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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ - UENF

SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 1 -Ecologia: histórico

 Há dez mil anos o homem já havia se disseminado a quase todas as partes do mundo, isto deveu-se a
capacidade de deslocamento, uso de ferramentas, agasalhos e do fogo, que o tornaram um animal
diferenciado.
 Por andar ereto, pode utilizar as mãos permitindo aperfeiçoar a caça, pesca e coleta. Essas
características associadas ao aumento do volume cerebral, permitiu ao homem interagir com ambiente
e modifica-lo, tornando-se um ser social e cultural.
 Através do conhecimento empírico, aprenderam quando e onde encontrar alimentos.
 Aristóteles é considerado um dos primeiros autores a sistematizar e organizar conhecimentos sobre a
natureza. Em sua Historia animalium ele descreveu muitas espécies de animais, além de explicar a
praga de gafanhotos e fazer observações sobre a superpopulação de ratos do campo.
 Teofrastro, discípulo de Aristóteles escreveu o livro Historia plantae, abordando a localização
geográfica das mesmas e os melhores lugares para sua existência.
 Em Roma, Plínio, o velho, escreve a Historia naturalis em 37 volumes, sendo considerada a primeira
enciclopédia de história natural.
 Os conhecimentos sobre ecologia na Idade Média até os séculos 15 e 16 limitavam-se a bestiários e
herbários.
 A ciência progrediu pouco nesta época devido a invasões bárbaras e ao monopólio da cultura pela
igreja. Nesta mesma época, os trabalhos dos monges copistas impediram que conhecimentos valiosos
fossem perdidos.
 A partir dos séculos 15 e 16 cresceu o desejo de realizar um amplo inventário da natureza, fato este
relacionado a descoberta de novos mundos, incluindo o Brasil e sua diversidade tropical.
 Nessa época os registros eram feitos por escrivães, cartógrafos e naturalistas.
 No século 17 Marcgrave escreve a Historia naturalis brasiliae, referente a estudos florísticos do
nordeste, publicada em 1648.
 Em 1756, Buffon publica Historia natural, contestando a suposição de Aristóteles sobre a diminuição
dos ratos. Para Buffon os mesmos eram controlados por agentes biológicos e não pelas chuvas. Na
mesma obra cita que por falta de predadores, os coelhos poderiam transformar um campo de
gramíneas num deserto.
 Ainda nesta época os estudos priorizavam a descrição da flora e fauna.
 Ainda nesta época, Lineu propõe um sistema universal de catalogação de plantas, animais e minérios,
o Systema Naturae em latim.
 Em meados do século 18, multiplicam-se as expedições cientificas aos trópicos, impulsionadas pelos
soberanos das academias cientificas.
 Humboldt viaja durante cinco anos e expõe resultados científicos de diversas áreas como, botânica,
zoologia, geologia, astronomia, incluindo dois atlas. Ao contrário dos botânicos da época, ele considera
a vegetação segundo as suas associações, como com os animais, local, temperatura, etc. Nascendo
assim uma forma ecologia de descrever o mundo, ou seja, ela começou a considerar os fatores biótico
e abióticos da paisagem. Seu trabalho motivo a outros como, Martius, Wallace e Darwin.
 Uma considerável parte do que se conhece hoje sobre ecossistemas se deve ao trabalho de expedições
cientificas de cartógrafos, desenhistas e cientistas no século 19.
 No Brasil, a partir da chegada da corte portuguesa e aberturas dos portos à outras nações, iniciou-se
um ciclo de grandes expedições. Incluindo naturalistas como Martius em 1817 e Darwin em 1832.
 Darwin é considerado o fundador da Ecologia moderna. Na obra origem das espécies ele utiliza a
expressão "economia da natureza", podendo ser compreendida como sinônimo de ecossistema. Os

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termos utilizados por ele como "lugares" e "vagas", podem ser entendidos como (nicho e nicho vago).
A expressão "princípio da exclusão competitiva" como (competição e mutualismo).
 Referindo-se a Darwin, Haeckel em 186 introduz o termo ecologia, definindo-a como a "ciência das
relações entre o organismo e o mundo externo circunvizinho".
 Em 1877, Mobios, cunha o ermo "biocenese", referindo-se a comunidades de organismos num recife
de coral.
 O termo ecossistema foi criado por Tansley em 1935, ele considerava os animais e as plantas em
grupos, juntamente com os fatores físicos de seus arredores, como um sistema ecológico fundamental.
 Em 1944, Sukatchev usa o termo "biogeocenose", sinônimo do atual ecossistema, para referir-se as
trocas de matéria e energia.
 Em meados do século 20, ecólogos começaram a desenvolver o campo quantitativo da ecologia de
ecossistemas.
 Um sistema consiste em componentes interdependentes que interagem regularmente e formam um
todo unificado (Odum, 1983).
 O avanço tecnológico contribui para um novo olhar sobre a Terra. James Lovelock desenvolve a
Hipótese Gaia em 1972. Este novo olhar atrai a atenção de outros cientistas, dentre eles a famosa
microbiologista Lynn Margulis. Ambos propõem que a auto-regulação do sistema planetário consiste
na ligação de sistemas vivos e não vivos, considerando a Terra quase como um superorganismo. Sendo
está uma hipótese polêmica, muitas pesquisas serão necessárias para consolida-la ou reprova-la.
 Em ecologia, é preciso conhecer mais do que a paisagem, é preciso compreender como estão
distribuídos os seres vivos nos diferentes ecossistemas e se essa distribuição define padrões. É preciso
compreender o comportamento das populações e comunidades no tempo e espaço.

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DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 2 - O âmbito da Ecologia: definições e perspectivas

 Hoje os ecólogos estão interessados em saber onde estão os organismos, quantos existem, onde
estão, por que estão, por que são poucos ou muitos, o que fazem e como se relacionam.
 Em pesquisas realizadas em lagoas costeiras em Macaé, observou-se que riqueza de espécies é maior
onde o nível de salinidade também é maior.
 Os fatores que afetam a distribuição de organismos podem ser analisados a nível de população com
uma só espécie ou várias espécies a nível de comunidade.
 Os organismos ao mesmo tempo que são dependentes da natureza para suas necessidades
fundamentais, são agentes de mudança nos sistemas naturais onde vive devido a sua interação com o
meio.
 Um exemplo relacionado ao tópico acima é o da palmeirinha guriri na Restinga de Jurubatida. Na
restinga, na areia sem a presença de vegetação, a temperatura pode chegar 60ºC. Com a instalação
(nascimento e manutenção) da palmeirinha, a mesma contribui para diminuição da temperatura da
areia e modificação do solo, propiciando que outras plantas aos poucos se instalem nas cercanias,
ocasionando o aumento da complexidade dos habitats na restinga.
 Como segundo exemplo de interação do organismo com o meio na própria restinga, é o das plantas
rasteiras na faixa de areia próximo a praia. Essas plantas, após instaladas, impedem que os grãos de
areias sejam livremente transportados pelo vento devido seu crescimento e entrelaçamento de seus
caules.
 Um terceiro exemplo é o das bromélias, que por acumularem água, permitem a vida de organismo
aquáticos em plena restinga, onde predomina a areia.
 Em uma floresta, a organização espacial de organismos, sejam eles vegetais ou animais, é um dos
responsáveis pela distribuição de água, luz e de nutrientes que entram na mesma. Todos os seres
vivos em uma floresta estão consumindo e eliminando água e nutrientes, participando ativamente do
ciclo da água na região.
 Em uma floresta, o dossel e as demais plantas, de modo geral, impedem que a água das chuvas atinja
diretamente o solo, lavando o mesmo e provocando erosão.
 Em um costão rochoso podemos encontrar um habitat resultante de ação totalmente biológica.
Como por exemplo a construção de tubos com a areia e muco pelos poliquetos. Permitindo posterior
instalação de ouriços, anêmonas e algas.
 Os exemplos acima registram as interações do meio físico e meio biológico.
 A variação espacial e temporal das condições físicas para a vida frequentemente está associada direta
ou indiretamente à variabilidade dos seres vivos.
 Os segmentos de tempo que marcam mudanças podem ser classificados em duas categorias:
 Mudanças rápidas: associadas com uma simplificação do sistema, como a queda de meteoritos.
 Mudanças lentas: que incrementam pouco a pouco a organização e conduzem a motivos de
distribuição relativamente persistentes, como os batimentos frequentes de ondas nos costões
rochosos.
 A Biosfera está sujeita a um processo de sucessão generalizado, interrompido ou pontuado por
desastres e catástrofes, ocasionando mortes e mudanças, resultando em renovação na distribuição
das espécies.
 Em Ecologia observamos que tudo afeta tudo, devido as interações.

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 Para estudo e compreensão do funcionamento dos sistemas naturais, é preciso lançar mão de vários
outros campos de estudo, como a Evolução, Fisiologia, Matemática, Geologia, Geomorfologia e etc.
 A Ecologia está dividida em três níveis fundamentais de hierarquia:
 Os organismos;
 As populações de organismos;
 As comunidades de populações.

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DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 3 – Níveis de organização e o estudo ecológico.

 Espécie é o conjunto de populações naturais intercruzantes, que são isolados reprodutivamente de


outros grupos.
 Os níveis de organização dividem-se em quatro grupos:
1. Indivíduos;
2. Populações;
3. Comunidades;
4. Ecossistemas.

 Indivíduo: entidade representante de uma espécie localizada espacial e temporalmente, com começo
e fim no tempo.
 População: conjunto de indivíduos de uma mesma espécie em um determinado local.
 Comunidade: conjunto e populações presentes no mesmo local que normalmente interagem.
 Ecossistema: interação de organismos (fatores bióticos) com fatores abióticos (temperatura,
umidade, solo e etc.).

 Cada nível de organização possui peculiaridades no que tange a características e propriedades.


 Densidade: número de indivíduos por unidade de área ou volume.
 Razão sexual: correlação entre número dos gêneros.

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Resumo: Aula 4 - O meio ambiente: introdução aos fatores físicos e aos fatores limitantes

 O meio ambiente é integrado por dois grandes fatores, o biótico e abiótico.


 O componente biótico representa os organismos vivos. O componente abiótico representa os fatores
físicos (luminosidade, temperatura, ventos, pressão) e químico (elementos químicos presente na água,
no solo e etc).
 Um fator ambiental é sempre externo a um dado organismo e que atua sobre ele.
 Região polar: baixa incidência de radiação solar, pouca produção de calor, baixa evaporação da água
ocasionando baixa umidade do ar.
 O ambiente físico condiciona até certo grau a distribuição e sobrevivência dos organismos pelos
ecossistemas da Terra.
 As condições abióticas estabelecem limites à vida na Terra.
 São as variações de insolação que influenciam as principais características abióticas: luz, temperatura
e umidade.
 O conceito de fatores limitante é encontrado com o estudo em conjunto das características abióticas
e demais elementos naturais.
 Em condições constantes, o recurso nutritivo de uma planta tende a ser um fator limitante, devido por
exemplo a erosões.
 Em um sistema ecológico apenas a matéria circula, já a energia segue um fluxo único, transformando-
se em energia cada vez menos aproveitável.
 Um fator ambiental só pode ser considerado limitante quando estiver presente em pouca quantidade,
próximas ao mínimo requerido para o funcionamento dos organismos.
 Organismo esteolalino (do grego stenós - estreito), suporta pequenas variações de salinidade em seu
ambiente. Já o organismo eurialino (do grego eurús - largo), suporta maiores variações. Da mesma
forma os organismos estenotérmicos e euritérmicos quando a variação de temperaturas.
 Fatores importantes em ambiente terrestres: iluminação, temperatura e umidade.
 Fatores importantes em ambientes aquáticos: iluminação, temperatura e salinidade.

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Resumo: Aula 5 – Fatores abióticos: luz e temperatura

 A luz funciona como estímulo de medida de tempo em vegetais e animais.


