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Ali Selemane Ali Rachide

Aspásia Sulate
Chanaia Carlota Senda
Constância José
Culssumo Abubacar
Edvalda Cristina Arlindo Vilanculo
Euclides Eugénio Tomás
Gradson charles M. Keyara
Ibraimo Maulana
Jocilia da Conceição Nelson Damião
Kivu Yussuf
Maria Domingos

Paleozóico em Moçambique

(Licenciatura em geologia, III – Grupo, III ano)

Universidade Rovuma

Nampula

2023
Ali Selemane Ali Rachide
Aspásia Sulate
Chanaia Carlota Senda
Constância José
Culssumo Abubacar
Edvalda Cristina Arlindo Vilanculo
Euclides Eugénio Tomás
Gradson charles M. Keyara
Ibraimo Maulana
Jocilia da Conceição Nelson Damião
Kivu Yussuf
Maria Domingos

Paleozóico em Moçambique

(Licenciatura em geologia, III – Grupo, III ano)

Trabalho em Grupo de caracter


avaliativo apresentado ao
Departamento de Geociência da
Unirovuma, Curso de Geologia, III
ano, cadeira de Geologia de
Moçambique, leccionado pelo
docente:

Dr: Sumalge Muteliha

Universidade Rovuma
Nampula
2023
2
Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 3

Objectivos gerais ......................................................................................................................... 3

Objectivos específicos ................................................................................................................ 3

Metodologia ................................................................................................................................ 3

Geologia do Fanerozóico em Moçambique .................................................................................... 4

Paleozóico (Supergrupo de Karro).............................................................................................. 5

Karoo Inferior ......................................................................................................................... 5

Karro superior ......................................................................................................................... 6

Grupo Dwyca .......................................................................................................................... 6

Grupo Ecca.............................................................................................................................. 6

Grupo Beaufolt........................................................................................................................ 7

Suíte Murrupula Pan-Africana ................................................................................................ 7

Suite de Niassa ........................................................................................................................ 8

Eventos geotectónicos ................................................................................................................. 8

Carbónico Superior a Jurássico Inferior ................................................................................. 8

Mesozóico em Moçambique ....................................................................................................... 9

Mancha de Lago ...................................................................................................................... 9

Mancha de Lugenda .............................................................................................................. 10

Mancha de Batonga............................................................................................................... 10

Mancha de Espungabera ....................................................................................................... 10

Jurássico .................................................................................................................................... 10

Formação greso-conglomertico de Tete................................................................................ 11

Calcários de Moçambique e de Cabo Delgado ..................................................................... 11

Grés inferior de Lupata ......................................................................................................... 11


Cretácico ................................................................................................................................... 11

Indiferenciado ....................................................................................................................... 11

Camada dos Macondes ( KIC) .............................................................................................. 11

Camada Megatrigónia Schwarzi (Grés, margas, calcários e xistos argilosos) Kim ............. 12

Grés Calcário e Conglomerados ........................................................................................... 12

Formação de Sena (Ksc) (Grés e conglomerados) .................................................................... 12

Mancha de Sena .................................................................................................................... 12

Mancha da Vila Manchado-Rafúri........................................................................................ 13

Formação do Grudja (Ksm) (calcarenitos) ........................................................................... 13

Rocha eruptivas Jurássicas-Cretácicas .................................................................................. 13

Cenozóico ................................................................................................................................. 14

Formação de Mapai............................................................................................................... 15

Formação De Mangulane (TeMG)........................................................................................ 15

Formação De Tembe (TeT) .................................................................................................. 15

Formação do Inhaminga (TeI) .............................................................................................. 15

Formação De Boane (TeB) ................................................................................................... 16

Formação de Cheringoma (TeC) .......................................................................................... 16

Formação De Quissanga (TeQj) ........................................................................................... 16

Formação De Mikindani (TeK) ............................................................................................ 16

Quaternário ............................................................................................................................... 17

Tabela cronostratigráfica do fanerozóico em Moçambique.......................................................... 18

Conclusão.............................................................................................................................. 19

Referencias Bibliográficas ............................................................................................................ 20

Anexos…………………………………………………………………………………………...21

4
Introdução
O trabalho presente, consiste essencialmente em abordar sobre os terrenos fanerozóicos
em Moçambique. Sendo que é importante frisar que a geologia de Moçambique está muito ligada
a África em geral e a África Austral em particular, significando uma semelhança das
características geológicas dos países vizinhos. O fanerozóico é um éon subdividida em três eras,
paleozóico, mesozóico e cenozóico. Porem, cada era é subdividido também em períodos.

