Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SABERES INDÍGENAS
VOL. V
Universidade Federal de Goiás, 2016
Reitor
Orlando Afonso Valle do Amaral
Pró-Reitor de Graduação
Luiz Mello de Almeida Neto
Secretárias
Bruna Mundim Taveres
Fabiene Riâny Azevedo Batista
DOCUMENTAÇÃO DE
SABERES INDÍGENAS
VOL. V
Léia de Jesus Silva
Joana Fernandes
Mônica Veloso Borges
Themis Nunes da Rocha Bruno
(Organizadoras)
© 2017 Léia de Jesus Silva
Projeto gráfico
Lucas Peixoto
Capa
Géssica Marques
Editoração
Keslley Albano
Elaboração
Léia de Jesus Silva
Joana Fernandes
Mônica Veloso Borges
Themis Nunes da Rocha Bruno
(Organizadoras)
ISBN 978-85-495-0164-6
1. Educação intercultural. 2. Conhecimento em diferentes culturas. 3.
Costumes indígenas. I. Título.
CDU 378:656.091.5(=1-82)
SUMÁRIO
COMITÊ TAPIRAPÉ 7
Mônica Veloso Borges e Themis Nunes da Rocha Bruno
COMITÊ XERENTE 29
Joana Fernandes, Léia Silva e Luciana Fernandes
1 A exceção é o trabalho intitulado “Casamentos tradicionais entre os Akwẽ”, de autoria de Bonfim Pereira Rodri-
gues Xerente, estudante da turma que ingressou no Curso de Educação Intercultural em 2008.
Os textos estão escritos em língua materna e/ou em língua Portuguesa.
Como se deu nos três primeiros volumes da série (2016), aqui também os
textos em Português guardam, na medida do possível, a escrita original, ou
seja, a dos autores indígenas, a fim de que a riqueza das diferentes varieda-
des do Português escrito por falantes de línguas indígenas seja colocada em
evidência.
Certamente, estes textos serão de grande utilidade nas escolas indíge-
nas, uma vez que a falta de material didático em língua materna e sobre a
realidade local destes povos ainda é um problema grave enfretado por estu-
dantes e professores indígenas.
Por fim, a grandeza desta publicação está, sobretudo, no fato de se tra-
tar de uma documentação de saberes feita verdadeiramente pelos próprios
autores indígenas, sob o olhar atendo dos anciãos, fontes bibliográficas de
todos os trabalhos dos estudantes do curso de Educação Intercultural da
UFG.
Léia Silva
Coordenadora da subárea da Linguagem no Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação à Docência/ PIBID-Diversidade
Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena – UFG
COMITÊ TAPIRAPÉ
Orientação e organização
Mônica Veloso Borges e Themis Nunes da Rocha Bruno
EIXIRÕWERA APYÃWA YWYPYPIÃRA
Iranildo Arowaxeo’i Tapirapé
NOVEMBRO - 2013
XEXE’ÃPEÃWA
Kwãkome’o’i penope mã’eramo eira re wete’omaãwa. Ymỹ a’eramo
kwãkaj mi Orokotãjpe, Majtyritãjpe xi’o xerexopa wetepe eira xirõwera
nỹnejxe, kawĩ pe, ytykwãra ramõ ranõ.Axekwe kwãkaj mi Tataopãjpe eira
pe xe koxỹwera iwe’ẽ opa kawĩ xerexewe ranõ.A’eramo kwãkaj mi epe wet
xepe mãira mamã’eãy xanepyyk xanererekawo.Xerexemi’otee owo kwãkaj
mi emanyn xixop. Emiwera magy ramõ kwãkaj mi pitỹwera, awã’yãowera,
koxamokowera ikwaãkwaãwi xepe opa i’oãwa, iparagetã, hera, exaga, ma-
rygãto iãpaãwa, mywi imoãwa.Ywãripe tanã xietyk imanawo emiwera
magyãwa mãira mamã’ekwera re.A’eramo pitỹwera, awã’yãowera, koxa-
mokowera ywãripe wãra nakwaãkwaãwi emiwera oãwa, iparagetã, hera,
exaga, iãpaãwa, imoãwa.Axekwe ã ã’eramo xanemamã’eãyparyg xerexo-
pa.Niwaxãj ã ã’eramo i’owo xerekawo mãira mamã’ee’ẽ.A’eramo ã mãira
mamã’eãy xaneremikwaãwe’ymoo xanepyyk xanererekawo.Emiwera mãi-
ra mamã’ekwera we ã xerexeka, xerexe’ega, xerexemi’o, xereparawykãwa
ximamamã’eãyakãt irekawo.A’eramo ã wetepe xanemamã’eãy xerekawo.
Emiwemiwera rexãka ã’eramo kwee aoxekãtoete xewe eira re gỹ
rerate’omaãwa. Ee werate’omara ramõ nã ekwe a’egỹ iexagi emiwemiwera
araxeka pe ranõ wexãwo kwee axe’apeap eira re wete’omara apaãwa re. Ao-
xekãto a’eramo mi teka imagywo irekawo, a’e tanã mi a’egã ekaete emanyn
akawo ranõ. Teka a’eramo xanexãwie. Ejxanami mi xane amõ ramõ ty’ãra
xireka, ã’e mi xanemarynejxe xanenoga. Emanyn a’eramo teka ranõ. Xane
a’eramo teka parakaãra. Imagywo irekawo mi a’eramo epe teka xiparakãt
xepe irekawo. Xane a’eramo teka reka.