 Muitas limitações ecológicas das plantas estão relacionadas ao regime de luminosidade ambiental.
 Além da luz outros fatores limitantes são importantes, como a água e disponibilidade de nutrientes.
 A temperatura é outro fator importante, principalmente quando relacionados a seus extremos.
 Quanto menor o comprimento de onda, maior a sua frequência e energia.
 Ondas pequenas e de alta frequência tem alto poder de penetração.
 A luz visível além de agir como fonte de energia, regula a vida dos vegetais estabelecendo a orientação
de seu crescimento.
 A primeira lei da termodinâmica, denominada conservação da energia, afirma que a energia pode ser
transformada de um tipo em outra, mas não pode ser criada em destruída.
 A segunda lei denominada de entropia, afirma que nenhum processo envolvendo transformação de
energia ocorre espontaneamente, a menos que a energia seja degrada de uma forma mais consistente
para uma mais dispersa.
 O processo de fotossíntese produz energia de tipo potencial, que será transformada ao ser consumida
por outros organismos.
 A variação de luz e temperatura no decorrer das estações do ano influenciam processos como
maturação dos frutos, floração, troca de penas em aves, ritmo de trabalho de insetos e etc.

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Resumo: Aula 6 – Fatores abióticos: umidade e salinidade

UMIDADE

 Os organismos investem energia para se manterem longe do equilíbrio térmico com o meio.
 A passagem de líquidos e substâncias através da membrana plasmática celular se chama osmose.
 Pela capacidade de quebrar e dissolver diversos compostos, a água é conhecida como solvente
universal.
 A água é responsável por relativa estabilidade térmica das plantas, permitindo a absorção de
considerável quantidade de radiação sem alterar consideravelmente a temperatura.
 Por possuir um alto calor especifico, a água precisa absorver muita energia para aumentar sua
temperatura, da mesma forma, precisa liberar muita energia para diminuir sua temperatura.
 O calor específico é a quantidade de calor necessária para altera em 1ºC a temperatura de uma
substância química.
 A tensão superficial da água é obtida pela força de ligação de suas moléculas.
 As principais relações hídricas nas plantas envolvem:
 Água de hidratação: gira em torno de 5 e 10% de toda água da célula.
 Água de estoque: encontra-se no interior dos compartimentos celulares que são reservatório de
soluções.
 Água intersticial: meio de transporte nos espaços intracelulares
 Água vascular: meio de transporte de elementos condutores dos tecidos.
 Os processos básicos do balanço hídrico das plantas são a transpiração, absorção e transporte de água
das raízes até as superfícies transpirantes.
 A perda de água pelas plantas pode ocorrer por vapor (transpiração) e sob forma líquida (gutação)
 A temperatura e a umidade relativa do ar são duas influências diretas no processo de transpiração.
 A umidade absoluta é a quantidade de água no ar e a umidade relativa é a quantidade rela de vapor
d'água presente no ar comparada quando o mesmo está totalmente saturado.
 A evotranspiração é considerada um subsídio de energia.
 Subsídio de energia é qualquer fonte que não a solar, que reduza o custo de automanutenção interna
do ecossistema.

SALINIDADE

 A salinidade pode ser definida como a concentração de sais em determinada quantidade de líquido,
normalmente a água.
 A difusão e a osmose são dois processos passivos por não haver gasto de energia.
 Osmose é o fenômeno em que ocorre difusão de água em maior quantidade da solução hipotônica
para a hipertônica, através de uma membrana semipermeável.
 A retenção de íons é crítica para organismos terrestres e de água doce, e isto é feito com gasto de
energia.
 Os animais terrestres adquirem íons da água que bebem e dos alimentos, mas devido a deficiência de
sódio, é necessário usar fontes minerais como as salinas, de onde vem o sal de cozinha.
 As plantas absorvem os íons da água do solo pelas suas raízes. No entanto, em ambientes salinos
bombeiam o excesso de volta, funcionando as raízes como os rins dos animais. Em situações extremas,
as plantas secretam o excesso de sal pelas folhas, como ocorre nos manguezais.

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 Os sais no ambiente podem ser advindos de duas fontes: erosão de rochas e deposição do material
atmosférico.
 A de deposição de sal a distância feita pelo vento é chamada de salsugem.
 A atividade de irrigação de cultivos em escala comercial contribui para a perda de produtividade do
solo, devido a disponibilidade de sais após a evaporação desta água.

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Resumo: Aula 7 – Substratos sólidos: solo e sedimentos

 Principais constituintes dos solos e sedimentos:


 Solo: sólidos inorgânicos e orgânicos e poros com água e ar.
 Sedimentos: sólidos inorgânicos e orgânicos e poros com água.
 A formação dos solos e sedimentos ocorre por processos interativos físicos, químicos e biológicos sobre
uma rocha matriz.
 Fatores como a natureza da rocha matriz, a ação do clima, da biota e relevo, são importantes para a
formação e caracterização dos solos.
 Em ambiente marinho a formação de rochas calcárias pode ocorrer em sentido inverso ao intemperismo
e à fragmentação de rochas devido a ação de certos organismos.
 Basicamente a circulação de nutrientes é suportada por: processos físicos (gravidade, ventos correntes)
e processos biológicos: (exsudatos e excretas por organismos animais e vegetais).
 A textura de solos e sedimentos se relaciona à composição granulométrica, isto é, a participação relativa,
baseado por peso de diferentes classes de tamanho de partículas.
 Os tipos de água que podem ser encontradas nos solos são: água livre, água retida, água higroscópica e
água combinada às matrizes sólidas.
 Os vegetais criam estratégias no tocante a economia de água, por exemplo: transformação de folhas em
espinhos, folhas coriáceas, presença de pelos e cutículas, produção de resinas impermeáveis, estômatos
na face inferior das folhas, metabolismo C- e CAM.
 As vantagens do metabolismo CAM e C-4 são:
 Alta taxa fotossintética
 Ausência de fotorrespiração
 Alta eficiência na utilização de água
 Alta tolerância salina
 Baixo ponto de compensação para CO2.
 Os horizontes de solo são:
 O: delgado e rico em matéria orgânica. (serrapilheira ou folhiço)
 A: Maior zona de atividade biológica.
 B: Composto por carbonatos, compostos de ferro, argilo-minerais e etc.
 C: constituído por fragmentos de rocha matriz, pobre em material orgânico, as vezes com presença de
raízes.
 O equilíbrio estacionário do solo se dá quando as perdas por lixiviação, erosão e assimilação biológico
equivalem ás entradas proporcionadas pelo intemperismo de rochas, deposição úmida e seca, e pela
mineralização da matéria orgânica morta.
 Como exemplo de um impacto antrópico relacionado aos solos em nossa região é a queimada de cana
para sua colheita. A queimada extermina muitos organismos e microrganismos que contribuem direta
ou indiretamente para enriquecimento do mesmo. Além de ficar exposto diretamente a processos
erosivos, sendo sempre necessário a fertilização química do mesmo, que em excesso provocará outro
impacto, a eutrofização.

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Resumo: Aula 8 – Adaptações

 Os atributos dos indivíduos mudam ao longo do tempo através do processo de evolução.


 Os sistemas biológicos mudam continuamente a estrutura e o funcionamento dos organismos através das
gerações.
 Os organismos evoluem em resposta às características do meio em que vivem, incluindo condições físicas
dominantes (fatores abióticos), quanto a outras espécies com as quais interage (fatores bióticos).
 As características estruturais e funcionais que moldam um organismo às condições do meio ambiente são
chamadas de adaptações.
 Os três aspectos importantes relacionados aos organismos e ao seu meio são: a área, o habitat e o nicho
ecológico.
 Área: é o espaço geográfico que a espécie ocupa, cujos limites podem ser climáticos, fisiológicos ou
ambos.
 Habitat: é o espaço físico onde o organismo efetivamente vive. Alguns tipos de plantas só são encontradas
em determinadas altitudes.
 Nicho: inclui o espaço físico (habitat) e o que ele faz para sobreviver, incluindo sua relação com outros
organismos.
 A estrutura chamada cutícula nas plantas evita a entrada e perda de água, e não permite também a
entrada de nutrientes dissolvidos nem trocas gasosas. Para solucionar os problemas das trocas elas
desenvolveram os estômatos, que são pequenas aberturas nas cutículas e que controlam as trocas.
 As adaptações que as plantas aquáticas desenvolveram para poderem sobreviver em meio terrestre
compreende caracteres morfológicos como: cutícula, estômato, tecido vascular, de sustentação e etc.
 Os atributos adquiridos pelos indivíduos e bem ajustados a seu meio, são passados para os descendentes
e preservados.
 A seleção natural expressa três importantes propriedades da vida e suas relações com o meio:
1. Variação genética
2. Herança
3. Ajustamento evolutivo
 Importante salientar que o ajustamento evolutivo não está restrito a seleção natural, pois vai além disto.
O meio é o molde fazendo com que através das interações entre os seres vivos e seus ambientes resultam
em diferentes capacidades, aptidões de sobrevivência e por consequência sucesso reprodutivo entre
indivíduos com diferentes atributos.
 No processo de seleção artificial o agente de seleção é o homem.
 As adaptações de um organismo em suas formas fisiológicas e de comportamentos não podem ser
facilmente separadas do ambiente em que vivem, devido sua influência.
 A predação é um importante fator de adaptação, porque a relação predador-presa faz com que o
predador regule os padrões de abundância de suas presas.

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Resumo: Aula 9 – Transferência de energia e biomassa I

 O Princípio das Propriedades Emergentes postula que quando componentes e subconjuntos se


combinam formando sistemas funcionais maiores, surgem novas propriedades.
 Há casos em que a soma das propriedades das partes não é igual às propriedades do todo.
 Sadi Carnot foi quem formulou pela primeira vez o segundo princípio da termodinâmica. Este princípio
diz que em sistemas fechados, como nas máquinas térmicas, os fenômenos físicos tendem a ir da ordem
para desordem, alcançando o equilíbrio.
 No final do século XIX, o pensamento evolucionista mostrava que o universo vivo caminha da desordem
para ordem, ou seja, o oposto da entropia.
 Bertalanffy observou que no mundo vivo, ao contrário das máquinas, o sistema é aberto, mantendo-se
afastado do equilíbrio.
 Um sistema aberto é aquele que além da saída (s), recebe entrada de matéria e energia de outro (s)
sistema (s). E este fluxo de energia é responsável por manter os sistemas vivos longe do equilíbrio.
 Na década de 70 o químico Ilya Prigogine reavalia a segunda lei aprimorando as ideias de Bertalanffy por
meio da definição das "estruturas dissipativas" dos sistemas em auto regulação energética.
 As estruturas dissipativas dos sistemas vivos são responsáveis pela dissipação de energia ao longo do
processo de entrada, assimilação e transformação no interior dos organismos.
 Em uma cadeia ou teia alimentar a medida que um indivíduo de um nível trófico se alimenta de outro de
nível inferior, parte da energia contida nos nutrientes é dissipada em forma de calor pela respiração,
como resíduo por meio da excreção e por fim pela decomposição por organismos decompositores como
fungos, bactérias e artrópodes de animais e plantas mortas, quebrando em nutrientes básicos que serão
disponibilizados para as plantas.
 A Teoria Gaia sustenta que os organismos, principalmente os microrganismos evoluíram junto com o
ambiente físico, formando um complexo sistema que mantem as condições favoráveis de vida na Terra.
 Hoje já se sabe que tanto os organismos se adaptam a seu ambiente físico como também adaptam o
ambiente geoquímico às suas necessidades biológicas.
 As cianobactérias eram os organismos fotossintetizantes primitivos, a cerca de 3,5 bilhões de anos,
contribuindo para o aumento do nível de oxigênio no planeta e surgimento de organismos aeróbios.

REAÇÕES BÁSICAS NAS TRANSFORMAÇÕES BIOLÓGICAS DA ENERGIA

 Quando um átomo de carbono recebe elétrons de outro elemento ocorre a chamada reação de redução
química.
 Quando um átomo de carbono cede elétrons a outro elemento ocorre a oxidação.
 Para armazenar a energia solar, as plantas reduzem o carbono gerando compostos fotossintéticos como
a glicose (C6H12O6).
 Para seu crescimento, as plantas e animais liberam energia desfazendo-se dos compostos fotossintéticos,
oxidando o carbono novamente em CO2.

BALANÇO QUÍMICO DA FOTOSSÍNTESE. A PRODUÇÃO PRIMÁRIA.

 A fotossíntese une quimicamente dois produtos inorgânicos comum CO2 e H2O para formar um produto
orgânico (C6H1206) liberando O2.

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 O processo de fotossíntese significa o armazenamento da energia solar sob forma de energia potencial
("presa") no alimento (glicose), que posteriormente será utilizada nos processos de crescimento da
planta, sendo transformadas em gorduras, óleos e celulose por exemplo.
 Nas plantas pode ser encontrado duas medidas de energia assimiladas:
1. Produção bruta: energia total assimilada.
2. Produção líquida: acumulada na biomassa.
 A produção primária bruta e líquida e realizada pelos organismos produtores (autótrofos), e a secundária
pelos consumidores (heterótrofos).

