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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DOS RECURSOS MINERAIS


DIRECÇÃO NACIONAL DE GEOLOGIA
INSTITUTO GEOLÓGICO – MINEIRO

GEOLOGIA E POTENCIAL MINERAL


DE MOÇAMBIQUE

por
SIEGFRIED LÄCHELT

2014
Co-autores
A. S. Sênvano (Director Nacional, Direcção Nacional de
Geologia (DNG), Moçambique)
E. X. F. Daudi (Director Geral, Instituto Geológico – Mineiro,
Moçambique)

Co-autores e consultores especializados:


Manhiça, V. J. (Director Nacional-Adjunto, Direcção Nacional
de Geologia (DNG, Moçambique)
Marques, J. M. P. (Sócio-Gerente Gondwana Empreendimentos
e Consultorias LDA., Moçambique)

Co-autores e consultores especializados dos capítulos


seleccionados:

Balate, G. (Chefe do Departamento de Geologia Aplicada da


DNG)
Conjo, J. A. (Chefe do Centro de Documentação e Sala de
Desenho da DNG)
Costa Junior, L. M. (Director do Museu Geológico)
Mamad, A. V. (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P.,
Moçambique)
Momade, F. J. (Ministério dos Recursos Minerais – MIREM,
Moçambique)
Mujui, S. E. (Chefe do Departamento de Geologia Económica
da DNG)
Vaz, H. (Geóloga do Departamento de Geologia Aplicada da
DNG)

Editores técnicos:
Caxaria Carlos A. A. (Presidente da Empresa de
Desenvolvimento Mineiro, S.A., Portugal)
Guedes M. (Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A.,
Portugal)
MINISTÉRIO DOS RECURSOS MINERAIS, MOÇAMBIQUE

DIRECÇÃO NACIONAL DE GEOLOGIA, MOÇAMBIQUE


INSTITUTO GEOLÓGICO – MINEIRO, MOÇAMBIQUE

Bundesanstalt für
Geowissenschaften
und Rohstoffe
Índice

1.0. Introdução
Princípios de subdivisão territorial e geológica de Moçambique e respectiva
litoestratigrafia
2.0. História geológica de África tendo como referência o sul e sudeste de África
(Moçambique)
2.1. Desenvolvimento geotectónico geral das unidades do soco Pré-Câmbrico em África
2.1.1. Cratões arcaicos e cinturas móveis
2.1.1.1. Tipos de rochas arcaicas em Moçambique
2.1.2. Desenvolvimento durante o Paleoproterozóico (Neoarcaico)
2.1.2.1. Cinturas dobradas do Paleoproterozóico (Neoarcaico)
2.1.2.1.1 Unidades rochosas do Paleoproterozóico (Neoarcaico) em Moçambique
2.1.3. Cinturas dobradas do Mesoproterozóico
2.1.3.1. Unidades rochosas/tipos de rochas do Mesoproterozóico em Moçambique
2.1.4. Cinturas dobradas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano)
2.1.4.1 Unidades rochosas/tipos de rochas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-
Africano) em Moçambique
2.2. Desenvolvimento geotectónico geral das unidades de cobertura (desenvolvimento
durante o pós-Pan-Africano, Fanerozóico) em África
2.2.1. Depósitos sedimentares da plataforma câmbrica
2.2.2. Rochas sedimentares da plataforma carbónica
2.2.3. Desenvolvimento das rochas sedimentares e vulcânicas do Carbónico Superior-
Jurássico Inferior do Karoo e do início do Sistema de Rifte do Leste Africano (Rifte do
Karoo)
2.2.3.1. Depósitos de rochas do Karoo (incluindo Moçambique)
2.2.4. Bacias pós-Karoo a recentes (<180 Ma) e rochas sedimentares e vulcânicas recentes
do Rifte do Leste Africano
2.2.4.1. Bacias, grabens e litologias de zonas estruturais pós-Karoo a recentes em
Moçambique
3.0. Correlação litoestratigráfica de Moçambique e dos países vizinhos do sudeste e sul de
África
3.1. Unidades litoestratigráficas do Arcaico-Paleoproterozóico
3.2. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas moçambicanas do
Mesoproterozóico-Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano)
3.2.1. Correlação mesoproterozóica da província geológica de Manica-Báruè
3.2.2. Correlação mesoproterozóica da província geológica de Tete-Angónia
3.2.3. Correlação mesoproterozóica das sub-províncias geológicas de Niassa-Cabo Delgado
e Zambézia-Nampula
3.2.4. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) da província geológica
de Manica-Báruè
3.2.5. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) da província geológica
de Tete-Angónia
3.2.6. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) das sub-províncias
geológicas de Niassa-Cabo Delgado e Zambézia-Nampula
3.3. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas do Karoo moçambicano
(Carbónico Superior-Jurássico)
3.4. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas da bacia moçambicana do
Fanerozóico (Paleozóico Superior – Meso-cenozóico – Recente) e da estrutura do Rifte
4.0. Desenvolvimento geológico-estrutural do território de Moçambique
4.1. Desenvolvimento durante o Arcaico
4.1.1. Rochas arcaicas em Moçambique que formam parte do Cratão do Zimbabué
4.1.1.1. Unidades estratigráficas e grupos rochosos arcaicos
4.1.1.2. O Mesoarcaico em Moçambique (A2)
4.1.1.2.1. Granitóides mais antigos (A2gt)
4.1.1.3 O Neoarcaico em Moçambique (A3)
4.1.1.3.SSBI. Supergrupos Sebakwean e Bulawayan Inferior
4.1.1.3.SSBI. 1. Terreno gnáissico-migmático (MiGT) (~3.0 Ga) no Zimbabué e em
Moçambique
4.1.1.3.1. Complexo (metamórfico) de Mudzi (A3M)
4.1.1.3.1.1. Gnaisse granatífero (A3Mgg)
4.1.1.3.1.2. Anfibolito granatífero (A3Mam)
4.1.1.3.1.3. Metagabro (A3Mgb)
4.1.1.3.1.4. Gnaisse granodiorítico (A3Mgd)
4.1.1.3.1.5. Gnaisse TTG e granitóides foliados (A3Mgn)
4.1.1.3.1.6. Granito foliado (A3Mgr)
4.1.1.3.1.7. Quartzo-monzonito e quartzo-monzodiorito (A3Mqm)
4.1.1.3. RV. Rochas verdes na estrutura de Manica
4.1.1.3.2. Paragnaisse (A3Mpgn)
4.1.1.3.3. Grupo de Muchinga (A3MH)
4.1.1.3.3.1. Quartzito (A3MHqz)
4.1.1.3.3.2. Rocha metavulcânica ultramáfica e xisto talco-clorítico/BIF (A3MHuv)
4.1.1.3. SBSS Supergrupos Bulawayan Superior e Shamvaian
4.1.1.3.4. Grupo de Manica (A3M)
4.1.1.3.4.1. Formação de Macequece (A3MM)
4.1.1.3.4.1.1. Rocha metavulcânica félsica (A3MMfv) e brechas vulcânicas (A3MMvb)
4.1.1.3.4.1.2. Rocha metavulcânica intermédia (A3MMiv) e tufos-brecha (A3MMtb)
4.1.1.3.4.1.3. Conglomerado vulcânico (A3MMvc)
4.1.1.3.4.1.4. Tufos cristalinos félsicos (A3MMff) e pórfiro quartzo-feldspático (A3MMqp)
4.1.1.3.4.1.5. Metabasalto e xisto máfico (A3MMba)
4.1.1.3.4.1.6. Brechas líticas (A3MMbr) e diamictito (A3MMdi)
4.1.1.3.4.1.7. Metacherte (A3MMch) e rocha ferrífera bandada/BIF (A3MMbaf)
4.1.1.3.4.1.8. Xisto quartzo-sericítico (A3MMqss)
4.1.1.3.4.1.9. Serpentinito e rocha metavulcânica rica em serpentina (A3MMse)
4.1.1.3.4.1.10. Xisto talco-clorítico, talcoxisto, xisto clorítico-anfibólico (A3MMtc)
4.1.1.3.4.2. Formação de (M’Beza)/Vengo (A3MV)
4.1.1.3.4.2.1. Conglomerado vulcânico (A3MVco) e conglomerado polimíctico (A3MVclo)
4.1.1.3.4.2.2. Metagrauvaque (A3MVgy), quartzito (A3MVqz), quartzito arcósico
(A3MVar), micaxisto com camadas aluminosas e quartzíticas (A3MVmc)
4.1.1.3.4.2.3. Filito, xisto grafitoso (A3MVps), meta-arenito/quartzito lítico rico em ferro
(A3MVss), mármore (A3MVma)
4.1.1.3.5. Complexo de Mavonde (A3V)
4.1.1.3.5.1. Gnaisse TTG bandado (A3Vbgn) e gnaisse TTG (A3Vgn)
4.1.1.3.5.2. Migmatito (A3Vmig)
4.1.1.3.5.3. Granito (A3Vpg)
4.1.1.3.5.4. Tonalito, granodiorito (A3Vto)
4.1.1.3.5.5. Granito maciço (A3Vmgr)
4.1.1.3.5.6. Ortognaisse máfico a intermédio (A3Vogn)
4.1.1.3.5.7. Granito porfirítico, granodiorito (A3Vpgd)
4.1.1.3.5.8. Gabro (A3Vgb)
4.1.1.3.5.9. Dique de quartzo (A3Vqd), pegmatito (A3Vpm), granito aplítico (A3Vagr) e
granito (A3Vgr)
4.2. Desenvolvimento durante o Proterozóico, Paleozóico Pan-Africano e Paleozóico
Inferior
4.2. P₁.Desenvolvimento durante o Paleoproterozóico (P₁)
4.2.1. Unidades paleoproterozóicas (P₁)
(4.2.1.P₁) Unidades paleoproterozóicas (P₁) da província geológica de Manica-Báruè
4.2.1.1. Doleritos paleoproterozóicos (doleritos pós-Umkondo) (P1do) no Cintura de Rochas
Verdes arcaica de Manica (CRV) e granitóides arcaicos (Cratão do Zimbabué)
4.2.1.2. Gnaisse granatífero (biotite), migmatito (P1ppg)
4.2.1.3. Grupo de Gairezi (P1Z)
4.2.1.3.1. Quartzitos (P1Z e P1Zq)
4.2.1.3.2. Xisto muscovítico-biotítico (P1Zss)
4.2.1.3.3. Litologias incluídas no xisto muscovítico-biotítico
4.2.1.3.3.1. Conglomerado polimíctico (P1Zc) e quartzito (P1Zq)
4.2.1.3.3.2. Mármore (P1Zmb)
4.2.1.3.3.3. Micaxisto arenoso (P1Zas) e micaxisto (P1Zms)
4.2.1.3.3.3.1. Quartzito em micaxisto arenoso (P1Z inP1Zas)
4.2.1.3.3.4. Quartzito sacaróide (P1Zqs), (orto)quartzito
4.2.1.4. Grupo de Rushinga (P1R)
4.2.1.4.1. Formação de Nhamessolo (P1RN)
4.2.1.4 1.1. Quartzito granatífero (P1RNq)
4.2.1.4.1.2. Gnaisse calco-silicatado (P1RNc)
4.2.1.4.1.3. Mármore (P1RNm)
4.2.1.4.2. Formação do Rio Embuca (P1RE)
4.2.1.4.2.1. Quartzito Inferior (P1REqz)
4.2.1.4.2.2. Meta-arcose/quartzito arcósico (P1REa)
4.2.1.4.2.3. Xisto biotítico-granatífero-silimanítico (P1REch)
4.2.1.4.3. Formação do (Rio) Monte Pitão (P1RP)
4.2.1.4.3.1. Anfibolito bandado (P1Rapa)
4.2.1.4.3.2. Gnaisse calco-silicatado (P1RPcc)
4.2.1.4.3.3. Mármore Inferior (P1RPml)
4.2.1.4.3.4. Gnaisse biotítico (-silimanítico) (P1RPgn)
4.2.1.4.3.5. Mármore Superior (P1RPma)
4.2.1.4.3.6. Quartzito Superior (P1RPq)
(4.2.1.P₁.) Província geológica de Tete-Angónia
4.2.1.4. Formação de Chíduè (P1CH)
4.2.1.4.1. Meta-arenito (P1CHs)
4.2.1.4.2. Mármore (e quartzo) (P1CHm)
4.2.1.4.3. Micagnaisse (P1CHc)
(4.2.1.P₁.) Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
(4.2.1.P₁.) Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.1.5. Complexo da Ponta Messuli
4.2.1.5.1. Gnaisse migmatítico (P1Pmg)
4.2.1.5.2. Quartzo-micaxisto (P1Pqm)
4.2.1.5.3. Anfibolito (P1Pam)
4.2.1.5.4. Talcoxisto (P1Ptc)
4.2.1.5.5. Gabro (P1Pgb)
4.2.1.5.6. Gnaisse ocelado (P1Pag)
4.2.2. Desenvolvimento durante o Mesoproterozóico e o Neoproterozóico (P₂, P₃)
4.2.2.P₂-3. Província geológica de Manica-Báruè (e Cintura>móvel< do Zambeze)
4.2.2. P₂. Mesoproterozóico
4.2.2.1. Grupo de Umkondo (P2U)
4.2.2.1.1. Formação de Dacata (P2UD)
4.2.2.1.1.1. Membro de Quartzito Inferior (P2UDlq)
4.2.2.1.1.2. Membro de Xisto Grafitoso (P2UDsc)
4.2.2.1.1.3. Membro de Siltito (P2UDs)
4.2.2.1.1.4. Membro de Cherte Calcário (P2UDch)
4.2.2.1.1.5. Membro de Quartzito Superior (P2UDqz)
4.2.2.1.2. Formação de Espungabera (P2UEv)
4.2.2.2. Rochas ígneas do Umkondo
4.2.2.2.1. Suíte da Mashonalândia (P2ML)
4.2.2.2.1.1. Meta-anortosito de Mucota (P2MHan)
4.2.2.2.1.2. Granito biotítico e porfirítico de Chacocoma ou granito de Chacocoma (P2Cgr)
4.2.2.2.2. Gnaisse de Mungári (P2MG)
4.2.2.2.3. Complexo de Báruè (P2B)
4.2.2.2.3.1. Grupo de Chimoio (P2BC)
4.2.2.2.3.1.1. Metassedimentos siliciclásticos (P2BCss)
4.2.2.2.3.1.2. Gnaisse do Monte Chissui (P2BCfg)
4.2.2.2.3.1.3. Paragnaisse migmatítico (P2BCmi)
4.2.2.2.3.1.4. Gnaisse hornebléndico e anfibolitos (P2BChg)
4.2.2.2.3.1.5. Metagranito (granatífero) e paragnaisse (P2BCmg)
4.2.2.2.3.1.6. Micaxisto e micagnaisse (P2BCch)
4.2.2.2.3.2. Grupo de Mecossa (P2BM)
4.2.2.2.3.2.1. Gnaisse quartzo-feldspático (P2BMqf)
4.2.2.2.3.2.2. Gnaisse leucocrático (P2BMlc)
4.2.2.2.3.2.3. Sedimentos metassiliciclásticos (meta-arcose) (P2BMar)
4.2.2.2.3.2.4. Quartzito feldspático (P2BMfq)
4.2.2.2.3.2.5. Gnaisse granatífero-silimanítico (micagnaisse e metagrauvaque) (P2BMsi)
4.2.2.2.3.2.6. Mármore (P2BMma)
4.2.2.2.3.2.7. Gnaisse calco-silicatado (P2BMcc)
4.2.2.2.4. Suíte Intrusiva (rochas intrusivas) no Complexo de Báruè (P2BU)
4.2.2.2.4.1. Horneblendito (P2BUhb)
4.2.2.2.4.2. Diorito piroxénico (P2BUpd)
4.2.2.2.4.3. Gabro (e rocha gabróica) (P2GUgb)
4.2.2.2.4.4. Gnaisse granítico (com anfíbolo) (P2BUgg)
4.2.2.2.4.5. Granodiorito e tonalito do Monte Hombe (P2BMdg)
4.2.2.2.4.6. Diorito quártzico da foz do Rio Banhale (P2BUdi)
4.2.2.2.4.7. Gnaisse (leucocrático) do Monte Tomonda (P2BUlg)
4.2.2.2.4.8. (Orto)gnaisse de Inchope (P2BUig)
4.2.2.2.4.9. Granodiorito do Monte Panda (P2Ugd)
4.2.2.2.4.10. Granito do Monte Senge (P2Ugr)
4.2.2.P₃. Neoproterozóico
4.2.2.2.5. Metadolerito (P3db)
4.2.2.2.6. A. Complexo (metamórfico) de Mavuradonha (P3MV)
4.2.2.2.6.1. Complexo (metamórfico) de Mavuradonha (Suíte metamórfica) (P3MV)
4.2.2.2.7.A. Complexo de Masaso (P3MO)
4.2.2.2.7. Complexo de Masaso (P3MO)
4.2.2.2.8. Suíte de Guro (P3RO)
4.2.2.2.8.1. Gnaisse do Monte Calinga-Muci (gnaisse-migmatito granítico e gnaisse-
migmatito máfico) (P3ROgm)
4.2.2.2.8.2. Gabro de Magasso (metagabro e gnaisse-migmatito máfico) (P3ROgb)
4.2.2.2.8.3. Gnaisse da Serra Banguatere (gnaisse-migmatito granito-aplítico) (P3ROag)
4.2.2.2.9. Granitos pan-africanos
4.2.2.2.9.1. Granito e pegmatito do Monte Cáverie (P3CV)
(4.2.2.P₂-3.) Província geológica de Tete-Angónia
4.2.2.2.10. Suíte de Tete/gabro-anortosito de Tete (P2T)
4.2.2.2.10.1. Gabro (P2Tgb)
4.2.2.2.10.2. Piroxenito (P2Tpx)
4.2.2.2.10.3. Anortosito (P2Tan)
4.2.2.2.10.4. Rochas de óxido de Fe-Ti
4.2.2.2.10.5. Diques máficos (P2Tmd)
4.2.2.2.11. Complexo do Rio Messuze (P2MZ)
4.2.2.2.11.1. Grupo de Chidzolomondo (P2CD)
4.2.2.2.12. Gnaisse do Rio Mepembe (P2RM)
4.2.2.2.13. Supergrupo de Zâmbuè (P2ZB)
4.2.2.2.13.1. Grupo de Malowera
4.2.2.2.13.1.1. Formação do Rio Mese (P2ZBgn)
4.2.2.2.13.1.1.1. Membro de Orto- e Paragnaisse granatíferos, Anfibolito (B2ZBgn)
4.2.2.2.13.1.2. Formação de Metamboa (P2ZBa)
4.2.2.2.13.1.2.1. Membro de Meta-arcose, gnaisse quartzo-feldspático (B2ZBav)
4.2.2.2.13.1.2.1.1. Bandas intermédias de rochas metavulcânicas máficas em B2ZBa
4.2.2.2.13.1.2.2. Formação de Sale-Sale (P2ZBss)
4.2.2.2.13.1.2.2.1. Membro de Ortoquartzito (P2ZBqz) e Quartzito (P2ZBTaq)
4.2.2.2.13.1.2.2.2. Membro de Quartzito arcósico (P2ZBaq)
4.2.2.2.13.1.2.2.3. Membro de Gnaisse biotítico-granatífero-silimanítico (P2ZBsn)
4.2.2.2.13.2. Grupo de Muze (P2ZBz)
4.2.2.2.13.2.1. Formação de Caduco (P2ZBc)
4.2.2.2.13.2.2. Formação de Musamba (P2ZBm)
4.2.2.2.14. Supergrupo de Fíngoè (P2F)
4.2.2.2.14.1. Grupo do (Monte) Messuco (P2FR, P2FC, P2FG)
4.2.2.2.14.1.1. Formação do Monte Rupanjaze (P2FR)
4.2.2.2.14.1.1.1. Membro de rocha metavulcânica máfica e ultramáfica (P2FRvm)
4.2.2.2.14.1.1.2. Membro de rocha ferrífera bandada/BIF (P2FRvfe)
4.2.2.2.14.1.1.3. Membro de rocha piroclástica máfica e micaxisto (P2FRvf)
4.2.2.2.14.1.1.4. Membro de Metacherte (P2FRch)
4.2.2.2.14.1.1.5. Membro de mármore e de rocha carbonatada impura (P2FSm)
4.2.2.2.14.1.1.6. Membro de micaxisto, micagnaisse e gnaisse biotítico-plagioclásico
(P2FSch)
4.2.2.2.14.1.1.7. Micaxisto e gnaisse, mármore (P2FSc)
4.2.2.2.14.1.2. Formação do Monte Muinga (P2FG)
4.2.2.2.14.1.2.1. Membro de brecha vulcânica, aglomerado (P2FGb)
4.2.2.2.14.1.2.2. Membro de metalava máfica amigdalóide e rocha metavulcânica félsica
(P2FGmf)
4.2.2.2.14.1.2.3. Membro de rocha metavulcânica máfica a intermédia (P2FGvi)
4.2.2.2.14.1.2.4. Membro de rocha metavulcânica félsica (P2FGfi)
4.2.2.2.14.2. Grupo do Monte Tchicombe (P2FHv, P2Fp, P2FPcc)

4.2.2.2.14.2.1. Rochas metavulcânicas félsicas, tufo (P2FHv), mármore (P2FHm)


4.2.2.2.14.2.1.1. Membro de Tufo, rocha metavulcânica félsica (P2FHv)
4.2.2.2.14.2.1.2. Membro de Mármore, rocha carbonatada impura (P2FHm)
4.2.2.2.14.2.2. Formação do Rio Mucanba (P2FM)
4.2.2.2.14.2.2.1. Quartzito (P2FMqz)
4.2.2.2.14.2.2.2. Meta-arenito e xisto quartzo-feldspático (P2FMss)
4.2.2.2.14.2.2.3. Conglomerado polimíctico (P2FMco)
4.2.2.2.14.2.3. Formação do Monte Puèque (P2FPcc)
4.2.2.2.14.2.3.1. Gnaisse calco-silicatado e xisto (P2FPcc) (incluindo micaxisto P2FPmc)
4.2.2.2.14.3. Grupo de Mualadzi (P2D)
4.2.2.2.14.3.1. Formação de Macanda (P2Dvl)
4.2.2.2.14.3.2. Rocha ferrífera bandada/BIF (P2Dfe)
4.2.2.2.14.3.3. Rocha metavulcânica ultramáfica (P2Dvu)
4.2.2.2.14.3.4. Quartzito (P2Dq)
4.2.2.2.14.3.5. Micaxisto (P2Dc)
4.2.2.2.14.4. Grupo de Cazula (P2C)
4.2.2.2.14.5. Suíte de Furancungo (P2FD, P2FP, P2FC, P2FZ)
4.2.2.2.14.5.1. Granito de Desaranhama (P2FD) (e ortognaisse deformado (P2FDd)
4.2.2.2.14.5.2. Gabro de Muenda (P2FM)
4.2.2.2.14.5.3. Granito do Rio Ponfi (P2FP)
4.2.2.2.14.5.4. Granito (gnaisse) do Monte Dezenza (P2FZ)
4.2.2.2.14.5.5. Granito (horneblenda) de Nacococo (P2FC) (a S e E)
4.2.2.2.14.6. Suítes Intrusivas Irumides
4.2.2.2.14.6.1. Granito da Serra Chiúta (P2CSgr)
4.2.2.2.14.6.2. Granito do Rio Capoche (P2RC)
4.2.2.2.14.6.3. Granito do Rio Tchafuro (P2RF)
4.2.2.2.14.6.4. Granito da Serra Danvura (P2SD, P2SDp)
4.2.2.2.14.6.5. Granito do Monte Capirimpica (P2CA)
4.2.2.2.14.6.6. Granito de Mussata (P2MT)
4.2.2.2.14.6.7. Quartzo-monzonito de Messambe (P2MS)
4.2.2.2.14.6.8. Granito de Marionguè (P2MR)
4.2.2.2.14.7. Suíte de Cassacatiza (P2CZ)
4.2.2.2.14.7.1. Granito megacrístico deformado e granodiorito (P2CZgr)
4.2.2.2.14.7.2. Granito mesocrático com textura granular grosseira (P2CZmg)
4.2.2.2.14.7.3. Granito gnáissico com textura granular média (P2CZgn)
4.2.2.2.14.8. Suíte de Chipera (P2CP)
4.2.2.2.14.8.1. Gabro e (anortosito) do Rio Chiticula (P2CUga)
4.2.2.2.14.9. Granito castanho (P2CT)
4.2.2.2.14.10. Suíte do Monte Sanja (P2SJ)
4.2.2.2.14.10.1. Granito (P2SJgr)
4.2.2.2.14.10.2. Quartzo-monzonito (P2SJmz)
(4.2.2.P₂-3. EG) Gondwana Leste – Soco cristalino
4.2.2.2.14.11. Grupo de Angónia (P2AG)
4.2.2.2.14.11.1. Gnaisse quartzo-feldspático anfibolítico (P2AGsv)
4.2.2.2.14.11.2. Gnaisse (biotítico-) hornebléndico-quartzo-feldspático (bandado) (P2AGqf)
4.2.2.2.14.11.3. Gnaisse quartzo-feldspático (bandado) granatífero (P2AGbg, P2AGqz)
4.2.2.2.14.11.3.1. Gnaisse quartzo-feldspático com biotite/magnetite/granada e xisto
quartzo-moscovítico
4.2.2.2.14.11.3.2. Mármores, quartzitos e calco-silicatos do Grupo de Angónia (P2AGma,
P2AGqz)
4.2.2.2.14.11.4. Gnaisse quartzo-feldspático tonalítico (P2AGto)
(4.2.2.P₂-3. EG1) Rochas do Neoproterozóico, Pan-Africano e Paleozóico da província de
Tete-Angónia
4.2.2.2.14.12. Suíte de Ulónguè (P3UL)
4.2.2.2.14.12.1. Sienito de Dedza (P3ULsy)
4.2.2.2.14.12.2. Anortosito de Metengobalame (P3ULan)
4.2.2.2.14.12.3. Anfibolitos de Tomo-Gimo (P3ULum)
4.2.2.2.14.12.4. Dolerito
4.2.2.2.14.13. Rochas intrusivas do Neoproterozóico e Pan-Africano
4.2.2.2.14.13.1. Rochas intrusivas granítico-sieníticas do Neoproterozóico e Pan-Africano
4.2.2.2.14.13.1.1. Suíte de Sinda (CaSg)
4.2.2.2.14.13.1.2. Granito de Macanga (OrM)
4.2.2.2.14.13.1.3. Granito do monte Inchinga (P3Ig)
4.2.2.2.14.13.1.4. Granito do Monte Tarai (P3TR)
4.2.2.2.14.13.2. Rochas intrusivas máfico-félsicas do Neoproterozóico e Pan-Africano
4.2.2.2.14.13.2.1. Suíte de Matunda (P3M)
4.2.2.2.14.13.2.2. Suíte de Ualádze (P3U)
4.2.2.2.14.13.2.3. Suíte de Atchiza (P3Ag, P3Ap, P3Ad)
4.2.2.2.14.13.2.3.1. Diques e gabros (P3Umd, P3Ugd)
4.2.2.2.14.13.2.3.2. Dunito/serpentinito (P3Ad)
4.2.2.2.14.13.2.3.3. Piroxenito (P3Ap)
4.2.2.2.14.13.2.3.4. Gabro piroxénico (P3Ag)
4.2.3. ZB-NP-NI-CD. Unidades do Proterozóico no norte e nordeste de Moçambique (sub-
províncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado)
4.2.3. P₂-3.: Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
4.2.3.1. Complexo de Nampula (P2NM)
4.2.3.1.1. Suíte de Mocuba (P2NMM)
4.2.3.1.1.1. Gnaisse tonalítico, migmatito (P2NMto)
4.2.3.1.1.2. Gnaisse leucocrático (P2NMlc)
4.2.3.1.1.3. Gnaisse granítico diatexítico, migmatito (P2NMgg)
4.2.3.1.1.4. Gnaisse quartzo-feldspático-biotítico bandado cinzento ± Gnaisse anfibolítico
migmatítico (P2nmgm)
4.2.3.1.1.5. Ortognaisse granitóide (P2NMMlc)
4.2.3.1.2. Gnaisse de Mamala (P2NMlcl)
4.2.3.1.2.1. Gnaisse tonalítico (P2NMmd)
4.2.3.1.2.2. Leucognaisse e leptinito granítico (P2NMlg, P2NMlcl)
4.2.3.1.2.3. Gnaisse quartzo-feldspático (P2NMMlcl)
4.2.3.1.3. Gnaisse de Rapala (P2NMmd)
4.2.3.1.4. Gnaisse anortosítico (P2NMan)
4.2.3.1.5. Gnaisse granatífero-silimanítico e micagnaisse (P2NMgs)
4.2.3.1.6. Grupo de Molócuè (P2NMa)
4.2.3.1.6.1. Quartzito e gnaisse quartzítico (P2NMqq)
4.2.3.1.6.2. Quartzito, mármore, rocha calco-silicatada, etc. (P2NMqz)
4.2.3.1.6.3. Gnaisse metapelítico, migmatito (P2NMpt)
4.2.3.1.6.4. Gnaisse ultramáfico (P2NMam)
4.2.3.1.6.5. Gnaisse quartzo-feldspático (P2NMsb)
4.2.3.1.6.6. Gnaisse biotítico bandado, migmatito (P2NMgmc)
4.2.3.1.6.7. Quartzito (meta-arcose/quartzito ferruginoso) (P2NMsg)
4.2.3.1.6.8. Gnaisse quartzo-feldspático-hornebléndico leucocrático e migmatito (P2NMlcm)
4.2.3.1.6.9. Mármore (P2NMma)
4.2.3.1.6.10. Leucognaisse granatífero (P2NMglc)
4.2.3.1.6.11. Rochas metacarbonatadas e calco-silicatadas (P2NMcm)
4.2.3.1.7. Suíte de Culicuí (P2NMga)
4.2.3.1.7.1. Gnaisse granítico com feldspato potássico rosa fortemente foliado (P2NMfgr)
4.2.3.1.7.2. Charnoquito (P2NMch)
4.2.3.1.7.3. Gnaisse ocelado (P2NMga)
4.2.3.1.7.3.1. Gnaisse granítico megacrístico (P2NMal)
4.2.3.1.7.3.2. Gnaisse leucocrático (P2NMyg)
4.2.3.1.7.4. Gabro e diorito (P2NMgab)
4.2.3.1.7.5. Diques e boudins metabásicos
4.2.3.1.8. Grupo de Mécuburi (P3CB)
4.2.3.1.9. Grupo do Alto Benfica (P3AB)
4.2.3.A. Rochas granitóides (Ca) do Pan-Africano Superior na sub-província geológica de
Zambézia-Nampula e nas regiões adjacentes
4.2.3.1.10. Suíte de Murrupula (CaR)
4.2.3.1.10.1. Granitos (de fases intermédias iniciais) (CaRgr)
4.2.3.1.10.1.1. Quartzo-monzonito porfirítico (CaRgr1)
4.2.3.1.10.1.2. Quartzo-monzodiorito porfirítico (CaRgr2)
4.2.3.1.10.1.3. Biotite-horneblenda quartzo-monzodiorito equigranular (CaRgr)
4.2.3.1.10.2. Granodiorito e granito alcalino (CaRgd)
4.2.3.1.10.2.1. Granito porfirítico (CaRgr1, CaRgr2)
4.2.3.1.10.2.2. Granito equigranular (CaRgr) e quartzo-monzonito (CaRgd)
4.2.3.1.10.3. Sienito (CaRsy)
4.2.3.1.10.3.1. Plutão sienítico de Rapale
4.2.3.1.10.3.2. Plutão sienítico de Quixaxe
4.2.3.1.10.3.3. Plutão de Moma
4.2.3.1.11. Suíte de Malema (CaM)
4.2.3.1.11.1. Granito porfirítico (CaMgr)
4.2.3.1.12. Pegmatitos das províncias pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula-Nacorôa
4.2.3.B. Klippen do Neoproterozóico nas sub-províncias geológicas de Zambézia-Nampula e
Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.B.1. Klippen do Neoproterozóico na sub-província geológica de Zambézia-Nampula
4.2.3.1.13. Complexo de Monapo (P3MN)
4.2.3.1.13.1. Ortognaisse hornebléndico (P3MNh)
4.2.3.1.13.2. Suíte/rocha granítica de Ramiane (P3MNr)
4.2.3.1.13.3. Suíte/rocha alcalina de Mazerapane (P3MNz)
4.2.3.1.13.3.1. Clinopiroxenito (P3MNmf)
4.2.3.1.13.1.2. Milonito (P3MNmy)
4.2.3.1.14. Complexo de Mugeba (P2MB)
4.2.3.1.14.1. Gnaisse ultramáfico (P2MBum)
4.2.3.1.14.2. Ortognaisse máfico a ultramáfico (P2MBog)
4.2.3.1.14.3. Gnaisse granulítico félsico a intermédio (P2MBfg)
4.2.3.1.14.4. Gnaisse granulítico máfico (P2MBmg)
4.2.3.1.14.5. Gnaisse sienítico (P2MBsy) e piroxenito (P2MBpx)
4.2.3.1.14.A. Klippe da Plantação Santos
4.2.3.1.14.6. Milonitos alóctones (P2MBog)
4.2.3.C. Zona de Carreamento do Neoproterozóico
4.2.3.2. Complexo de Ocua (P3OC)
4.2.3.2.1. Gnaisse granulítico félsico a máfico (P3OCfg)
4.2.3.2.2. Gnaisse granulítico máfico (P3OCpx)
4.2.3.2.3. Gnaisse diorítico a anfibolítico (P3OCda)
4.2.3.2.4. Gnaisse charnoquítico (P3OCch)
4.2.3.2.5. Gnaisse biotítico (P3OCbi)
4.2.3.2.6. Mármore (P3OCma)
4.2.3.2.7. Gnaisse quartzo-feldspático milonítico e quartzito com quartzo fitado (P3OCgr)
4.2.3.2.8. Gnaisse granítico e tonalítico (P3OCgt)
4.2.3.2.9. Gnaisse sienítico (P3OCsy)
4.2.3.2.10. Gnaisse granítico, localmente migmatizado (P3OCgg)
4.2.3.D. Zona de cisalhamento de Namala, do Pan-Africano Superior
4.2.3.3. Intrusões graníticas (P2gra) no Complexo da Ponta Messuli
4.2.3.4. Complexo de Nampula (P2NM) na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.5. Complexo de Unango (P2UN)
4.2.3.5.A1. Complexo de Unango (P2UN)
4.2.3.5.1. Gnaisse migmatítico bandado (P2UNsm)
4.2.3.5.2. Gnaisse de Chala: gnaisse granulítico máfico bandado (P2UNmr)
4.2.3.5.3. Gnaisse migmatítico estromático (P2UNmg)
4.2.3.5.4. Gnaisse hornebléndico (P2UNbh)
4.2.3.5.5. Gnaisse biotítico (P2UNbi)
4.2.3.5.6. Meta-riólito porfírico quartzoso (P2UNvo)
4.2.3.5.7. Gnaisse quartzo-feldspático (P2UNfq)
4.2.3.5.8. Quartzito (P2UNqm)
4.2.3.5.A2. Complexo de Unango (P2UN)
4.2.3.5.9. Gnaisse ocelado granítico (P2UNag)
4.2.3.5.10. Gnaisse sienítico (P2UNsy)
4.2.3.5.11. Gnaisse charnoquítico feldspato com porfiroblastos (P2UNcf)
4.2.3.5.12. Gnaisse charnoquítico migmatítico (P2UNcm)
4.2.3.5.13. Gnaisse máfico a charnoquítico (P2UNmc)
4.2.3.5.14. Granofels do Monte Linasse (P2UNfp)
4.2.3.5.15. Metagabro, gnaisse máfico (P2UNgb)
4.2.3.5.16. Gnaisse de Meponda (P2UNbb)
4.2.3.5.17. Monzonito (P2UNmz)
4.2.3.5.18. Leucogranito (P2UNlc)
4.2.3.5.19. Granofels charnoquíticos a enderbíticos (P2UNce)
4.2.3.5.20. Granito (P2UNfg)
4.2.3.5.21. Gnaisse migmatítico granítico a granodiorítico (P2UNgo)
4.2.3.5.22. Gnaisse de Chiconono (P2UNtg)
4.2.3.5.23. Gnaisse granítico a granodiorítico (P2UNdi)
4.2.3.5.24. Gnaisse Lichinga (P2UNef)
4.2.3.5.25. Gnaisse quartzo-feldspático leucocrático (P2UNlcr)
4.2.3.5.26. Metagabro (P2UNbf)
4.2.3.5.27. Rochas ultramáficas (P2UNpx)
4.2.3.5.28. Quartzo-pórfiro do Monte Balise (P2UNqg)
4.2.3.5.29. Milonito granítico (P2UNmy)
4.2.3.6. Complexo de Marrupa (P2MR)
4.2.3.6.1. Gnaisse quartzo-feldspático (P2MRqv)
4.2.3.6.2. Paragnaisse rico em quartzo (P2MRqp)
4.2.3.6.3. Gnaisse granodiorítico (P2MRgd)
4.2.3.6.4. Gnaisse granítico (P2MRgg)
4.2.3.6.5. Gnaisse tonalítico bandado (P2MRbn)
4.2.3.6.6. Gnaisse migmatítico cinzento (P2MRgy)
4.2.3.6.7. Gnaisse granatífero-biotítico-quartzo-feldspático (P2MRbqf)
4.2.3.6.8. Leucognaisse quartzo-feldspático, com anfibolito (P2MRlca)
4.2.3.6.9. Leucognaisse, localmente granatífero (P2MRbl)
4.2.3.6.10. Mármore (P2MRma)
4.2.3.6.11. Gnaisse anfibolítico (P2MRam)
4.2.3.6.12. Serpentinito (P2MRsp)
4.2.3.6.13. Gnaisse diorítico (P2MRdi)
4.2.3.6.14. Gnaisse trondhjemítico (P2MRtr)
4.2.3.6.15. Diatexito granítico com anfíbolo (P2MRad)
4.2.3.6.16. Gnaisse quartzo-feldspático-hornebléndico migmatítico (P2MRhg)
4.2.3.6.17. Leucognaisse migmatítico (P2MRmc)
4.2.3.6.18. Granito milonítico (P2MRmy)
4.2.3.6.19. Sienito alcalino de Matondovela (P2MRsy)
4.2.3.7. Complexo de Nairoto (P2NR)
4.2.3.7.1. Meta-arenito e gnaisse biotítico (P2NRbg)
4.2.3.7.2. Gnaisse granítico a granodiorítico, localmente migmatítico (P2NRgr)
4.2.3.8. Complexo de Meluco (P2MC)
4.2.3.8.1. Gnaisse granítico a tonalítico, localmente migmatítico (P2MCgn)
4.2.3.8.2. Gnaisse granodiorítico (P2MCgd)
4.2.3.8.3. Gnaisse granítico (P2MCgr)
4.2.3.9. Grupo de Mécuburi (P3CB)
4.2.3.9.1. Metaconglomerado gnáissico e brita meta-arcósica (P3CBco)
4.2.3.9.2. Gnaisse biotítico (P3MCgr)
4.2.3.10. Grupo do Alto Benfica (P3AB)
4.2.3.11. Complexo de Montepuez (P3MP)
4.2.3.11.1. Gnaisse biotítico (P3MPbg)
4.2.3.11.2. Gnaisse quartzo-feldspático (P3MPqf)
4.2.3.11.3. Quartzito, meta-arcose e gnaisse quartzítico (P3MPqz)
4.2.3.11.4. Mármore (P3MPma)
4.2.3.11.5. Gnaisse anfibolítico (P3MPam)
4.2.3.11.6. Gnaisse diorítico (P3MPdi)
4.2.3.11.7. Gnaisse tonalítico (P3MPto)
4.2.3.11.8. Gnaisse granítico a granodiorítico, não diferenciado (P3MPgd)
4.2.3.11.9. Gnaisse granítico (P3MPgr)
4.2.3.E. Klippen do Neoproterozóico e carreamentos de rochas do Mesoproterozóico na
subprovíncia geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.12. Complexo de Xixano (Klippe/terreno) (P3X)
4.2.3.12.1. Granulito máfico (P3Xpx)
4.2.3.12.2. Gnaisse quartzo-feldspático-granatífero (P3MPqf)
4.2.3.12.3. Paragnaisse (P3Xbg)
4.2.3.12.4. Quartzo-micagnaisse e xisto (P3Xqm)
4.2.3.12.5. Mármore (P3Xma)
4.2.3.12.6. Meta-riólito (P3Xrh)
4.2.3.12.7. Meta-arenito (P3Xss)
4.2.3.12.8. Quartzito (P3Xqz)
4.2.3.12.9. Gnaisse mangerítico (P3Xmn)
4.2.3.12.10. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3Xgd)
4.2.3.12.11. Rochas charnoquíticas (P3Xch)
4.2.3.12.12. Gnaisse anfibolítico (P3Xag)
4.2.3.12.13. Metagabro (P3Xmg)
4.2.3.12.14. Gnaisse tonalítico (P3Xto)
4.2.3.12.15. Gnaisse ocelado (P3Xau)
4.2.3.12.A. Granito e milonito no Complexo de Xixano:
4.2.3.12.16. Granito do Monte Mapancane (P3XMgr)
4.2.3.12.17. Milonito (P3Xmy)
4.2.3.12.B. Unidades isoladas do Complexo de Xixano
4.2.3.12.18. Suíte da Serra Nicage
4.2.3.12.18.1. Metagabro (P3XSgb)
4.2.3.12.18.2. Tonalito (P3XStl)
4.2.3.13. Complexo de Muaquia (Klippe/terreno) (P3Q)
4.2.3.13.1. Gnaisse anfibolítico (P3Qag)
4.2.3.13.2. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3Qgr)
4.2.3.13.3. Gnaisse granítico a granodiorítico milonítico (P3Qmy)
4.2.3.13.4. Anfibolito (P3Qam)
4.2.3.13.5. Gnaisse calco-silicatado (P3Qcs)
4.2.3.13.6. Gnaisse muscovítico-biotítico e xistos (P3Qbg)
4.2.3.13.7. Gnaisse quartzo-feldspático (P3Qqf)
4.2.3.13.8. Quartzito (P3Qqk)
4.2.3.13.9. Quartzito (P3Qqz)
4.2.3.14. Complexo de M'Sawize (Klippe/terreno) (P3SW)
4.2.3.14.1. Migmatito bandado (P3SWmi)
4.2.3.14.2. Metagabro, anfibolito (P3SWgb)
4.2.3.14.3. Gnaisse granodiorítico a gabróico (P3SWgd)
4.2.3.14.4. Metatonalito (P3SWto)
4.2.3.15. Complexo de Lalamo (Klippe/terreno) (P3LM)
4.2.3.15.1. Gnaisse anfibolítico (P3LMag)
4.2.3.15.2. Gnaisse tonalítico (P3LMag)
4.2.3.15.3. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3LMgd)
4.2.3.15.4. Conglomerado (P3LMco) e sequência sobreposta, incluindo gnaisse cordierítico-
biotítico (P3LMcg)
4.2.3.15.5. Gnaisse biotítico, localmente grafítico, intercalado com meta-arenito, quartzito e
anfibolito (P3LMbg)
4.2.3.15.6. Meta-arenito e quartzito (P3LMss)
4.2.3.15.7. Mármore (P3LMma)
4.2.3.15.8. Rochas ultramáficas (P3LMum)
4.2.3.15.9. Gnaisse granítico (P3LMgr)
4.2.3.16. Grupo de Txitonga (P3TX)
4.2.3.16.1. Quartzito (P3TXqz)
4.2.3.16.2. Meta-arenito, metagrauvaque e quartzo-micaxisto (P3TXsg)
4.2.3.16.3. Quartzo-micaxisto, parcialmente xisto clorítico (P3TXsc)
4.2.3.16.4. Formação de rocha ferrífera bandada/BIF (P3TXfe)
4.2.3.16.5. Arenito meta-arcósico a meta-arenítico (P3TXss)
4.2.3.16.6. Rocha verde, xisto verde e metagabro (P3TXgb)
4.2.3.16.7. Pórfiro quartzo-feldspático (P3TXpq)
4.2.3.16.8. Veios de quartzo (qv)
4.2.3.17. Grupo de Geci (P3GC)
4.2.3.17.1. Metavulcanito (P3GCvo)
4.2.3.17.2. Conglomerado com cascalho de granito com textura granular fina (P3GCco)
4.2.3.17.3. Micaxisto (P3GCsc)
4.2.3.17.4. Calcário (P3GCli)
4.2.3.18. Intrusões neoproterozóicas a paleozóicas
4.2.3.18.1. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Unango
4.2.3.18.1.1. Sienito do Monte Naumale (P3NC)
4.2.3.18.1.2. Sienito nefelínico do Monte Chissindo (P3CH)
4.2.3.18.1.3. Quartzo-pórfiro do Monte Sanga (P3MS)
4.2.3.18.2. Diques básicos a ácidos (P3gb, do, gd, gr)
4.2.3.19. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Marrupa
4.2.3.19.1. Granodiorito da Serra Mecula (P3gdi)
4.2.3.19.2. Granito (P3gra)
4.2.3.19.3. Complexo de dique máfico (do)
4.2.3.20. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Xixano
4.2.3.20.1. Gabro olivínico do Monte Messuse (P3og)
4.2.3.20.2. Dique alcalino (lamproíto) (la)
4.2.3.20.3. Suíte do Monte Miruei (P3Mir)
4.2.3.20.3.1. Gnaisse granítico
4.2.3.20.4. Suíte de Maco (P3CM)
4.2.3.20.4.1. Granito porfirítico
4.2.3.20.5. Suíte de Murrupula (CaR)
4.2.3.20.5.1. Gnaisse granítico, com textura granular média a grosseira (CaRNbg)
4.2.3.20.5.2. Granito (CaRgr)
4.2.3.20.6. Suíte de Malema (CaM)
4.2.3.20.6.1. Complexos circulares da Suíte de Malema
4.2.3.20.6.2. Granito (CaMgr)
4.2.3.20.6.3. Sienito (CaMsy)
4.2.3.20.7. Charnoquito da Serra Messolua (CaMch)
4.2.3.20.8. Suíte de Niassa (CaN)
4.2.3.20.9. Suíte de Tundo
4.2.3.21. Intrusões pegmatíticas no soco cristalino de Moçambique, em especial na
subprovíncia geológica de Zambėzia-Nampula
4.3. Desenvolvimento durante o Paleozóico e Fanerozóico em Moçambique
4.3.1. Desenvolvimento durante o Fanerozóico
4.3.1.1. Desenvolvimento durante o Karoo
4.3.1.1.A. Subdivisão estratigráfica do Karoo moçambicano
4.3.1.1. B. Cintura (graben/zona) do Médio Zambeze-Lupata
4.3.1.1.1. Karoo Inferior
4.3.1.1.1.1. Grupo Dwyka
4.3.1.1.1.1.1. Formação de Vúzi (tilito) (CbV)
4.3.1.1.1.2. Grupo Ecca (PeE)
4.3.1.1.1.2.1. Formação de Moatize (PeM)
4.3.1.1.1.2.1.A. Sub-bacia (carbonífera) de Moatize-Minjova
4.3.1.1.1.2.1.B. Sub-bacias de Chicôa-Mecúcoè e de Mucanha-Vúzi
4.3.1.1.1.2.1.C. Sub-bacia de Muanzi-Luângua
4.3.1.1.1.2.1.D. Sub-bacia de Sânangoè-Mefidéze
4.3.1.1.1.2.2. Formação de Matinde (PeT, PeTc)
4.3.1.1.1.2.2.A. Área oeste da Suíte de Tete
4.3.1.1.1.2.2.B. Região de Birira
4.3.1.1.1.2.2.C. Rio Nhanfiti, afluente esquerdo do Rio Sorodeze
4.3.1.1.1.2.2.D. Área da folha cartográfica de Chioco
4.3.1.1.1.2.2.E. Domo vulcânico da Serra Mevunge
4.3.1.1.1.2.2.F. Bacias no bordo do soco Pré-câmbrico
4.3.1.1.2. Karoo Superior (grupo)
4.3.1.1.2.1. Grupo de Beaufort (PeB)
4.3.1.1.2.1.1. Formação de Cádzi (PeC)
4.3.1.1.2.2. Grupo Stormberg
4.3.1.1.2.2.1. Formação de Zumbo (JrUz)
4.3.1.1.2.2.2. Formação de Lualádzi (JrZ)
4.3.1.1.2.2.3. Formação do Rio Mazoe (JrIa, JrIb)
4.3.1.1.C. Fossa de Lupata – a SE da zona de bordo do Cratão do Zimbabué/sub-bacia de
Espungabera
4.3.1.1.2.2.4. Formação do Rio Nhavúdezi (JrRN)
4.3.1.1.2.2.5. Formação da Serra Bombuè (JrSb)
4.3.1.1.2.2.6. Formação de Bangomatete (JrBr, JrBb)
4.3.1.1.2.2.7. Formação de Chueza (JrC)
4.3.2. Magmatismo do Pós-Karoo Superior
4.3.2.1. Suíte de Rukore (JrR)
4.3.2.1.1. Rochas intrusivas félsicas (JrRg, JrRf)
4.3.2.1.1.1. Rolhões vulcânicos
4.3.2.1.1.2. Microgranito (granito de Rukore)
4.3.2.1.1.3. Diques porfiríticos quartzo-feldspáticos
4.3.2.1.1.4. Riólito
4.3.2.1.1.5. Rochas graníticas nas proximidades do Complexo de Chipera
4.3.2.1.2. Pórfiro (pórfiro de Bungue) (JrRf, JrRg)
4.3.2.1.3. Rochas intrusivas máficas (JrRmd)
4.3.2.2. Dacito (rolhão vulcânico) (JrKuv)
4.3.2.3. Suíte intrusiva de Gorongosa
4.3.2.3.1. Gabro (JrGb)
4.3.2.3.2. Granito (JrGg)
4.3.2.4. Falha/zona de fractura e enxame de diques da Gorongosa
4.3.3.A. Unidades do Karoo no sul de Moçambique
4.3.3.1. Unidade de Pafuri e monoclinal dos Libombos
4.3.3.1.1. Formação/basalto de Letaba-Pafuri (JrLB)
4.3.3.1.1.A. Unidade de Pafuri
4.3.3.1.1.B. Monoclinal dos Libombos
4.3.3.1.1.1. Basaltos/Formação de Letaba-Pafuri (JrLb, JrLB)
4.3.3.1.1.2. Basalto do Rio Sabie ou Formação do Rio Sabie (JrSba)
4.3.3.1.1.2.1. Membro de Basalto
4.3.3.1.1.2.2. Membro de Riólito
4.3.3.1.1.3. Formação de Umbelúzi (JrU)
4.3.3.1.1.3.1. Dacitos (JrUt)
4.3.3.1.1.3.2. Basalto e membro de dolerito maciço (JrUb)
4.3.3.1.1.3.3. Tufos de fluxos de cinza vulcânica e ignimbritos riolíticos (JrUr)
4.3.3.1.1.3.4. Lavas riolíticas
4.3.3.1.1.3.5. Brechas vulcânicas
4.3.3.1.1.3.6. Membro de tufo (JrUf)
4.3.3.1.1.3.7. Microgranito (JrUg)
4.3.3.1.1.4. Formação de Movene (basalto) (JrM)
4.3.3.1.1.4.1. Basalto (JrM)
4.3.3.1.1.4.2. Membro de Riólito dos Pequenos Libombos (JrMr)
4.3.3.1.1.4.3. Brecha riolítica (JrMbr)
4.3.3.1.1.4.4. Quartzo-latito (JrMq)
4.3.4. Rochas intrusivas do Karoo Superior
4.3.4.1. Formação de Pessene (JrPn)
4.3.4.1.1. Lava alcalina de Pessene (JrPal)
4.3.4.1.2. Sienito nefelínico de Pessene (JrPns)
4.3.5. Diques e soleiras
4.3.5.1. Diques e soleiras máficos (Jrdo, do)
4.3.5.2. Diques gabróicos (Jrgd)
4.3.6. Continuação do monoclinal dos Libombos para leste, para a Bacia de Moçambique
4.3.7.A. Desenvolvimento durante o Karoo nas sub-províncias geológicas de Zambézia-
Nampula e Niassa-Cabo Delgado
4.3.7.A1. Subprovíncia geológica de Niassa (Cabo Delgado)
4.3.7.1. Bacia/Graben de Maniamba (Lunho)
4.3.7.1.A. Karoo Inferior na Bacia/Graben de Maniamba
4.3.7.1.1. Grupo Ecca (PeE)
4.3.7.1.1.1. Horizonte/Formação K2
4.3.7.1.1.2. Horizonte/Formação K3
4.3.7.1.1.3. Horizonte/Formação K4
4.3.7.1.2. Grupo de Beaufort (PeB)
4.3.7.1.2.1. Horizonte/Formação K5
4.3.7.1.2.2. Horizonte/Formação K6
4.3.7.1.2.1. Horizonte/Formação K5 e 4.3.7.1.2.2. Horizonte/Formação K6
4.3.7.1.2.3. Unidade concrecional dos Horizontes/Formações K5 e K6
4.3.7.1.B. Grupo do Karoo Superior na Bacia/Graben de Maniamba
4.3.7.1.3. Grupo do Karoo Superior
4.3.7.1.3.1. Formações do Monte Lilonga (siltito) e de Fúbuè (arenito) (JrFb)
4.3.7.1.3.2. Formação de Mecondece (arenito) (JrMe)
4.3.7.1.3.3. Formação de Tende (siltito) (JrTe)
4.3.7.1.3.4. Formação de Lupilichi (siltito) (JrIp)
4.3.8. Grupo do Karoo Superior a noroeste da Falha do Rio Moola (TrKu)
4.3.8.1. Formação de Mecondece (arenito) (JrMe)
4.3.8.2. Formação de Tende (siltito) (JrTe)
4.3.8.3. Formação de Lupilichi (Lipilichi)
4.3.8.4. Bacias a SE e E de Lichinga
4.3.9.A. Kimberlitos na Bacia/Graben de Maniamba (Metangula/Lunho)
4.3.9.1. Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe
4.3.9.2. Zona do curso superior do Rio Fúgòe
4.3.9.3. Zona dos rios Tulo-Namango
4.3.9.4. Zona do Rio Luimba
4.3.9.5. Zona de Micuela
4.3.9.B. Observações gerais sobre os kimberlitos de Maniamba
4.3.9.C. Estudos dos Serviços Geológicos da Noruega (NGU) sobre os kimberlitos de
Maniamba
4.3.10. Supergrupo Karoo das Bacias de Tiambila e Chemba (CbK)
4.3.10.1. Supergrupo Karoo da Bacia de Tiambila
4.3.10.2. Supergrupo Karoo da Bacia de Chemba
4.3.10.3. Formação de Lupilichi (siltito) (CbK/JrIp)
4.3.11. Bacias do Supergrupo Karoo a sudeste e leste de Lichinga (CbK)
4.3.11.1. Unidade de Mancha de Montante/Rio Luchimua
4.3.11.2. Unidade de Mancha de Juzante/Rio Luchimua/Rio Lotcheze
4.3.12. Supergrupo Karoo em Cabo Delgado (CbK)
4.3.12.1. Bacia de Luângua: Bacia (Luângua) Norte
4.3.12.2. Bacia (Luângua) Sul
4.3.12.B. Litologias das Bacias (Luângua) Norte e Sul
4.3.12.B1. Conglomerado e arenito arcósico (CbKl)
4.3.12.B2. Arenito (PeE)
4.3.13.C. Rochas vulcânicas do Karoo na área/zona costeira de Angoche
4.3.13.1. Grupo de Angoche (JrAg)
4.3.13.1.1. Basalto e andesito (JrAg)
4.3.13.1.2. Lava félsica
4.3.13.1.3. Dolerito
4.3.13.D. Plutões jurássicos nas subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-
Cabo Delgado
4.4. Bacias mesozóicas e cenozóicas do Pós-Karoo e sequências do Rifte do Leste Africano
4.4.1. Grabens/Bacias de Maniamba (e do Lago Niassa)
4.4.1.1. Depósitos terciários no Graben de Maniamba/Lunho e em pequenas bacias na
subprovíncia geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.4.1.1.1. Formação de Mikindani (TeK)
4.4.1.2. Depósitos quaternários no Graben de Maniamba/Lunho, no Lago Niassa e em
pequenas bacias na subprovíncia geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.4.2. Bacia do Rovuma e zona costeira de Nampula-Zambézia do Oceano Índico
4.4.2.A. Desenvolvimento durante o Pré-rifte
4.4.2.B. Desenvolvimento durante o Sin-rifte
4.4.2.C. Desenvolvimento durante as fases iniciais da deriva continental
4.4.2.D. Desenvolvimento durante a fase tardia da deriva continental
4.4.2.E. Progradação deltaica
4.4.2.1. Formação do Rio Mecole (JrRM)
4.4.2.2. Formação de N'Gapa (JrP)
4.4.2.3. Formação de Macomia (CrMo)
4.4.2.4. Formação de Pemba (CrPMml, CrPmss, PMsm)
4.4.2.5. Formação de Mifume (CrMf)
4.4.2.6. Formação de Alto Jingone (TeAj)
4.4.2.7. Formação de Quissanga (TeQs)
4.4.2.8. Formação de Chinda (TeQs)
4.4.2.9. Formação de Mikindani (TeK)
4.4.2.E. Depósitos quaternários na Bacia do Rovuma
4.4.2.E.1. Areia (arenito) costeira (Qcs)
4.4.2.E.2. Camadas de areias com cascalheiras locais (Qss)
4.4.2.E.3. Dunas de areia costeira, areia da praia e dunas interiores com areia eólica
vermelha (Qd, Qdi)
4.4.2.E.4. Recifes marinhos, corais e sedimentos bioclásticos (Qmr)
4.4.2.E.5. Lamas aluviais de origem fluviomarinha (Qst)
4.4.2.E.6. Aluvião (Qa)
4.4.2.E.7. Areia e solo arenoso com lamas salinas lacustres (Qas, Qls)
4.4.2.F. Depósitos do Mesocenoizóico e Cenozóico ao longo da zona costeira de Nampula-
Zambézia
4.4.3. Zona do Graben do Zambeze e região de Zumbo-Changara
4.4.3.1. Formação de Mágoè (arenito-calcário) (CrM)
4.4.3.1.1. Membro de Conglomerado (CrMc)
4.4.3.1.2. Membro de Arenito e Conglomerado (CrMs)
4.4.3.1.3. Membro de Arenito-Calcário (CrMl)
4.4.4. Fossa de Lupata
4.4.4.1. Grupo de Lupata (JRL, CRL)
4.4.4.1.1. Subgrupo Inferior de Lupata
4.4.4.1.1.1. Formação de Tchazica (arenito basal) (JrLT)
4.4.4.1.1.2. Formação do Monte Palamuli (riólito) (JrLP)
4.4.4.1.1.3. Formação do Monte Mazambulo (arenito conglomerático) (JrLM)
4.4.4.1.1.4. Red Beds do Grupo de Lupata nos furos na Fossa de Lupata-região da
Depressão Deltaica do Zambeze e da Bacia de Moçambique
4.4.4.1.2. Subgrupo Superior de Lupata
4.4.4.1.2.1. Formação do Monte Linhanga (fonólito) (CrLM)
4.4.4.1.2.2. Lavas alcalinas (CrLM)
4.4.4.1.2.3. Aglomerados (CrLMa)
4.4.4.1.2.4. Arenito e arenito tufítico (CrLMs)
4.4.5.A Carbonatitos (CrC) e rochas alcalinas associadas nos Grabens do Médio Zambeze e
do Baixo Zambeze
4.4.5.A.1. Colina de Lupata
4.4.5.A.2. Monte Muambe
4.4.5.A.3. Monte Chandava
4.4.5.A.4. Monte Salambídua
4.4.5.A.4.1. Traquitos do Monte Salambidua (CrSd)
4.4.5.A.5. Monte Buzimuana
4.4.5.A.6. Suíte de Cone Negose (CrNc, CrNtr)
4.4.5.A.7. Corpo alcalino do Monte Cangombe
4.4.5.B. Carbonatitos instalados abaixo do muro de milonito da Suíte de Tete
4.4.5.B.1. Monte Fema (CrCb) e 4.4.5.8. Monte Muande (CrCm)
4.4.5.B.2. Carbonatito do Rio Mufa (Crcb)
4.4.5.C. Outras rochas carbonatíticas e alcalinas
4.4.6. Intrusões no bordo do rifte no Centro de Moçambique
4.4.6.1. Suíte de Tundo/província alcalina de Chirua (Chilwa/Chiuta)
4.4.6.2. Suíte da Serra Morrumbala
4.4.6.2.1. Intrusão alcalina e diques diabásicos (CrMRa)
4.4.6.2.2. Sienito (CrMRs)
4.4.6.2.3. Tufito e brechas vulcânicas (CrMRv)
4.4.6.2.4. Veios de quartzo (CrMRq)
4.4.6.3. Suíte de Carbonatito do Monte Xiluvo (CrX)
4.4.6.3.1. Monte Xiluvo
4.4.6.3.2. Montes Cura
4.4.7. Depósitos do Quaternário a norte do Graben do Zambeze (norte da província de
Tete) e no Graben do Médio Zambeze
4.4.7.1. Rifte do Rio Muangádeze
4.4.7.2. Rifte do Rio Candere
4.4.7.3. Graben do Rio Metendeze-Lumázi
4.4.7.4. Rifte do Rio Condedezi-Messambedeze
4.4.8. Riftes do Centro e Sul de Moçambique e sequências de bacias sedimentares Meso-
Cenozóicas
4.4.8.1. Sedimentos terrestres do Cretácico e Terciário no bordo do Graben de Chire-
Urema-Chissenga
4.4.8.1.1. Sedimentos terrestres do Cretácico
4.4.9. Bacia de Moçambique
4.4.9.1. Sequência 1: deposição do Jurássico Superior-Cretácico Inferior
4.4.9.2. Sequência 2: Cretácico Médio a Superior
4.4.9.2.1. Formação de Domo
4.4.9.2.2. Formação de Sena (CrS)
4.4.9.2.2.1. Membro de Arenito e Tório (CrSt)
4.4.9.2.2.2. Membro de Conglomerado Basal (CrSb)
4.4.9.2.2.3. Membro de Conglomerado-Arenito Superior (CrSc)
4.4.9.3. Sequência 3 do Cretácico Superior (Campaniano-Maastrichtiano) ao Paleocénico
Inferior
4.4.9.3.1. Formação de Grudja (arenito) (CrG)
4.4.9.3.2. Formação de Incomanini (CrI)
4.4.9.3.3. Cretácico indiferenciado (CrM)
4.4.9.4. Sequência 4: Paleocénico
4.4.9.4.1. Formação de Mapai (TeA)
4.4.9.4.1.1. Membro de Calcário Basal (TeAbl)
4.4.9.4.1.2. Membro de Arenito Inferior (TeAlc)
4.4.9.4.1.3. Membro de Calcário Médio (TeAml)
4.4.9.4.1.4. Membro de Arenito Médio (TeAcs)
4.4.9.4.1.5. Membro de Arenito Superior (TeAuc)
4.4.9.4.1.6. Membro de Calcário Superior (TeAul)
4.4.9.4.1.7. Depósitos problemáticos da Formação de Mapai
4.4.9.5. Sequência 5: Paleocénico - Pliocénico
4.4.9.5.1. Formação de Mangulane (TeM)
4.4.9.5.1.1. Membro de Magude (TeMm)
4.4.9.5.1.2. Membro de Calcário (TeMl)
4.4.9.5.2. Formação de Tembe (TeT)
4.4.9.5.3. Formação de Inhaminga (TeI)
4.4.9.5.3.A. Formação de Inhaminga (TeI) no bordo leste do rifte
4.4.9.5.4. Formação de Maputo (TeP)
4.4.9.5.5. Formação de Boane (TeB)
4.4.9.5.6. Formação de Salamanga (TeS)
4.4.9.5.7. Formação de Cheringoma (TeC)
4.4.9.5.7.A. Formação de Cheringoma (TeC) no bordo leste do rifte
4.4.9.5.8. Formação de Jofane (TeJ)
4.4.9.5.8.1. Membro de Calcário de Urrongas (TeJu)
4.4.9.5.8.2. Membro (de calcoarenito) de Cabe (TeJc)
4.4.9.5.8.3. Arenito com silicificação local (TeJs)
4.4.9.5.8.4. Arenito conglomerático/arenito retrabalhado (TeJco)
4.4.9.5.8.4.1. Calcários de Divinhe (?)
4.4.9.5.9. Formação de Inharrime (TeIn)
4.4.9.5.10. Formação de Ponta Vermelha (TeVs)
4.4.9.5.11. Formação de Mazamba (TeZ)
4.4.9.5.11.A. Formação de Mazamba (TeZ) no bordo leste do rifte
4.4.9.6. Sequência 6: depósitos do Quaternário (Plistocénico e Holocénico)
4.4.9.6.1. Areias eólicas (Qe)
4.4.9.6.2. Cascalheira e areias de terraços fluviais (Qt)
4.4.9.6.3. Lama de planícies de inundação eluviais (Qpi)
4.4.9.6.4. Coluvião (Qc)
4.4.9.6.5. Sedimentos de terraços marinhos/Areia (arenito) costeira (Qcs)
4.4.9.6.6. Calcários lacustres (Qll)
4.4.9.6.7. Areia argilosa de planícies eluviais (Qps)
4.4.9.6.8. Lamas aluviais de origem fluviomarinha (Qst)
4.4.9.6.9. Aluvião, areia, silte, cascalheira (Qa)
4.4.9.6.10. Dunas interiores (Qdi)
4.4.9.6.11. Duna de areia costeira e areia de praia (Qd)
4.4.9.6.12. Detritos com cascalho (Mantos de Cascalheiras) (Qp)
4.4.9.6.13. Complexo Deltaico do Zambeze
4.4.10. Depósitos do Quaternário a leste do Cratão do Zimbabué e a oeste do Terreno do
Rio Zambeze
4.4.10.1. Areia argilosa de planícies eluviais (Qps)
4.4.10.2. Lama de planícies de inundação eluviais (Qpi)
4.4.10.3. Areia de terraços fluviais (Qt)
4.4.10.4. Coluvião (Qc)
4.4.10.5. Detritos de cascalho (Mantos de Cascalheiras) (Qp)
4.4.10.6. Aluvião (Qa)
5.0. Os solos de Moçambique, a camada superior da crosta terrestre
5.1. Condições geológicas e litológicas para a formação de solos
5.2. Condições geomorfológicas e de relevo para a formação de solos
5.3. Factores/condições climáticas com influência na formação de solos
5.4. Bacias hidrográficas, sistemas de drenagem e transporte de materiais com influência
na formação de solos
5.5. Solos (tipos de solos) existentes em Moçambique
6.0. Potencial mineral de Moçambique
6.1. Recursos energéticos
6.1.1. Hidrocarbonetos/gás natural e petróleo
6.1.1.1. Bacia de Moçambique
6.1.1.1.1. Campos (blocos) de Pande-Temane-Inhasorro
6.1.1.2. Bacia do Rovuma
6.1.1.2.1. Bloco Mamba/Área 4
6.1.1.2.2. Bloco Área 1
6.1.1.2.A. Cálculos e estimativas das reservas de hidrocarbonetos da Bacia do Rovuma
6.1.1.3. Exsurgências de hidrocarbonetos nas litologias dos bordos da Bacia do Rovuma
6.1.1.4. Hidrocarbonetos em riftes (grabens)
6.1.1.5. Hidrocarbonetos em bacias do Karoo
6.1.2. Carvão
6.1.2.A. Bacias e sub-bacias carboníferas de importância económica
6.1.2.1. Graben/depressão do Médio Zambeze
6.1.2.1.1. Bacia de Moatize-Minjova
6.1.2.1.1.1. Sub-bacia de Moatize
6.1.2.1.1.2. Sub-bacia de Minjova
6.1.2.1.2. Bacia de Mucanha-Vúzi
6.1.2.1.3. Bacias/sub-bacias de Chícoa-Mecucoé e Muanzi-Luângua
6.1.2.1.4. Bacia de Sânangoè-Mefidéze
6.1.2.1.5. Sub-bacia de Chirodeze (Bacia de Mefendeze -Sanangoe)
6.1.2.B. Bacias carboníferas com pouca importância económica
6.1.2.2. Depressão do Baixo Zambeze
6.1.2.2.1. Sub-bacias de Muaradzi-Mecondezi, Necungas-Meconé, Rio Malica, Goma e
Nhacali
6.1.2.2.2. Sub-bacia do Baixo Chire (?)
6.1.2.3. Graben de Maniamba
6.1.2.3.1. Sub-bacia de Lunho (com camadas de carvão)
6.1.2.4. (Sub-)Bacia de Espungabera
6.1.2.C. Bacias carboníferas sem interesse económico
6.1.2.5. Bacias de Lugenda Norte e Sul, Luângua e Luchinua
6.1.2.5.1. Bacias de Lugenda
6.1.2.5.1.1. Bacia de Luângua/Bacia Norte de Lugenda (Bacia de Makaa-Itule) –
Ocorrências de Chipuputa e Luchinua
6.1.2.5.1.1.1. Ocorrência de Luângua
6.1.2.5.1.1.2. Ocorrências da Bacia Norte de Lugenda (Bacia de Makaa-Itule) e de
Chipuputa
6.1.2.5.1.1.3. Ocorrência de Luchinua (Luchimua)
6.1.2.5.1.2. Bacia Sudoeste de Lugenda
6.1.2.5.1.2.1. Sub-bacia de Mancha de Montante
6.1.2.5.1.3. Sub-bacia de Mancha de Juzante
6.1.2.5.1.4. Sub-bacias do Rio Lutheze e do Rio Luambala
6.1.3. Metano
6.1.3.1. Metano associado a depósitos de carvão
6.1.3.2. Metano em sedimentos/formações marinhos/as
6.1.4. Turfa
6.1.5. Recursos nucleares
6.1.5.1. Veios e vénulas quartzo-calcíticos (davidite)
6.1.5.1.1. Depósitos e ocorrências de Mavudzi, Inhatóbuè e Castro
6.1.5.1.1.1. Depósito de Mavudzi
6.1.5.1.1.2. Depósito de Castro
6.1.5.1.1.3. Benga, Cacame e outros depósitos/ocorrências
6.1.5.2. Chaminés carbonatíticas e complexos alcalinos
6.1.5.2.1. Intrusões alcalinas no Complexo de Unango
6.1.5.2.1.1. Monte Naumale (ocorrência de Meponda)
6.1.5.2.1.2. Monte Chissindo
6.1.5.2.1.3. Rio Lucuisse (Complexo Alcalino de Lucuisse)
6.1.5.2.2. Chaminés carbonatíticas nas zonas de bordo do rifte
6.1.5.2.3. Intrusões alcalinas e sienitos nefelínicos
6.1.5.2.4. Placers de minerais pesados (com monazite)
6.1.5.4. Pegmatitos (pegmatitos de ETR e MR)
6.1.5.4.1. Pegmatitos do Alto Ligonha
6.1.5.4.2. Pegmatitos de Lugenda
6.1.5.5. Sedimentos do Karoo de cor escura
6.1.5.6. Anomalias radiométricas para a prospecção de urânio
6.1.5.6.1. Anomalias da área da Suíte de Mavudzi/Tete
6.1.5.6.2. Anomalias radiométricas no Supergrupo de Fíngoè
6.1.5.6.3. Anomalias radioactivas em sedimentos do Karoo
6.1.6. Recursos geotérmicos
6.2. Grupo de ferro, metais não ferrosos e metais base
6.2.1. Depósitos de minério de ferro
6.2.1.1. Fe-quartzito, Formação Ferrífera Bandada (BIF) em unidades rochosas do Arcaico
e Proterozóico
6.2.1.1.1. Estrutura de Manica
6.2.1.1.2. Área de Mavita
6.2.1.1.3. Formação Ferrífera Bandada/BIF da Cintura de Niassa
6.2.1.2. Rochas ferríferas bandadas arcaicas erodidas
6.2.1.2.1. Honde
6.2.1.2.1.1. Corpo de Minério de Mabote
6.2.1.2.1.2. Jazidas minerais de Machacamira, Chito SO, Chito SE, Monte Pita, Bero,
Nhaziri, Cemitério Lavra e Nhandiro
6.2.1.3. Depósitos de minério de Fe e Fe-Ti de origem sedimentar, magmática e
hidrotérmica no Complexo do Mesoproterozóico de Nampula e no Complexo
(Neoproterozóico?) de Ocua
6.2.1.3.1. Depósito de ferro de Mazogo
6.2.1.3.2. Ocorrência de hematite-magnetite de Mirrote/Maravone
6.2.1.3.3. Ocorrência de ilmenite-magnetite de Mazua
6.2.1.3.4. Ocorrências de magnetite de Chiure Velho
6.2.1.3.5. Lalaua
6.2.1.3.6. Milange e Majau
6.2.1.4. Depósitos de magnetite magmática, titanomagnetite em anortosito e nas
proximidades de intrusões de anortosito
6.2.1.4.1. Machédua
6.2.1.4.2. Ocorrências de Antiga Caldas Xavier, Cambulatsitsi, Txizita, Singere, Massamba
e Inhatipissa
6.2.1.4.3. Chitonguè (Rio Nhambia)
6.2.1.4.4. Tenge/Ruoni (Rioni)
6.2.1.4.5. Potencial do anortosito de Ulungoé em matéria de elementos do grupo da platina
6.2.1.5. Mineralização de ferro em piroxenitos, gabros, anortositos e sienitos do
Complexo do Neoproterozóico de Monapo (P3MN)
6.2.1.5.1. Mecuco
6.2.1.6. Ocorrências de ferro em rochas magmáticas do Jurássico-Cretácico do Grupo de
Lupata (JRL, CRL)
6.2.1.6.1. Lupata-Doa (Monte Pangula)
6.2.1.7. Depósitos com ferro e apatite
6.2.1.7.1. Monte Muande/Monte Fema
6.2.1.7.2. Evate (Monapo)
6.2.1.7.3. Meseca (Messeca)
6.2.1.8. Escarnito e metassedimentos com minério de ferro e ferro-cobre na província
(geológica) de Tete-Angónia e na Zona de Fíngoè (Supergrupo)
6.2.1.8.1. Escarnito e metassedimentos com minério de ferro na província (geológica) de
Tete-Angónia
6.2.1.8.1.1. Cassera
6.2.1.8.1.2. Maiu-a-Chipunga
6.2.1.8.1.3. Nhancungue
6.2.1.8.2. Depósitos e ocorrências de ferro-cobre na Formação de Chíduè (P1CH) e no
Supergrupo de Fíngoè (Zona) (P2F)
6.2.1.8.2.A. Formação de Chíduè (P1CH)
6.2.1.8.2.1. Messeca e Monte Tumba
6.2.1.8.2.B. Supergrupo de Fíngoè (P2F)
6.2.1.8.2.2. Monte Mancupiti
6.2.1.8.2.3. Monte Muenguè e Rio Mucanha
6.2.1.8.2.4. Luzina
6.2.1.8.2.5. Camitala
6.2.2. Mineralizações de manganês
6.3. Titânio
6.3.1. Areias de Minerais Pesadas (AMP) com ilmenite, rútilo e zircão
6.3.1.1. Chibuto (Corridor Sands)
6.3.1.2. Xai-Xai
6.3.1.3. Moebase (Lipobane, Naburi e Mecalonga/Tigen)
6.3.1.4. Moma
6.3.1.5. Congolone
6.3.1.6. Outras ocorrências de AMP na zona costeira
6.3.1.6.1. Zona costeira entre a fronteira da Tanzânia e a foz do Rio Lúrio
6.3.1.6.1.1. Murrubue
6.3.1.6.1.2. Natuca (Ponte Uifundo)
6.3.1.6.1.3. Local sem denominação a sul de Mecufi
6.3.1.6.2. Zona costeira entre Quinga e a foz do Rio Zambeze
6.3.1.6.2.1. Micaue-Deia
6.3.1.6.3. Área costeira de Inhasorro e a zona costeira entre Inhambane (Tofo-Miramar) e a
Ponta do Ouro (fronteira da África do Sul)
6.3.1.6.A. Offshore (delta submarino) no delta do Rio Zambeze
6.3.2. Magnetite magmática, titanomagnetite e depósitos eluviais associados
6.3.3. Mineralização de titânio associada a magmas alcalinos
6.3.3.1. Lupata
6.3.3.2. Evate
6.3.4. Pegmatitos portadores titânio
6.3.4.1. Pegmatitos do Alto Ligonha
6.3.4.2. Veios e pegmatitos em M'Tetadzi, a N/NO da Província de Tete
6.3.5. Metassomatitos portadores de rútilo
6.4. Jazidas de minério de alumínio
6.4.1. Bauxito
6.4.1.1. Alumen/Moriangane
6.4.1.2. Outras ocorrências de bauxito na região de Manica
6.4.2. Laterito
6.4.3. Sienito nefelínico
6.4.3.1. Suíte de Tundo (Jrsy)
6.4.3.1.1. Monte Máuzo
6.4.3.1.2. Monte Tumbine
6.4.3.1.3. Intrusões dos montes Chiperone, Derre, Pandíbuè e Muembili
6.4.3.2. Bordo oeste do rifte na fronteira entre Moçambique e o Malawi
6.4.3.2.1. Monte Salambidua
6.4.3.3. Intrusão do bordo leste do rifte de Chire-Urema
6.4.3.3.1. Serra Morrumbala
6.4.3.4. Outras intrusões com alumínio
6.4.3.4.1. Intrusão de Chissindo
6.4.3.4.2. Suíte de Tete (P2T)
6.5. Cobre, níquel e cobalto
6.5.1. Mineralizações hidrotérmicas, hidrotérmico-metamórficas e hidrotérmico-vulcânicas
associadas às rochas verdes do Grupo de Manica arcaico
6.5.1.1. Mundonguara (Edmundian)
6.5.2. Minérios sedimentares estratiformes (de contacto/metassomáticos?) e minérios de
sulfureto de cobre associados a intrusões básicas e ultrabásicas na área de Atchiza e Fíngoè
6.5.2.1. Macupiti
6.5.2.2. Atchiza
6.5.2.3. Mateu
6.5.3. Minérios de sulfureto de cobre associados a rochas básicas e ultrabásicas na Suíte de
Tete (P2T) e nas rochas circundantes (miloníticas)
6.5.3.1. Cónua
6.5.3.2. Chíduè
6.5.3.3. M’Panda-Uncua
6.5.3.4. Cacanga
6.5.3.5. Bingre
6.5.3.6. Potencial em matéria de metais de base no Grupo de Angónia
6.5.4. Mineralizações de cobre no sul de Moçambique
6.5.4.1. Mineralização de Búzi
6.5.5. Mineralizações/indicações de cobre e níquel no norte de Moçambique
6.5.5.A. Mineralizações de cobre
6.5.5.1. Mineralização de cobre do Rio Lureco
6.5.5.2. Indícios de cobre em Mazeze
6.5.5.B. Mineralizações de níquel-cobre
6.5.5.3. Mundonguara
6.5.5.4. Monte Atchiza
6.5.5.5. Ocorrência de cobre-níquel de Chiure (Mucacata)
6.5.5.6. Indícios de cobre-níquel de Lusaka
6.5.5.7. Indícios de cobre-níquel do Rio Nicuburi
6.5.5.8. Outras indicações de cobre-níquel
6.5.5.9. Mineralizações de níquel-cobalto
6.6. Ocorrências de chumbo
6.6.1. Fumo – Dique e Mazoe
6.6.2. Cacanga
6.7. Metais preciosos
6.7.A. Ouro e prata
6.7.1. Cintura de Ouro de Mutare-Manica (Au, Au-Cu)
6.7.1.1. Monarch
6.7.1.2. Bragança
6.7.1.3. Zonas de cisalhamento de Mutambarico e Andrado (Depósitos Guy Fawkes-Fair
Bride)
6.7.1.4. Mundonguara
6.7.1.5. Outros depósitos, ocorrências e mineralizações de Au na Cintura de Ouro de
(Mutare-) Manica
6.7.1.5.1. Região de Mavonde
6.7.2. Área de Rotanda-Mavita-Sussundenga
6.7.3. Província geológica de Manica-Báruè
6.7.3.1. Zona de bordo do rifte de Inchope-Gorongosa
6.7.3.2. Caniaculo (F - Au)
6.7.3.3. Indicações de Au em rochas proterozóicas a NO da Gorongosa
6.7.3.4. Área de Massanga-Guro-Mungari (indicações de Au em rochas proterozóicas +
aluviões)
6.7.3.5. Área de Mazoe/Changara-Rio Luenha (indicações de Au em rochas proterozóicas +
aluviões)
6.7.4. Província geológica de Tete-Angónia
6.7.4.1. Suíte de Tete (P2T) e Formação de Chíduè (P1CH)
6.7.4.1.1. Ocorrências de Casunça e Cacanga
6.7.4.2. Área de Cazula (Casula)
6.7.4.2.1. Machinga
6.7.4.2.2. Monte Nhamissale
6.7.4.2.3. Cazula e Catõa
6.7.4.2.4. Metosso
6.7.4.2.5. Bumbe
6.7.4.2.6. Ocorrências aluviais
6.7.4.3. Zona de Fíngoè
6.7.4.3.1. Atchiza
6.7.4.4. Mazomboè (Au aluvial)
6.7.4.5. Songo-Manje-Bene Chiputo (indicações de Au em rochas proterozóicas)
6.7.4.6. Área de Missale-Muende (Chifumbázi)-Mulolera
6.7.4.6.1. Chifumbázi
6.7.4.6.2. Fundão (Chabuine, Fundão, Santa Isabel)-Missale
6.7.4.6.3. Muende e Alto Vúboè, Milau-Chibalane, Alto Mepuli
6.7.4.6.4. Mulolera e Tchindundo
6.7.4.6.5. Cacabanga
6.7.5. Cintura de Ouro de Niassa
6.7.5.1. Jazida de Ouro de Cagurué
6.7.5.2. Jazida de Ouro de M'Papa (0D-Zero D)
6.7.6. Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado
6.7.6.1. Ouro aluvial do Rio Lulimbo
6.7.6.2. Indicações de Au do Rio Chimulicamuli e do Rio Lugenda (aluviões)
6.7.6.2.1. Ouro aluvial e rocha-mãe de Chimulicamuli
6.7.6.2.2. Ouro aluvial do Rio Lugenda
6.7.6.2.3. Rio Lureco
6.7.6.2.4. Mazeze
6.7.6.2.5. Namuno-Napiço
6.7.7. Sub-província Geológica de Nampula-Zambézia
6.7.7.1. Pegmatitos do NO do Alto Ligonha (ETR, Nb, Ta, Au + outros)
6.7.7.1.1. Nacaluè
6.7.B. Platina
6.7.B.1. Mazomboè (Au aluvial)
6.7.B.2. SO em Tsangano
6.7.B.3. Mecucoè
6.8. Metais raros (MR: Ta, Nb, Sn) e metais de terras raras (TR/ETR)
Pegmatitos multiminerais (MR, ETR, pedras preciosas, minerais industriais e outras
mineralizações), minerais de ETR e minerais para produção de alta tecnologia (lítio,
germânio, gálio, rubídio, césio)
6.8.1. Pegmatitos multiminerais, especialmente pegmatitos de metais raros, de minerais de
terras raras e de pedras preciosas
6.8.1.1. Tântalo, nióbio, minerais de terras raras, lítio, rubídio e césio
6.8.1.1.1. Província pegmatítica do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.A. Posição regional e factores de controlo dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.B. Discussão de alguns problemas dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.C. Distribuição regional dos pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-Nacorôa
6.8.1.1.1.C.1. Cintura de Mucubela-Alto Ligonha
6.8.1.1.1.C.2. Zona de Mocuba-Mugeba e Munhiba
6.8.1.1.1.C.3. Cintura de Errego-Ribáuè
6.8.1.1.1.C.4. Zona de Nampossa-Miricue e zona de Namarripo-Namivo
6.8.1.1.1.D. Zonamento regional dos pegmatitos em Moçambique
6.8.1.1.1.E. Classificações dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.E.1. Morfologia, dimensão e localização regional dos pegmatitos
6.8.1.1.1.E.2. Composição mineralógica e química dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.E.3. Mineralogia e zonamento mineral, minerais com valor económico
6.8.1.1.1.E.4. Zonamento mineral dos pegmatitos
6.8.1.1.1.E.4.1. Zona externa (zona marginal, zona homogénea)
6.8.1.1.1.E.4.2. Zonas internas
6.8.1.1.1.E.4.3. Núcleo de quartzo
6.8.1.1.1.E.5. Fases de formação dos minerais das zonas dos pegmatitos complexos do Alto
Ligonha
6.8.1.1.1.F. Localização estratigráfica dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.G. Geocronologia/idades das intrusões pegmatíticas
6.8.1.1.1.H. Subdivisão dos pegmatitos do Alto Ligonha em função dos respectivos minerais
com valor económico
6.8.1.1.1.I. Corpos de substituição e preenchimentos de fracturas em zonas internas (zona
lítica ou sodalítica) nos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.J. Alteração supergénica dos pegmatitos
6.8.1.1.1.K. Perspectivas gerais da prospecção de minerais nos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.2. Depósitos de pegmatito de metais raros (MR: Ta, Nb)
6.8.2.1. Teor de tântalo e nióbio dos pegmatitos
6.8.2.1.1. Muiane
6.8.2.1.2. Pegmatitos de Morrua e das zonas contíguas de Melela e Machamba Nova
6.8.2.2. Outros pegmatitos de metais raros
6.8.2.2.1. Moneia
6.8.2.2.2. Área de Munhamola
6.8.2.2.3. Áreas de Muhano e Majamala
6.8.3. Pegmatitos potássicos com berilo e columbo-tantalite
6.8.4. Pegmatitos de metais raros (Nb) e de terras raras (Y) da região de Marinrongoè
(Marinronguè)
6.8.5. Pegmatitos e unidades rochosas com minerais de estanho, tungsténio e molibdénio
6.8.5.1. Zona de Inchope-Mucombeze-Doeroi
6.8.6. Depósitos e ocorrências de pegmatitos de terras raras (TR/ETR)
6.8.6.1. Elementos de terras raras, Y, Th, U, Zr e Hf
6.8.6.1.1. Boa Esperança
6.8.7. Depósitos e ocorrências de MR e ETR não pegmatíticos
6.8.7.1. Área de Namuno
6.8.7.2. Área de N’Goo
6.8.8. Placers com minerais de terras raras (ETR)
6.8.9. Terras raras em suítes alcalinas
6.8.9.1. Mineralização de Nb, Ta, U e ETR do Monte Naumale
6.8.9.2. Mineralização de Nb, Ta e U do Complexo Nefelínico do Monte Chissindo
6.8.9.3. Apatite do Rio Lucuisse, mineralização de U, Nb e ETR numa suíte alcalina máfica
6.8.10. Pegmatito do sudeste de Lugenda
6.8.11. Outras intrusões com minerais de MR e ETR
6.8.12. Lítio
6.8.13. Rubídio e césio
6.8.14. Germânio e gálio
6.9. Minerais e rochas industriais
6.9.1. Minerais industriais
6.9.1.1. Andaluzite, cianite (distena), silimanite
6.9.1.1.1. Mineralizações de andaluzite, cianite (distena) e sillimanite na província geológica
de Manica-Báruè
6.9.1.1.1.1. Mineralizações de andaluzite em rochas arcaicas do Grupo de Manica (A3M)
6.9.1.1.1.2. Região de Catandica
6.9.1.1.2. Mineralizações de andaluzite e cianite (distena) na província geológica de Tete-
Angónia
6.9.1.1.2.1. Mavudzi
6.9.1.1.2.2. Área de Chíduè
6.9.1.1.2.3. Área de Cuchamano
6.9.1.1.2.4. Região de Angónia
6.9.1.1.3. Mineralizações de andaluzite, cianite (distena) e sillimanite nas subprovíncias
geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
6.9.1.1.3.1. Klippe de Monapo: Netia-Metochéria-Evate
6.9.1.1.3.2. Zona de Carreamento do Lúrio e regiões adjacentes
6.9.1.1.3.3. Distena-quartzito do Rio Levele
6.9.1.1.4. Placers costeiros
6.9.1.2. Asbesto
6.9.1.2.1. Província geológica de Manica-Báruè
6.9.1.2.1.1. Serra Mangota
6.9.1.2.1.2. Mavita
6.9.1.2.2. Província geológica de Tete-Angónia
6.9.1.2.1.1. Zona de Fíngoè
6.9.1.2.1.2. Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag)
6.9.1.2.1.3. Tsangano
6.9.1.2.1.4. Chicoa
6.9.1.2.3. Subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
6.9.1.2.3.1. Mulevala
6.9.1.2.3.2. Nhore
6.9.1.2.3.3. Mulatala
6.9.1.2.3.4. Área de Ancuabe
6.9.1.2.3.5. Distrito do Lago
6.9.1.3. Bentonite
6.9.1.3.1. Depósito de Boane
6.9.1.3.2. Pequenos Libombos (Luzinada) (folhas 2632, 424394/7119062 e outras)
6.9.1.3.2.1. Luzinada
6.9.1.3.3. Outras potenciais mineralizações de bentonite
6.9.1.4. Berilo
6.9.1.5. Corindo
6.9.1.5.1. Ocorrências de corindo na província geológica de Manica-Bâruè
6.9.1.5.1.1. Ocorrência de Róvuè/Mavundzi
6.9.1.5.2. Ocorrências de corindo na província geológica de Tete-Angónia
6.9.1.5.2.1. Ocorrência de Canchoeira (Canchoira)
6.9.1.5.2.2. Indicações de corindo em Zóbuè
6.9.1.5.2.3. Zona da fronteira com o Malawi (da área da Suíte de Tete até Angónia no NE)
6.9.1.5.2.4. Indícios de corindo em Chimessolo
6.9.1.5.3. Ocorrências de corindo na subprovíncia geológica de Zambézia-Nampula
6.9.1.5.3.1. Ocorrências do Monte Pandibuè e de Congune
6.9.1.5.4. Ocorrências de corindo na subprovíncia geológica de Niassa-Cabo Delgado
6.9.1.5.4.1. Mineralizações de corindo a N e NO de Cabo Delgado
6.9.1.5.4.2. Ocorrência de Namahaca
6.9.1.5.4.3. Ocorrência de corindo do Rio Muthicana (Odinepa)
6.9.1.6. Diatomito (Kieselguhr)
6.9.1.6.1. Área de Manhiça (depósitos de Diane, Alvor e Marina)
6.9.1.6.1.1. Depósito de Diane
6.9.1.6.1.2. Alvor e Marina
6.9.1.6.2. Ocorrências de diatomito na área de Magude-Chokwe
6.9.1.6.2.1. Manjacaze
6.5.1.6.2.2. Macia
6.9.1.6.3. Zona de Inhambane-Matituine (Bela Vista)
6.9.1.6.3.1. Boane
6.9.1.6.4. Estruturas do Rifte do leste Africano com diatomito
6.9.1.6.5. Diatomito no norte de Moçambique
6.9.1.7. Feldspato
6.9.1.7.1. Pegmatitos com feldspato
6.9.1.7.1.1. Depósito de Nuaparra
6.9.1.7.1.2. Boa Esperança
6.9.1.7.1.3. Outros depósitos e ocorrências de pegmatito com feldspato
6.9.1.7.1.3.1. Naipa, Namacotche, Munhamola I e Tulua
6.9.1.7.1.3.2. Nacala
6.9.1.7.2. Areias feldspáticas aluviais e eluviais
6.9.1.7.2.1. Areias feldspáticas e cauliníticas nas proximidades de Nacala
6.9.1.7.2.2. Areias com feldspato na Formação de Macomia (CrMo)
6.9.1.8. Fluorite (e barite)
6.9.1.8.1. Veios, vénulas e filonetes quartzo-fluoríticos (barite) hidrotérmicos nas zonas
marginais ocidentais do rifte
6.9.1.8.1.1. Área de Changara/Zona de Djanguire-Monte Dombe
6.9.1.8.1.1.1. Depósito de fluorite de Djanguire
6.9.1.8.1.1.2. Depósito de fluorite do monte Dombe
6.9.1.8.1.1.3. Veios com F nos riólitos jurássicos do Monte Palamuli (JrLP)
6.9.1.8.1.1.4. Veios com F no monte Tomonda, no Grupo de Macossa (P2BM)
6.9.1.8.1.2. Zona de Macossa-Maringoè-Djalira-Canxixe
6.9.1.8.1.2.1. Depósito de fluorite de Geramo
6.9.1.8.1.2.1.1. Subzona de Geramo Sul 1
6.9.1.8.1.2.1.2. Subzona de Geramo Sul 2
6.9.1.8.1.2.1.3. Subzona de Geramo Sul 3
6.9.1.8.1.2.1.4. Subzona de Geramo Oeste
6.9.1.8.1.2.1.5. Subzona de Geramo Norte
6.9.1.8.1.2.2. Outros depósitos/ocorrências de fluorite na zona de Macossa-Maringoè-
Djalira-Canxixe
6.9.1.8.1.2.2.1. Ocorrência de Djalire
6.9.1.8.1.2.2.2. Depósito de Maringuè
6.9.1.8.1.2.2.3. Depósito de Canxixe
6.9.1.8.1.2.2.4. Outros veios de fluorite (sem nome)
6.9.1.8.2. Fluorite na zona marginal leste do Rifte do Leste Africano
6.9.1.8.3. Mineralização de apatite e fluorite em intrusões alcalinas e carbonatíticas
6.9.1.8.3.1. Monte Muambe
6.9.1.8.3.2. Monte Xiluvo
6.9.1.8.3.3. Ocorrência de Cone Negose
6.9.1.8.3.4. Lupata
6.9.1.8.3.5. Suíte de Tundo (Jrsy) e Suíte de Serra Murrumbala (CrMRa, CrMRs)
6.9.1.9. Granada
6.9.1.10. Grafite
6.9.1.10.A. Áreas com grafite nas subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-
Cabo Delgado
6.9.1.10.1. Área de Ancuabe
6.9.1.10.1.1. Depósito de grafite de Ancuabe
6.9.1.10.1.2. Grafite no Complexo de Xixano (P3X)
6.9.1.10.1.2.1. Depósitos de grafite no norte e leste de Balama
6.9.1.10.3. Área de Mecufi: ocorrências de grafite em Mecufi, folha 1340, no
Complexo/Klippe de Lalamo (P3LM)
6.9.1.10.4. Área de Balama-Montepuez-Namuno-Morrola: ocorrências de grafite no
Complexo/Klippe neoproterozóico de Xixano (P3X)
6.9.1.10.4.1. Ocorrência de Morrola
6.9.1.10.4.2. Indícios de grafite de Lusaka
6.9.1.10.4.3. Indícios de grafite de Namapa
6.9.1.10.5. Mineralizações de grafite da Zona de Carreamento do Lúrio
6.9.1.10.6. Complexo de Monapo (Klippe de Monapo) (P3MN)
6.9.1.10.B. Áreas com grafite em Angónia (província geológica de Tete-Angónia)
6.9.1.10.7.A. Depósitos primários de minério de grafite
6.9.1.10.7.1. Ocorrência de Ulongoé Velha
6.9.1.10.7.2. Ocorrência de Nhanhar
6.9.1.10.7.3. Depósito de Satemua
6.9.1.10.7.B. Ocorrências secundárias de minério de grafite
6.9.1.10.8. Outras áreas com grafite em Moçambique
6.9.1.11 Micas: muscovite, flogopite, vermiculite
6.9.1.12. Perlito, obsidiana
6.9.1.12.1. Perlito
6.9.1.12.1.1. Serra de Muguena
6.9.1.12.1.2. Área de Ressano Garcia
6.9.1.12.2. Obsidiana
6.9.1.12.2.1. Mafuiana
6.9.1.12.2.2. Zona montanhosa dos Libombos
6.9.1.13. Quartzo
6.9.1.13.1. Quartzo industrial em pegmatitos
6.9.1.13.2. Quartzo industrial (hidrotérmico) em veios
6.9.1.13.2. A. Quartzo industrial (hidrotérmico) em afloramentos de interesse para novas
prospecções
6.9.1.13.2.1. Meluluca
6.9.1.13.2.2. Rio Maulo
6.9.1.13.2.3. Monte Cambir
6.9.1.13.2.4. Rio Nampuquia
6.9.1.13.2.5. Monte Balama
6.9.1.13.2.6. Metoro
6.9.1.13.3. Areia quartzosa para a indústria vidreira e metalurgia
6.9.1.13.3.1. Marracuene
6.9.1.13.4. Quartzito
6.9.1.13.4.1. Distena-quartzito do Rio Levele
6.9.1.14. Talco
6.9.1.14.1. Talco nas proximidades de N'goo
6.9.1.14.2. Talco no Complexo de Lalamo (P3LM)
6.9.1.14.2.1. Namaruha
6.9.1.14.2.2. Monte Nicuculo
6.9.1.14.2.3. Malatala
6.9.1.14.3. Talco em rochas arcaicas do Grupo de Manica (A3M)
6.9.1.14.3.1. Serra Mangota
6.9.1.14.3.2. Região de Mavita
6.9.1.15. Zircónio
6.9.1.15.1. Zircónio em dunas e placers de praia com minerais pesados
6.9.1.15.2. Zircónio em pegmatitos com MR
6.9.2. Rochas industriais e respectivos depósitos
6.9.2.1. Gesso e anidrite
6.9.2.1.1. Área de Porto Henrique
6.9.2.1.2. Vendas
6.9.2.1.3. Áreas de Temane-Maropanha e Divinhe
6.9.2.1.4. Zona costeira entre Nacala e a Bacia do Rovuma
6.9.2.2. Caulino e argilas
6.9.2.2.1. Caulino
6.9.2.2.1.1. Caulino como produto da meteorização dos pegmatitos
6.9.2.2.1.1.1. Boa Esperança-Ribáuè
6.9.2.2.1.1.2. Muiane
6.9.2.2.1.1.3. Marropino
6.9.2.2.1.3.2. Caulino em gnaisses feldspáticos
6.9.2.2.1.3.2.1. Boila
6.9.2.2.1.3. Caulino da crosta de meteorização
6.9.2.2.1.3.1. Alúmen
6.9.2.2.1.3.2. Montanhas Vumba
6.9.2.2.1.4. Caulino nas bacias sedimentares mesozóicas-cenozóicas
6.9.2.2.1.5. Areias cauliníticas aluviais
6.9.2.2.1.5.1. Nacala
6.9.2.2.2. Argilas
6.9.2.2.2.1. Depósitos de argila na província de Maputo
6.9.2.2.2.1.1. Namaacha
6.9.2.2.2.1.2. Umbeluzi
6.9.2.2.2.1.3. Salamanga
6.9.2.2.2.1.4. Sabiè/Incomati
6.9.2.2.2.1.5. Xinanevane
6.9.2.2.2.2. Depósitos de argila na província de Gaza
6.9.2.2.2.2.1. Xai-Xai
6.9.2.2.2.3. Depósitos de argila na província de Inhambane
6.9.2.2.2.3.1. Inharrime
6.9.2.2.2.3.2. Ravena (Rovene)
6.9.2.2.2.4. Depósitos de argila na província de Sofala
6.9.2.2.2.4.1. Inhamizua
6.9.2.2.2.4.2. Dondo
6.9.2.2.2.5. Depósitos de argila na província de Zambézia
6.9.2.2.2.5.1. Guruè
6.9.2.2.2.5. Depósitos de argila na província de Tete
6.9.2.2.2.6. Depósitos de argila na província de Nampula
6.5.2.2.2.6.1. Ocorrências na área de Nampula
6.9.2.2.2.6.1.1. Muapelume
6.9.2.2.2.6.1.2. Plantação 15 km a sul de Nampula
6.9.2.2.2.7. Depósitos de argila na província de Niassa
6.9.2.2.2.8. Depósitos de argila na província de Cabo Delgado
6.9.2.2.2.8.1. Pemba
6.9.2.2.2.8.2. N’Guri
6.9.2.3. Calcários
6.9.2.3.1. Calcários da área de Chíre
6.9.2.3.1.1. Depósito de Chire
6.9.2.3.1.2. Ocorrência de Nhammuanza
6.9.2.3.1.3. Área adjacente a Nhammuanza
6.9.2.3.2. Calcários da área de Maringué-Canxixe e de Búzina (Búzua).
6.9.2.3.3. Calcários nas Formações de Cheringoma (TeC) e Jofane (TeJ)
6.9.2.3.4. Carbonatos em Angónia
6.9.2.3.A. Outras fontes carbonáticas para produção de cerâmica
6.9.2.3.A.1. Monte Muambe
6.9.2.4. Magnesite
6.9.2.4.1. Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag)
6.9.2.4.2. Monte Namalasse
6.9.2.4.3. Chimoio
6.9.2.5. Sienito nefelínico
6.9.2.5.1. Sienito nefelínico do Monte Maúzo
6.9.2.5.2. Sienito nefelínico da Serra de Chiperone
6.9.2.6. Matérias-primas fosfáticas e apatite
6.9.2.6.1. Intrusão alcalina e carbonatítica
6.9.2.6.1.1. Suíte do Monte Muambe (CrMB)
6.9.2.6.1.2. Monte Fema/Monte Muande (CrCm)
6.9.2.6.1.3. Suíte de (Monte) Xiluvo (CrX)
6.9.2.6.1.4. Cone Negose (CrN)
6.9.2.6.1.5. Depósito de Evate
6.9.2.6.1.6. Intrusão de Chissindo
6.9.2.6.1.7. Intrusões de Meponda, Muaquia e Lugenda
6.9.2.6.1.8. Lucuisse (Mavago-Lucuisse)
6.9.2.6.2. Pegmatitos
6.9.2.6.2.1. Sudeste de Lugenda
6.9.2.6.2.2. Pegmatitos do Alto Ligonha
6.9.2.6.3. Ocorrências sedimentares
6.9.2.6.4. Cavernas com guano de morcego
6.10. Pedras decorativas/pré-talhadas e materiais de construção
6.10.1. Pedras decorativas/pré-talhadas
6.10.1.1. Mármore
6.10.1.1.1. Zona/área de depósitos/ocorrências de mármore de Montepuez
6.10.1.1.1.1. Pedreiras de mármore de Montepuez
6.10.1.1.1.1.1. Pedreira "B1" (Branco 1)
6.10.1.1.1.1.2. Pedreira "B2" (Branco 2)
6.10.1.1.1.1.3. Pedreira "cinzenta"
6.10.1.1.1.1.4. Pedreira "Mix" (Magram)
6.10.1.1.1.2. Pedreira de mármore de Mazeze
6.10.1.1.1.3. Área de Chiure Velho
6.10.1.1.2. Mármore (P3Xma) no Complexo de Xixano (P3X)
6.10.1.1.2.1. Negomano e secção central sul da folha 1138 (Negomano)
6.10.1.1.2.2. Secção noroeste na folha 1138 (Negomano)
6.10.1.1.2.3. Secção NE da folha 1138 (Negomano) - continuação na folha 1139 (Mueda)
6.10.1.1.2.4. Secção central norte da folha 1139 (Mueda)
6.10.1.1.2.5. Secção sul da folha 1338 (Namuno)
6.10.1.1.3. Outras ocorrências nas subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e
Niassa-Cabo Delgado
6.10.1.1.3.1. Netia
6.10.1.1.3.2. Metolola
6.10.1.1.3.3. Rio Túngoè e Área de Murrumbala
6.10.1.1.3.4. Malula
6.10.1.1.4. Calcário cristalino (mármore) em rochas do Arcaico em Manica
6.10.1.1.3.5. Região de Angónia
6.10.1.2. Granitos, granitos alcalinos, charnoquitos, gnaisses graníticos e sieníticos
6.10.1.2.A. Rochas graníticas para pedras pré-talhadas nas subprovíncias geológicas de
Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
6.10.1.2.1. Granito alcalino de Monte Tchonde (Chande)
6.10.1.2.2. Granitos alcalinos e sienitos da Suíte de Niassa (CaN)
6.10.1.2.3. Granito do Monte Lissiete e granitos tardios da Suíte de Niassa (CaN)
6.10.1.2.4. Charnoquito do Monte Lingasse
6.10.1.2.5. Gnaisse sienítico da Serra Lipembecue
6.10.1.2.6. Mavago
6.10.1.2.7. Rio Montepuez
6.10.1.2.8. Suíte da Serra de Morrumbala (CrMR)
6.10.1.2.B. Rochas graníticas para pedras pré-talhadas na província geológica de Tete-
Angónia
6.10.1.2.9. Granitos castanhos e granitos de cores claras
6.10.1.2.9.1. Granitos castanhos (P2CT)
6.10.1.2.9.2. Granitos de cores claras no Soco Pré-câmbrico
6.10.1.3. Diorito (entre os quais a variedade com o nome comercial de “Granito preto”) e
gabro, anortosito e rochas básicas
6.10.1.3.1. Granito preto
6.10.1.3.1.1. Gondola/Monte Magatacata
6.10.1.3.1.2. Memba/Monte Mesa
6.10.1.3.1.3. Monte Buzimuana
6.10.1.3.2. Anortosito
6.10.1.3.2.1. Depósito de anortosito de Nhangoma (pedreiras de Nhangoma e Chainça)
6.10.1.3.2.1.1. Pedreira de anortosito de Nhangoma
6.10.1.3.2.1.2. Pedreira de anortosito de Chainça
6.10.1.3.2.2. Ocorrência de anortositos no Monte Necungas e Sicarabo
6.10.1.3.3. Labradorite
6.10.1.3.3.1. 20 km a leste de Moatize
6.10.1.3.3.2. Chipera
6.10.1.4. Riólito
6.10.1.5. Rodonite
6.10.1.6. Lamboanito
6.10.1.6.1. Namialo
6.10.1.7. Quartzito
6.10.1.7.1. Quartzitos do Grupo de Rushinga (P1R)
6.10.1.7.2. Distena-quartzito do Rio Levele
6.10.1.8. Pedra sabão
6.10.1.8.1. Pedra sabão no Complexo da Ponta Messuli (P1P)
6.10.1.8.2. Pedra sabão no Complexo de Lalamo (P3LM)
6.10.2. Calcário
6.10.2.1. Calcários cristalinos (mármores)
6.10.2.1.1. Zona de Canxixe-Maringuè-Madzuire (Buzua)
6.10.2.1.2. Áreas de Massanga e Mungari (província de Manica)
6.10.2.1.3. Área de Chíre-Morrumbala-Amosse (província de Zambézia)
6.10.2.1.3.1. Chíre
6.10.2.1.3.2. Ocorrência de Nhammuanza
6.10.2.1.3.3. Área de Nhammuanza
6.10.2.1.3.4. Rio Túngoè e área de Murrumbala
6.10.2.1.4. Zona de Matema-Boroma e Fíngoè (província de Tete)
6.10.2.1.4.1. Boroma e Matema
6.10.2.1.4.2. Rochas carbonatadas na Formação de Chíduè (P1CH)
6.10.2.1.4.3. Rochas carbonatadas no Supergrupo de Fíngoè (P2F)
6.10.2.1.5. Depósito de Netia e Estrutura de Monapo (província de Nampula)
6.10.2.1.6. Zona de Montepuez-Mesa-Balama-Mazeze-Chiúre (província de Cabo Delgado)
6.10.2.1.7. Depósito de calcário de Malulo (Malula) (província de Niassa)
6.10.2.1.8. Ocorrência de calcário de Negomano (província de Niassa).
6.10.2.2. Calcários sedimentares de cobertura
6.10.2.2.1. Calcários no Centro e Sul de Moçambique
6.10.2.2.1.1. Província de Maputo
6.10.2.2.1.1.1. Depósito de Salamanga
6.10.2.2.1.1.2. Ocorrência de Mangulane
6.10.2.2.1.1.3. Área de Sabiè
6.10.2.2.1.1.4. Área de Magude
6.10.2.2.1.2. Províncias de Gaza, Inhambane e Sofala
6.10.2.2.1.2.1. Zona costeira nas províncias de Gaza e Inhambane
6.10.2.2.1.2.2. Área de Mapulanguene e Massingir
6.10.2.2.1.2.3. Área de Marrumbene-Homoine-Inharrime
6.10.2.2.1.2.4. Área de Jofane (Yofane)-Vilankulo (Vilanculo)
6.10.2.2.1.2.5. Inhaminga
6.10.2.2.1.2.6. Região do Rio Save
6.10.2.2.1.2.7. Região de Chababawa-Rio Búzi
6.10.2.2.1.2.8. Área do planalto de Cheringoma
6.10.2.2.1.2.8.1. Depósito de Muanza/Codzo
6.10.2.2.1.3. Calcários lacustres (Qll) no sul de Moçambique
6.10.2.2.2. Calcários no norte de Moçambique
6.10.2.2.2.1. Área de Nacala
6.10.2.2.2.2. Área de Pemba
6.10.2.2.2.3. Zona costeira de Mocímboa da Praia
6.10.3. Cascalheira, saibros, cargas
6.10.3.1. Norte e Centro de Moçambique
6.10.3.1.1. Distena-quartzito do Rio Levele
6.10.3.1.2. Lado norte da estrada principal e a meio caminho entre Pemba e Metoro
6.10.3.1.3. Bacia do Rovuma na região leste da província de Cabo Delgado
6.10.3.1.4. Rochas graníticas, gnaisses e granitóides charnoquíticos em Lungozi e entre
Nicoadala e Morrumbala
6.10.3.1.5. Áreas de Quelimane e Namacurra
6.10.3.1.6. Área de Mocuba
6.10.3.1.7. Nacaia e Longose
6.10.3.1.8. Rio Zambeze no distrito de Morrumbala
6.10.3.1.9. Províncias de Zambézia e Nampula
6.10.3.2. Noroeste e Centro de Moçambique (províncias de Tete, Manica e Sofala)
6.10.3.2.1. Área de Tete-Moatize
6.10.3.2.2. Sul da cidade de Tete
6.10.3.2.3. Província de Tete a norte do Rio Zambeze e a ocidente de Changara
6.10.3.2.4. Zona do corredor da Beira e regiões vizinhas
6.10.3.2.4.1. Suíte de Xiluvo (CrX)
6.10.3.2.4.2. Nharuchonga
6.10.3.2.4.3. Monte Gorongosa na Pedreira Chande
6.10.3.2.4.4. Matsinho
6.10.3.2.4.5. Sul de Matsinho
6.10.3.2.4.6. Messica
6.10.3.2.4.7. Vandúzi
6.10.3.2.4.8. Pedreira de anortosito de Chainça
6.10.3.3. Sul de Moçambique
6.10.4. Areia, cascalheira (aluvial) e argilas
6.10.4.1. Areia e cascalheira aluvial
6.10.4.1.1. Províncias do norte de Moçambique
6.10.4.1.1.1. Secções sul das folhas 1735-1739 na província de Zambézia
6.10.4.1.1.2. Folhas 1736–1737, 1836, linha costeira até à folha 1440
6.10.4.1.2. Províncias do sul de Moçambique
6.10.4.2. Argila refractária
6.10.4.2.1. Província de Maputo
6.10.4.2.2. Província de Gaza
6.10.4.2.3. Províncias de Sofala e Manica
6.10.4.2.4. Província de Tete
6.10.4.2.5. Província de Zambézia
6.10.4.2.6. Província de Nampula
6.10.4.2.7. Província de Cabo Delgado
6.10.4.2.8. Província de Niassa
6.11. Gemas, pedras para joalharia, materiais e rochas para artesanato, amostras de
minerais e de rochas
6.11.1. Depósitos e ocorrências de gemas em função dos grupos minerais
6.11.1.1. Diamantes
6.11.1.1.1. Bacia de Maniamba
6.11.1.1.1.1. Kimberlitos na parte inferior do Grupo Beaufort triássico (Horizonte K7)
6.11.1.1.1.2. Kimberlitos cretácicos antigos da Bacia de Maniamba (Bacia/Graben de
Metangula/Lunho)
6.11.1.1.1.2.1. 1o período da investigação dos kimberlitos na Bacia de Maniamba
6.11.1.1.1.2.1. I. Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe
6.11.1.1.1.2.1. II. Zona ribeirinha do curso superior do Rio Fúgòe
6.11.1.1.1.2.1. III. Zona dos rios Tulo-Namango
6.11.1.1.1.2.1. IV. Zona do Rio Luimba
6.11.1.1.1.2.1. V. Zona de Micuela
6.11.1.1.1.2.1.A. Observações gerais sobre os kimberlitos do Graben de Maniamba
6.11.1.1.1.2.2. 2o período da investigação dos kimberlitos na Bacia de Maniamba: estudos
dos Serviços Geológicos Noruegueses (NGU, 2007) sobre kimberlitos
6.11.1.1.1.2.2.A. Observações aos estudos sobre kimberlitos dos Serviços Geológicos
Noruegueses (NGU, 2007)
6.11.1.1.2. Ocorrências de diamantes e indicações de potenciais chaminés kimberlíticas em
Moçambique
6.11.1.1.2.1. Região de Mapai e Limpopo-Rio dos Elefantes
6.11.1.1.2.2. Área de Doa
6.11.1.1.2.3. Zona do Lago Niassa
6.11.1.1.2.4. Regiões de Zumbo e do Rio Lungho
6.11.1.1.2.5. Bordo do Graben do Zambeze
6.11.1.2. Gemas do Grupo do Corindo
6.11.1.2.1. Depósitos e ocorrências de rubi nas províncias de Niassa e Cabo Delgado
6.11.1.2.1.1. Depósito de M’Sawize (depósito de rubi de Niassa)
6.11.1.2.1.2. Ocorrência/depósito de Luambeze (Ruambeze)
6.11.1.2.1.3. Depósito de rubi de Montepuez (Namahumbire, Mwiriti e Namahaca)
6.11.1.2.1.4. Outras indicações de rubi nas províncias de Niassa e Cabo Delgado
6.11.1.2.1.4.1. Ocorrência de corindo do Rio Muthicana (Odinepa)
6.11.1.2.1.5. Ocorrência de corindo na província de Zambėzia
6.11.1.2.1.6. Indicações de rubi na província de Tete
6.11.1.2.2. Depósitos/ocorrências de safira em Moçambique
6.11.1.2.2.1. Depósito de safira de Ngauma e potenciais ocorrências de safira na província
de Niassa
6.11.1.2.2.2. Região de prospecção de safira no nordeste da província de Tete
6.11.1.3. Gemas do grupo do berilo
6.11.1.3.1. Gemas do grupo do berilo na província de Tete
6.11.1.3.1.1. Jazida pegmatítica de Marinrongoė
6.11.1.3.1.1. A. Água-marinha, berilo verde e berilo esverdeado
6.11.1.3.1.2. Pegmatitos alojados em granito de Marrupa (P2MR ?)
6.11.1.3.1.2.A. Água-marinha/berilo azul-céu
6.11.1.3.2. Gemas do grupo do berilo nas províncias de Zambėzia e Nampula
6.11.1.3.2.A. Esmeralda
6.11.1.3.2.A.1. Depósito de esmeralda Maria III
6.11.1.3.2.A.2. Ocorrência de esmeralda de Niane (Niame)
6.11.1.3.2.B. Água-marinha, morganite, heliodoro, goshenite
6.11.1.3.2.B.1. Berilo nobre na província/jazida pegmatítica do Alto Ligonha (província de
Zambėzia) e na província pegmatítica de Nampula-Monapo-Nacorôa (província de
Nampula)
6.11.1.3.3. Gemas do grupo do berilo nas províncias de Niassa e Cabo Delgado
6.11.1.3.3.1. Água-marinha (e quartzo róseo) na área de Cuamba
6.11.1.3.3.2. Ocorrências de berilo (água-marinha) na área de Marrupa
6.11.1.3.3.3. Ocorrência de água-marinha de Meperia
6.11.1.3.3.4. Ocorrências de água-marinha na área de Nambaica (pegmatitos na área de
Marrupa/UTM 37S 344101, 8549056)
6.11.1.3.3.5. Ocorrências de água-marinha a sudeste de Mueda
6.11.1.3.3.6. Ocorrências de berilo nobre na área de Mirrote
6.11.1.4. Gemas do grupo da turmalina
6.11.1.4.1. Gemas de turmalina e amazonite da província/jazida pegmatítica do Alto
Ligonha (província de Zambėzia) e da província pegmatítica de Nampula-Monapo-
Nacorôa (província de Nampula)
6.11.1.4.1.A. Verdelite
6.11.1.4.1.A.1. Verdelite nos pegmatitos do Alto Ligonha
6.11.1.4.1.A.2. Verdelite em placers nas províncias de Zambézia e Nampula
6.11.1.4.1.B. Turmalinas do tipo Paraíba‐
6.11.1.4.1.C. Rubelite
6.11.1.4.1.D. Dravite
6.11.1.4.1.E. Gemas de turmalina multicolores
6.11.1.4.2. Verdelite na região nordeste da província de Tete
6.11.1.4.3. Ocorrências de turmalina (berilo/água-marinha) na área de Marrupa
6.11.1.5. Gemas do grupo do topázio
6.11.1.6. Gemas do grupo da granada
6.11.1.6.1. Depósito de granada de Cuamba
6.11.1.6.2. Outras áreas granatíferas
6.11.1.6.2.1. Granadas no nordeste de Moçambique
6.11.1.6.2.2. Granadas na província de Manica
6.11.1.6.2.3. Granadas na província de Tete
6.11.1.6.2.4. Piropos em kimberlitos e placers na Bacia de Maniamba
6.11.1.7. Gemas do grupo do quartzo
6.11.1.7.1. Quartzo róseo
6.11.1.7.1.1. Quartzo róseo nas jazidas pegmatíticas do Alto Ligonha e de Nampula-
Monapo-Nacorôa
6.11.1.7.1.2. Quartzo róseo (e água-marinha) na área de Cuamba
6.11.1.7.1.3. Quartzo róseo na área de Walima (Uante)
6.11.1.7.1.4. Quartzo róseo em Mirrote
6.11.1.7.2. Quartzo defumado
6.11.1.7.2.1. Quartzo defumado em Walima (Uante)
6.11.1.7.3. Cristais-de-rocha
6.11.1.7.4. Citrino
6.11.1.7.5. Ametista
6.11.1.7.6. Ágata
6.11.1.7.7. Jaspe
6.11.1.8. Gemas do grupo do feldspato
6.11.1.8.1. Amazonite
6.11.1.8.2. Adulária/pedra-da-lua
6.11.1.9. Gemas do grupo da espodumena
6.11.1.10. Gemas do grupo da zoisite
6.11.1.11. Outros minerais ou rochas para produção de gemas
6.11.1.11.1. Hematite
6.11.1.11.2. Fluorite
6.11.1.11.3. Olho-de-tigre
6.11.1.11.4. Árvores silicificadas e amonites
6.11.1.11.5. Zircão
6.11.2. Minerais e rochas adequados para esculpir
6.11.2.1. Serpentinito
6.11.2.2. Talco e pedra sabão
6.11.2.2.1. Artesanato em talco-pedra sabão na área de Manica
6.11.2.2.2. Pedra sabão nos Complexos da Ponta Messuli (P1P) e de Lalamo (P3LM)
6.11.2.2.2.1. Complexo da Ponta Messuli (P1P)
6.11.2.2.2.2. Complexo de Lalamo (P3LM)
6.11.2.3. Mármore
6.11.2.4. Fluorite
6.11.2.5. Amazonite
6.11.2.6. Tufo
6.11.2.7. Labradorite
6.11.2.8. Rodonite
6.11.2.9. Dumortierite
6.11.3. Espécimes minerais, amostras geológicas únicas e interessantes e afloramentos de
potencial interesse turístico
6.11.3.1. Pegmatitos com minerais complexos em Moçambique
6.11.3.1.1. Espécimes minerais e amostras minerais únicas nos pegmatitos do Alto Ligonha
e de Nampula- Monapo-Nacorôa
6.11.3.1.2. Pegmatito quartzo-feldspático-turmalínico de Walima (Uante)
6.11.3.1.3. Quartzo róseo (e água-marinha) na área de Cuamba
6.11.3.1.4. Espécimes minerais no Complexo de Lalamo (P3LM)
6.11.3.2. Ametista
6.11.3.3. Espécimes minerais e afloramentos geológicos únicos e interessantes
6.11.3.3.1. Minerais para amostragem na província de Sofala
6.11.3.3.2. Minerais para amostragem na província de Tete
6.11.3.3.3. Minerais para amostragem nas províncias de Zambézia e Nampula
6.11.3.3.3.1. Pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-Nacorôa
6.11.3.3.4. Minerais para amostragem na província de Cabo Delgado
6.11.3.4. Afloramentos geológicos para passeios turísticos
6.11.3.5. Espécimes paleontológicos e amostras geológicas únicas e interessantes
6.11.3.5.1. Província de Maputo
6.11.3.5.3. Província de Tete
6.11.3.5.4. Províncias de Nampula e Cabo Delgado
6.11.3.5.5. Província de Niassa
6.12. Recursos hídricos de Moçambique
6.12.1. Breve descrição da hidrogeologia de Moçambique
6.12.1.1. Complexo de soco (complexo pré-câmbrico)
6.12.1.1.1. Geologia
6.12.1.1.2. Aquíferos no complexo de soco
6.12.1.2. Terrenos vulcânicos (magmatismo do Karoo)
6.12.1.2.1. Geologia
6.12.1.2.2. Aquíferos em terrenos vulcânicos
6.12.1.3. Bacias sedimentares do Karoo
6.12.1.3.1. Bacia sedimentar do Médio Zambeze
6.12.1.3.1.1. Geologia
6.12.1.3.1.2. Aquíferos na bacia do Médio Zambeze
6.12.1.3.2. Bacia sedimentar de Maniamba (sobretudo sedimentos do Karoo a terciários)
6.12.1.3.2.1. Geologia
6.12.1.3.2.2. Aquíferos na bacia de Maniamba
6.12.1.4. Bacias sedimentares meso-cenozóicas a quaternárias
6.12.1.4.1. Bacia sedimentar do Rovuma (sedimentos meso-cenozóicos a quaternários)
6.12.1.4.1.1. Geologia
6.12.1.4.1.2. Aquíferos na bacia do Rovuma
6.12.1.4.2. Bacia sedimentar de Moçambique (sedimentos meso-cenozóicos a quaternários)
6.12.1.4.2.1. Sub-bacia sedimentar de Moçambique a norte do Rio Save
6.12.1.4.2.1.1. Geologia
6.12.1.4.2.1.2. Aquíferos na sub-bacia sedimentar de Moçambique a norte do Rio Save
6.12.1.4.2.1.2.1. Planícies de Sena
6.12.1.4.2.1.2.2. Planaltos de Cheringoma e Buzi
6.12.1.4.2.1.2.3. Vale e delta do Rio Zambeze
6.12.1.4.2.1.2.4. Vale do Rio Buzi e depressão de Dombe
6.12.1.4.2.1.2.5. Sistema de Graben de Chire-Urema
6.12.1.4.2.1.2.6. Zona litoral
6.12.1.4.2.2. Sub-bacia sedimentar da bacia de Moçambique a sul do Rio Save
6.12.1.4.2.2.1. Geologia
6.12.1.4.2.2.2. Aquíferos na sub-bacia sedimentar da bacia de Moçambique a sul do Rio
Save
6.12.1.4.2.2.2.1. Planícies do Alto Limpopo
6.12.1.4.2.2.2.2. Planícies do Alto Changane
6.12.1.4.2.2.2.3. Planalto de Urrongas
6.12.1.4.2.2.2.4. Planícies desnudadas ao longo dos Montes Libombos
6.12.1.4.2.2.2.5. Planícies aluviais (interfluviais) dos rios Limpopo e Incomati
6.12.1.4.2.2.2.6. Funhalouro-Mabote, Massunga (Mazunga) e outros grabens
6.12.1.4.2.2.2.7. Vales aluviais
6.12.1.4.2.2.2.8. Planícies de dunas interiores
6.12.1.4.2.2.2.9. Zona costeira (duna)
6.12.2. Água de nascente (água de mesa natural), água mineral e água para balneologia
6.12.2.1. Cinturas sedimentares costeiras, em especial os sedimentos entre as dunas e a
aluvião (zona costeira do Sul de Moçambique)
6.12.2.1.1. Zona costeira entre Pomene e Marracuene
6.12.2.1.2.2. Península de Nacala
6.12.2.2. Zonas marginais do rifte no complexo de soco (zona marginal ocidental do rifte
nas províncias de Tete e Sofala e zona marginal oriental do rifte na província de Zambézia)
e nas zonas marginais das cinturas do rifte
6.12.2.2.1. Zona marginal sudeste do Cratão do Zimbabué
6.12.2.3. Zona marginal (de contacto) da bacia sedimentar com o complexo de soco
6.12.2.3.1. Sopé de cordilheiras
6.12.2.3.2. Zonas marginais entre rochas básicas e sequências sedimentares na província de
Sofala
6.12.2.3.3. Unidades proterozóicas do complexo de soco influenciadas pela tectónica de
falhas nas províncias de Zambézia e Nampula
6.12.2.4. Sistemas de falhas e fissuras no vulcanismo do Karoo
6.12.2.4.1. Áreas de Namaacha, Goba e Ressano Garcia nas Montes Libombos
6.12.2.4.2. Zona de Espungabera-Dombe-Chibabava
6.12.2.4.2. Nascentes em lavas traquíticas fissuradas
6.12.2.5. Bacias e cinturas intracratónicas (áreas da antiga Cintura Móvel)
6.12.2.6. Serras arcaicas de granitos com sistemas de juntas graníticas (redes), filonetes
graníticos (Serra de Vumba)
7.0. Agradecimentos
8.0. Referências e fontes bibliográficas geológicas

Anexo I.: Lista de nomes estratigráficos modificados


Anexo II.: Lista das unidades litoestratigráficas de Moçambique
Anexo III.: Depósitos minerais, ocorrências, mineralizações e indicações minerais

Tabelas

Tabela 1.1.: Números e títulos das folhas cartográficas de Moçambique à escala de 1 : 250
000
Tabela 2.1.: Ciclos tectónicos no sul e sudeste de África
Tabela 2.2: Litoestratigrafia da Grande Bacia do Karoo da África do sul e das sequências
do Karoo de Moçambique
Tabela 3.1.: Diagrama da correlação estratigráfica arcaica do Zimbabué e de Moçambique
Tabela 3.2.: Unidades estratigráficas na Bacia do Rovuma em Moçambique e na Tanzânia
Tabela 4.1.: Diagrama da subdivisão litoestratigráfica das unidades geológicas em
Moçambique
Tabela 4.1.1.: Definição das unidades litoestratigráficas
Tabela 4.2.: Características das unidades geocronológicas
Tabela 4.3.: Depósitos arcaicos em Moçambique
Tabela 4.4.: Litoestratigrafia simplificada do Cratão do Zimbabué
Tabela 4.5.: Unidades litoestratigráficas do Arcaico de acordo com GTK (2006) e Carta
Geológica de Moçambique (2008)
Tabela 4.6.: Idades das rochas do Arcaico do Cratão do Zimbabué e da sua extensão em
território de Moçambique
Tabela 4.7: Afloramentos do Complexo de Mudzi em Moçambique
Tabela 4.8.: Tipos de rochas do Complexo de Mudzi no Zimbabué e em Moçambique
Tabela 4.9.: Tipos de rochas do Grupo de Muchinga
Tabela 4.10.: Tipos de rochas da Formação de Macequece
Tabela 4.11.: Afloramentos da Formação de Vengo
Tabela 4.12.: Tipos de rochas da Formação de Vengo
Tabela 4.13.: Tipos de rochas do Complexo de Mavonde
Tabela 4.14.: Unidades paleoproterozóicas em Moçambique
Tabela 4.15.: Subdivisão estratigráfica do Grupo de Gairezi
Tabela 4.16: Correlação principal do Complexo Metamórfico de Rushinga (Zimbabué)
com o Grupo de Rushinga e a Suíte de Guro (Moçambique)
Tabela 4.17.: Unidades litoestratigráficas meso-neoproterozóicas da província geológica de
Manica-Báruè
Tabela 4.18.: Diagrama estratigráfico simplificado do Grupo de Umkondo
Tabela 4.19.: Comparação da parte superior do Complexo Metamórfico de Rushinga, no
Zimbabué, e a Suíte de Guro, em Moçambique
Tabela 4.20.: Unidades meso-neoproterozóicas e pan-africanas (paleozóicas) da província
geológica de Tete-Angónia (incluindo parcialmente a Cintura Móvel do Zambeze).
Tabela 4.21.: Subdivisão litoestratigráfica do Supergrupo de Zâmbuè
Tabela 4.22.: Sequência litoestratigráfica do Supergrupo de Fingoè
Tabela 4.23.: Unidades litoestratigráficas meso-neoproterozóicas-pan-africanas a
paleozóicas inferiores da subprovíncia geológica de Zambézia-Nampula
Tabela 4.24.: Subdivisão litoestratigráfica do Complexo de Nampula
Tabela 4.25.: Subdivisão estratigráfica das unidades litoestratigráficas meso-
neoproterozóicas e das intrusões pan-africanas a mesozóicas da subprovíncia geológica de
Niassa-Cabo Delgado
Tabela 4.26.: Unidades litológicas do Complexo de Unango
Tabela 4.27.: Bacias e zonas estruturais do Karoo em Moçambique
Tabela 4.28.: Estratigrafia do Supergrupo Karoo na África do Sul/Suazilândia e principais
áreas de depósitos do Karoo em Moçambique
Tabela 4.28.1A: Estratigrafia do Supergrupo Karoo da Grande Bacia do Karoo (África do
Sul) e principais áreas de depósitos do Karoo em Moçambique
Tabela 4.28.1B: Diagrama estratigráfico simplificado
Tabela 4.29.: Subdivisão litoestratigráfica das rochas vulcânicas do Monoclinal dos
Libombos
Tabela 4.30.: Diagrama da correlação dos Grabens (Bacias) de Maniamba-Selous/Ruhuhu
do Karoo
Tabela 4.31.: Subdivisão estratigráfica do Karoo na Bacia de Maniamba-Lunho
Tabela 4.32.: Unidades litoestratigráficas da Bacia do Rovuma
Tabela 4.33.: Definições das idades bioestratigráficas (NGU, 2007) dos depósitos na Bacia
do Rovuma
Tabela 4.34.: Determinação da idade das rochas vulcânicas do Grupo de Lupata
Tabela 4.35.: Unidades litoestratigráficas do Grupo de Lupata
Tabela 4.36.: Unidades litoestratigráficas e respectivos códigos da Bacia de Moçambique
Tabela 5.1.: Principais bacias hidrográficas de Moçambique
Tabela 6.1.: Produção de gás natural em Moçambique entre 1998 e 2011
Tabela 6.2.: Camadas de carvão da Sub-bacia de Moatize
Tabela 6.3.: Qualidades do carvão das Bacias (carboníferas) de Moatize-Minjova e de
Mucanha-Vúzi
Tabela 6.4.: Conjuntos/camadas carboníferos do Depósito de Carvão de Mucanha-Vúzi
Tabela 6.5.: Qualidades do carvão da Sub-bacia de Lunho
Tabela 6.6.: Qualidades do carvão da Sub-bacia de Espungabera
Tabela 6.7.: Qualidades do carvão em Macaa Itule (Bacia de Lugenda Norte)
Tabela 6.8.: Composição química de alguns minerais radioactivos do Depósito de Mavudzi
Tabela 6.9.: Composição química de alguns minerais radioactivos da Ocorrência de
Nhaondue
Tabela 6.10.: Produção de davidite entre 1947 e 1955
Tabela 6.11.: Estimativa das reservas de minérios de alguns depósitos da área de Mavita
Tabela 6.12.: Alteração da composição dos minérios em função da profundidade
Tabela 6.13.: Análise XRF do minério maciço da jazida de ferro de Mazogo
Tabela 6.14.: Concentrado de minério de depósitos de magnetite-ilmenite da região de Tete
Tabela 6.15.: Composição química dos minérios do Depósito de Machédua
Tabela 6.16.: Composição química dos Depósitos/Ocorrências de Cambulatsitsi, Txizita,
Massamba e Inhatipissa
Tabela 6.17.: Reservas de minérios de depósitos de Fe/Fe-Ti na Suíte de Tete
Tabela 6.18.: Composição química da ocorrência de Fe-Ti de Chitonguè
Tabela 6.19.: Composição química dos minérios do Depósito de Mecuco
Tabela 6.20.: Composição química dos minérios do Depósito de Lupata-Doa
Tabela 6.21.: Reservas do Depósito de Lupata-Doa
Tabela 6.22.: Composição química do Depósito do Monte Muande/Monte Fema
Tabela 6.23.: Composição química da Ocorrência de Cassera
Tabela 6.24.: Composição química da Ocorrência de Maiu-a-Chipunga
Tabela 6.25.: Composição química do Depósito de Nhancungue
Tabela 6.26.: Composição química da magnetite do monte Tumba
Tabela 6.27.: Composição química do corpo de minério principal do monte Tumba
Tabela 6.28.: Composição química dos minérios do Depósito de Nhancungue
Tabela 6.29.: Composição química da magnetite do monte Muenguè
Tabela 6.30.: Composição química do Depósito do Monte Muenguè
Tabela 6.31.: Composição química da magnetite no Depósito de Luzina
Tabela 6.32.: Composição química da magnetite na Ocorrência de Camitala
Tabela 6.32./33.: Características das mineralizações de Mn e reservas estimadas
Tabela 6.32./33.A.: Composição química (%) da mineralização de manganês
Tabela 6.33.: Estimativas históricas de recursos minerais com base em modelos da Gencor
Tabela 6.34.: Recursos minerais de acordo com o CIM
Tabela 6.35.: Composição química das AMP na zona costeira do norte de Moçambique
Tabela 6.36.: Composição química das AMP na zona costeira do sul de Moçambique
Tabela 6.37.: Composição química dos minérios de bauxito e gibbsite na mina Alumen e na
serra Zuira
Tabela 6.38.: Composição química de uma zona de minério na mina de Au da Monarch
Tabela 6.39.: Correlação e comparação entre os diferentes sistemas de classificação dos
pegmatitos da província do Alto Ligonha
Tabela 6.40.: Comparação entre as estruturas internas dos pegmatitos sodalíticos e
potássicos da província do Alto Ligonha
Tabela 6.41.: Zonamento mineral e composição mineral dos pegmatitos do Alto Ligonha
Tabela 6.42.: Fases de formação mineral das áreas dos pegmatitos complexos do Alto
Ligonha
Tabela 6.43.: Intervalos térmicos da formação mineral dos pegmatitos do Alto Ligonha e de
Nampula-Nacarôa
Tabela 6.44.: Minerais importantes dos pegmatitos do Alto Ligonha e respectiva
composição química
Tabela 6.45.: Minerais com valor económico dos depósitos pegmatíticos do Alto Ligonha
Tabela 6.46.: Variedades minerais dos grupos minerais dos pegmatitos do Alto Ligonha
Tabela 6.47.: Reservas calculadas e estimadas de determinados pegmatitos sodalíticos
Tabela 6.48.: Paragénese mineral do pegmatito de Morrua
Tabela 6.49.: Teor de Ta e Nb no corpo principal do Depósito de Marropino
Tabela 6.50.: Paragénese mineral e sequência de cristalização do Depósito de Munhamola I
Tabela 6.51.: Teor de Sn na zona de Inchope-Mucombeze-Doeroi (área de
Inchope/Esperança/Monte Doeroi)
Tabela 6.52.: Mineralizações de Sn, W e Ta das jazidas minerais de Chissuadze e
Mucombeze
Tabela 6.53.: Depósitos e ocorrências de ETR em pegmatitos e placers
Tabela 6.54.: Minerais de lítio dos depósitos pegmatíticos do Alto Ligonha
Tabela 6.55.: Potencial de minerais e rochas industriais, tendo em consideração os
mercados internacionais e o desenvolvimento dos preços
Tabela 6.56.: Andaluzite e distena em placers costeiras da costa moçambicana no Oceano
Índico
Tabela 6.57.: Composição química do depósito bentonítico de Boane
Tabela 6.58.: Composição química do depósito bentonítico de Portella
Tabela 6.59.: Composição mineralógica da bentonite de Luzinada para as fracções <0,063
mm e >0,063 mm
Tabela 6.60.: Composição química do depósito bentonítico de Luzinada II

Tabela 6.61.: Visão geral do potencial em matéria de diatomito no sul de Moçambique


Tabela 6.62.: Composição química do depósito de diatomito de Manhiça
Tabela 6.63.: Composição química do Diatomito de Boane
Tabela 6.64.: Composição química da ocorrência de Diatomito de Pemba
Tabela 6.65.: Composição química do feldspato dos pegmatitos do Alto Ligonha e de
Nampula (Tulua)
Tabela 6.66.: Comparação entre o teor de feldspato e a composição química dos Blocos I e
II dos pegmatitos de Nuaparra
Tabela 6.67.: Características dos veios/sectores dos Depósitos de Djanguire-Monte Dombe
Tabela 6.68.: Composição química do depósito de Fluorite de Djanguire
Tabela 6.69.: Reservas calculadas e estimadas dos veios/sub-blocos da zona "Inter Luia"
Tabela 6.70.: Características dos veios/depósitos da zona de Macossa-Maringoè-Djalira-
Canxixe
Tabela 6.71.: Composição química da mineralização de fluorite do Monte Muambe
Tabela 6.72.: Cálculo das reservas e fluorite do Monte Muambe
Tabela 6.73.: Composição química dos minérios de grafite do depósito de grafite de
Ancuabe
Tabela 6.74.: Depósitos/ocorrências de grafite na parte leste da Zona de Carreamento do
Lúrio (o oeste da foz do rio Lúrio)
Tabela 6.75.: Depósitos e ocorrências de grafite em Angónia
Tabela 6.76.: Composição química dos depósitos e ocorrências de grafite de Angónia
Tabela 6.77.: Reservas calculadas e estimadas do depósito de grafite de Satemua
Tabela 6.78.: Mica de potencial interesse económico nos pegmatitos do Alto Ligonha e de
Nampula-Nacorôa e noutras rochas
Tabela 6.79.: Composição química do perlito da Serra de Muguena
Tabela 6.80.: Composição química do perlito de Ressano Garcia
Tabela 6.81.: Análise química das areias de Marracuene
Tabela 6.82.: Composição química do caulino de Boa Esperança
Tabela 6.83.: Composição química do caulino de Muiane
Tabela 6.84.: Composição química do caulino de Marropino
Tabela 6.85.: Composição química do caulino de Nacala
Tabela 6.86.: Principais depósitos de argila de Moçambique
Tabela 6.87.: Dados químicos e tecnológicos sobre o depósito de argila de Namaacha
Tabela 6.88.: Composição química da argila de Umbeluzi
Tabela 6.89.: Composição química e dados tecnológicos sobre o Depósito Salamanga
Tabela 6.90.: Composição química da argila de Sabiè/Incomati
Tabela 6.91.: Composição química e dados tecnológicos sobre o depósito de argila de Xai-
Xai
Tabela 6.92.: Composição química e dados tecnológicos sobre o depósito de argila de
Inhamizua
Tabela 6.93.: Composição química e dados tecnológicos sobre o depósito de argila de Guruè
Tabela 6.94.: Composição química e dados tecnológicos sobre o depósito de argila de
Pemba
Tabela 6.95.: Composição química dos calcários da área de Chíre
Tabela 6.96.: Composição química dos calcários de Buzina
Tabela 6.97.: Composição química da mineralização de magnesite de Chimoio
Tabela 6.98.: Teor de P2O5 nos horizontes minerais
Tabela 6.99.: Reservas de ferro e P2O5 do monte Muande (em toneladas) a uma
profundidade de 140 m
Tabela 6.100.: Reservas calculadas e estimadas de fosfato do Depósito de Evate
Tabela 6.101.: Panorâmica geral das cavernas com guano conhecidas no Sul de
Moçambique
Tabela 6.102.: Reservas de guano das áreas de Vilankulo, Búzi e Cheringoma
Tabela 6.103.: Depósitos/ocorrências de pedras pré-talhadas e eventuais zonas/áreas de
potenciais recursos
Tabela 6.104.: Análises químicas do calcário cristalino de Buzua
Tabela 6.105.: Composição química e tipos de calcário do depósito de calcário de Malulo
(Malula)
Tabela 6.106.: Composição química dos calcários de Salamanga
Tabela 6.107.: Composição química dos calcários da área de Jofane-Vilankulo
Tabela 6.108.: Composição química dos calcários da região de Chababawa-rio Búzi
Tabela 6.109.: Composição química dos calcários de Cheringoma
Tabela 6.110.: Análises químicas dos calcários de Nacala
Tabela 6.111.: Análises químicas dos calcários da área de Pemba
Tabela 6.112.: Pedreiras de rochas agregadas na província de Maputo em 2005
Tabela 6.113.: Lista das áreas/locais de areia e cascalheira em Moçambique
Tabela 6.114.: Lista de áreas/locais de depósitos de argila em Moçambique
Tabela 6.115.: Grupos minerais de gemas em Moçambique
Tabela 6.116.: Factores de controlo na formação de gemas
Tabela 6.117.: Pegmatitos com água-marinha na área a SO de Mueda
Tabela 6.118.: Lista de nascentes naturais em Moçambique, classificadas em função da
temperatura da água

Figuras e fotografias

Figura 1.1.: Folhas cartográficas de Moçambique à escala de 1 : 250 000


Figura 1.2.: Províncias e capitais de província de Moçambique
Figura 1.3.: Províncias geológicas, subprovíncias (unidades de soco) e bacias (unidades de
cobertura) de Moçambique
Figura 1.4.: Tabela Cronoestratigráfica Internacional da ICS (publicada por K.M. Cohen
et al., 2013)
Figura 2.1.: Países africanos, respectivas capitais e cidades relevantes
Figura 2.2.: Posição regional das unidades arcaicas no continente africano
Figura 2.3.: Terrenos paleoproterozóicos em África
Figura 2.4.: Terrenos mesoproterozóicos (quibarianos) (1750 – 900 Ma) no continente
africano
Figura 2.5.: Posição das unidades pan-africanas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior em
África
Figura 2.6.: Bacias de antepaís do Câmbrico-Carbónico/desenvolvimento inicial do Karoo
Figura 2.7.: Posição regional das bacias e estruturas do Karoo de África
Figura 2.8.: Bacias e riftes do pós-Karoo em África
Figura 3.1.: Tabela estratigráfica dos países da SADC
Figura 3.2.: Unidades litoestratigráficas arcaicas-paleoproterozóicas de Moçambique
Figura 3.2.1.: Correlação estratigráfica arcaica entre o Zimbabué e Moçambique
Figura 3.2.2.: Correlação paleoproterozóica entre o Zimbabué e Moçambique
Figura 3.2.3.: Correlação paleoproterozóica entre o Malawi e Moçambique
Figura 3.2.4.: Correlação paleoproterozóica entre a Tanzânia e Moçambique
Figura 3.3.: Posição das unidades litoestratigráficas do Mesoproterozóico-Neoproterozóico-
Paleozóico Inferior (Pan-Africano) de Moçambique
Figura 3.3.1.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre o Zimbabué e Moçambique
Figura 3.3.2.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre África do Sul e
Moçambique
Figura 3.3.3.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre a Zâmbia, o Malawi e
Moçambique
Figura 3.3.4.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre a Tanzânia e Moçambique
Figura 3.3.5.: Correlação estratigráfica neoproterozóica-proterozóica inferior entre África
do Sul e Moçambique
Figura 3.3.6.: Correlação neoproterozóica-proterozóica inferior entre o Zimbabué e
Moçambique
Figura 3.3.7.: Correlação neoproterozóica-proterozóica inferior entre a Zâmbia, o Malawi
e Moçambique
Figura 3.3.8.: Correlação neoproterozóica-proterozóica inferior entre o Malawi, a
Tanzânia e Moçambique
Figura 3.4.: Unidades litoestratigráficas do Karoo (Carbónico Superior-Cretácico Inferior)
de Moçambique
Figura 3.4.1.: Correlações estratigráficas do Karoo entre a África do Sul, o Zimbabué e
Moçambique
Figura 3.4.2.: Correlações estratigráficas do Karoo entre a Zâmbia, a Tanzânia e
Moçambique
Figura 3.5.: Unidades litoestratigráficas fanerozóicas de Moçambique
Figura 3.5.1.: Estratigrafia fanerozóica da África do Sul, da Tanzânia e de Moçambique
Figura 4.1.: Subdivisão do território Moçambicano nas suas principais unidades geológicas
Figura 4.2.: Esboço da Carta Geológica de Moçambique
Figura 4.2.1.: Carta geocronológica de Moçambique
Figuras 4.3. e 4.4.: Potencial extensão para leste dos Cratões do Zimbabué e de Kaapvaal e
das Cinturas Móveis do Limpopo e do Zambeze
Figura 4.5.: Cratões e cinturas móveis arcaicas e epicentros de actividade sísmica recente
Figura 4.5.1.: Extensão potencial do Cratão do Zimbabué sob a cobertura proterozóica
Figura 4.6.: Posição regional esquemática das unidades do Arcaico moçambicano
Figura 4.7.: Potencial extensão do Cratão do Zimbabué abaixo da superfície em território
moçambicano
Figura 4.8.: Carta geológica da estrutura de Manica
Figura 4.9.: Subdivisão do soco cristalino (pré-câmbrico) moçambicano no esquema da
folha cartográfica à escala de 1 : 250 000
Figuras 4.10a e 4.10b: Áreas de afloramento do Grupo de Gairezi
Figura 4.11.: Locais onde afloram gnaisse-migmatitos granatíferos (P1ppg) e o Grupo de
Rushinga (P1R)
Figura 4.12.: Geologia detalhada do monte Pitão
Figura 4.13.: Local da Formação de Chiduè (no bordo NO da Suíte de Tete mais recente)
Figura 4.14.: Localização regional do Complexo da Ponta Messuli
Figura 4.15a: Unidades meso-neoproterozóicas a norte de Manica
Figura 4.15b: Unidades meso-neoproterozóicas na região de Manica e a sul de Manica
Figura 4.16.: Carta geológica da província geológica de Tete-Angónia e respectiva
subdivisão nas Figuras 4.16A, 4.16B e 4.16C
Figura 4.16A: Unidades meso-neoproterozóicas, pan-africanas e unidades paleozóicas
associadas da região ocidental da província geológica de Tete-Angónia
Figura 4.16B: Unidades meso-neoproterozóicas, pan-africanas e unidades paleozóicas
associadas da região central da província geológica de Tete-Angónia
Figura 4.16C: Unidades meso-neoproterozóicas, pan-africanas e unidades paleozóicas
associadas da região oriental da província geológica de Tete-Angónia
Figura 4.17.: Corte transversal do Supergrupo de Fíngoè
Figura 4.18.: Condições geológicas e estruturais em Angónia (NE da província de Tete) e
dos territórios vizinhos no Malawi
Figura 4.19A: Principais unidades litoestratigráficas P₂-P₃, pan-africanas e magmáticas do
Paleozóico Inferior na região leste da subprovíncia geológica de Zambézia-Nampula
Figura 4.19B: Principais unidades litoestratigráficas P₂-P₃, pan-africanas e magmáticas do
Paleozóico Inferior da região oeste da subprovíncia geológica de Zambézia-Nampula
Figura 4.20.: Estruturas de carreamento e klippen em Moçambique
Figura 4.21.: Geologia do Complexo de Monapo (Klippe/terreno)
Figura 4.22.: Unidades meso-neoproterozóicas na subprovíncia geológica de Niassa-Cabo
Delgado
Figura 4.23.: Tectonoestratigrafia das províncias de Niassa e Cabo Delgado, no nordeste de
Moçambique
Figura 4.24.: Posição regional das unidades do Grupo de Geci (azul)
Figura 4.25.: Estruturas do Karoo na África Oriental
Figura 4.26.A.: Desenvolvimento durante o Karoo Inferior (Grupos Dwyka-Ecca-Beaufort
> 300-205 Ma<)
Figura 4.26.B.: Desenvolvimento durante o Karoo Superior (Grupos do Karoo Superior e
Stormberg > 205-157 Ma<)
Figura 4.27.: Diagrama com a localização das unidades do Karoo de Moçambique
Figura 4.28.: Unidades do Karoo do Graben de Maniamba e da Subunidade de Tiambila
Figura 4.29.: Zonas de kimberlito da Bacia de Maniamba
Figura 4.30.: Bacias/grabens/estruturas do Karoo e do Meso-cenozóico de Moçambique
Figura 4.31.: Bacias meso-cenozóicas e respectiva posição tectónica
Figura 4.32.: O Rifte do Leste Africano incluindo as estruturas do rifte no Oceano
Índico/sistema O (RLA)
Figura 4.33.: Unidades litoestratigráficas da Bacia do Rovuma
Figura 4.34.: Sequências litoestratigráficas na Bacia do Rovuma
Figura 4.35.: Depósitos do tipo Red Beds no Centro e Sul de Moçambique
Figura 4.36.: Suíte de Tundo (província alcalina de Chirua) e intrusões equivalentes nos
bordos do rifte
Figura 4.37.: Estratigrafia generalizada da Bacia de Moçambique
Figura 5.1.: Províncias de Moçambique
Figura 5.2.: Unidades geológicas gerais de Moçambique
Figura 5.3.: Esboço cartográfico das altitudes do relevo em Moçambique
Figura 5.4.: Esboço da carta geomorfológica de Moçambique
Figura 5.5.: Esboço da carta de risco de erosão de Moçambique
Figura 5.6.: Principais zonas climáticas de Moçambique
Figura 5.7.: Esboço cartográfico da salinidade dos solos em Moçambique
Figura 5.8.: Principais bacias hidrográficas e barragens em Moçambique e diagrama dos
processos geológicos em função dos processos geológicos, à medida que ocorrem entre a
área da nascente (linha de separação das águas) e o estuário / delta dos rios
Figura 5.9.: Principais tipos de solo em Moçambique
Figura 5.10.: Tipos de solo de Moçambique, de acordo com a classificação internacional da
FAO
Figura 6.1.: Distribuição esquemática dos recursos energéticos actuais e potenciais
(recursos geotérmicos não incluídos) em Moçambique
Figura 6.2.: Bacias costeiras do Oceano Índico entre o Mar Vermelho e a África do Sul
Figura 6.3.: Campos de gás (nomes) e blocos/áreas de prospecção (números) nas bacias de
Moçambique e do Rovuma (situação em 2012)
Figura 6.4.: Depósitos, ocorrências e indicações de hidrocarbonetos na Bacia de
Moçambique
Figura 6.5.: Jazidas (blocos) de Pande-Temane-Inhasorro
Figura 6.6.: Bacia do Rovuma e estruturas de rifte do RLA (Zona de Fractura de Davies
com o Graben de Karimba)
Figura 6.6.1.: Blocos de prospecção e jazidas no Sul da Tanzânia e na Bacia moçambicana
do Rovuma
Figura 6.7.: Indicações de hidrocarbonetos na Bacia do Rovuma
Figura 6.7.1.: Ocorrências de hidrocarbonetos em unidades de diferentes idades
estratigráficas da Bacia do Rovuma
Figura 6.8.: Reservas de gás (2012) da Bacia de Moçambique (Temane, Pande) e da Bacia
do Rovuma (Mamba, Áreas 1 e 4)
Figura 6.9.: Bacias carboníferas do Karoo moçambicano
Figura 6.10.: Esquema das rotas de transporte de carvão planeadas e potenciais
Figura 6.11.: Corte transversal do Depósito de Carvão de Moatize
Figura 6.12.: Cortes transversais da Bacia (Carbonífera) de Mucanha-Vúzi
Figura 6.13.: Posição da Sub-Bacia de Lunho na Bacia de Maniamba
Figura 6.14.: Depósitos minerais radioactivos, mineralizações e anomalias radiométricas
Figura 6.15.: Depósitos, ocorrências, mineralizações e anomalias radiométricas de urânio
na Suíte de Tete (P2T)
Figura 6.16.: Carta geológica simplificada da mineralização de apatite, U, Nb e ETR do Rio
Lucuisse (grelha UTM apresentada)
Figura 6.17.: Anomalias radioactivas no Supergrupo de Fíngoè
Figura 6.18.: Potenciais fontes geotérmicas para a produção de energia em Moçambique
Figura 6.19.: Principais ocorrências e depósitos de ferro em Moçambique
Figura 6.20.: Depósitos e ocorrências de minério de Fe (magnetite) na Suíte de Tete
Figura 6.21.: Depósitos e ocorrências de minério de Fe-Ti (magnetite, titanomagnetite) na
Suíte de Tete
Figura 6.22.A.: Carta geológica esquemática do Depósito do Norte de Machedua
Figura 6.22.B.: Carta geológica esquemática do Depósito do Norte de Machedua
Figura 6.23.: Carta geológica esquemática do Depósito do Monte Muande
Figura 6.23.A.: Cortes transversais da zona central do Depósito do Monte Muande
Figura 6.24.: Carta geológica esquemática do depósito de ferro de Meseca (Messeca)
Figura 6.25.: Carta geológica esquemática do depósito de ferro de Meseca - Tchinconcue
Figura 6.25/26.: Localização das ocorrências de Mn
Figura 6.26.: Distribuição regional dos depósitos e ocorrências de minerais de Ti em
Moçambique
Figura 6.27.: Posição do Depósito de Al da Alumen em relação à estrutura de Manica
Figura 6.28.: Localização regional das intrusões de sienito nefelínico
Figura 6.29.: Geologia da intrusão sienítica do Monte Salambidua
Figura 6.30.: Geologia da intrusão sienítica da Suíte do Monte Murrumbula
Figura 6.31.: Distribuição regional dos depósitos, ocorrências e indicações de cobre
Figura 6.32.: Localização esquemática das mineralizações de cobre na Suíte de Tete (P2T) e
nas rochas limítrofes (Formação de Chíduè/P1CH)
Figura 6.33.: Carta geológica esquemática da ocorrência de cobre de Chíduè
Figura 6.34.: Localização regional esquemática das ocorrências de Pb de Mazoe
Figura 6.35.: Evolução do preço do ouro e da extracção de Au de acordo com o progresso
dos métodos de processamento (tendências generalizadas) de 1994 a 2012
Figura 6.36.: Esquema das zonas/áreas/locais que contêm mineralizações de ouro em
Moçambique (2012)
Figura 6.37.: Cintura de Ouro de Mutare-Manica e posição dos depósitos, ocorrências e
indicações de Au na parte moçambicana da estrutura de Manica
Figura 6.38.: Extensão potencial das cinturas de rochas verdes arcaicos/zonas de rochas
ferríferas bandadas do Cratão do Zimbabué sob a cobertura proterozóica moçambicana e
locais teoricamente associados para a prospecção de ouro
Figura 6.39.: Mineralizações de ouro e de cobre-ouro na Suíte de Tete
Figura 6.40.: Posições regionais dos depósitos/ocorrências de Au na área de Cazula

Figura 6.42.: Exploração de ouro e áreas de prospecção da zona do Grupo de Txitonga


(Cintura de Ouro de Niassa)
Figura 6.43.: Depósitos e ocorrências de minerais de MR e ETR e germânio em
Moçambique
Figura 6.44.: Posição geológica dos pegmatitos do Alto Ligonha
Figura 6.45.: Esquema da distribuição regional das mineralizações de ouro na área de
pegmatitos do Alto Ligonha
Figura 6.46.: Suíte de Murrupula (vermelho), Zona de Carreamento de Namama (Zona de
Cisalhamento de Namama) e Província Pegmatítica do Alto Ligonha
Figura 6.47.: Posição dos Pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-Nacarôa a sul da Zona
de Carreamento do Lúrio
Figura 6.48.: Potenciais unidades de barreira em relação aos pegmatitos de MR e ETR nas
subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
Figura 6.49.: Posição territorial do Grupo de Mólocuè e do gnaisse de Mamala em relação
à jazida pegmatítica do Alto Ligonha e à Zona de Carreamento de Namana (em direcção a
NE, na área da jazida pegmatítica de Nampula, estas rochas não apresentam afloramentos)
Figura 6.50.: Pegmatitos de MR (Nb, Ta) controlados pela Zona de Carreamento de
Namana (activação e influência da Zona de Carreamento de Namana) e pegmatitos de ETR
que seguem elementos (tectónicos?) transversais (activados)
Figura 6.51.: Diagrama principal que representa o zonamento dos pegmatitos complexos
do Alto Ligonha
Figura 6.52.: Morfologia do pegmatito de Muiane
Figura 6.53.: Morfologia do pegmatito de Morrua
Figura 6.54.: Morfologia do pegmatito de Moneia
Figura 6.55A.: Localização dos pegmatitos de Marinrongoè segundo Marques et al. (2012)
Figura 6.55.: Cortes transversais do depósito de pegmatitos de ETR de Boa Esperança
Figura 6.56.: Localização regional dos depósitos e ocorrências de andaluzite, cianite
(distena) e sillimanite
Figura 6.57.: Locais de afloramentos de asbesto no norte de Moçambique
Figura 6.58.: Corte transversal do depósito de asbesto da Serra Mangote
Figuras 6.59. e 60.: Posição regional e geologia do depósito de bentonite de Boane
Figura 6.61.: Corte transversal da Secção Cooperativa II do Depósito de Boane
Figura 6.62.: Cortes transversais do depósito de bentonite de Luzinada
Figura 6.63.: Áreas com berilo industrial em Moçambique (pegmatitos do Alto Ligonha e
Ocorrência de Changara)
Figura 6.64.: Ocorrências de corindo em Moçambique
Figura 6.65.: Diagrama das áreas de depósitos com diatomito
Figura 6.66.: Posição regional dos depósitos de feldspato
Figura 6.67.: Corte transversal esquemático do depósito de Nuaparra
Figura 6.68.: Posição regional dos depósitos de fluorite
Figura 6.69.: Posição geológica geral das mineralizações de F do depósito de fluorite de
Djanguire
Figura 6.70.: Disposição regional dos depósitos e ocorrências de grafite nas subprovíncias
geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
Figura 6.71.: Posição geológica dos depósitos de grafite em Angónia
Figura 6.72.: Ocorrências de mica importantes em Moçambique
Figura 6.73.: Cortes transversais da ocorrência de perlito (obsidiana)
Figura 6.74.: Depósitos e ocorrências de quartzo industrial em Moçambique
Figura 6.75.: Áreas de ocorrência de talco em Moçambique
Figura 6.76.: Áreas e depósitos com zircónio em Moçambique
Figura 6.77.: Áreas com gesso em Moçambique
Figura 6.78.: Depósitos de caulino e principais depósitos/áreas de afloramento de argilas
em Moçambique
Figura 6.79.: Áreas com calcário industrial ou potencialmente industrial no Centro e Sul de
Moçambique
Figura 6.80.: Posição regional da Suíte de Tundo (Província Alcalina de Chirua) e da
Intrusão de Morrumbala
Figura 6.81.: Depósitos com mineralizações de P em Moçambique
Figura 6.82.: Áreas com grutas com guano e áreas de calcário favoráveis à formação de
grutas
Fotografia 6.1.: Pedras pré-talhadas extraídas no passado em Moçambique
Figura 6.83.: Localização regional de áreas e depósitos de pedras pré-talhadas de
Moçambique
Figura 6.84.: Esboço da carta geológica do depósito de granito vermelho do monte Tchonde
Figura 6.85.: Posição geológica da ocorrência de lamboanito
Figura 6.86.: Localização das áreas de calcário de Moçambique
Figura 6.87.: Corte transversal do depósito do rio Codzo
Figura 6.88.: Corte transversal do depósito de calcário de Muanza
Figura 6.89.: Mapa esquemático da distribuição regional dos materiais de construção em
Moçambique.
Figura 6.90.: Principais regiões/zonas/áreas e locais de depósitos e ocorrências de gemas no
Norte de Moçambique
Figura 6.91.: Potencial de prospecção de gemas na zona leste da província de Niassa e na
zona oeste da província de Cabo Delgado
Figura 6.92.: Zonas com kimberlito da Bacia de Maniamba
Figura 6.92.A.: Corte transversal esquemático da Zona III. Rios Tulo-Namango com
kimberlito
Figura 6.93.: Carta geológica esquemática da área de extracção de rubi
Figura 6.94.: Carta geológica esquemática da área de extracção de rubi de Montepuez
Figura 6.95.: Principais províncias hidrogeológicas de Moçambique
Figura 6.96.: Diagrama da localização regional das nascentes em função de factores de
controlo e tipos de água
Figura 6.96.A.: Relação entre as nascentes e as principais unidades geológicas de
Moçambique
Figura 6.97.: Relações territoriais entre a localização das nascentes e a distribuição de
epicentros de actividade sísmica em Moçambique
Índice

1.0. Introdução
Princípios de subdivisão territorial e geológica de Moçambique e respectiva
litoestratigrafia
2.0. História geológica de África tendo como referência o sul e sudeste de África
(Moçambique)
2.1. Desenvolvimento geotectónico geral das unidades do soco Pré-Câmbrico em África
2.1.1. Cratões arcaicos e cinturas móveis
2.1.1.1. Tipos de rochas arcaicas em Moçambique
2.1.2. Desenvolvimento durante o Paleoproterozóico (Neoarcaico)
2.1.2.1. Cinturas dobradas do Paleoproterozóico (Neoarcaico)
2.1.2.1.1 Unidades rochosas do Paleoproterozóico (Neoarcaico) em Moçambique
2.1.3. Cinturas dobradas do Mesoproterozóico
2.1.3.1. Unidades rochosas/tipos de rochas do Mesoproterozóico em Moçambique
2.1.4. Cinturas dobradas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano)
2.1.4.1 Unidades rochosas/tipos de rochas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-
Africano) em Moçambique
2.2. Desenvolvimento geotectónico geral das unidades de cobertura (desenvolvimento
durante o pós-Pan-Africano, Fanerozóico) em África
2.2.1. Depósitos sedimentares da plataforma câmbrica
2.2.2. Rochas sedimentares da plataforma carbónica
2.2.3. Desenvolvimento das rochas sedimentares e vulcânicas do Carbónico Superior-
Jurássico Inferior do Karoo e do início do Sistema de Rifte do Leste Africano (Rifte do
Karoo)
2.2.3.1. Depósitos de rochas do Karoo (incluindo Moçambique)
2.2.4. Bacias pós-Karoo a recentes (<180 Ma) e rochas sedimentares e vulcânicas recentes
do Rifte do Leste Africano
2.2.4.1. Bacias, grabens e litologias de zonas estruturais pós-Karoo a recentes em
Moçambique
3.0. Correlação litoestratigráfica de Moçambique e dos países vizinhos do sudeste e sul de
África
3.1. Unidades litoestratigráficas do Arcaico-Paleoproterozóico
3.2. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas moçambicanas do
Mesoproterozóico-Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano)
3.2.1. Correlação mesoproterozóica da província geológica de Manica-Báruè
3.2.2. Correlação mesoproterozóica da província geológica de Tete-Angónia
3.2.3. Correlação mesoproterozóica das sub-províncias geológicas de Niassa-Cabo Delgado
e Zambézia-Nampula
3.2.4. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) da província geológica
de Manica-Báruè
3.2.5. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) da província geológica
de Tete-Angónia
3.2.6. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) das sub-províncias
geológicas de Niassa-Cabo Delgado e Zambézia-Nampula
3.3. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas do Karoo moçambicano
(Carbónico Superior-Jurássico)
3.4. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas da bacia moçambicana do
Fanerozóico (Paleozóico Superior – Meso-cenozóico – Recente) e da estrutura do Rifte
4.0. Desenvolvimento geológico-estrutural do território de Moçambique
4.1. Desenvolvimento durante o Arcaico
4.1.1. Rochas arcaicas em Moçambique que formam parte do Cratão do Zimbabué
4.1.1.1. Unidades estratigráficas e grupos rochosos arcaicos
4.1.1.2. O Mesoarcaico em Moçambique (A2)
4.1.1.2.1. Granitóides mais antigos (A2gt)
4.1.1.3 O Neoarcaico em Moçambique (A3)
4.1.1.3.SSBI. Supergrupos Sebakwean e Bulawayan Inferior
4.1.1.3.SSBI. 1. Terreno gnáissico-migmático (MiGT) (~3.0 Ga) no Zimbabué e em
Moçambique
4.1.1.3.1. Complexo (metamórfico) de Mudzi (A3M)
4.1.1.3.1.1. Gnaisse granatífero (A3Mgg)
4.1.1.3.1.2. Anfibolito granatífero (A3Mam)
4.1.1.3.1.3. Metagabro (A3Mgb)
4.1.1.3.1.4. Gnaisse granodiorítico (A3Mgd)
4.1.1.3.1.5. Gnaisse TTG e granitóides foliados (A3Mgn)
4.1.1.3.1.6. Granito foliado (A3Mgr)
4.1.1.3.1.7. Quartzo-monzonito e quartzo-monzodiorito (A3Mqm)
4.1.1.3. RV. Rochas verdes na estrutura de Manica
4.1.1.3.2. Paragnaisse (A3Mpgn)
4.1.1.3.3. Grupo de Muchinga (A3MH)
4.1.1.3.3.1. Quartzito (A3MHqz)
4.1.1.3.3.2. Rocha metavulcânica ultramáfica e xisto talco-clorítico/BIF (A3MHuv)
4.1.1.3. SBSS Supergrupos Bulawayan Superior e Shamvaian
4.1.1.3.4. Grupo de Manica (A3M)
4.1.1.3.4.1. Formação de Macequece (A3MM)
4.1.1.3.4.1.1. Rocha metavulcânica félsica (A3MMfv) e brechas vulcânicas (A3MMvb)
4.1.1.3.4.1.2. Rocha metavulcânica intermédia (A3MMiv) e tufos-brecha (A3MMtb)
4.1.1.3.4.1.3. Conglomerado vulcânico (A3MMvc)
4.1.1.3.4.1.4. Tufos cristalinos félsicos (A3MMff) e pórfiro quartzo-feldspático (A3MMqp)
4.1.1.3.4.1.5. Metabasalto e xisto máfico (A3MMba)
4.1.1.3.4.1.6. Brechas líticas (A3MMbr) e diamictito (A3MMdi)
4.1.1.3.4.1.7. Metacherte (A3MMch) e rocha ferrífera bandada/BIF (A3MMbaf)
4.1.1.3.4.1.8. Xisto quartzo-sericítico (A3MMqss)
4.1.1.3.4.1.9. Serpentinito e rocha metavulcânica rica em serpentina (A3MMse)
4.1.1.3.4.1.10. Xisto talco-clorítico, talcoxisto, xisto clorítico-anfibólico (A3MMtc)
4.1.1.3.4.2. Formação de (M’Beza)/Vengo (A3MV)
4.1.1.3.4.2.1. Conglomerado vulcânico (A3MVco) e conglomerado polimíctico (A3MVclo)
4.1.1.3.4.2.2. Metagrauvaque (A3MVgy), quartzito (A3MVqz), quartzito arcósico
(A3MVar), micaxisto com camadas aluminosas e quartzíticas (A3MVmc)
4.1.1.3.4.2.3. Filito, xisto grafitoso (A3MVps), meta-arenito/quartzito lítico rico em ferro
(A3MVss), mármore (A3MVma)
4.1.1.3.5. Complexo de Mavonde (A3V)
4.1.1.3.5.1. Gnaisse TTG bandado (A3Vbgn) e gnaisse TTG (A3Vgn)
4.1.1.3.5.2. Migmatito (A3Vmig)
4.1.1.3.5.3. Granito (A3Vpg)
4.1.1.3.5.4. Tonalito, granodiorito (A3Vto)
4.1.1.3.5.5. Granito maciço (A3Vmgr)
4.1.1.3.5.6. Ortognaisse máfico a intermédio (A3Vogn)
4.1.1.3.5.7. Granito porfirítico, granodiorito (A3Vpgd)
4.1.1.3.5.8. Gabro (A3Vgb)
4.1.1.3.5.9. Dique de quartzo (A3Vqd), pegmatito (A3Vpm), granito aplítico (A3Vagr) e
granito (A3Vgr)
4.2. Desenvolvimento durante o Proterozóico, Paleozóico Pan-Africano e Paleozóico
Inferior
4.2. P₁.Desenvolvimento durante o Paleoproterozóico (P₁)
4.2.1. Unidades paleoproterozóicas (P₁)
(4.2.1.P₁) Unidades paleoproterozóicas (P₁) da província geológica de Manica-Báruè
4.2.1.1. Doleritos paleoproterozóicos (doleritos pós-Umkondo) (P1do) no Cintura de Rochas
Verdes arcaica de Manica (CRV) e granitóides arcaicos (Cratão do Zimbabué)
4.2.1.2. Gnaisse granatífero (biotite), migmatito (P1ppg)
4.2.1.3. Grupo de Gairezi (P1Z)
4.2.1.3.1. Quartzitos (P1Z e P1Zq)
4.2.1.3.2. Xisto muscovítico-biotítico (P1Zss)
4.2.1.3.3. Litologias incluídas no xisto muscovítico-biotítico
4.2.1.3.3.1. Conglomerado polimíctico (P1Zc) e quartzito (P1Zq)
4.2.1.3.3.2. Mármore (P1Zmb)
4.2.1.3.3.3. Micaxisto arenoso (P1Zas) e micaxisto (P1Zms)
4.2.1.3.3.3.1. Quartzito em micaxisto arenoso (P1Z inP1Zas)
4.2.1.3.3.4. Quartzito sacaróide (P1Zqs), (orto)quartzito
4.2.1.4. Grupo de Rushinga (P1R)
4.2.1.4.1. Formação de Nhamessolo (P1RN)
4.2.1.4 1.1. Quartzito granatífero (P1RNq)
4.2.1.4.1.2. Gnaisse calco-silicatado (P1RNc)
4.2.1.4.1.3. Mármore (P1RNm)
4.2.1.4.2. Formação do Rio Embuca (P1RE)
4.2.1.4.2.1. Quartzito Inferior (P1REqz)
4.2.1.4.2.2. Meta-arcose/quartzito arcósico (P1REa)
4.2.1.4.2.3. Xisto biotítico-granatífero-silimanítico (P1REch)
4.2.1.4.3. Formação do (Rio) Monte Pitão (P1RP)
4.2.1.4.3.1. Anfibolito bandado (P1Rapa)
4.2.1.4.3.2. Gnaisse calco-silicatado (P1RPcc)
4.2.1.4.3.3. Mármore Inferior (P1RPml)
4.2.1.4.3.4. Gnaisse biotítico (-silimanítico) (P1RPgn)
4.2.1.4.3.5. Mármore Superior (P1RPma)
4.2.1.4.3.6. Quartzito Superior (P1RPq)
(4.2.1.P₁.) Província geológica de Tete-Angónia
4.2.1.4. Formação de Chíduè (P1CH)
4.2.1.4.1. Meta-arenito (P1CHs)
4.2.1.4.2. Mármore (e quartzo) (P1CHm)
4.2.1.4.3. Micagnaisse (P1CHc)
(4.2.1.P₁.) Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
(4.2.1.P₁.) Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.1.5. Complexo da Ponta Messuli
4.2.1.5.1. Gnaisse migmatítico (P1Pmg)
4.2.1.5.2. Quartzo-micaxisto (P1Pqm)
4.2.1.5.3. Anfibolito (P1Pam)
4.2.1.5.4. Talcoxisto (P1Ptc)
4.2.1.5.5. Gabro (P1Pgb)
4.2.1.5.6. Gnaisse ocelado (P1Pag)
4.2.2. Desenvolvimento durante o Mesoproterozóico e o Neoproterozóico (P₂, P₃)
4.2.2.P₂-3. Província geológica de Manica-Báruè (e Cintura>móvel< do Zambeze)
4.2.2. P₂. Mesoproterozóico
4.2.2.1. Grupo de Umkondo (P2U)
4.2.2.1.1. Formação de Dacata (P2UD)
4.2.2.1.1.1. Membro de Quartzito Inferior (P2UDlq)
4.2.2.1.1.2. Membro de Xisto Grafitoso (P2UDsc)
4.2.2.1.1.3. Membro de Siltito (P2UDs)
4.2.2.1.1.4. Membro de Cherte Calcário (P2UDch)
4.2.2.1.1.5. Membro de Quartzito Superior (P2UDqz)
4.2.2.1.2. Formação de Espungabera (P2UEv)
4.2.2.2. Rochas ígneas do Umkondo
4.2.2.2.1. Suíte da Mashonalândia (P2ML)
4.2.2.2.1.1. Meta-anortosito de Mucota (P2MHan)
4.2.2.2.1.2. Granito biotítico e porfirítico de Chacocoma ou granito de Chacocoma (P2Cgr)
4.2.2.2.2. Gnaisse de Mungári (P2MG)
4.2.2.2.3. Complexo de Báruè (P2B)
4.2.2.2.3.1. Grupo de Chimoio (P2BC)
4.2.2.2.3.1.1. Metassedimentos siliciclásticos (P2BCss)
4.2.2.2.3.1.2. Gnaisse do Monte Chissui (P2BCfg)
4.2.2.2.3.1.3. Paragnaisse migmatítico (P2BCmi)
4.2.2.2.3.1.4. Gnaisse hornebléndico e anfibolitos (P2BChg)
4.2.2.2.3.1.5. Metagranito (granatífero) e paragnaisse (P2BCmg)
4.2.2.2.3.1.6. Micaxisto e micagnaisse (P2BCch)
4.2.2.2.3.2. Grupo de Mecossa (P2BM)
4.2.2.2.3.2.1. Gnaisse quartzo-feldspático (P2BMqf)
4.2.2.2.3.2.2. Gnaisse leucocrático (P2BMlc)
4.2.2.2.3.2.3. Sedimentos metassiliciclásticos (meta-arcose) (P2BMar)
4.2.2.2.3.2.4. Quartzito feldspático (P2BMfq)
4.2.2.2.3.2.5. Gnaisse granatífero-silimanítico (micagnaisse e metagrauvaque) (P2BMsi)
4.2.2.2.3.2.6. Mármore (P2BMma)
4.2.2.2.3.2.7. Gnaisse calco-silicatado (P2BMcc)
4.2.2.2.4. Suíte Intrusiva (rochas intrusivas) no Complexo de Báruè (P2BU)
4.2.2.2.4.1. Horneblendito (P2BUhb)
4.2.2.2.4.2. Diorito piroxénico (P2BUpd)
4.2.2.2.4.3. Gabro (e rocha gabróica) (P2GUgb)
4.2.2.2.4.4. Gnaisse granítico (com anfíbolo) (P2BUgg)
4.2.2.2.4.5. Granodiorito e tonalito do Monte Hombe (P2BMdg)
4.2.2.2.4.6. Diorito quártzico da foz do Rio Banhale (P2BUdi)
4.2.2.2.4.7. Gnaisse (leucocrático) do Monte Tomonda (P2BUlg)
4.2.2.2.4.8. (Orto)gnaisse de Inchope (P2BUig)
4.2.2.2.4.9. Granodiorito do Monte Panda (P2Ugd)
4.2.2.2.4.10. Granito do Monte Senge (P2Ugr)
4.2.2.P₃. Neoproterozóico
4.2.2.2.5. Metadolerito (P3db)
4.2.2.2.6. A. Complexo (metamórfico) de Mavuradonha (P3MV)
4.2.2.2.6.1. Complexo (metamórfico) de Mavuradonha (Suíte metamórfica) (P3MV)
4.2.2.2.7.A. Complexo de Masaso (P3MO)
4.2.2.2.7. Complexo de Masaso (P3MO)
4.2.2.2.8. Suíte de Guro (P3RO)
4.2.2.2.8.1. Gnaisse do Monte Calinga-Muci (gnaisse-migmatito granítico e gnaisse-
migmatito máfico) (P3ROgm)
4.2.2.2.8.2. Gabro de Magasso (metagabro e gnaisse-migmatito máfico) (P3ROgb)
4.2.2.2.8.3. Gnaisse da Serra Banguatere (gnaisse-migmatito granito-aplítico) (P3ROag)
4.2.2.2.9. Granitos pan-africanos
4.2.2.2.9.1. Granito e pegmatito do Monte Cáverie (P3CV)
(4.2.2.P₂-3.) Província geológica de Tete-Angónia
4.2.2.2.10. Suíte de Tete/gabro-anortosito de Tete (P2T)
4.2.2.2.10.1. Gabro (P2Tgb)
4.2.2.2.10.2. Piroxenito (P2Tpx)
4.2.2.2.10.3. Anortosito (P2Tan)
4.2.2.2.10.4. Rochas de óxido de Fe-Ti
4.2.2.2.10.5. Diques máficos (P2Tmd)
4.2.2.2.11. Complexo do Rio Messuze (P2MZ)
4.2.2.2.11.1. Grupo de Chidzolomondo (P2CD)
4.2.2.2.12. Gnaisse do Rio Mepembe (P2RM)
4.2.2.2.13. Supergrupo de Zâmbuè (P2ZB)
4.2.2.2.13.1. Grupo de Malowera
4.2.2.2.13.1.1. Formação do Rio Mese (P2ZBgn)
4.2.2.2.13.1.1.1. Membro de Orto- e Paragnaisse granatíferos, Anfibolito (B2ZBgn)
4.2.2.2.13.1.2. Formação de Metamboa (P2ZBa)
4.2.2.2.13.1.2.1. Membro de Meta-arcose, gnaisse quartzo-feldspático (B2ZBav)
4.2.2.2.13.1.2.1.1. Bandas intermédias de rochas metavulcânicas máficas em B2ZBa
4.2.2.2.13.1.2.2. Formação de Sale-Sale (P2ZBss)
4.2.2.2.13.1.2.2.1. Membro de Ortoquartzito (P2ZBqz) e Quartzito (P2ZBTaq)
4.2.2.2.13.1.2.2.2. Membro de Quartzito arcósico (P2ZBaq)
4.2.2.2.13.1.2.2.3. Membro de Gnaisse biotítico-granatífero-silimanítico (P2ZBsn)
4.2.2.2.13.2. Grupo de Muze (P2ZBz)
4.2.2.2.13.2.1. Formação de Caduco (P2ZBc)
4.2.2.2.13.2.2. Formação de Musamba (P2ZBm)
4.2.2.2.14. Supergrupo de Fíngoè (P2F)
4.2.2.2.14.1. Grupo do (Monte) Messuco (P2FR, P2FC, P2FG)
4.2.2.2.14.1.1. Formação do Monte Rupanjaze (P2FR)
4.2.2.2.14.1.1.1. Membro de rocha metavulcânica máfica e ultramáfica (P2FRvm)
4.2.2.2.14.1.1.2. Membro de rocha ferrífera bandada/BIF (P2FRvfe)
4.2.2.2.14.1.1.3. Membro de rocha piroclástica máfica e micaxisto (P2FRvf)
4.2.2.2.14.1.1.4. Membro de Metacherte (P2FRch)
4.2.2.2.14.1.1.5. Membro de mármore e de rocha carbonatada impura (P2FSm)
4.2.2.2.14.1.1.6. Membro de micaxisto, micagnaisse e gnaisse biotítico-plagioclásico
(P2FSch)
4.2.2.2.14.1.1.7. Micaxisto e gnaisse, mármore (P2FSc)
4.2.2.2.14.1.2. Formação do Monte Muinga (P2FG)
4.2.2.2.14.1.2.1. Membro de brecha vulcânica, aglomerado (P2FGb)
4.2.2.2.14.1.2.2. Membro de metalava máfica amigdalóide e rocha metavulcânica félsica
(P2FGmf)
4.2.2.2.14.1.2.3. Membro de rocha metavulcânica máfica a intermédia (P2FGvi)
4.2.2.2.14.1.2.4. Membro de rocha metavulcânica félsica (P2FGfi)
4.2.2.2.14.2. Grupo do Monte Tchicombe (P2FHv, P2Fp, P2FPcc)

4.2.2.2.14.2.1. Rochas metavulcânicas félsicas, tufo (P2FHv), mármore (P2FHm)


4.2.2.2.14.2.1.1. Membro de Tufo, rocha metavulcânica félsica (P2FHv)
4.2.2.2.14.2.1.2. Membro de Mármore, rocha carbonatada impura (P2FHm)
4.2.2.2.14.2.2. Formação do Rio Mucanba (P2FM)
4.2.2.2.14.2.2.1. Quartzito (P2FMqz)
4.2.2.2.14.2.2.2. Meta-arenito e xisto quartzo-feldspático (P2FMss)
4.2.2.2.14.2.2.3. Conglomerado polimíctico (P2FMco)
4.2.2.2.14.2.3. Formação do Monte Puèque (P2FPcc)
4.2.2.2.14.2.3.1. Gnaisse calco-silicatado e xisto (P2FPcc) (incluindo micaxisto P2FPmc)
4.2.2.2.14.3. Grupo de Mualadzi (P2D)
4.2.2.2.14.3.1. Formação de Macanda (P2Dvl)
4.2.2.2.14.3.2. Rocha ferrífera bandada/BIF (P2Dfe)
4.2.2.2.14.3.3. Rocha metavulcânica ultramáfica (P2Dvu)
4.2.2.2.14.3.4. Quartzito (P2Dq)
4.2.2.2.14.3.5. Micaxisto (P2Dc)
4.2.2.2.14.4. Grupo de Cazula (P2C)
4.2.2.2.14.5. Suíte de Furancungo (P2FD, P2FP, P2FC, P2FZ)
4.2.2.2.14.5.1. Granito de Desaranhama (P2FD) (e ortognaisse deformado (P2FDd)
4.2.2.2.14.5.2. Gabro de Muenda (P2FM)
4.2.2.2.14.5.3. Granito do Rio Ponfi (P2FP)
4.2.2.2.14.5.4. Granito (gnaisse) do Monte Dezenza (P2FZ)
4.2.2.2.14.5.5. Granito (horneblenda) de Nacococo (P2FC) (a S e E)
4.2.2.2.14.6. Suítes Intrusivas Irumides
4.2.2.2.14.6.1. Granito da Serra Chiúta (P2CSgr)
4.2.2.2.14.6.2. Granito do Rio Capoche (P2RC)
4.2.2.2.14.6.3. Granito do Rio Tchafuro (P2RF)
4.2.2.2.14.6.4. Granito da Serra Danvura (P2SD, P2SDp)
4.2.2.2.14.6.5. Granito do Monte Capirimpica (P2CA)
4.2.2.2.14.6.6. Granito de Mussata (P2MT)
4.2.2.2.14.6.7. Quartzo-monzonito de Messambe (P2MS)
4.2.2.2.14.6.8. Granito de Marionguè (P2MR)
4.2.2.2.14.7. Suíte de Cassacatiza (P2CZ)
4.2.2.2.14.7.1. Granito megacrístico deformado e granodiorito (P2CZgr)
4.2.2.2.14.7.2. Granito mesocrático com textura granular grosseira (P2CZmg)
4.2.2.2.14.7.3. Granito gnáissico com textura granular média (P2CZgn)
4.2.2.2.14.8. Suíte de Chipera (P2CP)
4.2.2.2.14.8.1. Gabro e (anortosito) do Rio Chiticula (P2CUga)
4.2.2.2.14.9. Granito castanho (P2CT)
4.2.2.2.14.10. Suíte do Monte Sanja (P2SJ)
4.2.2.2.14.10.1. Granito (P2SJgr)
4.2.2.2.14.10.2. Quartzo-monzonito (P2SJmz)
(4.2.2.P₂-3. EG) Gondwana Leste – Soco cristalino
4.2.2.2.14.11. Grupo de Angónia (P2AG)
4.2.2.2.14.11.1. Gnaisse quartzo-feldspático anfibolítico (P2AGsv)
4.2.2.2.14.11.2. Gnaisse (biotítico-) hornebléndico-quartzo-feldspático (bandado) (P2AGqf)
4.2.2.2.14.11.3. Gnaisse quartzo-feldspático (bandado) granatífero (P2AGbg, P2AGqz)
4.2.2.2.14.11.3.1. Gnaisse quartzo-feldspático com biotite/magnetite/granada e xisto
quartzo-moscovítico
4.2.2.2.14.11.3.2. Mármores, quartzitos e calco-silicatos do Grupo de Angónia (P2AGma,
P2AGqz)
4.2.2.2.14.11.4. Gnaisse quartzo-feldspático tonalítico (P2AGto)
(4.2.2.P₂-3. EG1) Rochas do Neoproterozóico, Pan-Africano e Paleozóico da província de
Tete-Angónia
4.2.2.2.14.12. Suíte de Ulónguè (P3UL)
4.2.2.2.14.12.1. Sienito de Dedza (P3ULsy)
4.2.2.2.14.12.2. Anortosito de Metengobalame (P3ULan)
4.2.2.2.14.12.3. Anfibolitos de Tomo-Gimo (P3ULum)
4.2.2.2.14.12.4. Dolerito
4.2.2.2.14.13. Rochas intrusivas do Neoproterozóico e Pan-Africano
4.2.2.2.14.13.1. Rochas intrusivas granítico-sieníticas do Neoproterozóico e Pan-Africano
4.2.2.2.14.13.1.1. Suíte de Sinda (CaSg)
4.2.2.2.14.13.1.2. Granito de Macanga (OrM)
4.2.2.2.14.13.1.3. Granito do monte Inchinga (P3Ig)
4.2.2.2.14.13.1.4. Granito do Monte Tarai (P3TR)
4.2.2.2.14.13.2. Rochas intrusivas máfico-félsicas do Neoproterozóico e Pan-Africano
4.2.2.2.14.13.2.1. Suíte de Matunda (P3M)
4.2.2.2.14.13.2.2. Suíte de Ualádze (P3U)
4.2.2.2.14.13.2.3. Suíte de Atchiza (P3Ag, P3Ap, P3Ad)
4.2.2.2.14.13.2.3.1. Diques e gabros (P3Umd, P3Ugd)
4.2.2.2.14.13.2.3.2. Dunito/serpentinito (P3Ad)
4.2.2.2.14.13.2.3.3. Piroxenito (P3Ap)
4.2.2.2.14.13.2.3.4. Gabro piroxénico (P3Ag)
4.2.3. ZB-NP-NI-CD. Unidades do Proterozóico no norte e nordeste de Moçambique (sub-
províncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado)
4.2.3. P₂-3.: Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
4.2.3.1. Complexo de Nampula (P2NM)
4.2.3.1.1. Suíte de Mocuba (P2NMM)
4.2.3.1.1.1. Gnaisse tonalítico, migmatito (P2NMto)
4.2.3.1.1.2. Gnaisse leucocrático (P2NMlc)
4.2.3.1.1.3. Gnaisse granítico diatexítico, migmatito (P2NMgg)
4.2.3.1.1.4. Gnaisse quartzo-feldspático-biotítico bandado cinzento ± Gnaisse anfibolítico
migmatítico (P2nmgm)
4.2.3.1.1.5. Ortognaisse granitóide (P2NMMlc)
4.2.3.1.2. Gnaisse de Mamala (P2NMlcl)
4.2.3.1.2.1. Gnaisse tonalítico (P2NMmd)
4.2.3.1.2.2. Leucognaisse e leptinito granítico (P2NMlg, P2NMlcl)
4.2.3.1.2.3. Gnaisse quartzo-feldspático (P2NMMlcl)
4.2.3.1.3. Gnaisse de Rapala (P2NMmd)
4.2.3.1.4. Gnaisse anortosítico (P2NMan)
4.2.3.1.5. Gnaisse granatífero-silimanítico e micagnaisse (P2NMgs)
4.2.3.1.6. Grupo de Molócuè (P2NMa)
4.2.3.1.6.1. Quartzito e gnaisse quartzítico (P2NMqq)
4.2.3.1.6.2. Quartzito, mármore, rocha calco-silicatada, etc. (P2NMqz)
4.2.3.1.6.3. Gnaisse metapelítico, migmatito (P2NMpt)
4.2.3.1.6.4. Gnaisse ultramáfico (P2NMam)
4.2.3.1.6.5. Gnaisse quartzo-feldspático (P2NMsb)
4.2.3.1.6.6. Gnaisse biotítico bandado, migmatito (P2NMgmc)
4.2.3.1.6.7. Quartzito (meta-arcose/quartzito ferruginoso) (P2NMsg)
4.2.3.1.6.8. Gnaisse quartzo-feldspático-hornebléndico leucocrático e migmatito (P2NMlcm)
4.2.3.1.6.9. Mármore (P2NMma)
4.2.3.1.6.10. Leucognaisse granatífero (P2NMglc)
4.2.3.1.6.11. Rochas metacarbonatadas e calco-silicatadas (P2NMcm)
4.2.3.1.7. Suíte de Culicuí (P2NMga)
4.2.3.1.7.1. Gnaisse granítico com feldspato potássico rosa fortemente foliado (P2NMfgr)
4.2.3.1.7.2. Charnoquito (P2NMch)
4.2.3.1.7.3. Gnaisse ocelado (P2NMga)
4.2.3.1.7.3.1. Gnaisse granítico megacrístico (P2NMal)
4.2.3.1.7.3.2. Gnaisse leucocrático (P2NMyg)
4.2.3.1.7.4. Gabro e diorito (P2NMgab)
4.2.3.1.7.5. Diques e boudins metabásicos
4.2.3.1.8. Grupo de Mécuburi (P3CB)
4.2.3.1.9. Grupo do Alto Benfica (P3AB)
4.2.3.A. Rochas granitóides (Ca) do Pan-Africano Superior na sub-província geológica de
Zambézia-Nampula e nas regiões adjacentes
4.2.3.1.10. Suíte de Murrupula (CaR)
4.2.3.1.10.1. Granitos (de fases intermédias iniciais) (CaRgr)
4.2.3.1.10.1.1. Quartzo-monzonito porfirítico (CaRgr1)
4.2.3.1.10.1.2. Quartzo-monzodiorito porfirítico (CaRgr2)
4.2.3.1.10.1.3. Biotite-horneblenda quartzo-monzodiorito equigranular (CaRgr)
4.2.3.1.10.2. Granodiorito e granito alcalino (CaRgd)
4.2.3.1.10.2.1. Granito porfirítico (CaRgr1, CaRgr2)
4.2.3.1.10.2.2. Granito equigranular (CaRgr) e quartzo-monzonito (CaRgd)
4.2.3.1.10.3. Sienito (CaRsy)
4.2.3.1.10.3.1. Plutão sienítico de Rapale
4.2.3.1.10.3.2. Plutão sienítico de Quixaxe
4.2.3.1.10.3.3. Plutão de Moma
4.2.3.1.11. Suíte de Malema (CaM)
4.2.3.1.11.1. Granito porfirítico (CaMgr)
4.2.3.1.12. Pegmatitos das províncias pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula-Nacorôa
4.2.3.B. Klippen do Neoproterozóico nas sub-províncias geológicas de Zambézia-Nampula e
Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.B.1. Klippen do Neoproterozóico na sub-província geológica de Zambézia-Nampula
4.2.3.1.13. Complexo de Monapo (P3MN)
4.2.3.1.13.1. Ortognaisse hornebléndico (P3MNh)
4.2.3.1.13.2. Suíte/rocha granítica de Ramiane (P3MNr)
4.2.3.1.13.3. Suíte/rocha alcalina de Mazerapane (P3MNz)
4.2.3.1.13.3.1. Clinopiroxenito (P3MNmf)
4.2.3.1.13.1.2. Milonito (P3MNmy)
4.2.3.1.14. Complexo de Mugeba (P2MB)
4.2.3.1.14.1. Gnaisse ultramáfico (P2MBum)
4.2.3.1.14.2. Ortognaisse máfico a ultramáfico (P2MBog)
4.2.3.1.14.3. Gnaisse granulítico félsico a intermédio (P2MBfg)
4.2.3.1.14.4. Gnaisse granulítico máfico (P2MBmg)
4.2.3.1.14.5. Gnaisse sienítico (P2MBsy) e piroxenito (P2MBpx)
4.2.3.1.14.A. Klippe da Plantação Santos
4.2.3.1.14.6. Milonitos alóctones (P2MBog)
4.2.3.C. Zona de Carreamento do Neoproterozóico
4.2.3.2. Complexo de Ocua (P3OC)
4.2.3.2.1. Gnaisse granulítico félsico a máfico (P3OCfg)
4.2.3.2.2. Gnaisse granulítico máfico (P3OCpx)
4.2.3.2.3. Gnaisse diorítico a anfibolítico (P3OCda)
4.2.3.2.4. Gnaisse charnoquítico (P3OCch)
4.2.3.2.5. Gnaisse biotítico (P3OCbi)
4.2.3.2.6. Mármore (P3OCma)
4.2.3.2.7. Gnaisse quartzo-feldspático milonítico e quartzito com quartzo fitado (P3OCgr)
4.2.3.2.8. Gnaisse granítico e tonalítico (P3OCgt)
4.2.3.2.9. Gnaisse sienítico (P3OCsy)
4.2.3.2.10. Gnaisse granítico, localmente migmatizado (P3OCgg)
4.2.3.D. Zona de cisalhamento de Namala, do Pan-Africano Superior
4.2.3.3. Intrusões graníticas (P2gra) no Complexo da Ponta Messuli
4.2.3.4. Complexo de Nampula (P2NM) na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.5. Complexo de Unango (P2UN)
4.2.3.5.A1. Complexo de Unango (P2UN)
4.2.3.5.1. Gnaisse migmatítico bandado (P2UNsm)
4.2.3.5.2. Gnaisse de Chala: gnaisse granulítico máfico bandado (P2UNmr)
4.2.3.5.3. Gnaisse migmatítico estromático (P2UNmg)
4.2.3.5.4. Gnaisse hornebléndico (P2UNbh)
4.2.3.5.5. Gnaisse biotítico (P2UNbi)
4.2.3.5.6. Meta-riólito porfírico quartzoso (P2UNvo)
4.2.3.5.7. Gnaisse quartzo-feldspático (P2UNfq)
4.2.3.5.8. Quartzito (P2UNqm)
4.2.3.5.A2. Complexo de Unango (P2UN)
4.2.3.5.9. Gnaisse ocelado granítico (P2UNag)
4.2.3.5.10. Gnaisse sienítico (P2UNsy)
4.2.3.5.11. Gnaisse charnoquítico feldspato com porfiroblastos (P2UNcf)
4.2.3.5.12. Gnaisse charnoquítico migmatítico (P2UNcm)
4.2.3.5.13. Gnaisse máfico a charnoquítico (P2UNmc)
4.2.3.5.14. Granofels do Monte Linasse (P2UNfp)
4.2.3.5.15. Metagabro, gnaisse máfico (P2UNgb)
4.2.3.5.16. Gnaisse de Meponda (P2UNbb)
4.2.3.5.17. Monzonito (P2UNmz)
4.2.3.5.18. Leucogranito (P2UNlc)
4.2.3.5.19. Granofels charnoquíticos a enderbíticos (P2UNce)
4.2.3.5.20. Granito (P2UNfg)
4.2.3.5.21. Gnaisse migmatítico granítico a granodiorítico (P2UNgo)
4.2.3.5.22. Gnaisse de Chiconono (P2UNtg)
4.2.3.5.23. Gnaisse granítico a granodiorítico (P2UNdi)
4.2.3.5.24. Gnaisse Lichinga (P2UNef)
4.2.3.5.25. Gnaisse quartzo-feldspático leucocrático (P2UNlcr)
4.2.3.5.26. Metagabro (P2UNbf)
4.2.3.5.27. Rochas ultramáficas (P2UNpx)
4.2.3.5.28. Quartzo-pórfiro do Monte Balise (P2UNqg)
4.2.3.5.29. Milonito granítico (P2UNmy)
4.2.3.6. Complexo de Marrupa (P2MR)
4.2.3.6.1. Gnaisse quartzo-feldspático (P2MRqv)
4.2.3.6.2. Paragnaisse rico em quartzo (P2MRqp)
4.2.3.6.3. Gnaisse granodiorítico (P2MRgd)
4.2.3.6.4. Gnaisse granítico (P2MRgg)
4.2.3.6.5. Gnaisse tonalítico bandado (P2MRbn)
4.2.3.6.6. Gnaisse migmatítico cinzento (P2MRgy)
4.2.3.6.7. Gnaisse granatífero-biotítico-quartzo-feldspático (P2MRbqf)
4.2.3.6.8. Leucognaisse quartzo-feldspático, com anfibolito (P2MRlca)
4.2.3.6.9. Leucognaisse, localmente granatífero (P2MRbl)
4.2.3.6.10. Mármore (P2MRma)
4.2.3.6.11. Gnaisse anfibolítico (P2MRam)
4.2.3.6.12. Serpentinito (P2MRsp)
4.2.3.6.13. Gnaisse diorítico (P2MRdi)
4.2.3.6.14. Gnaisse trondhjemítico (P2MRtr)
4.2.3.6.15. Diatexito granítico com anfíbolo (P2MRad)
4.2.3.6.16. Gnaisse quartzo-feldspático-hornebléndico migmatítico (P2MRhg)
4.2.3.6.17. Leucognaisse migmatítico (P2MRmc)
4.2.3.6.18. Granito milonítico (P2MRmy)
4.2.3.6.19. Sienito alcalino de Matondovela (P2MRsy)
4.2.3.7. Complexo de Nairoto (P2NR)
4.2.3.7.1. Meta-arenito e gnaisse biotítico (P2NRbg)
4.2.3.7.2. Gnaisse granítico a granodiorítico, localmente migmatítico (P2NRgr)
4.2.3.8. Complexo de Meluco (P2MC)
4.2.3.8.1. Gnaisse granítico a tonalítico, localmente migmatítico (P2MCgn)
4.2.3.8.2. Gnaisse granodiorítico (P2MCgd)
4.2.3.8.3. Gnaisse granítico (P2MCgr)
4.2.3.9. Grupo de Mécuburi (P3CB)
4.2.3.9.1. Metaconglomerado gnáissico e brita meta-arcósica (P3CBco)
4.2.3.9.2. Gnaisse biotítico (P3MCgr)
4.2.3.10. Grupo do Alto Benfica (P3AB)
4.2.3.11. Complexo de Montepuez (P3MP)
4.2.3.11.1. Gnaisse biotítico (P3MPbg)
4.2.3.11.2. Gnaisse quartzo-feldspático (P3MPqf)
4.2.3.11.3. Quartzito, meta-arcose e gnaisse quartzítico (P3MPqz)
4.2.3.11.4. Mármore (P3MPma)
4.2.3.11.5. Gnaisse anfibolítico (P3MPam)
4.2.3.11.6. Gnaisse diorítico (P3MPdi)
4.2.3.11.7. Gnaisse tonalítico (P3MPto)
4.2.3.11.8. Gnaisse granítico a granodiorítico, não diferenciado (P3MPgd)
4.2.3.11.9. Gnaisse granítico (P3MPgr)
4.2.3.E. Klippen do Neoproterozóico e carreamentos de rochas do Mesoproterozóico na
subprovíncia geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.12. Complexo de Xixano (Klippe/terreno) (P3X)
4.2.3.12.1. Granulito máfico (P3Xpx)
4.2.3.12.2. Gnaisse quartzo-feldspático-granatífero (P3MPqf)
4.2.3.12.3. Paragnaisse (P3Xbg)
4.2.3.12.4. Quartzo-micagnaisse e xisto (P3Xqm)
4.2.3.12.5. Mármore (P3Xma)
4.2.3.12.6. Meta-riólito (P3Xrh)
4.2.3.12.7. Meta-arenito (P3Xss)
4.2.3.12.8. Quartzito (P3Xqz)
4.2.3.12.9. Gnaisse mangerítico (P3Xmn)
4.2.3.12.10. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3Xgd)
4.2.3.12.11. Rochas charnoquíticas (P3Xch)
4.2.3.12.12. Gnaisse anfibolítico (P3Xag)
4.2.3.12.13. Metagabro (P3Xmg)
4.2.3.12.14. Gnaisse tonalítico (P3Xto)
4.2.3.12.15. Gnaisse ocelado (P3Xau)
4.2.3.12.A. Granito e milonito no Complexo de Xixano:
4.2.3.12.16. Granito do Monte Mapancane (P3XMgr)
4.2.3.12.17. Milonito (P3Xmy)
4.2.3.12.B. Unidades isoladas do Complexo de Xixano
4.2.3.12.18. Suíte da Serra Nicage
4.2.3.12.18.1. Metagabro (P3XSgb)
4.2.3.12.18.2. Tonalito (P3XStl)
4.2.3.13. Complexo de Muaquia (Klippe/terreno) (P3Q)
4.2.3.13.1. Gnaisse anfibolítico (P3Qag)
4.2.3.13.2. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3Qgr)
4.2.3.13.3. Gnaisse granítico a granodiorítico milonítico (P3Qmy)
4.2.3.13.4. Anfibolito (P3Qam)
4.2.3.13.5. Gnaisse calco-silicatado (P3Qcs)
4.2.3.13.6. Gnaisse muscovítico-biotítico e xistos (P3Qbg)
4.2.3.13.7. Gnaisse quartzo-feldspático (P3Qqf)
4.2.3.13.8. Quartzito (P3Qqk)
4.2.3.13.9. Quartzito (P3Qqz)
4.2.3.14. Complexo de M'Sawize (Klippe/terreno) (P3SW)
4.2.3.14.1. Migmatito bandado (P3SWmi)
4.2.3.14.2. Metagabro, anfibolito (P3SWgb)
4.2.3.14.3. Gnaisse granodiorítico a gabróico (P3SWgd)
4.2.3.14.4. Metatonalito (P3SWto)
4.2.3.15. Complexo de Lalamo (Klippe/terreno) (P3LM)
4.2.3.15.1. Gnaisse anfibolítico (P3LMag)
4.2.3.15.2. Gnaisse tonalítico (P3LMag)
4.2.3.15.3. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3LMgd)
4.2.3.15.4. Conglomerado (P3LMco) e sequência sobreposta, incluindo gnaisse cordierítico-
biotítico (P3LMcg)
4.2.3.15.5. Gnaisse biotítico, localmente grafítico, intercalado com meta-arenito, quartzito e
anfibolito (P3LMbg)
4.2.3.15.6. Meta-arenito e quartzito (P3LMss)
4.2.3.15.7. Mármore (P3LMma)
4.2.3.15.8. Rochas ultramáficas (P3LMum)
4.2.3.15.9. Gnaisse granítico (P3LMgr)
4.2.3.16. Grupo de Txitonga (P3TX)
4.2.3.16.1. Quartzito (P3TXqz)
4.2.3.16.2. Meta-arenito, metagrauvaque e quartzo-micaxisto (P3TXsg)
4.2.3.16.3. Quartzo-micaxisto, parcialmente xisto clorítico (P3TXsc)
4.2.3.16.4. Formação de rocha ferrífera bandada/BIF (P3TXfe)
4.2.3.16.5. Arenito meta-arcósico a meta-arenítico (P3TXss)
4.2.3.16.6. Rocha verde, xisto verde e metagabro (P3TXgb)
4.2.3.16.7. Pórfiro quartzo-feldspático (P3TXpq)
4.2.3.16.8. Veios de quartzo (qv)
4.2.3.17. Grupo de Geci (P3GC)
4.2.3.17.1. Metavulcanito (P3GCvo)
4.2.3.17.2. Conglomerado com cascalho de granito com textura granular fina (P3GCco)
4.2.3.17.3. Micaxisto (P3GCsc)
4.2.3.17.4. Calcário (P3GCli)
4.2.3.18. Intrusões neoproterozóicas a paleozóicas
4.2.3.18.1. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Unango
4.2.3.18.1.1. Sienito do Monte Naumale (P3NC)
4.2.3.18.1.2. Sienito nefelínico do Monte Chissindo (P3CH)
4.2.3.18.1.3. Quartzo-pórfiro do Monte Sanga (P3MS)
4.2.3.18.2. Diques básicos a ácidos (P3gb, do, gd, gr)
4.2.3.19. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Marrupa
4.2.3.19.1. Granodiorito da Serra Mecula (P3gdi)
4.2.3.19.2. Granito (P3gra)
4.2.3.19.3. Complexo de dique máfico (do)
4.2.3.20. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Xixano
4.2.3.20.1. Gabro olivínico do Monte Messuse (P3og)
4.2.3.20.2. Dique alcalino (lamproíto) (la)
4.2.3.20.3. Suíte do Monte Miruei (P3Mir)
4.2.3.20.3.1. Gnaisse granítico
4.2.3.20.4. Suíte de Maco (P3CM)
4.2.3.20.4.1. Granito porfirítico
4.2.3.20.5. Suíte de Murrupula (CaR)
4.2.3.20.5.1. Gnaisse granítico, com textura granular média a grosseira (CaRNbg)
4.2.3.20.5.2. Granito (CaRgr)
4.2.3.20.6. Suíte de Malema (CaM)
4.2.3.20.6.1. Complexos circulares da Suíte de Malema
4.2.3.20.6.2. Granito (CaMgr)
4.2.3.20.6.3. Sienito (CaMsy)
4.2.3.20.7. Charnoquito da Serra Messolua (CaMch)
4.2.3.20.8. Suíte de Niassa (CaN)
4.2.3.20.9. Suíte de Tundo
4.2.3.21. Intrusões pegmatíticas no soco cristalino de Moçambique, em especial na
subprovíncia geológica de Zambėzia-Nampula
4.3. Desenvolvimento durante o Paleozóico e Fanerozóico em Moçambique
4.3.1. Desenvolvimento durante o Fanerozóico
4.3.1.1. Desenvolvimento durante o Karoo
4.3.1.1.A. Subdivisão estratigráfica do Karoo moçambicano
4.3.1.1. B. Cintura (graben/zona) do Médio Zambeze-Lupata
4.3.1.1.1. Karoo Inferior
4.3.1.1.1.1. Grupo Dwyka
4.3.1.1.1.1.1. Formação de Vúzi (tilito) (CbV)
4.3.1.1.1.2. Grupo Ecca (PeE)
4.3.1.1.1.2.1. Formação de Moatize (PeM)
4.3.1.1.1.2.1.A. Sub-bacia (carbonífera) de Moatize-Minjova
4.3.1.1.1.2.1.B. Sub-bacias de Chicôa-Mecúcoè e de Mucanha-Vúzi
4.3.1.1.1.2.1.C. Sub-bacia de Muanzi-Luângua
4.3.1.1.1.2.1.D. Sub-bacia de Sânangoè-Mefidéze
4.3.1.1.1.2.2. Formação de Matinde (PeT, PeTc)
4.3.1.1.1.2.2.A. Área oeste da Suíte de Tete
4.3.1.1.1.2.2.B. Região de Birira
4.3.1.1.1.2.2.C. Rio Nhanfiti, afluente esquerdo do Rio Sorodeze
4.3.1.1.1.2.2.D. Área da folha cartográfica de Chioco
4.3.1.1.1.2.2.E. Domo vulcânico da Serra Mevunge
4.3.1.1.1.2.2.F. Bacias no bordo do soco Pré-câmbrico
4.3.1.1.2. Karoo Superior (grupo)
4.3.1.1.2.1. Grupo de Beaufort (PeB)
4.3.1.1.2.1.1. Formação de Cádzi (PeC)
4.3.1.1.2.2. Grupo Stormberg
4.3.1.1.2.2.1. Formação de Zumbo (JrUz)
4.3.1.1.2.2.2. Formação de Lualádzi (JrZ)
4.3.1.1.2.2.3. Formação do Rio Mazoe (JrIa, JrIb)
4.3.1.1.C. Fossa de Lupata – a SE da zona de bordo do Cratão do Zimbabué/sub-bacia de
Espungabera
4.3.1.1.2.2.4. Formação do Rio Nhavúdezi (JrRN)
4.3.1.1.2.2.5. Formação da Serra Bombuè (JrSb)
4.3.1.1.2.2.6. Formação de Bangomatete (JrBr, JrBb)
4.3.1.1.2.2.7. Formação de Chueza (JrC)
4.3.2. Magmatismo do Pós-Karoo Superior
4.3.2.1. Suíte de Rukore (JrR)
4.3.2.1.1. Rochas intrusivas félsicas (JrRg, JrRf)
4.3.2.1.1.1. Rolhões vulcânicos
4.3.2.1.1.2. Microgranito (granito de Rukore)
4.3.2.1.1.3. Diques porfiríticos quartzo-feldspáticos
4.3.2.1.1.4. Riólito
4.3.2.1.1.5. Rochas graníticas nas proximidades do Complexo de Chipera
4.3.2.1.2. Pórfiro (pórfiro de Bungue) (JrRf, JrRg)
4.3.2.1.3. Rochas intrusivas máficas (JrRmd)
4.3.2.2. Dacito (rolhão vulcânico) (JrKuv)
4.3.2.3. Suíte intrusiva de Gorongosa
4.3.2.3.1. Gabro (JrGb)
4.3.2.3.2. Granito (JrGg)
4.3.2.4. Falha/zona de fractura e enxame de diques da Gorongosa
4.3.3.A. Unidades do Karoo no sul de Moçambique
4.3.3.1. Unidade de Pafuri e monoclinal dos Libombos
4.3.3.1.1. Formação/basalto de Letaba-Pafuri (JrLB)
4.3.3.1.1.A. Unidade de Pafuri
4.3.3.1.1.B. Monoclinal dos Libombos
4.3.3.1.1.1. Basaltos/Formação de Letaba-Pafuri (JrLb, JrLB)
4.3.3.1.1.2. Basalto do Rio Sabie ou Formação do Rio Sabie (JrSba)
4.3.3.1.1.2.1. Membro de Basalto
4.3.3.1.1.2.2. Membro de Riólito
4.3.3.1.1.3. Formação de Umbelúzi (JrU)
4.3.3.1.1.3.1. Dacitos (JrUt)
4.3.3.1.1.3.2. Basalto e membro de dolerito maciço (JrUb)
4.3.3.1.1.3.3. Tufos de fluxos de cinza vulcânica e ignimbritos riolíticos (JrUr)
4.3.3.1.1.3.4. Lavas riolíticas
4.3.3.1.1.3.5. Brechas vulcânicas
4.3.3.1.1.3.6. Membro de tufo (JrUf)
4.3.3.1.1.3.7. Microgranito (JrUg)
4.3.3.1.1.4. Formação de Movene (basalto) (JrM)
4.3.3.1.1.4.1. Basalto (JrM)
4.3.3.1.1.4.2. Membro de Riólito dos Pequenos Libombos (JrMr)
4.3.3.1.1.4.3. Brecha riolítica (JrMbr)
4.3.3.1.1.4.4. Quartzo-latito (JrMq)
4.3.4. Rochas intrusivas do Karoo Superior
4.3.4.1. Formação de Pessene (JrPn)
4.3.4.1.1. Lava alcalina de Pessene (JrPal)
4.3.4.1.2. Sienito nefelínico de Pessene (JrPns)
4.3.5. Diques e soleiras
4.3.5.1. Diques e soleiras máficos (Jrdo, do)
4.3.5.2. Diques gabróicos (Jrgd)
4.3.6. Continuação do monoclinal dos Libombos para leste, para a Bacia de Moçambique
4.3.7.A. Desenvolvimento durante o Karoo nas sub-províncias geológicas de Zambézia-
Nampula e Niassa-Cabo Delgado
4.3.7.A1. Subprovíncia geológica de Niassa (Cabo Delgado)
4.3.7.1. Bacia/Graben de Maniamba (Lunho)
4.3.7.1.A. Karoo Inferior na Bacia/Graben de Maniamba
4.3.7.1.1. Grupo Ecca (PeE)
4.3.7.1.1.1. Horizonte/Formação K2
4.3.7.1.1.2. Horizonte/Formação K3
4.3.7.1.1.3. Horizonte/Formação K4
4.3.7.1.2. Grupo de Beaufort (PeB)
4.3.7.1.2.1. Horizonte/Formação K5
4.3.7.1.2.2. Horizonte/Formação K6
4.3.7.1.2.1. Horizonte/Formação K5 e 4.3.7.1.2.2. Horizonte/Formação K6
4.3.7.1.2.3. Unidade concrecional dos Horizontes/Formações K5 e K6
4.3.7.1.B. Grupo do Karoo Superior na Bacia/Graben de Maniamba
4.3.7.1.3. Grupo do Karoo Superior
4.3.7.1.3.1. Formações do Monte Lilonga (siltito) e de Fúbuè (arenito) (JrFb)
4.3.7.1.3.2. Formação de Mecondece (arenito) (JrMe)
4.3.7.1.3.3. Formação de Tende (siltito) (JrTe)
4.3.7.1.3.4. Formação de Lupilichi (siltito) (JrIp)
4.3.8. Grupo do Karoo Superior a noroeste da Falha do Rio Moola (TrKu)
4.3.8.1. Formação de Mecondece (arenito) (JrMe)
4.3.8.2. Formação de Tende (siltito) (JrTe)
4.3.8.3. Formação de Lupilichi (Lipilichi)
4.3.8.4. Bacias a SE e E de Lichinga
4.3.9.A. Kimberlitos na Bacia/Graben de Maniamba (Metangula/Lunho)
4.3.9.1. Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe
4.3.9.2. Zona do curso superior do Rio Fúgòe
4.3.9.3. Zona dos rios Tulo-Namango
4.3.9.4. Zona do Rio Luimba
4.3.9.5. Zona de Micuela
4.3.9.B. Observações gerais sobre os kimberlitos de Maniamba
4.3.9.C. Estudos dos Serviços Geológicos da Noruega (NGU) sobre os kimberlitos de
Maniamba
4.3.10. Supergrupo Karoo das Bacias de Tiambila e Chemba (CbK)
4.3.10.1. Supergrupo Karoo da Bacia de Tiambila
4.3.10.2. Supergrupo Karoo da Bacia de Chemba
4.3.10.3. Formação de Lupilichi (siltito) (CbK/JrIp)
4.3.11. Bacias do Supergrupo Karoo a sudeste e leste de Lichinga (CbK)
4.3.11.1. Unidade de Mancha de Montante/Rio Luchimua
4.3.11.2. Unidade de Mancha de Juzante/Rio Luchimua/Rio Lotcheze
4.3.12. Supergrupo Karoo em Cabo Delgado (CbK)
4.3.12.1. Bacia de Luângua: Bacia (Luângua) Norte
4.3.12.2. Bacia (Luângua) Sul
4.3.12.B. Litologias das Bacias (Luângua) Norte e Sul
4.3.12.B1. Conglomerado e arenito arcósico (CbKl)
4.3.12.B2. Arenito (PeE)
4.3.13.C. Rochas vulcânicas do Karoo na área/zona costeira de Angoche
4.3.13.1. Grupo de Angoche (JrAg)
4.3.13.1.1. Basalto e andesito (JrAg)
4.3.13.1.2. Lava félsica
4.3.13.1.3. Dolerito
4.3.13.D. Plutões jurássicos nas subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-
Cabo Delgado
4.4. Bacias mesozóicas e cenozóicas do Pós-Karoo e sequências do Rifte do Leste Africano
4.4.1. Grabens/Bacias de Maniamba (e do Lago Niassa)
4.4.1.1. Depósitos terciários no Graben de Maniamba/Lunho e em pequenas bacias na
subprovíncia geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.4.1.1.1. Formação de Mikindani (TeK)
4.4.1.2. Depósitos quaternários no Graben de Maniamba/Lunho, no Lago Niassa e em
pequenas bacias na subprovíncia geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.4.2. Bacia do Rovuma e zona costeira de Nampula-Zambézia do Oceano Índico
4.4.2.A. Desenvolvimento durante o Pré-rifte
4.4.2.B. Desenvolvimento durante o Sin-rifte
4.4.2.C. Desenvolvimento durante as fases iniciais da deriva continental
4.4.2.D. Desenvolvimento durante a fase tardia da deriva continental
4.4.2.E. Progradação deltaica
4.4.2.1. Formação do Rio Mecole (JrRM)
4.4.2.2. Formação de N'Gapa (JrP)
4.4.2.3. Formação de Macomia (CrMo)
4.4.2.4. Formação de Pemba (CrPMml, CrPmss, PMsm)
4.4.2.5. Formação de Mifume (CrMf)
4.4.2.6. Formação de Alto Jingone (TeAj)
4.4.2.7. Formação de Quissanga (TeQs)
4.4.2.8. Formação de Chinda (TeQs)
4.4.2.9. Formação de Mikindani (TeK)
4.4.2.E. Depósitos quaternários na Bacia do Rovuma
4.4.2.E.1. Areia (arenito) costeira (Qcs)
4.4.2.E.2. Camadas de areias com cascalheiras locais (Qss)
4.4.2.E.3. Dunas de areia costeira, areia da praia e dunas interiores com areia eólica
vermelha (Qd, Qdi)
4.4.2.E.4. Recifes marinhos, corais e sedimentos bioclásticos (Qmr)
4.4.2.E.5. Lamas aluviais de origem fluviomarinha (Qst)
4.4.2.E.6. Aluvião (Qa)
4.4.2.E.7. Areia e solo arenoso com lamas salinas lacustres (Qas, Qls)
4.4.2.F. Depósitos do Mesocenoizóico e Cenozóico ao longo da zona costeira de Nampula-
Zambézia
4.4.3. Zona do Graben do Zambeze e região de Zumbo-Changara
4.4.3.1. Formação de Mágoè (arenito-calcário) (CrM)
4.4.3.1.1. Membro de Conglomerado (CrMc)
4.4.3.1.2. Membro de Arenito e Conglomerado (CrMs)
4.4.3.1.3. Membro de Arenito-Calcário (CrMl)
4.4.4. Fossa de Lupata
4.4.4.1. Grupo de Lupata (JRL, CRL)
4.4.4.1.1. Subgrupo Inferior de Lupata
4.4.4.1.1.1. Formação de Tchazica (arenito basal) (JrLT)
4.4.4.1.1.2. Formação do Monte Palamuli (riólito) (JrLP)
4.4.4.1.1.3. Formação do Monte Mazambulo (arenito conglomerático) (JrLM)
4.4.4.1.1.4. Red Beds do Grupo de Lupata nos furos na Fossa de Lupata-região da
Depressão Deltaica do Zambeze e da Bacia de Moçambique
4.4.4.1.2. Subgrupo Superior de Lupata
4.4.4.1.2.1. Formação do Monte Linhanga (fonólito) (CrLM)
4.4.4.1.2.2. Lavas alcalinas (CrLM)
4.4.4.1.2.3. Aglomerados (CrLMa)
4.4.4.1.2.4. Arenito e arenito tufítico (CrLMs)
4.4.5.A Carbonatitos (CrC) e rochas alcalinas associadas nos Grabens do Médio Zambeze e
do Baixo Zambeze
4.4.5.A.1. Colina de Lupata
4.4.5.A.2. Monte Muambe
4.4.5.A.3. Monte Chandava
4.4.5.A.4. Monte Salambídua
4.4.5.A.4.1. Traquitos do Monte Salambidua (CrSd)
4.4.5.A.5. Monte Buzimuana
4.4.5.A.6. Suíte de Cone Negose (CrNc, CrNtr)
4.4.5.A.7. Corpo alcalino do Monte Cangombe
4.4.5.B. Carbonatitos instalados abaixo do muro de milonito da Suíte de Tete
4.4.5.B.1. Monte Fema (CrCb) e 4.4.5.8. Monte Muande (CrCm)
4.4.5.B.2. Carbonatito do Rio Mufa (Crcb)
4.4.5.C. Outras rochas carbonatíticas e alcalinas
4.4.6. Intrusões no bordo do rifte no Centro de Moçambique
4.4.6.1. Suíte de Tundo/província alcalina de Chirua (Chilwa/Chiuta)
4.4.6.2. Suíte da Serra Morrumbala
4.4.6.2.1. Intrusão alcalina e diques diabásicos (CrMRa)
4.4.6.2.2. Sienito (CrMRs)
4.4.6.2.3. Tufito e brechas vulcânicas (CrMRv)
4.4.6.2.4. Veios de quartzo (CrMRq)
4.4.6.3. Suíte de Carbonatito do Monte Xiluvo (CrX)
4.4.6.3.1. Monte Xiluvo
4.4.6.3.2. Montes Cura
4.4.7. Depósitos do Quaternário a norte do Graben do Zambeze (norte da província de
Tete) e no Graben do Médio Zambeze
4.4.7.1. Rifte do Rio Muangádeze
4.4.7.2. Rifte do Rio Candere
4.4.7.3. Graben do Rio Metendeze-Lumázi
4.4.7.4. Rifte do Rio Condedezi-Messambedeze
4.4.8. Riftes do Centro e Sul de Moçambique e sequências de bacias sedimentares Meso-
Cenozóicas
4.4.8.1. Sedimentos terrestres do Cretácico e Terciário no bordo do Graben de Chire-
Urema-Chissenga
4.4.8.1.1. Sedimentos terrestres do Cretácico
4.4.9. Bacia de Moçambique
4.4.9.1. Sequência 1: deposição do Jurássico Superior-Cretácico Inferior
4.4.9.2. Sequência 2: Cretácico Médio a Superior
4.4.9.2.1. Formação de Domo
4.4.9.2.2. Formação de Sena (CrS)
4.4.9.2.2.1. Membro de Arenito e Tório (CrSt)
4.4.9.2.2.2. Membro de Conglomerado Basal (CrSb)
4.4.9.2.2.3. Membro de Conglomerado-Arenito Superior (CrSc)
4.4.9.3. Sequência 3 do Cretácico Superior (Campaniano-Maastrichtiano) ao Paleocénico
Inferior
4.4.9.3.1. Formação de Grudja (arenito) (CrG)
4.4.9.3.2. Formação de Incomanini (CrI)
4.4.9.3.3. Cretácico indiferenciado (CrM)
4.4.9.4. Sequência 4: Paleocénico
4.4.9.4.1. Formação de Mapai (TeA)
4.4.9.4.1.1. Membro de Calcário Basal (TeAbl)
4.4.9.4.1.2. Membro de Arenito Inferior (TeAlc)
4.4.9.4.1.3. Membro de Calcário Médio (TeAml)
4.4.9.4.1.4. Membro de Arenito Médio (TeAcs)
4.4.9.4.1.5. Membro de Arenito Superior (TeAuc)
4.4.9.4.1.6. Membro de Calcário Superior (TeAul)
4.4.9.4.1.7. Depósitos problemáticos da Formação de Mapai
4.4.9.5. Sequência 5: Paleocénico - Pliocénico
4.4.9.5.1. Formação de Mangulane (TeM)
4.4.9.5.1.1. Membro de Magude (TeMm)
4.4.9.5.1.2. Membro de Calcário (TeMl)
4.4.9.5.2. Formação de Tembe (TeT)
4.4.9.5.3. Formação de Inhaminga (TeI)
4.4.9.5.3.A. Formação de Inhaminga (TeI) no bordo leste do rifte
4.4.9.5.4. Formação de Maputo (TeP)
4.4.9.5.5. Formação de Boane (TeB)
4.4.9.5.6. Formação de Salamanga (TeS)
4.4.9.5.7. Formação de Cheringoma (TeC)
4.4.9.5.7.A. Formação de Cheringoma (TeC) no bordo leste do rifte
4.4.9.5.8. Formação de Jofane (TeJ)
4.4.9.5.8.1. Membro de Calcário de Urrongas (TeJu)
4.4.9.5.8.2. Membro (de calcoarenito) de Cabe (TeJc)
4.4.9.5.8.3. Arenito com silicificação local (TeJs)
4.4.9.5.8.4. Arenito conglomerático/arenito retrabalhado (TeJco)
4.4.9.5.8.4.1. Calcários de Divinhe (?)
4.4.9.5.9. Formação de Inharrime (TeIn)
4.4.9.5.10. Formação de Ponta Vermelha (TeVs)
4.4.9.5.11. Formação de Mazamba (TeZ)
4.4.9.5.11.A. Formação de Mazamba (TeZ) no bordo leste do rifte
4.4.9.6. Sequência 6: depósitos do Quaternário (Plistocénico e Holocénico)
4.4.9.6.1. Areias eólicas (Qe)
4.4.9.6.2. Cascalheira e areias de terraços fluviais (Qt)
4.4.9.6.3. Lama de planícies de inundação eluviais (Qpi)
4.4.9.6.4. Coluvião (Qc)
4.4.9.6.5. Sedimentos de terraços marinhos/Areia (arenito) costeira (Qcs)
4.4.9.6.6. Calcários lacustres (Qll)
4.4.9.6.7. Areia argilosa de planícies eluviais (Qps)
4.4.9.6.8. Lamas aluviais de origem fluviomarinha (Qst)
4.4.9.6.9. Aluvião, areia, silte, cascalheira (Qa)
4.4.9.6.10. Dunas interiores (Qdi)
4.4.9.6.11. Duna de areia costeira e areia de praia (Qd)
4.4.9.6.12. Detritos com cascalho (Mantos de Cascalheiras) (Qp)
4.4.9.6.13. Complexo Deltaico do Zambeze
4.4.10. Depósitos do Quaternário a leste do Cratão do Zimbabué e a oeste do Terreno do
Rio Zambeze
4.4.10.1. Areia argilosa de planícies eluviais (Qps)
4.4.10.2. Lama de planícies de inundação eluviais (Qpi)
4.4.10.3. Areia de terraços fluviais (Qt)
4.4.10.4. Coluvião (Qc)
4.4.10.5. Detritos de cascalho (Mantos de Cascalheiras) (Qp)
4.4.10.6. Aluvião (Qa)
5.0. Os solos de Moçambique, a camada superior da crosta terrestre
5.1. Condições geológicas e litológicas para a formação de solos
5.2. Condições geomorfológicas e de relevo para a formação de solos
5.3. Factores/condições climáticas com influência na formação de solos
5.4. Bacias hidrográficas, sistemas de drenagem e transporte de materiais com influência
na formação de solos
5.5. Solos (tipos de solos) existentes em Moçambique
6.0. Potencial mineral de Moçambique
6.1. Recursos energéticos
6.1.1. Hidrocarbonetos/gás natural e petróleo
6.1.1.1. Bacia de Moçambique
6.1.1.1.1. Campos (blocos) de Pande-Temane-Inhasorro
6.1.1.2. Bacia do Rovuma
6.1.1.2.1. Bloco Mamba/Área 4
6.1.1.2.2. Bloco Área 1
6.1.1.2.A. Cálculos e estimativas das reservas de hidrocarbonetos da Bacia do Rovuma
6.1.1.3. Exsurgências de hidrocarbonetos nas litologias dos bordos da Bacia do Rovuma
6.1.1.4. Hidrocarbonetos em riftes (grabens)
6.1.1.5. Hidrocarbonetos em bacias do Karoo
6.1.2. Carvão
6.1.2.A. Bacias e sub-bacias carboníferas de importância económica
6.1.2.1. Graben/depressão do Médio Zambeze
6.1.2.1.1. Bacia de Moatize-Minjova
6.1.2.1.1.1. Sub-bacia de Moatize
6.1.2.1.1.2. Sub-bacia de Minjova
6.1.2.1.2. Bacia de Mucanha-Vúzi
6.1.2.1.3. Bacias/sub-bacias de Chícoa-Mecucoé e Muanzi-Luângua
6.1.2.1.4. Bacia de Sânangoè-Mefidéze
6.1.2.1.5. Sub-bacia de Chirodeze (Bacia de Mefendeze -Sanangoe)
6.1.2.B. Bacias carboníferas com pouca importância económica
6.1.2.2. Depressão do Baixo Zambeze
6.1.2.2.1. Sub-bacias de Muaradzi-Mecondezi, Necungas-Meconé, Rio Malica, Goma e
Nhacali
6.1.2.2.2. Sub-bacia do Baixo Chire (?)
6.1.2.3. Graben de Maniamba
6.1.2.3.1. Sub-bacia de Lunho (com camadas de carvão)
6.1.2.4. (Sub-)Bacia de Espungabera
6.1.2.C. Bacias carboníferas sem interesse económico
6.1.2.5. Bacias de Lugenda Norte e Sul, Luângua e Luchinua
6.1.2.5.1. Bacias de Lugenda
6.1.2.5.1.1. Bacia de Luângua/Bacia Norte de Lugenda (Bacia de Makaa-Itule) –
Ocorrências de Chipuputa e Luchinua
6.1.2.5.1.1.1. Ocorrência de Luângua
6.1.2.5.1.1.2. Ocorrências da Bacia Norte de Lugenda (Bacia de Makaa-Itule) e de
Chipuputa
6.1.2.5.1.1.3. Ocorrência de Luchinua (Luchimua)
6.1.2.5.1.2. Bacia Sudoeste de Lugenda
6.1.2.5.1.2.1. Sub-bacia de Mancha de Montante
6.1.2.5.1.3. Sub-bacia de Mancha de Juzante
6.1.2.5.1.4. Sub-bacias do Rio Lutheze e do Rio Luambala
6.1.3. Metano
6.1.3.1. Metano associado a depósitos de carvão
6.1.3.2. Metano em sedimentos/formações marinhos/as
6.1.4. Turfa
6.1.5. Recursos nucleares
6.1.5.1. Veios e vénulas quartzo-calcíticos (davidite)
6.1.5.1.1. Depósitos e ocorrências de Mavudzi, Inhatóbuè e Castro
6.1.5.1.1.1. Depósito de Mavudzi
6.1.5.1.1.2. Depósito de Castro
6.1.5.1.1.3. Benga, Cacame e outros depósitos/ocorrências
6.1.5.2. Chaminés carbonatíticas e complexos alcalinos
6.1.5.2.1. Intrusões alcalinas no Complexo de Unango
6.1.5.2.1.1. Monte Naumale (ocorrência de Meponda)
6.1.5.2.1.2. Monte Chissindo
6.1.5.2.1.3. Rio Lucuisse (Complexo Alcalino de Lucuisse)
6.1.5.2.2. Chaminés carbonatíticas nas zonas de bordo do rifte
6.1.5.2.3. Intrusões alcalinas e sienitos nefelínicos
6.1.5.2.4. Placers de minerais pesados (com monazite)
6.1.5.4. Pegmatitos (pegmatitos de ETR e MR)
6.1.5.4.1. Pegmatitos do Alto Ligonha
6.1.5.4.2. Pegmatitos de Lugenda
6.1.5.5. Sedimentos do Karoo de cor escura
6.1.5.6. Anomalias radiométricas para a prospecção de urânio
6.1.5.6.1. Anomalias da área da Suíte de Mavudzi/Tete
6.1.5.6.2. Anomalias radiométricas no Supergrupo de Fíngoè
6.1.5.6.3. Anomalias radioactivas em sedimentos do Karoo
6.1.6. Recursos geotérmicos
6.2. Grupo de ferro, metais não ferrosos e metais base
6.2.1. Depósitos de minério de ferro
6.2.1.1. Fe-quartzito, Formação Ferrífera Bandada (BIF) em unidades rochosas do Arcaico
e Proterozóico
6.2.1.1.1. Estrutura de Manica
6.2.1.1.2. Área de Mavita
6.2.1.1.3. Formação Ferrífera Bandada/BIF da Cintura de Niassa
6.2.1.2. Rochas ferríferas bandadas arcaicas erodidas
6.2.1.2.1. Honde
6.2.1.2.1.1. Corpo de Minério de Mabote
6.2.1.2.1.2. Jazidas minerais de Machacamira, Chito SO, Chito SE, Monte Pita, Bero,
Nhaziri, Cemitério Lavra e Nhandiro
6.2.1.3. Depósitos de minério de Fe e Fe-Ti de origem sedimentar, magmática e
hidrotérmica no Complexo do Mesoproterozóico de Nampula e no Complexo
(Neoproterozóico?) de Ocua
6.2.1.3.1. Depósito de ferro de Mazogo
6.2.1.3.2. Ocorrência de hematite-magnetite de Mirrote/Maravone
6.2.1.3.3. Ocorrência de ilmenite-magnetite de Mazua
6.2.1.3.4. Ocorrências de magnetite de Chiure Velho
6.2.1.3.5. Lalaua
6.2.1.3.6. Milange e Majau
6.2.1.4. Depósitos de magnetite magmática, titanomagnetite em anortosito e nas
proximidades de intrusões de anortosito
6.2.1.4.1. Machédua
6.2.1.4.2. Ocorrências de Antiga Caldas Xavier, Cambulatsitsi, Txizita, Singere, Massamba
e Inhatipissa
6.2.1.4.3. Chitonguè (Rio Nhambia)
6.2.1.4.4. Tenge/Ruoni (Rioni)
6.2.1.4.5. Potencial do anortosito de Ulungoé em matéria de elementos do grupo da platina
6.2.1.5. Mineralização de ferro em piroxenitos, gabros, anortositos e sienitos do
Complexo do Neoproterozóico de Monapo (P3MN)
6.2.1.5.1. Mecuco
6.2.1.6. Ocorrências de ferro em rochas magmáticas do Jurássico-Cretácico do Grupo de
Lupata (JRL, CRL)
6.2.1.6.1. Lupata-Doa (Monte Pangula)
6.2.1.7. Depósitos com ferro e apatite
6.2.1.7.1. Monte Muande/Monte Fema
6.2.1.7.2. Evate (Monapo)
6.2.1.7.3. Meseca (Messeca)
6.2.1.8. Escarnito e metassedimentos com minério de ferro e ferro-cobre na província
(geológica) de Tete-Angónia e na Zona de Fíngoè (Supergrupo)
6.2.1.8.1. Escarnito e metassedimentos com minério de ferro na província (geológica) de
Tete-Angónia
6.2.1.8.1.1. Cassera
6.2.1.8.1.2. Maiu-a-Chipunga
6.2.1.8.1.3. Nhancungue
6.2.1.8.2. Depósitos e ocorrências de ferro-cobre na Formação de Chíduè (P1CH) e no
Supergrupo de Fíngoè (Zona) (P2F)
6.2.1.8.2.A. Formação de Chíduè (P1CH)
6.2.1.8.2.1. Messeca e Monte Tumba
6.2.1.8.2.B. Supergrupo de Fíngoè (P2F)
6.2.1.8.2.2. Monte Mancupiti
6.2.1.8.2.3. Monte Muenguè e Rio Mucanha
6.2.1.8.2.4. Luzina
6.2.1.8.2.5. Camitala
6.2.2. Mineralizações de manganês
6.3. Titânio
6.3.1. Areias de Minerais Pesadas (AMP) com ilmenite, rútilo e zircão
6.3.1.1. Chibuto (Corridor Sands)
6.3.1.2. Xai-Xai
6.3.1.3. Moebase (Lipobane, Naburi e Mecalonga/Tigen)
6.3.1.4. Moma
6.3.1.5. Congolone
6.3.1.6. Outras ocorrências de AMP na zona costeira
6.3.1.6.1. Zona costeira entre a fronteira da Tanzânia e a foz do Rio Lúrio
6.3.1.6.1.1. Murrubue
6.3.1.6.1.2. Natuca (Ponte Uifundo)
6.3.1.6.1.3. Local sem denominação a sul de Mecufi
6.3.1.6.2. Zona costeira entre Quinga e a foz do Rio Zambeze
6.3.1.6.2.1. Micaue-Deia
6.3.1.6.3. Área costeira de Inhasorro e a zona costeira entre Inhambane (Tofo-Miramar) e a
Ponta do Ouro (fronteira da África do Sul)
6.3.1.6.A. Offshore (delta submarino) no delta do Rio Zambeze
6.3.2. Magnetite magmática, titanomagnetite e depósitos eluviais associados
6.3.3. Mineralização de titânio associada a magmas alcalinos
6.3.3.1. Lupata
6.3.3.2. Evate
6.3.4. Pegmatitos portadores titânio
6.3.4.1. Pegmatitos do Alto Ligonha
6.3.4.2. Veios e pegmatitos em M'Tetadzi, a N/NO da Província de Tete
6.3.5. Metassomatitos portadores de rútilo
6.4. Jazidas de minério de alumínio
6.4.1. Bauxito
6.4.1.1. Alumen/Moriangane
6.4.1.2. Outras ocorrências de bauxito na região de Manica
6.4.2. Laterito
6.4.3. Sienito nefelínico
6.4.3.1. Suíte de Tundo (Jrsy)
6.4.3.1.1. Monte Máuzo
6.4.3.1.2. Monte Tumbine
6.4.3.1.3. Intrusões dos montes Chiperone, Derre, Pandíbuè e Muembili
6.4.3.2. Bordo oeste do rifte na fronteira entre Moçambique e o Malawi
6.4.3.2.1. Monte Salambidua
6.4.3.3. Intrusão do bordo leste do rifte de Chire-Urema
6.4.3.3.1. Serra Morrumbala
6.4.3.4. Outras intrusões com alumínio
6.4.3.4.1. Intrusão de Chissindo
6.4.3.4.2. Suíte de Tete (P2T)
6.5. Cobre, níquel e cobalto
6.5.1. Mineralizações hidrotérmicas, hidrotérmico-metamórficas e hidrotérmico-vulcânicas
associadas às rochas verdes do Grupo de Manica arcaico
6.5.1.1. Mundonguara (Edmundian)
6.5.2. Minérios sedimentares estratiformes (de contacto/metassomáticos?) e minérios de
sulfureto de cobre associados a intrusões básicas e ultrabásicas na área de Atchiza e Fíngoè
6.5.2.1. Macupiti
6.5.2.2. Atchiza
6.5.2.3. Mateu
6.5.3. Minérios de sulfureto de cobre associados a rochas básicas e ultrabásicas na Suíte de
Tete (P2T) e nas rochas circundantes (miloníticas)
6.5.3.1. Cónua
6.5.3.2. Chíduè
6.5.3.3. M’Panda-Uncua
6.5.3.4. Cacanga
6.5.3.5. Bingre
6.5.3.6. Potencial em matéria de metais de base no Grupo de Angónia
6.5.4. Mineralizações de cobre no sul de Moçambique
6.5.4.1. Mineralização de Búzi
6.5.5. Mineralizações/indicações de cobre e níquel no norte de Moçambique
6.5.5.A. Mineralizações de cobre
6.5.5.1. Mineralização de cobre do Rio Lureco
6.5.5.2. Indícios de cobre em Mazeze
6.5.5.B. Mineralizações de níquel-cobre
6.5.5.3. Mundonguara
6.5.5.4. Monte Atchiza
6.5.5.5. Ocorrência de cobre-níquel de Chiure (Mucacata)
6.5.5.6. Indícios de cobre-níquel de Lusaka
6.5.5.7. Indícios de cobre-níquel do Rio Nicuburi
6.5.5.8. Outras indicações de cobre-níquel
6.5.5.9. Mineralizações de níquel-cobalto
6.6. Ocorrências de chumbo
6.6.1. Fumo – Dique e Mazoe
6.6.2. Cacanga
6.7. Metais preciosos
6.7.A. Ouro e prata
6.7.1. Cintura de Ouro de Mutare-Manica (Au, Au-Cu)
6.7.1.1. Monarch
6.7.1.2. Bragança
6.7.1.3. Zonas de cisalhamento de Mutambarico e Andrado (Depósitos Guy Fawkes-Fair
Bride)
6.7.1.4. Mundonguara
6.7.1.5. Outros depósitos, ocorrências e mineralizações de Au na Cintura de Ouro de
(Mutare-) Manica
6.7.1.5.1. Região de Mavonde
6.7.2. Área de Rotanda-Mavita-Sussundenga
6.7.3. Província geológica de Manica-Báruè
6.7.3.1. Zona de bordo do rifte de Inchope-Gorongosa
6.7.3.2. Caniaculo (F - Au)
6.7.3.3. Indicações de Au em rochas proterozóicas a NO da Gorongosa
6.7.3.4. Área de Massanga-Guro-Mungari (indicações de Au em rochas proterozóicas +
aluviões)
6.7.3.5. Área de Mazoe/Changara-Rio Luenha (indicações de Au em rochas proterozóicas +
aluviões)
6.7.4. Província geológica de Tete-Angónia
6.7.4.1. Suíte de Tete (P2T) e Formação de Chíduè (P1CH)
6.7.4.1.1. Ocorrências de Casunça e Cacanga
6.7.4.2. Área de Cazula (Casula)
6.7.4.2.1. Machinga
6.7.4.2.2. Monte Nhamissale
6.7.4.2.3. Cazula e Catõa
6.7.4.2.4. Metosso
6.7.4.2.5. Bumbe
6.7.4.2.6. Ocorrências aluviais
6.7.4.3. Zona de Fíngoè
6.7.4.3.1. Atchiza
6.7.4.4. Mazomboè (Au aluvial)
6.7.4.5. Songo-Manje-Bene Chiputo (indicações de Au em rochas proterozóicas)
6.7.4.6. Área de Missale-Muende (Chifumbázi)-Mulolera
6.7.4.6.1. Chifumbázi
6.7.4.6.2. Fundão (Chabuine, Fundão, Santa Isabel)-Missale
6.7.4.6.3. Muende e Alto Vúboè, Milau-Chibalane, Alto Mepuli
6.7.4.6.4. Mulolera e Tchindundo
6.7.4.6.5. Cacabanga
6.7.5. Cintura de Ouro de Niassa
6.7.5.1. Jazida de Ouro de Cagurué
6.7.5.2. Jazida de Ouro de M'Papa (0D-Zero D)
6.7.6. Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado
6.7.6.1. Ouro aluvial do Rio Lulimbo
6.7.6.2. Indicações de Au do Rio Chimulicamuli e do Rio Lugenda (aluviões)
6.7.6.2.1. Ouro aluvial e rocha-mãe de Chimulicamuli
6.7.6.2.2. Ouro aluvial do Rio Lugenda
6.7.6.2.3. Rio Lureco
6.7.6.2.4. Mazeze
6.7.6.2.5. Namuno-Napiço
6.7.7. Sub-província Geológica de Nampula-Zambézia
6.7.7.1. Pegmatitos do NO do Alto Ligonha (ETR, Nb, Ta, Au + outros)
6.7.7.1.1. Nacaluè
6.7.B. Platina
6.7.B.1. Mazomboè (Au aluvial)
6.7.B.2. SO em Tsangano
6.7.B.3. Mecucoè
6.8. Metais raros (MR: Ta, Nb, Sn) e metais de terras raras (TR/ETR)
Pegmatitos multiminerais (MR, ETR, pedras preciosas, minerais industriais e outras
mineralizações), minerais de ETR e minerais para produção de alta tecnologia (lítio,
germânio, gálio, rubídio, césio)
6.8.1. Pegmatitos multiminerais, especialmente pegmatitos de metais raros, de minerais de
terras raras e de pedras preciosas
6.8.1.1. Tântalo, nióbio, minerais de terras raras, lítio, rubídio e césio
6.8.1.1.1. Província pegmatítica do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.A. Posição regional e factores de controlo dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.B. Discussão de alguns problemas dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.C. Distribuição regional dos pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-Nacorôa
6.8.1.1.1.C.1. Cintura de Mucubela-Alto Ligonha
6.8.1.1.1.C.2. Zona de Mocuba-Mugeba e Munhiba
6.8.1.1.1.C.3. Cintura de Errego-Ribáuè
6.8.1.1.1.C.4. Zona de Nampossa-Miricue e zona de Namarripo-Namivo
6.8.1.1.1.D. Zonamento regional dos pegmatitos em Moçambique
6.8.1.1.1.E. Classificações dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.E.1. Morfologia, dimensão e localização regional dos pegmatitos
6.8.1.1.1.E.2. Composição mineralógica e química dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.E.3. Mineralogia e zonamento mineral, minerais com valor económico
6.8.1.1.1.E.4. Zonamento mineral dos pegmatitos
6.8.1.1.1.E.4.1. Zona externa (zona marginal, zona homogénea)
6.8.1.1.1.E.4.2. Zonas internas
6.8.1.1.1.E.4.3. Núcleo de quartzo
6.8.1.1.1.E.5. Fases de formação dos minerais das zonas dos pegmatitos complexos do Alto
Ligonha
6.8.1.1.1.F. Localização estratigráfica dos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.G. Geocronologia/idades das intrusões pegmatíticas
6.8.1.1.1.H. Subdivisão dos pegmatitos do Alto Ligonha em função dos respectivos minerais
com valor económico
6.8.1.1.1.I. Corpos de substituição e preenchimentos de fracturas em zonas internas (zona
lítica ou sodalítica) nos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.J. Alteração supergénica dos pegmatitos
6.8.1.1.1.K. Perspectivas gerais da prospecção de minerais nos pegmatitos do Alto Ligonha
6.8.2. Depósitos de pegmatito de metais raros (MR: Ta, Nb)
6.8.2.1. Teor de tântalo e nióbio dos pegmatitos
6.8.2.1.1. Muiane
6.8.2.1.2. Pegmatitos de Morrua e das zonas contíguas de Melela e Machamba Nova
6.8.2.2. Outros pegmatitos de metais raros
6.8.2.2.1. Moneia
6.8.2.2.2. Área de Munhamola
6.8.2.2.3. Áreas de Muhano e Majamala
6.8.3. Pegmatitos potássicos com berilo e columbo-tantalite
6.8.4. Pegmatitos de metais raros (Nb) e de terras raras (Y) da região de Marinrongoè
(Marinronguè)
6.8.5. Pegmatitos e unidades rochosas com minerais de estanho, tungsténio e molibdénio
6.8.5.1. Zona de Inchope-Mucombeze-Doeroi
6.8.6. Depósitos e ocorrências de pegmatitos de terras raras (TR/ETR)
6.8.6.1. Elementos de terras raras, Y, Th, U, Zr e Hf
6.8.6.1.1. Boa Esperança
6.8.7. Depósitos e ocorrências de MR e ETR não pegmatíticos
6.8.7.1. Área de Namuno
6.8.7.2. Área de N’Goo
6.8.8. Placers com minerais de terras raras (ETR)
6.8.9. Terras raras em suítes alcalinas
6.8.9.1. Mineralização de Nb, Ta, U e ETR do Monte Naumale
6.8.9.2. Mineralização de Nb, Ta e U do Complexo Nefelínico do Monte Chissindo
6.8.9.3. Apatite do Rio Lucuisse, mineralização de U, Nb e ETR numa suíte alcalina máfica
6.8.10. Pegmatito do sudeste de Lugenda
6.8.11. Outras intrusões com minerais de MR e ETR
6.8.12. Lítio
6.8.13. Rubídio e césio
6.8.14. Germânio e gálio
6.9. Minerais e rochas industriais
6.9.1. Minerais industriais
6.9.1.1. Andaluzite, cianite (distena), silimanite
6.9.1.1.1. Mineralizações de andaluzite, cianite (distena) e sillimanite na província geológica
de Manica-Báruè
6.9.1.1.1.1. Mineralizações de andaluzite em rochas arcaicas do Grupo de Manica (A3M)
6.9.1.1.1.2. Região de Catandica
6.9.1.1.2. Mineralizações de andaluzite e cianite (distena) na província geológica de Tete-
Angónia
6.9.1.1.2.1. Mavudzi
6.9.1.1.2.2. Área de Chíduè
6.9.1.1.2.3. Área de Cuchamano
6.9.1.1.2.4. Região de Angónia
6.9.1.1.3. Mineralizações de andaluzite, cianite (distena) e sillimanite nas subprovíncias
geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
6.9.1.1.3.1. Klippe de Monapo: Netia-Metochéria-Evate
6.9.1.1.3.2. Zona de Carreamento do Lúrio e regiões adjacentes
6.9.1.1.3.3. Distena-quartzito do Rio Levele
6.9.1.1.4. Placers costeiros
6.9.1.2. Asbesto
6.9.1.2.1. Província geológica de Manica-Báruè
6.9.1.2.1.1. Serra Mangota
6.9.1.2.1.2. Mavita
6.9.1.2.2. Província geológica de Tete-Angónia
6.9.1.2.1.1. Zona de Fíngoè
6.9.1.2.1.2. Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag)
6.9.1.2.1.3. Tsangano
6.9.1.2.1.4. Chicoa
6.9.1.2.3. Subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
6.9.1.2.3.1. Mulevala
6.9.1.2.3.2. Nhore
6.9.1.2.3.3. Mulatala
6.9.1.2.3.4. Área de Ancuabe
6.9.1.2.3.5. Distrito do Lago
6.9.1.3. Bentonite
6.9.1.3.1. Depósito de Boane
6.9.1.3.2. Pequenos Libombos (Luzinada) (folhas 2632, 424394/7119062 e outras)
6.9.1.3.2.1. Luzinada
6.9.1.3.3. Outras potenciais mineralizações de bentonite
6.9.1.4. Berilo
6.9.1.5. Corindo
6.9.1.5.1. Ocorrências de corindo na província geológica de Manica-Bâruè
6.9.1.5.1.1. Ocorrência de Róvuè/Mavundzi
6.9.1.5.2. Ocorrências de corindo na província geológica de Tete-Angónia
6.9.1.5.2.1. Ocorrência de Canchoeira (Canchoira)
6.9.1.5.2.2. Indicações de corindo em Zóbuè
6.9.1.5.2.3. Zona da fronteira com o Malawi (da área da Suíte de Tete até Angónia no NE)
6.9.1.5.2.4. Indícios de corindo em Chimessolo
6.9.1.5.3. Ocorrências de corindo na subprovíncia geológica de Zambézia-Nampula
6.9.1.5.3.1. Ocorrências do Monte Pandibuè e de Congune
6.9.1.5.4. Ocorrências de corindo na subprovíncia geológica de Niassa-Cabo Delgado
6.9.1.5.4.1. Mineralizações de corindo a N e NO de Cabo Delgado
6.9.1.5.4.2. Ocorrência de Namahaca
6.9.1.5.4.3. Ocorrência de corindo do Rio Muthicana (Odinepa)
6.9.1.6. Diatomito (Kieselguhr)
6.9.1.6.1. Área de Manhiça (depósitos de Diane, Alvor e Marina)
6.9.1.6.1.1. Depósito de Diane
6.9.1.6.1.2. Alvor e Marina
6.9.1.6.2. Ocorrências de diatomito na área de Magude-Chokwe
6.9.1.6.2.1. Manjacaze
6.5.1.6.2.2. Macia
6.9.1.6.3. Zona de Inhambane-Matituine (Bela Vista)
6.9.1.6.3.1. Boane
6.9.1.6.4. Estruturas do Rifte do leste Africano com diatomito
6.9.1.6.5. Diatomito no norte de Moçambique
6.9.1.7. Feldspato
6.9.1.7.1. Pegmatitos com feldspato
6.9.1.7.1.1. Depósito de Nuaparra
6.9.1.7.1.2. Boa Esperança
6.9.1.7.1.3. Outros depósitos e ocorrências de pegmatito com feldspato
6.9.1.7.1.3.1. Naipa, Namacotche, Munhamola I e Tulua
6.9.1.7.1.3.2. Nacala
6.9.1.7.2. Areias feldspáticas aluviais e eluviais
6.9.1.7.2.1. Areias feldspáticas e cauliníticas nas proximidades de Nacala
6.9.1.7.2.2. Areias com feldspato na Formação de Macomia (CrMo)
6.9.1.8. Fluorite (e barite)
6.9.1.8.1. Veios, vénulas e filonetes quartzo-fluoríticos (barite) hidrotérmicos nas zonas
marginais ocidentais do rifte
6.9.1.8.1.1. Área de Changara/Zona de Djanguire-Monte Dombe
6.9.1.8.1.1.1. Depósito de fluorite de Djanguire
6.9.1.8.1.1.2. Depósito de fluorite do monte Dombe
6.9.1.8.1.1.3. Veios com F nos riólitos jurássicos do Monte Palamuli (JrLP)
6.9.1.8.1.1.4. Veios com F no monte Tomonda, no Grupo de Macossa (P2BM)
6.9.1.8.1.2. Zona de Macossa-Maringoè-Djalira-Canxixe
6.9.1.8.1.2.1. Depósito de fluorite de Geramo
6.9.1.8.1.2.1.1. Subzona de Geramo Sul 1
6.9.1.8.1.2.1.2. Subzona de Geramo Sul 2
6.9.1.8.1.2.1.3. Subzona de Geramo Sul 3
6.9.1.8.1.2.1.4. Subzona de Geramo Oeste
6.9.1.8.1.2.1.5. Subzona de Geramo Norte
6.9.1.8.1.2.2. Outros depósitos/ocorrências de fluorite na zona de Macossa-Maringoè-
Djalira-Canxixe
6.9.1.8.1.2.2.1. Ocorrência de Djalire
6.9.1.8.1.2.2.2. Depósito de Maringuè
6.9.1.8.1.2.2.3. Depósito de Canxixe
6.9.1.8.1.2.2.4. Outros veios de fluorite (sem nome)
6.9.1.8.2. Fluorite na zona marginal leste do Rifte do Leste Africano
6.9.1.8.3. Mineralização de apatite e fluorite em intrusões alcalinas e carbonatíticas
6.9.1.8.3.1. Monte Muambe
6.9.1.8.3.2. Monte Xiluvo
6.9.1.8.3.3. Ocorrência de Cone Negose
6.9.1.8.3.4. Lupata
6.9.1.8.3.5. Suíte de Tundo (Jrsy) e Suíte de Serra Murrumbala (CrMRa, CrMRs)
6.9.1.9. Granada
6.9.1.10. Grafite
6.9.1.10.A. Áreas com grafite nas subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-
Cabo Delgado
6.9.1.10.1. Área de Ancuabe
6.9.1.10.1.1. Depósito de grafite de Ancuabe
6.9.1.10.1.2. Grafite no Complexo de Xixano (P3X)
6.9.1.10.1.2.1. Depósitos de grafite no norte e leste de Balama
6.9.1.10.3. Área de Mecufi: ocorrências de grafite em Mecufi, folha 1340, no
Complexo/Klippe de Lalamo (P3LM)
6.9.1.10.4. Área de Balama-Montepuez-Namuno-Morrola: ocorrências de grafite no
Complexo/Klippe neoproterozóico de Xixano (P3X)
6.9.1.10.4.1. Ocorrência de Morrola
6.9.1.10.4.2. Indícios de grafite de Lusaka
6.9.1.10.4.3. Indícios de grafite de Namapa
6.9.1.10.5. Mineralizações de grafite da Zona de Carreamento do Lúrio
6.9.1.10.6. Complexo de Monapo (Klippe de Monapo) (P3MN)
6.9.1.10.B. Áreas com grafite em Angónia (província geológica de Tete-Angónia)
6.9.1.10.7.A. Depósitos primários de minério de grafite
6.9.1.10.7.1. Ocorrência de Ulongoé Velha
6.9.1.10.7.2. Ocorrência de Nhanhar
6.9.1.10.7.3. Depósito de Satemua
6.9.1.10.7.B. Ocorrências secundárias de minério de grafite
6.9.1.10.8. Outras áreas com grafite em Moçambique
6.9.1.11 Micas: muscovite, flogopite, vermiculite
6.9.1.12. Perlito, obsidiana
6.9.1.12.1. Perlito
6.9.1.12.1.1. Serra de Muguena
6.9.1.12.1.2. Área de Ressano Garcia
6.9.1.12.2. Obsidiana
6.9.1.12.2.1. Mafuiana
6.9.1.12.2.2. Zona montanhosa dos Libombos
6.9.1.13. Quartzo
6.9.1.13.1. Quartzo industrial em pegmatitos
6.9.1.13.2. Quartzo industrial (hidrotérmico) em veios
6.9.1.13.2. A. Quartzo industrial (hidrotérmico) em afloramentos de interesse para novas
prospecções
6.9.1.13.2.1. Meluluca
6.9.1.13.2.2. Rio Maulo
6.9.1.13.2.3. Monte Cambir
6.9.1.13.2.4. Rio Nampuquia
6.9.1.13.2.5. Monte Balama
6.9.1.13.2.6. Metoro
6.9.1.13.3. Areia quartzosa para a indústria vidreira e metalurgia
6.9.1.13.3.1. Marracuene
6.9.1.13.4. Quartzito
6.9.1.13.4.1. Distena-quartzito do Rio Levele
6.9.1.14. Talco
6.9.1.14.1. Talco nas proximidades de N'goo
6.9.1.14.2. Talco no Complexo de Lalamo (P3LM)
6.9.1.14.2.1. Namaruha
6.9.1.14.2.2. Monte Nicuculo
6.9.1.14.2.3. Malatala
6.9.1.14.3. Talco em rochas arcaicas do Grupo de Manica (A3M)
6.9.1.14.3.1. Serra Mangota
6.9.1.14.3.2. Região de Mavita
6.9.1.15. Zircónio
6.9.1.15.1. Zircónio em dunas e placers de praia com minerais pesados
6.9.1.15.2. Zircónio em pegmatitos com MR
6.9.2. Rochas industriais e respectivos depósitos
6.9.2.1. Gesso e anidrite
6.9.2.1.1. Área de Porto Henrique
6.9.2.1.2. Vendas
6.9.2.1.3. Áreas de Temane-Maropanha e Divinhe
6.9.2.1.4. Zona costeira entre Nacala e a Bacia do Rovuma
6.9.2.2. Caulino e argilas
6.9.2.2.1. Caulino
6.9.2.2.1.1. Caulino como produto da meteorização dos pegmatitos
6.9.2.2.1.1.1. Boa Esperança-Ribáuè
6.9.2.2.1.1.2. Muiane
6.9.2.2.1.1.3. Marropino
6.9.2.2.1.3.2. Caulino em gnaisses feldspáticos
6.9.2.2.1.3.2.1. Boila
6.9.2.2.1.3. Caulino da crosta de meteorização
6.9.2.2.1.3.1. Alúmen
6.9.2.2.1.3.2. Montanhas Vumba
6.9.2.2.1.4. Caulino nas bacias sedimentares mesozóicas-cenozóicas
6.9.2.2.1.5. Areias cauliníticas aluviais
6.9.2.2.1.5.1. Nacala
6.9.2.2.2. Argilas
6.9.2.2.2.1. Depósitos de argila na província de Maputo
6.9.2.2.2.1.1. Namaacha
6.9.2.2.2.1.2. Umbeluzi
6.9.2.2.2.1.3. Salamanga
6.9.2.2.2.1.4. Sabiè/Incomati
6.9.2.2.2.1.5. Xinanevane
6.9.2.2.2.2. Depósitos de argila na província de Gaza
6.9.2.2.2.2.1. Xai-Xai
6.9.2.2.2.3. Depósitos de argila na província de Inhambane
6.9.2.2.2.3.1. Inharrime
6.9.2.2.2.3.2. Ravena (Rovene)
6.9.2.2.2.4. Depósitos de argila na província de Sofala
6.9.2.2.2.4.1. Inhamizua
6.9.2.2.2.4.2. Dondo
6.9.2.2.2.5. Depósitos de argila na província de Zambézia
6.9.2.2.2.5.1. Guruè
6.9.2.2.2.5. Depósitos de argila na província de Tete
6.9.2.2.2.6. Depósitos de argila na província de Nampula
6.5.2.2.2.6.1. Ocorrências na área de Nampula
6.9.2.2.2.6.1.1. Muapelume
6.9.2.2.2.6.1.2. Plantação 15 km a sul de Nampula
6.9.2.2.2.7. Depósitos de argila na província de Niassa
6.9.2.2.2.8. Depósitos de argila na província de Cabo Delgado
6.9.2.2.2.8.1. Pemba
6.9.2.2.2.8.2. N’Guri
6.9.2.3. Calcários
6.9.2.3.1. Calcários da área de Chíre
6.9.2.3.1.1. Depósito de Chire
6.9.2.3.1.2. Ocorrência de Nhammuanza
6.9.2.3.1.3. Área adjacente a Nhammuanza
6.9.2.3.2. Calcários da área de Maringué-Canxixe e de Búzina (Búzua).
6.9.2.3.3. Calcários nas Formações de Cheringoma (TeC) e Jofane (TeJ)
6.9.2.3.4. Carbonatos em Angónia
6.9.2.3.A. Outras fontes carbonáticas para produção de cerâmica
6.9.2.3.A.1. Monte Muambe
6.9.2.4. Magnesite
6.9.2.4.1. Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag)
6.9.2.4.2. Monte Namalasse
6.9.2.4.3. Chimoio
6.9.2.5. Sienito nefelínico
6.9.2.5.1. Sienito nefelínico do Monte Maúzo
6.9.2.5.2. Sienito nefelínico da Serra de Chiperone
6.9.2.6. Matérias-primas fosfáticas e apatite
6.9.2.6.1. Intrusão alcalina e carbonatítica
6.9.2.6.1.1. Suíte do Monte Muambe (CrMB)
6.9.2.6.1.2. Monte Fema/Monte Muande (CrCm)
6.9.2.6.1.3. Suíte de (Monte) Xiluvo (CrX)
6.9.2.6.1.4. Cone Negose (CrN)
6.9.2.6.1.5. Depósito de Evate
6.9.2.6.1.6. Intrusão de Chissindo
6.9.2.6.1.7. Intrusões de Meponda, Muaquia e Lugenda
6.9.2.6.1.8. Lucuisse (Mavago-Lucuisse)
6.9.2.6.2. Pegmatitos
6.9.2.6.2.1. Sudeste de Lugenda
6.9.2.6.2.2. Pegmatitos do Alto Ligonha
6.9.2.6.3. Ocorrências sedimentares
6.9.2.6.4. Cavernas com guano de morcego
6.10. Pedras decorativas/pré-talhadas e materiais de construção
6.10.1. Pedras decorativas/pré-talhadas
6.10.1.1. Mármore
6.10.1.1.1. Zona/área de depósitos/ocorrências de mármore de Montepuez
6.10.1.1.1.1. Pedreiras de mármore de Montepuez
6.10.1.1.1.1.1. Pedreira "B1" (Branco 1)
6.10.1.1.1.1.2. Pedreira "B2" (Branco 2)
6.10.1.1.1.1.3. Pedreira "cinzenta"
6.10.1.1.1.1.4. Pedreira "Mix" (Magram)
6.10.1.1.1.2. Pedreira de mármore de Mazeze
6.10.1.1.1.3. Área de Chiure Velho
6.10.1.1.2. Mármore (P3Xma) no Complexo de Xixano (P3X)
6.10.1.1.2.1. Negomano e secção central sul da folha 1138 (Negomano)
6.10.1.1.2.2. Secção noroeste na folha 1138 (Negomano)
6.10.1.1.2.3. Secção NE da folha 1138 (Negomano) - continuação na folha 1139 (Mueda)
6.10.1.1.2.4. Secção central norte da folha 1139 (Mueda)
6.10.1.1.2.5. Secção sul da folha 1338 (Namuno)
6.10.1.1.3. Outras ocorrências nas subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e
Niassa-Cabo Delgado
6.10.1.1.3.1. Netia
6.10.1.1.3.2. Metolola
6.10.1.1.3.3. Rio Túngoè e Área de Murrumbala
6.10.1.1.3.4. Malula
6.10.1.1.4. Calcário cristalino (mármore) em rochas do Arcaico em Manica
6.10.1.1.3.5. Região de Angónia
6.10.1.2. Granitos, granitos alcalinos, charnoquitos, gnaisses graníticos e sieníticos
6.10.1.2.A. Rochas graníticas para pedras pré-talhadas nas subprovíncias geológicas de
Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
6.10.1.2.1. Granito alcalino de Monte Tchonde (Chande)
6.10.1.2.2. Granitos alcalinos e sienitos da Suíte de Niassa (CaN)
6.10.1.2.3. Granito do Monte Lissiete e granitos tardios da Suíte de Niassa (CaN)
6.10.1.2.4. Charnoquito do Monte Lingasse
6.10.1.2.5. Gnaisse sienítico da Serra Lipembecue
6.10.1.2.6. Mavago
6.10.1.2.7. Rio Montepuez
6.10.1.2.8. Suíte da Serra de Morrumbala (CrMR)
6.10.1.2.B. Rochas graníticas para pedras pré-talhadas na província geológica de Tete-
Angónia
6.10.1.2.9. Granitos castanhos e granitos de cores claras
6.10.1.2.9.1. Granitos castanhos (P2CT)
6.10.1.2.9.2. Granitos de cores claras no Soco Pré-câmbrico
6.10.1.3. Diorito (entre os quais a variedade com o nome comercial de “Granito preto”) e
gabro, anortosito e rochas básicas
6.10.1.3.1. Granito preto
6.10.1.3.1.1. Gondola/Monte Magatacata
6.10.1.3.1.2. Memba/Monte Mesa
6.10.1.3.1.3. Monte Buzimuana
6.10.1.3.2. Anortosito
6.10.1.3.2.1. Depósito de anortosito de Nhangoma (pedreiras de Nhangoma e Chainça)
6.10.1.3.2.1.1. Pedreira de anortosito de Nhangoma
6.10.1.3.2.1.2. Pedreira de anortosito de Chainça
6.10.1.3.2.2. Ocorrência de anortositos no Monte Necungas e Sicarabo
6.10.1.3.3. Labradorite
6.10.1.3.3.1. 20 km a leste de Moatize
6.10.1.3.3.2. Chipera
6.10.1.4. Riólito
6.10.1.5. Rodonite
6.10.1.6. Lamboanito
6.10.1.6.1. Namialo
6.10.1.7. Quartzito
6.10.1.7.1. Quartzitos do Grupo de Rushinga (P1R)
6.10.1.7.2. Distena-quartzito do Rio Levele
6.10.1.8. Pedra sabão
6.10.1.8.1. Pedra sabão no Complexo da Ponta Messuli (P1P)
6.10.1.8.2. Pedra sabão no Complexo de Lalamo (P3LM)
6.10.2. Calcário
6.10.2.1. Calcários cristalinos (mármores)
6.10.2.1.1. Zona de Canxixe-Maringuè-Madzuire (Buzua)
6.10.2.1.2. Áreas de Massanga e Mungari (província de Manica)
6.10.2.1.3. Área de Chíre-Morrumbala-Amosse (província de Zambézia)
6.10.2.1.3.1. Chíre
6.10.2.1.3.2. Ocorrência de Nhammuanza
6.10.2.1.3.3. Área de Nhammuanza
6.10.2.1.3.4. Rio Túngoè e área de Murrumbala
6.10.2.1.4. Zona de Matema-Boroma e Fíngoè (província de Tete)
6.10.2.1.4.1. Boroma e Matema
6.10.2.1.4.2. Rochas carbonatadas na Formação de Chíduè (P1CH)
6.10.2.1.4.3. Rochas carbonatadas no Supergrupo de Fíngoè (P2F)
6.10.2.1.5. Depósito de Netia e Estrutura de Monapo (província de Nampula)
6.10.2.1.6. Zona de Montepuez-Mesa-Balama-Mazeze-Chiúre (província de Cabo Delgado)
6.10.2.1.7. Depósito de calcário de Malulo (Malula) (província de Niassa)
6.10.2.1.8. Ocorrência de calcário de Negomano (província de Niassa).
6.10.2.2. Calcários sedimentares de cobertura
6.10.2.2.1. Calcários no Centro e Sul de Moçambique
6.10.2.2.1.1. Província de Maputo
6.10.2.2.1.1.1. Depósito de Salamanga
6.10.2.2.1.1.2. Ocorrência de Mangulane
6.10.2.2.1.1.3. Área de Sabiè
6.10.2.2.1.1.4. Área de Magude
6.10.2.2.1.2. Províncias de Gaza, Inhambane e Sofala
6.10.2.2.1.2.1. Zona costeira nas províncias de Gaza e Inhambane
6.10.2.2.1.2.2. Área de Mapulanguene e Massingir
6.10.2.2.1.2.3. Área de Marrumbene-Homoine-Inharrime
6.10.2.2.1.2.4. Área de Jofane (Yofane)-Vilankulo (Vilanculo)
6.10.2.2.1.2.5. Inhaminga
6.10.2.2.1.2.6. Região do Rio Save
6.10.2.2.1.2.7. Região de Chababawa-Rio Búzi
6.10.2.2.1.2.8. Área do planalto de Cheringoma
6.10.2.2.1.2.8.1. Depósito de Muanza/Codzo
6.10.2.2.1.3. Calcários lacustres (Qll) no sul de Moçambique
6.10.2.2.2. Calcários no norte de Moçambique
6.10.2.2.2.1. Área de Nacala
6.10.2.2.2.2. Área de Pemba
6.10.2.2.2.3. Zona costeira de Mocímboa da Praia
6.10.3. Cascalheira, saibros, cargas
6.10.3.1. Norte e Centro de Moçambique
6.10.3.1.1. Distena-quartzito do Rio Levele
6.10.3.1.2. Lado norte da estrada principal e a meio caminho entre Pemba e Metoro
6.10.3.1.3. Bacia do Rovuma na região leste da província de Cabo Delgado
6.10.3.1.4. Rochas graníticas, gnaisses e granitóides charnoquíticos em Lungozi e entre
Nicoadala e Morrumbala
6.10.3.1.5. Áreas de Quelimane e Namacurra
6.10.3.1.6. Área de Mocuba
6.10.3.1.7. Nacaia e Longose
6.10.3.1.8. Rio Zambeze no distrito de Morrumbala
6.10.3.1.9. Províncias de Zambézia e Nampula
6.10.3.2. Noroeste e Centro de Moçambique (províncias de Tete, Manica e Sofala)
6.10.3.2.1. Área de Tete-Moatize
6.10.3.2.2. Sul da cidade de Tete
6.10.3.2.3. Província de Tete a norte do Rio Zambeze e a ocidente de Changara
6.10.3.2.4. Zona do corredor da Beira e regiões vizinhas
6.10.3.2.4.1. Suíte de Xiluvo (CrX)
6.10.3.2.4.2. Nharuchonga
6.10.3.2.4.3. Monte Gorongosa na Pedreira Chande
6.10.3.2.4.4. Matsinho
6.10.3.2.4.5. Sul de Matsinho
6.10.3.2.4.6. Messica
6.10.3.2.4.7. Vandúzi
6.10.3.2.4.8. Pedreira de anortosito de Chainça
6.10.3.3. Sul de Moçambique
6.10.4. Areia, cascalheira (aluvial) e argilas
6.10.4.1. Areia e cascalheira aluvial
6.10.4.1.1. Províncias do norte de Moçambique
6.10.4.1.1.1. Secções sul das folhas 1735-1739 na província de Zambézia
6.10.4.1.1.2. Folhas 1736–1737, 1836, linha costeira até à folha 1440
6.10.4.1.2. Províncias do sul de Moçambique
6.10.4.2. Argila refractária
6.10.4.2.1. Província de Maputo
6.10.4.2.2. Província de Gaza
6.10.4.2.3. Províncias de Sofala e Manica
6.10.4.2.4. Província de Tete
6.10.4.2.5. Província de Zambézia
6.10.4.2.6. Província de Nampula
6.10.4.2.7. Província de Cabo Delgado
6.10.4.2.8. Província de Niassa
6.11. Gemas, pedras para joalharia, materiais e rochas para artesanato, amostras de
minerais e de rochas
6.11.1. Depósitos e ocorrências de gemas em função dos grupos minerais
6.11.1.1. Diamantes
6.11.1.1.1. Bacia de Maniamba
6.11.1.1.1.1. Kimberlitos na parte inferior do Grupo Beaufort triássico (Horizonte K7)
6.11.1.1.1.2. Kimberlitos cretácicos antigos da Bacia de Maniamba (Bacia/Graben de
Metangula/Lunho)
6.11.1.1.1.2.1. 1o período da investigação dos kimberlitos na Bacia de Maniamba
6.11.1.1.1.2.1. I. Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe
6.11.1.1.1.2.1. II. Zona ribeirinha do curso superior do Rio Fúgòe
6.11.1.1.1.2.1. III. Zona dos rios Tulo-Namango
6.11.1.1.1.2.1. IV. Zona do Rio Luimba
6.11.1.1.1.2.1. V. Zona de Micuela
6.11.1.1.1.2.1.A. Observações gerais sobre os kimberlitos do Graben de Maniamba
6.11.1.1.1.2.2. 2o período da investigação dos kimberlitos na Bacia de Maniamba: estudos
dos Serviços Geológicos Noruegueses (NGU, 2007) sobre kimberlitos
6.11.1.1.1.2.2.A. Observações aos estudos sobre kimberlitos dos Serviços Geológicos
Noruegueses (NGU, 2007)
6.11.1.1.2. Ocorrências de diamantes e indicações de potenciais chaminés kimberlíticas em
Moçambique
6.11.1.1.2.1. Região de Mapai e Limpopo-Rio dos Elefantes
6.11.1.1.2.2. Área de Doa
6.11.1.1.2.3. Zona do Lago Niassa
6.11.1.1.2.4. Regiões de Zumbo e do Rio Lungho
6.11.1.1.2.5. Bordo do Graben do Zambeze
6.11.1.2. Gemas do Grupo do Corindo
6.11.1.2.1. Depósitos e ocorrências de rubi nas províncias de Niassa e Cabo Delgado
6.11.1.2.1.1. Depósito de M’Sawize (depósito de rubi de Niassa)
6.11.1.2.1.2. Ocorrência/depósito de Luambeze (Ruambeze)
6.11.1.2.1.3. Depósito de rubi de Montepuez (Namahumbire, Mwiriti e Namahaca)
6.11.1.2.1.4. Outras indicações de rubi nas províncias de Niassa e Cabo Delgado
6.11.1.2.1.4.1. Ocorrência de corindo do Rio Muthicana (Odinepa)
6.11.1.2.1.5. Ocorrência de corindo na província de Zambėzia
6.11.1.2.1.6. Indicações de rubi na província de Tete
6.11.1.2.2. Depósitos/ocorrências de safira em Moçambique
6.11.1.2.2.1. Depósito de safira de Ngauma e potenciais ocorrências de safira na província
de Niassa
6.11.1.2.2.2. Região de prospecção de safira no nordeste da província de Tete
6.11.1.3. Gemas do grupo do berilo
6.11.1.3.1. Gemas do grupo do berilo na província de Tete
6.11.1.3.1.1. Jazida pegmatítica de Marinrongoė
6.11.1.3.1.1. A. Água-marinha, berilo verde e berilo esverdeado
6.11.1.3.1.2. Pegmatitos alojados em granito de Marrupa (P2MR ?)
6.11.1.3.1.2.A. Água-marinha/berilo azul-céu
6.11.1.3.2. Gemas do grupo do berilo nas províncias de Zambėzia e Nampula
6.11.1.3.2.A. Esmeralda
6.11.1.3.2.A.1. Depósito de esmeralda Maria III
6.11.1.3.2.A.2. Ocorrência de esmeralda de Niane (Niame)
6.11.1.3.2.B. Água-marinha, morganite, heliodoro, goshenite
6.11.1.3.2.B.1. Berilo nobre na província/jazida pegmatítica do Alto Ligonha (província de
Zambėzia) e na província pegmatítica de Nampula-Monapo-Nacorôa (província de
Nampula)
6.11.1.3.3. Gemas do grupo do berilo nas províncias de Niassa e Cabo Delgado
6.11.1.3.3.1. Água-marinha (e quartzo róseo) na área de Cuamba
6.11.1.3.3.2. Ocorrências de berilo (água-marinha) na área de Marrupa
6.11.1.3.3.3. Ocorrência de água-marinha de Meperia
6.11.1.3.3.4. Ocorrências de água-marinha na área de Nambaica (pegmatitos na área de
Marrupa/UTM 37S 344101, 8549056)
6.11.1.3.3.5. Ocorrências de água-marinha a sudeste de Mueda
6.11.1.3.3.6. Ocorrências de berilo nobre na área de Mirrote
6.11.1.4. Gemas do grupo da turmalina
6.11.1.4.1. Gemas de turmalina e amazonite da província/jazida pegmatítica do Alto
Ligonha (província de Zambėzia) e da província pegmatítica de Nampula-Monapo-
Nacorôa (província de Nampula)
6.11.1.4.1.A. Verdelite
6.11.1.4.1.A.1. Verdelite nos pegmatitos do Alto Ligonha
6.11.1.4.1.A.2. Verdelite em placers nas províncias de Zambézia e Nampula
6.11.1.4.1.B. Turmalinas do tipo Paraíba‐
6.11.1.4.1.C. Rubelite
6.11.1.4.1.D. Dravite
6.11.1.4.1.E. Gemas de turmalina multicolores
6.11.1.4.2. Verdelite na região nordeste da província de Tete
6.11.1.4.3. Ocorrências de turmalina (berilo/água-marinha) na área de Marrupa
6.11.1.5. Gemas do grupo do topázio
6.11.1.6. Gemas do grupo da granada
6.11.1.6.1. Depósito de granada de Cuamba
6.11.1.6.2. Outras áreas granatíferas
6.11.1.6.2.1. Granadas no nordeste de Moçambique
6.11.1.6.2.2. Granadas na província de Manica
6.11.1.6.2.3. Granadas na província de Tete
6.11.1.6.2.4. Piropos em kimberlitos e placers na Bacia de Maniamba
6.11.1.7. Gemas do grupo do quartzo
6.11.1.7.1. Quartzo róseo
6.11.1.7.1.1. Quartzo róseo nas jazidas pegmatíticas do Alto Ligonha e de Nampula-
Monapo-Nacorôa
6.11.1.7.1.2. Quartzo róseo (e água-marinha) na área de Cuamba
6.11.1.7.1.3. Quartzo róseo na área de Walima (Uante)
6.11.1.7.1.4. Quartzo róseo em Mirrote
6.11.1.7.2. Quartzo defumado
6.11.1.7.2.1. Quartzo defumado em Walima (Uante)
6.11.1.7.3. Cristais-de-rocha
6.11.1.7.4. Citrino
6.11.1.7.5. Ametista
6.11.1.7.6. Ágata
6.11.1.7.7. Jaspe
6.11.1.8. Gemas do grupo do feldspato
6.11.1.8.1. Amazonite
6.11.1.8.2. Adulária/pedra-da-lua
6.11.1.9. Gemas do grupo da espodumena
6.11.1.10. Gemas do grupo da zoisite
6.11.1.11. Outros minerais ou rochas para produção de gemas
6.11.1.11.1. Hematite
6.11.1.11.2. Fluorite
6.11.1.11.3. Olho-de-tigre
6.11.1.11.4. Árvores silicificadas e amonites
6.11.1.11.5. Zircão
6.11.2. Minerais e rochas adequados para esculpir
6.11.2.1. Serpentinito
6.11.2.2. Talco e pedra sabão
6.11.2.2.1. Artesanato em talco-pedra sabão na área de Manica
6.11.2.2.2. Pedra sabão nos Complexos da Ponta Messuli (P1P) e de Lalamo (P3LM)
6.11.2.2.2.1. Complexo da Ponta Messuli (P1P)
6.11.2.2.2.2. Complexo de Lalamo (P3LM)
6.11.2.3. Mármore
6.11.2.4. Fluorite
6.11.2.5. Amazonite
6.11.2.6. Tufo
6.11.2.7. Labradorite
6.11.2.8. Rodonite
6.11.2.9. Dumortierite
6.11.3. Espécimes minerais, amostras geológicas únicas e interessantes e afloramentos de
potencial interesse turístico
6.11.3.1. Pegmatitos com minerais complexos em Moçambique
6.11.3.1.1. Espécimes minerais e amostras minerais únicas nos pegmatitos do Alto Ligonha
e de Nampula- Monapo-Nacorôa
6.11.3.1.2. Pegmatito quartzo-feldspático-turmalínico de Walima (Uante)
6.11.3.1.3. Quartzo róseo (e água-marinha) na área de Cuamba
6.11.3.1.4. Espécimes minerais no Complexo de Lalamo (P3LM)
6.11.3.2. Ametista
6.11.3.3. Espécimes minerais e afloramentos geológicos únicos e interessantes
6.11.3.3.1. Minerais para amostragem na província de Sofala
6.11.3.3.2. Minerais para amostragem na província de Tete
6.11.3.3.3. Minerais para amostragem nas províncias de Zambézia e Nampula
6.11.3.3.3.1. Pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-Nacorôa
6.11.3.3.4. Minerais para amostragem na província de Cabo Delgado
6.11.3.4. Afloramentos geológicos para passeios turísticos
6.11.3.5. Espécimes paleontológicos e amostras geológicas únicas e interessantes
6.11.3.5.1. Província de Maputo
6.11.3.5.3. Província de Tete
6.11.3.5.4. Províncias de Nampula e Cabo Delgado
6.11.3.5.5. Província de Niassa
6.12. Recursos hídricos de Moçambique
6.12.1. Breve descrição da hidrogeologia de Moçambique
6.12.1.1. Complexo de soco (complexo pré-câmbrico)
6.12.1.1.1. Geologia
6.12.1.1.2. Aquíferos no complexo de soco
6.12.1.2. Terrenos vulcânicos (magmatismo do Karoo)
6.12.1.2.1. Geologia
6.12.1.2.2. Aquíferos em terrenos vulcânicos
6.12.1.3. Bacias sedimentares do Karoo
6.12.1.3.1. Bacia sedimentar do Médio Zambeze
6.12.1.3.1.1. Geologia
6.12.1.3.1.2. Aquíferos na bacia do Médio Zambeze
6.12.1.3.2. Bacia sedimentar de Maniamba (sobretudo sedimentos do Karoo a terciários)
6.12.1.3.2.1. Geologia
6.12.1.3.2.2. Aquíferos na bacia de Maniamba
6.12.1.4. Bacias sedimentares meso-cenozóicas a quaternárias
6.12.1.4.1. Bacia sedimentar do Rovuma (sedimentos meso-cenozóicos a quaternários)
6.12.1.4.1.1. Geologia
6.12.1.4.1.2. Aquíferos na bacia do Rovuma
6.12.1.4.2. Bacia sedimentar de Moçambique (sedimentos meso-cenozóicos a quaternários)
6.12.1.4.2.1. Sub-bacia sedimentar de Moçambique a norte do Rio Save
6.12.1.4.2.1.1. Geologia
6.12.1.4.2.1.2. Aquíferos na sub-bacia sedimentar de Moçambique a norte do Rio Save
6.12.1.4.2.1.2.1. Planícies de Sena
6.12.1.4.2.1.2.2. Planaltos de Cheringoma e Buzi
6.12.1.4.2.1.2.3. Vale e delta do Rio Zambeze
6.12.1.4.2.1.2.4. Vale do Rio Buzi e depressão de Dombe
6.12.1.4.2.1.2.5. Sistema de Graben de Chire-Urema
6.12.1.4.2.1.2.6. Zona litoral
6.12.1.4.2.2. Sub-bacia sedimentar da bacia de Moçambique a sul do Rio Save
6.12.1.4.2.2.1. Geologia
6.12.1.4.2.2.2. Aquíferos na sub-bacia sedimentar da bacia de Moçambique a sul do Rio
Save
6.12.1.4.2.2.2.1. Planícies do Alto Limpopo
6.12.1.4.2.2.2.2. Planícies do Alto Changane
6.12.1.4.2.2.2.3. Planalto de Urrongas
6.12.1.4.2.2.2.4. Planícies desnudadas ao longo dos Montes Libombos
6.12.1.4.2.2.2.5. Planícies aluviais (interfluviais) dos rios Limpopo e Incomati
6.12.1.4.2.2.2.6. Funhalouro-Mabote, Massunga (Mazunga) e outros grabens
6.12.1.4.2.2.2.7. Vales aluviais
6.12.1.4.2.2.2.8. Planícies de dunas interiores
6.12.1.4.2.2.2.9. Zona costeira (duna)
6.12.2. Água de nascente (água de mesa natural), água mineral e água para balneologia
6.12.2.1. Cinturas sedimentares costeiras, em especial os sedimentos entre as dunas e a
aluvião (zona costeira do Sul de Moçambique)
6.12.2.1.1. Zona costeira entre Pomene e Marracuene
6.12.2.1.2.2. Península de Nacala
6.12.2.2. Zonas marginais do rifte no complexo de soco (zona marginal ocidental do rifte
nas províncias de Tete e Sofala e zona marginal oriental do rifte na província de Zambézia)
e nas zonas marginais das cinturas do rifte
6.12.2.2.1. Zona marginal sudeste do Cratão do Zimbabué
6.12.2.3. Zona marginal (de contacto) da bacia sedimentar com o complexo de soco
6.12.2.3.1. Sopé de cordilheiras
6.12.2.3.2. Zonas marginais entre rochas básicas e sequências sedimentares na província de
Sofala
6.12.2.3.3. Unidades proterozóicas do complexo de soco influenciadas pela tectónica de
falhas nas províncias de Zambézia e Nampula
6.12.2.4. Sistemas de falhas e fissuras no vulcanismo do Karoo
6.12.2.4.1. Áreas de Namaacha, Goba e Ressano Garcia nas Montes Libombos
6.12.2.4.2. Zona de Espungabera-Dombe-Chibabava
6.12.2.4.2. Nascentes em lavas traquíticas fissuradas
6.12.2.5. Bacias e cinturas intracratónicas (áreas da antiga Cintura Móvel)
6.12.2.6. Serras arcaicas de granitos com sistemas de juntas graníticas (redes), filonetes
graníticos (Serra de Vumba)
7.0. Agradecimentos
8.0. Referências e fontes bibliográficas geológicas

Anexo I.: Lista de nomes estratigráficos modificados


Anexo II.: Lista das unidades litoestratigráficas de Moçambique
Anexo III.: Depósitos minerais, ocorrências, mineralizações e indicações minerais

Tabelas

Tabela 1.1.: Números e títulos das folhas cartográficas de Moçambique à escala de 1 : 250
000
Tabela 2.1.: Ciclos tectónicos no sul e sudeste de África
Tabela 2.2: Litoestratigrafia da Grande Bacia do Karoo da África do sul e das sequências
do Karoo de Moçambique
Tabela 3.1.: Diagrama da correlação estratigráfica arcaica do Zimbabué e de Moçambique
Tabela 3.2.: Unidades estratigráficas na Bacia do Rovuma em Moçambique e na Tanzânia
Tabela 4.1.: Diagrama da subdivisão litoestratigráfica das unidades geológicas em
Moçambique
Tabela 4.1.1.: Definição das unidades litoestratigráficas
Tabela 4.2.: Características das unidades geocronológicas
Tabela 4.3.: Depósitos arcaicos em Moçambique
Tabela 4.4.: Litoestratigrafia simplificada do Cratão do Zimbabué
Tabela 4.5.: Unidades litoestratigráficas do Arcaico de acordo com GTK (2006) e Carta
Geológica de Moçambique (2008)
Tabela 4.6.: Idades das rochas do Arcaico do Cratão do Zimbabué e da sua extensão em
território de Moçambique
Tabela 4.7: Afloramentos do Complexo de Mudzi em Moçambique
Tabela 4.8.: Tipos de rochas do Complexo de Mudzi no Zimbabué e em Moçambique
Tabela 4.9.: Tipos de rochas do Grupo de Muchinga
Tabela 4.10.: Tipos de rochas da Formação de Macequece
Tabela 4.11.: Afloramentos da Formação de Vengo
Tabela 4.12.: Tipos de rochas da Formação de Vengo
Tabela 4.13.: Tipos de rochas do Complexo de Mavonde
Tabela 4.14.: Unidades paleoproterozóicas em Moçambique
Tabela 4.15.: Subdivisão estratigráfica do Grupo de Gairezi
Tabela 4.16: Correlação principal do Complexo Metamórfico de Rushinga (Zimbabué)
com o Grupo de Rushinga e a Suíte de Guro (Moçambique)
Tabela 4.17.: Unidades litoestratigráficas meso-neoproterozóicas da província geológica de
Manica-Báruè
Tabela 4.18.: Diagrama estratigráfico simplificado do Grupo de Umkondo
Tabela 4.19.: Comparação da parte superior do Complexo Metamórfico de Rushinga, no
Zimbabué, e a Suíte de Guro, em Moçambique
Tabela 4.20.: Unidades meso-neoproterozóicas e pan-africanas (paleozóicas) da província
geológica de Tete-Angónia (incluindo parcialmente a Cintura Móvel do Zambeze).
Tabela 4.21.: Subdivisão litoestratigráfica do Supergrupo de Zâmbuè
Tabela 4.22.: Sequência litoestratigráfica do Supergrupo de Fingoè
Tabela 4.23.: Unidades litoestratigráficas meso-neoproterozóicas-pan-africanas a
paleozóicas inferiores da subprovíncia geológica de Zambézia-Nampula
Tabela 4.24.: Subdivisão litoestratigráfica do Complexo de Nampula
Tabela 4.25.: Subdivisão estratigráfica das unidades litoestratigráficas meso-
neoproterozóicas e das intrusões pan-africanas a mesozóicas da subprovíncia geológica de
Niassa-Cabo Delgado
Tabela 4.26.: Unidades litológicas do Complexo de Unango
Tabela 4.27.: Bacias e zonas estruturais do Karoo em Moçambique
Tabela 4.28.: Estratigrafia do Supergrupo Karoo na África do Sul/Suazilândia e principais
áreas de depósitos do Karoo em Moçambique
Tabela 4.28.1A: Estratigrafia do Supergrupo Karoo da Grande Bacia do Karoo (África do
Sul) e principais áreas de depósitos do Karoo em Moçambique
Tabela 4.28.1B: Diagrama estratigráfico simplificado
Tabela 4.29.: Subdivisão litoestratigráfica das rochas vulcânicas do Monoclinal dos
Libombos
Tabela 4.30.: Diagrama da correlação dos Grabens (Bacias) de Maniamba-Selous/Ruhuhu
do Karoo
Tabela 4.31.: Subdivisão estratigráfica do Karoo na Bacia de Maniamba-Lunho
Tabela 4.32.: Unidades litoestratigráficas da Bacia do Rovuma
Tabela 4.33.: Definições das idades bioestratigráficas (NGU, 2007) dos depósitos na Bacia
do Rovuma
Tabela 4.34.: Determinação da idade das rochas vulcânicas do Grupo de Lupata
Tabela 4.35.: Unidades litoestratigráficas do Grupo de Lupata
Tabela 4.36.: Unidades litoestratigráficas e respectivos códigos da Bacia de Moçambique
Tabela 5.1.: Principais bacias hidrográficas de Moçambique
Tabela 6.1.: Produção de gás natural em Moçambique entre 1998 e 2011
Tabela 6.2.: Camadas de carvão da Sub-bacia de Moatize
Tabela 6.3.: Qualidades do carvão das Bacias (carboníferas) de Moatize-Minjova e de
Mucanha-Vúzi
Tabela 6.4.: Conjuntos/camadas carboníferos do Depósito de Carvão de Mucanha-Vúzi
Tabela 6.5.: Qualidades do carvão da Sub-bacia de Lunho
Tabela 6.6.: Qualidades do carvão da Sub-bacia de Espungabera
Tabela 6.7.: Qualidades do carvão em Macaa Itule (Bacia de Lugenda Norte)
Tabela 6.8.: Composição química de alguns minerais radioactivos do Depósito de Mavudzi
Tabela 6.9.: Composição química de alguns minerais radioactivos da Ocorrência de
Nhaondue
Tabela 6.10.: Produção de davidite entre 1947 e 1955
Tabela 6.11.: Estimativa das reservas de minérios de alguns depósitos da área de Mavita
Tabela 6.12.: Alteração da composição dos minérios em função da profundidade
Tabela 6.13.: Análise XRF do minério maciço da jazida de ferro de Mazogo
Tabela 6.14.: Concentrado de minério de depósitos de magnetite-ilmenite da região de Tete
Tabela 6.15.: Composição química dos minérios do Depósito de Machédua
Tabela 6.16.: Composição química dos Depósitos/Ocorrências de Cambulatsitsi, Txizita,
Massamba e Inhatipissa
Tabela 6.17.: Reservas de minérios de depósitos de Fe/Fe-Ti na Suíte de Tete
Tabela 6.18.: Composição química da ocorrência de Fe-Ti de Chitonguè
Tabela 6.19.: Composição química dos minérios do Depósito de Mecuco
Tabela 6.20.: Composição química dos minérios do Depósito de Lupata-Doa
Tabela 6.21.: Reservas do Depósito de Lupata-Doa
Tabela 6.22.: Composição química do Depósito do Monte Muande/Monte Fema
Tabela 6.23.: Composição química da Ocorrência de Cassera
Tabela 6.24.: Composição química da Ocorrência de Maiu-a-Chipunga
Tabela 6.25.: Composição química do Depósito de Nhancungue
Tabela 6.26.: Composição química da magnetite do monte Tumba
Tabela 6.27.: Composição química do corpo de minério principal do monte Tumba
Tabela 6.28.: Composição química dos minérios do Depósito de Nhancungue
Tabela 6.29.: Composição química da magnetite do monte Muenguè
Tabela 6.30.: Composição química do Depósito do Monte Muenguè
Tabela 6.31.: Composição química da magnetite no Depósito de Luzina
Tabela 6.32.: Composição química da magnetite na Ocorrência de Camitala
Tabela 6.32./33.: Características das mineralizações de Mn e reservas estimadas
Tabela 6.32./33.A.: Composição química (%) da mineralização de manganês
Tabela 6.33.: Estimativas históricas de recursos minerais com base em modelos da Gencor
Tabela 6.34.: Recursos minerais de acordo com o CIM
Tabela 6.35.: Composição química das AMP na zona costeira do norte de Moçambique
Tabela 6.36.: Composição química das AMP na zona costeira do sul de Moçambique
Tabela 6.37.: Composição química dos minérios de bauxito e gibbsite na mina Alumen e na
serra Zuira
Tabela 6.38.: Composição química de uma zona de minério na mina de Au da Monarch
Tabela 6.39.: Correlação e comparação entre os diferentes sistemas de classificação dos
pegmatitos da província do Alto Ligonha
Tabela 6.40.: Comparação entre as estruturas internas dos pegmatitos sodalíticos e
potássicos da província do Alto Ligonha
Tabela 6.41.: Zonamento mineral e composição mineral dos pegmatitos do Alto Ligonha
Tabela 6.42.: Fases de formação mineral das áreas dos pegmatitos complexos do Alto
Ligonha
Tabela 6.43.: Intervalos térmicos da formação mineral dos pegmatitos do Alto Ligonha e de
Nampula-Nacarôa
Tabela 6.44.: Minerais importantes dos pegmatitos do Alto Ligonha e respectiva
composição química
Tabela 6.45.: Minerais com valor económico dos depósitos pegmatíticos do Alto Ligonha
Tabela 6.46.: Variedades minerais dos grupos minerais dos pegmatitos do Alto Ligonha
Tabela 6.47.: Reservas calculadas e estimadas de determinados pegmatitos sodalíticos
Tabela 6.48.: Paragénese mineral do pegmatito de Morrua
Tabela 6.49.: Teor de Ta e Nb no corpo principal do Depósito de Marropino
Tabela 6.50.: Paragénese mineral e sequência de cristalização do Depósito de Munhamola I
Tabela 6.51.: Teor de Sn na zona de Inchope-Mucombeze-Doeroi (área de
Inchope/Esperança/Monte Doeroi)
Tabela 6.52.: Mineralizações de Sn, W e Ta das jazidas minerais de Chissuadze e
Mucombeze
Tabela 6.53.: Depósitos e ocorrências de ETR em pegmatitos e placers
Tabela 6.54.: Minerais de lítio dos depósitos pegmatíticos do Alto Ligonha
Tabela 6.55.: Potencial de minerais e rochas industriais, tendo em consideração os
mercados internacionais e o desenvolvimento dos preços
Tabela 6.56.: Andaluzite e distena em placers costeiras da costa moçambicana no Oceano
Índico
Tabela 6.57.: Composição química do depósito bentonítico de Boane
Tabela 6.58.: Composição química do depósito bentonítico de Portella
Tabela 6.59.: Composição mineralógica da bentonite de Luzinada para as fracções <0,063
mm e >0,063 mm
Tabela 6.60.: Composição química do depósito bentonítico de Luzinada II

Tabela 6.61.: Visão geral do potencial em matéria de diatomito no sul de Moçambique


Tabela 6.62.: Composição química do depósito de diatomito de Manhiça
Tabela 6.63.: Composição química do Diatomito de Boane
Tabela 6.64.: Composição química da ocorrência de Diatomito de Pemba
Tabela 6.65.: Composição química do feldspato dos pegmatitos do Alto Ligonha e de
Nampula (Tulua)
Tabela 6.66.: Comparação entre o teor de feldspato e a composição química dos Blocos I e
II dos pegmatitos de Nuaparra
Tabela 6.67.: Características dos veios/sectores dos Depósitos de Djanguire-Monte Dombe
Tabela 6.68.: Composição química do depósito de Fluorite de Djanguire
Tabela 6.69.: Reservas calculadas e estimadas dos veios/sub-blocos da zona "Inter Luia"
Tabela 6.70.: Características dos veios/depósitos da zona de Macossa-Maringoè-Djalira-
Canxixe
Tabela 6.71.: Composição química da mineralização de fluorite do Monte Muambe
Tabela 6.72.: Cálculo das reservas e fluorite do Monte Muambe
Tabela 6.73.: Composição química dos minérios de grafite do depósito de grafite de
Ancuabe
Tabela 6.74.: Depósitos/ocorrências de grafite na parte leste da Zona de Carreamento do
Lúrio (o oeste da foz do rio Lúrio)
Tabela 6.75.: Depósitos e ocorrências de grafite em Angónia
Tabela 6.76.: Composição química dos depósitos e ocorrências de grafite de Angónia
Tabela 6.77.: Reservas calculadas e estimadas do depósito de grafite de Satemua
Tabela 6.78.: Mica de potencial interesse económico nos pegmatitos do Alto Ligonha e de
Nampula-Nacorôa e noutras rochas
Tabela 6.79.: Composição química do perlito da Serra de Muguena
Tabela 6.80.: Composição química do perlito de Ressano Garcia
Tabela 6.81.: Análise química das areias de Marracuene
Tabela 6.82.: Composição química do caulino de Boa Esperança
Tabela 6.83.: Composição química do caulino de Muiane
Tabela 6.84.: Composição química do caulino de Marropino
Tabela 6.85.: Composição química do caulino de Nacala
Tabela 6.86.: Principais depósitos de argila de Moçambique
Tabela 6.87.: Dados químicos e tecnológicos sobre o depósito de argila de Namaacha
Tabela 6.88.: Composição química da argila de Umbeluzi
Tabela 6.89.: Composição química e dados tecnológicos sobre o Depósito Salamanga
Tabela 6.90.: Composição química da argila de Sabiè/Incomati
Tabela 6.91.: Composição química e dados tecnológicos sobre o depósito de argila de Xai-
Xai
Tabela 6.92.: Composição química e dados tecnológicos sobre o depósito de argila de
Inhamizua
Tabela 6.93.: Composição química e dados tecnológicos sobre o depósito de argila de Guruè
Tabela 6.94.: Composição química e dados tecnológicos sobre o depósito de argila de
Pemba
Tabela 6.95.: Composição química dos calcários da área de Chíre
Tabela 6.96.: Composição química dos calcários de Buzina
Tabela 6.97.: Composição química da mineralização de magnesite de Chimoio
Tabela 6.98.: Teor de P2O5 nos horizontes minerais
Tabela 6.99.: Reservas de ferro e P2O5 do monte Muande (em toneladas) a uma
profundidade de 140 m
Tabela 6.100.: Reservas calculadas e estimadas de fosfato do Depósito de Evate
Tabela 6.101.: Panorâmica geral das cavernas com guano conhecidas no Sul de
Moçambique
Tabela 6.102.: Reservas de guano das áreas de Vilankulo, Búzi e Cheringoma
Tabela 6.103.: Depósitos/ocorrências de pedras pré-talhadas e eventuais zonas/áreas de
potenciais recursos
Tabela 6.104.: Análises químicas do calcário cristalino de Buzua
Tabela 6.105.: Composição química e tipos de calcário do depósito de calcário de Malulo
(Malula)
Tabela 6.106.: Composição química dos calcários de Salamanga
Tabela 6.107.: Composição química dos calcários da área de Jofane-Vilankulo
Tabela 6.108.: Composição química dos calcários da região de Chababawa-rio Búzi
Tabela 6.109.: Composição química dos calcários de Cheringoma
Tabela 6.110.: Análises químicas dos calcários de Nacala
Tabela 6.111.: Análises químicas dos calcários da área de Pemba
Tabela 6.112.: Pedreiras de rochas agregadas na província de Maputo em 2005
Tabela 6.113.: Lista das áreas/locais de areia e cascalheira em Moçambique
Tabela 6.114.: Lista de áreas/locais de depósitos de argila em Moçambique
Tabela 6.115.: Grupos minerais de gemas em Moçambique
Tabela 6.116.: Factores de controlo na formação de gemas
Tabela 6.117.: Pegmatitos com água-marinha na área a SO de Mueda
Tabela 6.118.: Lista de nascentes naturais em Moçambique, classificadas em função da
temperatura da água

Figuras e fotografias

Figura 1.1.: Folhas cartográficas de Moçambique à escala de 1 : 250 000


Figura 1.2.: Províncias e capitais de província de Moçambique
Figura 1.3.: Províncias geológicas, subprovíncias (unidades de soco) e bacias (unidades de
cobertura) de Moçambique
Figura 1.4.: Tabela Cronoestratigráfica Internacional da ICS (publicada por K.M. Cohen
et al., 2013)
Figura 2.1.: Países africanos, respectivas capitais e cidades relevantes
Figura 2.2.: Posição regional das unidades arcaicas no continente africano
Figura 2.3.: Terrenos paleoproterozóicos em África
Figura 2.4.: Terrenos mesoproterozóicos (quibarianos) (1750 – 900 Ma) no continente
africano
Figura 2.5.: Posição das unidades pan-africanas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior em
África
Figura 2.6.: Bacias de antepaís do Câmbrico-Carbónico/desenvolvimento inicial do Karoo
Figura 2.7.: Posição regional das bacias e estruturas do Karoo de África
Figura 2.8.: Bacias e riftes do pós-Karoo em África
Figura 3.1.: Tabela estratigráfica dos países da SADC
Figura 3.2.: Unidades litoestratigráficas arcaicas-paleoproterozóicas de Moçambique
Figura 3.2.1.: Correlação estratigráfica arcaica entre o Zimbabué e Moçambique
Figura 3.2.2.: Correlação paleoproterozóica entre o Zimbabué e Moçambique
Figura 3.2.3.: Correlação paleoproterozóica entre o Malawi e Moçambique
Figura 3.2.4.: Correlação paleoproterozóica entre a Tanzânia e Moçambique
Figura 3.3.: Posição das unidades litoestratigráficas do Mesoproterozóico-Neoproterozóico-
Paleozóico Inferior (Pan-Africano) de Moçambique
Figura 3.3.1.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre o Zimbabué e Moçambique
Figura 3.3.2.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre África do Sul e
Moçambique
Figura 3.3.3.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre a Zâmbia, o Malawi e
Moçambique
Figura 3.3.4.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre a Tanzânia e Moçambique
Figura 3.3.5.: Correlação estratigráfica neoproterozóica-proterozóica inferior entre África
do Sul e Moçambique
Figura 3.3.6.: Correlação neoproterozóica-proterozóica inferior entre o Zimbabué e
Moçambique
Figura 3.3.7.: Correlação neoproterozóica-proterozóica inferior entre a Zâmbia, o Malawi
e Moçambique
Figura 3.3.8.: Correlação neoproterozóica-proterozóica inferior entre o Malawi, a
Tanzânia e Moçambique
Figura 3.4.: Unidades litoestratigráficas do Karoo (Carbónico Superior-Cretácico Inferior)
de Moçambique
Figura 3.4.1.: Correlações estratigráficas do Karoo entre a África do Sul, o Zimbabué e
Moçambique
Figura 3.4.2.: Correlações estratigráficas do Karoo entre a Zâmbia, a Tanzânia e
Moçambique
Figura 3.5.: Unidades litoestratigráficas fanerozóicas de Moçambique
Figura 3.5.1.: Estratigrafia fanerozóica da África do Sul, da Tanzânia e de Moçambique
Figura 4.1.: Subdivisão do território Moçambicano nas suas principais unidades geológicas
Figura 4.2.: Esboço da Carta Geológica de Moçambique
Figura 4.2.1.: Carta geocronológica de Moçambique
Figuras 4.3. e 4.4.: Potencial extensão para leste dos Cratões do Zimbabué e de Kaapvaal e
das Cinturas Móveis do Limpopo e do Zambeze
Figura 4.5.: Cratões e cinturas móveis arcaicas e epicentros de actividade sísmica recente
Figura 4.5.1.: Extensão potencial do Cratão do Zimbabué sob a cobertura proterozóica
Figura 4.6.: Posição regional esquemática das unidades do Arcaico moçambicano
Figura 4.7.: Potencial extensão do Cratão do Zimbabué abaixo da superfície em território
moçambicano
Figura 4.8.: Carta geológica da estrutura de Manica
Figura 4.9.: Subdivisão do soco cristalino (pré-câmbrico) moçambicano no esquema da
folha cartográfica à escala de 1 : 250 000
Figuras 4.10a e 4.10b: Áreas de afloramento do Grupo de Gairezi
Figura 4.11.: Locais onde afloram gnaisse-migmatitos granatíferos (P1ppg) e o Grupo de
Rushinga (P1R)
Figura 4.12.: Geologia detalhada do monte Pitão
Figura 4.13.: Local da Formação de Chiduè (no bordo NO da Suíte de Tete mais recente)
Figura 4.14.: Localização regional do Complexo da Ponta Messuli
Figura 4.15a: Unidades meso-neoproterozóicas a norte de Manica
Figura 4.15b: Unidades meso-neoproterozóicas na região de Manica e a sul de Manica
Figura 4.16.: Carta geológica da província geológica de Tete-Angónia e respectiva
subdivisão nas Figuras 4.16A, 4.16B e 4.16C
Figura 4.16A: Unidades meso-neoproterozóicas, pan-africanas e unidades paleozóicas
associadas da região ocidental da província geológica de Tete-Angónia
Figura 4.16B: Unidades meso-neoproterozóicas, pan-africanas e unidades paleozóicas
associadas da região central da província geológica de Tete-Angónia
Figura 4.16C: Unidades meso-neoproterozóicas, pan-africanas e unidades paleozóicas
associadas da região oriental da província geológica de Tete-Angónia
Figura 4.17.: Corte transversal do Supergrupo de Fíngoè
Figura 4.18.: Condições geológicas e estruturais em Angónia (NE da província de Tete) e
dos territórios vizinhos no Malawi
Figura 4.19A: Principais unidades litoestratigráficas P₂-P₃, pan-africanas e magmáticas do
Paleozóico Inferior na região leste da subprovíncia geológica de Zambézia-Nampula
Figura 4.19B: Principais unidades litoestratigráficas P₂-P₃, pan-africanas e magmáticas do
Paleozóico Inferior da região oeste da subprovíncia geológica de Zambézia-Nampula
Figura 4.20.: Estruturas de carreamento e klippen em Moçambique
Figura 4.21.: Geologia do Complexo de Monapo (Klippe/terreno)
Figura 4.22.: Unidades meso-neoproterozóicas na subprovíncia geológica de Niassa-Cabo
Delgado
Figura 4.23.: Tectonoestratigrafia das províncias de Niassa e Cabo Delgado, no nordeste de
Moçambique
Figura 4.24.: Posição regional das unidades do Grupo de Geci (azul)
Figura 4.25.: Estruturas do Karoo na África Oriental
Figura 4.26.A.: Desenvolvimento durante o Karoo Inferior (Grupos Dwyka-Ecca-Beaufort
> 300-205 Ma<)
Figura 4.26.B.: Desenvolvimento durante o Karoo Superior (Grupos do Karoo Superior e
Stormberg > 205-157 Ma<)
Figura 4.27.: Diagrama com a localização das unidades do Karoo de Moçambique
Figura 4.28.: Unidades do Karoo do Graben de Maniamba e da Subunidade de Tiambila
Figura 4.29.: Zonas de kimberlito da Bacia de Maniamba
Figura 4.30.: Bacias/grabens/estruturas do Karoo e do Meso-cenozóico de Moçambique
Figura 4.31.: Bacias meso-cenozóicas e respectiva posição tectónica
Figura 4.32.: O Rifte do Leste Africano incluindo as estruturas do rifte no Oceano
Índico/sistema O (RLA)
Figura 4.33.: Unidades litoestratigráficas da Bacia do Rovuma
Figura 4.34.: Sequências litoestratigráficas na Bacia do Rovuma
Figura 4.35.: Depósitos do tipo Red Beds no Centro e Sul de Moçambique
Figura 4.36.: Suíte de Tundo (província alcalina de Chirua) e intrusões equivalentes nos
bordos do rifte
Figura 4.37.: Estratigrafia generalizada da Bacia de Moçambique
Figura 5.1.: Províncias de Moçambique
Figura 5.2.: Unidades geológicas gerais de Moçambique
Figura 5.3.: Esboço cartográfico das altitudes do relevo em Moçambique
Figura 5.4.: Esboço da carta geomorfológica de Moçambique
Figura 5.5.: Esboço da carta de risco de erosão de Moçambique
Figura 5.6.: Principais zonas climáticas de Moçambique
Figura 5.7.: Esboço cartográfico da salinidade dos solos em Moçambique
Figura 5.8.: Principais bacias hidrográficas e barragens em Moçambique e diagrama dos
processos geológicos em função dos processos geológicos, à medida que ocorrem entre a
área da nascente (linha de separação das águas) e o estuário / delta dos rios
Figura 5.9.: Principais tipos de solo em Moçambique
Figura 5.10.: Tipos de solo de Moçambique, de acordo com a classificação internacional da
FAO
Figura 6.1.: Distribuição esquemática dos recursos energéticos actuais e potenciais
(recursos geotérmicos não incluídos) em Moçambique
Figura 6.2.: Bacias costeiras do Oceano Índico entre o Mar Vermelho e a África do Sul
Figura 6.3.: Campos de gás (nomes) e blocos/áreas de prospecção (números) nas bacias de
Moçambique e do Rovuma (situação em 2012)
Figura 6.4.: Depósitos, ocorrências e indicações de hidrocarbonetos na Bacia de
Moçambique
Figura 6.5.: Jazidas (blocos) de Pande-Temane-Inhasorro
Figura 6.6.: Bacia do Rovuma e estruturas de rifte do RLA (Zona de Fractura de Davies
com o Graben de Karimba)
Figura 6.6.1.: Blocos de prospecção e jazidas no Sul da Tanzânia e na Bacia moçambicana
do Rovuma
Figura 6.7.: Indicações de hidrocarbonetos na Bacia do Rovuma
Figura 6.7.1.: Ocorrências de hidrocarbonetos em unidades de diferentes idades
estratigráficas da Bacia do Rovuma
Figura 6.8.: Reservas de gás (2012) da Bacia de Moçambique (Temane, Pande) e da Bacia
do Rovuma (Mamba, Áreas 1 e 4)
Figura 6.9.: Bacias carboníferas do Karoo moçambicano
Figura 6.10.: Esquema das rotas de transporte de carvão planeadas e potenciais
Figura 6.11.: Corte transversal do Depósito de Carvão de Moatize
Figura 6.12.: Cortes transversais da Bacia (Carbonífera) de Mucanha-Vúzi
Figura 6.13.: Posição da Sub-Bacia de Lunho na Bacia de Maniamba
Figura 6.14.: Depósitos minerais radioactivos, mineralizações e anomalias radiométricas
Figura 6.15.: Depósitos, ocorrências, mineralizações e anomalias radiométricas de urânio
na Suíte de Tete (P2T)
Figura 6.16.: Carta geológica simplificada da mineralização de apatite, U, Nb e ETR do Rio
Lucuisse (grelha UTM apresentada)
Figura 6.17.: Anomalias radioactivas no Supergrupo de Fíngoè
Figura 6.18.: Potenciais fontes geotérmicas para a produção de energia em Moçambique
Figura 6.19.: Principais ocorrências e depósitos de ferro em Moçambique
Figura 6.20.: Depósitos e ocorrências de minério de Fe (magnetite) na Suíte de Tete
Figura 6.21.: Depósitos e ocorrências de minério de Fe-Ti (magnetite, titanomagnetite) na
Suíte de Tete
Figura 6.22.A.: Carta geológica esquemática do Depósito do Norte de Machedua
Figura 6.22.B.: Carta geológica esquemática do Depósito do Norte de Machedua
Figura 6.23.: Carta geológica esquemática do Depósito do Monte Muande
Figura 6.23.A.: Cortes transversais da zona central do Depósito do Monte Muande
Figura 6.24.: Carta geológica esquemática do depósito de ferro de Meseca (Messeca)
Figura 6.25.: Carta geológica esquemática do depósito de ferro de Meseca - Tchinconcue
Figura 6.25/26.: Localização das ocorrências de Mn
Figura 6.26.: Distribuição regional dos depósitos e ocorrências de minerais de Ti em
Moçambique
Figura 6.27.: Posição do Depósito de Al da Alumen em relação à estrutura de Manica
Figura 6.28.: Localização regional das intrusões de sienito nefelínico
Figura 6.29.: Geologia da intrusão sienítica do Monte Salambidua
Figura 6.30.: Geologia da intrusão sienítica da Suíte do Monte Murrumbula
Figura 6.31.: Distribuição regional dos depósitos, ocorrências e indicações de cobre
Figura 6.32.: Localização esquemática das mineralizações de cobre na Suíte de Tete (P2T) e
nas rochas limítrofes (Formação de Chíduè/P1CH)
Figura 6.33.: Carta geológica esquemática da ocorrência de cobre de Chíduè
Figura 6.34.: Localização regional esquemática das ocorrências de Pb de Mazoe
Figura 6.35.: Evolução do preço do ouro e da extracção de Au de acordo com o progresso
dos métodos de processamento (tendências generalizadas) de 1994 a 2012
Figura 6.36.: Esquema das zonas/áreas/locais que contêm mineralizações de ouro em
Moçambique (2012)
Figura 6.37.: Cintura de Ouro de Mutare-Manica e posição dos depósitos, ocorrências e
indicações de Au na parte moçambicana da estrutura de Manica
Figura 6.38.: Extensão potencial das cinturas de rochas verdes arcaicos/zonas de rochas
ferríferas bandadas do Cratão do Zimbabué sob a cobertura proterozóica moçambicana e
locais teoricamente associados para a prospecção de ouro
Figura 6.39.: Mineralizações de ouro e de cobre-ouro na Suíte de Tete
Figura 6.40.: Posições regionais dos depósitos/ocorrências de Au na área de Cazula

Figura 6.42.: Exploração de ouro e áreas de prospecção da zona do Grupo de Txitonga


(Cintura de Ouro de Niassa)
Figura 6.43.: Depósitos e ocorrências de minerais de MR e ETR e germânio em
Moçambique
Figura 6.44.: Posição geológica dos pegmatitos do Alto Ligonha
Figura 6.45.: Esquema da distribuição regional das mineralizações de ouro na área de
pegmatitos do Alto Ligonha
Figura 6.46.: Suíte de Murrupula (vermelho), Zona de Carreamento de Namama (Zona de
Cisalhamento de Namama) e Província Pegmatítica do Alto Ligonha
Figura 6.47.: Posição dos Pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-Nacarôa a sul da Zona
de Carreamento do Lúrio
Figura 6.48.: Potenciais unidades de barreira em relação aos pegmatitos de MR e ETR nas
subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
Figura 6.49.: Posição territorial do Grupo de Mólocuè e do gnaisse de Mamala em relação
à jazida pegmatítica do Alto Ligonha e à Zona de Carreamento de Namana (em direcção a
NE, na área da jazida pegmatítica de Nampula, estas rochas não apresentam afloramentos)
Figura 6.50.: Pegmatitos de MR (Nb, Ta) controlados pela Zona de Carreamento de
Namana (activação e influência da Zona de Carreamento de Namana) e pegmatitos de ETR
que seguem elementos (tectónicos?) transversais (activados)
Figura 6.51.: Diagrama principal que representa o zonamento dos pegmatitos complexos
do Alto Ligonha
Figura 6.52.: Morfologia do pegmatito de Muiane
Figura 6.53.: Morfologia do pegmatito de Morrua
Figura 6.54.: Morfologia do pegmatito de Moneia
Figura 6.55A.: Localização dos pegmatitos de Marinrongoè segundo Marques et al. (2012)
Figura 6.55.: Cortes transversais do depósito de pegmatitos de ETR de Boa Esperança
Figura 6.56.: Localização regional dos depósitos e ocorrências de andaluzite, cianite
(distena) e sillimanite
Figura 6.57.: Locais de afloramentos de asbesto no norte de Moçambique
Figura 6.58.: Corte transversal do depósito de asbesto da Serra Mangote
Figuras 6.59. e 60.: Posição regional e geologia do depósito de bentonite de Boane
Figura 6.61.: Corte transversal da Secção Cooperativa II do Depósito de Boane
Figura 6.62.: Cortes transversais do depósito de bentonite de Luzinada
Figura 6.63.: Áreas com berilo industrial em Moçambique (pegmatitos do Alto Ligonha e
Ocorrência de Changara)
Figura 6.64.: Ocorrências de corindo em Moçambique
Figura 6.65.: Diagrama das áreas de depósitos com diatomito
Figura 6.66.: Posição regional dos depósitos de feldspato
Figura 6.67.: Corte transversal esquemático do depósito de Nuaparra
Figura 6.68.: Posição regional dos depósitos de fluorite
Figura 6.69.: Posição geológica geral das mineralizações de F do depósito de fluorite de
Djanguire
Figura 6.70.: Disposição regional dos depósitos e ocorrências de grafite nas subprovíncias
geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado
Figura 6.71.: Posição geológica dos depósitos de grafite em Angónia
Figura 6.72.: Ocorrências de mica importantes em Moçambique
Figura 6.73.: Cortes transversais da ocorrência de perlito (obsidiana)
Figura 6.74.: Depósitos e ocorrências de quartzo industrial em Moçambique
Figura 6.75.: Áreas de ocorrência de talco em Moçambique
Figura 6.76.: Áreas e depósitos com zircónio em Moçambique
Figura 6.77.: Áreas com gesso em Moçambique
Figura 6.78.: Depósitos de caulino e principais depósitos/áreas de afloramento de argilas
em Moçambique
Figura 6.79.: Áreas com calcário industrial ou potencialmente industrial no Centro e Sul de
Moçambique
Figura 6.80.: Posição regional da Suíte de Tundo (Província Alcalina de Chirua) e da
Intrusão de Morrumbala
Figura 6.81.: Depósitos com mineralizações de P em Moçambique
Figura 6.82.: Áreas com grutas com guano e áreas de calcário favoráveis à formação de
grutas
Fotografia 6.1.: Pedras pré-talhadas extraídas no passado em Moçambique
Figura 6.83.: Localização regional de áreas e depósitos de pedras pré-talhadas de
Moçambique
Figura 6.84.: Esboço da carta geológica do depósito de granito vermelho do monte Tchonde
Figura 6.85.: Posição geológica da ocorrência de lamboanito
Figura 6.86.: Localização das áreas de calcário de Moçambique
Figura 6.87.: Corte transversal do depósito do rio Codzo
Figura 6.88.: Corte transversal do depósito de calcário de Muanza
Figura 6.89.: Mapa esquemático da distribuição regional dos materiais de construção em
Moçambique.
Figura 6.90.: Principais regiões/zonas/áreas e locais de depósitos e ocorrências de gemas no
Norte de Moçambique
Figura 6.91.: Potencial de prospecção de gemas na zona leste da província de Niassa e na
zona oeste da província de Cabo Delgado
Figura 6.92.: Zonas com kimberlito da Bacia de Maniamba
Figura 6.92.A.: Corte transversal esquemático da Zona III. Rios Tulo-Namango com
kimberlito
Figura 6.93.: Carta geológica esquemática da área de extracção de rubi
Figura 6.94.: Carta geológica esquemática da área de extracção de rubi de Montepuez
Figura 6.95.: Principais províncias hidrogeológicas de Moçambique
Figura 6.96.: Diagrama da localização regional das nascentes em função de factores de
controlo e tipos de água
Figura 6.96.A.: Relação entre as nascentes e as principais unidades geológicas de
Moçambique
Figura 6.97.: Relações territoriais entre a localização das nascentes e a distribuição de
epicentros de actividade sísmica em Moçambique
1.0. Introdução
O primeiro manual (R. S. Afonso, 1978) descreve pequenas características dos aspectos
geológicos, tectónicos e das mineralizações de Moçambique. Em R.S. Afonso & J.M. Marques
(1993) são listados e caracterizados os depósitos minerais e as mineralizações de Moçambique,
até então desconhecidos. Num manual de 2004, Lächelt dá-nos uma panorâmica completa do
desenvolvimento geológico-tectónico de Moçambique como parte do Continente Africano, das
suas unidades geológicas, do seu potencial mineral e da sua metalogenia.
No período de 2002 a 2007, realizou-se uma revisão da cartografia geológica de Moçambique a
nível nacional, à escala 1: 250 000 e, em alguns territórios, à escala 1: 50 000. A descrição das
unidades geológico-estruturais abaixo segue de perto os resultados desta cartografia, uma vez
que a mesma corresponde ao conhecimento internacional geocientífico actual e às mais recentes
teorias no plano geológico. Em grande parte das descrições geológicas são mencionados
contributos das seguintes instituições (para descrições pormenorizadas, ver Referências):
*Direcção Nacional de Geologia (DNG), Moçambique
*Gondwana Resources LDA., (Gondwana Empreendimentos e Consultadorias LDA.,)
Mozambique
*CONSÓRCIO GTK (Estudo Geológico Finlandês), Finlândia
*Estudo Geológico Norueguês (NGU), (Norconsult Lda.), Noruega
*Estudo Geológico Britânico (BGS), Grã-Bretanha
* Conselho de Geociência (CGS), África do Sul

Os relatórios e cartas destas organizações e estudos proporcionam uma perspectiva abrangente,


pormenorizada e elucidativa da geologia do país, bem como acerca do potencial tectónico e de
mineralização (em 2006/7). Foi publicada uma panorâmica geológica na Nova Carta Geológica
de Moçambique, por G.H. Grantham et al, 2011): em "Explanation of the Geological Map of
Mozambique, 1: 1 000 000”.
Os extensos novos dados geocientíficos, cartas e descobertas em matéria da exploração do
potencial, de mineralização e a grande popularidade do manual de Lächelt (2004) foram as
razões para actualizar estes novos dados num novo manual, "Geologia e Potencial Mineral de
Moçambique”.
S. Lächelt, conjuntamente com a Direcção Nacional de Geologia de Moçambique (E.X.F. Daudi
& A.S. A ideia de elaborar) este novo manual foi de Sênvano. O projecto foi apresentado ao
Ministro dos Recursos Minerais de Moçambique, sua Excelência o Ministro E.L.N. Bias, tendo
sido aprovado e recebido com interesse.
Em 2013, a EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO MINEIRO DE PORTUGAL (EDM: Carlos
Caxaria, M. Guares) e a DIRECÇÃO NACIONAL DE GEOLOGIA de MOÇAMBIQUE (DNG:
A.S. Sênvano) assinaram um acordo no sentido de efectuar a comparação do manual de S.
Lächelt (incluindo A.S. Sênvano; Direcção Geral de Geologia DNG e E.X.F. Daudi Instituto
Geológico – MGM Mineiro na qualidade de co-autores), resultados que seriam publicados pela
EDM.

Numa primeira fase, o manual será publicado em inglês, e posteriormente, numa segunda edição,
em português.
1.1. Princípios de subdivisão territorial e geológica de Moçambique e respectiva
litoestratigrafia

Para uma melhor compreensão da localização das unidades geológicas, mineralizações, etc., e
conforme o conteúdo da informação, foram usadas três possibilidades para caracterizar as
localidades:
*Localizações segundo as folhas cartográficas de Moçambique à escala de 1 : 250 000
(Figura 1.1., Tabela 1.1.).
*Localizações segundo as províncias administrativas de Moçambique (Figura 1.2.)
*Localizações segundo as províncias e sub-províncias geológicas de Moçambique (Figura
1.3.)

A subdivisão geológica (litoestratigráfica) segue a "Tabela Cronoestratigráfica Internacional


da Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS)”, (Figura 1.4.), na versão publicada em
2013 (K.M. Cohen et al., 2013.).
Figura 1.1.: Folhas cartográficas de Moçambique à escala de 1 : 250 000

Número Título da Número Título da Número Título da Número Título da Folha


da Folha da Folha da Folha da
Folha Folha Folha Folha
1039 Muidine 1040 Palma
1134 Ponta Messuli 1135 Lupilichi 1136 Milepa 1137 Macalange
1138 Negomano 1139 Mueda 1140 Moçimboa
da Praia
1234 Metangula 1235 Macaloge 1236 Mavago 1237 Mecula
Chiconone
1238 Xixano 1239 Meluco 1240 Quissinga
- Pemba
1334 Meponda 1335 Lichinga 1336 Majune 1337 Marrupa
1338 Namuno 1339 Montepuez 1340 Mecufi
1430 Inhamambo 1431 Maluwera 1432 Chifunde 1433 Furancungo
1434 Ulongoé 1435 Mandimba 1436 Cuamba 1437 Malema
1438 Ribáuè 1439 Meconta 1440 Nacala
Mecuburi
1530 Zumbo 1531 Fíngoè 1532 Songo 1533 Cazula
Mágoè
1534 Zóbuè 1535 Insaca 1536 Guruė 1537 Alto Molócuè
1538 Murrupula 1539 Nampula 1540 Mogincual
1631 Mecumbura 1632 Chioco 1633 Tete 1634 Tambara
1635 Milange 1636 Lugela - 1637 Errego 1638 Gilè
Mocuba

1639/40 Angoche
1732/33 Guro 1734 Chemba 1735 Mutarara 1736 Quelimane
1737 Namacurra 1738 Pebane
Maganja
1832 Manica 1833 Catandica 1834 Gorongosa 1835 Marromeu
Inhaminga
1836 Chinde
1932 Rotanda 1933 Chimoio 1934 Beira (1935) Savane
2032 Espungabera 2033 Chibabava 2034/35 Nova
Mambone
2131/32 Massangena 2133 Chidoco 2134 Save 2135 Basaruto
2231 Chucualacuala 2232 Machaila 2233 Chigubo 2234 Mapote
2235 Vilanculos
2331 Rio Singuèdzi 2332 Massingir 2333 Rio 2334 Funhalouro
Changana
2335 Inhambane
2431/32 Chilembene 2433 Chókwè 24/2534 Zavala 2435 Inharrime
2531/32 Maputo 2533 Xai-Xai
2632 Bela-Vista
Tabela 1.1.: Números e títulos das folhas cartográficas de Moçambique à escala de 1 : 250 000
Figura
1.2.: Províncias e capitais de província de Moçambique
Figura 1.3.: Províncias geológicas, sub-províncias (unidades de soco) e bacias (unidades de
cobertura) de Moçambique
Figura 1.4.: Tabela Cronoestatrigráfica Internacional da ICS (publicada por K.M. Cohen et al.,
2013)

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As caracterizações, classificações e sub-divisões detalhadas e específicas são descritas nos
capítulos específicos.
2.0. História geológica de África tendo como referência o Sul e Sudeste de África
(Moçambique)

O desenvolvimento geológico e estrutural do continente africano tem sido descrito por vários
autores. O processo de desenvolvimento descrito é equivalente ou semelhante entre todos os
autores, no entanto foi utilizada terminologia diferente, dependendo da perspectiva científica dos
respectivos autores.
Durante o período compreendido entre 2002 e 2006/7, foi realizada uma revisão do levantamento
geológico em Moçambique e os relatórios relativos a essas áreas de levantamento incluem as
descrições do desenvolvimento geológico e tectónico de todo o continente africano, tendo estas
descrições servido de base para a caracterização dos respectivos processos no território
moçambicano.
Por razões de consistência, a terminologia utilizada neste capítulo para descrever o
desenvolvimento geológico e tectónico está de acordo com a utilizada nos relatórios do GTK
Consortium (2006).
Para fins de orientação em relação aos dados geo-históricos presentes neste capítulo, a Figura 2.1
ilustra os países do continente africano, as respectivas capitais e algumas cidades relevantes.

Figura 2.1.: Países africanos, respectivas capitais e cidades relevantes


Nas regiões da África Oriental e Austral, é possível distinguir blocos de construção onde
predominam os domínios tectónicos, estruturais e magmáticos seguidamente indicados (Tabela
2.1.) (Gabert, 1984; Dirks & Ashwal, 2002; Lächelt 2004: GTK, 2006):
Idades (Ma) Era/período Evento Sub-evento/fase

23 - 0 Neogénico – Presente Fase principal


Rifte do Leste Africano
145 – 23 Cretácico – Paleogénico (RLA) Fase inicial

Carbónico Superior – Evento do Karoo


318– 180 Jurássico Inferior

< 542 Terrenos do Gondwana Plataformas pós-pan-africanas

750– 490 Neoproterozóico – Câmbrico Ciclo pan-africano Orogenia pan-africana

Bacias do Pan-Africano
900 – 700 Neoproterozóico Inferior

(1350 – 850) (Neoproterozóico) (Ciclo Moçambicano)

1450 – 900 Mesoproterozóico Ciclo Kibariano

(1700 – 1350) (Mesoproterozóico) (Ciclo Irumide)

~ 1860 (1600?) Ciclos Fase superior


Ubendiano/Usagariano
Fase inferior
Paleoproterozóico Ciclo Eburneano (>
2100– 2025 (+Neoarcáico) 1800)

Cratões (terrenos graníticos e de rochas verdes) e Cinturas


3800 – 2500 Arcaico Móveis

As publicações moçambicanas utilizam como subdivisões as linhas brancas (Lächelt 2004)


Tabela 2.1.: Ciclos tectónicos no sul e sudeste de África (adaptado do GTK, 2006)

2.1. Desenvolvimento geotectónico geral das unidades do soco Pré-Câmbrico em África

*África é, em grande parte, composta por um conjunto de cratões e cinturas móveis de idade
arcaica, unidos por cinturas dobradas alongadas de idade proterozóico-câmbrica cobertas por
sedimentos indeformados e rochas extrusivas dos períodos Neoproterozóico, Carbónico
Superior-Jurássico Inferior e Cretácico-Quaternário.
**A primeira cintura dobrada é do Paleozóico Médio e continua limitada, no território africano,
pelas Mauritanides e a Meseta marroquina a noroeste e pela Cintura Dobrada do Cabo a sul.
*As cinturas dobradas mais recentes, deformadas durante as Orogenias Hercínica e Alpina, são
apenas de extensão local.
**A deformação penetrante alpina (Cretácico-Terciário) é limitada pela Cordilheira Cabília-
Rifte-Bética que delimita o Mar de Alborão, a parte mais ocidental do Mar Mediterrâneo.

2.1.1. Cratões arcaicos e cinturas móveis


(>2500 Ma)

O Arcaico em África inclui os seguintes blocos/escudos cratónicos arcaicos, que são compostos
por terrenos arcaicos denominados por cratões/escudos/blocos/complexos e cinturas móveis
intercratónicas:

Blocos cratónicos
*Bloco Cratónico da África Ocidental
*Bloco Cratónico do Nilo ou do Saara Oriental
*Bloco Cratónico da África Central ou do Congo
*Bloco Cratónico/Cratão da África Austral ou do Kalahari
*Escudo malgaxe
Terrenos e cinturas cratónicos e intercratónicos
*Escudo Reguibat
*Escudo Man
*Bloco de Chaillu-Gabão
*Bloco do Zaire
*Bloco do Kasai
*Bloco de Angola
*Cratão da Tanzânia
*Cratão do Zimbabué
*Cratão de Kaapvaal
*Escudo malgaxe
*Complexo do Uganda e do Nilo Ocidental
*Cintura (móvel) do Zambeze (?)
*Cintura (móvel) do Limpopo (~2000 Ma)

A Figura 2.2 apresenta a posição regional das unidades arcaicas em África.

Figura 2.2: Posição regional das unidades arcaicas no continente africano (adaptado de Dirks, P.,
2003; Lächelt, 2004; GTK, 2006)
As cinturas móveis arcaicas interligadas na África Austral são as seguintes:

*Cintura Móvel de Limpopo, uma cintura móvel de grau elevado que une os Cratões de
Kaapvaal e do Zimbabué, resultando assim no Cratão da África Austral ou do Kalahari, ao qual
foi recentemente atribuído o nome de Cratão da Azânia (McCourt et al. 2004).
*Cintura Móvel do Zambeze, localizada entre o Cratão do Zimbabué e o Bloco Zambiano de
Bangweulu.

Grandes partes dos cratões arcaicos foram reestruturados durante os ciclos orogénicos mais
recentes. Por outro lado, também se encontram rochas arcaicas fora dos blocos cratónicos em
cinturas dobradas e unidades mais recentes. Têm sido descritos exemplos bem conhecidos no
Leste Africano, no Quénia e na Tanzânia. Outra estrutura do mesmo tipo é o Bloco de
Bangweulu no norte da Zâmbia (Figura 2.1., ver unidades a azul-escuro).

O GTK (2006) caracteriza os cratões arcaicos da seguinte forma:

*Os cratões arcaicos representam vestígios estáveis da mais antiga litosfera continental da Terra.
*Estudos sísmicos confirmam que a estrutura da crosta e do manto superior subcrustal destes
cratões é significativamente diferente da maior parte dos terrenos pós-arcaicos.
*As raízes do manto de alta velocidade estendem-se no mínimo até 200 km, localmente até 250-
300 km, abaixo dos terrenos cratónicos.
*Estudos de xenólitos indicam que os cratões sofreram um historial dinâmico e prolongado de
actividade tectono-térmica.
*A cratonização não ocorreu de forma contínua, mas por fases, sendo a sua estabilização final
posterior à formação da crosta.
*Os cratões arcaicos são normalmente compostos por (dos mais antigos aos mais recentes)
cinturas de gnaisse granulítico, associações de granito e rochas verdes, "granitos mais recentes" e
bacias, cinturas móveis, diques e intrusões bandadas do Arcaico superior.

O Arcaico é composto pelos principais tipos de rocha seguidamente indicados:

*Cinturas de gnaisse granulítico


*Terrenos graníticos e de rochas verdes
*"Granitos mais recentes"
*Bacias, diques e intrusões bandadas do Arcaico Superior

Cinturas de gnaisse granulítico

As cinturas de gnaisse granulítico representam níveis médios a inferiores da crosta exumados, de


alto grau e com uma evolução estrutural complexa e composta. Algumas cinturas poderão ser
historicamente identificadas como datando de 4.0 Ga.
Os tipos de rocha predominantes incluem:

*Gnaisses quartzo-feldspáticos com fácies granulítica a fácies superior anfibolítica, contendo


vestígios de algumas das rochas sedimentares e vulcânicas mais antigas conhecidas, bem como
complexos ígneos bandados (anortositos). Estes são normalmente dobrados em padrões de
interferência de grande escala e intersectados pelas principais cinturas de cisalhamento à escala
crustal.
Passchier et al. (1990) estabeleceu a diferença entre dois tipos principais de conjuntos de
gnaisses de alto grau:
**O primeiro tipo deriva principalmente de rochas vulcânicas máficas e félsicas, intruídas por
gnaisses granitóides TTG, contendo pequenas unidades de metassedimentos.
**O segundo tipo é maioritariamente composto por sedimentos clásticos metamorfoseados e
sedimentos carbonatados, frequentemente de natureza fluvial ou tipo plataforma, intruídos
predominantemente por rochas granitóides de tipo S.
As observações de campo do GTK (2006) sugerem que os dois tipos referidos acima representam
os membros finais de um espectro contínuo.

De acordo com o GTK (2006), os tipos de rocha das cinturas de gnaisse granulítico incluem:

*Gnaisses quartzo-feldspáticos, pertencentes sobretudo à Suíte Trondhjemito-Tonalito-


Granodiorito (TTG) (com um componente volumetricamente reduzido de paragnaisses)
*Anfibolitos (derivados de rochas vulcânicas)
*Micaxistos (supostamente derivados de protólitos pelíticos)
*Mármores
*Quartzitos (situações de plataforma estável?)
*Formações Ferríferas Bandadas (BIF)
*Complexos ígneos bandados.

Estas unidades são, na maior parte das vezes, adaptáveis, provavelmente em consequência da
deformação intensa sob condições de ductilidade.

Terrenos graníticos e de rochas verdes

Os terrenos graníticos e de rochas verdes abrangem as maiores e mais antigas cinturas de rochas
vulcano-sedimentares bem preservadas. Estes contêm rochas ígneas siliciosas a ultrabásicas e
unidades sedimentares vulcanoclásticas, siliciclásticas e de precipitação química, intruídas por
corpos granitóides volumosos.
Desde o início da década de 1970, houve uma tendência para enfatizar as semelhanças entre as
cinturas de rochas verdes e para analisar a sua estratigrafia e estrutura de maneira
excessivamente simplista.
No entanto, estudos detalhados (GTK 2006) revelam que estas são mais complexas do que se
pensava anteriormente e que existem inúmeras diferenças entre as várias cinturas de rochas
verdes.
Desde o final da década de 1980, desenvolveu-se um consenso geral sobre a aplicabilidade da
teoria da tectónica de placas acrecionadas ao Arcaico em geral (embora com parâmetros
adaptados) e sobre a equivalência, enquanto princípio, entre as cinturas de rochas verdes e os
complexos de arcos de ilhas/ofiolíticos em particular (p. ex., Windley, 1993; de Wit, 1998).
Contudo, continua a discutir-se tanto a falta de evidências inequívocas de ofiólitos arcaicos
(Bickle et al. 1994) como a inoperacionalidade dos processos tectónicos das placas durante o
Arcaico (Hamilton, 1998).

Muitas das cinturas de rochas verdes apresentam uma subdivisão comum numa sequência
inferior e predominantemente vulcânica e uma sucessão sedimentar superior.
*A sequência inferior pode ainda ser subdividida em:
**Secção basal de rochas essencialmente ultramáficas
**Secção vulcânica superior com uma predominância de material vulcânico calco-alcalino ou
toleítico, máfico a félsico. A secção ultramáfica é composta essencialmente por rochas
vulcânicas (ultra)máficas, incluindo komatiitos, com pequenos tufos félsicos.
*A secção vulcânica superior é composta por basaltos, andesitos e riólitos (frequentemente
empilhados).

Em média, de baixo para cima, a estratigrafia é caracterizada por:


*um decréscimo do volume de komatiitos e, em menor escala, de basaltos
*um aumento do rácio de rochas vulcanoclásticas/piroclásticas
*um aumento da abundância relativa de andesitos e rochas vulcânicas félsicas.
*sedimentos no grupo vulcânico, que consistem
**na sucessão inferior de chertes, jaspes e rochas ferríferas bandadas (BIF) quimicamente
precipitados
**na sucessão superior de depósitos clásticos terrígenos de xistos argilosos, arenitos pelíticos,
grauvaques, conglomerados e quartzitos.
"Granitos mais recentes"

Na maior parte dos cratões arcaicos, as cinturas de rochas verdes são penetradas por granitóides
que formam as típicas Séries Trondhjemito-Tonalito-Granodiorito (TTG).
De um modo geral, acredita-se que estes representam zonas de raiz sujeitas a uma intensa erosão,
equivalentes aos modernos arcos magmáticos. São os chamados "Granitos mais recentes" (GTK
2006).

Bacias, diques e intrusões bandadas do Arcaico Superior

*O exemplo perfeito de uma bacia intracontinental do Arcaico Superior é a Bacia de


Witwatersrand na África do Sul, que contém uma coluna estratigráfica que abrange um
intervalo de tempo entre 2800 Ma e cerca de 2000 Ma, depositada no Cratão de Kaapvaal.
*Presume-se que a mais antiga sequência de rifte da Terra seja representada pelo Supergrupo
de Pongola no canto SE do cratão de Kaapvaal.
*O Great Dyke no Zimbabué, de ~ 2575 Ma, representa uma formação linear única (480 km de
comprimento, largura média de 8 km) que consiste em quatro lopólitos, representando intrusões
(ultra)máficas bandadas (GTK 2006).

2.1.1.1. Tipos de rochas arcaicas em Moçambique

Em Moçambique, as rochas arcaicas estão limitadas à parte mais a leste do Cratão do Zimbabué
(áreas de Manica e Mavita).

Os principais tipos e variedades de rochas arcaicas que afloram em Moçambique são os


seguintes:

*Granitóides (granitos – granodioritos – tonalitos/trondhjemitos, rochas quartzo-


monzoníticas, rochas quartzo-monzodioríticas)
*Metagabros
*Gnaisse tonalítico
*Ortognaisses máficos (metagabros, anfibolitos, anfibolitos granatíferos) e xistos verdes
*Rochas vulcânicas ultramáficas a máficas (incluindo BIF, metachertes, serpentinitos
associados e xistos verdes)
*Rochas piroclásticas andesíticas a riodacíticas
*Ortognaisses máficos a intermédios
*Conglomerados polimíticos
*Tufos félsicos
*Paragnaisses
*Quartzitos (incluindo BIF)
*Conglomerados, meta-arenitos (quartzitos arcósicos), metagrauvaques
*Gnaisses biotito-quartzo-feldspáticos
*Ortognaisses quartzo-feldspáticos
*Xistos quartzo-sericíticos, filitos (incluindo xistos pretos, micaxistos)
*Calcários cristalinos, mármores
*Diques máficos, veios de quartzo

As características detalhadas destes tipos de rochas são descritas no Capítulo 4.

2.1.2. Desenvolvimento durante o Paleoproterozóico (Neoarcaico)


(Ciclos tectónicos Usagariano-Ubendiano e Eburneano
(2500 – 1800/1700 [1600?] Ma)

2.1.2.1. Cinturas dobradas do Paleoproterozóico (Neoarcaico)


(2500 – ~1700 [1600?] Ma)
As cinturas dobradas do Paleoproterozóico (Neoarcaico) incluem a Cintura Dobrada Usagariana-
Ubendiana, localizada ao longo dos bordos ocidental e sul do Cratão da Tanzânia e mais a sul, ao
longo da costa do Lago Niassa em Moçambique (Província de Niassa), bem como na região
nordeste da Zâmbia e no Malawi.
Geralmente, é feita a diferenciação entre as fases orogénicas inicial e tardia.
A Figura 2.3. apresenta a posição regional das unidades paleoproterozóicas do continente
africano.

Localização da unidade em África Número de Terrenos/unidades do Paleoproterozóico


código no
esboço
cartográfico
Terrenos paleoproterozóicos em cratões
1 Birrimiano: Escudo Reguibat
2 Birrimiano: Escudo Leo
3 Cintura do Gabão: Franceviliano
4 Birrimiano angolano
5 Cintura de Ruwenzori
6 Gnaisse de Rusizi
7 Cintura Ubendiana
8 Cintura Ubendiana
9 Bloco de Bangweulu
10 Cintura Magondi
11 Gnaisse de Okwa
12 Cintura Kheiss
Bacias intracratónicas do Paleoproterozóico
13 Bacia de Griqualand
14 Bacia do Transvaal
15 Bacias de Waterberg e Soutpansberg
Terrenos do Paleoproterozóico fora dos cratões

16 Terreno de Richtersveld
17 Arco de Rehoboth
18 Terreno Kimesiano
19 Província de Niassa
20 Maciços de Hoggar-Aïr
Figura 2.3.: Terrenos do Paleoproterozóico em África (adaptado de Dirks, P., 2003; Lächelt,
2004; GTK, 2006)

O GTK (2006) caracteriza o desenvolvimento durante o Usagariano-Eburneano do seguinte


modo:

*”Defende-se que a fase inicial resultou no desenvolvimento da Cintura Dobrada Usagariana


durante uma colisão e acreção orientadas para norte durante o Eburneano, há cerca de ~ 2100–
2025 Ma (Daly et al. 1985; Daly, 1988), sob condições metamórficas da fácies granulítica. Têm
sido relatadas idades do zircão de 2084±8 Ma, coincidentes com a fase do magmatismo granítico
(Lenoir et al.1994; Boven et al. 1999).
*Na Cintura Ubendiana, a esta fase inicial de deformação regional e metamorfismo seguiu-se a
fase paleoproterozóica superior de exumação e cisalhamento dextral extensivo ao longo nas
principais zonas de cisalhamento íngremes orientadas a NO-SE. Este processo resultou na
deformação penetrante abrangente e no desenvolvimento de um fabric NO-SE, na transposição
do antigo fabric E-O e na retrogradação sob condições de P-T da fácies anfibolítica. A
cronologia deste evento está condicionada pela idade da instalação dos granitóides tardi-
cinemáticos datada de há 1847±37 Ma e 1864±32 Ma
(tanto na idade Rb/Sr em rocha total como na idade U/Pb do zircão).
*É possível inferir um limite superior para o evento de cisalhamento do Ubendiano a partir da
idade do granito Kate de nível superficial há ~1825 Ma (Schandelmeier, 1983). O último está
associado às rochas vulcânicas que assentam em discordância sobre os gnaisses Ubendianos. Os
dados Rb/Sr relativos ao "Kate Granite" sugerem ainda que a falha que separa o Bloco de
Bangweulu da Cintura de Cisalhamento Ubendiana foi reactivada 100 Ma após a sua instalação
há 1724±31 Ma (Lenoir et al. 1993).
*No entanto, ainda não há certezas acerca da relevância regional desta idade. As análises de
aquecimento por etapas Ar/Ar das diferentes barroisites separadas a partir do tectonito máfico
resultaram no apuramento de uma idade média de arrefecimento ponderada de 1848±6 Ma para
as fracções de árgon libertadas a temperaturas intermédias. Estes dados corroboram os dados
acima e confirmam a idade de 1950–1850 Ma da tectogénese Ubendiana do período
Paleoproterozóico Superior (Boven et al.1999)”.
2.1.2.1.1 Unidades rochosas do Paleoproterozóico (Neoarcaico) em Moçambique

A presença de rochas envelhecidas do período Paleoproterozóico Neoarcaico é bastante limitada


em Moçambique. Estas rochas afloram, em pequenas unidades, ao longo dos bordos ocidental e
sul do Cratão da Tanzânia, estendendo-se mais para sul, ao longo das margens do Lago Niassa,
em Moçambique.
É possível encontrar algumas das unidades do período Paleoproterozóico ao longo do bordo/área
marginal leste do Cratão do Zimbabué.