EIRA RE HAÃWA
Epe ãra re kwakaj a’eramo aãpa wete’omara apyretarogawa mo eira re
ranõ. Axe tanã kwakaj ãraã irekawo wexepyri wãra gỹ akoma’ekwera xe.
Iypy ramõ kwakaj Tapi’itãwa wi wexara ropi we ãxe’egenowapy arakãpi-
tãwa eira re araãwa re. Axekwe kwakaj araxe’exe’egapy arakawo ypytonimo
KORARIPEWI PARAGETÃ
Eira re wete’omara apyretaromatãta a’eramo kwee ãxe’egenop wea-
wo xeramõja Koraripewi Tapi’itãjpe. Ixope weparanopãwa a’eramo kwee
ãrekapãp weywyrãpe pe ikwãxiãta. Ejxãnami, ixope xeparanopãwa a’eramo
kwee: eira reerera re, ywyrã ixetymapaãwa re, imomokãwa re, tyãpira ryro
ramõwãra re, i’ãrãjty magyãwa re, ikwapãwa re, mã’e taryjpe tyãpira ma-
gyãwa re. Ãxe tanã kwee maxepexepe ãparanop imanawo irekawo ixope. A’e
xaaxãp kwee a’egã ikome’o imanawo irekawo xewe ranõ. Iparagetã a’eramo
kwee ãxyg xe’egãwi pe wexewe. Epewera maragetã wexewe kome’opãwirẽ
xowe kwee ãrot ikwãxiãta ã irekawo Wiriaotãjpe.
DIA 20.04.2013
Awaeteo Paragetã
Eira re wete’omara apyretarogãwa ramõ kwee ãxe’egenop weawo xera-
mõja Awaeteo Akara’ytãjpe. Ejxanami ixope xeparanopãwa kwee a’eramo:
mãrynime mi ika eira xirõwera xaneywy pe, marygãto mi imomoki, mã’e
ywyrã pe mi ikwãwi, mã’e ywatyra mi amot iãpawo wewara ramõ, mã’e xãy
re mi aoxekãto imomokãwa, mã’e ramõ raka’ẽ mi etỹwera imagy, mã’e eira
raka’ẽ mi amagy mayga ramõ, marygãto raka’ẽ mi ikwaãwi eira rowa, mã’e
eira raka’ẽ mi aoxeoxe xaneramõja gỹ amagy, mã’e pe raka’ẽ mi irori eira
ka’ã wi. A’e kwee xeramõja akome’o xewe nyn: eira ro’õ ka wetepe akwãp
xaneywy ropi. Ejxanami; eiri’i, tãte’i, yakỹeira, myxo’ieira, eirete, xawaxi-
pytã, eiroo, waronare, kãweira, xoparaira. Kwewiwe ro’õ raka’ẽ xaneramõja
gỹ eira imomoka imagetã ota akawo. Xemõ, xemõ, xemõ, eipokoete ramõ,
xeraykãykã xepe e’i ro’õ raka’ẽ mi ixope. Aoxexepe ro’õ epa eira magetaãwa.
A’eramo ro’õ raka’ẽ mi eira wetepe tyãpit amomokãra we.
Ywyrã eira kwapãwa xaneramõja gỹ remikwaãwa ro’õ raka’ẽ: ypiryxywa,
eymãwa’ywa, tãkyype’ywa, ywyraxowa, tatoa’ywa, apini’ywa, ywonywa,
INTRODUÇÃO
O objetivo desse projeto é buscar uma solução para prevenir e combater
o diabetes, doença que afeta cada vez mais a comunidade Akwê Xerente
da Reserva do Funil. Por isso, escolhi esse tema para pesquisar, pois na
comunidade os atingido por essa doença se preocupam muito com ela. En-
tão, decidi que vou trabalhar com a comunidade indigena da minha aldeia
esse projeto que é de suma importância para a saúde indígena e para os que
sofrem com esse problema.
O projeto tem a função de unir as pessoas que são diabéticas. Hoje essa
doença é controlada com a ajuda do remédio que se chama insulina; o diabete
tipo II ocorre por falta de insulina no sangue, pelo sedentarismo, por hábitos
de vida, pelo abuso na alimentação e pelo aumento de peso. Essa doença não
ocorre somente entre os indíos, mas também na sociedade de não índios.
A reunião que fiz sobre este projeto aconteceu em cinco etapas na comu-
nidade do Funil nos meses de junho, setembro e Dezembro do ano 2011
a 2012. Em junho aconteceu no dia 03 e em setembro dia 12 de 2011; em
2012 aconteceu no mês de Abril e final de Agosto.
JUSTIFICATIVA
Esse projeto é voltado para a comunidade indígena Xerente, então, vou
buscar uma forma de levar a ter resultado no meu projeto extra-escolar para
os Akwê. Vou desenvover a pesquisa na comunidade onde tem pessoas que
sofrem do diabete.
Então, o projeto procura uma visão ampla sobre o que está causando esse
problema na comunidade indígena Akwê, por isso, procurei aprofundar o
estudo dessa pesquisa do projeto extraescolar na minha comunidade da
Terra Indígena do Funil
O primeiro passo dado para realizar esse projeto foi com a ajuda do pes-
soal da saúde que trabalha nessa aldeia; fizemos uma reunião com os mora-
dores sobre o tema da diabete e muitas pessoas deram o seu depoimento
e aconselharam para a comunidade ter cuidado com a saúde. Nessa
reunião, um dos diabéticos deu seu depoimento triste, porque para ele a
doença acaba com o ânimo da pessoa.