UMA VISÃO RESUMIDA DO METABOLISMO VEGETAL

 As enzimas catalisadoras desempenham um papel crucial dentro das células, que é o de aumentar a
velocidade das reações químicas, e sem serem, no entanto, consumidas neste processo.
 As enzimas são tão altamente especializadas que cada uma catalisa uma reação química específica.
Catalisam em segundos o que um laboratório de química poderia levar meses para catalisar. E ainda
assim, são as unidades mais simples da atividade metabólica.
 As sequências multienzimáticas funcionam como uma esteira de montagem em que várias enzimas atuam
de maneira consecutiva e interligada, podendo ocorrer a participação de 2 a 20 enzimas. Os produtos
destas transformações são chamados de intermediários metabólicos ou metabólitos.
 O metabolismo tem duas fases: catabolismo e anabolismo.
 Catabolismo: degradação de moléculas, ocorrendo liberação de energia contida nas moléculas orgânicas.
A energia liberada será armazenada nas moléculas de ATP e NADPH, sendo posteriormente utilizados no
processo de anabolismo.
 Anabolismo: fase construtiva do metabolismo. As pequenas moléculas são reunidas formando as
macromoléculas, como as proteínas e os ácidos nucléicos. O processo construtivo ou biossíntese requer
gasto de energia, sendo utilizado para isso a quebra de moléculas de ATP em ADP.
 Fase clara da fotossíntese: clorofila e outros pigmentos absorvem energia radiante e a conservam em
moléculas de ATP e NADP, liberando oxigênio.
 Fase escura: O ATP e NADPH são utilizados para redução do dióxido de carbono, formando a glicose e
outras moléculas orgânicas.
 A fixação de CO2 na fase escura são de três tipos: em plantas C3, C4 e CAM.

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Resumo: Aula 10 – Transferência de energia e biomassa II

Fases da glicólise
 1ª - Fase preparatória: Coleta das cadeias carbônicas das hexoses, frutose, manose, galactose
transformando-as no gliceraldeído 3-fosfato.
 A molécula de ATP cede fosfato e a glicose é fosforilada duas vezes. Primeiro no carbono número 6 e
depois no carbono número 1, formando a molécula de frutose 1,6 difosfato.
 A molécula de frutose 1,6 difosfato é quebrada ao meio gerando duas moléculas com 3 átomos de
carbono, o gliceraldéido 3-fosfato.
 Na segunda fase, as moléculas de gliceraldeído 3-fosfato após 10 reações são transformadas em duas
moléculas de piruvato.
 As duas moléculas de piruvato irão gerar duas moléculas de lactato. Sendo que as mesmas são formadas
em condições anaeróbicas. Est tipo de reação ocorre cm os microrganismos de fermentação do leite e
nos músculos dos vertebrados.
 Além das moléculas de lactato, as duas moléculas de piruvato também irão gerar duas moléculas de
etanol, juntamente com duas moléculas de CO2. Embora neste caso atuam outros tipos de
microrganismos, as reações também ocorrem em meio anaeróbico.
 O terceiro caminho das duas moléculas de piruvato se dá em condições aeróbicas, sendo o mesmo
oxidado, liberando duas moléculas de CO2 e se transformando em duas moléculas de Acetil-CoA.
 As moléculas de Acetil-CoA entrarão no ciclo do ácido cítrico (Ciclo de Krebs) gerando uma quantidade de
energia maior que na glicólise.

Ciclo de Krebs
 O ciclo de Krebs ocorre nas mitocôndrias das células eucarióticas e no citoplasma das células
procarióticas.
 Ao contrário da glicólise que é linear, o ciclo de Krebs é um sistema enzimático circular.
 O ciclo de Krebs é o processo de respiração celular, e os eventos mais importante ocorrem no estágio 3,
onde são transportados os elétrons oriundos das voltas do ciclo e a fosforilação oxidativa, processos
altamente liberadores de energia.
 Os três estágios do ciclo de Krebs, devido sua ordenação, funcionam com uma verdadeira máquina de
produção de ATP.

Cadeias alimentares, redes alimentares e níveis tróficos


 São conhecidos dois tipos básicos de cadeia alimentar.
 Cadeia de pastagem: tem por base uma planta, passando por herbívoros e finalizando com carnívoros.
 Cadeia de detritos: tem por fonte inicial queda de material morto no solo (Ex: serrapilheira), passando
por microrganismos, detritívoros e finalmente seus predadores.
 As cadeias alimentares estão interligadas no ambiente, formando as chamadas redes alimentares ou
redes tróficas.
 Os seres humanos podem ser tanto consumidores primários quanto secundários.
 Em todos ecossistemas cadeias de pastagem e de detritos estão interligadas.
 Ao contrário do fluxo de energia que vai diminuindo à medida que percorre os níveis tróficos, algumas
substâncias como por exemplo agrotóxicos, se tornam cada vez mais concentradas ao longo dos elos da
cadeia alimentar. Esse processo é chamado de biomagnificação trófica.

1
Estrutura trófica e pirâmides ecológicas
 A estrutura e a função tróficas podem ser mostradas graficamente através da utilização de pirâmides
ecológicas. A base da pirâmide será sempre constituída pelos produtores, e os níveis superiores outros
níveis tróficos.
 Os tipos de pirâmide ecológicas são três:
1. Pirâmide de números: representa o número de indivíduos em cada nível trófico.
2. Pirâmide de biomassa: representa o peso total seco, valor calórico ou outra medida qualquer de material
vivo.
3. Pirâmide de energia: representa o fluxo energético e/ou a produtividade em níveis tróficos sucessivos.
 As pirâmides de número ou biomassa podem ser totais ou parcialmente invertidas, ou seja, a base pode
ser menor que as camadas superiores. Isso pode ocorrer quando os produtores são maiores que os
consumidores.
 O fluxo de energético representado na pirâmide de energia sempre estará de acordo com a segunda lei
da termodinâmica, por isso a mesma nunca será invertida.

Links de reforço:
Glicólise: https://www.youtube.com/watch?v=yQn3yprg24w
Pirâmides ecológicas: https://www.youtube.com/watch?v=yWhrdoXYWi4
Ciclo de Krebs: https://www.youtube.com/watch?v=gOccRpE3AYk

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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 11 – Ciclos biogeoquímicos I

 Ciclos biogeoquímicos envolvem uma ideia e migração/transformação cíclica de elementos/compostas


químicos entre compartimentos biótico e abióticos, em função da participação de processos físicos,
químicos, biológicos e geológicos.
 Ciclo exogênico: ocorre na superfície do planeta.
 Ciclo endogênico: associado a rochas de vários tipos.

Ciclo do Carbono
 Na Terra, a maior reserva de carbono encontra-se nos sedimentos e rochas da crosta. Ele representa
99,9% de todo o carbono encontrado no planeta. Entretanto, é uma reserva estática, endogênica, inerte
quimicamente, não sendo funcional às formas vivas.
 Numa escala humana o ciclo do carbono citado acima tem importância ecológica mínima, uma vez que
ele fica aprisionado nestes reservatórios aproximadamente 100 milhões de anos.
 O carbono ativo na superfície do planeta corresponde a 0,1%, sendo o maior estoque encontrado nos
oceanos na forma de carbono inorgânico dissolvido (CID).
 Outros estoques de carbono na superfície terrestre são:
a. Carbonatos e húmus dos solos.
b. Dióxido de carbono atmosférico e em menor quantidade ao metano.
c. Plantas terrestres.
d. Material orgânico dissolvido presente nos oceanos e outros ambientes aquáticos, referido como carbono
orgânico dissolvido (COD).

 Os fluxos globais de carbono associados à produção primária e à mineralização


(respiração/decomposição) da matéria orgânica, regulam em grande parte os estoques de carbono
reduzido e oxidado nos reservatórios superficiais.
 O clico redox do carbono apresenta uma ligação intrínseca com o ciclo de outros elementos
biogeoquimicamente relevantes, como o do N,P,S e O.
 Vários organismos participam do ciclo do carbono, tanto os aeróbios, que representa a maior parte,
quanto os fototróficos, quimiolitrotróficos e quimiorganotróficos.
 O carbônico orgânico pode compor moléculas refratárias (ou recalcitrantes) e lábeis.
a. Moléculas refratárias: apresentam resistência relativamente elevada à degradação microbiológica, e são
especialmente metabolizadas por organismos anaeróbios.
b. Moléculas lábeis: São mais susceptíveis a ação enzimática, como as proteínas, carboidratos e lipídeos,
preferencialmente oxidadas em ambientes óxico.
 Considerando a escala de tempo geológico, observa-se que a medida o nível de oxigênio atmosférico
aumentava, concomitantemente diminuía o nível de CO2. No entanto, a partir da revolução industrial os
níveis de CO2 atmosférico cresceram consideravelmente até os dias atuais.
 Como o CO@ é um "gás-estufa", ele absorve parte da radiação eletromagnética emitida da superfície da
Terra em direção à atmosfera contribuindo desta forma para o aumento do aquecimento global, que por
sua vez contribui para alteração do padrão climático atual, provocando impactos a nível global.
 As ações antrópicas têm contribuído enormemente para o aumento do CO2 atmosférico. Haja visto que
parte do carbono que a princípio estava inerte em meio as rochas, agora está sendo emitido para
atmosfera devido a queima de combustíveis fósseis. Além deste fator, o desmatamento das florestas com
fins madeireiros e criação de novas áreas de cultivo e pastagem, também tem contribuído para o aumento
do nível CO2 atmosférico.

1
Ciclo do nitrogênio
 O nitrogênio assume um papel relevante na composição de biomoléculas vitais. Na forma orgânica
compõe os aminoácidos, peptídeos, proteínas, ácidos nucleicos e etc.
 Na natureza, microrganismos fixadores de nitrogênio atuam como intermediários disponibilizando
nitrogênio para outros incapazes de realizar a fixação do mesmo.
 Os organismos fixadores de nitrogênio não são muito numerosos, sendo principalmente representados
por uma série de cianobactérias e outros procariontes aeróbios.
 O maior estoque de nitrogênio se encontra aprisionado nas rochas e comparativamente, é 2,5 vezes maior
que o estoque de carbono no mesmo reservatório.
 Da mesma forma, na atmosfera, o estoque de nitrogênio é muito superior ao de carbono.
 O fluxo do mesmo, considerando processos orgânicos como de fixação pelas plantas e fito plâncton
marinho, é consideravelmente menor se comparado ao carbono.
 A principal via natural e biológica de fixação o nitrogênio atmosférico é realizado por meio de organismos
procariontes nitrificantes como as bactérias. No entanto, o mesmo também tem sido disponibilizado para
solo de forma antrópica, como na fertilização nitrogenada de cultivos, cultivos de leguminosas,
queimadas e etc.
 Essas ações antrópicas contribuem para a eutrofização de lagos, rios, lagoas e sistemas costeiros,
provocando o bloom de algas. Além de contribuir para ocorrência de chuva ácida, destruição da camada
de ozônio e etc.

Ciclo do fósforo
 Apesar de não possuir fase gasosa, parte do mesmo pode ser transportado via atmosférica pelo vento,
contido nas partículas de poeira fosfatadas liberadas do solo e rochas.
 Comparado ao C e N, seu ciclo global é eminentemente lento, endergônico, sendo essencialmente dirigido
do continente para os oceanos. Seu retorno para o continente se dá através do ciclo das rochas.
 Assim como o C e o N, também é um elemento essencial (macro nutriente), porém requerido em menor
quantidade que o C e o N.
 Na matéria viva está presente nos ácidos nucleicos, moléculas ADP-ATP, coenzimas nucleotídicas (NADP),
fosfolipídeos e etc.
 A presença de compostos artificiais de P nos ambientes terrestres e aquático está relacionada
principalmente ao emprego de inseticidas organofosforados em culturas agrícolas, os quais, de um modo
geral, são extremamente tóxicos aos organismos. Outras formas artificias derivam da fertilização agrícola,
esgotos domésticos e industriais, desmatamento e erosão de solos.

