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Universidade Pedagógica
Quelimane
2016
Monografia apresentada ao
Departamento de Ciências Sociais e
Filosóficas da Universidade Pedagógica,
para a obtenção do grau do académico de
Licenciatura em Ensino de Historia com
Habilitações em Geografia.
Universidade Pedagógica
Quelimane
2016
v
Índice
Dedicatória........................................................................................................................v
Agradecimentos................................................................................................................vi
Lista De Figuras.............................................................................................................viii
Resumo.............................................................................................................................ix
0. Introdução....................................................................................................................11
0.1 Problematização........................................................................................................13
0.2 Hipóteses...................................................................................................................14
0.3 Justificativa................................................................................................................14
0.4 Objectivos:.................................................................................................................15
0.4.1 Geral:......................................................................................................................15
0.4.2 Específicos:.............................................................................................................15
Capitulo I:........................................................................................................................21
1.Revisão De Literatura...................................................................................................21
1.1. Conceitos..................................................................................................................21
1.2. Currículo...................................................................................................................21
1.7. Educação...................................................................................................................25
1.8. Ensino.......................................................................................................................26
2.1 Localização................................................................................................................28
2.2 Historial.....................................................................................................................28
4. Conclusões...................................................................................................................42
4.1. Recomendações........................................................................................................43
Bibliografia......................................................................................................................44
Apêndices........................................................................................................................47
Anexos.............................................................................................................................57
v
DECLARAÇÃO
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição de
ensino para obtenção de qualquer grau académico.
DEDICATÓRIA
A minha Mãe, minha rainha pela coragem dispensada e disponibilização das primeiras
provisões e pelo esforço, sacrifício.
vi
AGRADECIMENTOS
Primeiro agradecer a Deus pai pela graça e dom da vida e por me ter suportado todo
esse tempo…
A minha Mãe Marta Elisa José Juízo Malua pela dedicação e forca de ser como Mãe e
pai para mim.
Aos meus irmãos Wilma e Zezinho pela paciência de ficarem sem coisas e diversões
para que se mandasse algum para mim.
A minha namorada e futura esposa Micaela Uachave que me levantou num momento
em que precisei.
A dra. Idalina Varela e o seu Esposo Eng. Lino Horácio, que carinhosamente fazem o
papel de meus pais nesta cidade.
Aos meus colegas Eusébio, Benjamim, Nelson Vidro, Quintal, irmã Maria de Jesus,
Merces, Faiaze, Oreste, Paulo, Roberto, Guida, Farida, Sandra, Fábio, Rosa, e outros
que juntos lutamos por uma só causa.
Aos meus familiares, Mano Lito, Mana Lígia, Mana Elisa, tia Terezinha, Mana Dina,
Tia Elisa e outros que muito fizeram para que chegasse aonde cheguei.
Aos meus amigos como irmãos, Ivan, Dyno, Ivan Vaz, Allen, Zuria, Erica, Lara, Ezia,
Carina, Miro, Eduardo, Dido, Dayse, Tia Mira, Yolanda, Mauro, Anselmo, Victor,
Vaiton, Celestino e outros que me ajudaram e ajudam sempre que necessito, muito
obrigado.
vii
Lista De Figuras
Resumo
0. Introdução
Portanto, o currículo local surge como suporte do currículo nacional que integra
diversos saberes da vida e de interesse da comunidade autóctone a volta da Escola, nas
mais variadas disciplinas contempladas no Plano de Estudos.
De acordo com o artigo online do jornalnoticias.co.mz que tinha como tema em debate
“o professor e a gestão do currículo local” afirma que:
Um dos seus objectivos do Currículo Local é segundo AGOSTINHO et all citados por
AUSSE, (2014:11), é de “formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua
vida, a vida da sua família, da comunidade, partindo da consideração dos saberes locais
das comunidades onde a escola se situa”.