Em Moçambique, as unidades do Paleoproterozóico podem ser encontradas nas pequenas áreas


seguintes:

*A leste e nordeste do Cratão do Zimbabué. Estas formam a extensão Paleoproterozóica, o


bordo leste, do desenvolvimento Arcaico na área de Manica, numa região entre o Monte Senga
Senga, no extremo norte, até à região do rio Save, a sul.
*Complexo da Ponta Messuli na Província de Niassa ao longo da costa do Lago Niassa,
formando assim a área marginal sudeste do Cratão da Tanzânia.

Os principais tipos de rocha incluem:

*Área marginal leste do Cratão do Zimbabué


**Xistos pelíticos
**Ortoquartzitos e quartzitos
**Meta-arcoses e arcoses
**Conglomerados polimíticos e metaconglomerados
**Gnaisses/rochas quartzo-feldspato-pelíticos
**Gnaisses biotítico-silimanítico
**Gnaisses calco-silicatados
**Gnaisses hornebléndicos
**Calcários/mármores cristalinos
**Quartzitos granatíferos
**Anfibolitos

*Período Paleoproterozóico na região/área do Lago Niassa:


**Gnaisses migmatíticos
**Gnaisse ocelado
**Quartzo-micaxisto

As características detalhadas destes tipos de rochas são descritas no Capítulo 4.

2.1.3. Cinturas dobradas do Mesoproterozóico


(1700 [1450] – 900/850 Ma)

Na África Austral e Central, as rochas do período Mesoproterozóico incluem as Cinturas


Dobradas Kibariana e Irumide (Figura. 2.4.).
Localização da unidade em África Número de Terrenos/unidades do Mesoproterozóico
código no
esboço
cartográfico
Terrenos mesoproterozóicos em cratões

1 Cintura Kibariana (rifte abortado)


2 Complexo anortosítico do Cunene
3 Grupo Muva (plataforma)
4 Grupo Umkondo (plataforma)
Margens continentais activas do Mesoproterozóico

5 Província de Sinclair
6 Cintura de Namaqua
7 Cintura de Natal
8 Gnaisse de Abbabis
Orógenos de colisão do Mesoproterozóico

9 Bloco de Choma-Kaloma
10 Cintura Irumide
11 *Cintura (móvel) do Zambeze
12 Cintura (zona de carreamento) do Lúrio
Figura 2.4.: Terrenos mesoproterozóicos (Kibarianos) (1750 – 900 Ma) no continente africano
(adaptado de Dirks & Ashwal, 2002; Dirks, 2003; Lächelt, 2004; GTK, 2006)
Estas cinturas dobradas podem, em larga escala, ser correlacionadas com a "Orogenia
Grenvilliana", culminando assim no Supercontinente Rodínia há aproximadamente 1000 Ma
(GTK 2006).

O GTK (2006) caracteriza o desenvolvimento geral do período Mesoproterozóico do seguinte


modo:

“O Kibariano forma uma cintura dobrada curvilínea entre a Namíbia até ao sul do Uganda,
atravessando a Zâmbia, Angola, o leste da República Democrática do Congo, o Burundi, o
Ruanda e o noroeste da Tanzânia, numa distância superior a 1500 km.
A cintura separa dois domínios litosféricos cratonizados desde o Ubendiano, ou seja, uma massa
litosférica localizada à volta do Cratão do Congo a oeste e um domínio litosférico que inclui os
Cratões de Kalahari e da Tanzânia, o Bloco do Bangweulu e cinturas dobradas interligadas a
leste.
Na Zâmbia, a cintura está extensivamente exposta e bifurca-se em duas cinturas dobradas
separadas que abrangem o Bloco de Bangweulu, com as Irumides a sudeste e o Kibariano, sensu
stricto, a noroeste. A cintura é intersectada pelo Arco Lufiliano de idade neoproterozóica pan-
africana. Aqui, as rochas da cintura dobrada Kibariana estão expostas em inúmeras janelas, a que
se sobrepõem, em discordância, rochas do Sistema Catanguiano.
O metamorfismo na Cintura Kibariana atingiu, de uma forma geral, as fácies de xisto verde,
atingindo o seu pico há 1300 Ma (1278±58 Ma), com um magmatismo pós-tectónico que, de
acordo com Klerkx et al. (1984), se estendeu até há 850 Ma.
Os estratos suprajacentes, pertencentes aos Sistemas Pan-Africano, do Karoo e do Kalahari,
obscurecem em grande medida a parte sul da Cintura Kibariana.
No entanto, pequenas janelas de unidades metassedimentares e granitóides kibarianos emergem
na Cintura de Damara da Namíbia, em Angola (Carvalho et al.1987), no Botswana e no
Zimbabué.
O IGCP 418, patrocinado pela UNESCO, comprometeu-se a identificar a Cintura Kibariana até
ao sudoeste de África (Botswana, Namíbia), com base em dados geofísicos regionais e dados
geocronológicos recentes (Key, 1997).
O Kibariano é actualmente reconhecido na zona norte do Zimbabué como a sobreposição de
rochas mais antigas das Irumides.
As datas radiométricas da Janela de Chewore (citadas em Goscombe et al. 1997) confirmam a
presença de rochas retrabalhadas do período Proterozóico Médio no norte do Zimbabué.
Embora o Kibariano do norte seja uma cintura dobrada intracratónica, as idades do zircão de
1390 Ma confirmam a presença de crosta oceânica juvenil do período Proterozóico Médio na
parte sul da cintura (Johnson & Oliver, 1997).
O final do período Proterozóico Médio foi caracterizado por uma fase importante de
magmatismo básico noutras partes do Zimbabué, que produziu extensos trapps e significativos
enxames de diques doleríticos. Munyanyiwa (1997) sugeriu que esta fase de magmatismo
basáltico marcou a separação da Rodínia.
O recentemente concluído levantamento aeromagnético da região noroeste do Botswana revelou
a presença de rochas kibarianas do Proterozóico Médio que estão envolvidas por rochas mais
recentes do Neoproterozóico, com a mesma orientação NE-SO, pertencentes à Cintura de
Damara. Schwartz et al. (1995) referiu a presença de rochas vulcânicas com 1106 Ma nas janelas
kibarianas da Cintura de Damara”.

2.1.3.1. Unidades rochosas/tipos de rochas do Mesoproterozóico em Moçambique

Em Moçambique, cerca de 80% dos terrenos do soco moçambicano são ocupados por unidades
meso-cenozóicas.
A litologia é caracterizada por rochas metamorfoseadas de baixo a alto grau (xisto verde a fases
anfibolíticas de metamorfismo) de origem magmática e sedimentar. Há todos os tipos possíveis
de rochas metamórficas e metamorfoseadas. Logo, apenas serão encontrados os tipos de rocha
mais comuns.

Os principais tipos de rocha incluem:


*Ortognaisses, ortognaisses granitóides, granulitos, granitóides
*Ortognaisses leucocráticos
*Gnaisses granulíticos (bandados, máficos)
*Paragnaisses (alto grau), gnaisses quartzo-feldspáticos (parcialmente compostos por
sillimanite), rochas metassedimentares e metavulcânicas
*Micaxisto, gnaisses biotítico-plagioclásicos
*Gnaisses metapsamíticos, metapelíticos, metavulcânicos, rochas piroclásticas e
vulcanoclásticas
*Calcários cristalinos
*Gnaisses de granito feldspático
*Migmatitos (gnaisses migmatítico estromáticos), gnaisses migmatíticos (granítico
granodioríticos, leucognaisses migmatíticos, gnaisses metapelíticos)
*Gnaisses tonalíticos, quartzo tonalítico, gnaisses feldspáticos
*Gnaisses granodioríticos
*Gnaisse hornebléndico
*Gnaisse biotítico (parcialmente milonítico, parcialmente bandado), gnaisse biotítico-
hornebléndico
*Quartzitos (parcialmente compostos por moscovite-cianite), meta-arcoses, rochas
metapelíticas
*Gnaisse ocelado, gnaisse granítico
*Gnaisses sieníticos
*Gnaisses charnoquíticos (e gnaisses estromáticos máficos), granofels (enderbíticos e
charnoquíticos)
*Gnaisses máficos a ultramáficos (anfibolíticos), metagabro, gnaisses dioríticos e
granodioríticos, gnaisses anfibolíticos quartzo-feldspáticos
*Sillimanite granatífera, micagnaisses e migmatitos, gnaisses biotíticos com granada,
anfibolitos granatíferos
*Monzonitos, leucogranitos, gnaisses graníticos
*Rochas calco-silicatadas

2.1.4. Cinturas dobradas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano)


(900/850 – 500 Ma) (Cintura de Moçambique = Orógeno do Leste Africano = Cintura
Orogénica Pan-africana do Leste Africano)

Pode considerar-se a Cintura de Moçambique como a "localização-tipo" da Orogenia Pan-


africana. O nome foi-lhe atribuído por Holmes (1951), que reconheceu a descontinuidade
estrutural entre o Cratão Arcaico da Tanzânia e gnaisses mais recentes a leste.
Mais recentemente, foi introduzido o termo “Orógeno do Leste Africano” (OLA) para
descrever a Cintura Orogénica Pan-africana do Leste Africano (Stern, 1994).
Esta é uma das maiores zonas de colisão da Terra, que pode ser seguida ao longo de uma
distância de ~ 6000 km, desde a Antárctida, a sul, à Península Arábica, a norte, e que conta com
~ 350 Ma de evolução (p. ex., Stern, 1994, 2002; Jacobs et al. 1998; Kröner et al. 2000a,b).

O OLA divide-se tradicionalmente em:


*uma zona de crosta Neoproterozóica juvenil a norte
*uma zona a sul, composta principalmente por rochas retrabalhadas mais antigas.

Esta subdivisão é confirmada por estudos de idade modelo Sm-Nd:


**”A rigorosa aglomeração de idades com base no modelo Nd na zona norte comprova uma
presença dominante de crosta Neoproterozóica mais recente extraída do manto empobrecido.
**A zona sul do OLA é composta por rochas remobilizadas mais antigas. As idades modelo Nd
de amostras de rochas do Cratão Arcaico da Tanzânia agrupam-se em torno dos 2,83±0,08 Ga
“(Stern, 2002).

*”Uma transecção Nd e Sr através das rochas da Cintura de Moçambique a leste do Cratão


da Tanzânia mostra que a Cintura é composta por crosta arcaica retrabalhada que apresenta uma
idade TDM de ~ 2,5 Ga (a oeste) e granulitos com uma idade TDM de 1,0 – 1,4 Ga (a leste)
(Maboko, 2000; Stern, 2002). Estas idades substituem as típicas idades de arrefecimento pan-
africanas K-Ar ou Rb-Sr de ~ 650 a 490 Ma conhecidas há bastante tempo (Cahen e Snelling,
1966). As idades de arrefecimento da biotite apresentam um gradiente de idade acentuado e
manifestam o arrefecimento diacrónico ao longo da Cintura, com as partes ocidentais a sofrerem
um arrefecimento abaixo dos ~ 300 ºC até ~ 150 Ma antes das partes orientais. As idades mais
antigas da biotite, na ordem dos 618±14 Ma, da margem ocidental constituem a melhor
estimativa mínima para a idade do metamorfismo do grau de desenvolvimento do anfibolito.
O OLA assinala o desaparecimento de uma das maiores bacias oceânicas – o Oceano de
Moçambique – e a colisão entre o leste e o oeste do Gondwana (Roger et al. 1995). Presume-se
que este evento metamórfico e deformatório regional tenha ocorrido antes de ~ 650 Ma
(Maboko, 2000).
*A Cintura (móvel) do Zambeze da África Central e Austral forma outra cintura dobrada pan-
africana. Constitui o segmento oriental de uma Cintura Orogénica Damara-Lufiliano-Zambeze
(DLZ) transcontinental (~850 - 450 Ma).
Este sistema transcontinental separa o Cratão do Congo do Cratão de Kalahari (Shackleton,
1996).
*A Orogenia Pan-africana também está presente na África Ocidental, à volta do Cratão da África
Ocidental, sob a forma das Cinturas (no sentido dos ponteiros do relógio, a partir do norte) Anti-
Atlas, Hoggar e Dahomey.
*Mais a sul, a orogenia continua em direcção à América do Sul, sob a forma da Orogenia
Brasileira e, em África, sob a forma das Cinturas do Congo Ocidental e Gariep.
*Mais recentemente, a Orogenia Pan-africana foi reconhecida em várias partes do sul da Europa
como a Cadomiana. A colisão continental pan-africana resultou na formação do Supercontinente
da Pangeia" (citado de GTK, 2006).

A Figura 2.5 representa a posição das unidades pan-africanas do Neoproterozóico-Paleozóico


Inferior em África.
Localização da unidade em África Código da unidade Nome da unidade
Orógenos de colisão do
Neoproterozóico A Mauritanides
B Bessarides
C Rokolites
D Anti-Atlas
E Transaariano: Cintura Farusiana
F Transaariano: Cintura Daomeiana
G Cintura do Congo Ocidental
H Cintura Kaoko
I Cintura Gariep
J Cintura Saldahnia
K Cintura Oubangide
L Cintura Damara
M Arco Lufiliano
N Cintura do Zambeze
O Leste Africano: Escudo Nubiano
P Leste Africano: Cintura de
Moçambique
Q Cintura Ubendiana
Riftes abortados do Neoproterozóico
1 Fossa de Gourma
2 Rifte de Sangha
3 Bacia de Kundelungu
4 Bukoban
Bacias Plataformas-Antepaís-
Molasse do Neoproterozóico AA Anti-Atlas
BT Bacia de Taoudeni
BV Bacia do Volta
BC Bacia do Congo
BO Bacia do Ovambo
BN Bacia de Nama

Figura 2.5: Unidades pan-africanas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior em África (adaptado


de Dirks, P. 2003; GTK, 2006)

2.1.4.1 Unidades rochosas/tipos de rochas do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-


Africano) em Moçambique

O período Neoproterozóico está bem desenvolvido em Moçambique. Este período determina o


final da formação do soco. O soco neoproterozóico é maioritariamente composto por rochas
metamórficas, tendo este período de desenvolvimento terminado com intrusões (não deformadas)
(magmatismo pan-africano) e algumas fases intrusivas de pegmatitos, diques e veios/fissuras.

Os principais tipos de rocha deste período incluem:

*Tipos de rochas metamórficas


**Milonitos, gnaisses miloníticos
**Paragnaisses e rochas charnoquíticas
**Gnaisses biotíticos, gnaisses quartzo-feldspáticos (arcoses), quartzo-micagnaisses/xistos
(parcialmente compostos por grafite e xisto clorítico), gnaisses/xistos muscovítico-biotíticos
**Gnaisses tonalíticos
**Gnaisses graníticos a granodioríticos
**Meta-arenitos, metagrauvaques
**Conglomerados (metaconglomerados)
**Quartzitos, meta-arcoses e meta-arenitos
**Migmatitos, leucomigmatitos monzoníticos
**Anfibolitos, gnaisses anfibolíticos (metagabros, parcialmente xistos verdes)
**Gnaisses granulíticos máficos e granulitos, gnaisses mangeríticos, granulitos
charnoquíticos
**Meta-riólitos
**Calcários, mármores
*Intrusões pós-metamórficas
**Sienitos
**Sienitos nefelínicos
**Carbonatitos
**Granitos, granitos alcalinos, granodioritos
**Monzonitos
**Pórfiro quartzoso
**Gabros (gabro olivínico)
**Pegmatitos
**Veios de quartzo

2.2. Desenvolvimento geotectónico geral das unidades de cobertura (desenvolvimento


durante o pós-Pan-Africano, Fanerozóico) em África
2.2.1. Depósitos sedimentares da plataforma câmbrica
(<570 Ma)

Partes significativas dos sedimentos depositados no Geossinclinal Pan-Africano permaneceram


não deformadas. Em Moçambique, estas unidades não estão desenvolvidas.
O GTK (2006) apresenta algumas características deste período de desenvolvimento.

Os depósitos sedimentares da plataforma câmbrica incluem:

**A parte superior do Sistema Bukoban no noroeste da Tanzânia


**Kundulungu em Shaba
**Série de planaltos sobre o Bloco de Bangweulu no norte da Zâmbia
**Buschimay, Bilatian e Lindian no leste da República Democrática do Congo

Os sedimentos do tipo molasso do Bukoban (Burundi, noroeste da Tanzânia) são compostos por:
*diamictitos
*arenitos
*siltitos
*xistos
*conglomerados

Em menor quantidade, incluem:


*calcários dolomíticos
*riólitos e lavas basálticas.

No Burundi, estas rochas estão agrupadas, formando o Supergrupo Malagarasian (Waleffe,


1965).
As rochas vulcânicas deste último foram datadas, tendo os resultados sido bastante consistentes
(Deblond et al. 2001): 813±21 Ma e 810±25 Ma (K-Ar, recalculado de acordo com Cahen e
Snelling, 1974) e 822±30 Ma (K-Ar, recalculado de acordo com Briden et al. 1971).

Os depósitos antepaís da plataforma do Pan-Africano Superior ao Pós-Pan-Africano sobrepõem-


se ao soco Pan-Africano e mais antigo com uma inconformidade acentuada – a Discordância
Tassiliana com uma idade de ~ 570 Ma no norte e oeste de África.
A deposição coeva ocorreu nos "geossinclinais" da Cintura Dobrada do Cabo.
O evento não está presente no território moçambicano.

2.2.2. Rochas sedimentares da plataforma Carbónica


(570 – 290 Ma)

*As bacias câmbricas-carbónicas das margens norte e sul africanas do Gondwana (570 – 290
Ma) encontram-se expostas no norte e oeste de África (Marrocos, Mauritânia, Argélia e Líbia) e
na Cintura Dobrada do Cabo (Figura 2.5.).
*As bacias de antepaís câmbricas-carbónicas (570 – 290 Ma) abrangem as Bacias de Taoudeni,
Bove e Volta (Figura 2.6.).
*A cintura dobrada das Mauritanides e do Cabo apresenta deformação Hercínica (~290 Ma).
Localização da unidade em Código da unidade Nome da unidade
África

Bacias de subsidência Permo- (Karoo: 290 – 180 Ma)


triássicas
A = Bacia do Congo

B = Bacia do Kalahari

C = Bacia do Karoo

D = Rifte do Médio-Baixo Zambeze

E = Rifte de Luangwa

F = Rifte de Tuli-Sabi-Soutpansberg

G = Rifte/Vulcanismo dos Libombos

H = Rifte do Leste Africano

I = Bacia malgaxe

Bacias de antepaís do Câmbrico- (570 - 290 Ma)


Carbónico
AT = Taoudeni

BB = Bove

BV = Bacia do Volta

Bacias câmbricas-carbónicas da margem norte e sul africana do Gondwana (570 - 290 Ma)
1 = Bacia de Tindouf

2 = Bacia de Reggane

3 = Bacia de Bechar

4 = Bacia de Ahnet

5 = Bacia de Oed Mya

6 = Bacia de Illizi

7 = Bacia de Ghadames

8 = Bacia de Hamra

9 = Bacia de Murzuq

10 = Bacia de Kufrah

11 = Deserto Ocidental

12 = Sequência do Cabo

Figure 2.6.: Bacias de antepaís Câmbricas-Carbónicas/Desenvolvimento do Karoo Inferior


(adaptado de Dirks, 2003; GTK, 2006)

2.2.3. Desenvolvimento das rochas sedimentares e vulcânicas do Carbónico Superior-


Jurássico Inferior do Karoo e do início do Rifte do Leste Africano (Rifte do Karoo) (290 a
180 Ma)

O termo "Karoo" foi primeiramente utilizado para descrever uma sequência deposicional da
Grande Bacia do Karoo na África do Sul, onde esta engloba estratos das idades Carbónica
Superior e Jurássica Inferior (SACS, 1980).

*A sedimentação continental da idade Carbónica Superior à Jurássica Inferior (290 - 180 Ma)
bem como os trapps e a extrusão de riólito subordinados (também intrusões locais) comprovam a
separação fracassada do Supercontinente Gondwana.
*Durante o mesmo período, ocorreram amplas sequências deposicionais, com tendências
sequenciais semelhantes, na África Austral e de Leste (Figuras. 2.6. e 2.7.).

Ocorreram importantes eventos tectónicos e climáticos, posteriores à Orogenia Pan-africana,


durante o período em que a Pangeia atingiu o seu tamanho máximo. Durante este período,
enquanto continuava a ocorrer acreção em alguns locais, verificou-se o início da propagação de
estruturas significativas de riftes, que acabou por culminar na separação do Gondwana (Beevers
& Powel, 1994; Wopfner & Casshyap, 1997; Wopfner, 1999, 2002; GTK, 2006)
É possível distinguir quatro tipos de bacias e áreas do Karoo:

*Grandes bacias de subsidência


*Bacias de margem passiva
*Riftes/grabens intracratónicos
*Áreas de cratão reactivadas, bordos e falhas do soco Pré-câmbrico.

**As bacias de subsidência incluem a Grande Bacia do Karoo, a Bacia do Kalahari/Zambeze, a


Bacia de Angola/Barotse e a Bacia do Congo. Estes amplos arqueamentos descendentes tiveram
início há aproximadamente ~ 290-280 Ma, sendo posteriores à Orogenia do Gondwana do
Paleozóico Superior (p. ex., a Cintura Dobrada do Cabo).
**À medida que a deposição continuou, a formação de rifte a partir desses arqueamentos
descendentes levou à produção de estruturas do tipo Graben, nas quais ocorreu a deposição de
uma camada consideravelmente espessa de sedimentos do Karoo.
**As bacias de rifte intracratónicas parecem ser controladas por zonas de fragilidade crustal
que rejuvenesceram desde o Triássico Médio e Superior e aceleraram durante a separação
continental, embora tenham sofrido uma tentativa fracassada há aproximadamente ~ 190-180
Ma, seguida da dispersão continental que teve início há ~ 140 Ma (GTK, 2006).
** As áreas de cratão reactivadas e os bordos e falhas do soco Pré-câmbrico estão
posicionados ao longo da fronteira oriental do Kaapvaal (cadeia montanhosa dos Libombos) e da
área limítrofe sudeste do Cratão do Zimbabué. O vulcanismo do Karoo ocorre ao longo do bordo
do soco no norte de Moçambique (Angoche), havendo pequenas bacias no norte de Moçambique
ao longo das falhas.

O historial tectónico do Graben de Metangula em Moçambique poderá servir de exemplo das


estruturas dos riftes (Verniers et al., 1989; GTK 2006):
*Os sedimentos inferiores e médios do Karoo (Idade de Ecca) foram depositados num sistema
límnico-fluvial com uma forma diferente de bacia, como é demonstrado pelas alterações laterais
da fácies, abruptamente cortadas pelas estruturas de riftes correntes. No rifte de Metangula, de
orientação NE-SO, o aparecimento de falhas ocorreu na base do Karoo superior (equivalente ao
Grupo Beaufort médio), sendo a margem da falha orientada a NO a mais activa, seguida pela
rápida subsidência e o preenchimento da bacia. Existem registos de rejuvenescimento das falhas
do rifte durante o período superior do Grupo Beaufort ou mesmo do Grupo Stormberg (GTK
2006).
Na Bacia do Médio Zambeze, aos espessos depósitos lacustres de idade Pérmica, que reflectem
um cenário tectónico discreto de uma bacia de subsidência, sobrepõem-se, em discordância,
depósitos triássicos aluviais e fluviais muito mais densos (Engelbronner, 1996), que
supostamente reflectem as falhas do rifte (GTK 2006).
Na Bacia de Mana Pools, é possível observar-se uma alteração semelhante no ambiente
deposicional (GTK 2006).

2.2.3.1. Depósitos de rochas do Karoo (incluindo Moçambique)

O desenvolvimento do Karoo tem início durante o Carbónico Superior com os tilitos,


continuando com a sedimentação continental, parcialmente na parte inferior (Grupo Ecca),
incluindo depósitos de carvão, e termina com as rochas vulcânicas (basaltos e riólitos) do Grupo
Stormberg.

A Tabela 2.2 apresenta a litoestratigrafia da Grande Bacia do Karoo da África do Sul e das
sequências do Karoo de Moçambique.

Idade Ma/Período Grupo/unidade Grande Bacia do Karoo Sequências em


estratigráfica Moçambique
200 – 180 Basaltos do Extensos trapps datados de há ~ 180 Ma
Jurássico Inferior Drakensberg (Aldiss et al. 1984; Allsop et al. 1984; Fitch e
Miller, 1984; Hooper et al. 1993).

Lavas ácidas subordinadas


Diques
doleríticos
215 – 200 Grupo A parte inferior é composta por argilitos Basalto, riólito,
Triássico Superior – Stormberg cinzentos e arenitos com camadas de carvão tufo, (arenito)
Jurássico Inferior localizadas. Nos locais em que não foi
eliminada pela erosão, esta sucessão sedimentar
encontra-se amplamente coberta por arenitos
eólicos.

Espessura ~ 2000 m.
270 – 215 Grupo Principalmente argilitos de cores mais claras Ardósias,
Pérmico Superior – Beaufort (incluindo as variedades esverdeada, arenitos,
Triássico Médio avermelhada e roxa), arenitos e conglomerados calcários,
ocasionais, essencialmente representativos de argilito-siltito,
depósitos resultantes de inundações fluviais que conglomerados
se foram acumulando de modo sub-aéreo sob
condições de oxidação (semi-áridas e áridas).
Caracterizado mais por fósseis de vertebrados
do que por restos de plantas. Espessura até ~
5000 m.

280 – 270 Grupo Ecca Xistos de cor escura intercalados com siltitos e Arenitos,
Pérmico Inferior – arenitos (com textura granular grosseira e com ardósias,
Pérmico Superior alguns clastos) e camadas de carvão ocasionais, carvões, pelitos,
depositados debaixo de água sob condições de argilitos,
redução e normalmente húmidas em ambientes clastito,
marinhos, lacustres, deltaicos e fluviais. Até conglomerados
3000 m de espessura.

290 – 280 Grupo Dwyka Uma sequência de até 800 m de espessura Tilito?
Carbónico Superior – apresentando uma origem glaciar ou associada
Pérmico Inferior a glaciar (diamictitos, conglomerados, arenito
fluvio-glaciar com clastos, ritmiticos e argilito
com "dropstones").

Tabela 2.2. Litoestratigrafia da Grande Bacia do Karoo da África do Sul e das sequências do
Karoo de Moçambique (adaptado de Johnson et al. 1996; Lächelt 2004; GTK 2006).

Ao comparar sucessões sedimentares do Karoo, observam-se processos e sequências de eventos


subjacentes semelhantes nos preenchimentos individuais das bacias.
*Cada sequência litológica normalmente inicia-se com tipos de rochas (fluvio-) glaciogénicas
(tilitos).
*Esta sequência é seguida por um intervalo em que se verifica a ausência de cores vermelhas e a
presença comum de camadas de carvão.
*Os estratos mais elevados apresentam argilitos avermelhados e esverdeados, manifestando
assim uma alteração nas condições oxidantes sub-aéreas.
*De seguida, os arenitos eólicos cobrem frequentemente a sucessão mais antiga e apresentam
uma crescente aridez.
*A sucessão é completada por lavas basálticas (e riólitos).

Apesar de ser possível observar as tendências gerais mencionadas acima na maior parte das
sequências do Karoo na África Austral, o desenvolvimento dos riftes parece largamente
controlado por factores tectónicos locais e, consequentemente, as sequências do Karoo poderão
diferir ao longo da direcção do veio em bacias de rifte individuais e entre diferentes bacias de
rifte.
Tanto a geomorfologia do soco como os movimentos tectónicos sindeposicionais apresentam
uma óbvia deposição controlada de litologias do Karoo (GTK 2006).

Enquanto o Supergrupo Karoo na Grande Bacia do Karoo foi dividido em cinco Grupos, a
divisão em Grupo Superior e Grupo Inferior do Karoo (p. ex., Engelnronner, 1996) é utilizada
para a maior parte dos preenchimentos dos riftes.
O limite entre estes Grupos corresponde aproximadamente à fronteira do Pérmico-Triássico.
A subdivisão do Karoo inferior baseia-se em fósseis de plantas, incluindo esporos e pólen.
Recentemente, a datação de finas camadas de cinza vulcânica (bentonite-K) tem sido realizada
com algum sucesso.
A parte superior, p. ex. o Grupo Beaufort, foi subdividida em várias biozonas com base em
conjuntos de vertebrados (GTK 2006).

A Figura 2.7. representa a posição regional das bacias e estruturas do Karoo de África.
Localização da unidade em Código da unidade Nome da unidade
África
*Grandes bacias de e bacias de margem passiva
subsidência BC Bacia do Congo
BD Bacia de Duruma
BT Bacia de Tanga
BM Bacia de Mikumi
BS Bacia de Songea
BR Bacia de Ruhuhu
BC (Bacia de Selous
BM Bacia de Metangula
GM Graben de Maniamba)
BMZ Bacia do Médio Zambeze
BB Bacia de Barotse
BK Bacia do Kalahari
BSF Bacia de Springbok Flats
GBK Grande (Principal) Bacia do Karoo
Riftes/grabens intracratónicos e áreas de cratão reactivadas, bordos e falhas do soco pré-câmbrico.
BS Bacia de Selous
BM Bacia de Metangula
GM Graben de Maniamba
GZ Graben do Zambeze
GMZ + GBZ Grabens do Médio e Baixo
Zambeze
BGL Bacia/graben do Luangwa
GL Graben do Lunho
BLU Bacias do Luangua
BLC Bacia do Lucuashi
VA Vulcânicas de Angoche
LCZ Bordo SE do Cratão do Zimbabué
BE Bacia de Espungabera
BS Bacia de Save
CML Cadeia Montanhosa dos Libombos
Figura 2.7.: Localização regional das bacias e estruturas do Karoo em África (adaptado de
Verniers et al.1989); Lächelt, 2004; GTK 2006).

2.2.4. Bacias pós-Karoo a recentes (<180 Ma) e rochas sedimentares e vulcânicas recentes
do Rifte do Leste Africano (145 - 0 Ma)

O desenvolvimento do Karoo deu início à formação de grandes bacias costeiras e interiores.


Ocorreu um período de transgressões e regressões ao longo dos limites continentais.
Ao longo do leste africano, o Rifte do Leste Africano (RLA) desenvolveu-se desde o Mar Morto
na Palestina, o Mar Vermelho no norte de África até Moçambique, no sul.
A extensão continental renovada levou ao desenvolvimento do Rifte do Leste Africano
(RLA).
*É possível traçar um ramo oriental desde o sul do Lago Niassa (Lago Malawi) até ao Triângulo
de Afar (Etiópia) e mais além até ao Mar Vermelho, um oceano recente.
*O Rifte Ocidental do Rifte do Leste Africano ramifica-se no Rifte Oriental a norte do Lago
Niassa (Lago Malawi) e descreve uma estrutura em forma de arco com 1500 km até ao Lago
Alberto no norte do Uganda.

Estes ramos seguem obviamente as áreas de fragilidade crustal mais antigas nas Cinturas
Dobradas Ubendiana e Kibariana e o Orógeno do Leste Africano mais recente (Cintura de
Moçambique).
As falhas no Vale do Rifte tiveram início durante o Cretácico e aceleraram durante o final do
período Cenozóico.
A formação do rifte teve início com a elevação regional há 120 e 75 Ma.
No leste africano, este processo causou a elevação ao longo do Rifte Ocidental e Oriental e a
subsidência na parte central, resultando na formação do Lago Nyanza, o principal antecessor do
Lago Vitória.
Estes movimentos verticais diferenciais originaram uma nova fase de erosão e deposição com a
dessecação de antigas peneplanícies e a formação de um novo sistema de drenagem.
O desenvolvimento incipiente do Rifte do Leste Africano coincide com a instalação de uma
família de carbonatitos, rochas associadas e diferentes intrusões nos bordos do rifte no leste
africano. Em Moçambique, a chamada Província Alcalina de Chirua (Chilwa) (actualmente
denominada de Suíte de Tundo), cujo nome está associado à "localidade-tipo" na Ilha de Chilwa
no Lago Chilwa no sudeste do Malawi, que faz fronteira com Moçambique como Lago Chirua, é
bastante conhecida.
A Figura 2.8. apresenta as bacias e os riftes mais recentes de África.
Localização da unidade em Código da unidade (F=Fossa, Nome da unidade
África B=Bacia, R=Rifte/Graben,
O=Oceano)
Riftes abortados do Cretácico
FB Fossa de Benué
GBR Bacia de Gao
TBR Bacia de Tenere
BBR Bacia do Bongor
DDBR Bacia de Doba-Doseo
MBR Bacia de Muglad
RNB Rifte do Nilo Branco
RNA Rifte do Nilo Azul
MLBR Bacia do Melut
ABR Bacia de Anza
SBR Bacia de Sirt
LZBR Bacia/Graben do Baixo Zambeze
Os riftes do Cretácico margens passivas do cratão africano
desenvolveram-se em NAO Margem do Atlântico Norte

(cerca de 200 Ma)


SAO Margem do Atlântico Sul (cerca de
135 e 115 Ma)
IO Margem de Transformação

Indiana (cerca de 165 Ma)


Bacias de subsidência do
Cretácico-Terciário BT Bacia de Taoudeni
BI Bacia de Iullemeden
BCH Bacia do Chade
BC Bacia do Congo
BO Bacia de Ogaden
Figura 2.8.: Bacias e riftes do Pós-Karoo em África (adaptado de Dirks & Ashwal, 2002; Paul
Dirks, 2003; Lächelt, 2004; GTK 2006).

2.2.4.1. Bacias, grabens e litologias de zonas estruturais pós-Karoo a recentes em


Moçambique

Existem duas grandes bacias sedimentares dominantes em Moçambique, a Bacia do Rovuma no


norte e a Bacia de Moçambique no sul. Existem zonas/áreas de transição, pequenas bacias
independentes, sub-bacias e fossas estruturais. Desenvolveu-se um magmatismo intrusivo
subordinado (Cretácico) e um magmatismo associado a riftes.

Os depósitos sedimentares são compostos por sedimentos continentais, fluviais e marinhos:

*Litologias sedimentares do pré-Quaternário


**Calcoarenitos, calcoarenitos glauconíticos, argilitos calcários
**Calcários, calcários arenosos, calcários siltíticos, calcários fossilíferos, calcários
bioclásticos, calcários glauconítico-fossilíferos, calcários gipsíferos, calcários oolíticos,
calcários numulíticos
**Marga
**Argilitos, chertes (de diferentes cores), argilitos carbonatados, argilitos cauliníferos,
silto-argilitos
**Arenitos continentais e marinhos (com textura granular fina a grossa, com estratificação
cruzada), arenitos feldspáticos, arenitos micáceos, arenitos glauconíticos, arenitos margoso-
argiloso-glauconíticos, arenitos conglomeráticos, arenitos arcósicos, arenitos argilosos
**Arenitos, arenitos carbonatados
**Siltitos, siltitos arenosos, siltitos micáceos, siltitos calcários
**Argilitos, argilitos micáceos, argilitos carbonosos, argilas
**Conglomerados
*Magmatismo associado a riftes
**Carbonatitos
**Tufitos
**Aglomerados
**Granitos alcalinos
**Sienitos
**Diques diabásicos
**Diques porfiríticos
*Depósitos quaternários
**Depósitos eólicos: areias, areias de duna
**Areias de praia, arenitos costeiros (rochas da praia)
**Depósitos aluviais: areias, silte, cascalheiras
**Depósitos eluviais: lama, depósitos arenosos de planícies de inundação, areias argilosas
**Calcários lacustres
**Depósitos fluviais: areias, cascalheiras, lama fluvio-marinha
**Depósitos coluviais: areias residuais, areias argilosas
**Depósitos de recifes marinhos: recifes de conchas (mexilhão), recifes de corais

As características detalhadas destas unidades rochosas são descritas no Capítulo 4.


3.0. Correlação litoestratigráfica de Moçambique e dos países vizinhos do sudeste e sul de
África
As unidades geológicas de Moçambique fazem parte do desenvolvimento geológico de toda a
região da África Oriental e Austral. Em 1998, foi compilado um primeiro diagrama de correlação
deste território (países da SADC) pelo Grupo de Trabalho de Estratigrafia do Sub-comité de
Geologia da Unidade de Coordenação do Sector Mineiro da SADC (F.J.Hartzer at al., 1998).
A Tabela Estratigráfica dos países da SADC (F.J.Hartzer at al., 1998) é apresentada na figura
3.1.
Após esta primeira correlação estratigráfica em Moçambique, foram levadas a cabo várias
actividades geológicas e uma revisão cartográfica da geologia em escalas de 1:250 000 e
parcialmente em escalas de 1:50 000.
Com base nestes novos dados, a tabela estratigráfica de Moçambique foi parcialmente alterada e,
por isso, foram compilados diagramas estratigráficos actualizados.
Foram compiladas as seguintes tabelas estratigráficas moçambicanas e regionais:

*Correlação estratigráfica do Arcaico-Paleoproterozóico moçambicano


*Correlação estratigráfica do Arcaico de Zimbabué-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Paleoproterozóico de Zimbabué-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Paleoproterozóico de Malawi-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Paleoproterozóico de Tanzânia-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Mesoproterozóico moçambicano
*Correlação estratigráfica do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano) de
Moçambique
*Correlação estratigráfica do Mesoproterozóico de África do Sul-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Mesoproterozóico de Zimbabué – Moçambique
*Correlação estratigráfica do Mesoproterozóico de Zâmbia – Malawi - Moçambique
*Correlação estratigráfica do Mesoproterozóico de Malawi – Tanzânia – Moçambique
*Correlação estratigráfica do Neoproterozóico – Paleozóico Inferior (Pan-Africano) de
África do Sul – Moçambique
*Correlação estratigráfica do Neoproterozóico – Paleozóico Inferior (Pan-Africano) de
Zimbabué – Moçambique
*Correlação estratigráfica do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano) de
Zâmbia-Malawi-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano) de
Malawi-Tanzânia-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Karoo moçambicano (Carbónico Superior-Cretácico
Inferior)
*Correlação estratigráfica do Karoo (Carbónico Superior-Cretácico Inferior) de África do
Sul-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Karoo (Carbónico Superior-Cretácico Inferior) de
Zimbabué-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Karoo (Carbónico Superior-Cretácico Inferior) de Zâmbia-
Malawi-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Karoo (Carbónico Superior-Cretácico Inferior) de Tanzânia-
Moçambique
*Desenvolvimento da Bacia Fanerozóica (Paleozóico Superior-Mesozóico-Cenozóico-
Recente) e das Estruturas de Riftes em Moçambique
*Correlação estratigráfica do Fanerozóico (Paleozóico Superior- Mesozóico-Cenozóico-
Recente) de África do Sul-Moçambique
*Correlação estratigráfica do Fanerozóico (Paleozóico Superior-Mesozóico-Cenozóico-
Recente) de Tanzânia-Moçambique

3.1. Unidades litoestratigráficas do Arcaico-Paleoproterozóico


As unidades litoestratigráficas do Arcaico-Paleoproterozóico que afloram em Moçambique são
apresentadas na figura 3.2.

As litologias do Arcaico ocorrem em Moçambique apenas numa região muito limitada, na


província geológica de Manica-Báruè, especificamente na estrutura de Manica.
As rochas do Mesoarcaico podem ser encontradas apenas numa unidade litológica (granitóides
mais antigos, granodioritos e tonalitos /A2gt).
As rochas do Neoarcaico ocorrem como unidades de paragnaisses, metassedimentos, quartzitos,
rochas verdes, etc. Estas rochas supracrustais, de origem sedimentar e vulcânica, são rodeadas
por complexos de soco de origem intrusiva (essencialmente ortognaisses, granitóides,
granodioríticos subordinados e rochas gabróicas).

Todas as rochas do Arcaico fazem parte do Cratão Arcaico do Zimbabué e a nomenclatura


estratigráfica foi comparada com, ou adaptada de, a subdivisão estratigráfica do Arcaico no
Zimbabué (ver figura 3.2.1.), como indicado na tabela 3.1.

Zimbabué Central e Zimbabué Oriental N e E do Zimbabué, região de Manica,


Great Dyke (2575 Ma) Moçambique
~ 2,6 Ga Suíte de ~ 2,64 Ga

Chilimani Supergrupo Formação de Complexo de

Shamvaian M’Beza/Vengo Mavonde

Grupo de Manica
Formação de
~ 2,65 Suíte de ~ 2,70 Ga Supergrupo

Grupo
Macequece
Ga Wedza Bulawayan Superior
~ 2,7 Ga Suíte 2,9 - 2,8 Supergrupo
Belingwean Inferior Complexo de
Chingezi Ga
Belingwean Inferior Pfungwe (ZB)- Terreno Gnaisse-Migmático ~3,0
Mudzi Ga
Bulawayan
Granito-Rocha-Verde

(ZB/MOÇ)

> 2,95 Ga Supergrupo (Suítes) Grupo de Paragnaisse


Muchinga
Sebakwean
Terreno

Complexo

Complexo de soco (>3,5 Ga) Suíte


ZB-Zimbabué,
~ 3,5 GaMOÇ-Moçambique
Tabela 3.1.: Diagrama da correlação estratigráfica arcaica do Zimbabué e Moçambique
As unidades litoestratigráficas do Paleoproterozóico ocorrem em áreas muito limitadas em
Moçambique, em duas zonas e numa área problemática:

*Zona fronteiriça a leste do Cratão do Zimbabué, na província geológica de Manica-Báruè


*Formação de Chidue (P1CH): na província geológica de Tete-Angónia
*Zona a leste do Lago Niassa, na Sub-província Geológica de Niassa- Cabo Delgado

Na zona fronteiriça a leste do Cratão do Zimbabué, o Paleoproterozóico aflora em três


unidades (Grupos Rushinga – P1R e Gairezi - P1Zas).
O Grupo de Gairezi acompanha a fronteira com o Zimbabué e Moçambique. No Zimbabué, estas
rochas ocorrem ao longo do Rio Gairezi e nas Montanhas Chimanimani; em Moçambique, estas
rochas afloram entre o Monte Senga e o Rio Save.
A figure 3.2.2. mostra que, com os novos dados da revisão da cartografia geológica em
Moçambique, as unidades rochosas do Paleoproterozóico (dos Grupos supramencionados) são
um pouco mais recentes, conforme indicado no gráfico estratigráfico do Zimbabué. Apenas o
gnaisse granatífero e o migmatito (P1ppg) correspondem à posição estratigráfica do Zimbabué.
A Formação de Chíduè (P1CH), na província geológica de Tete-Angónia, localiza-se ao
longo da margem norte da Suíte de Tete (P2T).
A Formação de Chíduè é composta por metassedimentos de alto grau.
A posição do Paleoproterozóico é problemática. No Malawi, não são conhecidas litologias
equivalentes (Figura 3.2.3.).
Na área a leste do Lago Niassa, na Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado, o
Complexo da Ponta Messuli (P1P) aflora em duas subunidades ao longo da costa do Lago Niassa.
As litologias incluem gnaisses migmatíticos supracrustais, gnaisses ocelados e quartzo-
micaxisto.
A unidade corresponde à extensão sul do Domínio Tectónico Ubendiano da Tanzânia (Figura
3.2.4.).
3.2. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas moçambicanas do
Mesoproterozóico-Neoproterozóico- Paleozóico Inferior (Pan-Africano)

As unidades litoestratigráficas do Mesoproterozóico-Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-


Africano) que afloram em Moçambique são indicadas na figura 3.3.

Cerca de 90% das unidades de soco moçambicanas pertencem a idades do Mesoproterozóico-


Neoproterozóico-Paleozóico Inferior (Pan-Africano). Trata-se do período principal, durante o
qual se formaram as unidades de soco. A partir de uma perspectiva tectónica, este período de
desenvolvimento corresponde à formação e desenvolvimento da Cintura de Moçambique (CM).
No que se refere à correlação estratigráfica, especialmente nos países exteriores à Cintura de
Moçambique (CM), algumas unidades estão a ultrapassar os limites do CM e outras unidades
apenas se localizam na Cintura (Figuras 3.3.1. – 3.3.7.).

3.2.1. Correlação mesoproterozóica da província geológica de Manica-Báruè

As unidades mesoproterozóicas da província geológica de Manica-Báruè correspondem a dois


tipos de grupos de unidades:

*Litologias da cobertura cratónica do Cratão de Zimbabué na região de Manica


*Sequências da Cintura de Moçambique nas áreas a leste da província geológica de Manica-
Báruè.

Os dados geofísicos confirmam que as rochas cratónicas podem expandir-se bastante para leste
(ver Capítulo 4) e não há um limite geologicamente tectónico entre estes dois tipos litográficos.
No entanto, as unidades do Complexo de Báruè (P2B) são, segundo G.H. Grantham et al. (2011),
definidas como rochas da Cintura de Moçambique.

As principais unidades litoestratigráficas da província geológica de Manica-Báruè são:

*O Complexo de Báruè (P2B)


**As Rochas intrusivas do Complexo de Báruè
*O Grupo de Umkondo (P2U)
*A Suíte da Mashonalândia (P2ML)

O Complexo de Báruè é composto por uma variedade de gnaisses, de grau médio a alto,
migmatitos, granitóides com intercalações subordinadas de rochas máficas, quartzitos, mármores
e rochas calco-silicatadas (G.H. Grantham et al., 2011).
Os metassedimentos do Complexo de Báruè são intruídos (Rochas intrusivas do Complexo de
Báruè) por rochas máficas e félsicas deformadas localizadas, tais como horneblenditos, gabros,
dioritos, bem como ortognaisses graníticos e tonalíticos. As soleiras de horneblenditos
concordantes também são intruídas.

As sequências do Complexo de Báruè não estão correlacionadas com as rochas no Zimbabué e


África do Sul (Figuras 3.3.1. e 3.3.2.), um facto que sublimou a posição da Cintura de
Moçambique relativamente a estas rochas.

O Grupo de Umkondo (P2U) é caracterizado por uma sequência vulcano sedimentar. A


sequência é constituída por argilitos, ortoarenitos, quartzitos, calcários, aglomerados e lavas
andesíticas. As sequências do Grupo de Umkondo correlacionam-se bem com os depósitos no
Zimbabué (Figura 3.3.1.) e África do Sul (especialmente da Cintura Móvel do Limpopo) (Figura
3.3.2.).

A Suíte da Mashonalândia é caracterizada por vários diques doleríticos e soleiras sub-


horizontais. No Zimbabué, estes doleritos intruem o Grupo de Umkondo e são designados como
doleritos de Umkondo ou lavas de Umkondo. Devido à sua intrusão nas sequências do Grupo de
Umkondo em Moçambique, estas rochas foram designadas por Hunting (1984) como doleritos
pós-Umkondo (ver Anexo 1).
No Zimbabué e Moçambique, estas rochas são intruídas no Grupo de Umkondo (Figura 3.3.1.).
Na África do Sul, a correlação não é muito clara (Figura 3.3.2.).

As correlações estratigráficas do Mesoproterozóico de Zimbabué- Moçambique e África do Sul-


Moçambique são indicadas nas figuras 3.3.1. e 3.3.2.

3.2.2. Correlação mesoproterozóica da província geológica de Tete-Angónia

Na província geológica de Tete-Angónia ocorrem as seguintes unidades do


Mesoproterozóico:

*Supergrupo do Zâmbuè (P2ZB)


*Supergrupo de Fíngoè (P2F)
*Grupo de Mualádzi (P2D)
*Grupo de Cazula (P2C)
*Grupo de Chidzolomondo (P2CD)
*Suítes, complexos e corpos de rochas intrusivas
*Grupo de Angónia (P2AG)

A partir de uma perspectiva estrutural, podem ser distinguidas duas regiões/zonas diferentes:

*Região/zona/terreno de Zâmbuè – Fíngoè – Zóbuè que podem ser predominantemente


correlacionados com o Mesoproterozóico da Zâmbia (Figura 3.3.3.)
*Região/terreno de Angónia (Grupo de Angónia) que pode ser correlacionado com o
Mesoproterozóico do Malawi (Figura 3.3.3.). O terreno de Angónia pode ser interpretado como
uma unidade da Cintura de Moçambique (Figura 3.3.3. Malawi).

O Supergrupo de Zâmbuè é constituído por quartzitos arcósicos, meta-arcoses, gnaisses


quartzo-feldspáticos, ortoquartzitos, gnaisses calco-silicatados, escarnitos, metachertes,
mármores, gnaisses biotíticos-granatíferos (-silimaníticos), ortognaisses e paragnaisses
granatíferos, metavulcânicos e anfibolitos.
O Supergrupo de Fíngoè é constituído por rochas metassedimentares (entre elas, xistos) e
rochas metavulcânicas (entre elas, rochas com epídotos).
O Grupo de Mualádzi é constituído principalmente por metassedimentos: quartzitos
feldspáticos, xistos biotíticos e cloríticos. O Grupo de Mualádzi correlaciona-se com os Grupos
de Mchinje e Mafinge, no Malawi (Figura 3.3.3.).
O Grupo de Cazula é constituído por meta-arenitos, gnaisses quartzo-feldspáticos, quartzitos,
gnaisses calco-silicatados e anfibolitos. Este Grupo aflora em muitos locais isolados e, por isso,
não é possível uma correlação com rochas no Malawi ou Zâmbia.
O Grupo de Chidzolomondo inclui principalmente rochas granulíticas. As zonas com
orientação a NO-SE deste grupo estendem-se à Zâmbia e Malawii.
As suítes magmáticas, complexos de rochas e corpos de rochas intrusivas de idades P₂ são
compostos por granitos, granitóides, monzonitos, gabros e anortositos, granodioritos, dioritos,
tonalitos, gabronoritos e ortognaisses. Estas intrusões também afloram na Zâmbia e no Malawi
(Figura 3.3.3.).

O Grupo de Angónia inclui gnaisses quartzo-feldspáticos, gnaisses tonalítico-quartzo-


feldspáticos, gnaisses anfibolíticos, gnaisses granatíferos-hornebléndicos-plagioclásicos e
anfibolitos. As unidades rochosas têm direcção NO-SE e continuam até ao Malawi (Figura
3.3.3.).

3.2.3. Correlação mesoproterozóica das sub-províncias geológicas de Niassa-Cabo Delgado


e Zambézia-Nampula

Nas sub-províncias geológicas de Niassa-Cabo Delgado e Zambézia- Nampula podem ser


distinguidos dois terrenos de unidades do Mesoproterozóico (G.H.Grantham et al, 2011):

*Terreno de Namuno
*Terreno de Nampula

O Terreno de Namuno localiza-se na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado (a norte


do Rio Lúrio). O terreno inclui quatro complexos:

*Complexo de Unango (P2UN)


*Complexo de Marrupa (P2MR)
*Complexo de Nairoto (P2NR)
*Complexo de Meluco (P2MC)

O Terreno de Namuno é constituído essencialmente ortognaisses ácidos a intermédios,


ortognaisses félsicos, ortognaisses de alto grau (graníticos a granodioríticos), ortognaisses,
granulitos, gnaisses quartzo-feldspáticos e paragnaisses (ricos em quartzo), meta-arenitos,
gnaisses biotíticos, paragnaisses de alto grau, leucognaisses migmatíticos, migmatitos,
ortognaisses graníticos a granodioríticos, ortognaisses máficos, gnaisses tonalíticos, rochas
intrusivas (gnaisses quartzo-feldspáticos-hornebléndicos migmatíticos, gnaisses anfibolíticos,
gnaisses dioríticos, gnaisses granodioríticos, gnaisses graníticos, granitos miloníticos, sienitos
alcalinos, gnaisses granatíferos-biotíticos-quartzo-feldspáticos, leucognaisses migmatíticos,
leucognaisses granatíferos-biotíticos, gnaisses trondhjemíticos).

A norte, o Terreno Namuno é delimitado pelo Rio Rovuma, que serve de fronteira entre
Moçambique e a Tanzânia. A correlação estratigráfica do Mesoproterozóico da Tanzânia-
Moçambique é indicada na figura 3.3.4.
Moçambique e a Tanzânia fazem parte da Cintura de Moçambique e o diagrama estratigráfico
indica uma boa correlação entre as unidades litoestratigráficas destes dois países.
O Terreno de Nampula localiza-se principalmente na sub-província geológica de Nampula -
Zambézia (predominantemente a sul do Rio Lúrio). O Terreno inclui os seguintes complexos e
unidades de rochas:

*Complexo de Nampula (P2NM)


**Gnaisse de Mamala (P2NMlcl)
**Gnaisse de Rapala (P2NMmd)
**Suíte de Culicui (P2NMyg, a, al, fgr)
O Terreno de Nampula é constituído essencialmente por gnaisses bandados heterogéneos
(gnaisses anfibolíticos, quartzo-feldspáticos-biotíticos, migmatíticos bandados), gnaisses
quartzo-feldspáticos, rochas quartzo-silimaníticas, granodioritos homogéneos, tonalitos, gnaisses
tonalíticos, ortognaisses mesocráticos a leucocráticos, ortognaisses graníticos e granitóides,
gnaisses graníticos, migmatitos, lavas meta-riolíticas e rochas piroclásticas

A estratigrafia do Terreno de Nampula diverge do Terreno de Namuno. A Zona de Carreamento


do Lúrio é uma zona estrutural tectónica importante, um limite positivo/negativo entre estes dois
terrenos. A correlação estratigráfica com estes dois terrenos ainda não está claramente definida,
sendo apenas parcialmente possível na porção sul do Terreno de Namuno.

As unidades do Terreno de Nampula estendem-se, especialmente a sudoeste da Zambézia, até ao


Malawi (ver figura 3.3.4.). No Malawi central (abaixo do rifte), as unidades do Terreno de
Nampula transformam-se em rochas de outra província tectónica (ver província geológica de
Tete-Angónia, em Moçambique).
3.2.4. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) da província geológica
de Manica-Báruè

Na Província geológica de Manica-Báruè, as unidades de rochas do Neoproterozóico-Paleozóico


Inferior são limitadas ao extremo noroeste da província, ao longo da zona fronteiriça de
Moçambique-Zimbabué e à região sul da Depressão do Zambeze (Médio-Inferior).

Nesta província geológica, ocorrem as seguintes unidades do Neoproterozóico-Paleozóico


Inferior:

*Intrusões de metadolerito (P₂-3db)


*Suíte de Guro (P3RO)
*Complexo de Mavuradonha (P3MV)
*Complexo de Masoso (P3MO)
*Intrusões de granito e pegmatito do Monte Cávarie (P3CV)

Intrusões de metadolerito da idade do Mesoproterozóico continuam até ao período do


Neoproterozóico. Estas intrusões localizam-se em diferentes áreas da província geológica.
A Suíte de Guro aflora mais ou menos ao longo da fronteira de Moçambique-Zimbabué, numa
região entre Catandica e Chioco e numa região que faz fronteira com a Depressão do Zambeze,
entre Mungari e Tete. A Suíte é constituída por gnaisse-migmatito granito-aplítico, metagabros,
gnaisse-migmatitos máficos.
O Complexo de Mavuradonha é constituído por gnaisses máficos a félsicos. O Complexo
aflora essencialmente no Zimbabué.
O Complexo de Masoso é constituído por leucomigmatitos graníticos e monzoníticos, ricos em
microclina, gnaisses máficos com inclusões metaplutónicas e inclusões/riscas de pegmatitos
(G.H.Grantham at al., 2011).
Todas estas unidades de rochas (Suíte de Guro, Complexo de Mavuradonha, Complexo de
Masoso) ocorrem em Moçambique e no Zimbabué (Figura 3.3.6.). Não é possível precisar as
correlações com a África do Sul (Figura 3.3.5.).
As intrusões de granito e pegmatito do Monte Cávarie afloram em três pequenos corpos a
oeste de Tete. As intrusões pan-africanas deste tipo podem ser observadas em toda a África
Austral (Figuras 3.3.5. e 3.3.6.).

3.2.5. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) da província geológica


de Tete-Angónia

Na província geológica de Tete- Angónia, apenas ocorrem intrusões do Neoproterozóico


Superior ao Pan-Africano. Não foram cartografadas unidades do Neoproterozóico. As intrusões
pan-africanas são conhecidas em todas as regiões da África Austral e Oriental (Figuras 3.3.5.,
3.3.6, 3.3.7. e 3.3.8.).
Na província geológica de Tete-Angónia, podem ser mencionadas as seguintes intrusões
principais:

*Intrusões básicas/ultrabásicas:
**Suíte de Matunda (P3M)
**Suíte de Atchiza (P3Ag, Ap, Ad, Umd, Ugd)
**Suíte de Ualádze (P3U)
**Suíte de Ulóngoè (P3UL)
*Intrusões de granito:
**Granito do Monte Tarai (P3TR)
**Granito do Monte Inchinga (P3Ig)
**Suíte de Sinda (CaSg)
**Granito de Macanga (OrM)

As características detalhadas destas intrusões encontram-se no Capítulo 4.

3.2.6. Correlação neoproterozóica-paleozóica inferior (pan-africana) das sub-províncias


geológicas de Niassa-Cabo Delgado e Zambézia-Nampula

Estas sub-províncias fazem parte do Cintura de Moçambique, reactivado durante o


desenvolvimento do Neoproterozóico-Pan-Africano. As rochas de origem vulcano-sedimentar,
assim como as intrusões do Proterozóico Superior-Pan-Africano estão bem desenvolvidas no
vizinho Malawie, em especial, na Tanzânia (Figura 3.3.8.).
A reactivação tectónica do Neoproterozóico-Pan-Africano é expressa pela formação de klippen
(especialmente na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado) e de carreamentos (Zona de
Carreamento do Lúrio).
As principais unidades de origem vulcano-sedimentar em Moçambique são:

*Complexo de Montepuez (P3MP)


*Grupo de Mécuburi (P3CB)
*Grupo de Alto Benfica (P3AB)
*Grupo de Txitonga (P3TX)
*Grupo de Geci (P3GC)

Os Klippen e cinturas de carreamento incluem:


*Complexo de Mugeba (P3MB)
*Complexo de Monapo (P3MN)
*Complexo de Xixano (P3X)
*Complexo de Lalamo (P3LM)
*Complexo de M'Sawize (P3SW)
*Complexo de Ocua (P3OC) (Zona de Carreamento do Lúrio)

Intrusões do Neoproterozóico Superior-Pan-Africano: Estas consistem predominantemente em


intrusões ácidas.
Exemplos destas intrusões são:

*Suíte de Maco (P3CM)


*Suíte de Niassa (CaN)
*Suíte de Malema (CaML)
*Suíte de Murrupula (CaR)
*Pegmatitos

O Complexo de Montepuez e os Grupos de Mècuburi e Alto Benfica são constituídos por


rochas metamórficas de alto grau, gnaisses biotíticos, gnaisses quartzo-feldspáticos, quartzitos,
meta-arcoses, meta-arenitos, metaconglomerados, gnaisses quartzíticos, gnaisses tonalíticos,
gnaisses graníticos e granítico-granodioríticos, mármores.
Estas unidades ocorrem em litologias de rochas análogas no Malawi e, em especial, na Tanzânia
(Figura 3.3.8.).
Os Grupos de Geci e Txitonga são depósitos de cobertura.
O Grupo de Geci aflora em pequenas unidades separadas. Não é possível estabelecer a
correlação com a Tanzânia. Parece não existir equivalentes (Figura 3.3.8.).
O Grupo de Txitonga estende-se desde a fronteira da Tanzânia, a norte, até ao sul de Cóbuè. A
tabela de correlação (Figura 3.3.8.) não caracteriza qualquer tipo de extensão desta unidade a
norte do Rio Rovuma, mas, não obstante a relevância do Rio Rovuma como limite estratigráfico,
poderá existir uma extensão desta unidade até à Tanzânia.
Estas duas unidades são constituídas por rochas metamórficas de baixo grau (fácies de xisto
verde) mas, na área de Cóbuè, também foram cartografadas rochas metamorfoseadas em fácies
anfibolíticas. As unidades são constituídas por conglomerados, meta-arenitos, metagrauvaques,
arenitos meta-arcósicos e meta-areníticos, quartzo-micaxistos, micaxistos, calcários, xistos
cloríticos, rochas verdes, xistos verdes, metagabros, granitos metavulcânicos e, raramente, com
textura granular fina.

Os Complexos de Klippen e o Complexo de Ocua (Zona de Carreamento do Lúrio) são


unidades com carreamento parcial ao longo de algumas centenas de quilómetros. Em resultado
deste fenómeno, não é possível estabelecer uma correlação directa com as unidades na Tanzânia,
mas há unidades que também foram deslocadas ao longo de grandes distâncias, durante o
período Neoproterozóico.

Intrusões do Neoproterozóico-Pan-Africano, especialmente de composição ácida, intermédia e


alcalina são intruídas em toda a Cintura de Moçambique (ver figura 3.3.8.).

3.3. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas do Karoo moçambicano


(Carbónico Superior-Jurássico)

Os depósitos de Karoo ocorrem em todos os países da região da África Austral e Oriental. Há


dois tipos de posicionamento tectónico das bacias e zonas do Karoo.

*Bacias do Karoo na posição intracratónica (GBK)


*Bacias e zonas do Karoo na posição da zona fronteiriça intercratónica, do cratão e do soco.

A Grande (Principal) Bacia do Karoo (GBK) é a mais importante bacia do Karoo. A Bacia
encontra-se sobreposta ao Cratão de Kaapvaal.
As Bacias do Karoo em Moçambique, Zimbabué, Zâmbia, Malawi e Tanzânia estão
posicionadas em estruturas de graben e depressões tectónicas reactivadas.
Ao longo dos bordos do cratão e soco reactivados, existem intrusões controladas por falhas
(basalto e riólitos) e pequenas bacias sedimentares.

As unidades do Karoo de Moçambique são indicadas na Figura 3.5.

O perfil litoestratigráfico mais completo é desenvolvido na Grande (Principal) Bacia do Karoo


da África do Sul. A subdivisão estratigráfica da Grande Bacia do Karoo é a base de todas as
bacias do Karoo na África Oriental (Figuras 3.5.1. e 3.5.1.).
Há duas diferenças: O Grupo basal de Dwyka (tilitos) desenvolve-se predominantemente na
África do Sul, podendo observar-se pequenas ocorrências em Moçambique, e desaparece
totalmente à medida que nos afastamos do antigo escudo de gelo sul-africano (Figuras 3.5.1. e
3.5.1.).
A fase final do Karoo é normalmente identificada pelo magmatismo da idade Stormberg
(intrusões básicas, ácidas, alcalinas) e o desenvolvimento do Karoo só ficou completo com o
magmatismo da inundação de Basaltos Drakensberg na Grande (Principal) Bacia do Karoo.
O perfil do Karoo caracteriza-se normalmente por sedimentos terrestres (parcialmente com
carvão) e conclui com actividades magmáticas extrusivas (raramente intrusivas).
As figuras 3.5.1. e 3.5.1. mostram a correlação estratigráfica entre as unidades do Karoo na
África Austral e Oriental.

3.4. Correlação estratigráfica das unidades litoestratigráficas da bacia moçambicana do


Fanerozóico (Paleozóico Superior – Meso-cenozóico – Recente) e da estrutura do Rifte

O desenvolvimento do Fanerozóico começou no Paleozóico Superior e com os principais


períodos de actividade, desde o Jurássico até aos períodos Recentes, e é caracterizado por dois
tipos de desenvolvimento tectónico:

*Formação de bacias nas margens do Oceano Índico com grandes quantidades de sedimentos,
que têm início no Mar Morto e no Mar Vermelho, no norte de África, até Moçambique, a sul.
*A influência do Rifte do Leste Africano (RLA), especialmente nas bacias sedimentares.

Em Moçambique, desenvolvem-se duas grandes bacias costeiras:

*Bacia de Moçambique (centro e sul de Moçambique)


*Bacia do Rovuma (nordeste de Moçambique)

As bacias são preenchidas com sedimentos marinhos e terrestres, dependendo da migração da


linha costeira, com orientação O-E, e dos processos de transgressão e regressão.
O Rifte do Leste Africano (RLA) influenciou as bacias, através da formação de grabens, horsts e
do magmatismo no bordo dos riftes (intrusões). Desde o Jurássico até aos períodos Recentes, a
espessura dos sedimentos, especialmente no caso dos grabens, é definida pela formação dos
riftes.

As unidades estratigráficas do Fanerozóico de Moçambique são indicadas na Figura 3.6.

A Bacia de Moçambique ocupa o centro e sul de Moçambique. A parte mais a sul da bacia
estende-se até Kwa-Zulo-Natal na África do Sul. A sedimentação termina na África do Sul com
os depósitos do (Cretácico-) Terciário a recentes.
Os seguintes sedimentos continuam até à África do Sul:

*Formação de Maputo (TeP)


*Formação de Salamanga (TeS)
*Dunas internas-Formação de Toquito (Qdi)
*Aluvião, areia, silte, cascalheira (Qa)
*Duna costeira, areia e areia de praia (Qd)

A Formação de Maputo é composta por arenitos, conglomerados, arenitos glauconíticos,


calcários arenosos. Esta Formação indica a transição do desenvolvimento de regressão para
transgressão, a partir de sedimentos continentais até fácies marinhas.
A Formação de Salamanga é constituída por calcários marinhos e, na maior parte das áreas a
sul, também por arenitos, margas e essencialmente calcários fossilíferos glauconíticos.
A Formação de Toquito de Duna Interna, também conhecida como Dunas interiores ou Dunas
interiores consolidadas, é constituída por dunas longitudinais, incluindo depósitos de lagos
(lacustre) em lagos de forma alongada. As dunas fazem parte de um sistema de paleodunas.
Aluvião, areia, silte, gravilha são sedimentos fluviais sub-recentes a recentes presentes nos
leitos do rio, vales ou terraços.
Dunas costeiras, areias e areias de praia, assim como rochas de praia incluem os depósitos
eólicos e costeiros, ao longo da linha costeira do Oceano Índico.

A correlação com a África do Sul é indicada na figura 3.6.1.


A tabela de correlação geral da África do Sul-Moçambique (Figura 3.6.1.) indica que existem, na
África do Sul, várias unidades sedimentares de idades análogas, mas apenas alguns depósitos
mais recentes correspondem à extensão a sul da Bacia de Moçambique.
A Bacia do Rovuma traduz-se na extensão a sul da Bacia de Solous (Lindi) e nos depósitos de
ilhas na Tanzânia. A leste, a Bacia é limitada pelo Graben de Karimba no Oceano Índico.
A figura 3.6.2. indica a estratigrafia análoga da Bacia em Moçambique e na Tanzânia. As
unidades estratigráficas da Bacia do Rovuma em Moçambique continuam até à porção da bacia
na Tanzânia, como indicado na tabela 3.2.:

Moçambique Tanzânia
Quaternário: depósitos costeiros, em dunas e Quaternário: depósitos costeiros, em dunas e
fluviais fluviais
Formação de Mikindani (TeK) Formação de Mikindani
Formação de Chinda (TeCH) Grupo de Songo: Formação de Mnazi
Formação de Quissanga-Alto Jingone (TeQj) Grupo de Songo Songo: Formação de Mafia
Formação de Mifume (CrMf) Grupo de Mavuji: Formação de Ruaruke
Formação de Macomia (CrMo) Grupo de Mavuji: Kipatimu, Kihuluhulu,
Maconde (camada de Maconde), Kingongo,
Formações de Kiturika
Formação de Nalwehe
Tabela 3.2.: Unidades estratigráficas na Bacia do Rovuma em Moçambique e na Tanzânia

A Bacia do Rovuma é caracterizada pelas seguintes litologias:


A Formação de Macomia corresponde às Camadas de Maconde, na Tanzânia. A Formação é
composta por arenitos quartzo-feldspáticos com textura granular grosseira a fina e por camadas
conglomeráticas subordinadas. Na Tanzânia, a equivalente a esta formação é intercalada por
camadas de calcário marinho.
A Formação de Mifume (CrMf) é constituída por arenitos carbonatados, marga e margas
parcialmente de gesso.
A Formação de Quissanga-Alto Jingone (TeQj) inclui uma sucessão sedimentar de arenitos
cauliníticos e de calcários micríticos.
A Formação de Chinda (TeCH) é constituída por arenitos caulinizados, argilitos cauliníferos,
arenitos e siltitos.
A Formação de Mikindani (TeK) ocorre principalmente na Tanzânia. Em Moçambique, a
litologia é caracterizada por arenitos castanho-avermelhados com conglomerados.
As rochas costeiras, dunares e de praia do Quaternário afloram ao longo da zona costeira da
Bacia do Rovuma e os sedimentos fluviais ocorrem em leitos de rios e terraços das correntes
que atravessam a Bacia.
Figura 3.1.: Tabela estratigráfica dos países da SADC (Hartzer F.J. at al., 1998)
Figura 3.2.: Unidades litoestratigráficas do Arcaico-Paleoproterozóico de Moçambique.
Figura 3.2.1.: Correlação estratigráfica do Arcaico de Zimbabué -Moçambique
Figura 3.2.2.: Correlação paleoproterozóica entre o Zimbabué e Moçambique

Figura 3.2.3.: Correlação paleoproterozóica entre o Malawi e Moçambique


Figura 3.2.4.: Correlação paleoproterozóica entre a Tanzânia e Moçambique
Figura 3.3.: Posição das unidades litoestratigráficas do Mesoproterozóico-Neoproterozóico-
Paleozóico Inferior (Pan-Africano) de Moçambique
Figura 3.3.1.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre o Zimbabué e Moçambique
Figura 3.3.2.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre África do Sul e Moçambique
Figura 3.3.3.: Correlação estratigráfica mesoproterozóica entre a Zâmbia, o Malawi e
Moçambique
Figura 3.3.4. Correlação estratigráfica do Mesoproterozóico de Tanzânia-Moçambique
Figura 3.3.5.: Correlação do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior de África do Sul-Moçambique
Figura 3.3.6.: Correlação do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior de Zimbabué-Moçambique
Figura 3.3.7.: Correlação do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior de Zâmbia-Malawi-
Moçambique
Figura 3.3.8.: Correlação do Neoproterozóico-Paleozóico Inferior de Malawi-Tanzânia-
Moçambique
Figura 3.4.: Unidades litoestratigráficas do Karoo (Carbónico Superior-Jurássico Superior-
Cretácico Inferior) de Moçambique
Figura 3.4.1: Correlações estratigráficas do Karoo entre a África do Sul, o Zimbabué e
Moçambique
Figura
3.4.2.: Correlações estratigráficas do Karoo de Zâmbia-Malawi-Tanzânia e Moçambique
Figura 3.5.: Unidades litoestratigráficas fanerozóicas de Moçambique
Figura 3.5.1.: Unidades estratigráficas do Fanerozóico de África do Sul-Suazilândia-Lesoto-
Tanzânia e Moçambique
4.0. Desenvolvimento geológico-estrutural do território de Moçambique
No período de 2002 a 2007, realizou-se uma revisão da cartografia geológica de Moçambique, à
escala nacional, na escala 1:250 000 e em alguns territórios, à escala 1:250 000. A descrição que
se segue das unidades geológico-estruturais segue estritamente os resultados desta cartografia,
uma vez que esta se enquadra naquilo que é o estado da arte mais actual do conhecimento
internacional geocientífico e nas características geológicas modernas (ver Capítulo 1).
A subdivisão estratigráfica das unidades geológicas de Moçambique segue o esquema
apresentado nas Tabelas 4.1 e 4.1.1.:
Subdivisão Código

ÉON N

ERA Nn

Período Mm
Supergrupo Mm

Sgrp MmX

Grupo MmX Grupo MmQ Complex MmC Suíte MmSS


o C
Grp MmXQ Grp MmQ Ste
Q Cplx –
Complex
o

Formação Mm XF Formação MmFF Formação MmFF

Fm Fm Fm

Rocha (tipo, MmXFm Rocha MmFF Rocha MmFF Rocha MmC Rocha MmSSm Rocha Mmrn
nome) (tipo, m (tipo, m (tipo, Cm (tipo, (tipo,
Membro nome) nome) nome) nome) nome)
Camada Membro Membro
Horizonte Camada Camada
Fluxo Horizonte Horizonte
Fluxo Fluxo

Legenda:

Sedimentar, Sedimentar, ígnea, Diversas Unidades


vulcano- unidades intrusões rochosas que
sedimentar, unidade litológicas de cartografáveis podem ser
litoestratigráfica metamorfismo atribuídas a
vulcânica diverso outra
unidade

(intrusões
isoladas)

Tabela 4.1.: Diagrama da subdivisão litoestratigráfica das unidades geológicas em Moçambique

Formação A Formação é a unidade primária formal (básica) da


classificação litoestratigráfica. É uma unidade
cartografável com características litológicas
relativamente homogéneas que lhe permite ser
distinguida das formações adjacentes.
Uma Formação é um corpo rochoso, que devido às suas
características litológicas (características de fácies) e à
sua posição estratigráfica poderá ser cartografada (pelo
menos à escala de 1:10 000) e pode ser distinguida
também no subsolo.
A formação é a única unidade através da qual uma área
pode ser completamente subdividida do ponto de vista
estratigráfico.

As formações são as únicas unidades formais


litoestratigráficas nas quais, a coluna estratigráfica pode
ser integralmente subdividida com base na litologia,
independentemente da sua localização.
O contraste litológico entre formações, requerido para
justificar o estabelecimento destas unidades, varia de
acordo com a complexidade da geologia da região e o
detalhe necessário para a sua cartografia geológica e o
conhecimento da sua história geológica. Nenhuma
formação será considerada justificável ou útil se não
puder ser representada à escala da cartografia geológica
existente sobre a zona em causa. A espessura de uma
formação pode variar entre menos de um metro até
diversos milhares de metros.
Grupo O Grupo é um agrupamento de formações adjacentes
que partilham algumas características litológicas ou
génese.
Um Grupo inclui duas ou mais Formações.
É uma sucessão de duas ou mais formações contíguas
ou associadas, com propriedades litológicas
significativas e características em comum. As
formações não necessitam de se encontrar agregadas em
grupos, a menos que isso providencie um meio útil de
simplificar a classificação estratigráfica em certas
regiões ou certos intervalos. A espessura de uma
sucessão estratigráfica não é um critério válido para
definir uma unidade como um grupo em vez de uma
formação. A Formação componente de um grupo não
necessita de ser a mesma em todos os locais.
Supergrupo O termo "Supergrupo" pode ser utilizado para diversos
grupos associados ou para grupos e formações
associados com propriedades litológicas significativas
em comum.
Subgrupo Excepcionalmente, um grupo pode ser dividido em
Subgrupos.

Complexo Um Complexo é uma unidade litoestratigráfica


composta por diversos tipos de quaisquer classes ou
classes de rochas (sedimentares, ígneas e metamórficas)
e caracterizada por litologias misturadas de forma
irregular ou por relações estruturais de complexidade
elevada.
É uma unidade litoestratigráfica, composta por vários
tipos de rochas (sedimentos, rochas ígneas, e
metamórficas), e com relações estruturais e litológicas
de extrema complexidade, especialmente em intrusões,
rochas com alto grau de deformação e metamorfismo,
para as quais a lei de sobreposição não é aplicável.
Suíte Uma Suíte é, em ordem de grandeza, comparável a um
grupo e inclui diversas intrusões cartografáveis.
Camada/bancada ou horizontes Camada, / Bancada ou Horizontes corresponde à menor
unidade litoestratigráfica de sequências sedimentares é
utilizada especialmente para identificação fácil de
bancadas ou grupos de bancadas
Fluxo O fluxo é a menor unidade dos derrames vulcânicos,
comparável à camada em ordem de grandeza
Tabela 4.1.1.: Definição das unidades litoestratigráficas
Em todos os casos, quando o nome estratigráfico foi modificado ou é introduzido um novo nome
da unidade estratigráfica, o nome mais antigo é indicado entre parêntesis, de modo a permitir a
indexação de fontes bibliográficas mais antigas (ver também Anexo 1).
O território de Moçambique é, sob o ponto de vista geológico, subdividido em duas grandes
unidades principais (R.S. Afonso 1078):
Soco Pré-câmbrico que ocupa cerca de 534 000 km2
*Cobertura/bacias/regiões Fanerozóicas que ocupam cerca de 237 000 km2.
Para a descrição neste livro, estas duas unidades principais foram subdivididas em subunidades,
conforme representado na Figura 4.1. (corresponde à Figura 1.3)

Figura 4.1.: Subdivisão do território Moçambicano nas suas principais unidades geológicas

A descrição das unidades geológico-estruturais (Figura 4.1.) neste livro segue esta subdivisão.
A posição territorial/ocorrência das unidades litoestratigráficas/geológicas neste livro será, em
parte, definida de acordo com as folhas cartográficas à escala 1:250 000 da Carta Geológica de
Moçambique (Figura 1.1.) e, outras vezes, de acordo com as províncias administrativas de
Moçambique (Figura 1.2.).
As unidades rochosas/tipos de rochas são sempre descritas de acordo com o desenvolvimento no
tempo e no espaço, o que significa da mais antiga para a mais recente e de baixo para cima.
As principais unidades geológicas regionais são apresentadas, de acordo com a sua idade e
períodos de desenvolvimento, no Esboço da Carta Geológica de Moçambique (Figura 4.2.).

Figura 4.2.: Esboço da Carta Geológica de Moçambique


Seguindo o mesmo princípio do Esboço da Carta Geológica de Moçambique (Figura 4.2.), foi
compilada por Marques et al (2011) uma Carta Geocronológica (Figura 4.2.1.)
Figura 4.2.1.: Carta Geocronológica de Moçambique (adaptado de Marques et al, 2011)
A Tabela 4.2. evidencia as características das unidades geocronológicas (adaptado de Marques et
al., 2011):
ÉON: ERA Período Idades Principais tipos de rochas
(Ma)
Fanerozóico Cenozóico Quaternário 0- Formação do RLA, formação de bacias:
2588 sedimentos marinhos e continentais
Terciário 2588
-
66

Mesozóico Cretácico 66 - Formação do RLA, formação de bacias:


Jurássico 250 sedimentos marinhos e continentais,
Triássico vulcanismo bimodal, e intrusões o bordo
do rifte
Paleozóico Pérmico 250 - Formação de bacias do Karoo:
Carbónico 550 Sedimentos, vulcanismo bimodal

Devónico Formação de rifte, fracturação da placa


Silúrico Gondwana (movimentos de placas),
Ordovícico intrusões graníticas, diques

Câmbrico Intrusão de granitos e pegmatitos


associada a sienitos, carbonatitos e
charnoquitos
Proterozóico Neoproterozóico 550- Rochas intrusivas metamorfizadas, rochas
1500 vulcano-sedimentares (de fácies
metamórficas anfibolítica-granulítica,
Mesoproterozóico 1000- migmatitos, milonitos)
1600
Paleoproterozóico 1600 -
2500
Arcaico 2500 - Gnaisses tonalíticos, paragnaisses,
3600 sequências vulcano-sedimentares

Tabela 4.2.: Características das unidades geocronológicas


4.1. Desenvolvimento durante o Arcaico
Em Moçambique as rochas do Arcaico ocorrem apenas no soco cristalino integradas no Cratão
do Zimbabué. Estas rochas afloram numa faixa/zona/área estreita ao longo da fronteira com o
Zimbabué, na continuação do Cratão do Zimbabué e parcialmente em pequenos afloramentos
individualizados a leste do Cratão do Zimbabué, assim como na zona nordeste do bordo do
Cratão do Zimbabué (zonas do Rio Mazoe e Cuchamano).
Foram observadas possíveis vestígios ou xenólitos de rochas do Arcaico também fora do Cratão
do Zimbabué nos Grupos (Formações) de Rushinga e Gairezi do Proterozóico.
Não foram confirmados vestígios ou xenólitos em outros territórios de Moçambique (Província
de Niassa) pela cartografia geológica recente.
No entanto, foram discutidas várias possibilidades de ocorrência de vestígios de rochas do
Arcaico em outras áreas de Mozambique, tais como:
*A possível existência de rochas do Arcaico sob os materiais vulcânicos e depósitos do Karoo ao
longo do Cratão do Kaapvaal (sob o Monoclinal dos Libombos);
*Vestígios a oeste da Província de Niassa (Lächelt, 2004). (a datação Sm-Nd, Saranga, 2004,
sugere que pode existir crosta do Arcaico sob o Complexo da Ponta Messuli/Grupo de Txitonga
a oeste e que poderá ser de grande importância se se estender sob o Graben de Maniamba
(determinação da idade realizada no Brasil por Saranga, 2004). Assim, não pode ser
completamente excluída a ocorrência de vestígios do Arcaico na Província de Niassa. Todos os
estudos mais recentes foram incapazes de confirmar a presença desses vestígios do Arcaico, no
entanto não pode ser completamente excluída a possibilidade da sua existência.
*Particularmente na sequência estratigráfica do Complexo de Báruè (teoricamente a continuação
para leste do Cratão do Zimbabué), parece possível a ocorrência de outras rochas do Arcaico.
Lächelt (2004) discutiu o problema que respeita à possível continuação do desenvolvimento do
Arcaico para leste dos limites actuais dos (Cratão de Kalahari) Cratões do Zimbabué e Kaapvaal
e da Cintura Móvel do Limpopo assim como da Cintura Móvel do Zambeze.
Este autor explora a possibilidade de que todas estas unidades possam ter continuidade para
ENE-E (Figura 4.3.) sob as rochas Proterozóicas ou mesmo destas unidades até perto da Zona
(Meso-Cenozóica) do Rifte do Leste Africano (Figura 4.4.).

Figura 4.3: Figura 4.4:


As Figuras 4.3 e 4.4 mostram a extensão possível para leste dos Cratões do Zimbabué e
Kaapvaal, assim como das Cinturas Móveis do Limpopo e Zambeze.
A possível continuação das unidades do Arcaico em direcção à Sub-província de Zambézia-
Nampula (Figura 4.3.) não está confirmada por nenhumas datações, mas não pode ser
categoricamente excluída.
Possivelmente, as unidades do Arcaico continuaram até ao alinhamento da Zona do Rifte do
Leste Africano onde foram interrompidas (Figura 4.4.).
A cartografia geológica mais recente (GTK, 2006; CGS, 2007) não forneceu quaisquer
indicações relativas a um desenvolvimento do Arcaico para leste dos cratões (ou cinturas
móveis), excluindo o Cratão do Zimbabué, onde dados geofísicos (informação verbal de Lächelt,
2004) fazem parecer possível a hipótese de uma continuação do Arcaico acima do bordo da
Fossa de Lupata e do bordo NO da Bacia Moçambicana/Rifte do Leste Africano (Figura 4.4.).
No entanto, o bordo do afloramento recente do Cratão Kaapvaal - Cintura Móvel do Limpopo -
Cratão do Zimbabué é uma zona muito activa de actividade tectónica. Ao longo desta zona
formou-se (em Moçambique) a Cintura Proterozóica de Moçambique (Cahen, 1984) assim como
importantes elementos do Rifte do Leste Africano Meso-Cenozóico. Esta zona foi afectada pelo
vulcanismo do Karoo Superior (Montes Libombos, bordo SE do Cratão do Zimbabué). Até há
pouco tempo, esta zona de bordo foi marcada por actividade sísmica intensa (Figura 4.5).
Figura 4.5.: Cratões do Arcaico e Cinturas móveis e epicentros de actividade sísmica recente
(adaptado de Lächelt, 2004)
Todos estes factos mostram que, ao longo desta zona de bordo activa, pode ter ocorrido uma
mudança abrupta do regime tectónico que poderá ter determinado o final do desenvolvimento do
Arcaico ou o seu prolongamento em níveis mais profundos na direcção leste sob o Proterozóico.

1 – Granitóides, 2 – Rochas verdes, 3 – Complexo Granito-Gnáissico, 4 – Great Dyke, 5 –


Cobertura de areia do Kalahari
Figura 4.5.1.: Extensão potencial do Cratão do Zimbabué sob a cobertura proterozóica
O desenvolvimento do Arcaico em Moçambique iniciou-se durante o Mesoarcaico e continuou
durante o Neoarcaico. Não são conhecidas rochas mais antigas do Paleoarcaico.
A Figura 4.6. mostra a distribuição regional das rochas do Arcaico em Moçambique.

Figura 4.6.: Posição regional esquemática das unidades do Arcaico Moçambicanas (modificado
de Grantham et al., 2011)
4.1.1. Rochas arcaicas em Moçambique que formam parte do Cratão do Zimbabué
(antigo Cratão da Rodésia)

As rochas do Arcaico afloram em Moçambique nas seguintes áreas de bordo do Cratão do


Zimbabué (Tabela 4.3):
Número da folha (1:250 000) Título da folha Observações:

1631/1632 Mucumbura/Chioco Área marginal leste do Cratão do


Zimbabué
1633 (apenas o canto SO) Tete

1732/1733 Guro

1832/1833 Manica/Catandica

1932/1933 Rotanda/Chimoio

1732/1733 Guro Parte norte da margem leste do


cratão
1832/1833 (parte Norte) Manica/Catandica

1832/1833 Manica/Catandica Rochas félsicas do Complexo de


Mavonde
1932/1933 Rotanda/Chimoio

Tabela 4.3.: Depósitos do Arcaico em Moçambique (subdivisão segundo a folha cartográfica à


escala 1:250 000 - ver Figura 1.1.)
O Arcaico do Cratão do Zimbabué, tal como em Moçambique, na continuação ocidental do
cratão na Província de Manica foi diversas vezes investigado no passado. As investigações mais
recentes foram realizadas pelo GTK Consortium (2006) no âmbito da revisão da cartografia
geológica.
Certamente o cratão, pelo menos parcialmente, tem continuidade para leste sob o Paleozóico e
outras rochas mais recentes, tal como Lächelt (2004) assumiu, baseado em dados geofísicos. O
consórcio GTK (2006) chegou à mesma conclusão e escreveu: “Durante muito tempo os
geólogos especularam sobre o prolongamento sub-superficial, em direcção a norte e leste, do
Cratão do Zimbabué. Existem fortes evidências que a litosfera do Arcaico se estende sub-
superficialmente até à Albufeira de Cahora Bassa (isto é, à Zona de Cisalhamento de Sanangoè)
a norte e, pelo menos, a margem ocidental da Fossa de Lupata a leste, possivelmente incluindo
mesmo a própria fossa. Esta hipótese é fortemente suportada pela distribuição do vulcanismo do
Karoo, por exemplo, no Monoclinal dos Libombos, na Cintura do Limpopo-Nhamatanda e
Canxixe. A acreção basal aparentemente concentrou-se na, ou próximo da, separação entre o
manto superior e a litosfera, isto é, de um manto superior espesso Arcaico a um manto superior
mais recente e de espessura normal. Isto significa que todas as unidades metamórficas
Proterozóicas do Terreno do Gondwana Sul – com excepção do Grupo de Umkondo não
deformado e não metamorfizado – cavalgaram para o topo das margens norte e leste do Cratão
do Zimbabué."

A composição geológica principal do Cratão do Zimbabué é apresentada na Figura 4.7.


Figura 4.7.: Possível extensão sub-superficial do Cratão do Zimbabué no território Moçambicano
(modificado de GTK Consortium, 2006).
Tomando em conta que os resultados da revisão da cartografia geológica pelo GTK Consortium
(2006) do Arcaico Moçambicano são os dados mais actuais que existem sobre este assunto.
Neste livro, seguem-se as descrições e características deste período, neste território, registadas
pelo GTK Consortium (2006).

Com base no facto do Arcaico Moçambicano representar uma parte do Cratão do Zimbabué, a
litoestratigrafia foi considerada de acordo com as subdivisões estratigráficas deste cratão (Tabela
4.4.)

Zimbabué Central Zimbabué N e E Moçambique


Great Dyke (2575 Ma)
~2,6 Ga Suíte de ~2,64 Ga

Chilimani Supergrupo M'Beza/Vengo Mavonde


Grupo de Manica

Shamvaian Formação de Complexo de

Macequece
Grupo

~ 2,65 Suíte de ~ 2,70 Ga Supergrupo Formação de

Ga
~ 2,7 Ga Wedza
Suíte de 2,9 - 2,8 Bulawayan
Supergrupo Superior
Pfungwe (ZB)-
Granito-Rocha-Verde

Chingezi Ga Belingwean Inferior Mudzi


> 2,95 Ga Supergrupo (ZB/MOÇ) Terreno
Grupo deGnaisso-Migmático
Paragnaisse ~3,0
Bulawayan Ga
Muchinga
Sebakwean Complexo de
Terreno

(Suítes)

Complexo de soco (>3,5 Ga)


ZB - Zimbabué,
~ 3,5 Ga MOÇ - Moçambique Complexo
Tabela 4.4.: Litoestratigrafia simplificada do Cratão do Zimbabué (principalmente após Hofman
Suíte
et al., 2002; GTK, 2004, 2006)

4.1.1.1. Unidades estratigráficas e grupos rochosos arcaicos


(de acordo com a Carta Geológica de Moçambique 1:1 000 000 e GTK 2006)
A Tabela 4.5. mostra as unidades litoestratigráficas do Arcaico de acordo com o GTK (2006) e a
Carta Geológica de Moçambique (2008).
Era Idade (Ma) Unidades litoestratigráficas Intrusivas

Neoarcaico 2500 Intrusões Pós-Mavonde


(Lächelt, 2004)

Dolerito (P1do)

Dique de quartzo (A3Vqd),


pegmatito (A3Vpm), granito
aplítico (A3Vagr) e granito
(A3Vgr)

Gabro

(A3Vgb)

2600 Cplx Mavonde

(A3V)

Metagabro (A3Vgb)

Grp. de Manica Granito porfirítico,


granodiorito
(A3M)
(A3Vpgd)
Fm. Vengo
Ortognaisse máfico a
(A3MV) intermédio
Micaxisto (A3MVmc) (A3Vogn)
Filito, xisto grafitoso Granito maciço
(A3MVps)
(A3Vmgr)
Filito, xisto com
grafite, conglomerado Tonalito, granodiorito
subordinado e arenitos
(A3MVps) (A3Vto)

Granito, granito porfírico


Meta-arenito foliado (A3Mgr)
lítico/quartzito rico em
ferro (A 3MVss gnaisse TTG
Mármore (P3MPma)
(A3Vgn)
Metagrauvaque
Gnaisse TTG bandado
(A3MVgy) (A3MVgo)
(A3Vbgn)
Quartzito (A3MVqz)

Quartzito arcósico
(A3MVar)

Micaxisto com
alumínio e níveis
2700 quartzíticos
(A3MVmc)

Conglomerado
vulcânico (A3MVco) e
conglomerado
polimíctico
(A3MVclo)
Fm Macequece.
(A3MM)

Xisto talco-clorítico,
talcoxisto, xisto
clorítico-anfibólico
(A3MMtc)

Rochas vulcânicas
félsicas a intermédias,
tufo félsico, tufo
brecha (A3MMif)

Rocha metavulcânica
máfica a intermédia
(A3MMtu)

Serpentinitos e rochas
metavulcânicas ricas
em serpentina
(A3MMse)

Metabasalto,
2800 serpentinito,
metacomatito, xistos
Cplx. Mudzi máficos, rochas
(Metamórfico) ferríferas
(A3M) bandadas/BIF
(A3MMbs)
Quartzo-monzonito e
quartzo-monzodiorito Rocha metavulcânica
(A3Mqm) máfica e ultramáfica,
cherte (A3MMro)
Quartzo-monzonito e
quartzo-monzodiorito Xisto quartzo-
(A3Mgm) sericítico (A3MMqss)

*Granito, quartzo- Xistos quartzo-


monzonito (A3Mgr) sericíticos, xistos
talco-cloríticos, rochas
* TTG e gnaisse ferríferas
granatífero (A3Mgn) bandadas/BIF
Anfibolito granatífero (A3MMqs),
(A3Mam) conglomerado

Metagabro (A3Mgb) Metacherte


(A3MMch) e rocha
*Gnaisse ferrífera bandada/BIF
granodiorítico (A3MMbaf)
(A3Mgd)
Brechas líticas
Gnaisse granatífero (A3MMbr) e
(A3Mgg) diamictito (A3MMdi)

Metabasalto e xisto
máfico (A3MMba)

Tufos cristalinos
félsicos (A3MMff) e
pórfiro quartzo-
feldspático (A3MMqp)

Conglomerado
vulcânico (A3MMvc)

Rocha metavulcânica
intermédia (A3MMiv)
e tufos-brecha
(A3MMtb)

Rocha metavulcânica
félsica (A3MMfv) e
brechas vulcânicas
(A3MMvb)

Grupo de Muchinga
(A3MH)

Rocha metavulcânica
ultramáfica e xisto
talco-clorítico/BIF
(A3MHuv)

Quartzito (A3MHqz)

Paragnaisse

(A3pgn

Mesoarcaico 2800

2900 Granitóides mais antigos


(A2gt)
2907±16
Granodiorito, tonalito (A2gt)
Idade do
zircão mais
antiga

> 3500

Grp. – Grupo; Fm. Formação Cplx – Complexo

Tabela 4.5.: Unidades litoestratigráficas do Arcaico de acordo com o GTK (2006) e a Carta
Geológica de Moçambique (2008).

A Tabela 4.6 mostra as idades das rochas do Arcaico do Cratão do Zimbabué e a extensão do
cratão em território de Moçambique.

A Tabela mostra uma perspectiva simplificada de algumas unidades estratigráficas do Arcaico e


tipos de rocha do Cratão do Zimbabué, particularmente relacionados com as rochas aflorantes na
parte moçambicana desse cratão.
Unidade litoestratigráfica/tipo de Método de Idades (Ma) Fonte
rocha determinação
A: (Suíte de Mudzi: recristalização A: ~2500 A:Barton et al.:1991;
Pan-Africana) Dirks et al. 1998;
B: (Orogenia Pan-Africana do Vinyu et al.,1999
Gnaisse TTG/granitóides foliados) B:GTK, 2006
B: (Análise de B:520±16
(A3Mgn)
zircões zonados)

Muscovite de riólito Redwing K-Ar 1115±25 GTK, 2006


cisalhado
747±16

Granito St. Augustine (cisalhado e WH Rb-Sr 2522±36 GTK, 2006


foliado), Norte do
segmento Mutare:
Granitóides a Sul da Cintura de WH Rb-Sr 2527±632 GTK, 2006
Rochas Verdes de Mutare-Manica
(Gnaisse TTG/granitóides foliados (Indicado pela ~ 2540 GTK, 2006
(A3Mgn), fase de reprocessamento neoblastese do
e reidratação sob fácies zircão e o seu
metamórfica anfibolítica) sobrecrescimento
metamórfico)

Cinturas de rochas verdes mais Chilimani: ~ Wilson, et al.,


recentes no Zimbabué (Suítes de 2600 1995,GTK, 2006
Chilimani, Wedza, Chingezi)
Wedza: ~2650

Chingezi: ~ 270

Metassedimentos do Supergrupo ~ 2700 e Wilson, et al., 1995


Shamvaian
~ 2640

Sucessão vulcânica do Supergrupo ~ 2700 e Wilson, et al., 1995


Bulawayan Superior
~ 2640

Supergrupo Bulawayan Superior ~ 2700 Hofmann et al., 2002

Gnaisse TTG/granitóide foliado Zircões zonados 2713±22 GTK, 2006


(A3Mgn)
Granodiorito/Tonalito Penhalonga U-Pb 2741±3 GTK, 2006
(Redwing como rocha hospedeira
de mineralizações de ouro) zircão isolado 2742±3

Metavulcânicas das rochas verdes WH Rb-Sr 2801±42 GTK, 2006


de Mutare-Manica
Cintura
Inferior (Belingwean) Supergrupo 2900 - 2800 GTK, 2006
Bulawayan
Rochas verdes dos Grupos ~ 2900 a 2800 GTK, 2006
Inferiores do Bulawayan
(Belingwean)
Gnaisse tonalítico (A2gt) análises U-Pb por 2907±16 GTK, 2006
(Sebakwean) SHRIMP
Concórdia

Supergrupo Sebakwean > 2950 Hofmann et al., 2002

Suíte de Mudzi Barton et al.,1991;


Vinyu et al.,2001)
2.Reprocessamento e reidratação 2: ~ 2600
sob fácies anfibolítica
1: ~ 3000
1.Fácies granulítica de
metamorfismo

Terreno Gnaisso-Migmático ~ 3000 Hofmann et al., 2002

Granitóides a Norte da Cintura de WH Rb-Sr 3385±255 GTK, 2006


Rochas Verdes de Mutare-Manica
Gnaisses TTG (Cratão do 3550 e 3350 Hofmann et al., 2002
Zimbabué)
Complexo de soco > 3500 Horstwood, et al., 1999

Tabela 4.6.: Idades das rochas do Arcaico do Cratão do Zimbabué e da sua extensão em território
de Moçambique.
Os dados mostrados acima foram mencionada pelo GTK (2006). Estes dados foram eles próprios
parcialmente reproduzidos de A. Barton et al.:1991), Manuel (1992), Chenjerai et al. (1993)
Schmidt Mumm et al . (1994) Dirks et al. (1998); Horstwood Karpinsky et al., (1999)., (Vinyu et
al. 1999, 2001) e Hofmann et al., (2002).
4.1.1.2. O Mesoarcaico em Moçambique (A2)
O complexo de soco, na Região de Manica, é formado por rochas do Mesoarcaico e composto
por granodioritos e tonalito, estratigraficamente designados por Granitóides mais Antigos (A2gt).

4.1.1.2.1. Granitóides mais Antigos (A2gt)

Os Granitóides mais Antigos afloram no canto NE da área da Montanha de Vumba (GTK, 2006)
da Província de Manica (folha 1932).
São compostos de granodioritos, tonalitos e gnaisses tonalíticos. A rocha tonalítica é também em
parte gnáissica com variações de coloração desigual e bandada apresentando variações suaves,
dependendo da composição mineral
A datação pelo método U-Pb por SHRIMP realizada pelo GTK Consortium (2006) apresenta
uma concórdia magmática de 2907±16 Ma, que corresponde ao Sebakwean no Zimbabué (GTK,
2006), mas idades do zircão mais antigas indicam uma idade possível de > 3,5 Ga,
correspondendo estas rochas provavelmente às rochas mais antigas do soco Moçambicano.
Não há certezas quanto ao carácter dos afloramentos rochosos, podendo ser um xenólito ou um
remanescente in situ entre corpos rochosos confinantes de granitóides do Arcaico inferior (GTK,
2006)
4.1.1.3. O Neoarcaico em Moçambique (A3)
Os depósitos de rochas inferiores (Complexo de Mudzi, Grupo de Muchinga) do Neoarcaico
correlacionam-se com os Supergrupos Sebakwean e Bulawayan Inferior enquanto a parte
superior (Grupo de Manica, Complexo de Mavonde) corresponde ao Supergrupo Shamvaian no
Zimbabué (ver Tabela 4.3.).
4.1.1.3.SSBI Supergrupos Sebakwean e Bulawayan Inferior
4.1.1.3.SSBI. 1. Terreno gnáissico migmático (MiGT) (~3.0 Ga) no Zimbabué e em
Moçambique
Os terrenos Arcaicos gnáissico-migmatíticos ligam os terrenos centrais de granito-rochas verdes
do Cratão do Zimbabué ao longo do seu bordo sul e norte. O terreno alóctone mais a Norte é
conhecido no Zimbabué como Terreno Gnaisso-migmatítico (Barton et al.,1991) e estende-se
para Moçambique. Consiste numa sequência complexa de paragnaisses e ortognaisses da fácies
anfibolítica com relíquias locais de paragnaisses da fácies granulítica De acordo com Barton
et.al., (1991) estratigraficamente, o MiGT (no Zimbabué) pode ser dividido na Suíte
Metamórfica de Pfungwe (a norte) e na Suíte Metamórfica de Mudzi (Complexo) (margens
nordeste e leste).

Em Moçambique, o Complexo de Mudzi (Suíte) foi distinguido como uma unidade distinta dos
Supergrupos Sebakwean e Bulawayan Inferior (ver abaixo)

4.1.1.3.1. Complexo (metamórfico) de Mudzi (A3M)


As rochas do Complexo de Mudzi encontram-se expostas ao longo do bordo norte da área do
Cratão do Zimbabué. Aqui o Complexo de Mudzi aflora em diversas pequenas áreas (Tabela 4.7.).
Localidade O tipo de afloramentos (por vezes sobrepostos por
metassedimentos do Grupo Proterozóico de Rushinga, a norte, ou
da Formação de Gairezi a nordeste)

Área de Cuchamano Estendendo-se a partir do lado do Zimbabué de modo ininterrupto até


Moçambique, no canto NE do Cratão Arcaico do Zimbabué
(Folha 1631/1632)

Área da vila Gairezi: ~ 60 km a


Sul de Cuchamano (Folha
1732/1733)

Área de Cuchamano até à parte Em diversos domos separados e cunhas tectónicas


noroeste da folha cartográfica de
Manica/Catandica, próximo da
vila de Cuchamano, no posto
fronteiriço internacional com o
Zimbabué e para montante no
Rio Mudze entrando na vila de
Mudze - Chizimwe (folha 1633)

A estrada da vila inicia-se no Intersectada por rochas félsicas do Complexo de Mudzi


cruzamento da estrada para
Macossa e continua para NO na
direcção da fronteira do
Zimbabué

A sul da pequena estrada Uma sequência de estratos pouco espessos de gnaisses bandados do
indicada acima no talude da Arcaico com metagabros Arcaicos intercalados tectonicamente com
Montanha Senga Senga circular fraca inclinação para sul, sobrepostos pelo Grupo de Garza (xistos e
quartzitos)

Afloramentos ~50 km a oeste de Diversos afloramentos pequenos e geralmente pouco profundos


Changer (Folhas 1632/1633)

Vila de Cuchamano (Folha 1632) Taludes de estrada, próximo da fronteira com o Zimbabué e ao longo
das estradas locais para norte e sul

Canto SE da folha cartográfica Numa pequena estrutura em domo estendendo-se a partir do canto SE
de Chioco (1632) da folha cartográfica de Chioco (1632) para o canto SO da folha
cartográfica de Tete (1633) e mais ainda para Sul já na folha
cartográfica de Guro (1732/1733)

Área de Massanga (~2630 Ma) Com estruturas em forma de domo e lensoidais

Áreas marginais dos Rios Donga


e Caueresi

Área de Senga-Senga

Estrada nos limites das folhas


1633 e 1733 (~2710 Ma)

Tabela 4.7.: Afloramentos do Complexo de Mudzi em Moçambique (adaptado de GTK, 2006)


O Complexo de Mudzi (Complexo Metamórfico de Mudzi, GTK, 2006) está correlacionado com
o Supergrupo Sebakwean do Zimbabué, porque a área moçambicana que contém estas rochas se
encontra na continuação do Cratão do Zimbabué. O Complexo de Mudzi foi interpretado como
parte do Supergrupo Sebakwean (Tabela 4.4.).
A Tabela 4.8. mostra a correlação do Complexo de Mudzi no Zimbabué e em Moçambique
(GTK, 2006).
Zimbabué Moçambique

Recente Gnaisse ocelado granítico Quartzo-monzonito e quartzo-


monzodiorito (A3Mqm)

Gnaisse granítico Granitóide foliado, porfírico em


porfiroblástico alguns locais (A3Mgr)

Gnaisse granatífero com distena Gnaisse TTG, granitóide foliado,


idades magmáticas U-Pb de 2600 –
2710 Ma (A3Mgn)

Ortognaisse leucocrático. Gnaisse granodiorítico contendo


bandas de anfibolito (A3Mgd)

Ortognaisses mesocráticos Metagabro (A3Mgb)

Granulito (e retrógradas Anfibolito, anfibolito granatífero


equivalentes). (A3Mam)

Antigo Tonalito Xenolítico de Gnaisse granatífero (A3Mgg)


Mapsingisa

Tabela 4.8.: Tipos de rocha do Complexo de Mudzi no Zimbabué e Moçambique (as relações
estratigráficas entre estes tipos de rochas são desconhecidas).
De acordo com o GTK (2006), os diferentes tipos de rocha do Complexo de Mudzi são
caracterizados do seguinte modo (estas descrições diferem em parte da Carta Geológica de
Moçambique, 2008 devido ao seu maior grau de detalhe):
4.1.1.3.1.1. Gnaisse granatífero (A3Mgg)

No seio dos gnaisses do Arcaico ocorrem horizontes de cerca de 20 - 70 metros de largura de


gnaisses ricos em granada, com composição de tonalitos a granodioritos. Granadas avermelhadas
formam porfiroblastos agregados de diversos milímetros de diâmetro. A sua composição modal
no gnaisse pode variar de 10 a 30 por cento.
Estes horizontes ou camadas têm contacto gradual com os gnaisses TTG de coloração cinzenta.
Localmente, os gnaisses granatíferos incluem também sillimanite e biotite como minerais
principais.
A origem das camadas é pouco clara, no entanto, podem representar antigos horizontes de
meteorização ou blastomilonitos recristalizados (GTK, 2006).
4.1.1.3.1.2. Anfibolito granatífero (A3Mam)

O modo de ocorrência sugere a presença de corpos menores máficos e intrusivos, na sua maioria
de poucas centenas de metros de tamanho, intercalados com granitóides e gnaisses. A rocha é
negra e apesar de homogénea apresenta alguma variação transmitida pela deformação local.
Assume-se comummente que se trata protólito gabróico (GTK, 2006)
4.1.1.3.1.3. Metagabro (A3Mgb)

Existem corpos metagabróicos abundantes entre os gnaisses do Arcaico. Algumas vezes estas
formam pequenas ou grandes colinas.
O gabro é de textura granular média, fissurado e está metamorfizado. A composição modal da
horneblenda e piroxena na rocha corresponde a cerca de 50% da composição total. Alguns destes
corpos metagabróicos podem representar, de facto, soleiras intermédias de origem (GTK, 2006).
4.1.1.3.1.4. Gnaisse granodiorítico (A3Mgd)
A rocha típica é gnaisse granodiorítico bandado, cinzento claro, com soleiras máficas. O bandado
é formado por uma diferenciação mineral gnaissosa e, em parte, devido à formação de veios
quartzo-feldspáticos. A uma escala macroscópica, a espessura frequente das bandas máficas
atinge vários metros.
Ao longo dos taludes da Montanha Senga, as intercalações máficas aparecem como bandas
negras contínuas, bem visíveis à distância, entre os gnaisses cinzentos-claros. As intercalações
máficas aumentaram parcialmente para corpos circulares de grandes dimensões (GTK, 2006).
4.1.1.3.1.5. Gnaisse TTG e granitóides foliados (A3Mgn)

Granitóides foliados, muitas vezes bandados, ocorrem com frequência e são rochas típicas. O
bandado tem origem em adições ígneas e félsicas múltiplas ao conjunto, generalizadamente de
gnaisses, mas também ocorrem bandas pegmatíticas do Arcaico.
Também ocorrem corpos ou bandas metagrabóicos ou anfibolíticos (A3Mgd?). O gnaisse
bandado também evidencia vários componentes ígneos (GTK, 2006)
4.1.1.3.1.6. Granito foliado (A3Mgr)

Granitos foliados, parcialmente orientados. A rocha é de grão fino, fracamente bandada e não
porfirítica. As variedades porfiríticas são ocasionais nesta associação. Apresentam nódulos
dispersos de quartzo-muscovite-sillimanite com alguns centímetros. Ocorrem numa zona estreita
ao longo do gnaisse (GTK, 2006)
4.1.1.3.1.7. Quartzo-monzonito e quartzo-monzodiorito (A3Mqm)

As rochas são relativamente maciças comparadas com outras rochas do Arcaico. São de grão
grosseiro, muitas vezes com textura porfirítica e habitualmente fracamente deformadas. Os
fenocristais de plagioclase são mais comuns do que o feldspato potássico. Os minerais principais
são plagioclase, quartzo, biotite, horneblenda e piroxena. O feldspato potássico é um mineral
menos comum. Em termos da composição mineral modal, o tipo de rocha mais comum é o
tonalito e o diorito quártzico. Quartzo-monzodioritos e quartzo-monzonitos são raros.
A clinopiroxena tem um teor elevado em Al2O3 (1,9 wt por cento), em comparação com a
composição intermédia da rocha hospedeira. Além disso, FeO/MgP é <1. Estes valores sugerem
que a rocha sofreu um metamorfismo intenso, porque as piroxenas presentes nos charnoquitos
"pós-orogénicos", mais ou menos não metamorfizados em ambientes distensivos têm baixos
teores de Al2O3 (<1 wt por cento) e FeO/MgO é >1. Também a biotite e a anfíbolo têm um teor
relativamente baixo de FeO/MgO. A biotite é caracterizada por elevado teor de TiO2 (4,9 wt por
cento) (GTK, 2006)
4.1.1.3. RV Rochas verdes na estrutura de Manica
Em Moçambique, a margem leste do Cratão do Zimbabué constitui uma continuação dos
terrenos de granitos-rochas verdes do Zimbabué. As litologias das cinturas de rochas verdes são
atribuídas a
*Grupo de Manica da Cintura de Rochas Verdes de Mutare-Manica (CRVMM) /Cintura
de Rochas Verdes de Manica (CRVM) com as seguintes formações:
**Formação de Vengo
**Formação de Macequece
* Grupo de Munhinga da Cintura de Rochas Verdes de Cronley-Munhinga (CRVCM)
*Paragnaisses
* Complexo de Mavonde (rochas félsicas com intercalações ultramáficas menores)

4.1.1.3.2. Paragnaisse (A3Mpgn)


Esta rocha corresponde, de acordo com o GTK (2006), a paragnaisses com intercalações
quartzíticas.
O GTK (2006) caracteriza estas rochas do seguinte modo:
Esta unidade litológica, exposta numa área de 25x25 km a leste de Rotanda (Folhas de Rotanda e
de Chimoio 1932 e 1933), é também atribuída aos Granitóides mais Antigos.
As unidades estão subjacentes a metassedimentos dos Grupos de Umkondo e Gairezi. As
relações de contacto com os granitóides do Complexo de Mavonde não são claras.
O paragnaisse inclui um gnaisse biotítico-quartzo-feldspático com textura granular média a
grosseira e exibe um tamanho de grão tipicamente heterogéneo. Em alguns locais, os gnaisses
exibem cristais de feldspato potássico de maiores dimensões (~1 cm). Anfíbolo e moscovite são
encontrados em alguns locais.

Foliação e lineação, por exemplo Os ocelos de feldspato potássico são comuns em adição a
dobramento de pequena escala. Veios félsicos, tal como bandas ricas em biotite. Os fragmentos
de anfibolito exibindo boudinagem que provavelmente representam vestígios de diques máficos
são encontrados associados a micaxistos e quartzitos (TK, 2006)
4.1.1.3.3. Grupo de Muchinga (A3MH)
Em Moçambique, as rochas do Grupo de Muchinga afloram apenas em áreas limitadas (GTK,
2006)
A Cintura de Rochas Verdes de Cronley-Munhinga (CRVCM) cruza a fronteira Zimbabué-
Moçambique cerca de 50 km a sul da Cintura de Rochas Verdes de Manica (CRVMM)/Cintura
de Rochas Verdes de Manica (CRV). Tal como a última cintura, prolonga-se pelo território de
Moçambique por cerca de 25 Km na direcção E-W, curva em direcção a norte e estreita. De
modo diferente do CRVMM, a estreita sequência de Cronley-Munhinga (de 5 Km a menos de 1
Km) está apenas incompletamente desenvolvida e inclui apenas rochas metavulcânicas máficas a
ultramáficas e os seus derivados metassomáticos e quartzito.
Em Moçambique, apenas duas litologias do Grupo de Munhinga são expostas no CRVCM.
Não existem dados geocronológicos disponíveis, no entanto tem sido assumido que as litologias
do CRVCM têm a mesma idade das litologias equivalentes do CRVMM.
Portanto, a posição estratigráfica do Grupo de Muchinga foi definida de acordo com a Carta
Geológica de Moçambique (2008)
Os seguintes tipos de rochas do Grupo de Muchinga afloram em Moçambique (Tabela 4.9.):
Recente Tipos de rochas Código

Rocha metavulcânica ultramáfica e xisto A3MHuv


talco-clorítico / BIF

Quartzito A3MHqz
Antigo

Tabela 4.9.: Tipos de rocha do Grupo de Muchinga


4.1.1.3.3.1. Quartzito (A3MHqz)

O GTK (2006) apresenta apenas uma pequena descrição do quartzito. De acordo com essa
informação, trata-se de um quartzito de grão grosseiro com quartzo leitoso.
Estas rochas podem ser correlacionadas (?) tanto com os xistos quartzo-sericíticos e quartzitos
(A3MMqss) da Formação de Macequece ou (?) com o quartzito (A3MVqz) da Formação de
Vengo.
4.1.1.3.3.2. Rocha metavulcânica ultramáfica e xisto talco-clorítico/BIF (A3MHuv)
Este conjunto provavelmente pode ser estratigraficamente correlacionado com os tipos de rochas
basais da Formação de Macequece.
De acordo com o GTK (2006), estas compreendem uma variedade de lavas komateíticas
metamorfizadas e os seus derivados metassomáticos.
A composição da rocha mostra uma grande variação de serpentinitos a talcoxistos com asbesto.
O tipo dominante é um xisto talco-clorítico-anfíbolo (dependendo do grau de deformação e
foliação) com textura granular média a grosseira.
É tipicamente equigranular. Outro tipo comum é o serpentinito homogéneo com textura granular
fina ou muito fina, que pode conter localmente pequenos cristais acastanhados de carbonato.
Com uma associação espacial estreita a estas rochas, encontram-se rochas ferríferas bandadas
com chertes interestratificados. A verdadeira relação entre rochas ferríferas bandadas e rochas
ultramáficas permanece desconhecida em termos da litoestratigrafia. Além disso, as rochas
ultramáficas são interceptadas por diques máficos e veios de quartzo, tendo os últimos sido
referenciados pela presença de ouro em determinados locais (GTK, 2006).
4.1.1.3. SBSS. Supergrupos Bulawayan Superior e Shamvaian
As rochas da estrutura de Manica pertencem aos Supergrupos Bulawayan Superior e Shamvaian.
A Figura 4.8. mostra a subdivisão geológica da estrutura de Manica:
Figura 4.8.: Carta Geológica da estrutura de Manica (adaptada da Carta Geológica, 2008)
4.1.1.3.4. Grupo de Manica (A3M)
4.1.1.3.4.1. Formação de Macequece (A3MM)
O GTK (2006) geralmente descreve a Formação de Macequece do seguinte modo:
"A sequência de Macequece é constituída por rochas metavulcânicas ultramáficas e máficas. As
rochas metavulcânicas ultramáficas são frequentemente acompanhadas por xistos
talco±cloríticos±tremolíticos. O contacto entre estes dois tipos de rochas é muitas vezes pouco
claro. Os serpentinitos estão frequentemente associados a rochas metavulcânicas andesíticas,
dacíticas e riodacíticas, maioritariamente de origem piroclástica (talude sul da Serra de
Penhalonga em direcção ao vale de Penhalonga). Aqui, estes encontram-se subjacentes aos
metagrauvaques da Formação de Vengo (Séries M'Beza no Zimbabué). A sua relação de
contacto é desconhecida por não ser aflorante. A norte, sob o topo da Serra de Penhalonga, estas
rochas vulcânicas terminam em confronto com um corpo extenso de conglomerado polimíctico.
O conglomerado contém clastos mal calibrados de rochas metavulcâncias ultramáficas e máficas,
FFB, cherte, jaspe e tufos cristalinos félsicos. Estes tipos de rochas ocupam algumas áreas a
norte dos conglomerados nas litologias da Serra de Penhalonga. No flanco sul descendente do
conglomerado, os metavulcanitos andesíticos, dacíticos e riodacíticos não se encontram entre os
clastos conglomeráticos. Assim, pode ser concluído que os vulcanitos félsicos/intermédios a Sul
dos conglomerados são mais recentes e cobrem as rochas máficas e ultramáficas. Pode ser
enfatizado, que na Cintura de Rochas Verdes de Mutare-Manica (CRVMM)/Cintura de Rochas
Verdes de Manica (CRVM) as rochas piroclásticas andesíticas e riodacíticas se restringem à área
de Penhalonga, a oeste da zona de falha alinhada a NNE atravessando a cintura e passando no
extremo leste da Serra de Penhalonga e no extremo oeste da Serra de Vengo. Esta falha
proeminente (zona) divide a Cintura de Rochas Verdes de Mutare-Manica (CRVMM) em dois
blocos, leste e oeste, com deslocamento directo do bloco leste para NNE.
A Tabela 4.10. mostra os tipos de rocha da Formação de Macequece.
Tipos de rochas da Formação de Macequece. Código

Recente Xisto talco-clorítico, talcoxisto, xisto clorítico-anfibólico (A3MMtc)

Serpentinito e rocha metavulcânica rica em serpentina (A3MMse)

Xisto quartzo-sericítico. (A3MMqss)

Metacherte (A3MMch)
(A3MMbaf)
Rocha ferrífera bandada

Brecha lítica (A3MMbr)


(A3MMdi)
Diamictito

Metabasalto e xisto máfico (A3MMba)

Tufo cristalino félsico (A3MMff)


(A3MMqp)
Pórfiro quartzo-feldspático

Conglomerado vulcânico (A3MMvc)

Rocha metavulcânica intermédia (A3MMiv)


(A3MMtb)
Tufo-brecha

Rocha metavulcânica félsica (A3MMfv)


Antigo
(A3MMvb)
Brecha vulcânica

Tabela 4.10.: Tipos de rochas da Formação de Macequece


4.1.1.3.4.1.1. Rocha metavulcânica félsica (A3MMfv) e brechas vulcânicas (A3MMvb)

As rochas metavulcânicas félsicas da Formação de Macequece encontram-se expostas no vale de


Penhalonga entre a Serra de Penhalonga a norte e a Serra Isitaca a sul.
Os afloramentos de rochas fortemente meteorizadas e geralmente pouco resistentes, evidentes
essencialmente nos taludes rodoviários, são esbranquiçados e semelhantes em cor às rochas
metavulcânicas alteradas intermédias contíguas. Os cristais de quartzo discerníveis foram usados
para diferenciar as rochas félsicas das outras intermédias. As feições primárias são
frequentemente reconhecidas, com a excepção de uma brecha vulcânica com fragmentos
esbranquiçados, de dimensão entre cinco e quinze cm, angulares a subangulares, numa matriz
tipo tufo de grão fino (GTK, 2006).
4.1.1.3.4.1.2. Rocha metavulcânica intermédia (A3MMiv) e tufos-brecha (A3MMtb)

O talude Sul da Serra de Penhalonga é composto principalmente por rochas metavulcâncias


intermédias. Estas rochas estão ligadas a conglomerados vulcânicos e rochas metavulcânicas
ultramáficas a norte e metavulcânicas félsicas a sul. É também encontrada uma unidade estreita
de conglomerado vulcânico com direcção longitudinal limitada entre as unidades metavulcânicas
intermédias e félsicas.
As rochas metavulcânicas intermédias expostas sofreram meteorização, tornando-se brandas e de
coloração esbranquiçada. São ainda encontrados nódulos de rochas relativamente sãs no seio do
material alterado. A rocha sã é de coloração cinzenta clara a cinzenta azulada clara e apresenta
ainda estruturas relativas à rocha original.
Análises geoquímicas classificam as rochas metavulcânicas intermédias como andesitos e dacitos
com teor de SiO2 de 61,64% e 69,70%, respectivamente (GTK, 2006).

4.1.1.3.4.1.3. Conglomerado vulcânico (A3MMvc)

Existem conglomerados vulcânicos em torno da Serra de Penhalonga (ao longo do seu talude
sul). Estes ocorrem como massas de rocha alongadas, com espessura de diversos metros.

* A sul dos conglomerados ocorrem principalmente rochas metavulcânicas intermédias a


félsicas.
* A norte dos conglomerados ocorrem rochas metavulcânicas máficas e ultramáficas assim como
tufos cristalinos.

Os conglomerados são compostos por calhaus e cascalho, similares aos tipos de rocha expostas
do lado norte, sendo omissas as litologias que estão presentes no seu lado sul. A direcção
ascendente para sul, pode assim ser estabelecida.
Os conglomerados são polimíticos e mal calibrados. O tamanho dos calhaus e cascalho angulares
a subarredondados varia de poucos centímetros a diversas dezenas de centímetros. A matriz é
maioritariamente composta por material máfico e ultramáfico. A imaturidade e a espessura
significativa dos depósitos de conglomerado manifestam francamente a proximidade da fonte
numa bacia tectonicamente activa com uma topografia consideravelmente declivosa. Alguns
clastos, no entanto, têm uma crosta de meteorização exterior e indicam um período significativo
de meteorização anterior à re-deposição.
Os conglomerados são foliados e os calhaus e o cascalho foram desenvolvendo formas lamelares
e alongadas. O metacherte com jaspe e os tufos cristalinos félsicos apresentam feições planares
oblíquas à direcção da foliação geral do conglomerado. Deste facto, pode concluir-se que essa
fabric planar precedem a deformação do conglomerado e são possivelmente primárias (GTK,
2006).
4.1.1.3.4.1.4. Tufos cristalinos félsicos (A3MMff) e pórfiro quartzo-feldspático (A3MMqp)

Na parte ocidental, assim como no seio da Cintura de Rochas Verdes de Manica (MGB), os tufos
félsicos cristalinos cinzentos-claros a esbranquiçados e pórfiros quartzo-feldspáticos ocorrem em
associação com rochas metavulcânicas máficas a intermédias.
Os tufos cristalinos recentes são cinzentos-escuros ou cinzentos esverdeados. Muitas vezes, as
rochas meteorizam-se para branco. A textura é criptocristalina com fragmentos angulares de
quartzo dispersos, com 1 - 2 mm de tamanho e com cristais de feldspato ou fragmentos menores
e mais raros. Um tufo cristalino brando, completamente meteorizado e caulinizado encontra-se
exposto na crista da Serra de Penhalonga. Apenas relíquias de quartzo angular permaneceram e
indicam a origem da rocha. O fabric do tufo cristalino varia entre homogéneo e maciço a
fracamente bandado. Estruturas planares podem indicar feições primárias. Os tufos cristalinos
foram encontrados como pequenos encraves no pórfiro de quartzo-feldspato, indicando diferença
de idades entre as rochas. Geoquimicamente, os tufos cristalinos são classificados como um
riólito subalcalino (GTK, 2006).
Os pórfiros quartzo-feldspáticos são expostos num vale com orientação a leste-oeste, a norte da
Serra de Penhalonga. A rocha é de cor ligeiramente mais escura do que o tufo cristalino descrito
acima, sendo cinzento claro e composto de fenocristais de quartzo e feldspato e também de
minerais máficos, tais como anfíbolo e esfena em forma de agulha, numa matriz microcristalina.
Os fenocristais são corroídos, ocasionalmente fragmentários e contêm quartzo e feldspato
saussuritizado. A plagioclase parece ser mais comum do que nos tufos cristalinos. As relações de
idade entre estes dois tipos de rocha, já foram mencionadas anteriormente. Análises químicas
indicam composição dacítica (GTK, 2006).
4.1.1.3.4.1.5. Metabasalto e xisto máfico (A3MMba)
As rochas metavulcânicas máficas ocupam áreas na zona central e mais interior da Cintura de
Rochas Verdes de Manica (MGB). São menos abundantes do que os xistos ultramáficos com os
quais são geralmente associadas. A maioria dos metavulcanitos máficos são rochas maciças, não
xistosas de coloração cinzenta a cinzenta azulada em intercepções recentes. As estruturas tipo
almofada ou semelhantes são reconhecidas localmente e indicam a instalação como fluxos de
lava subaquáticos.
Os metabasaltos são habitualmente rochas meteorizadas e alteradas com coloração esverdeada
clara ou rosa clara. Ocasionalmente, a estratificação e as estruturas fragmentárias indicam origem
piroclástica. A estratificação é, por exemplo, identificada num corte de estrada no lado sul da
unidade extensiva de filitos da Formação de Vengo, onde ocorrem tufitos competentes e bem
preservados em unidades com metros de espessura em xistos máficos brandos meteorizados.
Estudos petrográficos revelam que os principais constituintes das rochas metavulcânicas máficas
são a horneblenda e a plagioclase. Esfena, epídoto, clorite e minerais opacos constituem minerais
comuns menores ou acessórios. A textura das rochas com textura granular média, fina e muito
fina estudadas reconhece-se como blasto-sub-ofítico e também bandada e estratificada.
Do ponto de vista geoquímico, as rochas vulcânicas máficas são basaltos (TK, 2006).

4.1.1.3.4.1.6. Brechas líticas (A3MMbr) e diamictito (A3MMdi)

A parte central da Cintura de Rochas Verdes de Manica (CRVM) contém algumas zonas estreitas
e alongadas de rochas fragmentadas, compreendendo diversas litologias da cintura de rochas
verdes. Cartograficamente, estas zonas fragmentadas são classificadas como brechas líticas e
diactimitos.
Uma brecha lítica é composta inteiramente por fragmentos angulares de metacherte,
ocasionalmente com fragmentos de rochas ferríferas bandadas. O diamictito, por outro lado, é
polimíctico com uma predominância de fragmentos de metacherte e quantidades subordinadas de
fragmentos vulcânicos de diferentes composições. Os fragmentos são predominantemente
angulares, apresentando também um certo arredondamento e manifestando um transporte curto,
ainda que proximal à sua fonte. Estas rochas podem ter sido depositadas em taludes de tálus ou
cones aluviais na base do talude.
Diamictito: existem duas zonas distintas e isoladas de diamictitos em diferentes posições
estratigráficas:
A que segue a crista da Serra de Penhalonga encontra-se depositada entre rochas subjacentes
ultramáficas a máficas, a norte, e sobre rochas metavulcânicas félsicas e intermédias, a sul.
Outra zona de tálus possivelmente mais antiga, marca o contacto de rochas metavulcânicas
máficas (norte) e ultramáficas (sul) na área a sul de Serra Vengo (GTK, 2006).
4.1.1.3.4.1.7. Metacherte (A3MMch) e rocha ferrífera bandada/BIF (A3MMbaf)

Os horizontes descontínuos de metacherte são homólogos habituais no seio das rochas


metavulcânicas ultramáficas e máficas na Cintura de Rochas Verdes de Manica (CRVM). Os
metachertes estão fortemente associados às rochas ferríferas bandadas (A3MMbaf), BIF e
brechas líticas (A3MMbr).
As unidades de metacherte ocorrem na parte central da cintura de rochas verdes, muitas ao longo
do talude norte, leste-oeste da Serra de Penhalonga e algumas ao longo do talude sul de Serra
Vengo. As observações de metachertes disseminados são numerosas no contexto da cintura de
rochas verdes, mas devido à escala da cartografia, não se puderam representar nas cartas. O
mesmo se aplica à distribuição das rochas ferríferas bandadas. O metacherte é geralmente de
estratificação visível, em camadas e laminação na ordem dos mm e cm, brancas e cinzentas
azuladas. Ocasionalmente, encontra-se associado a interestratificações siltosas brancas, cinzentas
e creme-amareladas.
As rochas ferríferas bandadas apresentam feições de estratificação similares às dos metachertes;
as camadas ferríferas roxas escuras e cinzentas escuras e as laminações alternam com as camadas
de sílica creme-amarelados cinzentos, cinzentos esverdeados. Ocorrem frequentemente
horizontes de metachertes mais espessos e de cor clara como intercalações em rochas ferríferas
bandadas (GTK, 2006).
4.1.1.3.4.1.8. Xisto quartzo-sericítico (A3MMqss)

Os xistos quartzo-sericíticos ocorrem como horizontes de espessura variável entre alguns metros
a algumas centenas de metros e direcção longitudinal segundo faixas que podem atingir alguns
quilómetros. A unidade mais proeminente encontra-se na parte leste da Cintura de Rochas
Verdes de Manica (CRVM), onde a cintura bascular da direcção leste-oeste para norte.
Mais para norte, as formações evoluem progressivamente para quartzito, enquanto mais a sul
essa litologia constitui apenas delgadas interestratificações de espessura centimétrica. As
estruturas estratificadas comuns de xisto quartzo-sericítico referem-se a um protólito sedimentar
ou piroclástico.
O xisto quartzo-sericítico está interestratificado e associado a diferentes litologias e não ocupa
um nível estratigráfico específico de deposição. As rochas metavulcânicas ultramáficas e os
serpentinitos envolvem maioritariamente o xisto quartzo-sericítico.
É observado um nível estratigraficamente mais elevado na sequência, na área entre Serra Vengo
e Serra de Penhalonga, onde o xisto quartzo-sericítico é depositado directamente sobre um
conglomerado na parte inferior de Formação de Vengo.
O xisto quartzo-sericítico é uma rocha com textura granular fina com uma coloração que varia
geralmente entre o cinzento claro e o cinzento. Colorações vermelhas acastanhadas e castanhas
amareladas claras não são também pouco frequentes. O quartzo é o principal componente
mineral, juntamente com sericite, muscovite e epídoto em alguns locais. Os minerais opacos e
hidróxidos de ferro são constituintes acessórios. Adicionalmente aos xistos mais homogéneos, é
visível uma fina estratificação, com um ou dois mm de espessura. É frequentemente visível uma
xistosidade transversa. Nesta secção, pode observar-se que a xistosidade intercepta uma
xistosidade mais antiga paralela à estratificação (GTK, 2006)
4.1.1.3.4.1.9. Serpentinito e rocha metavulcânica rica em serpentina (A3MMse)

Os serpentinitos e as rochas ultramáficas em que a serpentina é dominante formam cinturas


alongadas e lentes no seio dos xistos ultramáficos. A cintura mais proeminente, de
aproximadamente 20 km de extensão e até algumas centenas de metro de largura, forma uma
unidade descontínua que se estende desde o lado sul da Serra Vengo até a Serra Maconta a SSE.
Após o Monte Massumba, a cintura inflecte para Norte.
Localmente, encontram-se componentes maioritariamente alterados de derivações basálticas
entre os serpentinitos. Não foram encontradas rochas peridotíticas, mas a sua presença sob a
forma de relíquias em corpos totalmente serpentinizados não pode no entanto ser excluída.
Os serpentinitos variam de verde-escuro, resistentes, duros e maciços até rochas brandas e
deformadas. Asbesto fibroso, em veios com alguns milímetros de espessura, não é incomum. As
relíquias de olivina e piroxena são ainda minerais ocasionalmente reconhecidos em serpentinitos.
A magnetite secundária e os carbonatos são minerais acessórios comuns (GTK, 2006).
4.1.1.3.4.1.10. Xisto talco-clorítico, talcoxisto, xisto clorítico-anfibólico (A3MMtc)
Os xistos metavulcânicos ultramáficos formam a unidade mais disseminada na Cintura de
Rochas Verdes de Manica (CRVM).
Os afloramentos de rochas raramente são recentes e muitas vezes apresentam-se decompostos
num estado próximo de solo. Mesmo nos afloramentos recentes, a xistosidade e as estruturas de
cisalhamento destruíram as feições primárias das rochas com alteração variável. O
intercrescimento de olivina com textura spinifex é raramente encontrado. Outras estruturas
primárias raramente identificadas incluem lavas em almofada e texturas fragmentárias que
sugerem origem piroclástica.
As rochas vulcânicas ultramáficas são de grão fino, brandas, verdes claras a verde e verde
acinzentado, com uma superfície macia devido à presença de talco e de clorite. As cores de
rochas brandas e meteorizadas variam habitualmente de verde amarelado a acastanhado mas
também ocorrem cores esbranquiçadas. A clorite, a serpentina e o talco formam os principais
constituintes minerais, evidenciando um estado avançado de alteração ou metassomatismo.
Algumas vezes a clorite parece ser o único mineral na rocha. São encontradas anfíbolos
tremolite-actinolite nas variedades mais preservadas. Os minerais opacos são acessórios comuns
juntamente com o carbonato secundário (GTK, 2006).
4.1.1.3.4.2. Formação de (M’Beza)/Vengo (A3MV)
Os sedimentos Shamvaian do Arcaico superior no Zimbabué assentam em discordância ou por
contacto tectónico nas rochas verdes metavulcânicas e contêm material clástico grosseiro
derivado dos terrenos granitóides-rochas verdes. As séries M'Beza do Zimbabué, que ocupam o
núcleo da sinforma da Cintura de Rochas Verdes de Mutare-Manica (CRVMM), são atribuídas
em Moçambique à Formação Vengo (M'Beza) (Vengo como uma alternativa de pronúncia a
Mbeza). Wilson (1979) atribuiu as séries metassedimentares do M'Beza ao Supergrupo
Shamvaian. A Formação de Vengo em Moçambique é considerada um equivalente lateral da
formação de M'Beza no Zimbabué, sendo assim interpretada como parte do Supergrupo
Shamvaiano.
Os metassedimentos do Supergrupo Shamvaian da Série M'Beza no Zimbabué compreendem um
conglomerado de base bem desenvolvido, sobreposto por filitos e metassiltitos, seguido por uma
sequência granulometricamente crescente, em direcção ao topo, de metagrauvaque com meta-
arcose e saibro. O conglomerado é composto por clastos angulares e subarredondados de xisto-
actinolite, serpentinito, metabasalto, e FFB e veios de quartzo numa matriz metagrauvacóide.
A Formação de Vengo (A3MV) em Moçambique consiste em conglomerados, sobrepostos por
xistos sericítico-cloríticos e filitos, incluindo xistos negros com bandas menores de mármore e
conglomerado (Hunting, 1984).
A Tabela 4.11. mostra as localidades e tipos de afloramentos da Formação de Vengo.
Localidades Tipo de afloramentos

Largura de 1 - 1,5 km, disposição E-W numa cintura em Forma uma cintura / zona
sinforma, iniciando-se na Serra Vengo e com direcção
longitudinal para leste de aproximadamente 15 km.

5 km a SO da Serra Vengo, na área entre os Rios Revué


e Chua.

Vale de Penhalonga, ao longo do sopé norte da Serra Esta unidade é a continuação do M'Beza (Mbeza).
Isitaca.
Formação do Zimbabué

Tabela 4.11.: afloramentos da Formação de Vengo


A Tabela 4.12. mostra os tipos de rocha da Formação de Vengo/(M'Beza)
Tipos de rocha Código

Topo Filito, xisto grafitoso (A3MVps)


(A3MVss)
Meta-arenito/quartzito lítico rico em ferro
(A3MVma)
Mármore

Metagrauvaque (A3MVgy)
(A3MVqz)
Quartzito
(A3MVar)
Quartzito arcósico (A3MVm)
Base Micaxisto com camadas aluminosas e quartzíticas

Conglomerado vulcânico (A3MVco)


(A3MVclo)
Conglomerado polimítico

Tabela 4.12.: Tipos de rochas da Formação de Vengo


4.1.1.3.4.2.1. Conglomerado vulcânico (A3MVco) e conglomerado polimíctico (A3MVclo)

Perto do sopé do talude norte da Serra Isitaca, os xistos com talco da Formação de Macequece
estão em contacto directo com metagrauvaques e, in situ, com conglomerados vulcanogénicos da
Formação de Vengo. A natureza do contacto entre talcoxistos e metagrauvaques, quando o
conglomerado está omisso, é desconhecida, mas pode ser tectónica.
Conglomerado vulcânico: Este conglomerado é quase monomíctico, sendo composto por calhaus
e cascalho arredondados a subangulares, cujo tamanho varia entre 5 e 15 cm, de rochas máficas
metavulcânicas. Existe uma menor quantidade de clastos que é composta por metacherte. Existe
uma menor quantidade de clastos que é composta por metacherte. Quando o conglomerado está
depositado sobre rochas metavulcânicas máficas ou ultramáficas, é expectável um contacto
concordante com ou sem um hiato e,consequentemente, a unidade pode ser classificada de
conglomerado basal.
Outro horizonte de conglomerado basal entre a Formação de Macequece e a Formação de Vengo
segue os taludes norte e sul, E-O da Serra Vengo, onde filitos da Formação Vengo se sobrepõem
em estrutura sinclinal aos conglomerados. A base dos conglomerados é composta principalmente
por rochas metavulcânicas ultramáficas da Formação de Macequece.
Conglomerado polimíctico A cerca de 5 km a SO da Serra Vengo, o mármore e os filitos da
Formação de Vengo são separados das rochas metavulcânicas da Formação de Macequece por
outro corpo de conglomerado basal. Contrariamente ao quase conglomerado monomíctico da
Serra Isitaca, estes conglomerados são polimíticos e compostos por clastos angulares a
arredondados de veios de quartzo, metacherte e quantidades menores de rochas metavulcânicas,
frequentemente com tamanho inferior a 5 cm, mas que ocasionalmente podem atingir os 40 cm.
Os conglomerados são esmagados e cisalhados e contêm interestratificações de meta-arenitos e
quartzito in situ (GTK, 2006)
4.1.1.3.4.2.2. Metagrauvaque (A3MVgy), quartzito (A3MVqz), quartzito arcósico
(A3MVar), micaxisto com camadas aluminosas e quartzíticas (A3MVmc)

A zona mais extensa com metassedimentos clástico-quartzosos da Formação de Vengo está


localizada no flanco sul do sinclinório da Cintura de Rochas Verdes de Manica, onde uma
extensa unidade de metagrauvaque se encontra exposta em direcção leste-oeste, a leste da
fronteira do Zimbabué.
É possível distinguir os seguintes tipos de rocha (GTK, 2006):
*Metagrauvaque (A3MVgy) é uma rocha de coloração cinzenta, de grão fino e estratificada. A
espessura das camadas de areia pode ultrapassar os 10 cm, enquanto as camadas filíticas têm
menos de 1 cm de espessura. O tamanho do grão das rochas raramente ultrapassa um mm nas
camadas arenosas com material mais fino nas camadas menos espessas, filíticas e de coloração
mais escura. O quartzo e os fragmentos com feldspato são angulares a redondos e constituem o
principal componente do metagrauvaque. A clorite e os minerais opacos, embora frequentes,
constituem os componentes minerais menores.
*O quartzito e o meta-arenito (A3MVqz) formam intercalações, que podem atingir as centenas
de metros, ocorrendo onde a cintura de rochas verdes de Manica inflecte da sua orientação
característica E-O para a direcção N-S. Esta unidade pode ser seguida ao longo da sua direcção
durante vários quilómetros.
*Os quartzitos e quartzitos arcósicos (A3MVar), (meta-arenitos) encontram-se
interestratificados com filitos, micaxistos e rochas ferríferas bandadas na cadeia montanhosa da
Serra Vengo. Os quartzitos são brancos, de grão fino a médio e maioritariamente maciços.
Observou-se estratificação entrecruzada e paralela in situ. Muitas vezes os quartzitos formam
camadas contínuas que formam cristas na paisagem.
*O filito é interestratificado, contendo frequentemente grafite, com textura granular fina, bem
foliado e de cor cinzento escura.
*Os micaxistos (A3MVmc) contêm habitualmente granada e sillimanite.
4.1.1.3.4.2.3. Filito, xisto grafitoso (A3MVps), meta-arenito/quartzito lítico rico em ferro
(A3MVss), mármore (A3MVma)

*Os filitos (A3MVps) constituem a litologia principal de uma cintura em sinforma com 1,5 km
de largura e 15 km de comprimento que inclui a cadeia montanhosa da Serra Vengo.
Os filitos (A3MVps), encontram-se bem expostos nos taludes rodoviários entre Manica e Serra
Vengo e mais adiante onde a estrada desce a encosta norte da Serra Vengo. Os filitos cinzentos-
escuros a médios, exibem uma estratificação evidenciada por pequenas variações
granulométricas e de cor. Estes incluem muitas vezes grafite e, em alguns locais, contêm
interestratificações de quartzito com espessura centimétrica.
* Os meta-arenitos líticos ricos em ferro e quartzitos (A3MVps) são comuns associados com
litologias na periferia, em áreas de bordo desta cintura em sinforma, indicando um baixo nível
estratigráfico desta rochas na Formação de Vengo.
O meta-arenito lítico rico em ferro e o quartzito (A3MVss) apresentam bandas manchadas e
oxidadas ricas em ferro com colorações violeta escuras. O meta-arenito apresenta-se tipicamente
fragmentado, contendo clastos de alguns milímetros até um cm e principalmente compostos de
litologias félsicas (veios de quartzo, quartzito, metacherte) e alguns clastos coloridos mais
escuros. A matriz arenosa tem coloração clara a violeta. Os quartzitos e as rochas ricas em ferro
encontram-se intimamente associados, compondo finas camadas intercaladas. O quartzito é de
cor branca e normalmente desintegra-se em pó, quando percutido.
*O mármore (A3MVma) é muitas vezes associado com quartzitos líticos ricos em ferro na
parte leste da cadeia montanhosa da Serra Vengo. Outro horizonte de mármore está localizado na
área entre o Rio Revué e Rio Chua, ~5 Km a SO da Serra Vengo, onde este ocorre sob os filitos,
próximo da base do mármore (A3MVma), a cor cinzenta ocorre como um interestratificação de
um metro de espessura num meta-arenito lítico rico em ferro na parte leste da Serra Vengo. Uma
unidade mais espessa de mármore encontra-se exposta no extremo ocidental descontinuado da
cintura da Serra Vengo, entre os Rios Revué e Chua. Na última localização, o mármore é
castanho (siderítico) e interestratificado com cherte (GTK, 2006)
4.1.1.3.5. Complexo de Mavonde (A3V)
Os granitóides (com rochas plutónicas máficas subordinadas) do Complexo de Mavonde formam
um vasto e uniforme domínio em torno da Cintura de Rochas Verdes de Manica (CRVM),
estendendo-se em direcção a leste até meio caminho entre as cidades de Manica e Chimoio, e na
direcção N-S, expandindo-se a 200 km da fronteira com o Zimbabué nas folhas cartográficas de
Manica (1832) - Catandica (1833) e Rotanda (1932) - Chimoio (1933).
Na parte leste do domínio a paisagem do Arcaico é suavemente ondulada com os raros
inselbergs menores. Esta topografia é conspicuamente interrompida por diversas cristas estreitas
direccionadas a norte, hospedando os quartzitos do sinclinal Gairezi - uma chave útil para a
cartografia dos quartzitos da área. Na parte oeste do domínio, próximo da fronteira do Zimbabué,
incluindo a vizinhança da cidade de Manica, a topografia torna-se mais acidentada. O limite
entre as zonas a cotas mais baixas, a leste, e as terras montanhosas mais elevadas, a oeste, poderá
estar relacionado com o mesmo efeito que, no lado oeste da cidade de Catandica, causa um
talude proeminente com inclinação orientada a leste e que em Catandica é suposto ter sido
originado a partir da evolução do Rifte do Leste Africano. A extremidade norte do Complexo de
Mavonde jaz na área elevada a sudoeste de Catandica, ocupando os vales profundos talhados
através dos xistos Gairezi subjacentes.
A cronostratigrafia entre diferentes tipos de rochas granitóides não foi ainda determinada (GTK,
2006).
A Tabela 4.13. mostra os tipos de rocha do Complexo de Mavonde, de acordo com a Carta
Geológica de moçambique 1:1 000 000 (2008) e GTK (2006).
Tipos de rochas Código

Topo Dique quártzico (A3Vqd) (A3Vpm)


(A3Vagr) (A3Vgr)
Pegmatito

Granito aplítico

Granito

Gabro (A3Vgb)

Granito porfirítico, granodiorito (A3Vpgd)

Ortognaisse máfico a intermédio (A3Vogn)

Granito maciço (A3Vmgr)

Tonalito, granodiorito (A3Vto)

Granito (A3Vpg)

Migmatito (A3Vmig)

Gnaisse TTG (A3Vgn)

Base Gnaisse TTG bandado (A3Vbgn)

Tabela 4.13.: Tipos de rocha do Complexo de Mavonde


4.1.1.3.5.1. Gnaisse TTG bandado (A3Vbgn) e gnaisse TTG (A3Vgn)
O Complexo de Mavonde inicia-se com gnaisses TTG:
*Gnaisses bandados TTG: O gnaisses félsicos variavelmente bandados foram cartografados em
várias partes da área. Não são conhecidas relações mútuas com outros granitóides. A sua
ocorrência dispersa entre os granitóides menos foliados regionalmente dominantes indica uma
história inicial relacionada com a mais recente. Estes gnaisses são dominados por tonalitos
bandados com textura granular média a grosseira com tamanhos de grão heterogéneos.
*Gnaisse TTG: Estes são gnaisses granodioríticos-graníticos com textura granular grosseira com
fraca presença em locais heterogéneos. Os tonalitos têm textura granular e contêm biotite,
plagioclase e quartzo e, como minerais menores, granada, apatite, magnetite e zircão. Os
granodioritos e granitos com textura granular grosseira têm também textura granular e contêm
feldspato potássico, anfibolito e muscovite para além dos minerais descritos nos tonalitos, mas
não apresentam granadas.
Em alguns locais, todas estas rochas (gnaisse TTG bandado, gnaisse TTG) podem ser
parcialmente migmatíticas, apresentando, p. ex., estruturas nebulíticas. As dobras ptigmáticas de
pequena escala são comuns juntamente com estruturas de foliação e lineação. Além disso, a
tendência predominante (NNE-SSW) observada nas rochas consiste muitas vezes, de facto, numa
sobreposição de antigos bandados.
Os gnaisses são interceptados por veios félsicos e diques para além de diques toleíticos
subalcalinos que são tipicamente do tipo boudinagem. Localmente, são encontradas inclusões
anfibolíticas e intermédias de grão médio, podendo as mais antigas representar fragmentos de
diques máficos observados (GTK, 2006).
4.1.1.3.5.2. Migmatito (A3Vmig)

Os migmatitos com textura granular média a grosseira apresentam brechas de migmatito e


estruturas nebulíticas. Os minerais essenciais são a plagioclase, biotite, quartzo e feldspato
potássico. Os minerais acessórios incluem anfíbolo, muscovite e zircão. A heterogeneidade a
nível granulométrico e da textura granular é característica, assim como intercrescimentos
mirmécticos em pequena escala de quartzo e plagioclase.
Em geral, a composição é semelhante à do granito, apesar de serem fragmentos intermédios
comuns. Para além do dobramento ptigmático, são igualmente comuns os veios félsicos e os
diques (GTK, 2006).
4.1.1.3.5.3. Granito (A3Vpg)
Os granitos são caracterizados por uma composição granítica a evoluir para tonalítica. São
variavelmente foliados e, em alguns locais, evoluem para rocha porfirítica. Foi cartografado
como o componente granitóide mais comum em quase todas as partes do Complexo de
Mavonde.
As áreas de afloramento incluem, entre outras:
*Uma pedreira localizada na estrada principal a leste de Manica, onde o granito forma uma rocha
agregada e a rocha é cinzenta e mais maciça com fabric de foliação fracamente desenvolvido. A
área está localizada na parte leste do Complexo de Mavonde, afectada pela sobreposição Pan-
Africana tardia.
*O jardim do Manica Lodge na cidade de Manica, onde o granito é do mesmo cinzento pálido,
variando de uma textura granular fina a média e onde esta rocha não porfirítica se encontra bem
exposta. O fabric de foliação é bastante modesto e supõe-se que a rocha não tenha sido afectada
pelo cisalhamento Pan-Africano tardio.
Os principais constituintes minerais do granito são feldspato potássico, quartzo e biotite, com
menor presença de anfíbolos em alguns locais. O bandado associado à foliação é típico e
evidencia transição gradual para partes menos foliadas ou homogéneas e sem bandado. Em
alguns locais, esta rocha contém encraves escuros granodiorítico-dioríticos e anfibolíticos, a
partir dos quais a anterior pode apresentar ocasionais cristais de feldspato potássico. O
dobramento isoclinal de pequena escala ocorre localmente, para além da lineação e estruturas
gnáissicas a migmatíticas (p. ex., nebulítica).
Os granitos são interceptados por diques félsicos com textura granular grosseira e aplíticos com
textura granular média, adicionalmente às manchas pegmatóides, incluindo epídoto e
cisalhamento estreito com clorite e veios de quartzo. Alguns dos mais tardios podem ser
classificados como diques com base no seu tamanho especialmente na área sul de Manica (GTK,
2006)
4.1.1.3.5.4. Tonalito, granodiorito (A3Vto)
A rocha aflora na carta a N de Manica, na fronteira com o Zimbabué, como um único polígono
com 10 km de largura.
A rocha é composta de quartzo, feldspato e biotite com presença frequente de horneblenda. O
feldspato potássico ocorre como porfiroblastos esparsos a abundantes ou como grãos porfiríticos.
O tamanho dos cristais individuais é variável, de pequeno até diversos centímetros.
Em alguns afloramentos observaram-se granadas. As rochas exibem um fabric isotrópico a
incipientemente foliado.
Foram observados alguns corpos compostos por rochas máficas a ultramáficas (GTK, 2006)
4.1.1.3.5.5. Granito maciço (A3Vmgr)
A rocha (parece) forma plutões de tamanho considerável em certas áreas da fronteira do
Zimbabué. A rocha corresponde a um granito com textura granular média e granito equigranular
que localmente pode ser classificado de granodiorito.
Geralmente, o granito tem um aspecto isotrópico sem foliação marcada, apesar de que
localmente, possa desenvolver, devido à deformação, um bandado incipiente (GTK, 2006).
4.1.1.3.5.6. Ortognaisse máfico a intermédio (A3Vogn)
Os gnaisses de cores variáveis encontram-se distribuídos de um modo complexo entre
granitóides, supostamente do Arcaico superior, numa vasta área dos afloramentos a norte do
Complexo de Mavonde.
A composição é variável de afloramento para afloramento, assim como dentro de cada um dos
afloramentos.
A cor é clara, esbranquiçada a cinza, reflectindo composições graníticas, granodioríticas e
tonalíticas. Frequentemente, há encraves e bandado biotítico-hornebléndicos. A granada está
presente em alguns locais. Pode observar-se uma foliação gnaissóide com um desenvolvimento
incipiente a variável. Raras vezes, a rocha pode ser altamente foliada ou cisalhada (GTK, 2006)
4.1.1.3.5.7. Granito porfirítico, granodiorito (A3Vpgd)
O granito porfirítico e com textura granular grosseira e o granodiorito ocorrem como um vasto
corpo a sul da estrada Manica-Chimoio.
A rocha contém habitualmente cristais de feldspato potássico de 2 a 4 cm de tamanho. Os
minerais máficos observados são a biotite e o anfíbolo a partir dos quais os materiais originais
dominam. Os minerais acessórios são a muscovite, apatite e zircão.
A variação composicional está relacionada principalmente com as variações na abundância de
feldspato potássico. No entanto, o tipo menos frequente de grão fino a médio que se compõe
junto ao diorito é encontrado habitualmente sob a forma de fragmentos que podem conter
também alguns cristais de feldspato potássico. Podem representar autólitos mais máficos, mas as
estruturas observadas também se parecem às instalações/misturas de magma.
A rocha apresenta diversos graus de deformação, variando de tipos não foliados com ocasionais
feldspatos potássicos orientados aleatoriamente até tipos semelhantes a milonitos fortemente
cisalhados e bandados com ocelos de feldspato potássico.
Estas rochas são interceptadas por diques toleíticos subalcalinos, veios de quartzo, veios félsicos
e pegmatitos. As manchas e raias pegmatoidais podem conter também cristais de feldspato
potássico que se encontram associados à plagioclase. De um modo geral, esta rocha tem uma
aparência uniforme e as alterações estão, normalmente, relacionadas com o cisalhamento que
produz o bandado.
A deformação concentra-se, geralmente, numa rede de zonas de cisalhamento que engloba áreas
que se encontram bem preservadas e, por isso, uniformes. No que respeita ao cisalhamento,
observa-se também um dobramento de pequena escala que é tipicamente dextrógiro e com
alinhamento NE-SO.
As análises ao zircão desta rocha forneceram dados que sugerem discordância implicando uma
idade de ~2,5 Ga. (GTK, 2006)
4.1.1.3.5.8. Gabro (A3Vgb)
Estas rochas são de grão médio e equigranulares, hipidiomórficas ou rochas gabróicas sub-
ofíticas, tendo como principais minerais a plagioclase e piroxena, sendo a olivina observada
apenas localmente.
Para além dos dioritos e dos dioritos quártzicos, são observados tipos menos frequentes com
textura granular grosseira e poecilíticos. Os últimos podem conter partes pegmatíticas. Devido ao
forte cisalhamento e desenvolvimento de uma xistosidade bem marcada, os gabros são
localmente alterados para xistos cloríticos (GTK, 2006).
4.1.1.3.5.9. Dique de quartzo (A3Vqd), pegmatito (A3Vpm), granito aplítico (A3Vagr) e
granito (A3Vgr)
São assinalados diques, veios e vénulas de quartzo, pegmatitos, aplitos e granitos próximo e a N
de Manica, com relações intercepção transversal relativamente às rochas encaixantes.
Não existindo evidências da ausência de rejuvenescimento regional tardio pós Arcaico, todas
estas litologias menores têm sido atribuídas ao Arcaico (GTK, 2006) Lächelt (2004) classificou
estas rochas como pós intrusões de Mavonde.
4.2. Desenvolvimento do Proterozóico, Paleozóico Pan-Africana e Paleozóico Inferior
O período Proterozóico, especialmente o desenvolvimento Meso e Neoproterozóico, é o período
geohistórico mais significativo para a formação do soco cristalino de Moçambique. Mais de 90%
do soco cristalino é de idade Meso-Neoproterozóica. As rochas Proterozóicas ocupam uma parte
territorial significativa do Centro e Norte de Moçambique, em particular, nas províncias
administrativas de Manica, Tete, Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
Este desenvolvimento encontra a sua continuação e etapas finais na tectónica Pan-Africana e
magmatismo do Paleozóico Inferior.
Para a melhor descrição e caracterização do soco cristalino Proterozóico em Moçambique, este
foi dividido nos seguintes períodos de desenvolvimento e unidades geológico-estruturais:
Desenvolvimento do Proterozóico (P₁-3)

*Província geológica de Manica-Báruè (e Cintura Móvel do Zambeze)


*Província Geológica de Tete-Angónia (e Cintura Móvel do Zambeze)
*(Província Geológica de Zambézia – Nampula - Cintura do Lúrio- Niassa-Cabo Delgado)
*Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula
*Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado

Do ponto de vista geológico, o GTK Consortium (2006) subdividiu as unidades Proterozóicas do


seguinte modo:

Desenvolvimento do Paleoproterozóico (P₁)


*(4.2.1.P₁.) Território do Gondwana Sul (Bloco Báruè) e Cintura Móvel do Zambeze
*(4.2.2.P₁.) Território do Gondwana Ocidental (Bloco de Tete) e Cintura Móvel do Zambeze
*(4.2.3.P₁.) Território do Leste do Gondwana (Bloco Zambézia-Nampula) e Zona de
Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio)
*(4.2.4.P₁.) Território do Leste do Gondwana (Blocos de Niassa e Cabo Delgado) e Zona de
Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio)
Desenvolvimento durante o Mesoproterozóico e o Neoproterozóico (P₂, P₃)
*(4.2.1.P₂-3.) Território do Gondwana Sul (Bloco Báruè) e Cintura Móvel do Zambeze
*(4.2.2.P₂-3.) Território do Gondwana Ocidental (Bloco de Tete) e Cintura Móvel do Zambeze
*(4.2.3.P₂-3.) Território do Leste do Gondwana (Bloco Zambézia-Nampula) e Zona de
Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio)
*(4.2.4.P₂-3.) Território do Leste do Gondwana (Blocos de Niassa e Cabo Delgado) e Zona de
Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio)
(4.2.4.Pz) Desenvolvimento do Pan-Africano e magmatismo do Paleozóico Inferior.

A Figura 4.9. mostra a subdivisão em subunidades do soco cristalino:


Figura 4.9.: Subdivisão do soco cristalino (Pré-câmbrico) Moçambicano no esquema da folha
cartográfica à escala de 1:250 000 (de acordo com CTIL/2006).
4.2. P₁.Desenvolvimento do Paleoproterozóico (P₁)
4.2.1. Unidades Paleoproterozóicas (P₁)

As unidades rochosas Paleoproterozóicas afloram exclusivamente a leste e nordeste do Cratão


do Zimbabué na região oeste do Gondwana Sul (Bloco Báruè). Estas formam a continuação
Paleoproterozóica do desenvolvimento do Arcaico.

De acordo com a Carta Geológica de Moçambique e a revisão da cartografia geológica pelo


GTK Consortium (2006) e Norconsult, NGU (2007), o Paleoproterozóico inclui as seguintes
unidades (Tabela 4.14.):
Unidades litoestratigráficas Código
Província Geológica de Manica-Báruè Província Sub-província
(Território do Gondwana Sul) Geológica de Tete- Geológica de
Angónia Território Niassa-Cabo
do Gondwana e Delgado
Cintura Móvel do (Gondwana
Zambeze Leste, território
do Bloco de
Niassa)

Topo Doleritos
Paleoproterozóico Grupo de Rushinga (P1R)
s (Doleritos Pós– - Formação do Monte Pitão (P1RP)
Umkondo) (P1do) * (Orto-)Quartzito Superior (P1RPq)
*Mármore Superior (P1RPma)
*Gnaisse biotítico (P1RPgn)
*Mármore Inferior
*Gnaisses calco-silicatados (P1RPml)
*Anfibolito bandado (P1RPa)
(P1RPcc)
- Formação do Rio Embuca
*Xisto biotítico- (P1RE)
granatífero-silimanítico (P1REch)
*Arcose e quartzito arcósico (P1REa)
* Quartzito Inferior (P1REqz)
- Formação de Nhamessolo (P1RN)
*Mármore (P1RNm )
*Gnaisses calco-silicatados (P1RNc)
*Quartzitos granatíferos (P1RNq)

Formação de (P1CH)
Chíduè
-Micagnaisse (P1CHc)
Mármore e "rocha (P1CHm)
quartzítica" (Meta-
- Meta-arenito
arenito
(P1CHs)
Grupo de Gairezi (P1Zas)
+ Quartzito (P1Z)
(P1Zss)
+ Xisto muscovítico- (P1Zqs)
biotítico (P1Zms)
* Quartzito sacaróide (P1Zas)
* Micaxisto (P1Zmb)
*Micaxisto arenoso (P1Zq)
*Mármore (P1Zc)
* Quartzito
*Conglomerado
polimíctico
Complexo da (P1P)
Base Ponta Messuli
*Gnaisse (P1Pag)
ocelado (P1Pgb)
-Gabro (P1Ptc)
-Talcoxisto (P1Pam)
-Anfibolito (P1Pqm)
--Quartzo-
micaxisto (P1Pm)
**Gnaisse
migmatítico

Gnaisse granatífero, (P1ppg)


migmatito
Doleritos (P1do)
paleoproterozóicos
(doleritos pós-Umkondo) na
Cintura de Rochas Verdes de
Manica (CRVM) e
granitóides arcaicos (Cratão
do Zimbabué)
Tabela 4.14.: Unidades Paleoproterozóicas em Moçambique

*Doleritos Paleoproterozóicos (Doleritos Pós-Umkondo) (P1do) na Cintura de Rochas Verdes


de Manica (CRVM) do Arcaico e granitóides arcaicos (Cratão do Zimbabué). Nas rochas do
Arcaico, nas extensões do Cratão do Zimbabué para norte e leste e na Estrutura de Manica, estão
intruídas numerosas intrusões do Paleoproterozóico nos Granitóides Antigos (A2 gt),
granodioritos e tonalitos, assim como na Cintura de Rochas Verdes de Manica (CRVM).
*O gnaisse granatífero, migmatito (P1ppg) aflora próximo da vila de Guro na Província
Geológica de Manica-Báruè com uma > idade de >2100 Ma. Após o período deste evento, não
foram identificadas rochas do Paleoarcaico neste bloco até ~1900Ma. Na parte superior (a partir
dos ~1900 Ma) do Paleoarcaico, ocorreu o desenvolvimento de algumas unidades rochosas
(Grupo de Gairezi, Formação de Chíduè, Grupo de Rushinga).
*Os Grupos de Gairezi (P1Z) e Rushinga (P1R) (~ 1900 Ma – 1650 Ma) afloram a sul da
Província Geológica de Manica Báruè.
*A Formação de Chíduè (P1CH) (~ 1800- ~1750 Ma) aflora em pequenas áreas no contacto
noroeste e na Suíte de Tete na Província Geológica de Tete-Angónia (e Cintura Móvel do
Zambeze).
*O Complexo da Ponta Messuli (P1P) (~2100 Ma) está posicionado no território da Sub-
província Geológica de Niassa-Cabo Delgado (Sub-Região de Niassa), ao longo das margens do
Lago Niassa.

Não são conhecidos outros territórios de unidades rochosas do Paleoproterozóico em


Moçambique.

(4.2.1.P₁) Unidades Paleoproterozóicas (P₁) da Província Geológica de Manica-Báruè


(Território do Gondwana Sul e Cintura Móvel do Zambeze)

4.2.1.1. Doleritos Paleoproterozóicos (doleritos pós-Umkondo) (P1do) na Cintura de Rochas


Verdes de Manica (CRVM) e granitóides arcaicos (Cratão do Zimbabué)
Nas rochas do Arcaico, nas extensões para norte e leste do Cratão do Zimbabué e da Estrutura de
Manica, foram intruídas numerosas intrusões do Paleoproterozóico nos Granitóides Antigos (A2
gt), granodioritos e tonalitos, assim como na Cintura de Rochas Verdes de Manica (CRVM).
Estas intrusões podem ser interpretadas como actividade final pós-Arcaico durante a Era
Neoproterozóica.
Os doleritos Paleoproterozóicos intruídos na Cintura de Rochas Verdes de Manica atingem uma
largura que pode ir de vários metros a centenas de metros e um comprimento de vários
quilómetros.
As rochas são maciças e castanhas escuras nas superfícies meteorizadas e cinzentas escuras a
azul acinzentado em superfícies de intercepção e recentes. A textura destas rochas com textura
granular média a grosseira é ofítica e sub-ofítica.
A plagioclase e a clinopiroxena são os principais constituintes minerais. A horneblenda é
encontrada em menor quantidade.
Os diques contêm plagioclase, clinopiroxena e anfíbolo. A clinopiroxena é muitas vezes rica em
ferro (FeO/Mg=>1) e tem um teor ligeiramente elevado de titânio (variações de TiO2 0,74-0,78
wt %). No entanto, a composição química das clinopiroxenas varia; por ex., o dique 25416
contém um ligeiro teor de ferro-augite. Os anfíbolos de alguns doleritos contêm teores elevados
de titânio, TiO2 varia entre 1,2 – 1,5 wt%. A plagioclase é zonada e tem composição intermédia
entre andesina e labradorite (GTK, 2006).
As idades de datação foram comparadas com os chamados doleritos pós-Umkondo (1100Ma) e
com doleritos com uma idade de aproximadamente 1000 Ma (GTK, 2006; ver Tabela 4.14.).
Outras definições (Vail & Dodson, 1969; Cohen et al., 1984) estabeleceu a idade de 1785±80 Ma
(?) e 1783±51 Ma (ver Tabela 4.14.).
4.2.1.2. Gnaisse granatífero (biotite), migmatito (P1ppg)

Estes gnaisses ocupam três áreas isoladas, a leste da vila de Guro, nas folhas cartográficas
1732/1733. Parece que têm contacto gradual local com os gnaisses graníticos Mungári nas
proximidades (ver Figura 4.11.).
Estas rochas formam um grupo de gnaisses, que são difíceis de relacionar com os tipos de rocha
na vizinhança. Habitualmente, estas rochas são gnaisses heterogéneos.
Apesar apresentarem um aspecto relativamente homogéneo e de se assemelharem a plutonitos,
os gnaisses incluem localmente relíquias de camadas psamíticas. Os gnaisses contêm muitas
vezes pequenos porfiroblastos granatíferos, que ocorrem tanto no noeossoma como no
paleossoma. A biotite não é um mineral tipicamente presente nos gnaisses (composição modal de
15%). São igualmente observadas algumas interestratificações calco-silicatadas. Os veios
graníticos e manchas indicam que os gnaisses evoluíram sob intenso metamorfismo. De facto, a
maioria da biotite encontra-se obviamente desidratada, formando granada e feldspato GTK
(2006).
4.2.1.3. Grupo de Gairezi (P1Z)
(Parte das antigas Formações de Fronteira e Nhanzónia) (P1Zas)

A subdivisão do Grupo de Gairezi (P1Zas) é, geralmente, feita de acordo com Hunting


(1984) e o GTK Consortium (GTK, 2006) e foi completada por unidades estratigráficas, de
acordo com a Carta Geológica de Moçambique (Carta Geológica 1:1 000 000, 2008). A
Tabela 4.15 mostra as unidades litoestratigráficas do Grupo de Gairezi.

Tabela
4.15.: Subdivisões estratigráficas do Grupo de Gairezi (modificado de GTK 2006)
As rochas tradicionalmente atribuídas ao Grupo de Gairezi afloram ao longo da fronteira entre o
Zimbabué e Moçambique (Província de Manica).
*No Zimbabué, são maioritariamente expostas ao longo do Rio Gairezi (entre 17º30'S e
18º15'S) e nas Montanhas Chimanimani (entre 19°40'S and 20°00'S).
*Em Moçambique, são encontrados numa cintura que se prolonga desde a área do Monte
Senga, a norte, até ao Rio Save, a sul.

Os afloramentos do Grupo de Gairezi são apresentados nas Figuras 4.10a e 4.10b.

Figuras 4.10a e 4.10b: Áreas de afloramento do Grupo de Gairezi


10a: Área norte entre o norte de Manica e a região de Cuchamano
10b: Área sul entre o norte de Manica até sul de 200S
As áreas coloridas a amarelo correspondem a quartzitos (P1Z) no Grupo de Gairezi

Hunting (1984) já havia identificado a existência de diferenças significativas entre as rochas


nas unidades acima e nos estratos pertencentes ao Grupo de Umkondo. A mais recente
consiste em sedimentos com base plana e fracamente ou não deformados existentes no Cratão
do Zimbabué. Mais para leste, reconheceram estratos muito contrastantes, que designaram de:
Sistema de Fronteira e Série de Gairezi, consistindo em metassedimentos fortemente
deformados e recristalizados, invaginados juntamente com gnaisses Proterozóicos e Arcaicos
e, na sua maior parte, não conformes com estes mais a leste.
Durante a década de 1960, a Universidade de Leeds (referências em Hunting, 1984) contestou
esta visão. Baseados no facto de que alguns elementos estratigráficos eram comuns a ambas as
sucessões, questionaram se a "Série de Gairezi" seria o equivalente estratigráfico da parte
inferior do Sistema de Umkondo.
As diferenças litológicas mais significativas foram explicadas por variações de fácies entre
ambas as unidades. Este ponto de vista foi formalizado no First Congress of South African
Geological Society [Primeiro Congresso da Sociedade Geológica Sul Africana]. Decidiu-se
que ambas as sequências seriam agrupadas sob a designação de Sistema de Umkondo. Os
afloramentos a oeste e a leste poderiam ser distinguidos pela utilização dos termos Fácies
Rodesiana, ou Inhanga e Fácies da Fronteira de Moçambique ou Gairezi, respectivamente. A
DNG apoiou esta subdivisão ao adoptar o termo "Sistema de Umkondo" para todas as rochas e
o agrupamento dos afloramentos a oeste e a leste, como Formações de Umkondo e Formações
de Fronteira, respectivamente. É possível encontrar uma referência indirecta ao modelo de
"mudança de fácies" em Barton et al (1991), que aborda as semelhanças estratigráficas
interpretadas entre o Complexo Metamórfico de Rushinga e as sequências deformadas do
Grupo de Umkondo na região de Gairezi (citado de GTK, 2006)

As litologias do Grupo de Gairezi podem ser facilmente distinguidas dos granitóides Arcaicos
subjacentes e das litologias do Complexo de Báruè (Hunting, 1984). Estes formam terras altas
montanhosas com cristas alongadas e que se destacam do planalto:

*Hunting (1984) atribuiu as rochas que formam as Terras Altas de Gairezi-Báruè, na zona
norte da Província de Manica, ao Grupo de Gairezi.
*As litologias que formam a Serra Sitatonga e Montanhas Chimanimani, a sul, incluem-se no
"Grupo de Fronteira" (Hunting, 1984)
* A inspecção de imagens Landsat e radiométricas pela GTK (2006) manifesta agora que as
litologias pertencentes aos Grupos/Formações de Gairezi e Fronteira são vestígios erosionais
da mesma sequência metassedimentar. Consequentemente, e uma vez que deveria ser aplicado
um nome litoestratigráfico a ambos, sugeriu-se a atribuição do nome Grupo de Gairezi ao
conjunto de ambos os grupos.

4.2.1.3.1. Quartzitos (P1Z and P1Zq)

Estas rochas afloram a leste da Barragem Real de Chicomba. Existe uma ligação próxima com o
conglomerado polimíctico (P1Zc) (ver 4.2.1.3.3. 1.).

4.2.1.3.2. Xisto muscovítico-biotítico (P1Zss)

Estes xistos aluminosos das rochas do Grupo de Gairezi estão, independentemente do facto de
formarem o substrato rochoso, fracamente expostas em comparação com o que acontece com os
quartzitos, que, tal como outras rochas, se encontram entre estes xistos. Estes formam apenas
afloramentos menores na área sul da Falha Lucite.
São compostos predominantemente por quartzo, muscovite e clorite com minerais menores
como a magnetite, o zircão e a turmalina. A leste da Montanha Sitatonga, ocorre estaurolite e
distena em algumas localidades em micaxistos e gnaisses fortemente deformados. A sul das
Montanhas Chimanimani (Hunting, 1984), foi localmente observada a ocorrência de cloritóide.
Os xistos pelíticos e semi-pelíticos alternam com ortoquartzitos quando se progride
ascendentemente, com o alinhamento N-S das cristas montanhosas a norte e leste do
reservatório de Chicamba, onde porfiroblastos granatíferos e de sillimanite são comuns nas
rochas em que predomina a muscovite.
A área em que se notabiliza a presença de xistos aluminosos é a região de terras altas ao longo da
fronteira com o Zimbabué, a leste de Catandica, apesar de aí predominarem os xistos
muscovitíco-biotíticos e cloríticos. Aí, a foliação mais antiga subhorizontal ou com ligeira
inclinação é sobreposta pela inclinação mais acentuada para leste do fabric planar mais recente,
resultando numa crenulação forte e variável da mais antiga.
Nos locais em que predomina o fabric tectónico-penetrativo, a paisagem consiste num
“altiplano” plano, com raros afloramentos, e a crenulação é exibida apenas como
microdobramento nas superfícies de foliação das rochas. Em vez disso, em cristas montanhosas
bem expostas, onde prevalece a foliação mais recente, são frequentemente produzidos
afloramentos laminares e de arestas vivas (GTK, 2006).

4.2.1.3.3. Litologias incluídas no xisto muscovítico-biotítico


O xisto muscovítico-biotítico (P1Zss) inclui diversas litologias (P1Zc, P1Zq, P1Zmb, P1Zas,
P1Zms, P1Zqs)

4.2.1.3.3.1. Conglomerado polimíctico (P1Zc) e quartzito (P1Zq)

Numa cadeia com 100 km de comprimento, encontram-se cristas montanhosas orientadas a N-S
no lado leste da Barragem de Chicomba Real em terrenos quartzíticos aflorantes do Arcaico
pertencentes ao Grupo de Gairezi.
*Os conglomerados polimícticos formam lentes e camadas na base inferior dos quartzitos, na
região de Chicamba Real.
Baseado na abundância de rochas quartzíticas no conglomerado, considera-se que o
conglomerado deve estar relacionado com um episódio que ocorreu após a consolidação dos
primeiros quartzitos, não representando o conglomerado basal.
*Os quartzitos possuem uma granulometria média a grosseira e são equigranulares e tipicamente
contêm bandas ricas em muscovite. Os minerais acessórios incluem a biotite, o anfíbolo, a
granada, a distena/sillimanite e a mica esverdeada (fuchsite). Observa-se uma deformação
localizada da estratificação.
*Os veios de quartzo interceptam a estratificação e o dobramento isoclinal de pequena escala.
* Além dos quartzitos, meta-arenitos, conglomerados e micaxistos, são encontradas
interestratificações na região de Chicamba Real, próximo dos limites tectónicos em que se dá o
confronto com os gnaisses do Arcaico.
*Tipicamente os afloramentos inferiores correspondem a conglomerados que contêm
principalmente quartzitos, mas também são encontradas outras rochas supracrustais, tais como
xistos, para além de alguns gnaisses graníticos e granodioríticos.
*A matriz do conglomerado consiste essencialmente em feldspato e quartzo e, em alguns locais,
o cimento pode ser hematite em vez de quartzo. Numa secção típica, o conglomerado é
sobreposto por micaxisto que é interdigitado com quartzito bandado com muscovite que evolui
subindo na sequência para um quartzito de maior grau de pureza.
*Próximo do limite tectónico do Arcaico e Proterozóico, os quartzitos contêm camadas menores
de meta-arenitos que estão interdigitados com camadas de quartzito com boudinagem (GTK,
2006)

4.2.1.3.3.2. Mármore (P1Zmb)

Encontram-se expostos, de modo aleatório, finos intercalados de mármore com textura granular
média, de cor cinza esbranquiçada a vermelho salmão, na parte norte do Grupo de Gairezi. Os
horizontes de mármore mais espessos foram encontrado na área a oeste do Monte Metambisse e
Monte Senga-Senga, onde alternam com ortoquartzitos (P1Zqs) e xistos aluminosos (P1Zss).
Nos afloramentos, a espessura observada em camadas de mármore puro é inferior a um metro e a
espessura máxima dos horizontes de mármore é provavelmente de 10-20 metros (GTK, 2006).

4.2.1.3.3.3. Micaxisto arenoso (P1Zas) e micaxisto (P1Zms)


(ver 4.2.1.3.3.1.)

4.2.1.3.3.3.1. Quartzito em micaxisto arenoso (P1Z inP1Zas)


(ver 4.2.1.3.3.1.)

4.2.1.3.3.4. Quartzito sacaróide (P1Zqs), (Orto) quartzito

Os quartzitos sacaróides do Grupo de Gairezi (Folhas 1932 e 1933) podem ser seguidos ao
longo da sua direcção por mais de cinquenta quilómetros formando a Serra Sitatonga e as
acidentadas, remotas e muito menos conhecidas, Montanhas Chimanimani, separadas pela
conspícua Falha Lucite. A norte, estes quartzitos ocorrem como cristas pouco espessas mas com
grande continuidade a oeste da vila de Catandica e formam o arco ortoquartzítico do Monte
Senga-Senga em torno de um domo gnáissico do Arcaico (Vail, J.R. 196X).
A textura dos quartzitos de Gairezi varia entre variedades com textura granular fina, de aspecto
açucarado, e por vezes variedades foliadas, geralmente encontradas nas montanhas Sitatonga e
Chimanimani e ortoquartzitos recristalizados com textura granular grosseira, em direcção à área
do Monte Senga-Senga a norte. As deformações acentuadas e recristalizações obliteraram
regularmente as estruturas sedimentares e as feições primárias como a estratificação planar ou
cruzada são raramente identificadas (GTK, 2006).

4.2.1.4. Grupo de Rushinga (P1R)

O Grupo de Rushinga é composto por três Formações e afloramentos nas regiões a norte da
Província Geológica de Manica-Báruè (Figura 4.11).

Figura 4.11.: Localidades onde aflora gnaisse-migmatito granatífero (P1ppg) e o Grupo de


Rushinga (P1R)

O Complexo Metamórfico de Rushinga (CMR) no Zimbabué (Barton et al., 1991) forma uma
cintura que corresponde ao componente principal dos Terrenos de Gnaisses Marginais (TGM).
Esta cintura curva de um alinhamento W-E na Cintura Móvel do Zambeze para uma cintura
orientada a N-S quando cruza a fronteira entre o Zimbabué e Moçambique.
A Suíte de Guro foi caracterizada por Barton et al. (1991) como a parte superior
(Neoproterozóico) do Complexo Metamórfico de Rushinga (a parte inferior deste Complexo, foi
descrita por Barton et al. (1991) como a parte Paleoproterozóica do Complexo Metamórfico de
Rushinga). O GTK (2006) subdividiu este Complexo em duas unidades separadas.
Com base nos novos dados geocronológicos do GTK (2006), o Complexo Metamórico de
Rushinga mencionado acima (Barton et al., 1991) é diacrónico, acreditando-se que seja
composto por uma sequência mais antiga de rochas supracrustais do Paleoproterozóico e uma
sucessão mais recente, Neoproterozóica, incluindo gnaisses quartzo-feldspáticos e migmatíticos:

*A sequência inferior supracrustal mais antiga do Paleoproterozóico foi integrada no Grupo de


Rushinga
* As rochas Neoproterozóicas, mais recentes, foram incorporadas na recém-estabelecida Suíte
de Guro (GTK, 2006).
As principais correlações destas duas unidades no Zimbabué e em Moçambique são
apresentadas na Tabela 4.16. (GTK, 2006), complementado por Lächelt (2012). A descrição da
Suíte de Guro do Neoproterozóico é apresentada no capítulo sobre o desenvolvimento Meso-
Neoproterozóico (ver 4.2.4.4. Suíte Guro (P3RO))
.

Complexo Metamórfico de Grupo de Rushinga (Metamórfico) (e Suíte de


Rushinga, Zimbabué Guro, ver P3RO, Tabela 4.18.), Moçambique
(Barton et al., 1991) (GTK Consortium, 2006 e Lächelt, 2012)

Neoproterozóico

Suíte de Guro
Gnaisse-migmatito aplítico da Serra Banguatere
Gneisse MG
Bandado e Migmático Monte Calinga Muci félsico-máfico
Anfibolito

Anfibolito
Gnaisse-migmatito leucocrático
Listra

Listra
do

do
Gnaisse maciço feldspático Metagabro Megasso
M-A Meta-anortosito de Mucota M-A

Fm do Monte
(Orto-)Quartzito Superior (P1RPq)
Mármore Superior (P1RPma)
Gnaisse Micáceo Gnaisse Biotítico (com nódulos de
(P1RP).
Micaxisto quartzo-sillimanite) (P1RPgn)
Pitão
Mármore Inferior (P1RPml)
Grupo de Rushinga (P1R)

Mármore e rocha calco-silicatada


Anfibolito bandado (P1RPa)
Metaquartzito MCgl Xisto biotítico-granatífero-silimanítico
Paleoproterozóico

(P1REch)

Arcose e quartzito arcósico, arcose (Meta-


Fm. de Embuca

arcose/Quartzito arcósico) (P1REa)


(P1RE)

Quartzito Inferior (P1REqz)


Rio

Mármore (P1RNm)
Nhamessolo
(P1RN)
Fm. de

Quartzito granatífero (P1RNq)

Chave: GM= Granulito máfico; M-A=Meta-Anortosito; MCgl= Metaconglomerado; M-


Ar=Meta-Arcose.
Grp. = Grupo; Fm. = Formação; Cplx = Complexo
Tabela 4.16: Correlação principal do Complexo Metamórfico de Rushinga (Zimbabué) e o
Grupo de Rushinga e Suíte de Guro (Moçambique)
4.2.1.4.1. Formação de Nhamessolo (P1RN)
A Formação de Nhamessolo, cujo nome provém de uma vila localizada perto da estrada de
Mungári-Búzua compreende
uma sequência de:

*Quartzito granatífero (P1RNq)


*Gnaisse calco-silicatado (P1RNc)
*Mármore (P1RNm)

Todas estas rochas afloram nas folhas cartográficas de Guro (Folha 1733) e Chemba (Folha
1734) (ver Figura 4.3.)
4.2.1.4.1.1. Quartzito granatífero (P1RNq)

O quartzito granatífero é castanho claro a cinzento esverdeado, é uma rocha com textura
granular média e forma uma crista proeminente orientada a NO-SE do lado norte do rio
Pompue, perto da zona de contacto Proterozóico-Fanerozóico.
Foram também encontrados intercalados de quartzitos semelhantes nas rochas calco-silicatadas
do rio Ludezilicura.
Nas rochas dobradas e foliadas, as bandas regulares de pequenos porfiroblastos granatíferos
representam camadas pelíticas originais. A posição estratigráfica precisa do quartzito na
Formação é desconhecida, mas a sua localização sob os mármores e rochas calco-silicatadas é
bastante plausível (GTK, 2006).

4.2.1.4.1.2. Gnaisse calco-silicatado (P1RNc)

Ao longo do rio Ludezilicura, encontra-se exposta uma sequência calcária metassedimentar,


constituída principalmente por rochas calco-silicatadas verde escuras e gnaisses com
interestratificações variáveis de mármore e quartzito. Durante a formação de horizontes espessos
e coerentes, as rochas calco-silicatadas são de textura granular média e variavelmente bandadas,
com anfíbolo, plagioclase e escapolite como minerais principais. As variedades grosseiras e
pegmatíticas são também bastante comuns e, devido ao aumento do teor de quartzo e feldspato,
as rochas evoluem para gnaisses calcários e maciços. Provavelmente, os mármores puros
subjacentes da formação, as rochas calco-silicatadas, são frequentemente intruídas por
granitóides granatíferos foliados com piroxena da Suíte de Guro (TK, 2006).

4.2.1.4.1.3. Mármore (P1RNm)

Afloramentos de Mármore em várias localidades:


*Mármore com textura granular grosseira, puro, encontra-se largamente exposto ao longo da
estrada de Mungári-Búzua nos arredores da aldeia de Nhamessolo.
*É formado mármore maciço e megacrístico ao longo da crista com mais de 20 km no contacto
entre o Complexo de Báruè, a oeste do Monte Bongurro.
*Provavelmente, aflora outro horizonte de mármore como uma crista elevada a leste do rio
Pungue.
* Foi observado mármore puro a oeste, na parte superior do curso do rio Mazurgo (a extensão em
área não é conhecida).
*Na área de Nhamessolo, o grande afloramento de horizonte de mármore é provavelmente
provocado pela sua atitude sub-horizontal em estruturas abertas, dobradas e onduladas. A
espessura verdadeira é evidenciada nas cristas proeminentes de mármores, onde a espessura da
unidade inclinação acentuada (45 – 65o) para sul, é da ordem de diversas centenas de metros.

Os mármores da Formação de Nhamessolo são cinzentos esbranquiçados, com textura granular


grosseira a muito grosseiro, maciços, onde os cristais ideomórficos de calcite podem ter diversos
centímetros. As variedades com textura granular mais grosseira são muitas vezes compostas
apenas de calcite, tendo como único mineral acessório a grafite, que regularmente surge
disseminada em pequenos flocos. Ao aumentar a quantidade de bandas e interestratificações
calco-silicatadas e de depósitos clásticos, os mármores evoluem gradualmente para rochas calco-
silicatadas com camadas de mármore aleatórias (GTK, 2006).

4.2.1.4.2. Formação do Rio Embuca (P1RE)

A Formação do Rio Embuca é composta pelas seguintes unidades rochosas:


*Xisto biotítico-granatífero-silimanítico (P1REch)
*Meta-arcose/Quartzito arcósico (P1REa)
*Quartzito Inferior (P1REqz)

4.2.1.4.2.1. Quartzito Inferior (P1REqz)

O Quartzito Inferior é exposto essencialmente ao longo de várias cristas cultivadas. Esta é a


unidade mais inferior do Grupo de Rushinga Inferior e repousa directamente sobre os gnaisses do
soco Arcaico, ao longo de um contacto arqueado entre leste e norte de Cuchamano.
O contacto não foi observado e, consequentemente, permanece obscuro, apesar de, em alguns
locais, possa ter sido sugerida uma natureza tectónica.
O quartzito é uma rocha rosada com textura granular média e varia de composição feldspática a
orto quartzítica. O ortoquartzito é habitualmente grosseiro, enquanto as variedades feldspáticas
são de grão mais fino.
Na maior parte dos afloramentos, estes quartzitos basais mostram inclinações sub-horizontais a
moderadas. O contacto com as unidades arcósicas sobrepostas é gradacional. Algumas camadas
horizontais de quartzito repousam apenas em janelas tectónicas do Arcaico e são ricas em
granadas.
O metaconglomerado, com veios deformados de cascalho de quartzo, aflora num ribeiro a norte
da estrada Changara-Cuchamano (GTK, 2006)
Os gnaisses quartzo-feldspáticos maciços (metassedimentos de Ruchinga ou Guro) formam
horizontes com continuidade lateral na área N do rio Mazoe. Estes ocorrem muitas vezes como
cristas proeminentes, mas também como feições de baixo-relevo da paisagem entre unidades
rochosas mais resistentes. São equigranulares, maciços a variadamente foliados, castanho claros
a rosa. Gnaisses leucocráticos, compostos de quartzo, microclina e plagioclase, geralmente sem
minerais máficos com excepção de profiroblastos de magnetite. A presença de vários
metassedimentos do Rushinga sugerem uma origem migmatizada paragnáissica. Talbot (1973) e
Leitner & Phaup (1974) sugeriram uma origem por migmatização e metamorfismo de
percursores psamíticos ou arcósicos para gnaisses feldspáticos maciços. No entanto, a textura
bastante homogénea e a composição modal 'granítica' também estabelecem a ligação entre o
gnaisse maciço quartzo-feldspático e variedades félsicas do Complexo Bimodal de Guro ou CBG
(Barton et al.,, 1991, GTK, 2006).
4.2.1.4.2.2. Meta-arcose/quartzito arcósico (P1REa)

Estas rochas afloram

*numa crista com orientação N-S no outro lado do rio Mazoe, a leste da fronteira com o
Zimbabué;
*a norte do rio Mazoe, foram encontradas cristas de meta-arcose;
*a NO do domo da Serra Inhadendje;
* a norte e leste do Monte Txera.

Estes quartzitos são claros amarelados a castanho rosados, com textura granular média e
formam rochas quartzo-feldspáticas em bandas finas. A rocha é geralmente associada com
anfibolitos bandados deriva alegadamente de um protólito arcósico.

Encontram-se também extensamente expostas cristas de rochas semelhantes na área a sul do rio
Mázoè, onde se pode observar uma similaridade geral com algumas variedades félsicas da Suíte
de Guro Neoproterozóica e dificultam localmente a separação destas duas unidades rochosas.
Um bandado metamórfico devido a deformação polifásica e seguido de fundição parcial, muito
comum em rochas quartzo-feldspáticas da zona em questão, frequentemente dificultam a
distinção das rochas félsicas de diferentes origens e das unidades rochosas no campo.
Com excepção do bandado composicional regular e da estratificação fina e laminar, visível no
local em variedades quartzíticas da rocha, não se encontraram texturas sedimentares. As riscas e
bandas finas com anfíbolo, que varia ocasionalmente para anfibolitos bandados, são bastante
comuns. Em determinados locais, as meta-arcoses têm profiroblastos ou nódulos de sillimanite
orientados e foi observada uma transição para gnaisse silimanítico (GTK, 2006)

4.2.1.4.2.3. Xisto biotítico-granatífero-silimanítico (P1REch)

O xisto biotítico-granatífero-silimanítico (xistos aluminosos e gnaisses) da Formação do Rio


Embuca geralmente forma horizontes finos mas contínuos ao longo das rochas de Rushinga.
O xisto é exposto:

*Como xisto portador de aluminossilicatos ao longo da margem Norte do rio Mázoè


*A SO do Pico Cocodeze, onde uma camada de mais de 50 m de espessura distintamente
estratificada por xisto granatífero-silimanítico pode ser seguida ao longo do curso do rio por
mais de dois quilómetros.
*Na parte oeste da área de afloramento, o xisto aluminoso tem as estratificações de quartzito de
espessura variável, e o xisto evolui gradualmente para um ortoquartzito vítreo e recristalizado.

Em Moçambique, estes xistos são geralmente associados a quartzitos e meta-arcoses e são


variedades transicionais comuns de quartzitos portadores de sillimanite para gnaisses
feldspáticos com nódulos de sillimanite. Em termos de textura e de composição, as rochas desta
unidade variam de xistos aluminosos distintamente estratificados e foliados para gnaisses
maciços, que localmente incluem porfiroblastos de sillimanite exclusivamente granatíferos e
fibrolíticos. Uma variedade comum é o gnaisse quartzo-feldspático, também maciço mas foliado,
com muitos nódulos alongados de quartzo-sillimanite±granada com um diâmetro até 10 - 15 cm.
A granada é almandina em termos de composição química. A biotite tem um teor de TiO2de 2,6
wt%. Também se identificam alguns grãos de turmalina. As composições químicas de granada e
biotite (também se observou pleocroísmo avermelhado) referem-se a um grau de metamorfismo
da fácies de anfibolito, mas a estabilidade e ocorrência de turmalina a estas condições P-T não é
comum (GTK, 2006)

4.2.1.4.3. Formação do (Rio) Monte Pitão (P1RP)

A Formação do (Rio) Monte Pitão é composta pelas seguintes unidades rochosas:


*(Orto-) Quartzito Superior (P1RPq)
*Mármore Superior (P1RPma)
*Gnaisse Biotítico (com nódulos de quartzo-sillimanite) (P1RPgn)
*Mármore Inferior (P1RPml)
*Gnaisse calco-silicatado (P1RPcc)
*Anfibolito bandado (P1RPa)

A Figura 4.12 mostra a situação geológica detalhada no Monte Pitão.


Figura 4.12.: Geologia detalhada do Monte Pitāo (adaptado de GTK, 2006)
4.2.1.4.3.1. Anfibolito bandado (P1Rapa)

Os anfibolitos bandados e os gnaisses com horneblenda formam horizontes sub-contínuos,


seguindo a direcção geral da sequência de Rushima. Devido à sua baixa resistência a
meteorizações, em comparação com litologias mais félsicas associadas, os anfibolitos são, em
geral, apenas esporadicamente expostos.
Uma secção completamente exposta, com mais de 2 km de largura e localizada a cerca de 2 Km
a este da fronteira com o Zimbabué, foi encontrada no rio Mázoè (aí a sequência de rochas é
maioritariamente composta por anfibolitos bandados e gnaisses quartzo-feldspáticos).
A feição mais conspícua dos anfibolitos com textura granular média, dobrados e migmatizados
de formas variadas, é o seu bandado distinto, com camadas de anfibolitos com textura granular
média, verde escuras, alternando com camadas ou bandas quartzo-feldspáticas, de escala
milimétrica a decimétrica, com cor castanha clara ou rosa. O contacto entre as bandas máficas e
félsicas varia de muito contrastante a difusa.
Ambas as rochas e anfibolitos bandados do Grupo de Rushinga foram sujeitos a deformação
polifásica. Geralmente, as rochas são afectadas por dobramentos de grande escala do eixo do
isoclinal F2, com inclinação acentuada a leste, mas o dobramento localmente sobreposto também
gerou padrões de dobramento Na zona do rio Mázoè, os anfibolitos contêm um conjunto regular
de estruturas quartzo-feldspáticas e preenchimento leucossomático, geralmente oblíquas ao
bandado. Representam provavelmente fracturas de tensão abertas durante a última fase de
dobramento (GTK, 2006).
Em alguns locais, os anfibolitos também apresentam bandas estreitas ou laminação composta por
porfiroblastos granatíferos ricos em almandina abundantes e rosa, com 2 - 10 cm.
O contacto entre as rochas anfibolíticas e quartzitos arcósicos laminares é gradacional e ocorre
durante um aumento progressivo da espessura e abundância de camadas quartzo-feldspáticas nos
anfibolitos bandados (GTK, 2006).
Os efeitos do metamorfismo de alto grau e deformação polifásica obscureceram a origem dos
anfibolitos bandados e litologias associadas. O bandado similar é comum no seio do Gnaisse
Máfico Listrado da Suíte Metamórfica de Masoso (Barton et al.,, 1991). No entanto, a
composição global e feições de textura das rochas do Grupo de Rushinga são mais típicas nas
rochas supracrustais. Tendo em conta a estratificação bem preservada, em rochas calco-
silicatadas associadas, é mais provável uma origem vulcânica do que gabróica. Assim, acredita-
se que os anfibolitos bandados representam interestratificações máficas vulcânicas em
sedimentos psamíticos a pelíticos (GTK, 2006).

4.2.1.4.3.2. Gnaisse calco-silicatado (P1RPcc)

*Os gnaisses calco-silicatados estão geralmente associados a outras rochas da Formação do


Monte Pitão, mais especificamente com mármores, gnaisses pelíticos e anfibolitos. Os gnaisses
ocorrem como unidades diversificadamente espessas e alongadas na área a norte da estrada de
Changara-Nyamapanda. Geralmente, estas rochas são expostas como pequenos afloramentos
em vales ou depressões topográficas, mas também foram encontradas ao longo da direcção das
cristas calco-silicatadas contínuas. Numa secção com boa exposição do outro lado do rio
Mázoè, a espessura de um horizonte de gnaisses calco-silicatados com inclinação acentuada
(090/65E) é de cerca de 100 m.
As rochas são de textura granular média, diversificadamente foliadas e têm um bandado
composicional. As superfícies meteorizadas são verdes acinzentadas, enquanto as superfícies
recentes apresentam frequentemente cores verdes brilhantes devido às bandas ou disseminações
de anfíbolos. A meteorização de estreitas bandas de mármores origina muitas vezes cavidades
profundas por dissolução em superfícies meteorizadas. As amostras representativas de rochas
similares no Zimbabué são compostas por diópsido, horneblenda, escapolite, carbonato,
microclina, apatite and esfena.
A textura da rocha varia de muito maciça (embora foliada) a gnaisses bandados com concreções
elipsoidais ricas em epídoto, que se acredita que representem pseudomorfos após
interestratificações de mármore boudinadas finas.
O contacto do gnaisse calco-silicatado com quartzito feldspático a leste é gradacional. O contacto
a oeste não se encontra exposto (GTK, 2006).

4.2.1.4.3.3. Mármore Inferior (P1RPml)


O mármore inferior é uma unidade com grande distribuição e bem exposta que ocorre
*No canto SE da área de Chioco (Folha 1632)
*No canto SO da área de Tete (Folha 1633).

**Na localidade-tipo de Monte Pinhão (canto SE da folha cartográfica de Chioco (Folha 1632), o
Mármore Inferior tem uma espessura calculada de aproximadamente 50 m.
**Foi observada uma espessura similar em horizontes de mármores segundo orientados a NNE,
que cruzam a estrada principal entre Changara e Cuchamano no folha de Tete (Folha 1633) e
**a sul do rio Múdze (Folha 1733).

Os Mármores Inferiores são de textura granular média a grosseira, chegando mesmo a muito
grosseira e, essencialmente, de composição dolomítica. O tamanho e a cor do grão estão muitas
vezes correlacionados com a estratificação (GTK, 2006).

4.2.1.4.3.4. Gnaisse biotítico (-silimanítico) (P1RPgn)

Os gnaisses biotítico (-silimaníticos) encontram-se expostos:

*Ao longo da crista em arco alongado que circunda os gnaisses do Arcaico


*Em torno da vila de Cuchamano
*No flanco superior da secção do Monte Pitão
Aí, forma uma unidade de várias dezenas de metros de espessura entre os Mármores Superiores e
Inferiores da Formação do Monte Pitão.
O gnaisse biotítico é cinzento-escuro, de grão médio, frequentemente uma rocha gnáissica
granatífera, que contém, especialmente na parte superior da unidade, nódulos quartzo-
silimaníticos. O tamanho dos nódulos aplanados podem atingir os 5 cm de diâmetro (GTK 2006).

4.2.1.4.3.5. Mármore Superior (P1RPma)

A unidade de mármore superior encontra-se exposta:

*ao longo da extensa crista que circunda o soco Arcaico a norte de Cuchamano (Folha Chioco
1632).
*na Encosta de Python.

O mármore forma uma camada quase horizontal de aproximadamente 10 m de espessura, em


concordância com um gnaisse quartzo-silimanítico-biotítico subjacente com nódulos e um
quartzito cristalino de grão grosseiro sobrejacente.
O mármore é habitualmente de textura granular grosseira e de cor branca, mas também ocorrem
variedades cor-de-rosa.

O membro do Mármore Superior é similar à variedade de mármore branco do Mármore


Inferior, mas geralmente apresenta uma espessura muito menor, com menor variedade em
termos de cor e ausência das camadas de silicatos que são características do Mármore Inferior
(GTK, 2006)

4.2.1.4.3.6. Quartzito Superior (P1RPq)

O Quartzito Superior está bem representado em afloramentos, devido ao seu volume e resistência
à erosão.
Por definição, formam cristas contínuas e preponderantes na paisagem, paralelas às secções de
erosão.
Estas cristas delimitam o bordo NE do cratão do Zimbabué do Arcaico e curvam a partir do
Zimbabué para leste da aldeia de Cuchamano progredindo em direcção a sul (Folha de Chioco,
Tete e Guro):

*Deixando a suave planície do Arcaico em Cuchamano, encontra-se a primeira das principais


cristas quartzíticas orientada a N-S, 10 km a leste de Cuchamano. Aqui, os quartzitos formam
núcleos de sinclinais estreitos com eixos de dobra horizontais, conforme exibido pelas posições
internas da estratificação nas encostas e no topo.
*A base de uma secção quartzítica em sinclinal aberto pendente para leste é observável a sul de
Cuchamano, onde o rio Múdze corre através de um canal estreito e profundo, cruzando uma
crista elevada.
*Mais a leste, na estrada principal em direcção a Changara, é possível observar numerosas, no
entanto estreitas, bandas de quartzitos em cristas pouco pronunciadas, provavelmente repetidas
por acção tectónica de carreamento, misturadas com outras litologias incluindo xistos e
mármores da Formação de Rushinga.

O Quartzito Superior é geralmente uma com textura granular grosseira, de cor branca a
acinzentada. É composta por aproximadamente 100% de quartzo altamente recristalizado,
obviamente a partir de um material de grão mais fino. Os grãos de quartzo individuais podem
ultrapassar os 10 mm de tamanho, são muitas vezes transparentes e a rocha é composta por uma
massa grosseira com uma textura semelhante a "açúcar".
O quartzito parece ser praticamente não deformado e é apenas ligeiramente foliado. A
individualização da estratificação é pouco clara, traduzindo-se apenas por uma pequena variação
de cor ao cruzar um suposto limite da camada.
Não há certezas quanto à espessura das camadas individuais. As espessuras das massas globais
de quartzito devem atingir pelo menos muitas dezenas de metros, para serem suficientes para
formar cristas como as que aqui existem, mesmo que a compressão seja considerada em
acumulações em locais de dobramento.
A leste de Cuchamano, na estrada principal, existe um pequeno afloramento que apresenta uma
espécie de feição ondulada superficial, que pode ser interpretada como marcas de ondulação.
Alguns conjuntos de bandas de solução por pressão são visíveis nas paredes quartzíticas no
estreito canal fluvial do outro lado da crista acima mencionada. Não se conhece o que existe ou
existiu acima do quartzito no local, porque as cristas com quartzitos ou os próprios cumes
representam a parte superior da litologia local, ou porque os quartzitos mais a leste foram
misturados com outras litologias, tornando pouco claros os conceitos da estratigrafia. Também é
observado que aquilo que se encontra imediatamente abaixo pode variar, conforme sugerido pelo
contacto inferior cisalhado tectonicamente de uma massa principal de quartzito no rio Múdze.
É de salientar que este quartzito é semelhante ao quartzito com textura granular grosseira do
Grupo de Gairezi, que também percorre a margem leste do cratão do Zimbabué, atravessando as
folhas cartográficas de Guro, Catandica e Manica, onde também forma cristas proeminentes,
orientadas a N-S, destacando-se das restantes feições topográficas bastante suaves (GTK, 2006).

Província Geológica de Tete-Angónia


(4.2.1.P₁.) (Território do Gondwana Ocidental e Cintura Móvel do Zambeze)
4.2.1.4. Formação de Chíduè (P1CH)
(anteriormente integrada no Grupo de Fíngoè)

A Figura 4.13 mostra a área de afloramento da Formação de Chiduè.

Figura 4.13: Localização da Formação de Chiduè (no bordo NO da Suíte de Tete mais recente)
As seguintes rochas foram descritas na Formação de Chiduè:
*Micagnaisse (P1CHc)
*Mármore (e quartzo) (P1CHm)
*Meta-arenito (P1CHs)
Hunting (1984) atribuiu uma sucessão heterogénea de metassedimentos de alto grau, encontrados
abundantemente no muro e margens da Suíte de Tete, à Formação de Chíduè. Anteriormente,
Real (1966) e Afonso (1976) tinham atribuído estas rochas ao Grupo de Fíngoè, mas as
diferenças litológicas entre estas duas sequências levaram Hunting (1984) a não aceitar esta
correlação.
As litologias dominantes da Formação de Chíduè são mármores e xistos psamíticos. Segundo
Hunting (1984), o Grupo de Chíduè também incluía mármores com apatite-flogopite, rochas
calco-silicatadas, anfibolitos e veios quartzo feldspáticos (Hunting, 1984; Real, 1966; Afonso,
1976). Baseado em novas observações (GTK, 2006), estes foram identificados como
carbonatitos, rochas siliciosas pós-instalação e produtos de reacção entre fluidos siliciosos e
carbonatitos. Como consequência, os mármores de Chíduè são reduzidos apenas a mármores
com protólito sedimentar.
Com excepção de algumas ocorrências de rochas calco-silicatadas nos domos gnáissicos, a única
área coerente no que respeita aos metassedimentos de Chíduè aflora em torno da aldeia de
Chibagadigo no contacto NO da Suíte de Tete. Nessa área, a sucessão de rochas compreende
micagnaisses diversamente deformados, mármores e gnaisses quartzo-feldspáticos com uma
inclinação acentuada orientada a SE. Os gnaisses não pertencem à área da Formação de Chíduè,
mas todas as ocorrências são dominadas por mármores.
Os contactos da Formação de Chíduè são tectonicamente modificados por deformação da
estratificação paralela abaixo da Suíte de Tete alóctone (GTK, 2006)

É proposta uma idade de sedimentação Paleoproterozóica para a Formação de Chíduè. Esta é


baseada em análises isotópicas de rochas carbonatadas.

4.2.1.4.1. Meta-arenito (P1CHs)


O meta-arenito/arcose é amarelado a castanho rosado, com textura granular fina e representa a
principal litologia da Formação de Chídùe na área NO da Suíte de Tete. Os taludes rodoviários
na aldeia de Chibagadigo revelam um gnaisse fortemente foliado e lineado com zonas
miloníticas, que engloba ocelos de feldspato deformados numa matriz quartzo-feldspática
sericitizada.

4.2.1.4.2. Mármore (e quartzo) (P1CHm)

Existem os seguintes afloramentos:


*Uma ocorrência de mármore situada a quase 40 km a NE de Tete, distante dos domos
mencionados acima, adjacentes à estrada principal para Zóbué. A planície em frente a esta
elevação de 200 m está coberta por blocos de mármore, o que implica que a ocorrência de
mármore com 1,5 km de largura tenha uma forma oval, delimitada pelas linhas arqueadas das
colinas vistas em segundo plano a partir da estrada principal.
*No topo da crista existe uma zona de quartzo com textura granular muito fina e esta zona
extremamente dura não meteorizada explica bem a presença da crista alta e estreita, afiada
mesmo, no contacto a norte da ocorrência local do mármore. É sugerido que esta ocorrência de
mármore-quartzítico seja uma janela da Formação de Chíduè sob a Suíte de Gabro-Anortosito de
Tete.
*A O da estrada principal para o Songo, existe um conjunto local de falhas silicificadas
identificadas na cartografia, com orientação E-O e com intercepção transversal à extensão O da
Suíte de Tete na folha cartográfica 1633. Existe uma banda com algumas dezenas de metros de
largura de rocha de quartzo com textura granular extremamente fina, que forma a crista estreita
com o cume mais elevado e resistente com orientação a E-O (facilmente vista da estrada
principal). Enquanto delimitada ao longo do seu contacto Sul por milonitos e gabros, a "rocha de
quartzo" pode também ser uma peça de falha cavalgante de quartzito chertíco associado à
Formação de Chíduè. Este ponto de vista encontra suporte na ocorrência de uma massa de
carbonato puro com textura granular muito grosseira (5 a 20 cm) que delimita a rocha de quartzo
ao longo do seu lado norte (0521287/82211779) (GTK, 2006).

4.2.1.4.3. Micagnaisse (P1CHc)


O micagnaisse cinza escuro com textura granular média encontra-se exposto ao longo do rio
Nhaconhe, a norte da aldeia de Chibagadigo. Não se observaram porfiroblastos alumino-
silicatos, mas existem porfiroblastos de feldspato potássico em gnaisses fortemente deformados.
Os contactos do gnaisse não se encontram expostos, os afloramentos mais próximos em ambos
os lados desta unidade rochosa são mármores da Formação de Chiduè (GTK, 2006).

(4.2.1.P₁.) Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula


(Território do Leste do Gondwana e Cintura do Lúrio)

Não se identificaram rochas do Paleoproterozóico neste território.

(4.2.1.P₁.) Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


(Território do Leste do Gondwana e Cintura do Lúrio)

4.2.1.5. Complexo da Ponta Messuli


(parcialmente pertencentes ao antigo Grupo de Cobué)

No Complexo da Ponta Messuli, foram descritas duas unidades rochosas principais (Carta
Geológica, 2008, Figura 4.14.):

*Gnaisse ocelado (P1Pag)


*Gnaisse migmatítico (2299 +/-21) (P1Pmg)
Figura 4.14.: Localização regional do Complexo da Ponta Messuli
A Norconsult (NGU, 2007) descreve uma variedade de diferentes rochas:
*Gnaisse ocelado (P1Pag)
*Gabro (P1Pgb)
*Talcoxisto (P1Ptc)
*Anfibolito (P1Pam)
*Quartzo-micaxisto (P1Pqm)
*Gnaisse migmatítico (P1Pmg)

O Complexo da Ponta Messuli é encontrado ao longo da margem do Lago Niassa: É designado


após um promontório aproximadamente a 11o54' S, que é também o nome da folha 1: 250 000 no
qual a parte norte do Complexo está exposta.
A unidade consiste numa variedade de rochas; algumas únicas na região. As áreas a norte são
ocupadas por um gnaisse migmatítico de origem supracrustal que contém cordierite e sillimanite,
uma associação mineral que não se encontra em qualquer outro local da região.
Foi demonstrado que o Complexo da Ponta Messuli é a unidade mais antiga na região, tendo
uma idade metamórfica Paleoproterozóica (1,95 Ga) e contendo zircão detrítico com uma idade
mínima de 2074±11 Ma.
Idades do modelo Sm/Nd também indicam que o material do Arcaico foi envolvido durante a
formação do complexo. O Grupo de Txitonga, a leste, tem um contacto por carreamento com o
Complexo (Norconsult, NGU, 2007).
Os autores Pinna et al. (1993) e Lächelt (2004) atribuíram o Complexo da Ponta Messuli e o
Grupo de Txitonga ao Grupo de Cobué.
O Complexo da Ponta Messuli foi definido como tal nesta descrição porque os novos dados
geocronológicos revelaram que este é muito mais antigo do que as rochas do Grupo de Txitonga.
As rochas do Grupo de Txitonga circundam a aldeia de Cobué por isso: o nome não é apropriado
para o Complexo da Ponta Messuli (Norconsult, NGU, 2007).

Afloramentos do Complexo da Ponta Messuli (1:250 000):

*na folha 1134 de Ponta Messuli


*na parte mais a norte da folha 1234 de Metangula.

4.2.1.5.1. Gnaisse migmatítico (P1Pmg)

**Os gnaisses migmatíticos ocorrem em duas áreas separadas:

*A área a norte está localizada entre o Lago Niassa e o Grupo de Txitonga, desde ~10 km a norte
de Cobué até à fronteira com a Tanzânia, a uma distância de ~50 km.
*Área Sul, a leste de Ponta Ngoo.

*O gnaisse migmatítico está bem exposto ao longo da margem do Lago Niassa. Existe uma
grande variação relativamente à aparência à escala local, no entanto não foi possível dividir os
migmatitos em diferentes unidades, que possam ser consideradas cartografáveis a 1: 250 000.
Esta rocha forma a maior parte do Complexo da Ponta Messuli. O contacto preciso com o Grupo
de Txitonga a leste nunca é observado, mas é certamente tectónico e é interpretado como um
carreamento. As falhas tardias e frágeis ao longo deste contacto são indicadas por um gnaisse
brechificado observado no perfil a norte orientado a E-O (UTM 36S 717859, 8710570)
(Norconsult, NGU 2007).
Geralmente, o gnaisse tem um aspecto fortemente migmatítico. Em algumas áreas, os veios
migmatíticos são tão intensos que dá a impressão de se tratar de uma rocha granítica. Houve pelo
menos uma fase de dobramento após a última migmatização. Para além disso, toda a área ao
longo do Lago Niassa parece ter sido afectada por um cisalhamento e falhas tardios, relacionados
com a formação do graben de Maniamba e o mais recente Rifte do Leste Africano.
A intensa migmatização e forte cisalhamento dificultaram a interpretação da origem da rocha,
mas a maior parte do gnaisse migmatítico parece ser de origem supracrustal. O teor de quartzo
pode ir até 80% mas geralmente varia entre 30 a 60%. A granada é encontrada em toda a
unidade. Podem ser encontradas granadas poeciloblásticas com até 5 cm de diâmetro (Figura
6.3.), mas mais comummente a rocha contém várias granadas cor-de-rosa de pequena dimensão,
de menos de 1 mm a 5 mm em diâmetro.
Nos gnaisses existem várias bandas e lentes de anfibolito numa escala de poucos metros que
podem ter origem vulcânica.
Todas as rochas nesta área são fortemente sericitizadas, mas também substituem outros minerais,
especialmente os feldspatos. Os limites originais dos grãos, podem, por vezes, ser vistos apenas
como textura fantasma. Algumas destas rochas altamente sericitizadas parecem ser muito ricas
em feldspato, pelo que parte dos migmatitos podem, portanto, ser de origem magmática. O
migmatito é intruído por granitos tardios (P2gra) e existe também um pequeno afloramento de
gabro (P1Pgb).
*O gnaisse migmatítico também cobre uma secção costeira de 12-13 km em torno de Ponta
Ngoo. Esta unidade tem duas gerações de neossomas com quartzo e feldspato no gnaisse com
textura granular fina biotítico rico em muscovite. Apresenta uma forte semelhança com a
unidade mais a norte, ao longo da costa. Nesta unidade existem pequenas lentes de talco/pedra
sabão e rocha antofilítica (P1Ptc), que se acredita que representam as rochas magmáticas
alteradas, assim como as bandas e lentes de rochas máficas da mais variada composição.

Os blocos de falhas marcam os contactos mais a sul da unidade de gnaisse migmatítico em


direcção às rochas sedimentares do Karoo. Estas estruturas estão bem expostas ao longo do rio
Litoche, a leste de Ponta Ngoo (cerca de UTM 36S 688500, 8620500).
Sob os blocos basculados de conglomerados do Karoo, existe uma unidade de quartzito
fortemente silicificado, que se encontra fracturada e brechificada. As fracturas são preenchidas
com quartzo cristalino, prova de que se encontravam abertas durante a mineralização. Estão
presentes exactamente as mesmas feições, com blocos de falhas basculados das rochas
sedimentares do Karoo e rochas silicificadas com preenchimentos de quartzo, no contacto a norte
da janela nos gnaisses na folha 1134 (Lupilichi) (coordenadas aproximadas: UTM 36S 801130,
8712250). Numa determinada localidade (UTM 36S 689384, 8620172), encontra-se exposto o
contacto entre o Karoo inferior, representado por conglomerado brechificado e os gnaisses
subjacentes. A coloração branca dos gnaisses é um fenómeno recente e não há alteração relativas
ao sub-Karoo nos gnaisses (Norconsult, NGU, 2007).

4.2.1.5.2. Quartzo-micaxisto (P1Pqm)

O quartzo-micaxisto ocorre de forma lenticular no gnaisse ocelado. Essas lentes ocorrem em


várias escalas. O xisto parece ocorrer sempre ao longo de zonas de elevado estado de tensão no
gnaisse ocelado. As lentes são interpretadas como xenólitos, mas podem também ser lentes
tectónicas do Grupo de Txitonga. O xisto tem muitas similaridades com os xistos do Grupo de
Txitonga, mas, no geral, é mais foliado, planar e rico em quartzo. Os principais constituintes são
o quartzo, o feldspato e a sericite. A rocha é cinza-branca, com textura granular fina e a
muscovite ocorre normalmente na forma de grãos pequenos e lustrosos de sericite, em vez de
ocorrer em grãos grandes como no xisto do Grupo de Txitonga (Norconsult, NGU, 2007).

4.2.1.5.3. Anfibolito (P1Pam)

As lentes anfibolíticas são encontradas em gnaisses migmatíticos (P1Pmg) e gnaisses ocelados


(P1Pag). Aparecem em todas as escalas. Não é claro, se eles representam intrusões mais recentes
ou se são xenólitos. Algumas lentes anfibolíticas nos gnaisses migmatíticos foram interpretadas
como estratos de rochas vulcânicas.
Muitas das lentes foram baseadas na cartografia da DNG da área de Ponta Ngoo (Saranga, 2001).
A maioria dos anfibolitos têm composição intermédia e não básica (Norconsult, NGU, 2007).

4.2.1.5.4. Talcoxisto (P1Ptc)

Nos gnaisses migmatíticos (P1Pmg) existem duas lentes de pedra sabão/talcoxisto de pequena
dimensão, das quais a mais a sul é associado com uma lente de rocha antofilítica. São rochas
magmáticas alteradas. A pedra sabão tem sido, em ambas as localidades, utilizada como uma
pedra de dimensão, por exemplo em lápides (Norconsult, NGU, 2007).

4.2.1.5.5. Gabro (P1Pgb)

O gabro é encontrado numa determinada localidade (UTM 36S 707128, 8681032), numa
pequena península cerca de 2 km a sul de Ponta Messuli. Ocupa uma área de algumas centenas
de metros quadrados (apenas marcado à escala 1:50 000 folha 1134 D4). O gabro parece ser uma
intrusão mais recente no gnaisse migmatito. A parte central é fracamente deformada e o tamanho
do grão é de ~5 mm. Não há vestígios de piroxena. As leituras efectuadas com o Kappameter
mostram valores magnéticos de ~25x10-3 unidades SI, que indicam uma quantidade bastante
elevada de magnetite. O gabro é cisalhado e alterado para anfibolito ao longo do seu contacto
com os gnaisse-migmatitos (Norconsult, NGU, 2007).

4.2.1.5.6. Gnaisse ocelado (P1Pag)


*O gnaisse ocelado domina o Complexo da Ponta Messuli, a sul de Cobué. Este está bem
exposto ao longo da costa do Lago Niassa (UTM 36S 685600 8649750) e também em perfis
interiores. O gnaisse ocelado ocorre principalmente a oeste do Grupo de Txitonga e o contacto
com o grupo é interpretado como sendo por carreamento, semelhante àquele que ocorre ao longo
do gnaisse-migmatito (P1Pmg).

* O gnaisse ocelado também ocorre a leste do Grupo de Txitonga.

O gnaisse ocelado é muito variável. Na sua variedade mais extrema, este pode conter mais de
50% de ocelos com até 5 cm em diâmetro. Em outras áreas, este é fortemente cisalhado e os
ocelos são reduzidos para grãos de tamanho milimétrico, de modo que a rocha pode facilmente
ser confundida com xisto.
Geralmente, o gnaisse apresenta uma foliação marcada e é também caracterizado por uma
lineação com forte orientação a ESE. As variedades maciças têm uma cor de vermelho a rosa,
mas as partes mais deformadas são verde escuras a verde-claro. Pensa-se que o gnaisse ocelado
se tenha formado a partir de um granito porfírico.

*Outra área onde o gnaisse ocelado é exposto de um modo enigmático é em Ponta Mala,
aproximadamente a 10 km a sul de Cobué. Aqui, o gnaisse ocelado é totalmente envolvido pelo
Grupo de Txitonga. A parte central do corpo do gnaisse ocelado não está fortemente cisalhado e
inicialmente acreditava-se que fosse uma intrusão no Grupo de Txitonga. Esta interpretação tem
sido suportada pelo facto de o quartzo-micaxisto, que se assemelha à rocha encontrada no Grupo
de Txitonga, ter sido encontrado em muitos locais no gnaisse ocelado.

No entanto, o contacto directo entre o Grupo de Txitonga e o gnaisse ocelado nunca foi
observado e um exame mais próximo revelou que o gnaisse ocelado é fortemente cisalhado
próximo do contacto entre estas duas unidades. Isto leva à conclusão de que o gnaisse ocelado
em Ponta Mala seja uma lente tectónica no Grupo de Txitonga.

4.2.2. Desenvolvimento durante o Mesoproterozóico e o Neoproterozóico (P₂, P₃)

O desenvolvimento durante o Mesoproterozóico e o Neoproterozóico (P₂) (P₃) formou cerca de


90% do soco Moçambicano. O desenvolvimento durante o Mesoproterozóico e o
Neoproterozóico é o resultado do sucessivo desenvolvimento de ciclos tectónicos, que se seguem
como um processo sequencial mais ou menos contínuo. Alguns destes processos ocorrem como
um ciclo único compreendendo grandes territórios, outros ocorrem paralelamente como eventos
isolados.
A descrição e caracterização das unidades geológicas decorre, de acordo com vastos territórios
geológico-tectónicos (Províncias e Sub-províncias Geológico-estruturais), do seguinte modo:
Desenvolvimento durante o Mesoproterozóico e o Neoproterozóico (P₂) (P₃)
*(4.2.2.P₂-3) Manica - Província Geológica de Báruè (e Cintura Móvel do Zambeze)
(Território do Gondwana Sul e Cintura Móvel do Zambeze)
*(4.2.2.P₂-3.) Província Geológica de Tete-Angónia (e Cintura Móvel do Zambeze)
*(Território do Gondwana Ocidental e Cintura Móvel do Zambeze)
* (Província Geológica de Zambézia-Nampula-Cintura do Lúrio-Niassa-Cabo Delgado)
*(4.2.3.P₂-3.) Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula
(Território do Leste do Gondwana e Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio)
*(4.2.3.P₂-3.) Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado
(Território do Leste do Gondwana e Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio)
*(4.2.4.Pz) Desenvolvimento durante o Pan-Africano e magmatismo do Paleozóico Inferior

4.2.2.P₂-3. Província Geológica de Manica-Báruè (e Cintura >móvel< do Zambeze)


(Território do Gondwana Sul e Cintura Móvel do Zambeze)
As unidades rochosas do Mesoproterozóico e Neoproterozóico deste território são apresentadas
na Tabela 4.17 (Carta Geológica. (2008 e GTK Consortium de (2006).

Rochas metassedimentares (-vulcânicas) e metamórficas Intrusões

Neoproterozóico

*Gabro de Magasso
(metagabro e gnaisse-
migmatito máfico) (P3ROgb)

*Gnaisse do Monte Calinga-


Muci (gnaisse-migmatito
granítico e gnaisse-migmatito
máfico) (P3ROgm)

Complexo de Masaso
(Suíte Metamórfica)
(P3MO)

Complexo (Metamórfico)
de Mavuradonha (Suíte
Metamórfica) (P3MV)

Metadolerito
(P3db)

Mesoproterozóico

Suíte Intrusiva no
Complexo de
Báruè (P2Ugr)

*Granito do Monte
Senge

*Granodiorito do
Monte Panda
(P2Ugd)

*(Orto)gnaisse de
Inchope (P2BUig)
(1079 Ma)

*Gnaisse
(leucocrático) do
Monte Tomonda
(P2BUlg)

Suíte de *Diorito quártzico


Mashonalândia da Foz do Rio
(P2ML) Banhale (P2BUdi)

Granito biotítico e *Granodiorito e


porfirítico de tonalito do Monte
Chacocoma Hombe (P2BMdg)
(granito de
Chacocoma) *Gnaisse granítico
(P2Cgr) (com anfíbolo)
(P2BUgg)
Meta-anortosito de
Mucota (P2MHan) *Gabro (e rocha
gabróica)
(P2GUgb)
*Diorito
piroxénico
(P2BUpd)
*Horneblendito
(P2BUhb)

Grupo de Umkondo (P2U) Complexo de Báruè


(P2BU)
-Formação de Espungabera
(P2UEv) - Grupo de Mecossa
(P2BM)
-Formação de Dacata
(P2UD) *Gnaisse calco-silicatado
(P2BMcc)
*Membro de Quartzito
*Mármore (P2NMma)
Superior (P2UDqz)
*Gnaisse granatífero-
*Membro de Cherte Calcário silimanítico (micagnaisse
(P2UDch) e metagrauvaque)
(P2BMsi)
*Membro de Siltito (P2UDs)
*Quartzito feldspático
(P2BMfq)
*Sedimentos
metassiliciclásticos
(meta-arcose) (P2BMar)

*Gnaisse quartzo-
feldspático (P2BMqf)

Grupo de Chimoio
(P2BC)

* Micaxisto e micagnaisse
(P2BCch)

* Metagranito e
paragnaisse (P2BCmg)

*Gnaisse hornebléndico,
anfibolitos (P2BChg)

*Paragnaisse migmatítico

*Metassedimentos
siliciclásticos (P2BCss)

Tabela 4.17.: Unidades litoestratigráficas Mesoproterozóicas e Neoproterozóicas da Província


Geológica de Manica – Báruè
As Figuras 4.15a e 4.15b mostram a localização regional destas unidades.
Figura 4.15a: Unidades meso-neoproterozóicas a norte de Manica
Figuras 4.15b: Unidades meso-neoproterozóicas na região de Manica e a sul de Manica
(Figuras 4.15a e 4.15b, adaptado da Carta Geológica de Moçambique, 2008)

4.2.2. P₂. Mesoproterozóico

4.2.2.1. Grupo de Umkondo (P2U)

A posição estratigráfica do grupo de Umkondo ainda não é bem clara. As definições de idade
indicam idade Mesoproterozóica assim como Neoproterozóica.
O Grupo de Umkondo forma uma sequência vulcano-sedimentar, com uma área de afloramento,
medindo
170 km N-S por 100 km E-O, que repousa em discordância sobre as litologias da Cintura Móvel
do Limpopo e do Cratão do Zimbabué. Aflora ao longo da fronteira leste do Zimbabué e estende-
se para Moçambique (GTK, 2006).
Stocklmayer (1981) distinguiu duas fácies diferentes:

*a fácies Inyanda autóctone no Zimbabué


*a fácies Gairezi em Moçambique.

No Zimbabué, a fácies Inyanga é descrita como uma sequência com base plana, não deformada
ou ligeiramente deformada, maioritariamente não metamorfizada com mais de 800 m de
espessura e composta por arcoses basais, calcário estromatólito, cherte, argilito e orto-arenito
(Button, 1977; Stocklmayer, 1981; Mukwakwami, 2001). São sugeridas espessuras de mais de
3000 m para a parte oeste da sequência (Allsopp et al., 1989). No vale do Save, no Zimbabué,
são visíveis lavas amigdalóides no topo da parte preservada da sequência. Estas contêm
intercalações quartzíticas, o que sugere que estas lavas fazem virtualmente parte da sequência de
Umkondo (Swift, 1962).

Em Moçambique, a legenda das cartas 1:250 000 de Hunting (1984) descreve uma sequência
(em sequência estratigráfica regular).

*Aglomerados e lavas andesíticas


*Argilitos Superiores
*Ortoarenitos com níveis quartzíticos cartografáveis.
*Argilitos basais e calcário

Os depósitos parecem ter tido lugar em ambiente fluvial ou de águas pouco profundas (lacustre?)
(GTK, 2006). Button (1977), no entanto, atribui os depósitos desta sequência a ambientes de
águas marinhas pouco profundas, tipo sabka supratidal, de delta em cone anastomosado e de rios
meandriformes em planície de inundação.
Com base em verificações de campo, o GTK Consortium (2006) deu origem a uma reordenação
das diferentes litologias na área:
*As unidades com base plana não metamórficas foram incorporada na Formação
Mesoproterozóica de Dacata do Grupo de Umkondo.
*As litologias deformadas e metamorfizadas foram incorporadas no Grupo Paleoproterozóico de
Gairezi (ver 4.2.1.3. Grupo de Gairezi).

O Grupo de Umkondo, em Moçambique, é composto pelas seguintes unidades


litoestratigráficas:
Grupo de Umkondo (P2U)
*Formação de Espungabera (P2UEv)
*Formação de Dacata (P2UD)
***Membro de Quartzito Superior (P2UDqz)
***Membro de Cherte Calcário (P2UDch)
***Membro de Siltito (P2UDs)
***Membro de Xisto Grafitoso (P2UDsc)
***Membro Quartzítico Inferior (P2UDlq)

A Tabela 4.18. apresenta a composição estratigráfica do Grupo de Umkondo.


Tabela 4.18.: Esquema estratigráfico simplificado do Grupo de Umkondo (modificado de GTK,
2006; Lächelt, 2012)

4.2.2.1.1. Formação de Dacata (P2UD)

4.2.2.1.1.1. Membro Quartzítico Inferior (P2UDlq)

O Membro Quartzítico Inferior aflora


*no rio Búze (secção tipo), onde ortoquartzitos laminados, de cor cinzenta esverdeada clara,
formam uma parede rochosa proeminente.
*perto da ponte do rio Búzi, na estrada de Dacata-Espungabera, onde os quartzitos sub-
horizontais ou com ligeira inclinação orientada a oeste exibem uma laminação paralela de
camada e uma estratificação cruzada distinta
*numa cintura arqueada desde a fronteira com o Zimbabué até à linha de alta tensão a sul da
aldeia de Goi-Goi, a leste, onde os quartzitos evoluem em granulometricamente para xistos
sericíticos e filitos do Membro de Siltito.

Na secção tipo ao longo do rio Búzi, os quartzitos sub-horizontais ou com ligeira inclinação
orientada a oeste apresentam uma laminação paralela plana e uma estratificação cruzada
conspícua angular ou tangencial. Algumas superfícies da estratificação apresentam marcas de
ondulação simétricas e ocorrem pequenas lentes de conglomerados intraformacionais com
clastos de quartzito subarredondados na parte inferior da sucessão. A interestratificação local de
cor verde viva, provavelmente, contém quantidades significativas de fuschite e sugere que o
material tenha derivado parcialmente de rochas ultramáficas de cinturas de rochas verdes do
Cratão do Zimbabué.

Próximo da ponte do rio Búzi, ao longo da estrada de Dacata-Espungadera, a rocha é composta


por ortoquartzitos finamente bandados, de cor cinzenta esverdeada clara, que representam a
unidade metassedimentar mais inferior do Grupo de Umkondo, na região de Espungabera. Esta
forma uma escarpa proeminente, onde se encontra exposta, numa pequena janela sob os siltitos
vermelhos do Membro de Siltito sobreposto.

Na cintura a sul da aldeia de Goi-Goi, encontra-se exposto o mesmo horizonte de quartzito puro
com textura granular fina (GTK, 2006).

4.2.2.1.1.2. Membro de Xisto Grafitoso (P2UDsc)


*A norte das aldeias de Dacata e Goi-Goi, os metassedimentos do Umkondo são
maioritariamente compostos por xistos sericíticos com textura granular fina com grafite e
ardósia. Devido à abundância de soleiras doleríticas espessas do pós-Umkondo, é difícil
estabelecer a espessura e a extensão deste Membro, mas foram encontrados afloramentos
aleatórios de xistos sericíticos e ardósias na região entre a fronteira do Zimbabué e a crista da
Serra de Sitatonga. Estas rochas estão fortemente associadas com chertes e rochas siltíticas dos
membros sobrejacentes e representam a fácies lagunar a marinha de águas pouco profundas da
bacia sedimentar de Umkondo (GTK, 2006)
*Próximo da aldeia de Dacata, está exposta uma camada com diversos metros de espessura de
xisto sericítico com grafite, em trincheiras e taludes rodoviários.
*Provavelmente, é possível observar o mesmo horizonte de xisto grafitoso numa pedreira de
materiais de construção rodoviária, a aproximadamente 2,5 km a SO da aldeia de Dacata.
*Nos arredores da aldeia de Goi-Goi, foram também encontrados pequenos afloramentos de
xisto grafitoso, onde o xisto sericítico está associado a chertes lustroso negros do Membro de
Cherte Calcário.
*Imediatamente a NO da aldeia de Dacata, o xisto sericítico, rico em grafite, com textura
granular fina e cor cinza azulada escura a negra, apresenta uma coloração forte, sugerindo um
maior teor de grafite no seio da rocha.

A julgar pelas superfícies de meteorização e cavidades cúbicas oxidadas, os grãos de pirite


disseminados desapareceram por meteorização. Normalmente, o teor de grafite diminui em
direcção a NE, à medida que a rocha se transforma em ardósia argilítica cinzenta e pobre em
grafite. Os sedimentos grafíticos foram originalmente depositados numa bacia restrita (GTK,
2006).

4.2.2.1.1.3. Membro de Siltito (P2UDs)


*Num largo vale a leste da cidade de Espungabera, o Membro Quartzítico Inferior é coberto por
uma espessa sucessão de siltitos, ardósias e xistos sericíticos do Membro de Siltito sub-
horizontais ou com uma ligeira inclinação orientada a SE.
*Nas áreas a norte da aldeia de Dacata, ocorrem ardósias ligeiramente acastanhadas, que são
observadas a diferentes altitudes entre corpos de gabro-dolerítico de grandes dimensões. São
também observadas algumas camadas hematíticas e siltosas claramente fragmentadas. As
ardósias são muitas vezes meteorizadas, frágeis e pouco resistentes.
*Nas pedreiras em ambos os lados da ponte do rio Búzi, uma rocha de cor magenta escura tem
interestratificações ricas em sericite cinza esverdeada e evolui progressivamente para quartzito
sericítico laminado do Membro Quartzítico Inferior.
*Ao longo da estrada de apoio à linha de alta tensão a NE da Serra Mepessalusse, está exposta a
variedade mais conspícua do Membro, o siltito, que consiste em horizontes de filitos expostos
fortemente foliados de cor cinzenta esverdeada. Mais para cima, o filito evolui para quartzitos e
ortoquartzitos sericíticos do Membro de Quartzito Inferior.
*Ao longo da estrada de serviço à linha de alta tensão, a sul da aldeia de Goi-Goi, variedades
filíticas destes metassedimentos argilosos com textura granular fina, foram também encontradas
na sequência de Umkondo.

Geralmente, o tamanho do grão das rochas pelíticas do Grupo de Ducata aumenta segundo a
orientação tendência N-S da crista montanhosa da Serra Sitatonga (GTK, 2006).

4.2.2.1.1.4. Membro de Cherte Calcário (P2UDch)

*Encontra-se exposta uma camada sub-horizontal de cherte calcário, bandas de calcário


interestratificadas, profundamente meteorizadas, a sul de Dacata, ao longo da estrada de Dacata-
Espungadera. Foram amplamente observados chertes calcários similares, com bandado regular
em associação com, e provavelmente sobrepondo-se de modo conforme, os xistos e ardósias do
Membro de Xisto Grafitoso.
*O cherte calcário, a sul da aldeia de Dacata, ocorre como uma rocha laminada (escala
milimétrica) de cor cinza clara, criptocristalina, finamente estratificada e (3 a 15 cm) e laminada
(escala milimétrica). São encontradas, em alguns locais, interestratificações calcárias, de cor
castanha escura e por vezes corroídas. Noutros locais, ocorrem relíquias de camadas calcárias,
que escaparam à silicificação, em concreções ovóides ou em forma de salsicha.
*Encontra-se exposta na vizinhança da aldeia de Goi-Goi e do rio Lucite uma variedade peculiar
e completamente negra de cherte. A rocha pode representar uma fácies de margem arrefecida de
um cherte sujeito a acção térmica próximo de um dique de dolerito intrusivo espesso ou de uma
soleira. A estratificação da rocha está ainda bem preservada (GTK, 2006)

4.2.2.1.1.5. Membro de Quartzito Superior (P2UDqz)


Os quartzitos com textura granular fina, de cor rosa clara ou cinza amarelada, representam a
unidade estratigráfica superior da sucessão da Formação de Dacata.

*O Membro de Quartzito Superior está mais exposto nos vales declivosos em torno da aldeia de
Espungabera. A espessura máxima estimada do horizonte de quartzito com ligeira inclinação
orientada a SO e SE, na área de Espungabera, é de 150 a 200 m.
*A N e S da Serra Mepessalussa quartzitos similares formam cristas proeminentes.
*A O do Monte Maciurimbe, uma anomalia U-Th, ao longo da fronteira do Zimbabué, sugere a
presença do mesmo horizonte de quartzito, sob lavas andesíticas da Formação de Espungabera.
*A 10 km a NE da aldeia de Dacata, na berma da estrada, existem também algumas rochas de
quartzo caracterizadas pelo tamanho relativamente grosseiro do grão. Estas podem representar
diques de quartzo de alguns metros de largura intruídos nas ardósias, porque estas rochas de
quartzo incluem pequenos geodes com cristais de quartzo euédricos.

A fabric e composição do quartzito varia entre um ortoquartzito puro, laminado e com


estratificação entrecruzada de larga escala e um quartzito sericítico foliado e uma variedade
maciça e com textura de aspecto "açucarado", que é exposta localmente próximo do contacto
superior do Membro. É bastante comum existir uma zona de meteorização acastanhada, de
espessura variável, implicando uma pequena quantidade de ferro na matriz da rocha (GTK,
2006).

4.2.2.1.2. Formação de Espungabera (P2UEv)


No Zimbabué, as lavas do Umkondo têm menor importância em comparação com os doleritos e
soleiras do pós-Umkondo ou Umkondo tardio. Estes fluxos de lava atingem uma espessura
máxima de 200 m (Allsopp et al., (1989).

Em Moçambique, as lavas basálticas e andesíticas da Formação de Espungabera constituem a


unidade litológica superior da sucessão vulcano-sedimentar do Grupo de Umkondo. Estas lavas
repousam em conformidade com ortoquartzitos da Formação de Dacata:
As lavas ocorrem do seguinte modo:

*Estendendo-se a partir da aldeia de Espungabera, cerca de 50 km para SO, uma pilha


homogénea de fluxos de lava com ligeira inclinação orientada a SE, formam um planalto
coerente e sobranceiro com cerca de 25 km de largura ao longo da fronteira do Zimbabué. As
lavas da Formação de Espungabera são separadas das escoadas basálticas da Formação do Rio
Nhavúdezi do Karoo Superior por uma zona de falha principal com brechas de falha
espectaculares.
*A NE da aldeia de Chiuraiue, ocorre um afloramento isolado, com contacto por falha, onde os
arenitos da Formação de Moatise cobrem as lavas de Espungabera.
*A oeste do rio Muzezigi observaram-se afloramentos raros de tufos, sem que tivessem sido
observados depósitos de interfluxos piroclásticos ou metassedimentares.

A maioria das lavas metavulcânicas da Formação de Espungabera são castanhas esverdeadas,


com textura granular fina e de composição basáltica a andesítica.
Com base no contacto dos fluxos amigdalóides, a espessura dos fluxos de lava individuais é
geralmente de diversos metros. Foi encontrado ao longo do declivoso talude a norte do Monte
Chiuraine, um fluxo excepcionalmente espesso e maciço, com uma espessura de mais de 50 m.
Os minerais de aterro mais comuns nas amígdalas redondas ou irregulares são a opala, o epídoto
e o pumpelite. Geralmente, o tamanho das amígdalas é inferior a cinco centímetros, mas foram
encontradas megavesículas aleatórias até 50 cm de diâmetro na parte superior de espessos fluxos
de lava, a SE da aldeia Espungabera.
Na zona basal da Formação, a lava andesítica evolui localmente para rocha epídoto-sericítica
verde amarelada, fortemente silicificada, com abundantes amígdalas de pequena dimensão
preenchidas por quartzo.
Os quartzitos da Formação de Dacata são intruídos, em vários locais, por várias soleiras micro-
gabróicas maciças, com textura granular média, geralmente com dezenas de metros de espessura.
Do ponto de vista da textura e mineralógico, estas soleiras correspondem às rochas ígneas do
Umkondo (ver 4.2.3.2 Doleritos do pós-Umkondo) (GTK, 2006)

4.2.2.2. Rochas ígneas do Umkondo


(Dolerito do pós-Umkondo)

Os estratos vulcano-sedimentares do Grupo de Umkondo foram intruídos por numerosos e


extensos diques e soleiras de doleritos orientados a NNO-SSE, com espessuras que podem
atingir várias centenas de metros. Estes podem ser distinguidos das lavas da sequência Umkondo
pelo tamanho do grão, pelos contactos que denunciam acção térmica e pela ausência de
amígdalas nos diques e soleiras mais recentes (Allsopp et al., 1989).
Estas rochas são conhecidas como Doleritos do Umkondo e Doleritos do pós-Umkondo
(Hunting, 1984), assim como Lavas do Umkondo (Munyanyiwa, 1999) e agrupadas como
Rochas Ígneas do Umkondo (Província).
As soleiras de doleritos estendem-se, assim, desde o soco do Arcaico até às rochas do Grupo de
Umkondo e algumas das soleiras foram instaladas ao longo da inconformidade basal. Os fluxos
de basalto menores (e tufos máficos de lapilli), que são intercalados com os sedimentos do
Umkondo, são geoquimicamente idênticos às soleiras e diques doleríticos e fornecem indicações
de ampla actividade ígnea sin-sedimentar (GTK, 2006).

No Zimbabué, as soleiras espessas de dolerito intruíram a sucessão de Umkondo como folhas


que localmente coalescem e transgridem a estratificação da sequência de Umkondo. A maior
parte das soleiras doleríticas invadiu unidades calcárias e argilosas da parte inferior da sequência
de Umkondo. Soleiras em menor número e mais estreitas implantaram-se no quartzito da parte
superior da sucessão. Foram cartografados seis folhas individuais, cada uma com espessuras
entre 70 e 200 m (Swift, 1962;Watson, (1969). As margens de arrefecimento encontram-se
expostas em alguns locais. Noutros locais, a mistura caótica de dolerito e rocha encaixante
reflecte explosões de vapor em sedimentos ainda pobres em água.

No Zimbabué, os diques e soleiras dos Doleritos da Mashonalândia (Umkondo) são rochas


isotrópicas de grão médio a fino, cinzentas escuras a cinzentas esverdeadas. Do ponto de vista
composicional, são doleritos, micro-gabros ou noritos com texturas comuns ofíticas ou sub-
ofíticas. Fenocristais de feldspato são também vulgares. Os minerais félsicos e máficos ocorrem
aproximadamente em quantidades iguais. Os minerais ígneos primários vulgares incluem a
plagioclase cálcica, clinopiroxena, quartzo menor, biotite e ilmenite. A ortopiroxena está
geralmente ausente ou é rara, mas em alguns locais pode atingir os 20% (Stocklmayer, 1978;
1980). Munyanyiwa (1999) atribui a clorite, actinolite, albite e calcite à sobreposição dos xistos
verdes metamórficos. Em alternativa, estes podem ser produtos de autometamorfismo, isto é,
produtos de reacção quando na presença de água nos poros da rocha hospedeira. Nestes gabros, é
comum a existência de uma superfície de meteorização castanha escura e de espessura variável.

Em Moçambique, na região de Espungabera (Folhas 2032 e 2033), limitada pelas cotas mais
elevadas atingidas pelo rio Búzi, pela zona montanhosa da Serra Sitatonga e a fronteira do
Zimbabué, a maioria das colinas ondulantes aparentemente têm soleiras doleríticas sub-
horizontais subjacentes (GTK, 2006).
4.2.2.2.1. Suíte de Mashonalândia (P2ML)
(Dolerito e Gabro da Mashonalândia do Pós-Umkondo)

Os doleritos gabróicos da Mashonalândia ocorrem junto à fronteira do Zimbabué, na folha


cartográfica 1932, como folhas sub-horizontais em quartzito. As intrusões máficas são paralelas
a cisalhamentos sub-horizontais e foliação, sendo portanto apresentadas como soleiras. Com base
na ausência de estratificação primária com a foliação vertical do quartzito, permanece pouco
claro se estas intrusões replicam as estruturas sedimentares primárias.
As rochas gabróicas apresentam uma variação de tipos de grão fino a médio que habitualmente
têm textura ofítica a sub-ofítica. O tamanho do grão é tipicamente heterogéneo e os minerais
principais são a plagioclase e a piroxena. É localmente observado um tipo com textura granular
grosseira, rico em olivina. De modo geral, as rochas gabróicas são bastante uniformes a nível
composicional e de textura.
É comum uma crosta de meteorização castanha escura e de espessura variável (GTK, 2006)
Em Moçambique, a Suíte de Mashonalândia integra as seguintes unidades rochosas:

Suíte de Mashonalândia (P2ML)


*Granito biotítico e porfirítico de Chacocoma ou granito de Chacocoma (P2Cgr)
*Meta-anortosito de Mucota (P2MHan)

4.2.2.2.1.1. Meta-anortosito de Mucota (P2MHan)

É possível encontrar um corpo de meta-anortosito, intruído no Complexo Metamórfico de


Rushinga, no rio Mázoè, a oeste da Serra Inhocaca. A intrusão ocupa uma área de ~ 3 km² no
Zimbabué e estende-se para Moçambique, cobrindo uma superfície de ~ 5 km².
O meta-anortosito de Mucota é uma rocha ultrabásica fracamente deformada, cinzenta azulada,
muito clara, com textura granular média a grosseira, que contém pequenos grãos de anfíbolo
(aproximadamente 2 a 3 mm em diâmetro), unidos e formando pontos de 5 a 20 cm no seio da
matriz rochosa da plagioclase. Localmente, o corpo contém bandas finas e regulares de anfíbolo,
que podem representar estratificação magmática primária. O corpo de meta-anortosito é intruído
por vários diques basálticos pertencentes à Suíte de Rukore. Na zona a oeste, o metagabro
foliado forma, provavelmente, a base estrutural do corpo ultrabásico. Na zona a oeste, o
metagabro foliado forma, provavelmente, a base estrutural para o corpo ultrabásico (GTK, 2006).

4.2.2.2.1.2. Granito biotítico e porfirítico de Chacocoma ou granito de Chacocoma (P2Cgr)


O soco granitóide da Suíte de Tete alóctone (Cintura Móvel do Zambeze), no Gondwana Sul, é composto
pelo Granito de Chacocoma. Próximo da Suíte de Tete sobrejacente, o granito foi deformado evoluindo
para milonitos e até filonitos. O Granito de Mussata no Bloco de Tete-Chipata dos Terrenos do
Gondwana Oeste sofreu um processo similar (GTK Consortium, 2006b).
A unidade compreende granitóides grosseiros porfiríticos cinzentos a avermelhados, com abundantes
grãos porfiróides de feldspato potássico, caracteristicamente avermelhados, mas frequentemente também
num matiz azul-violeta. A textura ígnea porfirítica foi preservada apenas em alguns casos. No entanto, a
rocha tem sido mais comummente deformada com evolução para um gnaisse ocelado miolítico.
A unidade rochosa está subjacente em vastas áreas a sul da Suíte de Tete alóctone e ocorre também em
duas janelas sob o muro da Suíte de Tete.
Na parte sul do Domo de Mázoè, uma das janelas, estende-se para a área com numerosos afloramentos de
gnaisse ocelados e milonitos:

*Foram encontrados vários afloramentos na área em torno da estrada de Tete-Songo, onde a rocha
imediatamente abaixo do muro da Suíte de Tete assume um fabric milonítico com o desenvolvimento de
flaser-gnaisse. Perto da ascensão orientada a sul da Suíte de Tete, o cisalhamento uniforme e aplanado dos
granitóides deu origem a um fabric metamórfico aplanado da rocha e, ultimamente, a uma xistosidade
milonítica. Com o aumento da deformação, a identidade da rocha original porfirítica torna-se
gradualmente menos clara, enquanto um fabric com xistosidade penetrativa generalizada substitui a
estrutura do gnaisse ocelado.
* Foram cartografadas feições tectónicas semelhantes, por razões comuns, nos Granitos de Mussata
imediatamente subjacentes à Suíte de Tete (GTK Consortium, 2006b).

Mais para sul, os Granitóides de Chacocoma não sofreram os movimentos tectónicos da Suíte de Tete e
são ordinariamente rochas ígneas porfiríticas e gnaisse ocelados.

Localmente, ocorrem quantidades menores de rochas gabróicas juntamente com os Granitóides de


Chacocoma. O material máfico parece, em muitos aspectos, sofrer fusão (magmaticamente ou
metassomaticamente) com o material félsico, e assim, levando a uma nova formação de rochas híbridas.
Existem afloramentos excelentes numa colina a sul de Tete (GTK, 2006). Um granito porfiróide de uma
pedreira no sopé da encosta, ao longo da estrada principal progredindo de Tete para sul, foi deformado
principalmente para material de xistosidade intensa, com vestígios pouco nítidos da estrutura porfirítica
original. De um modo geral, as partes gabróicas perderam a sua coerência, tornaram-se aplanadas, em
associação com rupturas, e invadiram os materiais móveis félsicos existentes na vizinhança, originando
um mosaico de brecha a preto-e-branco. Muitas das unidades de gabro foram ainda mais deformadas,
formando boudins, com material quartzo-feldspático félsico abundante em baixas pressões.
Todas estas complexas associações estruturais e complexas associações ígneas foram depois cruzadas por
dobras verticais neste afloramento exemplificativo, correspondendo a feições semelhantes noutros locais
na área de distribuição desta rocha. Muitas das dobras são dobras verticais tipo chevrons com eixos sub-
horizontais de orientação a norte. As dobras romperam e os espaços resultantes foram preenchidos com
pegmatitos de cor branca.
Os diques pegmatíticos do Pan-Africano Superior abundam como diques e crivas a sul e sudoeste
de Tete, contendo encraves de gnaisses de Chacocoma intensamente deformados (GTK, 2006).
4.2.2.2.2. Gnaisse de Mungári (P2MG)
(Migmatito granatífero granítico de Mungari)

Esta litologia está largamente distribuída nas áreas a leste a norte do Complexo de Báruè. Estes
são rochas graníticas dominantes, ricas em feldspato potássico, habitualmente granatíferas,
bastante grosseiras, mas conspicuamente equigranulares, raramente porfiríticas. A textura é
geralmente maciça ou grosseiramente bandada, variando frequentemente para granito misturado
com pegmatito vermelho ou gnaisses migmatíticos. A rocha contém frequentemente bandas
acinzentadas, de grão fino, que são contínuas ao longo da direcção ou interrompidas e que, sem
muita dúvida, representam intercalações metassedimentares psamíticas. Em muitos casos, estas
intercalações fundiram-se, quase completamente, no material granítico-pegmatítico, ocultando
assim as suas características originais (GTK, 2006).

4.2.2.2.3. Complexo de Báruè (P2B)

Na Carta Geológica de Moçambique 1:1 000 000 (Pinna et al., 1987), são definidas várias
unidades litoestratigráficas no Complexo de Báruè, incluindo:

*Grupo de Nhamatanda
*Grupo de Madzuire
*Grupo de Changara
*Grupo de Canxixe
*Grupo de Matamba

Nenhum destes grupos pode ser reconhecido e/ou identificado como entidades isoladas (GTK
Consortium, 2006) através de imagens radiométricas ou aeromagnéticas. Mesmo os padrões de
dobras cartografados não são muito consistentes com esses das imagens geofísicas. Como
consequência, os nomes desse grupo deixaram de ser considerados.
O Complexo de Barué redefinido continua a partir da margem sul de Mungári para a latitude da
Beira, a sul.

Agora, o Complexo de Báruè foi subdividido (Carta Geológica, 2008), do seguinte modo:

Complexo de Báruè (P2B)


*Suíte Intrusiva (P2BU)
*Grupo de Mecossa (P2BM)
*Grupo de Chimoio (P2BC)

Litologicamente e estruturalmente, estes Grupos têm muito em comum, mas a subdivisão nunca
foi feita, principalmente para expressar que no Grupo de Macossa a litologia é claramente
supracrustal, enquanto no caso do Grupo de Chimoio já se podem levantar dúvidas na sua
origem.
*A margem leste do Complexo de Báruè está ligada ao Karoo e a formações mais recentes
através de um conjunto de falhas de rifte e permanece parcialmente coberta por sedimentos
recentes.
*A margem oeste do Complexo de Báruè consiste num grande cisalhamento sinistrógiro, ao
longo da margem cratónica do Arcaico.
*Pensa-se que, a norte, o Complexo de Báruè termina num carreamento orientado a norte.
*A sul, as rochas do Complexo de Báruè foram cobertas por camadas Fanerozóicas.

A parte leste do Complexo de Báruè é interceptada por um corredor de falhas/diques, orientado a


NNE, com 240 km de comprimento e até 20 km de largura, que envolve o Complexo Intrusivo
da Gorongosa (um complexo intrusivo oval da Idade Jurássica, medindo 30x25 km).
O aparecimento de falhas no bloco de unidades metamórficas ao longo deste corredor resultou
num puzzle estrutural ainda mais complexo, um padrão de falhas num bloco (GTK, 2006).
As rochas do Complexo formam uma série de planaltos, ascendendo das terras baixas costais em
direcção às terras altas do Báruè e às Montanhas Chimanimani. É tipicamente uma zona com
uma ondulação suave e dissecada com inselbergs formados maioritariamente a partir de rochas
intrusivas.

De um modo geral, o Complexo de Báruè é composto por uma variedade de gnaisses de grau
médio a alto, migmatitos e granitóides, com intercalações subordinadas de rochas máficas,
quartzitos, mármores e rochas calco-silicatadas associadas. Os protólitos sedimentares destas
litologias correspondem, provavelmente, a sequências turbidíticas monótonas depositadas na
margem passiva continental do Cratão do Zimbabué (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.1. Grupo de Chimoio (P2BC)

O Grupo de Chimoio inclui as seguintes unidades litoestratigráficas:

Grupo de Chimoio
*Micaxisto e micagnaisse (P2BCch)
*Metagranito, paragnaisse (P2BCmg)
*Gnaisse hornebléndico, anfibolitos (P2BChg)
*Paragnaisse migmatítico (P2BCmi)
*Gnaisse do Monte Chissui (P2BCfg)
*Metassedimentos siliciclásticos (P2BCss)

4.2.2.2.3.1.1. Metassedimentos siliciclásticos (P2BCss)


*É exposta, na parte central do Complexo de Báruè, uma sequência heterogénea de metassedimentos
siliciclásticos, onde estas rochas essencialmente quartzíticas formam colinas baixas e cristas alongadas
nos paragnaisses migmatizados do Grupo de Chimoio.
*Os intercalados quartzíticos ocasionais de metapelitos, a leste da aldeia de Inchope, foram também
atribuídos a esta unidade rochosa.
*De igual modo, uma área pouco e selectivamente exposta, que ocorre a norte e oeste do Monte Xiluvo, é
atribuída, com algumas hesitações, a rochas siliciclásticas.

A maioria dos metassedimentos siliciclásticos são quartzitos muito puros, que, no entanto, podem conter
interestratificações finas de material feldspático ou micáceo. Os minerais acessórios encontrados são
anfíbolo, granada, sillimanite e óxidos de ferro. Ao nível da textura, estas rochas são muitas vezes
marcadamente foliadas, esticadas ou milonitizadas; apenas foram observadas variedades sacaróides
ocasionais.
Devido à forte deformação, a origem sedimentar destas rochas não se encontra confirmada (GTK, 2006)

4.2.2.2.3.1.2. Gnaisse do Monte Chissui (P2BCfg)


(Gnaisse félsico biotítico e metagranito)

*Uma grande área a SE da Serra da Gorongosa é composta por gnaisses félsicos e metagranitos,
cujo nome provém do Monte Chissui, localizado alguns quilómetros a sudoeste da cidade de
Chimoio.
*Encontram-se igualmente expostos domínios pequenos e isolados de gnaisses semelhantes na
área entre Chimoio e a aldeia de Inchope.
*A área-tipo destes paragnaisses variavelmente deformados e migmatizados é exposta ao longo
do rio Pungué, a oeste da ponte sobre a auto-estrada.

O tipo de rocha principal é um gnaisse semipelítico castanho acinzentado, com vários


porfiroblastos de feldspato potássico deformados, de grande dimensão (0,5 - 5 cm). Devido à
crescente deformação, os gnaisses transformaram-se em brechas de migmatitos e gnaisse
ocelados.
São encontradas interestratificações quartzo-feldspáticas equigranulares castanho rosadas, com
uma espessura de até vários metros, em alguns locais e que provavelmente derivam de alguns
protólitos psamíticos.
Os gnaisses do Monte Chissui são intruídos por diques pegmatíticos de microclina com textura
granular grosseira e diques basálticos do Karoo, atingindo espessuras até ~ 15 m (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.1.3. Paragnaisse migmatítico (P2BCmi)

*Os paragnaisses migmatíticos do Grupo de Chimoio formam a maior litologia na parte central e
a sul do Complexo de Báruè.
*Paragnaisses semelhantes de composição psamítica a semipelítica, expostos em estruturas em
domo em torno do Monte Bangontauro e na área do rio Pompue, a norte (Folha 1734).
Localmente, significativas quantidades de minerais máficos sugerem uma contribuição de
material calcário ou vulcanoclástico. Devido à variação da composição primária destas rochas, as
assinaturas magnéticas ou radiométricas de gnaisses são geralmente mais fracas quando
comparadas com as unidades rochosas circundantes.
*Ao longo do rio Pungué, a sudoeste da Montanha Gorongosa, o tipo de rocha dominante é um
gnaisse psamítico fortemente foliado, cinzento claro, com textura granular fina, com um bandado
distinto que provavelmente representa uma estratificação com variação composicional primária.
As interestratificações do gnaisse hornebléndico bandado, de cor cinzenta esverdeada, com
textura granular média, com espessura até várias dezenas de metros, são encontradas neste
gnaisse leucocrático migmatizado.
*A oeste do rio Pungué, o gnaisse psamítico transforma-se num gnaisse arcósico com textura
granular média, de coloração amarelada ou castanha avermelhada, novamente, com bandado
laminar fino, denotando estratificação primária sedimentar.
*Na área do rio Pompue, existem grandes afloramentos de migmatito com riscas cinzentas
claras, incluindo riscas e bandas de paleossoma micáceo e xenólitos calco-silicatados, muitas
vezes rodeado por um anel rico em granada, num neossoma leucocrático granatífero.
*No núcleo do Domo do Monte Bangontauro, os gnaisses félsicos, de cor castanha a cinzenta
clara, encontram-se fortemente migmatizados e as estruturas estromáticas são apenas localmente
preservadas em pequenos xenólitos de paleossoma. No último local, os migmatitos podem
representar um soco mobilizado para sobrepor os metassedimentos do Grupo de Macossa.
*A NE da Serra da Gorongosa, próximo da zona de contacto com a cobertura Fanerozóica,
vários paragnaisses migmatizados têm, em alguns locais, feições sedimentares primárias. Isto
inclui um gnaisse semipelítico a quartzoso, provavelmente com origem em metagrauvaque, que
contém interestratificações biotíticas, castanhas escuras e interestratificações quartzíticas
castanhas claras. Estes horizontes calco-silicatados de espessura reduzida são observados
localmente nesta sequência de gnaisses. É assumida uma origem turbidítica ou tipo flysch para a
rocha.
*Ao longo do rio Lucite, a sul, os afloramentos aleatórios encontrados na margem do rio,
compreendem paragnaisses psamíticos, moderadamente migmatizados, de cor cinzenta
acastanhada clara, onde ainda é localmente visível uma estratificação pouco nítida.
*Na área a oeste da cidade de Chimoio, as rochas são geralmente gnaisses mesocráticos,
granatíferos, fortemente migmatizados com uma foliação forte definida pela orientação
preferencial das lascas de biotite.

Devido ao intenso metamorfismo, as feições sedimentares primárias são muitas vezes


completamente obliteradas e as variedades intermédias das rochas são homogéneas,
assemelhando-se a ortognaisses granodioríticos a tonalíticos. Nos afloramentos, a plagioclase
ligeiramente meteorizada (acastanhada) pode assemelhar-se ao feldspato potássico. Em alguns
locais, ocorrem algumas manchas graníticas. Os principais minerais destas rochas são a
plagioclase, o quartzo, a clinopiroxena e a biotite, ocorrendo o feldspato potássico apenas como
constituinte acessório. O anfíbolo é também raro nestes gnaisses, porque este mineral sofreu
desidratação, evoluindo para piroxena (GTK, 2006).
4.2.2.2.3.1.4. Gnaisse hornebléndico e anfibolitos (P2BChg)
Na parte oeste do Complexo de Báruè, existem esporádicas áreas de afloramento de gnaisses
hornebléndicos e anfibolitos, que diferem nas suas assinaturas mais baixas nas cartas
radiométricas dos gnaisses calco-silicatados circundantes e dos gnaisses leucocráticos do Monte
Tomonda. Atribuídas ao Grupo de Chimoio, estas rochas de cor verde acinzentada escura e com
textura granular média são fortemente foliadas e bandadas, sendo, muito provavelmente, de
origem supracrustal (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.1.5. Metagranito (granatífero) e paragnaisse (P2BCmg)

Os metagranitos granatíferos e paragnaisses associados ocorrem na parte oeste do Complexo de


Báruè, muitas vezes formando montes e cristas alongados, com diversos quilómetros de
comprimento, em alguns locais.
O metagranito é de textura granular grosseira, inequigranular, leucocrático a mesocrático,
semelhante a um gnaisse granítico, sendo constituído por feldspato potássico, quartzo,
plagioclase, muscovite e biotite. Os xenoblastos de feldspato potássico deformados ocorrem
numa matriz rochosa foliada, dando à rocha uma aparência de gnaisse ocelado ou gnaisse
glandular. Nas variedades xenoblásticas, são comuns os porfiroblastos granatíferos de grande
dimensão (até 10 a 15 mm). Em alguns locais, o metagranitóide contém inclusões micáceas que
são interpretadas como resíduos de protólito pelítico ou semipelítico. São igualmente
encontrados encraves quartzíticos e escarníticos maiores na rocha. Isto sugere que o metagranito
deriva de uma fusão in situ e de origem migmatítica e paragnáissica (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.1.6. Micaxisto e micagnaisse (P2BCch)

Na parte SO do Complexo de Báruè, ocorre uma cintura de metassedimentos pelíticos com


orientação a NE, com diversos quilómetros de largura (Folhas 1933 e 1934).

*Esta unidade rochosa homogénea é melhor exposta ao longo da estrada de Inchope-Gorongosa.


*Foram também encontrados afloramentos de micaxistos e gnaisses fortemente foliados na área a
sudeste da aldeia de Inchope.

Em vez disso, o limite leste da unidade metapelítica não está muito bem definido e foram
também encontrados afloramentos aleatórios de micagnaisses na área largamente atribuída aos
gnaisses de Inchope.
O tamanho do grão e o fabric dos metapelitos variam de micagnaisses bastante maciços, com
textura granular média até micaxistos filíticos com textura granular muito fina, com clivagem de
granulação muitas vezes visível. Na zona de contacto a oeste, as rochas metapelíticas são muitas
vezes fortemente milonitizadas e, em alguns locais, transformam-se me xistos cloríticos
granatíferos. Foram também encontradas finas interestratificações de quartzito sericítico
"açucarado" nestas rochas metapelíticas, ao longo da zona de contacto, a leste (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.2. Grupo de Mecossa (P2BM)

As rochas supracrustais atribuídas ao Grupo de Macossa compreendem uma sucessão de


litologias, provavelmente com a maioria dos precursores sedimentares originalmente depositados
num ambiente marinho raso. Embora o carácter definitivo e a posição de todas as unidades
observadas no interior da sucessão de rocha não esteja ainda completamente resolvido, a
litoestratigrafia global da palaeobacia foi reduzida a algumas secções geológicas realizadas na
área.
As unidades rochosas inferiores da paleobacia inferida incluem gnaisses quartzo-feldspáticos,
gnaisses granatíferos leucocráticos, sedimentos metassiliciclásticos (meta-arcoses e quartzitos
arcósicos).
Estes metassedimentos psamíticos estão cobertos por rochas mais pelíticas (metagrauvaques,
micaxistos granatíferos e silimaníticos e micagnaisses) com interestratificações finas de gnaisse
calco-silicatado e mármore (GTK, 2006; Lächelt, 2012).
Com base nesta interpretação o Grupo da Mecossa é composto pelas seguintes unidades
litoestratigráficas:

Grupo de Mecossa (P2BM)


*Gnaisse calco-silicatado (P2BMcc)
*Mármore (P2NMma)
*Gnaisse granatífero-silimanítico (micagnaisse e metagrauvaque) (P2BMsi)
*Quartzito feldspático (P2BMfq)
*Sedimentos metassiliciclásticos (meta-arcose) (P2BMar)
*Gnaisse leucocrático (P2BMlc)
*Gnaisse quartzo-feldspático (P2BMqf)

4.2.2.2.3.2.1. Gnaisse quartzo-feldspático (P2BMqf)

*Este gnaisse está exposto no Rio Nhandugue, a SE do Monte Nhacuma.


*Há afloramentos similares de gnaisse leucocrático no Rio Cassa, perto do contacto ocidental
do Complexo Báruè.

O Gnaisse quartzo-feldspático é uma rocha castanho clara, de textura granular média. Tratam-se
de rochas de gnaisse bastante monótonas com contactos graduais com alguns litologias meta-
arcosas bem conservadas ou, ocasionalmente, com horizontes quartzíticos ou bandas ricas em
anfíbolo. Isto demonstra que o gnaisse é derivado de uma variedade monótona de meta-
sedimentos arcosos fortemente granitizados, como visto em áreas circundantes (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.2.2. Gnaisse leucocrático (P2BMlc)

Este paragnaisse aflora numa vasta área a NO da Serra da Gorongosa e compreende uma
sequência heterogénea de rochas variavelmente migmatíticas que vão desde o cinza acastanhado,
gnaisses quartzo-feldspáticos granatíferos, até aos gnaisses com horneblendas e aos micagnaisses
castanho escuros. O componente do leucossoma destes gnaisses aparece como segregações finas
e descontínuas na forma de chama e, localmente, também como diques ou raias granatíferas
leucograníticas mais espessas que intruem o gnaisse. Uma característica peculiar, encontrada em
alguns paragnaisses semipelíticos, são uns grandes encraves (até 10 cm de diâmetro)
arredondados e compostos por intercrescimentos de granada de quartzo".
O gnaisse leucocrático é um gnaisse leptinítico ou leucocrático fortemente granitizado e
granatífero. É o principal tipo de rocha na parte norte e noroeste do Grupo da Macossa.
O aspecto mais característico do foliado, o gnaisse de textura granular média, é o
desenvolvimento de leucossomas ricos em granada, que se encontram nas rochas hospedeiras
como veios, lentes ou manchas sub-paralelas à foliação. Embora existam de forma corrente como
uma rede de veios finos, a espessura dos leucossomas individuais varia de escalas de milímetros
a diques e folhas com várias dezenas de centímetros de espessura. Em alguns lugares, diques
leucocráticos grossos cortam a foliação geral, formando raias de pegmatite leucogranítica (GTK,
2006).

4.2.2.2.3.2.3. Sedimentos meta-siliciclásticos (meta-arcose) (P2BMar)

Os sedimentos meta-siliciclásticos vão de avermelhado claro a castanho acinzentado, com uma


textura granular que varia de fina a média, foliados. Estes gnaisses arcósicos com graus diversos
de granitização constituem a parte ocidental do Complexo do Báruè.
Muitas vezes tratam-se de bandado fino, fracamente desenvolvido, em superfícies desgastadas,
que provavelmente representam a estratificação composicional primária. A nível local, o
bandado concordantes devem-se à acumulação de minerais máficos (anfíbolo e porfiroblastos de
granada), geralmente com poucos centímetros de espessura, que podem chegar a camadas
anfibolíticas com um metro de grossura.

A continuidade lateral, bem como a consistência na espessura do bandado, sugere que se trata de
origem vulcanogénica.
No entanto, um horizonte de mármore estreito encontrado na meta arcósica a SE do domo
migmatítico do Monte Bangontauro, pode indicar que algumas das camadas com anfíbolo têm
origem calcária. O espessamento para cima observado regularmente nas camadas anfibolíticas,
pode reflectir um aprofundamento progressivo da bacia de sedimentação (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.2.4. Quartzito feldspático (P2BMfq)

Quartzito feldspático (rochas quartzíticas), pertencentes ao Grupo meta-sedimentar da Macossa


estão expostos

*na parte mais a norte da folha cartográfica 1733.


* Na parte central da folha cartográfica 1733 e 1734.
*As semelhanças entre o quartzito feldspático granatífero e o gnaisse leucocrático do Monte
Tomonda podem implicar que este último representa uma variedade mais granitizada do que o
quartzito granatífero
*A maioria dos afloramentos de quartzitos feldspáticos e granatíferos encontram-se numa área
ao norte e noroeste da Serra da Gorongosa, onde se têm observado transições graduais de
quartzito feldspático granatífero para cima em gnaisses metagrauváquicos e micáceos nos leitos
dos Rios Mudicapinda e Nhandugue.

Devido ao ângulo de inclinação geralmente superficial dos estratos, o mesmo nível


estratigráfico aparece exposto em vastas áreas.
É comum assistir-se a um elevado grau de granitização dos meta-sedimentos quartzo-
feldspáticos (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.2.5. Gnaisse granatífero-silimanítico (micagnaisse e metagrauvaque) (P2BMsi))

Trata-se de uma sequência meta-sedimentar do Complexo do Báruè.

*A sequência é composta por variedades pelíticas e semipelíticas, e também compreende gnaisse


granatífero-silimanítico, micagnaisses e metagrauvaques, que existem principalmente nas áreas a
norte e sul da Serra da Gorongosa.
*Foi encontrada uma enorme variedade de micagnaisses, fortemente granitizados a SE do domo
migmatítico do Monte Bangontauro.
*Há metagrauvaques de cor cinzento acastanhado claro, de textura granular média, compostos
por quartzo, feldspato e biotite, com pequenos porfiroblastos de granada, muitas vezes em raias e
manchas, expostos no leito do rio Nhandugue.

Embora uma forte deformação e migmatização tenha geralmente obliterado todas as


características sedimentares, há estratificação sedimentar primária visível a nível local. Na área
norte da Gorongosa, os porfiroclastos de feldspato potássico, em formato de ocelos até 2-3 cm de
diâmetro, evidenciam uma forte milonitização. Na mesma área, há um enxame de diques de
basalto e Karoo riolíticos (da Suíte do Rukore), com até cinquenta metros de largura e com
dezenas de quilómetros de comprimento, que invadem a sequência supracrustal dos paragnaisses.
Uma variedade enorme de rocha micácea de cor cinza acastanhado escuro, formando grandes
anomalias aeromagnéticas negativas, surge exposta a SE do domo migmatítico do Monte
Bangontauro, bem como a SO da Gorongosa. Características meta-sedimentares preservadas
localmente, bem como a mineralogia, compreendendo quartzo + feldspato potássico + biotite +
granada ± cordierite ± sillimanite, suportam a origem supracrustal do gnaisse. Em alguns lugares,
porfiroblastos de feldspato potássico euédricos bem desenvolvidos de orientação preferencial
resulta num gnaisse que se assemelha a uma rocha plutónica deformada (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.2.6. Mármore (P2BMma)

Leitos de mármore calcítico variando de branco a acinzentado claro, intensamente dobrados,


com textura granular média a muito grossa, estão geralmente intercalados nos horizontes calco-
silicatados da sequência meta-sedimentar. A espessura máxima aparente de camadas de
mármore puro é inferior a cinco metros (GTK, 2006).

4.2.2.2.3.2.7. Gnaisse calco-silicatado (P2BMcc)

As rochas calco-silicatadas aparecem como bandas espessas e inter-estratos dentro dos


paragnaisses psamíticos e pelíticos do Grupo da Macossa.

*O gnaisse calco-silicatado aflora nos leitos de rios ou cortes de estrada na parte central do
Complexo do Báruè.

Devido à incompetência das camadas calcárias durante a deformação, os gnaisses calco-


silicatados e alguns escarnitos e as interestratificações de mármore locais estão muitas vezes
altamente dobradas e boudinadas quando comparadas com os meta-sedimentos psamíticos mais
competentes na sequência. Em superfícies desgastadas costumam mostrar uma superfície
nervurada muito distinta, formada por mármore desgastado ou camadas de meta-sedimentos e
alternadas com laminação verde-claro com diópsidos resistentes.
A espessura máxima observada de camadas calco-silicatadas coerentes no leito do rio
Nhandugue tem dezenas de metros (GTK, 2006).

4.2.2.2.4. Suíte Intrusiva (rochas intrusivas) no Complexo de Báruè (P2BU)


Os meta-sedimentos do Complexo do Báruè estão intruídos por diversos corpos deformados de
rochas máficas e félsicas, incluindo horneblenditos, gabros e dioritos, e diversos ortognaisses
que vão de graníticos a outros com afinidade de tons

De acordo com a Carta Geológica (2008) e o GTK Konsortium (2006) há muitas intrusões
expostas:

Suíte Intrusiva no Complexo de Báruè (P2Ugr)


*Granito do Monte Senge
*Granodiorito do Monte Panda (P2Ugd)
*(Orto)gnaisse de Inchope (P2BUig) (1079 Ma)
*Gnaisse (leucocrático) do Monte Tomonda (P2BUlg)
*Diorito quártzico da foz do Rio Banhale (P2BUdi)
*Granodiorito e tonalito do Monte Hombe (P2BMdg)
*Gnaisse granítico (com anfíbolo) (P2BUgg)
*Gabro (e rocha gabróica) (P2GUgb)
*Diorito piroxénico (P2BUpd)
*Horneblendito (P2BUhb)

4.2.2.2.4.1. Horneblendito (P2BUhb)

Na zona norte da Serra da Gorongosa, várias soleiras ultramáficas maciças concordantes com
textura granular média e de cor verde-escuro, têm intruído as camadas pouco inclinadas
quartzito-feldspáticas do Grupo do Chimoio. Apesar de terem vários quilómetros de
comprimento e de muitas vezes serem visíveis em imagens de satélite, as secções erodidas destas
soleiras de horneblendito têm geralmente menos de 200 metros, indicando que a sua espessura
máxima é de apenas algumas dezenas de metros. Excepto a horneblenda e pequenas quantidades
de plagioclase, estas soleiras também têm em abundância pequenos porfiroblastos de granada
como um dos principais constituintes (GTK, 2006).

4.2.2.2.4.2. Diorito piroxénico (P2BUpd)

A NE da cidade de Chimoio alguns corpos em forma de lente de cor castanha esverdeada escura,
de diorito com piroxena com textura granular média e grande, intruem os paragnaisses
leucocráticos do Grupo do Chimoio (GTK, 2006).

4.2.2.2.4.3. Gabro (e rocha gabróica) (P2GUgb)

Na parte central do Complexo do Báruè várias corpos máficos pequenos e intrusivos, de


composição gabróica, variando de arredondados a alongados foram colocadas em paragnaisse
leucocrático ou migmatito. A rocha apresenta uma textura granular média a grossa e geralmente
maciça, embora também ocorram variedades levemente deformadas (GTK, 2006).

4.2.2.2.4.4. Gnaisse granítico (com anfíbolo) (P2BUgg)

Na parte ocidental do Complexo do Báruè aparecem gnaisses graníticos, que diferem dos
metagranitos circundantes e dos paragnaisses migmatíticos por terem anfíbolo como um
importante mineral máfico.
Estes gnaisses graníticos são ortognaisses de cor acinzentado claro, com textura granular média a
grossa, quantidade de minerais máficos é variável (GTK, 2006).

4.2.2.2.4.5. Granodiorito e tonalito do Monte Hombe (P2BMdg)

Os granitóides do Monte Hombe receberam este nome devido ao impressionante Monte Hombe,
um lugar sagrado para o povo local.
Estas rochas afloram

*A cerca de 75 km a NE da cidade de Manica como tonalitos migmatíticos, gnáissicos ou


foliados e granodioritos a invadirem os meta-sedimentos do Grupo da Macossa. Estes elementos
intrusivos têm formas irregulares, o seu tamanho varia entre 10 e 130 km², e compreendem a
mesma tendência estrutural tal como as rochas anfitriãs meta-sedimentares. Pode fazer-se uma
generalização bastante ampla: os granodioritos (-granitos) são dominantes na parte norte da suíte,
mas os tonalitos migmatíticos são mais comuns no sul. Estas variedades migmatíticas contêm
algumas inclusões supracrustais, que são no entanto demasiado pequenas para serem marcadas
nas cartas geológicas. Embora sendo do Mesoproterozóico, estes granitóides foram submetidos a
uma sobreposição tectono-metamórfica Pan-Africana mais recente, e muitas vezes assemelham-
se a paragnaisses supracrustais.
*Perto do Monte Uderi, rochas tonalíticas heterogéneas, geralmente de aspecto gnáissico e
migmatítico, dominam a rocha-mãe no local e dentro do elemento intrusivo de textura granular
grossa. Existem também inclusões de metavulcanitos máficos, agora de aspecto gnáissico.
* No norte, a 15 km a leste da aldeia de Honde, os granitóides são geralmente fracamente
foliados, os granodioritos são equigranulares e de textura granular média apresentado intrusões
através de veios graníticos e diques pegmatíticos. Em alguns lugares as pedras estão
intensamente cisalhadas e assemelham-se a xistos.
*A cerca de 15 km a noroeste do pico do Monte Hombe, os granitóides vão de granodióritos de
textura granular grossa a gnaisses graníticos, caracterizados por cores claras em superfícies
frescas, mas com superfícies desgastadas de cor cinza escuro. Estas rochas apresentam intrusões
de veios graníticos, que em parte têm contactos graduais. A biotite domina sobre a horneblenda
nestes granitóides, e são raras as inclusões máficas.
*A cerca de 60 km a NE-E da cidade de Manica aflora a maior área de granitóides do Monte
Hombe. Os afloramentos estão situados perto da estrada principal entre as cidades de Tete e
Chimoio. Aqui, estas rochas são gnáissicas, a nível local são até granitóides em bandas, que
muitas vezes contêm bandas tonalíticas (granodioríticas) e anfibolíticas. São também comuns as
segregações de manchas graníticas, e há porfiroblastos de granada raros. Na parte sul da zona, os
granitóides compreendem inclusões de rochas metavulcânicas. Localmente estas rochas são
bastante máficas e assemelham-se a dioritos quártzicos de horneblenda migmatítico ou até a
dioritos (GTK, 2006).

4.2.2.2.4.6. Diorito quártzico da foz do Rio Banhale (P2BUdi)

*Na parte norte do Complexo do Báruè, há uma intrusão máfica arredondada exposta no núcleo
de uma estrutura de tipo domo, cercada por paragnaisses migmáticos (denominadas em função
de um pequeno afluente do rio Pompue). A rocha de cor cinza (esverdeado) clara, com textura
granular média, de maciça a fracamente foliada e composta por diorito quártzico, mas também
foram observadas variedades mais máficas. A plagioclase, feldspato potássico, clinopiroxena e
a biotite são os principais constituintes. O quartzo, escapolite, apatite e minerais opacos formam
acessórios frequentes. O diorito quártzico contém xenólitos de xisto orientados aleatoriamente e
é cortado por várias gerações de diques e veios leucograníticos ou pegmatíticas estreitas (GTK,
2006).

4.2.2.2.4.7. Gnaisse (leucocrático) do Monte Tomonda (P2BUlg)

O gnaisse leucocrático do Monte Tomonda está inserido no Grupo da Macossa, na parte norte
do Complexo do Báruè.
Devido ao ângulo geralmente baixo da foliação sub-horizontal, estas folhas de gnaisse formam
grandes áreas coerentes. Muitas vezes, os gnaisses do Monte Tomonda afloram como áreas
alongadas em forma de lente no interior da sequência hospedeira de paragnaisses.

* Os gnaisses leucocráticos são rochas de cor acinzentada clara, com textura granular média a
fina, compostas de feldspato, quartzo e uma pequena quantidade de micas. São também comuns
porfiroblastos de granada de vários tamanhos, muitas vezes formando raias de cor escura
paralelas à foliação. A formação bandada incipiente nessas rochas é gerada principalmente pela
diferenciação metamórfica, mas em raras variedades bem preservadas também há estratificação
composicional primária bem preservada, o que implica um protólito sedimentar.
*Devido a semelhanças litológicas, as relações de contacto entre o gnaisse leucocrático do Monte
Tomonda e outras unidades de rocha supracrustais do Complexo do Báruè não são claras. Apenas
a ocorrência de biotite a nível local separa o gnaisse leucocrático do quartzito feldspático
granatífero, enquanto a ausência geral de porfiroblastos de granada coloca o paragnaisse
migmatítico numa unidade litológica separada. A fusão anatéctica do gnaisse leucocrático é
geralmente manifestado pela ocorrência de neossomas leucograníticos granatíferos e,
consequentemente, os contactos com os leucogranitos granatíferos também são muitas vezes
gradacionais.
*No canto NE da extensa área do gnaisse do Monte Tomonda há dois gnaisses de composição
intermédia, de piroxena, indicando que a rocha-mãe sofreu um metamorfismo que levou à
formação de granulito. Estes gnaisses apresentam bandeamentos pouco visíveis e têm
microtextura granoblástica. A superfície dos afloramentos está ligeiramente desgastada, e a
superfície sã é escura com uma tonalidade esverdeada. A composição mineral dos gnaisses
compreende plagioclase, quartzo, ortopiroxena, clinopiroxena e biotite. A horneblenda é
obviamente rara,porque o mineral teve que desidratar-se quase totalmente para formar piroxenas
(GTK, 2006).

4.2.2.2.4.8. (Orto)gnaisse do Inchope (P2BUig)


Na parte central do Complexo de Báruè, denominado em função da aldeia do Inchope (Folha
1934) há um grupo de ortognaisses variavelmente deformados e migmatizados expostos. A
composição dos gnaisses varia de granodioríticos a tonalíticos. Ao redor da aldeia do Inchope o
gnaisse é cinza claro, de textura granular média e o gnaisse granodiorítico é apenas ligeiramente
foliado com fenocristais de feldspato de potássio aleatórios (GTK, 2006).

4.2.2.2.4.9. Granodiorito do Monte Panda (P2Ugd)

Na parte ocidental do Complexo do Báruè o Granodiorito do Monte Panda compreende uma


unidade de rocha leucocrática fortemente deformada. Além do proeminente inselberg do Monte
Panda, a rocha está geralmente subjacente em terreno baixo e plano com poucos afloramentos.
Trata-se de uma rocha de cor acinzentada clara, de textura granular média, composto por
plagioclase, quartzo e biotite como principais constituintes minerais. É visível em certos lugares
um bandado com escala em milímetros, definida principalmente por horneblenda altamente
alterada (GTK, 2006).

4.2.2.2.4.10. Granito do Monte Senge (P2Ugr)

Na parte norte do Complexo Báruè, o granito do Monte Senge forma rochas plutónicas e lentes
alongadas geralmente dispostas paralelamente à foliação dos gnaisses e migmatitos hospedeiros,
onde formam montanhas proeminentes ou cordilheiras montanhosas.
A rocha é de cor rosada a cinza-rosado, com textura granular média a grossa, e com
leucogranitos pouco deformados. É composta por quartzo, feldspato de potássio rosado, e biotite.
A textura granítica homogénea e a total ausência de rafts ou bandas de paleossoma apoiam uma
origem de tipo I para este granito (GTK, 2006).

4.2.2.P₃. Neoproterozóico

Em Moçambique, o desenvolvimento Neoproterozóico segue a partir do Mesoproterozóico como


um processo contínuo. Tratam-se de grandes ciclos que por vezes começam durante o
Mesoproterozóico e terminam no Neoproterozóico. Portanto, as descrições de rochas
apresentadas em seguida devem ser vistas a partir desta posição e por vezes não está claro se se
trata de um desenvolvimento P₂ ou P₃, além de que as definições de idade radiométrica por vezes
podem variar em grandes limites.

4.2.2.2.5. Metadolerito (P3db)

*A leste de Manica na área onde a tendência estrutural regional é N-S, um enxame de diques
metadoleríticos estende-se nesta área. A direcção dos diques também é N-S, ou seja, paralela à
margem do cratão Arcaico. O dique mais oriental do enxame foi encontrado na área do milonito
marcando a fronteira entre o soco Arcaico e o Complexo do Báruè. Desgastando-se com
facilidade, encontra-se na área do milonito apenas na forma de pequenos esferóides sólidos in
situ dentro do solo castanho. A rocha é bastante rica em granada, evidenciando seu carácter
metamórfico.
*Numa estrada cortada pela estrada principal 40 km a leste de Manica, foi observado outro dique
metadolerito granatífero, também apenas preservado como esferóides in situ. Aqui o
metadolerito corta o xisto do Grupo de Gairezi transversalmente, que sobrepõe localmente o soco
Arcaico. Um dos diques mencionados tem apenas 1 m de largura, os outros têm 5 a 6m de
largura. O volume total de diques potenciais cartografados e não observados deste enxame pode,
desta forma, ser bastante considerável na região.
*Na estrada acima referida cortada pela estrada principal 40 km a leste de Manica há também um
metadolerito com clinopiroxena e ortopiroxena ligeiramente magnesianos. Há algumas granadas
que cresceram tardiamente como sinal do metamorfismo de pós-dique regional no domínio.
As evidências isotópicas dos granitóides arcaicos circundantes mostram claramente que o
domínio da margem do cratão, onde este enxame de diques está distribuído, foi reaquecido, o
mais tardar durante o período Pan-africano, enquanto na área da cidade de Manica a crosta
arcaica permaneceu intacta. Pode sugerir-se que o enxame de diques invadiu o domínio da
margem do cratão, onde a instabilidade tectonometamórfica se iniciou (GTK 2006).

4.2.2.2.6. A. Complexo (metamórfico) de Mavuradonha (P3MV)


(Suíte Metamórfica)

Esta unidade, situada em Moçambique, está exposta numa faixa estreita ao longo da fronteira
com o Zimbabué (particularmente na folha 1632) e pode ser definida como parte da zona sul da
Cintura (Móvel) do Zambeze. O complexo foi denominado em função das Montanhas da
Mavuradonha localizadas mais a oeste no Zimbabué (Barton et al.,1985) e que se estende para o
oeste até ao Grande Dique. A localidade-tipo está perto do Posto da Missão da Mavuradonha,
nas montanhas Mavuradonha no Zimbabué.

No Zimbabué o complexo subdivide-se em três formações rochosas/rochas:

*Metagabro do Gungwa
*Carbonatitos da Kapfrugwa
*Formação de gnaisse biotítico do Nyamasoto

Em Moçambique, devido à pequena faixa que aflora ao longo da fronteira entre Moçambique e
o Zimbabué, foi apenas descrita uma unidade litoestratigráfica:

*Complexo (Metamórfico) da Mavuradonha (Suíte Metamórfica) (P3MV)

4.2.2.2.6.1. Complexo (Metamórfico) da Mavuradonha (Suíte Metamórfica) (P3MV)

Em Moçambique, o Complexo da Mavuradonha aparece exposto como uma sequência de


gnaisses máficos e félsicos que podem ser correlacionados com os metagabros do Gungwa e a
Formação do Nyamasoto no Zimbabué.
O Complexo da Mavuradonha está exposta ao longo do Rio Luia, perto da fronteira com o
Zimbabué (Folha 1632). A área de superfície em Moçambique sustentada pelo Complexo da
Mavuradonha é muito limitada e o acesso do lado moçambicano é difícil.
As rochas correspondem a gnaisses máficos fortemente deformados. Os gnaisses são foliados e
apresentam um ângulo de inclinação suave (aproximadamente 20 - 50º) de NNO para NNE.
Gnaisses dobrados são de composição distintamente bandada, bandas e faixas félsicas e máficas,
numa matriz cinza esverdeado, de textura granular fina, diorítica (?). Fragmentos de quartzo-
feldspato, arredondados em formato de ocelos, até 5 cm de diâmetro e provavelmente derivados
de diques pegmatíticos deformados e boudinados, são também frequentemente encontrados. Os
porfiroblastos de horneblenda verde-escuro de 1 a 5 milímetros também são comuns.
A origem do gnaisses de composição bandada é um pouco obscura; embora algumas das bandas
máficas possam representar diques gabróicos fortemente foliados, os contactos muitas vezes
difusos entre bandas e listras sugerem que estas rochas têm uma origem piroclástica ou
vulcanoclástica (GTK, 2006).

4.2.2.2.7.A. Complexo de Masaso (P3MO)


(Suíte Metamórfica)

No Zimbabué a Suíte Metamórfica de Masoso (em Moçambique o Complexo de Masoso)


compreende os seguintes componentes principais segundo Barton et al.,1991):

*Inclusões/Schlieren de pegmatitos
*Inclusões metaplutónicas
*Gnaisses máficos listrados
*Leucomigmatitos

Em Moçambique, o Complexo de Masoso não foi subdividido em diferentes unidades.

*Suíte de Guro (P3RO)


*Complexo de Masoso (P3MO)

4.2.2.2.7. Complexo de Masaso (P3MO)


(Suíte Metamórfica)

*As rochas do Complexo Masoso expostas e adjacentes ao lado do contacto da falha norte com
as rochas de Karoo, dentro da grande curva a norte do Rio Luia (Folha 1632). As rochas são
caracterizados por fortes brechas e milonitização. A sua deformação frágil e dúctil combinada
destruiu todas as características que atestam a origem das rochas. Aqui, a foliação apresente um
ângulo de inclinação suave (aproximadamente 25 - 35º) para a NNO, seguindo a direcção das
falhas, enquanto os afloramentos mais distantes da zona de falhas, desenvolveram uma foliação
com um ângulo mais acentuado (aproximadamente 35 - 55º NE). Uma forte lineação, visível na
maioria dos afloramentos, apresenta uma inclinação suave em toda a área (10 - 25º), enquanto a
direcção dos eixos em dobras reclinadas a invertidas geralmente apresenta uma inclinação sub-
horizontal a suave a NO ou N (aproximadamente 10 - 30º).
*O contacto a norte com o Karoo é agora uma falha normal. No entanto, as estruturas de brechas
e milonitos acima descritos não se formaram durante esta fase de falhas normais, o processo
ocorreu em profundidades muito maiores. Isto ilustra a longevidade de muitas estruturas de
falhas na área com reactivação repetida sob o efeito de diferentes condições cinemáticas.
*As rochas mais distantes da falha escaparam aparentemente ao frágil cisalhamento e
preservaram uma composição diferente em bandado definido por camadas mais escuras que
alternam com rosado claro, camadas de quartzo-feldspático félsico com abundância de pequenos
porfiroblastos de feldspato rosa. Camadas ricas em anfíbolo máfico variam de laminação
esverdeada, com 1 a 2 mm de largura, a horizontes anfibolíticos verde escuros, a nível local
podem atingir vários metros de espessura. Em diversos locais ocorrem grandes segregações de
porfiroblastos de horneblenda, até 15 cm de tamanho, assim como pequenos porfiroblastos de
granada, de 2 a 8 mm de diâmetro.

Duas gerações de pegmatitos de microclina, uma mais antiga sin-tectónica e uma mais recente
pós-tectónica, invadiram os gnaisses bandados. A última corta todas as estruturas da dobra.
Localmente, grandes diques e rolhões pegmatíticos são tão abundantes que abrangem cerca de 30
a 40% da rocha por volume.
As rochas do Masoso também são intersectadas por diques basálticos do Karoo superior da Suíte
de Rukore distribuídos aleatoriamente e por um enxame localizados a NE de veios de calcedónia
estreitos com fluorite.

*Foram encontradas litologias muito semelhantes às do Complexo de Masoso no rio Luia mais a
sudeste, onde gnaisses félsicos e máficos polifásicos deformados estão expostos ao longo do rio
e do seu afluente a sul. Nesta área, a direcção geral da foliação varia de aproximadamente 20 a
45º NNE, aproximadamente paralela à tendência da foliação medida na zona mais a NO. A
lineação geral e direcção dos eixos da dobra inclinam-se suavemente para ESE (5 - 22º), mas há
também padrões de interferência complexos com o eixo de dobra sub-horizontal.
*As rochas máficas na área têm geralmente num bandado distinto que muitas vezes se assemelha
à estratificação primária. As bandas finas leucocráticas e lentes em gnaisses félsicos são
segregações quartzo-feldspáticas e indicam uma fusão parcial sin-tectónica a pós-tectónica.
Encontram-se xenólitos máficos granatíferos, de alguns centímetros até 2 a 3 m de tamanho,
assemelhando-se a eclogitos, dentro dos gnaisses listrados do Masoso ao longo do Rio Luia. Em
termos de micro-textura, são caracterizados por cristais de granada, geralmente com apenas
alguns milímetros de diâmetro, que são cercadas por cristais de horneblenda poeciloblásticos de
textura granular grossa (localmente até 4 a 5 cm de tamanho). É óbvio que a granada é
transformada em anfíbolo por desidratação durante o arrefecimento da crosta terrestre. Os outros
minerais são o quartzo e a plagioclase com alguma biotite, esfena e apatite opacos (GTK, 2006).

4.2.2.2.8. Suíte de Guro (P3RO)

A Suíte de Guro está exposta em pequenas áreas separadas a oeste, sul, este e norte da vila de
Guro (folhas 1633 e 1733).
A Suíte de Guro foi caracterizada por Barton et al. (1991) como a parte superior
(Neoproterozóica) do Complexo Metamórfico da Rushinga (a parte inferior deste Complexo foi
descrita por Barton et al. como a parte Paleoproterozóica do Complexo Metamórfico da
Rushinga). GTK (2006) subdividiu este Complexo em duas unidades separadas (ver Tabela
4.16.).
A Tabela 4.19. apresenta uma perspectiva geral sobre a Suíte de Guro.

Palavras-Chave: GM= Granulito Máfico; M-A=Meta-anortosito; MCgl= Metaconglomerado; M-


Ar=Meta-Arcose. Grp. = Grupo; Fm. = Formação; Cplx = Complexo
Tabela 4.19: Comparação entre a parte superior do Complexo Metamórfico da Rushinga,
Zimbabué (Barton et al.,1991) e a Suíte de Guro, Moçambique (GTK, 2006; Lächelt 2012).
A Suíte de Guro é composta da seguinte forma (de acordo com a Carta Geológica de 2008):
Suíte de Guro (P3RO)
*Gnaisse da Serra Banguatere (gnaisse-migmatito granito-aplítico) (P3ROag)
*Gabro de Magasso (metagabro e gnaisse-migmatito máfico) (P3ROgb)
*Gnaisse do Monte Calinga-Muci (Gnaisse-migmatito granítico e Gnaisse-migmatito
máfico) (P3ROgm)

4.2.2.2.8.1. Gnaisse do Monte Calinga-Muci (Gnaisse-migmatito granítico e Gnaisse-


migmatito máfico) (P3ROgm)

Na maior parte da área da Suíte de Guro, os componentes félsicos e máficos ocorrem


intimamente lado a lado sobre afloramentos, paralelos um ao outro. O componente félsico
domina sobre o componente máfico na maioria dos casos.

*A norte da vila de Guro no Monte Calinga Muci e na ponte de Changara do Rio Luenha
podemos observar um conjunto vivamente bandado e também duas intrusões contrastantes, mas
com uma plana e extensa combinação dos dois.
O gabro foi preservado apenas nos boudins isolados, enquanto o resto das bandas máficas
representam extremidades bastante reduzidas de boudins com foliação paralela a cada banda.

Há diferenças visuais na área restante, visíveis com um nivelamento menos intenso, onde as
folhas gabróicas mostram o respectivo fabric ígneo primário em boudins frequentes, e onde o
conjunto mais ou menos deformado tem sido intensamente dobrado e cruzados em padrões de
interferência complexos.
Além do que se referiu acima, P3ROag, P3ROgb e P3ROgm, respectivamente, há um par de
pequenos polígonos de gnaisse-migmatito leucocrático combinado com a Suíte de Guro sem
qualquer especialização (GTK, 2006).

4.2.2.2.8.2. Gabro de Magasso (metagabro e gnaisse-migmatito máfico) (P3ROgb)

O Magasso Gabro inclui metagabros e migmatitos máficos.

*Estas rochas são parte da Suíte Intrusiva Bimodal de Guro.


*O componente félsico contém intrusões máficas ígneas, sendo os últimos menos foliados com
relações de contacto discordantes com o fabric dos primeiros.
*Os membros félsicos e máficos são coevos como mostrado por relações de contacto variáveis,
onde e possível observar
*O membro máfico é menos dúctil sob deformação. Analogamente ao componente félsico,
parece que todas as folhas de intrusão máficas sofreram extensa deformação paralela às camadas
com uma redução associada.
*O fabric gabróico aleatório tem sido preservado somente dentro de corpos maiores e boudins
mesoscópicos, enquanto as extremidades dos boudins geralmente bastante separados são
efectivamente a muito diluídos e foliados.

O Gabro de Magasso é um tipo de rocha de textura granular fina, composto de horneblenda,


piroxena e plagioclase (GTK, 2006).
4.2.2.2.8.3. Gnaisse da Serra Banguatere (gnaisse-migmatito granito-aplítico) (P3ROag)

Este tipo de rocha representa o componente félsico puro da Suíte Intrusiva Bimodal de Guro. O
componente félsico alterna com o componente máfico. Em afloramentos a espessura de cada
camada félsica pode variar entre centímetros a mais de uma centena de metros. As que têm
espessura suficiente são apresentadas na carta como corpos alongados, representando as suas
verdadeiras formas tabulares. Alguns estão exagerados na carta a fim de melhorar a realidade
da sua frequência.
O tipo de área está situado a vários quilómetros a oeste da Serrade Banguatere, embora a
verdadeira espessura possa ser apenas de 100 a 150 m. Em parte, formam cristas estreitas, o
que implica uma melhor resistência à erosão em comparação com o conjunto com as bandas
máficas. Os principais componentes minerais da rocha são o quartzo, o feldspato de potássio e
a plagioclase, ou na ordem começando com feldspato de potássio, todos geralmente com
menos ou cerca de um mm de diâmetro. Os minerais escuros são geralmente escassos,
incluindo a horneblenda ou a horneblenda e a biotite. A horneblenda verde escura aparece nas
superfícies de afloramento avermelhadas como pontos pretos com mm de tamanho.
Outros minerais negros pertencem a magnetite disseminada. A granada pode ocorrer como
minúsculos grãos nas áreas orientais na região de Mungari. A granada é mais abundante nas
bandas máficas. A variação do tamanho do grão é bastante reduzida.
Um tipo de migmatito ocorre, onde veios discretos de pegmatito foram introduzidos de forma
discordante e entre folhas, mas estes veios estão associados com um evento Pan-africano
separado.
O processo de deformação cristalização contínuo significa que as unidades intrusivas iniciais
ficam mais deformadas do que as adições posteriores, uma vez que as últimas fases de intrusão
descrevem apenas a última quantidade remanescente do somatório das deformações antes do
final do processo, e são também mais frequentemente discordantes do que as primeiras.
Pode chamar-se ao conjunto um complexo de injecção, um conjunto alimentado continuamente
a partir do reservatório fonte sob a deformação tectónica contínua dos níveis metamórficos
(GTK, 2006).

4.2.2.2.9. Granitos pan-africanos

Na Província de Manica-Báruè (Território da Gondwana Sul e Cintura Móvel do Zambeze) há


apenas alguns pequenos corpos graníticos e pegmatíticos intruídos. Os granitos e pegmatitos do
Monte Cáverie (P3CV) afloram neste território.

4.2.2.2.9.1. Granito e pegmatito do Monte Cáverie (P3CV)

Ocorrem três pequenos corpos a cerca de 30 km a oeste de Tete, perto da principal estrada
Tete-Matambo-Songo que atravessa o limite Pré-câmbrico/ Karoo. Foram cartografados
diversos afloramentos, mas a distribuição baseia-se também em campos de blocos graníticos,
onde não foram encontrados verdadeiros afloramentos.
O granito desta unidade é uma rocha de cor avermelhada a uma cor clara, de textura granular
fina a média. Dentro dos corpos ocorrem também variedades pegmatíticas de cor avermelhada
a uma cor clara, de resto a rocha é internamente homogénea. Nas periferias dos corpos, a rocha
também ocorre como diques, nitidamente transversais a todas as estruturas das rochas
encaixantes (GTK, 2006).

(4.2.2.P₂-3.) Província geológica de Tete-Angónia


(Território da Gondwana Ocidental e Cintura Móvel do Zambeze)
Tabela 4.20. mostra as unidades Meso-Neoproterozóicas e Pan-Africanas (Paleozóicas) da
Província geológica de Tete-Angónia (onde se inclui parcialmente a Cintura móvel do
Zambeze).
Rochas metassedimentares (-vulcânicas) e Intrusões
metamórficas

Neoproterozóicas - Pan-Africanas

Rochas intrusivas do Neoproterozóico e Pan-


Africano

Rochas intrusivas Rochas intrusivas


Dolerito granítico-sieníticas máfico-félsicas
neoproterozóicas e neoproterozóicas e
Suíte de Ulónguè Pan-Africanas Pan-Africanas
Anfibolitos de Tomo- *Suíte de Sinda *Suíte de Atchiza
Gimo (P3ULum) (CaSg) (P3Ag, P3Ap, P3Ad)
Anortosito de *Granito de Macanga (máfica - ultramáfica) /
Metengobalame (OrM) Dique gabro e máfico
(P3ULan) *Granito do Monte *Suíte de Ualádze
Sienito de Dedza Tarai (P3TR) (P3U) (máfica)
(P3ULsy) (570+/- 90 Ma) *Granito do Monte *Suíte de Matunda
Inchinga (P3Ig) (P3M)

Mesoproterozóico

Grupo da Angónia Suíte de Tete (P2T) Suítes Intrusivas


(P2AG) (Gabro-anortosito de Irumides
*Gnaisse quartzo- Grupo da Cazula (P2C) Tete) 1025±79
feldspático tonalítico *Granito de Boési
(P2AGto) (1113 +/- Suíte do Monte Sanja (P2BS)
92) (P2SJ)
* Gnaisse quartzo- *Granito de Marionguè
feldspático (bandado) Granitos castanhos (P2MR)
granatífero (P2AGbg) (P2CT) (1050Ma)
+Mármores, *Quartzo-monzonito de
quartzitos e calco- Messambe (P2MS)
silicatos do Grupo da Granito de Mussata
Angónia (P2AGma,
(P2MT)
P2AGqz)
*Gnaisse (biotítico-) *Granito de
hornebléndico- Chacocoma (P2Cgr)
quartzo-feldspático (1046+/-20)
(bandado) (P2AGqf)
*Gnaisse quartzo- *Granito do Monte
Suíte de Chipera
feldspático Capirimpica (P2CA)
anfibolítico (P2AGsv) (P2CP)
(1086 +/-7)
*Gabro (e anortosito)
do Rio Chiticula *Granito da Serra
(P2CUga) Danvura (P2SD)

*Granito do Monte
Dómuè (P2CA) (1102
+/-24)

*Granito do Rio
Capoche (P2RC)
(1201+/- 10)
Suíte de Cassacatiza *Granito do Rio
(P2CZ)
*Granito, diorito
megacrístico (P2CZgr) Tchafuro (P2RF)
(1077+/-2, 1117+/-12)
*Granito gnáissico de *Granito da Serra
textura granular média Chiúta (P2CSgr)
(P2CZgn)
*Granito mesocrático *Granito Pamassara
gnáissico (P2CZmg) (P2gra)

Suíte de Furancungo
*Granito de
Desaranhama (P 2FD)
com (P2FDd) (1041 +/-41)
*Granito do Rio Ponfi
(P2FP)
*Granito do Nacococo
(P2FC)
*Granito do Monte
Dezenza (P2FZ)
*Gabro de Muenda
(P2FM)

Supergrupo de Grupo de Mualadzi


Zâmbuè (P2ZB) (P2D)
-Grupo de Muze -Formação da Macanda
(P2ZBz) (P2Dvl)
*Formação de *Rocha ferrífera
Musamba bandada (P2Dfe)
*Formação de *Rocha metavulcânica
Caduco ultramáfica (P2Dvu)
-Grupo de
Malowera (P2ZB) *Quartzito(P2Dq)
*Formação de Sale- *Micaxisto (P2Dc)
Sale (P2ZBss)
*Formação de
Metamboa
(P2ZBa)<1 300 Ma
*Formação do Rio
Mese (P2ZBgn)

Gnaisse do Rio Supergrupo do Fíngoè


Mepembe (P2RM) (P2F)
- Grupo do Monte
Tchicombe
*Formação do Monte
Puèque (P2FPcc)
*Formação do Rio
Mucamba(P2Fp)
*Rochas metavulcânicas
félsicas, tufo, mármore
(P2FHv)
- Grupo do Messuco
(P2FR, P2FC, P2FG)
*Formação do Monte
Muinga (P2FG)
*Micaxisto e gnaisse,
mármore (P2FSc)
*Formação do Monte
Rupanjaze (P2FR)
Grupo de
Chidzolomondo
(P2CD)
Complexo do Rio
Messuze
(Ortognaisses e
Paragnaisses)
(P2MZ)

Tabela 4.20. Unidades meso-neoproterozóicas e Pan-Africanas (Paleozóicas) da província


geológica de Tete-Angónia (incluindo parcialmente a Cintura Móvel do Zambeze).
Figura 4.16. mostra a Província Geológica de Tete-Angónia de acordo com a Carta Geológica
de Moçambique à escala 1 : 1 00 000 (Carta Geológica de Moçambique de 2008)
Figura 4.16.: Carta geológica da província geológica de Tete-Angónia e respectiva subdivisão
nas Figuras 4.16A, 4.16B e 4.16C

As Unidades meso-neoproterozóicas, Pan-Africanas e palaeozóicas associados são mostrada


nas Tabelas 4.16A, 4.16B e 4.16C (de oeste para leste).
Figura 4.16A: Unidades meso-neoproterozóicas, Pan-Africanas e paleozóicas associadas da
região ocidental da província geológica de Tete-Angónia
Figura 4.16B: Unidades meso-neoproterozóicas, Pan-Africanas e paleozóicas associadas da
região central da província geológica de Tete-Angónia
.
Figura 4.16.C: Unidades meso-neoproterozóicas, Pan-Africanas e paleozóicas associadas da
região oriental da província geológica de Tete-Angónia
4.2.2.2.10. Suíte de Tete/Gabro-anortosito de Tete (P2T)
(Suíte Intrusiva de Tete) (Complexo Gabro-anortosito de Tete)

A Suíte de Tete (também conhecida como Gabro-anortosito de Tete) foi denominado em


função da cidade de Tete, situado a cerca de 10 km ao sul da Suíte. A litologia da Suíte de Tete
tem sido relativamente bem estudada, devido à ocorrência de depósitos de urânio, ferro, cobre
e ouro.

A Suíte de Tete é composta predominantemente por gabro, leucogabro e norito, com


anortositos subordinados e alguns tipos de rocha ultramáfica, mas generalizados,
principalmente piroxenito, e rochas compostas principalmente por óxidos de ferro e titânio. Os
fabrics de rocha são geralmente maciços e de textura granular média a muito grossa ou mesmo
pegmatítica. Há uma substituição generalizada dos minerais originais e uma imposição de
fabrics planares que ocorre em vários locais em toda a suíte, mas que são mais comuns ao
longo do contacto com soco cristalino. Estas zonas de contacto são caracterizadas por
cisalhamento frágil, dúctil, omnipresente e intenso.

Foram descritos os seguintes tipos de rochas:

Suíte de Tete (Gabro-anortosito de Tete) (P2T)


*Diques máficos (P2Tmd)
*Rochas de óxido de ferro e titânio
*Anortosito (P2Tan)
*Piroxenito (P2Tpx) *Piroxenito (P2Tpx)
*Gabro (P2Tgb)

4.2.2.2.10.1. Gabro (P2Tgb)

O gabro são (e norito) da Suíte de Tete (Gabro-anortosito de Tete) é uma rocha homogénea,
granular, de textura granular média a muito grossa, de cor cinza, não-foliada. Os principais
minerais são a plagioclase (labradorite sódica), a piroxena e óxidos de ferro e titânio. A
piroxena ou é augite ou hiperstena. Em muitos gabros e noritos, ocorrem ambas as piroxenas,
muitas vezes em intercrescimentos. Em alguns casos, são acompanhados por olivina (Svirine,
1980). Observações feitas pelo Consórcio GTK (2006) confirmam que a augite é quase tão
abundante e generalizada como a hiperstena, como afirmado por Coelho (1972) e Svirine
(1980). Isto contradiz a ideia de Davidson e Bennett (1950) de que as rochas básicas do Gabro-
anortosito de Tete (Suíte de Tete) seriam predominantemente os noritos. A textura destas
rochas é alotriomórfica com grãos anédricos de plagioclase e piroxena.
Em muitos lugares, os minerais ígneos originais têm sido parcial ou totalmente substituídos. Os
cristais de piroxena são substituídos ao longo das suas margens e planos de clivagem por
agregados de horneblenda e, em alguns lugares, por alguma biotite. A plagioclase pode ser
substituída, particularmente ao longo do contacto do muro, por escapolite ou, mais raramente,
por epídoto. A abundância de rochas com horneblenda levou os primeiros trabalhadores a
referirem-se à suíte como o "Complexo Gabro-diorítico de Tete" (GTK, 2006).

4.2.2.2.10.2. Piroxenito (P2Tpx)

As rochas ultramáficas são elementos constituintes menores, mas amplamente dispersos do


Gabro-anortosito de Tete (Suíte de Tete). Geralmente formam bandas dentro da sequência de
gabro-anortositos. A rocha é negra, estruturalmente homogénea e de textura granular fina. É
composta por exemplo, por ortopiroxena e anfíbolo (GTK, 2006).

4.2.2.2.10.3. Anortosito (P2Tan)


O anortosito branco ou cinzento forma uma parte subsidiária, mas substancial do Gabro-
anortosito de Tete (Suíte de Tete). É composto principalmente de labradorite sódica ou
andesina com alguns minerais de piroxena opacos. A textura é granular com a tendência para
uma distribuição bimodal de tamanhos, com grãos maiores de plagioclase inscritos num
mosaico de grãos menores.

*Afloramento a nordeste da cidade de Tete afloramento de gabro-anortositos de textura


granular grossa ortocumulada. A rocha classifica-se em anortosito e gabro.
*Ao longo da estrada principal para a Zâmbia a norte de Tete, a maioria dos afloramentos de
anortosito ocorrem na ou perto da base da Suíte de Tete onde contêm provas de intensa
milonitização e cataclase.
*A nordeste de Tete, ao longo da estrada principal para o Malawi, há ocorrências frequentes de
gabro e anortositos altamente milonitizados. Isto implica que o piso granitóide subjacente não
esteja muito abaixo da superfície de erosão. Uma janela do soco granitóide subjacente é vista
mais a nordeste (Folha 1534, a norte da latitude de 16º).

Por outro lado, nem todo o cisalhamento está relacionado apenas com o plano de pressão
subjacente, mas com uma infinidade de fracturas discordantes posteriores e cisalhamento que
quebraram a rocha transformando-a numa massa de material solto. Podem ver-se exemplos
desses a nordeste do Moatise. A espessura da folha de gabro-anortosito é provavelmente
pequena ao longo da margem sul da Suíte de Tete (Gabro-anortosito de Tete) entre o soco e os
sedimentos sobrejacentes do Karoo, e são portanto sensíveis à formação de brechas (Folha
1633, Tete).
Uma pequena pedreira de agregados a sudoeste do Moatise está na parte inferior de uma colina
local, trabalhando em anortosito foliado com manchas e bandas gabróicas (GTK, 2006).

4.2.2.2.10.4. Rochas de óxido de Fe-Ti

A Suíte de Tete (Gabro-anortosito de Tete) é rica em minerais opacos que localmente se


classificam em rochas de óxido de ferro e de titânio formando camadas paralelas à
estratificação magmática geral. Os afloramentos perto da estrada principal para o Malawi são
compostos apenas por minério de magnetita (-ilmenite). Supõe-se que estejam muito perto do
contacto da formação de Chíduè subjacente que está próxima ou em contacto (GTK, 2006).

4.2.2.2.10.5. Diques máficos (P2Tmd)

A Suíte de Tete (Gabro-anortosito de Tete) é cortada por numerosos diques básicos até 10 m de
largura e formam enxames paralelos ou, em muitos casos, oblíquos ou em ângulo recto
bandado magmático. Nos últimos casos, as suas margens são intensamente cortadas e os diques
encontram-se em vários locais diferentes. Onde a rocha de dique é intensamente foliada e
recristalizada torna-se difícil distingui-la da rocha encaixante gabróica. Em algumas
localidades ao longo do Rio Nhantipissa 20% do volume de rochas é composto por diques.
Foram reconhecidos três conjuntos separados de diques que se intersectam (o mais recente
pode ser do Karoo):

*O enxame de diques do Rio Imandezue, entre o Monte Txipiri e o Rio Revuboé, é


caracterizado por um só conjunto de diques de tendência NO-SE. Os diques básicos são
predominantemente compostos por dolerito de cor cinza, com cores castanho-chocolate
causadas pela meteorização, compostos por plagioclase e augite. A plagioclase está
parcialmente alterada em epídoto e augite e é normalmente amplamente substituído por
horneblenda e clorite. Também se podem reconhecer fenocristais de plagioclase e, menos
frequentemente piroxena, em afloramentos em muitas localidades.
*A litologia muito característica e generalizada dos diques é representada pelo meta-dolerito
azul ou diorito com uma textura glomerofírica de agregados de fenocristais de plagioclase
euédricos brancos alterados, inseridas numa matriz de textura granular fina. As descrições de
Svirine (1980) mostram que esta, no passado, muitas vezes foi confundida como se fosse um
tipo de rocha-mãe. Porque os diques não se estendem para além da intrusão bandada, estão
supostamente geneticamente relacionados com a Suíte de Tete, por serem co-magmáticos.
*Os corpos de gabro nas montanhas na margem norte da suíte (incluindo no Monte Txipiri)
parecem ser diques posteriores. Têm sido interpretados por Hunting (1984) como intrusões
tardias. Alternativamente, a relação entre a Suíte de Tete e os diques máficos pode ser de
natureza estrutural. A folha de gabro-anortosito é extremamente competente em comparação
com outras rochas na área. Onde este último absorve a tensão pelo fluxo dúctil, a folha gabro-
anortosito competente reage pela formação de fracturas de dilatação que são posteriormente
preenchidas com magma basáltico (GTK, 2006).

4.2.2.2.11. Complexo do Rio Messuze (P2MZ)


(Ortognaisses e paragnaisses)

A cerca de 70 km a leste da aldeia do Fíngoè, perto da estrada Tete-Fíngoè (Folha 1532),


afloram gnaisses tonalíticos e granodioríticos do Complexo do Rio Messuze.
Existem duas áreas de afloramentos:

*Uma área ocidental menor composta por gnaisses tonalíticos, que foram submetidos a
deformação polifásica e estão entrecortados por diques de granito de idades diferentes. A rocha
é pouco a moderadamente bandada, com estruturas foliadas polifásicas e tendências estruturais
variadas. Inclusões máficas alongadas, bem como alguns grãos porfiroblásticos de feldspato
potássico ocorrem em alguns lugares. A composição tonalítica é interessante porque os
granitóides a norte da província de Tete são sempre mais ou menos graníticos na sua
composição. As rochas tonalíticas assemelham-se mais a "conjuntos TTG" do que qualquer
outro granitóide na zona.
Os minerais dominantes são a plagioclase e o quartzo com biotite subordinada, horneblenda,
feldspato potássico e epídoto. Supõe-se que a rocha tenha uma origem magmática.
*Uma área mais vasta do Complexo do Rio Messuze está exposta no Rio Messuze oriental. É
constituída principalmente por gnaisses quartzo-feldspáticos granitizados, ocasionalmente, com
estratificação primária pouco visível e localmente aplítica na aparência. O bandado em escala
de milímetros a centímetros mostra uma tendência estrutural que forma uma curva ampla. Os
conteúdos biotite e horneblenda são baixos, até cerca de 15% em total. As intercalações
máficas são raras, embora ocorram alguns veios graníticos (GTK, 2006).

4.2.2.2.11.1. Grupo de Chidzolomondo (P2CD)


(Parte anterior do norte do Grupo Luia)

O Grupo do Chidzolomondo ocupa duas grandes zonas (Folhas 1432, 1532, 1533):

*A Zona Norte conta com uma cintura largo de 10 a 20 km que se estende de E a O ao longo
de cerca de 120 km (cruzando da folha 1432 pela folha 1433 adentro). O Rio Luatise atravessa
a parte ocidental desta cintura.
*A localidade do Chidzolomondo (Folha 1533) na extremidade oriental de uma tendência
amplamente a NE, com 80 a 90 km de extensão na zona sul ao longo da fronteira das folhas
1532 e 1533.

A Zona Sul (Área Central) destas duas zonas é ocupada pelos granitóides do Rio Capoche, que
intruem a unidade.
* Na zona de bordo (folhas 1433 e 1533) ambas as zonas acima indicadas estão ligadas e
formam uma única unidade litoestratigráfica em forma crescente (Conselho de Geociência -
CGS, 2007).

O Grupo do Chidzolomondo corresponde amplamente a uma área de rochas granulíticas,


anteriormente incluídas na parte norte do Grupo da Luia (Hunting, 1984).
Ocorrem afloramentos principalmente como (grupos de) blocos sub-angulares a (sub)
arredondados, quer distribuídos em superfícies planas ou organizados em pequenas colinas
baixas.
O domínio sul-oriental é cercado ao longo da margem oriental por cristas do Granito da
Desaranhama.

*Zona Norte: Predominantemente são as rochas da Zona Norte de composições básicas na


parte norte do Grupo do Chidzolomondo. As rochas encontradas ao longo da estrada da
Zâmbia são rochas de tipo gabro de cor cinza escuro a cinza esverdeado, com superfícies
meteorizadas de cor cinza acastanhada a castanho claro. O tamanho dos grãos das rochas varia
de média a (localmente) grossa, o fabric é equigranular e geralmente sem orientação
preferencial. Ocasionalmente observam-se encraves, máficos com textura granular fina e/ou
schlieren de horneblenda com mobilizatos.
São também observadas rochas tipo gabro similares em ambas as partes ocidental e oriental da
zona norte, onde estão associadas a e contêm rochas supracrustais de textura granular mais
fina. Uma rocha típica vista na zona norte é uma rocha bandada de textura granular fina a
média, de cor acinzentada quando sã e de cor acastanhada clara, quando desgastada com um
aspecto gnáissico, e quartzo-feldspático pegmatítico, com veios de textura granular mais fina é
comum nas rochas, especialmente na parte oriental desta zona. Ortopiroxenas e granadas são
visíveis localmente a olho nu.
*Zona Sul: O domínio oriental da Zona Sul do Grupo do Chidzolomondo é composto por uma
mistura localmente fortemente deformada de meta-sedimentos (dobrados e/ou cortados) e
metavulcânicos subordinados. Os meta-sedimentos parecem ser dominados por rochas quartzo-
feldspato de cor clara (meta-arcose?), enquanto as metavulcânicas são, obviamente, de origem
piroclástica. Para leste, os fabrics tornam-se gnáissicos e predominam migmatitos e granulitos
de composição intermédia. A eventual ocorrência de rochas calco-silicatadas a leste pode
apontar para carbonato com protolitos na sequência meta-sedimentar primária.

Equivalentes a este último têm sido reportados a cerca de 10 km ao norte da ocorrência


ocidental numa área dominada por uma mistura de biotite e granitos do tipo do Rio Capoche e
Granito Castanho. É possível que antes da intrusão destes granitóides charnoquíticos, que o
Grupo do Chidzolomondo se estendesse mais para norte.
Na parte sudoeste da zona sul os granulitos migmatitizados de composição intermédia estão
associados a litologias supracrustais mais félsicas, que se aproximam de quartzitos
distintamente laminados de textura granular fina a média, ao longo do Rio Capoche entre os
estuários do Rio Luia e do Rio Cherisse.

Embora muito homogénea em termos de estrutura, e sem bandado ou outras características


sedimentares, a localização como parte da sequência meta-sedimentar sugere que a rocha tenha
uma origem supracrustal.
São reportadas inúmeras ocorrências dispersas de Granito Castanho no domínio do sudeste.
Algumas ocorrências de gabro provavelmente derivam do complexo gabro para norte e
noroeste.

O Grupo do Chidzolomondo parece ser predominantemente composto por uma variedade de


rochas granulíticas básicas e intermédias, provavelmente com uma sobreposição retrógrada
localmente variável e migmatizada. Em todas as secções estudadas, com excepção das mais
félsicas, aparece a ortopiroxena, quer como componente mineral principal ou pelo menos como
mineral acessório. A clinopiroxena é menos comum. A serpentina é um produto de alteração
frequente graças à ortopiroxena como, em casos raros, a horneblenda. O feldspato potássico e a
plagioclase de andesina são outros dos principais componentes minerais em conjunto com o
quartzo ou, em alguns casos, sem ele. A cordierite, granada, biotite e a ortopiroxena parecem
ser minerais mais típicos no sudeste, e a ortopiroxena e a clinopiroxena no noroeste. As rochas
da zona sul parecem ter maior quantidade de quartzo, por exemplo (GTK, 2006; CGS, 2007).

4.2.2.2.12. Gnaisse do rio Mepembe (P2RM)

Estes gnaisses afloram apenas numa área muito pequena no canto NO da Província geológica
de Tete-Angónia. Não são conhecidas descrições detalhadas das rochas.

4.2.2.2.13. Supergrupo de Zâmbuè (P2ZB)

Longyear (1955) cartografou, pela primeira vez, manchas isoladas de meta-sedimentos,


referidos como a "Suíte do Zâmbuè", dentro de um complexo de granito e de gnaisse-
migmatito na parte noroeste da província de Tete. Real (1966) e Afonso (1976) mostraram uma
distribuição similar. Hunting, 1984 introduziu o termo "Grupo do Zâmbuè" e incluiu os meta-
sedimentos e as partes adjacentes do complexo de gnaisse-migmatito, do qual claramente
derivam, mas excluiu as áreas subjacentes predominantemente de granito foliado ou
ortognaisse.
O Supergrupo do Zâmbuè estende-se para a Zâmbia onde é conhecido como o Grupo de Sasare
(Agar, 1981).
O Consórcio GTK (2007) promoveu esta sequência supracrustal à categoria de Supergrupo,
subdividido em:

Supergrupo do Zâmbuè (P2ZB)


*Grupo de Muze
*Formação de Musamba
*Formação de Caduco
*Grupo de Malowera (P2ZB)
**Formação de Sale-Sale
**Formação de Metamboa
**Formação do Rio Mese

Os afloramentos do Supergrupo do Zâmbuè nas 1 200 000 folhas seguintes: 1430, 1431, 1432,
1530 e 1531
O Supergrupo do Zâmbuè estende-se desde a Cassacatiza quase até à aldeia do Zumbo no
extremo ocidental do Lago de Cahora Bassa, a S e E das fronteiras com a Zâmbia. A parte
ocidental da área do Supergrupo inclui horizontes maciços de ortoquartzito de grande
espessura, que formam uma paisagem variável com montes altos e serras. Para leste, numa
cintura que se estende a sul desde a Cassenga em direcção ao Zâmbuè e daí a ENE até à
Malowera, o Supergrupo é caracterizado por uma topografia suave com um sistema de
drenagem em dambo e com sulcos de ortoquartzito dispersos e meta-arcose isolada ou
inselbergs de granito (GTK, 2006).
Em relação à subdivisão litoestratigráfica do Supergrupo do Zâmbuè (P2ZB) consultar a Tabela
4.21.

Grupo Formação Litologia Código


Muze Musamba Intercamadas de mármore, calco- P2ZBm
silicatados
Caduco Gnaisse calco-silicatado, escarnito, P2ZBc
metacherte
Quartzito arcósico P2ZBaq
Malowera Sale-Sale (P2ZBss) Ortoquartzito P2ZBqz
Gnaisse de biotítico-granatífero (- (P2ZBsn)
sillimanite)
Metamboa Meta-arcose, gnaisse quartzo- P2ZBa
feldspático
Bandas intermédias de rochas P2ZBav
metavulcânicas máficas em B2ZBa
Rio Mese Ortognaisse e paragnaisse P2ZBgn
granatífero, anfibolito
Tabela 4.21.: Subdivisão litoestratigráfica do Supergrupo de Zâmbuè (modificado de GTK,
2006)

A sub-divisão acima do Supergrupo do Zâmbuè é diferente da sequência estratigráfica


estabelecida por Agar (1981) na Zâmbia. A principal diferença é a posição dos mármores e
rochas de calco-silicato associados que, de acordo com Agar (1981), estão posicionados na
parte inferior da sequência.

4.2.2.2.13.1. Grupo de Malowera


(O código do Grupo faz parte do Supergrupo P2ZB e não existe nenhum código próprio do
grupo)

A composição litológica do Grupo da Malowera é a seguinte:

Grupo de Malowera
*Formação de Sale-Sale (P2ZBss)
**Membro de Gnaisse biotítico-granatífero-silimanítico (P2ZBsn)
*Membro de Ortoquartzito (P2ZBqz) e quartzito (P2ZBTaq)
*Membro de Quartzito arcósico (P2ZBaq)
*Formação de Metamboa (P2ZBa)
**Metarcose, Membro de Gnaisse quartzo-feldspático (B2ZBav)
**Bandas intermédias (P2ZBav) de rochas metavulcânicas máficas em B2ZBa
*Formação do Rio Mese (P2ZBgn)
**Ortognaisses e paragnaisses granatíferos, Membro de anfibolito (B2ZBgn)

O Grupo da Malowera é composto por ortognaisses, paragnaisses e migmatitos da Formação


do Rio Mese. A maior parte do Grupo da Malowera é composta por diversos meta-arcoses
granitizados da Formação da Metamboa e dobramentos de ortoquartzitos da Formação de Sale-
Sale.
Os horizontes locais de rochas metavulcânicas máficas e quartzitos arcósicos são atribuídos à
Formação da Metamboa. Horizontes semelhantes de gnaisse de biotite e granada são atribuídas
à Formação de Sale-Sale. Encontram-se domínios maiores de gnaisse de biotite-granada na
parte mais ocidental e sul do Supergrupo do Zâmbuè como encraves na Suíte do Matumba e
nos granitóides da Suíte da Cassacatiza.

*O conjunto de rochas do Grupo da Malowera constitui a área superior drenada pelas


cabeceiras dos rios que correm para oeste para o Rio Aruangua e o soco no limite com o vale
do Aruangua a norte de Matunda, composta por camadas intercaladas de ortoquartzito de
grande espessura, xisto aluminoso e gnaisse (Folhas 1430 e 1530). O núcleo de um domo
semelhante, a leste de Matunda, é composto por gnaisse magnetítica. Os horizontes meta-
vulcânicos máficos encontram-se em anfibolitos adaptáveis que estão particularmente
difundidos em gnaisses na área do Rio Piri-Piri.
*A sul, o Supergrupo do Zâmbuè é delimitado por granitóides da Suíte mesoproterozóica da
Cassacatiza e pelo Complexo da Matumba através de uma extensa zona de migmatito. Bandas
de granito formam camadas conformáveis com o bandado dos gnaisses e estão envolvidos com
este em fases posteriores da deformação.
*Ocorrem inclusões isoladas substanciais de rochas do Supergrupo do Zâmbuè nos granitóides.

É claro que o Supergrupo do Zâmbuè representa uma sequência de meta-sedimentos


dominantemente transformados em rochas gnáissicas antes ou, pelo menos, tão cedo quanto a
geração e intrusão dos granitóides mesoproterozóicos (GTK, 2006).

4.2.2.2.13.1.1. Formação do Rio Mese (P2ZBgn)

4.2.2.2.13.1.1.1. Membro de Orto- e Paragnaisse granatíferos, Anfibolito (B2ZBgn)

A Formação do Rio Mese aflora na parte ocidental da área do Supergrupo do Zâmbuè nas
folhas 1430 e 1530. A formação compreende um conjunto de fortemente deformado e
migmatizado de ortognaisses e paragnaisses, abrangendo principalmente a bacia hidrográfica
do Rio Mese que flui para oeste. Na mesma unidade foi também incorporada uma zona de
variados gnaisses félsicos granitizados no contacto "de transição" entre os meta-arcoses da
Formação da Metamboa e os Granitóides da Cassacatiza.

Há paragnaisses heterogéneos, que vão desde muito bem preservados, a gnaisses de biotite
granatíferos e anfibolitos granatíferos até gnaisses ocelados quartzo-feldspáticos e migmatitos
listrados. Estas rochas passam muitas vezes por processos de intrusão por parte de diques
pegmatite microclina de textura granular grossa.

Ao longo do Rio Metamboa e do Rio Mundie, bem como ao redor do Monte Chipalava, uma
grande estrutura revela uma ampla zona de ortognaisses e paragnaisses que variam entre meta-
arcoses bem-preservados da Formação da Metamboa e granitos porfiríticos da Cassacatiza.
Embora as ortognaisses graníticas a tonalíticas predominem na área, rochas meta-arcoses
preservadas localmente indicam que a zona também compreende variedades meta-sedimentares
granitizadas e deformadas da Formação da Metamboa (GTK, 2006).

4.2.2.2.13.1.2. Formação da Metamboa (P2ZBa) <1 300 Ma

A principal unidade litoestratigráfica do Supergrupo do Zâmbuè é a Formação da Metamboa.


Esta formação estende-se desde a aldeia da Cassacatiza em direcção a ocidente até à área do
Rio Aruângua no canto noroeste da província de Tete.
A unidade é composta por:

Formação da Metamboa (P2ZBa)


*Meta-arcose, Membro de gnaisse quartzo-feldspático (B2ZBav)
**Bandas intermédias de rochas metavulcânicas máficas em B2ZBa

4.2.2.2.13.1.2.1. Membro de Meta-arcose, gnaisse quartzo-feldspático (B2ZBav)

A meta-arcose, Membro de gnaisse quartzo-feldspático compreende principalmente meta-


arcoses de textura granular fina a média, de cor acastanhada ou avermelhada cinza, que muitas
vezes formam grandes afloramentos em forma de baleia ou, quando intensamente granitizados,
também formam colinas de pão de açúcar.

*O tipo de área da Formação da Metamboa situa-se na aldeia da Malowera norte, no Rio


Luatise, onde a rocha apresenta bandado fino laminar, que se interpreta como representando
estratificação sedimentar primária. Além do leito sub-horizontal, foram também vistos alguns
afloramentos no leito do rio de baixo ângulo, transversais à estratificação e com falhas sin-
deposicionais (falhas de crescimento).

A granitização dos meta-arcoses aumenta gradualmente em direcção aos Granitos intrusivos da


Cassacatiza e da Sinda no sul e norte, respectivamente. Embora haja bandado obscuro que em
geral permanece visível em toda a unidade, a granitização produz gnaisses arcósicos com
textura granular média fracamente foliados, onde a estratificação é ainda definida por variações
na proporção de minerais escuros e claros

4.2.2.2.13.1.2.1.1. Bandas intermédias de rochas metavulcânicas máficas em B2ZBa

Afloram bandas intermédias de rochas metavulcânicas máficas em B2ZBa em direcção a oeste,


onde a quantidade de minerais máficos (horneblenda, biotite e magnetita) aumenta
gradualmente, e formando interestratificações que variam de laminação e bandas escuras e
finas a horizontes anfibolíticos grossos. As ocorrências mais volumosas de anfibolitos foram
encontrados na área do Rio Muze, a SO das Montanhas Sale-Sale. A espessura total de
horizontes máficos dentro das meta-arcoses a nível local vai até várias dezenas de metros
(GTK, 2006).

4.2.2.2.13.1.2.2. Formação de Sale-Sale (P2ZBss)

Esta formação inclui as seguintes unidades:

Formação de Sale-Sale (P2ZBss)


*Membro de Gnaisse biotítico-granatífero-silimanítico (P2ZBsn)
*Membro de Quartzito arcósico (P2ZBaq)
*Membro de Ortoquartzito (P2ZBqz) e quartzito (P2ZBTaq)

4.2.2.2.13.1.2.2.1. Membro de Ortoquartzito (P2ZBqz) e quartzito (P2ZBTaq)

O ortoquartzito são cumes de ortoquartzito de cor acinzentada a leitoso branco, que afloram na
região noroeste da província de Tete. Esta rocha cobre uma vasta área desde a Malowera ao
oeste da vila do Zâmbuè. Esta resistente rocha forma colinas ou cumes íngremes de crista que
podem ser seguidos ao longo de várias dezenas de quilómetros.

*A área tipo é o ortoquartzito da Montanha Sale-Sale


*A ocidente das aldeias de Cassenga e Zâmbuè o quartzito forma os cumes mais proeminentes,
onde os ortoquartzitos estão provavelmente intercalados com xistos e gnaisses e este último
forma o terreno inferior. Detritos de ortoquartzito coluvial cobrem muitas vezes os taludes.

O ortoquartzito, em horizontes medindo entre alguns metros a algumas dezenas de metros de


espessura, é geralmente composto exclusivamente por quartzo recristalizado de textura
granular média a grossa, com uma quantidade de impurezas (principalmente feldspato, biotite,
moscovite e sillimanite) geralmente inferior a 1 a 2% do volume da rocha. A recristalização
intensa tem destruído a nível geral, todas as características sedimentares e é apenas visível
ocasionalmente alguma estratificação obscura. Geralmente os ortoquartzitos são rochas
enormes com textura de quartzo (GTK, 2006).

4.2.2.2.13.1.2.2.2. Membro de Quartzito arcósico (P2ZBaq)

Têm sido observados horizontes de quartzito arcósico de cor castanho claro acinzentado,
ligeiramente acamados em muitos lugares na zona de contacto entre os meta-arcoses e
mármores do Supergrupo do Zâmbuè. Em geral, sendo muito fina para ser cartografada como
uma das unidades de rocha separadas, a única colina de quartzito de arcose visível na área é o
Monte Mueze, situado alguns quilómetros a S da vila de Muze.

Uma estratificação fina, laminar é preservada em rochas quartzíticas a nível local, que podem
transformar-se em anfibolitos bandados, expostos no talude norte da montanha.

Quartzo e feldspato fortemente alterados são os principais constituintes da rocha. Localmente,


minerais máficos acessórios (anfíbolo, biotite e clorite) dão à rocha uma cor esverdeado claro.
Manchas fracas de disseminação de sulfureto sobre superfícies meteorizadas dão à rocha uma
aparência enferrujada, fazendo com que algumas variedades de quartzito de textura granular
fina se assemelhem a chertes (GTK, 2006).
Noutros lugares, foram encontrados horizontes de quartzito bandado de magnetita, como por
exemplo, nas áreas próximas dos Rios Mundie, Metamboa e Piri-Piri (Hunting, 1982).

4.2.2.2.13.1.2.2.3. Membro de Gnaisse biotítico-granatífero-silimanítico (P2ZBsn)

Os afloramentos mais extensos do Membro de gnaisse biotítico-granatífero-silimanítico são


encontrados:

*A N da aldeia da Cassenga perto da fronteira com a Zâmbia


*No canto noroeste da província de Tete, em redor do domo do Rio Mepembe. -
*Também dentro dos granitóides da Cassacatiza foram encontradas áreas menores de gnaisse
de biotite fortemente migmatizada
*Horizontes de gnaisse de biotite alterada foram observados em vários locais, subjacentes aos
sulcos de ortoquartzito.

A N da aldeia da Cassenga perto da fronteira com a Zâmbia, uma cintura de tendência norte-sul
de gnaisse de biotite fortemente deformada ocorre aproximadamente a um quilómetro de
largura e ao longo de mais de 15 km de comprimento. Este gnaisse de cor cinza escuro, de
textura granular fina, muitas vezes distintamente bandado provavelmente forma uma estrutura
antiforme, expondo a partir debaixo os gnaisses calco-silicatados circundantes. Tem muitos
pequenos porfiroblastos de granada e a nível local também minerais de escarnito, o que implica
um contacto de transição com os gnaisses calco-silicatados. Em muitos lugares o gnaisse de
biotite é injectado por cadeias leucossomáticas finas, estromatíticas, paralelas à foliação e
cortadas por diques leucograníticos e aplíticos de espessura diversa. Localmente, podem ser
observadas numerosas lentes de quartzo alinhadas, de 2 a 10 cm de diâmetro.

No canto noroeste da província de Tete, têm sido obtidos gnaisses de biotite granatífera das
Metapsamites da Metamba. Há gnaisses escuros, cinzentos acastanhados, foliados e laminados
com pequenos cristais de granada e, a nível local, prismas de distena alinhados. Diques
pegmatíticos e veios de quartzo estão embutidos nos gnaisses fortemente tectonizados e
granitizados.

Horizontes de gnaisses de biotite alterada constituídos por coberturas coluviais ricas em


quartzo, muitas vezes cobrem os taludes dos cumes de ortoquartzito da Formação de Sale-Sale.
Um horizonte de gnaisse granatífero-silimanítico de cor castanho claro a castanho avermelhado
escuro (manchado de hematite), foi encontrado a nível local, estratigraficamente abaixo dos
ortoquartzitos. A espessura estimada deste estrato fortemente alterado é de apenas algumas
dezenas de metros. O seu contacto com os meta-arcoses da Formação da Metamba abaixo é
provavelmente gradacional (GTK, 2006).

4.2.2.2.13.2. Grupo de Muze (P2ZBz)


O Grupo de Muze subdivide-se em duas unidades:

Grupo de Muze (P2ZBz)


*Formação da Musamba (P2ZBm)
*Formação de Caduco (P2ZBc)

O Grupo de Muze encerra uma variedade de tipos de rochas calcárias incluindo mármores
puros e grosseiros da Formação da Musamba com intercamadas subordinados de cálcio-
silicatado e gnaisses de cálcio-silicatado, escarnitos e camadas metacherte da Formação do
Caduco
Encontram-se rochas de ambas as formações como uma cintura curvilíneo de tendência N-S a
NO-SE, e alguns polígonos menores que separam a parte oriental da ocidental do Supergrupo
do Zâmbuè.

4.2.2.2.13.2.1. Formação de Caduco (P2ZBc)

A Formação de Caduco foi denominada em função uma pequena aldeia a cerca de 15 km a


leste da Malowera, um centro de distrito junto à fronteira internacional com a Zâmbia. As
rochas da Formação do Caduco ocorrem nas folhas 1430, 1431, 1530 e 1531.

As rochas da Formação do Caduco são esverdeadas, de textura granular média, distintamente


acamadas em gnaisses calco-silicatados que ocorrem dentro da cintura arqueada de rochas
calcárias. Ocorrem frequentemente em associação com os mármores da Musamba, formando
uma zona de transição entre mármores puros e quartzitos arcósicos ou meta-arcoses
subjacentes.
O gnaisse calcário é composto por plagioclase, quartzo, diópsido e horneblenda com
proporções variáveis de escapolite, biotite, granada, epídoto e minerais opacos. Ocorrem
regularmente interestratificações finas ou lentes de mármore puro em gnaisses calco-
silicatados, particularmente na zona de transição para a unidade de mármore apropriado.
Leucogranitos com horneblendas ou corpos de pegmatite tem-se se inserido nos gnaisses calco-
silicatados, através da intrusão.

A leste da vila de Caduco sobressai uma estrutura oval, que difere claramente nas imagens de
satélite e nas cartas geofísicas dos granitóides porfíricos da Cassacatiza circundantes. O que é
interpretado como uma estrutura sinformal que compreende uma sequência de escarnitos de
cor verde escura, com textura granular fina, ricos em quartzo, escarnitos de textura granular
média a grossa, com granada-epídoto e tremolite, e anfibolitos distintamente acamados com
intercalados de quartzo-feldspato ou quartzo, de 10 a 15 cm de largura. A sequência é
interpretada como representando uma variedade rica em sílica impura de meta-sedimentos
calcários do Grupo de Muze, fortemente afectada por granitos circundantes.
Uma rocha de escarnito bastante semelhante, verde escura, rica em quartzo aflora no meio de
um terreno meta-arcósico coerente entre a vila de Thavale e o Monte Dzanzoé. Localmente,
esta rocha de textura granular fina, foliada assemelha-se a meta-sedimentos quartzíticos com
escarnito e, no cume da montanha de Dzanzoé é visível um contacto gradual entre a rocha
escarnóide esverdeada e um ortoquartzito puro, vítreo da Formação Sale-Sale (GTK, 2006).

4.2.2.2.13.2.2. Formação de Musamba (P2ZBm)

A Formação da Musamba é composta por mármores de cor cinza azulado ou claro, de textura
granular média a grossa, os mármores formam uma grande unidade rochosa em forma de arco,
que se estende do Rio Muze para oeste até ao Rio Metamboa e aí dobra para norte em direcção
à fronteira da Zâmbia.
Os horizontes de mármore continuam para o leste para a área do Rio Piri-piri.
*A E da aldeia de Muze está situada a área tipo da unidade, onde os mármores incluem
interestratificações calco-silicatadas esverdeadas ou acastanhadas, fortemente dobradas e em
boudins, cuja largura varia de poucos centímetros até 20 a 30 cm. A grafite é um componente
menor e ocorre como cristais e clusters individuais disseminados.
*Ao contrário da área tipo, os mármores da Musamba geralmente ocorrem como pequenos
afloramentos planos, entre afloramentos mais importantes de granito leucocrático e diques de
pegmatite intrusivos. Esta característica é comum em toda a unidade de mármores, mas muito
visível na área NO da aldeia da Musamba (ou Mazamba).

Um grande número de diques pegmatíticos e de corpos de granito leucocrático de textura


granular média com horneblendas, que se intruíram os mármores da Formação da Musamba
(em tamanho, desde pequenas soleiras ou diques descontínuos com algumas dezenas de metros
de comprimento, a intrusões com vários quilómetros de tamanho). Reacções meta-somáticas
têm produzido uma zona de escarnitos estreita ao longo dos contactos intrusivos (GTK, 2006).

4.2.2.2.14. Supergrupo de Fíngoè (P2F)


(Antigo Grupo do Fíngoè)

O Supergrupo do Fíngoè é composto pelas seguintes unidades:

Supergrupo do Fíngoè (P2F)


*Grupo do Monte Tchicombe (P2FP), (P2FM)
**Formação do Monte Puèque (P2FP
**Formação do Rio Mucanba (P2FM)
*Rochas metavulcânicas félsicas, tufo, mármore (P2FHv)
*Grupo do (Monte) Messuco (P2FR, P2FC, P2FG)
**Formação do Monte Muinga (P2FG)
**Micaxisto e gnaisse, mármore (P2FSch)
**Formação do Monte Rupanjaze (P2FR)

As rochas do Supergrupo do Zâmbuè afloram nas folhas 1531 e 1532.


As rochas supracrustais do Fíngoè são expostas numa cintura dobrada de tendência OSO-ENE
que se estende do Monte Atchiza a oeste, a cerca de 30 km a leste da cidade do Fíngoè na parte
oriental da cintura principal, em torno da cidade do Fíngoè, foram descritas por Vail & Pinto
(1966). O Grupo do Fíngoè sensu Hunting (1984) e sensu Barr & Brown (1987) incluiu
litologias semelhantes que ocorrem em Missale, no Chifumbasi e em outras áreas perto da
fronteira com a Zâmbia nas imediações do Mualadzi (Folhas 1433 e 1434). Estas rochas
supracrustais são agora (GTK, 2006) incorporadas no Grupo do Mualadzi.

A sequência litoestratigráfica do Supergrupo do Fíngoè (P2F) é mostrada na Tabela 4.22.

Grupo Formação Litologia Código


Monte Tchicombe Monte Puèque Micaxisto calco-silicatado P2FPmc
Gnaisse e xisto calco-silicatados P2FPcc
Rio Mucamba Conglomerado polimíctico P2FMco
Meta-arenito e xisto quartzo-feldspático P2FMss
Quartzito P2FMqz
Mármore, rocha carbonatada impura P2FHm
rocha metavulcânica félsica, meta-tufo, P2FHv
aglomerado
(Monte) Messuco Monte Muinga Brechas vulcânicas, aglomerado P2FGb
Rocha metavulcânica félsica e P2FGmf
amigdalóide máfica
Rocha metavulcânica máfica a P2FGvi
intermédia
Rocha metavulcânica félsica, ignimbrito, P2FGfi
brecha vulcânica
Micaxisto e gnaisse, mármore P2FSc
Micaxisto, micagnaisse, gnaisse P2FSch
biotítico-plagioclásico
Mármore, rocha carbonatada impura P2FSm
Monte Rapunjaze Metacherte P2FRch
Rocha piroclástica máfica, micaxisto, P2FRvf
rocha ferrífera
Rocha ferrífera bandada (BIF) P2FRvfe
Rocha vulcânica máfica e ultramáfica P2FRvm
Tabela 4.22.: Sequência litoestratigráfica do Supergrupo do Fíngoè (Modificado a partir de
GTK 2006)

O Supergrupo do Fíngoè consiste numa grande variedade de rochas predominantemente meta-


sedimentares com quantidades subordinadas de rochas meta-vulcânicas. Predominam vários
xistos a oeste da cintura principal, enquanto rochas siliciosas com epídoto, muitas vezes, de
origem vulcânica, predominam a partir da Luzina para leste. Os meta-sedimentos granulares
tendem a ser de textura granular fina, sem qualquer fabric tectónico e retém, em parte, a sua
textura clástica original.

A Figura 4.17. mostra o corte transversal do N-S do Supergrupo do Fíngoè.


Figura 4.17.: Corte transversal do Supergrupo de Fíngoè (GTK Consortium, 2006)

4.2.2.2.14.1. Grupo do (Monte) Messuco (P2FR, P2FC, P2FG)

O Grupo do Messuco inclui as seguintes unidades litológicas:

Grupo do Messuco (P2FR, P2FC, P2FG)


*Formação do Monte Muinga (P2FG)
*Micaxisto e gnaisse, mármore (P2FSch)
*Formação do Monte Rupanjaze (P2FR)

4.2.2.2.14.1.1. Formação do Monte Rupanjaze (P2FR)

A Formação do Monte Rupanjaze inclui os seguintes membros rochosos:

Membros rochosos (separados)


*Membro micaxisto e gnaisse, mármore (P2FSch)
*Membro de micaxisto, micagnaisse e gnaisse biotítico-plagioclásico (P2FSch)
*Mármore e membro de rocha carbonatada impura (P2FHm)

Formação do Monte Rupanjaze (P2FR)


*Membro de metacherte (P2FRch)
*Membro de rocha piroclástica máfica e micaxisto (P2FRvf)
*Membro de rocha ferrífera bandada/BIF (P2FRvfe)
*Membro de rocha metavulcânica máfica e ultramáfica (P2FRvm)

4.2.2.2.14.1.1.1. Membro de rocha metavulcânica máfica e ultramáfica (P2FRvm)

As rochas mais comuns na parte central do Supergrupo do Fíngoè são metavulcânicas máficas
e algumas ultramáficas, atribuídas à Formação do Monte Rupanjaze, onde muitas vezes
ocorrem em associação com mármores, meta-sedimentos e metavulcanitos piroclásticos do
Grupo do Monte Messuco.

