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Universidade católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

Efeitos da Exploração da Floresta do Mangal na Reprodução de Espécies Marinhas no


Distrito de Angoche (2021˗2022)

Ana Dustão Belunga Chavula

Pemba, Julho de 2023


Universidade católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

Efeitos da Exploração da Floresta do Mangal na Reprodução de Espécies Marinhas no


Distrito de Angoche (2021˗2022)

Ana Dustão Belunga Chavula: 706190240

Monografia submetida a Universidade Católica de


Moçambique ˗ Faculdade de Gestão de Turismo e Informática,
curso de Gestão de Meio Ambiente e Recursos Naturais como
requisito para obtenção do grau académico de Licenciatura.

Supervisora: Oryza da Graça, MSc.

Pemba, Julho de 2023


Índice
DECLARAÇÃO DE HONRA .......................................................................................... i

DEDICATÓRIA ............................................................................................................... ii

AGRADECIMENTOS .................................................................................................... iii

RESUMO ......................................................................................................................... v

ABSTRACT .................................................................................................................... vi

CAPITULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................ 1

1.1. Introdução .................................................................................................................. 1

1.2. Problematização......................................................................................................... 2

1.3. Objectivos .................................................................................................................. 3

1.3.1. Objectivo Geral....................................................................................................... 3

1.3.2. Objectivos Específicos ........................................................................................... 3

1.4. Questões de Pesquisa ................................................................................................. 3

1.5. Justificativa ................................................................................................................ 4

1.6. Delimitação da Pesquisa ............................................................................................ 4

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA .............................................................. 5

2.1. Conceitos ................................................................................................................... 5

2.2. Mangais ..................................................................................................................... 5

2.3. Distribuição do Mangal em Moçambique ................................................................. 5

2.4. Importância do Mangal .............................................................................................. 6

2.5. Causas da Degradação do Mangal em Moçambique ................................................. 7

2.5.1. Acções Humanas ou Acção Antropogénica no Mangal em Moçambique ............. 7

2.5.2. Acções Naturais no Mangal .................................................................................... 8

2.6. Consequências da Destruição do Mangal .................................................................. 8

2.7. Combate à Degradação dos Mangais em Moçambique............................................. 9

2.8. Florestas de Mangal em Moçambique ..................................................................... 10

2.9. Valores e Princípios da Estratégia de Gestão do Mangal em Moçambique ............ 12

2.9.1. Valores da Estratégia de Gestão do Mangal ......................................................... 12


2.9.2. Princípios da Estratégia de Gestão do Mangal ..................................................... 13

2.10. Exploração dos Mangais enquanto Apropriação da Natureza ............................... 15

2.10.1. Exploração da Floresta de Mangal em Moçambique ......................................... 16

2.11. Espécies Marinhas ................................................................................................. 17

2.11.1. Ecossistemas Marinhos das Florestas do Mangal............................................... 18

2.11.2. Reprodução de Espécies Marinhas nas Florestas de Mangal ............................. 19

2.12. Governação Ambiental: Conceito e Aplicação às Florestas de Mangal ................ 20

2.13. Valor Ecológico e Social-Económico ................................................................... 21

2.14. Principais Ameaças às Florestas do Mangal em Moçambique.............................. 22

CAPÍTULO III: METODOLOGIA ................................................................................ 26

3.1. Quanto à Abordagem: Pesquisa Qualitativa ............................................................ 26

3.2. Quanto aos Objetivos: Pesquisa Exploratória ......................................................... 27

3.3. Quanto aos Procedimentos Técnicos: Estudo de Caso ............................................ 28

3.4. Técnicas de Recolha de Dados ................................................................................ 28

3.4.1. Pesquisa Bibliográfica .......................................................................................... 28

3.4.2. Pesquisa Documental............................................................................................ 29

3.4.3. Entrevista Semi-estruturada.................................................................................. 30

CAPÍTULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ................................. 32

4.1. Categorias A, B e C ................................................................................................. 32

CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DE RESULTADOS ....................................................... 39

CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES............................................. 43

6.1. Conclusão ................................................................................................................ 43

6.2. Recomendações ....................................................................................................... 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 45

Apêndices ....................................................................................................................... 48
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Ana Dustão Belunga Chavula, estudante desta faculdade, curso de Licenciatura em
Gestão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, declaro por minha honra que a presente
monografia foi elaborada por mim, como resultado do meu trabalho de investigação, com
base na actividade de campo feita no Distrito de Angoche - Nampula, e de igual modo,
orientado por minha supervisora, Dra. Oryza Alice Virgínia da Graça. O seu conteúdo é
original, observando as normas metodológicas da UCM, contudo, as fontes consultadas
encontram-se devidamente citadas ao longo do trabalho e apresentadas na monografia,
este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição académica para
obtenção de qualquer nível académico.

Estudante:

Ana Dustão Belunga Chavula

_________________________________

Data / /2023

Supervisora:

Oryza Alice Virgínia da Graça, MSc.

_________________________________

Data / /2023

I
DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, pois ensinaram-me a seguir sempre em frente e a nunca desistir
dos meus sonhos, sempre acreditaram, deram-me muita força e sempre transmitiram para
mim, energias positivas e os bons conselhos. Obrigados meus amados pais.

II
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, ele é quem permitiu que eu chegasse aqui, iluminou a
minha vida, os meus caminhos e ele me abençoou até aqui.
Aos meus queridos pais, Dustão Belunga Chavula e Julieta Albino Magausse, pelo
sacrifício, o apoio incondicional, por terem acreditado e confiado em mim,
independentemente de tudo que tiveram que fazer para que tornassem o impossível para
o possível.
Aos meus irmãos, Domingos Dustão Belunga, Cristóvão Dustão Belunga, Delícia
Margarida Dustão Belunga e Yuran Jesualdo Dustão Belunga, deram-me apoio
incondicional, força e me levantavam sempre quando eu caísse, foram lamentos, stresse
e ansiedade que eu compartilhei convosco e vocês estavam sempre lá para mim.
É com muita admiração e enorme respeito que venho mostrar toda minha gratidão à minha
orientadora Oryza Alice Virgínia da Graça, que dia após dia, mostrou sua dedicação pela
sabedoria, disponibilidade, as contribuições para o trabalho e especialmente pelo estímulo
intelectual que representou a sua orientação, e em particular, a confiança por ela
depositada no meu trabalho e na minha capacidade.
Agradeço à minha avo, os meus tios e primos pela força.
À todos os meus amigos, especialmente Nooria Narguisse Abubacar e Tina Hanle Calisto
pela motivação diária, obrigada minhas eternas amigas.

À todos os docentes da Faculdade de Gestão de Turismo e Informática, obrigada pelos


ensinamentos e encorajamento.
Agradeço também, aos participantes do distrito de Angoche, pela contribuição e
disponibilidade.

III
LISTA DE SIGLAS & ABREVIATURAS

ANAC Administração Nacional das Áreas de Conservação

ACCRA Africa Climate Change Resilince

MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

WWF World Wildlife Fund

APAIPS Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas

PARPA Programa para Redução da Pobreza Absoluta

FAO Organização para a Alimentação e a Agricultura

BIOFUND Fundação para a Conservação da Biodiversidade

RGA Relatório da Governação Ambiental

IV
RESUMO

O Presente estudo tem como tema Efeitos da Exploração da Floresta do Mangal na


Reprodução de Espécies Marinhas. Escudo de caso: Distrito de Angoche (2021˗2022).
Para sua realização, teve como objectivo geral, analisar os efeitos da exploração da
floresta do mangal na reprodução de espécies marinhas. Portanto, neste estudo, pretende-
se identificar e descrever os efeitos da exploração da floresta do mangal na reprodução
de espécies marinhas e propor medidas sustentáveis da floresta do mangal na reprodução
das espécies marinhas. Para alcançar o objectivo usou-se como metodologia a pesquisa
qualitativa, entrevista semi-estruturadas, pesquisa bibliográfica e documental, a pesquisa
conclui que exploração das florestas do mangal são vários, e são provocado pela acção
humana, o despovoamento do mangal faz com que haja extinção e emigração das espécies
marinhas, falta de acções claras para a sustentabilidade do mangal. Para tal, foram
seleccionados 12 participantes através da amostragem probabilística intencional. O guião
de entrevista continha (12) perguntas direccionadas, tendo em conta os objectivos
específicos. Foram apresentados vários conceitos neste trabalho e através da revisão da
literatura, vários autores para sustentar os objectivos e, na discussão de resultados trouxe-
se a relação entre os dados obtidos com a fundamentação teórica e ponto de vista da
pesquisadora sobre o tema.
Contudo, constatou-se que a maior causa da exploração da floresta do mangal é a fome e
a falta de outras alternativas de sobrevivência, sendo assim, não tendo outra base para
sobrevivência, acabam abatendo a floresta irracionalmente prejudicando assim, as
espécies marinhas.

Palavras-chaves: Exploração, Floresta do Mangal, Espécies Marinhas.

V
ABSTRACT

This study has as its theme Effects of the Exploitation of the Mangal Forest in the
Reproduction of Marine Species. Case shield: Angoche District (2021˗2022). For its
realization, it had as general objective, to analyze the effects of the exploitation of the
mangrove forest in the reproduction of marine species. Therefore, in this study, it is
intended to identify and describe the effects of the exploitation of the mangrove forest on
the reproduction of marine species and propose sustainable measures of the mangrove
forest on the reproduction of marine species. To achieve the objective was used as
methodology qualitative research, semi-structured interview, bibliographical and
documentary research, the research concludes that exploitation of mangrove forests are
several, and are caused by human action, lack of clear actions for the sustainability of the
mangrove. To this end, 12 participants were selected through intentional probability
sampling. The interview script contained (12) targeted questions, taking into account the
specific objectives. Several concepts were presented in this work and through the
literature review, several authors to support the objectives and, in the discussion of results,
the relationship between the data obtained with the theoretical foundation and point of
view of the researcher on the subject was brought up.
However, it was found that the biggest cause of the exploitation of the mangrove forest
is hunger and the lack of other alternatives for survival, so having no other basis for
survival, they end up slaughtering the forest irrationally thus harming marine species.

Keywords: Exploration, Mangal Forest, Marine Species.

VI
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

O presente trabalho subordinado ao tema “Efeitos da Exploração da Floresta do Mangal


na Reprodução de Espécies Marinhas no Distrito de Angoche”. Por tanto, os mangais são
florestas únicas, altamente produtivas e complexas, que se desenvolvem em zonas de
transição entre o ambiente terrestre e marinho nas zonas tropicais e subtropicais.
Os mangais são de extrema importância para os seres vivos e para a natureza, pois
providenciam uma série de serviços ecossistémicos, como berçário para reprodução de
várias espécies marinhas, protecção costeira contra ventos fortes e ciclones, estabilização
de solos contra a erosão, biofiltração de poluentes, valor cultural e sequestro de carbono,
contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas; o mangal também é importante
na prevenção da erosão da costa e das margens dos rios, na redução das cheias e na
reprodução das espécies marinhas, como é o caso do camarão.

