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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Análise reflexiva e comparativa do Governo e suas funções, Sistemas de governo,


Governação, Boa governação, Grupo de interesse e pressão

Nome: Mina Cassimo

Código: 708192427

Curso: Administração Pública


Disciplina: Ciências Politicas e Boa
Governação.
Ano de Frequência: 4

Pemba, Julho de 2022

1
1.1. Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã Nota do
o máxima tutor Subtotal
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura organizacion Discussão 0.5
ais Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução Descrição dos
objectivos 1.0
Metodologia adequada
ao objecto do trabalho 2.0
Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica
discussão nacional e
internacional relevante
na área de estudo 2.0

Exploração dos dados 2.0


Contributos teóricos
Conclusão práticos 2.0
Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA Rigor e coerência das 4.0
Bibliográficas 6ª edição em citações/referências
citações e bibliográficas
bibliografia

2ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice……………………………………………………………………………………..iv
1.1. Critérios de avaliação (disciplinas teóricas) 2
Introdução 5
Objectivos gerais: 5
Objectivos específicos: 5
Metodologia de trabalho 6
Desenvolvimento 6
1. Conceito de Governo e suas funções 7
2. Sistemas de Governo 8
3. Governação 9
4. Boa governação. 10
1. Níveis e componentes de Boa Governação 10
2. Princípios de boa Governação. 11
5. Grupo de interesse e pressão Moçambicano 12
6. Quadro de análise reflexiva e comparativa do governo e suas funções.12
Conclusão 14
Bibliografia 15

iv4
Introdução
Os adventos do séc. XXI trouxeram à discussão o conceito de Boa Governação que,
numa perspectiva economicista seria essencialmente caracterizado pela existência de
instituições e regras que assegurassem o desenvolvimento da capacidade humana e
institucional através da melhoria da qualidade de sector público; pela accountability e
transparência no processo de tomada de decisões e na gestão do bem público.
O presente trabalho tem como tema “Boa Governação ", inserida na cadeira de
Ciência Politica, o qual fornece-nos assimetrias basilares das ciências Jurídicas. Portanto,
conteúdo da ciência política estuda as formas de governo e sua adequação às expectativas
populares, às formas de soberania e às suas possibilidades dentro do regime democrático.
Alguns pensadores afirmam que a boa governação implica a aplicação de um
conjunto de princípios democraticamente e eticamente aceites na sociedade.
No entanto, para elaboração do presente trabalho, recorreu-se a consulta de algumas
obras e recurso à fontes electrónicas que consistiu na leitura, analise e finalmente a
compilação das informações cujos autores estão devidamente citados na referencia
bibliográfica como maneira de permitir uma consistência do mesmo e que também foi
delimitado certos objectivos:

Objectivos gerais:
 Fazer uma reflexão exaustiva sobre a boa governação.

Objectivos específicos:
 Definir o conceito de governo e governação;
 Mencionar as formas de governo;
 Identificar os princípios de boa governação e reflectir em como estes se aplicam na
prática;
 Conhecer os níveis e componentes de boa Governação;
 Descrever como a boa governação se aplica na gestão de uma organização a nível
institucional, organizacional e operacional.

Porem, espera-se que os conteúdos contidos no presente trabalho venham a


corresponder os objectivos para qual foi elaborado e, tendo-se em conta de trabalho
cientifico a colaboração dos demais poderá ser uma aposta para melhor compreensão.

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Metodologia de trabalho
O trabalho em apresso foi elaborado através de pesquisa bibliográfica que, segundo
Marconi e Lakatos (2003), “a pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais
trabalhos já realizados (livros, revistas e publicações), revestidos de importância, por serem
capazes de fornecer dados actuais e relevantes relacionados com o tema”.
A abordagem metodológica privilegiada neste trabalho é o estudo exploratório, com
bases assentes na pesquisa bibliográfica, acessos a artigos elaborados para a Internet e
artigos de revistas especializadas, disponíveis ao público em geral.
Contudo, por meio de pesquisa bibliográfica, foram abordados conteúdos sobre
Governo e suas funções, Sistemas de governo, Governação e a boa governação, Grupos de
interesse e pressão, com o objectivo de definir cada um, buscando elucidar a importância da
governação e os princípios de boa governação para o conhecimento integral. Nesse sentido,
as teorias e práticas contemporâneas têm apontado os indivíduos como sendo a dimensão
que merece maior destaque, uma vez que o retorno esperado é sempre frutuoso.

