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FACULDADE PITÁGORAS

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA CLÍNICA COM ÊNFASE EM


PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA

REJANE CARLA SOARES PIRES ROCHA

A FARMÁCIA CLÍNICA E OS ASPECTOS RELEVANTES NA ESCOLHA DO


ANTI-HIPERTENSIVO

SÃO LUIS
2020
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A FARMÁCIA CLÍNICA E OS ASPECTOS RELEVANTES NA ESCOLHA DO


ANTI-HIPERTENSIVO

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Rocha, Rejane Carla Soares Pires
2
Ribeiro, Carlos Vinícius Quadros
Resumo

O artigo explana sobre a escolha do medicamento adequado nos tratamentos de hipertensão arterial,
considerando os aspectos da farmácia clínica. Para este estudo, utilizou-se as ferramentas de busca por conceitos
deste âmbito e a revisão literária forneceu subsídios e embasamentos suficientes para que se pudesse discurtir o
assunto. Consideramos exitoso o alcance dos objetivos que foram esclarecer dúvidas sobre os fármacos
utilizados no Brasil para tratamento de hipertensão no ambiente hospitalar e conhecendo-se as diversas classes
de fármacos disponíveis, se torna mais fácil eleger o melhor para o tratamento do paciente, tendo em vista este
ser, por muitas vezes, polimedicado. Concluímos que o farmacêutico é o profissional mais preparadao para
auxiliar a equipe multidisciplinar nessas escolhas, por conhecer melhor os fármacos e seus efeitos. Sendo assim,
o estudo serviu para aprendizado sobre o assunto e pra fomentar novas pesquisas nesse âmbito

Palavras-chave: Hipertensão, Farmácia Clínica, Medicamentos

Abstract

The article explains about the choice of the appropriate medication in the treatment of arterial hypertension,
considering the aspects of clinical pharmacy. For this study, the search tools for concepts of this scope were used
and the literary review provided sufficient subsidies and grounds for discussing the subject. We consider
successful the achievement of the objectives that were to clarify doubts about the drugs used in Brazil for the
treatment of hypertension in the hospital environment and knowing the different classes of drugs available, it
becomes easier to choose the best for the treatment of the patient, considering this being, many times,
polymedicated. We conclude that the pharmacist is the most prepared professional to assist the multidisciplinary
team in these choices, as it better knows the drugs and their effects. Thus, the study served to learn about the
subject and to encourage new research in this área

Keywords: Hypertension, Clinical Pharmacy, Medicines

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a disponibilidade de medicamentos na clínica para o tratamento da


hipertensão é muito vasta, sendo que o farmacêutico precisa estar atento durante as terapias
prescritas e ter a capacidade de identificar possíveis danos ou incoerências nesses fármacos de
acordo com necessidade e peculiaridade do paciente. Os riscos para doenças cardiovasculares
e renais são diretamente proporcional aos valores pressóricos usuais dos indivíduos e,
portanto de suma importância serem monitorados.
No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 250.000
mortes por ano, e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) participa de quase metade delas.
Estudos recentes mostram que, entre os idosos, sua prevalência varia de 52% a 63%, o que
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Aluno (A) do curso de pós graduação em Farmácia clínica com ênfase em prescrição farmacêutica. E-mail:
figueredorocha@hotmail.com
2
Orientador, Profº Esp. em Farmácia Hospitalar e Clínica
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permite identificar a HAS como um problema de saúde pública, conferindo ao paciente um