As florestas de mangal de Moçambique são a 13ª maior cobertura global e 3ª maior de


África com cerca de 300 000 há e 9 espécies distintas. Contudo, apesar da sua
importância, as florestas de mangal em Moçambique encontram-se sob grande pressão
por causas naturais e antropogénicas, principalmente devido o impacto de eventos
climáticos extremos, exploração de recursos madeireiros e o crescimento urbano nas
zonas costeiras (BIOFUND, 2021).

Constituem um ecossistema, um habitat essencial porque é de lá que os recursos são


extraídos; pescas, materiais de construção e outros. Mas o mangal por moldar a linha de
costa tem outros valores importantes ligados ao turismo. Então, constitui um habitat
importante para a sociedade moçambicana (Bandeira, Salomão 2009).

Numa conferência da ONU sobre os oceanos, em 2017, Moçambique comprometeu-se a


replantar cinco mil hectares de mangal, até 2022, mas até ao momento só foram
restaurados 15 hectares. Mas a restauração dos mangais por si só, explica o especialista,
não é suficiente para melhorar a situação de degradação. Esse trabalho será organizado
em seis capítulos com base na seguinte estrutura e composição:

Capítulo I - Introdução: Apresenta aspectos relacionados com a contextualização,


problematização, justificativa e relevância do estudo, a delimitação do estudo, objectivos

1
do estudo que se repartem em geral e específicos, perguntas de pesquisa, limitações do
estudo e a sequência de trabalho.

1.2. Problematização

O Distrito de Angoche localiza-se na região litoral ao sul da província de Nampula em


Moçambique. Actualmente, a cidade é a sede administrativa do distrito de Angoche.

O regime de "propriedade pública”, no contexto de produção capitalista, assume que as


normas dos "usadores" não são de interesse colectivo. São as actividades dos
empreendedores individuais que constituem o "bem público" (Bromley, 1986). Assim,
promove-se não só a normatização, mas, também a uni funcionalização do espaço e dos
recursos. As normas e regulamentos que limitam as actividades encontram-se a cargo de
instituições administrativas e legais geralmente incapazes e, por isso, a utilização dos
recursos torna-se descontrolada.

O RGA de 2016 é dedicado à avaliação da governação, gestão e conservação dos mangais


em Moçambique. Os mangais em Moçambique, cuja área de cobertura estimada é a
segunda maior em África e a maior da zona oriental do continente, ocorrem ao longo da
costa Moçambicana na foz dos principais rios e em zonas protegidas, como as baías,
sendo mais abundantes nas regiões centro e norte.

A Floresta de mangal é um ecossistema sensível e crítico, com inúmeras funções de uso


directo e indirecto. Pressão de actividades humanas, tais como expansão urbana, procura
de lenha, carvão e estacas, contaminação dos estuários por resíduos líquidos, entre outros,
foram identificadas como as maiores ameaças aos mangais em Angoche, (Pereira et
al,2014).

Observou-se que, os lugares de moradia constituem uma das realizações da articulação


entre a exploração das florestas dos mangais e outros processos de produção do espaço.
Por tanto, as diversas actividades que constituem a Exploração da Floresta do Mangal são
realizadas pela população local através do uso dos instrumentos de trabalho artesanais e
que caracterizam uma produção de subsistência fazendo com que haja redução da flora e
da fauna, redução da falta de recursos madeireiros e da lenha. Por tanto nessa ordem de
ideias levanta-se a seguinte questão: Quais são os efeitos da exploração da floresta do
mangal na reprodução de espécies marinhas no distrito de Angoche?

2
1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo Geral


 Analisar os Efeitos da Exploração da Floresta do Mangal na Reprodução de
Espécies Marinhas no Distrito de Angoche.

1.3.2. Objectivos Específicos


 Identificar os efeitos da exploração da floresta do mangal na reprodução de
espécies marinhas;
 Descrever os efeitos da exploração da floresta do mangal na reprodução de
espécies marinhas;
 Propor medidas sustentáveis na exploração da floresta do mangal na reprodução
das espécies marinhas.

1.4. Questões de Pesquisa


 Quais são os efeitos da exploração da floresta do mangal na reprodução de
espécies marinhas?
 Como é que são os efeitos da exploração da floresta do mangal na reprodução de
espécies marinhas?

 Que medidas sustentáveis podem ser tomadas na exploração da floresta do mangal


para a reprodução das espécies marinhas?

1.5. Justificativa

O presente estudo justifica-se, pós, pela necessidade de se tratar da importância que tem
a gestão do meio ambiente e os recursos naturais, de forma profissional e ética, dada a
importância que requer o controlo das espécies aquáticas na manutenção dos seus
habitantes, e as condições de vida delas para a sua multiplicação e também para contribuir
na redução da exploração da floresta do mangal e trazendo soluções de modo a preservar
a mesma floresta e a própria redução das espécies marinhas da cidade de Angoche.

Por causa dessas situações devastadoras que deixaram o solo do mangal frágil, existiu a
necessidade de criar-se um tema relacionado com a floresta do mangal da Cidade de
Angoche, com a finalidade de trazer soluções de modo a preservar a floresta do mangal e
a própria reprodução das espécies marinhas naquele ponto do país.

3
A relevância desse estudo reside na possibilidade de se proporcionar à organização uma
visão dos aspectos ligados a conservação e uso sustentável dos recursos naturais.

Sob ponto de vista científico, o estudo poderá contribuir para o aprendizado académico,
ao trazer o debate sobre o tema em estudo.

1.6. Delimitação da Pesquisa


 A presente pesquisa será desenvolvida na Província de Nampula especificamente
no Distrito de Angoche. Porém, a escolha deste distrito deveu-se pelo facto de
estes ser o local onde foi identificado o fenómeno. A presente pesquisa será
revelada nos dados disponíveis entre o ano 2021 à 2022, portanto a escolha deste
período permitira a colecta de dados mais actualizados sobre os efeitos da
exploração da floresta do mangal na reprodução de espécies marinhas no distrito
de Angoche.

4
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Conceitos

Nesta secção, procura-se discutir os principais conceitos, que vão ajudar na compreensão
e interpretação do tema em pesquisa. Neste sentido identificou-se os conceitos
fundamentais:

2.2. Mangais

Mangal é o ecossistema costeiro dominante nas regiões tropicais e subtropicais das


regiões do mundo. Mangal também pode ser entendido como sendo um termo geral usado
para definir um grupo de taxonomicamente de árvores variadas tolerantes ao sal e outras
espécies de plantas que prosperam em zonas inter-maréticas de abrigo nas costas tropicais
(Al-Tahir & Baban, 2005, p.187).

Os mangais são florestas costeiras que habitam a interface terra-mar, ao longo de baías,
estuários e enseadas nas zonas tropicais e subtropicais em todo o mundo, tolerantes a
salinidade onde cumprem com vários aspectos ecológicos, ambientais e socioeconómicos
(Santos & Bitencourt, 2016).

O mangal é um ecossistema costeiro, situado nas regiões tropicais e subtropicais,


ocorrendo junto a desembocadura de rios, estuários e lagunas costeiras, até onde houver
influência de marés. Os mangais são definidos como um ecossistema altamente
produtivo, devido à grande quantidade de matéria orgânica gerada neste ambiente e
liberada para as águas costeiras na forma de detritos, compondo a base alimentar de várias
espécies de caranguejos, camarões e peixes de grande valor comercial (MITADER,
2015).

Portanto, os mangais um ecossistema costeiro, situados nas regiões tropicais e


subtropicais, tolerantes a sal, que se desenvolvem em zonas marinhas e terrestres, são
altamente produtivos devido à grande quantidade de matéria orgânica gerada neste
ambiente e liberada para as águas costeiras na forma de detritos, compondo a base
alimentar de várias espécies de caranguejos, camarões e peixes de grande valor comercial.

5
2.3. Distribuição do Mangal em Moçambique

Os mangais cobrem até 75% das costas tropicais do mundo, e sua importância é
reconhecido em aspectos como silvicultura, pesca e conservação ambiental (Vaiphasa,
2006). Moçambique é um país que apresenta maior cobertura de mangal na África
Austral, estudos recentes referem que possui uma cobertura de floresta de mangal que
varia entre 290 000 e 368 000 hectares (Macamo & Sitoe, 2017).

O mangal em Moçambique ocorre em aglomerados ao longo de toda a linha de costa,


sendo mais abundantes na região centro e norte, nessa última o mangal ocorre em
estuários, baías e em áreas mais abrigadas (Pereira, et al., 2014).

Portanto, o mangal cobre a maior parte da costa tropical do mundo e é importante porque
ajuda na sobrevivência humana fazendo objectos, casas, barcos outros para o uso próprio
e outros para vender e ganhar a vida.

2.4. Importância do Mangal

Na actualidade, o Homem busca entender a importância e o papel que os mangais


representam na vida social e cultural das comunidades locais e na economia, assim como
na protecção ambiental. O mangal é considerado um ecossistema de importância vital,
tanto para a satisfação das necessidades humanas, como para a protecção do litoral contra
a erosão, ou a conservação das espécies da fauna selvagem de forte valor patrimonial e
cultural (Luis, 2011).

O mangal fornece serviços ambientais importantes, identificados em quatro categorias


nomeadamente:

 Como agente regulador da atmosfera e clima, erosão, controle de doenças


humanas, processamento de água, controle de inundações;

 Fornecedor de bens e produtos para construção, extracção de sal, carvão vegetal,


e combustível lenhoso, assim como o processamento de pescado;

6
 Como servidor de serviços culturais de valor estético, (recreação/turismo, áreas
sagradas, pomadas e medicamentos tradicionais);

 Serve de coadjuvante nos processos naturais que mantêm outros serviços dos
ecossistemas, tais como reciclagem de nutrientes, a prestação de habitats de
viveiro de peixes, sedimentos, armadilhas, a filtragem de água e tratamento de
resíduos (MITADER, 2015).

Estudos recentes sobre mangais destacam os benefícios de ecossistemas e funções


ecológicas de sistemas de vegetação costeira, incluindo os serviços de sequestro de
carbono fornecidos por mangais (Malua, 2016).

Portanto, o mangal é uma planta indispensável na vida dos seres vives e fornece vários
benefícios para os seres humanos como: abater para vender e assim garante uma fonte de
renda, construção de casas e de corais, etc. E também fornecem benefícios para o
ecossistema marinho trazendo vegetação, ninhos, habitat, etc, para outras espécies
marinhas.

2.5. Causas da Degradação do Mangal em Moçambique


Existem duas causas para a degradação do mangal em Moçambique que são: as acções
humanas e as acções antropogénicas.

2.5.1. Acções Humanas ou Acção Antropogénica no Mangal em Moçambique

A pressão antropogénica é o maior factor que contribuiu para o decréscimo do mangal


em todo mundo nos últimos 50 anos, a exploração madeireira, a urbanização e
industrialização desregrada, a modificação hidrológica, a abertura de estradas, a produção
agrícola e de sal e a prática da aquicultura são maiores ameaças para a floresta de mangal
(Jose, 2009).

Destaca-se a pobreza e a falta da própria educação da comunidade local, como factores


que influenciam mais na destruição das florestas de mangais (Camara, 2013).