Objectivos gerais
 O presente trabalho tem como objectivo geral, debruçar no que tange o éon fanerozóico
em Moçambique.

Objectivos específicos
 Debruçar acerca dos terrenos constituintes das eras paleozóicas, mesozóicas e cenozóicas
em Moçambique, tendo em conta a litologia constituinte a cada terreno, assim como das
suas localizações geográfica.

Metodologia
 Na elaboração do trabalho em destaque, percorreu-se a manuais e alguns teses achados
convenientes, na chegado do patamar desejado. Também percorreu-se a meios virtuais,
como o ArcGis na elaboração de alguns mapas.

3
Geologia do Fanerozóico em Moçambique
O éon Fanerozóico divide-se em 3 Eras:

 Paleozóico;
 Mesozóico;
 Cenozóico;

A cobertura do Fanerozóico em Moçambique engloba em geral todas as litologias


depositadas posteriormente ao Ciclo Orogénico Pan-Africano. Estas são geralmente sedimentos
(sub-) horizontais continentais a marinhos e rochas (sub-) vulcânicas associadas. (GTK
Consortium, 2006b).

As formações do fanerozóico estão por cerca de 237.000 Km2, e dividem-se em 3


grandes grupos:

A. Supergrupo do Karro;
B. Bacias Mesozóicas e Terciarias;
C. Formações Quaternárias

Figura 1: mapa geológico do fanerozóico em Moçambique. Fonte: III – Grupo.

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Paleozóico (Supergrupo de Karro)
O paleozóico em Moçambique compreende o supergrupo de Karro, onde temos as
seguintes unidades litoestratigráficas:

 Sedimentar e vulcânico;
 Pérmico a Jurássico/início do Cretácico;
 Depositado em bacias de afundimento:
 Graben do Rio Lugenda;
 Graben de Lunho/ Maniamba;
 Graben do Alto-Zambeze;
 Bacias de Moatize e de Mucanha-Vúzi;
 Basaltos de Angoche;
 Rochas extrusivas das Cadeias dos Libombos e do Búzi-Save.

Em Supergrupo do Karro e sequências depositadas durante o desenvolvimento do


Sistema do Rifte da África Oriental. O Supergrupo do Karro, depositado durante o evento do
Karro, anuncia a separação abortada do Gondwana e pode ser dividido nos Grupos do Karro
Inferior e do Karro Superior (GTK Consortium, 2006b).

O Karoo distribui-se geograficamente pelas províncias de Niassa, Cabo-Delgado , Tete,


Manica e Sofala. Os sedimentos de Karoo são caracterizados pela sua origem Continental e
depositaram-se em bacias controladas por falhas e maior bacia encontra-se situada na bordadura
do Cratão Rodesiano com a forma de arco com concavidades virada para SW que representa por
manchas de Karoo na província de Tete e pelas de Manica, e esta última representada pela
mancha de Espungabera.

Karoo Inferior
A deposição dos sedimentos do Karoo Inferior teve início no período da glaciação de
idade correspondente ao Dwyka (Carbónico Superior) e termina no Pérmico. Em Moçambique,
os afloramentos do Karro Inferior são representados pela Formação do Vúzi. A Formação de
Moatize, muito importante em termos económicos, foi depositada durante o Pérmico Inferior
com espessas camadas de carvão locais.

5
O Karro Inferior termina com a deposição de sedimentos da Formação de Matinde
durante o Pérmico Médio a Superior. A Formação de Cádzi abrange o limite entre os Grupos do
Karro Inferior e Superior. Fazendo limite entre paleozóico mesozóico. (GTK Consortium,
2006a).

Karro superior
O Karro Superior compreende formações compostas principalmente por sedimentos
terrestres juntamente com rochas (sub-) vulcânicas interestratificadas ou intrusivas do Triásico
Inferior a Jurássico Inferior.

Segundo (GTK Consortium, 2006a), o Karro superior na província de Tete é constituído


por:

 Pórfiros e felsitos de Búnguè, e a basaltos, riolitos e diques máficos espalhados na área.

 Suite de Rukore (180 – 190 Ma) possivelmente relacionada com a (Suite da Gorongosa)

 vulcanitos do Monoclinal dos Libombos

 Formação (Basáltica) de Chueza. (Na província da Zambézia).