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Com o presente trabalho, pretendemos perceber como tem sido aplicado o Currículo
Local, de forma a avaliarmos o nível de integração dos saberes locais nas aulas das
disciplinas de Ciências Sociais pelos professores na Escola Primária de Janeiro.
Já no primeiro capitulo esta a revisão da literatura, onde estão patentes os conceitos dos
autores que sustentam o conteúdo abordado no trabalho.
0.1 Problematização
Ademais, no bairro Janeiro de Janeiro existem duas valas de drenagem que servem para
o escoamento das águas residuais, no entanto, estas valas têm sido usadas como
depósitos de lixo doméstico, chegando a ficar entupidas em épocas das chuvas (vide em
apêndice) e assim como é o facto da invasão ao mangal do mesmo bairro, onde as
pessoas estão a destruir o mangal para a construção das suas casas, e com certeza a
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escola poderia ajudar para se resolver situações como estas. No entanto, no bairro
Janeiro concretamente na comunidade arredores, que frequentam aquele
estabelecimento de ensino demonstram uma fraca aquisição e respeito pelos saberes
locais, dado que o currículo local também integra os valores morais e éticos., Parece que
o output daquela Escola pouco assimila estes valores morais porque é fraca a integração
dos saberes locais nas aulas pelos Professores das disciplinas de Ciências Sociais e
consequentemente a comunidade pouco contribui para o desenvolvimento local. Algo
que pode ser visto em épocas das chuvas, estradas próximas à Escola ficam alagadas
com as águas das chuvas e as pessoas esperam dias até que a água seque, ao invés de
serem criadas fendas conduzindo as águas até as valas de drenagem mais próximas.
É no contexto do ensino formal que foi integrado o Currículo Local, como responsável
da transmissão dos valores éticos, morais e de desenvolvimento local. O currículo local
integra os saberes locais, e são chamados os pais e encarregados de educação, os mais
velhos da região, os anciãos, a interagir com a escola para sua integração no currículo
nacional. Não conhecendo as razões das práticas vigentes actualmente pelo produto
desta escola o autor levanta a seguinte questão:
0.2 Hipóteses
0.3 Justificativa
A temática Currículo Local tem ocupado vários centros de debates em assuntos ligados
ao Ensino em Moçambique. Neste contexto, querendo contribuir com este debate, nos
propusemos realizar o presente estudo com a finalidade de perceber como tem sido
aplicado o Currículo Local, na Escola Primária de Janeiro, de forma a avaliarmos o
nível de integração dos saberes locais nas aulas da disciplina de Ciências Sociais pelos
15
0.4 Objectivos:
0.4.1 Geral:
0.4.2 Específicos:
Avaliar o nível de integração dos saberes locais pelos professores nas aulas da
disciplina de ciências sociais do ensino básico, na EPC de Janeiro;
Identificar possíveis razões que concorrem para a fraca integração do currículo
local no ensino básico na EPC de Janeiro;
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Este capítulo tem como objectivo apresentar a metodologia usada para o presente
trabalho, no que se refere às estratégias de recolha de dados durante a investigação, a
população donde se retirou a amostra, a forma de análise e interpretação dos resultados.
Assim, o desenvolvimento do trabalho seguiu os procedimentos metodológicos da
pesquisa qualitativa.
Para que fosse possível o estudo se privilegiou a revisão bibliográfica, ou seja a procura
de autores, obras que tratam sobre o assunto em estudo.
0.5.2.2 Entrevista
Antes da análise e interpretação dos dados, foi feita uma selecção dos depoimentos de
modo a retirar informações incompletas; depois, separamos informações completas e
codificamos. Tendo já os dados manipulados, passamos para a análise e interpretação
destes. Numa perspectiva descritiva – interpretativa a análise implicou cruzar a
informação tida da análise documental com o contacto directo com os protagonistas
para perceber o que tem sido feito para a ligação entre a teoria (políticas) e a prática,
bem como para compreender a percepção dos actores sobre o seu contributo para as
mudanças na escola no contexto do Currículo Local.