7
Em Moçambique são apontadas como as principais causas da degradação dos mangais:

 Extracção de combustível lenhoso e material de construção que acontece ao longo


de toda costa mas com maior incidência nas cidades de Maputo e Beira devido à
alta densidade populacional;

 Abertura de áreas para construção de salinas, principalmente na zona do norte do


País;

 Degradação provocada pelas mudanças ecológicas de alguns sítios tais como o


estuário do rio Zambeze onde a redução do regime da água doce e a sua
substituição por águas salgadas frequentes. A mudança do regime das águas tem
muita das vezes provocado a dissecação dos mangais nestes locais;

 Abertura de áreas para prática da agricultura, mais frequente na zona centro e


norte do país (Saket & Matusse, 1994).

Porem, a acção humana é a principal causa da degradação do mangal porque usam como
base ou fonte de renda para a sua sobrevivência uma das causas que mais influencia na
degradação da floresta do mangal é a falta da educação ambiental nas comunidades locais
ou por outra, falta de ocupação ou até mesmo, falta de meios alternativos para sua
sobrevivência.

2.5.2. Acções Naturais no Mangal

Os desastres naturais como os tufões e ciclones são factores que contribuem para o
distúrbio e a consequente redução da floresta do mangal. Uma das principais causas de
morte natural do mangal é a deposição excessiva de sedimentos que mata as árvores por
soterramento das suas raízes aéreas (Jose, 2009).
As cheias, as secas extremas e híper salinização dos pântanos de mangal, subida dos
níveis dos rios e acção de ondas são os agentes naturais responsáveis pela degradação dos
mangais (MICOA, 2007).

8
Portanto, a causa natural acontece devido à ventos violentos, vendaval e ciclones, e a
participação química nas raízes dessa planta.

2.6. Consequências da Destruição do Mangal

Os resultados da consequente destruição do ecossistema do mangal têm afectado na perda


do mesmo ecossistema que por sua vez beneficiava as populações.
Entre tanto são mencionados como resultado de consequências da destruição das áreas
dos mangais:

 Redução da produção de madeira e lenha que resulta no abaixamento das receitas


pagas ao governo;

 Redução da fauna e flora dependente dos mangais com notável decrescimento da


pesca de camarão;

 Incremento da erosão costeira, que pode ter efeitos muito negativos para as
construções das vilas tais como residências locais, hotéis, etc.

 Incremento de sedimentação de recifes e corais que resulta na redução da


produtividade de peixes e redução do turismo (Semesi & Howell, 1985).

Porém, a destruição do mangal afecta a população e o ecossistema marinho: a população


porque há falta de renda para a sua sobrevivência e para o ecossistema marinho há falta
de reprodução provocando a escassez dos animais marinhos.

2.7. Combate à Degradação dos Mangais em Moçambique

Relativo às acções de combate à destruição dos mangais, podem-se destacar políticas e


estratégias sectoriais que contemplam os princípios para a utilização sustentável dos
recursos naturais e a protecção do meio ambiente. Uma das estratégias desenhadas pelo
governo de Moçambique, enquadra-se no PARPA II - 2005-2015 (Programa para redução
da pobreza absoluta) que postula as seguintes acções:

9
 Assegurar a gestão dos recursos naturais e do ambiente em geral, de modo que
mantenham a sua capacidade funcional e produtiva para gerações presentes e
futuras;

 Desenvolver uma consciência ambiental da população, para possibilitar a


participação pública na gestão ambiental;

 Assegurar a integração de considerações ambientais na planificação


socioeconómico, promover a participação da comunidade local e tomadas de
decisões sobre o uso dos recursos naturais, proteger os ecossistemas e os
processos ecológicos essenciais e integrar os esforços regionais e mundiais na
procura de soluções para os problemas ambientais;

 Assegurar que os recursos naturais no seu todo sejam usados de forma racional e
harmoniosa para o desenvolvimento do país;

 Assegurar que as decisões para implementação de actividades com potencial de


causar a degradação ambiental sejam precedidas da respectiva avaliação do
impacto ambiental;

 Assegurar a aprovação e implementação da estratégia ambiental para o


desenvolvimento sustentável de Moçambique, para que se tenha uma visão
comum sobre o tratamento das matérias ambientais no país;

 Reforçar a cooperação interinstitucional a nível nacional e internacional em


matéria do meio ambiente, planeamento e ordenamento territorial;

 Dinamizar as actividades de inspecção e fiscalização, com vista a estancar os


danos ambientais, sobretudo em áreas de maior sensibilidade ecológica com
destaque para as zonas costeiras e urbanas;

 Educar e difundir a pertinência e educação da preservação do ambiente junto as


populações com vista a incrustação da cultura de conservação e utilização
sustentável dos recursos naturais (Camara, 2013).

10
Portanto, para combater a destruição do mangal primeiramente temos que educar a
comunidade sobre a preservação do ambiente e falar da importância da floresta do mangal
para os seres humanos assim como os animais marinhos, haver uma rigorosa fiscalização
do governo, determinar áreas para serem exploradas para que assim possam fazer o uso
racional dos recursos naturais.

2.8. Florestas de Mangal em Moçambique

Em Moçambique, as florestas de mangal ocorrem em aglomerados ao longo de toda a


linha de costa, sendo mais abundantes na região centro e norte. Na região norte, as
florestas de mangal ocorrem em estuários, baías e em áreas mais abrigadas (Pereira et al.,
2014).

As florestas de mangal de Moçambique são a 13ª maior cobertura global e 3ª maior de


África com cerca de 300 000 há e 9 espécies distintas. Contudo, apesar da sua
importância, as florestas de mangal em Moçambique encontram-se sob grande pressão
por causas naturais e antropogénicas, principalmente devido o impacto de eventos
climáticos extremos, exploração de recursos madeireiros e o crescimento urbano nas
zonas costeiras (Pereira et al., 2014).

Moçambique possui instrumentos operacionais importantes com incidência directa na


gestão de mangal:

1. Estratégia Nacional e Plano de Acção para a Gestão Integrada de Zonas Costeiras


(2015-2020);
2. Estratégia Nacional e Plano de Acção para a Gestão de Zonas Húmidas;
3. Plano Nacional de Adaptação às Mudanças climáticas;
4. Estratégia Nacional de Reflorestamento.
A gestão das florestas de mangal no país está sob a jurisdição do Ministério da Terra,
Floresta e do Desenvolvimento Rural (MITADER).

Segundo o Governo da República de Moçambique, a estratégia de gestão do mangal


consiste no conjunto de acções de mudança a empreender, de forma coordenada e

11
integrada, a vários níveis, assente em valores e princípios, para o alcance da meta global,
traduzida em visão.

Nesta ordem de ideais, a Estratégia de Gestão do Mangal identifica prioridades a


considerar e metas qualitativas nacionais a atingir em relação à gestão dos mangais em
Moçambique, numa acção efectiva e inclusiva de todas as partes interessadas no
ecossistema de mangal, rumo à sustentabilidade no uso deste meio.

Portanto, a estratégia da gestão do mangal são conjuntos de políticas a serem seguidas de


forma coordenada e integrada para que se faça o uso racional e uma boa gestão da floresta
do mangal.

2.9. Valores e Princípios da Estratégia de Gestão do Mangal em Moçambique

O Governo da República de Moçambique adopta a Estratégia de Gestão do Mangal, a


qual assenta na observância dos valores e princípios que se discriminam abaixo
(Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, 2020):

2.9.1. Valores da Estratégia de Gestão do Mangal

Segundo o Ministério da Terra e Ambiente, os valores são:

 Sustentabilidade‫ ׃‬o uso racional do mangal e recursos associados, deve assentar


na busca constante do equilíbrio entre a conservação da biodiversidade e as
necessidades de desenvolvimento económico e social do País.

 Equidade: na gestão sustentável do mangal promove-se a distribuição justa dos


benefícios do uso deste recurso, de modo a contribuir para o bem-estar das
comunidades, superar as desigualdades ao nível do género, grupo etário e estrato
social e promover a igualdade de oportunidades para todos os grupos interessados.

 Transparência: a gestão do mangal assenta em amálgama de informações,


obtidas por via científica e empírica, a qual é partilhada entre as partes

12
interessadas e sujeita à monitorização e avaliação, observando-se os princípios e
procedimentos estatuítos.
 Participação: o sistema de gestão do mangal promove a integração e coordenação
de acções de todos os actores interessados que devem ser envolvidos na utilização
sustentável dos recursos do ecossistema do mangal.

Os valores da estratégia da gestão do mangal baseiam-se no uso racional do mangal, fazer


uma boa gestão do mangal e assim contribuirá para o bem-estar das comunidades, deve
haver uma participação activa sobre o uso sustentável do mangal.

2.9.2. Princípios da Estratégia de Gestão do Mangal

A gestão do mangal baseia-se em princípios de conservação do ambiente e uso sustentável


dos recursos naturais de Moçambique, nomeadamente:

 Princípio de Utilização e Gestão Racional: Promove a melhoria da qualidade


de vida dos cidadãos e a manutenção da biodiversidade e do ecossistema;

 Princípio de Reconhecimento do Conhecimento Local: reconhece e respeita o


conhecimento local e sua importância para a gestão. Promove o papel activo a ser
desempenhado pelas comunidades locais e seus representantes bem como outros
actores-chave;

 Princípio de Precaução: considera o grau de incerteza do conhecimento


científico e local existente, adopta medidas precaucionarias e preventivas
relativas ao uso, protecção, conservação e sustentabilidade do ecossistema do
mangal e estabelece sistemas de prevenção;

 Princípio de Equilíbrio: a gestão do mangal reconhece a necessidade da


existência de um equilíbrio entre o desenvolvimento económico, a sociedade e a
conservação do mangal e seus recursos. Este equilíbrio deve basear-se em
parâmetros de planificação estratégica dos espaços para desenvolvimento rural e
urbano;

13
 Princípio de Utilizador Pagador: defende que o acesso e a utilização do mangal
e seus recursos é pago pelos utilizadores e quem de qualquer forma degradar o
mangal;

 Princípio de Poluidor Pagador: reconhece a responsabilização de todas as


pessoas singulares ou colectivas pela reparação e compensação na mesma
proporção dos danos causados ao mangal;

 Princípio de Gestão Integrada do Mangal: promove a gestão responsável e


integrada, intersectorial, multidisciplinar e transversal do mangal, garantindo a
coordenação de todas as partes interessadas e afectadas;

 Princípio de Ampla Participação dos Cidadãos: na gestão do mangal deve-se


garantir a consulta e auscultação das comunidades locais e outras partes
interessadas e afectadas no mangal. Garantir o acesso da informação e
transparência;

 Princípio de Educação Ambiental: a gestão do mangal, reconhece a necessidade


de educar de forma contínua e sistemática, diferentes utilizadores e gestores em
matérias do ambiente e sustentabilidade deste ecossistema;

 Princípio de Cooperação Internacional: o Estado e as partes interessadas


poderão socorrer se de entidades regionais e internacionais para partilha de
experiências, capacitação técnica e formação de gestores excelentes de mangal a
nível estatal e comunitário (Fundo Mundial para a Natureza, 2020).

