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INSTITUTO SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO E IMAGEM MOÇAMBIQUE

Licenciatura em Direito

Trabalho de Ética social e Direitos Humanos

Tema:

A ética social como factor (in) dispensável para a construção de uma sociedade
sustentável

Discentes:

Domingos José Diogo

Elsa Daniela Do Rosário

Rucaia Aide Issá

Tatiana Muringa Texeira De Sousa

Docente:

Ivan Nacapa

Beira, Abril de 2023


Índice
Introdução..........................................................................................................................3

Ética social.........................................................................................................................4

Princípios da ética social...................................................................................................5

Ética da sustentabilidade...................................................................................................8

Princípios da Ética da Sustentabilidade.............................................................................9

Sociedade sustentável......................................................................................................11

A ética social como factor (in) dispensável para a construção de uma sociedade
sustentável.......................................................................................................................13

Conclusão........................................................................................................................16

Bibliografia......................................................................................................................17
Introdução

Ética é a área da filosofia dedicada às acções e ao comportamento humano, filosofia


moral. O objecto de estudo da ética são os princípios que orientam as acções humanas e
a capacidade de avaliar essas acções.

A Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou
errado. As palavras ética e moral têm a mesma base etimológica: a palavra grega ethos e
a palavra latina moral, ambas significam hábitos e costumes. A ética, como expressão
única do pensamento coreto conduz à ideia da universalidade moral, ou ainda, à forma
ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo
pensamento normal e sadio.

O termo ética assume diferentes significados, conforme o contexto em que os agentes


estão os agentes envolvidos. Uma definição particular diz que a “ética nos negócios é o
estudo da forma pela qual normas morais pessoais se aplicam às actividades e aos
objectivos da empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado, mas do
estudo de como o contexto dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à
pessoa moral que actua como um gerente desse sistema.

Neste contexto, o presente trabalho visa abordar sobre a ética social, particularmente
sobre, como factor (in) dispensável para a construção de uma sociedade sustentável.

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Ética social

Segundo Velho (2021), a ética analisada sob a óptica social, é a responsabilidade


atribuída a cada integrante da sociedade, pelo bem comum, desse modo, o indivíduo
deve pautar seu agir de acordo com a ética complexa. Para Morin (2005) citado por
Velho (2021) a ética complexa necessita daquilo que é mais individualizado no ser
humano, a autonomia da consciência e o sentido da responsabilidade.

Carvalho (2019) define Ética Social  como princípios filosóficos e morais que, de uma
forma ou de outra, representam a experiência colectiva de pessoas e culturas. Esse tipo
de ética geralmente age como uma espécie de “código de conduta” que governa o que é
e o que não é aceitável, além de fornecer uma estrutura para assegurar que todos os
membros da comunidade sejam cuidados.

Para Carvalho (2019) ética social não deve ser uma lista detalhada de regras a serem
aplicadas em qualquer situação. Eles devem servir de guia, estabelecendo as regras
básicas para o que a sociedade julgar aceitável. O bem-estar da sociedade como um todo
é colocado à frente dos interesses de qualquer indivíduo, e isso ajuda a garantir que
todos sejam responsabilizados uns pelos outros.

Segundo Pessoa (2016), a ética social é um conjunto de regras ou directrizes, baseadas


em torno de escolhas e valores éticos, aos quais a sociedade adere. Muitas dessas regras
geralmente não são ditas e, em vez disso, devem ser seguidas.

Actualmente a ética social é equiparada a uma bússola que nos direcciona ao certo e ao
desejável, em um determinado grupo social, a ser definido pela sua própria cultura,
hábitos e regramentos. A ética padrão é tipicamente orientada pela moral individual que
determina o certo ou errado. Dentro de uma sociedade, o foco geralmente é mais sobre o
que pode ser considerado um comportamento apropriado para as pessoas como um todo
(Pessoa, 2016).

As pessoas percebem as coisas de maneira diferente, no entanto, e várias culturas


compartilham crenças frequentemente opostas; como tal, o que é considerado “certo”
para um grupo pode não ser necessariamente e universalmente consistente – e definir a
ética social como um absoluto é muitas vezes muito difícil.

