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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Licenciatura em Ensino de Geografia

 O Impacto das Rochas sedimentares e metamórficas em Moçambique (Caso das


regiões norte, centro e sul do pais).
Nome

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Disciplina: Geologia Geral
Ano de frequência: 1o Ano
Docente:

Quelimane, Maio de 2023

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Licenciatura em Ensino de Geografia

 O Impacto das Rochas sedimentares e metamórficas em Moçambique (Caso das


regiões norte, centro e sul do pais).
Nome Código:

Trabalho de Geologia Geral a ser submetido a Universidade


Católica de Moçambique-Instituto de Educação a Distancia,
delegação de Quelimane, para efeitos de avaliação
Docente:

Quelimane, Maio de 2023


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ÍNDICE
1.Introdução.............................................................................................................................4

1.1.Objetivo geral.....................................................................................................................5

1.1.1.Objetivos específicos.......................................................................................................5

1.1.2.Metodologias...................................................................................................................5

2.O IMPACTO DAS ROCHAS SEDIMENTARES E METAMÓRFICAS EM......................6

2.1.Conceito de rochas.............................................................................................................7

2.1.1.Conceito de minerais.......................................................................................................7

2.1.2.Características das Rochas Sedimentares........................................................................8

2.1.3.Subdivisão das Rochas metamórficas..............................................................................8

2.1.4.Características das Rochas Metamórficas........................................................................8

2.1.5.Agentes do Metamorfismo..............................................................................................9

2.1.6.Temperatura....................................................................................................................9

2.1.7.Pressão..........................................................................................................................10

2.1.8.Fluidos de circulação.....................................................................................................10

2.1.9.Tempo...........................................................................................................................10

2.2.O Metamorfismo..............................................................................................................11

2.2.1.Tipos de Metamorfismo.................................................................................................11

2.2.2.Conceito de rochas ornamentais e para revestimento....................................................12

2.2.3.Rochas Ornamentais......................................................................................................12

2.2.4.Rochas para revestimento..............................................................................................12

2.2.5.Determinação da natureza das rochas – aspectos importantes.......................................12

2.2.6.Terreno do Gondwana Sul.............................................................................................13

2.2.7.Terreno do Gondwana Este...........................................................................................17

2.2.8.Cobertura fanerozóica...................................................................................................17

2.2.9.Evolução geodinâmica...................................................................................................20

3.Conclusão............................................................................................................................23

4.Referencias bibliograficas...................................................................................................24

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1.Introdução
Este trabalho enfoca sobre o impacto das Rochas sedimentares e metamórficas em
Moçambique, tipos rochosos, métodos de assentamento e possíveis patologias que
podem ocorrer no emprego das rochas.
Moçambique é caracterizado pela ocorrência de uma grande diversidade geológica
(geodiversidade), da qual fazem parte locais geológicos com carácter excepcional do
ponto de vista científico, didáctico, turístico, etc., denominados por geossítios.
Devido à cada vez maior procura de recursos naturais para serem utilizados como
matéria-prima, relacionada com o crescente desenvolvimento económico mundial, a
integridade da geodiversidade está cada vez mais ameaçada. Por isso, torna-se
necessário criar mecanismos que assegurem a protecção e preservação de locais da
geodiversidade considerados excepcionais, para que neles possam ser realizadas
actividades científicas, pedagógicas, turísticas e para que as futuras gerações também
possam usufruir deles.
Os conhecimentos destes aspectos tornam-se valiosos para uma correta especificação e
aplicação deste material pétreo. De acordo com FRAZÃO (2002).
O comportamento que uma rocha apresentará em uma obra está intimamente
relacionado com as suas propriedades, composição mineralógica, textura e estrutura.
Estas características é que nortearão a resposta, satisfatória ou não, às solicitações
químicas e físico-mecânicas do meio ambiente (seja este na escala micro ambiental,
como por exemplo, num concreto, ou macro ambiental, como por exemplo, em
revestimento de exteriores de edificações).
Verifica-se que a rocha traz consigo resultante de sua formação geológica, os requisitos
de resistência e durabilidade, insuperáveis por muitos materiais, desde que sejam
atendidas as condições em que deve ser aplicada, e que, dentre as muitas variedades
com que ela se apresenta, a correta escolha seja adotada (CAVALCANTI, 1951).
Deteriorações que podem ocorrer decorrem não de problemas na própria rocha, mas sim
por falta de ciência das técnicas de colocação, limpeza e manutenção.

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1.1.Objetivo geral
 Debruçar-se sobre o impacto das Rochas sedimentares e metamórficas em
Moçambique
1.1.1.Objetivos específicos
 Definir rocha;
 Classificar as rochas quanto a sua origem;
 Descrever o ciclo geológico das rochas em Moçambique.
1.1.2.Metodologias
Em relação a natureza da pesquisa do ponto de vista da forma de abordagem do
problema, o presente estudo adoptou uma abordagem mista (quantitativa & qualitativa).
A abordagem quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las e
abordagem qualitativa centra-se no quadro de interpretações, compreensão de sentidos
que os indivíduos desenvolvem em torno dos factos e fenómenos em indagação.