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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 12 – Ciclos biogeoquímicos II

Ciclo da água (Hidrológico) - Uma apresentação geral


• Apesar de estar presente em todas as geosferas, quantitativamente o ciclo hidrológico é essencialmente
exogênico (associado as superfícies do planeta) e físico (exossomático, abiótico).
• Essencialmente, a radiação solar governa a distribuição dos principais estoques e fluxos da água na Terra.
• Outros fatores igualmente importantes para a definição de ciclo hidrológico na Terra relacionam-se:
a. Inclinação do eixo polar;
b. Movimentos de rotação e translação;
c. Distribuição de terras emersas e oceanos.

• A participação crescente de gases-estufa na atmosfera pode perturbar as relações entre temperatura,


ciclo hidrológico e o clima da Terra.

Ciclo hidrológico: Ambiente e vida


• Dentre os principais processos de fluxo cíclico de água destacam-se os fenômenos de precipitação e
evaporação.
• O nível de precipitação atmosférica supera o nível de evaporação/evapotranspiração dos continentes,
resultando num excedente para os continentes reunido. Este "excedente indica o potencial teórico
aparente, de água de circulação aproveitável, anualmente disponível para usos múltiplos como na
agricultura, indústria, consumo doméstico e etc.
• Nos sistemas terrestres, a distribuição e os regimes hidrológicos em todo o planeta influenciam e dão
suporte à distribuição de espécies biológicas, que expressam adaptações compatíveis com os padrões
estabelecidos.
• A distribuição de Biomas terrestres, exemplificam relações com a disponibilidade de água (e condições
de temperatura) em função, por exemplo, dos índices de precipitação anual nas várias regiões do planeta.
• O temo bioma está associado a um tipo de ecossistema caracteristicamente identificado por uma
comunidade biológica (biocenose). Um ótimo exemplo de bioma são os ecossistemas formados por
típicas comunidades vegetais (fitocenose), como são a tundra, a caatinga, ou as florestas

O papel das plantas na economia de água


• A vegetação terrestre tem um importante papel na regulação (retenção/liberação) e consequentemente,
nas taxas de escoamento de água sub e superficial, afetando a economia de água nos ambientes.
A ausência de cobertura vegetal em solos favorece e/ou intensifica não só as taxas de evaporação, mas
também o transporte superficial e a exportação de material dissolvido e particulado (ex. nutrientes,
argilominerais) para ecossistemas aquáticos adjacentes.

Texto complementar 2. O que é desertificação?

• A desertificação foi definida como sendo a degradação da terra nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas
secas resultantes de fatores diversos tais como as variações climáticas e as atividades humanas.
• No que diz respeito às ações de degradação da terra induzidas pelo homem, deve-se entendê-la como
tendo pelo menos cinco componentes:
a) degradação das populações animais e vegetais (degradação biótica ou perda da biodiversidade) de
vastas áreas do semiárido devido à caça e à extração de madeira;

1
b) degradação do solo, que pode ocorrer por efeito físico (erosão hídrica ou eólica e compactação causada
pelo uso da mecanização pesada) ou por efeito químico (salinização ou sodificação);
c) degradação das condições hidrológicas de superfície devido à perda da cobertura vegetal;
d) degradação das condições geohidrológicas (águas subterrâneas) devido a modificações nas condições
de recarga;
e) degradação da infraestrutura econômica e da qualidade de vida dos assentamentos humanos.

Ciclo do Oxigênio
• A concentração média de oxigênio atmosférico que observamos hoje deriva de um processo biofísico
lento, mas foi cumulativo e evolutivo, cujo início se deu aproximadamente há 3 bilhões de anos.
• O atual "saldo" (estoque) de oxigênio atmosférico (~ 21% da concentração de gases na atmosfera),
resulta, do balanço excedente entre produção biológica sobre o consumo químico e biológico de oxigênio
no Planeta. Entretanto, há milhares de anos, a concentração de oxigênio na atmosfera encontra-se em
estado relativamente estacionário, isto é, onde ganhos e perdas se equivalem.
• Na atmosfera, encontramos o maior reservatório bioativo de oxigênio (37.000 Pmoles), sendo ~200 vezes
maior que o oxigênio encontrado nos oceanos ou na biota viva.
• Os principais processos biológicos de absorção e liberação de gás oxigênio relacionam-se
respectivamente, à mineralização e à fotossíntese oxigênica. Estes processos são antagônicos e se
complementam para formação do ciclo biológico do oxigênio.

Ciclo do Enxofre
• Como constituinte da matéria viva, o enxofre participa da estrutura de muitas proteínas, sendo do ponto
de vista biológico um elemento essencial. Entretanto, o requerimento de enxofre pela matéria viva é
relativamente pequeno quando comparado a outros elementos maiores como C, H e N.
• A circulação global, envolvendo o reservatório atmosférico, e os baixos requerimentos exigidos pela biota
em geral faz do enxofre um elemento normalmente não limitante aos organismos, especialmente para
os eucariontes.
• O maior estoque de enxofre encontra-se em sedimentos e rochas da crosta terrestre, na forma inorgânica,
como sulfatos e sulfetos minerais (ex.: respectivamente, CaSO4 e FeS2). Contudo, a maior reserva bioativa
encontra-se nos oceanos, na forma de sulfato inorgânico

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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 13 – Sucessão ecológica

Introdução
• Segundo Odum, sucessão ecológica envolve mudanças na estrutura das espécies e nos processos da
comunidade ao longo do tempo.
• Segundo Margalef, quando não incidem perturbações externas ao ecossistema, as mudanças tomam
características de um aumento de organização ou, pelo menos, de complexidade desse ecossistema.

As diferentes formas de sucessão


• Sucessões autogênicas: Quando as mudanças sucessionais são determinadas, em grande parte, por
interações internas, originadas no interior do ecossistema.
• Sucessão alogênica: Quando forças (geradas externamente) como tempestades e incêndios afetam ou
controlam regularmente as mudanças.
• Sere: sequência inteira de comunidades que se substituem umas às outras numa determinada área.
• Na sere, as comunidades relativamente transitórias, que serão substituídas, denominam-se estágios
serais, estágios de desenvolvimento ou estágios pioneiros.
• O sistema final, estabilizado em termos de passos sucessionais é denominado clímax, que persiste até ser
afetado outra vez por perturbações internas ou externas.
• Sucessão autotrófica: é aquela em que os indivíduos que colonizam o ambiente são plantas verdes
fotossintéticas, ao contrário de uma sucessão heterotrófica, em que P < R.
• Numa sucessão heterotrófica, os organismos pioneiros são bactérias e fungos.
• Sucessão primária: quando ocorre em um substrato previamente desocupado.
• Sucessão secundária: quando ocorre em área que foram previamente ocupados, como um campo
agrícola.
• Nos primeiros estágios de uma sucessão autotrófica, com um ambiente predominantemente inorgânico
(solo nu), a taxa primária ou de fotossíntese total bruta (P) é maior que a taxa de respiração da
comunidade. Assim, (P/R) é geralmente maior que 1.
• Já em um tanque de esgoto, temos um ambiente predominantemente inorgânico, e neste caso, a razão
(P/R) é menor do que 1 e a sucessão é chamada de heterotrófica, porque bactérias e outros organismos
heterotróficos são os primeiros a colonizarem tais ambientes.
• As entradas alogênicas em uma sucessão, são capazes de inverter, modificar e até sustar as tendências
do processo em andamento. Um bom exemplo é a eutrofização de um lago a partir do exterior.
• Quando os processos alogênicos superam em muito os processos autogênicos, o sistema, além de não se
estabilizar, pode simplesmente se transformar em um brejo ou mesmo numa comunidade terrestre,
devido ao forte acúmulo de matéria orgânica e sedimentos
• As forças autogênicas funcionam como uma entrada interna ou retroalimentação que, geralmente, leva
o sistema em direção a algum estado de equilíbrio.

Sucessão e ciclagem de nutrientes


• Índice de ciclagem: relação entre a entrada e a saída de nutrientes no sistema.
• A influência do desenvolvimento sucessional nesse índice seria o seu contínuo aumento durante a
maturação do sistema, ou seja, durante os estágios sucessionais que levam o sistema ao clímax.

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A substituição de espécies
• As séries sucessionais (seres) normalmente se caracterizam por uma contínua substituição de espécies.
• Alguns pesquisadores conduziram estudos de sucessão em animais e plantas (dunas do Lago Michigan),
de modo que os resultados demonstraram mudanças nas espécies de animais e plantas, de acordo com
a idade crescente das dunas. Espécies presentes no início foram substituídas por outras espécies
diferentes nas comunidades mais antigas.
• A sucessão pode ser interrompida quando o vento enterra com areia as plantas e a duna começa a se
mover, cobrindo totalmente as plantas no seu caminho. Esse é um bom exemplo de interruptor ou
inversor característico de perturbações alogênicas, sobre as quais já falamos anteriormente.

Generalizações finais sobre a sucessão


1. Geralmente, tanto a biomassa quanto a produção (P) aumentam separadamente e com velocidades
diferentes, com possíveis irregularidades.
2. A massa de heterótrofos aumenta em relação com a biomassa total, e as cadeias tróficas aumentam de
tamanho, atingindo 5 ou mais “elos”, em parte relacionadas com o desenvolvimento vertical do
ecossistema.
3. Aumento progressivo da complexidade estrutural do sistema.
4. Quando a taxa de renovação se torna mais lenta com o aumento da sucessão, os organismos também
aumentam seu controle sobre os ciclos dos elementos químicos.
5. Finalmente, o tema da auto-organização. Na sucessão, assistimos à passagem de um estado energético
inicial para uma situação de maior complexidade, na qual há menos energia disponível.

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DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 14 – Biomas

• A Biogeografia relaciona-se intimamente com a Ecologia, a Geologia e a Paleontologia, pois alguns tipos
de respostas para explicar a distribuição de organismos são mais ecológicos, enquanto outras são mais
históricas.
• Para os ecólogos, a história biológica levanta dois problemas potenciais, segundo Ricklefs (1996). O
primeiro é que a estrutura e o funcionamento dos organismos podem tanto ser influenciados pela
ancestralidade como pelo ambiente local. O segundo problema levantado pela história biológica é que a
história e a Biogeografia também afetam a diversificação de espécies.
• Até 600 milhões de anos atrás, todos os seres vivos eram de habitat aquático e viveram num período
marcado por poucas atividades geológicas na crosta terrestre.
• No Siluriano (420 milhões de anos atrás), surgem as primeiras plantas e animais terrestres.
• Com o aparecimento dos vegetais e animais em ambientes terrestres, teve início a formação dos solos
orgânicos. Plantas e animais estabelecidos sobre substratos inconsolidados (fragmentos de rochas, como
areias e argilas), começam a receber matéria orgânica morta que se mistura aos grãos, retendo água e
nutrientes.
• O Devoniano (400 milhões de anos atrás) é também conhecido como a Idade dos Peixes, por abrigar
grande radiação de peixes, surgindo primeiro os ósseos e depois os cartilaginosos.
• As terras do Norte começam a se consolidar no que seria mais tarde o grande continente Laurasia. Neste
período, surgem as florestas mais antigas, dominadas por pterófitas.
• Na passagem carbonífero-permiano, extensas florestas de plantas vasculares de 30-40 metros de altura,
flora de terras quentes e úmidas, indicam a existência de uma zona tropical em Laurasia, com
representantes encontrados nos Estados Unidos da América, Grã-Bretanha e Alemanha.
• No Jurássico, a crosta terrestre inicia um processo de grandes mudanças com a fragmentação e formação
de novos oceanos. Inicialmente, o Atlântico Norte surge entre a América e a Eurásia.
• Há cerca de 135 milhões de anos, no início do Cretáceo, os continentes do Norte que formavam a Laurasia
separam-se dos continentes do Sul que formavam o Gondwana.
• Tanto a dispersão como a disjunção de populações pela tectônica de placas ou pela extinção de
populações intermediárias influenciaram a distribuição das espécies. A composição de organismos de
qualquer região tem uma história de diversificação endêmicas, de disjunção e invasão de diferentes
grupos de uma ou mais regiões em diferentes tempos do passado.
• As mudanças na configuração de terras e mares promovem alterações climáticas e estas imprimem uma
dinâmica à biota regional, extinguindo grupos de seres vivos e proporcionando expansão de área de
ocorrência a tantos outros.
• Assim, compreender a atual distribuição de organismos na Terra envolve conhecimentos de seus aspectos
histórico e ecológico.
• A descrição da vegetação está baseada na forma e tamanho das plantas que podem ser classificadas em
quatro formas principais, a saber:
1. Formas de crescimento:
a. Árvores: plantas perenes que possuem um tronco principal e ramificações diversas.
b. Arbustos: plantas lenhosas que apresentam grandes ramificações mais próximas ao solo;
c. Lianas: plantas trepadeiras lenhosas que sobem e se servem das árvores para apoio, indo em busca de
luz;
d. Ervas: plantas que não possuem estrutura lenhosa, são pequenas, próximas ao solo;
e. Epífitas: plantas que se servem de outras plantas como suporte, proporcionando-lhes a oportunidade de
viver em locais onde a luz ocorre em abundância.