No caso dos Akwê, a doença vem por falta de informação; o pessoal
da SESAI precisa concientizar as pessoas para terem cuidado com o risco
dessa doença. Essa doença que surge pela falta de substância de insulina no
sangue, mas também é provocada pelo uso de produtos industrializados,
comprados na cidade. É preciso que o pessoal da saúde consiga buscar uma
nova solução para a saúde da comunidade e que traga informações sobre
essa doença que é a diabete.
De tudo isso que coloquei no meu projeto, e de grande importante para
comunidade indigena Akwê da Reserva Funil, em lugares que passa para a
pesquisa sobre a diabete. É importante acolher a nova idéia sobre essa do-
ença e de como se prevenir do diabete; percebi que é importante que as
pessoas tenham atenção dos alimentos que ingerem.
E então passei a explicar para a comunidade como se adquire o diabete
e quais são suas causas e informei que o processo de desenvolvimento do
diabete chega lentamente.
Tive a oportunidade de pesquisar as pessoas portadoras de dibete,
muitos dos diabéticos descobrem a doença no estado avançado e por isso,
QUESTIONÁRIO DE PREVENÇÃO
1- Qual o nível de conhecimento que os Akwê têm da diabete?
2- Você já ouviu falar da diabete?
3- Sabe o que é diabete?
4- Você sabe o que causa a diabete?
5- Você sabe que alimentos você deve evitar para não ter diabete?
6- você sabe quais são as consequências da diabete?
7- Você sabe como é que agente trata da diabete?
8- O que você acha que a gente deve fazer para evitar a diabete?
ESTUDO DO DIABETES ENTRE OS AKWẼ XERENTE: ... Gilmar Antônio de Brito Xerente 35
DOENÇAS MAIS COMUNS QUE EXISTIA ENTRE OS AKWẼ NO
PASSADO
• Gripe - Dakka
• Tosse brabo - Dakka hâ
• Febre - Dahâwakro
• Vômitos - Danõkko
• Dores de cabeça - Dakrãze
• Dores de barriga - Dadkize
ESTUDO DO DIABETES ENTRE OS AKWẼ XERENTE: ... Gilmar Antônio de Brito Xerente 37
com relação a essa doença. Assim, tive a oportunidade de levar esse proje-
to para a comunidade Akwê Xerente. A reunião foi uma boa aliada para
incentivar o cuidado no uso de produtos que têm muito açúcar e alimen-
tos industrializados. Durante a reunião registrei um depoimento bastante
preocupante do cacique, Élcio Krarãte, com relação à saúde do povo Akwê.
Todos estão muito preocupados por causa dos alimentos que entram nas
aldeias, pois entendem que prejudicam a saúde. Então tudo que a pessoa
compra na cidade pode ser prejudicial à saúde.
Eu preciso orientar as pessoas para não ingerirem coisas da cidade e dizer
que para prevenir esse problema é simples: é só os Akwê voltarem a plantar
produtos nas roças. Essa é uma solução para os Akwê evitarem problemas
de saúde, tais como a diabetes e hipertensão.
Esse projeto também tem um bom planejamento para a comunidade
Akwê e incentiva o uso de remédios tradicionais para controlar essa doença.
Muitos desses remédios tradicionais são encontrados na mata. O incentivo
do uso de remédio da mata foi muito importante para o projeto se desenvol-
ver com a comunidade indígena Akwê.
ALIMENTAÇÃO TRADICIONAL
Quando entrevistei essa idosa e também contei sobre as doenças crôni-
cas que ela não sabia, quando ela falou da vida dela foi muito interessante
o relato de sua vida, ela também disse que na infância dela não tinha essa
comida que existe hoje na sociedade Akwẽ. Na época da infância dela só co-
mia alimento tradicional da cultura como mandioca, inhame, batata doce,
e outros alimentos que ela comia; eram todos naturais, por isso as pessoas
daquela época não tinham essas doenças como atualmente.
Atualmente quase não usamos alimentos tradicionais, como a carne
assada, peixe moqueado e outros alimentos que tinha no passado, como
alimento da cultura conhecido como alimento saudável. Isso foi deixado
agora pelos jovens, que preferem as frituras. Agora comemos carne conta-
minada que vem com os produtos químicos e isso é um dos problemas para
os indígenas.
Até mesmo o peixe comprado da cidade, isso é outro problema também
para Akwẽ, porque são diferentes dos peixes pescados no rio. Os peixes de
tanque são mais gordurosos e menos gostosos.
ESTUDO DO DIABETES ENTRE OS AKWẼ XERENTE: ... Gilmar Antônio de Brito Xerente 39
ESSE É O DEPOIMENTO DA DONA ISABEL KUPÃRDI XERENTE,
DE 94 ANOS DE IDADE.
ESTUDO DO DIABETES ENTRE OS AKWẼ XERENTE: ... Gilmar Antônio de Brito Xerente 41
SIWAKRU KBAZÊĨPRÃ DAWRAKU RÊRE DAT KAHUR KÕNẼHÃ -
AS CAÇAS QUE OS JOVENS AKWẼ NÃO PODEM COMER
Dawra ku rêre ku dat knẽ kõd, wrãktõrê nõkwa tê kmẽsiwa zaku
twapruĩwawẽ, kupi dure ku sminĩwahudi, are dawasã ku dure siwakru
kbazêĩprã tê krnẽ kõdi, akka ku tê krnẽ wa zaku ĩkra twi waptãrã, akri ku
dure tê krnẽ wa za ku ĩkra wapkã pari twi siza, tanẽ dure wanẽku, kãtô zâ
zaku ĩkra twi skra.