São também comuns bandas de anfibolito verde escura, de textura granular fina, mas
geralmente muito pequenas. Deformadas em xisto de anfibolito ou anfíbolo, estas lavas
originalmente máficas são muitas vezes difíceis de distinguir de diques basálticos foliados ou
soleiras que intruíram a sequência do Fíngoè, e também de enormes variedades máficas de
piroclásticos, no qual se podem classificar a nível local
São vistos afloramentos de rochas ultramáficas dispersas principalmente na zona entre o Rio
Muze e o Rio Mucanha. Estratigraficamente, estão situados abaixo dos mármores e dos meta-
sedimentos pelíticos, que ocupam a posição mais baixa na sucessão supracrustal. No sul e
sudoeste do Monte Mancupiti, os metavulcanitos ultramáficos são tipicamente xistos clorítico-
anfibólicos verde escuros, de textura granular fina e fortemente foliados. A deformação
obliterou todas as estruturas vulcânicas primários. Mineralogicamente, são compostas
predominantemente por clorite, anfíbolo e talco com alguns minerais opacos (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.1.1.2. Membro de rocha ferrífera bandada/BIF (P2FRvfe)

Foram encontrados horizontes estreitos (entre 2 a 15 m) de rocha ferrífera bandada (BIF) em


associação com rochas metavulcânicas intermédias e máficas (perto do complexo de Acthiza).
São de cor cinza rosada, cinza amarelada ou cinza cherte, com bandas opacas, de 1 a 15 cm de
largura, e forma alternando entre bandas e lâminas na rocha. As bandas são dobradas a nível
local. O ferro é essencialmente goethite (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.1.1.3. Membro de rocha piroclástica máfica e micaxisto (P2FRvf)

A sequência vulcano-sedimentar é composta principalmente por afloramentos metavulcânicos


piroclásticos máficos e por meta-sedimentos pelíticos na parte central do Supergrupo do
Fíngoè.
Os micaxistos, e os meta-sedimentos vulcanoclásticos e metatufitos submersos associados
ocorrem principalmente numa cintura bastante descontínua desde o Rio Techicumbuzi até ao
Rio Tongoé a oeste. Em contraste, há grandes áreas entre o Rio Bohoze e o Rio Mucangádzi
sustentadas por uma sucessão heterogénea de metavulcânicos piroclásticos com algumas
metalavas máficas.
A rocha é cinza escura, com textura granular fina, muitas vezes micaxisto granatífero, com
estratificação preservada localmente e é exposta numa travessia ao longo do Rio Metamboa.
Intercamadas finas de cherte, bem como enormes blocos aleatórios de "rocha ferrífera
bandada" são evidência de actividade exalativa durante a sedimentação. Uma indicação para o
vulcanismo simultâneo, num ambiente de paleo-bacia, é também a deposição coeva de material
piroclástico, encontrado no Rio Mucangádzi misturado com depósitos epiclásticos.
Há uma inconformidade angular proeminente entre o metatufito da Formação do Monte
Rupanjaze e os sedimentos de Karoo para observar num desfiladeiro no Rio Mucangadeze, a
cerca de dois km a SO do Monte Rupanjaze.
O metatufito acamado está coberto por uma sequência sub-horizontal de sedimentos do Baixo
Karoo, evoluindo gradualmente para cima, de finos leitos de conglomerado polimítico basal e
xisto carbonoso, para espessos depósitos de arenito com clastos com estratificação cruzada. O
metatufito bem conservado compreende camadas sub-verticais, regularmente alternadas, de
tufos félsicos de cor cinza acastanhado claro e máficos de cor verde escura, geralmente
separados por um material piroclástico cinza esverdeado ou vulcanoclástico com estratificação
fina laminar, que ainda é ocasionalmente visível. A espessura das camadas máficas varia de 10
a 30 cm, enquanto as camadas félsicas têm normalmente menos de 10 cm de espessura. Há
também camadas aglomeradas finas com lapilli félsico a fragmentos de pomitos enormes
acamados numa matriz de tufo máfico incluídas nesta sequência de metatufitos, que próximo
do contacto com a cobertura do Karoo se transforma numa rocha maciça de cor amarelada
clara, rica em epídoto. (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.1.1.4. Membro de Metacherte (P2FRch)

Podem seguir-se intercalações quartzíticas nos metavulcanitos do Monte Rupanjaze, com


vários metros de largura, por vários quilómetros ao longo da direcção, particularmente ao norte
da área de Messeca (Folha central 1531).
As rochas quartzíticas apresentam textura granular fina a média e incluem manchas com
epídoto e diópsido. A cor é geralmente cinzento, mas localmente a rocha tem tons esverdeados
ou azulados devido a pequenas variações na composição. Pode observar-se um ligeiro bandado
em alguns lugares. Supõe-se que estas rochas quartzíticas representam metachertes calcários
associados aos vizinhos meta-vulcanitos máficos (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.1.1.5. Membro de mármore e de rocha carbonatada impura (P2FSm)

Os mármores e os meta-sedimentos calcários associados do Grupo do Messuco estão expostos


principalmente entre o Rio Muze e o Rio Mucanha, mas há bandas finas de mármore que
também se estendem para o leste e para oeste desta zona. Trata-se de uma sequência dominada
pelo mármore de meta-sedimentos calcários com variadas inter-camadas grossas de calco-
silicatos e chertes, intruídas por diques de plagioclásicos, porfiríticos e doleríticos. As
superfícies desgastadas dos mármores maciços de granulação fina a média expostos ao longo
Rio Muze são de cor cinza claro a cinza azulado ou esverdeado, enquanto as superfícies frescas
são geralmente puras. Os mármores contêm granada, epídoto, biotite, flogopite, feldspato e
óxidos de ferro opacos. Com proporções crescentes de tremolite e diópsido, os mármores
evoluem para rochas calco-silicatadas fortemente bandadas.
Intercamadas de cherte translúcido de cor cinza esverdeado a castanho, são também comuns
nos mármores do Rio Vúzi. A espessura média das camadas de cherte, muitas vezes
fracturadas, distorcidas e em boudins aumenta em direcção ao sul, onde é normal aparecerem
camadas de cherte até dois metros de largura (GTK, 2006).

Hunting (1984) descreveu rochas de escarnito mineralizadas na zona de contacto entre os


mármores e os "Granitos Pós-Fíngoè" a sul do Monte Mancupiti. As rochas monomineralíticas
são compostas por magnetite, andradite, epídoto ou cumingtonita-grunerita. Estas rochas
magnetíticas estão associadas a mineralizações de sulfetos de cobre.

4.2.2.2.14.1.1.6. Membro de micaxisto, micagnaisse e gnaisse biotítico-plagioclásico


(P2FSch)

Os micaxistos ocorrem essencialmente ao longo das rochas máficas piro-clásticas na parte


ocidental e central da cordilheira do Fíngoè. Variam de filito a micaxisto. As rochas
geralmente fortemente desgastadas de cor escura a cinzento-escuro são de textura granular
média, mas parecem tornar-se de textura granular mais grossa na parte ocidental
comparativamente com a parte central do Supergrupo do Fíngoè, devido a uma gradação
metamórfica progressivamente maior.
Os micaxistos a oeste da Suíte de Atchiza, compreendem diques pegmatíticos com turmalina, e
contêm porfiroblastos de granada (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.1.1.7. Micaxisto e gnaisse, mármore (P2FSc)


(Micaxisto, gnaisses biotítico-plagioclásicos e mármore)

Os micaxistos no Supergrupo do Fíngoè ocorrem em camadas intercaladas com rochas


clásticas piro máficas nas montanhas ocidentais e centrais do Fíngoè, onde ocupam terrenos
mais baixos. Petrograficamente variam de filitos a micaxistos. As rochas fortemente
desgastadas de cor cinzenta-escura são de textura granular média, mas tornam-se de textura
granular mais grossa na parte ocidental comparativamente com a parte central do Supergrupo
do Fíngoè, devido a uma maior gradação metamórfica. As rochas filíticas assemelham-se aos
vizinhos xistos turfáceos com clorite.
Os micaxistos a oeste da Suíte de Atchiza, compreendem diques pegmatíticos com turmalina, e
contêm porfiroblastos de granada (Grantham at al., 2011).

4.2.2.2.14.1.2. Formação do Monte Muinga (P2FG)

A Formação do Monte Muinga inclui os seguintes membros rochosos:

Formação do Monte Muinga (P2FG)


*Membro de rocha metavulcânica félsica (P2FGfi)
*Membro de rocha metavulcânica máfica a intermédia (P2FGvi)
*Membro de metalava amigdalóide e rocha metavulcânica félsica (P2FGmf)
*Brecha vulcânica, membro de aglomerado (P2FGb)

4.2.2.2.14.1.2.1. Membro de brecha vulcânica, aglomerado (P2FGb)

A brecha vulcânica, membro de aglomerado forma horizontes finos mas de rochas clásticas
grossas, que supostamente representam aglomerados, brechas vulcânicas e conglomerados
polimíticos de afinidade vulcânica. Ocorrem na sequência metavulcânica do Supergrupo do
Fíngoè.

*As brechas vulcânicas e os conglomerados são mais comuns na parte central e ocidental do
Supergrupo do Fíngoè. As rochas ocorrem na parte oriental da folha 1531. A espessura da
unidade de rocha sub-vertical é de apenas algumas centenas de metros.
* Na parte central do Supergrupo do Fíngoè os horizontes clásticos grosseiros dispersos,
raramente ocorrem, e o material clástico é muitas vezes mais heterogéneo. Em vez de
compreenderem exclusivamente ejectados félsicos recentes, os clastos embutidos numa tufa
mais máfica ou numa matriz de tufito, também incluem fragmentos líticos com arestas, o que
implica que a rocha terá origem em brechas vulcânicas.
*A norte do Monte Unangoé há um espesso (com algumas dezenas de metros) conglomerado
vulcânico polimítico exposto, composto por cascalho, calhaus e blocos subarredondados a
totalmente redondos, localmente de até 40 a 50 cm de tamanho, numa matriz vulcanoclástica
esverdeada escura. O material clástico do conglomerado essencialmente suportado
clasticamente, varia de veio de quartzo puro e quartzito a rochas metavulcânicas intermédias e
félsicas, mas também têm sido observados calhaus aleatórios de rochas metavulcânicas máficas
ou ultramáficas verde escuras, e granitos com textura granular média.

Ocasionalmente, o conglomerado sofreu epidotização metassomática e silicificação, sendo este


último visível como veios de quartzo grossos ou como uma rede irregular de vénulas de
quartzo finas sub-paralelamente à foliação (GTK, 2006).
4.2.2.2.14.1.2.2. Membro de metalava máfica amigdalóide e rocha metavulcânica félsica
(P2FGmf)

Estas rochas estão expostas perto das rochas carbonatadas do Grupo do Monte Messuco:

*Em áreas localizadas a poucos quilómetros ao norte do Monte Zomba, na parte central da
cordilheira do Fíngoè.

Tratam-se de metabasaltos fortemente deformados, de textura granular fina, anfibolitos


foliados com amígdalas repletas de quartzo formando pequenos nós em superfícies
desgastadas. Localmente essas rochas têm bandado tipo estratificação definidas por inter-
camadas de quartzo e feldspato, o que implica uma deposição coeva de material epiclástico
(GTK. 2006).

4.2.2.2.14.1.2.3. Membro de rocha metavulcânica máfica a intermédia (P2FGvi)

*As rocha metavulcânicas intermédias e máficas atribuídas à Formação do Monte Muinga


ocupam o terreno mais baixo ao longo da margem norte da Cintura do Fíngoè.
*São também encontradas pequenas ocorrências metavulcânicas máficas nos granitos da
Cassazatiza no lado norte-ocidental da cordilheira do Fíngoè, a cerca de 20 km a oeste da
cidade do Fíngoè.

As rochas anfibolíticas expostas dentro são fortemente granitizadas, compreendendo


numerosas veios graníticos e manchas, assumindo até localmente uma aparência migmatítica.

Petrograficamente, as rochas máficas e metavulcânicas intermédias são diversamente


bandadas, e contém anfibolitos com epídotos. Não há estruturas vulcânicas primárias ou não
puderam ser discernidas devido à forte deformação. Estas rochas foliadas de textura granular
média são de cor esverdeado escuro ou negras devido ao elevado grau de anfíbolo, que ocorre
como cristais prismáticos de 1 a 2 mm de comprimento. Localmente, os metavulcanitos podem
também conter porfiroblastos de granada.

*A rocha metavulcânica máfica a intermédia, rodeado por granitos do Monte Sanja, ocupam
uma área bastante grande, formando pequenas colinas a 6 km a sudoeste do Monte Tchicombe.
Estas rochas metavulcânicas bandadas ou irregulares, mas não migmatizadas compreendem
inúmeras camadas e manchas ricas em epídoto.
*Ao longo da estrada principal para a Zâmbia (folha 1432) foram encontrados metabasitos
porfiríticos com textura granular fina, com agregados de horneblenda com milímetros de
tamanho, e com amígdalas preenchidas por quartzo de igual tamanho. A rocha corresponde a
um kopje íngreme e relativamente elevado, com rochas gabróicas na parte inferior e calhaus e
blocos de rochas metavulcânicas a cobrirem os taludes superiores e o topo. Estas últimas
incluem metatufos félsicos a intermédios e metatufos de cristais básicos que retiveram fabrics
vulcânicos (quase) puros (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.1.2.4. Membro de rocha metavulcânica félsica (P2FGfi)

O membro de rochas metavulcânicas félsicas é constituído por rochas piroclásticas félsicas de


textura granular fina com algumas inter-camadas de meta-sedimentos silicificados
metavulcânicos máficos e vulcanoclásticos, e formam uma sequência vulcano-sedimentar
heterogénea na parte superior da Formação do Monte Muinga.
Estas rochas estão mais difundidas ao longo dos taludes e vales a norte e a sul da cordilheira do
Fíngoè. Também foram observados pequenos afloramentos isolados de litologias semelhantes
na área do Rio Vúzi - Rio Mucanha.
A unidade evolui para cima para graus de aglomerados félsicos na Formação do Monte Muinga
e o contacto com as rochas metavulcânicas máficas subjacentes é também provavelmente
gradual. Os contactos com rochas plutónicas das Suítes da Cassacatiza e da Manja são, no
entanto, intrusivos.

Trata-se de um metatufo félsico de cor cinza claro, de maciço a distintamente estratificado. A


rocha frágil de aspecto açucarado, compreende partículas na sua maioria de tamanho de cinzas,
mas também horizontes finos de tamanho lapilítico, incluindo fragmentos ricos em epídoto
deformados e metassomáticos. Algumas inter-camadas densas dentro dos estratos de metatufo
podem representar fluxos de lava félsica. Também foram encontrados fluxos de lava
amigdalóide máfica.

As rochas silícicas no Rio Ressinge, de cor esverdeado claro, de textura granular muito fina,
mostram localmente um leve bandado, mas não se reconhecem quaisquer estruturas
sedimentares ou vulcânicas distintas. Rochas de aspecto cherte semelhante, também têm sido
encontradas nas travessias ao longo do Rio Muze, a mais de 40 quilómetros a oeste. A rocha
provavelmente pertence à categoria de rochas vulcanoclásticas de textura granular fina,
diversamente silicificadas e epidotizadas, que estão amplamente expostas abaixo das rochas
piroclásticas félsicas da Formação do Monte Muinga (GTK, 2006).
Localmente, a deformação e o meta-somatismo transformou a rocha em xisto sericítico com
calco-silicato, dificultando a distinção entre rochas vulcanoclásticas e meta-sedimentos
epiclásticos, um problema também reportado por Hunting (1984).

4.2.2.2.14.2. Grupo do Monte Tchicombe (P2FHv, P2Fp, P2FPcc)

O Grupo do Monte Tchicombe pode ser subdividido em três formações / unidades:

Grupo do Monte Tchicombe


*Formação do Monte Puèque (P2FPcc)
*Formação do Rio Mucamba (P2Fp)
*Rochas metavulcânicas félsicas, tufo (P2FHv), mármore (P2FHm)

4.2.2.2.14.2.1. Rochas metavulcânicas félsicas, tufo (P2FHv), mármore (P2FHm)

A unidade de rochas metavulcânicas félsicas, tufo, mármore (P2FHv) da Carta Geológica


(2008) de Moçambique pode ser subdividida em dois Membros:

Rochas metavulcânicas félsicas, tufo (P2FHv), mármore (P2FHm)


*Membro de rochas metavulcânicas félsicas, tufo (P2FHv)
*Mármore, membro de rocha carbonatada impura (P2FHm)

4.2.2.2.14.2.1.1. Membro de rocha metavulcânica félsica, tufo (P2FHv)

As rochas metavulcânicas félsicas ocorrem no Grupo do Monte Tchicombe como horizontes


estreitos (até algumas centenas de metros) que podem ser seguidas por vários quilómetros ao
longo da respectiva direcção. A presença de cristais silicásticos individuais de ferro e magnésio
nestas rochas fracamente laminadas sugere uma origem obviamente tufítica. O principal
constituinte da rocha é o quartzo com algum feldspato, biotite, anfíbolo e piroxena.
Localmente, a rocha compreende um lapilli de pomito deformado e bombas, e tufitos
evoluindo para aglomerados.
Devido à intensa deformação, as rochas assemelham-se localmente a xistos de quartzo-
feldspato, que, no entanto, são tipicamente mais félsicos na cor. São comuns pequenos
fenocristais de quartzo ou feldspato, embora a nível local também tenham sido encontrados
horizontes contendo fragmentos mais grossos (GTK 2006).

4.2.2.2.14.2.1.2. Membro de mármore, rocha carbonatada impura (P2FHm)

*Os mármores com intercalações calco-silicatadas do Grupo do Monte Tchicombe estão


expostos em horizontes com quilómetros ao longo do lado oriental do Monte Tchicombe. Os
afloramentos de rochas carbonatadas puras são geralmente planos ou formam pequenas colinas
arredondadas, mas não formam cumes impressionantes como na região da Messeca a cerca de
25 km a oeste.
*A cerca de 3 km a leste do Monte Tchicombe, são comuns os horizontes de mármore
concordantes e fracamente bandados, que podem atingir uma largura de dezenas de metros.
Ocorrem diversos gnaisses calco-silicatados como intercalações estreitas nos horizontes
carbonatados.

A cor da rocha carbonatada pura varia do branco através de amarelo / laranja cinza a rosado,
enquanto as superfícies desgastadas são geralmente castanhas escuras. As rochas apresentam
uma textura granular fina a média (<1 mm), e podem apresentar estratificação rítmica com
camadas que variam em largura de um milímetro a alguns centímetros.
A rocha é composta principalmente por calcite (mais de 90%). Os outros minerais são a biotite,
epídoto e clorite e raramente quartzo, feldspato e grãos opacos.
As rochas carbonatadas impuras na área gradualmente evoluem para gnaisses calco-silicatados
e xistos e para outras rochas carbonáticas (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.2.2. Formação do Rio Mucanba (P2FM)

A Formação do Rio Mucanba pode ser subdividida em três Membros:

Formação do Rio Mucanba (P2FM)


*Conglomerado polimíctico (P2FMco)
*Meta-arenito e xisto quartzo-feldspático (P2FMss)
*Quartzito (P2FMqz)

4.2.2.2.14.2.2.1. Quartzito (P2FMqz)

O quartzito é uma rocha quartzítica de textura granular fina. Esta rocha tem uma origem
vulcanogénica e supostamente representa chertes metamorfoseados, silícicos ou tufos félsicos
(Hunting, 1984)
A maioria dos horizontes de quartzito ocorrem como inter-camadas finas no interior do xisto
predominantemente pelítico do Grupo do Monte Messuco. Também têm sido encontradas
inter-camadas quartzíticas finas no conglomerado polimítico do Monte Mucanba (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.2.2.2. Meta-arenito e xisto quartzo-feldspático (P2FMss)

Os meta-arenitos são fracamente bandados e ocorrem em terrenos baixos na cordilheira do


Fíngoè e como inter-camadas de diversas grossuras em gnaisses calco-silicatados da Formação
da Mucanba.
Os meta-arenitos variam de castanho avermelhado, a variedades meta-arcoses de textura
granular bastante fina a xistos quartzo-feldspáticos e rochas recristalizadas, com aspecto
granitóide. São vulgarmente encontradas veios graníticos leucocráticos e manchas (GTK,
2006).

4.2.2.2.14.2.2.3. Conglomerado polimíctico (P2FMco)

*Há um proeminente corpo conglomerado polimítico exposto ao longo do Rio Mucanha na


parte central da cintura do Fíngoè (Folha 1531), que provavelmente representa um
conglomerado intraformacional na parte superior da sequência vulcano-sedimentar.
*A N da cordilheira da Massunga, aproximadamente a 15 km a O do rio Mucanha há um
horizonte conglomerado semelhante exposto, clasticamente apoiado, de textura granular grossa
clástica. Neste local, os conglomerados estão mais fortemente deformados e granitizados,
provavelmente devido à sua proximidade com a zona de contacto da grande área granitóide da
Cassacatiza a norte.
*Ao longo do Rio Mucancha, começando aproximadamente a 1,5 km a sul da confluência com
o Rio Muze e continuando ao longo de três km para sul através da tendência geral dos
conglomerados maciços da cintura, afloram inter-camadas com metagrauvaques, quartzitos ou
meta-sedimentos e metassiltitos de diversas espessuras.

Clastos deformados do conglomerado apoiado predominantemente numa matriz constituída


principalmente por cascalho, calhaus e blocos de quartzito impuro, metagrauvaques e
plagioclase pórfiro, mas também clastos graníticos são bastante comuns. Os clastos bem
arredondados têm até 40 cm de tamanho, mas podem encontrar-se blocos maiores, de até um
metro de diâmetro (Hunting, 1984).

A matriz cinza esverdeado escura do conglomerado é composta por grãos angulares de


quartzo, feldspato alcalino e plagioclase numa massa com textura granular fina de quartzo,
feldspato, epídoto, biotite e horneblenda. Os maciços grauváquicos e as inter-camadas de meta-
arenito laminar têm uma mineralogia e textura idêntica (GTK 2006).

4.2.2.2.14.2.3. Formação do Monte Puèque (P2FPcc)

A Formação do Monte Puèque em Moçambique compõe-se de uma unidade de rocha:

Formação do Monte Puèque (P2FPcc


*Gnaisse calco-silicatados e xisto (P2FPcc) (incluindo micaxisto P2FPmc)

4.2.2.2.14.2.3.1. Gnaisse calco-silicatado e xisto (P2FPcc) (incluindo micaxisto P2FPmc)

Há uma variedade de gnaisses e xistos ricos em cálcio amplamente agrupada e aqui


denominada como gnaisses calco-silicatados atribuídos à Formação do Monte Puéque.
Estes ocorrem em terras bastante altas, mas também em terrenos mais baixos na área
montanhosa em torno do Monte Muinga, a cerca de 20 a 30 km a SO da cidade do Fíngoè.

A rocha é mais tipicamente um gnaisse calco-silicatado mais ou menos bandado com tons
esverdeados e acinzentados em superfícies maia recentes. No entanto, em alguns lugares, o
bandado está moderadamente bem preservado e reflecte uma estratificação primária.
Localmente, a rocha pode evoluir para carbonatada impura ou para rochas com origem em
brechas vulcânicas ou em aglomerados.
Os gnaisses calco-silicatados são compostos por plagioclase, quartzo e epídoto. A mica ocorre
apenas como mineral acessório.
Ocorrem também xistos calco-silicatados intensamente foliados, relativamente ricos em mica,
perto do impressionante pico do Monte Tchicombe.
Por causa da forte deformação, não são geralmente visíveis estruturas sedimentares primárias
ou vulcânicas, mas há alguns fragmentos vulcanogénicos félsicos preservados localmente, por
exemplo, na cordilheira montanhosa logo a SE do pico do Monte Tchicombe. Estes xistos têm
relações próximas com os gnaisses calco-silicatados e rochas metavulcânicas ricas em cálcio e
foram relatadas transições graduais.
Os minerais dominantes nos xistos calco-silicatados com mica são a mica branca de textura
granular fina a muito fina (até 20% em volume), a plagioclase, quartzo, calcite e epídoto (GTK,
2006).

4.2.2.2.14.3. Grupo de Mualadzi (P2D)

As rochas supracrustais do Grupo da Mualadzi estão expostas na parte NE da folha de 1432 e


estendem-se até às partes adjacentes da Zâmbia como a Formação de Mwami (Vavrda, 1967;
Vavrda & Vrána, 1972). A Formação de Mwami por sua vez está correlacionada com a
Formação de Cachebere do Grupo de Mchinje e com o Grupo Mafinge do Malawi (Vavrda,
1967; Carter & Bennett, 1973). Essas rochas são, por sua vez provisoriamente correlacionadas
com o Grupo de Sasare, tal como definido originalmente na sua área de tipo (Barr & Drysdall,
1972).

Na Carta Geológica (2008) de Moçambique, o Grupo de Mualadzi inclui duas unidades, mas o
Consórcio GTK (2006) subdividiu a litologia do Grupo de Mualadzi em cinco unidades:

Grupo de Mualadzi (P2D)


*Micaxisto (P2Dc)
*Quartzito (P2Dq)
*Rocha metavulcânica ultramáfica (P2Dvu)
*Rocha ferrífera bandada (P2Dfe)
*Formação da Macanda (Rocha metavulcânica ultramáfica) (P2Dvu)

As litologias do Grupo do Mualadzi permanecem relativamente desconhecidas, mas foi


apresentada por Luna & Freitas (1956) uma descrição parcial da área da mina de ouro do
Missale e da área ao redor da mina do Chifumbasi. Este trabalho foi incluído nos comentários
posteriores da geologia do Supergrupo do Fíngoè por Real (1966), Godinho (1970) e Afonso
(1976).

Hunting sentiu grandes dificuldades em tomar uma decisão sobre os limites do Grupo do
Mualadzi com base na interpretação foto-geológica (Hunting, 1984).
Um reconhecimento ao longo dos trilhos N e NE de Mualadzi em direcção à Mucanda mostrou
uma estreita semelhança litológica entre os meta-sedimentos expostas e os do Supergrupo do
Fíngoè. Luna & Freitas (1956) atribuíram rochas na zona do Monte Chifumbasi e também
imediatamente a sul do mesmo até ao Supergrupo do Fíngoè.
No entanto, foram provisoriamente atribuídos quartzitos feldspáticos cataclásticos, com bandas
intermédias de biotite e xisto clorítico, ao Grupo da Luia (Hunting 1984). Estas últimas rochas
formam cumes elevados na mina de ouro da Muanda e a norte do Furancungo até à estrada da
Mualadzi, a leste do rio Luia.
Com base na verificação de campo e geoquímica, o Consórcio GTK (2006) separou do Grupo
da Mualadzi do Supergrupo do Fíngoè e postula uma correlação com o Grupo da Cazula mais a
sul.

4.2.2.2.14.3.1. Formação de Macanda (P2Dvl)


(Rocha meta-vulcânica máfica)
*Rochas meta-vulcânicas máficas compreendem a principal unidade litológica do Grupo da
Mualadzi, cobrindo a maior parte da área entre a vila da Mualadzi e a fronteira da Zâmbia, bem
como o largo vale subjugado a sul e oeste da vila de Muende.
*Ocorrem pequenos afloramentos de rochas metavulcânicas félsicas no Muende

Embora separadas pelo granito de Desaranhama, as rochas metavulcânicas máficas fortemente


deformadas de ambas as áreas têm muitas características comuns em termos de composição e
texturas vulcânicas. Estas rochas metavulcânicas são cortadas por uma rede de veios de quartzo
e zonas de milonito, que acolhem a maioria das ocorrências de ouro conhecidas nesta área.

A característica mais notável das rochas metavulcânicas máficas é seu evidente carácter
piroclástico, ilustrado pela ocorrência local de partículas do tamanho de lapilli num tufo de
textura granular fina ou matriz de tufito. Embora algumas variedades maciças com textura
amigdalóide provavelmente representem fluxos de lava máfica, a sua proporção é menor em
comparação com os afloramentos piroclásticos observados.

A sudeste da velha mina de ouro do Fundão, aflora verticalmente num conglomerado


polimítico (P2Dvlc) de um penhasco no topo de uma crista proeminente.
Rochas semelhantes, com clastos fortemente deformadas embebidos numa matriz de tufo, estão
expostas numa linha arqueada de afloramentos, provavelmente formando um leito
conglomerado intraformacional dentro das rochas metavulcânicas piroclásticas da área. A
espessura da camada conglomerática com um ângulo suave para SO varia, sendo superior a 20
m no penhasco, mas sendo provavelmente muito menor nos afloramentos do sul. A
composição dos clastos do conglomerado apoiado na matriz varia. Clastos de quartzito bem-
arredondado e extensos, até 15 x 40 cm de tamanho constituem a maioria (> 80%) no
afloramento do penhasco, onde leitos do conglomerado apertadamente embalados alternam
com leitos de tufo ou tufito laminar, livre de clastos. Pelo contrário, clastos do tamanho de
lapilli de rochas essencialmente metavulcânicas félsicas dominam nos afloramentos do
conglomerado a norte da aldeia de Mualadzi. Localmente, os clastos félsicos são também
fortemente epidotizados, indicando uma origem no pomito (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.3.2. Rocha ferrífera bandada/BIF (P2Dfe)

Uma camada de rocha ferrífera bandada está exposta perto da fronteira com a Zâmbia, a cerca
de oito quilómetros a NNO da aldeia de Mualadzi. Forma provavelmente uma intercamada
dobrada e com falhas dentro das rochas metavulcânicas. A espessura máxima é inferior a 10 m
e o comprimento ao longo da direcção da unidade é de aproximadamente um quilómetro. A
unidade compreende camadas alternadas de magnetite preta de 1-2 cm de espessura e cherte
cinzento claro. Afloramentos de cherte cinza azulado puro sem bandas de magnetita estão
também associados a Rocha ferrífera bandada (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.3.3. Rocha metavulcânica ultramáfica (P2Dvu)

As rochas meta-vulcânicas ultramáficas formam uma cintura com vários quilómetros de


comprimento dentro das rochas metavulcânicas máficas. Estão expostas na área N da aldeia de
Mualadzi.
As rochas têm uma crosta de meteorização castanha ou cinzenta esverdeada. Tratam-se de
rochas maciças ou altamente porosas. Localmente têm pequenas cavidades e vesículas
preenchidas por carbonato. A textura fragmentária e a composição química refere-se a rochas
komateíticas de origem piroclástica (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.3.4. Quartzito (P2Dq)


Um horizonte de quartzito estreito de tendência N - S, com mais de 10 km de comprimento, a
O do Monte Dezumi, tem sido interpretado como parte do Grupo do Fíngoè (Hunting, 1984).
O GTK (2006) descreveu um quartzito de textura granular fina esbranquiçada na área da
Mualadzi no lado sul da estrada, 8 km a NE da vila da Mualadzi e 100 m antes da estrada
entrar na folha 1433. Este quartzito está rodeado por rochas metavulcânicas máficas.

4.2.2.2.14.3.5. Micaxisto (P2Dc)

O micaxisto é um componente menor entre as litologias do Grupo da Mualadzi. Forma um


longo e estreito horizonte NNO com alguns quilómetros de comprimento, que cruza a estrada 4
km a N da aldeia da Mualadzi. O horizonte é ligeiramente arqueado e está a inclinar-se num
ângulo baixo em direcção ao SO. A rocha é geralmente fortemente cisalhada e muitas vezes
milonitizada. Porfiroblastos de feldspato potássico são também comuns. As rochas
circundantes são metavulcânicas máficas e biotite granito, ambos com contacto tectonizado
GTK (2006).

4.2.2.2.14.4. Grupo de Cazula (P2C)


(Parte oriental = antigo Grupo da Angónia)

O Grupo da Cazula forma vários corpos separados nas partes centro-norte das folhas
cartográficas 1533 e 1534. As partes orientais do Grupo da Cazula foram incorporadas no
Grupo da Angónia por Hunting (1984), ao passo que as partes centrais e ocidentais estão na
base da área dos pré e pós Granitos do Fíngoè na carta de Hunting (1984).
O Consórcio GTK (2006) restringiu o Grupo da Angónia ao canto NE da folha cartográfica
1534, onde está separada de outras rochas existentes na folha 1534 por um carreamento com
tendência para SO.
As rochas do Grupo da Cazula estão todas fechadas por granitóides da Suíte do Furancungo.
Grandes partes do Grupo da Cazula ocupam áreas isoladas, sem trilhas.

*O Grupo da Cazula é composto por meta-arenito, gnaisse quartzo-feldspático, anfibolito,


quartzitos e gnaisse calco-silicatado. O meta-arenito é um tipo de rocha dominante, mas
encontra-se principalmente nos afloramentos ocidentais do Grupo da Cazula. O meta-arenito é
uma rocha de textura granular fina a média, de cor castanho amarelado claro nas superfícies
desgastadas, e acinzentada nas superfícies cortadas. Excepto nas zonas de milonito que se
intersectam os meta-arenitos, estas rochas não estão fortemente deformadas, embora sejam
muitas vezes levemente xistosas. A intensidade da deformação aumenta progressivamente em
direcção a leste, onde os meta-arenitos, de preferência as rochas de quartzo-feldspato, estão
associadas a anfibolitos, quartzitos e rochas carbonatadas. As rochas de quartzo-feldspato são
de textura granular média a grossa, muitas vezes rochas gnáissicas.
*Na área central a norte, foram observados apenas anfibolitos, que mostram estruturas
vulcanogénicas puras. Os anfibolitos nos afloramentos orientais estão mais deformados e não
mostram características que denotem a sua origem.

Os meta-sedimentos calco-silicatados são um componente menor no Grupo da Cazula. Alguns


afloramentos de gnaisses com granada-epídoto-anfíbolo (± piroxena) estão cartografados na
parte sudeste do Grupo da Cazula. Hunting (1984) relatou a existência de mármore na sua carta
geológica à escala 1:250 000 nos afloramentos orientais do Grupo de Cazula.

O forte cisalhamento, gerando milonitos, cataclasitos e silicificação é frequente, especialmente


nas partes mais a nordeste do Grupo da Cazula. Esta deformação, que também afecta as rochas
encaixantes granitóides na Suíte do Furancungo, está provavelmente relacionada com o
carreamento do Grupo da Angónia, relacionada com a colisão e fusão da Gondwana a Oriente
e a Ocidente durante o Ciclo Orogénico Pan-Africano (GTK, 2006).
4.2.2.2.14.5. Suíte de Furancungo (P2FD, P2FP, P2FC, P2FZ)

O termo Suíte do Furancungo foi introduzido pelo GTK (2006) e pelo CGS (2007) na
nomenclatura plutónica do norte da província de Tete.
A Suíte do Furancungo forma um maciço alongado (250 x 80 km) com orientação NNO-SSE,
continuando no Malawi a SE e na Zâmbia a NO. A Suíte participa na folha 1432 da carta a NO,
sobre as folhas cartográficas 1433, 1434, 1533 para a folha de 1534 a SE. Todos os tipos de
rochas da Suíte correspondem mais ou menos às mesmas idades.
A Suíte do Furancungo compreende:

Suíte do Furancungo (P2FD, P2FP, P2FC, P2FZ)


*Granito (horneblenda) do Nacococo (P2FC) (a S e E)
*Granito do Monte Dezenza (P2FZ) (a S = na menor unidade)
*Granito do Rio Ponfi (quartzo-monzodiorito) (P2FP) (a SO)
*Gabro de Muenda (Gabronorito de Muenda) (P2FM)
*Granito de Desaranhama (P2FD) com (P2FDd) (1041 +/-41)

4.2.2.2.14.5.1. Granito de Desaranhama (P2FD) (e ortognaisse deformado (P2FDd)

O granito de Desaranhama forma de longe a principal unidade da Suíte do Furancungo. Cobre


áreas bastante grandes. O granito é composto, principalmente, por granito biotítico e porfirítico
de cor cinza rosado, de textura granular grossa, não foliado ou apenas foliado de modo
incipiente, com fenocristais de feldspato potássico, com 1,5 a 3 cm de diâmetro. Os fenocristais
contêm ocasionalmente bordas exteriores estreitas de plagioclase branco. São comuns
pequenos encraves máficos.
O granite de Desaranhama torna-se deformado (P1533/1534FDd) na periferia oriental arqueada
na folha 1534.
O principal tipo de rocha é um feldspato potássico com biotite, porfirítico, de textura granular
muito grossa, frequentemente gnaisse granítico com veios, ou gnaisse ocelado. O cisalhamento
é frequentemente visível (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.5.2. Gabro de Muenda (P2FM)


(Gabronorito da Muenda)

Estas rochas estão localizados na porção centro-oeste das folhas cartográficas 1433 e 1434 da
carta, bem como na parte ocidental sul da folha 1433.
E formam gabros equigranulares de textura granular fina a grossa, essencialmente não-foliados.
As rochas variam de mesocráticas a melanocráticos e são de cor cinza escuro na aparência. A
sua distribuição na área da carta está largamente confinada, dentro ou adjacente ao granito do
Desarahama, o que sugere que ambos são parte de um conjunto ígnea mais vasta, a Suíte do
Furancungo. A ocorrência do principal afloramento no granito do Desaranhama implica que os
gabronoritos provavelmente intruíram o granito. O granito de Desaranhama foi datado de
aproximadamente 1041Ma (GTK) e, consequentemente, pensa-se que os gabros tenham uma
idade semelhante. Localmente são vistos fabrics frágeis, em especial nas pequenas zonas de
cisalhamento localizadas.
Conclui-se que o Gabro de Muenda tenha passado pelo processo de intrusão e se tenha
cristalizado numa altura semelhante à do granito do Desaranhama. A química das rochas,
embora ainda classificado como sendo básica, indica uma significativa cristalização e evolução
posterior à intrusão (CGS, 2007).

4.2.2.2.14.5.3. Granito do Rio Ponfi (P2FP)

O granito do Rio Ponfi (quartzo-monzonito) está situado na parte sul da Suíte do Furancungo e
estende-se como um corpo tipo língua para norte, para dentro do granito de Desaranhama.
O granito de Desaranhama foi datado de aproximadamente 1041Ma (GTK) e,
consequentemente, pensa-se que os gabros tenham uma idade semelhante. A rocha é
porfirítica, não variável a variável, geralmente maciça, mas ocorrem também variedades
fracamente foliadas. Em afloramentos a norte as rochas estão fortemente cisalhadas, com
brechas e vão de miloníticas a cataclásticas. Em zonas de cisalhamento, a rocha tem-se
mantido, pelo menos, macroscopicamente, não deformada com manchas devido a neoblastese
pós-cinemática dos agregados de horneblenda, com 1 a 2 cm de diâmetro.
A principal tendência do cisalhamento é NO-SE e as zonas de cisalhamento podem ter até
dezenas de metros de largura. A horneblenda é o principal componente mineral máfico em
zonas de cisalhamento, com relíquias ocasionais de piroxena (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.5.4. Granito (gnaisse) do Monte Dezenza (P2FZ)

O gnaisse está exposto principalmente perto da fronteira com o Malawi e está vinculado ao
Grupo da Angónia (P2A) a norte. Ocorre uma área menor de granito (gnaisse) do Monte
Dezenza mais a sul.

A biotite gnaisse é um tipo de rocha comum. Há quantidades substanciais de rocha máfica e


ultramáfica incluídas nesta unidade.
Mais evidente é a presença de um corpo de talco-serpentinito fortemente alterado e deformado,
alongado, de orientação N - S, na parte norte do granito (gnaisse) do Monte Dezenza, perto de
Tsangano. O metagabro e o anfibolito são outras litologias que ocorrem com frequência. Estas
rochas ultramáficas e máficas mostram uma forte foliação, cisalhamento e milonitização, uma
característica típica de rochas proximais ao Grupo da Angónia (P2A).
Observações estruturais indicam um movimento dextrógiro com plano de cisalhamento de
ângulo baixo a sub-horizontal, inclinando-se em direcção ao NE.

4.2.2.2.14.5.5. Granito (horneblenda) de Nacococo (P2FC) (a S e E)

O granito (horneblenda) do Nacococo (P2FC) (também granodiorito do Nacoco e quartzo-


monzodiorito) expõem-se como uma alternância de rochas intermédias e máficas na parte sul
da Suíte do Furancungo
A composição química varia de S para N de granito para granodiorito e tonalito a quartzo-
monzonito.
Também correm rochas gabróicas como pequenos corpos, algumas parcialmente alteradas em
anfibolitos, alguns ainda contendo relíquias de piroxena.
São também comuns subtipos miloníticos na parte central (estão associados a planos de
cisalhamento com tendências NO que mostram inclinações moderadas a íngremes para NE).
Na fronteira em direcção a NE com o Monte Negumbe os ortognaisses são gradacionais; a
litologia evolui para uma rocha mais félsica devido a uma diminuição gradual do teor de
horneblenda (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.6. Suítes Intrusivas Irumides

Os granitóides na Cintura de Irumide têm essencialmente idades entre 1200 Ma e 1000 Ma, e
estão relacionados com o Ciclo Orogénico de Grenville, culminando na formação do
supercontinente Rodínia. Consequentemente, as rochas intrusivas no bloco Tete-Chipata com
idades de instalação magmática semelhante, foram agrupadas nas Suítes Intrusivas Irumides
(alterado de GTK 2006).

As Suítes Intrusivas Irumides são compostas pelas seguintes rochas:

Suítes Intrusivas Irumides


*Granito de Marionguè (P2MR)
*Quartzo-monzonito de Messambe (P2MS)
*Granito de Mussata (P2MT)
*Granito do Monte Capirimpica (P2CA) (1086 +/-7)
*Granito da Serra Danvura (P2SD)
*Granito do Rio Tchafuro (P2RF)
*Granito do Rio Capoche (P2RC) (1201+/- 10)
*Granito da Serra Chiúta (P2CSgr)

4.2.2.2.14.6.1. Granito da Serra Chiúta (P2CSgr)

O granito da Serra da Chiúta (granitóides metamorfoseados) receberam esta denominação em


função da aldeia da Chiúta, perto do cume da Serra da Chiúta a 1334 m de altitude (também
conhecido como o Monte Chiúta) na folha cartográfica 1533.

O granito da Serra da Chiúta cobre uma pequena área de superfície. Estas rochas restringem-se
às seguintes localidades:

*Uma orla descontínua em torno do Grupo do Chidzolomondo -


*Um corpo maior cercado por granito castanho a sul.
*A NE os granitóides estão em contacto com granitóides do Rio Capoche.

Os granitos da Serra da Chiúta (granitóides) são caracterizadas por e são parcialmente


delineados com base no relevo fortemente dominante, expresso por serras e cadeias de grandes
kopjes.
O tipo médio de rocha é de cor cinza a cinzento acastanhado (a cor depende do conteúdo de
biotite e granada), de textura granular grossa, inequigranular, ocasionalmente muito com grãos
de textura grossa de natureza porfirítica, de biotite-granito, geralmente com conteúdo de
granada variável. Os fácies porfiríticos, sem indicações de deformação por cisalhamento,
contêm fenocristais de feldspato potássico com cm de tamanho, que às vezes estão alinhados
manifestando um fluxo magmático. Os membros recristalizados exibem uma textura granular
fina a média, e fabrics granoblásticos equigranulares. Os conteúdos de biotite variam
significativamente e alguns membros ricos em biotite são de cor muito escura. Ocorrem
granadas de cor vermelho rosado a castanho avermelhado, como grãos disseminados de até um
milímetro de tamanho. A granada também se pode concentrar em vénulas estreitas ou - mais
tipicamente - em agregados que variam em tamanho de poucos milímetros até vários
centímetros. Num dos afloramentos, foram observados agregados de granada com vários
decímetros quadrados em tamanho e que constituem até 30% do volume da massa de rocha.
Ocasionalmente, os granitóides contêm pequenos xenólitos máficos ou encraves anfibolitos
retrógrados muito maiores (à escala de decímetros a metros), de cor cinza escuro e de forma
variável. Onde os últimos são alongados, os granitóides exibem fenocristais magmáticos de
fluxo alinhado, reflectindo a injecção de uma massa de cristal em planos de descontinuidade na
rocha hospedeira. Estes grandes xenólitos representam supostamente fragmentos do antigo roof
pendant do plutão granítico.

Os meta-sedimentos migmatíticos possivelmente pertencentes ao Grupo do Chidzolomondo


ocorrem nas partes internas do corpo de granito (granitóide) da Serra da Chiúta (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.6.2. Granito do Rio Capoche (P2RC) (1201+/- 10)

Os granitos (granitóides) do Rio Capoche representam uma grande família de granitos de


biotite e granodioritos, denominados em função de um grande rio que flui através da parte
oriental da unidade. Estas intrusões ocupam grandes áreas, de forma irregular, que atravessam
as fronteiras entre as folhas cartográficas 1432, 1433, 1532 e 1533.
Podem ser definidas duas áreas principais:

*A NO na folha 1432
*A SE na folha 1533
*Estas duas áreas estão ligadas por 'pontes' estreitas que se estendem através das folhas
cartográficas 1432, 1433, 1532, e do canto da 1533.

A área a NO separa o domínio norte do Grupo do Chidzolomondo a norte e a Granito Castanho


no sul. A oeste, a área NO está ligada pelos ortognaisses e paragnaisses do Complexo do Rio
Messuze (P2MZ) e pelos Granitos da Serra da Danvura (P2SD.
A área a SE divide o Grupo do Chidzolomondo (P2CD) em duas partes e é cobertura a sul pela
sobrecarga do Graben do Rio Metendeze-Lumázi do Quaternário.

Na parte NO a rocha consiste num (ligeiro) granito biotite a granodiorito de cor cinza a rosado
a cinzento acastanhado, de textura granular média a grossa, de inequigranular a localmente
porfirítica. O teor de biotite é variável, mas geralmente apresenta-se como sendo baixo a muito
baixo. Ocasionalmente, a biotite ocorre como placas finas, alinhadas, produzindo uma foliação
difusa "dentro da massa" que pode reflectir um fluxo magmático. Encontram-se foliações de
"biotite lamelar" mais fortemente desenvolvidas em zonas de cisalhamento dúcteis
relativamente estreitas. Outras texturas que têm sido observadas incluem fabrics migmáticos
nebulíticos, assim como vénulas de fusão parcial ou manchas.

Na área a SE do Rio Capoche os granitos (granitóides) são representados por um granito


biotítico e porfirítico de cor cinzento acastanhada, meteorizado a castanho amarelado claro,
muito grosseiro, muitas vezes com um fabric de "massa de cristal", dominada por fenocristais
de feldspato potássico com centímetros de tamanho, que podem estar alinhados em alguns
lugares. Para além da sua cor mais escura, estas rochas são bastante semelhantes às fácies
porfiríticas da Suíte da Cassacatiza (P2CZ) São também bastante semelhante em aparência a
alguns Granitos (P2CSgr) e Granitos Castanhos (P2CT) da Serra da Chiuta.

Nas imediações da Serra da Chacalaudie os Granitos do Rio Capoche têm inclusões de


Granitos granatíferos da Serra da Chiuta (P₂ CSgr) e do Grupo do Chidzolomondo (P2CD)
(GTK, 2006).

4.2.2.2.14.6.3. Granito do Rio Tchafuro (P2RF)

Os granitóides do Rio Tchafuro restringem-se espacialmente a uma única secção N - S ao


longo da estrada da Zâmbia. Foram denominados em função de um pequeno rio sazonal que
corre paralelo à estrada, onde cruza a metade sul da unidade. O Rio Tchafuro é um afluente do
Rio Chiticula, que desagua para o Rio Capoche mais a sul.

Os granitos da Suíte do Rio Tchafuro ocupam uma zona de 20 a 25 km de largura com


tendência ENE-OSO, paralelamente às unidades circundantes, ou seja, os Granitos da
Cassacatiza a norte, e o Grupo do Chidzolomondo a sul.

A rocha é de cor cinza claro a cinza rosado, inequigranular a porfirítica, com biotite (de granito
a) granodiorito com tamanho de grão variável, que vão de finos a localmente muito grossos. Os
membros de textura granular fina são tipicamente mais equigranulares. Localmente, o fluxo
magmático é indicado por um alinhamento incipiente de fenocristais de feldspato potássico.

Os granitóides contém encraves "máficos" esporádicos de cor cinza escuro e de tamanho


variável (de uma escala de dm a m). A sua mineralogia parece ser dominada por biotite e
feldspato. Vénulas de fusão parcial em alguns destes encraves apontam para a extracção de
fusão anatéctica e sugerem que as rochas hospedeiras agiram como uma fonte de fusão de pelo
menos um dos lotes do magma granitóide do Rio Tchafuro. São também comuns os veios de
pegmatóide rosa, compostas apenas por quartzo e feldspato potássico (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.6.4. Granito da Serra Danvura (P2SD, P2SDp)

O Granito (granitóides) da Serra Danvura ocupam uma extensa área medindo 50 km x 130 km,
no lado norte do Lago Cahora Bassa e a sul da Cintura do Fíngoè (Folhas 1530, 1531 e 1532).
As rochas representam um composto de granitos de textura granular média a grossa,
granodioritos, quartzo-monzonitos e quartzo-sienitos. A cor varia do rosa a castanho
esverdeado escuro. A textura varia de ligeiramente deformada a maciça. Os quartzo-
monzonitos e os quartzo-sienitos formam intrusões individuais.

O Granito (granitóide) da Serra da Danvura foi denominado em função de um marco


montanhoso alongado a cerca de 35 km a sudeste da cidade do Fíngoè.
A maioria das rochas da Serra da Danvura são verdadeiros granitos na classificação de
Streckeisen (1976). São raros os quartzo-monzonitos e os quartzo-sienitos.
Os granitos porfiríticos e relativamente maciços caracterizam as partes ocidentais da intrusão
da Serra da Danvura e são compostos por abundantes fenocristais de feldspato potássico,
medido entre 1 e 3 cm. As rochas graníticas situadas na parte oriental do batólito da Davura
são geralmente foliados e têm um grão menor do que os do oeste.
Os principais minerais máficos no granito compreendem biotite ou biotite + horneblenda, com
a biotite geralmente a dominar sobre a horneblenda. São raros os granitos de horneblenda, sem
biotite. Os granitos de biotite ocorrem por exemplo, a SE da cidade do Fíngoè.

Os quartzo-monzonitos formam uma grande intrusão, arredondada, a 25 km a sul da cidade do


Fíngoè. Esta intrusão contém mais horneblenda e menos quartzo do que as variedades
graníticas. Além disso, o tamanho dos respectivos grãos é mais grosso do que nos granitos. As
rochas monzoníticas são bastante maciças na aparência. Os quartzo-sienitos contém menos
minerais máficos do que as rochas monzoníticas.
Na parte central e oriental da Serra da Danvura, os granitos a nível local são equigranulares em
relação à parte ocidental. Por exemplo, perto da aldeia de Chipungu, na parte NE da folha
1532, os granitos locais são mesmo aplíticos na aparência.
Em áreas aproximadamente a 20 km a SE da cidade do Fíngoè, a biotite ocorre em agregados
com textura granular relativamente fina. Estes agregados, obviamente, não representam um
fabric magmático primário. Geralmente, os Granitos da Serra da Danvura mostram incipiente
deformação na parte oriental do batólito.

Alguns encraves de rochas sedimentares e vulcânicas da Cintura do Fíngoè ocorrem na grande


área de granito da Serra da Danvura (GTK, 2006)

4.2.2.2.14.6.5. Granito do Monte Capirimpica (P2CA) (1086 +/-7)

O granito de textura granular grossa do Monte Capirimpica ocupa uma área montanhosa de
mais de 400 km2, a poucos quilómetros a S e SO da cidade do Fíngoè, na parte oriental da
folha cartográfica 1531.
Em geral, os plutões de granito do Monte Capirimpica são compostos por duas fases:

*Granito não deformado, de textura granular grossa


*Granito aplítico de textura granular média.
A variedade de textura granular grossa constitui a parte principal em comparação com a
variedade aplítica (25%).
A nível da textura, o granito de textura granular grossa é relativamente equigranular, mas
também têm sido observadas variedades com fenocristais euédricos de feldspato potássico
medindo até três centímetros em tamanho.
A principal composição mineral é quartzo, feldspato potássico, plagioclase, biotite e
horneblenda. Os minerais máficos constituem aproximadamente 25% do volume total da rocha.
O aplito ocorre como manchas irregulares. Os encraves máficos são raros. Na margem
ocidental do maior plutão, o granito é mais deformado em relação à parte central do plutão. Na
zona de contacto entre os Granitos do Monte Capirimpica e os dioritos da Suíte do Monte
Sanja (P2SJ), estas últimas rochas são intruídas por diques aplíticos de textura granular fina a
média, o que provavelmente derivou dos Granitos do Monte Capirimpica. Os Granitos do
Monte Capirimpica (P2CA) e os Granitos circundantes da Serra da Danvura 2SD) têm muitas
semelhanças em termos de petrografia e composição (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.6.6. Granito de Mussata (P2MT)

O Granito (granitóide) da Mussata e os milonitos associados foram denominados em função da


localidade da Mussata, situada perto do rio Zambeze, a norte do Domo do Rio Chacocoma na
Suíte de Tete (Folha 1533). Há uma única secção N - S ao longo da estrada da Zâmbia e em
direcção a uma secção que atravessa e fica ao longo do Maciço da Serra da Dzunsa, a sul do
Songo (Folha 1532).

O Granito (granitóides) da Mussata aflora numa cintura com 15 km de largura, que se estende a
norte e paralelo à Suíte de Tete, com a qual está em contacto tectónico. A continuação para
leste permanece indefinida.
Para oeste, um grande maciço de Granito Castanho (P2CT) interrompe a cintura milonítica.
Uns poucos encraves Mussata ocorrem neste último, ao longo de respectiva margem sul do
afloramento.
A rocha é principalmente de cor cinza (claro) a cinza-rosado, de cor castanho amarelado claro
por efeito da meteorização, de textura granular (muito) grossa, geralmente porfirítica de granito
biotite, medindo de milímetros a centímetros de tamanho, com fenocristais de feldspato
potássico de cor rosada ou localmente roxo cinza e com biotites variáveis.
A progressiva milonitização é reflectida numa variedade de fabrics de deformação, incluindo
estruturas em lápis de tectonito em L, e fabrics de gnaisse ocelado- miloníticos.
O cisalhamento dos encraves migmatíticos félsicos e máficos a nível local levam a alternâncias
mais complexas dos fabrics de deformação e dos teores dos minerais máficos. Foram
observadas granadas finas, avermelhadas, quer como grãos individuais quer em pequenos
agregados localmente no milonitos da Serra Dzunsa (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.6.7. Quartzo-monzonito de Messambe (P2MS)

As intrusões de quartzo-monzonito porfirítico dentro do grande plutão da Serra Davuro


ocupam áreas da ordem de aproximadamente 50 km2. O quartzo-monzonito de Messambe
forma pequenas colinas arredondadas e geralmente bem expostas na parte norte da folha
cartográfica 1532, ao longo da estrada principal para leste a partir da cidade do Fíngoè.
Destacam-se das rochas circundantes pelos seus elevados níveis de potássio, tório e urânio.

Em superfícies desgastadas o quartzo-monzonito de Messambe é cinza acastanhado, enquanto


as superfícies recentes evidenciam cores castanhas escuras. A nível da textura, estas rochas
quase não deformadas são bastante maciças e porfiríticas com fenocristais de feldspato
potássico com tamanhos superiores a 3 a 4 cm, a nível local. Foi observado um alinhamento
paralelo de cristais de feldspato potássico em alguns lugares, o que pode indicar fluxo
magmático. Os minerais dominantes da rocha são o feldspato potássico, plagioclase e
horneblenda com quartzo, biotite e piroxena subordinados a nível local.
A leste da aldeia Chipungu na folha cartográfica 1532, a rocha apresenta um contacto tectónico
na parte oriental com forte cisalhamento. Os gnaisses ocelados, que resultaram da intensa
deformação dos monzonitos, formam cumes com tendência para norte ao longo de um
comprimento de sete quilómetros. A parte ocidental da mesma intrusão está ocupada por fases
graníticas com uma abundância de diques aplíticos (GTK, 2006)

4.2.2.2.14.6.8. Granito de Marionguè (P2MR)

Os Granitos de Marionguè estão situados na parte norte do extenso domínio de granito da Suíte
da Cassacatiza (P2CZ) no limite das folhas 1431 e 1531. Estes granitóides podem distinguir-se
das rochas graníticas da Suíte da Cassacatiza por diferenças nos respectivos conteúdos de
potássio, tório e urânio.

O Granito do Marionguè tem uma característica única em comparação com outros granitóides
próximos: são extraídos selectivamente em dezenas de pequenas pedreiras para a exploração e
extracção de mineral a céu aberto (principalmente água-marinha) dentro ou nas margens da
intrusão. Tratam-se de pedreiras geralmente grandes localizadas principalmente em diques
pegmatíticos, com cerca de 1 a 8 m de largura e aproximadamente 50 m de comprimento. No
entanto, a maioria das pedreiras são pequenos buracos, com poucos metros de diâmetro.

Os granitos do Marionguè são cinzentos, de textura granular média e, geralmente, granitos de


biotite levemente foliados, apenas com horneblenda subordinada. Em termos de textura, são na
sua maioria equigranulares, embora também existam algumas variedades porfiríticas. A
magnetita é geralmente um constituinte menor ou acessório destes granitos. Na parte sul da
intrusão há muitos diques pegmatíticos com orientação E - O, geralmente com poucos metros
de largura, zonados e contendo grandes cristais de moscovite e amazonite. Os pegmatitos das
pedreiras estão associados a pequenos corpos de granito de textura granular grossa, contendo
fenocristais de feldspato potássico cercados por anéis de plagioclase (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.7. Suíte da Cassacatiza (P2CZ)


Granitos pré-Fíngoè (Pcγ1); Hunting, 1984)

A Suíte da Cassacatiza foi denominada provisoriamente em função da aldeia da Cassacatiza e


do posto de fronteira para a Zâmbia. Esta suíte de granito é o principal representante dos
Granitos do pré-Fíngoè (Pcγ1) (Hunting, 1984) que, juntamente com os ortognaisses e
paragnaisses da Formação do Rio Mese, formam a fronteira sul do Supergrupo do Zâmbuè.
Ocorrem granitos e granodioritos porfiríticos diversamente deformados da suíte numa zona de
20 a 25 km de largura com tendência ENE - OSO aproximadamente do Rio Metamboa (Folha
1530) até ao leste de Cassacatiza (Folha 1432), cobrindo uma distância de mais de 200 km. A
área de afloramento ocupa um planalto relativamente alto (de 600 a 700 m a oeste, até 900 a
1000 m a leste) com uma superfície ligeiramente ondulada, com inselbergs ocasionais, alguns
em forma de pão de açúcar. A rede de drenagem sazonal relativamente densa com ravinas
baixas flui através deste planalto granítico. Além dos inselbergs, aparecem afloramentos
geralmente como superfícies desnudadas e exposições baixas em "forma de baleia". Os
granitóides da Cassacatiza são claramente intrusivos nas rochas supracrustais dos Supergrupos
do Zâmbuè e do Fíngoè.

Hunting (1984) relatou uma idade WR Rb-Sr de 939 ± 61 Ma a partir de um conjunto de


amostras colhidas na área do Rio Garnbozi (?) (Folha 1531).
Os dados acima foram ultrapassados por uma idade convencional do zircão U-Pb de 1077 ± 2
Ma pelo Consórcio GTK.
As rochas da Suíte da Cassacatiza variam em termos de composição de granito para
granodiorito, mas localmente também foram encontrados composições de quartzo-monzonito e
de quartzo-sienito. Foram definidas as seguintes variedades litológicas:

Suíte da Cassacatiza (P2CZ)


*Granito megacrístico deformado e granodiorito (P2CZgr)
*Granito mesocrático de textura granular grossa (P2CZmg)
*Granito gnáissico de textura granular média (P2CZgn)

4.2.2.2.14.7.1. Granito megacrístico deformado e granodiorito (P2CZgr)

Na área tipo, em redor da vila da Cassacatiza, os granitóides são rochas tipicamente de cor
cinzento claro, de textura granular grossa, pouco deformados e fortemente porfiríticos com
biotite. Os granitos muitas vezes assemelham-se a um "acumulado", compreendendo
fenocristais de feldspato potássico com centímetros de tamanho juntamente com quartzo
intersticial, plagioclase e biotite negra relativamente abundante, todos muito mais finos. Os
fenocristais tabulares (euédricos), ou corroídos arredondados (subédricos), são
predominantemente de cor cinzento (claro), mas há também variações de rosa a avermelhados
que são observadas localmente. O tamanho médio dos fenocristais é de aproximadamente de 1
a 4 cm, mas também foram observados megacristais de feldspato arredondado com até 8 a 10
cm de diâmetro.
Em alguns lugares os grandes megacristais exibem zonamento concêntrico ou texturas rapakivi
pouco desenvolvidas, com um manto de plagioclase em torno de um núcleo de feldspato
potássico.
O carácter intrusivo dos granitóides da Suíte da Cassacatiza é manifestado pela ocorrência
comum de xenólitos, variando desde pequenas fragmentos de quartzito bem preservados a
grandes "rafts" de meta-arcose ou metavulcanito granitizado. Ocorrem também com frequência
pequenos encraves melanocráticos, arredondados ou ovais, provavelmente representando o
material residual da fusão granítica.
Pequenos corpos maciços, de cor castanho claro, de granito-biotite equigranular, através da
intrusão inserem-se localmente no membro porfirítico da Suíte da Cassacatiza. A cor mais
clara reflecte o menor conteúdo de biotite. A ausência de margens arrefecidas e fabrics de
textura granular mais fina sugerem que se tratem de lotes tardios de restos de fusão, derivadas
do mesmo magma da variedade porfirítica, que cristalizou muito mais rápido após a instalação.
O grau de deformação dos Granitos porfiríticos da Cassacatiza geralmente aumenta
para noroeste. Nas zonas de contacto com os Supergrupos do Zâmbuè e do Fíngoè, os
granitóides da Cassacatiza transformam-se em gnaisses listrados migmatíticos, a nível local.
Independentemente da forte deformação, a textura porfírica primária da rocha é ainda
geralmente visível.
Diques de granito aplítico castanho claro equigranular, e pegmatitos grosseiros de microclina-
biotite, que se intruem localmente variedades já deformadas de granito porfirítico, atestam, no
entanto, que terá havido um episódio separado tardio de magmatismo félsico (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.7.2. Granito mesocrático com textura granular grosseira (P2CZmg)

Na parte central e noroeste da folha cartográfica 1531 está exposta uma variedade
relativamente equigranular de textura granular grossa, da Suíte da Cassacatiza (P2CZ) (granito),
formando uma área de 3 a 15 km de largura e 10 a 40 km de comprimento.

No Monte Chipalava, a 15 km a SE da vila da Metamboa, as rochas são compostas de


granitóides de horneblenda, o quartzo sienítico na composição a nível local. As rochas têm
textura granular grossa e são bastante equigranulares. Pode encontrar-se foliação com
tendência geralmente para N100oE, paralela à textura granular regional e até mesmo
crenulações. Os principais minerais encontrados na maioria dos membros de quartzo sieníticos
são o feldspato potássico antipertítico e a horneblenda. A composição modal conjunta de
quartzo e plagioclase é de cerca de 20% em total. A biotite é um constituinte raro (GTK, 2006).
AB
4.2.2.2.14.7.3. Granito gnáissico com textura granular média (P2CZgn)

Até mesmo macroscopicamente, estes granitos bastante isotrópicos mostram uma foliação de
mica e uma extensa sericitização de plagioclase, com grandes inclusões de mica branca
implicando impressão metamórfica sobreposta.
AB
As composições molares da norma mostram, que os Granitos da Cassacatiza formam uma
tendência contínua de diferenciação de quartzo-monzonito a granito, que numa das análises
pode ser classificado como granodiorito. Uma tendência monzonítica parece caracterizar os
granitóides da Suíte da Cassacatiza. Todas as amostras de rochas analisadas são sub-alcalinas e
a maioria são metaluminosas (GTK, 2006).
Hunting (1984) relatou uma idade WR Rb-Sr de 939 ± 61 Ma a partir de um conjunto de
amostras colhidas na área do Rio Garnbozi (?) (Folha 1531). O rácio Sr-inicial sugeriu uma
fonte crustal, ao contrário da afinidade de tipo I na sequência da nossa geoquímica. O isócrono
está pouco constrangido, o que não é surpreendente, considerando a sobreposição metamórfica.
Os dados acima foram substituídos por uma idade convencional do zircão U-Pb de 1077 ± 2
Ma pelo Consórcio GTK (2006).

4.2.2.2.14.8. Suíte da Chipera (P2CP) (1047+/- 21)

A Suíte da Chipera está situada a norte do extremo oriental do Lago de Cahora Bassa (Folha
1532) e mede cerca de 40 km por 10 a 12 km no sub-afloramento.
Os leucogabros da Suíte da Chipera contêm apenas proporções acessórias de minerais máficos
que muitas vezes evoluem para anortosito. Os silicatos de ferro e magnésio são olivina,
ortopiroxena e clinopiroxena (com diferentes tipos de clinopiroxena).
Tal como na Suíte de Tete (P2T), a plagioclase é uma labradorite sódica ou andesina. Ocorrem
segregações de magnetite-ilmenite mas são em menor escala, quando comparado com
segregações semelhantes na Suíte de Tete (Gabro-anortosito). De acordo com Hunting (1984),
é típico da Suíte da Chipera um fácies marginal com composição à base de monzonito
(mangerito).

As rochas básicas dos núcleos da Chipera e de maciços menores são tipicamente não-foliadas e
sem bandas e não têm evidência de campo de recristalização metamórfica (GTK, 2006).
Em direcção às margens, os gabro-anortositos destes maciços evoluem para granulitos máficos,
muito semelhante aos granulitos da rocha encaixante devido a uma redução no tamanho dos
grãos e a uma mudança progressiva para uma textura mais granoblástica (Hunting, 1984).

Em Moçambique a Suíte é composta por uma unidade:

Suíte de Chipera (P2CP)


*Gabro (e anortosito) do Rio Chiticula (P2CUga)

4.2.2.2.14.8. Gabro e (anortosito) do Rio Chiticula (P2CUga)

Estas rochas formam intrusões distintas. O tamanho das intrusões varia entre 50 km2 e 250
km2. As intrusões do Rio Chiticula podem representar a "fonte" dos alóctones da Suíte de Tete
(Gabro anortosito / P2T).

São comuns os corpos compostos de gabro e rochas associadas em granulitos e migmatitos do


Grupo do Chidzolomondo (P2CD) Os quais formam massas irregulares ou estão em camadas
intercaladas com granulitos. Uma grande intrusão perto da margem norte da folha cartográfica
1.533 mede aproximadamente 35 km E - O em afloramento e pode-se estender até 45 km em
sub-afloramento.
Os outros organismos são geralmente mais equidimensionais e o respectivo diâmetro raramente
ultrapassa 10 km.

Os (Rio Chiticula) intrusivos são geralmente escuros, de textura granular médio a grossa e
maciços em termos de textura. São relativamente hipidiomórficos e podem conter uma textura
diabásica, mas há também alguns cisalhamentos estreitos.
Em termos de composição, as rochas variam de raro quartzo-monzodiorito a gabro. As
intrusões situadas perto da fronteira com a Zâmbia (Folha 1432) são mais máficas e gabróicas
enquanto as que ocorrem perto da fronteira com o Malawi (Folha 1534) têm uma composição
de quartzo-monzodiorito de textura granular geralmente mais grossa em comparação com os
gabros. Petrograficamente, assemelham-se aos charnoquitos dos Granitos Castanhos (P2CT).

As rochas gabróicas muitas vezes compreendem olivina, clinopiroxena e plagioclase.


Localmente a clinopiroxena rodeia a olivina, e a sua composição química varia. Os minerais
máficos em monzodiorito são a ortopiroxena, a clinopiroxena, a biotite e o anfíbolo.
As intrusões menores são principalmente gabros leucocráticos e noritos de textura granular
média a grossa. São compostos por plagioclase de cor cinzenta, anédricos ou em forma de ripa
(labradorito sódico a andesina), com grãos equidimensionais de piroxena subordinados (tanto
augite como hiperstena) e minerais opacos (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.9 Granito castanho (P2CT)

Borges (1937) introduziu o termo "Granito castanho" para descrever certas rochas graníticas
com características de campo distintas, muito difundidas em Tete, Manica, Sofala e Zambézia.
Um trabalho posterior de Assunção et al. (1956a, 1956b) mostrou que algumas, mas não todas
estas rochas, pertencem à série de charnoquitos de granitos com hiperstena. O Consórcio GTK
(2006) introduziu o termo "Granito Castanho".

Uma parcela significativa de Granito Castanho tem composição monzodiorítica, sienítica e


monzonítica e nem todos são caracterizados pela presença de hiperstenas. As localidades-tipo
situam-se perto da cidade do Songo e na Serra do Songo (Montanha).

O Granito Castanho ocupa um vasto território a NE da Província de Tete (a norte de cidade de


Tete).
A principal área de afloramento do Granito Castanho estende-se do curso médio do Rio Luatise
a norte até Chipera a oeste e até ao Granito de Desaranhama (P2FD) no leste, e está
representada nas folhas cartográficas 1432, 1433, 1532 e 1533. A maior massa singular de
Granito Castanho forma o terreno elevado da Serra do Songo para oriente.
Os maiores maciços de Granito Castanho são geralmente de forma irregular e/ou
aproximadamente conformável com estruturas de rocha encaixante. Unidades menores
geralmente cortam este último, manifestando a sua origem intrusiva. Há uma intrusão circular
com um diâmetro de 10 a 12 km centrada na vila de Chimadzi na folha 1533 (o nome
alternativo é Intrusão do Rio Chimazi) (GTK, 2006).

O Granito Castanho aparece tipicamente como rochas duras, maciças e densas, com
revestimento fino de meteorização sobre rocha sã, não-meteorizada dentro. Os blocos são
normalmente arredondados, devido aos efeitos da esfoliação, lembrando o descamar de uma
cebola. As cores da rocha sã variam de castanho (escuro) a cinza (escuro), até verde-escuro. O
revestimento da rocha meteorizada também tem uma gama de cores: variam principalmente de
castanho a cinzento, mas às vezes também de cinza claro a branco, em nítido contraste com as
cores escuras da rocha sã. O revestimento da rocha desgastada, muitas vezes fornece uma boa
percepção sobre a composição e os fabrics do que as amostras não meteorizadas, devido aos
efeitos da meteorização diferencial causado pelo tempo.
Em direcção às margens, os gabro-anortositos destes maciços evoluem para granulitos máficos,
muito semelhante aos granulitos da rocha encaixante devido a uma redução no tamanho dos
grãos e a uma mudança progressiva para uma textura mais granoblástica (Hunting, 1984). A
composição varia de verdadeiro granito e (quartzo-)sienito para granodiorito e de (quartzo-)
monzonito a (quartzo-) monzodiorito.
Localmente, têm (quase) total falta de silicatos de ferro e magnésio e são compostas quase que
inteiramente por quartzo, feldspato e minerais opacos (perto da Barragem de Cahora Bassa).

O tamanho do grão é tipicamente de grosseiro a muito grosseiro. As granulometrias mais finas


geralmente reflectem recristalização posterior à deformação tectónica (poligonização). Os
fabrics variam de equigranulares a porfiríticos. Em numerosos casos, porém, o termo
"porfirítico" não se aplica porque há fenocristais de feldspato alcalino muito grandes (de 5 a 10
cm de tamanho) que compõem a maior parte da rocha

Ocorrem com frequência inclusões de rocha hospedeira. Variam em tamanho desde alguns
centímetros até vários metros, ou mesmo muito maiores. Nos locais onde ocorrem grandes
inclusões alongadas - especialmente quando há vários xenólitos paralelos presentes - os
fenocristais de feldspato potássico no Granito Castanho estão muitas vezes alinhados
paralelamente às estruturas da rocha hospedeira, proporcionando assim uma clara evidência de
instalação magmática de um cristal feldspato potássico tipo massa.

Outro tipo comum de inclusões é representado por xenólitos anfibolíticos máficos, de


elipsóides a arredondados, com tamanhos que variam de cm a dm, e que constituem localmente
porções significativas do volume de rocha exposta. A recristalização da biotite e o crescimento
do feldspato nestes xenólitos reflecte o metamorfismo de contacto resultante do calor do
magma de transporte ou da massa de cristal (Hunting (1984).
A maioria, se não todas, as rochas do Granito Castanho contém alguns minerais hidratados e
evidência na sua textura de metamorfismo retrógrado. Nos casos em que a retromorfose não
está associada a um fabric tectónico, os minerais e piroxenas opacas formados inicialmente são
envolvidos e parcialmente substituídos por agregados de horneblenda e biotite ou, em alguns
casos, de granada. O feldspato alcalino original de alta temperatura diferenciou-se para formar
micropertite ou é substituído nas margens por mirmequite. A plagioclase original em algumas
amostras também é diferenciada e contém inclusões antipertíticas de feldspato potássico. Onde
a textura original era porfirítica, os fenocristais de feldspato alcalino cinza escuro tendem a
estar envolvidos por plagioclase branco ou claro numa textura rapakivi. Com metamorfismos
retrógrados mais avançados, toda a piroxena original é substituída, geralmente por biotite, que
se apresenta progressivamente com textura granular mais grossa. Eventualmente, o feldspato
alcalino perde a sua cor cinza escura e depois assemelha-se a granito normal. Têm sido
observados metamorfismo retrógrado progressivo deste tipo em vários locais, especialmente
em redor do Songo. O que resulta numa série de tipos de rochas que, em termos da sua
aparência mineralógica e fabric, são gradacionais entre o Granito Castanho e os granitos biotite
comuns. As rochas conservam a sua cor castanha da meteorização e aspectos cinza escuro em
afloramentos muito depois de toda a piroxena - e, com ele, qualquer evidência da sua natureza
original anídrica - ter sido substituído por agregados de textura granular fina de biotite. Este
fenómeno está tão difundido que provavelmente está relacionado com a consolidação original
das rochas e não (pelo menos não sistematicamente) com um evento metamórfico regional
separado (GTK, 2006).

Onde o metamorfismo retrógrado acompanha a deformação, há uma recristalização geral da


rocha com a substituição completa das piroxenas por biotite ou horneblenda e com a formação
de brechas graníticas (afloramentos na cidade do Songo) ou milonitos. Os granitos de biotite
milonitizados da Serra da Dzunsa e dos maciços associados, ao sul da Serra do Songo, embora
cartografados como Milonitos Granitóides da Mussata, são possivelmente exemplos de tais
deformações de "membros finais". Geralmente contêm quartzo opalescente azul, que não tem
sido observado em outros tipos de granito biotite noutros lugares e que é comummente descrito
nos charnoquitos (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.10 Suíte do Monte Sanja (P2SJ)


(Antigos Granitóides do pós-Fíngoè)

A Suíte do Monte Sanja forma uma zona de tendências SO - NE de intrusões félsicas nas
folhas cartográficas 1531 e 1532. Esta zona, com mais de 120 km de comprimento e
localmente até 35 km de largura, compreende granitos, granodioritos e alguns quartzo-
monzonitos. Estas rochas através da intrusão inserem-se nas sequências supracrustais do
Supergrupo do Fíngoè e correspondem aos Granitóides do pós-Fíngoè sensu Hunting (1984).
Os granitóides da Suíte do Monte Sanja diferenciam-se dos granitóides circundantes e um
pouco mais antigos do Granito do Monte Capoche (P2RC) e da Suíte da Cassacatiza (P2CZ).

A Suíte do Monte Sanja inclui duas unidades litológicas:

Suíte do Monte Sanja (P2SJ)


*Quartzo-monzonito (P2Jmz)
*Granito (P2SJgr)

4.2.2.2.14.10.1. Granito (P2SJgr)


(Granito, granodiorito e diorito quártzico

Os granitóides da Suíte do Monte Sanja são maciços, de textura granular média e grossa,
granitos de biotite-horneblenda equigranulares, granodioritos e alguns dioritos quártzicos. É
apenas visível uma leve foliação a nível local nestas rochas maciças de cor cinza claro rosado
ou acastanhado. Ocorrem variedades porfiríticas raras, mas o tamanho dos fenocristais de
feldspato de potássio euédricos orientados pelo fluxo, é sempre pequeno.

O carácter intrusivo dos granitos da Suíte do Monte Sanja foi estabelecido por muitas intrusões
de diques graníticos nas zonas de contacto das rochas supracrustais do Fíngoè. Têm sido
encontrados grandes xenólitos dioríticos perto do contacto de uma variedade diorítica da Suíte
do Monte Sanja (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.10.2. Quartzo-monzonito (P2SJmz)


(Quartzo-monzonito, diorito e tonalito)

Os dioríticos intrusivos representam as fácies mesocráticas da Suíte do Monte Sanja,


subjacentes ao amplo vale a S e SO da cidade do Fíngoè. Também intruem as rochas
metavulcânicas do Supergrupo do Fíngoè (P2F) no extremo sudeste da cordilheira do Fíngoè.
As rochas dioríticas da intrusão mais ocidental estão bem exposta ao longo do trilho para o Rio
Ressinge, enquanto as variedades de quartzo diorítico de cor clara a leste estão expostos ao
longo da antiga estrada para norte entre a estrada principal e o extremo leste da cordilheira do
Fíngoè.

As rochas cinza esverdeado, de textura granular média e mal foliadas são compostas de
plagioclase, quartzo, microclina, biotite e horneblenda em proporções variáveis (GTK 2006).
Devido ao conteúdo de feldspato alcalino e ao elevado rácio de biotite/horneblenda, têm
afinidades sieníticas ou monzoníticas (Hunting, 1984).
São comuns os pequenos encraves máficos, mas a característica mais visível dentro dos
dioritos quártzicos são os grandes xenólitos dos metavulcânicos do Supergrupo de Fíngoè
(P2F) demonstrando a idade mais recente das intrusões da Suíte do Monte Sanja. Perto do
contacto do Granito do Monte Capirimpica (P2CA), estas rochas mesocráticas são
regularmente alvo de intrusão por diques aplograníticos de textura granular média a fina.

(4.2.2.P₂-3. EG) Gondwana Leste – soco cristalino


4.2.2.2.14.11. Grupo de Angónia (P2AG)

O Grupo da Angónia ocupa a região nordeste da Província de Tete. O grupo de rochas estende-
se desde a folha cartográfica 1534 em direcção à E e SE através da fronteira com o Malawi e
para a N até à folha 1434. O Grupo é delimitado por um carreamento em relação à Suíte do
Furancungo.
No Malawi, as rochas do Grupo da Angónia correspondem aos Gnaisses e Granulitos pré-
Mafingi (Carter e Bennett, 1973).
O Grupo da Angónia é composto por quatro unidades litológicas:

Grupo da Angónia
*Gnaisse quartzo-feldspático tonalítico (P2AGto) (1113 +/-92)
* Gnaisse quartzo-feldspático (bandado) granatífero (P2AGbg)
**Gnaisse quartzo-feldspático com biotite/magnetite/granada e xisto quartzo-moscovítico
**Mármores, quartzitos e calco-silicatos do Grupo da Angónia (P2AGma, P2AGqz)
*Gnaisse (biotito-) horneblenda-quartzo-feldspático (bandado) (P2AGqf)
*Gnaisse quartzo-feldspático anfibolítico (P2AGsv)

Segundo Hunting (1984), a maioria das litologias do Grupo da Angónia são compostas por:

*Gnaisses e granulitos interbandados (charnoquíticos), que encerram corpos de Gnaisse


leucocrático foliado, rochas ígneas máficas e sienito. Os granulitos e gnaisses charnoquíticos
formam cumes rochosos verticais que atravessam o planalto da Angónia e são compostos de
verdadeiros granulitos de piroxena. Os quais consistem em misturas de quartzo, plagioclase,
feldspato alcalino e ortopiroxena. Os granulitos geralmente têm bandas intermédias de biotite,
horneblenda e gnaisses diópsidos e mármore, localmente rico em grafite.
*As áreas, marcadas como gnaisse e granulito bandados, são similares em termos de
composição, mas não formam cumes óbvios. Incluem bandas de gnaisse ou granulito quartzo-
feldspático, alguns dos quais com um pouco de ortopiroxena.
*As áreas marcadas como gnaisse indiferenciado correspondem a gnaisses semi-pelíticos e são
compostas por gnaisse de biotite e horneblenda com piroxena em alguns locais, bandas de
gnaisse ocelado e migmatito.
*As lentes e áreas maiores marcadas como moscovite e gnaisse de biotite e xisto incluem
gnaisses e xistos psamíticos e xistos pelíticos. Variam de gnaisses ricos em quartzo ou
feldspato sem piroxena, de quartzito e meta-psamite a clorito-moscovite e xisto cianítico-
muscovítico-grafitoso. As rochas são xistos de biotite psamítica de textura granular grossa,
com ou sem feldspato e moscovite. Têm um bandado mal definido de origem sedimentar
produzido pelas variações nos conteúdos de mica e feldspato. Encerram bandas, até 50 cm de
espessura de quartzito impuro, e assemelham-se um tipo de rocha distinto das do Grupo do
Mualadzi (P2D).

Geralmente, distinguem-se os seguintes grupos de tipos de rocha:

*Os gnaisses bandados na folha 1534 são tipicamente rochas de textura granular média,
compostas por feldspato, quartzo, biotite e horneblenda com ou sem granada, magnetita,
moscovite e sillimanite. O bandado é da ordem de 1 a 10 cm de espessura e está fortemente
marcado a nível local. É definida por variações nas proporções de minerais félsicos e máficos.
Em alguns afloramentos está menos fortemente desenvolvida, sendo definida por raias e
agregados nivelados de biotite, com ou sem horneblenda, em rochas de um modo geral
homogéneas. O bandado destaca-se em algumas partes da região através do desenvolvimento
de mobilizatos leucocráticos compostos pelos mesmos minerais como o gnaisse hospedeiro,
mas mais ricos em quartzo e feldspato e com uma textura granular marcadamente mais grossa.
A migmatização dos gnaisses parece aumentar em direcção a leste.
*Localmente, o gnaisse ocelado fenocristais de feldspato potássico, com uma dimensão de até
7 cm, assente numa matriz foliada de quartzo, feldspato, biotite e horneblenda. A foliação
geralmente envolve os ocelos, mas há evidência em alguns afloramentos de maior crescimento
dos porfiroblastos de feldspato após a imposição do fabric orientado. Quando o tamanho dos
porfiroblastos é reduzido, a rocha altera-se para gnaisses de granito ou gnaisses foliados.
*Foram observadas bandas de mármore e calco-silicatadas por Hunting (1984) numa
localidade durante a travessia de reconhecimento e podem ser identificados noutros lugares em
fotografias aéreas pelo seu relevo característico. O mármore é uma variedade branca de textura
granular grossa. As rochas calco-silicatadas estão bandadas e são compostas
predominantemente por calcite, epídoto e horneblenda. As rochas calco-silicatadas têm agora
sido atribuídas ao Grupo da Cazula (P2C)

4.2.2.2.14.11.1. Gnaisse quartzo-feldspático anfibolítico (P2AGsv)

A unidade é delimitada por carreamento à Suíte do Furancungo a SO. Além do gnaisse


quartzo-feldspático de cor clara, o anfibolito e o metagranito são associados comuns. As
rochas são caracterizadas por forte foliação e cisalhamento. Próximo da fronteira com o
Malawi, na direcção NNO, são comuns veios de quartzo, brechas de quartzo turmalina e
cataclasites, numa área de vários quilómetros quadrados.

4.2.2.2.14.11.2. Gnaisse (biotítico-) hornebléndico-quartzo-feldspático (bandado) (P2AGqf)


(Gnaisses metabásicos)

Estas rochas formam uma cintura com tendência NO - SE a leste de, e estruturalmente a
recobrir o Granito de Desaranhama e gnaisses tonalíticos para oeste.

São geralmente bandadas, com alguns centímetros de espessura, com bandas de cor mais
escura com biotite-granada-epídoto alternando com gnaisse félsico. Os principais minerais
constituintes comuns são o quartzo, plagioclase alterada, feldspato potássico, biotite, epídoto e
granada. O conteúdo de esfena pode ocasionalmente atingir o nível de componente principal da
rocha.
As rochas variam em termos de aparência de gnaisses anfibolíticos de textura granular fina a
média, equigranulares, dominados por horneblenda e plagioclase a gnaisses de plagioclase
horneblenda e granada inequigranulares contendo granada porfiroblástica com mais de um
centímetro de diâmetro. Os anfibolitos em algumas localidades são relativamente
homogéneos, enquanto noutras localidades nos gnaisses estão fortemente ligados e não são
homogéneos, provavelmente indicando uma origem vulcânica supracrustal. A nível local a
plagioclase forma uma textura irregular em algumas localidades, possivelmente resultantes de
relíquias de fenocristais primários. Aros finos de plagioclase desenvolvem-se a nível local em
torno de grãos de granada porfiroblástica. Esta textura pode representar texturas de
descompressão com a plagioclase a reflectir o componente da granada grossular.
Em algumas localidades os gnaisses máficos são intruídas por veios graníticos, enquanto
noutras localidades são vistos veios quartzo-feldspáticos paralelos às camadas. Este último
representa provavelmente produtos de fusão parcial a nível local.
Os gnaisses máficos representam lavas basálticas metamorfoseadas que foram
metamorfoseadas para metamorfismos fácies superiores de anfibolitos.

4.2.2.2.14.11.3. Gnaisse quartzo-feldspático (bandado) granatífero (P2AGbg, P2AGqz)


(Gnaisse quartzo-feldspático bandado) P2AGbg,)

Estas rochas formam a maior unidade do Grupo da Angónia. As rochas são


predominantemente quartzo-feldspáticas em composição e são caracterizadas por uma
aparência bandada ou em camadas. A estratificação é geralmente definida como em camadas
metabásicas melanocráticas subordinadas e relativamente finas (geralmente até
aproximadamente 10 centímetros de espessura), em gnaisses predominantemente quartzo-
feldspáticos. As camadas limites são geralmente acentuadas, mas é também observada
variação química gradacional.
A mineralogia das camadas melonocráticas varia de acordo com o grau de metamorfismo e
inclui granada, horneblenda, biotite e piroxena. Observam-se graus crescentes de fusão parcial
de oeste para leste, possivelmente indicando um grau crescente de metamorfismo para leste e
para cima da sequência estrutural.
As camadas máficas são geralmente interrompidas por boudinagem e são também fortemente
dobradas a nível local. A estratificação primária e secundária nestes gnaisses inclina-se
predominantemente para NE em ângulos intermédios.
Desenvolvem-se fortes lineações de estiramento mineral a nível local que estão em grande
parte concentradas numa zona de direcção N - S, que corta os gnaisses. Esta zona é
interpretada como sendo uma zona de cisalhamento transpressivo.
Os lineações inclinam-se predominantemente para norte e nordeste e superficialmente para
níveis intermédios.
Os minerais dominantes nestes gnaisses incluem quartzo (0-50%), feldspato potássico (0-65%),
plagioclase (0-70%), ortopiroxena (0-30%), clinopiroxena (0-65%), horneblenda (0-45%),
biotite (0-25%) e granada (0-35%). Fases acessórias incluem minérios opacos, escapolite e
rútilo. Quase dois terços das amostras contêm ortopiroxena, indicando que a maioria das
amostras preservam um grau de granulito ou conjuntos minerais de alta qualidade. As amostras
podem na sua generalidade ser agrupadas em dois grupos principais:

*O grupo dominante é quartzo-feldspático com aproximadamente 15 a 30% de quartzo,


aproximadamente 40 a 60% de feldspato e mineralogia ferro-magnesiana, incluindo
ortopiroxena, clinopiroxena, granada, biotite e horneblenda compreendendo <20% das rochas.
*O segundo grupo é metabásico na origem com aproximadamente 40 a 60% de feldspato
(predominantemente plagioclase), e 30 a 50% de mineralogia ferro-magnesiana consistindo em
piroxena, horneblenda, biotite e granada com algum quartzo acessório (0 a 10%).

A aparência de campo e os conjuntos de minerais nestas amostras sugerem que essas


rochas compreendem uma sequência supracrustal contendo paragnaisses e ortognaisses.
A composição predominante é quartzo-feldspática com composições metabásicas
menores (CGS, 2007).

4.2.2.2.14.11.3.1. Gnaisse quartzo-feldspático com biotite/magnetite/granada e xisto


quartzo-moscovítico

Estas rochas são subordinadas nesta unidade, parecendo formar camadas finas com
afloramentos raramente com mais de aproximadamente 5m de largura. A sua distribuição
coincide com fortes anomalias magnéticas lineares na imagem aeromagnética
Os gnaisses de quartzo-feldspato bandados granatíferos formam extensas áreas na folha 1434
com as respectivas extremidades a sul na folha 1534.
A aparência bandada é característica destas rochas quartzo-feldspáticas. A estratificação é
geralmente definida por camadas metabásicas subordinadas e relativamente finas (<10 cm),
predominantemente em gnaisses quartzo-feldspáticos. As camadas melanocráticas são
geralmente boudinadas e a nível local são fortemente dobradas por dobras apertadas,
reclinadas. Os minerais dominantes desses gnaisses incluem quartzo, feldspato potássico,
plagioclase, ortopiroxena, clinopiroxena, horneblenda, biotite e granada. A mineralogia das
camadas de cor escura varia, dependendo do grau de metamorfismo (aumentando para leste), e
é reportado como incluindo granada, horneblenda, biotite e piroxena.
As rochas são leucocráticas com estratificação fraca e irregular, e um fabric planar definido
por mica - ou biotite ou moscovite nas respectivas variedades.

* As variedades com moscovite são desprovidos de minerais máficos e são caracterizadas


por uma forte reflectância dos flocos de moscovite.
* As variedades com biotite têm geralmente fenocristais de magnetita de até 1 centímetro de
diâmetro. As ocorrências isoladas de variedades com biotite na parte oriental da área também
contêm granada (CGS, 2007).

4.2.2.2.14.11.3.2. Mármores, quartzitos e calco-silicatos do Grupo da Angónia (P2AGma,


P2AGqz)
Essas rochas ocorrem subordinadas ao Grupo da Angónia e formam as menores unidades do
Grupo da Angónia na parte oriental da área. Embora quimicamente diversas, estes tipos de
rochas são aqui agrupadas porque se tratam dos únicos gnaisses de origem certamente meta-
sedimentar reconhecidos no Grupo da Angónia.
As rochas são pouco expostas, em particular os metacarbonatadas, devido à sua baixa
resistência a processos de meteorização. Em contraste, as rochas ricas em quartzo são
relativamente resistentes à erosão e geralmente formam afloramentos proeminentes,
embora pequenos, devido à sua relativa pouca espessura.

Os mármores, quando puros, têm uma textura granular extremamente grossa. A pureza dos
mármores varia entre puros, extremamente brancos e de textura granular grossa, a variedades
não homogéneas de textura granular média que normalmente contêm grafite e flocos de
flogopite, clinopiroxena idiomórfica prismática e titanite.
Os quartzitos são geralmente relativamente puros e com um índice de cor tipicamente
leucocrática. Geralmente contêm minerais acessórios, incluindo granada, distena,
clinopiroxena e epídoto. Perto de Capitaciria (aproximadamente a 14o 30'S, 33o 50'E) os
quartzitos estão associados a uma zona rica em distena.

Embora estas pedras formar uma parte volumetricamente insignificante do Grupo Angónia e
contêm uma grande variedade de minerais. As variedades ricas em quartzo geralmente
contêm distena, moscovite e magnetite, granada, epídoto/zoisite, clinopiroxena e plagioclase
como acessórios. O quartzo nestas rochas é bastante grosso e recristalizado sem quaisquer
limites de grãos primários preservados.
Os mármores relativamente puros contêm flogopite, grafite e clinopiroxena como acessórios.
Em contraste, os granulitos calco-silicatados impuros têm uma textura granular média com
texturas granoblásticas. Os calco-silicatos contêm uma mineralogia complexa de clinopiroxena
+ titanite + escapolite + plagioclase + microclina. A clinopiroxena é de cor verde-clara. A
titanite é geralmente avermelhada prismática de cor roxa. A escapolite, plagioclase e
microclina são todos incolores à luz do dia. Em nicóis cruzados, a escapolite é caracterizada
por uma bi-refringência relativamente alta em comparação com a plagioclase e a microclina
que são caracterizadas pela geminação de albite e geminação em tartan, respectivamente.
As variedades ricas em quartzo geralmente contêm distena, moscovite e magnetite, granada,
epídoto/ zoisite, clinopiroxena e plagioclase como acessórios.

4.2.2.2.14.11.4. Gnaisse quartzo-feldspático tonalítico (P2AGto)


Gnaisse tonalítico (P2AGto) com gnaisse quartzo-feldspático com biotite/magnetite/granada e
xisto quartzo-moscovítico subordinado)
Estas rochas formam unidades descontínuas de direcção NO - SE e estruturalmente
sobrepõem-se aos ortognaisses de Granito de Desarahnama. As rochas estão expostas a partir
da margem sul da folha de 1534 até à fronteira do Malawi (Folha 1433). Nenhum dos
contactos entre os tonalitos e o Granito de Desaranhama subjacente estão expostos. Em alguns
lugares as rochas têm aparências similares, particularmente quando a forte deformação na
zona de cisalhamento a NO destruiu os feldspatos porfiroclásticos primários do Gnaisse
Granítico de Desaranhama. No entanto, os estudos geocronológicos indicam que os tonalitos
têm aproximadamente 60Ma mais do que a data de aproximadamente 1041Ma registada para
os Granitos de Desarahama por GTK (2006). Portanto, por inferência, o contacto entre os
Granitos de Desarahama e os tonalitos sobrejacentes deve ser intrusivo, embora não haja
evidência de campo que tenha sido observada para suportar esta posição.

Estas rochas são dominadas por gnaisses tonalíticos, mas parecem ter intercalados de gnaisses
de biotite magnetite quartzo-feldspático que a nível local também contêm granada. Embora
não tenham sido observada interestratificação nas unidades, a sua distribuição mútua na
mesma área implica que exista interestratificação. Se isto estiver correcto, então isto sugere
que os tonalitos representam parte de uma sequência supracrustal vulcano-sedimentar
intercalada com os tonalitos, que originalmente foram provavelmente rochas vulcânicas
intermédias
Os gnaisses tonalíticos são homogéneos, de textura granular média e têm geralmente uma
aparência manchada resultante da distribuição não homogénea da mineralogia máfica,
dominada por biotite e horneblenda, e a nível local por minerais do grupo epídoto/zoisite.
Todas as litologias são relativamente leucocráticas e têm fortes fabrics planares.
Os gnaisses tonalíticos provavelmente têm a sua origem nos vulcões intermédios que
irromperam num solo ainda não definido. Estão intercalados com rochas paragnáissicas
peraluminosas e estão cobertos e apresentam interestratificações de gnaisses metabasálticos
máficos (CGS 2007).

(4.2.2.P₂-3. EG1) Rochas neoproterozóicas, Pan-Africanas e paleozóicas da província


geológica de Tete-Angónia
(Leste do Gondwana - Soco Cristalino no nordeste administrativo da Província de Tete)
As principais condições geológico-estruturais do NE da Província Geológica de Tete-Angónia
e do vizinho Malawi são mostradas na Figura 4.18.
Figura 4.18: Condições geológico- estruturais na Angónia (NE da província da Tete) e dos
territórios vizinhos no Malawi (modificado a partir de Barr at al., 1988; Lächelt, 2004)
4.2.2.2.14.12. Suíte de Ulónguè (P3UL)
A Suíte do Ulónguè subdivide-se em três unidades litológicas intruídas por doleritos mais
recentes:

Dolerito
Suíte do Ulónguè (P3UL)
*Anfibolitos de Tomo-Gimo (P3ULum)
*Anortosito de Metengobalame (P3ULan)
*Sienito de Dedza (P3ULsy) (570+/- 90 Ma)

4.2.2.2.14.12.1. Sienito de Dedza (P3ULsy) (570+/- 90 Ma)


(Monzonito de Dedza e rochas sieníticas relacionadas)
Estas rochas estão expostas em dois plutões relativamente grandes (> 10kms de extensão) que
atravessam a fronteira de Moçambique com o Malawi e num número de corpos lenticulares
menores (<10kms) intercalados dentro dos gnaisses do Grupo da Angónia. (P2AG). As
ocorrências no Malawi são descritas por Thatcher (1968) como fazendo parte do Complexo
de Pertosita de Dedza. Thatcher (1968) descreve as ocorrências no Malawi como
compreendendo gnaisses ocelados de pertite, gnaisses de pertite, sienitos pertíticos, quartzo-
sienitos, granitos e monzonitos. As análises químicas limitadas relatadas por Thatcher (1968)
indicam composições monzoníticas.

As rochas foram denominadas em função do maior corpo que se estende através da fronteira
com o Malawi, onde está subjacente à cidade de Dedza. Este corpo e a maioria dos outros
afloramentos são caracterizados por cristais de feldspato potássico porfiríticos grosseiros que,
quando deformados, geralmente definem texturas de gnaisse ocelado porfiroclásticas. Em
alguns dos afloramentos do núcleo do corpo principal não são observados quaisquer fabrics
planares, com o fabric plano a fortalecer-se em direcção às margens do corpo. Os corpos
lenticulares menores distribuídos dentro do Grupo da Angónia (P2AG) podem representar
intrusões menores altamente cisalhadas relacionados com intrusões maiores e são geralmente
caracterizadas por texturas de gnaisse ocelado porfiroclásticas.

O fabric planar nos sienitos inclina-se abruptamente e superficialmente para ENE, enquanto
as lineações se inclinam aproximadamente para N entre 30 e 60o. Os fabrics planares
registados são unimodais, o que implica que as rochas experimentaram uma única fase de
deformação em contraste com os Granitos da Dzalanyama para oeste, que têm uma foliação
plana dominante semelhante ao sienito mas que também evidenciam diferentes orientações do
fabric plano, o que implicaria uma história de deformação mais complexa. As lineações no
sienito também são unimodais e inclinam-se entre 30 a 60o para norte. As diferenças em
termos de dados estruturais entre os Granitos de Dzalanyama e os Sienitos de Dedza sugerem
que as últimas intrusões são posteriores ao granito.
A mineralogia é dominada por feldspato que geralmente é pertítico subsolvus, mas às vezes
também está presente ortoclase hipersolvus distinta e plagioclase. O quartzo é subordinado e
geralmente forma menos de 10%. A mineralogia ferromagnesiana compreende
clinopiroxena, ortopiroxena, anfíbolo (horneblenda) e biotite (CGS, 2007).

4.2.2.2.14.12.2. Anortosito de Metengobalame (P3ULan)


(Anortosito de Metengo-wa-Mbalame e gnaisse anortosítico)
O anortosito de Metengobalame foi denominado em função da pequena cidade de Metengo-
wa-Mbalame. As rochas afloram na folha cartográfica 1434. O principal plutão tem 35 kms de
comprimento e 8 km de largura e estende-se desde ~34o22'E e aproximadamente 14o 30'S até
aproximadamente 34o38'E e aproximadamente 14o50'S.
Há também rochas semelhantes que são relatadas através da fronteira para norte no Malawi,
onde o Meta-Anortosito de Linthipe forma um corpo alongado de aproximadamente 30 km de
comprimento (Thatcher, 1968). Thatcher (1968) descreve o corpo como um lacólito intrusivo
no vértice de uma dobra F1 mas que só é afectada pela deformação F2
O anortosito de Metengobalame (P3ULan) foi correlacionado com a Suíte de Tete (Complexo
Gabro Anortosito /P2T), que tem sido demonstrado ter uma idade Sm-Nd de 1025 ± 79 Ma
(Evans et al., 1999) utilizando amostras de rocha total. Devido à posição geológica, este
anortosito foi (de acordo com a Carta Geológica de 2008) incluído na Suíte neoproterozóica do
Ulónguè (P3UL).

O Anortosito de Metengobalame caracteriza-se por relevo suave e solos argilosos escuros e é


cercado por colinas baixas sustentadas por gnaisses quartzo-feldspáticos granulíticos do
Grupo da Angónia (P2AG).
Em termos de composição, as rochas são predominantemente de textura granular anortosítica
média a grossa equigranular, e têm tipicamente <10% de mineralogia máfica. A camadas de
textura granular grossa ou bandas de rochas ricas em ortopiroxena encontram-se expostas. As
piroxenas nestas zonas são geralmente parcialmente circundadas por granada secundária. A
granada é geralmente idiomórfica e sem tensão, o que implica que o crescimento da granada
ocorreu pós-tectonicamente.

Foram também observadas ocorrências isoladas menores em corpos mais pequenos dentro do
Grupo da Angónia (P2AG) (CGS, 2007).

4.2.2.2.14.12.3. Anfibolitos de Tomo-Gimo (P3ULum)


(Gnaisse máfico de Tomo-Gimo)
Os anfibolitos de Tomo-Gimo estão expostos no canto sudeste da Folha 1434, junto à
fronteira com o Malawi, de onde aparentemente se estendem até ao canto nordeste da folha
1534.

Foram registados os seguintes conjuntos dessas rochas:

*Gnaisse de clinopiroxena-horneblenda-plagioclase
*Granulito de ortopiroxena-cumingtonita
*Granulito de piroxena
*Rocha de apatite-magnetite-hematite
*Gnaisse de quartzo-granada-horneblenda-plagioclase.

A composição mineral representa pelo menos condições metamórficas de fácies anfibolito


superior.

Os tipos de rochas observadas na área definida pelas anomalias radiométricas incluem:

*Gnaisse anfibólico de ortopiroxena


*Gnaisse de plagioclase de horneblenda (meta-gabro)
*Piroxenito, gnaisse de plagioclase granada horneblenda e uma camada de
magnetitite

A gama de tipos de rochas expostas sugere a possibilidade de uma intrusão bandada


metamorfoseada.

A presença de ortopiroxena implica condições metamórficas de grau granulítico. O


tamanho do grão do piroxenito é menor do que as outras duas rochas e mostra uma textura
equigranular granoblástica típica de recristalização metamórfica.
A ampla variedade de rochas também sugere a possibilidade de ter havido uma intrusão
bandada ou rochas com afinidades ofiolíticas. A presença de uma camada de apatite-hematite-
magnetite é talvez mais típica de parte de uma intrusão de base fraccionada bandada,
semelhante à da zona superior do Complexo de Bushveld, na África do Sul, em vez de ter sido,
eventualmente, gerada numa sequência ofiolítica da crosta oceânica (CGS, 2007).

4.2.2.2.14.12.4. Dolerito
O dolerito está exposto em sete localidades. Devido à extensão limitada destes afloramentos e,
em alguns locais, a natureza linear das mesmas implica que se tratam de intrusões tipo dique.
Os afloramentos são caracterizados pelos blocos arredondados com meteorização esferoidal, o
que geralmente tipifica os afloramentos de dolerito. As orientações destas intrusões, onde
estão registadas, sugerem que os diques estão principalmente na direcção N - S com alguns na
direcção NO - SE. Os diques variam em termos do tamanho do grão de fina a grosso, e são
geralmente equigranulares.
A mineralogia típica inclui plagioclase, clinopiroxena, ortopiroxena, minerais opacos e apatite
acessória. A textura granular varia de fina a grosseira. As variedades de textura granular fina
evidenciam texturas sub-ofíticas típicas de dolerito, enquanto as amostras de textura granular
grossa evidenciam texturas granoblásticas típicas de rochas gabróicas de arrefecimento lento
(CGS, 2007).

4.2.2.2.14.13. Rochas intrusivas do Neoproterozóico e Pan-Africano

Estas rochas incluem dois grupos de tipos de rocha:

Rochas intrusivas do Neoproterozóico e Pan-Africano


*Rochas intrusivas máfico-félsicas neoproterozóicas e Pan-Africanas
*Rochas intrusivas granítico-sieníticas neoproterozóicas e Pan-Africanas

As rochas intrusivas do período Pan-Africano Inferior (Neoarqueano) do norte da Província de


Tete incluem:

Rochas intrusivas máfico-félsicas neoproterozóicas e Pan-Africanas


*Suíte de Atchiza (P3Ag, P3Ap, P3Ad) (máfica - ultramáfica) /Dique gabro e máfico
*Suíte de Ualádze (P3U) (máfica)
*Suíte da Matunda (P3M) (félsica a intermédia)

Todas estas unidades existem na parte ocidental da Província geológica de Tete-Angónia, a


norte do Lago Cahora Bassa.
Um número de Granitos Pan-africano e alguns corpos de sienito através da intrusão inseriram-
se no soco mais antigo a norte da Província Geológica de Tete- Angónia e foram atribuídos por
Hunting (1984) à "Suíte de Granitos tardios"

4.2.2.2.14.13.1. Rochas intrusivas granítico-sieníticas neoproterozóicas e Pan-Africanas


*Granito do Monte Tarai (P3TR)
*Granito do Monte Inchinga (P3Ig)
*Granito de Macanga (OrM)
*Suíte de Sinda (CaSg)

4.2.2.2.14.13.1.1. Suíte de Sinda (CaSg)

A Suíte de Sindaé a maior intrusão granítica - sienítica cuja parte principal está situada na
Zâmbia, mas que se estende também para o interior de Moçambique.
Um número de stocks de granito menores através da intrusão inserem-se no Grupo de
Chidzolomondo (P2CD) (na parte norte do Grupo de Luia sensu Hunting, 1984).

Vários corpos de granito microclino porfirítico através da intrusão inserem-se nos meta-
sedimentos do Supergrupo do Zâmbuè na parte noroeste da província de Tete, formando a
parte sul da volumosa Suíte de Sinda do Palaeozóico Inferior.
Descrito primeiramente do lado da Zâmbia por Phillips (1957), estas rochas intrusivas
geralmente não deformadas pertencem aos últimos estágios do magmatismo Pan-africano e,
juntamente com o Granito da Macanga (OrM), representam o grupo dos granitos mais recentes.

Os granitos da Suíte da Sinda são de cor rosado claro ou castanho amarelado, de textura
granular grossa, com diversos granitos de microclina porfiríticos, com fenocristais euédricos de
feldspato potássico (medindo aproximadamente 5 a 20 mm), e muitas vezes projectam-se sobre
as superfícies meteorizadas. Os diques graníticos finos ou veios apresentam muitas vezes uma
textura granular fina a média. Com excepção de algum incipiente, alinhamento magmático
ocasional de fenocristais, a rocha é maciça e não deformada, compreendendo microclina,
quartzo, plagioclase (An10 – 15) e biotite. A horneblenda, apatite, zircão e magnetite ocorrem
como minerais acessórios comuns.

Os Granitos de Sinda geralmente através dos processos intrusivos adentram os meta-arcoses do


Zâmbuè como diques maciços de grossura variável. Os encraves máficos são bastante comuns.
Há uma brecha intrusiva distinta exposta nas colinas a aproximadamente cinco quilómetros a O
da aldeia da Chituza, onde os Granitos de Sinda através da intrusão inserem-se nas Meta-
arcoses da Metamboa e intercamadas de anfibolito de vários metros de espessura, formando
uma brecha com grandes fragmentos afiados (até 100 m2) de rocha encaixante numa matriz
maciça de granito de textura granular grossa (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.13.1.2. Granito de Macanga (OrM)

O Granito de Macanga aflora em torno da confluência dos Rios Luangua e Luia (Folhas
1431-1432 e 1433-1434).

As oito intrusões de granito separadas, de 3 a 10-20 km de diâmetro, cortam o soco cristalino


pré-câmbrico mais antigo nas folhas cartográficas 1432 e 1433. São designados como
granitóides Pan-africanos "Tectónicos tardios" a norte da província de Tete, marcados como
"Granitos Pré-câmbricos Superiores" Pcγ3 por Hunting (1984).

O granito ocorre a oeste de Rio Luia como um grande corpo alongado para NE.
A rocha é de cor rosa a cinza claro, de textura granular média e é um maciço de granito biotite.
A biotite está presente em quantidades variáveis e ocasionalmente está disposta numa foliação
difusa, manifestando fluxo magmático.
No granito são comuns os encraves semi-angular de rocha quartzo-feldspática de cor cinza
claro (supostamente pertencente ao Grupo do Chidzolomondo).
Os corpos de pegmatite muito grossos, tipicamente com magnetite e com um mineral
metamíctico não especificado, através da intrusão inserem-se no granito.
Ocorrem também variedades desde pegmatíticas de textura granular grossa a muito grossa,
inequigranulares a porfiríticas (GTK, 2006).

Diques de microgranito (4.2.22.1.3. e 4.2.22.1.4) também intruíram a Suíte do Monte Sanja


(P2SJ) a sul do Fíngoè.
Na carta de Hunting (1984) as áreas, onde as folhas acima são abundantes, foram marcados
como "Granito tardio", agora denominado como Granito do Monte Inchinga (P3Ig) e Granito
do Monte Tarai (P3TR)

4.2.2.2.14.13.1.3. Granito do monte Inchinga (P3Ig)

O Granito do Monte Inchinga foi denominado em função de uma mistura complexa das rochas
acima e também de granitóides mais recentes, que ocorrem como grandes rafts fechados pelos
granitos mais antigos na parte superior e intruídos por folhas de coalescência e diques de
microgranito tardio ("Granitos tardios", Hunting, 1984) logo a norte do Lago de Cahora Bassa.

O Granito do Monte Inchinga, denominado em função da montanha onde ocorre a maior


intrusão deste tipo, compreende vários plutões na costa norte do Lago Cahora Bassa, na parte
ocidental da província de Tete.
Estes granitos intruem as rochas do Supergrupo do Fíngoè e têm contactos tectónicas com, ou
estão cobertos de forma irregular por meta-sedimentos do Karoo.
As relações em termos de idades entre os Granitos do Monte Inchinga e as rochas máficas e
ultramáficas da Suíte da Atchiza não são claras: as zonas de contacto são muitas vezes
deformadas, sugerindo uma instalação tectónica. A posição de instalação destas intrusões Pan-
africanas tardias parece confinada à zona de cisalhamento do Sanangoè com tendência E-O.

A rocha não está datada, mas é supostamente Neoproterozóica, ou até do Paleozóico Inferior.

Os Granitos do Monte Inchinga são granitos de microclina de cor cinza claro a cinza-rosado,
de textura granular média a grossa com uma textura porfirítica distinta. A matriz com textura
granular média compreende feldspato potássico, quartzo, plagioclase, biotite e horneblenda em
proporções diversas. Os fenocristais euédricos de feldspato potássico medem até 3 a 4cm.
A rocha é maciça, geralmente evidenciando deformação restrita a cisalhamento nas zonas de
contacto com unidades de rochas circundantes. Os encraves magmáticos dispersos têm
geralmente contactos difusos e a mesma composição mineral, embora em diferentes
proporções, com a rocha hospedeira circundante. Os pequenos xenólitos de quartzito
encontrados dentro do granito podem representar meta-sedimentos do Supergrupo do Fíngoè.
Os numerosos diques basálticos isolados e enxames de diques datados do Karoo através da
intrusão inserem-se no Granito do Monte Inchinga na zona do Rio Metamboa (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.13.1.4. Granito do Monte Tarai (P3TR)

O Granito do Monte Tarai (P3TR) foi denominado em função do Monte Tarai. Trata-se de um
corpo muito pequeno correspondente aos diques de microgranitos tardios ("Granitos tardios",
Hunting, 1984)

Os Granitos do Monte Tarai formam extensas montanhas alongadas com um quilómetro de


largura e vários quilómetros de comprimento nos gnaisses do Chidzolomondo, no lado oriental
do rio Luatise (Folha 1432).
De acordo com Hunting (1984), são muito comuns particularmente as porfirinas de quartzo-
feldspato. Ocorrem diques aplíticos e pegmatíticos associados.

Alguns diques e lentes de sienito e microgranitos na Suíte de Tete (Gabro Anortosito de


Tete / P2T) também estão correlacionados com os "Granitos tardios" (Hunting, 1984), embora
haja alguma evidência de que sejam um pouco mais antigos.

4.2.2.2.14.13.2. Rochas intrusivas máfico-félsicas neoproterozóicas e Pan-Africanas

As rochas intrusivas máficas-félsicas neoproterozóicas Pan-Africanas incluem:

*Suíte de Atchiza (P3Ag, P3Ap, P3Ad)


**Gabro piroxénico (P3Ag)
**Piroxenito (P3Ap)
**Dunito/serpentinito (P3Ad)
**Diques e gabros (P3Umd, P3Ugd)
*Suíte de Ualádze (P3U)
*Suíte de Matunda (P3M)
4.2.2.2.14.13.2.1. Suíte de Matunda (P3M)

A Suíte da Matunda está situada na área do Zumbo, no canto sudoeste das folhas cartográficas
1530 e 1531 da carta, onde está ligada ao Supergrupo do Zâmbuè (P2ZB) a norte e nordeste; à
Suíte da Cassacatiza (P2CZ) a leste e ao Supergrupo do Fíngoè (P2F) a sul.
A leste, à volta do Zumbo, a Suíte da Matunda destaca-se na forma de corpos elevados
cercados por sucessões do Supergrupo Karoo.
O contacto com o Supergrupo do Fíngoè a sul é rodeado por falhas.

A Suíte compreende gnaisses de granito, gnaisses félsicos e máficos intercalados, e corpos


isolados de metagabros e metadiabásicos, cortados a nível local por um enxame de pegmatitos
grossos.
Os gnaisses de granito formam uma estrutura tipo domo, o Domo da Matunda, com cerca de 30
km2 em tamanho na parte sul da área sustentada por esta unidade.
Os gnaisses de granito estão muitas vezes intensamente deformados e compreendem
localmente fenocristais de feldspato potássico e veios estreitos ricos em quartzo. A biotite é
mais comum do que a horneblenda como mineral principal, e a esfena aparece como mineral
acessório.

Algumas rochas félsicas, ligeiramente gnáissicas na área podem muito bem representar meta-
arcose.
O resto desta unidade, a N, NO e O compreendem gnaisses de diversos tipos de composição e
graus de foliação. Os corpos de gabro e alguns encraves anfibolíticos são pequenos e pouco
numerosos. Geralmente, têm sido observados como afloramentos isolados dentro dos gnaisses
(GTK, 2006).

4.2.2.2.14.13.2.2. Suíte de Ualádze (P3U)

Um enxame de diques máficos e de corpos gábricos pequenos e médios com tendência leste -
oeste (com um máx. de 5 km de diâmetro) atravessam as folhas cartográficas 1532 e 1432.
Mais a oeste, na folha 1531, os diques e as intrusões ultramáficas têm direcções
preferencialmente para SO. Hunting (1984) denominou estas rochas como a Suíte (Máfica) de
Ualádze em função do Rio Ualádze a SE do Fíngoè.

Os diques da Suíte de Ualádze evidenciam uma variedade de características topográficas. Em


áreas de relevo moderado, os diques são muitas vezes topograficamente pouco visíveis, mas
em áreas de relevo pouco acentuado, muitos diques aparecem como sulcos estreitos. As
expressões topográficas podem ser observadas na área do Rio Luatise e na folha 1531, onde os
diques têm uma orientação SE. Na folha 1532, ocorrem um conjunto de diques nas
proximidades da aldeia de Chipungu, principalmente duas direcções, EO e NNE - SSO. São
encontrados pequenos stocks de gabro da unidade em depressões topográficas ou, em áreas
planas, sem qualquer expressão topográfica (GTK, 2006).
Hunting (1984) alegou que as rochas da Suíte de Ualádze (P3U) e da Suíte da Atchiza (também
Complexo do Monte Atchiza / P3A) seriam contemporâneas.

4.2.2.2.14.13.2.3. Suíte de Atchiza (P3Ag, P3Ap, P3Ad)

A Suíte da Atchiza (Complexo do Monte Atchiza, Hunting 1984) abrange uma área de cerca de
330 km² entre o Lago Cahora Bassa e a Cintura do Fíngoè para norte. A área é montanhosa,
dominada por dois cumes principais, a Atchiza a oeste e o Nhantreze a leste, separados por um
terreno relativamente baixo e plano, ocupando o vale do Rio Mecucuè.
A Suíte da Atchiza é coberta a leste e a sudeste pelos Arenitos de Matinde e pelos Xistos do
Supergrupo Karoo. No noroeste e nordeste a Suíte tem contacto com as rochas vulcânicas
máficas da Formação de Rupanjaze (P2FR) do Supergrupo do Fíngoè. O contacto é
parcialmente intrusivo e ou delimitado por falhas.
Granitos biotíticos e porfiríticos maciços, provavelmente pertencentes ao Granito do Monte
Inchinga (P3Ig) através da intrusão inserem-se no maciço, particularmente a sul e no leste
(Hunting, 1984).

Os principais tipos de rocha da Suíte incluem:

Suíte da Atchiza (P3Ag, P3Ap, P3Ad, P3Umd, P3Ugd)


*Gabro piroxénico (P3Ag)
*Piroxenito (P3Ap)
*Dunito/serpentinito (P3Ad)
**Diques e gabros (P3Umd, P3Ugd)

A Suíte da Atchiza é um complexo ígneo bandado, que consiste numa sucessão ultramáfica
inferior, compreendendo serpentinito/dunito e piroxenito, coberta por uma sequência superior
de gabro, diorito e norito.
As rochas ígneas da Suíte da Atchiza são cortadas por veios de sienito-granito aplítico e pórfiro
de textura granular média a fina de cor branca a cinza, diques doleríticos e brechas siliciosas de
±carbonato/anquerite. Os veios de sienito-granito compreendem feldspato rosado, quartzo azul
e turmalina.

*Há zonas de deformação extensa, que ocorrem principalmente nas zonas gabróicas e
cisalhamento ocasional (zonas estreitas, numa escala de centímetros) presentes em todas as
litologias máficas e ultramáficas da Suíte.
*As tendências de cisalhamento são predominantemente de orientação E-O com inclinações
suaves e estão relacionadas com asbestos e mineralização de sulfetos de cobre e níquel.
*Encontram-se xistos de tremolite ao longo da margem norte tectonizada. Os quais manifestam
meta-somatismo-Si e podem ser derivados de dunito ou protolitos de piroxenito. As falhas
mais acentuadas na zona parecem ser de tipo tensional de falha tectónica.

Tem sido atribuída à Suíte da Atchiza uma origem de Suíte ígnea bandada e ofiolítica (Real,
1962; Afonso et al., 1998). A deformação intensa e sobreposição metamórfica das rochas
supostamente indica uma origem de deposição tectónica e por obducção de fragmentos do
fundo do oceano. A natureza estrutural dominante dos seus contactos com as litologias
circundantes e a ausência de evidente estratificação magmática, pelo menos à escala do
afloramento, tem sido usado como argumento a favor da origem ofiolítica. Outras
características observadas na Suíte da Atchiza, tais como a abundância de diques félsicos, a
predominância de clinopiroxenitos sobre ortopiroxenitos (Nicolas, 1989), a ocorrência de
gabro em folhas e soleira de diabásio e de enxames de diques, também foram interpretados a
favor da hipótese de um ofiolito de deposição tectónica em vez de uma intrusão bandada
(GTK, 2006).

4.2.2.2.14.13.2.3.1. Diques e gabros (P3Umd, P3Ugd)


(Diques e gabros de Ualádze)

*Os Diques de Ualádze variam em termos de espessura de alguns centímetros a algumas


centenas de metros. Os diques são de textura granular média a grossa, geralmente de cor
castanho-escura ou acinzentado. São geralmente de estrutura maciça, apesar de ser observada
foliação fraca a nível local. Hunting (1984) relatou margens arrefecidas nos enxames de
intersecção de diques básicos na área do Rio Luatise.
*Os Gabros de Ualádze são como os Diques de Ualádze também maciços e muitas vezes sub-
ofíticos. A orientação mineral ocasional pode representar um fluxo magmático. Muitos destes
stocks de gabro na folha 1532 apresentam componentes ultramáficos (Hunting, 1984).
*Um corpo de gabro na margem oriental do Rio Capoche (Folha 1532), é composto por
"estratos graduados" de 2 a 5 cm de espessura com camadas alternadas dominadas por
plagioclase e piroxena-horneblenda indicando uma natureza magmática.
*Variedades serpentinizadas ultramáficas que ocorrem no gabro provavelmente representam
horizontes fortemente alterados de olivina acumulada.
*Um stock de gabro a S de Chipungu (Folha 1532) está associado a variedades félsicas rosadas
e poderia representar granófiro.

Os gabros sub-ofíticos máficos contêm plagioclase (labradorite), ortopiroxena, clinopiroxena


(augite), que muitas vezes são alterados para horneblenda, e algum quartzo. O epídoto e
carbonato ocorrem como produtos de alteração, e a esfena, a apatite e os minerais opacos são
acessórios comuns (Hunting, 1984).

4.2.2.2.14.13.2.3.2. Dunito/serpentinito (P3Ad)

O dunito/serpentinito é o tipo de rocha mais comum, representando cerca de 55% da Suíte da


Atchiza, formando as partes norte e oeste do Monte da Atchiza e partes dos cumes mais altos
no leste, no Monte Nhantreze.
A rocha é homogénea com pouca variação em termos de composição, embora pelo menos se
possam distinguir dois tipos:

*O primeiro tipo é mais leve, de cor cinza-esverdeado com pseudomorfos de olivina,


*O segundo tipo é mais densa, castanho-escura, muitas vezes com magnetita disseminada e/ou
cromite (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.13.2.3.3. Piroxenito (P3Ap)

Trata-se de uma rocha gabróica castanho escura, rica em piroxena com feldspato subordinado
(<10%). A posição consistente da unidade de piroxenito feldspato acima do dunito e abaixo da
unidade de gabro é óbvia, particularmente em porções relativamente não deformadas da Suíte.
Ao longo das margens do corpo intrusivo o piroxenito forma cumes proeminentes, ao contrário
das suas ocorrências normais no restante do complexo bandado (GTK, 2006).

4.2.2.2.14.13.2.3.4. Gabro piroxénico (P3Ag)

Esta unidade inclui norito, diorito e gabro pegmatítico, que constitui cerca de 40% da unidade.
Essas rochas formam essencialmente o núcleo da Suíte da Atchiza.
A rocha é verde acinzentada, gabróica, de textura granular média e contém proporções
variáveis de piroxena e plagioclase.
Ocorre e forma a área de relevo plano baixo entre os principais cumes da Atchiza e Nhantreze,
bem como alguns cumes com aparência de dique, particularmente na parte sul do maciço.
Ocorrem encraves de piroxenito dentro da unidade de gabro.

O gabro é retrogrado em relação ao anfibolito dentro de uma ampla zona deformada de cerca
de 2 km ao longo da margem norte do maciço. A frente metamórfica é abrupta com gabro
inalterado ao lado do anfibolito. Há variações de gabros leucocráticos a melanocráticos e há
membros presentes desde de textura granular muito fina a grossa (GTK, 2006).

4.2.3. ZB-NP-NI-CD. Unidades do Proterozóico no norte e nordeste de Moçambique (sub-


províncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado)

Várias equipes (BRGM, AQUATER, DSGM e outros) têm feito entre 1970 e 1984 a
cartografia geológica do norte de Moçambique, a leste do Malawi - Rifte tectónico do leste
africano de Moçambique (Províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula, [em parte]
Zambézia).
Os autores Pinna e Marteau (1987a, b) e Pinna et al., (1993) descreveram que o soco cristalino
do norte de Moçambique é composto principalmente por gnaisses de alto grau, granulitos,
migmatitos e rochas plutónicas orogénicas cuja deposição ocorreu durante ou após a Orogenia
Kibara (1100 e 850 Ma) e/ou sobreposta pela Orogenia Pan-africana (800-550 Ma).
Pinna e Marteau (1987) adoptou o termo "Ciclo Moçambicano" para o primeiro período
orogénico principal.
Os ortognaisses e paragnaisses de alto grau, e os granulitos e migmatitos foram considerados
como representativos do soco mais recente no norte de Moçambique (Pinna et al., 1993) e
formaram-se, deformaram-se e metamorfosearam-se durante o Ciclo Mesoproterozóico
Moçambique (= Kibara/Grenville). Este soco mais recente foi estruturalmente recoberto por
granulitos do Supergrupo do Lúrio e supracrustais metamorfoseados do Supergrupo do Chiúre
(Pinna et al., 1993).
Ao soco autóctone, colectivamente denominado como "Suíte de Nampula" por Jourde e Wolff
(1974), foi atribuída a classificação do Supergrupo de Nampula por Pinna e Marteau (1987) e
incluiu unidades originalmente litológicas a norte e a sul da Zona de Carreamento do Lúrio
(ZCL) As unidades a N do CCL compõem os Grupos de Marrupa, Nairoto e Meluco (adaptado
a partir de FDN, 2007). As rochas a sul do CCL foram denominadas Grupo de Nampula sensu
stricto, onde se inclui a Zona Granulítica de Namarrói, mas não as rochas supracrustais do
Grupo de Mecuburi.
Com base em novos dados recolhidos pelo Consórcio NGU (2007) e pelo CGS (2007), a sub-
divisão tectonográfica e litoestratigráfica do soco cristalino do norte de Moçambique foi
actualizada. O soco cristalino do norte de Moçambique foi dividido em sub-província estrutural
norte e sul, separadas pela Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) com tendência OSO.
Tradicionalmente, o soco cristalino do norte de Moçambique divide-se em três "blocos"
estruturais ou domínios (Cadoppi et al., 1990; Pinna et al., 1993):

*Domínio norte da Zona de Carreamento do Lúrio (CCL), e respectiva continuação na


Tanzânia (por exemplo, os granulitos a Este)
*Zona de Carreamento de Lúrio (ZCL)
*Domínio sul do CL.

As seguintes unidades litoestratigráficas expõe-se na Província do Norte (Sub-províncias


geológicas da Zambézia-Nampula e Niassa–Cabo Delgado):
*O Complexo da Ponta Messuli, um fragmento de soco Paleoproterozóico (idade da monazite
1954 ± 15 Ma), constitui a parte mais a norte-ocidental do soco cristalino do norte de
Moçambique. O qual tem experimentado migmatização de fácies anfibolítica e pode ser
considerado uma extensão da Cintura Paleoproterozóica Ubendian-Usagaran.
*O Grupo de Txitonga de baixo grau, e de idade desconhecida, sobrepõe-se ao complexo
acima.
*A sul do Graben de Maniamba do Karoo e a norte da Zona de Carreamento do Lúrio, o soco
cristalino é maioritariamente composto por gnaisses félsicos mesoproterozóicos (1100 a 990
Ma) presentes nos Complexos de Unango e Marrupa (de oeste a leste) e em vários mantos de
carreamento Pan-Africanos que incluem (de oeste para este) os Complexos de M’sawize,
Muaquia, Xixano, Nairoto, Montepuez, Lalamo e Meluco.
*Os Complexos do Unango e da Marrupa consistem principalmente de cerca de ortognaisses
de 1,1 a 0,9 Ga, associados a quantidades variáveis de paragnaisses de alto grau. O evento
magmático de 1,07 a 0,99 Ga inclui granodiorito deformado, granito, leucogranitos,
charnoquitos localmente maciços, granito proto-raapakivi e metadolerito. A idade superior de
interceptação da monazite de 1,03 Ga manifesta evidência de metamorfismos Grenville/Kibara
no Complexo do Unango. A sobreposição Pan-africana associada do anfibolito ao fácies
granulítico, de ambos os complexos, foi estimada em cerca de 560-520 Ma. A estimativa mais
precisa é uma idade de zircão de 536 ± 6 Ma a partir de um paragnaisse de fácies granulítico.
Um carreamento do Pan-Africano Superior a Pós-Pan-Africano ao longo de uma zona de
cisalhamento sinistrógiro de tendência SO - NE é demonstrado num milonito com uma idade
de 444 ± 5 Ma (Ordoviciano) localizado perto da fronteira noroeste do Complexo do Unango.
*Os Mantos de Carreamento do Meluco e do Nairoto consistem em ortognaisses félsicos e
estão provisoriamente correlacionados com o Complexo da Marrupa.
* Os Complexos/Klippen de M’sawize, Muaquia e Xixano sobrepõem-se aos Complexos da
Marrupa e do Nairoto. Os Complexos do Xixano e de M'sawize compreendem normalmente
fácies de granulito, predominantemente máficos a ortognaisses intermédios. O metatonalito de
M'sawize apresenta uma idade magmática de 641 ± 5 Ma.
* Os granulitos do Xixano são justapostos com meta-sedimentos de grau anfibolito, incluindo
meta-arcose, metapelitos com grafite e mármore tremolite. A desidratação de fusão do fácies
granulítico no Complexo do Xixano foi datada em 735 ± 4 mA (zircão em paragnaisse de
granada ortopiroxena).
*O Complexo/Klippe do Lalamo também é principalmente de para-derivação e compreende
gnaisse biotite, meta-arcose, mármores e xistos grafitosos.
*A Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) com tendência OSO - ENE separa o bloco
estrutural norte do soco sul da Sub-Província de Nampula. A nível litológico, o ZCL pode ser
considerado uma mistura tectónica que inclui:
• Granulitos e gnaisses cisalhados, incorporados no recém-criado Complexo da Ocua. O
metamorfismo e a deformação no Complexo da Ocua apresenta idades de 578±10 e 545±6 Ma.
•Os metassedimentos do Complexo de Montepuez. O soco cristalino do sul da sub-província
de Nampula, ao sul do CCL, abrange o Complexo de Nampula e o denominado Klippen de
Monapo, Mugeba e Plantação Santos.
*Gnaisses de alto grau e migmatitos e corpos de granito concordantes associados da área de
Nampula foram descritos pela primeira vez por Lyall (1955) na região do Alto Ligonha. Jourde
e Wolff (1974) referiram-se a estas rochas como a “Suíte de Nampula”, à qual Pinna e Marteau
(1987) atribuiu a categoria de Supergrupo. Sublinhando a sua independência tectono-
estratigráfica, Macey et al. (2006) introduziu o termo "Sub-Província de Nampula".
*De acordo com Pinna e Marteau (1987) e Pinna et al. (1993), as rochas cristalinas a sul do
CCL podem ser divididas em três complexos estruturais sobrepostos, separadas por planos
axiais sub-horizontais (de cima para baixo):
#Unidades estruturais superiores, incluindo o Klippen, da Mugeba e do Manapo, supostamente
relacionado com a Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL)
**Unidades estruturais intermédias, incluindo os Grupos da Metolola, do Molócuè (ou
Zambézia), da Nantira-Metil (ou Nametil) e massas axiais abaixo do Klippen da Mugeba e do
Manapo, agrupados nas supracrustais metamorfoseadas do Supergrupo do Chiure cuja
localidade-tipo está situada a norte do CCL.
**Um complexo do soco que compreende os Grupos de Namarrói (incluindo granulitos) e de
Mecuburi, e rochas dispersas denominadas como "Antiforma de Nampula", representando as
litologias estruturalmente mais baixas.
*Rochas da Sub-Província de Nampula (Macey et al., 2006), agora reunidas no Complexo de
Nampula, compreendem ortognaisses e paragnaisses mesoproterozóicos de fácies anfibolitos
(cerca de 1125-1075 Ma) com histórias tectónicas bastante uniformes que sofreram intrusão
por parte de granitóides (cerca de 530-450 Ma) e pegmatitos (cerca de 480-430 mA) câmbricos
e ordivicianos Pan-Africanos.

*Com base em dados recentes, o Complexo de Nampula é dividido em cinco unidades


principais (Macey et al., 2006):
**Suíte de Mocuba (antigo Complexo de Mocuba) (cerca de 1125 Ma): Gnaisse bandado de
biotite ± anfíbolo magmático e ortognaisses migmatíticos TTG.
**Gnaisse de Rapale (cerca de 1095 Ma): Ortognaisse-TTG de tonalítica a granodiorítica.
**Gnaisse de Mamala (cerca de 1090 Ma): Gnaisse quartzo-feldspático.
**Grupo do Molócuè (antigo Complexo do Molócuè) ( <1125 Ma) – Micaxistos meta-
pelíticos e paragnaisses metapsamíticos com mármores, gnaisse calco-silicatado e rochas
ultramáficas e meta-vulcânicas félsicas e máficas intercaladas.
**Suíte de Culicui (cerca de 1075 Ma): Ortognaisse granítico ocelado raiado e leucogranítico,
localmente charnoquítico.

*Rochas de cobertura igualmente metamórficas sedimentares, mais recentes do que as


rochas do Grupo do Molócuè, repousam de forma discordante no antigo soco e incluem o
*Grupo do Alto Benfica: Meta-conglomerado e quartzito.
As unidades acima formam conjuntamente a Sub-província tectono-estratigráfica de Nampula,
que foi tectonicamente sobreposta por mantos de carreamento do CCL, dos quais algumas
relíquias estão contidas no Klippen (Complexo) do Monapo e da Mugeba.
As respectivas litologias são atribuídos ao Complexo de Ocua: Granulito de clinopiroxena +
ortopiroxena ± granada; leucogranulito quartzo-feldspático; rochas charnoquíticas e (blasto-)
milonitos.
Finalmente os granitos Pan-africanos através do processo de intrusão inseriram-se nas rochas
do Complexo de Nampula:
*Suíte de Murrupula: Granito equigranular e porfirítico.
Devido ao fato de não haver limites claros entre estes domínios/zonas a subdivisão está
sobreposta. Recomenda-se que a descrição das unidades geológicas - litostratigráficas seja feita
nos domínios (a norte da ZCL e a sul da ZCL) sobrepostos da ZCL tanto a norte como a sul.

Em termos das características geológicas, distinguem-se as seguintes duas Sub-províncias


Geológicas:

*(4.2.3..P₂-3.) Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


(Território da Gondwana Oriental e Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura de Lúrio)
*(4.2.3..P₂-3.) Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado
(Território da Gondwana Oriental e Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura de Lúrio)

4.2.3. P₂-3.: Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


(Território da Gondwana Oriental e Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura de Lúrio)

A figure 4.19. mostra as localizações esquemáticas de P₂-P₃, as unidades litoestratigráficas


Pan-africanas e do Palaeozóico Inferior.
Figura 4.19.: Esquema geral da localização dos P₂-P₃, as unidades litoestratigráficas Pan-africanas
e do Paleozóico Inferior da província geológica da Zambézia-Nampula.

As Figuras 4.19A e 4.19B mostram as localizações das unidades na carta em maior escala.
Figura 4.19A: Principais unidades litoestratigráficas P₂- P 3, Pan-Africanas e magmáticas do
Paleozóico Inferior na região leste da sub-província geológica da Zambézia-Nampula

Figura 4.19.B: Principais unidades litoestratigráficas P₂- P₃, Pan-Africanas e magmáticas do


Paleozóico Inferior da região oeste da sub-província geológica da Zambézia-Nampula
A Tabela 4.23 mostra as unidades de rochas do Meso-Neoproterozóico deste território.
Rochas metassedimentares (-vulcânicas) Intrusões
e metamórficas

Palaezóico

Pegmatitos das Rochas


províncias granitóides do
pegmatíticas do Pan-Africano
Alto Ligonha e Superior (Ca)
Nampula

Neoproterozóico

Pegmatitos das
províncias
pegmatíticas do
Alto Ligonha e
Nampula

Carreamento e Klippen

Complexo de Complexo de Complexo de


Ocua (P3OC) Mugeba (P2MB) Monapo (P3MN)
*Gnaisse *Gnaisse sienítico *Milonito
charnoquítico (P2MBsy) e (P3MNmy)
(P3OCch) Piroxenito
*Suíte de Rocha
*Gnaisse diorítico a (P2MBpx)
anfibolítico *Gnaisse Alcalina de
(P3OCda) granulítico máfico Mazerapane
*Gnaisse (P2MBmg) (P3MNz)
granulítico máfico *Gnaisse *Suíte de Rocha
(P3OCpx) granulítico félsico Granítica de
*Gnaisse a intermédio Ramiane (P3MNr)
granulítico félsico a (P2MBfg) *Ortognaisse
máfico (P3OCfg) *Ortognaisse
hornebléndico
máfico a
ultramáfico (P3MNh)
(P2MBog)
*Gnaisse
ultramáfico
(P2MBum)
Mesoproterozóico

Complexo de Nampula (P2NMgm)

*Diques e boudins Grupo do Molócuè


metabásicos (P2NMa)
*Gabro e diorito ** Rochas
(P2NMgab) metacarbonatadas e
*Gnaisse ocelado calco-silicatadas
(P2NMga) (P2NMcm)
*Gnaisse **Leucognaisse
leucocrático granatífero
(P2NMyg) (P2NMglc)
**Gnaisse **Mármore
granítico (P2NMma)
megacrístico Gnaisse quartzo-
(P2NMal) (1077+- feldspático-
26) hornebléndico
**Charnoquito leucocrático e
(P2NMch) migmatito
**Gnaisse (P2NMlcm)
granítico com **Quartzito (meta-
feldspato potássico arcose/quartzito
rosa fortemente ferruginoso)
foliado (P2NMfgr) (P2NMsg)
**Gnaisse biotítico
bandado, migmatito
(P2NMgmc)
**Gnaisse quartzo-
feldspático
(P2NMsb)
**Gnaisse
ultramáfico
(P2NMam)
**Gnaisse
metapelítico,
migmatito (P2NMpt)
**Quartzito,
mármore, rocha
calco-silicatada, etc.
(P2NMqz)
**Quartzito e
gnaisse quartzítico
(P2NMqq)
**Gnaisse
granatífero-
silimanítico e
micagnaisse
(P2NMgs)
**Gnaisse
anortosítico (P2Tan)
*Gnaisse de Mamala
(P2NMlcl)
**Gnaisse quartzo-
feldspático/gnaisse
leucogranítico
(P2NMMlcl)
**Leucognaisse e
leptinito granítico
(P2NMlg, P2NMlcl)
**Gnaisse tonalítico
(P2NMmd)
*Gnaisse de Rapala
(P2NMmd) (1095 +-
19, 1091+-14)
*Suíte de Mocuba
(Complexo)
(P2NMM):
**Ortognaisses
granitóides/
(1123±9Ma, U-Pb)
(P2NMMlc)
*Gnaisse quartzo-
feldspático-biotítico
bandado cinzento +/-
gnaisse anfibólico
migmatítico
(P2NMgm)
**Gnaisse granítico
diatexítico,
migmatito (P2NMgg)
**Gnaisse
leucocrático
(P2NMlc) (1076+-
89)
**Gnaisse tonalítico,
migmatito /
(P2NMto)
Tabela 4.23.: Unidades litoestratigráficas meso-neoproterozóicas-Pan-Africanas a paleozóicas
inferiores da sub-província geológica de Zambézia-Nampula (Modificado a partir da Carta
Geológica de 2008; NGU, 2006; CGS, 2007).

4.2.3.1. Complexo de Nampula (P2NM)

Os afloramentos do Complexo de Nampula surgem em toda a Sub-província geológica de


Zambézia-Nampula, em parte na Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) representados pelo
Complexo Neoproterozóico do Ocua e também nos territórios da Sub-província geológica de
Niassa-Cabo Delgado (em áreas N e NO do ZCL) aparecem rochas do Complexo de Nampula.
Portanto, este capítulo tem uma descrição de todas as áreas de afloramento deste Complexo.
A Tabela 4.24. mostra a subdivisão litoestratigráfica detalhada do Complexo de Nampula

Complexo de Nampula (P2NM)


Grupo do Molócuè: Rochas metacarbonatadas Diques e boudins metabásicos
e calco-silicatadas (P2NMcm)

Grupo do Molócuè: Leucognaisse granatífero *Gabro e diorito (P2NMgab)


(P2NMglc)
Grupo do Molócuè: Mármore (P2NMma) Suíte de Culicui: Gnaisse ocelado (1042 –
1087 Ma, U-Pb) (P2NMga).
Gnaisse ocelado: Gnaisse leucocrático
(P2NMyg)

Grupo do Molócuè: Gnaisse quartzo- Suíte de Culicui: Charnoquito (P2NMch)


feldspático-hornebléndico leucocrático e
migmatito (P2NMlcm)
Grupo do Molócuè: Quartzito (meta- Suíte de Culicui: Gnaisse granítico
arcose/quartzito ferruginoso) (P2NMsg) megacrístico (P2NMyg)
Grupo do Molócuè: Gnaisse biotítico Suíte de Culicui: Gnaisse granítico de
bandado, migmatito (P2NMgmc) feldspato potássico fortemente foliado
(equigranular) (P2NMfgr)

Grupo do Molócuè: Gnaisse quartzo-


feldspático silimanítico (P2NMsb)
Grupo do Molócuè: Gnaisse ultramáfico
(P2NMam)
Gnaisse anfibolítico, anfibolitos granatíferos
(P2NMam)
Grupo do Molócuè: Gnaisse metapelítico e
migmatito (P2NMpt)
Grupo do Molócuè: Quartzito, mármore,
rocha calco-silicatada, etc. (P2NMqz))
Grupo do Molócuè: Quartzito e gnaisse
quartzítico (P2NMqq)
Gnaisse granatífero-silimanítico e micagnaisse
(P2NMgs)
Gnaisse anortosítico (P2NMan)
Gnaisse de Rapala: Gnaisse granodiorítico
com horneblendas (P2NMmd)
Gnaisse de Mamala: Gnaisse quartzo-
feldspático / Gnaisse leucogranítico
(P2NMMlcl)
Gnaisse de Mamala: Leucognaisse e leptinito
granítico (P2NMlg, P2NMlcl)
Gnaisse de Mamala: Gnaisse tonalítico
(P2NMmd)
Suíte de Mocuba: Ortognaisses granitóides /
(1123±9Ma, U-Pb) (P2NMMlc)
Suíte de Mocuba: Gnaisse quartzo-
feldspático-biotítico bandado cinzento +/-
Gnaisse anfibólico migmatítico bandado
cinzento (P2NMgm)
Suíte de Mocuba: Gnaisse granítico
diatexítico, migmatito (P2NMgg)
Suíte de Mocuba: Gnaisse leucocrático
(P2NMlc) (1076+-89)
Suíte de Mocuba: Gnaisse tonalítico,
migmatito / (P2NMto)
Suíte de Mocuba: Gnaisse leucogranítica
(1123±9Ma, U-Pb) (P2NMMlc)
Tabela 4.24. Sub-divisão litoestratigráfica do Complexo de Nampula
4.2.3.1.1. Suíte de Mocuba (P2NMM)
(Complexo de Mocuba)

Os gnaisses e ortognaisses meta-vulcânicos mesoproterozóicos da Suíte de Mocuba


são as rochas mais antigas identificadas na Sub-província Geológica de Nampula e são
caracterizadas por possuírem composições de granito tonalítico granodiorítico (TTG) e texturas
migmatíticas poli-metamórficas e poli-deformadas e heterogéneas que se desenvolveram
durante os episódios tectonometamórficos D1-D3 (Lyall, 1955; Aquater, 1983; Cadoppi et al.,
1987; Sacchi et al., 2000; CGS, 2007)
A Suíte de Mocuba é constituída também pelas rochas mais antigas datadas no norte de
Moçambique, com excepção do Terreno Paleoproterozóico de Ponta Messuli (Bingen et al.,
2006b).
O Gnaisse de Mocuba é composto principalmente por gnaisses bandados heterogéneos e
granodioritos homogéneos subordinados, tonalitos e ortognaisses graníticos (Sacchi et al.,
1984; Cadoppi et al., 1987; CGS, 2007).

Os gnaisses da Suíte de Mocuba têm experimentado diversas fases de deformação e


metamorfismo e contêm evidência do evento termo-dinâmico D1/M1 (dobras intrafoliais,
leucossomas redobrados).
A opinião preferida é que o metamorfismo terá ocorrido pouco depois da instalação da tonalita,
resultando nas idades de instalação da tonalita e na subsequente migmatização (GTK, 2006):

Suíte de Mocuba (Complexo) (P2NMM):


*Ortognaisse granitóide / (1123±9Ma, U-Pb) (P2NMMlc)
*Gnaisse quartzo-feldspático-biotítico bandado cinzento +/- Gnaisse anfibólico
migmatítico bandado cinzento (P2NMgm)
*Gnaisse granítico diatexítico, migmatito (P2NMgg)
*Gnaisse leucocrático (P2NMlc) (1076+-89)
*Gnaisse tonalítico, migmatito / (P2NMto)

4.2.3.1.1.1. Gnaisse tonalítico, migmatito (P2NMto)

Sub-província geológica de Zambézia - Nampula


Estas rochas não afloram na Sub-província geológica de Zambézia-Nampula.
Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
O gnaisse tonalítico geralmente ocorre junto com o gnaisse granítico e granodiorítico nas
folhas 1339 de Montepuez e 1340 do Mecufi.

A rocha é geralmente caracterizada por ter biotite como o principal mineral de ferro e
magnésio, mas ocasionalmente há também grãos blásticos de horneblenda presentes. O gnaisse
é muitas vezes migmatítico, com mais bandas de quartzo-feldspato grosseiro rico em
leucossomas, alternando com bandas e camadas de textura granular fina mais ricas em biotite.
Onde o grau de migmatitização é pronunciado, nem sempre é fácil decidir se o gnaisse biotítico
é de origem sedimentar ou intrusiva. No entanto, os gnaisses bandados com mineralogia
variável em todas as bandas são mais provavelmente paragnaisses.

As rochas possuem biotite e contêm granadas abundantes com características de textura


granular muito fina, cor-de-rosa. Os afloramentos típicos desta unidade são constituídos por
gnaisses fortemente foliados com textura granular média a grossa, cinzentos, heterogéneos de
horneblenda-biotite-quartzo-plagioclase e migmatitos, com uma composição tonalítica
amplamente intermédia. No entanto, a variação composicional é extrema, desde de um
horneblendito (como por exemplo pods e boudins de horneblenda pura em blocos que têm até
metros de escala) a metagabros, e metatonalito e leucotonalito, trondhjemito e granodiorito.
A estratificação irregular é tipicamente deformada por dobras apertadas ou isoclinais e zonas
de cisalhamento dúctil.
As rochas são migmatíticas.
As variações nestes conjuntos incluem gnaisse granodiorítico de textura granular média a
grossa (o tamanho dos grãos varia entre 3 e 6 mm), contendo quartzo, plagioclase (e algum
feldspato potássico), anfíbolo, biotite e magnetita ± titanite, formando camadas de 1 a 3 m de
espessura, intercalados com anfibolito bandado de textura granular fina, formando camadas de
5 a 30 cm de espessura, os quais estão intercalados com espessos leucossomas estromáticos
com horneblenda.
Os contactos desta unidade com os gnaisses supracrustais mais antigos tendem a ser ambíguos.
Em algumas localidades parecem intrusivos, enquanto noutros lugares os gnaisses estão
intimamente intercalados com gnaisses bandados e parecem representar parte dessa sequência.
Pode ser que esta ambiguidade resulte do facto desses gnaisses ter tanto componentes
plutónicos como supracrustais, por exemplo, nas raízes de uma definição tipo arco insular,
onde rochas vulcânicas calco-alcalinas mais recentes são muitas vezes alvos de intrusão pelas
câmaras de magma rasas (UNG de 2007).

4.2.3.1.1.2. Gnaisse leucocrático (P2NMlc)


(1123±9 Ma, U-Pb) (1076+-89)

Sub-província geológica de Zambézia - Nampula


Estas rochas não afloram na Sub-província geológica de Zambézia-Nampula.

Sub-província de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas da Suíte de Mocuba afloram na parte ocidental do Complexo de Nampula. O
gnaisse leucogranítico ocupa a maior parte da folha 1636 de Lugela-Mocuba, a parte oriental
da folha 1635 de Milange e grande parte da metade sul da folha 1535-1536 de Insaca-Gurué.

*As rochas são geralmente de textura granular média, mas ortognaisse leucogranítica raiada
inequigranular, com ocorrências menores de biotite ± granada. A margem ocidental dos
principais afloramentos desta unidade coincidem com uma ampla zona de re-foliação, que
atravessa a parte oriental da folha 1635 (incluindo a extensão sul do Lineamento do Liciro) e a
fronteira do Complexo Nampula-Lúrio / Unango na folha 1535 / 36.
*O ortognaisse é composto de textura granular média a grossa, rosa claro a cinza claro,
altamente leucocrático, e gnaisse granítico heterogéneo com um fabric muito variável e
irregular. A biotite é o único mineral máfico constituindo geralmente apenas 2 a 5% da rocha,
como finos schlieren e ocorrências de orientação irregular. Há uma grande variação em
afloramentos, apresentando um espectro de litologias em que os membros finais são, por um
lado, gnaisses leucograníticos de cor rosa bastante homogéneos com alguma biotite e, por
outro, leucogranitos heterogéneos, inequigranulares com várias ocorrências, schlieren e raias
de biotite com anfibolitos incluídos, interrompidos e dobrados e boudins e lentes de biotite-
anfibolíticas, todas alvos de intrusão por matrizes irregulares e anastomosadas de veios
inequigranulares leucograníticos, pods, e segregações.
*Em alguns locais, os leucognaisses são parcialmente charnoquitizados de forma difusa e
progressiva. Alguns pods e lentes de biotite anfibolítica estão presentes a nível local. Os
leucognaisses estão muitas vezes intimamente associados a intrusões de tipo folha de gnaisses
ocelados de textura granular grossa da Suíte de Culicui do Complexo de Nampula (UNG,
2007).

4.2.3.1.1.3. Gnaisse granítico diatexítico, migmatito (P2NMgg)


Sub-província geológica de Zambézia -Nampula
Estas rochas não afloram na Sub-província geológica de Zambézia-Nampula.

Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas afloram na folha 1438 de Ribáuè-Mecuburi, há também rochas diatexíticas
essencialmente semelhantes que são encontradas em diversas localidades, principalmente no
núcleo da estrutura domal proeminente alongada a noroeste de Mecuburi.

*O termo diatexito é usado para rochas migmatíticas compostas em mais de 50% por fusão
(leucossoma), mas com proporções significativas de paleossoma remanescente. No campo
estas rochas têm uma aparência caótica, com extrema variabilidade de composição e
geométrica. Apesar disso, têm a característica comum de massas de material leucocrático
grosseiro e pods, lentes e schlieren caóticos de mais rochas máficas (com biotite e
horneblenda).
*A composição é contudo de granítica a granodiorítica.
*As rochas são de certa forma de transição entre gnaisses quartzo-feldspáticos supracrustais
bandados altamente migmatizados e a natureza mais "ígnea" dos leuco-ortognaisses "em feixe"
do Complexo da Mocuba.
*A presença destas rochas no Complexo de Nampula sugere que o nível actual de erosão está
perto do limite de produção do meta-sedimento-anatexia/granito. Esta característica pode
representar um pequeno "complexo nuclear" de elevado input térmico e fluxo de fluido, que
conduz ao aumento da anatexia e migmatização no núcleo da estrutura, e a uma flutuabilidade
positiva e, por conseguinte, a uma região de intensa exumação, reforçada por dobragem (UNG,
2007).

4.2.3.1.1.4. Gnaisse quartzo-feldspático-biotítico bandado cinzento +/- Gnaisse anfibólico


migmatítico bandado cinzento (P2NMgm) (também gnaisse biotítico bandado e migmatite
(P2NMgm))

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


*Segundo Macey et al., 2006b), o gnaisse quartzo-feldspático-biotítico bandado cinzento +/-
Gnaisse anfibólico migmatítico bandado cinzento corresponde aos gnaisses heterogéneos
bandados de Mocuba que tipicamente consistem em bandas de composição gnáissica,
geralmente isoclinalmente dobradas, medido entre 0,2 e 2 m de largura, intercalados com
quantidades substanciais de leucossomas quartzo-feldspáticos (sub-)paralelos. Devido às cores
cinzentas da meteorização, esta unidade é geralmente referida como "Gnaisse cinzento".
*Os gnaisses de biotite e migmatitos bandados (P2NMgm) cobrem extensas áreas na folha
1735 e, corpos isolados menores na folha 1736.
Os paragnaisses heterogéneos bandados da Mocuba consistem tipicamente em bandas de
composição gnáissica, geralmente dobradas de forma isoclinal, com espessuras entre 0,2 e 2,0
m, intercaladas com quantidades substanciais de leucossomas quartzo-feldspáticos paralelos
aproximadamente foliados. Esta unidade na maioria das vezes quando desgastada passa a cores
cinza mesocráticas e, consequentemente, é geralmente referida como "Gnaisse cinzento".
*As camadas paleossomáticas de "Gnaisse cinzento" geralmente têm composições
aproximadamente dioríticas granodioríticas-tonalíticas. Diferenças que variam de subtis a
grandes nas proporções de quartzo (20-40%), plagioclase (25-45%), feldspato potássico
(geralmente microclina, 10-30%), biotite (5-10%) e horneblenda (1-10 %) são considerados os
principais factores que diferenciam cada banda composicional. Óxidos, apatite, zircão, epídoto
e titanite são os principais minerais acessórios. A composição de plagioclase varia na gama
An20-40. O feldspato potássico é micropertítico e microclina trans-eclodida ou ortoclase. Os
flocos de biotite pleocróicos de cor amarelo-castanho, de tabulares a aciculares e a horneblenda
pleocróica de cor verde-castanha (às vezes grãos poecilíticos) têm uma forte orientação
dimensional e óptica preferida (Aquater, 1983; CGS, 2007).
*Os leucossomas leucocráticos esbranquiçados são tipicamente equigranulares
(aproximadamente 2 mm, < 5 mm) e consistem em quartzo, feldspato e alguma biotite e
horneblenda.
* Os veios de fusão migmatíticos têm uma textura granular significativamente mais grossa e
caracterizam-se por terem uma textura granoblástica típica de recristalização metamórfica, em
contraste com o fabric gnáissico de textura granular mais fina do paleossoma. Os corpos mais
antigos da fusão, que se pensava terem sido formados durante um evento D1 / M1 do
Quibariano, são deformadas e formam dobras intrafoliais sem raízes na estratificação gnáissica.
*A deformação Pan-africana D2 foi também acompanhada por fusão parcial, uma vez que
foram observados leucossomas estromáticos paralelos S2 no campo. As fases tardias de
migmatização são representados por veios de fusão transversais, por vezes dobrados
ptigmaticamente, e leucossomas sem marcas de tensão.
*Várias gerações de veios e diques félsicos, aplíticos a pegmatíticos de fabric paralelo e
discordante, aumentam a complexidade dos gnaisses cinzentos bandados.
Os "Gnaisses cinzentos" e os Ortognaisses granitóides (P2NMMlc) contêm camadas dobradas
para dentro, lentes descontínuas e boudins ovóides de rocha rica em anfibolito e biotite que se
supõe que representem diques máficos pré-tectónicos.
*A natureza da composição bandada heterogénea dos gnaisses cinzentos sugere que estas
rochas fazem parte de uma sucessão paragnaisse vulcano-sedimentar. No entanto, a aparente
falta de minerais aluminosos (Sacchi et al., 1984; Cadoppi et al., 1987; Costa et al., 1992;
CGS, 2007) parece indicar que os gnaisses cinzentos só são compostos por rochas meta-
vulcânicas e que não há rochas meta-sedimentares presentes.
*Várias gerações de veios e diques félsicos, aplíticos a pegmatíticos de fabric paralelo e
discordante, aumentam a complexidade dos "Gnaisses cinzentos" bandados (Macey et al.,
2006b).
Os "Gnaisses cinzentos" exibem descontinuidade de camadas, estruturas pinch-and-swell
comuns e camadas boudinadas.
*Tanto os "Gnaisses cinzentos" como os Ortognaisses granitóides (P2NMMlc) contêm
camadas, lentes e boudins ovóides de anfibolito melanocrático e rochas ricas em biotite que
provavelmente representam relíquias de diques máficos pré-tectónicos ou restitos. A natureza
da composição bandada heterogénea dos gnaisses cinzentos sugere que estas rochas fazem
parte de uma sucessão vulcano-sedimentar. No entanto, a aparente falta de minerais
aluminosos (Sacchi et al., 1984; (Sacchi et al., 1984; Cadoppi et al., 1987; Costa et al., 1992;
Macey et al., 2006b) é mais a favor de um conjugação precursora composta por rochas
vulcânicas félsicas comagmáticas, e tufos com pouca ou nenhuma evidência de rochas meta-
sedimentares.

Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas não afloram na Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.1.1.5. Ortognaisse granitóide (P2NMMlc)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


Os ortognaisses granodioríticos-tonalíticos mesocráticos de cor cinza migmatíticos têm
texturas composicionais raiadas e migmatíticas (estromáticas) com bandas alternadas ricas em
quartzo-feldspato e ricas em biotite ± anfíbolo (1-5 cm). As rochas compreendem plagioclase
albítica com quartzo equigranular de textura granular média, e biotite em conjunto com ou sem
microclina, anfíbolo e magnetite.
Os gnaisses geralmente têm texturas granoblásticas provocadas por uma alteração por acção
térmica extensa após a deformação intensa.
Grande parte das regiões ocidentais (folhas 1536 e 1636) da sub-província de Nampula
têm subjacente gnaisses leucograníticos migmatíticos leucocráticos de textura granular média a
grossa de cor rosa claro a cinza claro. A biotite é o principal mineral máfico constituindo 2 a
5% da rocha. Os gnaisses leucocráticos fortemente migmatizados têm uma aparência em feixe,
como resultado de um schlieren fino em feixe, de fabric variável e orientado de forma irregular
(Thomas et al., 2005; CGS, 2007).

Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas não afloram na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.1.2. Gnaisse de Mamala (P2NMlcl)
(1042, 1058, 1092 Ma) (antigas formações de Mamala e Cavarro)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


Sacchi et al. (1984), Aquater (1983), Jourde e Valette (1980) identificaram dois grupos
principais de gnaisses quartzo-feldspáticos (Folhas 1536, 1539, 1540, 1636, 1639):

*As Formações da Mamala e do Cavarro, e consideraram-nos


*equivalentes à Formação "leptiticleptinítica" do Nametil (P₃?) e Grupo (Formação) do
Mecuburi (P3CB).

Aquater, (1983) considerou que o Gnaisse da Mamala (Formação da Mamala) representa


intercalações de lavas meta-riolíticas e rochas piroclásticas, e subdividiu ainda mais a unidade
em três subtipos:

*Gnaisse quartzo-feldspático com biotite de textura granular fina


*Biotite de textura granular média ± piroxena com gnaisse quartzo-feldspático
*Gnaisse quartzo-feldspático com magnetita

A Formação do Cavarro (Aquater 1983) foi dividida em dois tipos distintos da Formação da
Mamala pela presença de quartzo-silimanítico.
Aquater (1983) considerou a Formação do Cavarro como rochas vulcânicas félsicas da
Formação da Mamala reformuladas num ambiente proximal (Cadoppi et al., 1987).
No entanto, estas subdivisões não têm sido utilizadas, e todos os grandes corpos de Gnaisses
quartzo-feldspáticos da Sub-província de Nampula são cartografados como o Gnaisse da
Mamala.

O gnaisse da Mamala consiste em, pelo menos, várias variedades protolíticas:

Gnaisse da Mamala (P2NMlcl)


*Gnaisse quartzo-feldspático (P2NMMlcl)
*Leucognaisse e leptinito granítico (P2NMlg, P2NMlcl)
*Gnaisse tonalítico (P2NMmd)
4.2.3.1.2.1. Gnaisse tonalítico (P2NMmd)

Sub-província geológica de Zambézia - Nampula


O gnaisse é um ortognaisse cinzento leucocrático a mesocrático relativamente homogéneo, que
consiste em quartzo (10-20%), feldspato (branco, 70-80%) e biotite (preta, 5 - 15%) em
conjunto com, ou sem, horneblenda (verde e prismática, <5%) e magnetite (<1%).
A rocha tem uma textura equigranular (0,7-1,0 mm), fortemente gnáissica, definida por
domínios de quartzo-feldspato nivelados a granulares raiados (com 1,5-3,0 mm de espessura)
separados por raias anastomosadas (com 0,5 mm de espessura) de biotite lepidoblástica (CGS,
2007).

Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas não são conhecidas na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.1.2.2. Leucognaisse e leptinito granítico (P2NMlg, P2NMlcl)
(Ortognaisses granitóides)
Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
Os leucognaisses e leptinitos graníticos são gnaisses de cor rosa a branca, de composição
granítica, mas às vezes com uma aparência meta-sedimentar (na folha 1735). Estas rochas
estão expostas sobretudo na parte oriental da folha cartográfica 1736 e nas extremidades
ocidental e oriental da folha 1737 (GTK 2006). Estas rochas correspondem aos "Ortognaisses
granitóides" e Gnaisses da Mamala identificadas por Macey et al. (2006b).
Sub-província geológica de Niassa - Cabo Delgado
Estas rochas não são conhecidas na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.1.2.3. Gnaisse quartzo-feldspático (P2NMMlcl)
(Formação de Cavarro)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


*O Gnaisse quartzo-feldspático tem uma textura granular fina a média, leucocrática de cores
esbranquiçado a creme, composições graníticas com proporções iguais de microclina,
plagioclase e quartzo, e quantidades menores de biotite (<5%) e granada rara e clinopiroxena
(Aquater, 1983; CGS, 2007).
*O gnaisse geralmente contém magnetite (1-5%, até 15%) presente na forma de grãos com 0,5
a 1,0 mm, até 5 mm. O zircão e a apatite são minerais acessórios mais comuns e a moscovite
está presente como mineral retrógrado, especialmente comum quando substitui a sillimanite.
Nos afloramentos, o Gnaisse da Mamala varia de maciço a bandado e é geralmente
migmatítico.
* A rocha está geralmente muito desgastada e friável. Particularmente ao longo do limite sul da
folha 1538 de Murrupula, o Gnaisse quartzo-feldspático apresenta uma textura granular fina
tipo grãos de açúcar homogéneos com texturas gnáissicas mal definidos com magnetite (c.2%).
*A parte do Gnaisse da Mamala anteriormente conhecida como a "Formação do Cavarro"
(Aquater, 1983; Cadoppi et al., 1987) está limitada em afloramentos nas partes a sul da folha
1538 de Murrupula e da folha adjacente 1638 de Gilé.

Segundo Aquater, 1983, consiste em dois tipos de rocha principais:

*Gnaisse quartzo-feldspático anfibólico


*Gnaisse quartzo-feldspático contendo nódulos de sillimanite

*O gnaisse quartzo-feldspático de anfíbolo consiste principalmente em microclina (40-50%),


juntamente com quantidades menores de quartzo (15-25%) e plagioclase. A tremolite e a
horneblenda formam quantidades menores, ao passo que a clinopiroxena com augite é mais
rara. A magnetite, apatite, epídoto, granada, titanita e zircão formam quantidades residuais.
*O gnaisse quartzo-feldspático é considerado uma rocha sedimentar composta por nódulos de
moscovite silimanítico nivelados com escala em centímetros inseridas numa matriz gnáissica
equigranular de textura granular fina a média de quartzo (30 a 60%), microclina e plagioclase
em conjunto com ou sem moscovite, biotite e calcite (Aquater, 1983).
*É muito difícil distinguir entre os gnaisses leucocráticos quartzo-feldspáticos da Mamala e os
granitos da Suíte de Culicui (P2NMga), mas estes últimos são mais leucocráticos e gnáissicos e
são geralmente mais resistentes à meteorização geralmente formando inselbergs.
*Com excepção das camadas meta-sedimentares de "tipo Cavarro", a maioria dos
investigadores anteriores (Jourde et al., 1974a, 1974b; Sacchi et al., 1984; Cadoppi et al.,
1987) argumentam que o Gnaisse da Mamala representa uma sequência de lavas riolíticas e
tufos. A origem supracrustal de muitos dos gnaisses quartzo-feldspáticos é apoiada pela sua
presença no terreno, interbandada, ou associada, a gnaisses meta-sedimentares e anfibolitos
(meta-basaltos), mas CGS (2007) descreve as rochas como meta-arcoses ou meta-riólitos.
Formam-se estruturas de estratificação cruzada tanto em ambientes sedimentares como em
ambientes vulcano-sedimentares.

Sub-província geológica de Niassa - Cabo Delgado


*O Gnaisse da Mamala (gnaisse leucogranítico) (P2NMlcl) está presente na folha 1438 de
Ribáuè-Mecuburi e estende-se para a folha 1437 da Malema.
*O Gnaisse da Mamala ocorre numa cintura que corre de sudoeste para nordeste através da
parte sudeste da folha 1438. Nesta área, proporcionou o material clástico para o Grupo de
Mecuburi.
*O Gnaisse da Mamala (Gnaisse granítico) também é muito comum nas folhas 1339 de
Montepuez e 1340 do Mecufi, que ocorrem frequentemente em conjunto com Gnaisse
granodiorítico (P2NMmd).

**Em geral, a rocha é de textura granular média a grosso, mas com rochas gnáissico
leucocráticas (de composição leucogranítica) inequigranulares, de cor cinzento claro a rosado,
raiadas, com biotite escassa como o único componente máfico.
**A meteorização rosa característica destas rochas é devida ao seu elevado teor de feldspato
potássico e coloração vermelha causada pela meteorização parcial de magnetite primário para
hematite.
**Os gnaisses são tipicamente heterogéneos e localmente irregularmente de bandados a
dispostos em camadas, com camadas de quartzo-feldspato de textura granular grossa com 5 a
10cm de espessura, alternando com mais finas, de textura granular mais fina, descontínuas,
com camadas mais ricas em biotite, pods e schlieren. Podem ser observados a nível local
alguns blasteses de feldspato potássico, com ocelos de feldspato potássico dispersos medindo
até 1,5 cm em diâmetro.
**Os leucognaisses graníticos com biotite escassa têm um fabric forte, mas irregular, definido
por uma estratificação descontínua, com variações granulométricas e com orientação planar
preferencial de biotite e feldspatos. Este fabric está dobrado a nível local de forma isoclinal,
caótica ou sem harmonia.
**Os gnaisses são geralmente fortemente migmatizados. Por vezes contêm cristais de
magnetite que medem até 5 milímetros em diâmetro.
**É bastante comum uma segunda foliação, assumindo a forma de clivagem de crenulação ou
de conjuntos de zonas de cisalhamento dúcteis estreitamente espaçadas nos migmatitos, que
estão associadas a uma segunda geração de leucossomas finos e irregulares na sequência do
novo fabric. Os migmatitos são geralmente cortados por uma ou mais gerações de veios
pegmatíticos finos e irregulares.
**Noutros lugares, os afloramentos desta rocha são mais homogéneos, sacaróides e menos
migmatizados (UNG, 2007).
4.2.3.1.3. Gnaisse de Rapala (P2NMmd)
Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
O (orto)gnaisse granodiorítico-trondhjemítico da Rapala pode ser observado através das
grandes extensões nas folhas cartográficas 1539, 1439 e 1440. O maior corpo cartografado é
um plutão deformado aproximadamente circular, de aproximadamente 20 km de largura,
subjacente à Cidade de Nampula e seus arredores a norte. São encontrados grandes
afloramentos nas cadeias de montanhas e nos inselbergs entre a cidade de Nampula e a cidade
de Rapale. Foram também observados grandes meta-plutões a leste-nordeste do Monapo e a
oeste de Netia.

*O Gnaisse da Rapala geralmente aflora como inselbergs de domo arredondado e com forma
convexa invertida.
*O Gnaisse da Rapala contém diques máficos dobrados para dentro e boudins a nível local.
*O Gnaisse de Rapala é ligeiramente mais recente do que a Suíte de Mocuba (Macey et al,
2006b)

**O Gnaisse da Rapala é tipicamente pouco migmatítico e geralmente contém menos de 5% de


foliação gnáissica regional (S2) quartzo-feldspato paralelo (± biotite ± magnetite) e veios
leucossomáticos, mas tem sido observada migmatização até 30%. São observadas pequenas
variações no conteúdo de biotite primária do protólito granodiorítico original como bandado
composicional S2-paralelo com escala de decímetros a metros. A plagioclase domina o
conjunto mineral félsico juntamente com quartzo e essencialmente com vestígios de
microclina. A microclina distribui-se de forma desigual ao longo da rocha colocando-a por
vezes no campo de composição de um granodiorito. Os minerais máficos são flocos com
textura granular fina de biotite e anédrico de horneblenda. As texturas indicam que a biotite se
forma à custa da horneblenda.
**O Gnaisse da Rapala tem uma aparência manchada a nível local devido a agregados em
forma de disco plano com 5 a 10 mm (grãos de biotite de aproximadamente 1 milímetro) de
biotite que estão dispersos por toda a rocha.
Os cristais de epídoto granulares, presumivelmente do colapso retrógrado da biotite e da
plagioclase, em certos locais formam coroas de reacção em torno das manchas de biotite. Os
xenólitos ricos em biotite, possivelmente autólitos, formam corpos em forma de discos
nivelados paralelos ao fabric regional (CGS, 2007).

O Gnaisse da Rapala é o principal tipo de rocha extraído para a construção e para agregados
para a construção de estradas na área de Nampula

Sub-província geológica de Niassa - Cabo Delgado

Gnaisse de Rapala (P2NMmd) (Gnaisse granodiorítico com horneblendas)

*Na Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado a unidade tem apenas uma distribuição
muito limitada. Há apenas um afloramento singular de gnaisse diorítico no canto sudeste da
folha 1438.
**Esta rocha é um ortognaisse bastante homogéneo, de cor cinza claro, com textura granular
média a grossa, composta de quartzo, plagioclase, horneblenda e biotite, com raros boudins de
anfibolito. Não é verdadeiramente porfiroblástico, mas os grãos de plagioclase tendem a ser
maiores (até 1 cm) do que outros minerais em algumas zonas.
**A rocha está fortemente deformada, com um fabric planar muito forte, cortado por veios
finos leucocráticos (NGU, 2007).

4.2.3.1.4. Gnaisse anortosítico (P2Tan)


Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
O Gnaisse anortosítico aflora na folha 1639, formando um corpo ao longo do bordo do soco
Proterozóico. CGS (2007) descreve esta rocha como parte do Gnaisse Ultramáfico (P2NMam)
do Grupo do Molócuè. No entanto, por causa do carácter claramente anortosítico deste gnaisse,
está à escala 1: 1 000 000 na "Carta Geológica de Moçambique" (2008) mostrado como uma
unidade litoestratigráfica separada.

Sub-província geológica de Niassa - Cabo Delgado


O gnaisse anortosítico (P2NMan) não está cartografado na sub-província geológica de Niassa -
Cabo Delgado

4.2.3.1.5. Gnaisse granatífero-silimanítico e micagnaisse (P2NMgs)


(Também conhecido como gnaisse granatífero-silimanítico/Migmatito (P2NMgs)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


O gnaisse granatífero-silimanítico e micagnaisse (P2NMgs) é um gnaisse de alta qualidade
com relíquias fácies granulíticas.
Os gnaisses formam uma paisagem tipicamente montanhosa.
*Os paleossomas escuros são compostos por quartzo (20 – 40 %), plagioclase (25 – 45 %),
feldspato potássico (10 – 30 %), biotite (5 – 10 %) e horneblenda (1 – 10 %). Os óxidos de
ferro e titânio, a apatite, o zircão e a esfena são minerais acessórios. As composições de
plagioclase variam na gama. O feldspato potássico é micropertítico e microclina trans-eclodida
ou ortoclase. Os flocos de biotite amarelo-castanhos e a horneblenda verde-castanha mostram
uma forte orientação preferencial (Aquater, 1983; Macey et al.,, 2006b).
*Os leucossomas são tipicamente equigranulares (com textura granular em geral com cerca de
2 mm, localmente até 5 mm) e consistem em quartzo, feldspato e alguma biotite e horneblenda.
O tipo de lito mais difundido é um gnaisse leucocrático quartzo-feldspático de cor creme, com
textura granular fina a média, composta por quartzo, feldspato potássico e granada. São
vulgares as bandas ricas em biotite, bem como os encraves máficos. Estes encraves são
xenólitos de xisto biotítico e anfibólico, rodeado por inúmeras granadas (frente máfica, devido
à fusão parcial). Frequentemente, a rocha é maciça e fortemente recristalizada, mas também se
encontram membros severamente deformados. Estes gnaisses e granulitos aparentemente
formados por metamorfismo de alto grau e fusão parcial de rochas vulcânicas félsicas/granitos
com metapelite e rochas vulcânicas máficas intercaladas (GTK, 2007).

Sub-província geológica de Niassa - Cabo Delgado


Estas rochas não são conhecidas na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado

4.2.3.1.6. Grupo de Molócuè (P2NMa)

O Grupo do Molócuè abrange:

Grupo de Molócuè (P2NMa)


*Rochas metacarbonatadas e calco-silicatadas (P2NMcm)
*Leucognaisses granatíferos (P2NMglc)
*Mármore (P2NMma)
*Gnaisse leucocrático quartzo-feldspático-hornebléndico, migmatite (P2NMIcm)
*Quartzito (meta-arcose/quartzito ferruginoso) (P2NMsg)
*Gnaisse biotítico bandado, migmatito (P2NMgmc)
*Gnaisse quartzo-feldspático silimanítico (P2NMsb)
*Gnaisse ultramáfico (P2NMam), Gnaisse anfibolítico, anfibolitos granatíferos
*Gnaisse metapelítico e migmatito (P2NMpt)
*Quartzito, mármore, rocha calco-silicatada, etc. (P2NMqz)
*Quartzito e gnaisse quartzítico (P2NMqq)

As rochas metamorfoseadas supracrustais na Sub-Província Geológica da Zambézia - Nampula


foram descritas pela primeira vez por Araújo (1972), Afonso (1974), Araújo et al. (1974) e
Pinna (1983). Aquater (1983) e Costa et al. (1983) sugeriram uma correlação com a Zona de
Carreamento de Namama nas partes centrais do sul da Sub-província de Nampula. Pinna et al.
(1993) incluíram rochas supracrustais na Sub-província de Nampula (de oeste para leste) no
Grupo da Metalola, no Grupo da Muaquia (supracrustais abaixo do Klippe da Mugeba), no
Grupo do Molócuè, no Grupo de Nametil (Nametil / Namama ou Metil), nas "Series de
Ramiane" (supracrustais abaixo do Klippe do Monapo) e no Grupo do Mecuburi. Em conjunto
foram unificadas no Supergrupo alóctone do Chiure (na parte oriental da Zona de Carreamento
do Lúrio (ZCL), definido por Jourde e Wolff (1974) como a “Suíte do Chiure”).
O Grupo do Molócuè foi inicialmente definido como uma cintura de rochas supracrustais que
seguem mais ou menos a Zona de Cisalhamento da Namama (NSZ) na parte central sul da
Sub-província de Nampula (Aquater, 1983; Costa et al., 1983; Pinna et al., 1993, 1995), mais
tarde incluíram o Grupo do Molócuè com outras cinturas supracrustais (Metangula, Chiúre,
Metolola, Mecuburi e Nametil / Nantira - grupos de Metil) do nordeste de Moçambique no
Supergrupo do Chiúre.

Este (anteriormente) Supergrupo do Chiure incluía meta-sedimentos, como espessas camadas


de mármore, quartzito, xisto de grafite e meta-conglomerados, associados com vários tipos de
rochas meta-ígneas, incluindo rochas com leptoníticos alcalinos, ultramáficos, gabróicos,
vulcânicos máficos e protolitos anortosíticos (GTK, 2006).
CGS (2007) correlaciona as rochas supracrustais da Sub-província de Nampula com as do
norte da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL), (Bingen et al.,2006b; Viola et al.,
2006;Thomas et al., 2005, 2006b).

Foram identificados três grupos de gnaisses supracrustais na Sub-província de Nampula


(Thomas et al., 2005, 2006b; CGS, 2007):

*Grupo do Alto Benfica


*Complexo do Mécuburi
*Grupo do Molócuè

Os Grupos do Molócuè e do Mecuburi formam agora parte intrínseca da Sub-província de


Nampula.
O Grupo do Alto Benfica é significativamente mais recente (<610 Ma) e está relacionado com
um evento extensional Pós-Rodínia, Pré-Pan-Africano.

*As litologias do Grupo do Molócuè variam entre tipos de rochas com estratificação
intercalada e tectonicamente dobradas para dentro e intercaladas incluindo meta-vulcânicas
félsicas e máficas, metamorfites ultramáficas, gnaisses meta-pelíticos e meta-psamíticos,
rochas quartzíticas e alguns mármores e gnaisses calco-silicatados.
*As rochas máficas são predominantes juntamente com as rochas ultramáficas ao longo da
Zona de Cisalhamento da Namama (NSZ). Estas rochas foram agrupadas como a Formação da
Morrua por Aquater (1983).
*Os meta-basitos do Grupo do Molócuè são dominados por anfibolitos, mas incluem meta-
gabro, gnaisse de anfíbolo-epídoto-piroxena-granada, bem como talcoxisto, xisto clorítico,
xisto antofilítico, rocha epidótica, piroxenito e dunito (Aquater, 1983; Cadoppi et al., 1987) e
também gnaisses pouco magnéticos contendo talco-tremolite (Macey et al., 2006a, b).
*Os anfibolitos estão expostos em associação com gnaisse quartzo-feldspático e granulito
máfico (horneblenda, clinopiroxena, plagioclase, epídoto, biotite, esfena ± granada, quartzo)
em horizontes de pequena dimensão. O anfibolito preto esverdeado bem bandado está
intercalado com gnaisse quartzo-feldspático em camadas com 15 a 150 cm de espessura (meta-
riólito).
* Em alguns lugares ocorrem veios de quartzo ptigmático paralelamente ao bandado em que
ambos são deformados por vários eventos tectónicos (Macey et al., 2006a, b).

4.2.3.1.6.1. Quartzito e gnaisse quartzítico (P2NMqq)

Sub-província geológica de Zambézia - Nampula


Estas rochas não afloram na Sub-província geológica de Zambézia-Nampula.

Sub-província geológica de Niassa - Cabo Delgado


O quartzito e o gnaisse quartzítico ocorrem com gnaisse biotíticos e mármore a norte da
Namapa na folha 1339 de Montepuez.

*As camadas são marcadas por sinais muito baixos em relação a K e a U nos dados
radiométricos no ar, mas com sinais bastante altos de Th. O elevado Th é provavelmente
devido a um elevado teor de minerais refractários, tais como monazite e zircão.
*Os gnaisses quartzíticos estão parcialmente bastante deformados, com lentes niveladas de
quartzo a mostrarem uma textura de fita. Geralmente a rocha tem uma textura granular muito
fina. Outros minerais, além de 60 a 90% de quartzo, são a mica e o feldspato geralmente como
principais constituintes, enquanto a granada, biotite e/ou horneblenda ocorrem em quantidades
residuais a subordinadas (NGU, 2007).

4.2.3.1.6.2. Quartzito, mármore, rocha calco-silicatada, etc. (P2NMqz)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


Estas rochas não afloram na Sub-província geológica de Zambézia-Nampula.

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A maior proporção dessas rochas é encontrada na forma de camadas desmembradas e pods na
parte sul da folha 1635 de Milange.

*Está presente um espectro de composições, de rochas de quartzo puro e quartzitos e


mármores, evoluindo para rochas calco-silicatadas com quantidades crescentes de
componentes ferromagnesianos. Os metapelitos e anfibolitos são cartografados e descritos
separadamente, acima.
*As rochas quartzíticas assumem a forma particularmente característica de um granoblasto de
textura granular grossa, rocha de quartzo puro branco, com tamanho de grão muitas vezes > 1
cm (até quatro centímetros em alguns lugares).
*A rocha é maciça e de textura granular grossa, cristalina e muitas vezes não-foliada, embora
localmente haja uma fraca orientação paralela preferencial dos grãos de quartzo.
*As rochas de quartzo puro são encontradas numa série de localidades no oeste na folha 1635
de Milange e no leste da 1636 de Lugela-Mocuba. Estão situadas esporadicamente ao longo do
Lineamento de Liciro e são topograficamente expressas como sendo baixas, arredondadas e
colinas com vegetação bastante densa.
*Algumas rochas ricas em quartzo apresentam-se bandadas e contêm camadas de granada,
hiperstena e minerais opacos alternadas com bandas de quartzo e parecem ser quartzitos de
piroxena-granada bandados e metamorfoseados, semelhantes a gonditos (NGU, 2007).

4.2.3.1.6.3. Gnaisse metapelítico, migmatito (P2NMpt)


Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
Estas rochas não afloram na Sub-província geológica de Zambézia-Nampula.

Sub-província geológica de Niassa - Cabo Delgado


O gnaisse metapelítico e o migmatito afloram a sul da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL)
nas folhas 1437 de Malema e 1438 de Ribáuè-Mecuburi.
Nesses locais, geralmente formam corpos de dezenas de metros a quilómetros em termos de
escala, mas foram observadas lentes a nível local maiores, com dimensões até 20 km de
comprimento (por exemplo, no canto sudoeste da folha 1438).

*Que incorporam verdadeiras rochas metapelitos com paragnaisses de quartzo-feldspato-mica-


granada ± sillimanite ± cordierite (?).
*Os gnaisses são invariavelmente bastante migmatizados, e localmente diatexíticos. Na grande
massa que aflora em torno de UTM 37S 400.000 8.370.000, grandes massas de anfibolito
granatífero, foram registadas granadas com até 5 cm de diâmetro, perto de lentes de quartzito
desmembradas. Estas características indicam que esta unidade tem uma origem claramente
meta-sedimentar.
*As rochas são gnaisses pelíticos típicos, sendo heterogranulares, com tamanhos de grão que
variam de <0,5 a 5 mm e com texturas de seriada a interlobada de gelifluxão. O fabric é
definido pela orientação da biotite e por um bandado composicional gradacional. As amostras
contêm frequentemente grandes porfiroblastos de feldspato potássico, com quartzo e
plagioclase (às vezes com texturas mirmequíticas) e grãos de granada de até 5 mm de diâmetro,
inseridas numa matriz de textura granular mais fina. Os porfiroblastos de granada normalmente
contêm inclusões de biotite e quartzo e são geralmente rodeados por uma orla de plagioclase.
* As principais fases minerais presentes são quartzo, ortoclase, plagioclase, biotite e granada,
com quantidades menores de minerais opacos e vestígios de apatite, zircão e monazite (NGU,
2007).

4.2.3.1.6.4. Gnaisse ultramáfico (P2NMam)


Gnaisse máfico (P2NMmam) e ultramáfico (P2NMug) = CGS, 2007 ou Gnaisse anfibolítico,
anfibolitos granatíferos (P2NMam)

Sub-província geológica de Zambézia - Nampula


As rochas máficas são comuns em todos as cinturas supracrustais, mas são especialmente
dominantes em conjunto com rochas ultramáficas ao longo da Zona de Cisalhamento da
Namama (NSZ). Estas rochas foram agrupadas como a Formação da Morrua por Aquater
(1983).

*Os meta-basitos do Grupo do Molócuè são dominados por anfibólitos mas incluem meta-
gabro, gnaisse de anfíbolo-epídoto-piroxena-granada, bem como talcoxisto, xisto clorítico,
xisto antofilítico, rocha epidótica, piroxenito e dunito (Aquater, 1983; Cadoppi et al.1987) e
também gnaisses pouco magnéticos contendo talco-tremolite (CGS, 2007).
*Os anfibolitos estão expostos com gnaisses quartzo-feldspáticos e granulitos máficos
(horneblenda, clinopiroxena, plagioclase, epídoto, biotite, titanita ± granada, quartzo) como
afloramentos pouco expostos de tamanho pequeno e descontínuos. O anfibolito preto
esverdeado bem bandado está intercalado com gnaisse quartzo-feldspático em camadas com 15
a 150 cm de espessura (meta-riólito).
*Geralmente, o quartzito encontra-se exposto com as rochas ultramáficas. Isto ilustra
parcialmente a deposição contemporânea das extensas rochas metavulcânicas félsicas e das
lavas máficas com o início da deposição da série sedimentar, há cerca de 1090 Ma. Em certos
locais, os veios de quartzo ptigmáticos são paralelos ao bandado, apresentando-se ambos
deformados pela acção de vários eventos.
*Os grãos idioblásticos da titanite exibem orientação indiferenciada para a foliação anfibolítica
mais antiga, apesar de afectados pelo dobramento desta. Nos anfibolitos ou granulitos com
mais piroxena, o anfíbolo é substituído pela clinopiroxena, uma vez que esta contém muitas
zonas com vestígios de horneblenda e a rede de piroxena porfiroblástica inclui grãos de
plagioclase alongados de orientação preferencial. A borda dos grãos é muito irregular e, em
certas zonas, revela uma textura amebóide. Em certas locais, o alinhamento dos novos grãos de
piroxena atravessa a foliação anfibolítica.
*Na maioria dos casos, a calcite está associada a minerais paragenéticos, que contêm o último
desenvolvimento piroxénico.
*Pensa-se que a textura anfibolítica e os minerais metamórficos com titanite associada nas
rochas máficas, bem como os veios de quartzo de menor foliação, foram originados antes da
ocorrência do respectivo dobramento. As condições foram subsequentemente favoráveis ao
desenvolvimento de clinopiroxena com calcite e de magnetite com biotite, como eventos de
metamorfismo progressivo, e de epídoto, como evento de metamorfismo retrógrado.
*As amostras de anfibolitos e horneblenditos do Grupo de Molócuè revelam sobretudo basaltos
toleíticos (CGS, 2007).
Sacchi et al. (1984) consideram estes gnaisses metabásicos e ultrabásica parte de uma
sequência metaofiolítica.

Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


*Os gnaisses metabásicos ocorrem por entre os gnaisses supracrustais da sequência de gnaisses
bandados, numa escala de metros a quilómetros. Em Milange, na margem oeste do Complexo
de Nampula, aflora um corpo de anfibolito notavelmente extenso (folha 1635).
*A enorme massa anfibolítica de morfologia lenticular a sudoeste de Milange, na folha 1635,
compõe-se de anfibolito maciço, foliado a bandado, com textura granular média, com
plagioclase e horneblenda, em proporções de cerca de 50% de cada. Alguns afloramentos
contêm também biotite. As rochas são tipicamente migmatíticas, com leucossomas com textura
granular grosseira, contendo até 10% de anfíbolo com quartzo e plagioclase.
*Na folha 1339, Montepuez, observou-se um afloramento (na localização UTM 37S, 596024,
8466318). O afloramento revela um gnaisse bandado, migmatítico, mas razoavelmente
homogéneo (com base na observação à escala do afloramento). Contém bandas alternadas de
quartzo-plagioclase e biotite-horneblenda com 2-3 cm de espessura e, em algumas zonas,
existem veios (neossomas) de quartzo e feldspato relativamente grosseiros.
*Na folha 1340, Mecufi, ao longo da estrada para norte entre Mazua e Chipene (UTM 37S,
646667, 8453912), ocorrem algumas lentes. O afloramento revela um gnaisse máfico com
textura granular fina, rico em magnetite e apresentando entre foliação densa e um conteúdo
maciço de piroxena (NGU, 2007).

4.2.3.1.6.5. Gnaisse quartzo-feldspático (P2NMsb)

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Estas rochas não afloram na Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula.

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Há presença de gnaisse quartzo-feldspático com sillimanite na parte sul da folha 1340, Mecufi.
Penetra para oeste, na folha 1339, Montepuez.
*Trata-se de uma rocha de tom cinzento claro-esbranquiçado, geralmente migmatítica, com
abundantes lentes quartzo-feldspáticas irregulares com muscovite e agulhas de sillimanite, que
podem atingir até alguns centímetros em agregados similares a feixes. A sillimanite está
adicionalmente presente em agulhas com textura granular mais fina, dispersas pela rocha. A
muscovite também é comum, sob a forma de pequenos flocos espalhados pela rocha. Em
muitas zonas, a granada é presença comum, sob a forma de porfiroblastos de 1-3 mm dispersos
por entre a rocha (NGU, 2007).

4.2.3.1.6.6. Gnaisse biotítico bandado, migmatito (P2NMgmc)

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Estas rochas não afloram na Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula.

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O gnaisse biotítico bandado e o migmatito ocupam vastas áreas do rebordo ocidental do
Complexo de Nampula (Milange, folha 1635). Para leste, nas folhas 1535/36, Insaca/Gurue, e
1636, Lugela/Mocuba, forma cinturas relativamente pequenas e desagregadas, assim como
massas de morfologia lenticular.

*A unidade é constituída por gnaisses quartzo-feldspáticos com bandas nítidas (com


estratificação a todas as escalas, de milímetros a metros), de composição heterogénea, amiúde
com dobramento complexo e geralmente cinzentos, com biotite ± horneblenda e, pouco
frequentemente, granada.
A mineralogia típica compreende quartzo, plagioclase (antipertítica em certas zonas), feldspato
potássico (frequentemente, ortoclases ou microclina pertíticas), ~ 10% biotite castanha
(frequentemente parcialmente cloritizada, com presença rara de agulhas de rútilo exsolvidas),
horneblenda e clinopiroxena ± castanha a verde-azeitona (quase sempre parcialmente alterada
para horneblenda, em certas zonas sob a forma de halos de alteração), juntamente com
minerais opacos secundários, alanite, titanite, zircão e apatite. Algumas rochas contêm grãos de
granada anédricos, presentes por inclusão. Foi também observada escapolite. Observaram-se,
de igual modo, ortopiroxena e clinopiroxena em bandas mais máficas, indício de que, pelo
menos em certas zonas, se formaram condições para a ocorrência de fácies granulíticas. Em
certos pontos, os minerais secundários incluem quantidades reduzidas de muscovite e
carbonatos.
*Estes gnaisses tendem a conter um número reduzido de rochas monominerais de origem
claramente metassedimentar, como quartzito e mármore, embora se tenham encontrado bandas
finas de muscovite com mármore na sequência.
*As bandas mais máficas apresentam-se tipicamente com textura granular média a fina, com
ortopiroxena, clinopiroxena (normalmente, poeciloblástica), plagioclase e biotite abundantes,
em conjunto com quantidades menores de apatite e minerais opacos.
*As camadas máficas estão presentes numa escala de metros, interbandadas com gnaisses
granatíferos bandados.
*Os gnaisses bandados são tipicamente muito migmatizados (NGU, 2007).

**Há outras zonas de afloramento de gnaisse biotítico bandado e migmatito (P2NMgmc) nas
folhas mais a Este (Montepuez, folha 1339, Mecufi, folha 1340). Aqui, o gnaisse biotítico
bandado ocorre numa grande unidade, localizada sobretudo na margem norte do Rio Lúrio,
juntamente com mármores e paragnaisses ricos em quartzo, perto do contacto com o Complexo
de Ocua.
**Há outros horizontes de gnaisse biotítico na parte sul da folha 1340, Mecufi, em geral em
ocorrência conjunta com gnaisse quartzo-feldspático com sillimanite (P2NMsb).
A unidade varia consideravelmente de aspecto perto do Rio Lúrio. Perto do seu limite, a leste,
(UTM 37S 622000, 8502000), apresenta-se com textura granular bastante fina, granatífera,
com bandado à escala de milímetros. Em certas zonas, contém camadas ricas em quartzo.
Apresenta dobramento intenso em certos pontos.
**Mais para oeste, na estrada principal para Namapa, esta unidade de gnaisse biotítico regista
dobramento, convertendo-se numa extensa (10 km) e compacta estrutura dobrada, marcada por
um grande horizonte de mármore (UTM 37S 598000, 8498000).
**Nesta área, há alguns afloramentos de gnaisse biotítico bandado com bandas leucocráticas e
melanocráticas, numa escala de 1-10 dm, e com duas gerações de dobras e fases migmatíticas.
**Outros afloramentos (UTM 37S 591832, 8493078) contêm grafite sob a forma de flocos de
1-3 mm, ao passo que outros ainda contêm finas bandas de mármore (NGU, 2007).

**Com base na natureza destes gnaisses, com bandado composicional a diferentes escalas,
presença de grafite e camadas de mármore finas, não há dúvida de que os gnaisses biotíticos
bandados têm uma origem sedimentar.

4.2.3.1.6.7.4.2.3.1.6.7. Quartzito (meta-arcose/quartzito ferruginoso) (P2NMsg)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


*Segundo Macey et al. (2006b), no Grupo de Molócuè ocorrem bandas de quartzito de tom
branco a castanho-claro avermelhado e negro e bandas de quartzito ferruginoso sob a forma de
camadas granulares, delgadas, descontínuas, de grão fino a grosseiro, com menos de 1-2
metros de largura e um alcance que pode atingir 5 m.
*O quartzito negro contém quantidades variáveis de magnetite. O quartzito típico compõe-se
de quartzo (até 90%), com os seguintes minerais subordinados: granada, magnetite, muscovite
e, ocasionalmente, anfíbolo e feldspato. O quartzo apresenta-se sobretudo leitoso, embora, em
regra, haja presença menor de quartzo límpido e quartzo defumado.
*Em certas zonas, observam-se texturas poligonais granoblásticas "mortar". Foram igualmente
observadas fracturas com micro-brechas e óxido de ferro. Nas zonas onde a cristalização é
menos pronunciada, ocorrem grãos maiores de muscovite e biotite. A biotite é substituída por
muscovite e, em certas zonas, por cloritóide. Em certas áreas, a granada pode constituir até
25% da matriz, geralmente associada com porfiroblastos anfibólicos poecilíticos alinhados
(Macey et al., 2006b).
*A alternância de quartzito com camadas ou laminações ricas em granada e/ou magnetite deve
reflectir bandado composicional primário. Os veios no quartzito bandado compõe-se de um
núcleo de calcite ± quartzo e margens de hematite. A ocorrência da unidade de quartzito/meta-
arcose/quartzito ferruginoso (P2NMsg) está limitada a uma ocorrência de meta-arenitos
foliados, com textura granular fina e tom rosa a castanho-claro na folha cartográfica 1735
(GTK, 2007).
*As bandas de quartzito e quartzito ferruginoso (Formações Ferríferas Bandadas - BIF) do
Grupo de Molocuè geralmente formam camadas descontínuas finas, com menos de um ou dois
metros de espessura, com um alcance que pode atingir 5 m. A direcção destes quartzitos é
difícil de determinar devido à dimensão limitada dos afloramentos. As texturas oscilam entre o
fino e recozido até granular grosseiro, e a cor varia do branco ao castanho-avermelhado claro e
ao negro. Em afloramentos recentes, a rocha é geralmente branca leitosa a vidrada, podendo
também exibir tons laranja devido à oxidação ferrosa. A variedade negra deve-se ao conteúdo
variável de magnetite.
*O quartzito típico compõe-se de quartzo (até 90%), com os seguintes minerais subordinados:
granada, magnetite, muscovite e, ocasionalmente, anfíbolo e feldspato. Os grãos de quartzo são
normalmente alongados e anédricos, com formas amebóides e bordas irregulares. Parte do
quartzito sofreu recozimento, formando grãos entre 5 e mais de 10 mm de tamanho. O quartzo
apresenta-se sobretudo leitoso, embora, em regra, haja presença de quartzo límpido e quartzo
defumado em quantidades reduzidas.
*Nas zonas onde a cristalização é menos pronunciada, ocorrem grãos maiores de muscovite e
biotite. A biotite é substituída por muscovite e, em certas zonas, por clorite. A magnetite e a
granada formam filonetes menores paralelos, com textura granular fina anédricos a cúbicos
idioblásticos e octaédricos, definindo o fabric regional penetrativo.
Normalmente, ambos os minerais estão presentes. A granada isolada tem um carácter fibroso,
com trilhas de agregados de grãos que evoluem transformando-se em granadas fundidas
porfiroblásticas alongadas, integrando relíquias de quartzo. A granada perfaz até 25% da
matriz, estando geralmente associada a porfiroblastos anfibólicos poecilíticos alinhados (CGS
2007).

Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas não afloram na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado

4.2.3.1.6.8. Gnaisse quartzo-feldspático-hornebléndico leucocrático e migmatito


(P2NMlcm)

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Estas rochas não afloram na Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula.

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Estas rochas são superficialmente semelhantes à unidade P2NMlc, com a excepção de que
contêm horneblenda e não possuem o característico fabric reticular.

*A unidade está limitada a alguns corpos lenticulares alojados nos gnaisses bandados da folha
1437, Malema, e a uma pequena lente na folha 1438, Ribáuè-Mecuburi, (imediatamente a sul
da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL)).
*As rochas compõem-se de gnaisse leucocrático cinzento, com textura granular grosseira a
média, fortemente foliado, mas não muito bandado, com pequenas quantidades de anfíbolo,
camadas ricas em anfíbolo e schlieren (±biotite).
A magnetite é muitas vezes visível nos afloramentos. Os grãos de anfíbolo são frequentemente
muito alongados e definem um fabric linear proeminente. Apesar de geralmente leucocráticos,
alguns afloramentos exibem camadas com 5-15 cm de espessura ricas em anfíbolo, com biotite
subordinada. Estas camadas apresentam-se frequentemente com dobra isoclinal e
entrecortadas.
*O gnaisse é, em geral, variavelmente migmatítico, com leucossomas róseos com textura
granular grosseira, camadas paralelas e contendo horneblenda. Muitos afloramentos incluem
igualmente finos diques graníticos, apresentando também transposição paralela em relação ao
fabric dominante, em conjunto com veios, fragmentos e segregações pegmatíticos discordantes
(NGU, 2007).

4.2.3.1.6.9. Mármore (P2NMma)


Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
Apenas ocorrências de mármore de pequenas dimensões (P2NMma) foram observadas na folha
cartográfica 1735 (cerca de 15 km a nordeste e 15 km a sul do Monte Morrumbala).

*No Distrito de Corrane, existe um discreto corpo de mármore com textura granular grosseira e
matiz cinzento-claro a branco.
*Segundo os dados reportados, o mármore ocorre sob a forma de bandas e lentes, em gnaisses
de alto grau (GTK, 2006).
**O mármore liberta um forte odor sulfuroso quando quebrado. A rocha é dominada por
calcite, mas inclui também conteúdos variáveis de fosterite, diópsido, tremolite e flogopite
incolor. A presença de fosterite e diópsido aponta para temperaturas de metamorfismo muito
acima dos 600 ºC. O metamorfismo retrógrado é relativamente insignificante e observável no
baixo grau de serpentinização de fosterite e na alteração da flogopite em clinocloro.
**As camadas marmóreas leucocráticas, pequenas e homogéneas, com textura granular fina a
média, contêm mais de 90% de calcite, quartzo, mica, plagioclase, clorite, flogopite, titanite e
minerais opacos (Aquater, 1983; CGS, 2007).

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O mármore está presente na parte norte do Complexo de Nampula, na folha 1339, Montepuez,
logo a norte de Namapa, numa unidade com dobramento apertado, juntamente com gnaisse
biotítico bandado (P2NMgmc) e rochas quartzíticas (P2NMqq).

*O mármore é cristalino de grão médio a grosseiro, com grãos de calcite de 1-40 mm, que
variam em tom do branco puro ao acinzentado. Normalmente, contém grãos de grafite com
dimensões da ordem dos milímetros, mesmo nas variedades mais alvas. Os outros minerais
acessórios incluem flocos amarelados de flogopite, grãos de diópsido de tom azul-claro a
esverdeado e alguma apatite. As agulhas de tremolite são comuns em camadas com um maior
grau de impureza (NGU, 2007).

4.2.3.1.6.10. Leucognaisse granatífero (P2NMglc)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


Estas rochas não afloram na Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula.

Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


.

*Compõe-se de gnaisse quartzo-feldspático-granatífero, caracteristicamente branco e


meteorizado, heterogranular, geralmente com textura granular média, com um conteúdo
reduzido de biotite (amiúde <2%), presente em certas zonas sob a forma de finos schlieren e
feixes.
As granadas formam características fiadas de diminutos grãos arredondados (com dimensões
da ordem dos milímetros), que, em grande medida, definem o fabric. Agregados de granada-
biotite que podem atingir 1 cm ocorrem em certas zonas.
*Noutros afloramentos, os gnaisses apresentam maior bandado, com leucognaisses granatíferos
a alternar com leucognaisses mais ricos em biotite, com a granada ausente ou presente apenas
em quantidades reduzidas. A sua composição é amplamente leucogranítica, com 35% de
quartzo, quantidades praticamente iguais de feldspato potássico e plagioclase (30% cada), um
conteúdo inferior de biotite e minerais opacos (2% cada) e alguma muscovite secundária.
*Em certas zonas, as rochas são também miloníticas, com desenvolvimento de quartzo fitado.
Os gnaisses são o equivalente dos “leptitos” da carta BRGM (1989) e da “Formação de
Mamala” de Aquater (1983) (NGU, 2007).

4.2.3.1.6.11. Rochas metacarbonatadas e calco-silicatadas (P2NMcm)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


Na sub-província de Nampula, observam-se raramente calcários metamorfoseados, dolomitos e
margas. De facto, apenas dois polígonos muito pequenos são assinalados nas cartas geológicas
à escala de 1 : 250 000 em anexo. À excepção destes, os meta-carbonatos estão limitados a
camadas raras alojadas noutros tipos de rochas da sequência metassedimentar do Grupo de
Molocuè.

*Foi observado gnaisse calco-silicatado fortemente bandado perto da aldeia de Uape (Gilé,
folha 1638).
*A rocha compõe-se de bandas (1-5 mm) alternadas, ricas em horneblenda-epídoto e quartzo-
feldspato. A rocha é constituída por horneblenda (15%, 1–4 mm) inserida numa matriz
grosseiramente equigranular (0,5–3,0 mm) de epídoto (20%), feldspato potássico, (10%),
quartzo (35%), plagioclase (5%), calcite (1%) e titanite (4%). Grãos prismáticos de tremolite-
actinolite (10%) parecem sobrepor-se à horneblenda. A apatite e os minerais opacos
apresentam-se em quantidades residuais. *Foram observados calco-silicatos nas imediações
dos mármores e rochas metassedimentares do Grupo de Molócuè, onde, por entre a floresta,
formam afloramentos muito baixos e meteorizados, de tom verde escuro-cinzento, que não
excedem os 2 m de comprimento.
*As rochas mais representativas são melanocráticas, com textura granular média, bem foliadas
e, em certas zonas, extensivamente alteradas. As rochas menos alteradas possuem uma textura
granoblástica e compõem-se de plagioclase (bytownite), clinopiroxena substituída em grau
variável por horneblenda verde-escura ou castanha, e titanite de tom rosa-claro. A profunda
alteração destas rochas levou à formação de grandes volumes de clorite incolor, com textura
granular grosseira e rica em Mg, juntamente com fina actinolite acicular. Verifica-se também a
presença de algum epídoto anédrico, de zonamento complexo, bem como de alguma calcite
com textura granular grosseira.
*Nestes calco-silicatos alterados, a titanite é visivelmente mais grosseira que nas rochas menos
alteradas (CGS, 2007).

Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas não afloram na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado

4.2.3.1.7. Suíte de Culicuí (P2NMga)


A Suíte de Culicuí inclui as seguintes unidades litoestratigráficas e membros rochosos:

Diques e boudins metabásicos


*Gabro e diorito (P2NMgab)
Suíte de Culicuí (P2Nmga):
*Gnaisse ocelado (P2NMga)
**Gnaisse leucocrático (P2NMyg)
**Gnaisse granítico megacrístico (P2NMal) (1077+-26)
*Charnoquito (P2NMch)
*Gnaisse granítico com feldspato potássico rosa fortemente foliado (P2NMfgr)

Os corpos concordantes de morfologia laminar e lenticular de ortognaisse granitóide da Suíte


de Culiculí representam uma das unidades litológicas mais volumosas e difundidas do
Supergrupo de Nampula (na região de Nampula-Zambézia).

*No terreno, as rochas da Suíte de Culicuí distinguem-se dos ortognaisses de Mocuba e Rapale
pela sua cor, composição granítica a leucogranítica, episódio aparentemente único de
deformação e natureza migmatítica muito pouco acentuada. *Os granitóides da Suíte de
Culicuí exibem cores características entre o amarelo camurça e o castanho avermelhado, ao
contrário dos tons de cinzento dos gnaisses de Mocuba.
*Localmente, são também observados metagranodioritos, metadioritos e metagabros com
texturas gnáissicas semelhantes, mas ainda não há certezas se podem ser atribuídas à Suíte de
Culicuí (Macey et al., 2006b).
*Os gnaisses graníticos megacrísticos, os gnaisses ocelados graníticos e os gnaisses ocelados
graníticos com raias leucocráticos, de tom rosa pálido, laranja-claro ou creme da área de
Nampula-Zambézia consistem principalmente em feldspato potássico (~ 40-60%, geralmente
micropertite, como megacristais e na matriz), quartzo (15-30%), plagioclase (~10%), biotite
(10-15%), magnetite (1%) e quantidades reduzidas de horneblenda ou hiperstena.
*A presença de minerais máficos é variável, mas estes raramente ultrapassam os 15%. Os
minerais acessórios principais incluem apatite, titanite, minerais opacos e zircão.
*Os ortognaisses graníticos são consideradas as rochas mais resistentes da região de Nampula-
Zambézia e muitas das regiões montanhosas e inselbergs consistem em rochas da Suíte de
Culicuí.

A descrição seguinte não corresponde a uma sequência estratigráfica (CGS, 2007).

4.2.3.1.7.1.
(também: Gnaisse equigranular)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


Estas rochas estão identificadas nas folhas cartográficas 1738 e 1638.

*Segundo Macey et al. (2006b), trata-se de gnaisses graníticos megacrísticos que apresentam
deformação e cisalhamento, com megacristais de ortoclase tabulares geminados de cor rosa (5
– 50%, cerca de 10 x 25 mm), alojados numa matriz com foliação com raias, de quartzo-
feldspato-biotite de grão grosseiro e tom rosa a cinzento.
*Os gnaisses graníticos megacrísticos distinguem-se dos verdadeiros gnaisse ocelado pelo
facto de uma proporção significativa dos megacristais de feldspato potássico não ter sofrido
recristalização e exibir geminação. Os gnaisses graníticos megacrísticos deformados ocorrem
sobretudo sob a forma de vários plutões ovóides de grandes dimensões (até 20 km de
comprimento), com longos eixos paralelos à foliação regional, que caracteristicamente afloram
sob a forma de extensas cadeias montanhosas proeminentes.
*A maioria dos gnaisses graníticos com textura granular média formam pequenos corpos
tabulares de dimensão demasiado reduzida para poder ser ilustrada na carta à escala 1:250 000.
*Uma excepção é o plutão de Inricui, que forma um plutão alongado de 50 km de comprimento
e orientação leste-nordeste, estendendo-se do sul do Alto Ligonha ao norte de Murrupula. Este
granito equigranular leucocrático deformado de tom cinzento, esbranquiçado ou rosa-claro e
com textura granular média compõe-se de raias orientadas de quartzo tabular ou acicular (0,75
x 3,00 mm, 25%) e grãos ovóides ou ocelos feldspáticos (60–65%), envolvidos por lâminas
anatomizantes de bitotite lepidoblástica (5–15%).
*Vestígios de magnetite são também visíveis nos afloramentos.
*A orientação preferencial do longo eixo dos minerais dominantes define uma foliação planar
de penetração forte (CGS, 2007).

Na região ocidental da sub-província geológica de Zambézia-Nampula estas rochas afloram


apenas em áreas muito limitadas.
Estes ortognaisses ocupam áreas relativamente pequenas nas folhas 1635 e 1636, onde ocorrem
sob a forma de corpos planos relativamente pequenos (à escala de 10 km ou menos), bem
foliados, que parecem intruir os gnaisses supracrustais.
Não foi possível estabelecer relações com outras unidades ortognáissicas da área.

*Os gnaisses são relativamente homogéneos e equigranulares, com textura granular média a
grosseira, compondo-se de 20-30% de quartzo, ~50% de microclina pertítica, com plagioclase
saussuritizada subordinada, 5-10% de horneblenda verde (às vezes com finas orlas de
clinopiroxena, possivelmente indicando metamorfismo progressivo pós-intrusão), biotite
cloritizada, muscovite secundária e minerais opacos acessórios, titanite, apatite e zircão (NGU,
2007).

Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


Não se conhecem gnaisses graníticos de feldspato potássico de tom cor-de-rosa e fortemente
foliados (P2NMfgr) na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado.
4.2.3.1.7.2. Charnoquito (P2NMch)
Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
Os charnoquitos ocorrem sob a forma de corpos alongados associados a gnaisse biotítico
bandado e migmatito (P2NMgm) (folha 1735) e gnaisses leucocráticos da Suíte de Mocuba
(folha 1736).

*A unidade consiste em gnaisses de alto grau, granulitos e charnoquitos, dobrados e


boudinados em conjunto.
*As rochas são de composição quartzo-feldspática com piroxena e quando, alteradas, exibem
uma tonalidade acastanhada (GTK, 2006). Afloram sobretudo na parte ocidental da sub-
província Geológica de Nampula-Zambézia (especialmente entre Socone e Errego).
*Thomas et al (2005) reportaram que os ortognaisses charnoquíticos incluem quartzo,
ortoclase, plagioclase antipertítica, ortopiroxena porfiroblástica e horneblenda e minerais
acessórios. A charnoquitização forma normalmente pequenas secções com a rocha
metamorfoseada, exibindo um tom castanho-esverdeado a castanho-escuro e um brilho ceroso.
A natureza gradativa dos contactos entre partes charnoquíticas e não-charnoquíticas do
afloramento sugere que os fragmentos com ortopiroxena se desenvolveram em resultado de um
evento de charnoquitização mais recente, possivelmente Pan-Africano Superior, que poderá
estar relacionado com a charnoquitização do gnaisse de Rapale.

Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


Apenas se reconhecem dois tipos característicos na sub-província geológica de Niassa-Cabo
Delgado

*Ambos são gnaisses ocelados com textura granular grosseira. Em certas zonas, os gnaisses
ocelados exibem fragmentos charnoquitizados e, em alguns pontos, foi possível indicar a
"fácies" charnoquítica.

*A parte mais significativa da Suíte de Culicuí nesta área ocorre como corpos planos de
gnaisse ocelado granitítico biotítico com textura granular grosseira, com um desenvolvimento
charnoquítico sob a forma de salpicos irregulares.
*Ao longo da área, estão presentes intrusões de morfologia laminar e sobretudo tabulares desta
unidade a todas as escalas, indo de enormes corpos com mais de 1000 km2 de extensão a
lâminas com alguns metros, ou menos.
*Com bastante frequência, as lâminas de gnaisse ocelado preservam contactos intrusivos com
as rochas encaixantes (principalmente ortognaisses e gnaisses supracrustais da Suíte de
Mocuba), mas a sua instalação ocorreu num plano sub-paralelo às camadas pré-existentes e
todas as rochas sofreram deformação posterior conjunta.
*Aqui, os gnaisses ocelados apresentam textura granular grosseira e tom róseo acinzentado,
com ocelos rosa microclínicos micropertíticos (alguns com granulação marginal parcial) e
megacristais com um diâmetro que pode atingir 5 cm (com uma média de 2 cm), com quartzo,
plagioclase subordinada, biotite castanha ± horneblenda verde e, como minerais acessórios,
titanite, alanite, apatite, zircão e minerais opacos. O fabric forte é definido pela orientação da
biotite e pelos filamentos de horneblenda à escala de centímetros, onde estejam presentes.
*Os gnaisses apresentam deformação variável, indo mesmo (muitas vezes num único
afloramento) de granitos megacrísticos pouco foliados e feldspato potássico rectangular a
gnaisse ocelado de forte cisalhamento com porfiroclastos lensoidais de feldspato potássico
marginalmente granulados e recristalizados.
*A fase charnoquítica compõe-se de quartzo, ortoclase, plagioclase antipertítica, ortopiroxena
porfiroblástica (em certas zonas, anfíbolo, por acção de metamorfismo retrógrado),
horneblenda castanha e minerais acessórios.
*A relação exacta entre as fases charnoquíticas e não-charnoquíticas não é todavia clara, mas
no terreno os contactos revelam-se geralmente gradativos e desiguais, o que indicaria que as
rochas com ortopiroxena são o resultado de um processo de charnoquitização posterior, que se
sobrepôs aos gnaisses ocelados durante um evento posterior de desidratação de alto nível.

*Por outro lado, grandes massas com várias centenas de quilómetros de comprimento, como,
por exemplo, as observadas nas cadeias montanhosas de orientação leste-oeste perto de
Namarroi, podem ser charnoquitos ígneos primários.

Alguns corpos menores de granulito charnoquítico (P2NMch) foram igualmente identificados


no Complexo de Nampula, nas folhas 1339, Montepuez, e 1340, Mecufi.

*Contêm grãos de ortopiroxena que podem atingir alguns centímetros e, também, alguma
biotite e anfíbolo, para além de quartzo e feldspato.
*Em certas zonas, estão presentes granadas minúsculas.

Os granulitos variam de forma, entre bastante homogéneos e pouco foliados a deformados e


bandados.
*Alguns afloramentos revelam algum grau de retrogressão associada a forte deformação.
*Os corpos são interpretados como grandes boudins dentro do maciço de gnaisse granítico a
granodiorítico (NGU, 2007).

4.2.3.1.7.3. Gnaisse ocelado (P2NMga) (1042 –1087 Ma, U-Pb)


(Gnaisse ocelado com encraves locais de charnoquito e migmatito ou ortognaisse granítico
ocelado e ocelado com raias, ou gnaisse ocelado com charnoquito)
Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
Gnaisse ocelado e migmatitos (P2Nmga) ocorrem nas seguintes folhas cartográficas: 1735,
1736, e 1737.

*Em algumas zonas, a rocha está associada a milonito com bandado nítido, exibindo uma
alternância de bandas rosa, graníticas e cinzento-escuro ricas em biotite e laminações com
dimensões que variam de milímetros a centímetros.
*Existem, ainda, variedades migmatíticas com veios graníticos em associação com gnaisses
graníticos rosa e gnaisses ocelados com textura granular grosseira (folha 1736), também com
uma composição granítica.
*Os gnaisses ocelados graníticos são intensamente foliados, com um fabric planar penetrativo
definido por superfícies ricas em biotite, que anastomizam em torno de ocelos altamente
achatados ou agregados em forma de ocelos com raias, compostos de feldspato e quartzo de
recristalização dinâmica, e, em certos pontos, os envolvem firmemente.
*O tamanho e as formas dos ocelos variam significativamente, dependendo da deformação
volumétrica dos gnaisses. Em geral, os ocelos são ovóides e têm aproximadamente 0,8–1,5 cm
de comprimento, embora se tenham observado ocelos maiores, medindo até 3 cm.
*As proporções variam de afloramento para afloramento, indo de gnaisses onde as raias estão
quase ausentes a gnaisses raiados com 50% de ocelos. O tamanho do grão na matriz
equinogranular e nos agregados quartzo-feldspáticos recristalizados é, tipicamente, de 0,5–2,0
mm (CGS, 2007).

Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas não afloram na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
4.2.3.1.7.3.1. Gnaisse granítico megacrístico (P2NMal)
(Ortognaisse leucogranítico) (1077+-26 M.a.)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


*Ocorrem gnaisses graníticos leucocráticos quartzo-feldspáticos de matiz laranja-claro a creme
intimamente associados e, por vezes, intercalados com os ortognaisses graníticos, mas é
possível distingui-los com base no seu baixo teor de minerais máficos (<5%).
*Adicionalmente, os gnaisses leucocráticos exibem, em geral, texturas equinogranulares com
raias em vez de texturas gnáissicas ocelares, pese embora se observem, por vezes, camadas
com ocelos.
*A forte foliação raiada dos gnaisses graníticos leucocráticos quartzo-feldspáticos é
representada por delgadas (~ 2-4 mm) bandas paralelas de feldspato e quartzo granoblástico
equigranular (0,8 mm), intercaladas com finas (0,5–1,0 mm) raias de biotite negra em número
reduzido.
*Em certas zonas, as raias de biotite são descontínuas e formam agregados tabulares com cerca
de 3-5 cm de comprimento, que conferem ao gnaisse uma textura "estilhaçada" (CGS, 2007).

Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


Esta unidade tem a sua máxima extensão na área a sul do Zona de Carreamento do Lúrio
(ZCL). Estas rochas afloram apenas em áreas reduzidas na sub-província geológica de Niassa-
Cabo Delgado

4.2.3.1.7.3.2. Gnaisse leucocrático (P2NMyg)


(Gnaisse megacrístico deformado)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


*Os gnaisses graníticos megacrísticos distinguem-se dos verdadeiros gnaisses ocelados pelo
facto de uma proporção significativa dos megacristais de feldspato potássico não se
apresentarem recristalizados e geminados.*Os gnaisses graníticos megacrísticos deformados
estão presentes principalmente sob a forma de vários plutões ovóides de grandes dimensões
(cujo comprimento pode atingir 20 km), com eixos longos paralelos à foliação regional, que
caracteristicamente afloram como extensas cadeias montanhosas proeminentes (folhas 1537 e
1538, Murrupula = Plutões de Muato, M’Umpala, Namachuca e Namulis) (CGS, 2007).

Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


Estas rochas não afloram na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado

4.2.3.1.7.4. Gabro e diorito (P2NMgab)

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


Afloramentos gabróicos na folha cartográfica 1735.

*No leito dos rios Mucombézi e Cuácula localizam-se metagabros com textura granular média,
parcialmente meteorizados e frequentemente contendo quartzo com deformação variável.

4.2.3.1.7.5. Diques e boudins metabásicos

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


*As rochas mesoproterozóicas da Suíte de Mocuba, do gnaisse de Rapale, do gnaisse de
Mamala e da Suíte de Culicuí contêm, em certas zonas, camadas com dobra para o interior,
lentes descontínuas e boudins ovóides de anfibolito melanocrático e rocha rica em biotite, que
se crê representarem diques máficos pré-tectónicos.
*As inclusões máficas variam em comprimento e largura de alguns metros a cerca de 1 m,
incluindo frequentemente fabrics xistosos penetrativos (CGS, 2007).

4.2.3.1.8. Grupo de Mécuburi (P3CB)


(Complexo de Mécuburi)

O Complexo de Mécuburi é composto pelas seguintes unidades:

Grupo de Mécuburi (P3CB)


*Gnaisse biotítico (P3CBbg)
*Rocha gnáissica metassedimentar (P3CBco)

A principal região de afloramento do grupo situa-se na sub-província geológica de Niassa-


Cabo Delgado (ver Grupo de Mecuburi na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado).
Na sub-província geológica de Zambézia-Nampula, o Grupo de Mécuburi aflora apenas na
folha 1438, Ribáuè, estendendo-se possivelmente à folha 1439, Meconta.

*Consiste, aqui, numa sequência de gnaisses quartzo-feldspático e gnaisses de conglomerados


de blocos altamente deformados (Thomas et al., 2005, 2006a e 2006b).
*Estes conglomerados contêm clastos de gnaisses granitóides e, de acordo com Thomas et al.
2005 e 2006b), terão derivado localmente dos gnaisses mesoproterozóicos subjacentes.
*Do mesmo modo, os gnaisses metassedimentares do Grupo de Molócuè (P2NMa) produziram
zircões detríticos associados às idades gnáissicas da Suíte Mesoproterozóica de Mocuba, o que
também sugere que aos gnaisses do Grupo do Molócuè subjaz, com carácter de
desconformidade, um soco da Suíte de Mocuba (CGS, 2007).

4.2.3.1.9. Grupo do Alto Benfica (P3AB) (626+-22)

A principal região de afloramento do grupo está situada na sub-província Geológica de Niassa–


Cabo Delgado (ver Grupo do Alto Benfica na sub-província Geológica de Niassa–Cabo
Delgado).
Um pequeno afloramento das rochas do Grupo do Alto Benfica situa-se nas secções ocidentais
da sub-província de Nampula, na folha 1636, Mocuba, na região cartografada pelo Consórcio
BGS-NGU (Bingen et al., 2006b; Thomas et al., 2005, 2006a, 2006b).

*A unidade compreende uma série de quartzitos não-migmatíticos, gnaisses quartzo-


feldspáticos e pseudo-conglomerados de nódulos de sillimanite, que foram sujeitos a
metamorfismo de elevado grau (CGS, 2007).

4.2.3.A. Rochas granitóides (Ca) do Pan-Africano Superior na sub-província geológica de


Zambézia-Nampula e nas regiões adjacentes

Durante as fases tardias da Orogenia Pan-Africana, volumes relativamente grandes de granitos


alcalinos e sienogranitos pouco deformados ou sem deformação do Câmbrico-Ordoviciano
intruíram as rochas gnáissicas da Cintura de Moçambique (Thomas et al., 2005; Bingen et al.,
2006b, CGS, 2007).
Os gnaisses mesoproterozóicos registaram intrusão de dois conjuntos principais de granitos
pouco deformados ou sem deformação do Pan-Africano Câmbrico Superior a Ordoviciano:

*Suíte de Murrupula (CaR)


*Suíte de Malema (CaML)
*A Suíte de Murrupula (CaR) compõe-se em grande parte de granitos equigranulares com
textura granular média a fina, embora também estejam presentes variedades porfiríticas.
*Os monzodioritos e os sienitos são raramente observados na suíte.
*Os granitos formam grandes plutões individuais (alguns com mais de 10 km de largura) e
apófises de tamanho variável, com a forma de diques e pods, que atravessam as rochas
encaixantes mais antigas.
*As rochas da Suíte de Murrupula são acídicas e só muito ligeiramente hiperaluminosas.
*Os dados geoquímicos definem uma orientação para uma série magmática alcalina e as rochas
incluem granitos, granitos alcalinos e monzogranitos.
*As rochas possuem um alto teor de K2O, LILE (sobretudo Rb, Ba, Th, K e La) e HFSE
(sobretudo Nd, Zr, Hf, Y e Eu), e um teor baixo de MgO, CaO, Na2O, MnO, P2O5 e metais de
transição (Co, Cu, Ni, V, Cr e Zn) (CGS, 2007).

A Suíte de Malema (CaML) situa-se a norte da sub-província de Nampula e caracteriza-se por


complexos anelares subcirculares a elípticos, que estão espacialmente associados à secção
ocidental menos intensa da Zona de Carreamento do Lúrio (Bingen et al., 2006b e 2006b).

4.2.3.1.10. Suíte de Murrupula (CaR)

A Suíte de Murrupula (CaR) inclui as seguintes unidades rochosas:

*Milonito (Camy)
Suíte de Murrupula (CaR)
*Sienito (CaRsy)
*Granodiorito e granito alcalino (CaRgd)
**Granito equigranular (CaRgr) e quartzo-monzonito (CaRgd)
**Granito porfirítico (CaRgr1, CaRgr2)
*Granitos (de fases intermédias iniciais) (CaRgr) (504+-12,507+-7)
**Biotite-horneblenda quartzo-monzodiorito equigranular (CaRgr)
**Quartzo-monzodiorito porfirítico (CaRgr2)
**Quartzo-monzonito porfirítico (CaRgr1)

As idades de cristalização obtidas por datação U-Pb SHRIMP no que concerne ao granito
alcalino da Suíte de Murrupula (Plutão de Ceia) revelaram a idade mais antiga de 514 ± 4 M.a.,
ao passo que o Plutão de Eupa, a fase equigranular do Plutão de Corrane e o Plutão de Nauela
obtiveram idades praticamente idênticas de 507 ± 7 M.a., 505 ± 5 M.a. e 504 ± 12 M.a.,
respectivamente. A fase equigranular do Plutão de Namaponda revelou uma idade de 497 ± 4
M.a., ao passo que o Plutão equigranular do Monte Podo obteve uma idade de 495 ± 7 M.a.,
ligeiramente mais jovem do que os restantes granitos equigranulares.
A análise dos dados referentes ao Plutão do Monte Podo proporcionou uma concórdia de 1072
± 6 M.a, sendo similar às idades de cristalização das rochas da Suíte de Culicuí (Complexo de
Nampula), no limite com o plutão a noroeste (CGS, 2007).

4.2.3.1.10.1. Granitos (de fases intermédias iniciais) (CaRgr) (504+-12,507+-7)

Os granitos do Pan-Africano Superior das fases intermédias iniciais limitam-se à Suíte de


Murrupula (CaRgr).

*Os granitóides pouco deformados ou sem deformação da Suíte de Murrupula Pan-Africana


abrangem sobretudo granitos equigranulares com textura granular média a fina.
*Os granitos formam grandes plutões individuais (alguns com mais de 10 km de diâmetro) e
apófises de tamanho variável, com a forma de diques e pods, que atravessam as rochas
encaixantes mais antigas. *Este granito forma proeminentes inselbergs (folha 1735).
*As variedades porfiríticas também ocorrem em pequenas quantidades.
Nas folhas 1737-1738 ocorrem muitos plutões de granito Pan-Africano. No limite centro-norte
da folha 1735 existe um pequeno corpo de granito não deformado, em geral porfirítico, com
intrusão em gnaisses de alto grau e granulitos, apresentando um contacto tectónico com
charnoquitos e gnaisses granulíticos.

*Este granito com textura granular grosseira, de tom avermelhado a rosa, exibe em certas
zonas bandado de fluxo magmático, como é evidenciado pela orientação preferencial dos
porfiroblastos euédricos de feldspato potássico, que atingem até 5 cm de comprimento.
*Não há indicações de deformação tectónica.
*Em certas zonas, os blastos de feldspato potássico, normalmente com uma textura Raapakivi,
exibem uma forma ovóide. *Em certas áreas, a biotite e a horneblenda são abundantes.
*Noutras zonas, observaram-se encraves máficos com porfiroblastos de feldspato potássico.
*A norte e a leste da cidade de Namacurra (folha 1737), há extracção de granitos maciços com
fenocristais rosa de feldspato potássico para uso na construção (GTK, 2006).

Foram identificados quatro tipos de rochas graníticas tectónicas tardias a pós-tectónicas:

*Sienito
*Granodiorito-monzodiorito-diorito
*Granito porfirítico
*Granito equigranular

*Do conjunto, os granitos alcalinos equigranulares com textura granular grosseira a média são,
de longe, a rocha que exibe maior prevalência, ocorrendo numa variedade de escalas, desde os
diques a meso-escala que atravessam a maioria das rochas pré-tectónicas a plutões de tamanhos
variáveis (até 40 km de extensão, tendo a maioria entre 5 e 20 km de diâmetro).
*Os granitos equigranulares estão geralmente associados a granitos porfiríticos de pequenos
fenocristais (< 10 mm), com os quais se misturam.
*Em certas zonas, há intrusão de diques de granito equigranular nas S3 bandas de
cisalhamento.
*Os granitos porfiríticos com fenocristais maiores (> 2 cm) são muito menos frequentes e
ocorrem apenas sob a forma de plutões isolados (os Plutões de Mopui, Mule, Namuli, Uape e
partes dos Plutões de Corrane e dos Montes de Nampaco e Namaponda são os principais
afloramentos).
*Os corpos de granodiorito-monzodiorito-diorito e de sienito são observados ainda mais
raramente.
*Cálculos normativos baseados na geoquímica do elemento predominante dividiram ainda
mais os granitos alcalinos porfiríticos e equigranulares em granitos e quartzo-monzonitos.
*Observações de campo e estudos petrográficos, geoquímicos e geocronológicos (CGS, 2007)
indicam que a Suíte de Murrupula representa um contínuo genérico de tipos de rochas
graníticas que, em geral, evoluíram de rochas graníticas mais antigas (c. 535 M.a.), pouco
deformadas, predominantemente porfiríticas, com mais composições intermédias (monzonitos,
monzodioritos e sienitos), para granitos alcalinos muito mais equigranulares, não deformados,
silícicos e potássicos, (c. 520-495 M.a.).
*Adicionalmente, algumas das rochas da Suíte de Murrupula são geograficamente controladas,
dependendo certos tipos de rochas e certas características geoquímicas da localização. Isto
deve-se, provavelmente, a características próprias da região e a possíveis processos de
fraccionamento. Os exemplos mais salientes são as rochas monzodioríticas, limitadas, em
grande medida, à região entre Nampula e Corrane (CGS, 2007).
*As fases iniciais da Suíte de Murrupula conservam fabrics fracos, como o alinhamento dos
longos eixos dos megracristais do feldspato potássico não-recristalizado e o aplanamento da
textura granular da matriz.
Pensa-se que tais texturas se desenvolveram acompanhando a intrusão do magma num campo
regional de tensões, embora decrescente (Paterson et al., 1989).
*A maioria dos plutões são monofásicos, mas alguns (Plutão de Corrane e Plutão de
Namaponda) integram múltiplos componentes.
*Por vezes, encontram-se também autólitos microgranulares e outros encraves de origem
diversa.
*À excepção dos autólitos máficos, que se considera representarem rochas magmáticas por
direito próprio, os magmas na Suíte de Murrupula são muito escassos.
*Efectivamente, a associação íntima de rochas graníticas e rochas ígneas máficas a
intermédias, tectónicas tardias a pós-tectónicas, só foi observada numa localidade (CGS, 2007).
*Este dado pode parecer invulgar, uma vez que as rochas magmáticas máficas são, geralmente,
consideradas a fonte térmica que alimenta a formação das rochas magmáticas graníticas através
de reacções parciais de fusão-formação na crusta terrestre (Clemens & Vielzeuf, (1987).

4.2.3.1.10.1.1. Quartzo-monzonito porfirítico (CaRgr1)

Plutão de Mopui

O esférico Plutão de Mopui, com 10–15 km de largura, e os seus corpos-satélite de menores


dimensões estão confinados à área ao longo das margens norte-leste da folha 1538, Murrupula,
formando, à imagem dos restantes granitos megacrísticos da região, uma cadeia montanhosa
imponente, a Serra Mopui.

*O quartzo-monzonito porfirítico de Mopui exibe um tom leucocrático rosa-claro a creme, e


fenocristais de feldspatos potássicos microclínicos euédricos, tabulares a compactos (14x40
mm a 34x50 mm) e de matiz rosa-claro a cinza-amarelado, que compõem 40–65% da rocha.
Os cristais de feldspato potássico, assim como os da matriz, exibem normalmente texturas
pertíticas simples geminadas, reticuladas e entrelaçadas. Pensa-se que o alinhamento dos
longos eixos dos fenocristais de feldspato potássico não-recristalizados se desenvolveu
acompanhando a intrusão do magma num campo regional de tensões, embora decrescente
(Paterson et al., 1989).
*Esta idade aproximadamente pós-tectónica atribuída ao Plutão de Mopui é ainda apoiada pela
forma esférica do mesmo. A matriz equigranular com textura granular grosseira (1–3 mm)
inclui também quartzo, plagioclase, biotite e horneblenda. A plagioclase lamelar geminada é
rica em albite (~An10). A biotite forma grãos tabulares a lamelares com um forte pleocroísmo
amarelo-acastanhado a verde-acastanhado carregado, sugerindo composições ricas em Fe.
Foram também observadas quantidades menores de horneblenda pleocróica amarela-
esverdeada a verde. Os principais minerais acessórios são titanite, minerais opacos, apatite,
epídoto e zircão. Flocos lamelares de muscovite com orientação indiferenciada formam fases
retrógradas tardias, substituindo a biotite e o feldspato (CGS, 2007).

Plutão de Uape

O Plutão de Uape situa-se a cerca de 3 km a sudeste do Monte Namassupa e a


aproximadamente 10 km a sul-sudoeste da aldeia de Uape (folha 1638, Gilét).

*É o único outro exemplo de quartzo-monzonito porfirítico na área.


*Nesta secção, a matriz é de textura granular média e compõe-se de grãos de quartzo,
microclina, plagioclase, biotite de textura granular mais fina, com quantidades menores de
muscovite e clorite, produto de alteração secundária.
*O quartzo-monzonito de Mopui tem uma idade de 533 ± 5 M.a. (idade de cristalização obtida
por concórdia U-Pb). O quartzo-monzonito de Uape, no Monte Namassupa, revelou uma idade
de 497 ± 8 M.a. pela datação U-Pb SHRIMP. Trata-se de uma idade significativamente mais
jovem que a do quartzo-monzonito de Mopui, explicando a ausência de deformação do Plutão
de Uape (CGS, 2007).

4.2.3.1.10.1.2. Quartzo-monzodiorito porfirítico (CaRgr2)

Plutão de Corrane

O Plutão de Corrane é um corpo compósito que consiste em rochas monzodioríticas porfiríticas


mais antigas e granitos alcalinos equigranulares mais recentes. Os afloramentos do Plutão de
Corrane, o segundo maior plutão da Suíte de Murrupula, cobrem uma vasta área, indo desde
um inselberg situado no norte da intrusão para sudoeste, em direcção a Nametil.

*O monzodiorito porfirítico de Corrane compõe-se de fenocristais de feldspato potássico


inseridos numa matriz melanocrática a mesocrática de feldspato, quartzo e minerais máficos.
*Em espécimens, os fenocristais de feldspato potássico revelaram variar entre cerca de 30–50
mm em termos de comprimento. As rochas são facilmente distinguíveis dos gnaisses graníticos
com porfiroblastos feldspáticos potássicos mais antigos e deformados da Suíte de Culiculí pela
ausência de recristalização observada nos fenocristais das rochas mais jovens. Os fenocristais
de feldspato potássico, que chegam a formar 60% em volume da rocha, encontram-se em geral
alinhados, formando uma lineação mineral. *A ausência de deformação subsolidus parece
relacionar-se com a orientação do campo de tensões desviatórias durante a cristalização
magmática.
*Os fenocristais de feldspato potássico definem uma foliação na rocha que, normalmente,
apresenta inclinação norte.
*A análise microscópica revelou uma rocha caracterizada por fenocristais de microclina
envolvendo poeciliticamente quartzo e plagioclase. O quartzo apresenta uma reduzida extinção
ondulatória, não tendo ocorrido recristalização, o que indica que a foliação da rocha se
desenvolveu sob condições magmáticas. Os minerais máficos são biotite e horneblenda. A
biotite é o mais abundante, formando cristais euédricos a subédricos. Por contraste, a
horneblenda apresenta-se subédrica a anédrica e parece estar a ser substituída por biotite.
Normalmente, os minerais máficos formam aglomerados associados a titanite anédrica. Os
outros minerais acessórios são a alanite, a apatite e o zircão. A maioria destes minerais também
se encontram em posições dominantes nos aglomerados máficos. Os minerais óxidos opacos
estão em pequenas quantidades. Na extremidade oriental da intrusão, podem encontrar-se
abundantes rochas encaixantes graníticas e xenólitos de gnaisse biotítico.
*As fases monzodiorítica porfirítica e granítica alcalina equigranular do Plutão de Corrane
foram objecto de datação U-Pb SHRIMP. O monzodiorito porfirítico revelou uma idade de 516
± 3 M.a., ao passo que o granito alcalino equigranular obteve uma idade significativamente
mais jovem de 505 M.a. Estas datas e o facto de se encontrarem encraves da fase porfirítica no
granito equigranular indicam claramente que o monzodiorito com porfiroblastos de feldspato
potássico é mais antigo que o granito equigranular (CGS, 2007).

Plutão do Monte de Nampaco

Foram observados exemplos semelhantes de rochas monzodioríticas porfiríticas no Monte de


Nampaco.

*Trata-se de uma intrusão de orientação leste-oeste, em forma de charuto, que se estende para
oeste-sul-oeste. *O Plutão do Monte de Nampaco revelou uma idade de 521 ± 4 M.a. com o
método de datação U-Pb SHRIMP, dentro da margem de erro do monzodiorito porfíritico de
Corrane (CGS, 2007).
4.2.3.1.10.1.3. Biotite-horneblenda quartzo-monzodiorito equigranular (CaRgr)

Na área de Nampula (folha 1539), encontra-se uma série de pequenas e discretas intrusões de
biotite-horneblenda quartzo-monzodiorito quase circulares e semelhantes a diques:

*O Plutão de Naquira aflora na região entre os plutões de Eupa e Corrane, representando uma
fase subordinada da Suíte de Murrupula.
*Ocorrem dois corpos quase circulares, com cerca de 0,75 km2 cada, em torno do centro do
plutão, a norte de Naquira e do Rio Mogincual. A rocha apresenta-se aqui de matiz
mesocrático, equigranular, sem associação, encaixada entre granitos equigranulares. Os
afloramentos são pouco notáveis, apresentando-se aplanados e bastante indistintos, em
contraste com os outros granitóides deste plutão.
*Há uma longa intrusão em forma de charuto, de orientação sul-sudoeste a norte-nordeste, que
faz parte do Plutão de Corrane. Esta intrusão tem cerca de 9 km de comprimento e 0,75 km de
largura. É predominantemente equigranular, apesar de, em certas zonas, serem visíveis alguns
fenocristais de plagioclase. Uma das características notáveis desta rocha é o facto de a titanite
ser facilmente observável em espécimens.
*Estas rochas formam, também, uma série de pequenas intrusões finas nos gnaisses graníticos
da rocha encaixante a sudeste de Quixote, na direcção de Liupo, e estão expostas sob a forma
de pequenas intrusões a leste-sudeste de Murrupula.
**Os quartzo-monzodioritos de biotite-horneblenda mesocráticos são em geral equigranulares,
embora se tenham desenvolvido alguns fenocristais de feldspato em alguns afloramentos. Os
afloramentos são baixos e arredondados, em contraste com os inselbergs formados por outros
granitos equigranulares com porfiroblastos de feldspato potássico.
**Ao microscópio, estas rochas revelam textura granular média a grosseira e hipidiomórfica.
O feldspato potássico é microclínico, estando presente sob a forma de cristais anédricos
intersticiais, indicando cristalização tardia. Possui quantidades reduzidas de exsolvência
pertítica. A plagioclase é sobretudo subédrica, apesar de a microclina incluir poeciliticamente
alguns cristais euédricos. Em algumas destas rochas, os fenocristais da plagioclase apresentam
um zonamento normal descontínuo. O conteúdo de quartzo destas rochas é altamente variável.
A falta de evidências da recristalização deste mineral indica uma clara origem magmática. Os
conteúdos de horneblenda e biotite oscilam bastante. A biotite tende a formar flocos euédricos
a subédricos, encontrando-se em conjunto com a horneblenda anédrica em aglomerados de
minerais acessórios e máficos. A forma dentada de alguns cristais de horneblenda, tal como a
presença de simplectitos, indica a substituição da horneblenda magmática primária pela biotite.
**Uma das características surpreendentes dos aglomerados máficos é a abundância de minerais
acessórios. Estes compõem-se principalmente de titanite e apatite, juntamente com quantidades
inferiores de zircão. A oxidação de minerais opacos observada nestas rochas é bastante
variável, oscilando entre quantidades reduzidas e teores bastante consideráveis, e
compreendendo sobretudo magnetite. Não foi encontrada alanite (CGS, 2007).

4.2.3.1.10.2. Granodiorito e granito alcalino (CaRgd)

Os granitos alcalinos são o principal componente da Suíte de Murrupula, sendo a maioria


rochas com fenocristais equigranulares ou pequenos (< 1 cm).
Devem ser mencionados três corpos principais de granito porfirítico:

*Plutão de Mule
*Plutão de Namaponda
*Plutão de Namuli

4.2.3.1.10.2.1. Granito porfirítico (CaRgr1, CaRgr2)


Plutão de Mule

O Plutão de Mule localiza-se no cruzamento das seguintes folhas: 1538, Murrupula, 1539,
Nampula, 1638, Gilé, e 1639, Angoche.

*Forma pequenos afloramentos ou grandes inselbergs.


*O porfírítico cinzento é rico em quartzo (35–40%), mas contém também grandes quantidades
dos seguintes minerais: feldspato potássico ortoclásico (30%), plagioclase (25–30%) e biotite
(5–15%). A muscovite, os minerais opacos e a titanite formam quantidades baixas (< 3%) ou
acessórias. A andaluzite é rara. Os fenocristais de feldspato potássico são euédricos, tabulares a
quadrados e têm até 20 mm de diâmetro. Na maioria das vezes, contudo, os fenocristais
apresentam uma orientação indiferenciada, como no caso do Plutão de Mopui; ao longo das
margens, está presente uma intrusão fraca relacionada com o alinhamento.
*As zonas de cisalhamento, com alguns centímetros de largura, contêm biotite alinhada e
feldspatos potássicos com brecha e rotação. Há pequenos veios espalhados por toda a zona nos
granitos (CGS, 2007).

Plutão de Namaponda

O Plutão de Namaponda situa-se logo a oeste da cidade de Namaponda, na folha 1539,


Nampula.

*Trata-se de um corpo compósito, com uma orla norte composta de granito com porfiroblastos
de feldspato potássico e um núcleo de granito equigranular. O granito com porfiroblastos de
feldspato potássico contém abundantes encraves microgranulares. Estes encraves são
atravessados transversalmente por discretas bandas de cisalhamento espaçadas, que parecem
posteriores a esta intrusão rochosa. A presença de encraves de granito com porfiroblastos de
feldspato potássico nos granitos equigranulares indica que estes últimos são mais jovens.
*Em análise microscópica, o granito porfirítico de Namaponda revela-se de textura granular
grosseira, com texturas matriciais dominantemente granulares hipidiomórficas. O feldspato
potássico é microclínico, anédrico e contém quantidades reduzidas de exsolvência pertítica sob
a forma de fitas. A microclina envolve poeciliticamente fases de cristalização mais antigas,
demonstrando que, apesar do seu grão de tamanho superior, não representada a primeira fase
do liquidus. A plagioclase é euédrica a subédrica e, em certas zonas, verifica-se zonamento
normal tanto contínuo como descontínuo. O quartzo apresenta textura granular média a
grosseira, cristais subédricos a anédricos e exibe uma reduzida extinção ondulatória.
Geralmente, é observado poeciliticamente envolvido na microclina, o que sugere uma
cristalização anterior. Nestas rochas, o mineral máfico é predominantemente a biotite, mas
também se observou horneblenda.
*Estas diferenças podem resultar quer da heterogeneidade da composição do magma à escala
da intrusão, quer da formação do plutão a partir de pulsos magmáticos separados, mas
amplamente relacionados quimicamente, talvez derivados de uma bolsada em profundidade
onde teria ocorrido fraccionamento dos cristais e outros processos de diferenciação magmática.
A titanite é um mineral acessório comum, com forma euédrica a subédrica. Entre os outros
minerais acessórios incluem-se o zircão, a alanite e a apatite (CGS, 2007).

Plutão de Namuli

O plutão granítico porfíritico do Monte Namuli constitui o cume mais elevado da Província da
Zambézia. Com 2419 metros, é a segunda montanha mais alta de Moçambique.

4.2.3.1.10.2.2. Granito equigranular (CaRgr) e quartzo-monzonito (CaRgd)


Quartzo-monzonitos e granitos alcalinos equigranulares, com textura granular média a fina (~1
mm) e com deformação ténue ou sem deformação, foram identificados como a fase dominante
da Suíte de Murrupula.

Os granitos formam grandes plutões individuais:

*Plutão de Nauela
*Plutão de Ribáuè
*Plutão de Socone
*Plutão de Guiva
*Plutão do Monte Podo
*Plutão de Chalua
*Plutão de Murrupula
*Plutão de Eupa
*Plutão de Ceia
*Plutão de Nacurrena
*Plutão de Mogincual
*Parte do Plutão de Naquira
* Parte do Plutão de Corrane
*Parte do Plutão de Namaponda

*Os plutões formaram proeminentes inselbergs sob o efeito da erosão, e há apófises de vários
tamanhos, semelhantes a pods e diques, que atravessam as rochas encaixantes mais antigas.
*Os granitos equigranulares são leucocráticos, texturas homogéneas equigranulares, exibindo
tons creme, laranja-creme e cinza em afloramentos recentes. A dimensão dos grãos geralmente
não varia à escala do afloramento, mas verificam-se oscilações de 0,5–1,5 mm (as mais
comuns) a 1–2 mm entre afloramentos. Os granitos equigranulares por vezes mesclam-se nos
granitos porfiríticos fenocrísticos com pequenos fenocristais.
*As variedades ténue a moderadamente porfiríticas não são invulgares, sendo caracterizadas
por 5–10% de fenocristais de feldspato potássico euédricos a subédricos, tabulares a ovóides,
de pequena dimensão (~1,5x5,0 a 2x10 mm, até 15 mm) e matiz branco a rosa-salmão.
*Bons exemplos de variedades de fenocristais de pequena dimensão foram observados na
região oeste de Murrupula, a oeste de Ribáuè (Plutão de Ribáuè), nas imediações de Socone,
como a parte maior de uma grande intrusão cortada transversalmente pelo Rio Mogincual, a
norte da aldeia de Naquira.
*Os fenocristais em geral pequenos em relação à matriz, o seu gradual aparecimento e
desaparecimento, bem como cor, mineralogia e geoquímica das variedades porfiríticas com
fenocristais de pequena dimensão são variantes texturais dos granitos equigranulares.

**Os granitos equigranulares compõe-se primariamente de quartzo, feldspato potássico (matriz


e fenocristais) e plagioclase, juntamente com quantidades reduzidas de biotite. Os grãos de
feldspato potássico são predominantemente microclina reticulada que, em regra, exibe texturas
pertíticas entrelaçadas. Quando presentes, os fenocristais de feldspato potássico tabulares
exibem normalmente macla de Carlsbad. A plagioclase lamelar geminada é rica em albite
(~An10-28). Os grãos de biotite tabulares a aciculares exibem um tom pleocróico amarelo-
acastanhado intenso a castanho-esverdeado escuro, sugerindo composições mais ricas em Fe.
**Quantidades mais pequenas de horneblenda fortemente pleocróica, amarela-acastanhada a
verde, formam cristais relativamente grandes (~2–5 mm), disseminados pelo afloramento em
conjunto com magnetite. Os principais minerais acessórios são titanite, minerais opacos,
apatite, epídoto e zircão.
**Em certas zonas, flocos lamelares de muscovite (e, mais raramente, de biotite) de orientação
indiferenciada formam fases tardias substituindo a biotite e o feldspato, pensando-se que sejam
resultado de metamorfismo térmico ou metassomatismo relacionado com as intrusões
graníticas e pegmatíticas mais jovens. **A análise modal da mineralogia indica que a maioria
dos granitos equigranulares se classificam entre os granitos alcalinos e sieníticos. Os granitos
possuem texturas equigranulares granoblásticas a interlobadas (~0,5–2,0 mm), com
quantidades reduzidas de pequenos fenocristais tabulares. O fabric regional dos granitos pouco
deformados é definido pela orientação preferencial dimensional e, por vezes, óptica, da biotite
tabular a acicular e, menos obviamente, por um fabric aplanador de grãos de quartzo-feldspato
(CGS, 2007).

Plutão de Ceia

O Plutão de Ceia recebeu o nome de um inselberg de dimensões moderadas a sul de Meconta.

*Trata-se, em grande medida, de um granito equigranular, mas são observáveis duas camadas
de rochas ígneas intermédias, que se pensa constituírem intrusões contemporâneas dos
granitos.
*Estas camadas compõem-se de diorito e diorito quártzico, com horneblenda e biotite
abundantes. A plagioclase apresenta, geralmente, um zonamento normal contínuo espectacular.
*A desagregação parcial das camadas intrusivas intermédias nos magmas félsicos hospedeiros
resultou na formação de encraves profusos. Blundy & Sparks (1992) descreveram o
mecanismo físico originador de tal fenómeno.

4.2.3.1.10.3. Sienito (CaRsy)

O sienito representa o componente menos prevalente da Suíte de Murrupula, tendo sido


identificados apenas três afloramentos de maior dimensão e alguns corpos mais pequenos:

*Plutão de Moma
*Plutão sienítico de Quixaxe
*Plutão sienítico de Rapale

4.2.3.1.10.3.1. Plutão sienítico de Rapale

O plutão sienítico de Rapale compõe-se de sílica sobressaturada, ao passo que o pequeno


afloramento a leste de Quixaxe contém nefelina.
O sienito de Rapale consiste num rolhão com 5 km de diâmetro de sienito feldspático-alcalino
que aflora na cadeia montanhosa a sudoeste da cidade de Rapale, na folha 1539, Nampula.

*Intrui o gnaisse ocelado granítico com raias, estando associado ao típico Granito de
Murrupula equigranular e sendo por este flanqueado.
*Ao nível do afloramento, o sienito exibe uma cor leucocrática rosa-claro a creme,
compreendendo proporções variáveis de fenocristais quartzo-feldspáticos geminados tabulares
subédricos (5–75%, ~4x10 mm) e uma matriz equigranular (1 mm) de quartzo (< 10%),
feldspato, biotite (5%) e horneblenda (10%).
*Em análise microscópica, a rocha é dominada por uma moldura entrecruzada de grãos
subédricos grosseiros de microclina pertítica e a exsolvência, ao nível das lamelas, abrange
cerca de 50% do cristal em volume. A plagioclase e o quartzo são ambos subordinados e
compõem menos de 10% da rocha em volume. Os outros minerais da rocha incluem restos
dentados de clinopiroxena verde-clara, ocorrendo substituição por horneblenda verde. Os
minerais acessórios incluem apatite euédrica, óxidos de minerais opacos, zircão, titanite rosa-
acastanhada e alanite. O alinhamento moderado a forte dos fenocristais de feldspato potássico
tabulares define um fabric pós-tectónico tardio. Ao longo das suas margens orientais, o corpo
de sienito contem uma variedade de autólitos ou encraves ígneos máficos a intermédios,
achatados, disciformes e paralelos ao fabric.
*O plutão sienítico possui uma peculiar superfície topográfica irregular, o que torna fácil
distingui-lo dos tipos de rochas circundantes (CGS, 2007).

4.2.3.1.10.3.2. Plutão sienítico de Quixaxe

A oeste de Quixaxe, a cerca de 30 km a nordeste de Liupo, existe um afloramento de sienito


nefelínico porfirítico sem deformação, de pequenas dimensões e muito pouco exposto.

*O sienito de Quixaxe tem uma cor azul-acinzentada e compõe-se de feldspato potássico


geminado tabular a compacto (20%) e fenocristais de nefelina azul compacta (20%), inseridos
numa matriz com textura granular média (1-3 mm) de feldspato potássico (28%), nefelina
(7,5%), clinopiroxena (12%), biotite lamelar, plagioclase (2,5%) e biotite. A plagioclase está
igualmente presente sob a forma de uma fase de fenocristal menor, mas possuindo aqui uma
orla de feldspato potássico equigranular com textura granular média. Foram também
observadas quantidades reduzidas de apatite (0,5%), juntamente com vestígios de minerais
opacos intersticiais.
*O sienito de Quixaxe obteve uma idade de 527 ± 4 M.a. com a datação U-Pb SHRIMP, dentro
do espectro de idades determinado para as rochas graníticas da Suíte de Murrupula.
*Contudo, a natureza subsaturada da sua sílica poderá significar que deve ser excluído da Suíte
de Murrupula (CGS, 2007).

4.2.3.1.10.3.3. Plutão de Moma

Na secção central da folha 1539, Angoche, a cerca de 25 km a norte-Noroeste de Moma, existe


um corpo de sienito porfirítico pouco exposto.

*O Plutão de Moma compreende uma fase equigranular e uma fase equigranular porfirítica de
ocorrência predominantemente local.
*O sienito porfíritico de Moma tem uma cor cinzenta e consiste em fenocristais (> 1 cm, até 4
cm) brancos de feldspato potássico tabulares a compactos geminados (50-60%), inseridos
numa matriz com textura granular média a grosseira (1–10 mm) de quartzo (<10%), biotite
(15%) e horneblenda (15%). Um dos traços característicos do afloramento é o zonamento
típico dos feldspatos, com feldspato potássico cor de carne exibindo um rebordo de plagioclase
sódica branca. Em certas áreas, o zonamento parece imitar uma textura rapakivi. Os feldspatos
porfiríticos formam uma lineação pouco pronunciada, que se considera ser de origem
magmática (CGS, 2007).

4.2.3.1.11. Suíte de Malema (CaM)

O único local na sub-província de Zambézia–Nampula onde as rochas da Suíte de Malema são


observadas é o Plutão de Nintulu, ao longo da margem noroeste da folha 1537, Alto Molócuè,
a noroeste da faixa de rochas do Complexo de Ocua que definem a Zona de Carreamento do
Lúrio (ZCL).

É fornecida uma descrição detalhada da Suíte de Malema na secção dedicada à sub-província


geológica de Niassa-Cabo Delgado.

Plutão de Nintulu

4.2.3.1.11.1. Granito porfirítico (CaMgr)

Os granitóides da Suíte de Malema limitam-se à região norte do declive frontal da Cintura do


Lúrio.
*O Consórcio NGU (2006) descreve a Suíte de Malema como um conjunto de complexos
anelares quase circulares a elípticos, espacialmente associados à secção oeste menos intensa da
Cintura do Lúrio (Bingen et al. 2006b).
*Apenas um destes granitóides, o Plutão/Granito de Nintulu, se situa na parte norte da folha
1537, Alto Molócuè.
*O Plutão de Nintulu situa-se a norte da aldeia de Intulu e aflora sob a forma de uma grande
montanha, bastante inacessível, composta de granito porfirítico.

**As margens desta intrusão compreendem um conjunto de ortognaisses quartzo-sieníticos e


graníticos alcalinos com textura granular fina a média, equigranulares a listrados, contendo
biotite e anfíbolo.
**O fabric destas rochas varia entre fraco e muito intenso, e alguns dos gnaisses biotíticos com
textura granular mais fina apresentam bandado à escala de centímetros. O fabric dominante
orienta-se para oeste, com fraca inclinação norte.
**Estas rochas alojam de igual modo pegmatitos muscovítico-quartzo-feldspático-potássicos
simples, com cerca de 5 m de largura e 20-30 m de comprimento (CGS, 2007).

4.2.3.1.12. Pegmatitos das províncias pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula-Nacorôa

Os chamados pegmatitos das províncias pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula-Nacorôa, na


sub-província geológica de Zambézia - Nampula, correspondem à actividade magmática final
do desenvolvimento do Proterozóico – Paleozóico Inferior- Pan-Africano.

*Os pegmatitos formam veios ou pequenos corpos em forma de dique que intersectam a
maioria dos tipos de rocha da região.
*As províncias pegmatíticas do norte de Moçambique são famosas pelos metais raros (Nb, Ta),
terras raras, pedras preciosas, espécimes minerais raros e únicos, pelo que apresentam enorme
relevância económica.
*Os pegmatitos foram estudados muitas vezes e as suas características detalhadas,
classificações e problemáticas relacionadas serão fornecidas no capítulo sobre os Recursos
Minerais (Capítulo 6).

4.2.3.B. Klippen do Neoproterozóico nas sub-províncias geológicas de Zambézia-Nampula


e Niassa-Cabo Delgado

À imagem do Complexo de Ocua (P3OC), na Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL), as rochas


do antigo Supergrupo do Lúrio (Lächelt, 2004) também formam vários klippen discretos na
sub-província geológica de Nampula-Zambézia, que foram separados no decurso do
desenvolvimento neoproterozóico e incluem rochas metamórficas de fácies granulítica das
idades mesoproterozóicas.

*Os klippen compõem-se de uma série de gnaisses do Neoproterozóico Superior de alto grau e
granulitos com intrusão de rochas alcalinas ultramáficas, máficas e plutónicas félsicas, sendo
separados por uma zona de milonitos dos ortognaisses e paragnaisses mesoproterozóicos de
fácies anfibolítica subjacentes (~ 1125-1075 M.a.) do complexo de Nampula (Aquater,1983;
Cadoppi et al.,, 1987; Pinna et al., 1993; Kröner et al., 1997; Sacchi et al., 1984, 2001; Roberts
et al., 2005; Bingen et al., 2006; Viola et al., 2006).
*Estes Klippen alóctones têm sido tradicionalmente atribuídos à Zona de Carreamento do
Lúrio (Pinna et al., 1993).
*A sub-província geológica de Zambézia-Nampula aloja três klippen granulíticos alóctones,
com idades entre 735 M.a. e 550 M.a. (com picos nos 640 M.a. e nos 590 M.a.).
São conhecidos os seguintes Klippen na sub-província geológica de Nampula-Zambézia (Sul
da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL):

*Klippe de Mugeba
*Klippe da Plantação Santos
*Klippe de Monapo

Foram identificados os seguintes klippen na Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


(Norte da Zona de Carreamento do Lúrio/ZCL):

*Klippe de Lalamo (Terreno)


*Klippe de M’Sawize (Terreno)
*Klippe de Muaquia (Terreno)
*Klippe de Xixano (Terreno)

**As semelhanças a nível de idade e litologia, bem como as orientações da lineação de


estiramento de estudos anteriores no Norte de Moçambique, indiciam que o Klippe de Monapo
(Terreno), juntamento com os klippen de Mugeba e da Plantação Santos (Terrenos),
representam resultados da erosão ou klippen de um manto de carreamento da Cintura do Lúrio,
posicionado por carreamento sobre os gneisses de fácies anfibolítica da sub-província de
Nampula (Pinna et al., 1993; Kröner et al., 1997; Sacchi et al., 2000).
**As idades metamórficas mais jovens de c. 595–580 M.a. poderão encerrar o período de
instalação do Klippe de Monapo.

Mapas e descrições anteriores mencionavam um Klippe em Nampula (Costa et al., 1994; Pinna
1995, 1:000 000 Mapa de Moçambique /Pinna e Marteau, 1987; Lächelt, 2004), mas novos
estudos (CGS, 2007) não confirmaram esta estrutura.

*As rochas do soco da região são, sobretudo, gnaisses tonalíticos-trondhjemíticos (gnaisse de


Rapale, que não tem semelhanças com as rochas granulíticas alóctones do norte de
Moçambique, exceptuando casos isolados de charnoquitização in situ.

*Os Klippen (Terrenos) granulíticos de Xixano, M’Sawize e Muaquia ocorrem a norte da


Zona de Carreamento do Lúrio sob a forma de um klippe isolado que recobre as sequências de
Marrupa e o Terreno de Niroto (Bingen et al., 2006, Viola et al., 2006).
*Os klippen de Xixano e M’Sawize (Terrenos) compõe-se predominantemente de
ortognaisses granulíticos máficos a intermédios. Não obstante, no Complexo de Xixano as
rochas de fácies granulítica encontram-se intercaladas com vários gnaisses metassedimentares
de fácies anfibolítica, que incluem meta-arcoses, xisto grafitoso e mármore tremolítico (Bingen
et al., 2006).
*De acordo com Thomas et al. (2006b), a presença do klippe de Xixano (Terreno) foi
determinada no contexto da recolha recente de dados aerogeofísicos de alta resolução (os
granulitos caracterizam-se marcadamente por uma baixa assinatura radiométrica (Bingen et al.,
2006b)
*O Klippe de Lalamo (Terreno) consiste principalmente em paragnaisse, incluindo gnaisse
biotítico, meta-arcoses, xisto grafitoso e mármore. Bingen et al. (2006b) consideram que o
Klippe de Lalamo (Terreno) tem correlação com o mesmo plano estrutural do Complexo de
Xixano.
*Estas rochas de alto grau poderão ter correlação com outros restos granulíticos de idade
semelhante encontrados na Tanzânia, no Sri Lanka, em Madagáscar (Complexo de Vohribory)
e na Antárctida, fazendo parte de um manto de carreamento Pan-Africano à escala sub-
continental (Grantham et al., 2011). Viola et al.2006).
A Figura 4.20. fornece uma panorâmica das estruturas de carreamento e dos klippen em
Moçambique.

Figura 4.20.: Estruturas de carreamento e klippen em Moçambique


4.2.3.B.1. Klippen neoproterozóicos na sub-província geológica de Zambézia-Nampula

4.2.3.1.13. Complexo de Monapo (P3MN)


(Klippe de Monapo/Terreno)

A Estrutura de Monapo é claramente visível nas imagens por satélite e nas imagens geofísicas
como uma estrutura ovóide de 34x40 km, localizada entre as latitudes 14°37' S e 15°02' S e as
longitudes 39°55' E e 40°19' E. A maior parte da estrutura está situada na folha 1440, Monapo,
e apenas as partes mais a sul afloram na folha 1540, Mogincual.

*O Complexo de Monapo consiste numa variedade de gnaisses de alto grau metamorfoseados


durante o Neoproterozóico Superior e intruídos por rochas plutónicas alcalinas ultramáficas,
máficas e félsicas.
*A estrutura é inteiramente envolvida pelo milonito.

A Figura 4.21. ilustra a composição geológica detalhada do Complexo de Monapo


(Klippe/Terreno).
Figura 4.21.: Geologia do Complexo de Monapo (Klippe/Terreno) (CGS, 2007)

*As rochas da sub-província geológica de Zambézia- Nampula que rodeiam a estrutura são
muito diferentes, compondo-se de gnaisses mesoproterozóicos de fácies anfibolítico, que
sofreram intrusão de granitóides e pegmatitos do Câmbrico Pan-Africano (Macey et al., 2005).
*As semelhanças a nível de idade e litologia, bem como as orientações da lineação de
estiramento de estudos anteriores no norte de Moçambique (Bulgargeomin,1974), indiciam que
o Klippe de Monapo, juntamente com os klippen de Mugeba e da Plantação Santos,
representam resultados da erosão ou klippen de um manto de carreamento da Zona de
Carreamento do Lúrio (ZCL), posicionado por carreamento sobre os gnaisses de fácies
anfibolítica da sub-província geológica de Zambézia-Nampula.
*Contudo, a presença de rochas ígneas intrusivas indicia uma origem mais complexa para a
Estrutura de Monapo (CGS, 2007).

Duas subdivisões foram anteriormente propostas para a Estrutura de Monapo (Jourde et al.,
1974; Bulgargeomin, 1984; Pinna et al., 1986; Lächelt, 2004):

*As rochas do klippe de Monapo são atribuídas ao Grupo de Monapo, fazendo parte do antigo
Supergrupo do Lúrio (Lächelt, 2004)
*Adicionalmente, o Grupo de Monapo foi ainda subdividido em duas unidades:
**As Formações de Namialo-Metachéria (de cobertura) (Bulgargeomin, 1984; Pinna et al.,
1986; Lächelt, 2004)
**A Formação de Ramiane (basal)

Lächelt (2004) descreve resumidamente outra subdivisão:

*A Formação de Ramiane (ou Evate) compreende uma série de rochas miloníticas, incluindo
gnaisse biotítico-anfibólico-granítico, gnaisse piroxenítico, gnaisses com sillimanite e
quartzito, anfibolito gnáissico nefelínico e anfíbolo piroxenítico.
*A Formação Animal-Metachéria compõe-se de granulito com anfíbolo e grafite,
blastomilonito com quartzo lamelar e horneblenda, gnaisse leucocrático com biotite e anfíbolo,
mármore, piroxenito com espinela, ortognaisses metagabróicos com aegirina e nefelina e
ortognaisses mangeríticos.
No entanto, estas subdivisões levantam vários problemas (CGS, 2007):

*Em primeiro lugar, as classificações litoestratigráficos modernas não permitem a utilização


dos termos Supergrupo, Grupo e Formação para rochas metamórficas de alto grau e rochas
ígneas plutónicas.
*Em segundo lugar, ambas as formações se compõem de uma grande variedade de tipos de
rochas, claramente sem relação genética entre si.
*Finalmente, a carta elaborada por Jourde et al. (1974) difere significativamente daquele
apresentado no estudo de Lächelt (2004).

Os estudos do CGS (2007) defendem, por isso, uma litoestratigrafia fundamentalmente


diferente no que se refere ao klippe de Monapo.
Estudos petrográficos e de campo indicam que, apesar de existirem muitos tipos de rochas
diferentes no Complexo de Monapo, a litoestratigrafia do mesmo pode ser simplificada em
alguns grupos rochosos (CGS, 2007):

*Rochas granulíticas cisalhadas que representam um soco deformado e foram intruídas por
rochas alcalinas ultramáficas, máficas e félsicas, em grande medida não deformadas, das Suítes
de Mazerapane e Ramiane.
*Outro componente de relevo abrange gnaisses de grau anfibolítico, que podem em parte
representar fragmentos tectónicos da vizinha sub-província de Nampula.
*Os granulitos do soco representam uma mélange de grande variedade de tipos rochosos e
caracterizam-se por metamorfismo de alto grau e um fabric de cisalhamento gnáissico
altamente penetrante (quase milonítico).
*Os granulitos do soco incluem ainda gnaisses metassedimentares como quartzitos cianítico-
silimaníticos, metapelitos granatíferos-silimaníticos e mármore e horizontes de calco-silicatos.
*Outros tipos de rochas, com protólitos menos bem definidos, incluem leucognaisse quartzo-
feldspático (leptinito), gnaisse anortosítico, gnaisse piroxénico-biotítico-anfibólico, gnaisse
granulítico hipersténico-clinopiroxénico, gnaisse granulítico granatífero-hipersténico-
clinopiroxénico e gnaisse hornebléndico.
*Em regra, a interestratificação dos vários tipos rochosos apresenta escalas de decímetros a
dezenas de metros.
*Em grande parte da zona é impossível mapear as rochas com bandadas como unidades
separadas, sendo estas rochas agrupadas na carta geológica como horneblenda bandada ±
gnaisse biotítico.
*As rochas alcalinas ultramáficas e máficas, na sua maioria sem deformação, da Suíte de
Mazerapane estão restringidas à secção ocidental da Estrutura de Monapo. Os componentes
principais são clinopiroxenitos e gabros, que estão associados a rochas serpentiníticas-
magnetíticas-herciníticas, sienito nefeliníco e ijolito.
*A Suíte de Ramiane, alcalina, é composta por granito alcalino-feldspático, quartzo-sienito,
horneblenda-sienito, tonalito leucocrático e carbonatito. Estas rochas félsicas plutónicas
intruem as secções orientais do Complexo de Monapo sob a forma de dois corpos principais: o
Plutão de Ramiane e o Plutão de Carapira.

O Complexo de Monapo inclui as seguintes unidades litológicas:

Complexo de Monapo (P3MN)


*Milonito (P3MNmy)
*Suíte de Mazerapane/Rocha alcalina (P3MNz)
*Suíte de Ramiane/Rocha granítica (P3MNr)
*Horneblenda ortognaisse (P3MNh)
4.2.3.1.13.1. Ortognaisse hornebléndico (P3MNh)
(Gnaisse hornebléndico equigranular mesocrático) (P3MNhgn)

*Os gnaisses horneblenda-biotíticos equigranulares ocorrem por todo o Complexo de


Monapo, mas são mais prevalentes e encontram-se mais bem expostos nas secções centro-
orientais do Complexo de Monapo, sendo caracterizados por elevados níveis de K, U e Th nas
imagens radiométricas.
*Os gnaisses são tenuemente migmatíticos (< 15%), de cor negra melanocrática devido à
presença de minerais máficos e apresentam um fabric gnáissico moderado a forte, definido
principalmente por bandado composicional, aplanamento do grão e leucossomas de dobra
intrafolial paralelos ao fabric.
*Nos afloramentos, as rochas exibem um bandado pouco acentuado à escala de metros, devido
às variações relativamente pequenas no tamanho do grão (~0,5 a 1–2 mm) e à percentagem de
minerais máficos.
*Os granitos e pegmatitos leucocráticos da Suíte de Ramiane intruem estes gnaisses, sendo-
lhes atribuída a responsabilidade do desenvolvimento das manchas nas rochas. Os gnaisses são
também atravessados por veios e fragmentos de horneblenda-feldspato de tamanho reduzido e
textura granular grosseira, sem deformação.
**Os gnaisses hornebléndicos são de textura granular média e equigranulares, compondo-se
principalmente de plagioclase albítica, horneblenda pleocróica de cor cáqui pálida a cáqui
escura, biotite acicular-tabular fortemente pleocróica de tom amarelo a castanho-escuro, blocos
de microclina pertítica tabular a compacta e ortoclase, apatite e minerais opacos.
**A nefelina encontra-se geralmente presente como uma idade menor, ao passo que a titanite,
a alanite e a calcite intersticial (vestígios, 0,2 mm) formam, por vezes, minerais acessórios.
**O forte fabric gnáissico da rocha é definido pelo alinhamento dos grãos de biotite e de
anfíbolo e por um fabric aplanador de grãos de feldspato (CGS, 2007).

4.2.3.1.13.2. Suíte de Ramiane/Rocha Granítica (P3MNr)


(Gnaisse quartzo-feldspático bandado) (P3MNbnq)

*O anfíbolo bandado ± biotite ± gnaisses piroxénicos-quartzo-feldspáticos constituem o tipo


mais comum de rocha no Complexo de Monapo.
*Os gnaisses bandados compõem-se de bandas intercaladas, com dimensões entre centímetros
e metros, que vão de félsicas (as mais prevalentes) a intermédias e composições máficas,
encontrando-se intercaladas com as rochas metassedimentares e os granulitos máficos quer à
escala de centímetros, quer em grande escala. Na maioria das vezes, o gnaisse compreende
predominantemente quartzo e feldspato com uma textura que vai de fitada a um grande
aplanamento do grão, e pequenas quantidades de horneblenda verde-acastanhada como
principal mineral máfico. Em geral, a biotite e a piroxena são observadas como fases menores
ou acessórias.
*O bandado define o fabric principal e apresenta redobramento isoclinal, com dobras isoclinais
intrafoliais.
*As camadas félsicas têm um tom leucocrático creme e são ricas em feldspato. As bandas
intermédias são mesocráticas e castanho-caramelo. Também foram observadas bandas
charnoquíticas (CGS, 2007).

4.2.3.1.13.3. Suíte de Mazerapane/rocha alcalina (P3MNz)

A Suíte de Mazerapane inclui o seguinte litótipo:

*Milonito (P3MNmy)
*Clinopiroxenito (P3MNmf)
4.2.3.1.13.3.1. Clinopiroxenito (P3MNmf)

Os clinopiroxenitos negros melanocráticos intruem as rochas de soco granulíticas do Complexo


de Monapo.

*As rochas plutónicas ultramáficas, em grande maioria não deformadas, são praticamente
monominerais, consistindo em clinopiroxena com textura granular grosseira (> 95%, ~3–5
mm, cinza-esverdeado claro, ângulo de extinção 41°, 2V _ 60°), espinela hercinítica (< 3%, 1,5
mm, verde escura e isotrópica), quantidades reduzidas de nefelina intersticial (< 3%) e
vestígios de minerais opacos e de calcite. Ocasionalmente, os grãos de plagioclase formam
inclusões no clinopiroxenito poeciloblástico. Há presença de epídoto com textura granular fina
(0,2 mm), sob a forma de sobrecrescimentos resultantes de retrometamorfismo. Observou-se
pirite acessória no afloramento.
*As rochas são dominantemente de textura granular grosseira, granoblásticas e equigranulares,
mas o tamanho do grão varia entre 1 e 10 mm, registando-se também a presença de variedades
porfiríticas. Em certas zonas, as variações no tamanho do grão dão à rocha um aspecto
tenuemente bandado - considerado um traço magmático primário.
*Os clinopiroxenitos só raramente se encontram expostos, como pequenos blocos com a forma
de pináculos (com cerca de < 50 m de altura, < 250 m de diâmetro), apresentando-se mais
frequentemente cobertas por um solo rico em argila, de tom vermelho intenso a castanho-
chocolate escuro (CGS, 2007).

4.2.3.1.13.1.2. Milonito (P3MNmy)


(Milonitos marginais e blastomilonitos) (P3MNmyl)

A margem da Estrutura de Monapo é delineada por uma zona contínua de milonitos e


blastomilonitos.

*Ao nível da textura, os milonitos marginais são exemplos extremos de blastomilonitos


similares àqueles observados nos gnaisses da Suíte de Culicuí expostos em torno do Complexo
de Monapo.
*O carreamento marginal não constitui uma estrutura discreta única, representando ao invés
uma zona com 500 m a 3 km de largura, composta por uma série de carreamentos mais ou
menos discretos, separados por rochas com distintos níveis de cisalhamento.
*Para além da margem altamente cisalhada, observam-se por toda a Estrutura de Monapo
faixas relativamente discretas (numa escala de 100 m a quilómetros) de elevado cisalhamento.
*As rochas miloníticas são acompanhadas de uma forte lineação de estiramento.
Aproximadamente dois terços das lineações medidas exibem praticamente um pendor
descendente, indicando um grande componente de carreamento. A direcção das lineações nas
secções sudoeste da estrutura indicia deslocações adicionais por falhas de desligamento (CGS,
2007).

4.2.3.1.14. Complexo de Mugeba (P2MB)


Klippen de Mugeba e da Plantação Santos

O terreno do klippe de Mugeba cobre uma área com cerca de 2000 km2 e, apesar das resistentes
rochas granulíticas, encontra-se pouco exposto, sob a forma de pequenos afloramentos
rodeados por extensas planícies lisas.
O klippe de Monapo é claramente visível nas imagens por satélite e nas imagens geofísicas
como uma estrutura ovóide de 80x35 km, localizada entre as latitudes 16°30' S e 16°50' S e as
longitudes 36°45' E e 37°36' E. A maior parte da estrutura está situada na folha 1637, Errego, e
apenas as partes mais ocidentais afloram na folha 1636.
A localidade de Mugeba, que dá o nome à estrutura, situa-se no limite mais a
Norte do klippe.
A subdivisão litoestratigráfica de Aquater (1983) revelou ser a mais exacta, tendo sido
adaptada à nova estratigrafia da sub-província Geológica de Nampula-Zambézia.

São descritos os seguintes litótipos:

Complexo de Mugeba (P2MB)


*Gnaisse sienítico (P2MBsy) e piroxenito (P2MBpx)
*Gnaisse granulítico máfico (P2MBmg)
*Gnaisse granulítico félsico a intermédio (P2MBfg)
*Ortognaisse máfico a ultramáfico (P2MBog)
*Gnaisse ultramáfico (P2MBum)

4.2.3.1.14.1. Gnaisse ultramáfico (P2MBum)

*A margem basal do Klippe de Mugeba integra rochas ultramáficas e gnaisses flaser


mesocráticos a hololeucocráticos.
*As rochas ultramáficas formam lentes nos afloramentos, apresentam-se geralmente laminadas
e consistem em anfíbolo fibroso (tremolite, antofilite e, mais raramente, cummingtonite) ±
clorite, talco ortopiroxénico (enstatite), plagioclase (andesina) e minerais acessórios, como, por
exemplo, apatite e minerais opacos (Aquater, 1983; CGS, 2007).

4.2.3.1.14.2. Ortognaisse máfico a ultramáfico (P2MBog)


(Ortognaisse leucocrático milonítico a flaser) (P2MBog

*A rocha ocelada (flaser) mais extensa, hololeucocrática a leucocrática e mesocrática, com


textura granular fina a média, compõe-se de quartzo, feldspato potássico (microclina),
plagioclase (oligoclase, andesina), microclina (ortoclase, pertite), anfíbolo (cummingtonite,
horneblenda), biotite, granada (formada por retrometamorfismo de biotite e minerais opacos),
piroxena, distena ± sillimanite, muscovite e, raramente, anfíbolo, além de clorite resultante de
metamorfismo retrógrado e epídoto. Os minerais acessórios incluem minerais opacos, apatite,
zircão, titanite e rútilo.
*O gnaisse ocelado possui uma textura blastomilonítica, com uma lineação de estiramento bem
definida em porfiroblastos de quartzo e feldspato (Aquater, 1983).
*O gnaisse blastomilonítico formou-se sob condições de fácies anfibolíticas (à imagem do que
foi observado em aluminossilicatos sem deformação), através de cisalhamento simples no
decurso da instalação do klippe de granulito (Aquater, 1983; CGS, 2007).

4.2.3.1.14.3. Gnaisse granulítico félsico a intermédio (P2MBfg)


(Gnaisse granulítico ácido a intermédio (P2MBfg) e gnaisse granulítico
charnoquítico) (P2MBch)

*O granulito ácido a intermédio encontra-se amplamente disseminado sobre o klippe de


Mugeba.
*O granulito ácido é leucocrático a mesocrático, com textura granular muito fina a média, e
exibe um fabric gnáissico pouco definido. A estratificação é definida por camadas
predominantemente quartzo-feldspáticas, que alternam com camadas máficas de granada e
piroxenito. Os porfiroblastos de feldspato potássico, frequentes, raramente excedem 0,5 cm de
diâmetro.
*A mineralogia do granulito ácido compreende, no mínimo, 70-90% de quartzo-feldspato
(feldspato potássico pertítico, plagioclase, oligoclase), ortopiroxena (hiperstena), granada,
horneblenda de metamorfismo retrógrado de ocorrência rara e minerais acessórios (minerais
opacos, rútilo, titanite, zircão, apatite e grafite).
*O granulito intermédio apresenta grão mais grosseiro, com grandes porfiroblastos de granada,
exibindo uma foliação pouco intensa, definida pelo alinhamento dos minerais máficos
(piroxena e anfíbolo).
**A mineralogia consiste em plagioclase (50%), ortopiroxena (bronzite, ferrobronzite),
clinopiroxena (diópsido), anfíbolo, granada, clorite, biotite, epídoto e minerais acessórios
(minerais opacos e apatite) (Aquater, 1983).
*O granulito charnoquítico tem uma presença limitada no Klippe de Mugeba, apresenta grão de
tamanho variável, é leucocrático e possui uma textura gnáissica. Foram observados abundantes
porfiroblastos de feldspato potássico, cujo diâmetro pode atingir 2 cm, numa matriz quartzo-
feldspática.
**A mineralogia compõe-se de quartzo-feldspato (pertite), ortopiroxena (hiperstena, bronzite),
clinopiroxena (diópsido) granada, biotite, anfíbolo de ocorrência rara e minerais acessórios
(minerais opacos, apatite e zircão).
*O granulito charnoquítico encontra-se coberto por gnaisse sienítico (granulito mangerítico) e
granulito ácido (CGS, 2007).

4.2.3.1.14.4. Gnaisse granulítico máfico (P2MBmg)


(Granulito máfico a indiferenciado) (P2MBmg)

*O granulito básico encontra-se distribuído sob a forma de camadas lenticulares ao longo do


Klippe de Mugeba, estando subordinado aos granulitos ácidos e intermédios.
*As rochas são melanocráticas e exibem uma foliação pouco definida.
*A granada forma, com agregados de clinopiroxena e ortopiroxena, porfiroblastos numa matriz
granoblástica com textura granular fina, composta principalmente por plagioclase (labradorite,
andesina) e quantidades mais reduzidas de anfíbolo (horneblenda), biotite, rútilo e titanite.
*Os minerais acessórios incluem apatite, magnetite, turmalina, escapolite e calcite. Em certas
zonas, o granulito é gabróico a norítico (Aquater, 1983).

4.2.3.1.14.5. Gnaisse sienítico (P2MBsy) e piroxenito (P2MBpx)

*O gnaisse sienítico nefelínico tem grão muito fino e pode conter até 10% de nefelina,
clinopiroxena, biotite, muscovite secundária, calcite e minerais acessórios (zircão, apatite).
*O piroxenito com textura granular média encontra-se parcialmente transformado numa rocha
ultramáfica fibrosa talco-clorítico-anfibólica e a mineralogia inclui ortopiroxena (bronzite,
ferrobronzite), piroxena monoclínica subordinada, até 10% de anfíbolo e plagioclase (Aquater,
1983).

4.2.3.1.14.A. Klippe da Plantação Santos

O Klippe da Plantação Santos é uma unidade de Klippe separada do Complexo de Mugeba


(para pormenores, ver 4.2.3.1.14. Complexo de Mugeba (P2MB)

4.2.3.1.14.6. Milonitos alóctones (P2MBog)

No ângulo nordeste da folha cartográfica 1736 encontram-se milonitos alóctones.

*Estas rochas são cobertas por gnaisses granulíticos quartzo-feldspáticos do Complexo de


Mugeba, tendo como soco gnaisses e leucognaisses migmatíticos e leptinitos graníticos do
Grupo de Molócuè.
*Os milonitos apresentam textura granular fina, bandado bem definido, cor cinzenta e são ricos
em biotite. Em virtude da vasta área em que ocorrem, apresentam uma zona de cisalhamento
em larga escala na região (GTK, 2006).
4.2.3.C. Zona de Carreamento do Neoproterozóico

4.2.3.2. Complexo de Ocua (P3OC)


(Zona de Carreamento do Lúrio = ZCL, Cintura do Lúrio) (Supergrupo do Lúrio)

A Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL), de orientação leste-nordeste-oeste-sudoeste, no


nordeste de Moçambique, relaciona-se com uma mélange tectónica linear que consiste em
gnaisses granulíticos de forte aplanamento, com uma variedade de idades e tipos rochosos
protolíticos.
Considera-se que representa uma fronteira tectónica importante entre vários blocos
tectonoestratigráficos do norte de Moçambique (Pinna et al., 1993). Kröner et al., 1997;
Kröner et al., 2001; Macey et al., 2005, 2006; Grantham et al., 2003, 2006).
Thomas et al. (2005, 2006b) e Bingen et al. (2006b) afirmam que, ao passo que as secções
orientais da cintura, com um elevado nível de deformação, estão relativamente bem definidas e
facilmente reconhecíveis nas imagens aeromagnéticas, os conjuntos granulíticos não parecem
formar uma cintura sólida adequada de “milonitos alóctones”, tal como ilustrado na carta
anterior de Pinna & Marteau (1987), sendo que se verifica diminuição da intensidade estrutural
da cintura em direcção a sudoeste.
*O Complexo de Ocua aflora nas seguintes folhas cartográficas: 1537, Alto Molócuè e
Meconta, a leste, 1339, Montepuez, e 1340, Mecufi, onde se localiza entre os complexos de
Nampula e de Montepuez.
*A oriental Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio), altamente deformada,
desvanece-se progressivamente em direcção a sudoeste, onde é envolvida pelo Complexo de
Marrupa e, em menor extensão, pelo Complexo de Nampula (nas folhas 1437, Malema, e 1438,
Ribáuè-Mecuburi).
* Mais para sudoeste, nas folhas 1535-1536, Insaca-Gurué, e 1636, Milange, o complexo inclui
uma série de corpos similares a cinturas, camadas e lentes, com dimensões a todas as escalas,
que se concentram ao longo da zona tectónica de orientação nordeste-sudoeste que separa os
Complexos de Nampula e Unango. Ocorrem, assim, principalmente na zona de cisalhamento
de contacto da cintura, mas também em dobramentos em conjunto com os Complexos de
Nampula e de Unango, de cada lado dos mesmos.
*O maior destes corpos exibe orientação sudoeste a partir de perto do limite sul da folha 1535,
passando através da cidade de Milange até aos flancos do Monte Mongue - alcançando, assim,
cerca de 70 km de comprimento, com uma largura máxima de 10 km. Forma uma cunha
tectónica entre os complexos de Unango e de Nampula. A sua secção norte apresenta
inclinação noroeste moderada, de forma que a margem sudoeste forma um relevo escarpado,
baixo e pronunciado (a oeste de Milange). Mais a nordeste, as rochas do Complexo de Ocua
estão limitadas a corpos de morfologia lenticular muito mais pequenos.
*As estruturas mais visíveis nas análises aeromagnéticas e radiométricas na Zona de
Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio) são um bandado litológico de inclinação
moderada noroeste e orientação sudoeste-nordeste e dobras isoclinais megascópicas, com
superfícies axiais moderadamente reclinadas paralelas a esta direcção.

**O Complexo de Ocua forma, em geral, o núcleo de uma cintura de cisalhamento com 25-30
km de largura chamada Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) (Cintura do Lúrio), que abrange
litologias altamente deformadas, frequentemente miloníticas.
**O Complexo de Ocua compõe-se principalmente de granulito máfico de duas piroxenas ±
granada, granulito félsico quartzo-feldspático, gnaisse charnoquítico, leucognaisse milonítico
com quartzo fitado e rochas ultramáficas indiferenciadas (Lächelt, 2004; Thomas et al., 2005;
CGS, 2007).
**Os principais tipos rochosos do complexo são: granulitos máficos, charnoquitos e gnaisses
miloníticos quartzo-feldspáticos, bem como rochas meta-ultramáficas e granulitos félsicos a
intermédios com piroxena.
***As litologias consistem em gnaisses granulíticos félsicos e máficos, ortognaisses de
composição granítica a anfibolítica e paragnaisses, incluindo gnaisse biotítico, gnaisse quartzo-
feldspático, quartzito e meta-arenito.
**O Complexo de Ocua é muito provavelmente uma unidade compósita, contendo partes das
unidades rochosas contíguas, deformadas, transpostas e desagregadas no decurso dos eventos
tectónicos Pan-Africanos, e não uma unidade rochosa separada de origem.
**Do ponto de vista litológico, pode, assim, considerar-se que a Zona de Carreamento do Lúrio
(ZCL) (Cintura do Lúrio) contém uma mélange tectónica que inclui granulitos, gneisses com
cisalhamento e metassedimentos.
**Em grande parte do complexo, não é possível fazer, com segurança, a tradicional divisão
entre gnaisses "supracrustais" e "intrusivos".
*No Complexo de Ocua, a deformação e o metamorfismo de anfibolito a fácies granulítica
recai no intervalo entre 578 ±10 e 540 ±7 M.a. (NGU, 2006).

O Complexo de Ocua inclui as seguintes unidades litoestratigráficas e litológicas:

Complexo de Ocua (P3OC)


*Gnaisse granítico, localmente migmatizado (P3OCgg)
*Gnaisses sieníticos (599±6 Ma, Mecufi; 504±11 Ma, Malema U-Pb) (P3OCsy)
*Gnaisse granítico e tonalítico (P3OCgt)
*Gnaisse quartzo-feldspático milonítico e quartzito com quartzo fitado (P3OCgr)
*Mármore (P3OCma)
*Gnaisse biotítico (P3OCbi)
*Gnaisse charnoquítico (P3OCch)
*Gnaisse diorítico a anfibolítico (P3OCda)
*Gnaisse granulítico máfico (P3OCpx)
*Gnaisse granulítico félsico a máfico (P3OCfg)

4.2.3.2.1. Gnaisse granulítico félsico a máfico (P3OCfg)


(Leucogranulito félsico, P3OCfg) (gnaisse granulítico félsico a intermédio, P3OCfg)

*Esta unidade está interestratificada e registou dobramento apertado com o gnaisse granulítico
máfico (P3OCpx)
*Provavelmente, pelo menos em parte, representa paragnaisses originais, o que é evidenciado
por um conteúdo bastante elevado de quartzo e mica branca. A granada, a piroxena e a
horneblenda apresentam-se habitualmente como minerais subordinados a acessórios. As rochas
são geralmente leucocráticas e possuem bandado numa escala de centímetros. Contêm fitas de
quartzo com espessura de milímetros, originadas por uma forte deformação de cisalhamento.
*As texturas destes gnaisses variam em função da natureza da deformação ocorrida durante o
metamorfismo. Em regra, contêm quartzo numa estrutura fitada, com grãos entre 2 e 3 mm de
comprimento. Em algumas amostras, as restantes fases exibem uma textura granoblástica e,
noutras, uma textura heteroblástica a heterogranular com borda do grão desigual.
*As fases mais significativas incluem quartzo (30-50%), plagioclase (20-50%) e horneblenda
(4-10%). As fases subordinadas compreendem clinopiroxena (4-7%), ortopiroxena (4-7%),
biotite (entre vestígios e 7%), com fases de granada e minerais opacos como minerais
acessórios comuns.

O volume mais significativo das rochas do Complexo de Ocua nas folhas 1535-6, Insaca-
Gurúè, e 1635, Milange, é representado por granulitos félsicos a intermédios intercalados, que
ocorrem ao longo da fronteira do Complexo Nampula-Unango.
*Os granulitos félsicos, de aparência charnoquítica, apresentam cor rosa-pálido quando
levemente meteorizados e cinza-esverdeado quando revestidos por um brilho resinoso recente.
*Em afloramentos com nível mais elevado de meteorização, são comuns grandes grãos de
hiperstena de aspecto oxidado e erodido, em conjunto com boudins e raias máficas piroxeno-
anfibólicas. A granada, embora menos disseminada que no granulito máfico, ocorre em certas
zonas sob a forma de porfiroclastos com dimensões que podem atingir 5 mm. Normalmente, a
biotite também está presente. O tamanho do grão apresenta grande variação, com textura
granular de fina a grosseira, e, tipicamente, as rochas são foliadas e granofélsicas. Observam-se
texturas incipientes de quartzo fitado em certas zonas (por exemplo, no ângulo noroeste da
folha 1536, Ribáuè-Mecuburi; divisão da grelha 28 823).
*Em muitos afloramentos, os granulitos são tenuemente migmatíticos, frequentemente com
leucossomas cisalhados contendo magnetite e/ou de contornos direitos, atravessados por
gerações de veios leucocráticos posteriores, incluindo segregações vesiculares pegmatíticas
com piroxena de textura granular grosseira. Alguns afloramentos são fortemente venados,
apresentando até quatro gerações de veios ácidos (NGU, 2006).

4.2.3.2.2. Gnaisse granulítico máfico (P3OCpx)


(Granulito máfico, P3OCpx) (Granulitos máficos, 576±7Ma; 587±Ma, U-Pb, idades
metamórficas, P3OCpx)

*Os granulitos máficos representam o principal tipo rochoso do Complexo de Ocua nas
secções ocidentais da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) (Thomas et al., 2005; CGS, 2007).
*Na folha 1537, Alto Molócuè, os gnaisses máficos formam grandes unidades, mas, noutros
locais, encontram-se interbandados com granulitos félsicos à escala do afloramento (Thomas et
al., 2005). O granulito máfico melanocrático com textura granular fina a média conserva uma
forte foliação e uma lineação mineral alongada.
*Os granulitos incluem plagioclase, com ou sem ortoclase, hiperstena pleocróica de tom rosa-
acastanhado a verde e clinopiroxena.
*Observaram-se igualmente camadas com porfiroblastos granatíferos.
*Coroas clássicas de descompressão a altas temperaturas de plagioclase-ortopiroxena
simpléctica desenvolvem-se, por vezes, em torno de granada e de horneblenda (habitualmente
até 20%) como um mineral retrógrado (Thomas et al., 2005; CGS, 2007).
*Os gnaisses granulíticos vão de charnoquíticos a composições mais máficas. Em geral,
encontram-se interestratificados com gnaisses félsicos que são, pelo menos parcialmente,
paragnaisses (P3OGfg). Este dado poderia significar que a maioria dos granulitos máficos
teriam também origem supracrustal. As camadas mais máficas contêm uma abundante
quantidade de ortopiroxena (hiperstena), anfíbolo e granada. Em geral, os gnaisses granulíticos
apresentam igualmente um fabric milonítico bastante desenvolvido.
*Entre Odinepa e o Rio Lúrio, na folha 1340, Mecufi, (entre UTM 37S, 625830, 8503830 e
631380, 8507300, ~8 km), existe um granulito charnoquítico com textura granular fina e tom
cinza-acastanhado, com alguma granada que, em parte, regista sobrecrescimento em relação à
foliação. Na área circundante existe granulito retrógrado com gnaisse bandado, com textura
granular fina, relativamente rico em biotite e granatífero, com algumas bandas mais félsicas à
escala de centímetros.
*São comuns os veios pegmatíticos paralelos extensos, com biotite grosseira e agregados
anfibólicos. Mais para norte, o perfil é dominado por granulito milonítico deformado, com
textura granular fina e bandado delgado. Compõe-se de bandas cinzento-escuras com piroxena
e bandas cinzentas ricas em plagioclase, com quantidades reduzidas de quartzo. A granada, em
grãos de 2-8 mm, também se encontra enriquecida em bandas félsicas. O gnaisse possui uma
lineação muito pronunciada.
*No Rio Lúrio, verifica-se um afloramento de grandes dimensões formado por gnaisse
granulítico bandado, com textura granular média e foliação planar. O bandado ocorre numa
escala de centímetros a decímetros, com proporções variáveis de feldspato, quartzo, piroxena,
anfíbolo e granada. Normalmente, o gnaisse bandado contém boudins de granulito máfico e,
em certas zonas, rochas ultramáficas (horneblendito). Encontram-se zonas de cisalhamento,
com espessura de metros, quase paralelas à foliação geral (268º-296º/30-48º).
*As estruturas são atravessadas por pegmatitos cuja espessura pode atingir 1 m, que também
contêm piroxena e apresentam cisalhamento ao longo da foliação.
*O gnaisse charnoquítico, granatífero, parcialmente bandado e com bandas ricas em anfíbolo,
domina um perfil nesta unidade, na secção central da folha 1339, Montepuez. Estas rochas
apresentam um maior grau de metamorfismo retrógrado e, em certas zonas, exibem um
cisalhamento pronunciado.
*Zonas mais reduzidas de cisalhamento dextrógiro, de orientação leste-nordeste-oeste-sudoeste
(255°/80° – 260°/90°) atravessam a foliação (228°/30° – 234°/24°).
*Nas folhas 1437, Malema, e 1438 Ribáuè-Mecuburi, ocorrem dois granulitos máficos
piroxénicos bastante característicos, que se compõem principalmente de gnaisses bem
intercalados, firmes e recentes, com um espectro completo de composições intercaladas que
vão do máfico ao intermédio e ao félsico. Frequentemente, camadas máficas espessas, densas e
compactas formam afloramentos extremamente duros e maciços de tipo "bloco rochoso"
("corestone"), dando origem a solos férteis de tom vermelho escuro a negro. Habitualmente,
estas rochas máficas são verde-escuras a negras, com textura granular média a grosseira,
inequigranulares e fortemente foliadas, exibindo graus variáveis de deformação.
*Os granulitos mais félsicos, de aparência charnoquítica, apresentam cor rosa-pálido quando
levemente meteorizados e cinza-esverdeado quando revestidos por um brilho resinoso recente.
Normalmente, a biotite também está presente. É comum o dobramento apertado a isoclinal,
numa micro-escala ou numa escala de metros. Com frequência, os granulitos são tenuemente
migmatíticos.
*Na secção sudoeste da zona cartografada, perto da fronteira entre as folhas 1535 e 1635, em
redor de Milange, também ocorrem granulitos máficos de duas piroxenas. Ocorrem na
principal cintura dentro do Complexo de Ocua, encontrando-se também envolvidos por
dobramento, sob a forma de grandes afloramentos lenticulares, no Complexo de Nampula, a
nordeste e em torno da Missão de Tengua. Trata-se de rochas bastante características, escuras,
compactas e densas. Em geral, formam afloramentos extremamente duros, recentes e maciços
de tipo "bloco rochoso" ("corestone"), dando origem por meteorização a solos férteis de tom
vermelho escuro a negro. Habitualmente, estas rochas são verde-escuras a negras, com textura
granular média a grosseira, inequigranulares, maciças, homogéneas a fortemente bandadas e
foliadas, exibindo, com frequência, elevados níveis de deformação. A piroxena e o anfíbolo são
frequentemente visíveis nos afloramentos, tendo em comum granada porfiroblástica. As
composições variam entre máfica, com ~10% de plagioclase, a intermédia, com mais de 20%
de feldspato. Muitas vezes, são visíveis sulfuretos nos afloramentos.
As rochas parecem constituir o produto de uma mescla de protólitos. Muitas rochas são
provavelmente máficas, de origem meta-ígnea, ao passo que as rochas intercaladas mais
aluminosas contendo ortopiroxena + feldspato potássico + granada poderão ser paragnaisses
semi-pelíticos.
*A foliação apresenta graus variáveis, sendo definida por oscilações composicionais (bandado
grosseiro), pela orientação mineral do grão e por variações de tamanho de grão paralelas às
camadas. Em certas zonas, o bandado em grande-escala (de metros) envolve granulito máfico e
charnoquito maciço verde com textura granular grosseira. Em geral, os granulitos são
escassamente migmatíticos. Em muitas rochas há evidências locais de anatexia (NGU, 2006).

4.2.3.2.3. Gnaisse diorítico a anfibolítico (P3OCda)

Ocorre gnaisse diorítico a anfibolítico na folha 1339, Montepuez, (centrado à volta de UTM
37S 590000, 8507000), penetrando para leste na folha 1340, Mecufi. Ocorrem igualmente
alguns finos horizontes, em conjunto com gnaisse granodiorítico/tonalítico, perto da fronteira
ocidental da folha 1339, Montepuez (UTM 37S 512000, 8472000).

*Na unidade principal da folha de Montepuez, o gnaisse anfibolítico é bastante maciço e


gabróico. Observa-se uma mineralização menor de sulfuretos, semelhante a um veio, com
pirrotite e menos calcopirite. Noutras zonas, o gnaisse máfico apresenta-se fortemente foliado e
bandado, com alternância entre camadas escuras ricas em anfíbolo e camadas claras com
plagioclase, numa escala de 1-5 cm. Pode, também, exibir clivagem fraca.
*Em geral, o gnaisse anfibolítico apresenta textura granular fina a média, com grão entre 1-4
mm. Algumas das variedades anfibolíticas com textura granular mais fina poderão representar
rochas vulcânicas. As fases mais relevantes incluem horneblenda, plagioclase, biotite e
clinopiroxena. A ortopiroxena está também presente em certas zonas. As fases acessórias
significativas incluem granada, titanite e clorite. Em algumas áreas, as rochas contêm grandes
granadas vermelhas, indicando um metamorfismo de grau bastante elevado (NGU, 2006).

4.2.3.2.4. Gnaisse charnoquítico (P3OCch)


(Charnoquito)

*A unidade compõe-se de gnaisse charnoquítico com textura granular média a grosseira, cinza-
amarelado por meteorização, com biotite-quartzo-feldspática-piroxénica ± granada. Quando
recentes, as rochas têm um tom esverdeado, com o típico brilho oleoso dos charnoquitos. As
rochas são maciças a bem foliadas, ocasionalmente levemente bandadas e heterogéneas, com
schlieren ou boudins compactos ou pequenos feixes máficos.
*Habitualmente, a foliação é definida pelo alinhamento dos minerais máficos. Com frequência,
a ortopiroxena é visível a nível macroscópico. Em certas zonas, o charnoquito apresenta forte
cisalhamento, com ocelos de hiperstena, horneblenda e feldspato.
*Na parte sudoeste da área cartografada, ocorrem charnoquitos, limitados a um pequeno
número de corpos lensoidais, em íntima associação espacial com a fronteira do Complexo
Unango-Nampula.
*Na maioria dos afloramentos, as rochas são maciças e quase sem foliação.
*Contudo, em algumas áreas misturam-se com ortognaisses bem foliados, levemente bandados
em certas zonas e heterogéneos, com schlieren ou boudins compactos ou pequenos feixes
máficos.
*Normalmente, a foliação é definida pelo alinhamento dos minerais máficos. Em alguns
afloramentos de charnoquito mais indistinto, é possível que a foliação tenha sido em parte
obliterada por processos posteriores de "charnoquitização". Noutros locais, o charnoquito
apresenta forte cisalhamento, com ocelos de hiperstena, horneblenda e feldspato (NGU, 2006).

4.2.3.2.5. Gnaisse biotítico (P3OCbi)

*O gnaisse biotítico, quando encontrado em conjunto com granulitos, representa


provavelmente gnaisses granulíticos retrógrados.
*É difícil determinar se estes gnaisses são de origem sedimentar ou ígnea.
*No entanto, detectaram-se também algumas camadas extensas de gnaisse biotítico, fortemente
bandado, com uma composição mineral variável, e que são provavelmente paragnaisses. O
bandado ocorre numa escala de centímetros a decímetros, com alternância de bandas
dominadas pelo quartzo-feldspato e bandas de biotite ou horneblenda. Estas bandas,
normalmente com textura granular fina, reflectem provavelmente uma estratificação primária e
apresentam-se fortemente deformadas, foliadas e dobradas numa foliação altamente transposta.
*Adicionalmente, a rocha é em geral milonítica a blastomilonítica, com blastos de feldspato e
anfíbolo e agregados de biotite. Habitualmente, contém também porfiroblastos de granada de
dimensões iguais ou superiores a 1 cm (NGU, 2006).

4.2.3.2.6. Mármore (P3OCma)

Existe um horizonte de mármore a ~3 km a sul do Rio Lurio, entre UTM 619090, 8506270 e
621040, 8507050.

*Os afloramentos de mármore estão separados por paragnaisse félsico altamente tectonizado.
*O afloramento mais a sul integra mármore dolomítico relativamente puro, com textura
granular média a grosseira (2-10 mm), com quantidades reduzidas de serpentina e agregados de
mica.
*Mais a norte, existe um horizonte com >7 m de largura e textura granular grosseira (4-5 mm)
de mármore calcítico impuro com quantidades reduzidas de diópsido, flogopite e,
possivelmente, corindo.
*No contacto com o mármore, existe um paragnaisse com 10-15 m de largura, bandado,
parcialmente rico em biotite e com algum anfibolito, bem como lentes de mármore.
*O afloramento mais a norte tem >100 m de largura, contendo calcite impura com textura
granular fina a média (1-4 mm), bem como mármore dolomítico com quantidades reduzidas de
diópsido, flogopite e, possivelmente, granada (NGU, 2006).

4.2.3.2.7. Gnaisse quartzo-feldspático milonítico e quartzito com quartzo fitado (P3OCgr)

*O gnaisse quartzo-feldspático é bastante comum no Complexo de Ocua.


*No terreno, a sua aparência é bastante similar à dos gnaisses mais quartzíticos, mas contém
mais mica (sobretudo muscovite) e feldspato. Em geral, é fortemente milonítico, com quartzo
aplanado em fitas; caso contrário, apresenta-se com grão muito fino. É também muito parecido
com os granulitos félsicos, mas estes contêm ortopiroxena e granada como minerais
característicos.
*O "gnaisse milonítico de quartzo fitado" constituiu uma importante unidade nas folhas 1437,
Malema, e 1438, Ribáuè-Mecuburi, na medida em que parece definir a margem sul e "única
descontinuidade" da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL). Forma uma série de faixas
anastomosadas, podendo atingir 5 km de largura, e lentes estreitas, que podem ser encontradas
numa zona até 20 km de largura, a partir do limite oriental da folha 1438, da secção sudeste à
secção sudoeste da folha 1437. Neste ponto, a cintura torna-se menos contínua, mais
claramente dobrada, tendo registado graus mais baixos de deformação.

**Litologicamente, a unidade compõe-se de leucognaisse meteorizado de tom branco a


amarelado e rosado, com uma característica textura de quartzo fitado com forte aplanamento.
**O gnaisse apresenta cor cinza-claro quando recente, embora possua zonas esverdeadas, dado
possivelmente indicativo de natureza charnoquítica. Com frequência, possui um carácter
félsico tão acentuado que não são visíveis minerais máficos, para além de pequenas
quantidades de magnetite, ao passo que, em alguns afloramentos, se observa biotite fina
altamente estriada, e schlieren máficos com anfíbolo que pode atingir 10 cm de espessura e
vários metros de comprimento. Alguns afloramentos contêm ortopiroxena oxidada por efeito
da meteorização.
**Em algumas zonas, detectam-se minúsculas fiadas de granada ao longo da foliação.
**As rochas são levemente inequigranulares, com a estratificação parcialmente definida pelas
diferenças no tamanho do grão.
**Por vezes, concentrações muito pequenas de minerais máficos originam um bandado difuso
(NGU, 2006).

4.2.3.2.8. Gnaisse granítico e tonalítico (P3OCgt)

Trata-se de uma das unidades importantes do Complexo de Ocua, sendo comum na folha 1339,
Montepuez.

*A rocha ocorre em simultâneo com gnaisse granítico, estando separada na base dos conteúdos
de plagioclase e do teor mais elevado de biotite e anfíbolo. O gnaisse granítico é ligeiramente
mais comum do que o gnaisse tonalítico.
*Estas rochas caracterizam-se por bandado com alternância de bandas de quartzo-feldspático e
bandas ricas em biotite ou horneblenda, numa escala de centímetros a metros. São localmente
migmatíticas, com neossomas quartzo-feldspáticos mais grosseiros, normalmente com grãos de
horneblenda que podem chegar a 1-3 cm de comprimento, agregados de biotite e, em certas
zonas, alguma granada. A dimensão de grão típica é de 1-2 mm.
*Na localização UTM 37S 538878, 8510717, ocorre gnaisse tonalítico com textura granular
relativamente fina (1-3 mm), com veios de centímetros de espessura de quartzo e feldspato em
dobras isoclinais ao longo da foliação. Este gnaisse contém até 25% de biotite.
*Na localização UTM 37S 549415, 8489896, o gnaisse tonalítico contém xenólitos de
anfibolito com textura granular fina que podem atingir 1 m de comprimento e 2-3 dm de
espessura. A rocha hospedeira tonalítica caracteriza-se por lentes de biotite com uma espessura
de milímetros e comprimento que pode chegar a 2 cm, com textura granular fina, e
porfiroblastos de horneblenda dispersos, que podem atingir 1 cm. Os blastos de horneblenda
têm halos de biotite com textura granular fina (NGU, 2006).

4.2.3.2.9. Gnaisse sienítico (P3OCsy)


(599±6 Ma, Mecufi; 504±11 Ma, Malema U-Pb)

O gnaisse sienítico ocorre sob a forma de um horizonte bastante contínuo, de várias centenas
de quilómetros, que se estende da folha 1340, Mecufi, à folha 1339, Montepuez, mas ocorre
somente sob a forma de pequenos corpos na folha 1437, Malema.

*O gnaisse sienítico apresenta-se normalmente bandado numa escala de centímetros, com


bandas enriquecidas com biotite e feldspato alcalino. Observam-se também porfiroblastos
dispersos de horneblenda/clinopiroxena, com dimensões de centímetros. Noutras zonas, a
horneblenda/clinopiroxena constituem os minerais "escuros" mais importantes, ao passo que a
biotite é um mineral acessório a subordinado.
*A rocha consiste em ~70% de feldspato potássico, 20% de clinopiroxena e 10% de biotite
e/ou horneblenda. As fases acessórias incluem apatite, titanite, fases de minerais opacos e
zircão. Em geral, a rocha encontra-se cristalizada numa textura granoblástica com um tamanho
de grão de 0,2-1 mm. O feldspato potássico é parcialmente pertítico, com fios pertíticos muito
finos e ocorrências de clinopiroxena em cristais verde-pálido de 0,2-2 mm.
*Na folha 1437, Malema, esta unidade está presente em pequenos afloramentos, constituindo
uma ligação ao Complexo de Ocua a cerca de 250 km a Leste, nas folhas 1340, Mecufi, e
1339, Montepuez. Na folha 1437, estes gnaisses sieníticos afloram numa cintura estreita com 5
km de comprimento no extremo ocidental da área, perto da margem norte do Rio Lúrio (UTM
37S 292000, 8382000).

**Os gnaisses sieníticos são rochas de cor cinzento-azulado claro, heterogranulares, com
textura granular grosseira a muito grosseira (tamanho de grão >1 cm), a rochas pegmatíticas,
com grandes grãos cinzentos de feldspato (+ nefelina?) cujo tamanho pode atingir 10 cm e
anfíbolo verde-escuro. Os afloramentos apresentam um tom cinzento claro, com uma
característica aparência esburacada, de cascalho.
**São comuns as manchas e segregações pegmatoidais de feldspato cinzento-claro.
**O quartzo parece estar ausente das rochas, que são heterogéneas, com textura granular
grosseira, com camadas máficas descontínuas e hetereogranulares, vesículas, schlieren e
aglomerados irregulares.
**As fases máficas incluem horneblenda verde-escura, com uma fase máfica negra, oxidada
devido à meteorização, provavelmente constituída por ortopiroxena. A biotite é escassa.
**As rochas apresentam uma foliação forte, embora variável, pouco profunda e de inclinação
norte-Noroeste, e, em certas zonas, possuem uma lineação de orientação descendente noroeste
(NGU, 2007).

4.2.3.2.10. Gnaisse granítico, localmente migmatizado (P3OCgg)

Há afloramento de gnaisse granítico na folha 1340, Mecufi. É comum em horizontes mais


espessos na parte mais a oeste da folha 1339, Montepuez.
*A rocha encontra-se normalmente interestratificada e dobrada conjuntamente com
ortognaisses granodioríticos e tonalíticos.
*O gnaisse granítico possui amiúde foliação milonítica. Nas zonas mais migmatíticas, o
bandado é mais pronunciado. É tipicamente avermelhado, com textura granular fina a média e
leucocrático, com conteúdos muito baixos de biotite e magnetite. Não é invulgar encontrarem-
se pequenas granadas. As fases mais importantes são constituídas por feldspato potássico,
quartzo e plagioclase.

4.2.3.D. Zona de cisalhamento de Namala, do Pan-Africano Superior

A Zona de Cisalhamento de Namala ou Zona de Carreamento de Namala é uma estrutura de


cisalhamento sinistrógira de orientação norte-nordeste, que se estende por mais de 100 km num
arco aberto virado a noroeste, através das secções centrais da sub-província geológica de
Nampula -Zambézia.

*(4.2.3.P₂-3.) Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


(Território da Gondwana Oriental e Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) > Cintura do Lúrio<

Para a sub-província geológica Niassa-Cabo Delgado, no nordeste de Moçambique, o


Norconsult (NGU, 2007) ilustra a mais recente subdivisão estratigráfica no que se refere ao
desenvolvimento geológico do Proterozóico - Paleozóico Inferior. A panorâmica estratigráfica
fornecida na Tabela 4.25. baseia-se nos estudos do NGU (2007).

Era /Idade Grupo /Complexo Unidades litoestratigráficas Grau de Metamorfismo


estratigráfica de/

Suíte

Intrusões Mesozóicas (Jurássicas) em P₂ e P₃

Jr * Suíte de Tundo: plutões sieníticos Jurássicos e diques sieníticos


e doleríticos (Jrsy, sy, do)

Intrusões Pan-Africanas e Intrusões do Paleozóico Inferior

Ca Suíte de Niassa (CaN)

Suíte de Malema (CaM)

Suíte de Murrupula (CaR)

P₃ Suíte de Maco (P3CM)

Suíte do Monte Miruei (P3Mir)

Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de


Xixano

Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de


Marrupa

Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de


Unango

Unidades de cobertura P₃

P₃ Grupo de Geci Calcário, micaxisto, metaconglomerado Xisto verde, anfibolito


(P3GC)

Grupo de Micaxisto, xisto clorítico, metagrauvaque, Xisto verde, anfibolito


meta-arenito, Formações Ferríferas
Txitonga (P3TX) Bandadas (BIF), metagabro, rochas verdes,
pórfiro quartzo-feldspático

Unidades de carreamento e de klippen

P₃ Complexo de Paragnaisses, mármore, gnaisse biotítico, Anfibolito


Lalamo (P3LM) micaxisto, meta-arenito, gnaisse granítico
a granodiorítico

Complexo de Granulito máfico, gnaisse migmatítico Granulito


M´Sawize (P3SW) bandado, metatonalito, metagabro

Complexo de Gnaisse granítico, tonalítico, gabróico, Anfibolito


Muaquia (P3Q) anfibolítico, micaxisto, gnaisse quartzo-
feldspático, gnaisse calco-silicatado

Complexo de Granulito máfico, enderbito, gnaisse Anfibolito, Granulito


Xixano (P3X) anfibolítico-diorítico, paragnaisses,
mármore, gnaisse biotítico, micaxisto,
meta-arenito, meta-riólito, gnaisse
granítico

Complexo de Ocua Gnaisse granulítico máfico a félsico, Anfibolito, Granulito


(P3OC) leucognaisse milonítico, gnaisse granítico,
tonalítico, diorítico e sineítico, gnaisse
quartzo-feldspático

P₃ – P₂ Unidades Metamórficas

P₃ Complexo de Gnaisse granítico a granodiorítico, gnaisse Anfibolito


Montepuez (P3MP) biotítico, gnaisse quartzo-feldspático,
mármore, quartzito

Grupo do Alto Metaconglomerado, gnaisse nodular, Anfibolito


Benfica (P3AB) gnaisse biotítico

Grupo de Metaconglomerado, gnaisse nodular, Anfibolito


Mecuburi (P3CB) gnaisse biotítico

Complexo de Gnaisse granítico a granodiorítico Anfibolito


Meluco (P2MC)

Complexo de Gnaisses migmatíticos a granodioríticos Anfibolito


Nairoto (P2NR)

P₂ Complexo de Gnaisse granítico a granodiorítico, gnaisse Anfibolito


Marrupa (P2MR) anfibolítico, gnaisse migmatítico bandado,
leucognaisse, gnaisse quartzo-feldspático

Complexo de Gnaisse granítico a granodiorítico, gnaisse Anfibolito/Granulito


Unango (P2UN): charnoquítico, anfibolito, gnaisse
hornebléndico-biotítico migmatítico,
gnaisse muscovítico-biotítico, gnaisse
quartzo-feldspático e quartzito (+/-
distena)

Complexo de Gnaisse granítico, granodiorítico a Anfibolito


Nampula (P2NM) tonalítico, gnaisse biotítico migmatítico
(ver Sub-província bandado, leucognaisse, gnaisse ocelado,
geológica de gnaisse silimanítico, gnaisse quartzo-
Zambézia - feldspático, anfibolito
Nampula)

P₂ - Intrusões no P₃- Complexo da Ponta Messuli

Granito (P2gra) Granito

Tabela 4.25.: subdivisão estratigráfica das unidades litoestratigráficas meso-neoproterozóicas e


das intrusões Pan-Africanas a mesozóicas da sub-província geológica de Niassa–Cabo Delgado
(a P₂-P₃ – subdivisão segue o NGU, 2007) Na tabela incluem-se também as unidades da Zona
de Carreamento do Lúrio (ZCL) e o Complexo de Nampula (sub-província geológica de
Zambézia–Nampula), uma vez que o Complexo de Nampula aflora, em parte, no norte da Zona
de Carreamento do Lúrio.

A Figura 4.22. mostra o posicionamento das unidades P₂ e P₃ na Sub-província Geológica de


Niassa –Cabo Delgado.

Figura 4.22.: Unidades Meso-neoproterozóicas na sub-província geológica de Niassa-Cabo


Delgado.

4.2.3.3. Intrusões graníticas (P2gra) no Complexo da Ponta Messuli


No Complexo da Ponta Messuli, as rochas graníticas mesoproterozóicas registam intrusão em
três zonas:

*A cerca de 10 km a sul da fronteira com a Tanzânia, ao longo da margem do Lago


Niassa (Lago Niassa)
*Na aldeia de Cobué
*Numa área a Leste de Ponta Ngoo, a cerca de 20 km a sul de Cobué.

*O granito mais a norte (a 10 Km a sul da fronteira com a Tanzânia, parece intruir o


gnaisse migmatítico.
**Algumas rochas migmatíticas encontram-se também sob a forma de xenólitos no granito. O
granito parece não ser afectado pela migmatização, mas apresenta-se fortemente cisalhado e
parcialmente sericitizado.
**O granito exibe três cores devido à plagioclase branca, ao feldspato potássico vermelho e ao
quartzo cinzento-azulado. Parece ter sido porfirítico, com grãos de feldspato potássico com
uma dimensão que pode chegar a 1 cm, mas, mais vulgarmente, com 0,5 cm.
**O granito exibe uma forte foliação, com biotite envolvendo grãos maiores de quartzo e
feldspato.
*O granito da aldeia de Cobué está, em parte, situado num granito homogéneo, pouco foliado,
com textura granular fina a média e tom avermelhado a cinzento-escuro.
**Apresenta deformação muito menor que os outros granitos mapeados no complexo, mas é
levemente foliado em certas zonas, ao longo de juntas.
*O granito de Ponta Ngoo é de um tipo diferente.
**Trata-se de um granito muscovítico com textura granular fina a grosseira, variavelmente
gnáissico.
**Ocorre no tecto de uma grande zona de cisalhamento
**A zona de cisalhamento tem orientação nordeste-sudoeste com inclinações moderadas para
sudeste e uma lineação forte, de inclinação leste suave (indiciando movimentos transtensionais
ou transpressivos ao longo do cisalhamento).
**O limite sul do granito confina com a falha delimitadora no lado oeste do graben de
Maniamba.
**O granito está deformado, com lineação fraca e dobramento apertado em pequena-escala da
gnaissosidade, sendo atravessado por grandes veios de quartzo (NGU, 2007)

4.2.3.4. Complexo de Nampula (P2NM) na sub-província geológica de Niassa–Cabo


Delgado

A zona principal de afloramento do Complexo de Nampula é a sub-província geológica de


Zambézia-Nampula, a sul da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL)
É fornecida uma descrição detalhada na secção dedicada às características geológicas da sub-
província geológica de Zambézia-Nampula.

*Na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado, as rochas do Complexo de Nampula


afloram apenas na parte sul (parcialmente dentro dos limites da Zona de Carreamento do Lúrio
(ZCL) e em certas zonas a norte da cintura).
*O Complexo de Nampula aflora de sudoeste para nordeste nas seguintes folhas cartográficas:
1635 (Milange), 1636 (Lugela-Mocuba), 1535-1536 (Insaca-Guruè), 1437 (Malema), 1438
(Ribáuè-Mecubúri), 1339 (Montepuez) e 1340 (Mecufi).
*O Complexo continua para sul, desaparecendo por detrás das planícies costeiras da zona
Quelimane-Angoche-Ilha de Moçambique.
*A oeste, as rochas do Complexo de Nampula estão cobertas pelos sedimentos mais recentes
associados à extensão meridional da fenda do Lago Niassa na fronteira Moçambique-Maláui.
*O Complexo de Nampula estende-se por uma superfície total de 100 000 km2, tornando-o o
mais vasto complexo no norte de Moçambique.

*O Complexo de Nampula está tectonicamente coberto pelos Klippen de Mugeba e Plantação


Santos, que se recortam a sul de Mugeba e que são definidos como um complexo distinto, o
Complexo de Mugeba, mas que estão correlacionados com o Complexo de Ocua.
*A margem norte do Complexo de Nampula é uma zona tectónica de tendência nordeste-
sudoeste notavelmente recta, ao longo de 600 km, que se estende desde a fronteira com o
Maláui a sudoeste do Milange até perto da cidade costeira de Nacala, onde é sobreposto pelas
rochas Mesozóicas-Cenozóicas da Bacia do Rovuma.
*Este limite é coincidente com a Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL)., que tem a expressão
de uma forte zona de achatamento a leste, que evolui lateralmente para uma zona mais
complexa de zonas de cisalhamento anastomosado e dobra em direcção a sudoeste. No entanto,
no seio do complexo as tendências do fabric são mais variadas, resultante de forte dobramento
polifásico em grande escala e de episódios de cisalhamento (NGU, 2007).
*As rochas do soco constituem até 90% da área superficial do Complexo de Nampula, sendo o
restante constituído de duas unidades sobrepostas de gnaisses metassedimentares denominados
Mecubúri (P3CB) e Alto Benfica (P3AB) Grupos que se acredita terem sido depositados de
forma não conforme no Complexo de Nampula durante o Neoproterozóico
*Subsequentemente, o Complexo de Nampula foi intruído por plutões, diques e lençóis Pan-
Africanos, sintectónicos a pós-tectónicos da Suíte de Murrupula (CaR) e, em menor grau, da
Suíte de Malema (CaML) durante o Câmbrico.
*A margem ocidental do Complexo de Nampula foi intruída por alguns plutões, plugs, lençóis
e diques sieníticos e nefelina-sienitos Jurássicos, que representam actividade alcalina ao longo
da terminação sul do sistema de riftes da África Oriental.
*Uma suíte de diques doleríticos Jurássicos (Karoo) está também presente na parte ocidental
do Complexo de Nampula (NGU 2007).

Para características detalhadas de unidades rochosas do Complexo de Nampula na Sub-


província de Niassa-Cabo Delgado ver Capítulo 4.2.23. Complexo de Nampula (P2NM)

4.2.3.5. Complexo de Unango (P2UN)

O Complexo de Unango domina a geologia da parte ocidental da Sub-província Geológica de


Niassa - Cabo Delgado.
O Complexo de Unango estende-se desde a fronteira com a Tanzânia a norte, em que é
parcialmente coberto pelas rochas Karoo do Graben de Maniamba, até 150 30' S, ao longo da
fronteira com o Maláui e desde o Lago Niassa e da fronteira com o Maláui a ocidente até
aproximadamente 360 30' E, a nordeste de Mavago, onde o Complexo de Unango é penetrado
pelo Complexo de Marrupa e coberto por klippen constituídos pelos Complexos de Muaqui e
M'Sawize (Klippen).

A sul destes mantos de carreamento o Complexo de Unango tem contacto tectónico com o
Complexo de Marrupa. Foi estruturalmente instalado sobre o Complexo de Nampula durante a
orogenia Pan-Africana.
A fronteira entre estes dois complexos é uma complexa série de zonas de cisalhamento
íngremes, anastomosadas, de tendência nordeste-sudoeste, das quais raramente foram
observadas provas no terreno.

*O Complexo de Unango é dominado por ortognaisses ácidos a intermédios, parcialmente na


classe granulito e parcialmente regredidos. A migmatização de carácter variável é extensiva.
*Alguns componentes apresentam poucos sinais de terem sido expostos a metamorfismo de
fácies granulítica.

O Complexo de Unango é composto por muitas unidades litológicas (Tabela 4.26.):

Complexo de Unango (P2UN)


Milonito granítico (P2UNmy)
Quartzo pórfiro do Monte Balise (P2UNqg)
Metagabro (P2UNbf)
Gnaisse quartzo-feldspático leucocrático (P2UNlcr)
Gnaisse Lichinga (P2UNef)
Gnaisse granítico a granodiorítico (P2UNdi)
Gnaisse de Chiconomo (P2UNtg)
Gnaisse migmatítico, granítico a granodiorítico
(P2UNgo)
Granito (P2UNfg)
Granofels charnoquíticas a enderbíticas (P2UNco)
Leucogranito (P2UNlc)
Monzonito (P2UNmz)
Gnaisse de Meponda (P2UNbb)
Gnaisse máfico, metagabro (P2UNgb)
Granofels do Monte Linasse (P2UNfp)
Gnaisse máfico a charnoquítico (P2UNmc)
Quartzito (P2UNqm) Gnaisse charnoquítico migmatítico (P2UNcm)

Gnaisse quartzo-feldspático (P2UNfq) Gnaisse charnoquítico com porfiroblastos de


feldspato (P2UNcf)
*Pórfiro quartzoso meta-riólito (P2UNvo) Gnaisse sienítico (P2UNsy)
Biotite gnaisse (P2UNbi) Gnaisse ocelado (P2UNag)

Gnaisse estromático migmatítico (P2UNmg)


Gnaisse Chala (P2UNmr)

Gnaisse migmatítico bandado (P2UNam)

Tabela 4.26.: Unidades litológicas do Complexo de Unango

O Complexo de Unango (P2UN) inclui as seguintes unidades:

Complexo de Unango (P2UN)


*Milonito granítico (P2UNmy)
*Quartzo pórfiro do Monte Balise (P2UNqg)
*Rochas ultramáficas (P2UNpx)
*Metagabro (548±5 Ma; U-Pb metamórfico) (P2UNbf)
*Gnaisse quartzo-feldspático leucocrático (569±9 Ma – metamórfico; 827±20Ma –
detrítico: ambos U-Pb) (P2UNlcr)
*Gnaisse Lichinga (P2UNef) (975+-33 Ma)
*Gnaisse granítico a granodiorítico (P2UNdi) (1006+-9Ma)
*Gnaisse de Chiconomo (P2UNtg) (1013+-10, 1030+-10 Ma)
*Gnaisse migmatítico, granítico a granodiorítico (P2UNgo) (1036+-10 Ma)
*Granito (P2UNfg) (1048+-8, 1004+-23, 975+-33 Ma)
*Granofels charnoquíticas a enderbíticas (P2UNce) (1065+-16 Ma)
*Leucogranito (P2UNlc)
*Monzonito (P2UNmz)
*Gnaisse de Meponda (P2UNbb)
*Gnaisse máfico, metagrabo (P2UNgb)
*Granofels do Monte Linasse (P2UNfp)
*Gnaisse máfico a charnoquítico (P2UNmc)
*Gnaisse charnoquítico migmatítico (P2UNcm)
*Gnaisse charnoquítico com porfiroblastos de feldspato (P2UNcf)
*Gnaisse sienítico (P2UNsy)
*Gnaisse ocelado (P2UNag)

Complexo de Unango (P2UN)


*Quartzito (P2UNqm)
*Gnaisse quartzo-feldspático (P2UNfq)
*Pórfiro quartzoso meta-riólito (P2UNvo)
*Biotite gnaisse (P2UNbi)
*Gnaisse hornebléndico (P2UNbh)
*Gnaisse estromático migmatítico (P2UNmg)
*Gnaisse Chala (P2UNmr)
*Gnaisse migmatítico bandado (P2UNsm)

4.2.3.5.A1. Complexo de Unango (P2UN)

4.2.3.5.1. Gnaisse migmatítico bandado (P2UNsm)

*Esta unidade é uma sequência heterogénea de migmatitos e gnaisses biotíticos quartzo-


feldspáticos bandados cinzentos, inequigranulares, com horneblenda e/ou piroxena ± granadas
complementares, que se considera representarem um depósito sedimentar metamorfoseado. A
magnetite é frequentemente notável. Em alguns locais, gnaisse grossularite-diópsido bandado,
de textura granular fina a média, apresenta dobras isoclinais.
*Camadas de composições intermédias com textura granular grosseira são também comuns.
Em geral, as rochas são menos migmatizadas do que as do Grupo Molócuè (suas equivalentes
no Complexo de Nampula), talvez atestando a natureza geralmente mais desidratada do
Complexo de Unango.
*O grau de migmatização é variável (NGU, 2007).

4.2.3.5.2. Gnaisse de Chala: gnaisse granulítico máfico bandado (P2UNmr)


(Unidade de Meponda)

Esta unidade litodémica está situada em torno da fronteira com o Maláui, a sul da aldeia de
Chala na folha 1235 Meponda e continua até à folha 1335 Lichinga. Do lado moçambicano tem
uma extensão triangular, até 45 km no sentido leste-oeste e 60 km no sentido norte-sul.

*No Malawi, estas rochas são descritas como gnaisses hornebléndicos e gnaisses biotíticos
granatíferos semipelíticos, localmente com grafite (Bloomfield et al., 1966; Kröner et al.,
2001).
*O grau de metamorfismo é referido como sendo de fácies anfibolítica (Andreoli, 1984).
*Na Carta Geológica de Moçambique (Pinna & Marteau, 1987) a unidade é descrita como
gnaisse de alta qualidade, incluindo piroxenito e anfibolito e gnaisse máfico listado. Pinna et al.
(1993) denominou esta rocha de "Unidade de Meponda" e reconheceu-a como sendo um
paragnaisse que inclui mármore, rochas calco-silicatadas e xisto aluminoso.

**A unidade consiste em gnaisse máfico, finas bandas félsicas e quartzitos numa forma
bandada e alternada, juntamente com gnaisse mais escuro, frequentemente máfico.
**Muitas das rochas têm vestígios de características típicas de fácies granulítica, como
feldspato escuro e uma distribuição coagulada de minerais máficos; horneblenda + plagioclase
+ granada é uma paragénese comum.
**A unidade também contém bandas e ortopiroxena-plagioclase-ortoclase-magnetite. A
ortopiroxena é normalmente decomposta em biotite ou horneblenda, ou ambas formando-se em
conjunto. Por vezes, pequenos glóbulos de horneblenda ficam retidos no interior de
ortopiroxena. Isto sugere um processo de mobilidade e concentração de componentes máficas
entre os grãos de plagioclase em agregados com forma de estrela. Isto pode ser usado como um
indicador de anterior metamorfismo de fácies granulítica em rochas retrogradadas, uma vez que
a aglomeração de minerais máficos em coágulos é preservada quando as piroxenas são
transformadas em paragéneses de fácies anfibolítica (McGregor & Friend,1997).
*Estruturalmente, o gnaisse granulítico bandado aparenta ser influenciado pelos mesmo
eventos que a maioria das outras unidades do Complexo de Unango (NGU, 2006).

4.2.3.5.3. Gnaisse migmatítico estromático (P2UNmg)

Esta unidade está presente em dois horizontes principais junto às margens do Lago Niassa na
folha 1234 Metangula.
*O horizonte mais a sul está situado a uns 10 km para sul de Meluluca.
*Outro horizonte situa-se na área entre Matangula e Messumba.

**A unidade contém gnaisse bandado de textura granular fina, fortemente deformado, que
varia desde gnaisse biotítico a gnaisse quartzo-feldspático e variedades mais quartzíticas.
**O horizonte mais a sul está situado uns 10 km para sul de Meluluca. Consiste em gnaisse
migmatítico-estromático com vários veios e bandas de quartzo e feldspato. Os veios e bandas
pertencem a pelo menos duas gerações, com discordâncias internas entre bandas. As bandas
gnáissicas mais antigas definem dobras isoclinais com uma xistosidade planar axial, que foi
cortada por veios migmatíticos mais recentes.
**O horizonte situa-se entre Metangula e Messumba e está separado das rochas
sedimentares Karoo circundantes por várias importantes e frágeis estruturas de falha.
**Como sucede com o horizonta a sul, o gnaisse é bandado em escalas desde alguns milímetros
até 20 cm, com bandas alternadas de gnaisse quartzo-feldspático e gnaisse biotítico. As bandas
félsicas apresentam pelo menos duas gerações e foram dobradas isoclinalmente antes de serem
cortadas por diques aplíticos tardios de composição granítica (NGU, 2007).

4.2.3.5.4. Gnaisse hornebléndico (P2UNbh)

Pode encontrar-se gnaisse hornebléndico a sul do cruzamento rodoviário aproximadamente 20


km a sudoeste de Mavago, na folha 1236, ao longo do trilho de terra, no sentido sul, em
direcção a Majune (UTM 37S 183093, 8595094 a 181981, 8584056).
Ocorrem rochas semelhantes mais a norte na folha 1135 Lupilichi (aproximadamente UTM
36S 808000, 08693350) (NGU, 2007).

*A unidade forma uma lente que tem ~12 km na direcção norte-sul e uma extensão leste-oeste
de pelo menos 35 km.
*A rocha tem uma microtextura que consiste em quartzo reequilibrado e recristalizado e em
manchas alongadas de horneblenda e biotite. A horneblenda está parcialmente transformada em
epídoto.
*O gnaisse apresenta diferentes graus de deformação, revelando, em alguns casos, dobras
isoclinais (UTM 37S 182199, 8581742).
*Este local é interpretado como uma estrutura de zona de cisalhamento à escala regional com
um sentido de cisalhamento de deslizamento oblíquo. Os tipos de rocha mudam para gnaisse,
granítico a granodiorítico mais misturado, a sul deste local.
4.2.3.5.5. Gnaisse biotítico (P2UNbi)
(Gnaisse biotítico, parcialmente milonítico)

Esta unidade estende-se desde a folha 1335 Lichinga, através da parte sudeste da folha 1235
Macaloge-Chiconono e até à folha 1236 Mavago e 1135 Lupilichi, onde cobre grandes áreas.
Na folha 1335 Lichinga, está exposto o mesmo tipo de rocha na margem do Rio Lugenda
(UTM 36S, 824163, 8524570).

*Os gnaisses são pouco magnéticos e têm também assinaturas radiométricas baixas.
*São localmente migmatíticos com veios e lentes constituídos por quartzo e feldspato branco.

*A litologia é gnaisse quartzo-plagioclase-biotítico, fortemente deformado e tipicamente


transformado em gnaisse ocelado ou gnaisse blastomilonítico. A granada é comum, ocorrendo
em grãos dispersos, tipicamente mais abundante em bandas ricas em biotite.
*As rochas são parcialmente bandadas e assume-se que representem paragnaisses, apesar de
uma pequena porção ser provavelmente ortognaisse granítico a granodiorítico.
*As rochas apresentam uma lineação e uma foliação fortemente desenvolvidas, com a foliação
ocasionalmente dobrada paralelamente à lineação. Localmente a rocha transformou-se em xisto
milonítico: os indicadores de sentido de cisalhamento, se discerníveis, revelam um sentido de
movimento dextrógiro.

**Esta unidade rochosa define uma lente de gnaisse granítico com 20 km de comprimento na
parte noroeste da folha 1336 Majune. Uma pequena lente de gnaisse supracrustal máfico está
exposta no seu seio.
**Em contraste com a mesma rocha mais a norte, teve lugar um desenvolvimento local de
migmatito estromático com granadas cuja dimensão pode atingir 2 cm. Estas granadas
desenvolvem-se nas bandas de leucossoma e representam um produto cristalino de uma reacção
de fusão.
**Na folha 1335 Lichinga está exposto o mesmo tipo de rocha na margem do Rio Lugenda
(UTM 36S, 824163, 8524570). Aqui é gnaisse biotítico cinzento, com pequenas granadas
vermelhas dispersas, mas sem formação de migmatito (NGU, 2007).

4.2.3.5.6. Porfiro quartzoso meta-riólito (P2UNvo)

Esta rocha ocorre num pequeno afloramento na parte nordeste da folha 1336 Majune, na área a
norte do Rio Lugenda. A extensão desta unidade é desconhecida

*A rocha tem uma composição granítica e textura granular fina, com sulfuretos e quartzo
cinzento-escuro.
*O bandado parece ser paralelo à foliação, e uma grande parte da rocha é porfirítica (NGU,
2006).

4.2.3.5.7. Gneisse quartzo-feldspático (P2UNfq)


(Gnaisse quartzo-feldspático e quartzito, localmente contendo magnetite)

Esta rocha forma uma lente com 25 km de comprimento a oeste de Mavago.


Uma pequena lente de gnaisse quartzo-feldspático contendo pirite foi observada no seio do
gnaisse granítico a granodiorítico da parte norte da folha 1236 Mavago (UTM 37S 193298
8652628).
Gnaisse Chala aflora próximo da fronteira com o Maláui na folha 1335 Lichinga.
Margem norte do Rio Luambala na folha 1336 Majune (UTM 37S 188371, 8515784 e 188290,
8515934)

*É geralmente maciça e de textura granular fina (0,1-1 mm), com grandes porfiroblastos de
magnetite euédricos, geralmente com um diâmetro que pode chegar a 3 mm mas
ocasionalmente pode chegar a 1 cm. Teores de magnetite de quase 2,5% não eram raros nas
zonas mais ricas em magnetite. Localmente a magnetite representa até 5% da rocha (e.g. UTM
37S 189537, 8612762).
*A rocha é também rica em veios de quartzo. Estes veios são monominerais, maciços e
aparentemente não deformados. Normalmente formam afloramentos pobres, ou mais
geralmente rastos de blocos soltos, dispostos paralelamente à foliação. Foram observados veios
de quartzo com largura até 15 m. Veios de quartzo encontrados na rocha-mãe e blocos menos
soltos (em UTM 37S 190522, 8612186) demonstram um deslocamento por carreamento a
partir do sul.
*Na pequena lente gnaisse quartzo-feldspático contendo pirite, no seio do gnaisse granítico a
granodiorítico na parte norte da folha 1236 Mavago (UTM 37S 193298 8652628) o gnaisse
forma um sulco com 2-300 m de comprimento e cerca de 50 m de largura.
*Rochas quartzíticas contendo magnetite e gnaisses quartzo-feldspáticos ocorrem no seio da
unidade de Gnaisse Chala máfico, gnaisse granulítico bandado (P2UNmr) próximo da
fronteira com o Maláui na folha 1335 Lichinga.
*Estas rochas são maciças, de textura granular média e localmente ricas em magnetite
disseminada. As partes ricas em magnetite ocorrem sob a forma de boudins quartzíticos e
contêm pequenas granadas cor-de-rosa, provavelmente espessartinas. As rochas quartzíticas
parecem ser de resto mais bandadas.
*Dois pequenos afloramentos de rocha bandada, cinzenta escura, de textura granular fina foram
encontrados na margem norte do Rio Luambala, na folha 1336 Majune são (UTM 37S 188371,
8515784 e 188290, 8515934) (NGU, 2007).

4.2.3.5.8. Quartzito (P2UNqm)


(Quartzito, contendo muscovite e distena)

Esta unidade está exposta junto à aldeia de Litunde e ao Monte Malati (UTM 797000,
8522000) na folha 1335 (Lichinga).
Junto a Lichinga em direcção ao sul (UTM 765807, 8531228).

*Consiste em bandas ou zonas alongadas com 1-1,5 km de largura de quartzito e muscovite e


localmente distena.
*O mesmo tipo de rocha também ocorre junto a Lichinga, numa cintura estreita ao longo da
zona de cisalhamento que delimita os granofels enderbíticos em direcção ao sul (UTM 765807,
8531228).
*O quartzito junto ao Monte Malati está dobrado com um encerramento em direcção a oeste-
sudoeste, juntamente com o gnaisse envolvente. Uma vez que o gnaisse de ambos os lados da
banda parece ser semelhante, é tentador assumir que estes metassedimentos representam
sequências de cobertura retidas entre os segmentos numa pilha de lentes de gnaisse.
*O quartzito junto do Monte Malati é maioritariamente uma rocha branca vítrea com alguma
muscovite, com um aspecto quase pegmatítico, mas localmente apresenta evidentes texturas
metamórficas contendo distena.
*O quartzito junto a Lichinga contém muito mais distena (20-40%) em cristais poecilíticos
com >2 mm de comprimento ou sob a forma de cristais prismáticos mais finos. Os grãos de
quartzo têm cerca de 2 mm, mas numerosos sub-grãos com <0,2 mm cristalizaram ao longo dos
limites de grão de grãos maiores no seio da extinção ondulante. Menos de 1% de rútilo com
granulometria <0,2 mm está disperso na rocha. Partes do quartzito apresentam uma "textura de
fitas" com fitas de quartzo de ~0,6 mm de largura, com uma espessura de um grão e grãos que
podem ter mais de 2 mm de comprimento. Outras partes têm lentes de micro-escala com
textura granoblástica, separadas por bandas mais mioliníticas.
*Mais a leste, na folha 1336 Majune, estão expostas mais duas ocorrências desta unidade
rochosa. Contém grãos de cordierite que podem chegar aos 2 cm. O quartzito é normalmente
cinzento, de textura granular média a fina e frequentemente bandado. As bandas são
frequentemente ricas em granada vermelho-acastanhada sob a forma de massas quase
monominerais de textura granular fina. A cordierite contém inclusões muito pequenas,
possivelmente de sillimanite.
*Mais a sul, na folha 1336 Majune existe outra ocorrência desta unidade rochosa. É um
quartzito brando, por vezes cristalino, grosseiro e do tipo veio, mas recristalizado com foliação.
Pequenos minérios de ferro com uma rara meteorização esverdeada foram observados
localmente. Veem-se alguns grãos de feldspato com alteração cor-de-rosa e muscovite. Na
parte superior da colina existe um quartzito intercalado de textura granular média, contendo
cristais de distena transparentes com cerca de 1 cm de comprimento no seio da foliação: o
trabalho petrográfico mostra que a rocha é um quartzito heterogranular que também contém
riscos de sillimanite.

Há três modos de formação que são credíveis para esta rocha:

*Alteração metassomática de rochas vulcânicas durante a diagénese,


*Metamorfismo de alta pressão, dos graus de distena de rochas supracrustais alteradas
hidrotermicamente, como proposto, por exemplo, por Owens et al. (2001) para rochas
semelhantes em Virginia.
*Metamorfismo de um rególito rico em quartzo e argilas com possíveis enriquecimentos locais
de minerais pesados (NGU, 2007).

4.2.3.5.A2. Complexo de Unango (P2UN)

4.2.3.5.9. Gnaisse ocelado, granítico (P2UNag)

Pode encontrar-se gnaisse ocelado imediatamente a oeste da zona milonítica do outro lado da
estrada Maniamba-Metangula (UTM 36S 698700, 8593800);
É a rocha mais predominantemente exposta na Península de Metangula.
Está também bastante exposta em partes da secção costeira a norte de Metangula e a sul do
graben de Maniamba. Blocos soltos junto a Mbamba (~ UTM 36S 693300, 8610900) sugerem
que uma grande parte da crista a leste da costa consiste em gnaisse ocelado.
Lado oriental do Monte Samba, a sudeste de Mandimba na folha 1435 e parte noroeste da folha
1635 Milange, contíguo à fronteira com o Maláui.
Afloramentos na folha 1535/6 Insaca-Guruè.

*A rocha tem frequentemente uma matriz biotítica altamente foliada na qual ocorrem ocelos de
quartzo e feldspato cujo comprimento pode atingir 5-6 cm: localmente também contém bandas
ricas em quartzo-feldspático. Ocelos e "costelas" de quartzo azul são comuns em alguns
afloramentos.
*Observou-se que num local a rocha contém uma fatia gnaisse granítico aplítico.
*É intercalado com bandas de gnaisse calco-silicatado em afloramentos em partes da costa à
volta da península de Metangula.
*As relações no terreno sugerem uma ligação entre a formação do gnaisse ocelado e a
milonitização encontrada na zona imediatamente a leste.
*Uma unidade semelhante, no lado oriental do Monte Samba a sudeste de Mandimba na folha
1435, está transformado em gnaisse ocelado granítico numa zona de cisalhamento dúctil de
tendência norte-nordeste.
*Gnaisse ocelado também ocorre na parte noroeste da folha 1635 Milange, contiguamente à
fronteira com o Maláui, onde o maior corpo cobre >100 km2.
*Intrusões mais pequenas afloram na folha 1535/6 Insaca-Guruè. A rocha é um ortognaisse
granítico ocelado, de textura granular grosseira a muito grosseira, em que o ocelo potássico-
feldspático (com uma dimensão que pode atingir 2 cm) tem um aspecto característico lustroso
cinzento-azulado. Localmente, estes tendem a crescer mais do que a foliação. Encraves
alongados de horneblenda-biotite de textura granular fina a média são comuns. A foliação é
variável, mas tipicamente bastante desenvolvida, e localmente as rochas apresentam veios e
cisalhamento em alguns sítios (NGU, 2007).

4.2.3.5.10. Gnaisse sienítico (P2UNsy)

Na Serra Lipembecue, a sul da estrada Mandimba-Cuamba, afloram sienitos albíticos de


meteorização branca variavelmente gnáissicos dispostos com direcção aproximadamente norte-
sul e têm geralmente inclinações moderadas para oeste.
Inselberg em Maulo na parte noroeste da folha 1436 Cuamba.
Colina aproximadamente 20 km a norte de Mandimba.

*As rochas são rochas feldspáticas bandadas de textura granular média a grosseira que são
extremamente competentes. São compostas predominantemente por feldspato granofélsico
entrelaçado contendo uma pequena quantidade de minerais máficos. Há magnetite
complementar ubíqua e que localmente forma lençóis lamelares grosseiros com um forte brilho
metálico (NGU, 2007).
*Um grande inselberg alongado isolado em Maulo na parte noroeste da folha 1436 Cuamba
tem subjacente um sienito albítico localmente bandado e com salpicos pretos e brancos,
semelhante ao descrito na Serra Lipembecue.
*Também há gnaisse sienítico subjacente a uma conspícua cadeia de colinas, aproximadamente
20 km a norte de Mandimba e dirigindo-se ao Maláui, onde foram encontradas rochas
semelhantes (Dawson, 1970).

4.2.3.5.11. Gnaisse charnoquítico com porfiroblastos de feldspato (P2UNcf)


(995 ±21 Ma, U-Pb)

Esta unidade está presente na parte oriental da folha 1335 Lichinga e estende-se até à folha
1336 Majune. Na folha de Majune forma uma vasta unidade de tendência norte-sul.
Está exposta na área circundante a Malanga, junto à aldeia de Chicoa, na parte sudeste da folha
1335 Lichinga e na parte mais a norte da folha 1435 Mandimba.
Aflora ao longo da estrada em direcção a Nambilange; e.g. no Monte Nange (UTM 36S
801478, 8480200).

*A rocha tem uma composição monzogranítica e está repleta de fenocristais de feldspato-


potássico geminados cuja dimensão pode atingir 5 cm. Agregados de mineral máfico formam
coágulos concentrados de geometria concêntrica irregular. Os núcleos são, em casos raros, de
ortopiroxena muito alterada. Também está presente horneblenda. Há grãos isolados de granada
e plagioclase. As granadas não formam uma orla contínua; apenas são observados grãos de
granada dispersos na periferia. Todos os minerais nos coágulos máficos recristalizados têm
uma boa textura granoblástica.
*A rocha está particularmente bem exposta na área circundante a Malanga. É sempre uma
rocha porfirítica charnoquítica de feldspato-potássico com quartzo e magnetite, que foram
frequentemente deformadas de forma a apresentarem uma textura ocelar. A rocha é
frequentemente cortada por pequenas zonas de cisalhamento, algumas das quais foram
injectadas por posteriores veios pegmatíticos ricos em feldspato-potássico. Podem encontrar-se
xenólitos dispersos, aplíticos e ricos em biotite.
*Gnaisse charnoquítico mais retrogradado está bastante exposto ao longo de cristas de
tendência norte-nordeste-sul-sudoeste junto à aldeia de Chicoa, na parte sudeste da folha 1335
Lichinga. A unidade estende-se até à parte mais a norte da folha 1435 Mandimba onde é
truncada por uma importante zona de cisalhamento de tendência oeste-noroeste -leste-sudeste.
O gnaisse é um gnaisse granítico de textura granular média com textura granoblástica,
contendo feldspato-potássico, quartzo, plagioclase e biotite e horneblenda e ocasionalmente
granada secundárias. Os complementares incluem minerais opacos, apatite e zircão.
*Regista-se ortognaisse semelhante mais a norte ao longo da estrada em direcção a
Nambilange; e.g. no Monte Nange (UTM 36S 801478, 8480200). É bastante foliada, com
ligeiras inclinações variáveis para leste a sudeste, e apresenta forte cisalhamento na parte
oriental (UTM 36S 810370, 8478898) (NGU 2007).

4.2.3.5.12. Gnaisse charnoquítico migmatítico (P2UNcm)


(536±6 Ma, zircão metamórfico, U-Pb)

Este tipo de rocha estende-se pela parte mais a sul da folha 1435 Mandimba mas é uma unidade
principal nas partes sul e ocidental da folha 1436 Cuamba.
A unidade cobre uma grande área (mais de 5000 km2) na parte noroeste das folhas 1535/36
(Insaca-Gurúè).

*Distingue-se do granofels charnoquítico a enderbítico (P2UNce) por ter uma forte


gnaissosidade.
*De resto são rochas cinzento-esverdeadas, maciças, de textura granular média a grosseira com
feldspatos acinzentados, quantidades variáveis de quartzo, granada, minerais máficos e grãos
de magnetite disseminados.
*A gnaissosidade está numa escala de 0,1-10 cm com camadas máficas, bem como camadas
quartzo-feldspáticas e camadas ricas em quartzo.
*A maioria dos afloramentos tem bandas máficas finas (com espessura que podem atingir cerca
de 30 cm) que são sub-paralelas à gnaissosidade. Estas bandas formam frequentemente dobras
vincadas a isoclinais. Grãos de granada individuais podem atingir 2 cm de diâmetro.
*Veios de pegmatito e aplito são ubíquos em grandes afloramentos mas nunca são uma
componente principal da rocha.
*A unidade cobre uma grande área (mais de 5000 km2) na parte noroeste das folhas 1535/36
(Insaca-Gurúè). Formam a continuação para sul das grandes massas de rochas semelhantes
observadas a norte nas folhas 1435/36 (Mandimba-Cuamba).

**As rochas são granitóides de textura granular grosseira, frequentemente foliados, com o
característico brilho verde resinoso típico dos charnoquitos.
**Esta uniformidade litológica sugere que estas rochas possam ser charnoquitos ígneos
primários, distintos de muitas das texturas mais irregulares de charnoquito de substituição
observadas na Suíte de Culicuí.
**A constituição mineral típica observada é quartzo, ortoclase pertítica, plagioclase, clino e
ortopiroxenas, horneblenda castanha-verde escura, com minerais opacos, apatite, zircão e
alanite complementares.
**No entanto, nem todas as rochas são charnoquitos na sua definição estrita, no sentido em que
nem todas as amostras contêm ortopiroxena (NGU, 2007).

4.2.3.5.13. Gnaisse máfico a charnoquítico (P2UNmc)


(Gnaisse máfico estromático e gnaisse charnoquítico)

Canto sudeste da folha 1335 Lichinga, e extensão pela folha 1435 Mandimba.
Estas rochas estão mais bem expostas sob a forma de enormes pavimentos planos e inselbergs
baixos e alongados na parte sul da folha 1435 Mandimba (e.g. em UTM 36S 821051,
8373150).

