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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distãncia

Programas de Ensino de Historia em Moçambique no Ensino Secundário do 1º Ciclo


( 8ª, 9ª e 10ª Classe)

Nome.:Juma José Jaime – Código: 708190840

Licenciatura em Ensino de Historia


Didactica de Historia II
3ºAno

Docente: Paulo Rocha Talade

Quelimane, Julho de 2021


Índice

1. Introdução............................................................................................................................3
1.2. Objectivos........................................................................................................................4
1.2.1. Objectivo geral.............................................................................................................4
1.2.2. Objectivos específicos..................................................................................................4
1.3. Metodologia.....................................................................................................................4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................5
2.1. Conceito...............................................................................................................................5
2.1.1. Programa...........................................................................................................................5
2.2. Objectivos Gerais do Ensino Secundário Geral...............................................................7
2.3. Analise dos objectivos gerais do ESG.............................................................................8
2.3.1. A Abordagem Transversal...........................................................................................9
2.4. O Ensino da disciplina de História.................................................................................11
3. Conclusão..........................................................................................................................13
4. Bibliografia........................................................................................................................14

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1. Introdução

O ensino da História neste nível (ou classe) desempenha um papel muito importante na
formação da personalidade dos alunos. Ela deve despertar sentimentos de solidariedade e
respeito para com todos os povos do mundo e levar o aluno a relacionar a História do seu país
com a do continente Africano e a dos demais continentes.

A disciplina de História oferece a possibilidade de pôr os alunos em contacto com a evolução


da sociedade humana, com a luta dos povos contra a opressão e a exploração, através dos
tempos, com os problemas políticos, económicos e sociais.

O estudo desta disciplina deve contribuir para a compreensão, por parte dos alunos, dos
problemas actuais que se fazem sentir, tanto a nível nacional como internacional, e veicular
uma concepção científica do Mundo.

Agora na 8ª classe, os alunos irão verificar ou analisar a expansão europeia e as suas fases
mercantil e industrial que originaram a colonização dos diferentes povos.

Ver-se-á a natureza da intervenção europeia nos vários continentes e o desenvolvimento do


capitalismo na Europa, bem como a resposta dos povos colonizados, temas que são de grande
importância para o desenvolvimento da consciência nacional.

As Revoluções Liberais e sua importância, bem como o surgimento dos movimentos


nacionalistas e das doutrinas socialistas, são outros temas importantes que constam também
do programa.

Foi concedido um realce especial à História de África e à nossa própria História, por se
relacionar com a realidade em que o aluno está inserido e que ele poderá comparar e
compreender melhor, contribuindo assim para a sua constante transformação e mudança.
Justifica-se deste modo a importância dos temas que abordam o tráfico de escravos e os vários
aspectos com eles relacionados: os seus efeitos sobre o continente africano e as sociedades
africanas afectadas pelo tráfico de escravos, a partir do séc. XV, pela presença europeia no
período compreendido entre os séculos XV e XX.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


 Analisar os programas de ensino de Historia em Moçambique no ensino Secundário
do 1º Ciclo

1.2.2. Objectivos específicos


 Consolidar os resultados da aprendizagem da classe anterior;
 Reconhecer a importância desta unidade como elo de ligação entre os estudos
realizados nos ciclos anteriores e os que se irão realizar nesta classe;
 Reconhecer alguns aspectos gerais dos conteúdos programáticos da classe, e os seus
objectivos;
 Reconhecer as formas de avaliação e os tipos de controlo a que irão ser submetidos
durante o ano lectivo;
 Perceber a importância da utilização de fragmentos históricos, que se incluem no
manual, para um estudo científico da História.

1.3. Metodologia

Tendo em conta os principais objectivos definidos para a investigação, pode-se considerar a


presente pesquisa como sendo a pesquisa bibliográfica foi feita a partir do levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros,
artigos científicos, páginas de web sites.

Nesta vertente, de acordo com Severino (2007), “a pesquisa bibliográfica é aquela que
abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudos” (p.122).

A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado, constituído


basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas. A pesquisa documental
recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas
estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias,
pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (Fonseca,
2002, p. 32).