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A ética social é aplicável em uma comunidade e, às vezes, tem vida própria. A
característica que aparece depende da cultura e costumes aplicáveis em áreas onde a
comunidade ou a residência da comunidade. Então, a cultura ainda é influenciada mais
pela mentalidade da comunidade local, bem como pela localização e condições
geográficas em que as comunidades vivem (Gomes, 2022).

Como membros da sociedade e como cidadão segundo Gomes (2022), cada pessoa vai
ter que harmonizar os seus valores individuais e pessoas, que resultam da sua história de
vida e da sua biografia pessoal e cognitiva, com os valores sociais do grupo humano ao
qual pertence. Para Gomes (2022), quando uma pessoa não se sente confortável no
trabalho da harmonização referida ou se exclui da sociedade ou manifesta a sua
indignação ética apresentando os seus valores individuais como superiores aos valores
sociais, e pode e deve usar os meios legítimos para que os seus valores individuais
sejam aceites pela sociedade como valores sociais. Estas pessoas, por vezes, triunfam.   

A sociedade moderna e efectivamente ética, não pode aceitar-se escrava do


desenvolvimento e da evolução capitalista, que tem alienado a humanidade, é necessário
despertar e invocar a dimensão da consciência, afinal a racionalidade é base da espécie
humana, com efeito, para fins de finalização do presente capítulo, importa abarcar, com
fundamento na ética social, que é necessário a inclusão urgente de um novo paradigma
na democracia, com a responsabilização e comprometimento do indivíduo em face a
colectividade.

A inovação é possível, a iniciar-se pelo fortalecimento da cultura e pela utilização de


políticas públicas através da educação, entidades públicas e privadas, trabalhando em
especial, no despertar da consciência e dos valores intrínsecos ao indivíduo.

Com atitudes menos individualistas e com propósito comum, de um futuro com vida
digna no planeta, onde o poder e o capitalismo não sejam colocados acima do próprio
homem, sem dúvidas, se estará gradativamente, caminhando em busca da
sustentabilidade, e em consequência, preservando todas as formas de vidas.

Princípios da ética social

Segundo Velho (2021), os princípios, cada vez mais, vêm confirmando sua importância
dentro do ordenamento jurídico brasileiro, cuja tendência moderna acaba por torná-los
como normas centrais de todo o sistema jurídico, porém, nem sempre foi assim,

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somente no século XX, com o advento no neoconstitucionalismo, categoria que não
possui um termo com significado uníssono se consolidou a teoria da normatividade dos
princípios.

Para Velho (2021), a ética social se baseia em seis princípios clássicos, que são:

1) Princípio da dignidade da pessoa humana:

A dignidade é um atributo humano intrínseco, desenvolvido pelo próprio homem e


existente desde os primórdios da humanidade. A dignidade humana, foi o objecto
central da obra “Discurso Sobre a Dignidade do Homem” de autoria de MIRANDOLA,
um dos primeiros filósofos a tratar do tema, e defendia que “o homem é o ser mais
digno da criação de Deus, porque foi colocado no centro do universo e porquê de tudo
quanto foi criado ele possui as sementes”.

2) Princípio do direito de propriedade:

A propriedade sob a óptica de um princípio social, possui embasamento nos direitos


fundamentais e é necessária para que ocorra uma melhor convivência no meio social.
SILVA citado por Velho (2021) diz que a função social se manifesta na própria
configuração estrutural do direito de propriedade, pondo-se concretamente como
elemento qualificante na predeterminação dos modos de aquisição, gozo e utilização dos
bens. o direito à propriedade é um direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos
limites normativos, de usar, gozar, dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, bem
como de reivindicá-lo de quem, injustamente o detenha.