Desenvolvimento
Serão abordados os seguintes conteúdos, como governo (formas de governo);
Sistemas de governo; Governação; Boa governação; Grupos de interesse e pressão
Moçambicana a luz das teorias sobre a construção destes (níveis e componentes de boa
governação); Princípios de boa governação, Conclusão, Bibliografia.
O termo governação é utilizado no Livro Branco para designar “o conjunto de regras,
processos e práticas que dizem respeito à qualidade do exercício do poder, essencialmente
no que se refere à responsabilidade, transparência, coerência, eficiência e eficácia”.
Por outro lado, a good governance deve basear-se em cinco princípios: (a) o
princípio da abertura, que exige uma actuação transparente e a utilização de uma linguagem
acessível ao público; (b) o princípio da participação no desenvolvimento e aplicação de
políticas da União Europeia, que aumenta a confiança no resultado final e nas instituições;
(c) o princípio da responsabilização, que ilustra a necessidade de se definir as atribuições e o
grau de responsabilização dos Estados membros e demais participantes das acções a nível
europeu; (d) o princípio da eficácia, que exige políticas eficazes e sua aplicação de forma
proporcional aos objectivos perseguidos; e (e) o princípio da coerência, que revela a
necessidade de adopção de medidas e políticas nos vários níveis coordenadas e coerentes
com a busca de uma finalidade comum.

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1. Conceito de Governo e suas funções
Governo é a autoridade governante de uma nação ou unidade política, que tem como
finalidade regrar e organizar a sociedade. O tamanho do governo vai variar de acordo com o
tamanho do Estado, podendo ser ele local, regional e nacional.
Assim como descreve RODRIGUES M. M. A. (2010), o:
Governo é o órgão de soberania que detém funções políticas, legislativas e
administrativas; isto significa, entre outras coisas, o poder de negociar com outros
Estados ou organizações internacionais, de legislar (através de instrumentos que se
chamam, depois de aprovados, decretos-lei), estudar problemas e decidir sobre eles,
fazer regulamentos técnicos para que as leis possam ser cumpridas, decidir onde se
gasta o dinheiro público, tomar decisões administrativas para o bem comum, de
acordo com a lei, etc.

O Governo, por sua vez, é o núcleo decisório do Estado, formado por membros da
elite política, os quais estão encarregados da gestão pública. Possui carácter transitório nas
democracias, isto é, os que ocupam os cargos governamentais devem, por princípio, ser
substituídos periodicamente de acordo com as preferências da sociedade.

1.2. Funções do Governo


No conceito de AMARAL, (1987), afirma que é regido de inúmeras funções o qual a
descreve:
Detém funções políticas, legislativas e administrativas; isto significa, entre
outras coisas, o poder de negociar com outros Estados ou organizações
internacionais, de legislar (através de instrumentos que se chamam, depois
de aprovados, decretos-leis), estudar problemas e decidir sobre eles, fazer
regulamentos técnicos para que as leis possam ser cumpridas, decidir onde
se gasta o dinheiro público, tomar decisões administrativas para o bem
comum, de acordo com a lei, etc.

A função legislativa é a essência do poder. É a fonte última das decisões e por isso
se confunde com o poder soberano. Nas democracias que justificam o poder na vontade
popular afirma-se que o legislador é o representante do povo.
A função judiciária é de controlo. Controle sobre os actos públicos e privados para
a garantia da legalidade. Pela teoria de freios de contrapesos de Montesquieu, os actos
judiciários são actos especiais como os actos do executivo.
Função executiva, diz respeito à promulgação da lei que regula a vida social, mas
sim aos actos singulares, visando objectivos concretos, particulares, como a nomeação de
funcionários, a execução de serviços públicos, arrecadação de impostos, etc.
Igualmente detém as funções de conduzir politicamente o Estado, definindo suas
directrizes supremas e controlar, comandar, dirigir.

