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3º ano
Discentes: Docente:
Shanila Salé
Sheila Eva
Depósitos de Búzi...................................................................................................................... 15
Conclusão .................................................................................................................................................. 17
Referências Bibliográficas ...................................................................................................................... 18
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Introdução
O presente trabalho intitulado Geologia de Sofala, surge no âmbito da cadeira de Geologia de
Moçambique, visando descrever a província no que tange a localização geográfica, principais
unidades litoestratigráficas com as respectivas litologias, idade, recursos minerais e energéticos.
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Localização Geográfica
A província de Sofala situa-se no centro de Moçambique, patilhando a norte e a nordeste o rio
Zambeze com as províncias de Tete e da Zambézia. Já a leste a província encontra o Oceano
Índico. A sul é separa pelo rio Save da província de Inhambane enquanto a oeste está ligada à
província de Manica.
A existência destes ciclos, segundo Real (1966), é evidenciada por uma morfologia especial em
que as várias zonas de aplanação, separadas por importantes escarpas de erosão, originam o já
referido aspecto de escadaria. A geologia constitui a base na qual se desenvolvem as principais
formas de relevo e, consequentemente responsável pela enorme diversidade de solos que ocorrem
na província de Sofala e distribuídos segundo a sequência topográfica local (catena de solos).
Porque tais atributos de terra são ainda influenciados por processos ecológicos, cujos efeitos
variam no espaço e no tempo, para além do grau de intervenção e a acção do homem, resulta nas
diferenças agro-ecológicas significativas e potencialmente aptas para o desenvolvimento agrário.
De um modo geral, a região ocorre na Bacia Sedimentar de Moçambique e para uma melhor
caracterização geológica, Real (1966) defende como, a maioria dos sedimentos das formações
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conhecidas, as suas características morfológicas e litológicas dominantes, são semelhantes a dois
tipos principais:
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quer na faixa costeira da área de estudo. A maior altitude segundo Tinley (1995) atinge os 394
metros perto da localidade de Condué. O planalto está altamente peneplanizado devido à sua
localização central entre os Grabens do Urema e do Zambeze, pertencendo ao Terciário Médio,
correspondendo à época de renovação do rift. O planalto de Cheringoma é composto
essencialmente pelas formações do Cretácico continental, do Cretácico marinho e do Terciário
marinho. Na zona do planalto, o grés do Cretácico continental distribuem-se em estreita faixa
orientada na direcção NNE, constituindo a bordadura ocidental do maciço. Do planalto de
Inhaminga, segundo Ferro e Bouman (1987), distinguem-se diferentes Formações segundo as
idades e a ocorrências dos principais eventos geológicos que, determinam a sua distribuição quer
a leste quer na vertente ocidental que, no seu conjunto correspondem à grande falha de Inhaminga,
constituindo superfícies de contacto com depósitos quer do Cretácico marinho, quer do Terciário.
O Cretácico continental também conhecido por Grés de Sena, descrito por Real (1966), é formado
por grés carbonatados de grão médio a grosseiro, de cor castanha, por vezes vermelha, amarelo-
acastanhada a cinzento-clara, ou ainda, por grés de grão anguloso a sub-rolado em que, os
elementos constituintes são, principalmente quartzo e feldspato.
Formação de Grudja
É aquela que melhor representa os depósitos do Cretácico marinho na região planáltica, coberta
pela transgressão Cretácica (Real, 1966). As camadas do Cretácico marinho dispõem-se na
margem ocidental do planalto, assentando sobre os sedimentos continentais dos Grés de Sena. No
terreno, observa-se uma transição representada por grés grosseiro castanho, grés de grão fino e
grés margoso. Estes estratos marinhos são formados essencialmente por grés grosseiros amarelos,
siltitos amarelos ou vermelhos. Sobrepõem-se-lhe grés calcários finos, siltíticos, de cor amarela a
cinzento-esbranquiçada, e grés finos, glauconíticos, de cor vermelha, amarelada e cinzento-clara.
A parte superior da Formação de Grudja é constituída por grés glauconiosos, pertence ainda ao
mesmo período, terciário marinho.
Formação de Cheringoma.
Esta assenta sobre o grés calcário de Grudja e ocupa também largas áreas na região do planalto.
Estes depósitos estão separados da Formação de Grudja, a oeste, por nítida escarpa. Na Formação
de Cheringoma predominam calcários gresosos, grés calcários, grés glauconiosos (na base) e
lentículas estreitas de calcários dolomíticos. São identificados ainda níveis de calcários maciços,
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bem estratificados. Os níveis calcários desta formação revelam, por vezes, sinais de classificação
sendo numerosas as grutas (Real, 1966).
Entre os vários degraus do planalto, ocorrem alguns terrenos com fisiografia plana a quase plana,
alongados e paralelos ao planalto, constituídos por materiais (maioritariamente não consolidados)
transportados e depositados quer pela acção mecânica, quer por água e/ou combinação destas,
vulgarmente designados por coluviões. A composição litológica é resumida na Tabela 1. Em geral,
as superfícies aplanadas resultaram da meteorização das rochas mais susceptíveis (p.e. de natureza
calcária) e posterior transporte e deposição dos materiais não consolidados, facto evidenciado pela
presença de detritos e concreções de carbonatos de cálcio na superfície do solo ou nas camadas do
subsolo.