3) Princípio da primazia do trabalho:

Referente a um princípio tão importante para a sobrevivência, pertinente a seguinte


reflexão: Em uma era extremamente capitalista seria possível sobreviver sem actividade
laboral? Se pensarmos na palavra sobrevivência considerando a obtenção do mínimo
existencial, com certeza não! Impossível obter o mínimo para a sobreviver dignamente,
senão, através da prática daquilo que nos faz crescer como pessoa, qual denominamos
por trabalho. (VELHO, 2021 ).

4) Princípio da primazia do bem comum:

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O bem comum tem primazia, pois somos todos solidariamente responsáveis pelo
destino e pelo bem de toda a humanidade. A fim de exemplificar o referido princípio, se
pode citar o uso consciente dos recursos da natureza, um bem comum que, se não
utilizado adequadamente, comprometerá a sobrevida das futuras gerações.

Segundo Lisboa (1975) citado por Velho (2021): Viver, e viver bem, é o voto de todos
os povos. Vivendo os habitantes de qualquer País Independente, de uma porção dos
produtos da Geral Indústria, que constituem a Riqueza Nacional; devendo a Renda do
Estado ser mui considerável parte dessa Riqueza, posta à disposição do governo para os
Serviços Públicos, sem obstar, antes mais abrir, as Fontes da mesma Riqueza;
proporcionando-se a Prosperidade das Nações à abundância do necessário e cómodo à
vida, à segurança das pessoas e propriedades, e a certeza de útil emprego dos
indivíduos, que tal Riqueza e Renda podem dar; é manifesto o interesse dos Estudos do
Bem Comum, e do melhor Sistema de Economia Política.

A vida em grupo existe desde os primórdios da natureza, cabendo ao ser humano,


pensar e agir em grupo, de modo a não prejudicar os demais membros de determinada
sociedade qual se encontra inserido e objectivando viver bem. (VELHO, 2021 ).

5) Princípio da solidariedade:

Este principio tem por objectivo construir uma sociedade livre, justa e solidária, Amar
ao nosso próximo como a nós mesmos significaria, então respeitar a singularidade de
cada um, valorizando cada uma por nossas características distintivas, enriquecedora do
mundo que habitamos juntos e com os quais o tornamos o lugar mais fascinante e
agradável.

O princípio da solidariedade, traz a ideia de preocupação com o próximo, que clama


pela fraternidade entre os seres humanos. Porém, para a construção da sociedade
solidária, é necessário que ocorra a mútua participação e responsabilidade, pois não
depende apenas de um indivíduo, mas sim, de um conjunto de pessoas que devem
renunciar ao individualismo.

Para a efectividade do princípio da solidariedade é indispensável o redescobrimento do


ser humano, em especial, no tocante a capacidade de amar verdadeiramente e se
sensibilizar com a dor do próximo, colocando-se solidário diante daqueles que
necessitam.

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6) Princípio da subsidiariedade:

Quando a ética coloca o que é ou não aceitável, com o propósito do bem comum. É um
princípio que não veio consagrado expressamente na Carta Magna, todavia, não se faz
menos importante.

o princípio da subsidiariedade se vincula directamente a organização da sociedade,


transmitindo a ideia de descentralização, onde as decisões devem ser tomadas no nível
mais próximo do povo possível. De modo ilustrativo, oportuno dizer que, não é
aconselhável que, o Estado-Federação legisle em assunto que a municipalidade poderia
perfeitamente resolver, quando há competência para tanto. Podendo-se referir como, um
modo de desburocratização positivo. Assim, cumpre ressaltar que, a ética no meio
social, representa os valores e as normas pertencentes a determinado grupo.

Ética da sustentabilidade

Segundo Velho (2021), o conceito de sustentabilidade vem evoluindo gradativamente


ao longo dos anos, se tornando mais complexo e englobando várias áreas. Inicialmente,
seu foco era apenas no equilíbrio ambiental e hoje abrange também outros aspectos,
como factores sociais, económicos, éticos, culturais e políticos.

Na Conferência Rio 92 consolidado o entendimento de sustentabilidade como o


desenvolvimento de longo prazo sem que se finde os recursos naturais da humanidade.
Posteriormente, se passou a compreender que a sustentabilidade não poderia
permanecer vinculada apenas ao equilíbrio ambiental, devendo abranger também outros
factores como económicos e sociais (Velho, 2021).