Grupo Dwyca
Flúvio-glaciar do Carbonífero Superior, ocorre nas depressões mais baixas na paisagem
pré-Karoo e, consequentemente, só aparece exposta em alguns locais ao longo do limite
Fanerozóico-Proterozóico na margem norte da Albufeira de Cahora Bassa. A localidade localiza-
se ao longo do Rio Vúzi, a sudeste do monte Cone Negose, onde a formação contém uma
sequência de rochas sedimentares de origem flúvio-glaciar e fluvial, como conglomerados, grés
feldspáticos, argilitos carbonosos, siltitos e camadas carbonosas. No Rio Mucangádzi, ~19 km a
oeste – também ocorre camada fina de conglomerados assentando sobre rochas metavulcânicas
do Supergrupo do Fíngoè.

Grupo Ecca
Aflora entre a Suite de Tete e a fronteira com o Malawi. Faz contacto com o muro da
formação do Vúzi, formado por grés arcósicos branco a acinzentados, com seixos ocasionais,

6
grés de grão fino, argilosos ou micáceos, com flora fóssil e argilitos negros subordinados com
camadas de carvão. Ao longo da margem norte do Rio Zambeze e do lago de Cahora Bassa
desenvolveram-se três grandes bacias carboníferas.

No Rio Mucangádzi ocorrem grés arcósicos de grão médio a grosseiro com clastos
arredondados a angulosos, seguida de argilitos negros com camadas finas de carvão. Nas
camadas argilíticas, a ocorrência pregas de laminação entrecruzada bem desenvolvida com
laminação lenticular, com origem de marés.

Grupo Beaufolt
Compreende grés arcósicos com estratificação entrecruzada, com horizontes
conglomeráticos e, em alguns lugares, calcários e grés carbonatados. Aflora principalmente ao
longo da margem sul do Lago de Cahora Bassa, formando cristas longos, de inclinação suave
para sul, no topo da Formação de Matinde. A crista mais proeminente, a norte da aldeia de
Magoé, contém grés amarelos claros a castanhos avermelhados, de grão grosseiro, com camadas
intercaladas de conglomerados de seixos ou seixos de quartzo. Na margem norte do lago,
afloram grés seixosos com camadas finas intercaladas de conglomerados.

A norte do Monte Metafuro um bloco da Formação de Cádzi limitado por falhas forma
cerca de 50 metros duma escarpa elevada com calhaus arredondados e espalhados de quartzo no
seio de uma matriz gresosa maciça de grão grosseiro. Para a Formação de Cádzi é proposta uma
idade do Pérmico Superior ao Triássico Inferior, abrangendo o limite entre o Karoo Inferior e
Superior, ela está separada da Formação do Zumbo sobrejacente por um hiato.

Suíte Murrupula Pan-Africana


As rochas são classificadas como granitos, álcali-granitos e monzogranitos e se localizam
no limite entre os granitos do tipo A e tipo S/I no diagrama FeOtotal/ MgO vs. SiO2 (Eby 1990)
e ao longo do limite entre VAG e Granito Sin-Colisional (Syn-COLG) e na junção tripla entre
VAG, Syn-COLG e WPG no diagrama de discriminação geodinâmica de Pierce et al. (1984).

A idade Pan-Africana mais antiga é derivada do quartzo-monzonito Mopui, fracamente


deformado, fornecendo a idade de cristalização precisa de U-Pb Concórdia de 532±5 Ma (Macey
& Armstrong, 2005). Seis plútons de granito indeformado e equigranular fornecem idades de

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cristalização variando de 514 a 504 Ma (U-Pb SHRIMP), todas idades concórdia (Macey &
Armstrong, 2005, Roberts et al. dados inéditos).

Suite de Niassa
A suite intrusiva de Niassa tem várias intrusões pan-africanas sienitícas a graníticas que
formam montanhas proeminentes a nordeste, e continua ao longo da fronteira com Malawi, a sul
da aldeia de Mandimba. Duas determinações de idade confiáveis foram realizadas e deram as
intrusões idades de 507±4 Ma e 514±35 Ma que correspondem a era Paleozóica (Norconsult,
2006).

Existem quatro grandes círculos complexos em áreas patrimoniais, nomeadamente:


monte Mentonia, monte Livigire, monte Nicucute e monte Tchonde. Excepto para monte
Tchonde, todos eles são de composição sienitíca. O monte Tchonde consiste em sienítos
alcalinos em torno de um núcleo de granitos alcalinos. Vários corpos de granitos gnaissícos
ligeiramente deformados são encontrados nesta suite.

Eventos geotectónicos
No paleozóico houve os seguintes eventos Geotectónicos:

 Reconstituição da posição das massas continentais;

 Formação das cadeias dos libombos no Paleozóico inferior;

 Episódio termo- tectónico Pan Africano;

 Período de Glaciação no carbonífero de Moatize no pérmico.