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2.O IMPACTO DAS ROCHAS SEDIMENTARES E METAMÓRFICAS EM
MOÇAMBIQUE (CASO DAS REGIÕES NORTE, CENTRO E SUL DO PAIS)
Segundo PETRUCCI (1973), as rochas são os materiais naturais mais antigos utilizados
pelo homem. Um facilitador para o uso deste material pelos povos primitivos, é que ele
pôde ser usado sem praticamente nenhuma alteração do seu estado natural.
Costuma-se chamar a época quaternária, do aparecimento do homem de Idade da Pedra.
Por sua vez, esta Idade é dividida em três etapas: a paleolítica, a mesolítica e a neolítica,
e estende-se, por suposição, desde 500.000 A.C. até 1.500 A.C. (PETRUCCI, 1973).
No período conhecido como Neolítico Superior surgiram os primeiros monumentos em
rocha. Como exemplos são citadas as construções (explanadas adiante) conhecidas
como nurague, dólmens, menhir e tumuli.
O período Neolítico ou “nova pedra” (7.000 A.C. a 2.500 A.C.) se divide em Inferior e
Superior. O período Inferior compreende a fase do uso da pedra lascada. O período
Superior compreende a última fase da Idade da Pedra, caracterizada pela presença de
armas e ferramentas de pedra polida. O período Neolítico também é conhecido como
período Megalítico. Megálito é de origem grega e significa grande pedra (FREDDO,
2008).
Esta época, de acordo com RODRIGUES (2013), tem como característica as
proximidades com rios, cujas cheias regulares ajudavam na fertilização do solo e como
consequência aumentavam o cultivo agrícola. Também neste período houve a
descoberta do fogo e do metal, que aliadas às transformações no ambiente, permitiram
ao homem um maior controle da natureza.
Dessa maneira, o homem inicia o processo de abandono das cavernas e passa a construir
suas próprias moradias. Essas moradias são conhecidas e denominadas Nuragues, que
significam construções edificadas em rocha. Tinham formas de cone, como se fossem
fendas, e não possuíam nenhum outro material que provocasse uma mistura ou até
mesmo a união dessas fendas.

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Fonte: Rodrigues (2013)
2.1.Conceito de rochas
Rocha é definida como um corpo sólido natural, resultante de um processo geológico
determinado, formado por agregados de um ou mais minerais, arranjados segundo as
condições de temperatura e pressão existentes durante sua formação. Também, podem
ser corpos de material mineral não cristalino, como o vidro vulcânico e materiais sólidos
orgânicos, como o carvão (ISAIA, 2007).
De acordo com LAMAGUTI (2001) quando uma rocha é constituída
predominantemente por uma só espécie mineral ela é dita monominerálica. Exemplos
são os quartzitos (quartzo), mármores calcíticos (calcita), mármores dolomíticos
(dolomita), serpentinitos (serpentina).
Quando uma rocha é formada por várias espécies minerais ela é dita poliminerálica. É o
caso, por exemplo, dos granitos (quartzo, feldspatos, micas, anfibólios e piroxênios).
2.1.1.Conceito de minerais
Mineral é uma substância sólida natural, inorgânica e homogênea, que possui
composição química definida e estrutura cristalina característica. Os minerais formam-
se na natureza, por cristalização a partir de líquidos magmáticos ou soluções termais,
pela recristalização em estado sólido, ou, ainda, como produto de reações químicas
entre sólidos e líquidos.
(ISAIA, 2007).
Ainda de acordo com ISAIA (2007) os minerais podem se alterar (mudar de
composição química e estrutura cristalina) tanto pela interação com líquidos
magmáticos tardios, por processos designados de hidrotermais; quanto pela exposição

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as condições reinantes na superfície terrestre, as quais levam à geração dos minerais de
alteração ou secundários (argilominerais e hidróxidos de ferro e alumínio, entre outros),
como resultado das atividades intempéricas.
2.1.2.Características das Rochas Sedimentares
As rochas sedimentares são um dos três principais grupos de rochas (os outros dois
sendo as rochas ígneas e as metamórficas) e formam-se por três processos principais:
 Pela deposição (sedimentação) das partículas originadas pela erosão de outras
rochas (conhecidas como rochas sedimentares clásticas);
 Pela deposição dos materiais de origem biogénica; e
 Pela precipitação de substâncias em solução.

2.1.3.Subdivisão das Rochas metamórficas


As rochas sedimentares podem ser divididas em:
a) Clásticas - Formadas a partir da desagregação de rochas pré-existentes. A
composição destes sedimentos reflecte os processos de intemperismo e a geologia da
área da fonte. ex. arenitos.
b) Orgânicas - Formadas pela acumulação de restos derivados de animais ou vegetais,
como o carvão mineral.
c) Químicas - Formadas através da precipitação de substâncias que se encontram em
dissolução nas águas. ex. calcáreos (CaCO3).
d) Residuais - Resultantes de solos endurecidos por precipitação de hidróxidos de ferro
e alumínio ou outros compostos.
2.1.4.Características das Rochas Metamórficas
Em geologia, chamam-se rochas metamórficas àquelas que são formadas por
transformações físicas e químicas sofridas por outras rochas, quando submetidas ao
calor e à pressão do interior da Terra, num processo denominado metamorfismo.
As rochas metamórficas são o produto da transformação de qualquer tipo de rocha
levada a um ambiente onde as condições físicas (pressão, temperatura) são muito
distintas daquelas onde a rocha se formou. Nestes ambientes, os minerais podem se
tornar instáveis e reagir formando outros minerais, estáveis nas condições vigentes. Não
apenas as rochas sedimentares ou ígneas podem sofrer metamorfismo, as próprias
rochas metamórficas também podem, gerando uma nova rocha metamorfizada com
diferente composição química e/ou física da rocha inicial.