Os princípios fundamentais a prosseguir na implementação deste plano são os seguintes:

 Equilíbrio – a estratégia assenta numa abordagem que cria um ambiente


favorável para a restauração de mangais envolvendo actores Governamentais,
Privados, ONGs e com a participação das comunidades locais;

 Participação – a tomada de decisão desde a formulação a implementação deverá


envolver todos os actores chaves;

14
 Desenvolvimento social – o reflorestamento deve contribuir para criação de
actividades alternativas de renda, sem o prejuízo das práticas costumeiras e em
conformidade com os princípios de conservação e utilização sustentável;

 Protecção ambiental – a implementação da estratégia deve privilegiar a práticas


que asseguram a protecção, conservação do ambiente e da biodiversidade;

 Do princípio do estudo e investigação – para promover a investigação da


estrutura e dinâmica do ecossistema mangal, por forma a garantir a conservação
e utilização sustentável;

 Da educação ambiental formal e informal – para estimular a formação e a troca


de experiências entre os actores, visando capacita-los para o maneio e conservação
de mangais e dos recursos naturais em geral (Ministério da Terra e Ambiente,
2020).

Portanto, a e gestão do mangal baseia-se em princípios de conservação do ambiente e uso


sustentável dos recursos naturais de Moçambique e assim promove o bem-estar da
população e do ambiente, tem a necessidade de educar a população sobre os bens do meio
ambiente e deve haver a comunicação e a transparência dos assuntos a serem feitos.

2.10. Exploração dos Mangais enquanto Apropriação da Natureza

Segundo Lefebvre (1991), a apropriação implica tempo ou espaço, ritmo ou ritmos,


símbolos e uma prática, quanto mais o espaço é funcionalizado, menos susceptível torna-
se para a apropriação. Porque assim o espaço é retirado da esfera do tempo vivido, do
tempo dos usadores, que um tempo diverso e complexo e defensores da conservação da
natureza, cidade de Angoche passou a significar "degradação do ecossistema dos
mangais" Assim, corrobora-se a afirmação segundo a qual.

Os lugares de moradia constituem uma das realizações da articulação entre a exploração


do ecossistema tem a dos mangais e outros processos de produção do espaço. Pois, os
lugares de moradia constituem áreas de consumo de produtos dos mangais, dos que

15
contribuem para melhorar a dieta alimentar (crustáceos) e dos produtos lenhosos (troncos
e ramos das árvores dos mangais) que são utilizados como combustível lenhoso e para
construção da habitação (Adbulah, 2014).

Portanto, há exploração irracional do mangal para a sobrevivência humana, impedindo o


desenvolvimento e a reprodução dos animais marinhos e fazendo com que haja escassez
dos recursos marinhos e emigração dos mesmos.

2.10.1. Exploração da Floresta de Mangal em Moçambique

Segundo Castelo (2000), desde tempos imemoriais habitats de mangal têm sido geridos
sob as leis concentracionárias dado o valor directo que as comunidades locais derivam.
Esses valores foram produtos primários de pesca, tais como peixes, camarão, moluscos,
mas também materiais de construção para as comunidades costeiras. Vários produtos de
mangal são extraídos sob esses regulamentos e princípios locais, estas práticas foram
garantido um certo grau de protecção dos habitats de mangal em várias partes do país por
causa de uma taxa insignificante de extracção de produtos florestais e da pesca. Controles
relacionados aos ciclos ambientais naturais também ocorrem. Por exemplo diferentes
marés (vivas e mortas) solicitado mudanças no comportamento de pesca ou colheita de
produtos de mangal. Como um exemplo caranguejos no Estuário do Incomati (noroeste
da Baía de Maputo), onde são colectadas durante maré morta.

A maior parte do desenvolvimento urbano está ocorrendo nos distritos costeiros e mais
de 60%e das pessoas que vivem na zona costeira. Isto levou a limpeza de áreas de mangal
para abrir caminhos para a construção de portos e de desenvolvimento das cidades,
portanto, essas actividades, em conjunto com o corte de lenha em áreas per urbanas (mais
intensas na década de 1990), sendo as principais ameaças para a gestão mangais no país
(Cadima, 2007).

Na década de 1990 Moçambique experimentou as primeiras políticas de gestão ambiental


e leis elaboradas sob a então Comissão Nacional de Meio Ambiente, mais tarde
transformado no Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA). Nessa
altura introduziu-se o processo de Gestão Integrada da Zona Costeira, com início de
projectos de gestão costeira nomeadamente: Projecto de gestão costeira de Mecufi,

16
Projecto de Gestão da Biodiversidade Costeira e Marinha, nas províncias de Cabo
Delgado e Nampula, entre outros.

Desde então, tem havido uma série de esforços direccionados para a gestão das florestas
de mangal em Moçambique, muitos deles de forma isolada e de pequena dimensão,
resultando em impactos pouco significativos. O apoio financeiro de longo prazo e a falta
de coordenação entre os actores envolvidos tem sido a principal causa do fracasso na
implementação de actividades de restauração de mangais (ACCRA, 2014).

Portanto, os mangais são explorados de acordo com as leis e valores da comunidade local,
a maior parte da população vive nas zonas costeiras e por falta de meios alternativos para
sua sobrevivência, acabam abatendo o mangal para a construção de casas, combustível
lenhoso para o uso próprio em áreas urbanas e colocando em risco a floresta do mangal.

2.11. Espécies Marinhas

Para Barbosa (2009), a maior parte da superfície do nosso planeta é composta por água,
e é por isso que encontramos um grande número de animais nos oceanos. Na verdade,
segundo os cientistas, existem espécies que nunca chegaremos a conhecer. Lembre-se
de que a poluição, a pesca de arrasto e a super˗exploração, entre outros factores, são
algumas das causas da extinção de espécies e redução da fauna nos oceanos.

Segundo (Ibama, 2021), para começar, devemos saber que nem todos os animais
marinhos têm as mesmas necessidades. Enquanto alguns passarão a vida inteira na água
(golfinhos, polvos ou peixes-palhaço), outros também podem viver em terra (pinguins,
focas ou caranguejos). Vai depender da sua morfologia específica e de sua adaptação ao
ambiente. A seguir, temos uma lista completa dos diferentes tipos de animais marinhos:

 Mamíferos;
 Peixes;
 Moluscos;
 Crustáceos;
 Répteis;
 Esponjas;

17
 Vermes marinhos;
 Rotíferos;
 Equinodermes, (WWF, 2021).

Porém, encontramos um grande número de animais nos oceanos porque a maior parte da
superfície do nosso planeta é composta por água e uma das principais causas da extinção
das espécies marinhas é a super˗exploração e a poluição marinha; existem animais
marinhos que vivem na água e outros vivem na terra, isso dependendo da sua morfologia
e a sua adaptação ao ambiente.

2.11.1. Ecossistemas Marinhos das Florestas do Mangal

As florestas de mangal são um ecossistema costeiro de transição entre o ambiente terrestre


e marinho que possui adaptações específicas para responder às condições extremas de
salinidade, ventos e ciclo de marés para as quais encontram-se continuamente expostos
(Bandeira, 2016).

Para Barbosa (2020):

“Este ecossistema representa a base para a vida costeira e marinha, os


mangais são uma peça-chave para o combate a mudanças climáticas,
contribuindo no controle do clima através do sequestro de carbono,
purificação da água e ar. Actuam contra fenómenos naturais como
ciclones, erosão costeira, cheias, aumento do nível do mar, minimizando
impactos dando estabilidade e protecção às zonas costeiras. E, para além
de fornecer recursos madeireiros importantes para a vida das comunidades,
são a base para produção de medicamentos, e berçário para diversas
espécies marinhas como peixes, caranguejo e camarão, consideradas
cruciais para a dieta alimentar das comunidades costeiras, economia do
país e para o equilíbrio dos oceanos”.

Apesar da sua importância, o valor das florestas de mangais ainda é pouco conhecido,
colocando-os sob grande vulnerabilidade não só pelo impacto das mudanças climáticas,
mas pelo grande desenvolvimento económico costeiro global.

Segundo Kathiresan & Bingham (2001), os animais que podemos encontrar no


ecossistema de floresta de mangal são de todas as variedades, que são:

18
 Zooplâncton;
 As esponjas;
 Caranguejos;
 Camarões;
 Moluscos;
 Insectos;
 Anfíbios;
 Aves e os mamíferos.

Porém, o mangal é importante, ele combate as mudanças climáticas, abriga alguns


animais marinhos, fornece os recursos madeireiros para a comunidade local, é usado para
produção de medicamentos, o mangal é indispensável para a vida humana assim como os
ecossistemas marinhos.

2.11.2. Reprodução de Espécies Marinhas nas Florestas de Mangal

Os mangais são de extrema importância para os seres vivos e para a natureza, pois
providenciam uma série de serviços ecossistémicos, como berçário para reprodução de
várias espécies marinhas, protecção costeira contra ventos fortes e ciclones, estabilização
de solos contra a erosão, bio filtração de poluentes, valor cultural e sequestro de carbono,
contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas (Castelo, 2001).
“Os mangais são ecossistemas naturais tropicais, compostos
por espécies de plantas que toleram água salgada geralmente
localizados em áreas costeiras. Os mangais são considerados
“ecossistemas de carbono azul”, bem como ervas marinhas e pântanos
de sal, porque são 10 vezes mais eficientes em absorver e armazenar
grandes quantidades de carbono a longo termo, em comparação
com ecossistemas terrestres. Isto, torna-os essenciais para o combate às
mudanças climáticas, mas mesmo assim, estes encontram-se sobre
enorme risco de destruição devido
às actividades humanas mundialmente (Videira, 2010)”.

As plantas deste ecossistema incluem árvores, arbustos, fetos e palmeiras, estas


comunidades ajudam a estabilizar bancos de rios e orlas costeiras marítimas, protegendo-
as da acção erosiva e devastadora de furacões e tempestades, ao absorver a sua energia.

19
Sendo mais desenvolvidos e luxuriantes perto das bocas de grandes rios e baias, em zonas
onde o grau hidrográfico anual é muito elevado (Castelo, 2001).

Os pântanos de mangal, retêm os sedimentos que provêm da terra, protegendo assim os


corais, que não se desenvolvem em zonas com muita matéria orgânica. Os sedimentos
provenientes do mar ficam também aqui presos e providenciam solo para a microflora e
para um largo e variado número de espécies animais que aqui se podem encontrar. Com
estas acções os pântanos acabam por formar uma barreira natural à penetração da água
salgada do mar, para terras agrícolas adjacentes, povoações ou outros.

Os mangues (árvores que compõem os mangais) adaptaram-se à água salgada, filtrando a


água e expelindo o sal através das suas folhas. Existem pelo menos mais de 100 espécies
de plantas que habitam nos mangais que têm essa mesma adaptação, e por
isso também são chamados de halófitos˗plantas que conseguem crescer no solo ou água
com a presença de sal (Taylor, 2011).

Na concepção de Oliveira (2014):

“O país precisa proteger melhor o ecossistema marinho para garantir a


sobrevivência das espécies que dele dependem. Apesar de sua importante
biodiversidade, o ambiente marinho do país tem sofrido muitas ameaças,
como o crescimento desordenado das cidades litorâneas e da pressão
imobiliária; a utilização de técnicas impactantes de pesca industrial, como
o arrasto, que varre o fundo do mar com longas redes; além de poluição,
obras de infra-estrutura e ausência de políticas públicas efectivas para sua
conservação”.