Carbónico Superior a Jurássico Inferior


Manifesta na zona central e sul de Moçambique, este processo deu início ao surgimento
do Rifte de Luia e ao Graben do Baixo-Zambeze e ao desenvolvimento da bacia de Moçambique,
cuja base compreende rochas vulcânicas do Karoo Superior cobertas por sucessões sedimentares
do Cretácico Médio e mais jovens.

Estas sucessões incluem uma série de sequências de plataforma rasa e de águas mais
profundas, restritas a várias estruturas de rifte e rochas (sub-) vulcânicas associadas.

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Seis sequências deposicionais maiores, de idade cretácico-terciária, podem ser
reconhecidas e incorporadas no esquema estratigráfico para toda a bacia que correspondem ao
grupo de

 Grupo da Lupat- idade jurássica superior, rochas vulcânicas;


 Formações de Sena e de Domo- Cretácico Médio a Superior;
 Formação de Grudja;
 Formação de Cheringoma.

A descontinuidade do Eocénico Inferior e sob as descontinuidades Intra e tardi-


oligocénicas.

Formações de Mangulane, Tembe, Inhaminga, Maputo, Boane e Salamanga e do


“Complexo Deltaico do Zambeze” (Paleocénico-Pliocénico).

Rochas ígneas que são atribuídas principalmente à Suite de Rukore contemporânea e


possivelmente relacionada com a Suite da Gorongosa e com os vulcanitos do Monoclinal dos
Libombos (GTK Consortium, 2006a). Na província da Zambézia as litologias do Karoo Superior
ocorrem na Formação (Basáltica) de Chueza (GTK Consortium, 2006d).

Mesozóico em Moçambique
A era mesozóica em Moçambique, compreende o sistema de Karro e Grés. E que houve
formações de inúmeras manchas carboníferas no território.

Mancha de Lago
Estende-se na direcção NE-SW, entre Metangula e Mazoco e delimitada em grande parte
pelos rios Lunho e Jugo e caracterizam-se pela seguinte sequência geológica. THOPSON (1881)
e FREITAS (1953)

11-Grés argiloso; 10- Xisto argiloso, cinzentos e avermelhados; 9-Grés fino e


conglomeráticos com troncos silicificados; 8-Xistos argilosos; 7- Grés finíssimo, argilo-
ferruginosos, amarelo-arroxeados e micáceos; 6-Xistos argilosos, cinzentos azulados com
intercalações lenticulares; 5-Xistos argilosos, vermelhos com dois leitos de grés ferruginosos; 4-
Argilas vermelhas ou amarelas com duas camadas de grés argiloso; 3-Grés mais ou menos

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grosseiro; 2-Xistos carbonosos e carvão de Luchal; e 1-Grés grosseiro e conglomerado de
Luftiche;

Mancha de Lugenda
Estão situados ao longo do vale de Lugenda, nomeadamente dos rios Luchimua, Mangira
e junto a confluência do rio Lugenda com o seu afluente Miruro. Segundo FIGUEREDO
NUNES (1948), o Karro no vale de Lugenda é essencialmente formado por xistos com
intercalações de carvão e grés.

Mancha de Batonga
Situa-se a Noroeste de Maringué e desenvolve-se segundo a orientação N-S, com uma
largura aproximada de 20 km e comprimento de cerca de 30 km. (BORGUES 1952), e (FERRO
& AFONSO 1963).

As camadas superiores são formadas por grés fino, feldspático e argiloso, muito
compactos, esbranquiçados, amarelados ou róseos.

As camadas inferiores são constituídas por grés grosseiro, feldspáticos, friáveis,


avermelhados ou apresentando alternância de leitos avermelhados e cinzentos-claros e por
arcóssicos, grosseiro e vermelhados, microclínicos em que o feldspato apresenta não muito rijo e
compactos

Mancha de Espungabera
Situa-se na região do mesmo nome ao longo do rio Mepotepote. Segundo ANDRADE
(1929) e FERREIRA DA SILVA (1954) e AFONSO et al, concluíram que a sequência litológica
é a que se segue:

 Grés de grão fino predominantemente esbranquiçado e creme;


 Conglomerado ligado por um cimento clorítico-ferruginoso ou calcítica;
 Xistos cinzentos, pretos e avermelhados, intercalados com camadas de carvão.