PREVENÇÃO DE DIABETE
Hoje sabemos que a possibilidade de controlar a doença que está na so-
ciedade Akwẽ, assim como várias outras que afetam crianças e a população
em geral, por falta de preocupação de prevenção, pelo consumo exagerado
e por falta da práticas tradicionais da sociedade Akwẽ na produção de seus
alimentos cultivados na roça.
ESTUDO DO DIABETES ENTRE OS AKWẼ XERENTE: ... Gilmar Antônio de Brito Xerente 43
Podemos evitar essa doença bem como vários problemas da saúde na so-
ciedade Akwẽ; esse problema acarreta o sofrimento das pessoas que sofrem
por ter essa doença.
Se cada pessoa abraçar essa causa podemos evitar muito mais, essa doen-
ça que está na população em geral, não apenas entre os indígenas.
Se a comunidade estiver ciente desse problema que atinge com bastante
rigor a sociedade Akwẽ, isso pode se reverter. Hoje estamos discutindo com
a comunidade as partes muito importantes para o desafio a toda comuni-
dade. Por isso, é bom estudar os costumes tradicionais do povo Akwẽ, dos
seus saberes e também o conhecimento que ainda existe na memória do
povo Akwẽ. Hoje muitos desses remédios o povo xerente não tem todos
esses conhecimento do remédio tradicional, muitos dos remédios são pouco
conhecido pelo povo atual Akwẽ.
ROMZE WASKUZE
Tokto romze mãtô wawaĩmba, debr, tokto tô daprabâ waza krwahâze
mãr hawi tô wasazem hawi, tô bru wat sazâr nmẽ, tokto tô wanim bru
tô kri kahâ wa tahawi waza kbure ro kadur, karo, wazumzâ, kubazu, tô
tanmẽ wahâze psêdi , tokto tô ktâwankõnẽ za romze nĩsize waikumnõ kõ
tahã dat kmã diabete kâtô hipertensão nã dat krwatrẽmnõ.
Tanẽnmẽ wapahikwaba romze kunẽmã, tô bru aipâ wat krê kbamõnõ,
tâkãĩnĩ wapte tô kri kahâ wamsi rom nõ tkrê kahur, romzê ku wa mã
kunẽdi tahawi zaku romze wakmã debr tôtanẽ kuwamnẽ wam seiktadi,
bolache recheado, tahã ku wanõrmã kunẽdi,kãtô dure kâikwarãnã, dasa
nõkwa tê waĩrĩze wa, za tmã kunẽ, are dure romzê tkrê kmẽsi wawẽ mnõwa
za dure tmã kunẽ ĩwapru za ku dzê. kãtô dure romwa sakrtẽzawre snã
nõkwa tê dasaĩwa sakrtẽzawre snã za tmã kunẽ, ĩwapru twam wawẽ, tazi
mãtô nõkwa thâze.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante todo esse tempo que trabalhei com o projeto extraescolar na co-
munidade Akwẽ do Funil, foi muito bom ter o conhecimento do problema
ESTUDO DO DIABETES ENTRE OS AKWẼ XERENTE: ... Gilmar Antônio de Brito Xerente 45
BIBLIOGRAFIA
Internet para pesquisar sobre a diabete
No Jornal Nacional; Diabete 1e 2: doenças crônicas
Entrevista com as anciãs kupãrdi Xerente e Pirkodi Xerente 2011e 2012
Questionário sobre as doenças
APRESENTAÇÃO
A minha pesquisa foi sobre a comida típica do povo Akwẽ, e foi re-
alizada na minha aldeia Salto Kripre, à margem direita do rio Tocantins,
há 13 quilômetros do município de Tocantínia- TO. Graças a ele, aprendi
muitas coisas sobre a comida tradicional do povo Akwẽ Xerente.
Durante a minha pesquisa, aprendi várias técnicas de processamento
da comida Akwẽ, principalmente aqueles alimentos que consomem no
seu dia-a-dia (Akwẽ saze), como: carne moqueada (ĩnĩ zaza), peixe asado
e berarubu com peixe (tpê prarõrĩ, kupakbu tpê nã ), alimentos plantados
na roça (rom krê bru mba hã), além de ter aprendido sobre a origem de
algumas plantas (nmã hã romkrê nnãkrta waskuze), sobre as frutas e
alimentos preferidos dos Akwẽ (romkrã Akwẽ tmã sei di). Muitas comidas
só os mais velhos que sabem, porque, muitas vezes, não repassaram os co-
nhecimentos para seus netos ou filhos, como kupahurã (mandioca cozida
e amanhecida na água), leite de coco babaçu e azeite de coco. Essas
comidas que antigamente os mais velhos usavam para temperar os peixes
cozidos e para fazer o peixe mais saboroso.
O pilão (wdêkrê) e tipiti (kupakre ze) são mais usados pelos Akwẽ, prin-
cipalmente para preparar vários tipos de pratos com mandioca como: gro-
lada, beiju, paçoca com tanajura ou paçoca de carne, muito apreciados pelos
Akwẽ.