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Como os minerais são estáveis em campos definidos de pressão e temperatura, a
identificação de minerais das rochas metamórficas permite reconhecer as condições
físicas em que ocorreu o metamorfismo. O estudo das rochas metamórficas permite a
identificação de grandes eventos geotectônicos ocorridos no passado, fundamentais para
o entendimento da actual configuração dos continentes.
As cadeias de montanhas (ex. Andes, Alpes, Himalaias) são grandes enrugamentos da
crosta terrestre, causados pelas colisões de placas tectónicas. As elevadas pressões e
temperaturas existentes no interior das cadeias de montanhas são o principal mecanismo
formador de rochas metamórficas. O metamorfismo pode ocorrer também ao longo de
planos de deslocamentos de grandes blocos de rocha (alta pressão) ou nas imediações de
grandes volumes de magmas, devido à dissipação de calor (alta temperatura).
2.1.5.Agentes do Metamorfismo
Minerais deformados e alinhados exemplo: mármore, quartzito e ardósia
Embora não nos seja possível assistir à gênese de rochas metamórficas, visto ocorrer a
grandes profundidades, conseguimos facilmente através de variados estudos concluir
que a temperatura e a pressão são os principais factores de metamorfismo. No entanto
estes dois factores encontram-se intimamente ligados a outras condicionantes como é o
caso dos fluidos de circulação, a intensidade de aquecimento e o tempo durante o qual a
rocha se encontra submetida a esses factores.
Desta forma ocorre o metamorfismo, ou seja, as rochas apesar de se manterem no estado
sólido sofrem alterações um pouco profundas que incluem modificações tanto a nível
químico como a nível estrutural. A rocha sofre ainda alterações na textura. Todos estes
agentes atacam em conjunto apesar de existirem diferentes ambientes metamórficos. O
metamorfismo pode ser baixo, médio e de alto grau.
2.1.6.Temperatura
A temperatura aumenta com a profundidade, mas para além disso quando ocorre uma
intrusão magmática, o calor vai sobreaquecer as rochas encaixantes, calor proveniente
desse magma. Assim as rochas ficarão submetidas a temperaturas que provocarão
diversas alterações, embora essas temperaturas não sejam suficientes para fundir as
rochas. Portanto, a temperatura favorecerá reacções químicas entre minerais
aumentando assim a vulnerabilidade das rochas que serão sujeitas a pressões.
Normalmente no metamorfismo o efeito da pressão combina-se com o da temperatura.

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2.1.7.Pressão
Como o processo designado por metamorfismo que ocorre no interior da terra, as rochas
encontram-se a diferentes profundidades, e, desta forma, sujeitas a pressões variadas. A
maior parte das pressões são devidas ao peso das camadas superiores designando-se por
isso pressões litostáticas. Estas pressões podem-se sentir facilmente a profundidades
relativamente pequenas. Existem ainda outras pressões orientadas que se relacionam
directamente com compressões provenientes dos movimentos laterais das placas
litosféricas. A orientação e deformação de muitos minerais existentes nas rochas
metamórficas evidencia a influência deste tipo de pressão como podemos verificar nas
seguintes figuras (macro e microscópicas respectivamente).
2.1.8.Fluidos de circulação
Nos intervalos das rochas predominam diversos fluidos quer no estado gasoso quer no
estado líquido, de acordo com as diferentes condições de pressão e temperatura. A água
é um dos fluidos mais importantes que transporta várias substâncias em solução, e, para
além de ser dissolvente de quase todas as substâncias, este fluído provoca diversas
reacções químicas. Pode ocorrer, ainda, a migração de materiais, através da água, que
irão contribuir, assim, para alterações químicas e até mesmo mineralógicas.
As reacções metamórficas serão assim muito lentas devido ao baixo volume de fluidos
intersticiais. Com o aumento, quer da temperatura quer da pressão, os intervalos da
rocha vão diminuindo consequentemente e os fluidos serão lentamente expulsos. Assim,
os minerais hidratados, como é o caso dos minerais de argila tornam-se mais instáveis e
com a perda de água transformam-se normalmente em minerais anidros, como é o caso
de feldspatos e piroxénos. Devido a esta condicionante, as rochas de alto grau de
metamorfismo abrangem muito poucos minerais hidratados, sendo estes muito mais
frequentes nas rochas de baixo metamorfismo. A água influencia ainda o ponto de fusão
dos materiais, podendo assim ocorrer fusão a temperaturas muito mais baixas do que as
indispensáveis em ambientes meio secos.
2.1.9.Tempo
O tempo é um factor bastante importante para a formação deste tipo de rochas. Não se
pode dizer exactamente quanto tempo demora uma rocha metamórfica a formar-se para
diversas condições de temperatura e de pressão. Contudo diversas experiências
laboratoriais mostram que a altas pressões e a altas temperaturas, durante um período de
tempo de alguns milhares ou mesmo milhões de anos, se produzem cristais de