A Ferrer citado por Velho (2021) diz que a sustentabilidade deve ser a busca de uma
sociedade global, capaz de perpetuar-se indefinidamente no tempo e que permite a todos
ter uma vida digna.

Segundo Júnior (2018), a ética da sustentabilidade condena qualquer uso predatório ou


irresponsável dos recursos naturais ou criados, sob a premissa de que são limitados o
espaço físico e os recursos do planeta terra.

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Não obstante o reconhecimento de que o meio ambiente é o fundamento da
sustentabilidade, no estágio actual em que se encontra a problemática “da busca
incessante por uma sociedade sustentável”, não se pode olvidar que, não basta
considerar apenas o binómio meio ambiente/economia, para buscar estratégias capazes
de proporcionar um futuro sustentável ao ser humano (Carvalho, 2019).

Princípios da Ética da Sustentabilidade

Segundo Vizentin (2016) a ética da sustentabilidade se constrói a partir de quatro


princípios fundamentais e se realiza na vivência de quatro virtudes imprescindíveis, que
são:

1. Princípio da afectividade:

O mais fundamental de todos, pois tem a ver com a estrutura de base do ser humano.
Hoje pelas aquisições das ciências da vida, da psicologia do profundo, da moderna
reflexão filosófica (Heidegger), a estrutura primeira do ser humano não é constituída
pela razão ou logos. Mas pelo pathos - sensibilidade. Ou se quiserem na linguagem
recente de David Goleman pela inteligência emocional ou pela razão sensível de Michel
Maffesoli.

2. Princípio do cuidado/compaixão.

O que precisamos hoje é uma ética da compaixão, do cuidado, cuidado da Terra como
Gaia para que não sucumba às chagas que abrimos em seu corpo, cuidado da vida,
cuidado do ser humano a partir dos que mais estão ameaçados (bem dizia o Presidente
Lula que hoje o ser mais ameaçado da criação é o ser humano, condenado a morrer
antes do tempo), cuidado dos ecossistemas, cuidado da espiritualidade e cuidado até
com a morte, para que possamos nos despedir com gratidão desta vida.

3. Princípio da cooperação.

A cooperação, como princípio para uma ética sustentável, constitui a lógica objectiva do
processo evolucionário e da vida. A física quântica e a nova cosmologia tiraram esse
princípio a limpo ao afirmar que no universo “tudo tem a ver com tudo em todos os
pontos e em todas as circunstâncias”. Todas as energias e todos os seres cooperam um
com o outro para que se mantenha o equilíbrio dinâmico, se garanta a diversidade e
todos possam co-evoluir.

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O propósito da evolução não é conceder a vitória ao mais forte, mas permitir que cada
ser, mesmo o mais fraco, possa expressar virtualidades que emergem do vácuo quântico,
daquele abismo de energia e de possibilidades, de onde tudo sai e para onde tudo
retorna. O próprio princípio da selecção natural, proposto por Darwin, só tem sentido
dentro de uma força maior e mais fundamental, que preside não apenas os organismos
vivos mas todos os seres do universo.

Hoje não podemos ser apenas cooperativos e solidários espontaneamente porque esta é a
lógica da evolução e da vida, mas devemos sê-lo conscientemente e como projecto de
vida. Caso contrário não salvaremos a vida nem garantiremos um futuro compromisso
para a Humanidade. O sistema económico e o mercado não se fundam sobre a
cooperação, mas sobre a competição e a concorrência mais desenfreada. Por isso criam
tantas vítimas e se mostram cruéis e sem piedade para com populações e países inteiros.

4. Princípio da responsabilidade

Este princípio foi amplamente discutido pelo filósofo alemão Hans Jonas em seu livro
“O princípio da Responsabilidade” (Das Prinzip Verantwortung), publicado pela Editora
Vozes, em 2005. Ser responsável é dar-se conta das consequências de nossos actos. Até
a invenção das armas nucleares, da guerra química e biológica e da manipulação do
código genético podíamos fazer intervenções na natureza sem maiores preocupações.