Sendo uma população a qual não conhecemos a sua dimensão numérica e difícil de nos
achegarmos, pautamos pelo uso da amostragem não probabilística. SAMPIERI et all
(2006:271-271) dizem que, “as amostras não probabilísticas são de grande valor, pois
conseguem ao proceder cuidadosamente e com uma profunda imersão inicial no campo,
obter os casos (pessoas, contextos, situações) que interessam ao pesquisador e que
oferecem uma grande riqueza para colecta a análise de dados”.
CAPITULO I:
1.Revisão de Literatura
1.1. Conceitos
1.2. Currículo
RULE (1973) citado por AUSSE (2014:9) define o currículo como “experiências
humanas organizadas para a prática educativa e que se diferenciam através dos
objectivos e da forma expressada no programa da escola”. Pois esta ideia é apologista
na concepção de um currículo tomando partido nas experiências dos alunos, as suas
vivências sociais e as suas especificidades.
Portanto é neste conjunto de relações que PACHECO (1996:20) citado por AUSSE
(2014:10) conceitua o currículo como um projecto, cujo processo de construção e
desenvolvimento é interactivo, implica unidade, continuidade e interdependência entre o
que se decide ao nível do plano normativo, ou oficial, e ao nível do plano real, ou do
processo de ensino-aprendizagem.
cultura do quotidiano dos alunos, dos seus saberes, dos seus contextos e dos seus
problemas.
Portanto é na luz destes saberes locais que MINED (2006:4) citado por AUSSE
(2014:11) define o currículo local como a componente do Currículo Nacional que
integra conteúdos relevantes a nível local, com vista a responder às necessidades de
aprendizagem local. Uma componente que define novos conteúdos, visando o
desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e práticas relevantes, nos alunos, de e para
a comunidade em que a escola se insere.
Segundo AGOSTINHO et all (2009:9), citado por AUSSE (2014:11) o currículo local é
uma das principais inovações do Ensino Básico que tem como principal objectivo
formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, da vida sua família,
da sua comunidade e do seu país, tendo em conta as necessidades e potencialidades
locais.
O propósito da educação que integra os saberes locais é virado para a sobrevivência das
comunidades, uma vez que, forma integralmente o homem para o mundo que o rodeia,
através de um forte ensino assente nos valores da sociedade, nas e no ofício da família.
GADOTTI (2000) citado por AUSSE (2014:26) que a escola que se chamaria
humanista se fosse destinada a desenvolver em cada indivíduo humano a cultura geral
ainda indiferenciada, o poder fundamental de pensar e de saber se orientar na vida. E
para tal, é necessário incutir os saberes locais como forma de dotar habilidades para a
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vida, ainda que Moçambique seja um país com problemas sérios de empregabilidade do
cidadão.
Esta ideia é secundada pelo princípio da reconstrução social que advoga uma escola
virada para a transmissão de valores e conhecimentos aos alunos que lhes permitam
construir uma nova ordem social que seja mais humana, justa e igualitária. Esta reflexão
postula o ensinamento de aptidões de pensamento crítico sobre as práticas sociais
existentes.
1.7. Educação
No que diz respeito à educação, são vários os autores que a definem, entretanto, em
todos esses há um aspecto em comum, o facto de colocarem o homem como sujeito no
centro da actividade educativa. Somente o homem é o animal capaz de aprender,
desenvolver o conhecimento aprendido e reciprocamente ensinar, por isso ele está no
centro do Processo de Ensino e Aprendizagem.
Contudo, pode-se dizer que, a educação é uma actividade que visa o desenvolvimento
intelectual, ético e moral do ser humano, esta pode acontecer de maneira formal ou
informal, sendo que a primeira forma acontece fora das instituições escolares (no seio
familiar ou no ambiente social) ao passo que a segunda é ministrada pelas instituições
educacionais/escolares.