1
2. Tamanho e estratificação:
• O predomínio de uma forma biológica vegetal dá ao ecossistema um aspecto, uma fisionomia
determinada. Se predominam árvores, dizemos que se trata de uma floresta; se predominam as ervas,
falamos em pradarias ou campos herbáceos. Se predominam os arbustos, mas possuem árvores esparsas
e também herbáceas, temos as savanas.
3. Grau de cobertura:
• Além da estratificação, a cobertura resultante da estratificação determina a quantidade e a qualidade de
luz que vai chegar ao solo e, consequentemente, às plantas que aí vivem.
4. Periodicidade:
• Está relacionado a perda ou não de folhas durante as estações. Estas perdas estão intimamente
relacionadas a disponibilidade de água e temperatura.
5. Produtividade:
• Variações encontradas entre os biomas, devidas, principalmente às diferenças climáticas, tipos de solo,
topografia e disponibilidade de água geram produtividades distintas entre os diferentes biomas.

Biomas
• Os Biomas são formações dotadas de características geográficas, ecológicas e fisionômicas distintas. A
distribuição dos biomas terrestres, em boa parte, reflete a distribuição mundial das precipitações
causadas pelo movimento global das massas de ar atmosférico.
• Todo bioma possui uma vegetação própria e seus limites estão demarcados por diversos fatores, como a
disponibilidade de energia radiante, a disponibilidade de água, a amplitude térmica, assim como sua
história ecológica e evolutiva.
Deserto:
• O bioma de deserto compreende regiões onde a precipitação alcança valores médios inferiores a 250mm
ou em regiões com maior precipitação, mas distribuída muito irregularmente e ainda devido a altitudes
muito elevadas.
• As adaptações à escassez de água dos organismos do deserto, tanto animais como plantas, apresentam
duas características: evitar a seca e conservar a água.
Tundra Ártica:
• A tundra ártica é o único bioma que forma uma faixa contínua, circumpolar. É um bioma sem árvores e
se encontra praticamente representado no hemisfério setentrional.
• O clima é controlado pelo ciclo anual de radiação polar. É caracterizado por invernos longos, frios e
rigorosos e verões curtos e suaves.
Pradaria:
• O bioma da pradaria é composto por plantas dominantes de porte herbáceo. As árvores são raras e
esparsas. As extensas áreas de pradaria alta, aquelas encontradas na América do Norte e América do Sul,
estão identificadas com um clima úmido continental.
• Constituem formações que tomam nomes diferentes:
– Estepes: centro-leste da Eurásia;
– Pradarias: centro-leste da América do Norte;
– Veldt: pequeno trecho do sul da África;
– Pampas: Argentina;
– Campos: Brasil.
• A vegetação natural é dominada por gramíneas, leguminosas e onde a precipitação é mais elevada as
gramíneas podem alcançar até 2 metros de altura.
• Savana:
A savana arbustiva é formada por árvores esparsas, bem separadas entre si, permitindo o crescimento de
uma densa camada formada por plantas herbáceas, principalmente gramíneas altas.
• Estão, em sua maioria, relacionadas com o clima tropical seco.

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• A vegetação da maior parte das savanas possui árvores relativamente baixas, muitas com as copas
aplainadas, que podem ser decíduas ou perenes. Como toda vegetação tropical, tem uma flora rica e
variada.
• O bioma da savana na América do Sul vem representado pelos cerrados, que ocorrem no Brasil central e
meridional.
Floresta:
• O bioma florestal inclui todas as regiões de florestas, formações, nas quais dominam as árvores, formando
uma cobertura foliar que sombreia o solo. Frequentemente apresentam estratificação, com mais de um
estrato.

Floresta de coníferas ou Taiga


• A taiga ou floresta de coníferas estende-se como um cinturão através da América do Norte e Eurásia. As
plantas dominantes são coníferas com folhas em forma de agulha. É uma formação fechada, produz
sombra no interior da mata, causando pouco desenvolvimento de arbustos e ervas.

Floresta temperada ou Caducifólia


• A floresta temperada caducifólia se originou no Terciário, quando se distribuía pela Europa, América do
Norte e Ásia oriental. É um bioma encontrado nas regiões situadas entre os polos e os trópicos e situa-se
logo abaixo das latitudes onde se encontra a taiga.
• A cobertura vegetal, onde predominam as árvores, pode apresentar até quatro estratos, desde grandes
árvores até plantas rasteiras. São características as faias, os carvalhos, os castanheiros, os abetos e os
pinheiros.

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DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 15 – Biomas com ênfase no Brasil

FLORESTA PLUVIAL TROPICAL


• O bioma de floresta tropical ocupa uma zona de intensas precipitações que supera frequentemente os
2.000 mm anuais e sempre os 1.500 mm, podendo chegar a 4.000 mm anuais. O clima é do tipo equatorial,
quente e úmido, com temperatura variando pouco durante o ano, em torno de 26ºC.
• Assim, nem a água, nem a temperatura representam fatores limitantes ao desenvolvimento de
organismos.
• No complexo florestal amazônico, a grande diversidade geológica, aliada ao relevo diferenciado, resultou
na formação das mais variadas classes de solo, sob a influência das grandes temperaturas e precipitações,
características do clima equatorial quente, superúmido e úmido.
• A Floresta Amazônica vem se mantendo ao longo dos anos em função de sua capacidade de reciclar e
conservar os baixos estoques de nutrientes disponíveis.
• Os nutrientes concentram-se, basicamente, na vegetação e nos demais seres vivos e na camada de
húmus, entre as quais se estabelece um ciclo muito fechado.
• A queda de folhas associada aos animais e protistas mortos forma uma camada de folhas, serrapilheira,
serapilheira ou folhiço. Este folhiço serve de alimento para uma fauna que fragmenta a matéria morta,
aumentando a superfície de ataque de bactérias e fungos, tornando muito rápida a decomposição e,
consequentemente, a liberação de nutrientes.
• A floresta pluvial tropical é altamente estratificada. As árvores, geralmente, formam três estratos que se
sobressaem sobre os demais.
• Com uma concentração de produtividade nas copas das árvores ocorre uma profusão de vida animal a
ela associada. Numa concentração de copas, lianas e epífitas, surge uma grande oferta de alimentos, local
de abrigo e de acasalamento, possibilitando, assim a ocorrência da maior fauna arborícola do planeta.
• O chamado domínio amazônico que cobre a maior parte das América do Sul e Central constitui, por sua
extensão, o território de maior biomassa da Terra. Esta região se caracteriza pela riqueza de endemismos
de famílias.

Principais Formações Amazônicas

Mata de igapó
• A vegetação aí encontrada foi selecionada por suportar solo alagado e, consequentemente, mal arejado.

Mata de várzea
• Característica da Amazônia, localiza-se em terrenos holocênicos baixos e sujeitos a inundações periódicas
na época das chuvas.
• Tem composições variadas com sua maior ou menor proximidade dos rios e ocorre em terrenos mais ou
menos elevados.

Mata de terra firme


• São florestas compactas, ficam em solos elevados, longe dos rios, onde não há habitualmente inundações.
É onde vamos encontrar a maior variedade de espécies, as árvores de maior porte (podendo alcançar até
60 metros de altura), entre elas a castanheira-do-pará.
• Além destes três grupos principais há ainda as campinas, campinaranas, caatingas amazônicas e outras
formações que fazem parte do Complexo Amazônico.

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CAATINGA
• É um ecossistema com domínio de climas semiáridos e apresenta grande variedade na paisagem.
• A precipitação fica entre 200 e 800mm num regime de chuvas irregulares; o clima é dominado por uma
longa estação seca, durante a qual a vegetação se mostra ressequida e acinzentada.
• Caatinga é um nome genérico para designar um complexo de vegetação decídua e XERÓFILA, constituída
de arvoretas e arbustos decíduos durante a seca e de cactáceas, bromeliáceas e ervas, estas quase todas
anuais.
• A caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo
de 2 metros). A vegetação é típica de clima seco.
• No meio de tanta aridez, a caatinga surpreende com suas “ilhas de umidade” e solos férteis. São os
chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Os brejos
sustentam a avifauna, onde várias espécies nidificam. Essas áreas normalmente localizam-se próximas às
serras, onde a abundância de chuvas é maior.
• É um bioma único, pois, apesar de estar localizado em área de clima semiárido, apresenta grande
variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e endemismo. É importante você perceber que este
também é um bioma regido pelo regime de águas (secas e cheias) e as estações são também definidas
por estas características.

PANTANAL MATO-GROSSENSE
• O Pantanal Mato-grossense é a maior das extensões de planície inundável contínua da América do Sul, na
bacia hidrográfica do Alto Paraguai.
• Este é mais um bioma tropical que está fortemente regido pelo ciclo anual das águas, as cheias e vazantes
da bacia do rio Paraguai.
• O Pantanal é quente e úmido no verão; e frio e seco no inverno, com temperatura média anual em torno
de 26ºC.
• Quanto à vegetação, Silva et al. (2.000 determinaram 16 classes de formações fitofisionômicas, das quais
as mais abundantes são campo, cerradão, cerrado, brejos, mata semidecídua, mata de galeria e vegetação
flutuante.
• Os ecossistemas são caraterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos
inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra e rios.

BIOMAS AQUÁTICO DE ÁGUA DOCE


• Os biomas aquáticos de água doce são classificados em lóticos e lênticos. Os lóticos são caracterizados
por águas correntes, são os rios e riachos. Os lênticos são caracterizados por água aprisionada, formando
os diferentes tipos de lagos.

Organismos dos rápidos


• Os produtores primários nas águas correntes são basicamente algas que formam comunidades sobre as
superfícies das rochas, o perifíton.
• Os consumidores primários nos rápidos são principalmente larvas de insetos capazes de manter-se contra
a velocidade da correnteza graças a seus corpos achatados, hidrodinâmicos e com órgãos tipo ganchos
(larvas de simulídios e de tricópteros) ou ventosas que os prendem às pedras.

Organismos de remanso
• Os remansos ficam cobertos por sedimentos finos. Macrófitas aquáticas podem se fixar nas áreas mais
calmas e o perifíton das rochas é substituído nos locais mais lentos por algas planctônicas.
• Entre os consumidores primários, observam-se moluscos, caranguejos, anelídeos e larvas de insetos; as
espécies de peixes podem ser substituídas por outras menos exigentes quanto a teor de oxigênio
dissolvido e temperatura da água.

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BIOMAS MARINHOS
• O ambiente marinho é habitado por quase todos os grupos animais, sendo que alguns são exclusivos
desse ambiente. Entre os vegetais, 12 filos ocorrem nos mares, sendo que apenas 5 ocorrem em
ambientes terrestres ou em água doce. Os mares são as regiões com a maior variedade de vida do planeta.
Nem as florestas tropicais igualam-se às regiões litorâneas em produtividade primária.
• A produtividade primária, seja ela em plantas terrestres ou marinhas, é controlada por diversos fatores
físico-químicos, dentre os quais destacam-se a luz, a temperatura, a disponibilidade de nutrientes, a
qualidade do solo e o suprimento de água.
• Os movimentos das massas d’água afetam a disponibilidade de luz e nutrientes. Assim, nos ecossistemas
marinhos, as interrelações entre luz, nutrientes e hidrografia fazem derivar todos os padrões de produção
primária global.
• A quantidade de carbono existente nos oceanos é cerca de 60 vezes maior que a quantidade deste
elemento na atmosfera.
• Nos mares mundiais, a fixação de carbono se dá basicamente pela fotossíntese, pela captação do CO2
dissolvido na água e pela subsequente incorporação às cadeias alimentares PELÁGICAS.
• Os recifes de coral são ecossistemas resultantes de construções biológicas.
• São considerados verdadeiros “oásis” de produtividade nos oceanos, pois possuem características
especiais de grande produtividade, apesar de se localizarem muitas vezes em regiões pobres em
nutrientes nos oceanos.
• São ambientes onde se processa reciclagem de matéria localmente, ou seja, restos orgânicos dissolvidos
no ambiente são prontamente reutilizados.
• Os produtores nos recifes de coral são dinoflagelados, que são algas que têm zooxantelas e vivem em
simbiose com tecidos de pólipos de corais, aproveitando diretamente elementos produzidos pela
fotossíntese e capazes de edificar, com retenção de carbonatos e silicatos.