Nos depoimentos dos anciãos que entrevistei durante minha pesqui-
sa, Pizadi, Pirkodi, Kasumrã, eles falam a importâncias dos alimentos
tradicionais, dizem que antigamente a comida dos Akwẽ Xerente era
saudável, mas com o passar do tempo, a comida tradicional e diferente
foi substituída pela outra comida, industrializada comprada da cidade, e
muito prejudicial para a saúde dos Akwẽ.
Depois de tantas informações que os anciões me repassaram sobre o co-
nhecimento das comidas tradicionais, aprendi muitos tipos de comidas
sem usar produtos industrializados, como beiju, arroz cozida sem sal, be-
rarubu, carne e peixe moqueados. Adquiri também muitos conhecimentos
através das oficinas na prática, juntamente com os meus colegas não indí-
genas que fazem pesquisa na aldeia Salto. Eles fizeram um projeto sobre
alimentos industrializados e doenças que vêm aumentando através do
consumo dos alimentos da cidade.
A mandioca
A mandioca é o alimento mais valorizado pelos Akwẽ. É dela que se faz
agrolada, beiju (kuparpẽ) e a mandioca com peixe moqueado (tpê prarõri).
Esses alimentos podem ser comidos acompanhados do suco de frutas do
cerrado, como buriti (kbarê) e bacana, e ainda podem ser comidos acompa-
nhados de pequi (pizu), cozido ou cru. É uma mistura bem completa e não
precisa acrescentar nem sal, nem açúcar. Essa mistura pode ser feita com
todas as carnes de caça, principalmente com a carne moqueada. Essa carne
moqueada é sinônimo de saúde e força para os Akwẽ. Dentre dos deriva-
dos da mandioca estão o grolado, o beiju, feito com a massa de grolado ou
Karo dure ahâmã hawi Akwẽ tmã zâpkrêdi brumba, are karo ĩtkmãdkâ
mnõ ahâmã, tô karos krukrurê nã datkrwamtrẽ mnõ, krãi kra rê kuita-
bd, za awkawi za simã samrê tô ikrãhê mnãbâ ĩhêmbarê hã tota nẽs nã za
Maracujá-do-mato Kbawaski-krâ
Bacupari Ktãnõ
Naja Nro-to
Coco piaçaba Nrõre
Coco-de-babaçu Nrõ
Puçá Tinni
Buritiranã Ware
Baru Wdê krãi pó
Tuturubá Wdêzê
Ata Waste krãi rdu
Bacaba Kakrã
Jatobá-de vagueira Kakõikõirê
Jatobá Kakõ
Marmelada Kmõti krãi rdu
Marmelada Kmõti
Macaúba Karkto
Ingazeiro Krê nõ
Buriti Pizu
Manga Wdê krãi pó
Caju Mkõitorã rê
Pequi Kbarê
Murici Kunêrê suipo
Oiti Wdêkrai kwasa
Tabela 1: Frutos do cerrado
Mutum Akka
Jacu Akkapre
Siriema Wakrdi
Juriti Nẽpre
Paca Krawa
Cutia Zâwri
Capivara Kumdâ
Anta Ktâ/kdâ
Quati Wakõ/kuhârêkwanẽ
Tatu-canastra Wrãwawẽ
Caititu Kuhârê
Porco-queixada Kuhâ
Tatu-peba Wrãpakrda
Tamanduá-bandeira Padi
Mambira Patrê
Coruja Prordo
Onça Huku
Lobo guará Ku
Mucura Nõkro
Pats das krda sikunmõm mnõ ze to pat, pakta nê ihemba hã tahã tahem
nã bã dam waihku kõdi dure suizapto to pat par psêd, kãtõ dure smisi dakr-
mã dasikunmõ mnõze za nõkwa tezani te kmã prek mor snã , to suikre
rêk tahã suikre kras ktabd dure tahã tõ aikuwam ba hã kbure kbazeiprãbi
pibumã hã ta hã aimõ nõkwa tkrê saprõn wa-romhdu ta hã to aikuwa kanê
krda nêm nõ wam pibumã, kãtõ kaha krã nã ismi hã wi dure ta hã kmã da
siteprek- wapsã za dakmã pkerê (kãnê) nõkwa za isõwa da wapsã nõ wa are
das kmêwêkê are war be pã nês tarê tê kmã pke kõdi tare za aimõ tkrê kmã
wapki re (kãnê) tahã sdazeitu te kmã prek are suipa are siwakamã sãmr tazi
mãtõ tê simrõ wapsã tazi za ahanãrê mãri kmêwi tahã ku kasuprerã te se
bibui kõdi kranã smihã hã tare ku nêms zawre ktabd , mãranã nmãzi za ku
awê há wi aikuwa hawi ahamre ku dure sikunmõ nmê.
PEIXES (TPÊ)
Os peixes são um alimento fundamental para as comunidades Akwẽ
Xerente, pois é um tipo de carne bastante consumida no dia-a-dia. Também
existem vários tipos de peixesna nossa região, de acordo com os tipos de rio
que passam nas nossas áreas: rio Tocantins (Kâmrã), córregos (Kâkrarê) e
lagoas (pku). Então esses três rios têm maior recurso dos peixes; a maior
parte dos peixes maiores existe no rio Tocantins e os peixes menores nos
córregos e nos lagoas.
Antigamente, as principais ferramentas e técnica dos Akwẽ utiliza-
das na pescaria eram o arco e flecha, timbó, tinquizada e parapeixe. Os
pescadores Akwẽ têm seus costumes próprios de pescar os peixes, eles
conhecem muito bem o tempo e as horas certas de pegar os peixes no rio.