Hoje a situação mudou radicalmente. Construímos o “princípio da autodestruição”


como o chamou Carl Sagan. Temos os meios de destruir a vida humana e desestruturar
profundamente o sistema-vida. Podemos pela excessiva quimicalização dos alimentos,
pelos transgénicos e pela manipulação do código genético produzir um desastre de
proporções inimagináveis, inclusive irreversíveis.

Então, devemos assumir nossa responsabilidade por nós mesmos, pela Casa Comum e
pelo futuro compartilhado. O princípio categórico é: “haja de forma tão responsável que
as consequências de tua acção não sejam deletérias para a vida e seu futuro”. Ou
positivamente: “haja de tal forma que as consequências de tuas acções sejam
promotoras de vida, de cuidado, de cooperação e de amor”. É aqui que tem o seu lugar o
“princípio da precaução” tão importante nas decisões sobre a manipulação genética de
organismos vivos.

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Para Vizentin (2016), esses quatro princípios poderão inspirar políticas limitadoras de
agressões à natureza, ainda dentro do sistema imperante e principalmente funcionam
como quatro pilastras capazes de sustentar um novo ensaio civilizatório, mais
benevolente para com a natureza e a vida.

Sociedade sustentável

Para Campos (2017), Sociedade Sustentável é aquela que busca o desenvolvimento


económico com a preservação do meio ambiente, ou seja, é aquela que consegue suprir
suas necessidades de produção, consumo e crescimento sem comprometer as bases para
o desenvolvimento das futuras gerações.

Ainda para Campos (2017), uma sociedade sustentável deve, portanto, caminhar no
sentido do desenvolvimento sustentável, equilibrando o crescimento económico com a
preservação do meio ambiente e a qualidade de vida.

Velho (2021) diz que a sociedade sustentável é aquela que em carácter


multidimensional, objectiva um futuro comum, de qualidade e bem-estar, e em razão
disso, tem como fundamento a democracia e a autonomia. Para Velho (2021) A
construção de uma sociedade sustentável, e por consequência, cidades sustentáveis, é
possível, no entanto, é necessário, que se compreenda a necessidade de mudança de
paradigmas, a iniciativa do poder público e a participação de cada cidadão. Portanto,
todas as acções devem estar pautadas na ética ter como bases, a economia, o meio
ambiente e o social.

As Principais características de uma sociedade sustentável segundo Campos (2017) são:

a) Uso racional de água e energia.


b) Captação e uso da água das chuvas.
c) Preservação do meio ambiente.
d) Desenvolvimento de sistema de reciclagem de lixo e reuso de materiais sólidos.
e) Incentivo e uso de meios de transportes colectivos, bicicletas, veículos eléctricos e
outros que não poluem o ar.
f) Utilização racional e controlada dos recursos naturais e minerais do planeta Terra.
g) Diminuição do uso de combustíveis fósseis (gasolina e diesel), os principais
causadores do aquecimento global e das mudanças climáticas.
h) Uso de fontes de energias renováveis e limpas como, por exemplo, eólica e solar.

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i) Implantação de sistemas de educação ambiental nas escolas.

Segundo Campos (2017), infelizmente não existe uma sociedade sustentável, pós a
principal dificuldade para a implantação e desenvolvimento de uma sociedade
sustentável é o factor económico. Muitas empresas, buscando baratear os custos de
produção, optam por processos produtivos poluentes e não sustentáveis.

Falta também incentivos dos governos, que visando obter cada vez mais impostos, não
criam sistemas de incentivos fiscais para práticas sustentáveis. Os cidadãos,
principalmente de países pobres ou em desenvolvimento, possuem pouco
esclarecimento sobre a importância do desenvolvimento sustentável para a qualidade de
vida actual e das futuras gerações.