Jurássico
Na carta geológica dividiu-se o jurássico sedimentar em três unidades a saber:

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Formação greso-conglomertico de Tete
A formação greso-conglomertico de Tete aflora em extensas manchas, normalmente ao
Sul do rio Zambeze e a Oeste do meridiano 34º E, formando uma faixa que se estende desde
Máguè e Changara, envolvendo os maciços vulcânicos dos Rios Luia e Luenha.

Calcários de Moçambique e de Cabo Delgado


Esta unidade ocorre discordamente sobre as rochas metamórficas e é constituída por
calcário de grão fino á médio, localmente grosseiro, cor cinzento-azulado, superiormente
estratificados, gressosos, por vezes em leitos mais finos e muito micáceos. Apresentam bastantes
fossilíferos, sobretudo em bivalves (Trigónia sweri e Megatrigónia conocardifornis) sendo a
espessura total exposta de pouco mais de 30 m e com fraca inclinação para ocidente.

Grés inferior de Lupata


O grés inferior de Lupata forma uma faixa com a direcção N-S a Oeste da garganta do rio
Zambeze, na região de Lupata. A referida unidade assenta sobre os basaltos do Karro e consta
essencialmente de Grés em bancadas espessas, alternando com conglomerados e rochas de região
muito fino, os quais têm cores avermelhadas, arroxeadas, acastanhadas, amareladas e brancas.

Cretácico
O cretácico está representado em Moçambique pelas seguintes unidades:

Indiferenciado
Esta unidade está representada no litoral, desde Quinga até a foz do rio Lúrio. Os mais
recentes estudos efectuados por MOURA (1974) revelaram naquela zona a seguinte sequência:

 Grés quartzo-feldspático e conglomerados (camadas dos Macondes);


 Grés calcário grosseiro e calcarenitos (camadas de Fernão Veloso, as da Serra de Mesa e
as de Pemba);
 Calcários e Margas (Camadas de Conducia);
 Margas (Camadas com globotruncana).

Camada dos Macondes ( KIC)


Esta unidade distribui-se em diversos retalhos debruando o Pré-câmbrico e estende-se
desde a foz do rio Lúrio ate a foz rio Rovuma.

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Camada Megatrigónia Schwarzi (Grés, margas, calcários e xistos argilosos) Kim
A distribuição desta unidade faz-se em diversos retalhos. Assim, de Sul pra Norte, são os
seguintes: O retalho de Catuani e a faixa que se estende desde a foz do Rio Lúrio até a foz do rio
Montepuez.

O retalho de Catuani foi estudado em 1970 por A. F. SOARES e G. H. SILVA que


atribuíram o nome de formação de Mandjene em virtude desta ser bem visível em vários pontos
da lagoa Mandjene .

A formação de Mandjene é constituído por grés calcários médio a fino, bem calibrado, de
cor amarelos-acastanhada, pouco compacta e com estrutura laminada pouco evidente. No seio de
grés há corpo lenticulares mais ao menos desenvolvidos de calcários gressoso compacto,
micáceo e de cor cinzenta. A fauna fossilíferos é representada por lamelibrânquios e gastrópodes.

Grés Calcário e Conglomerados


Esta unidade aflora formando manchas que a seguir se indica:

 Faixa que se estende desde sabia Sábié até Massingir; e


 Retalho se estende desde sábié até Massingir .

Formação de Sena (Ksc) (Grés e conglomerados)


A formação de Sena distribui-se em duas grandes manchas, a saber:

Mancha de Sena
A mancha de Sena ocupa uma enorme superfície e tem, uma sua extensão N-S, o
comprimento de cerca de 200 km e a largura de 80 km e, a litologia da mancha é mais ou
menos uniforme e consta essencialmente de um grés médio a grosseiro com cimento calco-
argiloso do tipo arcósico na base (ARAUJO, AFONSO e PINTO, 1973). É muito característico
a sua estratificação entrecruzada, denunciadora de uma bacia lacustre de pouca profundidade
para onde os materiais seriam carreados por acção dos rios e, possivelmente, também por acção
dos torrentes como sugere a presença de feldspatos que entram na sua constituição (LUCAS e
AFONSO,1965).

A idade atribuída à formação de Sena é de Albino-Turoniano ( FLORES,1964) baseada


na análise polínicos do grés de Sena.

12
Mancha da Vila Manchado-Rafúri
A Mancha da Vila Manchado-Rafúri alonga-se desde a vila de manchado até ao rio Save,
debruando as manchas dos basaltos e depois prolonga-se em diversos retalhos até Pafúri.