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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ - UENF

SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 16 – Recursos naturais renováveis e não renováveis

Do que estamos tratando


• Recursos naturais: qualquer componente do ambiente que pode ser utilizado por um organismo.
• Recurso renovável: recurso que pode ser regenerado após o uso.
• Recurso não-renovável: Recurso que não pode ser regenerado após o uso. Exemplo: maioria dos minerais.

RECURSOS RENOVÁVEIS

Recursos Florísticos
• Flora: conjunta das espécies vegetais de uma determinada localidade.
• Vegetação: conjunto de plantas que cobre uma região.
• Com a extinção, desaparecem potenciais de uso medicinal, nutricional etc., que muitas vezes
desconhecemos. Desaparecem recursos genéticos e de biodiversidade que a evolução cuidadosamente
elaborou. Não há retorno possível. Não há renovação.
• Já quando objetivamos a conservação da vegetação, queremos que ela continue a favorecer a infiltração
da água nos solos, garantindo o reabastecimento dos mananciais, que continue mantendo o solo e
protegendo as encostas, mantendo a fauna que a acompanha.
• A desertificação degrada a terra nas regiões áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultante de vários
fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas.
• A renovação vegetal se faz a partir da germinação de sementes ou de rebrotamento de partes do vegetal,
e depende de que haja “áreas-fonte” próximas, animais para polinização e dispersão de um solo que a
sustente, e de água, essencial para a produção das plantas pela fotossíntese. A degradação destes outros
três recursos compromete, portanto, a renovação da vegetação

Recursos Faunísticos
O desmatamento e destruição de habitats, e a poluição dos lagos e cursos de água têm sido também
responsáveis por impactos à fauna.
• A renovação do recurso faunístico depende, além do controle da caça e da pesca, da preservação dos
ambientes terrestres naturais, onde a vegetação sirva de abrigo e base para as cadeias alimentares, e
também dos ambientes aquáticos que, livres de agentes poluentes, possam manter suas cadeias
alimentares diversificadas.

Solo
• A renovação do solo se faz de forma natural com a participação da vegetação que cede a maior proporção
da matéria orgânica morta que vai alimentar a diversificada comunidade edáfica.
• Essa comunidade é responsável pela decomposição da matéria orgânica, produzindo o húmus, que tem
múltiplos papéis nas condições físicas e químicas do solo.
• A vida no interior do solo é responsável, então, pela manutenção da fertilidade do solo.
• Em função da decomposição que libera os nutrientes para a absorção pelas plantas, inicia-se um novo
ciclo de nutrientes, que é possível a continuidade da produção orgânica pela fotossíntese. E isso
significaria a continuidade do funcionamento daquele ecossistema.
• A renovação do solo é responsável pela renovação e continuidade dos ecossistemas terrestres.

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Água
• A renovação da água se faz através de um ciclo: o ciclo hidrológico. Esse ciclo, que envolve mudanças de
estado, em síntese, é composto da entrada da água na atmosfera através da evaporação direta e da
transpiração pelos organismos e seu retorno à superfície da Terra através da precipitação.
• Quando o Homem altera a cobertura do solo, ele interfere na interação do solo com a água da chuva, o
que retorna a ele em termos de redução da disponibilidade de água.
• A água pode ser um recurso renovável, porém finito, e vulnerável à degradação.

• A capacidade de renovação da água, do solo, da fauna e da flora depende, enfim, de que não sejam
ultrapassados limiares de sua capacidade de suporte, com o esgotamento da capacidade regenerativa
natural. Ir além desta capacidade significará degradação ou esgotamento do recurso.
• Dessa forma, mesmo os recursos ditos renováveis só podem ser utilizados a longo prazo por meio de
métodos racionais, com uma preocupação conservacionista, isto é, que evite os desperdícios e os abusos.

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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 17 –Poluição I

O que é mesmo poluição?


• “A introdução no ambiente, realizada pelo homem, de substâncias ou energia capazes de causar riscos à
saúde humana, aos recursos vivos e aos sistemas ecológicos, danos a estruturas e alterações ou
interferência com os usos legítimos do ambiente”. Holdgate (1979)

Diferentes tipos de poluição ambiental


• De natureza física: poluição visual e sonora.
• De natureza química: despejos de produtos inorgânicos e orgânicos.
• De natureza biológica: Introdução de espécies exóticas, invasoras ou Organismos Geneticamente
Modificados (OGMs) nos ecossistemas.

Poluição física
• A poluição física relativa aos aspectos sonoros e visuais está frequentemente associada aos grandes
centros urbanos.

Poluição visual
• A poluição visual pode ser entendida, geralmente, como toda e qualquer manifestação visual que
perturbe negativamente o conceito de estética, harmonia e/ou beleza de uma paisagem ambiental.

Poluição química
• A poluição química está intrinsicamente ligada aos processos indústrias, principalmente quando não
ocorre a reciclagem os produtos produzidos nestes processos

Lixo e poluição do solo


• O lixo produzido principalmente nas áreas urbanas, quando não reciclados e enviados para aterros
sanitários devidamente construídos, contribuem para a poluição do solo e também do lençol freático.
• Outra forma de poluição do solo é aplicação de agrotóxicos nas grandes monoculturas vegetais. Além de
poluir o solo também poluem rios e córregos pois são carreados pelas chuvas.
• Uma alternativa a esta prática é a utilização de defensivos orgânicos e biodegradáveis.

O problema da poluição do mercúrio


• A grande importância do mercúrio está relacionada com a extração de ouro, pois nesse processo pode
poluir o ar, a água dos rios e os sedimentos de fundos desses rios. É um dos principais elementos que
sofrem biomagnificação nas cadeias tróficas.
• Biomagnificação é o aumento na concentração de um contaminante a medida que avança pelos níveis da
cadeia alimentar.

Poluição atmosférica
• As fontes de emissão dos poluentes atmosféricos podem ser muitas e as mais variadas possíveis. No
entanto, a emissão de gases tóxicos pelos veículos automotores é responsável por cerca de 40% da
poluição do ar.
• Os poluentes do ar podem ser classificados, segundo sua origem, em poluentes primários (os gases que
provêm do tubo de escape de um automóvel, como monóxido de carbono (CO), que são aqueles emitidos

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diretamente pelas fontes, e poluentes secundários (o ozono troposférico O3, o qual resulta de reações
fotoquímicas, isto é realizadas na presença de luz solar, que se estabelecem entre os óxidos de azoto, o
monóxido de carbono ou os Compostos Orgânicos Voláteis (COV), que são formados na interação química
entre os poluentes primários e os constituintes normais do ar.

Poluição das águas


• O lançamento de dejetos humanos nos rios, lagos e mares é a forma mais comum de poluição das águas,
causando um fenômeno conhecido como eutrofização.
• É esse fenômeno que conduz à proliferação de microrganismos aeróbicos que esgotam rapidamente todo
o oxigênio dissolvido na água, processo que mata todas as formas de organismos, inclusive os próprios
microrganismos.

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DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 18 –Poluição II

Interferências antrópicas na lagoa de Imboacica

Interferências antrópicas

• Enorme quantidade de aterro.


• Assoreamento da bacia de drenagem.
• Desmatamento.
• Abertura artificiais da barra.
• Queimadas de macrófitas aquáticas.
• Lançamento de efluentes.

Medidas mitigadoras propostas no estudo:


• Criação de canais colonizado por macrófitas aquáticas por onde passaria os efluentes antes de chegar a
lagoa.
• Estudos incluindo técnicas de engenharia e hidráulica, visando a obter um modelo de vazão, capaz de
escoar o volume de água nos períodos de alta pluviosidade.

• O autor ressalta que esses estudos devem ser acompanhados de pesquisas ecológicas identificando o
papel do canal extravasor no intercâmbio de espécies entre o mar e a lagoa.

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DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 19 – Desiquilíbrios ecológicos I – Desmatamento, erosão e enchentes

A vegetação favorece a infiltração da água no solo


• A presença da serrapilheira faz a água “estacionar” por um tempo, dando oportunidade para uma
transmissão mais lenta para o solo. Além disso, as raízes das árvores da floresta, por se distribuírem em
profundidade no interior do solo, “abrem caminho” para a água, favorecendo também sua infiltração.

A cobertura vegetal protege o solo


• A cobertura da vegetação serve de amortecimento evitando o impacto direto das gotas de chuva no solo.
• Quando o impacto se dá diretamente sobre o solo, as partículas que compõem o mesmo são separadas
e removidas de sua posição inicial. Ao caírem novamente poderão bloquear poros da superfície.
• Desta forma, ao ocorrer a degradação das camadas superficiais, sua capacidade de infiltração é reduzida.

A outra via da água: o escoamento superficial e sua capacidade de transportar


• Quando a água que chega a superfície do solo não penetra o mesmo, ela escoa superficialmente. Quanto
maior o declive do terreno, maior será o potencial de força de escoamento desta água, possibilitando a
remoção de grandes quantidades de partículas do solo, um exemplo são as enxurradas.

Novamente apontamos o papel da vegetação


• A presença dos pequenos obstáculos do terreno, da serrapilheira e do sistema radicular, contribui para
menor velocidade do fluxo de escoamento e menor será a perda de solo.

Isto é Erosão
• Erosão corresponde ao destacamento e transporte das partículas do solo. Este processo pode acontecer
também pela ação do vento, do mar ou de geleiras.
• A erosão por salpicamento ou splash, ocorre no momento do impacto da gota com o solo.
• Quando a erosão é muito acentuada, toda a camada superficial, justamente aquela mais enriquecida com
matéria orgânica, atividade biológica, e, consequentemente, nutrientes, pode escoa “ladeira abaixo”.
• Em consequência do empobrecimento o solo perde a capacidade de sustentar nova vegetação.

Tipos de erosão pluvial e o aspecto do terreno


• O escoamento de água relativamente uniforme, como em lençol, remove o solo também de maneira mais
ou menos uniforme, em toda a superfície.
• Por vezes, na paisagem, os morros se apresentam com uma cobertura graminóide rala, e dão visualmente
esta impressão de degradação ambiental.
• Quando o escoamento superficial se concentra no terreno, produz marcas alongadas no sentido do
declive, chamadas ravinas. As ravinas, se não forem detidas, podem crescer, se alargar e se aprofundar,
criando aquelas depressões grandes chamadas voçorocas

A repercussão espacial dos efeitos da erosão


• As partículas que deixam um ecossistema são obviamente depositadas em algum outro lugar mais
adiante. Muitas vezes, este material chega a um córrego ou rio, entulhando-o (assoreamento) e
diminuindo sua capacidade de conter mais água nos momentos em que a chuva se faça muito intensa.

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Resumindo a sequência dos acontecimentos desencadeados pelo desmatamento
• Quando a floresta é retirada, no processo que chamamos de desmatamento, desestabilizamos o sistema.
A degradação da cobertura florestal leva à degradação do outro recurso, o solo.
• Estas mudanças ambientais, por sua vez, correspondem a uma alteração no ciclo da água.
As consequências disso se refletem, então, em outros componentes da paisagem, isto é, nos cursos de
água, os rios.
• Os rios se tornam mais secos na estação de menor precipitação, e tornam-se mais volumosos ou
caudalosos na estação das chuvas, já que a maior parte da água da chuva corre imediatamente para os
rios.
• Os fatores acimas contribuem para ocorrência ade enchentes.

Erosão normal X Erosão acelerada


• A erosão é um processo que ocorre mesmo sem interferências antrópicas, e são chamadas de erosão
normal ou geológica.
• Quanto há interferências antrópicas, principalmente pelo desmatamento, esta é a erosão é acelerada.

Erosão é diferente dos movimentos de massa


• Movimento de massa correspondem aos movimentos coletivos, onde a ação da gravidade tem um papel
fundamental, aliada a saturação de água no substrato.
• São tipos de movimentos de massa os deslizamentos de encosta, desmoronamentos ou escorregamentos.