Portanto, o pais deve garantir a protecção do mangal para garantir a sobrevivência das
espécies que dependem do mangal e que haja também, uma forte fiscalização nas florestas
do mangal porque ele é indispensável,

2.12. Governação Ambiental: Conceito e Aplicação às Florestas de Mangal

O conceito de governação ambiental foi discutido em detalhe na última edição do RGA


(Louro et al., 2016). No entanto, é importante reiterar a aplicação do seu conceito às
florestas de mangal. O conceito de governação, assim como os princípios de uma boa

20
governação, tem vindo a evoluir sendo a sua aplicação vasta em diversos sectores e
contextos, incluindo o sector do meio ambiente (Graham et al., 2003).

O conceito de “boa governação ambiental” adoptado no presente relatório é definido


como: “Sistema de liderança que assenta num modelo institucional responsável, que
integra os cidadãos no processo de tomada de decisões sobre as questões de ambiente e
recursos naturais, que assegure a precaução de impactos susceptíveis de causar danos
ambientais e sociais, que privilegie a feitura e correspondente implementação plena de
um quadro jurídico-legal bom, adequado, justo e eficaz, dirigido a garantir a gestão
sustentável dos recursos naturais, e o acesso à justiça e à equidade na partilha de
benefícios decorrentes do uso de tais recursos naturais” (CTV, 2012).

O conceito de “boa governação” incluí os princípios de participação, transparência e


responsabilização, que se traduzem no alcance de bons resultados através da aplicação de
práticas correctas (CTV, 2012). Os benefícios que advêm da aplicação destes princípios
de uma boa governação incluem a melhoria da qualidade de vida das populações, a
redução da pobreza através da criação de oportunidades de emprego, o empoderamento
da sociedade civil e a gestão efectiva dos recursos naturais.

Portanto, a boa governação ambiental é uma política de princípios de participação,


transparência e responsabilização que determina e integra os cidadãos no processo de
tomada de decisões sobre as questões que o ambiente os recursos naturais colocam, que
consiga precaver os impactos que possam causar danos ambientais e sociais, e que garante
a gestão sustentável dos recursos naturais para o alcance de bons resultados para através
da aplicação de práticas correctas.

2.13. Valor Ecológico e Social-Económico


Os mangais providenciam uma série de serviços ecológicos e socio-económicos
importantes para as comunidades costeiras e não só, ecologicamente são um local de uma
grande biodiversidade, incluindo plantas, animais, bactérias, fungos e outros grupos
tróficos importantes (Hogarth, 2015).

21
A grande diversidade de fauna abrange mamíferos, aves (incluindo várias espécies
protegidas), peixes (muitos de elevado valor comercial), crustáceos (incluindo os
economicamente importantes camarões e o caranguejo) e moluscos.

Os mangais, com as suas raízes e estrutura complexa, constituem um óptimo habitat para
a desova, alimentação e protecção contra a predação, de muitas espécies marinhas e
costeiras (Kathiresan & Bingham, 2001; Hogarth, 2015). Também protegem a costa
contra picos de marés altas, tsunamis e ciclones (Clark, 1996; Kathiresan & Rajendran,
2005; Das & Vincent, 2009). Como bio-filtro, os mangais reciclam os nutrientes através
da degradação da matéria orgânica, sendo reguladores da qualidade da água (Wu et al.,
2008).

No plano social, os mangais também são importantes como locais para a prática de várias
actividades económicas, incluindo a pesca, a aquacultura, o ecoturismo, a apicultura e
outras 12 (Taylor et al., 2003).

Os mangais são também locais de culto em muitas regiões, possuindo um alto valor
cultural. Dos mangais, as comunidades costeiras extraem medicamentos, taninos (um
polifenol de origem vegetal usado como tinta), madeira, estacas e combustível doméstico
(Taylor et al., 2003; Bentjee & Bandeira, 2007, Bosire et al., 2016).

Portanto, o mangal e sua raiz produzem um bom habitat, alimentação e protecção para a
maioria das espécies marinhas, protegem os ciclones e tsunamis, os mangais reclicam
nutrientes através da destruição da matéria orgânica, sem de santuários, servem de
medicamento tradicional; os mangais são importantes porque também ajuda nas
actividades económicas locais.

2.14. Principais Ameaças às Florestas do Mangal em Moçambique


Os mangais são sistemas globalmente ameaçados, sobretudo por formas de uso não
sustentável (Giri et al., 2011; Bosire et al., 2016). O mangal é um ecossistema sensível
aos distúrbios, particularmente às alterações da hidrologia, às características do substrato
e à poluição por óleos e outros componentes de petróleos (Valiela et al., 2001; Giri et al.,
2011; WWF, 2016). As principais ameaças globais incluem a aquacultura, a conversão
para outras formas de uso de terra (ex.: salinas, cultivo de óleo de palma), expansão

22
urbana, poluição e desmatamento para obtenção de lenha e madeira (Taylor et al., 2003;
Giri et al., 2011; Bosire et al., 2016). Nos países em desenvolvimento, a degradação dos
mangais está intimamente ligada à dependência das comunidades costeiras pelos recursos
naturais (Bosire et al., 2016).

Em Moçambique, as causas de degradação dos mangais estão ligadas a factores


antropogénicos e naturais. Os factores antropogénicos parecem constituir a principal
ameaça aos mangais no país, e estão relacionados em grande medida com as principais
formas de uso dos recursos de mangal. De acordo com Barbosa et al. (2001), as principais
formas de uso dos mangais em Moçambique são: o corte para obtenção de combustível
lenhoso, madeira e estacas (para venda e consumo doméstico); a construção de barcos, de
vedações e de vários utensílios domésticos.

Algumas áreas de mangal foram também convertidas em salinas, e por vezes usadas para
a pastagem de gado (Taylor et al., 2003).

Nas zonas remotas e de baixa densidade populacional onde o consumo doméstico de


recursos madeireiros é a forma predominante de uso, os impactos podem ser menos
pronunciados (Bandeira et al., 2009; Macamo et al., 2015), enquanto nas zonas urbanas
e suas periferias podem ser identificadas outras formas de ameaça (Le Marie et al., 2006;
Macamo et al., 2015).

Na Baía de Maputo, por exemplo, os mangais são ameaçados pela expansão urbana áreas
extensas desmatadas para a construção de infraestruturas (Bandeira et al., 2009; Macamo
et al., 2015), pela poluição por resíduos sólidos e químicos (Scarlet, 2014), e ainda corte
de lenha e madeira para uso doméstico e revenda (Le Marie et al., 2006; Bandeira et al.,
2009; Paula et al., 2014; Macamo et al., 2015).

Embora em Moçambique não sejam concedidas licenças para a exploração de madeira de


mangal, é sabido que tal acontece em muitos locais ao longo do país, existindo inclusive
mercados de mangal, onde este tipo de madeira em particular é vendido. Por exemplo tal
pode ser visto nos arredores das cidades de Quelimane e Pemba (Bandeira et al., 2009;
Macamo et al., 2015).

23
A aquacultura, principal causa do desflorestamento dos mangais a nível global (Giri et
al., 2011), foi responsável pela transformação de 850 há de mangal em Moçambique, o
que corresponde a cerca de 2.8% da cobertura actual da floresta de mangal do país
(Chevalier, 2013).

Os factores naturais que concorrem para a degradação de mangais em Moçambique


incluem sedimentação e erosão, ciclones e cheias (Bandeira & Balidy, 2016; Shapiro et
al., 2015; Macamo et al., 2016a). Por exemplo, na foz do Rio Limpopo, cerca de 500 ha
de mangal foram perdidos após a cheia massiva do ano 2000, que submeteu a floresta a
um período de submersão permanente de mais de 40 dias (Bandeira & Balidy, 2016).

O soterramento das 14 raízes das árvores e alteração das características do solo também
contribuíram para a mortalidade massiva das plantas, e a espécie Ceriops tagal foi dada
como extinta na floresta. Parte desta área foi recuperada à posterior por projectos de
replantio, que por sua vez induziram uma regeneração natural e recolonização de novas
áreas. Actualmente estima-se que cerca de 100 há de floresta tenham sido recuperados
(Bandeira & Balidy, 2016).

Portanto, em Moçambique não há licença para extracção do mangal e por essa razão, os
mangais são usados de forma irracional e insustentável, os factores naturais da destruição
do mangal é causado por ciclones, cheia, sedimentação e erosão, a alteração das
características do solo causam a morte do mangal. Sendo assim, deve haver o replantio
em todas as áreas degradadas para que os mangais sejam recuperados.

2.15. Efeitos da Exploração da Floresta de Mangal na Reprodução de Espécies


Marinhas

Apesar de uma crescente consciência de sua importância, as perdas de mangal têm sido
consideráveis e tendem a continuar. Embora as estimativas variem amplamente, a taxa
global de desmatamento dos mangais em Moçambique é estimada em 18.2km2 /ano. No
entanto, estudos sobre as tendências de mudanças variam, mas com tendências ao
aumento de taxa de degradação. A cobertura de mangal em Moçambique reduziu em 2,6%
de 1972- 1990 (Taylor et al. 2013).

24
De acordo com a FAO, Moçambique perdeu 60.451 hectares de mangal entre os anos
1997-200590. Em 2008 Fatoyinbo et al., estimaram a cobertura total de mangal em 2.909
quilómetros quadrados, cerca de 27% menos do que o estimado anteriormente por Saket
e Matusse 1994, que rondava os 3.960 km2.

O país, para além das áreas degradadas, resultante da acção humana, ainda tem extensas
áreas de mangal que merecem tratamento especial, em termos de protecção e
conservação. Portanto restauração pode contribuir para minimizar os impactos da
degradação na zona costeira através do reflorestamento das áreas anteriormente ocupadas
pelo mangal (Taylor et al., 2013).

Finalmente, o aquecimento global que se regista actualmente exige de todos os países


esforços no sentido de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa como é o caso do
dióxido de carbono. Neste caso, o reflorestamento de mangal no país poderá contribuir
para minimizar os efeitos do aquecimento global através do processo de fixação do
dióxido de carbono da atmosfera pelas florestas (Saket e Matusse 1994).

Para Elisa Julai (2021), as consequências da exploração do mangal na reprodução das


espécies marinhas são:

 A perda do ecossistema local;


 Reduz a capacidade de desenvolvimento das espécies que lá habitam;
 Falta de suporte e protecção das espécies;
 Coloca as espécies em risco de extinção (as tartarugas marinhas e algumas aves);
 Escassez de alimento para algumas espécies de insectos e aves que se alimentam
nos mangais.
 Falta de ninho;
 Falta de local de reprodução para milhares de espécies marinhas.

Portanto, apesar do mangal ser tão importante e indispensável pelo meio ambiente, há
bastante perda e isso vai continuar e para evitar que isso aconteça, deve se colocar em
prática o reflorestamento do mangal e o princípio de poluidor˗pagador fazendo com que
reduza os impactos da degradação na zona costeira das áreas anteriormente ocupadas pelo
mangal.
25
26
CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Nesta secção do trabalho, pretende-se apresentar os métodos e técnicas científicas que


serão usadas na execução da pesquisa começando por dizer o tipo de pesquisa, os
procedimentos técnicos, as técnicas de recolha de dados usados, e modelo de análise de
dados.