*Estas rochas estão presentes sob a forma de horizontes abrangentes dobrados no seio de um
importante corpo de gnaisse granítico a granodiorítico (P2UNdi) no canto sudeste da folha 1335
Lichinga, e estende-se pela folha 1435 Mandimba.
* Na zona de Mandimba os gnaisses máficos aparecem sob a forma de lençóis concordantes
com espessura que pode atingir vários quilómetros nos gnaisses graníticos a granodioríticos.
São prontamente identificados em cartas aeromagnéticas de alta resolução devido às suas
elevadas anomalias positivas. Parecem variar em composição de quartzo-monzonitos
charnoquíticos a quartzo-dioritos e dioritos.
*No entanto, alguns dos gnaisses podem derivar de estratos sedimentares arenosos e argilosos,
bem como de rochas vulcânicas intermédias.
*A intensidade de fabrics metamórficos e tectónicos significa que interpretações de litologias
precursoras dos gnaisses são, na melhor das hipóteses, especulativas. Têm geralmente textura
granular média a grosseira, contêm quantidades variáveis de quartzo e magnetite disseminadas
e têm uma cor vítrea cinzento-esverdeado.
*Estas rochas estão mais bem expostas sob a forma de enormes pavimentos planos e inselbergs
baixos e alongados na parte sul da folha 1435 Mandimba (e.g. em UTM 36S 821051,
8373150).
**Os gnaisses são fortemente bandados em todas as escalas até cerca de 1 m, com dobras
isoclinais sem raiz, mais bem definidas por bandas máficas. Veios de pegmatite ligeiramente
discordantes cortam o bandado e também preenchem rolhões de bandas máficas boudinadas.
*Gnaisses granofélsicos, félsicos e máficos finamente bandados estão expostos no extremo
noroeste da folha de Mandimba e continuam em direcção a norte pela folha 1335 Lichinga e
em direcção a ocidente pelo Maláui, onde foram descritos gnaisses horneblenda-biotite
granatíferos semipelíticos, variavelmente grafíticos (Bloomfield et al., 1966; Kröner et al.,
2001).
*Bandas máficas expostas na folha de Mandimba são constituídas por piroxena, feldspato e
quartzo com magnetite complementar. Poderiam originalmente ter representado unidades
vulcânicas no seio da sequência predominantemente sedimentar.
*Em secção estreita, o gnaisse bandado tem uma matriz granofélsica de grãos de quartzo
incrustados, com microclina e micropertite e plagioclase intersticial. Há pequenas quantidades
de mirmequite e ocorrem sobrecrescimentos albíticos em grãos de feldspato alcalino. Está
presente horneblenda sob a forma de aglomerados de grãos anédricos cortados por flocos de
biotite. Ocorre magnetite disseminada por toda a secção estreita (NGU, 2007).
4.2.3.5.14. Granofels do Monte Linasse (P2UNfp)
(Granofels charnoquítico e gnaisse, parcialmente porfírico de Monte Linasse) (1001±33 Ma)

Estas rochas ocorrem sob a forma de lentes e bandas, fortemente associadas a gnaisse
charnoquítico parcialmente migmatítico (P2UNcm) na parte sudoeste da folha 1436 Cuamba.

*Feldspato castanho por meteorização com um diâmetro que pode atingir 0,5 cm é a
componente principal. Podem ver-se pequenas dobras e cisalhamentos dúcteis em afloramentos
maiores. Os grãos de quartzo são intersticiais a grãos de feldspato com horneblenda
(parcialmente substituída por biotite), zircão e minerais opacos, incluindo magnetite (NGU,
2007).

4.2.3.5.15. Metagabro, gnaisse máfico (P2UNgb)

Região de afloramento: Cristas montanhosas na folha 1235 Macaloge-Chiconono e séries de


pods e lentes deformadas, sobretudo na folha 1635 Milange.

*A maioria das cristas montanhosas mais altas na folha 1235 (Macaloge-Chiconono) são
constituídas por leuco-granito de textura granular fina.
*No entanto, algumas são formadas por gnaisse charnoquítico máfico e gnaisse enderbítico.
*A constituição mineral é horneblenda, clinopiroxena, ortopiroxena e plagioclase com fases
opacas e biotite em pequenas quantidades. A textura é granoblástica, com os minerais em
aparente equilíbrio.
*Rochas metagabróicas também ocorrem muito mais a sul no Complexo de Unango sob a
forma de séries de pods e lentes deformadas, sobretudo na folha 1635 Milange. As rochas
aparentam ser maioritariamente metagabros cinzento-escuro de textura granular grosseira,
apesar de a classificação dos anfibolitos mais bandados, aos quais estão frequentemente
associados, ser menos segura.
*Manchas máficas e leucossomas félsicos caracterizam tipicamente a foliação.
*Outras litologias incluem metagabros com manchas de anfíbolo, frequentemente associados a
anfibolitos biotíticos foliados de textura granular mais fina.
*As rochas são variavelmente migmatíticas. A granada representa localmente uma grande
proporção de algumas rochas e muitas contêm clinopiroxena. Algumas rochas também contêm
escapolite (NGU, 2006).

4.2.3.5.16. Gnaisse de Meponda (P2UNbb)


(Gnaisse biotítico e hornebléndico-biotítico)

Gnaisse biotítico e gnaisse contendo horneblenda ocupam uma vasta região à volta de
Meponda, e estendem-se a norte ao longo da costa em direcção a Metangula e a leste até ao sul
de Lichinga.

*Estas rochas estão em geral fortemente deformadas, foliadas, dobradas e bandadas, com
variações no conteúdo de minerais máficos e félsicos caracterizando o bandado numa escala de
centímetros a dezenas de metros.
*Há lentes mais pequenas e maiores de carácter mais máfico no seio dos gnaisses bandados,
que podem em alguns casos ter tido uma origem gabróica. Estão também presentes horizontes
mais vastos de gnaisse metagabro/máfico no seio do gnaisse biotítico, e estes são distinguidos
como uma unidade separada (P2UNbf).
*Há também lentes e horizontes alargados de gnaisse granítico a granodiorítico no seio desta
unidade, alguns suficientemente grandes para serem separados a uma escala da carta (P2UNdi).
*O aspecto dos gnaisses em afloramento varia devido a diferentes graus e tipos de
desenvolvimento de migmatito.
*É possível que partes dos gnaisses sejam granulitos regredidos. Os gnaisses parecem ser
influenciados por transporte volátil relacionado com as zonas de cisalhamento dúcteis
anastomosadas que cortam transversalmente esta unidade com uma orientação leste-oeste
(NGU, 2007).

4.2.3.5.17. Monzonito (P2UNmz)


(Rocha foliada)

O monzonito forma uma pequena lente tectónica na zona de cisalhamento de falha por
desligamento, estendendo-se de norte a sul através da folha 1235 Macaloge-Chiconono. Forma
uma série de cristas proeminentes, incluindo o Monte Namati, a leste de uma lente tectónica de
carbonatos do Grupo Geci.

*O monzonito é uma rocha maciça de textura granular média de gnaissosidade variável, com
grãos anfibólicos alinhados a definir o fabric. Contém até 35% de minerais máficos (biotite e
horneblenda). Feldspato brando e cor-de-rosa são os principais minerais félsicos com quartzo
secundário. Os feldspatos estão internamente alterados com matizes verde claras. É
maioritariamente equigranular, mas é localmente pegmatítico e pode conter micro-fenocristais
de feldspato. O epídoto substitui frequentemente os minerais máficos e os feldspatos têm um
matiz verde pálido. A plagioclase é mais comum do que o quartzo, apesar de rochas que são
relativamente ricas em quartzo poderem ser foliadas (NGU, 2007).

4.2.3.5.18. Leucogranito (P2UNlc)


(Rocha de textura granular fina)

Ocorrem numerosos corpos mais pequenos e maiores de leucogranito de textura granular fina
na folha 1235 Macaloge-Chiconono (Monte Mimbi, Monte Macungulo).

*O granito varia de homogéneo e desestruturado a muito foliado com veios e domínios de


quartzo e feldspato próximo de zonas de deformação. (NGU, 2007).

4.2.3.5.19. Granofels charnoquítica a enderbítica (P2UNce)


(Granofels charnoquítica a enderbítica, parcialmente gnáissica (1065±16 Ma; U-Pb)

Rochas charnoquíticas e charnoquíticas retrogradadas dominam uma grande região na parte


noroeste da folha 1236 Mavago (a sudoeste de Mavago), parte ocidental da folha 1136 Milepa
e limite norte da folha 1336 Majune.

*Uma vasta gama de composições ácidas a intermédias pode ser observada mas a maioria das
rochas contém quartzo azul (ocasionalmente cor-de-rosa) e pequenas quantidades de piroxena,
em alguns locais duas piroxenas. O conteúdo de magnetite é variável.
*São observados granofels e gnaisse mangeríticos, e gnaisse charnoquítico de textura granular
mais grosseira com grandes porfiroblastos de feldspato-potássico e grandes agregados de
biotite.
*Encontra-se também enderbito homogéneo rico em plagioclase com agregados de biotite
(substituindo piroxena?).
*Localmente, há provas de um desenvolvimento magmático prolongado, envolvendo a
instalação de diques máficos e pegmatitos posteriores (contendo quartzo azul) durante um
metamorfismo de fácies granulítica.
*Granofelses e gnaisses charnoquíticos a enderbíticos foram também encontrados noutros
locais nas folhas 1136 Milepa e 1236 Mavago: ocorrem frequentemente em lentes tectónicas.
**As litologias variam de enderbito contendo plagioclase+piroxena+biotite+horneblenda com
uma granulometria de 2-5 mm para rocha mais porfiroblástica, na qual feldspatos azuis
(labradorite) formam porfiroblastos euédricos que podem atingir 7 mm.
*Lentes tectónicas de gnaisse charnoquítico ocorrem também no seio dos mantos de
carreamento, consistindo em gnaisse biotítico e hornebléndico a sudoeste de Mavago. A norte
da estrada para Mavago, ocorrem gnaisses charnoquíticos numa lente tectónica em dobras
tendentes a sul, indicando uma zona de carreamento pendente a sul constituindo o contacto
norte da cintura. Isto é evidente a partir de uma significativa zona de cisalhamento de tendência
oeste-noroeste-leste-sudeste com um ângulo de inclinação de 40º na parte oriental da cintura.
**Esta é uma sequência heterogénea, parcialmente bandada que se assume consistir
principalmente em paragnaisse charnoquítico. Assume-se que a rocha charnoquítica a sul da
estrada representa ortognaisse. É uma rocha granofélsica contendo grandes grãos de feldspato
pertítico alcalino, e grãos mais pequenos de quartzo e plagioclase associados a mirmequito.
Ocorre biotite em flocos grandes, e a clinopiroxena é parcialmente transformada em anfíbolo.
Estão também presentes grãos "tardios" de granada e minerais opacos complementares. A
rocha está ligeiramente deformada e parcialmente regredida.
*Lentes tectonicamente ligadas de rochas charnoquíticas do Complexo de Unango ocorrem no
seio do Complexo de Marrupa na folha 1136 Milepa.

O corpo principal do charnoquito na folha 1136 Milepa não apresenta o cisalhamento


observado nesta lente de textura granular grosseira. No entanto, foram incorporadas no
charnoquito inclusões de um dique básico de textura granular fina, sugerindo que o charnoquito
foi inicialmente uma rocha intrusiva.

Fundidos de pegmatito, que também estão dispostos paralelamente à foliação, contêm cristais
de textura granular muito grosseira (até 2 cm) de plagioclase, quartzo e feldspato-potássico.
Estes pegmatitos aparentam ter sido formados como fundidos localizados derivados do
charnoquito, uma vez que nunca têm mais de 10 cm de largura e formam lentes isoladas no
charnoquito. São pouco afectados pelo cisalhamento mas apresentam boudinagem limitada.
*A extensão mais a sul desta rocha pode ser encontrada ao longo do limite norte da folha 1336
Majune. Esta rocha tem todas as características macro/meso e microscópicas de uma rocha
ígnea intrusiva. Os afloramentos são normalmente montículos arredondados ou pavimentos
planos em algumas das encostas.
*Rochas semelhantes ocorrem sob a forma de lençóis charnoquíticos homogéneos
concordantes por toda a folha 1435 Mandimba. Formam kopjes e inselbergs e são localmente
deformados, tornando-se grandes corpos em forma de pod. As rochas são geralmente rochas
equigranulares de textura granular fina a média, com uma cor vítrea cinzento-esverdeado,
localmente cor-de-rosa em superfícies meteorizadas (NGU, 2006).

4.2.3.5.20. Granito (P2UNfg)


(Localmente com porfiroblastos de feldspato) (975±33 Ma; 1004±24 Ma; 1048±8 Ma – tudo
U-Pb)

Um importante corpo granítico na parte centro-norte da folha 1235 Macaloge-Chiconono intrui


gnaisses granítico migmatíticos. O seu limite sudeste é definido pela Zona de Cisalhamento do
Rio Moola, e rochas sedimentares do Karoo e mais recentes escondem a sua extensão noroeste.
Também são conhecidas ocorrências da parte oriental da folha 1135 Lupilichi e 1235
Macaloge-Chiconono.

*O granito é maciço, de textura granular maioritariamente média, mas localmente ocorrem


também variedades de textura granular fina e grosseira. É caracterizado pela completa ausência
de quaisquer fases de veios/pegmatitos, e por leituras ubiquamente baixas de susceptibilidade
magnética (<1).
*O granito é meteorizado para tons de rosa e cinzento e é geralmente leucocrático (feldspatos
brancos e cor-de-rosa com quartzo) apesar de os minerais máficos (biotite com ou sem
horneblenda e possivelmente clinopiroxena) poderem compreender até 25% da moda.
Fenocristais zonados de feldspato-potássico cujo tamanho pode atingir 1 cm compreendem até
50% da moda.
*Xenólitos dos gnaisses migmatíticos anfitriões são vistos em afloramentos no Rio Moola a
jusante de onde o granito é cortado pela Zona de Cisalhamento do Rio Moola. Estes xenólitos
podem atingir ~1 m de comprimento com margens engolfadas. O granito adquire textura
granular fina e xistosidade na Zona de Cisalhamento do Rio Moola.
*Alguns pequenos corpos graníticos semelhantes estão presentes na parte oriental da folha
1135 Lupilichi e 1235 Macaloge-Chiconono (NGU, 2007).

4.2.3.5.21. Gnaisse migmatítico, granítico a granodiorítico (P2UNgo)


(1036 ±10 Ma, U-Pb)

Estas rochas afloram na metade sul da folha 1335 Lichinga e estendem-se até à parte mais a
norte da folha 1435 Mandimba.

*O aspecto dos gnaisses nos afloramentos pode variar devido ao desenvolvimento variável de
migmatito, características metamórficas variáveis e diferente deformação por cisalhamento
simples. Neossoma penetra ao longo de xistosidade antiga, mas também ao longo de zonas
axiais de pequenas dobras com a mesma xistosidade estromática.
*A parte principal na região sul da folha de Lichinga consiste nestes gnaisses, mas
frequentemente com desenvolvimento migmatítico mais moderado.
*A maioria dos gnaisses fora dos blocos não-retrógrados de fácies granulítica estão em fácies
anfibolítica, apesar de, numa investigação mais profunda, ser geralmente detectável um
histórico anterior de fácies granulítica. Composições granodioríticas-quartzo dioríticas são as
mais comuns, e crescimento singenético de plagioclase, biotite e horneblenda é a paragénese
mais comum, com quartzo, feldspato-potássico, ilmenite e titanite como constituintes
secundários e zircão e apatite complementares. A granada cresce por vezes sob a forma de
pequenos grãos euédricos em orlas exteriores, provavelmente como resposta a um aumento de
pressão. Também ocorre granada como remanescência de uma paragénese mineral pré-
regressão (descompressão).
*Uma vez que horneblenda e biotite aparentam estar em equilíbrio na maioria das outras partes
dos gnaisses, pensa-se que este migmatito representa um segundo passo de regressão
combinada com um influxo de água ao longo dos planos de xistosidade e com uma formação
de migmatito reforçada (NGU, 2007).

4.2.3.5.22. Gnaisse de Chiconono (P2UNtg)


(Granodiorítico, localmente com porfiroblastos de feldspato) (1030±10 Ma)

Uma suíte de rochas granitóides plutónicas sustenta a parte oriental da folha 1235 Macaloge-
Chiconono e a parte nordeste da folha 1335 Lichinga.
*Geralmente estas rochas não estão marcadamente deformadas, mas encontram-se rochas
foliadas localmente e em alguns locais apresentam um contacto gradativo com xisto
muscovítico ou filonito sericítico.
*A paragénese mineral indica que as condições metamórficas não excederam o fácies de xisto
verde em grandes regiões, com saussurite característica a formar-se após a plagioclase primária
na maioria dos afloramentos.

Composições modais e normativas correspondem a:

*Monzogranito biotítico
*Granodiorito biotite-horneblenda
*Biotite-horneblenda quartzo-monzodiorito (de acordo com a nomenclatura da classificação
IUGS, le Maitre et al., 2002).

O granodiorito predomina juntamente com quantidades secundárias de monzogranito, enquanto


o quartzo-monzodiorito parece ser secundário e é observado principalmente na parte sul do
complexo.
Os gnaisses são limitados a oeste (na região de Nizi, UTM 36S 77400 856400) gnaisses de teor
granulítico com biotite-horneblenda-clinopiroxena-ortopiroxena, mas não se observam relações
de contacto e não pode ser excluída uma fronteira tectónica. Xenólitos ou grandes rafts de um
gnaisse quartzo-feldspático bandado, contendo magnetite e biotite, são abundantes no seio do
complexo plutónico e estão variavelmente retrogradados para uma constituição de fácies de
xisto verde como as rochas plutónicas envolventes. Os gnaisses foram recristalizados durante a
instalação do plutão e por isso não deixam quaisquer vestígios incontestáveis de condições
metamórficas pré-intrusão.

Relações internas no seio do complexo plutónico incluem:

*Monzogranito formando xenólitos no seio do granodiorito


*Veios granodioríticos biselando o granodiorito.
*Diques monzograníticos compósitos e mais máficos, sem margens de arrefecimento rápido,
no granodiorito.

*Os granodioritos e quartzo-monzodioritos caracterizam-se por uma textura fortemente


porfirítica com fenocristais de cristais de feldspato branco ou cor-de-rosa cujo comprimento
pode atingir 3 cm ou, mais localmente, cristais de horneblenda que podem atingir 1 cm de
comprimento, inseridos numa matriz de textura granular média que varia de um branco-
acinzentado claro a um salpicado esverdeado distinto devido a plagioclase saussurítica.
*Os monzogranitos são de textura granular média e equigranulares com quantidades
aproximadamente iguais de quartzo, feldspato-potássico e plagioclase. Biotite e magnetite são
fases menores. Como os seus homólogos intermédios, a sua aparência no terreno varia de
rosado a cinzento claro ou salpicado esverdeado devido à extensão variável de saussuritização
de plagioclase.
*Rochas intrusivas granitóides que são entendidas como pertencentes aos Gnaisses de
Chiconono estão subjacentes a uma região imediatamente a norte-noroeste dos granodioritos (a
leste de Chicomola). Partilham a textura altamente porfirítica dos Granodioritos de Chiconono
e os cristais de quartzo frequentemente azulados, com fenocristais de feldspato-potássico com 1
a 3 cm e plagioclase secundária numa matriz de textura granular média a grosseira. Em
contraste com as anteriores, estas são virtualmente indeformadas em todos os afloramentos e
apenas apresentam vestígios desprezíveis de alteração metamórfica sob a forma de sericitização
local de feldspato. Estas rochas, em contraste com os granodioritos, têm cor escura, cinzento-
acastanhado.
**A rocha é maioritariamente monzogranito horneblenda-biotite contendo magnetite (le Maitre
et al., 2002).

Transições locais para quartzo-monzodiorito ou quartzo-monzonito mais escuro demonstram


relações de mistura magmática que implicam a intrusão contemporânea dos diferentes
componentes.
Localmente diques cinzentos-claros, mais leucocráticos, estão intimamente associados com o
monzogranito e intruem paralelamente à laminação dos fenocristais, sendo ambos afectados
pelo dobramento ou deslizamento altamente irregulares e cisalhamento local, que se interpreta
como sin-magmáticos (NGU, 2006).

4.2.3.5.23. Gnaisse granítico a granodiorítico (P2UNdi)


(1006±9 Ma)

Esta litologia está situada junto à margem do Lago Niassa nas folhas 1234 Metangula e 1334
Meponda e compreende cinturas amplas na parte central da folha 1235 Macaloge-Chiconono
bem como na parte oriental da folha 1135 Lupilichi. Também ocorre no canto sudeste da folha
1335 Lichinga e ocupa vastas regiões na folha 1435 Mandimba e a metade ocidental das folhas
1236 Mavago, 1336 Majune e 1436 Cuamba.

*A região de gnaisse granítico a sul de Metangula caracteriza-se por estar fortemente


deformada. É cortada por uma importante zona milonítica e, especialmente no extremo norte, o
gnaisse granítico evolui para gnaisse ocelado.
*A composição desta rocha varia desde predominantemente quartzo-feldspática a biotítico-
granítica e evolui gradualmente para um gnaisse biotítico. Foi encontrada uma mineralização
de ferro nesta unidade. Consiste em porfiroblastos de magnetite dispersos com 20-25 cm e num
corpo de magnetite maciça com ilmenite secundária.
*Na folha 1234 Metangula o granito é geralmente de textura granular fina, e apenas
ligeiramente foliado na parte oriental da unidade. Contém sobretudo biotite, mas localmente
está presente horneblenda em porfiroblastos de 2-3 mm. É parcialmente intercalada com
micaxisto extremamente físsil de textura granular muito fina ou foi intruída por este
paralelamente à foliação. A deformação do granito aumenta em direcção a oeste e este torna-se
mais xistoso e quase milonítico.
*Mais a norte, na folha 1235 Macaloge-Chiconono, a composição das rochas da unidade varia
de granítica a monzonítica. A gnaissosidade também varia e localmente desenvolve-se uma
textura gnáissica ocelar. Em algumas regiões existe bandado. Partes da rocha foram claramente
sujeitas a migmatização, possivelmente em dois episódios: uma pré ou sin-foliação e outra pós-
foliação. Em muitos dos locais existe magnetite, em alguns locais sob a forma de veios
pegmatíticos grosseiros.
*As montanhas Monte Licervete e Monte Nambalavala constituem uma estrutura anelar
oval, topograficamente alta, na parte nordeste da folha 1335 Lichinga (UTM 36S 788650,
8561600). A parte central da estrutura é caracterizada por uma elevada assinatura magnética. A
encosta sul está coberta de gnaisses graníticos a granodioríticos de textura granular grosseira a
média, contendo biotite e horneblenda, com porfiroblastos de feldspato-potássico.
**Uma pequena zona de gnaisse leucogranítico de textura granular fina ocorre no topo da
crista. Gnaisse granítico a granodiorítico de textura granular fina compõe a parte central da
estrutura anelar. Tem textura granoblástica e compreende quantidades aproximadamente iguais
de feldspato-potássico, plagioclase e quartzo. Localmente é retrogradado com forte
sericitização de plagioclase e remanescências meramente esqueléticas de titanite. (UTM 36S
786690, 85588874).
*A parte noroeste da folha 1236 Mavago é dominada por ortognaisses, com uma composição
que varia de granítica a diorítica, mas predominantemente granodiorítica. Todos os
afloramentos visitados são foliados e em algumas regiões verifica-se bandado. Partes da rocha
foram claramente sujeitas a migmatização. Em muitos dos locais existe magnetite, em alguns
locais em veios pegmatíticos de granulometria grosseira.
*Gnaisses graníticos, com porfiroblastos de feldspato potássico e portadores de biotite,
variavelmente deformados e foliados, ocorrem ao longo da estrada a sudeste de Mavago.
**O granito contém bandas enriquecidas em biotite e feldspato-potássico. Alguns locais
contêm quantidades secundárias de horneblenda. Cisalhamento e lineação pronunciados
parecem aumentar para leste em direcção aos gnaisses de muscovite-biotite parcialmente
miloníticos pertencentes ao Complexo de Muaquia (P3Qbg). Localmente contêm magnetite.
Magnetite de textura granular fina está associada a biotite, que define a foliação.
**Há também alguns horizontes de gnaisse granítico fortemente enriquecidos em magnetite.
Estes horizontes têm geralmente baixo conteúdo de minerais máficos. A magnetite enriquece
em lentes e domínios irregulares, com alguns decímetros de espessura, numa matriz rica em
quartzo. A magnetite ocorre sob a forma de blastos arredondados dispersos, que podem atingir
2-4 cm, ou com textura granular mais fina (poucos milímetros) sob a forma de octaedros
subédricos/euédricos. De resto o gnaisse tem uma estrutura migmatítica.
*Gnaisse granítico a granodiorítico é predominante numa lente tectónica na parte central da
folha de Mavago.
**O gnaisse granítico tem textura granular fina a média (1-4 mm) e tem conteúdo variável de
biotite (0-5%). Pode encontrar-se localmente mica branca secundária.
**O gnaisse tonalítico tem textura granular mais fina e tem frequentemente um maior conteúdo
de biotite.
**Localmente ocorre bandado numa escala de decímetros com bandas porfiroblásticas de
textura granular média e bandas ricas em biotite de textura granular fina, assemelhando-se ao
gnaisse de muscovite-biotite e de biotite mais a leste. Na parte oriental da lente tectónica estão
expostos gnaisses porfíricos com pórfiros de feldspato (3-5 mm) e gnaisse não-porfírico, ambos
menos deformados.
**Em algumas regiões estes compreendem bandas dobradas irregulares numa escala de
decímetros. O ortognaisse nesta região é em geral fortemente deformado.
**O gnaisse apresenta com frequência um grau de foliação bom a forte com orientações
variáveis de norte-sul a leste-oeste com ângulos de inclinação moderados (25º-45º) a leste a sul.
*Também se pode encontrar gnaisse granodiorítico no extremo sul e oeste da folha de
Mavago.
**Os gnaisses graníticos são localmente migmatíticos e observam-se gnaisses migmatíticos
quartzo-feldspáticos cinzento pálido com alguns leucossomas cor-de-rosa de textura granular
grosseira (e.g. UTM 37S 204255, 8576890).
**Nota-se também que ocorre cisalhamento dúctil de orientação norte-sul posteriormente à
migmatização.
*Esta rocha também se pode encontrar na parte sudeste da folha 1336 Lichinga e na folha
1435 Mandimba.
**A maioria das colinas a norte de Mandimba é constituída por gnaisses quartzo-feldspáticos
bandados com composições predominantemente graníticas.
**À semelhança disto existem bandas de gnaisse rico em granada a leste do Lago Amaramba
(UTM 37S 168000E).
**Há também rochas provavelmente metassedimentares.
**Ocorre granada tanto nas bandas máficas como nas félsicas.
**No entanto, há gnaisses quartzo-feldspáticos equigranulares maciços mais comuns de origem
incerta.
**Lentes máficas numa matriz equigranular formam uma gnaissosidade com um espaçamento
de milímetros a centímetros.
*Ainda mais a sul, na folha 1535 Insaca-Guruè há corpos de ortognaisse granítico,
razoavelmente leucocrático.
**Ocorrem como corpos altamente deformados de forma bastante irregular.
*Alguns corpos pequenos ocorrem também nas lentes ligadas à zona de cisalhamento na folha
1635 Milange (NGU, 2007).

4.2.3.5.24. Gnaisse de Lichinga (P2UNef)


(Granofels enderbítico a charnoquítico, parcialmente migmatítico) (975+-33 Ma)

O termo granofels enderbítico a charnoquítico é utilizado para descrever todo o conjunto de


rochas charnoquíticas de enderbito a charnoquito. O termo "granofels" é escolhido em
concordância com a proposta preliminar da Subcomissão da IUGS para a Sistemática das
Rochas Metamórficas (SCMR, 2003) e com o Glossário de Geologia (Bates & Jackson, 1987).
Richard Goldsmith propôs o termo pela primeira vez em 1959. O termo enderbito é utilizado
como sinónimo de tonalito contendo ortopiroxena, seguindo Le Maitre (2002).

A unidade forma um importante componente no Complexo de Unango a norte de Lichinga, na


folha 1335, estendendo-se para norte, tal como várias das unidades principais, na folha 1235
Macaloge-Chiconono e está também presente nas folhas 1334 Meponda e 1234 Metangula.

*É tipicamente uma rocha equigranular homogénea com textura poligonal. Clinopiroxena,


ortopiroxena, plagioclase e horneblenda são as principais fases. Quartzo e feldspato-potássico
são comuns como vestígio de componentes secundárias e com maiores conteúdos de feldspato-
potássico a rocha é classificada como mangerito (monzonito contendo ortopiroxena) ou
charnoquito (granito contendo ortopiroxena). A dimensão típica do grão é de 0,2-0,4 mm: uma
segunda fracção dos mesmos minerais é mais grosseira, à volta de 2-3 mm: os grãos de
antipertite podem chegar muitas vezes a 5 mm. Pequenos grãos de ortopiroxena formam
frequentemente orlas parciais em grãos maiores de clinopiroxena.
*Bandado gnáissico ou migmatítico está ocasionalmente presente. Quando está presente,
consiste em bandas numa escala de centímetros a alguns decímetros, com variações nas
proporções entre minerais escuros e claros e orientação preferencial de agregados máficos.
*A biotite está sempre presente, normalmente como um componente secundário, com uma
forte cor vermelha, indicando um elevado conteúdo de Ti. De resto a rocha caracteriza-se por
ser rica em magnetite.
*A parte centro-sul da folha 1235 Macaloge-Chiconono é dominada por um corpo de
charnoquito de tendência norte-sul podendo atingir 40 km de largura, que continua a partir da
parte mais a noroeste da folha 1335 Lichinga.
**A unidade inclui uma vasta gama de variedades desde rochas leucocráticas (charnoquitos) a
enderbito, que também exibe graus variáveis de regressão. O corpo contém vários corpos de
ortognaisse granítico, alguns dos quais são lensoidais. Outros têm formas irregulares e um é do
tipo dique, com ~20 km de comprimento e menos de 1 km de largura. O corpo charnoquítico
também contém um corpo de gabro, com ~2,5 km.
**O charnoquito é o tipo de rocha dominante. A sua cor varia de verde pálido a verde azeitona.
O conteúdo de quartzo é geralmente elevado, enquanto o conteúdo de piroxenas é
frequentemente muito baixo. Algumas variedades contêm ripas de plagioclase com um
comprimento que pode atingir 1 cm. Em muitas regiões está presente quartzo azul, e mais
raramente quartzo cor-de-rosa. Ocasionalmente a rocha contém veios quartzo-feldspáticos, o
que pode indicar migmatização incipiente.
*Um gnaisse charnoquítico mais retrogradado foi investigado durante uma travessia em
direcção a leste a partir de Lumbiza e através do Rio Lucheringo (à volta de UTM 36S
775800, 8591500). O gnaisse é variavelmente foliado e bandado, mas é localmente bastante
homogéneo. Bandas e lentes consistem em quartzo, feldspato e biotite de textura granular
grosseira. A textura granular do gnaisse varia de média (grãos de 1-4 mm) a grosseira (grãos de
>4 mm) (NGU, 2007).

4.2.3.5.25. Gnaisse quartzo-feldspático leucocrático (P2UNlcr)


(569±9 Ma – metamórfico; 827±20 Ma – detrítico: ambos U-Pb)

Estes gnaisses ácidos, com raias, de textura granular fina, são volumetricamente insignificantes
e apenas dois polígonos surgem nas folhas 1535 Insaca e 1536 Gurue, apesar de lentes e
camadas muito mais pequenas terem sido encontradas noutros locais.

*As rochas são um gnaisse quartzo-feldspático muito leucocrático, cor-de-rosa a amarelado,


com raias, equigranular, de textura granular fina a média, com alguns blebs escuros
(magnetite?) e manchas ferrugentas (goethítico?) com uma dimensão de 1-2 mm.
*Os gnaisses são caracterizados por um foliação muito forte, regular e planar. Estão localmente
intercalados com gnaisses máficos de textura granular fina a média sob a forma de boudins e
camadas descontínuas, com os quais têm contactos vincados. Os gnaisses são localmente
migmatíticos com veios leucocráticos. Os gnaisses representam possivelmente uma sequência
vulcânica bimodal dominada por riólitos.
*Os gnaisses félsicos são compostos por quartzo-microclina micropertite-plagioclase-mineral
opaco com horneblenda castanha secundária (parcialmente alterada para biotite).
*Estratos mais máficos mostram paragéneses minerais de fácies granulítica e são compostos
por quartzo, plagioclase, ortoclase, ortopiroxena (maioritariamente recente, frequentemente em
contacto com magnetite), horneblenda verde azeitona, biotite castanha, titanite, apatite e
raramente granada sob a forma de mínimas inclusões arredondadas no feldspato (NGU, 2007).

4.2.3.5.26. Metagabro (P2UNbf)


(548±5 Ma; U-Pb metamórfico)

Encontra-se metagabro sob a forma de grandes corpos, formando cristas montanhosas


alongadas, como

*Monte Lissasse
*Monte Baraminhanga
*Monte Chicungo, a oeste e noroeste da estrada principal para Meponda na folha 1335
Lichinga (UTM 36S 724400, 8338500)

**A rocha tem textura granular tipicamente fina a média e é fracamente foliada. É mais
deformada e foliada junto aos contactos com os gnaisses charnoquíticos envolventes. A textura
ofítica original está frequentemente preservada.
**Consiste em clinopiroxena, ortopiroxena e plagioclase como componentes principais, por
vezes com anfíbolo em porfiroblastos com um comprimento de 1-2 cm. Biotite, quartzo,
feldspato-potássico e titanite são minerais traço comuns (NGU, 2007).

4.2.3.5.27. Rochas ultramáficas (P2UNpx)

Lentes ultramáficas são encontradas em alguns locais no Complexo de Unango, em geral


claramente associadas a zonas de cisalhamento. Três pequenas lentes deste tipo de rocha
ocorrem em importantes zonas de cisalhamento na folha 1335 Lichinga.
Litologias variadas, na maioria dos casos também claramente associadas a zonas de
cisalhamento, são encontradas na parte ocidental da folha 1635 Milange.
Há ocorrências adicionais na folha 1535 Insaca-Guruè, no Monte Chirinqoma, 20 km a sul de
Milange (UTM 36S 780000 8210000) e na folha 1236 Mavago (UTM 37S 207210, 8583830).
*O xisto é composto por um anfíbolo incolor, talco, clorite e minerais opacos. A clorite
substitui o anfíbolo. A litologia original deve ter sido uma rocha ultramáfica rica em Mg.
*Mais litologias variadas, na maioria dos casos também claramente associadas a zonas de
cisalhamento, são encontradas na parte ocidental da folha 1635 Milange, onde a fronteira do
Complexo de Nampula-Unango é marcada por uma série de zona de cisalhamento
anastomosadas de tendência nordeste.
**A mais ocidental delas, inteiramente no seio do Complexo de Unango, está associada a uma
linha de rochas meta-ígneas pouco expostas, ultramáficas a máficas, que parecem formar uma
série de pods e lascas tectónicas.
*Algumas pods mais pequenas encontram-se também mais a nordeste, na folha 1535 Insaca-
Guruè. As rochas ultramáficas reconhecidas incluem um aglomerado misto de peridotito
serpentinizado e piroxenito com metagabro subordinado.
*O Monte Chiringoma, 20 km a sudoeste de Milange (UTM 36S 780000 8210000), consiste
em piroxenito hornebléndico cinzento-escuro maciço, isotrópico, não foliado e de textura
granular grosseira, contendo clino e ortopiroxena, horneblenda castanha e biotite castanha
secundária com plagioclase intersticial subordinada (<10%) (Figura 6.90). Os cristais de
piroxena contêm frequentemente blebs de anfíbolo e muita da mineralogia está regredida desde
fases ígneas originais de elevada temperatura.
*Algumas das rochas ultramáficas são quase totalmente serpentinizadas, mas claramente
tinham de origem composições ultramáficas contendo piroxena, como websteritos, ricas em
olivina. Outros pods retêm um aglomerado metamórfico de elevada temperatura incluindo
granada e duas piroxenas.
*Nem todas as rochas nestes pods são ultramáficas e também ocorrem metagabros pobres em
plagioclase de textura granular média a grosseira.
*Quando maciças, estas rochas preservam uma textura relíquia ofítica, mas mais
frequentemente são foliadas e com cisalhamento, gnáissicas e localmente migmatíticas. Alguns
afloramentos apresentam dobramento da foliação em eixos íngremes.
*Um corpo piroxenítico que pode atingir algumas centenas de metros de largura e alguns
quilómetros de comprimento é o anfitrião da Apatite de Lucuisse, mineralizações de U, Nb e
REE na folha 1236 Mavago (UTM 37S 207210, 8583830). Também ocorre associada a uma
importante zona de cisalhamento.
*As rochas piroxeníticas têm textura granular fina a média e apresentam brechas locais. Alguns
veios carbonato-apatíticos (com 1-2 m de largura) ocorrem no seio do corpo.
*Uma estreita zona de rochas sieníticas ou sieníticas nefelínicas rodeia as rochas alcalinas
máficas, e as rochas envolventes consistem sobretudo em gnaisses biotíticos bastante foliados e
gnaisses graníticos secundários.
*A região foi estudada por equipas francesas e búlgaras no início dos anos 1980 (Mroz, 1983;
Obretenov, 1983 e por NGU, 2007).

4.2.3.5.28. Quartzo-pórfiro do Monte Balise (P2UNqg)

Um pequeno corpo de metagranito porfírico forma o Monte Balise, com 1425 m de altitude, 2
km a oeste da aldeia de Malica na folha 1335 Lichinga (UTM 36S 736675, 8539785), e
possivelmente um outro pico 2 km mais a oeste.

*A rocha consiste em grão porfíricos com 3-10 mm de quartzo azul e alguns grãos grandes de
feldspato-potássico pertítico numa matriz com textura granular mais fina de quartzo, feldspato-
potássico, plagioclase, biotite e horneblenda. Os cristais de quartzo são fracamente orientados,
formando uma foliação tímida na rocha. Geoquimicamente, o granito porfirítico assemelha-se à
unidade de rochas graníticas P2UNlc (NGU, 2007).
4.2.3.5.29. Milonito granítico (P2UNmy)

Há zonas de cisalhamento muito intensas em algumas regiões dos gnaisses graníticos na parte
sudoeste da folha 1236 Mavago e que se estendem pela folha 1336 Majune.

*Estas são denominadas de milonitos graníticos, uma vez que têm uma dimensão de grão muito
pequena produzida por uma redução mecânica da dimensão de grão durante a deformação.
*Uma destas zonas miloníticas encontra-se no seio de gnaisses graníticos de resto
relativamente não cisalhados. (UTM 37S 193016, 8567414). Porfiroclastos de quartzo e
microclina têm uma dimensão de grão máxima de 1 mm, o quartzo e feldspato da matriz têm
uma dimensão de grão de >10 Pm. Os grãos de quartzo apresentam um alongamento de 5:1
relativamente aos grãos equigranulares do gnaisse granítico (NGU, 2007).

4.2.3.6. Complexo de Marrupa (P2MR)

O Complexo de Marrupa é uma das unidades tectonoestratigráficas mais vastas do norte de


Moçambique: encontra-se nas doze folhas 1:250 000 mais centrais, e domina as folhas 1137
Macalange, 1237 Mecula e 1238 Marrupa. Anteriormente considerava-se a unidade como parte
do Supergrupo de Nampula (Pinna & Marteau, 1987), mas a presença da Zona de Carreamento
do Lúrio (ZCL) torna necessário distinguir o Complexo de Nampula das rochas no norte da
Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL). O nome é adoptado da cidade e distrito de Marrupa,
situada centralmente no Complexo.

O Complexo de Marrupa inclui as seguintes unidades:

Complexo de Marrupa (P2MR)


*Sienito Alcalino de Matondovela (P2MRsy)
*Granito milonítico (P2MRmy)
*Leucognaisse migmatítico (521 ±15 Ma) (P2MRmc)
*Gnaisse quartzo-feldspático-hornebléndico migmatítico (558±11 Ma; U-Pb) (P2MRhg)
*Diatexito granítico com anfíbolo (P2MRad)
*Gnaisse trondhjemítico (P2MRtr)
*Gnaisse diorítico (P2MRdi)
*Serpentinito (P2MRsp)
*Gnaisse anfibolítico (P2MRam)
*Mármore (P2MRma)
*Leucognaisse, contendo localmente granada e biotite (P2MRbl)
*Leucognaisse quartzo-feldspático, com anfibolito (P2MRlca)
*Gnaisse quartzo-feldspático granatífero biotítico (P2MRbqf)
*Gnaisse migmatítico cinzento (P2MRgy)
*Gnaisse tonalítico bandado (968+-10 Ma) (P2MRbn)
*Gnaisse granítico (1025±12 Ma U-Pb, 1005±19Ma U-Pb) (P2MRgg)
*Gnaisse granodiorítico (1026±9 Ma; U-Pb,1016±10 Ma; U-Pb) (P2MRgd)
*Leucognaisse migmatítico (P2MRmc)
*Paragnaisse rico em quartzo (P2MRqp)
*Gnaisse quartzo-feldspático (P2MRqv)

O Complexo de Marrupa (P2MR) é dominado por ortognaisses de composições ácidas a


intermédias, enquanto ortognaisses e paragnaisses máficos são subordinados. Os gnaisses
variam de homogéneos e com textura granular bastante fina, a uma textura granular mais
grosseira, e incluem variedades bandadas e migmatíticas. Pelos conjuntos minerais presentes,
as rochas parecem ter sido submetidas a metamorfismo de fácies anfibolítica. Isto difere das
unidades contíguas, que estiveram sujeitas a condições de fácies granulítica (NGU, 2007).

4.2.3.6.1. Gnaisse Quartzo-feldspático (P2MRqv)


(Paragnaisse e gnaisse quartzo-feldspático)

Camadas de paragnaisse e de gnaisse quartzo-feldspático ocorrem, com poucas excepções,


apenas nas partes mais a norte do Complexo de Marrupa nas folhas 1136 Milepa, 1137
Macalange, 1237 Mecula, 1138 Negomano e 1238 Xixano.
Várias camadas dobradas de paragnaisse estão situadas a 12-15 km a norte do Rio Lugenda, e a
leste da vila de Mecula no canto nordeste da folha 1237 Mecula. Estendem-se para nordeste por
mais de 40 km, pela folha 1137 Macalange e ainda pela folha seguinte, 1138 Negomano.

*Esta unidade compreende geralmente gnaisses félsicos e máficos interbandados.


*Os dois tipos de gnaisses alternam em todas as escalas, desde gnaisses interbandados numa
escala de centímetros a bandas félsicas e máficas separadas que têm centenas de metros de
espessura.
*Lentes e camadas anfibolíticas são comuns nas unidades máficas.
*As unidades félsicas incluem gnaisses quartzo-feldspáticos e quartzitos contendo sulfuretos e
xistos quartzo-muscovíticos.
*A rápida alternância de litologias sugere que esta unidade compreende uma sequência
supracrustal alterada, possivelmente incluindo metassedimentos e metavulcânicas.

A unidade na folha 1136 Milepa, que compreende paragnaisses, está exposta 5-10 km a norte
de Matondovela, ao longo da estrada em direcção a norte para o Rio Rovuma.
*Consiste em gnaisse arcósico maciço e gnaisse quartzo-feldspático parcialmente migmatítico.
Este último é rico em quartzo e contém porfiroblastos plagioclásicos brancos com dimensões
que vão até aos centímetro.
*Mais a norte, ~35 km a norte de Matondovela, há um gnaisse quartzo-feldspático, contendo
biotite, que provavelmente também representa paragnaisse e que foi incluído na mesma
unidade. Há vários afloramentos do gnaisse quartzo-feldspático para norte ao longo da estrada
para o Rio Rovuma.
*Duas lentes menores, presumivelmente de paragnaisse, estão expostas ao longo do trilho entre
Nungo e Nipepe na folha 1337 Marrupa. Mais para norte, em UTM 37S 375300, 8505180, é
um gnaisse granatífero portador de biotite e sillimanite mesocrática bandada, provavelmente
um metapelito. A outra, em UTM 37S 376900, 8498500, é um gnaisse quartzo-feldspático
leucocrático contendo anfíbolo e biotite, com textura granular fina, que localmente contém
sillimanite (NGU, 2007).

4.2.3.6.2. Paragnaisse rico em Quartzo (P2MRqp)

Esta unidade ocorre na folha 1436 Cuamba.

*Inclui vários gnaisses quártzicos. Os gnaisses são predominantemente gnaisses biotíticos ricos
em quartzo, fortemente bandados, com textura granular média a grosseira e granatíferos.
*Ocorrem granadas vermelhas internamente fragmentadas com diâmetro que pode atingir ~1
cm, mas sobretudo ~3 mm.
*Bandas máficas são comuns, maioritariamente concordantes com a gnaissosidade podendo
atingir 1 m de espessura. Há também lençóis máficos ligeiramente discordantes da
gnaissosidade.
*A proporção de bandas máficas e félsicas é muito variável, apesar de as bandas félsicas serem
sempre dominantes.
*O bandado é dobrado isoclinalmente e há também grandes dobras mais abertas, invertidas e
assimétricas.
*O afloramento irregular dos paragnaisses de Entre-Montes reflecte o dobramento complexo.
Os gnaisses são cortados por veios aplíticos, bem como pegmatíticos. (NGU, 2007).

4.2.3.6.3. Gnaisse granodiorítico (P2MRgd)


(1026±9 Ma; U-Pb, 1016±10 Ma; U-Pb)

Gnaisse granodiorítico é comum nas folhas 1136 Milepa, 1137 Macalange, 1236 Mavago e
1237 Mecula.
Gnaisse granodiorítico é uma componente relativamente pequena das folhas 1137 Negomano e
1237 Xixano.
Na parte sul do complexo, apenas um corpo importante se encontra na região a oeste-sudoeste
de Nipepe (~UTM 37S 345000, 8440000 na folha 1437 Malema).

*Na metade norte do Complexo de Marrupa, alterna com gnaisse granítico e gnaisse tonalítico
subordinado.
*Na parte leste da folha de Mavago, os afloramentos são kopjes, inselbergs ou montanhas
parcialmente circulares.
*O gnaisse granodiorítico é geralmente de cor amarelada a rosa/rosa malhado, dependendo do
conteúdo em feldspato-potássico. Contém quartzo, plagioclase e biotite como fases principais.
Está presente magnetite como mineral residual a principal, enquanto o feldspato-potássico está
sempre presente em quantidades subordinadas. Horneblenda é também um constituinte
bastante comum em muitos casos, ocorrendo em porfiroblastos com dimensões de milímetros a
centímetros. O conteúdo de magnetite é frequentemente um pouco mais elevado do que no
gnaisse granítico.
*Gnaisse granodiorítico é um componente relativamente pouco importante nas folhas 1137
Negomano e 1237 Xixano, ocorrendo principalmente em duas lentes alongadas ligadas a
cisalhamento dúctil.
*Estão presentes mais alguns lençóis graníticos com textura granular média a grosseira, que
incluem biotite como mineral máfico principal. Por vezes estão presentes xenólitos máficos a
dioríticos pouco importantes no seio do ortognaisse.
*Os principais constituintes do gnaisse granodiorítico são quartzo, plagioclase e feldspato-
potássico inferior. Biotite é o principal mineral máfico, mas por vezes observa-se a presença de
anfíbolo. A dimensão de grão pode atingir 4-5 mm mas é geralmente de 1-2 mm, apresentando
estrutura equigranular e equicristalina. A biotite apresenta frequentemente uma orientação
preferencial, mesmo onde o granodiorito é apenas fracamente foliado. No entanto, o gnaisse
granodiorítico é bastante foliado em grandes regiões.
*Estão presentes variedades mais migmatíticas do gnaisse granodiorítico, especialmente junto
ao contacto tectónico com o Complexo de Xixano a leste. É habitual um migmatito
granodiorítico cinzento rosado, com textura granular média a grosseira, com segregações
pegmatíticas, contendo cristais de feldspato-potássico cuja dimensão pode atingir 30 mm.
*A unidade na parte sul, na região a oeste-sudoeste de Nipepe (~UTM 37S 345000, 8440000
na folha 1437 Malema), é tipicamente um gnaisse bastante foliado a bandado, cinzento, com
textura granular média a grosseira, composto por biotite, horneblenda, plagioclase e quartzo,
com feldspato-potássico subordinado. A composição é relativamente máfica.
**Em alguns afloramentos o gnaisse é migmatítico e fortemente bandado, com leucossomas
graníticos finos, descontínuos, paralelos aos estratos, contendo horneblenda e com 10-30 cm de
espessura.
*Posteriormente, encontram-se também lençóis graníticos intrusivos, paralelos à foliação, com
10-30 cm de espessura, juntamente com veios e lençóis de pegmatito grosseiro mais tardio. A
foliação é consistentemente muito forte, evoluindo gradualmente para milonítica em alguns
locais (NGU, 2006).

4.2.3.6.4. Gnaisse granítico (P2MRgg)


(1025±12 Ma U-Pb, 1005±19 Ma U-Pb)

Gnaisse granítico é uma litologia principal no Complexo de Marrupa, juntamente com


composições granodioríticas a tonalíticas.

*O gnaisse granítico é geralmente cinzento a cor-de-rosa e de textura granular média a muito


grosseira.
*É frequentemente maciço ou reforçado onde está fracamente foliado.
*É composto de quartzo, feldspato-potássico e plagioclase como fases principais. Magnetite é
também frequentemente uma fase principal, ao passo que o conteúdo de biotite é altamente
variável.
*Em muitos locais o conteúdo de biotite é muito baixo e o gnaisse pode ser caracterizado como
gnaisse leucogranítico (ou leucocrático-granítico).
*O conteúdo de magnetite também é variável mas é geralmente bastante elevado.
*Anfíbolo escuro, provavelmente hornebléndico, está presente em alguns locais, especialmente
onde o conteúdo de feldspato-potássico é reduzido. Em alguns locais ocorre granada
complementar sob a forma de cristais do tamanho de cabeças de alfinete, de tom vermelho
médio.
*O contacto oriental dos gnaisses graníticos é marcado por uma gradação para gnaisses
granítico-migmatíticos.
*A foliação está bem exposta em pavimentos de rocha planos em UTM 37S 280561 8432380
no Rio Mecequisse (NGU, 2007).

4.2.3.6.5. Gnaisse tonalítico bandado (P2MRbn)


(Gnaisse tonalítico, bandado e rico em biotite)

Aflora gnaisse tonalítico na folha 1337 Marrupa, mas também é comum mais a norte, nas
folhas 1137 Macalange e 1237 Mecula. No sul, gnaisse tonalítico alterna com gnaisse granítico
e estas litologias são dobradas em conjunto num padrão complexo. A rocha estende-se para sul
pelas folhas 1437 Malema e 1438 Ribáuè-Mecuburi, ocupando grandes regiões nas partes norte
destas folhas.

*O gnaisse tonalítico é frequentemente migmatítico.


*O gnaisse de composição tonalítica contém quartzo, plagioclase e biotite como constituintes
principais, mas também a horneblenda é bastante comum como constituinte subordinado a
principal. O conteúdo de magnetite varia. Titanite é um mineral complementar comum,
ocorrendo em minúsculos grãos castanho-amarelados, frequentemente associado a outros
minerais escuros. Ocasionalmente está também presente granada em quantidade
complementares a subordinadas.
*A dimensão do grão varia de 1-10 mm, tipicamente com plagioclase como mineral mais
grosseiro, frequentemente com os grãos mais grosseiros presentes em bandas e lentes mais
leucocráticas, juntamente com quartzo.
*Horneblenda também é bastante comum em porfiroblastos com dimensões que vão até aos
centímetros nas bandas mais ricas em quartzo-feldspático. Piroxena é ocasionalmente
encontrada na parte sul da unidade (NGU, 2007).

4.2.3.6.6. Gnaisse migmatítico cinzento (P2MRgy)

Gnaisses cinzentos migmatíticos estão muito bem expostos ao longo do lado ocidental do Rio
Lurio, a sul da estrada principal para leste de Cuamba, sob a forma de pequenos kopjes, colinas
e pavimentos rochosos em afluentes da margem ocidental do rio. Há também bons
afloramentos no Rio Lurio.

*Os gnaisses migmatíticos formam uma região de afloramento em forma de losango, rodeada
por foliação fortemente deformada e muito bem definida, lineação alongada e gnaisses
bandados com pequenas dobras tipo bainha.
*Estes gnaisses bandados são interpretados como sendo migmatito intensamente cisalhado
(NGU, 2007).

4.2.3.6.7. Gnaisse granatífero-biotítico-quartzo-feldspático (P2MRbqf)

Este gnaisse apenas foi observado em três corpos lensoidais alongados na parte centro-oeste da
folha 1437 Malema, a leste de Nacumua (~UTM 37S 320000 8410000 e 320000 8400000) e
próximo do Monte Mutini (~UTM 37S 290000 8390000).

*É composto por gnaisse quartzo-feldspático granatífero, heterogranular, bem foliado, com


textura granular média a grosseira, com minerais opacos e biotite secundários.
*Em geral é bastante félsico, à parte de um conteúdo de granada que pode atingir os 20% em
algumas camadas. A granada é de um rosa muito pálido, arredondada e com uma dimensão que
pode atingir 5 mm, ocorrendo em filas bem definidas de diferentes concentrações e dimensões
de grão.
*Localmente desenvolvem-se também alguns schlieren ricos em biotite.
*Nos afloramentos mais ocidentais desta unidade os gnaisses são extremamente heterogéneos e
bem bandados, com extrema variação composicional, de tal forma que as camadas quartzo-
feldspáticas granatíferas são interfoliadas com camadas biotíticas-anfibolíticas, pods, schlieren
e lentes proeminentes de quartzito feldspático branco.
*Estas rochas são portanto claramente de origem metassedimentar (paragnaisses). São
localmente migmatíticas (NGU, 2007).

4.2.3.6.8. Leucognaisse quartzo-feldspático, com anfibolito (P2MRlca)

O maior corpo está situado em redor de Nipepe (folha 1437, UTM 37S, 370000, 8450000),
enquanto um grande número de lentes mais pequenas foi observado em redor de Nacumua (na
folha 1437 Malema).

*A maioria dos afloramentos do gnaisse são atenuados ao longo da direcção de foliação


regional e têm alguns quilómetros de largura por algumas dezenas de quilómetros de
comprimento.
*A propriedade característica destes gnaisses é a sua composição extremamente leucocrática,
dimensão de grão fina a média e textura sacaróide sub-equigranular. Estão localmente
associadas a finos estratos de anfibolito.
*O gnaisse félsico é habitualmente de alteração rosada a amarelada, mas de um pálido
cinzento-rosado quando recente. São compostos por quartzo, feldspato-potássico e plagioclase
sódica subordinada, com quase nenhuns minerais máficos à excepção de escassos flocos de
biotite (1-3%) e/ou, mais frequentemente, <1% de grãos dispersos de mineral opaco (magnetite
e ilmenite).
*As rochas são fortemente foliadas. Esta foliação torna-se muito forte (sub-milonítica) em
alguns locais.
*As rochas são parcialmente migmatíticas (NGU, 2007).

4.2.3.6.9. Leucognaisse, localmente granatífero (P2MRbl)

Esta é uma unidade menor.

*É composta por gnaisse quartzo-feldspático extremamente leucocrático, com textura granular


fina a média (1-3 mm), mas localmente grosseira (até 6 mm), com granada ± biotite e
magnetite secundárias.
*Em cada afloramento o gnaisse é em geral razoavelmente homogéneo, mas localmente tem
uma variação considerável da dimensão do grão. Devido à natureza leucocrática da rocha, os
fabrics planares são em geral fracamente desenvolvidos e as texturas são localmente
sacaróides.
*É por vezes visível um mineral castanho ferrugem, que pode ser ortopiroxena.
*Foram observados raras camadas ou schlieren enriquecidas em biotite.
*As rochas são localmente migmatíticas, tendo leucossomas com textura granular grosseira,
localmente com cristais de granada arredondados com diâmetro de 3-10 mm (NGU, 2006).

4.2.3.6.10. Mármore (P2MRma)

Duas pequenas regiões de afloramento de mármore são apresentadas (BRGM) na folha 1436
Cuamba (em UTM 37S 222000, 8397500 e 255000, 8383000).

4.2.3.6.11. Gnaisse anfibolítico (P2MRam)

Rochas máficas não são comuns no Complexo de Marrupa, mas estão presentes alguns estratos
e corpos vastos, especialmente na parte norte do complexo.
A maior unidade forma uma grande estrutura de dobra aparente na parte noroeste da folha 1138
Negomano entre as aldeias de Gomba e Negomano, ao longo do Rio Rovuma. O encerramento
da dobra fica 30-35 km a sul do rio (~UTM 37S 415000, 8713000), segundo os dados
aeromagnéticos.

*A rocha compreende gnaisses anfíbolo-clinopiroxena-plagioclase bandados, pretos e brancos,


com quartzo secundário, mas sem granadas ou sulfuretos óbvios. O bandado mineral é numa
escala de centímetros com bandas félsicas individuais que protrudem em superfícies
meteorizadas partidas em placas rectangulares com um comprimento que pode atingir cerca de
10 cm.
*Estão presentes outras unidades de gnaisse máfico sob a forma de lentes fortemente dobradas
na vizinhança do Monte Nicola, ~45 km a nordeste de Mecula (~UTM 37S 383000, 8692000)
e associadas a paragnaisse e gnaisse quartzo-feldspático bandado (P2MRqv), e também mais a
sul sob a forma de estratos no seio dos paragnaisses.
*Os estratos de gnaisse máfico são bandados, frequentemente numa escala de milímetros a
centímetros, e são rochas anfibolíticas, ricas em plagioclase e calco-silicatadas/epidóticas.
Provavelmente representam paragnaisses e podem ser rochas vulcânicas epiclásticas
metamorfoseadas.
**As rochas têm textura granular fina a média com meteorização em picadas em alguns locais.
As bandas anfibolíticas mais maciças são boudinadas e embrulhadas por litologias menos
competentes.
*Outro grande horizonte de gnaisse anfibolítico está exposto ao longo da margem sul do Rio
Rovuma, a oeste da pequena aldeia de Nyati (aflora de UTM 322600, 8707500 a 319670,
8708450) É constituído por horneblenda, biotite, quartzo e plagioclase. Por vezes está presente
horneblenda.
*Um estrato menos vasto ocorre na fronteira entre as folhas 1236 Mavago e 1137 Mavago, na
grande montanha Metondover (UTM 37S 277000, 8666000). Tem textura granular fina a
média e é frequentemente cortado por veios graníticos.
*Um corpo fortemente dobrado de gnaisse metagabróico ocorre na folha 1337 Marrupa em
UTM 37S 380000, 8490000.
**É escuro, com textura granular fina, foliado, com clinopiroxena, horneblenda, biotite e
plagioclase como fases principais e ortopiroxena localmente presente. É intruído por
numerosos veios de pegmatito granítico.
*Duas finas bandas de gnaisse máfico (uma forma uma dobra isoclinal) são visíveis na parte
centro-leste da folha 1436 Cuamba, baseado na anterior carta BRGM da folha de Cuamba, na
qual são descritas como "Norite-Gabbro". Foram encontrados blocos de uma magnetite-
plagioclase-gnaisse equigranular, com piroxena, com textura granular média, com manchas de
rochas máficas, associados a solos de cor vermelho-acastanhada na área de afloramento dos
gnaisses máficos.
*Gnaisses similares formam bandas mais estreitas em gnaisses quartzo-feldspáticos ao longo
da parte oriental da folha do Cuamba (NGU, 2007).

4.2.3.6.12. Serpentinito (P2MRsp)

Uma lente de serpentinito com uma extensão aproximada de 1,8 x1,1 km ocorre no canto
sudeste da folha 1337 Marrupa, cerca de 10 km a norte-nordeste de Nipepe e mesmo a sul da
montanha Serra Merrente. (UTM 37S 387260, 8462545)
Foram também encontradas rochas ultramáficas alguns quilómetros a norte da Missão de
Maiaca (folha 1437 Malema em ~UTM 37S 327000, 8423000).

*As rochas ultramáficas consistem principalmente em harzburgito preto esverdeado com


textura granular grosseira com cristais euédricos de ortopiroxena com um diâmetro de 2-3 cm,
inseridos numa matriz de serpentina.
**As rochas são maciças e não foliadas (NGU, 2007).

4.2.3.6.13. Gnaisse diorítico (P2MRdi)

Gnaisse diorítico é uma litologia subordinada no Complexo de Marrupa, presente em alguns


horizontes de maior dimensão na parte norte do complexo.
Noutros locais podem também encontrar-se lentes mais pequenas de gnaisse diorítico.

*Uma das principais unidades de gnaisse dioríticos tem >5 km de espessura e está exposta no
Rio Lureco, ~25 km a sul do Rio Lugenda (folha 1237 Mecula, UTM 337000, 8602000).
**Este gnaisse diorítico é bandado e migmatítico, com leucossomas irregulares com uma
espessura que podem chegar a decímetros, sobretudo quartzo e plagioclase.
*Uma unidade de quartzo-diorito está presente mais a oeste, no Rio Lugenda (UTM 306000,
8608000).
**Esta rocha é apenas fracamente foliada na sua parte central e contém xenólitos frequentes,
com dimensões que podem atingir metros de anfibolito com textura granular fina. É mais
deformada e xistosa na sua fronteira com os gnaisses graníticos e tonalíticos envolventes.
**A rocha é dominada por plagioclase, quartzo, biotite e feldspato-potássico. Epídoto, granada
e horneblenda são fases subordinadas. Feldspato-potássico ocorre em grãos que podem atingir
1-2 cm numa matriz com textura granular mais fina dos outros minerais.
*Outra grande unidade está presente na fronteira entre as folhas 1136 Milepa e 1137
Macalange, cerca de 5 km a norte de Matondovela.
**É cinzenta, migmatizada e é constituída por quartzo, plagioclase, biotite e localmente
feldspato-potássico secundário (NGU, 2007).

4.2.3.6.14. Gnaisse trondhjemítico (P2MRtr)

Pequenos corpos de gnaisse trondhjemítico ocorrem em alguns pequenos afloramentos a


sudoeste de Nipepe, onde estão espacialmente associados à unidade de ortognaisse
granodiorítico, com qual é possível que formem uma fase.

*O gnaisse trondhjemítico é constituído por plagioclase, quartzo e feldspato-potássico


subordinado, com biotite, magnetite e, em alguns locais, granada.
*As rochas são leucocráticas.
*São de meteorização branca, com textura granular fina a média, equigranulares, homogéneas
e fracamente gnáissicas.
*Em alguns locais aparece um bandado fracamente definido (com uma espessura de 10-20
cm), causado por variações na dimensão do grão ou um conteúdo ligeiramente mais alto de
biotite.
*Também são observados raros veios de granito pegmatoidal, com uma espessura de 10-20 cm
(NGU, 2007).

4.2.3.6.15. Diatexito granítico com anfíbolo (P2MRad)

O termo diatexito é utilizado para rochas migmatíticas nas quais a porção de fundido
(leucossoma) representa 50% ou mais, em conjunto com proporções significativas de
palaeossoma remanescente.

Esta unidade aflora de forma bastante vasta à volta da charneira da grande estrutura de dobra
que encerra na região de Nacuma na folha 1437 Malema. Concentra-se ao longo da fronteira
entre gnaisse biotítico, provavelmente de origem tonalítica (P2MRbn) e leucognaisse quartzo-
feldspático (P2Mrlca).
O afloramento principal do diatexito forma uma cintura semi-contínua com 3-5 km de largura
que segue para nordeste ao longo de mais de 40 km (desde ~UTM 37S 330000 8422000) e
bisela na fronteira com a folha 1337 Marrupa.

*Massas de material leucocrático grosseiro e pods, lentes e schlieren desorientados de


componentes mais máficos (contendo biotite e horneblenda) caracterizam a rocha.
*No entanto, a composição global é granitóide.
*Estas rochas ocupam uma posição algo intermédia entre rochas ígneas supracrustais e
intrusivas (NGU, 2007).

4.2.3.6.16. Gnaisse quartzo-feldspático-hornebléndico migmatítico (P2MRhg)


(558±11 Ma; U-Pb)

Estes gnaisses perfazem várias centenas de quilómetros quadrados de afloramento na parte


sudoeste da folha 1437 Malema, a norte de Mutuale e de Malema, onde a estrutura de Lurio
vira para norte.
*No leste a unidade é arrastada para a estrutura de Lurio e atenuada por ela e reaparece em
algumas lentes menores a nordeste. A unidade estende-se para oeste pela folha 1436 Cuamba,
em cuja parte centro-leste é a principal litologia. A extensão total da unidade para oeste não é
conhecida.
É possível que estes gnaisses bandados formem um envelope contínuo à volta do gnaisse
granítico (P2MRgg) exposto na parte norte da folha de Cuamba. O contacto norte exposto dos
gnaisses bandados com os gnaisses graníticos é uma zona de cisalhamento dúctil sub-vertical.

*Esta unidade é composta por gnaisses quartzo-feldspáticos leucocráticos, cinzento a cinzento-


rosado, com textura granular grosseira a média (heterogranulares), bastante heterogéneos,
localmente estratificados e bandados de forma difusa (mas sempre fortemente foliados),
contendo horneblenda e com biotite subordinada. A plagioclase é tipicamente mais abundante
do que feldspato-potássico.
*A componente máfica é localmente boudinada.
*O bandado forma dobras de pequenas escala vistas em todos os bons afloramentos.
*Localmente estão presentes granadas e o conteúdo de magnetite é altamente variável.
*É normal haver alguma migmatização.
*A componente félsica dos gnaisses é esporadicamente esverdeada e de aspecto charnoquítico
e pode conter piroxena.
*Em alguns afloramentos as rochas migmatizadas bandadas evoluem gradualmente para
gnaisses leucocráticos cinzentos homogéneos, com textura granular média, com pods mais
ricos em horneblenda, camadas e schlieren difusos que formam uma forte foliação.
*Os afloramentos mais homogéneos destas rochas parecem ser granitóides intrusivos com
encraves máficos. Consequentemente, toda a unidade é interpretada como sendo um
ortognaisse, se bem que com graus muito variáveis de deformação, bandado e migmatização
(NGU, 2007).

4.2.3.6.17. Leucognaisse migmatítico (P2MRmc)


(521 ±15 Ma)

Esta unidade sustenta quase 2000 km2 da parte norte das folhas 1437 Malema e 1438 Ribáuè-
Mecuburi, a sul de Nipepe, onde forma uma vasta massa de tendência sudoeste-nordeste.
Continua para nordeste até à folha 1339 Namuno.
Alguns corpos alongados mais pequenos ocorrem contiguamente ao afloramento principal,
intercalados com gnaisses bandados do Complexo de Marrupa. O grande corpo termina no
sudoeste, no encerramento de uma estrutura de dobra de escala regional, em cujo núcleo jazem
dois maciços isolados tectonicamente ligados do Complexo de Xixano. Estes klippen parecem
sobrepor-se estruturalmente ao Complexo de Marrupa.

*Os gnaisses migmatíticos quartzo-feldspáticos leucocráticos têm uma textura granular


tipicamente média a fina, mas são bastante inequigranulares, de tal forma que são também
comuns camadas/segregações com textura granular grosseira. São de meteorização cor-de-rosa,
castanha e cor-de-laranja, mas de um rosa-acinzentado quando frescos. Contêm conteúdos sub-
iguais mas variáveis de feldspato-k e plagioclase, abundantes de quartzo e pequenos conteúdos
de biotite (~5%), frequentemente sob a forma de schlieren estreitos, e têm forte
foliação/bandado. Ocorre granada, raramente, e por vezes aparecem grãos dispersos de
minerais opacos (ocasionalmente cubos de pirite). Raros pods de anfibolito foram também
observados.
*A foliação é caracterizada pelas variações na granulometria dos minerais quartzo-feldspáticos,
pela orientação e concentração dos flocos de biotite e por leucossomas estromáticos. A
orientação da foliação é frequentemente variável.
*Os afloramentos variam estruturalmente, com zonas massivas e bandadas. A maioria dos
afloramentos são também cortados por pegmatitos grosseiros.
*Registam-se dois níveis de migmatização (NGU, 2007).

4.2.3.6.18. Granito milonítico (P2MRmy)

Observa-se granito milonítico nas folhas 1136 Milepa e 1236 Mavago.

*Forma a principal zona de cisalhamento crustal, que liga o terreno, entre o Complexo de
Marrupa e o Complexo de Unango na região norte e noroeste de Mavago.
*A tendência destes blocos soltos permitiu que a orientação da zona de cisalhamento fosse
estimada em cerca de 160º neste local, o que é algo mais para sul que a orientação leste-sudeste
do contacto inferido com base em dados geofísicos.
*A rocha tem uma foliação e lineação muito fortes no afloramento e uma granulometria muito
pequena, que se viu ser de < 0,1 mm nesta estreita secção. Os grãos de quartzo na foliação são
muito alongados (proporções de 10:1) e apresentam estiramento extremo.
*Este tipo de rocha tem quantidades iguais de quartzo, plagioclase e feldspato potássico e é por
isso interpretada como tendo um protólito granítico, apesar de não estarem preservadas
quaisquer texturas originais.

Esta unidade forma o limite norte do gnaisse muscovítico-biotítico milonítico do Complexo de


Muaquia (P3Qbg) na parte oriental da folha 1236 Mavago.
*Consiste em gnaisse granítico fortemente foliado contendo biotite.
*O gnaisse é laminado como resultado de forte deformação por cisalhamento.
*A zona de deformação continua para noroeste, uma lente semelhante de gnaisse granítico
estende-se pela folha de Milepa (NGU, 2007).

4.2.3.6.19. Sienito alcalino de Matondovela (P2MRsy)

Uma rocha feldspática com textura granular muito fina a fina, contendo magnetite, ocorre sob a
forma de um vasto estrato na fronteira entre as folhas 1236 Mavago e 1237 Mecula.

*É uma rocha verde-acinzentada homogénea, desestruturada, com ripas de feldspato de 1-4


mm e grãos de magnetite dispersos, muito finos (NGU, 2007).

4.2.3.7. Complexo de Nairoto (P2NR)

O Complexo de Nairoto está bem exposto sob a forma de uma cintura de rochas com uma
largura de 15-30 km, de tendência norte-nordeste-sul-sudoeste, dominada por ortognaisses
félsicos, que vai da parte central da folha 1139 Mueda para sul ao longo do contacto entre as
folhas 1238 Xixano e 1239 Meluco. A norte de Montepuez há uma importante dobra com
plano axial de tendência norte-nordeste-sul-sudoeste que vira a unidade para uma direcção
oeste-noroeste-leste-sudeste.
A leste o complexo compreende uma cintura com 10-15 km de largura através das folhas 1339
Montepuez e 1340 Mecufi.
*O complexo compreende, portanto, uma cintura em forma de arco que envolve o Complexo
de Lalamo.
*Os contactos com este último são claramente tectónicos, com traços discordantes na folha de
Mueda e na parte norte da folha de Meluco.
*Os ortognaisses contêm frequentemente magnetite.
*A maior parte do complexo está bem exposta. Segue a estrada principal desde Montepuez, em
direcção a norte para Mueda.
*O nome Nairoto foi introduzido por Pinna et al. (1993) que deram à unidade um estatuto de
grupo, apesar de se terem apercebido de que as unidades constituintes eram sobretudo rochas
intrusivas metamorfoseadas. Os autores relacionaram o Complexo de Nairoto com os
Complexos de Meluco e Marrupa como parte de uma unidade de soco (o seu Supergrupo de
Nampula) que era cavalgada pelo seu Grupo de Chiure.
*O Complexo de Nairoto consiste predominantemente num conjunto de ortognaisses félsicos
com graus variáveis de migmatização. Variedades graníticas a granodioríticas são
predominantes, mas com rápidas mudanças de composição e de grau de migmatização.
*Não há indicações de que o grau metamórfico tenha excedido a fácies anfibolítica (NGU,
2007).

O Complexo de Nairoto inclui as seguintes unidades:

Complexo de Nairoto (P2NR)


*Gnaisse granítico a granodiorítico, localmente migmatítico (P2NRgr)
*Meta-arenito e gnaisse biotítico (P2NRbg)

4.2.3.7.1. Meta-arenito e gnaisse biotítico (P2NRbg)

*Assume-se que lentes menores de rocha homogénea, branco-acinzentado a vermelho, granular


e com textura granular fina (" 1 mm) representam meta-arenitos.
*O conteúdo de minerais escuros é baixo.
*A foliação é fraca e geralmente definida por biotite.
*O conteúdo de quartzo é também bastante baixo.
*Em UTM 37 536808 8679678 o meta-arenito tem granadas que podem atingir 3 cm,
aleatoriamente distribuídas no sedimento. As granadas parecem ser especialmente abundantes
em veios félsicos recentes, mas também são encontrados na rocha encaixante.
*Em UTM 541664 8689398 a rocha é quase plana, com fraca foliação e contendo biotite com
textura granular muito fina (2-3%) (NGU, 2006).

4.2.3.7.2. Gnaisse granítico a granodiorítico, localmente migmatítico (P2NRgr)

Na folha 1139 Mueda aflora gnaisse granítico a granodiorítico.


O Complexo de Nairoto continua como uma zona de 1-5 km de largura nas partes norte das
folhas 1339 Montepuez e 1340 Mecufi, separando os Complexos de Montepuez e de Lalamo
no sul e norte, respectivamente.

*O gnaisse é de um branco-rosado, com textura granular fina a média e contém biotite. O


conteúdo de biotite é frequentemente de ~5% e pode chegar a 10-15%. Ocasionalmente ocorre
anfíbolo.
*As rochas apresentam foliação boa a forte e são claramente ortognaisses.
*Ocorrem também variedades ligeiramente bandadas e mais ricas em biotite.
*É desenvolvida uma textura ocelar em zonas com alguns metros de largura.
*Localmente estas são migmatíticas e intensamente dobras a uma pequena escala.
*São comuns agregados de biotite.
*São comuns veios pegmatóides, tanto paralelos como transversais à foliação.
*Localmente encontram-se algumas zonas máficas, ricas em biotite, interpretadas como diques,
em alguns casos dobradas e cortadas por pegmatitos.

*Ao nível local, o gnaisse granítico está fortemente deformado, com laminação de biotite e
blastos de feldspato simétricos junto do contacto com o Complexo de Xixano (Folha 1238
Xixano).
**Migmatitos e gnaisses graníticos variavelmente foliados, com veios pegmatóides são mais
comuns para sul ao longo da estrada Nairoto-Montepuez.
**O conteúdo de minerais máficos, sobretudo biotite, varia, normalmente entre ~5-10%.
**Ocorre muscovite em migmatito granítico bandado.

O gnaisse granítico normal está bem foliado, apresenta textura granular fina a média e contém
biotite. Veios e manchas pegmatíticos são comuns. Podem ser encontradas lentes e inclusões
irregulares ricas em biotite. Bandas ricas em biotite são também comuns nos migmatitos e no
gnaisse migmatítico. O migmatito granítico típico é bandado e intensamente foliado ao nível
local.

*O Complexo de Nairoto está bem exposto ao longo de perfis no canto sudoeste da folha 1239
Meluco.
**As rochas têm composições graníticas a tonalíticas, com graus variáveis de migmatização.
**São encontradas variedades homogéneas e mais bandadas, frequentemente com bandado
numa escala de alguns centímetros.
**Estão também variavelmente deformadas e são comuns pequenas dobras e zonas de
cisalhamento.
**Ocorrem várias gerações de pegmatito e veios pegmatíticos.
**Há mudanças rápidas entre estes tipos, até no mesmo afloramento.

*O gnaisse granítico é branco rosado e frequentemente bem foliado. É de textura granular fina
a média, heteroblástico e contém 45-55% de feldspato-potássico, 30% de quartzo e 10-15% de
plagioclase. Biotite, cerca de 2-10%, é o mineral máfico mais comum, e quantidades
secundárias de magnetite e titanite são também constituintes característicos. Minerais
complementares incluem zircão, rútilo e apatite. Porfiroblastos de feldspato-potássico com
textura granular grosseira dão à rocha, localmente, uma textura ocelar.
*O gnaisse tonalítico é de um branco acinzentado e de textura granular fina a média (1-5 mm).
É heteroblástico e normalmente contém ~50 % de plagioclase, 30 % de quartzo e quantidades
subordinadas de feldspato-potássico. Os minerais máficos compreendem 15-20 % com mais
horneblenda que biotite. Titanite é um constituinte comum e minerais complementares incluem
apatite e minerais opacos. Finas bandas/lentes de plagioclase são comuns em gnaisse tonalítico
bem foliado, bastante homogéneo. Variedades migmatíticas contêm geralmente anfíbolo e
biotite.
**Perto do contacto com o Complexo de Montepuez observam-se variedades blastomiloníticas
e foliadas no plano (UTM 37S 505304, 8572986).
*Gnaisse granítico com textura granular fina, contendo biotite, predomina ao longo desta
cintura.
**Localmente observa-se migmatização e milonitização (NGU, 2007)

4.2.3.8. Complexo de Meluco (P2MC)


(Grupo de Meluco)

O Complexo de Meluco ocorre em duas grandes estruturas ovais tipo domo (dimensões 30 x 50
km e 45 x 60 km) na parte sudoeste da folha1239 Meluco. A maior destas estruturas continua
até à folha 1240 Quissanga-Pemba.
Três estruturas restritas muito mais pequenas ocorrem nas folhas 1339 Montepuez e 1340
Mecufi.

As unidades de elevada qualidade foram interpretadas por Jourde & Wolff (1974) como um
antigo soco migmatítico, amplamente modificado pela ~1000 Ma, denominada Orogenia
Luriana (Lurian Orogeny). Segundo Pinna et al. (1993), o Grupo de Meluco representa
batólitos polifásicos instalados na parte profunda de um arco de ilha maduro ou margem
continental activa. NGU (2006) reteve o nome Meluco, o nome de uma pequena cidade na
parte mais a norte da mais característica das estruturas e mudou o estatuto dos componentes de
Grupo para Complexo.

O Complexo de Meluco consiste em ortognaisses de composição granítica a granodiorítica,


com rochas tonalíticas como componentes subordinados. As rochas graníticas tendem a formar
um terreno montanhoso alto, e.g. a sul de Meluco e a sul de Metoro.

O Complexo de Meluco inclui as seguintes unidades:

Complexo de Meluco (P2MC)


*Gnaisse granítico (P2MPgr)
*Gnaisse granodiorítico (P2MCgd)
*Gnaisse granítico a tonalítico, localmente migmatítico (946±12 Ma, U-Pb) (P2MCgn)

4.2.3.8.1. Gnaisse granítico a tonalítico, localmente migmatítico (P2MCgn)


(946±12 Ma, U-Pb)

*Gnaisses indiferenciados de composição granítica a granodiorítica compõem as estruturas de


domo principais do Complexo de Meluco.
*A sua composição é localmente tonalítica.
*Os gnaisses são conjuntos ricos em quartzo, com textura granular grosseira, que incluem
plagioclase, feldspato-potássico, biotite, minerais opacos e horneblenda. Localmente ocorre
granada vermelha.
*As estruturas migmatíticas variam de estromáticas a fabrics mais grosseiros com camadas
neossoma mais espessas, vincadamente definidas, com uma espessura que pode atingir dezenas
de centímetros, a migmatitos complexos, multifásicos, com bandas máficas danificadas
invadidas por manchas graníticas de fusão parcial e com lentes máficas (restite) rodeadas de
rocha rica em veios e manchas de neossoma granítico.
*A gnaissosidade torna-se difusa onde há fusão parcial extensiva.
*Algumas manchas anfibolíticas podem representar fases molhadas de fusão parcial.
*Há também lençóis espessos (>10 m) de granito concordantes com a gnaissosidade (NGU,
2007).

4.2.3.8.2. Gnaisse granodiorítico (P2MCgd)

Gnaisse granodiorítico só é assim definido nas duas pequenas estruturas mais a sul nas folhas
1339 Montepuez e 1340 Meluco na base de afloramentos e características geofísicas. As
unidades formam um padrão concêntrico, alternando com gnaisse granítico numa escala de
0,5-1 km.
*No corpo ocidental o gnaisse granodiorítico é localmente ligeiramente porfirítico, mas é de
resto com textura granular média e foliado. Algumas partes são fortemente migmatíticas.
*Os afloramentos orientais são parcialmente bastante maciços e homogéneos, com textura
granular fina a média e contêm alguns xenólitos de gnaisse biotítico.
**Outras partes são bastante migmatíticas e bandadas (NGU, 2007).

4.2.3.8.3. Gnaisse granítico (P2MCgr)

*Ortognaisses graníticos a granodioríticos do Complexo de Meluco são geralmente bastante


maciços e homogéneos em grande escala, mas o seu grau de migmatização varia de quase
indiscernível a fortemente migmatítico.
*Partes dos gnaisses quase não são foliados e podem ser designados como granito.
*Isto é especialmente verdade para o gnaisse de Monte Pamune, a sudeste de Metoro, que
consiste em gnaisses graníticos fracamente foliados, com textura granular fina a média,
contendo biotite.
*Nas cartas radiométricas estas rochas destacam-se com um sinal muito alto. Isto é em parte
devido a afloramentos razoavelmente bons, mas também devido a elevados conteúdos de
feldspato-potássico relativamente a plagioclase.
*Os gnaisses graníticos são razoavelmente leucocráticos com conteúdos bastante baixos de
biotite (<10 % nas secções estreitas descritas).
**De resto têm 40-55% de feldspato-potássico, 20-30% de quartzo e 15-25% de plagioclase.
**Ocasionalmente está presente horneblenda em quantidades secundárias (NGU, 2007).

4.2.3.9. Grupo de Mécuburi (P3CB)


(Complexo de Mécuburi)

A principal região de afloramento do Grupo de Mécuburi situa-se na Sub-província Geológica


de Niassa-Cabo Delgado.
Na Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula, o Grupo de Mécuburi aflora apenas na
folha 1438 Ribáuè, estendendo-se possivelmente à folha 1439 Meconta (ver 4.2. 26. Grupo de
Mécuburi (P3CB) na Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula)

O Complexo de Mécuburi é composto pelas seguintes unidades:

Grupo de Mécuburi (P3CB)

Grupo de Mécuburi na Sub-província Geológica de Zambézia- Nampula


*Gnaisse biotítico (P3CBbg)
*Rocha gnáissica metassedimentar (P3CBco)

Grupo de Mécuburi na Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


*Gnaisse biotítico (localmente conglomerático e com nódulos de sillimanite) (P3CBbg)
*Metaconglomerado gnáissico e brita meta-arcósica (P3CBco)

Grupo de Mécuburi na Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado


Afloramentos disseminados de rochas metaclásticas ocupam uma área de ~500 km2, numa
única grande região de afloramento e num maciço isolado dominado por falhas, em torno da
cidade de Mecubúri na folha 1438 Ribáuè-Mecubúri. As rochas estão bem expostas num grupo
de inselbergs perto de Mecubúri.
Os contactos do Grupo de Mecubúri com os gnaisses vizinhos do Complexo de Nampula não
estão expostos, mas há boas provas circunstanciais que sugerem que é inconformável e não
tectónico. As linhas de provas que sustentam isto incluem:
*A inclinação da foliação, apesar de localmente íngreme, é frequentemente menos marcada
que no envolvente Complexo de Nampula, sugerindo que o Grupo de Mecubúri ocupa o núcleo
de uma grande estrutura sinforme relativamente aberta
*O grupo parece sobrepor regionalmente e transpor localmente diferentes unidades do
Complexo de Nampula
*Não foram observados sinais de cisalhamento nos contactos, mesmo nos locais que só podem
estar a poucas dezenas de metros de contactos observados
*As unidades conglomeráticas grosseiras contêm clastos sob a forma de blocos que podem ter
correlação com as litologias no adjacente e subjacente Complexo de Nampula.
4.2.3.9.1. Metaconglomerado gnáissico e brita metarcósica (P3CBco)
(Rocha gnáissica metassedimentar)

O Grupo Mecubúri contém sequências isoladas de gnaisse conglomerático espectacular sob a


forma de estrato e lentes no seio dos gnaisses cinzentos. Foram encontradas áreas mapeáveis
em cinco locais, onde podem formar montanhas inteiras, mas são em todo o caso algo restritas
em termos de extensão (e.g. no quadrado 48 839 da grelha).
A posição estratigráfica desta unidade na sequência metassedimentar não é clara a partir das
relações do terreno, mas a ocorrência destes conglomerados junto aos contactos com o
Complexo de Nampula sugere que muitos deles ocorrem próximo da base do Grupo de
Mecubúri; podem ocorrer conglomerados autenticamente basais, mas isto não pode ser
inequivocamente demonstrado. Ocorrem conglomerados suportados pela matriz e por clastos e
muitas pequenas lentes no seio dos gnaisses cinzentos.
Alguns do afloramentos devem conter várias centenas de metros de estratos sedimentares
originais, apesar do grau de repetição tectónica ser desconhecido.
O afloramento mais a norte apresentado na folha 48 839 da grelha, por exemplo contém colinas
com >100 m de altura, que consistem inteiramente em metaconglomerados com inclinação
regional moderada a oeste.

*Os clastos são esmagadoramente compostos por leucognaisse e leucogranito arredondados a


subarredondados, idênticos às litologias locais típicas do Complexo de Nampula. (P2NMlc).
Foram observados muito poucos clastos de outros tipos, mas existem clastos raros de
anfibolito, quartzitos e xistos. Os maiores clastos têm 50 cm de comprimento, mas têm
geralmente 5-20 cm de comprimento. Todos os clastos estão fortemente deformados, com o
achatamento e alongamento do cascalho normalmente numa proporção de 5 ou 10:1. No
entanto, parte do cascalho apenas apresenta achatamento. A matriz é gnaisse biotítico friável,
granular, com textura granular grosseira com abundante schlieren de biotite. Há granada
localmente presente (cujo diâmetros pode atingir 1,5 cm) tanto nos clastos como na matriz, que
cresce mais do que a foliação.
*Em muitos locais, os conglomerados são intercalados com rochas friáveis, granulares,
bandadas (estratificadas), salpicadas de anfíbolo, que podem representar bolsas ou de material
diferente, sedimentar ou possivelmente tufoso, no seio da coluna estratigráfica original.
Gradação de tamanho de manchas escuras de anfíbolo nestas camadas podem representar
estratificação metamorfoseada gradada. As camadas estão fortemente dobradas e danificadas,
apesar de geralmente a deformação nestas rochas ser fortemente heterogénea devido à extrema
variação de textura e de composição. A distribuição da deformação também fez com que o
cascalho de pequena dimensão seja geralmente mais deformado que os blocos. Entre clastos é
comum existir interferência na deformação, havendo por vezes blocos dobrados uns sobre os
outros.
*As sequências conglomeráticas são localmente migmatíticas, com veios e bolsas de
leucossoma. Localmente presente uma foliação espaçada, associada a leucossoma difuso. A
grosseira natureza de blocos destas rochas sugere que são extremamente imaturas, sendo que os
depósitos proximais representam deposições por gravidade ou leques intermontanos proximais.
*As camadas salpicadas com 20-50 cm de espessura, que se verificou no campo estarem
entrecruzadas com os conglomerados, são feitas de plagioclase granoblástica, quartzo,
clinopiroxena, titanite e minerais opacos, com vestígios de epídoto e apatite. A clinopiroxena é
muitas vezes poeciloblástica com comprimento total de cristal de vários milímetros, e por vezes
coalescida em agregados multicristalinos arredondados com ~5-10 mm de diâmetro. Estas
camadas, que possivelmente representam ou leitos de tufo ou bandas calco-silicatadas, não
apresentam fabric significativo à escala de grãos de mineral individuais (NGU, 2007).

4.2.3.9.2. Gnaisse biotítico (P3CBbg)


(Localmente conglomeráticos e com nódulos de sillimanite)

*O gnaisse biotítico consiste em gnaisses biotíticos cinzentos bem bandados, heterogéneos,


com textura granular média a grosseira, com forte estratificação composicional.
*Têm uma aparência friável "arenosa" característica e formam dorsos de baleia e colinas
grandes, arredondadas e isoladas, cujos flancos se alteram pelos agentes atmosféricos com
grandes cornijas e cavernas, sendo o único litótipo na área de Nampula a exibir esta
característica.
*Em muitos locais os gnaisses não são verdadeiramente bandados, mas o material "matriz"
contém muitas camadas, pods, lentículas, riscos e schlieren,
descontínuos, listados, ricos em biotite, acentuados por variações consideráveis do tamanho de
grão paralelamente à camada. Pequenos coágulos, riscos e camadas de biotite monomineral são
comuns e provavelmente representam leitos pelíticos impuros.
*Algumas camadas que contêm diópsido podem ter afinidades calco-silicáticas.
*Este heterogeneidade atesta indubitavelmente uma heterogeneidade sedimentar de textura e
composição.
*A foliação metamórfica é forte, muitas vezes irregular e em torvelinho, e localmente dobrada
de forma isoclinal.
*Os gnaisses revelam quantidades variáveis de migmatização. Os leucossomas incluem lentes
e pods de pegmatito e leucogranito portadores de magnetite, com dimensões que podem atingir
2 m e, numa escala mais pequena, veios e manchas estromáticas e/ou irregulares, difusos,
nebulíticos e entrecruzados de leucossoma. Em alguns locais foi observada uma ligeira blastese
de feldspato-potássico e os leucossomas difusos estão também associados a bandas de
cisalhamento dúcteis de pequena escala.
*As rochas têm uma textura granoblástica a interlobada, com textura granular média, com um
tamanho de grão de ~0,6-1 mm e contêm microclina, quartzo, plagioclase, mineral opaco,
biotite e horneblenda em abundância e marginalmente, zircão. Um fabric interno fraco,
possivelmente representando uma laminação estratificada relíquia S0 é definido por variações
na abundância de biotite e de minerais opacos.
*Paragnaisses mais félsicos, com textura granular mais grosseira, contêm sillimanite adicional,
tabular a acicular, sob a forma de agregados fibrolíticos, radiais ou planos, cujo diâmetro pode
atingir 4 cm, que, em conjunto com a biotite orientada, ajudam a definir o fabric planar. Estas
rochas têm também uma textura granoblástica a interlobada, com um tamanho de grão de cerca
de 2 mm e contêm plagioclase, mesopertite, quartzo, biotite e sillimanite, bem como, em menor
quantidade, apatite e muscovite.
*Outras camadas de paragnaisse contêm diópsido e têm mais afinidades calco-silicáticas. Estas
rochas granoblásticas a interlobadas com textura granular média (méd. 0,8 mm) contêm
plagioclase, quartzo, clinopiroxena, titanite e epídoto, e, em menor quantidade, mineral opaco.
É comum o epídoto envolver a clinopiroxena e parece ser um produto alternativo. Tais rochas
têm um fabric muito fraco, definido pela orientação geral dos agregados de clinopiroxena +
epídoto.
*A sequência gnáissica também contém estratos e bolsas de conglomerado de camadas de
cascalho de suporte matricial. A espessura destes pode atingir 10 m e podem ser seguidos
longitudinalmente por várias dezenas de metros. Têm uma composição predominantemente
granítica, composta por clastos graníticos inseridos numa matriz de quartzo-feldspático-
biotítico, que adicionalmente contém por vezes granada. Tipicamente os clastos de granito são
apenas ligeiramente achatados, de forma oval, cuja espessura pode atingir 5 cm, escassamente
distribuídos no gnaisse granular com textura granular grosseira que os comporta. Os clastos
aparentam ser predominantemente compostos por granito biotítico foliado, cor-de-rosa, de
granulometria média a grosseira Por vezes existe uma gradação do tamanho dos clastos, o que
pode representar uma gradação sedimentar original.
*Em muitos afloramentos de conglomerado de camadas de cascalho, os clastos estão inseridos
numa matriz foliada, deformada por dobras de pequena a mesoscala, vincadas a isoclinais.
Localmente, os clastos achatados definem um fabric oblíquo em relação à foliação do gnaisse
envolvente. Esta característica pode representar uma sobreposição sedimentar original ou,
alternativamente, pode ser tectónica, indicando que as rochas sofreram pelo menos duas fases
de deformação.
*Em certas zonas amplas, os gnaisses contêm camadas muito características com espessura que
pode atingir 5 m de camadas de pseudo-conglomerado de nódulos de sillimanite. Estas rochas
são gnaisses quartzo-feldspáticos cinzentos e rosa meteorizados com lentes oblatas brancas
igualmente espaçadas de sillimanite fibrosa com um comprimento que pode atingir 20 cm
(tipicamente 2-5 cm), dispersas paralelamente à foliação, inseridas numa matriz de gnaisse
félsico com textura granular média, granoblástico a interlobado, contendo microclina, quartzo,
plagioclase, biotite e mineral opaco, com vestígios de apatite, muscovite, zircão e monazite.
*O fabric planar da rocha é definido pela orientação da biotite, e pela forma lensoidal alongada
dos nódulos silimaníticos, que contêm quartzo, com um tamanho de grão semelhante ao da
matriz, sillimanite acicular, biotite e um mineral opaco. Existe uma maior proporção de
mineral opaco nos nódulos do que na matriz:
*Os nódulos ocorrem tipicamente em "enxames" no seio do gnaisse e são considerados o
equivalente metamorfoseado de protolitos aluminosos como nódulos de argila ou concreções.
Os pseudo-conglomerados ocorrem frequentemente muito próximo de verdadeiros
conglomerados (NGU, 2007).

4.2.3.10. Grupo do Alto Benfica (P3AB)


(626+-22Ma)

A principal região de afloramento do Grupo de Alto Benfica está situada na Sub-província


Geológica de Niassa–Cabo Delgado.
Na Sub-província Geológica de Zambézia-Nampula o Grupo de Alto Benfica aflora apenas na
folha 1636 Mocuba (ver 4.2. 27. O Grupo de Alto Benfica (P3AB) na Sub-província Geológica
de Zambézia–Nampula).

O Grupo de Alto Benfica (P3AB) é caracterizado da seguinte forma:

O Grupo de Alto Benfica é um conjunto quartzítico metassedimentar estratificado que assenta


sobre o soco do Complexo de Nampula do Mesoproterozóico e a ele se restringe. Ocorre como
uma série de afloramentos em forma de lente, estreitos e isolados, na região em torno de Alto
Benfica na parte centro-sul da folha 1636 Lugela-Mocuba e no extremo leste da folha 1635
Milange.

*A litologia principal é um metaconglomerado sustentado pela matriz, que contém granito


biotítico, e cascalho de gnaisse leucogranítico com feldspato-potássico cor-de-rosa, cujo
tamanho varia de alguns centímetros até 15 cm. Os clastos estão inseridos numa matriz com
textura granular média a grosseira de quartzito feldspático (microclina) com muscovite e
biotite ± clorite, que não tem uma foliação pronunciada. Em algumas camadas a distribuição
do tamanho do cascalho é menos uniforme (1-15cm) havendo camadas com textura granular
mais fina, com cascalheira, contendo cascalho uniformemente pequeno (1-2cm) O cascalho é
geralmente achatado e ligeiramente alongado, tendo as suas dimensões a relação aproximada 1
: 2 : 6 e caracteriza uma estratificação grosseira.
*Tanto a matriz como o cascalho contêm muscovite e biotite±sillimanite macroscópicas.
*Os conglomerados são interestratificados com camadas descontínuas (<2 cm de espessura) de
quartzito, no seio das quais ocorrem pequenas dobras assimétricas. Nestas camadas de
quartzito feldspático, camadas micáceas tendem a alternar com camadas ricas em sillimanite e
há uma forte foliação, caracterizada por grãos de quartzo alongados, micas orientadas e
agregados de sillimanite fibrolítica.
*Finas camadas de granito, pegmatito e pequenos veios de quartzo intruem as rochas de Alto
Benfica, apesar de a sequência aparentar ser maioritariamente não-migmatítica e registar
condições metamórficas apenas de médio grau, sem a fusão parcial extensiva associada aos
migmatitos do Complexo de Nampula subjacente.

*A oeste, na fronteira entre as folhas 1635 e 1636, os conglomerados estão associados a


paragnaisses biotíticos quartzo-feldspáticos bandados, que também contêm muscovite com
textura granular fina a média.
*As sequências de paragnaisses e de quartzito-metaconglomerado têm ambas muito baixas ou
nenhumas susceptibilidades.
*Os afloramentos no nordeste de Alto Benfica estão alinhados numa direcção a tender para
noroeste e correspondem a baixas anomalias aeromagnéticas, sugerindo que a sequência pode
ser bastante espessa.

**A relação do Grupo de Alto Benfica com os gnaisses de elevado grau do Complexo de
Nampula não foi observada directamente, uma vez que as duas sequências não foram vistas em
contacto directo em parte alguma. No entanto, é pouco provável que a diferença observada no
grau de metamorfismo evidencie um gradiente metamórfico, pelo que os metaconglomerados
ou foram depositados directamente no soco, ou foram tectonicamente colocados na sua posição
actual. Nos afloramentos próximos da área de contacto não foi observado cisalhamento
excepcional, pelo que o mais provável parece ser que as rochas surjam em "quilhas" altamente
dobradas, possivelmente sinformas, de dobramento descendente e preservadas no interior do
soco de elevado grau em que foram depositadas de forma descontínua.
**Os afloramentos próximos de Alto Benfica apresentam estruturas diferentes dos
afloramentos mais do extremo ocidental. Em Alto Benfica, a foliação tende aproximadamente
para noroeste e polos demarcados de foliações formam um grande círculo, sugerindo uma
possível foliação em eixos tendentes a noroeste, apesar de haver foliação visível à mesoscala.
**A oeste, os metaconglomerados e paragnaisses surgem perpendiculares (nordeste) aos
afloramentos de Alto Benfica, e os planos de foliação são sub-verticais, provavelmente devido
à sua estreita proximidade com o Alinhamento Liciro, tendente a nordeste (NGU, 2007).

4.2.3.11. Complexo de Montepuez (P3MP)

O Complexo de Montepuez forma uma unidade cuneiforme de ortognaisses e paragnaisses


fortemente deformados. Pinna et al. (1993) considerou-o parte do grande Grupo Chiure,
incluindo também neste grupo os contíguos Complexo Nairoto e Complexo Xixano.

*O Complexo de Montepuez contém ortognaisses com composições que vão do granítico ao


anfibolítico, e paragnaisses que incluem sobretudo quartzito, meta-arcose, mármore, gnaisse
quartzo-feldspático e gnaisse biotítico.
*As rochas estão fortemente dobradas em dobras isoclinais apertadas, e foram posteriormente
cortadas por um conjunto de zonas de cisalhamento maioritariamente no sentido nordeste-
sudoeste (ver especialmente a folha 1339 Montepuez).
*A forte deformação torna a sucessão litológica muito complexa e com grandes variações em
todas as escalas, tanto dentro como entre as litologias.
A Figura 4.23. mostra o posicionamento regional das unidades rochosas da Sub-província
Geológica de Niassa-Cabo Delgado

Figura 4.23.: Tectonoestratigrafia das províncias de Niassa e Cabo Delgado, no nordeste de


Moçambique (NGU, 2007).

É possível concluir que, com base nas paragéneses nas diferentes litologias, análises
petrográficas e mineralógicas, que os conjuntos rochosos do Complexo de Montepuez sofreram
metamorfismo anfibolítico.

O Complexo de Montepuez (P3MP) inclui as seguintes unidades rochosas:

Complexo de Montepuez (P3MP)


*Gnaisse granítico (P3MPgr)
*Gnaisse granítico a granodiorítico, não diferenciado (P3MPgd)
*Gnaisse tonalítico (P3MPto)
*Gnaisse diorítico (P3MPdi)
*Gnaisse anfibolítico (P3MPam)
*Mármore (P3MPma)
*Quartzito, meta-arcose e gnaisse quartzítico (P3MPqz)
*Gnaisse quartzo-feldspático (P3MPqf)
*Gnaisse biotítico (P3MPbg)
4.2.3.11.1. Gnaisse biotítico (P3MPbg)

O gnaisse biotítico está presente em várias e vastas camadas no Complexo de Montepuez.

*É tipicamente migmatítico com leucossomas quartzo-feldspáticos com textura granular


grosseira, por vezes contendo feldspato-potássico, mas geralmente com plagioclase como
feldspato dominante.
*É também geralmente bandado à escala de centímetros, decímetros e metros com bandas mais
leucocráticas e localmente graníticas, alternando com camadas mais máficas e biotíticas.
*As camadas ricas em biotite contêm muito frequentemente porfiroblastos de horneblenda cujo
tamanho pode atingir centímetros, conferindo às camadas um aspecto manchado.
*Geralmente o tamanho de grão varia de alguns milímetros a alguns centímetros, com os grãos
maiores nas bandas e camadas de quartzo-feldspático. O bandado composicional em diversas
escalas é atesta a origem sedimentar do gnaisse biotítico.
*Outra pista relativa à origem do gnaisse é o facto de este estar normalmente associado a
metassedimentos como o gnaisse quartzo-feldspático, o gnaisse quartzítico e o mármore.
*Algumas variedades ricas em grafite também ocorrem e foram assinaladas para consideração
económica (NGU, 2007).

4.2.3.11.2. Gnaisse quartzo-feldspático (P3MPqf)

Várias camadas de gnaisse quartzo-feldspático estão presentes no Complexo de Montepuez.


As mais extensas encontram-se alguns quilómetros a norte e nordeste de Chiure e a sul e
sudoeste de Montepuez.

*Os gnaisses quartzo-feldspáticos estão normalmente associados a camadas de gnaisse


biotítico (P3MPbg).
*O gnaisse quartzo-feldspático tem grão fino, cor clara, consistindo principalmente em quartzo
e feldspato, com conteúdo variável de biotite e/ou muscovite. Existem no local granadas
pequenas, assim como anfíbolo.
*O gnaisse encontra-se frequentemente bandado ou em camadas, numa escala de cm-dm
definida por variações no conteúdo de quartzo, feldspato e filosilicatos.
*Variedades mais homogéneas podem ter origem sob forma de rochas vulcânicas félsicas,
enquanto as variedades bandadas e em camadas são, muito provavelmente, de origem
sedimentar (meta-arcose) (NGU, 2007).

4.2.3.11.3. Quartzito, meta-arcose e gnaisse quartzítico (P3MPqz)

Um horizonte importante de gnaisse quartzítico ocorre no canto nordeste da folha 1339


Montepuez e estende-se em direcção à folha contígua, 1239 Meluco.

*O gnaisse quartzítico varia entre paragnaisse rico em quartzo com pouco feldspato e mica, até
meta-arcose e a quartzito puro com textura granular mais grosseira.
*No canto sudoeste da folha 1239 Meluco, ocorre uma fina camada de quartzito como uma
crista marcada que pode ser seguida durante mais de 30 km a partir da folha 1338 Namuno.
Forma uma dobra aberta proeminente juntamente com o Complexo de Nairoto a noroeste da
cidade de Montepuez (UTM 37S 513000, 8580000).
**Aqui, o quartzito é de textura granular bastante fina: a sua composição varia entre quartzito
bastante puro e variedades mais feldspáticas. O quartzito também varia quanto à textura, desde
ligeiramente recristalizado, com grãos de quartzo angulares a subangulares (1-2 mm) numa
matriz de quartzo com textura granular muito fina, até quartzito poligonal, mais fortemente
recristalizado com limites dos grãos suturados.
*Existe uma fina camada semelhante de quartzito 15-20 km a sul de Montepuez, formando
uma estrutura em forma de anel em volta de um núcleo de ortognaisse granítico a tonalítico,
juntamente com psamite rico em feldspato e xisto quartzo-feldspático.
*Quartzito cinzento, com textura granular fina, portador de pirite, com uma superfície de
meteorização oxidada, ocorre em camadas de 1 m, associado a mármore e gnaisse biotítico
fortemente alterado a leste de Mazeze (UTM 37S 619230, 8527150).
*Uma unidade de meta-arcose com 50-100 m de espessura ocorre 1-2 km a sul de Mazeze
(UTM 37S 630040, 8521940). Contém fragmentos de feldspato sub-angulares com até 1 cm de
tamanho numa matriz com textura granular fina de mica quartzo-feldspática.
**Esta unidade pode continuar em direcção a oeste num horizonte importante que se estende
de Chiure Velho até Chiure, contendo parcialmente fragmentos de feldspato e, por outro lado,
variando entre quartzito puro e gnaisse quartzo-feldspático bandado, com textura granular fina
(NGU, 2007).

4.2.3.11.4. Mármore (P3MPma)

Há diversos horizontes de mármore dentro do Complexo de Montepuez. O mais importante


encontra-se imediatamente a norte de Montepuez na folha 1338 Namuno, onde o mármore é
explorado como pedra pré-talhada em várias pedreiras (por exemplo, na UTM 37S 497700,
8553000).

*A cor do mármore varia do branco puro ao cinzento, mas também se encontram estratos
rosados. A escala da dimensão do grão varia do mm ao cm. A rocha está estratificada numa
escala dm-m e está dobrada em dobras isoclinais apertadas. Camadas de anfibolito,
parcialmente boudinadas, ocorrem com bastante frequência ao longo do depósito. O mármore
de Montepuez prossegue para leste para a folha 1339 de Montepuez, onde acaba numa prega.
*Outro importante horizonte de mármore encontra-se a norte da estrada para Mazeze (UTM
37S 619420, 8527250). Esta unidade tem uma espessura superior a 200 m e é constituída por
mármore calcítico muito grosseiro (grãos que podem atingir 1 cm). É sobretudo branco, mas na
fronteira norte apresenta as cores vermelha a amarela em bandas cruzadas. Contém localmente
pirite com textura granular fina, diópsido, clorite e flogopite. Foram realizados trabalhos de
extracção à escala piloto.
*Existe um terceiro horizonte de mármore a poucas centenas de metros de Chiure Velho para
nordeste. Este mármore varia desde bastante puro a bastante impuro, com abundância de
diópsido, apatite, flogopite e grafite. Está também presente tremolite. A espessura desta zona é
superior a 100 m (NGU, 2007).

4.2.3.11.5. Gnaisse anfibolítico (P3MPam)

O gnaisse anfibolítico é raro no Complexo de Montepuez, mas encontra-se ocasionalmente em


lentes e camadas finas. A única lente de maior dimensão ocorre 7-8 km a leste de Montepuez,
no Monte Metete (UTM 37S 514520, 8551750)

*Esta lente está associada a uma importante jazida de mármore que forma a maior parte da
montanha. Plagioclase, horneblenda e clinopiroxena são as fases mais importantes, enquanto a
granada ocorre em quantidades acessórias a subordinadas.
*Existem numerosas lentes de carácter mais félsico na unidade e o gnaisse anfibolítico pode ter
origem sedimentar (NGU, 2007).

4.2.3.11.6. Gnaisse diorítico (P3MPdi)

Uma unidade secundária de gnaisse diorítico ocorre na parte oriental da folha 1139 Montepuez,
perto de Chiure Velho (em volta do UTM 37S 597000, 8524000).
Existem, ainda, mais alguns afloramentos dispersos, demasiado pequenos para serem
apresentados nas cartas.

*Os gnaisses são foliados e bandados com alternância de bandas dominadas pela horneblenda
de feldspato e biotite.
*Alguns afloramentos contêm granada (NGU, 2007).

4.2.3.11.7. Gnaisse tonalítico (P3MPto)

O gnaisse tonalítico ocorre em corpos, camadas e lentes irregulares, juntamente com os


gnaisses granítico e granodiorítico.
Os corpos de maiores dimensões estão presentes na parte ocidental da folha 1339 Montepuez.

*Geralmente, o gnaisse tonalítico é dominado por plagioclase e quartzo. A biotite é


habitualmente a fase de Fe-Mg principal, mas localmente também a horneblenda é subordinada
de um constituinte principal. A granada ocorre localmente em quantidades subordinadas. Varia
entre vastíssima e homogénea, até bandada e migmatítica numa escala cm-dm. Na localização
37S 613700, 8520540, o gnaisse tonalítico tem lentes escuras e claras, e laminação alternante
numa escala de 2-3 mm, e contém frequentemente granadas vermelho-escuras de 2-3 mm.
*A observação a microscópio revela que é fortemente heteroblástico, com grãos de 0,1-5 mm
com bordas do grão lobatadas. Contém cerca de 10% de horneblenda verde como principal
mineral Fe-Mg, parcialmente substituída por biotite nas orlas e ao longo de traços de clivagem.
As granadas são zonadas com núcleos ligeiramente poecilíticos (NGU, 2007).

4.2.3.11.8. Gnaisse granítico a granodiorítico, indiferenciado (P3MPgd)

Esta unidade de gnaisses graníticos a granodioríticos aflora em camadas e lentes individuais


muito pequenas.

*Distinguem-se, também, da unidade de gnaisse granítico com base na sua assinatura


radiométrica.
*Tal como o gnaisse granítico, estas rochas variam de bastante maciças e homogéneas a
migmatíticas e são, frequentemente, fortemente foliadas.
* A biotite é uma fase importante, além do feldspato e do quartzo, enquanto a horneblenda é
um constituinte subordinado a acessório (NGU, 2007).

4.2.3.11.9. Gnaisse granítico (P3MPgr)

O gnaisse granítico, juntamente com o gnaisse granodiorítico (P2MRgd), é muito comum no


Complexo de Montepuez.
As duas unidades estão separadas principalmente na base da assinatura
radiométrica (o granito tem um conteúdo superior de feldspato potássico), mas encontram-se
geralmente juntas.

*Partes do gnaisse granítico quase não são foliadas e podem ser designadas como granito.
*Noutras áreas, porém, o gnaisse é migmatítico e dobrado em diversas fases.
*Mais frequentemente, o gnaisse granítico é fortemente foliado e/ou tem uma textura
milonítica.
*É de cor vermelha a branca e a rocha é, geralmente, de textura granular fina a média.
*Os pegmatitos de intercepção tardios de composição granítica são comuns.
*Lentes de rochas supracrustais podem ser encontradas localmente no granito.
*Geralmente, o gnaisse granítico é dominado por quartzo heteroblástico com textura granular
grosseira, feldspato potássico com retículas geminadas e plagioclase ligeiramente sericitizada.
A biotite é o mineral de Fe-Mg mais comum, mas a rocha contém localmente alguma
clinoanfíbola, normalmente como porfiroblastos. A granada está presente localmente como
porfiroblastos de menos de 1 mm.

*Não é claro se os gnaisses representam rochas magmáticas que foram instaladas antes da
principal deformação ou se representam um soco para as rochas supracrustais (por ex., o
Complexo migmatítico de Nairoto para nordeste (Pinna et al. 1993) ou se os gnaisses foram
tectonicamente instalados na sequência.
*Os contactos para as rochas supracrustais envolventes parecem ser concordantes em toda a
parte (NGU, 2007).

4.2.3.E. Klippen do Neoproterozóico e carreamentos de rochas do Mesoproterozóico na


sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado

Como o Complexo de Ocua (P3OC) da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) e os klippen a sul
da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL) existem grandes klippen e unidades de carreamento a
norte da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL), na Sub-província geológica do Niassa –
Cabo Delgado (especialmente na Província administrativa de Cabo Delgado). Trata-se de
klippen distintos, separados durante o desenvolvimento Neoproterozóico e incluindo rochas
metamórficas de fácies granulíticas do Mesoproterozóico.

Foram identificados os seguintes klippen na Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


(norte da Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL):

*Klippe de Lalamo (Terreno)


*Klippe de M’Sawize (Terreno)
*Klippe de Muaquia (Terreno)
*Klippe de Xixano (Terreno)

As unidades rochosas dos klippen são classificadas como Complexos.

4.2.3.12. Complexo (Klippe / Terreno) de Xixano (P3X)

O Complexo de Xixano inclui parte do que era chamado o Supergrupo de Chiure, assim como
o Supergrupo de Lúrio, tal como definidos por Pinna & Marteau (1987). Dentro do Supergrupo
de Chiure, corresponde aproximadamente ao Grupo de Chiure segundo Pinna et al. (1993).
O Complexo tem o nome da aldeia de Xixano, localizada na parte nordeste da folha 1238
Xixano (UTM 37S 473400, 8655000).
O Complexo de Xixano estende-se para sul-sudoeste a partir da fronteira da Tanzânia, a leste
do rio Lugenda, para a Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL). Inclui partes significativas das
folhas 1138 Negomano, 1139 Mueda, 1238 Xixano e 1338 Namuno, assim como partes mais
pequenas das folhas 1239 Meluco e 1339 Montepuez.
Análises dos novos dados geofísicos mostram inequivocamente que duas áreas isoladas
(maciços isolados) das rochas do Complexo de Xixano se encontram dentro do Complexo de
Marrupa nas folhas 1437 Malema e 1337 Marrupa. Estas áreas incluem uma grande jazida com
orientação norte-sul perto de Nipepe e outra massa isolada para oeste, na área do monte
Macicoro.
Uma terceira massa pequena em Tele ocorre em direcção a norte com afloramentos na folha
1338 Namuno.

*A parte principal do Complexo compreende uma grande variedade de rochas


metasupracrustais envolvendo predominantemente rochas ígneas máficas e granulíticas que
abrangem o núcleo de uma sinforma regional com orientação norte-nordeste - sul-sudoeste.
*Os paragnaisses incluem várias formas de micaxisto e micagnaisse, gnaisse quartzo-
feldspático, meta arenito, quartzito e mármore.
*Os ortognaisses félsicos ocorrem com os paragnaisses, principalmente na parte norte e
oriental do Complexo.

O contacto para o Complexo de Marrupa subjacente no oeste é uma importante zona de


cisalhamento que foi subsequentemente dobrada contra a Zona de Carreamento do Lúrio
(ZCL) no sul. O contacto da zona de cisalhamento com o Complexo de Montepuez no leste
encontra-se, também, fortemente dobrado. Uma importante zona de cisalhamento também
separa o Complexo de Xixano do Complexo de Nairoto no leste.

O Complexo de Xixano (P3X) inclui as seguintes unidades rochosas:

Complexo de Xixano (P3X)


*Granitos e milonitos no Complexo de Xixano:
**Milonito (P3Xmy)
**Granito do Monte Mapancane (739+8 Ma) (P3XMgr)
*Principais tipos de rochas no Complexo de Xixano
**Gnaisse ocelado (P3Xau)
**Gnaisse tonalítico (P3Xto)
**Metagabro (P3Xmg)
**Gnaisse anfibolítico (P3Xag)
**Rochas charnoquíticas (742±16 Ma, U-Pb) (P3Xch)
**Gnaisse granítico a granodiorítico (799±44 Ma, U-Pb) (P3Xgd)
**Gnaisse mangerítico (P3Xmn)
**Quartzito (P3Xqz)
**Meta-arenito (P3Xss)
**Meta-riólito (818+-10Ma) (P3Xrh)
**Mármore (P3Xma)
**Quartzo-micagnaisse e xisto (P3Xqm)
**Paragnaisse (P3Xbg)
**Gnaisse quartzo-feldspático-granatífero (P3Xgn)
**Granulito máfico (P3Xpx)

Unidades separadas do Complexo de Xixano:


*Suíte da Serra Nicage
**Tonalito (P3XStl)
**Metagabro (P3XSgb)

Principais tipos de rochas no Complexo de Xixano:

4.2.3.12.1. Granulito máfico (P3Xpx)


(Gnaisse granulítico máfico)

Granulito máfico (gnaisses granulíticos) aflora na folha 1437 Malema.

*Esta rocha é composta por uma sequência bem bandada com textura granular fina a média,
granulitos de duas piroxenas ± granada, com a plagioclase a preencher normalmente 20-30%
do volume.
*As bandas mesocráticas a máficas têm 10-40 cm de espessura.
*A foliação é, frequentemente, intensa e muito planar, dando origem a um fabric "laminado".
Alguns afloramentos tendem a ser mais maciços, com bandado menos bem pronunciado
(NGU, 2007).
4.2.3.12.2. Gnaisse quartzo-feldspático-granatífero (P3Xgn)

*O envoltório da estrutura de Nipepe e dos outros afloramentos de rochas do Complexo de


Xixano na folha é composto por paragnaisses de alto grau, compostos principalmente por
gnaisse quartzo-feldspático portador de biotite, com textura granular fina a média, com alguma
granada.
*Existe um fino (à escala de mm) bandado composicional entre camadas máficas e mais
félsicas, principalmente dependente do conteúdo de biotite. Foram observados alguns coágulos
e lentes de biotite + granada.
*As rochas são migmatíticas. Os gnaisses "semi-pelíticos" ricos em biotite são intercalados
com leucognaisses e migmatitos mais félsicos, com textura granular fina a média.
*Existem localmente bolhas e pods de anfibolito (NGU, 2007).

4.2.3.12.3. Paragnaisse (P3Xbg)


(Gnaisse biotítico, gnaisse quartzo-feldspático e gnaisse anfibolítico)

*Ocorrem cinturas de paragnaisse principalmente na parte mais oriental do Complexo de


Xixano, ao longo da folha 1138 Mueda, e como uma cintura parcial e intensamente dobrada na
parte nordeste desta folha.
*Na parte central da cintura com orientação norte-nordeste - sul-sudoeste, perto da aldeia de
Matio, gnaisse biotítico com textura granular fina, branco-acinzentado e foliada de forma plana
com bandas félsicas de 1-4 cm de espessura, que se presume representarem paragnaisse (UTM
37S 525810, 8713812) e que são dominantes. *Gnaisses biotíticos migmatíticos semelhantes,
bandados e localmente, estão localizados no norte de Matio (UTM 37S 526113, 8716712).
*Presume-se tratar-se de paragnaisses, como é evidenciado pela observação de quartzo-
micaxisto com camadas finas e interestratificadas de quartzito em localidades próximas.
*Continuam para sul da aldeia, mas foi feita uma longa trincheira nessa área plana sem
nenhuns afloramentos ao longo da parte sul dela.
**Este gnaisse inclui quartzo, feldspato potássico, biotite, plagioclase e quantidades
subordinadas de horneblenda e titanite.
*Na parte mais a norte da folha de Mueda, esta unidade inclui quartzo-feldspático com textura
granular média interligado e gnaisses máficos, gnaisses biotíticos, meta-arenitos e gnaisses
anfibolíticos secundários.
*Os gnaisses são normalmente foliados de forma plana e lajeados devido a forte deformação
(NGU, 2007).

4.2.3.12.4. Quartzo-micagnaisse e xisto (P3Xqm)


(Portador de grafite localmente)

Esta unidade está difundida no Complexo de Xixano e inclui cinturas amplas que são
geralmente caracterizadas por sinais radiométricos ligeiramente elevados, especialmente para o
tório.

*As proporções de biotite e de muscovite são variáveis.


*Também são portadoras de sillimanite localmente. Esta unidade inclui quantidades menores
de outros paragnaisses, como gnaisse quartzo-feldspático, meta-arenito, quartzito e anfibolito.
*O quartzo-micaxisto é um tipo de rocha comum na folha 1338 Namuno: estende-se por uma
ampla banda nordeste-sudoeste com mais de 20 km de largura, desde o canto nordeste da folha
em direcção ao canto sudoeste da folha, onde é truncada por estruturas de zonas de
cisalhamento que justapõem o Complexo de Xixano ao Complexo de Marrupa subjacente.
*Também é encontrado numa estreita unidade mais para oeste, "envolvendo" o núcleo de
rochas charnoquíticas na parte norte e centro da folha de Namuno, e como delgadas lentes
tectónicas ao longo da folha, normalmente em conjunto com gnaisses anfibolíticos.
*A rocha tem um grão de tamanho muito variável, representando provavelmente variações do
sedimento original e apresenta uma textura granular entre fina e grosseira, e normalmente tem
textura xistosa.
*Os flocos de grafite são mais comuns nas variedades com textura granular grosseira.
*Um filosilicato verde brilhante, provavelmente fucsite, encontra-se em alguns afloramentos.
*Camadas quartzíticas até vários centímetros de espessura são comuns. Muitas delas tiveram
provavelmente origem como veios de quartzo que mais tarde foram deformados e dobrados.
*Esta rocha é de xisto rico em muscovite com biotite presente apenas em pequenas
quantidades.
*Frequentemente, encontra-se fortemente alterada para uma cor amarela ou amarela-
acastanhada. Lentes de quartzo mais resistentes numa escala de cm localizam-se entre bandas
ricas em muscovite e bandas secundárias ricas em feldspato.
*A rocha normalmente contém 4-6 mm de porfiroblastos de fucsite e, menos vulgarmente, de
granada (até 10 mm). A rocha encontra-se, geralmente, muito bem foliada, normalmente com
uma clivagem de crenulação.

A unidade é importante do ponto de vista económico, porque o gnaisse e o xisto são localmente
grafíticos.

As rochas portadoras de grafite são:

*O xisto quartzo-moscovítico portador de grafite ocorre numa pedreira de rochas


secundárias no talude sudoeste do Monte Macnilala (UTM 37S 461373, 8525144) na cintura
linear de quartzo-micaxisto. Os flocos de grafite, com comprimento entre 0,2-0,8 mm,
englobam cerca de 15% do volume do xisto.
*Rochas xistosas e gnáissicas semelhantes são encontradas para leste. No alto do Monte
Ricolo, existe uma pequena fossa em gnaisse portador de grafite (UTM 37S 478217, 8543012).
**O gnaisse grafítico com textura granular fina tem uma espessura de mais de 4-5 m e engloba
cerca de 30% de grafite, com quantidades secundárias de sillimanite e epídoto.
**Vários horizontes secundários portadores de grafite ocorrem provavelmente na área a
sudoeste da serra, o gnaisse grafítico corta transversalmente a estrada numa extensão de 15 m
(UTM 37S 477905, 8542748).
*Existem poucos afloramentos na cintura ocidental de micagnaisse na folha 1338 Namuno,
mas ocorrem blocos de quartzo-muscovite portador de grafite ao longo de uma pequena colina
cerca de 5 km a norte de Morrola (UTM 37S 444146, 8543073). Um volume que chega a 20%
de grafite é encontrado em secções finas.
*Grafite secundária ocorre num gnaisse de quartzo-muscovite semelhante 2 km mais a sul
(UTM 37S 443579, 8541058).
*Uma ampla cintura de micagnaisse e xisto continua em direcção a norte através da folha 1238
Xixano, envolvendo parcialmente rochas granulíticas e metagabróicas. Continua ao longo da
parte ocidental da folha 1139 Mueda e encontram-se bandas/lentes secundárias nas folhas 1138
Negomano e 1239 Meluco.
*Uma lente separada secundária desta unidade foi encontrada na parte noroeste da folha 1139
Mueda (UTM 37S 506350, 8753340). Trata-se de um afloramento de gnaisse muscovítico com
grãos do tamanho de mm, de muscovite verde-pálida (portadora de Cr), de grafite bastante rica
em flocos com o tamanho de mm.
**Consiste em 70% de quartzo, 20% de muscovite, 10% de grafite e sillimanite secundária. Os
porfiroblastos de sillimanite são muscovite em crescimento

Adicionalmente, mais cinturas heterogéneas de paragnaisses incluídas nesta unidade ocorrem


na parte mais oriental do Complexo através da folha 1139 Mueda e tem uma cintura
intensamente dobrada na parte nordeste da folha.
*Na folha 1238 Xixano, esta litologia parece ser macia e altera-se rapidamente: tem pouco
afloramento.
*As margens da litologia são provavelmente tectónicas.
*Nas poucas localidades em que a rocha aflora, demonstra que é xistosa, com textura granular
fina a média (0,1-3 mm) e consiste em quartzo, mica branca e biotite.
*Mais camadas quartzíticas também estão presentes e estão frequentemente dobradas numa
escala de cm ou segmentadas em ocelos ricos em quartzo.
*A presença de clorite com textura granular fina disseminada produz uma cor verde.
*Grandes porfiroclastos de quartzo estão estendidos ao longo da foliação, chegando a ter 10 cm
de comprimento.
*A rocha é sub-milonítica em alguns afloramentos (NGU, 2007).

4.2.3.12.5. Mármore (P3Xma)

O mármore é um importante recurso mineral no Complexo de Xixano e foram encontrados


vários horizontes de mármore:

*Foi encontrado um extenso horizonte de mármore na parte nordeste da folha 1138 Negomano
dentro de uma série bandada de rochas meta-supracrustais, que prossegue para a folha 1139
Mueda. Considera-se que terá, no total, cerca de 50-60 km de comprimento e até 1 km de
largura. A norte desta ocorre uma pequena lente.
*A sul da aldeia de Negomano é possível encontrar uma pequena quantidade de mármore
impuro.
*Na secção central sul da folha 1138, no local de Negomano, é possível encontrar uma
pequena lente tectónica de mármore, delimitada dentro de gnaisse anfibolítico. Considera-se
que esta lente não terá mais de 3-4 km de comprimento por não mais de 100 m de largura, com
base num único afloramento numa área de fracos afloramentos.
*Uma pequena lente tectónica, dobrada, encontra-se dentro dos quartzo-micaxistos na secção
sul do Complexo de Xixano, na folha 1338 Namuno. Encontra-se uma fina lente tectónica de
mármore na secção noroeste da folha de Negomano dentro de uma série bandada de rochas de
meta-supracrustais.
*Um pequeno horizonte de mármore na secção central norte da folha 1139 de Mueda é
considerado como tendo 5-6 km de comprimento.
*Considera-se agora que o principal mármore de Montepuez se encontra dentro da mistura
tectónica do Complexo de Montepuez.
**Esta zona parece estar tectonicamente "pontilhada" na direcção sudoeste ao longo de uma
zona de cisalhamento dúctil importante.
**A extremidade sul-sudoeste desta lente de mármore foi claramente reactivada do ponto de
vista tectónico por uma importante zona de cisalhamento dúctil Pan-africana tardia nordeste-
sudoeste.
*O mármore de calcite pura ocorre na lente tectónica mais a sul, ao passo que os restantes
representam mármores dolomitizados variáveis (NGU, 2007).

4.2.3.12.6. Meta-riólito (P3Xrh)


(818±10 Ma, U-Pb)

As rochas metavulcânicas félsicas não cobrem grandes áreas geográficas dentro do complexo,
mas estão sobretudo confinadas a lentes tectonicamente dissecadas. Uma unidade
aparentemente dobrada e dissecada encontra-se no centro da folha 1238 Xixano, no contacto
tectónico com o Complexo de Marrupa.

*A litologia tem um aspecto castanho claro polido no afloramento e é, de um modo geral,


relativamente não foliada.
*A rocha tem um bandado distinto, entre minerais máficos e félsicos, numa escala de mm.
*No geral, a rocha tem uma composição félsica, com um grão de tamanho muito fino (0,5-1
mm). É uma rocha quartzo-feldspática com alguns grãos dispersos de plagioclase, hematite e
biotite com o tamanho de mm.

Encontra-se uma unidade maior de rochas metavulcânicas félsicas contíguas na folha 1138
Negomano como uma escama tectónica com orientação leste-nordeste - oeste-sudoeste, a
sudeste de Negomano, a cerca de 15 km a sudoeste da aldeia de Nazogo.
*Encontram-se aqui vários afloramentos de gnaisse rico em quartzo-feldspático com textura
granular fina.
*O gnaisse exibe parcialmente uma xistosidade/foliação planar muito fortemente desenvolvida
numa escala de mm. *É portador de muscovite onde está fortemente deformado, mas caso
contrário contém alguma biotite.
*O seu carácter homogéneo sugere que esta é uma rocha metavulcânica: segundo a
geoquímica, é provavelmente um meta-riólito (NGU, 2007).

4.2.3.12.7. Meta-arenito (P3Xss)

O meta-arenito ocorre apenas em algumas localidades no Complexo de Xixano, formando


várias lentes tectónicas isoladas ao longo de uma importante zona de cisalhamento que
justapõe o Complexo de Xixano ao Complexo de Marrupa subjacente.

*O tipo de rocha é rico em quartzo, com textura granular fina e branco maciço: também
contém conteúdos variáveis de plagioclase, de um mineral escuro não magnético com textura
granular fina, não identificado, possivelmente titanite, e localmente pequenas quantidades de
muscovite e hematite.
*São comuns variedades psamíticas maciças impuras, mas alguns afloramentos apresentam
estratificação original de arenito.
*A rocha é mais frequentemente castanha-clara quando é mais psamítica: esta variedade tem
grão fino (0,5-1,5 mm) e contém quartzo, feldspato, mica branca e biotite localmente, com
quantidades variáveis de plagioclase, que parece controlar a quantidade de desgaste da
litologia.
*As variedades mais psamíticas são frequentemente bem foliadas e finamente laminadas, com
bandado de 1-2 mm de espessura devido a variações do conteúdo de biotite (NGU, 2007).

4.2.3.12.8. Quartzito (P3Xqz)

O quartzito é um tipo de rocha comum nos metassedimentos do Complexo de Xixano, mas


ocorre apenas como estreitas áreas tectónicas muito limitadas.
Ocorre como lentes dobradas no contacto entre os Complexos de Marrupa e de Xixano. Várias
lentes de quartzito formam localmente cristas menores. Ocorrem na parte sudoeste do
complexo na folha 1238 Xixano

*O quartzito geralmente contém mais de 75% de quartzo e localmente pode ser chamado
quartzito feldspático.
*É frequentemente maciço no afloramento mas é localmente bem foliado.
*Tem uma ampla gama de tamanhos de grão e de composições, desde 0,1-0,5 mm em bandas
mais bem foliadas (Figura 6.152) e até grãos com tamanho de 5-6 mm em afloramentos mais
maciços.
*Contém quantidades variáveis de feldspato, parecendo converter-se em meta-arcose (NGU,
2007).

4.2.3.12.9. Gnaisse mangerítico (P3Xmn)


Uma unidade separada mais mangerítica encontra-se na parte norte do maciço intrusivo básico
na parte da extremidade nordeste da folha 1138 Negomano (no maciço da Montanha Bundi e à
volta dele).

*Os afloramentos consistem principalmente em gnaisse granulítico mais ou menos retrógrado


de composição intermédia (mangerítica).
*O gnaisse mangerítico retrógrado é frequentemente foliado e tem sido transformado em
gnaisse portador de horneblenda.
*Grãos de relictos de ortopiroxena castanha estão presentes no núcleo de alguns grãos do
anfíbolo (NGU, 2007).

4.2.3.12.10. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3Xgd)


(799±44 Ma, U-Pb)

O gnaisse granítico a granodiorítico encontra-se como lentes tectónicas na parte ocidental do


complexo, ao longo do contacto para o Complexo de Marrupa na folha 1238 Xixano.
Também ocorre uma zona ampla ao longo do contacto oriental, com o Complexo de Nairoto.
A zona continua em direcção a norte e o ortognaisse granítico a granodiorítico engloba um
constituinte principal do Complexo de Xixano na folha 1139 Mueda e para oeste em direcção à
parte norte da folha 1138 Negomano.
O gnaisse granítico também se encontra como diversas outras escamas tectónicas na folha 1238
Xixano. Ocorre na parte noroeste da folha como uma lente de 10 km de largura e 30 km de
extensão entre as duas Bacias do Karoo justapostas contra os gnaisses graníticos do Complexo
de Marrupa (P2MRgg) ao longo de um contacto milonitizado.

*São rochas vermelhas a brancas-rosadas, de textura granular fina a média (0,5-4 mm),
contendo quartzo + plagioclase e quantidades variáveis de feldspato potássico. A biotite é o
mineral máfico predominante, mas está presente algum anfíbolo. Os minerais máficos incluem
geralmente cerca de 5% da rocha, embora existam ainda mais variedades leucocráticas.
*Alguns tipos de gnaisse granítico são localmente ligeiramente porfiríticos, com cristais de
feldspato potássico de vários mm de comprimento. Os gnaisses têm normalmente uma boa
foliação, mas também podem ser mais ou menos maciços.
*Na UTM 443405, 8663222 encontra-se um gnaisse granítico com textura granular média a
fina, de cor rosada a cremosa, com uma coloração avermelhada na superfície alterada.
**O gnaisse granítico é fracamente foliado (mas torna-se mais foliado em direcção a oeste nas
proximidades do contacto tectónico) e apresenta afloramentos maciços e arredondados.
**O tamanho do grão é de 0,5-1,0 mm e os constituintes são quartzo + plagioclase (cor
amarela-rosada) + biotite e um mineral escuro, pequeno e arredondado, com grão de tamanho
inferior a 0,1 mm.
*Também se encontra outra camada fina de gnaisse granítico perto da fronteira com a Tanzânia
na folha 1138 Negomano, no contraforte noroeste da dobra sinclinal regional da margem sul do
Rio Rovuma.
**Aqui, o gnaisse granítico é significativamente mais grosseiro que aquele que se encontra
mais a sul, na folha 1338 Xixano: o tamanho do grão é de 0,5-4 mm. A rocha é muito maciça,
com fraca foliação.
*Os gnaisses graníticos a granodioríticos estão relativamente bem expostos na parte norte da
folha 1139 Mueda.
**A rocha é de textura granular média (2-4 mm), branca-rosada a vermelha-acinzentada, e o
gnaisse granítico portador de biotite inclui colinas menores ao longo de um polígono em
direcção a norte para o Rio Rovuma.
**Agregados (1-5 mm) de biotite dão ao gnaisse um aspecto malhado.
**Localmente, está dobrado de forma irregular, mas a direcção geral da foliação é leste-oeste.
*O ortognaisse granítico predomina a sul desta área, ao longo da estrada nacional entre Mueda
e Negomano, embora rochas de composição mais intermédia também aqui ocorram.
**Ocorre gnaisse granítico a granodiorítico como vários fragmentos tectónicos ao longo de
zonas de cisalhamento com orientação nordeste-sudoeste na parte central da folha 1338
Namuno.
**Os gnaisses desta área são geralmente de textura granular média (3-4 mm), contendo
quantidades variáveis de quartzo, plagioclase e biotite. Também é observada alguma mica
branca.
**Ocasionalmente, são observados grandes agregados de biotite, até 10 mm. Estes estão
frequentemente espalhados ao longo da foliação, onde estão bem desenvolvidos. A magnetite
está geralmente presente e parece alterar a hematite na forma de manchas vermelhas (NGU,
2007).

4.2.3.12.11. Rochas charnoquíticas (P3Xch)


(742±16 Ma, U-Pb)

As rochas charnoquíticas encontram-se em duas áreas de afloramento principais no Complexo


de Xixano

*Uma grande área circular na secção central norte da folha 1338 Namuno que continua para a
secção central norte da folha 1238 Xixano.
*Mais para oeste, outra zona em direcção norte-nordeste - sul-sudoeste é truncada para sul pelo
granito da Suíte do Monte Maco. Esta unidade parece consistir em diversas lentes tectónicas de
rochas granulíticas que continuam em direcção a norte
*Rochas charnoquíticas também afloram em várias lentes tectónicas na folha 1238 Xixano e na
parte ocidental da folha 1139 Mueda.

**As rochas charnoquíticas variam de charnoquitos mais quartzosos, claros a castanhos-


escuros, até granulitos granatíferos, mais escuros e mais máficos.
**A rocha está frequentemente bandada, mostrando uma estrutura com textura granular fina,
acinzentada-escura - castanha, bandada, com bandas ricas em quartzo e piroxena.
**Os granulitos estão frequentemente muito bem foliados, mas são geralmente maciços.
**Vários granulitos são de composição intermédia e são granulitos cinzentos com textura
granular mais fina.
**O bandado composicional é comum e está ligado à variação de abundância de minerais
ferromagnesianos.
**Alguns afloramentos também apresentam veios leucocráticos com textura granular grosseira
com granada arredondada de 1 cm de diâmetro. Estes veios são interpretados como fusões
parciais.
**As rochas charnoquíticas bandadas que se presume representarem paragnaisses estão bem
expostas a oeste de Morrola, na secção norte da folha 1338 Namuno. A rocha com textura
granular fina, acinzentada-escura - castanha, é cortada por um largo dique dolerítico de 20-30
cm.
*Apenas alguns afloramentos de rochas charnoquíticas formam lentes tectónicas na parte mais
a norte da folha 1238 Xixano.
**A rocha é geralmente maciça e fracamente foliada, formando afloramentos arredondados de
cor escura. Os granulitos são de textura granular fina a média (1-4 mm) e equigranular.
**A piroxena verde é vulgarmente observada e ocorrem porfiroblastos de granada até 1 mm de
um lado ao outro.
**Têm cor castanha-escura nas superfícies recentes e uma textura vítrea, frequentemente com
quartzo metamórfico azul (NGU, 2007).

4.2.3.12.12. Gnaisse anfibolítico (P3Xag)


O gnaisse anfibolítico aflora em quatro localidades principais:
*Secção oriental da folha 1338 Namuno, a leste de uma importante zona de cisalhamento dúctil
reactivada, onde se encontra dobrada para dentro de forma isoclinal com as rochas do
Complexo de Montepuez a leste.
*Na folha 1338 Namuno como uma unidade de 15 km de largura com orientação norte-
nordeste - sul-sudoeste no lado oriental da sinclinal regional com orientação norte-nordeste -
sul-sudoeste da Suíte Intrusiva da Serra Nicage.
*Perto da fronteira com a Tanzânia na folha 1138 Negomano em lentes e no flanco nordeste da
folha 1139 Mueda.
*Na folha 1338 Namuno em escamas tectónicas, primitivamente associadas às rochas
miloníticas que definem o contacto tectónico ocidental do Complexo de Xixano com o
Complexo de Marrupa.
*Uma lente de gnaisse anfibolítico bandado ocorre na parte noroeste da folha 1139 Mueda.
Gnaisse anfibolítico semelhante, que pode representar paragnaisse, também se encontra na área
de Negomano mais para oeste.
*Gnaisse anfibolítico ocorre em pequenas colinas na parte mais ocidental da folha 1139
Mueda.

**O gnaisse anfibolítico é a litologia mais variada do Complexo de Xixano, ocorrendo em


variedades foliadas com textura granular fina, grão grosseiro maciço e bandadas.
**As diferentes variedades estão muito difundidas, mas há mais anfibolitos bandados
concentrados nas áreas mais a norte.
**As variedades com textura granular fina de gnaisse anfibolítico têm grãos de tamanho
geralmente inferior a 1 mm, são bem foliadas, frequentemente com uma forte lineação mineral,
e contêm anfíbolo verde-escuro a preto. As granadas com tamanhos de mm são bastante
comuns
**O gnaisse anfibolítico com textura granular fina tem tendência para ser homogéneo,
consistindo em anfíbolo + plagioclase + clorite e quartzo secundários. Onde o anfíbolo domina,
a plagioclase ocorre intersticialmente.
**As variedades com textura granular grosseira desta unidade rochosa são quase anfibolito
puro e têm grãos com um tamanho médio de 5 mm. A plagioclase é uma componente
secundária nestas rochas. São comuns agulhas de actinolite com 1-2 mm de comprimento.
Estas variedades de textura granular mais grosseira são menos foliadas e podem geralmente ser
interpretadas como gabro completamente recristalizado e alterado.
**As variedades bandadas de gnaisse anfibolítico que ocorrem são frequentemente de textura
granular fina (0,5-1 mm), vulgarmente com camadas de quartzo e calcite ao longo da foliação.
A boudinagem extensiva das camadas e novos desenvolvimentos dos cristais de feldspato
potássico é comum em leucossomas migmatíticos de foliação paralela. O bandado pode variar
entre a presença de vénulas delgadas (vários mm de espessura) e irregulares de quartzo +
feldspato, até lentes vulgarmente boudinadas sub-contínuas ricas em feldspato numa escala de
dm. A rocha bandada tem normalmente um aspecto migmatítico e ocorrem fenocristais de
anfíbolo até 4 mm de largura nos neossomas. Os gnaisses anfibolíticos bandados estão
normalmente fortemente deformados.
**Em vários afloramentos perto da margem norte da Cintura do Lúrio na folha 1338 Namuno,
são conhecidos gnaisses anfibolíticos sub-miloníticos. Estes encontram-se fortemente
bandados: as bandas de cor clara (2-10 mm de espessura) são ricas em plagioclase e altamente
boudinadas e dobradas.
**As camadas mais escuras consistem em anfibolito + clorite + biotite com grãos de tamanho
muito mais pequeno (1-2 mm). As camadas mais escuras têm o aspecto de um anfibolito
original, não milotinizado, com textura granular fina.
**Estas foram invadidas por veios de anfibolito portador de plagioclase de cor mais clara
(agora conhecidos como manchas), com textura granular mais grosseira, durante a deformação
dúctil e a migmatização (NGU, 2007).
4.2.3.12.13. Metagabro (P3Xmg)

Metagabro com textura granular fina a média (1-2 mm), parcialmente bandado/em camadas
numa escala de alguns cm, ocorre a norte da estrada Nairoto-Lusaka na parte central da folha
1238 Xixano.

*O metagabro é granoblástico e vulgarmente inalterado.


*Os principais constituintes em várias proporções são horneblenda, clinopiroxena e plagioclase
(anortita). Biotite, quartzo e feldspato potássico estão presentes em menores quantidades. A
granada ocorre frequentemente, até 10-15% do volume, nas camadas mais félsicas do
metagabro bandado.
*Disseminações fracas de sulfuretos são encontradas localmente (NGU, 2007).

4.2.3.12.14. Gnaisse tonalítico (P3Xto)

Ortognaisses, incluindo gnaisses tonalíticos a dioríticos, estão presentes nas folhas 1238
Xixano, 1138 Negomano e 1139 Mueda.

*O gnaisse tonalítico presente na folha 1139 Mueda é migmatítico com frequentes


leucossomas irregulares de quartzo e plagioclase, alternando com camadas e bandas de biotite-
horneblenda mais escura e com textura granular mais fina.
*As bandas são dobradas em dobras apertadas a isoclinais, formando uma foliação de
transposição. Localmente desenvolveu-se um gnaisse-ocelado (NGU, 2007).

4.2.3.12.15. Gnaisse ocelado (P3Xau)

O gnaisse ocelado forma três unidades muito menores:

*Uma unidade cisalhada dobrada de forma complexa contida no gnaisse anfibolítico (P3Xag)
na secção sul-central da folha 1338 Namuno. A unidade está redobrada em dobras com
orientação sudoeste-nordeste associadas à Zona de Carreamento do Lúrio (ZCL).
*Uma fina escama tectónica no flanco norte da sinclinal com orientação sudoeste-nordeste na
parte norte da folha 1138 Negomano.
*Uma fina escama tectónica paralela à orientação da dobra nordeste-sudoeste relativa ao Lúrio
na parte central da folha 1338 Namuno.

**A rocha consiste em porfiroclastos alongados de feldspato potássico. Estes são intensamente
cisalhados e assentam numa matriz com textura granular mais fina de quartzo, feldspato e
mica.
**A biotite define a foliação.
**Em alguns locais os ocelos estão altamente deformados e a rocha assume uma textura sub-
milonítica fitada (NGU, 2007).

4.2.3.12.A. Granito e milonito no Complexo de Xixano

4.2.3.12.16. Granito do Monte Mapancane (P3XMgr)


(739+8 Ma)

Esta unidade cobre cerca de 130 km2 na parte mais oriental da folha 1338 Namuno.

*O granito fez parte na deformação do Complexo de Xixano, mas as localidades observadas


mostram granito relativamente maciço.
*A cor é branca a cinzenta, mas o traço característico da rocha são cristais de feldspato
potássico aleatoriamente orientados, geralmente com 1-3 cm de um lado a outro, mas com
alguns fenocristais até 5-6 cm. Os fenocristais têm uma orientação preferencial, que é atribuída
ao fluxo magmático.
*Os afloramentos também apresentam geralmente algum bandado ou disposição em camadas
relacionados com a variação da abundância de fenocristais.
*As camadas têm 10-20 cm de espessura e são atribuídas a processos magmáticos. Na UTM
37S 480147, 8517972, a fase porfirítica é cortada por vários diques com textura granular mais
fina que são interpretados como fases posteriores do mesmo magma (NGU, 2007).

4.2.3.12.17. Milonito (P3Xmy)


As rochas miloníticas do Complexo de Xixano restringem-se a delgadas zonas cartografáveis
com orientação norte-nordeste - sul-sudoeste ao longo do contacto entre o Complexo de
Marrupa e o Complexo de Xixano, e como zonas secundárias sub-paralelas às orientações
norte-nordeste - sul-sudoeste das litologias no Complexo de Xixano.

*As rochas são milonitizadas equivalentes de rochas tanto do Complexo de Marrupa como do
vizinho e justaposto Complexo de Xixano.
*As rochas miloníticas foram formadas a partir de vários protólitos, principalmente
ortognaisses graníticos, mas também ortognaisses tonalíticos e rochas meta-supracrustais
quartzíticas, dependendo das litologias que as zonas de cisalhamento intersectaram.
*No terreno, os milonitos das litologias quartzíticas são reconhecidos como possuindo grão
extremamente fino e bem foliado, apresentando um afloramento "lajeado", com lajes
individuais de não mais de 15 cm de espessura mas contínuas durante vários metros.
*Camadas de quartzo puro, de cor cinzenta, alternam com camadas de quartzo e feldspato
atenuadas de cor rosada, com até 5 mm de espessura.
*Onde o gnaisse granítico é intersectado por zonas de cisalhamento milonítico, é produzido
milonito de composição granítica. Isto consiste numa matriz com textura granular muito fina
de quartzo, feldspato potássico e plagioclase. Isto é interpretado como resultado de
esmagamento mecânico e deslizamento do grão relacionado com a milonitização (NGU, 2007).

4.2.3.12.B. Unidades separadas do Complexo de Xixano

4.2.3.12.18. Suíte da Serra Nicage


(Suíte Intrusiva da Serra Nicage)

A Suíte da Serra Nicage inclui duas unidades litográficas:

Suíte da Serra Nicage


*Tonalito (P3XStl)
*Metagabro (P3XSgb)

4.2.3.12.18.1. Metagabro (P3XSgb)

A Suíte Intrusiva da Serra Nicage ocorre na folha 1238 Xixano e na folha 1138 Negomano.

*A Suíte é um complexo intrusivo, que se encontra menos deformado do que a maioria das
outras rochas da região. Está bem exposta na proeminente Serra Nicage e arredores.
*Parecem existir transições gradacionais entre gabro, diorito, diorito quártzico e tonalito. No
entanto, é possível delinear áreas à escala regional, que são dominadas por tonalito.
*Os afloramentos de gabro e diorito quártzico são geralmente arredondados e maciços, e são
verdes-escuros a pretos nas superfícies desgastadas.
*O tonalito está bem exposto ao longo do lado oeste da Serra Nicage e também se presume que
consista na maior parte da montanha proeminente.
*Extensas áreas desta suíte são encontradas mais para norte e para sul.

**O metagabro tem grão fino a médio, equigranular e a maior parte da piroxena parece estar
alterada para anfíbolo e biotite.
**Em algumas localizações onde foi localizada deformação, a rocha parece estar recristalizada
para um anfibolito.
**Também são observados gabro pegmatítico e diques gabróicos, de poucos centímetros a
vários metros de largura (NGU, 2007).

4.2.3.12.18.2. Tonalito (P3XStl)


*O tonalito/diorito quártzico é uma variação ígnea primária do metagabro descrito acima e
pode verificar-se estar a fundir-se com o metagabro.
*A rocha, geralmente, tem fraca foliação mas é localmente bem foliada. Uma propriedade
característica é a de ter numerosas inclusões e diques máficos, tanto de metagabro como de
diques máficos com textura granular fina que estão parcialmente fragmentados.
*Localmente, o quartzo do diorito quártzico é observado ocorrer em grãos arredondados com
até 1-2 cm. O conteúdo de quartzo é relativamente elevado. É uma rocha com textura granular
fina a média, com grãos equigranulares, mas com grãos maiores de plagioclase (até 2-3 mm).
A horneblenda é o principal mineral máfico (até 20-25%), embora também ocorra biotite.
*Os minerais máficos incluem agregados que dão à rocha um aspecto malhado. O conteúdo de
quartzo é de cerca de 15% e o quartzo normalmente constitui agregados e lentes.
*São observados quartzo branco e mais azulado, indicando uma possível retrogressão do fácies
granulítico.
*Os minerais félsicos normalmente apoiam-se em superfície desgastada. Os constituintes
menores são granada, apatite e minerais opacos.
*O tonalito da parte ocidental da Serra Nicage é geralmente de textura granular média, 2-3
mm, e inclui localmente porfiroblastos de quartzo e plagioclase de textura granular grosseira,
com 6-10 mm.
**O conteúdo de minerais máficos, principalmente horneblenda, é vulgarmente de 5-15%.
**Localmente, a rocha é rica em granada poecilítica com textura granular grosseira (NGU,
2007).

4.2.3.13. Complexo (Klippe / Terreno) de Muaquia (P3Q)

O Complexo ocorre na secção nordeste da folha 1336 Majune, no canto noroeste da folha 1337
Marrupa, na parte sudeste da folha 1236 Mavago e no canto sudoeste da folha 1237 Mecula.

O Complexo de Muaquia inclui as seguintes unidades:

Complexo de Muaquia (P3Q)


*Quartzito (P3Qqz)
*Quartzito, portador de muscovite e distena (P3Qqk)
*Gnaisse quartzo-feldspático (meta-arcose) (P3Qqf)
*Gnaisse muscovítico-biotítico e xisto (P3Qbg)
*Gnaisse calco-silicatado (P3Qcs)
*Anfibolito (P3Qam)
*Gnaisse granítico a granodiorítico milonítico (P3Qmy)
*Gnaisse granítico a granodiorítico (P3Qgr)
*Gnaisse anfibolítico (P3Qag)

As rochas do Complexo de Muaquia ocorrem nas folhas 1336 Majune e 1236 Mavago.
O Complexo de Muaquia estende-se para sul através da secção central da folha 1336 Majune
para formar um bordo quase completo entre o Complexo de Unango e o Complexo de
Marrupa.
Muaquia é o nome de uma aldeia localizada na secção centro-leste da folha 1336 Majune,
UTM 37S 267000, 8516400.

*O Complexo de Muaquia inclui principalmente parte da sequência supracrustal, o Supergrupo


de Chiure de Pinna et al. (1993). O termo "Grupo de Muaquia" foi anteriormente usado por
Costa et al. (1983) para a sequência basal de rochas ígneas meta-sedimentares e ultra-máficas
no Klippe de Mugeba.

O Complexo de Muaquia é muito heterogéneo (NGU, 2006):

*As composições são principalmente graníticas e as texturas são principalmente


blastomiloníticas e miloníticas.
*Estão presentes pequenas lentes de quartzito e dois micaxistos muito ricos em quartzo,
especialmente na parte ocidental. Na parte oriental, as rochas meta-supracrustais são menos
fragmentadas e formam unidades maiores de granitóides e rochas quartzo-feldspáticas meta-
supracrustais. Sub-unidades dobradas para dentro de anfibolito e rochas de calco-silicato
acompanham as outras rochas meta-supracrustais/supracrustais no modo de ocorrência.
*Mega-lentes menos deformadas (3-4 km de lado a lado) de granito, tonalito e granodiorito
estão preservadas na principal litologia. Ocorrem perto do Complexo de Marrupa nas folhas
1336 Majune e 1337 Marrupa.
*A deformação aumenta em direcção ao bordo com o Complexo de Unango para ocidente.
*Uma deformação de cisalhamento posterior cria superfícies de cisalhamento e micro-
cisalhamentos em todas as litologias que dão origem ao crescimento de muscovite, clorite e/ou
epídoto.
*Existem algumas indicações separadas por uma vasta área de um anterior evento metamórfico
de alta pressão.

4.2.3.13.1. Gnaisse anfibolítico (P3Qag)

Duas extensas cinturas de rocha anfibolítica afloram no canto noroeste da folha 1337 Marrupa,
que cruza para a folha 1237 Mecula. Também foram encontradas lentes mais pequenas na
unidade de gnaisse granítico a granodiorítico, milonítico (P3Qmy), particularmente na folha
1336 Majune.

*O tipo de rocha principal é gnaisse cinzento-escuro com textura granular fina (0,5-1 mm) rico
em plagioclase, anfíbolo e clinopiroxena.
*A rocha é considerada como metavulcânica de composição intermédia: meta-andesito/-dacito.
A foliação está bem definida e dobrada ao longo de dobras abertas. Camadas lensoidais de
plagioclase formam faixas paralelas à foliação. Localmente, a rocha contém epídoto.
*Observam-se algumas camadas leucocráticas paralelas à foliação e foi mesmo comunicada a
existência de rochas granitóides.
*No anfibolito, existem pequenos pods de metagabro.
*O anfibolito é fortemente xistoso em todo o lado, com faixas ricas em quartzo-feldspático e
biotite com textura granular fina.
*As segregações félsicas são interrompidas numa foliação curviplanar.
*A biotite substitui a horneblenda junto das segregações félsicas e há epídoto secundário
disseminado nos anfibolitos (NGU, 2007).
4.2.3.13.2. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3Qgr)

Os afloramentos mais extensos da rocha são no canto extremo noroeste da folha 1337 Marrupa.

*A rocha é gnaisse granodiorítico com textura granular média a fina, principalmente


granoblástica equigranular.
*Uma xistosidade de penetração homogénea desenvolveu-se através de todo o complexo e na
principal litologia isto é formado pela orientação preferencial da forma e óptica dos grãos e
paralelismo de faixas muito estreitas em que estão concentrados minerais máficos e acessórios.
*Ali alterna com outras litologias em faixas de 3-5 km de espessura e estende-se para oeste
para a folha 1336 Majune.
*Lentes menos extensas estão incluídas no gnaisse granítico a granodiorítico, milonítico
(P2Qmy) na folha 1336 Majune e, como variedade ligeiramente mais deformada, no gnaisse e
xisto muscovítico-biotítico, localmente milonítico (P3Qbg) na folha 1236 Mavago.

**A rocha é rosa clara, com textura granular fina a média (1-3 mm), com uma pequena
quantidade de biotite (<1%) e ainda menos muscovite. A mica, por vezes, envolve agregados
félsicos, mas mais frequentemente, os agregados da mica estão simplesmente dispostos
paralelamente para formar uma foliação.
**A rocha parece ser bastante homogénea e contém ocasionalmente algum feldspato porfirítico
que lhe dá um aspecto ígneo óbvio. Veios de quartzo fortemente deformados com até 20 cm de
largura cortam a rocha.
*Nas rochas de composição intermédia, o epídoto e os minerais opacos substituem
frequentemente a horneblenda verde-azulada.
**As rochas são consideradas rochas ígneas que sofreram forte deformação e subsequente
recristalização sob stress desviatório.
**A recristalização da horneblenda pode ter tido lugar durante um regime de stress posterior
(NGU, 2007).

4.2.3.13.3. Gnaisse granítico a granodiorítico milonítico (P3Qmy)


(Gnaisse granítico a granodiorítico, milonítico)

Os gnaisses graníticos altamente deformados ocorrem numa cintura a leste de uma unidade de
gnaisses muscovíticos-biotíticos (P3Qbg). Afloram na parte central-sul das folhas 1236
Mavago e 1336 Majune. As cristas têm orientação norte-sul na parte sul, mas passam a
nordeste-sudoeste no norte. A razão das cristas alongadas é a forte deformação, geralmente sob
a forma de fabric e bandado milonítico. As faixas são dominadas por gnaisse ocelado.

*O nome da rocha é um nome comum para rochas ricas em quartzo-feldspático que têm faixas
com textura granular fina a média e lentes com textura granoblástica a grano-lepidoblástica,
separadas por delgadas microfalhas (< 0,3 mm) relacionadas com o crescimento retrógrado da
mica branca e/ou do epídoto.
*Noutros casos, o gnaisse existente nesta unidade reflecte apenas uma forte deformação
posterior. Nestes casos, a rocha da pré-deformação parece ter sido uma rocha granítica mais
grosseira.
*Rochas semelhantes ocorrem na parte mais a norte da folha 1336 Majune. Foram registados
gnaisses graníticos e tonalíticos estromáticos e gnaisses ocelados com fabrics EP.
*Muito poucos afloramentos são observados a norte da aldeia de Muaquia na folha 1336
Majune.
A maior parte das rochas contêm muscovite e/ou epídoto, dependendo da composição. A
muscovite formou-se depois da biotite. A biotite tem um pleocroísmo que varia desde amarelo
até quase preto, indicando ferro altamente ferroso.
*Este gnaisse granodiorítico foi inicialmente deformado e recristalizado numa textura semi-
granoblástica.
*A deformação recente criou uma foliação com biotite, e quartzo e feldspato ligeiramente
alongados.
*Para sul, perto do Complexo de Marrupa (nas folhas 1337 Marrupa e 1336 Majune), a rocha
torna-se mais obviamente meta-granítica ou meta-granodiorítica. As rochas mais deformadas
encontram-se ao longo da estrada de Majune a Marrupa, mas as rochas graníticas a
granodioríticas altamente deformadas são a litologia prevalecente também mais para norte. As
lentes de quartzito parecem ser mais comuns no Complexo de Muaquia, perto do Complexo de
Marrupa.
*Foi verificada a existência de gnaisse granítico milonítico ao longo do contacto para o
Complexo de M'Sawize, na parte leste-central da folha 1236 Mavago. A zona de cisalhamento
tem algumas centenas de metros de largura e consiste em gnaisse granítico lineado fortemente
foliado e milonito bandado, que consiste em camadas de (clorite?) verde com 1-3 cm
alternando com camadas de quartzo-feldspático (NGU, 2007).

4.2.3.13.4. Anfibolito (P3Qam)

O anfibolito ocorre apenas numa pequena área a cerca de 20 km a oeste da aldeia de Muaquia.

*É encontrado como uma lente no gnaisse granítico a granodiorítico milonítico (P3Qmy) e é


considerado uma rocha supracrustal.
*Tem uma foliação bastante planar e o anfíbolo parece ser principalmente actinolite.
*Contém, também, finas faixas de quartzito.
*O anfibolito é cortado por veios de quartzo recentes que indicam um movimento sinistrógiro
(NGU, 2007).

4.2.3.13.5. Gnaisse calco-silicatado (P3Qcs)

Encontra-se uma área bastante grande (cerca de 40 km2) deste tipo de rocha no canto sudeste
da folha 1237 Mecula. Também se encontram pequenos afloramentos na folha 1336 Majune, a
norte da aldeia de Muaquia

*A rocha é de textura granular fina a média e equigranular. A plagioclase parece definir um


fabric lenticular dobrado.
*A parte central desta unidade rochosa está quase continuamente exposta e apresenta xistos de
quartzo-feldspático com textura granular fina, canelado, ricos em epídoto.
*Localmente, as granadas formam aglomerações com até cerca de 1 cm de diâmetro.
*As rochas têm uma crosta desgastada verde-azeitona acastanhada característica.
*Unidades máficas e rochas calco-silicatadas também foram encontradas noutros locais do
Complexo de Muaquia (NGU, 2007).

4.2.3.13.6. Gnaisse muscovítico-biotítico e xistos (P3Qbg)


(Localmente milonítico)

Este nome é usado como um termo geral que incorpora uma série de rochas de micaxisto,
normalmente muscovite e biotite.

A principal ocorrência é na folha 1236 Mavago.


A unidade forma várias cristas extensas na parte central-sul da folha 1236 Mavago. As cristas
têm orientação norte-sul na parte sul, mas passam a nordeste-sudoeste para leste-oeste mais a
norte da folha.
A unidade também se alarga de 2-3 km no sul para 20-30 km no norte.

*A unidade é rica em biotite e parcialmente em muscovite. É bandada numa escala de alguns


metros a dezenas de metros devido a variações na proporção de minerais máficos e à natureza
das micas presentes.
*Ao longo da estrada entre Mavago e M'Sawize, as cristas ocidentais são dominadas por
gnaisse muscovítico-biotítico, enquanto as cristas orientais são de composição mais
granodiorítica a granítica e estão incluídas no gnaisse granítico a granodiorítico milonítico
(P3Qmy). A granada com textura granular fina é comum. Gnaisses blastomiloníticos e
biotítico-miloníticos e gnaisses muscovítico-biotíticos estão expostos. Localmente, estão
presentes porfiroblastos de feldspato potássico e ocorrem lentes secundárias de gnaisse
granítico.
*A área a norte de M'Sawize consiste principalmente em gnaisse muscovítico-biotítico
bandado.
*O gnaisse biotítico domina a parte norte da área, com pouca ou nenhuma muscovite.
**A rocha é geralmente bandada e foliada, com laminação ou camadas ricas em biotite a
separar as camadas de quartzo-feldspático.
**A granada é um mineral subordinado comum.
**A textura ocelar é desenvolvida localmente, com lentes/ocelos até 1 dm de espessura de
quartzo e plagioclase rodeados de finas camadas de biotite.
*Os gnaisses muscovíticos-biotíticos são, de modo geral, fortemente foliados e localmente
miloníticos. É também observado um forte cisalhamento na parte mais a norte da grande área
em forma de cunha na folha 1236 Mavago.
*A zona de cisalhamento tem uma ligeira inclinação (20°) para leste nesta área (UTM 37S
248830, 8640104).
*Estes gnaisses muscovíticos-biotíticos também afloram na folha 1336 Majune. São gnaisses
laminados, cinzentos, com fabrics planares com espessura de mm.
*Perto de um gnaisse calco-silicato existe um afloramento de gnaisse pelítico. É um xisto
micáceo cinzento-escuro, com pseudomorfos visíveis à maneira de estaurolite e sillimanite em
duas camadas separadas com várias espessuras (NGU, 2007).
4.2.3.13.7. Gnaisse quartzo-feldspático (P3Qqf)
(Meta-arcose)

Uma unidade de paragnaisse quartzo-feldspático está presente numa importante estrutura de


dobra no canto extremo sudoeste da folha 1237 Mecula.

*A espessura da unidade é de 4-5 km e a estrutura de dobra tem gnaisse quartzítico no seu


núcleo.
*Esta unidade estende-se para sudoeste ao longo da folha 1337 Marrupa até ao interior da folha
1336 Majune.
**Uma unidade de gnaisse calco-silicatado limita o flanco sul da dobra e também se encontram
calco-silicatos no flanco norte.

*O gnaisse é dominado por quartzo e plagioclase, enquanto a biotite e, localmente, a muscovite


estão presentes como fases subordinadas. O epídoto também está presente localmente.
*Os gnaisses são geralmente de textura granular fina e frequentemente laminados a bandados
numa escala de mm-cm.
*Existem faixas ricas em quartzo no terreno.
*A fuchsite secundária encontra-se em faixas ricas em feldspato.

*Num local (UTM 37S 300645, 8571600) foram encontrados grandes blocos de rocha
siliciclástica com textura granular fina (possivelmente metassiltitos) impregnados com malaquite
com azurite menos comum. Existem também extensos revestimentos de malaquite ao longo de
fracturas e superfícies de foliação.
*Outra unidade de gnaisse parcialmente mais rico em quartzo está presente mais a sudeste, no
lado sul do Rio Lureco. Esta unidade parece estender-se para as folhas 1337 Marrupa e 1336
Majune.
**A unidade rochosa tem grão fino, é laminada a bandada, com conteúdos variáveis de quartzo,
feldspato, biotite, horneblenda e clinopiroxena. As variedades portadoras de horneblenda também
incluem granada e epídoto (NGU, 2007).

4.2.3.13.8. Quartzito (P3Qqk)


(Portador de muscovite e distena)

Na parte noroeste do complexo, perto do Complexo de M'Sawize, existe uma notável unidade de
metassedimentos como duas lentes ou flancos de uma camada de quartzito dobrada de forma
isoclinal, com distena e sub-unidades máficas secundárias ricas em granada. Estende-se por 14
km para nordeste a partir do UTM 37S 225300 8567000 com um encerramento da dobra
calculado no extremo nordeste.
Entre os flancos/lentes existe gnaisse biotítico lajeado. O quartzito tectonicamente mais fundo é,
pelo menos, tão espesso como o quartzito que o cobre tectonicamente.

*O gnaisse de quartzito muscovite-distena é representado como dois flancos lensoidais dobrados.


Cobrem várias colinas e consistem em rochas laminadas pegmatíticas, com textura granular
média, com grãos azuis de distena.
*A quantidade de distena é muito variável, de <5% a rochas de distena pura com tendência a
serem pegmatíticas.
*Os quartzitos são fortemente foliados, localmente com fabric de folha de quartzo.
*Um bandado primário curviplanar só está preservado localmente.
**Foram cartografadas duas unidades diferentes de distena-quartzito, separadas por vários
gnaisses.
*O quartzito tectonicamente mais elevado (mais a leste) tem cerca de 30 m de espessura e coroa
uma cordilheira de colinas proeminentes com profundos taludes para o lado oriental sustentados
por pavimentos de quartzito.
**Este quartzito está bem exposto na localidade (UTM 37S 228840, 8572186), onde
normalmente inclui quartzo e distena com uma cor azul-turquesa clara.
**Muscovite, plagioclase, titanite, rútilo e zircão e lazulite estão presentes em quantidades menos
importantes.
*Os cristais de distena são geralmente paralelos e definem uma foliação.

*Existem vários modos possíveis de formação dos distena-quartzitos (NGU 2006):


**Alteração metassomática de rochas vulcânicas durante a diagénese,
**Alteração metassomática durante metamorfismo de alto grau, ou
**Deposição de silicatos de alumínio (argilas) numa superfície paleo-alterada juntamente com
areia quartzosa, seguida por, pelo menos, metamorfismo de fácies anfibolítica.

*Os gnaisses biotíticos lajeados entre as lentes de quartzito são geralmente de textura granular
fina e equigranulares com fabrics S e SL e camadas máficas boudinadas.
*Um bandado mineral foi desfeito em lentes pela foliação.
*São localmente muscovíticos e têm folhas de pegmatito concordantes.
*A proporção de muscovite aumenta para cima em direcção ao distena-quartzito sobrejacente
com flocos individuais de muscovite maiores que os flocos de biotite nestes dois micagnaisses.
*Na folha 1236 Mavago, este xisto foi incluído no gnaisse muscovítico-biotítico e xisto (P3Qbg).
*Também existem xistos muscovíticos nos gnaisses imediatamente subjacentes aos distena-
quartzitos. Veios de quartzo, com ou sem muscovite, são uma característica comum dos gnaisses.
*A quantidade de feldspato nos gnaisses é variável (NGU, 2007).

4.2.3.13.9. Quartzito (P3Qqz)

Esta litologia ocorre no gnaisse granítico a granodiorítico, milonítico (P3Qmy). Formam lentes ou
longas faixas, particularmente ao longo do bordo sul do Complexo de Muaquia na folha 1336
Majune.

*O seu conteúdo em quartzo é próximo dos 80%. O elevado conteúdo em quartzo permite que os
grãos se interliguem e as rochas deste tipo destacam-se da parede da rocha mais micácea como
cristas devido a um marcado aumento da força, quando uma certa percentagem de quartzo é
atingida (NGU, 2007).

4.2.3.14. Complexo de M'Sawize (Klippe/Terreno) (P3SW)


(Grupo M'Sawize como parte do antigo Supergrupo de Lúrio)

O Complexo de M'Sawize está subjacente à parte sudeste da folha 1236 Mavago, à parte nordeste
da folha 1336 Majune e à parte sudoeste da folha 1237 Mecula. O Complexo de M'Sawize está
subjacente ao Complexo de Muaquia e é parcialmente rodeado por ele.
Estas litologias e texturas fortemente contrastantes tornam necessário defini-las como complexos
separados. No entanto, existem semelhanças, por exemplo, entre o Complexo de Muaquia e o
Complexo de M'Sawize.
M'Sawize é o nome de uma aldeia importante situada numa planície na parte noroeste do
complexo (UTM 37S 232000, 8609000).
O Complexo de M'Sawize, tal como é definido aqui, inclui parte do antigo Grupo de M'Sawize
como parte do Supergrupo de Lúrio (Pinna et al., 1993).
O Complexo de M'Sawize está subdividido nas seguintes unidades:

Complexo de M'Sawize (P3SW)


*Metatonalito (P3SWto)
*Gnaisse granodiorítico a gabróico (P3SWgd)
*Metagabro, anfibolito (P3SWgb)
*Migmatito bandado (P3SWmi)

Os bordos norte e oeste do Complexo de M'Sawize estão aparentemente relacionados com


diversas zonas de cisalhamento que cruzam a região a partir de nordeste, fazendo uma curva
abrupta em direcção a sul por volta do UTM 220000, 8600000 na folha 1236 Mavago.
Poucas zonas de cisalhamento estão expostas nos bordos do complexo, mas num local isolado
dentro dele está exposta uma zona de cisalhamento bem desenvolvida. Isto indica que as zonas de
cisalhamento, ao longo dos bordos norte e oeste, também podem atravessar o Complexo de
M'Sawize e podem possivelmente explicar o motivo de a unidade de metagabro e anfibolito estar
dividida em duas, uma (muro) na folha 1236 Mavago e outra (tecto) na folha 1336 Majune
(NGU, 2007).

4.2.3.14.1. Migmatito bandado (P3SWmi)


(Migmatito bandado com granito migmatítico menor e anfibolitos)

Os gnaisses migmatíticos estão muito bem expostos ao longo do Rio Lugenda. As principais
litologias são:

*Gnaisse migmatítico com várias gerações de veios félsicos, incluindo pegmatitos que cortam
gnaisses tonalíticos cinzentos portadores de biotite e horneblenda
*Granito migmatítico (nebulítico) maciço
*Anfibolito e piroxenito
*Pegmatito granítico portador de muscovite

*Rochas charnoquíticas (na parte sul da área de afloramento)

As primeiras quatro litologias acima referidas estão justapostas em todas as escalas.


*As bandas máficas desta unidade rochosa são de composição granodiorítica a diorítica.
*Existe um pequeno afloramento de horneblenda-piroxenito grosseiro no UTM 37S 257540,
8579970. A jusante do Rio Lugenda, esta rocha toma uma aparência mais anatéxica: Estão
presentes granadas (UTM 37S 266000, 8596000) e na curva apertada do rio (UTM 37S 272000,
8592000), a rocha tem um aspecto charnoquítico.
*O contacto entre migmatitos estromáticos e os ortognaisses charnoquíticos não está directamente
exposto.
*A horneblenda primária é um mineral estável nas várias litologias e, em conjunto com a
plagioclase, forma uma textura granoblástica poligonal com grão do tamanho de cerca de 2 mm.
*Durante um evento de deformação posterior, foram formados novos pequenos sub-grãos.
*Granada vermelha minúscula ocorre localmente em anfibolitos e nos gnaisses migmatíticos.
*Os migmatitos estão deformados de forma variável e são localmente miloníticos.
*Formam o núcleo de uma importante estrutura antiforme invertida com orientação aproximada
leste-oeste. Uma grande dobra em S parasítica está exposta no UTM 37S 262237, 8583321 com
mergulhos moderados em direcção a leste-nordeste e uma lineação coaxial.
*Na área em redor (UTM 37S 255000, 8575000), o gnaisse bandado forma o núcleo de uma
dobra regional aproximando-se para oeste de uma escarpada linha de articulação que mergulha
em direcção a oeste (NGU, 2007).
4.2.3.14.2. Metagabro, anfibolito (P3SWgb)

Metagabro e anfibolito ocupam as partes mais a noroeste e mais a sudoeste do complexo. Rochas
granofélsicas máficas e gnáissicas estão expostas na área de M'Sawize, tectonicamente por cima
de uma vasta cintura curviplanar de rochas miloníticas que marcam a fronteira tectónica entre o
Complexo de M'Sawize e o subjacente Complexo de Muaquia.

* Estão expostas rochas maciças, equigranulares, granofélsicas máficas, assim como gnaisses
lajeados.
*As proporções relativas de minerais máficos e félsicos são variáveis em ambos os tipos de
litologia tal como as proporções relativas de anfíbolo e piroxena.
*A granada é comum e, ocasionalmente, encontra-se escapolite.
*A mineralogia de fácies granulítica está variavelmente preservada.
*Um metagabro ligeiramente foliado, com textura granular fina, está exposto mais para leste
(UTM 37S 223045 860012).
**Em termos de estrutura, a rocha é granoblástica, com plagioclase com textura granular média
(1-4 mm) e minerais máficos com textura granular mais fina, incluindo agregados de
clinopiroxena, horneblenda e granada. Não contém qualquer ortopiroxena e apenas alguns grãos
de quartzo.
**A clinopiroxena é parcialmente substituída por horneblenda. Granada e escapolite ocorrem em
quantidades subordinadas e os minerais acessórios incluem titanite, magnetite, quartzo e rútilo.

*Tanto os gnaisses homogéneos como os máficos bandados ocorrem mais para oeste de
M'Sawize.
**Rochas granoblásticas com textura granular fina a média incluindo horneblenda castanha,
ortopiroxena, clinopiroxena e plagioclase com quartzo, escapolite e feldspato potássico
secundários ocorrem a leste da aldeia e podem representar gabro-noritos.
**Um granulito máfico ligeiramente retrógrado inclui 50-60% de plagioclase, enquanto a
clinopiroxena, a horneblenda e a ortopiroxena formam agregados máficos (UTM 37S 241388,
8606286). Granadas e minerais opacos secundários ocorrem de forma dispersa na rocha.
*O granulito máfico e os gnaisses plagioclásico-hornebléndicos espacialmente associados são as
duas principais litologias expostas no norte do Rio Levele.
*A rocha contém, normalmente, clinopiroxena e granada em conjunto em certas áreas.
*As rochas máficas na parte mais a norte da folha 1336 Majune são de textura granular fina a
média e bem foliadas. São geralmente homogéneas (NGU, 2007).

4.2.3.14.3. Gnaisse granodiorítico a gabróico (P3SWgd)

Esta unidade é mais heterogénea. A heterogeneidade e as proporções mais elevadas de gnaisses


félsicos são as características distintivas mais proeminentes.

As seguintes rochas estão bem expostas no lado norte do Rio Levele:

*Gnaisse de plagioclase-horneblenda
*Gnaisse félsico
*Granofels charnoquítica

*Estas rochas são cortadas localmente por pegmatitos muscovíticos e o epídoto secundário é
comum.
*Os anfibolitos e os gnaisses plagioclásico-hornebléndicos espacialmente associados são as
duas principais litologias da área. Os gnaisses félsicos contêm lentes e camadas máficas
(espessura de mm), assim como grãos máficos e opacos disseminados na matriz félsica
equigranular. Os charnoquitos são rochas granofélsicas maciças, com textura granular grosseira,
com meteorização do tipo "casca de cebola". Agregados de minerais máficos alinhados definem
uma fraca gnaissosidade.
*Gnaisse bandado, cinzento-esverdeado a branco, com lentes secundárias de anfibolito
predomina ao longo de um perfil na parte sudoeste desta unidade na parte norte da folha 1336
Majune. O bandado é à escala de cm a m. O gnaisse tem grão fino (0,2-1 mm), granoblástico e
inclui 40-60% de plagioclase, 30-35% de quartzo, 5-20% de clinopiroxena e quantidades
subordinadas de horneblenda, titanite e minerais opacos. A horneblenda geralmente forma orlas
na clinopiroxena.
*No interior desta rocha ocorre uma série de zonas de cisalhamento.
**A mineralogia é granítica e o mineral máfico é a biotite.
**Não existe muscovite nem epídoto no milonito e o quartzo pode formar "fitas" com a espessura
de 0,3 – 0,6 mm e mais de 10 cm de extensão (NGU, 2007).

4.2.3.14.4. Metatonalito (P3SWto)


(640±4 Ma, U-Pb)

*O metatonalito é uma rocha variavelmente gnáissica, maciça, cinzento-escura, com textura


granular média a fina e com pequenos (até 5 cm de comprimento) aglomerados máficos comuns e
veios félsicos secundários.
*Os grãos máficos alinhados definem o fabric gnáissico.
*O metatonalito pode ser uma intrusão subvulcânica alterada (NGU, 2007).*

4.2.3.15. Complexo de Lalamo (Klippe/terreno) (P3LM)

O Complexo de Lalamo situa-se a leste e a norte do Complexo de Nairoto e é sobreposto pelas


rochas sedimentares do Cenozóico ao Mesozóico da Bacia do Rovuma para leste. É a unidade
mais proeminente da folha 1239 Meluco e cobre grande parte do sul da folha 1139 Mueda, a parte
nordeste da folha 1339 Montepuez e a parte noroeste da folha 1340 Mecufi. O nome provém de
uma aldeia situada na parte central do complexo na folha cartográfica de Meluco (UTM 37S
572500, 8642500). O complexo inclui parte do antigo Supergrupo de Chiure de Pinna et al.
(1993).

O Complexo de Lalamo (P3LM) inclui as seguintes unidades rochosas:

Complexo de Lalamo (P3LM)


*Gnaisse granítico (P3LMgr)
*Rochas ultramáficas (P3LMum)
*Mármore (P3LMma)
*Meta-arenito e quartzito (P3LMss)
*Gnaisse biotítico, localmente grafítico, intercalado com meta-arenito, quartzito e anfibolito
(P3LMbg)
*Conglomerado (P3LMco) e sequência sobreposta, incluindo gnaisse cordierítico-biotítico
(P3LMcg)
*Gnaisse granítico a granodiorítico (696 +-13Ma) (P3LMgd)
*Gnaisse tonalítico (P3LMto)
*Gnaisse anfibolítico (P3LMag)

O Complexo de Lalamo inclui predominantemente várias rochas meta-supracrustais:

*Gnaisse biotítico
*Meta-arenito
*Quartzito
*Mármore
*Anfibolito
*Conglomerado
*Rochas meta-ígneas de composição granítica a ultrabásica (subordinadas).

As rochas do Complexo de Lalamo sofreram geralmente metamorfismo de grau anfibolítico.


O contacto ocidental com o Complexo de Nairoto é uma zona de cisalhamento, ao longo da qual
um movimento dextrógiro corta as várias unidades do Complexo de Lalamo. As litologias são
bastante semelhantes às do Complexo de Montepuez, mas o Complexo de Nairoto separa sempre
estes dois complexos, excepto na extremidade leste, onde o contacto é uma zona de cisalhamento.
Foi observado que o Complexo de Lalamo foi carreado para o Complexo de Meluco, que pode
representar um soco para as rochas supracrustais.

4.2.3.15.1. Gnaisse anfibolítico (P3LMag)


(Metagabro)

*Metagabro e gnaisse anfibolítico ocorrem em três pequenas áreas na parte nordeste da folha
1340 Mecufi, em associação com rochas ultramáficas, e numa vasta área na parte sudoeste da
folha 1239 Meluco.
As rochas estão deformadas de forma variável: encontram-se variedades com textura gabróica
relíquia e gnaisse anfibolítico bem foliado com textura granular fina.
*Uma vasta área na parte sudoeste da folha 1239 Meluco é interpretada como contendo
metagabro (UTM 37S 528000, 8600000).
*Encontram-se campos de blocos secundários, com rochas ígneas máficas ligeiramente
deformadas numa área plana exposta de modo esparso.

Ocorrem variedades com textura granular fina a média e algumas destas podem representar
diques.
Uma área de metagabro relativamente maciça localiza-se perto do rio Megaruma (UTM 637600,
8526700). Nesta área, a rocha é, no entanto, cortada por várias zonas de cisalhamento com
orientação leste-oeste, que transmitem uma forte foliação ao gabro.

*A norte destas áreas, existem alguns corpos em que o gnaisse anfibolítico tem uma textura
granular fina e xistosa e se encontra próximo do anfibolito.
*Todas estas parecem ocorrer em ligação com corpos ultramáficos (NGU, 2007)

4.2.3.15.2. Gnaisse tonalítico (P3LMto)

O gnaisse tonalítico ocorre em vários locais do Complexo de Lalamo. Inclui lentes secundárias na
parte sudeste da folha 1139 Mueda e na folha 1239 Meluco.

*Sob os aspectos de textura e de estrutura têm um aspecto semelhante aos gnaisses graníticos e
pensa-se que são da mesma idade destes.
*Rochas com composições tonalíticas também se podem encontrar nos gnaisses graníticos a
granodioríticos.
*O gnaisse tonalítico tem cor branca a cinzenta.
**Tem textura granular fina a média e tanto a biotite como o anfíbolo ocorrem em várias
proporções.
**No entanto, a biotite parece ser o mineral máfico dominante e geralmente ocorre em
quantidades até 10-15%.
*O grau da deformação destas rochas é bastante variável.
*Em algumas áreas da folha 1239 Meluco, o gnaisse tonalítico é bandado numa escala
centimétrica a métrica, mas também pode ser maciço ou migmatítico.
*O gnaisse é interrompido por veios de granito posteriores, provavelmente instalados durante a
orogenia Pan-Africana.

*O principal tipo de rocha é o gnaisse tonalítico cinzento com textura granular fina e fraca
foliação.
*É geralmente homogéneo, mas contém zonas biotíticas com alguns cm de espessura.
*É intruído por um gnaisse granítico com biotite, ligeiramente cinzento-rosado, com textura
granular fina a média.
*Ambas as rochas são intruídas por diques de granito com textura granular fina e por pegmatitos
de feldspato potássico de várias gerações (NGU, 2007)

4.2.3.15.3. Gnaisse granítico a granodiorítico (P3LMgd)


(696 +-13Ma)

Os ortognaisses félsicos são muito comuns no Complexo de Lalamo, variando geralmente entre
composição granítica e granodiorítica. Esta unidade cobre áreas bastante grandes na parte sudeste
da folha 1139 Mueda, na parte nordeste da folha 1239 Meluco e nas partes mais a norte das folhas
1339 Montepuez e 1340 Mecufi.
São encontrados corpos secundários noutros locais.
*O gnaisse granítico predomina, mas as variedades granodioríticas a tonalíticas também estão
presentes.
**A rocha é localmente migmatítica, mas normalmente a migmatização está longe de ser tão
penetrante como no Complexo de Nairoto envolvente.
**Os ortognaisses pertencem claramente a mais do que uma geração, porque alguns deles são
observados a atravessar transversalmente outras unidades.
*O gnaisse varia desde bastante homogéneo até possuir uma estrutura bandada com lentes e
bandas de quartzo e feldspato com textura granular mais grosseira.
**Este contém biotite e encontram-se localmente granadas dispersas com <1 mm.
*Os gnaisses graníticos a granodioríticos ocorrem vulgarmente como intrusões nos
paragnaisses nas folhas 1239 Meluco e 1240 Quissanga-Pemba, e especialmente na parte nordeste
da folha 1239 Meluco.
**Nos gnaisses graníticos/granodioríticos existem também pequenas áreas de rocha com
composições tonalíticas a quartzo-dioríticas. Em algumas áreas, diques básicos intruem os
gnaisses.
**A oeste de Lalamo, também afloram gnaisses graníticos a granodioríticos. As rochas têm
textura granular fina e são rosadas a brancas-acinzentadas e ricas em biotite (4-5%). Localmente,
são intensamente dobradas e migmatíticas. É possível ver alguns grãos de quartzo sub-
arredondados e porfiroblastos de feldspato, veios com alguns cm de largura de feldspato
potássico vermelho e quartzo e lentes irregulares com agregados de biotite+anfíbolo (NGU, 2007)

4.2.3.15.4. Conglomerado (P3LMco) e sequência sobreposta, incluindo gnaisse cordierítico-


biotítico (P3LMcg)

A sul da aldeia de Homba, na parte mais a norte da folha 1239 Meluco, afloram metassedimentos.
Incluem de norte para sul horizontes de:

*Conglomerado (P3LMco)
*Meta-arenito e quartzito (P3LMss)
*Gnaisse biotítico com cordierite e rico em alumina (P3LMbg
*Mármore impuro (P3LMma)

A sequência tem cerca de 2 km de espessura e tem um ângulo de inclinação de 70-80o a sul-


sudeste.

*O conglomerado é fortemente foliado e cisalhado (sentido dextrógiro do movimento).


**Contém clastos sub-arredondados de granito com textura granular fina, diorito, gnaisse
quartzo-feldspático, gnaisse anfibolítico e gnaisse calco-silicatado com até 20-30 cm de tamanho,
numa matriz de gnaisse biotítico com textura granular fina, que também parece ser clástica.
**A sul, transversalmente à direcção, existe gnaisse anfibolítico com textura granular fina
fortemente deformado, que provavelmente representa sedimento calcário metamorfoseado. Este é
estruturalmente sobreposto por outra camada do mesmo conglomerado, seguido por uma camada
homogénea de gnaisse de anfíbolo-piroxena com textura granular fina.
*Estruturalmente acima deste meta-arenito, cerca de 1 km para sudoeste, existe uma rocha muito
escura e estranha que consiste em cristais com até 25-30 cm de comprimento, numa textura de
graben. Por outro lado, a rocha contém granadas com abundância com tamanho medido em cm,
de cor rubi. Esta unidade foi designada gnaisse cordierítico-biotítico (P3LMcg.
*Na base da sua composição mineral, a rocha metassedimentar representa provavelmente um
metassedimento aluminoso e forma o topo de uma sequência graduada bem definida que
começa no conglomerado na base estrutural, com gradação para arenito arenítico, arenito
homogéneo com textura granular mais fina e, depois, termina com o metassedimento argiloso no
topo estrutural.
*Na secção imediatamente acima (estruturalmente), existe um mármore impuro, fortemente
cisalhado e interestratificado com gnaisse calco-silicatado. O mármore contém grafite com
textura granular fina e localmente epídoto e diópsido. Existem também camadas individuais de
calco-silicato com até 1 m de espessura. Algumas camadas finas são também ricas em mica.

A totalidade da sequência portadora de mármore tem cerca de 100 m de espessura no


afloramento. Entre o gnaisse cordierítico e o mármore existem afloramentos de pegmatito com
abundância de turmalina preta (NGU, 2006)

4.2.3.15.5. Gnaisse biotítico, localmente grafítico, intercalado com meta-arenito, quartzito e


anfibolito (P3LMbg)

O gnaisse biotítico é o principal constituinte da sequência metassedimentar no Complexo de


Lalamo. Pode verificar-se que tem um padrão bandado. O padrão bandado é devido a variações
na composição.

*O gnaisse biotítico típico tem aspecto bandado com bandas de cores escuras e claras numa
escala decimétrica a métrica devido a variados conteúdos de biotite e de quartzo. Este é
especialmente o caso na parte nordeste da folha 1340 Mecufi, onde a deformação não é tão forte.
**Habitualmente, o gnaisse inclui 40-50% de quartzo, 30% de plagioclase e 10-15% de biotite,
mas localmente o conteúdo de biotite é muito superior.
**A rocha contém granadas com até 1 cm de diâmetro: as camadas são mais ou menos ricas em
granada devido à composição da rocha. As granadas têm forma irregular, são poeciloblásticas e
parecem ter rodado durante a sua formação.
**A horneblenda é um constituinte comum em pequenas quantidades e também pode ocorrer
clinopiroxena em quantidades até 10%.
*Nas camadas/bandados existem dobras isoclinais locais.
*Os gnaisses biotíticos são intruídos por veios esporádicos graníticos e pegmatíticos, que são
principalmente paralelos à foliação, embora também tenham sido observados veios transversais.
Existem algumas variações de grau metamórfico e localmente a unidade pode ser chamada xisto.
*A variedade mais interessante desta unidade num contexto económico é o gnaisse biotítico
portador de grafite.
**É conhecido na área de Ancuabe, na conjunção de quatro folhas, 1239 Meluco, 1240
Quissanga-Pemba, 1340 Mecufi e 1339 Montepuez.
**O micagnaisse portador de grafite é bandado e com textura granular média (1-3 mm), incluindo
principalmente quartzo e grafite e quantidades subordinadas de biotite e feldspato.
**O gnaisse também contém pequenas quantidades de titanite, rútilo e pirite.
**O bandado é devido à variação no conteúdo de grafite e quartzo.
**Flocos de grafite com textura granular grosseira (3-8 mm) são ricos em bandas e lentes de 5-20
cm de espessura sobre uma espessura de 2-3 m.
**Enriquecimentos locais de grafite grosseira são observados em dobras secundárias e ao longo
de veios de quartzo.
**A espessura total da sequência portadora de grafite na área de exploração é de 10-20 m.
*Encontra-se anfibolito em vários locais nos metassedimentos do Complexo de Lalamo.
**O anfibolito está normalmente associado ao mármore na parte sul da folha 1139 Mueda. Foram
observadas zonas com mais de 100 m de largura (UTM 37S 561814, 8681798). *Normalmente, o
anfíbolo encontra-se alterado para biotite perto do mármore.
*Algumas camadas secundárias de anfibolito foram observadas na parte norte da folha 1339
Montepuez.
**O anfibolito pode ser bandado numa escala centimétrica e é atravessado por veios pegmatíticos
com 5-15 cm de espessura (NGU, 2007)

4.2.3.15.6. Meta-arenito e quartzito (P3LMss)

Meta-arenito/arenito com camadas interestratificadas de quartzito ocorre como horizontes


extensos e delgados na parte sul da folha 1139 Mueda e na parte norte da folha 1239 Meluco.
A unidade normalmente aparece como camadas no gnaisse biotítico ou em associação com as
unidades de mármore.

*O meta-arenito tem normalmente um aspecto bandado devido aos conteúdos variáveis de


quartzo ou a impurezas como a biotite. Isto reflecte as camadas primárias, mas devido à
recristalização e deformação, não foram observadas nenhumas outras estruturas sedimentares
primárias.
*As rochas são de tom bege a cinzento claro e avermelhado, dependendo do grau de
meteorização. Geralmente, têm uma textura granular fina (< 1 mm) e são granoblásticas, e é
frequentemente observado bandado numa escala centimétrica.
*As proporções de quartzo e feldspato variam. O conteúdo de quartzo é geralmente de 40-90% e
o quartzito puro ocorre muito raramente.
*O feldspato é o outro constituinte principal, com microclina e plagioclase em quantidades
praticamente iguais. Os conteúdos variam entre cerca de 10-60% e localmente excedem os de
quartzo.
*A biotite ocorre em quantidades até 5%. Tem uma cor castanha-esverdeada e está disposta
paralelamente à foliação.
*Geralmente, a muscovite ocorre apenas em pequenas quantidades, mas é localmente muito
abundante (UTMS 37 564887, 8668685) (NGU, 2007).

4.2.3.15.7. Mármore (P3LMma)

O mármore é uma unidade rochosa disseminada no Complexo de Lalamo. Está relativamente


bem exposto em comparação com o gnaisse biotítico, que é a rocha a que o mármore está
vulgarmente associado.

*O mármore do Complexo de Lalamo tem espessura variável, desde algumas dezenas de metros
até várias centenas de metros.
*É semelhante ao mármore dos Complexos de Xixano e Montepuez.
*A sequência mais espessa ocorre a sul de Meluco, mas na parte norte da folha 1239 Meluco, na
parte noroeste da folha 1340 Mecufi e na parte nordeste da folha 1339 Montepuez, existem
sequências com mais de 1 km de largura (NGU, 2007)

4.2.3.15.8. Rochas ultramáficas (P3LMum)

Em vários locais do Complexo de Lalamo ocorrem corpos ultramáficos, mas são mais abundantes
na parte sudeste do complexo na folha 1340 Mecufi.

*O mais proeminente é uma crista de cerca de 5 km de extensão, 1 km de largura e 150 m de


altura, a norte da estrada nacional entre Metoro e Pemba (UTM 37 632000, 8548000).
*Existem corpos mais para sul quase com as mesmas dimensões, mas não tão proeminentes no
terreno.
*Existem também corpos que parecem ter apenas poucos metros cúbicos de volume.
*Em alguns dos corpos (p. ex., na UTM 37 638000, 8527000), as rochas ultramáficas ocorrem
juntamente com rochas gabróicas.
**Isto parece indicar que estas rochas pertencem a complexos diferenciados de composição
máfica/ultramáfica, mas que apenas estão expostas rochas ultramáficas na maior parte dos corpos.
*Do lado sudoeste perto do seu bordo exterior (UTM 37 631800, 8547800) existe uma zona de
20-30 m de largura de talcoxisto bastante puro.
*Na parte mais central, a textura granular da rocha varia de fina a grosseira e a textura entre
maciça e xistosa. Existem algumas áreas onde a composição passa a gabro, mas a maior parte do
corpo é ultramáfica.
**Em diversos locais, o corpo foi cortado por intrusões posteriores. Em UTM 37 632000,
8548100, a rocha ultramáfica é cortada por pegmatito granítico.
*Em UTM 37 630695, 8548839, as rochas ultramáficas são atravessadas por um veio tonalítico
com textura granular fina com cerca de 5 m de espessura. Existem também muitos veios de
quartzo na mesma área.
*A sul do principal corpo ultramáfico, foi investigada uma lente ultramáfica secundária
relativamente ao seu conteúdo de talco. A ocorrência inclui uma zona de 30-40 cm de largura de
xisto clorítico com lentes de talco de 5-10 cm de espessura na rocha ultramáfica.
*Os outros corpos ultramáficos parecem ser semelhantes (NGU, 2007)

4.2.3.15.9. Gnaisse granítico (P3LMgr)

O gnaisse granítico é comum na parte noroeste da folha 1340 Mecufi.

*O gnaisse granítico (UTM 37S 637239, 8549076) é heterogranular, com grão de tamanho de
0,5-2 mm, e contém cerca de 45% de feldspato potássico, 30% de quartzo, 20% de plagioclase e
2% de biotite: Os complementos incluem minerais opacos, epídoto, muscovite, apatite e zircão.
Os pegmatitos são comuns e também estão presentes xenólitos de gnaisse bandado rico em biotite
(NGU, 2007)

4.2.3.16. Grupo de Txitonga (P3TX)


(Grupo de Cobué)

Esta unidade foi renomeada como Grupo de Txitonga de acordo com um pico montanhoso
proeminente bastante central no grupo. A unidade era anteriormente conhecida como Grupo de
Cobué (Pinna et al., 1993; Lächelt, 2004) de acordo com a cidade costeira de Cobué, que também
está situada fora do Grupo. O Grupo de Txitonga é limitado pelo Complexo da Ponta Messuli a
oeste e pelo Supergrupo Karoo a leste. Tem entre 10 e 25 km de largura e ocupa uma área
acidentada altamente montanhosa, que se estende da fronteira da Tanzânia a norte até ao sul de
Cobué, numa distância de aproximadamente 100 km.

O Grupo de Txitonga inclui as seguintes unidades rochosas:

*Veios de quartzo (qv)


Grupo de Txitonga (P3TX)
*Pórfiro quartzo-feldspático (715 ±20 Ma, U-Pb) (P3TXpq
*Rocha verde, xisto verde e metagabro (P3TXgb)
*Arenito meta-arcósico a meta-arenítico (P3TXss)
*Formação Ferrífera Bandada (P3TXfe)
*Quartzo-micaxisto, parcialmente xisto clorítico (P3TXsc)
*Meta-arenito, metagrauvaque e quartzo-micaxisto (P3TXsg)
*Quartzito (P3TXqz)

As características do Grupo de Txitonga seguem as interpretações da NGU (2007).

O Grupo de Txitonga é dominado por rochas metassedimentares, principalmente metagrauvaque,


meta-arenito e quartzo-micaxisto e xisto rico em clorite. Na parte norte da unidade existem
numerosos corpos de rocha metagabróica, rocha verde e xisto verde e rochas metavulcânicas
félsicas secundárias.

Existem indicações de que as condições metamórficas variaram ao longo da extensão do Grupo


de Txitonga. Nas áreas a norte, não há indícios de que o grau metamórfico alguma vez tenha
excedido a fácies de xisto verde. Na área de Cobué, encontra-se granada em diversas localidades
e também estaurolite numa localidade, o que indica que a sequência desta área foi
metamorfoseada para fácies anfibolítica. Pinna et al. (1993) comunicaram o mesmo padrão
metamórfico e também descreveram sillimanite na área de Cobué. No entanto, um evento
regressivo posterior afectou as litologias de Txitonga e da maior parte de Ponta Messuli, levando
à sericitização regional e à carbonatização local, de tal modo que o padrão do anterior evento
metamórfico é difícil de documentar.

4.2.3.16.1. Quartzito (P3TXqz)

Ocorrem com relativa frequência camadas quartzíticas juntamente com os arenitos e os xistos na
unidade P3TXsg, mas apenas localmente têm tamanho suficiente para serem apresentadas na
carta.

*A nordeste de Mandambuzi, um quartzito com um fabric em forma de vara está subjacente a


uma colina cónica com o cume em UTM 36S 692457 8646198. Tem um forte fabric linear e
forma quase certamente um pod com um eixo longo paralelo à inclinação da lineação (56º para
135º). Este ortoquartzito tem textura granular média e é equigranular, apesar do intenso fabric
linear.
*Alguns quilómetros a sul do quartzito acima referido, ocorre um quartzito com grão semelhante
a açúcar com fraca foliação. O tamanho do grão é de cerca de 1 mm e também contém algumas
bandas de micaxisto. Isto distingue-o dos veios de quartzo ubíquos que ocorrem por toda a parte
no micaxisto.

4.2.3.16.2. Meta-arenito, metagrauvaque e quartzo-micaxisto (P3TXsg)

Esta unidade estende-se ao longo de todo o Grupo de Txitonga, desde a fronteira com a Tanzânia
até onde desaparece no Lago Niassa a sul de Cobué. Na área norte, aparece principalmente ao
longo do contacto para os gnaisses do Complexo da Ponta Messuli. O contacto entre esta unidade
e o Complexo da Ponta Messuli para oeste é observado no extremo sul da unidade perto do Lago
Niassa. Aqui, uma unidade de metagrauvaque está extremamente deformada e dobrada até 50 m a
leste do contacto. O contacto é claramente tectónico e é interpretado como um carreamento.
Nas áreas a sul, o limite leste está em oposição ao Graben de Maniamba e este contacto é
normalmente interpretado como uma falha frágil.

*Os meta-arenitos e o metagrauvaque são os componentes principais desta unidade, para além do
micaxisto. Não tem sido possível separar as diferentes litologias nas cartas, devido às suas
variações e distribuição irregulares. A abundância de micaxisto dá à unidade muitas semelhanças
com o quartzo-micaxisto (P3TXsc).
*No interior do corpo principal do quartzo-micaxisto, encontra-se um corpo delgado de
metagrauvaque mais para oeste na cintura em UTM 36S 723403, 8713800. Aqui, o grauvaque
tem uma textura granular muito fina (<0,5 mm) e físsil. Algumas estruturas secundárias de
cisalhamento hematizadas, com orientação de norte para sul, são conhecidas paralelamente à
estratificação, mas a rocha é geralmente não deformada. O metagrauvaque tem direcção norte-sul
e é interpretado como estendendo-se por cerca de 10 km na direcção transversal.
*A extensão a sul parece ser tectonicamente controlada por posteriores falhas frágeis do pós-
Karoo.
**O grauvaque está fracamente exposto e está mais bem exposto nos cumes. Os afloramentos são
geralmente pequenos e têm fissilidade pronunciada. A rocha quebra ao longo de planos físseis,
geralmente com um afastamento de 0,5 mm. A rocha tem uma cor cinzenta muito clara, mas é
frequentemente manchada de castanho no afloramento, provavelmente em resultado do seu teor
de ferro.
*Em secções finas, esta rocha consiste principalmente numa matriz sericítica, com cacos e ripas
irregulares de clorite e biotite secundária. Estão presentes grãos de quartzo e aglomerados
granoblásticos dispersos. Existe uma foliação irregular parcialmente cisalhada, envolvendo
lentículas e grãos de quartzo e, localmente, ocelos sericitizados.
*A rocha é interpretada como tendo sido um grauvaque com textura granular grosseira.
*As variações nas rochas metassedimentares na parte sudoeste da cintura supracrustal estão
claramente demonstradas num afloramento no lado norte da estrada de Cobué (UTM 36S 694001,
8656988), onde um meta-arenito com clastos de quartzo maiores (ocelos de 1-4 mm') está
tectonicamente localizado em rochas metassedimentares calcárias com textura granular mais fina.
**A foliação nestes meta-arenitos tem direcção leste-nordeste - oeste-sudoeste com variações no
ângulo de inclinação para norte-noroeste (247°/40-55°).
**Os meta-arenitos consistem em lentes (até 10 mm de diâmetro) predominantemente de
feldspato potássico, mas com quartzo secundário e plagioclase subordinada. Laminação micácea
ocorre entre estes supostos clastos. Por isso, é classificado como um meta-arenito.
*A aldeia de Cobué está situada sobre granito não foliado, cinzento-escuro avermelhado, com
textura granular fina a média, que se presume que intrua o Complexo da Ponta Messuli (P2gra).
*Imediatamente a leste de Cobué, existem micaxistos cloríticos fortemente foliados e
parcialmente xistosos, parcialmente filoníticos e com superfícies lustrosas. A dobra na sequência
é indicada por grandes variações no ângulo de inclinação.
*Mais para leste, existe uma sequência dominada por várias rochas metassedimentares clásticas,
meta-arenito arcósico, meta-grauvaque e micaxisto.
**O meta-arenito arcósico, cinzento, em parte finamente laminado e bandado, é a variedade mais
comum.
**Estão presentes lentes de quartzo predominantemente com textura granular fina e demonstram
que as rochas estão localmente deformadas de modo significativo.
**Há indícios de cisalhamento dextrógiro da sequência.
**A quantidade de micas é variável e em alguns afloramentos as rochas metassedimentares
podem ser descritas como micaxistos.
4.2.3.16.3. Quartzo-micaxisto, parcialmente xisto clorítico (P3TXsc)

Esta unidade aparece na parte norte do Grupo de Txitonga:


Desde a fronteira com a Tanzânia até cerca de 20 km para sul, onde o grupo tem uma série de
intrusões de rochas verdes/metagabros.
Esta unidade também ocorre mais a sul, onde continua para a folha 1234 Metangula. Em ambas
as áreas, ocupa a parte oriental do grupo, em direcção à Bacia do Karoo.

*Na parte norte (folha 1135 Lupilichi), o quartzo-micaxisto-clorítico forma extensas camadas e
lentes, especialmente na parte central do grupo.
*A nordeste, alterna com lentes e camadas de meta-arenito e corpos de metagabro e anfibolito.
*O xisto é gradado para metagrauvaque e as duas litologias não são fáceis de distinguir,
especialmente devido à recente sericitização que afecta as rochas.
*No terreno, o xisto é tipicamente vermelho, com um brilho prateado devido ao elevado conteúdo
de sericite/muscovite. A cor vermelha é devida à hematite e aos oxi-hidróxidos de ferro. São
comuns manchas verde-escuras de clorite com alguns cm de comprimento.
*Em secções finas, o xisto é geralmente dominado por sericite com textura granular muito fina,
clorite verde clara e quartzo. A sericite forma lentes e agregados, ocasionalmente como
pseudomorfos de um mineral de forma mais equante, provavelmente feldspato. A sericite deve
ser, pelo menos parcialmente, um mineral de formação recente, formando pequenas vénulas que
atravessam parcialmente a foliação e substituindo outros minerais, p. ex. a clorite. A clorite
também forma parcialmente agregados com textura granular fina e de formato regular,
provavelmente pseudomorfos de anfíbolo.
*Numa localidade (UTM 36S 719100, 8679310), o xisto contém até 1-2 mm de grãos blásticos de
turmalina verde. Isto sugere um elevado conteúdo de boro, que indica a influência de água do
mar.

4.2.3.16.4. Formação de Rocha Ferrífera Bandada/BIF (P3TXfe)

Verifica-se a existência de várias pequenas unidades de formação ferrífera bandada (BIF) na parte
nordeste do Grupo de Txitonga. Geralmente, estão associadas a unidades de meta-arenito
arenítico/arcósico e rocha verde.

*Em UTM 36S 730030, 8708600, a rocha contém bandas de magnetite à escala centimétrica que
alternam com camadas de meta-arenito verde.
**As análises mostram valores elevados de crómio e vanádio, mas não foram detectados valores
elevados quer para o ouro, quer para metais comuns.
*Outra BIF, em UTM 36S 724560, 8679990, compõe-se de lentes e camadas, sobretudo de
magnetite, alternando com camadas de quartzo cuja espessura varia de milímetros a centímetros.
**Os grãos de óxido variam de tamanho entre mm e cm.

4.2.3.16.5. Arenito meta-arcósico a meta-arenítico (P3TXss)

Na parte norte do Grupo de Txitonga (folha 1135 Lupilichi), é possível distinguir meta-arenitos
de xistos, especialmente areníticos, e variedades parcialmente calcárias.

*Os arenitos areníticos cobrem uma vasta área entre a aldeia de Tulo e o rio Lupilichi, embora
ocorram unidades secundárias de xisto e metagrauvaque. Uma vez que os meta-arenitos
apresentam uma textura granular bastante grosseira e contêm grãos de feldspato, foram
anteriormente, em alguns casos, confundidos com granito ou gnaisse granítico. Algumas partes
das rochas podem representar rochas ígneas, mas devido à profunda alteração e meteorização, são
difíceis de separar dos meta-arenitos areníticos.
*Os meta-arenitos predominam ao longo de uma transversal em direcção a sudeste a partir da
jazida de ouro aluvial de M'Popo. Localmente, são bandados e calcários. Geralmente, a forte
meteorização torna difícil definir quaisquer estruturas primárias. Uma amostra de um meta-
arenito epiclástico (UTM 36S 731036, 8706226) pode ser denominada por metagrauvaque lítico
com base na sua petrografia. A rocha tem um elevado conteúdo de matriz com textura granular
muito fina (<< 0,1 mm), predominantemente muscovite, e cerca de 20-30% de grãos clásticos
compostos principalmente por quartzo e presumível rocha verde e micaxisto.
*Na localidade UTM 36S 727675, 8702265, é visível a relação entre os meta-arenitos e os
quartzo-micaxistos mais pobres em quartzo. As camadas de meta-arenito arcósico com vários
metros de espessura alternam com unidades mais espessas de xistos muscovíticos. Estas camadas
apresentam até 30 wt % de Al2O3 (13 wt % Fe2O3), sugerindo firmemente a presença de
sillimanite ou distena. Aqui, os meta-arenitos são rochas ligeiramente xistosas cinzentas-claras
que não retêm estratificação primária. Contêm 71 wt% SiO2, 12 wt% Al2O3 e cerca de 1 wt% de
Na2O e K2O.
*Os meta-arenitos acastanhados a cinzentos-esverdeados, com textura granular fina a média
predominam ao longo de um perfil oeste-leste a sul desta localidade. Ocorrem clastos de
feldspato e quartzo (1-2 mm) e habitualmente as rochas são carbonatadas com manchas
meteorizadas castanhas. Localmente, está desenvolvido um bandado fraco. É frequentemente
encontrado quartzo hidrotermal em afloramentos secundários e calhaus e cascalho em cristas
através do transverso.

4.2.3.16.6. Rocha verde, xisto verde e metagabro (P3TXgb)

Lentes de rocha verde, xisto verde e metagabro são especialmente frequentes na metade norte do
Grupo de Txitonga (folha 1135 Lupilichi), mas também são muito comuns na parte sul do Grupo.
Estas rochas estão especialmente concentradas na parte mais oriental do grupo, em direcção ao
limite com as rochas sedimentares do Karoo.

*Em alguns casos, as rochas verdes podem ser reconhecidas como metagabro, normalmente
microgabro com textura granular fina.
*Noutros casos, estão fortemente alteradas e deformadas e devem ser designadas como xisto
anfibólico-clorítico ou xisto verde.
*Em relatórios e cartas anteriores tem sido utilizado o termo anfibolito, mas como as rochas não
contêm horneblenda, mas apenas actinolite, epídoto e clorite, que são típicas do metamorfismo do
xisto verde, os termos correctos são rocha verde e xisto verde.
*A rocha verde tem uma textura granular fina a média e é variavelmente foliada. Em certos
lugares, foi transformada em xisto verde, rico em clorite e epídoto.
*O estudo petrográfico das rochas verdes mostra agulhas e placas de anfíbolo com textura
granular fina (0,2-0,4 mm), provavelmente actinolite. O epídoto com textura granular muito fina
(<< 0,1 mm) encontra-se disseminado por toda a matriz, enquanto grãos com até 0,6 mm incluem
agregados de epídoto. Estes podem representar amígdalas, indicando uma origem metavulcânica.
*O microgabro em volta da Jazida de Ouro de Cagurué (UTM 36S 739550, 8714130) é
parcialmente milonítico cisalhado e alterado para xisto quartzo-clorítico e xisto quartzo-sericítico.
O anfibolito menos deformado e inalterado é dominado por clinoanfíbola verde (cerca de 50%,
provavelmente actinolite), enquanto os outros 50% consistem principalmente em plagioclase,
quartzo e epídoto. Existem quantidades subordinadas e vestígios de óxidos de ferro, clorite e
titanite. A plagioclase está presente em ripas com uma orientação aleatória, obviamente uma
textura relíquia.
*De acordo com dados geoquímicos, as rochas verdes e os gabros do Grupo de Txitonga são de
composição sub-alcalina basáltica a andesítica basáltica. Com base nos conteúdos de
oligoelementos bastante imóveis como TiO2, ZR e Y, estas foram formadas num ambiente
continental (na afinidade da placa).
*As rochas verdes e os corpos de gabro ocorrem numa parte bastante restrita do Grupo de
Txitonga, nomeadamente na parte inferior em direcção ao lado oriental, perto do limite para o
Supergrupo Karoo. Isto pode sugerir que representam diques e intrusões do tipo soleira nas
rochas sedimentares (NGU, 2007).

4.2.3.16.7. Pórfiro quartzo-feldspático (P3TXpq)


(715 ±20 Ma, U-Pb)

Uma lente de pórfiro quartzo-feldspático constitui uma crista secundária através do trilho desde
M'Popo até Lupilichi (UTM 36S 732056, 8705434).

*Inclui porfiroblastos angulares a arredondados (0,5-5 mm) de quartzo, feldspato potássico e


plagioclase (no total de 40%) numa matriz dominada (60%) por quartzo-feldspato com textura
granular muito fina (< 0,1 mm) que contém muscovite, biotite e calcite secundárias.
*O pórfiro é interpretado como representando uma rocha sub-vulcânica félsica metamorfoseada
em fácies de xisto verde.

4.2.3.16.8. Veios de quartzo (qv)

Os veios de quartzo são comuns no Grupo de Txitonga, mas são talvez mais frequentes na parte
ocidental, na unidade de xisto clorítico e de quartzo-micaxisto.

*No afloramento, os veios de quartzo foram geralmente decompostos em blocos, calhaus e


cascalho formando, por vezes, cristas extensas.
*São normalmente quase monominerais, com poucos flocos de muscovite e manchas oxidadas
que podem ter sido sulfuretos.
*Os veios de quartzo são hospedeiros importantes de ouro em diversos locais, p. ex., nas
importantes jazidas de ouro de M'Papa e Cagurué na parte norte do grupo.
*Os veios intruem todas as outras litologias e estruturas e são, por isso, posteriores à foliação
regional na área, e estão, talvez, relacionados com a sericitização regional (NGU, 2007).

4.2.3.17. Grupo de Geci (P3GC)


(590-585 ou 630-625Ma)

Pinna et al. (1993) descreveram as rochas do Grupo de Geci a partir de três localidades isoladas,
embora ligadas espacialmente:

*Rio Messinge
*Serra de Macuta
*Serra de Geci

Todas estas localidades estão situadas dentro do Complexo de Unango.

Na Serra de Macuta e na Serra de Geci, relataram a existência de contactos discordantes


primários preservados com o soco de granito.
Na Serra de Geci, as rochas do soco são sobrepostas por blocos fracamente metamorfoseados a
conglomerados de cascalho fino, sedimentos vérvicos com dropstones de origem glaciar e meta-
calcários com brechas carbonatadas intraformacionais (Pinna et al., 1993).
Foram observados calcários cinzentos e brancos fracamente metamorfoseados com arenitos
delgados e filitos cinzentos em UTM 701088 8573028 (NGU 2007).
As rochas do Grupo de Geci ocorrem na Serra de Macuta e na Serra de Geci como duas grandes
lentes tectónicas com orientação sudoeste-nordeste, separadas ao longo de 12 km pelas rochas do
Complexo de Unango.

*Estas lentes consistem em rochas carbonatadas metamorfoseadas de baixo grau com xistos e
conglomerados cloríticos-muscovíticos subordinados.
*As rochas de Geci ocorrem como unidades tectonicamente instaladas nas rochas, que sofreram
metamorfismo de fácies granulítica.
*Embora os contactos entre as rochas de Geci e os complexos granulíticos adjacentes não estejam
expostos, a discordância mais acentuada no grau metamórfico implica a presença de limites
tectónicos.
*Presume-se que as lentes que representam o Grupo de Geci sejam unidades dissecadas
tectonicamente sem contacto primário com as rochas do soco preservadas (NGU, 2007).
**A maior lente ocorre na Serra de Geci, onde tem uma espessura tectonoestratigráfica de
aproximadamente 2 km e é representada por diferentes litologias. A verdadeira espessura
estratigráfica permanece desconhecida devido à dobragem intensa, apertada e mesoscópica.
**A maior parte das rochas, particularmente as das partes marginais das lentes, foram afectadas
por intenso cisalhamento e milonitização. As rochas milonitizadas têm textura granular fina e
apresentam uma lineação delgada, lamelar, de fabric paralelo, de estiramento bem pronunciado e
considerável adelgaçamento tectónico.

A posição regional das unidades do Grupo de Geci é apresentada na figura 4.24.

Figura 4.24: Posição regional das unidades do Grupo de Geci (azul) (NGU, 2007)
*As rochas carbonatadas de Geci têm estruturas sedimentares, típicas das observadas em
depósitos de correntes de turbidez. Muitas camadas mostram bases de erosão, sugerindo o
transporte de um material clástico de elevada densidade, em suspensão, por cima de uma lama de
cal suavemente erodida e não consolidada. Embora um grau elevado de recristalização tenha
obliterado severamente micro-estruturas nos meta-calcários com textura granular fina, estes
contêm sempre proporções variáveis de clastos dolomíticos. Além do mais, existem abundantes
brechas carbonatadas onde clastos de dolomite estão instalados numa matriz de calcite.
*É muito provável que as rochas carbonatadas de Geci tenham incorporado material carbonatado
de duas proveniências distintivamente diferentes:

**Os clastos de dolomite foram transportados ao longo de uma certa distância


**Aparentemente, os meta-calcários representam sedimentos anteriores nos quais foram
incorporados clastos de dolomite re-depositados. Isto implica também que a formação da
dolomite (por via de dolomitização ou por via de precipitação de dolomite primária) tenha
ocorrido antes da re-deposição do material sedimentar por correntes de turbidez.
**A presença de oólitos, lascas e fragmentos de maior dimensão de dolomites microbianas sugere
que estes materiais foram originariamente formados num ambiente marinho agitado, de águas
pouco profundas, ou seja, numa plataforma carbonatada.
**Sequências carbonatadas clásticas depositadas a partir de correntes de turbidez são uma
característica típica das margens das plataformas carbonatadas (Bechstädt & Boni, 1989;
Grotzinger, 1989; James et al.., 1989; Jiang et al., 2003). Wilson (1975) definiu três tipos de
margens de plataformas carbonatadas correspondentes a:

***mar energicamente tranquilo


***mar moderado
***mar agitado

*Todos os três tipos de ambiente produzem normalmente talus sobre o talude submerso para a
margem da plataforma carbonatada. No entanto, as margens do tipo de mar agitado são
caracterizadas particularmente pelo desenvolvimento de blocos de talus dispersos, fluxos de
detritos e turbiditos nos taludes submersos e em cenários de plataformas profundas (Wilson,
1975; Leeder, 1982). As características sedimentológicas das rochas carbonatadas de Geci são
mais consistentes com o desenvolvimento da margem da plataforma carbonatada.
*Os meta-calcários de Geci foram datados com métodos quimioestratigráficos: as proporções
menos alteradas 87Sr/86Sr e G13C sugerem uma aparente idade de deposição de 590-585 ou de
630-625 Ma. Isto proporciona um limite de idade inferior para justaposição das rochas de baixo
grau do Grupo de Geci e das rochas de fácies granulítica do Complexo de Unango.

O Grupo de Geci inclui as seguintes unidades rochosas:

Grupo de Geci (P3GC)


*Calcário (P3GCli)
*Micaxisto (P3GCsc)
*Conglomerado com cascalho de granito textura granular fina (P3GCco)
*Metavulcânicas (P3GCvo)

4.2.3.17.1. Metavulcânicas (P3GCvo)

Esta é uma unidade litológica menor na folha cartográfica, que ocorre como uma lente tectónica
única, justaposta de encontro às rochas de fácies granulítica do Complexo de Unango num
conjunto transcorrente complexo, numa zona de cisalhamento dúctil.
No entanto, isto parece ser uma unidade distinta nos dados aeromagnéticos e a sua importância
para o contexto tectónico é sublinhada adiante.
* O tipo de rocha aflorante consiste numa rocha aparentemente máfica, com textura granular
muito fina, intensamente meteorizada para uma coloração superficial de tom laranja baço.
Contém porfiroblastos visíveis de mineral cúbico negro, possivelmente magnetite. A rocha
contém uma foliação incipiente. Em algumas manchas a rocha parece estar silicificada e ter uma
textura granular mais fina sem fenocristais: a rocha tem uma estratificação composicional pouco
nítida, que não foi possível verificar devido reduzido tamanho do grão. Isto é possivelmente um
metatufo.
*Num afloramento, são observadas vénulas finas, de coloração escura, que parecem ser
pseudotaquilíticas. Estas estruturas são comuns nesta unidade litológica e são frequentemente
muito extensas, de tal modo que camuflam as texturas vulcânicas primárias: estas estruturas estão
provavelmente relacionadas com a justaposição das diferentes unidades tectónicas nesta área.
*Em secções finas, esta unidade apresenta remanescências de uma textura porfirítica, com
fenocristais de quartzo e plagioclase com até 3mm numa matriz com textura granular fina,
predominantemente de quartzo. Apesar de esta rocha ter sido sobreposta por microfalhas frágil-
dúcteis, evidencia metamorfismo limitado. A ausência de metamorfismo e a natureza vulcânica
desta litologia torna improvável que faça parte do Complexo de Unango, apesar de estar
tectonicamente justaposta em todos os lados dos granulitos do Complexo de Unango. A afinidade
desta unidade litológica é certamente duvidosa, mas têm existido tentativas de a atribuir ao Grupo
Ceci: é provavelmente uma escama tectónica com origem distante, ao contrário das unidades de
calcários e conglomerados em outros conjuntos do mesmo sistema de zona de cisalhamento. De
facto, existe a possibilidade de que o conglomerado descrito abaixo tenha sido derivado de tal
unidade vulcânica (NGU, 2007).

4.2.3.17.2. Conglomerado com cascalho de granito com textura granular fina (P3GCco)

Uma unidade menor e fina de conglomerados encontra-se presente na parte sudoeste da folha
1235 Macalone-Chiconono.

* Esta unidade é interpretada como uma lente tectónica.


*A sua matriz rica em sericite com textura granular fina exibe uma foliação marcada onde os
clastos são apenas moderadamente deformados, com uma foliação com inclinação acentuada para
noroeste e direcção aproximadamente para nordeste-sudoeste.
*Os clastos são amigdalóides com vesículas preenchidas por calcite.
*O conglomerado é aparentemente monomíctico e suportado por matriz, com clastos meta-
vulcânicos arredondados a sub-angulares, que variam de alguns centímetros a 20-30 cm de
tamanho.
*O conglomerado tem mais de 10 m de espessura mas os seus contactos e extensão são
desconhecidos.
** Os clastos compreendem uma rocha acinzentada clara composta por plagioclase, sericite,
calcite, magnetite e leucoxena, formando uma textura granular fina (0,01 a 0,1mm) e
alotriomórfica, típica vulcânicas de baixo grau (fácies de xisto verde inferior), máficas e
intermédias. As amígdalas (até 1mm de diâmetro) são abundantes e são preenchidos por calcite
com uma lineação fina de quartzo com textura granular fina, indicando erupções marinhas em
ambiente de profundidade reduzida ou sub-aéreas, como fonte das rochas vulcânicas.
**A composição química é alterada, mas as proporções estáveis de oligoelementos sugerem um
precursor fraccionado de basalto alcalino (NGU, 2007).

4.2.3.17.3. Micaxisto (P3GCsc)

Pinna et al. (1993) registaram rochas xistosas de espessura não definida como uma unidade basal
do Grupo Geci.
*A sul da Serra Geci (UTM 733892 8572596), um afloramento de micaxisto pequeno e isolado
foi observada a cerca de 2km a sul dos carbonatos. Este local é considerado parte de uma lente
tectónica, na qual podem aflorar as unidades basais do Grupo Geci.
*Estas encontram-se isoladas dos carbonatos do Grupo Ceci, mas podem fazer parte do mesmo
sistema tectónico.
*Mais para oeste (UTM 731555 8576358), diversos pequenos afloramentos de xistos brancos
com textura granular extremamente fina e com muscovite, ricos em quartzo e possivelmente com
fibrolite ocorrem conjuntamente com um xisto clorítico mais magnésico com pirite.
**Estas rochas são interpretadas (NGU, 2007) como sendo muito deformadas ao longo do bordo
tectónico ocidental do Grupo Ceci.
*É possível que esta zona tectónica possa ter envolvido rochas supracrustais do Grupo Ceci
durante o desenvolvimento do cisalhamento.

4.2.3.17.4. Calcário (P3GCli)

O núcleo das lentes é menos deformado e as rochas preservaram estruturas primárias


sedimentares e contactos orientados 820a leste-nordeste, com um ângulo de inclinação de 70-800
para sudeste.
Foram reconhecidas três litologias principais na lente:

*Litologias estratificadas ou laminadas


*Litologias maciças ou graduadas com aspecto clástico
*Litologia sedimentar tipo brecha

*As rochas carbonatadas estratificadas e laminadas são as litologias dominantes.


*A estratificação é muito regular, e é principalmente devida à alternância entre camadas
indistintamente laminadas, medianamente cristalizadas, cinzentas claras e com uma espessura de
1-30 cm e camadas ricas em silte, com textura granular fina, cinzentas escuras com alguns
milímetros de espessura.
**Algumas camadas apresentam laminação rítmica.
*As rochas carbonatadas maciças com fabric clástico ocorrem como corpos com 10-80 cm de
espessura, que geralmente variam gradualmente ao longo da direcção para camadas distintamente
gradadas. Habitualmente, apenas duas unidades podem ser reconhecidas nas camadas gradadas. A
camada começa com uma unidade espessa de meta-arenito carbonatado gradado (clástico,
carbonatos depositados) e termina com uma unidade delgada, com textura granular fina, rica em
silte.
*As brechas sedimentares carbonatadas ocorrem esporadicamente em diversos locais. No entanto,
devido ao dobramento não é possível inferir se existem várias camadas ou apenas algumas, que
sejam tectonicamente repetidas. As brechas têm contactos "afiados" pela erosão relativamente às
camadas carbonatadas subjacentes. As brechas consistem em fragmentos suportados tanto por
matriz como por clastos, sendo o cascalho e os clastos mais pequenos essencialmente compostos
por dolomite, que aparenta ser de tom cinzento claro na superfície meteorizada e de tom cinzento-
escuro na superfície mais recente.
**As rochas podem ser categorizadas como doloruditos quando são dominadas por clastos
dolomíticos. Em alguns locais, a composição dos clastos é mais diversa. A maioria de clastos é
angular e lamelar a sub-arredondada. A matriz é cinzenta, com textura granular fina, de material
carbonatado com aparência bastante maciça.

4.2.3.18. Intrusões Neoproterozóicas a Paleozóicas

Foi distinguida uma grande variedade de rochas ígneas que não são parte integrante dos
complexos de gnaisses Meso a Neoproterozóicos no nordeste de Moçambique. Em termos de
idade, estas variam do Neoproterozóico ao Jurássico, apesar de predominarem as intrusões Pan-
Africanas sintectónicas a pós-tectónicas
4.2.3.18.1. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Unango

Estas intrusões incluem os seguintes corpos magmáticos:

Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Unango


*Diques básicos a ácidos (P3gb, do, gd, gr)
*Pórfiro de quartzo do Monte Sanga (P3MS):
*Sienito nefelínico do Monte Chissindo (799 ±8 Ma, U-Pb) (P3CH):
*Sienito do Monte Naumale (P3NC)

4.2.3.18.1.1. Sienito do Monte Naumale (P3NC)


(755±115Ma)

O Monte Naumale é a continuidade de uma crista montanhosa para sudeste de Meponda,


atingindo uma altitude máxima de 851 m acima do nível do mar (a UTM 36S 704620, 8511800).

*Compreende um complexo de rochas sieníticas leucocráticas alcalinas, incluindo sienito


nefelínico, sienito feldspático alcalino e rochas de piroxena anfibólicas-Na (Lulin et al., 1985).
*O complexo tem um comprimento de 9 km por 0,5 a 2 km de largura.
*É bastante maciço na parte central e mais foliado e milonítico em direcção ao contacto com os
gnaisses biotíticos circundantes.
*É muitas vezes porfirítico com grandes cristais de feldspato potássico.
*É atribuída uma idade de instalação de 755±115Ma (reactivada há cerca de 538 Ma) para o
sienito do Monte Naumale (Lulin et al., 1985).

4.2.3.18.1.2. Sienito nefelínico do Monte Chissindo (P3CH)


(799 ±8 M a, U-Pb)

O Monte Chissindo está situado na parte oeste da folha 1235 Macaloge-Chiconono (UTM 36S
731230, 8624610). Com uma altura de 1581 m relativamente ao nível médio das águas do mar,
encontra-se cerca de 800m acima das rochas das planícies do Karoo, a norte, e das rochas
granulíticas, a sul.

As novas investigações do NGU (2007) podem ser resumidas do seguinte modo:


*A planície de inundação ao longo do Rio Messinge, a jusante do Monte Chissindo, é
extremamente fértil. Os sedimentos da planície de inundação são provavelmente enriquecidos em
fosfatos meteorizados a partir do Monte Chissindo.
*Uma crista estreita orientada a norte-noroeste, imediatamente a leste do Monte Chissindo, tem
subjacentes milonitos de uma zona de cisalhamento principal. Uma variedade de rochas
cisalhadas são preservadas no cisalhamento que se encontra localmente mineralizado.
*Diques gabróicos que atravessam enderbitos maciços na secção leste do Monte Chissindo
exploraram a zona de cisalhamento.
*As rochas encaixantes imediatamente a leste do Monte Chissindo são gnaisses migmatíticos
biotíticos e anfibolito-plagioclásico. Estes são separados de rochas granofélsicas (enderbitos)
maciças pela zona de cisalhamento orientada a norte-noroeste.
*O lado leste do Monte Chissindo é composto por rochas sieníticas. Secções finas mostram que
os sienitos estão deformados com uma foliação de biotite secundária, deformando os minerais
félsicos com calcite secundária comum. Estes efeitos podem dever-se ao cisalhamento que se
identifica ao longo da margem leste da intrusão.

*O sienito é composto primariamente por biotite, horneblenda/anfíbolo alcalino, plagioclase,


feldspato potássico e quartzo, com presença menor de sericite, calcite, muscovite, zircão, titanite
e minerais opacos.
*Também ocorre rocha intensamente deformada e alterada, com grãos de quartzo e feldspato
deformados e cercados: estes exibem grãos de quartzo recristalizados em agregados de grãos de
dimensão muito reduzida. São comuns os intercrescimentos dos vários tipos de feldspato. O
feldspato potássico subédrico apresenta sobrecrescimentos albíticos irregulares, bem como a
presença de calcite secundária.
*O quartzo é intersticial relativamente aos feldspatos. Os flocos castanhos de biotite estão
concentrados em trilhos ou aglomerações. A calcite corresponde a uma fase comum de
recristalização. O zircão ocorre em trilhos de grãos relativamente grandes com até 1 mm de
diâmetro.
*Através da datação por laser ICP-MS de zircões da amostra 31997 (UTM 36S 733103, 8625759)
foi atribuída uma idade de 799±8 Ma.

4.2.3.18.1.3. Quartzo-pórfiro do Monte Sanga (P3MS)

O pórfiro quartzo-feldspático e o granito porfirítico formam a totalidade da Massa do Monte


Sanga a partir da crista do tipo dique de pórfiro quartzo-feldspático em UTM 36S 756852,
8629198 e da colina em UTM 36S 756891, 8632816 e a sul do rochedo principal sob o Monte
Sanga (UTM 36S 754664, 8630780) e a ravina a nordeste (UTM 36S 754484, 8630700).

*Este complexo intrusivo porfirítico, na folha 1235 Macaloge-Chiconono, inclui pórfiro quartzo-
feldspático, granitos porfiríticos e micro-granitos com rochas dioríticas menores e uma suíte de
diques basálticos.
*O pórfiro quartzo-feldspático é uma rocha ígnea rica em feldspato, de tom cinzento rosado, na
qual a foliação apenas se desenvolve localmente, formando-se num grau baixo, provavelmente de
epídoto-xisto verde.
**A rocha contém alguns fenocristais de quartzo aproximadamente euédricos, estando alguns
inseridos numa matriz com textura granular fina.
**Existem também alguns fenocristais pertíticos de feldspato potássico e horneblenda secundária
de dimensão reduzida na matriz que inclui minérios opacos com textura granular fina e
plagioclase.
*O granito porfirítico é rosa e localmente contém biotite e minerais de minério de ferro.
*Contém igualmente uma foliação localizada com a presença de algum epídoto em pequenas
fracturas.
*Nos locais em que a rocha não apresenta foliação, podem observar-se fenocristais de quartzo
transparentes e arredondados com 2-3 mm de diâmetro.

Estas rochas são atravessadas por micro-granitos ou diques aplíticos e também por diques
basálticos:

*Os numerosos diques basálticos nesta área têm um cinzento esverdeado escuro, habitualmente
com pequenos feldspatos e pirite disseminada. A orientação habitual dos diques é 120-300NE e
estes são aproximadamente verticais.
*Alguns diques têm finos veios de epídoto recentes.
*Outros diques são mais maciços e contém feldspatos de plagiocase brancos, quase euédricos, de
grandes dimensões e normalmente com ausência de foliação (por exemplo, nas localizações UTM
36S 757930, 8629198 e UTM 36S 756115, 8629046). Em UTM 36S 770147, 8647998 a crista é
composta por uma rocha semelhante a uma rocha diorítica com xenólitos máficos com textura
granular fina.
*Mais para norte em UTM 36S 754550, 8632004, existe um corpo de rocha diorítica associada a
intrusões basálticas e de micro-granito.
*A noroeste da estrada principal para norte, em UTM 36S 763830, 8641476, existe um corpo de
rocha granítica localmente deformado à gradação de xisto verde. Não há certezas sobre se a rocha
micro-granítica está relacionada com este facto, uma vez que esta tem uma textura mais
granoblástica, apresentando apenas uma ligeira deformação causada pela exposição a tensão
(NGU, 2007).
*A idade intrusiva destas rochas é desconhecida, mas é pouco provável que sejam da mesma
idade dos granitos situados mais a nordeste.

4.2.3.18.2. Diques básicos a ácidos (P3gb, do, gd, gr)


(P 3do: 988 ± 20 Ma)

Ocorrem numerosos diques variando, em termos de composição, de basálticos a graníticos em


várias áreas no Complexo Unango, mas estes encontram-se particularmente concentrados numa
área para leste do Graben de Maniamba, na folha 1235 Macaloge-Chiconono, e ao longo da
fronteira com o Malawi, desde aproximadamente Meponda, a noroeste, e em direcção a sudeste,
nas folhas 1334 Meponda, 1335 Lichinga, 1435 Mandimba e 1436 Cuamba.
A leste do Graben de Maniamba, parecem ter uma orientação preferencial a nordeste-sudoeste,
isto é, paralela à direcção da bacia do Karoo, embora existam outras direcções igualmente
comuns.
A sul, é comum uma orientação a noroeste-sudeste, isto é, paralela à extensão da Suíte de Niassa,
embora também ocorram frequentemente outras orientações.

*A espessura dos diques varia entre menos de um metro a várias dezenas de metros. A variação
em termos de composição, orientação e deformação indica claramente que estes pertencem a
várias idades diferentes.
*A maior parte destes diques é formada por uma composição básica na área leste do Graben
de Maniamba. Têm uma espessura de 10-50m e são variavelmente porfiríticos com cristais de
plagioclase euédricos com até 3 cm de comprimento.
**A análise química mostra uma composição basáltica normal com ~50% SiO2.
**O interior destes diques apresenta-se virtualmente não deformado, no entanto os diques
mostram-se claramente afectados pelo metamorfismo de fácies de xisto verde.
**Estes apresentam uma textura ofítica com ripas de plagioclase aciculares e irradiantes numa
matriz microcristalina de biotite castanha, calcite e alguns grãos opacos. Em alguns diques a
matriz é alterada para clorite e epídoto.
*Quando observados ao microscópio, os diques apresentam uma textura ofítica bem preservada
com cristais de plagioclase em forma de ripa com 0,2-0,3 mm, que se encontram parcialmente ou
completamente incluídos nos cristais de clinopiroxena. A magnetite e a leucoxena correspondem
a fases secundárias.
**A clinopiroxena (provavelmente augite) é parcialmente substituída pela clorite.
** As ripas de plagioclase e fenocristais encontram-se fortemente alterados para um conjunto
saussurítico denso, maioritariamente constituído por epídoto, sendo que o último reflecte a
natureza cálcica do feldspato primário.
*Diques máficos a intermédios ocorrem em diversos locais nas folhas 1234 Meponda e 1235
Lichinga.
*Os diques ultramáficos têm sido encontrados na parte sul da folha de Lichinga. Com base na
sua aparência, nas relações de entrecruzamento e no grau de sobreposição metamórfica, os diques
são obviamente de idades diferentes. Os diques mais antigos são geralmente mais retrógrados e
frequentemente contêm biotite, muscovite ou clorite, formadas especialmente devido às fases
máficas.
*Foram observados diques ultramáficos nos afloramentos de gnaisses bandados e migmatitos
homogéneos de maiores dimensões.
**Os diques são finos (menos de 5m) e não podem ser representados fora dos seus afloramentos
individuais. Os diques de maiores dimensões têm orientações variáveis (noroeste-sudeste, norte-
noroeste - sul-sudeste, nordeste-sudoeste).
** Os diques são compostos por rochas pretas com textura granular fina e grandes (até 2 cm de
comprimento) ripas irradiantes de anfíbolo. Os grãos de sulfite e magnetite pequenos e
disseminados são ubíquos.
**Os diques mais espessos têm margens arrefecidas. Estes diques pertencem provavelmente a
apenas uma geração.
*Os diques doleríticos ou máficos formam pelo menos duas gerações, mas ambos atravessam
características estruturais e de textura nos vários gnaisses.

*A geração mais antiga dos diques é mais comum na parte sul da folha 1335 Lichinga. São
geralmente rochas retrógradas com textura granular fina e ripas de feldspato menores (<5%)
aleatoriamente orientadas com até cerca de 5 mm de comprimento. Geralmente, os diques mais
espessos (0,2-5 m) têm margens de arrefecimento preservadas.
*Normalmente, os diques têm uma orientação noroeste-sudeste, o que corresponde à direcção
comum de várias falhas e fracturas perto do Lago Niassa.
*As secções finas revelam uma textura magmática definida por ripas de plagioclase irradiantes. A
biotite substituiu completamente os minerais máficos primários como grãos irregulares
intersticiais à plagioclase. A muscovite ocorre em quantidades menores como fase de
recristalização e os minerais opacos encontram-se disseminados como grãos de reduzidas
dimensões ao longo da secção delgada.
*São identificadas várias fracturas e falhas que estão relacionadas com a abertura do rifte,
especialmente próximo do Lago Niassa. Estas têm, normalmente, direcção noroeste-sudeste (ou
seja, 120º) e um ângulo de inclinação vertical.
**Algumas destas estruturas de falha serviram de percurso para o magma com composição
basáltica a andesítica.
*Normalmente, os diques têm 10-100 cm de largura e geralmente têm margens arrefecidas com
1-3 cm de largura. Estes têm uma textura granular muito fina e um aspecto quase vítreo e contêm
ripas milimétricas de plagioclase e fenocristais dispersos de plagioclase e piroxena subédrica a
euédrica. Os óxidos/hidróxidos de ferro formam uma rede de grãos de formato dendrítico ou em
ripa. A matriz consiste numa massa submicroscópia, de tom castanho esverdeado, de minerais
argilosos e clorite, que provavelmente teve origem em vidros vulcânicos ou grãos minerais
submicroscópios.
**Comparando estes diques com os diques presumivelmente mais antigos existentes mais a sul, e
anteriormente descritos, os anteriores têm uma textura granular mais fina e um aspecto mais
vítreo e a matriz e os fenocristais encontram-se mais bem preservados. Portanto, estes devem ser
muito mais recentes, estando provavelmente relacionados com a formação de rifte ao longo do
Lago Niassa.
*Os diques gabróicos (P3gb) na folha 1436 Cuamba apresentam predominantemente uma
orientação diferente, a sudeste-nordeste: alguns dos diques podem ser seguidos ao longo de mais
de 20 km e muitos deles são claramente colineares às principais zonas de fractura. São também
encontrados diques de composição semelhante, mas com orientações diferentes (oeste-sudoeste -
leste-nordeste e norte-noroeste - sul-sudeste).
*Os diques intermédios a leste do Graben de Maniamba são mais ricos em plagioclase.
Habitualmente, estes apresentam uma textura porfirítica com cristais de plagioclase com até 0,5
cm numa matriz mais fina. Os sulfuretos com textura granular fina podem ser encontrados
disseminados nas rochas. Estes diques têm um teor de SiO2 de ~60%.
*Diques traquíticos microporfiríticos afloram nas folhas 1435 Mandimba e 1436 Cuamba.
Foram considerados a fase mais recente em grandes afloramentos de gnaisses do Complexo de
Unango, como diques sub-verticais de tom azul-cinzento, orientados a noroeste-sudeste. Os
feldspatos e microfenocristais máficos ocorrem numa matriz de bandado de fluxo. Em secções
finas (folha 1436 Cuamba, UTM 36S 821639, 8425874), os fenocristais de feldspato podem ser
vistos como sendo grãos subédricos alterados de ortoclase, microclina e micropertite com um
zonamento localizado concêntrico. Estão inseridos numa matriz com textura granular fina de
flocos de tom verde-castanho de dimensão reduzida (provavelmente horneblenda), biotite,
titanite, minerais opacos, quartzo e feldspato. Existem sobrecrescimentos de titanite nos minerais
opacos, o que sugere que estes sejam ilmenite.
*Podem também ser encontrados diversos diques micrograníticos a leste do Graben de
Maniamba. Com base na sua localização e orientação preferencial, paralela à bacia, assume-se
que os diques foram intruídos em relação à formação do graben. No entanto, estes diques nunca
foram vistos a intruir o Supergrupo Karoo, devendo, portanto, ser anteriores à deposição de
sedimentos.
*Os diques de micro-granito orientados a noroeste-sudeste ocorrem na folha 1235 Lichinga e
podem ser rastreados ao longo de dezenas de quilómetros como elementos de cristas apesar de
individualmente terem menos de 100 m de espessura. Estes são rochas homogéneas, meteorizadas
a rosa com fenocristais de feldspato com textura granular fina e biotite disseminada numa matriz
félsica. São geralmente bastante ricas em magnetite. A matriz consiste em quartzo e feldspato
altamente alterado (provavelmente plagioclase e feldspato potássico). Os minerais opacos
encontram-se disseminados através da rocha como grão de dimensão reduzida. Estão presentes
vestígios de muscovite secundária. Os fenocristais de feldspato encontram-se altamente alterados
com sobrecrescimentos micáceos castanho claros (NGU, 2007).

4.2.3.19. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Marrupa

As intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Marrupa incluem as seguintes


intrusões graníticas a granodioríticas, bem como um extenso complexo de diques máficos:

Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Marrupa


*Complexo de dique máfico (do)
*Granito (P3gra)
*Granodiorito de Serra Mecula (P3gdi)

4.2.3.19.1. Granodiorito de Serra Mecula (P3gdi)


(incluindo a Intrusão do Monte Nheu)

A Serra Mecula é uma montanha pronunciada no limite entre as folhas 1137 Macalange e 1237
Mecula, elevando-se mais de 1000 metres acima das planícies envolventes.

*De um modo geral, é constituída por granodiorito maciço de textura granular média. Partes da
intrusão são mais sieníticas em termos de composição, com texturas acumuladas definidas por
ripas de feldspato alinhadas. As rochas são foliadas localmente com um fabric lenticular definido
por lentes máficas, assim como félsicas, numa escala centimétrica. Os veios aplíticos e
pegmatíticos menores têm a mesma composição que o granodiorito hospedeiro, o que sugere que
estes sejam comagmáticos. No entanto, os veios atravessam a foliação na rocha hospedeira, o que
sugere que o granodiorito é sintectónico, sendo os veios pegmatíticos formados nas últimas fases
de deformação.
*É encontrada uma outra intrusão menor de igual composição a noroeste, no Monte Nheu (UTM
37S 381000, 8702000).
*As secções finas mostram que o constituinte principal é o feldspato alcalino subédrico a
anédrico (60-65%), que é em parte meso-pertite e parcialmente ortoclase com bolhas de
plagioclase. Localmente, as ripas de feldspato apresentam uma orientação paralela ao bandado
definido por camadas máficas. Os grãos de quartzo (5-10%) e plagioclase (5-10%) são
intersticiais aos grãos de feldspato alcalino. A titanite (2-5%) apresenta-se habitualmente em
grãos fracturados, arredondados, em camadas máficas de horneblenda e clinopiroxena (modo de
combinação de 10-25%). Os grãos de clinopiroxena têm cores verdes claras e são parcialmente
substituídos por horneblenda. A horneblenda também ocorre como grãos verdes escuros. A
biotite e os minerais opacos são raros (NGU, 2007).

4.2.3.19.2. Granito (P3gra)


(Granitos Matondovela e Nanlicha)

Estão também presentes pequenas intrusões graníticas sin-tectónicas nas folhas 1237 Mecula e
1137 Macalange.

*Aparentemente, existe um corpo de maiores dimensões (12 x 7 km de extensão) cerca de 30 km


a nordeste de Matondovela (UTM 37S 313000, 8680000). Esta unidade encontra-se bem expressa
pelos dados geofísicos.
*Uma outra unidade é encontrada a sul da folha Mecula, cerca de 6 km a sudoeste de Nanlicha.
*Esta unidade é composta por um granito leucocrático, quartzo-porfírico, foliado e com textura
granular milimétrica. Observa-se que esta intersecta a foliação no gnaisse granodiorítico bandado
migmatítico envolvente.
*Este granito leucocrático é também bastante semelhante a intrusões graníticas semelhantes a
diques de pequena extensão (também chamados "leptitos" (Pinna et al., 1993)), que estão
presentes em numerosas localidades (NGU, 2007)

4.2.3.19.3. Complexo de dique máfico (do)

Nas folhas 1337 Marrupa e 1237 Mecula, afloram vários diques máficos recentes e alguns
estendendo-se ainda para a folha 1238 Xixano.
Os diques ocorrem numa cintura com 5 a 10 km de largura e estendem-se pelo menos ao longo de
220 km na direcção nor-nordeste-su-sudoeste.
Os principais diques gabróicos são apresentados na folha 1436 Cuamba. Ocorrem ambos nos
Complexos de Marrupa e Unango. Foram também encontrados vários diques finos de
microgabro.

*Os diques individuais têm apenas alguns metros de largura. Foram encontrados apenas alguns
afloramentos, no entanto, estes estão bem definidos na magnetometria de alta-resolução, devido
às suas elevadas assinaturas magnéticas e às suas relações de intersecção com os gnaisses do
Complexo de Marrupa.
*Os diques têm textura granular muito fina, são escuros e de aspecto vítreo e contêm algumas
ripas de feldspato visíveis.
*As secções finas revelam uma textura ofítica de ripas de plagioclase com 0,2-1 mm de
comprimento, clinopiroxenas com 0,1-0,5 mm de comprimento e uma massa de vidro vitrificado
castanho com texturas irradiantes. A ortopiroxena é um mineral acessório juntamente com gãos
dispersos de magnetite com 0,1-0,2 mm.
*A ortopiroxena é bronzite:
*A plagioclase é labradorite-bytownite (An67-An70) com até 5 mol% Fe3+ substituindo Al.
*Os diques claramente seguem uma zona de fraqueza da crosta: a sua direcção é paralela a
diversas zonas de fractura que são especialmente abundantes nas folhas 1236 Macalange e 1237.

4.2.3.20. Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Xixano

As intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo Xixano incluem as seguintes unidades:

Intrusões sintectónicas a pós-tectónicas no Complexo de Xixano


* Suíte de Tundo: plutões sieníticos Jurássicos e diques sieníticos e doleríticos (Jrsy, sy, do)
*Suíte de Niassa (CaN)
*Suíte de Malema (CaM)
*Suíte de Murrupula (CaR)
*Suíte de Maco (P3CM)
*Suíte do Monte Miruei (P3Mir)
*Dique alcalino (lamproíto) (la)
*Gabro Olivínico do Monte Messuse (P3og) Gabro Olivínico do Monte Messuse (P3og)

4.2.3.20.1. Gabro olivínico do Monte Messuse (P3og)

Um maciço montanhoso proeminente que é dominado por rochas charnoquíticas está localizado
na parte norte-central da folha 1338 Namuno.

*Na parte sudeste da folha, no Monte Messusse, observa-se um leuco-gabro maciço, não foliado,
homogéneo, de tom cinza esverdeado com textura granular grosseira a média e grãos de
plagioclase com até 5-10 mm e aproximadamente 20-30% de minerais máficos.
*O corpo tem 10 km de comprimento e até 5 km de largura. Perto do topo da montanha, é
também possível encontrar um gabro quase pegmatítico com textura granular muito grosseira e
grãos máficos com até 2-3 cm e fragmentos de gabro com textura granular média e possíveis
estruturas de fluxo magmático em torno de xenólitos de gabro dolerítico com textura granular
fina.
*O gabro é leucocrático e heterogranular e contém 60-70% de plagioclase, como ripas não
orientadas com textura granular grosseira, habitualmente com 4 -8 mm de comprimento. As
secções finas mostram que a olivina relativamente recente constitui 20-25% do volume da rocha.
A olivina é parcialmente envolvida por clinopiroxena ou talco. Nesta orla, é possível encontrar
anfíbolo pleocróico (pargasite de titânio) e espinela verde (hercinite). As fissuras na olivina são
habitualmente preenchidas com talco e secundariamente por carbonato, serpentina e magnetite.
São também encontradas variedades mineralogicamente semelhantes e com textura granular
média (0,5 -1,5 mm) em UTM 37S 443851, 8547858 (NGU, 2007).

4.2.3.20.2. Diques alcalinos (lamproíto) (la)

Foram encontrados dois diques de características alcalinas na folha 1238 Xixano em (UTM 37S
419790, 8571053) e (UTM 37S 420282, 8570772).

* Os diques parecem ser muito finos (<10m de largura) e assumir uma direcção NNE-SSO. São
cinzentos-escuros com uma fraca cor esverdeada e têm textura granular fina a média. Num deles
observou-se uma ligeira foliação paralela à direcção da intrusão.
*A rocha foi estudada com algum detalhe numa secção fina (NGU, 2007):
**A rocha tem uma mineralogia pouco usual: Consiste em 40% de sanidina que é
incontestavelmente bem zonada em secções finas. Tem como característica uma cor azul fora do
comum especialmente na parte exterior dos grãos. As figuras de interferência nos centros de
diversos grãos são indistintas, mas mostraram claramente sinal negativo, com um plano óptico
normal de geminação proeminente (010) provavelmente da lei de Carlsbad. Estas propriedades
são consistentes com as da sanidina de baixa temperatura, que é característica de rochas ígneas de
arrefecimento rápido.
A rocha é caracterizada por uma composição química fora do comum:
**As análises minerais do feldspato mostram teores de K2O de 16,4 - 16,9%, valores de Al2O3 de
12,6 - 15,8% e valores de SiO2 de aproximadamente 63%. A característica mais notável é, no
entanto, os valores de FeO entre 2,4 - 6,2%, o que é muito pouco habitual para o feldspato. O teor
de Na2O é baixo (0,1% ou menos), o que significa que o zonamento visível em secções finas se
deve à variação do teor de Fe. Pensa-se que o Fe substitua o Al na estrutura mineral. O feldspato
pode também conter até 0,4% de BaO e vestígios de TiO2.
*** Cerca de 40% da rocha é arfvedsonite, um anfíbolo alcalino. Este mineral apresenta
igualmente uma cor azulada pouco comum e é caracterizado por um ângulo de extinção de
aproximadamente ~45o. Análises efectuadas à arfvedsonite mostram uma composição que
dificilmente terá sido alguma vez reportada na literatura (P Robinson, pers. comm., 2006). Os
teores de K2O e Na2O correspondem a 5 - 6%, FeO 12,7 - 13,3% e MgO 13,0 - 15,4%. O TiO2
atinge os 3,5%, e o CaO aproximadamente 1,5%. Os elevados teores de K2O e FeO são
especialmente invulgares para este mineral. Os restantes minerais são o quartzo (10%) e rútilo
(~3-4%), o que tornaria esta rocha numa interessante fonte de titânio, se ocorresse em grandes
volumes, e 2-3% de zircão. A cor e ausência de danos de radiação em torno dos grãos de zircão
indicam que tem um baixo teor U-Th, o que iria dificultar a datação por U-Pb. Outro mineral
invulgar encontrado nesta rocha é a barite, que ocorre como grãos intersticiais em quantidades de
até 2-3%. A hematite é também encontrada em pequenas quantidades.
** As características ópticas e resultados por espectroscopia dispersiva de Raios X (EDS) do
anfíbolo indicam uma rocha francamente magnesiana, peralcalina (agpaítica), daí ser
relativamente primitiva, estando a maior parte do Fe em estado férrico. A abundância de rútilo
também sugere que a rocha apresenta uma ausência significativa de ferro ferroso. A abundância
de zircão e quartzo sugerem um magma altamente silicioso. A abundância de barite e hematite
associada sugerem uma alteração hidrotermal pós-ígnea, que é fortemente sugerida pelas relações
ao nível da textura da barite.
**O invulgar tom amarelo claro e a ausência de halos pleocróicos circundantes sugerem uma
composição de rútilo invulgar.
*A rocha pertence à família dos lamproítos, mas a presença de quartzo é invulgar neste tipo de
rochas.

Todos estes dados apontam para que estes diques sejam parte de uma província magmática
invulgar, assim como para a possível existência de um sistema de alteração hidrotermal mais
recente.
Supõe-se que a idade seja Paleozóica, porque são encontradas rochas com geoquímica semelhante
na Província de Niassa, onde ocorrem rochas de idade Paleozóica.
Cerca de 100 km a norte, existe uma pequena bacia de rifte de sedimentos do Karoo que tem a
mesma direcção dos diques.
Os diques podem também estar relacionados com esta formação de rifte (NGU, 2007).

4.2.3.20.3. Suíte do Monte Miruei (P3Mir)

4.2.3.20.3.1. Gnaisse granítico


(749±20 Ma, U-Pb) (545±9 Ma, U-Pb)

Os leucogranitos gnáissicos formam pods alinhados na parte sudeste do Complexo de Unango,


principalmente na área de Metarica, e em folhas mais contínuas na parte sudeste da folha 1436
Cuamba.

*Estão subjacentes a inselbergs impressionantes com rocha de cisalhamento com altura superior a
várias centenas de metros, com uma aparência característica meteorizada e mosqueada a laranja-
rosado.
*São rochas leucocráticas, com textura granular média, geralmente maciças, mas localmente
laminadas. Os veios internos félsicos são raros e paralelos a uma gnaissosidade variavelmente
desenvolvida à escala centimétrica.
*Os feldspatos subédricos rosa-brancos e a magnetite disseminada são comuns e a biotite está
localmente presente com granadas raras. O quartzo está presente em quantidades variáveis (NGU,
2007).

4.2.3.20.4. Suíte de Maco (P3CM)

4.2.3.20.4.1. Granito porfirítico


(564 ±4 Ma, 573±17 Ma, U-Pb, 577 ±18 Ma, 607 ±6 Ma)
Na parte central da folha 1338 Namuno, a Suíte do Monte Maco é constituída por vários corpos
de composição granítica. O nome deriva do Monte Maco, que é a montanha mais alta na zona
(UTM 37S 456000, 8506000) atingindo os 1219 m acima do nível do mar.
As intrusões são claramente posteriores à principal deformação penetrante Pan-Africana; não se
observam deformações nas partes centrais das intrusões de maior dimensão, mas as orlas são de
algum modo afectados pelo evento Pan-Africano.

*Jamal (2005) datou um dos maciços a sul da cidade de Namuno (UTM 37S 466452, 8507328) e
obteve uma idade de 607 ±6 Ma.
*Foi datada uma intrusão menor mais a oeste (UTM 37S 415746, 8508958), tendo sido obtida
uma idade de 577 ±18 Ma. Esta datação foi também efectuada por Jamal (2005), (UTM 37S
416014, 8508875) que obteve uma idade de 564 ±4 Ma.
**Este pequeno corpo está dentro da zona de milonitos entre os complexos de Marrupa e Xixano
e é afectada por um evento tectónico de há 397±19 Ma, que se pensa representar a reactivação
desta duradoura zona de cisalhamento.
*As idades da Suíte de Maco são ligeiramente mais antigas do que as idades das Suítes de
Malema e Murrupula a sudeste, onde as idades estão entre 508-546 Ma.
*São observadas rochas semelhantes da Suíte de Maco em vários afloramentos pequenos na parte
central da folha 1338 Namuno (por exemplo, UTM 37S 472830, 8501664 e UTM 37S 415746,
8508958).
*Todos os corpos da Suíte de Maco têm uma assinatura magnética positiva.

A rocha é caracterizada do seguinte modo:

*As rochas na Suíte de Maco consistem habitualmente em granitos porfiríticos com fenocristais
de feldspato potássico, geralmente variando entre 1 - 3 cm de tamanho. Os fenocristais podem
constituir até 50% da rocha, mas esta quantidade pode variar. No corpo localizado em UTM 37S
422000, 8511000 a textura porfirítica é pouco desenvolvida. Em UTM 37S 422085, 8514004
existem fragmentos máficos abundantes dispersos no granito.
*O granito é branco a cinzento, por vezes com tom avermelhado. Para além do feldspato
potássico em quantidades até 50%, o quartzo e a plagioclase encontram-se igualmente entre os
principais constituintes. A biotite geralmente ocorre em quantidades de até 5%, mas em algumas
áreas pode ser chega aos 15%.
*Quando observada ao microscópio, a biotite aparenta ser verde a castanha e estar presente em
aglomerações ou agregados. A horneblenda pode também ser encontrada em menores
quantidades. A titanite pode ser encontrada em quantidades de até 2-3%, muitas vezes com um
hábito cristalino bem desenvolvido. Outros minerais são o epídoto e a alanite, a última com uma
textura metamíctica. Os minerais opacos, principalmente a magnetite, ocorrem habitualmente em
quantidades de até 2%, e há também pequenas quantidades de sericite e clorite adicionalmente a
minerais acessórios comuns como apatite e zircão.
*As análises químicas (duas amostras, 33222 e 33266) mostram uma composição granítica
normal. O teor de Na2O é significativamente mais elevado (aproximadamente 5%), o que indica
que a plagioclase da Suíte de Maco tem uma composição albítica (NGU, 2007)

4.2.3.20.5. Suíte de Murrupula (CaR)

A Suíte de Murrupula inclui dois tipos de rocha:

Suíte de Murrupula (CaR)


*Granite (516±9 Ma, U-Pb, Montepuez) (CaRgr)
*Gnaisse granítico com textura granular média a grosseira (508±3Ma, U-Pb) (CaRNbg)
O termo Suíte de Murrupula, foi apresentado pelo Council for Geoscience (CGS) relativamente à
área sul das folhas 1437 Malema e 1438 Ribáuè-Mecuburi. O nome deriva da pequena cidade de
Murrupula, na Província de Nampula.
Reconhecem-se duas subdivisões com base; corpos mais antigos sintectónicos, com aparência
laminada, de ortognaisses biotíticos graníticos e intrusões mais recentes de granito não deformado
a marginalmente e fracamente deformado (foliado).
Das intrusões mais recentes, a maioria é de natureza polifásica, com duas ou mais fases de
intersecção de granito biotítico presentes em muitos afloramentos. Também se encontram
cartografados alguns diques graníticos (CaRgr) e pegmatitos (CaRpg). Muitos dos mais recentes,
encontram-se também registados como depósitos minerais.

*Na zona de Malema-Ribáuè, a Suíte é representada por granito gnaissoso sintectónico com uma
foliação penetrante.
**É importante salientar que a multitude de plutões, pequenos e grandes, de granito não foliado a
fracamente foliado, parecem estar restrictos ao Complexo de Nampula e estão ausentes nos
complexos de Marrupa e Ocua, pelo menos nas folhas 1437 e 1438 (embora estejam presentes no
Complexo de Unango mais a oeste), nas folhas 1535/6 e 1635 a sudoeste.
*Os diques graníticos e os pegmatitos Pan-Africanos, que estão presentes por toda a área, foram
incluídos na Suíte de Murrupula, ainda que a ligação entre eles e os plutões não seja ainda
completamente clara (CGS, 2007).

4.2.3.20.5.1. Gnaisse granítico com textura granular média a grosseira (CaRNbg)


(507,1 ±3,2 Ma, 508±3Ma, U-Pb)

O gnaisse granítico biotítico leucocrático em corpos planos, com textura granular média a
grosseira, fortemente foliado, não migmatíticos a fracamente migmatíticos, tendem a concentrar-
se numa cintura orientada a norte-nordeste que atravessa esta área. Isto é amplamente coincidente
com a Cintura de Lurio, ainda que alguns corpos tenham sido identificados mais a norte no
Complexo de Marrupa, de forma mais nítida a sudoeste de Nipepe. Adicionalmente, as próprias
laminações são invariavelmente alongadas para nor-nordeste - sul-sudoeste, quando se encontram
intercaladas com os gnaisses encaixantes mais antigos.
As áreas maiores subjacentes a este tipo de rochas são encontradas no canto sudoeste da folha
1437 Malema, onde corpos individuais podem ser rastreados durante mais de 30 km no sentido da
sua direcção.
Um corpo, centrado na quadrícula 30-837, parece ter sido instalado numa grande massa de
granulitos do Complexo de Ocua.

Os gnaisses leucograníticos são muito comuns nos complexos Mesoproterozóicos, mas os


granitos sintectónicos de Murrupula podem ser distinguidos dos gnaisses mais antigos pela
ausência de migmatização penetrante.
*A unidade é constituída por um ortognaisse biotítico com textura granular média a grosseira, de
tom cinzento-rosado, com 5-15% de biotite e uma foliação de desenvolvimento variável.
*Estes gnaisses são variavelmente migmatíticos com leucossomas félsicos com magnetite numa
escala de 1-10 cm, essencialmente paralelos ao fabric.
*Os leucossomas e o fabric apresentam-se localmente bastante dobrados: posteriormente, as
bandas de cisalhamento conjugadas intersectam frequentemente a foliação associada a estas
dobras.
*São comuns as lentes máficas finas, com até 10 cm de espessura, e encraves de rochas foliadas
ricas em biotite±horneblenda. Localmente, estas apresentam um crescimento posterior de
porfiroblastos de feldspato potássico.
*Em secções finas, as amostras típicas desta unidade são compostas por ~40% de microclina ou
ortoclase (com alguns poeciloblastos), 25% de plagioclase parcialmente saussuritizada, 30% de
quartzo, biotite castanha ± horneblenda e com magnetite, zircão e titanite como acessórios.
Podem estar presentes alguns flocos de muscovite secundária.
*As manchas analisadas destes domínios de zircão zonados forneceram uma concórdia U-Pb de
507,1±3,2 Ma, interpretada como a idade de cristalização do ortognaisse durante o período
Câmbrico.

4.2.3.20.5. Granito (CaRgr)


(516±9 Ma, U-Pb, Montepuez)

As fases mais recentes da Suíte de Murrupula ocorrem ao longo de todo o Complexo de


Nampula, mas todos os corpos de maior dimensão tendem a ser concentrados ao longo e
sensivelmente paralelos ao bordo norte do complexo, onde formam um maciço montanhoso
impressionante, que atinge os 2 000 m acima do nível médio das águas do mar.
A sul, nas folhas 1635 e 1636 existem numerosos pequenos corpos (extensão de <100 km2),
enquanto na área de Guruè para Ribáuè, próximo da margem norte, os plutões são menos
numerosos mas de maior dimensão, tipicamente com uma área de superfície superior a 200 km 2.

*A intrusão de maior dimensão, conhecida informalmente como o Plutão de Ribaué, forma um


maciço montanhoso impressionante a norte e oeste e cobre mais de 1000 km2. A verdadeira
dimensão desta intrusão é muito maior, pois estende-se em direcção a sul, para lá da área
cartografada.
*Ocorrem afloramentos numerosos e isolados da Suíte na parte sul da área, sendo frequentemente
difícil avaliar o tamanho, forma e formato dos corpos de que fazem parte, uma vez que
comummente não têm outra expressão superficial. Em alguns casos, os dados radiométricos e
aeromagnéticos podem ajudar a resolver esta situação.
*O granito é a rocha mais abundante e forma praticamente todos os plutões, tanto grandes como
pequenos.
*Embora os simples plutões não evidenciem zonamento composicional concêntrico regular (Suíte
de Malema), apresentam uma variação litológica considerável e habitualmente mostram evidência
de múltiplas fases de intrusão granítica.
*A maioria dos plutões é composta por duas fases intrusivas principais: granito rosa, profirítico
de feldspato potássico (no qual é comum o alinhamento do fluxo ígneo dos fenocristais de
feldspato potássico) e uma fase microgranítica mais recente de granito biotítico. Estes são
frequentemente intersectados por múltiplas fases pegmatíticas.
*A fase granítico porfíritica tem fenocristais de microclina e micropertite com até 2 cm (1 cm em
média), inseridos numa matriz de plagioclase de quartzo, subordinada, variavelmente
saussuritizada (com mirmequite), biotite castanha (localmente com rútilo exsolvido, agulhas e
parcialmente cloritizado) e minerais opacos, apatite e zircão, como acessórios.
*É comum o alinhamento dos fenocristais de feldspato potássico por fluxo ígneo. A fase do
microgranito biotítico é mais rica em biotite e plagioclase e é não porfirítica.
*Os plutões são essencialmente não deformados e não foliados nos seus núcleos, mas muitos
tornam-se foliados em vários graus nas suas margens. Por exemplo, é aparente uma forte foliação
nas fácies marginais do granito com textura granular grosseira do Plutão de Ribáuè, na zona
montanhosa a nordeste da cidade. A forma dos plutões tende a ser irregular, mas por vezes com
um modesto paralelismo relativamente ao fabric das rochas mais antigas, sugerindo que os
fabrics mais antigos, tenham, em algum grau, controlado a sua geometria (CGS, 2007; NGU,
2007).

4.2.3.20.6. Suíte de Malema (CaM)

A Suíte de Malema é composta pelas seguintes unidades:

Suíte de Malema (CaM)


*Charnoquito da Serra Messolua (532±52Ma, U-Pb) (CaMch)
*Sienito (CaMsy)
*Granito (CaMgr)
*Complexos circulares da Suíte de Malema

A Suíte de Malema compreende corpos mozoníticos, sieníticos e graníticos Pan-Africanos, assim


como rochas charnoquíticas que ocorrem na parte sudeste da folha 1436 Cuamba e na parte
nordeste da folha 1536 Gurúè.
Nas folhas 1437 Malema e 1438 Bibáuè-Mecuburi, a suíte inclui sete plutões sub-circulares a
elipsoidais, incluindo três complexos circulares granitóides zonados, ao longo de uma linha de
orientação norte-nordeste paralela à Cintura do Lurio, onde intruem rochas dos complexos de
Marrupa e Ocua. Parecem estar particularmente associados à extensão oeste da Cintura do Lurio,
a oeste da zona de maior aplanamento, num regime tectónico em que o estado de tensão que
conduziu a esse aplanamento deu lugar a dobramento.
Integrados na Suíte encontram-se também um número de plutões menores e corpos de granitos
com forma irregular, que têm uma assinatura geofísica idêntica assim como uma expressão
topográfica semelhante nestes complexos circulares.

4.2.3.20.6.1. Complexos circulares da Suíte de Malema

Os complexos circulares da Suíte Malema incluem as seguintes unidades:

Complexos circulares menores da Suíte de Malema


*Charnoquito de Malema
*Plutão de Chiulo
*Plutão do Monte Sirapi
*Plutões da Serra Mancuni
Complexos circulares da Suíte de Malema
*Plutão do Monte Lalaua
*Plutão da Serra Nampatiua
*Plutão da Serra Romulu (e Sienito do Monte Elecha)

Três dos plutões elipsoidais sub-circulares nas folhas 1437 de Malema e 1438 de Ribáuè-
Mecuburi têm composição zonada, e designam-se de oeste para leste: Plutão da Serra Romulo
(quadrícula 31 838); Plutão da Serra Nampatiua (Nampatua) (quadrícula 34 839); Plutão de
Lalaua (quadrícula 41 841).
Outros dois plutões são sub-circulares numa projecção plana, mas parecem ser compostos apenas
por granito: *Plutões da Serra Mancuni (quadrícula 30 835 e Plutão do Monte Sirapi (quadrícula
36 839). O corpo charnoquítico de Malema é elipsoidal, enquanto um corpo granítico, o Plutão
Chihulo, apresenta uma forma irregular.
Os três complexos circulares (Plutão da Serra Romulu, da Serra Nampatiua, e do Monte
Lalua) são compostos por um total de sete fases composicionais e fácies cartografadas, não
existindo todas elas em todos os plutões.

*As variantes composicionais no granito são definidas com base na relação do quartzo
plagioclásico-feldspato potássico e índices de cor ou, no caso do charnoquito, na presença da
hiperstena. Estes plutões foram cartografados com algum detalhe nos anos setenta e são
apresentados em compilações antigas de cartografia 1:250 000 (BRGM, (1984).
*Os complexos circulares formam inselbergs impressionantes, claramente visíveis em imagens
Landsat e DTM.

Plutão da Serra Romulo e Sienito do Monte Elecha

O plutão mais a oeste é um afloramento circular, com um diâmetro de cerca de 10 km. Nos
flancos apresenta penhascos impressionantes que atingem até 1500m acima do nível médio das
águas do mar e cerca de 1000m acima das planícies circundantes.

*Compreende um núcleo circular de monzogranito rosa com textura granular grosseira não
foliado (CaMRgr) com cerca de 5 km em corte, circundado por um anel de granito (CaMgr) com
1-2 km de largura que é foliado nas suas margens.
*Estes diques cónicos de granito e monzonito, finos e descontínuos, intruem os gnaisses numa
zona estreita em torno do plutão.
* Um pequeno corpo de sienito róseo isento de quartzo, o Sienito do Monte Elecha (CaMsy)
ocorre a Ocidente e possivelmente forma um corpo satélite no Plutão da Serra Romulo
(quadrícula 31 838);

Plutão da Serra Nampatiua


(Plutão de Nampatua)

A 30 km para leste-nordeste (na quadrícula 35 838) ocorre o plutão elíptico da Serra Nampatiua.

*É composto de um gabro não foliado com textura granular grosseira (CaMTgb), rodeado
assimetricamente por monzonite (CaMTmz), que forma a maioria do plutão, e um anel parcial de
granito a oeste (CaMgr).
*A assimetria global do plutão, com o núcleo circular situado na parte leste do plutão, é
claramente evidente em imagens MDT (Modelo Digital do Terreno) (como uma zona de baixo
relevo), com as terras altas a oeste compostas de monzonito e granito, formando um maciço
elíptico exposto a oeste.

Plutão de Lalaua

Na quadrícula 41841, cinquenta quilómetros para leste-nordeste, o Plutão Lalaua é o terceiro


complexo anelar com um afloramento com forma marcadamente elíptica.

*Parece ter dois núcleos, um charnoquítico de textura granular grosseira verde-escuro (CaMch) a
oeste e outro de gabro (CaMgb) mais a leste.
*O Plutão Lalaua é único que parece ser composto inteiramente de rochas pobres em quartzo,
com uma única ocorrência de granito formando uma parte de um dique cónico para sul.
**Neste plutão, os núcleos duplos estão desta forma rodeados por sucessivos anéis de
monzogranito (CaMRgr) e monzonito porfirítico (CaMLgr).
*A norte do complexo central contíguo do Plutão Lalaua, folhas extensas de monzogranito
formam longos corpos dispersos, o maior dos quais tem mais de 20km de comprimento e
constitui uma significativa cadeia de montanhas.

Plutões do Monte Sirapi e Chihulo

Os dois plutões imediatamente a leste e oeste da Serra Nampatiua (Plutões do Monte Sirapi e
Chihulo, respectivamente) parecem morfologicamente semelhantes aos plutões zonados, mas são
compostos inteiramente de granito.

Charnoquito de Malema

Para sul do Plutão da Serra Romulo, a noroeste da cidade de Malema (quadrícula 32 835), existe
uma intrusão da Suíte de Malema que tem um MDT e uma assinatura Landsat semelhantes aos
plutões zonados.

*Verificou-se que o mesmo é totalmente composto de charnoquito de textura granular grosseira,


pouco foliada.
*É interessante notar também que a margem sul deste corpo parece truncada pela estrutura
principal associada com a Zona de Carreamento do Lurio (NGU, 2007).

4.2.3.20.6.2. Granito (CaMgr)

Granito do Monte Mutucué

O enorme maciço (Monte Mutucué) imediatamente a leste de Cuamba tem subjacente um granito
maciço (CaMgr) compreendendo diversas fases intrusivas, incluindo uma fase sienítica (CaMsy).
Por exemplo, cortes ao longo do trilho transitável em direcção à barragem no planalto cimeiro
expõe rochas sieníticas verdes intruídas por veios de granito cor-de-rosa.

*O granito torna-se mais dominante em direcção à barragem, onde há afloramentos do granito


equigranular de textura granular fina a média. O feldspato branco, quartzo, (anfíbolo) máfico e
biotite em menores proporções, encontram-se presentes nos granitos.
*A litologia dominante é um granito de 2 fases, contendo grandes ripas de feldspato róseo
subédrico inseridas numa matriz de textura granular fina rica em biotite.
*O granito encontra-se cisalhado ao longo das suas margens norte e sul, formando zonas de
rochas intrusivas milonitizadas atingindo até diversas centenas de metros de espessura (CaMmy).
*Existem corpos enormes (provavelmente o tecto da rocha encaixante) de gnaisses charnoquíticos
parcialmente fundidos neste granito a leste da vila Beira-Rio, sugerindo que o nível da erosão
existente seja próximo do topo original da intrusão (NGU, 2007).

4.2.3.20.6.3. Sienito (CaMsy)

Um corpo sienítico (CaMsy) de grandes dimensões, encontra-se subjacente a um terreno


acidentado a leste do Granito do Monte Mutucué.

*O sienito é uma rocha granofélsica feldspática, cinzenta, escura com menor teor de minerais
máficos, magnetite como mineral acessório e sem quartzo visível.
*Tem uma aparência charnoquítica e alguns blocos têm uma ligeira foliação.
*A crista principal tem uma forma concêntrica que parece cortar o Granito do Monte Mutucué,
apesar da sua aparência granulítica sugerir que se trata de uma intrusão mais antiga.
*Tipos de rocha semelhantes ocorrem nas folhas 1437 Malema e 1438 Ribáuè-Mecuburi.

4.2.3.20.7. Charnoquito da Serra Messolua (CaMch)


(532 ±52 Ma, U-Pb)

Estes complexo anelar principal é subjacente à cintura da montanha no canto sudeste da Folha
1436 Cuamba e estende-se para sudoeste em direcção à Folha 1536 Gurúè.

*A rocha compreende charnoquito maciço com textura granular grosseira cortado por folhas
graníticos que definem a estrutura anelar. Um complexo de veios graníticos (CaMgv) é
subjacente ao terreno central e plano de um anfiteatro natural e é rodeado de colinas
charnoquíticas na parte norte do complexo.
*Os veios são graníticos, localmente pegmatíticos, formando uma rede rectilínea com veios
individuais, na sua maioria atingindo 1m de espessura.
*Sofreram desvios através de microfalhas frágeis.
*Diversos pegmatitos de maior dimensão foram cortados por fossas que atingem os 10m de
comprimento e vários metros de largura e profundidade na busca de gemas.

*Os charnoquitos são rochas com uma textura granular grosseira, relativamente maciças e
homogéneas.
*Estas rochas apresentam tendencialmente um tom cinza a castanho quando meteorizados, mas
são verde escuras quando são amostras sãs, com um brilho resinoso.
*Um fabric pouco nítido está por vezes presente, especialmente próximo das margens das
intrusões.
*A textura é localmente porfirítica, com fenocristais e feldspatos verdes de até 1,5 cm de
comprimento.
*Os xenólitos máficos granulíticos são visíveis em alguns locais.
*As intrusões são relativamente isentas de veios tardios, mas foram observados pegmatitos
portadores de hiperstena com até 30cm de espessura. Em secções finas, a mineralogia foi
determinada como quartzo, feldspato potássico pertítico, plagioclase variavelmente saussiritizada,
orto e clinopiroxena e horneblenda±biotite, com magnetite, apatite, titanite e zircão como
acessórios.
*As zonas de cisalhamento principais limitam o complexo anelar, como encontrado em torno do
maciço sienítico-granítico do Monte Mutucué, também, neste caso, formando zonas milonitizadas
que atingem espessuras com várias centenas de metros (CaMmy).
*Os dois grandes granitos que podem ser observados ao longo da margem norte da folha 1436 de
Cuamba definem anomalias magnéticas negativas (NGU, 2007).

4.2.3.20.8. Suíte de Niassa (CaN)

A Suíte de Niassa inclui as seguintes unidades de rochas:

Suíte de Niassa (CaN)


*Granito Alcalino do Monte Chande (CaNCgr)
*Sienito do Monte Chande (CaNCsy)
*Granito do Monte Massangulo (507±4 Ma, U-Pb (CaNM)
* Sienito do Monte Metonia (CaNTsy)
*Sienito do Monte Livigire (CaNLsy)
*Sienito do Monte Nicucute (CaNNsy)
*Granito do Monte Muelelo (514±35 Ma, U-Pb) (CaNLgr)
*Granito da Serra Lipane (CaNPgr)
*Sienito do Monte Lissiete (CaNSsy)
*Granito do Monte Lissiete (CaNSgr)
*Granito gnáissico (CaNgr)

A Suíte Intrusiva de Niassa consiste em diversas intrusões Pan-Africanas graníticas a sieníticas


que formam montanhas proeminentes desde Meponda a norte, e continuam para sudoeste ao
longo da fronteira com o Malawi, para sul de Mandimba.
Foram realizadas duas datações credíveis que indicam idades destas intrusões entre 507±4 e 514
±35 Ma.

Existem quatro complexos circulares principais nas folhas 1334 de Meponda e 1335 de Lichinga,
nomeadamente:

*Monte Metonia
*Monte Livigire
*Monte Nicucule
*Monte Chande

*Excepto no caso do Monte Chande, as restantes são essencialmente de composição sienítica.


*O Monte Chando é constituído por sienito alcalino, rodeando um núcleo de granito alcalino.
*As mais altas e impressionantes montanhas/inselbergs, Monte Lissiete e Serra Lipane na Folha
1435 Mandimba têm subjacentes granitos tardios (CaNSgr e CaNPgr) e sienitos associados
(CaNSsy).
*Também se presume que diversos corpos de granitos gnáissicos ligeiramente mais deformados
localizados nesta folha pertencem a esta suíte.

Granito gnáissico (CaNgr)

Existe um número de grandes lentes de granito gnáissico presentes na folha 1435 de Mandimba.

*Os granitos são rochas geralmente leucocráticas equigranulares de textura granular média com
meteorizações de cor castanha. Existem segregações pegmatíticas localizadas, assim como
xenólitos máficos assimilados.
*Estes são deformados de forma variada, embora não seja claro, se tal reflecte variações espaciais
na deformação ou se está relacionado com as diferentes idades do granito deformado.
*Os granitos não foliados e pouco foliados ocorrem ao longo da margem noroeste da folha 1435
de Mandimba.
* Tratam-se de rochas claras cinza-esbranquiçadas ricas em quartzo. A maioria do feldspato é
branco, mas também existem ocorrências de feldspato potássico rosa. A horneblenda é o principal
mineral máfico, onde a nível local existe um sobrecrescimento por flocos de biotite. Os veios
pegmatíticos e diques máficos atravessam grandes afloramentos.

*Granito do Monte Lissiete (CaNSgr)

Uma intrusão granítica distinta forma a proeminência da Montanha de Lissiete juntamente com
um número de grandes Kopjes para leste e norte da montanha, na parte noroeste da folha 1435 de
Mandimba.

* Isto é uma intrusão muito homogénea, que não evidencia qualquer foliação.
*A rocha de textura granular grosseira e equigranular com um esbranquiçado, é composta
principalmente por feldspato branco, quartzo, anfíbolo e biotite abundante atingindo mais de um
centímetro de tamanho. Pode-se constatar a existência de algum feldspato potássico rosa claro.
*Um mineral transparente cor de mel, intersticial e de textura granular fina, ocorre como um
acessório e é provavelmente titanite.
* A composição precisa desta intrusão é incerta. A presença de algum feldspato potássico e
biotite abundante sugerem uma composição potássica, mas a proporção de quartzo não parece ser
elevada (talvez menos de 10%).

Sienito do Monte Lissiete (CaNSsy)

A sul do Monte Lissiete na secção central norte da folha 1435 de Mandimba existe uma pequena
intrusão tardia alongada a noroeste-sudeste, provavelmente de composição sienítica. O que está
correlacionado com os outros corpos intrusivos tardios presentes nas folhas de Mandimba e
Cuamba.
Estas intrusões são provavelmente contemporâneas do granito Câmbrico datado na folha 1336 de
Lichinga mais para norte.

Granito da Serra Lipane (CaNPgr)

A parte leste de um corpo granítico circular principal (Dawson, 1970) estende-se desde o Malawi
para Moçambique, a sul de Mandimba na parte sudoeste da folha 1435 de Mandimba. A forma
geral da intrusão é claramente definida em imagens de satélite.
Esta imagem também mostrou uma falha de orientação nordeste-sudoeste com desvios de
diversos quilómetros a oeste do Monte Samba e leste da aldeia de Napulo. Existe uma forte
anomalia magnética na zona do granito, cuja causa pode estar relacionada com a presença de
rochas gnáissicas encaixantes altamente magnéticas.
Realizar a diferenciação entre rochas graníticas associadas aos plutões "tardios" e granofels
enderbíticos na rocha mãe é uma tarefa complexa.

*Em secções finas, a rocha consiste em grãos de micropertite interligados com grãos grosseiros
em texturas mesopertíticas ("tweeds") e grãos de plagioclase zonada com quartzo intersticial. Os
intercrescimentos de horneblenda, biotite, titanite e opacos ocorrem em aglomerados, tal como
intersticialmente a grãos félsicos. As alterações secundárias envolvem clorite substituindo a
biotite, e sericite substituindo o feldspato.

Granito do Monte Meulelo (CaNLgr)


Datação do zircão (514±35 Ma, U-Pb)

*O Granito do Monte Muelelo (UTM 36S 768000, 8483000) é constituído por um granito
biotítico homogéneo de textura granular grosseira de meteorização rosa.
*As partes marginais do granito são foliadas (paralelas à gnaissosidade da rocha encaixante).
*Os grãos de quartzo, feldspato potássico, plagioclase e biotite são visíveis a olho nu. As texturas
variam de equigranular a fenocristais feldspáticos com ripas de feldspato potássico subédrico até
cerca de 2cm de comprimento. A nível local, a biotite forma agregados até aproximadamente 1cm
de diâmetro.
*Os dados geoquímicos de uma amostra (em UTM 36S 768529, 8482664) classificam-na como
um quartzo-monzonito.

Sienito do Monte Nicucute (CaNNsy)

No Monte Nicucute um dique sienítico anelar com um diâmetro de 6.5 km é centrado


aproximadamente em UTM 36S 778000, 8611500.
Esta intrusão é situada em linha com outras intrusões tardias na área, segundo um alinhamento
noroeste-sudeste. É notória uma organização espacial, dentro de uma lente de imbricação
dextrógira.

*A rocha é um sienito de textura granular média a grosseira com algum feldspato potássico
destacando-se como cristais euédricos.
*A foliação definida por cristais paralelos é muito fraca e concordante com o bordo oeste, no
entanto, esta foliação ocorre em torno do dique anelar e é também concordante com a foliação
fora da intrusão.
*No interior do gnaisse granulítico máfico bandado, um sienito sem foliação é visível próximo de
UTM 36S 765900, 8470000. Estes afloramentos não definem qualquer estrutura circular, mas
estão também em alinhamento com outras rochas sieníticas e graníticas alcalinas.

Sienito do Monte Livigire (CaNLsy)

Um complexo intrusivo em forma de ferradura larga com uma lacuna a oeste, está situada a
nordeste da aldeia de Lussanga, 80km para sul de Lichinga. Nos dados radiométricos é
claramente identificável um formato em ferradura.
O complexo tem valores de susceptibilidade magnética elevados, mas apenas no arco norte têm
uma acentuada assinatura magnética positiva.

*O complexo abrange granito alcalino e sienito alcalino heterogranular que varia entre uma
textura granular média a grosseira. A rocha não é foliada e geralmente tem 5-15% de biotite. É
possível encontrar variedades com textura granular mais fina na orla exterior.
*Uma variedade típica da parte sul do complexo abrange essencialmente microclina pertítica
(>60%) e em menores proporções plagioclase, quartzo, biotite, titanite, magnetite e zircão.
Sienito do Monte Metonia (CaNTsy)

O sienito do complexo do Monte Metonia inclui três unidades separadas:

* Sienito do Monte Metonia


* Sienito do Monte Lipamba
* Sienito do Monte Maniauli

O maior dos diques anelares sieníticos aflora em 40 km para sul-sudoeste de Lichinga.


Inclui o Monte Metonia, Monte Lipamba e Monte Maniauli, todos com picos superiores a 1500 m
acima do nível médio das águas do mar.

*Este complexo é formado de sienito quartzo-biotítico, homogéneo e de meteorização rosa. É


uma rocha equigranular, de textura granular média a grosseira, com ripas euédricas de feldspatos
e flocos biotíticos disseminados com orientação aleatória em grãos félsicos limítrofes. Os grãos
de magnetite só podem ser encontrados a nível local. Os rafts de rochas encaixantes gnáissicas
podem ser encontrados no sienito principal, e ramificações de sienito intruem os gnaisses
circundantes.
*A intrusão anelar instala-se entre gnaisses biotíticos e gnaisses hornebléndicos-biotíticos, e
próximo da margem externa (UTM 36S 746421, 8502300). A rocha sienítica é homogénea,
compartimentada em blocos de textura granular média, composta essencialmente de feldspatos
potássicos rosa claro, alguns dos quais porfiríticos. O quartzo, a biotite e o magnetite são
constituintes menores.
**Em direcção ao centro do anel, o sienito quartzoso róseo apresenta uma textura granular
grosseira com microclina pertítica rosa de grande dimensão (alguns com mais de 5mm em
comprimento), e como constituintes menores (<10%) plagioclase e quartzo, coágulos de biotite
com horneblenda poecilítica e magnetite.
**Tal como a magnetite há minerais acessórios como titanite, apatite e epídoto/zoisite associados
ao feldspato.
**A rocha parece ser francamente homogénea no centro com uma ramificação em UTM 36S
749231, 8500896 para os gnaisses no centro (NGU, 2007).
Os complexos circulares sieníticos são claramente posteriores à história tectonotermal geral. No
entanto, foram alterados durante um evento de fácies dos xistos verdes com substituição parcial
ubíqua do anfíbolo pela biotite (NGU, 2007).

Granito do Monte Massangulo (CaNM)


Datação do zircão (507±4 Ma, U-Pb)

Isto é uma ligação de uma ligação circular granítica na parte sul da folha 1335 de Lichinga, com
cerca de 4 km de secção.

*Os dados químicos indicam uma composição granítica, com um baixo teor de CaO e um alto
teor de Terras Raras (TRL).
*As texturas apresentam grãos subédricos de aproximadamente 2mm de tamanho.
*Alguns cristais de biotite e quartzo estão ligeiramente deformados, mas não se observa
desenvolvimento de sub-grãos nos limites dos grãos.
*A biotite apresenta uma variedade que parte desde do castanho-escuro ao amarelo nos gnaisses
granodioríticos circundantes; tem traços de pleocroísmo que faz com que os tons variem entre o
luminoso e o verde-escuro.

Sienito do Monte Chande (CaNCsy):

O Monte Chande é uma montanha notável em forma anelar para sul da aldeia Machele na folha
1334 de Meponda.
*A montanha é constituída por sienito alcalino não deformado, formando uma estrutura anelar em
torno do pico central que é constituído por granito alcalino. (CaNCgr).
*O sienito alcalino no Monte Chando é dominado pelo feldspato potássico vermelho, enquanto o
quartzo, a biotite e a magnetite são subordinados. O tamanho do grão do sienito é de escala
milimétrica na periferia, mas torna-se mais grosseiro na direcção do contacto com o granito
(NGU, 2007).

Granito alcalino do Monte Chande (CaNCgr)

O granito alcalino ocupa a zona central do complexo anelar do Monte Chande.

*O granito possui uma textura granular mais grosseira do que o dique anelar sienítico
circundante, com feldspato potássico vermelho com grãos até 1cm, numa matriz de plagioclase de
textura granular fina, biotite e algum quartzo.
*Geralmente o teor em plagioclase aumenta em direcção ao centro do granito, ao passo que o teor
em quartzo é variável.
*As investigações ao microscópio (NGU, 2007) demonstraram que é constituído por 35-45% de
plagioclase, 30-42% de feldspato potássico pertítico, 5-30% de quartzo, 5% de biotite, <1-2% de
magnetite e pequenas quantidades de titanite, apatite e zircão. A nível da textura é heterogranular,
com grãos médios a grosseiros (1-10mm). Com a excepção da limitada sericitização do feldspato,
os grãos minerais não foram sujeitos a nenhuma retrogressão.
*Do ponto de vista geoquímico varia de quartzo monzonítico a granítico.

4.2.3.20.9. Suíte de Tundo


(Província alcalina de Chirua)

Os plutões sieníticos jurássicos e diques sieníticos e doleríticos (Jrsy, sy e do)

Os Complexos Unango-Ocua a sudoeste foram intruídos por um número de plutões alcalinos,


plutões sieníticos nefelínicos e diques nas folhas 1535 de Insaca e 1635 de Milange.

Os corpos maiores têm uma forma sub-circular e são designados, de norte para sul:

*Plutão do Monte Mauzo


*Plutão do Monte Tundo
*Plutão do Monte Tumbine

Os corpos plutónicos formam maciços montanhosos proeminentes atingindo os 1,500 m acima do


nível médio das águas do mar, e orientam-se segundo uma linha norte-sul, sugerindo que a sua
instalação foi controlada por fracturas profundas associadas à formação de rifte, atingindo fontes
do manto.
Os corpos dos diques são representados por linhas, codificadas por sy e do.

*Os corpos plutónicos são compostos de rochas de meteorização rosa a cinza, de textura granular
grosseira a muito grosseira, com o feldspato potássico cinzento como componente principal. Os
corpos são polifásicos, com sienito grosseiro cortado por veios de microsienito, por sua vez
cortados por sienito pegmatítico de textura granular grosseira com feldspatos até 8cm de
tamanho. Por vezes está presente uma forte foliação ígnea.
*Em alguns afloramentos, as rochas ígneas sieníticas, com tons que variam entre creme e o
cinzento, de textura granular média (com algum quartzo?) contêm corpos irregulares em forma de
camada de microsienito porfirítico cinza de textura granular fina. O anterior contem pequenos
xenólitos angulares de gnaisse biotítico do soco.
*As rochas são geralmente sem quartzo e o mineral máfico principal é a horneblenda verde
(localmente associada a uma pequena biotite castanha) ± clinopiroxena menor. A plagioclase em
pequenas quantidades encontra-se presente em algumas rochas, tendo como acessórios titanite e
minerais opacos (que são localmente meteorizados para pontos castanho rosados). As rochas
subsaturadas contêm nefelina.
*O dique sienítico associado tem orientação nordeste -sudoeste, semelhante aos doleritos do
Karoo. Os mesmos possuem uma mineralogia similar aos plutões, mas têm uma textura granular
fina a média e com feldspato potássico glomeroporfirítico.
**Alguns diques microsieníticos porfiríticos têm meteorização rosada, mas são cinzentos quando
sãos, e contêm pequenas (2-3mm) bolhas de feldspato potássico envolvendo os grãos de
sulfuretos milimétricos (pirrotite?).
*Foram encontrados numerosos sub-afloramentos de dolerito, particularmente na parte oeste da
folha 1635 de Milange, próximo do rifte.
**Na maior parte dos casos, os sub-afloramentos são representados por pequenos conjuntos de
blocos arredondados e esfoliados e a forma da intrusão ou direcção nem sempre são óbvias no
caso dos diques.
**Os doleritos são rochas cinzentas escura de textura granular média, ofítica a sub-ofítica,
composta de plagioclase saussuritizada, augite (variavelmente meteorizada para horneblenda
verde azeitona), minerais opacos e apatite.
*Alguns exemplos porfiríticos e amigdalóides foram observados, com ripas de plagioclase e
pequenas vesículas de plagioclase preenchidas com epídoto.
*Os gabros ofíticos de textura granular grosseira são compostos de ripas de plagioclase, com
augite intersticial (meteorizada para horneblenda castanha), minerais opacos e apatite. Estas
rochas podem representar corpos parentais maiores para os diques doleríticos.

Os sienitos têm algum significado em termos de potencial económico, pelo que foram bem
documentados e cartografados detalhadamente no passado e estudados para possível exploração
económica (feldspato, nefelina) (Cilek, 1987 e referências no mesmo documento).

4.2.3.21. Intrusões pegmatíticas no soco cristalino de Moçambique, em especial na sub-


província geológica de Zambézia-Nampula

Os pegmatitos Pan-Africanos do Proterozóico Superior, veios de quartzo e quartzo-feldspáticos


intruíram-se em todas as unidades do soco em Moçambique.
Os pegmatitos moçambicanos são de idades pós-Pan-Africanas e correspondem aos últimos
eventos magmático-tectónicos do desenvolvimento Proterozóico-Pan-africano Superior (Lächelt).
Foi estabelecida uma diferença de idades de cerca de 465-408 Ma entre os pegmatitos e granitos
Pan-Africanos (Marques, 1989).
Do ponto de vista económico, estes são os pegmatitos mais importantes na sub-província
Geológica da Zambézia-Nampula e também entre alguns pegmatitos em Tete-Angónia, assim
como nas Províncias Geológicas de Manica-Báruè.
Estes são os pegmatitos melhor investigados na sub-província Geológica de Zambézia-Nampula.

Os pegmatitos são ubíquos através de toda a região e formam frequentemente veios finos ou
pequenos corpos em forma de dique que cortam a maioria dos tipos de rocha da região.
Pelo menos duas gerações de pegmatitos intruíram as rochas da Sub-província de Nampula.
Também podem ser encontrados pegmatitos mais complexos, concentrados dentro e em torno da
Zona de Carreamento de Namama, nas Folhas 1637, 1638, 1537 e 1538 formando o que é
designado por Província Pegmatítica do Alto Ligonha
Também existem grupos mais pequenos de pegmatitos complexos e isolados por toda a região.
Os pegmatitos são considerados parte da Suíte de Murrupula.
O complexo de pegmatitos representa um estado tardio de fusão altamente fraccionada e
enriquecida em terras raras que se formou através de fusão parcial e possivelmente de fusão
granítica de vários tipos de rocha mesoproterozóica na região (CGC, 2007).
Existem duas grandes províncias de pegmatitos na Sub-província Geológica Zambézia-Nampula:

*Província pegmatítica do Alto Ligonha


*Província Pegmatítica de Nampula-Monapo-Nacorôa
(Província Pegmatítica do norte de Moçambique

A principal concentração de pegmatitos de interesse económico no norte de moçambique


encontra-se na Província Pegmatítica do Alto Ligonha, próximo da cidade do Alto Ligonha.
Faz parte de uma cintura com 170km de comprimento, com orientação sudoeste-nordeste, que se
estende desde Mocubela, no sul, a Alto Ligonha, no norte.
Existem numerosos distritos de pegmatitos mais pequenos em torno desta cintura, num raio de
aproximadamente 200 km em torno da cidade do Alto Ligonha.
Toda a região é conhecida como a Província Pegmatítica do Alto Ligonha ou Província
Pegmatítica do norte de Moçambique e integra quase a totalidade dos pegmatitos moçambicanos.
(Dias & Wilson, 2000; CGS, 2007).

*A classificação inicial do complexo pegmatítico do Alto Ligonha apresentada por Hutchinson


& Claus (1956), subdividiu-o em duas categorias baseadas na presença de minerais de Lítio
e reconheceu os pegmatitos com berílio, portadores de Nb-Ta, e sem lítio e os pegmatitos
portadores de berílio, Nb -Ta e lítio.
*Correia Neves et al. (1971a, 1971b) sugeriu uma subdivisão semelhante para os pegmatitos
complexos: pegmatitos com minerais de terras-raras metamícticos sem corpos de substituição e
pegmatitos com corpos de substituição bem desenvolvidos.
* Uma classificação mais rigorosa foi posteriormente proposta por Barros & Vicente (1963), que
reconhecia quatro subtipos de pegmatitos sodalíticos e subdividia o grupo sem fase sodalítica em
duas classes diferentes de pegmatitos potássicos.
*Esta classificação foi posteriormente simplificada e modificada por Lopes Nunes (1973,
referência em Marques, 1989), que reconheceu quatro tipos principais de pegmatitos na região: os
pegmatitos sodalíticos, dois tipos diferentes de pegmatitos potássicos e dividiu ainda os
pegmatitos do leste, perto de Nacala em grupos de pegmatitos portadores de amazonite e de
turmalina.
*Os dois pegmatitos portadores de esmeralda na área, Maria III e Niame não foram incluídos em
nenhuma das classificações anteriores.
*As correlações entre as várias classificações utilizadas, bem como com a de Cerný (1991a) são
descritas na Tabela 4.6.
*Os pegmatitos da região são classificados de acordo com a sua composição e estrutura interna
(ver Capítulo 4.6). Isso também fornece uma indicação do grau de fraccionamento e potencial
económico do pegmatito. Dois tipos de pegmatitos são reconhecidos com base na sua estrutura
interna, isto é, pegmatitos homogéneos com uma mineralogia simples pertencendo a um grupo de
veios e corpos lenticulares e aqueles com um desenvolvimento complexo, mas estrutura interna
variável
(ver Capítulo 4.6).
*Os complexos pegmatíticos são ainda subdivididos em duas categorias gerais, os pegmatitos
sodalíticos (Barros & Vicente, 1963), que podem ser correlacionados com o tipo Cerný (1991a)
de complexo (portador de lítio) e pegmatitos potássicos (Barros & Vicente, 1963), que pode ser
correlacionado com o berilo e possivelmente com as terras raras do tipo Cerný (1991a).
**Os pegmatitos sodalíticos são caracterizados por uma zona sodalítica de desenvolvimento
variável e apresentam geralmente um zonamento bem definido, onde os pegmatitos potássicos
têm uma zona sodalítica pouco ou nada desenvolvida (riqueza em sódio e ausência de lítio) e um
zonamento com um desenvolvimento interno variável (ver Capítulo 4.6).
**Os pegmatitos sodalíticos geralmente apresentam uma significativa mineralização de
elementos raros e os pegmatitos potássicos menos fraccionados são pouco mineralizados no que
diz respeito a esses elementos, mas são potenciais fontes de minerais de terras raras, feldspato,
mica, berilo e caulino (citado de CGS, 2007).
Para mais informações acerca das características das zonas portadores de pegmatitos e tipos de
pegmatitos, ver o Capítulo 6.4. Pegmatitos multiminerais (MR, ETR, pedras preciosas,
minerais industriais e outras mineralizações), minerais ETR e minerais para produção de
alta-tecnologia.

Na Província Geológica de Tete – Angónia os pegmatitos mais importantes são conhecidos em


Marirongoè e encontram-se no Distrito de Marávia. Neste local encontra-se um grande campo
pegmatítico.
O campo pegmatítico de Marirongoè ocorre a NE da aldeia de Fíngoè e a sul da estrada para a
aldeia do Zumbo, na direcção leste para as instalações de Capango e Zâmbuè.
Uma descrição detalhada é apresentada no Capítulo 6.4.
Na Província Geológica de Manica – Báruè a principal zona pegmatítica é a zona Inchope–
Mucombeze–Doeroi, conhecida pelas suas mineralizações finas.
Para uma descrição detalhada consultar o Capítulo 6.4.

4.3. Desenvolvimento durante o Paleozóico e Fanerozóico em Moçambique

4.3.1. Desenvolvimento durante o Fanerozóico

O Fanerozóico é caracterizado por três principais tipos/períodos de desenvolvimento:

*Formação de bacias e vulcânicas do Karoo


*Formação das Bacias Meso-Cenozóicas (formação da cobertura Fanerozóica)
*Desenvolvimento de processos sobrepostos do Sistema de Rifte do Leste Africano (SRLA).

De acordo com estes períodos de desenvolvimento, a cobertura Fanerozóica é convenientemente


dividida em (do antigo para o mais recente):

*Os depósitos do Supergrupo Karoo


*Sequências de bacias Meso-Cenozóicas
*Sequência do Rifte Leste Africano

O Supergrupo Karoo formou-se através da deposição durante o evento do Karoo, isto é, a


fragmentação da Gondwana e as fases iniciais do Rifte do Leste Africano.
O Supergrupo Karoo foi dividido em:

*Grupo do Karoo Inferior


*Grupo do Karoo Superior

As bacias Meso-Cenozóicas e as sequências do Rifte Leste Africano compreendem um


conjunto disperso de sedimentos terrestres e rochas (sub)vulcânicas associadas que podem, em
parte, ser relacionadas com o desenvolvimento do Sistema de Rifte do Leste Africano (SRLA).
Todas essas sequências foram divididas cronologicamente em:

*Litologias do Quaternário
*Litologias do Terciário
*Litologias do Cretácico
*Grupo de Lupata

A evolução Fanerozóica inicia-se em Moçambique seguindo-se ao magmatismo Pan-Africano e


às actividades iniciais do Paleozóico com a deposição dos sedimentos Karoo durante os períodos
Carbónico e Triássico.
O Karoo constituiu-se inicialmente na África do Sul onde o tipo de sequência foi descrito
(Comité Sul Africano de Estratigrafia, 1980) no Soco Principal do Karoo, onde se encontra a
maior sequência, incluindo os Grupos Ecca e Beaufort.
O Supergrupo Karoo em Moçambique pode ser definido como um estrato discordante que se
sobrepõe ao soco Pré-câmbrico e também se encontra sobreposto de forma discordante pelos
estratos mais recentes do Jurássico Médio. Basta unificar características para que sejam
considerados como um supergrupo litoestratigráfico. Apesar de existir sobre todo o continente
Gondwana, a sequência Karoo apresenta uma deposição em várias bacias, essencialmente
continentais, agora preservadas, em Moçambique, em falhas de rifte e hemigrabens (GTK, 2006).
Todas as pequenas bacias/estruturas Karoo no norte de Moçambique estão a associadas com
pequenas estruturas tipo graben ou fracturas e carreamentos. Em Moçambique, o início da
formação de rifte no leste africano ou a separação da Gondwana são as razões para a formação da
estrutura do Karoo. As actividades do Karoo terminam em Moçambique com o
vulcanismo/magmatismo do Karoo Superior durante o período Jurássico.
As bacias Meso-Cenozóicas começaram a formar-se pós-Karoo (Cretácico, Terciário e
Quaternário) e este processo de formação de bacias continuou até tempos recentes.
A formação das Bacias Meso-Cenozóicas é associada com a formação de rifte e começa nas
estruturas tipo graben.
O desenvolvimento mais recente das bacias depende da alternância à escala global dos períodos
glaciares (regressões) e interglaciares (transgressões).
As Sequências do Rifte do Leste Africano compreendem um conjunto pouco firme de unidades
litoestratigráficas compostas por estratos sedimentares terrestres e rochas (sub) vulcânicas
associadas, depositadas posteriormente ao evento Karoo.

4.3.1.1. Desenvolvimento durante o Karoo


(Evolução da Gondwana – Karoo/Unidades)

O Karoo forma parcialmente bacias que estão posicionadas principalmente sobre as cinturas
móveis do Arcaico-Proterozóico (Cintura Móvel do Zambeze e Cintura Móvel do Limpopo) e
assim podem também ser interpretados como um processo inicial ou de reactivação do Rifte do
Leste Africano (Sistema de Rifte Leste Africano).
Enquanto na África do Sul, em Moçambique, se formou a Grande Bacia do Karoo a norte, foram
também reactivadas estruturas das cinturas móveis antigas, formando grabens e bacias nestas
cinturas, que podem ser interpretadas como fases iniciais do Rifte do Leste Africano.
A orientação destas estruturas segue geralmente a orientação de estruturas mais antigas e se
tomarmos em consideração as bacias/grabens do Karoo na Cintura Móvel do Zambeze, as
mudanças de orientação mais ou menos seguem a orientação norte-sul a leste de Tete, onde o
Sistema de Rifte Leste Africano (SRLA) dá continuidade ao Graben Malavi em direcção a sul,
para Moçambique.
Ao mesmo tempo, ou durante a evolução do Karoo Superior, a reactivação tectónica das fases
iniciais da formação de rifte segue as zonas de bordo do cratão (Montes Libombos no bordo do
Cratão Kaapvaal e nos depósitos do Karoo no sul do Zimbabué no bordo SE do Cratão do
Zimbabué) ou na zona do bordo activo do soco Proterozóico (vulcânicas de Angoche na Sub-
província de Nampula). Aqui deve ter-se em consideração que no Oceano Índico e nas
proximidades podem ser registadas estruturas de rifte a leste muito activas (com magmatismo).
Existe um fenómeno interessante que consiste na distribuição dos epicentros sísmicos que nem
sempre coincide com as estruturas graben e horst do rifte (a razão nem sempre está relacionada
com a inclinação das fracturas e das linhas tectónicas, uma vez que estes são frequentemente sub-
verticais).
No entanto, as bacias do Karoo e graben de Moçambique central (Cintura do Zambeze)
correspondem ao mesmo período de reactivação de estruturas mais antigas assim como as fases
iniciais do Rifte do Leste Africano (Lächelt 2006).
Figura 4.25. mostra a posição das estruturas do Karoo na África do Leste
Figura 4.25.: Estruturas do Karoo na África Oriental
As Figuras 4.26.A. e 4.26B. mostram o desenvolvimento do Karoo durante os períodos do
Karoo Inferior e Superior.

Figura 4.26.A.: Desenvolvimento durante o Karoo Inferior (Grupos Dwyka-Ecca-Beaufort >


300-205 Ma<) (adaptado de Verniers, 1982; Salman & Abdula, 1995; Lächelt, 2004)
Figura 4.26.B.: Desenvolvimento durante o Karoo Superior (Grupos do Karoo Superior e
Stormberg > 205-157 Ma<) (adaptado de Verniers, 1982; Salman & Abdula, 1995; Lächelt,
2004)

A direcção NO-SE da Bacia Moatize-Luia aparentemente formada por sobreposição da tectónica


extensional Cretácica orientada NE-SO que se sobrepôs à orientação mais antiga de orientação
E-O de Mana Pools/Cahora Bassa ou Graben do Médio Zambeze no vale do Zambeze (norte do
Zimbabué, sul da Zâmbia e da província de Tete) (GTK, 2006).

O Graben de Maniamba (Bacia de Maniamba-Lunho/Sub-bacia Lunho-Metangula, entre o Rifte


do Lago Niassa/Lago Malawi e a fronteira Tanzaniana) é uma estrutura que se inicia no Graben
do Lago Niassa tendencialmente a SO-NE até à fronteira Tanzaniana. O Graben do Lago Niassa
é um típico lago de rifte e a sua actividade tectónica principal é mais recente do que as
actividades do Karoo.

A Tabela 4.27. mostra as bacias Karoo e as zonas estruturais em Moçambique.


Bacias do Karoo a O que se presume Bacias e Depósitos do Os depósitos do
oeste do Sistema que sejam Estruturas do Karoo (?) na Bacia Karoo ao longo da
de Riftes do Leste depósitos do Karoo no norte de do Rovuma zona do bordo
Africano. Bacia de Karoo localizado Moçambique activo do soco Pré-
Moçambique: debaixo de (Graben de câmbrico no norte
Bacias/zonas do cobertura mais Maniamba) de Moçambique.
bordo do Cratão recente de
do Zimbabué e depósitos
Kaapvaal
Graben do Médio Bacia de Niassa Bacia de Rovuma Vulcânicas de
Zambeze (Sub- Bacia/Graben de (Província de Cabo Angoche
província Tete – Mavionde (Graben Delgado)?
Angónia), de Metangula) (Formação de
Graben/Sub-bacias (Sub-bacia Lunho- N'Gapa JrP)?
de Moatize-Luia Metangula)
(Sub-província
Geológica de Tete – Bacia de Luângua
Angónia) (Bacia de (Macaa-Itule)
Moatize-Minjova),
(Sub-bacia de Bacias de
Chicôa-Mecúcoè e Luchimua
sub-bacia de (Unidade de
Mucanha-Vúzi) Mancha de
(Bacia de Sanângoè Montante/Rio
Mepidezi/Mefidéze) Luchimua
(Bacia Chire)
Mancha de
Jusante
Unidade Rio
Luchimua/Rio
Lotcheze

Sub-bacia de
Chemba

Área de Falha do
Rio Moola

Suíte Rukore, Bacia de Tiambila


Suíte intrusiva de (CbK)
Gorongosa
Suíte de Tundo

Zona sudeste do A sequência do Cbkl


Cratão do Karoo (não
Zimbabué confirmada) para
(Sub-bacia de leste do Monoclinal
Espungabera), dos Libombos
Monoclinal dos (flexura),
Libombos subjacente ao
Unidade de Pafuri Cretácico e à
cobertura
sedimentar mais
recente.
Tabela 4.27.: Bacias e zonas estruturais do Karoo em Moçambique

Os sedimentos do Supergrupo Karoo do Carbónico Superior - Jurássico Inferior em Moçambique


são maioritariamente depositados num conjunto de estruturas de rifte tipo grabens Estes incluem:

*Graben do Médio Zambeze (Sub-província Geológica de Tete – Angónia),


*Bacia/Graben de Maniamba (Sub-província Geológica de Niassa-Cabo Delgado)
*Bacia do Rovuma? Sub-província Geológica de Niassa (Cabo Delgado)

Mais para sul, lavas básicas e ácidas (incluindo ingnimbritos e tufos) do Monoclinal dos
Libombos formam a massa da sequência do Karoo ocupando uma cintura estreita de rochas do
Karoo ao longo da fronteira de Moçambique com a África do Sul e o Zimbabué.
Estes estratos inclinam-se para sul com uma flexura monoclinal e estão subjacentes a uma
cobertura Cretácica espessa e a sedimentos mais recentes a Bacia de Moçambique.

A sobreposição de diversas fases de tectónica extensional frágil pode produzir estruturas de rifte
complexas.
*A tendência NO-SE das sub-bacias de Moatize e Luia aparentemente formadas por sobreposição
da tectónica extensional do Cretácico de orientação NE-SO sobrepõe-se a uma tendência E-O
mais antiga de Mana Pools/Cahora Bassa/Graben do Médio Zambeze (Zimbabué e Moçambique)
e no Vale do Zambeze (norte do Zimbabué, sul da Zâmbia e província de Tete em Moçambique).
*O bloco do soco cristalino entre as estruturas constitui um horst e aflora na forma de duas
janelas sob a Suíte de Tete.
**Subsequentemente, durante o Terciário, as forças extensionais com uma orientação E-O
originaram estruturas de rifte de orientação N-S (como é exemplo, a tendência do Lago Malawi)
(GTK, 2006).

*O Supergrupo Karoo do Graben do Médio Zambeze (Sub-província Geológica de Tete –


Angónia), consiste numa espessa sequência de arenitos e argilitos com camadas de carvão
próximo da base.
*As escoadas de lava bimodais não ocorrem no topo da sucessão, como na Bacia do Karoo
Principal, mas na parte média da sequência do Karoo Superior. O magmatismo bimodal no final
do evento do Karoo é, no entanto, expresso pela Suíte Rukore (Bimodal), na qual a componente
félsica é representada pelo Microgranito de Rukore e diques e félsicos relacionados e a
componente máfica pelo dique dolerítico e pequenos corpos intrusivos de micro-gabro.
**Os mais tardios são separados com uma inconformidade (e hiato?) do Grupo de Lupata
Cretácico, também composto de clastos grosseiros e uma suíte vulcânica alcalina bi-modal (GTK,
2006).

4.3.1.1.A. Subdivisão estratigráfica do Karoo moçambicano


A subdivisão estratigráfica do Karoo Moçambicano segue geralmente a estratigrafia do Karoo da
África do Sul (na África do Sul, o Karoo desenvolveu-se de modo mais completo) (Tabela 4.28.).
Período Idade África do Montes Cintura do Bacia/Graben de Zona de
Idades Ma do

Ma Sul/Suazilândia Libombos/SE do Médio Maniamba/Lunho Angoche


Zimbabué Zambeze-
(- Zona de Bordo Lupata
Karoo

do Cratão) /Graben/Zona

Jurássico ^145 180 Fm. de Drakensberg


Supergrupo

183 Grupo Stormberg Pessene Alcalino Grupo do Grupo do Karoo


Lava (JrPn) Karoo Superior
Karoo
(CbK)

Superior Cbk (Bacia de


Tiamnila)
Movene Fm. de Movene Fm. de Grupo de
(JrM) Bangomatete Fm. de Lupilichi (Jrlp) Angoche
Pequenos Libombos (JrB) Fm. de Tende (JrTe) (JrAg)
Formação (JrMr) Fm. do Rio (Fm. de Siltitos de
Riólito de Mbuluzi (Membro de Riólito) Mazoe (JrIa, Tende)
Riólito de Jozini Fm. de Umbelúzi JrIb) Fm. de Mecondece
(JrU) Fm. do Chueza (JrMe)
Basalto do Rio Sabie (JrC) Fm. de Fúbuè (JrFb)
Rio Nhavúdezi Serra Bombué (Fm. de Arenitos de
Basalto de Letaba Fm. (JrRN) Fm. (JrSb) Fúbuè.)
Grupo Beaufort Fm. de Lualádzi Horizonte K8
Grupo Beaufort (JrZ) Horizontes K7c, K7b,
Fm. de Zumbo K7a
(JrUz) Grupo Beaufort
Horizonte K6
Horizonte K5

Triássico 200
230Hiatus

Grupo
Pérmico 250 238 Grupo Beaufort Beaufort (PeB)
(PeB) Fm. de Cádzi
(PeC)
255 Grupo Ecca (PeE) Grupo do Grupo do Karoo
300 Karoo Inferior Inferior
Grupo Ecca Horizonte K4b (Ecca
(PeE) Superior)
Supergrupo Karoo (CbK)

Fm. de Matinde Horizonte K4a (Ecca


(PeT) Superior)
Fm. de Moatise Horizonte K3 (Ecca
Carbónico

(PeM) Médio)
Horizonte K2 (Ecca
Inferior)
290 Grupo Dwyka Grupo Dwyka
300 Fm. de Vúzi
(Tilito) (CbV)
Grp. – Grupo; Fm. - Formação
Tabela 4.28.: Estratigrafia do Supergrupo Karoo na África do Sul/Suazilândia e principais áreas
de depósitos do Karoo em Moçambique
Uma carta estratigráfica actualizada (simplificada) foi publicada por F.J.P.Paulino (2009) e
Paulino F.J.P et al. (2011), como se mostra na Tabela 4.28.1A.
Tabela 4.28.1A: Estratigrafia do Supergrupo Karoo da Grande Bacia do Karoo (África do Sul) e
principais áreas de depósitos do Karoo em Moçambique (adaptado de F.J.P. Paulino (2009) e
Paulino F.J.P et al. (2011)
No esquema estratigráfico das unidades Moçambicanas do Karoo (Tabela 4.28.1A.) não é claro,
embora nos períodos Carbónico e Pérmico por F.J.P Paulino (2009) as subdivisões estratigráficas
internacionais também sustentem a mesma ideia. A evolução Karoo é um ciclo especial, limitado
ao continente Africano e o seu perfil-tipo é o que se desenvolveu na Bacia do Grande Karoo. As
divisões internacionais são comparáveis apenas sob reserva.
Em Paulino F.J.P et al. (2011) é descrito um esquema simplificado da evolução do Karoo (Tabela
4.28.1B).
Período Unidade do Karoo Idades (Ma) Características Fonte
das rochas
Sedimentos Rochas (Definições de
ígneas. idade)

Jurássico Fm. de 177±3 Basaltos CGS (2007)


Angoche
(JrAg),

Fm. de 176,7±5,6 Riólitos GTK


Umbelúzi (JrUf) Consortium,
(JrU) (2006)
179±3 (JrUb)
182,1±2,9(JrU)

Fm. do 180 Basaltos Marques et al.


Chueza (JrC) (2011)

*Suíte 181±2 Granito (JrGg), GTK


intrusiva de Gabro (JrGb) Consortium,
Gorongosa (2006)
(JrG)

Fm. de 179,9±1,8 Basaltos Duncan et al.


Letaba- 181,2±1,0 (Membro), 1997GTK
Pafúri 182,0±2,1 Riley et al.
/Basaltos 182,7±0,8 Riólito 2004
(JrLb) subordinado
184,2±1,0 (membro) Consortium,
(2006)

Fm. de 181,2±1,0 e Basaltos Duncan et al.,


Sábiè(JrSba), 184,2±1,0 (1997);
Manninen et
al., (2008).

Suíte de 178/180 Basaltos (onde Duncan et al.,


Rukore (JrR se incluem os (1997); Riley et
e JrMz), e picríticos), al.2004; GTK
190 vulcanismo Consortium,
félsico (2006)
(principalmente
de riólitos e
ignimbritos, e
também de
nefelinitos).

Fm. de Lupilichi Sedimentos Marques et al.


(JrLp) e arenosos (2011)
possivelmente (eólicos)
sedimentos do
Rio Mecole
(JrRM), N'Gapa
(JrP) & do Karoo
da Bacia de
Tiambila (CbK),
correlacionam-se
com a fase final
da Fm. de Zumbo
e da Fm. de
Lualádzi. (JrZ)

Triássico Formações de Arenito, siltito e


Médio-Superior Mecondece, argilitos.
Tende, Rio
Moola & Zumbo
(TrUz),

Hiato

Pérmico- Fm. de Cádzi Arenito, siltito e Marques &


Triássico (PeC) argilitos. Ferrara, (2009)

(Grupo Formações
Beaufort) Siltítica do
Monte Lilonga e
Arenosa do
Fúbuè. (PeFb),

Pérmico Formações de Sedimentos Marques &


Inferior-Médio Moatise (PeM) e margo-arenosos Ferrara, (2009)
(Grupo Ecca) de Matinde (PeT)

Carbónico Fm. de Vúzi Sedimentos


Superior (CbV) glaciares e
fluvio-glaciares
(Grupo Dwyka) (tilitos)

Tabela 4.28.1B: Diagrama estratigráfico simplificado, baseado em Paulino F.J.P et al. (2011)
A Figura 4.27. indica a localização regional das unidades do Karoo em Moçambique.

Figura 4.27.: Diagrama com a localização das unidades do Karoo de Moçambique


4.3.1.1. B. Cintura do Médio Zambeze -Lupata (graben/zona)
4.3.1.1.1. Karoo Inferior
O histórico de deposições do (Sub)grupo do Karoo Inferior inicia-se com um período de
glaciação da idade Dwyka (Carbónico Superior), conforme manifestado pela Formação de Vúzi
(tilito). A seguir, a Formação de Moatize (arenito) de elevada importância económica é
depositada durante o início do período Pérmico com espessas camadas locais de carvão. O Karoo
Inferior termina com a deposição de depósitos clásticos mistos, com textura granular grosseira a
fina, da Formação de Matinde (marga-arenito) durante o Pérmico Médio e Superior.

O Karoo Inferior inclui as seguintes unidades:

Karoo Inferior
*Grupo Ecca (PeE)
*Grupo Dwyka

4.3.1.1.1.1. Grupo Dwyka

4.3.1.1.1.1.1. Formação de Vúzi (tilito) (CbV)

A Formação de Vúzi (Tilito) contém uma datação do Carbónico Superior na base do Supergrupo
Karoo equivalente à do Grupo Dwyka da Bacia principal do Karoo na África do Sul.
A Formação de Vúzi (Tilito) aflora apenas em alguns locais.
A sua extensão original sofreu, aparentemente, algumas restrições, uma vez que apenas
preencheu as depressões mais baixas na paisagem pré-Karoo.

Os tilitos ocorrem sob a forma de pequenos afloramentos dispersos, a cerca de 11 quilómetros a


oeste da aldeia de Chicoa. Isto inclui a localidade tipo de Vúzi, próximo da Sub-bacia
carbonífera de Chicoa-Mecúcoè.
Foram também encontrados afloramentos de Vúzi na Bacia de Moatize (folha 1634, Tambara).

*A Formação compreende conglomerados fluvio-glaciais e fluviais, arenitos feldspáticos,


argilitos carbonosos, siltitos e camadas de carvão.
**Observam-se superfícies polidas, mas raramente com estrias, em blocos maiores. Na área de
Moatize, estes depósitos estão sobrepostos a granitos caulinizados do Pré-câmbrico (Hunting,
1984).
*A Formação de Vúzi (tilitos) está também exposta, em alguns locais ao longo do limite
Fanerozóico-Proterozóico, na margem norte da albufeira de Cahora Bassa.
*A sua extensão original sofreu, aparentemente, algumas restrições, uma vez que apenas
preencheu as depressões mais baixas na paisagem pré-Karoo. Os afloramentos incluem a
localidade tipo ao longo do rio Vúzi, a SE do monte do Cone Negose (folha 1532).
**Aqui, a unidade compreende uma sequência com espessura > 100 m de conglomerados fluvio-
glaciais e fluviais, arenitos feldspáticos, argilitos carbonosos, siltitos e camadas de carvão.
*Na área do rio Mucangádzi, contudo, cerca de 19 km para oeste, a espessura do conglomerado
basal polimíctico, directamente sobreposto às rochas metavulcânicas do Supergrupo de Fíngoè, é
de apenas algumas dezenas de centímetros.

4.3.1.1.1.2. Grupo Ecca (PeE)

O Grupo Ecca (PeE) inclui as seguintes unidades:

Grupo Ecca (PeE)


*Formação de Matinde (PeT)
*Formação de Moatize (PeM)

4.3.1.1.1.2.1. Formação de Moatize (PeM)


(Formação de Arenito de Moatize)

Ocorrem afloramentos da Formação de Moatize (arenito) entre a parte nordeste da Suíte de Tete e
a fronteira com o Malawi (folhas 1533) e numa série de janelas estreitas com orientação NO-SE
abaixo da Formação de Matinde (folha 1532).
O contacto do seu muro é feito com a Formação de Vúzi (tilito) ou cobre de forma discordante o
soco cristalino.

*A unidade compreende principalmente arenitos arcósicos brancos a cinzentos, ocasionalmente


com clastos, arenitos com textura granular fina, argilosos ou micáceos (com flora fóssil) e
argilitos negros subordinados com camadas de carvão. Estes contêm frequentemente nódulos ou
disseminações de pirite ou limonite.

As três principais sub-bacias carboníferas desenvolveram-se ao longo da margem norte do rio


Zambeze e da albufeira de Cahora Bassa:

*Sub-bacia de Sânangoè-Mefidéze
*Sub-bacia de Muanzi-Luângua
*Sub-bacia de Mucanha-Vúzi
*Sub-bacia de Chicôa-Mecúcoè
*Sub-bacia de Moatise-Minjova

Outras sub-bacias de menor importância incluem (para estas sub-bacias não são apresentadas
descrições separadas porque a estratigrafia é similar à de outras bacias no graben do Médio–
Zambeze):

*Sub-bacia de Muaradzi-Mecondezi
*Sub-bacia de Estima-Changara
*Sub-bacia do Baixo Chire

4.3.1.1.1.2.1.A. Sub-bacia (carbonífera) de Moatize-Minjova

Na Sub-bacia de Moatize-Minjova, a Formação de Moatize está bem exposta no vale do rio


Moatize (folha 1633), onde atinge uma espessura de 340 m.

*Consiste principalmente em arenitos carbonosos, com seis camadas de carvão diferentes. Koch
(1961), citado por Real (1966), referiu que a parte inferior da Formação é aqui atribuída à
unidade de arenito de Cambéua com arenitos quartzíticos e conglomerados, com uma espessura
máxima de 16 m.
*As principais camadas de carvão na Sub-bacia de Moatize-Minjova e as respectivas espessuras
são (de baixo para cima):

**Camada de Sousa Pinto (14 m)


**Camada de Chipanga (36 m)
**Camada de Bananeiras (27 m)
**Camada Intermédia (22 m)
**Camada da Grande Falésia (12 m)
**Camada do André (1 m)
(Para uma descrição mais detalhada das camadas de carvão, consultar o capítulo 6 Depósitos de
carvão)
*O contacto do muro da Formação de Moatise é feito com a Formação de Vúzi (tilito) ou cobre
de forma discordante o soco cristalino. A unidade compreende principalmente arenitos arcósicos
brancos a cinzentos, ocasionalmente com clastos, arenitos com textura granular fina, argilosos
ou micáceos (com flora fóssil) e argilitos negros subordinados com camadas de carvão. Estes
últimos contêm frequentemente nódulos ou disseminações de pirite ou limonite.
*O topo da Formação caracteriza-se por arenitos e argilitos (GTK, 2006).

Dentro da Bacia de Moatize-Minjova (Carvão) ocorrem várias espécies de fósseis vegetais.


Desde 1912 que foram estudados por Gothan. Segundo Daber (1984) e outros autores, é possível
encontrar as seguintes espécies:
Asterotheca sp., Gangamopteris, Glossopteris ampla (Dana, 1849), Glossopteris angustifolia
(Brongniart, 1828), Glossopteris brancai (Gothan,1914), Glossopteris browniana (Brongniart),
Glossopteris damudica (Feistm, 1881), Glossopteris indica (Srivastava, 1956), Glossopteris
pseudocommunis (Kovacs, 1976), Glossopteris taeniopteroides (Feistm, 1879), Psygmophyllum
kidstoni (?), Samaropsis zambezicum (Hoeg and Bose, 1960), Schizoneura africana
(Fristmantel), Sigillaria sp., Sphenopteris af. alata (Brongniart), Sphenophyllum oblongifolium
(Germar and Kaulfuss), Sphenophyllum speciocum (Royle), Sphenophyllum thonnii (Mahr) e
Vertebraria indica (Royle).

Os estudos palinológicos mostram que o equivalente estratigráfico da parte carbonífera da


sequência está presente nos rios Cachenga e Nhacasongoè, afluentes da margem norte do rio
Vúzi. Uma suíte polínica da área supra é dominada pelos monosacatos:

Cannanoropollis (C. obscurus, C. methae, C. densus, C. corius?), Plicatipollenites indicus,


Parasaccites (P. distinctus e P. obscurus), Potonieisporites s. e Caheniasaccites sp., (2) os
triletos Calamaspora diversiformis, Punctatisporites gretensis, Microbaculispora tentula,
Zinjisporites sp. e Lophotriletes sp., (3) os aletos Pilasporites calculus, e (4) os disacatos
Alisporites gracilis (não estriados) e Protohaploxypinus sp.; além disso, encontrou-se uma
possível nova espécie de pólen: Disaccitrilete tipo M.

O conjunto de pólenes supra é característico do Pérmico Inferior e confirma que estes depósitos
são um equivalente aos Grupos do Dwyka Superior ao Ecca Inferior da Bacia principal de Karoo,
África do Sul.

4.3.1.1.1.2.1.B. Sub-bacias de Chicôa-Mecúcoè e de Mucanha-Vúzi


(Sub-bacias dos rios Mucangádzi, Vúzi, Bohozi, Massínduè e Mucanha)

*A Sub-bacia de Chicôa-Mecúcoè está localizada na parte central da folha cartográfica 1532, a


norte da albufeira de Cahora Bassa (GTK 2006b).
*Na Sub-bacia de Chicôa-Mecúcoè e na Sub-bacia de Mucanha-Vúzi, que inclui os rios
Mucangádzi, Vúzi, Bohozi, Massínduè e Mucanha, as rochas da Formação de Moatize
sobrepõem-se de forma discordante ao soco Pré-câmbrico.
*Na base do rio Mucandádzi, alguns decímetros de arenitos arcósicos com textura granular
média a grosseira com clastos arredondados a angulares da Formação Vúzi são acompanhados
por argilitos negros com camadas de carvão finas. Nas camadas argilíticas, a ocorrência de pregas
de laminação bem desenvolvidas em posição lenticular está preservada localmente, sugerindo
uma origem de marés.
**No topo da série carbonífera, que, em determinados locais ultrapassa os 5 m de espessura,
ocorre uma espessa coluna sub-horizontal de arenito com clastos, representando a parte mais
inferior da Formação de Matinde.
*Na área do rio Vúzi , a sucessão inicia-se com uma fina camada de arenitos arcósicos com
cascalho angular a arredondado, possivelmente de origem fluvio-glacial.
**No topo de uma camada conglomerática ocorrem arenitos micáceos com textura granular fina
com flora fóssil (folhas carbonizadas), acompanhados de argilitos negros com camadas de carvão,
seguindo-se arenitos com textura granular média e, finalmente, argilitos e argilitos negros que
apresentam localmente estruturas cone em cone. Os conglomerados encontram-se em alguns
locais.
*No rio Bohozi, a unidade começa com arenitos com nódulos de pirite ou limonite,
acompanhados por arenitos argilosos com flora fóssil (raízes).

4.3.1.1.1.2.1.C. Sub-bacia de Muanzi-Luângua

*Na Sub-Bacia de Muanzi-Luângua, no rio Muanzi, desenvolveu-se um pequeno graben com


orientação NO-SE, preenchido por alguns argilitos negros com camadas de carvão,
frequentemente pontilhados por concentrações de pirite.
*Os arenitos no topo da unidade pertencem à Formação de Mucangádzi (arenito). Estes arenitos
têm uma textura granular fina, por vezes são arcósicos, com estratificação cruzada em alguns
locais, com manchas lamelares avermelhadas, ao longo da camada sedimentar, e cores que
variam de branco a cinzento e mesmo de castanho-amarelado a avermelhado.

4.3.1.1.1.2.1.D. Sub-bacia de Sânangoè-Mefidéze

*Na Sub-bacia de Sânangoè-Mefidéze são descritos até 200 m de sedimentos carboníferos do


Karoo Inferior. Os sedimentos são arenitos e argilitos com textura granular fina.
*A Formação carbonífera de Moatize é sobreposta pela Formação de Matinde (ver 4.3.1.1.1.2.2.).

4.3.1.1.1.2.2. Formação de Matinde (PeT, PeTc)

*Assume-se que a Formação de Matinde data do Pérmico Inferior a Médio, equivalente ao Ecca
Médio/Superior da Bacia principal do Karoo, na África do Sul.
*Sobreposta à Formação carbonífera de Moatize, a Formação de Matinde aflora sobretudo na
área a oeste da Suíte de Tete, numa estreita faixa ONO-OSE, ligeiramente oblíqua à albufeira de
Cahora Bassa.

4.3.1.1.1.2.2.A. Área oeste da Suíte de Tete

*A unidade é uma sucessão espessa de arenitos com saibro ou clastos alternados com textura
granular fina a grosseira. São também comuns camadas conglomeráticas, com 2 – 5 m de
espessura, com cascalho de veio de quartzo bem formado com 5 cm de dimensão máxima. Destes
conglomerados resultam calhaus de quartzo em leitos de rios e cascalho superficial,
compreendendo sobretudo cascalho e calhaus arredondados de quartzo e quartzito. Está quase
sempre presente uma estratificação cruzada tangencial, de ângulo reduzido e variável de
conjuntos interestratificados com uma espessura de alguns centímetros até 1 – 2 m. A
estratificação maciça é comum em arenitos cinzentos, cimentados com carbonatos a sul da
albufeira de Cahora Bassa, ao passo que a grano selecção é a estrutura dominante em
afloramentos ao longo do rio Sanangoè.
*Os principais constituintes desta unidade na região da antiga Carinde são as margas e as
interestratificações argilíticos com finas camadas de carvão afloram no arenito de Matinde nas
margens do rio Sanangoè, a leste da aldeia de Estima.
**Ocorrem igualmente margas de cor cinzenta a amarelada e arenitos fossilíferos desta unidade
***a norte do rio Zambeze, no rio Mucangádzi e no rio Vúzi, na bacia de Pitões e
***a sul do rio Zambeze, entre as antigas cidades de Carinde e Mágoè. Estas litologias podem
alternar com argilitos compactos amarelo-esverdeados. Por vezes, apresentam estrutura cone em
cone (GTK, 2006).
*Os arenitos de cor cinzenta têm uma textura granular fina a grosseira e apresentam uma
composição arcósica ou micácea. Devido à dissolução dos minerais carbonatados da matriz, as
superfícies das rochas apresentam muitas vezes grãos de quartzo e feldspato rugosos, angulares
ou subarredondados salientes das superfícies meteorizadas. Em alguns locais observam-se
impregnações de ferro, que conferem à rocha uma cor avermelhada, e camadas de argila
cinzento-esverdeadas.
**Estes arenitos podem conter árvores fossilizadas de Dadoxylon nicoli Seward, cujo diâmetro
pode atingir os 2 m (Seward, 1917; Silva & Carvalho, 1967).
*Na margem sul da albufeira de Cahora Bassa, entre a antiga Carinde e Mágoè, a densidade das
árvores silicificadas é muito elevada e muitos dos troncos encontram-se ainda na suas posições
originais de crescimento vertical.
**O afloramento pode ser considerado como uma autêntica floresta fossilizada, distribuída por
uma área com cerca de 100 m por 5,6 km.
**Foram também encontrados troncos petrificados incrustados em arenito siltítico, amarelo
acastanhado, no rio Melauzi, a noroeste da albufeira de Cahora Bassa.

4.3.1.1.1.2.2.B. Região de Birira


(Folha 1633)

*Os sedimentos da Formação de Matinde na região de Birira (folha 1633) são


predominantemente constituídos por arenitos e argila e conglomerado subordinados de cor clara
que alternam com riólitos e basaltos de formações sobrepostas do Karoo Superior.
*Arenitos meteorizados, compactos a macios, com laminação estreita de argilitos de cor creme,
orientados a 150o/14oSO afloram num afluente do rio Mavúzi. No mesmo local, ocorrem arenitos
com textura granular grosseira a muito grosseira com algumas camadas conglomeráticas e finas
vénulas de calcite.
**O conglomerado pode conter clastos cujo diâmetro pode atingir os 3 cm. Há uma gradação da
dimensão e da estratificação cruzada dos clastos.
**São também frequentes nesta área, arenitos com uma textura granular fina a média, de cor
castanha ou amarela clara, com uma orientação de 310 – 340o/12o a SO.
*Um enorme afloramento em forma de dorso de baleia na área a nordeste da aldeia de Birira
(0523196/8189443) é composta por arenitos arcósicos, orientados 340o/10oSO e cortados por
diques subverticais de microgabro com orientação a 305o.

4.3.1.1.1.2.2.C. Rio Nhanfiti, afluente esquerdo do Rio Sorodeze


(Folha 1633)

*Durante um percurso ao longo do rio Nhanfiti, afluente esquerdo do rio Sorodeze, observam-se
arenitos arcósicos de tom cinzento-amarelado, com textura granular grosseira e horizontes
conglomeráticos, contendo ocasionalmente clastos isolados de veio de quartzo cujo diâmetro
pode chegar aos 3 centímetros.

4.3.1.1.1.2.2.D. Área da folha cartográfica de Chioco


(Folha 1632)

*Depósitos clásticos grosseiros da Formação de Matinde afloram generalizadamente para norte


do contacto tectónico entre terrenos do Fanerozóico e do Proterozóico na folha cartográfica de
Chioco, onde a dimensão dos clastos polimícticos em arenitos com estratificação cruzada excede
localmente os 20 cm.

4.3.1.1.1.2.2.E. Domo vulcânico da serra Mevunge


*Arenitos semelhantes com textura granular grosseira ou com clastos afloram também, sob fluxos
de lava basáltica, no núcleo do domo vulcânico da serra de Mevunge (GTK, 2006).

4.3.1.1.1.2.2.F. Bacias no bordo do soco Pré-câmbrico

Há algumas pequenas bacias localizadas na zona do bordo entre as zonas do soco Pré-câmbrico e
do rifte Meso-cenozóico e a bacia sedimentar de Moçambique.
Geralmente, estas são - hemigrabens pequenas localizadas ao longo do bordo do Pré-câmbrico
(Afonso, 1978; Lächelt, 2004).

Bacia de Batonga

*Uma estrutura típica é a Bacia de Batonga, com uma orientação N-S, um comprimento
aproximado de 30 km e uma largura de 5 km.
*É constituída inteiramente por sedimentos que representam a transição do Pérmico Superior para
o Triássico Inferior, i.e. a transição do Karoo Inferior para o Superior.
*Mais para SO, estas pequenas bacias caracterizam-se por rochas vulcânicas do Karoo Superior.

Bacia de Mepotepote

Esta bacia corresponde a uma estrutura de hemigraben com orientação a E-O.


Tem 20 km de comprimento e 300 m de largura.
Com o Pré-câmbrico, está limitada a norte por uma falha.
O alongamento da bacia, bem como a falha a norte, acompanha as estruturas da Cintura (Móvel)
do Limpopo.
Este contexto estrutural leva- nos a concluir que a bacia era inicialmente formada como uma
estrutura graben Pré-Karoo, constituindo um ciclo de sedimentação do Pré-Karoo para o Karoo
(Afonso, 1984; Lächelt, 2014).

4.3.1.1.2. Karoo Superior (grupo)

*O (Grupo) do Karoo Superior compreende um conjunto de formações definidas informalmente


em conjunto com rochas vulcânicas interestratificadas com datação entre o Triássico Inferior e o
Jurássico Inferior. A época conclui-se com a instalação da Suíte de Rukore, uma suíte bimodal
ígnea, com uma datação correcta de 180
– 190 Ma.
*A última é contemporânea da Suíte de Gorongosa e das rochas vulcânicas dos Monoclinais de
Sabi e dos Libombos, mais para sul, com as quais está possivelmente relacionada.
*Há observações de campo das áreas de Massangano, Birira e da Calha de Lupata (folha 1633
Tete) e do domo da serra de Mevunge (folhas 1631-1632 de Mecumbura e Chioco).

O Karoo Superior inclui as seguintes unidades:

Karoo Superior
*Grupo Stormberg
*Grupo Beaufort (PeB)

4.3.1.1.2.1. Grupo de Beaufort (PeB)

O Grupo de Beaufort inclui apenas uma unidade na Cintura/Graben/Zona do Zambeze Médio-


Lupata:
Grupo de Beaufort (PeB)
*Formação de Cádzi (PeC)

4.3.1.1.2.1.1. Formação de Cádzi (PeC)


(Formação de arenito de Tete, Arenitos de Gádzi)

A Formação de Cádzi (PeC) aflora nas folhas cartográficas 1633 e 1634.


A Formação de Cádzi tem uma datação entre o Pérmico Superior e o Triássico Inferior. Como tal,
atravessa o limite entre o Karoo Inferior e Superior. Está separada da Formação de Uçúpè
(arenito) sobrejacente por um hiato

*A rodear a extremidade norte da Calha de Lupata (folhas 1633 e 1634) como uma cintura em
forma de arco, os depósitos da Formação de Cádzi compreendem arenitos arcósicos castanhos
avermelhados, com estratificação transversal, calcários e arenitos carbonatados. Camadas sub-
horizontais de arenito semelhante, mineralogicamente imaturo, afloram também mais para sul, ao
longo do contacto tectónico com o terreno Proterozóico adjacente.
*Nos arenitos de Gádzi, os grãos apresentam calibração moderada e forma subangular a
moderadamente arredondada. Há um ligeiro predomínio de grãos de quartzo sobre grãos de
feldspato e ocorrem também alguns grãos de mica. A matriz ocupa 10 – 15 % da rocha e é
essencialmente constituída por carbonato. A rocha pode ser designada por arenito arcósico com
textura granular média a grosseira.
**Em alguns locais, ocorrem dentro destes arenitos finos horizontes conglomeráticos, com
material clástico, que variam entre fragmentos microclinais de arestas afiadas e cascalho de
quartzo arredondado.
*Árvores fossilizadas de Rhexoxylon africanum, Rhexoxylon cf. priestheyi e Dadoxylon sp. foram
encontradas na região de Doa, dentro dos arenitos desta formação.
*Depósitos imaturos da Formação de Gádzi cobrem em conformidade os sedimentos clásticos da
Formação de Matinde, e são cobertos por basaltos das Formações de Chueza e do rio Nhavúdezi.
*A Formação de Cádzi pode ser correlacionada com a formação de Tchaca, identificada por
trabalhadores anteriores (Afonso, 1975).
*Na margem norte do lago, ocorrem aleatoriamente sedimentos da Formação de Cádzi. Uma
variedade clástica grosseira da unidade, constituída sobretudo por arenito com clastos com finas
interestratificações conglomeráticas, aflora na parte basal de uma estrutura de dobra aberta, com
vergência para leste na costa norte do lago, a sul da montanha do Cone Negose.
*Há afloramentos de fluxos de lava basáltica da Formação do rio Mazoe entre a Formação de
Cádzi e os conglomerados basais da Formação Cretácica de Mágoè (GTK, 2006).

4.3.1.1.2.2. Grupo Stormberg

O Grupo Stormberg inclui as seguintes unidades:

Grupo Stormberg
*Formação do rio Mazoe (JrIa, JrIb)
*Formação de Lualádzi (JrZ)
*Formação de Zumbo (JrUz)

4.3.1.1.2.2.1. Formação de Zumbo (JrUz)


(Formação de Arenito de Carumacáfuè)

A correlação com a sucessão do Stormberg Superior da Bacia principal do Karoo (África do Sul)
sugere que as rochas da Formação de Zumbo têm uma datação entre o Triássico Médio-Superior
e o Jurássico Inferior (Afonso, 1969).
*Como a maior parte das rochas sedimentares do Karoo, anteriormente atribuídas à Formação de
arenitos de Carumacáfuè, subjaz a grandes áreas na periferia e a norte da aldeia de Zumbo, na
província ocidental de Tete e como o planalto isolado de Carumacáfuè do tipo meseta está situada
longe da área de Zumbo, a sul da albufeira de Cahora Bassa.
*A montanha de cume achatado de Carumacáfuè está situada a leste da estrada de Mágoè para
Mucumbura e cobre uma área de 25 por 10 km². O planalto ergue-se 200 m acima da planície
circundante, com uma escarpa abrupta e íngreme. O planalto resulta da silicificação dos
horizontes superiores da unidade durante um prolongado período de intensa meteorização, que
protegeram da erosão os horizontes inferiores mais macios.
*Na montanha Carumacáfuè, a Formação de Zumbo consiste nas seguintes litologias (de baixo
para cima):
**Arenitos com textura granular fina, silicificados, muito compactos, com fracturas concoidais,
finamente zonados, de cor avermelhada a rosada, com uma espessura de 60 m
**Coluna de 130 m de espessura de arenitos zonados, silicificados ou dessilicificados com
inúmeros horizontes feldspáticos, avermelhados, rosados e amarelados.
**Considera-se que a parte inferior, com estratificação transversal, tenha estado exposta a um
ambiente com elevada energia, ao contrário da parte superior que se acredita corresponder a uma
deposição em condições mais calmas, num clima árido.
*Uma área do tipo bem exposta da Formação de Zumbo, na periferia da aldeia de Zumbo,
compreende arenitos laminados, com textura granular fina, de tom acinzentado a castanho
avermelhado com interestratificações com clastos aleatórias.
** Características sedimentares primárias localmente preservadas, como estratificações
transversais de pequena escala, fendas de retracção poligonais e concreções calcárias semelhantes
a discos do tamanho de grânulos cujo diâmetro pode atingir os 80 cm, sugerem a deposição num
ambiente de águas pouco profundas e baixa energia (GTK, 2006b).

4.3.1.1.2.2.2. Formação de Lualádzi (JrZ)


(Arenitos de Lualádzi)

A Formação de Lualádzi no lado moçambicano da fronteira está correlacionada com a Formação


de Arenito da Floresta eólica, cuja datação se pensa estar entre o Triássico Superior e o Jurássico
Inferior.

*Numa vasta área a norte e sul da bacia ocidental de Cahora Bassa, os arenitos de Cádzi e
Zumbo estão cobertos por uma unidade mais recente de areia limpa e arenito com textura
granular fina a média, bem calibrado, a Formação de Lualádzi, que deve o seu nome ao rio
Lualádzi que corre para sudoeste.
*No lado norte da bacia de Cahora Bassa, o afloramento desta unidade é em geralmente
marcado por uma topografia específica, à qual falta drenagem superficial devido à porosidade do
arenito. Em resultado da meteorização, uma espessa camada de areia eólica vermelha cobre os
arenitos na área leste da antiga Missão de Miruro, provocando localmente a formação de dunas e
sendo a unidade caracterizada por uma tonalidade avermelhada inconfundível.
*Os arenitos de Lualádzi são rochas de tom vermelho-tijolo, com textura granular fina,
laminadas, com estratificações transversais de pequena escala, constituídas por grãos de quartzo
sub-arredondados a bem arredondados, revestidos de goethite, cimentados por sílica e hematite
ou goethite.
*A leste da Missão de Miruro, ocorre uma rede regular de fissuras e falhas em silicificação
extensa de arenitos e transforma lajes de arenitos silicificadas em cristas sub-verticais finas, mas
compridas, ao longo de linhas direitas de falhas.
*No lado sul da bacia de Cahora Bassa o contacto de Lualádzi com a Formação de Cádzi
subjacente é provavelmente provisório. A base da Formação de Lualádzi, com uma ligeira
inclinação (12 – 25°) para leste, compreende arenitos clásticos grosseiros, cinzento-escuros a
castanho-claros ou arenitos com clastos com interestratificações de conglomerados de cascalho de
quartzo. O material clástico dos arenitos com clastos compreende quartzo recentemente quebrado,
feldspato e fragmentos de rochas com arestas angulares, características de um sedimento imaturo
resultante da erosão de rochas graníticas proximais.
*A parte superior da Formação de Lualádzi, numa cintura curva de afloramentos que se estendem
do rio Duângua em direcção à fronteira do Zimbabué, a sul da aldeia de Zumbo, compreende
arenitos de tom vermelho-tijolo com textura granular fina, semelhantes a rochas que ocorrem a
leste da Missão de Miruro. Arenitos laminados sub-horizontais ou com uma ligeira inclinação a
NE possuem abundantes galerias cilíndricas, pouco sinuosas, sub-horizontais e galerias direitas,
verticais com uma secção transversal circular, representando o paleo-fundo com fósseis de
Planolites e Coprinisphaera icnofácies, respectivamente (S. Hasiotis, pers. comm., 2005 em GTK
(2006).
*Du Toit (1954) (consultar também Johnson et al., 1996) descreveu arenitos semelhantes da
África do Sul (arenito florestal). Oesterlen & Millsteed (1994) descreveram ambientes
sedimentares semelhantes a ocidente da bacia de Cabora Bassa/Mana Pools, no Zimbabué.

4.3.1.1.2.2.3. Formação do rio Mazoe (JrIa, JrIb)

A Formação do rio Mazoe aflora nas folhas cartográficas 1632 Chioco e 1633 Tete.
A anterior datação K-Ar de 166±10 Ma (Flores, 1964) foi anulada atendendo aos resultados
geocronológicos mais recentes. A datação do Jurássico Médio (180 – 190 Ma) é mais provável
para os basaltos da Formação do rio Mazoe.
Embora com uma extensão de areal bastante restrita, a Formação do rio Mazoe está bem
desenvolvida nas folhas cartográficas do Chioco (1632) e Tete (1633), onde as lavas basálticas e
andesítica da Formação do rio Mazoe se sobrepõem a arenitos da Formação de Matinde e são
sobrepostos por riólitos da Formação de Bangomatete.

