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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Individualismo para o Colectivo e vertentes Profissionais

Lucinda Amândio
Código: 708184364

Curso: Administração Pública


Disciplina: Ética Profissional
Ano de Frequência: 4° ano

Nampula, Maio de 2021


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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Individualismo para o Colectivo e vertentes Profissionais

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Ética Profissional: Ensino à Distancia, 4º Ano,
Curso de Licenciatura em Administração
Pública. Leccionada pela Docente:
Aida Manuel

Nampula, Maio de 2021

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Índice
Introdução...............................................................................................................................4

1. Riscos mais graves do individualismo para o Colectivo e vertentes Profissionais.........5

1.1. Riscos mais graves do individualismo para o Colectivo.............................................5

1.2. Riscos mais graves do individualismo para vertentes Profissionais...........................6

1.2.1. Anarquismo individualista.......................................................................................6

1.2.2. Individualismo no nosso dia-adia............................................................................7

Conclusão...............................................................................................................................8

Bibliografia.............................................................................................................................9

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Introdução

O individualismo expressa uma tendência ao êxito, à valorização da própria intimidade. Neste


tipo de orientação, o indivíduo está por cima dos grupos em todos os aspectos; as relações
pessoais são mais frequentes, porém contratuais. Este padrão implica geralmente em uma
separação dos familiares e uma ruptura com os ancestrais, dando-se ênfase ao presente, com
um grau elevado de complexidade social (Gouveia, Clemente & Vidal, 1998). Embora o
sujeito orientado pelo individualismo possa se definir como membro de muitos grupos, estes
não são exactamente os de pertença incondicional; este tipo de grupo está restringido a sua
família nuclear. Alguém que é individualista pensa, sente e catua segundo seus próprios
interesses, importando em menor medida o contexto social em que se encontra (GOUVEIA,
2001).

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1. Riscos mais graves do individualismo para o Colectivo e vertentes Profissionais
1.1. Riscos mais graves do individualismo para o Colectivo

Na Idade Média, o indivíduo é visto somente como parte do colectivo, não destacável do todo
social. Em Santo Agostinho, o ser humano é social por natureza ou essência, e individual por
corrupção originária. A sua salvação como indivíduo é inseparável do destino dos seus
semelhantes e, por isso, há uma naturalidade na esfera do social e do político, que é o próprio
indicador da humanização.

AVERRÓIS (S/d), considerava a sociedade como o melhor instrumento para a perfeição do


indivíduo: "É impossível alcançar a perfeição humana integral se não se manifestarem as
diferenças individuais existentes nas pessoas concretas de um povo a cujas distintas
disposições naturais correspondem as diferenças das suas respectivas perfeições. Se cada
sujeito concreto estivesse preparado potencialmente para todas as perfeições humanas a
natureza teria feito algo em vão."

Assim, o individualismo remonta ao contrato social e às origens do pensamento democrático,


com HOBBES, LOCKE e ROUSSEAU e a rejeição do poder político legitimado pelo direito
de dinástico herança ou pela vontade divina. Consolida-se assim a concepção de indivíduo
como um ser uno, livre e responsável por seus próprios actos - o cidadão moderno, célula
mínima do Estado democrático, que lhe garante contratualmente direitos e deveres.

Individualismo é um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e a liberdade


do indivíduo frente a um grupo, sociedade ou ao Estado.

ALEXIS DE TOCQUEVILLE, pai fundador do prisma individualista nas ciências humanas,


definiu o conceito nos seguintes termos:

“Individualismo é uma expressão recente, que nasceu por causa de uma ideia nova. Nossos
pais apenas conheciam o egoísmo. O egoísmo é um amor apaixonado e exagerado por si
mesmo, que leva o homem a nada relacionar senão a ele apenas e a preferir-se a tudo. O
individualismo é um sentimento refletido e pacífico, que dispõe cada cidadão a isolar-se da
massa de seus semelhantes e a retirar-se para um lado com sua família e seus amigos, de tal
sorte que, após ter criado para si, dessa forma, uma pequena sociedade para seu uso,
abandona de bom grado a própria grande sociedade”. Em “A Democracia na América”
(1835-1840).

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1.2. Riscos mais graves do individualismo para vertentes Profissionais

O individualismo é uma tendência em processo, sem data para terminar. No entanto, o reino
da liberdade individual e da escolha por caminhos próprios, baseados em motivações
pessoais, emocionais, nem sempre é um lugar cor de rosa e confortável. Ao contrário, ele é
cheio de contradições e de forças que actuam no sentido contrário à autonomização dos
sujeitos.

Segundo GIDDENS (S/d), os indivíduos hoje em dia se envolvem activamente com as


oportunidades e os perigos que surgem como consequência de transformações dramáticas e
despedaçantes que afectam a autoidentidade, a sexualidade e a intimidade. Para GIDDENS
(S/d), o divórcio é inegavelmente uma crise para o si mesmo, envolvendo dor, perda e luto.