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integrando-se nos importantes sistemas de falhas do “Graben” do Urema ou Vale do Rift que,
limita a oriente, uma zona afundada - o vale do Urema, onde depósitos do Cretácico marinho e do
Terciário estão cobertos por aluviões do quaternário.
Mais a oeste, este afundamento é limitado pela zona de fracturas da região da Gorongosa. A
ocorrência de rochas vulcânicas no planalto de Cheringoma, cortando estratos eocénicos, pode ter
sido consequente dos movimentos que levaram ao afundamento da região do vale do Urema e
subsequente formação do respectivo planalto.
A faixa de transição para o litoral, é marcada pela ocorrência de uma extensa planície eluvionar
arenosa e argilo-arenosa, onde a cobertura arenosa é de espessura variável (10-30 m). É de realçar
que, o aluvião argilo-arenoso logo depois da Formação de Mazamba, ocorre ao longo das linhas
de drenagem paralelas e sub-paralelas que começam em pequenas depressões circulares (dambos),
consolidando-se numa extensa planície inclinada no sentido W-E, antecedendo os aluviões mais
recentes das formações quaternárias que se encontram à costa média inferior a 20 metros de
altitude. A costa de Cheringoma estende-se desde o Delta do Zambeze, sensivelmente a sul dos
rios Mungari e Sanga até ao rio Zuni, como que representando a continuidade da vasta planície de
inundação, dominadas por formações aluvionares do Quaternário e recentes, localmente de
características hidromórficas (Vilanculos et al., 1999), sustentando um dos mais importantes
sistemas de mangal presentes no delta, intercaladas por dunas paralelas à linha costeira, alternando
com bacias de inundação influenciadas pelo regime de marés. O sistema de dunas arenosas
costeiras marca o limite entre o continente e o Oceano.
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Fig 3. Informação geológica sintetizada da Província de Sofala
A datação TIMS de duas fracções de zircão do sienito, efectuada por Consórcio GTK, forneceu
idades concordantes e idênticas de 181±Ma, contemporâneas com a Suíte Rukore.
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ao Graben da Baixa Zambeze, ambos super postos no Graben Karoo do Médio Zambeze, de
direcção E-W. A Bacia Moçambique também se iniciou como uma complexa estrutura rifte, com
estruturas Horst e Graben de segunda ordem, mas desenvolvidas em uma margem passiva, em
basada por rochas vulcânicas do Karoo Tardio de idade Jurássica Inferior e cobertos por sucessões
sedimentares do Cretáceo Médio e mais jovens, porém, com um hiato de ~40 Ma entre estes.
Estas sucessões incluem uma série de sequências de plataforma rasa e de águas mais profundas,
restritas a várias estruturas de rifte estreitas e rochas sub-vulcânicas subordinadas (para detalhes,
vide a Nota Explicativa do Mapa, GTK Consortium 2006a). Seis maiores sequências
disposicionais podem ser reconhecidas e incorporadas no esquema estratigráfico para toda bacia
(costa dentro e costa fora) (cf. Coster et al. 1989):
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Súdeza e Panda (SDS 1634 e 1934), sul do povoado de Nhamatanda). No fundo de algumas
perfurações de petróleo profundas deformações Sena têm sido encontradas calcáreos impuros e
xistos calcáreos com fragmentos de flora fóssil, escamas de peixe e artrópodos. Mais para cima na
sequência sedimentar da Formação Sena, camadas conglomeráticas são interestratificadas com
grés de granulação média a grosseira, tentativa mente assinaladas ao Membro Conglomerado Basal
(CrSb), com clastos de granito, gneisse, quartzito, fragmentos de feldspato e lavas. A erosão de
camadas conglomeráticas deu origem a superfícies de debris de clastos, que frequentemente
cobrem o grés da Formação Sena. A deposição do Membro Conglomerado Basal manifesta um
ambiente de alta energia fluvial, incluindo rios entrelaçados e leques aluviais, com conglomerados
interdigitados com areias fluviais em uma bacia Cretácea, controlada por falhas. Áreas aleatórias
de gréses grosseiros e grés conglomeráticos, assinalados ao Membro Conglomerado-Gré Superior,
ocorrem no centro e no canto sudeste da Folha de Chemba (SDS 1734), onde formam feições
geomorfológicas tabulares, como colinas alongadas e elevadas com a típica, densa floresta.
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rica em fósseis, correspondem à fácies marinho raso de alta energia na zona fótica, incluindo águas
marinhas oxigenadas e tropicais. A idade Eocênica Média a Superior é geralmente aceita à
Formação Cheringoma.
Grés arcóseos e horizontes conglomeráticos casuais da Formação de Mazamba (TeZ) jazem sobre
os grés púrpuras da Formação Inhaminga no canto sudeste da área da Nota Explicativa do Mapa
(SDS 1834-1934). Estes depósitos compreendem predominantemente grés arcóseos de granulação
média a grosseira, de cor amarelo-acastanhado, pobremente cimentados e em certos locais,
fracamente silicificados, que mudam a grés brancos a amarelo pálidos na parte superior da
sequência. A fácies inicial da Formação Mazamba é litorânea, com raros fósseis, passando a fácies
continentais a oeste. As rochas têm idade Pliocênica.
