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Abstract
The present research, whose motivation is to contribute to the production of relevant information on
environmental risk management, aims to analyze and map areas at risk of flooding in the Municipality of
Matola, more precisely in the area of confluence between the neighborhoods Ndlavela, Patrice Lumumba,
São Dâmaso and Infulene "D" by producing, through the use of the AHP method (Analytic Hierarchy
Process) integrated with Geoprocessing in a GIS environment, the flood risk map. Using four base
variables, namely: Use and Occupancy, Soil Types, Hypsometry and Slope, this information was
compiled by assigning scores and weighting these factors within the hierarchy for flooding, to finally
elaborate the final map through the ArcGis 10.1 software. Thus, through the Hierarchical Analysis and
Multicriteria Analysis, the results were obtained, showing that the areas of greatest flood risk coincide
with the areas where the altitude varies between 29 and 38 Meters and with a slope that varies between 0
and 2%, which are the downstream areas and that have less capacity for soil infiltration due to soil sealing
caused by urban sprawl in the study area. Thus, such areas deserve greater attention when urban planning
is considered, in order to guide managers on the best course of action to mitigate the impacts of flooding.
Key-word: Mapping. Flood Risk. Urban occupation.
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1. Introdução
Segundo o mesmo autor ECKHARDT (2008 apud SANTOS, 2008) afirma que há uma
relação muito estreita entre a degradação ambiental, a intensidade do impacto dos desastres e o
aumento da vulnerabilidade humana. A dificuldade do acesso à terra e à moradia em áreas
urbanas, associada a baixa actuação do poder público levou a uma intensificação da ocupação
indiscriminada de zonas impróprias, tais como áreas de várzeas, terrenos com elevadas
declividades e áreas com alta susceptibilidade aos processos erosivos, potencializando a
ocorrência de desastres naturais.
Os bairros dos municípios da matola não escapam a esse facto uma vez que passam pelos
mesmos transtornos. O processo de urbanização que ocorreu no Município da Matola mais
precisamente na área de confluência entre os bairros Ndlavela, Patrice Lumumba, São Dâmaso e
Infulene “D” reproduz a mesma regra que se verifica em outras áreas do país bem como do
mundo: que caracteriza-se por ser intensa, rápida, concentrada e desigual, factos que criam
graves problemas.
A presente pesquisa foca-se nas inundações, onde ira mapear áreas que que apresentam
risco de ocorrência de inundações, pois segundo a INGC desse tipo de causam grandes perdas
tanto humanos, bem como materiais, deixando a população grave estado de vulnerabilidade
social, também foram Identificados os principais factores que contribuem para indução e/ou
desencadeamento das inundações urbanas na área de estudo; caracterizado as inundações nas
ocupações urbanas na área de confluência entre os bairros Ndlavela, Patrice Lumumba, São
Dâmaso e Infulene “D” no Município da Matola e por fim Identificar e delimitar as áreas com
perigo de inundação na área de confluência entre os bairros Ndlavela, Patrice Lumumba, São
Dâmaso e Infulene “D” no Município da Matola.
relacionadas às políticas urbanas, planeamento, legislação, pesquisa, educação, entre outras (IPT,
2007). Assim, um mapa de zoneamento de risco pode representar um bom instrumento para a
administração de uma cidade com relação à sua manutenção e preservação de sua estrutura, tanto
com relação às questões físicas quanto humanas.
Veyret observa que o mapa do zoneamento confere ao risco um carácter objectivo, visto
que, expõem os espaços em que há risco elevado e com necessidade de regulamentação ou, até
mesmo, a proibição de moradias, e outros espaços em que o risco é menor ou ausente. A autora,
também ressalta que “a cartografia permite, ao mesmo tempo, a objectivação do risco e sua
designação como problema público” (VEYRET, 2007).