Depois de pegar muitos peixes, para não estragar rápido, o que se deve
fazer? O peixe é retalhado ou moqueado e assado na brasa (tpê baihâ, tpê
prarõrĩ).
Tucunaré Suwaratomsdakrenẽ
Fidalgo Pokmõrẽ
Piau Tpêwazato
Mandi Sdakbo
Finhote Tpêzawre
Barbado Sdakrbo ka
Papa-terra Tpênpre
Arraia Tpêbâ
Piranha Waikwa
Sardinha Tpênõkwa
Corro Ktêzruwazderê
Iu Kukda
Cascudinha Sdaizakre
Lampreia Pampe
Tabarana Warehânẽ
Margarida Tpêpê
Piabanha Tpêhêrê
Traira Zu
Piaba Tpêkapa
Piau Tpêwazato
Cara Ktêzru
Lambari Tpêkaisazu
Sardinha ++
Arroz ++
Feijão + + +
Farinha de puba + ++
Milharina + ++
Leite em pó ++
Suco em pó ---
Óleo ---
Sal --
Frango + +
Peixe +++
Alho + + +
Cebola ++ +
Ovos +++
Rapadura +++
Sorvete ---
Bombom ---
Maçã +++
Extrato de tomate --
Banana + + +
Macarrão ++
Danoninho ---
Iogurte ---
Bolo de caixinha --
Linguiça + +
Manteiga --
Laranja + + +
Pão + +
Mortadela +
Chocolate --
APRESENTAÇÃO
Compartilho com os leitores o trabalho que durante a realização trouxe
muitas descobertas a respeito do assunto tão importante quanto a existên-
cia da vida do povo indígena Akwẽ. É um trabalho de pesquisa que foi rea-
lizado durante três anos que correspondem a 2011, 2012 e 2013. E trás para
os leitores realidades do povo indígena Akwẽ no âmbito da alimentação,
que éalgo primordial para a vida de todos os seres vivos. O resultado dessa
pesquisa tem como fundamento contribuir com a percepção da importân-
cia de se discutir a questão da alimentação.
Entendendo que o desenvolvimento do nosso corpo está diretamente
ligado à alimentação. Outro aspecto não menos importante do resultado
dessa pesquisa é o seu uso como parte fundamental para conclusão do Cur-
so de Licenciatura em Educação Intercultural.
O tema dessa pesquisa é “O consumo de produtos industrializados pelos
Akwẽ”. O desenvolvimento dessa pesquisa está diretamente ligado à Esco-
la Estadual Indígena Waikawra da aldeia Cachoeira, pois é uma pesquisa
Extraescolar. A pesquisa extraescolar é uma atividade desenvolvida pelo
professor indígena junto com os alunos e a comunidade. O desenvolvimen-
to doprojeto se iniciou na aldeia Cachoeira Supra Wahâ, na escola acima
citada, noprimeiro semestre de 2011. As primeiras impressões e indagações
começaram nesta escola e na comunidade da referida aldeia. A partir das
observações feitaspelos alunos a respeito da alimentação em suas casas, o
consumo em outrosambientes e consequentemente a alimentação escolar.
Nesse período as atividades escolares se direcionaram ao aprofundamento
dos estudos sobre a alimentação e a saúde dos povos indígenas do Brasil,
com ênfase ao povoindígena Akwẽ, em especial a comunidade indígena da
aldeia Cachoeira Supra Wahâ. Isso para entender a concepção dos educan-
dos indígenas com faixa etária de 8 a 14 anos de idade.
O objetivo desse projeto extraescolar é desenvolver ações capazes de
contribuir com a sustentabilidade da questão trabalhada conjuntamente.
É com esse olhar que essa pesquisa foi desenvolvida. A partir desse ponto
a pesquisa se estendeu em toda Terra Indígena Funil, respectivamente nas
Aldeias Funil (Sakrêpra), Cachoeira (Supra Wahâ), Brejo Novo (Kuĩwdêhu
Zakerê), São Bento (Kbarê Wdêhu), Boa Fé (Brukrãipa) e Aparecida (Nrõ
Wdêhu). O referido projeto foi desenvolvido com intuito de pesquisar a
real situação e o grau de consumo de produtos alimentícios industrializa-
dos, bem como a concepção dos indígenas á essa questão.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa que traz à tona o consumo de produtos alimentícios in-
dustrializados pelos Akwẽ, foi desenvolvida entre o povo indígena Akwẽ
daTerra Indígena Funil, município de Tocantinia, povo que tem histórias
de lutas econquistas no antigo norte de Goiás hoje estado de Tocantins.
Por isso é salutar falar sobre história do povo Akwẽ, uma vez que a presente
pesquisatrata da questão desse povo valente. Como está no próprio hino
do estado, no último estrofe: “Pulsa no peito o orgulho da luta de Palmas,
Feita com a alma que a beleza irradia, Vejo tua gente, Tua alma Xerente,
Teu povo valente, Que venceu um dia!”
“ahâmre kahâdi aire nõzâ Akwẽ tkrê krê mnõ, are aimowi mã ro mnĩ krãiwatbro
mnõ wi nãt tsi kutõr”,
cuja tradução é:
“antigamente existiam vários tipos de milho que eram cultivados pelos Xerente, mas
quando começaram a surgir outros produtos, essa diversidade desapareceu”.