No entanto, Almeida Jr. (2000) citado por Berwanger (2018), destaca que a sociedade
sustentável pode ser uma utopia do ponto de vista político - económico convencional.
Porém, considerando o estado crítico do planeta em relação aos aspectos ambientais e
socioeconómicos, observa-se na sociedade sustentável uma utopia desejável e
necessária, enquanto espera-se que a Terra sobreviva à crise actual.

Capra e Callenbach (2005) citados por Berwanger (2018), listam algumas ideias de
como seria uma sociedade sustentável ideal:

a) As populações devem ser estáveis - como as que têm hoje em dia 13 países europeus
e o Japão.
b) As economias sustentáveis não seriam potencializadas por combustíveis fósseis mas
sim por energia solar e suas muitas formas directas e indirectas. A energia nuclear
deixaria de ser utilizada devido as suas desvantagens e riscos económicos, sociais e
ambientais.
c) O transporte numa sociedade sustentável deve ser muito menos poluente. As
bicicletas são veículos importantes no sistema de transporte sustentável.
d) Nas indústrias sustentáveis a reciclagem é a principal fonte de matéria-prima. O
desenho industrial se concentrará na durabilidade e no uso reiterado. As empresas de
reciclagem ocupariam o lugar das actuais companhias de limpeza urbana e
disposição final do lixo.

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Para que uma sociedade sustentável seja criada e mantida é necessário que as acções de
sustentabilidade ambiental, social e política, sejam encaradas como um processo e não
como um estágio final.

Ainda assim, não se deve propor um determinado sistema sociopolítico fechado, mas
sim um sistema que possa ter capacidade própria para se transformar. Nesse sentido, a
conservação dos processos vitais dos ecossistemas, a diversidade biológica e o manejo
dos recursos naturais, continuam sendo princípios ecológicos básicos para a reprodução
das sociedades sustentáveis (Robinson et al. apud Diegues, 1992 citados por Berwanger
2018).

A ética social como factor (in) dispensável para a construção de uma sociedade
sustentável

Cruz (2002) citado por velho (2021) refere que a actualidade mundial, onde predomina a
busca incessante pelo poder, consumo e individualismo, pouco se percebe a prática da
ética em uma sociedade em desordem moral, originada pela era consumista, argumentar
sobre a ética não é tarefa fácil, pois não possui um conceito singular, dependendo de
factores temporais e culturais de um determinado grupo social.

Para Campos (2017), partindo da premissa que o indivíduo é um ser social e suas
condutas são oriundas dos valores culturais e sociais preestabelecidos, pode-se concluir
que o bem e o mal, o certo e o errado, a justiça e a injustiça, são sentimentos intrínsecos
à humanidade e consequentemente inevitáveis no contexto social.

Segundo Velho (2021), é indiscutível que a ética está intimamente relacionada aos
princípios e valores que fundamentam as acções do ser humano, e assim, permite uma
prévia avaliação de motivos que conduzem a determinados actos, bem como os reflexos
advindos destes, facto é que através da ética é possível que o indivíduo identifique a
distinção entre o bem e o mal, o certo e o errado e, a partir disto, adeqúe suas condutas.

Partindo do pressuposto de que o ser humano não vive isoladamente, tem-se por
correcto afirmar que sua tomada de decisão é influenciada pelos padrões e valores do
meio social em que está inserido. Nesse contexto, a ética social faz-se indispensável
para manter a qualidade de vida em sociedade e, por consequência, atingir a tão
almejada sustentabilidade. (velho, 2021).

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Para Mister citado por Velho (2021), existe a necessidade de se pensar na
sustentabilidade como prioridade. O desenvolvimento é necessário e inevitável e essa
mudança de paradigma deve ocorrer através da prática de condutas éticas, que devem
sem dúvidas, restar introduzidas por meio da educação desde tenra idade, seja no
ambiente escolar (através de regulamentação e obrigatoriedade de disciplina específica
ao tema) seja em ambiente familiar, através de implementação de campanhas de
incentivo social e ambiental.

Actualmente, existem instrumentos que viabilizam a aplicação da ética por meio da


educação, A lei de educação ambiental é um importante instrumento para estimular a
ética que aliás, é um dos seus princípios com o objectivo de demonstrar a importância
da preservação e do equilíbrio entre a natureza e o ser humano (Berwanger, 2018).