3.1. Quanto à Abordagem: Pesquisa Qualitativa

A pesquisa quanto a sua abordagem é qualitativa. De acordo com Triviños (1987), a


pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações,
crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações,
dos processos e dos fenómenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis. A pesquisa qualitativa fundamentar-se-á em dados a serem obtidos através dos
participantes da pesquisa e que serão analisados a partir dos significados que estes darão
aos seus actos.

Para Guerra (2014):

“A abordagem qualitativa aprofunda-se na compressão dos fenómenos


que estuda acções dos indivíduos, grupos ou organizações em ambiente ou
contexto social interpretando-os segundo a perspectiva dos próprios
sujeitos que participam da situação, sem preocupar com representatividade
numérica, generalizações estatísticas e relações lineares de causa e efeito”.

O pesquisador qualitativo pauta seus estudos na interpretação do mundo real,


preocupando-se com o carácter hermenêutico na tarefa de pesquisar sobre a experiência
vivida dos seres humanos. Para Prus it. em Moreira, 2002), a tarefa de “dupla
hermenêutica” justifica-se pelo fato de os investigadores lidarem com a interpretação de
entidades que, por sua vez, interpretam o mundo que as rodeiam.

A opção da pesquisa qualitativa quanto a abordagem justifica-se pelo facto de


proporcionar maior percepção em relação as respostas dos entrevistados e dos inquiridos
que constituíram amostra da pesquisa, pois ela não tem a pretensão de numerar ou medir
unidades ou categorias homogéneas ao descrever qualquer aspecto, mas sim privilegia a

27
atribuição do significado em relação aos dados colhidos por parte do pesquisador, ou seja,
a pesquisa assumiu o aspecto qualitativo, isto porque os dados que se pretenderam
recolher não podem ser quantificados.

3.2. Quanto aos Objectivos: Pesquisa Exploratória

Prodanov & Freitas (2013), ˝afirmam que quanto aos objectivos as pesquisas podem
classificar-se como sendo: exploratórias, descritivas e explicativas. As pesquisas
exploratórias têm por finalidade proporcionar informações sobre um determinado assunto
possibilitando a sua definição e seu delineamento, elas envolvem o levantamento
Bibliográfico, entrevista com pessoas que tem uma informação sobre o problema˝.

Segundo Chiavenato (2010), a pesquisa exploratória é muito utilizada para realizar um


estudo preliminar do principal objectivo da pesquisa que será realizada, ou seja,
familiarizar-se com o fenómeno que está sendo investigado, de modo que a pesquisa
subsequente possa ser concebida com uma maior compreensão e precisão.

Conforme lecciona Gil (1991), pesquisas exploratórias objectivam facilitar familiaridade


do pesquisador com o problema objecto da pesquisa, para permitir a construção de
hipóteses ou tornar a questão mais clara. Os exemplos mais conhecidos de pesquisas
exploratórias são as pesquisas bibliográficas e os estudos de caso.

Explorar é tipicamente a primeira aproximação com o tema e visa criar maior


familiaridade em relação a um fato ou fenómeno. Quase sempre busca-se essa
familiaridade pela prospecção de materiais que possam informar ao pesquisador a real
importância do problema, o estágio em que se encontram as informações já disponíveis à
respeito do assunto, e até mesmo, revelar ao pesquisador novas fontes de informações
(Santos, 2007).

Para Rodrigues, (2006):

“A pesquisa exploratória é considerada uma pesquisa preliminar,


mais superficial, que se caracteriza pela existência de poucos
dados disponíveis. Muitas vezes, por não ter clareza sobre um
determinado problema, o pesquisador vale-se inicialmente desse

28
tipo de pesquisa. Alguns autores a vêem como um estudo inicial
para a realização de outro tipo de pesquisa”.

3.3. Quanto aos Procedimentos Técnicos: Estudo de Caso

Quanto aos procedimentos técnicos obteve-se o estudo de caso, para Gil (2008), o estudo
de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objectos,
de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente
impossível mediante os outros tipos de delineamento considerados.

Um estudo de caso vai apresentar três fases em seu desenvolvimento. Ele caracteriza-se
da seguinte forma: inicialmente, há fase exploratória; num segundo momento, há
delimitação do estudo e a colecta de dados; e, num terceiro estágio, há análise sistemática
desses dados, culminando na realização do relatório (Watt, cit. em Lüdke e André, 1986).
De acordo com Lakatos e Marconi (1979), o método foi desenvolvido por Le Play, que o
empregou ao estudar famílias operárias na França.

Duarte e Barros (2006) definem estudo de caso como uma análise intensiva, empreendida
numa única ou em algumas organizações reais.” Para eles, o estudo de caso reúne, tanto
quanto possível, informações numerosas e detalhadas para apreender a totalidade de uma
situação. Optara-se pelo estudo de caso porque permitirá compreender melhor os
fenómenos individuais, os processos organizacionais e políticos da sociedade, é uma
ferramenta utilizada para entendermos a forma e os motivos que levaram a determinada
decisão.

Para aprofundar-se a discussão, a pesquisa irá se basear no estudo de caso, pelo facto de
este ser um estudo empírico que investiga um fenómeno actual dentro do seu contexto de
realidade, quando as fronteiras entre o fenómeno e o contexto não são claramente
definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidencia. O método consiste no estudo
de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades,
com a finalidade de obter generalizações.

3.4. Técnicas de Recolha de Dados

29
3.4.1. Pesquisa Bibliográfica

De acordo com Michaliszyn & Tomasini (2005), a pesquisa bibliográfica tem por
objectivo explicar um problema a partir de obras de referências: livros, artigos científicos,
documentos, etc. com vista a dar suporte a todas as fases de pesquisa, pois, possibilita ao
pesquisador consulta de obras para a fundamentação teórica do estudo.

A pesquisa bibliográfica é então feita com o intuito de levantar um conhecimento


disponível sobre teorias, a fim de analisar, produzir ou explicar um objectivo sendo
investigado. A pesquisa bibliográfica visa então analisar as principais teorias de um tema,
e pode ser realizada com diferentes finalidades (Chiara Kaimen, et al. 2008).

Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado,
como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura
científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planeamento
sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática,
passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação
e divulgação.

Optara-se por este método porque a pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e
interpretação de livros, periódicos, documentos mimeografados ou fotocopiados, mapas,
imagens e manuscritos. Isso porque a pesquisa bibliográfica tem por objectivo conhecer
as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. Também
porque a Pesquisa bibliográfica consiste na etapa inicial de todo o trabalho científico ou
académico, com o objectivo de reunir as informações e dados que servirão de base para a
construção da investigação proposta a partir de determinado tema.

3.4.2. Pesquisa Documental

Segundo Gil (1999), a pesquisa documental é muito semelhante à pesquisa bibliográfica,


a diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes, enquanto a bibliográfica se
utiliza fundamentalmente das contribuições de diversos autores, a documental vale-se de
materiais que não receberam, ainda, um tratamento analítico, podendo ser reelaboradas
de acordo com o objecto da pesquisa.

30
Como dispões Fonseca (2002):

“A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e


dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas
estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais,
cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de
empresas, vídeos de programas de televisão. Para o presente
trabalho, a pesquisa documental consistira em consulta de
publicações tais como: Decretos, leis, Boletins da República entre
outros documentos”.

A pesquisa documental, bem como outros tipos de pesquisa, propõe-se a produzir novos
conhecimentos, criar novas formas de compreender os fenómenos e dar a conhecer a
forma como estes têm sido desenvolvidos (Sá-Silva; Almeida & Guindani, 2009).

Ela pode ser utilizada no ensino na perspectiva de que o investigador “mergulhe” no


campo de estudo procurando captar o fenómeno a partir das perspectivas contidas nos
documentos, contribuindo com a área na qual ele se insere, seja na área da educação,
saúde, ciências exactas e biológicas ou humanas.

Sendo assim, percebe-se que é muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na
natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objectos da
pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos,
igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados,
mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc.

Optou-se por este método porque a pesquisa documental é aquela em que os dados obtidos
são estritamente provenientes de documentos, com o objectivo de extrair informações
neles contidos, a fim de compreender um fenómeno; é um procedimento que se utiliza de
métodos e técnicas para a apreensão, compreensão e análise de documentos dos mais
variados tipos; é caracterizada como documental quando essa for a única abordagem
qualitativa, sendo usada como método autónomo. Porém, também é possível utilizar
documentos e análise de documentos como estratégias complementares a outros métodos.

31
3.4.3. Entrevista Semi-estruturada

Para a realização deste estudo usa-se como técnica de colecta de dados, a entrevista semi-
estruturada, a observação não participante. Segundo Marconi e Lakatos (2003), entrevista
é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito
de um determinado assunto.

Dessa forma, Manzini (2003), salienta que é possível um planeamento da colecta de


informações por meio da elaboração de um roteiro com perguntas que atinjam os
objectivos pretendidos. O roteiro serviria, então, além de colectar as informações básicas,
como um meio para o pesquisador se organizar para o processo de interacção com o
informante.

Nesta técnica de recolha de dados, o foco principal seria colocado pelo investigador-
entrevistador. Complementa o autor, afirmando que a entrevista semi-estruturada
“favorece não só a descrição dos fenómenos sociais, mas também sua explicação e a
compreensão de sua totalidade” além de manter a presença consciente e actuante do
pesquisador no processo de colecta de informações.

3.5. Delimitação do Universo/ Participantes: Amostragem não probabilística por


acessibilidade

De acordo com Malhotra (2001), a amostragem não-probabilística confia no julgamento


pessoal do pesquisador e não na oportunidade de seleccionar os elementos amostrais. O
pesquisador pode, arbitrária ou conscientemente, decidir quais serão os elementos a serem
incluídos na amostra.

Segundo Gil (2008), constitui um tipo de amostragem não probabilística e consiste em


seleccionar um subgrupo da população que, com base nas informações disponíveis, possa
ser considerado representativo de toda a população. A principal vantagem da amostragem
por tipicidade está nos baixos custos de sua selecção.

A escolha da amostragem não probabilística deveu se pela selecção dos elementos da


população para compor a amostra na qual dependera ao menos em parte do julgamento

32
do pesquisador ou do entrevistador no campo. Não há nenhuma chance conhecida de que
um elemento qualquer da população venha a fazer parte da amostra.

Marconi & Lakatos (2001), afirmam que universo é o conjunto de todos os factos
apresentados com uma característica comum. O universo desta pesquisa envolverá a
população das zonas costeiras de Angoche e, os participantes, alguns funcionários da
Área da Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segunda (APAIPS) - Angoche,
Repartição do Meio Ambiente onde serão envolvidos os dirigentes ou chefes e o pessoal
técnico, pescadores locais e, membros da comunidade local.

33
CAPÍTULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

O presente capítulo aborda os dados recolhidos das entrevistas semi-estruturadas feitas


aos colaboradores da comunidade local e funcionários, a partir de um guião de entrevistas.
Para a realização das entrevistas contou-se com doze (12) colaboradores dos quais: dois
(2) funcionários da Área da Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segunda
(APAIPS), dois (2) da repartição de meio ambiente, três (3) da Comunidade local, dois
(2) pescadores e três (3) funcionários da WWF, a entrevista levou 15 minutos para cada
membro.