01 Moquém Saza
02 Assado Romzakro
03 Cozido Romhri
04 Moqueca Romwassi
05 Grolado Kupakro
07 Farinha Kupazu
08 Berarubu Ârkbu
“nos últimos anos, o que se tem observado é uma grande mudança no tipo de
alimentação dos povos indígenas, de modo que ela fica cada vez mais semelhante à
alimentação dos não índios, (Garnelo e Ana Lúcia 160, 2012 p. 160)”.
Os Akwẽ, pelo contato que têm com os não indígenas há muito tem-
po, vivem esse processo de cada vez mais favorecer o consumo de produtos
industrializados, bem como forma semelhante de preparo desses produtos
para o consumo. Até mesmo em cerimônias realizadas pelo povo Akwẽ em
que não podia ser utilizado esse tipo de alimentação e seu preparo.
Pode-se compreender isso conforme o depoimento do professor indí-
gena Bonfim Xerente, “no casamento tradicional Xerente, hoje é muito
usado a alimentação industrializado”. “Os Baniwa que vivem na cidade ten-
dem a adotar os hábitos alimentares da sociedade envolvente, usando uma
alimentação industrializada, (Garnelo e Ana Lúcia, 2012 p. 198)”. Os ali-
mentos industrializados, quando comparados com alimentação tradicional
dos povos indígenas, em que são utilizados produtos naturais, considera-se
que possuem poucas vitaminas, minerais e fibras, que são benefícios para o
corpo. Para Leite,
“Nós vivíamos livres nessa terra, o nosso acesso a todas as matas para caçar, pescar,
plantar era livre. Nada nos impedia, hoje ficamos mais parados, porque para to-
dos os lados estão as cercas das fazendas (Hortência W. Xerente, entrevista do dia
10/04/2012, aldeia Aparecida”.
Estes projetos, muito diferentes da forma tradicional dos Xavantes, acabam inter-
ferindo de forma negativa nos costumes desta etnia, desagregando-a e promovendo
cisões e formação de novas aldeias, por reflexo de guerra de opiniões contrastantes,
luta pelo poder entre membros de uma mesma aldeia e diminuição do respeito
e importância dos membros mais velhos da comunidade, além de uma drástica mu-
dança alimentar, passando de uma dieta tradicional rica em proteínas (caça), para
uma rica em carboidrato (monocultura de arroz) (Giaccaria & Heide, 1972).
“Nós sempre trabalhamos nas vazantes, onde plantamos milho, feijão, banana, ma-
mão, mandioca e cana de açúcar. Hoje a gente planta mais não colhe quase nada.
As terras boas para trabalhar todos os dias está sumindo, o movimento da água
provocada pela barragem está estragando tudo. Isso nunca tinha acontecido, está
acontecendo agora depois da construção dessa barragem. Sofremos muito com isso
e ainda sentimos medo dessa barragem quebrar e levar tudo”.
Em 80 havia muito peixe como: barbado, chicote, , nós saíamos cedo para pescar
e logo voltávamos, porque em pouco tempo conseguia-se o necessário para nossa
alimentação. Hoje a gente pesca o dia todo, mas não pega nada e a caça ta mais difí-
cil ainda (Ancião Raimundo K. Xerente).
Tais mudanças afetam diversas dimensões da vida dos povos indígenas e os ex-
põem a maiores riscos de desenvolvimento de problemas nutricionais, com todas
as implicações que estes processos podem trazer à saúde (LEITE, 2012 p. 160).
“no caso de populações indígenas, que tradicionalmente cultivam hábitos mais sau-
dáveis, percebe-se que esta doença é ainda rara naquelas aldeias mais isoladas, mas
a taxa de aumenta à medida que estas populações possuem maior contato com a
cidade (Freitas e Freitas, 2004)”.
O lixo que tinha nas ALDEIAS XERENTE eram os de casca de mandioca, casca
de milho, casca de arroz, casca de abóbora e outros que eram produzidos na roça tra-
dicional do POVO XERENTE, mas isso que virava adubo orgânico. Esses resíduos
orgânicos não poluiam as aldeias onde os POVOS XERENTE viviam (Xerente,
Davi S. p. 2011).
Nesse sentido a presença de lixo nas aldeias é algo recente, pois antiga-
mente não tinha. Existiam outros tipos de lixo, que na verdade eram adu-
bos para as plantações nos terreiros de casas das famílias.
As aldeias de antigamente eram sem lixo, ninguém via lixo nas aldeias, as aldeias
eram muito bonitas, limpos, tinha prazer de ver, porque eram bem limpas, as pes-
soas não tinham preocupação com o lixo. As crianças eram sadias, os mais velhos
andavam na aldeia bem limpo as crianças não tinham como pegar o lixo como plás-
ticos, latas velhas, vidros, pepsi, roupas velhas, móvel que hoje os Xerente compram
muito. O lixo era casca de mandioca, palha de milho, palha de arroz, que servia
como adubo para ser colocada de volta nos plantios como mandioca, bananal, mi-
lho, arroz, batata doce, inhame, o lixo que eles conhecem também é cisco de terrei-
ro, que servia para acender fogo, quando um índio faz arco e flechas, ele separa todo
que cortou ou raspou para fazer qualquer coisa que pertence à família, e quando
também faz artesanatos, como cofos, tipiti, esteira, rede indígena, tudo que eles fa-
zem para acender fogo de manhã bem cedo, para esquentar, ou espantar frio que os
índios acordem muito cedo, etc ( Xerente, Silvino S. 2011 p. 23).