*As áreas mais extensas de afloramento da unidade encontram-se a ocidente da ponte do rio
Mazoe e em partes centrais da estrutura do domo da Serra Mevunge. Devido a diferentes
intensidades de meteorização, a cor das lavas basálticas varia de verde acinzentado escuro a
castanho chocolate ou castanho avermelhado escuro, o que muitas vezes dificulta a identificação
da real composição das rochas. Consequentemente, utilizaram-se, em geral, dados radiométricos
para separar os basaltos de outras variedades mais félsicas da sequência vulcânica, basaltos que
apresentam uma fraca assinatura K/Th em cartas radiométricas por via aérea.
*Nas margens do rio, a oeste da ponte do rio Mazoe, os fluxos de basalto com textura granular
fina formam uma coluna de lava com uma ligeira inclinação a (12 – 20o) SOO. A espessura
estimada dos fluxos, com base em contactos de fluxo ricos em vesículas, varia de 2 – 3 m até 10 –
15 m na parte inferior da formação. Foram igualmente observadas inúmeras características
identificativas de trapp-basaltos: existência de zonas de chaminés vesiculares, cilindros verticais
de vesículas e disjunções colunares nos núcleos dos fluxos e estruturas de lava viscosa
(pahoehoe) nas superfícies dos fluxos. Nos topos de fluxos altamente vesiculares, as vesículas e
cavidades preenchidas por calcite e zeólito, com dimensões que podem chegar aos 20 - 30 cm,
possuem muitas vezes revestimentos brilhantes de crisocola, de cor azul esverdeada.
*Dado que não se observaram camadas intervenientes de material piroclástico ou sedimentar
entre fluxos de lava, a intensidade e a taxa de erupção foi provavelmente bastante elevada, uma
característica igualmente típica de províncias trapp continentais.
*Na área do domo da Serra de Mevunge, os fluxos de lava basáltica e andesítica, idênticos aos
descritos na área do rio Mazoe, afloram entre arenitos grosseiros-clásticos do Karoo Inferior e
fluxos de riólitos da Formação de Bangomatete. São frequentes estruturas de lava viscosa e
vesículas tubulares, com as dimensões das cavidades preenchidas por zeólito e calcite na zona
mais elevada do topo do fluxo, excedendo os 30 – 40 cm. Comparada com a área do rio Mazoe,
a espessura dos fluxos é geralmente inferior. Com base na ocorrência de vesículas tubulares nas
zonas basais de fluxos, foram observados vários fluxos individuais com menos de um metro de
espessura.
*Numa área 3 km a leste da aldeia de Changara, afloram lavas basálticas de cor verde escura,
em alguns locais muito fracturadas, e de tom castanho chocolate quando meteorizadas, formando
uma região montanhosa que ocupa uma área de mais de 10 km por 10 km. Em alguns locais
observam-se texturas amigdalóides e porfiríticas, com fenocristais de plagioclase alterados. Em
algumas áreas, encontram-se concentrações de geodes de quartzo nas partes superiores dos fluxos
basálticos. É frequente a ocorrência de cascalho branco de ágata na área, resultante
provavelmente de vesículas preenchidas por ágata.
*Na área de Birira (folha 1633), os basaltos são de cor cinzenta escura e por vezes amigdalóides.
Estes fluxos de basalto podem alternar com fluxos de riólitos. A sul de Birira, os fluxos de riólitos
constituem colinas proeminentes e estão interestratificados com fluxos de basalto.
Frequentemente, as rochas apresentam-se muito fracturadas. Encraves ignimbríticos com veios de
calcite comum ocorrem em alguns locais.
*Aproximadamente 2 km a SO de Birira, um veio de calcite de 30 cm de espessura, que com
inclinação vertical de 330º, pode ser seguido ao longo de uma distância considerável. A sua
direcção corresponde a um sistema de falhas a NO-SE (interpretado a partir de imagens de
satélite).

4.3.1.1.C. Fossa de Lupata – a SE da zona de bordo do Cratão do Zimbabué/sub-bacia de


Espungabera

À volta da Calha de Lupata, acompanhando o soco Proterozóico e o bordo sudeste do Cratão do


Zimbabué, bem como o bordo do Rift do Leste Africano, formaram-se unidades de Karoo. As
litologias mais importantes são as sequências sedimentares do Karoo e sobretudo os sedimentos
vulcânicos do Karoo Superior ou da bacia do Mesozóico (Jurássico).

Nestas zonas/áreas afloram as seguintes unidades:


*Formação de Chueza (JrC)
*Formação de Bangomatete (JrBr, JrBb)
*Formação da Serra Bombuè (JrSb)
*Formação do rio Nhavúdezi (JrRN)

4.3.1.1.2.2.4. Formação do rio Nhavúdezi (JrRN)

A Formação do rio Nhavúdezi aflora nas folhas 1734, 1934, 2032 e 2034.

*A Formação do rio Nhavúdezi compreende uma sucessão de basaltos amigdalóides, encontrados


aleatoriamente à volta da Calha de Lupata, mas formando uma unidade litológica importante a sul
da aldeia de Nhamatanda (folha 1934) e prosseguindo a partir daqui como uma cintura de 5 – 20
km de largura durante mais de 250 km para sudoeste, em direcção à fronteira do Zimbabué (folha
2032).
*Nas cartas aeromagnéticas e radiométricas, a sucessão homogénea de lava destaca-se como uma
anomalia positiva e negativa, respectivamente.
*O contacto inferior da Formação aflora no afluente do rio Mebahata (folha 1734), onde a lava
basáltica de fluxo brechificado se sobrepõe a uma variedade conglomerática da Formação de
Chueza.
*O contacto superior com as rochas riolíticas da Formação da serra de Bombuè é gradual,
existindo finas interestratificações riolíticas entre fluxos basálticos na parte superior da Formação
do rio Nhavúdezi no rio Mebahata, mas os contactos não aflorados da sucessão basáltica, a sul da
aldeia de Nhamatanda, são provavelmente tectónicos.
*Macroscopicamente, os basaltos com textura granular fina, cinzentos-escuros ou verdes
acastanhados são geralmente afíricos, mas também se encontraram aleatoriamente variedades
porfiríticas com fenocristais de plagioclase. Algumas variedades raras com textura granular
média encontradas no basalto representam provavelmente os núcleos maciços de fluxos, mas não
se exclui a sua origem como diques ou soleiras. Não se encontraram na sucessão basáltica
interestratificações piroclásticas ou sedimentares. As amígdalas zonadas com aterros de
calcedónia e zeólito são comuns na parte superior de fluxos de lava com inclinação subhorizontal
a íngreme (até 50o) para leste e existem megavesículas irregulares, cujo tamanho pode chegar a
30 – 40 cm, em basaltos do rio Mebahata. Há também uma junta colunar bem desenvolvida
visível em alguns fluxos basálticos.
*Quanto à textura, os basaltos com textura granular fina são rochas sub-ofíticas, com plagioclase
e clinopiroxena e olivina como minerais principais, sendo a biotite secundária e a clorite os
acessórios mais frequentes. Quimicamente, as lavas basálticas da Formação do rio Nhavúdezi são
toleítos subalcalinos (GTK, 2006).

4.3.1.1.2.2.5. Formação da Serra Bombuè (JrSb)

Na folha 1734, afloram rochas da Formação da serra de Bombuè.

*As rochas riolíticas da Formação da Serra de Bombuè formam uma crista com orientação para
norte no lado oeste da Calha de Lupata, a nordeste da montanha da Gorongosa (folha 1734)
*Com menos de 4 km de largura, mas mais de 30 km de comprimento, a formação de riólitos
com um ligeiro (12 – 20o) basculamento para leste está colocada entre as lavas basálticas das
Formações do rio Nhavúdezi e de Chueza, diferindo claramente das litologias circundantes com
as suas anomalias aeromagnéticas e radiométricas altamente positivas.
*Uma travessia bem aflorada ao longo do rio Mebahata revela o contacto gradual com basaltos
subjacentes da Formação do rio Nhavúdezi, finos fluxos de lava félsica alternam com fluxos
basálticos na parte superior da sucessão do rio Nhavúdezi.
*Num espécimen, o riólito tem um tom castanho chocolate e uma textura granular fina,
apresentando localmente um bandado de fluxo bem desenvolvida. Uma brecha baixa, com textura
esferolítica em fragmentos de arestas afiadas ocorre na parte basal da sucessão de riólitos, mas,
fora isso, a rocha é bastante maciça, indicativo de unidades de arrefecimento bastante espessas
(GTK, 2006).

4.3.1.1.2.2.6. Formação de Bangomatete (JrBr, JrBb)

A Formação de Bangomatete é conhecida nas folhas 1632 e 1633.


Tradicionalmente, a Formação de Bangomatete é datada do Jurássico Médio, equivalente ao
Stormberg Inferior-Médio da África do Sul. Atendendo aos mais recentes dados geocronológicos,
é mais provável que seja do Jurássico Inferior.

*Extensos e espessos fluxos de riólitos cobrem as lavas basálticas da Formação do rio Mazoe na
estrutura do domo da serra de Mevunge, no canto NO da folha cartográfica de Chioco (folha
1632) e na área leste da confluência do rio Luia com o rio Mazoe (folha 1633), estendendo-se a
partir da montanha de Bangomatete, semelhante a uma mesa, por mais de 80 km para noroeste.
*Na área do rio Mazoe, as rochas da Formação de Bangomatete compreendem uma coluna de
fluxos riolíticos com um ligeiro basculamento para sudoeste (10 –35º). As observações
geológicas ao longo do rio Mázoè e do rio Luia revelam a natureza piroclástica predominante
destas vulcânicas.
*Na proximidade do Mt. Inhamangombe, uma sequência heterogénea de rochas riolíticas
apresenta características típicas de tufos de fluxos de cinza vulcânica ou ignimbritos soldados de
várias formas: brechas vulcânicas com fragmentos líticos e/ou pomitos, tufos de lapilli, fiammes,
litofisas e texturas glomeroporfíricas que sugerem cristalização em fase de vapor. Tufos de lapilli
e brechas piroclásticas, maciços e geralmente mal calibrados, de cor amarelada clara a vermelho
escuro (meteorizados) compreendem fragmentos líticos de arestas afiadas (tufos soldados) ou
fragmentos de pomitos vesiculares em vários graus de soldadura. Também o bandado do fluxo e
as litofisas associadas preenchidas por quartzo e zeólito, visíveis em vários afloramentos à volta
da montanha, manifestam a soldadura de depósitos piroclásticos.
*Localmente, encontram-se tufos maciços ou laminados, com textura granular fina, em áreas
mais distais do monte Inhamangombe (possivelmente, representam uma fácies não soldada de
tufos de fluxos de cinza vulcânica ou depósitos riolíticos de chuvas de cinzas).
*Um lobo ou língua de lavas riolíticas, bem preservado, foi encontrado numa garganta
completamente exposta do rio Mazoe, cerca de 10 km a leste do Monte Inhamangombe.
Ocorrendo no topo das lavas basálticas da Formação do rio Mazoe, este fluxo de cor castanha
chocolate a rosada, com textura granular fina, apresenta inúmeras vesículas pequenas,
deformadas pelo fluxo, fenocristais de feldspato (traquítico) orientados e bandado característico
do fluxo. Várias aberturas de grande dimensão (até 4 x 8 m) dentro do fluxo representam
possivelmente uma linha de ventilações vulcânicas (GTK, 2006).
*Com uma escarpa proeminente para norte, nordeste e sudeste, o Monte Inhamangombe forma
uma estrutura circular, com cerca de seis quilómetros de diâmetro, perto da confluência dos rios
Mazoe e Luia. Inicialmente considerada como sendo uma intrusão do Karoo ou pós-Karoo por
Vail (1963), Hunting (1984) entendeu que denota uma variedade de tufos de fluxos de cinza
vulcânica riolíticos. Contudo, a equipa de Hunting também observou propriedades características
de fluxos de lava, por exemplo camadas de cascalho entre cada unidade de fluxo. A forma geral
da montanha, provavelmente controlada por falhas anelares, e a presença de lavas riolíticas, tufos
de fluxos de cinza vulcânica e ignimbrito, sugerem que o monte Inhamangombe representa uma
antiga caldeira (Hunting, 1984).
*As observações realizadas à volta e no interior da estrutura vulcânica (GTK, 2006) indicam que
as rochas riolíticas da área compreendem principalmente vários tipos de depósitos piroclásticos:
brechas pomito, aglomerados e tufos de fluxos de cinza vulcânica soldados de várias formas com
grande quantidade de litofisas preenchidas por quartzo.
**A caldeira que esteve na origem do Monte Inhamangombe foi apoiada pela verificação de
campo do GTK (2006), manifestando a presença de uma brecha caótica, grosseira, constituída por
lava e fragmentos de lava e tufo grandes (com um diâmetro que pode atingir os 2 m), angulares a
subarredondados, na orla SSE da estrutura vulcânica.
**Esta brecha, que parece ter dezenas de metros de espessura total, representa provavelmente
uma brecha de talus de um sistema sinvulcânico de falhas anelares que rodeia um reservatório de
magma (caldeira).
*A interpretação das imagens de satélite e a radiometria do potássio (GTK, 2006) manifestam a
presença de rochas riolíticas da Formação de Bangomatete na área do domo da Serra Mevunge
(folha 1632). Na parte norte do domo, a sucessão vulcânica apresenta ângulos de inclinação de 10
– 12º para NE devido a falhas locais. Nas zonas norte e noroeste do domo, os fluxos riolíticos
formam colunas de fluxos regulares, do tipo terraço.
*Embora não tenham sido obtidas evidências claras da origem piroclástica dos fluxos no decurso
da presente verificação de campo, a sua grande extensão e forma tabular leva a inferir unidades
individuais de refrigeração de tufos de fluxos de cinza vulcânica. Numa área a cerca de 7 km a
SEE do Monte Chimandau, em leitos de rios e num solo cuja superfície sofreu meteorização de
um riólito altamente vesicular, do tipo lava espumosa, ocorre uma grande quantidade de ágatas
esféricas. Estes nódulos bandados de calcedónia, habitualmente conhecidos por "thunder eggs", e
originalmente desenvolvidos como cavidades de gás (litofisas) num tufo soldado (consultar Ross
& Smith, 1961) remetem também para a natureza piroclástica das rochas riolíticas.
*Na parte central do domo da serra de Mevunge, contudo, óbvias estruturas de lava em riólitos
indicam que também decorreu a extrusão de fluxos de lava.
*Cerca de 5 km a NE do Monte Balati, um afloramento no topo de uma colina compreende fluxos
riolíticos densos, castanhos rosados escuros, com vesículas preenchidas por zeólitos, mostrando
bandado de fluxo e dobragem superficial típica de lava viscosa.
**Na mesma área, a lava riolítica apresenta pequenos (< 5 cm) fragmentos de grafite,
provavelmente derivados de sedimentos carboníferos do Karoo.
**Localmente, as lavas félsicas são também porfíricas, apresentando pequenos (< 5 mm)
fenocristais de quartzo e feldspato numa matriz rochosa com textura granular fina.
**Inclinações locais acentuadas a verticais de bandado de fluxo em fluxos de lavas sugerem uma
grande proximidade de ventilações vulcânicas.
*Na área mais a sul do domo de Luia, o vulcanito félsico castanho avermelhado, maciço, contém
uma grande quantidade de amígdalas não deformadas, preenchidas por quartzo-calcedónia-zeólito
e cavidades cujo diâmetro pode atingir os 5 – 6 cm. A rocha porfírica apresenta uma grande
quantidade de cristais de feldspato anédricos, cujo tamanho pode chegar aos 10 mm, e localmente
existem ainda fragmentos pequenos (<10 cm), escuros e densos de lava basáltica.
*Um fluxo de obsidiana, com mais de 3 m de espessura, aflora ao longo de várias centenas de
metros no cimo de uma colina baixa, cerca de 10 km a oeste do Monte Sluxia.
**A superfície da rocha maciça meteorizada é de um cinzento baço, ao passo que as fracturas
concoidais recentes apresentam um elevado brilho vítreo negro. A análise química da rocha é
idêntica à de um fluxo de lava riolítica da área do rio Mazoe.
*Uma brecha vulcânica, compreendendo fragmentos angulares de tufos félsicos numa matriz de
tufo com textura granular fina, representando possivelmente uma brecha de fluxo superior de um
fluxo ignimbrítico, aflora por baixo do fluxo de obsidiana.
*Fluxos riolíticos amigdalóides com textura granular fina, de cor rosa a avermelhada, ocorrem 7
km a norte da aldeia de Birira (folha 1633), formando uma montanha alongada com orientação a
NO-SE, com inclinação para SO. As amígdalas estão em geral preenchidas por calcite e, em
alguns locais, com zeólito. Estão igualmente presentes aglomerados riolíticos. Noutros locais,
ocorrem horizontes de calcedónia cinzenta e ignimbrito. A última apresenta um bandado bem
preservado, com um ângulo de inclinação de 15 – 20º a SO. Foram identificados fluxos distintos,
o topo das colinas é habitualmente constituído por horizontes ignimbríticos. Estas rochas
vulcânicas são intersectadas por veios de calcite cuja espessura pode atingir 10 cm.
*Ocorrem também afloramentos de basaltos amigdalóides meteorizados por agentes
atmosféricos, com uma orientação de 320º/10 – 12º a NE em alguns locais da área de Birira. As
rochas estão intensamente fracturadas, com uma densidade de fracturas de poucos centímetros até
10 – 12 centímetros, apresentando um sistema de fracturas principal uma posição com orientação
de 330 – 340º/80 – 90º a SO. A zona de contacto entre os riólitos de Bangomatete e os basaltos
subjacentes do rio Mazoe localiza-se perto do ponto 10328-03 (0519978/8181483). O contacto é
concordante, atingindo 310°. Um alimentador de riólito sub-vertical, de orientação noroeste com
grandes cavidades de gás foi encontrado a penetrar basaltos perto do contacto (GTK, 2006).

4.3.1.1.2.2.7. Formação de Chueza (JrC)

A Formação de Chueza está exposta nas folhas 1633, 1634, 1734 e 1735.
A datação dos basaltos da Formação de Chueza foi comparada com o Trapp Drakenberg (~ 180
Ma). Atendendo aos novos dados geocronológicos, tem de se assumir um período um pouco mais
antigo.

*Fluxos basálticos da formação de constituem um afloramento ininterrupto entre os


assentamentos de Sinjal e Chueza no lado norte da Fossa de Lupata (1634). Aqui, os basaltos
superiores da Formação de Chueza estão em contacto directo com os basaltos inferiores da
Formação do rio Mazoe.
*Foram também encontrados basaltos similares na região de Massangano (folha 1633) e no
Monte Cinzeiros foram observados geodes, que atingem 30 centímetros de diâmetro com cristais
finos de calcite que chegam aos 10 centímetros de comprimento.
*Basaltos similares afloram também ao longo da escarpa do Monte Linhanga, e no Monte
Cuadezo afloram basaltos cinzentos, com textura granular fina a média, alguns com estruturas
amigdalóides, formam pequenas elevações dispersas. Os fluxos de basalto têm uma orientação
330o/34oNE com fracturas verticais.
*Por vezes, os fluxos basálticos formam pequenos kopjes (em contacto directo com os arenitos)
ou a sua presença é indicada por blocos de basalto. Em alguns locais, as rochas de cor cinzento-
verde escura são porfiríticas com fenocristais de plagioclase.
*Na área de Chueza afloram alimentadores verticais de basalto, com orientação NE.
*Na vertente ocidental da Calha de Lupata, é possível encontrar uma excelente secção de basaltos
de Chueza na aldeia de Búzua (folha 1734), onde uma coluna de fluxos sub-horizontais de lava
composta aflora por completo numa garganta do rio Pompue. Aí, a espessura de cada fluxo varia
de 1 – 2 m até fluxos maciços, com mais de 5 m de espessura e um padrão regular de junta de
arrefecimento.
**A parte superior dos fluxos tem muitas vezes uma grande quantidade de pequenas amígdalas
arredondadas, ao passo que amígdalas tubulares alongadas e dobradas, preenchidas por calcite e
zeólito, cujo comprimento pode chegar a 15 cm, nas bases do fluxo comprovam a direcção
noroeste do fluxo.
*Localmente, nos fluxos basálticos ocorrem estruturas arredondadas, semelhantes a rolos, que
representam provavelmente secções transversais verticais de biqueiras de lava, e também foi
encontrado um pequeno túnel de lava colapsado, com cerca de um metro de diâmetro, na garganta
do rio.

*Um contacto tectónico entre os basaltos de Chueza e os gnaisses Mesoproterozóicos aflora na


margem sul do rio Pompue, cerca de cinco quilómetros a oeste da aldeia de Búzue. Aí, o contacto
com um ângulo de inclinação acentuado (60º) para leste é bastante afiado, embora milotinizado.
*Na área noroeste da folha 1735, a soleira basáltica forma um polígono alongado com orientação
a NO-SE, localizado ao longo da margem dos terrenos Pré-câmbricos, onde decorreu a formação
do rifte desde o Triássico até ao início do período Jurássico.
**A unidade é constituída por basalto, basaltos amigdalóides compactos e cinzentos-escuros,
cobertos por basaltos brechificados e vesiculares. As amígdalas podem apresentar diâmetros de 5
a 8 mm e encontram-se preenchidas por quartzo, calcite e zeólitos.
*No monte Cinzeiros, os geodes podem atingir os 30 cm de diâmetro, preenchidos com finos
cristais de calcite, cujo comprimento pode atingir os 10 cm (GTK, 2006).

4.3.2. Magmatismo do Pós-Karoo Superior

As actividades magmáticas durante o período do Karoo Superior ou do pós–Karoo podem ser


interpretadas como a fase final do desenvolvimento do Karoo ou como um reflexo das fases
principais do desenvolvimento do Rifte do Leste Africano.
O magmatismo do Pós-Karoo Superior inclui as seguintes unidades:

Magmatismo do Pós-Karoo Superior


*Falha/zona da fractura e enxame de diques da Gorongosa
*Suíte Intrusiva de Gorongosa (JrG)
*Granito (JrGg)
*Gabro (JrGb)
*Dacito (rolhão vulcânico) (JrKuv)
*Suíte de Rukore (JrR)
**Rochas intrusivas máficas (JrRmd)
**Granófiro e pórfiro (JrRg)
**Rochas intrusivas félsicas (JrR, JrRg, JrRf) da Suíte de Rukore (JrR)

4.3.2.1. Suíte de Rukore (JrR)

A Suíte de Rukore é conhecida nas seguintes folhas: 1534, 1532 e 1632 (Chioco).
O nome foi adaptado a partir do vizinho Zimbabué, da Suíte intrusiva de Rukore (Barton et al.,
1991).
Estas rochas estão muito disseminadas no soco Pré-câmbrico e em terrenos vulcano-sedimentares
do Karoo e foram intruídas ou instaladas à força ao longo de zonas fracas do Mesozóico (GTK,
2006).
Barton et al. (1991) propuseram uma datação pós-Karoo mais recente, de ~ 130 – 110 Ma para a
Suíte bimodal de Rukore.
A datação do Consórcio (GTK, 2006) para o Microgranito de Rukore é um pouco mais antiga (~
195 – 180 Ma). O dique de Moeza é um dique máfico com orientação a norte e uma datação de
180±43 Ma.
Os resultados sustentam a ideia de uma sequência bimodal contemporânea e em consonância com
as datações Ar/Ar e SHRIMP de basaltos (incluindo picrítico) rochas vulcânicas félsicas
(principalmente riólitos e ignimbritos, e também nefelinitos) do Monoclinal dos Libombos.
Estas datações apontam para entre 183 Ma (inferior) e 178 Ma (superior) e indicam também a
instalação contemporânea de rochas vulcânicas máficas e félsicas (Duncan et al., 1997; Riley et
al., 2004).
A datação Sm-Nd, realizada pelo Consórcio GTK (2006), do dique de Moeza (amostra recolhida
4 km a NE do Monte Malenga, perto da estrada para a Zâmbia), situa-o nos 180±43 Ma. O valor
inicial de ε de –0,3 é nitidamente baixo quando comparado com dados MORB da mesma época.

Segundo Lächelt (2004), esta Suíte inclui algumas subunidades territoriais:

*Unidade de Lupata (ver também Suíte de Gorongosa)


*Unidade de Doa
*Unidade de Chioco

4.3.2.1.1. Rochas intrusivas félsicas (JrRg, JrRf)

As Rochas intrusivas félsicas da Suíte de Rukore incluem:

*Rochas graníticas nas proximidades do Complexo de Chipera


*Riólito
*(Tufo félsico (não descrito separadamente)
*Pórfiro (Pórfiro de Bungue)
*Diques porfiríticos quartzo-feldspáticos
*Microgranito (granito de Rukore)
*Rolhões vulcânicos

4.3.2.1.1.1. Rolhões vulcânicos

*Os rolhões vulcânicos poderão ter uma composição dacítica. Os componentes félsicos raros
apresentam uma composição nefelina sienítica ou fonolítica.

4.3.2.1.1.2. Microgranito (granito de Rukore)

O granito de Rukore ocupa uma área claramente elevada, com uma extensão de ~ 20 km2, perto
da fronteira com o Zimbabué na secção mais a sudoeste da folha cartográfica 1632 (Chioco).

*O granito de Rukore é um microgranito porfirítico maciço, não deformado, geralmente de cor


rosada. O feldspato ocorre como fenocristais de várias formas, de euédrico a redondo ou corroído
e fragmentado. O tamanho dos fenocristais é de 1 – 2 cm, geralmente com uma orla
esbranquiçada de 1 – 2 mm de espessura. O quartzo pode atingir um tamanho de 5 mm e é
arredondado e fragmentado. O anfíbolo verde forma agregados que podem atingir os 10 mm.
Encraves magmáticos máficos com xenocristais feldspáticos não são invulgares.
*As frequentes texturas micrográficas e granofíricas do granito de Rukore excluem uma origem
plutónica inequívoca e manifestam uma origem semi-profunda, sub-vulcânica.

4.3.2.1.1.3. Diques porfiríticos quartzo-feldspáticos

Vários diques porfiríticos quartzo-feldspáticos da Suíte de Rukore formam cristas proeminentes e


compactas na área do rio Mazoe, onde estão invariavelmente associadas a diques doleríticos mais
finos, e ocasionalmente cortadas por estes. Os diques quartzo-feldspáticos com uma orientação
geral a NO, denominados microgranitos por Barton et al. (1991) na área adjacente de
Nyamapanda, ocorrem como enxames de diques em zonas cuja largura pode atingir 30 – 50 m e
vários quilómetros de comprimento, erguendo-se muitas vezes várias dezenas de metros acima da
paisagem circundante.

*Estes diques maciços, de cor vermelho tijolo são, em geral, caracteristicamente porfiríticos com
fenocristais de quartzo pequenos (< 4 mm), arredondados e euédricos, muitas vezes fenocristais
de feldspato zonados, cujo tamanho pode chegar aos 30 – 40 mm, “flutuando" numa matriz
microcristalina quartzo-feldspática. Estão ocasionalmente presentes fenocristais de olivina e
piroxena, bem como grãos de magnetite e encraves basálticos (GTK, 2006).

4.3.2.1.1.4. Riólito

Um pequeno afloramento de riólitos e tufos associados foi cartografado a alguns quilómetros a


ENE do Monte Inhangoma, perto da estrada principal que liga Tete a Blantyre, Malawi (canto
sudoeste da folha 1534).

4.3.2.1.1.5. Rochas graníticas nas proximidades do Complexo de Chipera

*Rochas graníticas com textura granular fina caracterizadas por uma micro-textura granofírica
ocorrem perto do Complexo de Chipera, representando provavelmente tipos de rochas félsicas da
Suíte de Rukore.
*Os pórfiros e felsitos tendem a formar colinas e são rochas com textura granular média,
meteorizadas para cor clara, compostas sobretudo por quartzo + plagioclase ± feldspato potássico,
pequenas quantidades de biotite e/ou moscovite. Em alguns locais, são encontradas quantidades
reduzidas ou acessórias de epídoto, apatite, zircão e turmalina. Os pórfiros contêm abundantes
fenocristais de quartzo azul transparente ou leitoso e feldspato euédrico, sobretudo plagioclase
(GTK, 2006).

4.3.2.1.2. Pórfiro (pórfiro de Bungue) (JrRf, JrRg)


(Granófiro e pórfiro)

As soleiras espessas de pórfiro e felsito de Bunguè, que afloram no Monte Bunguè e nas
penínsulas e ilhas próximas com direcção NO-SE (Serra de Manherere) na albufeira de Cahora
Bassa (folha 1532), são atribuídas à Suíte de Rukore do Karoo superior.
Felsitos semelhantes formam o Monte Matemoè, do tipo mesa, no limite do
Proterozóico/Fanerozóico, na parte norte da albufeira.

4.3.2.1.3. Rochas intrusivas máficas (JrRmd)


As rochas intrusivas máficas, pertencentes à Suíte (Bimodal) de Rukore do Karoo Superior,
incluem diques de composição micro-gabróica a basáltica.

*Barton et al. (1991) registam raras composições picríticas do Zimbabué, onde estas ocorrem
abundantemente, por exemplo como enxames de diques doleríticos ou como pequenos stocks de
microgabro.
*Afigura-se evidente um controlo estrutural pelos acidentes tectónicos do Karoo.
*Em alguns locais, onde estas invadem as camadas de carvão, estes diques doleríticos podem
provocar coquificação.
*Na área de Massangano, na margem direita do rio Zambeze, foram instalados stocks de (micro-)
gabro com textura granular fina a média em arenitos do Karoo. Destacam-se como colinas
pequenas mas proeminentes ou, quando meteorizadas, assinalam a sua presença por solos de cor
castanho chocolate.
**Em alguns locais, os diques de microgabro apresentam uma orientação preferencial. Foram
feitas medidas em várias direcções: 140o para N-S até 320o/subvertical. Noutros locais, foram
medidas outras direcções. É evidente um forte controlo tectónico (Hunting, 1984).
*As rochas máficas da Suíte de Rukore incluem soleiras com uma direcção NO-SE, que
atravessam a albufeira de Cahora Bassa, a sul da bacia carbonífera de Chicôa-Mecúcoè (folha
1531), e o proeminente dique de Moeza. O último é um dique máfico descontínuo, com 40 – 50
m de largura, que pode ser acompanhado numa direcção N-S por mais de 150 km.
*Nos casos em que as rochas encaixantes apresentam uma baixa susceptibilidade magnética, é
possível identificar facilmente diques e soleiras de dolerito como fortes anomalias nas cartas
aeromagnéticos, ainda que cobertos por sedimentos.
*Na plagioclase com textura granular grosseira do dique de Moeza, os principais constituintes são
plagioclase ± clinopiroxena ± olivina, retrogradados localmente em horneblenda, biotite, clorite e
serpentina (GTK, 2006).

4.3.2.2. Dacito (rolhão vulcânico) (JrKuv)

Um corpo arredondado de quase 500 m de diâmetro, compreendendo um rolhão vulcânico


dacítico, ocorre a meio caminho entre Cazula e Furancungo na folha cartográfica de Cazula
(1533).
Esta unidade rochosa aflora como uma aglomeração de pequenos afloramentos existentes no
talude norte ao longo de um trilho da aldeia, cerca de 3 km a leste da estrada de Tete-Furancungo.
O rolhão está totalmente encerrado pelos quartzo-monzonitos do rio Ponfi da Suíte de
Furancungo, mas os contactos não afloram.

*A rocha é dura, homogénea, de cor cinzenta e com textura granular fina.


*As fracturas concoidais e as disjunções colunares são características.

As características acima, juntamente com a forma arredondada do corpo, são tidas como
indicações de que o corpo representa um rolhão ou chaminé (sub) vulcânico (GTK, 2006).

4.3.2.3. Suíte intrusiva de Gorongosa

Segundo Lächelt (2004), esta Suíte inclui algumas subunidades territoriais:

*Unidade de Canxixe
*Unidade de Lupata

A Suíte intrusiva de Gorongosa caracteriza-se sobretudo por dois tipos dominantes de rocha:

Suíte intrusiva de Gorongosa


*Granito (JrGg)
*Gabro (JrGb)

O Consórcio (GTK, 2006) datou uma amostra de sienito da Suíte de Gorongosa (localização:
624079/7964478), usando o método convencional TIMS. Duas fracções de zircão analisadas não
permitem obter uma datação do Cretácico como esperado, mas dão períodos concordantes e
idênticos ao Jurássico inferior de 181±2. Esta datação é a mesma da Suíte (Bimodal) de Rukore.

*Segundo Hunting (1984), o complexo é constituído por um núcleo félsico rodeado por rochas
ígneas máficas. As litologias principais compreendem micropegmatito-granito com albite,
ortoclase, quartzo, clinopiroxena, horneblenda, clorite e biotite. O corpo félsico penetrou numa
intrusão máfica mais antiga, que é constituída por gabro toleítico com labradorite e clinopiroxena
e algum norito e olivina-gabro. Desenvolveram-se hornfels quartzosos e hornfels-piroxénicos-
anfíbolos nas rochas hospedeiras do Complexo de Báruè, no contacto com as rochas graníticas e
gabróicas intrusivas, respectivamente.
*Os corpos intrusivos félsicos e máficos são facilmente distinguíveis nas imagens radiométricas
ternárias, onde aparecem, respectivamente, como um núcleo de cor mais clara, dominado por
assinaturas K e Th ‘pontuais’ de valor baixo a médio, rodeadas por uma "auréola" escura, com
um valor KTU muito baixo. O último não está presente ao longo da secção leste do complexo,
confirmando a geologia cartografada.
*Duas extensões triangulares de assinatura máfica ocorrem na secção norte da Suíte. Estes são
considerados artefactos, resultantes da orientação de linha de voo, uma vez que a sua existência
não está confirmada por dados aeromagnéticos, por dados Landsat TM, ou por verificação de
campo.
*Os dados aeromagnéticos definem claramente os contornos da Suíte e mostram que esta se
encontra lateralmente limitada à área de afloramento.
*Está cartografado um pequeno corpo satélite de granito 15 km a sudeste da Suíte de Gorongosa
(Pinna et al. 1987). Este é muito duvidoso dado que nenhum dos conjuntos de dados disponíveis
apresenta qualquer prova da sua existência (GTK, 2006).
*Em contrapartida, dois pequenos vestígios de erosão de traquitos do Cretácico, a leste da
intrusão alegadamente cartografada, são fáceis de identificar com base na respectiva assinatura
radiométrica com predomínio K-(Th) (GTK, 2006).
*A interpretação, feita por Hunting (1984), das fotografias aéreas revelou um cenário detalhado
de instalação a partir do estudo da estratificação magmática nos gabros e da fracturação dos
fluxos nos granitos.
**Os gabros foram primeiramente intruídos, ao longo de um contacto sub-horizontal, entre o soco
e uma sequência de rocha de cobertura (agora erodida), provavelmente com a forma de um
lopólito.
**Este foi posteriormente intruído por um diapiro granítico que deformou a estratificação dos
gabros, dando origem a um sinclinal parcial periférico.
*Finalmente, o núcleo granítico central foi intruído por um lençol estreito sub-vertical de rocha
gabróica.

4.3.2.3.1. Gabro (JrGb)

*Os gabros de cor verde escura, com textura granular fina a média, da Suíte intrusiva da
Gorongosa intruem os gnaisses micáceos e os gnaisses de calco-silicatados do Complexo de
Báruè no contacto NE da Suíte, a sudoeste da aldeia de Muera.
*Gabro maciço, com textura granular média, aflora no talude sudoeste da montanha de
Gorongosa.

4.3.2.3.2. Granito (JrGg)

*Granito maciço, de cor rosada e com textura granular média, constitui o núcleo da Serra de
Gorongosa, intruindo as rochas gabróicas da Suíte.
*A principal mineralogia do granito sienítico compreende albite, ortoclase, quartzo, clinopiroxena
e horneblenda.

4.3.2.4. Falha/zona de fractura e enxame de diques da Gorongosa

A Suíte de Gorongosa está associada a um grande enxame de diques félsicos e máficos –


sobretudo com uma orientação NNE-SSO – que irradiam para norte e para sul da Suíte, a
distâncias que podem atingir os 50 km. Destacam-se em relevo como cristas estreitas e afiadas.
O material intrusivo preenche um conjunto de falhas subverticais e planos de fractura que
parecem ter data anterior à da instalação dos principais corpos intrusivos da Gorongosa.
Apesar do seu comprimento, a maioria destas fracturas revela um deslocamento lateral aparente
muito reduzido.
Contudo, algumas das principais zonas de falhas estendem-se desde 70 km a sul da Suíte de
Gorongosa até 50 km a norte da mesma e estão associadas a deslocamentos laterais aparentes de
cerca de 10 km.
Isto indica (GTK, 2006):

* que, em algumas das falhas, decorreu uma falha extensiva de bloco com um movimento vertical
significativo
* que as interfaces da fácies no Complexo de Báruè têm globalmente uma inclinação reduzida
(caso contrário, o movimento vertical no corredor da falha da Gorongosa teria de ser pelo menos
de alguns quilómetros).

4.3.3.A. Unidades do Karoo no sul de Moçambique

4.3.3.1. Unidade de Pafuri e Monoclinal dos Libombos

O Monoclinal dos Libombos é uma flexura linear com 600 km de extensão ao longo da fronteira
entre a África do Sul e Moçambique. A sua localização é muito provavelmente controlada pela
súbita transição do manto superior litosférico normal para o manto superior litosférico Arcaico
espesso do cratão do Kalahari ou, em alternativa, entre a crosta continental normal e estirada.
Uma secção E-O sobre a parte central da flexura revela sedimentos do Karoo horizontais que
assentam de forma discordante sobre o soco cristalino, cobertos por uma sequência
profundamente meteorizada de rochas vulcânicas com uma inclinação para leste.
Mais para leste, o ângulo de inclinação das rochas vulcânicas aumenta até um máximo de 450 a
65° E indicativo de que o Monoclinal dos Libombos se abateu activamente durante a instalação
dos fluxos de lava.

Com base na secção O-E, através do sector da Suazilândia da flexura, é possível distinguir,
segundo o GTK (2006), as seguintes unidades litológicas principais (na Suazilândia/África do
Sul):

*Rochas de cobertura do Cretácico e mais recentes


*Rochas alcalinas de Pessene
*Formação (Basáltica) de Movene (com Camadas de Sica na parte superior)
*Formação de Riólito de Mbuluzi (com camadas basais de Oribi)
* Formação de Riólito de Jozini (na África do Sul)
*Formação de Basalto do rio Sabie
*Sedimentos do Karoo

Em Moçambique, é aceite a seguinte subdivisão estratigráfica:

*Diques e soleiras
*Rochas intrusivas do Karoo Superior
*Formação de Pessene (JrPn)
Karoo Inferior
*Formação (Basáltica) de Movene (JrM)
*Formação de Umbelúzi (JrU)
*Basalto do rio Sabie (JrSba)
*Formação do rio Sabie (JrSba)
*Basalto de Letaba-Pafuri (JrLb)
*Formação de Letaba-Pafuri (JrLb)

A Tabela 4.29. mostra a subdivisão estratigráfica do Monoclinal dos Libombos


Idade
África do Sul e Suazilândia Moçambique Código (Ma)
Cobertura do Cretácico e mais recente
Pessene Lava alcalina JrPal
Basalto JrM
Brechas riolíticas JrMbr
Basalto de Riólito de Pequenos
Movene Movene Libombos JrMr
Riólito com textura granular
fina JrMfr
Quartzo-latito JrMq

JrU
Microgranito JrUg 178,1±0,6

Riólito com aglomerado


Riólito de Mbuluzi JrUa
Camadas
Umbelúzi Riólito 182,1±2,9
Tufo, localmente, siltitos JrUt

Riólito de Jozini Dacito e traquidacito JrUf 176,7±5,6

Basalto e dolerito maciço JrJb 179±3

Basalto do rio
Sabie Crista gémea Rio Sabie Basalto JrSba 181,2±1,0

Mkutshane

Elefantes 184,2±1,0
Letaba-Pafuri Basalto JrLb
Basalto de Letaba 182,7±0,8

Nefelinito Mashikiri 182,1±1,6

Sedimentos do
Karoo

Soco (Cratão de Kalahari)

Tabela 4.29.: Subdivisão litoestratigráfica das rochas vulcânicas do Monoclinal dos Libombos.
(para a África do Sul/Suazilândia modificado segundo Riley et al., 2004 e para Moçambique
modificado segundo o GTK, 2006). As idades referem-se a rochas na África do Sul.

Há algumas evidências de que as vulcânicas do Karoo prosseguem para leste por baixo da
cobertura do Cretácico e mais recente pelo menos até à costa (Flores, 1970, 1973; Darracott &
Kleywegt, 1974) e provavelmente ainda mais para off-shore. Estimou-se que a espessura das
lavas enterradas por baixo da costa se situasse entre 6 e 13 km (Eales et al., 1984).

4.3.3.1.1. Formação/basalto de Letaba-Pafuri (JrLB)


(Formação basáltica de Letaba)
Perto de Pafuri, a Formação basáltica de Sabie tem subjacente o basalto de Letaba-Pafuri. É
composta por:

*Formação de basáltica de Letaba

4.3.3.1.1.A. Unidade de Pafuri

No que se refere à sua posição, a unidade de Pafuri difere em mega-estruturas.


De uma forma geral, todas as vulcânicas do Karoo Superior estão situadas ao longo dos bordos do
cratão e do soco, ou ao longo das grabens do rifte e de falhas reactivadas; a unidade de Pafuri
está situada sobre a Cintura Móvel do Limpopo do Arcaico, uma zona activa entre o Cratão do
Zimbabué (parcialmente semelhante à Cintura Móvel do Zambeze).
Do outro lado, corresponde à continuação para norte das Vulcânicas do Monoclinal dos
Libombos.
Os estratos vulcânicos mencionados foram invadidos por pequenos corpos, soleiras e diques de
granófiros, riólito, dolerito e basalto (por exemplo, os enxames de diques de Balule e Rooi Rand).
É importante referir que os riólitos do Karoo situados na região leste da África do Sul, junto à
fronteira com Moçambique, pertencem à Formação de Jozini com rochas subordinadas da
Formação de Mbeluzi (ou seja Umbelúzi) (Cox&Bristow, 1984).
Contudo, na região ocidental de Moçambique (GTK, 2006), junto à fronteira com a África do Sul,
todos os riólitos recebem o nome de Umbelúzi.
Assim, a fronteira entre Moçambique e a África do Sul separa petrograficamente riólitos
similares em duas formações, a Formação de Jozini e a Formação de Umbelúzi.

4.3.3.1.1.B. Monoclinal dos Libombos

De uma forma geral, o Basalto de Letaba-Pafuri (JrLb) está subdividido nas duas unidades
litoestratigráficas seguintes:

*Basalto de Letaba–Pafuri (JrLb) ou Formação de Letaba-Pafuri (JrLB)


*Basalto do rio Sabie ou Formação do rio Sabie (JrSba)

4.3.3.1.1.1. Basaltos/Formação de Letaba-Pafuri (JrLb, JrLB)

Na proximidade da aldeia de Pafuri, ocorrem rochas basálticas, nas áreas mais ocidentais da
Província de Gaza. Supõe-se que sejam comparáveis com os Basaltos/Formação de Letaba-Pafuri
(JrLB) que ocorre na África do Sul logo a seguir à zona de fronteira.

4.3.3.1.1.2. Basalto do rio Sabie ou Formação do rio Sabie (JrSba)

O Basalto/Formação do rio Sabie integra unidades de dois tipos de rochas:

Formação do rio Sabie (JrSba)


*Membro de Riólito
*Membro de Basalto

As rochas do Basalto/Formação do rio Sabie afloram na folha cartográfica 2331.


A idade destes basaltos varia entre 181,2±1,0 a 184,2±1,0 Ma, correspondendo assim à idade das
sequências subjacentes (Duncan et al., 1997).
Os riólitos das Camadas do rio Elefantes produziram idades SHRIMP de 182,0±2,1 e 179,9±1,8
Ma (Riley et al., 2004).

4.3.3.1.1.2.1. Membro de Basalto

Os basaltos da Formação/Basalto do rio Sabie compreendem a unidade litológica mais baixa do


Monoclinal dos Libombos em Moçambique. Embora formem uma coluna espessa de vários
quilómetros de lavas basálticas na África do Sul (Cleverly & Bristow, 1979), apenas uma estreita
faixa destes basaltos com textura granular fina e baixo teor de MgO aflora a norte do rio
Singuédzi no lado moçambicano da fronteira (Folha 2331)

*Nesta local, os Basaltos do rio Sabie ocorrem em afloramentos meteorizados como rochas
maciças, às quais faltam amígdalas ou outras características típicas dos fluxos de lava.
*Muito provavelmente, estes afloramentos representam núcleos de fluxo maciços, com textura
granular média a grosseira, com o topo do fluxo amigdalóide quase completamente coberto.

4.3.3.1.1.2.2. Membro de Riólito

Ao longo da fronteira sul-africana, os Basaltos do rio Sabie apresentam interestratificações


riolíticas, que formam cristas baixas, em geral com 10 – 20 m de largura, dentro de terrenos
basálticos fracamente aflorados.

*Algumas destas cristas compreendem lava riolítica altamente vesicular, de cor castanha rosada e
com textura granular fina e bandado ocasional do fluxo, indicando claramente um modo extrusivo
de instalação.
*Outras cristas com riólitos maciços, com textura granular média a grosseira, com meteorização
esferoidal e fenocristais de feldspato podem representar diques ou soleiras subvulcânicos.
*Em conjunto, correspondem provavelmente a unidades lenticulares de riólitos descritas nos
Basaltos do rio Sabie mais para sul como interestratificações da Crista gémea, Mkutshane e
Elefantes (Cox & Bristow, 1984).

4.3.3.1.1.3. Formação de Umbelúzi (JrU)

A Formação de Umbelúzi inclui as seguintes unidades/membros rochosas/os:

Formação de Umbelúzi (JrU)


*Microgranito (JrUg)
*Membro de Tufo (JrUf)
*Brechas vulcânicas
*Lavas riolíticas
*Tufos de fluxos de cinza vulcânica e ignimbritos riolíticos (JrUr)
*Basalto e membro de dolerito maciço (JrUb)
*Dacitos (JrUt)

A Formação de Umbelúzi aflora nas folhas 2331 e 2332.


Através da datação SHRIMP obteve-se uma idade de 182,1±2,9 Ma para os zircões da Formação
de Jozini (Riley et al. 2004), enquanto as duas amostras de riólitos da parte inferior da Formação
de Jozini resultaram numa idade média de 178,9 ± 0,5 Ma (Duncan et al., 1997).

*Uma sucessão de rochas dacíticas e riolíticas com uma ligeira inclinação para leste, atribuída à
Formação de Umbelúzi, sobrepõe-se a basaltos da Formação do rio Sabie, compreendendo
ignimbritos de alto grau, depósitos piroclásticos de chuvas de cinzas e interfluxos aleatórios de
lava.
*Cobrindo a maior parte das acidentadas Montes Libombos, no sudoeste de Moçambique, forma
uma cintura com 425 km de comprimento e 3 – 23 km de largura, ao longo da fronteira África do
Sul-Moçambique.
*A norte da barragem de Massingir (folha 2331), a estreita cintura alarga-se numa complicada
estrutura vulcânica com mais de 20 km de largura e 100 km de comprimento.

Na Suazilândia, a espessura de cada fluxo da bem estudada sequência de riólitos, divide-se em:

*Formação de Mbuluzi (superior)


*Formação de Jozini (inferior)

*As rochas variam de 80 a 350 m, alguns fluxos são detectáveis ao longo de uma direcção até 50
km (Eales et al., 1984).
*Com base nas características vulcânicas observadas, Bristow & Cleverly (1979) sugeriram que
os riólitos da Formação de Jozini teriam origem em fluxos de cinza vulcânica ou ignimbrítica.

4.3.3.1.1.3.1. Dacitos (JrUt)

As rochas dacíticas formam horizontes de vários quilómetros de comprimento, estreitos (largura


< 200 m) dentro das rochas dominadas por riólitos da Formação de Umbelúzi, sobretudo na parte
intermédia do Monoclinal dos Libombos.

*Os dacitos diferem dos riólitos rosados pela sua cor cinzenta escura a castanha violeta escura.
Em termos de textura, são também mais maciços dos que os riólitos típicos, que muitas vezes
apresentam bandado de fluxo.
*Localmente, os dacitos compreendem amígdalas preenchidas por quartzo, o que implica que a
rocha tenha origem em lava.
*Os principais conjuntos minerais de dacitos incluem plagioclase, quartzo, clinopiroxena e opaca;
o feldspato pode formar fenocristais com 1 mm de tamanho (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.3.2. Basalto e membro de dolerito maciço (JrUb)

Nos riólitos de Umbelúzi, particularmente nas regiões a norte da cidade de Massingir (folhas
2331/2332), ocorrem unidades alongadas de rochas basálticas máficas relativamente estreitas (<
200 m), mas com dezenas de quilómetros de comprimento. O seu aparecimento é limitado em
comparação com os extensos basaltos da Formação de Movene, em Moçambique, ou os basaltos
de Letaba e Sabie, na África do Sul.

*Em termos de textura, estas rochas são muitas vezes bastante maciças, embora se encontrem
também características de basaltos supracrustais.
*O tamanho do grão varia de fino a grosseiro (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.3.3. Tufos de fluxos de cinza vulcânica e ignimbritos riolíticos (JrUr)

Nos Montes Libombos, os fluxos riolíticos formam terraços com um ligeiro basculamento (~10 –
15°) para leste, variando a espessura de cada fluxo, provavelmente, de algumas dezenas de metros
até 200 – 300 m.
*Embora as rochas riolíticas apresentem geralmente ligeiras inclinações, padrões desenvolvidos
durante a instalação e arrefecimento de cada fluxo, incluindo estruturas de retracção, articulação e
inclinação, podem ocasionalmente apresentar posições íngremes ou até mesmo verticais.
*Em afloramentos a noroeste da barragem de Massingir, as articulações de retracção formam
frequentemente um padrão regular de descontinuidades paralelas.
*Embora os contactos entre fluxos sucessivos estejam muitas vezes cobertos, paredes sub-
verticais de terraços de fluxos oferecem, com frequência, locais excelentes para observações de
campo. Tectos planos, do tipo mesa, de terraços de fluxos apresentam também várias
características primárias ligadas a zonas de contacto de fluxos.
*Encontraram-se padrões de fluxo laminar bem desenvolvidos, muitas vezes intensamente
dobrados e contorcidos, em fluxos de riólitos da Formação de Umbelúzi.
*Uma superfície sã de riólito soldado apresenta texturas eutaxíticas e uma microfotografia da
mesma amostra revela bandas escuras, vítricas, que alternam com camadas claras,
microcristalinas com abundância de pequenos (< 0,2 mm) esferulitos em várias fases de
desvitrificação
*Excepto o bandado de fluxo, também se encontram frequentemente aglomerações de litofisas
dentro de rochas riolíticas da Formação de Umbelúzi.
**As aglomerações mais espectaculares encontram-se na zona leste da cordilheira dos Libombos,
a nordeste do posto fronteiriço da Namaacha, onde as litofisas formam horizontes e zonas nas
partes inferiores dos fluxos riolíticos.
*O tamanho das litofisas em forma de estrela ou concêntricas varia de 1-2 cm até 10-15 cm.
*As texturas vulcânicas que se encontram nos fluxos riolíticos da Formação de Umbelúzi são
frequentes em tufos de fluxos de cinza vulcânica soldados e ignimbritos de alto grau (Sheridan &
Wong, 2005).

4.3.3.1.1.3.4. Lavas riolíticas

*Devido à óbvia espessura de fluxos, um riólito maciço com porfiroblastos de feldspato, com
textura granular fina a média, de tom castanho rosado a castanho chocolate é uma variedade
comum na maior parte dos núcleos de fluxos que afloram na área que se estende de Ressano
Garcia para norte da Barragem de Massingir.
*Embora a soldadura densa e o reomorfismo dos ignimbritos possam produzir rochas
semelhantes maciças e porfíricas, do tipo lava, é provável que os próprios fluxos de lava existam
nos depósitos de fluxos de cinza vulcânica.
**No afloramento de uma escavação a leste de Ressano Garcia, uma transição gradual de rocha
maciça com porfiroblastos de feldspato através de uma zona vesicular para uma brecha de topo de
fluxo pode representar o topo de um fluxo de lava puro.
*Pequenas inclusões de componentes mais máficos são frequentes em qualquer local dentro dos
riólitos da Formação de Umbelúzi, mas são particularmente comuns nos fluxos riolíticos
semelhantes a lava na ampla cintura de riólitos a norte da barragem de Massingir. Estes encraves
ocorrem geralmente na forma de pontos arredondados, castanhos-escuros ou fragmentos
alongados dentro do fluxo, mas também se observam ocasionalmente fragmentos maiores, do tipo
folha.
*Em superfícies meteorizadas, estes pontos semelhantes a glóbulos, geralmente com ~ 1–3 cm de
tamanho, foram meteorizados, formando pequenas cavidades, denotando assim a sua composição
divergente, menos resistente meteorização. Estas características indicam uma erupção
contemporânea de magmas de composições contrastantes, e mistura do magma resultante (Yoder,
1973). Sparks et al.,1977), podem ser expectáveis dentro de um regime tectónico extenso como o
Monoclinal dos Libombos, onde predomina o magmatismo bimodal basalto-riólito.
*Para além de rochas riolíticas, a Formação de Umbelúzi inclui também pequenos interfluxos de
lavas basálticas e diques e soleiras subvulcânicas.
*Com um fraco afloramento, as interestratificações basálticas distinguem-se geralmente pela sua
topografia moderada e anomalias de baixa intensidade em cartas radiométricas. Habitualmente
com apenas algumas centenas de metros de largura (no nível de erosão presente), mas com um
comprimento que pode atingir 30-40 km, interligam-se com fluxos riolíticos, indicando
igualmente extrusão contemporânea de magmas máficos e félsicos.
*A maior parte dos encraves basálticos ocorre numa grande estrutura vulcânica a noroeste da
barragem de Massingir, mas finos fluxos de lava basáltica, que provavelmente pertencem à
Formação do rio Sabie, existem também a leste de Ressano Garcia.
**Na última localização, os contactos normais entre as lavas Basálticas e riolíticas podem ser
acompanhados ao longo de várias dezenas de metros.
**Vesículas tubulares cheias de zeólito na base dos fluxos de lava basáltica atestam o carácter
extrusivo da rocha (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.3.5. Brechas vulcânicas

Na parte norte do Monoclinal dos Libombos, há algumas zonas de brechas largas (> 10 m), que
do ponto de vista litológico se podem dividir em brechas de fluxo de topo, unicamente
constituídas por fragmentos riolíticos, e brechas vulcânicas, em que o material fragmentado
compreende rochas vulcânicas com litologias diferentes. Estas brechas são paralelas à tendência
estrutural principal N-S do monoclinal.
*Uma brecha proeminente de fluxo de topo aflora perto da fronteira com a África do Sul, cerca
de 14 km a SSO de Gaza.
**A dimensão dos fragmentos angulares varia geralmente entre 1-2 cm e 25 cm, mas localmente
existem também fragmentos cujo diâmetro é superior a um metro.
**Esta brecha tem pelo menos 10 m de largura e é paralela à tendência regional norte dos fluxos
de riólitos.
*Uma zona de brecha constituída por fragmentos derivados de rochas vulcânicas (intermédias)
félsicas e máficas, angulares a sub-arredondadas, ocorre a cerca de 8 km a sul do campo de Gaza.
Aqui, a zona de brecha localiza-se no contacto entre um fluxo riolítico volumoso e uma camada
relativamente estreita (~50 m), mas com vários quilómetros de comprimento de andesito
basáltico. A textura interna dos fragmentos, geralmente com 5–75 cm de tamanho, é heterogénea;
por exemplo, os fragmentos riolíticos são de bandado de fluxo e os máficos apresentam
fenocristais.
*Também a matriz com textura granular fina, violeta acastanhada da brecha é de composição
intermédia (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.3.6. Membro de Tufo (JrUf)

Na face leste da cordilheira dos Libombos existe um horizonte com dezenas de quilómetros de
comprimentos de rochas riolíticas com estratificação tabular, que se supõe representarem
depósitos piroclásticos de chuvas de cinzas.

*Numa antiga pedreira, localizada cerca de 6 km a noroeste da aldeia de Goba, o riólito vermelho
tijolo compreende camadas ou bancadas alternadas de material piroclástico não soldado, que vai
de cinzas com textura granular fina a fragmentos de pomito do tamanho de lapilli.
**Fragmentos bem preservados de pomito, inseridos em alguns locais em bancadas de tufos com
textura granular fina, e camadas de cacos apenas parcialmente desvitrificados sugerem uma
origem de tufos de chuvas de cinzas para a rocha.
*Contudo, localmente as rochas assemelham-se a siltitos.
*Na pedreira supra mencionada, próxima da aldeia de Goba, a sequência superior pode
representar um fluxo de resíduos mal calibrados, apoiado numa matriz, contendo vários clastos
vulcanogénicos, ejecta e tufos.
**A parte inferior pode ter tido origem em depósitos de mantos de inundação ao longo de um
talude e pode ser um equivalente distal de um lahar (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.3.7. Microgranito (JrUg)

Alguns corpos micrograníticos alongados intruem rochas vulcânicas máficas e félsicas dentro do
Parque Nacional do Limpopo na parte norte do Monoclinal dos Libombos (folhas 2331/2332).
*Os microgranitos são rochas de cor cinzenta rosada, maciças, fortemente fracturadas localmente
e com meteorização esferoidal, que apresentam contactos intrusivos contra as lavas basálticas
circundantes.
*O tamanho do grão dos microgranitos varia de pequeno a médio (0,1–0,5 mm) e são comuns
intercrescimentos granofíricos entre grãos de feldspato e quartzo.
*Com excepção do quartzo e da plagioclase, os microgranitos compreendem feldspato potássico e
foram ainda observados fenocristais de clinopiroxena, cujo tamanho pode chegar a 1 mm.
*Obviamente, estas intrusões micrograníticas representam a fase magmática contemporânea do
Granófiro de Tshokwane, situado na proximidade do lado sul-africano da fronteira (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.4. Formação de Movene (basalto) (JrM)

A Formação de Movene aflora da folha 2331 à folha 2632.

A Formação de Movene é constituída pelas seguintes unidades rochosas e membros:

Formação (basáltica) de Movene (JrM)


*Quartzo-latito (JrMq)
*Brecha riolítica (JrMbr)
*Membro de Riólito de Pequenos Libombos (JrMr)
*Basalto (JrM)

A Formação (basáltica) de Movene representa a unidade litológica mais elevada do Monoclinal


dos Libombos (Eales et al., 1984), estendendo-se por mais de 400 km a partir do rio Maputo na
fronteira sul-africana (folha 2632) até ao rio Singuédzi, a norte da barragem de Massingir (folha
2331). Dominando as férteis terras baixas entre a cordilheira riolítica dos Libombos, a oeste, e as
formações do Quaternário, a leste, a formação de Movene compreende sobretudo uma sucessão
de fluxos de lava basáltica, mas inclui igualmente fluxos de riólitos intercalados do Membro dos
Pequenos Libombos na parte superior da coluna de lava basáltica (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.4.1. Basalto (JrM)

As lavas basálticas da Formação de Movene apresentam fracos afloramentos em comparação com


as rochas vulcânicas félsicas. A maior parte dos afloramentos localizam-se em rios ou nas
margens de rios. Alguns afloramentos encontram-se também em locais topograficamente mais
elevados, cobertos por unidades de riólitos mais resistentes.

*Os afloramentos de campo de basaltos apresentam tipicamente propriedades características de


fluxos de pahoehoe insuflados: um núcleo de fluxo maciço e crustas inferior e superior altamente
amigdalóides. Estas vulcânicas máficas apresentam um aspecto de campo afírico, embora
também se observem com frequência tipos porfiríticos de plagioclase.
*A espessura de cada unidade de fluxo varia desde <1 m até ~10 m. A crusta inferior altamente
amigdalóide é vítrea, com uma espessura habitual < 0,5 metros e pode conter amígdalas
tubulares. Estes são trilhos fossilizados com ~1cm de espessura e 10–50 cm de comprimento de
bolhas de vapor ascendentes que se formaram durante a instalação do fluxo de lava.
*As amígdalas tubulares estão habitualmente inclinadas na direcção do fluxo de lava. Observam-
se direcções do fluxo tanto para leste como para oeste, o que pode reflectir a topografia local do
campo do fluxo de lava e não centros eruptivos distintos.
*O núcleo maciço do fluxo de unidades de lava pahoehoe insuflada, relativamente espessas (>1
m) não contém ou contém poucas amígdalas e apresenta tipicamente uma meteorização
esferoidal.
**O núcleo do fluxo de lava pode conter cilindros de amígdalas sub-verticais e, mesmo por baixo
da crusta superior, lençóis de amígdalas sub-horizontais.
**Cada unidade de fluxo de pahoehoe insuflada tem uma crusta superior espessa (~1/3 – 1/2 da
espessura do fluxo) com grande abundância de amígdalas redondas cujo diâmetro é
habitualmente de ~1 cm mas pode atingir ~1 m (geóides).
**As amígdalas e os geóides estão preenchidos sobretudo com ágata, quartzo, carbono e zeólito.
**Camadas de ágata em amígdalas parcialmente preenchidas constituem um instrumento útil para
estabelecer o basculamento pós-magmática dos fluxos de lava.
*As medições obtidas, embora esparsas, mostram invariavelmente um ângulo de inclinação de 6–
8° para ESE.
*Algumas das unidades de fluxo de pahoehoe possuem um topo de fluxo brechificado
característico por cima da crusta superior amigdalóide.
*A brecha é constituída por elementos quebrados de lava pahoehoe (Pequenos Libombos), que é
uma característica típica dos fluxos de pahoehoe.
*As lavas de pahoehoe não foram anteriormente reportadas da Formação de Movene ou da
Grande Província ígnea do grande Karoo (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.4.2. Membro de Riólito dos Pequenos Libombos (JrMr)


(Membro de Riólito de Pequenos Libombos)

Uma crista riolítica proeminente dos Pequenos Libombos, na parte sul da folha cartográfica 2532
e na parte norte da folha 2632, compreende uma sucessão de fluxos de cinza vulcânica soldados
de várias formas na parte superior da Formação de Movene, a norte e leste da barragem dos
Pequenos Libombos.
As interestratificações de riólito com orientação a norte pode ser acompanhada durante mais de
65 km ao longo da direcção, sendo a sua largura máxima de cerca de cinco quilómetros.

*A espessura máxima estimada desta sucessão, conhecida anteriormente como Camadas de Sica
(Cleverly et al., 1984) varia de algumas dezenas de metros, na área do Monte Portela, a algumas
centenas de metros a leste do Monte Sica e do próprio Monte Pequenos Libombos.
*A unidade, que se destaca como uma cobertura resistente dentro do terreno do Basalto de
Movene, é cortada por várias falhas e fracturas com orientação a NO-SE, enquanto uma falha de
desligamento com movimento sinistrógiro e orientação a NO-SE separou a crista em duas partes
principais.
*A evidência da instalação piroclástica do Riólito de Pequenos Libombos é dada pela sua
transição graduada de um tufo-brecha basal fracamente soldado e uma zona litofísica ascendente
para uma rocha reomórfica tipo lava progressivamente de fluxo bandado e fluxo dobrado.
**O contacto inferior da unidade de riólito aflora numa barreira de estrada no topo da crista dos
Pequenos Libombos, onde uma zona de cor castanha na parte superior do basalto subjacente pode
representar um horizonte de paleo-laterito alterado hidrotermicamente.
**A mesma zona de contacto castanha aflora numa antiga pedreira a norte da Crista Sica, onde
abundantes amígdalas de ágata esverdeada, com diâmetros que podem chegar aos 5 cm, estão
preservadas na camada superior oxidada.
**A meteorização e outras alterações de rochas nas zonas de contacto dificultam o estudo de
estruturas vulcânicas na base do fluxo riolítico.
**Horizontes de fluxos de cinzas vulcânicas mal soldados ou depósitos de chuvas de cinzas
ocorrem na zona basal do (mais baixo).
*Noutros locais, a base do fluxo caracteriza-se por tufos-brechas caóticos com chips ou
fragmentos líticos deformados plasticamente ou por aglomerações de litofisas, variando a
dimensão das litofisas arredondadas desde pequenos esferulitos até litofisas com 10-15 cm de
diâmetro. Em algumas grandes litofisas, a textura semelhante a cebola está bem desenvolvida.
*As variedades densamente soldadas de fluxos de cinza vulcânica riolíticos, consolidados por
cristalização em fase de vapor, constituem a principal litologia do Membro dos Pequenos
Libombos da Formação de Movene, que aflora na maior parte das pedreiras de agregados da área.
**Rocha de tom vermelho acastanhado escuro, com textura granular fina, apresenta muitas vezes
bandado de fluxo distinto, com fluxo dobrado a distorcer localmente o ângulo de basculamento
regional suave dos fluxos.
**A rocha de bandado de fluxo compreende lâminas de cor verde escura e castanha clara a
avermelhada, com uma espessura de <1 a 2 mm, com abundância de pequenas (< 0,5 mm)
esférulas e fenocristais de quartzo e feldspato, provavelmente em resultado de cristalização em
fase de vapor.
**Apenas em zonas onde a intensidade do fluxo reomórfico não foi completa, é possível discernir
fiamme do tipo chama e vesículas redondas a lenticulares.
*No topo da montanha, a sudeste do Monte Muguene, ocorrem duas estruturas de forma
circular, com 6-7 m de diâmetro, que podem representar ventilações de erupção para fluxos de
riólitos a rodear estas estruturas. Fluxos de inclinação acentuada para o exterior apresentam
bandado de fluxo distinto e abundância de fragmentos de pomito distorcidos (?) e cavidades de
gás (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.4.3. Brecha riolítica (JrMbr)

Um horizonte de brecha piroclástica sub-aérea (tufo-brecha), provavelmente com dezenas de


metros de espessura, aflora ao longo do talude ocidental de uma coluna separada no lado oriental
da própria crista dos Pequenos Libombos (folha 2632)
*A posição da crista riolítica do sul na extensão norte sugere que esta unidade representa um
tufo-brecha de cinzas ou um depósito de fluxo de cinza vulcânica não soldado entre os mantos de
fluxos de cinza vulcânica densamente soldados da área.
*A brecha piroclástica é composta por fragmentos líticos (juvenil a acidental), cuja dimensão
pode chegar aos 10 cm, numa matriz de tufo com textura granular fina. Estes clastos suportados
por matriz compreendem sobretudo fragmentados de basalto meteorizados, lapilli quebrados e
bombas de pomito vesicular, e chips e fragmentos castanhos claros de riólito afanítico. Os
fragmentos líticos ocasionalmente encontrados resultaram provavelmente de estratos
sedimentares pré-vulcânicos do Karoo, que não afloram nesta área (GTK, 2006).

4.3.3.1.1.4.4. Quartzo-latito (JrMq)

Uma variedade cinzenta clara ou cinzenta esverdeada de rochas vulcânicas félsicas, também
atribuída ao Membro dos Pequenos Libombos, aflora numa antiga pedreira de agregados, 6 km a
noroeste da cidade de Boane (folhas 2631-2632).

*Bandado de fluxo obscuro e raras fiamme sugerem uma origem de fluxos de cinza vulcânica
para a rocha afanítica com abundantes encraves máficos de cor castanha escura, geralmente com
um tamanho < 10 cm.
*São também comuns bandas ou porções de cor acastanhada clara, possivelmente devido a
branqueamento hidrotérmico e alteração da rocha.
*Finos diques basálticos sub-verticais intruem a unidade da rocha na pedreira (GTK, 2006).

4.3.4. Rochas intrusivas do Karoo Superior

4.3.4.1. Formação de Pessene (JrPn)

Foi determinada uma idade de 1750±33 Ma para os zircões separados do sienito nefelínico, mas é
provável que os zircões tenham sido herdados de uma fonte sedimentar ou magmática do
Proterozóico Inferior.

A Formação de Pessene inclui duas unidades rochosas:

Formação de Pessene (JrPn)


*Sienito nefelínico de Pessene (JrPns)
*Lava alcalina de Pessene (JrPal)

As rochas da Formação de Pessene afloram na folha 2532.

4.3.4.1.1. Lava alcalina de Pessene (JrPal)

Um dos afloramentos de rochas vulcânicas máficas observados mais a leste, no sul de


Moçambique é maciço, afírico, afanítico e contém amígdalas esparsas. O afloramento situa-se no
topo de uma pequena colina e tem um diâmetro mínimo de várias centenas de metros.
Em investigações anteriores, esta rocha foi classificada como um dique basáltico, mas é mais
provável que represente uma soleira sub-horizontal ou uma unidade de lava.
Uma vez que não há dados geocronológicos disponíveis e o afloramento parece estar rodeado por
depósitos sedimentares do Cretácico, não é actualmente certo se este tipo de rocha pertence à
Formação de Movene.
Com base em dados geoquímicos, o fonotefrito pode ser co-magmático com a intrusão do Sienito
Nefelínico de Pessene nas proximidades (GTK, 2006).

4.3.4.1.2. Sienito Nefelínico de Pessene (JrPns)

Um corpo de sienito nefelínico aflora ~ 8 Km para SO da aldeia de Pessene, na zona de contacto


entre os Basaltos de Movene e os sedimentos quaternários (folha 2532)
O tamanho e a forma da intrusão subvulcânica parecem ser alongadas.
Para além do grande afloramento situado em:

* pedreira de agregados perto da auto-estrada EN4


* mais alguns afloramentos 8 km para sul.

*O sienito nefelínico de Pesssane é uma rocha maciça, claramente porfirítica, cinzenta


esverdeada clara com feldspato potássico, nefelina, aegirina-augite e augite como fenocristais
numa massa de terreno microcristalina a afanítica.
*Há também um pouco de analcite e anfíbolo.
*A rocha é cortada por uma densa rede de pequenas fracturas e juntas (GTK, 2006).

4.3.5. Diques e soleiras

Estão cartografados os seguintes diques e soleiras:

*Diques gabróicos (Jrgd)


*Diques e soleiras máficos (Jrdo, do)

4.3.5.1. Diques e soleiras máficos (Jrdo, do)

Diques máficos e soleiras intruem as rochas vulcânicas félsicas da sequência dos Libombos,
embora as suas observações sejam raras.

*No norte, dentro do Parque Nacional do Limpopo, diques máficos verticais com textura granular
muito fina, cortam dacitos da Formação de Umbelúzi.
**O dique fracamente zonado apresenta margens frias, de que resulta um tamanho de grão mais
fino, e a rocha compreende pequenas variações químicas paralelas a contactos.
**O dique é constituído por plagioclase, clinopiroxena e opacas.
**A microtextura do dique com textura granular fina é caracterizada por uma textura diabásica.
*Um dique máfico vertical, com cerca de 2 m de largura, corta transversalmente o quartzo-latito
do Membro dos Pequenos Libombos numa grande pedreira de agregados, cerca de 6 km a
noroeste de Boane.
**O dique tem margens alteradas contra a rocha hospedeira.
*Obviamente, o mesmo dique intrui no riólito cerca de 10 km para sudoeste.
*Uma soleira basáltica, com mais de 20 m de espessura, intrui nos riólitos do Membro dos
Pequenos Libombos na face ocidental da montanha.
**Com afloramentos numa pedreira activa de rochas agregadas, esta soleira apresenta uma
disjunção colunar proeminente, colunas poligonais, a maior parte das quais de corte transversal
pentagonal ou hexagonal.
**Na pedreira, aflora também um contacto intrusivo da soleira contra a rocha hospedeira riolítica
de bandado de fluxo.
*Encontram-se também disjunções colunares em rochas doleríticas situadas 20 km a norte da
aldeia de Catuane, no sul de Moçambique. O dique ou a soleira aqui tem de ser largo, porque
forma uma pequena colina na paisagem de baixa altitude coberta pelos basaltos de Movene.

4.3.5.2. Diques gabróicos (Jrgd)

Um dique máfico proeminente, com orientação a NNE, com mais de 100 m de espessura, corta
um espesso fluxo de lava basáltica da Formação de Movene, perto da barragem de Pequenos
Lipombos (folha 2632)

*O dique acastanhado com textura granular média possui uma grande quantidade de fracturas
orientadas aleatoriamente, preenchidas por calcedónia.
Os afloramentos individuais de rochas basálticas são por vezes difíceis em termos da origem da
rocha, já que o núcleo de um fluxo espesso de lava basáltica pode petrograficamente assemelhar-
se a gabro com textura granular média ou dique máfico.
**A título de exemplo, ocorre rocha gabróica maciça, com textura granular média, a sul da cidade
de Boane.
*Do ponto de vista da composição, é bastante básica e compreende uma grande quantidade de
piroxena.
*Um outro exemplo próximo tem cristais de plagioclase cuja dimensão pode atingir os 5 mm,
com textura diabásica. Supõe-se que estas duas rochas sejam diques, e não basaltos.

4.3.6. Continuação do Monoclinal dos Libombos para leste, para a Bacia de Moçambique

O ângulo de inclinação das rochas vulcânicas do Monoclinal dos Libombos aumenta até um
máximo de 45 a 65° E, o que indica a possibilidade de existir uma continuação das rochas
magmáticas dos Libombos por baixo das litologias sedimentares Meso-Cenozóicas da bacia de
Moçambique.
Não existem dados que possam confirmar esta possibilidade.
Há algumas evidências de que as vulcânicas do Karoo prosseguem para leste por baixo da
cobertura do Cretácico e mais recente pelo menos até à costa (Flores, 1970, 1973; Darracott &
Kleywegt, 1974; Lächelt, 2004) provavelmente ainda mais para off-shore.
Estimou-se que a espessura das lavas enterradas por baixo da costa fosse de 6 a 13 km (Eales et
al., 1984).

4.3.7.A. Desenvolvimento durante o Karoo nas sub-províncias geológicas de Zambézia-


Nampula e Niassa-Cabo Delgado

As seguintes unidade/bacias/estruturas do Karoo estão localizadas na região leste do graben


Niassa-Malawi-Chire-Urema:

*Bacia/Graben de Maniamba
*Sub-bacia de Chemba
*Sub-bacias de Luchimua
*Bacia de Luângua
*Vulcânicas (área) de Angoche

4.3.7.A1. Sub-província geológica de Niassa (Cabo Delgado)

Na sub-província geológica de Niassa–(Cabo Delgado) encontra-se a bacia de Maniamba


(Graben de Maniamba,) a unidade/estrutura mais importante do Karoo.
A bacia de Maniamba é a extensão sul da bacia de Metangula (e das bacias vizinhas de Selous e
Ruhuhu), na Tanzânia.
A Tabela 4.30. mostra a correlação entre o Karoo da bacia de Maniamba (Moçambique) e de
Selous, bem como as bacias de Ruhuhu (Tanzânia).

Geocronologia Estratigrafia Bacias de Ruhuhu e Metangula Bacia de Maniamba


Geral Sequência Regime Sequência Regime
climático climático
Cretácico
Jurássico Stormberg
154 Ma (Lavas)
Grutas
Red Beds K9 Arenitos
Molteno K8 Camadas Seco e K8 Sedimentos Fluvial –
de Manda moderadamente cíclicos límnico
quente
Triássico Beaufort Camadas Semi árido – Calcários/Siltitos Eólico
195/190 Ma (Beaufort Ósseas semi-húmido
Superior- Superiores Arenito maciço
Médio) fino
K7 Arenito Muito quente a K7c Argilitos Ocasionalmente
Kingori quente com cíclicos fluvial, húmido
períodos frescos;
hiper húmido –
semi-húmido,
raramente semi-
árido
K7b Arenitos Fluvial intenso,
com vestígios de seco
ossos;
parcialmente
argilitos
Beaufort Não K7a Argilas Ocasionalmente
Médio conformidade Cinzentas, fluvial,
local parcialmente sobretudo
Argilas Verdes húmido
Beaufort K6 Formação Seco a semi- K6b Argilas Limnético, seco
Inferior de Usili ou árido, temperado Vermelhas,
Camadas frio vestígios de
Ósseas fósseis de répteis
Inferiores
Pérmico Ecca Não K6a Carvões, Depósitos
230/225 Ma conformidade arenito, calcário limnéticos e
local costeiros,
húmido
K5 Formação Morno a quente K5 Algum Limnético,
de Ruhuhu ou com períodos arenito, argilitos húmido com
Camadas de mais frescos, vermelhos, períodos secos
Ruhuhu húmido a semi- siltitos, calcário
árido
K4 Formação Seco a K4b Carvões de
de Khukuru ou moderadamente Denominados terras húmidas
Camada quente, semi- carvões cíclicos, e rios, frio a
Superior de árido a semi- madeira fóssil húmido
Carvão húmido
K4a Argila Áreas
carbonática, pantanosas
carvões, limnéticas,
parcialmente húmidas,
arenito elevada
densidade de
vegetação
K3 Formação Seco a K3 Argilitos Sedimentos
de Mbuyura ou moderadamente vermelhos, terrígenos,
Camadas de quente, semi- arenitos secos
Ruhuhu árido a semi-
húmido
Arenitos e
Argilitos
Intermédios
K2 Formação Progressivamente K2 Carvões, Áreas
de mais quente, carvões em pantanosas
Mchuchuma semi-árido a siltitos, limnéticas,
ou húmido parcialmente húmidas,
Camada arenito, argila elevada
Inferior de vermelha, densidade de
Carvão calcário, vegetação, com
conglomerado períodos
frescos e secos
Carbónico Dwyka K1 Formação Progressivamente
280 Ma de Idusi, mais quente,
arenitos e semi-árido a Soco Pré-câmbrico
conglomerados húmido
300 Ma basais
Pré-câmbrico Soco Pré-câmbrico
Tabela 4.30.: Diagrama da correlação do Karoo do Graben (Bacia) de Maniamba-Selous/Ruhuhu

Com base numa cartografia geológica revisora, os NGU (Serviços Geológicos da Noruega)
(2007), fornecem uma análise geral sobre o desenvolvimento durante o Karoo na Província
(administrativa) de Niassa, que seguimos nesta publicação, tendo sido implementadas algumas
correcções.

A cobertura sedimentar fanerozóica do soco Pré-câmbrico na Província da Província de Niassa


encontra-se amplamente restringida ao Supergrupo Karoo , que se encontra difundido pela África
Austral e pode ser correlacionado através do antigo Gondwana (incluindo Madagáscar, Índia,
América do Sul e Austrália).

*A litoestratigrafia do Supergrupo Karoo, que tem sido aplicada a esta área, é aplicável porque se
desenvolveu um padrão semelhante de fenda de fácies deposicionais e paleoclimáticas através da
África Austral, desde o Carbónico Superior até ao início do Jurássico Inferior (cerca de 300-160
Ma).
* As sequências são maioritariamente continentais e, como resultado disso, a evidência
biostratigráfica dentro do Supergrupo Karoo é escassa, apesar de ser uma ferramenta útil na
correlação entre bacias. Isto é particularmente verdade para as zonas de répteis e também para a
flora Glossopteris (Verniers et al., 1989).
*Algumas zonas biostratigráficas, tais como as palinológicas, ainda não se encontram bem
estabelecidas. A confiança na litoestratigrafia significa que algumas fácies semelhantes podem ter
diferentes idades deposicionais, mas, de um modo geral, as sequências mudam de glaciogénicas
ou temperadas e deltaicas, na sua base, para sedimentos clásticos lacustres/ fluviais que se tornam
mais áridos e continentais a montante.
*Verniers et al. (1989) e a NGU (2007) reviram muito do trabalho no Supergrupo Karoo na
Província de Niassa.

*A primeira descrição geral da estratigrafia na área do Rio Rovuma foi realizada por Thomson
(1882).
*Poucos mais detalhes foram acrescentados até um trabalho de campo mais exaustivo ter sido
levado a cabo a partir do final de 1940 (Borges et al., 1950; Borges, A. et al. (1952). Este trabalho
incluía furos e perfuração de furos em busca de carvão e a estratigrafia foi desenhada por Nunes
(1965).
*Contudo a litoestratigrafia foi posteriormente revista por Verniers et al. (1989) à luz de um
trabalho mais exaustivo no Graben de Maniamba e na pequena Bacia de Tiambila, a nordeste.
**Os fósseis recolhidos durante as primeiras campanhas incluíam uma flora Glossopteris
identificada por Teixeira (1952) e Teixeira & Goncalves (1959).
*Os fósseis répteis foram estudados em detalhe por Antunes (1975) e foram identificados vários
ossos mandibulares e cranianos de Endothiodon cf. bathystoma e um de Gorgonopsian AP.. De
acordo com o zoneamento de Keyser & Smith (1979), estes indicavam ou a zona de conjuntos de
Tropidostoma-Endothiodon ou de Aulacephalodon-Cistecephalus do Beaufort Inferior.
*Dentro da extensão deste sistema de graben na Tanzânia, onde é denominada por Bacia de
Selous, a sucessão com carvão, possivelmente, da Idade de Ecca foi encontrada no campo de
carvão de Mhukuru (Harkin, 1953) e a estratigrafia foi estudada localmente (Wofpner & Kaaya,
1991; Dypvik et al., 2001; Nilsen et al., 2001).
*O interesse nos campos de carvão de Moçambique e da Tanzânia atenuou-se no final dos anos
50, mas ganhou novamente ímpeto entre 1977-1980, quando o Instituto Nacional de Geologia
(Maputo) voltou a investigar os campos de carvão no Graben de Maniamba.
*Este período de detecção remota, trabalho de campo, escavação e perfuração foi resumido em
Verniers et al., (1989). Estes trabalhadores produziram descrições litoestratigráficas detalhadas
dos Grupos de Ecca e Beaufort que haviam sido perfurados e registados. A cobertura mais
exaustiva do Karoo Superior foi dividida em terrenos litológicos e estruturais, mas o afloramento
é pobre e a cartografia é indicativa.
*Os estratos do Supergrupo Karoo encontram-se preservados no Graben de Maniamba (Afonso,
1978; Verniers et al.,1989), que se estende para norte a partir da área de Metangula para o rio
Rovuma.
*Ao mesmo tempo que a estrutura geral é agora um sistema de graben, o Supergrupo Karoo
estendia-se originalmente de forma mais vasta ao longo do soco Pré-câmbrico. O sistema de
graben, desenvolvido pela formação de riftes em diversos momentos, a partir do início da
deposição do Karoo, mas principalmente no Karoo Superior e em alturas posteriores.

*Não existe evidência de um vulcanismo difundido dentro do Grupo do Karoo Superior, apenas
pequenos kimberlitos (diques) intruídos no período do Cretácico Inferior (magmatismo Pós-
Karoo).
*Apesar de ser possível que quaisquer lavas tenham sofrido erosão até desaparecerem, não foram
registados nenhuns diques básicos da idade do Karoo que possam ter actuado como alimentadores
dentro do graben.
*A estrutura principal do graben desenvolveu-se durante a época do Karoo, influenciando a
deposição contemporânea, e estima-se que tenha uma profundidade de até 7 km no seu centro.
Uma grande falha, a Falha do Rio Moola, que se estende para noroeste através do graben, divide
duas sucessões que possuem uma história de preenchimento diferente:
*Na parte sudoeste do graben, no Vale de Lunho, a inclinação geral da estratificação é orientada
a noroeste e, aqui, o graben é principalmente abatido no flanco ocidental.
*A configuração final do graben foi afectada pelo desenvolvimento do Sistema de Rifte do Leste
Africano e as maiores falhas com orientação a norte na área de Metangula estão provavelmente
relacionadas com esse sistema, cortando os estratos do Karoo a oeste e criando um horst de
gnaisse Pré-câmbrico nas proximidades de Messumba.
*Na área de Metangula-Macaloge, a deposição do Karoo começou ligeiramente antes da abertura
em larga escala do hemigraben para o oeste desenvolvido.
*Mais a norte, na zona de Lupilichi, a nordeste da Falha do rio Moola, o graben surge como
tendo falhas no seu bordo a sudoeste e também inclui a janela Pré-câmbrica em Matchedje. Existe
também evidência de um vasto anticlíneo dentro das camadas do Karoo deste bloco com um traço
axial orientado a norte-nordeste, passando a 6 km a leste de Matchedje. Este arqueamento pode
ser o resultado do controlo do soco Pré-câmbrico e da ligeira inversão posterior do bloco (NGU,
2007).

O Supergrupo encontra-se pobremente exposto, ocorrendo as melhores secções na parte inferior


da sequência. Uma grande parte do graben é ocupado pelo Grupo do Karoo Superior:

*O afloramento dos Grupos Ecca e Beaufort encontra-se restrito à parte sul do graben. Uma vez
que o afloramento está incompleto e devido às semelhanças litoestratigráficas com a bacia da
África do Sul do tipo Karoo, continua a ser feita referência aos Grupos Ecca e Beaufort. Verniers
et al. (1989) documentaram a flora fóssil Glossopteris e confirmaram a idade Pérmica do Grupo
Ecca. O estudo palinológico do Grupo Ecca também indica uma idade do Pérmico Inferior.
*A idade bioestratigráfica do Grupo Beaufort é baseada na presença de fósseis répteis (Verniers
et al., 1989) correspondentes às zonas de conjuntos de Tropidostoma-Endothiodon ou
Aulacephalodon-Cistecephalus (Pérmico Médio) do Grupo Beaufort Inferior na África do Sul.
*Estudos palinológicos do Karoo no Vale Maniamba (Verniers et al.,1989) distinguiram três
biozonas de conjuntos de esporos: - a mais antiga dominada por esporos triletes Acanthotriletes e
Apiculatisporis, a zona intermédia com Vesicaspora dominante na parte inferior e a zona mais
recente dominada por bisacados estriados.
*Estas zonas estão correlacionadas com outras zonas localizadas no sudeste de África:
**os conjuntos mais baixos com o Ecca Inferior
**os conjuntos intermédios com o Ecca superior
**a zona mais recente com o Beaufort inferior
zonas répteis e estendendo-se para a base do Grupo do Karoo Superior no graben de Maniamba.
Verniers et al. (1989) considerou que a base do Karoo Superior se situa junto ao limite Pérmico-
Triássico e que a sua parte superior corresponde à idade do Jurássico Inferior.
*As amostras retiradas para análise palinológica durante o trabalho de campo foram examinadas
na Noruega (NGU 2007) e o Grupo Ecca foi indicado como pertencente ao Pérmico Inferior e ao
Monte Lilonga/Divisão de Fubuè, junto da base do Grupo do Karoo Superior, foi-lhe atribuída a
idade correspondente ao Pérmico Superior.
*Não existem indícios directos do Triássico e Jurássico Inferior nos estratos posteriores; estas
idades são inferidas por comparação com as sucessões do Karoo na África do Sul (Johnson et al.,
1996) e na Zâmbia (Banks et al., 1995).
*A sub-divisão da sucessão do Karoo é principalmente baseada no trabalho exaustivo realizado
por pesquisas anteriores (Verniers et al.,1989, e na compilação BRGM disponível a partir da
DNG).
*Os estratos do Karoo percorrem o Grupo Ecca basal através do Grupo Beaufort até ao Grupo do
Karoo Superior.
*Não foram encontradas desconformidades significantes entre os grupos.

A sub-divisão estratigráfica do Karoo na Bacia/Graben de Maniamba-Lunho é apresentada na


Tabela 4.31.

Era Grupo Unid. Espessura Composição litológica


Pós-Karoo
Jurássic

Grp Kse 1500 m Os ciclos granocrescentes de arenitos amarelos a cinzentos, com


do textura granular fina a média, paralelos ou estratificados de forma
o

Karoo entrecruzada, siltitos variegados, argilitos


Superior Ksd 800 – 1500 Siltitos desidratados, vermelhos ou cinzentos, arenitos cinzentos,
m calcilutitos, intraclastos argilitos; siltitos e argilitos laminados
avermelhados, cinzentos-claros ou castanhos, concreções calcárias
raras
Ksc 1800 m Arenitos brancos com textura granular média com tom castanho-
vermelho disperso
Ksb 35 – 200 m Arenitos de cor clara, maciços, de vários níveis, com textura
granular média e grosseira a conglomerática
Ksa 51 -141 m Siltitos e arenitos esverdeados, com textura granular grosseira e com
estratificação cruzada.
Grupo Horizont 280 – 235 Argilitos e siltitos laminados, cinzentos avermelhados e cinzentos,
Beaufort e K6 m calcilutito raro sem estrutura, camadas carbonosas e camadas finas
de carvão
Horizont 250 m Arenitos pobremente estratificados, esverdeados e cinzento-
Triássico

e K5 avermelhados, siltitos e argilitos laminados com textura granular


fina a grosseira; três horizontes com nódulos calcários de septária,
camadas carbonosas raras
Grp Horizont Arenito cinzento esverdeado com estratificação cruzada, siltitos e
Ecca e K4 343 m argilitos laminados, camadas carbonáceas e camadas de carvão
Horizont Sequência granocrescente de arenitos de cor cinzenta clara,
e K3 cimentados com calcite, siltitos e com estratificação cruzada
argilitos laminados variegados
Horizont Conglomerados locais basais de cascalho a calhaus, arenitos
Pérmico

e K2 saibrosos com textura granular grosseira, siltitos e argilitos, finas


camadas de carvão

Tabela 4.31.: Subdivisão estratigráfica do Karoo na Bacia/Graben de Maniamba-Lunho


(adaptada de Verhiers et. al., 1978, 1989; Lächelt, 2004; NGU, 2007)

4.3.7.1. Bacia/Graben de Maniamba (Lunho)


(Bacia de Metangula - Lunho)

A Figura 4.28. apresenta a distribuição regional das unidades do Karoo na Bacia/Graben de


Maniamba.
Figura 4.28.: Unidades do Karoo do Graben de Maniamba e da Subunidade de Tiambila (de
acordo com a NGU, 2007)

4.3.7.1.A. Karoo Inferior na Bacia/Graben de Maniamba

4.3.7.1.1. Grupo Ecca (PeE)

Os estratos do Grupo Ecca afloram na parte sul do Vale de Lunho e localmente parecem estar em
desconformidade no soco Pré-câmbrico, sem quaisquer indícios de camadas glaciogénicas que
possam ser equiparados ao Grupo Dwyka.
A base do Ecca apresenta falhas locais (a nordeste de Metangula), provavelmente devido à
reactivação das zonas de cisalhamento e de falha do Pré-câmbrico. Mais para leste, o Grupo Ecca
apresenta falhas contra o Pré-câmbrico ao longo das falhas com orientação a noroeste e nordeste,
que são de uma idade tardia ou do pós-Karoo.
Os estratos do Grupo Ecca na área de Metangula possuem uma espessura total de até 343 m e
encontram-se divididos em três Formações (Verniers et al., 1989):

Grupo Ecca (PeE)


*Horizonte/Formação K4
*Horizonte/Formação K3
*Horizonte/Formação K2

4.3.7.1.1.1. Horizonte/Formação K2
*A unidade K2 mais antiga possui um conglomerado basal local com cascalho com um
comprimento de até 8 cm num arenito saibroso com textura granular grosseira que possui um
cimento calcário em alguns locais.
*A parte superior da unidade é composta por arenitos com textura granular fina a média, siltitos e
argilitos, sendo que alguns deles são carbonosas e incluem lentes finas de carvão.

4.3.7.1.1.2. Horizonte/Formação K3

A formação K3 é uma sequência geral granocrescente de arenitos claros, interestratificados com


siltitos e argilitos vermelhos e cinzentos. Uma vez mais, os arenitos possuem localmente um
cimento calcítico.

4.3.7.1.1.3. Horizonte/Formação K4

*A formação superior do Grupo Ecca, a formação K4, contém arenitos, siltitos e argilitos, que
normalmente são interestratificados com camadas carbonosas e camadas de carvão (PeEc).
*Os arenitos variam de textura granular grosseira e conglomerática a fina com cimento calcário.
As camadas de carvão possuem até 0,8 m de espessura, aumentado geralmente em número e
espessura com direcção a nordeste e também junto ao soco Pré-câmbrico (Verniers et al., 1989).
*Foi encontrada nesta formação uma flora Glossopteris, incluindo G. ampla, G. browniana e G.
indicia, sendo indicativa da idade de Ecca. Foi igualmente reportada madeira fóssil silicificada
com anéis de crescimento anuais (Dadoxylon AP.)
*Perto de Mbamba (UTM 36S 690930, 8611042), o Grupo Ecca é constituído por arenitos de
estratificação cruzada de múltiplos níveis, com textura granular média e grosseira, meteorizados
para bege com camadas de cascalho, incluindo maioritariamente veios de quartzo e clastos
argilíticos intra-basais com um comprimentos de até 4 cm. Algumas das unidades de
estratificação cruzada afinam-se de modo ascendente em arenitos micáceos e siltitos. Estas são,
por sua vez, erosivamente sobrepostas por camadas de arenito com clastos com uma espessura
superior a 1 m, com ângulo de inclinação ascendente até 14ºpara noroeste.
*Numa colina baixa junto a Ntumbati, (UTM 36S 709308, 8611022) os afloramentos do Grupo
Ecca são compostas por arenito com clastos, meteorizado para bege a castanho, arenito com
textura granular grosseira e conglomerado de cascalho pequeno. Os cascalhos arredondados,
com um comprimento até 5 cm, são principalmente de quartzo branco, quartzo rosa/vermelho,
rochas félsicas e gnaisses. As unidades de estratificação cruzada de até 0,3 m de espessura
contêm cascalhos fracamente imbricados. Foram encontrados resíduos vitrificados de material
vegetal nas unidades grano-seleccionadas de areia a siltito, localizadas por baixo de
conglomerados em UTM 36S 714167, 8607117.
*Na secção ao longo do rio Lifutiche, iniciando na UTM 36S 712066, 8610976, existe uma
falésia onde afloram arenitos com textura granular grosseira a granular e de textura granular
média a grosseira. Estes ocorrem normalmente como unidades granocrescentes com cerca de 2
m de espessura com argilitos interestratificados castanho-cinzentos e vermelho-castanhos.
Alguns dos arenitos mais grosseiros contêm cascalho de quartzo e fragmentos gnáissicos com
até 4 cm de comprimento. Os arenitos, de forma geral, são de estratificação cruzada com bases
erosivas afiadas.
*Na UTM 36S 712151, 8611116, no rio Lifutiche, existem conglomerados de cascalho
espessamente estratificados e de estratificação cruzada com uma espessura de 1-2 m em
unidades que se afinam até se transformarem em arenitos cinzentos esverdeados, com textura
granular média a grosseira, e localmente silto-argilitos de tom cinzento médio micáceos com
flocos carbonosos e radículas carboníferas. Os cascalhos são arredondados, com um
comprimento até 10 cm e compostos principalmente por quartzo, granito e gnaisse. Os
paleofluxos ocorreram a nordeste e leste, como indicado pelas camadas frontais de estratificação
cruzada emergentes e cascalhos imbricados.
*Mais a sudeste, ao longo do rio (UTM 36S 712338, 8610656), os arenitos cinzentos-escuros
esverdeados com textura granular fina encontram-se interestratificados com arenitos cinzentos-
claros com textura granular média e com siltitos cinzentos finos estratificados com micas finas e
fragmentos carbonosos. Normalmente, os arenitos apresentam uma estratificação cruzada
acanalada, em conjuntos com uma espessura entre 0,4 e 1 m e localmente planar e ondulado. No
leito do rio, em UTM 36S 713349, 8610202, argilito meio-cinzento >0,2 m é sobreposto por
uma camada de carvão com aproximadamente 0,4 m de espessura, composta por vitrinito e
inertite. Foram encontrados esporos do Pérmico Inferior no carvão. O carvão é
significativamente sobreposto por arenito com textura granular média, afinando-se para arenito
ondulado com textura granular fina e siltito micáceo. As camadas no rio têm geralmente com um
ângulo de inclinação de até 10º para NO, mas localmente de 100 para ESE.
*Mais para leste, a maior parte dos afloramentos são de arenitos acinzentados e de
conglomerados e, numa localidade, foi encontrada madeira fóssil silicificada. Os resíduos do
núcleo de um furo de exploração indicaram que os argilitos e os carvões carbonosos típicos do
Grupo de Ecca se encontravam interestratificados com os arenitos. O contacto com o soco Pré-
câmbrico não é visível e pode possuir falhas, mas as rochas cristalinas encontram-se sempre
fortemente cisalhadas perto do contacto. Verniers et al. (1989) observou que, em determinados
locais, as rochas Pré-câmbricas são discordantemente sobrepostas por alguns metros de
conglomerado basal. A fonte do material clástico parece ser o soco Pré-câmbrico e os cascalhos
arredondados indicam um certo grau de transporte ou retrabalho das cascalheiras do rio. Apesar
de os rios serem bastante activos, ocorreu a acumulação de turfa com vários metros de espessura
em pântanos interfluviais e em lamas. Esta foi subsequentemente enterrada e desenvolveu para
carvão betuminoso (NGU 2007).

4.3.7.1.2. Grupo Beaufort (PeB)

O Grupo Beaufort inclui as seguintes Formações:

Grupo Beaufort (PeB)


*Horizonte/Formação K6
*Horizonte/Formação K5

*As datações U-Pb directa das concreções de calcite no Grupo Beaufort foram realizadas:
**Durante a última década, a geocronologia carbonatada Pb-Pb e U-Pb (revista por Jahn &
Cvellier, 1994) deu uma contribuição significativa para a datação da deposição
primária/diagénese inicial de ambos os Pré-câmbricos (Moorbath et al., 1987; Jahn et al., 1990;
Ovchinnikova et al., 1998, 2001; Babinski et al., 1995, 1999; Jahn & Simonson, (1995). Jones et
al., 1995; Whitehouse & Russell, 1997; Bau et al., 1999; Zachariah et al., 1999; Fölling et al.,
2000; Semikhatov et al., 2000; Bolhar et al., 2002) e sequências sedimentares fanerozóicas
(Smith, Farquhar, 1989; Smith et al., 1991; Winter & Johnson, 1995).
**A maioria das tentativas de datação das rochas carbonatadas com os métodos Pb-Pb e U-Pb,
focaram-se nos calcários sedimentares, carbonatos diagenéticos e mármores.
**Foram realizados apenas alguns estudos sobre as concreções carbonatadas. Israelson et al.
(1996) reportou uma idade U-Pb precisa, obtida a partir de concreções P (238U/204Pb) elevadas,
alojadas em "Xistos Pretos" ricos em urânio. Aqui demonstramos que as concreções carbonatadas
diagenéticas dos xistos Pérmicos, comuns e lacustres com valores P moderados fornecem uma
datação U-Pb de grande precisão, que pode determinar restrições úteis na escala temporal do
Fanerozóico.

*O Grupo Beaufort é maioritariamente constituído por siltitos e argilitos acinzentados que


contêm nódulos calcários locais e horizontes fósseis escassos.
*Na área de Metangula, Verniers et al. (1989) estabeleceu formações de Horizonte K5 e
Horizonte K6 a partir de registos de furos detalhados.
*Contudo, o grupo encontra-se geralmente exposto de forma fraca, e uma vez que ambas as
unidades são predominantemente de sucessões de siltitos eles foram combinados no Grupo
Beaufort.

4.3.7.1.2.1. Horizonte/Formação K5

*A unidade K5 inferior é maioritariamente composta por siltito cinzento ou avermelhado dividido


em três membros (Verniers et al., 1989):
**O Membro Superior consiste num siltito e argilito cinzento avermelhado com dois horizontes
de nódulos duros calcários de septária.
**O Membro Médio contém siltitos com textura granular fina a grosseira, escuros ou cinzentos
esverdeados e algumas camadas carbonosas raras.
**O Membro Inferior contém principalmente siltitos cinzentos avermelhados com uma camada
de pequenos nódulos calcários junto ao topo e algumas camadas de arenito em direcção à base.
***A septária calcária do Membro Inferior apresentou um teor de ossos de répteis na área entre o
rio Lunho e o rio Lundo (Rocha, 1961). Estes fósseis foram atribuídos à Zona de Endothiodon
(Antunes, 1975), que, de acordo com o zoneamento de Keyser & Smith (1979), pertenceria às
Zonas Tropidostoma-Endothiodon ou Aulacephalodon-Cistecephalus, estabelecidas no Beaufort
da África do Sul.
*A espessura do Horizonte/Formação K5 era de 250-260 m, conforme medido em furos (Verniers
et al., 1989), e a base da Formação foi definida no topo do primeiro arenito significativo de cor
clara com textura granular grosseira, pertencente ao Grupo Ecca do Karoo Inferior subjacente.

4.3.7.1.2.2. Horizonte/Formação K6

A unidade K6, que varia entre 280 e 325 m de espessura, foi subdividida em quatro membros
(Verniers et al.,1989):

* O Membro Superior (4.), constituído por siltitos cinzentos avermelhados e cinzentos, contém
três horizontes com fósseis de ossos de répteis, o que pode indicar que a unidade tem uma idade
do Beaufort Inferior, em comparação com a África do Sul.
*O Membro Subjacente (3.) consiste num (D) corte transversal do siltito do Grupo Beaufort (K5
e K6), contendo concreções carbonatadas cilíndricas, esféricas e em forma de moca. (E) A secção
paralela de estratificação apresenta rachaduras septárias (branco) e um zonamento vago através
de concreção cilíndrica. (F) A secção vertical apresenta rachaduras septárias (branco) e
zonamento através da concreção cilíndrica. B-F.
**Afloramentos de siltitos e argilitos cinzentos, cinzentos esverdeados e cinzentos-escuros na
margem ocidental do rio Tulo, perto da estrada principal para Cobué (em UTM 36S 712515,
8615165). Os siltitos são localmente grosseiros, micáceos e laminados. Estão presentes camadas
de siltitos conglomeráticos cinzentos esverdeados escuros, tendo sido igualmente reportadas
algumas camadas carbonosas com finas camadas de carvão. Foi registada a presença de madeira
fóssil silicificada, a partir destas camadas, bem como alguns ossos de répteis negros. Algumas
camadas cinzentas esverdeadas, com textura granular fina a grosseira ocorrem com 1-5 m de
espessura, contendo estratificações entrecruzadas paralelas laminadas e de baixo ângulo.
*Os dois Membros (2. e 1.) Inferiores contêm siltitos avermelhados e acinzentados com
algumas calcilutites e uma camada de ossos de réptil. Considerou-se que os ossos de réptil e
folhas fósseis de Glossopteris estivessem correlacionados com o Grupo Beaufort da África do Sul
(Verniers et al., 1989).

4.3.7.1.2.1. Horizonte/Formação K5 e 4.3.7.1.2.2. Horizonte/Formação K6


No campo, o Grupo Beaufort não dividido (K5 e K6) foi cartografado (NGU, 2007) e a
localidade principal (UTM 36S 712845, 8615384) examinada situa-se na margem ocidental do
Tio Tulo, perto da estrada principal para Cobué.

*A secção, com até 3 m de altura, consiste em silto-argilitos e siltitos castanhos avermelhados e


alguns cinzentos esverdeados mosqueados. Na base, existe uma camada de siltito arenoso de cor
cinzenta, contendo pequenas concreções calcárias seguidas por 1 m de argilitos siltíticos
castanhos avermelhados, que incluem um grande número de concreções septárias micríticas
grandes, normalmente redondas ou rugosas e cinzentas claras com até 0,3 m de diâmetro.
Algumas concreções formam colunas verticais superiores a 0,5 m em altura e algumas possuem
estruturas concêntricas. A estratificação fracamente desenvolvida a 232º/20º envolve
parcialmente as concreções, indicando uma compactação diagenética diferencial.
*No metro subjacente, os siltitos menos bem estratificados de cor cinzenta e castanha contêm
apenas algumas concreções calcárias irregulares com alguma siderite (mas sem pirite).
*O argilito verde-claro e cinzento-castanho sobreposto contém algumas concreções calcárias e
possui mais de um metro de espessura. *Mais para norte (UTM 36S 713275, 8615758), os silto-
argilitos castanhos acinzentados também contêm concreções micríticas, mas a estratificação não
pode ser medida.
*Numa escavação em (UTM 36S 714109, 8617410), os argilitos de tom cinzento claro adjacentes
e os arenitos carbonatados cimentados com textura granular fina estão sujeitos a acção térmica
por parte de um dique kimberlítico meteorizado para verde azulado, com orientação de 54º a NE
e 0,2-0,8 m de largura. Numa (UTM 36S 715180, 8620774) ligeira crista junto à estrada de
Cobué, o arenito com textura granular média a grosseira aflora com uma estratificação bastante
maciça e danificada, com aproximadamente 1 m de espessura. Este arenito parece repousar no
Grupo Beaufort à medida que, mais a norte (em UTM 36S 715699, 8621366) os argilitos xistosos
claros são novamente expostos.
*Ao longo da estrada, a nordeste, em direcção a Chissando (em UTM 36S 716692, 8618264), os
argilitos mosqueados a vermelho-castanho a e verde acinzentado claro contém concreções
calcárias micríticas com 0,1-0,5 m de diâmetro, algumas das quais possuem estruturas septárias e
podem situar-se no mesmo horizonte que os argilitos com grandes concreções calcárias expostas
pelo rio Tulo. A oeste, o grupo parece ser menos espesso, por exemplo, no vale a nordeste de
Mbamba (UTM 36S 692170, 8612170), onde aflora o argilito típico do Grupo Beaufort de tom
cinzento médio ou cinzento claro, sendo irregularmente avermelhado, subfissile e ligeiramente
calcário. A maior parte dos argilitos não têm estrutura ou encontram-se pobremente estratificadas,
mas alguns encontram-se finamente laminados e foram provavelmente depositados num ambiente
lacustre. Contudo, nos locais onde ocorrem os nódulos calcários de septária e os fósseis répteis,
as camadas foram provavelmente emergentes e sujeitas a evaporação e pedogénese (NGU, 2007).

4.3.7.1.2.3. Unidade concrecional dos Horizontes/Formações K5 e K6

As concreções têm sido estudadas a partir do Grupo Beaufort não dividido da localidade que se
situa na margem oeste do rio Tulo, perto da estrada principal para Cobué (unidades K5 e K6,
UTM 36S 712845, 8615384).

*A secção, com até 3 m de altura, consiste em silto-argilitos e siltitos castanhos avermelhados e


alguns cinzentos esverdeados mosqueados.
*Na base, existe uma camada de siltito arenosa de cor cinzenta contendo pequenas concreções
calcárias seguidas por 1 m de argilitos siltosos castanhos avermelhados, que incluí um grande
número de concreções septárias micríticas de grande dimensão, normalmente redondas ou
rugosas, cinzentas claras com até 0,3 m de diâmetro. Algumas concreções formam colunas
verticais com mais de 0,5 m de altura e algumas possuem estruturas concêntricas. Várias
concreções apresentam rachaduras septárias. De um modo geral, as últimas evidenciam o
crescimento concrecional durante as fases muito iniciais da diagénese a partir de uma substância
do tipo-gel (Timofeeva, 1957; Strakhov, 1962). A estratificação fracamente desenvolvida envolve
parcialmente as concreções, indicando uma compactação diferencial durante o soterramento e
sugerindo a sua génese diagenética inicial.
*No metro sobreposto, o siltito castanho acinzentado menos bem estratificado contém apenas
algumas concreções calcárias irregulares. Este é seguido por argilito verde-claro e castanho
acinzentado, com mais de um metro de espessura, contendo algumas concreções calcárias (NGU,
2007).

4.3.7.1.B. Grupo do Karoo Superior na Bacia/Graben de Maniamba

4.3.7.1.3. Grupo do Karoo Superior

O Grupo do Karoo Superior pode ser, geralmente, correlacionado com o Grupo Stormberg na
África do Sul, mas não existem indícios biostratigráficos e não existem arenitos eólicos
equivalentes ou uma cobertura de lavas basálticas do Jurássico Inferior.

*Na Bacia de Maniamba, as fácies encontradas no Grupo do Karoo Superior assinalam uma
mudança para uma deposição fluvial activa num clima semi-árido e um preenchimento geral do
graben principal, após o período de soerguimento no Pré-câmbrico envolvente.
**Pode existir uma desconformidade na base do Grupo, não estando, no entanto, confirmada.
**Presentemente, o grupo preenche a maior parte do Graben de Maniamba e foi subdividido em
formações baseadas no trabalho de Verniers et al. (1989) com uma correlação revista.
*A oeste da Falha do rio Txiune, geralmente os estratos do Karoo Superior têm uma inclinação
para noroeste, enquanto as camadas entre a área de falhas do rio Txiune e do rio Moola são
praticamente horizontais e apenas pode existir uma ligeira inclinação geral para noroeste.
**A partir deste bloco, as camadas do Karoo Superior provavelmente ultrapassaram os limites até
ao soco Pré-câmbrico a noroeste e sudeste das actuais margens do graben.
*As sucessões do Karoo Superior para noroeste da Falha do rio Moola são descritas
separadamente abaixo, devido à sua configuração e carácter diferentes.
*Considera-se que todas as formações do Karoo Superior sejam camadas fluviais ou fluvio-
lacustres, depositadas em ciclos com uma quantidade crescente de sedimento argiloso dentro de
formações mais recentes, particularmente na direcção do centro do graben e, portanto, as
formações mais recentes poderão constituir fácies mais distais e/ou reflectir o final do
soerguimento activo no soco Pré-Câmbrico, em direcção ao final da deposição do Karoo.
Considera-se que a totalidade destas rochas pertença à idade do Triássico e sem fósseis ou
datações radiométricas. Não há certezas sobre se a deposição neste graben se estendeu até ao
Jurássico Inferior (NGU, 2007).

O Grupo do Karoo Superior incluí as seguintes unidades:

Grupo do Karoo Superior


*Formação de Lupilichi (Siltito) (JrIp)
*Formação de Tende (Siltito) (JrTe)
*Formação de Mecondece (Arenito) (JrMe)
*Formações do Monte Lilonga (Siltito) e de Fúbuè (Arenito) (JrFb)

4.3.7.1.3.1. Formações do Monte Lilonga (Siltito) e de Fúbuè (Arenito) (JrFb)

Estas formações situam-se na direcção da base do Grupo do Karoo Superior e apenas se


encontram expostas a sudeste da Falha do rio Txiune.
Estas foram distinguidas nos registos dos furos (Verniers et al., 1989), no entanto, devido à falta
de afloramento, não é possível distingui-las seguramente no terreno. (NGU, 2007) Portanto, a
parte inferior do Grupo do Karoo Superior inclui uma unidade combinada das Formações do
Monte Lilonga (Siltito) e de Fúbuè (Arenito) sobreposta.
A base da sucessão do Karoo Superior é considerada na mudança brusca de um siltito
acinzentado e da sequência de argilito do Grupo Beaufort abaixo.

*A Formação do Monte Lilonga (Arenito) contém principalmente siltitos cinzentos


esverdeados e arenitos, formando 10-50% da sucessão. Alguns dos arenitos apresentam uma
textura granular grosseira e com clastos, particularmente na direcção do soco Pré-Câmbrico. De
acordo com Verniers et al. (1989), a formação tem uma espessura de 51-141 m.
*A Formação de Fúbuè (Arenito) inclui tipicamente um massivo de cor pálida e com textura
granular média e grosseira até arenitos conglomeráticos. A espessura da formação varia de 200
para 35 metros de oeste para leste (Verniers et al., 1989).
*Os afloramentos considerados como pertencendo à Formação de Arenito de Fúbuè ocorrem na
estrada principal para Cobué em UTM 36S 715887 8624356 e estendem-se para norte para a
barreira de estrada em 716718 8626074, onde os arenitos com textura granular média a grosseira
com cascalho de quartzo disperso arredondado a sub-angular e intraclasto de argilito se
encontram expostos numa crista baixa. Os arenitos são fracamente a moderadamente calibrados
em unidades com estratificação cruzada com até 0,4 m de espessura. As camadas frontais indicam
que as paleocorrentes fluíram para noroeste. Mais a norte, em (UTM 36S 716408, 8626602) junto
à estrada, o arenito bege com textura granular fina a média apresenta uma ligeira inclinação a
noroeste abaixo dos ~0,4 m de argilitos xistosos cinzentos-claros.
*Uma garganta (em UTM 36S 711500, 8626000) a cerca de 1 km a sul da estrada principal para
Cobué, criada pelos afluentes do rio Tulo abate-se 50 a 100 m até aos arenitos que se pensava
pertencerem à Formação de Arenito de Fúbuè.
**Esta secção do Karoo Superior expõe uma sequência superior, com 10-20 m de espessura, de
arenito saibroso de estratificação média.
**Abaixo, esta passa a arenito com textura granular média com clastos de quartzo dispersos e
cascalho com cerca de 1 cm de comprimento. As unidades com estratificação cruzada são comuns
e algumas camadas frontais estendem-se em ângulos demasiadamente íngremes e encontram-se
marcados por camadas de mineral escuro. As interestratificações são ricas em biotite e muscovite
detríticos.
**Os 10-15 m mais baixos da sequência são compostos por arenito com textura granular fina a
média com abundantes camadas cruzadas.
*Mais a sul, na estrada de Cobué, existem barreiras de estrada que se pensa que exponham a
Formação de Siltito do Monte Lilonga. Em UTM 36S 715436, 8622568, aparentemente as
camadas mais baixas expostas são unidades interestratificadas granocrescentes de pequena escala
contendo arenitos de textura granular média a grosseira, arenitos micáceos laminados de textura
granular fina e silto-argilitos cinzentos-claros com pequenas fendas de dessecação. Os arenitos
mais espessos (cerca de 0,5 m de espessura) possuem bases aguçadas, ligeiramente erosivas. As
camadas frontais de estratificação cruzada indicam uma série de paleocorrentes a fluir para
nordeste até sudoeste. Isto pode ser interpretado como sendo devido a bancos de areia
desenvolvidos em rios sinuosos, fluindo geralmente para noroeste.
*Foram criadas duas travessias nas Formações combinadas do Monte Lilonga (Siltito) e Fúbuè
(Arenito) dentro da parte oeste da folha 1235 Macaloge-Chiconono.
**Numa secção, a norte do Monte Chissindo em UTM 36S 724294, 8627606, o arenito de textura
granular grosseira meteorizado, ligeiramente cimentado e de tom amarelo-castanho é arcósico e
contém cascalho disperso de dimensão reduzida.
**Na mesma proximidade, foram meteorizados troncos de árvore silicificados com até 0,7 m de
diâmetro. A partir de UTM 36S 724195, 8627760 a 724269, 8627992 ao longo de um leito de um
rio seco e sinuoso, o argilito cinzento claro a médio parcialmente xistoso encontra-se inclinado
num ângulo raso a sudoeste. Existem alguns siltitos laminados interestratificados com ferro e
dendrites de manganês em alguns locais. Encontram-se também presentes micas brancas finas e
flocos carbonosos menores e os argilitos possuem uma fraca meteorização esferoidal.
*Um estudo palinológico dos argilitos produziu esporos identificados como pertencentes ao
Pérmico Superior. A sequência tem mais de 2 m de espessura e foi provavelmente depositada
num ambiente lacustre ou de inundação.
*As litologias descritas são típicas da Formação do Monte Lilonga (Siltito), contudo, uma crista
baixa de arenito mais a norte, em UTM 36S 724244, 8628116, poderá pertencer à Formação de
Fúbuè (Arenito) sobreposta ou formar um depósito de canal dentro dos argilitos mencionados
acima.
**Estes arenitos são meteorizados para bege, de textura granular média e ricos em quartzo com
feldspatos, micas brancas e clastos líticos menores. São moderadamente bem calibrados com
grãos arredondados a sub-arredondados e ocorrem clastos grosseiros dispersos nas camadas
superiores.
*Encontra-se exposta uma melhor correspondência para a Formação de Fúbuè (Arenito) na ravina
com início em UTM 36S 720037 e que termina em 722751, 8625340. Nesta secção, os arenitos
arcósicos de textura granular grosseira a com clastos encontram-se meteorizados de branco a
amarelo-castanho, sendo acinzentados quando são sãos. Estes formam depósitos de canal com
múltiplos níveis, afinando-se comummente de bases desfasadas com cascalho a topos de arenito
ondulados ou laminados de forma paralela com textura granular fina a média. O cascalho é sub-
arredondado ou arredondado. As unidades de estratificação eram aproximadamente horizontais.
A estratificação cruzada acanalada é comum em conjuntos de 0,4-2,0 m de espessura, alguns com
camadas frontais de baixo ângulo, indicando a deposição de fluxos de energia elevada.
**São comuns a deformação sinsedimentar e as camadas frontais invertidas com estratificação
cruzada.
**A maioria das camadas frontais medidas indicam paleofluxos para norte-noroeste a norte-
nordeste com apenas alguns para leste e sudoeste. As interestratificações finas de arenitos melhor
calibrados, com textura granular fina e média, normalmente ricos em mica detrítica tendem a ser
removida lateralmente pelos arenitos de canal com textura granular grosseira.
**As camadas superiores da sequência, apresentam falta de intraclastos de argilitos acinzentados,
o que sugere um elevado retrabalho dos detritos ou uma falta de argilitos de inundação sujeito a
erosão. Em qualquer um dos casos, a Formação de Arenito de Fúbuè parece representar um
depósito de um rio anastomosado cada vez mais activo, formado como resposta ao soerguimento
na região de origem.
*Foi observada uma unidade rara de arenito com textura granular fina, afinando-se acima dos 0,5
m em argilito siltoso micáceo, em UTM 36S 720047, 8630110. Nestas proximidades, alguns
intraclastos de argilito também contém concreções calcárias indicando que as rochas
sedimentares de inundação penecontemporâneas foram sujeitas às fases iniciais de
desenvolvimento de caliço.
*Mais a sul, em UTM 36S 721580, 8627368, arenitos semelhantes são de cor bege claro e
mosqueados de cinzento rosado e incluem pequenos intraclastos de argilito castanhos
avermelhados. Estas camadas parecem não ter sido devidamente reduzidas durante a diagénese tal
como a sucessão completa.
*O ambiente deposicional parece mudar da Formação do Monte Lilonga basal (Siltito), na qual
prevaleciam rios sinuosos, para a Formação Fúbuè (Arenito) na qual operavam sistemas de rios
anastomosados cada vez mais activos, talvez como resultado de um soerguimento na região de
origem clástica (NGU, 2007).

4.3.7.1.3.2. Formação de Mecondece (Arenito) (JrMe)


(Formação de Moola)

*A Formação de Mecondece (Arenito) é composta principalmente (70-90%) por arenito com


arenitos argilosos, siltitos e argilitos interestratificados.
*Estas litologias ocorrem em ciclos fluviais que afinam de forma geral, embora o engrossamento
ocorra localmente nos canais.
*Os arenitos são tipicamente brancos, com textura granular média a grosseira, com horizontes
ricos em cascalho de quartzo dispersos e intraclastos de argilitos siltosos castanhos avermelhados
de até 0,25 m de comprimento, ocorrendo normalmente junto às bases dos arenitos de canal com
estratificação cruzada. Alguns dos sets cruzados acanalados encontram-se preenchidos por
conglomerado e em alguns locais os cosets de estratificação cruzada apresentam uma inclinação
de graus reduzidos, indicando um regime de fluxo de energia elevado. Os arenitos são mais
comuns na direcção da base da formação e a base refere-se ao local em que predominam os
arenitos massivos.
*Os siltitos e os argilitos são de tom avermelhado, cinzento claro ou castanho com concreções
calcárias ocasionais. Verniers et al. (1989) determinou a espessura da formação em 1800 m na
área do rio Mecondece.
*Numa localidade (UTM 36S 710210, 8638586), os arenitos de tom branco a cinzento claro, com
textura granular média a grosseira contêm cascalho disperso de quartzo, quartzito e algum
feldspato. O cascalho é normalmente sub-arredondado a arredondado e com até 2 cm de
comprimento. Estão presentes camadas conglomeráticas e lentes com até 10 cm de espessura e
camadas do tamanho de grânulos. Estes arenitos encontram-se em camadas médias a espessas e
em locais que contêm clastos de argilitos de tom castanho-avermelhado, porém na base da secção
existe uma camada de argilito esverdeado.
*No bloco de falha entre as falhas do rio Moola e do rio Txiune, Verniers et al. (1989)
descreveram a Formação de Moola que consideraram ser um equivalente lateral à Formação de
Arenito de Mecondece (a Formação de Moola é, portanto, considerada um termo redundante),
apesar de parecer que os arenitos formam uma porção ligeiramente menor (~70%) da sucessão
total. Este pode ser o resultado da mudança da fácies para sedimentos mais distais a norte no
centro do graben. Estes são depósitos fluviais de riachos e canais anastomosados
predominantemente activos, que normalmente retrabalharam ou causaram a erosão da maior parte
das fácies argilosas de depósitos aluviais. Isto é exemplificado na secção de estrada através da
Formação de Mecondece (Arenito) a partir de Nova Madeira até Matchedje, junto do rio Rovuma
na fronteira com a Tanzânia, que possui poucos afloramentos mas confere um perfil
razoavelmente representativo da Formação Mecondece (Arenito).
*Esta secção do Karoo Superior pode ser dividida em duas partes distintas; uma
aproximadamente para o norte e uma para o sul da Falha do rio Moola:
**Na parte a sul, a partir de perto da junção onde tem início a estrada de Lupilichi e cerca de 25
km para norte, o arenito encontra-se exposto com uma estratificação bem desenvolvida de
camadas gradadas a uma escala de poucos dm. O cascalho de quartzo disperso é comum na
matriz composta por quartzo e feldspato.
**Os 35-37 km a norte da secção na direcção da fronteira são também compostos por arenito,
mas é mais homogeneamente bandado numa escala de cm e apresenta tipicamente uma
estratificação cruzada. É também mais rico em quartzo e possui uma textura granular mais fina.
Também, não existe cascalho semelhante ao encontrado na parte a sul da secção e o arenito pode
ser interpretado como uma fácies mais distal com uma textura granular mais fina que ocorre a
norte da Falha do rio Moola.
*Foram observados bons afloramentos de arenito pertencente à Formação de Mecondece
(Arenito) a leste de Matchedje, ao longo do rio Rovuma. Por exemplo, em UTM 775509
8719282), os arenitos quase horizontais, com estratificação cruzada acanalada e textura granular
média a grosseira contêm grânulos e cascalho dispersos e lentes conglomeráticas. Os clastos são
principalmente de veio de quartzo, quartzito e feldspato, mas não foram observados clastos de
argilito. Os sets possuem uma espessura de 0,3 - 1 m. Estes afinam-se na direcção ascendente e
são característicos de depósitos em canais de rios anastomosados. Os afloramentos em UTM 36S
778190, 8719796 são similares em termos de litologia mas, para além do cascalho de quartzo
existem intraclastos de argilito de tom verde-claro, que são depósitos aluviais retrabalhados. Estes
apresentam uma inclinação bastante ligeira para noroeste. A estratificação cruzada acanalada
indica um paleofluxo para sudoeste, mas algumas das camadas frontais de estratificação cruzada
são enroladas e invertidas devido à deformação sinsedimentar.
*Em UTM 36S 790601, 8722784 os arenitos com textura granular média incluem estratificações
cruzadas acanaladas em sets com até 1 m de espessura, indicando paleofluxos a nordeste e
inclinações da estratificação de 40 E. De forma geral, a variação na inclinação sugere uma
dobragem muito aberta, mas a inclinação geral é para E aqui na Formação de Arenito de
Mecondece.
*A sobreposição da Formação de Siltitos de Tende foi apenas observada próximo da janela Pré-
Câmbrica onde se observaram arenitos com textura granular grosseira com inclinação para
nordeste.
*De acordo com Verniers et al.,1989), a Formação de Siltito de Tende é predominantemente
formada por siltitos avermelhados.
*Mais para leste, um maciço isolado com uma falha descendente (UTM 36S 806142, 8692728),
rodeado por rochas Pré-Câmbricas, contém arenito arcósico, meteorizado de tom esbranquiçado
para roxo muito claro, laminado, com textura granular fina e com uma inclinação de 154º a SE.
Estas camadas podem também ser correlacionadas com a Formação de Siltito de Tende (NGU,
2007).

4.3.7.1.3.3. Formação de Tende (Siltito) (JrTe)

Tipicamente, a Formação de Tende (Siltito) compreende ciclos sedimentares com até 90% de
siltito vermelho ou castanho sobre arenitos meteorizados para cinzento claro ou bege (Verniers et
al.,1989).
Esta formação foi agora correlacionada com a Formação de Matchedje e a Formação de Luulicia.

*Observou-se mais de 1 m de argilito de tom castanho avermelhado e cinzento claro, mosqueado


de verde, incluindo algumas concreções calcárias duras de pequena dimensão e de tom cinzento
claro, num afloramento no rio Messinge (UTM 36S 746838, 869166).
*Noutro afloramento (UTM 36S 709114, 8646708), o arenito arcósico com textura granular
média a grosseira, contendo maioritariamente quartzo e clastos de feldspato meteorizados para
cor-de-rosa e branco, encontrava-se fracamente cimentado. Demonstrava uma unidade de
estratificação cruzada acanalada de larga escala com uma tendência do paleofluxo para 3450.
Numa pequena secção de riacho, existe um contacto acentuado entre os arenitos com textura
granular média a grosseira, sobrepondo-se a siltito claro a cinzento médio com grãos de areia
dispersos e concreções calcárias locais, incluindo calcite fibroso.
*Verniers et al. (1989) descrevem igualmente nódulos de calcilutite com manchas negras no
interior dos siltitos, bem como fendas de dessecação preenchidas com material calcítico. Foram
também registadas raízes silicificadas e calcificadas. Estes estimam que a espessura da formação
se encontre entre os 800 e os 1500 m.
*A base da formação diz respeito ao local em que os arenitos acima de 0,5 m de espessura
predominam na sucessão abaixo. Esta formação foi provavelmente depositada numa fácies de
depósito aluvial fluvial ou fluvio-lacustres envolvendo dessecação local e um pequeno
crescimento de calcreto pedogénico (NGU, 2007).

4.3.7.1.3.4. Formação de Lupilichi (Siltito) (JrIp)


(Formação de Lipirichi)

*Esta formação compreende ciclos granocrescentes de arenito, siltito e argilito de textura granular
fina a média (Verniers et al.,1989). As camadas argilosas dominam a formação e são descritas
como sendo geralmente de tom cinzento claro, mas localmente avermelhadas ou esverdeadas.
*Os arenitos constituem cerca de 20% da espessura da sequência total e raramente apresentam
uma textura granular grosseira. Eles são paralelos ou de estratificação cruzada e normalmente de
tom amarelo a cinzento. Verniers et al. (1989) descreveram as colorações cor-de-rosa, esféricas
na ordem dos 0,5 cm de diâmetro e o cimento calcítico como sendo característicos destes
arenitos. O cimento quartzítico também se encontra localmente presente.
*A formação foi diferenciada da Formação de Tende (Siltito) subjacente, devido aos seus ciclos
mais frequentes com uma proporção superior de arenito.
*A formação encontra-se fracamente exposta na área de Metangula-Macaloge e os limites da
formação são aproximadamente os mencionados em Verniers et al. (1989). Estes estimam que a
espessura da formação corresponda a 1 500 m.
A formação é interpretada como um depósito fluvial cíclico dominado pela deposição num
depósito aluvial ou numa planície de inundação (NGU, 2007).

4.3.8. Grupo do Karoo Superior a noroeste da Falha do rio Moola (TrKu)

A Falha do rio Moola é uma estrutura importante (Verniers et al.,1989) porque a nordeste desta a
bacia parece ter-se desenvolvido num hemigraben abrindo-se para leste (ao contrário de neutro ou
para noroeste mais a sul). A falha parece ter actuado como uma falha em tesoura e entre o rio
Moola e o rio Txiune as inclinações das falhas são quase horizontais e para além da subsidência
geral, existem poucos indícios de estruturas para indicar a história tectónica do bloco.
Existe algum suporte para a abertura a leste do graben a norte da Falha do rio Moola a partir das
inclinações a leste e a norte observadas ao longo do rio Rovuma.
A Formação indeterminada do Karoo ou de Lu-ulucia de Verniers et al. (1989) a leste da janela
Pré-Câmbrica junto a Matcheje foi separada do resto da bacia porque se encontrava menos
consolidada e é de difícil correlação. Contudo, uma vez que a margem oriental da janela Pré-
Câmbrica não apresenta falhas e não foram observadas falhas por Verniers et al. (1989).

Parece que aqui, o Grupo do Karoo Superior aflora nas seguintes unidades:

Grupo do Karoo Superior


*Formação de Lupilichi (Lipilichi)
*Formação de Tende (Siltito) (JrTe)
*Formação de Mecondece (Arenito) (JrMe)

As mesmas fácies sedimentares parecem ter-se sobreposto em volta da janela. Portanto, a


formação indeterminada do Karoo (Formação de Luulicia de Verniers et al.,1989) pode ser
equacionada com a Formação de Matchedje a oeste da janela, sendo ambas equacionadas com a
Formação de Tende (Siltito) (JrTe) uma vez que são litologicamente semelhantes (NGU, 2007).

4.3.8.1. Formação de Mecondece (Arenito) (JrMe)


(Formação de Congresso)

As inclinações variantes fornecem alguma evidência para um anticlíneo com um vestígio axial a
nordeste a cerca de 5 km a leste de Matchedje no rio Rovuma, onde a Formação de Mecondece
(Arenito) forma o núcleo de um vasto anticlinório assimétrico.
A formação no núcleo foi anteriormente denominada por Formação de Congresso (Verniers et
al.,1989), contudo, conforme observado nos afloramentos visitados ao longo do rio Rovuma, esta
formação parece ser predominantemente de arenito, semelhante à Formação de Mecondece
(Arenito) mais a sul com a qual pode agora ser correlacionada (o termo Formação de Congresso,
torna-se, portanto, redundante).

*Ao longo do rio Rovuma, foram observados bons afloramentos de arenito pertencendo à
Formação de Mecondece (Arenito) a leste de Matchedje. Em UTM 36S 775509, 8719282, os
arenitos quase horizontais com estratificação cruzada acanalada com textura granular média a
grosseira, contêm grânulos e cascalho dispersos e lentes conglomeráticas. Os clastos são
principalmente de veio de quartzo, quartzito e feldspato, mas não foram observados clastos de
argilitos. Os sets têm uma espessura de 0,3-1 m. Estes afinam-se na direcção ascendente e são
característicos de depósitos em canais de rios anastomosados.
*Os afloramentos em UTM 36S 778190, 8719796 são similares em termos de litologia mas, para
além de cascalho de quartzo existem intraclastos de argilito de tom verde-claro, que são depósitos
aluviais retrabalhados. Estes apresentam uma inclinação bastante ligeira para noroeste. A
estratificação cruzada acanalada indica um paleofluxo para sudoeste, mas algumas das camadas
frontais de estratificação cruzada são enroladas e invertidas devido à deformação sinsedimentar.
*Em UTM 36S 790601, 8722784 os arenitos com textura granular média incluem estratificações
cruzadas acanaladas em sets de até 1 m de espessura, indicando paleofluxos a nordeste e
inclinações estratificadas de 4º para leste. De um modo geral, a variação na inclinação sugere
uma dobragem muito aberta, mas a inclinação geral é para leste aqui na Formação de Mecondece
(Arenito) (NGU, 2007).

4.3.8.2. Formação de Tende (Siltito) (JrTe)


(Formação de Luulicia e Formação de Matchedje)

A Formação de Mecondece (Arenito) no núcleo anticlinal é sobreposta pela Formação de Tende


(Siltito) no flanco oeste e pela sua equivalente, a Formação de Matchedje, a leste (Verniers et al.,
1989).
A Formação de Tende (Siltito) sobreposta (anteriormente a Formação de Matchedje de Verniers
et al.,1989) foi apenas observada próximo da janela Pré-Câmbrica onde arenitos com textura
granular grosseira apresentam uma inclinação para nordeste.

*Os arenitos são mais espessos perto do Pré-Câmbrico, o que pode ser estar na fonte dos detritos
clásticos com textura granular mais grosseira.
*Afastada da janela Pré-Câmbrica, a Formação de Tende (Siltito) (Matchedje) é
predominantemente formada por siltito de tom vermelho e cinzento com arenito com textura
granular fina, de acordo com Verniers et al. (1989).
*Os arenitos com textura granular fina são de tom amarelo e pobremente calibrados com
intercalações conglomeráticas, contendo alguma "argila ou cascalho de silte".
*A Formação de Matchedje de Verniers et al.,1989) contém arenitos brancos com textura
granular fina, bem como argilitos de tom vermelho e cinzento, estando a Formação de Luulucia
bem combinada com a Formação de Tende (Siltito) (Matchedje).
*Mais para leste, um pequeno maciço isolado em zona de falha (UTM 36S 806142 8692728)
contém arenito arcósico meteorizado de tom esbranquiçado para roxo muito claro, laminado e
com textura granular fina, inclinando-se 154/9q para sudoeste.
**Estas camadas podem também ser correlacionadas com a Formação de Tende (Siltito)
(Matchedje) (NGU, 2007).

4.3.8.3. Formação de Lupilichi (Lipilichi)

A Formação de Lupilichi (Lipilichi) (?) sobrepõe-se à Formação de Tende mais a oeste no


graben, mas a repetição desta formação a leste ainda não foi provada e, portanto, todos os estratos
do Karoo a leste da Formação de Mecondece (Arenito) encontram-se incluídos na Formação de
Tende (Siltito).

4.3.8.4. Bacias a SE e E de Lichinga

Estas Bacias ocorrem em quatro pequenas unidades ao longo do rio Lugenda, separadas umas das
outras por sedimentos do Pérmico Inferior a Médio com pequenas camadas de carvão. Estas
quatro bacias encontram-se orientadas a NE-SW, o que corresponde à mesma orientação de
Maniamba (Paulino, F.J.P et al., 2010).

4.3.9.A. Kimberlitos na Bacia/Graben de Maniamba (Metangula/Lunho)

Os kimberlitos observados na Bacia de Maniamba a sudoeste resultam de actividades magmáticas


e tectónicas do pós-Karoo.

Foram encontrados kimberlitos a noroeste de Moçambique por um grupo de geólogos soviéticos


na década de 1970 (Afonso & Marques, 1993, citado em Lächelt, 2004). Os kimberlitos intruem
as rochas sedimentares do Karoo na parte sudoeste do Graben de Maniamba.
Estes grabens orientados a nordeste-sudoeste situam-se imediatamente a leste do Lago Niassa,
que se encontra posicionado dentro do Sistema de Rifte do Leste Africano.
Não se trata, contudo, de uma extensão deste sistema de rifte, mas de uma estrutura tectónica
muito mais antiga.
*O facto de os kimberlitos serem encontrados no rifte mais antigo e não no próprio Sistema de
Rifte do Leste Africano é uma característica típica da geologia destas estruturas (Mitchell, 1986).
As relações no terreno dos kimberlitos encontram-se bem documentadas pelos relatórios e as
cartas soviéticos, mas o trabalho laboratorial não foi publicado (a petrografia, a geoquímica e o
potencial diamantífero dos kimberlitos são, por isso, mal conhecidos).

A descrição seguinte revê o trabalho original soviético e resume as conclusões do trabalho de


campo de 2003 e da subsequente investigação laboratorial.

*Oberreuter & Pilale (1998) fornecem uma visão geral (de acordo com Stajilo-Alekseev, 1983)
do trabalho de exploração dos geólogos soviéticos no final da década de 1970 e princípio da
década de 1980. A equipa descobriu pela primeira vez um kimberlito em 1979, em Lufutiche, no
norte de Moçambique (Jakovenko et al., 1979). Pensava-se que a área com potencial para
kimberlitos cobria cerca de 1100 km2nas bacias dos rios Lunho, Fúgòe, Luile e Chissongo, que
estão subjacentes aos estratos do Karoo num graben imediatamente a leste do Lago Niassa. A
noroeste de Moçambique, o graben apresenta um comprimento de cerca de 140 km por até 60 km
de largura e continua para o sul da Tanzânia.
*Quarenta e três diques de kimberlito, assim como um número desconhecido de kimberlitos
basálticos e quatro corpos isométricos. Estes corpos isométricos são denominados por chaminés,
mas na realidade tratam-se de corpos isométricos/afloramentos em forma de chaminé da
morfologia do dique. (Lächelt, 2004). São conhecidos na zona sudoeste do graben do Karoo (nas
bacias dos rios Lunho e Fúgòe).
*Não existiam kimberlitos fora do graben nas áreas soerguidas adjacentes sustentadas por rochas
do pré-Karoo da Cintura de Moçambique.
*Uma investigação de sedimentos de cursos de água nestas áreas também não conseguiu
encontrar minerais indicadores de kimberlito.
*Os geólogos soviéticos concluíram que existia uma ligação directa entre a formação do graben e
a instalação dos kimberlitos.
* Existem cinco zonas de kimberlito.
**As três zonas mais ocidentais apresentam orientações noroeste-sudeste paralelas, continuando
para leste através de uma curta zona com orientação a leste-nordeste - oeste-sudoeste.
**A quinta zona, a mais oriental e de menor dimensão, apresenta também uma orientação a
noroeste-sudeste. Os diques de kimberlito dentro de cada zona são paralelos à orientação das
zonas.
*Os kimberlitos brechificados não foram encontrados como diques, mas encontram-se confinados
a rolhões isométricos.
*Os clastos líticos, bem como os clastos cristalinos (olivina, granada e picrite-ilmenite)
encontram-se inseridas numa matriz de serpentina e carbonato com sodalite, perovskite e cromo-
diópsido.
*Os kimberlitos são referidos como estando associados a anomalias magnéticas fracas (positivas
e negativas).

De oeste para leste as zonas são:

*Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe


*Zona do curso superior do rio Fúgòe
*Zona dos rios Tulo-Namango
*Zona do rio Luimba
*Zona de Micuela
A Figura 4.29 apresenta a posição regional das zonas contendo kimberlito do Graben de
Maniamba.

Figura 4.29.: Zonas de kimberlito da Bacia de Maniamba (segundo Stajilo-Alekseev, 1983;


Oberreuter & Pilale, 1998; Lächelt, 2004; NGU, 2007)

Foram cartografadas as seguintes zonas:

I = Zona dos rios Lefululutxe - Fúgòe :


Ia = posicionada no Grupo de Ecca
Ib = posicionada no Grupo de Beaufort
Ic = posicionada no Grupo do Karoo Superior
II = Zona do curso superior do rio Fúgòe = posicionada no Grupo do Karoo Superior
III=Zona dos rios Tulo - Namango:
IIIa = posicionada no Grupo Ecca como um corpo isométrico (Chaminé TX3)
IIIb = posicionada no Grupo de Beaufort
IIIc = posicionada no Grupo do Karoo Superior
IV=Zona do rio Luimba = posicionada no Grupo de Beaufort
V =Zona de Micuela = posicionada no Grupo de Beaufort

4.3.9.1. Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe

A Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe situa-se a 4-10 km a leste do Lago Niassa, possui uma
extensão de cerca de 28 km e 5 km de largura e apresenta uma orientação de noroeste para
sudeste (145º).

*Foram identificados nove diques bem como um veio de kimberlito, situando-se o maior dique do
lado esquerdo do rio Lefululutxe.

4.3.9.2. Zona do curso superior do rio Fúgòe

O curso superior da zona do rio Fúgòe é estreito (1-2,5 km de largura) e foi apenas investigado ao
longo de 12 km, porém continua para noroeste para fora da área estudada pelos geólogos russos.
*Foram descobertos onze diques, mas não foram concluídos estudos detalhados do solo.

4.3.9.3. Zona dos rios Tulo-Namango

A zona dos rios Tulo-Namango foi traçada ao longo de 25 km para noroeste a partir do limite sul
do graben e possui cerca de 4 km de largura ao longo do vale do rio Lunho.

*Foram descobertos dezanove diques e 4 corpos isométricos.


*Os 4 corpos isométricos foram encontrados ao longo do vale do rio Namango na única área
explorada com algum detalhe.

4.3.9.4. Zona do rio Luimba

Na zona do rio Luimba foram descobertos quatro diques sub-verticais muito finos, com uma
largura de 500 m, orientados a sudoeste-nordeste (065º) durante cerca de 2,5 km.

4.3.9.5. Zona de Micuela

A zona de Micuela, com uma largura de 200 m, foi estudada através de pesquisas magnéticas no
terreno em cerca de 600 m na direcção noroeste-sudeste.

**Foram encontrados kimberlitos basálticos nesta zona, que se pensa serem mais vastos do que o
que sugeriam as pesquisas iniciais.

4.3.9.B. Observações gerais sobre os kimberlitos de Maniamba

*A maior parte dos diques de kimberlito possuem uma espessura de até 3 m mas podem atingir
uma espessura de 15 m. Os diques da zona do rio Luimba são os mais finos (<0,2 m).
*A Chaminé TX3 da zona dos rios Tulo-Namango tem cerca de 60 x 70 m 2 em corte transversal.
Existe um bloco de grandes dimensões de estratos alterados do Karoo no centro da chaminé.
*O veio adjacente ou kimberlitos isométricos são circulares a alongados (os cortes transversais
têm cerca de 15 x 60 m2). ** Os diques de kimberlito encontram-se localmente deslocados (até 50
m) por falhas com orientação a nordeste.
**Os diques são principalmente sub-verticais, embora tenham sido notadas inclinações tão baixas
como 65º.
*Jakovenko et al. (1979) sugeriram tinham ocorrido cerca de 1500 m de erosão na região do rio
Namango com base na sua atenuada sequência do Karoo (inferior) de apenas 150 m no total.
Também foi sugerido que esta erosão afectou os kimberlitos de tal forma que apenas as suas
raízes se encontram preservadas. Isto significa que os kimberlitos são da idade do Karoo ou
imediatamente do período pós-Karoo.
*Uma carta geral à escala 1:125 000 elaborada pelos geólogos russos mostra diques de kimberlito
que cortam transversalmente a totalidade da sequência do Karoo (sugerindo que os diques são de
data posterior a todas as rochas sedimentares do Karoo).
*Contudo, Lächelt (2004) regista diversos minerais kimberlíticos (piropo, Mg-magnetita, Mg-
ilmenite, bem como diamantes (?) nos conglomerados basais (unidade K7) do Grupo do Karoo
Superior, indicando a existência de kimberlitos do Karoo pré-superior dentro do graben. É,
portanto, possível que existam diversas gerações de diques de kimberlito.
*Olivina, flogopite, perovskite, serpentina, carbonato, monazite e vestígios de granada piropo
foram as principais fases de minerais registadas pelo estudo soviético. O piropo ocorre como
grãos violeta claros (baixo teor de crómio) a escuros (alto teor de crómio).
*Os kimberlitos brechificados encontram-se associados ao maior número de minerais indicadores
(60% contêm piropo) e os kimberlitos porfiríticos com magnetite têm o número mais baixo de
minerais indicadores.
Os geólogos soviéticos dividiram a sua área de exploração nas seguintes três sub-áreas com base
nos resultados de lavagens dos cursos de água:

**Os cursos superiores do rio Lucumba e do rio Mecondece (caracterizados por conjuntos de
ilmenite – zircão - rútilo com baixo clinopiroxena, almandina, turmalinas, epídoto e apatite).
**A bacia do rio Fúgòe e a margem noroeste do rio Lunho (caracterizadas por conjuntos de
piropo – almandina - ilmenite com baixas quantidades de rútilo, zircão, clinopiroxena, limonite e
horneblenda).
**A margem sudeste do rio Lunho (caracterizada por conjuntos de ilmenite – limonite -
almandina com baixas quantidades de clinopiroxena, zircão, horneblenda, etc.).
*Oberreuter & Pilale (1998) observaram que os geólogos soviéticos entre 1979 e 1983 não
divulgaram os resultados das análises da maior parte das mais de >5000 amostras recolhidas por
peneira e geoquímicas.
**A maioria das cartas detalhadas (1:500) dos resultados da investigação geofísica não foram
fornecidos.
**O título do relatório na sua última exploração foi "Resultados dos trabalhos sobre diamantes
recolhidos nas bacias dos rios Lunho e Fúgòe durante 1982 e 1983".
*Contudo, isto foi traduzido para Português como “Relatório sobre actividades de prospecção de
kimberlitos realizadas nas bacias do rio Lunho e do rio Fúgòe”.
*Não é portanto claro se foram encontrados quaisquer diamantes.
*Os estratos do Karoo inclinam-se para noroeste na parte sudoeste do graben, onde as rochas do
Karoo são cortadas por kimberlitos.
**Os estratos do Karoo são também cortados por diques que variam entre básicos e félsicos na
sua composição, que se pensa que pertençam ao período Jurássico (predominantemente do
Karoo) com base na idade da vulcânica superior do Karoo nas principais bacias do Karoo mais ao
sul na África Austral.

4.3.9.C. Estudos da NGU sobre os kimberlitos de Maniamba


(NGU, 2007)

*Um kimberlito isométrico (TX3) da zona dos rios Tulo-Namango foi localizado com precisão
entre UTM 36S 719537, 8610862 e 719493, 8610891.
*Foram também examinadas outras quatro fossas através dos diques menores de kimberlitos,
perto de TX3 (por ex., em UTM 36S 717946, 8613395 e 719490, 8610422).
*Dois diques kimberlíticos, quase verticais, meteorizados para cor verde caqui expostos na
estrada nacional para Cóbué a 36S 714109, 8617410 têm 0,1-0,2 m e 0,8 m de espessura.
Encontram-se separados por um fino ecrã de argilitos sujeitos a acção térmica pertencentes ao
Grupo de Beaufort. Os diques têm uma inclinação de cerca de 54º, ou seja, normal em relação à
inclinação do dique principal na zona dos rios Tulo-Namango, e é possível que os diques
representem uma continuação em direcção a sudoeste da zona do rio Luimba.
*Diversos poços de exploração com diâmetros de cerca de 1 m e profundidades de vários metros
permanecem abertos sobre o TX3, com escombreiras de kimberlito são, maciço, azul muito
escuro (com um ligeiro tom verde), com superfície meteorizada com uma espessura de
milímetros, variando entre cinzento mate e cinzento azulado.
**Todos os kimberlitos examinados são fracamente magnéticos, tendo obtido leituras com
kappameter de 9 - 12 x 10-3 unidades SI. O kimberlito são encontra-se coberto por 1-2 m de solo
argiloso amarelo claro, com uma camada superficial superior de calcreto cinzento impuro sobre o
TX3, que forma um outeiro ligeiramente elevado acima do afloramento de arenito do Karoo
circundante.
**Foram referenciados nos kimberlitos TX3 grandes cristais (macrocristais) com até cerca de 1
cm de comprimento de olivina (comum), granada, flogopite, diópsido, magnetite, calcite e
ilmenite numa matriz de textura granular fina. Os grãos de olivina e de granada têm contornos
arredondados e vulgarmente têm rebordos de modificação com textura granular muito fina de até
cerca de 1 mm de espessura. As granadas variam de cor, desde vermelho muito escuro a laranja e
roxo claro, sempre com um aspecto vítreo. Os grãos de olivina são alterados de forma variável
para serpentina. A calcite ocorre de forma intersticial na matriz do kimberlito e também como
grandes grãos individuais ou como aglomerações de grandes grãos.
**A quantidade de fragmentos de rochas encaixantes é altamente variável, embora a maioria das
rochas examinadas a partir das escombreiras seja classificada como deficientes em clastos. Os
componentes exóticos mais comuns observados no terreno são clastos angulares de estratos
sedimentares do Karoo endurecidos com até vários centímetros de comprimento e grãos de
quartzo angulares a arredondados.
*Os kimberlitos examinados intruem arenitos do Grupo Ecca com boa exposição (Karoo Inferior)
que são essencialmente horizontais. Um furo efectuado pela equipa soviética nos estratos do
Karoo Inferior em UTM 36S 0717644 8613912 revelou uma sequência (fluviátil) de arenitos
arcósicos, siltitos, conglomerados de cascalho de quartzo e argilitos carbonosos.
*Os diques de kimberlito situados mais a sul estão instalados a menos de 100 m da escarpa que
marca o contacto entre os estratos do Karoo e as rochas metamórficas (graníticas) subjacentes.
Deduz-se que este contacto tem uma falha, embora a falha não seja exposta.
*White et al (1995) reviu os controlos estruturais sobre a instalação dos kimberlitos. Observaram
uma associação entre kimberlitos e falhas distensivas nos grabens mais importantes.
**Os grabens lineares (acima das cinturas móveis profundas) foram destacados como uma de
duas configurações estruturais favorecidas pelo Mesozóico e pelos kimberlitos mais recentes.
**Um estudo detalhado dos kimberlitos no Corredor de Lucapa, em Angola, mostrou que as
falhas com geometria Riedel no sistema do rifte controlavam a sua instalação (De Boorder,
1982).
**Um modelo semelhante (NGU, 2007) pode ser aplicado aos kimberlitos no Graben de
Maniamba.
**A maior parte dos kimberlitos formam diques orientados a noroeste-sudeste e menos
vulgarmente a leste-nordeste - oeste-sudoeste no interior do graben com orientação a nordeste-
sudoeste.
***As deslocações normais nas falhas limites do graben controlaram a sedimentação do Karoo e
precederam claramente a instalação dos kimberlitos.
**É sugerido que as tensões pós-Karoo causaram a subsequente compensação dextrógira ao
longo dessas falhas e criaram as fracturas distensivas preenchidas pelos kimberlitos.
***Os diques com orientação a noroeste ocupam as fracturas R2 unidas às falhas delimitadoras
mais importantes e os diques com orientação a leste-nordeste preenchem cisalhamentos R1 para a
margem sudeste do graben (Ramsay & Huber, 1987).
***O suporte para este modelo é dado por Cloos (1955), que mostra fracturas distensivas dentro
de um sistema de cisalhamento dextrógiro que imita exactamente o padrão da fractura preenchida
com kimberlitos no graben de Maniamba.
*A datação dos kimberlitos indica que estes foram instalados há cerca de 138 Ma, o que pode
sugerir que as tensões relativas à fragmentação do Gondwana no Cretácico Inferior, que
efectivamente isolaram África como continente, causaram uma reactivação das falhas
delimitadoras do graben (Jelsma et al., 2004)
**A reactivação distensiva destas falhas fundamentais mais antigas proporcionou acesso à crosta
superior aos magmas de mantos superiores ao longo de fracturas de segunda ordem.
*As falhas com orientação a norte-nordeste do Sistema de Rifte do Leste Africano cortam a parte
ocidental da instalação de kimberlitos posteriores e o Graben de Maniamba.
*Anteriormente, Mitchell (1986) observou a instalação de kimberlitos posteriores à formação do
rifte e rejeitou qualquer sugestão de que a instalação de kimberlitos adjacente ao Sistema de Rifte
do Leste Africano na Tanzânia tenha sido influenciada por este sistema de rifte do Neogénico.
Vearncombe & Vearncombe (2002) concluíram, a partir de uma análise espacial da distribuição
de kimberlitos na África Austral, que os kimberlitos estão intruídos em corredores próximos, mas
não ao longo de cisalhamentos importantes e de falhas crustais. Observaram que os kimberlitos
têm que ser instalados em crosta resistente e relativamente homogénea, capaz de manter a pressão
de CO 2 bastante elevada, necessária para a rápida instalação dos kimberlitos. Jelsma et al.,
(2004), que analisaram um conjunto de dados muito maior, confirmaram a análise estatística de
Vearncombes de distribuição dos kimberlitos. Observaram vários corredores importantes de
kimberlitos, incluindo um corredor a nordeste-sudoeste desde o sul da Namíbia através do
Botswana em direcção ao centro do Zimbabué.
Os kimberlitos moçambicanos formam parte de uma continuação deste corredor para nordeste,
que é agora uma estrutura transcontinental.

*Os novos dados aeromagnéticos de alta resolução são úteis para a localização de potenciais
kimberlitos adicionais. As anomalias interessantes estão principalmente localizadas a norte dos
kimberlitos anteriormente cartografados e os diques estimados têm orientações semelhantes,
principalmente a nor-noroeste – su-sudoeste.
*Foi também registada uma pequena anomalia magnética circular na parte mais a norte do graben
(UTM 36S 772500, 8703000, Folha 1136 Lupilichi). Estas indicações devem ser verificadas no
terreno, especialmente as chaminés pressupostas (NGU, 2007).

4.3.10. Supergrupo Karoo das Bacias de Tiambila e Chemba (CbK)

4.3.10.1. Supergrupo Karoo da Bacia de Tiambila

Na margem leste da folha 1135 de Lupilichi existe uma pequena porção da bacia de Tiambila do
Karoo, que se encontra preservada num hemigraben, sendo que a maior parte se encontra na folha
1136 de Milepa.
*A Bacia de Tiambila é uma bacia com uma extensão reduzida, situada na margem sul do rio
Rovuma. Corresponde à estrutura de hemigrabens, delimitada a SE por uma falha que segue para
os lineamentos da Cintura de Moçambique. Na área NO da bacia, os sedimentos do Karoo
sobrepõem-se em discordância às rochas Pré-Câmbricas do soco cristalino que são compostas por
gnaisses graníticos a granodioríticos do Complexo de Unango (Paulino F.J.P et al., 2010).

*A sucessão da Bacia de Tiambila compreende pequenos ciclos fluviais, que podem ser
correlacionados com a Formação de Lupilichi (Siltito) no Graben/Bacia de Maniamba (NGU,
2007)

4.3.10.2. Supergrupo Karoo da Bacia de Chemba

A Bacia de Chemba, devido à natureza dos seus contactos com o soco cristalino Pré-Câmbrico,
parecer ter sido depositada como um contacto erosivo irregular dentro de uma depressão.

*Toda a bacia é composta por sedimentos do Karoo indiferenciados que se sobrepõem às


formações Pré-Câmbricas (Paulino F.J.P et al., 2010).

4.3.10.3. Formação de Lupilichi (siltito) (CbK/JrIp)

Verniers et al. (1989) registaram uma sequência de arenitos interestratificados, de cor clara, com
textura granular fina a média e estratificação cruzada e silto-argilitos vermelhos, tornando-se mais
argilosos de forma descendente e cobrindo em discordância o soco Pré-câmbrico.

*Estas fácies são típicas do Grupo do Karoo Superior mas foram descritas por Verniers et al.
(1989) como fracamente consolidadas.
*Isto pode dever-se ao facto de as camadas serem as mais recentes do actual Supergrupo Karoo (?
Jurássico Inicial) e não terem sido cobertas a uma grande profundidade nesta pequena bacia.
*Na parte mais profunda do hemigraben, estima-se que o enchimento sedimentar tenha poucas
centenas de metros de espessura (NGU, 2007).

4.3.11. Bacias do Supergrupo Karoo a sudeste e leste de Lichinga (CbK)


4.3.11.1. Unidade de Mancha de Montante/rio Luchimua
(Bacia Luchimua;)

Na zona circundante de Mancha de Montante (UTM 36S 800000, 8462500), no canto sudeste da
folha 1335 de Lichinga, os afloramentos de gnaisses Proterozóicos no rio Luchima podem ser
interpretados como estando na base da formação de uma superfície de erosão irregular na qual os
estratos do Karoo com carvão foram depositados.

Este facto pode ser possivelmente correlacionado com o Grupo Ecca noutras bacias do Karoo.

*As camadas mais baixas expostas são de arenito com clastos, arenitos e argilitos xistosos que
são localmente cinzentos ou carbonosos. Algum argilitos contêm interestratificações de carvão
finas e não persistentes. A camada de carvão inferior, com até 1 m de espessura, foi encontrada
cerca de 30 m estratigraficamente acima da base da sucessão. Cerca de 10 m estratigraficamente
mais acima, ocorre outra camada na sucessão de argilitos xistosos e arenito fino.
*Na parte superior da sucessão, os argilitos xistosos contêm novamente camadas de carvão finas
não persistentes e camadas carbonosas interestratificadas com arenitos subordinados. O
conglomerado é registado localmente na parte noroeste do maciço isolado e a sul, ao longo do rio
dos Fósseis, que flui para norte para se juntar ao rio Luchimua, onde se registam os fósseis.
Alguns dos arenitos são ferruginosos e registou-se a presença de laterito no interior da Mancha de
Montante. Muito deste enriquecimento de ferro é considerado secundário e como tendo sido
desenvolvido em períodos pós-Karoo.
*Toda a sucessão na Mancha de Montante tem uma espessura de até 200 m e pode ser
inteiramente do Grupo Ecca.
*As camadas argilosas superiores (Xistos Superiores de Nunes, 1948), desta sucessão podem
correlacionar-se com o Grupo de Beaufort do Karoo Médio.

4.3.11.2. Unidade de Mancha de Jusante/Rio Luchimua/Rio Lotcheze


(Bacias de Mangire e Jutia)

O maciço isolado mais pequeno, a Mancha de Jusante, que se encontra a cerca de 10 km a


nordeste, é menos bem exposto, num meandro estreito a norte do rio Luchimua.
Contudo, a sucessão do Karoo parece ser similar à presente na Mancha de Montante, com
camadas de carvão interestratificadas com até 0,5 m de espessura, argilitos carbonosos, argilitos
com algumas camadas e lentes finas de carvão, argilitos com clastos e arenitos, sendo alguns
deles ferruginosos (Nunes, 1948). Aqui toda a sucessão, com cerca de 100-200 m de espessura,
pode ser litostratigraficamente correlacionada com o Grupo Ecca do Karoo Inferior.

Na folha 1336 Majune (Almeida & Nunes, 1948), ocorrem duas pequenas estruturas de rochas do
Karoo.

*A estrutura mais pequena encontra-se localizada na confluência do rio Lugenda e do rio


Luambala (UTM 37S 207500, 8515000).
*A outra estrutura do Karoo, que inclui camadas de carvão, encontra-se exposta ao longo do rio
Lotcheze a cerca de 10 km a oeste da sua confluência com o rio Lugenda (UTM 37S 222500,
8535000) (NGU, 2007).

4.3.12. Supergrupo Karoo em Cabo Delgado (CbK)


(Bacias de Luângua, Macaa-Itule; Bacias do rio Lugenda)

Actualmente (NGU, 2007), encontram-se cartografadas duas bacias (mais uma do que
anteriormente) e, portanto, de seguida, a bacia anteriormente cartografada irá chamar-se:
*Bacia (Luângua) Norte, enquanto a bacia recentemente descoberta a sul será denominada
*Bacia (Luângua) Sul.

*Em ambas as bacias, as rochas sedimentares são definidas, por uma "suave" redução magnética.
*Com base na interpretação dos dados geomagnéticos, em ambas as bacias, a margem oeste
parece ser delimitada por falhas enquanto as margens orientais são interpretadas como não
conformidades devido à natureza sinuosa dos contactos com as rochas Pré-Câmbricas
subjacentes.
*Contudo, nem os contactos com falhas a oeste, nem as não conformidades a leste foram
observadas em qualquer uma das bacias, uma vez que o afloramento é extremamente pobre na
paisagem plana e florestal desta área.

4.3.12.1. Bacia de Luângua: Bacia (Luângua) Norte


(Bacia de Macaa-Itule)

A cartografia efectuada pela BRGM (Verniers, 1981) identificou uma só Bacia do Karoo no
interior da parte norte da folha 1238 Xixiano e na parte sul na folha 1138 Negomano.

*Esta bacia possui uma extensão de cerca de 60 km e <10 km de largura e forma uma lente com
orientação norte-sul delimitada por falhas. A sua localização é coincidente com um contacto
tectónico dúctil complexo entre o Complexo de Marrupa a oeste e o Complexo de Xixano a leste.
É claro que a falha frágil, que criou o espaço para a Bacia do Karoo, reactivou as rochas
miloníticas de forma intensa no contacto tectonizado entre estes dois complexos.

4.3.12.2. Bacia (Luângua) Sul

Uma segunda bacia (a bacia de Luângua Sul) foi recentemente identificada.


Esta encontra-se mais a sul, na mesma orientação tectónica, entre UTM 36S 8600000 e 8630000
e tem, portanto, uma extensão de cerca de 30 km: tem uma largura média de cerca de 3-4 km e
uma largura máxima de 10 km.

4.3.12.B. Litologias das Bacias (Luângua) Norte e (Luângua) Sul

Nas duas bacias, são conhecidas as seguintes litologias:

Supergrupo Karoo em Cabo Delgado (CbK) / Bacias Sul e Norte


*Arenito (PeE)
*Conglomerado e arenito arcósico (CbKl)

4.3.12.B1. Conglomerado e arenito arcósico (CbKl)

Arenito conglomerático foi observado em quatro localidades, todas dentro da bacia do norte. Em
todas estas localidades, as estratificações apresentam um ângulo de inclinação reduzido (10-30º)
para leste.

*O tamanho do grão nestes afloramentos é altamente variável. Em UTM 36S 438514, 8669306, o
cascalho com até 10 mm de tamanho foi avistado numa matriz mais fina com arenito grosseiro de
2-5 mm.
*Os clastos consistem quase exclusivamente em quartzo ou quartzito, provavelmente derivado a
partir dos paragnaisses do Complexo de Xixano.
*Os grãos nas camadas com maior quantidade de clastos são sub-angulares a sub-arredondadas.
*As interestratificações de arenito de cor creme/bege têm uma espessura de até 15 cm, estando as
suas margens pobremente definidas em relação ao conglomerado.
*Na localidade UTM 36S 435843, 8670946, foi encontrado cascalho com um diâmetro de até 70
mm numa matriz de arenito consistindo em grãos angulares de quartzo e de feldspato com até 3-7
mm.
*As estruturas sedimentares claras são raras.
*A estratificação é pobremente definida, porém mantém sempre uma inclinação para leste.
*Numa localidade, observa-se um conjunto de estratificação cruzada pobremente definido (NGU,
2007).

4.3.12.B2. Arenito (PeE)

É encontrado arenito em ambas as bacias: todos os afloramentos encontrados na bacia a sul eram
de arenito.

*O arenito geralmente parece ser massivo. A sua textura é variável, mas geralmente apresenta
grãos de quartzo de 1-3 mm e feldspato de cor creme (é escassamente observada mica branca no
afloramento) numa matriz de cor bege a castanha.
*O arenito geralmente parece ser suportado por clasto.
*É infrequentemente bem estratificado em camadas com até 30 cm de espessura.
*Nos locais em que a estratificação é evidente, invariavelmente esta apresenta inclinações, como
a litologia conglomerada, em ângulos reduzidos ou moderados para E.
*Numa localidade (UTM 36S 438181, 8669594), o arenito bem estratificado apresenta uma
inclinação de 60º N, indicativa de uma actividade tectónica significativa durante ou após a
deposição do Karoo.
*Em alguns afloramentos, é observada uma porosidade aberta, provavelmente como resultado da
meteorização de um cimento de matriz solúvel, possivelmente calcite. Existem poucos indícios de
estruturas sedimentares.
São observados indícios reduzidos de deformação sin-sedimentar (NGU, 2007).

4.3.13.C. Rochas vulcânicas do Karoo na área/zona costeira de Angoche

4.3.13.1. Grupo de Angoche (JrAg)

Ao longo da linha costeira de Angoche - Moma, o afloramento resultante do bordo activo do soco
Pré-Câmbrico, activado em relação ao Rifte do Leste Africano ao longo da costa do Oceano
Índico e da zona de riftes no oceano consiste em rochas vulcânicas da idade do Karoo Superior
intruídas, formando o Grupo de Angoche do Supergrupo Karoo.
Estas vulcânicas afloram durante aproximadamente 275 km ao longo da linha costeira desde um
pequeno afloramento a oeste do rio Ligonha no sul até perto de Mossuril a norte.
Não foram observadas mais extensões a norte.

O Grupo de Angoche inclui as seguintes unidades:

Grupo de Angoche (JrAg)


*Dolerito
*Lava félsica
*Basalto e Andesito (JrAg)

4.3.13.1.1. Basalto e Andesito (JrAg)

*Järitz et al. (1977a) descrevem as lavas da linha costeira do norte de Moçambique


principalmente como toleítos,
**As lavas do Karoo são descritas por Järitz et al. (1977a) como principalmente composições
intermédias com um conteúdo de 56–65 % de SiO2.
*Grantham et al. (2004) relataram que a maior parte das amostras são andesíticas com um teor de
SiO2 de 54–62 %. Este facto é suportado pela variação de (Na2O + K2O) em relação a diagramas
SiO2 que compõem a maioria das amostras no âmbito do andesito.
*Grantham et al. (2004) sugerem que as composições menores e dos elementos vestigiais das
lavas da linha costeira do norte de Moçambique são mais típicas de basaltos calco-alcalinos
colisionais do que dos extensionais, no âmbito da química das placas de basalto mais
características da Província do Karoo.
*A parte costeira interior está subjacente à sequência basáltica bandada com direcção NE - SO
que se estende de Moma a Angoche, ao longo da península Congolone-Sangage.
**Neste área, os basaltos encontram-se pobremente expostos, possuem uma textura granular fina
e consistem em rochas de tom cinzento-escuro a preto com poucas ou nenhumas amígdalas.
**De forma geral, a extensão da rocha-mãe de basalto no interior encontra-se marcada por uma
topografia plana e solos extensos, estruturados, ricos em argila e de tom cinzento-escuro ou
castanho avermelhado escuro.
**Os solos arenosos contrastantes e a mudança abrupta da vegetação marcam o contacto entre as
áreas cuja base é composta por granitóides e basalto.
**Perto do contacto entre as rochas do soco granitóides e o basalto, que é definido por falhas
normais alinhadas a NE-SO, o basalto inclinado em direcção a sudeste influenciou o
desenvolvimento da drenagem.
***Os cursos médios do rio Sangage são desviados em direcção a nordeste paralelamente à
orientação estrutural da sequência basal.
***Os cursos superiores do rio Moma são controladas pela direcção dos basaltos bandados. Os
afluentes a sudoeste de Boila foram influenciados pelo controlo estrutural exercido pelos finos
basaltos bandados.
*As lavas andesíticas do Grupo de Angoche, da idade do Karoo e as rochas sedimentares
menores encontram-se preservadas em bacias de zona de falha ao longo da costa oriental do
norte de Moçambique (Järitz et al., 1977a; Eales et al., 1984; Grantham et al., 2004).
*Grantham et al. (2004) obtiveram uma idade isócrona Rb-Sr de 179 ± 14 Ma para as lavas.
*Dois pólos diferentes do grupo de perspectiva paleomagnética são distintamente diferentes dos
pólos vulcânicos principais do Supergrupo Karoo. Este facto indica que ou as lavas ao longo da
linha costeira do norte de Moçambique são mais antigas do que a Província Ígnea de Karoo
principal ou que as lavas foram sobrepostas por uma assinatura magnética mais recente.
*Um estudo anisótropo magnético indica um forte fabric de fluxo magnético e é típico das rochas
vulcânicas. O fabric magnético essencialmente "normal" das lavas indica uma direcção de fluxo
de noroeste-sudeste para as lavas na linha costeira do norte de Moçambique, com inclinações de
cerca de 54º para sudeste.
*Os basaltos e andesitos são na sua maioria meteorizados, sendo as rochas mais sãs encontradas
na zona intertidal e nas praias.
**Järitz et al. (1977a) registaram camadas de 30-50 cm de espessura com inclinações no centro
de aproximadamente 10º em direcção ao mar.
**De acordo com Järitz et al. (1977a), os diferentes tipos de rocha estão sobretudo em mudança.
*A prova da alternância entre sedimentos e lavas encontra-se na praia no Farol de Sangage na
forma de madeira silicificada.
*No interior a partir da costa, pequenos afloramentos de andesito, basalto e basalto amigdalóide
são interestratificados com argilito.
*A rocha sã encontra-se geralmente a menos de 1 m abaixo da superfície.
*Pequenas pedreiras informais encontram-se activas com as lavas a serem extraídas com recurso
a martelos e picaretas e esmagadas à mão para serem utilizadas como pedra de construção e
agregado.
*A espessura da série vulcânica pode apenas ser estimada de forma aproximada. Järitz et al.
(1977a) calcularam que se a inclinação média é de 10º e a largura em Angoche atinge os 15 km,
então a espessura estimada deverá ser de 2500 m.
*A oeste da Ilha de Moçambique, a largura é de apenas aproximadamente 3 km e traduz-se em
cerca de 500 m de espessura para a mesma inclinação assumida. Se a inclinação fosse de apenas
8º, a espessura deveria encontrar-se num intervalo entre os 2000 m e os 400 m.
*Na área de Moma, considera-se que a espessura não seja superior a 200 m (Järitz et al.: 1977a).
*Pode esperar-se que o basalto se estenda mais para dentro do mar por baixo de sedimentos mais
jovens, à semelhança do que foi encontrado no sul de Moçambique (Hazzard et al., 1971; Flores,
1973 e Förster, 1975a, 1975b).
*Os basaltos ao longo da margem direita do rio Larde expuseram a sequência bandada que se
encontra escondida debaixo da crista de areia vermelha costeira a norte de Moma.
*Apesar de não se encontrar exposta ao longo das praias, o alinhamento da costa entre Moma e o
estuário do rio Larde sugere um controlo estrutural significativo exercido pela direcção do basalto
bandado.
**Os basaltos homogéneos com textura granular fina nas terras baixas do vale encontram-se
soterrados por uma fina cobertura de areias cinzentas coluviada dos taludes da crista de areia
eólica.
*Uma ilha de rocha-mãe, definida por um braço lateral do rio Melúli, perto da vila de Macuir, é
sobreposta por basalto amigdalóide.
**Alguns fluxos de basalto exibem uma coloração vermelha e estão presentes tufo meteorizado
para branco e camadas de argilito.
*O basalto encontra-se exposto em canais de riachos afluentes a oeste de Boila, onde são
desenvolvidos solos de argila de tom castanho-avermelhado com um horizonte ferricreto nodular
basal.
*A estratificação paralela bem definida de fluxos de basalto, exposta na zona intertidal a partir da
Ponta Congolone até Ponta Djuma exibe o controlo estrutural da direcção norte-nordeste-nordeste
(022-044º) na orientação da linha costeira. Os fluxos individuais de basalto com até 2 m de
espessura exibem uma zona central massiva com uma concentração amigdalar densa na zona
avermelhada superior e apresentam uma inclinação para sudeste de até 40º.

4.3.13.1.2. Lava félsica

São encontrados pequenos afloramentos de lava félsica com textura granular fina e tom rosa
encontram-se na folha cartográfica de Angoche.

*Esta rocha tem uma textura granular fina e uma matriz densa e silicificada. Esta unidade contém
possíveis amígdalas.

4.3.13.1.3. Dolerito

O final do período Karoo foi marcado por um magmatismo na forma de veios e diques associados
a elementos lineares nas rochas do soco e designados por intrusões hipabissais. (Afonso et
al,1998).
Os diques doleríticos mais proeminentes apresentam uma orientação de NE-SO para ENE-OSO,
no entanto foram igualmente observados diques menores com uma orientação a NO-SE (CGS;
2007).
A maioria dos diques doleríticos situam-se na parte mais a sul da folha 1637 Errego, na área de
Mucubela e encontram-se pobremente expostos.
Um pequeno dique, orientado a uma direcção semelhante à dos diques principais, encontra-se
exposto num leito de rio a cerca de 17 km a sul de Errego, tendo um comprimento superior a 50
m e, em alguns locais, uma largura superior a 5 m. Este intrui-se nos ortognaisses graníticos da
Suíte Culicui e possui um contacto acentuado com a rocha encaixante.

*Em secções finas, o dolerito é maioritariamente composto por plagioclase com textura granular
fina e piroxena (até 80%), com pouco clorite (5%) e quartzo (< 1%) numa matriz de plagioclase e
piroxena (15 %) com textura granular fina. A piroxena e clorite porfiríticas (< 50%) têm um
diâmetro de até 1 mm (CGS, 2007).

4.3.13.D. Plutões Jurássicos nas sub-províncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-


Cabo Delgado
Os plutões e diques de sienito Jurássico e de sienito nefelínico intruem-se nas partes mais
ocidentais das áreas de Unango e Nampula.

*Os corpos plutónicos cinzentos são de textura granular grosseira a muito grosseira enquanto os
diques têm uma textura granular média. O feldspato potássico e a horneblenda verde representam
as principais fases, enquanto a plagioclase, clinopiroxena e biotite estão presentes em pequenas
quantidades em determinadas rochas. A titanite e os opacos correspondem a quantidades
acessórias (Thomas et al., 2005).
*Dados magnéticos aéreos sugerem que os diques doleríticos da idade do Karoo (?) se encontram
presentes ao longo da
sub-província de Nampula, sendo, no entanto, raramente observados em afloramento. Os
doleritos de tom verde-escuro apresentam normalmente uma textura granular fina e são
constituídos por plagioclase saussuritizada, augite, horneblenda, opacos e apatite (Thomas et al.,
2005).

4.4. Bacias mesozóicas e cenozóicas do Pós-Karoo e sequências do Rifte do Leste Africano

A formação das Bacias Meso-Cenozóicas é associada à formação de riftes e inicia-se em


estruturas de graben.
O desenvolvimento mais recente das bacias depende da alternância à escala global dos períodos
glaciares (regressões) e interglaciares (transgressões).
As Sequências do Rifte do Leste Africano compreendem um conjunto pouco firme de unidades
litoestratigráficas compostas por estratos sedimentares terrestres e rochas (sub) vulcânicas
associadas, depositadas posteriormente ao evento Karoo.

As seguintes bacias e unidades incluem este período de desenvolvimento (de N para S):

*Grabens/Bacias de Maniamba (e Lago Niassa)


*Bacia de Rovuma e Zona Costeira Oceânica de Nampula-Zambézia
*Zona do Graben do Médio Zambeze (e Região de Zumbo Changara)
*Fossa de Lupata (e Graben do Baixo Zambeze)
*Província alcalina de Chirua (Chilwa)
Depósitos quaternários a norte do Graben do Zambeze (norte da província de Tete)
*Bacia de Moçambique:
*Vulcânicas e intrusões associadas com as estruturas do Rifte do Leste Africano

As Bacias Meso–Cenozóicas compreendem:

*Cretácico: Formações de Sena, Mágoè, Arenito de Grudja, Incomanini:


*Terciário: Formações de Cheringoma, Inhaminga e Mazamba,
*Vulcânicas Neogénicas
*Quaternário: Depósitos paleoterraços, eluviais coluviais e aluviais.

As Sequências do Rifte do Leste Africano compreendem (de antigo para recente):

*Grupo de Lupata vulcano-sedimentar,


*Carbonatitos cretácicos
*Província alcalina de Chirua (Chilwa),
A Figura 4.30. apresenta as bacias e estruturas do Karoo a Meso-Cenozóicas (Pós-Pré-
Câmbricas) de Moçambique.
Figura 4.30.: Bacias/grabens/estruturas do Karoo e do Meso-cenozóico de Moçambique
É apresentada pela GTK 2006 (Figura 4.31.) uma subdivisão semelhante mas com características
tectónicas.

O desenvolvimento do Pós-Karoo Meso-Cenozóico será caracterizado de acordo com a sua


posição geográfica (de N para S).

Figura 4.31.: Bacias Meso-Cenozóicas e respectiva posição tectónica (GTK, 2006)


(carta geológica simplificada apresentando a extensão das bacias Fanerozóicas em Moçambique. A "fase-
rifte" é representada pelos riftes do Karoo, tais como a bacia de Maniamba a norte e os riftes do Baixo e
Médio Zambeze junto a Tete (a castanho). A continuidade do rifte do Zambeze com orientação a O-E é
interrompida pela Suíte de Tete alóctone e um "horst de soco" com orientação a NO-SE cuja base é
composta por gnaisses e migmatitos do Complexo de Báruè. As rochas vulcânicas da Grande Província
Vulcânica do Karoo regional (KLIP) estão assinaladas a roxo. Estas incluem os Monoclinais dos
Libombos e Sabi. A “fase de derivação/rifte" é representada pelo Cretácico Inferior e por rochas mais
recentes das bacias de Rovuma e de Moçambique (citado a partir de ENH/ECL e GTK, 2006).
Noutros locais, algumas das estruturas principais do Rifte do Leste Africano reflectiram-se nos territórios
próximos, muito antes de estes terem formado as típicas estruturas de rifte. Lächelt (2004) demonstrou
este processo mais a norte (Figura 4.32A), onde, por exemplo, as actividades sísmicas podem ser
registadas em áreas recentemente fora do rifte mais activo (aqui se encontra o fenómeno que comprava o
término das actividades principais de formação de riftes, embora algumas ainda tenham continuidade).
Antes e após as principais actividades de formação de riftes, existem processos que podem ter influência
na formação da estrutura, neste caso na formação das bacias/graben do Karoo.
A Figura 4.32B apresenta as estruturas do Rifte do Leste Africano.
Figura 4.32A: Sistema de Rifte do Leste Africano, incluindo as Estruturas/Sistema (RLA) do
Rifte do Oceano Índico

As estruturas de rifte moçambicanas são apresentadas na Figura 4.32B.


Figura 4.32B.: Graben do Rifte do Leste Africano e Magmatismo de Moçambique (Lächelt,
2004)
4.4.1. Grabens/Bacias de Maniamba (e do Lago Niassa)

4.4.1.1. Depósitos Terciários no Graben de Maniamba/Lunho e em pequenas bacias na sub-


província geológica de Niassa-Cabo Delgado

A Formação de Mikindani encontra-se bem desenvolvida no Graben de Maniamba.

4.4.1.1.1. Formação de Mikindani (TeK)

As manchas de afloramento de formato irregular da Formação de Mikindani ocorrem numa faixa


de afloramento linear nordeste-sudoeste que segue maioritariamente a parte sul do Graben de
Maniamba.
Estas são rochas sedimentares siliclásticas variavelmente consolidadas da idade do pós-Karoo.
Esta formação é conferida a uma idade Neogénica, apesar de ser desconhecida sua idade exacta.
A sua idade seria, portanto, melhor referenciada como sendo mais vastamente Cenozóica (Pós-
Karoo).

*As areias e solos arenosos mais superficiais são interpretados como sedimentos eólicos,
provavelmente da idade Neogénica, derivados da meteorização dos arenitos subjacentes de
Karoo.
**Por conseguinte, estes têm provavelmente uma origem semelhante aos sedimentos arenosos do
Grupo de Kalahari contemporâneo que cobrem vastas áreas da África Austral central.
** Estes sedimentos derivam também de arenitos do Karoo e ou formam depósitos residuais, ou
são transportados localmente para formar dunas.
*A cascalheira/conglomerados subjacentes são interpretados como sedimentos depositados por
água, possivelmente associados a inundações súbitas através dos estratos relativamente baixos do
Karoo dentro do Graben de Maniamba.
*O actual sistema de drenagem controla o padrão do afloramento com disparidades neste padrão
causadas pela erosão contínua ao longo dos riachos maiores e dos rios.
*Na maior parte dos casos, as rochas sedimentares de Mikindani sobrepõem-se directamente aos
arenitos do Karoo, junto à margem sul delimitada por falha do Graben de Maniamba.
*Contudo, existem também grandes áreas de afloramento que se sobrepõem directamente às
rochas cristalinas do pré-Karoo, particularmente em direcção a nordeste, junto à fronteira com a
Tanzânia.
*A Formação encontra-se restringida a rochas sedimentares do pós-Karoo que tenham no mínimo
vários metros de espessura.
*Encontram-se excluídas as finas camadas superficiais de (<1 m de espessura) de cascalheira de
quartzo associadas localmente com solos argilosos de tom cinzento claro que sobrepõem o sub-
afloramento do Karoo inferior (UTM 36S 717946, 8613395).
*Existem muito poucas secções verticais em direcção ao interior das rochas sedimentares da
Formação de Mikindani.
**Na sua maioria, apenas é visível a camada superficial que é composta por areias e solos
arenosos não consolidados.
**As melhores secções verticais correspondem a canais estreitos ao longo dos trilhos transitáveis
formados pelo escoamento de superfície de águas pluviais.
**Estas camadas superiores compreendem solos arenosos e areias de tom castanho-acinzentado a
branco. Estas assemelham-se aos solos arenosos e areias do Grupo de Kalahari superficiais da
parte central da África Austral (oeste da Zâmbia). Os arenitos conglomeráticos, ricos em quartzo
(>70%) variavelmente consolidados, de tom branco a vermelho e os arenitos com textura granular
fina estão subjacentes às rochas sedimentares superficiais. De acordo com o BRGM, estas
camadas basais têm até 3 m de espessura. Os conglomerados contêm clastos bem arredondados,
na sua maioria de quartzo com até cerca de 6 cm de diâmetro numa matriz rica em quartzo de tom
avermelhado.
*A secção do desfiladeiro a oeste do Monte Bembe (UTM 36S 712000, 8626500) fornece bons
afloramentos das rochas sedimentares mais a oeste que se sobrepõem directamente aos arenitos
do Karoo superior.
**Na área geral desta secção do desfiladeiro, existe cascalheira solta de tom laranja-castanho
exposta ao longo da estrada para Cobué em UTM 36S 716738 8625318. Esta cascalheira tem
uma espessura aproximada de 1 m, contém cascalho arredondado e sobrepõe-se quase
horizontalmente a areias laminadas grosseiras de tom laranja-vermelho. Os arenitos do Karoo
estão novamente subjacentes as estas rochas sedimentares.
*Os sedimentos fracamente consolidados da Formação de Mikindani encontram-se também
expostos entre 36S 725808, 8631700 e 725759, 8633604.
**Estão expostas areias fracamente compactas, de tom castanho e com uma textura granular
média a grosseira.
**As areias com textura granular fina encontram-se preservadas entre as cristas de cascalheira
média a grosseira. Esta cascalheira encontra-se moderadamente calibrada com cascalho sub-
arredondado a sub-angular com até 2-3 cm de comprimento, maioritariamente de quartzo e
quartzito.
*A nordeste, existe uma secção com 3 km de extensão através de conglomerados e arenitos
fracamente consolidados subjacentes a uma elevação baixa centrada em UTM 36S 783525,
8665632. A sequência afina-se no sentido descendente com conglomerados dispostos de forma
plana com até 2 m de espessura, sobrepondo-se a arenitos arcósicos mais consolidados com
algum cascalho de quartzo e de feldspato. Os conglomerados são dominados por cascalho e
calhaus de quartzo arredondados que se meteorizam para formar a cascalheira.

4.4.1.2. Depósitos Quaternários no Graben/Bacia de Maniamba/Lunho, no Lago Niassa e em


pequenas bacias na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado

Está presente um aluvião recente, em quantidades grandes o suficiente para ser representado nas
cartas, ao longo de algumas das maiores planícies de inundação e ao longo da costa do Lago
Niassa.

*A planície de inundação ao longo do rio Messinge, a jusante do sienito nefelínico no Monte


Chissindo (UTM 36S 731000, 8624000) é extremamente fértil e as comunidades locais cultivam
uma grande variedade de colheitas na planície.
**Aqui, os sedimentos são possivelmente enriquecidos com fosfatos meteorizados a partir de
sienito nefelínico. *O aluvião ao longo do rio Rovuma na fronteira com a Tanzânia consiste numa
areia de rio com textura granular mais grosseira.
*Todas as áreas de planas ao longo do Lago Niassa possuem praias arenosas extensas. As praias
são compostas principalmente por areia com textura granular fina, com menor quantidade de
cascalheira e blocos. A cor da areia normalmente reflecte a rocha-mãe local. Em áreas com veios
de quartzo extensos, a areia e as praias são extremamente brancas.
**Outras áreas possuem camadas de minerais pesados na areia.
**Em algumas áreas, podem ser encontradas granadas vermelhas (UTM 36S 690892, 8573736 a
cerca de 20 km a sul da cidade de Metangula).
**A mais comum é a areia de magnetite preta em camadas de até cerca de 10 cm. Alguma da
magnetite pode ter sido derivada de mineralizações de minério de ferro das proximidades, mas a
sua maioria parece ser derivada de magnetite disseminada finamente na rocha local. (NGU, 2007)

4.4.2. Bacia do Rovuma e zona costeira de Nampula-Zambézia do Oceano Índico

A Bacia do Rovuma situa-se na extremidade sul do sistema de bacia de margem passiva do Leste
Africano que se estende da Somália a Moçambique. A sua extensão norte-sul é de cerca de 400
km desde a Tanzânia do sul a Nacala. A sua largura máxima leste-oeste é de cerca de 160 km no
norte de Moçambique: a área onshore em Moçambique tem cerca de 17 000 km 2 e a offshore tem
cerca de 12 500 km2 (Flores, 1973; Lonropet SARL, 2000).
As rochas sedimentares da bacia sobrepõem-se em discordância a rochas ígneas e metamórficas
Pré-Câmbricas da Cintura de Moçambique ou encontram-se em contacto de falha com estas
rochas cristalinas.
O desenvolvimento estratigráfico da Bacia do Rovuma encontra-se directamente relacionado com
a separação progressiva da área sudoeste do Gondwana e subsequente tectonismo intracontinental
associado ao Sistema de Rifte do Leste Africano. (Salman & Abdula, 1995).

A descrição das unidades geológicas da Bacia do Rovuma segue as características fornecidas pela
NGU (2006).

Foram reconhecidas as seguintes cinco mega-sequências estratigráfico-tectónicas:

*Progradação deltaica (Oligocénico até à actualidade)


*Desenvolvimento da fase tardia da deriva continental (Aptiano a to Oligocénico)
*Desenvolvimento das fases iniciais da deriva continental (Jurássico Médio a Cretácico
Inferior/Aptiano)
*Desenvolvimento durante o sin-rifte (Triássico a Jurássico Inferior)
*Desenvolvimento durante o pré-rifte (Carbónico Superior a Triássico)

4.4.2.A. Desenvolvimento durante o pré-rifte


(Carbónico Superior a Triássico)

Este período de desenvolvimento é caracterizado pela deposição de sedimentos siliciclásticos do


Karoo, na sua maioria em riftes intracratónicos, tais como os preservados nas partes central e
ocidental do norte de Moçambique e que também se deduza que estejam presentes na base do
segmento offshore da bacia do Rovuma.

4.4.2.B. Desenvolvimento durante o Sin-rifte


(Triássico a Jurássico Inferior)

A formação de riftes intracratónica produziu uma série de hemigrabens com até 2,5 km de
sedimentos maioritariamente continentais. Possíveis sedimentos marinhos, bem como
continentais, encontram-se preservados no sul da Tanzânia. As rochas sedimentares siliciclásticas
do pós-Karoo de idade Mesozóica incerta encontram-se presentes (norte de Mueda e a oeste de
Pemba) imediatamente a oeste da Bacia do Rovuma na área cartografada. Estas rochas
preenchem os hemigrabens clivados no soco cristalino Pré-Câmbrico e correspondem
provavelmente aos estratos mais antigos do Pós-Karoo presentes na área cartografada. Estas
podem ter sido depositadas durante este período Sin-Rifte. Alternativamente, estes sedimentos
podem ser relacionados com os hemigrabens criados durante as fases iniciais da deriva
continental, descrita na secção seguinte.

4.4.2.C. Desenvolvimento durante as fases iniciais da deriva continental


(Jurássico Médio a Cretácico Inferior/Aptiano)

A separação do Gondwana durante o Jurássico Médio (~180 - ~160 Ma), devido ao alastramento
do leito marinho activo (Jelsma & Smith, 2004), criou bacias marginais ao longo do leste de
África. Os sedimentos marinhos superficiais estenderam-se para a placa da crosta oceânica
formada recentemente com uma possível espessura máxima de cerca de 3 km. Sedimentos do
Jurássico Superior também incluem Red Beds continentais que se encontram confinadas, na sua
maioria, aos grabens e aos hemigrabens.
Os sedimentos marinhos foram depositados durante a transgressão que teve início no norte com a
sedimentação do Jurássico Inferior (Toarciano) na Somália e no nordeste do Quénia, a
sedimentação do Jurássico Médio (Bajociano) no sul da Tanzânia e terminando com a
sedimentação do Aptiano no norte de Moçambique (Förster, 1975).
Uma inconformidade do Jurássico Superior reflecte uma mudança para condições de
transformação controlada da margem passiva, à medida que Madagáscar se movimentou para sul
em relação ao continente africano (Raillard, 1990).
Os sedimentos grosseiros da margem da bacia acima da inconformidade são designados por
Formação de Macomia e os sedimentos marinhos são designados por contacto transicional da
Formação de Pemba de oeste (continental) para leste.

4.4.2.D. Desenvolvimento durante a fase tardia da deriva continental


(Aptiano para Oligocénico)

A estabilização da margem continental do Leste Africano ocorreu entre 118 e 35 Ma (Salman &
Abdula, 1995).
O Cretácico Superior foi tipificado por uma transgressão generalizada no Leste de África com
margas/argilas uniformes depositadas ao longo de toda a margem continental e progredindo para
o talude continental.
O poço Mocimboa-1 penetrou 1 380 m nas margas.
Os sedimentos de carbonatos de águas pouco profundas foram depositados durante o Paleocénico
e Eocénico com uma fácies de recife ao longo da extremidade exterior da plataforma.
Durante esta fase, o nível do mar manteve-se relativamente baixo, criando leques submarinos
baixos, um dos quais foi utilizado como alvo para o poço Mocimboa-1.

4.4.2.E. Progradação deltaica


(Oligocénico à actualidade)

A nova formação de riftes teve início há aproximadamente 35 Ma e continuou de forma


intermitente até à actualidade, principalmente com a deposição de sedimentos marinhos e
deltaicos.
O soerguimento/formação de domo de África no Oligocénico que precedeu a formação do Rifte
do Leste Africano iniciou o sistema de delta do rio Rovuma associado com a regressão marinha.
A transgressão Miocénica que levou a uma sedimentação marinha de águas pouco profundas
durante a progradação do delta (contemporâneo com a sedimentação (marinha) onshore
relacionada com o rifte foi relatada por Pinna (1983). no Sistema de Rifte do Leste Africano).
O soerguimento Quaternário conduziu ao actual afloramento dos sedimentos Miocénicos na parte
continental a nordeste de Moçambique.

*Com base no levantamento geofísico, a espessura máxima dos sedimentos na Bacia do Rovuma
é de cerca de 10 km.
*O poço de Mocimboa-1 penetrou aproximadamente 3 490 m na sequência e terminou nas
margas do Aptiano-Albiano (Salman & Abdula, 1995).

Aqui aplica-se um novo esquema formal litoestratigráfico para a Bacia do Rovuma onshore no
nordeste de Moçambique (Key et al., 2006; Smelror et al., 2006b) (Tabela 4.32.).
A litoestratigrafia alterada baseia-se no trabalho de campo levado a cabo pela NGU em 2005
(combinado com os trabalhos publicados e relatórios não publicados).
A nova nomenclatura estratigráfica utiliza tanto os nomes de lugares locais no nordeste de
Moçambique como os nomes formais das unidades litoestratigráficas alteradas (Formações e
Membros).

Código da Nome anterior da


Unidade/Formação: carta: Idade: unidade:
Depósitos quaternários Quaternário
Formação de Mikindani TeK Miocénico-Pliocénico
Formação de Chinda TeCh Oligocénico-Miocénico
Formação de Quissanga TeQs Eocénico-Oligocénico Sancul/Cogune
Formação
Alto Jingone TeAl Paleocénico-Eocénico Quissirua/Repa
Formação Formação
Formação de Mifume CrMf Campaniano Fm. de Globotruncana,
Maastrichtiano Marga Globotruncana
Formação de Pemba PMsm, Jurássico Superior - Médio Camadas Porto Amélia
CrPMss, (Superior?) Cretácico
CrPMml
Formação de Macomia CrMo Aptiano-Albiano Formação de Maconde,
Camadas de Makonde

Formação do rio Mecole Jr Indeterminado (?Jurássico)


Indeterminado
Formação de N'Gapa JrP
Tabela 4.32.: Unidades litoestratigráficas da Bacia do Rovuma (NGU, 2007)

A Tabela 4.33. apresenta uma visão geral das definições das idades bioestratigráficas (NGU,
2007) dos depósitos na Bacia do Rovuma
Formação e
Litologia Conjuntos palinomorfos Idade

Fm. de Mikindani Terrestre: Classopolis esp. (espécime único)


(TeK)
Arenito vermelho

Fm. de Alto Jingine


(TeAj)
Numulítico
Calcário Marinho: Revestimentos Foraminiferais (sem
fitoplâncton)
Formação de Pemba Terrestre: Araucariacites australis, Callialasporites Jurássico Superior
(CrPMco) trilobatus, Callialasporites spp. (comum), (Titoniano)
Calcário Cicatricosisporites spp., Classopollis spp., Cycadopites
sp., Marinho: Canningia compacta, Circulodinium
distinctum, Circulodinium spp., Cometodinium sp.,
Oligosphaeridium diculum, Perisseiasphaeridium
inusitatum, Rigaudella apiculatum, Systematophora
Areolata
Formação de Pemba Terrestre: Araucariacites australis, Baculatisporites Inferior
(CrPMsm) AP., Callialasporites trilobatus, Spheripollenites AP., Cretácico
Arenito bioturbado Marinho: Nummus sp. (Aptiano-Albiano)
Formação de Pemba Terrestre: Baculatisporites sp., Classopollis spp., Inferior
(CrPMsm) Eucommiidites sp., Exesipollenties tumulus, Cretácico
Argilito e arenito
interestratificados Leptolepidites sp., Algas de água doce: Botryococcus (Aptiano-Albiano)
sp., Palambages sp., Marinho: Cleistosphaeridium sp.,
Impagidinium sp.
Formação de Pemba Terrestre: Alisporites similes, Baculatisporites sp., Inferior
(CrPMsm) Callialasporites trilobatus, Callialasporites spp., Cretácico
Argilito interestratificado Eucommiidites sp., Exesipollenties tumulus, (Aptiano-Albiano)
e arenito Stereisporites pocockii, Algas de água doce:
Botryococcus sp., Marinho: Circulodinium distinctum,
Endoscrinium campanula sp., Pterospermella sp.
Formação de Pemba Terrestre: Araucariacites australis, Baculatisporites Jurássico Superior
(CrPMco) sp., Callialasporites trilobatus, Callialasporites spp. (Kimmeridgiano-
Arenito
(comum), Classopollis spp., Deltoidospora minor, Titoniano)
Densiosporites velatus, Marinho: Carnavonodinium AP.
A, Cleistosphaeridium sp., ?Egmontodinium sp.,
Lithodinia cf. jurassica, Lithodinia spp.,
Nannoceratopsis pellucida, Pareodinia sp.,
Sentusidinium rioultii, Micrhystridium sp.
Formação de Pemba Terrestre: Araucariacites australis, Baculatisporites Jurássico Superior
(CrPMco)
Arenito spp., Callialasporites trilobatus, Callialasporites spp. (Titoniano)
(comum), Contignisporites cooksonii, Classopollis
spp., Deltoidospora menor, Algas de água doce:
Botryococcus sp., Marinho: Carnavonodinium sp. A,
Chlamydophorella sp. Dingodinium jurassicum,
Sentusidinium echinatum ((comum), Sentusidinium
Rioultii
Formação de Pemba Terrestre: Araucariacites australis, Baculatisporites Jurássico Superior
(CrPMco) sp., Callialasporites trilobatus, Callialasporites spp. (Titoniano)
(comum), Classopollis spp., Cycadopites sp.,
Deltoidospora sp., Marine: Cometodinium sp.,
Lithodinia sp., Rigaudella apiculata, Sentusidinium
rioultii, Surculodinium sp., Tehamadinium evittii
Formação de Pemba Marinho: Apteodinium maculatum grande, Apteodinium Albiano (incl.
(CrPMco) Barremiano
Trubidito arenito granulatum, Batioladinium longicornutum, Superior
Circulodinium distinctum, Cleistosphaeridium sp., retrabalhado)
Dingodinium albertii, Ellipsoidictyum imperfectum,
Endoscrinium campanula, Hystrichosphaerina
schindewolfii, Prolixosphaeridium parvispinum,
Nummus similes, Oligosphaeridium complex,
Scriniodinium sp.,Sentusidinium verrucosum,
Stiphrospheridium anthophorum, Surculodinium
trunculum, Systematophora cretace, Trichodinium
speetonense, Tubotuberella apatela, Valensiella sp.
Formação de Pemba Nenhuns palinomorfos recuperados.
(CrPMsm)
Aglomerado sobre silto-
argilito

Formação de Pemba Algas de água doce: Botryococcus sp. (comum),


(CrPMsm) Palambages sp.
Argilito interestratificado
e arenito
Formação de Pemba Algas de água doce: Botryococcus sp. (comum),
(CrPMsm)
Silto-argilito Palambages sp.

Formação de Macomia
(CrMo) Terrestre: Araucariacites australis, Baculatisporites Aptiano-Inferior
spp., Balmeisporites holodictyus, Balmeisporites spp., Albiano
Siltitos cinzentos escuros Classopollis spp. (abundante), Contignisporites
cooksonae, Contignisporites sp., Cyathidites
asper, Densiosporites sp., Ephedripites jansonii,
Ephedripites multicostatus, Eucommiidites
spp. (comum), Matonisporites sp., Stereisporites
pocockii, Triporoletes laevigatus, Marinho:
Cleistosphaeridium sp., Coronifera oceanica
(comum), Subtilisphaera perlucida, Subtilisphaera
spp. (comum)
Formação
de Mifume
(CrMf) Marinho: Apteodinium deflandrei, Areoliogera Campaniano
Argilito medusettiformis, Areoligera senonensis, Cerodinium Superior
diebelii, Coronifera striolata, Dinogymnium sp.,
Exochosphaeridium phragmites, Florentinia laciniata,
Hystrichospheridium duplum, Hystrichosphaeridium
sp., Isabelidinium madura, Odontochitina operculata,
Pervosphaeridium monastriense, Pervosphaeridium
truncatum, Spinidinium balmei, Spiniferites ramosus,
Spiniferites spp., Spongodinium delitiense, Xenascus
Ceratoides
Formação do rio Mecole Nenhuns palinomorfos recuperados.
(JrRM)
Arenito
?Jurássico
Formação do rio Mecole Terrestre: Araucariacites sp. (espécimen único) Superior -
(JrRM) Cretácico
Arenito Inferior
Tabela 4.33.: Definições das idades bioestratigráficas (NGU, 2007) dos depósitos na Bacia do
Rovuma
A Figura 4.33. mostra as unidades litoestratigráficas da Bacia do Rovuma.

Figura 4.33.: Unidades litoestratigráficas da Bacia do Rovuma.

A Figura 4.34. mostra a sequência das unidades litoestratigráficas existentes na Bacia do


Rovuma.

Figura 4.34.: Sequências litoestratigráficas na Bacia do Rovuma (NGU, 2007)


4.4.2.1. Formação do rio Mecole (JrRM)
(não apresentada na Figura 4.33.)

Moura (1974) descreveu uma unidade de arenitos arcósicos cimentados por carbonato em
camadas espessas com um conglomerado basal, a oeste de Metuge.
Este maciço isolado com falhas parciais foi descrito como estratos do Karoo ou Jurássico a
Cretácico assente de forma discordante sobre o soco Pré-Câmbrico.

*A Formação do rio Mecole consiste numa unidade litoestratigráfica localizada de estratos


iniciais do rifte, que inclui sedimentos siliciclásticos grosseiros continentais avermelhados.
*Pequenos afloramentos ocorrem ao longo da estrada principal de Mueda para Pemba (na folha
1340 Mecufi, UTM 37S 6270 8549).
*Os estratos mais a oeste têm uma inclinação de ângulo moderado (a noroeste e nordeste) e são
interpretados como fazendo parte de um preenchimento inicial do rifte preservado num graben
situado a oeste do limite ocidental da Bacia do Rovuma, delimitado por falhas orientadas a nor-
noroeste - su-sudeste. Os conglomerados suportados pela matriz estão interestratificados com
arenitos com textura granular grosseira a arenitos com clastos e siltitos micáceos de tom
vermelho-acastanhado.
*Os conglomerados incluem clastos graníticos angulares com até ~15 cm de comprimento
apoiados numa matriz (granítica) arcósica. Tratam-se claramente de sedimentos proximais
derivados do soco envolvente que formam cristas e colinas em redor de pequenos afloramentos
de rochas sedimentares.
**Os arenitos apresentam uma interestratificação cruzada com conjuntos bimodais e clastos em
sequências afinadas. As camadas frontais com interestratificação cruzada indicam paleofluxos a
noroeste e nordeste num ambiente fluvial de grande energia.
*Ocorrem afloramentos excelentes de uma brecha basal ao longo da parte central do bordo
ocidental das rochas sedimentares (UTM 37S 624224, 8561134). Existe um afloramento de mais
de 100 m de uma brecha sedimentar grosseira.
**O contacto com o soco não está exposto, mas a brecha aflora a <10 m dos gnaisses do soco,
sem qualquer escarpa. O contacto é, portanto, interpretado como uma inconformidade primária.
*A brecha é composta por blocos com um metro de tamanho numa matriz arenosa. Os blocos são
suportados por clastos. As litologias dominantes consistem em gnaisses de alto grau, semelhantes
a gnaisses migmatíticos bandados e afloramentos de anfibolitos nas imediações. Ocorrem com
pouca frequência camadas arenosas pobremente definidas, parcialmente com clastos.
*Os arenitos têm uma coloração cinzenta escura a castanha escura, são calibrados de forma fraca
a muito fraca, com grãos angulares a subangulares. Estes possuem uma mineralogia imatura com
quantidades iguais de quartzo e feldspato e quantidades variáveis de biotite, muscovite e
minerais opacos.

A natureza extrema do depósito, com blocos angulares de grandes dimensões, indica que a
brecha se formou como um depósito de seixos ou um cone aluvial.
As travessias sobre a pressuposta extremidade norte da Formação do rio Mecole não confirmam
a presença de estratos do rifte.
Uma travessia a pé na direcção da secção noroeste da bacia demonstrou a presença de arenitos da
Formação de Pemba a leste, confirmando as interpretações anteriores, mas não a presença de
estratos do rifte (NGU, 2007).

4.4.2.2. Formação de N'Gapa (JrP)

Nas anteriores cartas geológicas da Bacia do Rovuma, as camadas clásticas terrestres próximas
de N'Gapa foram referidas como pertencendo a idades do Supergrupo Karoo ou Jurássico.
O tipo da sedimentação não corresponde ao desenvolvimento típico durante o Karoo, o que
significa que a sedimentação em estruturas de depressão tipo graben, hemigraben ou estreito,
normalmente para o Karoo Moçambicano, também típico para a formação de riftes durante o
Karoo.
Os sedimentos da Formação de N'Gapa são o resultado da fase inicial do desenvolvimento da
Bacia do Bordo do Oceano Índico, um desenvolvimento que pode ter iniciado no período
Triássico/Jurássico/Cretácico Inferior (Lächelt, 2012).
O relatório Lonropet (2000) interpretava a natureza pobremente calibrada destes estratos como
devendo-se à deposição em cones aluviais ou em cenários de talude de seixos. A caulinização foi
assumida como um sinal de um ambiente muito húmido e quente, que os autores do relatório
Lonropet defendem ter prevalecido antes da era inicial do Cretácico (quando as condições eram
quentes e secas) e, portanto, os estratos precedem o Cretácico Inferior e podem datar do
Jurássico Superior.
O BRGM (esclarecimento da carta nacional 1:1.000.000, 1989) salientou que os arenitos mais
profundos, a oeste de N’Gapa, na folha 1139 Mueda, são mais fortemente fracturados do que os
arenitos sobrepostos (da Formação de Macomia).
A Formação de N'Gapa (? Jurássico-Cretácico Inferior) ocorre em pequenos maciços isolados e
hemigrabens que preservam conglomerados e arenitos continentais sobrepondo, em
discordância, as rochas do soco na folha 1139 Mueda.

*A sul de N’Gapa, esta formação parece ser sobreposta pela Formação de Macomia (de idade
Aptiana-Albiana).
*Não foram encontrados quaisquer fósseis que pudessem confirmar a idade da Formação de
N'Gapa.
*No entanto, as rochas não são litologicamente semelhantes às rochas do Supergrupo Karoo ,
expostas na Província do Niassa.
*Os estratos poderiam ser uma fácies basal proximal da Formação de Macomia, mas estes
possuem características distintas e diferentes e são, portanto, tratados como uma formação
distinta.
*O principal afloramento situa-se em torno de N’Gapa, mas estratos semelhantes encontram-se
expostos em maciços isolados como, por exemplo, a 5 km a oeste de Chomba.
*Encontra-se bem exposta uma sucessão típica de arenitos e conglomerados beges, roxos e
vermelhos na colina a oeste de N'Gapa (em UTM 37S 531864, 8750230) onde parece sobrepor-
se, em discordância, a gnaisses Pré-Câmbricos.
**A formação inclui arenitos com clastos e textura granular média a grosseira, moderadamente
calibrados, bem cimentados e de cor bege a roxa. O cascalho é sobretudo composto por veios de
quartzo brancos, com 0,5 a 3 cm de comprimento e os clastos maiores tendem a ser arredondados
a sub-arredondados e concentrados em desfasamentos nas bases dos canais.
**Próximo do topo da colina, as unidades estratificadas possuem cerca de 1 m de espessura e
incluem cascalho disperso com até 0,1 cm de comprimento, em unidades de granosselecção
negativa com fraca estratificação praticamente horizontal próxima do topo. Uma unidade
arenítica com clastos e estratificação cruzada com 20 cm de espessura possui camadas frontais
com um ângulo de inclinação de 25º a 24º a NE.
**No topo da crista (UTM 37S 532479, 8749954) encontram-se expostos arenitos grosseiros a
com clastos, bem cimentados mas debilmente calibrados, mosqueados a amarelo, vermelho e
roxo e que contêm sobretudo grãos de quartzo e alguns minerais pesados inseridos numa matriz
argilosa.
**Algumas camadas são massivas e as unidades locais de estratificação cruzada apresentam uma
meteorização cariada e afinam-se localmente para siltitos caulinítico-cimentados vermelho
brilhante. Algumas destas interestratificações argilosas possuem uma textura peletoidal.
*A norte de N’Gapa (at UTM 37S 532760, 8751140), os arenitos tipicamente de tom roxo
rosado e mosqueados a bege-amarelo são bem cimentados, ricos em quartzo e com textura
granular grosseira a com clastos com uma matriz caulinítica silicificada. Os arenitos
parcialmente calibrados, grosseiros a granulares com coberturas de cascalho nas bases dos
preenchimentos do canal apresentam uma afinação ascendente. O cascalho é sobretudo composto
por veios de quartzo, mas também há algumas manchas/clastos de lama caulinizados arroxeados.
A estratificação planar com 1-25 cm de espessura apresenta meteorização e localmente as
paleocorrentes de estratificação cruzada geralmente fluíam para oeste.
*Na crista a norte da estrada (UTM 37S 530558, 8755936) encontram-se, praticamente in situ,
inúmeros blocos de arenitos com clastos, tipicamente bem cimentados, juntamente com blocos
argilosos cauliníticos de tom roxo avermelhado e rosado. Mais a noroeste na estrada, as camadas
conglomeráticas com até ~1 m de espessura contêm cascalho com até 8 cm de comprimento no
sentido das bases. O cascalho é sobretudo arredondado a sub-angular, e composto por veios de
quartzo límpidos a brancos, argilitos cauliníticos e cherte cinzento-escuro inseridos numa matriz
caulinítica. O indício de afinação nos canais entre os arenitos avermelhados, fracamente
calibrados, sujeitos a forte caulinização sugere que processos fluviais retrabalharam os leques ou
os depósitos de fluxo de lençóis num clima semi-árido (NGU 2007).

4.4.2.3. Formação de Macomia (CrMo)

A Formação de Macomia forma o planalto que se estende a leste e a sul de Mueda e a norte na
direcção do rio Rovuma.

Uma vez que foram realizadas comparações prévias da Formação de Macomia com as Camadas
de Makonde no sul da Tanzânia (Bornhardt, 1900; Flores & Noseda, 1961), os arenitos
moçambicanos equivalentes da área de Macomia foram descritos como Formação de Maconde
(Hancox et al., 2002). Flores & Noseda (1961) descobriram que as Camadas de Makonde são
não fossilíferas, exceptuando pequenos pedaços de madeira do tipo gimnospérmica silicificada.
O ambiente deposicional foi considerado continental a deltaico (Flores & Noseda, 1961).
Na Tanzânia, observou-se a formação equivalente intercalada com camadas calcárias marinhas
da idade Aptiana (Cretácico Inferior).
Mais recentemente, esta formação e a respectiva estratigrafia sequencial foram analisadas por
Hancox, Brandt & Edwards (2002).
* As descrições efectuadas por Brandt & Edwards (2002) basearam-se nas secções bem expostas
em torno da aldeia de Muage, a sudoeste de Macomia, onde se verificou que arenitos e
conglomerados com clastos com textura granular grosseira a muito grosseira com >150 m se
sobrepõem a argilitos carbonosos e micáceos.
**O respectivo ambiente depositário foi considerado um complexo de leques num cenário
lagunar marinho marginal com depósitos marinhos intercalados como consequência de dois
grandes episódios transgressivos, conforme indicado por zonas bioturbadas.
**A área de origem clástica encontrava-se a oeste e sudoeste com progradação do leque em
direcção a leste num clima semi-árido a árido (Hancox et al., 2002).

*A Formação de Macomia inclui arenitos quartzo-feldspáticos com textura granular grosseira a


fina com camadas conglomeráticas locais assentes sobre o gnaisse do soco Pré-Câmbrico. O
cimento varia de calcário a silicioso ou caulinítico.
*Na Tanzânia, considera-se que a formação equivalente possui ~300 m de espessura mas em
redor de Mueda estima-se que possua até 500 m de espessura.
*A Formação de Macomia, conforme exposta em torno das escarpas que se estendem desde
Mueda até Macomia, é normalmente uma sucessão de arenitos bege a avermelhados, com textura
granular grosseira a com clastos com interestratificações conglomeráticas.
*Afastada das secções de falésia, a Formação de Macomia encontra-se oculta sob solos arenosos
residuais e a Formação de Mikindani que cobre o planalto.
*No sopé da escarpa a oeste de Mueda, os blocos da Formação de Macomia assentam num cone
aluvial que se expande sobre a inconformidade com o soco Pré-Câmbrico.
*No entanto, em locais como, por exemplo, a sul de N’Gapa, a Formação de Macomia parece
sobrepor-se à Formação de N’Gapa.
*Na região sul do planalto a leste de Mueda, numa ravina (UTM 37S 588294, 8700092) perto de
Muatide, uma unidade com 1 m de espessura de arenitos com textura granular média a grosseira
e tom creme claro ocorre na base de uma secção dentro da formação. Lentes dispersas de
cascalho e de conglomerados de cascalho ocorrem nas bases de conjuntos com estratificação
cruzada acanalada com 10-40 cm de espessura. O cascalho é arredondado a sub-angular e com
cerca de 2 cm de comprimento, incluindo veios de quartzo, arenitos quartzosos com textura
granular grosseira, quartzo rosa, amarelo e laranja, cherte preto e silto-argilito caulinítico branco
e vermelho.
**A unidade de arenito sobrejacente tem cerca de 3 m de espessura com uma base
conglomerática a arenito branco com textura granular grosseira, passando a arenito rosa com
textura granular média moderadamente calibrado.
**Este é sobreposto por um silto-argilito arenoso, vermelho-tijolo a roxo, com cerca de 2 m de
espessura com uma base mosqueada a amarelo e branco.
**A parte superior deste argilito possui um mosqueado reticular esverdeado, tendo sido
provavelmente um paleossolo.
**É sobreposto por uma lente de arenito branco que engrossa de textura granular fina a média,
com uma base pronunciada e cimento caulinítico.
**Na parte superior desta unidade existe um arenito ondulado com textura granular fina sucedido
por arenitos com textura granular média mosqueados a vermelho-castanho na ravina.
*A Formação de Macomia perto de Muidumbe (UTM 37S 590164, 8692488) inclui um micro-
conglomerado suportado por clastos com 1 metro de espessura, sobretudo composto por cascalho
de quartzo de pequena dimensão.
*Perto de Madava (UTM 37S 590215, 8685444) encontra-se exposto um micro-conglomerado
semelhante.
*Nas escarpas a leste de Madava, um siltito de tom amarelo bege, com cerca de 80 cm de
espessura, encontra-se interestratificado com arenitos arcósicos, com clastos e textura granular
média e mosqueados a rosa.
*Nas secções de escavação por baixo da Formação de Mikindani, entre Mueda e Mocímboa da
Praia (UTM 37S 584677, 8719808 – 588217, 8719800), os arenitos e conglomerados de cascalho
interestratificados com uma matriz de arenito com textura granular média-grosseira pertencem à
Formação de Macomia. Os arenitos são geralmente meteorizados e friáveis em unidades
mosqueadas a vermelho, branco, amarelo ou roxo-castanho afinando-se em silto-argilitos
delgados. Os conglomerados tendem a ser pobremente calibrados, com até 2 m de espessura e
preenchem canais com uma base pronunciada. A maioria do cascalho consiste em veios de
quartzo, quartzito e feldspato com até 3 cm de comprimento, mas excepcionalmente com 6-20
cm de comprimento, incluindo calhaus de silto-argilitos cauliníticos rosados. As lentes maiores
de argilitos cauliníticos avermelhados, siltitos e arenitos com textura granular fina constituem
provavelmente o enchimento argiloso de canais. Os bancos de canais de arenitos de estratificação
cruzada acanalada, com textura granular grosseira a com clastos com coberturas de cascalho nas
bases das camadas estão interestratificados com arenitos com textura granular média, bem
calibrados e bem cimentados mosqueados a cinzento roxeado e branco. A estratificação cruzada
acanalada indica a presença de um paleofluxo para noroeste e leste. Alguns arenitos com textura
granular média possuem cimento caulinítico silicioso rosado mais duro como nos arenitos da
Formação de N’Gapa.
*Na escavação em (UTM 37S 588217, 8719800) os arenitos de estratificação cruzada acanalada
são interpretados como tendo paleofluxos a nordeste, leste-sudeste e su-sudoeste em
consequência de canais anastomosados.
*Uma secção na escarpa, a cerca de 25 km a leste de Mueda (UTM 37S 579424, 8725639 –
580416, 8725438), expõe uma sequência afinada no sentido ascendente de arenitos feldspáticos
com uma matriz de argila que suporta quartzo, feldspato e grãos opacos angulares e sub-
arredondados. O cascalho de quartzo com até 4 cm de diâmetro encontram-se dispersos no seio
dos arenitos. No meio da secção encontram-se blocos de cherte com brechas.
*Em torno da zona norte do planalto na folha 1139 Mueda, bons afloramentos da formação
encontram-se sobretudo confinadas a secções de falésia nas margens dos maiores vales do rio
que atravessam o planalto.
*Mais a sul na Bacia do Rovuma, na folha 1240 Quissanga-Pemba, a Formação de Macomia
parece ter uma falha em relação ao soco Pré-Câmbrico.
*Nas escarpas bem expostas perto de Muage (UTM 37S 623456, 8635734), arenitos com textura
granular grosseira a com clastos tendem a apresentar uma matriz argilosa clara parcialmente
derivada de feldspato meteorizado. Os grânulos e cascalho de quartzo dispersos são, geralmente,
sub-arredondados a sub-angulares e com até 4 cm de comprimento. O cascalho mais comum é o
veio de quartzo e quartzito, embora haja inúmeros feldspatos, normalmente brancos ou rosa, e
alguns clastos líticos provenientes do soco gnáissico, além de arenitos e clastos de argilitos
cauliníticos retrabalhados a partir de rochas sedimentares anteriores. Algumas das camadas
areníticas são relativamente maciças e possuem até 1 m de espessura, mas são comuns unidades
canalizadas e estratificações cruzadas acanaladas. Estes ocorrem em unidades de vários níveis
com mais de 10 m de espessura e existem coberturas de cascalho assentes nas bases dos canais.
*A Formação de Macomia também forma a colina a sudoeste de Macomia (UTM 37S 622277,
8645266) onde arenitos arcósicos beges e rosa contêm detritos de feldspatos avermelhados a
rosa, assim como clastos de arenito rosado com textura granular fina. Os arenitos de tom
vermelho-castanho, fracamente calibrados, com textura granular grosseira a com clastos estão
interestratificados com conglomerados de cascalho moderadamente calibrados, contendo quartzo
e clastos líticos sub-angulares a arredondados com até 5 cm de comprimento em afloramento
perto da estrada a sudoeste de Macomia (UTM 37S 621948, 8644780).
*A sudeste de Macomia, num leito do rio (UTM 37S 629368, 8634504) a leste da aldeia de
Nacate, siltitos e argilitos micáceos de tom cinzento-escuro estão interlaminados localmente e
incluem camadas negras ricas em nutrientes orgânicos com uma inclinação de até 8º a SO. Esta
fácies carbonosa invulgar é interpretada como tendo origem lacustre a lagunar e provavelmente
como fazendo parte da Formação de Macomia, uma vez que não foram encontrados quaisquer
indícios de fácies marinhas.
*A oeste de Macomia (UTM 37S 611925, 8646710) os arenitos meteorizados a bege, com
textura granular média a grosseira são imaturos e incluem lentes conglomeráticas. O cascalho
sub-arredondado a sub-angular, com até 6 cm de comprimento, inclui veios de quartzo, quartzito
e clastos lítico-miloníticos. Na escarpa, os arenitos com vários níveis e de estratificação cruzada
acanalada incluem algumas unidades de estratificação planar praticamente horizontais com mais
de 1,2 m de espessura, cuja granulação é bimodal. As interestratificações locais de arenitos mais
espessos contêm calhaus e blocos de arenito avermelhado com textura granular média a grosseira
com até 2 m de comprimento. Estas camadas massivas podem ter sido depositadas por fluxos de
detritos.

A Formação de Macomia é interpretada como sendo uma sequência proximal fluviátil de alta
energia depositada num sistema de canais anastomosados.
O paleofluxo global estende-se a leste e os detritos derivaram originalmente do soco Pré-
Câmbrico, embora grande parte dos sedimentos tenha sido penecontemporaneamente
retrabalhada pelo sistema fluvial.
A caulinização abrangente dos detritos de feldspato e a presença de clastos de argilitos
cauliníticos sugerem que o paleoclima era quente e húmido.
A influência marinha é menor, conforme indicado pela bioturbação dispersa e os foraminíferos
raros encontrados por Hancox et al. (2002).
A formação, geralmente, parece ser mais antiga do que a Formação de Pemba ou parcialmente
sua equivalente terrestre. Hancox et al. (2002) sugeriu uma idade Aptiana Superior-Albiana
Inferior para a Formação de Macomia, com base nos conjuntos palinomorfos terrestres
encontrados numa secção de afloramento próxima de Macomia.
As actuais atribuições de idades suportam a interpretação da Formação de Pemba e da Formação
de Macomia como sendo unidades aproximadamente equivalentes em termos temporais (NGU,
2007).

4.4.2.4. Formação de Pemba (CrPMml, CrPmss, PMsm)


(Camadas Marinhas do Cretácico Inferior)

Flores &Noseda (1961) descreveram boas secções a norte da Baía de Pemba (Porto Amelia)
como Camadas Marinhas do Cretácico Inferior.
O afloramento da Formação de Pemba na folha 1340 Mecufi está subjacente à totalidade da zona
oeste da Bacia do Rovuma sem qualquer indício de quaisquer sedimentos continentais
(Formação de Macomia).
Os contactos discordantes, assim como com falhas, com o soco Pré-Câmbrico encontram-se
expostos ao longo da margem ocidental da bacia. A largura do afloramento da Formação de
Pemba diminui, em direcção a sul, de ~20 km para ~10 km ao longo da extremidade sul da folha.

*Estes arenitos fossilíferos, que contêm quartzo, feldspato e mica em abundância, ocorrem em
unidades de estratificação cruzada ou de assentamento. A presença do bivalve Megatrigonia
schwarzi foi considerada característica da formação: foi interpretado como sendo Neocomiano
em termos de idade.
*Estimou-se que a passagem de um ambiente deltaico no sentido ocidental para a Formação de
Macomia continental e que, a leste, a zona mais recente da formação tinha uma influência mais
marinha, contendo inúmeros gastrópodes, bivalves e braquiópodes.
*Flores & Noseda (1961) salientam que parece existir uma sedimentação controlada por falhas
mais abundante a sul de Pemba em direcção aos afloramentos do rio Lúrio.
*Anteriormente, tinha sido atribuída a idade Aptiana- Albiana à Formação de Pemba com base
em megafósseis encontrados em afloramentos próximo de Pemba (Flores& Noseda, 1961). Estes
incluem os bivalves Megatrigonia schwarzi e Entolium orbiculare, assim como os amonites
Aptinanos Desmoceras falcistratum e Parahoplites corneuelli. A Formação de Pemba contém
belemnites comuns, incluindo Duvália grasiana, que, de acordo com Civitelli (1988), sugere
uma idade Barremiana-Aptiana.
*As amostras analisados pelos NGU (2007) em termos de palinologia confirmam a idade
Aptiana-Albiana para a unidade superior (por exemplo, unidade cartográfica CrPMsm) da
Formação de Pemba. É possível encontrar esporos retrabalhados mais antigos do Cretácico
Inferior (Hauteriviano-Barremiano) em arenitos turbidíticos da Formação de Pemba superior. Os
conjuntos palinológicos encontrados na unidade inferior da Formação de Pemba (unidade
cartográfica CrPMco) demonstram uma correlação com o Dinogodinium jurassicum Zona de
Helby et al. (1978) de idade Titoniana.
*A unidade inferior foi previamente cartografada como parte da Formação de Maconde.
Actualmente, considera-se como fazendo parte da Formação de Pemba, porque inclui litologias
comparáveis à Formação de Pemba e porque representa um ambiente depositário marinho.
*A faixa etária da Formação de Pemba enquadra-se na idade Titoniana a Albiana.
*Na margem ocidental da Bacia do Rovuma, a Formação parece conter várias quebras
depositárias importantes, mas estas não se encontram actualmente bem documentadas.

Esta formação está, geralmente, bem exposta, ora em inúmeras secções de cursos de água e rios,
ora sob a forma de afloramentos baixos de rochas. Um solo siltítico cinzento amarelado claro
separa cristas de arenitos e um solo arenoso castanho-rosado sobrepõe-se às cristas.
É impossível estimar a espessura da Formação de Pemba, devido aos ângulos de inclinação
muito reduzidos (para leste) que variam de horizontais até aproximadamente 15º (excepto depois
de falhas, onde os ângulos de inclinação podem acentuar-se até aproximadamente 25º).
*O afloramento da Formação de Pemba na folha 1340 Mecufi encontra-se por baixo da
totalidade da zona oeste da Bacia do Rovuma sem qualquer indício de quaisquer sedimentos
continentais (Formação de Macomia).
Os contactos discordantes, assim como com falhas, com o soco Pré-Câmbrico encontram-se
expostos ao longo da margem ocidental da bacia. A largura do afloramento da Formação de
Pemba diminui, em direcção a sul, de ~20 km para ~10 km ao longo da extremidade sul da folha.

É possível reconhecer uma estratigrafia interna tripartida a norte do Rio Lúrio, da seguinte
forma:

*Unidade Turbidítica Superior (de leste) (CrPMsm) de arenitos, argilitos e siltitos


interestratificados
*Unidade Central (Intermédia) (CrPMss) de arenitos laminados bem estratificados
*Unidade Basal (ocidental) (CrPMco) de arenitos de granosselecção negativa
interestratificados com argilitos e calcários

**A Unidade Basal (ocidental) (CrPMco) é composta por sedimentos proximais originários de
rochas graníticas adjacentes, mas os sedimentos foram depositados num ambiente marinho pois
contêm belemnites. O resto da formação também é marinha, com deposição rápida de águas
pouco profundas (com base na abundância de deformação de sedimentos moles e preservação de
fendas de retracção, deriva ondulatória e outras estruturas sedimentárias).
***No entanto, Moura (1974) and Mariani & others (1984) consideraram a sequência de arenitos
arcósicos cimentados em carbonato e de estratificação cruzada variável com lentes
conglomeráticas como sendo de origem fluviodeltaica. A unidade inferior foi previamente
cartografada no âmbito da Formação de Macomia. É agora considerada parte da Formação de
Pemba, devido à sua fauna marinha.
***A unidade Basal inclui arenitos feldspáticos com textura granular fina a grosseira, de cor
bege, bem cimentados e fortemente compactados com flocos de detritos de mica (biotite e
muscovite), assim como de quartzo e feldspato. Interestratificações de argilitos cinzentos e
calcários com textura granular fina encontram-se presentes em arenitos com camadas individuais
de até 1,5 m de espessura. As belemnites, assim como as tocas de vermes e caranguejos
encontram-se preservadas localmente. Também se encontram preservadas marcas de ondulação,
estratificações enroladas, estratificação cruzada planar de ângulo reduzido e estratificação
cruzada acanalada e fendas de retracção. As camadas de arenitos individuais, afinam-se no
sentido ascendente de bases conglomeráticas para topos de arenito de estratificação cruzada.
*** De acordo com Lonropet SARL (2000), um contacto discordante com o soco subjacente
encontra-se exposto em UTM 37S 646742, 8516670 e em UTM 37S 646452, 8516584, assim
como em vários locais a oeste deste ponto (por exemplo, em UTM 37S 646246, 8516647). Isto
sugeriria um contacto ondulante com sedimentos da Formação de Pemba depositados em
orifícios naturais na superfície do soco que podem ser ou não controlados por falhas. No entanto,
a margem ocidental linear muito vincada da Bacia do Rovuma indica que tem de haver um
controlo global por uma falha orientada a nor-noroeste. É possível que a falha que delimita
tivesse formado uma característica de escarpa que originariamente se estendia para leste da
margem actual da bacia. A erosão posterior da escarpa da falha conduziu ao recuo desta escarpa
para oeste com material escavado a cobrir os vestígios da falha principal. Os conglomerados
ocidentais contêm cascalho arredondado de veios de quartzo, clastos graníticos angulares até um
tamanho de blocos e clastos de siltitos angulares numa matriz arcósica com textura granular
grosseira com interestratificações de arenitos.
**A Unidade Central (Intermédia) (CrPMss) é composta por uma sequência de
granosselecção negativa de arenitos feldspáticos laminados em camadas com 0, 1- 1 m de
espessura. Os arenitos são, geralmente, laminados e conglomeráticos localmente. Nos arenitos
ocorrem detritos de mica e, menos frequentemente, de granada. Belemnites, fragmentos de
conchas e tocas de vermes estão preservados localmente, assim como cavidades circulares e
montículos sobre superfícies meteorizadas com até 1 m de diâmetro.
***Esta unidade parece desaparecer a sul do rio Lúrio, onde a sequência turbidítica se sobrepõe
directamente aos arenitos e conglomerados basais de granosselecção negativa.
**A Unidade Turbidítica (oriental) Superior (CrPMsm) encontra-se exposta em pequenas
secções de cursos de água com vários metros de espessura e inclui uma sequência turbidítica de
afinação no sentido ascendente de arenitos, siltitos e argilitos físseis finamente estratificados e de
conglomerados menos comuns. As camadas de siltitos individuais estão gradadas com bases de
arenitos com textura granular fina. Os arenitos são sobretudo feldspáticos e contêm detritos de
flocos de muscovite, vestígios de material orgânico negro com argila e/ou cimento de carbonato.
Os conglomerados contêm cascalho de rocha do soco, assim como cascalho de veios de quartzo e
flocos de argilito. O cascalho imbricado indica correntes direccionadas a 60°. Lonropet SARL
(2000) descreve concreções de carbonato. As camadas de cascalho contêm cascalho de veios de
quartzo, cascalho lítico derivado do soco granítico, assim como flocos de argilitos. São
comummente observáveis estratificações enroladas, clastos estriados, fendas de retracção,
estruturas de deriva ondulatória e estratificação cruzada. As tocas de vermes e caranguejos são
comuns e há fósseis de belemnite isolados. Algumas camadas de arenito são completamente
compostas por quartzo (UTM 37S 659774, 8497419). As formas das camadas são, geralmente,
ondulatórias. A sul do Rio Lúrio, encontra-se uma unidade superior com cristas discretas de
arenitos espessamente estratificados separados por zonas planas não expostas com um solo
siltítico castanho sem brilho. Estes arenitos geralmente contêm detritos de muscovite.
*Na área de Mecufi, a formação possui um contacto superior de transição em que camadas
discretas de arenito continuam de forma ascendente desde a Formação de Pemba até margas da
Formação de Mifume sobrejacente (visto na transversal entre UTM 37S 659876, 8541325
(Formação de Pemba) e UTM 37S 664476, 8544486 (Formação de Mifume).
*Mais a norte, na folha 1240 Quissinga-Pemba, não foi possível estabelecer a divisão tripartida
da formação devido à falta de afloramento. São comuns arenitos meteorizados a bege,
bioturbados e bem calibrados e com textura granular média típicos da Formação de Pemba.
Grande parte do afloramento perto da superfície é friável, mas nos locais em que os arenitos são
cimentados com calcite a rocha é dura.
*Ao longo da estrada de Nacate para Bilibiza, a Formação de Pemba varia desde uma
sequência de arenitos mosqueados de cinzento claro a vermelho e com textura granular média a
grosseira com tocas preenchidas com argila e fragmentos raros de conchas (UTM 37S 631406,
8617432) a arenitos com estratificação cruzada acanalada, beges amarelados e com textura
granular média (UTM 37S 642048, 8612818).
**Os arenitos contêm clastos de lama de tom verde azeitona dispersos e grânulos e cascalho de
quartzo localizados.
**A leste de Bilibiza, uma interestratificação de pequenos conglomerados de cascalho possui até
1,5 m de espessura (UTM 37S 640027, 8611032).
**Algumas das camadas clásticas mais grosseiras contêm quartzo, feldspato, argilitos
cauliníticos e clastos líticos de proveniência semelhante à Formação de Macomia. Estas
interestratificações podem, em parte, ser semelhantes em termos de idade e fácies à Formação de
Macomia (por exemplo, em UTM 37S 633262, 8616754) mas, devido à associação com as fácies
marinhas, estas camadas encontram-se todas cartografadas como Formação de Macomia. Com
uma exposição menos comum encontram-se os argilitos e siltitos bandados e interlaminados.
***Numa localidade (UTM 37S 646352, 8616066) mais de 70 cm de argilito, incluindo camadas
de siltitos delgados ondulados, estendem-se sob uma unidade de arenito estratificada em
paralelo, com textura granular fina a média e até 20 cm de espessura.
*Perto do Instituto Agrário de Bilibiza (UTM 37S 637409, 8611220), o calcário bioclástico
com conchas, verde-bege a esbranquiçado encontra-se intercalado no seio da Formação de
Pemba. As camadas de calcário com textura granular grosseira cimentadas em calcite e
parcialmente com espato, com até 50 cm de espessura, provavelmente formaram biohermes num
ambiente marinho pouco profundo.
*Na berma da estrada a sul de Quissanga (UTM 37S 649663, 8566716) encontram-se expostos
arenitos meteorizados a castanho, cimentados e calcários típicos da Formação de Pemba. Os
arenitos com clastos e camadas conglomeráticas intercaladas (UTM 37S 645686, 8575070)
contêm cascalho arredondado a sub-arredondado, com até 7 cm de comprimento, de argilito, veio
de quartzo, pórfiro de feldspato potássico grosseiro, granito gráfico, quartzito, gnaisse quartzo-
feldspático com textura granular fina e milonito. O conglomerado é suportados por clastos,
fracamente estratificado e imbricado.
*Os arenitos calco-cimentados interestratificados com textura granular fina e média-grosseira, de
tom cinzento claro ao longo da estrada a sul de Quissanga (UTM 37S 652504, 8582008)
contêm tocas verticais de vermes, fragmentos de conchas de bivalves e lentes com conchas.
Junto a um caminho para a aldeia de Nagoto (em UTM 37S 652430, 8597138), os arenitos
brancos, com textura granular fina, calco-cimentados e localmente com conchas possuem uma
laminação paralela interrompida por tocas verticais e alguns caminhos horizontais directos.
*Na estrada a sul de Mahate, (UTM 37S 654315, 8605248) encontra-se exposto argilito
interlaminado de tom cinzento claro e escuro e silto-argilito por baixo de arenito finamente
estratificado, duro, com textura granular fina e cimentado em óxido de ferro.
*Mais a sul, o óxido de ferro amarelo-castanho de estratificação média e os arenitos com
carbonato com textura granular fina e média são geralmente meteorizados de forma cariada e
contêm localmente concreções arredondadas ricas em óxido de ferro (UTM 37S 654338,
8604490). As interestratificações delgadas de silto-argilito cinzento-bege claro e siltitos
apresentam um ângulo de inclinação de 10º a ENE em UTM 37S 654303, 8604764 (NGU,
2007).

4.4.2.5. Formação de Mifume (CrMf)


(Margas Globotruncana, Flores & Noseda, 1961)

Considera-se que as margas Globotruncana de Flores & Noseda (1961) têm uma idade do
Cretácico Superior, devido ao seu teor de microfósseis desta Formação.
A Formação de Mifume contém foraminíferos abundantes do género Globotruncana (G. arca, G.
ventricosa, e G. falsostuarti) apontando para a idade do Campaniano Médio e Maastrichtiano
Médio (Civitelli, 1988).
Uma amostra (NGU, 2007) de perto de Pemba revelou um conjunto de cistos dinoflagelados
abundantes da idade Campaniana Superior.

*Estas margas de tom acinzentado foram descritas como gipsíferas e como contendo geralmente
concreções de carbonato. Esta formação tem cerca de 200 m de espessura a oeste de Pemba
(Flores & Noseda, 1961), mas é extensamente sobreposta por sedimentos Terciários a sul do
afastamento para norte 8535000 (Civitelli & Mariani, 1984).
**Sedimentos mais recentes sobrepõem-se directamente aos estratos da Formação de Pemba a
sul desta latitude. As principais litologias são os arenitos carbonatados e as margas.
As margas são fortemente bioturbadas e preservam tocas de vermes.
Os arenitos ocorrem em camadas com até 70 cm de espessura, com uma granosselecção
negativa numa secção a partir de UTM 37S 664476, 8544486 to 659876, 8541325 (base) onde
estão interestratificados com margas.
***Estes contêm localmente flocos de argilito, assim como detritos de granada. As laminações
internas definem a estratificação cruzada acanalada.
*No lado oeste da península de Pemba, encontra-se exposta uma sucessão distinta de argilitos ou
margas calcários cinzento-azeitona a cinzento claro. Na sua base, próximo de UTM 37S 664869,
8554534, os argilitos carbonatados de cor cinzenta-castanha clara encontram-se
interestratificados com camadas de arenito de textura granular fina bem cimentadas e escavadas
com 1-3 cm de espessura.
*No lado sul de uma grande ravina em Pemba (em UTM 37S 664509, 8565632) 2-3 m de
margas encontram-se fracamente estratificados horizontalmente e interrompidos por veios
delgados de gesso fibroso e fracturas revestidas com óxidos de ferro castanhos. Foram recolhidas
amostras para análise palinológica. Oito metros abaixo, na ravina, a marga xistosa cinzenta clara
é localmente silítica e existe uma eflorescência de gesso branco nas superfícies de união.
*Mais a norte, numa face erodida da falésia (UTM 37S 663852, 8565328) uma camada mais
razoável de siltito arenoso com textura granular fina e tom cinzento mais claro, com cerca de 1 m
de espessura encontra-se interestratificada com marga cinzenta. Próximo do topo da falésia, a
sucessão de marga é sobreposta, em discordância, por arenito com clastos escavado de tom
vermelho-castanho e branco pertencente à Formação de Mikindani.
*Em UTM 37S 649648, 8664952 a sul da estrada para Mucojo, o afloramento de mais de 1,5 m
de argilito siltítico meteorizado e mosqueado de verde azeitona a castanho amarelado com
interestratificações menores de arenito cinzento-verde claro com textura granular fino pode
pertencer a esta formação, pois parece estender-se, em discordância, por baixo de cerca de 1 m
de conglomerado de cascalho pobremente calibrado, na base de arenitos rosa-castanhos
pertencentes à Formação de Mikindani (NGU, 2007).

4.4.2.6. Formação de Alto Jingone (TeAj)


(Formação de Quissirua-Repa, Moura 1974)

A Formação de Alto Jingone (TeAj) corresponde à Formação de Quissirua-Repa de Moura


(1974)
Os calcários, calco-arenitos e margas sobrejacentes arenosos de tom bege a castanho claro do
período Terciário Inferior, assim como os xistos siltíticos expostos a sudoeste de Pemba foram
descritos por Flores & Noseda (1961). O elevado teor fóssil no calcário sugeriu uma idade entre
o Paleocénico e o Eocénico Inferior, ao passo que os fósseis nas margas sobrejacentes indicaram
uma idade do Eocénico Inferior.
A Formação de Alto Jingone foi depositada adjacente a recifes num ambiente marinho aberto. A
fauna abundante com bivalves, gastrópodes e nautilóides, incluindo Hercoglossa danica comum,
sugere uma idade do Paleocénico para a formação (Civitelli, 1988). No entanto, a parte superior
parece prolongar-se no Eocénico (conforme sugerido pela entrada de foraminíferos de maior
dimensão)
A Formação de Alto Jingone recebeu este nome devido à localidade a sul de Pemba e inclui
calcários bioclásticos e arenitos com margas. Esta zona tem 50-100 m de espessura.
*No lado ocidental da estrada principal para Pemba (UTM 37S 664505, 8565688) uma pequena
pedreira expõe até 2 m de calcário esbranquiçado, bioclástico espático a micrítico, formando
nódulos irregulares até 30 cm transversais numa matriz de argilito verde-azeitona.
*Mais para oeste (UTM 37S 663852, 8565328), na face de uma falésia, calcários meteorizados
cariados, em camadas de ~15-40 cm de espessura, apresentam um ângulo de inclinação de 14° a
SO. As camadas compreendem cascalho e bioclastos calcários dispersos numa matriz de calcite
espática com textura granular fina. São característicos os clastos e colónias de corais, estando
também presentes pequenos clastos de calcário branco com espato e quartzo.
*Margas com interestratificações de calcário gipsífero estão bem expostas em várias pequenas
pedreiras próximo de Pemba. Os calcários ocorrem em camadas com espessuras que podem
atingir os 50 m e aumentam em abundância no sentido descendente através das margas.
**Os arenitos são finamente estratificados, fortemente bioturbados com tocas de verme
abundantes e interrompidos por vénulas de calcite. Estes afloramentos podem ser detectados até
cerca de 20 km a sul de Pemba, na folha 1340 Mecufi.
*Na folha 1240 Quissinga-Pemba, a formação está também exposta ao longo da estrada de
Macomia para Mucojo onde há várias escavações e pequenas pedreiras. Na área de Mucojo, o
calcário geralmente continha Numulites, embora não fosse reconhecida qualquer unidade de
marga superior separada (comparar Moura, 1974) possivelmente devido à falta afloramento.
*O indício mais para sudoeste da formação é o pequeno montículo com blocos de calcário
bioclástico de cor creme e com textura granular média e siltitos calcários meteorizados a amarelo
em UTM 37S 642257, 8662978.
*Para nordeste, em UTM 37S 642651, 8663072, existem também blocos de arenito carbonatado
de cor rosa e creme, com textura granular média e grosseira, bioturbado localmente e calcário
com espato, de cor creme, com textura granular média e foraminíferos.
*Ao lado da estrada principal (UTM 37S 643569, 8663302) pequenas pedreiras numa crista a
nordeste produzem calcário com textura granular média, de tom esbranquiçado a creme,
parcialmente com espato contendo Numulites (Foraminíferos do Paleocénico-Eocénico).
Também estão presentes clastos de argilito amarelo-castanho dispersos e pequenos fragmentos
de conchas quebradas. Interestratificados com os calcários estão arenitos carbonatados com
textura granular média, razoavelmente bem calibrados que se apresentam localmente com textura
granular grosseira e fossilíferos. Alguns dos arenitos contêm inúmeros detritos de clastos de
feldspato vermelhos.
*Mais para nordeste na estrada de Mucojo, blocos in situ de calcários arenosos de cor creme
incluem clastos de quartzo e clastos de lama amarelados, com cerca de 5 cm de comprimento
alinhados e imbricados na estratificação.
*Em UTM 37S 643612, 8663314, numa barreira de estrada numa crista com orientação norte-
sul, o calcário arenoso bioclástico de cor creme, em camadas de 50-80 cm de espessura,
apresenta um ângulo de inclinação reduzido para oeste, possivelmente devido a falhas. Na base
desta secção, um silto-argilito acinzentado com nódulos calcários encontra-se sobreposto pelos
calcários arenosos que contêm clastos de lama de tom verde-azeitona a amarelo-castanho,
ligeiramente arredondados e com até 5 cm de comprimento. A camada superior apresenta uma
textura granular grosseira com grãos de quartzo evidentes e foraminíferos.
*Uma barreira de estrada em UTM 37S 644147, 8663468 expõe 3 m de calcários
interestratificados com textura granular fina e espato e de cor creme e arenitos carbonatados com
textura granular fina e 10 a 30 cm de espessura.
**Os calcários contêm conchas e são bioclásticos com alguns clastos de lama em camadas
frontais emergentes de estratificação cruzada. Nos planos de estratificação estendem-se inúmeros
Numulites com tubos de vermes horizontais preenchidos por areia. Outros tubos de verme são
praticamente verticais.
**Na zona ocidental da secção, estratigraficamente por baixo dos calcários, um silto-argilito de
tom verde-azeitona apresenta um ângulo de inclinação de 5º a SE por cima de um arenito de com
estratificação e textura granular fina de tom bege claro.
*Na barreira de estrada em UTM 37S 644572, 8663584, uma secção, cuja espessura pode atingir
os 4 m, de calcário bioclástico com estratificação maciça a pedregosa, localmente com cavidades
revestidas de calcite, encontra-se intercalada com arenito carbonatado de tom bege claro e com
textura granular fina. As camadas de arenito, com uma espessura entre 5 e 15 cm, apresentam um
ângulo de inclinação de 15º a NNE.
*Na estrada a sul de Quissanga, inúmeros fragmentos, aproximadamente in situ, de calcário
bioclástico de cor esbranquiçada a bege, com textura granular grosseira, incluem clastos de
micrito, arenito com textura granular grosseira e conchas. A rocha está bem cimentada e é
razoavelmente maciça. Existem também alguns fragmentos de arenito com textura granular
média e calcário nodular micrítico de cor bege rosada e com cavidades.
*Na periferia sul de Quissanga (UTM 37S 661064, 8625054), inúmeros blocos de calcário
grosseiro conglomerático com clastos incluem uma grande quantidade de cascalho de forma sub-
arredondada a sub-angular com veios de quartzo e cascalho de calcário micrítico e fragmentos de
conchas num cimento carbonatado.
**O conglomerado de calcário com estratificação pedregosa, de cor bege, com mais de 1 m,
exposto numa pequena pedreira a leste de Quissanga, é principalmente constituído por clastos
micríticos.
*No norte de Quissanga (UTM 37S 663100, 8626818), estratigraficamente abaixo do maciço
isolado da Formação de Quissanga, os blocos de calcário conglomerático de cor bege a creme
contêm clastos dispersos de quartzo e conchas.
*A norte, a Formação de Alto Jingone encontra-se coberta por areias soltas de tom cinzento
bege, provenientes da planície costeira.
*É possível detectar um afloramento, a sul na folha 1340 Mecufi, com uma extensão de ~20 km
através da aldeia de Simuco onde estão expostos arenitos e calcários de grandes dimensões. Os
calcários são conglomeráticos com clastos de corais, fragmentos de conchas e cascalho
arredondado de quartzo em cimento de calcite. Há também recifes de coral que formam
localmente falésias costeiras com alturas que podem atingir os 10 m (por exemplo, em UTM 37S
674273, 8453879). Os arenitos são rochas bem calibradas, meteorizadas a castanho-mel com
cimento de calcite. Os flocos detríticos de muscovite estão alinhados sobre superfícies de
estratificação e têm presentes localmente grãos de detríticos de granada. A espessura das
camadas varia até cerca de 1 m (NGU, 2007).

4.4.2.7. Formação de Quissanga (TeQs)


(Formação de Sancul/Cogune)

A parte inferior da formação contém foraminíferos de maiores dimensões (Numulites spp. e


Discocyclina sella com idade do Eocénico Médio.
A parte superior da formação inclui calcoarenitos com textura granular grosseira que contêm o
conjunto de Nummulites intermedius-Eulepidina da idade do Oligoceno.

Estimou-se que a Formação de Sancul/Cogune (Flores & Noseda, 1961) tinha ~30 m de
espessura e dizia-se que estava disposta, em discordância, sobre a Formação de Quissirua/Repa
(Civitelli & Mariani, 1984).
A Formação de Quissanga compreende uma unidade inferior de arenito coberta por calcário
recifal a micrítico.
O nome da nova formação adveio da cidade costeira 60 Km a norte de Pemba.

*Um arenito de tom branco distinto, bem calibrado e com textura granular média e com cimento
caulinítico encontra-se exposto 250 m a norte de Quissanga (UTM 37S 661472, 8625208) e
considera-se que constitui a parte inferior da formação. O arenito é relativamente maciço mas
parece ter um ligeiro ângulo de inclinação por baixo de calcários conglomeráticos e micríticos
que se considera que formem a parte superior da Formação de Quissanga.
*Na estrada a norte de Quissanga (UTM 37S 661677 8625418), os clastos de calcário micrítico
com textura granular fina estão inseridos numa matriz de arenito e existem também algumas
camadas de calcário micrítico mais maciço com conchas e uma superfície cársica meteorizada.
*Considera-se que os calcários arenosos laminados extraídos a sul de Pemba em UTM 37S
666908 8554347 façam parte da formação. Tocas de verme abundantes encontram-se
preservadas em flagstones com até 50 cm de espessura. A Pedreira de Argila de Pemba
abandonada trabalhou argilas mosqueadas a castanho e cinzento claro com grão de silte
(interrompidas por vénulas de calcite) subjacentes à areia da Formação de Mikindani. As argilas
apresentam uma espessura total de cerca de 30 m.
*Mais a sul, na secção mais a sudeste da área do projecto existe um pavimento rochoso superior,
de topo plano, cuja altura pode atingir os 2 m, dentro e à volta da aldeia de Simuco, tendo
subjacente calcário coralífero. Calcários finamente estratificados localmente meteorizados para
formar uma topografia cársica moderada. Os corais isolados aderem a afloramentos de arenito
próximo da aldeia de Namuala. Estes corais poderão fazer parte da Formação de Quissanga,
embora não seja possível comprovar este facto. Estes encontram-se fixos a arenitos desde a base
até ao topo da colina de arenito em UTM 37S 670774, 8465139 (NGU, 2007).

4.4.2.8. Formação de Chinda (TeQs)


(Parte da antiga Formação de Quissisua/Repa, Salman & Abdula, 1992)

A Formação de Chinda estende-se para norte desde Chinda na folha de Mocímboa da Praia até
ao vale do Rio Sinheu, onde afloramentos de arenitos cauliníticos remexidos com textura
granular média e cor cinzenta clara se estendem por baixo da cascalheira com clastos (NGU,
2007).

*Esta formação inclui arenitos caulinizados espessos, duros, de cor esbranquiçada a cinzento
claro, sobretudo com textura granular média que estão, geralmente, remexidos e contêm clastos
de argilitos cauliníticos e enchimento de espaços vazios.
Esta sucessão mais dura normalmente forma uma escarpa como, por exemplo, a vista a sul e leste
de Chinda, sobrepondo-se a arenitos e siltitos mais macios, fina a medianamente estratificados e
com grão fino.
Estas litologias características foram separadas como a Formação de Chinda na Folha de
Mocímboa da Praia e estendem-se a ocidente sobre a folha 1139 Mueda.
A base da formação não está exposta: encontra-se coberta por areias do Plistocénico a Recentes.
A formação parece estar consistentemente coberta pela Formação de Mikindani e pode ser
parcialmente equivalente em termos de idade à Formação de Quissinga, embora não haja indícios
concretos de fósseis.
*Em UTM 37S 612542, 8724990, ao longo da estrada principal para Macomia, a norte do Rio
Nango, o arenito caulinítico consolidado de tom cinzento claro contém manchas/clastos de
argilitos cauliníticos cinzentos mais claros.
*Um corte na escarpa a sul de Chinda (UTM 37S 614129, 8719206) expõe arenitos cauliníticos
com textura granular média, bem cimentados e cinzentos-claros com grãos de quartzo dispersos
com até 1 mm de secção transversal. As cavidades no arenito encontram-se parcialmente
preenchidas por caulino branco e algumas camadas estão bioturbadas com inúmeros vazios
verticais. Os arenitos cauliníticos reduzem-se a arenitos com textura granular fina a média e a
siltitos interestratificados de tom bege a esbranquiçado (em UTM 37S 614170, 8719130) com
arenito branco remexido com textura granular média por baixo. Na encosta a oeste, afloram
arenitos com textura granular grosseira e estratificação cruzada.
*A leste de Chinda, a sul da estrada para Mbau, uma ravina parcialmente extraída (UTM 37S
615478, 8719064) atravessa arenito caulinítico bege a cinzento muito claro com clastos de
argilitos cauliníticos claros e pequenas cavidades. O arenito apresenta uma textura granular fina a
média, está bem cimentado e contém algum enchimento de tom amarelado de óxido de ferro
entre clastos de arenito com textura granular fina numa textura peletoidal. São comuns tocas
estreitas e detectam-se lentes raras com cascalho de quartzo com até 1 cm de comprimento. Por
baixo deste arenito caulinítico duro, existe um arenito pedregoso friável com textura granular
média e tom cinzento médio.
*A partir da estrada para Mbau, uma linha transversal (UTM 37S 623836, 8711238 – 6236332,
8709444) cruza para sul para uma linha de falésia maior, com início nos arenitos cariados,
praticamente horizontais e meteorizados a bege-cinzento. Estes apresentam, geralmente, uma
textura granular fina a média, com grãos grosseiros dispersos e grânulos numa matriz caulinítica.
Os arenitos apresentam-se remexidos localmente e finamente estratificados ou com estratificação
cruzada.
*Mais a sul, sobre a linha transversal, os arenitos mosqueados a vermelho e bege, com textura
granular média a grosseira e clastos contêm sobretudo clastos de quartzo sub-angulares. Os
feldspatos meteorizados são subordinados e existem manchas castanhas ricas em óxido de ferro.
Perto do topo da falésia, os arenitos caulinizados duros encontram-se remexidos e localmente
possuem uma natureza cariada peletoidal. As camadas têm até 80 cm de espessura e a caulinite
pode ter substituído o carbonato a julgar pelo seu carácter cariado. Imediatamente abaixo do topo
da falésia (em UTM 37S 623632, 8709444) os detritos no talude sugerem a existência de siltitos
pedregosos meteorizados a cinzento-caqui imediatamente abaixo da superfície.
*Uma secção de referência para a Formação de Chinda ocorre abaixo da escarpa que forma a
extremidade mais a norte da planície de inundação do Rio Messalo desde UTM 37S 638795,
8709305 a 639256, 8708597. Existe uma sequência, com aproximadamente 30 m de espessura,
de arenitos com clastos, esbranquiçados, fracamente cimentados e calibrados e com textura
granular média com a superfície picada e meteorizada devido à remoção de cascalho de quartzo.
São comuns moldes e tocas de verme e os arenitos meteorizam-se deixando uma superfície
alveolar que é localmente manchada com tom roxo-laranja devido à meteorização de silicatos
ferruginosos. Os arenitos são suportados por uma matriz com grãos de quartzo sub-arredondados
a angulares numa matriz rica em argila. O cascalho de quartzo está concentrado em camadas
sobretudo confinadas ao terço inferior da secção onde aumentam de tamanho no sentido
descendente, até cerca de 15 cm de diâmetro. É comum a substituição secundária por caulino
(NGU, 2007).

4.4.2.9. Formação de Mikindani (TeK)


(Camadas de Mikindani)

As Camadas de Mikindani (Bornhardt, 1900) têm a sua zona-tipo na Tanzânia e foram descritos
em Moçambique, por Flores & Noseda (1961), arenitos equivalentes de cor castanha
avermelhada com conglomerados subordinados.
Foi salientado que os estratos eram semelhantes às Camadas de Makonde (Formação de
Macomia) mas menos consolidados. Estima-se que tenham uma espessura de 60-90 metros. Não
foram encontrados quaisquer fósseis para datar os depósitos mas, na Tanzânia, pareciam
sobrepor-se a depósitos marinhos do Terciário Superior e considera-se que pertençam à idade do
Miocénico-Pliocénico.
Bornhardt (1900) interpretou a Formação de Mikindani como marinha.
Flores & Noseda (1960) interpretam-na como fluviátil a deltaica, ao passo que Flores & Noseda
(1961) a interpretam como sendo de origem fluviátil.
Estas têm cerca de 100 m de espessura próximo de Mocímboa da Praia, onde foram interpretados
como marinho-litorais (BRGM, 1982).
Não foram recuperados quaisquer fósseis que permitissem diagnosticar a idade da Formação de
Mikindani, mas pode ser atribuída uma idade geral do Miocénico-Pliocénico uma vez que é
posterior aos depósitos do Oligocénico da Formação de Quissanga superior.
Partindo do pressuposto de que a formação está geneticamente associada ao desenvolvimento do
Complexo Deltaico de Rovuma, é provável que toda a formação date do Miocénico.

*Os arenitos tipicamente de tom vermelho-castanho, fracamente calibrados e com textura


granular média a grosseira são razoavelmente maciços e tendem a não apresentar estratificação,
sobretudo devido ao retrabalho abrangente do sedimento por organismos de escavação (por
exemplo, Thalassinoides), cujos vestígios se podem avistar em secções bem expostas. Por esse
motivo, grande parte do depósito é considerado como marinho raso ou estuarino. Os pequenos
conglomerados de cascalho são descontínuos e ocorrem sobretudo perto da base do depósito.
*Em qualquer outra parte, o cascalho e grânulos de quartzo dispersos estão assentes em
coberturas dispersas. Os arenitos, normalmente, possuem um componente de areia com textura
granular fina a muito fina e óxidos de ferro e minerais de argila como cimento fraco. Os siltitos
de tom cinzento claro e os silto-argilitos ocorrem sob a forma de interestratificações raras e
descontínuas.
*Em localidades essenciais como, por exemplo, a pedreira a norte da casa do Governador em
Nangade (UTM 37S 573136 8775873) e falésias a cerca de 20 Km a sul de Nangade, a base da
Formação de Mikindani é um conglomerado com clastos distinto, neste caso sobrepondo, em
excessiva inconformidade, a Formação de Macomia.
*Em UTM 37S 649648 8664952 na folha Pemba-Quissinga, numa ravina profunda a sul da
estrada para Mucojo, > 3 m de arenito de tom rosa-castanho, fracamente calibrado e com textura
granular média a grosseira sobrepõe-se a ~1 m de conglomerado de grânulos a cascalho de
quartzo fracamente estratificado e parcialmente calibrado. Esta parece ser uma camada basal
sobreposta a silto-argilito espesso (Formação de Mifume?).
*Mais a nordeste na estrada de Mucojo (UTM 37S 650277 8664978), existe uma secção bem
exposta em que arenitos vermelho-castanho se sobrepõem a arenitos esbranquiçados com textura
granular média a grosseira e interestratificações de conglomerado e argilito arenoso. Muitas das
camadas encontram-se escavadas e preenchidas com argilito arenoso cinzento claro. Também
estão presentes unidades de arenito com estratificação cruzada. Numa ravina, cerca de 250 m
mais a oeste, canais de arenito com clastos refinam em arenito escavado com textura granular
fina a média.
*No planalto a leste de Mueda, a Formação de Mikindani sobrepõe-se em discordância à
Formação de Macomia. Os estratos da Formação de Mikindani afloram nas barreiras de estrada a
leste de Mueda, na principal estrada para Mocímboa da Praia, e incluem arenitos fracamente
calibrados e estratificados, razoavelmente homogéneos, com textura granular média e tom
castanho avermelhado a castanho rosado com clastos de quartzo grosseiro dispersos,
arredondados a sub-angulares.
*Os melhores afloramentos de arenitos e areia da Formação de Mikindani, na folha 1140
Mocímboa da Praia ocorrem sob a forma de escarpas ao longo dos topos de vales incisos.
Variavelmente, os arenitos contêm clastos e concentrações de cascalho arredondado de veios de
quartzo encontrados localmente no preenchimento de canais. As camadas de conglomerado de
cascalho de quartzo são geralmente estratificadas com camadas ricas em cascalho de quartzo,
assim como camadas suportadas por matriz (grãos de quartzo com argila). Os arenitos são
geralmente bioturbados, localmente com tocas de verme preservadas. Estes são variavelmente
ferruginosos e, em casos extremos, possuem cimento ferruginoso (para formar "ferricretos"). Nas
restantes partes, o cimento consiste em argila e/ou carbonato. As camadas individuais têm até
cerca de 1,5 m de espessura e são normalmente onduladas.
*Também podem ser definidas secções de referência nas falésias em ambos os lados da enseada
de Mocímboa da Praia. As falésias mais a norte, entre UTM 37S 648593, 8747632 e 647561,
8748134, são compostas por arenitos canalizados bem estratificados, incluindo unidades
unidireccionais de estratificação cruzada e camadas de argilito.
**Nos topos da falésia a norte da residencial Chez Natalie, areia média de tom castanho-
vermelho com grãos e cascalho grosseiros dispersos sobrepõe-se a arenitos mosqueados a
amarelo, laranja e roxo localmente escavados e com estratificação cruzada.
*Areias vermelhas formam uma segunda grande fácies da Formação de Mikindani. Estas areias
são fortemente bioturbadas e, em casos extremos, tornam-se amorfas devido ao retrabalho
intenso. Uma secção de referência para as areias é a grande pedreira a sul de Pemba, em UTM
37S 664961, 8554723, onde as faces trabalhadas têm mais de 15 m de altura. As areias carecem
de qualquer estrutura interna (possivelmente devido a bioturbação completa) excepto em
camadas basais onde se encontram preservadas tocas de verme.
*Os afloramentos dos estratos da Formação de Mikindani na folha 1040 Palma ocorrem ao longo
da escarpa baixa que define a margem sul da planície de inundação do Rio Rovuma. Os arenitos
com clastos de tom cinzento claro a branco, com textura granular média a grosseira estão
expostos em ravinas e sob a forma de pavimentos de rocha ao longo da escarpa (por exemplo, em
UTM 37S 610448, 8803347). Os arenitos encontram-se pobremente calibrados com grãos de
quartzo angulares e sub-arredondados, com até cerca de 3 mm de diâmetro, suportados numa
matriz de argila. O cascalho de quartzo de veio arredondado distribuído erraticamente tem até 4
cm de diâmetro.
*A oeste de Palma uma ravina lateral íngreme (UTM 37S 656568, 8809766) atravessa uma
secção de 6-10 m de arenito tipicamente vermelho-castanho, fracamente calibrado e com textura
granular média a grosseira, que geralmente carece de estratificação, para um conglomerado com
clastos bege claro-cinzento com cerca de 1,1 m de espessura. O conglomerado possui uma base
afiada que se sobrepõe a 45 cm de arenito mosqueado a vermelho, cinzento e castanho, com
textura granular média e com clastos de argilito dispersos e cascalho de quartzo. Este sobrepõe-
se a uma camada com até 1 m de espessura de argilito caulinítico cinzento, que é fracamente
estratificado e com laminação colorida, cinzento claro e esbranquiçado. Aqui, a estratificação
tem um ângulo de inclinação de 4º a ESE e foi recolhida uma amostra de argilito para análise
palinológica. Esta camada sobrepõe-se a cerca de 1 m de arenito friável mosqueado a amarelo e
cinzento com uma camada de conglomerado de cascalho com cerca de 70 cm de espessura
abaixo, contendo sobretudo cascalho de quartzo e quartzito, de pequena dimensão, arredondado a
sub-arredondado, mas também alguns clastos de argilito cauliníticos arenosos. Por baixo,
encontra-se um silto-argilito arenoso verde-azeitona. Considera-se que todas estas camadas
pertençam à Formação de Mikindani, pois passam lateralmente para este a arenitos vermelhos, e
localmente mosqueados a cinzento claro, com textura granular média a grosseira e com lentes de
conglomerado de cascalho suportado pela matriz.
*Nos restantes lugares da folha 1040 (por exemplo, UTM 37S 659309, 8808678) as areias de
tom laranja-castanho a vermelho-castanho têm normalmente uma textura granular média a
grosseira, com grãos sub-angulares a sub-arredondados. Estas tendem a ser uniformes e carecem
de estratificação. São consideradas parte da Formação de Mikindani, que foi largamente
dissolvida da matriz de argila. Algumas destas camadas são parcialmente consolidadas, por
exemplo, na colina a oeste de Palma Praia (UTM 37S 661038, 8808438). Nas escavações na
estrada a sul de Palma (UTM 37S 655883, 8806470 – 648056, 8787152), a areia de tom laranja-
castanho é parcialmente consolidada e sobretudo com textura granular média e com grãos sub-
angulares a sub-arredondados grosseiros dispersos.
**Na secção em UTM 37S 648032, 8786370, a areia de tom vermelho-castanho, parcialmente
consolidada possui uma zona com cerca de 20 m de largura que contém inúmeros nódulos
pequenos, irregulares e esbranquiçados de calcreto que incluem grãos de areia e são considerados
secundários devido aos processos hidrológicos.
*Na folha 1140 Quissanga-Pemba, ao longo da estrada para Mucojo (UTM 37S 628118,
8644492 para Este), secções atravessam areias fracamente calibradas, de tom vermelho-castanho
a rosa-castanho, com textura granular média e com grãos grosseiros dispersos e os minerais de
argila expõem até 2 m da Formação de Mikindani. Localmente, estas mostram vestígios de
escavação e nódulos irregulares pequenos de carbonato pedogénico. Em torno de Mucojo (UTM
37S 660040, 8665446), as areias de tom rosa-castanho e vermelho-castanho, com textura
granular média e grosseira, pobremente calibradas, parcialmente consolidadas encontram-se
localmente escavadas.
*Na estrada principal entre Chinda e Chai, as areias de tom vermelho-castanho, semi-
consolidadas, fracamente calibradas e localmente escavadas são atribuídas à Formação de
Mikindani (UTM 37S 608569, 8696348).
*Na margem norte da cintura aluvial do Rio Messalo (UTM 37S 617089, 8692082), um
afloramento da Formação de Mikindani com mais de 2 m de espessura, contém nódulos
irregulares de calcreto em arenito vermelho-castanho no sentido ascendente, e no sentido
descendente, zonas escavadas sobrepõem-se a um horizonte granular a com clastos com cascalho
angular de quartzo com até 2 cm de comprimento.
*Na zona de Litemanda (c. UTM 37S 621078, 8683794), a areia de tom vermelho-castanho
brilhante, fracamente calibrada, parcialmente consolidada carece de estratificação mas possui
vestígios locais de escavação. A Formação de Mikindani foi observada no topo da colina a sul de
Chai e no leito de um rio mais a sul por baixo de 3 m de aluvião (UTM 37S 623280, 8674456).
*Mais a sul, a presença da Formação de Mikindani em profundidade, por baixo de areias de tom
rosa e cinzento-castanho medianamente soltas, é indicada pela areia de tom vermelho-castanho
com textura granular média e grosseira que forma os montículos locais de térmitas. O arenito da
Formação de Mikindani encontra-se meteorizado em areias residuais de tom castanho-
avermelhado com concentrações de cascalho de veios de quartzo brancos dispersos pela actual
superfície do terreno. Por exemplo, em UTM 37S 631730, 8740356, existe uma grande pedreira
(que abastece a cidade de Mocimboa da Praia) de areias de tom castanho-avermelhado com
grandes concentrações (sobretudo de veios de quartzo) de cascalho que parecem preencher os
canais. O cascalho tem até cerca de 5 cm de diâmetro e está localmente imbricado (a leste).

A Iluka Resources Limited levou a cabo um programa de escavação pouco profunda na


Formação de Mikindani na área entre Pemba e a foz do rio Lúrio (Warland, 2002). A escavação
numa colina acima da Aldeia de Murubue revelou arenitos sobrepostos por areia não
consolidada.
*A areia engrossa no sentido descendente de uma areia vermelha com textura granular fina a
média, com até 20 m de espessura, sobrepondo-se a areia laranja com textura granular média a
grosseira com até 20 m de espessura.
**A unidade de areia superior inclui areia eólica sobre areia de praia, e a unidade de areia
inferior é constituída por areia de praia que vai refinando em areias micáceas da zona deixada a
descoberto pela maré-baixa.
**O arenito subjacente encontra-se meteorizado, tendo uma camada de argila superior de cor
cinzenta-castanha.

As areias vermelhas não consolidadas são interpretadas como tendo origem num banco de areia
offshore originário de arenitos subjacentes.
Considera-se que o antigo delta do rio Rovuma tenha depositado grande parte da Formação de
Mikindani. A estratificação cruzada unidireccional na zona de Mocímboa da Praia indica um
paleofluxo para leste ou Este-sudeste.
Os canais de ângulo reduzido com rolhões de argila que descem atravessando arenitos
bioturbados interdistributários com vestígios de radículas, e localmente, com estratificação
cruzada bidireccional sugerem um ambiente superior de um delta variável de influência fluvial à
das marés na parte superior da formação (NGU, 2007).

4.4.2.E. Depósitos Quaternários na Bacia do Rovuma

A BRGM identificou duas transgressões marinhas nos depósitos mais recentes da Bacia do
Rovuma que provavelmente ocorreram no Plistocénico e no Holocénico.
O estudo detalhado realizado por Jaritz et al. (1977) também identificou uma série de alterações
no nível do mar durante o Quaternário ao longo da costa, a sul da área aqui descrita.
Baixos níveis do mar (regressões) durante períodos relativamente frios conduziram a vales
fluviais sobre-aprofundados que se tornaram inundados durante níveis do mar elevados
(transgressões) quando o clima era mais quente.

Os seguintes depósitos Quaternários encontram-se cartografados na Bacia do Rovuma:

*Areia (-arenito) costeira (Qcs)


*Camadas de areias com cascalheira local (Qss)
*Dunas de areias costeiras, areia da praia e dunas interiores com areias eólicas vermelhas
(Qd, Qdi)
*Recife marinho, coral e sedimentos bioclásticos (Qmr)
*Lamas aluviais de origem fluviomarinha (Qst)
*Aluvião (Qa)
*Areia e solos arenosos com lamas salinas lacustres (Qas, Qls)

4.4.2.E.1. Areia (arenito) costeira (Qcs)


(Costeiro Gres)

Os recifes Quaternários mais antigos de “Costeiro Gres”, por exemplo, de arenito da face
costeira a entremarés, com textura granular média a grosseira contêm alguns detritos de conchas
e cimento calcário. Estes recifes podem ter vários metros de espessura e encontram-se
geralmente adjacentes ou rodeados por areia de praia como, por exemplo, em Pangane (UTM
37S 663507 8668722).
Considera-se que os arenitos datam do Quaternário, embora o teor de fósseis não tenha sido
analisado.
As rochas possuem uma meteorização cariada e são porosas.
Na zona entremarés próxima de Pangane (UTM 37S 664767, 8670298), os depósitos de areias
conquíferas de “Costeiro Gres” são compostos por arenitos bege de cimentação calcária, com
textura granular grosseira a granular, incluindo sobretudo detritos de conchas e quartzo. O
arenito ocorre em unidades de estratificação cruzada com cerca de 30 cm de espessura, com
camadas frontais inclinadas a noroeste e sudoeste. Em geral, a estratificação apresenta um ângulo
de inclinação de até 10º no sentido do mar.
*Na Praia de Wimbi, a leste de Pemba, os recifes locais bem desenvolvidos de “Costeiro Gres”
estão agora parcialmente elevados acima do nível da maré alta (UTM 37S 666438, 8565944).
Estes incluem unidades de estratificação cruzada e zonas em que camadas de minerais pesados
foram escavadas e posteriormente cimentadas com carbonato.

4.4.2.E.2. Camadas de areias com cascalheira local (Qss)

Grandes extensões de areia com cascalheira subordinada cobrem os interflúvios na folha 1140
Mocimboa da Praia.
A distinção em cartas anteriores dos depósitos indiferenciados do sopé do período Plistocénico e
os depósitos indiferenciados do Terciário não pode ser mantida na zona de Mocímboa da Praia.

*As areias bem calibradas tendem a ser de tom bege, rosa ou castanho-laranja com horizontes de
cascalho arredondado disperso ou lentes de cascalheira. A areia é rica em quartzo e os grãos
variam de bem arredondados a sub-angulares e de muito fina a grosseira em termos de dimensão.
*Em torno de Mbau as areias médias soltas de tom rosa-castanho e bege estão, geralmente,
melhor calibradas do que na Formação de Mikindani e são todas consideradas depósitos do
Quaternário. São comuns grãos grosseiros dispersos e a maioria dos grãos é sub-angular a sub-
arredondada. Em pequenas covas e planícies aluviais, as areias tendem a ser finas e cinzentas.
Não há evidências de deposição marinha e considera-se que estejam envolvidos processos
coluviais a aluviais, possivelmente retrabalhando os depósitos meteorizados da Formação de
Mikindani.
*A sudoeste de Mocimboa da Praia (UTM 37S 645017, 8744882), a areia quartzosa, média e
bege com até 3 m foi escavada em fossos. A estratificação tende a estar ausente mas a variação
no nível freático parece ter criado laminação fina irregular rica em óxido de ferro ou nervuras
com cerca de 0,1 m de espaçamento.
*Nas areias esbranquiçadas a rosadas imediatamente a norte, na estrada para Palma, a
estratificação cruzada local planar de ângulo reduzido sugere que estiveram localmente
envolvidos processos fluviais na deposição destas areias.
*Na zona de Mbau, as areias de tom medianamente rosa-castanho a cinzento claro incluem
pequenas manchas de cascalheira e cascalheira arenosa atravessadas por extensões de areia
aluvial cinzenta. Algumas das areias com textura granular média, fracamente calibradas e
parcialmente consolidadas (UTM 37S 625377, 8711568) podem ser provenientes da Formação
de Mikindani.
*Num fosso ao longo da estrada principal a sul de Chinda (UTM 37S 609992, 8703784) foram
escavados até 2 m de areia solta rica em quartzo, de tom bege a rosado e com textura granular
fina a média. A leste de Litemanda, (UTM 37S 622039, 8684186 – 623749, 8683966), as areias
de tom bege a castanho cinzento são soltas a macias e, sobretudo, com textura granular média
com grãos grosseiros dispersos. Há alguns espaços ocos intervenientes e planícies ocupados por
lamas siltíticas de tom cinzento médio, provavelmente de origem aluvial.
*Na folha 1240 Quissinga-Pemba, a leste, perto de Namau, poços (UTM 37S 669676, 8587540)
escavados em areia de tom bege-cinzento, com textura granular fina e média e razoavelmente
calibradas são provavelmente depósitos do Quaternário com menos de 5 m de espessura em
unidades estratificadas com cerca de 1 m de espessura. A estratificação e a calibração não são
típicas da Formação de Mikindani. Os pequenos montículos de cascalheira calibrada de forma
moderada a fraca, incluindo cascalho sub-arredondado a angular numa matriz de areia bege com
textura granular grosseira (UTM 37S 654273, 8613554) e incluindo alguns nódulos de calcreto
de pequena dimensão, são considerados como pertencentes ao Quaternário.
**Estes depósitos podem derivar de areias de tom vermelho-castanho, com textura granular
média a grosseira, não estratificadas, fracamente calibradas e parcialmente consolidadas que se
pensa serem da Formação de Mikindani e que estão expostas num fosso a sul (UTM 37S 654240,
8612698).
*Na folha 1040 Palma, na estrada a sul de Quionga (UTM 37S 664733, 8823674), as areias
médias de tom bege a cinzento contêm grãos grosseiros sub-angulares e sub-arredondados
dispersos, estendendo-se apenas para norte de Quionga, onde uma escarpa nas areias se depara
com uma enseada das marés (NGU, 2007).
4.4.2.E.3. Dunas de areias costeiras, areia da praia e dunas interiores com areias eólicas
vermelhas (Qd, Qdi)

*As areias da praia que são maioritariamente brancas e ricas em quartzo são uma característica
espectacular do litoral. Estas podem variar desde franjas estreitas (<10 m de largura) a praias de
areia intertidais (>10 m) que ladeiam planícies de marés ou dunas (sul de Mecufi).
**Localmente, possuem concentrações de minerais pesados que contêm granada vermelha, assim
como ilmenite e outros minerais negros opacos. Flocos de muscovite e biotite também se
encontram localmente presentes. Em Pangane, foi detectado um teor reduzido, ou nenhum, de
minerais pesados, mas em Mucojo Praia (UTM 37S 663101, 8667126) ocorrem minerais pesados
escuros com quartzo perto da marca de água na maré alta. Na praia perto de Quissanga, a areia
branca média recente e rica em quartzo também inclui alguns minerais pesados.
*A areia solta e fina formou localmente dunas em cristas praticamente paralelas à costa. Estas
normalmente ocorrem no interior de praias de areia e são estabilizadas pela vegetação. Em
alguns locais, os campos de dunas mais antigos tornaram-se parcialmente consolidados e com
vegetação em cinturas com até 7 km de largura.
*No interior relativamente à praia, perto de Pangane, as dunas paralelas à costa têm até 5-10 m
de altura e são compostas por areia fina e solta de tom bege a castanho claro com grãos sub-
angulares a arredondados sobretudo de quartzo, mas também calcite decorrente de fragmentos de
conchas e camadas locais de minerais pesados.
*Em redor de Maunhane, perto de Pemba (UTM 37S 672032, 8565500) acumulou-se uma
cintura de dunas de areia no lado leste da península. Para o interior de Olumbi (UTM 37S
660612, 8784908) as areias macias brancas, com textura granular fina a média, parecem ser
parcialmente levadas pelo vento, embora as cristas sejam menos distintas.
*Entre Mucojo e Pangane (UTM 37S 661972, 8665964) uma zona plana baixa em que os
primeiros 50 cm são compostos por areia cinzenta clara com textura granular fina a média e silte
arenoso, foi localmente escavada e contém nódulos calcários. A areia de tom cinzento médio
subjacente, com mais de 1 m de espessura, possui uma matriz argilosa. Esta planície pode ter
formado originalmente uma lagoa, uma vez que se estende por detrás de uma cintura de dunas de
areia (NGU, 2007).

4.4.2.E.4. Recifes marinhos, corais e sedimentos bioclásticos (Qmr)

*Na folha 1040 Palma há duas plataformas em forma de onda tendo subjacente calcário coral
exposto na península de Cabo Delgado.
A plataforma mais antiga, que é cerca de 3 m mais alta do que a plataforma mais baixa, tem
subjacente coral denticulado cinzento claro a rosa. Localmente, há biohermes de coral
meteorizados a castanho que formam pináculos de vários metros de altura.
A plataforma de coral mais recente apenas fica exposta na maré baixa.
*Também foram examinados os recifes de coral elevados na Ilha de Ibo, na folha de Quissanga-
Pemba. Excelentes afloramentos no lado noroeste da ilha (UTM 37S 676490, 8636232) mostram
uma sequência com ~4 m de altura, que possui calcário basal fracamente calibrado e com textura
granular grosseira, com mais de 1,5 m de espessura, composto sobretudo por placas calcárias
com secções transversais na ordem dos 0,5 x 4 mm, e uma matriz composta por detritos
orgânicos com textura granular fina a muito fina. Este é sobreposto por 2,5 m de escombros de
coral com textura granular grosseira. Desde a base até ao topo desta sequência verifica-se um
decréscimo da abundância de escombros de coral (2-20 cm de tamanho). A unidade superior,
com menos de 30 cm de espessura, é composta por escombro de coral consolidado e não
calibrado.
*Os detritos bioclásticos de cimentação calcária que incluem coral e bivalves, assim como
quartzo com textura granular grosseira a com clastos, encontram-se bem expostos em torno da
península em Pemba, a oeste da Praia de Wimbi (UTM 37S 668573, 8566004). Estes recifes
estão parcialmente elevados acima da marca de água na maré alta e encontram-se meteorizados
de forma irregular. O cimento local tende a ser um calcite com espato derivado de detritos
bioclásticos e esta também pode ser a fonte do cimento carbonatado na adjacente “Costeiro
gres”. Os blocos de arenito e colónias de coral com até 50 cm são comuns em unidades
fracamente estratificadas com ângulos de inclinação variáveis e reduzidos. Estes recifes
bioclásticos prosseguem para leste na direcção do farol, em Maunhane, onde são sobrepostos por
areias das dunas (NGU, 2007).

4.4.2.E.5. Lamas aluviais de origem fluviomarinha (Qst)

*As planícies das marés incluem areias fortemente bioturbadas (com tocas de caranguejo e
vermes) com argila e são particularmente bem desenvolvidas ao longo das principais enseadas
como, por exemplo, em Mecufi e no delta do rio Rovuma. Os bancos de areia nas planícies das
marés têm vários metros de altura e são compostos por areia quartzosa branca. As areias
estuarinas siltíticas perto de Olumbi (UTM 37S 661779, 8784548) são de tom cinzento claro,
soltas e contêm localmente conchas. Nas areias da zona das marés, ricas em quartzo e rodeadas
de mangal foram depositados minerais pesados escuros à superfície. Pontas ricas em cascalheira
encontram-se alinhadas paralelamente à faixa costeira.
*A planície estuarina perto da foz do rio Montepuez (UTM 37S 657004, 8619574) contém areias
de tom bege a cinzento claro, com textura granular fina e média, fracamente estratificadas e com
estratificação cruzada compostas sobretudo por quartzo juntamente com alguma granada e
minerais pesados. Algumas destas areias de tom bege estão bem calibradas, com grãos
arredondados a sub-angulares.
*Nas planícies estuarinas e sujeitas às marés perto de Tandanhangui (UTM 37S 665194,
8629250), a areia solta calibrada, de tom bege-cinzento e com textura granular fina a média é
composta por grãos sub-arredondados a sub-angulares. A praia é formada por areia mais limpa,
rica em quartzo e com textura granular média.
*Nas margens do estuário, a norte de Mocimboa da Praia (UTM 37S 647344, 8747452) há
pontas de areia bege clara, rica em quartzo, com textura granular média e com alguma laminação
rica em minerais pesados negros. O solo inferior no estuário consiste numa lama de tom
cinzento-escuro e siltítica. As planícies são, geralmente, exploradas em termos de sal, quer em
pequena escala para o fornecimento de pequenas aldeias, quer a uma escala comercial (em
Pemba e Mecufi).
*A norte de Quionga, as planícies entre os pântanos de mangais são utilizadas para a evaporação
do sal em cadinhos construídos pelo homem (NGU, 2007).

4.4.2.E.6. Aluvião (Qa)

*Cinturas largas de lama siltítica arenosa de tom cinzento médio a escuro e aluvião arenoso
siltítico com cerca de 5 km de largura ocorrem ao longo dos principais rios como, por exemplo, o
rio Messalo e o rio Montepuez. Flanqueando localmente (UTM 37S 654392, 8607836) as
planícies de inundação, existem depósitos anteriores em montículos e terraços de cascalheira e
areia de tom castanho-acinzentado com areia siltítica e com cascalheira, fracamente calibrada,
por exemplo, perto do rio Montepuez (UTM 37S 654265, 8611402), que no último caso podem
ter sido arrastadas da Formação de Mikindani próxima.
**Canais abandonados encontram-se em locais com cascalheira e sobrepostos por lamas com
textura granular fina.
**A cintura alargada de aluvião nos dois lados do rio Messalo é composta por lama siltítica
arenosa, de tom cinzento-escuro, com lentes locais de cascalheira. Os bancos de areia
retrabalhada ocupam o leito activo do rio.
**Inúmeros cursos de água de menor dimensão encontram-se cheios de areia e, localmente,
encontram-se depositados bancos de cascalheira, silte e lama entre os contornos.
*Os vales sobre-aprofundados são uma característica comum imediatamente para o interior do
actual litoral costeiro e reflectem períodos regressivos em que o nível do mar desceu. Estes vales
encontram-se agora preenchidos por aluvião siltítico coberto por camadas superficiais de areia
eólica branca de quartzo. As principais escarpas podem definir os limites dos vales maiores
como, por exemplo, o vale do rio Messalo, e indicam um soerguimento e erosão significativos.
*Uma linha de cascalho de quartzo no sopé da escarpa, em UTM 37S 639460, 8708749 é
interpretada como um depósito formado durante a inundação do vale, quer sob a forma de areia
da praia, quando o vale formou uma enseada, ou proveniente de uma inundação repentina que
atravessou a escarpa. Na estrada para Namau (UTM 37S 657147, 8593248) depósitos de
planícies de inundação delgados incluem silte e lama arenosos, de tom cinzento-escuro a
cinzento claro. Mais a leste, ao longo da estrada, o silte arenoso contém nódulos micríticos
duros, de tom bege a creme; alguns com fendas preenchidas com calcite com espato. Este
desenvolvimento de carbonato pedogénico é o resultado da evaporação sazonal das águas
subterrâneas.
*Na estrada para Mucojo (UTM 37S 648054, 8664922), manchas locais de cascalheira solta
recente são compostas sobretudo por cascalho de quartzo arredondado numa matriz de areia
cinzenta com textura granular média e são provavelmente de origem aluvial.

4.4.2.E.7. Areia e solos arenosos com lamas salinas lacustres (Qas, Qls)

*Grandes zonas do planalto a leste de Nangade, em redor de Muidine e Pundanhar possuem um


manto de areia solta recente e solos arenosos que variam em termos de cor, lateral e
verticalmente, entre o branco, castanho muito claro, rosa e o vermelho escuro.
**Estas são interpretadas como depósitos residuais derivados de arenitos subjacentes. Os fossos,
escavados para fins de obtenção de água ou de material para revestir os caminhos de veículos
motorizados, indicam que as areias/solos podem ter mais de 3 m de espessura.
**Fossos de maior dimensão indicam que estes sedimentos são desestruturados. A areia tende a
ser rica em quartzo, em grãos sub-angulares a sub-arredondados.
*Nas folhas de Muidine e Palma, desenvolveram-se inúmeros lagos ou “cavidades” entre as
areias, de forma circular a mais irregular e dispersos.
**Estas depressões pouco profundas são uma característica de partes do planalto fracamente
drenadas.
**Perto das cavidades circulares, algumas com mais de 1 Km de diâmetro, encontra-se um
enchimento com argilas siltíticas acinzentadas e, geralmente, margeadas por areias claras, bem
calibradas e ricas em quartzo.
**No interior das cavidades, encontra-se normalmente uma camada superficial de areia branca,
assim como de argila branca.
**Os lençóis freáticos são elevados por baixo das cavidades, pelo que normalmente contêm água
estagnada sob a forma de pequenos lagos ou, então, possuem poços de água que aproveitam
águas subterrâneas a profundidades de cerca de 1-2 metros.
**Cristas crescênticas com até vários metros de altura de areia branca eólica rodeiam,
comummente, as cavidades (NGU, 2007).

4.4.2.F. Depósitos do Mesocenozóico e Cenozóico ao longo da zona costeira de Nampula-


Zambézia

A geologia Mesozóica e Cenozóica encontra-se concentrada numa zona costeira estreita que se
estende desde Ponta Mecalonga a Ponta Congolone, a norte de Angoche. Esta região localiza-se
na margem mais ocidental da bacia sedimentária do Rovuma, perto da intersecção do Graben do
Zambeze e do Graben mais recente de Chire ou de Urema do Rift do Leste Africano.
O Rift do Leste Africano (Graben de Chire–Urema) do Mesozóico-Cenozóico foi propagado de
forma oblíqua em relação antigo Graben do Zambeze e estruturalmente influenciou o
desenvolvimento da zona costeira.
A sequência de basalto do Grupo de Angoche com inclinação em direcção a leste também possui
uma influência estrutural forte sobre a orientação da linha costeira e sobre o desenvolvimento de
bacias hidrográficas fluviais e estuários perto da costa.

*Vestígios localização de estratos marinhos litorais do Cretácico Inferior sobrepõem-se na


superfície da rocha-mãe de basalto em Ponta Congolone, a norte de Angoche, onde um pequeno
afloramento de arenito quartzítico contendo madeira silicificada forma o promontório.
**Anteriormente considerado por Järitz et al. (1977a) como pertencente ao período Terciário, a
idade do depósito foi restringida por meio de identificação da madeira fóssil por Bamford et al.
(na imprensa 2008) do Jurássico Superior ao Cretácico Inferior.
*Depósitos Cretácico Superior afloram perto da foz do rio Monapo, agregados durante o
Plistocénico médio a superior e o Holocénico, sendo classificados como a Formação de Topuito.
*Os depósitos de areia eólica de diferentes idades podem ser distinguidos com base no teor de
argila, acidificação e pigmentação vermelha progressivamente superiores em sedimentos mais
antigos, causados pela meteorização pedogénica.
**O enriquecimento relativo de minerais pesados nestas areias criou depósitos economicamente
viáveis que estão a ser escavados na zona de Topuito e do estuário do rio Larde.
*A terra firme perto da Ilha de Moçambique tem subjacente calcário biomicrítico do Eocénico
Inferior a Médio correlacionado com a Formação de Quissanga na bacia do Rovuma, a norte, e o
núcleo da ilha inclui eolianito de carbonato que tem sobreposto sedimentos de fácies da praia que
foram datados do Eocénico Superior, utilizando nanoplâncton calcário.
*Sendo um conjunto marinho regressivo, provavelmente do Mio-Pliocénico, a Formação de
Mikindani (Smelror et al., 2006) que inclui cascalheira basal da praia sobreposta por areias das
dunas, encontra-se por baixo da crista interflúvia que forma o lado norte do vale do rio Monapo.
**Estes depósitos, e cascalheira da praia semelhante a sul de Lunga, estão profundamente
meteorizados, descalcificados e rubificados. A crista de areia costeira que ascende a mais de 100
m e se estende até 15 Km para o interior, é uma característica compósita de dunas do
Plistocénico.
*A erosão da crista e a profunda meteorização removeu todas as estruturas dunares originais.
*O perfil de solo vermelho de argila arenosa desenvolvido por meio da meteorização pedogénica
in situ dos calcários do Eocénico e dos sedimentos calcários do Mio-Pliocénico é um perfil terra
rossa que se pensa ser semelhante às areias de cobertura eólicas meteorizadas do Pleistocénico.
*A progradação costeira em resposta à regressão após a subida do nível do mar no Holocénico
médio na ordem dos + 2–3 metros formou uma série de até 22 cristas de praia com um
distanciamento muito curto, separadas por zonas húmidas lagunares estreitas de barreira
formando, pelo menos, 3 conjuntos de cristas de praia que abrangem uma zona com até 5 km de
largura ao longo das secções do litoral costeiro - a Formação de Moebase.
*Alterações na morfologia costeira durante a progradação pulsada resultaram em relações
oblíquas entre conjuntos de cristas de praia.
**Os minerais pesados concentrados no seio destas cristas de praia constituem um recurso
económico nas zonas de estuário de Moebase e do rio Larde.
**A mobilização de cumes das cristas de praia e das antedunas resultou em complexos de dunas
parabólicas que se fundem para formar cristas transversais, migrando para o interior sobre
terraços marinhos e terraços estuarinos.
**O maior sistema dunar móvel existente em Moçambique encontra-se nos locais em que as
dunas parabólicas se propagaram sobre o flanco do mar da crista de duna do Plistocénico em
Congolone.
**O praialito encontra-se preservado em algumas praias arenosas em que este representa a
cimentação da praia durante um período com um nível do mar ligeiramente superior ao actual.
**Uma série de pequenas ilhas de areia offshore possui recifes de coral em franja e lagoas
arenosas que formam atóis de coral.
*Os extensos pântanos de mangais que colonizaram a zona intertidal de deltas ou estuários
fluviais distais desempenham um papel importante no desenvolvimento dos estuários e do
preenchimento de sedimentos destes sistemas. A maioria dos estuários parece ter sido colonizada
por mangais desde a estabilização da linha costeira depois de a taxa de formação de cristas de
praia e a progradação costeira terem abrandado no Holocénico superior.

4.4.3. Zona do Graben do Zambeze e região de Zumbo-Changara

4.4.3.1. Formação de Mágoè (Arenito-Calcário) (CrM)

A Formação de Mágoè (Arenito-Calcário) encontra-se exposta na região de Zumbo - Changara e


nas planícies e terras baixas a leste e oeste do domo da Serra Mevunge (folha 1632).
É composta por três membros (Real, 1966):

Formação de Mágoè (Arenito-Calcário) (CrM)


*Membro de Arenito-Calcário (CrMl)
*Membro de Arenito e Conglomerado (CrMs)
*Membro de Conglomerado (CrMc)
A Formação de Mágoè (Arenito-Calcário) é contemporânea com partes da Formação de Sena
(Arenito) na Fossa de Lupata contígua.

4.4.3.1.1. Membro de Conglomerado (CrMc)

Na base da Formação de Mágoè (Arenito), foram encontradas em vários locais camadas de


conglomerado.

*Um conglomerado polimíctico com cascalho de veio de quartzo bem arredondado com até 10
cm de diâmetro e clastos maiores de micro-gabro com até 20 cm de diâmetro encontram-se
expostos num local em que a estrada para a aldeia de Chioco atravessa o rio Birira.
*Perto, no leito do rio Birira, foi encontrado conglomerado com cascalho, com 30 - 40 cm de
tamanho, e com cimento carbonatado.
**Considera-se que estes afloramentos de conglomerado representam o conglomerado basal da
Formação de Mágoè, tendo em conta a sua posição estratigráfica, sobrepondo-se a basaltos sub-
horizontais do Karoo Superior.
**Horizontes de arenito conglomerático mais recentes e intra-formacionais encontram-se
expostos nas proximidades, no mesmo rio.
**O cascalho é composto por rochas riolíticas, basalto e rochas quartzosas do Karoo.
**A orientação geral destes conglomerados e arenitos é 290o/10oSO.
**Arenito vermelho, com textura granular grosseira a conglomerática, com orientação
190o/10opara SO, ocorre na parte superior do Membro de Arenito branco.
*Num afluente do rio Luia, perto da margem sul do domo da Serra Mevunge, os calhaus
arredondados incluem apenas lavas máficas e félsicas de formações do Karoo subjacentes.
*No rio Nhamafite, na zona de falha entre rochas do Pré-Câmbrico e do Fanerozóico, os
fragmentos angulares a sub-arredondados de conglomerado são compostos sobretudo por
pegmatites, granitos e vários xistos ou gnaisses numa matriz grauváquica. Aqui, este
conglomerado suportado por matriz possui interestratificações grauváquicas e transforma-se, no
sentido ascendente, em arenito fortemente meteorizado, siltítico ou lamacento com uma rede fina
de veio de calcite-calcedónia, uma característica típica dos sedimentos perto das principais zonas
de falha da área cartografada (GTK, 2006).

4.4.3.1.2. Membro de Arenito e Conglomerado (CrMs)


(Arenitos de Mágoè)

Os Arenitos de Mágoè do Cretácico cobrem as planícies e terras baixas a leste e oeste do domo
da Serra Mevunge (folhas 1631-1632).
Devido à natureza friável da formação, arenitos sub-horizontais ou ligeiramente basculados estão
fracamente expostos, aflorando geralmente apenas como paredes íngremes escavadas nos
sedimentos por rios de grande dimensão.

*Em geral, os arenitos terrestres de Mágoè são compostos por arenitos feldspáticos com textura
granular fina a média, de tom esbranquiçado ou castanho-avermelhado, com finos horizontes
conglomeráticos ou cascalho aleatório derivado das rochas vulcânicas máficas e félsicas do
Karoo. A estratificação laminar é comum e a estratificação cruzada encontra-se, frequentemente,
bem desenvolvida.
**Localmente, os arenitos são afectados pela alteração (caulinização?), porções de arenito são de
tom vermelho-telha, que formam padrões do tipo ameba no seio do arenito alterado de Mágoè.

4.4.3.1.3. Membro de Arenito-Calcário (CrMl)

Os calcários e arenitos incluem calcário lacustre finamente estratificado e arenito subordinado


fracamente cimentado.
A estratificação neste último não se encontra bem definida.
Em fotografias aéreas, a unidade apresenta uma tonalidade clara muito distinta, com um padrão
fino de drenagem dendrítica característico.
No terreno, forma arribanceiradas com pouca vegetação e com um solo amarelo pedregoso, seco
e infértil.

4.4.4. Fossa de Lupata

4.4.4.1. Grupo de Lupata (JRL, CRL)

Com base em observações realizadas nas regiões de Doa e Lupata, Afonso (1975) apresentou o
termo “Grupo de Lupata”, dividido da seguinte forma:

Grupo de Lupata (JRL, CRL)


*Subgrupo Superior de Lupata
*Subgrupo Inferior de Lupata

Subgrupo Inferior de Lupata


(Arenitos Feldspáticos e Lavas ácidas)
O Subgrupo Inferior de Lupata é uma sequência vulcano-sedimentar com arenitos feldspáticos
basais, encimada por fluxos de riólito com brechas e tufos fluidais.
Estes membros eram anteriormente conhecidos como Arenitos Feldspáticos e Lavas ácidas,
respectivamente.

Subgrupo Superior de Lupata


O Subgrupo Superior de Lupata inclui (de baixo para cima):
*Basalto.
*Aglomerado traquítico e traquito
*Arenito com intercalações de tufáceas
*Arenitos conglomeráticos

A espessura do Grupo de Lupata varia de lugar para lugar.


De acordo com Flores (1964), citado por Afonso (1975), a unidade superior tem cerca de 150 m
de espessura perto da Fossa de Lupata, aumentando para cerca de 200 m a norte do Monte
Dómuè.
Os dados 40K-40Ar revelam idades de ~ 106 a ~130 Ma, que correspondem ao Barremiano-
Albiano (Cretácico Inferior Superior).

A Tabela 4.34. apresenta uma visão geral das definições de idade do Grupo de Lupata.

Localização Tipo de rocha Datação por Método Idade (Ma) Fonte


mineral/rocha
Desfiladeiro de Quenite* Anortoclase K-Ar 106±7 Gough et al.
Lupata (1964)
Desfiladeiro de Quenite* Anortoclase K-Ar 110±5 Gough et al.
Lupata (1964)
Desfiladeiro de Quenite* Rocha total K-Ar 115±10 Flores (1964)
Lupata
Desfiladeiro de "Basalto" Feldspato K-Ar 131±10 Vail (1963,
Lupata 1964-1965)

*A quenite é lava fonolítica salpicada com cristais de anortoclase com 1 polegada e que recebeu
o nome do Mt Quénia.
Tabela 4.34: Determinações da idade das rochas vulcânicas do Grupo de Lupata (adaptado de
GTK, 2006)
Com base em observações no terreno e na análise da carta, o Consórcio (GTK, 2006) redefiniu o
Grupo de Lupata e propõe – em linha com a nomenclatura internacional – a os nomes informais
de formação e membro conforme apresentado na Tabela 4.35.
Grupo Sub- Formação Membro Idade
Grupo (Ma)
Aglomerado traquítico

Superio
Fonólito do Monte Linhanga

r Arenito-Tufo
Lupata

Monte Mazambulo
Conglomerado do Monte
Arenito de Palamuli
Inferior

Riólito Fm.
131±10
Arenito Basal de Tchazica (JrLT)

Tabela 4.35.: Unidades litoestratigráficas do Grupo de Lupata (de acordo com o GTK, 2006)

A descrição das sequências e rochas da Fossa de Lupata segue principalmente as características


mais recentes fornecidas pelo Consórcio GTK , (2006)

4.4.4.1.1. Subgrupo Inferior de Lupata

O Subgrupo Inferior de Lupata inclui as seguintes unidades litoestratigráficas:

Subgrupo Inferior de Lupata


*"Red Beds" do Grupo de Lupata nos furos na região da Fossa de Lupata-Depressão do
Delta do Zambeze
Formação do Monte Mazambulo (Arenito Conglomerático) (JrLM)
Formação do Monte Palamuli (Riólito) (JrLP)
Formação de Tchazica (Arenito Basal) (JrLT)

4.4.4.1.1.1. Formação de Tchazica (Arenito Basal) (JrLT)

Estes depósitos sedimentares foram datados por Real (1966). como Lias (Jurássico Inferior).

*As rochas da Formação de Tchazica estão expostas ao longo da margem ocidental da Fossa de
Lupata e são constituídas por camadas com estratificação espessa de arenito feldspático com
horizontes de conglomerado interestratificados. O cascalho inclui basalto, gnaisse e outros tipos
de rocha derivados do soco subjacente, todos cimentados por uma matriz argilosa. A unidade
apresenta uma espessura máxima de 105 metros.
*Os arenitos de cor castanha clara e estratificação fina geralmente apresentam uma orientação de
330o/sub-horizontal-05oa NE (p. ex., na área de Massangano, entre as fundações de Maruca e
Tchazica). Em alguns locais a disposição da estratificação sub-horizontal pode estar perturbada
devido à instalação de pequenas intrusões de microgabros e ao rejuvenescimento das estruturas
da falhas.
**O arenito mostra uma fracturação localmente intensa, com muitas fracturas com uma
orientação de 310o/vertical.
Na mesma região, ocorrem arenitos de tom esbranquiçado-acinzentado, com textura granular
média a grosseira, com alguns horizontes locais estreitos avermelhados, alguns com cerca de 4-5
centímetros de espessura (GTK, 2006).

4.4.4.1.1.2. Formação do Monte Palamuli (Riólito) (JrLP)

A Formação do Monte Palamuli, cujo nome advém do Monte Palamuli (524 m), localizado a
norte do rio Zambeze na área de Doa, aproximadamente no centro do polígono em forma de
crescente, correspondente ao Grupo de Lupata.
As rochas vulcânicas riolíticas da unidade ocorrem também mais para SE onde formam uma
cordilheira, com 50 km de extensão, paralela à fronteira com o Malawi, entre o Monte Mfpumba
e o Monte Chombamuani, a cerca de seis quilómetros a norte da fundação do Sinjal.

*Os riólitos têm geralmente 60 a 120 m de espessura embora localmente, por ex., na área a oeste
de Niamaridze, próximo de Doa e Tumbu, eles atinjam uma espessura de cerca de 180 m.
*O contacto do tecto é geralmente com a cobertura da Formação do Monte Linhanga.
**Noutros locais, todavia, eles estão separados um do outro por sedimentos clásticos grosseiros
da Formação do Monte Mazambulo.
*O contacto do muro é igualmente variável.
**Em alguns locais, os riólitos sobrepõem-se à Formação de Tchazica.
**Noutros locais, todavia, os riólitos cobrem conformemente as rochas vulcânicas ou
sedimentares, pertencentes ao Supergrupo Karoo.
*A unidade inclui principalmente riólitos de cor vermelha que formam pequenas colinas, poucos
metros acima da planície envolvente.
*Perto do Desfiladeiro de Lupata, o relevo torna-se mais acentuado, formando uma elevada
planície plana.
*Na área de Chueza, o riólito é maciço, amigdalóide, vesicular e porfírico, mostrando grandes
fenocristais sanidinos esbranquiçados contrastando com as cores rosa escuras da matriz
microcistalina a vítrea.
**Estes estão expostos desde perto do povoamento de Chueza, estendendo-se em direcção a SE
ao longo da estrada para Doa.
*Noutros locais, ao longo da estrada para Chueza, aflora riólito maciço de tom rosa-vermelho.
Algumas rochas são amigdalóides, outras são brechificadas ou tufáceas. Apresentam uma
orientação de 070opara E-O e um ângulo de inclinação de 15 – 25o em direcção a sul e sudeste.
**Estas são frequentemente interrompidas por diferentes sistemas de fracturas, sempre sub-
verticais, orientados a 030-040º (dominantes), 080o e 270 – 315o.
*As rochas de riólito também ocorrem como ramais orientados a 290o/sub- Vertical.
**As ágatas, com até 10 cm de diâmetro, encontram-se nesta área em associação com os riólitos.
*Perto da represa que atravessa o rio Sorodeze na área de Chueza, aflora um fluxo maciço de
lavas riolíticas de cor vermelha e com textura granular fina a média.
**Em alguns locais, os horizontes de tufo riolítico, com até 30 cm de espessura, estão
interestratificados no seio dos principais fluxos de lava.
*Foram também encontrados tufitos meteorizados numa colina próxima do povoamento de
Nhamajaca a caminho de Chiguma. Os fonólitos (a ser confirmado com a interpretação d secção)
ocorrem como blocos in situ no talude de uma colina que delimita a estrada em direcção o
povoamento de Chiguma (GTK, 2006).

4.4.4.1.1.3. Formação do Monte Mazambulo (Arenito Conglomerático) (JrLM)

A Formação do Monte Mazambulo inclui uma sequencia que afina no sentido ascendente de
sedimentos clásticos no topo dos riólitos do Monte Palamuli.
*Arenitos de tom vermelho escuro, com textura granular média a grosseira ou com clastos, com
estratificação laminar distinta e finos horizontes de conglomerados polimícticos transformam-se,
no sentido ascendente, em arenitos siltíticos.
*São comuns horizontes conglomeráticos com clastos sub-arredondados a arredondados com até
10-15 cm de tamanho e localmente foi encontrada uma estratificação cruzada de ângulo elevado
nos arenitos.
*Na área a sudeste do Monte Nhamalongo, afloram arenitos de cor vermelho-tijolo, com textura
granular fina, ou silitos com raízes fósseis por baixo de uma fina camada de fluxo de lava félsica
(10 – 20 m).
**Estas lavas riolíticas amigdalóides pertencem provavelmente à Formação do Monte Palamuli,
sugerindo um depósito coevo destas duas Formações. Os topos mais altos das colinas do planalto
circundante encontram-se também provavelmente cobertos por fluxos de riólito.

4.4.4.1.1.4. "Red Beds" do Grupo de Lupata nos furos na região da Fossa de Lupata-
Depressão do Delta do Zambeze e na Bacia de Moçambique
O primeiro influxo terrígeno entre o Jurássico Superior e o Cretácico Inferior resultou na
deposição de uma espessa camada regressiva de depósitos de Red Beds, Grupo de Lupata, na
Depressão do Delta do Zambeze. Nos locais em que é penetrada por poços, no flanco oeste da
Depressão, é possível verificar que esta se estende no sentido ascendente até aos sedimentos não
marinhos da Formação de Sena (a uma profundidade de 2 700 m no poço Nhamura-1). Mais a
leste, a sequência sobrepõe-se ao Alto da Beira.
A sul da bacia, a sequência, novamente representada por "red beds" não marinhos com
estratificação fina, foi apenas penetrada em poços situados no centro dos Grabens de Palmeira e
Xai-Xai.

Na porção marinha da Depressão do Delta do Zambeze, os "red beds" do Grupo de Lupata


apresentam uma gradação ascendente para Xistos do Domo Inferior, algures durante o
Hauteriviano/Barremiano (~130 Ma).

A Figura 4.35. apresenta os depósitos de "Red Beds" a sul de Moçambique.

Figura 4.35.: Depósitos de "Red Beds" a centro e sul de Moçambique (adaptado de Salman &
Abdula, 1995; Lächelt, 2004) 1 = Graben de Palmeira, 2 = Graben de Chindenguele,
3 = Graben de Changani, 4 = Graben do Baixo Zambeze
4.4.4.1.2. Subgrupo Superior de Lupata

O Subgrupo Superior de Lupata inclui as seguintes unidades litoestratigráficas:

Subgrupo Superior de Lupata


*Arenito e arenito tufítico (CrLMs)
*Aglomerados (CrLMa)
*Lavas alcalinas (CrLM)
*Formação do Monte Linhanga (Fonólito) (CrLM)

4.4.4.1.2.1. Formação do Monte Linhanga (Fonólito) (CrLM)

A unidade obteve o seu nome de uma colina proeminente (577 m) ao longo da margem nordeste
do polígono em forma de crescente.
As lavas alcalinas da Formação do Monte Linhanga afloram em ambas as margens do Rio
Zambeze como um polígono em forma de crescente, estando o lado côncavo orientado a SE. A
parte convexa do polígono forma uma escarpa que, em alguns locais, atinge cerca 400 metros
acima das áreas circundantes.
A Fossa de Lupata forma, aparentemente, um centro de vulcanismo alcalino do Cretácico da
mesma forma que a Fossa de Luia é um núcleo do vulcanismo do Karoo .

*Os traquitos e basaltos alcalinos subordinados do Cretácico continuam para leste e sul e
encontram-se estratificados com a Formação de Arenito Conglomerático de Sena.

4.4.4.1.2.2. Lavas alcalinas (CrLM)

As Lavas alcalinas podem ser separadas em quatro fluxos diferentes que são visíveis enquanto
níveis pronunciados, visíveis quando nos aproximamos do rio Zambeze.

*Estas lavas alcalinas são caracterizadas por uma textura traquítico-porfirítica com feldspato
potássico e fenocristais de analcite alinhados.
*As litologias incluem traquito com tufo, basalto e fonólito de analcite subordinados a menores.
*A sua espessura é de aproximadamente 300 m, conforme pode ser deduzido a partir dos dados
de perfuração obtidos pela Gulf Oil Company (Flores, 1964).
*Geofisicamente, os traquitos são difíceis de distinguir do das rochas vulcânicas subjacentes do
Karoo mas, em geral, têm uma assinatura magnética e radiométrica mais uniforme.

4.4.4.1.2.3. Aglomerados (CrLMa)

Os aglomerados traquíticos ocorrem em alguns locais e são considerados como fácies separadas.

*São constituídos por ejecta cimentados: cristais de analcite, lapilli e bombas vulcânicas.

4.4.4.1.2.4. Arenito e arenito tufítico (CrLMs)

A partir da sua posição estratigráfica, pode concluir-se que estas rochas mistas sedimentárias-
epiclásticas pertencem à parte basal da Formação de Monte Linhanga (Fonólito).

*Foram encontrados afloramentos de dimensões bastante reduzidas de arenito, arenito tufáceo, e


tufo no topo do riólito ao longo da margem norte da Fossa de Lupata.
*Os arenitos são, de facto, grauvaques feldspáticos com cerca de 25 % de matriz de textura
granular fina. Os grãos de quartzo são sub-angulares, moderadamente calibrados em termos de
textura e ligeiramente dominantes sobre os grãos de feldspato. O seu tamanho varia entre 0,25 –
0,50 mm (GTK, 2006).

4.4.5.A Carbonatitos (CrC) e rochas alcalinas associadas nos Grabens do Médio Zambeze e
do Baixo Zambeze
Os carbonatitos e as rochas alcalinas associadas, rolhões de nefelinitos e fonólitos, diques
alcalinos, doleritos e granófiros ocorrem ao longo da área, particularmente no vizinho Malawi e
também formam parte da Província Alcalina do Chirua (Chilwa), conforme definido por
Bloomfield (1968).

Nesta zona/região são conhecidas as seguintes intrusões:

*Colina de Lupata
*Monte Muambe
*Monte Chandava
*Monte Salambídua
*Monte Buzimuana
*Encontram-se instalados vários rolhões de nefelito e fonólito na Formação de Sena.

4.4.5.A.1. Colina de Lupata

Na Colina de Lupata, os aglomerados e tufos de carbonatito são extrusivos (Afonso, (1975).

4.4.5.A.2. Monte Muambe

No Monte Muambe, o carbonatito está numa estrutura de argolas formada por (desde a margem
até ao centro):

*Arenitos de Uçúpè
*Brechas e rochas feldspáticas (fenitos), cortadas por traquitos e veios de carbonatito
sideríticos s manganíferos.

4.4.5.A.3. Monte Chandava

As intrusões alcalinas menores relacionadas no Monte Chandava estão presentes como


complexos circulares e diques radiantes de solvsbergito e outras rochas alcalinas.

4.4.5.A.4. Monte Salambídua

4.4.5.A.4.1. Traquitos do Monte Salambidua (CrSd)

*Este corpo ígneo alcalino é composto por carbonatito e rochas feldspáticas com brechas
(fenitos) rodeadas por uma orla de rochas soerguidas do Karoo (Formação de Moatise).
*O carbonatito encontra-se restrito ao lado do Malawi da fronteira (Brodoimpeks-Geozavod,
1982) e compreende uma variedade granular, representando uma fácies intrusiva sub-vulcânica e
uma variedade com uma textura traquítica, aparentemente consolidada na garganta da intrusão.
**O carbonatito está associado a fenitos com brechas, cortado por veios de carbonatito e fluorite,
e aglomerados (Dias & Coelho, 1961; Brodoimpeks Geozavod, 1983).
***Em alguns locais, o elemento intrusivo está coberto por solo residual com altas concentrações
de ferro e manganês.
*Outro elemento intrusivo alcalino do Cretácico está instalado no soco cristalino, ~ 15 km a NE,
também na fronteira com o Malawi, a leste da estrada para Blantyre.

4.4.5.A.5. Monte Buzimuana

O Carbonatito do Monte Buzimuana está também presente como complexos circulares e diques
radiantes de solvsbergito e outras rochas alcalinas

4.4.5.A.6. Suíte de Cone Negose (CrNc, CrNtr)


(Graben do Médio Zambeze)
Localizado na costa norte do Lago Cahora Bassa, a colina cónica de Cone Negose forma

*um stock de carbonatito de tom cinzento e bege (CrNc)


*rodeado por brechas carbonatadas e aglomerado traquítico (CrNtr).

Os arenitos do Karoo são intruídos por quinze rolhões satélite de traquito semelhante,
normalmente com 0,2 - 0,5 km de diâmetro, 3 - 7 km mais a sul da intrusão principal.
Observou-se que os diques finos de carbonatito teriam intruído o granito do Monte Capingo
alguns quilómetros a SE do stock principal.
Este último está associado com uma forte anomalia espectrométrica .
O corpo de carbonatito está associado a um enxame de diques doleríticos do Karoo, orientado
principalmente a E-O, interrompido por alguns diques de brechas de pórfiro e quartzo,
alegadamente pertencentes à idade do Cretácico (Hunting, 1984).

*O Cone Negose é composto por um núcleo central de carbonatito rodeado por um anel de
brechas traquíticas ou carbonatadas ou um aglomerado de aberturas.
*O carbonatito consiste em calcite de textura granular grosseira numa matriz de calcite-dolomite
de tom vermelho-castanho ferrosa com possível anquerite (Hunting, 1984).
*A abertura da brecha encontra-se fortemente alterada e é rica em limonite, hematite e quartzo.
A zona das brechas é altamente radioactiva com até 1 800 cps.

4.4.5.A.7. Corpo Alcalino do Monte Cangombe

O Corpo Alcalino do Monte Cangombe é um corpo separado da intrusão do Cone Negose.


Não se conhecem dados mais detalhados.

4.4.5.B. Carbonatitos instalados abaixo do muro de milonito da Suíte de Tete

Seguem-se duas intrusões nomeadas:

*Carbonatito do rio Mufa


*Monte Muande (CrCm)
*Monte Fema (Crcb)

4.4.5.B.1. Monte Fema (CrCb) e 4.4.5.8. Monte Muande (CrCm)

O Consórcio GTK, (2006) reclassificou as rochas carbonatadas (mármores de origem


sedimentar) do anterior Grupo de Chíduè (sensu Hunting, 1984 e outros), com base na sua rocha
hospedeira, ambiente, estrutura/textura, litologia, mineralogia e química.
As análises de isótopos de oxigénio e carbono indicam que a maior parte destas rochas
carbonatadas são mármores, tal como descrito, mas uma parte importante delas tem propriedades
que lhes permitem ser classificadas como carbonatitos. Este último está associado com rochas de
silicato de cálcio e numerosos veios de quartzo ou quartzo-feldspato.

*Os mármores de origem sedimentar ocorrem, p. ex., ao longo das margens do Domo de
Chacocoma (gnaisse), perto da aldeia de Chibagadigo ao longo da estrada de Tete-Songo e a 40
km a NE de Tete, à volta de uma colina alta local, com ~200 m de altura, perto da estrada de
Tete-Zóbuè.
*Também o Depósito de Boroma, no interior do Domo de Mázoè, a norte de Tete, está
classificado como mármore sedimentar, assim como as estreitas orlas de rocha carbonatada ao
longo do bordo NO do Domo de Mázoè, onde as rochas carbonatadas ocorrem ao longo do lado
NE-SE do Domo de Mázoè e são classificadas como carbonatitos.
*Estas ocorrências de carbonatito têm início a partir da junção da estrada de Cazula, a NE,
seguindo através do Monte Muambe e Monte Fema quase até à estrada de Songo, para o lado
leste do rio Mufain, a SO.
*O critério de classificação mais decisivo foi a geoquímica da totalidade da rocha. Os conteúdos
Sr, La e Ce, em particular, demonstram diferenças notáveis entre os mármores e os carbonatitos.
*Foram analisadas seis amostras de mármore e sete amostras de carbonatitos pelo Consórcio
GTK (2006) e os resultados são evidentes:
**Para os mármores metassedimentares estes conteúdos são: Sr 160 – 570 ppm, La <30 ppm e
CE 40-<30 ppm.
**Para os carbonatitos os respectivos valores são 600 – 14 900 ppm Sr, 200 – 600 ppm La e 460
– 1530 ppm Ce.
**As diferenças nos conteúdos de ferro e de fósforo são também consideráveis entre os dois
tipos de mármore.
**As análises aos isótopos de oxigénio e carbono suportam também, na maioria dos casos, a
classificação acima, embora este método não seja muito usado para este tipo de estudos.

Para comparação, foi analisada uma amostra de um carbonatito bem conhecido do Monte Xiluvo
pelo Consórcio GTK (2006):
*Os carbonatitos ígneos bem preservados têm tipicamente valores δ13C que variam entre -5 to -8
‰, mas também foram comummente observados valores que se situam num intervalo mais
abrangente entre -1 to -9 ‰.
*Os valores δ18O nos carbonatitos variam geralmente entre 6 e 9‰ (VSMOW).
*Os valores para a amostra de carbono de Monte Xiluvo situam-se neste intervalo.

Os carbonatos do Monte Muambe, Monte Fema e as amostras do rio Mufa não representam as
típicas rochas sedimentares carbonatadas.
*Isto confirma a origem carbonatítica destes carbonetos.

A maior parte dos carbonatitos magmáticos encontram-se, no entanto, variavelmente sobrepostos


por soluções hidrotérmicas e estas iriam produzir valores semelhantes de isótopos.

4.4.5.B.2. Carbonatito do Rio Mufa (Crcb)

O recém-descoberto Carbonatito do rio Mufa pertence à mesma aglomeração das ocorrências


próximas do Monte Muambe e Monte Fema.
Estas foram instaladas na zona de cisalhamento tectónica por baixo da Suíte de Tete.
Anteriormente, o Monte Muande e o Monte Fema não pertenciam à mesma classe de carbonatito
mas foram agora reclassificados como tal.
A camada de Carbonatito do rio Mufa (Crcb) situa-se 30 km a oeste de Tete, próximo da estrada
principal em direcção a Songo, acessível a pé. A ocorrência situa-se um pouco a SO do domo de
Mazoe, cujas margens NE e SE são delimitadas pelos carbonatitos próximos do Monte Muande e
do Monte Fema, respectivamente.
A camada de carbonatito do rio Mufa (Crcb) forma uma crista alta e estreita com um talude
íngreme, seguindo a direcção E-O.
A camada ainda não foi cartografada em toda a sua extensão.
A oeste, termina com as camadas do Karoo suprajacentes, e a leste, provavelmente com o gabro.

*A camada de carbonatito tem por base gnaisses miloníticos com estrutura flaser, seguido por
granito de Chacocoma, e sobreposta, no lado norte, pelo gabro da Suíte de Tete.
**O grau de inclinação do milonito subjacente varia entre 40º-70º para norte, cujo valor é
também partilhado pela camada de carbonatito entre as unidades subjacentes e suprajacentes.
*Este é um local único, no sentido em que é o único local conhecido onde o contacto do lado sul
da placa tectónica formada pela Suíte de Tete (Gabro-Anortosito) se encontra exposto - embora
separado pelo solo granitóide junto à camada de carbonatito.
**Muito provavelmente, este é, na realidade, o único local onde isto acontece, porque noutros
locais, as camadas suprajacentes do Karoo cobrem o contacto.
*O acentuada talude a sul da crista está coberta por blocos de materiais de carbonatito
deslizantes, mas também são frequentemente visíveis esquinas de afloramentos. O cume alto e
alongado forma um afloramento contínuo, onde as camadas estão bem expressas através da sua
cor e variação do tamanho dos grãos e da variação controlada pelas camadas no conteúdo das
apatites. A superfície de algumas camadas está decorada por abundantes aglomerações de
magnetites grandes, resistentes à meteorização. (GTK, 2006).

4.4.5.C. Outras rochas carbonatíticas e alcalinas

Na parte mais a leste da folha 1634, perto do caminho-de-ferro de Zemira, um único rolhão de
lavas basálticas penetra nos depósitos da Formação de Sena (Arenito) do Cretácico Superior.
A sua distribuição parece estar relacionada com as margens da Fossa de Lupata, do Graben de
Chire e do Graben de Urema.
Esta fissura vulcânica, provavelmente representa actividade ígnea associada à reactivação das
antigas falhas do soco que ligam as estruturas mais recentes do RLA.

4.4.6. Intrusões no bordo do rifte no Centro de Moçambique

Ao longo do bordo do rifte no Centro de Moçambique ocorrem algumas suítes intrusivas:

Intrusões no bordo do rifte no Centro de Moçambique


*Suíte de Carbonatito do Monte Xiluvo (CrX)
*Suíte da Serra Morrumbala
*Suíte de Tundo (Província Alcalina de /Chirua/ Chilwa)

4.4.6.1. Suíte de Tundo/ Província Alcalina de Chirua (Chilwa / Chiuta)

A Província Alcalina de Chirua, definida por Bloomfield (1968) e cujo nome deriva de um
complexo de carbonatito no Lago Chilwa (Lago Chirua) situa-se na fronteira entre o Malawi e
Moçambique.
De acordo com subdivisão estratigráfica usada neste manual, o novo nome desta intrusão é Suíte
de Tundo (Jrsy).

A Figura 4.36. apresenta uma visão geral de toda a intrusão da Província Alcalina de Chirua
/Suíte de Tundo.
1 = Suíte de Tete (P2T), 2 =Intrusões da Suíte de Tundo (Jrsy) e equivalentes, 3 = Sedimentos da
Fossa de Lupata (Pós– Karoo), 4 = Intrusões de Carbonatito associadas a riftes , 5 = Intrusões
do Pós-Karoo/Terciário, 6 = Elementos de rifte lineares (falhas, etc.)

Figura 4.36.: Suíte de Tundo (Província Alcalina de Chirua) e intrusões equivalentes nos bordos
do rifte (adaptado de Lächelt, 2004)
4.4.6.2. Suíte da Serra Morrumbala

Ao longo de toda a área ocorrem carbonatitos e rochas alcalinas associadas, rolhões de nefelinito
e fonólito, diques alcalinos, dolerito e granófiro, particularmente junto ao Malawi, fazendo
igualmente parte da Província Alcalina de Chirua , definido por Bloomfield (1961).
A sua distribuição parece estar relacionada com as margens da Fossa de Lupata, o Graben de
Chire e Urema e manifesta actividade ígnea associada à reactivação das falhas mais antigas do
soco, através dos processos de formação de rifte do RLA.

*Na área central da folha 1735, as rochas da localidade-tipo da Serra da Morrumbala são
compostas por um rolhão arredondado, alcalino, que inclui, principalmente, granitos alcalinos,
rodeados por sienito.
O Consórcio GTK (2006) identificou as seguintes unidades:

Suíte da Serra de Morrumbala (CrM)


*Veios de quartzo (CrMRq)
*Tufitos e brechas vulcânicas (CrMRv)
*Sienito (CrMRs)
*Intrusões alcalinas (rolhão) e diabásicas (CrMRa)

*Na parte mais a leste da folha 1634, na estação ferroviária de Zemira, os arenitos da Formação
de Sena do Cretácico Médio a Superior foram intruídos por uma única fissura de lavas basálticas.
*Consequentemente, a instalação destas rochas ocorreu posteriormente à Formação de Sena do
Cretácico Médio a Superior.

4.4.6.2.1. Intrusão alcalina e diques diabásicos (CrMRa)

O proeminente Maciço da Serra da Morrumbala (folha 1735) é constituído por granitos alcalinos
massivos com textura granular média.

*Os granitos, normalmente granofíricos, são principalmente compostos por feldspato potássico,
frequentemente micropertítico, biotite e horneblenda, enquanto a piroxena, o quartzo e a
plagioclase ocorrem em quantidades subordinadas. A horneblenda e piroxena com Na
apresentam relações alcalinas.
*Os diques diabásicos com textura granular fina e tom cinzento acastanhado a cinzento-escuro
são encontrados em vários lugares, usualmente formando pequenas colinas ou cristas de blocos.
**Estes diques não se encontram deformados e estão relacionados com o Karoo superior (Suíte
de Rukore) ou com o magmatismo do Cretácico.
*Em alguns locais da área da Serra da Morrumbala, estes são fortemente porfiríticos com
fenocristais de plagioclase megacrística.

4.4.6.2.2. Sienito (CrMRs)

O sienito está exposta em aglomerados de blocos não deformados, de tom rosa e com textura
granular grosseira a norte, oeste e a sul dos taludes da Serra da Morrumbala.

*As rochas são compostas por feldspato potássico, quartzo subordinado e biotite.
*Os diques máficos intruíram-se no sienito.

4.4.6.2.3. Tufito e brechas vulcânicas (CrMRv)

O tufito estratificado félsico cinzento claro a amarelado, com textura granular fina, pode ser
encontrado no topo da Serra da Morrumbala.

*Estes demonstram uma alternância rítmica, numa escala de mm, de lâminas de tom cinzento-
escuro e claro (075/60), sobrepostas em sienitos periféricos e numa intrusão alcalina central.
*O tufito supostamente representa a etapa final co-magmática do evento magmático alcalino.
*Estão expostos vários diques e fissuras vulcânicas a norte e sul do rio Zambeze, na área de
Dona Ana-Sena, ao longo da folha cartográfica que delimita a folha 1735.
**Estes estão situados, sem excepção, no seio do bordo leste do Graben Chire-Zangue.
*As fissuras maiores incluem as colinas isoladas de Balamuana, Bambe e Massangano e são
principalmente compostas por lavas basálticas (basalto augítico, basalto olivínico, basalto
nefelínico).
**Os diques associados, com até 12 km de extensão, incluem porfírios e brechas vulcânicas.
*Cerca de 200 m a nordeste do Monte Toma, ocorre uma unidade de chertes bandados com
carbonato de cálcio, possivelmente com origem hidrotérmica.

4.4.6.2.4. Veios de quartzo (CrMRq)

Os veios de quartzo são comuns a sul da Serra da Morrumbala (folha 1735) e formam pequenos
montes e cristas alongados, que têm maioritariamente inclinações próximas dos 100° e dos 160°.
Em alguns locais, os diques contêm brechas.

4.4.6.3. Suíte de Carbonatito do Monte Xiluvo (CrX)

4.4.6.3.1. Monte Xiluvo

A Suíte de Carbonatito do Xiluvo, constituída por calciocarbonatitos com textura granular fina a
grosseira (sovitos e alviquitos), está localizada no quadrante NO da folha cartográfica de Beira
(folha 1934) a cerca de 14 km a oeste da aldeia de Nhamatanda. A estrada Beira-Machipanda
(EN 6) passa a norte da Suíte, enquanto a linha férrea Beira-Mutare circunda o perímetro sul da
montanha.
Morfologicamente, o Xiluvo é caracterizado por uma série de elevações que formam
aproximadamente uma estrutura sub-circular com cerca de 4,5 km de diâmetro externo,
constituída por um grupo de colinas que apresentam uma altitude máxima de 443 metros.
Este conjunto de elevações, conhecido como Monte Xiluvo, delimita uma depressão interna do
tipo caldeira, com um diâmetro de cerca de 3 km. Constitui uma grande fenda vulcânica,
protegida contra a erosão devido às características tectónicas da região, dominada pelo Sistema
do Rifte de Chire-Urema-Beira.
Externamente à estrutura carbonatítica do Monte Xiluvo, e ainda relacionados com essa
morfologia vulcânica, existem corpos satélites vulcânicos, incluindo os Montes Cura em
direcção a NE e várias elevações menores distribuídas em direcção a SSE.
A Suíte de Carbonatito de Xiluvo é formada pela sequência seguinte:

*Núcleo central constituído por carbonatito.


*Um anel à volta do núcleo central, constituído por brechas vulcânicas, que não pode
apresentar fragmentos de rocha carbonática.
*Uma zona externa à volta desse anel, muito complexa, na qual as rochas traquíticas e
porfíricas cortam densamente as rochas xistosas quartzo-feldspáticas.

*A principal intrusão está associada a outros rolhões mais pequenos de carbonatitos e traquitos,
com menos de um quilómetro de diâmetro.
*Na imagem radiométrica ternária, o principal rolhão de carbonatito está reflectido por um
núcleo K-Th-U alto a muito alto, rodeado ao longo do lado leste, por uma orla alta em K e com
duas altas anomalias separadas altas em Th e U no lado ocidental.
*Com base na ocorrência combinada dos valores de K ligeiramente mais altos e na topografia
contrastante, suspeita-se da existência de rolhões associados de dimensão mais reduzida
*A área à volta do Monte Xiluvo é atravessada por abundantes diques estreitos, orientados a
NNE-SSO (doleritos, basaltos doleríticos, quartzitos e traquitos), que correspondem a alguns
alinhamentos aeromagnéticos orientados.
*A Suíte de Carbonatito do Xiluvo com a sua típica estrutura em anel ocorreu durante o
Cretácico Inferior e Médio, após a intrusão de chaminés e diques de traquitos hiperalcalinos com
augite-aegirina. O centro da estrutura apresenta calcite pura e é possível encontrar brechas
vulcânicas no anel exterior. O último é caracterizado por cimento cálcico-ferruginoso e
componentes de quartzo, feldspato, xistos, quartzitos e rochas básicas.
**Os carbonatitos foram seguidos por uma fase hidrotérmica, resultando em diques de quartzo
com brechas.
*A fissura vulcânica de Xiluvo originou uma actividade moderada e paroxística. A primeira é
reforçada pela ocorrência de carbonatitos maciços e a segunda é denunciada pelas rochas
piroclásticas projectadas não só à volta da cratera, mas também a longas distâncias, conforme é
possível observar nos afloramentos aglomerados localizados, até 10 km de distância da cratera,
conforme mencionado anteriormente.
*Na Suíte de Carbonatito do Xiluvo, as rochas carbonatadas cobrem uma área de
aproximadamente 4,5 km2, ocupando a parte central da estrutura anelar.
**Localmente, os carbonatitos estão cobertos por solo avermelhado e por vezes apresentam
fenómenos de carsificação.
*A litologia da zona de carbonatito
**é dominada pela ocorrência de carbonatitos maciços, de tom castanho claro e verde-escuro, de
aglomerados carbonatíticos e veios de carbonatito. As primeiras apresentam uma textura granular
fina a média, sendo essencialmente constituídas por calcite. O segundo tipo ocorre à volta dos
primeiros e foi denominado por carbonatitos traquitóides, devido à sua semelhança com as
rochas traquíticas.
É possível encontrar aglomerados carbonatíticos associados a carbonatitos maciços. Estes são
constituídos por fragmentos de carbonatitos angulares, com cimento calco-ferruginoso,
assemelhando-se a um produto de alteração de cinza.
*As rochas carbonatíticas acima mencionadas são seguidas por enxames de diques e veios,
constituídos maioritariamente por calcite e outros minerais acessórios idênticos aos presentes em
carbonatitos maciços de tom castanho claro. Alguns destes veios correspondem a veios que
preenchiam as fracturas circulares do tipo "dique cónico".
*A segunda zona é constituída por elevações compostas por dois tipos de brechas vulcânicas:
uma calco-ferruginosa e uma feldspática.
**O primeiro tipo ocorre no contacto com os maciços de carbonatitos ou está interligado com
eles. As brechas feldspáticas são mais externas em relação à cratera da fenda vulcânica do Monte
Xiluvo.
**O segundo tipo corresponde a fragmentos de rochas doleríticas, rochas traqui-fonolíticas,
rochas carbonatíticas, rochas quartzo-feldspáticas constituídas por escória. A esses fragmentos de
rocha estão associadas grandes quantidades de clastos de feldspato, do tipo microclina. Este tipo
de rocha foi denominado por brecha feldspática, devido à grande variedade de feldspato que o
compõe. A matriz formada pelos óxidos e hidróxidos de ferro, calcite e cimentos secundários de
sílica cimenta os clastos e fragmentos (GTK, 2006).

4.4.6.3.2. Monte Cura

O Monte Cura é um corpo satélite vulcânico (o maior) da intrusão do Monte Xiluvo.


O Monte Cura corresponde a chaminés de rocha alcalina, com orientação a E-O, interrompidas
por fracturas orientadas a NE-SO, que criaram uma zona colapsada que separa as colinas
idênticas com 133 e 143 metros de altura, respectivamente.
As elevações existentes na direcção SSE podem ser observadas até 10 km de distância do foco
vulcânico, um resultado da acumulação de rochas piroclásticas projectadas da fenda vulcânico de
Xiluvo.

4.4.7. Depósitos do Quaternário a norte do Graben do Zambeze (norte da província de


Tete) e no Graben do Médio Zambeze
(Depósitos do Quaternário no norte da Província de Tete e na Zona do Zambeze )

As rochas do Quaternário (Qc, Qt) encontra-se espalhadas não só nos vales dos principais rios,
mas também em depressões estruturais causadas por falhas recentes (geralmente através do
rejuvenescimento de antigas falhas do soco).
As características seguintes seguem o GTK (2006):
*Grandes afloramentos de rochas Quaternárias são depositadas no Graben do Médio Zambeze
onde cobrem rochas pertencentes ao Supergrupo Karoo ou da Formação Cretácica de Mágoè
(Arenito-Calcário), principalmente a norte de Zumbo, a sul do Lago Cahora Bassa e na extensão
norte da Fossa do Zambeze em direcção ao Malawi.
*Noutros locais, os sedimentos do Quaternário estão depositados em estruturas de rifte isoladas
dentro do soco cristalino. Exemplos disso são os riftes do rio Muangádeze e do rio Candere nas
folhas 1432, o Graben do Rio Metendeze-Lumázi na folha 1533 e no rifte do rio Condedezi-
Messambedeze transpondo o limite entre as folhas 1533 e 1534.
*É notável que os depósitos Qt formem uma zona que se estende sobre as folhas 1532, 1633 até
à folha 1634, o que indica que estes depósitos não só seguem o curso do rio ou as pequenas
estruturas de rifte locais, mas que existe um alinhamento/zona controladora que atravessa o soco.

São conhecidos os seguintes riftes/unidades:

*Rift do rio Muangádeze


*Rift do rio Candere
*Graben do Rio Metendeze-Lumázi
*Rifte do rio Condedezi-Messambedeze

Geralmente, estes rifts são preenchidos por cascalheira de terraços fluviais e depósitos de areia
(Qt) e, localmente, (principalmente no Graben do rio Metendeze-Lumázi, Rifte do rio
Condedezi-Messambedeze) também por material coluvial (Qc).
No Rifte do rio Condedezi-Messambedeze encontra-se depositada uma quantidade notável de
aluvião (Qa).

4.4.7.1. Rifte do rio Muangádeze

Ocorre uma faixa relativamente estreita (7 – 8 km no seu ponto mais largo) de depósitos do
Quaternário, orientada a N-S, rodeando os actuais leitos do rio Muangádeze, rio Vuboè, rio
Puepua e – o principal eixo de drenagem – rio Luia perto da margem leste da folha 1432.
A unidade prolonga-se para N-S por uma distância de cerca de 40 km e é interrompida na sua
extremidade norte por uma falha normal orientada a ENE - OSO.
O rifte do rio Muangádeze está delimitado ao longo da sua margem leste, por uma série de falhas
normais orientadas a N-S, que são localmente desviadas por falhas transversais e de orientação
variável.
A margem oeste não parece ser sistematicamente delimitada por falhas. É, portanto, provável que
o rifte do rio Muangádeze corresponda ao preenchimento de um hemigraben orientado a N-S de
origem Quaternária.

4.4.7.2. Rifte do Rio Candere

Uma segunda planície Quaternária cobertura por estratos de sobrecarga ocorre mais a sul,
transpondo o limite entre as folhas 1432 e 1532.
Mede cerca de 20 km para N-S por um máximo de 5 km para E-O e rodeia as secções inferiores
dos vales do rio Candere e do rio Messangate, até à sua confluência com o Rio Luia a oeste.

4.4.7.3. Graben do rio Metendeze-Lumázi

O soco cristalino na porção centro-leste da folha 1533 está coberto por uma planície de
inundação vastamente rectangular, orientada a NO-SE, coberta por várias gerações de depósitos
aluviais derivados dos rios Chicocoè, Metendeze, Lumázi, Mavuzi (ou Mavuze) e respectivos
afluentes. Os depósitos cobrem uma área que mede ~ 50 km a NO-SE por ~ 20 - 25 km a NE-
SO.
Os limites dos depósitos do Quaternário não coincidem com os vestígios cartografáveis da falha.
Não obstante, a forma rectangular e a orientação da área coberta pelo Quaternário, assim como
as abundantes falhas orientadas a NO-SE e os alinhamentos que a rodeiam, sugerem que a sua
forma corresponde a uma bacia tectónica superficial recentemente formada.
A distribuição de falhas em ambos os lados sugere que a bacia é um graben simétrico (i.e.,
limitado por falhas em ambos os lados), provisoriamente denominado por Graben do Rio
Metendeze-Lumázi.
O facto de os conjuntos de falhas limite serem exactamente paralelos às "mega estrias” nas
unidades Pré-Câmbricas, a oeste e norte, sugere que a formação do graben foi condicionada e
controlada pelo carreamento tectónico da Suíte de Tete e pelos reajustes isostáticos subsequentes
de blocos de falhas já existentes no soco cristalino (GTK, 2006).

4.4.7.4. Rifte do rio Condedezi-Messambedeze

A norte da parte leste da Suíte do Tete (Gabro-Anortosito), transpondo o limite entre as folhas
1533 e 1534 encontra-se um terceiro grande depósito Quaternário.

*Este consiste numa cobertura coluvial e aluvial, sobreposta aos depósitos do Karoo da
Formação de Moatise que preenche o rifte do rio Condedezi-Messambedeze.
*Este rifte está orientado a E-O, ao longo da margem norte da Suíte de Tete, antes de se unir ao
Rifte de Shire orientado a NO-SE no Malawi, a leste da Suíte de Tete. O sistema de rifte
combinado corresponde à continuação da fossa do Zambeze para leste, sob a Suíte de Tete,
delimitada a norte e leste pela Zona de Cisalhamento de Sanangoè, que foi reactivada como uma
falha normal, pelo menos duas vezes durante o Fanerozóico (Karoo e Quaternário).
*Os depósitos do Quaternário ocupam uma faixa de 60 – 65 km a E-O por 10 – 15 km N-S e
ocorrem a sul da falha limite a norte do rifte.
*A sua assinatura radiométrica global é bastante semelhante à das formações Pré-câmbricas a
norte. Estas observações indicam que os depósitos são principalmente compostos por "derrames"
coluviais (QC), derivados da escarpa de falha a norte (GTK, 2006).

4.4.8. Riftes do centro e sul de Moçambique e sequências de bacias sedimentares Meso-


Cenozóicas

4.4.8.1. Sedimentos terrestes do Cretácico e Terciário no bordo do Graben de Chire-Urema-


Chissenga

4.4.8.1.1. Sedimentos terrestres do Cretácico

Ao longo da Zona do Graben de Chire-Urema-Chissenga existem duas formações de


afloramentos da idade do Cretácico:

*Formação de Grudja (CrG);


*Formação de Sena (CrSs)
**Membro de Arenito de Tório (CrSt)
**Membro de Conglomerado Basal (CrSb)

Os sedimentos da Formação de Sena correspondem à continuação para sudeste do


desenvolvimento da Fossa de Lupata e da Bacia do Baixo Zambeze interrompido pela zona de
graben. As características destes sedimentos fazem parte da descrição destas bacias.
A Formação de Grudja aflora principalmente no bordo leste da zona de graben (folhas 1834,
1835 e na folha de canto 2034/35) e segue a orientação NE-SSO para N-S das estruturas de
graben.
É fornecida uma descrição detalhada da Formação de Grudja em ligação com as características
da Bacia de Moçambique (4.4.10.)

4.4.9. Bacia de Moçambique

A Bacia de Moçambique inclui as seguintes sequências (GTK, 2006):


*Sequência 1
*Sequência 2
*Sequência 3
*Sequência 4
*Sequência 5
*Sequência 6

*Sequência 1: Depósitos do Quaternário, subdivididos em depósitos Plistocénicos, tais como


Dunas Interiores, Terraços Fluviais, Arenitos Costeiros (praialitos) e Calcários Lacustres e
depósitos do Holocénico, tais como depósitos de planícies de inundação de composição
arenosa-argilosa ou com lama.
*Sequência 2: Deposição do Paleocénico -Plioceno das Formações de Mangulane, Tembe,
Inhaminga, Maputo, Boane e Salamanga e “Complexo Deltaico do Zambeze” a leste, produtos
de erosão e redeposição noutros locais.
*Sequência 3: Formação de Mapai e Formação de Cheringoma do Paleocénico por baixo das
inconformidades do Oligocénico inferior e superior.
*Sequência 4: Deposição do Cretácico Superior (Campaniano-Maastrichtiano) até ao
Paleocénico Inferior da parte inferior da Formação de Grudja separada pela inconformidade do
Paleocénico Inferior a partir da parte superior da Formação de Grudja.
*Sequência 5: Cretácico Médio a Superior com deposição das Formações de Sena e Domo e
inconformidade intra-Senoniana ao longo da bacia.
*Sequência 6: Deposição do Jurássico Superior-Cretácico Inferior do Grupo de Lupata na
instalação norte e coeva das rochas vulcânicas da Província Alcalina de Chilwa com
inconformidades Neocomianas (Berriasiano até ao Barremiano) e Aptianas

A Tabela 4.36. apresenta as unidades litoestratigráficas da Bacia de Moçambique


Sequência Grupo/Formação/Membro Código
Duna de Areia Costeira Qd
Duna Interna Qdi
Aluvião Qa
Lamas aluviais de origem fluviomarinha Qst
Detritos com cascalho "Mantos de Cascalheiras" Qp
6 Quaternário Areia argilosa de planícies de inundação eluviais Qps
Calcários lacustres Qcs
Sedimentos de terraços marinhos/arenito costeiro Qll
Coluvião Qc
Lama de planícies de inundação eluviais Qpi
Terraços fluviais Qt
Areia eólica Qe
Pliocénico Mazamba TeZ
Ponta Vermelha TeVs
Inharrime TeIn
Arenito conglomerático
Jofane retrabalhado TeJco
Arenito com silicificação local TeJs
Cabe TeJc
5 Urrongas TeJu
Cheringoma TeC
Salamanga Arenito TeSs
Calcário TeSl
Boane TeB
Maputo TeP
Inhaminga TeI
Tembe TeT
Mangulan
e Magube TeMm
Paleocénico Calcário Arenoso TeMl
Mapai Calcário Superior TeAul
Arenito Superior TeAuc
Paleocénico Arenito Médio TeAcs
4
Calcário Médio TeAml
Calcário Inferior TeAlc
Calcário Basal TeAbl
Paleocénico Inferior Cretácico (indiferenciado) CrM
Incomanin
3 i Crl
Grudja Grudja Superior
CrG
Cretácico Superior Grudja Inferior
Cretácico Superior Sena Arenito (altamente potássico) CrSas
2 Conglomerado Basal CrSb
Arenito de tório CrSt
Cretácico Médio Domo
Cretácico Inferior Lupata Monte Linhanga Aglomerado CrLMa
1 Grupo Fonólito Arenito CrLMs
Riólito conglomerático do Monte Mazambulo CrLP
Jurássico Superior? Riólito do Monte Palamuli JrLM
Tabela 4.36.: Unidades litoestratigráficas e respectivos códigos da Bacia de Moçambique
(adaptado de GTK 2006)
A Figura 4.37. apresenta a estratigrafia generalizada da Bacia de Moçambique.

(A linha vermelha mostra os ciclos de transgressão-regressão, resultantes da interacção


entre as flutuações eustáticas episódicas do nível do mar, a subsidência da bacia e a
elevação continental. Esta interacção resulta em inúmeras inconformidades e períodos de
não-deposição ou de erosão no seio da coluna estratigráfica num local e da sedimentação
noutro local. O soerguimento e a erosão são particularmente evidentes a oeste, na parte
continental da Bacia de Moçambique e correspondem aos hiatos entre o Cretácico Médio,
Santoniano-Campaniano Superior, Maastrichtiano Superior-Ypresiano, Bartoniano-
Aquitaniano e Miocénico Superior. As mudanças nas fácies acontecem geralmente de O para
E e variam de terrestres a parálicos a marinhos superficiais a marinhos profundos. A
classificação litoestratigráfica implica que algumas unidades cartografáveis sejam
fortemente diacrónicas (p. ex., Formação de Sena) ou contemporâneas com outras unidades
(p.ex., Formações de Sena e Domo) (adaptado de GTK, 2006)
Figura 4.37.: Estratigrafia generalizada da Bacia de Moçambique

4.4.9.1. Sequência 1: Deposição do Jurássico Superior-Cretácico Inferior

A Sequência 1 corresponde ao Grupo de Lupata a norte (Província de Tete) e as vulcânicas


da Suíte de Tundo/Província Alcalina de Chirua (Chilwa), o que significa que estas não fazem
parte da Bacia de Moçambique, mas devem ser relembradas, uma vez que o desenvolvimento
das Bacias Meso-Cenozóicas tem início com estes sedimentos e magmatismo.

4.4.9.2. Sequência 2: Cretácico Médio a Superior

A Sequência 2: Cretácico Médio a Superior, inclui as seguintes formações/unidades:


Cretácico Médio a Superior
*Formação de Sena (CrS)
*Formação de Domo

4.4.9.2.1. Formação de Domo


(Não existe afloramento nas superfícies)

Esta Formação é apenas conhecida pelos seus furos e é provavelmente uma equivalente lateral
da Formação de Sena.

A Formação de Domo inclui dois membros:

Formação de Domo (CrD)


*Xistos Superiores de Domo (CrDs2)
*Xistos Inferiores de Domo (CrDs1)

A unidade é inteiramente sub-aflorada e isso foi provado através de furos localizados na parte
norte de Domo-Pomene e nos Horsts de Inharrime (furo Domo 1).
A deposição desta Formação entre os paralelos 23° e 25° S durante as fases Albiana-Aptiana
(~ 125 – 100 Ma). A sequência transgressiva atinge as áreas mais a norte durante as fases
Cenomaniana e Turoniana (100 – 94 Ma).

*Os Xistos Inferior e Superior de Domo são separados por uma inconformidade
intraformacional, associada a um horizonte estreito de arenito.
*É constituída por margas argilosas de tom preto-acinzentado ou argilas sílticas num
ambiente euxínico de uma bacia fechada, com ligações abertas raras e episódicas com o mar
(Flores, 1961).
*A espessura da sequência do Domo do Cretácico Inferior varia entre 400 (furo Domo 1) e
menos de 250 m (furo Zandamela 1).
*A norte do paralelo 23° S até à latitude da Beira (~ 20° S), a base da sequência de Domo
parece pertencer à idade Albiana, conforme comprovado por uma sucessão marinha estreita
depositada numa estrutura de Graben (Flores, 1973).
*A Formação de Domo é também descrita como o resultado da fase inicial do Rifte do Leste
Africano no sul de Moçambique (Lächelt, 2004)
4.4.9.2.2. Formação de Sena (CrS)
(Grès de Sena/Arenito de Sena/Grès de Tete)

A Formação de Sena está bem exposta ao longo da margem direita do Rio Zambeze, por mais
de 150 km, até ao Graben de Chire-Urema no sul da Fossa de Lupata (folhas cartográficas
1634, 1734, 1735 and 1834 de Tambara, Chemba, Mutarara-Morrumbala e Gorongosa.
(Consórcio GTK, 2006).
A Formação de Sena é composta pelo antigo Grès de Sena (Arenito de Sena) e o equivalente
litoestratigráfico Grès de Tete.
Inicialmente considerado como pertencente à idade do “Cretácico Indiferenciado” (De
Andrade, 1929), os resultados da análise do pólen obtidos a partir de uma amostra de núcleos
de perfuração de uma profundidade entre 1 685 e 2 987 m indica uma idade Albiana-
Turoniana (Cretácico Médio ~ 112 a 93 Ma) para os Arenitos de Sena.
Isto é confirmado pela sua posição no topo das lavas alcalinas de Lupata que têm uma idade
de +- 115 Ma (K-Ar).
Apenas uma pequena parte pertence à Formação de Sena, do Cretácico Inferior, assim como a
sucessão de Elefantes/Singuedeze e, na África do Sul, a Formação Malonga, todas consistem
em unidades irregularmente estratificadas de arenito grosseiro com raias de cascalho e
conglomerados arenosos maciços, alternando, em alguns locais, com intervalos de siltito,
demonstrando efeitos da paleo-meteorização (citado de GTK, 2006).