A litológia desta mancha (AFONSO, ARAUJO, PINTO. BARRADAS e LEAL, 1970) é


muito parecida com da mancha de Sena. Apresenta essencialmente três níveis litológicos, a
saber:

 Grés arcósico, esbranquiçado e róseo de grão médio e grosseiro intercalado por finas
lentículas de grés fina;
 Grés com cimento calcário esbranquiçado, por vezes com coloração a vermelhadas;
 Conglomerado poligénico com matriz arcósica ou calcário.

A unidade que constitui esta mancha está compreendida entre as lavas do Jurássico e o do
calcário do Terciário.

Formação do Grudja (Ksm) (calcarenitos)


A formação do Grudja ocorre em duas manchas, a saber: a mancha de Inhaminga e a
mancha de Grudja.

A primeira mancha situa-se a norte e a sul da povoação de Inhaminga. A segunda


estende-se desde o rio Macicabo até perto de Chibabava.

A formação de Grudja assenta sobre a formação de Sena passando superiormente sem


descontinuidade de sedimentação. Inicia-se pela camada de Lopha (Altronya) ungulata e é
constituído por grés amarelo-avermelhado com presença de glauconites, margas arenosas, com
níveis mais compactos e calcários muito ricos em fósseis, com mais de 200 metros de espessuras.
O meio de posicional é marinho de fácies lateral. No que diz respeito a idade, vai do Senoniano
Superior à base do Eoceno médio.

Rocha eruptivas Jurássicas-Cretácicas


As rochas eruptivas Jurássicas e Cretácicas localizam-se nos flancos de depressão do
Rifte e a sequência eruptiva processa-se do seguinte modo:

 Filões de quartzo e os de quartzo-brechoides;

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 Carbonatitos e chaminés aglomeratico;
 Lavas alcalinas e rochas afins;
 Sienitos e granitos; e
 Gabros.

Cenozóico
Os sedimentos do Cenozóico exibem características da margem continental passiva com
uma progradação em direcção ao limite da plataforma continental e talude continental. Dois
Ciclos sedimentares podem ser identificados na secção:

 Paleoceno – Eoceno;
 Oligoceno – Neogeno

Os dois ciclos sedimentares são separados por uma descontinuidade.

Os sedimentos do Paleocénico – Eocénico são separados da rocha subjacente por


descontinuidade erosional. Eles são basicamente depósitos de plataforma continental que se
tornam de mar profundo em direcção a Leste. As formações identificadas como sendo de fácies
marinha pouco profunda são:

 Formação de Grudja Superior (Paleoceno – Eoceno) (espessura de 300 – 400m)

Arenito glauconítico, argila e margas com intercalações calcárias.

 Formação de Cheringoma (Eoceno Médio – Eoceno Superior) (espessura 250 m).

Calcário numulítico com bandas argilosas e arenito calcário.

Na parte central da Bacia de Moçambique em direcção ao Leste, verifica-se uma


mudança de fácies. Faixas de recifes formam barreiras entre as fácies calcárias e argilosas. Como
resultado de correlações detalhadas e interpretações sísmicas, foram estabelecidos 3 níveis de
depressões do Zambezi, nomeadamente do Paleoceno, Eoceno Inferior e Eoceno Superior.

O limite da plataforma desloca-se gradualmente em direcção a Oeste, acompanhando a


transgressão do Paleoceno. O limite da plataforma é definido por depósitos calcários com
espessura de 100 – 150 m. A continuidade dos recifes de barreira é interrompida por diversos

14
canhões submarinos que cortam o limite da plataforma e são a fonte principal do material
clástico para os canhões submarinos.

Em direcção ao Leste a zona do recife é limitada por um talude onde a sequência


compreende camadas finas de depósitos argilo-margosas.

Os depósitos Oligoceno – Neógeno ocorrem como sedimentos dos paleo-deltas do


Limpopo e Zambeze. O Complexo Deltaico do Zambeze é o maior complexo deltaico Cenozóico
do Leste de África. Atinge uma espessura de 400 m.

A secção é formada por areias, argilas e conglomerados com características de


empacotamento deltaico das camadas com numerosas descontinuidades e lentes erosionais.

Formação de Mapai
A formação de Mapai é exposta principalmente na parte sul ocidental de Moçambique,
ao longo do Limpopo, Vales do rio de Uanétzi e de Singuédzi, represa do Rio Massingir e dos
Elefantes (rio de Elefantes).

Formação De Mangulane (TeMG)


A formação do _ e Mangulane compreende dois membros; isto é, O membro de Magude
de que é composto arenitos ferruginoso, e o membro arenoso da pedra calcária.