Antigamente tinha que comer bem de manhã porque ninguém sabia o que poderia
acontecer depois, pois as guerras eram constantes, tinha que esta preparada para
lutar e também trabalhar e assim garantir a vida (ancião Salu K. Xerente, entrevista
do dia 10/04/2012, aldeia Aparecida).
5. CONCLUSÃO
Através dos estudos bibliográficos e do contato com as famílias por meio
de entrevistas, percebi que os Akwẽ passaram por um processo massacran-
te que favoreceu diversas transformações no modo de vida desse povo. O
contato com os não indígenas possibilitou o conhecimento de outros meios
de sobrevivência num espaço cada vez mais diferente dos que os seus
antepassados conheciam. Segundo as informações extraídas de site de
internet do Instituto Socioambiental - ISA,
“Os Xerente exploravam o cerrado através da caça e da coleta, associadas a uma agri-
cultura de coivara complementar. A amplitude territorial, portanto, foi sempre a
condição básica de constituição e reprodução do grupo. Não é por acaso que a iden-
tidade masculina Xerente está associada diretamente à condição de “bom caçador”,
“andarilho” e “corredor”. As atividades de caça, pesca e coleta, bem como da agri-
cultura, estão intimamente associadas ao conhecimento que os Xerente possuem
sobre a natureza, suas potencialidades e limites (ISA: http://pib.socioambiental.
org/pt/povo/xerente/1172.Acessado em 3/09/2012. Luís Roberto de Paula. Agos-
to, 1999)”.
QUESTIONÁRIO 01
1. Quais os tipos de alimentos que os Xerente comiam antigamente?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
QUESTIONÁRIO 02
1. Em quais lugares os Xerente praticam as atividades agrícolas?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
2. Quais são os produtos cultivados nas roças e outros se tiver?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
3. Nas roças dos Xerente sempre foram ou são cultivados os mesmos
produtos?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________________
_______________________________________________________
ANEXO 03
QUESTIONÁRIO 03
1. Em sua opinião, qual dos tipos de alimentação é bom para você, sua
família e povo?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
ANEXO 04
ANEXO 06
MÉTODO DA PESQUISA
Desenvolvi este trabalho através de palestras e pesquisas com os anciões
e juntamente com a comunidade Akwẽ, os mais sábios das aldeias, conhe-
cedores de coisa importante.
As entrevistas e pesquisas foram feitas em várias aldeias da área Xerente.
As entrevistas foram realizadas oralmente e depois em escrita; o conheci-
mento é bem pesquisado. Esta pesquisa iniciou-se no ano de 2010 e termi-
nou em 2012. O objetivo deste trabalho é preservar os conhecimento dos
anciões e documentar, através da escrita, o resultado deste trabalho que a
minha comunidade Akwẽ apóia. No futuro poderá ter contribuído para a
formação dos profissionais nas escolas indígenas Akwẽ Xerente.
O levantamento dos tipos de casamentos foi feito do seguinte forma:
a. Fiz uma lista das aldeias
b. Fiz uma lista dos casamentos em cada uma das aldeias pesquisadas
c. Fiz entrevistas com alguns Wawẽ (anciãos) que me ajudaram a fa-
zer o levantamento.
d. Meus colegas da Licenciatura Intercultural, durante as etapas do
curso, me ajudaram a fazer o levantamento com as informações que tinham
de suas aldeias.
KBAZÊIPRÃ NĨ ZA SAZAI
Kbazêiprã nĩ, nõkwa tê sazai pibumã za nõkwa kunẽrê krê, kãtô kakõi
panĩpti kre za nõkwa kadu, tâkãhã mmĩ nõrĩ pre tom ptabdi tanẽmmẽ za
azanã kbazêiprã nĩ dêbrê tô tanãsi ahãmre saza tkrê sêbrê, mmĩ tê kadur
pari za nõkwa krãsrutu tê krãrtupari za dure knẽ kadu. Are ĩssĩwi tê sakra
pibumã tê sakra pari za sarõ kbure mmĩ pro pari za knẽ tkwaka, tanẽ wi za
nõkwa knẽ pore, tê pore pari za kbazêiprã nĩ nõkwa sakra tê nuwa sakra
pari za tokto krêrêsu nã kusib, tê kusbi pari za tokto tka nã kusib ĩwakro
wairbe kumnãstê ĩwakro nãsi za ĩnĩ sêkrê are sipo.
Romzakrãre nõkwa tê kusbi wa za rowahã busbi nãmrã, tô ktai kumrê
za satênĩ aitemã tka tê kbudum kumnãstê are tapari krêrêsu sãkrã dat kusbi
nãmrã psêda ĩnĩ zaza, ĩnĩ tô wakrore za smrãnĩ kãtô ĩnĩ zasa sbrê.
Sangradoura Suprazapdo
1. Sipahimẽkwa kãtô Kêti 2. Bruwẽ kãtô Kukedi
3. Praze kãtô Kubadi
Aparecida Nrõwdêhu.
1. Sawrepte kãtô Pizadi
Ambâ Piko
1. Kumrĩzdazê kãtô Smĩkidi 2. Sawrepte kãtô Wakrtidi
3. Simnãwẽ kãtô Stukrêpre 4. Kuzêro kãtô Krukwanẽ
5. Mĩrkopte kãtô Tpêdi 6. Rbemẽkwa kãtô Sipredi
7. Srêzê kãtô Hirêki 8. Hêspomẽkwa kãtô Sekwahidi
Aldeia Brupre
1. Krahkãtô kãtô Sibâdi