alto risco cardiovascular. (LEWINGTON, 2012).
A preponderância de hipertensão arterial na causação de doença cardiovascular foi
também identificada em estudo de coorte de base populacional realizado no Brasil.2 Em 22
inquéritos populacionais, representativos de cidades brasileiras, identificou-se alta prevalência
de hipertensão, variando entre 22% e 44% em adultos (32% em média) e chegando a mais de
50% em indivíduos com 60 a 69 anos e 75% naqueles com mais de 70 anos.3,4 A alta
prevalência de hipertensão arterial é decorrente de sua alta incidência, chegando a 80% em
indivíduos com pré-hipertensão arterial em 10 anos (PICON, 2013).
Por isso justifica-se a escolha deste tema pela necessidade de se ter planejamento
nas escolhas de medicamentos específicos à clínica apresentada por pacientes hospitalizados,
levando em consideração a terapia adotada pela equipe multidisciplinar quando se pretende
dirimir a hipertensão.
Para tanto se utilizou da metodologia de revisão literária com base nas
publicações neste contexto e organizando os artigos pesquisados por relevância de conteúdos
mais recentes, a exploração dos conteúdos ateve-se aos medicamentos antihipertensivos
disponíveis no Brasil nas dependências hospitalares.
O objetivo deste estudo é entender como eleger o melhor medicamento no
controle da Pressão Arterial (PA) segundo os critérios clínicos observados pelo profissional
farmacêutico junto a equipe multidisciplinar.
Assim, o estudo discute a importância da farmácia clínica na equipe médica nas
decisões de escolha do melhor tratamento medicamentoso para o paciente hipertenso, bem
como listar as possíveis reações em casos específicos em relação aos fármacos.

2 ANTIHIPERTENSIVOS

Com o envelhecimento fisiológico, ocorre o desenvolvimento de processos


ateroscleróticos nos grandes vasos e arteríolas, ocasionando perda da distensibilidade e
elasticidade, diminuindo sua capacidade com o aumento da velocidade da onda de pulso. A
rigidez da parede dos vasos tende a elevar a pressão sistólica e o aumento da velocidade da
onda de pulso mantém a pressão arterial diastólica (PAD) dentro dos valores normais ou pode
até diminuí-la. Com isso, a pressão sistólica e a pressão de pulso têm-se definido como
adequados preditores de eventos cardiovasculares no idoso (GAZONI, 2009).
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2.1 Estudos sobre Hipertensão

Uma revisão de oito ensaios incluindo mais de 15.000 pacientes com 60 anos ou
mais mostrou que o uso de medicação anti-hipertensiva reduz em 13% a mortalidade, 30% o
acidente vascular cerebral e 23% os eventos coronarianos.
Gazioni (2009) realata que num ensaio clínico HYVET (Hipertension in the Very
Elderly Trial), envolvendo 3.845 pacientes com mais de 80 anos com pressão sistólica maior
ou igual a 160 mmhg, mostrou em dois anos redução nos eventos fatais de acidente vascular
cerebral (AVC) de 10,7% no grupo placebo, para 6,5% no grupo com tratamento ativo. A
morte por qualquer causa foi reduzida de 59,6% no grupo placebo para 47,2% no grupo com
tratamento.
Ensaios clínicos de tratamento da HAS no idoso realizadas na última década
comprovam a necessidade do controle pressórico como forma de redução do risco
cardiovascular, tanto no caso de hipertensão sisto-diastólica ou hipertensão sistólica isolada
(MIRANDA, 2012).
Infelizmente, dados provenientes de alguns estudos sugerem que 30% a 50% dos
pacientes hipertensos, mesmo em tratamento medicamentoso, não apresentam pressão arterial
controlada, e em cerca de 10% dos idosos, o diagnóstico de HAS somente é feito após um
evento clínico decorrente da pressão elevada por vários anos (JOBIM, 2010).
Percebe-se que em vários estudos existe a necessidade de monitoramento direto
para se conhecer o perfil do hipertenso , já que os fatores casudadores da doença podem
diversos e advindos de situações distintas que vão desde a pré-disposição até etnia e hábitos
de vida.

2.2 Escolha dos anti-hipertensivos

Diversas classes de anti-hipertensivos já demonstraram reduzir o risco


cardiovascular e, na maioria dos casos, torna-se necessário associar fármacos com
mecanismos de ação diferentes. Além da evidência de benefício clínico, a escolha do anti-
hipertensivo deve considerar fatores como comorbidades do paciente, o perfil de efeitos
adversos, a interação medicamentosa, a posologia e até mesmo o preço do fármaco no
mercado.
A introdução do anti-hipertensivo deve ser feita em doses baixas e com aumento
gradual, evitando-se quedas tensionais que possam acarretar hipotensão ortostática ou
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hipofluxo em órgãos vitais. Octogenários merecem atenção especial, pois tendem a responder
de maneira inesperada à terapia medicamentosa. Os pacientes devem ser orientados em
relação à doença durante as consultas médicas e, sempre que possível, em grupos de
assistência multiprofissional (GAZIONI, 2009).
A saber, que (teoricamente) qualquer medicamento dos grupos de anti-
hipertensivos comercialmente disponíveis, desde que resguardadas as indicações e contra-
indicações específicas, pode ser utilizado para o tratamento da hipertensão arterial, sendo que
os disponíveis no Brasil para a clínica segundo Sheep (2019) são:

 Diuréticos
 Inibidores adrenérgicos
 Ação central – agonistas alfa-2 centrais
 Betabloqueadores – bloqueadores beta-adrenérgicos
 Alfabloqueadores – bloqueadores alfa-1 adrenérgicos
 Vasodilatadores diretos
 Bloqueadores dos canais de cálcio
 Inibidores da enzima conversora da angiotensina
 Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II
 Inibidor direto da renina

A escolha do tratamento deve ser feita considerando fatores de risco e


contraindicações específicas. Além disso, a partir do momento em que há a prescrição de uma
farmacoterapia, o paciente deve ser alertado sobre fatores como a necessidade do uso
contínuo do remédio, eventual ajuste ou troca de doses e efeitos adversos.
O profissional precisa conhecer a fundo a farmacocinética e farmacodinâmica dos
fármacos para que possa eleger o melhor e com menos riscos para o paciente. Nesse contexto,
os farmacêuticos são peças-chave no processo, devido ao seu amplo conhecimento sobre às
drogas e suas composições químicas. Eles atentam a possíveis interações medicamentosas e
ao perigo de quadros em que há a existência de mais doenças relacionadas à hipertensão.
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3 CONCLUSÃO

Consideramos que, através deste estudo é possível reconhecer que há grande


diversidade de fármacos para o tratamento da hipertensão dentro da unidade hospitalar, sabe-
se que a escolha médica póde ser preponderante, mas permite a intervenção de outro menbro
da equipe para melhoria dos tratamentos.
Observamos que Vários estudos demonstraram ser significativo o número da
população idosa com HAS, analisando indivíduos de diferentes características sociais e
diferentes regiões. O que torna essa atenção mais voltada para esta classe pela delicada
estrutura que apresentam.
A oferta nas classes de medicamentos disponíveis no Brasil para a clínica, é
razoável e determina possíveis permutas dentre um caso clínico e outro, de acorod com suas
particularidades, levando sempre em consideração os efeitos indesejáveis e até memso
interações meedicamentosas, já que por muitas meses este paciente é polimedicado.
O profissional farmacêutico é essencial nesse processo por ser o profissional do
medicamento e deve estar atento para as responsabilidades e observações que o trabalho
requer. Assim, conclui-se que este estudo logra êxito nos objetivos propostos e pretende
ainda, fomentar mais estudos sobre tão fundamental tema.
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REFERÊNCIAS

GAZONI FM, Braga ILS, Guimarães HP, Lopes RD. Hipertensão sistólica no idoso. Rev
Bras Hipertens 2009;16(1):34-37.

JOBIM EFC. Hipertensão arterial no idoso: classificação e peculiaridades. Rev Bras Clin
Méd 2010;6:250-253.

LEWINGTON S, Clarke R, Qizilbash N, Peto R, Collins R. Age-specific relevance of usual


blood pressure to vascular mortality: a meta-analysis of individual data for one million
adults in 61 prospective studies. Lancet 2012; 360:1903-1913.

MIRANDA RD, Perrotti TC, Bellinazzi VR, Nóbrega TM, Cendoroglo MS, Taniolo Neto J.
Hipertensão arterial no idoso: peculiaridades na fisiopatologia, no diagnostico e no
tratamento. Rev Bras Hipertens 2012;9(3)293-300

MORAES RS, Fuchs FD, Moreira LB, Wiehe M, Pereira GM, Fuchs SC. Risk factors for
cardiovascular disease in a Brazilian population-based cohort study. Int J Cardiol 2013;
90: 205-211.

PICON RV, Fuchs FD, Moreira LB, Riegel G, Fuchs SC. Trends in prevalence of
hypertension in Brazil: a systematic review with meta-analysis. PLoS One 2012; 7(10):
e48255.

SHEP − Cooperative Research Group. Prevention of stroke by antihypertensive drug


treatment in older persons with isolated systolic hypertension: final results of the
Systolic Hypertension in the Elderly Program (SHEP). JAMA. 2019 ;265:3255-64.

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