Em outras palavras, culturas individualistas se caracterizam por valorizar a autonomia do


indivíduo e sua independência emocional dos grupos sociais; já as coletivistas valorizam a
tradição herdada e a dependência emocional dos grupos, pois o indivíduo é um ser que
adquire sentido como parte de uma coletividade (TRIANDIS, 1995).

O individualismo estaria relacionado com valores que enfatizam a autonomia da pessoa,


enquanto que o coletivismo o faria com valores que enfatizam a dependência do indivíduo em
relação ao endogrupo (grupo de pertença). Isso implicaria que as pessoas seriam
individualistas ou coletivistas, segundo os tipos de valores que dão mais importância.
SCHWARTZ (1990), por sua vez, critica esta posição dicotômica, afirmando, a partir de
estudos empíricos, que alguns valores podem servir a interesses individuais e coletivos
concomitantemente, propondo uma estrutura bidimensional dos valores.

Vários factores, nas condições de globalização avançada, influenciam directamente o facto de


os indivíduos se voltarem para a “coqueluche da reinvenção” e, mais especificamente,
submeterem-se aos testes e tribulações da cultura da transformação total a fim de obter uma
vantagem na carreira.

1.2.1. Anarquismo individualista

O anarquismo individualista é a proposta de associação libertária que remonta aos escritos


de PIERRE-JOSEPH PROUDHON e MAX STIRNER, como forma de assegurar as
necessidades individuais através de uniões livres de cidadãos.

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A corrente do anarquismo pauta sua tese antiautoritária na liberdade e inviolabilidade do
indivíduo. Assim qualquer forma de autoridade significaria restrições à existência de um
indivíduo pleno, livre de coerções externas. Neste sentido vê criticamente qualquer forma
de instituição social que restrinja a autodeterminação individual.

1.2.2. Individualismo no nosso dia-adia

Segundo DURKHEIM (2000), O individualismo faz sim, toda á diferença quando praticado
de maneira sensata e prudente. Toda equipe ou toda empresa tem sim, o seu colaborador de
confiança e mais prestígio. E isso leva muitas pessoas a acreditarem que devem resolver tudo
sozinha. O individualismo deve prevalecer em disputas individuais e não colectivas, o
individual não deve ofuscar o brilho dos outros colaboradores.

Ser individual em momentos decisivos, sim, isso é individualismo sensato e prudente, mas,
aqueles que tentam tomar á frente dos outros e ofuscar o brilho de toda a equipe e empresa e
trazer só para ele. Está agindo de forma arrogante e insensata afastando os outros
colaboradores dele mesmo.

As empresas necessitam de profissionais que tenham talento e façam à diferença, precisam de


profissionais que saibam o valor do individualismo e usá-lo de forma sensata e prudente.
Serem decisivos nos momentos individuais e reconhecedores do valor e importância de
trabalharem em equipe, sem ofuscar a glória dos outros colaboradores.

As empresas necessitam ter em seu quadro de colaboradores profissionais talentosos e


humildes, ao ponto de reconhecerem que a união faz a verdadeira força, e a perseverança,
educação, respeito e o amor pelo próximo também fazem parte da vida do ser humano.

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Conclusão

Chegado esse ponto concluo que: na própria origem do termo, há uma refutação completa da
definição caricata de “individualismo”. O próprio conceito de “individualismo” não poderia
ter sido formado fora da sociedade. Ele surge, não de um desejo de evitar relações com outras
pessoas, senão da necessidade de descrever essas relações de forma a reconhecer o valor do
indivíduo, bem como sua necessidade de liberdade, em contraposição a uma nova e crescente
filosofia que buscava subordinar o indivíduo à sociedade e ao Estado.

O fcato de que o termo para um conceito tão valioso tenha sido cunhado por seus inimigos,
como também ocorreu com o termo “capitalismo”, é algo irônico. E essa é outra lição que
podemos extrair da história: a necessidade premente de encontrar e definir os conceitos mais
importantes que precisamos para defender a liberdade e a civilização, mesmo que tenhamos
que expropriá-los das próprias pessoas que o criaram.

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Bibliografia

AVERROES, Exposición de la República de Platón 1, 3, trad. M. Cruz Hernandez 6-7;

BAUMAN, Z. Liquid Life. Cambridge (UK): Polity Press, 2005;

DURKHEIM, Èmile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Paulinas, 2000.
GOUVEIA, V. V., Clemente, M. & Vidal, M. A. (1998). España desde dentro: El
individualismo y el colectivismo como rasgos diferenciadores de las comunidades
autónomas. Sociedade y Utopia, 11, 168-179; 

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 5. ed., São Paulo: Pioneira,
1987.

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