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2. Sistemas de Governo
Nas palavras de José Afonso da Silva apud Martins (2017, p.1183), "são técnicas que
regem as relações entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções
governamentais". Martins relata quatro tipos de sistema em seu livro:

1. Parlamentarismo
Para Martins (2017, p.1186), afirma que,
Neste sistema o Chefe de Estado e de Governo são pessoas diferentes. Isto é, existe
um representante que não se envolve em disputas políticas ou de poder, actuando
como um norte quando em tempos de crise ou falta de consenso político. Nesse
sistema o Chefe de Governo permanece em seu cargo enquanto houver suporte
parlamentar. Esse sistema pode ser empregado em duas formas de governo que
serão relatadas em tópico posterior: a república ou a monarquia.

Para o autor as características principais deste sistema são: Distinção entre Chefe de
Estado e Chefe de Governo; Chefia do governo com responsabilidade política; Possibilidade
de dissolução do parlamento; O primeiro-ministro é escolhido pelo Parlamento.

2. Presidencialismo
Martins (2017, p.1188) entende que,
Basicamente, ocorre a unificação entre as funções de Chefe de Estado e de
Governo. Neste caso, o Presidente indicará seus assessores, Ministros e demais
cargos. E por fim, neste sistema, o Presidente, para perder o cargo, necessita sofrer
um processo de impeachment de acordo com a lei de seu país.

As características principais deste sistema são: O Presidente é Chefe de Estado e de


Governo; O cargo de Presidente é unipessoal; O Presidente é eleito pelo povo; O Presidente
respeita um mandato com tempo determinado para acabar; Há possibilidade de
responsabilização política; O presidente não pode dissolver o parlamento.

3. Semipresidencialismo ou Sistema Misto


Neste sistema os poderes entre o Presidente e o Primeiro-Ministro são divididos. O
Presidente possui poderes de dissolver o parlamento, e até indicar o Primeiro-Ministro, à
depender da legislação nacional.

4. Sistema Directorial
Resumidamente, este sistema não é muito utilizado pelas nações, segundo Martins
(2017, 1192), este sistema é utilizado pela Suíça e suas características são:
i) Existência de um poder executivo colegiado (directório) eleito pelos parlamentares
por um período fixo de mandato; ii) Não existe um Chefe de Estado autónomo. O Presidente
da Confederação que tem esses poderes e tem mandato de um ano.
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3. Governação
A governação é, o “uso da autoridade política e exercício de controlo sobre a
sociedade e a gestão dos recursos para o desenvolvimento económico e social (…), que por
sua vez, as autoridades ou as lideranças estabelecem relações com o público” (Kiwanuka,
2012, p. 50 Citando Landell-Mills & Sarageldin, 1991).
Para Paquet (2001), sugere que a governação,
tem ganho um espaço cada vez maior no âmbito das políticas de Cooperação e do
Desenvolvimento, entretanto, as primeiras tentativas de conceituar a Governação
derivam já de longa data: filósofos gregos como Platão, clássicos como Hobbes,
Maquiavel, entre outros, tentaram em suas perspectivas defini-la. O advento de
instituições e organizações internacionais voltadas para a salvaguarda da paz e
desenvolvimento traz um contexto legal e universal da governação aceite por
muitos.

A governação, exigível aos três pilares das nações e do mundo (Estado, Mercado e
Sociedade Civil), tem que ser absoluta e urgentemente reformada, reenquadrada e
democraticamente legalizada, tendo em conta a premência de soluções globais.