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Conceito

2.1.1. Programa
Programa é um instrumento do currículo com a função de fazer com que a aprendizagem
ocorra. Os programas fazem parte do currículo e não podem ser vistos de forma neutra, pelo
facto de possuírem uma intenção e uma função social tal como o currículo. Portanto, o
currículo aparece como o corpo geral das acções a serem desenvolvidas na escola durante o
processo educativo, mas cada fracção do currículo é operacionalizada através de um programa
bem definido o que conduz ao sucesso ou não da implementação de um determinado currículo
(Kelly1981, p. 85)
Segundo Proença (1989, p.81), o grau de estruturação do programa pode ser variável de
acordo com a sua concepção. O mesmo se pode dizer da forma como os diversos elementos
estão explicitados. Um programa deve integrar os seguintes elementos: Esquema conceptual
da disciplina; Finalidades da disciplina; Objectivos gerais da disciplina; Temas organizadores
e; Conteúdos organizados.

Currículo é um conjunto estruturado de matérias e de programas de ensino num determinado


nível de escolaridade, ciclo ou domínio de estudo. (Ribeiro 1999, p. 12)

Segundo Rego apud Piletti (2004) currículo significa muito mais do que o conteúdo a ser
aprendido, significa toda a vida escolar da. Um programa de ensino só se transforma em
currículo após as experiencias que a criança vive em torno do mesmo. (p. 52)
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Sendo assim, o currículo, enquanto prática, é um campo privilegiado para analisar as
contradições entre as intenções e a prática educativa que está para além das declarações, dos
documentos, da retórica, uma vez que nas propostas de currículo se expressam mais os
anseios do que as realidades. Contudo, sem considerar as interacções entre esses aspectos, não
se pode compreender o que aprende e o que acontece realmente nos contextos educacionais.

Assim, para tornar nítida a realidade curricular é necessária compreender os contextos e as


práticas que nele interagem. Assim, a institucionalização da disciplina escolar vincula-se ao
currículo como construção cultural. O principal elo de ligação do currículo à sociedade faz-se
através da cultura. É nesse sentido que o conteúdo escolar tem sido uma das questões mais
marcantes da teorização curricular (Pacheco, 2006, p. 69).

Percebe-se, a partir dessa perspectiva, que a reprodução social, assim como os elementos
culturais, apontam para os princípios de intervenção na organização do que ensinar, como
ensinar e por que ensinar. Neste sentido, os códigos curriculares são, assim, denominações
que se reportam a tradições culturais, embora o fato de admitir o valor de uma tradição ou
cultura não seja, necessariamente, um ato tradicionalista (Ibid., p. 70).

Os modos de organizar os elementos que fazem parte da disciplina escolar são modos
particulares de interpretar a realidade escolar.

Plano Curricular Segundo (PCESG 2015, p. 54) Plano curricular é um documento oficial,
onde constam os fundamentos, os objectivos, os conteúdos, as orientações didácticos -
pedagógicas, as características da escola e das salas de aula e as propostas de avaliação 3 de
maneira a orientar a prática educativa, mas prevendo, também, as variantes na sua aplicada.

Desta maneira contém elementos fundamentais para o Processo de Ensino e Aprendizagem,


orientando os professores e todo o protocolo envolvido na prática educativa escolar na
organização de si próprio e dos alunos, com finalidade do cumprimento das suas respeitavas
planificações.

Segundo Proença (1989, p.82) para poder executar convenientemente um programa, o


professor deve proceder à sua análise prévia. Desta forma apresenta-se o seguinte instrumento
de análise do programa: Princípios educativos, Elementos nucleares do programa, Articulação
com outros programas, Exequibilidade do programa de Princípios educativos onde estão em
causa as opções científicas e pedagógicas que podem ser explicadas nas finalidades

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educativas enunciadas na organização do programa. Neste destacam-se o Princípio teórico,
Princípios pedagógicos, Princípios didácticos.

No Princípio teórico temos a Concepção geral da disciplina; Adequação dessa concepção ao


nível do ensino e; Lógica estrutural que preside à organização da matéria.

Nos Princípios pedagógicos temos as Orientações educativas preconizadas (tipo de homem,


de sociedade e de saber que constituem o horizonte referencial do programa).