4.1. Categorias A, B e C
O presente trabalho apresenta três (3) categorias e doze (12) subcategorias, as categorias
A, B e C resultaram de abordagens relevantes acerca dos efeitos da exploração da floresta
do mangal na reprodução de espécies marinhas.

Tabela 1. Categorização de dados


Categorias Subcategorias Entrevistados
CA1. Quem explora a floresta de
mangal no distrito de Angoche?
CA2. Qual o propósito da
Categoria A. exploração de mangal no distrito
Identificar os efeitos de Angoche?
da exploração da CA3. Quais são as espécies
floresta do mangal na marinhas que pode-se encontrar
reprodução de nas florestas de mangal do
espécies marinhas. distrito de Angoche?
CA4. A exploração da floresta de
mangal afecta a reprodução das
espécies marinhas?

CA5. Quais são os efeitos da


exploração da floresta de mangal

34
na reprodução de espécies
marinhas?
Funcionários da Área da
Protecção Ambiental das
Ilhas Primeiras e
Segunda (APAIPS) -
CB1. Descreva cada efeito da
Angoche, WWF,
exploração da floresta de
Repartição do Meio
Categoria B. mangal.
Ambiente onde serão
Descrever os efeitos CB2. Descreva os efeitos da
envolvidos os dirigentes
da exploração da exploração da floresta de mangal
ou chefes e o pessoal
floresta do mangal na especificamente na reprodução
técnico, pescadores
reprodução de de espécies marinhas.
locais e, membros da
espécies marinhas.
comunidade local.
CC1. Como pode-se evitar a
exploração excessiva da floresta
de mangal sem afectar a
Categoria C. Propor comunidade local?
medidas sustentáveis CC2. Existe alguma medida
na exploração da sustentável actualmente na
floresta do mangal na exploração da floresta de
reprodução das mangal? Se sim, quais são?
espécies marinhas. CC3. Essas medidas são
cumpridas?
CC4. Quais medidas ainda
podem ser implementadas na
exploração da floresta do mangal
em benefício das espécies
marinhas?
Fonte: Autora (2023)

35
4.2. Categoria A: identificar os efeitos da exploração da floresta do mangal na
reprodução de espécies marinhas

Esta categoria tem como objectivo de conhecer as causas da exploração da floresta do


mangal.

CA1. Quem explora a floresta do mangal no distrito de Angoche?

(…) É a comunidade local.

(…) São os homens, as mulheres e crianças.

(…) Comunidade local especificamente os homens.

CA2. Qual o propósito da exploração de mangal no distrito de Angoche?

(…) Construção de casas, lenhas e extracção de madeira.

(…) Lenhas, construção de barcos e casas.

(…) Para a sua sobrevivência e uso próprio.

(…) Para vender, para construção de casas e coral de Vacas.

(…) Para construção de casas, quintais, cavernas para embarcações e lenhas.

(…) Combustível lenhoso, estacas para construção, salinas, agricultura e urbanização.

(…) Geração de renda, construção de residências e combustível lenhoso.

CA3. Quais são as espécies marinhas que pode-se encontrar na floresta de mangal
do distrito de Angoche?

36
(…) Caranguejo, Caramuchos, Camarão.

(…) Caranguejo, Camarão, Peixe de superfície ou branco, Lula e Polvo.

(…) Peixe, Marisco, Tartaruga marinha, Caranguejo, Caramuchos e Camarão.

(…) Caranguejo do mangal, Camarão, Peixes, Crustáceos e Moluscos.

CA4. A exploração da floresta de mangal afecta a reprodução das espécies


marinhas?

(…) Sim, afecta.

(…) Sim, porque é no mangal onde ocorre o processo de reprodução das espécies
marinhas como o caso do camarão.

(…) Antigamente sim.

(…) Sim, porque a reprodução dos animais invertebrados é no mangal.

(…) Sim, na medida em que a destruição desses ecossistemas faz com que as espécies
migrem na tentativa de encontrar zonas seguras para a sua reprodução.

CA5. Quais são os efeitos da floresta do mangal na reprodução de espécies


marinhas?

(…) Destruição do ecossistema que constitui berço para reprodução de várias espécies
marinhas.

(…) Destruição do habitat e dos ovos dessas espécies.

(…) Desaparecimento das espécies.

(…) Escassez do pescado, destruição do berço de reprodução das espécies marinhas.

(…) Escassez de algumas espécies e erosão do solo.

(…) Despovoamento de espécies, destruição do seu habitat e degradação do meio


ambiente,

37
(…) Migração das espécies para locais que forneçam condições ideais para sua
reprodução e redução dos estoques pesqueiros.

(…) Queda dos crustáceos e erosão do solo.

Categoria B. Descrever os efeitos da exploração da floresta do mangal na


reprodução de espécies marinhas.

CB1. Descreva cada efeito da exploração do mangal.

(…) Despovoamento, as espécies tornam-se extintos abandonando a sua área devido a


destruição.

(…) Destruição do ecossistema, provoca o desaparecimento de espécies marinhas.

(…) Destruição da floresta provoca a erosão costeira e desestabiliza a protecção da linha


costeira.

(…) Migração das espécies, as espécies procuram zonas que favoreça condições para a
reprodução principalmente abrigos contra corrente e ondas.

(…) Impacto na pesca, a reprodução é afectada e os estoques pesqueiros reduzem.

(…) Escassezes dos recursos pesqueiros, devido a destruição do seu habitat, os recursos
pesqueiros ficam sem locais de reprodução e alimentação.

(…) Desaparecimento de espécies, as comunidades usam mal o mangal e assim afugenta


as espécies procurando um novo habitat.

CB2. Descreva os efeitos da floresta de mangal especificamente na reprodução de


espécies marinhas.

38
(…) Com a exploração da floresta de mangal, influencia negativamente na reprodução de
espécies marinhas e consequentemente deixa a produção das mesmas espécies que afecta
no rendimento de trabalhadores de pesca.

(…) Quando destruímos o mangal, destruímos o ninho de algumas espécies como a Lula
que deixa seus ovos num ramo.

(…) Fazer côvados no mangal, destruímos as raízes onde se deposita os ovos da espécie
marinha.

Categorias C. Propor medidas sustentáveis na exploração da floresta do mangal na


reprodução das espécies marinham.

CC1. Como pode-se evitar a exploração excessiva da floresta de mangal sem afectar a
comunidade local?

(…) Fazendo replantio da floresta do mangal e tendo outra alternativa de sobrevivência


como um outro negócio ou emprego.

(…) Zoneamento do corte de mangal e corte selectivo.

(…) Criar outras ocupações para exploradores do mangal.

(…) Criação de meios alternativos a vida das comunidades que dependem da floresta do
mangal.

(…) Restauração de áreas degradadas, ecoturismo e apicultura no mangal.

(…) Criação de emprego para grande parte das comunidades locais.

(…) Conscientizar as comunidades sobre os efeitos da exploração da floresta do mangal.

CC2. Existe alguma medida actualmente na exploração da floresta de mangal? Se


sim, quais são?

39
(…) Não, por algum tempo já se fez experiencia de aquisição de mudadas ou viveiros
para a reposição em alguns locais com apoio da ONG WWF mas não foi longe, capaz de
se fazer menção.

(…) Sim, a fiscalização.

(…) Sim, há sanções nos infractores dos que fazem o mal uso do mangal.

(…) Não há.

(…) Sim, actividades de restauração das áreas degradadas, corte selectivo do mangal e
actividades de sensibilização comunitário.

CC3. Essas medidas são cumpridas?

(…) Não.

(…) Não são cumpridas.

(…) São cumpridas.

(…) Sim, com eficácia.

(…) Nem sempre.

CC4. Quais medidas ainda podem ser implementadas na exploração da floresta do


mangal em benefício das espécies marinhas?

(…) Intensificação de plantio de novos viveiros, remoção de plantas consideradas de


maior exploração, selecção de plantas e locais onde deve ser explorada e reduzir a pressão
sobre a exploração.

(…) Reposição de áreas degradadas, sensibilização para o corte selectivo e criação de


reservas e santuários marinhos.

(…) Proibição do corte excessivo e repovoamento de mangal na linha de base de água.

40
(…) Repovoamento.

(…) Repovoamento em áreas degradadas e se fosse possível, era só não ser cortado.

(…) Definir as áreas de exploração do mangal, repovoação e aplicação da dei do


ambiente.

(…) Reflorestamento.

(…) Criação de áreas comunitárias de conservação, onde o abate do mangal é de total


proibição.

41
CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Desse modo, a morfologia da cidade de Angoche revela diferenças no uso do espaço que
são agravadas, dentre outros factores, pela expansão de áreas residenciais, agrícolas e de
lazer nas áreas anteriormente ocupadas pelo ecossistema a dos mangais e porque a
construção da habitação produz diferenças nos lugares de moradia a partir dos diversos
tipos de material de construção.

Surgem dentro do espaço urbano áreas residenciais onde a maior parte das habitações é
construída com materiais de origem vegetal3, incluindo ramos ou troncos de árvores dos
mangais, ao lado de habitações construídas com material convencional (ex: cimento,
zinco, etc.).

Como forma de apropriação da natureza, a exploração do ecossistema dos mangais é


realizada por comunidades de pescadores, "lenhadores" e camponeses. São comunidades
que se identificam por realizarem actividades similares (colecta) em espaços muitas vezes
contíguos - porque as localizações das áreas agrícolas, locais de pesca e colecta de lenha,
ou coincidem, ou estão próximas - e que usam um espaço comum - os espaços
colonizados pelo ecossistema dos mangais.

Assim, estes espaços tornam-se palco de diversos usos ao comportarem várias


actividades, dentre elas a agricultura de cereais (rizicultura), a pesca e colecta de
crustáceos e produtos lenhosos.

5.1. Categoria A: identificar os efeitos da exploração da floresta do mangal na


reprodução de espécies marinhas

A partir das respostas obtidas na pesquisa, ficou claro que os efeitos de exploração das
florestas do mangal são vários, e esses efeitos são provocados pela acção humana. Porém,
esses efeitos têm um impacto directo na reprodução das espécies que abrangem desde
destruição do ecossistema que constitui berço para reprodução de vários animais
marinhos, destruição do seu habitat e dos ovos dessas espécies, desaparecimento das
espécies, escassez do pescado, destruição do berço de reprodução dos animais marinhos.

42
Para Barbosa (2009), a maior parte da superfície do nosso planeta é composta por água,
e é por isso que encontramos um grande número de animais nos oceanos. Na verdade,
segundo os cientistas, existem espécies que nunca chegaremos a conhecer. Lembre-se de
que a poluição, a pesca de arrasto e a super exploração, entre outros factores, são algumas
das causas da extinção de espécies e redução da fauna nos oceanos.

Segundo (Ibama, 2021), para começar, devemos saber que nem todos os animais
marinhos têm as mesmas necessidades. Enquanto alguns passarão a vida inteira na água
(golfinhos, polvos ou peixes-palhaço), outros também podem viver em terra (pinguins,
focas ou caranguejos). Vai depender da sua morfologia específica e de sua adaptação ao
ambiente.