PILLET, (2004:16), diz que não se pode confundir educação com escolarização, pois a
escola não é o único lugar onde a educação acontece.
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1.8. Ensino
MAKENZI e NORMAN (1981) citado por BONITO (2005) O conjunto de meios que é
preciso colocar em prática para facilitar as modificações previstas no comportamento do
formando.
2.1 Localização
2.2 Historial
Esta antiga cidade é banhada pelo rio dos Bons Sinais, assim chamado
por ter sido um bom sinal para os navegantes portugueses quando
desembarcaram em 1498, na viagem de Vasco da Gama à Índia. Em
chuabo chama-se o rio Qua - Qua, outrora ligado ao rio Zambeze e que
foi utilizado como percurso alternativo, por mais seguro, para o controlo
e escoamento dos produtos comercializados, uma vez que não era fácil
navegar no rio Zambeze, um dos maiores rios do mundo. Tendo em
conta os povos residentes de Moçambique distribuídos por grupos
localizados nas suas diversas províncias, passam-se a enumerar algumas
citações que explicam o aparecimento do termo chuabo.
Ademais,
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Ao referir-se esta cidade, para além do seu porto, não se pode deixar de
salientar a importância da linha férrea que foi aberta em 1901. Hoje em
dia, desta linha férrea só restam apenas alguns carris que servem de
suporte de vedações ou postes de linha telefónica. Em 1922 construiu-se
outra linha férrea que ligava Quelimane a Mocuba, com o objetivo
principal de fornecer medicamentos para uso privado das autoridades
coloniais. Em 21 de Agosto de 1942, a vila de Quelimane foi elevada a
cidade, sendo nessa data Governador da Zambézia o capitão Armando
Eduardo Pinto Correia (VIEIRA 2012:16-17)
Quelimane é uma cidade com um clima tropical húmido. Esta cidade foi
projetada para 30.000 habitantes, número que já foi ultrapassado há
muito. Em paralelo, o não acompanhamento das principais
infraestruturas socias a par desta explosão demográfica, mais agravada,
pelo êxodo rural devido à guerra civil (1976 a 1992), leva à degradação
da cidade, a qual, hoje, sofre, em toda a sua dimensão, a falta de um
projeto urbanístico que acolha todos os seus habitantes condignamente.
(VIEIRA 2012:17).
VIEIRA (2012:21-22) refere que
A EPC de Janeiro situa-se no bairro Janeiro cujo nome foi de um proprietário branco
que era dono da área, razão pela qual foi alcunhado assim. Esta de princípio foi uma
sala anexa do Samugue no ano de 1995 como escola primária, com apenas duas salas de
construção precária.
Com o andar do tempo a escola ganhou a liberdade de ser independente e teve as suas
primeiras salas de material convencional que eram um bloco de 3 salas de aulas, com o
gabinete do director e 1 secretaria e um pequeno armazém.
Com a evolução que a escola ia demostrando, passou a ter mais obras de construção de
salas de aula de material convencional, tendo agora 4 blocos de 13 salas de aula de
material convencional, um bloco administrativo correspondente a 1 gabinete do director,
1 sector pedagógico, 1 gabinete administrativo, sala dos professores e um armazém.
Ainda a escola possui um bloco de balneário que esta composto por um feminino, um
masculino e um dos professores.
1ª Classe: 347 alunos, onde 207 são homens e 140 mulheres, distribuídos em 6
turmas;
2ª Classe: 312 alunos, onde 180 são homens e 132 mulheres, distribuídos em 6
turmas;
3ª Classe: 303 alunos, onde 203 são homens e 100 mulheres, distribuídos em 5
turmas;
4ª Classe: 260 alunos, onde 150 são homens e 110 mulheres, distribuídos em 5
turmas;
5ª Classe: 259 alunos, onde 200 são homens e 59 mulheres, distribuídos em 5
turmas;
6ª Classe: 231 alunos, onde 155 são homens 76 mulheres. Distribuídos em 5
turmas;
7ª Classe: 241 alunos, onde 170 são homens e 71 mulheres, distribuídos em 5
turmas.