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dimensões elevadas. Há ainda que referir que se pensa que as rochas metamórficas são o
produto de um longo metamorfismo a alta pressão e a alta temperatura quando
apresentam um aspecto granular grosseiro e que as rochas de grão fino serão
eventualmente o produto de baixas temperaturas e pressões.
2.2.O Metamorfismo
O processamento, sem alterar o estado da estrutura ou composição química de uma
rocha ou mineral, quando ele é submetido a condições de temperatura e pressão
diferentes do aumento ou receber uma injecção de fluidos. Ao mudar a física, passando
o material rochoso que está sendo removido do equilíbrio e tenderá, como obtido para a
energia de transição, a evoluir para um estado diferente, em equilíbrio com as novas
condições. é chamado de rocha metamórfica resultante desta transformação.
2.2.1.Tipos de Metamorfismo
a) Metamorfismo de contacto: Também conhecido como metamorfismo térmico, ocorre
quando a transformação das rochas é principalmente devido às altas temperaturas a que
são submetidos. Isso ocorre quando o magma invade um corpo rochoso e alta
temperatura metamorfoseados as rochas hospedeiras, formando uma auréola de
contacto.
b) Metamorfismo regional: Ela é produzida pelo efeito simultâneo do aumento da
pressão e temperatura por longos períodos de tempo em grandes áreas da crosta
terrestre, com alta actividade tectónica, tais como limites de placas litosféricas, que
também influenciam a presença de fluidos nas rochas para ser metamorfoseado, e as
tensões provocadas pelo movimento das placas tectónicas. Normalmente, o crescimento
de cristais durante o metamorfismo regional é acompanhado por uma deformação
provocada por causas tectónicas.
c) Metamorfismo dinâmico: O factor dominante no metamorfismo dinâmico (ou
dinamometamorfismo) é a pressão, causada pelo movimento entre os blocos ou gerados
pela acção de falhas. As rochas que são gerados neste processo são chamados de
lacunas ou falhas cataclastitas, caracterizada pela presença de músicas abrangidos por
esta matriz, produzido pela moagem.
d) Metamorfismo de enterramento: Esboço de uma bacia sedimentar com sedimentos
grossos. Nas áreas mais profundo há um metamorfismo de soterramento.
e) Metamorfismo de choque: é formado quando as condições de pressão são muito
elevadas, tais como impactos de meteoritos. Os átomos de silício são vermelho,

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oxigénio e cinza. Também conhecido como metamorfismo de impacto, ocorre pelo
efeito das ondas de choque produzida pelo impacto de meteoritos, explosões nucleares
ou ensaios de laboratório.
2.2.2.Conceito de rochas ornamentais e para revestimento
2.2.3.Rochas Ornamentais
O Laboratório de Caracterização de Rochas Ornamentais – LABTEC Rochas (2013),
cita ainda que as rochas ornamentais podem ser aplicadas em monumentos, esculturas,
arte funerária, bancadas, colunas, edificações, etc. Toda rocha ornamental deve ser
identificada por um padrão estético, que leva em conta a cor, a textura e a presença ou
não de estruturas nessa rocha. Essas características por sua vez são determinadas pelos
processos geológicos responsáveis pela formação dessa rocha e pela presença de
determinados minerais, orientações e deformações, dentre outros aspectos.
2.2.4.Rochas para revestimento
De acordo com FRAZÃO (2002) na esfera comercial, tradicionalmente, as rochas
ornamentais e para revestimento são agrupadas em duas grandes categorias: “granitos”,
na qual se incluem as rochas silicáticas (ígneas e metamórficas), e “mármores”,
entendidos como qualquer rocha carbonática, tanto de origem sedimentar (calcários) ou
metamórfica, passível de polimento.
Com a evolução do uso, variedades de materiais pétreos e das tecnologias associadas,
essas designações se ampliaram e, atualmente, também englobam “quartizitos”,
“arenitos”, “calcários”, “travertinos” e “ardósias”, cada qual objeto de normalização e
especificação próprias (FRAZÃO, 2002).
2.2.5.Determinação da natureza das rochas – aspectos importantes
A determinação da natureza das rochas se inicia nos trabalhos de campo e se completa
em laboratório. Em campo, procede-se ao mapeamento geológico, que inclui a
observação, reconhecimento e registro dos tipos rochosos e suas associações, da forma
de ocorrência, das estruturas presentes e outras feições importantes. Em laboratório são
realizados os estudos petrográficos (usualmente por microscopia óptica), fundamentais
para a correta caracterização tecnológica da rocha, pelos quais se obtém a classificação
petrográfica, fornecida principalmente com base na composição mineralógica, arranjo
espacial dos minerais e granulometria, cada qual com maior importância relativa
conforme o tipo de rocha (ISAIA, 2007).