Segundo Júnior (2018), há uma perspectiva de que a educação ambiental, através dos
instrumentos positivados, deve se caracterizar como um componente responsável pela
articulação de uma sociedade ecologicamente correcta e ética, levando a inovação da
cultura social, culminando, logicamente, na sustentabilidade e interrupção da grave
degradação ambiental planetária.

Assim, a própria Lei de Educação Ambiental corrobora o posicionamento sustentado no


presente trabalho, quando, enumera como princípio básico ambiental, a vinculação entre
ética, educação, trabalho e práticas sociais.

Destarte citado por Carvalho (2019), diz que a formação de uma sociedade submersa em
valores éticos, obtidos através da educação, e praticados de modo contínuo, sem
dúvidas, culminará no alcance do desenvolvimento sustentável, mas para tanto, são
necessárias acções dos entes públicos e privados, de forma a aplicar as políticas públicas
existentes e proceder a criação de demais instrumentos que se façam necessários.

Infelizmente, os próprios profissionais da educação não conhecem o teor da lei de


educação ambiental, e muitas vezes não reconhecem a importância da temática para o
futuro não tão distante da nossa realidade planetária, com efeito, verifica-se que,
infelizmente, a humanidade ainda não se deu conta do gravíssimo problema ambiental
vivenciado, em decorrência de seus próprios actos, bem como os reflexos negativos ao
meio ecológico e a própria vida humana (Campos, 2017).

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Segundo Velho (2021), a ética um sentimento que cabe individualmente a cada ser,
direccionando seres, grupos sociais e nações pelo correcto e justo, e havendo um senso
indiscutível a respeito da preservação do meio ambiente e da consciência de que os
recursos naturais são finitos, percebe-se que, de todas as linhas delineadas, a dimensão
ética da sustentabilidade é de grande relevância para se chegar ao ponto crucial que é o
alcance do equilíbrio ecológico e humano preservando e cuidando de todas as formas de
vida do planeta. Portanto, ciente de que a problemática em enfoque não será resolvia
imediatamente, que será um lento processo de reconstrução e renovação, é necessário,
ao menos que, se dê início, antes que seja tarde demais.

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Conclusão
Terminado o trabalho, concluiu – se que a ética analisada sob a óptica social, é a
responsabilidade atribuída a cada integrante da sociedade, pelo bem comum, desse
modo, o indivíduo deve pautar seu agir de acordo com a ética complexa. A Ética
complexa necessita daquilo que é mais individualizado no ser humano, a autonomia da
consciência e o sentido da responsabilidade.

Actualmente a ética social é equiparada a uma bússola que nos direcciona ao certo e ao
desejável, em um determinado grupo social, a ser definido pela sua própria cultura,
hábitos e regramentos. A ética padrão é tipicamente orientada pela moral individual que
determina o certo ou errado. Dentro de uma sociedade, o foco geralmente é mais sobre o
que pode ser considerado um comportamento apropriado para as pessoas como um todo

Sociedade Sustentável é aquela que busca o desenvolvimento económico com a


preservação do meio ambiente, ou seja, é aquela que consegue suprir suas necessidades
de produção, consumo e crescimento sem comprometer as bases para o
desenvolvimento das futuras gerações.

A ética um sentimento que cabe individualmente a cada ser, direccionando seres, grupos
sociais e nações pelo correcto e justo, e havendo um senso indiscutível a respeito da
preservação do meio ambiente e da consciência de que os recursos naturais são finitos,
percebe-se que, de todas as linhas delineadas, a dimensão ética da sustentabilidade é de
grande relevância para se chegar ao ponto crucial que é o alcance do equilíbrio
ecológico e humano preservando e cuidando de todas as formas de vida do planeta.
Portanto, ciente de que a problemática em enfoque não será resolvia imediatamente, que
será um lento processo de reconstrução e renovação, é necessário, ao menos que, se dê
início, antes que seja tarde demais.

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Bibliografia

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