De acordo com os moradores deste bairro, antes dele se tornar Bairro Janeiro, morava
aqui um português chamado António Janeiro que era dono das terras e que tinha uma
grande pastagem de bois, assim como cavalos e claro varias outras plantações como
coqueiros a principal de todas. Como o passar do tempo ele por motivos de doença
deixa as terras com os seus filhos e viaja para Portugal e morre la em Portugal e os
filhos deram o nome de Janeiro ao bairro em memória do antigo dono deste bairro.
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Fonte: Autor. Foto tirada por Smart Kika no dia 21 de Dezembro de 2015 pelas 10:00
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Para tal o autor codificou os nomes para professor (Pr), técnicos da direção provincial
(TDP), pedagógica da escola (PE), membros da comunidade (MC) e alunos (A).
Pr 1: um meio para facilitar a percepção dos nossos alunos em língua local, já que os
nossos alunos não entendem bem a língua portuguesa.
Em contrapartida um dos professores afirmou nunca ter ouvido falar sobre este assunto:
Pr 4: nunca ouvi falar deste assunto, pois simplesmente me preocupa a dar minhas aulas
conforme está patente no programa, pois a matéria é muita e temos de correr contra o
tempo.
E ainda mais para confirmar o não conhecimento desta temática por parte da escola, o
grupo alvo, ou seja as pessoas a quem devia ser ensinado sobre os saberes locais, que
são os alunos, cada um deles, mostrou não conhecer nem sequer um pouco disto, as suas
respostas foram simples e sintéticas:
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A1: sim. Não sei explicar porque não entendo bem a matéria.
A3: não.
A6: Sim. Contou que a muito, muito tempo havia pessoas e no reino império antigo que
havia camponeses e havia grupo dominante e grupos dominados.
Dando a perceber que os alunos, nada sabem sobre o currículo local, muito mesmo
quando os questionamos sobre a história do seu bairro, ou mesmo como surgiu o bairro,
o porque da designação “Janeiro”, as respostas foram:
A2: não.
A7: sim. Porque é nome de uma pessoa daqui de Moçambique que governou a área. Ele
era chefe daqui.
MC1: já ouvi falar, só consigo falar pouco só, umas duas coisas. Porque nos tempos
tínhamos uma cooperativa, íamos la fazer panos, costurar, peneiras para a comunidade e
fazermos panelas de barro e íamos levar lodo no mangal para apresentar a comunidade.
MC3: costumo a ouvir sim currículo local. Mas não sei explicar. Só sei que são nossas
histórias locais, de como surgiu o nosso bairro e nossos hábitos e costumes.
MC4: currículo local já ouvi falar. Para bem dizer currículo local é
conhecer, são conhecimentos desse bairro de Janeiro, como é que era
por exemplo antigamente e actualmente como é que está. Quais as
diferenças que existem, o que é que nós estamos a ver. O que nós vimos
antigamente, o que eu estou a ver desde os 22 anos que eu estou a viver
aqui e o que eu estou a ver agora são coisas diferentes. Isso é que se
pode classificar como currículo local.
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Nota-se aqui que as respostas são completamente meio que conturbadas em relação a
questão do currículo local. Algo que foi respondido por alguns para não parecer que esta
desprovido desta componente.
Pois, segundo o constatado pelos entrevistados consta que alguns, nesse caso alguns
professores, os técnicos da Direcção Provincial da Educação e a pedagógica da escola,
tem conhecimento na teoria, mas como pratica nada fazem para implementar a esta
temática, e outros componentes do conselhos da escola nada sabem o que torna ainda
mais difícil, ou seja a fraca integração do currículo local.