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Complexo Carbonatítico Xiluvo.
Composto por sovita e alvikita, é localizado a ~ 14 km a W do povoado de Nhamatanda (Quadrante
NW da Folha de Beira), SDS 1934). Morfologicamente, o Xiluvo é caracterizado por uma série de
elevações, formando grosseiramente uma estrutura sub-circular, com 4,5 km de diâmetro. O
complexo Carbonatítico de Xiluvo é formado por uma estrutura anelar na seguinte sequência:
O emplaçamento de magma carbonatítica foi seguido por uma fase hidrotermal, resultando em
diques de quartzo brechados. Contemporaneamente ao emplaçamento carbonatítico, rochas
piroclásticas foram projectadas não só ao redor da cratera, mas também mais longe, como pode
ser observada em afloramentos de aglomerados até há 10 km da cratera. As rochas carbonatíticas
são cobertas por solo avermelhado, apresentando às vezes feições kársticas.
O Carbonatito Xiluvo foi emplaçado durante o Cretáceo Inferior e Médio, após à intrusão de pipes
e diques de traquitos hiper-alcalinos com augite-aegirina. Uma série de corpos carbonatíticos foi
emplaçado na zona de empurrão milonítica, em baixo da soleira da alóctone Suite Tete.
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Os Recursos Minerais e Energéticos
A carta da província indica a ocorrência de formações sedimentares (karroo e Jurássico) e ainda
formações extensivas (o caso do Cretácico que existe na Serra de Gorongosa).
Mas tal província, não há estudo geológico profundo. Verificam-se ocorrências de m minerais,
destes a ser pesquisados para se avaliar a sua reais potencialidades económicas, na província da
Sofala destacam-se as seguintes ocorrências:
Monte Xiluvo – Esta região carbonatítica, que está ligada a fracturas profundas relacionadas com
o sistema de rifte, é sede de mineralizações de fluorite, fosfatos e terras raras.
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Depósitos de Búzi
Os calcários deste depósito, com um enquadramento geológico idêntico aos de Cheringoma,
encontram-se a 50 Km a WSW da vila do Búzi. Esta matéria-prima carbonatada ocupa uma faixa
com cerca de 80 Km de comprimento e uma largura variando de 1.8 a 10 Km. As reservas
prognósticas deste depósito de calcário são da ordem dos 28000 milhões de toneladas.
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Importância Económica de Recursos Minerais e Energéticos
Os minerais úteis e as rochas que ocorrem naqueles jazigos possuem uma importância capital na
indústria e desenvolvimento técnico-económico da província de Sofala e Moçambique, visto que
a utilização dessas substâncias inorgânicas na joalharia, nas indústrias químicas, na produção de
todos os géneros de materiais de construção e na indústria de pedras ornamentais que atingem uma
amplitude considerável.
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Conclusão
Chegado ao fim do trabalho, conclui-se que geologicamente, a região de Sofala ocorre na Bacia
Sedimentar de Moçambique e para uma melhor caracterização geológica, Real (1966) defende
como, a maioria dos sedimentos das formações conhecidas, as suas características morfológicas e
litológicas dominantes, são semelhantes a dois tipos principais:
• O Cretácico marinho, fossilífero, representado por grés de grão fino e grés calcários com películas
de calcários gresosos. Geomorfologicamente, a província pode ser distinguido em duas unidades
principiais e cinco subunidades nomeadamente:
2. A oeste, pelos vales dos rios Zungué e Macua que, corresponde à planície de afundamento,
vulgarmente conhecida por “Graben” do Urema - Vale do Rift, em que dominam os depósitos
quaternários;
5. As zonas de antigos cordões litorais e de dunas, mais ou menos consolidadas que, se orientam
em geral, paralelas à costa.
Nesta secção estão incluídos os minerais e rochas industriais a seguir indicados que ocorrem no
território moçambicano e que poderão ser utilizadas na indústria nacional ou exportados: como a
fluorite, gesso, quartzo, argila comum, areia, calcário, rochas ornamentais, guano, água termal/
água mineral de nascente, e argila plástica.
Os minerais úteis e as rochas que ocorrem naqueles jazigos possuem uma importância capital na
indústria e desenvolvimento técnico-económico da província de Sofala e Moçambique.
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Referências Bibliográficas
AFONSO, R.S. A geologia de Moçambique (notícia explicativa da carta geológica de
Moçambique, escala 1: 200.000, Maputo, 1970.
GTK Consortium (2006a). Map Explanation; Volume 2: Sheets 1630 – 1934. Geology of Degree
Sheets Mecumbura, Chioco, Tete, Tambara, Guro, Chemba, Manica, Catandica, Gorongosa,
Rotamda, Chimoio and Beira, Mozambique. Ministério dos Recursos Minerais, Direcção
Nacional de Geologia, Maputo.
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