser uma meta em curto prazo. A
estratégia adotada nesse caso poderia ser o automonitoramento com car!lhas
e orientações.

A!vidade 23
Resposta: O paciente do Caso Clínico 2 demanda uma intervenção médica
imediata, além das IEs com modificações capazes de reduzir a PA, como
nutrição adequada, prá!ca de exercícios #sicos, redução do estresse e do peso
corporal. Com relação ao exercício, para o paciente que está sedentário,
recomenda-se caminhada inicial de 15 minutos, adequando a sua jornada de
trabalho com períodos de descanso. As estratégias iniciais para o!mizar a
terapêu!ca desse paciente seria ele frequentar seminários ou palestras,
par!cipar de reuniões individuais, evoluindo para reuniões cole!vas, até
chegar ao autocuidado.

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Como citar a versão impressa deste documento

Nóbrega AJS, Resque! VR. Intervenções educacionais para pessoas com


hipertensão arterial. In: Associação Brasileira de Fisioterapia
Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; Mar!ns JA, Karsten
M, Dal Corso S, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em
Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória: Ciclo 4. Porto Alegre: Artmed
Panamericana; 2018. p. 39–72. (Sistema de Educação Con!nuada a
Distância, v. 2).

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campo com uso d… pacient…
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