Com isso o autor valida a primeira hipótese que refere que é fraca a integração do
currículo local na disciplina de ciências sociais no ensino básico, pois os Professores
não estão providos de estratégias de maneio dos 20%. Não só, podemos também ficar a
saber que não existem capacitações, muito menos formações sobre o currículo, local,
dai que a culpa não recai só sobre os professores, mas também sobre a Direcção da
escola que nada faz para que isso mude.
TDP: Para que isso se concretize o professor chama algum membro da comunidade
quando não tem domínio de algum assunto local.
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PE:. Quando por exemplo queremos abordar sobre fabrico de cestos, na disciplina de
ofícios se convida um membro da comunidade para dar a aula. Ou mesmo a turma
desloca-se a casa da pessoa aprender sobre o fabrico de cestos.
Esta ideia concretiza-se na medida em que o professor tem em mente que a profissão
não significa ser detentor absoluto do conhecimento, mas sim significa ser um ser que
deve se guiar pelas praticas naturais que o meio oferece, sabendo conviver pelas
experiencias trazidas pela comunidade e pelos alunos, de modo a poder propiciar o
ambiente no âmbito do saber ser, estar e fazer.
MC2: já muitas vezes. Para saber o comportamento dos alunos, tenho alguns filhos la
na escola.
MC3: sim. Fiquei como pai de turma, fiquei como membro da escola. Era para dar
conselho os alunos indisciplinados, alunos que andavam a faltar.
MC4: sim já participei muito porque meus filhos estavam naquela escola, então já fui
como encarregado de educação, já fui nas reuniões.
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Posto isto, o autor da presente pesquisa valida a hipótese segundo a qual constituem
razões que concorrem para a fraca integração do currículo local no ensino básico a falta
de competências dos professor dado após a sua formação nas escolas aonde são afectos
verifica-se a falta de seminários de capacitação sobre o currículo, não só como também
verifica-se a não participação da comunidade, pelo facto de não terem sido chamados,
que constituem o principal pilar na transmissão dos saberes locais que quando
integrados no ensino chamamos de currículo local.
Como bem foi demonstrado acima o currículo local encontra ai o seu enquadramento
que consiste em se apoiar da história do homem de modo a formar a sua identidade a
resgatar a sua cultura e a valorizar os seus símbolos históricos de modo a sociedade
futura possa usufrui-la. Como se não bastasse a integração dos anciãos da comunidade
como os principais intervenientes na elaboração do conteúdo que sirva no currículo
local garante a transmissão de valores históricos locais para novas geração e em
consequência disso pressupõe uma conservação e valorização dos símbolos e valores do
local onde a escola se encontra localizada.
PE: olha, o currículo local ajuda os alunos, assim como os professores a conhecerem a
realidade da sua comunidade, não só há uma melhoria por parte do PEA, pois essa é
uma das técnicas que leva o aluno ate a realidade mais próxima.
TDP2: Esta componente desenvolve as aptidões dos alunos, assim como desenvolve o
espirito empreendedor dos alunos.
A este nível de percepção percebemos que o currículo local deve ser visto como uma
ferramenta que não só ajuda o aluno a desenvolver a região que se encontra ou seja que
o currículo seja uma ferramenta que tem em vista apenas formação dos cidadãos
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Para que haja uma formação integral da criança direcionada ao currículo local é
necessário que tenhamos professores formados e capacitados, que haja a interação da
comunidade, desde os líderes ate aos chefes das grandes instituições que tenham um
conhecimento significativo no desenvolvimento da comunidade.