*As rochas sedimentares atribuídas à Formação de Sena sobrepõem-se as rochas do


Supergrupo Karoo e do Grupo de Lupata ou, em outros locais, ultrapassam-nas para o soco
cristalino.
*As areias e a cascalheira do Cretácico formam uma paisagem plana e descaracterizada.
*Os afloramentos mostram partes da sequência com uma espessura máxima do perfil entre 30
e 40 metros.
*Nas cartas aéreas magnéticas, estas rochas demonstram uma susceptibilidade magnética
muito baixa. A sua radioactividade natural é moderada, mas pode ser observado um
zonamento distinto na Formação de Sena na região entre os rios Pompue e Nhamapasa e
parece estar relacionada com a proporção de material arenoso e argiloso.
**O material arenoso está, aparentemente, correlacionado de forma positiva com a presença
de minerais contendo tório (zircão?).
*No sudeste do Zimbabué, as direcções das paleo-correntes medidas nas litologias de Sena
são consistentes com a direcção S e ESE (Moore & Larkin, 2001).
**Os arenitos e conglomerados continentais da Formação de Sena foram depositados numa
disposição que pode ser comparada com a margem interior da planície costeira moderna.
*Os sedimentos marinhos foram depositados na margem exterior, com a principal bacia
deposicional situada na proximidade da foz do actual Rio Save, onde a sequência excede os 1
500 m de espessura na sub-superfície (Moore & Larkin, 2001).
*A unidade representa o “Cretácico continental" e é principalmente composta por arenitos
conglomeráticos ou arcósicos de acastanhado, por vezes avermelhado ou amarelo-
acastanhado a cinzento claro. Os feldspatos inalterados indicam uma fonte próxima e/ou
transporte rápido. A rocha encontra-se mal cimentada ou contém cimento carbonatado.
Em alguns locais, ocorrem horizontes intraformacionais de conglomerado ou camadas de
cascalho. O cascalho deriva de granito, gnaisses, quartzito e, por vezes, de riólito e lavas
alcalinas do Grupo de Lupata (Lächelt, 2004).
A concentração eluvial de cascalho pode resultar numa cobertura de detritos cascalho no topo
da Formação.
*A unidade é principalmente composta por arenitos conglomeráticos mal cimentados com
cascalho de origem vulcânica.
**A parte inferior desta unidade inclui camadas impuras de calcário com vestígios de flora
fóssil e argilitos calcários, com fragmentos de escamas de peixe, artrópodes e flora fóssil.
*O Consórcio (GTK, 2006) distingue três unidades cartografáveis, com o estatuto de
Membro, no seio da Formação de Sena:

Formação de Sena (CrS)


*Membro Superior de Arenito-Conglomerado (CrSc)
*Membro de Conglomerado Basal (CrSb)
*Membro de Arenito de Tório (CrSt)

4.4.9.2.2.1. Membro de Arenito e Tório (CrSt)

Os arenitos arcósicos com elevada assinatura de tório formam uma zona de 10 a 25 km de


largura, orientada a norte, ao longo do afloramento que estabelece o limite entre o Pré-
Câmbrico e o Fanerozóico, entre os Montes Súdeza e Panda, nas folhas cartográficas 1634-
1834.
Cobrindo maioritariamente rochas vulcânicas do Supergrupo Karoo e sendo parcialmente
sobreposta por depósitos Quaternários, a distinta unidade de arenito continua para sul na folha
cartográfica 1934, a sul da vila de Nhamatanda.
A proveniência do material radiogénico deste arenito fracamente exposto e fortemente
meteorizado na base da Formação de Sena ocorre muito provavelmente no terreno do soco
Pré-câmbrico a oeste, onde prevalecem rochas félsicas intrusivas e supracrustais (GTK,
2006).

4.4.9.2.2.2. Membro de Conglomerado Basal (CrSb)

Foi observado um horizonte conglomerático com cascalho de rochas do soco cristalino de


grande dimensão e lavas Fanerozóicas na base da Sequência de Arenito de Sena, sendo o
material clástico composto maioritariamente por granitos, gnaisses, quartzitos, fragmentos
feldspáticos e lavas.

*No fundo de algumas sondagens petrolíferas profundas na mesma Formação, foram


encontrados calcários impuros e xistos carbonatados com fragmentos de flora fóssil, escamas
de peixe e artrópodes.
*Mais acima na sequência sedimentar da Formação de Sena, as camadas conglomeráticas
estão interestratificadas com arenitos com textura granular média a grosseira, igualmente
atribuídos, ainda que incertamente, ao Membro de Conglomerado Basal.
*Estes depósitos, que cobrem vastas áreas a leste da unidade enriquecida com tório, incluem
arenitos arcósicos de tom acastanhado ou avermelhado, localmente também de tom amarelo-
acastanhado a cinzento-claro, com clastos de quartzo e feldspato angulares e sub-
arredondados em cimento cálcico-argiloso.
**Uma característica sedimentar primária típica destes arenitos é a estratificação cruzada.
**A erosão de camadas conglomeráticas origina detritos de cascalho que muitas vezes
cobrem os arenitos da Formação de Sena.
*A deposição do Membro de Conglomerado Basal ocorreu provavelmente num ambiente
fluvial de alta energia, como cones aluviais, conglomerados intercalados com areias fluviais
numa bacia Cretácica de controlada por falha (GTK, 2006).

4.4.9.2.2.3. Membro de Conglomerado-Arenito Superior (CrSc)

Áreas aleatórias de arenitos com textura granular grosseira e arenitos conglomeráticos,


atribuídos ao Membro Superior de Conglomerado-Arenito ocorrem no centro e canto sudeste
da folha cartográfica de Chemba (1734), onde formam características geomorfológicas
tabulares, como montes elevados e alongados com mata densa típica.
É geralmente aceita uma idade Albiana-Turoniana (Cretácico Médio) ou Barremiana-
Maastrichtiana (Cretácico Médio a Superior) para os depósitos da Formação de Sena.

4.4.9.3. Sequência 3 do Cretácico Superior (Campaniano-Maastrichtiano) ao


Paleocénico Inferior

A Sequência 3 Cretácico Superior – Paleocénico estende-se pelo período desde o


Campaniano-Maastrichtiano até ao Paleocénico, aproximadamente de 80 até 56 Ma.
Corresponde ao período de deposição do Grudja Superior e Inferior, separado pela
inconformidade e hiato do Paleocénico Inferior, na parte ocidental da Bacia de Moçambique,
contemporânea da deposição de xistos marinhos e carbonatos de água profunda na zona leste
e offshore.
*O muro da sequência é formado pela inconformidade e hiato intra-Senonianos.
*O contacto do tecto é obtido pela inconformidade e hiato do Eocénico Inferior.

As seguintes Formações incluem-se nesta Sequência:

Cretácico Superior (Campaniano-Maastrichtiano) ao Paleocénico


*(Cretácico indiferenciado) (CrM)
*Formação de Incomanini (CrI)
*Formação de Grudja (Arenito) (CrG)

4.4.9.3.1. Formação de Grudja (Arenito) (CrG)

A Formação de Grudja (Arenito), que ocorre maioritariamente nas folhas cartográficas 1834 e
1835, é composta por arenitos glauconíticos com marga e calco-arenito subordinados, de cor
amarela-esverdeada, com fósseis Lopha (Alectronya ungulata) na base, seguindo-se calcários
fossilíferos maciços que vão até aos 200 m de espessura.
É aceite a atribuição de uma idade Turoniana-Campaniana (Cretácico Superior) para a
parte inferior da unidade.
A parte superior da sequência é atribuída à idade Maastrichtiana-Paleocénica.

A maioria dos afloramentos de rochas atribuídos à Formação de Grudja (arenito) ocorrem

*numa cintura estreita orientada a NE-SO nas folhas cartográficas de Inhaminga-Marromeu


(folha cartográfica 1835) e Beira (folha cartográfica 1934);
*na parte sul da Bacia de Moçambique, os afloramentos da Formação de Grudja nas folhas a
nordeste das folhas 2032-2033 (Espungabera-Chibabava)
*na parte noroeste da folha 2034 (Nova-Mambone), onde forma uma faixa estreita e alongada
com orientação a NE-SO, de ~ 20 km de comprimento e 3 km de largura, assente no topo dos
arenitos conglomeráticos de Sena ao longo da escarpa ocidental perto da vila de Chiboma.

A Formação de Grudja continua e adensa-se na sub-superfície em direcção a leste, atingindo


quase os 1 400 m no furo Búzi 1, ~900 m e 600 m nos furos Nhamura 1 e Sangussi Marin, >
900 m nos furos Sofala 1 e Nemo 1, > 1000 m no furo Pande 1 e 700 m no furo Balane 1.
A Formação de Grudja é maioritariamente acolhida por uma fossa alongada, com orientação
N-S, que se estende do rio Zambeze ao rio Save. Contudo, na região a sul de Vilanculos, a
sequência exibe uma forte redução de espessura (Flores, 1973). Não existe informação
disponível entre os rios Save e Limpopo.

*A Formação de Grudja consiste em estratos marinhos com início numa camada basal de
Alectryonia ungulata, que é usada como horizonte marcador separando a Formação de Grudja
da Formação de Sena.
*A Formação de Grudja é composta por calcoarenitos ou calcoarenitos glauconíticos, de cor
amarela-esverdeada, com calcários interestratificados raros (Mouraet al, 1968).
*As rochas contêm uma abundância de microfósseis que na parte margosa siltítica inferior é
caracterizada pela presença de Alectronya ungulate e Hexogyres e, no topo, por fauna
contendo várias espécies de foraminíferos incluindo Cibicides sp., Nodosaria sp.,
Marginulina sp., Robulus sp. (Flores, 1964).
*Observações de campo (GTK, 2006) demonstram uma passagem transgressiva dos arenitos
com textura granular grosseira e acastanhados de Sena terrestre para os terrenos marinhos da
Grudja, compostos por arenitos de textura granular fina, siltitos e arenitos argilosos.
**Os estratos basais compreendem arenitos marinhos amarelados e com textura granular
grosseira e siltitos de cor amarelada ou avermelhada com fósseis abundantes na base
(Alectryonia ungulata, Ostrea sp., Cardium sp., Cardita sp.e fragmentos de Inoceramus sp.).
**Os arenitos acima são cobertos por arenitos carbonatados com textura granular fina, siltitos
de cor amarelada a cinzenta-esbranquiçada e arenitos glauconíticos com textura granular fina
e de cor amarelada a cinzenta-clara com Gryphea vesicularis, Gryphea convexa, Veniella
forbesiana, Baculites cf. vagina, Obulus sp., briozoa, dentes de peixe, Cibicides sp.,
Nodosaria sp., Marginulina sp., ostracoda, etc.
**Nalguns lugares, ocorrem calcoarenitos com textura granular média a grosseira, de cor
branca e, por vezes, conglomeráticos, com macrofauna marinha (parte NO da folha 2034).
Estes podem conter pequenos fragmentos de rocha máfica.

4.4.9.3.2. Formação de Incomanini (CrI)


(Série Incomanini)

A sequência de calcoarenitos desenvolve-se sob a cobertura Quaternária, a sul do rio


Massintonto.
A sul do paralelo 26º S, entre os rios Movene e Maputo, existem igualmente calcoarenitos.
Estes são equivalentes àqueles da Formação de Incomanini e mais recentes do que os arenitos
de Mapicane, do Cenomaniano, descritos por Förster (1975).
Os afloramentos da Formação de Incomanini ocorrem 10 km a norte da vila de Sabie, nas
folhas cartográficas 2531 e 2532).
Rennie (1936) atribuiu a fauna Lammelibranchea desta unidade ao Cretácico Superior.

*A rocha é maioritariamente composta por calcoarenitos marinhos bem fossilizados com


horizontes conglomeráticos polimícticos ocasionais (Nunes & Oberholzer, 1959). Estes
exibem lamelibrânquios, gastrópodes (Turrilites) e baculites (Moura & Oberholzer, 1969),
que podem ser considerados como os equivalentes da Formação de Grudja em termos de
idade e ambiente de deposição.
*A espessura das camadas conglomeráticas varia entre 0,5 e 1,5 m e o diâmetro dos clastos
individuais vai até aos 15 cm. As camadas carbonatadas parecem ser mais estreitas do que as
conglomeráticas (GTK, 2006).

4.4.9.3.3. Cretácico Indiferenciado (CrM)


(Incluindo os Arenitos Uanéteze)

A sul do rio Limpopo, nas folhas 2431/2432 e 2531/2532, ao longo dos basaltos e riólitos da
idade do Karoo na Formação de Movene, encontra-se uma intercalação marinha em arenitos
continentais do Cretácico terminal.
Estes são os antigos Arenitos Uanéteze com níveis conglomeráticos e siltíticos que estão
esporadicamente expostos nos vales dos rios Singuédeze, Elefantes, Uanéteze e Massintonto
(Flores, 1961).
Com base no conteúdo fóssil, atribui-se uma idade Senoniana (Coniaciano até Maastrichtiano
ou ~90 a 65 Ma) a toda a Formação de Grudja. Nalguns locais, por exemplo, na zona norte do
Baixo Zambeze e nas Bacias de Save/Limpopo, a sedimentação de areias glauconíticas da
fácies de Grudja continuou para o Paleocénico Inferior.
Uma situação semelhante é reportada a partir do lado ocidental do Horst de Inhaminga, onde
se encontram, no topo da Formação de Grudja, 20 metros de arenitos margosos glauconíticos
com Nummulites, Exogyra e Operculina.
O mesmo acontece no planalto de Buzi e profundamente para leste (Flores, 1964; 1965).
As rochas Paleocénicas incluem-se na Formação de Grudja.
Estes depósitos litorais que atingem os 100 m de espessura e com influências fluviais foram
datados por Alectronya ungulate e correlacionam-se com a base da Formação de Grudja mais
a norte (Flores, 1961).
Segundo o Consórcio GTK (GTK, 2006), estas rochas, entre determinadas outras, foram
incorporadas no “Cretácico Indiferenciado” (CrM).

4.4.9.4. Sequência 4: Paleocénico

A Sequência 4 inclui a seguinte unidade:

Sequência 4: Paleocénico
*Formação de Mapai (TeA)

4.4.9.4.1. Formação de Mapai (TeA)

A Formação de Mapai está maioritariamente exposta na zona ocidental de Moçambique, ao


longo dos taludes dos vales de ângulo baixo dos rios Limpopo, Uanetze, Singuedéze,
Barragem de Massingir e rio dos Elefantes (folhas 2231, 2232, 2331/2332 e 2431/2432).

*A ocidente, esta sobrepõe-se, em discordância, às Vulcânicas dos Libombos em alguns


locais.
*A unidade está coberta por Arenitos Arcósicos de Mazamba ou, em apenas alguns locais, por
Arenitos Roxos de Inhaminga.
*Globalmente, a Formação de Mapai está subjacente a uma paisagem plana descaracterizada e
marcada por uma fina cobertura de areias eólicas e areias argilosas de planícies de inundação
eluviais.
*Contudo, perto da Barragem de Massingir (folhas 2331/2332) a natureza da Unidade inferior
de Mapai é ambígua em relação às rochas sedimentares ricas em fósseis inferiores. Estas
rochas fossilíferas presentes na base podem estar correlacionadas com a Formação de Grudja
do Cretácico (Flores 1961).

*Os depósitos consistem em aluviais anastomosados muito grosseiros formados por bancos de
meio do canal (intervalos conglomerados e com clastos) e as áreas intercanais dominadas por
areias mais finas e siltitos. Litologias dominadas por calcários podem corresponder a períodos
de inundações ou de subida do nível do mar.

Estão presentes os seguintes membros (sub-unidades):

Formação de Mapai (TeA)


*Depósitos problemáticos da Formação de Mapai
*Membro Superior de Calcário (TeAul)
*Membro Superior de Arenito (TeAuc)
*Membro Médio de Arenito (TeAcs)
*Membro Médio de Calcário (TeAml)
*Membro Inferior de Arenito (TeAlc)
*Membro Calcário basal (TeAbl)

4.4.9.4.1.1. Membro de Calcário Basal (TeAbl)

A unidade estratigráfica mais antiga, chamada Membro de Calcário Basal (TeAbl),


compreende calcários arenosos a siltíticos, que afloram ao longo do Monoclinal dos
Libombos a norte da Barragem de Massingir. Estes representam a unidade sedimentar mais
baixa da Formação de Mapai, depositada nas rochas vulcânicas do Karoo.

*Estes calcários são de cor acinzentada e apenas ligeiramente bandados, formando


afloramentos baixos e arredondados. Com base numa análise química realizada, o conteúdo
de CaO é de cerca de 25%.

4.4.9.4.1.2. Membro de Arenito Inferior (TeAlc)

*O Membro Inferior de Arenito (TeAlc) compreende conglomerados polimíticos, que são


caracterizados por uma matriz carbonatada. Os blocos são maioritariamente compostos por
riólitos e rochas ricas em quartzo, mas é possível encontrar igualmente clastos de granitóides
de grandes dimensões, vulcânicas máficas e rochas BIF.
*A sub-unidade mais baixa próxima da Barragem de Massingir compreende também fósseis.
*Esta parte deverá representar uma formação mais antiga (GTK, 2006).

4.4.9.4.1.3. Membro de Calcário Médio (TeAml)

Comparadas com os afloramentos do Membro de Arenito Basal próximos, que se encontram


geralmente em canais fluviais, as rochas atribuídas ao Membro Intermédio de Calcário
(TeAml) ocorrem em altitudes mais elevadas.

*Estas rochas são calcários impuros e, obviamente, não formam unidades verticalmente
notáveis.

4.4.9.4.1.4. Membro de Arenito Médio (TeAcs)

Próximo da vila de Mapai, a cerca de 200 km a NNE da Barragem de Massingir, encontram-


se afloramentos descontínuos de arenito bioturbado variado, com textura granular grosseira e
tom branco-cinzento do Membro Intermédio de Arenito (TeAcs), nas margens do rio
Limpopo.
O intervalo exposto total mede ~50 m de espessura vertical. Em etapas ascendentes de 3 m, o
intervalo mostra:

*Arenito branco com textura granular grosseira, bem calibrado, com uma matriz carbonatada,
textura maciça e com tocas verticais à escala decimétrica
*Igual ao anterior, mas com textura granular mais fina e cor avermelhada nalguns locais
*Transição ascendente gradual para siltitos carbonatados de cor branca e diversos tons de
vermelho
*Passando acima para siltitos vermelhos puros com raias e laminação de calcreto de espessura
centimétrica
*Mais acima, aparece novamente arenito com textura granular grosseira com cascalho
centimétrico ocasional.
*Existe uma sequência irregular, de estratificação grosseira (~20 a 100 cm) e horizontal a
ligeiramente basculada, composta por arenitos, arenitos com clastos e horizontes de
conglomerados intraformacionais, alternando com intervalos de siltitos arenosos. Os arenitos
e conglomerados são predominantemente ferruginosos e exibem cores vermelho-tijolo, com
zonas branco-neve devido à redeposição de carbonatos. Estes horizontes cobertos de calcreto
e mais brancos afectam principalmente os arenitos com textura granular média a grosseira,
presumivelmente como resultado da sua maior porosidade e permeabilidade. Observam-se
frequentemente tocas bem preservadas. Estas tocas sub-verticais têm muitas vezes uma forma
oval, atingem até 1 cm de diâmetro e medem de 5 a 20 cm de comprimento.
*Seguindo uma direcção SE ao longo do rio Limpopo, podem encontrar-se afloramentos
similares dispersos, que contêm arenitos carbonatados com textura granular grosseira e cor
vermelha e branca, distribuídos irregularmente e com horizontes de cascalho menor,
alternando com arenito com textura granular fina, siltítico, vermelho e bioturbado. Nalguns
locais, pode observar-se uma estratificação vaga à escala decimétrica. Numa área mais vasta,
a sul de Limpopo, as brechas meteorizadas encontram-se irregularmente distribuídas e
ocorrem como bolsas de dimensões métricas em arenitos saibrosos, ou em torno deles. As
brechas contêm clastos não calibrados, de escala decimétrica a centimétrica, derivados de
arenito, calcreto e ferricreto que estão inseridos numa matriz de siltito ferruginoso.
*Microscopicamente, a rocha é composta por matéria argilosa fina, fragmentos fósseis e grãos
clásticos. O último trata-se geralmente de grãos de quartzo angulares a sub-arredondados. A
plagioclase é menos abundante. Os horizontes conglomeráticos são compostos por quartzo ou
fragmentos de plagioclase menores numa matriz carbonatada.
**Estes depósitos imaturos com textura granular grosseira foram definidos como planícies
anastomosadas amplas, drenando a margem oeste no sentido ascendente da escarpa do cratão
de Kaapval e das Vulcânicas dos Libombos. Estas planícies e planuras quase costeiras
consistiam tipicamente em canais anastomosados arenosos e de baixo-relevo, bancos de
cascalho de canal intermédio, áreas intercanais (não canalizadas) com deposição aluvial de
silte e meteorização e formação do solo incipientes.
*Episodicamente, estas planícies anastomosadas ficaram inundadas como resultado de cheias
provocadas por tempestades ou pela subida do nível do mar, tornando temporariamente o
sistema num raso de maré arenoso. A bioturbação de tipo Ophiomorpha indica condições
marinhas a costeiras de pouca profundidade no momento de formação.
*A bioturbação predomina em intervalos de arenito, com textura granular média a grosseira e
frequentemente carbonatado, e é muito menos proeminente em intervalos siltíticos. É de
salientar, contudo, que formas similares foram igualmente atribuídas a rizoconcreções (Botha
& de Wit, 1996).

4.4.9.4.1.5. Membro de Arenito Superior (TeAuc)

*O Membro Superior de Arenito (TeAuc) compreende conglomerados, mas a dimensão e


quantidade dos blocos são menores se comparadas com aqueles encontrados no Membro
Inferior de Arenito. A matriz é também aqui muito rica em cálcio.

4.4.9.4.1.6. Membro de Calcário Superior (TeAul)

Nas zonas leste da cidade de Massingir (folhas 2331/2332), particularmente no talude


ocidental do vale do rio Limpopo, ocorrem calcários impuros (Membro Superior de Calcário,
TeAul).

*Estas rochas são de tom acinzentado e podem formar interestratificações no seio do Membro
Superior de Arenito.

4.4.9.4.1.7. Depósitos Problemáticos da Formação de Mapai


Os conglomerados clásticos grosseiros, relatados a partir do lado sul-africano da fronteira,
foram interpretados como depósitos de cone aluvial (Malongo Formation; Botha & de Wit,
1996).
Estes depósitos muito grosseiros são aqui considerados como canais de leito de cascalheira,
inundações da corrente e fluxos de detritos, representando cones aluviais proximais. As
rochas menos grosseiras e temporalmente equivalentes em torno da Barragem de Massingir
representam a parte mais afastada do leque e depósitos fluviais anastomosados que, por sua
vez, se misturam com planícies anastomosadas em direcção à área do Limpopo.
Particularmente na cidade de Massingir e nas suas imediações, existem camadas de
conglomeradas expostas no topo das colinas.
Contudo, a natureza e posição estratigráfica destes conglomerados - se pertencem à Formação
de Mapai ou se, talvez, representem uma sucessão individual - não são claras.

*A formação de crosta pedogénica e as características com ela relacionadas, como a solução e


redeposição de carbonato com formação de coberturas de calcreto, indicam processos
pedogénicos incipientes, mas deposição posterior.
*As alterações de cor observadas, devido a reacções de oxirredução (ferro ↔ ferri), podem
ser primárias e secundárias (GTK, 2006).

4.4.9.5. Sequência 5: Paleocénico - Pliocénico

A Sequência 5 inclui as seguintes unidades:

Sequência 5: Paleocénico - Pliocénico


* Formação de Mazamba (TeZ)
*Formação de Ponte Vermelha (TeVs)
*Formação de Inharrime (TeIn)
*Formação de Jofane (TeJ)
*Formação de Cheringoma (TeC)
*Formação de Salamanga (TeS)
*Formação de Boane (TeB)
*Formação de Maputo (TeP)
*Formação de Inhaminga (TeI)
*Formação de Tembe (TeT)
*Formação de Mangulane (TeMG)

"Complexo Deltaico do Zambeze"

*Na parte leste e offshore em relação à Bacia de Moçambique, a sedimentação marinha


continuou sem interrupções.
*Na parte ocidental, esta fase de desenvolvimento da bacia iniciou-se com hiato e
inconformidade do Paleocénico ao Eocénico Inferior e terminou com hiato e
inconformidade do Intra-Oligocénico e Oligocénico Superior. Atingiu diversas regiões na
Bacia de Save-Limpopo.
*A sul do rio Limpopo, atingiu as montanhas dos Pequenos Libombos. Estas compreendem a
Formação de Mapai próximo da cadeia de montanhas dos Libombos.
*A sul de Maputo, o Miocénico marinho é representado por arenitos e calcários que afloram
ao longo do rio Tembe. São depósitos litorais, ricos em fósseis e, por vezes, exibem fácies de
recife de coral (Moura and Oberholzer, 1969).
*A norte de Maputo, as formações marinhas do Miocénico estão descritas entre os vales dos
rios Incomáti e Uanetéze.
*Próximo de Mangulane, nas margens do rio Incomáti, os Calcários Santiago apresentam
intercalações de arenitos fossilíferos (Spondylus, Teredo e Ostrea), datados do Miocénico
(Borges et al. 1939).

4.4.9.5.1. Formação de Mangulane (TeM)

A Formação de Mangulane compreende dois membros:

Formação de Mangulane (TeM)


*Membro de Calcário (TeMl)
*Membro de Magude (TeMm)

4.4.9.5.1.1. Membro de Magude (TeMm)

*Os arenitos acastanhados e ferruginosos do Membro de Magude ocorrem por baixo da ponte
ferroviária da vila de Magude. O perfil de dezenas de metros de altura compreende camadas
de conglomerado polimíctico. A rocha é maioritariamente não estratificada e redepositada em
matriz. A dimensão dos clastos varia entre 1 a 10 cm. Estes fragmentos estão inseridos numa
matriz siltítica a finamente arenosa.

O ambiente deposicional é uma das áreas de canal e intercanal nos alcances inferiores de uma
planície anastomosada. As inundações e afloramento intermitentes e a erosão episódica
podem ter levado à formação de crostas pedogénicas e fabrics de redeposição.
Uma zona de falha notável com direcção 070° delimita o limite SE das rochas (GTK, 2006).

4.4.9.5.1.2. Membro de Calcário (TeMl)

*Para além da área da antiga pedreira de calcário de Mangulane, ocorrem, perto dela, no
talude de uma colina situada no lado leste do lago Mandjaringa, afloramentos de calcários
arenosos do Membro de Calcário. Aqui, a rocha é acinzentada e relativamente homogénea.
O calcário está coberto por alguns metros de areia ligeiramente avermelhada (GTK, 2006).

4.4.9.5.2. Formação de Tembe (TeT)

As rochas sedimentares da Formação de Tembe parecem estar intimamente associadas com a


Formação de Maputo, particularmente em áreas a sul da vila de Boane. Os afloramentos da
Formação de Tembe são relativamente raros; a sul de Moçambique apenas se conhecem uma
meia dúzia de locais. Os melhores ocorrem nas margens do rio Tembe (folha 2632).

As rochas sedimentares de Tembe podem ser amplamente divididas em duas unidades. Em


primeiro lugar, existem calcários arenosos e siltíticos, de aparência relativamente homogénea.
São de cor amarela-acastanhada e exibem uma fraca estratificação com 10 a 40 cm de
espessura. Os fósseis macroscópicos são raros. Próximo da estrada principal de Boane para a
vila de Bela Vista, estas rochas situam-se sob a Formação fossilífera de Maputo.
Em segundo lugar, existem arenitos fossilíferos e margas siltíticas de cor acinzentada.
Localmente, estas rochas sedimentares são silicificadas e, portanto, bastante duras (GTK,
2006).

4.4.9.5.3. Formação de Inhaminga (TeI)


(Arenito Roxo de Inhaminga)

A Formação de Inhaminga pertence provavelmente ao Miocénico Inferior.

As rochas eocénicas da Formação de Cheringoma, no Planalto de Cheringoma, estão


cobertas, nalguns locais, por rochas pertencentes às Formações de Inhaminga (Arenito Roxa)
e Mazamba (Arenito), anunciando uma nova transgressão marinha.

*Os melhores afloramentos de Arenitos Roxos de Inhaminga situam-se ao longo do rio


Massamba, a cerca de 25 km a sudoeste da vila de Inhaminga (folha 1834), onde cobrem
grandes partes do Planalto de Cheringoma, e mais para o canto noroeste da folha cartográfica
1835, Marromeu/Inhaminga.
*Nas folhas 2331/2332, a unidade ocorre como um pequeno polígono na margem leste do rio
Limpopo. A unidade encontra-se sobreposta, em discordância, no topo da Formação de Mapai
e está coberta por lamas Quaternárias de planícies de inundação.

A unidade compreende uma parte basal composta por arenitos argilosos, micáceos, com
textura granular fina a média e tons de vermelho vivo a creme. A estratificação não é
geralmente bem visível na rocha, que contém pequenos fósseis de gastrópodes e bivalves. A
parte superior da unidade apresenta uma textura granular mais grosseira, incluindo algum
cascalho laminado de veios de quartzo angulares. O conteúdo de mica é inferior ao da parte
basal da sequência.

*No rio Sambeze, localizada 65 km a sudoeste do rio Massamba, a sucessão inicia-se com
conglomerados com textura granular grosseira com cascalho e blocos de granito, gnaisse,
quartzito e basalto. Estes são cimentados por uma matriz de arenito, que, nalguns locais, é ela
própria cimentada por carbonato. Sobrepostos a estes conglomerados, encontram-se arenitos
muito micáceos, com textura granular fina a média e cor amarela ou cinzenta, com
Nummulites raros. São seguidos por arenitos micáceos com textura granular média e cor roxa,
igualmente com Nummulites. No topo, existem arenitos com textura granular fina e tom
avermelhado com lamelibrânquios e gastrópodes. Nos fósseis, identificam-se Turritela sp.,
Ostra sp., Protocardia sp., e Pectensp., bem como pequenos crustáceos e foraminíferos
(Quinqueloculina, Robulus, e Cancris). Estes fósseis e as características litológicas associadas
indicam a deposição em ambiente marinho litoral, possivelmente com intercalações deltaicas
(GTK, 2006)

4.4.9.5.3.A. Formação de Inhaminga (TeI) no bordo leste do rifte


Os arenitos terciários da Formação de Inhaminga encontram-se maioritariamente ao longo
do bordo norte-leste da Depressão/Graben de Zânguè-Urema (folha 1835), existindo
apenas ocorrências pequenas e dispersas na folha cartográfica de Beira (folha 1934).

Estes depósitos, separados por um hiato e inconformidade do Micocénico Superior de


formações subjacentes, são compostos por arenitos argilosos de tom roxo, vermelho e malva
(base) e arenitos com textura granular grosseira (topo). Os fósseis encontrados a partir destes
depósitos incluem Turritella sp., Protocardia sp. e Pecten sp., manifestando um ambiente
deltaico ou marinho.

É geralmente aceite uma idade do Miocénico Superior para a Formação de Inhaminga.

4.4.9.5.4. Formação de Maputo (TeP)

A presença nas ocorrências a sul de fauna compreendendo pelecípodes, gastrópodes e


amonites [Creoceratites barremensis (Kilian) e C. cf. thiollierei (Astier)] indicam uma idade
do Barremiano Superior (Cretácico Inferior Médio) (Förster, 1981). A deposição nas
ocorrências do norte iniciaram-se na idade do Albiano-Aptiano (Cretácico Médio). Nalguns
locais, encontra-se um hiato do Albiano Inferior. A presença da idade do Albiano Médio é
confirmada por Douvilleiceras cf. mammillatum (Förster, 1975). Próximo da vila de Catuane,
a idade do Albiano Superior é confirmada pela presença de Anisoceras e Myloceras (Ferreira
da Silva, 1970).

Na antiga folha cartográfica geológica de escala 1:250 000 - Maputo (1969) compilada pelos
“Serviços de Geologia e Minas da Província de Moçambique”, é atribuída uma idade do
Cretácico à Formação de Maputo. Contudo, nas novas cartas compiladas pelo Consórcio GTK
(GTK 2006), a Formação de Maputo pertence supostamente à idade do Paleogénico.

A Formação de Maputo compreende uma gama de litologias, incluindo arenitos,


conglomerados e calcários arenosos. Os fósseis são relativamente comuns nas rochas. Os
arenitos incluem mais de 15% de matriz com textura granular fina e podem ser chamados de
grauvaques.
*Uma sequência de arenitos glauconíticos finamente estratificados e com nódulos de calcários
está exposta na margem esquerda do rio Maputo, até à fronteira com a África do Sul (folha
2632 Bela Vista).
*A transgressão progrediu de sul para norte e de leste para oeste e, consequentemente, alguns
arenitos glauconíticos encontram-se sobrepostos directamente no topo dos basaltos
meteorizados do Karoo nos afloramentos ocidentais. Apresentando uma espessura de ~ 200 m
próxima da margem esquerda do rio Maputo, a unidade dissipa-se em direcção a norte,
desaparecendo nas imediações da vila de Boane. Neste sector, a óbvia transgressão do
Cretácico Inferior interrompeu-se próximo do paralelo 26º S.
*Entre o rio Maputo e Boane, a norte de Machavire, os afloramentos do Cretácico Inferior são
esparsos, exibindo pequenos afloramentos nos vales dos rios Mazeminhama, Tembe e
Mahube. A oeste da vila de Chalala, ocorrem igualmente calcários e margas arenosas com
glauconite do Aptiano.
*Em direcção a nordeste, a Formação de Maputo é sub-aflorada e adquire uma fácies mais
marinha. Atinge uma espessura de ~250 m no Graben de Palmeira (furo Sunray 1- A)
*Mais para NE, a unidade é reduzida para 70 m (furo Sunray 7-1) e cobre uma paleo-
elevação, separada de uma outra estrutura bacinal, o denominado Graben Sul de
Moçambique ou Graben de Xai-Xai, onde a unidade foi identificada em dados sismológicos
(Lafourcade, 1984).
*Em direcção a leste e a norte, segue o paleo-relevo imposto pelos "altos" e "baixos", com
uma espessura de 300 m sobre o Alto de Zandamela (furo Zandamela 1), e 200 m sobre o
Alto de Inharrime (furo Sunray 12).
*Em direcção ao centro da actual Bacia de Moçambique, a extensão da Formação de Maputo
do Cretácico Inferior em profundidade é condicionada pelo desenvolvimento de estruturas de
rifte aproximadamente paralelas com orientação N-S, isto é, Grabens de Mazenga (leste) e de
Funhalouro (oeste), durante o Neocomiano (= período mais baixo do Cretácico Inferior).
*As operações de perfuração em Mazenga, a sul do graben, identificaram uma sequência
marinha muito espessa (> 1000 m), depositada entre o Hauteriviano e o Albiano, com base na
datação de nanofósseis carbonatados (Lafourcade, 1984).
*Uma situação similar acontece nas partes sul e central do Graben de Funhalouro, onde
foram identificados sedimentos do Neocomiano e Albiano (furo de Funhalouro). Na parte
norte do Graben de Funhalouro, a secção (furo Balane 1) apresentava sedimentos de fácies
mais continental e uma idade do Albiano mais recente e do Cretácico Superior. (Flores, 1961).

Nesta porção da Bacia de Moçambique, a transgressão do Cretácico aconteceu sobre uma


superfície de erosão fortemente meteorizada das vulcânicas do Karoo, com uma redução da
espessura da unidade sobre cristas pré-Cretácicas, reconhecidas próximo da linha de costa,
isto é, o Horst de Domo-Pomene e o Horst de Inharrime, respectivamente.

A Formação de Maputo é muitas vezes constituída por arenitos margosos argilo-


glauconíticos, de tom acinzentado-esverdeado a acastanhado, com material tufáceo grosseiro
na base e coberto por arenitos carbonatados acinzentados com nódulos fossilizados contendo
amonites (Mortoniceras subgrupo, Deiradoceras, Hoplitidae). A fácies e conteúdo fóssil
destes depósitos são representativos de um ambiente litoral a circalitoral aberto. Digno de
nota é o facto de alguns blocos arredondados (Ø 1–4 cm) de rochas riolíticas se encontrarem
nos horizontes ricos em amonite. Estes blocos podem ter "viajado" para ambientes profundos
durante fluxos de massa turbidíticos.
As variações texturais e composicionais das rochas da Formação de Maputo podem ser
observadas próximo da vila de Catuane. No lado ocidental da vila, ocorrem arenitos de
grauvaque com textura granular fina e bastante duros, mas no lado oriental, dominam os
arenitos conglomeráticos, acastanhados e fossilizados.

Os afloramentos raramente têm mais de 2 m de exposição vertical. Um aspecto comum a


estes afloramentos no leste da província de Maputo é o facto de estarem bem estratificados, a
uma escala decimétrica, serem carbonatados e terem matiz amarelado. A fauna esquelética e a
bioturbação intensa indicam condições marinhas pouco profundas na zona fótica. A aparência
cinzenta-amarelada dominante aponta para condições de redução. A elevada quantidade de
conchas quebradas é o resultado de calibragem constante e da peneiração do material
esquelético, como pode ocorrer em zonas de rebentação de alta energia a profundidades de 5 a
10 metros. A implantação global é marinha pouco profunda e antepraia superior de alta
energia, não longe da costa. A paleo-linha de costa é visualizada como norte-sul com mar de
pouca profundidade, aprofundando-se em direcção a leste e a sul. A linha costeira deve ter
sido rochosa, constituída por falésias vulcânicas duras (GTK, 2006).

4.4.9.5.5. Formação de Boane (TeB)


(Formação de Arenito de Boane)

As rochas atribuídas à Formação de Boane estão expostas em pequenos polígonos em torno e


a sul da vila de Boane. A localidade tipo situa-se próximo da ponte ferroviária, directamente a
sul da vila (0432631/7118363).

Formação de Boane não foi datada. Supõe-se aqui que pertença à idade do Paleocénico - em
comparação com a idade do Cretácico nas cartas geográficas à escala 1:250 000 de 1960,
compiladas pelos “Serviços de Geologia e Minas da Província de Moçambique”.

Os siltitos friáveis de tom vermelho-acastanhado profundos e siltitos ligeiramente arenosos,


observados num perfil orientado a E-O, têm um ângulo de inclinação estrutural de 8º E. Os
siltitos exibem conjuntos de camadas com cerca de 50 cm de espessura, estratificação cruzada
de ângulo baixo à escala decimétrica a métrica e deformação de sedimento branda. As
características que se assemelham à estratificação invertida são, na verdade, resultado de
fluxos de água através do sedimento. As camadas cruzadas planares inclinam-se geralmente a
SE com um ângulo de inclinação de 19º. Localmente, estes siltitos contêm cascalho isolado
ou camadas de cascalho com centímetros de espessura, contendo grânulos arredondados e
cascalho de pequena e grande dimensão. Estes extraclastos são maioritariamente de origem
riolítica e basáltica.
Em termos de textura, estes siltitos são altamente imaturos e consistem numa estrutura
feldspática profundamente meteorizada, resultando numa rocha friável e pouco consolidada.
No perfil com 7 m de altura, camadas argilosas compactadas com alguns centímetros de
espessura actuaram como superfícies independentes sobre as quais ocorreu um
desmoronamento provocado pela acção da gravidade. Os intervalos independentes são
caracterizados por dobras com falha estreitas e estratificação invertida (de alguns cm a um
metro de espessura). Está ausente uma tendência vertical relativamente ao tamanho do grão
(granoclassificação).
A parte superior do afloramento exibe manchas de redução (mosqueado) à escala decimétrica
a centimétrica e de cor cinzenta-esverdeada de origem recente.

O contacto inferior não está exposto na área de Boane, mas ocorrem rochas basálticas
meteorizadas na margem do rio nas proximidades.
Conglomerados clásticos grosseiros, que cobrem o topo esferoidal meteorizado de um fluxo
espesso de lava basáltica da Formação de Movene, a cerca de 500 m a NE da barragem dos
Pequenos Libombos, pertencem possivelmente também à Formação de Boane.
O contacto superior não está em conformidade e é definido por um conglomerado da idade
do Miocénico, suportado por uma matriz de areia/argila, com três metros, e consistindo em
cascalho e blocos à escala decimétrica.
Estes siltitos altamente imaturos e rigorosamente meteorizados derivam de produtos distais de
erosão (peri) vulcânica, incluindo tufos. Uma tracção combinada (canal) e um
desmoronamento provocado pela acção da gravidade ocorreram num talude de ângulo baixo e
instável inclinado para leste. Algum transporte e deposição de tracção foram brevemente
seguidos por desmoronamentos provocados pela acção da gravidade. Este cenário reflecte
supostamente uma margem continental instável durante o falhamento incipiente.

A sul do famoso afloramento da ponte ferroviária compreendendo as rochas da Formação de


Boane, ocorrem dois siltitos de aparência relativamente semelhante, contudo, sua a posição
estratigráfica é desconhecida.
*O primeiro deles está situado a cerca de 6 km a SO da ponte e tem aproximadamente a
mesma altitude, aflorando numa pequena colina. Esta rocha é relativamente maciça e de tom
amarelo acastanhado.
*Outro afloramento situa-se mais a sul e está envolto pelos Basaltos de Movene. Supõe-se que
aqui tenha ocorrido sedimentação em fossa (folha Bela-Vista, 2632). A rocha é de cor
castanha-avermelhada com algumas manchas acinzentadas. Contudo, a rocha é um calcário
siltítico, apesar de se assemelhar a um siltito. O conteúdo de CaO é elevado, 30%. A rocha
tem sido usada como agregado de superfície nas estradas locais.

Na nova carta geológica (2008), estes dois tipos de rocha são interpretados como produtos
representativos do mesmo evento sedimentar do Paleogénico que resultou nos siltitos de
Boane (GTK, 2006).

4.4.9.5.6. Formação de Salamanga (TeS)

Nas partes orientais da Bacia de Moçambique, a Formação de Cheringoma do Eocénico foi


depositada sem interrupção no Paleocénico. No delta do rio Zambeze, o Eocénico Inferior não
está presente (Flores, 1973), e mais para oeste, a coluna estratigráfica é interrompida por um
hiato do Maastrichtiano Superior ao Ypresiano.

A sul da Bacia de Moçambique, o Eocénico marinho forma dois grupos de afloramentos: o


primeiro alongado entre os vales dos rios Uanéteze e Massintonto, entre os paralelos 24º e 25º
S.
Estes são calcários com conchas, atribuídos ao Paleogénico, de acordo com a sua fauna. A sul
do paralelo 26º S, ocorrem arenitos, margas e principalmente calcário glauconítico-fossilífero
nas regiões de Salamanga e Santaca, nas margens do rio Maputo, sobrepondo-se, em
discordância, às formações do Cretácico Superior. Estes representam um ambiente litoral.
Estas camadas têm a mesma idade que a Formação de Cheringoma, mas pertencem a um
ambiente deposicional mais litoral. A grande pedreira de Salamanga, com ampla orientação a
E-O, é provavelmente o melhor afloramento a sul do rio Save. A Formação de Salamanga
compreende duas unidades nas novas cartas:

*arenito avermelhado mais recente (é parcialmente areia solta)


*calcários fossilíferos (descritos acima)
A principal unidade de calcário, com uma espessura exposta estimada em 10 m, é composta
por depósitos de grainstone esquelético puro com fragmentos de conchas de muitas espécies
marinhas diferentes. A rocha exibe mega-camadas frontais à escala métrica ou clinoformas
com ângulo de inclinação a ESE.

Os calcários são de tom amarelado a branco-cinzento claro, as camadas variam entre os 10 a


60 cm de espessura, medindo em média 40 cm. Existem tocas verticais à escala centimétrica.
Os orifícios do carso têm 1 a 4 cm de diâmetro e podem ser considerados como
desmoronamentos por dissolução sobredimensionados juntamente com as radículas e o
cascalho argiloso previamente existente.

Esta unidade tem um contacto superior planar e abrupto com uma unidade de calcário maciço
numulítico e branco. A unidade sobreposta espessa-se gradualmente em direcção a leste, de
~2 até 6 metros.

Num perfil vertical, é aparente uma divisão tripla, isto é, uma unidade inferior maciça e de cor
branca-acinzentada com 6 cm, sobreposta por calcário duro com dolinas de dissolução
(corrosão por dissolução).

*No topo existe uma unidade numulítica com um tom cinzento-branco mais acentuado e com
camadas cruzados de 10 a 20 cm de espessura, inclinadas em várias direcções.
*O contacto abrupto superior é um perfil de carso e é coberto por uma unidade arenosa de
tom vermelho profundo (lixiviado com carbonato), uma unidade arenosa ou por siltito maciço
de cor de vinho escura a castanha, com características de erosão típica de "arribanceiradas".

Ao nível da textura, estas rochas classificam-se como grainstones bioclásticas puras a


packstones com partículas de dimensão entre 1 a 2 mm. Os clastos de estrutura consistem em
algas, foraminíferos e fragmentos de conchas. Localmente, encontram-se misturadas algumas
partículas de quartzo do tamanho de areia, mas esta fracção não excede os 10%. Nalguns
locais, a matriz é lixiviada devido a processos cársicos recentes.

*Uma variedade local apresenta grainstones bem estratificados, exibindo estratificação


acrecionária lateral que pode representar uma enseada de maré migratória.
*Sob um solo siltítico de um intenso vermelho profundo a vermelho-castanho, podem
observar-se fenómenos cársicos de escala decimétrica a métrica como cavidades de
dissolução. O contacto com o siltito castanho-escuro a vermelho sobreposto é abrupto. Este
siltito tem 3 m de espessura e exibe pisólitos de ferro arredondados com até 5 mm na sua
superfície meteorizada. Localmente, pode observar-se um mosqueado vermelho-acinzentado e
castanho-cinzento, indicando uma formação do solo incipiente. Note-se a conspícua erosão da
arribanceirada.
*Numa pequena pedreira, a meio caminho na estrada entre Bela Vista e Catembe, observa-se
60 m de calcário duro e marga lixiviada (cinzento-branco). Este calcário cinzento-branco
transforma-se, no sentido ascendente, num calcreto nodular cresoso que termina num contacto
abrupto com um solo vermelho escuro sobreposto. Este calcário pertence muito
provavelmente à Formação de Salamanga.

Os carbonatos da Formação de Salamanga do Eocénico caracterizam baixios carbonatados de


plataforma interna com, da base para o topo, um baixio ascendente global. A parte inferior da
secção da pedreira de Salamanga é um baixio offshore, de elevada energia, conduzido por
correntes de onda, com troca de maré como mostram as características típicas dos canais de
maré. O contacto superior bastante recto e abrupto aponta para uma superfície de ravinamento
transgressiva.

O perfil completo exibe, de oeste para leste, uma estratificação de camada frontal de ângulo
baixo de um banco ou baixio progradante, transectado por um canal de maré lenticular de
base plana e desgastada por erosão. A unidade sobreposta é interpretada como uma superfície
de ravinamento transgressiva em baixios de alta energia. Esta unidade numulítica grosseira
superior exibe, na parte leste da pedreira, estratificação de acreção lateral representando
pequenos canais de maré. Apesar de não se registarem à superfície, estes baixios carbonatados
influenciados pelas marés são muito provavelmente flanqueados por recifes que formam um
núcleo sobre margens ligeiramente mais elevadas no lado do mar. Próximo da zona interna,
submarés a entremarés, existiram enseadas de maré, resultando em desgaste por erosão e
acreção lateral, como observado na pedreira de Salamanga.

Os arenitos avermelhados formam, geralmente, formações com vários metros de altura de


areia solta, que parecem representar os produtos meteorizados de arenitos encontrados por
baixo. Por exemplo, uma colina com dezenas de metros de altura e quilómetros de
comprimento, com orientação N-S e composta maioritariamente por areia avermelhada ocorre
a 10 km a SO da pedreira de Salamanga. Sob estas areias avermelhadas encontram-se arenitos
de cor cinzenta-vermelha. Estes arenitos estão quase horizontalmente estratificados e exibem
manchas acinzentadas (GTK, 2006).

4.4.9.5.7. Formação de Cheringoma (TeC);


(Formação de Cherinyoma)
*Entre os paralelos 18° S e 20° 30' S, estão expostos depósitos da Formação de Cheringoma
numa cintura orientada a NE-SO, interrompidos pelo Graben de Urema da idade do
Miocénico orientado N20º-N40º, ao longo do flanco ocidental do Horst de Inhaminga e a
oeste do Graben de Urema no flanco oriental do rio Buzi (folhas 2032/2033 e 2034).
Ao longo dos flancos do planalto de Cheringoma, estes atingem 70 m de espessura e formam
uma escarpa na base da Formação de Grudja. Os afloramentos a sul encontram-se
directamente sobrepostos nos arenitos conglomeráticos de Sena.
*Estes calcários ocorrem novamente na parte sul do Graben, com orientação N-S a norte do
rio Buzi e orientando-se para SO, a sul do rio.
Os calcários oolíticos juntamente com calcários glauconíticos e calcários brancos, ricos em
Nummulites constituem a característica unidade litológica denominada de Formação de
Cheringoma.

*A parte basal esverdeada contém glauconite e é desprovida de fósseis.


*A parte do topo branco-amarelado contém nummulites.

Ambas as fácies medem 50 m e compreendem níveis numulíticos dominantes.

Os depósitos da Formação de Cheringoma representam um ambiente infralitoral a circalitoral


aberto, de águas claras, desprovidos de partículas clásticas finas e condições de clima quente.

4.4.9.5.7.A. Formação de Cheringoma (TeC) no bordo leste do rifte


A Formação de Cheringoma forma uma cintura contínua ao longo fronteira nordeste da
Depressão/Graben de Zânguè - Urema (folha 1834) e cobre vastas áreas a norte do rio
Buzi (folha 1934) .

Separada por um hiato do Paleocénico-Eocénico de depósitos subjacentes do Cretácico, esta


formação é composta por calcários glauconíticos (base) e calcários dolomíticos e
calcoarenitos (topo). Ocorrem, igualmente, em locais desta sucessão, horizontes de calcário
maciços com uma espessura máxima de cerca de 70 m. A fácies deposicional da Formação
de Cheringoma corresponde a um ambiente nerítico, incluindo águas marítimas oxigenadas e
mornas. A unidade é rica em fósseis tais como Pecten, Nummulites AP., Nummulites
atacicus, Discocyclina, em associação com briozoa, gastrópodes e algas carbonatadas (ex.
Lithothamnium sp. e vermes (Tubulostium cyclaminoides).

É geralmente aceite uma idade do Eocénico Médio-Superior para a Formação de


Cheringoma.

4.4.9.5.8. Formação de Jofane (TeJ)


(antiga Formação de Morrumbene)
A Formação de Jofane inclui a folha 2334 e estende-se por mais de 300km, do paralelo 24°
30' S em direcção ao norte da foz do rio Save. Esta vasta zona de afloramentos e quase
afloramentos tem sido reconhecida a profundidades de 5 a 15 m em muitos poços de água por
toda a região. Em cartas geológicas anteriores, os calcários de Jofane têm sido indicados
como afloramentos, quando de facto, estão vulgarmente cobertos por um revestimento fino de
depósitos Quaternários.
A Formação de Jofane consiste em calcários carbonatados marinhos de cor branca a amarela-
clara e calcoarenito que se sobrepõem a evaporito de Temane (Salman and Abdullah, 1995).
Barrocoso (1968) subdividiu a Formação de Jofane em duas unidades:

Formação de Jofane (TeJ)


*Membro de Calco-arenito de Cabe (TeJc)
*Membro de Calcário de Urrongas (TeJu)

Com base na verificação de campo, o Consórcio GTK (GTK 2006) separou os seguintes
membros:

Formação de Jofane (TeJ)


*Arenito conglomerático/Membro de Arenito Retrabalhado (TeJco)
**Calcários de Divinhe (?)
*Arenito com silicificação local (TeJs)
*Membro (Calcoarenito) de Cabe (TeJc)
*Membro de Calcário de Urrongas (TeJu)

4.4.9.5.8.1. Membro de Calcário de Urrongas (TeJu)


(Formação de Morrumbene)
O Membro de Calcário de Urrongas surge restrito ao Horst de Nhachengue – Domo e ao
Alto de Pande – Temane na província de Inhambane, e atinge uma espessura de ~35 m no
total. Possivelmente, esta unidade estreita nunca se desenvolveu fora destes horsts
(Barrocoso, 1968). A unidade inteira estava supostamente exposta de forma sub-aérea durante
o Pleistocénico (Vaclav, 1989) e, consequentemente, as características do carso, como brechas
de dolinas de colapso, grutas e dolinas encontram-se disseminadas.

A unidade compreende três níveis com calcário e marga na base, seguidos de calcários
fossilíferos castanhos e calcários cristalinos compactos (Barrocoso, 1968). Estes grainstones
bioclásticos quase puras são de cor amarela-branca, fossilíferas e têm uma inclinação
estrutural menor que 3º para leste com estratificação maioritariamente sub-horizontal. Os
gastrópodes, fungos de Globularia, Pectinidae e Lamellibranchiatae (Terediniidae – exibindo
tubos cilíndricos) são comuns (Barrocoso, 1968).

No âmbito da petrografia, este é um calcário bioclástico com microsparite e micrito, tornando-


se em esparite grosseira nalguns locais. O conteúdo de cimento é baixo comparado com os
constituintes de estrutura esquelética. Existe uma pequena mistura de grãos de quartzo e de
feldspato (Barrocoso, 1968). Foram frequentemente observados Neoalveolinas, Nummulites,
Miliolidae, Lepidocyclinee Miogypsinas. A sequência é uma manifestação de um ambiente
deposicional infralitoral marinho, de água clara (sem influxo de material clástico) (Flores,
1961).

*Calco-arenitos contemporâneos dos Calcários de Urrongas ocorrem na zona litoral, próximo


de Morrumbene, em Ponta Mongue e a norte da Baía de Inhambe (Borges, 1939). A sul do
paralelo 24º S, os calcoarenitos e calcários glauconíticos de cor cinzenta-esverdeada,
localmente com conteúdos de argila significantes, encontram-se numa faixa estreita nas
margens do rio Inharrime (Borges, 1939). Este horizonte tem uma espessura de 10 m. Estas
rochas contêm Nummulites sp., Orbitöides e Pecten burdigalensis (Cox, 1939).
*O Membro de Urrongas subjaz a um enorme bloco de falha, parte da planície costeira a sul
do rio Save, em áreas cobertas pelas seguintes folhas: 2134/2135 (Save-Bazaruto), 2234/2235
(Mabote-Vilanculos) e 2334/2335 (Funhalouro-Inhambane).
*Os afloramentos sob uma cobertura de areia vermelha são geralmente pequenos e a
estratificação, onde visível, é horizontal a sub-horizontal, com ligeira inclinação para leste. Os
melhores afloramentos situam-se na folha 2235, ao longo da estrada principal EN1 e em
pequenos poços de cal artesanais.

A rocha predominante é um calcário semi-cristalino, frequentemente com fósseis e restos


orgânicos. A microfauna sugere um depósito litoral de águas pouco profundas (fácies
marinha).
Além do principal componente, a rocha pode apresentar uma percentagem variável de
elementos quartzosos e, com menor frequência, elementos feldspáticos.
Os Calcários de Urrongas estão estritamente associados a solos avermelhados. Acredita-se
que este solo, conhecido como „terra rossa“, se tenha formado a partir de resíduos insolúveis
nos calcários (GTK, 2006).

4.4.9.5.8.2. Membro (Calcoarenito) de Cabe (TeJc)


(Grès de Cabe; também chamado de “calcário gressoso”)

As rochas do Membro (Calcoarenito) de Cabe subjazem a um pequeno polígono na margem


leste da folha 2133, a sul do rio Save. Mais para leste, na folha 2134, o mesmo Membro está
exposto em ambas as margens do rio Seva, formando uma vasta faixa com orientação ENE-
OSO, acompanhando as margens do rio.

O Membro de Cabe consiste em arenito carbonatado amarelo-cinzento, com textura granular


fina a média e que é parcialmente bioclástico com microfauna abundante, manifestando um
ambiente mais litoral. Os carbonatos contêm uma grande proporção de fragmentos detríticos e
são frequentemente encontrados fragmentos feldspáticos no horizonte mais inferior deste
Membro (GTK, 2006).

4.4.9.5.8.3. Arenito com silicificação local (TeJs)


No canto NE da área coberta da folha 2134, a norte do rio Save, esta unidade é essencialmente
arenosa com uma proporção variável de cimento carbonatado.

A rocha pode ser designada por calcoarenito com textura granular fina a média ou arenito
carbonatado. Os grãos clásticos consistem em quartzo e feldspato, isto é, plagioclase com
geminação de Carlsbad (Barrocoso, 1968).
Este exibe estratificação horizontal ou sub-horizontal, por vezes com um ângulo de inclinação
entre 10º e 15º para SO, particularmente nos afloramentos ao longo e próximos da estrada
principal de Vila Franca do Save para a vila de Inchope.
Noutros locais, foi observada estratificação cruzada. Os grãos de quartzo são bem
arredondados e a rocha é geralmente rica em fragmentos de macrofauna. A unidade é
intersectada por veios ricos em carbonato, com entre 10 e 15 cm de largura que se podem
observar a ~ 900 m a norte da ponte sobre o rio Save. A norte de Mapinhane, os calcoarenitos
do Membro de Cabe são referidos como sendo pseudo-oolíticos (Barrocoso, 1968).

4.4.9.5.8.4. Arenito conglomerático/Arenito Retrabalhado (TeJco)


*Ao longo da margem sul do rio Save, partindo de Jofane em direcção a oeste, surge um
conglomerado fracamente calibrado com cascalho sub-angular, cuja dimensão varia entre 0,5
a 2 cm. O cascalho em horizontes de conglomerado apresenta uma composição quartzítica, de
veios de quartzo e, mais raramente, vulcânica. O conglomerado é muito rico em ferro,
apresenta manchas de redução brancas e castanho-escuras e orlas de cimento concêntricas
(similar ao pisólito). Localmente, ocorrem, no Membro de Cabe, camadas de quartzito
ferruginoso cobertas por uma camada de calcário com ~4 cm de espessura.
*Arenitos conglomeráticos ocorrem igualmente em Chilembe e Maputo, nas folhas
cartográficas 2431/2432 e 2531/2531, a cerca de 30 km a SO e NO da vila de Magude. Estes
estão expostos em falésias locais. Contudo, mantos de cascalheira de aspecto relativamente
similar parecem cobrir localmente estes arenitos conglomeráticos (GTK, 2006).

4.4.9.5.8.4.1. Calcários de Divinhe (?)


(antiga Formação de Divinhe)
Estas rochas estão expostas em algumas cristas estreitas e controladas, com orientação NNO-
SSE, paralelas à linha costeira entre Nova Mambone e Nova Sofala (folha 2034).
Estas compreendem uma sequência com 25 cm de espessura de margas e calcários siltíticos,
supostamente depositados num ambiente deposicional lagunar a marinho (Moura, (1974).
Quando visíveis, os calcários ocorrem como rochas de tom esbranquiçado, com textura
granular fina a grosseira e com grãos de quartzo arredondados ocasionais.

A abundante microfauna inclui equinodermes, gastrópodes, moluscos e crustáceos. Com base


na ocorrência de Pecten burdigalensis nas rochas do Membro de Urrongas, foi atribuída uma
idade do Miocénico Inferior aos calcários marinhos que constituem a parte basal da Formação
de Jofane. (Barrocoso, 1968). À semelhança dos Calcários de Tembe, a sul de Maputo, os
horizontes superiores da unidade de Divinhe devem ter igualmente uma idade do Pliocénico
(GTK 2006).

4.4.9.5.9. Formação de Inharrime (TeIn)

A Formação marinha de Inharrime é contemporânea e equivalente ao Membro de Urrongas,


da Formação de Jofane.

A unidade é composta por arenitos carbonatados portadores de glauconite esverdeada-


amarelada. A Formação de Inharrime está exposta em lotes em ambas as margens do rio
Inharrime (folha 2434), quer no seu curso superior, quer no médio, sob areias vermelhas das
Dunas Interiores do Quaternário (GTK, 2006).

A Formação apresenta uma idade do Micocénico Inferior.

4.4.9.5.10. Formação de Ponta Vermelha (TeVs)

Maputo está amplamente construída sob a Formação de Ponte Vermelha, registada como
pertencendo à idade do Pliocénico.
Compreende, na parte superior, arenitos ferruginosos vermelhos e areia siltítica (Foster,
2004). É possível estabelecer a subdivisão em Pliocénico, na parte inferior e Pleistocénico, na
parte superior (=Dunas Interiores). Estando sobre esta Formação em Maputo, consegue-se, de
facto, observar a sua continuação nas falésias da Ponta das Três Marias, do outro lado do
estuário.

Os siltitos e margas da Formação de Ponte Vermelha são rochas semi-consolidadas e brandas,


exibindo estratificação e erosão típica das "arribanceiradas" (GTK, 2006).

4.4.9.5.11. Formação de Mazamba (TeZ)


(também Camadas de Inhaminga ou Arenitos de Inhaminga, Flores, 1959) (Formação de
Chicolane, Barrocoso, 1968)

*Os principais afloramentos desta unidade situam-se no Planalto de Cheringoma, ao longo do


rio Massamba.
*Foram encontradas rochas similares mais a sul, em ambas as margens do rio Save. Os
arenitos conglomeráticos de Chicolane estão assentes sobre o Membro de Calcário de
Urrongas, da Formação de Jofane.

Noutros locais, os Arenitos de Mazamba sobrepõem, em discordância, os Arenitos Roxos de


Inhaminga ou os Calcários de Cheringoma.

*As rochas da Formação de Mazamba estão expostas a sul do Baixo Zambeze, nas margens
do rio Buzi e no seu planalto próximo, com as principais distribuições em áreas cobertas pelas
folhas 2033, 2034 e 2133, com polígonos menores nas folhas 2132 e 2134.
*A unidade apresenta a sua maior extensão ao longo das margens norte e sul do rio Save
(folha 2133), sobrepondo-se ao topo da Formação de Jofane mais a leste, quando
acompanhando o rio em direcção a jusante (folha 2134).
*Rochas similares mais a sul, ao longo do rio Limpopo e do rio Elefantes em direcção à
fronteira com a África do Sul, são actualmente atribuídas à Formação de Mapai.

A Formação de Mazamba compreende uma sequência conglomerática continental arenito-


arenosa, composta por depósitos detríticos de material conglomerático ou argiloso-arenoso
não calibrado, que sobrepõe o topo da parte mais marinha da Formação de Jofane. Nalguns
locais, existem blocos de arenito que podem atingir 10 a 15 cm de diâmetro. O cascalho é
esmagadoramente composto por quartzito, com proporções menores de arenito sacaróide e
carbonato. O cimento nos conglomerados com suporte de matriz é argiloso e, dependendo do
grau de laterização, a rocha exibe coloração variável, que pode ir de amarelo a vermelho. É
vulgarmente encontrada caulinite clara em associação com feldspato detrítico.

Na parte norte do Baixo Zambeze e nas Bacias do Save/Limpopo e na região sobreposta ao


Horst de Inhaminga, a fácies deposicional torna-se tipicamente litoral e é constituída por
Arenitos de Chicolane conglomeráticos e arcósicos (antiga Formação de Chicolane;
Barrocoso, 1968).
Os Arenitos Roxos de Inhaminga, que cobrem, em discordância, os arenitos da Formação de
Grudja e os calcários numulíticos da Formação de Cheringoma/Salamanga, estão igualmente
incorporados na Formação de Mazamba.
Estes subjazem aos flancos norte e oeste do Horst de Cheringoma, estendendo-se por mais
de 100 km e apresentando uma espessura de 15 a 20 m. Arenitos ferruginosos com textura
granular fina a grosseira e com horizontes conglomeráticos locais ocorrem igualmente num
pequeno polígono no limite ocidental da folha 2034

A fácies continental da Formação de Mazamba é contemporânea da regressão do Miocénico e


forma vastos depósitos detríticos, distribuídos por toda a bacia. No Horst de Inhaminga,
arenitos arcósicos amarelo-acastanhados/avermelhados, por vezes com níveis
conglomeráticos, sobrepõem-se aos arenitos roxos sem descontinuidade (Flores, 1964) e
ocorrem amplamente desde o Dondo até à região do rio Zambeze (GTK, 2006)
Estes arenitos exibem uma estratificação razoável, são menos ricos em carbonatos do que os
da Formação de Sena e atingem uma espessura de 100 m nesse sector (Moura, 1968).

*Directamente a sul da vila de Morrumbene (folha 2335), ocorre um pequeno polígono (3 X 2


km) isolado da Formação de Mazamba. Existem afloramentos bastante similares em Ponta
Mongue e a norte da Baía de Inhambane (Borges, (1939).
Os tipos de rochas mais relevantes compreendem arenitos carbonatados e calcários arenosos
(fácies de arenito). Existem dúvidas sobre se estas rochas deviam ser apresentadas como a
„própria" Formação de Morrumbene. Em alternativa, elas podem representar uma fácies
isolada pertencente ao Membro de Urrongas, da Formação de Jofane.
A unidade raramente contém fósseis (Flores e Truit, 1964) e, consequentemente, desconhece-
se a sua idade exacta. Muito provavelmente, a sua idade situa-se entre o Miocénico Superior e
o Pliocénico (GTK, 2006).

4.4.9.5.11.A. Formação de Mazamba (TeZ) no bordo leste do rifte


Os arenitos arcósicos e horizontes conglomeráticos aleatórios da Formação de Mazamba
sobrepõem-se aos arenitos roxos da Formação de Inhaminga a sudeste (folhas 1834-1934).
Estes depósitos compreendem maioritariamente arenitos arcósicos com textura granular
média a grosseira, fracamente silicificados localmente e pobremente cimentados, de cor
amarela acastanhada, tendendo a alterar-se para branca ou amarela clara na porção superior
da sequência.

*O afloramento principal desta unidade situa-se no Planalto de Cheringoma, ao longo do rio


Massamba.
*Foi encontrada uma unidade similar mais a sul em ambos os lados do rio Save, onde no
passado se denominava de Formação de Chicolane (Barrocoso, 1968).

A fácies inicial da Formação de Mazamba está situada no litoral, com fósseis raros, passando
a fácies continental.

As rochas indicam uma idade do Eocénico, provavelmente alcançando o Pliocénico.

4.4.9.6. Sequência 6: depósitos do Quaternário (Plistocénico e Holocénico)

A deposição dos depósitos Quaternários é parcialmente controlada por forças endógenas


exercidas durante o desenvolvimento da bacia.
Mais importante para a deposição Quaternária são, contudo, processos exógenos,
particularmente as flutuações significativas do nível do mar devido à alternância entre
episódios glaciais e intraglaciais. Como sempre, as unidades depositadas durante este período
estão relacionadas com o seu ambiente de deposição (marinho, lacustre, fluvial, eólico, solos
envelhecidos, etc.) e com a idade relativa nas diferentes regiões e unidades fisiográficas do
país.

Foram distinguidas as seguintes zonas (GTK 2006):

*A zona costeira central entre o paleo-delta do rio Zambeze e o seu delta actual.
*Zona sul do rio Save

A cronologia proposta lida com quatro avanços (transgressões) e cinco recuos (regressões) do
mar, correspondentes às fases glacial e interglacial:

*Episódio 1, corresponde à transgressão e sedimentação aluvial e lacustre mantida sobre uma


zona a mais de 100 km a oeste da linha costeira actual.
*Episódio 2, uma primeira regressão do mar, correspondendo a uma segunda interfase
lacustre a leste da anterior.
*Episódio 3, marcado por deposição fluvial, cobrindo um "glacis" de erosão marinha. Os
depósitos aluviais são parcialmente bloqueados por uma barreira dunar consolidada, que
constitui um obstáculo à normal descarga fluvial em mar aberto. Na interfase das águas-doces
e salgadas nos lagos intradunares, foi depositado o primeiro nível de diatomito.
*Episódio 4, os canais de deposição intradunares mudam com a acreção de novas barreiras
dunares. Entre as marés e os lagos, formaram-se lagos, lagoas com mangais.

Estão presentes os seguintes depósitos (desde o interior até à zona costeira):


Quaternário
*Areia eólica (Qe)
*Cascalheira e areia de terraços fluviais (Qt)
*Lama de planícies de inundação eluviais (Qpi)
*Coluvião (Qc)
*Sedimentos de terraços marinhos/areia (arenito) costeira (Qcs)
*Calcário lacustre (Qll)
*Areia argilosa de planícies de inundação eluviais (Qps)
*Lamas aluviais de origem fluviomarinha (Qst)
*Aluvião, areia, silte, cascalheira (Qa)
*Duna interior (Qdi)
*Duna de areia costeira e areia de praia (Qd)
*Detritos com cascalho (Mantos de Cascalheiras) (Qp)
"Complexo Deltaico do Zambeze"

As características do Quaternário da Bacia de Moçambique seguem genericamente o


Consórcio GTK (2006).

4.4.9.6.1. Areias eólicas (Qe)

Areias transportadas pelo vento cobrem áreas vastas, particularmente nas folhas 2531/2532,
2431/2432, 2331/2332 e 2231.

*Estas camadas de areia, ligeiramente avermelhadas e não consolidadas, formam mantos


superficiais, geralmente com alguns poucos metros de espessura. Foram formadas por ablação
das Dunas Interiores, situadas mais para sul.

4.4.9.6.2. Cascalheira e areias de terraços fluviais (Qt)

Este tipo de depósitos pode ser observado ao longo do rio Save, próximo de Zimula, Mahave
e Jofane (folha 2134).

*Os terraços fluviais são formados por areias argilosas com textura granular fina a média e de
tom castanho-escuro a quase preto, com elevado teor de argila. Nalguns locais, os terraços
fluviais foram erodidos por contínua erosão de rios.
*Na folha 2433, foram reconhecidas três variedades desta unidade:
**Arenitos ferruginosos, que formam a base de parte das planícies arenosas e elevações
menores nos vales dos rios Limpopo e Changane
**Arenitos carbonatados, conglomeráticos nalguns locais, situados na margem direita da
Lagoa de Nhangul,
**Arenitos carbonatados com textura granular média, na base das dunas interiores, próximo
de Chibuto.

4.4.9.6.3. Lama de planícies de inundação eluviais (Qpi)

Os depósitos de lama das planícies de inundação eluviais cobrem grandes áreas


morfologicamente planas, situadas numa elevação inferior relativamente ao terreno
circundante mais elevado, formado por estas planícies de inundação lamacentas e arenosas.
Estes terrenos têm uma permeabilidade muito baixa devido ao elevado teor de argila presente.
Consequentemente, estas áreas são frequentemente inundadas e cobertas por lagoas e
pântanos que persistem por muito tempo após a precipitação.
Presume-se que a origem destas planícies de inundação eluviais esteja relacionada com o
desenvolvimento de canais pequenos de mar pouco profundos por entre estas planícies de
inundação eluviais argilo-arenosas.

*Os depósitos de lama de planícies de inundação eluviais ocupam uma pequena porção do
canto SE da folha 2033 e quase 3/4 da folha 2034.
**Neste última folha cartográfica, a sul da vila de Divinhe, estes depósitos formam vastas
áreas planas, que, nalguns lugares, são cobertas por crostas de sal, que é recolhido pela
população local para uso caseiro. Juntamente com as ocorrências nas folhas 2133 e 2134,
estes depósitos representam vastas áreas argilosas que podem ser inundadas por águas
marinhas.
*Nas folhas 2233 e 2234, os depósitos de lama de planícies de inundação eluviais encontram-
se numa multitude de pequenas depressões que medem de 1 a 4 km de diâmetro, com o
terreno mais elevado a ser ocupado por depósitos eluviais de areia argilosa de planície de
inundação.
**Postulou-se aqui que os depósitos de lama não consolidados cobrem cavidades de dolinas
de colapso em carbonatos subjacentes.
**A distribuição destas características cársicas, permite então estimar a extensão de unidades
carbonatadas subafloradas pouco profundas.
*Noutros locais, na mesma folha cartográfica, a distribuição dos depósitos de lama de
planícies de inundação eluviais é claramente controlada pelo desenvolvimento do rifte
neotectónico.
*A área coberta pela folha 2333 está quase inteiramente coberta por depósitos de lama de
planícies de inundação eluviais de cor escura. Do mesmo modo, na folha 2433, eles
apresentam areias de um tom amarelado periodicamente inundadas.
*Na folha 2434, estas planícies de inundação são caracterizadas pela ausência de relevo e
presença de material argiloso, que é a causa dos inúmeros pequenos lagos encontrados na
região.
**Nesta folha, os depósitos eluviais delimitam as dunas interiores e as planícies arenosas ao
longo do seu contacto ocidental.

4.4.9.6.4. Coluvião (Qc)

Os depósitos coluviais estão distribuídos pelas folhas 2032/2033.


Os depósitos coluviais são formados por detritos de rochas Proterozóicas, vulcânicas do
Karoo e outros terrenos do Fanerozóico.
Estes depósitos não estão cartografados nesta região.

4.4.9.6.5. Sedimentos de terraços marinhos/Areia (arenito) costeira (Qcs)


(Praialitos, Arenitos Costeiros)

Os sedimentos de terraços marinhos (Praialitos, Arenitos Costeiros) são rochas litificadas,


compostas por material arenoso, ocasionalmente de estratificação cruzada, não calibrado,
fossilífero com uma matriz carbonatada.
Fósseis recentes (Ostrea sp.), particularmente concentrados na parte superior da unidade,
demonstram a sua idade Quaternária (Holocénico Inferior - Pleistocénico)
A litificação e os pequenos ângulos de basculamento (alguns graus) sugerem que decorreu um
determinado tempo desde a sua deposição.
Isto, juntamente com o seu conteúdo fóssil, sugere uma idade do Holocénico Inferior a
Pleistocénico. Deve ser entendido que a formação de Praialitos foi um evento de litificação
secundário, relacionado com a imersão (pós-glacial) de depósitos de areia eólica e de praia
mais antigos.
Como tal, o Praialito não é uma entidade litoestratigráfica, mas antes uma entidade genética.

*Este tipo de depósito encontra-se a sul do paralelo 20º S como afloramentos estreitos
descontínuos ao longo da linha costeira actual (folhas 2034 e 2135) até à fronteira da África
do Sul, na praia de Ponta do Ouro.
*Os arenitos costeiros estão expostos ao longo da beira-mar na folha 2034, num grande
afloramento que exibe alguma laminação, estratificação maciça e orientação 345º/5º NE.
*A mesma rocha foi encontrada na praia de Vilanculos (folha 2135), numa área próxima do
edifício do antigo hotel, como um praialito de tom rosado a castanho-claro/creme (quando sã)
e com textura granular fina a média, com uma grande proporção de grãos de quartzo
disseminados numa matriz ricamente carbonatada.
*Nalguns locais, observa-se bioturbação. Na Praia de Ligogo Sol, os Arenitos Costeiros
formam uma barreira costeira.
*Rochas similares estão expostas mais para sul ao longo da praia até às dunas costeiras. As
últimas podem exibir um certo nível de consolidação.
*Outros afloramentos de Praialito expõem-se a sul da Ponta de S. Sebastião até ao limite da
Folha Cartográfica 2235, nas áreas de Barra Falsa e Pomene, na folha 2335 e numa grande
área da folha 2434.
*Localmente, os praialitos apresentam uma textura granular fina, cor branca, enriquecimento
em quartzo (até 95%) e uma pequena fracção de minerais pesados, uma matriz carbonatada.
São frequentemente encontrados fósseis. Noutras localizações, encontra-se uma textura
granular do grão é grosseira.

4.4.9.6.6. Calcário lacustres (Qll)

Esta unidade é composta por calcários de água-doce fossilíferos, ocasionalmente


meteorizados e geralmente rígidos ou brandos.
Encontram-se nas seguintes folhas: 2135, 2234, 2235 e 2334, (bem como nas folhas 2335,
2434)

Os Calcários Lacustres ocorrem ao longo do rio Gvouro em pequenos afloramentos.


A rocha é densa, dura e porosa ou leve e friável, com fósseis de gastrópodes de concha fina,
sugerindo deposição de água-doce de baixa energia.

*Na folha 2234, são conhecidos como uma camada fina sobre a areia eólica avermelhada das
Dunas Interiores. Encontram-se igualmente pequenos afloramentos numa área restrita na parte
central da folha 2234 (Graben de Funhalouro), 2235 (Rio Govuro) e 2234.
*Na folha 2335, ocorrem tufos carbonatados. Estas rochas são de deposição recente que
podem ser vistas em quase todos os lugares ao longo do curso inferior do rio Pedras. Em
determinados lugares, formam uma cobertura fina.
*Depósitos pequenos e dispersos situam-se em vastas áreas na folha 2434. Estes nunca são
espessos e cobrem, como um manto, os depósitos mais antigos.

4.4.9.6.7. Areias argilosas de planícies de inundação eluviais (Qps)


Uma extensa cobertura de areia argilosa eluvial formou-se durante o Pleistocénico devido a
processos de erosão normais sobre unidades de arenitos, especialmente as da Formação de
Mazamba.
A unidade cobre grandes áreas nos cantos SE e NO das folhas 2033 e 2034, onde este tipo de
depósito se encontra intimamente associado a depósitos de lama de planícies de inundação
eluviais.
Estes depósitos de planície arenosa encontram-se igualmente na parte norte da folha 2133,
bem como na parte central da folha 2134.

*Esta unidade de planície de inundação refere-se a um depósito extenso de argila e areia


soltas sem características dunares ou qualquer relevo significativo.
*Por vezes, a presença de material argiloso provoca retenção de água durante longos períodos,
levando à formação de inúmeros lagos, geralmente pequenos e pouco profundos.
*Os grãos de areia no material argiloso são geralmente de origem eólica. Os grãos são
esféricos ou arredondados, exibindo opacidade, resultado do desgaste provocado pela acção
do vento.

4.4.9.6.8. Lamas aluviais de origem fluviomarinha (Qst)

Ao longo de algumas áreas litorais, encontram-se depósitos marinhos de lama.

*Têm um elevado conteúdo argiloso, são de tom cinzento-escuro a preto e são depositados
por inundações marítimas frequentes.

4.4.9.6.9. Aluvião, areias, siltes, cascalheira (Qa)

Depósitos aluviais recentes subjazem a planícies descaracterizadas e são compostos por


areia, silte e cascalheira e estão relacionados com processos deposicionais fluviais.
Quando depositados por água corrente, exibem, geralmente, granoclassificação com
conglomerados na base, afinando ascendentemente para depósitos arenosos e argilosos.
Por outro lado, os depósitos de fluxo de massa, incluindo os cones aluviais e depósitos de
"desmoronamento", podem exibir apenas granoclassificação incipiente ou nenhuma.

Os depósitos aluviais incluem igualmente depósitos deltaicos, que ocorrem em todas as


folhas da Bacia de Moçambique.
Os depósitos deltaicos encontram-se próximos da foz de grandes rios e respectivos afluentes e
formam planícies vastas interrompidas por redes hidrográficas irregulares.
Existem camadas de argila e areia alternados em profundidade.
Ao longo dos rios, formam bancos e baixios devido à natureza meandrante do
comportamento dos rios em planícies.

*Devido à relativa fertilidade destes depósitos aluviais, são frequentemente usadas para
agricultura. Como tal, existem plantações de cana-de-açúcar ao longo de ambas as margens do
rio Incomáti, próximo da vila de Xinavane. Arroz, vegetais, entre outros, são cultivados
próximo da cidade de Chókwè, na planície aluvial do rio Limpopo.
*Estes são depósitos aluviais com elevado conteúdo de argila, exibindo tons entre o cinzento-
escuro e o preto.
*Por outro lado, os depósitos aluviais do rio Save têm um conteúdo mais elevado de areia
próximo da sua foz. O banco de areia do rio é usado na área da construção na região de Nova
Mambone.
*Na folha 2033, os depósitos aluviais estão praticamente ausentes e, na folha 2034, seguem,
em direcção a leste, os depósitos de lama de planícies de inundação aluviais com orientação
NO-SE.
*Encontram-se depósitos aluviais argilosos e arenosos recentes ao longo dos rios principais e
seus afluentes (folhas 2133, 2134, por exemplo, rio Save), em vales interdunares (folhas 2135
e 2235), ao longo dos rios Aluíze e Inhambul e em faixas alongadas N-S no Graben de
Funhalouro (folhas 2233 e 2234), ao longo do rio Changane (folha 2334) e nas zonas
inferiores das extensas bacias aluviais dos rios Incomáti e Limpopo (folhas 2532, 2533 e
2534).
*Nalguns poucos locais, depósitos aluviais argilosos cobrem calcários lacustres (folhas 2233 e
2234).

4.4.9.6.10. Dunas interiores (Qdi)

As dunas situam-se no interior, geralmente não longe da actual linha costeira, mas não fazem
parte do actual sistema dunar activo.
De acordo com os fósseis de Gerithium, Tapes e Tellina encontrados em areias similares em
Inhambane, no sul de Moçambique, a idade das dunas interiores é do Intra-Pleistocénico.
A migração da linha costeira denota um movimento regressivo.

*As dunas são compostas por areias eólicas avermelhadas, acastanhadas e amareladas
consolidadas pela vegetação.
*O padrão morfológico, que compreende dunas longitudinais alternadas e lagos alongados,
preservou a orientação do sistema paleodunar.
*Os montes alongados não derivam de migração dunar, mas antes da consecutiva formação de
dunas ao longo de uma linha costeira migratória.
**Isto é confirmado pela existência de vários pequenos lagos e lagoas com água salgada, o
que significa que estas depressões intradunares são encaradas como canais de mar
abandonados.
*Na área coberta pelas folhas 2533/2534, próximo da vila de Macia, as dunas interiores
atingem uma altura de ~100 m.
*Noutros lugares, estas rochas formam falésias imponentes, como a "Ponta das Três Marias",
do lado oposto à cidade de Maputo.
*As Dunas Interiores são compostas por areias sílicas avermelhadas e com textura granular
fina a média. Como é costume dos depósitos eólicos, os grãos de areia são arredondados e
relativamente equigranulares. Plantações de palmeiras, cajueiros e mangueiras ocupam
normalmente estas dunas.

4.4.9.6.11. Duna de areia costeira e areia de praia (Qd)

Ao longo de toda a área litoral, formam depositadas areias marinhas e eólicas recentes.
Estas areias, geralmente pouco consolidadas, originam da acção combinada de abastecimento
fluvial e factores erosivos, como vento, ondas do mar, marés e correntes ao longo da costa.

*Ao contrário dos tons vermelho e castanho das Dunas Interiores do Pleistocénico, as dunas
recentes exibem tons que vão do branco ao cinzento claro e ao amarelado.
*As dunas costeiras estendem-se a sul do paralelo 20º S. A norte do paralelo 21º S, as dunas
costeiras não são elevadas, tornando-se mais proeminentes a sul do paralelo 22º S.
*Na folha 2235, podem observar-se dunas migratórias.
*Nos locais em que se encontram cobertas pela vegetação, as dunas recentes exibem porções
consolidadas como, por exemplo, na faixa costeira entre as localidades de Chidenguele e
Quíssico.
*As dunas nas folhas 2533/2534, compostas por areia branca-amarelada, mais recentes do que
as dunas interiores, foram observadas, em muitos pontos, a avançar sobre depósitos mais
antigos. Estas dunas atingem também alturas de cerca de 100 m.
*As dunas costeiras próximo da praia de Bilene são parcialmente consolidadas.
*As dunas costeiras activas derivam da elutriação das areias de praia e a selecção dos
tamanhos dos grãos de areia, é uma função das velocidades de vento prevalentes. Devido à
prolongada peneiração, os grãos de areia são, geralmente, arredondados.
*As areias de praia variam, geralmente, entre o tom esbranquiçado a cinzento-claro e a
creme. Ocorrem muito frequentemente minerais pesados nas areias de praia e de dunas
costeiras, por vezes com importância económica.
Foram encontradas concentrações relevantes de minerais pesados ao longo da linha costeira
das folhas 2434, 2435 e 2533.

4.4.9.6.12. Detritos com cascalho (Mantos de Cascalheiras) (Qp)

Podem ser encontrados vastos horizontes de cascalheira, semelhantes a detritos com cascalho
e com vários metros de espessura em horizontes topograficamente elevados em muitas
localizações.

*O cascalho é compostos por diferentes litologias, compreendendo veios de quartzo, quartzito


e rochas vulcânicas. O cascalho geralmente bem arredondados tem até 15 cm de diâmetro. A
cascalheira é maioritariamente suportada por cascalho e a matriz foi afectada por forte
laterização.
*Os mantos de cascalheira (Mantos de Cascalheiras) estão notavelmente expostos em
Chilembe e Maputo nas folhas cartográficas 2431/2432 e 2531/2531.
*Em ambos os locais, (NO e SO da vila de Magude) estes horizontes de cascalheira
sobrepõem-se aos Arenitos Conglomeráticos de Jofane (TeJco) e são cobertos por areias
eólicas (Qe).
**A génese e idade destes mantos de cascalheira não são claras. Eles representam um
episódio de deposição de clásticos grosseiros (ambiente de alta energia) numa sequência que
é, pelo contrário, caracterizada por condições mais suaves.
**Uma explicação mais plausível é que estas camadas de cascalheira se formaram por
meteorização e laterização progressivas no topo da Formação de Jofane, incluindo o Membro
de Arenito Conglomerático (TeJco) retrabalhado (?).
*Como tal, o cascalho e a matriz representam uma concentração eluvial de componentes
insolúveis. Os mantos de cascalheira são, então, um produto da formação do solo e, em rigor,
uma unidade de solo. Foram observadas camadas de cascalheira similares no topo da
Formação de Sena.
*A interpretação acima implica uma transição gradual entre o manto de cascalheira e
formações subjacentes.
*Depósitos menores de detritos com cascalho ocorrem igualmente em áreas de planície na
parte norte das folhas 2034 e 2035.

4.4.9.6.13. Complexo Deltaico do Zambeze

Formações como o Complexo Deltaico do Zambeze, no leste, são apenas conhecidas em


poços de hidrocarbonetos.
Com a deposição a ocorrer num local, a erosão e redeposição ocorreram noutro lugar
(Mamad, 2005).

4.4.10. Depósitos do Quaternário a leste do Cratão do Zimbabué e a oeste do Terreno do


Rio Zambeze

Os depósitos Quaternários estendem-se não só aos vales dos maiores rios, mas também às
depressões estruturais provocadas por falhas do Fanerozóico.
Ocorrem vários tipos de sedimentos Quaternários, nomeadamente: vários depósitos de
planícies de inundação eluviais, bem como depósitos aluviais e coluviais ao longo dos
principais canais fluviais, preenchendo-os.

4.4.10.1. Areias argilosas de planícies de inundação eluviais (Qps)

Durante o Pleistocénico, a normal erosão, actuando sobre as unidades de arenito do Terciário,


especialmente as da Formação de Mazamba, provocou a acumulação de extensos depósitos de
planícies de inundação eluviais de argila e areia soltas.
Os depósitos encontram-se na zona sul e leste da folha cartográfica de Beira (folha 1934).

*Em geral, a areia da planície de inundação é siliciosa e exibe diferentes cores, sendo o ocre a
mais recorrente. Os grãos são esféricos ou arredondados, onde a percentagem de grãos com
características de opacidade mostram os resultados mais recentes dos golpes provocados pela
acção do vento.
Estas areias são consideradas como sendo de origem local e, de acordo com isto, o seu
profundo desgaste com, em parte, uma superfície lustrosa podia ser explicado num ambiente
de um mar antigo durante o Cenozóico e Quaternário cobrindo toda a área da foz do rio
Zambeze.
Os depósitos eluviais de areia argilosa da planície de inundação são muito permeáveis e
albergam vegetação bastante densa.

4.4.10.2. Lama de planícies de inundação eluviais (Qpi)

As lamas de planícies de inundação eluviais encontram-se em elevações inferiores no canto


sudeste do mapa (falha 1934), cobrindo grandes áreas de uma morfologia planar.
Estes terrenos têm baixa permeabilidade devido ao elevado teor de argila presente e,
consequentemente, formam áreas de inundação frequente com lagoas e pântanos, que
geralmente persistem por muito tempo após a precipitação.

*Caracterizados pelo seu tom ocre-amarelado a avermelhado, estes depósitos subjazem a


depósitos de areia argilosa de planícies de inundação eluviais e apresentam mais óxido de
ferro do que os anteriores.
*Presume-se que a origem destas planícies de inundação eluviais esteja relacionada com o
desenvolvimento de pequenos canais marinhos pouco profundos entre as planícies de
inundação eluviais de areia argilosa.

4.4.10.3. Areia de terraços fluviais (Qt)

As areias de terraços fluviais são vastamente encontradas ao longo dos rios Mazoe e Luía e
respectivos afluentes nas folhas cartográficas de Mecumbura (folha 1632) e Chioco (folha
1933).
Existem ocorrências de areias de terraços também a norte da vila de Nhacolo na margem norte
do rio Zambeze (folha 1634) e enquanto depósitos pequenos e dispersos em torno da área de
Explanação.

*Na zona marginal acentuada do rio Mazoe, uma secção de depósitos fluviais consiste
maioritariamente de areia razoavelmente maciça, acinzentada ou castanha-avermelhada, mas,
na base desta unidade, não são raras variedades mais grosseiras, saibrosas ou com clastos.
*Foram também encontrada uma estratificação cruzada tangencial de larga escala em alguns
afloramentos marginais.
*Ao longo do rio Zambeze, os terraços fluviais exibem localmente altitudes que variam entre
os 20 e os 100 m acima do leito do rio e que são compostos por areia branca ou acastanhada
com camadas de cascalho polimícticos numa matriz argilosa e limonítica.
*Os depósitos do terraço superior são atribuídos a uma idade do Pleistocénico Inferior.

4.4.10.4. Coluvião (Qc)

Os depósitos coluviais constituem depósitos soltos, heterogéneos, incoerentes e meteorizados


de material caracterizado por ocorrer na região de depressões tectónicas, como Zânguè-Urema
(folhas 1834-1934) e ao longo dos rios principais.
A massa de material do solo e/ou fragmentos de rocha foi depositada por arroiamento e pela
lenta reptação, auxiliada por gravidade, no sentido descendente do talude, geralmente
acumulando-se na base dos taludes ou estruturas de domo em depósitos maciços e não
calibrados.

4.4.10.5. Detritos de cascalho (Mantos de Cascalheiras) (Qp)

Existem pequenas ocorrências dos terraços de cascalho do Quaternário em ambos os lados do


rio Revue (folha 1934), cobrindo aí os arenitos de Sena do Cretácico.

*Formando elevações em forma de terraço e cristas até 30 - 40 m de altura, estes depósitos


compreendem maioritariamente cascalho arredondado e calhaus de quartzo, quartzito e
basalto até 20 - 30 m de tamanho.

4.4.10.6. Aluvião (Qa)

Depósitos aluviais recentes, compostos por siltes, areias e cascalheira, distribuem-se nas
planícies de inundação dos rios principais, como o Luenha e o Zambeze, onde frequentemente
se depositam bancos de areia proeminentes nos leitos dos rios.
Grandes acumulações de aluvião ocorrem em algumas outras regiões, como por exemplo ao
longo dos rios Sorodeze e Mazoe, onde os depósitos são maioritariamente compostos por
areias brancas e vermelhas, argilas e areias ricas em argila.
5.0. Os solos de Moçambique, a camada superior da crosta terrestre

Os solos são os depósitos superiores da crosta terrestre e, do ponto de vista geológico, os mais
recentes e a verdadeira unidade dos perfis geológicos. A geologia dedica-se tanto aos
paleosolos como aos solos recentes. Os factores envolvidos na formação de solos são
geralmente análogos.
Contudo, em termos de formação de solos, a participação da geologia é apenas um factor
entre vários sistemas complexos de factores, como se indica abaixo.
Em termos gerais, existem três (quatro) grupos diferentes de factores:

*Litosfera
*Biosfera
*Atmosfera
*Antroposfera

Devido a essa complexidade, o estudo dos solos é geralmente da competência de pedologistas


(especialistas em solos).

Para facilitar a orientação nos mapas apresentados neste capítulo representa-se, na Figura 5.1.,
a divisão territorial do território moçambicano em províncias administrativas.

Figura 5.1.: Províncias de Moçambique


Contudo, os solos estão associados a muitos processos que também influenciam a geologia, os
quais inter alia interagem com processos da própria geologia:

*Tipo de rocha (composição rochosa)


*Relevo, morfologia, erosão e acumulação
*Clima e meteorização
*Bacias hidrográficas, sistemas de drenagem, transporte de materiais
*Factor humano (agricultura, etc.)

5.1. Condições geológicas e litológicas para a formação de solos

Na figura 5.2 apresentam-se as unidades geológicas gerais de Moçambique

Figura 5.2.: Unidades geológicas gerais de Moçambique


A formação de solos adequados para a agricultura depende do substrato geológico, mas a sua
utilização para o cultivo depende também do relevo, das cotas altimétricas e de outros
factores.

5.2. Condições geomorfológicas e de relevo para a formação de solos

O relevo, a morfologia, é um dos factores mais importantes dos processos de influência


climática e dos processos de erosão/denudação, transporte e acumulação. Nas regiões oeste e
noroeste de Moçambique encontramos cordilheiras montanhosas, maciços montanhosos e
montanhas isoladas com altitudes que podem ultrapassar os 1000 metros. Grande parte do
país é caracterizado por planaltos de terras altas, planícies de terras baixas e por rios que
atravessam o território de ocidente para oriente.
A Figura 5.3 apresenta um esboço cartográfico dos principais tipos de relevo do país.
Figura 5.3.: Esboço cartográfico das altitudes do relevo em Moçambique (modificado a partir
de Lächelt, 2004).
A Figura 5.4. ilustra a geomorfologia, que está directamente associada ao relevo.

Figura 5.4.: Esboço cartográfico geomorfológico de Moçambique (modificado a partir de


Bondyrev, 1983; Lächelt, 2004)

O território de Moçambique divide-se em quatro zonas ou ciclos fisiográficos (King, 1961).


Cada zona ou ciclo desenvolveu o seu próprio planalto morfológico, separado por escarpas de
erosão:

*Zona Montanhosa ou Ciclo do Gondwana (> 1200 m).


*Zona do Grande Planalto ou Ciclo Africano (500 – 1200 m).
*Zona do Planalto Intermédio ou Ciclo do Zumbo (200 – 500 m).
*Zona da Planície Costeira ou Ciclo do Congo (< 200m).

A Zona Montanhosa desenvolveu-se durante o Ciclo do Gondwana que, por sua vez, foi o
resultado de movimentos Pérmico-Carbónicos, marcando o início do Evento Karoo.
Afectou essencialmente o soco cristalino e corresponde ao planalto localizado entre os 1500 e
os 1800 metros de altitude.
Distribui-se (fora destes registos) ao longo da fronteira com o Malawi. Este ciclo é
responsável por uma importante fase de peneplanação do continente africano durante um
prolongado período de erosão que decorreu entre o Karoo Superior e o Jurássico
Superior/Cretácico Inferior

A Zona do Grande Planalto desenvolveu-se durante o Ciclo Africano, uma fase de erosão
do Cretácico Inferior que anunciou o início do Evento do Rifte do Leste Africano.
Corresponde a um nível de erosão localizado entre os 500 e os 1200 metros de altitude.
Em Moçambique, este ciclo pode dividir-se em três sub-ciclos distintos:

*Subciclo do Carumacáfuè, com peneplanícies localizadas entre os 600 e os 800 metros


(sendo o Monte Carumacáfuè o melhor exemplo de uma meseta perfeita)
*Subciclo de Messandaluz, com planaltos localizados entre os 500 e os 1 000 metros de
altitude
*Subciclo de Songo, com planaltos localizados entre os 1000 e os 1200 metros.

A Zona do Planalto Intermédio desenvolveu-se durante o Ciclo de Zumbo. Trata-se de uma


fase de epirogénese do Terciário Médio.
Consiste numa fase de erosão de transição entre o Grande Planalto e as Zonas de Planície
Costeira.
A altitude varia entre os 200 e os 500 metros, tendo-se desenvolvido ao longo do Vale do
Zambeze e dos seus maiores afluentes.
Este ciclo erodiu, quase por completo, os terrenos de Karoo e a Suíte de Tete (Gabro-
Anortosito).
Na área de rochas Pré-Câmbricas, incluindo Matambo, Missawa-Mândiè, Guro-Macossa,
Marínguè e Changara-Vanduzi, formaram-se inselbergs.

Com a Zona da Planície Costeira termina o processo de erosão que se desenvolveu durante o
Ciclo do Congo, com início no período Plio-Pleistocénico.
Corresponde ao actual Vale do Rio Zambeze, que começa nas proximidades da Barragem de
Cahora Bassa e se estende para leste até à Fossa de Lupata, próximo de Tambara, continuando
em direcção a Chinde-Quelimane ao longo da costa do Oceano Índico.

Lächelt (2004) apresenta uma subdivisão mais simples da paisagem moçambicana:

Lächelt dividiu a paisagem em:

*Terras baixas até 200 m acima do nível do mar (anmm)


*Terras altas com montanhas moderadamente elevadas até 600 m (anmm)
*Planaltos de terras altas com cordilheiras elevadas e inselbergs que atingem altitudes de
1000 m e superiores (anmm)
*Cordilheiras montanhosas e inselbergs com altitudes superiores aos 1000 m (anmm)

*As terras baixas (planícies costeiras) incluem a zona costeira e ocupam 35-40% da
superfície de Moçambique.
**Estas planícies são, na sua maioria, muito planas, mas as dunas costeiras podem atingir os
100 m de altitude.
**Os depósitos das terras baixas são essencialmente caracterizados por solos de fraca
qualidade para a agricultura.
**As plantações de árvores e, por vezes, de algodão, podem ter algum sucesso.
**Contudo, os fundos aluviais e as bacias hidrográficas que atravessam as terras baixas
caracterizam-se por oferecerem boas condições para a prática da agricultura.

*As terras altas e os planaltos de terras altas com montanhas moderadamente elevadas
ocupam cerca de 50% da superfície de Moçambique.
**Os planaltos das terras altas caracterizam-se sobretudo por solos que, combinados com o
clima moderado e a pluviosidade, são favoráveis à agricultura.
**As cordilheiras montanhosas e os inselbergs cobrem apenas 10-15% da superfície de
Moçambique.
**Nas cordilheiras montanhosas e nos inselbergs não se formaram solos favoráveis à
agricultura.
**Em alguns locais, no sopé das montanhas, podem existir pequenas zonas com solos de
melhor qualidade.

No sul de Moçambique, a Serra dos Libombos forma uma cadeia montanhosa cuja altitude
varia entre os 500 e os 800 m e se estende no sentido N-S ao longo de aproximadamente 900
km.
O pico mais alto desta serra é o Monte M'Ponduine (Meponduine), que tem uma altitude de
805 m.

No centro de Moçambique desenvolveram-se maciços montanhosos, alguns inselbergs e


vastas regiões de relevo de terras altas.

*As Montanhas de Manica, cujos maciços mais importantes são os de Chimanemane, Manica
e Choa, localizam-se ao longo da fronteira com o Zimbabué.
*Na Província de Sofala apenas se conhecem alguns inselbergs. O Monte Binga do Maciço de
Chimanemane, nas Montanhas de Chimanimani, com aproximadamente 2000 m e uma
altitude de 2436 m, localiza-se ao longo da fronteira com o Zimbabué e é um dos pontos mais
altos de Moçambique.
*Outra montanha localizada na fronteira com o Zimbabué é o Monte Zambelangombe, com
uma altitude de 1205 m.
*Outras montanhas importantes são o Monte Miranga na Serra da Gorongosa (1856 m) e o
Monte Vumba do Maciço de Manica, com 1684 m de altitude, e o Monte Choa do Maciço de
Choa, com 1790 m de altitude.
*Algumas zonas da área ocidental devem a sua elevação aos movimentos do Rifte do Leste
Africano, que cortaram o soco cristalino Pré-Câmbrico.
*Esta situação é exemplificada de forma espectacular pelo talude de uma falha com inclinação
para leste, localizada apenas a um quilómetro a oeste da vila de Catandica, e por outro talude
semelhante com inclinação para sudeste.
*Verifica-se a existência de inselbergs extremamente elevados ao longo a faixa central,
predominantemente orientada para norte.
A topografia tende a cair em direcção ao Rio Zambeze e em direcção à costa.

No noroeste de Moçambique, a Província de Tete é inteiramente constituída por uma


paisagem do tipo planalto e por uma zona de cordilheiras montanhosas.
Nas terras altas de Maravia e Angónia, localizadas ao longo da fronteira com a Zâmbia e o
Malawi, as montanhas mais altas são o Monte Domue, com uma altitude de 2 096 m e o
Monte Chirobue, com uma altitude de 2 021 m.

No norte e nordeste de Moçambique, as terras altas ocupam a maior parte da superfície


terrestre.
* Nas províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia, as terras altas formam um
planalto inclinado cuja altitude aumenta em direcção ao Lago Niassa.
**As Montanhas Maniamba-Amaramba criam escarpas na costa leste do Lago Niassa, onde
os picos mais altos são a Serra Jeci, com uma altitude de 1 836 m, e a Serra Mitucue, com
uma altitude de 1 803 m.
*As Montanhas Chire-Namuli criam uma cadeia montanhosa.
*Nas províncias de Nampula e Zambézia, os inselbergs são responsáveis pelo seu relevo
característico. Os inselbergs mais altos são o Monte Namuli, com uma altitude de 2 453 m, o
Monte Chiperone, com uma altitude de 2 054 m, o Monte Nacaonda, com uma altitude de 1
850 m, e o Monte Inago, com uma altitude de 1 850 m.

A zona costeira de Moçambique apresenta uma extensão de aproximadamente 2 400 km ao


longo do Oceano Índico.

*Apenas algumas das ilhas maiores, como a Ilha de Moçambique, Ilha de Bazaruti e a Ilha de
Inhaca são bem conhecidas.
*Ao longo da maior parte das zonas costeiras desenvolveu-se uma cadeia de dunas, com
altitudes que podem chegar aos 100 m.
*O interior, especialmente da Bacia de Moçambique, cobre um vasto território com antigas
dunas interiores denudadas que formam um relevo ondulado.
*No norte de Moçambique, algumas pequenas ilhas de coral formam uma cadeia ao longo da
faixa costeira.
As ilhas são compostas por mexilhões e recifes de coral.

O grau de erosão depende do relevo e do tipo de rocha.


A Figura 5.5. apresenta os riscos de erosão.
Figura 5.5.: Esboço cartográfico dos riscos de erosão de Moçambique (modificado a partir de
B.P.A. Ferro & D. Bouman, 1987).

5.3. Factores/condições climáticas com influência na formação de solos

Um factor muito relevante para a formação dos solos e do seu tipo é o clima.
Em geral, o país apresenta um clima tropical ou de savana mas, conforme a distância em
relação ao Oceano Índico e a altitude morfológica, surgem zonas climáticas especiais, com
alterações climatéricas a nível regional e local. O clima depende sobretudo das altitudes.
Além destas condições, podem identificar-se quatro tipos de clima em Moçambique:

*Clima de chuvas tropical.


*Clima seco de savana.
*Clima tropical de terras altas
*Clima montanhoso.

O país caracteriza-se por ter duas estações: uma estação seca, de Abril a Novembro, e uma
estação húmida de chuvas, de Dezembro a Março.

A Figura 5.6 apresenta as principais zonas climáticas.


Figura 5.6.: Principais zonas climáticas de Moçambique (modificado a partir de B.P.A. Ferro
& D. Bouman, 1987).

A alternância entre duas estações não é a situação mais favorável, nem contribui para a
formação de solos próprios para a agricultura, especialmente devido às concentrações mais
elevadas de sal que coexistem nas mesmas áreas de Moçambique durante a estação seca e que
influenciam significativamente a salinidade dos solos.
A Figura 5.7. apresenta a salinidade dos solos de Moçambique em função do clima.

Figura 5.7.: Esboço cartográfico da salinidade dos solos em Moçambique (adaptado de


Mafalacussa, 2013)

Podemos mencionar algumas áreas/locais como exemplos desta dependência entre o clima, o
relevo e a distância em relação ao oceano:
*As terras mais baixas entre Tete e Guro apresentam um clima seco de savana, ao passo que a
zona de Guro-Manica, mais elevada, é caracterizada por um clima tropical de terras altas.
*O vale do Zambeze (perto da vila de Tete), incluindo as margens do Lago de Cahora Bassa,
são dos locais mais quentes de Moçambique, com uma média anual de temperaturas acima
dos 26 °C e uma pluviosidade anual de apenas 600 a 800 mm.
*Em Manica, a temperatura média anual situa-se pouco abaixo dos 20 °C e a pluviosidade
varia entre os 1400 e os 1800 mm.
*Perto do Lago Niassa, a influência desta grande bacia hidrográfica varia apenas entre os 100
e os 200 m, podendo pontualmente variar entre 1,0 e 2,0 km.

Vegetação

A vegetação é sobretudo condicionada pelo clima e pelo tipo de solo (ver acima).
Por exemplo, os planaltos e vales sublinhados por rochas Karoo e mais recentes caracterizam-
se pela existência da seguinte flora:

*Florestas altas e intermédias em vales formados por rios mais profundos.


*Parques secos do tipo savana em terrenos compactos e arenosos.
*Savana de arbustos e mato em terrenos com solos argilo-arenosos ou zonas com sedimentos
clásticos com textura granular grosseira.

Por outro lado, a química dos solos depende, em parte, da composição química dos elementos
principais e vestigiais, ou seja, do tipo de rocha.

5.4. Bacias hidrográficas, sistemas de drenagem, transporte de materiais com influência


na formação de solos.

O ciclo erosão/denudação > transporte > acumulação é um dos factores-chave para a


formação de solos.
As bacias hidrográficas são zonas particularmente boas de recolha e, como tal, de formação
de solos, que varia consoante a destruição das rochas que se inicia nas secções de água
associadas a maiores relevos.
A Figura 5.8. apresenta as principais bacias hidrográficas (zonas de recolha) e barragens de
Moçambique.
Figura 5.8.: Principais bacias hidrográficas e barragens de Moçambique e esquema de
processos geológicos dependentes de processos geológicos à medida que ocorrem/entre a
nascente (divisória) e (o estuário/deltas dos rios (modificado a partir de B.P.A. Ferro & D.
Bouman, 1987).

As principais bacias hidrográficas de Moçambique estão caracterizadas na Tabela 5.1.

Rio (de N para S) Principais Informação básica sobre o rio


afluentes em
Moçambique
Rovuma Brass, Nascente próxima de Ungone na Tanzânia, rio fronteiriço;
Luchelingo, comprimento aproximado de 600 km em Moçambique;
Lugenda
parcialmente navegável; estuário no Oceano índico, próximo
de Pemba

Lugenda Nascente no Lago Amaramba; comprimento aproximado de

600 km; desagua no Rio Rovuma, próximo de Negomano

Messalo Nascente na Serra Mepa-llama (Província de

Niassa); comprimento aproximado de 520 km; desagua no


Oceano Índico, próximo de Quiterajo

Lúrio Nualo, Nascente no Monte Malema; comprimento aproximado de 1


Malema, 100 km; desagua na Baía do Lúrio
Laloma,
Muande,
Luleia,
Mecequece,

Niorenge
Ligonha Nascente na Intersecção da Serra Inago; desagua no Oceano
Índico, próximo de Momo; comprimento aproximado de

360 km;
Zambeze Panhame, Nascente na Zâmbia, próximo das fronteiras com o Zaire e
Messenguezi,
Luenha, Angola, atravessando a fronteira com Moçambique perto de
Zumbo; comprimento aproximado de 850 km em
Sangadze, Moçambique; estuário a sul de Chinde composto por um
Zangue, grande delta com muitos afluentes: Luabo de Oeste,
Chire, Inhamissingo, Luabo de Este, Barra Catarina, Barra de
Arangua, Chinde; Barragem de Cahora Bassa
Luia, Mavuzi,

Revubue
Púngoè Mezingazea, Nascente no Zimbabué, perto do Monte Inyanga; estuário
Muda, próximo da Beira; comprimento aproximado de 310 km em
Nhazónia, Moçambique
Txatora,
Vanduzi,

Urema
Búzi Nascente no Zimbabué; desagua na Baía de Mazanzane, perto
da foz do Rio Pungoè; comprimento aproximado de 350 km
em Moçambique; Barragem de Chicamba

Save Nascente no Zimbabué; desagua em delta perto de Mambone;


comprimento aproximado de 270 km em Moçambique

Limpopo Rio dos Nascente na Africa do Sul, em Witwatersrand; foz em estuário


Elefantes, perto de Inhampura, 50 km a sul de Xai-Xai; comprimento
Nuanetze, aproximado de 375 km em Moçambique; Barragem de
Changane Massingir

Incomati Sabie, Nascente na África do Sul; foz na Baía de Maputo;


Massintonto, comprimento aproximado de 250 km em Moçambique

Mazinchopes
Maputo Nascente na Suazilândia; foz na Baía de Maputo;
comprimento aproximado de 100 km em Moçambique

Principais lagos Observações


naturais
Niassa Lago Malawi, entre o Malawi e o norte da Tanzânia
Amaramba Nascente do Rio Lugenda
Chiuta Fronteira com o Malawi
Chirua Fronteira com o Malawi, onde se chama Lago Chilwa
Amaramba Fronteira com o Malawi a sudoeste
Barragens importantes Rios
Cahora Bassa Rio Zambeze
Chicamba Rio Revue
Massingir Rio dos Elefantes
Sábie Rio Sábie
Boane Rio Umbelúzi
Tabela 5.1.: Principais bacias hidrográficas de Moçambique (adaptado de Lächelt, 2004)

5.5. Solos (tipos de solos) existentes em Moçambique

Não existe uma classificação uniformizada dos solos.


A classificação depende da opinião do autor ou, mais especificamente, dos critérios em que se
baseia a classificação do solo.
Os factores/condições apresentados e discutidos acima ilustram a complexidade deste tema e
representam apenas parte das questões relacionadas com a formação dos solos.
Seguidamente, resumem-se alguns destes modelos.
Os principais tipos de solos existentes em Moçambique podem ser identificados na Figura 5.9.
A Figura 5.10. apresenta os tipos de solo existentes em Moçambique, de acordo com a
classificação internacional da FAO.
Figura 5.9.: Principais tipos de solo existentes em Moçambique (modificado a partir de
Goudinho Gouveia D., Sá & Melo Marques, 1972)
Figura 5.10.: Tipos de solo existentes em Moçambique, de acordo com a classificação
internacional da FAO (adaptado de Mafalacussa, 2013).
6.0. Potencial Mineral de Moçambique

Moçambique tem um vasto e diversificado potencial mineral.


Nos últimos dez anos, assistiu-se a um desenvolvimento internacional e nacional nas áreas do
conhecimento geológico, da prospecção de minerais e dos métodos de tratamento de recursos
minerais.
Os preços dos recursos minerais aumentaram enormemente nos mercados internacionais e não
é expectável que as flutuações de preços conduzam a uma erosão antieconómica de preços no
futuro.

A evolução do conhecimento geológico sobre Moçambique e o desenvolvimento


internacional do mercado de minerais faz com que seja necessário reavaliar o potencial
mineral deste país.

Os principais critérios para estas novas condições são:

Critérios nacionais

*O território de Moçambique foi coberto por uma revisão total da cartografia geológica à
escala 1:250 000 e por uma revisão parcial à escala 1:50 000, que permitem uma nova
interpretação das condições geológicas para a formação de depósitos minerais;
*Durante o levantamento geológico, foram descobertos e parcialmente avaliados novos
depósitos, ocorrências ou indicações geológicas e a informação existente relativa à
mineralização foi parcialmente reexaminada;
*A indústria mineira moçambicana registou um enorme desenvolvimento em diferentes
sectores (hidrocarbonetos, carvões e outros) e assistiu ao início de novas actividades em
explorações de minério existentes (grafite, minerais de titânio);
*As infra-estruturas moçambicanas foram melhoradas (reconstrução de estradas, caminhos-
de-ferro, portos, fornecimento de energia), o que torna o país interessante em termos de
actividades mineiras (rentáveis).
*A legislação moçambicana promove actividades económicas de cariz internacional.

Critérios internacionais:

*Os preços de quase todos os recursos minerais aumentaram consideravelmente nos mercados
internacionais, despertando o interesse no regresso à prospecção de minérios e à exploração
mineira em depósitos fechados ou antigos (ouro) ou em depósitos minerais que eram
considerados não rentáveis no passado;
*Métodos novos e mais desenvolvidos de prospecção e exploração de minério conduziram à
descoberta de novos depósitos minerais (gás, petróleo);
*Novos métodos de tratamento tornaram economicamente viável a exploração de baixos
teores de minerais, que eram considerados não rentáveis no passado (ouro)
*Os avanços tecnológicos, que contemplam também uma produção amiga do ambiente,
fizeram com que as matérias-primas voltassem a ter interesse, após um longo período em que
o seu valor apresentou uma tendência de queda;
*A indústria de alta tecnologia está a utilizar cada vez mais elementos químicos que, no
passado, tinham âmbitos de aplicação limitados (alguns elementos raros, metais raros);
A produção de hidrocarbonetos, carvão, titânio, ouro, minerais raros e minerais industriais irá
aumentar no futuro.
Hoje em dia, as empresas globais de mineração estão a investir na exploração, participando na
prospecção de minério ou demonstrando o seu interesse na participação em actividades
relacionadas com os minerais energéticos (hidrocarbonetos, carvão e urânio), o titânio-
zircónio presente em Areias de Minerais Pesadas, o ouro e as pedras preciosas e os minerais
para a agricultura, como o calcário, a fluorite, o fosfato e o tântalo e outros minerais
industriais.

Considerando estes aspectos, temos todos os motivos para analisar e avaliar o real ou eventual
potencial dos recursos minerais moçambicanos.
Na Tabela 6.0. define-se a nomenclatura utilizada no Capítulo "6.0. Potencial mineral de
Moçambique".

Nomenclatura Definição

Recursos minerais Recursos minerais consistem em minérios sólidos, líquidos ou gasosos que
existem, ou podem existir, na natureza/num país/num território

Potencial dos minerais O potencial dos minerais inclui não só os recursos minerais existentes já
conhecidos, mas também os recursos minerais cuja existência é presumível
devido a condições geológicas e estruturais

Depósito mineral Um depósito (mineral) consiste na acumulação/concentração de


minerais/matérias-primas minerais susceptíveis de serem economicamente
explorados

Ocorrência de minerais Uma ocorrência (de minerais) é a acumulação/concentração de


minerais/recursos minerais que se encontram geologicamente confirmados,
mas que não permitem ainda uma exploração económica por questões de
quantidade ou de qualidade

Mineralização As mineralizações consistem em ocorrências de minerais na natureza que


poderão ser importantes para aprofundar determinados
estudos/investigações geológicos e analíticos

Indicações (de Indicações consistem em sinais na rocha ou na unidade/formação geológica


mineralizações) que sugerem a existência de uma mineralização em particular

Reservas Reservas são as quantidades de recursos minerais calculadas, estimadas ou


previstas

Reservas calculadas Reservas calculadas ou medição de recursos são quantidades de minérios e


de recursos minerais confirmadas por actividades geológicas, mineralógicas
Medição de recursos
ou laboratoriais

Reservas estimadas Reservas estimadas consistem nas quantidades de minérios e de recursos


minerais definidas, em parte teoricamente, por investigações geológicas,
mineralógicas e laboratoriais

Reservas confirmadas Reservas confirmadas são quantidades de minérios e de recursos minerais


confirmadas por métodos geológicos, mineralógicos, técnicos e por outros
métodos de prospecção mineral. Tal definição assemelha-se à de reservas
calculadas ou à de medição de recursos

Reservas prováveis, Reservas prováveis ou possíveis são quantidades de minérios e de recursos


reservas possíveis minerais que se tornam possíveis com base em factores geológicos,
estruturais ou outros.

Reservas previstas Reservas previstas são as reservas expectáveis de acordo com condições
geológicas, estruturais e outras, bem como com resultados de investigações

Reservas prospectivas Estas reservas são potenciais.

Recursos inferidos Recursos inferidos são o resultado de conclusões que têm por base
condições geológicas e estruturais, entre outras, bem como o resultado de
investigações

Minério Um minério é um concentrado de metais e outros minerais adequado à


mineração. O minério é extraído da crosta terrestre através da mineração de
uma mistura de minerais degradada e também, por norma, mecânica e
quimicamente processada, a qual foi apenas explorada, historicamente, com
base no seu teor de metal

Matérias-primas minerais As matérias-primas minerais consistem em materiais não metálicos, ou


outros, adequados à mineração. Tais materiais incluem minerais sólidos,
líquidos e gasosos, bem como misturas minerais em materiais concentrados
na crosta terrestre através de processos geológicos.

Tabela 6.0. Nomenclatura e definições utilizadas no Capítulo 6.0.


6.1. Recursos Energéticos
Moçambique é caracterizado por um elevado potencial de recursos energéticos (recursos
energéticos minerais, topografia propícia à construção de centrais hidroeléctricas, energia
solar e eólica, energia de biomassa).
Do ponto de vista geológico , distinguem-se dois grupos de recursos energéticos minerais:

1.) Recursos energéticos de produção


2.) Recursos que poderão, futuramente, servir para a produção de energia ou produção
de energia local.

(1.) O primeiro grupo inclui:


*Gás natural e petróleo
*Carvão

(2.) O segundo grupo inclui:


* Carvão de baixa qualidade energética, carvão com elevado teor de cinzas, que pode ser
utilizado para a produção de energia após processos de tratamento simples (ex.
lavagem);
* Carvão de baixa qualidade energética, com alto elevado teor de cinzas e de resíduos de
carvão que podem servir para a captura e armazenamento de carbono (CAC);
* Carvão em pequenas bacias (fora da região do Graben do Zambeze) uso complexo de
carvão de bacias de pequeno porte;
*Minerais radioactivos (condicionados);
* Turfa;
*Metano de carvão;
* Metano de águas profundas;
* Recursos geotérmicos.

Do ponto de vista da eficiência económica, apenas o primeiro grupo tem interesse. No


entanto, para a avaliação de todo o potencial geo-energético e de desenvolvimento (por
exemplo, os progressos na prospecção e exploração de metano no carvão ou nas proximidades
das bacias carboníferas) dos métodos e/ou resultados da prospecção mineral, deve ser
descrito o pleno potencial dos recursos geo-energéticos.
A mineração de carvão actual e planeada no Graben/Depressão do Baixo - Médio Zambeze
produz uma grande quantidade de resíduos de carvão de baixa qualidade que, num futuro
próximo, poderão servir para a captura e armazenamento de carbono (CAC) e para a produção
de gás e gasóleo;

A figura 6.1. mostra a distribuição regional/territorial (áreas) dos recursos geo-energéticos em


Moçambique.
Figura 6.1.: Distribuição esquemática dos recursos energéticos atuais e potenciais (recursos
geotérmicos não incluídos) em Moçambique.
6.1.1. Hidrocarbonetos/gás natural e petróleo

As bacias com perspectivas para prospecção de hidrocarbonetos em Moçambique inserem-se


na Zona da Bacia Costeira do Oceano Índico, que se estende desde o Mar Vermelho, a norte,
até a África Austral, a sul.

As grande bacias de Moçambique e do Rovuma são bacias costeiras e de alto-mar, localizadas


entre Moçambique, o sul da Tanzânia, Madagáscar e as Ilhas Comores, incluindo o Canal de
Moçambique. Esta é uma região grande, com recente e aprofundada exploração de
hidrocarbonetos.
A área adjacente ao canal de Moçambique incorpora nove bacias/sub-bacias sedimentares
(Figura 6.2.) com espessuras entre 6 000 e 11 000 m.
Foram descobertos depósitos de gás e indicações da existência de petróleo (também depósitos
de petróleo na Tanzânia).
Os dois campos offshore de gás natural ao sul da Tanzânia, os Depósitos de Areias
Betuminosas de Bemolanga no Madagáscar, depósitos de gás (e indicações de petróleo) na
Bacia do Rovuma, bem como os campos onshore de gás de Pande - Temane - Búzi -
Inhassoro, na Bacia de Moçambique, são indicações das perspectivas de alto grau de
hidrocarbonetos nessas bacias.

A Figura 6.2. mostra as bacias costeiras do Oceano Índico entre o Mar Vermelho e a África
do Sul.
Figura 6.2.: Bacias costeiras do Oceano Índico entre o Mar Vermelho e a África do Sul
A exploração de hidrocarbonetos concentra-se no centro e norte de Moçambique. As
estruturas principais de exploração da bacia são (Figura 6.1):

* A Bacia de Moçambique, no sul, com as mega-estruturas anticlinais e o significativo


Complexo Deltaico do Zambeze
*A Bacia do Rovuma, a norte, onde existem fortes perspectivas de descobertas de gás e,
potencialmente, petróleo, em particular, através da utilização de novos métodos de
profundidade offshore e novas tecnologias de águas profundas.

A figura 6.3. mostra os mais recentes campos de gás e blocos/zonas de prospecção


conhecidos em Moçambique.
Figura 6.3.: Campos de gás (nomes) e blocos/zonas de prospecção (números) nas bacias do
Rovuma e de Moçambique (situação em 2012) (adaptado de Mamad, 2012)

A produção de gás natural em Moçambique subiu para 90 milhões de Gigajoules (GJ) em


2005, em relação a 50 milhões de GJ em 2004 e 2,5 milhões de GJ em 2003, aquando da
entrada em funcionamento do Campo de Temane. A produção-alvo é de 120 milhões de GJ
anuais (Grantham et al., 2011).

A Tabela 6.1. mostra o desenvolvimento da produção de gás natural em Moçambique.

% em rel.
Biliões de Pés Cúbicos
Ano ao
(BCF [Billion Cubic Feet])
ano anterior
1998 2,12
1999 2,12 0,00%
2000 2,12 0,00%
2001 2,12 0,00%
2002 2,12 0,00%
2003 2,83 33,33%
2004 2,83 0,00%
2005 7,06 150,00 %
2006 58,27 725,00 %
2007 105,95 81,82 %
2008 116,54 10,00 %
2009 94,64 -18,79 %
2010 110,18 16,42 %
2011 120,00 10,90%
Tabela 6.1.: Produção de gás natural em Moçambique de 1998 a 2011.

Tendo em consideração o enorme aumento das reservas de gás natural (e potencialmente das
reservas de petróleo) na Bacia do Rovuma, Moçambique está em vias de se tornar, ao longo
dos próximos anos (previsão até 2018/19), um importante produtor de gás natural na região da
África Austral (no mundo).

6.1.1.1. Bacia de Moçambique

A Bacia de Moçambique ocupa uma área de superfície com cerca de 290 000 km2, da qual
aproximadamente um terço se situa offshore (até 500 m abaixo do nível do mar e mais
profundo). A leste (Canal de Moçambique), as estruturas de prospecção de hidrocarbonetos
devem continuar.
As áreas potenciais incluem também zonas de alto mar e zonas do Canal de Moçambique,
especialmente tendo em conta os novos e actuais métodos geofísicos, de prospecção e de
exploração.
A parte sul da Bacia é de alto interesse prospectivo, estendo-se até leste e sudeste da região de
Maputo.

*A norte e nordeste, a Bacia de Moçambique é limitada pelo soco cristalino Proterozóico. No


entanto, ao longo da costa do Oceano Índico, esta bacia está ligada à Bacia do Rovuma.
*A área entre a Bacia de Moçambique e a Bacia do Rovuma é caracterizada principalmente
pelas estruturas tectónicas do Rifte do Leste Africano (RLA) e as perspectivas de
hidrocarbonetos ainda não estão definidas, sendo potencialmente limitadas. No entanto, com
os novos métodos geofísicos e de exploração (fracking), poderão ser descobertas importantes
estruturas de hidrocarbonetos .
* A oeste, as rochas arcaicas do Cratão do Zimbabwe e as Unidades Proterozóicas da Manica
- Província (geológica) de Báruè e, finalmente, os depósitos do Karoo, ao longo do bordo do
rifte/bordo da bacia constituem os limites da Bacia de Moçambique.

Os desenvolvimentos mais importantes da Bacia de Moçambique situam-se na parte sul, ao


longo do rio Limpopo.

As sequências rochosas da bacia consistem principalmente em sedimentos terrígenos e dois


horizontes carbonáticos importantes.
Estas sequências variam de sedimentos do Jurássico Superior/Cretácico Inferior até ao
Período Recente. Estas sequências Mesozóicas-Cenozóicas, sobrepõem-se provavelmente a
rochas vulcânicas do Karoo Superior (na parte mais a sul da bacia).
As rochas vulcânicas do Monoclinal dos Libombos, até aos sedimentos do Cretácico Inferior
e do Karoo, podem também estar presentes como constituintes subordinados (Salman e
Abdula, 1995).

No entanto, a parte com perspectivas de hidrocarbonetos da Bacia de Moçambique é muito


menor do que é indicado pelos limites da bacia, e é definida pela extensão dos depósitos
favoráveis para deposição de hidrocarbonetos (aqui, principalmente, sedimentos da Formação
do Cretácico de Grudja).

*Recentemente (2014), foi descoberto gás na parte central da Bacia de Moçambique, em


vários horizontes da Formação de Grudja Inferior (ex.: Pande, Temane e Búzi), onde os
reservatórios constituem baixios e bancos(Chenier) (Salman & Abdula, 1995; GTK, 2006;
lächelt, 2004; Grantham et al., 2011).
*Na formação do Grudja Inferior (CrG), a porosidade de 15–30% favorece a acumulação de
hidrocarbonetos.
* Outras formações, como as Areias do Domo e Sena (CrSs), e equivalentes, são potenciais
reservatórios de hidrocarbonetos de interesse, mas com uma porosidade de 20-21%, o seu
potencial é claramente inferior (Lächelt, 2004). Por outro lado, com os mais recentes métodos
de prospecção, esta avaliação pode ser alterada.

Foram também identificadas indicações de hidrocarbonetos em várias unidades geológicas


(outros locais).
* A Bacia de Moçambique pode ter interesse para a prospecção de hidrocarbonetos, por
exemplo, na formação de Maputo (TeP), onde as Ardósias do Domo Inferior podem
providenciar a estrutura impermeável necessária para a captura.
* As Areias do Domo do Cretácico Médio localizam-se entre as Ardósias do Domo Inferior e
Superior (Lächelt, 2004). As reservas económicas ainda (2012) não são conhecidas.

No entanto, recentemente (2012), a ocorrência de hidrocarbonetos em qualidades e


quantidades economicamente viáveis é verificada apenas na Formação de Grudja (CrG) e,
num futuro próximo, o interesse prospectivo principal deverá concentrar-se nesta Formação.

A figura 6.4. fornece uma descrição geral desses locais.


Figura 6.4.: Depósitos, ocorrências e indicações de hidrocarbonetos na Bacia de Moçambique
(modificado a partir de Mamad, 2012)

A figura 6.4. mostra que litologias com características de reservatório podem também ocorrer
noutros depósitos Cretácicos, bem como em formações Terciárias.
A espessura dos depósitos sedimentares aumenta até 10-12 km (localizando-se a maior
espessura provavelmente no Complexo do Delta do Zambeze).

Prospecções e indícios estruturais e/ou estratigráficos foram identificados no maior


Complexo Offshore do Delta do Zambeze.
Estes localizam-se associados a depósitos de turbiditos em leque e canal do Paleogénico,
sobre os rafts de Cheringoma. Além disso, podem existir indícios semelhantes em turbiditos
do Mioceno.
As rochas originais são fornecidas pelos Xistos Argilosos Inferiores (marinhos) de Domo e
Lupata (GTK, 2006).

6.1.1.1.1. Campos (blocos) de Pande-Temane-Inhasorro

Foram descobertas quantidades economicamente viáveis de gás natural em Pande (1961),


Temane (1967) e Inhasorro (2003). Foi também descoberto gás de categoria sub-comercial em
Búzi (1962).

*No Campo de Pande, as zonas de reservatório de arenito do Grudja Inferior (Formação de


Grudja Inferior) ocorrem a profundidades entre 1 100–1 600 m e têm uma espessura de ~ 20
m, com uma zona de gás combinada de cerca de 10 m. As zonas de reservatório/horizontes,
designados G6 a G12 são várias unidades de grano selecção negativa de depósitos da face
costeira do Cretácico Superior.
O horizonte de reservatório mais importante é o horizonte G-6, com uma espessura entre 4 e
30 m (média de 8,39 m).
O campo de Pande tem instalados 14 poços de produção (2012) e a sua produção de gás actual
é de cerca de 5 milhões de m3/dia. As elevadas taxas de produção estão relacionadas com a
alta permeabilidade.
A produção-alvo do campo de Pande é de 120 milhões de GJ por ano.
*O gás do Campo de Temane está alojado no horizonte arenítico G-9 do Grudja Inferior.
**Ambos os campos continham inicialmente algum gás 5 TCF (833 106 BPE ([Barril de
Petróleo Equivalente]), do qual aproximadamente 80% é recuperável (GTK, 2006, Grantham
et al., 2011).
** A tendência da extracção de gás em Temane-Pande-Búzi mostra um padrão estrutural
específico quando representado em termos de dados de anomalias de gravidade residuais
(fonte: AOA Geophysics).
*O Campo de Inhasorro foi descoberto nas proximidades do Campo de Temane e pode,
portanto, ser definido como um sub-campo do bloco de Temane.
* O horizonte G6, na região de Búzi, foi também observado. No entanto, não foram
confirmadas quantidades economicamente viáveis de gás natural (2012).

É produzido gás natural do Campo de Pande (Figura 6.5.), a cerca de 40 km Norte-Noroeste


de Temane (folha 2134, 693508/7632432).
A produção de gás natural aumentou vinte vezes em 2004, principalmente devido ao início do
Projecto de Gás de Temane (Figura 6.5.), próximo de Inhambane (folha 2135,
710846/7597396).
A produção de gás natural atingiu cerca de 90 milhões de GJ em 2005, em comparação com
50 milhões de GJ em 2004 e 2,5 milhões de GJ em 2003 (para a produção total de gás natural,
consulte a Tabela 6.1.). Os referidos campos de gás têm potencial suficiente para produção
adicional, se necessário (Yager, 2004).
Em 2012, a produção de gás atingiu um volume de 120 BCP (biliões de pés cúbicos) (ver
Tabela 6.1.).
Para os anos seguintes, é esperada uma produção de 185 GJ.

Para os Campos/áreas de Pande, Temane, Inhassoro estima-se que as reservas sejam


superiores a 5,5 TPC (triliões de pés cúbicos) (Grantham et al., 2011), que serão de 4 x 109
m3 para o Campo de Gás de Búzi (Lächelt, 2004).

(Para comparar estas reservas de gás e petróleo, os volumes são frequentemente expressos
em BPE = Barris de Petróleo Equivalentes. Isto refere-se à capacidade de aquecimento: 1
bbl (barril) de petróleo é aproximadamente equivalente a 6 000 pés cúbicos de gás.
A produção pode também ser expressa em Biliões de Pés Cúbicos – BPC >1 BPC = 0,03 m3
<por vezes, também é utilizada a unidade GJ = gigajoules ou m3. Para evitar erros de
tradução, foram mantidos todos os dados originais . O mesmo princípio foi aplicado em
relação às coordenadas geográficas.
Este manual aplica os volumes de acordo com a fonte da literatura citada)

A localização dos Campos (blocos) de Pande - Temane - Inhasorro é mostrada na Figura 6.5.
Figura 6.5.: Campos (Blocos) de Pande – Temane – Inhasorro (modificado a partir de GTK,
2006; Grantham et al., 2011).

* A modelagem (temperatura) da Bacia de Moçambique foi realizada com base em


informações recolhidas em cerca de 20 poços.
*A maior parte das amostras de rochas geradoras recuperadas são do tipo querogênio III, com
potencial para a geração de gás.
*A Formação de Maputo e a Formação de Xisto Argiloso Inferior de Domo contêm as
melhores rochas originais.
* A partir do diagrama do subsolo, pode-se concluir que vários poços foram submetidos a
soerguimento à escala quilométrica.
* Estratigraficamente, isto é confirmado por uma sequência estratigráfica dominada por
múltiplas inconformidades.
* Supostamente, foram gerados depósitos de hidrocarbonetos, e posteriormente destruídos
pela erosão durante o soerguimento (GTK, 2006; Grantham et al., 2011).

6.1.1.2. Bacia do Rovuma

A Bacia do Rovuma ocupa, em Moçambique, uma área de superfície de aproximadamente 30


000 km2, da qual 42% está situada em alto mar, a uma profundidade de 500 m, podendo dizer-
se que metade da bacia se encontra em alto-mar.
A extensão da bacia ou das potenciais estruturas de hidrocarbonetos perspectivadas para leste
não é muito clara e depende da influência da Zona de Fractura de Davie do RLA (incluindo o
Graben de Karimba/Quarimba) e as estruturas de rifte do RLA (Figura 6.6.)
A Bacia do Rovuma constitui a continuação para sul da bacia costeira de Lanzanla (Lindi) da
Tanzânia (Figura 6.2.)
A maior extensão da bacia para o interior do continente encontra-se ao longo do Rio Rovuma.

Figura 6.6 .: Bacia do Rovuma e estruturas de rifte do RLA (Zona de Fractura de Davies com
o Graben de Karimba).
A Bacia do Rovuma faz parte da área de bacias costeiras do Oceano Índico. Recentemente,
estas bacias foram interpretadas como uma área de bacias de altas perspectivas de
hidrocarbonetos, especialmente depósitos de gás natural.

A figura 6.6.1. mostra os blocos de prospecção e campos no sul da Tanzânia e na Bacia


Moçambicana do Rovuma.
Figure 6.6.1.: Blocos e campos de prospecção no sul da Tanzânia e na Bacia Moçambicana do
Rovuma. (modificado a partir de ranke et al, 2014)

A oeste, o desenvolvimento da Bacia do Rovuma tem sido obstruído por rochas do soco
cristalino (Proterozóico) e a leste, a Bacia provavelmente estende-se até a Cadeia de Davies
(Zona de Fractura de Davies), no Canal de Moçambique.
A sul, a bacia reduz-se a uma estreita faixa costeira, que derivou para leste devido a
estruturas submarinas.

*O perfil sedimentar da Bacia começa com os depósitos da Formação Jurássica de N'Gapa


(JrP).
* A espessura dos sedimentos na parte central da Bacia é de cerca de 10 km.
* Os sedimentos são de origem terrígena e deltaica, o que confirma as perspectivas de teor
elevado de hidrocarbonetos.

** Na Tanzânia, foram descobertos na Bacia (Rovuma - Lindi), petróleo (M'Simbati) e gás


natural (Songo e Baía de Mzazi).
**O gás natural da Tanzânia está concentrado em sedimentos deltaicos da Formação Terciária
de Tembe (TeT), ocorrendo a profundidades entre 2 e 4 km (compilado a partir de Lächelt,
2004).

A Bacia do Rovuma é muito semelhante à Bacia de Moçambique - uma bacia Mezozóica -


Terciária passiva sin-deriva.
*O primeiro poço offshore realizado nesta parte da bacia, o Mocímboa 1, em 1986, revelou
um forte potencial para a extracção de gás nos horizontes areníticos do intervalo 3291 - 3409
m, com porosidade 5-10%, SO 40 a 60%, o teste RFT recuperou apenas filtrado.
*Foram descobertos indícios de petróleo em camadas pouco espessas de calcário, abaixo dos
1 715 m.
*Foram descobertos indícios de petróleo em camadas pouco espessas de calcário, abaixo dos
1 715 m.
*A modelagem da Bacia indicou que o Cenomaniano é maduro tardio (gás húmido) e que o
Cretácico mais jovem se encontra na janela temporal de geração de petróleo.
*A primeira maturidade de petróleo foi atingida durante o Terciário Inferior (NGU, 2007;
Grantham et al., 2011).

Novos dados confirmam que a Bacia do Rovuma é uma bacia altamente prospectiva.

A figura 6.7. mostra as indicações de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma e na extensão sul


da bacia até à área de Angoche.

Figura 6.7.; Indicações de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma (adaptado de Mamad/ENH,


2012)

*Recentemente, a presença de petróleo foi definitivamente confirmada ao largo da Tanzânia,


em arenitos Neocomianos do Cretácico Inferior. Aqui, petróleo leve, com características de
petróleo de escoamento superficial, foi extraído a partir de furações a uma profundidade de 3
600 m.
**Suspeita-se da existência de rocha geradora generalizada na parte Jurássica da sucessão.
**Estas descobertas são importantes para Moçambique, pois sabe-se que existem
escoamentos de petróleo na Bacia do Rovuma (ver 6.1.1.2.1), um pouco mais a sul (NGU,
2007).
*Foi confirmada a presença de petróleo ao largo da Tanzânia, em arenitos Eocomianos do
Cretácico Inferior. Aqui, petróleo leve, com características de petróleo de escoamento
superficial, foi extraído a partir de furações a uma profundidade de 3 600 m. Suspeita-se da
existência de rocha geradora generalizada na parte Jurássica da sucessão (Grantham et al.,
2011).
*Recentes actividades de exploração, recorrendo, por exemplo, a métodos sísmicos multi-
canal 2D e 3D confirmaram as perspectivas de gás e petróleo em (quatro) diferentes
horizontes estratigráficos, do Jurássico ao Terciário (Figura 6.7.1.).
Figura 6.7.1 .: Ocorrências de hidrocarbonetos em diferentes unidades estratigráficas-maduras
da Bacia do Rovuma (modificado a partir de Brudbury, 2011)

Novos métodos de prospecção e exploração em águas profundas permitem a extracção de


reservas de gás e petróleo, cuja exploração anterior era difícil ou economicamente inviável.
Mamad (ENH, 2012) aponta, para as reservas de gás da Bacia do Rovuma, mais de 70 TPC e,
para os respectivos recursos, mais de 150 TPC.
O grupo americano Anadarko Petroleum, o operador do bloco da Área 1 da Bacia do Rovuma
e a ENI, o operador da Área 4, descobriram depósitos de gás de escala mundial, estimando-se
que atinjam os 170 triliões de pés cúbicos (Informação retirada da Internet, 2013).
Em 2014, foi discutida a existência de recursos prospectivos de gás de mais de 200 TPC.

Estas enormes reservas e recursos, bem como novas expectativas, com base nos
conhecimentos geológicos atuais, asseguram um aumento adicional das reservas de
hidrocarbonetos nesta bacia.

A figure 6.8. mostra a comparação entre as reservas de gás (2012) da Bacia de Moçambique e
as da Bacia do Rovuma.

Figura 6.8.: Reservas de gás (2012) da Bacia de Moçambique (Temane, Pande) e da Bacia do
Rovuma (Mamba, Áreas 1 e 4) (compilado com datas de Amad, 2012).

A produção de gás na Bacia do Rovuma terá início em 2018/19. De acordo com a


Anadarko/EUA (Informação retirada da internet, 2013), o primeiro navio-tanque de GNL
deverá partir em 2018.
A ENI/ Itália (informação retirada da Internet, 2013), deverá dar início à produção em
2018/19.

Colocou-se a hipótese de a Anadarko e a ENI juntarem forças para estabelecer uma fábrica
comum de liquefacção onshore, no distrito de Palma. Foi também avançada a ideia de uma
fábrica flutuante, que ficaria ancorada ao largo da costa do distrito de Palma (proposta ENI,
2013). De acordo com a proposta da ENI, esta fábrica iria "receber, processar até à
liquefacção e armazenar o gás natural liquefeito produzido a partir dos poços submarinos e,
posteriormente, descarregá-lo para navios-tanques de GNL para exportação". A planta seria
"uma instalação de torre flutuante ancorada de casco duplo".
O reservatório de gás da Bacia do Rovuma em Moçambique (Anadarko, 2013) é considerado
o terceiro maior produtor potencial de gás líquido, a seguir à Austrália e ao Qatar.

6.1.1.2.1. Bloco Mamba/Área 4

O Bloco Área 4 está concessionado à Eni SpA (ENI, Itália)


*Em 2012, a ENI divulgou a descoberta, em 2011, de uma "gigantesca" jazida de gás natural
em Moçambique, próxima do Bloco Mamba Sul.
**A nova descoberta acrescenta 30 triliões de pés cúbicos (212,5 biliões de metros cúbicos)
de gás no local, elevando o total de recursos do complexo Mamba a 850 biliões de metros
cúbicos.
*A descoberta Mamba Norte anunciada situa-se a 23 quilómetros a norte do Mamba Sul, a
profundidades de 1 690 m (5 545 pés). O poço encontrou 186 metros de rocha geradora de gás
(Kennedy / ENI, 2012).

6.1.1.2.2. Bloco Área 1


O Bloco Área 1 foi concessionado à Anadarko Petroleum Corporation (APC)

*A Anadarko anunciou (em 2012) que no poço de exploração Atum foi descoberta uma
acumulação significativa de gás natural na Área Offshore 1 da Bacia do Rovuma.
*O poço de exploração Atum poço encontrou mais de 300 pés (92 metros) líquidos de zonas
de gás natural em dois sistemas de leque do Oligoceno de alta qualidade.
* Dados preliminares (2012) indicam que esta última descoberta está associada à recente
descoberta da parceria, Golfinho, localizada, aproximadamente, a 10 milhas (16,5
quilómetros) a noroeste na Área Offshore 1.
*A Anadarko calcula que este novo complexo, que se encontra totalmente dentro do bloco da
Área Offshore 1, contenha entre 10 e mais de 30 triliões de pés cúbicos (TPC) de recursos
incrementais recuperáveis de gás natural.
* O poço de exploração Atum foi realizado a uma profundidade total de aproximadamente
12,665 pés (3,860 metros), a profundidades de água de aproximadamente 3,285 pés (1,000
metros).

6.1.1.2.A. Cálculos e estimativas das reservas de hidrocarbonetos da Bacia do Rovuma

Os dados relativos às reservas de gás calculadas e estimadas aumentam de ano para ano e a
cada nova actividade de prospecção.

*Com esta descoberta no poço Atum e um bem sucedido programa de avaliação da Área 1, os
recursos totais estimados recuperáveis de gás natural na Área Offshore 1 de Moçambique
situam-se entre 30 e 60 TPC e a avaliação mais optimista para o volume total de gás no local
para os reservatórios descobertos no bloco é de quase 100 TPC (Anadarko, 2012).
*Em 2013, a Anadarko (informação retirada da Internet) estima, para o bloco da Área 1 da
Bacia do Rovuma, a existência de 65 TPC de gás natural.
**Em 2014, as reservas de gás no Bloco da Área 1 da Bacia do Rovuma em Moçambique
foram actualizadas de 35-65 para 45-70 triliões de pés cúbicos de gás.
*A Amad/ENH (2012) estima que o potencial total de recursos de gás ultrapasse os 200 TPC.
**O grupo ENI, a operadora do Bloco da Área 4 na Bacia do Rovuma, divulgou (em 2014) a
descoberta de depósitos offshore de gás natural, cujas reservas foram estimadas em mais de
180 TPC.

Estes dados mostram que, todos os anos, as reservas de gás calculadas e estimadas aumentam.

Estes dados confirmam a possibilidade de a Bacia do Rovuma poder, futuramente e a nível


mundial, ocupar um lugar importante na produção de hidrocarbonetos, especialmente gás
natural. As condições geológicas desta bacia (ver acima) permitem supor que as reservas vão
aumentar e que poderão ser muito maiores que as estimativas actuais apresentadas acima
(Figura 6.8.).
6.1.1.3. Exsurgências de hidrocarbonetos nas litologias dos bordos da Bacia do Rovuma

Em algumas litologias ao longo da Zona Costeira da Bacia do Rovuma é conhecida a


existência de escoamentos de petróleo, documentados através de cartografia geológica (NGU,
2007).
Os escoamentos de gás e petróleo são indicações de secreções de hidrocarbonetos mas é ainda
incerto se poderão ser possíveis indicações de ocorrência ou depósitos de hidrocarbonetos.
No entanto, estes escoamentos são merecedores de mais investigação.

A NGU (2007) apresentou, com base na cartografia geológica da Bacia do Rovuma, um


relatório detalhado sobre estes escoamentos , onde descreve concretamente alguns deles.
Foram identificados uma série de escoamentos de petróleo e gás tanto nas partes
moçambicanas como tanzanianas da Bacia do Rovuma.

*Na parte tanzaniana da bacia, foram identificados escoamentos de petróleo na Ilha


Msimbati, em Makukwa e em Nyuruk, imediatamente a norte da foz do Rovuma e próximos
do Campo da Baía de Mnazi.
**Aqui há várias ocorrências de betumes presos nas areias costeiras.
**Foi inicialmente sugerido que se tratavam de escoamentos genuínos.
**No entanto, análises aprofundadas ao escoamento de Msimbati revelaram que este é
caracterizado por uma composição isotópica extremamente leve e uma distribuição de
terpanos bastante incomum, provavelmente indicando uma origem biogênica deste
escoamento, e não resíduos biodegradados de petróleo bruto maduro (Mpanju & Philp, 1994).
**O escoamento de Nyuruko tem possivelmente origem em rochas originais do Cenozóico
marinho, enquanto o gás encontrado na parte tanzaniana da Bacia do Rovuma é, pensa-se,
derivado de rochas originais do Mesozóico e/ou Paleozóico (Mpanju & Philp, 1994).

Na parte moçambicana da Bacia do Rovuma foram recolhidas amostras dos escoamentos de


petróleo e gás durante os trabalhos de campo realizados por Lonropet e PGS em 1999 e 2000.
* A sul de Pemba, foram encontradas exurgências de hidrocarbonetos em Ponta Uifundo
(UTM 37S 670168, 8517684), onde podem ser observadas manchas quando o recife é exposto
pela maré baixa e é observado gás a borbulhar à superfície, proveniente de fissuras no fundo
do mar.
*Não foi encontrado nenhum escoamento de petróleo durante uma visita realizada em 2005
(NGU), mas a ocorrência de escoamentos de petróleo neste local foi confirmada por
pescadores locais, que utilizam petróleo bruto para impregnar as suas pirogas.
* De acordo com o relatório de Lonropet (2000), também foram registados escoamentos de
petróleo a partir de um pequeno lago ligado ao Rio Megaruma, perto da aldeia de Nicupa.
*Perto da aldeia de Marua (Lonropet, 2000), na planície aluvial norte do rio Lúrio, foi
identificado outro escoamento.
*Também são conhecidos escoamentos de petróleo na Praia de Wimbi, na cidade de Pemba,
onde o petróleo parece escoar do interior de fissuras de arenito Terciário. Foram observadas
manchas de petróleo biodegradado e pequenas manchas de escoamento mais frescas abaixo da
marca de água da maré alta (NGU, 2007).

De acordo com os dados de Lonropet (2000) as análises aos escoamentos de petróleo sugerem
que estes têm origem numa rocha geradora Jurássica e outra mais antiga, possivelmente
Triássica.
6.1.1.4. Hidrocarbonetos em riftes (grabens)

No que toca ao papel das estruturas de riftes, especialmente dos grabens e horsts, no que diz
respeito a potenciais ocorrências e depósitos de hidrocarbonetos, as hipóteses são divergentes.

* Existe a ideia de que os blocos subsidentes podem ter preservado as estruturas que contêm
hidrocarbonetos com a rocha geradora e/ou o horizonte do reservatório, bem como a cobertura
e, inversamente, os blocos soerguidos podem ter perdido os hidrocarbonetos que continham.
* Outra teoria é que as falhas adjacentes ao rifte podem servir como facilitadores para a
migração de hidrocarbonetos e, portanto, promover a recolha ou que, pelo contrário, os
hidrocarbonetos, especialmente o gás natural, pode cair nas falhas, escapando assim do
reservatório.

Em Moçambique, até à data, não foram encontrados quaisquer hidrocarbonetos relacionados


com as estruturas de riftes.
Na Bacia de Moçambique, há ocorrências e depósitos de hidrocarbonetos na zona do rifte mas
não foram observadas relações genéticas.
A formação dos blocos tectónicos com hidrocarbonetos é o resultado de processos de
formação de riftes; a decomposição em blocos produtivos ou improdutivos separados é o
resultado do falhamento, mas isto não tem uma relação genética com a acumulação de
hidrocarbonetos.
A mesma situação ocorre na Bacia do Rovuma , em relação à Zona/Crista de Falha de
Davies. Estas estruturas de rifte podem ser importantes para certos blocos existentes, mas
não para a formação do depósito (a formação de acumulações de hidrocarbonetos depende da
litologia e das estruturas primárias da rocha).
No entanto, a questão permanece e ainda não foi encontrada uma resposta definitiva.

De acordo com Steiner (1992), os riftes do Paleoceno/Eocénico podem também ser de


interesse e este autor antecipa uma conexão entre os recifes, os leques de calcário-arenito
anteriores aos recifes e os "carbonatos da plataforma inter-recife" da formação de Cheringoma
(TeC), ao longo da paleo-plataforma (citado de Lächelt, 2004).

Além disso, não se pode ignorar que podem existir hidrocarbonetos nas depressões do Karoo
(grabens), por exemplo, na Depressão do Zambeze, no Graben do Lago Niassa e na Bacia de
Maniamba e, por fim, também nos riftes Mesozóicos - Cenozóicos (RLA), que são
caracterizados por espessuras consideráveis de depósitos sedimentares, o que significa que o
pressuposto de que não contêm material de hidrocarbonetos deve ser reconsiderado (Lächelt,
2004).
As indicações e ocorrências de hidrocarbonetos, por exemplo, no Graben do Lago Niassa e a
sudoeste da Bacia/Graben de Maniamba (Figura 6.1.) devem ser analisados desta perspectiva.
O Graben do Lago Niassa tem sido alvo de especial interesse, utilizando métodos modernos
de geofísica e prospecção. No entanto, em termos de exploração, deve ser dada prioridade aos
recursos de hidrocarbonetos do Graben do Lago Niassa, dado que é uma defesa natural.

6.1.1.5. Hidrocarbonetos em bacias do Karoo

Não há relatos de depósitos de hidrocarbonetos nas bacias do Karoo moçambicano.


Algumas litologias no Graben do Baixo Zambeze, e também presentes na Bacia de Maniamba
Sudoeste podem ser de interesse para prospecção de hidrocarbonetos.
O perfil geológico já conhecido indica que as condições (rocha-reservatório, rocha de
revelação) não são muito favoráveis à concentração de hidrocarbonetos. Devido às condições
geológicas favoráveis à acumulação de hidrocarbonetos nas Bacias Meso-Cenozóicas (Bacia
de Moçambique, Bacia do Rovuma), estas bacias têm sido e permanecem uma prioridade
para a prospecção de hidrocarbonetos.
No entanto, no Graben do Lago Niassa/Bacia de Maniamba (ver 6.1.1.3). os depósitos do
Karoo podem ser de interesse prospectivo.
Na Bacia do Rovuma, a Formação Jurássica (Karoo antigo) de N'Gapa (JrP) integra-se no
perfil geológico cujos recursos de hidrocarbonetos foram alvo de prospecção, mas essa
formação não é uma unidade típica do Karoo.

(Lächelt acredita que a Formação JrP não pertence aos processos de formação da bacia do
Karoo, mas à fase inicial do desenvolvimento da bacia Meso-Cenozóica costeira)

6.1.2. Carvão

Moçambique tem depósitos de carvão muito extensos e parcialmente de alta qualidade. As


bacias carboníferas economicamente mais importantes situam-se na Zona do Graben do
Zambeze (província de Tete).
No entanto, existem também pequenas bacias carboníferas do Karoo de importância
económica menor ou nula.
A figura 6.9. mostra a distribuição regional das bacias carboníferas do Karoo moçambicano.

Figura 6.9.: Bacias carboníferas do Karoo em Moçambique.

Do ponto de vista económico, podem ser distinguidos dois grupos de bacias carboníferas:

BACIAS E SUB-BACIAS CARBONÍFERAS DE IMPORTÂNCIA ECONÓMICA


*Depressão/Graben do Médio Zambeze
**Bacia de Moatize-Minjova
***Sub-Bacia de Moatize
***Sub-Bacia de Minjova
*Bacia de Mucanha – Vúzi
**Sub-bacias de Chícoa-Mecucoé e Muanzi-Luângua
*Bacia de Sanângoè-Mefidéze (Mefedéze)
**Sub-Bacia de Chirodeze (Bacia de Mefendeze – Sanângoè)

BACIAS E SUB-BACIAS CARBONÍFERAS SEM IMPORTÂNCIA ECONÓMICA


*Depressão do Baixo Zambeze
**Sub-Bacias de Muaradzi - Mecondezi, Necungas-Meconé, Rio Malica, Goma e Nhacali
**Sub-bacia do Baixo Chire
**Graben/Bacia de Maniamba
**Sub-Bacia de Lunho
*(Sub-)Bacia de Espungabera

BACIAS E SUB-BACIAS CARBONÍFERAS SEM IMPORTÂNCIA ECONÓMICA


Bacias de Luângua, Lugenda Norte e Sul
Bacias de Lugenda
*Bacia de Luângua/Bacia de Makaa-Itule (Bacia de Lugenda Norte), Ocorrência de
Chipuputa
*Ocorrência de Luchinua (Luchimua)
Bacia de Lugenda Sudoeste
*Sub-bacia de Mancha de Montante
*Sub-bacia de Mancha de Juzante
*Sub-bacias do Rio Lutheze e do Rio Luambala

Os carvões do Graben/Depressão do Baixo - Médio Zambeze incluem carvões principalmente


térmicos (energéticos), mas também uma porção significativa (até 20%) de coque (carvão
metalúrgico).
Os carvões térmicos são parcialmente caracterizados por um elevado teor de cinzas (Tabela
6.3.). Os carvões de coque incluem uma parte significativa de resíduos de carvão.
Novas tecnologias, particularmente na área dos carvões térmicos, tornaram economicamente
possível o aproveitamento de resíduos de carvão e carvões com alto teor de cinzas. Neste
sentido, actualmente, e do ponto de vista económico, uma parte da cinza de carvão pode ser
classificada como carvão com interesse económico.
Processos de lavagem e outras tecnologias permitem o uso do carvão com baixo-médio teor
de cinzas para a produção de energia.
No entanto, há uma necessidade, e, recentemente (2014), a possibilidade tecnológica, para
produzir gás e combustíveis (gasóleo) a partir de resíduos de carvão de coque e, parcialmente,
de carvões com alto teor de cinzas.
As tecnologias para estes processos já se encontram em funcionamento noutros locais e têm
de ser adaptadas para os depósitos de carvão da Depressão do Zambeze
Ao longo dos últimos 10 anos, foram atribuídas cerca de 60 licenças de prospecção e
exploração e encontram-se actualmente (2012) activas no Graben do Zambeze mais de 40
empresas de mineração, entre as quais, alguns dos mais proeminentes nomes de agentes de
mineração.
Na verdade, encontram-se a decorrer ou estão planeadas operações de mineração de carvão
em todo o Graben do Zambeze, desde a região da barragem de Cahora Bassa para oeste, até à
região a leste de Moatize/Tete (fronteira do Malawi).
Estima-se um forte aumento na produção de carvão e a principal questão aqui pode ser a
organização do transporte do carvão para os mercados. Todos os principais mercados para o
carvão de Moçambique são mercados externos e o carvão terá de ser transportado para os
portos do Oceano Índico. Isto será realizado por ferrovia, de Moatize/Tete para os portos de
Beira (575 km) e Nacala (912 km) (atravessando o Malawi por via rodoviária ou ferroviária).
No entanto, a capacidade dos caminhos-de-ferro poderá, a certo ponto, ser insuficiente para
acompanhar o contínuo crescimento da actividade mineira: ou a capacidade dos caminhos de
ferro aumenta ou terá de ser encontrada outra solução para resolver os problemas de
navegabilidade do Rio Zambeze (construção de uma barragem para regular o Rio Zambeze e
eliminar as barras de areia).
A figura 6.10. mostra o possível esquema de rotas de transporte.

Figura 6.10.: Esquema das rotas de transporte de carvão planeadas e potenciais

Nem todos os carvões extraídos são bons para exportação e há quantidades significativas de
carvão de má qualidade ou misturado com partículas de areia. Por outro lado, estas
quantidades de carvão, juntamente com o carvão com resíduos, são uma importante reserva
energética e devem ser desenvolvidos métodos especiais para permitir a produção de gás e
combustível de carvão. Actualmente (2014), ainda não é possível avaliar esse potencial
energético, mas a sua utilização é altamente recomendada.

Em 2014, quatro dos maiores agentes (grupos) de mineração de carvão a nível mundial
estavam activos na Depressão do Zambeze.
Os quatro grupos a explorar carvão em Tete são o Vale, Rio Tinto, Jindal Steel & Power e
Beacon Hill.
Mais três empresas irão em breve iniciar actividades de mineração de carvão em
Moçambique, no distrito de Moatize, província de Tete.
As três novas (2014) empresas são a Midwest Africa, Minas de Revuboé e Ncondezi Energy.
Minas de Revuboé é um empreendimento conjunto registado em moçambique composto pela
Australiana Talbot Group Investments, as japonesas Nippon Steel e Sumitomo Metal
Corporation e a sul-coreana Posco.
As empresas poderão mudar à medida que avançam as actividades de mineração de carvão.
No entanto, existe um alto potencial de mineração de carvão.

Actividades de mineração de carvão e mineração planeadas na Depressão do Zambeze


(de acordo com a situação em 2014)

*O grupo brasileiro Vale está em actividade no país desde 2004. A empresa de mineração
brasileira Vale deu início a um projecto de 1,3 biliões de dólares (908,5 milhões de libras
esterlinas) em Moçambique
Em 2013, a Vale Moçambique produziu cerca de 4 milhões de toneladas de carvão em
Moçambique.
O Grupo estima, para a mina da Vale, em Moatize, uma capacidade de produção de cerca de
22 milhões de toneladas de carvão por ano (em 2014, a capacidade de produção da Vale
Moçambique foi de 11 milhões de toneladas por ano).
Está também a ser planeada a construção de uma central termo-eléctrica a carvão em Moatize.
*O grupo mineiro anglo-australiano Rio Tinto (a empresa minoritária é a australiana
Riversdale) e a indiana Tata Steel encontram-se a implementar o Projecto de Carvão de
Benga (um projecto de extracção de carvão de coque ou metalúrgico).
A Riversdale possui uma das mais prospectivas carteiras de desenvolvimento de carvão de
coque de primeira linha.
*A Jindal Steel and Power (JSPL) adquiriu a licença de exploração de blocos de carvão e
realizou extensas perfurações para encontrar reservas substanciais.
Agora (2014), a empresa apresentou um pedido de concessão mineira. Além do carvão de
grau térmico regular, o bloco também tem reservas substanciais de carvão de coque.
Uma vez iniciada a mineração comercialmente viável, produzirá 10 milhões de toneladas de
carvão de alta qualidade por ano.
A fim de contribuir para o desenvolvimento da infra-estrutura, a JSPL também pretende
construir centrais de energia eléctrica no país.
*A Beacon Hill Resources Plc., através da sua subsidiária BHR Mining Limited, detém e
explora a mina Minas Moatize, que deu início à actividade de lavagem de carvão.
O Grupo concentrou os seus recursos no desenvolvimento de uma mina a céu aberto maior,
que visa minerar 4Mtpa ROM e produzir 2,35 Mtpa de carvão de coque ou térmico vendável,
continuando a produzir a partir da mina subterrânea e a céu aberto já existente.
O recurso bruto total, em conformidade com o código JORC, das Minas Moatize ascende
actualmente (2014) a 80 milhões de toneladas (GTIS), sendo o recurso minerável de 57
milhões de toneladas (TTIS).
*A Mozambi Coal Company detém (2010) uma participação de 70% em duas concessões de
exploração mineral localizadas na Bacia Carbonífera do Zambeze em Moçambique e, em
2011, anunciou um acordo para adquirir uma participação de 80% numa terceira licença de
exploração (Projecto "Songo"), também dentro da Depressão do Zambeze.
*A Revuboé Coal Company terá uma operação a céu aberto com uma capacidade potencial
total de 17 milhões de toneladas/ano (Mt/ano) de carvão de coque e térmico. A sua central de
processamento de carvão terá uma capacidade de 2 400 t/h.
*As concessões da Nzcondezi Coal Company (Grupo) localizam-se na Bacia do Zambese,
na província de Tete.
A operação do grupo irá integrar uma mina de carvão térmico e uma central eléctrica de 300
MW. A mina será a céu aberto, operada por um sub-empreiteiro e deverá fornecer 1,3 Mt/ano
de carvão, por meio de uma correia transportadora de 2 km até à central eléctrica durante 25
anos seguidos.
Os recursos da mina estão avaliados em 120 milhões de toneladas de minério "in situ".
6.1.2.A. Bacias e sub-bacias carboníferas de importância económica

6.1.2.1. Graben/Depressão do Médio Zambeze

O Graben do Zambeze, com uma extensão de mais de 350 km, é a mais importante estrutura
carbonífera, contendo mais de 90% (93-95%) das reservas de carvão de Moçambique.

A extracção de carvão no Graben do Médio Zambeze (área de Moatize) começou no início do


século XX. A mineração subterrânea começou durante a década de 1940. Após um pico na
produção durante a década de 1980, que atingiu as 500 000 t/a (toneladas/ano), a produção de
carvão caiu vertiginosamente.Em 2005, a produção de carvão chegou apenas a 3 417 t, em
comparação com 16 524 t em 2004.

A exportação de carvão para o Malawi (30 288 t em 2004) continua, com recurso aos stocks
acumulados em anos anteriores.
A partir de 2004, estava em curso ou planeada (desde 2010) a mineração de carvão em todo o
Graben do Médio Zambeze, entre a região da barragem de Cahora Bassa, no oeste até às sub-
bacias de Moatize/Tete (fronteira do Malawi), no leste.

Todo o Graben do Médio Zambeze é influenciado por actividades tectónicas e subdividido


em bacias e sub-bacias separadas, bem como parcialmente disposto em blocos/sub-blocos de
diques doleríticos antigos do Karoo Superior e fracturas mais recentes.

A Bacia de Moatize, por exemplo, é intersectada por várias fracturas com orientação a NE -
SO e uma série de falhas em várias direcções.
Nas restantes bacias/sub-bacias, a situação é semelhante e as camadas de carvão são separadas
em blocos de váriostamanhos, o que tem definido os métodos para a prospecção, para as
estimativas das reservas e para o processo de mineração.
Em resultado desta influência tectónica, ocorrem carvões primários e secundários lado a lado
e nas proximidades de corpos magmáticos; além das fracturas, falhas e intrusões de dolerito, o
carvão tem sido parcialmente transformado em antracite (Lächelt, 2004).

É apresentado a seguir o perfil estratigráfico dos depósitos do Karoo do Graben do Médio


Zambeze (para uma descrição detalhada, consultar 4.3.1.1.1.):

Supergrupo Karoo
*Grupo Ecca (PeE)
**Formação de Matinde (PeT)
**Formação de Moatize (PeM)
*Grupo Dwyka (PeD)
**Formação de Vúzi (tilito) (CbV)

Grupo Dwyka

As litologias do Grupo Dwyka limitam-se apenas a alguns afloramentos na superfície e são


principalmente conhecidas devido à mineração subterrânea e operações de prospecção.
A formação de Vúzi (tilito), na base do Supergrupo Karoo remonta ao Carbónico Superior
*Os tilitos ocorrem no Graben do Médio Zambeze na forma de pequenos afloramentos
dispersos, a cerca de 11 quilómetros a oeste da aldeia de Chicoa. Isto inclui o local do tipo
Vúzi, próximo da Bacia carbonífera de Chicoa-Mecúcoè.
*Foram também encontrados afloramentos de Vúzi na Bacia de Moatize (folha 1634,
Tambara).
*A Formação compreende conglomerados fluvio-glaciais e fluviais, arenitos feldspáticos,
argilitos carbonosos, siltitos e camadas de carvão.
*A Formação de Vúzi (tilitos) está também exposta, em alguns locais ao longo do limite
Fanerozóico-Proterozóico, na margem norte da albufeira de Cahora Bassa.
**Aqui, a unidade compreende uma sequência com espessura > 100 m de conglomerados
fluvio-glaciais e fluviais, arenitos feldspáticos, argilitos carbonosos, siltitos e camadas com
carvão.

Grupo Ecca (PeE)

O Grupo Ecca, do Pérmico Inferior, é composto por duas formações: a Formação inferior de
Moatize e a Formação de cobertura de Matinde.
O carvão está localizado na parte inferior do Grupo Ecca, na Formação de Moatize.

Ocorrem afloramentos da formação de Moatize (arenito) entre a parte nordeste da Suíte de


Tete e a fronteira com o Malawi (folhas 1533, 1534) e numa série de janelas estreitas com
orientação a NO-SE abaixo da Formação de Matinde (folha 1532).
*A unidade compreende principalmente arenitos arcósicos brancos a cinzentos,
ocasionalmente com clastos, arenitos com textura granular fina, argilosos ou micáceos (com
flora fóssil) e argilitos negros subordinados com camadas de carvão.
Estes contêm frequentemente nódulos ou disseminações de pirite ou limonite.

6.1.2.1.1. Bacia de Moatize-Minjova

6.1.2.1.1.1. Sub-bacia de Moatize

O depósito de carvão de Moatize situa-se numa sub-bacia do Graben/Depressão do Médio


Zambeze.
O depósito de carvão de Moatize fica a cerca de 20 km a leste da Cidade de Tete.

*Longitudinalmente, a Sub-Bacia de Moatize estende-se cerca de 20 km na direcção NO-SE e


tem cerca de 6 km de largura.
*A espessura total dos sedimentos do Karoo na parte central da Bacia é de cerca de 800 m.
*O perfil do Karoo é composto pelos Grupos do Karoo Inferior (Pérmico Médio) Dwyka e
ECCA (PeE).
*Os tilitos, depósitos Dwyka característicos da África do Sul, não foram encontrados na Bacia
de Moatize, mas sabe-se que ocorrem em bacias vizinhas, como por exemplo, na Bacia de
Mucanha-Vúzi (Afonso, 1976).
**Em Moatize, a sucessão Dwyka é composta por conglomerados basais ou por uma camada
basal arenosa-conglomerática que gradualmente se torna numa sequência argilítica arenosa
(areia com textura granular fina, média e grosseira), com depósitos terrígenos (siltitos, pelitos
e arenitos).
*Os calcários encontrados na área da Sub-Bacia de Moatize não poderiam ser classificados
como Dwyka devido à sua posição estratigráfica.
A Formação do Karoo Inferior de Moatize (arenito) está bem exposta no Rio de Moatize,
onde atinge uma espessura de 340 m.
*Consiste principalmente em arenitos carbonosos, com seis camadas de carvão diferentes.
*Koch (1961), citado por Real (1966), refere que a parte inferior da formação é atribuída à
unidade de arenito de Cambéua com arenitos quartzíticos e conglomerados, com uma
espessura máxima de 16 m.

O depósito de carvão é composto por sete camadas de carvão, das quais cinco são mineráveis.

São apresentadas na Tabela 6.2. as principais camadas de carvão da Sub-Bacia de Moatize


(Bacia de Minjova), com as respectivas espessuras. (de acordo com a ordem estratigráfica).

Nome da Espessura
camada m
André 1
Grande Falésia 12
Intermédia 22
Bananeiras 27
Chipanga ~36
Sousa Pinto 14

Tabela 6.2.: Camadas de carvão da Sub-Bacia de Moatize

A produção das sete camadas totaliza aproximadamente 320-400 m de espessura.


A camada mais importante é a "Chipanga". Tem uma espessura de 21,3 a 67,6 m, ao passo
que a camada mais pequena é a “André”, com apenas 0,4–8,2 m.

A figura 6.11. representa um corte transversal do Depósito de Carvão de Moatize

Figura 6.11.: Corte transversal do Depósito de Carvão de Moatize (modificado a partir de


Limex, 1984; Lächelt, 2004)

*As camadas subdividem-se em numerosas intercalações e lentículas arenosas ou pelíticas,


por vezes, de cor negra.
*Como acontece em todo o Graben do Médio Zambeze, a Sub-Bacia de Moatize é
intersectada por várias fracturas com orientação a NE - SO, bem como por uma série de falhas
em várias direcções. Isto quebra a continuidade das camadas de carvão.
*O Graben do Médio Zambeze é aqui intersectado por fracturas prolongadas, com 500-800
m, com orientação NE-SO e por muitas outras não-conformidades mais pequenas (até 80 m)
com diferentes direcções, por exemplo, NO–SE, NNE–SSO e ENE–OSO (LIMEX, 1984;
Afonso e Marques, 1993).
*Durante os estágios finais do desenvolvimento do Karoo (Formação de Matinde), as séries
sedimentares sofreram intrusão de zonas de diques doleríticos e formou-se uma fissura que,
em parte (20-25 m), causou a deformação do carvão em carvão de coque.

Os recursos totais de carvão da Sub-Bacia de Moatize estimam-se em 2 400 milhões de


toneladas (segundo o USGS Minerals Yearbook, 2004).

Em janeiro de 2005, um consórcio internacional iniciou novas actividades de prospecção de


carvão. Está em curso uma extensiva campanha de perfuração de núcleos.
*A produção prevista é de 14 Mt de carvão por ano, incluindo carvão metalúrgico e térmico.

Foi realizada uma nova cartografia geológica compreendendo uma área de concessão com
cerca de 17 000 hectares.
*Este exercício de cartografia geológica identificou pelo menos três horizontes de carvão com
fraca inclinação e com alto potencial de direcção.
*Os geólogos acreditam que a perfuração por percussão será a ferramenta mais eficaz para
testar a verdadeira espessura, as extensões em inclinação descendente e em área horizontal
destes horizontes, e, ao mesmo tempo, identificar horizontes de carvão não expostos nas
imediações.
*Os furos realizados identificaram três horizontes de carvão com espessuras até 30 m. Os
horizontes foram deixados em aberto, com um potencial de direcção de até 10 km.
*Todos os horizontes são passíveis de mineração a céu aberto.

*Com base nas informações da perfuração por percussão, os geólogos estimaram que os
recursos potenciais dos três horizontes em questão rondam os 200 Mt e que contêm uma
fracção significativa de carvão de coque (generalizado de GTK, 2006).
*A qualidade dos carvões indica um tipo de carvão vitrínico, com 72% de vitrinito, 0% de
exinite e 28% de inertite (Afonso & Marques, 1993; Lächelt, 2004).
*De acordo com Lemos de Sousa & Meriaux (1971), a qualidade do carvão é a seguinte
(Tabela 6.3.)
*O material em bruto forma uma substância mista de minerais e carvão, com dimensão
granular inferior a 50µ.
*O teor de cinzas é elevado, variando entre 18 e 40% (Tabela 6.3.).
*O grau de carbonificação está na ordem dos 14-23% (citado de Lächelt, 2004).

A Tabela 6.3. apresenta as características dos carvões térmicos (caracterizados por um


elevado teor de cinza) para as duas principais sub-bacias carboníferas.
Conteúdo Bacias caboníferas

Moatize – Minjova Mucanha – Vúzi

% cinza 20 – 38 (máx. 45) 8 – 22 (máx. 49)

% Voláteis 18 – 33 (^60 Minjova) 20 – 33 (máx. 35)

%S 1-2 0,7 – 1

% Humidade 1 – 2 (localmente mais


elevada)

% Carbono ~ 49 44 – 59

Calorias (Kcal/kg) ~ 6 800 (4 800 – 7 800) ~ 6 600 (4 800 – 7 220)

Tabela 6.3 .: Características do carvão das Bacias (carboníferas) de Moatize - Minjova e de


Mucanha - Vúzi (Coal) (modificado a partir de Lächelt, 2004).

6.1.2.1.1.2. Sub-Bacia de Minjova

A Sub-Bacia de Minjova (da bacia de Moatize – Minjova) situa-se 60 km a leste-nordeste de


Moatize.

*A série sedimentar tem direcção ONO-ESE e inclinação a 15 °S.


*O depósito é constituído por conglomerados basais que, no sentido ascendente, se
transformam gradualmente em arenitos e argilitos carboníferos da Formação de Moatize.
*O sedimento que recobre a Formação de Matinde é composto por areias feldspáticas.
*Sabe-se que o depósito cobre uma superfície de 3 000 km2 (Afonso & Marques, 1993).

As das reservas dos depósitos de Moatize–Minjova foram (2004) de 87,1 x 106 t de qualidade
económica (calculada), 736,5 x 106 t de qualidade sub-económica (calculada) e 1 144,6 x 106
de qualidade preditiva (estimada) (modificado a partir de LIMEX, (1984).
As reservas calculadas aumentaram de forma contínua com a exploração geológica em curso
(ver Sub-Bacia de Moatize, acima).

6.1.2.1.2. Bacia de Mucanha – Vúzi

A Bacia de Mucanha-Vúzi, no segmento mais ocidental do Graben do Médio Zambeze , ao


longo da margem norte da Albufeira de Cahora Bassa, é o depósito mais importante desta
área.
A Bacia de Mucanha-Vúzi apresenta afloramentos ao longo da costa norte da Albufeira de
Cahora Bassa ao longo de 150 km na direcção E-O, que coincide com os eixos longitudinais
da bacia.
Os locais de Bohozi, Vúzi e Mucanha (folha 1531) são os depósitos mais bem estudados da
bacia.

*A bacia é dividida em blocos por numerosas fracturas.


*A Bacia de Mucanha-Vúzi subdivide-se em:

**Sub-Bacia de Chicôa-Mucanha
**Sub-Bacia de Mecúcuè – Vúzi

**As sequências do Karoo são compostas por conglomerados, arenitos e siltitos, com
orientação E-O e suave inclinação de 5-15° (por vezes vezes 30º) para sul.
*São influenciadas por deformações, resultando em dobras de arrasto com eixos de orientação
NE e zonas de fractura que dividem os depósitos em numerosos blocos.
*Os tamanhos dos blocos delineados pelas fracturas, variam de 200 a 600 m.
*Os blocos da área nordeste e norte-noroeste do depósito de Mucanha-Vúzi sofreram
soerguimento e os da área sudoeste e sul-sudoeste sofreram um afundamento, estando agora
localizados por abaixo da barragem de Cahora Bassa (Afonso & Marques, 1993).

De acordo com um relatório da CPRM (1983), o depósito está dividido em três campos:

*Campo de Mucanha
*Campo de Bohozi
*Campo de Vúzi

O depósito é composto por seis conjuntos/camadas com carvão(Tabela 6.4.).

Ao contrário dos conjuntos/camadas de Moatize , estes estão numerados.

Nomes dos Espessura do Espessura Observações


Conjuntos/Camadas Conjunto (m) das camadas
(m)
B0 10 7 A camada é subdividida por conglomerados em dois
sub-camadas
B1 10 5
B2 13 7
3
B3 13 9 (máx) Com intercalações de arenitos
1
B4 11 8
2 2
B5 4 2,5

Tabela 6.4.: Conjuntos/camadas com carvão do Depósito de Carvão de Mucanha - Vúzi


(adaptado de Lächelt, 2004)

A figura 6.12 representa secções transversais do Depósito de Carvão de Mucanha - Vúzi.


Figura 6.12.: Secções transversais da Bacia (Carbonífera) de Mucanha - Vúzi (modificado a
partir de Afonso et al., 1993; Lächelt, 2004)

A exploração contínua e abrangente da Bacia do Mucanha - Vúzi teve início em 2005, por
iniciativa de empresas de exploração e mineração privadas.
As reservas de carvão potenciais da Bacia de Mucanha - Vúzi estão estimadas em 3 633 Mt
(CPRM, 1983; Afonso & Marques, 1993).
Não estão disponíveis (2012) novas estimativas de reservas/recursos.

6.1.2.1.3. Bacias/sub-bacias de Chícoa-Mecucoé e Muanzi-Luângua

A Sub-Bacia de Chicôa - Mecúcoè está localizada na parte central da folha cartográfica 1532,
N da carta da Albufeira de Cahora Bassa (GTK, 2006).
*No Rio Mucangádzi, ocorre uma camada basal de alguns decímetros de arenitos arcósicos
com textura granular média a grosseira com clastos arredondados a angulosos da Formação
Vúzi, seguida de argilitos negros com camadas de carvão finas.
*Nas camadas argilíticas, a ocorrência de pregas de laminação bem desenvolvidas com
posição lenticular está preservada localmente, sugerindo uma origem de marés.
*No topo da série carbonífera, que, em determinados locais ultrapassa os 5 m de espessura,
ocorre uma coluna sub-horizontal espessa de arenito com clastos, representando a parte mais
inferior da Formação de Matinde.
*Na Sub-Bacia de Muanzi-Luângua, no Rio Muanzi, desenvolve-se um pequeno graben com
orientação NO-SE, preenchido por alguns argilitos negros com camadas de carvão
frequentemente pontilhados por concentrações de pirite.

*Os arenitos no topo da unidade pertencem à Formação de Mucangádzi (arenito).


**Compreende arenitos com textura granular fina, por vezes arcósicos, com estratificação
cruzada em alguns locais, com manchas lamelares avermelhadas ao longo da camada
sedimentar e cores que variam de branco a cinzento e mesmo de castanho-amarelado a
avermelhado (GTK, 2006)

Não é conhecida informação sobre o potencial de carvão.

6.1.2.1.4. Bacia de Sânangoè-Mefidéze

A Bacia de Sanangoè - Mefidéze, a este da Albufeira de Cahora Bassa (folha 1532), é


consideravelmente mais pequena, apenas com 1,6 km de comprimento.

*Seis camadas de carvão, correspondentes ao produtivo Camada Chipanga, de Moatize, foram


cruzadas por furos a profundidades inferiores a 100 m (Notícia Explicativa, 1995).
*As Sub-Bacias de Sanangoè e Mefideze estão cobertas por extensas sequências arenosas e
aluviões e algumas camadas de carvão foram esterilizadas pela Barragem de Cahora Bassa.
*Até uma profundidade de cerca de 100m, apenas um conjunto carbonífero, com 31m de
espessura, foi confirmado.
*Seis camadas foram confirmadas dentro do conjunto. A camada inferior do Sub-Bloco de
Mefideze, com uma espessura de 18 m, está associada à Camada Chipanga de Moatize
(Notícia Explicativa, 1995).

Não estão disponíveis (2012) estimativas de reservas/recursos.

6.1.2.1.5. Sub-bacia de Chirodeze (Bacia de Mefendéze-Sanângoe)

O Depósito de Chirodeze fica na parte central do Graben de Zambeze. A Sub-Bacia de


Chirodeze densamente dividida em blocos está localizada na parte central do Grabendo Médio
Zambeze (folha 1533).

*Perfurações na região do rio Chirodeze evidenciaram a presença de seis camadas de carvão


separadas, que atingem uma profundidade de 200 m na sequência estratigráfica.
*A espessura total dos conjuntos é 18 m, dos quais 10 m consistem em camadas de carvão
dentro dos conjuntos (Afonso & Marques, 1993).
*Junto do rio Sanângoè, no entanto, foi encontrada uma camada de carvão com 32 m de
espessura, a uma profundidade de 100 m.
*Há registos (Lächelt, 2004) da ocorrência de uma reserva de carvão de 250 Mt.
*Não estão ainda disponíveis (2012) estimativas de reservas/recursos.

6.1.2.B. Bacias carboníferas com pouca importância económica

Bacias carboníferas sem importância económica podem ser alvo de novas investigações no
sentido de serem parcialmente transformadas em depósitos com importância económica.
Isso dependerá da prospecção detalhada dos carvões, das tecnologias de mineração e das
possibilidades de utilizar esses carvões na produção de energia, gás ou combustível.
6.1.2.2. Depressão do Baixo Zambeze

6.1.2.2.1. Sub-Bacias de Muaradzi-Mecondezi, Necungas-Meconé, Rio Malica, Goma e


Nhacali

São conhecidas várias sub-bacias carboníferas na extensão SE do Graben do Zambeze, na


Depressão do Baixo Zambeze.

Todas estas bacias se situam próximo da fronteira com o Malawi.

Esta zona inclui as seguintes bacias e sub-bacias:

*Área de Muaradzi - Mecondezi (?)


*Sub-Bacia de Necungas - Meconé
*Sub-Bacia do Rio Malica
*Sub-Bacias de Goma e Nhacali

**Para a área de Muaradzi - Mecondezi (?), Sub-Bacia de Necungas-Meconé e Sub-Bacia do


Rio Malica, foi comunicado o potencial de exploração de carvão em mina a céu aberto
(Swede Coal, 1982).
**Em Goma e Nhacali, mais a SE, ao longo da fronteira com o Malawi, existem algumas
indicações de carvão (folha 1635) e novas investigações devem ser realizadas para avaliar o
respectivo potencial de carvão (Lächelt, 2012).
**Foi realizada uma avaliação por meio de interpretação de imagens Landsat, a fim de
procurar extensões de sub-bacias carboníferas pela Swedish Geological A.B. em 1983
(SGAB, 1983).
Não são conhecidas as datas de prospecção ou estimativas das reservas.

6.1.2.2.2. Sub-bacia do Baixo Chire (?)

Os carvões da Sub-Bacia do Baixo Chire têm também sido considerados parcialmente


inadequados dado as principais reservas estarem localizadas no Malawi.
Apenas uma pequena área está disponível para exploração em Moçambique, onde uma
pequena parte da Bacia atravessa a fronteira entre os dois países (Lächelt, 2004).

6.1.2.3. Graben de Maniamba

6.1.2.3.1. Sub-bacia de Lunho (com camadas de carvão)

Na Sub-Bacia de Lunho, na parte sudoeste do Graben de Maniamba, existem afloramentos de


litologias com camadas de carvão do Grupo Ecca do Karoo Inferior (folha 1234 Metangula,
UTM 36S 713349, 8610202, afloramento no Rio Lifutiche). As extensas camadas de carvão
da parte sudoeste do graben de Maniamba têm sido alvo de vários estudos (folhas 1234
Metangula e 1235 Macaloge-Chiconono).
A área carbonífera situa-se a nordeste de Metangula e cobre uma área de 720 km2

*A Sub-Bacia de Lunho forma um graben com orientação NE-SO, cujos sedimentos têm uma
inclinação de 5-10º na direcção norte - noroeste.
*Fracturas com orientação N-S, com comprimentos de até algumas centenas de metros,
subdividiram o depósito em alguns sub-blocos (Figura 6.13.).
Figura 6.13.: Posição da Sub-Bacia de Lunho na Bacia de Maniamba.

Três camadas de carvão estão situadas no Karoo Inferior, no Grupo Ecca


(Formações/Horizontes K2 e K4):

*Na Formação mais inferior, a Formação K2, apenas ocorrem camadas de carvão finas, em
média, de 20 cm, numa sequência de 17-26 m de espessura (Jourdan, 1982; Verniers et
al.,1989).
*Na Formação K4, ocorrem duas séries carboníferas (Jourdan, 1982).
*A série mais profunda tem uma espessura de 1-4 m, com camadas de carvão individuais com
espessuras entre 110 e 273 cm.
*O conjunto/camada menos profundo da Formação K4 é composto por camadas
individuais com espessuras de 67-100 cm até 1-4 m.
**Esta camada consiste numa camada de pelito-arenito que inclui oito camadas de carvão
pequenas, com espessuras de 0,8 a 1,0 m.

As características do carvão das camadas da Formação K2 - K4 são apresentadas na Tabela


6.5.

Composição Conteúdo

% cinza 25 - 40

% Voláteis 37 - 41

%S 1,8 – 3,2

Calorias (Kcal/kg) 7680 – 7 710

Tabela 6.5.:Características do carvão da Sub-Bacia de Lunho (modificado partir de Lächelt,


2004).

As estimativas totais de recursos variam.


Jourdan (1982) reporta 118 Mt (com < 40% de cinzas), enquanto outra estimativa aponta para
233,8 Mt (Lächelt, 2004).

Excepcionalmente, as cinzas deste carvão contêm (Salaskine, 1980):

24-30 g/t de germânio


17-29 g/t de gálio
1,7–2,0 g/t de urânio.

Estes teores de elementos especiais podem ser de interesse económico e, neste caso, os
carvões podem servir como fonte térmica local. Recentemente, o conteúdo (de germânio) não
atinge quantidades com interesse económico, mas novos estudos, e a possibilidade de usos
complexos podem mudar esta situação.

6.1.2.4. (Sub-)Bacia de Espungabera

As indicações de camadas de carvão mais a sul em Moçambique situam-se na (Sub-) Bacia de


Espungabera, perto da fronteira com o Zimbabué, ao longo do Rio M'Pote Pote (folha 2032,
451246/ 7698588 e 452123/ 7698899).
Estende-se por uma área de 80 km2
Tectonicamente, está localizada na Zona Norte da Margem da Cintura Móvel do Limpopo.
A sequência sedimentar do Karoo na Sub-Bacia de Espungabera sobrepõe-se à área da
margem norte da Cintura Móvel do Limpopo (CML).
A ocorrência também é paralela ao eixo da sub-bacia e do fraccionamento, subdividindo-a em
numerosos sub-blocos (Afonso & Marques, 1993).

*Os horizontes de silte carbonosa ao longo do rio M'Pote Pote têm uma inclinação de 5-10 °S
e atingem uma espessura de 4-6 m, com camadas de carvão com até 1 m de espessura.
*A série produtiva ocorre perto da superfície, mas a fractura dos blocos é comum e fornece
uma avaliação deste recurso sem métodos geofísicos fiáveis ou perfuração.
*A camada de carvão atinge uma espessura máxima de 1,2 m.
*A ocorrência estende-se cerca de 20 km na direcção E–O e atinge larguras até 200 m. Foram
descritos dois conjuntos carboníferos com várias camadas, com espessuras entre 0,25 e 0,9 m.

Apenas são conhecidos dois conjuntos de dados relativos aos recursos de carvão (2014)
(Tabela 6.6.).

Composição Conteúdo

% cinza até 42

% Voláteis 14 -19

Tabela 6.6 .: Características do carvão da Sub-Bacia de Espungabera (modificado a partir de


Lächelt, 2004).

As reservas estimadas são de 233 Mt (Lächelt, 2012).

No entanto, a localização dos campos de carvão de Espungabera é muito remota, longe de


quaisquer potenciais utilizadores industriais em Moçambique, resultando numa baixa
classificação de prioridade para este depósito. Não há infra-estruturas para o transporte do
carvão.
Os afloramentos ribeirinhos, no entanto, podem ser extraídos para consumo local como
combustível.

Não há dados disponíveis sobre estas reservas mas, dadas as condições geológicas
conhecidas, espera-se que sejam reduzidas.
Por outro lado, as actividades de prospecção detalhadas em outras regiões de Moçambique
confirmaram que, na verdade, as reservas de carvão podem ser maiores do que o esperado.

6.1.2.C. Bacias carboníferas sem interesse económico

6.1.2.5. Bacias de Lugenda Norte e Sul, Luângua e Luchinua

6.1.2.5.1. Bacias de Lugenda

As Ocorrências de Carvão de Lugenda dividem-se em duas partes (Lugenda Norte e Lugenda


Sul). As séries carboníferas têm uma espessura de 15-18 m, nas quais a camada de carvão
representa 3 m.

6.1.2.5.1.1. Bacia de Luângua/Bacia Norte de LugendaBacia de Makaa-Itule) –


Ocorrências de Chipuputa eLuchinua

Sabe-se que a Ocorrência de Luângua cobre uma área de mais de 4 km2


A Ocorrência (de carvão) de Luângua é a mais importante dos três conjuntos:

*Ocorrência de Luângua
*Ocorrências de Lugenda Norte e Chipuputa
*Ocorrência de Luchinua

6.1.2.5.1.1.1. Ocorrência de Luângua

*A sequência produtiva inclui várias camadas de carvão que têm, em média, 3,75 m de
espessura.
* A espessura total exacta da sequência produtiva é desconhecida.
*A espessura das camadas varia, nos limites extremos, de alguns centímetros a mais de 10 m.
*A bacia tem orientação NNE-SSO e é controlada por fracturas e estratos e camadas de
arenito e ardósias argilíticas, com inclinação de 10-30 ° para leste-sudeste.
*A estimativa das reservas de carvão, de 40 x 106 t, baseia-se na pressuposição de uma
espessura média de 3 m a uma profundidade de 100 m (Lächelt, 2004).

6.1.2.5.1.1.2. Ocorrências da Bacia Norte de Lugenda (Bacia de Makaa-Itule) e de


Chipuputa

Nas Bacias de Lugenda Norte (folha 1138 Negomano, UTM 37S 437000, 8691700) e
Chipuputa (folha 1238 Xixano, UTM 37S 429500, 8660600) foram descobertas camadas de
carvão pertencentes ao Grupo Ecca do Karoo Inferior.
*Em Lugenda Norte, estas são compostas por finas faixas com orientação norte-sul, que se
estendem por várias dezenas de quilómetros.
*A sequência carbonífera no sítio de Makaa-Itule tem 19,1 m de espessura e compreende 6
camadas de carvão com espessuras até 0,77 m.

Apenas são conhecidos dois conjuntos de dados (Table 6.5.) relativos às características do
carvão.

Composição Conteúdo

% cinza 22 - 38

% Voláteis 26 - 36

Tabela 6.7.: Características do Carvão em Macaa Itule (Bacia de Lugenda Norte) (modificado
a partir de Lächelt, 2004).

As reservas da Bacia de Lugenda Norte foram estimadas em 40 Mt.

Em Chipuputa, a sequência carbonífera tem 16,5 m de espessura, com camadas de carvão


com 0,45 m de espessura.
A espessura total das camadas de carvão é 2,08 m (camadas > 5 cm).

6.1.2.5.1.1.3. Ocorrência de Luchinua (Luchimua)

A Ocorrência de Luchinua divide-se em dois pequenos blocos, cada um com menos de 1 km2,
com a espessura das camadas a não ultrapassar os 2 m (Notícia Explicativa (1995).

6.1.2.5.1.2. Bacia de Lugenda Sudoeste

6.1.2.5.1.2.1. Sub-bacia de Mancha de Montante

Toda a sucessão do Karoo na Ocorrência de Mancha de Montante (folha 1335 Lichinga, em


torno de UTM 36S 800000, 8462500) tem até 200 m de espessura e poderá pertencer
completamente ao Grupo Ecca; no entanto, as camadas argilosas superiores (“Xistos
Superiores” de Nunes, 1948) poderão estar relacionadas com o Grupo Beaufort do Karoo
Superior.

*A camada de carvão inferior, com espessura até 1 m, encontra-se estratigraficamente


posicionada aproximadamente 30 cm acima da base da sucessão.
*Outra camada ocorre cerca de 10 m estratigraficamente acima, integrado numa sucessão de
argilitos xistosos e arenitos finos.
*Na parte superior da sucessão, os argilitos xistosos contêm novamente camadas de carvão
finas não persistentes e camadas carbonosas intercaladas com arenitos subordinados (NGU,
2007).

6.1.2.5.1.3.Sub-bacia de Mancha de Juzante

Em Mancha de Juzante (folha 1335 Lichinga, em torno de UTM 36S 810000, 8472500) a
sucessão do Karoo tem uma espessura de 100 a 200 m

*Camadas de carvão com espessuras até 0,5 m são intercaladas com argilitos carbonosos,
argilitos com algumas camadas e lentes finas de carvão, argilitos com clastos e arenitos,
alguns dos quais ferruginosos (NGU, 2007).

6.1.2.5.1.4. Sub-bacias do Rio Lutheze e do Rio Luambala

Não foi encontrada informação detalhada sobre as camadas de carvão do Rio Lotcheze (folha
1336 Majune; em torno de UTM 37S 222100, 8535200) e do Rio Luambala (folha 1336
Majune; em torno de UTM 37S 208300, 8515000), mas poderá haver indicações de carvão.

6.1.3. Metano

O metano como potencial fonte de energia, que, no futuro, poderá tornar-se interessante para
os seus dois diferentes tipos de depósitos:

*Metano associado a depósitos de carvão


*Metano em sedimentos/formações marinhos/as

6.1.3.1. Metano associado a depósitos de carvão

É sabido que os carvões do Graben/Depressão do Médio Zambeze têm algum potencial de


metano.
As operações de mineração subterrânea na zona desta estrutura (Moatize) foram afectadas por
problemas com este gás.
O metano está sempre presente em depósitos de hulha e, portanto, este gás teve e tem
importância em termos de potencial económico.
O problema reside em localizar as concentrações de metano do gás, de modo a determinar as
suas quantidades e, finalmente, desenvolver métodos economicamente eficazes para a sua
exploração.
No entanto, estas questões ainda não têm resposta.
É de esperar que os carvões do Graben do Médio Zambeze incluam um elevado potencial de
gás metano, mas os problemas globais relacionados com a exploração desses depósitos, levam
a concluir que a exploração não deve acontecer durante muito tempo.
Uma grande quantidade dos carvões da zona desta estrutura será explorada por meio de
mineração a céu aberto, o que reduz o potencial de produção de gás metano.

6.1.3.2. Metano em sedimentos/formações marinhos/as

Nos últimos dez anos, a investigação levada a cabo em depósitos e formações de águas
profundas (gelo) detectou enormes quantidades de metano.
Estes depósitos podem, futuramente, tornar-se umafontede energia importante.
A questão sobre a forma de aproveitar estas quantidades de gás ainda está a ser investigada
em todo o mundo.
O Oceano Índico ao longo da costa moçambicana ainda não foi estudado e, portanto, não é
actualmente possível determinar o potencial de gás metano
Além disso, ainda não foram desenvolvidos métodos de prospecção e de exploração.
As questões ambientais, em particular, são bastante controversas.
Este não é o caso de Moçambique e estes potenciais devem ser estudados.

6.1.4. Turfa

É conhecida a existência de turfeiras nos pântanos a norte, em KwaZulu-Natal (África do Sul,


entre Richards Bay e a fronteira com Moçambique).
A turfa ocorre nas depressões entre cadeias paralelas de áreas de dunas costeiras.
Este tipo de ocorrências de turfa verifica-se também no território a sul de Maputo, até à
fronteira Sul-Africana.
A cartografia geológica (até 2006) ainda não confirmou depressões com turfeiras na região.
No entanto, podem ocorrer pequenas depressões portadoras de turfa.
A utilização de turfa como fonte de energia local requer grandes quantidades e, por
conseguinte, a turfa não é uma fonte de energia viável em Moçambique.

6.1.5. Recursos nucleares

Não são conhecidos depósitos de urânio economicamente viáveis em Moçambique (2012).


São conhecidos depósitos de minerais que contêm urânio, bem como ocorrências e
indicações, mas são principalmente minerais de urânio de baixa importância para a produção
de urânio e, consequentemente, sem interesse para a produção ou exportação de energia
nuclear.
O relevo e rios de Moçambique são favoráveis à construção de grandes e pequenas centrais
hidroeléctricas (barragens e centrais hidroeléctricas reversíveis) e, portanto, não há
necessidade de recorrer à produção de energia nuclear.
São conhecidos em Moçambique os seguintes tipos de depósitos de minerais com urânio
(Figura 6.14):

*Veios e vénulas quartzo-calcíticos (davidite)


*Chaminés carbonatíticas e complexos alcalinos
*Placers de minerais pesados (com monazite)
*Pegmatitos (pegmatitos de terras raras)
*Sedimentos do Karoo de cor escura
*Anomalias radiométricas para a prospecção de urânio
Figure 6.14.: Depósitos minerais radioactivos, mineralizações e anomalias radiométricas.

6.1.5.1. Veios e vénulas quartzo-calcíticos (davidite)

6.1.5.1.1. Depósitos e ocorrências de Mavudzi, Inhatóbuè e Castro


(folhas 1632, 1633, 1733)

Na Região de Tete, ocorre intrusão de gnaisses ocelados e milonitos, juntamente com rochas
carbonatadas, minerais de urânio com veios e vénulas quartzo-calcíticos na parte central no
muro de gabro-anortosito da Suíte de Tete, junto ao limite com os Granitos Biotíticos e
Porfiríticos de Mussata de 1046 milhões de anos (Ma). Geneticamente, todas estas
mineralizações estão associados à ultrabásica-básica Suíte de Tete. (P2T).

Essa área da Suíte de Tete tem sido alvo de vários estudos para avaliar o potencial de minerais
radioactivos mas até agora (2013), não foram determinadas quantidades economicamente
viáveis, o que é também causado pelo baixo teor de davidite (o principal mineral de urânio
nestas mineralizações.

Ao todo, foram descritos sete pequenos depósitos e ocorrências deste tipo e uma
mineralização de cobre-urânio (Figura 6.15.).
Figura 6.15.: Depósitos, ocorrências, mineralizações e anomalias radiométricas de urânio na
Suíte de Tete (P2T)

6.1.5.1.1.1. Depósito de Mavudzi


(Folha 1533)

A maior ocorrência na área do veio da Suíte de Tete é o Depósito de Mavudzi

*A natureza das rochas carbonatadas é controversa.


*Provavelmente, são em parte carbonatito magmático, em parte veios de carbonatos
metassomáticos, enquanto a parte principal é de mármore metassedimentar, como indicado
pelas análises ao isótopo de oxigénio realizadas pelo Consórcio GTK (2006).
*Análises ao material do veio indicam idades de 565 Ma (Bannister & Horne, 1959) e 578 ±
15 Ma (Darnley, 1961).
*A mineralização em Mavudzi ocorre numa zona com 800 x 30 - 100 m, delimitada por
fracturas com orientação N-S, num local 0545226/8244228.
*A mineralização de davidite mais bem desenvolvida ocorre em rochas de feldspato potássico
- hematite rosadas e com veios carbonatados.

É apresentada na Tabela 6.8 acomposição química de alguns minerais radioactivos do


depósito de Mavudzi.

Composição Davidite Stibiotantalite


química
(Luna 1953) (Bannister 1950) (Luna 1953)
%
I II

SiO2 1,16 2,76

PbO 0,72
ThO2 Vestígios 0,07

(Ce,La, Di)2O3 8,76 1,40 5,60

(ErY)2O3

Fe2O3 8,80 10,20

Al2O3 1,88

CaO 0,30

MgO

U 3O 8 9,50 9,60 9,80

Ta2O5 55,20

Nb2O5 2,80

H 2O 0,05

TiO2 43,91 38,80 54,50

V 2O 5 1,76 Vestígios 1,40

Sb2O3 39,56

U 2O 3 1,84

FeO 24,40 34,92

Outros 3,62

Tabela 6.8.: Composição química de alguns minerais radioactivos do Depósito de Mavudzi


(adaptado de Lächelt, 2004)Depósito

6.1.5.1.1.2. Depósito de Castro

*O pequeno Depósito de Castro ocorre sob a forma de 4 veios e numerosas vénulas


associadas ao gabro e ao norito.
*Têm de 60 a 300 m de comprimento e estendem-se a profundidades de 30 a 150 m (Lächelt,
2004).

6.1.5.1.1.3. Benga, Cacame e outros depósitos/ocorrências

Há afloramentos frequentes de veios, especialmente na parte ocidental da Suíte de Tete.


Podem tomar-se como exemplos os veios de Benga e Cacame (incluindo Motundo).

*Estes são veios pós-magmáticos tardios, associados a rochas ultrabásicas e zonas de fraqueza
tectónica, alinhamentos, etc.
*Bannister & Horne (1950) determinaram uma idade de 565 Ma e Darnley (1961) de 578 ±
15 Ma para estes veios , que correspondem a granitos e sienitos do Período Pan-Africano pós-
tectónico.
*Os veios de quartzo, contendo davidite, stibiotantalite, molibdenite, apatite, calcite, piroxena
(volastonite) e talco (esteatite) em Benga (a leste de Tete) têm comprimentos de 20 a 100 m e
larguras de 1 a 10 m.
*Na área de Benga também é conhecida a ocorrência de veios (pegmatíticos) (veios de
quartzo, calcite e piroxena), bem como de impregnações (em rochas gabróicas) com origem
em magmas graníticos e sieníticos.

Perto da estrada principal entre Tete e Furancungo (junto ao km 27), foram estudados veios de
pegmatitos e quartzo.
*Estes são na ordem dos 300 x 0,40 - 0,60 m, com inclinação de 80-85° e contendo
samarskite e uranite (nasturan).
**São conhecidas como Ocorrências de Nhaondue–Inhaondue–Comboiboi.

É apresentada na Tabela 6.9 acomposição química de alguns minerais radioactivos da


ocorrência de Nhaondue.

Composição Uraninite (Nasturan) - Relatório de


química % 1952

I II

SiO2 2,763

PbO 3,26

ThO2 Vestígios 1,63

(Ce,La, Di)2O3 4,24 1,30

(ErY)2O3 0,23

Fe2O3 1,10

Al2O3 0,68

CaO 1,50 2,03

MgO 0,26

U 3O 8 8,02 82,51

H 2O 1,59

TiO2 51,30 0,40

V 2O 5 0,75

Tabela 6.9. Composição química de alguns minerais radioactivos da ocorrência de Nhaondue


(adaptado de Lächelt, 2004).

As seguintes ocorrências são também dignas de nota:

*Jose Carlos Bingre (ao km 27)


*Comboiboi (também no km 27)
*Nhaondue–Benga (ao km 25)
*Inhatobue, Mavudzi River (50 km a norte de Tete)
*Mavudzi – Chicangos (32 km a norte de Matundo)
*Capangula (52 km a norte de Moatize)
*Cacumba, Chiuta e Cacame (incluindo Matundo)

As ocorrências de Cacumba e Cacame também contêm rútilo, vermiculite, apatite e


molibdenite.

Alguns depósitos, como o de Mavudzi, Inhatóbuè e Castro, foram sujeitos a exploração


mineira de 1947 a 1955.

É apresentada na tabela 6.10, abaixo, a produção desse período.

Depósito Produção
de Davidite
(t)

Mavudzi 130

Inhatóbuè 103

Castro 42

Tabela 6.10.: Produção de Davidite de 1947 a 1955

*A produção terminou em 1967 devido ao baixo teor de urânio, do qual apenas 9,5% U308
era davidite (fórmula química: (La,Ce,Ca)(Y,U)(Ti,Fe+++)20O38
*Uma série de galerias e adições estendem-se para sul ao longo de 2 km desde o poço aberto,
indicando que ocorreu mineração subterrânea substancial durante a década de 1960. A
presença de uma pista aérea e a excepcionalmente boa qualidade da estrada que leva ao local
da mina, com restos de uma "cidade de cimento' também indicam que a área já foi alvo de
considerável desenvolvimento de mineração (GTK, 2006).
*Estão em curso novas actividades de prospecção, mas não há informação (2012) sobre os
resultados económicos. A Omega Corp. Ltd. (Austrália) comunicou, em Maio de 2006 (nota
de imprensa, 2006), que, com base em extensos trabalhos de campo, envolvendo geofísica
terrestre e perfuração de circulação inversa, tinham conseguido identificar "um conjunto de
anomalias radiométricas significativas de urânio" no projecto de Mavudzi.
**No seu Relatório Anual de Contas de 2005, a empresa reporta os resultados de uma
campanha de amostragem de superfície limitada, onde apresenta um valor máximo de 50kg/t
(5%) U3O8 de mineralização visível e valores até 4.1 kg/t (0,41%) U3O8 fora das áreas com
histórico de exploração. A amostragem da superfície da área ~ 2 km a sul da mina, junto da
antiga pista aérea, resultou em valores de 1,7 kg/t (0,17%) U3O8 (citado de GTK, 2006).

As reservas totais de davidite (?) foram estimadas em 308 t em veios, 130 t em zonas de
vénulas e 30 t em aluviões (Notícia Explicativa, 1995)
Com excepção do muito pequeno depósito Castro, cujas reservas foram estimadas em 468 t de
davidite (Lächelt, 2004), não estão disponíveis estimativas de reservas mais recentes.

6.1.5.2. Chaminés carbonatíticas e complexos alcalinos

6.1.5.2.1. Intrusões alcalinas no Complexo de Unango

Várias intrusões alcalinas do Neoproterozóico, enriquecidas em Elementos de Terras Raras


(ETR) , Ta e Nb e urânio podem ser encontradas no Complexo de Unango (província de
Niassa ocidental).
Estas mineralizações foramsujeitas a vários estudos relativos ao potencial em componentes
minerais com interesse económico.

As seguintes intrusões incluem Elementos de Terras Raras (ETR) principais, Metais Raros
(Ta, Ni) e ocorrências/depósitos de urânio:

*Monte Naumale
*Monte Chissindo
*Rio Lucuisse

6.1.5.2.1.1. Monte Naumale (Ocorrência de Meponda)


(folha 1334 Meponda, UTM 36S 705300, 8515900)

Mineralização de Nb, Ta, U e ETR

O Complexo Alcalino de Monte Naumale (755r155 Ma) cobre cerca de 15 km2, e foi
estudado a fundo no início da década de 1980 (Mroz, 1983; Lulin et al., 1985; Brodoimpex,
1985a; Hunting, 1988b).
A intrusão está localizada na margem oriental do Graben de Niassa.

*Esta é uma estrutura oval que se estende mais ou menos paralelamente às falhas da margem
do graben.
*A idade de 1100-930 Ma (Luli, 1984) indica que já tinham estado activos lineamentos
tectónicos com orientação N-S antes da formação das estruturas do Graben (Lächelt, 2004).
*De acordo com Lächelt (2004) o Monte Naumale (Ocorrência de Meponda) é uma intrusão
hiper-alcalina composta por sienitos albíticos leucocráticos e piroxenitos anfibolíticos
mesocráticos cujas análises revelaram teores elevados de Nb-, Ta- e minerais com U e REE
(Luli et al., 1990).
*O complexo compreende um conjunto de rochas sieníticas leucocráticas alcalinas, incluindo
sienitos nefelínicos, sienitos feldspáticos alcalinos e rochas de piroxena anfibólicas-Na.
*O mineral mais importante é o pirocloro, acompanhado por columbite (Nb>>Ta). Estão
presentes minerais de terras raras, como alanite, chevkinite, monazite e, mais raramente,
fergusonite, e britolite. O zircão também está sempre presente na parte hiper-alcalina da
intrusão e é um portador de minerais de terras-raras e/ou urânio.
*O Complexo é caracterizado por enriquecimentos em Nb, Ta, U e ETR.
**A melhor mineralização relatada ocorre na parte norte do complexo, mas todo o complexo
poderá ter potencial de recursos para estas mineralizações.

As análises mostram:

*Valores médios de cerca de 400 ppm de U e Th, e 1000 ppm de Nb (Brodoimpex, 1985a)
*Valores médios de 100 ppm de U, 10 000 ppm de Nb, 20-10 000 ppm de Ta (Mroz,1983)
*Análises às rochas indicam teores elevados de alguns elementos:

Nb>1%
Ta>500 ppm
U>1 000 ppm
Se+Y>4 000 ppm
Zr>1%.
*Com base nas anomalias radiométricas medidas no terreno, bem como em fossas, existem
lentes portadoras de minério com espessuras de 1-4 m e comprimentos até 100 m.
**Estas lentes são intercaladas com lentes não-mineralizadas; a área total do horizonte mais
fortemente mineralizado é aproximadamente 400 x 50 m (NGU, 2007).

6.1.5.2.1.2. Monte Chissindo


(folha 1235 Macaloge-Chiconono, UTM 36S 731700, 8625100)

Mineralização de Nb, Ta e U

O Complexo de Sienito Nefelínico de Monte Chissindo (799 ± 8 Ma) abrange cerca de 15


km2 a sul do Graben de Maniamba. Foi estudado em detalhe no início da década de 1980
(Drozdov et al, 1983;. Mroz, 1983; Hunting, 1988b).

*Diques lensoidais, arqueados, de composição semelhante cercam a principal massa de


sienitos nefelínicos.n Partes da suíte incluem sienito, quartzo-sienito e sienito alcalino.
*Uma avaliação do potencial de alumina resultou na descoberta de mineralização Nb, Ta e U ,
disseminada num sienito leucocrático, com nefelina, sodalite e biotite, que tem granulometria
grosseira e é localmente pegmatítica. Pirocloro com textura granular fina e zircão secundário
são os minérios mais comuns.
*A área mais radioactiva tem 1 800 x 400 m de extensão e compreende áreas mineralizadas
menores, contendo (Drozdov et al., 1983):

100-350 g/t Ta2O5


500-3,582 g/t Nb2O5

*Estas mineralizações são demasiado reduzidas para terem qualquer interesse económico.
*Os próprio sienitos nefelínicos podem ser explorados como matéria-prima para a indústria
vidraceira ou cerâmica. Há registos da ocorrência de corindo em pegmatitos de sienito (NGU,
2007).

6.1.5.2.1.3. Rio Lucuisse (complexo alcalino de Lucuisse)


(folha 1236 Mavago, UTM 37S 207210, 8583830)

Mineralizações de apatite, U, Nb, ETR

O Complexo está localizado cerca de 27 km a sul de Mavago.

* O complexo alcalino máfico do Rio Lucuisse inclui apatite - mineralizações de U, Nb e


ETR.
*A mineralização ocorre num complexo alcalino máfico metamorfoseado, em ambos os lados
da parte superior leste de um rio que atravessa um terreno florestal. Foi descoberta durante
trabalhos de acompanhamento de anomalias radiométricas aéreas por uma equipa francesa
(Mroz, 1983).
*Investigações mais detalhadas foram realizadas por Bulgargeomin (Obretenov et al., 1983).
*A equipa francesa realizou cartografias da rocha-mãe, abertura de fossas e medições
espectrométricas, bem como amostragem do solo e rocha.
*Foi cartografado um corpo interpretado como carbonatite associada a piroxenitos e gnaisses
alcalinos e sieníticos-nefelínicos com 3,6 km de comprimento e até 300 metros de largura
(Mroz, 1983). É metamorfoseado e foram identificadas duas fases de deformação.
*Os níveis de radioactividade mais elevados foram registados em piroxenitos, que
compreendem também o núcleo do corpo (Mroz, 1983).
*A mineralização inclui pirocloro uranífero com ETR, columbite, zircão e apatite.

Os valores das amostras mineralizadas são:

300-5200 ppm U
0,5-4,35 % Nb
70-470 ppm Ta

As concentrações de ETR não foram especificadas.


Surge, concentrada na carbonatite, apatite, com até 25,7 % P2O5 (Mroz, 1983).

Bulgargeomin realizou algum trabalho de acompanhamento em 1982-83 (Obretenov et al.,


1983):
*Foi mapeada uma área de metapiroxenitos com alterações frequentes, com veios de
carbonatite calcítica, ao longo de uma extensão de 3km. Os gnaisses "sieníticos" incluem os
metapiroxenitos. Zircão, pirocloro, monazite, titanomagnetite, ilmenite e columbo-tantalite
são os minerais mais importantes identificados associados ao metapiroxenito.
*Bulgargeomin limitou as suas actividades de prospecção ao rególito e foram escavados
poços em grelha até à rocha-mãe.
*Foram recolhidas amostras geoquímicas e de minerais pesados, tendo o zircão e a columbite
sido identificados como os minerais mais comuns.
*Parece que a columbite e a apatite ocorrem juntas.

*Bulgargeomin estimou as reservas de minério no rególito em cerca de 550 toneladas de


columbite, em 2,2 milhões de m3 de minério, com graduação de 250 g/m3), e sugeriu que a
área analisada se insere numa grande estrutura de anel (Obretenov et al., 1983).

A figura 6.16. mostra uma carta geológica simplificada da parte ocidental do corpo, elaborada
pela NGU (2007). Nesta carta estão assinalados os pontos de amostragem, bem como as
fossas de estudos anteriores.

Figura 6.16.: Mapa geológico simplificado da mineralização de apatite, U, Nb e ETR do Rio


Lucuisse (grelha UTM).

*O hospedeiro da mineralização é um corpo metapiroxenítico com algumas centenas de


metros de largura e alguns km de comprimento.
**Os contornos desse corpo baseiam-se numa anterior cartografia e interpretação de imagens
de satélite.
*Em alguns locais na zona exterior do corpo, podem ser encontradas rochas sieníticas
alcalinas com minerais máficos secundários.
*O metapiroxenito parece estar envolvido em rochas sieníticas, parcialmente foliadas e
gnáissicas.
*A rocha encaixante compreende gnaisses graníticos e gnaisses biotíticos bem foliados.
*O metapiroxenito é também localmente foliado, com inclinação para sudeste e sul, como
acontece com os gnaisses circundantes.
*A génese das mineralizações e da respectiva rocha hospedeira não foi esclarecida. Sofreram
pelo menos a última fase da deformação observada nos gnaisses envolventes (NGU, 2007).

Com base em novas investigações, a NGU (2007) descreve as seguintes características:

*As rochas metapiroxeníticas são de textura granular fina e média e apresentam brechas
locais. Fragmentos tanto de rochas piroxeníticas como sieníticas ocorrem numa matriz
dominada ou por carbonato ou piroxena-biotite. Ocorrem veios de carbonato, principalmente
calcite, com largura até 1-2 m, juntamente com apatite.
*Investigações mineralógicas indicam a ocorrência tanto de Na-piroxena (aegirina) como de
Na-anfíbolo (magnésio-arfvedsonite). A albite é o feldspato dominante e os minerais
seguintes ocorrem em quantidades reduzidas: Feldspato potássico e epídoto. A calcite é o
principal carbonato, embora também estejam presentes anquerite e estroncianite.
*Análises químicas de amostras representativas dos diferentes tipos de rocha mostram que
existem grandes variações no teor de oligoelementos, mas estes são geralmente mais escassos
do que o anteriormente reportado (Mroz, 1983).
*Os Nb, Ta e ETR parecem ser enriquecidos nas variedades ricas em calcite. Isto confirma
estudos anteriores que indicam a associação de columbite e apatite (Obretenov et al., 1983).
Investigações mineralógicas preliminares revelam que o Nb é claramente o elemento
dominante, em relação a Ta, no pirocloro (e provavelmente também na columbite?). O
pirocloro contém U e Ce, sendo encontrados também carbonatos com ETR.

As mineralizações de apatite são demasiado reduzidas para terem qualquer interesse


económico.
A apatite é fluorapatite e inclui alguns ETR não desejados, como seria de esperar nesta
configuração geológica.
A predominância de Nb sobre Ta no pirocloro diminui o interesse actual nesta mineralização
(NGU, 2007).

No entanto, para uma melhor avaliação do potencial económico deste corpo geológico, são
necessários mais estudos, em particular com vista a definir as possibilidades de um uso
complexo destas mineralizações, por meio de novos métodos de tratamento.

6.1.5.2.2. Chaminés carbonatíticas nas zonas de bordo do rifte

São conhecidos teores elevados de minerais radioactivos nas seguintes chaminés


carbonatíticas:

*Cone Negose (folha 1531)


*Mt Muambe (folha 1634)
*Mt Xiluvo (folha 1934)
Todos estes carbonatitos estão posicionadas ao longo das fracturas marginais dos grabens
Mesozóicos-Cenozóicos do Rifte do Leste Africano (RLA).
Correspondem a um tipo multi-mineral.
Algumas chaminés foram intensamente estudadas (Cone Negose e Mt Muambe) e outras (Mt
Xiluvo) foram exploradas para outros fins, por exemplo, materiais de construção.
Em relação a minerais radioactivos, têm apenas interesse secundário. No entanto, são
merecedoras de investigações posteriores.
Os minerais radioactivos dessas intrusão são a perovskite, o pirocloro e a torite.

Também estão presentes minerais de terras raras (ETR).

6.1.5.2.3. Intrusões alcalinas e Sienitos Nefelínicos

As intrusões Jurássicas alcalinas maduras da Suíte de Tundo (Jrsy) bem conhecidas, como a
Província Alcalina de Chirua, também incluem algumas mineralizações radioactivas.
Em termos de minerais radioactivos, estes têm pouco interesse económico mas, em associação
com a exploração de outros minerais (fluorite, apatite F), os minerais radioactivos podem
ganhar interesse.

Ocorrem treze intrusões de sienitos nefelínicos ao longo da zona da margem oriental do rifte,
com afloramentos perto da fronteira do Malawi (Província da Zambézia).

*Tratam-se de rochas miascíticas e agpaitíticas que, entre outros, incluem também minerais
radioactivos e ETR. No entanto, todas as investigações anteriores concluíram que as
concentrações minerais não tinham interesse económico (Lächelt, 2004).

6.1.5.2.4. Placers de minerais pesados (com monazite)

Alguns placers de minerais pesados (areia, dunas costeiras e interiores) ao longo da costa das
províncias de Zambézia e Nampula (depósitos de Moma, Moebase), além de ilmenite, rútilo e
magnetite, contêm também monazite e zircão, que são minerais radioactivos. A monazite,
particularmente, pode ter interesse económico. No entanto, estes minerais causam um
problema ambiental, devido aos rejeitos. Ainda não são conhecidas as reservas estimadas nem
calculadas de monazite.

6.1.5.4. Pegmatitos (pegmatitos de ETR e MR)

6.1.5.4.1. Pegmatitos do Alto Ligonha

Os pegmatitos de terras-raras (ETR) e metais raros (Ta, Nb) do Alto Ligonha (Zambézia)
contêm alguns minerais radioactivos, como, por exemplo, betafite, euxenite, fergusonite,
samarskite e monazite.

*De acordo com Lächelt (1983, depois de Barros & Vicente, 1963) os pegmatitos de terras-
raras localizam-se principalmente na intersecção das zonas de orientação NO-SE e ONO-ESE
relacionadas com as zonas pegmatíticas de metais raros com direcção NNE-SSO.
*Os minerais radioactivos associados a pegmatitos de terras-raras só foram explorados como
subprodutos.
*A futura extracção de minerais radioactivos só será viável através deste método (Lächelt,
2004).

6.1.5.4.2. Pegmatitos de Lugenda

A ocorrência de Nb-Ta-U estudada por BRGM, conhecida como Lugenda Sudeste, localiza-se
a sudeste de Malanga (folha 1336 Majune, UTM 37S 212000, 8484500) (Mroz, 1983).

*Ocorre na forma de pegmatitos e "leptitos" alcalinos, numa zona de milonito granulítico.


*A génese das mineralizações e da respectiva rocha hospedeira não foi esclarecida.
*Sofreram pelo menos a última fase da deformação observada nos gnaisses envolventes.
*Foram reportados valores economicamente interessantes de tântalo em veios de quartzo
pegmatítico, embora a extensão desses veios pareça reduzida.
+As mineralizações de apatite são demasiado reduzidas para terem qualquer interesse
económico.
**A apatite é fluorapatite e inclui alguns ETR não desejados, como seria de esperar nesta
configuração geológica.
*A predominância de Nb sobre Ta no pirocloro diminui o interesse actual nesta
mineralização.
+No entanto, são necessárias novas amostragens para uma melhor avaliação do potencial
económico deste corpo geológico (NGU, 2007).

6.1.5.5. Sedimentos do Karoo de cor escura

Até à data, não foram descobertos depósitos de minerais radioactivos no Karoo de


Moçambique. No entanto, algumas formações do Karoo são classificadas com base no seu
potencial de terem sofrido mineralizações radioactivas.
Existem descrições de algumas anomalias radioactivas em sedimentos do Karoo, da autoria de
Pinna (1983) que podem ter interesse futuramente (ver Anomalias radiométricas na
prospecção de urânio)

*Na África do Sul as mineralizações de urânio do Karoo são caracterizadas por um sistema de
poços de controlo estratigráfico, como por exemplo, as pedras-café das areias Beaufort. As
pedras-café representam um produto da meteorização da calcite e ferro, bem como de óxidos
de manganês, formados por processos de trocas hídricas (Eddington & Harrison, 1979)
*A posição estrutural das bacias do Karoo, como bacias centrais ou marginais, permite
interpretá-las como áreas estratigráficas favoráveis à metalogénese.
*Em suma, estes critérios podem levar à conclusão de que o Karoo representa um fonte
potencial de mineralizações radioactivas, mas, com base nos conhecimentos obtidos até agora,
não são objecto de prospecções (Lächelt, 2004).

6.1.5.6. Anomalias radiométricas para a prospecção de urânio

6.1.5.6.1. Anomalias da área da Suíte de Mavudzi/Tete

A Omega Corp. Ltd. (Austrália) comunicou, em Maio de 2006 (nota de imprensa, 2006), que,
com base em extensos trabalhos de campo, envolvendo geofísica terrestre e perfuração de
circulação inversa, tinham conseguido identificar "um conjunto de anomalias radiométricas
significativas de urânio" no projecto de Mavudzi.
As anomalias radiométricas de U com orientação NNE ligam os depósitos de Mavudzi,
Inhatóbuè e Castro.
A empresa pretende concentrar as suas actividades de exploração, incluindo cartografia
geológica, amostragem, levantamentos geofísicos terrestres e aéreos e perfuração, para
localizar, na área de Mavudzi, um recurso económico de urânio a céu aberto (citado de GTK,
2006).

6.1.5.6.2. Anomalias radiométricas no Supergrupo de Fíngoè

Steiner (1992), provavelmente com base nas actividades de Hunting (1973) mostra as
anomalias radiométricas na zona/cintura de Fíngoè (Supergrupo de Fíngoè).
As anomalias posicionam-se em diferentes unidades litológicas e só podem ser avaliadas por
meio de investigações especiais (Figura 6.17).

Figura 6.17.: Anomalias radioactivas no Supergrupo de Fíngoè (modificado a partir de Steiner


1992, Lächelt 2004)

6.1.5.6.3. Anomalias radioactivas em sedimentos do Karoo

Pinna (1983) descreveu as anomalias radioactivas nos siltitos da Bacia de Macaé-Itula e


concluiu que existem condições favoráveis para a formação de mineralizações de urânio
diagenéticas e epigenéticas.
Como critério para a formação de possível mineralização de urânio, Pinna considerou a
existência de barreiras geoquímicas de redução, depósitos de areias permeáveis e elementos
estruturais com condições favoráveis a processos de re-concentração mineral.

De acordo com Pinna (1983), existem condições análogas noutras bacias, principalmente na
Bacia de Maniamba.
Todas as ardósias pretas e argillíticas poderiam, portanto, ser consideradas potenciais
portadores geoquímicos, justificando novos estudos.

Foram detectadas anomalias radioactivas importantes em quase todas as bacias do Karoo,


(Hunting in Junta de Energia Nuclear, Portugal, 1970, 1973; Capítulo sobre a Bacia do
Zambeze).

6.1.6. Recursos geotérmicos

Moçambique tem boas condições de relevo para a construção de centrais hidroeléctricas e,


portanto, os recursos geotérmicos podem ser de interesseestratégicogeral
A energia foto-voltaica também seria mais viável como uma fonte potencial.

Lächelt (2004) descreveu os principais tipos de recursos geotérmicos.


Existem dois tipos diferentes de perspectivas regionais de fontes geotérmicas:

*Recursos térmicos hídricos (acima de 32 °C) de nascentes de água quente e/ou água quente
mineralizada em áreas afectadas por actividades tectono-magmáticas.
*Bacias sedimentares onde águas de alta temperatura geotérmica podem ser convertidas em
energia, por meio de trocas de calor num sistema de poços especiais.

Para ambos os tipos de produção de energia hidrotermal, é essencial haver condições


favoráveis.

No que toca a águas termais, praticamente todas as regiões do Karoo e estruturas do Rifte do
Leste Africano (RLA) poderiam preencher os requisitos.

As áreas mais importantes deste grupo são:

*A margem oriental do Lago Niassa


*A zona leste dos Lagos Chirúe e Chiuta (como parte do Rifte do Leste Africano em
Moçambique), em particular, os grabens de Chire, Urema e Chissenga e, possivelmente
também o do Funchalouro e outros grabens no sul de Moçambique.
*Vale do Rio Zambeze entre Zambo e a área de Tete/Lupata
*Margem ocidental da zona do graben entre Lupata e Nhamatanda (e provavelmente
também na zona leste da margem do rifte entre a fronteira do Malawi e a área de Dondo
- Beira)
*O limite entre o soco Pré-Câmbrico e a cobertuta sedimentar Mesozóica - Cenozóica
(zona de fractura), entre Angoche e Mocímboa da Praia.
*Zona de vulcanismo do Karoo (Libombos e outras)
*Área de fracturas reactivadas, que formam um triângulo geográfico entre a
Gorongosa, Vila de Manica e Espungabera

Todas essas áreas estão fortemente marcadas por nascentes termais.

O grupo de Bacias sedimentares inclui as duas grandes bacias moçambicanas, a bacia de


Moçambique e da Bacia do Rovuma, com prioridade para a Bacia de Moçambique.
Estas bacias são caracterizadas por condições litologicamente e tectonicamente favoráveis à
produção de energia geotérmica.

A figura 6.18. Fornece uma visão geral das potenciais fontes geotérmicas para produção de
energia.
Figure 6.18.: Potenciais fontes geotérmicas para a produção de energia (Lächelt, 2004)

Existem muitas áreas/zonas de água quente e nascentes de água quente, mas o autor é da
opinião de que o seu maior potencial está na sua utilização para interesses terapêuticos e
turísticos.
A avaliação do potencial geotérmico das bacias sedimentares requer dados sobre os fluxos de
calor e gradientes geotérmicos.
No geral, existem apenas alguns conjuntos de dados, não suficientes para uma avaliação bem
fundamentada. Existem alguns dados sobre poços de prospecção de hidrocarbonetos, mas
estes dados são circunscritos a áreas limitadas e, portanto, não são representativos de todas as
bacias sedimentares. Martinelli et al. (1995) apresenta algumas medições de Temperatura de
Fundo de Poço (Bottom Hole Temperatures - BHT) em poços de petróleo.
*Foram estimados dados preliminares sobre o gradiente geotérmico e fluxo de calor em
sedimentos antigos do Cretácico-Terciário da Bacia de Moçambique (costa de
Moçambique).
*Com base nos dados recolhidos, (a partir de 25 poços, incluindo dois poços onde a BHT
pode ser influenciada pelo vulcanismo do Karoo/Stormberg), o gradiente geotérmico estimado
é de 21,1 mKm-1 (com base num conjunto de dados processados).
*Em zonas de rifte, o gradiente é um pouco mais acentuado, chegando a 21,8 +/- 2,9 mKm-1
*Tendo em conta as diferentes possibilidades de correcção para a Bacia, pode ser estimado
um gradiente térmico de 28,5 mKm-1 (o gradiente médio mundial é definido em 25 mKm-1

Martinelli et al. (1995) discute os dados recolhidos num poço da Bacia do Rovuma
*“Os dados definem uma tendência linear, produzindo, pelo menos, um gradiente quadrado de
39,1 mKm-1
*Uma correcção de 35% resulta num gradiente termal de 52,8 mKm-1

No que toca ao fluxo térmico, Martinelli et al. (1995) estimaram / calcularam:


*Bacia de Moçambique: 57 mW m-2
*Na Bacia do Rovuma, o fluxo térmico é muito maior, chegando a 106 mW m-2

No entanto, espera-se que as melhores condições de fluxo térmico para reservatórios de


líquido se concentrem nos riftes (onde também se concentram as fontes termais) e, em caso de
qualquer interesse geotérmico, a prospecção de recursos geotérmicos deve começar nestas
zonas estruturais.
6.2. Grupo do ferro e mineralizações de manganês

6.2.1. Depósitos de minério de ferro

No período mais recente (2014), o mercado do minério de ferro desenvolveu-se de forma


significativa.
No seguimento deste desenvolvimento a nível internacional, arranca em Moçambique a
exploração de depósitos relativamente pequenos mas com minérios de ferro economicamente
rentáveis.
Moçambique não possui grandes depósitos de minério de ferro, mas algumas pequenas jazidas
de magnetite com teor elevado de Fe (na Província da Zambézia) permitiram começar a
exploração mineira.

Este desenvolvimento internacional originou, de igual modo, a necessidade de levar a cabo a


reavaliação do potencial, em termos de minério de ferro, do país.
Em Moçambique, estão identificados os seguintes tipos de minério de ferro, tipos de depósitos
e ocorrências:

*Fe-quartzitos, Formação Ferrífera Bandada (BIF) em unidades rochosas arcaicas e


proterozóicas.
*Rochas ferríferas bandadas arcaicas meteorizadas
*Depósitos de minério de Fe e Fe-Ti de origem sedimentar, magmática e hidrotérmica
nos Complexos Mesoproterozóico de Nampula e Complexo de Ocua
*Depósitos de magnetite magmática e de titanomagnetite em anortositos e intrusões de
anortositos vizinhas
*Mineralizações de ferro em piroxenitos, gabros, anortositos e sienitos do Complexo
Neoproterozóico de Monapo (P3MN)
Metassedimentos com minério de ferro, ferro-cobre e escarnito na província geológica
de Tete-Angónia e na Zona de Fíngoè (Supergrupo)

Os principais depósitos e ocorrências de ferro são assinalados na Figura 6.19.


Figura 6.19.: Principais ocorrências e depósitos de ferro em Moçambique

6.2.1.1. Fe-quartzito, Formação Ferrífera Bandada (BIF) em unidades rochosas do


Arcaico e Proterozóico

Fe-quartzitos, Formações Ferríferas Bandadas (BIF) foram identificados em rochas de origem


arcaica e proterozóica.
Trata-se sempre de substratos rochosos metamorfoseados que ocorrem como lentes e bancos
sedimentares.

Os Fe-quartzitos podem encontrar-se em diferentes áreas com rochas arcaicas e proterozóicas,


mas os depósitos mais conhecidos são os seguintes:

*Zonas de BIF - xisto verde das rochas ferríferas bandadas arcaicas auríferas (A3MMbaf) da
Formação de Macequece (A3MM), na Estrutura de Manica
*Formações BIF - xisto verde do Grupo Neo-Proterozóico de Txitonga (PP3TX), que formam
a Cintura de Ouro de Niassa (NGB).

Estas litologias BIF não têm interesse na perspectiva da exploração mineira, mas importa
mencioná-las, tendo em vista a sua possível relevância futura.

6.2.1.1.1. Estrutura de Manica


(Folha 1832)
*Os Fe-quartzitos das rochas arcaicas da estrutura de Manica formam minérios bandados
típicos (jaspilitos) e são compostos por magnetite, martite e hematite.
*Os minérios formam lentes, parcialmente entretecidas nas rochas verdes ou serpentinitos da
Formação de Macequece.
*As Rochas Ferríferas Bandadas (BIF) apresentam características de estratificação idênticas
às do metacherte.
**Apresentam camadas e laminações ferríferas de tom roxo escuro e cinzento-escuro,
alternadas com camadas de sílica esverdeadas e em tons de cinzento e bege.
*Horizontes mais espessos de metacherte, de cor mais clara, ocorrem frequentemente como
intercalações na rocha ferrífera bandada (GTK, 2006)
*A jazida maior tem cerca de 4 km de comprimento, sendo no entanto bastante delgada. Em
geral, estes corpos têm cerca de 1 km de comprimento.

No entanto, estes depósitos de minério de ferro de origem sedimentar de Manica não foram
ainda suficientemente explorados, em virtude da sua concentração de Fe pouco rentável.

6.2.1.1.2. Área de Mavita


(Folhas 1932, 1933)

Na área de Mavita, 60 km a sul de Manica, existem minérios bandados meteorizados da idade


do Arcaico (Manica).
São conhecidas diversas ocorrências, verificando-se as mais importantes nas seguintes
localidades:

*Tsetserra,
*Chepecuto
*Mocuba
*Xigundo
*Mussapa

Trata-se de minérios bandados típicos compostos de magnetite, martite e, ocasionalmente,


hematite.

De acordo com Couveia (1974), o conteúdo de ferro dos minérios é baixo, (apenas 30%, no
máximo).
A opinião de Couveia (1974) é de que este conteúdo de ferro pode ser aumentado até 58°%
através dos processos de trituração (malha até 80) e separação magnética.

Foram determinadas as reservas de minério (Tabela 6.11.) de alguns depósitos da área de


Mavita (Afonso & Marques, 1993).

Ocorrência Estimativa das


reservas de minério
de ferro (Mt)

Tsetserra 15,0

Chepecuto 8,0

Mocuba 5,5
Xigundo 2,0

Mussapa 0,36

Tabela 6.11.: Estimativa das reservas de minério de alguns depósitos na área de Mavita
(Afonso & Marques, 1993)

6.2.1.1.3. Formação Ferrífera Bandada/BIF da Cintura de Niassa


(Folhas 1134/35, 1234/35)

Verifica-se a existência de pequenas unidades de Formação Ferrífera Bandada (BIF) no


nordeste do Grupo de Txitonga (P3TXfe). Geralmente, estão associadas a unidades de rochas
verdes e meta-arenitos areníticos e arcósicos.
As litologias BIF continuam na Cintura de Ouro de Niassa, indo desde a fronteira com a
Tanzânia para SO, ao longo de dois terços da extensão do Grupo de Txitonga.

De acordo com NGU (2007), estas rochas ocorrem/afloram:

*em UTM 36S 730030, 8708600, onde apresentam bandas de magnetite com a espessura de
centímetros que alternam com camadas de meta-arenito verde.
**As análises mostram valores elevados de crómio e vanádio, mas não foram detectados
valores altos quer para o ouro, quer para metais base.
*Outro depósito BIF, em UTM 36S 7245 60, 8679990, é composto por lentes e camadas,
sobretudo de magnetite, alternando com camadas de quartzo cuja espessura varia de
milímetros a centímetros. A dimensão dos grãos de óxido varia entre mm e cm.

No entanto, estes depósitos não possuem interesse económico devido à sua baixa
concentração de ferro.

6.2.1.2. Rochas ferríferas bandadas arcaicas erodidas

Estão identificados depósitos de ferro em rochas ferríferas bandadas arcaicas meteorizadas,


sendo Honde o mais bem documentado.

6.2.1.2.1. Honde
(Folha 1833, 513406/7953542).

Na área de Honde, cerca de 70 km a NE de Manica, na zona da placa de sinalização do


quilómetro 16 da auto-estrada Catandica–Vandúzi, há formações ferríferas meteorizadas
expostas.

*Os minérios ocorrem como lentes (corpos) em anfibolitos e xistos granatíferos do Grupo
Paleoproterozóico de Gairezi (P1Z).
*Os depósitos consistem em numerosos corpos de minério separados, dos quais os mais
importantes são (Afonso & Marques, 1993):

**Corpo de minério de Mabote


**Corpo de minério de Machacamira
**Corpo de minério de Chito SO
**Corpo de minério de Chito SE
**Corpo de minério de Monte Pita
**Corpo de minério de Bero
**Corpo de minério de Nhaziri
**Corpo de minério de Cimetério Lavra
**Corpo de minério de Nhandiro
.
O tamanho das lentes (corpos) varia.
O corpo maior tem 1600 m de comprimento.
A espessura das lentículas também varia, oscilando entre 15 e 80 m (Notícia Explicativa,
1995). A extensão e profundidade dos corpos de minério varia consideravelmente.

*Os corpos ricos em ferro são compostos por quartzo-magnetite bandado/rochas de hematite
com alguma mica e minerais argilosos.
*Perto da superfície, a oxidação da rocha ferrífera resulta em martite e hematite.
*Os corpos ricos em ferro têm uma história estrutural complexa, tendo sofrido intersecções e
deslocamentos pela acção de diferentes sistemas de falhas (Lächelt, 2004; GTK, 2006).

O LKAB, da Suécia (1977), estudou os depósitos através da investigação geofísica,


perfuração de núcleos (5 furos de sonda em 1972 e 6 em 1977, totalizando 945,85 m), fossas
(700 m) e mapeamento geológico.
Foram identificados cerca de 20 depósitos diferentes, incluindo cerca de 90 lentes separadas
ricas em magnetite, em xistos quartzo-sericíticos (A3MMqs) e metachertes (A3MMch) da
Formação de Macequece (A3MM).

*Com base nos resultados da prospecção, estimou-se a existência de reservas a 30 m de


profundidade, na grandeza de 37 Mt com 40% Fe, 37 – 40% SiO2 e baixo conteúdo de P
(0,003 – 0,007%) (LKAB, 1978).
* Com base num modelo da sua anomalia geofísica, os Aero Services (1962) estimaram a
existência de uma possível reserva de ferro a 100 m de profundidade, com 191 – 230 Mt.
*Real (1974, in Lächelt, 2004) calcula a presença de 126 Mt com 30-66% Fe à mesma
profundidade.
* A Hondeminas (?) indica reservas estimadas de 100 Mt (não foram publicados dados sobre
a respectiva profundidade ou conteúdo).

Os testes do LKAB mostram que processos simples de separação magnética produzem


concentrados de elevada qualidade, contendo:

70,3 – 71,2% Fe
0,003 – 0,017% P
0,49 – 1,29% SiO2
<0,025 Na2O + K2O

É possível obter pelotas de qualidade satisfatória.


São necessários testes adicionais para determinar se as secções oxidadas, ricas em hematite
dos corpos de rocha ferrífera, são adequadas à produção de pelotas.
Poder-se-ia produzir aço por redução directa das pelotas utilizando carvão ou gás, se
disponíveis localmente.

Uma vez que o conteúdo de ferro da maioria das rochas ferríferas é relativamente baixo e o
tamanho dos corpos modesto, a exploração económica destas rochas ferríferas é, obviamente,
inviável.
A exploração mineira futura deve também levar em linha de conta a possível existência de
depósitos de ouro alojados em Formações Ferríferas Bandadas (GTK, 2006).

6.2.1.2.1.1. Corpo de Minério de Mabote

O corpo de minério de Mabote é a concentração de ferro mais conhecida do Depósito de


Honde.

*O corpo de minério de Mabote consiste em magnetite e hematite com quartzo e mica +


minerais argilosos como minerais associados.
Afonso & Marques (1993) indicaram que a composição de minério varia com a profundidade
(Tabela 6.12.).

Composição do Profundidade relativa


minério %
Secção do depósito Secção central do Secção mais
mais perto da depósito profunda do
superfície depósito

Magnetite 12,0 35,6 44,8

Hematite 42,8 14,0 7,2

Quartzo 35,0 40,0 38,0

Tabela 6.12.: Alterações da composição de minério, dependendo da profundidade (Afonso e


Marques, 1993).

O conteúdo de ferro está entre 38–40%.

*Segundo Afonso & Marques (1993), do ponto de vista estrutural o depósito corresponde a
uma jazida antiforma erodida que, nas zonas mais profundas, forma camadas de minério que
se podem estender por mais de 4 km.
*Em contraste com Afonso & Marques (1993), geólogos soviéticos (Notícia Explicativa,
1995) descrevem o depósito como parte de um grande sinclinório composto por gnaisses
migmatíticos, cujo núcleo é formado por metagranito e rochas metavulcânicas.
*O depósito apresenta dobras de natureza complexa, com eixos de orientação N–S.
*A estratificação e a xistosidade têm uma inclinação muito acentuada, sendo acompanhadas
por pequenas falhas.
*Os corpos mineralizados localizam-se em posições cimeiras dos quartzitos.

6.2.1.2.1.2. Jazidas minerais de Machacamira, Chito SO, Chito SE, Monte Pita, Bero,
Nhaziri, Cemitério Lavra e Nhandiro

Estes corpos de minério do Depósito de Honde não foram investigados em detalhe. Os dados
conhecidos indicam que se trata de corpos de pequena dimensão.
No entanto, são necessários estudos específicos adicionais para formular conclusões
definitivas.
.
6.2.1.3. Depósitos de minério Fe e Fe-Ti de origem sedimentar, magmática e
hidrotérmica no Complexo Mesoproterozóico de Nampula e de Ocua
No Complexo de Nampula (P2NMgm), bem como no Complexo de Ocua (P2OC), foram
cartografados num período recente (até 2013) ocorrências e depósitos de minério de ferro e
ferro-titânio.
Alguns requerem estudos adicionais no futuro e, noutros casos, iniciou-se a exploração
mineira (ver Depósito de Lalaua).
Em geral, trata-se de corpos de minério relativamente pequenos, mas com minérios de boa
qualidade (magnetite e magnetite/ilmenite).
A prospecção sistemática poderá permitir a descoberta de novos depósitos minerais.

6.2.1.3.1. Depósito de ferro de Mazogo


(Metangula, folha 1234, UTM 36S 699170, 8573690)

O depósito localiza-se ao longo do caminho pedestre que liga as aldeias de Mazogo e


Meluluca, na margem do Lago Niassa, a cerca de 20 km a sul de Maniamba.

*No interior da secção altamente deformada da unidade de gnaisse granítico, há um corpo de


minério de ferro.
*O depósito consiste num enorme corpo mineralizado de magnetite (de 10 m a,
possivelmente, 50 m de espessura), com textura granular fina, com ilmenite subordinada sob a
forma de lentes com alguns cm de comprimento e espessura variável, entre mm e cm.
*A extensão da jazida é incerta, mas atingirá, pelo menos, 200 m de comprimento.
*Zonas de milonitos limitam a área mineralizada de ambos os lados, afectando os granitos
gnáissicos e os pegmatitos.
*O granito da parte leste contém igualmente blastos de grande dimensão de magnetite
euédrica e subédrica, que chegam a atingir 15-20 cm.
A análise XRF (NGU, 2007) revelou a seguinte composição de minério maciço (Tabela
6.13.):

Composição Conteúdo % Conteúdo


química ppm

Fe2O3 74,7

TiO2 17,8

Al2O3 5,0

MgO 2,0

MnO 0,3

CaO 0,2
(recalculado a
100%)

SiO2 <0,01

V 5 700

Cr 1 100

Co 600

Zn 720

Tabela 6.13.: Análise XRF do minério maciço do depósito de ferro de Mazogo: (NGU, 2007)

*Uma fina amostra permite concluir que o minério é composto por ilmenite e magnetite,
como maiores constituintes, ao passo que a hematite e a espinela verde são componentes
subordinados.
* A análise por técnica SEM da espinela mostra que esta contém cerca de:

14% MgO
56% Al2O3
26% FeO
3% TiO2
1% ZnO

**Trata-se de uma ferro-espinela (pleonasto).


* A análise mostra que há presença de vanádio na magnetite (1-1,5% V:V2O5).
*A ilmenite contém cerca de 4% de MgO e cerca de 1% de MnO.

*Proporções variáveis de ilmenite e magnetite e vestígios de profiroblastos de espinela


definem uma foliação no minério.
*A presença de espinela e a textura granoblástica revelam que o minério sofreu um
metamorfismo de alto grau, como é também o caso da litologia onde a mesma está alojada
(NGU, 2007).

6.2.1.3.2. Ocorrência de hematite-magnetite de Mirrote/Maravone


(Montepuez, folha 1339, UTM 37S 561031, 8460622)

Um maciço rochoso de hematite-magnetite-quartzo forma pequenos montes a sudoeste de


Namapa, fazendo parte do Complexo de Nampula.
A mineralização não foi explorada, apesar de a proporção de afloramentos na área ser baixa.
Aparentemente, o conjunto rochoso hospedeiro não tem mais de 3 km x 1,5 km ao nível do
afloramento.

*A mineralização não produz uma anomalia magnética distinta e os ortognaisses


granodioríticos migmatíticos encontram-se expostos cerca de 200 m a sudeste. Duas análises
revelam 53,3 e 58,5 % (NGU, 2007).

6.2.1.3.3. Ocorrência de ilmenite-magnetite de Mazua


(Mecufi, folha 1340, UTM 37S 623831, 8454538)

A mineralização ilmenite-magnetite localiza-se aproximadamente 500 m a sul da estrada entre


Alua e Mazua, no Complexo de Nampula.

*A mineralização consiste em numerosos blocos que se encontram principalmente em duas


localizações, separadas por cerca de 400 m, ao longo de um eixo leste-oeste.
*A mineralização contém lentes, veios e disseminações, provavelmente compostos,
sobretudo, por ilmenite com magnetite subordinada em gnaisses piroxénicos com textura
granular fina, com anfíbolo, clinopiroxena e ortopiroxena.
*As lentes e veios têm até 4 cm de espessura, formando uma espécie de rede

Não foram realizados estudos detalhados.

6.2.1.3.4. Ocorrências de magnetite de Chiure Velho


(Mecufi, folha 1340, UTM 37S 609581, 8518780 e 614846, 8519218)
Foram reportadas duas ocorrências de magnetite ao mesmo nível estrutural no Complexo de
Ocua, com cerca de 5,3 km de distância entre si. Provavelmente, fazem parte da mesma
mineralização original.

A ocorrência mais ocidental, a aproximadamente 5 km a sudeste de Chiure Velho (UTM


37S 609581, 8518780) é um corpo maciço de minério de magnetite com 0,5 m de espessura
numa estrutura hospedeira de gnaisse quartzo-feldspático e pegmatite com alto nível de
cisalhamento.
**Nas proximidades, foram descobertas alguns blocos de gnaisse mais diorítico/gabróico.
*A mineralização encontrava-se exposta numa fossa de 20 m de orientação nordeste, com 1 m
de profundidade.
*Uma análise microscópica permitiu aferir que é dominada por magnetite, com apenas alguns
grãos de ilmenite. A magnetite é, normalmente, substituída por hematite ao longo de fracturas
e dos limites do grão. Verifica-se a ocorrência de alguns pequenos grãos de espinela verde e
de clinopiroxena, a nível intersticial, entre os óxidos de ferro.

A mineralização oriental (UTM 37S 614846 /8519218) encontra-se exposta numa fossa de
30 m de comprimento, com orientação norte-sul.
*É constituída por uma impregnação muito rica de magnetite numa camada com cerca de 0,5
m de espessura. Os outros minerais encontrados incluem clinopiroxena, horneblenda e
feldspato, em menor grau. Estão igualmente presentes alguns grãos de pirite, pirrotite e
calcopirite.
*A rocha encaixante é gnaisse quartzo-feldspático milonítico, parcialmente quartzítico (NGU,
2007).

6.2.1.3.5. Lalaua
(Folha, 1438)

O Depósito de Lalaua está situado na Zona de Carreamento do Lúrio.

*Não são conhecidos dados pormenorizados sobre o depósito.


*A mineralização é composta por corpos/lentes de magnetite de boa qualidade.

O depósito de ferro de Lalaua está a ser explorado (área de exploração mineira de Namarrepo-
2) por uma empresa chinesa.
Os minérios extraídos foram transportados por camião ao longo de uma distância de
aproximadamente 56 a 75 quilómetros, numa estrada de terra batida, da zona de mineração até
à estação ferroviária de Lapala, tendo seguidamente sido transportados de combóio até ao
porto de Nacala, a partir do qual o minério é exportado por via marítima para o estrangeiro
(Notícias, 10/008).

Testes realizados em Lalaua mostraram que a mina possuía depósitos que permitiriam uma
exploração mineira intensiva durante mais de quatro anos e, também, que havia indicações da
existência de depósitos adicionais noutras áreas do mesmo distrito. - (APA)
Nos Complexos de Nampula e Ocua, poderão existir outros corpos de minério deste tipo, e há
condições favoráveis à exploração de corpos de minério de magnetite adicionais em depósitos
adjacentes da zona de exploração mineira de Lalaua.

6.2.1.3.6. Milange e Majau


(Folha 1635)
Estas ocorrências de ferro localizam-se na zona mais a sudoeste da Zona de Carreamento do
Lúrio (perto da fronteira com o Malawi).

*A mineralização é composta por corpos de minério tipo veio.


*Ocorreu uma remobilização do ferro.
*Não se conhecem dados mais detalhados sobre estas ocorrências.

Este tipo de minérios tem como traço comum ocorrerem todos em pequenas estruturas
sinclinais e bacias da idade proterozóica.

6.2.1.4. Depósitos de magnetite magmática, titanomagnetite em anortosito e nas


proximidades de intrusões de anortosito

Entre os depósitos de ferro-titânio de origem magmática, as intrusões de gabro-anortositos da


Suíte de Tete (P2T) são as mais importantes. A Suíte de Tete, com aproximadamente 120 km
de extensão, está localizada entre Tete, Furancungo e a fronteira com o Malawi.

*A suíte é composta por gabros, anortositos e dioritos, sendo intersectada por diques
doleríticos.
*A magnetite titanífera está presente ao longo de toda a intrusão. Contudo, é encontrada mais
frequentemente nas secções orientais e centrais, em virtude do diferente nível de denudação.
*Há duas combinações de tipos de minérios:

**Tipo Fe (magnetite)
**Tipo Fe-Ti (magnetite, titanomagnetite)

*Estas mineralizações localizam-se sobretudo na Suíte de Tete, mas podem igualmente ser
observadas em zonas vizinhas, formando uma área potencial que poderá vir a adquirir
relevância económica futura.
*Os estudos realizados (até 2012) confirmaram a existência de mineralizações de ferro e
ferro-titânio ou anomalias magnéticas em muitas localidades, como, por exemplo:

As Figuras 6.21. e 6.21. mostram as localizações dos tipos de minérios acima mencionados.

Figura 6.20.: Depósitos e ocorrências de minério de Fe (magnetite) na Suíte de Tete


Figura 6.21.: Depósitos e ocorrências de minério Fe-Ti (magnetite, titanomagnetite) na Suíte
de Tete
Nos limites da Suíte de Tete, a norte e leste de Moatize, foram encontradas várias lentes de
magnetite e titanomagnetite em gabros, anortositos e rochas ricas em carbonato.
Alguns dos depósitos e ocorrências da suíte são parcialmente estudados:

*Machédua
*Antiga Caldas Xavier
*Cambulatsitsi
*Txizita
*Singere
*Massamba
*Inhatipissa

Novos estudos (2011) vieram confirmar as condições favoráveis à prospecção de minério de


ferro.
*A empresa Anglo-Australiana (2012) descobre minério de ferro na região de Ngunda, perto
de Tete, com reservas que se estima permitirem a exploração durante um período de até 100
anos (Rádio Moçambique, 2012).
*Os trabalhos realizados pela empresa de exploração de metais e minério de ferro Baobab
Resources (2011) resultaram num recurso de 482 MT, conforme ao código JORC (do Joint
Ore Reserves Committee), para o projecto de ferro/vanádio/titânio de Tete.
*O projecto de Tete cobre uma área total de 632 km2 e situa-se imediatamente a norte da
cidade de Tete.
*O projecto de Tete contém duas áreas de mineralização de magnetite/titânio/vanádio:

*Área de Singere (Singore)


**Área de Massamba:
***Chitonge Grande
***Chimbala
***Tenge/Ruoni

Os depósitos de magnetite-ilmenite da região de Tete poderão produzir minérios


concentrados, como se exemplifica a seguir (Tabela 6.14.):
Composição Conteúdo
química %
Fe (metal) 60 - 62
TiO2 7,0
V 0,7
SiO2 1,2
Al2O3 2,0
Tabela 6.14.: Concentração dos minérios dos depósitos de magnetite–ilmenite da região de
Tete (Baobab Resources, 2012)

Até à data, os esforços de exploração concentraram-se na área do Grupo de Massamba.


A área de Singore permanece em larga medida por estudar, mas possui grandes
potencialidades.
O depósito mais conhecido da Suíte de Tete é o de Machédua.

6.2.1.4.1. Machédua

O Depósito de Machédua (601674/8218294) é constituído por 30 lentes separadas, de pendor


NNE-SSO. No total, estes corpos formam uma grande área de mineração (em média, com 12
x 3 km de extensão), com orientação NO–SE (Notícia Explicativa, 1995).

*As lentes individuais têm, em regra, entre 100 a 400 m de comprimento e 20 a 80 m de


largura.
*Os minerais com viabilidade económica são a hematite, a ilmenite, a magnetite e a
titanomagnetite.
*Os corpos estão cobertos por eluviões.
*Há dois tipos de mineralizações de ferro na Suíte de Tete e na área circundante. Incluem:

**Depósitos de ferro alojados em carbonatitos abaixo do muro da Suíte de Tete.


**depósitos de titanomagnetite e magnetite magmática alojados em anortositos.

As Figuras 6.22. A. e 6.22.B. mostram a posição geológica dos corpos de minério no Depósito
de Machédua.
Figura 6.22.A.: Mapa geológico esquemático do Depósito de Machédua Norte (adaptado de
Real, 1966; Steiner, 1992; Lächelt, 2004)

Figura 6.22.B.: Mapa geológico esquemático do Depósito de Machédua Norte (adaptado de


Steiner, 1992; Lächelt, 2004)
A Tabela 6.15. mostra a composição química dos minérios.

Composição Conteúdo

química %

SiO2 1,0

Fe2O3 53,0

FeO 16,5

TiO2 12,5

Al2O3 0,5

S 0,01

CaO 0,1

V 2O 5 0,6

Tabela 6.15.: composição química dos minérios do Depósito de Machédua.

No que se refere às possíveis reservas de minérios, foram publicados diferentes cálculos:

*Os trabalhos de cartografia e abertura de fossas de 1974 puseram em destaque uma zona
potencial de 270 m de comprimento, 20 m de largura e 30 m de profundidade. Calculou-se
que este recurso "visível" teria 7,75 Mt, com uma capacidade inferida de 68,5 Mt (Norad,
(1979).
*A prospecção de Brodoimpeks, que incluiu detalhados trabalhos de cartografia e abertura de
fossas, reportou a existência de material eluvial-coluvial pouco compacto, com 1,45Mt,
contendo 613 000 t de ferro e 257 000 t de TiO2 (Brodoimpeks, 1984)

6.2.1.4.2. Ocorrências de Antiga Caldas Xavier, Cambulatsitsi, Txizita, Singere,


Massamba e Inhatipissa

Trata-se de depósitos de ferro-titânio alojados em anortositos similares, mas foram menos


intensivamente estudados.

Não obstante, no caso de alguns destes depósitos, foi feito o levantamento da quantidade de
corpos de minério:

*No Depósito da Antiga Caldas Xavier conhecem-se cinco corpos de minério.


*No Depósito de Txizit ocorrem no total, dez pequenos corpos de minério.
*No Depósito de Singere foram observados oito.
*No Depósito de Massamba estão listados, no total, seis corpos de minério.

Relativamente à composição química dos minérios, os dados conhecidos são escassos (Tabela
6.16.)
Composição Depósito/Ocorrência
química %
Cambulatsitsi Txizita Massamba Inhatipissa

Fe (metal) 40,4 46,5 42,6 41,45

TiO2 17,18 16,45 17,07 16,96

Tabela 6.16.: Composição química dos Depósitos/Ocorrências de Cambulatsitsi, Txizita,


Massamba e Inhatipissa

Real (1962, 1966) e Brodoimpeks (1984) começaram por calcular e inferir as reservas de
minérios destes depósitos e ocorrências (Tabela 6.17.).

Depósito/Ocorrência Reservas (calculadas e estimadas) em Mt

Real 1962 Real 1966 Brodoimpeks


1984

Antiga Caldas Xavier 1,8

Cambulatsitsi 12,34 14,21

Txizita 1,4 0,71 1,86

Singere

Massamba 8,6 8,65 4,50

Inhatipissa 3,0 11,75 11,84

Tabela 6.17.: Reservas de minério dos depósitos de Fe/Fe-Ti na Suíte de Tete:

Novos estudos (até 2012) vieram confirmar que as reservas reais serão muito mais elevadas e
que, na Suíte de Tete e nas litologias circundantes, se pode inferir a existência de reservas
económicas de minério de ferro e de ferro-titânio.

6.2.1.4.3. Chitonguè (Rio Nhambia)


(Folha 1533)

Em gabros e anortositos da Suíte de Tete, há várias lentes ricas em magnetite-ilmenite, perto


do Rio Nhambia (folha 1533, 0571435/8264136).

*As lentes têm tipicamente entre 50 e 100 m de comprimento e até 25 m de largura.


*Há uma grande área coberta por uma camada com menos de um metro de espessura de
titanomagnetite eluvial, que se calcula representar um recurso de cerca de 1 Mt.

A Tabela 6.18. ilustra a composição química (com uma média de 60 espécimens)

Composição Conteúdo
química: %

Fe 42,6

TiO2 17,1

P2O5 0,40,4
SiO2 7,4

Tabela 6.18.: Composição química da Ocorrência de Fe-Ti de Chitonguè (GTK, 2006)

Os recursos totais (Brodoimpeks 1984) da área foram estimados em 1,7 Mt, com:

Fe (metal) = 719 000 t


*TiO2 = 288 000 t

6.2.1.4.4. Tenge/Ruoni (Rioni)


(Folha 1533)

Lentes ricas em titanomagnetite semelhantes às de Chitonguè podem encontrar-se a 12 km de


Chitonguè, em Tenge/Ruoni (Rioni) (UTM: 0582131 /8258569).

*As lentes têm, em regra, entre 100 a 300 m de comprimento e 5 a 30 m de largura, com
orientação NE.
*Há uma grande área coberta por um manto de titanomagnetite eluvial com 1 a 4 m de
espessura (GTK, 2006).
*Os recursos totais (Brodoimpeks, 1984) da área foram estimados em 2,7 Mt, com:

**Fe (metal) = 1,2 Mt


**TiO2 = 470 000 t.

*Novos estudos pela Baobab Resources (2011) proporcionaram os seguintes resultados:


**A prospecção por perfuração na área de Tenge/Ruoni, para leste, está a progredir
rapidamente. A Baobab descobriu uma zona mineralizada muito rica, variando em espessura
de 60 m a 150 m. A mineralização ocorre em estruturas sinformais, com a charneira da dobra
a apresentar um plano descendente pouco acentuado oeste-norte-oeste.
**Segundo a empresa, as campanhas de prospecção na área foram divididas em três blocos de
recursos.
**O primeiro, Ruoni Norte, representa 1 km de descoberta ao longo do flanco norte da
dobra. Até agora, foram efectuadas trinta e sete perfurações de circulação inversa e
perfurações rotativas com diamante, ao longo de sete galerias, num total de 5750 m, tendo
sido calculado um recurso de 93 milhões de toneladas.
**O bloco de Ruoni sul representa 1,2 km de descoberta ao longo do flanco sul da dobra,
estando situado a cerca de 1 km a sul de Ruoni norte. Foram efectuadas vinte e sete
perfurações para um total agregado de 5200 m, resultando num recurso de 56 milhões de
toneladas.
*O bloco de Tenge, no total, corresponde à charneira da dobra e cobre uma área de
aproximadamente 0,5 km².
**A exploração por perfuração, completada em 2011, delimitou uma substancial zona de
mineralização, com cerca de 120 m de espessura, com inclinação oeste pouco acentuada.
**Em 2012, o recurso inferido de Tenge era de 159 megatoneladas, com um teor de ferro de
38,4% para o minério em bruto a ser processado e uma concentração média de 60,4% de
ferro, 0,8% de pentóxido de vanádio e 12,5% de dióxido de titânio, possuindo uma
recuperação da massa de 47,6%.

6.2.1.4.5. Potencial do anortosito de Ulungoé em matéria de elementos do grupo da


platina
(Folha 1434)
É sabido que a Suíte de Tete possui potencial de elementos do grupo da platina e um número
de anortositos análogos e corpos máficos, dos quais o mais relevante é o Anortosito de
Ulungoé, que são considerados fragmentos da Suíte de Tete.
Está ainda por determinar se estes têm algum potencial de elementos do grupo da platina.
Camada espessa de magnetite (ver folha cartográfica, 34.5746 O-E, 14.9137oS).
Também foi observado durante os trabalhos de campo e poderá representar a secção superior
de um corpo máfico bandado provavelmente relacionado com a Suíte de Tete, podendo,
eventualmente, exigir estudos adicionais (CGS, 2007).

6.2.1.5. Mineralização de ferro em piroxenitos, gabros, anortositos e sienitos do


Complexo do Neoproterozóico de Monapo (P3MN)

Foram observadas mineralizações de Fe e Fe-Ti semelhantes às da Suíte de Tete no Complexo


de Monapo (P3MN).
O depósito mais conhecido do Complexo de Monapo é o depósito de ferro de Mecuco.

6.2.1.5.1. Mecuco
(Folha 1440)

Os minérios do Depósito de Mecuco ocorrem em piroxenitos, gabros, anortositos e sienitos do


Complexo Neoproterozóico de Monapo (P3MN)

Os minérios afloram ao longo de uma área de aproximadamente 20 km2


Estão concentrados na forma de bolsas, veios e impregnações.
Há três tipos de mineralizações identificadas, caracterizadas por posições definidas (Afonso &
Marques, 1993):

*Bolsas de minério: nas zonas de contacto com gabros e piroxenitos


*Veios de minério: em zonas de contacto com gabros, calcários cristalinos ou gnaisses
*Impregnações de minério: formam fenocristais de titanomagnetite em rochas gabróicas

O minério é magnetite com titânio.


Os outros minerais incluem a apatite, a pirite, o anfíbolo, a espinela, o epídoto, a limonite, a
granada, o quartzo e o feldspato.

A composição dos minérios é a seguinte (Tabela 6.19.):

Composição Conteúdo %
química:

Fe (metal) 14,0 – 50,5

TiO2 0,30 - 11,14

P2O5 0,048 - 0,584

S 0,16 - 1,90

Tabela 6.19.: Composição química dos minérios do Depósito de Mecuco.

A origem e génese do Depósito de Mecuco não são claras. Para a explicar, foram postuladas
várias teorias especulativas, entre as quais a origem magmática granjeou maior apoio
(Lächelt, 2004).
*As reservas de minérios do depósito foram definidas por Afonso & Marques (1993) com
reservas possíveis de 70 Mt (com 30% de metal Fe) e, com base nas anomalias magnéticas,
estimaram-se reservas de 200 Mt.

6.2.1.6. Ocorrências de ferro em rochas magmáticas do Jurássico-Cretácico do Grupo de


Lupata (JRL, CRL)

6.2.1.6.1. Lupata-Doa (Monte Pangula)


(Folha 1634)

O Depósito de Lupata-Doa (Monte Pangula) situa-se a sudeste de Tete.


Os minérios ocorrem nas lavas do Grupo de Lupata (Jurássico Superior /JrL – Cretácico
Inferior/CrL).

As rochas hospedeiras são riólitos, dacitos e sienitos.


*A jazida mineralizada cobre uma área de 900/600 x 250 m, com inclinação vertical. A
direcção é NE–SO.
*A composição química dos minérios (similar à dos minérios da Suíte de Tete) é apresentada
na Tabela 6.20.

Composição Conteúdo

química: %

SiO2 0,35

Fe2O3 64,0

FeO 14,5

TiO2 16,0

Al2O3 0,5

P2O5 0 006

S 0,1

CaO 2,0

V2O5 0,2

MnO 2,3

Tabela 6.20.: Composição química dos minérios do Depósito de Lupata-Doa (Lächelt, 2004)
A Tabela 6.21. ilustra as reservas calculadas e estimadas do Depósito de Lupata-Doa

Depósito/Ocorrência Reservas (calculadas e


estimadas) em Mt

Real D'Almeida,
1962 1970

Lupata 22,5 29,0

Tabela 6.21.: Reservas do Depósito de Lupata-Doa


De acordo com D'Almeida (1970), afigura-se possível a descoberta de corpos de minério
adicionais.

6.2.1.7. Depósitos com ferro e apatite

6.2.1.7.1. Monte Muande/Monte Fema


(Folhas 15/1633)

O Depósito do Monte Muande (folha 1533) localiza-se a cerca de 30 km NO da cidade de


Tete, na margem norte do Rio Zambeze, e continua o Depósito do Monte Fema (folha 1633),
situado na direcção SO, do outro lado do Zambeze, na margem sul do rio.
O depósito faz parte de uma cordilheira conhecida como Serra Munde, onde há também
mineralização de urânio com davidite, em Mavudzi.

*Os depósitos de magnetite do Monte Muande despertaram muito interesse, tendo sido
estudados pela empresa japonesa Nissho e pela Companhia de Urânio de Moçambique
(CUM) na década de 1960 e, posteriormente, na década de 1980, por uma equipa do Instituto
Geológico de Belgrado, na antiga Jugoslávia, designada Brodoimpeks-Geosavodz.
*Petrograficamente, as mineralizações de ferro-titânio estão associadas a anortositos e a
teores da zona de transição para rochas gabróicas (Lächelt, 2004).
*Foram identificadas mais de 20 lentes ricas em magnetite e apatite num bloco, que mede 5,5
km por 0,5 – 1,5 km e é composto por carbonatitos, xistos e quartzitos (no Granito de
Chacocoma /P2Cgr ou Granito de Mussata /P2MT).
*O bloco está rodeado por gabros e anortositos da Suíte de Tete: (idade Sm-Nd: 1025±79
M.a. (Evans et al. 1999).
*As lentes de magnetite (±hematite), com 100 – 200 m de comprimento e 5 – 20 m de largura,
têm direcção NE-SO e ângulo de inclinação de 20 – 60° SE.
*Além disso, a ocorrência de magnetite titanífera está relacionada com posições de relevo
elevado.
*Dentro dos corpos existem variações no conteúdo de Ti–Fe, magnetite e ilmenite.
*Os depósitos são compostos por mineralizações maciças e finamente disseminadas,
ocupando este último tipo cerca de 77–78 % da jazida.

A Figura 6.23. ilustra a geologia do Depósito do Monte Muande e, na Figura 6.23.A., são
mostrados cortes transversais da zona central deste depósito.
Figura 6.23.: Carta geológica esquemática do Depósito do Monte Muande (adaptado de
Instituto Geológico de Belgrado, 1984); Lächelt, 2004)

1-Eluvião; 2-Mármore; 3-Mármore + mineralização de baixo teor de magnetite; 4-Mármore


+ mineralização de teor médio de magnetite; 5-Magnetite e mármore rico em magnetite
Figura 6.23.A.: Cortes transversais da zona central do Depósito do Monte Muande (adaptado
pelo Instituto Geológico de Belgrado, 1984; Lächelt, 2004)

BRODOIMPEKS (1984) descreve as seguintes paragéneses minerais:


*Ilmenite + magnetite titanífera + espinela + sulfuretos (baixo teor)
*A proporção de Fe/Ti (nos minerais) é de 2,69.
*A ilmenite forma jazidas muito pequenas, mas aparece também sob a forma de aglomerados
microscópicos de agulhas muito finas, em conjunto com magnetite e hematite.
*Estes minerais mantêm-se mais ou menos constantes ao longo de toda a intrusão.

O teor médio da composição química é apresentado na Tabela 6.22. (CUM, (1962). Real,
(1964).

Composição Conteúdo %
química

Fe (metal) 57,4 – 68,5

TiO2 0,7 - 1,9

P2O5 0,2 - 4,9

S 0,04 - 0,06

Tabela 6.22.: Composição química do Depósito do Monte Muande/Monte Fema

Foram descobertas concentrações sem viabilidade económica actualde apatite e magnetite


perto do cimo do Monte Muande, onde formam jazidas estratiformes, concordantes com a
foliação.

Em relação às possíveis reservas, estão disponíveis os seguintes dados:


*Na década de 1960, os recursos minerais foram avaliados em 818 Mt, numa jazida à
profundidade de 100 m, com 75 Mt de apatite e 220 Mt de magnetite.
*A equipa Brodoimpeks-Geosavodz destacou o depósito do Monte Muande, que consiste de
três horizontes ricos em magnetite e contendo também apatite, de orientação NE-SO e
cobertos por concentrações de magnetite eluvial.
**A principal jazida de magnetite tem 3500 m de comprimento e 800 m de espessura.
*Com base nos dados de Brodoimpeks, Cilek (1989) estimou o total dos recursos minerais até
uma profundidade de 140 m, em 17,3 Mt de ferro e 4,1 Mt P2O5. O teor médio de P2O5é
estimado em 4 - 5%, ao passo que, em amostras individuais, é possível encontrar até 11,4%
P2O5Brodoimpeks-Geosavodz (1984a,b).
*As rochas ricas em carbonato do Monte Muambe e do Monte Fema, localizado mais a
sudoeste, na margem sul do Rio Zambeze, foram analisados pelo GTK (2006), cuja opinião
foi de que estudos mais aprofundados poderão vir a justificar possíveis recursos minerais
industriais (carbonatos e fosfatos) em todo o Depósito do Monte Muambe-Monte Fema.

6.2.1.7.2. Evate (Monapo)


(Folha 1440)

O Depósito de Evate (Monapo) aflora na área circundante do Depósito de Mecuco (ver


6.2.1.5.1.

*Este depósito é sobretudo importante devido ao seu elevado conteúdo de apatite (ver
depósitos de fósforo).
*As mineralizações de magnetite e, em parte, de hematite, restringem-se a camadas de
mármore, passando-se o mesmo com a apatite.
*A exploração de ferro deste depósito só será possível se feita em combinação com a
exploração mineira do vizinho Depósito de Mecuco (6.2.1.5.1.) ou como um subproduto no
contexto da produção de apatite (Lächelt, 2004)

6.2.1.7.3. Meseca (Messeca)


(Folha 1531)

O depósito de ferro-apatite de Messeca (ver também 6.2.1.8.2.1.) localiza-se em calcários


metamorfoseados e mármores da Formação de Chíduè (P1CH): (anteriormente parte do Grupo
Fíngoè), que se encontra em contacto com o limite norte da jazida de gabro–anortosito da
Suíte de Tete: (P2T).

*A mineralização forma corpos mineralizados concordantes nos calcários metamorfoseados,


com direcção NE–SO e ângulo de inclinação sudeste de 20–40°.
*A extensão dos corpos de minério varia entre 100 e 1000 m, oscilando a sua espessura entre
5 e 20 m (Afonso e Marques, 1993).
*Os corpos de minério estão encaixados em calcários a uma profundidade de 100 x 2000 m,
ao longo da qual a magnetite e a apatite ocorrem como agregados minerais finamente
distribuídos. O mármore foi impregnado por gnaisse.
*De acordo com a Notícia Explicativa (1995), o corpo mineralizado tem cerca de 5,5 x 1,5 km
de comprimento, no segmento em que a magnetite e a apatite afloram, na zona de contacto do
mármore com as rochas de gabro-anortosito da Suíte de Tete.
*Há intrusão das rochas da Suíte de Tete no mármore, à imagem de outros depósitos minerais
ao longo do bordo da Suíte de Tete.
*Numerosos diques sieníticos e acídicos geologicamente mais jovens penetram no depósito.
*Na parte norte do depósito, o teor de mineralização é mais intensivo. Aqui, foram
descobertos 20 corpos mineralizados de magnetite, hematite e apatite, alojados em rochas
com magnetite e apatite finamente disseminadas.
*A magnetite e a hematite concentram-se em eluviões com 2-4 m de espessura e em aluviões.
*De acordo com Hunting (1984), a mineralização forma três zonas.
*As camadas de minério podem atingir a largura de algumas centenas de metros e são
compostas por mármores biotíticos com apatite, contendo apenas quantidades muito limitadas
de magnetite (ou mesmo nenhumas).
**Em alguns casos, contudo, grandes quantidades de magnetite (ver também apatite) podem
substituir o mármore, enriquecidas por pederneira.

As figuras 6.24. e 6.25. mostram a localização geológica das mineralizações ferríferas no


Depósito de Messeca.
Figura 6.24.: Carta geológica esquemática do depósito de ferro de Meseca (Messeca)

Figura 6.25.: Carta geológica esquemática do depósito de ferro de Meseca - Tchinconcue


Os minérios consistem em

*26,9% de magnetite
*19,3% de Fe (metal (total)
*9,2% de apatite
*3,92% P2O5.

De acordo com BRODOIMPEKS (1984), a magnetite pode formar corpos mineralizados


individuais ou, em certas zonas, ocorrer disseminada no mármore, ao passo que a apatite se
encontra distribuída por todo o depósito. Contudo, há partes do mármore em que a magnetite
está totalmente ausente.

As reservas são indicadas por:


*Afonso & Marques (1993), com 150 Mt (para uma jazida mineralizada de 150 x 100 m e
com 100 m de aluvião)
* Brodoimpeks (1984), com 16,62 Mt de metal Fe e 3,85 Mt P 2O5 em jazidas primárias, e
2,68 Mt de metal Fe e 0,295 Mt P2O5em eluviões.

6.2.1.8. Escarnito e metassedimentos com minério de ferro e ferro-cobre na província


geológica de Tete-Angónia e na Zona de Fíngoè (Supergrupo)

Os quartzitos Fe proterozóicos ocorrem nos Supergrupos de Zâmbuè (P2ZB) e Fíngoè do


Mesoproterozóico (P2F) (ver escarnito e metassedimentos com Fe–Cu).

Estas ocorrências não foram estudadas. Os dados existentes não são suficientes para uma
avaliação económica.
Os dados disponíveis (2013) mostram mineralizações não económicas, mas o
desenvolvimento de eventuais novos métodos para o tratamento de minério e a evolução dos
preços, sobretudo no caso do cobre, podem tornar estas ocorrências interessantes em matéria
de prospecção.

6.2.1.8.1. Escarnito e metassedimentos com minério de ferro na província (geológica) de


Tete-Angónia

São conhecidos os seguintes depósitos e ocorrências na província geológica de Tete-Angónia,


a norte:

Cassera
* Maiu-a-Chipunga
* Nhancungue

6.2.1.8.1.1. Cassera
(Folha 1431)

A Ocorrência de Cassera ocorre no Supergrupo mesoproterozóico de Zâmbuè (P2ZB).


A ocorrência situa-se entre as montanhas de Tschacadzi e Mombe.

*A ocorrência de Fe é composta por quartzíticos mineralizados, rochas magmáticas e por


lentículas de hematite em gnaisses (Real 1961/64, 1966).

A composição dos minérios é indicada na Tabela 6.23.:

Composição Conteúdo
química %

Fe (metal) 56,30

SiO2 19,19

MnO 0,14

P2O5 0,01

S 0,21

TiO2 0,21

Tabela 6.23.: Composição química da Ocorrência de Cassera


62.1.8.1.2. Maiu-a-Chipunga
(Muiu-Chipungo) (Folha 1431)

A Ocorrência de Maiu-a-Chipunga localiza-se na margem do Rio Mesunga.

*Ocorre em rochas granito-gnáissicas e granulitos, intersectados por diques doleríticos e


pegmatíticos.
*O corpo de minério tem uma extensão de 180 x 9,8 m e inclinação vertical. Provavelmente
devido aos diques doleríticos vizinhos, o minério mostra um conteúdo elevado de titânio
(Tabela 6.24.).

Composição Conteúdo
química %

Fe (metal) 58,30

SiO2 1,59

MnO 0,18

P2O5 0,13

S 0,01

TiO2 5,69

Tabela 6.24.: Composição química da Ocorrência de Maiu-a-Chipunga

6.2.1.8.1.3. Nhancungue
(Folha 1434)

O Depósito de Nhancungue situa-se no Grupo mesoproterozóico (P2AG) de Angónia. Ocorre


perto de Tsangano, na fronteira com o Malawi.
Este depósito estende-se ao Malawi, onde é conhecido como Depósito de Dzondze.

*O depósito é composto por várias lentículas de hematite, com orientação NO-SE e extensão
de 100 x 2,5 m.
*A rocha hospedeira é composta por biotite e gnaisses anfibólicos, intersectados por veios de
quartzo.

A Tabela 6.25. mostra a composição química do depósito.

Composição Conteúdo
química %

Fe (metal) 63,91

SiO2 2,57

MnO

P2O5 0,65

S 0,01

TiO2 0,33
Tabela 6.25.: Composição química do Depósito de Nhancungue

6.2.1.8.2. Depósitos e ocorrências de ferro-cobre na Formação de Chíduè (P1CH) e no


Supergrupo de Fíngoè (Zona) (P2F)

6.2.1.8.2.A. Formação de Chíduè (P1CH

A Formação de Chíduè (P1CH) aflora em contacto com o limite norte da jazida de gabro–
anortosito da Suíte de Tete (P2T).

*A Formação paleoproterozóica de Chíduè é composta por calcários metamorfoseados e


mármores.
*Estão identificadas duas localizações ricas em cobre:

**Messeca
**Monte Tumba (com o Monte Tchiconcue)

6.2.1.8.2.1. Messeca e Monte Tumba


(Folha 1531)

Os Depósitos/Ocorrências de Messeca (ver também 6.2.1.7.3.) e do Monte Tumba /Monte


Tchiconcue estão identificados como depósitos de ferro-apatite (ver 6.2.1.7.3.). Contudo,
estão também presentes mineralizações de Cu.

*Em geral, os corpos de minério metassedimentares de escarnito do Depósito de Messeca–


Monte Tumba formam bolsas e lentículas irregulares, de acordo com a camada (Figuras 6.A. e
6.B.).
*O comprimento dos corpos de minério apresenta grandes variações - designadamente, entre
40 e 140 metros -, mas raramente atingindo os 200 metros.
*A espessura é de 2 a 8 m (Afonso &Marques, 1993; Lächelt. 2004).
*Real (1961/64) distinguiu três tipos de mineralizações:

**Magnetite + hematite
**Magnetite com granada finamente distribuída
** Impregnações de magnetite

***As mineralizações de tipo magnetite + hematite compõem-se de magnetite compacta,


que só raramente forma cristais e apresenta estrutura laminar.
Há presença de sulfuretos sob a forma de bornite e calcopirite, mas raramente foram
observados.

A composição química da magnetite do Monte Tumba é indicada na Tabela 6.26.

Composição Conteúdo %
química

da
magnetite

Fe (metal) 65,30
SiO2 4,90

Mn 0,50

P2O5 0 037

S 0,0

TiO2 Vestígios

Tabela 6.26.:Composição química da magnetite do Monte Tumba (Lächelt, 2004)

A composição química da magnetite do corpo de minério do Monte Tumba é indicada na


Tabela 6.27.

Composição Conteúdo
química %

Fe (metal) 62,48

SiO2 5,99

MnO 0 094

P2O5 0 034

S 0,0

TiO2 Vestígios

Tabela 6.27: Composição química do corpo de minério principal do monte Tumba

6.2.1.8.2.B. Supergrupo de Fingoè (P2F)

O Supergrupo de Fíngoè (P2F) estende-se desde a Suíte de Atchiza (na Barragem de Cahora
Bassa), em direcção SO a NE, até à localidade de Fíngoè.

*O Supergrupo mesoproterozóico de Fíngoè (P2F) é composto por conjuntos rochosos


granito-gnáissicos e uma sequência de metassedimentos quartzítico-carbonáticos (calcários
cristalinos/mármores)
As mineralizações são de ferro e de minerais de cobre, estando estes últimos associados a
rochas de escarnito.

No Supergrupo de Fíngoè (Zona), foram identificados os seguintes depósitos e ocorrências:

*Monte Mancupiti
*Monte Muenguè - Rio Mucanha
*Luzina
*Camitala

6.2.1.8.2.2. Monte Mancupiti


(Folha 1531)
*A ocorrência do Monte Mancupiti é de tipo escarnítico, com epídoto, hedenbergite e
granada.
*O escarnito ocupa áreas muito grandes, com a granada a formar por vezes secções
monominerais.
*A epidotização distribui-se também por grandes territórios.
*Devido às intrusões de tipo hipabissal (Real, 1961/62), a magnetite/hematite domina e
ultrapassa a quantidade de sulfuretos de cobre, embora estes nunca estejam totalmente
ausentes.
*A mineralização de escarnito forma corpos estratiformes, mas aparece igualmente na rocha
hospedeira.
* A magnetite ocorre também em bolsas, que muito frequentemente estão incrustadas na
rocha hospedeira.

A composição geral do minério é indicada na Tabela 6.28.:

Composição Conteúdo
química %

Fe (metal) 47,70

SiO2 14,74

MnO 0 084

P2O5 0 015

S 0,0

TiO2 Vestígios

Tabela 6.28.: Composição química do Depósito de Nhancungue

As reservas totais estimadas para Messeca + Muenguè – Lusina são de 3,5 Mt (Real, 1961,
1966).

6.2.1.8.2.3. Monte Muenguè e Rio Mucanha


(Folha 1531)

Os Depósitos do Monte Muenguè e do Rio Mucanha consistem em cinco jazidas, que se


estendem por uma área com 3,5 Km de extensão e direcção NO-SO, coincidente com a Zona
de Fingoè.

*Nos calcários, os minérios são porfíricos.


*O maior corpo de minério tem uma superfície de cobertura de 125,0 x 72,5 m e 20 m de
profundidade.
*É um facto peculiar que a hematite domine e ultrapasse o conteúdo de magnetite.
*Nos contactos com calcários, anfibolitos e granitos,
*a magnetite ocorre em bolsas de 160 x 20 m. O cobre ocorre como mineral secundário.

A composição química da magnetite é mostrada na Tabela 6.29.

Composição Conteúdo %
química

da
magnetite

Fe (metal) 58,88

SiO2 7,69

Mn 0,09

P2O5 0069

S 0 092

TiO2 0,19
Tabela 6.29.: Composição química da magnetite do monte
Muenguè

A composição geral dos minérios é indicada na Tabela 6.30.

Composição Conteúdo %
química

Fe (metal) 55,0

SiO2 5,32 - 9,28

P2O5 0,049 - 0,089

TiO2 0,11 - 0,27 Tabela 6.30.: Composição química do Depósito do Monte


Muenguè (Afonso & Marques, 1993)
Cu 4,16
O total das reservas de minérios (demonstradas e inferidas) é de
6,35 Mt (Lächelt, 2004).

6.2.1.8.2.4. Luzina
(Folha 1531)

O depósito localiza-se no granito/granodiorito da Suíte do Monte Sanja/P2SJ (anteriormente,


Granito Pós-Fíngoè) e em Fe-quartzitos.
Algumas partes do afloramento são de sienito, que se transformou em hornfels com
magnetite, hematite, epídoto e granada ou em escarnitos com magnetite e granada
subordinada.
Os Fe-quartzitos (com hematite) são metamorfoseados e apresentam bandas nítidas.

*Os depósitos de Luzina contêm, igualmente, magnetite e hematite.


*As concentrações de minérios ocorrem na dependência do contacto com o granito.
*Nos afloramentos de granito/granodiorito, estão presentes microclina, albite, quartzo,
epídoto, esfena e anfíbolo.
*Os afloramentos têm dimensões de 120 x 60 m e 70 x 40 m, respectivamente.

A composição química da magnetite é indicada na Tabela 6.31.


Composição Conteúdo %
química

da
magnetite

Fe (metal) 65,82 - 68,70

SiO2 1,35 - 4,35

Mn 0,07 - 0,19

Cu 0,20
Tabela: 6.31: Composição química da magnetite no Depósito de
S 0 032 Luzina
TiO2 0 007
Todos os depósitos de magnetite contêm concentrações de
magnetite e granada em eluviões e aluviões.
O total das reservas de minérios (demonstradas e inferidas) é de 1,7 Mt (Lächelt, 2004).

6.2.1.8.2.5. Camitala
(Folha 1530)

A Ocorrência de Camitala situa-se perto de Atchiza.

*As zonas hematitizadas do depósito (Real, 1961) localizam-se dentro dos quartzitos verdes
epidotizados ou dos quartzitos brancos granatíferos com epídoto.
*Os Fe-quartzitos (com hematite) são metamorfoseados e apresentam bandas nítidas.
*A espessura das zonas de minério é inferior a 1 m, com afloramento ao longo de 15 km.
*Os minérios de Camitala contêm alguma magnetite.
*O corpo de minério é composto por muitos filonetes estreitos (com alguns cm, no máximo)
de hematite e quartzo.

A composição química da magnetite é indicada na Tabela 6.32.

Composição Conteúdo %
química

da
magnetite

Fe (metal) 58,41

Mn 0,04

P2O5 0,03 Tabela 6.32.: Composição química da magnetite na Ocorrência


TiO2 0,15
de Camitala

6.2.2. Mineralizações de manganês


(Folha 1632/33)

Em Moçambique, estão apenas identificadas mineralizações de Mn sem importância


económica.
As mineralizações de manganês afloram no Grupo Paleoproterozóico de Rushinga (P1RN),
numa região dentro das coordenadas 16°35'–16°50'S e 32°50'–33°03'E (SO da província de
Tete, na fronteira com o Zimbabué).
A zona do depósito ocupa uma superfície de cerca de 35 x 7,5 km.
As mineralizações de Mn concentram-se em três áreas potenciais (Figura 6.25/26).

Figura 6.25/26.: Localização das ocorrências de Mn.

*De acordo com Alves, 1961/64, nas três áreas potenciais de mineração é possível distinguir
quatro zonas de mineralização:

**Ocorrência de Mazoe N na área de Foia: 5 corpos de minério


**Ocorrência de Mazoe S: 2 corpos de minério
**Ocorrência de Catambula: 3 corpos de minério
**Ocorrência de Blaundi Bonga: 1 corpo de minério
*As rochas hospedeiras das mineralizações de Mn são metassedimentos de quartzo–
feldspato–biotítico e, ocasionalmente, gnaisses anfibolíticos e granatíferos com espessartina,
xistos anfibolíticos meteorizados, migmatitos e calcários metamorfoseados com diópsido e,
em casos excepcionais, diques graníticos, pegmatíticos e doleríticos.
*Os minérios de manganês formam lentículas alojadas nestas rochas metamorfoseadas.
*Toda a sequência rochosa foi sujeita a dobramento, em sequência do qual os eixos mudaram
de direcção continuamente.
*As lentículas e nódulos de minério acompanham a textura granular do gnaisse.
*Os minérios de Mazoe são compostos por uma mistura de óxidos de Mn, amiúde com
silicatos e carbonatos de Mn.
*A estes minérios estão associadas granadas com manganês. A magnetite está presente
localmente.
*O depósito compõe-se principalmente de minérios maciços. Por vezes, os nódulos são de
tipo concêntrico (Lächelt, 2004).

A Tabela 6.32. indica as características das mineralizações de Mn (Alves, 1961/64; Lächelt,


2004) e as reservas estimadas. A Tabela 6.32. indica a composição química (%) da
mineralização de manganês.

Área Zona de Dimensão do Descrição das Reservas


potencial Mineralização: corpo de mineralizações
Corpos de minério, minério
afloramentos
Foia Mazoe norte 1 = 2 a 5 m de Massas de lentículas e Foia (Rio Cagosa ):
espessura nódulos, concordantes
Corpos de minério: 60 000
1,2,3 2 = 2 a 6 m de com a textura do gnaisse (provavelmente)
espessura
(REAL, 1966)
3 = não há
dados
disponíveis
Dique (Mazoe):
quanto à
espessura 150 000 t
Entre Lagosa e Estende-se por O principal mineral é a
Inhamatica uma área de 3 pirolusite, com os (RIBEIRO, (1952)
km; 4 = 3 m de seguintes minerais
Rios espessura subordinados: rodonite,
Corpo de minério: espessartina, rodocrosite,
4 hematite, magnetite

Mn-granada, Fe-carbonato
Mazoe Sul Estende-se por Psilomelano
uma área de 4
km, com 3,5 m
de espessura
Catambula Bacia hidrográfica 150 m x 0,5 = Zona entre gnaisses
entre Chioco e 1,0 m de anfibolíticos contendo
espessura pirolusite e granada
Catambula
gnaisse
Montanha de Sem dados No leito fluvial perto da
Inhandendje
foz do rio Nhacolombe
4 km a Sul de 1,5 a 2,5 km de Cascalheira com pirolusite
Catambula comprimento e

*Rodonite; minerais:
pirolusite, rodonite,
granada

Blaundi– 2 km NNO do Sem dados Prolongamento sul de Foia


Bonga Monte Nhacomo
Zona de gnaisses
mineralizados com

calcários metamórficos,
localizada em 2 cadeias
montanhosas paralelas;

Tipo de mineralização I:
pirolusite;

Tipo de mineralização II:


jacobsite, rodonite,
hematite

Tabela 6.32: indica as características das mineralizações de Mn (Alves, 1961/64; Lächelt,


2004) e as reservas estimadas.

Os minérios da Ocorrência de Foia afloram sob a forma de duas cordilheiras de orientação


N–S. A norte do Rio Mazoe, o afloramento segue uma direcção noroeste.
As lentículas de Mn possuem dimensões de cerca de 200 x 12 x 14 m (Real, 1966; Lächelt,
2004).
Os nódulos variam de tamanho entre apenas alguns centímetros e 1 m, formando
frequentemente acumulações densas.
No gnaisse granatífero, o minério concentra-se em pequenas camadas.
Os nódulos também ocorrem na crosta de meteorização.

*O principal mineral é a pirolusite,


*A rodonite aparece associada a espessartite, rodocrosite, hematite, Mn-magnetite e Mn-
granada.

A pirolusite formou-se em resultado da meteorização da rodonite e da rodocrosite, através da


meteorização da espessartina.
A rodocrosite é uma pedra adequada para fins decorativos.
De acordo com Real (1961/64), os minérios são de origem sedimentar e sofreram alterações
no decurso de processos subsequentes de metamorfismo regional, mas é também possível que
os sedimentos tenham sido afectados por metamorfismo de contacto, resultando na formação
da rodonite.

A composição química dos dois tipos de minérios mencionados é indicada na Tabela 33.:

Tipo de Mn SiO2 P
minérios
Pirolusite 53,17 8,9 0,01

( Foia 1)

Rodonite 44,69 24,3 0 006

Tabela 33.: composição química (%) da mineralização de manganês

As reservas estimadas são muito baixas, não se encontram bem documentadas e estão,
provavelmente, incorrectas (Tabela 6.32).
A Ocorrência de Catambula fica a cerca de 20 km a noroeste de Foia.
A mineralização é composta exclusivamente por pirolusite.
Ainda não foram realizados estudos detalhados.
6.3. Titânio

Moçambique possui um dos maiores potenciais no mundo para o titânio. Existem diferentes
tipos de depósitos de minerais de titânio. As Areias de Minerais Pesadas (AMP) são a
principal fonte de depósitos de minério de titânio. Os depósitos de Areias de Minerais Pesadas
(AMP) e outros Minerais Pesados (MP) constituem a maior fonte de depósitos de minério de
titânio.
Os depósitos de Areias Minerais Pesadas são a principal fonte de produção de titânio e
Moçambique tem provavelmente o maior depósito do mundo (Corridor Sands/Chibuto), e
outros depósitos pertencentes ao grupo dos dez maiores depósitos de titânio do mundo (por
exemplo Moma/Moebase).
De acordo com Lächelt (2004), os placers de Areias Minerais Pesadas ocorrem em dunas
costeiras e interiores, em areias costeiras e de praia, paleodeltas e linhas costeiras, bem como
em deltas submarinos (actualmente sem qualquer interesse económico).
Actualmente, os placers onshore, especialmente as dunas, dunas erodidas/consolidadas, areias
de plataforma, depósitos paleo-deltaicos, constituem os principais depósitos de relevância
económica.
Embora existam placers de praia, estes são geralmente de importância económica limitada (na
sua maioria, são pequenos depósitos e estas reservas mudam com o regime marinho).

Em Moçambique ocorrem os seguintes tipos de depósitos de minerais de titânio:

*Areias de Minerais Pesadas (AMP) e sedimentos siltíticos (MP)


*Magnetite magmática, titano-magnetite e depósitos eluviais associados
*Mineralização de titânio associada a intrusões alcalinas
*Pegmatitos com titânio
*Metassomatitos com rútilo

A Figura 6.26. mostra a distribuição regional dos depósitos e ocorrências de minerais de


titânio em Moçambique.
Figura 6.26.: Distribuição regional dos depósitos e ocorrências de minerais de titânio em
Moçambique.
6.3.1. Areias de Minerais Pesadas (AMP) com Ilmenite, Rútilo e Zircão

Com base nos depósitos de areias minerais pesadas (AMP), localizados ao longo da maioria
dos seus 2 700 km de costa, Moçambique tem potencial para se tornar um dos principais
produtores mundiais de ilmenite (para FeTiO2).
As AMP são a fonte mais importante de titânio em Moçambique.
Contêm, igualmente, zircónio, andaluzite, magnetite e os minerais radioactivos leucoxena,
monazite, bem como quantidades menores de outros minerais, incluindo vanádio (Grantham
et al., 2011).

Há cerca de 30 depósitos e ocorrências que podem servir, se necessário, para aumentar o


potencial economicamente utilizável de titânio.

Alguns dos depósitos mais importantes são os seguintes (2013):

*Chibuto (Corridor Sands) (Mineralização de MP)


*Xai (AMP)
*Moebase (AMP)
*Moma (AMP)
* Outras ocorrências de AMP na zona costeira

6.3.1.1. Chibuto (Corridor Sands)


(Folha 2533, 554556/7272167)

O Depósito do Chibuto está localizado no rio Limpopo, a cerca de 190 km a norte de Maputo
e a 50 km para o interior a partir da actual linha costeira, perto da cidade de Chibuto, na
Província de Gaza.
Este depósito foi descoberto em 1997.
O depósito de Chibuto é um dos maiores (provavelmente o maior) depósitos de minerais
pesados do mundo, com uma vida útil estimada de mais de cem anos.

Os recursos, de acordo com diferentes fontes de informação, são caracterizados da seguinte


maneira:

*Os sedimentos siltosos e de areias pesadas de Chibuto cobrem uma área de cerca de 11 000
hectares
* O depósito é composto por quatro áreas (duas áreas grandes e duas pequenas) com dois
grandes blocos na área maior, chamados Blocos Ocidental e de Leste.
*Os minerais são ilmenite (óxido de ferro-titânio), rútilo e leucoxena (ambos dióxido de
titânio quase puro) e zircão (silicato de zircónio).
*O depósito tem potencial para produzir (Informações da imprensa, 2012):

72 Mt de ilmenite
2,6 Mt de zircão
400 000 t de rútilo

*A espessura das camadas compostas por minerais pesados (> 2% MP) no local pode ir até
aos 70 - 80 m (Lächelt, 2004)
*Há 14 000 Mt de areias ricas em ilmenite e sedimentos siltosos, com um grau de minerais
pesados médio de 4,9% (Estatísticas MBendi, 2006).
*Recursos medidos (comparados com as informações da imprensa acima) de 1765 Mt com
4,14% de ilmenite e um recurso indicado, contendo 73 Mt de ilmenite (WMC, Southern
Mining Corporation, 2003).
*As concentrações de minerais pesados são caracterizadas pela ausência ou teores bastante
baixos de minerais Cr, V e radioactivos:

**Ilmenite:
>0,1% Cr2O3
>0,5% V2O5
Óxidos de Fe = baixos

* Limitados aos depósitos costeiros do norte de Moçambique, os minerais radioactivos, como


a monazite e o zircão, são encontrados apenas em quantidades muito baixas (Lächelt, 2004).

Geneticamente, o Depósito de Chibuto corresponde a um tipo paleodeltaico/paleocosteiro,


provavelmente transportando as águas dos actuais rios Limpopo, Zambeze, Sashi e Kafui. Os
paleo-rios depõem minerais pesados na foz, o delta deste antigo sistema fluvial do
Limpopo/Zambeze na área de Chibuto.
O depósito foi provavelmente formado durante os paleodeltas/paleo-linhas costeiras do
Pleistoceno devido ao transporte dos materiais que ocorre principalmente a partir do
Complexo de Bushveld, mas também possivelmente a partir do Cratão do Zimbabué.
A acção granulométrica da segregação das condições deltaicas causou a formação de uma
concentração natural de minerais pesados em 18-20% dos depósitos siltosos. O afloramento
do depósito ocorre próximo da superfície e estende-se até uma profundidade de 60 a 70 m
(Notícias, 17/08/1999, Lächelt, 2004)

A capacidade estimada (2004) da unidade de transformação foi projectada para uma produção
de até cerca de 400 000 tpa de sulfato e escórias de cloreto de dióxido de titânio, com uma
produção de subprodutos correspondente a aproximadamente 200 000 tpa de ferro,
juntamente com rútilo e zircão (GTK, 2006).
.
Em Junho de 2005, a BHP Billiton adquiriu a WMC, assumindo consequentemente a
responsabilidade pelo projecto relativo às Areias de Minerais Pesadas de Chibuto. No entanto,
a BHP Billiton consiste também numa parceria de joint venture de 50% com o projecto
Richards Bay Minerals (RBM) na África do Sul, mas algumas características do minério
indicam que podem haver problemas com o processamento em Richards Bay (composição e
tipo de minério).
Esperava-se um elevado nível de produção, de 1 milhão de toneladas/ano de escória de
titânio.
No entanto, actualmente (2013), o futuro deste depósito está ainda à espera de uma resolução
final.

Existem algumas questões que devem ser tidas em consideração:

*A elevada espessura do corpo de minério produtivo requer um regime de extracção


tecnicamente especial.
*A enorme quantidade de minério que terá de ser extraído pode influenciar os preços de
mercado do titânio de modo que, no final, o custo do produto final possa ser inferior ao custo
de produção (portanto, é necessário um produtor, que seja ao mesmo tempo, um grande
utilizador)
*A consistência do minério, com elevado teor siltoso, exige um tratamento diferente em
relação às AMP costeiras.
*A composição do minério também difere das AMP costeiras e, portanto, requer soluções
especiais em termos de tratamento tecnológico.

No entanto, se estas questões forem controladas, Chibuto irá tornar-se numa mina única no
mundo.

6.3.1.2. Xai - Xai


(Folha 2533)

A empresa italiana Aquater SPA começou a exploração das AMP no início dos anos 1980 ao
longo da costa do Xai-Xai, perto de Chongoene (Aquater, 1985). A empresa realizou
actividades adicionais de exploração em 1997. A última exploração pela Rio Tinto tem-se
centrado na folha cartográfica 2533 no Xai-Xai (Albanese, 2005). A Rio Tinto Exploration
delineou um significativo recurso de AMP (GTK, 2006).

* O grau de minerais pesados no Xai-Xai é relatado como sendo muito menor do que o do
Chibuto (Lächelt, 2004).
*A Aquater (1985) reportou um recurso de 480 Mt com uma gradação total de 6% de
minerais pesados (THM).
**Os recursos minerais medidos são relatados como sendo da ordem de 189 Mt, com 4,3% de
THM, um valor indicativo de 982 Mt com 2,6% THM e uma estimativa de 879 Mt com 2,9%
THM.
*A Rio Tinto reconhece reservas totais de 186 Mt, com 4,4% THM, dos quais 59,6 Mt já
foram provadas, 112,7 Mt são vistas como prováveis, e 13,8 Mt como possíveis (RTZ, 2004).
*Diz-se que o depósito contém 49 Mt de THM concentrado, com 66% de ilmenite, 0,4% de
zircão e 0,5 a 0,7% de rútilo.

De acordo com relatos da AQUATER (1985), a formação destes placers pode estar ligada ao
regime climático-paleogeográfico durante a última era interglaciar.

6.3.1.3. Moebase (Lipobane, Naburi e Mecalonga/Tigen)


(Folha 1738)

O depósito de areias minerais de Moebase (Moebase) perto de Pebane está localizado em


Moçambique ao longo da costa norte do país a 17°02'30"sul, 38°55'00" leste e em elevações
entre 0 m e 100 m acima do nível médio do mar (amsl) dado que os depósitos estão
aproximadamente 390 km a nordeste da Beira.

De acordo com a Pathfinder Minerals plc (2011) as áreas ricas em minerais podem ser
divididas em nove depósitos. Tratam-se dos seguintes:

*Depósito de Moebase M1 – formação de dunas costeiras emergentes


*Depósito de Moebase M2 – formação de dunas costeiras (móveis) interiores
*Depósito de Molocue M0 – formação de dunas costeiras emergentes
*Depósito de Lipobane L1 – formação de dunas costeiras emergentes
* Depósito de Lipobane L2 - formação de dunas por acreção
* Depósito de Lipobane L3 - formação de dunas por acreção
* Depósito Decksand D1 - formação de paleodunas
* Depósito Decksand D2 - formação de dunas paleo no interior do depósito D1

Os depósitos M1, M0 e L1 formam um grupo geológico como os depósitos encontrados nas


formações de dunas mais recentes, mas estão separados uns dos outros por sistemas fluviais.
*O depósito M1 está associado ao complexo de dunas costeiras actualmente activo e a
complexos de praia/duna acrescidos mais recentes. Estende-se por cerca de 15 km a partir do
Rio Moebase até ao Rio Molocue e atinge uma largura máxima de cerca de 1,5 km. O
complexo de duna consiste em dunas móveis e camadas de areias, planícies inter-dunas de
baixa elevação e pântanos. As dunas atingem uma altura máxima de cerca de 15 m.
*A área inter-dunal consiste em material de praia acrescido, frequentemente coberto por uma
camada de granulação grossa desfasada, reflectindo assim a migração da duna.
*Os depósitos M2, L2 e L3 são formações de dunas acrescidas localizadas no interior das
formações de dunas costeiras.
*Os depósitos de areia em plataforma D1 e D2 e Naburi são formações de paleo-dunas mais
antigas localizadas bem no interior da moderna extensão de praia (Pathfinder Minerals plc,
2011).

As areias da praia em Moebase contêm entre 4,6% e 5,3% de minerais pesados, incluindo
ilmenite, rútilo, zircão, magnetite e monazite.
Do total de minerais pesados, 66 a 68% representam ilmenite, que contém 53 a 56% de TiO2.
Os recursos na área de Moabase (Folha 1738, 420235E / 8101968N) foram estimados em
cerca de 72 Mt de ilmenite (Mining Journal, Fevereiro de 2000, Edição Especial).

De acordo com a BHP Billiton, os recursos de Moebase constituem um dos maiores depósitos
de areias minerais pesadas do mundo, comparável em tamanho a Richards Bay (BHP Billiton
2002, BHP Billiton 2005)
*Billiton plc. O Projecto TiGen (1998) define um recurso de minerais pesados de 31 Mt de
TiO2 em Moebase.
*A Pathfinder Minerals plc (2011) mostra Estimativas Históricas de Recursos Minerais (com
base no modelo de Gencor (Tabela 6.33.).

MP TiO2
Tonelagem Grau Recurso
Depósito (milhões) (% MP) Tonelagem Tonelagem Classificação1
(milhões) (milhões)
Moebase 205,4 4,6 9,45 4,03 Medido
Lipobane 193,6 4,7 9,10 3,88 Estimado
Molocue 67,4 5,3 3,57 1,52 Estimado
Moebase
3,3 9,1 0,3 0,1 Estimado
Entre marés
Total
469,7 4,77 22,42 9,53
Costeiro
Areia de
plataforma 1147,1 3,1 35,56 16,29 Medido/Estimado
Naburi 404 3,4 13,74 5 Estimado
Total
2020,8 3,55 71,72 30,82
Projecto
Fonte: Billiton, Estudo de Viabilidade Detalhado da TiGen, Fev., 1998; Relatório Geológico
Detalhado da TiGen, Setembro de 1997
1) A classificação de recursos da Billiton não está em conformidade com os actuais códigos
de classificação de recursos da Aus IMM, CIM ou SAMREC.
Tabela 6.33 .: Estimativas Históricas de Recursos Minerais com base no modelo da Gencor
(citado de Pathfinder Minerals plc, 2011).

URS/Scott Wilson reclassificou os recursos de acordo com as normas da CIM como mostra a
Tabela 6.34.

Conteúdo em Minerais
Categoria Toneladas Grau (% MP) Pesados
(milhões) (milhões de t)
Indicado 1,353 3,33 45,01

Estimado 668 4,00 26,71

Total 2,021 3,55 71,72


Tabela 6.34.: Recursos Minerais de acordo com a CIM (citado de Pathfinder Minerals plc,
2011).

Relativamente às areias dos depósitos próximos, Lächelt (2004) apresenta o seguinte:

* Moloque, 67,7 Mt, contendo 5,3% de MP


* Limpobane 190,7 Mt com uma granulometria de 4,7% de MP e 801,5 Mt contendo 3,3% de
MP na plataforma de areia.

6.3.1.4. Moma
(Folha 1639)

Moma é um dos maiores depósitos de minerais de titânio do mundo, situado na linha costeira
do Oceano Índico, a cerca de 160 km da cidade de Nampula.
A mina pertence e é operada (2012) pela Kenmare Resources.
Esta faixa de costa é dividida (Grantham et al., 2011) numa

*uma parte sul (15 km) entre os rios Ligonha e Momae


*uma parte norte (60 km) entre os rios Moma e Meluli

A parte sul do depósito engloba uma praia quase horizontal, com uma borda coberta por uma
ravina costeira com 5 m de altura.
A parte norte do depósito compreende uma extensão relativamente recta de praia, ao longo da
qual o Terraço Tanga e o Terraço superior Mtoni se podem delinear.
O complexo mais recente compreende 4 a 6 ravinas e dunas curtas, longitudinais, parabólicas,
com um eixo direccional norte-nordeste e uma altura máxima de cerca de 10 m.

* Os minerais pesados, compreendendo ilmenite, rútilo, zircão e monazite, ocorrem em baixas


concentrações nas dunas e em depósitos com maior teor nas praias (Cílek, 1982; Grantham et
al., 2011).

Moma contém vários depósitos de areia, que incluem:


*Namalope
*Congolone
*Nataka
*Pilivili
*Mualadi
*Mpitini
*Marrua
*Quinga Norte
*Quinga Sul

*A mineralização de superfície pesada ocorre em unidades de areia perto das planícies de


Namalope e nas áreas de dunas elevadas de Tupuito.
* Os depósitos de areia de MP ocorrem numa sequência de areias com textura granular fina a
média e em areias siltosas consolidadas com unidades de argila.
* A mineralização constitui-se em cerca de 85% de ilmenite, 5% de zircão e 2% de rútilo,
com variações mínimas entre as unidades. Contém também pequenas quantidades de
monazite, estaurolite e quartzo.
* Os minerais de ilmenite e rútilo de titânio e o zircão são usados para a produção de
pigmentos de dióxido de titânio.
**A mineralização inclui também algumas quantidades de monazite (Ce, La, Nd, Th) PO4,
um mineral que, por um lado, pode influenciar a tecnologia (radioactividade) mas, por outro
lado, pode ter uma importância económica (solos raros).
* A produção começou em 2007 com concentrados de minerais pesados (CMP) contendo
minerais de ilmenite, rútilo e zircão.
**A produção total de CMP em 2011 foi de 842 900 t.
**Os volumes de produto finais totalizaram 636 800 t de ilmenite, 43 500 t de zircão e 6500 t
de rútilo **Em 2011 foram expedidas cerca de 730 400 t de produtos acabados.
* Actualmente (2012), está a ser explorada a porção de Namalope do depósito.
* A mina tem uma reserva de cerca de 26 Mt de ilmenite, 1,8 Mt de zircão e 0,55 Mt de rútilo
(Kenmare, 2011). Os dados para as reservas de monazite não foram publicados (2012).
*Grantham et al., (2011) relataram que a Kenmare Resources tinha calculado uma reserva
mineira com um recurso de minerais pesados de 469 Mt de minério (areia) com um conteúdo
total de 4,3% de minerais pesados e, mais especificamente, um recurso de ilmenite de 16,4 Mt
* O plano (2012) inclui uma expansão da mina de Moma através da investigação sobre os
depósitos AMP vizinhos:

** Depósito de Moma – Namalope


**Depósito de Congolone
**Depósito de Nataca
**Depósito de Topuito
**Depósito de Pilivili
**Depósito de Mualadi
**Depósito de Mpitini
**Depósito de Marrua
**Depósito de Quinga

* A expansão envolve o aumento de produção da mina de Moma em cerca de 50% para


aproximadamente 1,2 Mt por ano de ilmenite e produtos associados.
* A capacidade actual da mina em plena produção é de 800 000 t/a (Kenmare, 2011).

6.3.1.5. Congolone
A duna de Congolone está localizada a cerca de 150 km a norte de Moma, em Angoche. A
duna tem 8 km de comprimento e 1 km de largura, com uma altura média de 25 m. É uma
duna transversal com cristas transversais menores e barchanoidais (Cílek, 1982).

* Lächelt (2004) caracterizou o depósito da seguinte forma:


**"Congolone situa-se entre 15 ° 40'-16 ° 50'S e 39 ° 10'-40 ° 25'E e estima-se que contenha
mais de 72 Mt de areias de ilmenite com um conteúdo de AMP superior a 4% em certos locais
(estes dados provavelmente incluem os depósitos de Moma e Quinga).
**O conteúdo de MP varia entre 3,1 e 4,1%, consistindo maioritariamente em ilmenite,
estando a reserva deste estimada em cerca de 58 Mt (estes dados provavelmente incluem os
depósitos de Moma e Quinga).
**O conteúdo de TiO2 do ilmenite varia entre 52 e 55%, estando de acordo com o valor da
composição mineral teórica calculado em 52,73%.
**Há grandes quantidades de areias minerais pesadas com baixas percentagens de minerais
pesados (<2%)".
* A Kenmare Resources descreveu uma reserva comprovada de 167 Mt de minério com um
teor total de minerais pesados de 3,3% (Grantham et al., 2011).

6.3.1.6. Outras ocorrências de AMP na zona costeira

As áreas com perspectivas de areias minerais pesadas ao longo dos 2700 Km de costa
moçambicana (excluindo os depósitos descritos acima) são:

* Zona litoral entre fronteira da Tanzânia e da foz do rio Lúrio


* Zona costeira entre Quinga e a foz do Rio Zambeze
*Área costeira de Inhasorro
*Zona costeira entre Inhambane (Tofo-Miramar) e Ponta do Ouro (fronteira com a
África do Sul)

6.3.1.6.1. Zona costeira entre a fronteira da Tanzânia e a foz do Rio Lúrio

Os depósitos de placers ocorrem tanto nas areias de dunas eólicas como de praia na Bacia do
Rovuma. Há enriquecimentos de minerais pesados, ilmenite, rútilo e zircão ao longo de toda a
costa do Oceano Índico, embora com mais frequência nas imediações da foz de grandes rios,
como o Rovuma e o Lúrio (NGU, 2007).

As principais ocorrências são as seguintes:

*Murrubue (Folha 1340)


*Natuca (Ponte Uifundo) (Folha 1340)
*Local sem denominação 10 km a sul de Mecufi (Folha 1340)

6.3.1.6.1.1. Murrubue
(Folha 1340 Mecufi, UTM 37S 667000, 8547000)

O Depósito do Murrubue está situado a cerca de 18 km a sul de Pemba.


Foi investigado pela Iluka Resources em 2000 e 2002 (Warland, 2002). A empresa concentrou
os seus trabalhos ao longo de uma grande colina, com 12 km de comprimento, 4 km de
largura e 140 m de altura, com areias minerais pesadas visíveis.
* A duna de areia tem até 30 m de espessura, com areia eólica com textura granular fina a
média (0 a 20 m) em cima de areia de praia cor de laranja com textura granular média a
grossa.
* Os resultados preliminares mostram um horizonte de minério entre as espessuras de 2 e 4 m,
contendo 5 a 10% de Areias de Minerais Pesadas com um potencial até cerca de 10 Mt de
minerais pesados (Warland, 2002).
* As concentrações de minerais pesados, ilmenite, rútilo e zircão ocorrem em areias eólicas
vermelhas (NGU, 2007).

6.3.1.6.1.2. Natuca (Ponte Uifundo)


(Folha 1340 Mecufi, UTM 37S 667078, 8515968)

Foi observada uma duna de areia com minerais pesados a cerca de 15 km a sul de Mecufi.
*Em Natuca (Ponte Uifundo), foram usados tanto medidas de susceptibilidade magnética
como o conteúdo de minerais pesados / coloração da areia, pela NGU (2007), para determinar
pontos de amostragem.
*Cada amostra representa um corte de 20 a 30 cm abaixo da superfície.
*Foram preparadas secções polidas, e foi identificada ilmenite, magnetite e hematite com
textura granular fina (0,1 a 0,5 mm) em diferentes proporções e intercrescimentos. Estão
também presentes o rútilo, zircão, titanite e vários outros silicatos comuns.
*Com base na ilmenite confirmada, recomendam-se investigações mais detalhadas.

6.3.1.6.1.3. Local sem denominação a sul de Mecufi


(Folha 1340)

Foi observada uma duna de areia com areia com textura granular fina de cor castanha a
castanho pálido com alguns minerais pesados em camadas finas, a cerca de 10 km a sul de
Mecufi (UTM 37S 666333, 8520278).

*A ilmenite e a hematite são os minerais ferrosos mais comuns.


*Com base na ilmenite confirmada, recomendam-se investigações mais detalhadas.

6.3.1.6.2. Zona costeira entre Quinga e a foz do Rio Zambeze

As concentrações de minerais mais importantes com potencial económico significativo são as


Areias de Minerais Pesadas ao longo da costa desde Zalala (norte de Quelimane (folha 1736,
301326/8026534) até Pebane-Moebase (folhas 1738/1739).
Os Depósitos de Moebase e Moma (ver 6.2.3.1.3. Moebase e 6.2.3.1.4. Moma) são os
depósitos mais importantes na zona Costeira entre Quinga e a foz do Rio Zambeze e estão
bem estudados por empresas mineiras internacionais.
Nesta área, (Figura 6.26.) foram identificadas muitas ocorrências de minerais pesados
(Lächelt, 2004):

*Quinga.
*Congolone
*Angoche
*Milai (folha 1738)
*Pebane (folha 1738)
*Idugo (folha 1738)
*Gorai SDS (folha 1738)
*Zalala, Macuse, Raraga (folha 1738)
*Deia (folha 1836; 01984E/7979828N).
*Micaúne (folha 1836; 92936E/7968926N).

A Tabela 6.35 apresenta uma visão geral da composição dos placers, dada por Cílek
(1981/1982, Afonso & Marques (1993) e Lächelt (2004).
1 - Folha cartográfica geológica 1:250 000; 2 - Área / local 3 - Conteúdo de mineral
principal %; 4 - Qualidade da areia; 5 - Composição mineralógica; 6 - Impurezas; 7 -
Reservas 106t Totais Estimadas; 8 - Dunas interiores; 9 - Dunas costeiras; 10 - Areias de
praia; 11 - Talude continental: 12: Cr2O3; 13:V2O5
Tabela 6.35. Composição química das AMP na zona costeira do norte de Moçambique

6.3.1.6.2.1. Micaue-Deia

Os minerais pesados (MP) na zona de Micaue - Deia (a SSW de Quelimane) estão


concentrados principalmente nas dunas e há quantidades subordinadas nas areias da praia.

*Uma área de 19 km2 gerou uma reserva total de 2,5 Mt de AMP económicas com um teor de
corte de 7,5% (African Mining, 1, 1995).
* Cerca de 90% dos MP consistem em ilmenite, com concentrações menores de rútilo, zircão
e monazite (Lächelt, 2004).

6.3.1.6.3. Área costeira de Inhasorro e a zona costeira entre Inhambane (Tofo -


Miramar) e a Ponta do Ouro (fronteira da África do Sul)

Nesta zona costeira (excluindo o Xai Xai) foram identificadas as seguintes ocorrências de
areias minerais pesadas:

*Inhasorro (folha 2135)


*Mexecane (folha 2235)
*Tofo - Miramar (folha 2335)
*Guiguane (folha 2435)
*Jangame (folha 2435)
*Estuário do Rio Limpopo (folha 2533)
*Zavora (folha 2435)
*Quissico (folha 2434)
*Marracuene (folha 2532)
*Inhaca (folhas 25/2632)
*Área da Ponta do Ouro (folha 2632):
**Ponta do Ouro (486751E/ 7035709)
**Ponta Malongane (486757/ 7030172)
**Madejanine (490054/ 7044938)
**Ponta Mamoli (490057 /7041250N)
**Lagoa Piti (490036/ 7067089)
**Localidade sem denominação (491712/7048639)

As concentrações de minerais pesados estão localizadas ao longo de várias secções costeiras,


começando no norte, em Inhassoro 722834/7628368, 731286/7615324, 727888/7619061 e
734639/7607888.
Rio Tinto tem realizado uma extensa exploração na Província de Inhambane e reportou
consideráveis recursos de ilmenite (RTZ, 2004).
As ocorrências de ilmenite na província de Inhambane são apresentadas na lista abaixo:

*Mexecane (folha 2235, 760779/7518850)


*Tofo - Miramar (folha 2335, 759688/7358192 e 754757/ 7367522).
*Guiguane (folha 2435, 745727/ 7336275)
*Jangamo (folha 2435, 752043/ 7310310).
* Estuário do Rio Limpopo evidenciou várias perspectivas (folha 2533, 562967/7212760 e
553743/7216487).

As concentrações de minerais pesados também se encontram a sul de Maputo, em alguns


locais na zona de Ponta do Ouro:

*Ponta do Ouro 2632486751E/ 7035709


*Ponta Malongane, 486757/ 7030172
*Madejanine, 490054/ 7044938
*Ponta Mamoli, 490057 /7041250N
*Lagoa Piti 490036/ 7067089 e 491712/7048639.

A Tabela 6.36 apresenta uma visão geral da composição dos placers, dada por Cílek
(1981/1982, Afonso & Marques (1993) e Lächelt (2004).
Tabela 6.36.: Composição química das AMP na zona costeira do sul de Moçambique

6.3.1.6.A. Offshore (delta submarino) no Delta do Rio Zambeze


Em 1973, o navio FS VALDIVIA realizou investigações relacionadas com as concentrações
de AMP, na região do delta submarino do Zambeze. Depois disso, não foram realizadas
quaisquer investigações adicionais. Lächelt (2004) descreve os resultados destas investigações
da seguinte maneira:

"As explorações realizadas a bordo do navio de Investigação Alemão Valdivia (FS


VALDIVIA, 1973) estabeleceram que as concentrações de minerais pesados ocorrem em
quantidades mensuráveis. Beiersdorf et al. (1980) estimou que poderiam estar presentes 50,0
Mt de ilmenite, 0,9 Mt de rútilo e 4,0 Mt de zircão.
Foram observadas acumulações de minerais pesados em várias posições no Delta submarino
do Zambeze a profundidades de 60 m abaixo do nível do mar.
Considerando que estas investigações foram realizadas numa área relativamente pequena, é
menos provável que as quantidades reais de AMP possam ser consideravelmente mais
elevadas".
Não foram publicados mais dados recentes.

6.3.2. Magnetite magmática, titanomagnetite e depósitos eluviais associados

Também é conhecida a ocorrência de óxidos de titânio a partir da titanomagnetite geradora de


depósitos do tipo magmático e aluvial associados, reportados em:

*6.2.1.3. Depósitos de minério Fe e Fe-Ti de origem sedimentar, magmática e


hidrotermal no Complexos Mesoproterozóicos de Nampula e Ocua
*6.2.1.4. Depósitos de magnetite magmática, titanomagnetite em anortosito e intrusões
de anortosito próximas

Todos esses depósitos e ocorrências de Fe-Ti são orientados principalmente para a actividade
de exploração mineira de ferro e o titânio pode ser explorado como uma segunda actividade
ou subproduto.
No entanto, no presente contexto, estas mineralizações podem ter importância económica para
a produção de titânio.
Tendo em conta o enorme potencial de AMP com minerais de Ti em Moçambique, não há
necessidade de realizar uma prospecção especial do acima mencionado (6.2.1.3. e 6.2.1.4.)
Mineralizações de Ti-Fe separadas da exploração de ferro.

6.3.3. Mineralização de titânio associada a magmas alcalinos

É conhecida a ocorrência de óxidos de titânio a partir de magmas alcalinos, alguns deles


descritos como relacionados com depósitos de ferro e de apatite de ferro:

*6.2.1.6. Ocorrências de ferro nos magmáticos do Grupo Jurássico - Cretácico da


Lupata (JRL, CRL) (6.2.1.6.1 Lupata - Doa / (Mt. Pangula)
*6.2.1.7. Depósitos com ferro e apatite (ver depósitos de fósforo e 6.2.1.7.2. Evate /
Monapo)

No entanto, foram descritas mineralizações de titânio associadas a magmas alcalinos ou lavas


alcalinas em muitos locais. Talvez com excepção da ocorrência de titânio-magnetite de
Lupata (Mt Pangula), estas são fontes de Ti sem interesse para a exploração mineira.

6.3.3.1. Lupata
(19/2034)
O Depósito de Lupata (ver 6.2.1.6.1. está situado a cerca de 9 km a NNO de Bandar (na
margem esquerda do Rio Duemba).
Há apenas indicações de minerais de Ti sem possibilidades de prospecção de Ti.
A exploração mineira de Ti na Lupata está concentrada nas falhas dentro dos traquitos e
riólitos, bem como em aglomerados do Grupo (superior) de Lupata (Cretácico Inferior /
CRL).

*A magnetite titanífera contém cerca de 60% de TiO2.


*Além do corpo de minério principal com orientação NE-SO que cobre cerca de 900 x 225 m,
há inúmeros pequenos enriquecimentos de magnetite titanífera que ocorrem ao longo de uma
área de superfície de cerca de 202 km2.
*A magnetite titanífera é também enriquecida nos depósitos eluviais do corpo de magnetite.
*A origem do minério pode ter sido parcialmente derivada de lavas alcalinas (Lächelt, 2004).

6.3.3.2. Evate

A exploração mineira de titânio a partir do ferro de Evate - depósito de apatite relacionado


com a exploração mineira de Ti sem interesse económico relevante. A utilização do conteúdo
de Ti pode ser discutida como um sub-produto, no caso de uma exploração mineira de fósforo
mineral.

6.3.4. Pegmatitos portadores titânio

6.3.4.1. Pegmatitos do Alto Ligonha

Alguns pegmatitos de metais raros em zonas Pan-africanas (Pegmatitos do Alto Ligonha)


contêm ilmenite como principal constituinte e rútilo como mineral subordinado (Lächelt,
2004).
Barros e Vicente (1963) descreveram ilmenite e/ou rútilo nos pegmatitos de:

*Mocuba
*Muiane
*Morrua
*Nahora
*Pequenos locais sem denominação.

Nenhum dos minerais, ilmenite e rútilo, têm interesse económico e não formam depósitos
enriquecidos.
No entanto, o rútilo pode ter interesse como um subproduto nos pegmatitos de Muiane e
Nahora (Lächelt, 2004). Em Muiane, a actividade mineira terminou e um resto de produção
não terá valor económico.

6.3.4.2. Veios e pegmatitos em M'Tetadzi, a N/NO da Província de Tete


(15/1633)

Alguns veios de quartzo e pegmatitos na Província de Tete ocorrem a N e NO da cidade de


Tete e a NO da província de Tete.

*Estes veios e corpos de pegmatitos contêm algumas mineralizações de berilo e rútilo.


* Não foram realizadas quaisquer investigações adicionais.
*Real (1959) e Cílek (1989) descrevem uma ocorrência de rútilo perto de M'Tetadzi (a oeste
de Tete), em veios de quartzo e pegmatitos, bem como em aluviões, onde o rútilo aparece na
forma de grandes cristais (até 8 cm). Este rútilo está localizado numa área mineralizada de
cerca de 4 km de comprimento.
*Há também exploração mineira conhecida no Rio Mulato (veios de quartzo, pegmatitos,
depósitos eluviais) e perto de Boroma (próximo de Tete), onde os pegmatitos ocorrem na
zona de contacto entre gnaisses e gabros.

Os pegmatitos e veios de quartzo na Província de Tete não foram totalmente estudados e


podem ainda vir a ser descobertas mais mineralizações (Lächelt, 2004).

6.3.5. Metassomatitos portadores de rútilo


(Folha 1533)

Foi frequentemente observada mineralização de rútilo em calcários cristalinos da Formação


Paleoproterozóica de Chíduè (P1CH).
Cílek (1989) mencionou uma ocorrência perto de Cacaue (norte de Tete), onde o rútilo
aparece como uma inclusão, juntamente com piroxena, mica e grafite.

*O teor de rútilo é 60,42% (valor médio), enquanto o teor de Ferro é 1,05% e o de ilmenite é
de 2,85%.
*Há também cobre e sulfuretos de ferro.
*A ocorrência situa-se numa zona de contacto com um diorito.
*Hunting (1984b) mencionou uma ocorrência de rútilo nos mármores da Formação de Chíduè
A ocorrência está situada a oeste de Makhomba (a cerca de 18 a 20 km a NO de Boroma, a
oeste do Rio Zambeze).
**O rútilo ocorre em associação com magnetite.
**Foram também descritos sulfetos de cobre na mesma sequência.

Ainda não foram realizadas mais investigações (Lächelt, 2004).


Estas ocorrências podem ser de interesse prospectivo apenas em associação com outras
mineralizações (Cu).
6.4. Jazidas de minério de alumínio

Em Moçambique, há diferentes tipos de matérias-primas que contêm alumínio:

*Bauxito
*Laterito
*Sienito nefelínico

A maioria destes depósitos são de pequenas dimensões ou possuem apenas relevância


temporária a nível local.
O depósito de Al mais conhecido é Alumen/Moriangane, onde, periodicamente, se verificou
produção de bauxito e caulino.

6.4.1. Bauxito

Todos os depósitos de bauxito de Moçambique ocorrem acima dos 1 200 m. As condições


climáticas a esta altitude são ideais para a ocorrência de meteorização das rochas originais, o
que resulta na formação e preservação do bauxito.
À excepção do caso do depósito de Alumen, as mineralizações ocorrem em encostas
montanhosas de inclinação muito acentuada ou em inselbergs (Lächelt, 2004), e são
demasiado pequenas para exploração mineira ou, então, situam-se em localizações
desfavoráveis do ponto de vista do relevo.

6.4.1.1. Alumen/Moriangane
(Folha 1832)

A área do depósito de bauxito de Alumen/Moriangane localiza-se perto da fronteira com o


Zimbabué, no ângulo NO da Estrutura de Manica, mas já no seu exterior.
A Figura 6.27. mostra a localização do Depósito de Alumen na Estrutura de Manica.
Figura 6.27.: Localização do Depósito de Alumen na Estrutura de Manica.

Realizou-se extracção de bauxito numa pequena mina chamada Alumen ou Moriangane, na


zona de Penhalonga (Folha 1832, 470206/7917589).

*Em 2005, um total de 9518 toneladas de bauxito foram produzidas e exportadas para o
Zimbabué, sob a forma de material em bruto ou sulfato de alumínio (GTK, 2006).
*Os depósitos de bauxito perto de Manica foram estudados e avaliados pela UNDP em 1989 –
1990 (UNDP, 1990b). Foram estimadas reservas em várias categorias, com os seguintes
valores:

**Argila bauxítica branca com concreções de gibbsite: 662 000 toneladas


**Argila caulinítica branca: 2 792 000 toneladas
**Concreções de gibbsite: 250 000 toneladas.

*A reserva total de bauxito, com 45 – 55% de Al2O3 e <10% de Fe2O3, ascende a


1 374 000 toneladas.
*Infelizmente, não foi reportada a quantidade de sílica activa.
*O Mining Data Bank [banco de dados de mineração] dos países ACP refere uma reserva
total de bauxito de 718 800 toneladas e um total de recursos minerais de 4 Mt de minério de
bauxito (citado de GTK, 2006).
*O Depósito de Alumen (Monte Snuta), na Serra de Moriangane, é composto por várias
jazidas separadas (Figura 6.27.), estando o minério concentrado numa zona de cobertura de
meteorização com cerca de 1 m, que contém bauxito e gibbsite.
*As bolsas de minério estão cobertas por um horizonte de caulinite.
*Segundo o GTK (2006), o depósito de Alumen representa uma zona de alteração de cerca de
1 m de espessura, contendo bauxito com nódulos de gibbsite e situando-se sobre um horizonte
caulinítico (de saprólito). A zona é muito irregular, devido ao facto de o bauxito se ter
desenvolvido em lentes ou bolsas de minério. Ocupa uma escarpa de orientação predominante
E-O, numa bacia hidrográfica onde se registam níveis de precipitação e percolação muito
mais elevados do que o habitual.
**Desenvolveu-se uma bauxitização em profundidade numa superfície paleozóica em forma
de planalto, ligeiramente inclinada.
**Posteriormente, as elevações do relevo e as depressões provocadas pela erosão originaram
o recorte e fragmentação da superfície paleozóica. **Por este motivo, do planalto outrora
compacto, hoje restam apenas vestígios de tamanho variável para exploração mineira.
**Restos de planaltos como este são raros a altitudes abaixo dos 1500 m.
*Foram identificados quatro tipos de minérios:
**Bauxito branco saprolítico. É friável, com textura leve e porosa, e conserva frequentemente
traços da rocha-mãe que lhe deu origem, nomeadamente as juntas.
**Bauxito de tom castanho-claro, com constituição semelhante à anterior.
**Bauxito castanho, ferruginoso e saprolítico. Apresenta-se sobretudo friável, de textura fina
e rico em ferro.
**Argila branca caulinítica com bauxito branco concrecionário. A quantidade de nódulos de
gibbsite varia muito, assim como o respectivo tamanho e forma. A argila apresenta-se viscosa
quando húmida e extremamente fina e friável em estado seco.
*Os resultados das análises realizadas por Cilek (1989) a amostras de minério representativas
revelam teores elevados de TiO2 e K2O. Uma vez mais, a sílica activa não foi analisada.

Segundo Cílek (1989), os minérios têm a seguinte composição (Tabela 6.37.):

Composição Alumen/ Serra *Sul da


química Moriangane Serra Zuira
Monte Snuta
%
Minério Minério Minério de Minério de
de bauxito bauxito
bauxito de
gibbsite

Al2O3 62,36 58,08 54,02 41,70

SiO2 2,18 1,82 5,59 21,56

H 2O 3,14 12,62 10.08 10,60

Fe2O3 30,53 26,29

Tabela 6.37.: Composição química dos minérios de bauxito e gibbsite na mina de Alumen e
na Serra Zuira (Cilek, 1989; Lächelt, 2004)

Há uma relação nítida entre o tipo de bauxito e a rocha-mãe:

*O bauxito branco - tipos (1) e (4) - deriva de anortositos.


*O bauxito castanho-claro - tipo (2) - deriva de dioritos e outros granitóides intermédios
*O bauxito ferruginoso - tipo (3) - deriva de gabros e de rochas vulcânicas básicas.

A diversidade de rochas originais e as suas complexas inter-relações contribuíram, em grande


medida, para a variação do teor do minério, mesmo entre pequenas distâncias. Esta
característica, em conjunto com a erosão, é responsável pela morfologia lenticular e tamanho
reduzido dos corpos de bauxito.
Estes oscilam entre um mínimo de 100 m e um máximo de 500 m de comprimento, tendo
entre 25 m e 150 m de largura.
A espessura varia entre apenas alguns metros e mais de 20 metros em certas zonas. A
profundidade até à rocha-mãe inalterada é irregular e, muitas vezes, impossível de prever
(GTK, 2006)

Para efeitos práticos:

*Ambos os tipos de minério branco - (1) e (4) - são considerados minérios ricos de primeira
qualidade.
*O tipo (2) é considerado bauxito de segunda categoria
*O tipo (3) é considerado bauxito de qualidade inferior (Al2O3 < 45º%), não sendo
aproveitável.
*Depois de ser limpa de nódulos de gibbsite através de peneiração por via húmida e/ou
depuração, a argila caulinítica de tipo (4), em vez de ser eliminada como resíduo, pode
fornecer matérias-primas para a produção de materiais de construção como tijolos especiais,
telhas e, mesmo, filers (Lächelt, 2004)

Geralmente, em termos territoriais, o depósito é associado às rochas verdes e ao Complexo


Granito-Gnáissico do Grupo de Manica. Talco-xistos e felsitos e xistos cloríticos afloram a
norte e sudoeste do Depósito (Lächelt, 2004).

6.4.1.2. Outras ocorrências de bauxito na região de Manica

Há também indicações de meteorizações de bauxito em algumas localidades da região de


Manica. Estas indicações não foram estudadas e, provavelmente, não possuem qualidade ou
quantidade suficientes para permitir a exploração mineira no futuro. No entanto, devem ser
referidos a título de possível alvo de estudo.

Foram identificados depósitos de bauxito nas seguintes áreas e localidades da região de


Manica:

*Serra de Moriangane
*Rio Inhamucarara
*Serra de Vumba
*Área de Chimanimani–Rotanda
*Serra Zuira (Suira)
*Próximo de Catangica.

Na Serra Chimanimani foram observados minérios bauxíticos portadores de ferro, associados


a diques doleríticos. Este tipo de minérios parece estar exclusivamente restrito à Serra de
Chimanimani.
No Rio Inhamucarara há um horizonte de meteorização de granito-gnaisse, com 0,4-1,4 m de
espessura, que contem caulino e bauxito. A espessura do corpo de gibbsite é de 0,3 m.
Os minérios de bauxito são compostos por:

Al2O3 - 54%
SiO2 - 10%
Fe2O3 - 5,6%

No Monte Vumba, são conhecidas zonas de caulinite no contacto com o gabro. É possível que
estas zonas contenham, também, material bauxítico.

6.4.2. Laterito

Apesar de, em muitas zonas de Moçambique, existirem condições climatéricas favoráveis à


meteorização laterítica, não ocorreu formação de laterito com alumínio com interesse do
ponto de vista da exploração mineira.
Na Província de Tete, foi descrito laterito com alumínio no Monte Salambidua, perto de
Zubuè e Ulonguè (antiga Vila Continho).
Não obstante, não foram identificadas quantidades económicas de laterito.
As condições geológicas sugerem que, provavelmente, não ocorreu formação de quantidades
económicas de laterito.

6.4.3. Sienito nefelínico

Em Moçambique, as intrusões de sienitos nefelínicos foram, por vezes, estudadas no que se


refere ao seu potencial mineral. Entre estes estudos, foi também investigada a possibilidade da
sua utilização como fonte de produção de alumínio.
Não foram identificados métodos eficientes de tratamento destas rochas, nem recursos
económicos.

Contudo, estas intrusões merecem atenção adicional, e talvez, no futuro, possam despertar um
interesse geológico renovado. Todos estes depósitos podem apenas ser considerados como
potenciais fontes de Al.

Os sienitos nefelínicos incluem as intrusões da Suíte Jurássica de Tundo (Jrsya), a antiga


Província Alcalina de Chirua, na zona de fronteira com o Malawi (folhas 1535 e 1635), o
Monte Salambidua e a Suíte da Serra da Murrumbula (CrMR), no bordo do Rifte do Leste
Africano (folha 1735),
A Figura 6.28. ilustra a localização regional das intrusões de sienito nefelínico
Figura 6.28.: Localização regional das intrusões de sienito nefelínico
Mencionam-se as seguintes intrusões:

*Suíte de Tundo (Jrsy):


**Monte Máuzo
**Monte Tumbine
**Montes Chiperone e Derre
Bordo oeste do Rifte na fronteira entre Moçambique e o Malawi
**Monte Salambidua
*Intrusão no bordo leste do Rifte de Chire-Urema
**Serra Morrumbala

6.4.3.1. Suíte de Tundo (Jrsy)


(Província Alcalina de Chiruo)
(Folha 1635)
6.4.3.1.1. Monte Máuzo

O Monte Máuzo situa-se a cerca de 46 km de Milange.


É a ocorrência de bauxito mais importante e mais bem conhecida entre os sienitos nefelínicos.
*O sienito nefelínico mesozóico sofreu grande laterização.
*Os depósitos de bauxito distribuem-se ao longo de uma superfície de cerca de 260 km2,
sendo a sua espessura de aproximadamente 3 m (Afonso & Marques, 1993).
*A ocorrência localiza-se numa montanha de encostas íngremes, a uma altitude superior a
1400 m.
*O depósito do Monte Maúzo consiste em sienitos nefelínicos com aegirina e augite, sendo
intersectado por diques porfirítico-fonolíticos e diques micro-augíticos.
**Algumas destas jazidas podem igualmente conter rochas carbonatíticas - por exemplo, em
Colina Songere (Malawi), bem como noutras ocorrências.
*As mineralizações ocorrem em pequenas áreas eluviais, contendo caulino, gibbsite e bauxito.
+Real (1961/64) distinguiu duas zonas de depósitos de minério bauxítico

**uma zona mais superficial, até 1,6 m


**uma zona mais profunda, abaixo dos 1,6 m

*A composição qualitativa destas duas zonas de bauxito é diferente (Tabela 7.2.25.).


*Foram também observadas impregnações de fluorite, o que indicia formação de rifte.

As reservas calculadas ascendem a 1 700 000 t, das quais 130 000 t representam minérios
ricos (Afonso & Marques, 1993).

6.4.3.1.2. Monte Tumbine

O depósito do Monte Tumbine (na fronteira com o Malawi) faz parte do grande Depósito de
Lichineya, no Malawi, e pode também apresentar potencial em termos de mineração para
Moçambique.

*O teor de Al2O3 (Real, 1966) pode chegar aos 40% (variando, em geral, entre 18 e 38,72%).
*Na secção central, as intrusões consistem em sienito nefelínico aegirino-biotítico, a zona
oriental apresenta sienitos leucocráticos e a zona marginal quartzo-sienito (Cílek (1989).
*A rocha hospedeira da intrusão é composta por gnaisse.
*O Depósito do Monte Tumbine, em contraste com o seu equivalente no Malawai, apresenta
um teor de Al2O3superior a 40%, encontrando-se o teor de SiO2entre 20–40%.
*A gibbsite é quase ausente, embora, em certos locais, possa atingir os 20% (máx. 26%).
*O perfil geológico é predominantemente caulinizado (Samokhvalov, (1981).

6.4.3.1.3. Intrusões dos Montes Chiperone, Derre, Pandíbuè e Muembili

Nas intrusões dos Montes Chiperone, Derre, Pandíbuè e Muembili, as condições morfológicas
são muito desfavoráveis à formação de depósitos de bauxito meteorizado, mas partes destas
intrusões poderão apresentar meteorização laterítica, devendo, assim, serem contempladas em
futuros estudos.

6.4.3.2. Bordo oeste do rifte na fronteira entre Moçambique e o Malawi

6.4.3.2.1. Monte Salambidua

O Depósito do Monte Salambidua localiza-se na fronteira com o Malawi, perto da localidade


de Cheneca, onde ocorrem três pequenas jazidas:
*Domue
*Cheneca,
*Macangue

*A rocha hospedeira consiste numa intrusão sienítica, com intrusão em gnaisses e migmatitos.
*A secção central do sienito contém horneblenda.

A Figura 6.29. ilustra a geologia da intrusão sienítica do Monte Salambidua.

Figura 6.29.: Geologia da intrusão sienítica do Monte Salambidua.

*O laterito ocorre a cerca de 1300 m, em taludes montanhosos relativamente inclinados.

Cílek (1982) distinguiu duas zonas de meteorização:

*Uma zona argilosa a arenosa com cerca de 2 m de espessura, que ocorre em Domue e na
zona marginal da intrusão
*Uma zona caulinítica a argilosa, de cor vermelha, com uma espessura de 4,5 m e 15-20% de
quartzo. Esta zona localiza-se na parte sul e sudeste da intrusão (Chissindo).
Chapéus de ferro meteorizados, expostos aos elementos, e compostos de bauxito recobrem
estas intrusões.

6.4.3.3. Intrusão no bordo leste do rifte de Chire-Urema

6.4.3.3.1. Serra Morrumbala

O Depósito da Serra Morrumbala ocorre mais a sul desta zona de sienito nefelínico, no bordo
do Rifte do Leste Africano. Representa uma intrusão de sienito nefelínico.

*A intrusão compõe-se de rolhões alcalinos, diabases (CrMRa) e sienitos (CrMRs).


*As rochas incluem ainda formações carbonatíticas (calcários com um grande nível de pureza,
que afloram na zona sul da Serra Morrumbala, perto de Chirombe).

A Figura 6.30. ilustra a geologia da intrusão sienítica da Suíte do Monte Salambidua.


Figura 6.30.: Geologia da intrusão sienítica da Suíte do Monte Murrumbula

Não foram realizados estudos relativamente ao potencial de Al desta intrusão.

6.4.3.4. Outras intrusões com alumínio

Afonso &Marques (1993) mencionaram várias, parcialmente grandes intrusões, que poderão,
quando associadas a outros minérios, servir como fontes para a produção de alumínio.

6.4.3.4.1. Intrusão de Chissindo


(Folha 1235)

A intrusão de Chissindo localiza-se na margem do Graben de Lunho.


Representa o corpo magmático mineralizado com mais interesse do ponto de vista da
produção de alumínio como um subproduto de outros minerais (ver: 6.1.5.2.1.). Intrusões
alcalinas no Complexo de Unango; 6.1.5.2.1.2. Chissindo
.
A intrusão não possui grande importância como fonte de produção de alumínio.

6.4.3.4.2. Suíte de Tete (P2T)


(Folhas 1532/33, 1632/33)

Com base em Real (1966), deve referir-se o facto de algumas variedades anortosíticas da
Suíte de Tete poderem, de igual modo, converter-se em zonas viáveis para a produção de
aluminato de sódio.
Real (1966) indica os seguintes depósitos:

*Necungas
*Machedua
*Chimaruba

Porém, conquanto esta possibilidade de produzir um derivado do Al deva ser mencionada, o


contexto económico e a existência de outras fontes mais favoráveis de Al tornam o recurso a
estas variedades menos provável.
6.5. Cobre, níquel e cobalto

Em Moçambique ocorrem muitos tipos diferentes de mineralizações de cobre, mas não são
conhecidos depósitos de Cu muito relevantes.
Houve exploração de cobre em Mundonguara, na Estrutura Arcaica de Manica, mas como um
subproduto da mineração aurífera.
De acordo com Lächelt (2004), estão identificadas mineralizações com os seguintes tipos de
génese:

*Mineralizações hidrotérmicas, hidrotérmico-metamórficas e hidrotérmico-vulcânicas


associadas às rochas verdes do Grupo de Manica, e de origem liquida-magmática, como
agente de génese subordinado.
*Sedimentares estratiformes (de tipo metassomático-de contacto?) Minérios
*Minérios de sulfureto de cobre associados a intrusões básicas e ultrabásicas
*Minérios de ferro-cobre de origem escarnitíca (do tipo metassomático-de contacto)

Figura 6.31.: Distribuição regional dos depósitos, ocorrências e indicações de cobre em


Moçambique

Figura 6.31.: Distribuição regional dos depósitos, ocorrências e indicações de cobre


6.5.1. Mineralizações hidrotérmicas, hidrotérmico-metamórficas e hidrotérmico-
vulcânicas associadas às rochas verdes do Grupo de Manica arcaico

6.5.1.1. Mundonguara (Edmundian)


(Folha 1832)

Foram identificadas concentrações de metais base de cobre (níquel, ouro, prata) em rochas
vulcânicas ultrabásicas alteradas na Cintura Arcaico de Rochas Verdes de Manica.
A ocorrência mais bem estudada é Mundonguara.
A ocorrência de cobre-ouro-prata localiza-se na encosta sul das Montanhas Isitaca,
aproximadamente 12 km a oeste da cidade de Manica (folha 1832, 477977/907124).

*A mineralização está concentrada numa brecha félsica, que ocorre na forma de aterros de
veios em gabro komateítico ou peridotito da Formação Macequece (A3MM) e felsitos,
quartzitos e brechas de quartzo-feldspato próximos.
**Os minerais metálicos incluem pentlandite, pirrotite, calcopirite, pirite, covelite, calcosite,
bornite, cuprite, carbonatos de cobre e cobre nativo.
**Os conjuntos de ganga incluem clorite, talco-clorítico e talco-carbonato-clorítico.
*Os corpos mineralizados têm cerca de 10 m de largura e 20-120 m de comprimento. Foram
cartografadas sete lentes mineralizadas, com orientação E-O, inclinação N e 1000-1200 m de
comprimento. O cisalhamento ao longo do contacto entre uma camada espessa de serpentinito
e uma camada mais fina de basalto Mg parece controlar a mineralização (Lächelt, 2004).
*Em conjunto, foram identificados dez corpos mineralizados com orientação E-O.

D'Orey (1978) faz uma descrição pormenorizada dos minérios. Heacher (1983), com base em
D’Orey (1978),distingue dois tipos diferentes de minérios quanto à génese;

*Minérios singenéticos (sem relevância económica)


*Minérios epigenéticos (com relevância económica).

Os minérios singenéticos estão directamente associados a eventos magmáticos gabro-


peridotíticos. Os minerais típicos são a pentlandite, a pirrotite e a calcopirite. Esta
mineralização resulta de secreções magmáticas liquidas a altas temperaturas.
Os minérios epigenéticos estão concentrados em brechas félsicas e ocorrem como aterros de
veios. A composição mineralógica é semelhante à do tipo singenético, mas claramente mais
jovem. Consiste em pirrotite, pirite, cobalto, pentlandite, covelite, calcosina, bornite, cuprite,
carbonatos de cobre e cobre nativo.

D'Orey (1978) descreve três tipos de mineralizações:

*1.º Tipo: minérios maciços


**em brechas de quartzo–feldspato
**em conjunto com níquel, em veios serpentiníticos
**como cimento de pirrotite em pirite e pentlandite geradora de Co.
2.ºMineralizações de distribuição dispersa
**associadas a rochas básicas e ultrabásicas
**como aterro de fracturas
**como mineralizações intersticiais de silicatos
*3.ºTipo: vénulas de minério
**entre grãos de feldspato sericitizados
**em vénulas irregulares entre outros tipos de minério
**em vénulas concordantes em rochas básicas

Segundo D’Orey (1978), o depósito é de origem magmática, ao passo que Heacher (1983)
descreve a mineralização como hidrotérmica ou hidrotérmico-metamórfica. Este autor
analisou o conteúdo dos minérios, com os seguintes resultados:

Cu = 3,11%;
Ni = 0,068%;
Co = 0,092%;
Ag = 24,7 g/t;
Au = 0,58 g/t.

*A proporção Cu:Ni varia entre 22,7 e 484,1.


*Registam-se impurezas comuns de Zn, W, As, Bi, Pt, Te, Ti e Cr.
*O ouro (Au) estaria, segundo relatos recentes, associado a pirrotite e, em parte, a calcopirite.
**Não foi ainda confirmado se a pirite e a arsenopirite são, também, auríferas.
*Há conteúdos elevados de Ni associados às rochas ultrabásicas vizinhas.
*A scheelite (W) foi igualmente identificada sob a forma de concentrados em aglomerações
de agregados mais recentes, que sofreram corrosão pela acção de sulfuretos. Este mineral
pode encontrar-se em concreções ovais com um diâmetro de 5 cm. A rocha hospedeira da
scheelite compõe-se exclusivamente de felsito quartzo-feldspático.
**A scheelite foi também identificada em associação com Au e Ag em Odzi, no Zimbabué, a
cerca de 100 km O de Mundonguara (citado de Lächelt, 2004).

No que se refere às reservas, foram efectuados diversos cálculos (na sua maioria, os valores
apresentados são estimativas):

*LIMEX (1983) indica uma reserva de 325 000 t, com um teor de 3,1% de Cu e 0,58 g/t de
Au. Ni, Co e Ag: teores de 0,06%, 0,09% e 24,7 g/t, respectivamente (Heacher, 1983).
*Lächelt (2004) menciona reservas, estimadas para uma camada de mineração com espessura
média de 2,9 m, que ascenderiam a 123 000 t, com 2,36% de Cu.
*A UNDP (1990a) realizou estudos geológicos em Mundonguara durante 1989.
O Mining Data Bank [banco de dados em matéria de mineração] do Secretariado do Grupo de
Estados de África, Caraíbas e Pacífico (Grupo ACP, 2002), afirma que a produção total de
cobre de Mundonguara ascendeu a 1000 t Cu, com 50 000 t de Cu todavia remanescentes
como recurso. Estima-se uma produção total de prata de 700 kg, com 8 t de reservas de Ag
remanescentes.
*O depósito está classificado no Mining Data Bank como sendo de pequenas dimensões, com
reduzido potencial económico (GTK, 2006)

6.5.2. Minérios de sulfureto de cobre e minérios sedimentares estratiformes (de tipo


metassomático-de contacto?), associados a intrusões básicas e ultrabásicas na Zona de
Atchiza e Fíngoè.