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As rochas intrusivas do Pan-Africano Inicial no Bloco de Tete-Chipata do Terreno do
Gondwana Oeste incluem rochas intermédias a félsicas da Suite de Matunda (528 ± 4),
da Suite (ultra)máfica do Atchiza (864 ± 30 Ma), da Suite máfica de Ualádze, o
Leucogranito de Cassenda e o Granito do Monte Inchinga. Vários granitos de idade pan-
africana superior e de idade pós-pan-africana também se instalaram no soco
precâmbrico mais antigo, dos quais a suite de Sinda (502 ± 8 Ma) é o maior de todos
eles. Stocks de dimensões menores pertencentes ao Granito de Macanga (470 ± 14 Ma)
intruem o Grupo de Chidzolomondo, perto da confluência dos rios Luângua e Luia
(GTK Consortium, 2006a).

Fig. Extracto da Carta Geológica de Moçambique 1:250 000 (Songo).


Fonte: Direcção Nacional de Geologia.
2.2.6.Terreno do Gondwana Sul
O Terreno do Gondwana Sul é composto por um núcleo arcaico, sedimentos de
plataforma proterozóicos e cinturões dobrados proterozóicos (GTK Consortium,
2006b).
Em Moçambique, na província de Tete, a Zona de Cisalhamento de Sanângoè constitui
a fronteira entre os Terrenos do Gondwana Oeste e Sul. As duas janelas erosionais que
formam grandes aprisionamentos na Suite de Tete compreendem a janela ocidental do

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soco, conhecida como o Domo do Rio Chacocoma e uma janela oriental, conhecida
como o Domo do Rio Mazoe. Estando localizados a sul da Zona de Cisalhamento de
Sanângoè, ambos os domos pertencem ao Terreno do Gondwana Sul. As litologias dos
domos são atribuídas ao Granito de Chacocoma e à Formação de Chíduè (GTK
Consortium, 2006a).
Na província de Manica ocorrem rochas proterozóicas que podem ser divididas em três
categorias, nomeadamente: (1) sedimentos autóctones e vulcanitos do Grupo
mesoproterozóico de Umkondo (~ 1102 Ma); (2) metassedimentos para-autóctones do
Grupo de Gairezi; e (3) metassedimentos alóctones do Complexo mesoproterozóico do
Báruè (GTK Consortium, 2006b).

Fig. Terrenos do Gondwana Este, Oeste e Sul na província de nortenha de Tete


(GTK Consortium, 2006a).

Na mesma província também ocorrem rochas arcaicas pertencentes ao


Complexo de Mudzi (2713 ± 22 Ma), que corresponde à parte norte da margem oriental
do Cratão do Zimbabwe e ao Complexo de Mavonde, que é a parte sul do mesmo
cratão.
As rochas supracrustais do Cinturão de rochas verdes de Mutare-Manica são atribuídas
ao Grupo de Manica (2650 Ma). As rochas félsicas mais antigas que ~ 2.64 Ga são
atribuídas aos “Granitos Mais Antigos (2907 ± 16 Ma)” (GTK Consortium, 2006c).
Os cinturões de dobramentos proterozóicos, que ocorrem ao longo das margens norte e
leste do Cratão do Zimbabwe, estendem-se a Moçambique. O Cinturão do Zambeze, de

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direcção E-W, parte do cinturão continental Damariano-Lufiliano- Zambeze, flanqueia
o Cratão do Zimbabwe a norte. Este cinturão orogénico abarca uma pilha de massas de
carreamento ou nappes, que incluem componentes arcaicos (> 2.5 Ga),
mesoproterozóicos (~ 1.0 – 1.4 Ga) e neoproterozóicos (0.8 – 0.5 G.

Fig. 3.9 Extracto da Carta Geológica de Moçambique 1: 250 000, (Gorongosa). Fonte:
Direcção Nacional de Geologia.

O Cinturão do Zambeze meridional é composto por duas nappes, nomeadamente o


Terreno Alóctone do Zambeze (Complexo de Mavuradonha e Complexo de Masoso) e o
Terreno Gnaissico Marginal (Grupo de Rushinga ~ 2.0 Ga).
A margem leste do Cratão de Kalahari é parte do Cinturão de Moçambique, com
direcção N-S e compreende o Grupo de Gairezi (2041 ± 15 Ma), o Complexo de Báruè
e a Suite de Guro, com 867 ± 15 Ma (GTK Consortium, 2006c).
A geologia do norte de Moçambique pode ser subdividida em: (1) domínio estrutural da
Faixa de Empurrão do Lúrio, (2) a própria Faixa de Empurrão do Lúrio e (3) domínio
estrutural sul da Faixa de Empurrão do Lúrio, isto é, a sub-Província de Nampula.
Na zona norte de Moçambique, podem ser identificadas as seguintes unidades tectono-
estratigráficas:

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• O Complexo da Ponta Messuli, que é um fragmento de soco paleoproterozóico
(1954 ± 15 Ma), constituindo a parte norte-noroeste do soco cristalino do norte de
Moçambique;
• O Grupo de Txitonga, de baixo grau e de idade desconhecida, sobrejacente no
complexo acima referido;
• O soco cristalino a sul do Graben de Maniamba, de idade do Karoo, e ao norte da
Faixa do Lúrio, predominantemente composto por gnaisses mesoproterozóicos (1110 a
990 Ma), que fazem parte (de leste para oeste) dos Complexos de Unango e de Marrupa,
e por nappes pan-africanas, compreendendo (de leste para oeste) os Complexos de M
´Sawise, Muaquia, Xixano, Nairoto, Montepuez, Lalamo e Meluco (GTK Consortium,
2006d; Bingen et al., 2007).
A Faixa de Empurrão do Lúrio, de orientação WSW-ENE, separa o domínio estrutural
norte do bloco do soco cristalino sul da sub-Província de Nampula. Em termos
litológicos, a Faixa de Empurrão do Lúrio pode ser considerada como uma melange
tectónica, incluindo granulitos e gnaisses cisalhados, incorporados no
Complexo de Ocua e metassedimentos do Complexo de Montepuez (GTK Consortium,
2006d).
O soco cristalino da parte sul da sub-Província de Nampula, a sul da Faixa do
Lúrio, compreende o Complexo de Nampula e os Klippens de Monapo e de Mugeba
(735 a 550 Ma), supostamente relacionados com a Faixa do Lúrio.

Fig. Geologia simplificada da sub-Província de Nampula. Azul-escuro: Complexo de


Mocuba; Azul-claro: Gnaisses de Mamala; Púrpura: Gnaisses de Rapala;
Castanhoescuro: Complexos de Molócuè e de Mecubúri; Castanho-claro: Suite de
Culicui; Preto: Complexo do Alto-Benfica; Cinzento: Complexo de Ocua (incluindo os

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Klippen de Monapo e Mugeba); Verde-claro: sub-Província de Unango; Verde-escuro:
sub- Província de Marrupa; Vermelho: Suites de Murrupula e de Malema (GTK
Consortium, 2006d; Macey et al., 2006).

As rochas do Complexo de Nampula compreendem orto e paragnaisses


mesoproterozóicos (1125-1075 Ma) pertencentes à Suite de Mocuba, Grupo de Molócuè
(> 1125 Ma), Suite de Culicui (1075 Ma) e o Grupo do Alto Benfica, intruídas por
granitóides câmbricos e ordovícicos pan-africanos (530-450 Ma) pertencentes à Suite de
Murrupula e de Malema, e por pegmatitos (480-430 Ma) (GTK Consortium, 2006d).
2.2.7.Terreno do Gondwana Este
O terreno do Gondwana Este na província de Tete é composto por gnaisses
mesoproterozóicos pertencentes ao Grupo da Angónia e pela Suite de Ulonguè,
composta por rochas plutónicas neoproterozóicas (GTK Consortium, 2006a).
2.2.8.Cobertura fanerozóica
A cobertura do Fanerozóico em Moçambique engloba em geral todas as litologias
depositadas posteriormente ao Ciclo Orogénico Pan-Africano. Estas são geralmente
sedimentos (sub-)horizontais continentais a marinhos e rochas (sub-) vulcânicas mais
recentes) em Supergrupo do Karoo e sequências depositadas durante o desenvolvimento
do Sistema do Rifte da África Oriental (Fig.3.12). O Supergrupo do Karoo, depositado
durante o evento do Karoo, anuncia a separação abortada do Gondwana e pode ser
dividido nos Grupos do Karoo Inferior e do Karoo Superior (GTK Consortium, 2006b).

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Fig.Principais unidades geológicas do nordeste de Moçambique (Bingen et al., 2007).

As sequências do Rifte Este-Africano compreendem uma associação de sedimentos e de


rochas (sub-)vulcânicas associadas, que podem estar relacionadas com o rifting, deriva e
dispersão do Gondwana.
As rochas do Karoo em Moçambique ocorrem em várias estruturas de rifte do tipo
graben. Estas constituem (de norte a sul) o Graben de Metangula (Província de Niassa),
a Bacia do Rovuma (Província de Cabo Delgado) e o Graben do Médio Zambeze
(Província de Tete) (Fig. 3.13). Mais para sul de Moçambique, o Karoo é representado
por vulcanitos básicos e ácidos dos estreitos monoclinais de Nuanétzi- Save com
direcção ENE-WSW a NE-SW, dos Libombos com direcção N-S a NNWSSE e pelo
cortejo filoneano de Okavango, orientado WNW-ESW, todos pertencentes ao Karoo
Superior. O Graben do Médio Zambeze (orientado E-W, Fig. 3.13), devido à
sobreposição da tectónica extensiva do Cretácico, pode ser dividido nos grabens do
Luia e de Moatize, com orientação NW-SE (GTK Consortium, 2006a).