Ao longo da realização do trabalho foi possível apurar vários problemas, (como o caso
destes não terem acesso a uma formação ou mesmo capacitação a cerca do currículo
local, e claro se limitam simplesmente a cumprir o currículo nacional, assim como a
comunidade que por falta da não execução do currículo local porta da escola, não é
solicitada para ajudar nesse aspecto) que tem assolado aos professores de ciências
sociais especificamente, a escola e a comunidade do Janeiro, o que tem resultado para a
fraca integração do currículo local. Segundo apurou-se do nosso entrevistado:
Portanto indo mais como se não bastasse, a leccionação do currículo depende também
da comunidade que deve decidir a escola do conteúdo em abordagem nos 20% do tempo
predisposto pelo programa nacional de educação. Mas bem como se já deixou claro pelo
autor através dos depoimentos dos membros da comunidade entrevistados, referem que
apenas são chamados para exercer o papel de encarregados, dando-nos a perceber que
não são chamados para ajudar na componente CL.
Este aspecto por mais que seja pouco pertinente leva o autor a concluir que também
deve ser considerado como um factor de desistência da integração do currículo local no
processo de ensino e aprendizagem.
.
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4. Conclusões
Terceiro a fraca percepção ou mesmo integração do CL, esta ligada a falta de formação
dos professores, algo que se concretiza com o seguinte depoimento, “nunca ouvi falar
deste assunto, pois simplesmente me preocupa a dar minhas aulas conforme está patente
no programa, pois a matéria é muita e temos de correr contra o tempo”. O pior de tudo
isso é que é professores que estão bastante tempo naquela escola, dai que tem formações
contínuas, facto que já devia acontecer sobre o CL. O ano lectivo tem 3 trimestres, onde
dois trimestres têm interrupção lectiva, onde nessas interrupções são aproveitadas para
fazer pequenas jornadas pedagógicas ou mesmo algumas reuniões de aperfeiçoamento.
Onde seria então oportuno dar conhecer aos professores a componente CL, capacita-los
e deixar claro o que seria necessário para que fosse bem integrado.
Varias são as razoes que concorrem para a fraca integração do currículo local na
disciplina de ciências sociais no ensino básico, mas podemos resumir que o problema
começa do topo, ou seja das direcções provinciais que devia promover formações e
capacitações para os professores, ou então delegarem as direcções das escolas para se
encarregarem desta situação, e ainda para que fosse levado a serio devia-se também
criar supervisões para se averiguar a sua implementação.
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4.1. Recomendações
Penso que para que se reverta esta situação da fraca integração do currículo local, tanto
nessa escola assim como em todo país, há necessidade de:
Bibliografia
CALLEJA, José Manuel Ruiz. Os professores deste século – algumas reflexões. Revista
http://www.dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/2705047.pdf
CANO, D.S. SAMPAIO, I.T.A. O método de observação: considerações sobre a
produção científica,2007.
PILLET, Claudino. Didáctica geral. 23ª Edição. Editora Ática. São Paulo. 2004.
SAMPIERI, R. H., COLLADO, C.H., Lúcio, P. B. Metodologia de Pesquisa. 3ª Ed. São
Paulo: McGraw-Hill. 2006.
.
47
Apêndices
48
Apêndice: I
Nome
Escola______________________________
Sexo________
Idade Anos
2. Que outras inovações foram introduzidas no ensino básico, além do Currículo Local?
3. Que acção de formação participou no âmbito da implementação do Currículo Local?
a) Quem as promoveu?
a) Planificação
b) Lecionação
c) Avaliação
8. Na sua opinião que outras acções pedagógicas devem ser realizadas para que o
Currículo Local traga as mudanças perspectivadas?
Apêndice: II
Nome______________________________
Sexo________
Idade Anos
Apêndice: III
Nome______________________________
Sexo________
Idade Anos
Apêndice IV
Nome Escola
1. Nas aulas os professores falam sobre os saberes locais? Se sim o que são saberes
locais?
2. Achas que é importante o professor falar sobre os saberes locais?
3. Conhece alguma história local contada pelos teus pais ou alguém do bairro? Se
sim qual?
4. Sabes como é que esse bairro surgiu?
53
Apêndice V
Nome______________________________
Sexo________
Idade
O papel na comunidade…………………………….
Apêndice VI
Apêndice VII
Anexos