Nos Princípios didácticos temos a norma de actuação do professor para a sua intervenção no
processo de ensino/aprendizagem.

2.2. Objectivos Gerais do Ensino Secundário Geral


À luz dos objectivos gerais do Sistema Nacional de Educação, o ESG visa:

a) Proporcionar ao jovem um desenvolvimento integral e harmonioso, através de um


conjunto de competências: conhecimentos, habilidades, atitudes e valores articulados em
todas as áreas de aprendizagem;
b) Promover uma educação inclusiva, numa perspectiva de igualdade de oportunidades para
todos os alunos;
c) Criar oportunidades educativas diversificadas que permitam ao aluno desenvolver as suas
potencialidades, actuando como um sujeito activo na busca do conhecimento e na
construção da sua visão do mundo;
d) Desenvolver no jovem competências que o permitam participar activamente na vida
política, social e económica do país;
e) Desenvolver o espírito científico e o pensamento reflexivo;
f) Desenvolver competências relevantes que o tornem um cidadão responsável, capaz de
tomar decisões informadas e fazeres colhas sobre o seu futuro, resolver com sucesso os
problemas que se lhe colocam na sua família, na comunidade e no trabalho;
g) Educar o jovem para desenvolver valores e atitudes positivas para a sociedade em que
vive, no respeito pelo próximo, pelas leis e no amor à vida e à verdade;
h) Educar o jovem na prevenção e combate contra a droga, incluindo o tabagismo e
alcoolismo e na prevenção de doenças, particularmente a malária, a cólera, o HIV/ SIDA e
outras infecções sexualmente transmissíveis;
i) Garantir que o jovem conheça o meio em que vive, isto é, conheça as leis da natureza e as
formas de preservação da mesma;
j) Desenvolver competências sobre práticas relevantes na área da agricultura e pecuária;
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k) Promover o respeito pelos órgãos do Estado, símbolos da pátria e o conhecimento dos
Direitos Humanos, direitos e deveres do cidadão moçambicano;
l) Desenvolver valores culturais e éticos necessários para uma participação efectiva numa
sociedade democrática;
m) Promover o espírito empreendedor e atitudes positivas em relação ao trabalho e ao auto-
emprego.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática
educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo.

o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar situações em


que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a escola estiver
limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as regras de
comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da comunidade
escolar de forma coerente e sistemática. (PCESG, p.27)

Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça,


solidariedade, humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor à
pátria, o amor próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e pelo
bem comum, deverá estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os momentos
da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja
preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis
subsequentes.

Perspetiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se
a uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais
novas habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na
resolução de problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de
modo a ter várias ocupações ao longo da vida.

2.3. Analise dos objectivos gerais do ESG


Olhando para os objectivos gerais do ESG observa-se claramente que enfatizam o
desenvolvimento de habilidades nos alunos. Mas olhando para a realidade do nosso país e
para a realidade do cidadão moçambicano observa-se uma divergência, para o caso especifico
da disciplina de história: os objectivos das alíneas (c, d, e, h, j, k, l, m,). O objectivo “c” nas

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escolas secundárias não materializa-se porque não são criadas situações para o
desenvolvimento de potencialidades dos alunos. Os alunos não fazem excursões para o
desenvolvimento de potencialidades na área do conhecimento histórico do nosso país. O
objectivo “d” é vista como um dos objectivos que norteia o cidadão, mas também não se faz
sentir isso porque os alunos não são dados oportunidades para intervir nas áreas relacionadas
com a politica da própria escola, que partindo daí podiam ter uma visão daquilo que é a
politica que norteia o nosso país. No âmbito económico os alunos por vezes não sabem qual é
a base económica do nosso país não sabem quais actividades que devem ser desenvolvidas
para o crescimento económico do país daí que se reclama anualmente da falta de emprego.

Para a materialização do objectivo “e” as escolas secundárias deviam estar equipadas de


material tecnológico e bibliotecas para o desenvolvimento científico, mas não é o que se
observa nas escolas o aluno da escola secundária por vezes termina o 1° ciclo do ESG sem
conhecer o livro de história que o professor usa para leccionar os conteúdos. Não temos nas
escolas materiais tecnológicos para o desenvolvimento das capacidades de investigação
científica que por sinal seria de maior valia para o desenvolvimento de habilidades para um
bom aluno de história. O mesmo objectivo não se enquadra para as escolas de todo o nosso
país porque os alunos que estão nas zonas rurais não têm muito conhecimento sobre as
tecnologias que são desenvolvidas no mundo.