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Fig. Distribuição do Karoo Superior e Inferior e sequências depositadas durante o
desenvolvimento do Sistema do Rifte da África Oriental (GTK Consortium, 2006b).
A deposição dos sedimentos do Karoo Inferior teve início no período da glaciação de
idade correspondente ao Dwyka (Carbónico Superior) e termina no Pérmico. Em
Moçambique, os afloramentos do Karoo Inferior são representados pela Formação do
Vúzi. A Formação de Moatize, muito importante em termos económicos, foi depositada
durante o Pérmico Inferior com espessas camadas de carvão locais.
O Karoo Inferior termina com a deposição de sedimentos da Formação de Matinde
durante o Pérmico Médio a Superior. A Formação de Cádzi abrange o limite entre os
Grupos do Karoo Inferior e Superior (GTK Consortium, 2006a).
O Karoo Superior compreende formações compostas principalmente por sedimentos
terrestres juntamente com rochas (sub-)vulcânicas inter-estratificadas ou intrusivas do
Triássico Inferior a Jurássico Inferior. Na província de Tete, elas estão restritas aos
pórfiros e felsitos de Búnguè, e a basaltos, riolitos e diques máficos espalhados na área.
As rochas ígneas são atribuídas principalmente à Suite de Rukore (180 – 190 Ma),
contemporânea e possivelmente relacionada com a Suite da Gorongosa e com os
vulcanitos do Monoclinal dos Libombos (GTK Consortium, 2006a). Na província da
Zambézia as litologias do Karoo Superior ocorrem na Formação (Basáltica) de Chueza
(GTK Consortium, 2006d).
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O Supergrupo do Karoo (Carbónico Superior a Jurássico Inferior), manifestando uma
fase de rifting abortado, após um intervalo de ~ 40 Ma, é seguido por um período de
rifte continental, deriva e dispersão do Gondwana. Esta fase é contemporânea com o
desenvolvimento do Sistema do Rifte Este-Africano que teve início no Cretácico. Na
zona central e sul de Moçambique, este processo deu início ao surgimento do Rifte de
Luia e ao Graben do Baixo-Zambeze e ao desenvolvimento da bacia de Moçambique,
cuja base compreende rochas vulcânicas do Karoo Superior cobertas por sucessões
sedimentares do Cretácico Médio e mais jovens, porém com um hiato de ~ 40 Ma entre
estes (GTK Consortium, 2006c, Fig. 3.13). Estas sucessões incluem uma série de
sequências de plataforma rasa e de águas mais profundas, restritas a várias estruturas de
rifte e rochas (sub-)vulcânicas associadas.
Seis sequências deposicionais maiores, de idade cretácico-terciária, podem ser
reconhecidas e incorporadas no esquema estratigráfico para toda a bacia.
A primeira sequência representa a deposição de idade jurássica superiorcretácica
inferior do Grupo da Lupata no norte e a colocação contemporânea de rochas vulcânicas
da Província Alcalina de Chirua, com descontinuidades no Neocomiano (do Berriasiano
ao Barremiano) e no Aptiano.
2.2.9.Evolução geodinâmica
Na zona noroeste de Moçambique, concretamente na província de Tete, a fronteira entre
os terrenos do Gondwana Este e Oeste é formada pela frente de carreamento da
Angónia, a qual possui vergência para oeste e ligeira inclinação para leste (GTK
Consortium, 2006a).
No norte de Moçambique, o limite entre o Complexo paleoproterozóico da Ponta
Messuli (1954 ± 15 Ma) e o resto do soco cristalino mesoproterozóico pode ser visto
como sendo o limite entre o Gondwana Oeste e o Gondwana Leste. O soco cristalino
mesoproterozóico do norte de Moçambique continua ao norte até aos “Granulitos
Orientais” da Tanzânia (GTK Consortium, 2006d).
A Zona de Cisalhamento de Sanângoè constitui a fronteira entre os terrenos do
Gondwana Oeste e Sul (Fig. 3.8). A sutura real encontra-se oculta algures sobre as
rochas de cobertura pertencentes ao rifte do Médio Zambeze.
No período paleoproterozóico, ocorreu uma extensão ao longo da margem leste do
Cratão do Zimbabwe, responsável pela deposição das sucessões dos Grupos deGairezi e
Rushinga, datadas de 2.04 Ga (GTK Consortium, 2006c).