Formação De Tembe (TeT)


As rochas sedimentares da formação de Tembe são associadas próxima com a formação
de Maputo, particularmente no sul das áreas de Boane. As rochas sedimentares podem
amplamente ser divididas em duas unidades. Primeiramente, há rochas calcárias arenosas e silte,
relativamente homogéneas. Os fósseis macroscópicos são raros. Perto da estrada principal de

Boane a Bela Vista, as rochas situadas abaixo da formação fossilíferos de Maputo. Em


segundo lugar, há arenitos fossilíferos cinzentos e margas siltosas.

Formação do Inhaminga (TeI)


Rochas Eocénicas da formação de Cheringoma sobre o platô de Cheringoma sobreposta,
nos lugares, perto das rochas que pertencem ao Inhaminga (arenito roxo), e formação de
Mazamba (arenito). os afloramentos de arenitos roxos de Inhaminga situada ao longo do rio de

15
Mazamba, no sudoeste de aproximadamente 25 quilômetros de Inhaminga na área 1834 da folha,
onde cobrem grande partes do platô de Cheringoma, discordantemente a formação de mapai.

Formação De Boane (TeB)


Rochas atribuídas à formação de Boane (previamente A formação do sandstone de
Boane) são expostas em torno de algumas pequenas áreas no sul de Boane. A formação de Boane
não foi datada. GTK (200ã) atribuir-lhe uma idade de Paleoceno, no contraste com idade
geológica do cretáceo na escala de 1:250000.

Formação de Cheringoma (TeC)


A formação de Cheringoma forma uma correia contínua ao longo do limite do nordeste
na depressão de Zânguè-Urema área 1834 da folha e em áreas largas das tampas norte do rio de
Búzi na folha da área 1934.Separado por um hiato de Paleoceno -Eoceno de cretáceos subjacente
aos depósitos desta formação, compostos de rochas glauconiticas calcárias (inferiores) e pedras
calcárias dolomítica e calcarenitos (alto).Os horizontes maciços da rocha calcária ocorrem dentro
lugares nesta sucessão, com uma espessura máxima de aproximadamente 70 fácies
deposicionais. A formação Cheringoma corresponde a um ambiente neritica.

Formação De Quissanga (TeQj)


A Lito estratigrafia da bacia do Rovuma (Bingen, et al. 2006) é uma sucessão sedimentar
que compreende uma unidade kaolinitica, bem classificada, de granulação media basal do arenito
sobreposta às pedras das recifes de calcárias micrítico. A formação de Quissanga situa a 60Km
norte da cidade litoral de Pemba.

Formação De Mikindani (TeK)


A formação de Mikindani (Bornhardt, 1900) têm a sua área em Tanzânia, compreende
arenitos castanho-avermelhado, equivalentes com os conglomerados subordinados em
Mozambique, foram descritos por Flores e por Noseda (1961).

Anotou-se que as camas são similares ao Makonde camas (formação de Macomia) mas,
mais menos consolidado. Estimado por cerca de 60-90 m grosso. Nenhuns fósseis foram
encontrados para datá-los os depósitos, mas, em Tanzânia, pareceu sobrepostas aos depósitos
terciários e são considerados da idade Mioceno-Plioceno.

16
Flores e Noseda (1961) interpretaram como uviatile deltaicos, e estão próximo do arenito
grosseiro de Mocímboa da praia a 100m, onde eles foram interpretados como o litoral marinho.

Quaternário
As formações e rochas quaternárias estão espalhadas nos vales dos rios maiores e nas
depressões estruturais causadas por falhamento recente. Os maiores afloramentos de rochas
quaternárias ocorrem no rifte do Zambeze, onde cobrem rochas pertencendo ao Supergrupo do
Karoo e à Formação do Mágoè do Cretácico, principalmente a norte da vila do Zumbo, a sul da
Albufeira de Cahora Bassa e na extensão oriental do vale do Zambeze em direcção ao Malawi.
Também se depositaram sedimentos quaternários nas estruturas de rifte isoladas de Mucangádzi
e Candere, do Graben de Metendeze-Lumázi e do rifte de N’Condédzi-Messambedeze.

Depósitos quaternários podem ser subdividos em depósitos Pleistocênicos, como Dunas


Internas, Grés Costeiros (ou a ‘Rocha Praial’), Terraços Fluviais e Calcários Lacustres e
depósitos Holocénicos, como depósitos de planície de inundação de composição arenoargilosa
ou lamosa, dunas costeiros e areias praiais e depósitos aluviais.