O que se observa nas escolas secundárias é onde há mais abundância do alcoolismo, consumo
de drogas, e objectivo (h) dessa maneira não materializa – se nessas escolas. Fala se do
desenvolvimento das competências sobre práticas relevantes na área da agricultura e pecuária
como objectivo (j) mas o que tem se visto nas escolas secundárias é ao contrário porque as
próprias escolas não detêm, campos para o desenvolvimento dessas competências.

2.3.1. A Abordagem Transversal


A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista
um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade
escolar é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de
situações-problema parecidas com as que se vão confrontar na vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos
temas transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas
competências e nos temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo

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na escola e as atitudes dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um
modelo do saber ser, conviver com os outros e bem fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas
de tal forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele
contribuam para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e
co-curriculares sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores.

O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao


longo do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas
indicações para a sua abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto
de apoio sobre os temas transversais.

O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também com uma estratégia que permite
estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias áreas de
conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a
realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores,
alunos e até a comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.

Área de Comunicação e Ciências Sociais A área de Comunicação e Ciências sociais, neste


ciclo, está orientada para o desenvolvimento de competências linguística e comunicativa nas
línguas francesa e moçambicanas e aprofunda os conhecimentos das áreas específicas. As
competências a serem desenvolvidas neste ciclo têm em vista a preparação do jovem para
assumir responsabilidades na família, no emprego e na sociedade. Ele deverá ainda
desenvolver competências que o permitam integrar-se com sucesso no mundo académico, no
nível superior. Esta área integra as disciplinas de Línguas Moçambicanas, Língua Francesa,
História, Geografia e Introdução à Filosofia. (PCESG, 2007, p. 54)

No 1º Ciclo do ESG, o ensino de História iniciado no ciclo anterior continuará, numa


perspectiva de especialização, como preparação o acesso ao ensino superior e para a vida
laboral. Assim, as competências descritas para o ESG1 continuarão a ser consolidadas e
aprofundadas neste ciclo.

A aprendizagem da História visa:

 Desenvolver, nos alunos, a concepção científica da História do desenvolvimento da


sociedade humana;
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 Alargar o universo dos conhecimentos e instrumentos que lhes possibilitem o acesso à
memória colectiva nacional,
 Promover, nos alunos, o amor à Pátria, e a construção de uma cidadania responsável;
desenvolver, nos alunos, a consciência de fazer parte de uma sociedade e as
habilidades para agir sobre ela de forma participativa e crítica;
 Contribuir para a construção, nos alunos, de uma identidade individual e nacional.
Desenvolver, nos alunos, habilidades de análise e interpretação da informação, sob
diversas perspectivas. Do ponto de vista crítico fica uma dúvida de que tipo de cidadão
pretende-se formar uma vez que no 2 ciclo apenas aprofunda-se os conteúdos do 1
ciclo.

2.4. O Ensino da disciplina de História


Este é o Programa de História da 8ª,9ª e 10ª classe. Este programa visa contribuir para o
desenvolvimento das competências para a vida, desenvolvendo o espírito de solidariedade, de
tolerância, consciência patriótica e vontade de participar activamente na construção de uma
sociedade moçambicana democrática. Este Programa retoma ao estudo da História Universal
iniciado na 8ª classe e sugere o enquadramento da História da África como parte importante
da História Universal. Além disso, no campo das metodologias, aconselha a adopção de várias
estratégias e técnicas inerentes à disciplina, mas com enfoque para o método participativo de
ensino centrado no aluno.

Na sequência do estudo feito na 8ª classe sobre o modo de produção feudal, o programa da 9ª


Classe aborda a Acumulação Primitiva do Capital como condição fundamental para a
transição do Feudalismo ao Capitalismo, até a fase do Imperialismo. Por conseguinte, é
preciso que durante o processo de ensino - aprendizagem, os conhecimentos, habilidades e
convicções das classes anteriores sejam ligados, aprofundados e reforçados com a nova
matéria. O programa foi concebido tendo em conta os temas transversais que deverão ser
integrados ao longo da planificação das unidades temáticas. Para complementar a abordagem
dos temas transversais poder-se-ão realizar actividades extracurriculares.