1.2. Perigo
O termo “perigo” é utilizado por muitos autores como sendo a tradução de “natural
hazard”. Mais recentemente, a Defesa Civil vem apresentando tendência a substituir o termo
“perigo” por “ameaça”. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, sucintamente, considera o
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termo perigo como sinónimo do termo hazard, e entende este como sendo a “condição ou
fenómeno com potencial para causar uma consequência desagradável” (IPT, 2007). De acordo
com Kobiyama, o termo perigo pode ser entendido como uma tradução do termo inglês “hazard”
ou como sinónimo do termo ameaça.
Por vez, CASTRO (2000) destaca que o perigo “implica la existencia del hombre que
valora qué es un daño y qué no”, visto que nem sempre os fenómenos naturais causam prejuízos
as comunidades, podendo, então, ser considerado apenas como um evento. Nesse sentido, Castro
apresenta a definição adoptada pelas Nações Unidas, a qual aponta que o perigo natural é "la
probabilidad de que se produzca, dentro de un período determinado y en una zona dada, un
fenómeno natural potencialmente dañino" (NAÇÕES UNIDAS, 1984 apud CASTRO, 2000).
Mais directamente, LAVELL (1999) considera que “la ideia de ameniza se refiere a la
probabilidad de la ocurrencia de un evento físico dañino para la sociedad”. O autor também
ressalta que se não existir uma disposição ou propensão de sofrer algum dano ao deparar-se a um
evento físico qualquer, não há ameaça ou perigo, apenas a ocorrência de um evento físico
natural, sem repercussões para a sociedade.
1.3. Risco
O IPT (2007), coloca que o risco consiste na “relação entre a possibilidade de ocorrência
de um dado processo ou fenómeno, e a magnitude de danos ou consequências económicas e/ou
sociais sobre um dado elemento, grupo ou comunidade. Quanto maior a vulnerabilidade, maior o
risco”. Assim, o IPT destaca que a área de risco constitui-se em uma:
Área passível de ser atingida por fenómenos ou processos naturais e/ou
induzidos que causem efeito adverso. As pessoas que habitam essas áreas estão sujeitas
a danos a integridade física, perdas materiais e patrimoniais. Normalmente, no contexto
das cidades brasileiras, essas áreas correspondem a núcleos habitacionais de baixa
renda (assentamentos precários) (IPT, 2007).
transbordamento de suas águas as áreas ribeirinhas (TUCCI e BERTONI, 2003; TUCCI, 2004). As
principais condições naturais para a ocorrência de inundação são o relevo, a quantidade e intensidade
das chuvas, a cobertura vegetal, e a capacidade de drenagem do solo. Já as principais condições
artificiais decorrem do uso e manejo do solo, como obras hidráulicas, grau de impermeabilização do
solo - urbanização, desmatamento e reflorestamento.
O processo de inundações pode ser definido de uma forma mais ampla, de acordo com
CASTRO (1998), como o transbordamento de água da calha normal de rios, mares, lagos e
açudes, ou acumulação de água por drenagem deficiente, em áreas não habitualmente submersas.
CASTRO (2003) classifica as inundações em função do padrão evolutivo como: enchentes ou
inundações graduais, enxurradas ou inundações bruscas, alamentos e inundações litorâneas.
Quadro 1: Classificação dos Riscos Ambientais
2. Material e Métodos
2.1. Área de Estudo
termos geográficos esta área encontra localizado entre os paralelos 25º 51’ e 25º Sul e entre os
meridianos 53’32º 30’ e 32º 32’Este.
2.2. Metodologia
O presente e estudo tem como local de estudo uma área de confluência entre os bairros
Ndlavela, Patrice Lumumba, São Dâmaso e Unidade ou Infulene “D” no Posto Administrativo
de Infulene e Machava localizado no município da Matola, onde o principal objectivo é de
determinar as áreas com risco de ocorrência de inundações, as áreas com maior probabilidade de
ocorrência e os impactos de modificações em factores relacionados com a drenagem local.