Para a Organização das Nações Unidas (1992),


a governação é o exercício da autoridade política, económica e administrativa, para
gerir os assuntos da nação. É um processo complexo de mecanismos, processos,
BM (1992), conceituaram governação como sendo um dos mecanismos através do
qual é feita a gestão dos recursos públicos cujo objectivo último é influenciar o
desenvolvimento e crescimento económico. interesses, exercem os seus direitos e
obrigações e negociam as suas diferenças. O conceito não se refere apenas ao
Estado (instituições políticas e governamentais), mas também às organizações da
sociedade civil e ao sector privado da economia.

O Banco Mundial (BM, 1992), conceituaram governação como sendo um dos


mecanismos através do qual é feita a gestão dos recursos públicos cujo objectivo último é
influenciar o desenvolvimento e crescimento económico.
Segundo Denhardt e Denhardt, salientam que,
a governação consiste no exercício da autoridade pública. Os autores mencionam
que ela pode ser definida como as formas, instituições e processos que determinam
o exercício do poder na sociedade, inclusive como são tomadas as decisões sobre
questões de interesse público e como os cidadãos são dadas voz nas decisões
públicas. Assim, a governação verifica como a sociedade realmente faz escolhas,
aloca recursos e cria valores compartilhados nas tomadas de decisão na esfera
pública.

Para o Direito, a governação tem a ver com a presença crescente desses atores no
cenário político e social. Trata-se de estabelecer regras e normas para sua participação, ainda
que não com formalização institucional estrita. Trata-se de reconhecer, no campo do Direito
Internacional, a presença crescente desses atores na discussão e formulação de tratados,
convenções e resoluções, bem como na sua implementação efectiva.

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4. Boa governação.
À luz da boa governação pública, num Estado responsável e num Governo aberto, os
servidores públicos devem saber não só respeitar os critérios técnicos de boa gestão, como
também saber dialogar, auscultar as opiniões e comunicar as decisões político-
administrativas aos cidadãos, competindo às ISC promover uma cultura de cidadania pró-
activa nas questões de administração pública.
O conceito de boa governação foi muito bem sintetizado por Canotilho (2006) como
sendo “a condução responsável dos assuntos do Estado”. Assim sendo, a boa governação,
assume uma “dimensão básica” de um Estado Constitucional, tratando-se de um conceito
“dotado de enormes potencialidades” para se compreenderem as suas instituições políticas.
De acordo com o site do Banco Mundial, a Boa Governação (Good Governance) é
entendida como um componente fundamental nos processos de desenvolvimento.
Para a União Europeia (2000), a Governação reproduz um ambiente num contexto
político e institucional que preserva os direitos humanos e se rege pelos princípios
democráticos e a observância das leis (rule of law). Os indicadores principais da governação
resumem-se em:
 Transparência;
 Gestão responsável dos recursos humanos, naturais e económicos.
Os indicadores da EU devem conduzir ao propósito de um equilibrado e sustentável
desenvolvimento.
Para a NEPAD, governação é um processo de tomada de decisão e o processo pelo
qual as decisões são implementadas. Deste modo, na lógica da NEPAD, a boa governação
envolve os seguintes indicadores:
 Participação; Accountability; Responsabilidade; Transparência; Instituições efectivas
e eficientes; A observância das leis e; Consenso.

Na opinião de (Spearman, 2006, p. 222) sob o prisma da imputação, prestação de


contas “é um requisito da boa governação não só as instituições governamentais mas
também o sector privado e as organizações da sociedade civil devem ser responsáveis
perante o público e a seus agentes institucionais”.

1. Níveis e componentes de Boa Governação


Para cada nível, e de forma resumida, corresponde um órgão da organização
desempenhando um papel específico que segundo Blin (2012) descreve:

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Ao nível institucional faz-se a gestão estratégica da organização e portanto
constitui o topo da estrutura da organização. Trata assuntos relativos à constituição,
à visão e missão da organização, aos direitos e deveres dos seus membros, às
questões sobre porque e como se tomam decisões, quais são os objectivos que a
organização pretende atingir e a conduta a seguir pelos seus membros.
O nível organizacional é o nível intermédio que garante a articulação e
coordenação necessárias à realização dos objectivos de uma organização. Este nível
implica, portanto, uma gestão táctica, e estabelece a ponte entre o nível
institucional, onde são formuladas as políticas e estratégias e definidos os
objectivos, e o operacional que executa as acções para realização da missão e visão
da organização.
O nível operacional ou técnico faz parte do dia-a-dia da organização, executa e
implementa as tarefas que permitem a realização dos objectivos da mesma. Este
nível é responsável por assegurar todas as actividades executivas da organização.