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DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 20 – Desequilíbrios ecológicos II – Estudo de caso: Baía de Guanabara

• Na Baía e Bacia de Guanabara há um complexo de ecossistemas diversificados. A ocupação histórica, com


a colonização européia, iniciou a destruição e alteração destes ecossistemas, tendo atingido uma escala
mais dramática nas últimas décadas.
• Houve diversas intervenções nos sistemas fluviais que se refletiram em brutal assoreamento da Baía. Para
este assoreamento contribuem também desmatamentos, aterros, lixo e esgotos domésticos e industriais.
• Os efluentes industriais, em escala cada vez maior, passaram a contaminar a baía com óleo, metais
pesados, substâncias tóxicas e carga orgânica.

O que é um rio e sua dinâmica


• O rio é o resultado do afloramento de uma água subterrânea mantida pela cobertura florestal.
Esta água, que passou a correr na superfície de forma concentrada, vai realizar um trabalho que
corresponde a erodir, transportar e depositar material sedimentar. Com isso, o rio cava seu próprio leito.
• Nas planícies sedimentares, como na baixada que faz parte da bacia da Baía de Guanabara, os rios
serpenteiam formando meandros.
• Ao longo de seu caminho, o rio vai recebendo contribuições, seja de outros rios menores, seja das águas
que, durante as chuvas, chegam até ele pelo escoamento sobre as superfícies.
• Podemos então concluir que o fluxo fluvial é constituído da água (descarga líquida), mais substâncias
dissolvidas (carga dissolvida) e material sedimentar (carga sedimentar ou carga sólida) que ele próprio
erodiu, acrescido do material que as chuvas trouxeram pelo escoamento superficial.
• Ao longo deste caminho, percorrendo terrenos menos declivosos e perdendo velocidade, o rio vai
depositar, inicialmente, o material mais grosseiro, mais pesado. Indo em direção a sua foz, o material
depositado será cada vez mais fino. É este material fino que constituirá o substrato dos manguezais.

O que é uma bacia hidrográfica?


• Toda área que é drenada pelo sistema fluvial constituído pelo conjunto de canais de escoamento
interligados. Os limites de uma bacia de drenagem são os divisores de drenagem ou divisores de água.
• É o caso da bacia contribuinte da Baía de Guanabara, que inclui a Mata Atlântica, campos de altitude,
manguezais, brejos, pântanos, lagunas, restingas, rios etc.
• O que acontecer a cada um desses ecossistemas terá reflexos na saída comum desta bacia, em termos de
volume de água, sedimentos e substâncias despejadas na Baía de Guanabara.

A bacia contribuinte da Baía de Guanabara


• Muitas alterações foram relacionadas à rede de drenagem nas áreas de baixada, sejam aquelas impostas
diretamente aos canais de drenagem, sejam as mudanças fluviais indiretas que resultam das atividades
humanas realizadas em suas bacias de drenagem.
• As modificações na rede de drenagem atenderam a objetivos como “recuperação” de terras úmidas para
os grandes proprietários da Baixada e contenção de inundações. Estas intervenções nos sistemas fluviais
envolveram obras de drenagem de brejos e pântanos, dragagens, retificações e canalizações dos rios.
Contudo, a destruição das lagunas, brejos, pântanos e manguezais, além de desmatamentos, aterros,
assoreamento, canalização dos sistemas fluviais e a urbanização que interceptou e impermeabilizou as
bacias, tiveram por consequência tornar as inundações crônicas.

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Os manguezais e sua importância
• Nesta área de transição entre os sistemas terrestre e marinho, o manguezal tem relação com este último
no que se refere a sua utilização por animais marinhos como área de desova e de criação e à exportação
de detritos orgânicos que contribuem também para a produtividade dos ecossistemas marinhos.
• Segundo Amador (1997), o manguezal tem importância capital como filtro de sedimentos, retendo
partículas que de outra forma iria assorear a Baía de Guanabara.

O que fazer?
• Podemos resumir os problemas ambientais da Baía de Guanabara em dois aspectos: aterros e
assoreamento da Baía e poluição.
• Vimos problemas que foram associados ao uso da rede de drenagem como local de despejo de resíduos
sólidos, esgotos domésticos, hospitalares e industriais. As substâncias tóxicas incluídas nos resíduos
químicos das atividades industriais alteram comunidades bióticas, particularmente nos manguezais, e
interferem na vida econômico-social da população local.
• Os esforços para despoluição passam pela construção de coletores do esgoto e utilização de estações de
tratamento.
• Contudo, como em toda questão ambiental coletiva, o comportamento individual também conta. As
atividades agrícolas na bacia, por exemplo, devem evitar o uso excessivo e ineficiente de agrotóxicos,
como herbicidas e pesticidas, mas também de fertilizantes. Mas é particularmente importante um
trabalho de educação ambiental nas comunidades próximas à Baía de Guanabara

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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação

Resumo: Aula 21 – Desequilíbrios ecológicos III – O sistema agrícola

Análise do sistema agrícola: Estrutura e funcionamento


• Os sistemas ecológicos funcionam através de um fluxo de energia e do ciclo de minerais. Um é condição
para o outro. A energia flui, de um organismo a outro, no ecossistema na forma de moléculas orgânicas.
• Como é a dinâmica em um ecossistema agrícola? Vamos aqui analisar as condições estruturais e
funcionais desse tipo de ecossistema.
• O objetivo do sistema agrícola é a produção de alimentos. O que nos interessa é sua produção primária
líquida, isto é, o excedente do que foi produzido pela planta (energia fixada pela fotossíntese) em relação
ao que foi consumido pelo próprio indivíduo vegetal.
• Esta produção líquida, correspondente aos tecidos vegetais que irão nos nutrir, é retirada e consumida
localmente, nos casos da agricultura de subsistência.
• Em consequência da produção agrícola, ocorre progressivamente o empobrecimento mineral e biológico
do solo.

Funcionamento do sistema agrícola


• A cadeia alimentar nesse ecossistema nos parece ser bastante simplificada: planta-alimento → homem.
• A retirada constante dos nutrientes com as plantas requer a reposição também constante de nutrientes.
Isso se faz através da adição de fertilizantes, normalmente constituídos de nitrogênio, fósforo e potássio
(N-P-K), nutrientes requeridos em grande quantidade pelas plantas.

A continuidade do sistema agrícola requer contínua introdução externa de energia e materiais


• Para manter o ecossistema agrícola, evitando-se a sua desorganização e mudança, precisamos,
continuamente, adicionar energia e materiais, os insumos.
• Isso pode se dar pelo trabalho manual do agricultor ou com uso de maquinaria movida a combustível
fóssil, adição de água (irrigação) e fertilizantes, às vezes também pesticidas, ambos produzidos e
transportados até o local com gasto de energia !

Estratégias usuais de formação e manutenção do sistema agrícola


• Vamos abordar algumas práticas mais generalizadas, analisando seus efeitos ambientais.

Queimada
• Trata-se de um procedimento simples e barato para a limpeza do terreno, no sentido de extinção das
plantas que não são de nosso interesse.
• Todos os elementos que faziam parte da biomassa da vegetação existente são subitamente liberados no
ambiente na forma de cinzas.
• Mas o benefício obtido com a queimada é instantâneo e não se perpetua. A grande quantidade de
nutrientes liberada no meio não pode ser absorvida de imediato pelas plantas cultivadas, e vai sendo,
progressivamente, perdida pelo transporte, dissolvida nas águas das chuvas que descem pelo solo
(lixiviação).
• A renovação do solo se faz pela matéria orgânica que, trabalhada pelos microrganismos e fauna do solo,
produz o húmus, que desempenha importantes funções ligadas a propriedades físicas e químicas do solo.
Mas a queimada tem como combustível essa matéria orgânica que assim é destruída!

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A aração e a exposição do solo
• O revolvimento do solo promove sua aeração, já que permite a entrada de oxigênio, sua exposição e
aquecimento ao sol, além de retirar ervas que iriam competir com as plantas cultivadas.
• Nos solos tropicais, expostos às chuvas torrenciais e a uma radiação excessiva, a exposição é antes um
problema que um benefício. A excessiva aeração acelera a decomposição da matéria orgânica com a
redução de seu teor e de seus benefícios.

Adição de fertilizantes
• A reposição dos nutrientes retirados a cada colheita é indispensável. Contudo, da grande quantidade
normalmente lançada no solo, apenas uma parcela pode ser aproveitada pelas plantas em crescimento.
• No entanto, a utilização excessiva para contribuir para eutrofização de corpos d'água, ao serem esses
nutrientes lixiviados pelas chuvas.
• Desenvolver sistemas agrícolas em que seja mais eficiente o uso de fertilizantes, implicando, também, a
redução da exportação de problemas ambientais!
• (Embora o livro não faça nenhuma alusão, nos dias de hoje, 2017, cada vez mais se expande o cultivo
agroflorestal no Brasil. Técnica que alia a produção de alimentos e a recuperação de áreas florestais que
foram totalmente ou parcialmente degradadas. Sistema totalmente orgânico. Pesquisem no youtube por
Ernst Gotsch).

Adição de pesticidas
• Também chamados de agrotóxicos, esses produtos têm efeitos benéficos na produção imediata, mas
podem apresentar efeitos prejudiciais num prazo maior naquele e em outros ecossistemas.
• Não podemos deixar de citar os problemas de saúde relacionados não só ao manuseio desses produtos
por um agricultor, nem sempre consciente dos riscos e, portanto, nem sempre devidamente protegido,
mas também os relacionados ao consumo de alimentos contaminados.

A irrigação
• As plantas precisam de água para a realização da fotossíntese, e a irrigação vem suprir essa necessidade.
Contudo, o lançamento de água em abundância, além de se constitui necessariamente em um desvio da
água que, normalmente, seguiria outros caminhos, ainda traz o risco de salinização do solo.
• A tecnologia de gotejamento, por exemplo, é mais dispendiosa que a irrigação por sulco e por aspersão
convencional, mas garante um aproveitamento mais eficiente da água.
• A eficiência de uso implica redução de desperdícios e redução das interferências do ecossistema agrícola
em outros ecossistemas.

Objetivando a redução das entradas e saídas de energia e materiais


• Reduzir-se as entradas significará tornar nossos sistemas agrícolas mais independentes ou
autossuficientes, como os ecossistemas naturais.

Alternativas à necessidade de pesticidas


• Na rotação de cultura há uma alternância temporal de diferentes espécies vegetais cultivadas. Assim,
essas diferentes espécies, além de diversificarem as exigências em relação aos recursos edáficos,
reduzindo-se seu esgotamento, não vão estimular o desenvolvimento da população de um inseto que
seria beneficiado pela oferta contínua de um alimento especial.
• Já o cultivo consorciado alterna no espaço as diferentes espécies vegetais: uma fileira plantada de uma
espécie, intercalada com uma fileira da outra e assim por diante, traz as mesmas vantagens!
• A agrossilvicultura em que a associação, no tempo e/ou espaço, se faz com a inclusão de uma planta
lenhosa perene, que oferece a vantagem suplementar de sua presença permanente na cobertura e
proteção do solo.
• O controle biológico utiliza-se de inimigos naturais para reduzir a população de um organismo prejudicial,
abaixo do nível econômico de dano.

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• Há, ainda, a proposta do controle integrado para combate aos insetos-praga, através da integração de
agentes químicos e biológicos compatíveis.

Reduzindo a necessidade de fertilizantes


• A adubação verde? É um procedimento que se utiliza da capacidade biológica das leguminosas fixarem
nitrogênio da atmosfera, a partir de sua associação simbiótica com bactérias do gênero
Rhizobium que se alojam em suas raízes formando nódulos. É a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN),
uma forma natural de se promover a entrada de nitrogênio no solo.
• Pode-se, por exemplo, plantar-se uma leguminosa, alternadamente, com a planta de interesse. A
leguminosa será posteriormente enterrada e enriquecerá o solo.
• É comum o aproveitamento do estrume animal trabalhado na compostagem.
• A agricultura integrada através de sistemas mistos agropecuários significa o aproveitamento de
subprodutos e subsequente reciclagem.
• Esses procedimentos, em síntese, correspondem a garantir que haja um retorno da matéria orgânica ao
solo.