Visão Geral dos conteúdos do 1º Ciclo do Ensino Secundário Geral

8ª Classe 9ª Classe 10ª Classe

1. A História como 1.- A Formação do Sistema 1.- As contradições


Ciência Capitalista entre os Séculos Imperialistas dos finais do

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XV-XVIII século XIX até ao final da 1ª
Guerra Mundial

2.-Origem e Evolução 2.- O Capitalismo Industrial e 2.- O Mundo entre a I e a II


do Homem o Movimento Operário nos Guerra Mundiais (1918-1939)
séculos XVIII-XIX

3.- As diferenciações 3.- Do Capitalismo Industrial 3.- A 2ª Guerra Mundial


sociais e a formação de ao Imperialismo (1939-1945) e o Movimento
Estados de Libertação Nacional

4. As relações sócio- Movimento de Libertação 4.- O Mundo entre a


políticas na Europa e na Nacional e as independências confrontação e o
África entre séc.VII-XV 1880- 1980 desanuviamento

4: Da dominação colonial em 5- Problemas Africanos de


Moçambique à independência Hoje 1960 aos nossos dias :
nacional Moçambique pós-
independente

Neste quadro, a História é vista como um conjunto de memórias e o aluno valorizado como
sujeito histórico, dialogando, assim, com os objectivos da Nova História. Esse paradigma de
produção historiográfico determina a construção de um espaço global de análise, não se
restringindo aos mesmos temas com as mesmas interpretações. Tudo isso apenas é possível
por meio da valorização de novos sujeitos e novas fontes e, por consequência, da construção
de uma História, de facto nova.

Este quadro apresenta como maior critério para a selecção de conteúdos a realidade dos
estudantes. É desse contexto que se devem extrair as problemáticas, a serem analisadas tendo
por base uma perspectiva histórica.

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3. Conclusão

Acredito que tenha concluído que a integração correcta e conveniente dos programas
escolares com o currículo necessita de um prévio planeamento em que se tenha em conta os
aspectos axiológicos subjacentes à sua concepção e todas as variáveis provenientes do
contexto.
Moçambique pós-independente, a História é vista como um conjunto de memórias e o aluno
valorizado como sujeito histórico, dialogando, assim, com os objectivos da Nova História.
Esse paradigma de produção historiográfico determina a construção de um espaço global de
análise, não se restringindo aos mesmos temas com as mesmas interpretações. Tudo isso
apenas é possível por meio da valorização de novos sujeitos e novas fontes e, por
consequência, da construção de uma História, de facto nova. Este quadro apresenta como
maior critério para a selecção de conteúdos a realidade dos estudantes. É desse contexto que
se devem extrair as problemáticas, a serem analisadas tendo por base uma perspectiva
histórica.

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4. Bibliografia
Barreira, A., & MOREIRA, M. (1999). Páginas do Tempo. História 8º ano. Lisboa: Edições
ASA.
Carreira, A. (1983). Notas sobre o Tráfico Português de Escravos. Lisboa: Universidade
Nova de Lisboa.
Curto, J. (2002). Álcool e escravos: o comércio luso-brasileiro do álcool em Mpinda, Luanda
e Benguela durante o tráfico atlântico de escravos (c. 1480-1830) e o seu impacto nas
sociedades da África Central Ocidental. Luanda.
Ki-Zerbo, J. (1946). História da África Negra, Paris, Hatier, 2º volume. Lisboa: Livraria Sá
da Costa.
M’bokolo, E. (2003). África Negra - História e Civilizações, Tomo I - até aoSéculo XVIII.
Lisboa: Vulgata.
Matoso, A. G. (1946). Compêndio de História Universal. Lisboa: Livraria Sá da Costa.
Moçambique, M. (2010). Programas de História Ensino do Ensino Secundario Geral do 1º
Ciclo . Maputo: MEDH.
Proença, M. C. (1989). Didáctica de História. Lisboa: Universidade Aberta.

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