2. Princípios de boa Governação.


A boa governação assenta em princípios universais: uma democracia inclusiva,
participativa, transparente e responsável; respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais; Estado de direito e garantia de igualdade de acesso a serviços sociais de base.
De acordo com o proposto pela INTOSAI no documento sujeito a consulta -
INTOSAI GOV 9160 – Enhancing Good Governance for Public Assets, Guiding Principles
for Implementation, o conceitua,
a boa governação como o exercício do poder ou da autoridade – política,
económica, administrativa e outra – para gerir os recursos e assuntos públicos de um
país. A boa governação compreende os mecanismos, os processos e as instituições,
segundo as quais os cidadãos e grupos articulam os seus interesses, exercem os seus
direitos, cumprem as suas obrigações e medeiam as suas diferenças.

Assim a boa governação promove a igualdade, a participação, o pluralismo, a


transparência, a responsabilidade e o Estado de Direito, de forma efectiva, eficiente e
duradoura. Ao colocar em prática estes princípios, vemos a realização de eleições livres,
justas e frequentes, legislaturas representativas que fazem e supervisionam as leis e um
judiciário para interpretá-las.
Para AMARAL (1987), refere que,
a boa governação é exercida quando um sistema interno de prestação de contas
garante a transparência, eficácia e eficiência da gestão dos recursos e que o interesse
dos membros e beneficiários é servido, com base na estrutura da organização e na
distribuição de poder de tomada de decisão entre os órgãos.
Boa governação não se faz sem que o exemplo motivador e esclarecedor venha das
lideranças, com um imprescritível sentido do dever, pois ser-se líder é sobretudo ter
deveres e pouquíssimos direitos. Quem não está disposto a sujeitar-se a este
imperativo exigente e inegociável não pode pretender ser líder.

Porém, a boa governação tem a virtualidade de permitir a análise dos “aspectos


básicos do funcionamento de qualquer sociedade e de qualquer sistema político e social”.

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5. Grupo de interesse e pressão Moçambicano
O governante e ou o político é representante, o governado ou cidadão é representado
e nesta relação o representante presta contas das suas actividades ao representado ao mesmo
tempo que o representado tem o poder de pressão no exercício da cidadania participativa e
inclusiva.
Em Moçambique, há muita coisa que teria melhorado se houvesse uma articulação
entre os governantes e os governados. Se os governantes e políticos prestassem contas aos
governados e estes últimos pedissem contas aos primeiros. Sobretudo se os governados,
constituidos por sociedade civil ou cidadãos, constuindo grupos de pressão. A grupo de
pressão se denomina a associações de indivíduos unidos por interesses e aspirações comuns
que procuram influenciar e pressionar o poder político para que este tome decisões
favoráveis à realização dos seus objectivos, incluindo à adopção ou derrogação de medidas
legislativas, sem pretenderem ocupar e exercer o poder.
E perante esta definição podemos concluir que muitas das nossas associações, ditas
como sendo da sociedade civil, não encontram lugar no grupo de pressão, pois que muitas
das vezes se manifestam a grupos de partidos políticos, isto é, a grupos de pressão
permanente com intenção de conquistar e exercer o poder político, embora indirectamente.