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Com o fim do Ciclo Orogénico Eburniano (Ubendiano/Usagariano) no período
compreendido entre ~ 2.0 – 1.8 Ga, ocorreu a cratonização da margem meridional do
Cratão da África Central.
Durante o Ciclo Orogénico Grenvilliano (~ 1.1 a 1.0 Ga) ocorreu a colisão e encosto da
margem continental meridional do Cratão da África Central ao Bloco de
Tete-Chipata aos 1046 ± 3 Ma, dando origem ao Supercontinente Rodinia. No norte de
Moçambique, ocorreu um evento dinamo-termal entre 1117 – 1095 Ma na sub-
Província de Nampula, manifestado pela deformação S1 na Suite de Mocuba (GTK
Consortium, 2006d).
Após a união do arco-de-ilha e da margem continental, o adelgaçamento crustal ou
colapso orogénico deu origem a uma fase de magmatismo bimodal maciço, manifestado
pela instalação aos 1050 – 1040 Ma de granitóides relacionados com a extensão, assim
como de charnoquitos e corpos bandados de anortositos máficos e ultramáficos,
incluindo a Suite de AMCG (Anortosito-Mangerito-Charnoquito-Granito) da província
de Tete, restrito ao Terreno granulítico do Luia.
Rochas metamórficas de fácies granulítica de diversas composições, incluindo as
supracrustais consideravelmente mais jovens do Grupo do Alto Benfica (< 610 Ma),
ocorrem como vários Klippen com idades de 735 – 550 Ma (picos entre 640 e 590 Ma),
cobrindo rochas mesoproterozóicas de fácies de anfibolito no norte de Moçambique.
Estas representam supostamente rochas de arco magmático relacionado com a
subducção do Oceano de Moçambique. Restos daquelas rochas granulíticas estão
preservados na Faixa de Empurrão do Lúrio e nos terrenos de Mugeba, Plantação Santos
e Monapo, na sub-Província de Nampula (GTK Consortium, 2006d).
Durante o Ciclo Orogénico Pan-Africano (750 a ~ 550 Ma), ocorreu a colisão e união
do Gondwana Este e Oeste, que resultou na formação do Gondwana Norte e na
formação do Orógeno da África Oriental entre 690-580 Ma, seguido de colisão e
amalgamação do Gondwana Norte (= Gondwana Este + Oeste) com o Gondwana Sul
(Cinturão Damariano-Lufiliano-Zambeze) (GTK Consortium, 2006c e 2006a).
A reunião dos microcontinentes fora da borda do Cratão do Congo-Tanzânia e
deposição do Grupo de Txitonga ocorreu a 640 Ma . Há 615 Ma deu-se a união dos
terrenos na margem do Cratão do Congo-Tanzânia e o fecho do oceano de
Moçambique. No Complexo de Mugeba é registado um evento de fácies granulítica
(Bingen et al., 2007).
Durante o Pan-Africano há 580 Ma, ocorreu a translação de nappes sobre os

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Grupos de Marrupa e de Nampula, e metamorfismo progrado nos Complexos de Ocua,
Marrupa e Unango (Bingen et al., 2007).
A junção final do Gondwana Norte e Sul resultou no desenvolvimento de zonas de
cisalhamento sinistrógiras, como as faixas de Namama, de direcção NNE e a do
“Zimbabwe Oriental”, de direcção N-S e o rejuvenescimento de antigas zonas de
fraqueza, como o Deslocamento de Mbembeshi. A faixa de cisalhamento pan-africana
com direcção N-S, que ocorre ao longo da borda oriental das rochas arcaicas do Cratão
do Zimbabwe, manifesta a reactivação termal seguida de arrefecimento por volta de 553
Ma (oeste) e 468 Ma (leste). O Deslocamento de Mbembeshi foi activado entre os 566 e
538 Ma (GTK Consortium, 2006d).

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3.Conclusão
Neste trabalho cheguei a concluir que Moçambique é um país de grande extensão
geográfica (799.380 k m 2) e com uma ampla diversidade geológica, onde estão
representadas rochas sedimentares, magmáticas, metamórficas, e uma larga diversidade
de minerais e fósseis. A grande extensão territorial e a imensa geodiversidade, associada
a diversos processos geológicos, faz com que em Moçambique ocorram vários sítios
geológicos excepcionais, do ponto de vista científico, didáctico, cultural, turístico ou
outro. Estes sítios geológicos de valor e interesse significativo ainda não estão
inventariados, caracterizados e classificados e, consequentemente, também ainda não
foram desenvolvidas acções que visem a sua valorização e protecção.
Para que uma estratégia visando a conservação dos sítios geológicos especiais seja bem
sucedida, deve passar necessariamente por uma etapa inicial de inventariação e de
caracterização. Em Moçambique, não existe uma estratégia definida para a conservação
dos sítios geológicos especiais, não estando ainda desenvolvida uma metodologia para
inventariação destes sítios.
Entretanto, a geologia de Moçambique é caracterizada pela ocorrência de um soco
cristalino com idade arcaica-câmbrica e por rochas com idade fanerozóica.
O soco cristalino é constituído por paragnaisses supracrustais metamorfizados,
granulitos e magmáticos, ortognaisses e rochas ígneas. Do ponto de vista geodinâmico,
o soco cristalino de Moçambique é composto por três terrenos diferentes, que colidiram
e se juntaram durante o Ciclo Orogénico Pan-Africano. Anteriormente à união pan-
africana, cada terreno possuía um desenvolvimento geodinâmico individual e
específico.

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4.Referencias bibliograficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1992). – Rochas para
Revestimento – Análise petrográfica. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15012 – Rochas
para revestimentos de edificações - Terminologia. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1995). – Rochas e Solos.
Rio de Janeiro.
FRAZÃO, Ely Borges; Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental.
(2002). Tecnologia de rochas na construção civil. São Paulo: ABGE.
FREDDO, Antônio Carlos. Dolmens de Galícia. Patrimônio: Lazer e turismo, São
Paulo:
Universidade Católica de Santos. Disponível em:

http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/images/artigos/Dolmens_da_Galicia.pdf
LEINZ, V; AMARAL, S. (2001). Rochas metamórficas – Geologia geral. São Paulo.
Disponível em:
<xa.yimg.com/kq/groups/41840619/1084046747/name/_ROCHAS.doc
MAGALHÃES, Fábio Costa. (2011). Rochas, madeiras e materiais cerâmicos.
Definições e propriedades. Rio Grande do Sul: Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia.

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