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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ – UENF -2º PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação - Aula 22 – Desequilíbrios ecológicos 4 –
Estudo de caso: O Lago da Batata

Introdução
• O ecossistema lago é caracterizado por ter dois compartimentos principais: a coluna d’água e os
sedimentos.
• Nesse sistema, a produção primária fica a cargo de algas planctônicas – o fitoplâncton – e de macrófitas
aquáticas.
• Mas a fonte primária de energia nas cadeias alimentares pode ser também derivada da matéria orgânica
oriunda da floresta marginal.
• Na coluna d’água, o fitoplâncton, bactérias e matéria orgânica detrital alimentam o zooplâncton.

Fitoplâncton
• A ressuspensão do sedimento tem, como consequência, a redução da transparência da água, e isso, por
sua vez, se refletirá na redução da produtividade do fitoplâncton que depende da luz para realizar a
fotossíntese.
• O aumento na turbidez da água levou à redução em vários atributos da comunidade fitoplanctônica:
densidade, biomassa, diversidade e riqueza de espécies (número de espécies).

Zooplâncton
• A ressuspensão das argilas afeta, também, o zooplâncton, já que as argilas obstruem a respiração desses
organismos, além de interferirem na qualidade do alimento que estes ingerem.

Comunidade bentônica
• A deposição de sucessivas camadas de argila altera drasticamente o habitat dos organismos bentônicos.
O novo sedimento é constituído por um grão (argila) de tamanho menor do que o anterior, alterando a
disponibilidade de micro-habitat, alimentos e proteção da correnteza e/ou de predadores.

Dinâmica dos nutrientes


• O recobrimento do sedimento natural por uma camada de argila bloqueia processos físico-químicos que
ocorrem na interface entre o sedimento e a coluna d’água e que resultam na liberação ou na retenção de
nutrientes fundamentais para a manutenção de outros processos vitais para o sistema, como a produção
de matéria orgânica pelo fitoplâncton. Assim, o soterramento do sedimento implica a redução de
nutrientes circulantes no sistema. Esse fato, associado à redução da disponibilidade de luz causada pela
turbidez, leva à diminuição da produtividade primária e, a longo prazo, ocasiona a progressiva redução
da produtividade do sistema.
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Mitigação do impacto ambiental

• Na área de igapó, várias ações foram realizadas, dentre elas o monitoramento da colonização natural
(regeneração natural).
• Observou-se a ocorrência de um processo de sucessão natural, com a substituição de espécies e
simultâneo desenvolvimento desse novo substrato evoluindo para um solo.
• Paralelamente ao acompanhamento da colonização natural, efetivaram-se programas de revegetação da
área impactada visando à aceleração de sua recuperação.
• Outros procedimentos experimentados foram o enriquecimento com “banco de sementes” e a formação
de “ilhas” de vegetação.
• A revegetação testou, também, o uso de espécies herbáceas (macrófitas aquáticas). Destacaram-se duas
gramíneas, a canarana e o arroz-bravo. Seu sucesso pareceu estar na adaptação de seu ciclo vital às fases
variáveis de inundação, respondendo, nas épocas favoráveis, com grande produção de biomassa,
determinante para a melhoria do substrato.

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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ – UENF -2º PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação - Aula 23 – Novas tecnologias e o meio ambiente

• A tecnologia desempenha uma função instrumental dentro da atividade econômica, ressaltando a eficácia
entre o conhecimento científico e a produção de bens.

• Levada a extremos, a tecnologia pode privilegiar os fatores econômicos, terminando por excluir desse
processo o próprio homem e a natureza

Redescobrindo a genética. A biotecnologia.


• A biotecnologia moderna desenvolveu-se no mundo, nessas últimas décadas, como consequência de
progressos científicos que ocorreram principalmente nas áreas de biologia celular e molecular,
combinados com avanços nas áreas da química e da microeletrônica.

• No primeiro caso, o que ocorre é basicamente a seleção de um caráter já expresso pelo conjunto gênico
de um vegetal ou animal. O passo seguinte representa, então, as diversas técnicas utilizadas para ressaltar
esse caráter selecionado, ou seja, o cruzamento do “melhor” com o “melhor” em termos gerais.
• No segundo caso, as técnicas utilizadas vão originar os tão (mal e bem) falados OGMs ou organismos
geneticamente modificados. Assim como no melhoramento sem modificação gênica, o primeiro passo é
a seleção de um fenótipo, aqui, o primeiro passo é a seleção de um gene que produza determinada
característica de interesse para replicação, ou seja, seleciona-se o genótipo.

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Fluxo gênico
• A formação de híbridos a partir de plantas silvestres com transgênicas já foi verificada por diversos
pesquisadores. Basta que essas plantas sejam compatíveis sexualmente e então a fecundação cruzada se
tornará possível, estabelecendo um fluxo, uma corrente gênica.

A interferência em organismos não-alvo.


• Muito importante, porque além de atender ao interesse em diminuir pragas agrícolas, termina
eliminando organismos que não representam perigo para as plantações. Já vimos um exemplo disso com
o caso da borboleta monarca. Essa interferência afeta tanto a diversidade das espécies no ecossistema
quanto a dos microrganismos do solo, atingindo o ciclo do carbono e do nitrogênio.

Erosão genética
• A biotecnologia agrícola favorece a diminuição dos caracteres genéticos dos alimentos, deixando-os cada
vez mais uniformes. Isso porque nós selecionamos para a produção somente aqueles alimentos que
exibem características de interesse, deixando de lado os demais.

Os efeitos no ecossistema
• Devem ser vistos como um todo, a partir do conhecimento prévio de sua estrutura e funcionamento. Os
transgênicos podem influenciar nas dinâmicas populacionais preexistentes, na disponibilidade de
nutrientes para espécies que se alimentam de insetos, com consequências nas dinâmicas populacionais
de outras espécies predadoras.

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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ – UENF -2º PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação - Aula 24 – Medidas de conservação do meio ambiente

Introdução
• Tudo o que foi discutido sobre sistemas vivos, nessa disciplina, fornece a você importantíssima base para
estabelecer o elo conceitual entre comunidades ecológicas e comunidades humanas. E por que é
necessário estabelecer essa ligação? Porque, com base no entendimento dos ecossistemas, podemos
formular uma série de princípios organizacionais e utilizá-los como diretrizes para tentar construir
comunidades humanas sustentáveis.
• Naturalmente, você conhece as diferenças entre ecossistemas e comunidade humanas. Nos primeiros,
não existe autopercepção, nem linguagem, nem cultura. Mas são as semelhanças que nos interessam.
Tanto os ecossistemas quanto as comunidades humanas são sistemas que exibem os mesmos princípios
básicos: são redes que podem ser fechadas sob o aspecto de organização, mas abertas aos fluxos de
energia e de recursos. Então, o que podemos aprender com os ecossistemas? O fundamental princípio da
interdependência! A interdependência mútua de todos os processos vitais dos organismos é a natureza
de todas as relações ecológicas.
• A natureza cíclica e os laços de realimentação são as vias ao longo das quais os nutrientes são reciclados
nos processos ecológicos. Sendo sistemas abertos, todos os organismos dos ecossistemas produzem
resíduos, mas o que é resíduo de uma espécie é alimento para outra, de modo que o ecossistema, como
um todo, permanece livre de resíduos.
• É aí que reside a lição para as comunidades humanas. Um dos principais desacordos entre ecologia e
economia deriva do fato de que a natureza é cíclica, enquanto nossos sistemas industriais são lineares.
• Em nossas atividades, extraímos recursos para transformá-los em produtos e resíduos. Vendemos esses
produtos a consumidores que descartam ainda mais resíduos, depois da utilização dos produtos. Esse é o
grande conflito com o qual temos de conviver no contexto das nossas difíceis relações com o meio
ambiente no qual estamos inseridos!

Tipos de intervenção humana que geram perda da biodiversidade.

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Legislação Ambiental
• As atividades produtivas que podem causar danos ambientais são consideradas atividades
potencialmente poluidoras e, de acordo com legislação ambiental brasileira, estão sujeitas a
licenciamento, depois de cumpridas determinadas ações previstas no Sistema de Licenciamento de
Atividades Poluidoras (Slap).
• A primeira dessas licenças é a Licença Prévia (LP), que deve ser requerida na etapa de planejamento da
atividade, quando ainda não foi definida a localização. Serão necessários o detalhamento do projeto, os
processos tecnológicos, e o conjunto de informações prestadas pelo empreendedor. O prazo mínimo de
validade corresponde ao cronograma do projeto e o máximo é de cinco anos.
• A segunda fase do processo é a Licença de Instalação (LI). Após o detalhamento do projeto e da definição
das medidas e equipamentos de proteção ambiental, a concessão dessa licença autoriza o início da
construção do empreendimento. O prazo mínimo é aquele estabelecido no cronograma do projeto e o
máximo é de seis anos.
• A terceira fase do processo é a Licença de Operação (LO), requerida quando do término da construção e
depois de verificada a eficiência das medidas de controle ambiental. Essa licença autoriza o
funcionamento da atividade, sendo obrigatória tanto para novos empreendimentos quanto para aqueles
anteriores à vigência do Slap. Nesses casos, é estabelecido um prazo mínimo para a adequação da
atividade às exigências legais, implantando os dispositivos de controle apropriados. O prazo mínimo de
validade é de quatro anos e o máximo não pode ultrapassar dez anos.

• Observação: O conteúdo do resumo não está totalmente condizente com o título da aula. No entanto,
achei melhor copiar da aula os assuntos presentes no resumo a elencar historicamente convenções e
tratados.

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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ – UENF -2º PERÍODO
DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação - Aula 25 – Medidas de conservação do meio ambiente:
solo, água e ar.

Introdução
• O solo pode sofrer degradação por processos de salinização, de poluição pelo excesso de fertilizantes e
pesticidas, pela acumulação de resíduos sólidos e pela erosão. A água sofre impactos quantitativos, pelo
uso excessivo, e impactos qualitativos, pela poluição. Também os problemas ambientais referentes à
atmosfera são problemas de poluição. De uma maneira geral, o controle da poluição requer atividades
de monitoramento das fontes de poluição, evitando-se acidentes ou a ultrapassagem de limiares críticos.

Atmosfera
• A poluição atmosférica é facilmente percebida devido às alterações no odor e em outras propriedades
físico-químicas do ar. Ela tem efeitos sobre os materiais das construções, mas também pode trazer sérios
problemas de saúde, além de afetar fauna, flora e ambientes aquáticos.
• A queima de biomassa e de combustíveis fósseis é a principal vilã da poluição atmosférica.
• As marés, o vento, o sol, a energia geotérmica (calor proveniente do interior do planeta), a biomassa e os
biodigestores são considerados fontes alternativas que estão tendo um grande desenvolvimento e devem
tornar-se cada vez mais importantes. As fontes de energia limpa deverão ganhar prioridade em
detrimento daquelas poluidoras.

A água
• A água doce disponível pode sofrer impactos quantitativos decorrentes de interferências que fazemos no
ciclo hidrológico.
• O uso excessivo, seja das águas superficiais, seja da água subterrânea para irrigação na agricultura, ou
para outros usos, implica em desvios de rotas do ciclo hidrológico e tem consequências ecológicas e
ambientais em geral, além da própria redução da disponibilidade e comprometimento da continuidade
de seu uso pelo homem.
• Por último, a redução da disponibilidade do recurso hídrico se dá pela degradação de sua qualidade. A
poluição das águas superficiais, assim como a contaminação dos lençóis freáticos, através da poluição dos
solos, compromete seu uso pelo homem.

Solos
• Embora o solo possa também sofrer processos de poluição, além de outras formas de degradação, a
erosão é o processo de degradação que mais amplamente atinge os solos.
• A taxa de erosão depende da cobertura vegetal e da declividade das encostas. É fácil compreender que a
erosão depende também das características das precipitações. Vimos que a vegetação interfere na
relação da chuva com o solo. Então, é claro que as propriedades do solo são também importantes para
controlar o processo erosivo. Esses são os fatores controladores da taxa da erosão.
• A conservação do solo implica em controle de processos erosivos, a causa mais generalizada de sua
degradação, o que pode ser feito através de:
1. Proteção a ser dada à superfície do solo.
2. Melhoria da estrutura e drenagem interna do solo.
3. Controle do escoamento superficial.
• O ajustamento à capacidade de uso do solo é também recomendação importante no sentido de sua
conservação.

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