6. Quadro de análise reflexiva e comparativa do governo e suas funções.


Aspectos Teoria de base Realidades no estado Conclusões
Moçambicano
De acordo com a O governo é mais do
Governo, aquele que é só constituição em vigor, que o executivo, pois
para todos (realeza), de o regime político em se caracteriza por se
Governo e alguns para todos Moçambique é estabilizar
suas funções (aristocracia) e de todos presidencialista: o institucionalmente
para todos (regime chefe de Estado é no Estado e assumir
institucional). igualmente chefe do a responsabilidade
governo. da orientação
política geral.

Silva apud Martins Para Jorge Miranda, Basicamente, ocorre


(2017), "são técnicas que Carrilho, Rui Baltazar a unificação entre as
Sistemas de regem as relações entre o e Gilles Cistac, funções de Chefe de
governo Poder Legislativo e o descrevem que o Estado e de
Poder Executivo no Sistemas de governo é Governo. Neste
exercício das funções presidencial. caso, o Presidente
governamentais". indicará seus
Martins relata quatro assessores, Ministros

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tipos de sistema em seu e demais cargos.
livro.
Filósofos gregos como
Platão, clássicos como A governação tem a
Hobbes, Maquiavel, Apresenta um quadro ver com a presença
entre outros, tentaram em comparativo útil no crescente desses
Governação suas perspectivas defini- estudo de questões de atores no cenário
la a governação consiste transição política. político e social.
no exercício da
autoridade pública.
A CIP, ponta a falta da A boa governação
Para a NEPAD, vontade politica, a tem a virtualidade de
governação é um corrupção e ausência permitir a análise
Boa processo de tomada de de prestação de contas dos “aspectos
governação decisão e o processo pelo como a receita para o básicos do
qual as decisões são insucesso da funcionamento de
implementadas e assenta governação em qualquer sociedade e
em princípios universais. Moçambique. de qualquer sistema
político e social”.
São associações de
indivíduos unidos por
interesses e aspirações Essas associações,
comuns que procuram ditas como sendo da Há grupos de
Grupo de influenciar e pressionar o sociedade civil, não pressão permanente
interesse e poder político para que encontram lugar no com intenção de
pressão este tome decisões grupo de pressão, pois conquistar e exercer
favoráveis à realização que muitas das vezes o poder político,
dos seus objectivos, se manifestam a embora
incluindo à adopção ou grupos de partidos indirectamente.
derrogação de medidas políticos
legislativas, sem
pretenderem ocupar e
exercer o poder.

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Conclusão
O Governo é a organização que é a autoridade governante de uma unidade política";
"o poder de regrar uma sociedade política"; ou o aparato pelo qual o corpo governante
funciona e exerce autoridade.
O conceito de governação (governance) não deve ser confundido com o de governo,
como órgão constitucionalmente responsável pela condução da política geral e pelo
exercício do poder de administração pública num Estado de Direito. A governação consiste
no processo de tomada de decisões e no processo segundo o qual as decisões são
implementadas. A governação enquanto processo de tomada de decisões e sua
implementação envolve não só a actuação do governo, mas também outros parceiros ou
sectores da sociedade, nomeadamente as empresas, as organizações não-governamentais, as
instituições financeiras, os institutos de investigação, os meios de comunicação social e os
militares.
Por seu turno, a boa governação pode ser definida como o exercício do poder ou da
autoridade – política, económica, administrativa e outra – para gerir os recursos e assuntos
públicos de um país. A boa governação compreende os mecanismos, os processos e as
instituições, segundo as quais os cidadãos e grupos articulam os seus interesses, exercem os
seus direitos, cumprem as suas obrigações e medeiam as suas diferenças.
Os princípios de boa governação são essenciais para que os Estados e economias de
cada país proporcionem um ambiente institucional favorável a um processo de
desenvolvimento nacional com a participação dos cidadãos e para os cidadãos e de uma
forma sustentável nas vertentes da economia, financeira, social e ambiental.
Essa boa governação é exigível aos três pilares das nações e do mundo (Estado,
Mercado e Sociedade Civil). E tem que ser absoluta e urgentemente reformada,
reenquadrada e democraticamente legalizada, tendo em conta a premência de soluções
globais.

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Bibliografia
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