Os mangais são de extrema importância para os seres vivos e para a natureza, pois
providenciam uma série de serviços ecossistémicos, como berçário para reprodução de
várias espécies marinhas, protecção costeira contra ventos fortes e ciclones, estabilização
de solos contra a erosão, bio filtração de poluentes, valor cultural e sequestro de carbono,
contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas (Castelo, 2001).

Toda via, apesar da sua importância, o valor das florestas de mangais para espécies
marinhas ainda são pouco conhecidos, colocando-os sob grande vulnerabilidade não só
pelo seu impacto, mas pela grande dependência das espécies que na sua exploração cria
um desequilíbrio ecológico, que posteriormente os animais são obrigados a emigrar para
outras zonas.

5.2. Categoria B. Descrever os efeitos da exploração da floresta do mangal na


reprodução de espécies marinhas

Segundo as respostas da pesquisa obtidas nesta categoria, sobre os efeitos da exploração


da floresta do mangal na reprodução de espécies marinhas, são os despovoamentos dessas
espécies tornando-se extintos e o abandonando a sua área devido a destruição dos
ecossistema, isso leva o seu desaparecimento porque os animais procuram locais que lhes
favorecem melhores condições para a sua multiplicação necessariamente em zonas contra
correntes e ondulatórias.

43
Os mangais providenciam uma série de serviços ecológicos e socio-económicos
importantes para as comunidades costeiras e não só. Ecologicamente são um local de uma
grande biodiversidade, incluindo plantas, animais, bactérias, fungos e outros grupos
tróficos importantes (Hogarth, 2015).

Em Moçambique, as causas de degradação dos mangais estão ligadas a factores


antropogénicos e naturais. Os factores antropogénicos parecem constituir a principal
ameaça aos mangais no país, e estão relacionados em grande medida com as principais
formas de uso dos recursos de mangal, falta da educação ambiental e da pobreza local..
De acordo com Barbosa et al. (2001), as principais formas de uso dos mangais em
Moçambique são: o corte para obtenção de combustível lenhoso, madeira e estacas (para
venda e consumo doméstico); a construção de barcos, de vedações e de vários utensílios
domésticos.

Os mangais são de extrema importância para os seres vivos e para a natureza, pois
providenciam uma série de serviços ecossistémicos, como berçário para reprodução de
várias espécies marinhas, protecção costeira contra ventos fortes e ciclones, estabilização
de solos contra a erosão, bio filtração de poluentes, valor cultural e sequestro de carbono,
contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas (Castelo, 2001).

Entretanto, a grande diversidade de fauna marinha abrange mamíferos, aves, isso inclui
várias espécies protegidas de alto valor comercial como peixe, vários crustáceos de alto
valor económico assim por exemplo camarão, caranguejo e os moluscos. Então nessa
actividade de exploração da floresta do mangal criam impactos significativos tanto para
o homem, fazendo com que haja a escassez do pescado que ajuda na sua base alimentar
O homem explora o mangal para a sua sobrevivência porque não tem outra alternativa
para a sua sobrevivência, a maior parte da comunidade local sabe sobre os efeitos que a
exploração da floresta do mangal causa na reprodução marinha mas devido a falta de
outras alternativas, exploram a floresta do mangal contribuindo assim, para que haja
extinção da própria espécie por falta de melhores condições de para a sua reprodução uma
vez que eles dependem desse habitat.

44
5.3. Categorias C. Propor medidas sustentáveis na exploração da floresta do mangal
na reprodução das espécies marinhas

De acordo com as respostas obtidas nessa pesquisa sobre medidas sustentáveis na


exploração da floresta do mangal na reprodução das espécies marinhas, nesse aspecto é
preciso fazer reflorestamento do mangal para restauração de áreas degradadas e que essa
actividade pode impulsionar a comunidade local na criação de auto emprego, o outro facto
provavelmente seja criação de meios alternativos a vida da população local que dependem
da floresta do mangal para a sua economia, mas isso deve partir na sensibilização da
população acerca dos efeitos que podem impactar negativamente a exploração da floresta
do mangal futuramente.

O Governo da República de Moçambique adopta a Estratégia de Gestão do Mangal, a


qual assenta na observância dos valores e princípios que se discriminam abaixo
(Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, 2020):

Segundo o Ministério da Terra e Ambiente, os valores são:


Sustentabilidade‫ ׃‬o uso racional do mangal e recursos associados, deve assentar na busca
constante do equilíbrio entre a conservação da biodiversidade e as necessidades de
desenvolvimento económico e social do País.

Equidade: na gestão sustentável do mangal promove-se a distribuição justa dos benefícios


do uso deste recurso, de modo a contribuir para o bem-estar das comunidades, superar as
desigualdades ao nível do género, grupo etário e estrato social e promover a igualdade de
oportunidades para todos os grupos interessados.

Transparência: a gestão do mangal assenta em amálgama de informações, obtidas por via


científica e empírica, a qual é partilhada entre as partes interessadas e sujeita à
monitorização e avaliação, observando-se os princípios e procedimentos estatuítos.

Participação: o sistema de gestão do mangal promove a integração e coordenação de


acções de todos os actores interessados que devem ser envolvidos na utilização
sustentável dos recursos do ecossistema do mangal.

45
Segundo o Governo da República de Moçambique, a estratégia de gestão do mangal
consiste no conjunto de acções de mudança a empreender, de forma coordenada e
integrada, a vários níveis, assente em valores e princípios, para o alcance da meta global,
traduzida em visão.

No entanto, existem valores da estratégia da gestão do mangal mas precisa-se de cumprida


com rigorosidade para que possam alcançar as metas e termos assim, uma floresta que as
futuras gerações possam encontrar. As medidas que devem ser levados a cabo para a
conservação do mangal devem partir do principio das estratégias que o governo do distrito
vai adoptar porque, dizer que vai proibir a exploração duma forma impulsiva pode causar
conflitos junto da população, com isso tem de haver acções claras, efectiva e inclusiva de
todas as partes interessadas no ecossistema de mangal, rumo à sustentabilidade no uso
deste meio com metas claras para se atingir.

46
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

6.1. Conclusão

Portanto, o estudo teve como objectivo geral Analisar os Efeitos da Exploração da


Floresta do Mangal na Reprodução de Espécies Marinhas no Distrito de Angoche. E para
o alcance deste objectivo contou-se com três objectivos específicos donde obteve-se as
seguintes conclusões: Identificou-se que os efeitos de exploração das florestas do mangal
são vários, e são provocados pela acção humana. Porém, esses têm um impacto directo
na reprodução das espécies que abrangem desde destruição do ecossistema que constitui
berço para reprodução de vários animais marinhos, destruição do seu habitat e dos ovos
dessas espécies, desaparecimento das espécies, escassez do pescado, destruição do berço
de reprodução dos animais marinhos.

Todavia os efeitos da exploração da floresta do mangal na reprodução de espécies


marinhas, descreveu-se que são o despovoamento dessas espécies tornando-se extintos e
o abandonando a sua área devido a destruição dos ecossistema, isso leva o seu
desaparecimento porque os animais procuram locais que lhes favorecem melhores
condições para a sua multiplicação necessariamente em zonas contra correntes e
ondulatórias.

Contudo, as medidas sustentáveis na exploração da floresta do mangal da reprodução das


espécies marinham, percebeu-se que é preciso fazer reflorestamento do mangal para
restauração de áreas degradadas e que essa actividade pode impulsionar a comunidade
local na criação de auto emprego, o outro facto provavelmente seja a criação de meios
alternativos a vida da população local que dependem da floresta do mangal para a sua
economia, mas isso deve partir da sensibilização da população acerca dos efeitos que
podem impactar negativamente a exploração da floresta do mangal futuramente.

6.2. Recomendações

De acordo com os resultados obtidos na pesquisa feita, recomenda-se que (APAIPS) –


Angoche deve:
 O local deve fazer a fiscalização regularmente;

47
 O governo local deve procurar outros meios alternativos para a sobrevivência da
comunidade local, porque com uma outra ocupação a população deixará descansar
o mangal;
 Os órgãos responsáveis pela gestão do mangal devem identificar as áreas que
podem ser exploradas, isolar e determinar o tempo da exploração;
 Que haja o envolvimento profundo de órgãos responsáveis pela gestão do mangal;
 Que se faça campanhas de educação ambiental através de reuniões comunitárias,
rádios, panfletos da importância ecológica e económica do mangal.
 A população dever ser envolvida em todas as decisões relacionadas com o uso de
mangal.

 A APAIPS tem de fortificar na garantia da ligação entre os ecossistemas


costeiros protegendo as florestas costeiras sobretudo os mangais.
 A população deve cumprir com todas as políticas no que diz respeito a exploração
sustentável do mangal.
 A população deve também combater contra a exploração insustentável do magal
restaurando o mangal.

48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Trichiurus.
Abdullah, & Castello. (2014). Situação actual e perspectivas para o uso dos Recursos
Pesqueiros Do Pantanal. Corumbá: MS.: SIMPAN.
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da Reserva Nacional do Pomene. Volume 1, 76 pp. Maputo, ANAC, MITADER
Al – Thair, R., & Baban, S. M. (2005). An evaluation of recent changes in mangrove
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Bandeira S, Balidy H (2016).Limpopo estuary mangrove transformation, rehabilitation
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51
APÊNDICES

Imagens ilustrativas da exploração insustentável do mangal

Fonte: Autora (2023)

52
Lançamento directo da semente do mangal

Fonte: Autora (2023)

Mangal abatido para sobrevivência da comunidade

Fonte: Autora (2023)

Germinação de lançamento directo das sementes de mangal

53
Fonte: Autora (2023)

Credenciais fornecidas pela UCM para pedido de recolha de dados

54
55
56
Cód.:____________________________

GUIÃO DE ENTREVISTA
Tema da Monografia: “Efeitos da Exploração da Floresta do Mangal na
Reprodução de Espécies Marinhas no Distrito de Angoche (2021˗2022)”

Categoria A. Identificar os efeitos da exploração da floresta do mangal na


reprodução de espécies marinhas.
CA1. Quem explora a floresta de mangal no distrito de Angoche?
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CA2. Qual o propósito da exploração de mangal no distrito de Angoche?


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CA3. Quais são as espécies marinhas que pode-se encontrar nas florestas de mangal do
distrito de Angoche?
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CA4. A exploração da floresta de mangal afecta a reprodução das espécies marinhas?
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CA5. Quais são os efeitos da exploração da floresta de mangal na reprodução de


espécies marinhas?
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Categoria B. Descrever os efeitos da exploração da floresta do mangal na


reprodução de espécies marinhas.
CB1. Descreva cada efeito da exploração da floresta de mangal.
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CB2. Descreva os efeitos da exploração da floresta de mangal especificamente na


reprodução de espécies marinhas.
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Categoria C. Propor medidas sustentáveis na exploração da floresta do mangal na
reprodução das espécies marinhas.
CC1. Como pode-se evitar a exploração excessiva da floresta de mangal sem afectar a
comunidade local?
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CC2. Existe alguma medida sustentável actualmente na exploração da floresta de


mangal? Se sim, quais são?
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CC3. Essas medidas são cumpridas?


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CC4. Quais medidas ainda podem ser implementadas na exploração da floresta do


mangal em benefício das espécies marinhas?
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