É conhecido um grande número de pequenas presenças de cobre e outros metais base em


rochas vulcânicas e sedimentares (folha 1531) no Supergrupo Mesoproterozóico de Fíngoè
(P2F), sobretudo na zona de Messeca.

6.5.2.1. Macupiti
(Folha 1531)
Esta formação ferrífera de tipo carbonatado, com sulfuretos, (folha 1531,0326332/8295197) é
típica da zona de Messeca.

*Há rochas carbonatadas de tom cinzento-esbranquiçado (Grupo do Monte Messuco, P2FSm)


no Supergrupo de Fíngoè (P2F) que contêm várias lentes ricas em magnetite, numa zona com
2000 x 10 - 60 m.
*Em certos locais, o mármore sofreu alteração para escarnito.
*Há ocorrência de calcopirite e bornite em zonas estreitas com alteração hidrotérmica no
escarnito, em especial nas camadas com magnetite (GTK, 2006).
*Foram reportados teores de cobre até 1,3%, tendo sido estimado um recurso de 0,5 Mt de
minério de ferro gerador de Cu (Lächelt, 2004).

6.5.2.2. Atchiza
(Folha 1531)

Nas Montanhas de Atchiza, ocorrem veios carbonatados com sulfuretos, 48 km a OSO da


zona mineralizada citada mais acima (folha 1531, 0274843/8290263).

*Zonas de cisalhamento que intersectam dunitos serpentinizados (Suíte de Atchiza P3Ad)


alojam os veios carbonatados, normalmente com largura inferior a 0,5 m.
*Manchas de malaquite e bornite, juntamente com minerais de asbesto, estão também
presentes.
*O teor de Cu dos veios reportado varia entre 7,1 e 22,1 % de Cu, com 0,2 a 0,4 % de Ni.

Não há estimativa dos possíveis volumes mineralizados. Devido à localização isolada, num
talude montanhoso, não foram efectuados furos de sonda.
Estudos anteriores na Suíte Neoproterozóica de Atchiza (P3Ad, P3Ag) identificaram uma
série de mineralizações de níquel, cobre, cromite, elementos do grupo da platina (PGE), ouro
e prata (Real, 1962; Hunting, 1984; Afonso et al,1998).
À excepção de camadas de cromite irregulares, paralelas à estratificação magmática e
resultantes da diferenciação magmática, as restantes ocorrências minerais parecem ligar-se a
processos epigenéticos (GTK, 2006).

*Foram reportadas ocorrências de cobre e níquel com teores substanciais, associadas a veios
de asbesto e garnierita, originados por cisalhamento, em gabros e serpentinitos.
*Foram descobertos ouro e metais platinóides em sedimentos aluviais nos rios Nhangose e
Mecucuè.

Até à data, todas as ocorrências identificadas são de pequenas dimensões e sem relevância
económica.

Com base nestes dados, prospecções mais recentes realizadas pela Anglo American
Prospecting Services (1991) e pela Ashanti Goldfields Company (2001), concentraram-se nos
seguintes pontos:

*investigação detalhada de todas as estruturas de falha conhecidas, possíveis falhas,


alinhamentos e contactos, como possíveis factores de controlo da mineralização, uma vez que
as falhas tectónicas parecem ter desempenhado um papel fulcral na história do maciço,
posteriormente à instalação e na remobilização e concreção dos elementos metálicos.
*mapeamento detalhado das potencialidades de mineração, no sentido de identificar camadas
de websterito na parte superior da sequência de dunito susceptíveis de conterem recursos PGE
de tipo estrato confinado, com potencialidades económicas, comparáveis à mineralização
platinóide da intrusão de Munni-Munni, no oeste da Austrália (Prendergast, 2001).
*Até à data (2006), os resultados dos estudos não confirmaram a existência de recursos PGE
do tipo estrato confinado (citado de GTK, 2006).

6.5.2.3. Mateu
(Folha 1531)

Alguns quilómetros a E de Atchiza (folha 1531, 0277441/8289617), numa zona de minério de


cobre de orientação NO–SE, foram identificados veios de quartzo-carbonato com malaquite,
com cerca de 0,1–0,2 me pendor 50° SO, em noritos e rochas quartzo-feldspáticas, rodeados
por ultrabásicos da Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag).

*Numa massa serpentinizada de tom castanho-esverdeado, foram observados cristais de


turmalina e pequenas bolsas e lentículas de malaquite, parcialmente com calcosina.
*A ocorrência revelou 33,2% de cobre.
*Foram reportados teores elevados de Cu, mas não foi fornecida uma estimativa volumétrica.

6.5.3. Minérios de sulfureto de cobre associados a rochas básicas e ultrabásicas na Suíte


de Tete (P2T) e nas rochas circundantes (miloníticas)

A Suíte de Tete (P2T) e as rochas miloníticas circundantes do Granito de Mussata (Grupo)


(P2MT) possuem um substancial potencial cuprífero.
A Figura 6.32. ilustra o esquema das mineralizações de cobre da Suíte de Tete (P2T) e das
rochas limítrofes (Formação de Chíduè/P1CH).

Figura 6.32.: Esquema da localização das mineralizações de cobre na Suíte de Tete (P2T) e
das rochas limítrofes (Formação de Chíduè/P1CH)

A mineralização de cobre no Granitóide de Mussata Ma 1046 liga-se à actividade


hidrotérmica ao longo de zonas de cisalhamento em rochas intrusivas e supracrustais. Os
exemplos mais bem documentados deste tipo de mineralizações cupríferas são as ocorrências
seguintes:

*Cónua
*Chíduè
*M’Panda-Uncua

6.5.3.1. Cónua
(Folha 1533)

A ocorrência de Cónua situa-se a 70 km a oeste de Tete, na margem do Rio Zambeze.


Num contexto geologicamente correspondente, cc. de 52 km OSO de Chíduè, na margem sul
do Rio Zambeze, 55 km a montante de Tete, o depósito de Cónua (folha 1533,
0508920/8260746) tem sido periodicamente estudado.

*As rochas hospedeiras são um conjunto de calcários xistosos.


*A suíte tem direcção ONO-ESE e ângulo de inclinação 30-70° SSO.
*A zona de mineralização estende-se ao longo de aproximadamente 3 km, possuindo 1 km de
largura.
*Foram observados dois horizontes de minério, cada qual com cerca de 0,40 m de espessura.
*As mineralizações com baixo teor de Cu consistem de calcopirite e malaquite.
*Os teores de cobre têm-se revelado baixos e não houve estimativa de recursos. Contudo, uma
vez que esta ocorrência faz parte de um grande sistema hidrotérmico, não é de excluir a
existência de potencial económico.

Actividades de seguimento recentes (citado de GTK, 2006) levadas a cabo pela Ambase
Exploration (antiga Anglo-American Prospecting), e que incluíram o estudo geofísico dos
solos, perfuração por percussão e perfuração rotativa com diamante, não revelaram recursos
relevantes (Technical Report, 2001).

6.5.3.2. Chíduè
(Folha 1533)

Este depósito ocorre no Monte Chíduè (15°40'00"S/33°35'00"E), cerca de 60 km a norte de


Tete.

*Os metassedimentos de Chíduè são dominados pelo mármore, com as seguintes rochas
subordinadas: quartzitos, Fe-quartzitos, gnaisse quartzítico, calcários dolomíticos, anfibolitos
e gnaisses hornebléndicos.
*Estas rochas formam um polígono de orientação SO-NE, com 22 x 0,9 km, ao longo do
contacto norte do muro da Suíte de Tete com milonitos (P2T), próximo de uma grande falha
com orientação NO.
*O enquadramento geológico e estrutural é complicado devido à ocorrência de muitas dobras
e falhas de pequena dimensão.
*Os metassedimentos são intersectados por diorito, monzonito e gabro da Suíte de Tete:
(P2T).
*O mármore, em particular quando em contacto com xistos, contém sulfuretos e óxidos de
cobre.
*As lentes mineralizadas por sulfuretos da Formation Paleoproterozóica de Chíduè (P1CH)
(folha 1533, 0562591/8267789) têm 10 a 900 m de comprimento e largura até 30 m.
*Ao longo do Rio Mavudzi, no contacto com os xistos calcários da Formação de Chíduè
(P1CH), ocorrem cinco jazidas ao longo de uma extensão de 7,5 km (Afonso & Marques
(1993)
*A mineralização consiste em bornite, calcosina, calcopirite, malaquite, azurite, pirite e cobre
nativo.
*A zona de oxidação estende-se ao longo de 150 m.
*O conteúdo de metal dos minérios é o seguinte:

Cu = 0,1–4,3% (média de 1,72%, raramente alcançando os 20,13%)


Zn = 0,2–0,3%
Au = 0,01–0,19 g/t (média: 0,05 g/t).
Os minérios revelam teores de Co de 0,67–1,28% (Real, (1966).

Figura 6.33.: Carta geológica esquemática da Ocorrência de Cobre de Chíduè

Figura 6.33.: Carta geológica esquemática da Ocorrência de Cobre de Chíduè (adaptado de


Real, 1966; Steiner, 1992; Lächelt, 2004)

Russinov (1980), estimou as possíveis reservas de minérios em 2,77 x 10 Mt, com um teor de
1,5% de Cu e 0,5 g/t de Au.
As reservas previstas são de 5,884 x 10 Mt de minério, com um teor de cobre de 1,72 (valor
médio) e de ouro de 0,5 g/t (valor médio).
Com base na prospecção geofísica dos solos e na perfuração rotativa com diamante realizadas
na década de 1950, a Companhia Geral Mineira de Chíduè reportou reservas e recursos
combinados 8,6 Mt, com um teor de cobre de 1,65% e 0,5 g/t de ouro, perfazendo um recurso
de 4,3 toneladas de ouro (Lächelt, 2004).
Usando um teor de corte mais elevado, foi estimado um recurso de 1 Mt, com um teor de
3,3% Cu (Mining Journal, Fevereiro 2000).

6.5.3.3. M’Panda-Uncua
(Folha 1533)
A ocorrência de Cónua situa-se a 65 km a oeste de Tete, na margem do Rio Zambeze.
Na margem sul do Rio Zambeze, a 7 km SE de Cónua, podem observar-se várias fossas e
galerias, abertas na década de 1940. O acesso faz-se por uma estrada de terra batida, a partir
da aldeia de Catacha (0509519/8237902).

*A alteração hidrotérmica ao longo de fracturas de xisto com camadas carbonatadas formou


disseminações, veios e filonetes de calcopirite e malaquite.
*A mineralização concentra-se em calcários e xistos que formam uma estrutura sinclinal
assimétrica com inclinação norte. O flanco oeste do sinclinal tem uma inclinação de 60-70º,
ao passo que o flanco Este apresenta um ângulo de inclinação de 20 – 30°.
*Esta estrutura em dobra aloja três horizontes mineralizados:
**O primeiro horizonte, com 1,28 m de espessura total, exibe uma zona mineralizada de 15
cm, contendo principalmente cuprite, concentrada ao longo do contacto entre xistos e
calcários.
**O segundo horizonte, com 0,90 m, ocorre nos xistos que contêm malaquite, cuprite e
calcopirite.
**O terceiro tem cerca de 0,60 m de espessura e contém malaquite finamente distribuída, bem
como vénulas portadoras de calcopirite e alguma cuprite (Lächelt, 2004).
*A perfuração rotativa com diamante levada a cabo pela Ambase Exploration (Smuts, 2002)
indica níveis de cobre em geral baixos, embora amostragens em canal sistemáticas dos
afloramentos tenham revelado até 3,2% Cu, em média.
*Os melhores resultados obtidos com perfuração por percussão foram de 12 m com 0,6% de
Cu e 14 m com 0,42% de Cu.
*A melhor amostragem com a técnica da perfuração rotativa com diamante revelou 8,6 m,
com 1,4% de Cu, incluindo uma secção com 3,85% de Cu ao longo de 1,45 m. Em certos
locais, foram identificadas intersecções ricas em zinco (0,98 m com 11,1% de Zn). Não estão
disponíveis estimativas para metais base neste depósito.

O potencial para mineralizações económicas nas lentes de mármore hidrotermicamente


alteradas da margem norte da Suíte de Tete (P2T) continua em aberto (citado de GTK, 2006).

6.5.3.4. Cacanga
(Folha 1633)

A Ocorrência de Cacanga (16°06'00"S/33°47'00"E) encontra-se a cerca de 3 km NE de


Moatise (Província de Tete).

*É principalmente conhecida como uma ocorrência aurífera (ver ouro).


*Foram observados tungsténio e cobre em veios de quartzo–carbonato (Neiva, 1943; Freitas
& Luna, 1956; Real, 1966; BIC, 1981).
*No capítulo relativo ao ouro, é fornecida uma descrição detalhada desta ocorrência.

6.5.3.5. Bingre
(Folha 1533)

Na Ocorrência de Bingre (15°54'30"S/33°34'30"E), a mineralização de calcopirite está


presente em veios , bem como disseminada nos gabros da Suíte de Tete (P2T).
Segundo Real (1966), ocorreu prospecção dos veios em busca de minerais radioactivos, não
tendo as mineralizações de cobre existentes recebido atenção (citado de Lächelt, 2004).

6.5.3.6. Potencial em matéria de metais de base no Grupo de Angónia


(Folhas 1433, 1434)

Uma série de anomalias metálicas, contendo Ni, Pb, Co, Cu, Mo, Zn e Cr, foram identificadas
no Grupo de Angónia, parecendo estar, em larga medida, associadas às rochas supracrustais e
aos anfibolitos do grupo.
A relativa abundância de anomalias sugere a existência, na área, de potencial para
mineralizações ortomagmáticas de sulfuretos (CGS, 2007).

6.5.4. Mineralizações de cobre no sul de Moçambique

6.5.4.1. Mineralização de Espungabera


(Folha 2033)

Foi detectada malaquite perto de Espungabera, no Membro superior de quartzito (P2UDqz) da


Formação de Dacata (P2UD) Grupo Mesoproterozóico de Umkondo / (P2U)

*O cobre atinge valores de apenas 0,13-0,23% (Notícia Explicativa, 1995).

6.5.5. Mineralizações/indicações de cobre e níquel no norte de Moçambique

6.5.5.A. Mineralizações de cobre

6.5.5.1. Mineralização de cobre do rio Lureco


(Folha 1237 Mecula, UTM 37S 300645, 8571601)

Há mineralizações de cobre (malaquite) a 50 km a noroeste de Marrupa, a norte do Rio


Lureco.

*Grandes lajes de metassiltito rico em quartzo, com textura granular fina, cobrem uma área de
vários metros quadrados, rodeada de bosques.
*Estas rochas são finamente laminadas e contêm uma grande quantidade de grãos de
malaquite finamente disseminados, bem como extensas coberturas de malaquite (e azurite, em
certos locais) em juntas e superfícies de foliação.
*A mineralização cuprífera secundária deriva claramente dos grãos de sulfureto de cobre
disseminados na rocha hospedeira. Trata-se de uma rocha com textura granular bastante fina,
com bandado delgado definido por filonetes de malaquite paralelos a camadas opacas e
camadas com quartzo.
*A secção é dominada por grãos de plagioclase (80%) turvos entrecruzados. Na matriz de
plagioclase, estão disseminados grãos de malaquite e de minerais opacos, com grãos de
epídoto secundários (combinação de minerais opacos, malaquite e epídoto a 15%). Há grãos
de quartzo (5%) intersticialmente presentes na plagioclase.
*As análises revelaram valores de >1 % de Cu, cerca de 100 g/t de Ag e 0,4 g/t de Au.
*Esta área relativamente pouco exposta merece claramente estudos adicionais, sobretudo pelo
facto de a mineralização cuprífera ser similar à mineralização observada na Cintura de Cobre
da África Central (NGU, 2007).

6.5.5.2. Indícios de cobre em Mazeze


(Folha 1340 Mecufi, UTM 37S 621254,, 8528310) )
Na área entre a estrada para Mazeze e o Rio Megaruma, ocorrem algumas disseminações
menores de calcopirite e oxidações de malaquite em rochas fortemente alteradas,
provavelmente sobretudo anfibolitos do Complexo Neoproterozóico de Montepuez (P3MP).

*As análises revelaram 0,1-0,2 % de Cu e cerca de 250 ppm de Ni, indicando este último um
precursor máfico alterado (NGU, 2007).

6.5.5.B. Mineralizações de níquel-cobre


(Folha 1531)

A presença de níquel é reportada por Lächelt (2004) no depósito de cobre-ouro de


Mundonguara e pelo GTK (2006) na Intrusão do Monte Atchiza e em corpos ultramáficos
similares.
O NGU (2007) reportou algumas presenças menores de níquel-cobre em rochas máficas
intrusivas em vários complexos na Província de Cabo Delgado.

*Existem tanto disseminações de baixo teor, como pequenas lentes de sulfuretos maciços.
*A silicificação é a alteração mais proeminente que lhes está associada.
*Não foram identificadas ocorrências com potencial económico.

6.5.5.3. Mundonguara
(Folha 1832)
(ver cobre 6.2.5.1.1. Mundonguara e ouro 6.3.1.4. Mundonguara

*As reservas de níquel e cobalto dos depósitos de cobre de Mundonguara (Manica) foram
estimadas.
*No entanto, são insignificantes.
*Os minérios de cobre incluem 0,09% de Co e 0,068% de Ni.
*De acordo com Steiner (1992), as reservas andavam na ordem das 300 t de Co e 200 t de Ni
(calculadas em 1983).

6.5.5.4. Monte Atchiza


(para características detalhadas, ver 6.5.2.2. Atchiza)
(Folha 1531)

Nas Montanhas de Atchiza, ocorrem veios carbonatados com sulfuretos, 48 km a OSO da


zona mineralizada citada mais acima (Folha 1531, 0274843/8290263).
A ocorrência do Monte Atchiza é sobretudo conhecida pelas mineralizações de ouro ((para
características detalhadas, ver 6.3.4.3.1. Atchiza).

*Foram reportadas ocorrências de cobre e níquel com teores substanciais, associadas a veios
de asbesto e garnierita, originados por cisalhamento, em gabros e serpentinitos.
*Zonas de cisalhamento que intersectam dunitos serpentinizados (Suíte de Atchiza P3Ad)
alojam os veios carbonatados, normalmente com largura inferior a 0,5 m.
*O teor de Cu dos veios reportado varia entre 7,1 e 22,1 % de Cu, com 0,2 a 0,4 % de Ni.
*Na Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag), há pequenos enriquecimentos de magnetite em
serpentinitos, com 0,40–2,23% de Ni (Notícia Explicativa, 1995). Apenas os serpentinitos
podem conter mais de 0,14–0,58% de Ni.
**Análises aos nódulos de garnierita nos serpentinitos apresentaram 24–30% Ni e 0,32–
0,66% Co (Real, (1966).
**Nódulos de garnierita com teores até 30,1% de Ni e 0,66% de Co foram encontrados nas
localidades de Tchofipa e Nhangose, na Suíte de Atchiza (Notícia Explicativa (1995).
*Foram identificados enriquecimentos de garnierita adicionais nos serpentinitos de
Nhantreze. Os teores ascendem a 20,01% de Ni e 0,32–0,66% de Co (Steiner, 1992; Lächelt,
2004).

6.5.5.5. Ocorrência de cobre-níquel de Chiure (Mucacata)


(Montepuez, folha 1339, UTM 37S 585277, 8506126)

A ocorrência de Cu, Ni, Co de Chiure (antiga Mucacata; Jourde & Wollf, 1974) localiza-se
numa pedreira abandonada na face nordeste de uma pequena montanha, a cerca de 14 km a
sul da estrada principal para Namapa. A pedreira tem aproximadamente 40 x 40 m na secção
horizontal, com paredes de 8-10 m de altura. A pedreira esteve em funcionamento durante os
anos de 1974-1975.

Não foram exploradas mineralizações de sulfuretos.

*As rochas hospedeiras são anfibolitos granatíferos com textura granular fina a média.
Apresentam um bandado ligeiro e possuem conteúdos variáveis de anfíbolo. A foliação é
atravessada por veios pegmatíticos grabróicos e graníticos. Zonas de cisalhamento dextrógiro
ocorrem ao longo destes veios, com dobramento do anfibolito bandado.
*Pods e veios irregulares, sobretudo de pirrotite e calcopirite, ocorrem em certas zonas, com
10-50 cm de largura.
*A principal mineralização de sulfuretos está associada a pegmatitos gabróicos e poderá
representar uma remobilização secundária. Ocorrem sulfuretos disseminados tanto em
anfibolitos sem alteração, como em anfibolitos provavelmente silicificados.
*A mineralização parecer ser demasiado limitada e errática para possuir interesse económico,
e os teores de Cu e Ni são ambos baixos, com um máximo de 0,1 % Cu e 100 ppm de Ni
(NGU, 2007).

6.5.5.6. Indícios de cobre-níquel de Lusaka


(Folha 1238 Xixano, UTM 37S 468044, 8605158)

Um grande corpo de metagabro bandado sem deformação ocorre no Complexo


Neoproterozóico de Xixano (P3X), a norte da estrada de Nairoto-Lusaka.

*Em certas secções, é rica em escapolite e fortemente carbonatada, contendo pirrotite com
textura granular fina abundantemente disseminada, mas os seus teores de Cu e Ni são muito
baixos (NGU, 2007).

6.5.5.7. Indícios de cobre-níquel do rio Nicuburi


(Folha 1340 Mecufi, UTM 37S 615643, 8516004)

Há afloramentos de mineralizações de cobre-níquel no Rio Nicuburi.

*A mineralização está presente em rochas tipicamente bandadas e foliadas do Complexo de


Ocua (P2OC), incluindo gnaisses anfibolíticos a dioríticos granatíferos, bandados, de tom
cinzento-esbranquiçado e textura granular média a fina.
*No gnaisse de inclinação suave, ocorre uma lente de sulfuretos maciços com até 2 m de
largura, 10 de comprimento e alguns dm de espessura, composta sobretudo de pirrotite, com
um teor inferior de calcopirite.
*As lentes de sulfuretos atravessam a foliação no gnaisse e apresentam brecha parcial ao
longo do contacto.
*A alteração da parede de rocha inclui silicificação e carbonatização das clinopiroxenas.
Encontram-se pequenas lentes e manchas de sulfuretos sub-concordantes em relação à
foliação do gnaisse.
*Uma análise das lentes de sulfuretos maciços revelou 0,5 % de Cu, e < 300 ppm de Ni
(NGU, 2007).

6.5.5.8. Outras indicações de cobre-níquel

Em Chíduè, Cónua, M’Panda-Uncua (folha 1533) são reportados enriquecimentos baixos


de níquel e cobalto (Notícia Explicativa (1995).
Numerosas intrusões básicas e ultrabásicas, sobretudo as da Suíte de Atchiza (ver acima),
as intrusões básicas e ultrabásicas em Angónia e na Zona de Carreamento do Lúrio,
perto de Mecuburi e Nampula, assim como nos klippen de Mocuba e Mugeba,
caracterizam-se pelo elevado teor de níquel e cobalto (Notícia Explicativa, 1995; Lächelt,
2004).
São necessários estudos especiais para determinar a condição real destas indicações.
Perto de Mucacate (folha 1339), ao longo da estrada entre Nampula e Pemba,

*foram descritos sulfuretos, incluindo de millerite, pirite, calcopirite e magnetite.


*A mineralização está concentrada em vénulas e filonetes (até 0,7 m) alojados em xistos
granatíferos e piroxénicos do Complexo Mesoproterozóico de Ocua (P2OC), anteriormente
interpretados como veios gabróicos (Notícia Explicativa (1995).
*Os minérios são compostos por (Steiner, (1992). Lächelt, 2004):

Cu = 0,636%;
Ni = 0,026%;
Ag = 8 g/t;
Co = 0,0194%;
As =0,05%

6.5.5.9. Mineralizações de níquel-cobalto

As reservas de níquel e cobalto foram calculadas apenas para os depósitos de cobre de


Mundonguara (ver 6.5.1.1., Mundonguara).

*Os minérios de cobre incluem 0,09% de Co e 0,068% de Ni.


*De acordo com Steiner (1992), as reservas andavam na ordem das 300 t de Co e 200 t de Ni
(calculadas em 1983).
*As ocorrências de cobre de Chíduè, Cónua e M’Panda–Uncua revelam, de igual modo,
enriquecimentos baixos de níquel e cobalto (Notícia Explicativa, 1995; Lächelt, 2004).

Estas mineralizações de níquel e cobalto não possuem importância económica, mas podem,
contudo, ter interesse como subproduto no caso da mineração cuprífera.
6.6. Ocorrências de chumbo

Em Moçambique, estão identificadas apenas algumas indicações de mineralizações de


chumbo-zinco.
Não é possível definir áreas de prospecção. Contudo, tendo em vista a possível prospecção de
fluorite, é necessário ter em conta os veios de quartzo com Pb.

Mineralizações de chumbo do tipo de veio hidrotermal foram observadas em Manica, nas


Montanhas Chimanimani, a sul de Manica, e nas áreas de Fumo-Dique e Mazoé.

A Figure 6.34. mostra a localização regional esquemática das ocorrências de Pb de Mazoé.

Figure 6,34.: Localização regional esquemática das ocorrências de Pb de Mazoé.

6.6.1. Fumo-Dique e Mazoé


(Folhas 1632/33)

Nas áreas de Fumo–Dique e Mazoé, ocorrem veios de quartzo-sulfuretos com galenite, que
contêm pirite, esfarelite, calcopirite, barite e fluorite, ocupando uma área de 7 x 5 km.
As rochas hospedeiras são gnaisses do Grupo Paleoproterozóico de Rushinga (P1R).

*Os veios situam-se perto do contacto com os sedimentos cretácicos continentais,


presumivelmente no bordo com o Rifte.
*Os veios apresentam uma direcção de 70º NO, variando a sua espessura entre 0,2 e 1,5 m.
*O conteúdo de Pb pode elevar-se a 15,3% e o conteúdo de Ag pode atingir valores até 39,3
g/t (Notícia Explicativa, 1995).

6.6.2. Cacanga
(Folha 1633)

Lächelt (1985) referiu mineralizações de chumbo em Cacanga (perto de Moatise), onde foi
descrita galenite num veio de quartzo.
A Ocorrência de Cacanga (16°06'00"S/33°47'00"E) localiza-se a cerca de 3 km NE de
Moatise (Província de Tete).
A ocorrência é conhecida sobretudo pela presença de ouro (ver ouro) e cobre subordinado
(ver 6.2.5.3.4.)
*Foram observados tungsténio (e cobre) em veios de quartzo–carbonato (Neiva, 1943; Freitas
& Luna, 1956; Real, 1966; BIC, 1981).
Não há descrição detalhada das mineralizações de Pb pelos autores mencionados.
6.7. Metais preciosos

6.7.A. Ouro, prata e platina

Depósitos, ocorrências e mineralizações de ouro (Au) são conhecidos em Moçambique como


provenientes de várias zonas, áreas e localidades. Em algumas regiões, o ouro foi explorado
por empresas; grupos de garimpeiros. No entanto, excluindo a Cintura de Rochas Verdes de
Mutare-Manica do Arcaico e, com certas restrições, também a Cintura de Ouro de Niassa,
apenas se assistiu a uma exploração mineira temporária do ouro. Não teve lugar qualquer tipo
de exploração mineira de ouro, importante para a Economia.
Existem em Moçambique muitas ocorrências e indicações, mas devido ao baixo conteúdo de
ouro nas rochas e deposições, não foi possível qualquer tipo de exploração mineira.
Nos últimos dez anos (antes de 2012), o contexto internacional alterou-se na sua essência. No
mercado do ouro, o preço deste metal por onça aumentou para mais de$ 1 500 dólares,
(atingindo, por vezes, um valor de 1 750 dólares) e, por outro lado, prevê-se que continue
num nível elevado (>900 USD).
Também houve um progresso considerável neste período, no que diz respeito ao
processamento de teores de ouro anteriormente considerados não rentáveis, que podem ser
agora efectivamente extraídos.
A figura 6.35. mostra a evolução do preço do ouro e do processamento (extracção de Au)
durante o período de 1994 a 2012.

Figura 6.35.: Evolução do preço do ouro e extracção de Au de acordo com o progresso dos
métodos de processamento (tendências generalizadas) durante o período de 1994 a 2012
(Lächelt, 2012).

A evolução internacional apresentada é a razão pela qual todos os depósitos de


Au/ocorrências/indicações reavaliados e, teoricamente, as mineralizações de ouro têm de ser
investigadas e controladas.
De acordo com a evolução apresentada na figura 6.35., Moçambique pode ocupar um certo
lugar na produção de ouro.
O ouro é conhecido em Moçambique na forma de depósitos primários e enriquecimentos
secundários (placers).
Devem ser mencionados os seguintes tipos genéticos de depósitos de ouro (Lächelt, 2004):
*Depósitos primários:
**Mineralizações magmáticas de sulfureto-níquel e cobre-níquel-ouro
**Mineralização hidrotermal de veios auríferos de quartzo-ouro, quartzo-carbonato-
ouro, fissuras e camadas (principalmente em zonas de cisalhamento)
**Mineralização hidrotermal-vulcânica em quartzitos com formações ferríferas
bandadas (BIF).
**Depósitos tipo placer:
**Au aluvial - placers
**Depósito eluvial– placers coluviais com Au e Ag na sua composição (próxima da rocha
original geradora de Au);
**Placers aluviais (em leitos de rios e terraços fluviais) com Au, Ag e platina
subordinada

Depósitos, ocorrências e, especialmente, mineralizações de ouro são conhecidos em todo o


soco Pré-câmbrico, em parte nas rochas primárias + eluviões + coluvião + aluviões, assim
como em deposições de aluviões separadas.
Além destes limites, também foram observadas ocorrências de ouro em acumulações
terrígenas de bacias sedimentares do Mesozóico e Cenozóico, especialmente ao longo da zona
marginal das unidades de soco (Lächelt, 2004).

Só se sabe da ocorrência de prata em algumas localidades como mineralização secundária,


essencialmente dos depósitos de ouro (Manica e Províncias de Tete).

As zonas/áreas/localidades que contêm mineralizações de ouro em Moçambique são


apresentadas na figura 6.36.
Figure 6.36.: Esquema das zonas/áreas/localidades que contêm mineralizações de ouro em
Moçambique (2012)

São identificadas as seguintes zonas/áreas/localidades que contêm ouro:

*Cintura de Ouro de Mutare-Manica (Au, Au-Cu)


*Área de Rotanda-Mavita-Sussundenga (Au)
Província geológica de Manica-Báruè
*Zona de bordo do Rifte de Inchope-Gorongosa (Sn-Au, Au – Ta)
*Caniaculo (F – Au)
*Indícios de Au em rochas proterozóicas a NO de Gorongosa
*Área de Massanga-Guro-Mungari (indicações de Au em rochas proterozóicas +
aluviões)
*Área de Mazoe / Changara-Rio Luenha (indicações de Au em rochas proterozóicas +
aluviões)
Província geológica de Tete-Angónia
*Suíte de Tete e Formação de Chíduè (Au,Cu – Au)
*Área de Cazula (Cu –Fe – Au)
*Zona de Fíngoè (Fe, Cu, Au), Supergrupo de Fingoé - Grupo de Mualádze
*Mazomboè (Au aluvial)
*Songo-Manje-Bene Chiputo (indicações de Au em rochas proterozóicas)
***Área de Missale–Chifumbazi–Mulolera (Au)
*Cintura de Ouro de Niassa
Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
*Indicações de Au do Rio Chimulicamuli e do Rio Lugenda (aluviões)
*Rio Lureco (aluviões)
***Mazeze
**Namuno-Napiço
Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
*Pegmatitos do NO do Alto Ligonha (ETR, Nb, Ta, Au + outros)
*Nacaluè

Em Moçambique, está a ser produzido ouro na Cintura de Ouro de Mutare (Umtali)- Manica e
na Cintura de Ouro de Niassa (NO da Província do Niassa).
As numerosas indicações de ouro nas rochas metavulcânicas da Cintura de Rochas Verdes de
Manica foram, por vezes, exploradas e a exploração mineira do ouro também foi registada na
área de Rotanda-Mavita-Sussundenga, a sul de Chimoio, na zona de Inchope-Gorongosa e na
área de Mazoe/rio Changara-Luenha.
Nestas zonas/áreas, estima-se que vários milhares de mineiros artesanais produzam 50 a 60 kg
de ouro anualmente, escavando e garimpando o solo laterítico e o aluvião em vales fluviais
(GTK, 2006)

6.7.1. Cintura de Ouro de Mutare-Manica (Au, Au-Cu)


(Folha 1832)

Em Moçambique, a Cintura de Ouro de (Mutare-)Manica prolonga-se para leste, desde a


fronteira do Zimbabué até 32°55'E e, numa direcção norte/sul, desde 18°45'S até 19°15'S.
O ouro tem sido explorado a partir da Cintura de Rochas Verdes de Mutare-Manica, com
aprox. 2,65 Ga, desde tempos pré-históricos. Historicamente, esta cintura produziu mais de 80
toneladas de ouro, das quais a maior parte foi extraída da Mina Rezende, em Zimbabué.
A exploração mineira do ouro em rochas duras, no lado da fronteira moçambicana, começou
em 1893-94 nas minas Bragança e Guy Fawkes e, desde então, tem continuado de forma
irregular e descontínua.
Os dados da produção oficial têm sido muito baixos, inferiores a 100 kg por ano, durante a
última década.

A figura 6.37. mostra a Cintura de Ouro de Mutare-Manica e a posição dos depósitos,


ocorrências e indicações de Au, na parte moçambicana da estrutura de Manica.
A2gt – Gnaisse tonalítico, tonalito, granodiorito.
A3MMqs – Formação de Macequece: Xistos quartzo-sericíticos, xistos talco-cloríticos, BIF,
conglomerado.
A3MM - Formação de Macequece: Rochas verdes (A3MMbs –Metabasalto, serpentinito,
metacomatito, xistos máficos, BIF e A3MMtu – Rochas metavulcânicas intermédias
máficas).
A3MV – Formação de Vengo: A3MVps – Filitos, xistos grafíticos, conglomerado com
arenitos subordinados.
A3V – Complexo de Mavonde: Granito porfírico dobrado, granitos, ortognaisses.
Figura 6.37.: Cintura de Ouro de Mutare-Manica e a posição dos depósitos, ocorrências
(modificado a partir de Pnaup, 1987; Lächelt, 2004) e indicações de Au na parte
moçambicana da estrutura de Manica (Carta Geológica, 2008).

Na Cintura de Ouro de Mutare-Manica, os seguintes depósitos e ocorrências de Au, de acordo


com o tipo genético, são designados (Lächelt, 2004):
*Mineralização de ouro em veios, vénulas, filonetes e stockworks de quartzo-carbonático
(tipo recife) de origem hidrotermal, predominantemente associada às zonas de rochas
verdes:

**Monarch
**Bragança
**Cantão
**Marianas
**Richmond
**Estrela
**Excelsior
**Old Richard
**Wednesday
**Two Fools
**Guy Fawkes
**Damp
**Mundonguara (Cu +Au)
*Ouro, associado a sulfuretos de ferro e cobre de origem hidrotérmica-metamórfica,
predominantemente relacionado com as BIF:
**Dot’s Luck
**Depósitos em Try Again.
*Ouro em aluviões e terraços de rios e riachos.

*Os depósitos de ouro da Cintura de Rochas Verdes de Mutare-Manica são tipicamente


depósitos de ouro alojados em estruturas com baixo teor de enxofre, ligados a zonas de
cisalhamento em rochas ferríferas bandadas (BIF), vulcanismo máfico e ultramáfico do
Arcaico e camadas de cherte ou em contactos fracturados entre rochas supracrustais e
granitóides adjacentes.
*De um ponto de vista estrutural, a cintura de rochas verdes forma uma estrutura sinformal e é
constituído por uma unidade estratigráfica inferior de vulcanismo submarino máfico a
ultramáfico, com formações ferríferas bandadas menores e horizontes de tufos, que
normalmente ocupam os flancos da sinforma.
*Intrusões de tonalito, granito e granodiorito intersectam ou intruem as rochas verdes e os
gnaisses granitóides adjacentes (GTK, 2006).

De acordo com Lächelt (2004), podem ser reconhecidos dois tipos genéticos de
mineralização:

*Mineralizações de Au em veios, vénulas, vénulas e stockworks de quartzo-carbonato (tipo


recife) de origem hidrotermal, predominantemente associada ao vulcanismo
máfico/ultramáfico.
**Exemplos deste tipo são os depósitos de Monarch, Bragança, Cantão, Marianas, Richmond,
Estrela e Excelsior, Old Richard, Wednesday, Two Fools, Guy Fawkes e Damp.
**O depósito de cobre e ouro de Mundonguara é considerado um tipo de depósito muito
semelhante.
*Au associado a sulfuretos Fe-Cu de origem hidrotermal-metassomática,
predominantemente relacionados com rochas ferríferas bandadas.
**Exemplos deste tipo são os depósitos de Dot’s Luck e Try Again.

Os veios de quartzo hidrotermal ocorrem tipicamente em xistos talco-cloríticos (A3MMtc),


serpentinitos e metakomatiitos (A3MMse), assim como em granitóides foliados (A3Mpgn).
*Espaços de tensão em horizontes de rochas ferríferas frágeis também são locais preferidos
pelos veios de quartzo auríferos.
*Por norma, os veios têm uma direcção paralela à estrutura metamórfica das rochas verdes,
principalmente nos sentidos E-O e ENE-SSO.
*Quase sem excepção, os veios de quartzo aurífero têm inclinações subverticais e sabe-se que
se estendem até > 350 m, no caso do Depósito Bragança.
*A espessura dos veios de quartzo varia entre alguns centímetros e dois ou três metros.

*O teor de sulfuretos dos veios é, em média, de 3%, compreendendo pirite e galena com
arsenopirite, calcopirite e pirrotite em menor grau.
*O teor de ouro dos veios explorados até à data tem sido entre 7 e 15 g/t (Hunting, 1988).
*Chakrabarti (1983), Obretenov (1977) e Afonso & Marques (1993) identificaram quatro
jazidas de minério (citado por Lächelt, 2004):

*Jazida de Minério de Chimezi


*Jazida de Minério de Chua
*Jazida de Minério Penhalonga–Revuè
*Jazida de minério de Mangota
Estimou-se que a Jazida de Minério de Chimezi contém 130 230 t de minérios, com um teor
de ouro de 9,5 g/t, num comprimento de 272 m, largura média de 1,6 m, mineralizado a uma
profundidade de 38 m. A jazida de minério inclui os seguintes depósitos:

**Bragança
**Richmond
**Damp
**Dias Pereira
**Marianas

Estimou-se que a Jazida de Minério de Chua contém 55 700 t de minério, um teor de ouro
médio de 6,6 g/t, estendendo-se por uma área com 140,5 m de comprimento, 0,7 m de largura
e mineralizada até uma profundidade de 43 m.
A jazida de minério inclui os seguintes depósitos:

**Cantão
**Morrondo
**Chua
**Old Wednesday
**Two Fools
**Excelsior

Estimou-se que a Jazida de Minério de Penhalonga–Revuè contém 372 500 t de minério,


com um teor de ouro médio de 5,77 g/t, abrangendo uma área de 228 x 15,6 m, mineralizada
até uma profundidade de 20 m.
A jazida de minério inclui os seguintes depósitos:

**Monarch
**Dot´s Luck
**Try Again
**Fair Bride (Bridge)
Estimou-se que a Jazida de Minério de Mangota contém 92 938 t de minério, um teor de Au
de 5,83 g/t, tendo-se estimado que se estendia ao longo de uma área de 190 x 5,3 m, com uma
profundidade mineralizada de 40 m.
A jazida de minério inclui os seguintes depósitos:

**Guy Fawkes
**Vingança
**Boa Esperança

Estimou-se que o total de reservas de 651 368 t de minério tenha um rendimento de 4 321,1
kg de ouro (Afonso & Marques, 1993).

Os factores mais importantes de controlo do minério durante a mineralização do ouro,


segundo Lächelt (2004), são os seguintes:

*Tipo de rochas hospedeiras: rochas verdes, BIF, metaconglomerados e metaquartzitos


*Zonas de cisalhamento
*Zonas de contacto entre rochas verdes e o Complexo de Gnaisse Granítico (de importância
subordinada)

Relacionada com A Cintura de Ouro de Mutare-Manica, a seguinte distribuição de depósitos,


ocorrências e mineralização de ouro pode ser encontrada em Zimbabué e Moçambique
(Lächelt, 2004):

43,6% em rochas verdes;


17,0% em serpentinitos;
14,9% em BIF e metassedimentos;
25,5% em granito e no Complexo Gnaisse Granítico.

Os resultados da exploração, com a utilização de técnicas multidisciplinares modernas,


indicam que a Cintura de Rochas Verdes de Manica do Arcaico tem potencial para exploração
mineira lucrativa de ouro, de escala industrial (GTK, 2006).
O preço elevado do ouro e os métodos de processamento recentes tornam possível uma
exploração mineira lucrativa na Cintura de Ouro de Manica, em Moçambique, constituindo a
base para uma reavaliação do potencial aurífero através da utilização de técnicas de
prospecção modernas e multidisciplinares.
Sempre houve exploração mineira artesanal de ouro na região de Manica.
De tempos a tempos, o ouro era explorado em áreas de vales fluviais e em rochas duras
primárias.
A AUROCH MINERALS EYES (2014), uma empresa cotada na Bolsa de Valores da
Austrália, reportou que um estudo abrangente avaliou o estabelecimento da primeira fase de
uma operação que consiste numa unidade com 30 000 t/m de ouro não refractário, o que pode
criar uma via para desbloquear recursos, no total de 2,82 milhões de onças em Manica,
através de desenvolvimentos futuros.
"A primeira fase de desenvolvimento tem a capacidade de produzir 172 752 onças de ouro, ao
longo de uma vida de exploração mineira de oito anos, baseada em 3,86 MT de recursos, com
uma granulometria de 2,08 g/t de ouro, em 258 300 onças.
A Auroch afirmou que a primeira fase de desenvolvimento foi a chave para o desbloqueio da
segunda fase mais alargada da expansão, uma vez que expôs o minério refractário mais fundo
encontrado, consistindo a segunda fase do projecto numa mina a céu aberto com 120 000 t/m
e uma operação de mineração subterrânea, que produzirá cerca de 90 000 onças/ano de ouro.
A primeira fase do desenvolvimento pode expandir-se para 60 000 t/m durante a terceira fase
da operação, com base nos resultados de perfurações adicionais efectuadas na exploração, no
âmbito da actual concessão mineira e das áreas consolidadas" (citação de Creamer Media's
Mining Weekly, 2014).
O depósito Fair Bride será extremamente interessante para a prospecção de ouro.

É apenas um dos exemplos de novas actividades em regiões de "antigas" jazidas de ouro. A


região de Manica merece o nosso interesse prospectivo no futuro.

6.7.1.1. Monarch
(Folha 1832)

A mineralização de ouro no Depósito Monarch (folha 1832, 0471180/ 7912264) é o exemplo


mais típico de um depósito do tipo veio hidrotermal.
O local da mina localiza-se directamente na fronteira com o Zimbabué e o depósito prolonga-
se para e tem sido explorado nos dois lados da fronteira.
Durante o período inicial de funcionamento (1929 – 1949), a mina produziu 90 000 toneladas
de minério, com um teor de ouro médio de 10 g/t (Sheeran, 1988).

*A mineralização de ouro está alojada num horizonte de BIF de rocha com brechas com uma
espessura de até 20 m, incluindo intercalações de talco-xisto e xistos talco-cloríticos.
*Um dique de dolerito da idade do Karoo divide o depósito numa secção oriental e ocidental.

Secção oriental
*A parte sul da zona mineralizada com tendência E-O é constituída por xistos talco-cloríticos
com camadas cloríticas e de quartzito finas com um teor de ouro de 0,4 g/t. Os xistos talco-
cloríticos contêm numerosos filonetes de quartzo-carbonatos parcialmente auríferos.
*Um xisto de quartzo-carbonato-clorítico fortemente tectonizado e com brechas marca o
limite a sul do depósito.
*A zona de cisalhamento contém pirite, pirrotite e arsenopirite e, normalmente, tem um
rendimento superior em conteúdo de ouro, em comparação com rocha sem cisalhamento.
*O ouro está habitualmente associado a pirites e arsenopirites finas e disseminadas.

Secção ocidental
*A secção ocidental do corpo de minério tem uma espessura de 12–20 m
*As condições geológicas e as mineralizações correspondem à secção oriental.

Extensão da mineralização de ouro para leste


*Espera-se que haja uma continuação das mineralizações na extensão oriental da zona de
cisalhamento, especialmente dado que foram observadas mineralizações com um teor de ouro
de até 8 g/t em alguns pontos (Lächelt, 2004).

Uma amostra global de 3 toneladas (citado de GTK, 2006) da zona de minério apresenta a
seguinte composição química (Tabela 6.38.):

Composição Teor

Química

Au 11 g/t

S 7,00%
As 1,00%

TiO2 0,02%

MnO 0,28%

SiO2 62,4%

Al2O3 1,06%

Fe2O3 10,27%

FeO 5,06%

CaO 2,00%

MgO 4,85%

Tabela 6.38.: Composição química de uma zona de minério na mina de Au Monarch (GTK,
2006)

As reservas de minério têm o seguinte valor, segundo Sheeran (1988):

*Reservas de minério comprovadas: 275 000 t


*Reservas prováveis: 65 000 toneladas com um teor de ouro de 8 g/t a uma profundidade de
54 m
Relatórios DNG (Notícia Explicativa, 1995) indicam:
*Reservas comprovadas de 1 391 kg de ouro
*Reservas prováveis de 4 800 kg de ouro (além dos 260 kg de ouro anteriormente
explorados).

6.7.1.2. Bragança
(Folha 1832)

O Depósito de Bragança localiza-se nas imediações de Serra Vengo (folha 1832, 488182/
7920136) e é considerado o maior depósito de ouro do tipo veio em Moçambique (Lächelt,
2004).
A produção histórica remonta a um volume de 510 kg de ouro (Notícia Explicativa, 1995).

*Os veios de quartzo aurífero subverticais, expostos ao longo de uma distância de 150 – 320
m, localizam-se numa zona da fractura com orientação N-S.
*A largura média do veio principal é de 1,6 m e nenhuma alteração notória foi observada até
uma profundidade de 120 m.
*A rocha hospedeira verde é composta por xistos de quartzo-clorítico com textura granular
fina e uma direcção do veio E-O e inclinação para sul.
*Os veios contêm 9 – 12 g/t de ouro e o conteúdo de sulfuretos, assim como de ouro, aumenta
com a profundidade.
*O ouro é associado a pirite, calcopirite, galena e esfarelite e, por vezes, minerais de bismuto.
*Paralelamente ao veio principal, há outro veio, com até 3,6 m de largura, que teve um
rendimento de 4,5 – 16,0 g/t de ouro (Notícia Explicativa, 1995).

Foram calculadas/estimadas as seguintes reservas de minério (GTK, 2006):

*Reservas comprovadas de minério: 450 kg de ouro


*Reservas de ouro prováveis: 1 800 kg de ouro.
6.7.1.3. Zonas de cisalhamento de Mutambarico e Andrado (Depósitos de Guy Fawkes-
Fair Bride)

A Pan African Resources Company (2005) reportou um recurso combinado de um milhão de


onças troy de ouro, num teor in situ de 3,4 g/t de Au, em duas zonas de cisalhamento, no
âmbito das respectivas reivindicações em Manica. Um Depósito Guy Fawkes alargado
juntamente com um Depósito Fair Bride alargado formam, em conjunto, estes recursos.
A produção histórica excedeu as 60 000 onças troy de ouro, distribuídas por várias
prospecções.
GTK (2006), apelando à exploração da Pan African Resources Company (2005), permitiu a
delimitação de duas zonas principais de mineralização:

*A zona de tendência ONO-ESE de Mutambarico, com uma média de 8 – 12 g/t de ouro, com
larguras de 1 – 1,5 m ao longo de uma direcção de veio com um comprimento de 1000 – 2500
m
*Zona de cisalhamento em Andrade com tendência E-O, incluindo uma mineralização desde a
superfície até próxima da superfície de 2 – 4,5 g/t de ouro, com larguras de 45 m, e uma
direcção de veio com comprimentos de 250 – 350 m para zonas individuais de minério.

6.7.1.4. Mundonguara
(Folha 1832)
(ver também cobre 6.5.5.1.1, Mundonguara e cobre-níquel 6.5.5.5.3. Mundonguara
(Folha 1832)

A Ocorrência de Mundonguara (Edmundian) está localizada na encosta sul das Montanhas de


Isitaca, aprox. 12 km a oeste da cidade de Manica (folha 1832, 477977/ 907124).

A Ocorrência de Mundonguara corresponde ao tipo de mineralização de ouro em veios,


vénulas, filonetes e stockworks (tipo recife) de quartzo carbonático de origem hidrotermal,
mas difere dos outros depósitos de Manica na sua composição de minérios. Os minérios de
Mundonguara têm composição cobre-ouro-prata.
O depósito também contém alguma prata.

*Em conjunto, foram identificados dez corpos mineralizados com orientação E-O.
*A mineralização está concentrada numa brecha félsica, que ocorre na forma de aterros de
veios em gabro komateítico ou peridotito da Formação Macequece (A3MM) e felsitos,
quartzitos e brechas de quartzo-feldspato próximos.
*Os minerais metálicos incluem pentlandite, pirrotite, calcopirite, pirite, covelite, calcosite,
bornite, cuprite, carbonatos de cobre e cobre nativo.
**Os conjuntos de ganga incluem clorite, talco-clorítico e talco-carbonato-clorítico.
*As jazidas mineralizadas têm aprox. 10 m de largura e 20 – 120 m de comprimento e
encontram-se numa zona com orientação E-O e inclinação N com 1000 – 1200 m de
comprimento (GTK, 2006).
O cisalhamento ao longo do contacto entre uma camada espessa de serpentinito e uma camada
mais fina de basalto Mg parece controlar a mineralização (Lächelt, 2004).

Reservas, calculadas por:

*LIMEX (1983) de 325 000 t com um teor de 3,1% de Cu e 0,58 g/t de Au.
*Estima-se uma produção total de prata de 700 kg com 8 t de reservas de Ag remanescentes.
6.7.1.5. Outros depósitos, ocorrências e mineralizações de Au na Cintura de Ouro de
(Mutare-) Manica

Na região de Manica existem muitas outras ocorrências ou indicações de Au (ver a lista


anterior).
Trata-se normalmente de depósitos ou ocorrências pouco investigadas e só através de
prospecção adicional, utilizando métodos modernos, será possível avaliar o seu potencial
económico. No entanto, é esperado um aumento dos recursos de ouro.

Outras ocorrências, por exemplo, Two Fools e Chua, revelam mineralizações de ouro, que
devem ser investigadas.

A Ocorrência Chua localiza-se numa zona de cisalhamento com intrusão de granito de duas
micas.

*Sheeran (1988) indica apenas 1,8 g/t de ouro, mas a posição numa zona de cisalhamento
favorece algumas perspectivas de mineralizações de ouro adicionais.

O Depósito Dot’s Luck–Andrade representa um tipo de mineralização hidrotermal–


metassomática.
O depósito encontra-se 10 km a leste de Vila de Manica.

*A mineralização de ouro ocorre numa sequência de metagrauvaque com clastos, posicionada


perto do contacto com xistos ultramáficos (rochas verdes).
*Em direcção a leste, os sedimentos mineralizados têm uma textura granular
progressivamente mais fina, mudando para pelitos ferríferos finamente bandados.
*Esta zona mineralizada de pelitos ferríferos tem uma espessura aproximada de 30 m e
prolonga-se durante cerca de 700 m, com um ângulo de inclinação de 70°N.
*O conteúdo de ouro conhecido até recentemente (2012) é baixo, chegando a apenas 1,5 g/t.
Nas partes onde ocorreram enriquecimentos de sulfureto (magnetite, arsenopirite, pirite,
esfalerita, calcopirite, galenite), pode atingir os 6,8 g/t (Reinhold, 1980).
*As reservas de ouro em 365 000 t de minério, com um teor de ouro de 1,7 g/t, incluindo uma
estimativa de 600 kg de reserva de ouro, são baixas (Steiner, 1992; citação de Lächelt, 2004).

O Depósito Guy Fawkes encontra-se a cerca de 7 km NO de Vila de Manica, na costa norte


do Rio Revuè.

*A mineralização de ouro está concentrada em quartzitos de ferro, incluídos numa sequência


de xistos de talco actinolítico.
*A posição estratigráfica corresponde à zona mineralizada de Dot’s Luck–Try Again
(Sheeran, 1988).
*O teor de ouro observado é de até 10 g/t.

O Depósito Cantão hidrotermal é constituído por lentes de quartzo e ocorre numa zona de
fracturas de inclinação plana.

*Os veios têm uma largura de 0,5 m e consistem em conglomerados, bem como em pirite em
vénulas.
*O conteúdo de ouro tem um teor de 12,4 g/t (Sheeran, 1988).
6.7.1.5.1. Região de Mavonde
(Folha 1833)

Na parte nordeste da continuação da Cintura de Rochas Verdes de Manica, perto do rio Honde
(Monte Mapandacuese, Monte Chitó e outros), aflora uma pequena janela de rochas verdes
(Hunting, 1988).
Destacam-se minérios ultrabásicos e ferríferos bandados (BIF), presumivelmente pertencentes
ao Grupo de Manica.

*Até ao momento, não foi assinalada a ocorrência de quaisquer mineralizações de ouro nas
janelas.
*No entanto, foi descoberto ouro em aluviões de alguns dos afluentes do rio Pungoè.
*Segundo Svirine e Akimidze (1978), este ouro aluvial tem a sua origem em metassedimentos
da Formação do Paleoproterozóico de Fronteira (agora Grupo de Gairezi / P1Z), mas não foi
ainda confirmada qualquer ligação genética a janelas do Arcaico (citação de Lächelt, 2004).

6.7.2. Área de Rotanda-Mavita-Sussundenga


(Folha 1933)

A área também é conhecida como Região de Mavita ou Área de Munhinga-Bande.


Esta área localiza-se 50 a 80 Km SSE da cidade de Manica.

Na área de Rotanda-Mavita-Sussundenga, estão mapeadas várias ocorrências e mineralizações


de Au.
Em analogia com os depósitos de Au de Manica, as ocorrências e mineralizações de Au são
associadas a rochas do Arcaico da Formação de Macequece (A3MM) e são interpretadas por
Lächelt (2004) como a continuação da Cintura de Xisto Cronley do Zimbabué (rochas verdes
e BIF).
Nesta área, a continuação das rochas verdes da Cintura de Xisto Cronley do Zimbabué
aparece em várias pequenas zonas.

*As rochas consistem em metassedimentos e rochas metavulcânicas félsicas da idade do


Bulawaiano (Formação de Macequece /A3MM do Grupo de Manica).
*As zonas têm uma direcção de veio OSO–ENE (Hunting, 1988).
*Em Moçambique, as zonas podem ser percorridas numa distância de cerca de 28 km,
considerando uma largura máxima de 4 km (Hunting, 1988).
Lächelt et al. (1997) indica que as zonas podem ser muito maiores do que se pensa. As zonas
estão parcialmente cobertas por rochas do Grupo Umkondo do Mesoproterozóico (P2U).
As zonas são clivadas por numerosas fracturas e divididas em várias partes, onde se provou a
ocorrência de mineralizações de ouro (Lächelt, 2004).
*Podem ser encontradas diversas explorações artesanais de ouro ao longo do rio Nhamaguio,
a aprox. 80 km SSE de Manica.
*A mineralização é aqui alojada em micagnaisses cisalhados e meteorizados do Arcaico.
*Também está presente ouro aluvial.
*Em Bandire (folha 1933, 523768E/ 7842170N) existem várias fossas profundas, ao longo
das margens do rio Nhamaguio. Veios de quartzo horizontais, com uma espessura de alguns
centímetros, são extraídos pelo seu conteúdo de ouro. Fragmentos de veios, que contêm ouro
com textura granular muito fina, são esmagados e bateados no rio (GTK, 2006).
*Em 1998, a Ashanti Exploration Company colheu amostras geoquímicas do solo e efectuou
uma perfuração de circulação inversa em torno do Depósito de Bandire. As amostras de fossas
renderam até 3,7 g/t/m em rocha de quartzo-moscovite, enquanto os teores médios variam
entre 0,11 e 0,69 g/t de Au na maior escavação (com 250 m de largura). Um total de 792 m de
perfuração de circulação inversa através da zona de veios de quartzo rendeu teores de ouro
inferiores a 1 g/t, sendo o teor mais elevado, de 3,4 g/t, encontrado num intervalo de 2 m de
xisto muscovítico com veios de quartzo. Ashanti estimou um recurso indicado de 640 000 t
com 0,75 g/t de ouro (Gonçalves, 1999, citação de GTK, 2006).
*Podem ser encontradas fossas semelhantes em micagnaisses meteorizados, aprox. 15 km a
oeste, em Mavita (folha 1933, 522958/ 7842542 e 523048/ 7842589). Estas fossas têm uma
profundidade aproximada de 5 – 10 m e expõem vestígios fracturados e dobrados, com uma
espessura de um a dois cm, de veios sub-horizontais de quartzo aurífero. O ouro é bateado
juntamente com os fragmentos de veios de quartzo esmagados, no rio próximo. O encarregado
da equipa de trabalho artesanal informa que o teor de ouro mais elevado é de
aproximadamente 5 g/t (GTK, 2006).
*As operações de mineração tiveram lugar em Baboon Kop e Yankee Grave, mas os locais
exactos são desconhecidos.
*Em vários rios (rio Mussapa e outros), foi bateado ouro aluvial.
*Também se sabe que o ouro primário ocorre em veios de quartzo, por exemplo, em Pangula,
perto de Mavita (Lächelt, 2004).
*Houve igualmente ouro bateado perto de Catandica (a norte da zona de Manica).

Com base na situação actual no mercado do ouro e nas condições geológicas semelhantes às
da área de Manica, assim como no facto de ter sido efectuado pouquíssimo trabalho de
exploração regional, a área de Mavita pode ser classificada como uma área interessante para
prospecção de ouro adicional.

6.7.3. Província geológica de Manica-Báruè

Na grande área das rochas proterozóicas, entre a fronteira do Zimbabué, a oeste, e as zonas de
rifte em NNE, E e SSE, ocorrem várias mineralizações portadoras de ouro, de diferentes tipos
genéticos:

*Zona de bordo do Rifte de Inchope-Gorongosa (Sn-Au, Au – Ta)


*Caniaculo (F-Au)
*Indícios de Au em rochas proterozóicas a NO de Gorongosa
*Área de Massanga-Guro-Mungari (indicações de Au em rochas proterozóicas +
aluviões)
*Área de Mazoe/Changara-Rio Luenha (indicações de Au em rochas proterozóicas +
aluviões)

Todas estas mineralizações recentes (2013) não têm interesse económico. Lächelt (2012) é da
opinião que este grande território deve ser analisado a partir de posições teóricas e, com base
nisso, pode ser organizada uma nova avaliação das perspectivas de ouro desta região:

*Os depósitos de ouro no Cratão do Zimbabué são, no seu conjunto, associados às rochas do
Arcaico (Manica e Mavita em Moçambique) e estas rochas podem servir de origem às
mineralizações de Au nos depósitos geológicos mais recentes
*Investigações a nível geofísico (Lächelt, 2004), confirmaram que as rochas do Arcaico (do
Cratão do Zimbabué) provavelmente continuam na direcção leste até ao Rifte do Leste
Africano (RLA) e, por isso, também as rochas originais de Au do Arcaico continuam para
leste.
*Considerando que as mineralizações de ouro do Arcaico são predominantemente associadas
às rochas verdes e aos quartzitos com ferro (BIF), há a tarefa, juntamente com métodos
geofísicos, geológicos e geoquímicos, de definir estes tipos de rocha que estão por baixo da
cobertura do Proterozóico.
*Têm de existir duas condições, uma reactivação geoquímica do ouro e das possibilidades de
migração (áreas/zonas de reactivação tectónica e zonas tectónicas activas).
Existem alguns períodos com condições favoráveis:
- Falhas em zonas pan-africanas durante o Paleozóico Inferior
- Período de formação das estruturas de rifte do Karoo, especialmente no desenvolvimento
final durante o Karoo (actividades magmáticas-tectónicas)
- Bordo das estruturas de Rifte do Leste Africano (falhas, zonas de união, magmatismo de
bordo de rifte)
- Intersecções de cinturas de rochas verdes e zonas tectónicas reactivadas.

Estas condições existem no Proterozóico da Província geológica de Manica-Báruè e as


mineralizações de Au conhecidas estão posicionadas principalmente em locais que
correspondem a estas condições.
Com base nas investigações recomendadas, podem ser definidos os territórios para uma
prospecção de ouro orientada.

A Figura 6.38. ilustra as ideias anteriormente discutidas.

Figura 6.38.: Possível extensão das cinturas de rochas verdes do Arcaico/zonas BIF do Cratão
do Zimbabué, sob o Proterozóico moçambicano, e locais teoricamente associados, para a
prospecção de ouro (Lächelt, 2012)

6.7.3.1. Zona de bordo do rifte de Inchope-Gorongosa

Numa zona fracturada, impregnada por vários veios, que parecem estar relacionados com o
soco Pré-câmbrico do bordo de rifte, há afloramentos de veios de quartzo com ouro, veios de
sulfureto de quartzo e pegmatitos com columbite-tantalite contendo minerais Nb e Sn
(Lächelt, 2004).
*Os veios e corpos pegmatíticos seguem definitivamente a zona Mesozóica de
fraccionamento, com a direcção de veio N-S, constituindo o bordo do rifte e são também
equivalentes ao alinhamento N-S pré-câmbrico reactivado.
*Os veios de quartzo ocorrem frequentemente em paragnaisses migmatíticos do Grupo
Chimoio do Mesoproterozóico (P2BCga), a sul da intrusão de sienito jurássico da Suíte
Intrusiva da Gorongosa (JrG).
*Enxames de diques félsicos e máficos, associados ao sienito de Gorongosa e com tendência
NO-NE, são comuns, em particular perto da margem do rifte, 20-25 km a leste de Gorongosa.
*Mineiros artesãos escavam veios de quartzo portadores de ouro, perto da Montanha
Teçequire (folha 1834, 608901/ 7932521).
*Os fragmentos de veios de quartzo são esmagados no local e bateados em pequenas
correntes próximas (GTK, 2006).
*A empresa de exploração mineira Ashanti efectuou uma exploração geoquímica limitada
nesta área (Gonçalves, 1997).
*Ainda não foi possível definir com clareza a idade das mineralizações. A relação com os
pegmatitos aponta para uma idade Neoproterozóica (pegmatitos pan-africanos).

O conteúdo de ouro dos veios/pegmatitos varia entre 0–10 g/t. O conteúdo de ouro dos
aluviões também é, no total, baixo e tem um rendimento máximo de 0,5 g/m3.

Na zona de Gorongosa, o ouro é bateado por garimpeiros.


Na zona d Inchope-Gorongosa ena área do rio Changara-Luenha, estima-se que vários
milhares de mineiros artesanais produzam entre 50–60 kg de ouro anualmente ,escavando e
bateando o solo laterítico e o aluvião nos vales fluviais (Lächelt, 2004).

6.7.3.2. Caniaculo (F - Au)


(Folha 1834)

Na zona de fractura do bordo do rifte ocorrem veios de quartzo-fluorite (ver fluorite). Estes
veios correspondem à continuação norte do bordo do Rifte Inchope-Gorongosa. Perto de
Caniaculo, também há ouro nos veios de quartzo-fluorite.
Estes factos confirmam que o ouro está directamente ligado aos processos de fractura ao
longo do bordo do rifte, e que pode existir ouro independentemente do tipo de mineralização
(sulfureto de quartzo, quartzo-fluorite)

6.7.3.3. Indicações de Au em rochas proterozóicas a NO da Gorongosa


(Folha 1833)

A cerca de 20 Km a NO da intrusão de Gorongosa, é mapeado um indício de ouro. A


mineralização é observada em rochas proterozóicas. Do ponto de vista geoeconómico, é
apenas um indício, mas requer atenção em investigações geológicas futuras.

6.7.3.4. Área de Massanga-Guro-Mungari (indicações de Au em rochas proterozóicas +


aluviões)
(Folhas 1732/33, 1832/33)

Perto de Passarau, no rio Muira e em Massanga, foram mapeadas indicações de Au.


Normalmente, a mineralização ocorre em veios de quartzo-sulfureto (Hunting, 1988) e em
aluviões. As ocorrências ainda não foram investigadas.
No entanto, ocorre garimpo de ouro perto de Catandica.
6.7.3.5. Área de Mazoe/Changara-Rio Luenha (indicações de Au em rochas
proterozóicas + aluviões)
(Folhas 1732/33)

Na área de Changara, perto da fronteira do Zimbabué, Hunting (1988) descreve vários


aluviões que contêm ouro.
Hunting (1988) associou estas mineralizações às rochas verdes do vizinho
Cratão do Zimbabué, tendo concluído que também podem existir janelas de rochas verdes em
Moçambique.
No entanto, não foram mapeadas quaisquer rochas verdes nesta área e as mineralizações de
Au têm de ser comparadas com outras ocorrências no Proterozóico da Província Geológica de
Manica-Báruè. Pode haver uma continuação das rochas verdes do Arcaico do Cratão do
Zimbabué por baixo da cobertura do Proterozóico, e pode ser esta a origem dos veios
portadores de Au.

O curso superior do Rio Luenha, assim como dos afluentes, cruza várias protuberâncias doa
Cintura de Bandeira, no Zimbabué (Hunting, 1988), onde houve exploração de ouro.
Em Moçambique, as rochas hospedeiras pertencem ao Grupo do Paleoproterozóico de Gairezi
(P1Z).
As mineralizações de ouro da área de Luenha, ao longo do Rio Cauresi, podem ter sido
originadas, em particular, pelos conglomerados basais do Grupo de Umkondo do
Mesoproterozóico (P2U) (Hunting, 1988).
No Rio Luenha, perto de Changara, os aluviões rendem 3 g/t de Au, local onde a exploração
mineira ilegal está a ser erradicada.
Na zona de Inchope–Gorongosa e na área do Rio Changara-Luenha, estima-se que vários
milhares de mineiros artesanais produzam entre 50–60 kg de ouro anualmente, escavando e
bateando o solo laterítico e o aluvião nos vales fluviais (Lächelt, 2004).

6.7.4. Província geológica de Tete-Angónia

Na grande área de rochas proterozóicas, a norte do Rio Zambeze e na Suíte de Tete (P2T)
ocorrem vários depósitos de ouro e mineralizações portadoras de ouro de diferentes tipos
genéticos:

*Suíte de Tete e Formação de Chíduè (Fe, Cu – Au)


*Área de Cazula (Cu –Fe – Au)
*Zona de Fíngoè (Fe, Cu, Au)
*Mazomboè (Au aluvial)
*Songo-Manje-Bene Chiputo (indicações de Au em rochas proterozóicas)
*Área de Missale-Muende (Chifumbázi)–Mulolera (Au)

6.7.4.1. Suíte de Tete (P2T) e Formação de Chíduè (P1CH)


(área de Moatise-Chíduè por Lächelt, 2004)

Conhecem-se várias ocorrências de quartzo que contêm ouro e de veios de sulfureto de


quartzo na Suíte de Tete básica-ultrabásica (P2T).

A figura 6.39. mostra a posição das mineralizações de ouro e ouro-cobre na Suíte de Tete.
Figure 6.39.: Mineralizações de ouro e cobre-ouro na Suíte de Tete.

Parece que todas estas mineralizações estão alinhadas com uma zona de fraccionação com
direcção de veio N–S, a qual subdividiu a Suíte de Tete nas secções ocidental e oriental
(Figura 6.39.).
Para características mais detalhadas, ver 6.2.5.3. Minérios de sulfureto de cobre associados a
rochas básicas e ultrabásicas na Suíte de Tete (P2T) e rochas adjacentes (miloníticas).

No extremo norte da Suíte, na área dos carbonatos da Formação de Chíduè (P1CH), também
foram encontrados enriquecimentos metassomáticos de ouro.

Não estão disponíveis dados sobre uma investigação detalhada destas mineralizações de ouro.
O conteúdo de ouro é baixo e estas mineralizações podem ter apenas interesse quando
associadas a outras mineralizações (Cu, Fe).

6.7.4.1.1. Ocorrências de Casunça e Cacanga


(Folha 1633)

A ocorrência de ouro da área de Cansunça (Real, 1966) é constituída por quartzo, assim
como por veios de quartzo–carbonato–sulfureto, que se prolongam por aproximadamente 1,2
km.

*Os veios têm uma largura entre 0,5–2,0 m.


*Os principais componentes dos veios (?) são a pirite, calcopirite, bornite, malaquite, cuprite e
azurite.
*Os conteúdos de ouro variam. A zona mineralizada é inferior a 1 m.
*Os veios principais têm uma direcção NO a O e um ângulo de inclinação de 20–60°.
*Localmente, foram observados conteúdos de ouro superiores, de 7,5–15,5 g/t de Au (Real,
1966).

A Ocorrência de Cacanga (16°06'00"S/33°47'00"E) encontra-se a cerca de 3 km NE de


Moatise (Província de Tete). A ocorrência também é conhecida como uma ocorrência de
cobre (ver 6.2.5.3.4. Cacanga).
*A mineralização concentra-se em mármores, xistos e gnaisses, os quais provavelmente
correspondem às inclusões dos sedimentos de Chíduè nas rochas ultrabásicas da Suíte de Tete
(Hunting, 1988).
*Um sistema, com direcção NE, de veios de carbonatitos quartzíticos, dos quais o
afloramento se estende até 600 m e tem um ângulo de inclinação de 55–60°O, contém
scheelite, volframite, pirite, calcopirite, calcosina e minerais de Cu secundários como
principais constituintes.
*Assume-se que os veios carbonáticos derivados de calcários da Formação de Chíduè (P1CH)
devido à presença de inclusões de sedimentos de Chíduè e de intrusões graníticas e sieníticas,
presumivelmente de idades Pan-africanas, ocorrem localmente, na área básica-ultrabásica da
Suíte de Tete (Hunting, 1988).
*As mineralizações associadas consistem em minerais de cobre, chumbo, manganês, cobalto e
urânio. Também foi observado tungsténio (relacionado com urânio?) nestes veios de quartzo–
carbonato (Neiva, 1943; Freitas & Luna, 1956; Real, 1966; BIC, 1981).
*Os conteúdos de ouro variam entre 3–36 g/t (BIC, 1981). Não estão disponíveis dados mais
detalhados.
*Segundo Hunting (1988), as mineralizações de ouro são o resultado de processos de
interacção entre os metassedimentos da Formação de Chíduè do Paleoproterozóico e as
relativamente numerosas intrusões graníticas/sieníticas, que intruíram a Suíte de Tete básica-
ultrabásica. No entanto, estas intrusões nem sempre são mapeadas ou, na realidade, não
existem.
*Segundo Hunting (1988), o ouro foi presumivelmente remobilizado por fluidos aquecidos e
precipitados na forma de veios de quartzo-carbonato.
*O ouro também pode ter sido lixiviado das rochas ultrabásicas da Suíte de Tete (Hunting,
1988).
*Seja qual for o caso, Hunting considerou que os granitos e sienitos pan-africanos são as
rochas hospedeiras mais importantes, nas quais estas mineralizações podem ter ocorrido.
*Uma característica notável é o facto de todas as mineralizações mencionadas se
concentrarem numa zona com a direcção de veio mais ou menos N–S, a qual divide a Intrusão
de Tete em duas secções diferentes (Lächelt, 1985b, 2004).

6.7.4.2. Área de Cazula (Casula)


(Jazida de Ouro de Cazula, por GTK, 2006)
(Folha 1533)

A área de Cazula situa-se a cerca de 80–100 km a norte da cidade de Tete, na estrada de


Tete-Furancungo.

Nesta área conhecem-se alguns depósitos e ocorrências de Au:

*Machinga
*Catôa-Cazula
*Metosso
*Monte Nhamissale
*Bumbe

A posição regional do ouro na área de Cazula é indicada na Figura 6.40.


Qt – Terraço fluvial; P2FM – Gabronorito de Muende; P2FP – Granito do Rio Pônfi; P2FD
– Granito/Ortognaisse porfiroclástica de Desaranhama; P2MT – Granito de Mussata; P2CD
– Grupo de Chidzolomondo; P2C – Grupo de Cazula Figura
Figura 6.40.: Posições regionais dos depósitos/ocorrências de Au da área de Cazula.

*Na área de Cazula, a tendência geral das zonas de cisalhamento, com mineralização de ouro,
é NO-SE.

Machinga é a ocorrência melhor documentada.


A exploração esteve em curso na jazida de Cazula pela Pan African Mining Corporation
(anteriormente Pan African Resources, in JV with Manica Minerals Ltd.; GTK, 2006).

*Em geral, o ouro na área de Cazula está nos veios de quartzo, em zonas de cisalhamento com
orientação NO, no granito porfirítico e granito biotítico da Suíte de Desaranhama (P2MT).
*A área de Cazula é recomendada para actividades de prospecção de Au adicionais.

6.7.4.2.1. Machinga
(Folha 1533)

O depósito é parte da zona de Cazula, em ambos os lados do Rio Machinga. O melhor acesso
é a partir de Cazula, percorrendo 15 km para norte, ao longo da estrada de Tete-Furancungo, e
em seguida percorrendo 2,5 km, ao longo da estrada de Machinga até ao rio.
Na margem direita do rio existem escavações, fossas, minas e poços.
A zona foi trabalhada principalmente durante os anos 40

*O ouro é alojado em veios de quartzo, numa zona de cisalhamento com orientação NO


(340/55), em granito porfirítico.
*A largura do cisalhamento individual é de apenas 10 – 20 cm, ocasionalmente aumenta para
1,5 m, mas pode ser seguida ao longo da direcção de veio, num comprimento de 1000 – 1500
m.
*A profundidade do cisalhamento mineralizado foi confirmada como sendo de 45 m, por
meio de dois poços.
*A zona de cisalhamento contém veios de quartzo leitoso, que alojam ouro livre com textura
granular fina, na secção oxidada, invisível a olho nu.
*Por baixo da zona oxidada, o ouro aparece em pirite.
*Foram ensaiados teores de ouro até 32,3 g/t, apresentando uma média de 7 – 10 g/t. Numa
mina, ocorrem médias de ouro de 9 g/t numa largura de um metro (Svirine, 1978; Loskutov,
1985; Lächelt, 2004; GTK, 2006).

*Estima-se uma produção total de ouro de 120 kg, enquanto a estimativa das reservas é de
840 kg de ouro com um teor médio de 8 – 9 g/t para toda a zona (Svirine, 1978).

O potencial para a mineralização económica é óbvio, embora a zona seja muito estreita no
local da escavação.
Podem ocorrer zonas paralelas, na superfície ou em níveis mais profundos.
Métodos modernos de exploração permitirão uma rápida avaliação do potencial da área de
Cazula.
O acesso ao local é razoável (GTK, 2006).

6.7.4.2.2. Monte Nhamissale


(Folha 1533)

A mineralização é associada a veios de quartzo.

*No Monte Nhamissale, os veios têm um comprimento máximo de 450 m e uma largura entre
0,3 e 0,5 m.
*O ouro ocorre como um elemento nativo na pirrotite, calcopirite e mispíquel (arsenopirite).
*Em Nhamissale, o teor de ouro está entre 2,5–3,0 g/t (Svirine & Akimidze, 1978).

6.7.4.2.3. Cazula e Catõa


(Folha 1533)

*Em Cazula e Catõa, o teor de ouro varia entre 5–20 g/t de Au


*Em Catõa também se observaram minerais de tungsténio.

6.7.4.2.4. Metosso
(Folha 1533)

*Em Metosso, o ouro está concentrado numa zona milonítica, que é intersectada por granitos
e dioritos. Os minerais de minério associados são a magnetite, calcopirite e mispíquel
(arsenopirite).
*A zona mineralizada estende-se por cerca de 300 m, atinge larguras de 70 m e tem direcção
de veio N–S.
*O conteúdo de ouro é muito irregular enquanto o teor varia entre 4–20 g/t (Svirine &
Akimidze, 1978).
6.7.4.2.5. Bumbe
(Folha 1533?)

Em Monte Bumbe, arenitos xistentos formam a zona de contacto com o Granito de


Desaranhama/P2FD
(Hunting, 1988).

*A mineralização ocorre em veios de quartzo com um ângulo de inclinação entre 60–70°.


*Os minerais de minério associados são o tungsténio e a ferberite.
*Em Monte Bumbe, o rendimento é de 3,0 g/t de Au

6.7.4.2.6. Ocorrências aluviais

Foi encontrado ouro aluvial ao longo do Rio Revubuè.


A origem deste ouro ainda não foi clarificada.
Não são conhecidas datas referentes ao conteúdo de ouro nos aluviões.

6.7.4.3. Zona de Fíngoè

6.7.4.3.1. Atchiza
(Folha 1531)

Nas Montanhas de Atchiza, existem ocorrências de veios carbonatados com sulfuretos, aprox.
48 km a OSO da zona mineralizada citada acima (folha 1531, 0274843/8290263).

*Zonas de cisalhamento que intersectam dunitos serpentinizados da Suíte de Atchiza (P3Ad)


alojam os veios carbonatados, normalmente com largura inferior a 0,5 m.
*Manchas de malaquite e bornite, juntamente com minerais de asbesto, estão também
presentes.
*O teor de Cu dos veios reportado varia entre 7,1 e 22,1 % de Cu, com 0,2 a 0,4 % de Ni.

Não há uma estimativa dos possíveis volumes mineralizados. Devido à localização isolada,
num talude montanhoso, não foram efectuados furos de sonda.
Estudos anteriores na Suíte de Atchiza do Neoproterozóico (P3Ad, P3Ag) identificaram uma
série de mineralizações de níquel, cobre, cromite, elementos do grupo da platina (PGE), ouro
e prata (Real, 1962; Hunting, 1984; Afonso et al., 1998).

À excepção de camadas de cromite irregulares, paralelas à estratificação magmática e


resultantes da diferenciação magmática, as restantes ocorrências minerais parecem estar
relacionadas com processos epigenéticos.

*Foram reportadas ocorrências de cobre e níquel com teores substanciais, associadas a veios
de asbesto e garnierita, originados por cisalhamento, em gabros e serpentinitos.
*Foram descobertos ouro e metais platinóides em sedimentos aluviais nos rios Nhangose e
Mecucuè.

6.7.4.4. Mazomboè (Au aluvial)


(Folhas 1430/1530)

No canto noroeste da Província geológica de Tete-Angónia, perto da fronteira Zambiana,


conhecem-se várias ocorrências de ouro:
*Murrunguja
*Rio Mesa
*Outras pequenas indicações sem designação atribuída

As mineralizações ocorrem em veios de quartzo de metassedimentos do Supergrupo de


Zámbuè do Mesoproterozóico (P2ZB).
Também é conhecida a existência de ouro aluvial.
GTK (2006) reportou que também foi encontrada platina nos aluviões.

Pegmatitos de uma idade Pan-africana, com berílio, estão presentes na mesma área.
A área com Au está muito longe de qualquer infra-estrutura e quase não foi investigada. No
entanto, as indicações de ouro podem ser de interesse para actividades geológicas e geo-
económicas adicionais.

6.7.4.5. Songo-Manje-Bene Chiputo (indicações de Au em rochas proterozóicas)


(Folha 1532)

Em algumas localizações de aluviões do Rio Mecumburi e em afluentes dos Rios Mecumburi,


Capoche e Luia, foi bateado ouro.
A fonte não é clara, mas as rochas circunvizinhas são da idade Mesoproterozóica.
Não existem informações mais detalhadas.
No entanto, o ouro aluvial é o indício para mais exploração.

6.7.4.6. Área de Missale-Muende (Chifumbázi)-Mulolera


(Folha 1432/1433)

Esta área de Missale-Muende (Chifumbázi)-Mulolera situa-se no território mais a norte da


Província geológica de Tete-Angónia, em ambos os lados, lado leste e oeste da coordenada
33°E, perto da fronteira com a Zâmbia.

São conhecidas ocorrências e indicações de ouro em:

*Chifumbázi
*Fundão
*Muende
*Missale
*Alto Vúboè
*Milau-Chibalane
*Alto Mepuli
*Mulolera
*Tchindundo
*Cacabanga

A figura 6.41. mostra as ocorrências e indicações de ouro na área de Missale- Muende


(Chifumbázi)-Mulolera .
Qt – Terraço fluvial; d – Diabase; P2FM – Gabronorito de Muende: P2FC –
Granodiorito/Granito de Nacococo; P2FD – Granito/Ortognaisse porfiroclástica de
Desaranhama; P2CZgr – Granito e granodiorito deformados megacrísticos; P2RF – Granito
do Rio Tchafuro; P2CD – Grupo de Chidzolomondo; P2AGto – Gnaisse quartzo-feldspático
tonalítico; P2Dvl – Grupo Mualádzi/Formação Macanda
Figura 6.41.: Ocorrências e indicações de ouro na área de Missale-Muende (Chifumbázi)-
Mulolera .

Sabe-se que há um número de ocorrências de ouro nos paragnaisses do Grupo de Mualádze


(P2D). Pensa-se que a mineralização de ouro na área está geneticamente relacionada com as
zonas de cisalhamento e/ou os corpos intermédios a básicos e alcalinos mais recentes, com
intrusões de gnaisses mais antigos na área.

*Várias descobertas de ouro, relacionadas com a zona de cisalhamento, ocorrem perto de


Chifunde (folha 1432) e Furancungo (folha 1433).
*As rochas na área são essencialmente granito biotítico e granodiorito e pertencem à Suíte de
Desaranhama de 1050 Ma (P2FD).
*Nos granitóides de Desaranhama existem rochas vulcânicas e sedimentares (paragnaisses) do
Grupo de Mualádze (P2Dvl).
*Estas supracrustais contêm, essencialmente a N-S, cisalhamento direccionado, tendo criado o
sistema de canalização necessário para a circulação de sulfuretos e líquidos mineralizados de
ouro.

Toda a região com ouro tem interesse para investigações sistemáticas relacionadas com o
potencial de ouro (assim como de cobre).

6.7.4.6.1. Chifumbázi
(Folha 1432)
O Depósito de Chifumbázi localiza-se ao longo das mesmas zonas principais de fracturas
com orientação N-S (BIC, 1980).

*O ouro ocorre em veios e brechas de quartzo-carbonato e sulfureto de quartzo


(±calcite±clorite) em gnaisse biotítico-hornebléndico com cisalhamento e quartzitos
ferruginosos do Supergrupo de Fingoé (P2F), como ouro nativo ou juntamente com pirite e
calcopirite.
*Halos extensos de epidotização, argilização e silicificação rodeiam estes veios.
*O ouro ocorre quer como ouro nativo quer associado à pirite e, ocasionalmente, à calcopirite.
*Os teores de ouro reportados variam entre 4 e 14 g/t.
*A prata também está presente, mas é rara.
*A Trillion Resources (1995) reportou trabalhos de exploração mais recentes.

Também existem pequenas concentrações de ouro aluvial no Rio Vuboe, adjacente (Lächelt,
2004; Hunting, 1988a).

Dado ter sido efectuada uma exploração muito limitada, a zona é considerada favorável para
investigações adicionais (GTK, 2006).

6.7.4.6.2. Fundão (Chabuine, Fundão, Santa Isabel)-Missale


(Folha 1432/33)

O Depósito de Fundão localiza-se no Distrito de Chiuta, na Província de Tete, próximo da


fronteira da Zâmbia.

*O ouro está alojado em quartzitos com veios de quartzo, conglomerados e xistos


anfibolíticos.
*O teor de ouro é de 1 - 3 g/t.
*Os dois valores mais elevados, analisados em 1949, num lote de 50 amostras, foram 6,7 e
14,1 g/t.
*O conteúdo de ouro varia nas diferentes partes da ocorrência (Chabuine, Fundão, St Isabel),
entre 3 e 7 g/t (Real, 1966).

A mina foi operada numa escala muito modesta, de 1949 a 1950, produzindo cerca de 3 kg de
ouro anualmente (Svirine, 1978).

Uma vez que a extensão dos veios de quartzo não foi delineada, esta zona, com direcção de
veio NE-SO (10/75SE) tem um potencial não testado para a produção de ouro (GTK, 2006).

A mineralização de Missale localiza-se a SE do Depósito de Fundão (folha 1432,


0500437/8441695).
Esta mineralização poderá estar relacionada com o Depósito de Fundão.

*Na área de Missale, a mineralização de ouro ocorre como ouro disseminado, em quartzitos
ferruginosos ou veios de quartzo em xistos actinolíticos talco-cloríticos.
*O ouro pode ocorrer como ouro livre ou associado a sulfuretos e o teor de ouro pode ser de
3-7g/t.
*Pensa-se que a mineralização de ouro está geneticamente relacionada com o Granito
Desaranhama (Lächelt, 2004; Hunting, 1988a).
*O ouro ocorre em veios de quartzo com a direcção E-O e um ângulo de inclinação de 10° N,
que cruza anfibolitos bandados e formações ferríferas.
*Foram reportados teores de ouro médios de 2,3 g/t.
*A extensão conhecida da mineralização é de 90 m e a largura é de 0,8 – 1,6 m (Svirine,
1978; Lächelt, 2004).

6.7.4.6.3. Muende e Alto Vúboè, Milau-Chibalane, Alto Mepuli

O Depósito de Muende localiza-se a uma altura superior a aprox. 5 km a leste de


Chifumbázi, no Monte de Muende.
O acesso mais fácil ao local é a partir de Furancungo, em direcção a Mualadzi, percorrendo
uma distância de 118,5 km e depois 800 m ao longo de uma estrada da mina.

*O ouro é associado a veios de quartzo que ocorrem em quartzitos com cisalhamento,


ardósias e gnaisses de granito porfirítico, com intrusões ácidas.
*O ouro ocorre como ouro nativo ou associado a pirite e pirrotite ou óxidos de Fe (nas
porções alteradas) (Lächelt, 2004).
*Localizam-se junto às fracturas com direcção N-S ocorrências de ocorrências de ouro de
baixo teor com comprimento limitado da direcção do veio.
*Segundo Hunting (1988), a mineralização poderá estar associada às zonas de cisalhamento.
*O quartzito sericítico e xisto sericítico, com tendência E-O, interceptados por intrusões de
ácido com piritie, são enriquecidos com ouro, ao longo de fracturas com direcção de veio
NNE.
*Na zona oxidada, o ouro ou é nativo ou associado a óxidos de ferro.
*Nas partes mais profundas do depósito, o ouro é associado a pirite e pirrotite.
*O ouro ensaiado a 4 g/t (Chakrabarti, 1987) ou 6–12 g/t (Real, 1966).
*A secção com a melhor mineralização de ouro em núcleos de perfuração analisados tinha um
comprimento de 3,4 m, com uma média de 3,15 g/t de Au.

A Trillion Resources (1997) efectuou um mapeamento geológico, analisou o magnetismo do


solo e efectuou a perfuração com brocas de diamante (7 furos, total de 772 m).

Juntamente com as indicações de ouro em Chifumbázi, Alto Vúboè e Alto Mepuli, parece
existir um volume suficiente de rocha mineralizada que justifique a continuação da
exploração.
As mineralizações de ouro de Alto Vúboè, Milau-Chibalane, Alto Mepuli devem ser
interpretadas como indicações para uma prospecção de ouro adicional.

6.7.4.6.4. Mulolera e Tchindundo


(Folha 1433)

Os depósitos de Mulolera e Tchindundo ocorrem numa área adjacente a Cacabanga, no centro


do batólito granítico de Desaranhama.

*A mineralização é associada a filonetes e lentes de quartzo em dioritos alterados,


considerados como sendo xenólitos das rochas do Supergrupo Fingoé básico na área do
Granito Desaranhama (Lächelt, 2004; Hunting, 1988a).
*Segundo Hunting (1988), a mineralização está concentrada em lentículas e filonetes de
quartzo num fragmento de diorito, que é presumivelmente um xenólito de rocha básica numa
intrusão granítica (P2FC – Granodiorito/granito de Nacococo).
*Segundo Freitas & Luna (1956), pensava-se que estas mineralizações fossem causadas pela
influência das zonas de cisalhamento e por uma posterior intrusão de magma de composição
intermédia a básica e granitos alcalinos.
*As lentículas de quartzo podem ter até 3 m de largura.
*Tirando algumas anomalias selectivas, o conteúdo de ouro é baixo (1,56 g/t) (Hunting,
1988).
*O conteúdo médio de ouro foi calculado a 4,11 g/t, diminuindo para 3,9 g/t em certos locais.
*Numa mina, constatou-se mineralização de ouro até 22 m de profundidade.
*O conteúdo de ouro dos aluviões nas imediações do Rio Vuboe é de 0,6 g/t.

6.7.4.6.5. Cacabanga
(Folha 1433)

A Ocorrência de Cacabanga tem uma localização adjacente a NO das ocorrências de Mulolera


e Tchindundo.

*Em Cacabanga, o ouro é associado a uma grande pirite (1500 m x 1,5 m) com veio de
quartzo que ocorre ao longo do contacto entre os granitos e os micaxistos.
*O teor de ouro é 7,6 g/t (Lächelt, 2004; Hunting, 1988a).
*Na Ocorrência de Cacabanga, o ouro ocorre numa zona com a direcção NNE de um veio de
quartzo branco com 1500 m de comprimento e 1,5 m de largura.
*A pirite constitui a principal mineralização.
*A ocorrência situa-se na zona de contacto entre granito e micaxistos.
*A ocorrência tem um rendimento de 7,6 g/t (Real, 1966).

6.7.5. Cintura de Ouro de Niassa

A Cintura de Ouro de Niassa (NGB) é o distrito de ouro mais importante no norte de


Moçambique.
Desde 1990, na área da fronteira com a Tanzânia, em direcção a Cobuè, até à costa leste do
Lago Niassa no sul, numa cintura com aprox. 90 km de norte a sul e uma largura de até 25
km, garimpeiros têm vindo a fazer a exploração mineira do ouro numa zona com a direcção
de veio NE–SO.
É cotada uma produção de 5 t/ano, enquanto Wipplinger (1996) aponta para um total de 12
t/ano.

O ouro tem sido, até agora, predominantemente explorado a partir dos aluviões (M’Papa e
outros locais na parte NE da cintura) e raramente a partir de veios de quartzo entre quartzitos
(Long Bay).
*O conteúdo de ouro dos aluviões em rios e ribeiros é baixo, variando entre 0,5 g/m3 ou 5,1
g/t (Lächelt et al., 1997; Lächelt, 2004).
*Wipplinger (1996) estimou 10–31 g/t.
*As mineralizações de ouro concentram-se exclusivamente no Grupo de Txitonga, do
Neoproterozóico (P3TX), que forma uma zona com a direcção de veio NE-SO, paralela e
correspondendo ao bordo NO do Graben de Maniamba (Karoo), com orientação NE-SO.

As áreas mais importantes (Norconsult / NGU, 2006; Grantham at al., 2011) incluem a parte
nordeste de NGB:

*Cagurué
*Long Bay/Miazini,
*M’Papa (0A - Zero A)
*M’Papa (0D - Zero D)

Não são conhecidas descrições detalhadas para todas estas áreas.

Na parte central e sudoeste do Grupo de Txitonga, a exploração mineira do ouro nas rochas é
desconhecida, mas não é de excluir que tenha ocorrido exploração mineira artesanal.
O mapeamento geológico efectuado pela direcção Nacional de Geologia (DNG) de
Moçambique confirmou as mineralizações de ouro na parte central da cintura.
Ao batear nos ribeiros de três cordilheiras e perto destas, nos rios do Graben de Maniamba,
foi encontrado ouro.
Na terceira cordilheira, (citada como pertencendo ao Graben de Maniamba, a SE dos
depósitos de Txitonga) foram bateados flocos de ouro em eluviões, a dez metros do ponto
mais alto da cordilheira. Este facto confirma que, na parte central da zona, devem existir
mineralizações de ouro primário.
Mais a SO, não foi encontrado ouro e possivelmente aí, as cordilheiras que contêm ouro sejam
dominadas ou ausentes.
Em toda a parte noroeste-oeste da zona rochosa de Txitonga, não foram encontradas
mineralizações de ouro e, por isso, não há indícios de ouro nos rios e ribeiros, em direcção ao
Lago Niassa.

Figura 6.42. mostra a exploração de ouro e as partes de prospecção da zona do Grupo de


Txitonga (Cintura de Ouro de Niassa).

Figura 6.42.: Exploração de ouro e partes de prospecção da zona do Grupo de Txitonga


(Cintura de Ouro de Niassa)
*O ouro primário ocorre na forma nativa em veios de quartzo, em rochas metassedimentares
de baixo teor, associadas a diques máficos e soleiras no Grupo de Txitonga do
Neoproterozóico, com os veios a serem relacionados com estruturas de segunda
ordem, associadas às zonas de cisalhamento com orientação N–S N-S a NE-
SO, provavelmente relacionadas com a justaposição do Grupo de Txitonga com o
Complexo de Unango do Mesoproterozóico (P2UN).
*A direcção principal dos veios segue fracturas extensas de cisalhamento que se
desenvolveram durante um cisalhamento de deslocamento horizontal
nas principais estruturas.
*Na área de M’Papa , são observados veios de quartzo com orientação NE–
SO numa zona destral de cisalhamento, enquanto os veios de quartzo com orientação N–S
são os mais comuns na área de Cagurué.
*As zonas produtivas nas jazidas de ouroaluvial têm uma espessura que varia entre 0,5 e 5 m,
com uma média de aprox. 2–2,5 m na região de M’Papa, que é uma das mais
importantes jazidas de ouro aluvial (NGU, 2007; Grantham at al., 2011).
*Uma zona de meteorização tropical, com 40–50 m de largura, contém ouro eluvial.
*Segundo Kenmare (1996), as rochas com ouro são sustentadas por rochas verdes
anfibolíticas, metamorfoseadas do Proterozóico, associadas a intrusões ácidas.

As datações Re-Os de sulfuretos em veios de quartzo com ouro, no Grupo de Txitonga,


apontam para dois eventos da mineralização de sulfuretos:

*Mineralização precoce, incluindo pirite e calcopirite, formadas há 483 ±72 Ma.


*Deposição secundária de sulfuretos, dominada por calcopirite, ocorreu há 112 ±14 Ma.

As observações estruturais sugerem que todo o Grupo de Txitonga é cortado por uma série de
fácies de xisto verde, zonas de cisalhamento dúctil de deslocamento horizontal, numa
tendência norte-nordeste – su-sudoeste.
*Os veios de quartzo portadores de ouro são interpretados como tendo sido formados em
fracturas extensas de cisalhamento, desenvolvidas durante o mesmo, com deslocamento
horizontal, ao longo das zonas de cisalhamento com tendência norte-nordeste – su-sudoeste.
*A datação das mineralizações de sulfuretos, utilizando o método Re-Os, dá conta de uma
idade aproximada de 483 Ma.
*A datação de 483 ±72 Ma relativa à mineralização precoce, regista provavelmente desta
forma este evento tectónico.
*As zonas de cisalhamento com tendência norte-nordeste – su-sudoeste são idênticas às
descritas numa escala regional no Complexo de Unango (P2UN), datadas a 444 ±5 Ma,
utilizando o método U-Pb em zircão.
**Por isso, é provável que o período inicial de mineralização no Grupo de Txitonga seja um
resultado do mesmo evento tectónico transcorrente Ordovícico-Silúrico, tendo justaposto o
Grupo de Geci na área dos granulitos do Complexo de Unango (NGU, 2007).
*As zonas produtivas nas jazidas de ouro aluvial têm 0,5 - 5 m de espessura; em média, cerca
de 2-2,5 m de espessura em M'Papa, uma das mais importantes jazidas de ouro aluvial (Valoi
& Manhica, 1994).
*O conteúdo de ouro do aluvião é de 5-30 g/t (Lächelt, 2004).
*Além disso, foram reportadas mineralizações menores de ouro eluvial (Lächelt, 2004).

6.7.5.1. Jazida de Ouro de Cagurué


(Folha 1135 Lupilichi, UTM 36S 739550, 8714130)
A jazida de ouro de Cagurué situa-se a cerca de 6 km a sul da fronteira com a Tanzânia e 1
km a oeste da planície do Karoo.
Esta jazida de ouro é provavelmente a mais importante do Grupo de Txitonga.

*O ouro ocorre na forma nativa, numa rede de veios de quartzo existente em rochas
metassedimentares de baixo teor, associadas a diques e soleiras máficos no Grupo de
Txitonga.
*Os veios estão relacionados com estruturas de segunda ordem, associadas a zonas de
cisalhamento com tendência norte-sul a nordeste-sudoeste.
*A principal direcção dos veios segue fracturas extensas de cisalhamento, desenvolvidas
durante um cisalhamento de deslocamento horizontal nas principais estruturas.
*Os veios de quartzo portadores de Au são associados a um corpo principal de metagabro.
*Nas imediações da jazida de ouro, o metagabro é cisalhado localmente, milonítico e alterado
para xisto de quartzo-clorítico nas proximidades da mineralização, com uma granulometria de
xisto de quartzo-sericítico, em locais distantes da mineralização.
*Predomina no metagabro menos deformado e inalterado a clinoanfíbola verde (cerca de 50%
provavelmente actinolite), enquanto os outros 50% são constituídos principalmente por
plagioclase, quartzo e epídoto. Existem quantidades subordinadas e vestígios de óxidos de
ferro, clorite e titanite. A plagioclase está presente em ripas com uma orientação aleatória,
obviamente uma textura relíquia.
*O metagabro é alterado para um xisto de quartzo-clorítico fortemente cisalhado, na área
principal dos veios de quartzo.
*Esta rocha é constituída por 40-50% de clorite, rica em Fe, e 20-25% de quartzo e
plagioclase: Biotite, sericite, epídoto e óxidos de ferro estão presentes em quantidades
subordinadas. Ripas de plagioclase sem orientação são parcialmente reabsorvidas e
substituídas por epídotos e sericite, mas localmente a textura relíquia gabróica ainda pode ser
reconhecida (NGU, 2007).

Mais longe, pelo menos, a 100-200 m de distância da zona principal de veios de quartzo, o
metagabro foi alterado para xisto de quartzo-sericítico.
*Neste xisto predominam os agregados com feltro de sericite com textura granular muito fina
(50-60%), enquanto o quartzo com grãos irregulares maiores totaliza 20-40% da rocha e a
clorite rica em Fe, em agregados com textura granular fina, é de 5-10%.
*Alguns agregados de sericite/muscovite, quartzo e clorite mais grosseiros são provavelmente
pseudomorfos após a plagioclase.
*A jazida principal de veios de quartzo tem um afloramento de cerca de 600 - 700 m a norte-
sul e de 250-300 m a leste-oeste.
*A maioria dos veios tem a direcção norte-sul, mas também são encontradas outras direcções.
*Os veios variam em espessura, desde uma escala de cm até vários metros e são desde
subparalelos até mais oblíquos em relação aos xistos fortemente deformados que os rodeiam.
*A principal direcção dos veios está de acordo com a sua formação como fracturas extensas
de cisalhamento durante o cisalhamento de deslocamento horizontal, nas principais estruturas.
*O ouro ocorre na forma nativa, tem normalmente uma textura granular fina (1-2 mm ou
menos) e, na parte mais rica dos veios, ocorre na forma de grãos irregulares sem outros
minerais de minério.
* Em algumas partes dos veios, existem vénulas de calcopirite, pirite, marcasite e pirrotite,
assim como agregados de magnetite.
*Pequenas inclusões de ouro também estão presentes na calcopirite.
*A marcasite está presente nas partes ricas em pirite das vénulas.
Clorite, carbonato e agregados com feltro de anfíbolo castanho de textura granulada muito
fina são associados aos sulfuretos.
Algumas amostras foram analisadas utilizando uma microssonda electrónica de análise
(SEM), no Geological Survey of Norway (NGU, ou Serviço Geológico da Noruega, 2007):
*Amostra de um veio de quartzo rico em sulfuretos: além da calcopirite, a análise revelou a
presença de pirite contendo parcialmente Ni (até 3,3% em peso), esfalerite (Fe:Zn de 0,14-
0,19), pirrotite (até 2,1% em peso de Ni), siegenite contendo Fe: (Ni,Co,Fe)3S4, hessite de
telureto de prata: Ag2Te e bismuto-telureto-selenite, provavelmente kawasulite: Bi2(Te,Se,S)3.
*Amostras de um veio de quartzo com magnetite, como a principal fase opaca, revelou a
presença de talco e monazite de Ce.
**O talco é uma variedade rica em Fe com até 40% de Fe.

Algumas amostras de veio de quartzo da jazida de ouro foram analisadas para a detecção de
elementos metálicos, incluindo os metais base e ouro:
*As amostras contêm até 19 ppm de ouro, até 0,15% Cu e 12,3% FeO.
*O conteúdo de outros oligoelementos é muito baixo.

A idade da mineralização é desconhecida.


Idades sugeridas que abrangem desde o Arcaico até ao Paleozóico Inferior (por ex. Pinna &
Marteau, (1987); Pinna et al., 1993).
Três amostras com sulfuretos de veios de quartzo na Jazida de Ouro de Cagurué foram
datadas utilizando o método Re-Os.
Várias análises, baseadas em cristais euédricos individuais de pirite e numa fracção separada
de calcopirite maciça, apresentaram, no entanto, um rendimento de idades Ordovícicas
inferiores de 483±72 Ma, ao qual atribuímos um nível elevado de confiança geológica.
*Toda a mineralização é Fanerozóica e não Proterozóica.
*Os dados analíticos de Re-Os também sugerem a presença de um impulso posterior da
mineralização.
*Uma segunda mineralização, na qual predomina a calcopirite, foi formada há 112±14 Ma.

Portanto, as mineralizações podem estar relacionadas com a evolução geológica na área,


conforme se segue:
>483±72 Ma: A mineralização mais antiga (e talvez a principal) de sulfuretos e ouro no
Grupo de Txitonga; associada à evolução das principais zonas de cisalhamento e à evolução
final orogénica pan-africana.
>112±14 Ma: Numa escala regional, esta idade está próxima da sobreposição com a intrusão
de kimberlitos em Graben de Maniamba com 138 +/- 9 Ma (NGU, 2007).

Os métodos recentes (2007) de exploração mineira são muito primitivos, baseados na


utilização de martelos e cinzéis, ocasionalmente também no uso de pirotecnia.
As minas são poços verticais, tipicamente com 10-20 m de profundidade, ocasionalmente com
40 m, em sentido descendente até aos veios de quartzo, com adições horizontais ao longo dos
veios, no fundo dos poços.
As rochas de quartzo com ouro são puxadas por um guindaste através de guinchos manuais,
sendo esmagadas e moídas também manualmente. O ouro é então recolhido utilizando água e
mercúrio.
Segundo algumas pessoas na aldeia, são extraídos anualmente cerca de 75-100 kg de ouro
(NGU, 2007).

6.7.5.2. Jazida de Ouro de M'Papa (0D-Zero D)


(Folha 1135 Lupilichi, UTM 36S 729894, 8709752)
Esta área tem sido uma das jazidas de ouro aluvial mais importantes na cintura de ouro do
Grupo de Txitonga e a produção em 2003 ainda rondava os 500 g de Au/dia.

*A área de produção tem várias centenas de metros de comprimento e uma largura máxima de
30 m.
*A zona mais produtiva encontra-se no fundo de uma camada de rochas e de cascalheira com
0,6-1 m de espessura, que cobre solo argiloso castanho-avermelhado.
*A pedra e cascalheira (1-40 cm) são constituídas essencialmente por quartzo hidrotermal
leitoso e transparente.
*Também se constatou a presença de algum quartzo açucarado e de cascalho de granito com
textura granular fina.
*Até 6-8 m é possível encontrar areia e solo acima da camada produtiva (NGU, 2007).

6.7.6. Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


(Excluindo NGB)

6.7.6.1. Ouro aluvial do Rio Lulimbo


(nome incerto)
(Folha 1235 Macaloge-Chiconono, UTM 36S 789495, 8666328).

O ouro aluvial localiza-se na areia, cascalheira e pedras em ribeiros menores, entre


afloramentos de rochas sedimentares do Karoo, no Rio Lulimbo.

*A cascalheira e as pedras são constituídas essencialmente por quartzo, pegmatito e granito.


*Não foram observados ouro ou sulfuretos e não havia garimpo (NGU, 2007).

6.7.6.2. Indicações de Au do Rio Chimulicamuli e do Rio Lugenda (aluviões)

Foi registado ou reportado o bateamento de ouro local, em pequena escala, ao longo de vários
rios, em outras áreas do norte de Moçambique

6.7.6.2.1. Ouro aluvial e rocha-mãe de Chimulicamuli


(Folha 1235 Macaloge - Chiconono, UTM 36S 769141, 8644626 e 768960, 8644030)

A área localiza-se nos dois lados da estrada, entre Macaloge e o Rio Rovuma.

*Os trabalhos principais foram efectuados até 1 m de largura, numa zona fortemente xistosa,
atravessando um rio seco, pequeno, num granito que é parcialmente fortemente cisalhado, 20-
30 m, nos dois lados desta zona (área norte e sul).
*A zona xistosa tem uma textura granular muito fina, preta a verde escura e inclui alguns
grãos de pirite.
**Na área norte, a zona xistosa é constituída por xisto clorite-sericítico com textura granular
muito fina, que inclui lentes granulares de quartzo com textura granular fina. A pirite euédrica
ocorre habitualmente nestas e ao longo destas lentes

Foi recolhida uma amostra pela NGU (2007), na continuação da zona xistosa de 150 m, que
teve como resultado um ensaio de apenas 30 ppb de Au.
*A área do sul é uma jazida menor de ouro aluvial.
*Foram efectuadas pequenas escavações além da zona xistosa e existem algumas fossas na
margem do rio, na mesma área.
Embora não tenha sido encontrado ouro em rocha dura na área, ainda pode ter interesse para
os mineiros artesanais (NGU, 2007).

6.7.6.2.2. Ouro aluvial do Rio Lugenda


(Folha 1237 Mecula, UTM 37S 353700, 8623370)

Foi recentemente (NGU, 2007) encontrado ouro ao batear nas margens do Rio Lugenda.
Numa bateamento foi encontrada uma pepita de ouro com um tamanho de 2-3 mm,
juntamente com outras mais pequenas.
Foi reportado que uma equipa soviética bateou ouro nos inícios dos anos 80, ao longo do Rio
Lureco, um afluente do Rio Lugenda. (folha 1237 Meluco, cerca de UTM 37S 297700,
8564250) (Tveriankin, 1982; Hunting, 1988a).
Não se conhecem dados mais detalhados.

6.7.6.2.3. Rio Lureco


(As rochas mineralizadas com sulfuretos, ensaiadas na área de ouro aluvial do Rio Lureco-
Reveco)
(Folha 1337)

Segundo a NGU (2007), nesta área, várias rochas com pirite foram ensaiadas relativamente a
ouro e outros metais solúveis em ácido.

*Compreendem principalmente rochas quartzíticas e nenhumas destas provêm de áreas com


ocorrências conhecidas.
*No entanto, apenas foram detectados conteúdos muito baixos de ouro e de outros metais.
*O único valor anómalo que vale a pena mencionar é o dos blocos com textura granular
grosseira, quartzo leitoso com pirite menor em fendas e na forma de disseminações.
* Na folha 1337 Marrupa, UTM 37S 290097, 8553636), uma amostra rendeu 0,6 g/t de Au.
*Existe uma grande quantidade de blocos de quartzo nesta área, que se situa a cerca de 15 km
a montante da ocorrência de ouro aluvial do Rio Lureco.
*O veio de quartzo ocorre no anfibolito do Complexo de Muaquia (P3Q).

6.7.6.2.4. Mazeze
(Folha 1340)

Foi reportado que alguns grãos de ouro foram encontrados a uns 5 km a sul de Mazeze (folha
1340 Mecufi, UTM 37S 628090, 8517170).

*Ocorre uma grande variedade de blocos e pedras numa área de algumas centenas de metros
quadrados.
*Foram reconhecidas rochas fortemente cisalhadas/miloníticas do Complexo de Ocua (P2OC),
incluindo gnaisse biotítico com grafite cisalhada, quartzo pegmatítico e hidrotermal.
*Foram retiradas amostras de gnaisse quartzo-feldspático cisalhado com disseminações fracas
de sulfuretos e pegmatitos quartzo-feldspato/veios com agregados de pirite de textura granular
muito fina e grãos individuais ao longo de juntas, mas o conteúdo de ouro mais elevado
registado tinha apenas 26 ppb de Au (NGU, 2007).

6.7.6.2.5. Namuno-Napiço
(Folha 1338)
Na área de Namuno-Napiço, enriquecimentos de ouro foram observados em aluviões ao longo
de uma distância de 20 km.

*O teor de ouro está na ordem dos 0,6–0,96 g/m³ (Notícia Explicativa, 1995).
*Nesta área, xistos talco-cloríticos, ocasionalmente contendo actinolite, que se destacam
numa zona de gnaisse biotítica, dentro da zona de contacto de um granito mais recente, podem
contribuir para este enriquecimento.
*Devido aos concentrados bateados também terem rendido cassiterite e scheelite, a relação
com pegmatitos também parece ser possível (Hunting, 1988).
*Segundo as estimativas de Hunting (1988) foi possível recuperar 300 kg de ouro.

6.7.7. Sub-província geológica de Nampula-Zambézia

6.7.7.1. Pegmatitos do NO do Alto Ligonha (ETR, Nb, Ta, Au + outros)


(Folha 1538)

O ouro ocorre em alguns pegmatitos dos Pegmatitos do Alto Ligonha, especialmente nas
áreas centrais e do nordeste da área de pegmatitos.

*Conhecem-se, no total, 14 corpos pegmatíticos com ouro e 7 pontos locais nos aluviões
circunvizinhos dos pegmatitos.
*A maioria dos pegmatitos com ouro ocorrem na área de Morrua, entre rochas do Grupo de
Molócuè (P2NMa).
*Os pegmatitos têm intrusões de anfibolitos, gnaisses anfibólicos, piroxenitos granatíferos e
granulito máfico.
*Parece que todos os pegmatitos com ouro estão associados a quartzitos com ferro, gnaisses
e/ou xistos anfibolíticos (Hunting, 1988).
Estas rochas são parcialmente intruídas por granitos pan-africanos pós-cinemáticos.
Estes pegmatitos são considerados intrusões do Pan-Africano Superior–Pós-Pan-Africano e
correspondem à fase intrusiva (pós-pan-africana) mais recente.
*Em Murrupula, foi ensaiado o conteúdo de ouro mais elevado com 3,2 g/t de Au e um
conteúdo médio de 0,1–0,3 g/t de Au (Hunting,1988). Este ouro é associado ao bismuto
(Steiner, 1992).

Em geral, os conteúdos de ouro nestes pegmatitos são muito baixos e apenas podem ter
interesse na exploração mineira de pegmatitos para outras mineralizações (REE, Ta, pedras
preciosas).

Nos aluviões dos afluentes de Xilopane do Rio Namirroe, foram estimadas reservas de 127 kg
de Au.

6.7.7.1.1. Nacaluè

A Ocorrência de Nacaluè situa-se na jazida de pegmatitos do Alto Ligonha, mas é diferente


dos pegmatitos com ouro, na medida em que o ouro está concentrado em veios de sulfureto de
quartzo.

*A rocha hospedeira adjacente aos veios de sulfureto de quartzo é constituída por xistos
sericíticos.
*Ocasionalmente, os veios têm o aspecto de stockworks.
*Segundo relatórios emitidos por AQUATER (1983), os veios com ouro são associados a
quartzitos com ferro (BIF?) nos anfibolitos do anterior Subgrupo de Morrua do Grupo de
Molócuè (P2NMa).
*O conteúdo de ouro dos veios atinge valores até 12–15 g/t.
*Não se sabem informações sobre a mineralização, mas foi estabelecido que os quartzitos
com ferro (BIF?) e os quartzitos são caracterizados por uma concentração elevada de pirite.

Houve uma produção de até 250 kg (1999) proveniente dos aluviões do Rio Naculuè e 9,6 kg
da rocha primária.

6.7.B. Platina

Em Moçambique apenas três indicações de Pt são conhecidas ou são alvo de suspeita.

6.7.B.1. Mazomboè (Au aluvial)


(Folhas 1430/1530)

Em Mazomboè (Au aluvial), as mineralizações de ouro ocorrem em veios de quartzo de


metassedimentos do Supergrupo de Zámbuè do Mesoproterozóico (P2ZB) e conhece-se a
existência de ouro nos aluviões de rios/ribeiros vizinhos.
GTK (2006) reportou que também foi encontrada platina nestes.
A área está muito longe de qualquer infra-estrutura e, por isso, não foram efectuadas
investigações geológicas relativas às mineralizações.
No entanto, a presença de indicações de ouro e platina necessita ser investigada.

6.7.B.2. SO em Tsangano
(Folha 1534)

Perto de Tsangano, 2 a 3 Km a SO, em direcção a Tete, a estrada atravessa uma pequena


intrusão de rochas ultrabásicas.

*A intrusão é constituída por piroxenito e serpentinito com asbesto.

Em 1982, Lächelt visitou esta intrusão, que foi aberta para prospecção de asbesto.
Logo após esta visita, as actividades de prospecção foram terminadas e não são conhecidas
datas ou definições correctas do local.
*Uma série de amostras (Lächelt, 1982) e análises efectuadas por Franken (1982) definiram 9
g/t de platina numa das amostras.
*Ferrara (1988) repetiu as análises e uma análise revela conteúdos de 0,81% de Ni, 0,26% de
Cr, 80 g/t de Co e 15 g/t de Pt.

Em 1998 Lächelt visitou este local mas apenas foram encontrados resíduos de asbesto
meteorizado.
Não foi possível qualquer tipo de recolha de amostras nem uma definição do local nesse
tempo (não existiam cartas topográficas de boa qualidade e a navegação por satélite ainda não
tinha sido introduzida).
O local situa-se no primeiro monte, vindo de Tsangano, no sentido SO, e a estrada atravessa
este pequeno monte/crista.
O problema reside no facto de toda a paisagem ser caracterizada pelos mesmos tipos de
montes e a única orientação consiste nesta intrusão ser o primeiro monte desde Tsangano, na
estrada em direcção a SO.
A intrusão ainda não foi mapeada (2013).

A platina é um metal de valor elevado e, por isso, recomenda-se que estas mineralizações
sejam controladas.

6.7.B.3. Mecucoè
(Folha 1530)

Em Mecucoè I (15°28'15"S/30°59'00"E) e Mecucoè II (15°30'00"S/30°57'00"E), em Tete


Na província, a norte do Rio Zambeze, observaram-se indicações de platina, associadas a ouro
em depósitos aluviais.

*Na lavagem de 144,26 m³ de aluviões, 1 t de concentrado foi separada, o que rendeu 310 g
(=0,03 g/m³) de ouro e 68 g de platina (Vasconcelos &Hall, 1948; Real, 1962; Lächelt, 2004).

Estas indicações requerem uma análise futura e precisam de ser investigadas, em especial para
confirmar estas mineralizações e definir as fontes possíveis destes metais nos depósitos
aluviais.
6.8. Metais raros (MR:Ta, Nb, Sn) e metais de terras raras (TR/ETR)
Pegmatitos multiminerais (MR, ETR, pedras preciosas, minerais industriais e outras
mineralizações), minerais de ETR e minerais para produção de alta tecnologia (lítio,
germânio, gálio, rubídio, césio)

Os metais raros / MR (Nb, Ta) e terras raras/ETR são de altíssima importância económica
para a indústria da comunicação, informação e alta tecnologia. Em Moçambique são
conhecidos muitos depósitos e ocorrências destes elementos e minerais e existem
oportunidades reais de ocupação de uma posição significativa no mercado internacional.

6.8.1. Pegmatitos multiminerais, especialmente pegmatitos de metais raros, de minerais


de terras raras e de pedras preciosas

Em geral, todos os pegmatitos em Moçambique podem ser classificados como de composição


multimineral. As principais jazidas pegmatíticas multiminerais são:

* MR, ETR e pegmatitos de Pedras Preciosas


**Província Pegmatítica do Alto Ligonha (pegmatitos)
**Região/Área de Pegmatitos de Marinrongoè (Marinronguè)
*Pegmatitos portadores de gemas
**Nampula – Pegmatitos de Nacorõa
*Pegmatitos portadores de Estanho, Tungsténio, Molibdénio
**Zona de Inchope-Mucombeze-Doeroi

A Figura 6.43. mostra os principais depósitos portadores de minerais MR e ETR e germânio


de Moçambique.
Figura 6.43.: Depósitos e ocorrências de minerais de MR e ETR e germânio em Moçambique
Os pegmatitos são a principal fonte de elementos MR e ETR e de produção mineral. Um
mineral muito comum nos pegmatitos é, por exemplo, a columbo-tantalite, bem conhecida no
mercado internacional de minerais como "coltan". Também estão presentes nos pegmatitos
moçambicanos muitos minerais de Terras Raras, bem como minerais do grupo do lítio e
minerais industriais, à espera de novas investigações intensivas.
São conhecidos em Moçambique diferentes jazidas pegmatíticas deste tipo e é também
apresentada uma descrição geral no Capítulo 6.11. Gemas (ver 6.11.: Gemas, pedras para
joalharia, materiais e rochas para artesanato, amostras de minerais e de rochas).
Pegmatitos portadores de Nb/Ta- e ETR ocorrem em Moçambique em três zonas/áreas:

*Província Pegmatítica do Alto Ligonha (pegmatitos)


*Região/Área de Pegmatitos de Marinrongoè (Marinronguè) (Folha 1531)
*Zona de Inchope-Mucombeze-Doeroi (pegmatitos e escarnito)

6.8.1.1. Tântalo, nióbio, minerais de terras raras, lítio, rubídio e césio


Moçambique é rico em depósitos e ocorrências de metais raros (MR, especialmente Ta) e
elementos de terras raras (TR/ETR). Ao longo dos últimos anos (até 2013) estes elementos e
minerais têm tido grande procura no mercado internacional e os preços têm aumentado
significativamente. Além destes, os minerais de lítio e outros também têm importância
económica, embora a sua oferta seja abundante no mercado, mas podem ser produzidos, como
subprodutos da produção de MR e ETR, minerais de Li, rubídio, césio, minerais industriais e
gemas.
A principal fonte de tantalite, nióbio, minerais de terras raras, lítio, rubídio e césio são os
pegmatitos, em particular, os chamados Pegmatitos do Alto Ligonha (Província/Jazida
Pegmatítica do Alto Ligonha).

Os pegmatitos moçambicanos são de idades pós-pan-africanas e correspondem aos últimos


eventos magmáticos-tectónicos do desenvolvimento Proterozóico Superior-Pan-Africano
(Lächelt, 2012).
Foi estabelecida uma diferença de idades de cerca de 465-408 Ma entre os pegmatitos e
granitos pan-africanos (Marques, 1989).
Pode ser encontrada uma variedade destes pegmatitos em todo o Complexo de Nampula. As
características mais recentes, em especial dos Pegmatitos do Alto Ligonha, são descritas por
Macey et al., 2007).
Macey (2007) distingue nas Províncias Pegmatíticas do Alto Ligonha e de Nampula e
Nacorõa os seguintes tipos de pegmatitos:

*Pegmatitos Sodalíticos (inclui subtipos de lítio e de sódio (ou albite))


*Pegmatitos potássicos (incluem pegmatitos potássicos com berilo e columbo-tantalite e
pegmatitos potássicos ricos em urânio metamíctico, tório e minerais portadores de
terras-raras).
*Pegmatitos portadores de amazonite e turmalina
*Pegmatitos portadores de esmeralda

Os pegmatitos portadores de amazonite, turmalina e esmeralda são descritos no Capítulo 6.7.


Gemas (ver 6.7.: Gemas, pedras para joalharia, materiais e rochas para artesanato, amostras de
minerais e de rochas).

6.8.1.1.1. Província Pegmatítica do Alto Ligonha


(Pegmatitos do Alto Ligonha, Jazida Pegmatítica do Alto Ligonha, Província Pegmatítica do
norte de Moçambique)
(Folhas 1537, 1538, 1636, 1637, 1638, 1736)

O nome da Jazida Pegmatítica do Alto Ligonha provém da cidade de Alto Ligonha.


Faz parte de uma cintura com 170km de comprimento, com orientação sudoeste-nordeste, que
se estende desde Mocubela, no sul, a Alto Ligonha, no norte.
Existem numerosos distritos de pegmatitos mais pequenos em torno desta cintura, num raio de
aproximadamente 200km em torno da cidade do Alto Ligonha.
Toda a região é conhecida como a Província Pegmatítica do Alto Ligonha ou Província
Pegmatítica do norte de Moçambique, e integra quase a totalidade dos pegmatitos
moçambicanos.
(Dias & Wilson, 2000; CGS, 2007).

Os primeiros registos de mineração de pegmatitos na região do Alto Ligonha datam de 1926.


Na década de 1960, Moçambique foi o segundo maior produtor de berilo do mundo (Pedro,
1986) e também contribuiu significativamente para a produção de lítio, nióbio e tântalo.
Com base nos escassos registos do período, a partir de 1973, é evidente que os valores de
produção desde a independência e da guerra civil não se aproximam do que costumavam
atingir.
Houve também, e ainda há, uma quantidade limitada de mineração de ouro, concentrada
principalmente na Zona de Carreamento de Namama (CFIN) (Grantham et al., 2011).
Um inventário dos pegmatitos realizado na região por Barros & Vicente (1963) revelou
aproximadamente 9 pegmatitos/100km2 (i.e. ~400 pegmatitos numa área de 4400 Km2), da
qual apenas 3,4% eram economicamente exploráveis (Dias & Wilson, 2000).
A maioria dos pegmatitos tendem a ser sub-económicos e devem ser avaliados com base em
todos os seus conjuntos de minerais exploráveis para que possam ser considerados como
tendo interesse económico.

Figura 6.44. mostra a posição geológica dos pegmatitos do Alto Ligonha.

Branco = Pegmatitos com MR; Amarelo = Pegmatitos com ETR


Figura 6.44.: Posição geológica dos pegmatitos do Alto Ligonha

A Província Pegmatítica do Alto Ligonha, no norte de Moçambique é famosa pelas suas


gemas, espécimes minerais únicos e raros e como origem de uma grande variedade de
minerais de elementos raros.
Para além de minerais metálicos, como columbo-tantalite (coltan) e microlite, os Pegmatitos
multiminerais do Alto Ligonha contém também minerais não-metálicos, como berilo,
espodumena, lepidolite, ambligonite, petalite e polucite e, finalmente, pedras semipreciosas
como gemas de berilo (morganite), espodumena (kunzita e hiddenite) e turmalina (Pedro,
1986).
Os pegmatitos desta região eram importantes portadores de vários minerais de elementos
raros, como o berilo, o tântalo e o nióbio, bem como de uma variedade de gemas e espécimes
minerais antes da independência de Moçambique, em 1974.
Esteve em curso uma quantidade limitada de mineração durante a guerra civil que se seguiu.
No entanto, com o fim da guerra civil, em 1994, houve um interesse renovado no potencial
mineral dos pegmatitos de uma região, cujo potencial económico não foi realizado.
A anterior mineração de pegmatitos na região estava concentrada na extracção e tratamento da
parte macia e caulinizada dos pegmatitos.
Assim, grande parte da "rocha dura" mais recente desses pegmatitos ainda está largamente
inexplorada e representa um recurso significativo, bem como um desafio para qualquer
actividade de mineração de columbo-tantalite presente e futura na região (CGS, 2007).
Os pegmatitos contêm uma mineralogia complexa da qual foram, no passado, aproveitados os
seguintes minerais com potencial importância económica:

*Metais raros, especialmente columbo-tantalite (coltan)


*Minerais de Lítio
*Elementos radioactivos e de terras raras
*Gemas (água-marinha, morganite, rubelite, verdelite, esmeralda, etc.) (ver Capítulo
6.11. Gemas)
*Amostras de minerais raros e cristais minerais atractivos (ver 6.11.3. Amostras de
minerais)
*Matérias-primas para a indústria vidraceira e cerâmica, como quartzo, feldspato e
caulino (ver 6.9. Minerais e Rochas Industriais)

Recentemente (2011), as minas de Muiane, Naipa, Morrua, Marropino, Naquisuppa,


Nampossa e Mita (Mecossa) voltaram a entrar em funcionamento, com mineração artesanal
em muitos dos antigos depósitos abandonados, o que levou a um aumento da produção de
minerais de tântalo.
Estima-se que Moçambique tenha cerca de 50 000 trabalhadores artesanais envolvidos na
mineração de tantalite, ouro e gemas (Grantham et al., 2011). Na realidade, os depósitos de
Morrua e Marropino são explorados. Ambos os depósitos resultam na necessidade de explorar
corpos de minério adicionais caso existam. Durante o processo recomenda-se que sejam
incluídas mais localidades (por exemplo a região do rio Melele).

6.8.1.1.1.A. Posição regional e factores de controlo dos pegmatitos do Alto Ligonha

A primeira observação é que os pegmatitos do Alto Ligonha limitam-se a uma única grande
jazida de ocorrência e que os pegmatitos com esta combinação (MR e ETR) apenas estão
presentes nestes pegmatitos.
Continuando na direcção nordeste ao longo dos mesmos pegmatitos antigos (Pegmatitos de
Nampula - Nacarõa) encontram-se muitos grupos minerais análogos (por exemplo, minerais
do grupo do berilo), mas os metais raros e minerais de terras raras estão ausentes ou apenas
em quantidades residuais.
Esta é uma clara indicação de que existem factores de controlo especiais para os pegmatitos
do Alto Ligonha, a respeito da sua posição territorial, bem como da sua composição
mineralógica. O Council for Geoscience/CGS (2007) descreve a Zona de Carreamento de
Namana (CFIN / Zona de Cisalhamento de Namana) como o principal elemento de controlo
para estes pegmatitos.
No entanto, esta jazida pegmatítica é muito maior do que poderá ser a influência do CFIN e
nestes pegmatitos existem indicações de que devem existir outros factores importantes de
controlo.
Como exemplos para estas indicações indicam-se os seguintes:

*que existem dois grupos de pegmatitos que formam diferentes zonas/áreas de localização e
que a posição, especialmente dos pegmatitos com ETR, não coincidem com a CFIN
*que a mineralização de ouro está concentrada apenas na parte central e nordeste do Jazida
Pegmatítica do Alto Ligonha e isso mostra que houve outros factores importantes (além do
CFIN) a influenciar a composição desses pegmatitos.

A Figura 6.45. mostra as relações territoriais dos pegmatitos de MR + ETR e a distribuição de


ouro (ouro em pegmatitos e independente dos pegmatitos).

Figura 6.45.: Esquema da distribuição regional das mineralizações de ouro na área de


pegmatitos do Alto Ligonha.

Lächelt (2012) distingue, geralmente, dois grupos de factores de controlo:


*Factores litológicos e lito-geoquímicos
*Factores estruturais

Os factores litológicos são importantes para a correlação entre as unidades litológicas e a


localização da mineralização pegmatítica, especialmente no que toca à definição das possíveis
rochas originais (factores lito-geoquímicos) para as mineralizações.
Do ponto de vista geoquímico, no leste Moçambicano, os pegmatitos podem ser subdivididos
em dois grupos (segue abaixo a classificação dos pegmatitos):

1. Pegmatitos Li + Nb/Ta = pegmatitos sodalíticos (Na)


2. Pegmatitos não-Li - Nb/Ta = pegmatitos potássicos (K)
Os factores estruturais correspondem a zonas estruturais, zonas de falhas e zonas de uniões.

Lächelt (2012) comparou todos os dados existentes e novos (2007, resultados da revisão da
cartografia geológica) e conclui:

*Comparando a composição química entre os pegmatitos das formações rochosas que


ocorrem nesta região, não existem unidades rochosas que permitam correlacionar a
composição específica dos conjuntos minerais dos pegmatitos e que possam ser identificadas
como possíveis fontes de mineralização dos pegmatitos.
**Apenas a Suíte Câmbrica de Murrupula (CaR) inclui conteúdo reduzidos de alguns
elementos químicos (MR e ETR), presentes nos Pegmatitos do Alto Ligonha, mas a Suíte de
Murrupula não apresenta correlação espacial com estes pegmatitos (Figura 6.46.).

Figura 6.46.: Suíte de Murrupula (vermelho), Zona de Carreamento de Namama (Zona de


Cisalhamento de Namama) e Província Pegmatítica do Alto Ligonha

*No caso, se compararmos todos os afloramentos de pegmatitos (Alto Ligonha e Nampula -


Nacorõa) a sul da Zona de Carreamento do Lúrio (CFIL), observa-se uma boa correlação
regional (Figura 6.47.).
Isto revela um período (tempo) de formação temporário próximo da Suíte de Murrupula e dos
Pegmatitos Pós-Pan-Africanos.
Figura 6.47.: Posição dos Pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-Nacorõa a sul da Zona
de Carreamento do Lúrio.

*O controlo estrutural da posição regional dos pegmatitos pode ser analisado a partir de duas
posições: supra-regional e regional.
**Atentando ao posicionamento regional, torna-se bastante claro que todos (ou quase) os
pegmatitos produtivos se encontram a sul da Zona de Carreamento do Lúrio e isto pode dever-
se a dois motivos:
**A Zona de Carreamento do Lúrio corresponde a uma fronteira tectónica entre duas
províncias tectónicas e metalo-genéticas.
**Os Klippen (Complexo de Monapo / P2MN, Mugeba e Plantação Santos / P2MB), zonas de
carreamento e unidades de carreamento (Complexo de Ocua / P2OC, Complexo de Lalamo /
P3LM, Complexo de Xixano / P3X, Complexo de Muaquia / P3Q, Complexo de M´Sawize /
P3SW) correspondem a unidades de barreira e os pegmatitos não ocorrem nestas unidades
(neste caso, torna-se claro que, a norte da Zona de Carreamento do Lúrio, os pegmatitos são
mais raros, dado que as unidades de barreira ocupam territórios mais vastos).

A Figura 6.48. mostra as potenciais unidades de barreira nas Sub-províncias Geológicas da


Zambézia-Nampula e Niassa–Cabo Delgado.
Figura 6.48.: Potenciais unidades de barreira em relação aos pegmatitos de MR e ETR nas
sub-províncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado

* A Jazida Pegmatítica do Alto Ligonha apresenta uma correlação com a Zona de


Carreamento de Namana (CGS, 2007), mas a localização regional dos pegmatitos sugere
também a influência de outros factores:
**Há uma correlação territorial mais ou menos boa com as unidades litoestratigráficas do
grupo Mesoproterozóico de Mólocuè (P2NMa) e com o Gnaisse de Mamala (P2NMlcl).
**Há uma grande diferença entre os períodos temporais destas unidades mesoproterozóicas e
as intrusões pegmatíticas do Paleozóico, mas pode ser o caso que as unidades mais antigas
sejam a principal fonte de mineralização dos pegmatitos.

A Figura 6.49. mostra a localização territorial do Grupo de Molócuè e do Gnaisse de Mamala,


bem como a Jazida Pegmatítica do Alto Ligonha com a Zona de Carreamento de Namana.
Figura 6.49.: Posição territorial do Grupo de Mólocuè e do Gnaisse de Mamala em relação à
Jazida Pegmatítica do Alto Ligonha e à Zona de Carreamento de Namana (mais a NE, na área
da Jazida Pegmatítica de Nampula, estas rochas não apresentam afloramentos)

6.8.1.1.1.B. Discussão de alguns problemas dos pegmatitos do Alto Ligonha

*Entre os pegmatitos do Alto Ligonha distinguem-se pegmatitos de MR (Nb, Ta) e ETR


(elementos de terras raras).
As análises químicas mostram que estes grupos podem ter alguns conteúdos uns dos outros:

*Conteúdo de MR de X a 0 ETR nos pegmatitos de MR


*Conteúdo de ETR de X a 0 MR nos pegmatitos de ETR

Isto indica que estes tipos de pegmatitos diferentes provavelmente correspondem a duas fases
da mesma família geoquímica (são geoquimicamente aparentados).
*Lächelt (2004) demonstra que
**Os pegmatitos de MR (Nb, Ta) são mais ou menos controlados pela Zona de Carreamento
de Namana (activação e influência da Zona de Carreamento de Namana)
**Os pegmatitos de ETR não seguem elementos (tectónicos?) transversais definidos
(activados) (Figura 6.50.)
Pegmatitos de MR-Metais Raros: Nb, Ta
2-Camua; 5-Mutala; 7-Naquissupa B; 8-Tarupe; 9-Marige; 10-Muhano; 11-Nuaparra; 12-
Murropoce; 13-Muiane; 15-Piteia; 16-Nahia; 17-Mirrucuè; 18-Ingela; 19-Merrapane; 20-
Nahora; 23-Mecossa; 24-Namarella; 25-Morrua; 26-Namarripo; 27-Melela;27-Melela; 28-
Marropino; 35-Ginamo; 37-Namogoa; 39-Munhamade; 40-Munhida; 43-Famalição; 44-
Naiúme
Pegmatitos de ER/ETR – Terras Raras: Grupo do Ítrio
1-Boa Esperança; 3-Guilherma; 4-Muetia; 6-Namacotche; 14-Macatoio; 21-Nampoça; 22-
Namivo; 29-Ile; 30-Mugema; 31-Bére; 32-Minhote; 33-Mária; 34-Nigule; 36-Ilodo; 38-
Lucingo; 41-Muhamade; 42-Mtomati;
Figura 6.50.: - Pegmatitos de MR (Nb, Ta) controlados pela Zona de Carreamento de Namana
(activação e influência da Zona de Carreamento de Namana) e pegmatitos de ETR que
seguem elementos (tectónicos?) transversais (activados).
6.8.1.1.1.C. Distribuição regional dos pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-
Nacorôa

Na base das zonas de distribuição dos pegmatitos (Figura 6.50), de acordo com Lächelt
(2004), distinguem-se quatro cinturas/zonas de distribuição regional de pegmatitos principais,
que coincidem com as principais características estruturais da zona, com a excepção da
cintura de Errego-Ribáuè (CGS, 2007):
Essas cinturas subdividem-se, por sua vez numa série de jazidas pegmatíticas, principalmente
com base na sua localização geográfica e, em certa medida no tipo de mineralização e, assim,
ocasionalmente, transgridem para outras cinturas.
Cada jazida inclui uma série de grupos de pegmatitos, classificados de acordo com os tipos de
pegmatitos dominantes (CGS, 2007):

6.8.1.1.1.C.1. Cintura de Mucubela-Alto Ligonha

Esta Cintura coincide com a Zona de Carreamento de Namama e inclui as seguintes jazidas
pegmatíticas:

*Jazida de Mucubela (VI)


*Jazida de Melela (VII)
*Jazida de Alto Molócuè (VIII)
*Metade ocidental da Jazida do Alto Ligonha (IX)

Estas jazidas são dominadas por pegmatitos do tipo sodalítico e potássico. Estes pegmatitos
são ricos em berilo, columbo-tantalite (incluindo microlite), espodumena, lepidolite,
ambligonite, petalite e polucite. Estão também presentes nestes pegmatitos gemas de berilo
(morganite), espodumena (kunzita e hiddenite) e turmalina (Pedro, 1986).

6.8.1.1.1.C.2. Zona de Mocuba-Mugeba e Munhiba

Estes pegmatitos situam-se principalmente em torno das extremidades dos Klippen de


Mugeba e Plantação Santos e incluem as seguintes jazidas pegmatíticas:

*Jazida de Mugeba (V)


*Jazida de Mocuba (IV)

Nesta área estão presentes pegmatitos principalmente potássicos e, mais raramente,


sodalíticos. Os minerais de maior interesse económicos são as gemas de berilo (água-
marinha), columbo-tantalite, turmalina e minerais de terras raras (Pedro, 1986).

6.8.1.1.1.C.3. Cintura de Errego-Ribáuè

Esta não é uma cintura no verdadeiro sentido. Foi assim designada apenas como uma maneira
conveniente de agrupar as seguintes jazidas pegmatíticas amplamente distribuídas:

*Jazida de Errego (III)


*Jazida de Nauela (II)
*Jazida de Ribáuè (I)

A Cintura não parece seguir qualquer característica estrutural.


Contém pegmatitos exclusivamente potássicos.
Os minerais característicos desta zona são o xenótimo, a euxenite, alanite e outros minerais de
terras raras, bem como a columbo-tantalite.

6.8.1.1.1.C.4. Zona de Nampossa-Miricue e zona de Namarripo-Namivo

Estas duas zonas (D1 e D2) situam-se ao longo da margem sudeste da Zona de Carreamento
de Namama. Estas Zonas incluem:

*Jazida de Murrupula (X)


*Jazida de Naburi (XI)
*Jazida de Gilé (XII),
*Extremidade oriental da Jazida de Melela (VII)
*Metade oriental da Jazida do Alto Ligonha (IX).*Metade ocidental da Jazida do Alto
Ligonha (IX)

Esta área contém principalmente pegmatitos potássicos e, em menor abundância, pegmatitos


sodalíticos. Os pegmatitos sodalíticos encontram-se principalmente na direcção oeste, junto
ao limite da Zona de Carreamento de Namama.
Os minerais predominantes são o berilo e a columbo-tantalite, bem como uma variedade de
minerais das terras raras.

6.8.1.1.1.D. Zonamento regional dos pegmatitos em Moçambique

Foi reconhecido desde o início que:


*Os pegmatitos sodalíticos constituíam um agrupamento grosseiro dentro da Zona de
Carreamento de Namama (ou seja, a parte oeste e noroeste da Jazida do Alto Ligonha)
*Os pegmatitos potássicos a sudeste (Hutchinson & Claus, 1956; CGS, 2007), a nordeste e o
Klippe de Mugeba.

As primeiras tentativas de descrever os pegmatitos de Moçambique em termos de padrões de


zonamento, por Aquater (1983), Pedro (1986) e Marques (1989) desafiam o modelo de
zonamento actualmente aceite para os pegmatitos, proposto por Cerný (1982, 1991b).
O modelo proposto por estes autores compreende uma zona central de pegmatitos sodalíticos
altamente fraccionados, cercada por pegmatitos potássicos menos fraccionadas, com berilo e
Columbo-tantalite ou com urânio metamíctico, tório e minerais portadores de terras raras,
numa escala de 15-30km, em jazidas pegmatíticas individuais ou grupos.
Muitas das jazidas ou grupos pegmatíticos da região estão incorrectamente descritas e
mapeadas, o que, juntamente com as actuais limitações na classificação dos pegmatitos, torna
difícil tipificar (ou classificá-los) os pegmatitos mineralogicamente e quimicamente (Hunting,
1985), a fim de estabelecer padrões de zonamento regionais dentro dos grupos pegmatíticos.
Os grupos pegmatíticos formam, na verdade, pequenos grupos em zonamento de pegmatitos
potássicos pouco fraccionados a pegmatitos sodalíticos altamente fraccionados.
O Grupo pegmatítico de Ginamo mostra uma tendência de fraccionamento grosseiro,
afastando-se da potencial rocha-mãe granítica, a oeste. O zonamento situa-se a uma escala
mais local, a menos de 5km das zonas 3 (às vezes 4), 6 e 5, conforme descrito por Cerný
(1991a), presente.
Os pegmatitos próximos do granito (Ginamo X, IX, VIII, VII, VI, III e II) são desprovidos de
quaisquer minerais de lítio, com a excepção de Ginamo V, que contém lepidolite, e a maioria
dos pegmatitos mais a leste (Ginamo XII, XI, IV, I) contêm lepidolite (e espodumena, no caso
de Ginamo IV) (Aquater, 1983).
Outros grupos pegmatíticos apresentam composições que variam de pegmatitos relativamente
pouco fraccionados a altamente fraccionados.
Infelizmente, as relações espaciais entre os tipos de pegmatitos não foram documentadas, o
que impossibilita mais comentários relativamente a um possível zonamento. Exemplos disto
incluem pegmatitos nas áreas de Marropino-Melela e Morrua, onde as composições
mineralógicas variam de pegmatitos microclínicos estéreis a significativas mineralizações de
pegmatitos portadores de lítio (Hunting, 1985; CGS, 2007).

6.8.1.1.1.E. Classificações dos pegmatitos do Alto Ligonha

Os pegmatitos foram classificados de acordo com a sua:

*Morfologia e tamanho
*Composição mineralógica e química
*Zonamento mineral e estrutura interna
*Mineral e Componentes Minerais Económicos Principais.

6.8.1.1.1.E.1. Morfologia, dimensão e zonas regionais da localização dos pegmatitos

De acordo com a morfologia (Lächelt, 2004), dominam dois tipos principais:

*Veios e corpos com ângulo de inclinação acentuado


*Corpos lenticulares ou em placa sub-horizontais, com ângulo de inclinação de 20-25º,
parcialmente do tipo ondulante (por exemplo, em Morrua).

O comprimento dos corpos lenticulares de alguns centímetros a vários quilómetros. A largura


pode variar entre alguns centímetros a 400m (Muiane).
A dimensão média ronda a os 250x30m (Marques, 1989).

Em Alto Ligonha, os pegmatitos dos dois grupos morfológicas são mais ou menos irregulares
em termos de distribuição regional, mas localizam-se predominantemente na zona central da
jazida pegmatítica.

De acordo com Stajila et al. (1988) e Lächelt (1995) os pegmatitos são divididos em zonas.
No entanto, essa divisão é problemática e nem sempre confirmada com exactidão e, portanto,
é apenas tomada como uma orientação geral (ver discussão 6.4.2.1.A.1.).
Segundo Stajila et al. (1988) e Lächelt (1995, 2004), os pegmatitos podem ser divididos em

*duas zonas principais com orientação SSO-NNE e duas pequenas zonas com orientação SO-
NE na extremidade sul desta jazida;
*duas pequenas zonas limítrofes aos Klippen de Mugeba e Plantação Santos;
*Três zonas muito pequenas, limítrofes aos granitos de Katanga e Pan-Africanos.

Em relação às primeiras duas zonas, os pegmatitos mais a noroeste incluem impregnações de


terras raras e a zona pegmatítica a seguir à Zona de Carreamento de Namama é caracterizada
por mineralizações de metais raros.
Os pegmatitos do bordo do Klippe Mugeba contêm tantalite, berilo e lítio minerais e os
pegmatitos do bordo do Klippe Plantação Santos contêm mineralizações de berilo e tântalo.
As zonas pegmatíticas próximas dos granitos contêm minerais de berilo e tântalo (Lächelt,
2004).
CGS (2007) resume as condições morfológicas da forma seguinte:
“*O tamanho dos pegmatitos varia de poucos centímetros a alguns metros, para o veio
simples e pegmatitos lenticulares, até centenas de metros de comprimento e dezenas de
metros de largura, para os pegmatitos mais complexos.
*O maior pegmatito da área é o de Muiane, com afloramentos ao longo de uma área com mais
de 1000m de comprimento e 400m de largura (Hutchinson & Claus, 1956).
*O conjunto de pegmatitos de Nuaparra também abrange uma área considerável e dispõe de
uma rede anastomosada de pegmatitos que abrange uma área com aproximadamente
2600x1800m, e cujo maior veio mede aproximadamente 1300x150m (Lächelt, 2004).
*O tamanho médio dos pegmatitos explorados é, no entanto, consideravelmente menor,
medindo apenas 250x30m (Marques, 1989).
*Os pegmatitos podem ser divididos em duas categorias morfológicas (Barros & Vicente,
1963; Hutchinson & Claus, 1956):
**veios e corpos lenticulares
**Corpos tabulares a lenticulares.
*Os pegmatitos em veio e lenticulares são corpos pequenos, homogéneos, com ângulo de
inclinação acentuado, sem qualquer importância económica e não serão abordados em
detalhe, sendo mencionados apenas no interesse da exaustividade.
*As formas dos pegmatitos complexos são, no entanto, difíceis de definir devido à falta de
bom afloramento, mas considera-se que sejam corpos de forma tabular e lenticular.
*A uma menor escala, no entanto, os contactos de pegmatitos parecem ter formas bastante
irregulares, com pequenas ramificações e protuberâncias que penetram nas rochas
encaixantes. Crenulações no solo também são comuns (Hutchinson & Claus, 1956).
*Hutchinson & Claus (1956) destacam duas características que apontam para uma forma
lenticular global para alguns pegmatitos.
**Em primeiro lugar, para o Pegmatito de Nanro, com um ângulo de inclinação acentuado, os
contactos de direcção para o interior sugerem uma terminação do corpo com ângulo de
inclinação descendente, uma fossa cortada para além do poço principal ao longo da direcção
do pegmatito expõe apenas rocha encaixante e dá apoio a uma forma lenticular (considera-se
que, até certo ponto, as formas das unidades internas reflectem a forma do pegmatito).
**Em segundo lugar, as unidades pegmatíticas internas de Naipa e Marige tornam-se estreitas
e desaparecem tanto ao longo da direcção como do ângulo de inclinação descendente.
*Os pegmatitos de Morrua e Muiane são corpos com base plana e as zonas são sub-paralelas,
sugerindo uma forma tabular para estes pegmatitos.
*O poço na mina de esmeraldas de Niame é afunilado em direcção à extremidade, o que
sugere uma forma lenticular para este pegmatito.
*As formas dos pegmatitos são controladas pelas propriedades reológicas e, mais
notavelmente, pela textura e composição da litologia das rochas hospedeiras.
*Na sua maioria, os pegmatitos lenticulares ocorrem nos xistos, ao passo que os pegmatitos
de forma tabular ocorrem geralmente nos anfibolitos mais frágeis (Hunting, 1985).
*As principais características estruturais da zona exercem um controlo primário sobre a
orientação dos pegmatitos.
*No entanto, à escala local, os pegmatitos adjacentes podem não ter qualquer semelhança na
orientação.
*Os pegmatitos incluídos na Zona de Carreamento de Namama têm orientação norte-
noroeste-sul-sudoeste, que se torna nordeste-sudoeste na sua extremidade nordeste, que é
paralela à direcção da Zona de Carreamento de Namama e dos fabrics desenvolvidos nas
rochas hospedeiras.
**Localmente existem outras orientações e as estruturas com orientação noroeste-sudeste e
leste-oeste mais antigas aparentemente interseccionam as orientações do anteriormente
mencionado Namama, mais jovem, (Pedro, 1986; Aquater, 1983).
*Os pegmatitos localizados ao redor das bordas dos domos granito-gnáissicos, a sudeste da
Zona de Carreamento de Namama têm orientação tangencial às suas bordas, paralela aos
fabrics das rochas hospedeiras.
*Da mesma forma, os pegmatitos do Klippe de Mugeba e em torno do mesmo têm orientação
aproximadamente paralela às suas margens e desenvolveram-se fabrics nas rochas
hospedeiras.
*A maioria dos corpos pegmatíticos tabulares e lenticulares tem inclinações bastante
superficiais, do tipo soleira (20-30°), por exemplo, Naipa, Naquisuppa, Marropino e Muiane
(Pedro, 1986).
**Isso resulta em afloramentos de núcleos de quartzo resistentes destes pegmatitos na forma
de colinas ou cristas, expondo a borda superior do pegmatito ao longo da inclinação do talude
da colina ou crista, simplificando a mineração desses corpos.
*Os pegmatitos de Marige, Nanro, Niame e Macula assemelham-se mais a corpos do tipo
dique, com inclinações mais acentuadas, e, geralmente, formam cristas baixas e
insignificantes, sendo geralmente reconhecidos por blocos de quartzo dispersos ao longo da
jazida.
*O pegmatito de Nahora é um compósito dos dois tipos e tem uma inclinação de 20° à
superfície, onde aflora ao longo de uma crista, cuja inclinação se acentua até aos 70º na base
do poço na direcção da base da crista (Hutchinson & Claus, 1956).
*Estas atitudes variam de transgressivas a sub-paralelas ao ângulo de inclinação do fabric da
rocha hospedeira.

Os pegmatitos são compostos por dois grupos principais diferentes -pegmatitos de metais
raros (MR) e pegmatitos de terras raras (TR/ETR) - e cada grupo encontra-se sujeito a
elementos específicos de controlo tectónico (Lächelt, 1985, 2004; ver 6.4.2.1.A.1.):

*Os pegmatitos que contêm metais raros (Ta e Nb) situam-se dentro de duas zonas com
tendência NNE/NE-SSO/SO.
**A zona que segue a tendência da Zona de Carreamento de Namama é a zona
economicamente mais importante e, na sua extremidade sul, muda para os bordos dos Klippen
de Mugeba e Plantação Santos (é interessante o facto de os Klippen serem barreiras e de
praticamente não se conhecerem mineralizações de pegmatitos nos mesmos).
*Os pegmatitos que contêm os elementos de terras-raras seguem elementos tectónicos
transversais, expressos pelo bordo norte do Klippe de Mugeba, uma falha transformante a
16°S/38°E e uma zona transversal no limite norte das zonas de pegmatitos de metais raros.

Lächelt é da opinião que os pegmatitos de MR e de ETR são da mesma família geoquímica


(mas de diferentes fases da formação) e de que qualquer tipo de pegmatito pode incluir alguns
elementos do outro tipo.
Especialmente nas intersecções das zonas, podem coexistir mineralizações tanto de metais
raros como de terras raras (Lächelt, 2004).

6.8.1.1.1.E.2. Composição mineralógica e química dos pegmatitos do Alto Ligonha

Os pegmatitos da região são classificados de acordo com a sua composição e estrutura interna.
Isso também fornece uma indicação do grau de fraccionamento e potencial económico do
pegmatito.

A classificação inicial do complexo pegmatítico do Alto Ligonha apresentada por Hutchinson


& Claus (1956), subdividiu-o em duas categorias, com base na presença de minerais de lítio,
reconhecendo pegmatitos portadores de berilo e Nb-Ta sem presença de lítio e pegmatitos
portadorores de berilo e Nb-Ta com lítio.
Correia Neves et al. (1971a, 1971b) sugeriu uma subdivisão semelhante para os pegmatitos
complexos: pegmatitos com minerais de terras-raras metamícticos sem corpos de substituição
e pegmatitos com corpos de substituição bem desenvolvidos.
Uma classificação mais rigorosa foi posteriormente proposta por Barros & Vicente (1963),
que reconhecia quatro subtipos de pegmatitos sodalíticos e subdividia o grupo sem fase
sodalítica em duas classes diferentes de pegmatitos potássicos, conforme descrito na Tabela
6.49.
Esta classificação foi posteriormente simplificada e modificada por Lopes Nunes (1973,
referência em Marques, 1989), que reconheceu quatro tipos principais de pegmatitos na
região: os pegmatitos sodalíticos, dois tipos diferentes de pegmatitos potássicos e dividiu
ainda os pegmatitos do leste, perto de Nacala em grupos de pegmatitos portadorores de
amazonite e de turmalina.

Os dois pegmatitos portadorores de esmeralda na área, Maria III e Niame não foram incluídos
em nenhuma das classificações anteriores.
As correlações entre as várias classificações utilizadas, bem como com a de Cerný (1991a)
são descritas na Tabela 6.49.

São reconhecidos dois tipos de pegmatitos com base na sua estrutura interna ou seja, (ver
também 6.8.1.1.1.B.2., abaixo):

*Pegmatitos homogéneos com mineralogia simples, pertencentes ao grupo de corpos em


forma de veio e lente e pegmatitos com estrutura interna complexa, mas variavelmente
desenvolvida.
*Os pegmatitos complexos são subdivididos em duas categorias abrangentes:
**Pegmatitos Sodalíticos (Barros & Vicente, 1963), que podem ser correlacionados com o
tipo complexo (portadoror de lítio) de Cerný (1991a)
**Pegmatitos potássicos (Barros & Vicente, 1963), que podem ser correlacionados com o tipo
portadoror de berilo e, possivelmente de terras-raras, de Cerný (1991a).

Os pegmatitos sodalíticos são caracterizados por uma zona sodalítica variavelmente


desenvolvida e apresentam geralmente um zonamento bem definido, ao passo que os
pegmatitos potássicos não têm zona sodalítica ou esta é muito pouco desenvolvida (rica em
sódio e sem lítio) e um zonamento interno com desenvolvimento variável (Tabela 6.39).
*Os pegmatitos sodalíticos geralmente apresentam uma significativa mineralização de
elementos raros e os pegmatitos potássicos menos fraccionados são pouco mineralizados no
que diz respeito a esses elementos, mas são potenciais fontes de minerais de terras raras,
feldspato, mica, berilo e caulino.

Classificação Classificação de Classificação de Barros & Classificação de Classificação em termos de


Vicente (1963) Hutchinson &
Geral Lopes Nunes Claus (1956) e Elementos Raros (Cerný 1991a,
(1973) (modificada) 1992)
Correia Neves et
al.

(1971a, 1971b)
Pegmatitos Subtipo Espodumena, Pegmatitos Complexos-
Pegmatitos de

sodalíticos ricos de lítio lepidolite, portadorores de espodumena e


Pegmatitos
Complexos

Pegmatitos
Sodalíticos

elementos

em berilo, ambligonite e berilo Nb-Ta e


(Família

columbite- lítio ou do tipo de lepidolite e


LCT)

raros

tantalite, petalite e eucriptita substituição


raras, berilo, albite-
turmalina, tantalite, microlite, espodumena
microlite, polucite e turmalina
(albitização
micas ricas em
lítio, intensa)
Lepidolite e
espodumena, etc. espodumena, berilo,
tantalite (ou
columbite-tantalite)
e microlite
(albitização

intensa)
Subtipo Berilo e columbite-
tantalite
sódio (albitização

moderada a intensa)
Abundância de
muscovite, berilo e

Columbo-tantalite
(albitização

moderada a intensa)
Pegmatitos Pegmatitos potássicos com berilo Minerais de berilo Berilo (berilo-
potássicos com e columbite-tantalite (albitização e Nb Ta ou corpos columbite) (Família
berilo e columbo- ligeira) de substituição LCT)
tantalite insignificantes ou

Pegmatitos Pegmatitos potássicos ricos em inexistentes Tipo de terras raras


potássicos ricos monazite e nióbio-tantalite (família mista NYF-
em U LCT)
metamíctico, Th e e minerais de terras raras
Pegmatitos

Potássicos

minerais (albitização ligeira)


portadorores de
terras raras

Pegmatitos Pegmatitos Tipo albite-amazonite


(Vlasov (1966)
portadorores portadores de
de (Família LCT)
amazonite e
amazonite e turmalina

turmalina
Pegmatitos portadores Pegmatitos portadorores de
de esmeralda de linha cruzada
(Vlasov, (1966).
esmeralda
Pegmatitos de veio Pegmatitos homogéneos - Pegmatitos Pegmatitos estéreis ou veios de
estéril composição simples com homogéneos; quartzo com ocorrências menores
de feldspato(s) e um ou mais
e lenticulares* duas micas ou biotite, escorlite e Pegmatitos em minerais entre berilo, cassiterite,
berilo estão localmente presentes forma de veio ou volframite
lenticulares
geralmente
associados a
corpos graníticos
(Correia Neves et
al., 1971a, 1971b)

Os pegmatitos em forma de veio e lente incluem os pegmatitos estéreis associados às zonas internas dos distritos de pegmatitos com zonamento
e também aos veios de quartzo com ocorrências menores de feldspato (s) e um ou mais minerais entre o berilo, cassiterite, volframite, na
extremidade desses distritos de pegmatitos divididos em zonas.

É importante fazer a distinção entre os dois, a fim de ser capaz de estabelecer padrões de zonamento nos grupos de pegmatitos.

Não houve tentativas no passado para tentar diferenciar os dois.

Tabela 6.39: Correlação e comparação entre os vários sistemas de classificação dos


pegmatitos da província do Alto Ligonha
6.8.1.1.1.E.3. Mineralogia e zonamento mineral, minerais com valor económico

Há diferentes classificações de acordo com o zonamento mineral dos pegmatitos do Alto


Ligonha.
De acordo com a composição de tipos de minerais do Pegmatito do Alto Ligonha,
distinguem-se cinco subjazidas pegmatíticas (Marques, 1989, Lächelt na presente publicação):

Área central, incluindo os seguintes pegmatitos:

*Ingela
*Macatoio
*Marige
*Mecossa
*Merrapane
*Mirrucue
*Muiane
*Muhano
*Murropoce
*Mutala
*Nahia
*Nahora
*Namacotche
*Namerella
*Namivo
*Naquissupa
*Nuaparra
*Piteia
*Tarupe

Os minerais tipicamente encontrados são a turmalina (gemas), berilo, columbite, tantalite e


microlite, bem como minerais de Li e polucite.
Alguns destes pegmatitos contêm ouro, mas o ouro também ocorre na continuação NE desta
subjazida pegmatítica, até a área de Murrupula.
O ouro está provavelmente associado a processos mais jovens de formação de riftes.

Área de Melela, incluindo os seguintes depósitos:

*Namarripo
*Melela
*Morrua
*Marropino

Estes depósitos, que contêm principalmente microlite, espodumena, tantalite, minerais de Li e


espodumena de qualidade de gema (com hiddenite, kunzita). Os minerais de berilo (e também
morganite) também ocorrem, mas em menor quantidade.

Área de Mocubela onde se localizam os depósitos:

*Ginama
*Ilodo
Nestes depósitos, o berilo, os minerais de Li e a columbite-tantalite (coltan) são os principais
constituintes.

A Área de Mugeba / Mocuba inclui os seguintes depósitos:

*Mugema
*Bére
*Minhote
*Maria
*Nigule
*Ginema
*Ilodo
*Namogoa
*Lucingo
*Munhamade
*Munhida

Estes depósitos contêm uma maior quantidade de berilo de qualidade gemológica (água-
marinha) e columbite.

A Área de Namela e os pegmatitos em locais separados incluem os depósitos:

*Boa Esperança
*Maria
*Macotaia
*Nampoça
*Naiúno

Estes depósitos incluem xenótimo, euxenite, alanite e minerais de terras raras (os ETR
parecem ser dominantes).

No Entanto, Nunes (1973) tentou distinguir todos os pegmatitos (não só os do Alto Ligonha)
de acordo com as suas características mineralógicas e químicas, entre os seguintes grupos de
pegmatitos das províncias de Zambézia e Nampula (citados de Lächelt, 2004):

*Pegmatito Na com berilo, columbite-tantalite, turmalina, microlite, mica de Li,


espodumena e outros
*Pegmatito K com berilo e espodumena
*Pegmatito K com urânio, tório e minerais de terras raras
*Pegmatito portadoror de amazonite (do tipo Santos)
*Pegmatito portadoror de turmalina (do tipo Tulua)

6.8.1.1.1.E.4. Zonamento mineral dos pegmatitos

De acordo com o zonamento mineral, é conhecida a ocorrência de dois grupos pegmatíticos


nas jazidas do Alto Ligonha e Nampula-Nacorõa:

*Pegmatitos homogéneos
*Pegmatitos heterogéneos.
Os pegmatitos homogéneos caracterizam-se por uma mineralogia simples, pertencente ao
grupo dos corpos em forma de veio e lente, com uma distribuição mineral irregular e
granulometria relativamente uniforme. A granulometria difere apenas um pouco, mas
considerando a sua totalidade, pode variar de milímetros a centímetros, atingindo, muito
raramente, 10cm (Marques, 1989; Lächelt, 2004; Grantham et al., 2011).
Os minerais mais importantes são: quartzo, feldspato e mica. Escorlite e magnetite são
encontrados com frequência, mas o berilo é raro.

Os pegmatitos heterogéneos caracterizam-se por uma estrutura interna complexa (pegmatitos


complexos), mas com desenvolvimento variável, apresentando zonamento mineral bem
definido.
Estes pegmatitos, especialmente os do Alto Ligonha, são altamente valorizados devido à sua
variedade de minerais com importância económica (Marques, 1989; Lächelt, 2004; Grantham
et al., 2011).
Os pegmatitos complexos subdividem-se em duas categorias abrangentes:

*Pegmatitos complexos heterogéneos:


**Pegmatitos Sodalíticos (Barros & Vicente, 1963), que podem ser correlacionados com o
tipo complexo (portadoror de lítio) de Cerný (1991)
**Pegmatitos potássicos (Barros & Vicente, 1963), que podem ser correlacionados com o tipo
de berilo ou terras raras de Cerný (1991).

A subdivisão dos pegmatitos sodalíticos proposta por Barros & Vicente (1963) constitui a
subdivisão mais abrangente e lógica para esses pegmatitos e tinha já sido implementada no
passado uma imagem mais clara do fraccionamento pegmatítico dos padrões de zonamento à
escala local e regional.
Os pegmatitos sodalíticos caracterizam-se por uma zona sodalítica de desenvolvimento
variável e apresentam geralmente um zonamento bem definido. Os pegmatitos sodalíticos
geralmente contêm mineralizações significativas de elementos raros.
Os pegmatitos potássicos não têm zona sodalítica ou esta é muito pouco desenvolvida (rica
em sódio e sem lítio) e apresentam zonamento interno com desenvolvimento variável (Tabela
6.51.)

*O subtipo de sódio poderia potencialmente representar um fim de série relativamente mal


fraccionado dos pegmatitos sodalíticos, que culminam nos pegmatitos de lítio portadorores de
polucite altamente fraccionados ou, alternativamente, um fim de série altamente fraccionado
dos pegmatitos potássicos.
*Um problema com a aplicação da classificação de Barros & Vicente (1963) é que muitos dos
pegmatitos economicamente insignificantes, principalmente do tipo potássico, estão mal
documentados e não são caracterizados em detalhe suficiente para aplicar tal classificação,
razão pela qual foi utilizada no passado a classificação simplificada de Nunes Lopes (1973)
(em Marques, 1989). *A distinção entre os pegmatitos potássicos de columbite-tantalite com
berilo e os pegmatitos potássicos particularmente ricos em monazite e nióbio-tantalite e
minerais de terras-raras também é difícil, dado que o berilo e os minerais de terras-raras são
comuns a ambos os tipos de pegmatitos e, também neste caso, muita da literatura não
diferencia adequadamente os dois tipos de pegmatitos potássicos (CGS, 2007).

É apresentada na Tabela 6.40. uma comparação geral das estruturas internas dos Pegmatitos
sodalíticos e potássicos da Província do Alto Ligonha)

Pegmatitos Sodalíticos (zonamento bem definido) Pegmatitos do tipo potássico (zonamento interno
varia de zonamento bem definido a zonamento
simples)

Zonas internas Núcleo de quartzo Núcleo de quartzo Núcleo de quartzo


Zona de quartzo-Mica Zona de quartzo-Mica
Zona sodalítica
Zona do Maciço Zona do Maciço Zona do Maciço
Feldspático Feldspático Feldspático
Zonas externas Zona de mica em livro Zona de mica em livro Zona marginal ou zona
Zona marginal ou zona Zona marginal ou homogénea
homogénea homogénea

Zona
Zona limite Zona limite
Tabela 6.40: Comparação entre as estruturas internas dos pegmatitos sodalíticos e potássicos
da província do Alto Ligonha (após Lächelt, 2004).

Os pegmatitos potássicos menos fraccionados apresentam fraca mineralização no que respeita


a estes elementos, mas constituem potenciais fontes de minerais de terras raras, feldspato,
mica, berilo e caulino (Grantham et al., 2011).
É apresentado na Tabela 6.41. o zonamento detalhado dos pegmatitos do Alto Ligonha.

Outros minerais Minerais com


Zonas Zonamento Limite de Granulom Minerais
interesse
espessura etria principais económico
Gerais

M Bismuto, tantalite, Quartzo róseo,


Zonas Núcleo de quartzo até 0,3 Quartzo (maciço), columbite, columbite- turmalina (qualidade
tantalite, gemológica), cristal
(irregular) cristal de rocha Berilo, turmalina de rocha
internas
escorlite,
cleavelandite,
muscovite
Inclusões: turmalina,
rútilo, espodumena,
grafite

Zona de quartzo-mica M Muscovite, Microclina, pertite,


quartzo albite,
até 0,3
berilo, tantalite,
(irregular) columbite columbite-
tantalite,
sulfuretos

M Zircão, apatite, Berilo (industrial e


fluorite, monazite, gemas), turmalina e
columbite-tantalite, topázio (qualidade
até 0,3 Albite–lepidolite microlite, turmalina, gemológica),
(com e sem berilo, topázio, columbite, tantalite,
(irregular) quartzo) eucriptita, petalite, columbite-tantalite,
Zona de minerais de lítio

Espodumena– polucite, Mn-, Fe- microlite,


Zona sodalítica

óxidos, hidromica,
quartzo silicatos, hidratos e Minerais de Li,
Cleavelandite– outros polucite, cassiterite,
espodumena– caulino
quartzo Albite-
espodumena-
lepidolite-
ambligonite-
quartzo

Microclina-pertite
Feldsp
Grand
Zona

de quartzo
atos
de

es

(com/sem
muscovite)
Microclina-
quartzo

(com/sem
muscovite)

M pertite-quartzo Berilo (industrial),


(com/sem Zircão, malacão,
até 0,3 muscovite) columbite-tantalite,
fosfatos Y e Ce, torite,
Maciço (irregular) Microclina monazite,
Feldspáti (amazonite)- orthite, uranite, samarskite, alanite,
co quartzo minerais de U euxenite, orthite,
meteorizados, niobate, bismutite, feldspato
Zona (com/sem tantalite, minerais TR, caulino
muscovite) columbite-tantalite,
escorlite, berilo,
Microclina- volframite, cassiterite,
pertite-albite- sulfuretos, minerais
quartzo (com/sem Bi, silicatos, hidratos
muscovite)
Albite-quartzo,
Quartzo gráfico –
feldspato

Zona de Dm Muscovite– Magnetite, ilmenite, Feldspato, caulino


mica
Feldspatos Livres

"em quartzo- espessartito,


0,1–0,3
livro" microclina– escorlite
Zona de

(irregular) pertite
Muscovite–
quartzo–
plagioclase–
microclina-
pertite

Zona M 0,01–0,1 Plagioclase– Andaluzite,


margina magnetite, ilmenite,
Zona Externa

l (irregular) quartzo– rútilo, apatite,


Marginal Homogénea ou Zona de Contacto

muscovite- espessartito, biotite,


microclina– columbite, escorlite,
berilo, epídoto,
pertite, quartzo– horneblenda,
muscovite, flogopite,
microclina– vermiculite.
pertite–quartzo–
muscovite,
quartzo–gráfico
feldspato
Zona cm 0,001– Plagioclase– Andaluzite,
limite 0,01 quartzo– magnetite, ilmenite,
(90cm) feldspato, rútilo, biotite.
Microclina– Espessartito,
pertite– escorlite, epídoto,
plagioclase–
Quartzo, horneblenda
muscovite,
Quartzo–
microclina–
pertite

Tabela 6.41.: Zonamento mineral e composição mineral dos Pegmatitos do Alto Ligonha
(modificado de Barros & Vicente, 1963; Lächelt, 2004; Grantham et al., 2011).

É possível distinguir dois tipos de pegmatitos com base na sua estrutura interna.

*A maioria dos pegmatitos é homogénea, com uma mineralogia simples, pertencente ao grupo
de corpos em forma de veio e lente, que são omnipresentes em toda a região, mas sem
importância económica (Correia Neves et al., 1971a, 1971b; Pedro, 1986).
*O segundo e economicamente mais importante grupo de pegmatitos da região tem uma
estrutura interna complexa, um zonamento interno com desenvolvimento variável e uma
distribuição mais restrita.
**Os pegmatitos complexos não são todos igualmente bem zonados e algumas zonas são
inexistentes, pouco desenvolvidas ou descontínuas, ocorrendo na forma de pequenas lentes ou
pods.
*Esta é a base para a classificação dos pegmatitos em Moçambique.

*As zonas externas (zonas marginais) e o núcleo são as zonas internas mais uniformes e
bem desenvolvidas (Cameron et al., 1949; Marques, 1989).
**As zonas são normalmente mais ou menos simétricas e concêntricas em torno do núcleo de
quartzo mas, mais uma vez, nem sempre é o caso.
**A zona externa consiste na zona limite, a zona marginal e a zona de mica em livro. A zona
limite, embora só se tenha desenvolvido em alguns pegmatitos, é geralmente facilmente
reconhecida e forma o contacto entre o pegmatito e a rocha encaixante envolvente, mas nem
sempre é continuamente desenvolvido ao longo de todos os contactos.
**Quando está presente, a zona limite é fina, mas atinge espessuras de dezenas de centímetros
(~80cm).
**Em alguns pegmatitos, forma apenas uma orla fina (<2,5cm) de turmalina e granada, em
contacto imediato com as rochas encaixantes.
**Geralmente, é mais bem desenvolvido ao longo do muro, sob a forma de pegmatitos do tipo
soleira com ângulo muito reduzido, mas muitas vezes ausentes do tecto, por exemplo, Naipa
(Hutchinson & Claus, 1956).
**O contacto com as rochas encaixantes, quando exposto, é ondulatório a abrupto.
**A textura desta zona é geralmente de granulometria fina a média e compreende
principalmente plagioclase açucarada, pertite, quartzo, muscovite e escorlite acessória,
granada vermelho escuro, epídoto, magnetite e, raramente, biotite. A granada e turmalina
formam normalmente bandas finas (<10mm) de extinção ondulatória, que formam faixas
concêntricas sub-paralelamente ao contacto com a rocha encaixante, separadas por faixas
mais amplas de plagioclase açucarada com manchas irregulares de quartzo e muscovite
(Hutchinson & Claus, 1956; Marques, 1989 ).
**Em alguns pegmatitos é possível estabelecer subzonas com base em fracas variações na
composição.
***Um bom exemplo disto ocorre em Naipa e Merrapane, onde a parte externa da zona
marginal é dominada por muscovite em livro (Zona de "Mica em Livro") e a uma distância de
menos de 1m, o conteúdo de muscovite diminui para quantidades acessórias (CGS, 2007).

*As zonas internas dos corpos pegmatíticos tabulares bastante planos de Morrua e Muiane
são sub-paralelas.
**Os contactos entre as zonas variam de abrupto (ex.: Naipa, Morrua) a gradativo, de alguns
centímetros a alguns metros (Barros & Vicente, 1963).
**Foram observadas em Muiane e Naquisuppa cavidades miarolíticas contendo cristais de
quartzo ideomórfico, variando no tamanho de menos de 10cm a cerca de 1m.
.
Na realidade, as zonas de minerais variam de pegmatito para pegmatito mas o esquema
principal é mais ou menos o mesmo. Gouk (1979), por exemplo, descreve para o Pegmatito de
Muiane as seguintes zonas:

*Núcleo de Quartzo
*Zona de Lítio
*Zona Interna
*Zona Externa

As zonas principais dos pegmatitos complexos (distinguidas por Barros & Vicente,
1963; Pedro, 1986; Marques, 1989; Lächelt, 2004)) são apresentadas na Figura 6.51.

Figura 6.51.: Diagrama principal que representa o zonamento dos pegmatitos complexos do
Alto Ligonha

As zonas de minerais principais podem caracterizar-se em mais detalhe da forma seguinte:

6.8.1.1.1.E.4.1. Zona externa (zona marginal, zona homogénea)

*A zona marginal (zona homogénea) é, normalmente, a unidade mais bem desenvolvida e


simétrica em relação ao núcleo de quartzo.
**O grão médio, textura equigranular e a composição algo variável desta zona é análoga à
textura e composição dos pegmatitos homogéneos não-zonados.
**É também geralmente a unidade mais espessa (cerca de 8 m em Muiane) e constitui até
50% dos pegmatitos em diques com zonamento (Hutchinson & Noel, 1956; Marques, 1989).
** A zona marginal é caracterizada por intercrescimentos com textura granular média e
geralmente equigranulares de plagioclase, quartzo, muscovite e biotite menor (Hutchinson &
Claus, 1956).
**A pertite forma blocos euédricos grandes e abundantes, até 1m e está espalhada por toda a
matriz mais fina de plagioclase, quartzo e muscovite (Hutchinson & Claus, 1956; Pedro,
1986). **Intercrescimentos gráficos espectaculares com quartzo estão muitas vezes presentes
dentro da pertite (Lopes Nunes, 1973; referência em Marques, 1989) e, por vezes, também
contêm zonas irregulares de intercrescimentos gráficos com quartzo e turmalina.
**A pertite é mais abundante na parte mais interior da zona, mas é ausente quando presente
na zona intermédia. No entanto, estas unidades apresentam também ângulos de inclinação
descendentes em determinados pegmatitos, onde a zona intermédia, contendo pertite e a zona
marginal (sem ocorrência de pertite) se fundem para formar uma zona marginal contendo
pertite (Hutchinson & Claus, 1956).
**Alguns pegmatitos também contêm cristais de quartzo ideomórficos (por vezes
bipiramidais) e cristais de microclina euédricos (muitas vezes com intercrescimentos gráficos
de quartzo) na parte mais interior desta zona (Lopes Nunes, 1973; referência em Marques,
1989).
**A composição mineralógica da zona de mica "em livro" é idêntica à da zona marginal
(Zona homogénea), mas o aspecto característico é a presença de grandes blocos de muscovite
em livro, com até 20-30cm de diâmetro, muitas vezes orientados e aproximadamente
paralelos ao contacto
Esta zona é geralmente encontra-se na zona marginal (zona homogénea), próxima do contacto
superior com a rocha encaixante.
**A única presença documentada é em Naipa, onde os grandes blocos de muscovite em livro
estão dispostos simetricamente ao longo do muro e do tecto. Esta zona é geralmente bem
definida, bastante extensa e com uma espessura de dezenas de centímetros (até
aproximadamente 60 cm), tornando-se menos densa e adelgaçando-se até terminar ou até se
fundir com o ângulo de inclinação descendente da zona marginal (Hutchinson & Claus, 1956;
Marques, 1989).

6.8.1.1.1.E.4.2. Zonas internas

Estas zonas são comuns a todos os pegmatitos complexos da região e são geralmente bem
desenvolvidas.
É composta por três zonas, que se encontram entre a zona marginal e o núcleo de quartzo,
variando em mineralogia, morfologia, espessura e extensão (apenas em Naipa se verifica a
presença de todas as zonas). Nestas zonas existem concentrações importantes de minerais com
interesse económico, principalmente berilo e columbo-tantalite.

*As duas zonas distintas incluem a Zona do Maciço Feldspático e uma zona lítica ou
sodalítica, embora a última não esteja sempre presente.
*Uma terceira zona de quartzo-mica é variavelmente, muitas vezes pouco, desenvolvida e
com uma distribuição em manchas muito irregulares.
*A Zona do Maciço Feldspático (ZMF) é bem desenvolvida na maioria dos pegmatitos em
toda a região e constitui quase toda a zona interna.
**Muitas vezes, dilui-se e desaparece ou funde-se com o ângulo de inclinação descendente da
zona marginal, ficando a zona marginal em contacto directo com o núcleo de quartzo
(Hutchinson & Noel, 1956).
*Tanto o contacto exterior da ZMF com a zona marginal e o seu contacto interno com o
núcleo de quartzo são geralmente abruptos (Marques, 1989).
*A ZMF contém principalmente cristais de microclina-pertite grandes a maciços (> 1m),
margeados por uma fina orla de rochas ricas em muscovite. Contém ainda quartzo grosseiro,
massas de plagioclase sacaróide e intercrescimentos normalmente também gráficos de
quartzo-feldspato. Existem pequenas quantidades de quartzo e muscovite nesta zona.
Quantidades significativas de outros feldspatos, como amazonite, pertite, ortoclase e albite
também estão localmente presentes. O feldspato nesta zona é muitas vezes altamente
caulinizado.
**O berilo e a columbite são os principais minerais com interesse económico da ZMF
(Hutchinson & Claus, 1956; Marques, 1989).
*A zona sodalítica é caracterizada pela presença de minerais de lítio e, localmente,
plagioclase (var. cleavelandite) e é de grande importância económica, pois contém
mineralização significativa de columbo-tantalite.
**Embora esta zona não seja tão omnipresente quanto a Zona do Maciço Feldspático pode, se
for desenvolvida, assumir proporções relativamente grandes e também surgir, por vezes,
como um recurso de substituição.
*A sua posição em relação ao núcleo de quartzo e à ZMF nem sempre é claramente definida,
mas é geralmente adjacente ao núcleo de quartzo e também substitui a ZMF, embora seja
quase impossível distinguir os minerais primários dos associados a corpos de substituição.
**O contacto interno com o núcleo de quartzo é abrupto.
**No entanto, o contacto com a zona exterior de quartzo-mica é gradativo.
** A lepidolite também se encontra nos preenchimentos de fracturas (Hutchinson & Claus,
(1956). Lopes Nunes, 1973; referência em Marques, 1989).
**Os minerais característicos desta zona incluem lepidolite, espodumena e cleavelandite em
diferentes proporções, bem como ambligonite menor e petalite. Outros minerais incluem
microclina, muscovite e uma variedade de minerais acessórios como berilo, columbite-
tantalite, microlite menor e manganotantalite, polucite, petalite, ambligonite e outros fosfatos
primários, como triplite, apatite e hureaulite. Formam-se normalmente pequenos cristais de
quartzo disseminados nestes corpos de substituição. Os cristais maiores de quartzo e
microclina são provavelmente relíquias da mineralogia primária quando esta zona substitui a
ZMF.
*Podem ser identificados dois subtipos da zona sodalítica com base no conjunto de minerais
de lítio, ou seja, um tipo de lepidolite-albite e um tipo de espodumena-ambligonite, que não
são necessariamente mutuamente exclusivos.
*A relação entre as duas unidades nem sempre é muito clara, mas evidências do pegmatito de
Naipa sugerem que a zona portadorora de espodumena é equivalente no ângulo de inclinação
à zona portadorora de lepidolite.
**O conjunto de lepidolite-albite (var. cleavelandite) tem proporções e texturas de lepidolite e
albite bastante variáveis, que se manifestam de várias formas.
**A espessura desta zona varia de cerca de 1 a 4m, mas em alguns locais, é maior no
pegmatito de Muiane.
Está presente na forma de:
***Massas sacaróides com textura granular fina (<2mm) que compreendem proporções
variáveis de lepidolite e cleavelandite disseminada. Massas de lepidolite quase puras são
comuns em Muiane. Essas massas são, de acordo com Correia Neves et al. (1972), muitas
vezes rico em microlite e manganotantalite e parecem ter formado no final da evolução do
pegmatito. Esta zona é desenvolvida em Morrua, Maria I, Muiane, Naipa e Moneia (Correia
Neves et al., 1972).
***Os corpos de cleavelandite pura que abrangem massas de cleavelandite radiais são
bastante pequenos e de extensão limitada. Estes são geralmente limitados aos pegmatitos mais
fraccionados do tipo potássico ou aos pegmatitos sodalíticos com conteúdos relativamente
baixos de lítio e relativamente pouco mineralizados (w.r.t. Ta-Nb) da área.
Em Naquisuppa, esta zona é adjacente ao núcleo de quartzo.
Também é desenvolvida em Nahia (Hutchinson & Noel, 1956; Marques, 1989).
***A lepidolite também forma grandes massas radiais (cristais com diâmetro até 10m foram
observados em Muiane), cercado por quartzo branco leitoso com textura granular grosseira,
por vezes com núcleo de feldspato caulinizado, por exemplo, Muiane.
***São comuns em Naipa e Muiane Massas elipsoidais do tipo concrecionário (até 20cm de
comprimento) que compreendem intercrescimentos colunares radiantes de lepidolite e
cleavelandite.
***O conjunto de espodumena-albite (-ambligonite-lepidolite) contém quantidades variáveis
de espodumena, albite (var. cleavelandite) e quartzo, podendo conter ambligonite e lepidolite.
*Pensa-se que este conjunto representa o ângulo de inclinação descendente equivalente à zona
portadorora de lepidolite
(Hutchinson & Claus, (1956), embora nem sempre seja o caso.
*É caracterizada por grandes ripas de espodumena com até 20cm de comprimento, embora
pseudomorfos de caulino indiquem que estavam presentes em Naipa cristais de espodumena
de até cerca de 2m, em albite mais refinada (var. Cleavelandite), também geralmente alterada
para caulino, mica e matriz de quartzo.
A albite altera-se para um caulino branco a cinza claro e a espodumena para cookeite e
caulino rosa claro (Correia Neves et al., 1972).
Este conjunto encontra-se desenvolvido em Naipa, Muiane, Morrua, Nahora, Marige,
Marropino e Nanro, dificilmente atingindo 1m de largura.
*O contacto exterior da unidade com o conjunto de quartzo-muscovite é geralmente gradativo
e, geralmente, tem um contacto interior abrupto com o núcleo de quartzo (Hutchinson &
Claus, 1956).
Em Naipa, observado que esta zona tinha uma geometria em forma de pod bastante irregular.
**O contacto com a zona de quartzo-muscovite era gradativo e com a ZMF era bem definido,
com lepidolite ao longo das margens (cerca de 3cm de espessura), mas também parecia
substituir a ZMF em alguns pontos.
**É também desenvolvido em alguns pegmatitos um conjunto portadoror de ambligonite e é
considerado parte do conjunto portadoror de espodumena, uma vez que é, aparentemente,
desenvolvido numa posição semelhante, adjacente ao núcleo de quartzo em Nanro.
*No entanto, a extracção mineira removeu completamente estas unidades (Hutchinson &
Noel, 1956).
*Esta zona de quartzo-muscovite (margem do núcleo) pode aparecer como um recurso de
substituição em alguns locais, mas é descrita com as Zonas Internas, uma vez que se
desenvolve nos pegmatitos mais complexos da região.
*A zona de quartzo-muscovite é composta por quartzo e muscovite com textura granular
média e equigranular, geralmente com uma aparência de "entulho ou brecha" e tem um
desenvolvimento muito irregular. Também está presente feldspato menor. As proporções dos
minerais constituintes são muito variáveis.
**Esta zona é geralmente desenvolvida entre o núcleo de quartzo e a ZMF, embora também
seja desenvolvida nas zonas externas quando a ZMF está ausente. Atinge espessuras que
variam de poucos centímetros até cerca de 1m.
**O contacto externo com a ZMF é geralmente abrupto e o contacto interno com a zona
sodalítica (quando desenvolvida) é mais gradativa, sendo o quartzo substituído por albite e
mica de lítio e a muscovite substituída por minerais de lítio (Hutchinson & Claus, 1956).
**Em alguns pontos, parece substituir parcialmente a ZMF ou ser estruturalmente controlado
(desenvolvido ao longo de fracturas).
***A muscovite muitas vezes está presente na forma de agregados, formando "rosetas de
mica" ou "leques ou plumas de mica"; os cristais são geralmente inferiores a 20mm mas, por
vezes, são significativamente maiores (Hutchinson & Noel, 1956; Marques, 1989).
***Nesta zona são conhecidas mineralizações disseminadas de columbite-tantalite, mas a sua
importância económica é geralmente reduzida.

6.8.1.1.1.E.4.3. Núcleo de quartzo

O centro dos pegmatitos é geralmente caracterizado por um grande núcleo de quartzo, que
pode tomar proporções massivas e é resistente à meteorização, formando pequenas colinas ou
cumes.

*Em Muiane, as espessuras variam de cerca de 1m até 15m (Hutchinson & Claus, 1956).
*O núcleo de quartzo é contínuo ao longo da direcção ou forma um número de pods
descontínuos de quartzo ao longo da direcção do pegmatito.
*O quartzo é geralmente altamente fracturado e a sua cor varia de branco e leitoso a quartzo
róseo e preto defumado. O quartzo hialino também é comum em Somipe e Macongane.
**Pode conter vénulas ou pods contendo lepidolite e albite e cavidades com cristais de
quartzo ideomórficos, albite, espodumena, berilo e mica.

6.8.1.1.1.E.5. Fases de formação mineral das zonas dos pegmatitos complexos do Alto
Ligonha
A Tabela 6.42. apresenta as fases de formação mineral das áreas dos pegmatitos complexos
do Alto Ligonha.

Minerais Zonamento

Zona Zona de Transição Núcleo de

Marginal Quartzo

Zona de Zona Zona de Mica Livre / Zona de Zona de


mica Minerais Quartzo-
Homogéne Zona de Grandes Li /
em livro + a Micas / Mica
Contacto Sodalítica
Zona de Grandes
Feldspatos /

Zona do Maciço

Feldspático

Andaluzite ===

Magnetite === === == ==

Ilmenite === === == ==

Rútilo ===

Granada == = == == ===

Biotite == = == =

Oligoclase === === ==== ===

Feldspato ======= ======== ======= xxxxxxxx == ==


Potássico = = x

Quartzo ======= ======= == ===== == == Xxxxxxxx


= == x

Muscovite == === xxxxxxxx == = = Xxxxxxxxx ==


=== x x

Zircão == == ==== ==

Monazite == == ==== ==

Columbo- == ======= ======= = =


tantalite = =

Turmalina ===== ======== ==== === ====== = == ==

Berilo == xxxxxxxx xxxxxxxx ==


x x

Albite === xxxxxxxx ==


x

Espodumen ==xxxx==
a

Lepidolite ==xxxx==
Ambligonite ==xx

Bi (nativo) ==

== - Formação de minerais de baixo grau xxx – Principais fases de formação mineral


Tabela 6.42.: Fases de formação mineral das zonas dos pegmatitos complexos do Alto
Ligonha

A Tabela 6.43. mostra a formação de minerais de acordo com os intervalos de temperatura.

Minerais Temperaturas (°C)

>600 600 - 500 500 – 400 400 – 100 100<

Alta º Média º Baixa º

Andaluzite ===

Magnetite ===

Ilmenite ===

Biotite ====

Oligoclase ====

Feldspato ===xxx xxxxxx ====


Potássico

Quartzo ====== ===xxx xxxxxxx xxxxxxx ====

Rútilo ====

Granada =====

Muscovite ==xx xxx=== xxxxxx= ======

Sericite ==== xxx=== xxxxxx= ======

Corindo

Zircão ===== ===

Apatite ==== == ==

Monazite ==== ======

Xenótimo ====

Rabdofanite == ====

Torite == =====

Orthite == =======

Gadolinite == ====

Grafite ===== ===

Uraninite ===== ==

Niobate ====== ===

Tantalite ====== ===


Columbo- === xxx=== ===
tantalite

Turmalina == xxx=== ===xxx ===

Berilo = ====xx ==

Topázio == == == ===

Albite xxx xxxxxxx xxx===

Espodumena = xxxxxxx x====

Lepidolite == ====xx ======

Flogopite ===

Cassiterite ======

Fluorite ====

Eucriolite ====

Petalite == =

Polucite == ==

Nefelina =

Epídoto ===

Horneblenda ==

Bertrandite ===

Ambligonite ===== ==

Triplite ==== ===

Herderite ===

Calcopirite ===

Pirite ====

Arsenopirite ====

Molibdenite ===

Galenite ====

Bismutinite ====

Vermiculite ==

Gilbertite ===

Cookeite ====

Êuclase ====

Bismuto nativo =====

Ouro

Limonite
Caulinite xxx=== Xxx

Montmorilonite ======= ==

Laterito ===== ===

Autunite ====

Torbernite ====

Calcite ===

Bismutite =====

Bismuto-esfalerite =====

Malaquite ======

Azurite ======

Pirolusite =======

Psilomelano =======

== - Formação mineral de baixa quantidade; xxx- Intervalo Principal de temperatura de


formação mineral. Tabela 6.43.: Intervalos de temperatura de formação mineral dos
pegmatitos do Alto Ligonha e Nampula -Nacarõa

A tabela 6.43. indica que as temperaturas de formação de minerais dos pegmatitos são
estimadas entre >600 °C e 100 °C. Estas são tipicamente temperaturas de processos pós-
magmáticos tardios.

A tabela 6.44. mostra a composição química dos minerais dos pegmatitos, necessária para a
compreensão dos processos químicos que ocorrem por intrusão dos pegmatitos, a importância
económica dos minerais, e a elaboração de métodos de processamento.

Minerais Composição química Minerais Composição química

Albite Na [AlSi3O8] Kunzita Li Al[Si2O6]

Ambligonite (Li Na) Al [(F OH) PO4] Lepidolite KLi2Al[(FOH)2Al0,5Si3,5O10]

Andaluzite Al2[OSiO4] Magnetite (Fe3+Fe2+)Fe3+O4

Apatite Ca5[(F OH) (PO4)3] Mangano-tantalite (Mn Fe) Ta2O6

Berilo Al2Be3 [Si6O18] Microlite (Na Ca)2(Nb Ta)2O6 (O OH


F)
Biotite K(Mg Fe2+Mn)3[( OH F)2(Al Monazite (Ce La Nd Th)[PO4]
Fe3+) Si3O10]

Bismuto (nativo) Bi Morganite Variedade de berilo

Bismutinite Bi2S3 Niobate Minerais Nb

Bismutite Bi2[O2 CO3] Oligoclase (Especialmente feldspatos


mistos)
Cleavelandite Variedade de albite Petalite Li [AlSi4O10]

Calcopirite CuFeS2 Polucite (Cs Na) [AlSi2O6] 0,5H2O

Crisoberilo Al2BeO4 Pirite FeS2


Columbite (FeMn) (Nb Ta)2O6 Quartzo SiO2
(variedades)

Columbo-tantalite (FeMn) (Ta Nb)2O6 Rútilo TiO2


(coltan)

Cookeite LiAl4 [(OH)8 AlSi2O10] Samarskite (Y U Ca) (Nb Fe3+)2(OOH)6

Cirtolite Zircão (radioactivo Sericite (variedade de muscovite)


modificado)
Êuclase AlBe [OH SiO4] Espodumena LiAl [Si2O6]

Euxenite (Y Ce U Pb Ca) (Nb Ta Ti)2 Tantalite (Fe Mn) (Ta Nb)2O5


(O OH)6
Feldspato: Triplite (Mn Fe2+)2 [F PO4]
(feldspato portadoror de
Feldspato Potássico potássio / potássico)
(feldspato portadoror de Na /
sodalítico
Feldspato Sódico

Fluorite CaF2 Torite Th [SiO4]

Gadolinite Y2Fe2+Be2[O SiO4]2 Topázio Al2 [F2 SiO4]

Granada (Grupo de minerais) Turmalina NaFe3Al6 [(OH(BO3)3 Si6O18]

Grafite C Xenótimo Y [PO4]

Ilmenite FeTiO3 Zircão Zr

Tabela 6.44.: Minerais importantes dos pegmatitos do Alto Ligonha e respectiva composição
química.

6.8.1.1.1.F. Localização estratigráfica dos pegmatitos do Alto Ligonha

*Os pegmatitos do Alto Ligonha localizam-se principalmente entre os anfibolitos


neoproterozóicos, xistos anfibólicos, xistos de muscovite-biotite, gnaisses e quartzitos
(Marques, 1989) do Complexo de Nampula /P2NM (ver 6.4.2.1.A.).
*Os pegmatitos de metais raros concentram-se especialmente em micaxistos, xistos
anfibólicos e anfibolitos.
*A direcção e o ângulo de inclinação dos corpos pegmatíticos individuais não são constantes.
*Parece que a Zona de Carreamento de Namama, com orientação NNE e a extremidade do
Klippe de Mugeba são factores de controlo, particularmente para os pegmatitos de metais
raros (Lächelt, 2004).
*A mineralização, especialmente dos pegmatitos zonados-complexos, varia entre os
pegmatitos e todos os grupos minerais principais, com muitas variedades minerais estão
presentes (Tabela 6.45.).

6.8.1.1.1.G. Geocronologia/idades das intrusões pegmatíticas

A idade dos pegmatitos da Província Pegmatítica do Alto Ligonha foi limitada, até 2004,
apenas por dois minerais isócronos de Rb-Sr de feldspato potássico e muscovite.
As idades eram de 448 ± 7 Ma e 454 ± 7 Ma, respectivamente (Aquater, 1983).
A CGS (2007) realizou datações SHRIMP (zircões) e CHIME (monazite).
A datação SHRIMP mostra pelo menos duas gerações de pegmatitos intruídos nas rochas da
Sub-província de Nampula.
*Os pegmatitos dobrados representam as fases anteriores enquanto a fase pós-tectónico foi
datada de 501 ± 3 Ma (U-Pb SHRIMP).
*Os zircões foram obtidos a partir de amostras do Pegmatito de Somipe.
**O zircão define dois grupos ou variedades:
***Os zircões euédricos, grandes e ricos em U distinguem-se dos zircões mais pequenos,
arredondados e com baixo teor de U. Os zircões de baixo teor de U, que se caracterizam por
zonamento oscilatório, mas são geralmente arredondados, produziram, na sua maioria, idades
de 207Pb/206Pb de cerca de 900-1050 Ma.
***Em contraste com grãos euédricos ricos em U, que produziram idades de 207Pb/206Pb de
cerca de 230-500 Ma.
* Os dados da análise SHRIMP indicam dois grupos de idade e são interpretados como
indicativos de que o pegmatito herdou os zircões com baixo teor de U com cerca de 1000 Ma
da fusão parcial da rocha encaixante durante a sua génese, durante as épocas Pan Africanas,
há cerca de 500 Ma.
**É de notar que o Pegmatito de Somipe está localizado muito perto de um plutão Pan-
Africano, onde uma amostra produziu uma idade de cristalização de 495 Ma.

A técnica de datação CHIME (Chemical Th-U total Pb Isochron Method) foi usada numa
amostra de monazite obtida a partir do Pegmatito de Somipe para determinar melhor a sua
idade de cristalização.
*O pegmatito de Somipe está localizado imediatamente a norte do Klippe de Mugeba, na
jazida pegmatítica de Mugeba, das zonas de Mocuba-Mugeba e Munhiba (Cronwright, 2005).
*O pegmatito está situado junto a um grande corpo granítico Pan-Africano datado de 495 ± 2
Ma (SHRIMP de zircão de U-Pb).
*Uma idade de rocha total de Rb/Sr de 491 ± 27 Ma foi obtida para o Granito de Monte Uape
(Aquater, 1983), uma idade SHRIMP de zircão de U-Pb de 497 ± 8 Ma for o Granito de
Monte Podo, perto de Uape e um aplito não deformado, 50km a sul da cintura do Lúrio,
recentemente produziram uma idade de 493 ± 4 Ma (206Pb/238U TIMS) (Jamal et al., 1999).
*As rochas encaixantes hospedeiras do Pegmatito de Somipe incluem gnaisses quartzo-
feldspáticos leucocráticos, gnaisses ligeiramente máficos a ultramáficos e rochas meta-
sedimentares menores (micaxistos e gnaisses, quartzitos granatíferos e quartzitos micáceos).
*O pegmatito é característico do grupo de pegmatitos potássicos descrito por Barros &
Vicente (1963) e corresponde tanto aos grupos de pegmatitos de berilo-columbite ou de terras
raras dos pegmatitos de elementos raros (Cerný 1991a; 1991b; 1992).
*As amostras para a datação SHRIMP foram recolhidas a partir de material alterado no poço
do Pegmatito de Somipe.
*Outros minerais presentes incluem o quartzo, feldspato, columbite-tantalite, xenótimo e
apatite.
*Os grãos de monazite, de cor bege, são euédricos, embora alguns sejam fracturados e
quebrados. A maioria dos grãos tem um padrão de zonamento simples e não foram
identificados núcleos de relíquia em nenhum dos grãos utilizando as imagens da BSE. Existe
também um zonamento de composição no que diz respeito ao tório em alguns dos grãos.
Determinados grãos continham manchas de zircão e inclusões de xenótimo, sendo
metamícticos em torno destas zonas.
*As idades individuais revelam uma distribuição contínua de 336 ± 25 Ma a 557 ± 31 Ma,
com um pico entre 430 e 449 Ma.
**Partindo do princípio que toda a monazite está associada a um único evento, a idade do
modelo é 438 ± 3 Ma.
**No entanto, a aplicação dos procedimentos estatísticos de Montel et al. (1996) sugere que
esta idade única é inaceitável.
*O modelo que assume quatro populações discretas produz as idades mais satisfatórias. Este
modelo tem a probabilidade mais alta (9,5%) e o mais baixo desvio quadrático ponderado
médio (MSWD) (1,2) de todos e é, portanto, considerado o modelo estatisticamente mais
significativo.
A maioria dos dados para as quatro populações (64%) dá idades de 469-426 Ma (c470-425
Ma). *A idade 426 ± 5 Ma coincide com as idades de 411-434 Ma da biotite Rb-Sr calculadas
para os granitos Pan-Africanos da região (Aquater, 1983).
*Pode ser feita uma comparação destas idades às de um estudo recentemente concluído sobre
a evolução da região de Itremo, em Madagáscar central (em Fernandez et al., 2003).
*As idades determinadas utilizando a técnica CHIME, em monazites sem zonamento e orlas
de monazites zonadas de rochas meta-pelíticas do Grupo de Itremo, em Madagáscar, têm uma
distribuição semelhante, com eventos de crescimento em cerca de 565-540 Ma, Ma 500 e 430
Ma (Fernandez et al., 2003). Estas duas idades mais recentes são atribuídas a alterações na
circulação dos fluidos, possivelmente associadas à instalação das jazidas pegmatíticas de
Madagáscar central ou por rejuvenescimento durante o metamorfismo retrógrado associado à
intrusão de Granito de Ibity (Fernandez et al., 2003).
*Um modelo semelhante também poderia ser viável para a Província Pegmatítica do Alto
Ligonha, apesar da actual escassez geral de dados de idade, que impede a contabilização da
idade mais recente no nosso modelo
A este respeito, a suportar o modelo está a história geológica desta parte de Moçambique, que
é muito semelhante à da região de Itremo, em Madagáscar central (CGS, 2007).

6.8.1.1.1. H. Subdivisão dos pegmatitos do Alto Ligonha em função dos respectivos


minerais com valor económico

Quanto aos minerais com maior importância económica dos Pegmatitos do Alto Ligonha,
podem ser divididos em dois grupos:

*Pegmatitos de metais raros (MR)


*Pegmatitos de terras raras (ETR)

Alguns dos pegmatitos MR, especialmente nas intersecções das falhas transversais, também
podem conter mineralizações de terras raras e, por outro lado, os pegmatitos ETR podem
conter mineralizações de Nb-Ta (ver 6.4.2.1.A.1.).

A Tabela 6.45. apresenta uma visão geral dos minerais com interesse económico dos
Pegmatitos do Alto Ligonha.

Depósito Minerais com interesse económico


pegmatítico
Bive Columbite
Boa Zircão, petalite, samarskite
Esperança/Ribauè
Conco Bi (nativo)
Familação Columbite
Cinema Microlite, Bi (nativo)
Ile Euxenite
Ingela Samarskite, monazite
Intotcha Mica rubi
Macotaia Samarskite
Maolva Columbite
Maridge Topázio, berilo (gema), columbo-tantalite (coltan), mangano-tantalite, microlite
Marropino Kunzita, espinela (violeta), morganite, columbo-tantalite (coltan), mangano-tantalite,
microlite, Bi (nativo)
Mocachaia Quartzo róseo, zircão
Jazida de Mocuba Columbo-tantalite (coltan), berilo (gema), Minerais Bi
Mololo Berilo (gema),
Jazida de Momba Columbo-tantalite (coltan), berilo (gema), Minerais Bi
Moneia Quartzo (grandes cristais), tantalite, turmalina, mangano-tantalite, microlite, feldspato
Morrua Tantalite, lepidolite, flogopite, kunzita, berilo (gema), cirtolite, columbo-tantalite (coltan),
mangano-tantalite, microlite, rútilo, Bi (nativo), feldspato
Mucharro Euxenite
Mugeba Monazite, ilmenite
Muhano Zircão, columbite
Muiane Quartzo, quartzo com inclusões (zircão, turmalina), hialite, ametista, hiddenite, lepidolite
(parcialmente esferoidal), turmalina, topázio, berilo, berilo (gema), heliodoro, zircão,
columbo-tantalite (coltan), mangano-tantalite, rútilo,
Munhamade Turmalina, granada, berilo (gema)
Munhamola I Quartzo (grandes cristais), quartzo (transparente), quartzo com inclusões (espodumena e
turmalina), ametista, cleavelandite, hiddenite, berilo, berilo (gema)
Monte Mutitima Mica, berilo, columbo-tantalite (coltan), turmalina, granada
Nahavarra Columbite, euxenite
Nahia Quartzo (grandes cristais), quartzo, hianite, cleavelandite, samarskite
Nahora Kunzita, hiddenite, berilo, rútilo
Naipa Quartzo, quartzo com turmalina, mica, lepidolite (parcialmente esferoidal), topázio
(grandes cristais), berilo, columbite, mangano-tantalite, turmalina
Naiuma Cassiterite
Namacotche Quartzo, quartzo com turmalina, cleavelandite, hiddenites, zircão, columbo-tantalite
(coltan), microlite, monazite, cassiterite, nativos Bi
Namena Zircão
Namela Euxenite
Namirrapo Topázio, granada, zircão
Namivo Bi (nativo)
Naquissupa Berilo, monazite, cassiterite
Nihia Berilo, berilo azul e transparente.
Nuaparra Quartzo, quartzo róseo, mica, flogopite, topázio, zircão, microlite, Bi-nativo
Piteia Topázio
Tapua Quartzo, feldspato
Tomeia Microlite
Tabela 6.45.: Minerais com valor económico dos depósitos pegmatíticos do Alto Ligonha (por
ordem alfabética)
(Adaptado de Lächelt, 2004)
As columbo-tantalites variam de acordo com a relação entre os elementos Ta e Nb:

Ta2O5> Nb2O5
Ta2O5= Nb2O5
Ta2O5< Nb2O5

Um fenómeno característico é que existe uma correlação entre os minerais de tântalo e os


minerais de lítio e cleavelandite.
A variação do rácio de Nb/Ta dos minerais de columbo-tantalite dominantes também
influencia a qualidade do minério (Lächelt, 2004)

É típico que os vários grupos de minerais dos pegmatitos do Alto Ligonha representem uma
vasta gama de variedades de minerais (Tabela 6.46.).

Grupo de minerais Variedades de minerais


Quartzo Branco, leitoso, róseo, defumado, hialite, ametista
Feldspato Ortoclase, microclina, amazonite, oligoclase, albite, cleavelandite, pertite
Mica Muscovite, sericite, gilbertite, micas Li (lepidolite), cookeite, biotite, vermiculite,
flogopite
Minerais de Li Lepidolite, espodumena, petalite, eucriptita, ambligonite
Turmalina Escorlite, verdelite, rubelite, indicolite, acroíte, turmalina zoneada
Berilo Heliodoro, água-marinha, morganite, gadolinite, êuclase, herderite
Granadas Almandina, espessartito
Minerais MR Columbite, tantalite, tapiolite, columbo-tantalite (coltan), mangano-tantalite,
estibiotantalite, ilmenorutilo, bismuto-tantalite, microlite, cassiterite, volframite,
scheelite
Minerais ETR Fergusonite, samarskite, euxenite, policrase, betafite, uraninite, monazite, xenótimo,
rabdofano, zircão, pollucite
Minerais Fe-Ti Magnetite, ilmenite, hematite, martite, limonite, pirite, mispiquel, escorodite,
vivianite
Minerais Mn Pirolusite, psilomelano, triplite, hureaulite
Minerais Bi Bi (nativo), bismutinite, bismutite, bismutoferrite
Outros Horneblenda, nefelina, epídoto, andaluzite, escapolite, torite, orthite, apatite, fluorite,
rútilo, corindo, distena, espinela, cromite, galenite, ouro, calcite, grafite, calcopirite,
malaquite, azurite, molibdénio
Minerais resultantes Caulino, montmorilonite, gumite, autunite
de meteorização
Tabela 6.46.: Variedades minerais dos grupos de minerais dos pegmatitos do Alto Ligonha
(Lächelt, 2004)

*A mina de extracção de minerais de tântalo mais importante era a mina de Muiane.


*Desde recentemente (2012) que parte dos depósitos de Morrua e Marropino estão a ser
explorados.
*São conhecidas mais de 30 ocorrências adicionais de pegmatitos portadorores de minerais de
tântalo na região do Alto Ligonha.
*Existem inúmeros pequenos depósitos e ocorrências onde foi ocasionalmente realizada
exploração mineira, por exemplo: Os depósitos de Mocachaia I e II, Nampoça, Ilodo,
Naquissupa, Munhamola I e II, Nassupe I, Napire, Conco, Namarihipere, Pahua,
Machamba Nova, Namacotche, Macuruene, Majamale, Mupane e Muhano, mas
principalmente de pedras preciosas.
*Em alguns dos Pegmatitos do Alto Ligonha, foram extraídos no passado lítio (lepidolite) e
césio (principalmente polucite), como subprodutos (além de pedras preciosas e minerais
industriais). Durante alguns anos, foram produzidas até 5,7 milhões de toneladas de minério
de lítio, enriquecido a uma concentração de 5% de Li2O. Além de lepidolite, foi também
extraída petalite, espodumena e ambligonite (Lächelt 2004).
*Os depósitos de minerais Li mais importantes são o Morrua, Muiane (agora sem recursos
exploráveis), Moneia e Munhamola, que, ao todo, poderiam render cerca de 78 milhões de
toneladas de minério de lítio, que pode ser enriquecido a um concentrado de 5% Li2O.
*Os minerais de césio são os principais minerais dos depósitos de Morrua, Muiane (agora
sem recursos exploráveis), Moneia, Ilodo e Munhamola. Foram calculadas para estes
depósitos cerca de 13 100 toneladas de polucite.
*Além dos depósitos mencionados acima, também ocorrem minerais de lítio e césio em
inúmeros pequenos depósitos e ocorrências, dos quais os seguintes pegmatitos portadorores
de césio, todos situados na região do Alto Ligonha, são os mais importantes: Pinheiro, Ilodo,
Marropino, Melela, Morrua, Machamba Nova, Napui–Napire, Moneia I e II,
Munhamola, Namacotche, Nahora, Muacotaia, Mangasão, Intotche, Nacala, Paive,
Manitaca, Napela, Lava–Lava e Muiane
*Os pegmatitos de terras-raras formam um grupo, que também está concentrado na região do
Alto Ligonha (e, em parte, na província de Nampula). Os mais importantes minerais de terras
raras são o xenótimo, monazite, euxenite e samarskite.
**Na Jazida do Alto Ligonha, estes minerais ocorrem: Nos depósitos de Boa Esperança,
Gorai, Melai, Nahia, Ingela, Enlume, Maola, Guilherme, Muetia, Igaro e Idugo.
**Na Jazida de Nampula, estes minerais ocorrem: Em Tulua, Equesa, Namiope, Erache,
Mutala, Merrapane e Nampoça (Lächelt, 2004).

6.8.1.1.1.I. Corpos de substituição e preenchimentos de fracturas em zonas internas


(zona lítica ou sodalítica) nos pegmatitos do Alto Ligonha

Os corpos de substituição limitam-se às zonas internas dos pegmatitos, enquanto os


preenchimentos de fracturas são estruturalmente controlados e restritos a uma unidade em
particular ou atravessam todas as unidades que se estendem para as rochas encaixantes.

*Os preenchimentos das fracturas compreendem principalmente veios de quartzo, mas


também podem conter agregados de lepidolite. As unidades de substituição parecem estar
associadas à fase final de desenvolvimento de unidades sodalíticas que substituem
parcialmente a ZMF e são geralmente mais difíceis de distinguir das unidades sodalíticas
primárias.
*É composto principalmente por lepidolite, cleavelandite, quartzo, feldspato potássico,
muscovite, berilo, tantalite e, localmente, também espodumena, microlite e manganotantalite.
Os corpos de substituição têm composições de cassiterite, turmalina, ambligonite, polucite, ou
berilo, apatite, tantalite e microlite (Lopes Nunes, 1973; referência em Marques, 1989).
*A substituição subsolidus da polucite por feldspato Rb no Pegmatito de Morrua é
considerado o resultado de um sistema hidrotérmico tardio de baixas temperaturas, que é
também considerado parcialmente responsável pela caulinização do feldspato nos pegmatitos
(Teertstra et al., 1999).
*A significativa interacção com as rochas encaixantes ao longo das margens do pegmatito
parece ter desempenhado um papel importante na formação da zona limite.
*A decomposição dos minerais ricos em Fe nas rochas encaixantes e a inclusão do ferro nos
minerais da zona limite poderia explicar o conteúdo de Fe desta zona, quando comparado a
outras. O "bandado difuso" ou metassomatismo por fluidos tardios que penetraram no
pegmatito a partir das rochas encaixantes pode explicar o bandado observado na zona limite
de alguns pegmatitos (Hutchinson & Claus, 1956; CGS, 2007).

6.8.1.1.1.J. Alteração supergénica dos pegmatitos

O fraco afloramento e caulinização a maior profundidade, devido à meteorização de alguns


dos pegmatitos da região torna a identificação do zonamento interno difícil, dificultando
assim a identificação e exploração de pegmatitos.

*Em muitos pegmatitos, o feldspato e espodumena são alterados para caulino de cor branca e
rosa, respectivamente (Hutchinson & Claus, 1956; Cílek, 1989), mas também de cor
vermelha-castanha como resultado da coloração por óxidos de ferro.
*O pegmatito de Muiane, caulinizado a uma profundidade de 30m, e o pegmatito de
Marropino contêm reservas significativas de caulino.
*Na mina de Boa Esperança, perto de Ribáuè, chegou a ser extraído caulino (Cílek, 1989).
*Outros pegmatitos onde o feldspato foi caulinizado incluem Naipa, Naquisuppa e Somipe,
embora se acredite que a lista seja muito mais longa.
*Também foi observada em Somipe uma alteração incipiente do feldspato para sericite.
*Fosfatos secundários, como bermanite (Mn2 + Mn23 + (PO4)2.4H2O), variscite (AlPO4.2H2O)
e fosfosiderite (FePO4).2H2O), outros minerais secundários, incluindo cookeite, bismutinite e
hidróxidos de ferro também foram identificados (Correia Neves et al., 1972; CGS, 2007).
6.8.1.1.1.K. Perspectivas gerais da prospecção de minerais nos pegmatitos do Alto
Ligonha

Deve ser mencionado que existem boas condições para descobrir mais corpos pegmatíticos
(por exemplo, na área de Marropino, mas também em muitas outras localidades).
Este objectivo necessita de um programa especial para a prospecção de pegmatitos.
Recentemente (2013), as actividades de prospecção e mineração têm-se concentrado em
depósitos (Ta) já bem conhecidos ou em pedras preciosas (muitas vezes de forma artesanal).
Eluviões e aluviões também podem ser considerados como uma potencial fonte de columbite
(minerais Ta).
Os minerais metálicos dos Pegmatitos do Alto Ligonha, especialmente minerais de tântalo
(columbo-tantalite/coltan), têm importância económica e têm procura no mercado
internacional de metais.
Existem muitos outros minerais com interesse económico que podem ser extraídos como um
subproduto.

6.8.2. Depósitos de pegmatito de metais raros (MR: Ta, Nb)


6.8.2.1. Teor de tântalo e nióbio dos pegmatitos

Actualmente, os minerais de tântalo - nióbio são o grupo economicamente mais importante


dos minerais dos pegmatitos do Alto Ligonha e têm sido recentemente o foco das grandes
explorações mineiras.
*A tantalite-columbite e minerais associados encontram-se nos pegmatitos potássicos e
sodalíticos.
*Existe, no entanto, uma variação considerável nas proporções de Ta/Nb e conteúdos de Ta-
Nb entre os tipos de pegmatitos, sendo preferidos os que têm proporções Ta/Nb e conteúdos
Ta-Nb elevados.
**As maiores concentrações de minerais ricos em tântalo (ex.: microlite e mangano-tantalite)
encontram-se nos pegmatitos sodalíticos mais fraccionados.
**O material eluvial e coluvial em torno de muitos dos pegmatitos maiores também é
frequentemente alvo de mineração pelo seu conteúdo de Ta-Nb.
*Os mais importantes minerais de nióbio-tântalo encontrados na região incluem séries de
tantalite-columbite (incl. mangano-tantalite, stibiotantalite-bismutocolumbotantalite),
tapiolite, microlite, urânio e minerais de nióbio-tântalo portadorores de terras raras (por
exemplo samarskite, fergusonite, euxenite, policrase e betafite) (von Knorring & Condliffe,
1987; Dias & Wilson, 2000; CGS, 2007).
*A relativa abundância de urânio radioactivo e minerais de nióbio-tântalo portadorores de
terras raras em muitos dos pegmatitos potássicos resulta na produção de concentrado de baixa
qualidade (CGS, 2007).

Estão disponíveis dados sobre os conteúdos de tantalite e columbite de certos pegmatitos em


Hunting (1985) e CGS (2007).

*O conteúdo de tântalo e nióbio dos minerais de Ta-Nb restringe-se principalmente à Zona do


Maciço Feldspático e à zona sodalítica que constituem as zonas internas dos pegmatitos.
*Pegmatitos do mesmo tipo também apresentam graus de fraccionamento ligeiramente
diferentes, sendo os graus de Ta e rácios Ta/Nb mais elevados encontrados no aglomerado de
pegmatitos portadorores de polucite de Morrua.
*Nos pegmatitos potássicos seriam esperadas proporções Ta/Nb e graus de Ta mais baixos.
*Uma outra observação interessante em Marropino, onde o teor de Ta-Nb da columbo-
tantalite da parte caulinizada superior do depósito é pobre em Ta (com uma proporção Ta/Nb
de 1,5) em relação ao depósito inferior primário (com uma proporção de Ta/Nb de 2,3).
**Isto é uma característica primária do pegmatito, visto que a zona 3 do tecto do núcleo de
quartzo também tem uma proporção de Ta/Nb baixa (0,69), em comparação com a mesma
zona no muro (1,68) ou uma característica secundária, possivelmente associada a alteração
hidrotérmica e caulinização que resultou na remobilização do Ta ± Nb ou numa combinação
dos dois processos.
*Os índices mais altos de Ta-Nb e proporções Ta/Nb estão consistentemente associados às
zonas sodalíticas.
*A proporção de lítio para o tântalo e nióbio é ilustrada pelo aumento na taxa de Ta/Nb das
zonas externas às zonas sodalíticas no pegmatito de Muiane.
*Em Morrua há um aumento de Ta com um aumento do Li. Isto é consistente com os estudos
experimentais de Linnen (1998), discutidos acima.
*As maiores concentrações de minerais ricos em tântalo (ex.: microlite e mangano-tantalite)
ocorrem nos pegmatitos sodalíticos mais fraccionados.
*Estão também presentes graus significativos de tantalite nas rochas encaixantes dos
Pegmatitos de Muhano e Majamala e este material também deve ser considerado ao avaliar
um pegmatito deste tipo.
*O material eluvial e coluvial em torno de muitos dos pegmatitos maiores também é
frequentemente alvo de mineração pelo seu conteúdo de Ta-Bc.
*Os minerais de nióbio-tântalo mais importantes encontrados na região incluem a série
tantalite-columbite, incluindo columbo-tantalite/coltan, mangano-tantalite, estibiotantalite,
bismuto-tantalite e tapiolite, microlite, urânio e, finalmente, minerais de nióbio-tântalo
portadorores de terras raras (ex.: samarskite, fergusonite, euxenite, policrase, betafite) (Dias &
Wilson, 2000; Grantham at al., 2011).
*A relativa abundância de urânio radioactivo e minerais de nióbio-tântalo portadorores de
terras raras em muitos dos pegmatitos potássicos resulta na produção de concentrado de baixa
qualidade (Grantham at al.,2011).
* Os pegmatitos de metais raros economicamente mais importantes e melhor investigados são
os depósitos de Muiane (agora encerrado), Morrua e Marropino.
**O Depósito de Muiane foi explorado durante um longo período e esta mina tem agora
apenas importância histórica e é, portanto, de interesse pelas suas características geológicas e
mineralógicas.

A Tabela 6.47. apresenta as reservas calculadas e estimadas de alguns pegmatitos.


Pegmatito Reservas Reservas Pegmatito Reservas de óxidos por toneladas
(toneladas) Ta Nb Li Cs Rb Bi Sn Be
Muiane 2 484 644 1 819 3 201 86 394 5 626 1 835 1 118 464
(Gouk,

1979)
Morrua 6 306 241 4 156 548 20 491 8 644 17 946 2 115
(Elguin et

al., 1983)
Morrua 1 670 723 918 128 2 287 394
(pilhas

de entulho)
Marropino 23 225 000 5 734 2 578

(inclui os
pegmatitos
do Rio
Melela)

(Reinhold,
1983)
Moneia 104 92
Munhamola 86 10
Muhano 58 81
Majamala 1 439 883 168
Tabela 6.47.: Reservas calculadas e estimadas de determinados pegmatitos sodalíticos
(HUNTING, 1985; CGS, 2007).

A intensidade das pesquisas geológicas varia de acordo com o grau determinado para o
minério e estes metais raros dos Pegmatitos do Alto Ligonha podem, assim, ser considerados
como tendo sofrido mineralizações menores.
É bastante certo que alguns destes depósitos podem conter concentrações economicamente
significativas de minerais de Ta, que poderiam tornar-se prospecções interessantes quando
considerados os subprodutos como polucite, minerais Li, berilo, pedras preciosas e outros,
como, por exemplo, o depósito de Munhamola I.
Recentemente (2013), os preços dos minerais de Ta, especialmente a columbo-tantalite
(coltan), estão em alta no mercado internacional de metais e, portanto, todos os pegmatitos
portadores de minerais Ta do Alto Ligonha, incluindo as áreas com perspectivas para a
ocorrência destes tipos de pegmatitos, são de interesse para a prospecção intensiva.

6.8.2.1.1. Muiane
(Folha 1538)

O depósito de Muiane encontra-se a 75km do centro do Distrito de Gile (15°44' S/38°15' E).
Durante muitos anos, a mina de Muiane foi considerada a mina de MR mais importante em
Moçambique e as reservas de minério de Ta foram extraídas (restam apenas algumas
mineralizações de Ta).
Em Muiane foi também extraída columbo-tantalite, columbite, microlite, lepidolite, berilo
industrial, turmalina, cristais de quartzo, mica industrial e caulino (Cílek, 1989; Lächelt,
2004).

*O corpo pegmatítico apresenta uma tendência de orientação de 45°NE-80°SO e um ângulo


de inclinação de 25° para SE. As rochas hospedeiras são xistos anfibolíticos e cloríticos do
Grupo de Molócuè (P2NMa) (ex-Formação de Morrua).
*O corpo pegmatítico tem cerca de 1 200m de comprimento e 100m de largura, com
afloramentos dentro de uma sequência de xistos anfibólicos e cloríticos (Marques, 1989).
Forma uma pequena colina com cerca de 115m de altura (Pedro, 1986) e a sua forma é tabular
a lenticular (Hunting, 1985; Lächelt, 2004).
*No entanto, o conhecimento da geologia circundante é relativamente pobre devido ao fraco
afloramento e rególito com até 30-50m de espessura (Hunting, 1985).
*O pegmatito tem zonamento interno bem desenvolvido, obscurecido em certos pontos por
intensa caulinização.
*As várias zonas foram identificadas por Gouk (1979, em Dai Kin 1987) e Barros
& Vicente (1963) e são as seguintes:
**O núcleo de quartzo, que foi quase completamente removido mas cujas dimensões,
segundo informações, eram 300 x 50m.
**A zona lítica, que tem até 23m de espessura e compreende três subzonas caracterizadas por
lepidolite-eucriptita-petalite maciça, quartzo-espodumena (alterada) e lepidolite cleavelandite-
espodumena radial, respectivamente;
***Esta zona contém significativa mineralização de metais raros, incluindo tantalite Nb,
microlite e tantalite Mn menor, tantalite Sb, Tantalite Ta. Também fortemente associada a
esta zona é a polucite (Teertstra & Cerný, 1997);
*A zona interna, que compreende a Zona do Maciço Feldspático, inclui a zona de quartzo-
mica e atinge 53m de espessura.
**A zona de quartzo-mica compreende principalmente quartzo-muscovite equigranular e é
normalmente desenvolvida junto ao núcleo de quartzo;
*A Zona do Maciço Feldspático é caracterizada por quartzo-muscovite-microclina-albite
(var. cleavelandite) ± conjunto de minerais de berilo.
**Em certos locais, o feldspato pode ser substituído por um greisen de quartzo-muscovite. O
feldspato desta zona é amplamente alterado para caulino branco;
**A mineralização de metais raros ocorre na forma de columbite Ta.
*A zona externa ou zona marginal, que tem uma espessura até 13m.
**O conjunto de minerais de quartzo-microclina-albite-muscovite-turmalina ± biotite
caracteriza esta zona;
**O feldspato é apenas moderadamente alterado para caulino.
*A zona limite está pouco caracterizada devido ao desenvolvimento esporádico e pouco
afloramento.
**A maior parte da zona de mica em livro foi removida.

A Figura 6.52. mostra a morfologia do corpo pegmatítico.

Figura 6.52.: Morfologia do pegmatito de Muiane (modificado de Guk, 1979; Savine, 1980;
Condratiev, 1981; Davidenko, 1983; Lächelt, 2004)

*Os graus de tantalite-microlite da zona lítica podem chegar a 400-600 g/t e as concentrações
menores da zona marginal atingem graus de 100-200 g/t (Lächelt, 2004).
*O conteúdo de Ta-Nb e proporção Ta-Nb das zonas externas aumentam a partir das zonas
externas e são mais elevados na zona sodalítica, ilustrando o fraccionamento do tântalo sobre
o nióbio com cristalização progressiva, especialmente nas unidades ricas em lítio.
*O pegmatito é altamente caulinizado.

No entanto, os dados relativos aos teores de minerais variam de acordo com os cálculos de
cada autor.
Thieke (1980) determinou conteúdos que estão claramente abaixo dos dados indicados e
atribuiu também valores para a Zona de Lítio que, de acordo com Marques (1989),
correspondiam aos da Zona Marginal.

Marques (1989) descreve as seguintes sequências paragenéticas:


*Columbite-tantalite com columbite de tântalo, mangano-tantalite, estibiotantalite e bismuto-
tantalite;
*Ixiolite portadorora de escândio (= Tantalite com 7% de óxidos de Sc e Sn, Fe, Ti)
*Berilo, incluindo morganite e água-marinha
*Bertrandite e êuclase
*Grandes cristais de espodumena e cleavelandite
*Lepidolite (folhas, fibrosa radial, maciço)
*Microlite e microlite Bi;
*Bismutite, bismuto, bismutinite, vanadato-Bi, russelite
Turmalina, incluindo do tipo de qualidade gemológica
*Cassiterite, ambligonite, cookeite, samarskite
*Caulino.

Gouk (1979) calculou que as reservas totais de minério (Tabela 6.58.), incluindo o núcleo
meteorizado, atingissem mais de dois milhões de toneladas, o que poderia produzir,
aproximadamente:

*1 800 t Ta2O5
*3 200 t Nb2O5
*86 000 t Li2O
*5 600 t Cs2O.

As reservas estimadas são apresentadas na Tabela 6.58.


No entanto, uma avaliação posterior sugere que as reservas são mais reduzidas (CGS, 2007).
Cálculos mais precisos alteraram essas estimativas mas não foram publicados, prevendo-se
que as recentes reservas de minério provavelmente deverão estar esgotadas ou ser muito mais
reduzidas
Recentemente não têm havido actividades de mineração em Muiane. Quanto às reservas
restantes, não se conhecem dados.

6.8.2.1.2. Pegmatitos de Morrua e das zonas contíguas de Melela e Machamba Nova


(Folha 1637)

O depósito de Morrua situa-se na margem ocidental do rio Melela (16°17'S/37°52'E).


Este depósito era o maior produtor de minerais Nb-Ta em Moçambique durante os 22 anos
que esteve em produção, no período 1957-1979, e, segundo as informações disponíveis,
produziu 1900t de concentrado, contendo 1300T de Ta2O5 (Hunting, 1985). Também foram
minadas aqui espodumena e variedades de berilo de qualidade gemológica, bem como
pequenas quantidades de ouro (Pedro, 1986 & Hunting, 1985).
Este depósito é um importante produtor de minerais de tântalo em Moçambique.

*O corpo pegmatítico é composto por numerosas lentículas com zonamento bem


desenvolvido.
*As lentículas ocorrem como subcorpos sub-horizontais com morfologia ondulada e
tendência NNE-NE.
*As lentículas afloram numa área de superfície com 0,6km2.
*O depósito compreende uma série de corpos pegmatíticos que são melhor descritos como
uma série de veios cupulados aninhados (Hunting, 1985), de até 1000m de comprimento e
600m de largura e foi alvo de exploração mineira a uma profundidade de 100m. (1km por
600m).
* Os corpos têm direcção norte-nordeste a nordeste e ondulam com ângulos de inclinação que
variam entre suavemente inclinadas (15-20º) e sub-horizontais
*As rochas hospedeiras circundantes do Grupo de Molócuè (P2NMa) (antiga Formação de
Morrua) são compostos por anfibolitos, gnaisse biotite-horneblenda-plagioclase, xistos
cloríticos e actinolíticos subordinados e, ocasionalmente, quartzitos (Lächelt, 2004).

Foram identificados cinco tipos de pegmatitos em Morrua (Hunting, 1985):


*Tipo de microclina;
*Tipo de albite-microclina-espodumena (5–10 % espodumena);
*Tipo de microclina-albite (cleavelandite) com 5-15% de espodumena e 5% de lepidolite e,
localmente, polucite;
*Tipo de espodumena-albite (cleavelandite) com polucite; e
*Tipo de albite (cleavelandite) pouco desenvolvida em veios com menos de 2m e, raramente,
contêm espodumena e lepidolite.

Estes pegmatitos apresentam zonamento interno bem desenvolvido (Barros & Vicente, 1963;
Pedro, 1986):
*Núcleo de quartzo: Bem desenvolvido;
*Zona sodalítica: Os principais minerais nesta zona são:
**Lepidolite (maciça, radial e em forma de pluma) associada a cleavelandite (sacaróide e
lamelar).
**Grandes cristais de espodumena alterados, até 1m, perpendiculares ao núcleo de quartzo
**Mangano-tantalite vermelha (até 76% de Ta)
**Berilo (morganite rosa e berilo verde)
**Microlite amarela associada a lepidolite maciça
**Polucite associada a tantalite radial fibrosa, grandes cristais de cookeite e turmalina
associados a massas de cleavelandite
**Outros minerais, incluindo uma variedade de minerais Bi, anglesite, fluorapatite, gahnite,
ambligonite, rútilo, monazite e minerais argilosos.
*Zona marginal: Esta zona compreende principalmente feldspato gráfico, muscovite e
granada espessartite
*Zona limite: Esta zona é equigranular de grão fino e tem é geralmente espessura inferior a
10cm. Os principais minerais incluem muscovite, magnetite, ilmenite, granada espessartite e
escorlite.

A Figura 6.53. mostra a morfologia do corpo pegmatítico.

Figura 6.53.: Morfologia do Pegmatito de Morrua (modificado de Guk, 1979; Savine, 1980;
Condratiev, 1981; Davidenko, 1983; Lächelt, 2004)

Savine (1980) distinguiu cinco tipos de pegmatitos no depósito de Morrua:


*Tipo 1: Pegmatito de microclina: Os pegmatitos do tipo 1 sem fase sodalítica são os menos
fraccionados do grupo com os mais baixos conteúdos de tântalo e nióbio.
**Hunting (1985) sugere que alguns dos corpos aparentemente individuais podem estar
ligados a maiores profundidades. Assim, os pegmatitos do tipo 1 aparentemente mal
mineralizados podem representar a Zona do Maciço Feldspático de corpos lenticulares mais
complexos maiores e realmente mineralizados a maior profundidade.
*Tipo 2: Pegmatitos de albite–microclina (com 5–10% de espodumena)
*Tipo 3: Pegmatito de Microclina–albite/cleavelandite (com 5% de lepidolite, espodumena
e, raramente, polucite): Os pegmatitos do Tipo 3 apresentam as melhores mineralizações no
que respeita ao tântalo e lítio e representam são os mais fraccionados do grupo.
*Tipo 4: Pegmatitos de espodumena–cleavelandite (com polucite)
*Tipo 5: Tipo de albite pegmatítica (não totalmente desenvolvida com cleavelandite,
ocasionalmente acompanhada por espodumena e lepidolite, que ocorrem principalmente nos
veios pegmatíticos de espessura inferior a 2m).

A tabela 6.48. apresenta a paragénese mineral do Depósito de Morrua.

Minerais Temperatura °C
>600 600 - 500 500 – 400 400 – 100 100<

Alta° Média° Baixa°


Magnetite === ====

Ilmenite === ==

Biotite ==== == ==

Oligoclase =====

Feldspato ========= =xxxxxxxxx= ====


Potássico

Quartzo ========= ========== xxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx ====

Rútilo ===

Espessartina

Muscovite === =xxxxxxxx== ==xxxxxxxxx =========

Zircão === ===

Apatite === = === =

Monazite = =========

Tantalite- =xxx==
columbite

Gahnite ?

Turmalina ==xxxxxxx== ========= =xxxxx==

Berilo ======xxx x===

Albite xxxxxxxxx xxx=====

Espodumena xxxxxxxxx x=======

Lepidolite ======== xxxxxxxx== ====


Flogopite ==

Eucriptita =

Petalite ==

Polucite ==

Ambligonite =====

Pirite ==

Gilbertite == ===

Cookeite == ===

Bismuto nativo == ==

Caulinite =xxx====== =xxx===

Montmorilonite =xxx====== =xxx===

Bismutinite = ==

Óxidos de Mn ===

Tabela 6.48.: Paragénese mineral do pegmatito de Morrua

Reservas significativas de Ta-Nb e Li contidas no pegmatito e as antigas pilhas de resíduos


também representam uma reserva significativa (Tabela 6.58).
As reservas de minério foram calculadas em 3 570,2 t (Elguine et al., 1983), mas a imprecisão
dos cálculos, que dependiam de investigações detalhadas, que na época (1983) eram
insuficientes, deve ser levada em conta.
Actualmente, o depósito de Morrua é considerado um dos maiores depósitos de tântalo do
mundo (Lächelt, 2004).

O Pegmatito do Rio Melela, onde também foi observada mineralização de tântalo, ocorre nas
proximidades do depósito de Morrua. As condições geológicas indicam que nesta área
existem factores favoráveis à descoberta de mais e novos corpos pegmatíticos.

*Com um programa de prospecção especificamente orientado, podem ser calculadas reservas


de minerais de tântalo adicionais, bem como dos outros minerais de interesse económico
conhecidos no Depósito de Morrua.

6.8.2.1.3. Depósito de Marropino e área sul do Rio Melela River

O depósito de Marropino situa-se a cerca de 45km SSE de Morrua.


Foram identificados um total de 67 pegmatitos na área de Marropino-Melela.

*O corpo pegmatítico tem aproximadamente 1 000 x 80m de extensão.


*É composto por inúmeros veios separados.
*O pegmatito tem direcção NE e ângulo de inclinação de 35°SE.
*O corpo principal estende-se por 550m e 250m de largura. Foi sondado a uma profundidade
de 200m.

Foram identificados os seguintes cinco tipos de pegmatitos (Hunting, 1985):


*Tipo de microclina: Estes pegmatitos apresentam geralmente zonamento fraco a
inexistente, com uma zona central, que pode conter berilo maciço a prismático. Este tipo
forma corpos do tipo veio, com ângulo de inclinação acentuada, com até 1200m de
comprimento e entre 10 e 150m de largura.
A maior parte dos pegmatitos da área são deste tipo;
*Tipo de albite-microclina e microclina-albite: Estes pegmatitos apresentam zonamento
fraco mas bem-definido. O grau de albitização é variável mas normalmente fraco. Este tipo
forma lentes de formas irregulares, geralmente com um ligeiro ângulo de inclinação.
*Tipo de espodumena-microclina-albite: O pegmatito das Minas de Marropino é o único
deste tipo.

De acordo com Lächelt (2004), as rochas hospedeiras pertencem ao Grupo de Molócuè


(P2NMa) (antiga Formação de Morrua) e incluem anfíbolos, xistos anfibolíticos, xistos de
biotite-horneblenda, com ocorrência ocasional de gnaisse biotítico-hornebléndico, xistos
actinolíticos e anfibolitos plagioclásicos (metavulcânicos).

Em Marropino, o pegmatito tem mais de 1000m de comprimento e 80m de largura e


compreende um corpo principal e uma extensão para nordeste com uma "cunha" de rocha
encaixante que separa os dois corpos. A extensão é menos diferenciada e pouco mineralizada
em comparação com o corpo principal e, até hoje, só este último tenha sido explorado.
O corpo principal tem 550m de comprimento e a largura do afloramento é 250m.
Os principais corpos pegmatíticos têm direcção leste-nordeste e ângulo de inclinação 20-35°
para sudeste.
Dados de furos de sondagem indicam que se estende num ângulo de inclinação de, pelo
menos, 200m para sul.
O contacto entre o pegmatito e a rocha hospedeira é ondulatório e a espessura do pegmatito
varia consideravelmente.

O corpo principal é bem zonado, sendo reconhecidas 12 zonas (Hunting, 1985):

*Zona 1: Núcleo de quartzo;


*Zona 2: Zona de lítio com albite com textura granular grosseira (até 25mm), com grãos
de albite médios a muito grandes (25mm)
Foram identificadas três subzonas:
**Subzona com flocos de lepidolite;
**Subzona com feixes de espodumena;
**Subzona de pegmatitos albíticos com espodumena e lepidolite;
*Albite com textura granular média a grosseira com muscovite e minerais de lítio raros;
Zona 3: Zona de quartzo-muscovite;
Zona 4: Zona albítica homogénea, sacaróide, de grão fino a médio com muscovite;
Zona 5: Greisen de lepidolite;
Zona 6: Greisen de flogopite (desenvolvido em muro);
Zona 7: Zona de albite-microclina com muscovite com textura granular média a
grosseira (> 25mm), localmente gráfica;
Zona 8: Pegmatito de microclina com textura granular média a muito grosseira (>
25mm) com ou sem muscovite. Em alguns locais, a microclina é em blocos e pode
também ser gráfica;
Zona 9: Granito pegmatítico com textura granular média a grosseira com muscovite e
biotite;
Zona 10: Gnaisse granítico migmatítico;
Zona 11: Granito sienítico a monzonítico de grão médio;
Zona 12: Granito parental.

A distribuição da mineralização de Ta-Nb mostra os graus mais altos da Zona 2, rica em lítio
(CGS, 2007).

*O Núcleo de Quartzo é muito grande e há uma concentração de espodumena na parte


marginal do núcleo.
* A Zona de Quartzo–Albite: engloba o Núcleo de Quartzo e é dominada por bismutinite
com grão grosseiro; A columbo-tantalite desta zona contém nióbio (Marques, 1989).
A Zona Marginal: é caracterizada pela presença de quartzo, muscovite e albite.

Os minerais de maior importância económica são a columbo-tantalite, microlite, lítio e


minerais de bismuto, berilo (industriais e de gema, como água-marinha e morganite / grandes
cristais, espodumena, monazite e zircão.
Toda a parte central do corpo pegmatítico principal é caulinizada até uma profundidade de
50m.

*A extensão do pegmatito para nordeste não é tão bem zonada e tem um núcleo de quartzo
pouco desenvolvido, sem fase sodalítica, ou seja, faltam as zonas 2 e 5-7.
*A parte central do corpo pegmatítico principal é caulinizada a uma profundidade de até 50m
abaixo do nível da vala actual, o que é atribuído à alteração hidrotérmica tardia.
*A maior parte do material extraído no passado é proveniente desta zona caulinizada, visto
que é fácil de escavar e processar.
*Este material caulinizado tem um conteúdo superior de (Ta+Nb) e uma proporção inferior de
Ta/Nb em relação ao material inalterado em profundidade (Hunting, 1985).

O teor médio de tântalo e nióbio é apresentado na Tabela 6.49. (Hunting, 1988; Lächelt,
2004).

Secções do Depósito ppm de ppm de


Ta Nb
Secção Superior (caulinizada) 167 111
Secção da Rocha Primária (sem 213 94
alteração)
Conteúdo médio do pegmatito 192 102

Tabela 6.49.: Teor de Ta e Nb no corpo principal do Depósito de Marropino

As reservas totais foram determinadas (Hunting, 1988) em 21 780 000t de minério (Tabela
6.58).

Ocorrem outros corpos pegmatíticos nas proximidades (a sul e a norte de Marropino e do


Rio Melela).
O Depósito de Marropino, bem como outras ocorrências, dado que as condições geológicas
são favoráveis à descoberta de corpos pegmatíticos e ao aumento das reservas de minério,
especialmente as reservas estrategicamente importantes de minério de Ta e de subprodutos
como polucite, minerais de Li, berilo e gemas (morganite).

6.8.2.2. Outros pegmatitos de metais raros

Na área do Alto Ligonha, é conhecida a ocorrência de vários pegmatitos adicionais (para as


áreas de Morrua e Marropino) de metais raros como, por exemplo, os depósitos de Moneia,
Munhamola I, Mohano, Majamala e outros. Para alguns desses depósitos existem
investigações parciais mas, geralmente, o grau de investigação não é tão alto e há um grande
potencial para a prospecção de minerais MR.

6.8.2.2.1. Moneia

No Depósito de Moneia, de uma forma geral, foi investigada a morfologia e compilado um


esquema da posição do pegmatito nas rochas hospedeiras (análogo ao realizado para Morrua).

*O Pegmatito de Moneia é um veio sub-vertical com 300m de comprimento e 30m de


espessura
*As rochas hospedeiras são micaxistos e xistos anfibólicos pertencentes ao Grupo de Molócuè
(P2NMa) (anteriormente Formação de Morrua).
*Apresenta um zonamento interno bem desenvolvido que compreende (Barros & Vicente,
1963; Pedro, 1986; CGS, 2007):

**Núcleo de quartzo;
**Zona de quartzo-mica desenvolvida em locais adjacentes ao núcleo de quartzo com folhas
de muscovite de até 20cm;
**A zona sodalítica é irregularmente desenvolvida junto ao núcleo de quartzo. Os cristais
tabulares de espodumena com até 1,2m de comprimento são muitas vezes altamente alterados
e substituídos por um greisen de lepidolite. Estão também presentes cleavelandite,
ambligonite e, mais raramente, petalite e polucite;
**Zona do Maciço Feldspático. Grandes porções desta zona são caulinizadas, especialmente
quando se encontram em contacto com a zona sodalítica;
**A zona homogénea, contendo quartzo-microclina, é bem desenvolvida, mas é
relativamente alterada e entrecortada por numerosos veios de quartzo contendo-muscovite e
albite, e
**A zona limite é muito fina e pouco desenvolvida, e contém mica, granada e turmalina. A
rocha encaixante é silicificada em alguns locais e contém columbite-tantalite, turmalina e
holmquistite.
*Foram localizadas num levantamento geoquímico (Hunting, 1985) uma série de veios
semelhantes nas imediações do pegmatito original, com até 300m de comprimento e 50m de
largura.

A figura 6.54. apresenta a morfologia do pegmatito de Moneia.

Figura 6.54.: Morfologia do Pegmatito de Moneia (modificado de Guk, 1979; Savine, 1980;
Condratiev, 1981; Davidenko, 1983; Lächelt, 2004)
6.8.2.2.2. Área de Munhamola

**A área de Munhamola contém uma série de veios pegmatíticos sub-paralelos, com direcção
nordeste e ângulo de inclinação de 30-75° para sudeste, cujas rochas hospedeiras são xistos
anfibolíticos do Grupo de Molócuè (P2NMa) (ex-Formação de Morrua).
*A maioria destes veios têm zonamento razoável a fraco e contêm mineralizações de Ta-Nb
variáveis.
*O veio principal tem 680m de comprimento e 40m de espessura e é relativamente bem
zonado.
*A estrutura interna é semelhante à de Moneia.
**No entanto, o núcleo de quartzo também contém cristais de espodumena e microclina.
**Existem grandes quantidades de berilo e tantalite na zona de espodumena-quartzo-
muscovite-albite que circunda o núcleo;
**Estão também presentes lepidolite e albite secundária.
**A zona homogénea contém quartzo e microclina com textura granular grosseira,
parcialmente substituída por muscovite e albite. Nesta zona ocorre ainda tantalite.
**A zona limite é esporadicamente desenvolvida e tem até 20-30cm de espessura,
compreendendo quartzo-muscovite plagioclase, sendo que a muscovite tem orientação
perpendicular ao contacto (Barros & Vicente, 1963; Hunting, 1985; Pedro, 1986; CGS, 2007).

Foi definida para o Depósito de Munhamola I a paragénese e a sequência de cristalização


(Tabela 6.50.).

Minerais Temperatura °C
>600 600 - 500 500 - 400 400 – 100 100<

Alta° Média° Baixa°


Ilmenite == ==

Oligoclase

Feldspato ========= =xxxxxxxxxxx =====


Potássico

Quartzo ========= =========x xxxxxxxxxxx xxxxxxxx==

Rútilo ===

Espessartina

Muscovite === ==xxxxxxx== =xxxxxxxx== ========

Sericite === =xxxxxxx=== =xxxxxxxx== ========

Zircão == = ===

Apatite === = == =

Niobate = ==========

Tantalite = ==========

Turmalina = xxxxxxxxx== ========== =xxxx===

Berilo ===xxx x====

Albite xxxxxxxxxx xxx=====

Espodumena xxxxxxxxxx ========


Lepidolite ========= =xxxxxxxx== ===

Petalite ===

Polucite ==

Ambligonite ======

Triplite ===

Calcopirite =

Cookeite = ===

Hureaulite

Vivianite

Escorodite

Bismuto nativo ===

Caulinite xxxxx===== =====

Montmorillonite xxxxx===== =====

Bismutinite ===

Óxidos de Mn

Tabela 6.50.: Paragénese mineral e sequência de cristalização do Depósito de Munhamola I


(modificado de Lächelt, 2004)

6.8.2.2.3. Áreas de Muhano e Majamala

Os pegmatitos de Muhano e Majamala produziram berilo, columbo-tantalite e bismutinite no


período 1953-1963 (Barros & Vicente, 1963; Hunting, 1985).
A área ainda contém importantes reservas desses minerais (Tabela 6.58).

*Os pegmatitos de Muhano e Majamala formam uma série de veios sub-horizontais, com
ângulo de inclinação de 5-15°, variando entre 2 e 15m de espessura e até 800m de
comprimento.
*Estão hospedados em xistos anfibolíticos.
*O aglomerado de veios tem direcção nordeste e abrange uma área com mais de 10km de
comprimento e até 2km de largura (Hunting, 1985).
*Os pegmatitos são fracamente zonados, com uma zona sodalítica mal definida.
*A estrutura interna é:
***Núcleo de quartzo- pouco desenvolvido;
**Fase sodalítica – com desenvolvimento irregular e não limitada a uma zona específica e
vénulas compostas por lepidolite e albite, associadas a apatite e elbaite (var verdelite.);
**Zona do Maciço Feldspático que gradualmente se torna bem desenvolvida;
**Zona homogénea ou Zona Marginal, e Zona de Contacto – contém muscovite, granada,
escorlite. As rochas encaixantes adjacentes ao contacto contêm um conjunto de alteração de
albite-turmalina, bem como significativa mineralização de Ta-Nb.
* A principal mineralização de Ta-Nb está contida no conjunto (grosseiro a em blocos) de
quartzo-muscovite- microclina da Zona do Maciço Feldspático e da zona homogénea.
Graus elevados estão associados à zona de albite-lepidolite e vénulas (Barros & Vicente,
1963;Hunting, 1985; Pedro, 1986; CGS, 2007).
6.8.3. Pegmatitos potássicos com berilo e columbo-tantalite

Devido à importância das gemas de berilo destes pegmatitos, é dada uma descrição detalhada
no capítulo 6.11. Gemas, Pedras para Joalharia, Materiais e Rochas para Artesanato,
Amostras de Minerais e de Rochas

6.8.4. Pegmatitos de metais raros (Nb) e de terras raras (Y) da região de Marinrongoè
(Marinronguè)
(Folha 1531)

Marques et al. (2012) registou a ocorrência de uma grande jazida pegmatítica na região de
Marinrongoè.

Os pegmatitos ocorrem numa região de cerca de 25km2 a E do Monte Marirongoè e a NO da


aldeia de Fíngoè. Nesta área, são conhecidos muitos corpos pegmatíticos e parece possível,
com prospecção adequada, a descoberta de mais corpos pegmatíticos.
Figura 6.55A.: Localização dos pegmatitos de Marinrongoè segundo Marques et al. (2012).

Figura 6.55A.: Localização dos pegmatitos de Marinrongoè segundo Marques et al. (2012)

Marques et al. (2012) sugere uma relação genética ao Granito Mesoproterozóico de


Marinronguè (P2MR). Os pegmatitos situam-se numa zona de união na parte oriental desta
intrusão. A idade estimada dos pegmatitos corresponde aos eventos Pan-Africanos (850 - 550
Ma) o que é consistente com as idades dos pegmatitos noutras regiões de moçambique.
A grande diferença de idades entre o Granito de Marinronguè e os pegmatitos torna mais
provável que haja apenas uma relação paragenética entre estes dois eventos.
A intrusão dos pegmatitos localiza-se na zona/parte mais fraca da intrusão granítica.
*Os pegmatitos incluem mineralizações de BN, minerais S e F.
*A proporção de MR dos pegmatitos é claramente Nb>Ta (a tendência da Ta é praticamente
0)
*Não há presença de lítio.
*Como minerais de metais raros e ETR, Marques et al. (2012) indicou samarskite, euxenite,
xenótimo e monazite.
*Outros minerais com interesse económico são os minerais do grupo berilo e topázio.
*Actualmente (2012), apenas água-marinha (berilo) e topázio foram extraídos como gemas
(ver Capítulo 6.7.).
*O berilo também está presente como mineral industrial e pode ter interesse económico no
futuro. (ver Capítulo 6.5.).

6.8.5. Pegmatitos e unidades rochosas com minerais de estanho, tungsténio e molibdénio

São conhecidas ocorrências e indicações de Estanho e tungsténio em Moçambique, na Zona


de Inchope-Mucombeze-Doeroi e na área de Namuno.
Foram identificadas indicações de tungsténio na área do Lago Niassa.

*A zona de Inchope – Mucombeze – Doeroi é controlada pelos processos tectónicos da falha


do bordo do rifte mas, até recentemente (2013) estava limitada à parte de Inchope-
Mucombeze-Doeroi desta zona.
**Não é muito claro o motivo pelo qual essas mineralizações estão limitadas a esta pequena
parte, nem porque é que as mineralizações de estanho são realmente ausentes nas
continuações norte e sul da zona, ou apenas limitadas e ainda não definidas.
**Em Mucombeze foi identificada columbo-tantalite (conhecida no mercado como "coltan").
*Tendo em conta a grande importância da columbo-tantalite no mercado internacional dos
metais, podem ser recomendadas novas actividades de prospecção para esta zona.
*Em relação à área de Namuno, existe apenas informação geral sobre a existência de
indicações de minerais Sn.

6.8.5.1. Zona de Inchope-Mucombeze-Doeroi


(Folhas 1933/1934)

Esta área é conhecida pelos seus pequenos e numerosos depósitos pegmatíticos com
cassiterite e columbite.
De acordo com Lächelt (2004), o greisen apresenta também indicações de Sn.
Foram registadas concentrações de cassiterite em:

*Inchope (561298/7869563, 596351/7873104 e 588066/7882081)


*Monte Doeroi (587921/ 7873413).

Afonso & Marques (1993) descreveram veios aplíticos-pegmatíticos localizados entre rochas
hospedeiras graníticas vulcano-sedimentares.
Foram identificados três grupos de veios:
*Veios portadorores de minerais de estanho (S e SO de Inchope Norte) que se concentram:
**Entre granitos e xenólitos metassedimentares e metavulcânicos;
**Como veios portadorores de estanho em granitos na zona de contacto dos granitos e xistos
(área de Inchope)
**Como veios portadorores de mineral de estanho que afloram em xistos (Sul de Inchope e ao
longo do rio Mucombeze).
*Os veios pegmatíticos de Inchope-Doeroi têm direcção variável (N-S, NE-SO, E-O) e o
ângulo de inclinação também varia de sub-horizontal a vertical.
*Os corpos pegmatíticos são normalmente bastante pequenos (100 x 2m).

De acordo com Afonso & Marques (1993), os veios concentram-se em grupos que formam
duas jazidas de minério:

*Jazida de Minério de Chissuadze


*Jazida de Minério de Mucombeze

*O grau de Sn varia e atinge, no máximo, 1.5% (médio 0,2%).


*Em Monte Metcchargue. Sn testado a 2–4 g/t.
*Foram testados graus extremamente altos em Monte Doeroi (7 - 8% de Sn).
*Em Buè–Maria, além dos depósitos portadorores de estanho, o quartzito portadoror de ouro
foi testado a 0,75–1,6 g/t Au.
*O ouro também ocorre nos veios de quartzo de Mataca-Machaua, tendo sido testados a 0,75
g/t.
*Os eluviões e aluviões de toda esta região (Rios M'Babau, Mt Doeroi, Nhamabana e
Mecudzi) contêm chumbo, cassiterite, columbite, ouro, ilmenite, granadas, scheelite,
volframite e zircão (ver Ouro 6.3.3.1.: Bordo do Rifte de Inchope-Gorongosa).

A tabela 6.5.1. indica os conteúdos dos depósitos portadorores de Sn desta área. (Svirin &
Akimidze, 1978; Lächelt, 2004).

Tipo de rocha Teor de Sn (%)


Gnaisse no tecto do veio 0,006 – 0,011
Pegmatito 0,321 – 1,780
Veio aplítico 0,010 – 0,015
Gnaisse milonítico 0,003 – 0,014
Camadas de gnaisse 0,007 – 0,011
muscovítico
Tabela 6.51.: Teores de Sn na zona de Inchope-Mucombeze-Doeroi (área de Inchope
/Esperança / Monte Doeroi, por Lächelt, 2004)

Nas jazidas de minério de Chissuadze e Mucombeze, os teores de Sn (Tabela 6.52.) variam


entre limites extremos (Lächelt, 2004)

Jazida de minério / Tipo de Teor de Sn g/t Minerais no minério


depósito
Chissuadze
Total da jazida de minério 2 600 – 8 000 Cassiterite (+ columbite)
Parte central dos veios > 10 000 Cassiterite (+ columbite)
Eluviões >1 700 Cassiterite (+ columbite)
Mucombezi
Total da jazida de minério ? Columbite-tantalite
(coltan)
Veios ? Columbite-tantalite (+
cassiterite, volframite)
Eluviões / coluviões / aluviões 55 - 150 Minerais Nb – Ta (+Sn?)
Tabela 6.52.: Mineralizações de Sn, W e Ta das jazidas minerais de Chissuadze e Mucombeze

A sueca LKAB investigou a área, por cartografia, escavação de fossas e geofísica terrestre em
1978 (LKAB, 1979). No entanto, não foi realizada nenhuma avaliação de recursos (GTK
2006).
6.8.6. Depósitos e ocorrências de pegmatitos de terras raras (TR/ETR)

O grupo de pegmatitos de terras raras ocorre predominantemente na área do Alto Ligonha,


mas a sua distribuição vai além dos limites da área de distribuição dos pegmatitos de metais
raros.

Até 1974, ocorreu, intermitentemente, produção em pequena escala de ETR (Hunting, 1988).
A maior produção anual foi de 2 500kg em 1968. No mesmo ano, foram produzidos 14 900kg
de euxenite (Hunting, 1988).
O grau de pesquisa de ETR em Moçambique é baixo.
No entanto, existem perspectivas económicas elevadas para o potencial de ETR
moçambicano.
Actualmente (2013), os ETR são muito importantes na produção de alta tecnologia e
comunicações e todos os elementos de terras raras merecem a nossa atenção.

6.8.6.1. Elementos de terras raras, Y, Th, U, Zr e Hf

A maioria dos elementos de terras raras, Y, Th, L, Zr e Hf está contida em minerais como
monazite, xenótimo, alanite, zircão, háfnio e uma variedade de nióbio-tantalites de terras raras
uraníferas complexas (Knorring & Condliffe, 1987).
Estes minerais encontram-se principalmente na Zona do Maciço Feldspático dos pegmatitos
potássicos e apenas foram explorados de forma intermitente até 1974, não o sendo
actualmente (Cílek, 1989; Lächelt, 2004).

*Os principais minerais de terras raras nos pegmatitos do Alto Ligonha são a monazite,
euxenite, samarskite e xenótimo.
*Todos os pegmatitos de terras-raras na grande área do Alto Ligonha pertencem ao grupo de
pegmatitos sem zonamento.
*Os pegmatitos sodalíticos de Muiane, Morrua e Marropino também produziram pequenas
quantidades de monazite.
*Também ocorrem minerais de terras raras nos pegmatitos de amazonite da Jazida
Pegmatítica de Nampula - Nacarõa (Cílek, 1989).
*A tabela 6.53. apresenta os pegmatitos de terras-raras e outros depósitos de ETR actualmente
conhecidos.

Depósitos/ocorrências Minerais portadorores de ETR Explorados Não explorados


de pegmatitos (até 2013)
Boa Esperança Samarskite, euxenite, xenótimo, monazite Explorados
Guilherme Euxenite, Monazite
Igaro Monazite
Idugo I Monazite
Idugo II Monazite
Goral Monazite
Nahia Monazite
Ingela Samarskite, monazite
Guilherme Euxenite
Muetia Euxenite
Enlume I Fergusonite Não explorados
Ilodo Fergusonite
Mocataia Euxenite
Nahia Euxenite
Nauela Euxenite
Ile Euxenite
Mucharro Euxenite
Nampoça Euxenite
Nahavarra Euxenite

Depósitos de Placer Minerais portadorores de ETR Explorados


Pebane (ver 6.4.3.) Monazite
Tabela 6.53.: Depósitos e ocorrências de ETR em pegmatitos e placers

6.8.6.1.1. Boa Esperança

De todos os depósitos e ocorrências de ETR conhecidos em Moçambique, o de Boa Esperança


(Ribáuè) é o local melhor investigado.
Este depósito hospeda a mineralização de terras-raras mais bem conhecida.
A figura 6.55. mostra os cortes transversais deste pegmatito.

Figura 6.55.: Cortes transversais do depósito de pegmatitos de ETR de Boa Esperança

6.8.7. Depósitos e ocorrências de MR e ETR não pegmatíticos

As fontes de mineralizações de MR e ETR (excluindo pegmatitos) são as seguintes:

*Zona de contacto entre granitos e calcários cristalinos na área de Namuno (escarnito)


*Escarnito (possível) na área de N’Goo
*Intrusões de complexos anelares a alcalinos e carbonatitos
*Sienitos nefelínicos (ver também 6.3.3. Mineralização de titânio associada a magmas
alcalinos
*Areias de minerais pesados
*Placers em aluviões em áreas com mineralizações de MR e/ou ETR (às vezes também
sem uma fonte de rocha primária conhecida)

6.8.7.1. Área de Namuno


(Folha 1338)
Na área de Namuno (Província de Cabo Delgado), na zona de contacto entre granitos e
calcários cristalinos, foram encontrados escarnitos portadorores de cassiterite e scheelite
(Lächelt, 2004).
Não há informação detalhada disponível.
Nos aluviões da área de Namuno também foi garimpado algum ouro (ver 6.3.6.2.5.: Ouro em
Namuno –Napiço).

6.8.7.2. Área de N’Goo


(Folha 1135 Lupilichi)

Também foi determinada a presença de scheelite (possivelmente com origem em escarnito)


em aluviões de alguns rios no Distrito de Lago, perto de N'Goo (Lächelt & Daudi, 1999).
Nos aluviões da área de N'Goo também foi garimpado algum ouro (ver 6.3.5.1.: Ouro em
Cagurué –Napiço).

6.8.8. Placers com minerais de terras raras (ETR)

A monazite concentra-se em placers ao longo do litoral costeiro das Províncias de Zambézia e


Nampula.
Concentrações de terras-raras, especialmente monazite, também ocorrem em alguns placers
de praias e dunas mas, com excepção de Pebane, estas ainda não foram exploradas.

*A principal intenção subjacente à extracção de monazite é a extracção de ilmenite, rútilo e


zircão, no início da mineração.
Minerais ETR são extraídos como um subproduto de placers de Ti-minerais.
*De acordo com Cílek (1989), os placers costeiros e de dunas devem produzir mais de
500 000t de monazite (ver 6.2.3. Depósitos de titânio)

6.8.9. Terras raras em suítes alcalinas

Várias intrusões alcalinas do Neoproterozóico com enriquecimento de metais especiais de


ETR, Ta e Nb e urânio foram identificadas no Complexo de Unango, na parte ocidental da
província de Niassa (NGU, 2007):

*Intrusão do Monte Naumale


*Intrusão do Monte Chissindo
*Intrusão do Rio Lucuisse

6.8.9.1. Mineralizações de Nb, Ta, U e ETR de Monte Naumale


(Folha 1334 Meponda, UTM 36S 705300, 8515900)

O Complexo Alcalino de Monte Naumale (755 +/-155 Ma) cobre cerca de 15km2, e foi
estudado a fundo no início da década de 1980 (Mroz, 1983; Lulin et al., 1985; Brodoimpex,
1985a; Hunting, 1988b).

*O complexo compreende um conjunto de rochas leucocráticas sieníticas alcalinas, incluindo


sienito nefelínico, sienito alcalino feldspático e rochas de piroxena anfibólicas-Na,
particularmente enriquecidas em Nb, Ta, U e ETR.
*A melhor mineralização relatada ocorre na parte norte do complexo, mas todo o complexo
poderá ter potencial de recursos para mineralizações de metais especiais e urânio.
*As análises revelam valores médios de cerca de 400 ppm de U e Th, e 1000 ppm de Nb
(Brodoimpex, 1985a)
*Outros dados avançados por Mroz (1983) mostram valores médios de 100 ppm de U, 10 000
ppm de Nb e 20-10 000 ppm de Ta.
*Com base nas anomalias radiométricas medidas no terreno, bem como em fossas, existem
lentes portadoras de minério com espessuras de 1-4m, e comprimentos até 100m.
**Estas lentes são intercaladas com lentes não-mineralizadas; a área total do horizonte mais
fortemente mineralizado é aproximadamente 400 x 50m (NGU, 2007).

6.8.9.2. Mineralizações de Nb, Ta e U do Complexo Nefelínico do Monte Chissindo


(Folha 1235 Macaloge - Chiconono, UTM 36S 731700, 8625100)

O Complexo de Sienitos Nefelínicos de Monte Chissindo (799 ± 8 Ma) cobre cerca de 15km2
imediatamente a sul do Graben de Maniamba.
Foi alvo de estudos aprofundados na década de 1980 (Drozdov et al., 1983; Mroz, 1983;
Hunting, 1988b).

*Diques lensoidais, arqueados, de composição semelhante cercam a principal massa de


sienitos nefelínicos.
*Partes da suíte incluem sienito, quartzo-sienito e sienito alcalino.
*Uma avaliação do potencial de alumina resultou na descoberta de mineralizações de Nb, Ta
e U disseminadas num sienito leucocrático com nefelina, sodalite e biotite, que têm grão
grosseiro e são localmente pegmatíticas. Pirocloro com textura granular fina e zircão
secundário são os minérios mais comuns.
*A área mais radioactiva tem 1 800 x 400m de extensão, e abrange zonas com mineralizações
menores, contendo 100-350 g/t Ta2O5 e 500-3,582 g/t Nb2O5 (Drozdov et al.,1983).
*Estas mineralizações são demasiado reduzidas para terem qualquer interesse económico
(NGU, 2007).
*Os próprio sienitos nefelínicos podem ser explorados como matéria-prima para a indústria
vidraceira ou cerâmica.
*Também há registos da ocorrência de corindo em pegmatitos de sienito.

No entanto, tendo em conta os crescentes preços dos minerais MR e ETR, o Complexo


Nefelínico do Monte Chissindo tem interesse e deve ser sujeito a investigações mais
detalhadas.

6.8.9.3. Apatite do Rio Lucuisse, mineralização de U, Nb e ETR numa suíte alcalina


máfica
(Folha 1236 Mavago, UTM 37S 207210, 8583830)

A mineralização de apatite-U-Nb-ETR do Rio Lucuisse situa-se cerca de 27 km a sul de


Mavago.

A mineralização ocorre num complexo alcalino máfico metamorfoseado, em ambos os lados


da parte superior leste de um rio que atravessa um terreno florestal. Foi descoberta durante
trabalhos de acompanhamento de anomalias radiométricas aéreas por uma equipa francesa
(Mroz, 1983). Investigações mais detalhadas foram realizadas por Bulgargeomin (Obretenov
et al., 1983).

A equipa francesa realizou cartografias da rocha-mãe, abertura de fossas e medições


espectrométricas, bem como amostragem do solo e rocha.
*Foi mapeado um corpo interpretado como carbonatite associada a piroxenitos e gnaisses
alcalinos e sieníticos-nefelínicos com 3,6 km de comprimento e até 300 metros de largura
(Mroz, 1983).
*É metamorfoseado e foram identificadas duas fases de deformação.
*Os níveis de radioactividade mais elevados foram registados em piroxenitos, que
compreendem também o núcleo do corpo (Mroz, 1983).
*A mineralização inclui pirocloro uranífero com ETR, columbite, zircão e apatite.
*Os graus das amostras mineralizadas são: 300-5200 ppm de urânio, 0,5-4,35 % Nb de
nióbio, 70-470 ppm de tântalo. As concentrações de ETR não foram especificadas.
*Surge, concentrada na carbonatite, apatite, com até 25,7 % P2O5 (Mroz, 1983).

Bulgargeomin realizou algum trabalho de acompanhamento em 1982-83 (Obretenov et al.,


1983):

*Bulgargeomin (1983) mapeou uma área de metapiroxenitos com alterações frequentes, com
veios de carbonatite calcítica, ao longo de uma extensão de 3km.
*Os gnaisses sieníticos envolvem os metapiroxenitos.
*Zircão, pirocloro, monazite, titanomagnetite, ilmenite e columbo-tantalite são os minerais
mais importantes identificados associados ao metapiroxenito.
*Bulgargeomin limitou as suas actividades de prospecção ao rególito e foram escavados
poços em grelha até à rocha-mãe. Foram recolhidas amostras geoquímicas e de minerais
pesados, tendo o zircão e a columbite sido identificados como os minerais mais comuns.
*Parece que a columbite e a apatite ocorrem juntas.
*Bulgargeomin estimou as reservas de minério no rególito em cerca de 550 toneladas de
columbite, em 2,2 milhões de m³ de minério, com graduação de 250g/m³), e sugeriu que a
área analisada se insere numa grande estrutura de anel (Obretenov et al., 1983).

A figura 6.16. mostra uma carta geológica simplificado baseado nas pesquisas da NGU (2007)
na parte ocidental do corpo.

A NGU (2007) descreve a intrusão da seguinte maneira:

*O hospedeiro da mineralização é um corpo metapiroxenítico com algumas centenas de


metros de largura e alguns km de comprimento.
*Os contornos desse corpo baseiam-se numa anterior cartografia e interpretação de imagens
de satélite, visto ter muito menos cobertura vegetal do que as áreas circundantes.
*Em alguns locais na zona exterior do corpo podem ser encontradas rochas sieníticas alcalinas
com minerais máficos secundários.
*O metapiroxenito parece estar envolvido em rochas sieníticas, parcialmente foliadas e
gnáissicas.
*A rocha encaixante compreende gnaisses graníticos e gnaisses biotíticos bem foliados.
*O metapiroxenito é também localmente foliado, com ângulos de inclinação para sudeste e
para sul, como acontece com os gnaisses circundantes.
*As rochas metapiroxeníticas são de textura granular fina e média e apresentam brechas
locais.
*Fragmentos tanto de rochas piroxeníticas como sieníticas ocorrem numa matriz dominada ou
por carbonato ou piroxena-biotite.
*Ocorrem veios de carbonato, principalmente calcite, com largura até 1-2 m, juntamente com
apatite.
*Investigações mineralógicas indicam a ocorrência tanto de Na-piroxena (aegirina) como de
Na-anfíbolo (magnésio-arfvedsonite). A albite é o feldspato dominante e os minerais
seguintes ocorrem em quantidades reduzidas: Feldspato potássico e epídoto. A calcite é o
principal carbonato, embora também estejam presentes anquerite e estroncianite.
*As análises químicas mostram grandes variações no conteúdo de oligoelementos, mas é
geralmente mais baixo do que o anteriormente relatado (Mroz, 1983).
*Os Nb, Ta e ETR parecem ser enriquecidos nas variedades ricas em calcite.
Isto confirma estudos anteriores que indicam a associação de columbite e apatite (Obretenov
et al., 1983).
*Investigações mineralógicas preliminares revelam que o Nb é claramente o elemento
dominante, em relação a Ta, no pirocloro (e provavelmente também na columbite?). O
pirocloro contém U e Ce, sendo encontrados também carbonatos com ETR.
*As mineralizações de apatite são demasiado reduzidas para terem qualquer interesse
económico. A apatite é fluorapatite e inclui alguns ETR não desejados, como seria de esperar
nesta configuração geológica. A predominância de Nb sobre Ta no pirocloro diminui o
interesse actual nesta mineralização.

No entanto, são necessárias novas investigações para realizar uma avaliação do potencial
económico deste corpo. O actual mercado internacional (2013) de minerais de MR e ETR
indica que há necessidade de novas investigações de prospecção deste corpo intrusivo.

6.8.10. Pegmatito do sudeste de Lugenda


(Folha 1336 Majune, UTM 37S 212000, 8484500

Encontra-se uma ocorrência de Nb-Ta-U a sudeste de Malanga, a Ocorrência sudeste de


Malanga, já estudada pela BRGM (Mroz, 1983).

*Ocorre na forma de pegmatitos e "leptitos" alcalinos, numa zona de milonito granulítico.


*Foram reportados valores economicamente interessantes de tântalo concentrados em veios
de quartzo pegmatítico, embora a extensão desses veios pareça reduzida (Mroz, 1983).

As mineralizações de apatite são demasiado escassas para ser de qualquer interesse


económico, mas a apatite é fluorapatite e inclui mineralizações de ETR.
A predominância de Nb sobre Ta no pirocloro diminui o interesse actual nesta mineralização.

Não é possível actualmente realizar uma avaliação económica da mineralização de MR e ETR


e recomendam-se novas investigações para avaliar o potencial económico deste corpo.

6.8.11. Outras intrusões com minerais de MR e ETR

Os sienitos nefelínicos da suíte de Tundo (Província Alcalina de Chirua), incluindo Monte


Chiperone e, na província de Tete, os carbonatitos de Cone Negose, Monte Muambe, Monte
Muande / Monte Fema e Monte Salambidua, bem como Monte Xiluvo, contêm minerais Ta-
Nb e ETR (Lächelt, 2004; Grantham et al., 2011).
Além da fluorite, os depósitos de Mt. Muambe, Mt. Muande / Mt Fema contêm minerais Nb,
algum chumbo e conteúdos elevados de ETR.
No entanto, no que toca ao seu potencial de MR e ETR, estes depósitos apenas podem ter
interesse económico no caso de uma utilização complexa destas mineralizações.

6.8.12. Lítio
O lítio é um mineral importante para a indústria. É utilizado principalmente na produção de
acumuladores e baterias, bem como em outros produtos das indústrias eléctricas.
Independentemente da grande importância do lítio para as indústrias modernas, existem
grandes reservas no mundo e o potencial do lítio moçambicano é demasiado pequeno para
exploração económica.

Os minerais de lítio estão associados aos pegmatitos sodalíticos complexos e compreendem


principalmente silicatos de lítio ou seja espodumena, lepidolite, petalite e eucriptita e
ambligonite.
A lepidolite foi o principal mineral de lítio extraído no passado, juntamente com quantidades
menores de espodumena, petalite e ambligonite. Ocorre espodumena de qualidade gemológica
em certos pegmatitos e kunzita (violeta) em Morrua e Marropino (Barros & Vicente, 1963;
Cílek, 1989).
Há frequentemente uma estreita associação entre o lítio, flúor e tântalo. As unidades de mica
lítica contêm muitas vezes fluorite e topázio, bem como uma variedade de minerais de
elementos raros menores como, por exemplo, minerais de zircão hafnífero, bismuto e, mais
importante, tântalo (Knorring & Condliffe, 1987).

Em Moçambique, os minerais de lítio estão associados aos pegmatitos sodalíticos complexos


do Alto Ligonha.
A mineralização de lítio é, portanto, interessante no que toca à produção de outros minerais
económicos, como um subproduto da produção de MR, ETR e/ou pedras preciosas. A
lepidolite de mineral Li foi extraída por um curto período no passado, bem como uma
quantidade menor de espodumena, petalite e ambligonite.

Os principais minerais de lítio dos pegmatitos são os seguintes silicatos de Li:

*Minerais de Li Principais
**Lepidolite
**Espodumena
**Petalite
Minerais de Li menores
**Eucriptita
**Ambligonite.

A Tabela 6.54. apresenta uma visão geral dos minerais de Li com interesse económico dos
Pegmatitos do Alto Ligonha.

Depósito Grupos minerais que incluem minerais de Li


pegmatítico
Boa Zircão, petalite, samarskite
Esperança/Ribauè
Morrua Tantalite, lepidolite, flogopite, kunzita, berilo (gema), cirtolite, columbo-tantalite (coltan),
mangano-tantalite, microlite, rútilo, Bi (nativo), feldspato
Muiane Quartzo, quartzo com inclusões (zircão, turmalina), hialite, ametista, hiddenite, lepidolite
(parcialmente esferoidal), turmalina, topázio, berilo, berilo (gema), heliodoro, zircão,
columbite-tantalite (coltan), manganotantalite, rútilo,
Munhamola I Quartzo (grandes cristais), quartzo (transparente), quartzo com inclusões (espodumena e
turmalina), ametista, cleavelandite, hiddenite, berilo, berilo (gema)
Naipa Quartzo, quartzo com turmalina, mica, lepidolite (parcialmente esferoidal), topázio
(grandes cristais), berilo, columbite, mangano-tantalite, turmalina
Tabela 6.54.: Minerais de lítio dos depósitos pegmatíticos do Alto Ligonha (ver cor)
Pesquisas aprofundadas aos pegmatitos do Alto Ligonha podem revelar a presença de mais
pegmatitos portadorores de minerais de Li.

Está presente em alguns pegmatitos espodumena de qualidade gemológica. Há muitas vezes


uma estreita associação entre o lítio, flúor e tântalo e as micas de lítio contêm frequentemente
fluorite e topázio, bem como uma variedade de minerais de elementos raros menores como,
por exemplo, minerais de zircão hafnífero, bismuto e, mais importante, tântalo (Grantham et
al., 2011).

6.8.13. Rubídio e césio

É conhecida a ocorrência de minerais de Rb e CS em alguns pegmatitos do Alto Ligonha.


O principal produtor de polucite foi o Pegmatito de Namacotche (Cílek, 1989), que produziu
6 000kg de polucite em 1961 (Barros & Vicente, 1963).
Ocorre feldspato com alto teor de rubídio (rubiclina), com conteúdos de rubídio até 20%
Rb2O, e polucite no pegmatito de Morrua et al., 1999), embora a extensão desta
mineralização seja desconhecida. A polucite está fortemente associada à petalite na zona
sodalítica de alguns dos pegmatitos sodalíticos, como o de Nahora, Muiane, Moneia e
Morrua.
O principal produtor de polucite foi o Pegmatito de Namacotche (Cílek, 1989), que produziu
6 000kg de polucite em 1961 (Barros &Vicente, 1963; Teertstra & Cerný,1997).

O principal mineral portadoror de Rb é a polucite.


Ocorre feldspato com alto teor de rubídio (rubiclina), com conteúdos de rubídio até 20%
Rb2O, e polucite no pegmatito de Morrua, embora a extensão desta mineralização seja
desconhecida.
A polucite está fortemente associada à petalite na zona sodalítica de alguns dos pegmatitos
sodalíticos, como o de (Grantham et al. 2011):

*Namacotche
*Nahora
*Muiane
*Moneia
*Morrua

O potencial moçambicano de Rb e Cs é muito reduzido para exploração económica e estes


minerais só poderão ser produzidos como um subproduto da produção de MR, ETR e/ou
pedras preciosas.

6.8.14. Germânio e gálio

O germânio é usado em muitas indústrias de alta tecnologia (tecnologias de altas frequências,


técnicas solares, técnicas de visão por infravermelhos, reactores atómicos), na produção de
vidro especial, na medicina e em muitos outros campos de aplicação.
Em Moçambique, é conhecida a existência de germânio nas cinzas de carvão da Sub-Bacia de
Lunho, perto do Lago Niassa (Província de Niassa).

A Sub-Bacia de Lunho fica a leste do Lago Niassa.


*Os conjuntos portadorores de carvão são definidos como sedimentos Ecca.
*A estrutura forma um graben com orientação NE-SO, cujos sedimentos têm um ângulo de
inclinação de 5-10º na direcção norte - noroeste. Fracturas com orientação N-S, com
comprimentos de até algumas centenas de metros, subdividiram o depósito em alguns sub-
blocos.
*As reservas de carvão calculadas para a Sub-Bacia são na ordem de 233 800 000t.
*De acordo com Salaskine, (1980) as cinzas deste carvão contêm:

*24-30 g/t de germânio


*17-29 g/t de gálio
*1,7-2,0 g/t de urânio.

Não é de esperar que haja exploração económica das reservas de carvão (quantidade e
qualidade dos carvões). Os teores de germânio indicados acima são demasiado baixos para a
exploração económica, mas merecem interesse e uma investigação mais aprofundada do seu
verdadeiro potencial.
O teor de germânio e a mineralização de gálio podem ter interesse produtivo e, nesse caso, o
carvão poderia ser utilizado como uma fonte de energia local e as cinzas para a produção de
gálio e germânio.
Recomenda-se, portanto, uma avaliação do potencial deste complexo no futuro.
6.9. Minerais e rochas industriais

A categoria Minerais e Rochas Industriais inclui um grande grupo de diferentes minerais e


rochas usadas em indústrias especiais. Alguns destes minerais (lítio, césio e outros) estão, em
Moçambique, associados a pegmatitos e terão interesse económico apenas enquanto
subproduto da produção de metais raros e terras raras e, por isso, são caracterizados no âmbito
da produção mineral principal (ver capítulo 6.4.).
Moçambique é rico em minerais industriais e há um elevado potencial de desenvolvimento no
mercado dos minerais industriais. O principal problema na exploração deste potencial é o
nível de desenvolvimento das infra-estruturas.
Em Moçambique, os depósitos e ocorrências de minerais e rochas industriais têm lugar em
todo o país, tanto no soco Pré-câmbrico como na cobertura sedimentar e vulcano sedimentar
Meso-Cenozóica.

Ainda que uma avaliação destas ocorrências tenha indicado, em estudos sucessivos, que tais
minerais poderiam ser rentáveis, apenas alguns foram explorados e, predominantemente, para
uso local.
A mais completa e detalhada representação de tipos e o potencial associado a estes minerais e
rochas estão enunciados nas monografias publicadas de Cilek (1989) e Lächelt (2004). No
seguimento da cartografia geológica de revisão realizada até 2007, o elevado potencial dos
minerais e rochas industriais foi confirmado e muitas novas ocorrências foram descritas
(NGU, 2006; CGS, 2007; NGU, 2007).

Este capítulo versará sobre os minerais e rochas industriais de Moçambique e o seu potencial.
Este capítulo inclui os seguintes minerais e rochas industriais:

Minerais industriais
*Andaluzite, distena, sillimanite
*Asbesto
*Bentonite
*Berilo
*Corindo
*Diatomito (Kieselguhr)
*Feldspato
*Fluorite (e barite)
*Granada
*Grafite
*Micas: muscovite, flogopite, vermiculite
*Perlito, obsidiana
*Quartzo
*Talco
*Zircónio

Rochas industriais e respectivos depósitos


*Gesso e anidrite
*Caulino e argilas
*Calcários
*Magnesite
*Sienito nefelínico
*Matérias-primas fosfáticas e apatite
*Quartzito, areias quartzosas
As figuras 6.57.A, 6.57.B. e 6.57.C. proporcionam uma visão global da distribuição regional
de alguns minerais e rochas industriais importantes de Moçambique. A tabela 6.55. apresenta
uma visão geral das reservas e do potencial dos minerais industriais.

Mineral/rocha Potencial das reservas Perspectivas gerais/potencial


para as condições de mercado
internacionais (2013)
Alto Baixo Alto Baixo/
Sem opinião
Minerais industriais
Andaluzite, =========== ===========
distena,
sillimanite
Asbesto ============ ============
Bentonite ============ ============
Berilo ============
Corindo ============= ============
Diatomito ============ ============ ===========
(Kieselguhr)
Feldspato ============= =============
Fluorite (barite)
Tipo de veio ============ ============
Tipo de ===== ============= ====== =============
intrusão
Granada ============
Grafite ====== ======== ======
Micas: ============
muscovite,
flogopite,
vermiculite
Perlito ===== =============
obsidiana
Quartzo ===== ======= ===== =====
Talco ============
Zircónio ============
Rochas industriais
Gesso anidrite ============
Caulino ======= ===========
Argilas ======= ======= ========
Calcários ========
Magnesite ============
Sienito ?????? ????????
nefelínico

Matérias- ====== ==== ==


primas
fosfáticas e
apatite

Tabela 6.55.: Potencial de minerais e rochas industriais, tendo em consideração os mercados


internacionais e o desenvolvimento dos preços (modificado a partir de Lächelt, 2004)

6.9.1. Minerais industriais

6.9.1.1. Andaluzite, distena, sillimanite


A andaluzite, a distena e a sillimanite são conhecidas apenas como mineralizações in situ.
Não se conduziram estudos detalhados sobre o potencial destes minerais. O potencial das
actividades de prospecção é desconhecido. Uma das perspectivas de avaliação deste potencial
tem por base o baixo nível de conhecimento, impossível até muito recentemente (2013).

Estas mineralizações desenvolvem-se em zonas metamórficas de contacto e áreas sujeitas a


metamorfismo de alto grau: Podem ocorrer em muitos locais da Cintura de Moçambique.
As condições principais para a formação destes minerais são, em termos gerais, a existência
de aluminossilicatos e metamorfismo de altas pressões e temperaturas, tal como aquele a que
a Zona de Carreamento do Lúrio foi sujeita (Lächelt, 2004).
Além das zonas/áreas metamórficas de alto grau, as concentrações de sillimanite e distena
também ocorrem em Moçambique em placers costeiros.

A figura 6.56. mostra a distribuição regional dos depósitos e ocorrências de andaluzite,


distena e sillimanite.

Figura 6.56.: Localização regional dos depósitos e ocorrências de andaluzite, distena e


sillimanite.

De modo geral, destacamos que o potencial destes minerais ainda não foi estudado ou
avaliado e que mais estudos detalhados são necessários.

6.9.1.1.1. Mineralizações de andaluzite, distena e sillimanite na província geológica de


Manica-Báruè

Mineralizações deste tipo estão identificadas no Grupo Paleoproterozóico de Gairezi


(P1Z).
Os locais mais conhecidos localizam-se 50km a norte de Manica, na região de Catandica:
*Serra Choa
*Bardura
*Senga-Senga

As mineralizações ocorrem entre os contactos de xistos, quartzitos e calcários cristalinos.

Dependendo das rochas hospedeiras, foram encontradas as seguintes combinações


mineralógicas:

Grupo de Gairezi (P1Z)


*Filonetes de quartzo com distena;
*Xistos cristalinos com sillimanite, andaluzite, distena;
*Xistos e quartzito com sillimanite e distena;
*Calcários cristalinos com corindo e distena;

6.9.1.1.1.1. Mineralizações de andaluzite em rochas arcaicas do Grupo de Manica (A3M)


(Folha 1832)

As mineralizações de andaluzite ocorrem em rochas verdes e em metassedimentos da


Formação de Vengo arcaica (A3MV).
O asbesto em Manica e os aluviões de rochas verdes (Grupo de Manica) também contêm
distena e sillimanite como minerais primários (Cilek, 1989).
Quantidades económicas destas mineralizações não são conhecidas.
Até há pouco tempo (2013), as mineralizações apenas podiam ser definidas como indicações.

6.9.1.1.1.2. Região de Catandica


(Folha 1833)

Esta região localiza-se na província de Manica, a norte da cidade de Manica. Inclui duas
unidades mineralizadas numa zona de 25 km x 6 km dentro do Grupo de Gairezi,
especialmente em:

*Serra de Choa
*Barauro
*Serra Senga–Senga

Em micaxistos, quartzitos e gnaisses biotítico-anfibólicos do Grupo de Gairezi, conhecem-se


várias indicações destes minerais.
*A distena distingue-se pela sua cor azulada, cinzenta ou branca, os seus minerais
prolongados e a associação com a estaurolite e a sillimanite.
*Segundo Afonso & Marques (1993), é expectável a existência de grandes reservas.
*Cilek (1989) descreveu cristais de distena longos e friáveis na área da Serra de Choa .
*Na área de Barauro ocorrem andaluzite e distena, que estavam parcialmente concentradas
em eluviões devido à meteorização de micaxistos.
Na área da Serra Senga–Senga há afloramentos de xistos cianite-estaurolite-granatíferos. O
teor de distena destas rochas pode atingir concentrações até 10%.

6.9.1.1.2. Mineralizações de andaluzite e distena na província geológica de Tete-Angónia

6.9.1.1.2.1. Mavudzi
(Folha 1633)

Cilek (1989) descreveu veios de quartzo contendo agregados de distena maciça perto de
Mavudzi, cerca de 40 km a NNO de Tete.
*Os agregados pesam vários quilogramas.
*A cor dos cristais de distena varia entre o cinzento-escuro e o esverdeado-claro.
Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.1.2.2. Área de Chíduè


(Folha 1533)

Lächelt (2004) descreve mineralizações de andaluzite e distena nos xistos e calcários


cristalinos da Formação de Chíduè Paleoproterozóica (P1CH). O terreno está localizado na no
bordo norte da Suíte de Tete, onde foram observadas andaluzite e distena.

Não é possível realizar uma avaliação do potencial destes minerais devido à ausência de
estudos.

6.9.1.1.2.3. Área de Cuchamano


(Folhas 1632/33, 1732/33)

Durante um trabalho de campo (2002), foram observados quartzitos com sillimanite do Grupo
de Rushinga (P1R) num local a 10 km – 15 km do posto fronteiriço de Cuchamano.
Não há mais dados disponíveis e não é possível realizar uma avaliação do potencial destes
minerais devido à ausência de estudos.

6.9.1.1.2.4. Região de Angónia


(Folhas 1433, 1434)

Foram identificados vários locais com metassedimentos contendo distena nas folhas 1433 e
1434.
Muito pouco se sabe acerca do tamanho, extensão e potencial mineral refractário destas
ocorrências (CGS, 2007a).

6.9.1.1.3. Mineralizações de andaluzite, distena e sillimanite nas sub-províncias


geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado

As rochas dos Klippen metamórficos de alto grau e das zonas de carreamento são, geralmente,
favoráveis à formação destas mineralizações.
O Klippe de Monapo e a Zona de Carreamento do Lúrio em especial são, normalmente,
propícias a estas mineralizações e podem ser alvo de novas actividades prospectivas.

6.9.1.1.3.1. Klippe de Monapo: Netia-Metochéria-Evate


(Folha 1440)

Em Netia, no Complexo de Monapo (P3MN), ocorre uma sequência de quartzo, sillimanite e


também
distena.

*As mineralizações estão localizadas numa zona de 1,0 km x 0,2 km, onde existe uma
sequência quartzo-sillimanite.
*Esta sequência também contém distena.
*As rochas do Complexo de Monapo contêm parcialmente até 70% de sillimanite.
O teor de Al2O3 da rocha hospedeira é de 40,06% e os restantes 63% são compostos por
sillimanite. *A sillimanite é de tipo prismático com cristais de comprimento até 5 mm.
*Em Netia o conteúdo de sillimanite atinge os 10 g/m - 500g/m³. .
*Reservas importantes de sillimanite são, portanto, muito prováveis (Afonso & Marques,
1993).
*Elevados conteúdos de distena de mais de g/(m³ estão particularmente concentrados na parte
noroeste desta área na Suíte de Ramiane Neoproterozóica (P3MNr).
*Rochas com sillimanite também surgem no afloramento leste do Complexo de Monapo na
Suíte de Ramiane (antigas Formações Evate).
*Conteúdos de sillimanite superiores a 50 g/m3 foram analisados em rochas encontradas entre
Metochéria e Evate.
*A sillimanite evidencia sempre uma relação preferencial com o quartzito (Cilek, 1989).

6.9.1.1.3.2. Zona de carreamento do Lúrio e regiões adjacentes

Na Zona de Carreamento do Lúrio e algumas regiões adjacentes da sub-província geológica


de Niassa-Cabo Delgado, bem como nas áreas noroeste da sub-província geológica de
Zambézia-Nampula, em territórios de metamorfismo de alto grau, foi encontrada
frequentemente sillimanite.

Os principais locais são:

*Sillimanite (quartzo + nódulos de sillimanite) perto de Namapa (Zona de Carreamento


do Lúrio)
*Sillimanite (quartzo + nódulos de sillimanite) perto de Ribáuè (NO de Nampula / Zona
de Carreamento do Lúrio).

Não foram realizados estudos detalhados, mas a posição dentro da zona altamente
metamórfica requer estudos específicos adicionais.

Cilek (1989) mencionou diversos locais/áreas no Complexo de Nampula Mesoproterozóico


(P2NM), no qual ocorrem rochas com sillimanite:

*Montepuez
*Namapa
*Mecuburi
*Ribáuè
*Meconta
*Área de Nacala–Memba
*Área da foz do rio Agrio
*Foz do rio Lúrio

*Em Montepuez (folhas 1338/39), os depósitos são deformados por vários ciclos de
deformação
*Em Namapa (folha 1339), no bordo da Zona de Carreamento do Lúrio
*Em Mecuburi (folha 1438), Ribáuè (folhas 1437/38), Meconta (folha 1439)
*e outras áreas de afloramento de rochas e gnaisses biotíticos-granatíferos, e leptitos que
incluem rochas quartzo-silimaníticas.
*Na área de Nacala–Memba, registaram-se gnaisses com sillimanite–plagioclase.
Referiu-se também a ocorrência de rochas com sillimanite nas seguintes áreas:
*Área na foz do rio Agrio na Zona de Carreamento do Lúrio (Mirrote, Morrola)
*Foz do rio Lúrio
Nestas áreas, a sillimanite está associada a grafite e granada (Cilek, 1989).

Todas estas áreas com metamorfismo de alto grau da Cintura de Moçambique, que foram
estudadas apenas esporadicamente, podem vir a revelar-se fontes importantes de sillimanite
(Lächelt, 2004).

6.9.1.1.3.3. Distena-quartzito do Rio Levele


(Folha 1236 Mavago, UTM 37S 228840, 8572186)

Os NGU (2007) descrevem uma ocorrência de distena-quartzito 47 km a sudeste de Mavago,


17 km a sul da Reserva Natural de Niassa, dentro do território de caça E.

*A unidade cobre várias colinas e consiste em rochas laminadas pegmatíticas com textura
granular média com grãos azuis de distena inseridas numa matriz de quartzo equigranular com
quantidades variáveis de moscovite intersticial.
*A quantidade de distena é muito variável, de <5% a rochas de distena pura. Foram
cartografados dois horizontes de cianite-quartzito separados por vários gnaisses, mas
considera-se que constituem uma única unidade dobrada.
*Os horizontes de quartzito apresentam uma espessura de 30 m e, provavelmente, podem ser
detectados durante vários quilómetros.
*Foram feitas análises químicas em amostras de cada um dos horizontes, revelando 24,8% e
35,9% de Al2O3, com 71,4% e 59,9% de SiO2 respectivamente.
*Embora a composição química e o tamanho pudessem ser de interesse, até recentemente
(2013) as perspectivas económicas para esta distena enquanto fonte de alumina eram
limitadas, devido à falta de infra-estrutura na área, relativa ao valor de um produto potencial.
*A andaluzite é o principal produto de aluminossilicato comercializável nos dias de hoje, mas
os quartzitos de distena com 20% - 50% de distena são extraídos nos EUA (NGU, 2007).

De maior interesse poderá ser o uso dos cianite-quartzitos como recurso para produção de
quartzo de elevada pureza (ver 6.5.13. Quartzo).

6.9.1.1.4. Placers costeiros

Placers de minerais pesados com distena, sillimanite e andaluzite ocorrem em duas zonas
costeiras:

*Zona costeira entre Quelimane e Quinga.


*Zona costeira entre o delta do rio Zambeze e a foz do rio Limpopo

Concentrando-se na examinação dos placers de minerais pesados ao longo da zona Costeira,


Cilek (1981-82) observou concentrações de andaluzite e distena como constituintes principais
and sillimanite subordinada em muitos locais destas duas zonas costeiras (tabela 6.56.)

local Andaluzite % Distena %


Zona costeira de Quelimane e Quinga
Gorai 1,7
Idugo 1,2
Pebane 2,1 1,1
Melai 2,3
Moebase 3,4
Moma 1,4
Larde 1,8 2,8
Angoche 1,3
Congolone 2,0
Quinga 1,5
Ilha de Olinda 1,8
Zona costeira entre o delta do rio Zambeze e a foz do rio
Limpopo
Foz do rio Limpopo 5,3
Praia de Massano 1,3
Chidenguele 1,2
Ponta de Závora 3,8
Guinguane-Jangamo 1,9
Praia de Tofe-Miramar 2,5
Praia de Morrunfulo 3,0
Pomene 1,7
Ilha de Santa Carolina 2,4
Beira – delta do rio 4,8
Zambeze

Tabela 6.56.: Andaluzite e distena em placers costeiros da costa moçambicana no Oceano


Índico (Cilek, 1989; Lächelt, 2004)

Estimou-se que o total de reservas de minerais do grupo sillimanite em placers de praia e


dunas rondavam as 2 Mt (Cilek, 1989).
A tonelagem para estes placers é, porém, de 28,8 Mt de andaluzite e de 24,1 Mt de distena,
perfazendo um total de 53 Mt (Cilek, 1989; Lächelt, 2004).

No entanto, os placers costeiros são uma reserva estratégica importante de andaluzite e


distena, recomendando-se, portanto, estudos específicos.

6.9.1.2. Asbesto

O asbesto perdeu a importância de outrora no mercado internacional e o seu uso está agora
limitado a certos produtos. Assim, apenas grandes depósitos com asbesto de boa qualidade
dominam o mercado.
Moçambique não possui nenhum depósito de asbesto de boa qualidade nem de grandes
dimensões.
Tendo em consideração esta realidade, as ocorrências de asbesto moçambicano são bastante
recentes (2013) e, ainda que do interesse geral, sem importância económica.
Contudo, para completar a descrição dos minerais industriais moçambicanos, será também
fornecida uma visão geral do potencial do asbesto de acordo com Lächelt (2004).

Em Moçambique ocorrem depósitos de asbesto crisótilo e antofilite em alguns locais. Cilek


(1989), Afonso & Marques (1993) e Lächelt (2004) enunciam os seguintes locais/áreas com
asbesto:

Província geológica de Manica-Báruè


*Rochas verdes arcaicas de Manica e Mavita
**Serra Mangota na Estrutura de Manica arcaica
**Mavita, na continuação das rochas verdes da Cintura de Cronley arcaica do
Zimbabué
Província geológica de Tete-Angónia
*Zona de Fíngoè
Suíte de Atchiza/P3Ad e P3Ag (suíte ultrabásica na margem norte da Zona de
Cavalgamento de Zambeze);
*Chicoa (perto da barragem de Cahora Bassa)
*Tsangano (suíte ultrabásica a cerca de 1,5 km – 2 km a SO de Tsangano)
Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
*Mulevala
*Mulatala na área de Nacala;
Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
*Área de Pemba–Ancuabe (nos arredores do depósito de grafite de Ancuabe).

A figura 6.57. mostra os locais de afloramentos de asbesto.

Figura 6.57.: Locais de afloramentos de asbesto no norte de Moçambique

6.9.1.2.1. Província geológica de Manica-Báruè


(Rochas verdes arcaicas de Manica e Mavita)

6.9.1.2.1.1. Serra Mangota


(Folha 1832)
Na Serra Mangota, aproximadamente 10 km a NNE de Manica, no interior de uma sequência
vulcano sedimentar da Formação de Macequece arcaica (A3MM), afloram serpentinitos e
xistos metassedimentares (Cilek, 1989).
Até 1940, o asbesto foi extraído temporariamente.

*A sequência metassedimentar é composta por rochas magmáticas metamorfoseadas, que


inicialmente seriam lavas e intercalações de xistos talco-cloríticos-sericíticos e por fim de
minérios de ferro bandados/Formações Ferríferas Bandadas. A zona estende-se na direcção
E–O, paralela às outras zonas da Estrutura de Manica.

De acordo com Cilek (1989), ocorrem dois tipos de serpentinito.

*Serpentinito duro e verde;


*Serpentinito menos duro e esverdeado com carbonato.

*O asbesto crisótilo aflora entre a zona de serpentinito numa extensão de aproximadamente 5


km.
**Foi explorado na parte oeste da zona, onde o serpentinito ocorre em associação com
carbonato.
*O serpentinito ocupa uma superfície de 1 200 m x 200 m muito inclinada.
*O asbesto é de fibra curta e de boa qualidade.
*O asbesto de fibras longas também ocorre em pequenas lentículas de talcoxistos. Não tem
qualquer interesse económico.

6.9.1.2.1.2. Mavita
(Folhas 1932/33)

Mavita está localizada 50 km a sul de Manica.

*Num serpentinito – sequência de talcoxistos de rochas verdes na Formação de Macequece


arcaica (A3MM) asbesto antofilite ocorre em veios com vários metros de largura ao longo de
uma distância considerável.
*As rochas verdes são a continuação leste da cintura de rochas verdes de Cronley do Cratão
do Zimbabué que, em forma de janelas, continua do Zimbabué até Moçambique.
*As rochas hospedeiras são ultrabasitos serpentinizados, metassedimentos arcaicos, xistos
clorítico-sericíticos, quartzito, Formações Ferríferas Bandadas (BIF) e rochas verdes
(metavulcânicas).
*Os serpentinitos estão associados a talco, talcoxisto e micaxisto (Cilek, 1989).
*As zonas com asbesto cobrem a direcção NE–SO (Afonso & Marques, 1993).
*Aproximadamente 60% do asbesto é composto pela variedade de fibra longa.
*O asbesto contém sempre inclusão de talco como mineral primário.
*O asbesto forma numerosas lentículas de 2 m x 3 m, por vezes atingindo comprimentos de
10 m e, ocasionalmente, podem mesmo chegar aos 45 m.
*O conteúdo de asbesto pode elevar-se a 30%.
*Uma área total de aproximadamente 300 km2 foi cartografada, expondo 160 corpos de
asbesto.
(Cilek, 1989).

As jazidas/ocorrências mais importantes de asbesto são:

*Vouzela
*Papá
*Anoroma
*Mário I
*Jorge Lopes
*Capitão
*Antigo Posto
*Cruzamento
*Mavita
*Rocha
*Norte da Fábrica
*Zona Norte
*Sul 10
*Mário II
*Minas Sul de Munhinga
*Minas Norte de Munhinga

A figura 6.58. mostra um corte transversal do Depósito de Asbesto de Serra Mangote

Figura 6.58.: Corte transversal do Depósito de Asbesto da Serra Mangote

No total, estes corpos contêm 325 000 t confirmadas e 237 000 t de reservas potenciais
(Afonso & Marques, 1993).
Vários corpos ultrabásicos e lentículas não examinados dentro desta área poderiam levar à
descoberta de reservas adicionais (Lächelt, 2004).

6.9.1.2.2. Província geológica de Tete-Angónia

6.9.1.2.1.1. Zona de Fíngoè


(Folhas 1530-1531)

Esta zona estende-se desde a Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag), de sudoeste para nordeste, até à
povoação de Fíngoè .

Dentro de depósitos do Mesoproterozóico (P2F), foram encontrados diversos afloramentos de


asbesto-crisótilo, especialmente perto de Marana (Cilek, 1989; Lächelt, 2004).
Segundo Afonso & Marques (1993), nesta área o Supergrupo Fíngoè é composto por duas
sequências:
*Rochas meta-magmáticas: meta-riólito, pórfiro quártzico, anfibolito basáltico,
metavulcânicas com talco, clorite, xistos cloríticos–horneblenda e serpentinito
*Depósitos metassedimentares: mármore, metadolomite, quartzito bandado, xistos pretos,
metaconglomerado

As reservas de asbesto conhecidas são muito raras.


Todavia, com trabalho geológico de campo adicional, novas mineralizações podem ser
descobertas.

6.9.1.2.1.2. Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag)


(Folhas 1530/1531)

Esta suíte ultrabásica repousa na margem norte da barragem de Cahora Bassa,


correspondendo ao bordo norte da Zona de Carreamento do Zambeze.

Na carta geológica de Moçambique (2008) a suíte está indicada com uma idade
Neoproterozóica.

*A suíte corresponde a uma intrusão ultrabásica, composta por gabro piroxénico (P3Ag)
piroxenito (P3Ap) dunito/serpentinito (P₃ Ad), diques e gabros (P3Umd, P3Ugd).
*As rochas hospedeiras são formadas por micaxistos, gnaisses biotítico-plagioclásicos e
mármores (P2FSc) da Formação do Monte Rupanjaze (P2FR) (Supergrupo de Fíngoè) e do
Granito do Monte Inchinga (P3lg).
*A estratificação de asbesto serpentinito crisótilo ocorre de forma irregular (Cilek, 1989).
*O peridotito e o piroxenito são parcialmente transformados por agentes atmosféricos em
serpentinito, actinolite, antofilite e minerais opacos.

Real (1960) distinguiu duas variedades de asbesto:

*Veios e filonetes que ocorrem na porção nordeste da Suíte Athiza e incluem picrólito,
antigorite e garnierita;
*Asbesto anfibólico que forma fibras de silicato fortes (até 50 cm), mas esta variedade ocorre
fora da intrusão, nas rochas da Formação do Monte Rupanjaze (P2FR).
.
Não são expectáveis quantidades economicamente viáveis de asbesto, de acordo com Hunting
(1984).

6.9.1.2.1.3. Tsangano
(Folha 1534)

Para definição do local, ver capítulo 6.3., ponto 6.3.B.2. SO em Tsangano.

*Em 1984 (Lächelt, 1985b), asbesto com fibra de 30 cm – 50 cm foi testado pela primeira vez
a partir de uma pequena intrusão ultrabásica perto de Tsangano. Posteriormente, Lächelt
visitou o local e observou asbesto alterado por agentes atmosféricos nas superfícies.
*A análise química da rocha ultrabásica indicou um elevado conteúdo de platina (ver 6.3.B.2.
SO em Tsangano)
*Antofilite com espessura entre 2 m e 6 m ocorre numa zona de 2,4 km x 0,2 km – 0,4 km.
*O asbesto é enriquecido em lentículas ou filonetes, mas ainda não foi analisado.
*Valores de 80 ppm Co, 15 ppm Cu, 30 ppm Pt, 0,26% Cr e 0,81% Ni foram obtidos quando
o serpentinito hospedeiro foi analisado (Cilek, 1989) e estas mineralizações podem ter
interesse para prospecção.
*O asbesto apenas tem interesse enquanto subproduto de outros metais minerais.
*O muro da mineralização é composto por talcos e micaxistos cinzento-esverdeados.

6.9.1.2.1.4. Chicoa
(Folha 1532)

*Perto de Ualadze, na área de Chicoa próxima da barragem de Cahora Bassa, foi encontrado
asbesto em diques basálticos, que intruiu granitos granulados, mesocráticos e dobrados com
fenocristais de feldspato (Hunter, 1984).
*Estes diques são intersectados por falhas de cisalhamento nas quais está localizado o asbesto.
*Segundo Cilek (1989), trata-se de corpos de asbesto muito pequenos e, presumivelmente,
não terão interesse económico (Lächelt, 2004).

6.9.1.2.3. Subprovíncias (geológicas) de Zambézia-Nampula e Niassa–Cabo Delgado

Conforme indica Cilek (1989), pequenas intrusões ultrabásicas afloram ao longo de toda a
Cintura de Moçambique e existem indicações de asbesto em muitos locais.
Corpos serpentiníticos com filonetes e bolsas de asbesto, talcoxistos e outros são
ocasionalmente formados pela meteorização de ultrabasitos.

6.9.1.2.3.1. Mulevala
(Folha 1637)

Nas imediações de Mulevala, ao longo das margens do rio Namigonha na sub-província


geológica de Nampula-Zambézia, que se estende por uma zona de 3,0 km x 0,5 km, foi
observado asbesto tremolite (Afonso & Marques, 1993).

*As rochas hospedeiras são compostas por gnaisse de granito feldspático apresentando
intercalações de xistos tremolíticos e actinolíticos com xistos biotíticos e quartzito da Suíte de
Celicui Mesoproterozóica do Complexo de Nampula (P2NMfgr).
*Estas mineralizações são meras indicações e o seu potencial económico ainda não é
conhecido, mas provavelmente não terão qualquer importância a nível da prospecção.

6.9.1.2.3.2. Nhore
(Folha 1340)

Perto da foz do rio Lúrio, em Nhore, foi reportada uma zona de 500 m x 5 m com algumas
mineralizações de asbesto (Vassilev et al., 1983).

*O asbesto ocorre sob a forma de agregados com fibras até 1 cm.


*O asbesto tremolítico contém até 35% do total do depósito.
*As reservas estimadas (Vassilev et al., 1983) para esta ocorrência têm cerca de 95 000 t.
*Para toda a zona com asbesto tremolítico, estima-se que existam cerca de 200 000 t de
asbesto.

6.9.1.2.3.3. Mulatala
(Folha 1440)
A ocorrência de asbesto em Mulatala localiza-se perto de Nacala.

*Segundo BRODOIMPEKS (1984) a mineralização de asbesto ocorre numa zona de 6,0 km x


0,07/0,10 km, que é composta por diques ultrabásicos (harzburgito, dunito) parcialmente
serpentinizados, carbonizados, silicificados ou transformados em enstatite (Afonso &
Marques, 1993).
*Estas rochas, bem como as rochas hospedeiras (gnaisse, xistos anfibólico-biotíticos), contêm
asbesto antofilite como componente principal associado com vermiculite, clorite, quartzo e
talco.
*Os asbestos pertencem à variedade de fibra curta (1,0 mm – 0,1 mm) ou formam agregados
com uma gravidade específica de 2,94 g/cm3 (Afonso & Marques, 1993).

As reservas não foram determinadas.

6.9.1.2.3.4. Área de Ancuabe


(1239/40 + 1339/40)

Perto do depósito de grafite conhecido, foi observado um pequeno corpo de enstatite–dunito–


serpentinito que inclui asbesto antofilite.
Não estão disponíveis dados adicionais.

6.9.1.2.3.5. Distrito do Lago


(Folha 1234)

Cartografia geológica ao longo da zona fronteiriça do Lago Niassa no Distrito do Lago


revelou a presença de muitas intrusões ultrabásicas pequenas.
A presença de pedra sabão (perto de Ngoo) indica a possibilidade de existência de asbesto
(Lächelt, 2004).

6.9.1.3. Bentonite

A bentonite ocorre como um produto da meteorização de riólitos e tufos riolíticos das


Vulcânicas de Karoo dos Montes Libombos (Grupo Stormberg Jurássico do Supergrupo
Karoo).
Nesta área, extraiu-se bentonite em períodos distintos.

*Estudos laboratoriais revelam que a qualidade da bentonite é variável e, de modo geral,


bentonite de elevada qualidade, se existente, é muito limitada.
*O resultado geral mostra que a qualidade foi particularmente afectada pelo conteúdo
relativamente elevado de cristobalite, a elevada viscosidade e outras características que
tornam a bentonite complicada para produtos comercializáveis.
*No entanto, existe um mercado e é possível uma produção em pequena escala.

6.9.1.3.1. Depósito de Boane


(Folha 2632)

O depósito de Boane está localizado aproximadamente 35 km a SO de Maputo, em ambos os


lados da auto-estrada Namaacha-Boane.
A produção de bentonite de baixo grau esteve e está em curso em Boane. A produção
estimada de bentonite tratada com potássio em 2005 foi de 547 toneladas, sendo consentânea
com a média de produção da última década. O produto é exportado.
Um total de 17 380 toneladas de bentonite moída foi produzido no mesmo ano, o que é
também congruente com a produção de anos anteriores (GTK, 2006).

As figuras 6.59. e 6.60. mostram a posição regional e a geologia do Depósito de Bentonite de


Boane.

Figuras 6.59. e 6.60.: Posição regional e geologia do depósito de bentonite de Boane


(modificado a partir de Cilek, 1989; Lächelt, 2004).

*Em Boane, a bentonite ocorre numa zona de fractura na direcção N-S com um comprimento
de 2 km, uma largura de 500 m e uma espessura média de 6 m.
*Calcula-se que esta zona contenha 15 Mt de bentonite (Lächelt, 2004).
*A espessura das camadas de bentonite varia entre 2,1 m e 10,6 m.
*A direcção de veio dos corpos bentoníticos é paralela à das cadeias vulcânicas (basaltos e
riólitos), isto é, aproximadamente N–S.
*A espessura da cobertura quaternária varia entre 0,9 m e 3,8 m (Afonso & Marques, 1993).
*A bentonite de Boane tem uma composição química típica (tabela 6.57.):

Componentes Conteúdo %
químicos Boane Cooperativa II
SiO2 73,8 58,0 - 63,0
Al2O3 13,8 8,0 - 11,0
Fe2O3 1,0 3,0 - 5,0
TiO2 13,0 0,15 - 0,25
CaO 1,73 1,0 - 6,0
MgO 2,5 3,0 - 3-0
K 2O 0,12 <0,3
Na2O 1,9 0,75 1,40
Tabela 6.57.: Composição química do depósito bentonítico de Boane (Lächelt, 2004)

*O depósito está dividido em secções:


**Cooperativa I
**Cooperativa II
**Cooperativa III

Juntas, as secções estão distribuídas por uma superfície de 40 000 m2. .

A geologia do depósito de Boane é visível na figura 6.61.

Figura 6.61.: Corte transversal da secção Cooperativa II do depósito de Boane (modificado a


partir de Zuberec et al., 1981; Cilek, 1989; Lächelt, 2004)

6.9.1.3.2. Pequenos Libombos (Luzinada) (folhas 2632, 424394/7119062 e outros)

Foi encontrada bentonite em vários outros locais numa extensão de 40 km - 60 km em cumes


de riólitos dos Pequenos Libombos e é extraída em alguns lugares, tais como Luzinada (folha
2632, 424394/7119062).

*A espessura da bentonite desenvolvida ao longo dos Pequenos Libombos varia entre poucos
metros e os 20 m, aparentemente dependendo da intensidade da meteorização, que, por sua
vez, é controlada pela densidade das zonas de fractura, que têm uma elevada concentração de
vidro vulcânico e de riólitos com uma certa composição. (GTK, 2006).

Cilek (1989) mencionou algumas ocorrências/mineralizações de bentonite, tais como:

*Portella
*Mina Cerâmica
*Ultra
*Verga
*Movene
*Maro

Na Portella, foi extraído e exportado um tipo de bentonite de cálcio (Cilek, 1989).

Foram definidas as seguintes espessuras para as camadas de bentonite (excluindo a cobertura


Quaternária):

*Portella: alguns metros


*Cerâmica: 6 m
*Verga: 9 m
*Movene: 20 m

A tabela 6.58. mostra a composição química do depósito bentonítico de Portella (Lächelt,


2004).

Componentes Conteúdo %
químicos Portella
SiO2 66,28
Al2O3 13,10
Fe2O3 2,38
TiO2 0,95
CaO 4,68
MgO 3,38
Na2O 0,45
Tabela 6.58.: Composição química do depósito bentonítico de Portella (Lächelt, 2004).

*A diferença de espessura das camadas depende da influência das fracturas na meteorização


dos riólitos (Notícia Explicativa, 1995; Cilek, 1989; Lächelt, 2004).
*Cilek (1989) ressaltou o facto de o vidro vulcânico (?) parecer ser o melhor material para
produzir bentonite enquanto produto da meteorização e de todos os riólitos desta região serem
caracterizados por uma composição química similar.
*As reservas totais dos depósitos de Boane/Luzinada e Pequenos Libombos foram definidas
em 2,5 Mt provadas e 4,2 Mt previstas (Notícia Explicativa,1995; Lächelt, 2004).

6.9.1.3.2.1. Luzinada
(Folha 2632, 424394/7119062)

Perto de Luzinada, por vezes extraiu-se bentonite.


A figura 6.62. revela cortes transversais do Depósito de Luzinada.

Figura 6.62.: Cortes transversais do Depósito de Bentonite de Luzinada (modificado a partir


de Zuberec et al., 1981; Cilek, 1989; Lächelt, 2004).

A composição mineralógica da bentonite é fornecida por fracção <0,063 mm (96% da


bentonite) e >0,063 mm (4% da bentonite), como mostra a tabela 6.59.
Fracção <0,063 mm
Minerais % de bentonite
Montmorilonite 54
Cristobalite 35
Caulinite 5,
Calcite/dolomite 1 – 3,
Quartzo 2
Fracção >0,063 mm
Minerais % de bentonite
Cristobalite 70
Calcite/dolomite 25
Quartzo 5 - 10
Tabela 6.59.: Composição mineralógica da bentonite de Luzinada para as fracções
<0,063 mm e >0,063 mm (Lächelt, 2004).

A tabela 6.60. mostra a composição química do Depósito de Bentonite de Luzinada II


(Lächelt, 2004).

Componentes Conteúdo %
químicos Luzinada II
I II
SiO2 68,8 59,7
Al2O3 11,8 10,77
Fe2O3 2,6 3,65
TiO2 0,3 0,24
CaO 3,8 5,18
MgO 2,2 2,20
K 2O 0,1 0,65
Na2O 1,1 1,06
Tabela 6.60.: Composição química do Depósito de Bentonite de Luzinada II (Lächelt, 2004).

Segundo a composição mineralógica, a bentonite de toda a zona consiste predominantemente


em montmorilonite e cristobalite subordinada.

Estima-se que as reservas totais de bentonite dos depósitos de Boane-Pequenos Libombos


tenham 2,5 Mt comprovadas e 4,2 Mt prováveis (Notícia Explicativa, 1995).

6.9.1.3.3. Outras potenciais mineralizações de bentonite

Cilek (1989) relatou que, especialmente na área de Boane, podem ser descobertas pequenas
ocorrências adicionais de bentonite nos riólitos de Karoo. Não se conhecem dados novos.

Tendo por base a distribuição regional dos depósitos magmáticos, pode esperar-se bentonite
também noutras áreas, por exemplo nos riólitos de Chibabava, como produto da
meteorização de andesitos e riólitos em Lupata, ou nos riólitos da Suíte de Luia..

6.9.1.4. Berilo

O berilo enquanto mineral industrial não foi extraído em Moçambique.


Há um importante potencial de mineralizações de berilo, mas não existem quantidades e
qualidades de minerais industriais como estão definidos.
O berilo é o único minério de berílio com interesse económico em Moçambique. Está presente
principalmente nos pegmatitos sodalíticos e, em menor escala, nos pegmatitos potássicos da
região. Os pegmatitos com esmeraldas representam uma fonte insignificante de berilo
industrial.
A posição do berilo num pegmatito é variável, mas situa-se normalmente na zona sodalítica
ou na zona maciça de feldspato e também, em quantidades mais pequenas, em bolsas de
quartzo-moscovite adjacentes ao núcleo de quartzo e, raramente, como grandes massas dentro
do núcleo de quartzo. O tamanho dos cristais de berilo varia entre alguns milímetros e mais de
4 m. Relatou-se a existência de cristais de 14 t em Muiane, 22 t em Nahiri e 50 t em
Munhamola. As variedades de gema importantes incluem água-marinha azul-esverdeada,
morganite rosa, heliodoro amarelo dourado e esmeralda. Outros minerais de berílio por ordem
crescente de raridade incluem crisoberilo, herderite, gadolinite e êuclase (Barros & Vicente,
1963; Knorring & Condliffe, 1987).

Todavia, há que dar atenção ao berílio enquanto fonte de minerais industriais (e não apenas de
gemas).
Talvez nunca tenha havido interesse neste mineral, mas não podemos excluir a possibilidade
de, com estudos específicos, se poder calcular um nível de potencial industrial, especialmente
se o berilo industrial for estudado em conjunto com outras mineralizações economicamente
úteis.

Em Moçambique, os pegmatitos são a principal fonte de mineralizações de berilo. Nas


grandes jazidas de pegmatitos das províncias pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula-
Nacorôa, o berilo é uma das mais relevantes mineralizações e existem, no total, grandes
quantidades de minerais de berilo.
O berilo está presente também noutros pegmatitos (por exemplo na sub-província geológica
de Tete-Angónia).
Lächelt (2004) elencou algumas províncias/jazidas de pegmatitos com berilo (incluindo novos
dados de Marques, 2012):

Sub-província geológica de Zambézia-Nampula


*Província pegmatítica do Alto Ligonha
*Província pegmatítica de Nampula-Nacorõa (Monapo-Nacala-Nacarõa)
Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
*Área de Nipepe-Montepuez
*Zona de Balama-Montepuez-Mueda
*Área de Namanhumbir (?)
Província geológica de Tete-Angónia
*Área de Zumbo-Zambuè
*Área de Marirongoè

Nenhum destes pegmatitos foi estudado relativamente ao seu possível potencial industrial de
berilo.
Geralmente, em todos estes pegmatitos, o berilo tem interesse pelas suas qualidades de gema.
Isso indica que o processo de mineralização teve lugar em condições geoquímicas calmas,
formando sobretudo minerais de berilo individuais e não massas de berilo com qualidade
mineral industrial. Contudo, não exclui a possibilidade de existência de qualidades e
quantidades de mineral industrial em alguns corpos pegmatíticos ou partes dos corpos de
berilo.
Para ter em consideração estas possibilidades, estudos adicionais são necessários.
*O berilo ocorre, principalmente, nos pegmatitos sodalíticos e, em menor escala, nos
pegmatitos potássicos. Os pegmatitos portadores de esmeraldas representam uma fonte
insignificante de berilo industrial (Grantham et al., 2011).
*Nos pegmatitos circunscritos de Alto Ligonha, o berilo está predominantemente
concentrado nas seguintes zonas:

**Grande zona de feldspato


**Zona de minerais de lítio
**(Por vezes na) zona de quartzo-mica (perto do Núcleo de Quartzo)

*O berilo ocorre em associação com albite, columbite-tantalite, microlite e minerais de lítio.

Lächelt (2004) dá-nos uma visão geral dos principais pegmatitos com berilo das províncias
pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula-Nacarôa da seguinte forma:

“A cor do berilo varia muito, desde o branco, verde, castanho até ao preto." O berilo preto
está circunscrito aos e é característico dos pegmatitos moçambicanos (Steiner, 1992).

As ocorrências de pegmatito estão classificadas segundo a cor do berilo:

*Berilo branco: Muiane, Nacala, Maridge II, Moneia, Nahore;


*Berilo azul: Muiane, Murropoci, Mirrúcui, Nihire;
*Berilo amarelo: Muiane, Nahore;
*Berilo castanho: Nahora, Muhano, Maridge, Nahia;
*Berilo preto: Moneia, Munhamola I, Muiane, Muhana, Naipa;
*Berilo verde: todos os pegmatitos.

*O tamanho do berilo também varia muito, podendo ir dos 0,5 cm até aos cristais gigantes.
*Em Muiane, foram encontrados cristais de 14 t (1 m x 4 m). Em Nihire e Munhamola I, os
cristais descobertos tinham, respectivamente, cerca de 22 t e 50 t. Cristais de 400 kg são
bastante comuns (Cilek, 1989).

Em Alto Ligonha os seguintes pegmatitos contêm berilo:

Morrua, Muiane, Maolona, Cunheia, Macocheia, Nampo, Ilodo, Muhano, Nahora,


Namocotcha, Maridge, Naipa, Macossa, Tomeia, Namivo, Majamaia, Namarela,
Moneia, Ginema I, II, III, Napize, Nahia, Naquissupe, Nassupe, Conco, Murropoce,
Injela, Macuba, Niaparra e Nanro.

A figura 6.63. mostra áreas com possível berilo industrial em Moçambique e nos pegmatitos
de Alto Ligonha.
Figura 6.63.: Áreas com berilo industrial em Moçambique (pegmatitos de Alto Ligonha e
ocorrência de Changara) [o pegmatito de Changara foi modificado a partir de Real, 1966;
Steiner, 1992; Lächelt, 2004]

*O conteúdo BeO é em média de 10,5% e frequentemente de mais de 13,0%.


*As impurezas podem ser quartzo, microclina, muscovite e, em menor escala, turmalina,
zircão, cromite, tremolite e granada (Cilek, 1989).
*Foram calculadas reservas de berilo apenas para Morrua, Muiane e Moneia.
**As confirmadas e estimadas ascendem a 3 074 t BeO.
**Para cálculos adicionais, o depósito de Muiane deve ser excluído. O processo de extracção
neste depósito foi concluído.
*Steiner (1992) descreveu os pegmatitos de Zumbo e Changara (Dauvonga), nos quais
veios de pegmatito contendo berilo e turmalina foram encontrados em paragnaisse e
migmatito.
**Dois tipos de veio foram identificados nestes pegmatitos:
***Veios ramificados enriquecidos com magnetite;
***Veios separados com feldspato, berilo e um núcleo de quartzo.
*O conteúdo de berilo é irregular.
*Os veios têm uma extensão de 200 m x 11/12 m.
*O berilo ocorre sob a forma de cristais azuis, azul-esverdeados e vermelho-esverdeados.
*Não está disponível qualquer avaliação económica.

Pegmatitos com berilo da região de Marirongoè


(Folha 1531)

Marques J. et al. (2012) registou a ocorrência de uma grande jazida pegmatítica na região de
Marirongoè.
Os pegmatitos ocorrem numa região de cerca de 25 km2 a E do Monte Marirongoè e a NO da
aldeia de Fíngoè. Nesta área, existem muitos corpos de pegmatito e parece possível, com
alguma prospecção detalhada, descobrir corpos de pegmatito adicionais.

*Os pegmatitos incluem mineralizações de Nb, minerais de Y e F (ver capítulo 6.4.).


*Outros minerais com interesse económico são os minerais do grupo berilo e topázio.
*Recentemente (2012), apenas água-marinha (berilo) e topázio foram extraídos como gemas
(ver capítulo 6.7.).
*O berilo também está presente como mineral industrial e pode ter interesse económico no
futuro.

6.9.1.5. Corindo

Apesar da procura por corindo ter decrescido à medida que os sintéticos abrasivos se foram
desenvolvendo, ela ainda existe relativamente ao corindo de boa qualidade (Grantham et al.,
2011).
Geralmente, as possibilidades de produzir quantidades comercializáveis de corindo são
limitadas em Moçambique.
Estudos especialmente dedicados ao corindo não são recomendáveis, mas, relacionado com a
prospecção de outros minerais, o corindo deve ser tido em conta.
O conhecimento actual (2013) do potencial do corindo de Moçambique baseia-se sobretudo
na informação fornecida por Lächelt (2004).
Não se conhecem novos dados relativos a uma avaliação recente do potencial do corindo.
Em Moçambique, o corindo ocorre em:

*Diques dessilicatados de plumasito: ocorrências em Tambani–Zóbuè/Canchoeira


*Veios híbridos com feldspato transparente, corindo, biotite, horneblenda , turmalina,
magnetite: ocorrência em Canchoeira
*Zonas de contacto dessilicatadas em maciços de sienito nefelínico: ocorrências nas
províncias de Zambézia e Niassa.
*Aluviões e eluviões: ocorrências na província de Cabo Delgado.

Ainda não é conhecida a localização exacta das ocorrências na província de Cabo Delgado.
Durante os últimos anos, estudaram-se as qualidades das gemas (rubi, safira) que são de
origem moçambicana e confirmam a ocorrência de mineralizações de corindo.
Não se conhecem locais concretos, mas informação esporádica indica uma área de ocorrência
a SO de Mueda e perto do rio Rovuma.
Marques (2012) menciona áreas perspectivas para gemas nestas regiões e, portanto, é também
possível a presença de corindo industrial.
O mesmo autor (ibidem) indica três áreas que podem ser relevantes (Lächelt, opinião nesta
publicação):

*Zona ao longo do rio Rovuma em ambos os lados da foz do rio Lugenda


*Área a SO de Mueda
*Área de Nahamumbir

Deve destacar-se que não são conhecidas mineralizações de corindo, mas que gemas dos
minerais do grupo corindo são uma indicação geral da existência deste tipo de mineralização.

De todas as áreas e ocorrências de corindo, as seguintes podem ter alguma importância:

Província geológica de Manica-Báruè


*Ocorrência de Róvuè/Mavundzi
Província geológica de Tete-Angónia
*Ocorrência de Canchoeira
*Indicações de corindo em Zóbuè
*Indícios de corindo em Chimessolo
*Zona da fronteira com o Malawi (da área da Suíte de Tete até Angónia no NE)
Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
*Ocorrências do Monte Pandibuè e de Congune
Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado
*Mineralizações de corindo a N e NO de Cabo Delgado
*Ocorrência de Namahaca
*Ocorrência de corindo do rio Muthicana (Odinepa)

A figura 6.64. mostra os locais de ocorrências de corindo.


Figura 6.64.: Ocorrências de corindo em Moçambique

6.9.1.5.1. Ocorrências de corindo na província geológica de Manica-Bâruè

6.9.1.5.1.1. Ocorrência de Róvuè/Mavundzi


(Folha 1933)

O corindo está presente em pegmatitos dessilicatados do tipo plumasito ao longo da auto-


estrada Gondola-Barragem de Chicamba.

*As rochas hospedeiras são compostas por gnaisses e micaxistos do Complexo de Báruè
Mesoproterozóico (P2B).
*O corindo surge sob a forma de cristais verde-acinzentados e castanhos.
*Afonso & Marques (1993) consideraram este local um depósito potencialmente extenso.
*O potencial deste depósito requer estudos detalhados adicionais.

6.9.1.5.2. Ocorrências de corindo na província geológica de Tete-Angónia

6.9.1.5.2.1. Ocorrência de Canchoeira (Canchoira)


(Folha 1534)

Várias zonas mineralizadas contendo corindo ocorrem a 30 km - 35 km de Tete e a 5 km da


auto-estrada de Tete-Zóbuè.

*Estas zonas ocorrem no bordo da Suíte de Tete ultrabásica Mesoproterozóica (P2T) e


também nos gnaisses nas imediações da Suíte de Tete, em Inhamitara, Camanga e Boia.
*As zonas são compostas por diques e veios pegmatíticos dessilicatados.
*Os diques são do tipo plumasito com feldspato, biotite, horneblenda, turmalina e pequenos
cristais de magnetite (Real, 1966).
*Os cristais de corindo ocorrem sob a forma de grandes cristais, por vezes com diâmetro até 5
cm.
*O teor de corindo dos diques e veios, expresso em percentagem, é de 22,5% (Afonso &
Marques, 1993).
*Steiner (1992) indica percentagens semelhantes em locais limítrofes.

**Canchoeira: 22,5%
**Inhaminha: 28,7%
**Vamanga: 25,9%
**Bosa: 18,2%

Real (1966) menciona as seguintes reservas de corindo:

*Veios e diques: reservas totais de corindo 70 Kg/t - 120 Kg/t


*Eluviões até 450 kg/t

6.9.1.5.2.2. Indicações de corindo em Zóbuè


(Folha 1534)

Zóbuè localiza-se na fronteira entre Moçambique e o Malawi (posto fronteiriço).


Steiner (1992) descreveu uma ocorrência de corindo perto de Zóbuè.

*Pequenos grãos de corindo ocorrem em gnaisses sieníticos nefelínicos e plumasitos


pegmatíticos.
*Tal como nas ocorrências vizinhas, o corindo está associado com feldspato, biotite e
muscovite.
*O corindo forma grãos cinzento-esverdeados prismáticos ou laminados.

Não se conhecem mais informações sobre esta indicação.


Aconselham-se estudos especiais, juntamente com as actividades recomendadas no ponto
6.9.9.2.3. Zona de fronteira com o Malawi

6.9.1.5.2.3. Área de fronteira com o Malawi (da área da Suíte de Tete até Angónia para
NE)
(Folha 1534)

O corindo é extraído no Malawi, cerca de 10 km a leste da fronteira entre Moçambique e o


Malawi (correspondendo a metade da distância entre a área de Angónia e Tsangano).
A mina do Malawi produz corindo e gemas da crosta de meteorização de rochas ultrabásicas.
Este tipo de rocha também ocorre em alguns locais perto de Tsangano e na Angónia de leste.
O problema é que estes corpos ultrabásicos são, geralmente, muito pequenos e, dentro do
relevo ondulado, é praticamente impossível observá-los.
É recomendável realizar uma cartografia geológica detalhada usando métodos geofísicos e
minas de controlo.

6.9.1.5.2.4. Indícios de corindo em Chimessolo


(Folha 1632)
Este indício de corindo em Chimessolo está localizado perto de Changara, a cerca de 10 km
da fronteira entre Moçambique e o Zimbabué, ao longo da estrada entre Gondola e a barragem
de Chicamba (Lächelt, 2004; Grantham et al., 2011).

*O corindo ocorre em veios dessilicatados entre gnaisses e migmatitos do Grupo de Rushinga


Paleoproterozóico (P1R).
*Os eluviões e aluviões sobrepostos também contêm corindo de cor de madeira avermelhada.

6.9.1.5.3. Ocorrências de corindo na sub-província geológica de Zambézia-Nampula

6.9.1.5.3.1. Ocorrências do Monte Pandibuè e de Congune


(Folhas 1635/36)

Conhecem-se duas ocorrências no distrito de Milange (província de Zambézia).

*Os sienitos nefelínicos de Monte Pandíbuè e Congune são compostos por diques e vénulas
que contêm corindo azul e opaco.
*A maior parte do corindo ocorre sob a forma de cristais bem distribuídos pela crosta de
meteorização (coluvião) destes diques.
*O coluvião no qual grandes blocos de sienito (0,2 m - 0,3 m) estão embutidos, aparece numa
faixa de 80/90 m x 20/25 m de extensão.
*Estes blocos contêm corindo com um tamanho de 0,3 cm – 3,0 cm (Afonso & Marques,
1993).

Provavelmente, estas mineralizações de corindo têm apenas relevância mineralógica. Porém,


investigações especiais são recomendáveis.

6.9.1.5.4. Ocorrências de corindo na sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado

6.9.1.5.4.1. Mineralizações de corindo a N e NO de Cabo Delgado

Corindo foi recolhido em:

*Zona ao longo do rio Rovuma em ambos os lados da foz do rio Lugenda (folha 1138)
*Área 100 km – 200 km a oeste de Pemba e SO de Mueda (folha 1239)
*Área de Nahamumbir

*Na área a oeste de Pemba e SO de Mueda, afloram rochas e gnaisses carbonáticos,


intercaladas por um conjunto heterogéneo de corpos básicos.
*O corindo consiste em cristais avermelhados, a maioria na ordem dos 2 cm – 3 cm, mas
cristais bastante maiores foram também encontrados.
*Os cristais com alguns centímetros de tamanho estão frequentemente cobertos por uma
crosta preta.
*Em alguns locais, o corindo está também presente no aluvião.
*Os locais destas ocorrências ainda não foram determinados precisamente.

6.9.1.5.4.2. Ocorrência de Namahaca


(Folha 1339)

Duas minas maiores e várias escavações menores ocorrem na área de 50 m x 100 m cerca de
21 km a leste de Montepuez e a norte da principal estrada de Pemba-Montepuez.
Ocorrem cristais de corindo até 24 mm, com cores entre o castanho-avermelhado e o cor-de-
rosa.
*Vulgarmente, são em forma de placa, mas também foram encontrados cristais com 10 mm
de comprimento.
*Ocorrem em areia e cascalheira não calibradas, compostas sobretudo por produtos
meteorizados de quartzo e pegmatito (Grantham et al., 2011).

De um ponto de vista geoeconómico, os dados supra são meras indicações e qualquer decisão
de prosseguir estudos requererá uma cartografia geológico-mineralógica detalhada.

6.9.1.5.4.3. Ocorrência de corindo do Rio Muthicana (Odinepa)


(Folha 1339)

A ocorrência do rio Muthicana localiza-se 2 km a sudoeste de Odinepa (província de Cabo


Delgado).

*Existe uma ocorrência de corindo na rocha-mãe.


*Os trabalhos consistem numa fossa de 18 m de comprimento, 3 m a 4 m de largura e até 6 m
de profundidade, com orientação de 50°.
*Nas paredes laterais, existe uma rocha xistosa com textura granular muito grosseira
portadora de anfíbolo-plagioclase-flogopite e corindo de cor vermelha.
*Grãos bem formados de corindo com tamanho até 1 cm ocorrem disseminados pela rocha
(Grantham et al., 2011)...

6.9.1.6. Diatomito (Kieselguhr)

O diatomito (Kieselguhr) acumulou-se em muitas depressões fluviais e lagunares entre as


dunas Plistocénicas de Inhambane no norte de Matutuíne, a sul de Maputo.
Ficou depositado em rios, pequenos lagos e lagoas em águas salobras e frescas.

*Os depósitos são, habitualmente, pequenos com uma espessura máxima entre 1,5 m e 2,5 m.
*O conteúdo de resquícios orgânicos em diatomito varia entre 63% e 87%, o conteúdo SiO2
entre 60% e 80% e o conteúdo de ferro é <1%.

Lächelt (2004) proporciona uma visão geral do potencial do diatomito no sul de Moçambique
(tabela 6.61.).

Área/região Folhas Superfície estimada Opinião sobre o potencial


1 : 250 000 km2
S de Maputo-Boane 2632 200 Potencial limitado
Marracuene-Manhiça 2532 1200 Reservas interessantes do ponto de
vista económico
Macia-Chokwe 2532/33 - 2432/33 1000 Reservas potencialmente
interessantes
Magude-Chokwe 2532 - 2432/33 200 Prospecção viável
(Chicomo)
Inharrime-Mandlakaze 2433 - 2434 3900 Reservas potencialmente
(Manjacaze) interessantes do ponto de vista
económico
Inhambane-Pande 2435 – 2335 – 2235 900 Prospecção viável
– 2134/35
Pande 2134/35 Não definido De interesse geral adicional
Nova Mambone 2034/35 - 2134/35 Não definido De interesse geral adicional
Tabela 6.61.: Visão geral do potencial em matéria de diatomito no sul de Moçambique.

A figura 6.65. mostra áreas esquemáticas de depósitos com diatomito.

Figura 6.65.: Diagrama das áreas de depósitos com diatomito.

As ocorrências de Manhiça e Boane são as mais conhecidas.

6.9.1.6.1. Área de Manhiça (depósitos de Diane, Alvor e Marina )


(Folha 2532, 463968/7193482)

*As camadas de diatomito de Manhiça estão distribuídas ao longo de uma área de 1 100 km
(Cilek, 1989).
*A ocorrência de diatomito pode ser acedida usando um caminho que começa 6 km a sul da
cidade de Manhiça e estende-se 11 km para o ocidente.
*A principal mina, o chamado depósito de Diane, está em produção desde 2005.
*Alvor e Marina são depósitos adicionais da mesma zona.

O diatomito é examinado, dividido em várias qualidades no local e exportado por comboio


para clientes da África do Sul.
Também é usado localmente como aditivo nas rações de gado para combater parasitas e
outras doenças.
Por enquanto, o valor acrescentado real destes produtos ainda é feito no estrangeiro.
Em vez de utilizar este recurso doméstico minuciosamente estudado e testado, os produtos de
diatomito são importados para Moçambique (GTK, 2006).
As condições geológicas são favoráveis ao estudo do potencial do diatomito nesta zona.

6.9.1.6.1.1. Depósito de Diane

*Em Diane, o depósito assume a forma de um corpo bojudo de 0,45 km x 3,6 km x 0,003 km.
*A camada horizontal de diatomito mede 60 m x 50 m e tem uma espessura entre 0,8 m e 1,0
m, numa profundidade média de 8 m abaixo da superfície.
*O depósito tem uma direcção N–S e está dividido em três camadas/secções distintas
(Lächelt, 2004:
**A camada superior é composta por material compacto com uma espessura de 0,5 m;
**A camada central está separada da superior por uma intercalação, cuja espessura vai até aos
1,5 m, e é composta por diatomito arenoso;
**A camada inferior está separada da central por uma intercalação de espessura entre 0,5 m e
1,0 m.
*Encontra-se diatomito puro até uma profundidade superior a 9 m, por vezes estendendo-se
até aos 25 m (Cilek, 1989).

A estratigrafia local (de cima para baixo) é a seguinte (GTK, 2006):

*Areia eólica
*Diatomito muito arenoso
*Diatomito
*Areia aluvial
*Crosta pedogénica
*Diatomito
*Diatomito muito arenoso
*Areia aluvial.

A composição química do Depósito de Diatomito de Manhiça pode ser consultada na Tabela


6.62.

Composição Ocorrências de diatomito


química Manhiça Mina de
Diane
SiO2 86,61 79,38
Fe2O3 1,16 0,88
Al2O3 3,90 4,24
CaO 0,10 0,17
MgO 0,22 <0,05
P2O5 0,12
TiO2 0,55 0,38
Na2O 0,13 1,33
K 2O 0,91 0,80
L.i. 5,65 9,04
Tabela 6.62.: Composição química do depósito de diatomito de Manhiça (Lächelt, 2004).

*O conteúdo de resquícios orgânicos no diatomito varia entre 63% e 87%.


*O conteúdo de SiO2 médio varia entre 60% e 80% e o conteúdo de ferro é geralmente <1%.
*Estes dados são usualmente análogos aos do diatomito encontrado no sul de Moçambique.

As reservas estimadas ascendem a 1,5 Mt, com uma densidade aparente média de 0,32 g/cm3
e 50% de diatomito puro (Afonso & Marques, 1993).

6.9.1.6.1.2. Alvor e Marina

Alvor e Marina são depósitos adicionais da mesma zona de Manhiça.

*O depósito de Alvor é composto por lentículas que ocorrem ao longo de uma superfície de
2,6 km2.
*A espessura da camada de diatomito ascende a 0,8 m - 1,0 m.
*A camada tem uma direcção N–S e estende-se ao longo de uma superfície de 0,55 km x 0,2
km.
*As reservas determinadas têm 960 000 t (Afonso & Marques, 1993).

As suas reservas estimadas têm 0,96 Mt e 1,5 Mt, respectivamente, com 50% - 77% de
diatomito puro.

O depósito de Marina corresponde ao de Diane e pode ser considerado uma continuação do


último.

6.9.1.6.2. Ocorrências de diatomito na área de Magude-Chokwe


(Folha 2432)

Entre Magude e Chokwe (província de Gaza), o diatomito depositou-se na margem sul do


Rifte do Leste Africano.
Lächelt (2004) e GTK (2006) indicam alguns depósitos de diatomito perto das aldeias de
Zimbene e Mafuiane, nas quais o diatomito aflora à volta de vários furos de água e outros
pontos:

*Lagoa Ramo, perto de Mazivila (folha 2433, 509863/7245534)


*Maduaine, perto de Mazivila (folha 2433, 511773/7249649)
*Mafuiane (folha 2434, 639110/7284812)
*Buana (folha 2434, 642526/7284162)
*Mabiele
*Chicomo

Um grande domínio de diatomito com uma extensão de 70 km x 10 km ocorre 100 km a ENE


(folha 2434) à volta das ocorrências de Mafuiane (639110/7284812) e Buana
(642526/7284162).
Não há estradas que levem até este domínio de diatomito, embora vários trilhos atravessem a
área.
É necessário trabalho de campo adicional para estabelecer o seu potencial comercial.
Numa área a norte de Mabiele, que cobre cerca de 35 km de Chicomo, o diatomito ocorre
em vários locais distribuídos por uma área de 11 km2. .
Estudos adicionais deverão esclarecer se nestas áreas/locais existe volume suficiente para
exploração comercial de diatomito (GTK, 2006).

6.9.1.6.2.1. Manjacaze

Algumas lentículas de diatomito com espessura até 5 m foram examinadas entre Manjacaze e
Quissico.
Não foram determinadas reservas (Lächelt, 2004).

6.5.1.6.2.2. Macia

Várias ocorrências estão identificadas na área entre Macia e Chokwe.

*O diatomito aflora em aluviões com espessura superior a 1 m.


*Os depósitos estão distribuídos ao longo de uma área com 3,37 km 2.
*Ao todo podem ser distinguidas quatro secções (Cilek, 1989):
*Estima-se que as reservas contenham 840 000 t de diatomito (Afonso & Marques, 1993).

A área de Macia requer estudos adicionais para definir o potencial de diatomito.

6.9.1.6.3. Zona de Inhambane-Matituine (Bela Vista)

Em numerosas depressões fluvial-lagunares entre as cadeias de dunas Plistocénicas,


acumularam-se depósitos de diatomito numa área que se estende de Inhambane, no norte, a
Matituine (Bela Vista), no sul de Maputo.
O diatomito é do Plistocénico superior e parcialmente Holocénico em termos de idade.

*O diatomito está geralmente coberto por dunas, terraços e sedimentos do solo.


**Perto de Matituine (Bela Vista, sul de Maputo), a relação entre a cobertura e a camada de
diatomito é de 20:1.
*A espessura também tem grandes intervalos de variação, medindo 0,5 m perto de Boane e
vários metros noutras áreas.
*Conhecem-se muitos depósitos, ocorrências e mineralizações dispersas, mas ainda não foram
estudados em detalhe.
*As depressões mais bem conhecidas são as que se localizam em Boane (3 km a SSO em
Muculure) e Manhiça (ver 6.9.6.1.):
**O diatomito ficou depositado em rios, pequenos lagos e lagoas em águas salobras e frescas.
**Habitualmente, estes depósitos são pequenos e cobertos por areia com espessuras máximas
entre 1,5 m e 2,5 m.

6.9.1.6.3.1. Boane

*Nas proximidades de Boane, cerca de 35 km a oeste de Maputo, ocorre diatomito de origem


fluvial em lentículas com espessura variável entre 0,5 m e vários metros, distribuídas por uma
área de cerca de 3 km2 .
*O diatomito é depositado na ou perto da superfície.
*A densidade total ascende a 0,6 g/cm3.

Lächelt (2004) revela a composição química da Ocorrência de Diatomito de Boane (Tabela


6.63.).
Composição Ocorrência
química de
diatomito
Boane
SiO2 88,84
Fe2O3 0,97
Al2O3 1,01
CaO 0,17
MgO 0,41
P2O5 0,11
TiO2 0,16
Na2O 0,28
K 2O 0,20
L.i. 8,22
Tabela 6.63.: Composição química do diatomito de Boane (Lächelt, 2004).

Estima-se que as reservas contenham 300 000 t e que uma área adjacente possa ainda produzir
entre 1,0 Mt a 2,0 Mt adicionais (Cilek, 1989).

6.9.1.6.4. Estruturas do Rifte do leste Africano com diatomito

Também se verificam ocorrências de diatomito em estruturas do Rifte do Leste Africano, por


exemplo no rio Save..
A área perto de Beira favorece, do mesmo modo, o desenvolvimento e deposição de diatomito
(Cilek, 1989).
Não se conhecem dados relativos a estas mineralizações.

6.9.1.6.5. Diatomito no norte de Moçambique

Observou-se diatomito no norte de Moçambique, entre Pemba e a fronteira Moçambique-


Tanzânia (Bacia do Rovuma).
No entanto, ainda não estão disponíveis análises detalhadas.

Cilek (1989) forneceu os seguintes dados analíticos principais relativamente a um depósito de


diatomito em Pemba (Tabela 6.64.):

Composição Conteúdo
química %
SiO2 87,28
Fe2O3 0,71
CaO + MgO 1,3
Tabela 6.64.: Composição química da ocorrência de Diatomito de Pemba

Os dados sobre as reservas não estão disponíveis.


Esta ocorrência deverá ser considerada uma fonte favorável para a recuperação de diatomito
(Lächelt, 2004).

6.9.1.7. Feldspato

Os pegmatitos de Moçambique representam um recurso praticamente inexplorado no que diz


respeito ao feldspato.
Apenas pequenas quantidades de feldspato foram produzidas em Moçambique, embora a
opinião geral seja que o país poderá estar dotado de um potencial notável. Todavia, a
caulinização de alguns pegmatitos é prejudicial para a recuperação de feldspato (Grantham et
al., 2011).
Outro problema é que o feldspato de pegmatitos moçambicanos (Alto Ligonha e Nampula-
Nacorõa) é composto, sobretudo, por variedades que têm interesse limitado para o mercado do
feldspato.
Até agora (2013), o feldspato era extraído exclusivamente de pegmatitos, parcialmente como
subproduto de columbo-tantalite e berilo.

Um total de 296 t de feldspato foi recuperado do depósito de Boa Esperança durante o


período 1956-1959 e durante os anos 80. Da mina de pegmatito de Tulua extraíram-se
algumas centenas de toneladas de feldspato (Barros & Vicente, 1963; Cílek, 1989).

Cilek (1989) propôs as seguintes fontes (pegmatitos e diferentes tipos de rochas, incluindo os
depósitos nos quais já se tinha extraído feldspato) como detentoras de potencial para
extracção de feldspato:

*Nuaparra (folha 1538)


*Naipa (folha 1538)
*Namacotche (folha 1537)
*Munhamola I (folha 1537)
*Boa Esperança (folha 1538)
*Tulua (folha 1439)
*Rochas intrusivas
*Sienito nefelínico
*Aplito
*Granitos de micas
*Granitos sieníticos
*Riólito
*Fonólito
*Depósitos sedimentares (aluviões e eluviões de rochas meteorizadas ricas em feldspato,
isto é, as areias de feldspato de Nacala).

Na verdade, apenas os pegmatitos com feldspato e as areias de feldspato podem ter interesse
económico durante um longo período de tempo. Outras fontes potenciais de feldspato são,
provavelmente, apenas de interesse económico teórico (na opinião de Lächelt).

A figura 6.66. mostra a posição regional dos depósitos de feldspato.


Figura 6.66.: Posição regional dos depósitos de feldspato

6.9.1.7.1. Pegmatitos com feldspato

Todos os tipos de pegmatitos são compostos por feldspato, mas apenas alguns dos pegmatitos
com feldspato de Alto Ligonha e Nampula-Nacorõa são fonte potencial de extracção
económica.
Encontramos feldspato potássico em todos os pegmatitos de Alto Ligonha e Nampula -
Nacorõa.
Um estudo por Correia Neves et al. (1971 e 1971b) e Lopes Nunes (1973) (in Pedro, 1986)
revelou que era possível usar a química do feldspato potássico para distinguir diferentes tipos
de pegmatito.
Vários conteúdos de feldspato potássico alcalinos (Na, K, Rb e Cs) e elementos de terras
alcalinos (Ca, Sr e Ba) foram utilizados numa tentativa de caracterizar os diversos tipos de
pegmatito na região. Porém, a melhor distinção foi conseguida usando lotes de K/Rb vs. K/Cs
ou Cs vs. Rb. Também se revela a composição aproximada dos pegmatitos.
Foram igualmente acrescentados dados de rocha total para os granitos. O seu uso em vez de
dados de feldspato potássico justifica-se já que, apesar do aumento de Rb e Cs na sequência
feldspato potássico-muscovite-biotite, os níveis relativamente baixos de mica em granitos
fazem com que o feldspato potássico controlo a concentração de rocha total destes elementos
e seja também a fase potássica dominante em granitos. Por estes motivos, dados de rocha total
para os granitos podem ser relativamente bem integrados com a química feldspato potássico
dos pegmatitos.
A proporção K/Rb dos granitos pan-africanos e os pegmatitos de veio estéril em forma de
lente têm a maior variação, de 111 até 635 e 18 até 452, respectivamente.
Os pegmatitos com terras raras variam de 31 até 203 e os pegmatitos potássicos variam entre
31 e 69. Os pegmatitos sodalíticos têm um intervalo de variação ligeiramente maior, de 5 até
105, e os pegmatitos com amazonite e turmalina têm um intervalo limitado entre 0 e 44.
Há uma certa sobreposição entre as diferentes categorias de pegmatitos, o que torna a
identificação com base apenas na química feldspato potássico difícil. Contudo, ela consiste
num indicador útil da extensão de fraccionamento, com baixas proporções K/Rb e K/Cs,
indicativas de pegmatitos altamente fraccionados. Essa sobreposição levanta também a
questão da relevância de algumas das categorias de pegmatitos (CGS, 2007).