Processos exogénicos, notavelmente as significativas flutuações do nível do mar devido à


alternância de episódios glaciais e interglaciais, foram os principais controladores das suas
composições.

Os depósitos Pleistocénicos incluem: (1) Cascalho e areia de terraços fluviais (Qt); (2)
Lama eluvial de planície de inundação (Qpi); (3) Coluvião (Qc); (4) Sedimento de praias
soerguidas/Areias (Grés) costeiras (Qcs); (5) Depósitos de areia argilosa de planície de
inundação eluvial (Qps) e (6) Destroços com seixos (Qp)

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Tabela cronostratigráfica do fanerozóico em Moçambique.
Éo Er Período Complexo / Grupo / Formaçã Litotipo
n a SuperGrup Suite o
o
F C Quaternári Holoceno Karro CrL; Qd; Tek; TeAu; TeAm;
A E o Pleistocen Tech; TeAb; TeI;
N N o TeQJ; TeMG; TeJs;
E O Terciário Mioceno TeA; TeJ; TeJc; Qc;
R Z Plioceno TeZ; Qa; Qcs; Qe; Qps;
O Ó Qm; Qb; Qss.
Z I Qdi; TeT;
Ó C TeP; TeB;
I O TeS; TeC;
C TeM;
O TeVs;
M Cretácico Karro PeB; TrP; CrP CrPm; CrMs;
E Jurássico Karro / CrMo; CrPc; TrFb;
S Triásico Superior CrMf; TrMe; JrTe;
O ; CrL; TrF; TrM; CrMI; CrMs;
Z JrAg; JrZ; JrT; CrM; CrSc; CrSb;
Ó TrUZ. CrS; CrSt; CrLM;
I CrLL; CrLI;
E CrLT;
O
P Pérmico Karro Ecca; PeT; OrM; Cas;
A Carbónico Dwyka; PeM; CbV CaRNbg;
L Devónico CaR; Camy;
E Silúrico CaN; CaRsy;
O Ordovício CaML; CaRgb;CaRgr
Z Câmbrico .
Ó
I
C
O

18
Conclusão
Como sabemos Moçambique é constituído por duas litologias sendo uma pré-cambriana e
a outra pós cambriana. O nosso trabalho teve enfoque na litologia pós cambriana dado que o
nosso tema de debate “ fanerozóico em Moçambique” assentiu-se nele; Durante a elaboração
desse trabalho Constatamos que:

Era paleozóica em Moçambique pode ser verificada na região centro e norte do país.
Sendo que a era Paleozóica é pelas formações de Moatize, Vúzi, Matinde e de Cádzi, que faz
limite com a era Mesozóica encontradas na região Norte e Centro do país.

As formações do Mesozóicos com grande impacto em Moçambique são Jurássico e


Cretácico, sendo o Jurássico manifestado pelas Formação greso-conglomertico de Tete,
Calcários de Moçambique e de Cabo Delgado, Grés inferior de Lupatar e Cretacico
Indiferenciado, Camada dos Macondes ( KIC), Grés Calcário e Conglomerados, Formação de
Sena (Ksc) e Formação do Grudja (Ksm).

3
Referencias Bibliográficas
 AFONSO, R. S Marques e MAURIZIO, F. A evolução geológica de Moçambique;
Instituto de investigação científica tropical – Lisboa; DNG, Maputo, Moçambique.
 GTK Consortium (2006a). Notícia Explicativa da Carta Geológica 1:250.000. Direcção
Nacional de Geologia, Volume 4, Maputo.
 GTK Consortium (2006b). Notícia Explicativa da Carta Geológica 1:250.000. Direcção
Nacional de Geologia, Volume 1, Maputo.
 GTK Consortium (2006c). Notícia Explicativa da Carta Geológica 1:250.000. Direcção
Nacional de Geologia, Volume 2, Maputo.
 GTK Consortium (2006d). Notícia Explicativa da Carta Geológica 1:250.000. Direcção
Nacional de Geologia, Volume 3, Maputo.

4
Anexo 1

Figura 2: mapa geográfica e geológica do paleozóico em Moçambique. Fonte: III – Grupo.

3
Anexo 2

Figura 3: mapa geográfica e geológica do mesozóico em Moçambique. Fonte: III – Grupo.

4
Anexo 3

Figura 4: cenozóico no centro de Moçambique. Fonte: III – Grupo.

5
Figura 5: cenozóico no sul de Moçambique. Fonte: III – Grupo.

6
Figura 6: cenozóico no norte de Moçambique. Fonte: III – Grupo.

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