Neste sentido para a efectivação dos objectivos propostos para esta pesquisa, recorreu-se
á metodologia AHP (Analytic Hierarchy Proces), reproduzida por SAATY (1977), para
determinar pesos estatísticos para as variáveis seleccionadas e representadas nos mapas
temáticos. São elas: hipsometria, declividade e uso e ocupação do solo.
Segundo HORA e GOMES (2009) referem que os elementos que apresentam maior
importância num estudo de risco de inundações são: Geológico (Pedologia/Solo), Geomorfologia
(Declividade e Hipsometria) e por fim Uso do solo (Classificação das ocupações e cobertura do
solo), mas que neste estudo foi acrescentado o tipo de solo da área de estudo.
A compilação das variáveis definidas para este estudo, deu-se por meio da ponderação
das variáveis ou dados quando a sua susceptibilidade á ocorrência de inundações, para tal foram
definidos valores ou intervalos que varias de 0 (Zero) a 7 (Sete), onde o 0 (Zero) indica áreas
menos susceptíveis á ocorrência de inundações e 7 (Sete) áreas mais susceptíveis ao risco de
inundação.
Para elaboração e a sobreposição dos dados / variáveis foi utilizado o Software ArcGis
10.1, onde na primeira fase foi necessário utilizar imagens do Modelo Digital do Terreno (MDT)
que contém os dados de elevação do terreno desconsiderando edificações e vegetação, que foi
usado para geração do plano de informação hipsometria e declividade
29 - 38 6 0 – 1.9999 6
Fonte: Autores, 2021
3. Resultados
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A elaboração do Modelo Digital do Terreno (MDT) a partir dos dados altimétricos, curvas
de níveis e pontos cotados da área de estudo, onde dele obteve-se o mapa de hipsometria e
declividade, figura 2 e 3, respectivamente. A altimetria da área de convergência entre os bairros
Ndlavela, Patrice Lumumba, São Dâmaso e Infulene “D” varia entre 29 a 69 metros de altitude
como ilustra a (Figura 2), de modo geral, as maiores altitudes encontram-se na porção norte da
área de estudo. A altimetria apresenta uma redução no sentido norte-sul, ou seja, dos bairros São
Dâmaso e Ndlavela para os bairros Infulene “D” e Patrice Lumumba respectivamente, sendo este
último o bairro que apresenta a altimetria mais baixas.
concentram maior mancha de urbanização, assim como a presença de área dedicada a prática de
agricultura de sequeiro, de salientar que esses dados de uso do solo da área ainda não foram
actualizados. O solo tem uma grande responsabilidade na drenagem e infiltração da água. A
figura 5 mostra os tipos de solo (arenoso avermelhado e arenoso amarelado). O tipo de solo
predominante é do tipo arenoso amarelado.
planeamento da expansão urbana do não somente nos bairros em análise, mas no município pode
ser um dos principais motivos para a ocorrência do problema, porém a impermeabilização quase
total de muitas áreas urbanizadas é um factor a ser considerado preocupante para os dias actuais,
sendo que o problema (inundações), bem como suas causas e factores contribuintes, não é
desconhecido pela humanidade e pela ciência.
Figura 7:Areas que outrora era caminho de agua da agora ocupada por habitações.
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Os bairros Ndlavela e São Dâmaso são menos susceptíveis à inundação, pois estão localizados
em uma altitude mais elevada em comparação aos bairros mais susceptíveis conforme ilustra o
mapa de síntese, sobre risco de inundações.
4. Conclusão
5. Referências bibliográficas
CANHOLI, A. P. Drenagem urbana e controle de enchentes. 2.ed. São Paulo: Oficina de Textos,
2015.
CASTRO, S. D. A. de. Riesgos y peligros : una visión desde la geografia. Scripta Nova,
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Acesso em: 28 maio de 2010.
GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Da (org) Impactos Ambientais Urbanos no Brasil. 2 ed., Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
KOBIYAMA, Masato [et. AL.]. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Curitiba:
Ed. Orgnanic Trading, 2006.
VEYRET, Y. (org). Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo:
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