Os pegmatitos de Moçambique representam um recurso praticamente inexplorado no que diz


respeito ao feldspato. No entanto, a caulinização de alguns pegmatitos é prejudicial à sua
recuperação.
Foi extraído feldspato em pequena escala, habitualmente como subproduto da extracção de
columbite-tantalite e berilo.
Um total de 296 t de feldspato foi recuperado do depósito de Boa Esperança durante o período
1956-1959 e durante os anos 80. A mina de pegmatito de Tulua produziu algumas centenas de
toneladas de feldspato (Barros & Vicente, 1963; Cílek, 1989).
Os pegmatitos potássicos são a melhor fonte de feldspato potássico; os pegmatitos de
Nuaparra e Boa Esperança são exemplos disso.
Pegmatitos sodalíticos representam uma fonte potencial de albite e feldspato potássico.
Apesar disso, não foram calculadas reservas. O feldspato potássico destes pegmatitos contém
conteúdos variáveis de sódio e potássio e, frequentemente, está caulinizado. Pegmatitos
portadores de amazonite e turmalina perto da área de Nacala são também adequados à
recuperação de feldspato com subprodutos potencialmente valiosos, tais como amazonite,
cassiterite, tantalite e uma variedade de gemas (CGS, 2007).

Pegmatitos seleccionados das províncias pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula-Nacorôa


foram estudados relativamente à qualidade dos feldspatos.
Uma comparação da composição química do feldspato de alguns pegmatitos seleccionados de
Alto Ligonha e Nampula (Tulua) é fornecida na tabela 6.65.

Feldspato e Província pegmatítica do Alto Ligonha Província


composição pegmatítica de
química Nampula-
Nacorõa
Boa Esperança Naipa Namacotche Munhamola I Tulua
Conteúdo %
Feldspato 90,3 96,6 83,1 95,4 93,5
Na2O 0,7 2,0 9,6 2,8 4,8
K 2O 14,8 13,4 0,3 12,1 8,9
Fe2O3 0,14 0,07 0,04 0,08
TiO2 0,01 0 004 0,08 0 004
CaO 0,07 0 007 0,07 0,14
SiO2 66,40 62,20 65,20 66,30
Al2O3 17,40 18,80 19,10 19,30
MgO 0,10 0,07 0,04 0,06
Tabela 6.65.: Composição química do feldspato dos pegmatitos de Alto Ligonha e Nampula
(Tulua) (Afonso & Marques, 1993; Lächelt, 2004).

Estima-se que as reservas de feldspatos relacionados com pegmatitos em Moçambique


ascendam a 7,7 Mt (Cílek, 1989; Mining Africa Yearbook, 2000; Lächelt, 2004).

6.9.1.7.1.1. Depósito de Nuaparra

O pegmatito de Nuaparra representa um corpo predominantemente inalterado com feldspato


de elevada qualidade, reservas de grandes blocos de feldspato de 1 072 kt, reservas de
pequenos blocos de feldspato de 860 kt e cerca de 5 700 kt dos pegmatitos circundantes.
Dentro da grande zona de feldspato do pegmatito de Nuaparra , distinguem-se dois blocos
com feldspato extraível:

*I. Um bloco maior com uma qualidade de feldspato na ordem dos 75%-85% e teor Fe + Ti
<0,15%.
*II. Um bloco mais pequeno com teor Fe que ascende a 0,17% e teor Ti de 0,4% (Afonso &
Marques, 1993).

*O pegmatito de Nuaparra pertence ao tipo feldspato–muscovite e contém quantidades


relativamente baixas de metais raros e berilo.
*Este feldspato foi petrograficamente identificado como ortoclase.
*Foi altamente caulinizado.

A tabela 6.66. mostra uma comparação entre o conteúdo de feldspato e a composição química
dos dois blocos: I. e II. (Cilek, 1989; Lächelt, 2004).

Conteúdo de
feldspato e Conteúdo %
composição I. II.
química Bloco Bloco
maior menor
Feldspato 75,0 - 85 49,8
Óxidos >0,15 0,17 - 0,40
coloridos
Na2O 1,57 4,18
K 2O 12,01 6,13
Fe2O3 0,16 0,28
TiO2 0,01 0,03
CaO 0,03 0,26
SiO2 58,82 63,48
Al2O3 19,84 10,88
FeO 0,06
MgO 0 003 0 007
Li2O 0 008 0 006
BeO 0,0012 0,0032
Bi2O3 0 004 0 003
NbO 0,0002 0,0006
Tabela 6.66.: Comparação entre o teor de feldspato e a composição química dos Blocos I e II
dos pegmatitos de Nuaparra

A figura 6.67. revela um corte transversal esquemático do Depósito de Feldspato de Nuaparra.

Figura 6.67.: Corte transversal esquemático do depósito de Nuaparra (modificado a partir de


Duda, 1986; Lächelt, 2004).

As reservas de feldspato, distribuídas por uma superfície de 40 630 m,2. são as seguintes
(Afonso & Marques, 1993):

I. Grande bloco (10 m - 15 m de profundidade): 1,072 Mt


II. Pequeno bloco (10 m - 15 m de profundidade): 0,860 Mt
III. Outros blocos (profundidade média de 18 m distribuída por uma superfície de
20 200 m2) 5,738 Mt

Os subprodutos potenciais são:

*Mica: 55 000 t
*Gemas (quartzo + berilo + topázio + turmalina) e bismutite + columbite-tantalite:
504 000 t

6.9.1.7.1.2. Boa Esperança

*O pegmatito de Boa Esperança pertence ao tipo circunscrito.


*A zona de feldspato está em contacto directo com o núcleo de quartzo e o feldspato
transforma-se em feldspato caulinizado e, finalmente, numa camada de caulino.
*O feldspato associa-se a vários outros minerais, tais como mica, berilo, amazonite,
turmalina, bismutite e euxenite + samarskite.
*O feldspato é composto por ortoclase-microclina.

As reservas do depósito de Boa Esperança são calculadas e estimadas em 820 t de feldspato e


23 400 t de caulino. Uma grande porção do depósito não foi avaliada (Cílek, 1989).
6.9.1.7.1.3. Outros depósitos e ocorrências de pegmatito com feldspato

6.9.1.7.1.3.1. Naipa, Namacotche, Munhamola I e Tulua

Afonso & Marques (1993) mencionou alguns pegmatitos com feldspato que, do ponto de vista
económico, podem ter interesse para a produção de feldspato futura:

*Naipa
*Namacotche
*Munhamola I
*Tulua

Para as composições químicas do feldspato destes pegmatitos ver a tabela 6.72.


Estima-se que as reservas de feldspato em Tulua cheguem às 15 000 t (Cílek, 1989); Lächelt,
2004).

6.9.1.7.1.3.2. Nacala
(Folha 1440)

O feldspato foi extraído quase exclusivamente nas proximidades de Nacala, na parte oriental
da província da Nampula.
O pegmatito quartzo–microclina–pertite foi extraído para feldspato industrial, bem como para
amazonite, mica, berilo e turmalina (verdelite).

6.9.1.7.2. Areias feldspáticas aluviais e eluviais

As areias feldspáticas ocorrem como produto da meteorização de todos os pegmatitos.


Os depósitos e ocorrências mais conhecidos de Moçambique são:

*Areias feldspato-potássicas de Nacala, na província de Nampula


*Areias com ortoclase e albite da Formação de Macomia do Cretácico Inferior (CrMo,
também conhecida como Formação de Maconde) na província de Cabo Delgado.

Pode afirmar-se que os depósitos de areia ainda não receberam muita atenção e que os dados
existentes são inadequados para chegar a uma reserva definitiva.
No entanto, existe uma fonte de feldspato que precisa de atenção prospectiva adicional.

6.9.1.7.2.1. Areias feldspáticas e cauliníticas nas proximidades de Nacala


(Folha 1440)

Perto de Nacala ocorrem areias cauliníticas que incluem 48% de feldspato na fracção 0,208
mm – 2,0 mm e 21% na fracção 0,053 mm – 0,208 mm (Zuberec et al., 1981).
Não se conhecem dados mais detalhados.
Recomendam-se estudos adicionais.

6.9.1.7.2.2. Areias com feldspato na Formação de Macomia (CrMo)


(Folhas 1240 - 1340)

Perto de Metuge, na Formação de Macomia do Cretácico Inferior (CrMo) ocorrem areias que
contêm um componente ortoclase + albite.
*A espessura dos depósitos de areia pode ir até aos 400 m.
*O componente ortoclase + albite pode chegar até aos 7% (Gula, 1981).

Não se conhecem dados mais detalhados.


Recomendam-se estudos adicionais.

6.9.1.8. Fluorite (e barite)

Em Moçambique, especialmente ao longo da zona marginal oeste do Rifte do Leste Africano,


conhecem-se depósitos, ocorrências e indicações de fluorite.
A fluorite está exclusivamente associada à fractura Mesozóica da origem do rifte e ao
magmatismo Cretácico localizado nas zonas marginais do rifte e nas hidrotermas magmáticas
tardias a pós-magmáticas, que resultam destes processos.
A barite, que, em muitas partes do mundo, está associada a mineralizações de fluorite, está
ausente ou raramente se encontra.
As barites são raras em zonas mineralizadas da margem leste do vale do rifte e em
carbonatitos associados ao rifte.
Do ponto de vista prospectivo e económico, a barite é, portanto, desprovida de interesse.
Assim, considera-se que a barite tem um interesse meramente académico.

Sabe-se há muito tempo que Moçambique tem um importante potencial de fluorite que,
porém, não foi estudado em pormenor.
Distintas razões o justificam:

*A infra-estrutura não está bem desenvolvida.


*O preço de mercado da fluorite era demasiado baixo para explorar os depósitos pequenos
*A produção da indústria de fluorite causa problemas ambientais e pode ter lugar apenas em
condições ambientais específicas.
**Muitas das empresas de produção foram encerradas ou a sua produção foi limitada
**Nestas condições, os depósitos de fluorite moçambicanos não têm qualquer hipótese de
exploração mineira.
*Nos últimos anos, a produção e a situação do mercado mudaram. Novos métodos industriais
mudaram a procura de fluorite e muitas minas de fluorite que estavam fechadas reabriram ou
estão em vias de reabrir.
*Nesta perspectiva, as mineralizações de fluorite moçambicanas requerem uma reavaliação
relativamente ao seu possível potencial económico.

Em Moçambique, a fluorite está geneticamente associada à fase de fracturação e magmatismo


com ela relacionado. A fluorite cristalizou durante as mesmas actividades tectónico-
magmáticas, mas não é possível confirmar uma relação directa entre o magmatismo e o
processo de mineralização da fluorite.
O processo genético mais viável para a mineralização da fluorite foi formulado por Alves
(1961/64; na sequência de Thadeu, 1961):
*Fase de fracturação tectónica da crosta terrestre e formação de falhas orientadas;
*Formação de quartzo leitoso maciço nestas falhas;
*Fase de fracturação tectónica com formação de brecha de quartzo;
*Deposição de fluorite e calcedónia, juntas ou separadas;
*Formação de crostas de quartzo.

Todas as mineralizações mostram uma correlação paragenética com rochas vulcânicas.


Em Moçambique, esta correlação espacial é caracterizada pelas fracturas com fluorite e
também pelas rochas vulcânicas com fluorite que seguem o mesmo padrão de fracturação, isto
é, as fracturas que foram reactivadas durante os períodos pós-magmáticos Karoo
(Stormberg)–Mesozóico–(Cretácico).
As principais direcções tectónicas para a localização de fluorite são paralelas às dos rifts (N-
S) ou alguns ramos divididos, particularmente fracturas orientadas no sentido NO-SE.
A reactivação tectónica foi acompanhada por um magmatismo básico, alcalino e carbonatítico
(chaminés, veios e fluxo de lavas).
As condições para a formação de fluorite foram especialmente favorecidas pelas fases
hidrotermais pneumatolíticas (Lächelt, 2004).

Territorialmente, a presença de fluorite é conhecida nas seguintes áreas:

*Zona marginal oeste da expansão sul do Rifte do Leste Africano em Moçambique,


incluindo as lavas alcalinas e ácidas de Lupata, bem como carbonatitos, que estão localizados
na intersecção de elementos tectónicos das estruturas do rifte com zonas de fracturação;
*Zona marginal leste do Rifte do Leste Africano; Bordo do Rifte do Leste de Niassa ao
longo da costa do Lago Niassa e da Suíte de Tundo (província alcalina de Chiure) desde o
Lago Chiure em direcção ao sul ao longo da zona/área da fronteira entre o Malawi e
Moçambique;
*Zonas/áreas que não estão localizadas numa zona de rifte marginal mas que resultam de ou
estão associadas a processos de formação de riftes..

Na zona marginal oeste do rifte principal, as rochas hospedeiras e os depósitos de fluorite


são gnaisses e gnaisses migmatíticos do Complexo de Báruè Mesoproterozóico (P2B) e na
província de Tete (Luia) são gnaisses do Grupo de Rushinga Paleoproterozóico (P1R).
Quase sem excepção, todas as chaminés carbonatíticas e intrusões alcalinas nesta zona contêm
uma certa quantidade de fluorite, por exemplo as chaminés de Monte Muambe, Monte Xiluvo
e Cone Negose. Os carbonatitos têm geralmente uma composição química multi-mineral. Por
exemplo, o carbonatito de Monte Muambe contém minerais de manganês, columbite e terras
raras.
Alguns carbonatitos, nomeadamente os de Cone Negose, revelam um elevado teor de apatite.
Fluorite secundária concentra-se frequentemente em rochas adjacentes às chaminés
carbonatíticas.
Geralmente, a área marginal oeste é uma zona de elevada prospecção de fluorite.

Na zona marginal leste do Rifte do Leste Africano, a presença de fluorite (e barite) é


conhecida em veios de quartzo que ocorrem em fracturas ao longo da costa leste do Lago
Niassa e
subordinada nos sienitos nefelínicos multi-minerais da Suíte de Tundo (Jrsy) e da Suíte da
Serra Morrumbala (CrMRa, CrMRs), ou seja, em Monte Murrumbala, Monte Tumbine,
Monte Maúzo e outros.
Como fonte de fluorite, todas estas ocorrências/indicações são de interesse económico
secundário (podem ter algum interesse enquanto subproduto) ou nulo.
Geralmente, a área marginal leste é uma zona de baixa prospecção de fluorite.

Zonas/áreas associadas a processos de formação de riftes em zonas de rifte marginais,


mas que são afectadas pela fracturação da formação de riftes podem conter veios de quartzo-
fluorite na área de Changara.
Estas áreas deverão ser classificadas como áreas de elevada prospecção de fluorite.
A figura 6.68. mostra a posição regional dos depósitos de fluorite.

Figura 6.68.: Posição regional dos depósitos de fluorite.

Os seguintes tipos genéticos de depósitos de fluorite (principais tipos de depósitos de fluorite


económica) ocorrem em Moçambique:

*Veios, vénulas e filonetes de quartzo-fluorite (barite) hidrotermais


*Depósitos metassomáticos e hidrotermais resultantes de mineralizações de carbonatite
apatite e fluorite alcalinas com intrusões de dois tipos de mineralização diferentes:
**Agregados de cor clara a amarela
**Impregnações por rochas feldspáticas que resultam na cristalização de fluorite azul.

São tipos de depósitos de fluorite subordinados (sub-económicos):


*Massas ou agregados cristalinos de fluorite verde e violeta em concreções bandadas em
paralelo ou radiais (Real, 1966);
*Pequenos enriquecimentos de fluorite em brechas de quartzo e calcedónia.

6.9.1.8.1. Veios, vénulas e filonetes de quartzo-fluorite (barite) hidrotermais nas zonas


marginais ocidentais do rifte
Fluorite do tipo veio ocorre nas seguintes áreas e zonas:

*Área de Changara/Zona de Djanguire-Monte Domba


*Zona de Macossa-Maringoè-Djalira-Canxixe

As regiões/zonas de quartzo-fluorite de tipo veio ainda não foram estudadas detalhadamente e


na íntegra e, portanto, é muito provável que se encontrem novos veios.
As duas áreas/zonas indicadas anteriormente são de elevado interesse para prospecção e as
condições geológico-estruturais e geoquímico-mineralógicas são favoráveis a actividades
prospectivas adicionais.

6.9.1.8.1.1. Área de Changara/Zona de Djanguire-Monte Dombe

Duas ocorrências importantes de fluorite foram relatadas na área de Changara (zona de


Djanguire-Monte Dombe) nas folhas 1632 e 1633 (Real, 1962; Silva, 1962-1963; Afonso &
Marques, 1993; GTK, 2006).

Devem distinguir-se três sectores principais e cinco sectores secundários no depósito de


Djanguire-Monte Dombe (Afonso &Marques, 1993):

Principais sectores com fluorite:

*Sector de Djanguire
*Sector / Zona de Inter Luia
*Sector de Capulo

Sectores com fluorite secundários:

*Sector de Monte Nhambadula


*Sector Chingiri
*Sector do rio Nhamafite
*Sector de Nhanfunde
*Sector do rio Nhacatete

As características destes veios/sectores dos depósitos de Djanguire-Monte Dombe são


reveladas na tabela 6.67.

Veio/sector Comprimento Espessura Direcção X°x Inclinação ºx Tipo de


m m mineralização
Inter Luia I 2 080 0,10 - 3,00 N50°O –N85°E *Cristais separados
(transparente, verde,
violeta, amarelo)
*Em forma de
amêndoa (60 cm),
com brechas, bandado
Inter Luia II 580 0,05 - 2,80 N45°O – EO 55° - 90°S *Cristais separados
(cores distintas)
*Em forma de
amêndoa
Inter Luia III 280 0,10 - 0,78 N60°O – EO 65° - 85°S *Cristais separados
(cores distintas)
*Em forma de
amêndoa
Inter Luia IV 110 0,10 - 0,30 N20°O *Cristais separados
(verde, branco)
*Cristais separados,
bandados
Inter Luia V 150 0,12 - 0,65 N25°O – N75°O 45°- *Em forma de
80°ENE/NNE amêndoa
Inter Luia VI 520 0,05 - 1,35 N25°O – N75°O 40° - *Cristais separados
90°ENE/NNE *Maciço de fluorite
(branco, verde)
Inter Luia VII 350 0,05 - 0,15 N30°O – N60°O *Cristais separados
(disperso, verde,
violeta)
Capulo 100 – 500 0,12 - 0,30 N15°O – N60°O Vertical *Filonetes com
(cinco veios) cristais simples
(disperso, verde,
violeta)
Monte Até 900 (três 0,75 E–O 80° - 84°S *Cristais separados
Nhambadula veios) (distribuído
finamente, verde,
violeta)
Chingiri 0,05 - 0,10 N–S *Cristais separados
*Em forma de
amêndoa

Rio Nhamafite 65°S *Cristais separados


(verde, violeta)

Nhanfunde *Ligeiramente
mineralizado
(amarelo, violeta)
Rio Nhacatete *Ligeiramente
mineralizado

Tabela 6.67.: Características dos veios/sectores dos depósitos de Djanguire - Monte Dombe
(adaptado de Lächelt, 2004).

As ocorrências mais conhecidas na área de Changara são:

Área de Changara/Zona de Djanguire-Monte Dombe


*Depósito de fluorite de Djanguire
*Depósito de fluorite de Monte Dombe

Há um grande potencial de exploração de fluorite na zona de Djanguire-Monte Dombe.

6.9.1.8.1.1.1. Depósito de fluorite de Djanguire

O depósito está localizado ao longo do rio Luia (folha 1632, 455036 / 8186511).

Segundo Real (1962), Silva (1962-1963), Afonso & Marques (1993), GTK (2006), Lächelt
(2004) e Grantham et al., 2011), o depósito de fluorite de Djanguire é caracterizado da
seguinte forma:

*Os veios de quartzo com fluorite têm predominantemente uma orientação ENE-OSO, ou
ocorrem como raias nos gnaisses migmatíticos circundantes, ou, ocasionalmente, como
disseminações.
A figura 6.69. revela a posição geológica geral das mineralizações de F do depósito de fluorite
de Djanguire.

Figura 6.69.: Posição geológica geral das mineralizações de F do depósito de fluorite de


Djanguire (modificado a partir de Real, 1964; Steiner, 1992; Lächelt, 2004).

*De acordo com Lächelt (2004), os veios portadores de fluorite parecem estar concentrados
na zona de contacto entre os gnaisses migmatíticos do Grupo de Rushinga Paleoproterozóico
(P1R) e a sequência vulcano sedimentar (Real, 1962; Silva, 1962–63).
*O depósito foi examinado pela primeira vez em 1963/64 e foram identificadas diferentes
zonas mineralizadas, das quais a "Zona Inter Luia" é a mais importante.
**A “Zona Inter Luia” tem cerca de 2 000 m de comprimento e uma largura máxima de 750
m.
**A espessura dos veios varia entre 10 cm e 3 m.
**Na “Zona Inter Luia”, foram relatados conteúdos de fluorite até 84%.
*A fluorite ocorre em zonas, lentes ou, raramente, com partículas disseminadas dentro da
rocha hospedeira.

A tabela 6.68. mostra a composição química do depósito de Fluorite de Djanguire.

Veio/corpo Inter Luia I Inter Luia II Inter Luia III Monte


Nhambadula
Conteúdo %
CaF2 22,7 - 82,8 71,8 - 83,8 65,9 80,8
SiO2 13,74 - 57,28 14,84 - 27,33 28,92 14,08
CaCO3 0,51 - 1,92 0,79 - 0,85 0,61 0,69
BaSO3 0,0 0,0 0,0 0,0
Tabela 6.68.: Composição química do depósito de fluorite de Djanguire (Lächelt, 2004).

Na tabela 6.69., destacamos a ausência de barite.


Os conteúdos de CaCO3bem como de Fe- e S- (ausentes da tabela) não são constituintes
prejudiciais.
Muito pelo contrário, eles beneficiam o processo metalúrgico de extracção de fluorite. O
quartzo é microcriptocristalino e análogo aos depósitos das zonas de Macosse–Maringoè–
Canxixe.

Calcula-se que a profundidade das reservas de fluorite de Djanguire atinja os 30 m (Alves,


1961–64):

*Reservas comprovadas: 70 000 t


*Reservas prováveis: 110 000 t
*Reservas potenciais: 600 000 t (profundidade estimada de 200 m).

A zona de Inter Luia está subdividida em sete veios/sub-blocos: I a VII.


As reservas calculadas e estimadas estão enumeradas na tabela 6.69.

Veios/blocos de Reservas t
Inter Luia Confirmadas Prováveis Potenciais
(até 30 m) (até 30 m) (até 200 m)
I 61 034 74 382 550 929
II 7 569 14 415 103 670
III 2 301 6 108 43 186
IV + V + VI + VII 15 000 80 000
Total ~70 000 ~110 000 ~780 000
Tabela 6.69.: reservas calculadas e estimadas dos veios/sub-blocos da zona de Inter Luia
(adaptada de Lächelt, 2004).

6.9.1.8.1.1.2. Depósito de fluorite do monte Dombe


(Folha 1632)

O depósito está localizado na folha 1632, perto da fronteira entre Moçambique e o Zimbabué.

O depósito de carbonatito de Monte Muambe pode ser considerado um exemplo típico de


chaminés carbonatíticas. Localiza-se na intersecção da cintura do Zambeze (E-O) com
elementos tectónicos da margem do rifte (N-S) e soluções com fluorite migradas para a sua
posição actual durante a fase hidrotermal-pneumatolítica-pós-magmática-tardia. A parte
principal da mineralização de fluorite está, portanto, concentrada nas fracturas e brecha mais
jovens.

Segundo Real (1962), Silva (1962-1963), Afonso & Marques (1993), GTK (2006), Lächelt
(2004) e Grantham et al. (2011), o depósito de fluorite de Monte Dombe é caracterizado da
seguinte forma:

*A mineralização aflora no topo da montanha (a 420 m de altura), ocorrendo em vários veios


de quartzo com comprimento até 70 m, largura até 3 m e inclinação acentuada ONO.
*A fluorite ocorre em Monte Dombe e Djanguire em veios de quartzo que cortam gnaisses
migmatíticos Neoproterozóicos perto das falhas marginais do rifte de Karoo.
*A maioria dos cimos de colina na área de Dombe consistem em zonas de cisalhamento
silicificadas no metagabro e gnaisse máfico Neoproterozóico de Magasso (P3ROgb).
*Pode ser observado um grande número de fossas, com 20 m a 50 m de comprimento, 1-2 m
de largura e cerca de 1 m de profundidade, que cortam veios de quartzo em várias pequenas
colinas (por exemplo, 507845/8146129, 507893/8146161, 507839/8146241 e
507958/8146077).
*A fluorite de Monte Dombe ocorre tipicamente em veios de quartzo, fissuras ricas em
quartzo e zonas de cisalhamento orientados na direcção NO-SE.
*De acordo com Hunting (1988), a fluorite de Monte Dombe consiste num depósito de veios
principal orientado no sentido NO-SE e diversas fissuras e estrias com uma clivagem de
cisalhamento de aproximadamente 45°.
Podem distinguir-se dois tipos de mineralização:

**Fluorite disseminada
**Fluorite maciça

A variedade fluorite maciça é dominante.

*De um modo geral, as espessuras medidas chegaram aos 2 m.


*A espessura máxima dos veios de quartzo é de, sensivelmente, 3 m e estes podem ser
seguidos na direcção de veio nos topos das colinas numa extensão de 200 m.
*O maior veio tem uma orientação 50°-55° a SSO e uma espessura entre 1,70 m e 2,25 m.
*Os veios de quartzo são compostos por quartzo com brechas branco, leitoso e por vezes
bandado, e cristais de fluorite principalmente verdes e parcialmente roxos (Hunting, 1988).
*A mineralização de fluorite foi interpretada por Hunting (1988) como resultado de
fracturação e cisalhamento ligados à formação de riftes do Zambeze e processos vulcânicos
associados a ela.
*A rocha hospedeira da mineralização de fluorite é formada por gnaisses e migmatitos do
Grupo de Rushinga Paleoproterozóico (P1R).
*O contacto com a área coberta de Karoo no NE está próximo.
*Encontra-se frequentemente quartzo e fluorite nos eluviões de espessura entre 1 m e 5 m, e a
fluorite está também presente em coluvião.
*A fase pneumatolítica dos carbonatitos é caracterizada pela presença de minerais de terras
raras (Y e Ce), berilo e fosfato (apatite) dentro das impregnações de fluorite. Também é
possível encontrar monazite.
*Hunting (1988) interpretou estas mineralizações como resultado da interacção entre as
fracturas do Rifte do Médio Zambeze intracontinental e o vulcanismo associado.

Foram calculadas reservas com uma profundidade de 50 m. As reservas antecipadas das


fracturas e a zona de brecha, que estão distribuídas por uma superfície de 2 060 km2, deverão
ter aproximadamente 1 422 905 t, tendo em consideração que o teor de fluorite varia entre
75% e 81% (Afonso & Marques, 1993).
Estes autores consideram igualmente que 1 510 375 t de martite, pirocloro, monazite e
minerais de terras raras poderiam ser extraídos como subprodutos dentro de uma área de 200
ha e uma profundidade até 0,8 m.

6.9.1.8.1.1.3. Veios com F nos riólitos jurássicos do Monte Palamuli (JrLP)

Sabe-se da existência de veios com fluorite estreitos e descontínuos nos riólitos jurássicos do
Monte Palamuli (JrLP) na área de Lupata(folha 1634, 62830/8167995), ~ 28 km a SSE de
Monte Muambe, e também mais para sul (folha 1734), perto do contacto tectónico entre
gnaisses Mesoproterozóicos (gnaisses arcose P2BCar, gnaisses granatífero-silimaníticos
P2BCsi).
Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.8.1.1.4. Veios com F no monte Tomonda , no Grupo de Macossa (P2BM)


Nos gnaisses leucograníticos do Monte Tomonda (P2BMlg) e na margem do rifte do Karoo,
ocorrem, em vários locais próximos da margem do rifte, veios de quartzo contendo fluorite,
que podem ser seguidos até pelo menos 100 km do Monte Muambe, através de Lupata e
Geramo até Djalire, formando a zona de Macossa-Maringoè-Djalira-Canxixe (ver a secção
6.5.8.1.2.).

6.9.1.8.1.2. Zona de Macossa-Maringoè-Djalira-Canxixe


(Folhas 1734–1834)

Esta zona situa-se dentro das seguintes coordenadas:


17° 16'–18° 09' S
34° 09'–34° 21' E

A zona ocorre dentro de uma área de 100 km de comprimento e 20 m de largura.

*Os veios de quartzo-fluorite desta zona estão localizados no Complexo de Barué (P2B), ao
longo do contacto com os depósitos de Karoo e do Cretácico, que, por sua vez, estão
justapostos com a margem do rifte.
*A fluorite do Monte Zungri (próximo de Chumba) foi também incluída nesta Zona.
*Mais mineralizações desta zona estendem-se para as áreas sul e norte do rio Sambza e ao
longo da cadeia montanhosa do Monte Djalira.
*Um total de 11 locais de mineralizações de fluorite podem identificar-se recentemente
(2013) dentro desta zona.
*Todos estes veios juntos formam um sistema de estruturas lineares (Hunting, 1988), que
também inclui veios livres de fluorite (veios de quartzo e sulfureto de quartzo), veios e
intrusões de granito-pegmatito (granito, carbonatito).
*De acordo com o limite do rifte, os veios têm inclinação N–S (15°E de O) e estão
particularmente concentrados em locais onde a zona é intersectada por fracturas orientadas de
NO-SE.
*A datação da mineralização no Cretácico foi confirmada pela relação entre as lavas ácida e
alcalina do Grupo de Lupata (CrL) e a Suíte do Monte Muambe/Carbonatito (CrMB).

Na Tabela 6.70. apresentam-se as características dos veios dos depósitos da zona de Macossa-
Maringoè-Djalira-Canxixe

Depósito/veio Direcção X°x Inclinação ºx Espessura Tipo de mineralização


m
Rio 0,02 *Filonetes com cristais de
Nhamafunda fluorite
*Eluviões com cristais de
fluorite
Djalira N 10° O – N 38° E 50° para a 0,6 - 5,10 *Disseminados em rochas
vertical bandadas
*Cristais separados
*Forma de
amêndoa/disseminados
* Disseminados com pirite
* Disseminados em
fluorite+calcedónia
Rio Nhanzamba N 10° E – N 40° E vertical 0,01 - 16,5 *Veios de fluorite (violeta)
*Disseminados
* Cristais separados
Rio Djalira N 5° O – N 40° E 6,15 - 7,00 *Cristais separados (veio
de quartzo)
M´Bahata 65° para a *Fluorite maciça (veio de
vertical quartzo )
*Disseminado
*Em forma de amêndoa
Djalira Norte N 50° O – N 50° E 30° para a 0,10 - 1,60 *Cristais separados (veio
vertical de quartzo)
*Disseminado
*Disseminado (verde,
violeta)
*Forma de amêndoa e
camadas
Sambza Sul N 30° O – N 50° E 40° para a 0,10 - 1,35 *Cristais separados
vertical *Cristais disseminados
(verde, violeta)
Área entre o rio *Pequenas mineralizações
Sambza e
Nhatsapo
Monte Geramo N - N 5° E Diferente de *Cristais separados
(com cinco *Disseminado
subzonas) *Eluviões
Povoado de Joni N 30° O 2,70 *Pequenas mineralizações
Monte *Pequenas mineralizações
Chizumba
Tabela 6.70.: Características dos veios/depósitos da zona de Macossa-Maringoè-Djalira-
Canxixe

Em geral, esta zona pode ser classificada como uma área de elevada prospecção de fluorite e
recomendam-se mais estudos.
Ensaios de laboratório feitos por Alves (1961–64) na fluorite de Macossa (separação por
gravidade, flutuação, etc.) confirmaram que a fluorite está conforme as exigências para
utilização metalúrgica (85% CaF2) e química 97% CaF2).
A fluorite de Djanguire é também considerada como sendo apropriada para utilização na
indústria metalúrgica (Alves 1961-64).
O Depósito de Geramo é a mineralização mais importante de fluorite nesta zona.

6.9.1.8.1.2.1. Depósito de fluorite de Geramo


(Folha 1734)

No Depósito de fluorite de Geramo Hunting (1988) distinguiu cinco subzonas:

*Geramo Sul 1;
*Geramo Sul 2 com 3 blocos;
*Geramo Sul 3;
*Geramo Oeste;
*Geramo Norte.

Lächelt (2004) lista mineralizações separadas de fluorite dentro do Depósito de fluorite de


Geramo (Zona Potencial de Recursos). É possível descobrir mais mineralizações através de
prospecções detalhadas.

Afonso & Marques (1993) estimaram que as reservas em Geramo tenham 160 000 t (16%
CaF2).
Cerca de 2000 toneladas de fluorite foram extraídas da superfície a uma profundidade de 25
m.
Lächelt (2004) resumiu os dados nas subzonas (ver abaixo).

6.9.1.8.1.2.1.1. Subzona de Geramo Sul 1

Este depósito (subzona) ocorre na extremidade mais a sul da zona.


*A zona mineralizada tem cerca de 700 m de comprimento e 2-11 m de largura.
*O veio de quartzo–fluorite tem um ângulo de inclinação de 50–60° O.
*A subzona jaz dentro do gnaisse migmatítico bandado com textura granular fina.
*Para norte, é intersectada por uma falha transversal.
*Os minerais de quartzo–fluorite do veio estão concentrados em brechas, que são cimentadas
por quartzo secundário e fluorite.
Consequentemente, podem identificar-se duas gerações de mineralizações (Hunting, 1988):
**Quartzo acinzentado-branco + fluorite verde de altas temperaturas.
**Calcedónia e quartzo opala + fluorite violeta de baixas temperaturas.

6.9.1.8.1.2.1.2. Subzona de Geramo Sul 2

O depósito/subzona consiste em três zonas paralelas mineralizadas:

*Zona mineralizada I:
**Esta zona da Subzona de Geramo Sul 2 representa a zona mineralizada oriental.
**Tem 600 m de comprimento e atinge espessuras de 1-2,5 m no sul e 2-18,2 m no norte.
**A zona tem um ângulo de inclinação subvertical até 70°E ou O.
**A mineralização ocorre em veios e como partículas disseminadas na rocha hospedeira do
gnaisse bandado.
*Zona mineralizada II:
** Esta zona representa a zona intermédia
**Tem cerca de 550 m de comprimento, a direcção do veio estende-se aproximadamente 35
para oeste
** O ângulo de inclinação varia entre 70–80° para leste.
**A zona está subdividida em 10 a 13 faixas com espessuras de 0,5 a 15 m.
**A mineralização ocorre em veios, filonetes, bolsas e como partículas disseminadas na rocha
hospedeira.
*Zona mineralizada III:
** A Zona mineralizada III representa a zona mais ocidental (cerca de 180 m a oeste da zona
média).
**A sua extensão é de cerca de 500 m e a espessura varia entre 1 e 2 m.
**O ângulo de inclinação da zona é de 30–40° NE (podendo chegar a 70).

*Segundo Hunting (1988) ocorre um outro corpo de quartzo–fluorite (subzona?), com 200 m
de comprimento e
15 m de espessura a sudeste da Zona III Geramo Sul 2.

Para norte e sul, a fracção mineralizada da Subzona Geramo Sul 2 está ligada por falhas
transversais.

6.9.1.8.1.2.1.3. Subzona de Geramo Sul 3

Este corpo mineralizado (Subzona Geramo Sul 3) está separado dos restantes corpos por
fracturas.
*A Subzona estende-se por 1200 m e parte do flanco oriental divide-se num ramo de 350 m
de comprimento.
*A espessura da subzona de fluorite varia entre 1 e 3 m.
*A subzona estende-se segundo N–S com uma inclinação vertical ou muito acentuada para
leste.
*A mineralização ocorre em veios, fissuras, lentes e como partículas finamente disseminadas
coalescentes em massas de maiores dimensões.
*A rocha hospedeira está profundamente mineralizada por fluorite.

6.9.1.8.1.2.1.4. Subzona de Geramo Oeste

Este depósito da Subzona Geramo Oeste situa-se a noroeste da Subzona Geramo Sul III.
*O depósito tem 1700 m de comprimento e 3-12 m de espessura.
*O ângulo de inclinação é subvertical atingindo 70°E.
*O quartzo e a fluorite estão concentrados em veios, fissuras e lentes.

6.9.1.8.1.2.1.5. Subzona de Geramo Norte

*O corpo mineralizado da Subzona Geramo Norte é constituído por duas zonas paralelas que
apresentam quartzo–fluorite:
**A zona mais ocidental tem 700 m de comprimento e a mais oriental cerca de 1000 m.
*A inclinação é quase horizontal, resultando numa cobertura por um grande afloramento.
*Não se prolongam muito para baixo da superfície e esgotam-se após alguns metros (Hunting,
1988).
*Até agora (2013), a fluorite só foi observada na zona ocidental.
*Contudo, a zona oriental não foi exaustivamente explorada. Não se conhecem dados mais
detalhados.

6.9.1.8.1.2.2. Outros depósitos/ocorrências de fluorite na zona de Macossa-Maringoè-


Djalira-Canxixe

Há mais algumas mineralizações de fluorite nesta zona (listadas no Anexo 3).


Não estão disponíveis descrições detalhadas e apenas são conhecidas algumas estimativas de
potenciais reservas (ver abaixo).

6.9.1.8.1.2.2.1. Ocorrência de Djalire

*Os recursos de fluorite na Ocorrência de Djalire (folha 1734, 630633/8018601), cobrindo


dois grandes veios, foram estimados em 43 000 toneladas de rocha com 26% de CaF2.
Afonso & Marques (1993) calcularam que as reservas dos dois veios em Djalira sejam de 43
000 t (26% CaF2 ).

6.9.1.8.1.2.2.2. Depósito de Maringuè

*As reservas do Depósito de Maringuè estão estimadas em 43 000 toneladas

6.9.1.8.1.2.2.3. Depósito de Canxixe

*As reservas do Depósito de Canxixe estão estimadas em 160 000 toneladas de fluorite
contidas em três veios.
6.9.1.8.1.2.2.4. Outros veios de fluorite (sem nome)

*Outros veios de fluorite representam reservas estimadas de 500 000 toneladas (Afonso &
Marques, 1998).

6.9.1.8.2. Fluorite na zona marginal leste do Rifte do Leste Africano

Na zona marginal leste do Rifte do Leste Africano, são referidas mineralizações de fluorite ao
longo do Rifte do Lago Niassa e mais para sul em algumas intrusões da Suíte de Tundo (Jrsy).

*Na zona marginal leste do rifte principal, as rochas hospedeiras são constituídas por gnaisses
do Complexo Mesoproterozóico de Unango (P2UN) e do Complexo de Ocua (P3OC).
*Na zona marginal leste do Rifte do Niassa, a fluorite ocorre em fracturas associadas a
mineralização do quartzo bem como em alguns sienitos nefelínicos (Mt. Maúzo e Mt.
Tumbine) da Suíte Jurássica de Tundo (Jrsy).

Contudo, não se observaram quantidades de fluorite com interesse económico.

6.9.1.8.3. Mineralização de apatite e fluorite em intrusões alcalinas e carbonatíticas

São conhecidas mineralizações de apatite e fluorite na intrusões alcalinas e de carbonatito que


se concentram ao longo da zona marginal ocidental da extensão sul do Sistema de Rifte do
Leste Africano.
A mineralização de fluorite só pode ter interesse para prospecção em ligação com a
ocorrência de apatite (fósforo).
Do ponto de vista económico, a fluorite encontrada neste tipo de mineralização só apresenta
interesse geral (excluindo o Monte Muambe). Com o nível actual da tecnologia, não são de
esperar quantidades economicamente rentáveis.
Contudo, algumas destas intrusões (Monte Muambe) ainda não foram estudadas em detalhe e
é possível que haja um potencial de fluorite que, em conjunto com as mineralizações de MR e
ETR, seja susceptível de apresentar maior interesse económico.

Os carbonatitos e rochas alcalinas e félsicas associadas situam-se geralmente na intersecção


de fracturas extensionais relacionadas com falhas do rifte ou na sua proximidade.
Inúmeros corpos de carbonatito em Moçambique contêm uma certa quantidade de apatite e
fluorite como por exemplo:

*Monte Muambe
*Monte Xiluvo
*Cone Negose

O corpo de carbonatito do Monte Muambe contém também minerais de manganês,


columbite e minerais de terras raras (ver 6.4.4. 5.).
A fluorite secundária está frequentemente concentrada na rocha adjacente aos corpos de
carbonatito (GTK, 2006).

6.9.1.8.3.1. Monte Muambe


(Folha 1634, 615150/8194700).

O Monte Muambe situa-se ~ 55 km a ESE da cidade de Tete.


Segundo GTK (2006) o Monte Muambe caracteriza-se do seguinte modo:

*O corpo de carbonatito, alojado por sedimentos do Karoo, situa-se na intersecção da Cintura


Móvel do Zambeze com orientação E-O e do Graben do Zambeze sobreposto com a margem
do rifte de orientação N-S.
*O Monte Muambe forma um complexo anelar nos arenitos arcósicos do Karoo Superior.
*O diâmetro do anel exterior é de 6 km encontrando-se o solo do complexo anelar cerca de
200 m abaixo dos terrenos circundantes.
*O solo do complexo anelar é constituído por carbonatito altamente dissecado, que está
fortemente carsificado e coberto por laterito.
*O carbonatito está em chaminés vulcânicas e também injectado em rochas adjacentes onde
foi subsequentemente alterado.
*O carbonatito típico é uma rocha dura, compacta, de cor cinzenta ou castanha, com nós de
material silicificado.
*Predomina o carbonatito de calcite ou o sovito, ao passo que a siderite é menos abundante.
*O carbonatito puro pode conter mais de 80% de calcite e 0,2–6,15% de dolomite; a rocha de
carbonato-silicato contém cerca de 40% de calcite.

A mineralização de fluorite no Monte Muambe ocorreu, segundo Cilek (1989):

*Após a instalação da mineralização do


*carbonatito encontra-se em zonas permeáveis e de fractura como é o caso do contacto entre
fenito e carbonatito.
*No terreno, a fluorite foi observada ao longo das margens ocidental e sul da intrusão de
carbonatito.
*Estudos eléctricos revelaram uma anomalia de resistividade perto da zona oriental da
estrutura que pode estar associada à mineralização de fluorite.
*Recomenda-se (GTK, 2006) um estudo detalhado de todo o comprimento de 9 km da zona
de contacto para determinar a extensão da mineralização de fluorite.
*Noutros pontos, as zonas fracturadas estão relacionadas com o colapso da parte central da
caldeira e a fluorite ocorre sob a forma de crostas à volta de fragmentos de brecha e como
preenchimentos de fracturas.

No Instituto Geológico de Belgrado (na antiga Jugoslávia), Brodoimpeks estudou o


carbonatito do Monte Muambe na década de 1980. Cabe referir que os números apresentados
(Brodoimpeks, 1984) baseiam-se unicamente em escavações e na geofísica, abrangendo assim
apenas uma pequena parte do Depósito do Monte Muambe.
Não foi realizada qualquer perfuração.
*A zona de brechas mineralizadas do Mt Muambe apresenta conteúdos de fluorite de 54,92%.
*A mineralização forma impregnações da fase pneumatolítica em feldspato (azul CaF2=
76,43%) e depósitos reniformes (amarelo CaF2= 85,66%).

A Tabela 6.71. apresenta a composição química da mineralização de fluorite do Mt. Muambe.

Composição Fluorite
química % Tipo Tipo azul
amarelo
SiO2 2,06 1,86
Fe2O3 8,80 15,96
Al2O3 1,10 2,69
TiO2 0,21 0,65
MnO 0 006 0,01
CaCO3 1,16 2,11
CaF2 85,11 74,49
MgCO3 0,86 0,12
NaO 0,05 0,12
K2O 0,08 0,10
S 0,02 0,01
Pb 0,03 0,03
Zn 0,05 0,08
Sb 0 016 0 004
Ba 0,05 0,08
Sr 0,23 0,27
Restante 1,22 2,02
Tabela 6.71.: Composição química da mineralização de fluorite do Mt. Muambe (Lächelt,
2004).

Com base numa espessura média das zonas com fluorite de 10–20 m e um comprimento de
100–250 m, os recursos minerais foram calculados para uma profundidade de 50 m como
segue (Tabela 6.72.):

Classe de reservas Quantidades de Grau de fluorite Quantidades de fluorite


Reservas minérios
699 849 toneladas Grau: 81% fluorite 567 457 toneladas de fluorite
prospectivas
Reserva potencial : 723 057 Grau: 75% fluorite 552 631 toneladas de fluorite
Total: toneladas.
1423 Mt Grau: 79% fluorite 1 121 Mt de fluorite
Tabela 6.72.: Cálculo das reservas de fluorite do Monte Muambe (adaptado de GTK, 2006)

O carbonatito do Mt Muambe contém também, para além de fluorite, minerais de nióbio e


chumbo. Foram igualmente observadas mineralizações elevadas de terras raras.

Dados sobre o possível potencial económico (GTK, 2006):

*Para além da mineralização na zona da caldeira, depósitos residuais de ferro cobrem cerca de
200 ha com uma espessura média de 0,8 m, contendo ca. 1,5 Mt de martite.
*Quantidades substanciais de martite, pirocloro, monazite e minerais de terras raras podem
ser extraídos como sub-produtos da fluorite
*O carbonatito na zona da caldeira está registado como contendo até 2,7% P2O5, sobretudo
como apatite. *Pode ser expectável um conteúdo de fósforo um pouco mais elevado em
material residual dentro da caldeira (Manhiça, 1991).
*Uma auréola de rochas feníticas, muito ricas em feldspatos alcalinos, rodeia habitualmente o
plug de carbonatito. Devido ao elevado conteúdo de potassa estes fenitos podem ser utilizados
nas indústrias da cerâmica ou do vidro e parte das rochas carbonatitos (com baixo conteúdo de
fósforo) na produção de cimento ou de cal (Cilek, 1989).

O depósito (complexo) de fluorite do Monte Muambe apresenta elevado interesse económico.


É necessário um estudo de mercado associado a mais exploração para se obter uma imagem
mais fiável do potencial mineral industrial total do complexo.

6.9.1.8.3.2. Monte Xiluvo


(Folha 1934)

*A suíte de carbonatito (folha 1934, 611663/7871339 e 611067/7871665) consiste num corpo


central de carbonatito rodeado por uma brecha vulcânica e acompanhada por cones vulcânicos
de composição traquítica.
*Os ensaios químicos de Cilek (1989) mostram que algumas das amostras apresentam
elevado conteúdo de P2O5 e indicações de mineralização de fluorite, sobretudo em zonas
alteradas hidrotermicamente.
*Cilek (1989) argumentou que a melhor utilização para a carbonatito seria a produção de
agrolima (para aumentar o pH do solo), caso em que o conteúdo aumentado de fósforo devia
ser uma vantagem.
*Em geral, os conteúdos de apatite e fluorite do complexo não foram estudados em pormenor.
*As rochas carbonáticas foram extraídas para agregados e foi explorada uma parte importante
da intrusão.
*No que se refere à fluorite, a intrusão do Mt. Xiluvo só tem interesse académico.

6.9.1.8.3.3. Ocorrência de Cone Negose


(Folhas 1530/31)

Este tubo de carbonatito localiza-se na margem norte do Rifte do Zambeze (oeste da


Província de Tete).

*O tubo tem cerca de 4 km de diâmetro e o tubo manifesta-se claramente no relevo.


*A intrusão tem uma configuração circular e consiste em sienite com uma zona limítrofe de
carbonatito.
*A chaminé intruiu as rochas Mesoproterozóicas do Supergrupo de Fíngoè (P2F) e os
sedimentos do Supergrupo Karoo.
*Os relatórios de BRODOIMPEKS (1984) indicam que a fluorite ocorre em pequenas nuvens
e em fissuras com cerca de 1 cm de largura.
*A fluorite está associada com apatite.

Não estão disponíveis resultados de exploração detalhada.


Hunting (1988), todavia, indicou um certo potencial para a fluorite.

6.9.1.8.3.4. Lupata
(Folhas 1633/34)

Foram também observadas mineralizações de fluorite nas Lavas de Lupata (Grupo de Lupata
Jrl / CrL).

*De um ponto de vista económico, deve notar-se que o estudo não foi realizado com
exactidão suficiente para avaliar o potencial.
* Todavia, conclui-se que no caso da possibilidade de extracção, os magmas (lavas ácidas e
alcalinas do carbonatito de Lupata) podem ser explorados juntamente com os tipos de veio-
filonete.
*Recentemente (2013), estas mineralizações de fluorite são apenas de interesse académico.

6.9.1.8.3.5. Suíte de Tundo (Jrsy) e Suíte de Serra Murrumbala (CrMRa, CrMRs)


(Folha 15/1635)

Cilek (1989) mencionou mineralizações de fluorite em sienitos nefelínicos da Suíte de Tundo


e na Suíte da Serra da Murrumbala na zona marginal a leste do Rifte do Niassa, isto é no
Monte Morrumbala, Monte Tumbine, Monte Maúzo e outros.

*Todas estas mineralizações de fluorite podem só ter interesse se for possível explorá-las em
conjunto com outros minerais.
*Recentemente (2013), estas mineralizações de fluorite são apenas de interesse académico.

6.9.1.9. Granada

Não se conhecem em Moçambique mineralizações de granada industrial com interesse


económico.
A granada é um mineral comum a muitos dos pegmatitos na região. As análises de granada
proveniente das zonas de contacto e dos corpos de substituição dos pegmatitos de Muiane,
Naipa, Nuaparra e Inrule, num estudo levado a cabo por Baldwin & Knorring (1983),
mostraram que as granadas ricas em Mn estão nas zonas de substituição (zonas ricas em lítio)
e as granadas de Fe-Mn estão nas zonas de contacto.
Contudo, há algumas indicações de granada que podem ser estudadas no futuro:

*Notícia Explicativa (1995) referiu a possibilidade de a almandina de Cuamba (província de


Niassa) e do depósito vizinho de M’Pacura poder ser extraído para abrasivos dado que não
tem qualidade de gema.
*Almandina e hidrogrossulária de Monte Xiluvo e de Gondola (província de Sofala) podem
também ser estudadas como abrasivos.
*Nas rochas altamente metamórficas em Angónia há mineralizações intensivas de granada em
resultado da fase granulítica das mineralizações. Localmente, é possível observar elevadas
concentrações de granada. As granadas são gotículas endurecidas e não se esperam qualidades
de gema.
Estudos específicos podem permitir descobrir quantidades com interesse económico.

6.9.1.10. Grafite

Em Moçambique a grafite ocorre em muitos sítios do soco metamórfico e há fundamentos


teóricos e práticos importantes para actividades de prospecção.
No mercado internacional há uma forte procura de grafite e o preço recente (2013) da grafite
constitui uma boa base para outras actividades de prospecção.

As áreas mais interessantes que apresentam grafite são:

*Área de Ancuabe (província de Cabo Delgado);


*Área de Mecufi (província de Cabo Delgado)
*Área de Montepuez–Balama-Namuno-Morrola (província de Cabo Delgado)
*Zona de Carreamento do Lúrio (províncias de Cabo Delgado e Nampula);
*Klippe de Monapo (província de Nampula);
*Área de Angónia (província de Tete);

Todas estas áreas que apresentam grafite ocorrem numa zona metamórfica de grande
qualidade (fácies anfibolítico e granulítico) de depósitos metassedimentares, similares às áreas
de ultrametamorfismo e metamorfismo de contacto Lächelt, 2004).
Possíveis área típicas são alguns klippes, o Complexo de Lalama (P3LM), o Complexo de
Xixano (P3X), o Complexo de Monapo (P3MN) e o Complexo de Ocua (P3OC) da Zona de
Carreamento do Lúrio.
As ocorrências epigenéticas de grafite só se encontram em Angónia (Província de Tete).

Foram identificados por Lächelt (1985, 2004) os seguintes tipos de mineralização:


*Grafite finamente distribuída em gnaisses grafíticos–biotíticos–anfibolíticos–piroxeníticos,
predominantemente em áreas de fácies metamórficos granulíticos–charnoquíticos, por
exemplo perto de Montepuez;
*Grafite no endocontacto de zonas de migmatização (frente de migmatização) e em gnaisses
migmatíticos (Angónia, Lúrio, Ancuabe);
*Grafite e fuchsite em calcários cristalinos e metassedimentos na vizinhança de gnaisses de
grafite (Morrola–Montepuez);
*Grafite de origem epigenética em stockworks, zonas de fissuras, frequentemente entre
magmas (anortositos) com grafite secundária do anortosito caulinizado como subtipo
(Angónia);
*Grafite na crosta de meteorização de depósitos primários.

6.9.1.10.A. Áreas com grafite nas subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e


Niassa-Cabo Delgado

A Figura 6.70. mostra a disposição regional dos depósitos e ocorrências de grafite nas
subprovíncias geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado.

Figura 6.70.: Disposição regional dos depósitos e ocorrências de grafite nas subprovíncias
geológicas de Zambézia-Nampula e Niassa-Cabo Delgado.

6.9.1.10.1. Área de Ancuabe


Os micaxistos e gnaisses granatíferos encontram-se em diferentes complexos tectónicos na
província de Cabo Delgado.

*Sequências com vários quilómetros de comprimento e espessuras habituais de 10-100 m


incluem grafite com textura granular fina a grosseira em várias concentrações, geralmente 5-
20% C (Saranga, 1997).
*Apenas a grafite na mina de grafite de Ancuabe foi explorada até à data.
*A grafite de grande qualidade é sobretudo metamórfica embora enriquecimentos locais
secundários estejam relacionados com a actividade tectónica (NGU, 2007)
*Na área de Ancuabe ocorre gnaisse micáceo que inclui grafite.
*Nesta área, no local de Ancuabe, há uma mina de grafite na qual a grafite foi explorada e
extraída em diferentes períodos.
*Para toda a área de Ancuabe, Cilek (1989) estimou que as reservas de grafite fossem
superiores a 35 Mt.
*As condições geológicas são favoráveis à extracção de mais grafite e é provável que as
reservas sejam muito superiores.

6.9.1.10.1.1. Depósito de grafite de Ancuabe


(Folha 1339 Montepuez, UTM 37S 608377, 8561868)

O Depósito de grafite de Ancuabe localiza-se a norte da auto-estrada Pemba–Montepuez


(perto desta estrada), a oeste de Pemba.

*A grafite está concentrada dentro do gnaisse micáceo granítico a tonalítico do


Complexo/Klippe Neoproterozóico de Lalamo (P3LM).
*A sequência principal de grafite fica dentro de uma zona de 4,0 x 0,4/0,8 km e tem cerca de
80 m de espessura.

Afonso & Marques (1993) identificaram três tipos de minérios:

**Minérios primários (com espessura de alguns metros até 50 m contendo cerca de 4,3% de
grafite;
**Eluviões com camadas de grafite (3-9 m de espessura) contendo cerca de 4,43% de grafite;
**Coluviões com grafite (até 80 m de espessura) apresentando cerca de 4,65% de grafite.

*O gnaisse micáceo com grafite em Ancuabe é bandado e de textura granular média (1-3
mm), incluindo principalmente quartzo e grafite com quantidades subordinadas de biotite e
feldspato.
*O gnaisse também contém pequenas quantidades de titanite, rútilo e pirite.
*O bandado é devido à variação no conteúdo de grafite e quartzo no gnaisse.
*Flocos de grafite de grão médio a grosseiro são enriquecidos em bandas e lentes de 5-20 cm
de espessura dentro de uma zona com 2-3 m de espessura.
*No decurso do estudo por NGU (2007) obtiveram-se amostras relativamente ricas de grafite.
*A espessura total da sequência que apresenta grafite (na área de exploração) é de 10-20 m.
*Apresenta uma foliação ondulada, quase lisa e parece compreender o topo de uma antiforma
aberta com orientação NO-SE no poço.
*Há sequências com inclinação muito acentuada a sudoeste do poço.
*Observa-se o enriquecimento local de grafite e o espessamento das bandas ricas em grafite
em dobras secundárias.
*Ao longo dos veios de quartzo ocorre grafite com textura granular muito grosseira.
*A pirite encontra-se em associação com pequenos veios de quartzo no gnaisse de grafite.
Na Tabela 6.73 apresenta-se a composição química dos minérios de grafite. (Cilek, 1989;
Lächelt 2004)

Composição Conteúdo %
C 76,17 - 91,27
Perda por 2,83 - 21,5
ignição
Fleeting 0,1 - 3,85
Fe2O3 1,93 - 7,38
S 0,06 - 1,40
Tabela 6.73.: Composição química dos minérios de grafite do Depósito de grafite de Ancuabe

*Em 2006, o poço da mina aberto tinha aproximadamente 300 m de comprimento numa
direcção NO-SO (315º) e a largura atingia 100 m e foi instalada uma unidade de tratamento
com a capacidade de 10 000 t/a.
*A grafite é de fácil processamento e a grande dimensão das lâminas de grafite foi preservada
(Crossely, 2000).
*Recentemente (2013) estão em curso actividades operacionais na mina. Ainda não foram
publicados dados mais detalhados.
*Lächelt (2004) refere reservas totais calculadas de minérios de 1 629 621 t, das quais 230
091 t estão concentradas em eluviões e coluviões. As reservas previstas podem ser superiores
a
1 000 000 t (Lächelt, 2004).
Segundo Kenmare foi identificada uma reserva de 1 Mt de minério com um nível de 10%
grafite (Kenmare Resources PLC, 1999). Não foram publicados dados mais detalhados
(2012), mas é provável que estas reservas de minérios sejam muito superiores.
Por outro lado, um aumento das reservas afigura-se possível. Considera-se que Ancuabe é
recentemente (2013) o mais importante depósito de grafite conhecido em Moçambique e
acontece ser o único produtor deste mineral.

6.9.1.10.1.2. Grafite no Complexo de Xixano (P3X)


(Folhas 1138/39, 1238/39

NGU (2007) cartografou rochas com grafite na área de Balama do Complexo de Xixano:

*Xisto quartzo-moscovítico apresentando grafite ocorre numa pedreira de rochas secundárias


no talude sudoeste do Monte Macnilala (UTM 37S 461373, 8525144) na cintura linear de
quartzo-micaxisto. Os flocos de grafite, com comprimento entre 0,2-0,8 mm, englobam cerca
de 15% do volume do xisto.
*Encontram-se rochas xistosas e gnáissicas semelhantes para leste. No alto do Monte Ricolo
afloram gnaisses com grafite (UTM 37S 478217, 8543012).
**O gnaisse grafítico com textura granular fina tem uma espessura de mais de 4-5 m e
engloba cerca de 30% de grafite, com quantidades secundárias de sillimanite e epídoto.
**Vários horizontes secundários que apresentam grafite ocorrem provavelmente na área a
sudoeste da serra, o gnaisse grafítico corta transversalmente a estrada numa extensão de 15 m
(UTM 37S 477905, 8542748).
*Existem também afloramentos de micagnaisse na cintura ocidental na folha 1338 Namuno,
mas ocorrem blocos de quartzo-muscovite que apresentam grafite ao longo de uma pequena
colina cerca de 5 km a norte de Morrola (UTM 37S 444146, 8543073). Encontra-se na secção
fina até 20% em volume de grafite.
*Grafite secundária ocorre num gnaisse de quartzo-muscovite semelhante 2 km mais a sul
(UTM 37S 443579, 8541058).
*Uma ampla cintura de micagnaisse e xisto continua em direcção a norte através da folha
1238 Xixano, envolvendo parcialmente rochas granulíticas e metagabróicas. Continua ao
longo da parte ocidental da folha 1139 Mueda e encontram-se bandas/lentes secundárias nas
folhas 1138 Negomano e 1239 Meluco.
*Uma lente separada secundária desta unidade foi encontrada na parte noroeste da folha 1139
Mueda (UTM 37S 506350, 8753340); trata-se de um afloramento de gnaisse muscovítico com
tamanho de grão da ordem dos mm, de muscovite verde-pálida (geradora de Cr), de grafite
bastante rica em flocos com tamanho de grão da ordem dos mm.
**Consiste em 70% de quartzo, 20% de muscovite, 10% de grafite e sillimanite secundária.
Os porfiroblastos de sillimanite são muscovite em crescimento.

6.9.1.10.1.2.1. Depósitos de grafite no norte, centro e leste de Balama


(Folha 1338)

Na área de Balama são conhecidas rochas granatíferas em quartzo-micagnaisses e xistos do


Complexo de Xixano (P3Xqm).
Foram observadas rochas que apresentam grafite em muitos locais da área de Balama,
formando uma vasta área potencial de rochas que apresentam grafite.
As ocorrências de grafite são apresentadas a norte e nordeste da Balama na carta
Metalogenética (Lächelt, 1993).
As prospecções recentes (2014) incluem actividades exploratórias nos empreendimentos de
grafite de Balama Sul e Balama Leste (informação da Internet, 2013).

Balama Norte situa-se ao longo do maciço Depósito Balama Leste de Syrah.


*Uma primeira fase de operações de perfuração e exploração do empreendimento de grafite
de Balama Norte está a ser implementada (2013) por TRITON MINERALS. O objectivo é
definir o potencial recurso da prospecção do monte Nicanda.
*Os fundos serão também usados em actividade gerais de exploração nas prospecções dos
montes Negros e dos Encantadores e no recém-identificado alvo Ncugi, todos situados no
empreendimento Balama Norte.
*Recentemente, a Triton identificou em Balama Norte uma nova área de 8 quilómetros de
potencial mineralização de grafite, a leste das prospecções de grafite dos montes Negros e dos
Encantadores.
*Os dados geofísicos sugerem que a mineralização de grafite perto da superfície se prolonga
substancialmente para além dos limites do afloramento no monte Nicanda, o que alarga o seu
potencial de exploração.
**É de assinalar que isto suporta a interpretação da continuação da mineralização de grafite
entre a prospecção do monte Nicanda e o depósito da planície das Cobras.
*A Triton detectou o que parece ser o quarto maior depósito do mundo de grafite, em
tonelagem, na planície das Cobras, com um recurso inferido inaugural de 103 MT com 5,52%
de carbono grafítico.
*O programa de perfuração iminente incidirá na Prospecção do Monte Nicanda de grande
qualidade, onde a perfuração inicial intersectou perto da superfície material de grande
qualidade chegando a 28,6% de grafite.
*Isto pode definir um recurso importante de grande qualidade com exploração adicional ao
longo dos 3,75 km conhecidos de comprimento da direcção do veio de xisto grafitoso no
monte Nicanda.
*De particular interesse é a campanha de perfuração ao longo da prospecção de grande
qualidade do Monte Nicanda, que, em conjunto com as prospecções dos montes Negros e dos
Encantadores, pode confirmar o potencial de Balama Norte para conter múltiplos depósitos de
grafite.

O Depósito de Balama Leste é reconhecido como um dos maiores depósitos de grafite


conhecidos no mundo.

6.9.1.10.3. Área de Mecufi: ocorrências de grafite em Mecufi, folha 1340, no


Complexo/Klippe de Lalamo (P3LM)

Conhecem-se vários depósitos e ocorrências de grafite na área de Mazeze-Meguruma, a


norte do rio Lúrio, e desenvolveram-se extensas fossas nesta área na década de 1980
(Bulgargeomin, 1989; Saranga, 1997).

Os depósitos parecem ocorrer em vários complexos tectónicos (NGU, 2007):

*Depósito de Taquinha (rio Nametili)


*Ocorrência de Mazeze e área do Monte Nipacue
*Ocorrência do rio Megaruma e mineralização de grafite do rio Uanapula

O Depósito de Taquinha (Rio Nametili) situa-se perto do limite da carta, alguns quilómetros
a norte da estrada de Mazeze (UTM 37S 610336, 8529262).

*O depósito é constituído por 5-10% de grafite sob a forma de flocos de 1-2 mm em gnaisse
de quartzo-feldspato-biotite do Complexo Mesoproterozóico de Montepuez (P2MP).
*A ocorrência foi estudada numa fossa de 50 m com uma orientação norte-sul. A espessura da
zona é impossível de definir com base nos afloramentos à superfície.
*A análise revela 8,84% de carbono total.
*Saranga (1997) reportou que a sequência com grafite tem 2,5-3 km de comprimento e inclui
camadas de grafite numa espessura de 40-100 m.

A ocorrência de grafite de Mazeze foi encontrada perto da estrada de Mazeze nos gnaisses
próximos do contacto com os sedimentos da bacia do Rovuma ((UTM 37S 645465, 8516670).

*A grafite ocorre em flocos com dimensões da ordem dos milímetros em gnaisse quartzo-
feldspático.
*A rocha tem uma estrutura quase milonítica e pertence ao Complexo Mesoproterozóico de
Montepuez (P2MP).
*A análise revela 8,88% de carbono total.
*Vários horizontes com grafite ocorrem na área do Monte Nipacue, alguns quilómetros mais
para norte (UTM 37S 640500, 8521250, Bulgargeomin, 1989).

No Rio Megaruma (UTM 37S 631030, 8532580) encontra-se gnaisse biotítico com grafite
em afloramentos ao longo da nascente do rio.

*Os flocos de grafite são de textura granular média a fina (1-3 mm) e enriquecidos em bandas
finas no gnaisse rico em quartzo.
*Só foram encontradas quantidades menores de biotite e plagioclase.
*A análise revela uma concentração de 14,5% de carbono total numa amostra.
*Esta grafite representa provavelmente uma continuação das ocorrências de grafite reportadas
mais para oeste, perto do rio Uanapula (UTM 37S 614200, 8537850, Saranga 1997), fazendo
ambas arte do Complexo/Klippe Neoproterozóico de Lalamo (P3LM) tal como o gnaisse de
grafite em Ancuabe.

Geralmente, um grande território na folha 1340 Mecufi, e especificamente no


Complexo/Klippe de Lalamo (P3LM) é favorável a prospecções adicionais de grafite.

6.9.1.10.4. Área de Balama-Montepuez-Namuno-Morrola: ocorrências de grafite no


Complexo/Klippe neoproterozóico de Xixano (P3X)
(Folhas 1338-1339)

As sequências que apresentam grafite ocorrem com frequência no Complexo de Xixano


(P3X), especialmente na folha 1338 Namuno (NGU, 2007).
Foram observados vários horizontes de xisto/gnaisse que apresentam grafite a norte-oeste da
estrada que liga Montepuez a Balama, na folha de Namuno.

*No cume do Monte Ricolo há uma fossa com 5 m de comprimento e 0,3-0,5 m de largura
(2006) em gnaisses de grafite (UTM 37S 478217, 8543012).
*O gnaisse é homogéneo, de textura granular fina e contém grafite, quartzo, muscovite,
sillimanite e epídoto.
*O horizonte com grafite tem pelo menos 4-5 m de espessura a análise revela 19,4% de C
total.
*Os grãos de grafite são finos, habitualmente com 0,1-0,3 mm, embora estejam registados
flocos que chegam a 1 mm ao longo de laminações de muscovite com textura granular média
a grosseira (1-5 mm).
*Há vários horizontes secundários a sudoeste da montanha, onde os gnaisses de grafite cortam
a estrada numa extensão de pelo menos 15 m (UTM 37S 477905, 8542748).
*O conteúdo de grafite nestes gnaisses não é conhecido, mas é provável que a grafite
apresente uma textura granular demasiado fina para ter qualquer interesse económico (NGU,
2007).
*Em Monte Machilala (UTM 37S 464144, 8527556), encontra-se grafite com textura
granular grosseira em micaxisto numa provável extensão sudoeste destes horizontes.

De uma forma geral, toda a área/zona no Complexo/Klippe de Xixano (P3X) pode ser
recomendada para prospecções adicionais de grafite.

6.9.1.10.4.1. Ocorrência de Morrola


(Folha 1338)

Aproximadamente 20 km a NNE de Montepuez numa sequência de gnaisses leptíticos,


quartzito e xistos e gnaisses feldspáticos observaram-se várias mineralizações de grafite numa
zona de 30 x 2 km (Afonso & Marques, 1993).

*A rocha com grafite está profundamente alterada por agentes atmosféricos.


*O conteúdo de grafite atinge valores entre 2,5 e 17%. A fuchsite encontra-se perto de
Montepuez numa sequência de mármore (Cilek, 1989).
*É possível encontrar uma zona com 100-200 m de largura de gnaisse quartzo-feldspático
com grafite de textura granular fina, a norte de Morrola (UTM 37S 444146, 8543073) numa
área onde a grafite tinha sido anteriormente reportada (Jourde & Wollf, 1974).
*Segundo NGU (2007), o enriquecimento de grafite mais para norte pode ser parcialmente
atribuído a processos tectónicos onde também se encontram meta-arcoses.
**A título de exemplo, perto do rio Nampaua, o xisto grafitoso ocorre exclusivamente em
zonas de cisalhamento acentuado, que percorrem metassedimentos que de outra forma não
teriam grafite (UTM 37S 434208, 8549406).

6.9.1.10.4.2. Indícios de grafite de Lusaka


(Folha 1238)

Flocos de grafite com textura granular média (1-3 mm) ocorrem disseminados em quartzo-
micaxisto cerca de 10 km a sudeste da Lusaca na folha 1238 Xixano.

*A análise (NGU, 2007) mostra uma concentração próxima dos 10% C.


*Nesta área pode valer a pena realizar mais estudos sobre a grafite.

6.9.1.10.4.3. Indícios de grafite de Namapa


(Folha 1339)

A ocorrência de Namapa situa-se ao longo da estrada, cerca de 7 km a oeste de Namapa, e


pode ser registada ao longo de pelo menos 1 km.
Flocos de grafite com textura granular grosseira encontram-se em vários sítios em gnaisse
quartzo-feldspático a oeste de Namapa na folha 1339 Montepuez.

*O gnaisse de grafite ocorre muitas vezes em associação com o mármore.


*A espessura dos horizontes é difícil de definir devido à falta de afloramento.
*Uma amostra do gnaisse em UTM 37S 583269, 8482288 revela 12% de carbono total (NGU,
2007)

Nesta área pode valer a pena realizar mais estudos sobre a grafite.

6.9.1.10.5. Mineralizações de grafite da Zona de Carreamento do Lúrio

A região próxima do estuário do rio Lúrio situada na Zona de Carreamento do Lúrio com
orientação E-O inclui provavelmente um elevado potencial de grafite (Lächelt, 2004).
São conhecidos mais de 30 locais de grafite mineralizada (2007).
Entre estes numerosos locais de mineralizações e ocorrências de grafite os seguintes são os
mais conhecidos:

*Rio Uanapula
*Taquinha
*Rio Megaruma.
*Mazeze
*Monte Nicapuè
*Rio Muaguide
*Ivanca
*Monte Jocolo

Lächelt (2004) apresenta uma panorâmica geral (excluindo Ivanca) destes


depósitos/ocorrências de grafite (Tabela 6.74.).

Depósito/Ocorrênci Localidad Extensã Espessur Direcção Tipo de Conteúd Reservas


a e o da a do do veio grafite oC% de
zona corpo m (S) / minério
Km Ângulo Mt
de
inclinaçã
o ° (D)
Rio Uanapula 12 km da 8 20 - 70 Maciço 15 - 22 1,2
auto-
estrada
Pemba–
Montepuez
Taquinha 9 Km N do 3 50 - 70 S: E-W Maciça a 15 - 20 6,49
rio D:25-30 escamos (20 m de
Megaruma a espessura
)
Rio Megaruma. 10 km N 9 - 10 10 - 20 D:30 Maciça a 10- 17 3,87
de Mazeze escamos (20 m de
a grande espessura
)
Mazeze 13 km E de 3 15/20- Maciça a 15 - 20 3,6
Mazeze 59/60 escamos (20 m de
a grande espessura
)
Monte Nicapuè No Mt. 3-9 15 - 20 17,15 0,75
Nicapuè (10 m de
espessura
)
Rio Muaguide 17 km NE 3 40 - 50 D:05 15 - 20 5,16
de Metoro,
na estrada
secundária
Pemba –
Ancuabe
Monte Jocolo No Monte 4 10 - 20 D:35 10 1,72
Jocolo, 5
km E do
rio
Uanapula
Tabela 6.74.: Depósitos/ocorrências de grafite na parte leste da Zona de Carreamento do Lúrio
(a oeste da foz do rio Lúrio)

As rochas que apresentam grafite prosseguem e fundem-se com o centro da Zona de


Carreamento do Lúrio (Vassilev et al., 1983).
As rochas hospedeiras são do Complexo Neoproterozóico de Ocua (P3OC), o que significa
sequências de rocha sob pressão (como os Klippen de Lalama e Xixano).

*A grafite está concentrada em gnaisses interestratificados com quartzito, leptito e mármores


do Complexo de Ocua (P3OC).
*Neste Complexo de Ocua pode valer a pena realizar mais estudos sobre a grafite.

6.9.1.10.5. Complexo de Monapo (Klippe de Monapo) (P3MN)


(Folhas 1439/40)

O Klippe de Monapo fica na parte oriental da província de Nampula, cerca de 60 km a oeste


de Nacala.
Tectonicamente, a própria estrutura foi interpretada como um klippe (ou pequenos sinclinais
no relatório de BULGARGEOMIN, 1983).
De forma discordante, o klippe sobrepõe-se à Suíte de Celicui do Complexo de Nampula
(P2NMfgr).
Lächelt (2004) caracterizou as mineralizações de grafite do Klippe de Monapo do seguinte
modo:

*Foram encontrados três depósitos do tipo stockwork–fissura:

**Itotone
**Evate – Utoca
**Namina.

*Segundo a sua composição petrográfica e grau de metamorfismo, as rochas desta estrutura


correspondem às da Zona de Carreamento do Lúrio (rochas granulíticas e ultrametamórficas).
*Estas rochas formam o Complexo de Monapo (P3MN).
* As rochas são compostas por xistos cristalinos, granito-gnaisse, granito migmatito,
paragnaisse, anfibolito, depósitos de carbonatos, intrusões alcalinas e ácidas.
*Ocorrem dois tipos de mineralização:

**Grafite, finamente distribuída, parcialmente encontrada em pequenas bolsas de gnaisses e


granito-gnaisse (até 25% de grafite)
**Grafite em “enxames de veios” (fissuras), com orientação NE-SO, N-S, raramente E–O,
onde a grafite está associada a quartzo ou matriz silicatada (estas rochas apresentam uma
estrutura pegmatítica em alguns locais).

*As fissuras e os veios vão de alguns milímetros até aos 25 cm, raras vezes chegando a 50
cm. Em média estão entre 1 e 10 cm.
*A grafite é do tipo microcristalino, cristalino escamoso.
*O conteúdo de grafite varia entre 10,84 e 74,55% (média de 50%).
* A composição química da grafite apresenta 75,12% de grafite (C), 18,7% de compostos
voláteis e 6,18% de cinzas.

Afonso & Marques (1993) são de opinião que a grafite se concentrou na zona de contacto
entre granitos e sílica-alumognaisses, leptitos e plagiognaisses contendo diópsido–wernerite.
Não se realizaram novos estudos e não está formada uma opinião final quanto à posição das
mineralizações de grafite.

As reservas foram definidas em aproximadamente 4 000 000 t de rochas com grafite contendo
9,4% de grafite distribuída por uma superfície com a área de 5 km2 a uma profundidade de 25
m (Afonso & Marques, 1993).

O potencial relativamente elevado das reservas nos Complexos de Ocua, Lalama e Xixano é a
razão para que não haja necessidade de organizar actividades gerais de prospecção de grafite
nesta estrutura. Há ocorrências suficientes do mineral para prospecção de grafite.

6.9.1.10.B. Áreas com grafite em Angónia (província geológica de Tete-Angónia)

A Figura 6.71. mostra a posição geológica dos depósitos de grafite em Angónia.


Figura 6.71.: Posição geológica dos depósitos de grafite em Angónia (modificado da Carta
Geológica de Moçambique 1 : 1 000 000, 2008; Cilek, 1989; Lächelt, 2004).

6.9.1.10.7. Depósitos e ocorrências de grafite em Angónia

Os depósitos e ocorrências de grafite situam-se na parte norte-nordeste da província de Tete,


perto da fronteira com o Malauí. Aparecem numa zona com orientação NO–SE do Grupo
Mesoproterozóico de Angónia (P2AG).
BRODOIMPEKS (1983) confirma nesta região um elevado potencial de grafite, sendo grafite
primária e secundária.
Contudo, não há qualquer interesse por parte dos grupos internacionais em estudarem este
potencial. Os motivos e os problemas que o justificam são:

*A região de Angónia situa-se longe de condições infra-estruturais favoráveis;


*A prospecção de grafite não foi (devido à guerra) completada com dados úteis do ponto de
vista económico;
*Em parte, a grafite não apresenta as qualidades escamosas de que a indústria necessita, é por
exemplo a grafite secundária do tipo maciço;
*Para novas actividades de prospecção é necessário definir locais específicos, porque nada
mais há para observar à superfície e as coordenadas existentes para os depósitos e as
ocorrências foram no essencial definidas com base em cartas topográficas do século XIX. Ao
visitar estes locais em 2003, Lächelt não conseguiu encontrar os locais reais e só algumas
pessoas mais idosas nas aldeias vizinhas têm alguma lembrança dos pontos de prospecção.

Segundo BRODOIMPEKS (1983), não decorreram quaisquer actividades de prospecção da


grafite em Angónia. Assim, as características apresentadas por Lächelt (2004) são as
informações mais recentes sobres estas mineralizações.
Cabe referir que o estudo do potencial de grafite em Angónia foi interrompido devido à guerra
e os dados abaixo indicados são essencialmente de cariz preliminar.
Assim, o autor é de opinião que em Angónia se pode esperar obter um potencial de grafite
muito superior ao conhecido recentemente.
*A zona que apresenta grafite é constituída por paragnaisses com mármores secundários,
quartzitos do Grupo de Angónia (P2AG), parcialmente anortositos e sienitos locais. Uma
grande parte destas rochas está migmatizada.
*Toda a zona que apresenta grafite está metamorfoseada para o fácies granulítico.
*A grafite ocorre em mineralizações primárias e epigenéticas.
**Presumivelmente, a origem da grafite primária é metassedimentar,
*A grafite primária ocorre em gnaisse leucocrático, gnaisse anfibólico-piroxénico, gnaisse
granatífero, mármores e quartzito.
*Os stockworks e filonetes de grafite epigenética (secundária) afloram predominantemente no
tecto da Suíte de Ulongoé/Anortosito (P3UL), sobretudo no chapéu caulinizado de
meteorização (que se pode ver na Fig. 6.).
*A grafite secundária forma cristais de origem hidrotermal e está concentrada em fissuras,
stockworks e filonetes.
*Sabe-se que a grafite secundária surge nas ocorrências:

**Rio Maué
**Chisiro
**Matengo – Balama

*Estas ocorrências de grafite secundária do tipo fissuras e stockwork (dimensões de alguns


centímetros) consistem predominantemente de grafite muito pura alguma da qual está
cristalizada como mineral amorfo (não escamoso!).
*Os horizontes que apresentam grafite têm um ângulo de inclinação de 45° NE.
*Ocasionalmente, também se encontra grafite em migmatitos; em geral, o migmatito não
contém grafite.

Na Tabela 6.75 descrevem-se os depósitos de grafite e o tipo de mineralização.

Depósito/Ocorrência Tipo de minério de grafite


Minérios primários de grafite
Ulongoé Velha (antiga Vila Coutinho Grafite em gnaisses
Velha) Grafite em crosta laterítica de meteorização
Nhanhar (7 Km NO de Ulongoé) Grafite em gnaisses (2 zonas)
Grafite em rochas carbonatadas/mármores
Satemua: Mouzinho e Cabueza Grafite em gnaisses
Grafite em rochas carbonatadas
Grafite em crosta laterítica de meteorização
Minérios de grafite secundária (tipo stockwork e filonete)
Rio Maué Grafite em anortosito
Grafite em tecto caulinizado
Chiziro Grafite em anortosito
Grafite em tecto caulinizado
Matengo – Balama Grafite em anortosito
Tabela 6.75.: Depósitos e ocorrências de grafite em Angónia.

A grafite de alguns depósitos e ocorrências foi analisada quimicamente e os resultados


encontram-se na Tabela 6.76.

Composição Depósitos de grafite primária Depósito de


química (metassedimentar) grafite
secundária
(epigenética-
hidrotermal)
Satemua Rio Maué
Nhanhar
Zona I Zona II
Conteúdo %
C 12,11 12,92 12,35 19,52
S 0,22 0,26 0,14 0,09
SiO2 46,34 48,32 48,11 43,03
TiO2 1,20 0,95 1,20 0,47
Al2O3 18,23 14,40 18,46 22,62
Fe2O3 10,67 9,56 9,28 6,93
CaO 4,77 3,91 4,03 3,08
MgO 3,80 4,67 2,19 3,09
K2O 1,45 1,80 2,75 0,40
Na2O3 1,15 1,10 1,41 1,50
V 2O 5 0,10 0,10 0,08 0,04
Tabela 6.76.: Composição química dos depósitos e ocorrências de grafite de Angónia
(BRODOIMPEKS, 1983; Lächelt, 2004).

6.9.1.10.7.A. Depósitos primários de minério de grafite

6.9.1.10.7.1. Ocorrência de Ulongoé Velha

Em Ulongoé Velha a grafite está concentrada dentro de uma zona de gnaisses.

*Esta zona fica entre o migmatito no sudeste e a almandina + granulitos que apresentam
anfíbolo no noroeste.
*Dentro da zona mineralizada, a grafite prefere as áreas onde ocorre o conteúdo mais elevado
de biotite.
*Não foi observada grafite dentro do migmatito (Lächelt, 1985, 2004).

6.9.1.10.7.2. Ocorrência de Nhanhar

*Em Nhanhar a grafite está predominantemente associada a gnaisse biotítico-anfibólico.


*A grafite está finamente distribuída.
*Está concentrada em camadas separadas por uma sequência migmatítica.
*Contudo, a grafite ocorre também em calcários cristalinos.

As reservas estimam-se em 234 000 t de rocha grafítica da qual é possível extrair 17 200 t de
grafite pura (Cilek, 1989).

6.9.1.10.7.3. Depósito de Satemua

O Depósito de Satemua Depósito foi estudado por BRODOIMPEKS (1983).

*A grafite ocorre dentro de uma zona de 1200 x 40 m e atinge espessuras de cerca de 90 m.


*A zona mineralizada ocorrer paralelamente (NO–SE) à zona que apresenta grafite em
Angónia e com um ângulo de inclinação de 40–60° NE.
*A grafite está finamente distribuída em gnaisses, xistos e calcários cristalinos.
*O conteúdo de grafite varia entre 1,5 e 22%.

Na Tabela 6.77 apresentam-se as reservas calculadas e estimadas do depósito de grafite de


Satemua. (Afonso & Marques, 1993)

Profundidade Rocha Rocha Conteúdo Grafite


m grafítica grafítica de grafite extraível
m3 t na rocha T
%
20 475 000 1 120 000 6,0 Não definido
30 2 388 000 5 637 000 6,0 338 000
(calculada)
100 ? ? ? 650 000
(estimada)
Tabela 6.77.: Reservas calculadas e estimadas do depósito de grafite de Satemua

6.9.1.10.7.B. Ocorrências secundárias de minério de grafite

Para as ocorrências de grafite secundária de Rio Mauè, Chiziro e Matengo–Balama não há


dados detalhados.
Nas Tabelas 6.82 e 6.83 apresentam-se os tipos de mineralização.

6.9.1.10.8. Outras áreas com grafite em Moçambique

Grandes regiões de Moçambique, sobretudo as que estão sujeitas a metamorfismo de alto


grau, podem ser consideradas para todos os efeitos práticos como áreas que ainda não foram
estudadas.
Inúmeras indicações de grafite testemunham a presença de prospecções potenciais.

*Na província do Niassa a grafite foi cartografada em locais das áreas de Juluti e Catur
(Lichinga).
*Há numerosas indicações de grafite na província de Cabo Delgado (igualmente para além
das áreas e zonas acima descritas).
*Perto de Morrumbala na província da Zambézia, encontrou-se grafite.
*Nas províncias de Manica e Sofala (Báruè, Gorongosa, Mossurize e Morribane) bem
como na Serra Chiperone observaram-se indicações de grafite (Cilek, 1989).

Todas estas indicações de grafite revelaram recentemente ter apenas interesse informativo. Na
realidade, há em Moçambique uma elevado potencial nas zonas e áreas caracterizadas neste
capítulo.

6.9.1.11 Micas: muscovite, flogopite, vermiculite

Teoricamente, Moçambique possui um elevado potencial de micas industriais.

As micas são comuns à maior parte, se não a todos, os pegmatitos em Moçambique e também
à maior parte das zonas dentro dos pegmatitos.
Dai Kin (1987) observou o conteúdo de nióbio e tântalo de muscovite, lepidolite e biotite do
pegmatito de Muiane. O conteúdo de Ta (e o rácio Ta/Nb) da muscovite aumenta a partir do
exterior para as zonas sodalíticas, enquanto o conteúdo de Nb (e Be, Ga e Ti) diminui. O
conteúdo de Ta e Nb de lepidolite aumenta a partir do interior para as zonas sodalíticas,
contudo o rácio Ta/Nb só aumenta ligeiramente. A distribuição de biotite no pegmatito de
Muiane (é também o caso para a maior parte dos outros pegmatitos na região) está em geral
limitada às zonas exteriores. Uma única análise de biotite proveniente da zona interior sugere
que está preferencialmente enriquecida em Nb (e Ti). É igualmente importante referir que os
conteúdos de nióbio e tântalo na muscovite das várias zonas do pegmatito reflectem as
tendências das amostras a granel do pegmatito (Dai Kin, 1987).
*A muscovite é habitual em todos os complexos de pegmatitos, formando zonas de mica.
*Nos pegmatitos zonados, este mineral concentra-se predominantemente na Zona de Quartzo–
Mica e na Zona de Mica Livre, adjacente ao núcleo e a zona de mica em livro perto da
margem do pegmatito (Lächelt, 2004) com "livros" a medirem mais de 30 cm habitualmente
(Dias &Wilson, 2000).
*Especialmente na Zona de Mica Livre, extraiu-se mica de distribuição dispersa bem como a
muscovite de bloco (10–30 cm).
*Foi produzida mica a partir de alguns pegmatitos no Alto Ligonha (pegmatitos do Alto
Ligonha), sobretudo como subproduto na extracção de tântalo.
*Produziram-se mais de 1000 t até 1951, a maior parte das quais dos pegmatitos da Boa
Esperança e Merrapane.
*No período de 1956–1963, produziram-se duas qualidades de muscovite em nomeadamente
mica com manchas pretas e rubi, e mais tarde fragmentos de mica sobretudo como subproduto
de outras actividades de extracção mineira (CGS, 2007; Grantham at al., 2011).
*Durante o período de 1956–1963 produziram-se no total 53 050 kg e foram exportados 7279
kg (Barros & Vicente, 1963; Dias & Wilson, 2000).

As reservas de todas as qualidades de moscovite estão estimadas em cerca de 330 000 t


(Lächelt, 2004).

Lächelt (2004) listou os pegmatitos do Alto Ligonha e Nampula (para muscovite) e algumas
outras rochas (para flogopite) que podem apresentar alguma hipótese de extrair mica somo
subproduto. A Tabela 6.78. lista estes pegmatitos e rochas.

Depósito/ocorrência de Principais minerais (extraíveis) Reservas


pegmatitos potenciais
(sobretudo
estimadas)
t
Depósitos/ocorrências de moscovite em pegmatitos
Boa Esperança Mica + feldspato, samarskite, zircão, berilo, monzonite,
minerais de Ta, caulino
Enluma Mica + berilo, minerais de Ta, monzonite
Intocka Mica de cor vermelha, rubi, rosa
Mica em blocos
Nahia Mica + berilo, minerais de Ta, monzonite, minerais de Bi
Nahora Mica escamosa
Mica vermelha (rubi)
Naipa Mica (regato preto) + quartzo, minerais de Li, berilo, minerais 5000
de Ta
Namacala Mica (vermelho–rubi) escamosa grande)+ berilo, quartzo,
minerais de Ta, monzonite
Namacotcha Mica (verde)
Mica + berilo, polucite, microlite, tantalite, columbite,
monazite, Sn, Bi
Nanro Mica 22 000
Naquissupa Mica + berilo, quartzo róseo, água-marinha, minerais de Ta, 135 000
minerais de Bi
Nuaparra Mica + berilo, quartzo róseo, água-marinha, minerais de Ta, 55 040
minerais de Bi
Macotaia Mica
Maria Mica + berilo, minerais de Ta, biotite
Mocachaia Mica (vermelho – rubi)
Merrapasie (Merrapane) Mica (vermelho – rubi) + berilo, minerais Ta, minerais Bi, Sn
Muagutaia Mica + berilo, minerais de Ta, minerais de Bi
Mucholini Mica (negra, escamosa) + berilo, morganite, água-marinha,
minerais de Ta, minerais de Bi
Muiane Mica + quartzo, minerais de U, berilo, minerais de Ta, (99 000)
minerais de Bi, caulino
Munhamola Mica
Munhida Mica + berilo, minerais de Ta, minerais de Bi
Murropoce Mica (negra, escamosa) + berilo, morganite, água-marinha, 14 000
minerais de Ta, minerais de Bi
Uante Mica (grande) + quartzo, minerais ETR
Depósitos de flogopite / ocorrências em veios, lentículas e diques
Catche-Muarra Flogopite (cristais grandes em veios e lentículas em gnaisses
(Folha 1437) biotítico-anfibólicos do Complexo de Nampula / P 2NM)
Namecuna (perto de Catche- Flogopite (cristais grandes, em lentículas da zona limite entre
Muarra) (folha 1437) gnaisses e granitos ou gabros)
Nucurupela Flogopite (três pequenos corpos em diques de piroxena)
(Este potencial não é real: 1.) Para muitos depósitos o nível de estudos é escasso para
permitir uma avaliação; 2.) Em alguns depósitos, foi com a mineração de outros minerais
que o potencial de mica foi descoberto ou considerado como não tendo interesse (Muiane foi
explorado quase na totalidade)
Tabela 6.78.: Mica de potencial interesse económico nos pegmatitos do Alto Ligonha e de
Nampula-Nacorôa e noutras rochas

A Figura 6.72. mostra as ocorrências mais importantes que apresentam mica.


Figura 6.72.: Ocorrências de mica importantes em Moçambique.

No último período, a mica como um mineral industrial perdeu a sua elevada importância
económica. Só micas de grande qualidade podem ter alguma hipótese no mercado de
minerais, mas estas qualidades são extremamente limitadas em Moçambique.

As reservas estimadas para minerais de mica relacionados com pegmatito em Moçambique


são de:
*Mica: 330 000 t (Cílek, 1989; Mining Africa Yearbook, 2000 (Anuário de Mineração de
África, 2000); Lächelt, 2004)

*NGU (2007) reportaram que em Walima (Uante) num pegmatito de quartzo-feldspato-


turmalina (UTM 37S 560601, 8478026) é provável que tenha sido extraída mica.
*O maior pegmatito de quartzo-feldspato-mica situa-se a sul do rio Lúrio.
**Pegmatito com textura granular extremamente grosseira (de vários centímetros até 1-2 dm)
dominado por quartzo e feldspato de segunda ordem, mica e turmalina pode ser encontrado
nos blocos.
**Os flocos de mica podem atingir a dimensão de 30 cm, e um pequeno depósito de mica (2-3
m³) indica que este mineral apresentou interesse económico.

6.9.1.12. Perlito, obsidiana

Perlito e obsidiana situam-se nas vulcânicas do Karoo dos Montes Libombos.


Só alguns locais de ocorrência destas mineralizações são conhecidos.
Com uma cartografia detalhada é possível que se descubram mais mineralizações, não só nos
Montes Libombos mas também noutros locais das vulcânicas do Karoo
Do ponto de vista económico não há qualquer necessidade de cartografar incidindo no perlito,
porque o mercado destes minerais é muito limitado.
Contudo, existe a possibilidade de serem descobertos mais locais com estas mineralizações.

Ocorrem depósitos e ocorrências de perlito e/ou obsidiana a oeste de Maputo entre os riólitos
e riodacitos do Karoo Superior (vulcânicas de Stormberg) nos Montes Libombos (Afonso &
Marques, 1993).

Os locais mais conhecidos são:

Perlito:
*Serra de Muguena
*Área de Ressano Garcia
Obsidiana:
*Mafuiana
*Zona dos Montes Libombos

6.9.1.12.1. Perlito

6.9.1.12.1.1. Serra de Muguena

O perlito (vidro vulcânico) ocorre na Serra de Muguena, perto de Boane.

*Na área de Boane o perlito aflora em corpos longitudinais de 600 x 60 m com uma espessura
de 1-2 m.
*O perlito é de cor castanha, esverdeada e preta.

Na Tabela 6.79 apresenta-se a composição química do perlito da Serra de Muguena.


(adaptado de Marques, 1993; Cilek, 1983; Lächelt, 2004)

Composição Conteúdo %
química
SiO2 71,72 - 72,36
Al2O3 17,72 - 13,60
Fe2O3 0,86 - 0,96
FeO 0,32 - 0,60
MgO 0,20 - 0,39
CaO 0,26 - 0,70
Na2O 3,21 - 3,26
K 2O 4,55 - 4,65
H 2O + 3,53 - 4,70
H 2O - 0,22 - 0,56
P2O5 0,01 - 0,05
MnO 0,02 - 0,05
Tabela 6.79.: Composição química do perlito da Serra de Muguena

As Reservas totais para o Depósito de Muguene foram calculadas em 1 524 000 t (Ivanicka,
1982).

6.9.1.12.1.2. Área de Ressano Garcia

O perlito (Vidro vulcânico) ocorre na área de Ressano Garcia perto da fronteira de


Moçambique co a África do sul.

*Nos Libombos (Ressano Garcia) as ocorrências de perlito formam uma zona com orientação
N–S-E 20 km de largura (Cilek, 1989) dentro do riólito Jurássico (Stormberg) (JrMR),
basaltos e diques doleríticos.
*A espessura total da sequência com perlito atinge cerca de 500 m. Os vidros vulcânicos
localizam-se na parte superior desta sequência.
*O depósito de Ressano Garcia forma um corpo com uma orientação N–S de 600 x 60 x 3,5–
25 m de extensão, segundo Ivanicka (1982).
*O vidro vulcânico é de composição riodacítica.
*O vidro vulcânico foi bentonitizado ao longo de falhas activas (ver bentonite).

A Figura 6.73. mostra secções transversais da ocorrência de Ressano Garcia


Figura 6.73.: Cortes transversais da ocorrência de perlito (-obsidiana) de Ressano Garcia
(modificada de Cilek, 1989; Lächelt, 2004)

A composição química do Perlito de Ressano Garcia é apresentado na Tabela 6.80. (adaptado


de Marques, 1993; Cilek, 1983; Lächelt, 2004)

Composição Conteúdo %
química
SiO2 54,86 - 60,54
Al2O3 14,42 - 15,11
Fe2O3 5,22 - 6,91
MgO 0,81 - 1,99
CaO 0,42 - 0,86
Na2O 0,92 - 1,47
K 2O 0,98 - 3,04
H 2O + 3,32 - 6,37
H 2O - 8,08 - 14,40
TiO2 0,24 - 0,53
Tabela 6.80.: Composição química do perlito de Ressano Garcia

As reservas totais do depósito de Ressano Garcia foram estimadas em 908 200 t (Ivanicka,
1982).

6.9.1.12.2. Obsidiana

6.9.1.12.2.1. Mafuiana

É conhecido um depósito de obsidiana em Mafuiana, perto de Boane, dos Pequenos Libombos


(32°14'E / 26°03'S).
*O depósito é constituído por dois corpos que ocorrem dos lados da auto-estrada
Maputo/Boane–Namaacha.
*A obsidiana aflora em lentes com orientação N–S com um ângulo de inclinação 10–13° para
leste.

Kouzmine & Akimidze (1981) calcularam as reservas até uma profundidade de 22m e numa
superfície com 14 200 m2 de área e estimaram que seria possível extrair 54 460 t de obsidiana
(parcialmente perlítica).
Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.12.2.2. Zona montanhosa dos Libombos

É provável que outros depósitos de obsidiana possam ser descobertos dentro dos riólitos do
Karoo dos Montes Libombos.
As vulcânicas do Karoo dos Montes Libombos contêm um potencial de obsidiana que pode
ser definido por cartografia detalhada.

6.9.1.13. Quartzo

Os usos industriais de quartzo (excluindo aplicações de construção) pertencem a duas


categorias:

*Quartzo de qualidade extremamente elevada para utilizações ópticas, eléctricas e similares


*Areias quartzosas para a indústria do vidro e para fins metalúrgicos.

O quartzo ocorre em quatro tipos de depósitos principais em Moçambique:

*Pegmatitos
*Veios de quartzo
*Quartzitos;
*Areias quartzosas

Depósitos de quartzo de grande qualidade foram localizados e explorados para fins industriais
numa qualquer escala que não seja pequena (Grantham et al., 2011).

*O quartzo dos pegmatitos foi já extraído e o quartzo está também disponível como
subproduto na exploração de tântalo.
*Os veios de quartzo foram também considerados, mas nunca foram extraídos para este
efeito.
*Os quartzitos afloram em muito sítios mas recentemente (2013) não foram considerados
adequados para estas indústrias especializadas.
*As areias quartzosas foram extraídas (para a produção de vidro) e, embora estejam
disponíveis grandes quantidades como prospecções potenciais, uma grande parte das areias
não foi analisada.

A Figura 6.74. mostra os principais depósitos e ocorrências de quartzo industrial em


Moçambique.
Figura 6.74.: Depósitos e ocorrências de quartzo industrial em Moçambique.
6.9.1.13.1. Quartzo industrial em pegmatitos

Os pegmatitos do Alto Ligonha contêm quartzo de boa qualidade e foram explorados


selectivamente, especialmente como subproduto do tântalo.

*Em alguns pegmatitos foram encontrados monocristais grandes, incolores que podem chegar
a 1 m medido ao longo do eixo c, mas a qualidade é um aspecto importante.
*Há também massas de quartzo com transparência de vidro, sem quaisquer impurezas visíveis
e também sem fissuras visíveis.
**Este quartzo parece ser importante para produções especiais, mas até há pouco tempo
nenhuma empresa se mostrou interessada em explorar este quartzo de grande qualidade.
*A produção recente dos pegmatitos está orientada para minerais de Ta e gemas. Outras
mineralizações como quartzo, que requerem estudos especiais, não apresentam interesse
prospectivo.
*No entanto, há um potencial de quatro de grande qualidade; todavia, as quantidades podem
não ser muito grandes, pelo que não é relevante para esta análise.

Para os pegmatitos zonados o desenvolvimento de um núcleo de quartzo e também o


aparecimento de quartzo em diferentes zonas do corpo pegmatíticos são aspectos
característicos.
Os cristais grandes são especialmente conhecidos como resultando dos seguintes pegmatitos
(em geral, este aspecto é de interesse para coleccionadores):

*Munhamola I (folha 1537)


*Nhaia (folha 1537)
*Moneia (Moneia) (folha 1537)

Quartzo leitoso maciço e hialite de elevada pureza são também conhecidos dos pegmatitos (e
veios).
Só foram identificadas reservas de quartzo óptico e quartzo industrial para dois pegmatitos
(Elguine et al., 1983).

Reservas de quartzo de grande qualidade:


*Depósito de Nuaparra: 503 300 m3
*Depósito de Ilodo: 31 000 m3

6.9.1.13.2. Quartzo industrial (hidrotérmico) em veios

O quartzo do tipo de veio tem de ser encarado apenas como uma reserva estratégica.
Recentemente este potencial deixou de apresentar interesse económico.
Potenciais depósitos do tipo veio situam-se ao longo do bordo do rifte (Afonso & Marques,
1993).
Alguns veios da província geológica de Manica-Báruè podem ser considerados como
prospecções futuras.
Estes veios de quartzo ocorrem dentro da zona marginal do rifte dentro das rochas do soco
Pré-câmbrico.

*As mineralizações são constituídas por quartzo ou brechas de quartzo com um núcleo de
óxido de ferro.
*Alguns veios podem atingir 1 km de comprimento e a sua largura pode variar entre 50 e 100
m.
*Devido ao conteúdo de óxido de Fe o quartzo não é da melhor qualidade (Cilek, 1989).

Quartzo leitoso maciço e hialite de elevada pureza são também conhecidos de veios (e
pegmatitos) na província geológica da Zambézia–Nampula.
O potencial de quartzo destes veios não está estudado.

6.9.1.13.2. A. Quartzo industrial (hidrotérmico) em afloramentos de interesse para novas


prospecções

6.9.1.13.2.1. Meluluca
(Folha 1234 Metangula)

NGU (2007) assinala em Meluluca (UTM 36S 693948, 8578886) afloramentos de um


dique/veio de quartzo branco, com textura granular grosseira com dimensões mínimas de 25
m x 5 m.

Não foram realizados estudos adicionais.

6.9.1.13.2.2. Rio Maulo


(Folha 1239 Meluco)

A colina do Rio Maulo (UTM 37S 574059, 86544009), a sul do rio e 12 km a norte de
Lalamo é constituída por quartzo hidrotérmico (NGU, 2007).

*Este quartzo apresenta textura granular grosseira (4-6 mm), leitoso a transparente.
*O quartzo é habitualmente puro, mas podem encontrar-se alguns cristais de feldspato.

Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.13.2.3. Monte Cambir


(Folha 1338 Namuno)

NGU (2007) reporta potencial quartzo industrial de origem hidrotérmica no Monte Cambir
(UTM 37S 440079, 8545636).

*O quartzo com textura granular grosseira está bem exposto ao longo da montanha na secção
norte-centro da folha.
*Crê-se que o corpo óptico inclui uma lente com pelo menos 50 m de espessura.
*O corpo de quartzo situa-se dentro de paragnaisses bandados e corta a foliação nos gnaisses
no talude nordeste da montanha.
*Os grãos de quartzo típicos são acinzentados, transparentes e com 5–10 mm de tamanho.
*O feldspato ocorre apenas em quantidades pequenas.

Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.13.2.4. Rio Nampuquia


(Folha 1338 Namuno)

Na crista a sul do rio Nampuquia (UTM 37S 496595, 8539366), ocorrem mineralizações de
quartzo hidrotermal (NGU, 2007).
*Quartzo recristalizado, com textura granular grosseira com feldspato subordinado
compreende uma pequena crista.
*Não foi observada estratificação nem surgimento de brechas nesta zona assumida como
hidrotérmica que tem pelo menos 20 m de espessura.

Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.13.2.5. Monte Balama


(Folha 1338 Namuno)

O Monte Balama situa-se a oeste da aldeia de Balama (UTM 37S 450131, 8523288).

Segundo NGU (2007), o quartzo hidrotérmico aflora do seguinte modo:

*A mineralização hidrotérmica de quartzo é constituída por quartzo puro, maciço, com textura
granular grosseira, branco leitoso.
*A rocha é constituída por cristais de quartzo com dimensões da escala dos centímetros,
muito raramente com impurezas de um mineral escuro da escala dos milímetros.
*A rocha não apresenta qualquer fabric orientado.
*O afloramento apresenta abundantes fracturas sem uma orientação preferencial.
*O depósito abrange todo o Monte Balama.
*Possui uma espessura mínima de 700 m
*A extensão da direcção é difícil de avaliar devido à falta de afloramento;
*Secções finas mostram quartzo puro com quantidades residuais de carbonato.

Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.13.2.6. Metoro
(Folha 1339 Montepuez)

Segundo NGU (2007), 14 km a oeste de Metoro (UTM 37S 580578, 8551342) ocorre quartzo
transparente, com textura granular grosseira (3-8 mm) em blocos.

*É difícil estimar as dimensões do depósito, mas foram observados blocos de quartzo numa
distância de 30 m ao longo de uma pequena estrada.
*Só foi observado um cristal de feldspato.

Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.13.3. Areia quartzosa para a indústria vidreira e metalurgia

Em Moçambique, foram descritos bastantes depósitos de areia de quartzo, mas só alguns


foram parcialmente estudados para determinar se podem ser utilizados nas indústrias do vidro
e da metalurgia.
Há um elevado potencial de areias para esta utilização, especialmente se forem tidas em conta
as possibilidades de explorar quartzo de grande qualidade recorrendo aos métodos de lavagem
e separação das areias quartzosas de baixa qualidade.
Areias quartzosas de baixa qualidade ocorrem nos arredores de Maputo, por exemplo em
Marracuene, um depósito conhecido já há muito tempo.
De uma forma geral, aceita-se que muitas das areias dunares e aluviais devam conter
depósitos de qualidade industriais (após lavagem e tratamento), mas o foco principal foi
colocado em exclusivo no fornecimento de areias para a indústria da construção.

6.9.1.13.3.1. Marracuene

O depósito fica a cerca de 35 km a norte de Maputo. O depósito aflora directamente ao longo


das margens do rio Incomati ou perto das margens

*O depósito é constituído por duas secções.


*O depósito é constituído por areias do Plistocénico
*As areias são de textura granular fina e cor branca.
*A relação areia de plataforma/areias produtivas é de 1:4 m.

Na Tabela 6.81 apresenta-se uma análise química por Afonso & Marques (1993).

Composição Conteúdo
química %
SiO2 97,78
Al2O3 0,16
Fe2O3 0,03
CaO 0,08
MgO 0,01
Tabela 6.81.: Análise química das areias de Marracuene

Foram calculadas reservas de 3 x 106 t apenas para uma pequena parte do depósito e pode
esperar-se a ocorrência de reservas/quantidades bastante maiores (Lächelt, 2004).

6.9.1.13.4. Quartzito

Alguns corpos de quartzito formando pequenas colinas nas províncias de Niassa e Cabo
Delgado podem muito bem constituir uma fonte potencial de sílica.
Todavia, não se realizaram estudos detalhados da química e da qualidade dos depósitos.
De maior interesse poderá ser o uso dos quartzitos de distena como recurso para produção
de quartzo de elevada pureza.
Segundo NGU (2007) foram observados quartzitos de distena nos Complexos de Unango
(P2UN)) e Muaquia (P3Q.

6.9.1.13.4.1. Distena-quartzito do Rio Levele


(Folha 1236 Mavago, UTM 37S 228840, 8572186) (ver também 6.5.1.1.3.3. distena)

A ocorrência de cianite-quartzito situa-se 47 km a sul-sudeste de Mavago, 17 km a sul da


Reserva de Vida Selvagem do Niassa, dentro da Concessão e Caça E.

*A unidade cobre várias colinas e consiste em rochas laminadas pegmatíticas, com textura
granular média, com grãos azuis de distena inseridas numa matriz de quartzo equigranular
com quantidades variáveis de muscovite intersticial.
*Foram cartografados dois horizontes de cianite-quartzito separados por vários gnaisses, mas
considera-se que constituem uma única unidade dobrada.
*Os horizontes de quartzito apresentam uma espessura de 30 m e, provavelmente, podem ser
detectados durante vários quilómetros.
*Foram feitas análises químicas em amostras de cada um dos dois horizontes:
**Horizonte I: SiO2 = 71,4% ;Al2O3 = 24,8%
**Horizonte II: SiO2 = 59,9%; Al2O3 = 35,9%

*O uso de cianite-quartzitos como recurso para a produção de quartzo de elevada pureza pode
ter interesse, mas as análises preliminares do quartzo não produziram os melhores indicadores
sobre esta qualidade.
*As análises preliminares de quartzo revelam concentrações médias de Al e Ti no quartzo e
cianite-quartzito do rio Levele de 42 e 8 ppm, respectivamente. Li, Be, B, Mn, Ge, K, Ca e Fe
estão abaixo dos limites de detecção. De uma forma geral, as concentrações dos elementos
residuais são relativamente baixas.
*Contudo, devido à concentração relativamente elevada de Al o quartzo possui uma qualidade
química média e não pode ser considerado "quartzo de elevada pureza".

Cabe referir que estes resultados são preliminares e recomendam-se estudos adicionais (NGU,
2007).

6.9.1.14. Talco

Sabe-se que há um certo número de ocorrências em Moçambique mas as quantidades e


qualidades não apresentam interesse económico.

*Foram observadas mineralizações de talco em serpentinitos de rochas verdes e em rochas


ultrabásicas.
*Pedra sabão extraída em Manica.
*Ocasionalmente talco e pedra sabão extraídos no Niassa (Distrito do Lago), onde se usam no
fabrico de peças ornamentais de artesanato e lápides.

O talco mineral industrial em Moçambique não foi examinado nem tão pouco, até há muito
pouco tempo (2013) encontrado em quantidades suficientes para garantir um tal interesse.

Contudo, há alguns afloramentos que requerem mais estudos para que se possam tirar
conclusões quanto ao seu potencial de talco.
No entanto, não se esperam reservas muito importantes.

A Figura 6.75. mostra as áreas de ocorrência de talco em Moçambique.


Figura 6.75.: Áreas de ocorrências de talco em Moçambique.

6.9.1.14.1. Talco nas proximidades de N'goo


(Folhas 1134/35-1234)

Na área de N’Goo no distrito do Lago afloram algumas ocorrências de pedra sabão que são
utilizadas localmente para fabricar lápides e em menor escala para artesanato.
Estes são apenas corpos/mineralizações muito pequenas numa extensão <100 m2.
Não são de esperar quantidades de talco industrial com interesse económico.
Contudo, é possível cartografar alguns corpos separados em resultado de estudos detalhados.

6.9.1.14.2. Talco no Complexo de Lalamo (P3LM)


(Folha 1340 Mecufi, UTM 37S 631780, 8541740)

Algumas lentes/corpos ultramáficos no Complexo de Lalamo são interessantes no que se


refere ao conteúdo de talco (NGU, 2007).

São conhecidas as seguintes ocorrências:

*Namaruha
*Monte Nicuculo

6.9.1.14.2.1. Namaruha
(Folha 1340 Mecufi)

Em Namaruha ocorrem lentes/corpos de talco em clorite e talco xistos:


*Estas lentes/corpos foram estudados por fossas num único local, designadamente em
Namaruha (folha 1340 Mecufi, UTM 37S 631780, 8541740).
*O corpo apresenta aqui 8 m de comprimento, 1,5 m de largura e até 3,5 m de profundidade.
*A fossa tem uma orientação aproximada leste-oeste.
*A ocorrência consiste numa zona de 30-40 cm de largura de xisto clorítico com lentes de
talco xisto de 5-10 cm de espessura.
*Noutros pontos da área, há blocos de rochas ultramáficas que consistem sobretudo em rochas
verdes e rochas com textura granular grosseira dominadas por agulhas de anfíbolos.

6.9.1.14.2.2. Monte Nicuculo


(Folha 1340 Mecufi)

No Mt. Nicuculo (O de Pemba), BULGARGEOMIN (1983) reportou talco em rochas


ultrabásicas.

*Os enriquecimentos de talco encontram-se no grande corpo ultramáfico que forma o Monte
Nicuculo ao longo da estrada principal Pemba-Metoro, e em pequenos corpos a sul desta
última, por exemplo em UTM 37S 631219, 8545982 (NGU, 2007).

Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.14.2.3. Malatala
(Folha 1639)

Perto de Malatala (a leste da província de Nampula) foram observadas mineralizações de talco


em serpentinitos harzburgíticos.

Não se conhecem dados mais detalhados.

6.9.1.14.3. Talco em rochas arcaicas do Grupo de Manica (A3M)

São conhecidas as seguintes ocorrências:

*Serra de Mangota
*Região de Mavita

6.9.1.14.3.1. Serra Mangota


(Folha 1832)

Na Serra de Mangota, na Estrutura de Manica, ocorre asbesto contendo talco, xistos talco e
serpentinitos contendo carbonato–talco.
Estas rochas pertencem à sequência de rochas verdes da Formação Arcaica de Macequece
(A3MM) do Grupo de Manica (A3M).

Não são de esperar quantidades com interesse económico.

6.9.1.14.3.2. Região de Mavita


(Folha 1933)

Na região de Mavita as rochas verdes da Formação Arcaica de Macequece (A3MM) ocorrem


ao longo da extensão da Cintura Cronley do Zimbabué entrando em Moçambique.
*Asbesto e serpentinitos são os principais constituintes.
*A mineralização do talco fez parte da mineralização do asbesto–serpentinito.
*Ocorrem igualmente xistos de clorite e talco–mica.
*Os xistos de talco apresentam cor verde-maçã (Cilek, 1989).
*Os xistos de talco afloram numa ampla área.

Estas rochas ainda não foram estudadas no sentido de determinar o seu potencial como fonte
de talco.

6.9.1.15. Zircónio

Há em Moçambique dois tipos de depósitos que podem ter interesse para a extracção de
zircónio como subproduto:

*Zircónio em dunas e placers de praia com minerais pesados


*Pegmatitos com MR

A Figura 6.76. mostra áreas e depósitos com zircónio em Moçambique.


Figura 6.76.: Áreas e depósitos com zircónio em Moçambique

6.9.1.15.1. Zircónio em dunas e placers de praia com minerais pesados

Os mais importantes enriquecimentos de zircónio em Moçambique estão associados a dunas


que apresentam ilmenite e placers de praia.
Alguns depósitos de placer mostram claramente enriquecimentos elevados de zircónio, por
exemplo:

*Quinga.
*Congolone
*Angoche-Sangage
*Milai
*Pebane
*Indugo
*Gorai
*Zalala–Macuse–Raraga
*Deia-Micaúne
*Xai-Xai

A produção de zircónio como subproduto da produção de titânio pode ser recomendável caso
as quantidades de zircão permitam a rentabilidade da extracção.

Não se conhecem cálculos ou estimativas de reservas de zircónio.

6.9.1.15.2. Zircónio em pegmatitos com MR

Os pegmatitos de metais raros zonados do Neoproterozóico–Paleozóico Inferior (Pan-


Africano) contêm por vezes zircónio na sua fracção de metais pesados.

As mineralizações de zircónio são conhecidas dos seguintes pegmatitos:

*Marropino
*Namirrapo
*Muhano-Majamala
*Boa Esperança-Ribáuè
*Morma
*Munhamola
*Muiane (este pegmatito é extraído e já não tem condições para a produção de zircónio)

*O zircónio encontra-se na zona do lítio e na zona de grandes feldspatos dos pegmatitos


zonados.
*Encontraram-se cristais bem formados que podem atingir 2 cm.
*O zircónio é geralmente radioactivo, o que complica a sua utilização.

Em Mocachaia, Muiane, Muhano, Namena, Namacotche, Namirrapo e Nuaparra o zircónio


foi esporadicamente explorado como subproduto.

6.9.2. Rochas industriais e respectivos depósitos

6.9.2.1. Gesso e anidrite

Várias zonas com gesso foram identificadas em Moçambique mas nenhuma revelou depósitos
com interesse económico. O problema é a qualidade do gesso e não há bases industriais para a
produção de gesso.
Muitas das mineralizações de gesso em Moçambique têm, no entanto, de ser consideradas
como prospecções potenciais.
As áreas mais promissoras são, de sul para norte, (Lächelt, 2004):

*Área de Porto Henrique (SO de Maputo);


*Vendas (Província de Gaza);
*Temane- Devinhe – área de Maropanha (províncias de Inhambane, Sofala);
*Faixa costeira que se estende de Nacala para a bacia do Rovuma a norte de Pemba e
até ao rio Rovuma (províncias de Nampula e Cabo Delgado).

Na Figura 6.77. apresentam-se as áreas com gesso em Moçambique.


Figura 6.77.: Áreas com gesso em Moçambique

6.9.2.1.1. Área de Porto Henrique


(Folha 2632)

Por baixo de uma Cobertura sedimentar de cerca de 20-30 m foi observado um horizonte
contendo gesso com 0,5 m de espessura presumivelmente da Idade Terciária.
Não estão disponíveis nem uma descrição detalhada nem dados.

6.9.2.1.2. Vendas
(Folha 2433)

Na Província de Gaza, particularmente perto de Vendas, foi descrita gesso a partir de furos de
prospecção.

Um exame e/ou cálculo de uma potencial fonte de gesso não teve seguimento.
Se estas mineralizações de gesso são apenas conhecidas dos furos de perfuração, não existiu
recentemente (2013) interesse pela prospecção e esta mineralização deve ser qualificada como
apenas de interesse estratégico.

6.9.2.1.3. Áreas de Temane-Maropanha e Divinhe


(Folhas 2134/35 – 2234/35) e (Folha 2034)

Dentro da área central da anteriormente plana bacia do Oligocénico–Miocénico em Temane,


foram cartografados calcários, argilas e gesso, distribuídos por uma área de 35 000 km2
(Lächelt, 2004).

*Esta sequência é parte da Formação de Jofane (TeJ)?


*Estratigraficamente, estes depósitos ocorrem na área de transição (?) entre as Formações de
Inharrime (TeIn) / Mazambe (TeZ)(dolomita vermelha e arcose) e a Formação de Jofane (TeJ)
(calcários, arenitos argilosos).
*Salman & Abdula (1995) interpretaram esta sequência contendo gesso como parte da
Formação de Inharrime (Teln) de dolomite vermelha, argilas vermelhas e arenitos intercalada
com faixas de anidrite.
*Na parte mais profunda da bacia, o gesso foi desidratado para anidrite.
*Este depósito atinge uma espessura de 100-350 m.
*Na parte central da bacia, esta sequência evolui para sedimentos bastante espessos contendo
gesso.
*Na parte central da bacia (a sul do Rio Save) o depósito ocorre a uma profundidade de 100-
150 m e pode ter, localmente, uma espessura de 40 m.
*Em áreas marginais, especialmente a norte, a profundidade é consideravelmente menor e o
depósito ocorre perto da superfície na região de Devinhe.
*Em alguns locais (perto de Maropanha) foi também observado gesso em vales profundos,
causados pela erosão.
*A espessura da sequência de gesso varia entre 10 e 15 m (Lächelt, 1985).
*A litoestratigrafia da bacia e a distribuição de gesso foram exaustivamente estudadas através
da escavação de numerosos furos de perfuração durante a prospecção de hidrocarbonetos.
*Sinais de gesso perto da superfície a sudeste de Devinhe e a informação dada por habitantes
locais de se ter encontrado gesso tornam esta região (norte do rio Save) favorável para mais
explorações (Lächelt, 2004).

Cilek (1989) calculou que as reservas fossem de 250 Mt de gesso, assim como de 140 Mt de
quantidades previstas de gesso + anidrite dentro de uma área de 25 km 2 .

De acordo com a opinião do compilador desta publicação, a área de Temane–Pande pode ter
interesse económico, onde ocorre uma sequência contendo gesso, 150 m abaixo da superfície
devido a uma elevação estrutural.
6.9.2.1.4. Zona costeira entre Nacala e a Bacia do Rovuma

Foi observado gesso em furos nas proximidades de Pemba em três formações que ocorrem
relativamente próximo da superfície:

*A Formação do Cretácico de Mifume (CrMf) (Formação de Globotruncana segundo


Salman&Abdula, 1995, também conhecida como Formação de Condusia) que é constituída
por margas com mais de 200 m de espessura e inclui alguma mineralização de gesso;
*Formação de Quissanga (TeQs), que se compõe de arenito calcário incluindo gesso
*Formação de Mikindani (TeK), que inclui uma sequência de arenito calcário com gesso.

Não estão disponíveis dados mais detalhados para estas formações que apresentam gesso.

Estes depósitos da Bacia do Rovuma podem ter interesse no futuro caso os correspondentes
sedimentos ocorram perto da superfície;
Todavia, na realidade, a prospecção destas mineralizações de gesso apresenta um interesse
limitado.
Uma das razões é que o gesso só se encontra em mineralizações e não em depósitos maciços.

6.9.2.2. Caulino e argilas

Afloramentos de caulino em locais limitados.


Em todas as províncias de Moçambique são conhecidos depósitos de argila.
Muitos destes depósitos de argila são usados na produção local de tijolo e não estão
mapeados.
A Figura 6.78. mostra os depósitos de caulino e principais depósitos/áreas de afloramento de
argilas em Moçambique.
Figura 6.78.: Depósitos de caulino e principais depósitos/áreas de afloramento de argilas em
Moçambique.

6.9.2.2.1. Caulino

Em Moçambique são conhecidos os seguintes tipos de Ocorrências/Depósitos Mineralizações


de Caulino:

*Caulino autóctone, formado pela meteorização de pegmatitos, granitos e gnaisses (i.e. em


Muiane, Ribáuè–Iapala, Boa Esperança–Ribáuè/Boila e outros);
*Caulino em gnaisses feldspáticos;
*Bauxito resilicatado com caulino da crosta de meteorização (por ex., em alúmen);
*Caulino em bacias sedimentares mesozóicas-cenozóicas;
* Areias cauliníticas aluviais (por ex., em Nacala).

O primeiro grupo é o mais importante.


Geralmente, não se conhecem depósitos relevantes de caulino para as indústrias cerâmicas em
Moçambique.

6.9.2.2.1.1. Caulino como produto da meteorização dos pegmatitos

As principais fontes deste tipo de mineralização são os pegmatitos do Alto Ligonha.

CGS (2007) e Grantham et al., 2011) caracterizam estas mineralizações como se segue:

Os depósitos de caulino parecem ter sido formados em resultado da meteorização dos


pegmatitos que constituem colinas baixas ou que se localizam nas partes elevadas da região e
ocorrem usualmente em faixas caulinizadas na zona maciça de feldspato.
Certos pegmatitos na região representam uma fonte importante de caulino. Contudo, o
material é habitualmente considerado como um produto residual.
O tratamento deste material é considerado relativamente simples e pode potencialmente dar
origem à recuperação de mais minerais de Nb-Ta.”

Foi produzido caulino nos pegmatitos de Muiane e Boa Esperança.


Outros pegmatitos caulinizados são Marropino, Naipa e Naquissupa (Barros & Vicente,
1963).

6.9.2.2.1.1.1. Boa Esperança-Ribáuè


(Folha 1538)

Um total de 671 t de caulino foram recuperadas como subproduto da Boa Esperança durante o
período 1956–1961

*A parte caulinizada dos pegmatitos estende-se por uma área de 130 x 60/70 m.
*A caulinização de grau elevado desenvolveu-se principalmente na zona de feldspatos
grandes (ver Zonamento dos pegmatitos).
*A rocha hospedeira dos pegmatitos consiste em granitóides e gnaisses com textura granular
fina a média.
*A composição mineral do caulino consiste em:

90% de caulinite;
5% de muscovite;
3% de quartzo;
1% de feldspato;
1% de anatase.

Os detalhes da composição química estão expostos na Tabela 6.82.

Composição Boa Esperança


química I II III
Conteúdo %
SiO2 49,69 48,92 49,73
Fe2O3 0,28 2,38 1,09
Al2O3 35,27 33,26 32,81
FeO 0,03 0,22 0,19
CaO 0,69 0,72 0,28
MgO 0,09
K 2O 0,65 0,58 3,67
Na2O 1,44 1,58 0,19
Restante 12,32 12,22 12,32
Tabela 6.82: Composição química do caulino Boa Esperança (de acordo com
BRODOIMPEKS, 1984)

As reservas (BRODOIMPEKS, 1984) são calculadas em 23 400 t de caulino puro e 3500 t de


caulino dragado (limpo).
Grande parte das 390 000 t de pegmatito caulinizado não foi ainda analisada devido às suas
fracas qualidades tecnológicas.

As reservas de Boa Esperança estão calculadas em 3 500 t de caulino limpo, embora 390 000 t
de pegmatito caulinizado permaneçam por testar.
Outra fonte (Cilek, 1989) calcula que as reservas do depósito Boa Esperança tenham 820 t de
feldspato e 23 400 t de caulino.

6.9.2.2.1.1.2. Muiane
(Folha 1538)

Em1963, o pegmatito de Muiane produziu 5 t de caulino. Recentemente (2013) Muiane foi


alvo de exploração mineira para minerais de Ta e o potencial de caulino já não tem,
provavelmente, interesse económico.

*O Corpo Pegmatítico de Muiane foi caulinizado até uma profundidade de 10-30 m (média de
25 m).
*O depósito foi estudado em pormenor de acordo com o seu potencial de metais raros.
*Foram descritos dois tipos de caulino (Afonso & Marques, 1993):
**Caulino feldspático;
**O caulino é composto por 80% de caulinite, 10% de muscovite e 5% de biotite.

A composição química dos diferentes tipos de caulino está definida na Tabela 6.83

Composição Muiane
química I II III IV
Conteúdo %
SiO2 58,41 59,96 59,15 57,16
Fe2O3 1,36 0,96 1,30 2,69
Al2O3 15,28 22,28 24,06 21,60
TiO2 0,53 0,63 0,35 0,65
FeO 1,17 0,97 1,17 2,32
CaO 7,23 1,83 1,2 2,10
MgO 2,7 0,84 0,20 0,25
MnO 0,0 0,08 0,12 0,19
K 2O 5,9 4,48 4,78 5,94
Na2O 3,5 6,71 0,34 5,92
P2O5 0,01 0,01 0,01 0,01
Restante 1,46 0,98 1,08 0,90
Tabela 6.83.: Composição química do Caulino de Muiane (de acordo com Thieke, 1980)

Para um caulino contendo 60% de feldspato potássico, 35% de caulinite e 5% de quartzitos +


mica, Thieke (1980) calculou reservas de 6657 Mt de caulinite que pode ser enriquecida para
60% de caulinite fornecendo 3315 Mt de caulino. Isto significa que as reservas de Muiane
estão calculadas em 3 315 342 t de material pegmatitítico caulinizado com ~50% de caulino.

6.9.2.2.1.1.3. Marropino
(Folha 1637)

O Depósito de Marropino foi estudado em detalhe.

*A maior parte deste pegmatito é caulinizado.


*O conteúdo de caulino é, no entanto, baixo.
*De acordo com Cilek (1989) as fracções de 40 mm do caulino consistem em:

65% de caulinite;
4% e mica;
29% de albite;
0% de quartzo

A composição química do caulino é apresentada na Tabela 6.84.

Composição Marropino
química Conteúdo
%
SiO2 51,90
Fe2O3 0,12
Al2O3 32,25
TiO2 0,04
FeO 0,26
CaO 0,20
MgO 0,10
MnO 0,15
K 2O 0,47
Na2O 3,00
P2O5 0,21
Restante 10,30
Tabela 6.84.: Composição química do caulino de Marropino (segundo Cilek 1989)

O cálculo de reservas ou uma avaliação do potencial de caulino não estão disponíveis.

6.9.2.2.1.3.2. Caulino em gnaisses feldspáticos

6.9.2.2.1.3.2.1. Boila
(Folha 1639)

A oeste de Angoche, gnaisses com predomínio de feldspato caracterizam-se pela presença de


caulino como produto da meteorização.

*Conjuntamente, foram descritas cinco zonas caulinizadas ocorrendo entre a superfície e o


gnaisse não alterado por agentes atmosféricos.
*Segundo um relatório em Notícia Explicativa (1995), ambas as zonas inferiores são
produtivas.
*As espessuras médias destas duas zonas são de 2,06 e 1,14 m
**A zona mais inferior consiste em rochas hospedeiras caulinizadas.
**A zona superior consiste em argilas cauliníticas eluviais.

As características das composições mineralógica e química bem como informações relativas a


quantidades de caulino são desconhecidas.

6.9.2.2.1.3. Caulino da crosta de meteorização

6.9.2.2.1.3.1. Alúmen
(Folha 1832)

O(s) Depósito(s) de Alúmen fica(m) na região de Manica mesmo junto da fronteira de


Moçambique com o Zimbabué, no limite norte da Estrutura de Manica.
O depósito foi estudado pela sua mineralização de bauxito (meteorização).
O(s) depósito(s) de bauxito foi(foram) descrito(s) em detalhe (consultar 6.2.4.1.1. Alúmen /
Moriangane)
O caulino foi ocasionalmente extraído como subproduto do bauxito.

*Regra geral, a meteorização do bauxito pelos agentes atmosféricos é acompanhada pela


formação de gibbsite.
*A sequência é recoberta por uma camada de caulinite.
*A camada de caulino desenvolveu-se irregularmente sob a forma de lentes e bolsas.
*A rocha hospedeira não alterada por agentes atmosféricos corresponde a sienito.

Real (1963) identificou reservas de caulino de 0,6 Mt.


O depósito de alúmen não tem qualquer importância como fonte para a produção de caulino.

6.9.2.2.1.3.2. Montanhas Vumba


(Folha 1832)

Nas Montanhas Vumba da Estrutura de Manica a mineralização de caulino foi reportada por
Araújo & Gouveia (1965).

*Este caulino é descrito como sendo de boa qualidade, todavia não há dados disponíveis e não
se conhece qualquer estimativa sobre potenciais quantidades de caulino.

São necessários estudos detalhados para se poder avaliar o potencial de caulino.

6.9.2.2.1.4. Caulino nas bacias sedimentares mesozóicas-cenozóicas


Nas bacias sedimentares mesozóicas-cenozóica, observaram-se frequentemente indicações de
caulino e em algumas regiões as condições geológicas são consideradas favoráveis à
formação de depósitos de caulino (Lächelt, 2004)

*Pinna (1983) descreveu caulino sedimentar nos sedimentos de Karoo da Bacia de Maniamba,
a qual não foi, todavia, objecto de qualquer estudo ou análise.
*Com base nas condições da Tanzânia, Cilek (1989) é de opinião que no paleodelta dos rios
Limpopo, Zambeze e Rovuma, dentro da Formação de Macomia do Cretácico (CrMo)
(também conhecida como Camadas de Makonde) e da Formação de Mikindani do Neogénico
(TeK) (também conhecida como Camadas de Mikindani) podem ocorrer arenitos numa matriz
de caulino.

Contudo, estas hipóteses não passam de especulações, ou a sua confirmação só é feita por
sinais de mineralizações.
A viabilidade económica deste caulino só pode ser comprovada quando se fizerem mais
estudos.
Devido ao potencial desconhecido destas mineralizações de caulino, as mesmas não se
encontram indicadas em qualquer carta-esquema.

6.9.2.2.1.5. Areias cauliníticas aluviais

6.9.2.2.1.5.1. Nacala
(Folha 1440)

Cerca de 12 km a sul de Nacala, desenvolveu-se uma camada de areia caulinítica sobre


gnaisse alterado por agentes atmosféricos. As areias cauliníticas estão cobertas por areias
dunares.
Afonso & Marques (1993) descreveram o seguinte perfil (de cima para baixo):

*50 m de cobertura de areia argilosa;


*50 m de areias dunares;
*100 m de areias cauliníticas com intercalações arenosas;
*39 m de gnaisse alterado ou pouco alterado por agentes atmosféricos e migmatito.

As areias cauliníticas que ocorrem perto de Nacala incluem (Zuberec et al., 1981):

*Feldspato = 48% na fracção 0,208–2,0 mm


*Feldspato = 21% na fracção 0,053–0,208 mm

A composição química do caulino é apresentada na Tabela 6.85.

Composição Nacala
química Conteúdo %

SiO2 56,80
Fe2O3 1,20
Al2O3 12,50
TiO2 0,34
CaO 0,31
MgO 0,66
K 2O 2,30
Na2O 0,59
Restante 4,53
Tabela 6.85.: Composição química do caulino de Nacala (segundo Zuberec, 1984)

Zuberec et al. (1981) apresentaram a seguinte estatística sobre este depósito:

*Considerando que o depósito cobre uma superfície com a área de 300 000 m2.
*Calculou-se uma quantidade de 3,51 Mt de areias de caulino–feldspato com um tamanho de
grão de 0,053 mm e 0,1 Mt na fracção de 0,020 mm com um conteúdo de argila de 25–30%.
*Contudo, Afonso & Marques (1993) chegaram a expectativas para toda a área de algumas
dezenas de Mt.

6.9.2.2.2. Argilas

Em todas as províncias de Moçambique são conhecidos depósitos de argila.


Depósitos de argila de qualidade cerâmica, ou que são adequados para fazer tijolo são
também conhecidos em todas as províncias de Moçambique.
Contudo, muitos dos depósitos não estão operacionais ou só são explorados esporadicamente.
Muitos dos depósitos de argila são usados para a produção local de tijolos e não estão
cartografados (a título de exemplo, a área de Macia, folha 2533, no sul de Moçambique).
Para a produção de tijolo não há qualquer necessidade de prospecção geológica. Há grandes
territórios onde ocorrem argilas do tipo tijolo, nem sempre da melhor qualidade, mas
suficientemente boas para satisfazer a procura local.
Considerando o que fica dito, apenas os depósitos mais relevantes, conhecidos de anteriores
avaliações sobre recursos de argila refractária, serão mencionados na presente publicação.
Além disto, há várias pequenas operações artesanais de operações de fabrico de
tijolos, como as de Macia, Magude, no vale do rio Incomati e em muitos outros locais.

Em termos de reservas conhecidas, contudo, os depósitos mais significativos incluem os


seguintes (Lächelt, 2004):

*Umbeluzi com 5 041 260 t de argila colorida e 1 501 920t de argila branca
*Salamanga com 2 090 000 t
*Quelimane com 2 950 000 t
*Xai Xai com 1 900 000 t
*Pemba com 1 360 000 t
*Ravena com 958 000 t
*Inharrime com 957 000 t

Além disso, a argila é entre outras extraída para a produção de tijolos e azulejos em:

*Dondo
*Perto da Beira
*Chimoio
*Inhamizua
*Tete.

As argilas para fins cerâmicos ocorrem em quase todas as províncias de Moçambique,


contudo só algumas foram referidas. A argila é extraída sobretudo para a indústria cerâmica
local. No mercado turístico não se encontram produtos cerâmicos. Não há produção
tradicional de produtos cerâmicos
Há um potencial considerável para a produção de louça de barro vermelha que ainda não foi
integralmente explorado.
Os depósitos de argila que se podem usar para materiais de construção encontram-se também
em todas as províncias de Moçambique.
Até há pouco tempo (2013), os depósitos de argila de qualidade cerâmica só eram encontrados
em alguns locais e podem estar sujeitos a estudos adicionais.

Na Tabela 6.86 apresenta-se uma visão geral de depósitos seleccionados de argila para as
províncias administrativas de Moçambique.

Depósito de argila Aplicação da argila


Província de Maputo
Namaacha (folha 2532) Louça de grés
Umbeluzi (folha 2532) Louça de grés
Salamanga (folha 2632) Louça de grés (+argila calcária)
Xinavane (folha 2532) Louça de grés (+argila argelítica)
Sabiè/Incomati (folha 2532) Louça de grés, tijolos
Rio Incomati (folha 2532) Louça de grés, tijolos
Catuane (folha 2632) (Plástica + argila argelítica)
Matetuine / Bela Vista (folha (Plástica + argelítica + argila calcária)
2632)
Província de Inhambane
Inharrime (folha 2434) Louça de grés
Inhambane (folha 2335). Louça de grés
Ravena – Mubaba (2435) Louça de grés
Nova Mambone (folha 20/2135) Louça de grés (+argila plástica)
Província de Gaza
Chokwe (folha 2433) Louça de grés
Xai - Xai (folha 2433) Louça de grés (+argila plástica)
Rio Limpopo (folha 2433) Louça de grés (+argila corrente)
Macia – Palmeira (folhas Louça de grés
2532/33)
Província de Sofala
Rio Buzi (folha 1934) Louça de grés (+argila corrente)
Caia/rio Zambeze (folha 1735) Louça de grés (+argila corrente)
Dondo (folha 1934) Louça de grés (+argila corrente)
Inhamizua (folha 1934) Louça de grés (+argila corrente)
Província de Manica
Rio Dombe (folha 1833) Louça de grés
Alúmen (folha 1832) (não definido)
Mavonde (folha 1833) (não definido)
Província de Tete
(folha 1433) Louça de grés
Rio Zambeze (folha 1633) Louça de grés
Tete (folha 1633) Louça de grés (+argila plástica)
Tete (depósitos do Pós-Karoo) (Argila plástica)
(folha 1633)
Área de Angónia (folha 1434) Louça de grés (+argila plástica)
Província de Zambézia
Quelimane (folhas 1736/37) Louça de grés (+argila plástica)
Guruè (folha 1536) Louça de grés (+argila plástica),
tijolos
Alto Molocue (folha 1537) Louça de grés (+argila plástica)
Chire (folha 1635) Louça de grés (+argila plástica)
Namacurra (1737) Louça de grés (+argila plástica)
Zona costeira da Zambézia Louça de grés (+ argelítica + argila
(folhas 1836 – 1736/37) arenosa)
Província de Nampula
Muapelume (folha 1639) Louça de grés, tijolos
Nacala (folha 1440) Louça de grés (+argila plástica)
Província de Niassa
Lichinga (folha 1335) Louça de grés
Província de Cabo Delgado
Pemba (folha 12/1340) Louça de grés (+argila plástica)
Ancuabe (folha 1239) Louça de grés (+argila plástica)
Ançu (folha 1240) Louça de grés (+argila plástica)
Quissanga (folha 1240) Louça de grés (+argila plástica)
N’Guri (folha 1240) Louça de grés
Tabela 6.86.: Principais depósitos de argila de Moçambique (modificado de Lächelt, 2004)

De uma forma geral, os depósitos de argila não estão estudados, ou só estão parcialmente
estudados. Os dados analíticos e/ou tecnológicos só foram recolhidos para alguns depósitos
(ver abaixo).

As descrições das características dos depósitos e das ocorrências de argila só podem ser
apresentadas para alguns depósitos importantes (e não para argilas de todas as províncias)
e estas características são muito limitadas.

6.9.2.2.2.1. Depósitos de argila na província de Maputo

6.9.2.2.2.1.1. Namaacha
(Folha 2532)

O depósito da Namaacha fica a oeste de Maputo perto da fronteira Moçambique –Suazilândia.

*O depósito é constituído por duas sequências de meteorização (Cilek, 1989):


**Sequência superior com argila vermelha
**Sequência inferior com argila acinzentada
*A espessura das sequências de argila ascende a 5 m.
*A argila cinzenta é caracterizada por um conteúdo de SiO2 mais elevado e conteúdos mais
baixos de Al2O3+ óxidos de Fe.

Os dados analíticos e tecnológicos do Depósito da Namaacha são apresentados na Tabela


6.87.

Composição química Namaacha Namaacha Namaacha Namaacha


I II III IV
SiO2 72,7 77,9 73,9 71,1
Fe2O3 8,5 3,8 4,8 2,5
Al2O3 11,4 10,0 13,1 15,7
CaO 0,3 0,4 0,6 0,2
MgO 0,3
Restante 4,2
Dados Tecnológicos
Limite líquido % 28 31 34 33
Plasticidade 18 19 19 15
Retracção 9,6 9,9 9,8 9,1
Fracções %
<2 11 22 18
2 - 20 26 28 28
>20 63 50 54
temperatura de 1100 1100 1100 1200
queima °C
% retracção linear 6 4 3 7,5
Absorção de H2O 20 17 18 14
Limite de 6,4 6,4 8,9
plasticidade mPa
Resistência à 20,6 14,9 21,8
compressão Mpa
Tabela 6.87.: Dados químicos e tecnológicos do Depósito de argila da Namaacha (Cilek,
1989; Afonso et al., 1997; Lächelt, 2004)

A argila devia ser adequada para a produção de azulejos e tijolos.


Segundo Cilek (1989), Afonso et al. (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila bentonítica para cerâmica branca: 9 985 t
*Argila vermelha e acinzentada: sem dados.

6.9.2.2.2.1.2. Umbeluzi
(Folha 2532)

O Depósito de Umbeluzi fica perto de Boane, cerca de 20 km a oeste de Maputo.

*Ocorrem dois horizontes de argila:


**Com argila castanho-escura
**Argila de cor preta
As argilas ocorrem intercaladas entre uma camada inferior de areias finas a grosseiras.

A Tabela 6.88. mostra a composição química da argila de Umbeluzi.

Composição Umbeluzi
química
SiO2 61,87
Fe2O3 5,94
Al2O3 16,12
CaO 0,7
MgO 1,36
TiO2 1,26
Na2O 1,5
K 2O 2,35
Tabela 6.88.: Composição química da Argila de Umbeluzi (Cilek, 1989; Afonso et al.; 1997;
Lächelt, 2004)

Segundo Cilek (1989), Afonso et al. (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila para cerâmica branca: 1 501 920 t
*Argila para cerâmica colorida: 5 041 260 t

6.9.2.2.2.1.3. Salamanga
(Folha 2632)

A ocorrência de Salamanga fica a cerca de 35 km a sul de Maputo (ver depósito de calcário,


Salamanga).

*Numa zona descoberta N–S de 25 x 0,5/0,3 km, afloram argilas com uma espessura que
pode atingir 6 m.
*Inclui intercalações de argila arenosa e areias marinhas que contêm mexilhão.
*A argila é muito fina e altamente plástica.
*Há diferentes opiniões relativamente às dimensões da ocorrência

Os dados analíticos e tecnológicos do Depósito de Salamanga são apresentados na Tabela


6.89.

Composição química Salamanga Salamanga Salamanga Salamanga


I II III IV
SiO2 53,0 56,9 52,2 48,8
Fe2O3 7,1 6,4 11,2 12,8
Al2O3 19,5 16,8 21,1 22,5
CaO 0,9 0,6 0,7 0,6
MgO 1,7
Na2O 0,13 0,13 0,8 0,12
K 2O 0,14 0,14 0,12 0,12
Restante 18,4 16,4 10,9 10,4
Dados Tecnológicos
Limite líquido % 30,4 30,4 48,2 48,2
% retracção linear 11 7 13 10
Absorção de H2O 17,9 19,1 18 17
Limite de 9,01 0,56
plasticidade mPa
Tabela 6.89.: Composição química e dados tecnológicos do Depósito de Salamanga (Cilek,
1989; Afonso et al., 1997; Lächelt, 2004)

Com o teor de areia ou cinzas que apresenta, esta argila é adequada para a produção de tijolo
(Cilek, 1989)
Segundo Cilek (1989), Afonso et al. (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila vermelha com cal: 2 090 000 t

6.9.2.2.2.1.4. Sabiè/Incomati
(Folha 2532)

As argilas de Sabiè/Incomati afloram perto de Sabiè, cerca de 150 km a NO de Maputo ao


longo da margem do rio Incomati

*Uma camada de argila com 5 m de espessura datada do Terciário está situada por cima de
uma sequência de carbonatos sedimentares.
*A cor da argila varia de amarelo a acastanhada (Zuberec et al., 1981).

A Tabela 6.90. mostra a composição química da argila de Sabiè / Incomati.

Composição química Sabiè/Incomati Sabiè/Incomati


I II
SiO2 61,66 63,46
Fe2O3 4,19 4,26
Al2O3 5,09 4,88
CaO 6,44 1,46
MgO 3,42 1,85
Restante 16,32
Tabela 6.90.: Composição química da Argila de Sabiè / Incomati (Cilek, 1989; Afonso et al.,
1997; Lächelt, 2004).
As argilas parecem não ser adequadas para efeitos de produção de cerâmica.
As reservas de minério são desconhecidas.

6.9.2.2.2.1.5. Xinanevane
(Folha 2532)

Este Depósito de Xinanevane fica perto de Magude, na província de Maputo.


*Uma argila aluvial cinzenta com pelo menos 5 m de espessura foi já utilizada para a
produção de tijolos, azulejos e olaria (Cilek, 1989).

Não são conhecidos dados pormenorizados.

6.9.2.2.2.2. Depósitos de argila na província de Gaza

6.9.2.2.2.2.1. Xai-Xai
(Folha 2433)

I. As argilas de Xai-Xai ocorrem doze quilómetros a norte de Xai-Xai.

*Sabe-se que ocorrem duas camadas de argila.


*Ambas as camadas representam depósitos aluviais do rio Limpopo.
*As duas ocorrências diferem no que respeita à qualidade das argilas.
*Na ocorrência mais distante (12 km a norte de Xai-Xai), aflora argila plástica, bem calibrada,
de cor cinzento-escura,

Esta argila é adequada para a produção de tijolos de baixa resistência mecânica

II. Perto de Xai-Xai, 1 km na direcção de Inhambane, surge outra ocorrência de argila.

*Ocorre uma argila castanha, muito plástica, um pouco arenosa.

A Tabela 6.91. mostra a composição química e os dados tecnológicos do Depósito de Argila


de Xai-Xai.

Composição química Xai-Xai I Xai-Xai II


SiO2 45,44 43,40
Fe2O3 10,38 8,80
Al2O3 16,69 16,34
CaO 0,56 2,1
MgO 1,16 1,93
TiO2 0,61 0,96
Na2O 0,83 0,90
K 2O 1,03 1,03
Restante 10,89 21,10
Dados Tecnológicos
Limite líquido % 79,92 64
Plasticidade 36,92 30
Retracção 4,67 6,97
Fracções %
<2 52,17 55,28
2 - 20 2234 21,71
>20 9,56 19,00
temperatura de 850
queima °C
% retracção linear 14,26
Limite de 6,84
plasticidade mPa
Tabela 6.91.: Composição química e dados tecnológicos do Depósito de Argila de Xai-Xai
(Cilek, 1989; Afonso et al., 1997; Lächelt, 2004).Clay Deposit

Esta argila pode ser usada na produção de tijolos de elevada qualidade (Cilek, 1989).
Segundo Cilek (1989), Afonso et al., (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila para cerâmica colorida: 1 900 000 t

6.9.2.2.2.3. Depósitos de argila na província de Inhambane

6.9.2.2.2.3.1. Inharrime
(Folha 2434)

A argila aluvial que ocorre numa secção do rio com 20 x 2-km de e que está coberta por areias
dunares foi já usada para a produção de tijolos e blocos (Cilek, 1989).

Segundo Cilek (1989), Afonso et al., (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila para cerâmica colorida: 957 000 t

6.9.2.2.2.3.2. Ravena (Rovene)


(Folha 2435)

Perto de Ravena ocorre argila aluvial.


Não ocorreu qualquer actividade geológica. Uma estimativa geral das potenciais reservas foi
realizada por Cilek (1989):
*Argila para cerâmica colorida: 958 000 t

6.9.2.2.2.4. Depósitos de argila na província de Sofala

6.9.2.2.2.4.1. Inhamizua
(Folha 1934)

A ocorrência de Inhamizua fica cerca de 30 km a norte da Beira.

*Segundo Cilek (1989), a ocorrência é de origem aluvial–marinha–fluvial.


*A camada de argila ocupa uma vasta área.
*A argila é de cor acinzentada a esverdeada.
*A argila é altamente plástica e contém material lenhítico, para além de intercalações
arenosas e vestígios de fauna de água salobra.
*A espessura até ao nível do lenço freático é < 3 m.

A Tabela 6.92. mostra a composição química e os dados tecnológicos do Depósito de Argila


de Inhamizua.

Composição química Inhamizua Inhamizua Inhamizua Inhamizua


I II III IV
SiO2 54,76 54,96 54,15 62,00
Fe2O3 6,39 5,56 6,77 4,44
Al2O3 23,22 24,56 21,77 18,69
CaO 0,98 0,85 2,15 7,15
MgO 2,26 2,36 2,49 1,76
Restante 9,78 9,40 10,86 8,67
Dados Tecnológicos
Limite líquido % 80 78 71 54
Plasticidade 34 33 37 20
Retracção 8,89 8,64 8,55 8,75
Fracções %
<2 53 43 60 28
2 - 20 21 28 22 15
>20 10 14 2 25
Tabela 6.92.: Composição química e dados tecnológicos do Depósito de Argila de Inhamizua
(Cilek, 1989; Afonso et al., 1997; Lächelt, 2004)

A argila é adequada para a produção de agregados de baixo peso bem como para a produção
de tijolos desde que se adicione 30% de areia (Cilek, 1989)

Foram calculadas as reservas apenas para uma parte da área.


Segundo Cilek (1989), Afonso et al., (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila adequada para a produção de agregados: 667 000 t

6.9.2.2.2.4.2. Dondo
(Folha 1934)

A ocorrência de argila do Dondo nunca foi estudada. Cilek (1989) apresenta uma estimativa
geral das potenciais reservas:
*Argila adequada para cerâmica colorida: 648 280 t

6.9.2.2.2.5. Depósitos de argila na província de Zambézia

Não é conhecida qualquer característica sobre os depósitos de argila na Zambézia.


Contudo, Cilek (1989) apresenta, para duas ocorrências de argila, estimativas das potenciais
reservas.
*Quelimane (folha 1736) Argila adequada para cerâmica colorida = 2 950 000 t
*Namacurra (folha 1737): Argila adequada para cerâmica colorida => 15 000 t

6.9.2.2.2.5.1. Guruè
(Folha 1536)

O depósito de Guruè é constituído essencialmente por uma argila laterítica–caulinítica.

A Tabela 6.93. mostra a composição química e os dados tecnológicos do Depósito de argila


de Guruè.

Composição química Guruè Guruè Guruè


I II III
SiO2 48,20 48,46 58,70
Fe2O3 2,00 1,92 5,45
Al2O3 30,70 31,12 23,61
CaO 0,85 0,57 0,01
MgO 1,20 1,10 1,17
Restante 12,44 11,96 9,35
Dados Tecnológicos
Limite líquido % 43 49 55
Plasticidade 20 24 35
Retracção 9,27 9,02 10,09
Fracções %
<2 37 50 48
2 - 20 15 14 9
>20 15 23 8
Tabela 6.93.: Composição química e dados tecnológicos do Depósito de Argila de Guruè
(Cilek, 1989; Afonso et al., 1997; Lächelt, 2004)

A argila pode ser usada para a produção de tijolo (Cilek, 1989).

6.9.2.2.2.5. Depósitos de argila na província de Tete

Há inúmeros depósitos de argila que são usados por pessoas locais para a produção de tijolos
e louça de grés:

*Área de Angónia (folhas 1433 e 1434)


*Rio Zambeze (folha 1633)
*Área de Tete (folha 1633)
*Tete (depósitos do Pós-Karoo) (folha 1633)

Inúmeros depósitos de argila ocorrem por toda a região e foram explorados no passado para
fazer tijolos e olaria e muitas outras ocorrências na região continuam a ser exploradas pela
população local para fabricar tijolos.
Há um local cartografado: 33.6420 oE; 14.9067oS.

6.9.2.2.2.6. Depósitos de argila na província de Nampula

6.5.2.2.2.6.1. Ocorrências na área de Nampula

Cilek (1989) descreveu três ocorrências:

*Muapelume, a sul de Nampula


*Guruè, a oeste de Nampula
*Plantação de chá 15 km a sul de Nampula.

6.9.2.2.2.6.1.1. Muapelume
(Folha 1539)

*O depósito de Muapelume é constituído por argila castanha, arenosa.


*A espessura é de 1,5 m
*Esta tem subjacente um horizonte com uma espessura de 2,0–2,5 m de argila cinzenta
compacta.

A argila deve adequar-se bem à produção de tijolo.


Segundo Cilek (1989), Afonso et al., (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila adequada para cerâmica colorida: 81 990 t

6.9.2.2.2.6.1.2. Plantação 15 km a sul de Nampula


(Folha 1539)

A argila aflora numa depressão meteorizada de granitos–monzonitos e migmatitos do Pré-


câmbrico.

*Forma uma camada de argila com 1,5 m de espessura.


*As análises da parte superior do perfil confirmam uma argila presumivelmente caulinítica,
com baixa plasticidade (Cilek, (1989)

Provavelmente, esta argila não é adequada para a produção de tijolos.


As reservas nunca foram estimadas.

6.9.2.2.2.7. Depósitos de argila na província de Niassa

Não é conhecida qualquer característica sobre os depósitos de argila na província do Niassa.


Contudo, Cilek (1989) apresenta, para um ocorrência de argila, estimativas das potenciais
reservas.
*Lichinga (folha 1335): Argila para cerâmica colorida = 479 000 t

6.9.2.2.2.8. Depósitos de argila na província de Cabo Delgado

6.9.2.2.2.8.1. Pemba
(Folha 12/1340)

A ocorrência de argila situa-se a cerca de 3 km ao sul de Pemba.


Aflora argila datada do Cretácico.
A argila encontra-se distribuída por uma área de 127 000 m2, dos quais se descreveram 3 200
000 m3 de argila.
* A espessura da ocorrência de argila é de 6,3 m (Afonso & Marques (1993)

A Tabela 6.94. mostra a composição química e os dados tecnológicos do Depósito de Argila


de Pemba.

Composição química Pemba I Pemba II Pemba III


SiO2 58,80 59,80 58,20
Fe2O3 4,70 4,90 1,90
Al2O3 16,10 17,40 26,40
CaO 5,10 3,90 4,30
MgO 1,90 2,10 3,90
Restante 10,20 7,60 7,70
Dados Tecnológicos
Limite líquido % 58 67 62
Plasticidade 24 24 24
Retracção 8,66 9,20 9,14
temperatura de 920 965 1000
queima °C
% retracção linear
Absorção de H2O 25,5 27,4
Limite de 4,9 - 6,8
plasticidade mPa
Resistência à 8,3 17,6
compressão Mpa
Tabela 6.94.: Composição química e dados tecnológicos do Depósito de Argila de Pemba
(Cilek, 1989; Afonso et al., 1997; Lächelt, 2004)
A argila é adequada para a produção de azulejos e tijolos.
Segundo Cilek (1989), Afonso et al., (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila adequada para cerâmica colorida: 1 360 000 t

6.9.2.2.2.8.2. N’Guri
(Folha 1240)

A ocorrência de argila de N’Guri fica a norte de Pemba, no distrito de Macomia.


Foi analisada uma ocorrência de argila datada do Cretácico.

*A ocorrência é constituída por três camadas separadas por intercalações arenosas (Afonso &
Marques, 1993).
*Considera-se que as argilas depositadas perto da superfície podem fornecer 291 540 m3.
*A argila é adequada para a produção de tijolo, mas para este processo é necessário adicionar
areia.

Segundo Cilek (1989), Afonso et al., (1997) e Lächelt (2004), o depósito de argila inclui as
seguintes reservas (calculadas e estimadas):
*Argila adequada para cerâmica colorida: 861 000 t

6.9.2.3. Calcários

Os calcários em Moçambique só foram até agora extraídos como matéria-prima para a


indústria da construção (produção de cimento, cal viva, pedras decorativas).
Os agricultores locais utilizam os calcários límnicos para desacidificar os seus terrenos
agrícolas.
Dos inúmeros depósitos de calcário, só muito poucos foram estudados com algum detalhe no
que se refere às suas qualidades para as indústrias química, do papel e outras.
Cilek (1989) assumiu especificamente que calcários puros para cargas, papel, plástico,
borracha e outras utilizações ocorressem nos calcários das Formações de Cheringoma (TeC) e
Jofane (TeJ) que afloram no sul de Moçambique.
No entanto, não há análises ou testes tecnológicos que confirmem estas qualidades.
Cilek (1989) considera as seguintes ocorrências/depósitos como uma fonte potencial de
calcários puros/de grande qualidade:

*Calcários da área de Chíre


*Calcários da área de Maringué-Canxixe e de Búzina (Búzua).

A Figura 6.79. mostra as áreas com calcário com interesse industrial e com potencial
industrial.
Figura 6.79.: Áreas com calcário industrial ou potencialmente industrial no Centro e sul de
Moçambique

Durante a cartografia de revisão, de 2004 a 2007, no norte de Moçambique, sobretudo na


província de Cabo Delgado, em muitos locais, foram reportados calcários cristalinos,
incluindo qualidades de mármore, e, entre estes calcários, é possível encontrar algumas
quantidades puras.
É necessário realizar estudos de campo detalhados, análises químicas e ensaios tecnológicos
para confirmar estas quantidades.
Sem estas actividades, os calcários do norte de Moçambique podem ser considerados apenas
como um potencial recurso teórico.

6.9.2.3.1. Calcários da área de Chíre

6.9.2.3.1.1. Depósito de Chire


(Folha 1635)

O Depósito de Chíre (província da Zambézia) situa-se perto da fronteira com o Malawi.


Neste local já se extraiu calcário que foi utilizado primeiramente para a refinação de açúcar e
depois para a produção de cal viva

*O calcário aflora numa área de 3 x 1 km;


*A espessura é de 35-50 m (Lächelt, 1985b).

As análises químicas confirmam a elevada qualidade dos calcários da área de Chíre (Tabela
6.95.).

Composição Conteúdo
química %
SiO2 0,80
Al2O3 0,65
Fe2O3 1,75
MgO 1,26
CaO 54,24
CO2 42,64
H 2O 0,43
Tabela 6.95.: Composição química dos calcários da área de Chíre (segundo Cilek, 1989)

6.9.2.3.1.2. Ocorrência de Nhammuanza


(Folha 1635)

A ocorrência de Nhammuanza fica a 5 km de Chíre.

*Em Nhammuanza, Afonso & Marques (1993) descrevem um depósito de calcite que
presumivelmente corresponde ao supra mencionado depósito de Chíre.
*O depósito ocorre entre gnaisses e migmatitos.
*Os calcários formam uma zona com 5 km de comprimento e 250–500 m de largura, no cimo
de uma elevação com 50–200 m de altura em relação ao terreno circundante.
*Os dados analíticos descritos coincidem com as análises apresentadas acima (Tabela 6.102.).
*O conteúdo de CaO de 52,4% é variável.

Considera-se que as reservas excedem 500 Mton (Afonso & Marques, 1993).

6.9.2.3.1.3. Área adjacente a Nhammuanza


(Folha 1635)

Na área de Nhammuanza, Cilek (1989) listou 22 corpos de mármore.

*As espessuras variam entre 0,5 e 300 m


*Os mármores apresentam uma relação com granito-gnaisse biotítico e quartzito.
*Os mármores foram dolomitizados e o teor em MgO varia entre 0,25 e 20,56% o que
confirma o carácter dolomítico dos mármores.
*Encontra-se sempre quartzo, moscovite, biotite, horneblenda e grafite.
*O conteúdo de ferro pode chegar a 25%.

6.9.2.3.2. Calcários das áreas de Maringué-Canxixe e de Búzina (Búzua).


(Folha 1734)

Nesta área ocorrem grandes lentículas de mármore granulado (Cilek, 1989).


*Do ponto de vista mineralógico, o mármore é constituído por grãos que podem atingir 5 mm,
de calcite e forsterite, moscovite, quartzo e minerais metálicos.
*Distinguem-se dois tipos:
**Mármore calcítico puro
**Mármore impuro contendo mais de 30% de quartzo, moscovite e feldspato.

Perto de Búzina, aflora calcário muito puro (Tabela 6.103.).

As análises químicas confirmam a elevada qualidade dos calcários de Búzina (Tabela 6.96.).

Composição Conteúdo %
química
SiO2 0,02 – 2,53
Al2O3 0,03 – 0,56
Fe2O3 0,19 – 0,65
MgO 0,31 – 2,52
CaO 49,63 - 56,20
CO2 +H2O 41,32 - 43,35
TiO2 0,02 - 0,04
P2O5 0,01 - 0,10
Tabela 6.96.: Composição química dos calcários de Buzina (segundo Cilek, 1989).

Não são conhecidos dados relativos a potenciais reservas.

6.9.2.3.3. Calcários nas Formações de Cheringoma (TeC) e Jofane (TeJ)

Cilek (1989) descreve a possibilidade de entre as grandes áreas de calcário das Formações de
Cheringoma (folhas 1834/35 – 1934 e 1934 – 2034 - 2033) e Jofane (folhas 2134/35 –
2234/35 – 2334/35) poderem ocorrer calcários de qualidades industriais.

A Formação de Cheringoma /TeC) forma uma cintura contínua ao longo da fronteira nordeste
da Depressão Zânguè-Urema na área da folha 1834 e cobre vastas áreas a norte do rio Buzi na
folha 1934).
A Formação de Jofane (TeJ) inclui a antiga Formação de Morrumbene na área da folha 2334 e
alarga-se por mais de 3000 Km a partir do 24°30`S até norte da foz do rio Save (Grantham et
al., 2011).

Contudo, todo o calcário recentemente conhecido destas Formações só é bom para material de
construção e produção de cimento.
Assim sendo, estes calcários podem ser considerados como uma fonte potencial e teórica de
pedra industrial.

6.9.2.3.4. Carbonatos em Angónia


(Folha 1434)

Foi observado mármore relativamente puro em alguns pontos 1-2 km a sudoeste do


Matengo-AZH-Mbelane Anortosito.
A extensão do carbonato nestas ocorrências é desconhecida.
Contudo, existe nestas rochas um elevado potencial para carbonato de boa qualidade com
possibilidades de constituir uma fonte de material para cal agrícola, cimento e carbonato de
boa qualidade para cargas nas indústrias de papel e plásticos (CGS, 2007).
6.9.2.3.A. Outras fontes carbonáticas para produção de cerâmica

6.9.2.3.A.1. Monte Muambe


(Folha 1634)

Uma auréola de rochas feníticas, muito ricas em feldspatos alcalinos, rodeia habitualmente o
"plug" de carbonatito do Monte Muambe.

*Devido ao elevado conteúdo de potassa estes fenitos podem ser utilizados nas indústrias da
cerâmica ou do vidro e parte das rochas carbonatitos (com baixo conteúdo de fósforo) na
produção de cimento ou de cal (Cilek, 1989).

6.9.2.4. Magnesite

Em Moçambique não ocorrem mineralizações de magnesite de importância económica.


Em Moçambique são conhecidos muito poucos locais onde ocorrem mineralizações de
magnesite.
Todas as mineralizações de magnesite estão associadas a rochas ultrabásicas.

Cilek (1989) descreveu três destes locais:

*Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag) (folhas 1530/31)


*Mt. Namalasse (perto de Pemba), uma pequena intrusão de rocha ultrabásica (folha
1340)
*Ocorrência de Chimoio (folha 1933).

Inúmeros corpos ultrabásicos, que podem incluir magnesite, ainda não foram estudados
(2013), mas o potencial afigura-se limitado tendo em conta que a exploração mineira requere
grandes quantidades.

6.9.2.4.1. Suíte de Atchiza (P3Ad, P3Ag)


(Folha 1530/31)

*Segundo Real (1962), ocorrem grandes veios de magnesite branco dentro de um serpentinito
escuro.
*Os veios têm uma largura de 20–30 cm em algumas áreas.
*As mineralizações de magnesite foram observadas a uma profundidade de 200 m.
*O conteúdo de magnesite pode atingir 20%.
*Também se encontram concreções de magnesite nos aluviões.

Segundo Cilek (1989), as numerosas fracturas nas quais circulam águas termais são condições
favoráveis para a formação de magnesite.
Contudo, estas mineralizações de magnesite representam apenas um processo mineralógico e
não apresentam qualquer interesse para efeitos de prospecção.

6.9.2.4.2. Monte Namalasse


(Folha 1340)

Gouveia (1967) descreveu veios de magnesite numa intrusão de dunito no Mt. Namalasse, a
leste de Chiure, a norte do rio Lúrio.
*À superfície, o dunito aflora em blocos de 20–50 cm.
*Estas mineralizações de magnesite representam apenas um processo mineralógico e não
apresentam qualquer interesse para efeitos de prospecção.

6.9.2.4.3. Chimoio
(Folha 1933)

Carvalho (1944) descreveu uma mineralização de magnesite com uma pureza de 92%, perto
da linha de caminho-de-ferro em Chimoio.
Cilek (1989) refere as seguintes análises para esta magnesite (Tabela 6.97.):

Composição Conteúdo
química %
MgO 43,77
Fe2O3 + Al2O3 0,50
CaO 2,92
SiO2 1,78
CO2 +H2O 51,03
Tabela 6.97.: Composição química da mineralização de magnesite de Chimoio

Não estão disponíveis mais dados sobre a ocorrência.


Estas mineralizações de magnesite não apresentam (provavelmente) qualquer interesse
económico.

6.9.2.5. Sienito nefelínico

O sienito nefelínico de Moçambique é uma rocha complexa com diferentes componentes que
podem apresentar interesse económico.
Estas rochas foram frequentemente estudadas quanto ao seu potencial económico e até há
pouco tempo não tinha sido identificado qualquer depósito mineral com potencial económico.
Todavia, a complexidade mineral destas rochas é motivo para que se recomendem estudos
adicionais e qualquer actividade especial de prospecção necessita de clarificar o verdadeiro
potencial económico dos minerais.
A prospecção do sienito nefelínico é uma história sem um fim.
O sienito nefelínico de Moçambique foi estudado como potencial matéria-prima para a
produção de alumínio.
Como rocha industrial, o sienito nefelínico de Moçambique parece ser adequado como
catalisador de fluxo e também para ser usado na cerâmica e nas indústrias do vidro e das
cargas.

Em Moçambique, os sienitos nefelínicos ocorrem em diferentes províncias. Contudo, as


ocorrências da Suíte de Tundo (Jrsy), também conhecida como província alcalina de Chirua
no OSO da província da Zambézia, perto da fronteira com o Malauí, e mais para sul, no bordo
oriental do rifte onde aflora sienito nefelínico na Serra de Morrumbala são de longe os mais
importantes no que se refere ao potencial de novas prospecções.
Ocorrem as seguintes intrusões:

*Mt. Maúzo
*Mt. Tumbine
*Serra de Chiperone (Mt. Chiperone, Mt. Pandibue, Mt. Derre e outros)
*Serra de Morrumbala
A Figura 6.80. mostra a posição regional da Suíte de Tundo (Província Alcalina de Chirua) e
da Intrusão de Morrumbala

Figura 6.80.: Posição regional da Suíte de Tundo (Província Alcalina de Chirua) e da Intrusão
de Morrumbala

Os detalhes dos estudos só estão disponíveis para as intrusões do Mt. Maúzo e da Serra de
Chiperone.
Geralmente, os óxidos de ferro e de titânio são os mais problemáticos no que toca ao
fornecimento de uma boa qualidade e este problema não fica resolvido com uma separação
magnética, infelizmente.

6.9.2.5.1. Sienito nefelínico do Monte Maúzo

*Afonso & Marques (1993) descrevem o conteúdo alcalino do sienito nefelínico do monte
Maúzo como sendo mais elevado do que o canadiano e menor do que o sienito nefelínico
norueguês.
*Contudo, o conteúdo de K2O na ocorrência do Mt. Maúzo corresponde mais ou menos ao
conteúdo de Na2O para representar uma qualidade melhor do que a do sienito nefelínico
norueguês.
*Os conteúdos de ferro e titânio do sienito nefelínico do Mt. Maúzo são, contudo,
constituintes prejudiciais.

6.9.2.5.2. Sienito nefelínico da Serra de Chiperone


*Afonso & Marques (1993) descreveram o sienito nefelínico da serra de Chiperone como
sendo de qualidade ainda melhor.
*O conteúdo de Na2O excede o conteúdo de K2O, mas os conteúdos de ferro e titânio também
afectam negativamente este sienito.
*Uma vez que os conteúdos de K2O e Na2O são favoráveis, os sienitos nefelínicos mantêm o
seu interesse como fonte potencial de pedras industriais.

6.9.2.6. Matérias-primas fosfáticas e apatite

Matérias-primas de fosfato e apatite ocorrem em Moçambique em inúmeros locais e de


diferentes tipos genéticos.
Afigura-se que exista uma importante fonte para a extracção destes minerais. Na realidade, até
há muito pouco tempo (2013) a exploração mineira não tinha começado (excluindo o
Depósito de Evate),
*ou a qualidade do minério não era boa,
*ou as quantidades de minério não eram suficientes para uma exploração mineira económica,
*ou a combinação de minerais não era a melhor para os processos de concentração e
tratamento.
Contudo, o mineral de fosfato e as rochas com apatite continuam a ser uma fonte de fósforo
que necessita de mais atenção da nossa parte. As mineralizações cuja extracção mineira não é
hoje rentável, podem ser exploradas com sucesso no futuro.
Há, em Moçambique, um potencial importante de fosfato que requer estudos adicionais,
sobretudo tendo em conta que a agricultura de Moçambique tem de ser desenvolvida.

Em Moçambique ocorrem muitos sinais e indicações de mineralizações de fosfato e apatite.


Hunting (1988), Cilek (1989) e Lächelt (2004) identificaram os seguintes tipos de
mineralizações:

*Intrusão de carbonatito e alcalina (mineralização de escarnito/metassomática de


calcários cristalinos: apatite + carbonato, apatite + silicato, apatite + magnetite):
**Depósito do Mt. Muambe;
**Depósito de Mt Fema / Mt Muande (Muendi);
**Ocorrência do Monte Xiluvo;
**Ocorrência de Cone Negose
**Depósito de Evate
**Intrusão de Chissindo (sienito nefelínico com pirocloro);
**Complexo alcalino de Meponda e Intrusões de Muaquia e Lugenda;
**Carbonatito de Mavago–Lucuisse (com apatite e pirocloro; provavelmente
carbonatito do Pré-câmbrico metamorfoseado)
*Pegmatitos:
**Sudeste de Lugenda
**Apatite em pegmatitos dos Pegmatitos do Alto Ligonha.
*Ocorrências sedimentares
**Formação de Grudja (CrG);
**Formação de Cheringoma (TeC)
**Formação de Jofane (TeJ)
*Guano de morcego em grutas de depósitos de carbono:
**Área de Vilankulo
**Área de Búzi
**Área de Cheringoma
A Figura 6.81. mostra depósitos com mineralizações de P em Moçambique
Figura 6.81.: Depósitos com mineralizações de P em Moçambique
6.9.2.6.1. Intrusão alcalina e carbonatítica

São conhecidas concentrações de apatite e fluorite na intrusão alcalina e de carbonatito que se


concentram ao longo da zona marginal ocidental da extensão sul do Sistema de Rifte do Leste
Africano.
Os carbonatitos e rochas alcalinas e félsicas associadas situam-se geralmente na intersecção
de fracturas extensionais relacionadas com falhas do rifte ou na sua proximidade.
Muitos corpos de carbonatito em Moçambique contêm uma certa quantidade de apatite e
fluorite como, por exemplo (Lächelt, 2004; GTK, 2006):

*Suíte do Monte Muambe (CrMB)


*Monte Fema/Monte Muande (CrCm)
*Monte Xiluvo
*Cone Negose

6.9.2.6.1.1. Suíte do Monte Muambe (CrMB)


(Folha 1634)

O Monte Muambe situa-se ~ 55 km a ESE da cidade de Tete (folha 1634, 615150/8194700).

*O corpo de carbonatito, alojado por sedimentos do Karoo, situa-se na intersecção da Cintura


Móvel do Zambeze com orientação E-O e do Graben do Zambeze sobreposto com a margem
do rifte de orientação N-S.
*O Monte Muambe forma um complexo anelar nos arenitos arcósicos do Karoo Superior.
*O diâmetro do anel exterior é de 6 km encontrando-se o solo do complexo anelar cerca de
200 m abaixo dos terrenos circundantes.
*O solo do complexo anelar é constituído por carbonatito altamente dissecado, que está
fortemente carsificado e coberto por laterito.
*O carbonatito está em chaminés vulcânicas e também injectado em rochas adjacentes onde
foi subsequentemente alterado.
*O carbonatito típico é uma rocha dura, compacta, de cor cinzenta ou castanha, com nós de
material silicificado. Predomina o carbonatito de calcite ou o sovito, ao passo que a siderite é
menos abundante.
*O carbonatito puro pode conter mais de 80% de calcite e 0,2–6,15% de dolomite; a rocha de
carbonato-silicato contém cerca de 40% de calcite.
*O carbonatito contém alguma apatite a 0,01–2,73% P2O5 (Lächelt, 2004).
*O carbonatito na zona da caldeira está registado como contendo até 2,7 % P2O5, sobretudo
como apatite.
*Pode ser expectável um conteúdo de fósforo um pouco mais elevado em material residual
dentro da caldeira (Manhiça, 1991).

A Tabela 6.98. mostra o teor de P2O5 nos horizontes de minério (Lächelt, 2004).

Horizonte de minério ~ Espessura ~ conteúdo em ~ conteúdo em


dos Fe3O3 P2O5
horizontes % %
de minério
m
Eluviões 2,52 1,55 - 66,50 0,25 - 14,40
~ 45,52 ~ 5,01
Camada de minério de 9,15 3,59 - 60,08 0,06 - 11,51
Fe de boa qualidade ~ 34,52 ~ 5,12
Camada de minério de 8,75 4,05 - 56,19 0,45 – 11,41
Fe de média qualidade ~ 21,11 ~ 5,25
Camada de minério de 29,00 2,00 - 28,50 0,89 - 7,56
Fe de baixa qualidade ~ 9,95 ~ 4,02
Tabela 6.98.: Teor de P2O5 em horizontes do minério

O depósito da Suíte do Monte Muambe (fluorite, apatite, minerais de manganês, columbite e


REE) apresenta interesse económico.
É necessário um estudo de mercado associado a mais exploração para se obter uma imagem
mais fiável do potencial mineral industrial total do complexo (GTK, 2006).

6.9.2.6.1.2. Monte Fema/Monte Muande (CrCm)


(Folha 1633, 1533)

Esta extensa zona rica em carbonato situa-se cerca de 30 km a NO de Tete, nas duas margens
do rio Zambeze.
O Monte Fema fica a sul do rio Zambeze (folha 1633) e do Monte Muande para norte (folha
1533).

Os resultados da exploração dos recursos de apatite no Monte Fema são reportados em


Brodoimpeks (1984) e resumidos em Hunting (1988) e Cilek (1989):
*Fossas na colina de Fema realçaram a presença de rocha rica em carbonato com cristais
euédricos de apatite e grandes acumulações (cujo diâmetro pode atingir 10 cm) de magnetite;
é também visível alguma pirite e rútilo.
*A apatite ocorre em paralelo com uma foliação de fluxo (310/80).

Os recursos de apatite não foram calculados mas são referidos como sendo "mais pequenos"
do que no Monte Muambe (Lächelt, 2004).
O Depósito do Monte Muande (folha 1533) situa-se cerca de 30 km a NO da cidade de Tete,
na margem norte do rio Zambeze e expande-se para SO à medida que o Depósito do Monte
Fema (folha 1633) atravessa o rio para a margem sul.
*O Depósito do Mt. Muande ocorre entre mármores da Formação de Chíduè do
Paleoproterozóico (P1CH).
*A parte principal desta formação está justaposta a contactos da Suíte de Tete (P2T),
parcialmente influenciada por escarnito metassomático.
*Presumivelmente, a Suíte de Tete intruiu como um lopólito a Formação de Chidué (Hunting,
1988).
*Foram identificadas mais de 20 lentes ricas em magnetite e apatite num bloco, que mede 5,5
km por 0,5 – 1,5 km e é composto por carbonatitos, xistos e quartzitos (nos Granito de
Chacocoma /P2Cgr ou Granito de Mussata /P2MT).
*O bloco está rodeado por gabros e anortositos da Suíte de Tete: (idade Sm-Nd: 1025±79
M.a. (Evans et al. 1999).

Reservas de apatite do Monte Fema:


*As reservas de apatite do Monte Fema não foram calculadas mas são referidas como sendo
"mais pequenas" do que no Monte Muambe (Lächelt, 2004).

Reservas de apatite do Monte Muande:


*Foram descobertas concentrações sem viabilidade económica actual de apatite e magnetite
perto do cimo do Mt. Muande, onde formam corpos estratiformes, concordantes com a
foliação.
Considerando as reservas potenciais, apresentam-se abaixo os dados existentes:
*Na década de 1960, os recursos minerais foram avaliados em 818 Mt, numa jazida à
profundidade de 100 m, com 75 Mt de apatite e 220 Mt de magnetite.
*A equipa Brodoimpeks-Geosavodz destacou o depósito do Monte Muande, que consiste em
três horizontes ricos em magnetite e contendo também apatite, de orientação NE-SO e
cobertos por concentrações de magnetite eluvial.
*Com base nos dados de Brodoimpeks, Cilek (1989) estimou o total dos recursos minerais,
até uma profundidade de 140 m, em 17,3 Mt de ferro e 4,1 Mt P2O5.
*O teor médio de P2O5 é estimado em 4-5%, ao passo que em amostras individuais é possível
encontrar até 11,4% P2O5 (Brodoimpeks-Geosavodz, 1984).
*Lächelt (2004) indica reservas de t-ferro e t-P2O5 a uma profundidade de 140 m segundo a
Tabela 6.99:

Horizonte de Fe -t P2O5
minério
Eluviões 2 680 000 295 000
Minérios 14 620 000 3 855 000
primários
Reservas totais 17 300 000 4 150 000
Tabela 6.99.: Reservas de ferro e P2O5 do monte Muande (em toneladas) a uma profundidade
de 140 m

As rochas ricas em carbonato no Monte Muande e no Monte Fema, mais para SO na margem
sul do rio Zambeze, foram analisadas por GTK (2006). GTK é de opinião que estudos
adicionais podem justificar potenciais recursos industriais de minerais (carbonatos e fosfatos)
em todos os Depósitos do Monte Muambe-Monte Fema.
A área do Monte Fema-Monte Muambe com orientação NO, contudo, tem mais de 20 km de
comprimento e não foi estudada em detalhe em toda a sua extensão, usando métodos de
exploração modernos. Pode-se concluir que há a possibilidade de descobertas adicionais ao
longo desta zona de potenciais recursos (GTK, 2006).

6.9.2.6.1.3. Suíte de (Monte) Xiluvo (CrX)


(Folha 1934)

O Mt. Xiluvo situa-se na zona marginal oriental do sistema do Rifte do Leste Africano, a
meio caminho entre a Beira e Manica.

*A suíte de carbonatito (folha 1934, 611663/7871339 e 611067/7871665) consiste num corpo


central de carbonatito rodeado por uma brecha vulcânica e acompanhada por cones vulcânicos
de composição traquítica.
*Os ensaios químicos de Cilek (1989) mostram que algumas das amostras apresentam
elevado conteúdo de P2O5 , sobretudo em zonas alteradas hidrotermicamente.
*Cilek (1989) argumentou que a melhor utilização para o carbonatito seria a produção de cal
agrícola (para aumentar o pH do solo), caso em que um maior conteúdo de fósforo seria uma
vantagem.

Em geral, os conteúdos de apatite e fluorite do Complexo não foram estudados em pormenor.


Uma grande parte da intrusão foi explorada para agregados e, no que se refere ao resto da(s)
intrusão(ões), não se espera que ocorram mineralizações de apatite com importância
económica.
As mineralizações de apatite no Monte Xiluvo apenas podem ser consideradas como tendo
interesse mineralógico.
6.9.2.6.1.4. Cone Negose (CrN)
(Folha 1531).

O tubo de carbonatito do Cone Negose do Cretácico (15°32'S/31°16'E), com um diâmetro de


~ 2 km, situa-se a meio caminho entre a Cintura de Fíngoè e o Graben do Karoo do Médio-
Zambeze, cerca de 12 km a norte do Lago de Cahora Bassa.
Além disso, diversas chaminés vulcânicas mais pequenas de carbonatitos e diques cortam os
sedimentos de Karoo fracturados a sul da Montanha.

*A chaminé central em 0315012/8281306 está rodeada por traquito e brecha traquítica com
vestígios de mineralização de sulfureto de Pb-, Zn- e Ni- ao longo de fracturas.
*A brecha de carbonato na parte central do corpo contém fluorapatite com pequenas
quantidades de barite, monazite, pirocloro e acumulações de hematite, goethite e, em alguns
locais, zonas ricas em fosfato.
*As concentrações de óxido de ferro contêm até 5% de pirocloro e 15–20% de fluorapatite.
*As partes ricas em fosfato podem conter até 50% de fluorapatite (Lächelt, 2004).
*Segundo Brodoimpeks (1984), o conteúdo médio de P205 é de 1–2%.
*O conteúdo mais elevado de apatite, que pode chegar a 60%, encontra-se em fitas estreitas (~
1 m de largura) de “carbonatito polido”.
*Um tipo peculiar de brecha, com fragmentos de cor vermelho-escura ricos em hematite
numa matriz branca-azulada constituída por brookite (máx. 20%) e barite (máx. 40%), pode
conter até 15% de minerais de Nb2O5 com a possibilidade de Nb-Ta, Sr e ETR serem
extraídos como sub-produtos (GTK, 2006).

Um relatório de BRODOIMPEKS (1984) identificou cinco litótipos (aqui citado de Lächelt,


2004):

I. Carbonatito cinzento, que ocorre na parte noroeste do corpo. Os principais componentes


minerais deste carbonatito são barites, bastnasita, pirocloro e monazite. O pirocloro e a
monazite provocaram um aumento de nióbio, ítrio, lantanídeos e césio.
II. Carbonatito dolomítico mais maciço e granulado, cinzento a amarelo, ocorre na região
noroeste e no talude oriental e na secção inferior das intrusões. Este carbonatito contém até
7,76% de bastnasita e 5% de barites.
III. Rocha porosa, vermelho-escura, com vénulas com brechas brancas e azuladas. Esta rocha
é rica em hematite e brockite (até 20%) e barites (até 40%). As análises de brockite revelaram
concentrações que podem chegar até 15% Nb2O5. A rocha corresponde a uma fase
hidrotérmica tardia do segundo tipo da fase intrusiva.
IV. Brecha de carbonatito que ocupa a parte central do corpo. É heterogénea, revelando
estruturas de fluxo e fitas bem como fragmentos dos primeiros dois litótipos. Pensa-se que
esta rocha seja o resultado de uma reassimilação do carbonatito mais antigo durante
actividades vulcânicas. Contém fluorapatite como principal componente mineral com barites
associadas, monazite, pirocloro e acumulações de hematite, goethite e partes ricas em fosfato.
As acumulações de hematite–geotite podem produzir até 5% de pirocloro e 15–20% de
fluorapatite e as partes ricas em fosfato até 50% de fluorapatite.
V. Produtos siliciosos parcialmente desenvolvidos e meteorizados.

*O conteúdo médio de P2O5 ascende a 1–2% (BRODOIMPEKS, 1984).


*A sua distribuição é muito irregular.
*A concentração mais elevada foi encontrada na parte central do tubo onde as rochas ricas em
fosfato formam o denominado “carbonatito polido”.
*Estas fitas com 1 m de largura (equivalente do litótipo 4) podem conter até 60% de apatite.

Não estão disponíveis estimativas sobre quantidades de fosfato. Uma vez que a ocorrência de
carbonatito tem uma localização muito remota distando cerca de 20 km da estrada de terra
mais próxima, a exploração seria extremamente cara.
Recentemente (2013), a mineralização de fosfato do Cone Negose apresenta apenas uma
importância simbólica.

6.9.2.6.1.5. Depósito de Evate


(Folha 1440, 14°53'S, 40°13'E)

O depósito fica no Complexto de Monapo (P3MN) na província de Nampula.

A mineralização de fosfato foi considerada primeiramente como sendo de origem sedimentar.


No entanto, a origem sedimentar da apatite não é inquestionável. Segundo Hunting (1988), a
fluorapatite está bem cristalizada, apresenta cor azul, azul-verde e amarela, e não há qualquer
sinal de uma recristalização mais recente.
Assim sendo, a associação com um carbonatito fortemente deformado ou complexo alcalino
intrusivo afigura-se possível, sobretudo atendendo a que ocorrem granitos alcalinos e sienitos
nefelínicos no Complexo de Ocua (P3OC).
A empresa Norsk Hydro (Mining Journal, 2/2000), que também explorou o depósito de Evate,
descreveu a mineralização de apatite como um carbonatito do tipo Monapo.

*As rochas hospedeiras do Complexo de Monapo constituem o klippe dentro dos depósitos do
Complexo de Nampula (P2NM).
*As principais rochas hospedeiras fazem arte da Suíte de Ramiane (P3MNr) do Complexo de
Monapo, que consiste em milonitos, gnaisses biotitítico–anfibólico–granatíferos, gnaisses
grafíticos, mármores e quartzitos e de blastomilonitos, granulito, leptitos e metagabro
*A unidade de Evate que apresenta apatite ocorre dentro da Suíte de Ramiane (relatório de
BULGARGEOMIN, 1983).
*As rochas hospedeiras concretas da mineralização são gnaisses, provavelmente
metassedimentos.
*Há cinco lentes de mármore mineralizadas que apresentam apatite, com uma espessura de
100 m (Cilek, 1989).
*As lentes de mármore podem atingir 3 km de comprimento e 0,850 km de largura.
Os mármores são constituídos por 99% de carbonato de cálcio e mármore dolomítico
associado (Beltchev, 1983).
*Segundo Beltchev (1983), os fosfatos são provavelmente de origem sedimentar (ver acima:
há também outras interpretações quanto à origem) foram depositados num pequeno sinclinal
com orientação NNE–SSO que, segundo este autor, é sustentada pelo teor relativamente
elevado de vanádio, a ausência de glauconite e pela espessura sustentada e inclinação
acentuada desta sequência.
*Todas estas rochas estão isoclinalmente dobradas.
*A mineralização do fosfato está concentrada em mármores, isto é em escarnito ao longo do
contacto com o complexo de gnaisse.
*Na região oriental, o mármore ocorre sobre um soco dobrado de rochas metamorfoseadas
para a fácies anfibolítica na qual estão intruídas muitas rochas ultramáficas e ácidas.
*A mineralização de apatite ocorre numa superfície com cerca de 4 km2.
*A mineralização compreende apatite, magnetite, forsterite, flogopite, grafite e diópsido
associado, anfíbolo, volastonite, tremolite, escapolite, serpentina, granada, espinela,
microclina, plagioclase, quartzo, rútilo, sulfuretos, zeólito, cancrinite e anidrite (Cilek ,1989
segundo INTERGEO, 1985).
*A apatite está distribuída irregularmente e o conteúdo varia entre 0 e 10%. Nos mármores o
conteúdo de apatite pode chegar a 15–30% e na zona de contacto com os gnaisses a 40–50%.
*Cerca de 70% das mineralizações de apatite estão associadas a mármores e cerca de 30% da
apatite ocorre em gnaisses.
*A apatite também é rica em eluviões, que com 14–18% de P2O5 constituem 25% das
reservas totais (Cilek, 1989).

As reservas começaram por ser calculadas por BULGARGEOMIN (1983) e mais tarde (1998)
pela Norsk Hydro (Mining Journal, 2/2000), mas os trabalhos de prospecção da Norsk Hydro
prosseguiram em 1999 e finalmente as reservas calculadas não são conhecidas.
Os cálculos de reservas existentes constam da Tabela 6.100.

Tipo de minérios Reservas de Reservas Quantidades Classificação


minério de minério de minério de P2O5- %
confirmadas prováveis estimadas
(Mt) (Mt) (Mt)
Bulgargeomin
Apatite primária 32 92 P2O5 = 9,59
Apatite eluvial 1,5
Norsk Hydro
Apatite primária 36 P2O5 = 8,85
Apatite na área 9 P2O5 = >22
principal
Lächelt (2004)
Potencial total 200
Tabela 6.100.: Reservas de fosfato calculadas e estimadas do Depósito de Evate (Lächelt,
2004)

O depósito de apatite de Monapo (Evate) está agora (Grantham et al., 2011) sujeito a um
estudo de exequibilidade por parte da empresa Vale de Moçambique para aplicação
em adubos. Estes estudos pode alterar os supra mencionados cálculos das reservas.

De todas as mineralizações de fosfato em Moçambique o Depósito de Evate é o mais


favorável para definir reservas económicas.

6.9.2.6.1.6. Intrusão de Chissindo


(Folha 1235)

A Intrusão de Chissindo localiza-se cerca de 100 km a norte de Lichinga, no bordo da Bacia


de Maniamba/Lunho datada do Karoo (Graben);
A Intrusão de Chissindo corresponde a um sienito nefelínico com pirocloro.
Não se conhecem dados mais detalhados. sobre o potencial de fosfato.

6.9.2.6.1.7. Intrusões de Meponda, Muaquia e Lugenda


(Folha 1334) (Folha 1336) (Folha 1237? ou 1436)

Grantham et al. (2011) indica estas intrusões como contendo fosfato.


Contudo, não existem informações mais detalhadas sobre esta mineralização.

A Intrusão de Meponda (Complexo alcalino de Meponda) situa-se no bordo do Rifte do


Niassa.
Não se conhecem dados mais detalhados. sobre o potencial de fosfato.

A Intrusão de Muaquia fica cerca de 200 km a ESE de Lichinga.


A Intrusão de Muaquia corresponda a um sienito hiperalcalino com pirocloro e zircão.
Não se conhecem dados mais detalhados. sobre o potencial de fosfato.

A Intrusão de Muaquia aflora cerca de 120 km a SE(?) de Lichinga.


É um sienito hiperalcalino com pirocloro.
Não se conhecem dados mais detalhados. sobre o potencial de fosfato.

6.9.2.6.1.8. Lucuisse (Mavago-Lucuisse)


(folha 1236 Mavago, UTM 37S 207210, 8583830)

A intrusão do rio Lucuisse situa-se cerca de 27 km a sul de Mavago.

Esta intrusão é descrita por NGU (2007) como apatite do rio Lucuisse, U, Nb, mineralização
ETR num complexo máfico alcalino (consultar também 6.4.4. 3.).
Esta intrusão foi descoberta durante trabalhos de acompanhamento de anomalias
radiométricas aéreas por uma equipa francesa (Mroz, 1983).
Estudos mais detalhados foram realizados por Bulgargeomin (Obretenov et al., 1983).

Na Figura 6.16. apresenta-se um carta geológica simplificada

*A Intrusão do rio Lucuisse representa provavelmente grandes estruturas anelares, compostas


por carbonatito metamorfoseado (complexo alcalino máfico por NGU).
*A mineralização ocorre num complexo alcalino máfico metamorfoseado, em ambos as
margens do rico que corre para leste num terreno florestal.
*Foi mapeado um corpo interpretado como carbonatite associada a piroxenitos e gnaisses
alcalinos e sieníticos-nefelínicos com 3,6 km de comprimento e até 300 metros de largura
(Mroz, 1983).
*É metamorfoseado e foram identificadas duas fases de deformação.
*Os níveis de radioactividade mais elevados foram registados em piroxenitos, que
compreendem também o núcleo do corpo (Mroz, 1983).
*A mineralização inclui pirocloro uranífero com apatite, ETR, columbite e zircão.
*Segundo Mroz (1983) a intrusão pode apresentar níveis de P2O5 até 25,7 % (+300-5200 ppm
U, 0,5-4,35 % Nb, 70-470 ppm Ta e ETR não especificados)).
*A Bulgargeomin realizou alguns trabalhos de acompanhamento em 1982-83 (Obretenov et
al., 1983) sugerindo que a zona examinada faz parte de uma grande estrutura anelar.
*O hospedeiro da mineralização é um corpo metapiroxenítico com algumas centenas de
metros de largura e alguns km de comprimento. Os contornos deste corpo baseiam-se num
anterior mapeamento e interpretação de imagens de satélite, visto ter muito menos cobertura
vegetal do que as áreas circundantes.
*Em alguns locais na zona exterior do corpo, podem ser encontradas rochas sieníticas
alcalinas com minerais máficos secundários.
*O metapiroxenito parece estar envolvido em rochas sieníticas, parcialmente foliadas e
gnáissicas.
* A rocha encaixante compreende gnaisses graníticos e gnaisses biotíticos bem foliados.
*O metapiroxenito é também localmente foliado, com inclinação para sudeste e sul, como
acontece com os gnaisses circundantes.
*As rochas metapiroxeníticas são de textura granular fina e média e apresentam brechas
locais.
*Fragmentos tanto de rochas piroxeníticas como sieníticas ocorrem numa matriz dominada ou
por carbonato ou piroxena-biotite.
*Ocorrem veios de carbonato, principalmente calcite, com largura até 1-2 m, juntamente com
apatite.

Hunting (1988) e A Bulgargeomin (Obretenov et al., 1983) descrevem as seguintes


características da Intrusão do rio Lucuisse (citada de Lächelt, 2004):
“As formações rochosas consistem em gnaisse e intrusões alcalinas e carbonatíticas
metamorfoseadas, incluindo metapiroxenitos e gnaisse nefelínico. Os piroxenitos apresentam
brechas e estão profundamente alterados por agentes atmosféricos e intersectados por
inúmeros veios de material carbonatítico. O piroxenito pode conter até 25% de aegirina
(Hunting, 1988).
As rochas mencionadas, em particular o piroxenito, estão mineralizadas. Pirocloro, zircão, Ti-
magnetite, monazite, columbotantalite e ilmenite são os minerais resultantes.
No carbonatito, a apatite pode chegar a constituir 50% do material total.
Nas rochas hiperalcalinas, o sienito nefelínico e o carbonatito associado contêm urânio, terras
raras, nióbio e minerais fosfatados.

No concentrado extraído que se obteve da crosta de meteorização por acção dos agentes
atmosféricos com 9 m de espessura, mais de 90% das amostras revelaram zircão e columbite
Obteve-se pirocloro em 78% das amostras e apatite em 34%. Foi também observado monazite
(Hunting, 1988). O conteúdo médio de P2O5 de 6,77% é característico de carbonatito
(Obretenov et al., 1983)”.

Hunting (1988) procedeu a uma avaliação económica do potencial de fosfato e concluiu que
esta estrutura anular não apresenta valor económico
As mineralizações de apatite são demasiado dispersas para terem qualquer interesse
económico (NGU). A apatite é fluorapatite e inclui alguns ETR não desejados, como seria de
esperar nesta configuração geológica. A predominância de Nb sobre Ta no pirocloro diminui
o interesse actual nesta mineralização.
Contudo, tendo em consideração a composição multi-mineral da intrusão, é de recomendar a
realização de estudos adicionais, incluindo a definição do potencial de apatite (pode ter
interesse como subproduto)

6.9.2.6.2. Pegmatitos

6.9.2.6.2.1. Sudeste de Lugenda


(Folha 1336)

Uma ocorrência de Nb-Ta-U estudada por BRGM, conhecida como Lugenda Sudeste,
localiza-se a sudeste de Malanga (folha 1336 Majune, UTM 37S 212000, 8484500) (Mroz,
1983).

*Ocorre na forma de pegmatitos e "leptitos" alcalinos, numa zona de milonito granulítico.


*Foram reportados valores economicamente interessantes de tântalo em veios de quartzo
pegmatítico, embora a extensão desses veios pareça reduzida.
*As mineralizações de apatite são demasiado reduzidas para terem qualquer interesse
económico.
*A apatite é fluorapatite e inclui alguns ETR não desejados, como seria de esperar nesta
configuração geológica.
*A predominância de Nb sobre Ta no pirocloro diminui o interesse actual nesta
mineralização.
*A génese das mineralizações e da respectiva rocha hospedeira não foi esclarecida. Sofreram
pelo menos a última fase da deformação observada nos gnaisses envolventes (NGU, 2007).

Contudo, são necessários estudos complementares para conhecer o potencial das


mineralizações de MR e ETR, incluindo a mineralização de apatite, para avaliar o potencial
económico deste corpo.

6.9.2.6.2.2. Pegmatitos do Alto Ligonha


(Folhas 15/1637 + 15/1638)

Nos pegmatitos do Alto Ligonha, alguns pegmatitos com MR (Metais Raros) também contêm
apatite.

Contudo, não se prevê que surjam concentrações com interesse económico.


Todos os pegmatitos, estudados ou extraídos, caracterizam-se por conteúdos de P2O5
subeconómicos. Hunting (1988) recomendou uma reavaliação do potencial de P2O5 destes
pegmatitos, em particular para definir a potencial aplicação local para fins agrícolas.

6.9.2.6.3. Ocorrências sedimentares

Estudos realizados em ocorrências e depósitos de fosfatos na Costa Ocidental de Madagáscar


levam a supor que nas Bacias de Moçambique e do Rovuma possam também ter-se
desenvolvido horizontes de fosfatos (Lächelt, 2004).

Hunting (1988) seleccionou cinco áreas potenciais:

*Área de Cheringom:
*Bacia do rio Búzi;
*Bacia do rio Save;
*Bacia do rio Elefantes–N’Comati (Incomati);
*Secção sul da Bacia de Moçambique.

Também se encontraram mais algumas áreas potenciais na Bacia do Rovuma.

Segundo Cilek (1989), que registou afloramentos e anomalias gama, as formações seguintes
apresentam interesse potencial para mineralizações de fosfato devido à sua posição
estratigráfica:

*Formação de Grudja (CrG) (folhas 1735 – 1834/35);


*Formação de Cheringoma (TeC) (folhas 1834/35–1934);
*Formação de Jofane (TeJ) (folhas 1934–2033/34).

Localmente, observou-se fosforito em poços durante a prospecção de hidrocarbonetos.


Cilek (1989) apresentou indicações de fosfato perto de Magude, onde foram determinados
baixos teores de 2,7 – 3,1% P2O5num sedimento de 25–50 m de espessura com glauconite
(com 5,0% de glauconite).
GTK (2006) indica depósitos contendo fosforito no distrito de Inhaminga (folha 1835)
Grandes depósitos de calcário do Eocénico ocorrem ao longo do planalto de Cheringoma, a
sul de Inhaminga.
A Formação de Cheringoma (TeC) é um calcário glauconítico com camadas de dentes de
peixes fossilizados, indicativo de que há potencial para encontrar recursos de fosforito para
satisfação de necessidades agrícolas (GTK, 2006).

As bacias sedimentares, em particular algumas formações do Cretácico e do Terciário, são


áreas alvo a considerar para futuras explorações (Lächelt, 2004).

6.9.2.6.4. Cavernas com guano de morcego

Alguns calcários do Terciário na província de Inhambane incluem grutas. Nestas grutas vivem
morcegos, pelo que nelas se deposita guano de morcegos.
O guano não é um depósito geológico, mas para a sua acumulação os processos carso em
calcários, que formam as grutas, são processos geológicos importantes pelo que são descritos
neste capítulo.

Os depósitos de guano originados por morcegos ocorrem em grutas e cavernas. Estas grutas
formaram-se em calcários (e mais raramente também em argilitos).
Só algum guano de morcego foi recuperado de grutas de calcário do Terciário na província de
Inhambane. Contudo, isto só ocorreu esporadicamente e apenas foram extraídas quantidades
insignificantes do ponto de vista económico.
O guano foi explorado em particular para satisfazer a procura local, mas entre 1980 e 1985
todas as actividades foram encerradas.
De uma forma geral, não há grandes reservas capazes de suportarem uma produção industrial.
É possível organizar uma produção em pequena escala, sobretudo para dar resposta às
necessidades agrícolas locais/regionais, mas isto suscita um problema ambiental relevante já
que a produção será provavelmente inviável sem que se destruam as colónicas de morcegos.

Todos os calcários onde a circulação de água prevaleceu são particularmente favoráveis à


formação de cavernas. As grutas de guano mais bem conhecidas são as áreas de:

*Área de Vilankulo
*Área de Búzi
*Área de Cheringoma

Tabela 6.101.: (Lächelt, 2004) apresenta um panorama das grutas conhecidas com guano.

Área/Local de grutas Extensão Profundidade Largura


(m) [m] (m)
Área de Vilanculo
Tsuchane 43,00 1,70
30,00 3,50
9,00 1,70
27,00 2,60
31,00 1,80
33,00 2,50
Área de Búzi
Mutanda 26,00 7,00 9,00
80,00 11,80 4,00
41,00 1,00
28,00 1,50
Aldeia Comunal A.Neto 30,00 5,00 6,00
Puanda 60,00 7,00 3,00
32,00 2,20
38,00 2,00
Themande 34,00 10,00
32,00 5,00 4,00
44,00 5,50
37,00 7,00 2,00
Dimba 47,00
25,00 15,00 5,00
57,00 15,00 8,00
39,00 15,00 3,00
63,00 17,00 4,00
33,00 1,50
15,00
44,00 3,00
Guemoje 25,00 3,60
Área de Cheringoma
Chidanga 27,00 6,75
25,00 4,50
70,00 4,50
Mazambe 56,00 9,00
Messiguisse 28,00 5,00
Codze 47,00 2,00
30,00 3,00
Nuanza 30,00 2,30
25,00 4,00
29,00 5,50
Aldeia Comunal 1.de 40,00 3,50 7,00
Maio
Tabela 6.101.: Panorama das grutas com guano no sul de Moçambique.

A Figura 6.82. apresenta todas as áreas conhecidas de grutas com guano.

Figura 6.82.: Áreas com grutas com guano e áreas de calcário favoráveis à formação de grutas
A Tabela 6.102. apresenta uma imagem geral das reservas das áreas mencionadas (Lächelt,
2004).

Composição Área de Vilankulo Área de Búzi Área de Cheringoma


Número de grutas 14 47 16
Conteúdo %
NO 2 5,22 3,26 2,74
P2O5 3,32 3,88 5,14
K 2O 2,95 1,52 1,37
Reservas de guano t 30 000 132 700 664 000
(estimadas)
Tabela 6.102.: Reservas de guano das áreas de Vilankulo, Búzi e Cheringoma

Apenas se pode recomendar outro uso do guano, no qual as colónicas de morcegos sejam
protegidas, o que significa uma produção artesanal extremamente limitada unicamente para
uso local. Compatibilizar a protecção das colónias de morcegos com uma produção limitada
de guano é muito complicado porque as grutas e cavernas são relativamente pequenas.
6.10. Pedras Decorativas/Pré-talhadas e Materiais de construção

Moçambique possui afloramentos de todos os tipos de minerais de construção e há um grande


potencial para cobrir todas as necessidades, quer presentes quer futuras. Este potencial só foi
parcialmente estudado e a exploração mineira é reduzida em alguns locais com grandes
possibilidades de exploração.
O principal problema não está no mercado, mas nas condições das infra-estruturas existentes
no país. Contudo, está em curso em Moçambique, uma evolução significativa nos sectores da
energia, da construção de estradas e dos transportes. Assim sendo, o elevado potencial dos
materiais de construção vai no futuro tornar-se ainda mais importante e a sua extracção vai
aumentar.
Este capítulo apresenta um panorama geral incompleto e uma breve descrição das matérias-
primas abaixo indicadas:

*Pedras Decorativas/Pré-talhadas
*Calcário (e Dolomite)
*Cascalheira, Saibros, Cargas
*Agregados e cascalheira de rochas duras
*Areia e Cascalheira
*Argilas refractárias

6.10.1. Pedras Decorativas/Pré-talhadas

As possibilidades para a produção de pedras pré-talhadas em Moçambique são extremamente


favoráveis. Há uma grande variedade de diferentes pedras, muitas das quais conhecidas há
muito tempo.
Existe um elevado potencial para a exploração de rochas metamórficas e ígneas como pedras
pré-talhadas. Encontraram-se tanto rochas maciças como decorativas. Até à data, apenas
foram extraídos mármores e quantidades reduzidas de pedra sabão. O aumento da exploração
depende consideravelmente das infra-estruturas e da situação do mercado (NGU, 2007).

A fotografia 6.1. ilustra uma selecção de pedras pré-talhadas, parte das quais já extraídas no
passado.
Fotografia 6.1.: Pedras pré-talhadas extraídas no passado em Moçambique (Fotografia
Lächelt, 2012; Museu Geológico, Maputo)

Os tipos mais importantes de pedras pré-talhadas são:

*Mármore;
*Granito (à cor da pele, vermelho, cores claras);
*Diorito (entre as quais a variedade com a designação comercial "Granito Negro") e
gabro
*Anortosito e algumas rochas elementares;
*Riólito;
*Labradorite;
*Rodonite;
*Lamboanito (migmatito);
*Dumortierite;
*Quartzito;
*Pedra sabão

Na Tabela 6.103 apresenta-se um panorama geral de depósitos, ocorrências e potenciais


áreas/zonas de pedras pré-talhadas, que foram recentemente (2012) descritas, cartografadas ou
anunciadas.

Tipo de Pedra pré-talhada Área/Local Folha Potencial


1:250 000 Elevado Provavel Sem
mente opinião
baixo
Mármore
Área de Montepuez 1338/39) XXX
Depósito de 1338 XXX
Montepuez
Depósito de Mazeze 1340 XX
Depósito de Chiure 1339 X
Velho
Complexo de Xixano 1138, 1139 X
(P3X)
Negomano e folha da 1138 X
secção sul - central
Folha da secção NO 1138 X
Folha 1138 secção NE 1138 e X
- folha 1139 1139
Folha 1139 da secção 1139 X
centro norte
Folha 1338 da secção S 1338 X
Netia 1439/40 X
Metolola 1635 X
Rio Túngoè e área de 1735 X X
Murrumbala
Malula 1335 X X
Área de Manica 1832 X

Granitos, sienitos, charnoquitos


Monte Tchonde 1334 X
Granito
Granitos alcalinos e 1335 X
sienitos da Suíte de
Niassa (CaN)
Granito do Mt. Lissiete 1435 X
e granitos tardios da
Suíte do Niassa CaN)
Charnoquito do Monte 1335-36 X
Lingasse
Gnaisse sienítico da 1436 X
Serra Lipembecue
Mavago 1236 X
Rio Montepuez 1240 X
Suíte da Serra de 1735 X
Morrumbala (CrMR)
Granitos Castanhos
Granitos castanhos 1432, 1433, XX
(P2CT) 1532, 1533
Área Manica – Baruè 1733, 1833, X
1933
Guro 1733 X
Nova Vandúzi 1833 X
Chimoio 1933 X
Granito preto
Gondola/Monte 1933 X
Magatacata

Memba/Monte Mesa 1440 X


Monte Buzimuana 1633 X
Anortosito/Labradorite
Suíte de Tete (P2T) 1633 XXX
Nhangoma 1633 XX
Mt. Necungas e 1633 X
Sicarabo
Labradorite 20 km E 1633 X
de Moatize
Chipera 1532 X
Riólito
Montes Libombos 2532 e X
2632
Boane/Estevel 2632 X
Ressano Garcia 2532 X
Rodonite
Mazoè, Catambula, 1632 e X
Blaundi–Bonge 1633
Lamboanito
Complexo de Monapo 1440 X
(P3MN)
Quartzito
Quartzitos do Grupo de 1632/33 - X
Rushinga (P1R) 1733
Distena-quartzito do 1236 X
rio Levele
Pedra sabão
Complexo da Ponta 1134 X
Messuli (P1P)
Complexo de Lalamo 1340 e X
(P3LM) outras)
Tabela 6.103.: Depósitos/ocorrências de pedras pré-talhadas e eventuais zonas/áreas de
potenciais recursos.

A Figura 6.83. mostra a localização regional de zonas e depósitos de pedras pré-talhadas de


Moçambique.
Figura 6.83.: Localização regional de áreas e depósitos de pedras pré-talhadas de
Moçambique.
6.10.1.1. Mármore
O mármore é um tipo de calcário cristalino que ocorre nas unidades do Proterozóico de
Moçambique.
Os calcários cristalinos (mármores) são muito frequentes nas unidades rochosas que
constituem o soco Pré-câmbrico de Moçambique.
De todos os depósitos e ocorrências de que há conhecimento, apenas dois, os depósitos de
Montepuez e Netia, foram estudados com mais pormenor. O depósito de mármore de
Montepuez foi estudado e explorado várias vezes. Há afloramentos de mármore de boa
qualidade, que permitem extrair blocos de grandes dimensões e que se caracterizam por
possuírem reservas para um longo período de produção.

6.10.1.1.1. Zona/área de depósitos/ocorrências de mármore de Montepuez


(Folhas 1338/39)

Numa zona/área entre Montepuez e Balama constituída pelo Complexo Neoproterozóico de


Montepuez (P3MP) ocorrem (P3MPma) mármores numa sequência de ortognaisses e
paragnaisses graníticos a anfibolíticos (quartzitos, meta-arcoses, mármores, gnaisses quartzo-
feldspáticos, gnaisses biotíticos).
Há diversos horizontes de mármore dentro do Complexo de Montepuez. O mais importante
pode ser encontrado a norte de Montepuez na folha 1338/Namuno, onde o mármore é
explorado como pedra pré-talhada em várias pedreiras (por exemplo, na UTM 37S 497700,
8553000).

As principais áreas e as características dos mármores são as seguintes (NGU 2007):

Área de Montepuez:
*A cor do mármore varia do branco puro ao cinzento, mas também é possível encontrar
estratos rosados.
*A escala da dimensão do grão varia do mm ao cm. A rocha está estratificada numa escala de
dm-m e está dobrada em dobras isoclinais apertadas.
*Camadas de anfibolito, parcialmente boudinadas, ocorrem com bastante frequência ao longo
do depósito. O mármore de Montepuez prossegue para leste para a folha 1339 de Montepuez,
onde acaba por convergir num fechamento da dobra.
Área de Mazeze:
*É possível encontrar um importante horizonte de mármore a norte da estrada para Mazeze
(UTM 37S 619420, 8527250).
*Esta unidade tem uma espessura superior a 200 m e é constituída por mármore calcítico
muito grosseiro (grãos que podem atingir 1 cm).
*É sobretudo branco, mas na fronteira norte apresenta as cores vermelho a amarelo em bandas
dobradas.
*Contém localmente pirite com textura granular fina, diópsido, clorite e flogopite.
*Foram realizados trabalhos de extracção à escala piloto.
Área de Chiure Velho:
*Existe um horizonte de mármore a poucas centenas de metros de Chiure Velho para
nordeste.
*Este mármore varia desde bastante puro a bastante impuro, com abundância de diópsido,
apatite, flogopite e grafite. Também é possível encontrar tremolite. A espessura desta zona é
>100 m (NGU, 2007).

Todas estas rochas apresentam-se fortemente dobradas em dobras isoclinais apertadas em


todas as escalas e foram posteriormente cortadas por diversas zonas de cisalhamento com
orientação predominante NE-SO. Os conjuntos de rochas do Complexo de Montepuez
sofreram de uma forma geral um metamorfismo de grau anfibolítico (Jamal, 2005).
Considera-se que o principal mármore de Montepuez se encontra dentro da mélange tectónica
do Complexo de Montepuez. Esta zona parece estar tectonicamente "pontilhada" na direcção
sudoeste ao longo de uma zona de cisalhamento dúctil importante. A extremidade sul-
sudoeste desta lente de mármore foi claramente reactivada, do ponto de vista tectónico, por
uma importante zona de cisalhamento dúctil Pan-africana inferior NE-SO (NGU, 2007).

*O mármore extraído em Montepuez ocorre dentro de uma zona que se estende por cerca de
25 km com larguras que podem variar de 100 a 1500 m (Lächelt, 2004).
*O Depósito de mármore de Montepuez na sub-província geológica de Cabo Delgado é o
principal e mais importante (opinião do autor) depósito de pedra pré-talhada em Moçambique.
*Os blocos produzidos em Montepuez são transportados por camião em direcção à costa de
Pemba, a 200 km, onde a empresa opera uma fábrica de produção de lajes.
*A produção ultrapassou 1100 m3 em 1998.
*O depósito de Montepuez é constituído por quatro pedreiras dentro de um raio de 200 m, três
das quais estão a ser actualmente exploradas.
*As camadas de mármore apresentam uma espessura de 0,5 – 5,0 m com finas lentes de
anfibolito e xisto, intercaladas.
*O mármore apresenta-se em dobras suaves e ocorre numa direcção NE-SO, com uma
inclinação moderada para sudeste. As camadas de mármore são cortadas por pegmatitos
(NGU, 2007).

Os três principais tipos de mármore produzido são:

*Mármore branco
*Mármore cinzento-claro
*Mármore de cores mistas (magram).

Os mármores com textura granular mais fina são o branco, o cinzento claro e o "magram".
O mármore pode ser cortado em blocos que podem atingir o tamanho de 2 m3
O mármore de cor branco neve possui um valor económico especial.
O tipo "magram" é também muito apreciado porque incorpora toda a gama de mármores
(Lächelt, 2004).
De um ponto de vista mineralógico, o mármore é constituído quase exclusivamente por calcite
e dolomite.
Acessoriamente, estão também presentes quartzo, feldspato, pirite, calcopirite e volastonite.
O mármore inclui lentes de xistos sericíticos, quartzito e rochas máficas (Lächelt, 2004).
O mármore de calcite pura ocorre na lente tectónica mais a sul, ao passo que os restantes
representam mármores dolomitizados variáveis (NGU, 2007).

Stanev e Guergov identificaram reservas calculadas em mais de 2 km2 a uma profundidade de


200 m (1984):

5,5 Mm3 de mármore branco


19 Mm3 de mármore cinzento
5,3 Mm3 de mármore magram

Tendo em consideração que o depósito de Montepuez faz parte de uma zona maior de rochas
com mármore, as reservas reais podem ser muito maiores e existe um potencial de produção
nesta zona/área que pode garantir, durante muito tempo a produção de mármore.
Dentro de toda a zona/área de Balama–Montepuez (Complexo de Montepuez/P3MP,
mármores/P3MPma) as condições geológicas para a mineração de mais depósitos de mármore
são bastante favoráveis.

6.10.1.1.1.1. Pedreiras de mármore de Montepuez


(Folha 1338 Namuno, UTM 37S 497498, 8551917)

O depósito localiza-se 4 km a norte de Montepuez.

As características resumidas das quatro pedreiras de Montepuez estão descritas em


conformidade com NGU (2007)

6.10.1.1.1.1.1. Pedreira "B1" (Branco 1)

*A pedreira evolui numa direcção SO-NE paralelamente à foliação regional e explora


mármore branco com pequenas bandas de gnaisse anfibolítico.
*A parede noroeste da pedreira é constituída por pegmatito de espessura desconhecida.
*O mármore próximo do pegmatito é branco com variações de cor cinzenta e apresenta-se
com dobras.
*A secção central da pedreira é constituída por mármore em camadas com uma estrutura
monoclinal.
*As camadas apresentam uma espessura de 20 cm a 1 m.
*O fundo da pedreira é uma superfície horizontal serrilhada, apresentando finas camadas de
anfibolito com textura granular fina e boudins de anfibolito.
*A separação entre os boudins sugere que a rocha foi afectada por um estiramento
pronunciado, paralelo à lineação.
*A secção central da pedreira corresponde provavelmente a uma zona de cisalhamento.

6.10.1.1.1.1.2. Pedreira "B2" (Branco 2)

*A pedreira evolui numa direcção SO-NE, paralelamente à foliação regional e a parede


sudoeste é o principal local de exploração.
*Aqui encontra-se mármore branco a cinzento, em camadas, intercalado com finas camadas
de xisto e anfibolito.
*A parede sudoeste é constituída por camadas de mármore com 20 cm a 3-5 m de espessura,
com uma estrutura monoclinal. Estão presentes inúmeras fracturas.

6.10.1.1.1.1.3. Pedreira "cinzenta"

*Esta é constituída por mármore cinzento com muito poucos boudins ou camadas de
anfibolito.
*O mármore apresenta uma "estratificação" ondulada ou dobrada definida pela variação de
cor cinzenta. A orientação da estratificação é variável. A nível local, o mármore apresenta-se
em camadas. Na pedreira a foliação tem uma orientação constante aproximada de NE-SO com
uma inclinação moderada para sudeste (054º/62º).

6.10.1.1.1.1.4. Pedreira "Mix" (Magram)


*Esta é constituída por mármore cinzento e branco com poucos boudins irregulares de
anfibolito.
*O mármore apresenta uma "estratificação" ondulada ou dobrada, definida pela variação de
cor, até mesmo com alguma coloração rosa.
*Algumas camadas são constituídas por mármore com textura granular muito grosseira.
*A orientação da estratificação varia.

6.10.1.1.1.2. Pedreira de mármore de Mazeze


(Folha 1340 Mecufi, UTM 37S 619420, 8527250)

A ocorrência de mármore pode ser encontrada 10 km a oeste de Mazeze, a norte da estrada


Chiure-Mecufi.

*A unidade de mármore tem uma espessura de, pelo menos, 200 m.


*É constituído por mármore calcítico muito grosseiro (grãos que podem chegar a 1 cm).
*É sobretudo branco, mas na fronteira norte apresenta as cores vermelho a amarelo em bandas
dobradas.
*As bandas coloridas tornam-no muito decorativo, mas os grãos grossos podem constituir um
problema para o polimento e a produção de blocos maiores.
*Foram realizados testes de extracção.

6.10.1.1.1.3. Área de Chiure Velho


(Folha 1339)

A NE de Chiure Velho foi cartografado um horizonte de mármore por NGU (2007).

*O mármore varia desde bastante puro a bastante impuro, com abundância de diópsido,
apatite, flogopite e grafite. Também é possível encontrar tremolite.
*A espessura desta zona é >100 m (NGU, 2007).
Não foram realizados estudos detalhados.

6.10.1.1.2. Mármore (P3Xma) no Complexo de Xixano (P3X)


(Folhas 1138 – 1139)

No Complexo Neoproterozóico de Xixano (P3X) o mármore (P3Xma) é um importante


recurso mineral e aqui ocorrem vários horizontes de mármore (NGU, 2007):

6.10.1.1.2.1. Negomano e secção central sul da folha 1138 (Negomano)

*A sul da aldeia de Negomano é possível encontrar uma pequena quantidade de mármore


impuro.
*Na secção central sul da folha 1138, no local de Negomano, é possível encontrar uma
pequena lente tectónica de mármore, delimitado dentro de gnaisse anfibolítico.
*Considera-se que esta lente não terá mais de 3-4 km de comprimento por 100 m de largura.
É uma área pobre em afloramentos e podem existir outros afloramentos de mármore.

6.10.1.1.2.2. Secção noroeste na folha 1138 (Negomano)


*Encontra-se uma fina lente tectónica de mármore na secção noroeste da folha do Negómano
dentro de uma série bandada de rochas meta-supracrustais.
É uma área pobre em afloramentos e podem existir outros afloramentos de mármore.

6.10.1.1.2.3. Secção NE da folha 1138 (Negomano) - continuação na folha 1139 (Mueda)

*Na secção nordeste da folha 1138 é possível encontrar um extenso horizonte de mármore
dentro de uma série bandada de rochas meta-supracrustais, que continua na folha 1139.
*Considera-se que terá, no total, cerca de 50-60 km de comprimento e até 1 km de largura.
*A norte desta ocorre uma pequena lente.

6.10.1.1.2.4. Secção central norte da folha 1139 (Mueda)

*Um pequeno horizonte de mármore na secção centro norte da folha 1139 de Mueda é
considerado como tendo 5-6 km de comprimento.
*É uma área pobre em afloramentos e podem existir afloramentos adicionais de mármore.

6.10.1.1.2.5. Secção sul da folha 1338 (Namuno)

*Uma pequena lente tectónica, dobrada, encontra-se dentro dos quartzo-micaxistos na secção
sul do Complexo de Xixano, na folha 1338.
*É uma área pobre em afloramentos e podem existir afloramentos adicionais de mármore.

6.10.1.1.3. Outras ocorrências nas sub-províncias geológicas da Zambézia-Nampula e


Niassa–Cabo Delgado

6.10.1.1.3.1. Netia
(Folha 1439/40)

Durante um longo período de tempo, o mármore foi exaustivamente estudado no Complexo


de Monapo do Neoproterozóico (P3MN) a oeste de Nacala.

Globalmente, foram determinadas reservas de 5,6 Mm3 (Afonso & Marques, 1993).
A extracção de mármore não foi realizada.

6.10.1.1.3.2. Metolola
(Folha 1635)

Em Metolola (Folha 1635) na área de Morrumbala–Chíre, tendo em consideração as


condições geológicas, são expectáveis importantes reservas/quantidades de mármore de alta
qualidade (Lächelt, 2004).

6.10.1.1.3.3. Rio Túngoè e Área de Murrumbala


(Folha 1735)

No Grupo de Mólocuè do Mesoproterozóico (P2NMa) o mármore (P2NMma) ocorre em


alguns locais.
Duas pequenas ocorrências de mármore (P2NMma) foram observadas na secção leste da folha
1735.
1) A principal ocorrência de mármore regista-se na foz do rio Túngoè, a sul da Serra da
Morrumbala, cerca de 50 m a sudoeste da cidade de Morrumbala.
*Nesta área são conhecidos calcários de elevada qualidade.
*É possível encontrar camadas de mármore cristalino sob a forma de lentes dentro de gnaisses
de alta qualidade do Grupo de Molocué do Mesoproterozóico (P2NMa)
2) Uma outra ocorrência de mármore dentro de gnaisses situa-se a cerca de 5 km ENE da
cidade de Morrumbala. Ambas as ocorrências foram exploradas no passado para produção
local de cal. Estas rochas apresentam conteúdos de MgO adequados ao fabrico de cimento.
O potencial de mármore não está estudado
3) Duas outras ocorrências encontram-se a cerca de 15 km a nordeste e a cerca de 15 km a
sul do Monte Morrumbala Araújo et al. (1968).
*O mármore é reportado como ocorrendo na forma de bandas e lentes em gnaisses de alto
teor.
4) A cerca de 26 km a noroeste da cidade de Morrumbala, aflora outra ocorrência.
*Tem uma orientação N-S, foram encontrados metachertes de cor cinzento-esverdeada, duros,
resistentes e bem foliados/em camadas, alojados por gnaisses charnoquíticos e granulíticos.
*A rocha é atribuída ao Grupo de Molócuè, em particular, a horizontes ricos em mármore e
silicato de cálcio.
*Um dique diabásico intruiu o metacherte (GTK, 2006).

6.10.1.1.3.4. Malula
(Folha 1335)

Cerca de 50 km a norte de Lichinga, estima-se que existam reservas de mármore de 42 888


000 t.
Não se conhecem dados mais detalhados.
Provavelmente, as reservas representam 4,2 m3.

6.10.1.1.4. Calcário cristalino (mármore) em rochas do Arcaico em Manica


(Folha 1832)

Os mais antigos calcários cristalinos de Moçambique são mármores da Cintura de Rochas


Verdes do Arcaico.

Sabe-se que há mármores em duas formações:

*Formação de Macequece (A3MM)


*Formação de Vengo (Mbeza) (A3MV)

O mármore ocorre em pequenas bandas de mármore e conglomerado em xistos de sericite-


clorite e filitos, incluindo xistos pretos.
O calcário cristalino foi utilizado para a produção de cal na proximidade da cidade de Manica.
Os mármores de Manica não estão estudados como pedra decorativa, todavia, estes mármores
têm de ser mencionados como uma potencial fonte para uma futura produção de mármore.

6.10.1.1.3.5. Região de Angónia


(Folha 1434)

Em alguns locais, 1-2 km a sudoeste do anortosito de Matengo-Wa-Mbelane, observou-se


mármore relativamente puro. A extensão do carbonato nestas ocorrências é desconhecida.
Contudo, existe potencial para carbonato de alta qualidade nestas rochas, o que pode
possivelmente representar material de origem para mármore decorativo.

6.10.1.2. Granitos, granitos alcalinos, charnoquitos, gnaisses graníticos e sieníticos

As possibilidades de descobrir granitos com qualidades de pedras pré-talhadas em


Moçambique, bem como outras pedras como charnoquitos, gnaisses graníticos e sieníticos são
extremamente favoráveis.
Granitos à cor da pele, com cores claras do avermelhado ao cinzento, ocorrem por todo o país.
Nesta publicação passamos em revista algumas rochas com interesse.
Na verdade, há em Moçambique muitos outros afloramentos graníticos, rochas, etc., que
podem ser utilizados como pedra pré-talhada.
Em qualquer momento, se podem abrir novas pedreiras e encerrar outras.
As rochas indicadas abaixo constituem apenas uma orientação geral para outros estudos e
avaliações económicas.

6.10.1.2.A. Rochas graníticas para pedras pré-talhadas nas sub-províncias geológicas da


Zambézia-Nampula e Niassa–Cabo Delgado

6.10.1.2.1. Granito alcalino de Monte Tchonde (Chande)


(Folha 1334 Meponda)

O potencial para a obtenção de pedra pré-talhada na região em forma de anel do Monte


(Tchonde) Chande foi objecto de profundos estudos no início da década de 1980
(Brodoimpex, 1985b).

A Figura 6.84. mostra o esboço do carta geológica do depósito de granito vermelho do Mt.
Tchonde.

Figura 6.84: Esboço da carta geológica do depósito de granito vermelho do Mt. Tchonde
(modificado a partir de Cilek, 1989; Lächelt, 2004).

*A cor deste granito com textura granular média varia de rosa-claro a vermelho e, por vezes,
ocorrem xenólitos de cor escura dentro do granito.
*A fracção de cor vermelha do granito alcalino na zona central da estrutura é a parte mais
interessante da intrusão para pedra pré-talhada.
*A rocha parece e é recente, havendo apenas uma sericitização limitada do feldspato.
*Contudo, o granito vermelho é apenas uma fracção subordinada do volume total de 60 Mm3
do granito, que se estima estar a uma profundidade de 10 m (Inst. Geol. de Belgrado, 1985).

Para os granitos rosa e vermelho, em conjunto, estimaram-se reservas de 60 000 000 m3


ocorrendo a uma profundidade de 10 m e numa superfície com a área de 6 km2 (Brodoimpex,
1985b).

As fracas condições das infra-estruturas constituem provavelmente a razão para que esta
ocorrência recente seja considerada apenas como tendo interesse a longo prazo.

6.10.1.2.2. Granitos alcalinos e sienitos da Suíte de Niassa (CaN)


(Folha 1335 Lichinga)

Os granitos alcalinos e os sienitos da Suíte do Niassa do Câmbrico (CaN) abrangem várias


montanhas ao longo da estrada principal que liga Lichinga a Cuamba (UTM 36S 763000,
8462000)

*São vastíssimos e apresentam uma cor atraente, que vai do rosa ao vermelho, e partes destes
depósitos são de fácil acesso, por exemplo o granito de Massangulo (NGU, 2007)

6.10.1.2.3. Granito do Monte Lissiete e granitos tardios da Suíte de Niassa (CaN)


(Folha 1435 Mandimba)

Os granitos tardios da Suíte do Niassa (CaN) formam grandes kopjes e inselbergs na folha de
Mandimba, como o Monte Lissiete (UTM 36S 770500, 8432000).

*Estas rochas maciças apresentam uma atraente cor rosa, são de fácil acesso e devem ser
estudadas como potenciais recursos de pedras para construção (NGU, 2007).

6.10.1.2.4. Charnoquito do Monte Lingasse


(Folha 1335/36)

O charnoquito do Monte Lingasse corresponde a rochas granofélsicas do Complexo de


Unango do Mesoproterozóico (P2UN).
A rocha apresenta uma boa exposição em pequenas colinas e montanhas, ao longo da estrada
que passa a nordeste da aldeia de Nambilange, na região oriental da folha 1335, cerca de 25
km a sudoeste de Majune (folha 1336).

*Predomina um ortognaisse de feldspato charnoquítico com porfiroblastos, de cor bege,


apenas com uma ligeira regressão.
*Cristais de feldspato de orientação aleatória com um ligeiro efeito Schiller podem ser
atraentes, e a estrutura homogénea indica que deve ser possível produzir blocos de dimensões
adequadas (NGU, 2007).

6.10.1.2.5. Gnaisse sienítico da Serra Lipembecue


(Folha 1436 Cuamba)

O gnaisse sienítico compreende uma crista alongada, Serra Lipembecue ao longo do limite da
folha de Cuamba-Mandimba (por exemplo, UTM 37S 177000, 8420000) e um kopje, Monte
Maulo na proximidade da linha férrea de Cuamba-Lichinga (por exemplo, UTM 37S 196983,
8424062).

*O sienito possui uma cor branca intensa e é um potencial recurso para pedra de construção
(NGU, 2007).

6.10.1.2.6. Mavago
(Folha 1236 Mavago)

Os gnaisses graníticos com porfiroblastos de feldspato potássico portadores de biotite, com


deformações variáveis e foliados, ocorrem ao longo da estrada que passa a sudeste de
Mavago.
Em alguns locais são decorativos e homogéneos e podem apresentar interesse como pedras
pré-talhadas (NGU, 2007).

6.10.1.2.7. Rio Montepuez


(Folha 1240 Quissanga-Pemba)

O gnaisse granítico a granodiorítico fortemente migmatítico do Complexo de Meluco


(P2MC) é explorado numa pedreira de rocha próxima da estrada principal entre Metoro e
Macomia, a sul do rio Montepuez.

*É muito decorativo e áreas sem mistura intensa merecem ser analisadas em pormenor (NGU,
2007).

6.10.1.2.8. Suíte da Serra de Morrumbala (CrMR)


(Folha 1735)

No Mt. Morrumbala da Suíte da Serra de Morrumbala (CrMR) afloram rochas intrusivas de


granito–sienito, constituídas por granito vermelho com textura granular média e sienito
alcalino, para além de sienito alcalino vermelho claro.

A possibilidade de estes granitos, a exemplo de muitos outros, serem adequados na intrusão,


devido à sua aplicabilidade, como pedras decorativas não foi até agora objecto de avaliação
(Lächelt, 2004).

6.10.1.2.B. Rochas graníticas para pedras pré-talhadas na província geológica de Tete-


Angónia

6.10.1.2.9. Granitos castanhos e granitos de cores claras

Os granitos castanhos são conhecidos em vários locais em Moçambique, nomeadamente na


província de Tete (NO de Tete, na área de Songo, a norte de Fíngoè).

6.10.1.2.9.1. Granitos castanhos (P2CT)


(Folhas 1432, 1433, 1532 e 1533)

Os granitos castanhos mais bem conhecidos são os da área de Songo, denominados Granitos
Castanhos (P2CT).
A área mais importante de afloramento do Granito Castanho (P2CT) (Charnoquito Granito
Castanho) estende-se do curso médio do rio Luatize no norte, até Chipera para leste e
continua até à área de afloramento do Granito Desaranhama (P2FD).

*De uma forma geral, estas intrusões apresentam uma forma irregular e/ou ocorrem
concordantes com as rochas circundantes.
*Petrograficamente, correspondem a granitos charnoquíticos.
*A rocha apresenta grão médio a grosseiro e cor castanha.
*A cor do granito pode mudar de castanho-escuro (granito recente) para acinzentado.
*Os granitos castanhos caracterizam-se por uma boa resistência à meteorização.

A adequabilidade destas pedras como pedras decorativas ainda não foi avaliada mas, devido
às suas qualidades e cor, esta rocha pode ter interesse para estudos adicionais.

6.10.1.2.9.2. Granitos de cores claras no Soco Pré-câmbrico

Este grupo, os denominados granitos de cores claras, inclui granitos cinzentos, granodioritos,
granito-gnaisses e migmatitos (Afonso & Marques, 1993).

Estas rochas, que foram ocasionalmente extraídas como pedras decorativas, afloram em todas
as províncias do soco Arcaico e Proterozóico nas províncias de Manica, Sofala, Tete,
Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa.

Afonso & Marques (1993) indicaram alguns exemplos de pedreiras deste tipo de granito:

Província geológica de Manica-Baruè (folhas 1733, 1833, 1933)


*Guro (folha 1733)
*Nova Vandúzi (folha 1833)
*Chimoio (folha 1933)
Sub-províncias geológicas da Zambézia-Nampula e Niassa–Cabo Delgado
*Inselbergs graníticos

Contudo, como pedras pré-talhadas, estas rochas só foram extraídas localmente.


No futuro, estas intrusões podem revelar mais interesse, sobretudo pelo facto de se manter a
expansão da construção em Moçambique.

6.10.1.3. Diorito (entre os quais a variedade com o nome comercial de "Granito preto")
e gabro, anortosito e rochas básicas

6.10.1.3.1. "Granito preto"

O denominado "Granito preto" (nome comercial) corresponde petrograficamente a dioritos ou


gabros.
Há intrusões no soco Proterozóico.
No mercado internacional, esta rocha regista uma elevada procura.
Em Moçambique, há afloramentos de granito preto em:

*Gondola/Monte Magatacata
*Buzimuana
*Memba
Regra geral, os granitos pretos são dioritos e gabros com textura granular fina a média, com
cores variando do cinzento ao cinzento-escuro e esverdeado.

6.10.1.3.1.1. Gondola/Monte Magatacata


(Folha 1933)

O granito preto do Mt. Magatacata encontra-se alguns quilómetros a NO de Gondola.

A intrusão foi estudada por BRODOIMPEKS (1985) e foi caracterizada como uma pedra pré-
talhada de boa qualidade.

*Os "granitos pretos" de Mt. Magatacata são dioritos constituídos por horneblenda,
plagioclase (andesina a labradorite), algum quartzo e biotite (BRODOIMPEKS, 1985).
*A rocha apresenta-se com uma atraente cor escura.
*Encontra-se distribuída por uma superfície de 2 km2.
*Para ser utilizada, esta rocha tem de ser estudada com mais pormenor, sobretudo textura,
tamanho do grão, fracturas e potencial para polimento fino.

Foram calculadas reservas de 1 953 000 m3 a uma profundidade de 10 m (BRODOIMPEKS,


1985).

Numa visita à ocorrência do Mt. Magatacata, Lächelt (1995) não tem a certeza de que haja
uma continuação da intrusão em profundidade. Pode acontecer que a ocorrência seja
constituída apenas por grandes blocos individuais que apenas afloram no cimo de quatro
colinas, não constituindo um corpo contínuo.
Em tal caso, a exploração económica é complicada e as reservas de granito preto podem estar
limitadas, mais ou menos pela quantidade calculada (e estimada) por BRODOIMPEKS
(1985).
Para resolver este problema, é necessário proceder a mais estudos geológicos ou a uma
exploração operacional em pequena escala.

6.10.1.3.1.2. Memba/Monte Mesa


(Folha 1440)

A ocorrência de Mt. Mesa situa-se perto de Memba, na área de Nacala.

*Em Mt. Mesa aflora gabro preto com textura granular fina a média.
*Ao longo de uma cadeia montanhosa com 120 m de altura, esta rocha ocupa uma superfície
de 2,1 x 1,5 km.
*A rocha caracteriza-se por uma boa receptividade ao polimento e permite a extracção de
grandes blocos.

As reservas foram avaliadas em 378 x 106 m3 (Afonso & Marques, 1993).

6.10.1.3.1.3. Monte Buzimuana


(Folha 1633)

A zona de "granitos pretos" de Mt. Buzimuana situa-se 60 km a leste de Tete, ao longo da via-
férrea que liga Moatize à Beira.
*A cor do gabro com textura granular média varia do acinzentado ao cinzento-escuro,
ocasionalmente com uma tonalidade esverdeada.
*Petrograficamente, esta rocha é constituída por feldspato, horneblenda (numa relação 1:1) e
augite.

As reservas devem ascender a várias centenas de milhões de toneladas (Afonso & Marques,
1993).

6.10.1.3.2. Anortosito

Como pedras decorativas, os anortositos foram extraídos intermitentemente. As melhores


qualidades são as que consistem quase exclusivamente em plagioclase. Sobretudo os
anortositos da Suíte de Tete (P2T) apresentam interesse económico.
A procura do anortosito e do gabro da Suíte de Tete como pedra pré-talhada varia com o
tempo.

6.10.1.3.2.1. Depósito de anortosito de Nhangoma (pedreiras de Nhangoma e Chainça)


(Folha 1633)

6.10.1.3.2.1.1. Pedreira de anortosito de Nhangoma


(Folha 1633)

O depósito de anortosito de Nhangoma (pedreira) está situado perto de Moatize (folha 1633,
599137/822961)

A pedra pré-talhada a partir de anortosito é produzida (GTK, 2006) na pedreira de Nhangoma,


perto de Moatize.

A qualidade do anortosito é a seguinte (GTK, 2006):


*As secções centrais do corpo intrusivo de Nhangoma apresentam um grão muito grosseiro.
*A variedade de anortosito castanho apresenta cristais azuis de labradorite (espectrolito).
*As tonalidades das cores do anortosito recente variam do cinzento-claro ou prateado ao
castanho-escuro.
A dimensão média dos blocos produzidos na pedreira é de 2,5 x 1,2 x 1 m.

6.10.1.3.2.1.2. Pedreira de anortosito de Chainça


(Folha 1832)

O depósito de anortosito de Chainça (pedreira) situa-se perto de Manica, cerca de 5 km a


norte da cidade, perto da via-férrea de Machipanda (folha 1832) 481281/7908276).

As características do anortosito são as seguintes (GTK, 2006; Grantham et al. 2011):

*A pedra pré-talhada produzida na pedreira de Chainça corresponde a um gabro com textura


granular fina a média, representando provavelmente as secções centrais de um espesso dique
de dolerito.
*Blocos de pedra pré-talhada foram transportados por camiões para o porto da Beira e
exportados para Espanha.
*A rocha residual da pedreira é extraída como agregado para a camada de desgaste na
construção de estradas e para agregado de vias-férreas.
6.10.1.3.2.2. Ocorrência de anortositos no Monte Necungas e Sicarabo
(Folha 1633)

Afonso & Marques (1993) descreveram dois locais:

O Mt. Necungas fica ao longo da linha férrea de Necungas para a Beira, no distrito de
Moatize.
*Em Necungas aflora um anortosito com textura granular média, cinzento a preto, distribuído
por uma superfície com a área de 3 x 0,5 km.
*Não são conhecidas reservas.
Sicarabo também se localiza nas proximidades, no Distrito de Moatize.
*Em Sicarabo aflora um corpo anortosítico em duas colinas.
*Esta rocha é adequada à produção de grandes blocos.
*Não foram calculadas reservas.

6.10.1.3.3. Labradorite

Em vários locais dentro da Suíte de Tete de gabro–anortosito (P2T) aflora labradorite.


Localmente, a labradorite aflora também em alguns outros locais de rochas de gabro-
anortosito.
Podem ser referidos os seguintes locais (Lächelt, 2004):

*20 km a leste de Moatize.


*Chipera

6.10.1.3.3.1. 20 km a leste de Moatize


(Folha 1633)

Uma ocorrência de grandes cristais de feldspatos de labradorite muito atraentes encontra-se a


cerca de 20 km a leste de Moatize, directamente ao longo da via-férrea de Moatize para a
Beira.
A labradorite ocorre na Suíte de Tete (P2T).

*A labradorite caracteriza-se por uma combinação bem marcada de cores (efeito olho-de-
gato) que variam entre o cinzento e o violeta.

6.10.1.3.3.2. Chipera
(Folha 1532)

Real (1966) descreveu uma ocorrência de labradorite em Chipera.


Encontra-se a cerca de 150 km a NO de Tete, a NNE da barragem de Cahora Bassa.

*A labradorite apresenta um efeito olho-de-gato muito marcado e é extremamente adequado


como pedra decorativa, sendo uma espécie mineral bastante procurada por coleccionadores e
museus.
*Não se conhecem dados mais detalhados.

6.10.1.4. Riólito
(Folhas 2532 e 2632)
Alguns dos afloramentos de riólitos de Karoo nos Montes Libombos a oeste de Maputo foram
em tempos explorados para pedra pré-talhada.
Recentemente (2013), os riólitos foram exclusivamente extraídos para a produção de saibro.
Esta rocha é extremamente adequada à produção de azulejos para decoração de paredes.
Contudo, antes da independência de Moçambique, eram extraídas sobretudo como pedras
decorativas, especialmente devido às belas texturas de fluxo que apresentam.

Os locais mais bem conhecidos com afloramentos de riólitos com qualidade de pedras pré-
talhadas são:

*Boane/Estevel (folha 2632: 428342/7122525 e 423291/7120403)


*Perto de Ressano Garcia (folha 2532; 416032/7169942)

O riólito é uma rocha vulcânica de cor castanha-avermelhada, que frequentemente apresenta


texturas muito raiadas.
A produção de blocos de boas dimensões é muito difícil devido à clivagem muito acentuada
da rocha.
Devido à sua beleza, estas rochas podem ser recomendadas no futuro no sentido de serem
exploradas como pedras pré-talhadas.

6.10.1.5. Rodonite (folha 1632/33)

Sabe-se que a rodonite ocorre na Província geológica de Tete-Angónia, perto da fronteira de


Moçambique-Zimbabué nos locais:

*Mazoè
*Catambula
*Blaundi–Bonge

A rodonite ocorre em rochas do Grupo Paleoproterozóico de Rushinga (P1R).

*A rodonite apresenta uma cor castanha avermelhada a rosa (Afonso & Marques, 1993) e
castanho – castanho-ferrugem. As variedades de castanho a castanho-ferrugem são as mais
frequentes (Alves, 1960/61).
*No que se refere ao potencial como pedra pré-talhada, não foi feita qualquer avaliação.
Contudo, a avaliar pela sua cor e textura, devia na realidade ser considerado como material
decorativo.
*Por outro lado, devido às quantidades limitadas de rodonite, não há quantidade de pedra
suficiente para a produção de pedra pré-talhada.
**Como um minério de manganês, a quantidade de rodonite é tão limitada que não garante a
exploração mineira.
* A possibilidade de se descobrir mais ocorrências de rodonite não é muito clara, é provável
que as condições geológicas reais para descobrir quantidades económicas sejam limitadas.

A produção de rodonite foi exclusivamente utilizada para a produção de joalharia e


artesanato.

6.10.1.6. Lamboanito

6.10.1.6.1. Namialo
(Folha 1440)

O lamboanito ocorre perto de Namialo dentro das rochas do Complexo de Monapo (P3MN).

Esta rocha foi descrita num relatório de BRODOIMPEKS (1985) no qual foi denominada de
lamboanito.

A Figura 6.85. mostra a posição geológica da ocorrência de lamboanito.

Figura 6.85.: Posição geológica da ocorrência de lamboanito (modificada por Cilek, 1989;
Afonso & Marques, 1993; Lächelt, 2004).

*A rocha aflora numa zona de 500 x 180 m.


*Petrograficamente, o lamboanito corresponde a um migmatito.
*A rocha é de cor cinzento-clara, esverdeada a escura, com um grão médio e mostra uma
textura plicada.
*Petrograficamente, é constituída por pertite microclina, plagioclase, anfíbolo, biotite e algum
quartzo.
*É fácil de polir e a sua textura tem qualidades que satisfazem os requisitos que permitem a
sua utilização como pedra decorativa (BRODOIMPEKS, 1985; Cilek, 1989; Lächelt, 2004;

6.10.1.7. Quartzito
(Folha 1632/33)

Afonso & Marques (1993) descreveram alguns quartzitos, por exemplo os que resultam do
Grupo de Rushinga do Paleoproterozóico (P1R).
NGU (2007) indica que quartzitos similares aos do tipo de distena-quartzito do rio Levele se
utilizam na Suécia como pedra pré-talhada.

6.10.1.7.1. Quartzitos do Grupo de Rushinga (P1R)


(Folhas 1632/33 - 1733)

Este quartzito ocorre na província geológica de Manica-Baruè, perto da fronteira de


Moçambique-Zimbabué.
Segundo Afonso & Marques (1993), esta rocha pode ser utilizada como pedra pré-talhada.

*A dureza, a solidez e a resistência aos ácidos para além de outras qualidades do quartzito
tornam esta rocha particularmente adequada para material decorativo de exterior.
6.10.1.7.2. Distena-quartzito do Rio Levele
(Folha 1236 Mavago, UTM 37S 228840, 8572186)

A ocorrência de cianite quartzito (ver também 6.5.1.1.3.3, em 6.5.1.1. andaluzite, cianite


silimanite) encontra-se 47 km a su-sudeste de Mavago, 17 km a sul da Reserva de Vida
Selvagem do Niassa.

*A unidade cobre várias colinas e consiste em rochas laminadas pegmatíticas com textura
granular média, com grãos azuis de distena inseridas numa matriz de quartzo equigranular
com quantidades variáveis de moscovite intersticial.
*Foram cartografados dois horizontes de cianite-quartzito separados por vários gnaisses, mas
considera-se que constituem uma unidade dobrada.
*Os horizontes apresentam uma espessura de, pelo menos, 30 m e é provável que seja
possível detectá-los durante vários quilómetros.

Apesar da sua localização longínqua, a ocorrência da rocha devia também ser avaliada como
uma pedra pré-talhada e em bloco para a produção de lajes e azulejos de elevada qualidade.
Rochas similares foram observadas com pedras pré-talhadas na Suécia (NGU, 2007).

6.10.1.8. Pedra sabão

6.10.1.8.1. Pedra sabão no Complexo da Ponta Messuli (P1P)


(Folha 1134)

Pequenas lentes de pedra sabão e talco xisto ocorrem no Complexo da Ponta Messuli do
Paleoproterozóico (P1P).

Estão localmente associadas a lentes de rochas antofilíticas. Supõe-se que representam rochas
magmáticas ultramáficas alteradas.
A pedra sabão tem sido utilizada localmente como pedra pré-talhada, por exemplo, em
lápides.

Ao longo da costa do Lago Niassa, a pedra sabão aflora em vários pontos mas, para avaliar as
quantidades, é necessário recorrer a um método especial de cartografar, porque em muitos
destes pontos não é possível reconhecer a dimensão dos corpos de pedra sabão (cobertura
coluvial).
Lächelt (por cartografia geológica em 1996) observou alguns corpos de pedra sabão, mas
parece que estes são sempre muito pequenos, o que os torna impróprios para a extracção
mineira como pedras pré-talhadas.

6.10.1.8.2. Pedra sabão no Complexo de Lalamo (P3LM)


(Folha 1340 e outros)

Vários corpos ultramáficos estão cartografados no Complexo de Lalamo, especialmente na


folha 1340 de Mecufi.
Estes podem também ter potencial como pedra sabão, mas não foi observada qualquer
exploração dos mesmos como pedra pré-talhada (NGU, 2007).

Para definir o potencial de pedra sabão no Complexo de Lalamo é necessário um método


especial de cartografia, mas actualmente (2013) isto não é uma tarefa prioritária.
6.10.2. Calcário

Os calcários usados como matérias-primas para a indústria de construção estão bastante


espalhados em Moçambique. Os depósitos de calcário afloram em todas as províncias do país,
embora não sejam muitos os depósitos explorados (até 2013).

Em Moçambique são dois os tipos principais de calcário que ocorrem:

*Calcários cristalinos
*Calcários sedimentares

Os calcários cristalinos ocorrem no soco metamórfico e encontram-se em muitos locais sob a


qualidade de mármore (ver 6.6.1.1. Mármore) e são qualificados como um potencial de
mármore ou extraídos como pedra decorativa.
Alguns depósitos de calcários cristalinos, além de serem utilizados como materiais de
construção, possuem uma qualidade tão elevada que podem ser refinados para serem
utilizados como rochas industriais nas indústrias químicas (ver 6.5.2.3. Calcários).
Os calcários sedimentares ocorrem em sequências sedimentares do Mesozóico–Cenozóico.

As seguintes áreas e locais de calcários cristalinos são os mais importantes (de sul para
norte):

*Zona de Canxixe – Maringuè – Madzuire (Buzua) (províncias de Sofala, Manica);


*Áreas de Massanga e Mungari (província de Manica);
*Área de Chíre – Morrumbala – Amosse (província da Zambézia);
*Zona de Matema – Boroma e Fíngoè (província de Tete);
*Depósito de Netia e Estrutura de Monapo (província de Nampula)
*Zona de Montepuez – Mesa – Balama – Mazeze – Chiúre (província de Cabo Delgado);
*Depósito de calcário de Malulo (Malula) (província do Niassa)
*Ocorrência de calcário de Negomano (província do Niassa).

Em 6.6.1. são apresentadas as características detalhadas de muitos destes calcários. Pedras


Decorativas/Pré-talhadas (6.6.1.1. Mármore).
As seguintes áreas e locais de calcários das bacias sedimentares do Mesozóico-Cenozóico
são os mais importantes (de sul para norte):

*Salamanga (província de Maputo);


*Sabiè (província de Maputo);
*Magude (província de Maputo);
*Mapulanguene (província de Gaza);
*Massingir (província de Gaza);
*Inharrime (província de Inhambane);
*Marrumbene – Homoine (província de Inhambane);
*Yofane (província de Inhambane);
*Vilankulo (província de Inhambane);
*Rio Save (províncias de Inhambane, Sofala, Manica);
*Búzi (província de Sofala);
*Cheringoma (província de Sofala);
*Nacala (província de Nampula);
*Pemba (província de Cabo Delgado);
*Mocimboa de Praia (província de Cabo Delgado).
A Figura 6.86. mostra as áreas de calcário de Moçambique.

Figure 6.86.: Localização das áreas de calcário de Moçambique.

6.10.2.1. Calcários cristalinos (mármores)

Os mais antigos calcários cristalinos de Moçambique são mármores da cintura de rochas


verdes do Arcaico do Grupo de Manica (A3M). Nas Formações de Macequece (A3MM) e de
(Mbeza-) Vengo (A3MV), que consistem principalmente em xistos de sericite-clorítica e
filitos incluindo xistos pretos, estão também presentes pequenas bandas de mármore e
conglomerados. O mármore foi temporariamente utilizado para a produção de cal na
proximidade da cidade de Manica.
*Mármores de cor branca ou creme, com textura granular média, na área de Boroma formam
habitualmente cristas estruturais características, como os Mármores de Chacocoma perto de
Tete, tendo sido utilizadas para a produção de cal.
*Na secção NO da província de Tete, é possível encontrar mármores dolomíticos impuros,
com textura granular grosseira, numa sequência metassedimentar com finas bandas siliciosas,
conhecidas como Mármores de Musamba, no Supergrupo de Zâmbuè (P2ZB) entre as cidades
de Zumbo e Malowera.
*É também frequente que estejam presentes mármores dolomíticos de cor creme ou branca,
com textura granular média a fina no Supergrupo vulcano-sedimentar de Fíngoè (P2F). As
principais acumulações ocorrem dentro dos estratos do Monte Tchicombe (nas rochas P2FHv
da Formação do rio Mucamba/P2Fp e na Formação do Monte Puégue/P2FPcc) e nos Grupos
do Monte Messuco (Formação do Monte Rupanjaze/P2FR).
* Sabe-se que ocorrem calcários cristalinos, mármore, bem como calcite praticamente pura
em algumas áreas próximas de Chíre, por exemplo no Mt. Nhamuanze.
*O mármore e o calcário estão registados em diferentes sequências da idade do
Mesoproterozóico ao Mesozóico e nas províncias de Cabo Delgado.
* Mármore Meso- a Neoproterozóico (cerca de 1100 Ma) constitui grandes proporções dos
Complexos de Xixano (P3X), Montepuez (P3MP) e Lalamo (P3LM) na província de Cabo
Delgado.
**A composição destes mármores com textura granular média a grosseira varia, mas mármore
de calcite pura parece formar-se apenas em pequenas partes. Habitualmente são uma variável
dolomitizada como no bem conhecido mármore de Montepuez, ou são um mármore dolomite.
Adicionalmente, observou-se magnesite no mármore no Complexo de Lalamo, 14 km a norte
de Lalamo (NGU, 2007).
*No Grupo Neoproterozóico de Geci foi reportada a exploração limitada de rochas para
produção de cal e cimento (P3GC). A produção de calcário em pequena escala tem sido levada
a cabo a partir do calcário do Grupo Geci (590 Ma) em Malulo, na província do Niassa.
Encontram-se proporções muito variáveis de CaO/MgO e a utilização desta rocha na
produção de cal exige um refinamento ainda maior (NGU, (2007).
*Em Plantação Pinto, perto de Pemba, na província de Cabo Delgado, o calcário da Formação
Cretácica de Pemba (CrP) tem sido explorado para utilização na produção de cimento (NGU,
2007).

6.10.2.1.1. Zona de Canxixe-Maringuè-Madzuire (Buzua)


(Folha 1734)

Dentro de uma zona do Complexo de Báruè do Mesoproterozóico (P2B) ocorrem corpos do


tipo linhaça, de calcários cristalinos, parcialmente da qualidade de mármore.

*O calcário é caracterizado por inúmeras impurezas, embora os teores de MgO e Fe2O sejam
baixos (Lächelt, 2004)

Cilek (1989) e Lächelt (2004) apresentam análises químicas para o calcário cristalino de
Buzua (perto de Madzuire) (Tabela 6.104.).

Composição I II III IV V
química Conteúdo %
SiO2 0,89 0,37 0,02 2,53 1,13
Al2O3 0,24 0,23 0,03 0,45 0,56
Fe2O3 0,65 0,19 0,27 0,26 0,51
CaO 53,84 55,24 56,20 54,12 49,63
MgO 1,24 0,41 0,31 0,35 2,52
TiO2 0,02 0,04 0,02 0,02 0,04
P2O5 0,06 0,10 0,05 0,01 0,06
MnO 0,01 0,01 0,05 0,05 0,01
CO2 +H2O 43,35 43,14 43,14 41,87 41,32
Raio-X Conteúdo ppm
Nb2O3 10
Rb2O 20
Ta2O5 15
Cs2O 30
Tabela 6.104.: Análises químicas do calcário cristalino de Buzua.

Na área de Canxixe – Maringuè (secção sul da zona) ocorrem grandes lentículas de mármore
granulado (Cilek, (1989). Do ponto de vista mineralógico, esta rocha é constituída por grãos
grandes, podendo atingir 5 mm, de calcite e forsterite, moscovite, quartzo e minerais
metálicos. Foram definidos dois tipos:
*Mármore calcítico puro
*Mármore impuro contendo mais de 30% de quartzo, moscovite e feldspato.

Perto de Búzina (secção norte da zona) a qualidade dos calcários é muito melhor e afloram
calcários muito puros (Tabela 6.104).

Não há cálculos das reservas de calcário ou estimativas do potencial, mas algumas áreas da
zona podem ter interesse económico no futuro.

6.10.2.1.2. Áreas de Massanga e Mungari (província de Manica)


(Folhas 1632/ e 1732/33)

Há lentes de calcários cristalinos na província de Manica a norte, dentro do Grupo de


Rushinga do Paleoproterozóico (P1R). Estes calcários são comparáveis aos da zona de
Canxixe–Maringoè.
Só alguns destes corpos estão geologicamente cartografados.
Não há dados adicionais disponíveis (Lächelt, 2004).
No que se refere às infra-estruturas, estes calcários estão numa posição favorável já que nas
proximidades em Tete-Moatize, há uma região que regista uma expansão económica e que
necessita de materiais de construção. Por outro lado, os corpos de calcário são pequenos, de
forma muito irregular e o calcário é de composição muito impura.

Tendo em atenção a qualidade dos calcários, estes têm de ser qualificados como um potencial
recurso.

6.10.2.1.3. Área de Chíre-Morrumbala-Amosse (província de Zambézia)


(Folha 1635)

A área do depósito de Chíre (província da Zambézia) situa-se perto da fronteira com o


Malawi.
Lentículas e bancos de calcários cristalinos, frequentemente com a qualidade de mármore,
ocorrem entre gnaisses e granulitos da ocorrência mais a oeste do Grupo Mólocuè (P2NMa).
Na área de Chíre já se extraiu calcário que foi utilizado primeiramente para a refinação de
açúcar e depois para a produção de cal viva
*Os calcários de Chíre são extremamente puros e podem ser de facto classificados como
calcite.
*Inúmeras camadas de carbonato afloram numa vasta área de cerca de 12 500 km2.

Há inúmeros afloramentos de depósitos/camadas/corpos de calcário:

*Chíre
*Nhammuanza
*Área de Nhammuanza
*Rio Túngoè/área de Morrumbala

São expectáveis reservas importantes em toda esta vasta área.


Contudo, as infra-estruturas estão subdesenvolvidas.

6.10.2.1.3.1. Chíre
(Folha 1635)

O depósito de Chíre situa-se na província da Zambézia, perto da fronteira com o Malawi.

*O calcário de Chire aflora numa área de 3 x 1 km com espessuras de 35-50 m (Lächelt,


1985).
*A análise do calcário confirma que se trata de um produto de grande qualidade (Tabela
6.102.).

6.10.2.1.3.2. Ocorrência de Nhammuanza


(Folha 1635)

A ocorrência de Nhammuanza fica a 5 km de Chíre.

*Em Nhammuanza, Afonso & Marques (1993) descrevem um depósito de calcite que
presumivelmente corresponde ao supramencionado depósito de Chíre.
*O depósito ocorre entre gnaisses e migmatitos.
*Os calcários formam uma zona com 5 km de comprimento e 250–500 m de largura, no cimo
de uma elevação com 50–200 m de altura em relação ao terreno circundante.
*Os dados analíticos descritos coincidem com as análises apresentadas na Tabela 6.102.
*O conteúdo de CaO varia em cerca de 52%.

Considera-se que as reservas da ocorrência de Nhammuanza excedem 500 Mt (Afonso &


Marques, 1993).

6.10.2.1.3.3. Área de Nhammuanza


(Folha 1635)

Na área de Nhammuanza, Cilek (1989) listou 22 corpos de calcário (mármore).

*A espessura dos corpos varia entre 0,5 e 300 m.


*Os calcários (mármores) apresentam uma relação com granito-gnaisse biotítico e quartzito.
*Os calcários (mármores) foram dolomitizados e o conteúdo de MgO varia entre 0,25 e
20,56% o que confirma o carácter dolomítico dos calcários (mármores).
Entre os corpos calcários da área de Nhammuanza, Cilek (1989) referiu em especial os
seguintes locais favoráveis para materiais de construção:

*Monte Chifuso
*Monte Bonesse (perto de Amosse).

6.10.2.1.3.4. Rio Túngoè e área de Murrumbala


(Folha 1635)

É possível encontrar camadas de mármore cristalino sob a forma de lentes dentro de gnaisses
de alta qualidade do Grupo de Mólocuè do Mesoproterozóico (P2NMa)

*A principal ocorrência de mármore regista-se na foz do rio Túngoè, a sul da Serra da


Morrumbala, cerca de 50 m a sudoeste da cidade de Morrumbala.
*Uma outra ocorrência de mármore dentro de gnaisses situa-se a cerca de 5 km ENE da
cidade de Morrumbala.

Ambas as ocorrências foram exploradas no passado para produção local de cal.


Estas rochas apresentam conteúdos de MgO adequados ao fabrico de cimento.

6.10.2.1.4. Zona de Matema-Boroma e Fíngoè (província de Tete)

É possível encontrar horizontes de carbonato na margem sul do rio Zambeze, na área de


Boroma e Matema, na margem do rio Zambeze.
*Os horizontes de carbonato e as camadas de mármore estão intercalados dentro dos gnaisses
da Formação de Chíduè (P1CH) ao longo do contacto noroeste das rochas gabro–anortosíticas
da Suite de Tete (P2T)
*As sequências de carbonato ocorrem dentro do Supergrupo de Fingoè do Mesoproterozóico
(P2F)

6.10.2.1.4.1. Boroma e Matema


(Folha 1533)

Existem algumas minas a céu aberto na margem sul do rio Zambeze (folha 1533)
0542572/8232491), numa colina, a cerca de 8 km a NO da missão de Boroma.
Foram construídos dois fornos de cal verticais com revestimento de tijolo refractário para
queima de cal e é possível colocá-los de novo em funcionamento após algumas reparações
(GTK, 2006).

*A alimentação é constituída por um mármore calcítico fortemente foliado com camadas ou


schlieren de anfibolito alojado por gnaisse calco-silicatado.
*O gnaisse calco-silicatado contém inclusões arredondadas de anfibolito/gabro (<1 m) com
orlas de reacção do tipo escarnito.
*Nas proximidades encontram-se xistos micáceos dobrados.
*O gnaisse é heterogéneo e cortado com uma quantidade variável de biotite (GTK, 2006).

Em Matema, ao longo da margem do rio Zambeze, a 40 km de Tete, produziu-se uma certa


quantidade de cal de construção.
É possível que possa ocorrer mais produção de cal de construção.

6.10.2.1.4.2. Rochas carbonatadas na Formação de Chíduè (P1CH)


(Folha 1533)

Os horizontes de carbonato e as camadas de mármore estão intercalados dentro dos gnaisses


da Formação de Chíduè (P1CH) ao longo do contacto noroeste das rochas gabro–anortosíticas
da Suíte de Tete (P2F).
Estas rochas correspondem parcialmente a calcários escarnitizados.
O parecer mais recente (2013) é de que estas rochas carbonatadas não são adequadas para
materiais de construção, mas podem ser indicadas como potencial fonte de carbonato.

6.10.2.1.4.3. Rochas carbonatadas no Supergrupo de Fíngoè (P2F)


(Folha 1531)

As rochas carbonatadas no Supergrupo de Fíngoè (P2F) não foram consideradas adequadas


para materiais de construção, embora possam ser indicadas como potencial fonte de
carbonato.

6.10.2.1.5. Depósito de Netia e Estrutura de Monapo (província de Nampula)


(Folha 1439/40)

O depósito de Netia é conhecido pelos seus depósitos de mármore, mas algumas partes da
rocha carbonatada são de qualidade inferior e não são adequadas para serem utilizadas como
pedras decorativas, pelo que só parcialmente são utilizadas como materiais de construção.
O depósito fica numa área em que as infra-estruturas estão bem desenvolvidas e equipadas
com estradas alcatroadas, linhas de caminho-de-ferro e um porto na área ocupada pela
Estrutura de Monapo, na qual ocorre o depósito de Netia.
O depósito calcário de Netia tem de ser considerado como uma potencial fonte de rocha
calcária.
Para além do depósito de Netia, os calcários cristalinos também afloram noutras áreas da
Estrutura de Monapo, comparáveis à do depósito de Netia, e podem no futuro fornecer cal
como um subproduto na exploração de apatite (Lächelt, 2004)

Dado que só por si, o depósito de calcário de Netia não tem qualquer importância, há que ter
em consideração que nas proximidades, na área de Nacala, ocorrem calcários sedimentares
que estão a ser explorados e que possuem potencial suficiente para satisfazerem a procura.

6.10.2.1.6. Zona de Montepuez-Mesa-Balama-Mazeze-Chiúre (província de Cabo


Delgado)
(Folhas 1238/39/40 +/1338/39/40 [e 1138 como continuação para norte de P3MP])

Ao longo de toda a secção oriental da Zona de Carreamento do Lúrio, ocorrem inúmeras


lentes, bancos e camadas de calcário cristalino, parte dos quais de dimensão considerável.
Especialmente na zona/área entre Montepuez e Balama constituída pelo Complexo de
Montepuez do Neoproterozóico (P3MP), ocorrem mármores (P3MPma) e calcários cristalinos.
Em Montepuez, o mármore é extraído em quatro pedreiras.
Para além das grandes quantidades de mármore de elevada qualidade, estão disponíveis
importantes reservas de calcário que podem ser utilizadas como materiais de construção.

Há diversos horizontes de calcário cristalino/mármore dentro do Complexo de Montepuez. O


mais importante pode ser encontrado a norte de Montepuez na folha 1338/Namuno, onde o
mármore é explorado como pedra pré-talhada em várias pedreiras (por exemplo, na UTM 37S
497700, 8553000).
As principais áreas e as características dos mármores são as seguintes (NGU 2007):

*Área de Montepuez:
*Área de Mazeze:
*Área de Chiure Velho:

Todas estas rochas se apresentam fortemente dobradas em dobras isoclinais apertadas em


todas as escalas, e foram posteriormente cortadas por diversas zonas de cisalhamento com
orientação predominante NE-SO. Os conjuntos de rochas do Complexo de Montepuez
sofreram de uma forma geral um metamorfismo de grau anfibolítico (Jamal, 2005).
Considera-se que o principal mármore de Montepuez se encontra dentro da mélange tectónica
do Complexo de Montepuez. Esta zona parece estar tectonicamente "pontilhada" na direcção
sudoeste ao longo de uma zona de cisalhamento dúctil importante. A extremidade sul-
sudoeste desta lente de mármore foi claramente reactivada, do ponto de vista tectónico, por
uma importante zona de cisalhamento dúctil Pan-africana inferior NE-SO (NGU, 2007).
Os afloramentos de calcário podem ser contínuos até ao rio Rovuma (Figura 6.87.).

Não há, contudo, qualquer necessidade de explorar estes calcários já que uma eventual
procura pode ser satisfeita pela ocorrência de calcários não metamorfoseados que afloram na
área de Pemba.

6.10.2.1.7. Depósito de calcário de Malulo (Malula) (província de Niassa)


(Folha 1235 Macaloge-Chiconono UTM 36S 736600, 8576700)

O depósito de calcário de Malulo (Malula) situa-se 50 km a norte de Lichinga.


O depósito foi assinalado como um potencial depósito de mármore.
O depósito de calcário de Malulo ocorre nas rochas meta-carbonatadas do Grupo de Geci
(P3GC) que foram cisalhadas e juntas de forma intensa, o que impede a sua utilização como
pedra pré-talhada. O baixo grau metamórfico e a composição essencialmente calcítica das
rochas são favoráveis à produção de cal e cimento (NGU, 2007).
Desde a década de 1970 que ocorre produção de cal em pequena escala.

*Contudo, as análises da rocha integral das rochas meta-carbonatadas de Geci (Jourdan &
Paulis, 1979) revelam conteúdos baixos, embora muito flutuantes de SiO2 e Al2O3 (0,5-10 e
0,6-6 wt %, respectivamente), assim como rácios de MgO/CaO (0,05-0,7, 0,15 ± 0,18, n =
94).
*As observações de campo por NGU (2007) sugerem que a dolomitização dos calcários está
difundida localmente e que ocorre irregularmente por toda a lente.
*Dado que o calcário dolomitizado não pode ser utilizado para a produção de cal e cimento, a
matéria-prima só pode ser fornecida após extracção selectiva de calcários não-dolomitizados.
Esta situação pode criar obstáculos graves mesmo para uma utilização industrial de média
escala dos calcários de Geci (NGU, 2007).

O depósito compreende diferentes tipos de calcário até à dolomite, dependendo do conteúdo


de MgO segundo análises realizadas por Cilek (1989) (Tabela 6.105.).
Rocha Calcário Mg- Dolomítico Calcítico Dolomite
Tipo Calcário Calcário dolomite
I II III IV I II I II III I II III I
Composição Conteúdo %
Química
SiO2 1,1 1,1 1,4 0,9 0,8 1,5 5,0 1,8 2,4 1,3 2,5 1,6 0,6
Al2O3 1,1 1,5 1,6 0,6 0,7 1,8 1,8 1,7 1,4 1,3 3,8 2,8 1,2
Fe2O3 0,1 0,5 0,1 0,1 0,2 0,2 0,4 0,3 0,3 0,5 0,4 0,4 0,1
CaO 55,3 54,5 54,5 55,1 54,6 54,1 44,2 53,1 48,6 34,0 35,0 39,0 32,7
MgO 0,8 0,7 0,8 0,5 1,2 1,2 8,3 4,2 6,5 18,9 17,8 13,3 20,9
0,0 - 1,1 1,1 - 2,1 2,1 - 10,8 10,8 - 19,5 19,5-21,6
CO2 32,2 32,3 33,0 32,7 31,8 33,1 32,1 32,6 29,9 32,4 31,9 32,3 32,7
R.I. 1,2 0,5 0,2 0,1 0,4 0,3 0,6 0,5 0,9 0,3 7,8 7,6 0,7
L.i. 41,6 42,1 41,2 40,4 42,7 41,2 41,6 42,5 37,1 44,9 43,4 43,1 46,1
Tabela 6.105.: Composição química e tipos de calcário do depósito de calcário de Malulo
(Malula) (adaptado de Lächelt, 2004)

Segundo Cilek (1989), as reservas são da ordem de 32,88 Mton com CaO >50% e 10 Mton
para um conteúdo de CaO de 46–58%.

Com o desenvolvimento económico da Província do Niassa, a promoção do depósito pode


tornar-se cada vez mais importante para a produção de cal.

6.10.2.1.8. Ocorrência de calcário de Negomano (província de Niassa).


(Folha 1138)

Na área de Negomano, perto da fronteira com a Tanzânia (área de confluência com os rios
Rovuma e Lugenda), ocorrem lentes de calcários cristalinos.

Não estão disponíveis dados detalhados relativos à ocorrência.


A ocorrência fica afastada de qualquer rede de infra-estruturas e apresenta unicamente
interesse académico (Lächelt, 2004).

6.10.2.2. Calcários sedimentares de cobertura

Calcários e calcários dolomíticos de tipo sedimentar afloram por todas as bacias sedimentares
de Moçambique. Estes depósitos são sobretudo da idade do Cretácico e do Terciário.
Contudo, os principais produtores de calcário no sul e centro de Moçambique (Bacia de
Moçambique) encontram-se nos depósitos do Terciário das seguintes Formações:

*Formação de Salamanga (TeS)


*Formação de Cheringoma (TeC)
*Formação de Jofane (TeJ)

No norte de Moçambique (desde o rio Rovuma até ao sul de Nacala) as principais origens de
calcário são:

*Formação de Alto Jingone (TeAj/TeOj)/Formação de Quissanga (TeQs/TeOj)/)


*Recifes quaternários ao longo da costa entre Pebane e o rio Rovuma

Actualmente, extrai-se calcário para a produção de cimento em Salamanga (sul de


Moçambique), Muanza (centro de Moçambique) e Nacala (norte de Moçambique).
6.10.2.2.1. Calcários no centro e sul de Moçambique

No centro e sul de Moçambique estão identificadas as seguintes sequências importantes com


depósitos/ocorrências de calcário:

*A Formação de Salamanga (TeS) com afloramento de calcários a sul de Maputo.


*Os calcários da Formação de Cheringoma (TeC), que possuem elevados conteúdos de
carbonato de cálcio, afloram a oeste da Beira ao longo do rio Buzi e em locais tipo do norte da
Beira, no planalto de Cheringoma.
*A Formação de Jofane (TeJ) constitui uma terceira importante acumulação de calcário.
Uma vasta área com afloramentos de calcário estende-se desde o rio Save para sul até
Inhambane.
*São também conhecidas ocorrências de calcário no local de Urrongas (folha 2134,
694693/7588121) a partir do Membro de calcário de Urrongas (TeJu) da Formação de
Jofane (TeJ).
*O calcário do Terciário é conhecido do Membro de Calcário (TeMI) da Formação
Terciária de Mangulane (TeMl).
*No sul de Moçambique (entre Inhambane e Xai-Xai) ao longo do Rifte de Funhalouro,
encontrou-se recentemente em muitos lagos calcário precipitado do Quaternário. O calcário é
utilizado localmente como aditivo para solos. Pode também ser usado como material de
construção.

As principais áreas/regiões de calcários sedimentares são:

*Depósito de Salamanga (província de Maputo);


*Ocorrência de Mangulane (província de Maputo);
*Área de Sabiè (província de Maputo);
*Área de Mapulanguene e Massingir (província de Gaza);
*Áreas de Marrumbene–Homoine-Inharrime (província de Inhambane);
*Área de Jofane (Yofane)–Vilankulo (Vilanculo);
*Região do rio Save (províncias de Inhambane, Sofala [Manica]);
*Região do rio Chababawa–Búzi (província de Sofala);
*Área do planalto de Cheringoma (província de Sofala);
*Calcários lacustres (Qll) no sul de Moçambique;

6.10.2.2.1.1. Província de Maputo

6.10.2.2.1.1.1. Depósito de Salamanga


(Folha 2632)

O depósito de Salamanga situa-se ~ 60 km SSE de Maputo (folha 2632, 466180/7076273)


perto de Matutuíne (antiga Bela Vista). Fica nas proximidades do rio Maputo e prolonga-se
por mais de 10 quilómetros.

*Os calcários de Salamanga são da idade Terciária (Formação de Salamanga/TeS).


*Os depósitos da Formação de Salamanga são constituídos por calcários arenosos com
intercalações de arenitos calcários e margosos.
*O depósito de Salamanga abrange uma zona com um comprimento superior a 10 km e uma
largura de 1,5–2,0 km.
*A espessura da camada de calcário varia entre os 11 m no SO e os 55 m no NE com um
valor médio de 32 m.

A composição química do calcário foi analisada várias vezes. Os resultados são apresentados
na Tabela 6.106.

Composição Afonso & Cilek


química Marques (1989)
(1993)
Conteúdo %
SiO2 7,47 10,60
CaO 43,88 44,44
MgO 0,71 2,55
Fe2O3 3,15 1,16
Al2O3 19,70 0,99
Na2O3 0,67 0,38
K 2O 0,19 0,40
P2O5 0,26
TiO2 0,0095
SO3 0,12
MnO 0,44
l.i. 37,15
H2O (- 350°C) 0,71
H2O (-105°C) 0,83

CaCO3 78,55
MgCO3 5,00
Tabela 6.106.: Composição química dos calcários de Salamanga (Lächelt, 2004)

Actualmente (2006), o calcário para produção de cimento é explorado em Salamanga, onde é


transportado por comboio e camião para a fábrica de "Cimentos de Moçambique" na Matola,
a uma distância de ~ 100 km (GTK, 2006)
A fábrica produziu ~ 380 000 toneladas de cimento em 2004 (estatística da base de dados
USGS).

Foi reportada uma reserva medida de 1200 Mt (558 Mm3) e uma reserva inferida de 1200 Mt
de calcário da qualidade de cimento Portland. Estas reservas são calculadas assumindo que o
depósito cobre uma área de superfície de 17 km2 com uma densidade volumétrica de 2,15 t/m3
(Diallo, 1979). Estima-se que existam reservas antecipadas de 1,2 mil milhões de toneladas
adicionais.
As reservas que afloram nesta área são consideráveis. As reservas calculadas e posicionais
garantem uma produção de calcário durante um longo período.

6.10.2.2.1.1.2. Ocorrência de Mangulane


(Folha 2532)

A ocorrência de Mangulane situa-se cerca de 40 km a NE de Moamba (folha 2532,


440864/7197628).

Na década de 1960 esteve activa uma pedreira bastante grande com boas ligações rodoviárias
e ferroviárias.

*Não se conhecem dados mais detalhados sobre os calcários.


*A cobertura sobre o calcário tem uma espessura de 2 – 10 m e é constituída por areia e
cascalheira.
*A remoção de grandes volumes de cobertura antes da extracção do calcário foi necessária,
aumentando consideravelmente o custo das actividades operacionais e provavelmente a mina
foi encerrada por esse motivo.

6.10.2.2.1.1.3. Área de Sabiè


(Folha 2532)

Segundo Afonso & Marques (1993), calcários silicatados do Eocénico da Formação de


Cheringoma (TeC) (considerados por Afonso & Marques/1993 como um equivalente da
formação de Salamanga/TeS) afloram numa vasta área.
Segundo estes autores, a Área de Sabiè é indicada como estando coberta por grandes
depósitos de calcário margoso e arenoso, que corresponde à Formação de Grudja do Cretácico
Superior (CrG).

*Os calcários ocorrem em distâncias de 50–70 km para norte e sul de Sabiè em direcção aos
Montes Libombos.
*GTK (2006) descreve a Formação de Grudja como sendo constituída por arenito
glauconítico com marga subordinada e calcoarenito e a porção superior de calcários como
depósitos fossilíferos maciços com espessuras até os 200 m.
*Não estão disponíveis análises à qualidade e adequabilidade dos calcários.

6.10.2.2.1.1.4. Área de Magude


(Folha 2533)

Uma vasta zona da Formação de Cheringoma (TeC) estende-se desde a área de Sabiè até à
área de Magude. Segundo Afonso & Marques (1993), cobertos pelos depósitos do Mioceno –
Plioceno, ocorrem calcários da Formação de Jofane/TeJ (parte identificada como a antiga
Formação de Morrumbene).
Segundo as últimas interpretações, não é claro a que calcários se referem os autores.
Contudo, afloram calcários na área de Magude.
A qualidade dos calcários não foi avaliada.
Toda a área NNO de Magude é considerada uma importante fonte potencial de calcários
(Lächelt, 2004).

6.10.2.2.1.2. Províncias de Gaza, Inhambane e Sofala

6.10.2.2.1.2.1. Zona costeira nas províncias de Gaza e Inhambane


(Folhas 2335, 2435)

Nas zonas costeiras da província de Inhambane não há exposição das rochas silicatadas.
Como alternativa, foram desenvolvidas várias minas de calcário perto ou ao longo da auto-
estrada EN1. Estas incluem pedreiras artesanais perto da cidade de Massinga (na aldeia de
Mambadine/folha 2335, 730479/7426499) e Chacane/folha 2435, 688814/7318825).
O agregado de calcário é utilizado para construção de casas e manutenção de estradas locais.
Outras três licenças de extracção válidas para exploração de calcário foram emitidas no
distrito de Vilankulo (ver 6.6.2.2.1.1.2.4.).

6.10.2.2.1.2.2. Área de Mapulanguene e Massingir


(Folha 2331/32)
*Ocorre calcário arenoso a norte de Massingir (província de Gaza) na Formação de
Cheringoma (TeC).
*Uma vasta área está coberta pelos depósitos de calcário arenoso na área da Barragem de
Massingir e na região do rio dos Elefantes e para norte ao longo do rio Singuedeze.
Afonso & Marques (1993) referiram um arenito carbonatado perto de Massingir.

Não estão disponíveis dados detalhados para estes calcários.


Todos estes calcários tão pouco foram avaliados quanto ao potencial económico da sua
utilização.

6.10.2.2.1.2.3. Área de Marrumbene-Homoine-Inharrime


(Folhas 2335 - 2435)

Na província de Inhambane foram cartografados vários depósitos de calcário que foram


associados à Formação do Mioceno de Jofane (TeJ).
Estes depósitos são essencialmente constituídos por calcários arenosos.
Embora aflorem várias ocorrências em área com infra-estruturas favoráveis, as mesmas
aguardam por estudos futuros.

6.10.2.2.1.2.4. Área de Jofane (Yofane)-Vilankulo (Vilanculo)


(Folha 2134)

Na área de Jofane (Yofane) – Vilankulo (Vilanculo), na província de Inhambane, uma área de


260 x 30/60 km está coberta por calcário da Formação de Jofane (TeJ).

*A espessura dos depósitos de calcário pode chegar aos 100 m.


*Estes calcários são de boa qualidade, mas, em algumas zonas, incluem intercalações de
calcários arenosos e argilitos.
*As análises realizadas em calcários de diferentes locais encontram-se na Tabela 6.107.:

Composição Massinga Mabote Macovane Vilankulo


química Conteúdo %
SiO2 0,82 0,81 1,09 0,47
Fe2O3 0,27 0,07 0,04 0,30
Al2O3 0,11 0,17 0,22 0,22
CaO 52,12 55,46 54,94 54,24
MgO 0,36 0,06 0,17 1,10
L.i. 43,32 43,43 43,54 43,67
Tabela 6.107.: Composição química dos calcários da área de Jofane – Vilankulo (Lächelt,
2004)

As reservas calculadas para uma área de superfície 800 km² ascendem a 1120 x 106 t.
Toda a área está servida por boas infra-estruturas.
Recomenda-se a realização de um estudo sobre esta importante área de depósitos calcários.

6.10.2.2.1.2.5. Inhaminga
(Folha 1835)

Há alguns anos foi extraído calcário terciário no distrito de Inhaminga (folha 1835,
714755/7960669) para produção de cimento em Dondo.
Grandes depósitos de calcário do Eocénico ocorrem ao longo do planalto de Cheringoma, a
sul de Inhaminga (GTK, 2006).

Segundo Afonso & Marques (1998), as reservas estimadas de calcário ascendem a cerca de 30
Mt, e podem atingir 210 Mt se forem igualmente incluídas reservas prováveis.

6.10.2.2.1.2.6. Região do Rio Save


(Folhas 2133/34)

Os calcários da Formação de Jofane ocorrem ao longo de ambas as margens do rio Save em


Inhambane, províncias de Sofala (e Manica) numa distância de cerca de 100 km entre
Macassa e Jofane.

Não estão disponíveis resultados analíticos químicos ou qualitativos, mas estes devem
corresponder aos calcários das ocorrências anteriormente descritas (área de Jofane –
Vilankulo).
As quantidades de calcário ainda não foram determinadas, mas devem ser elevadas devido à
vasta área que estes calcários cobrem (Lächelt, 2004)

6.10.2.2.1.2.7. Região de Chababawa-Rio Búzi


(Folha 1934)

Um importante depósito de calcário ocorre ao longo do rio Búzi (70 km a oeste da Beira) na
Região de Chababawa – região do rio Búzi na província de Sofala.

*Afloram calcários da Formação de Cheringoma (TeC).


*De um ponto de vista estratigráfico, estes depósitos de calcário correspondem aos dos
planalto de Cheringoma, que ocorrem entre Rondo e Inhaminga
*Os calcários são de boa qualidade.
*Os calcários ocupam uma área de 80 x 1,8/10 km.

A composição química destes calcários é apresentada na Tabela 6.108.

Composição Conteúdo
química %
SiO2 0,92
CaO 54,80
MgO 0,49
Fe2O3 0,23
Al2O3 0,33
l.i. 43,34

CaCO3 97,56
Tabela 6.108.: Composição química dos calcários da região de Chababawa – rio Búzi
(Lächelt, 2004)

As reservas foram avaliadas em 28 000 Mt (Afonso & Marques, 1993).


No futuro, estes calcários podem apresentar interesse económico.

Na mesma região, ocorrem também calcários do Cretácico da Formação de Grudja (CrG),


mas não são conhecidos dados sobre a sua qualidade ou reservas (Lächelt, 2004)
6.10.2.2.1.2.8. Área do planalto de Cheringoma
(Folha 1834/35)

Na província de Sofala, no planalto de Cheringoma, ocorrem calcários com elevado conteúdo


de carbonato na Formação de Cheringoma (TeC) em duas áreas:

*Oeste da Beira ao longo do rio Buzi


*Norte da Beira (local tipo)

O planalto de Cheringoma situa-se ao longo de uma escarpa no limite da margem oriental do


Graben de Urema, prolongando-se cerca de 100 km na direcção NNE-SSO, a partir de
Muanza no sul até ao norte de Inhaminga.

*A Formação de Cheringoma (TeC) só parcialmente foi conhecida a partir de afloramentos de


calcário que ocorrem numa distância superior a 50 km a leste da confluência dos rios Buzi e
Revue.
*A perfuração para obtenção de petróleo e gás na província de Sofala revelou a estratigrafia
básica de formações do Terciário.
*No local tipo (a norte da Beira), em pedreiras no planalto de Cheringoma perto de Muanza, a
Formação de Cheringoma tem cerca de 70 m de espessura e constitui uma dissonância na
Formação de Grudja subjacente (CrG).
*O calcário varia entre puro a arenoso, de cor esbranquiçada, com uma abundância de fósseis.
*Todo o planalto de Cheringoma constitui uma típica área de carsos com profundas dolinas,
grutas extensas, canhões acentuados e rios subterrâneos (GTK, 2006).
*A área foi explorada na década de 1950 (Dias, 1952) por poços na escarpa de Graben de
Urema para delinear os melhores depósitos de calcário para a fábrica de cimento de Dondo
(NO da Beira).
*Segundo GTK (2006), os depósitos de calcário a sul da estrada Muanza-Urema não são
adequados à produção de cimento, mas identificou-se calcário de boa qualidade a norte da
estrada Muanza-Urema nos seguintes locais (de norte a sul):

*Codzo,
*Nhangatua,
*Condue,
*Massiquidze,
*Muanza,
*Mueredzi

A Figura 6.87. mostra um corte transversal do depósito do rio Codzo


Figura 6.87.: Corte transversal do depósito do rio Codzo (modificado por Bettencourt & Dias,
1952; Cilek, 1989; Lächelt, 2004)

Os três últimos depósitos referidos são os melhores, com espessura e qualidade estáveis. O
depósito de Muanza foi explorado para a fábrica de cimento de Dondo.
Dos restantes depósitos de calcário, o calcário de melhor qualidade foi parcialmente removido
por erosão.

*O depósito mais a sul no rio Mueredzi é o mais bem estudado destes três. O
desenvolvimento regular das camadas de calcário, no que se refere a composição e
continuidade, é notável.
*O rio Mueredzi escavou um canhão com 16 m de profundidade e mais de 600 m de
comprimento, em carbonato com um conteúdo de CaCO3 superior a 85%.
*Em toda a área, as reservas potenciais podem atingir várias centenas de milhões de toneladas
de calcário (Cilek, 1989).
*Massinquize, os depósitos mais a norte dos três, com afloramentos ao longo de 7 km,
compreendem calcário fossilífero branco com um conteúdo de CaCO3 elevado.
*Todos estes depósitos se encontram cerca de 25 km a oeste da linha férrea de Sena e a 80-
100 km de distância da fábrica de cimento de Dondo.

6.10.2.2.1.2.8.1. Depósito de Muanza/Codzo


(Folha 1834)

No depósito de Muanza/Codzo, uma cobertura de calcário com 70 m de espessura da


Formação Terciária de Cheringoma (TeC) aflora numa zona de tendência NNE–SSO de 100 x
4 km (Dias, 1952).

O desenvolvimento da Formação de Cheringoma dentro de toda a área está muito bem


evidenciado num corte transversal do depósito calcário de Muanza, na Figura 6.88.
Figura 6.88.: Corte transversal do depósito de calcário de Muanza (modificado por
Bettencourt & Dias, 1952; Cilek, 1989; Lächelt, 2004)

Na área a norte apresenta-se o exemplo de um corte transversal através da secção mais a norte
do depósito de Muanza (Figura 6.88) que fornece cal à fábrica de cimento de Dondo (NO da
Beira).

*O depósito é constituído por um afloramento arenítico com 15 m de espessura, no qual está


intercalada uma grande quantidade de calcário.
*O tecto é carbonatado e constituído por arenito glauconítico e calcário arenoso.

Para os calcários de Cheringoma foram documentadas várias análises (Tabela 6.109.).

Composição Afonso & Cilek


química Marques (1989)
(1993)
Conteúdo %
SiO2 5,30 4,59
CaO 49,90 51,00
MgO 0,92 0,84
Fe2O3 0,92
Fe2O3 + Al2O3 1,30
Al2O3 2,98
l.i. 39,65 41,48

CaCO3 89,02 90,98


Tabela 6.109.: Composição química dos calcários de Cheringoma (Lächelt, 2004)
As reservas do calcário foram estimadas em 210 Mt (Afonso & Marques, 1993).
A área possui boas infra-estruturas com ligações rodoviárias e ferroviárias.

6.10.1.2.2.3. Calcários lacustres (Qll) no sul de Moçambique;


(Principalmente folhas 2233/34 - 2434 e 2432/33)

No sul de Moçambique (entre Inhambane e Xai-Xai), ao longo da estrutura do Rifte de


Funhalouro, encontram-se muitos lagos com calcários lacustres precipitados do Quaternário.
O calcário é utilizado localmente como aditivo para os solos.
Pode também ser utilizado como material de construção local.

6.10.2.2.2. Calcários no norte de Moçambique

No norte de Moçambique são conhecidos os seguintes depósitos de calcários do Terciário e de


idades sub-recentes:

*Área de Nacala (província de Nampula);


*Área de Pemba (província de Cabo Delgado);
*Zona costeira de Mocímboa de Praia (província de Cabo Delgado).

6.10.2.2.2.1. Área de Nacala


(Folha 1440)

Na área de Nacala, perto do local de Relanzapo, afloram calcários da Formação de Alto


Jingone (TeAj/TeOj) (antiga Formação Quissirua-Repa). Os calcários resultaram da
desintegração de um antigo recife de coral.
O depósito abastece de cal a fábrica de cimento de Nacala.

*A espessura deste recife calcário é de aproximadamente 15 m.

Cilek (1989) e Lächelt, 2004) publicaram os resultados de várias análises químicas realizadas
neste calcário (Tabela 6.110.)

Composição I calcário II calcário III calcário IV calcário V VI


química sem calcário sem calcário
Conteúdo %
SiO2 2,53 0,79 0,94 0,61 59,17 63,92
CaO 53,25 50,07 50,53 49,34 6,93 2,66
Fe2O3 1,40 1,15 1,33 0,67 4,84 3,10
FeO 0,94 0,52 0,53 0,12 0,72 0,69
Al2O3 1,46 1,56 1,15 1,55 12,73 12,58
Na2O3 0,26 0,32 0,17 0,47 1,20 2,01
K 2O 0,05 0,06 0,05 0,03 2,35 3,78
SO3 1,11 0,22 0,001 1,65
P2O5 0,06 0,09 0,06 0,16
l.i. 43,58 43,48 11,66 8,70

CaCO3 95,32 90,31 90,44 88,07


Tabela 6.110.: Análises químicas dos calcários de Nacala (adaptado de Lächelt, 2004)

Não foram calculadas reservas.


Em conformidade com as condições geológicas, é evidente que o calcário do recife de coral
ocorre numa grande distância da zona costeira do norte de Moçambique, a partir de Nacala,
no sul até à fronteira da Tanzânia no norte (ver 6.6.3.2.2.3.). Há reservas de calcário que
podem satisfazer toda a procura resultante da futura produção de cal nesta região.

6.10.2.2.2.2. Área de Pemba


(Folha 12/1340)

Afonso (1978) referiu vastas áreas constituídas sobretudo por calcário, ou seja, em Mecufi –
Muezi.

*Numa ampla área a oeste de Pemba, afloram calcários da Formação de Alto Jingone
(TeAj/TeOj). Não estão disponíveis avaliações quantitativas ou qualitativas destes calcários.
*Conhecem-se também calcários subordinados na Formação de Quissanga (TeQs) (antiga
Formação de Sancul/Cogune).

NGU (2007) apresenta características detalhadas destas duas formações de calcário:


A Formação de Alto Jingone (TeAj/TeOj) (antiga Formação de Quissirua-Repa
corresponde a um calcário arenoso, de cor creme a castanho-claro, calcoarenitos e xistos
argilosos siltíticos e margosos sobrejacentes. O elevado conteúdo fóssil no calcário sugeriu
uma idade entre o Paleocénico e o Eocénico Inferior, ao passo que as margas sobrejacentes
em fósseis indicaram uma idade de Eocénico Inferior.

Há afloramentos em (NGU, 2007):

*No lado ocidental da estrada principal para Pemba (UTM 37S 664505, 8565688) uma
pequena pedreira expõe até 2 m de calcário esbranquiçado, bioclástico com feldspato a
micrítico formando nódulos irregulares até 30 cm transversais numa matriz de argilito verde-
azeitona.
*Mais para oeste (UTM 37S 663852, 8565328), na face de uma falésia, vários calcários
meteorizados degradados, em camadas de ~15-40 cm de espessura, com uma inclinação de
14° SO. As camadas compreendem cascalho e bioclastos calcários dispersos numa matriz de
calcite com feldspato com textura granular fina. Colónias de corais e clastos são
característicos, estando também presentes pequenos clastos de calcário branco com feldspato
e quartzo.
*Margas com interestratificações intercaladas de calcário gipsífero estão bem expostas em
várias pequenas pedreiras próximo de Pemba. Os calcários ocorrem em camadas com
espessuras que podem atingir os 50 cm e aumentam em abundância à medida que se desce nas
margas. Estes afloramentos podem ser detectados até cerca de 20 km a sul de Pemba na folha
1340 Mecufi.
*Na folha 1240 Quissinga-Pemba, a formação está também exposta ao longo da estrada de
Macomia para Mucojo onde há várias escavações e pequenas pedreiras.
*A indicação mais para sudoeste da formação é o pequeno montículo com blocos de calcário
bioclástico de cor creme, textura granular média e siltitos calcários amarelecidos pelo tempo
em UTM 37S 642257, 8662978.
*Para nordeste, em UTM 37S 642651, 8663072, existem também blocos de arenito
carbonatado de cor rosa e creme, com textura granular média e grosseira, bioturbado
localmente, e calcário com feldspato, creme, com textura granular média, com foraminíferos.
*Ao lado da estrada principal (UTM 37S 643569, 8663302) pequenas pedreiras numa crista
para nordeste produzem calcário com textura granular média, esbranquiçado a creme, com
algum feldspato. Interestratificados com os calcários estão arenitos carbonatados com textura
granular média, razoavelmente bem calibrados que se apresentam localmente com textura
granular grosseira e fossilíferos.
*Mais para nordeste na estrada de Mucojo, blocos in situ de calcários arenosos de cor
creme incluem clastos de quartzo e clastos de lama amarelados, com cerca de 5 cm de
comprimento alinhados e sobrepostos na camada.
*Em UTM 37S 643612, 8663314 numa barreira de estrada numa crista com orientação norte-
sul, calcário arenoso bioclástico de cor creme, em camadas de 50-80 cm de espessura, tem
uma inclinação num ângulo pequeno para oeste, possivelmente devido a falhas.
*Uma barreira de estrada em UTM 37S 644147, 8663468 expõe 3 m de calcários
interestratificados com textura granular fina, com feldspato e de cor creme e arenitos
carbonatados com textura granular fina com 10 a 30 cm de espessura. Os calcários são
escamosos e bioclásticos com alguns clastos de lama em camadas frontais transversais.
*Na barreira de estrada em UTM 37S 644572, 8663584, uma secção, cuja espessura pode
atingir 4 m, de calcário bioclástico maciço com entulho estratificado, localmente com
cavidades rochosas revestidas de calcite, está intercalada com arenito carbonatado de cor clara
e textura granular fina.
*Na estrada a sul de Quissanga, inúmeros fragmentos in situ de calcário bioclástico de cor
esbranquiçada a bege, com textura granular grosseira, incluem clastos de micrito, arenito com
textura granular grosseira e conchas. A rocha está bem cimentada e é razoavelmente maciça.
*Na periferia sul de Quissanga (UTM 37S 661064, 8625054), inúmeros blocos de calcário
conglomerático com clastos grosseiros incluem cascalho de forma sub-arredondada a sub-
angular de veio de quartzo e calcário micrítico e fragmentos de conchas num cimento
carbonatado.
*Mais de 1 m de conglomerado de calcário de entulho estratificado, de cor bege, exposto
numa pequena pedreira a leste de Quissanga é principalmente constituído por clastos
micríticos.
*A norte de Quissanga (UTM 37S 663100, 8626818), estratigraficamente abaixo do maciço
isolado da Formação de Quissanga, blocos de calcário conglomerático de cor bege a creme
contêm clastos dispersos de quartzo e conchas.
*É possível detectar um afloramento a sul na folha 1340 Mecúfi, numa extensão de ~20 km,
através da aldeia de Simuco, onde estão expostos arenitos e calcários maciços. Os calcários
são conglomeráticos com clastos de corais, fragmentos de conchas e cascalho arredondado de
quartzo em cimento de calcite. Há também recifes de coral que formam localmente falésias
costeiras com alturas que podem atingir os 10 m (por exemplo, em UTM 37S 674273,
8453879).

A Formação de Quissanga (TeQs) (antiga Formação de Sancul/Cogune) contém grandes


calcários de foraminíferos do Eocénico Médio e calcoarenitos com textura granular grosseira
do Oligoceno.
A Formação de Quissanga (TeOj) compreende uma unidade inferior de arenito coberta por
calcários recifais a micríticos.
Estima-se que a Formação tenha uma espessura de ~30 m (Flores & Noseda 1961).

Há afloramentos em (NGU, 2007):

*As Formações compreendem principalmente arenitos e 250 m para norte de Quissanga


(UTM 37S 661472, 8625208) o arenito inclui calcários micríticos.
*Na estrada a norte de Quissanga (UTM 37S 661677 8625418), clastos de calcário micrítico
com textura granular fina estão inseridos numa matriz de arenito e há também algumas
camadas de calcário micrítico escamoso mais maciço com uma superfície cársica
meteorizada.
*Calcários arenosos lajeados extraídos a sul de Pemba em UTM 37S 666908 8554347 são
considerados parte da formação.
*Mais para sul, na secção mais a sudeste da área do projecto encontra-se um pavimento
rochoso elevado, de topo plano, cuja altura pode atingir 2 m, dentro e à volta da aldeia de
Simuco, tendo subjacente calcário coralífero. Calcários finamente estratificados envelhecem
localmente para formar uma topografia cársica moderada.

A oeste de Pemba na direcção norte, calcários arenosos e calcários dos recifes coralíferos da
Formação de Quissanga (TeQs) afloram com uma espessura de 2–3 m.
Cilek (1989) citou duas análises deste calcário (Tabela 6.111).

Composição Oeste de Pemba (Antiga)


química Plantação
Pinto
Conteúdo %
SiO2 14,14- 23,31 10,37 - 21,72
Al2O3 2,20 - 4,23 2,82 - 4,16
Fe2O3 0,01 - 0,21 0,13 - 0,30
CaO 38,46 - 45,34 41,18 - 48,47
MgO 0,64 - 1,30 0,44 - 1,36
SO3 0,01 - 0,06 0,00 - 0,06
Na2O3 0,48 - 0,98 0,40 - 1,00
K 2O 0,48 - 0,80 0,32 - 1,14
P2O5 2,28 - 4,44
CO2 21,40 - 24,80
R.I. 3,28 - 6,10 2,20 - 4,98
l.i. 30,02 - 34,83 30,03 - 37,26

CaCO3 68,45 - 80,70 73,50 - 86,60


Tabela 6.111.: Análises químicas dos calcários da área de Pemba (adaptado de Lächelt, 2004)

De uma forma geral, só uma área relativamente pequena de calcários é que foi estudada,
havendo ainda uma vasta área para estudar.
Há grandes reservas que podem cobrir todas as procuras futuras por parte da indústria de
construção.

6.10.2.2.2.3. Zona costeira de Mocímboa da Praia


(Folhas 10/1140)

Há recifes envelhecidos ao longo da costa entre Pebane e a foz do rio Rovuma que podem ser
uma fonte de calcário.
Considerando o elevado potencial de calcário na Formação de Alto Jingone (TeAj/TeOj) e na
Formação de Quissanga (TeQs/TeOj) no interior da zona costeira, a importância destes recifes
calcários pode ser meramente simbólica.

6.10.3. Cascalheira, saibros, cargas

Cascalheira, saibros e cargas podem ser produzidos a partir de 80% dos tipos de rochas duras
que afloram em Moçambique.
As cascalheiras podem ser igualmente produzidas a partir de cascalheiras fluviais (leitos de
rios e terraços aluviais), a alguma distância dos depósitos de rocha dura.
O saibro pode ser produzido em quase todo o lado, desde o soco Pré-câmbrico e rochas
magmáticas (do Meso-Cenozóico) mais recentes e a produção pode efectuar-se em função da
procura (Lächelt, 2004)
*Nas províncias do Niassa e de Cabo Delgado, podem ser utilizadas rochas do Meso e
Neoproterozóico que afloram à superfície ou perto dela e estão localizadas na proximidade de
ligações de infra-estruturas já existentes.
*Nas províncias da Zambézia e Nampula podem utilizar-se rochas do Mesoproterozóico,
rochas subordinadas do Neoproterozóico dos klippes, mas num vasto território, as rochas do
Mesoproterozóico para extracção económica afloram apenas como inselbergs.
*Nas províncias de Tete, Manica e Sofala ocorrem rochas do Mesoproterozóico, em vastos
territórios à superfície ou perto da superfície e situadas perto de ligações de infra-estruturas já
existentes. Na estrutura de Manica algumas rochas do Arcaico podem ser utilizadas para
produção de cascalheira, saibro e cargas.
*No sul de Moçambique estão rochas Karoo vulcânicas envelhecidas a fonte para a
produção de gravilha, saibro e cargas, as rochas de riólitos, principalmente, são boas para este
fim.
**Contudo, em algumas regiões do sul de Moçambique é necessário percorrer longas
distâncias para satisfazer as necessidades destes materiais de construção (Lächelt, 2004). A
título de exemplo, não existem rochas de boa qualidade para agregados nas regiões costeiras
onde estão actualmente em curso vários grandes projectos de infra-estruturas, incluindo a
renovação da rede rodoviária nacional (GTK, 2006).

A Figura 6.89. apresenta uma panorâmica esquemática dos materiais de construção em


Moçambique.
Figura 6.89.: Mapa esquemático da distribuição regional dos materiais de construção em
Moçambique.
6.10.3.1. Norte e Centro de Moçambique
(Províncias de Niassa, Cabo Delgado, Zambézia e Nampula)

No norte e centro de Moçambique, gnaisses, gnaisses graníticos e migmatitos são os tipos de


rochas predominantes que são esmagadas para produzir agregados (Lächelt, 2004).
No Niassa e sobretudo nas províncias da Zambézia e de Nampula há muitas pedreiras com
produção de materiais para a construção de estradas, algumas delas abandonadas, outras em
funcionamento e é possível que surjam novas pedreiras em qualquer momento. Ocorre
também uma pequena exploração por parte de pessoas locais.
Em todas estas províncias há amplas perspectivas de produzir qualquer material de construção
e há um potencial ilimitado para cobrir qualquer procura futura.

Apenas algumas das principais pedreiras ou rochas interessantes podem ser mencionadas:

*Distena-quartzito do rio Levele


*Lado norte da estrada principal e a meio-caminho entre Pemba e Metoro
*Bacia do Rovuma e região leste da província de Cabo Delgado
*Rochas graníticas entre Nicoadala e Morrumbala

6.10.3.1.1. Distena-quartzito do Rio Levele


(Folha 1236)

Esta ocorrência de cianite quartzito localiza-se 47 km a su-sudeste de Mavago (folha 1236


Mavago, UTM 37S 228840, 8572186).
Apesar da sua localização longínqua, a ocorrência da rocha devia também ser avaliada como
uma pedra pré-talhada e em bloco para a produção de lajes e azulejos.

6.10.3.1.2. Lado norte da estrada principal, a meio-caminho entre Pemba e Metoro


(Folhas 1339/40)

Perto da estrada, há uma pedreira abandonada de gnaisses. Há outras possibilidades de abrir


pedreiras ao longo desta estrada:

6.10.3.1.3. Bacia do Rovuma na região leste da província de Cabo Delgado


(Folhas 1139/40 - 1240)

A utilização de rochas como materiais de construção para vários fins é, além disso,
especialmente corrente na secção oriental da província de Cabo Delgado, onde as rochas da
bacia do Rovuma são frequentemente utilizadas na construção de casas.

6.10.3.1.4. Rochas graníticas, gnaisses e granitóides charnoquíticos em Lungozi e entre


Nicoadala e Morrumbala
(GTK, 2006) (folha 1735)

*Diferentes gnaisses possuem potencial para pedras ornamentais, tais como alguns granitóides
charnoquíticos, situados na folha 1735.
*Duas pedreiras de granito estão actualmente (2006) em funcionamento em Lungozi
(797509/8048195) e mais uma não identificada entre os municípios de Nicoadala e
Morrumbala (196806/8073896) *Algumas minas a céu aberto muito pequenas, artesanais, de
gnaisse são utilizadas para efeitos de construção local em algumas aldeias e povoados.
6.10.3.1.5. Áreas de Quelimane e Namacurra
(CGS, 2007) (Folhas 1736/37)

*Cerca de 80 km a norte de Quelimane, no distrito de Namacurra ao longo da auto-estrada


EN1, um grupo abandonado de pedreiras de agregados da década de 1960 ocorre em granitos
porfiríticos grosseiros.
*Na área de 160 ha sob licença (folha 1737, 932128/8079700) existem três operadores
diferentes (2006):
1) A pedreira de Nacaia que produz cerca de 15 m3 de agregado de pedra por dia. O produto é
vendido sobretudo na área de Namacurra-Mocuba,
2) A empresa Tamega, que iniciou recentemente uma operação de extracção em grande escala
para agregados de construção rodoviária, e
3) Uma equipa de produtores de agregado artesanal, cuja principal ferramenta para partir
pedra é o fogo tradicional e a água.

6.10.3.1.6. Área de Mocuba


(CGS, 2007) (folhas 1636/37 e 1736/37)

*Recentemente (2006), duas pedreiras começaram a explorar os taludes opostos de um


pequeno inselberg perto da cidade de Mocuba (ao longo da auto-estrada EN1).
As faces da pedreira têm cerca de 10 m de altura e a sua localização é favorável, encontrando-
se perto da auto-estrada.
*Actualmente (2006), alguns "garimpeiros" (pessoas individualmente) estão a partir com
martelo o granito porfirítico quebradiço, com textura granular muito grosseira.
Existe potencial para mais explorações.

6.10.3.1.7. Nacaia e Longose


(Folha 1735)

GTK (2006) denominou estes locais da seguinte forma:

*Em Nacaia e Longose, na província da Zambézia, exploram-se rochas cristalinas para


agregados. (777500/8037390).
*As secções do sul das folhas 1735-1739 estão cobertas por rochas sedimentares da idade
Terciária e Quaternária. Estas são constituídas por areia, cascalheira e calcários lacustres ao
longo de extensas planícies costeiras.

6.10.3.1.8. Rio Zambeze no distrito de Morrumbala


(Folha 1735)

*É possível que se possam conceder novas licenças para exploração mineira e extracção na
margem oposta do rio Zambeze, no distrito de Morrumbala.

6.10.3.1.9. Províncias de Zambézia e Nampula


(Folhas 14/15/16 // 37/38/39/40)

Em todo o vasto território há afloramentos de rochas metamórficas e magmáticas adequadas


para materiais de construção. Existem muitas pedreiras temporárias dependendo da procura.
Todas as necessidades adicionais podem ser cobertas.
Uma grande parte do material está associada a inselbergs e imponentes maciços montanhosos
e é particularmente recomendado para proteger estes maciços como monumentos de paisagem
natural. Há afloramentos de rochas suficientes para todas as necessidades de produção.

6.10.3.2. Noroeste e Centro de Moçambique (províncias de Tete, Manica e Sofala)

6.10.3.2.1. Área de Tete-Moatize


(Folha 1633)

Na província de Tete está a operar uma pedreira de rocha agregada perto de Moatize (folha
1633, 571400/8218812), utilizando gabro anortosítico da Suíte de Tete (P2T).

*A rocha é, em geral, de cor bastante clara e apresenta-se deformada em rocha gnáissico-


bandada com composição gabróica nas bandas e manchas escuras.
*A impregnação com sulfureto é habitual.
*A forma das partículas do agregado é boa.

6.10.3.2.2. Sul da cidade de Tete


(Folha 1633)

Uma pedreira encontra-se localizada ~20 km a sul da cidade de Tete (folha 1633,
560287/8203547) junto à estrada principal em Chacocoma.
É extraída uma associação granitóide-gabro e respectivos derivados tectónicos altamente
foliados.

*A rocha corresponde a um gnaisse ocelado de quartzo-feldspato com intercalados gabróicos,


cortado por barreiras de pegmatito.
*Existe uma produção artesanal para consumo local e o agregado é vendido ao longo da
estrada.
*Prevê-se (2006) que quando começarem os trabalhos de construção da planeada barragem de
M'Panda-Uncua, ~ 70 km a montante de Tete, a procura de materiais de construção locais
aumente substancialmente (GTK, 2006).

6.10.3.2.3. Província de Tete a norte do rio Zambeze e a ocidente de Changara


(Folhas 14/1530-31+32+33 +34 e 1633)

Em todo o vasto território há afloramentos de rochas metamórficas e magmáticas adequadas


para materiais de construção. Todas as necessidades adicionais podem ser cobertas.

6.10.3.2.4. Zona do corredor da Beira e regiões vizinhas


(Folhas 1833/34 – 1933/34)

Ao longo do chamado corredor da Beira (linhas ferroviárias e rodoviárias entre a Beira e


Machipanda, na fronteira Moçambique-Zimbabué), operam várias pedreiras, algumas das
quais temporárias em função da procura de agregados rodoviários.
Ao longo da auto-estrada e nas regiões vizinhas existem inúmeras possibilidades para a
abertura de novas pedreiras.
Domos granodioríticos ao longo do corredor da Beira são extraídos em vários locais para
reconstrução de estradas e vias férreas.

Ao longo do corredor da Beira, GTK (2006) identificou os seguintes locais:


*Suíte de Xiluvo (CrX)
*Nharuchonga
*Monte Gorongosa na Pedreira Chande
*16 km NO de Chimoio
*Matsinho
*Sul de Matsinho
*Messica
*Vandúzi

6.10.3.2.4.1. Suíte de Xiluvo (CrX)


(Folha 1934)

*Mais perto da costa e do porto da Beira está a Suíte de Xiluvo (CrX) cujas rochas vulcânicas
félsicas a máficas são utilizadas para produção de agregados.
*Também se extrai rocha carbonatada que é transportada por via-férrea para melhorar as
linhas de caminho-de-ferro.
*Três pedreiras estão actualmente a ser exploradas na área de Xiluvo (folha 1934,
611067/7871665, 611663/7871339 e 613124/7869497).
*As rochas carbonáticas foram extraídas para agregados e foi explorada uma parte importante
da intrusão.
*Existe também uma mineralização de fluorite na intrusão de Mt. Xiluvo mas esta
mineralização, a exemplo de outras, possui apenas um interesse académico, em parte devido
ao facto de uma grande fracção da intrusão ter sido explorada para produção de agregado.
*O carbonatito é preferido em comparação com os basaltos e traquitos da Suíte, que
apresentam qualidade muito superior mas cujos custos de produção seriam mais elevados
devido à sua dureza.

6.10.3.2.4.2. Nharuchonga
(Folha 1833)

*A pedreira de Nharuchonga, situada a cerca de 120 km por estrada do porto da Beira (folha
1833, 617384/7871981) produz agregados a partir sobretudo de rochas vulcânicas félsicas.

6.10.3.2.4.3. Monte Gorongosa na Pedreira Chande


(Folha 1833)

*Cerca de 100 km a norte de Inchope, no talude ocidental do Monte Gorongosa na Pedreira


Chande (folhas 1833, 603690/7957278), extraiu-se rocha dura e densa (charnoquítica?).
*O agregado é de excelente qualidade e o local é provavelmente uma das melhores
ocorrências de rocha dura que se conhece na margem sudoeste do rio Zambeze.

6.10.3.2.4.4. Matsinho
(Folha 1833)

*Uma grande pedreira encontra-se em exploração (2006) no talude de um inselberg


constituído por granitóides gnáissicos do Ortognaisse de Inchope (BUig) das rochas intrusivas
do Complexo de Báruè, ao longo do Corredor da Beira, próximo da estação de caminho-de-
ferro, 16 km a NO de Chimoio (folha 1833, 539594/7900047).
*A rocha é triturada mecanicamente e entregue sobretudo nas áreas de Manica e Chimoio,
mas também em regiões mais longínquas como a Beira (230 km).
6.10.3.2.4.5. Sul de Matsinho
(Folha 1833)

Alguns quilómetros mais para sul de Matsinho (540427/7898733), uma pedreira mais
pequena, actualmente inactiva, extrai um granitóide gnaissoide cinzento-claro.

6.10.3.2.4.6. Messica
(Folha 1833)

Há três pedreiras independentes em Messica que exploram rocha granitóide gnáissica


cinzento-clara pertencente aos granitos porfiríticos e granodioritos do Neoarcaico (A3Mpgd).
Foram desenvolvidas numa pequena colina, cerca de 40 km a oeste de Chimoio, ao longo da
estrada de Manica (folha 1933, 509145/7898703).

6.10.3.2.4.7. Vandúzi
(Folha 1833)

Em Vandúzi são extraídos quartzitos e xistos do Paleoproterozóico (folha 1833,


526339/7917596).
Não se conhecem dados mais detalhados.

6.10.3.2.4.8. Pedreira de anortosito de Chainça


(Folha 1832)

O depósito de anortosito de Chainça (pedreira) situa-se perto de Manica, cerca de 5 km a


norte da cidade, perto da via-férrea de Machipanda (folha 1832, 481281/7908276).
A pedreira de anortosito de Chainça produz principalmente pedra pré-talhada e como
subproduto, a rocha residual da pedreira é extraída como agregado para a camada de desgaste
na construção de estradas e para agregado de vias-férreas.
As características do anortosito são as seguintes (GTK, 2006; Grantham et al., 2011):
*A pedreira extrai gabro ou dolerito de boa qualidade e com textura granular fina
*A rocha corresponde (Grantham at al., 2011) a um gabro com textura granular fina a média,
representando provavelmente as partes centrais de um dique de dolerito espesso

6.10.3.3. Sul de Moçambique

Nas províncias do sul de Moçambique, particularmente nas províncias de Gaza e Inhambane,


a satisfação desta procura é muito mais complicada e o material tem de ser transportado desde
os Montes Libombos, a uma distância de cerca de 200 km e mais.

Os riólitos de Karoo constituem uma boa matéria-prima para agregados.


A maioria das licenças de extracção mineira activas (GTK, 2006) para pedreiras localiza-se à
volta de Maputo, onde a actividade económica é mais elevada.
Numa pedreira é extraído sienito nefelínico.

As principais pedreiras encontram-se em (GTK, 2006):

*Distrito de Namaacha
*Boane
*Matutuine
*Moamba
*Massingir

Em 2005 (GTK, 2006) estavam operacionais na província de Maputo as seguintes pedreiras


de rochas agregadas (6.112.):

Nome da pedreira Folha cartográfica Coordenadas


CMC 2632 428176E/7121877N
Tamega 2532 424318E/7145310N
Extramac 2632 424951E/7108576N
Riólitos 2632 422028E/7119151N
Probrita 2632 428363E/7123749N
ARA Sul 2632 423486E/7114906N
MAM 2632 413124E/7105831N
Agroareias 2632 435016E/7115962N
Solbrita 2632 431316E/7150467N

Tabela 6.112.: Pedreiras de rochas agregadas na província de Maputo em 2005 (GTK, 2006)

As matérias-primas no sul de Moçambique servem os corredores de desenvolvimento ao


longo da Estrada Nacional EN1, Corredor de Maputo (Maputo-Ressano Garcia), Estrada
Nacional EN2 (Maputo-Namaacha), Corredor dos Libombos (Boane-fronteira da África do
Sul) e também a Zona de Desenvolvimento Limpopo-Chibuto.

*As rochas agregadas extraídas são sobretudo riólitos da cordilheira dos Libombos.
*O riólito não sofre meteorização tão facilmente como o basalto e o andesito da mesma gama
e pode ser considerado um bom material para efeitos de construção da maioria das estradas e
outras finalidades de construção.
*As pedreiras mais antigas são operadas perto de Macanjo nas proximidades de Boane e
Estevel (folha 2632; 423291/7120403 e 428342/7122525, respectivamente) e nas
proximidades de Ressano Garcia (folha 2532; 416032/7169942). Estes riólitos extrusivos são
utilizados para a produção de saibros de alta qualidade.
*O bandado e a dobragem nos riólitos de cor castanho-claro também foram utilizados como
pedra ornamental, antes da independência.
*No distrito de Moamba extrai-se um sienito nefelínico com textura granular fina, muito
adequado a agregados
*O agregado proveniente destes locais é transportado e utilizado ao longo da costa até Gaza e
Inhambane (EN1) onde não foram encontrados agregados rochosos adequados.
*Ocasionalmente, os agregados para reabilitação de estradas são transportados por camião até
ao rio Save.
**Pavimentos rodoviários devidamente construídos com camadas de agregados, como sub-
base, base rodoviária e camada de desgaste, exigem quantidades consideráveis de material
rochoso.
*No interior da província de Gaza, o riólito é extraído em Massingir. Grandes blocos de
riólitos são transportados numa distância de 28 km ao longo de uma nova estrada de
cascalheira para o estaleiro de construção da barragem de Massingir, onde são utilizados em
muros de contenção de terras, na barragem de irrigação no rio dos Elefantes (GTK, 2006).
6.10.4. Areia, cascalheira (aluvial) e argilas

Moçambique é rico em depósitos de areia e argila. O país possui também cascalheiras


aluviais. Os depósitos de areia encontram-se ao longo da linha costeira, em dunas interiores,
planícies arenosas e leitos de rios e estes depósitos são frequentemente explorados para a
construção local e outros projectos de construção.
As cascalheiras estão depositadas em leitos de rios, aluviões e terraços, sobretudo nas regiões
com afloramentos de rochas duras.

Os sedimentos mais antigos, como os sedimentos Karoo em algumas áreas, como por
exemplo os conglomerados na bacia de Maniamba, são igualmente adequados à produção de
cascalheira.

6.10.4.1. Areia e cascalheira aluvial

As areias de construção ocorrem em todas as províncias de Moçambique e as cascalheiras


podem ser obtidas nos vales de muitos rios, especialmente em regiões de socos cristalinos e
áreas circundantes.
As dunas costeiras ao longo dos cerca de 2000 km de linha costeira, as vastas áreas cobertas
por dunas interiores das províncias do sul, os depósitos terrígenos arenosos das bacias
sedimentares
(Bacias de Moçambique e Rovuma) e finalmente as depressões de Karoo, repletas com
sedimentos terrígenos, apresentam um elevado potencial como fonte de areias e cascalheiras
para construção (Lächelt, 2004).

Na Tabela 6.113. encontram-se listadas algumas áreas/locais de areia e cascalheira em


Moçambique:

Província Área/Local Tipo de depósito

Maputo Zona costeira Areia

Dunas interiores Areia

Maracuene Areia

Rio Muire Areia + Cascalheira

Umbelúzi Areia

Goba (proximidades) Cascalheira

Rio Incomati Areia + Cascalheira

Moamba (proximidades) Areia

Uetimane Areia

Gaza Zona costeira Areia

Dunas interiores Areia

Macia Areia

Norte de Moamba em direcção a Magude Cascalheira

Rio Limpopo Areia + Cascalheira


Caniçado Areia

Chipapa Areia

Rio dos Elefantes Areia + Cascalheira

Chilembene-Chókwè Areia

Massingir Areia

Área de Massingir (depósitos fluviais): Areia + Cascalheira

Local:414521/7355615 Areia + Cascalheira

Local:415412/7355783 Areia + Cascalheira

Local: 500981 7290707 Areia + Cascalheira

Maganja da Costa Areia + Cascalheira

Local:789629/7983622 Areia

Local:788608/7988895 Areia

Inhambane Zona costeira Areia

Dunas interiores Areia

Rio Save Areia + Cascalheira

Manica Luate Cascalheira

Mussapa Cascalheira

Luenha Cascalheira

Pungoè e outros rios Cascalheira

Sofala Zona costeira Areia

Perto da Beira Areia

Rio Zambeze Cascalheira

Rio Zambeze Areia + cascalheira

Rio Pungoè Cascalheira

Rio Save Cascalheira

Tete Rio Zambeze Cascalheira

Rio Zambeze Areia + cascalheira

Sul de Cahora Bassa Cascalheira

Condedezi Cascalheira

Luenha Cascalheira

Rio Revúboe Cascalheira

ENE de Moatize até à fronteira Cascalheira


Moçambique-Malawi

Zumbo Cascalheira
Sul de Zumbo Cascalheira

Zambézia Zona costeira Areia

Rio Zambeze Areia + cascalheira

Licuase + outros rios Areia + cascalheira

Nicoadala Areia

Licuari Areia

Rio Lugela Areia

Subúrbios de Mocuba Areia

Nicoadala Areia

Licuari Areia

Nampula Zona costeira Areia

Nacala Areia

Niassa Lago Niassa Areia

Cabo Rio Lúrio Cascalheira


Delgado
Rio Lugenda Cascalheira

Tabela 6.113.: Lista das áreas/locais de areia e cascalheira em Moçambique

6.10.4.1.1. Províncias do norte de Moçambique

6.10.4.1.1.1. Secções sul das folhas 1735-1739 na província da Zambézia

Em Nacaia e Longose, na província da Zambézia (folha 1735, 777500/8037390) e nas secções


sul das folhas 1735-1739, extraem-se rochas cristalinas para agregados que estão cobertas por
rochas sedimentares da idade do Terciário e do Quaternário, areia, cascalheira e calcário
lacustre afloram ao longo das vastas planícies costeiras.
A areia proveniente dos leitos dos rios em Nicoadala e Licuari é utilizada para argamassa e
betão.

6.10.4.1.1.2. Folhas 1736–1737, 1836, linha costeira até à folha 1440

Há areias e cascalheiras aluviais em muitos locais ao longo da zona costeira das províncias da
Zambézia e Nampula.

*Encontra-se areia de boa qualidade, bem classificada (Ø <10 mm) para vários fins na
construção, no rio Lugela, no exterior da cidade de Mocuba. Se necessário, há areia mais fina
disponível na planície de inundação do mesmo rio.
*Nos subúrbios de Mocuba é extraída areia em vários areeiros pouco profundos, a 2-3 m de
profundidade. A areia é cinzento-clara, rica em quartzo, com um tamanho de grão <2 mm.
Estas operações artesanais de extracção de areia não estão licenciadas nem controladas, o que
parece ser frequente em todo o país.
*Perto de Nicoadala, cerca de 50 km a norte de Quelimane, existem duas operações de
extracção de areia licenciadas: Nicoadala (folha 1736, 903919/8053778) e Licuari
(892098/8052904).
**Em Nicoadala extrai-se do fundo do rio areia típica, bem classificada, adequada ao betão e
outros fins menos exigentes.
*+Em Licuari, extrai-se areia com textura granular fina ( < 1 mm) da planície de inundação
do rio Licuari (2005). O material é mais adequado para aterros e argamassas (GTK, 2006).

6.10.4.1.2. Províncias do sul de Moçambique

A disponibilidade de areia e cascalheira de alta qualidade na proximidade de Maputo e


arredores é apenas satisfatória e não é tão boa como a de agregados de pedra.
GTK (2006) indica os seguintes depósitos:

*A maior parte dos sítios de extracção explora areia de planícies de inundação, com textura
granular fina, ao longo dos rios Umbelúzi (área de Boane) e Incomáti (área de Moamba,
depósitos de Uetimane, folha 2532, 426063/7177584). A areia destes locais é mais adequada
para utilização em argamassas e aterros. Para o mesmo fim é escavada areia fina das dunas.
*É possível encontrar cascalheira de qualidade satisfatória ao longo do rio Umbelúzi, perto
da cidade de Goba.
*Extrai-se areia bastante grosseira e bem classificada num sítio próximo de Moamba do
fundo do rio Incomati.
*A norte de Moamba, na direcção de Magude, é possível encontrar cascalheira em vários
sítios ao longo das margens do rio Incomati (província de Gaza). O cascalho na cascalheira é
em geral calcário ou calcarenito. Isto significa que esta cascalheira não satisfaz os requisitos
de um bom agregado de rocha dura.
*No sul da província de Gaza ocorrem depósitos de areia e cascalheira ao longo do rio dos
Elefantes e no curso principal do rio Limpopo.
*Há um elevado número de areeiros nas áreas cobertas pelas folhas cartográficas
Chilembene-Chókwè (folhas 2432-2433) e Massingir (folha 2332).
*A reabilitação da barragem de Massingir (414026E/7355195N) consumiu uma grande
quantidade de areia e cascalheira, que foi extraída em grande escala do vale do rio em vários
locais (414521/7355615, 415412/7355783 e 500981/7290707).
*Os depósitos em Caniçado (folha 2433, 501692/7290415) e Chipapa (515117/7277485)
podem ser referidos como típicos areeiros no vale do rio Limpopo, mais para sul.
*A cascalheira e a areia são escavadas em alguns locais em Maganja da Costa. Uma pedreira
(folha 1737, 334050/8088986) apresenta rocha granítica profundamente envelhecida e
elutriada formando uma cobertura espessa de areia siliciosa residual. Outras pedreiras de areia
localizam-se em 789629/7983622 e 788608/7988895.
*A areia e a cascalheira são exploradas em pequenas minas artesanais a céu aberto no vale do
rio Zambeze, que é um local activo de depósitos fluviais, com os seus afluentes serpenteantes
(GTK, 2006).

6.10.4.2. Argila refractária

Argilas adequadas à produção de tijolo (e azulejo) afloram e são extraídas em muitos sítios
por todo o país, mas especialmente no sul de Moçambique. Muitos depósitos de argila
funcionam como materiais de construção (produção de tijolos) e ao mesmo tempo como
depósito de rocha industrial, sobretudo para a produção de louça (ver 6.5.2.2.2. Argilas).
Em muitos sítios produzem-se tijolos irregularmente em função da procura de materiais locais
para construção de habitação.
Por vezes a produção corresponde apenas a uma procura local, frequentemente sob a forma de
tijolos secos ao ar. Em algumas áreas, as argilas são usadas apenas como material isolante
para palhotas cobertas de madeira, caniços e erva.

Materiais de construção de alta qualidade, como "clinker", por exemplo, não são produzidos
em Moçambique embora os depósitos e as reservas estejam disponíveis, dado que os
depósitos de argila próximos de Salamanga, Marracuene e Umbeluzi contêm argilas que
satisfazem estes requisitos.
Na Tabela 6.114. estão apresentadas as principais áreas/locais de depósitos de argila em
Moçambique.

Província Área/Local Qualidade da argila

Maputo Umbelúzi Tijolos + argila de alta


qualidade para "clinkers"

Salamanga Tijolos + argila de alta


qualidade para "clinkers"

Namaacha (Local: 408218/7129532) Tijolos

Maguiguane (Local: 465343/7230259) Tijolos

Sabiè/Incomati e rio Incomati Tijolos+louça

Xinavane Tijolos

Boane/rio Umbelúzi Tijolos

Changalane Tijolos

Marracuene Tijolos + argila de alta


qualidade para "clinkers"

Bela Vista, perto do rio Maputo Tijolos

Gaza Cheque/guija Tijolos

Xai-Xai Tijolos + argila de alta


qualidade para "clinkers"

Massingir Tijolos

Chilembene Tijolos

Manjacare Tijolos

Rio Limpopo Tijolos

Inhambane Inharrime Tijolos

Ravene Tijolos

Nova Mambone Tijolos+louça

Homoine-Pande Tijolos

Pande Tijolos

Inhambane Tijolos

Manica Dombe Tijolos


Rio Vanduzi Tijolos

Chimoio e Cafumbe (Chimoio) Tijolos

Sofala Beira Tijolos

Beira/rio Búzi Tijolos

Inhamizua e Inhamizua – Beira Tijolos

Caia/rio Zambeze Tijolos

Dondo Tijolos

Caia Tijolos

Marromeu (margem sul do rio Zambeze) Tijolos

EN6-estrada próxima de Inchope Tijolos

Tete Tete/cidade de Tete Tijolos

Moatize Tijolos

Área de Angónia Tijolos

Zambézia Marromeu (margem norte do rio Tijolos


Zambeze)

Norte de Quelimane Tijolos+louça

Namacurra Tijolos+louça

Chire Tijolos+louça

Guruè Tijolos+louça

Alto Molócuè Tijolos+louça

Pebane Tijolos

Nampula Nampula Tijolos

Muapelume Tijolos+louça

Nacala Tijolos

Niassa Lichinga Tijolos

Cuamba Tijolos

Cabo Pemba Tijolos+louça


Delgado
Ancuabe Tijolos+louça

N'Guri Tijolos

Mecufi Tijolos

Montepuez Tijolos

Diaca Tijolos

Mueda Tijolos

Tabela 6.114.: Lista de áreas/locais de depósitos de argila em Moçambique


(nem todos os depósitos/ocorrências de argila estão incluídos).
6.6.4.2.1. Província de Maputo
*A argila refractária é extraída próximo de Boane, na margem oriental do rio Imbelúzi (folha
2632, 438974/7119400). Este depósito fornece argila para a produção de tijolo a quase todas
as fábricas de tijolo na área de Maputo.
*Uma mina de argila a céu aberto situa-se em Matetuine (Bela Vista), perto do rio Maputo
(467567/7087364).
*É conhecido um grande número de pequenas ocorrências de argila em Namaacha e
Maguiguane (408218/7129532 e 465343/7230259, respectivamente)
*As ocorrências de argila surgem ao longo do vale do rio Incomati.
* O depósito de Salamanga (folha 2632) é um exemplo deste tipo de depósito de argila de
alta qualidade.

A ocorrência de Salamanga fica a cerca de 35 km a sul de Maputo.


A análise química é apresentada na Tabela 6.96. (ver 6.5.2.2.2. Argilas).

**Numa zona descoberta N–S de 25 x 0,5/0,3 km, afloram argilas com uma espessura que
pode atingir 6 m.
**Inclui intercalações de argila arenosa e areias marinhas que contêm mexilhão.
**A argila é muito fina e altamente plástica.
**Com o teor de areia ou cinzas que apresenta, esta argila é adequada à produção de tijolo
(Cilek, 1989)

6.10.4.2.2. Província de Gaza

Na província de Gaza o depósito de Xai-Xai (folha 2433) é o mais conhecido.


As argilas de Xai-Xai ocorrem a doze quilómetros a norte de Xai-Xai.

*Sabe-se que ocorrem duas camadas de argila.


*Ambas as camadas representam depósitos aluviais do rio Limpopo.
*As duas ocorrências diferem no que respeita à qualidade das argilas.
*Esta argila é adequada à produção de tijolos de baixa resistência mecânica
*A análise química é apresentada na Tabela 6.98. (ver 6.5.2.2.2. Argilas).
*Esta argila pode ser utilizada na produção de tijolos de alta qualidade (Cilek, 1989).

6.10.4.2.3. Províncias de Sofala e Manica

Segundo GTK (2006), as argilas das províncias de Sofala e Manica são adequadas à produção
de tijolo e azulejo. São extraídas em vários locais das províncias de Sofala e Manica.
As minas a céu aberto actualmente (2006) em funcionamento incluem:

*Dondo (folha 1934, 685265/7829305)


*Beira (folha 1934, 702978/7810998)
*Inhamizua (folha 1934, 681371/7819585)
*Estrada EN6 próxima de Inchope
*Cafumbe (Chimoio)

Estas minas a céu aberto fornecem a matéria-prima para as unidades industriais de produção
de tijolo na Beira e em Chimoio.
Para além disso, está em curso uma produção de quantidades razoáveis de tijolo artesanal ao
longo da estrada EN6 próxima de Inchope.
*Os tijolos são de cor bastante clara devido ao conteúdo caulino do solo laterítico cinzento
utilizado como matéria-prima.
*Em Chimoio utiliza-se uma camada de argila horizontal com ~ 1 m de espessura na área de
Cafumbe para o fabrico de cerâmica e tijolos. A argila é do horizonte de saprólito e está
coberta por um metro de solo laterítico vermelho. Subjacentes ao horizonte de argila,
encontram-se gnaisses bandados muito envelhecidos e diques doleríticos.

A ocorrência de Inhamizua (folha 1934) fica cerca de 30 km a norte da Beira.

*Segundo Cilek (1989), a ocorrência é de origem aluvial–marinha–fluvial.


*A camada de argila ocupa uma vasta área.
*A argila é de cor acinzentada a esverdeada.
*A argila é altamente plástica e contém material lenhítico, para além de intercalações
arenosas e vestígios de fauna de água salobra.
*A espessura até ao nível do lençol freático é < 3 m.
*A análise química é apresentada na Tabela 6.99. (ver 6.5.2.2.2. Argilas).
*A argila é adequada à produção de agregados de baixo peso bem como à produção de tijolos
desde que se adicione 30% de areia (Cilek, 1989)

6.10.4.2.4. Província de Tete

GTK (2006) elencou os seguintes locais de produção de argila:

*Após vários anos sem funcionar a, ‘Cerâmica de Tete’, localizada na cidade de Tete, está já a
laborar como empresa familiar. A capacidade nominal é de ~ 2000 tijolos ocos/dia mas,
devido a problemas mecânicos e ao fornecimento de matéria-prima, a produção real é muito
inferior à nominal e incapaz de satisfazer a procura local.
*A fábrica utiliza argila limosa acastanhada derivada de argilitos de Karoo.
*A mesma matéria-prima é igualmente utilizada por grupos de fabricantes artesanais de tijolo.

6.10.4.2.5. Província de Zambézia

A argila tem sido extraída para fabrico de tijolos em áreas periféricas de Quelimane, mas, de
uma forma geral, na cidade de Quelimane, bem como em toda a província da Zambézia, as
condições da produção industrial de tijolo não são satisfatórias (GTK, 2006).

Na província da Zambézia encontra-se o depósito de Guruè o mais bem conhecido (folha


1536).
*O depósito de Guruè é constituído essencialmente por uma argila laterítica–caulinítica.
*A análise química é apresentada na Tabela 6.100. (ver 6.5.2.2.2. Argilas).
*A argila pode ser utilizada para a produção de tijolo (Cilek, 1989).

O depósito de argila aluvial da fábrica "Monteiro e Giro", utilizado para produzir tijolos e
azulejos cerâmicos de muito boa qualidade, está abandonado. As minas de argila a céu aberto
abandonadas encontram-se perto da fábrica (folha 1736, 912295/8036975). O volume dos
recursos de argila deve ser objecto de estudo antes de uma possível retoma dos trabalhos.
Actualmente, as fábricas de tijolos mais próximas ficam na Beira, a uma distância de 450 km,
o que acarreta custos de transporte exorbitantes. Consequentemente, blocos de betão e tijolos
maciços artesanais são amplamente utilizados como uma alternativa aos tijolos ocos,
certamente não a melhor solução para a construção de casas num clima quente (GTK, 2006)
6.10.4.2.6. Província de Nampula

Na província de Nampula é identificado o depósito de Muapelume (folha 1539)

*O depósito de Muapelume é constituído por argila castanha, arenosa.


*A espessura é de 1,5 m
*Esta é sublinhada por um horizonte com uma espessura de 2,0–2,5 m de argila cinzenta
compacta.

A argila deve adequar-se bem à produção de tijolo.

6.10.4.2.7. Província de Cabo Delgado

Na província de Cabo Delgado estão identificadas duas ocorrências de argila para a produção
de tijolos:

*Pemba (folha 12/1340)


*N'Guri (folha 1240)

A ocorrência de Pemba situa-se a cerca de 3 km a sul de Pemba.


A argila encontra-se distribuída por uma área de 127 000 m2, dos quais se descreveram 3 200
000 m3 de argila.

* A espessura da ocorrência de argila é de 6,3 m (Afonso & Marques (1993)


*A análise química é apresentada na Tabela 6.101. (ver 6.5.2.2.2. Argilas).

A ocorrência de N'Guri fica a norte de Pemba, no distrito de Macomia.

*A ocorrência é constituída por três camadas separadas por intercalações arenosas (Afonso &
Marques, 1993).
*Considera-se que as argilas depositadas perto da superfície podem fornecer 291 540 m³.
*A argila é adequada para a produção de tijolo, mas para este processo é necessário adicionar
areia.

6.10.4.2.8. Província de Niassa

Na província do Niassa são conhecidos dois depósitos de argila para produção de tijolo:

*Lichinga (folha 1336)


*Cuamba (folha 1437;

*Não se conhecem dados mais detalhados.


6.11. Gemas, Pedras para Joalharia, Materiais e Rochas para Artesanato, Espécimens
de Minerais e Rochas

Moçambique tem um potencial significativo de gemas. No entanto, no mercado internacional


de gemas este país desempenha apenas um papel menor (com exclusão de alguns minerais dos
grupos do berilo, turmalina e corindo), mas em novas descobertas de rubis durante os últimos
anos tem desempenhado um papel cada vez mais importante. No mercado das pedras
preciosas existem algumas características que são importantes:

*As gemas mais procuradas (tradicionalmente) no mercado internacional são as que têm sido
usadas desde a Idade Média, especialmente desde os tempos do período renascentista. Há, por
exemplo, em Moçambique, capacidades mais elevadas de exploração mineira de morganite,
um mineral do grupo do berilo, com excelentes qualidades (características de reflexão, etc.)
para jóias, mas ao contrário da esmeralda, que é polida desde a Idade Média, a morganite tem
apenas sucesso limitado no mercado internacional de gemas.
**Os rubis e águas-marinhas que estão a ser descobertos cada vez mais nos últimos tempos e
que têm boas perspectivas de futuras descobertas em Moçambique, são a garantia que, no
futuro, este país irá ocupar um lugar mais destacado no mercado internacional de gemas.
*Algumas gemas têm temporariamente sucesso no mercado internacional se confirmarem
uma onda de moda, como foi ocasionalmente o caso da turmalina.
**No entanto, com a descoberta de turmalinas de alta qualidade, especialmente a turmalina do
tipo Paraíba, surge nas gemas internacionais uma pedra a bom preço.
*As gemas podem ter sucesso no mercado de gemas se antes forem totalmente desconhecidas
e se isso acontecer apenas localmente e de forma limitada, como aconteceu com a tanzanite.
**No norte de Moçambique podem ocorrer minerais de zoisite nobre (tanzanite?), mas
geralmente as condições para descobrir gemas são mais favoráveis no caso das gemas dos
grupos de pedras do corindo, turmalina e berilo.

Segundo Lächelt (2004), gemas e pedras de joalharia de diferentes tipos, qualidades, assim
como o tipo de depósitos ocorrem e são conhecidos em Moçambique. A exploração mineira
destas pedras é muito limitada e realizada esporadicamente e as gemas e pedras de joalharia
são predominantemente extraídas por mineiros artesanais. Algumas das pedras são extraídas
como subprodutos, particularmente quando os pegmatitos estão a ser extraídos por outros
minerais, por ex., o tântalo, etc., ou por mineiros artesanais em zonas/áreas de rochas,
principalmente pegmatitos, que também podem servir no futuro como ponto de partida para
outros minerais com valor económico (por exemplo, metais raros, minerais ETR (elementos
de terras raras), minerais industriais e outros).

Durante o último período (até 2013), foram descobertas, em Moçambique, algumas gemas
com boas oportunidades no mercado internacional, tais como rubi, safira, esmeralda, água-
marinha, topázio azul, zoisite (tanzanite) e outras. Os principais problemas destas pedras
podem ser, em parte, a qualidade (todas estas pedras estão localizadas em áreas altamente
metamórficas ou em zonas tectónicas activas que podem produzir diaclases finas e impurezas
nas pedras) e as quantidades para satisfazer a procura durante um longo período de extracção.

Em Moçambique são conhecidas, ocorrem ou existem indicações de uma grande variedade de


gemas. Os grupos de minerais que proporcionam ou indicam gemas estão listados na Tabela
6.115.
Grupo de Minerais, variedades de minerais
minerais
Diamante Diamante
Corindo Rubi, safira (safiras azuis, safiras rosa)
Berilo Esmeralda, água-marinha, morganite, heliodoro, goshenite, "Blue sky" – berilo
Turmalina Verdelite (verde), rubelite (rosa), siberite (vermelho-violeta), dravite-uvite (castanho
avermelhado), indigolite (azul), turmalina amarela, turmalina branca, turmalina
multicolorida, turmalina incolor, turmalina "Paraíba" (com Cu)
Topázio Topázio azul
Granada Almandina, piropo, tsavorite granada, piralspite granada, granada "Mandarim", rodolite
(avermelhada)

Quartzo Quartzo róseo, quartzo defumado, citrino (quartzo amarelo), ametista (quartzo de diferentes
tonalidades de violeta), cristal de rocha (quartzo totalmente transparente), ágata, calcedónia,
opala, hialino
Feldspato Amazonite (feldspato potássico esverdeado-verde), adulária, pedra da lua (feldspato
semitransparente amarelado))
Espodumena Hiddenite, kunzita
Zoisite Tanzanite, zoisiteverde
Outros Fluorite (esverdeada – semitransparente esverdeada, não utilizada recentemente)
minerais ou Hematite (com boa qualidade para polimento, recentemente, frequentemente utilizada para a
rochas para produção de gemas)
produção de Dumortierite (raramente utilizada no passado)
gemas Zircão (raramente presente com boa qualidade para gemas)
(raramente Olho-de-tigre (mineral do grupo do quartzo, mas em Moçambique apenas conhecido a partir
utilizado ou de informações esporádicas)
utilizado no Árvores silicificadas e amonites
passado ou
utilizado
principalmente
para esculpir)
Bolt = as melhores pedras do mercado; Cor verde: boas perspectivas de mercado; Cor
violeta-claro: boa perspectiva de mercado em caso de descoberta das qualidades e
quantidades de mercado; Cor amarela: importância limitada ou temporária para o
mercado; Cor vermelha: limitada ou sem importância para o mercado internacional de
gemas
Tabela 6.115.: Grupos minerais de gemas em Moçambique.

Recentemente (2013), as seguintes regiões, zonas, áreas e locais de Moçambique podem ser
vistos como potenciais e perspectivas em gemas:

*Província Pegmatítica do Alto Ligonha (pegmatitos da Zambézia);


*Nampula – Monapo – Província pegmatítica de Nacarôa (Província de Nampula)
*Um possível afloramento de pegmatitos portadores de gemas na área NO da Jazida
Pegmatítica do Alto Ligonha (parte ocidental da Cintura do Lúrio, Província da
Zambézia);
*Região entre Mueda – Massombe - Montepuez - Pemba (rubis na Província de Cabo
Delgado) e na extensão norte para a área entre Muaguide e Mueda (possível ocorrência
de mineralização de rubis na Província de Cabo Delgado);
*Área oriental do Niassa e região ocidental da Província de Cabo Delgado
*Região de M'Sawize e área sul do rio Rovuma (rubis na Província do Niassa), incluindo
o bordo norte e oeste do Complexo de M'Sawize / P3SO (Província do Niassa);
*Norte de Ribáuè – Malema e sul de Nipepe, região entre Nipepe e o rio Lugenda.
*Jazida pegmatítica de Marinrongoė (NO da Província de Tete);
*A área entre Zámbuè e a fronteira com a Zâmbia, no rio Arrangua, área de Zámbuè na
Província noroeste de Tete (?);
*Área de Pemba–Mueda–Massombe–Montepuez (rubi) assim como a estrutura de
Mgomba; área entre Balama – Montepuez – rio Rovuma (Província de Cabo Delgado);
*Zona do rio Rovuma e área de M'Sawize (rubi) na Província do Niassa
*Região nordeste da Província de Tete e rochas ultrabásicas ao longo da fronteira
Moçambique - Malawi (safira).
*Área de Changara (rubi, não confirmado) na Província de Tete

A Figura 6.90. mostra as principais regiões/zonas/áreas e locais de depósitos e ocorrências de


gemas em Moçambique.
Figura 6.90.: Principais regiões/zonas/áreas e locais de depósitos e ocorrências de gemas no
norte de Moçambique.

Na região oriental de M'Sawize – rio Rovuma e norte da região de Marrupa (Figura 6.90.), na
região localizada no Niassa oriental e na Província ocidental de Cabo Delgado Marques et al.
(2012) comunicou uma avaliação de perspectivas relativas às gemas.

Marques et al. (2012) distingue nesta região dois grupos (categorias) de áreas com potencial
de gemas (Figura 6.91.):

1.º- Grupo: Gemas em condições geológicas com ocorrência confirmada (alguns dos
depósitos já estão em exploração);
2.º - Grupo: Áreas potenciais de mineralização de gemas devido às condições geológicas
favoráveis, mas a ocorrência de gemas ainda não está confirmada.

Para os 8 locais de prospecção prioritários, são indicados os factores de controlo na formação


de gemas (Tabela 6.116.)

Local Factores de formação para mineralização de gemas


(numerado
na Figura
6.91)

1 Os cisalhamentos com zonas de filonete, que são potencialmente produtivos e depósitos


secundários relacionados
2

3 "Manchas" de metassomatismo de contacto entre granitóides diferenciados e (região) rochas


metaultramáficas (ortoderivadas) ou carbonatadas (natureza primitiva do sedimento).

4 Intersecções múltiplas de estruturas dúcteis e frágeis em ambiente geológico favorável

5 Transição de estratos e possivelmente também de níveis estruturais

6 Desvios de descontinuidades estruturais e transportados por movimentos tangenciais


transcorrentes

7 Curvas (curvaturas) de alinhamentos

8 Mantos transportados de N para S por várias estruturas de dilatação, associadas a cisalhamento


e/ou carreamento

Tabela 6.116.: Factores de controlo na formação de gemas (de acordo com Marques et al.,
2012)

A Figura 6.90. mostra uma avaliação da prospecção de gemas, na zona leste da Província de
Niassa e na zona oeste da Província de Cabo Delgado.
Figura 6.91.: Prospecção de gemas na zona leste da Província de Niassa e na zona oeste da
Província de Cabo Delgado (modificado por Marques et al., 2012).

Como ilustra a Figura 6.91., os pegmatitos são as rochas mais comuns, a partir das quais são
obtidas as gemas, incluindo os placers próximos.
A totalidade do soco cristalino e especialmente a Cintura de Moçambique, onde o Ciclo
Tectónico Pan-Africano foi sobreposto, apresenta o tipo de rocha encaixante e de ambiente
geológico favorável à intrusão de pegmatitos.

*Actividades de cartografia geológica (CGS, 2007) nas Províncias da Zambézia e Nampula


confirmam que nas províncias pegmatíticas do Alto Ligonha e de Nampula - Monapo -
Nacarôa existem condições reais para a exploração mineira de gemas durante um longo
período de exploração e que existem condições favoráveis para a descoberta futura de
depósitos de gemas dos grupos de berilo, turmalina, quartzo e feldspato. Nas áreas entre
Nacala, até ao norte de Nacarôa, assim como a sul de Monapo, as condições geológicas
confirmam a expectativa de que os pegmatitos portadores de gemas ainda podem ser
encontrados.
** Macey (2007) distingue nas Províncias Pegmatíticas de Alto Ligonha e de Nampula-
Nacarôa os seguintes tipos de pegmatitos:

*Pegmatitos sodalíticos (incluem subtipos de lítio e de sódio (ou albite))


*Pegmatitos potássicos (incluem pegmatitos potássicos com berilo e columbo-tantalite e
pegmatitos potássicos ricos em urânio metamíctico, tório e minerais portadores de
terras-raras).
*Pegmatitos portadores de amazonite e turmalina
*Pegmatitos portadores de esmeralda
Os tipos de pegmatito dominantes nos pegmatitos de Nampula-Nacarôa (folhas 1439 / 1440)
são pegmatitos portadores de amazonite e turmalina.
Os pegmatitos portadores de amazonite e turmalina ocorrem a leste de Nampula, em
direcção a Monapo e ao porto de Nacala.
Estes pegmatitos, que têm sido extraídos para obter turmalinas e amazonite com qualidade
gemológica (Pedro, 1986), também contêm pequenas mineralizações de cassiterite e potencial
mineralização de feldspato.
Os pegmatitos portadores de amazonite e turmalina apresentam graus de fraccionamento
semelhantes aos pegmatitos sodalíticos, com base nas estruturas químicas e internas do
feldspato.
As categorias parecem ter sido criadas para alojar os pegmatitos fora da cintura de pegmatitos
do Alto Ligonha, em torno de Nacala.
Exemplos de pegmatitos portadores de amazonite incluem o pegmatito Santos próximo de
Monapo. A estrutura interna tende a ser complexa, com uma zona sodalítica bem
desenvolvida contendo albite, cleavelandite sacaróide, turmalina e micas castanhas
desenvolvidas na contiguidade de uma zona maciça de feldspato portador de amazonite.
Outros minerais incluem topázio, cassiterite, bismuto e microlite (Barros & Vicente, 1963;
Pedro, 1986).
Os pegmatitos portadores de turmalina, em sentido estrito, estão localizados na região de
Nacala, embora a turmalina esteja presente em muitos dos pegmatitos sodalíticos, na região
do Alto Ligonha (Lachelt, 2004).

*Foi descoberta uma nova província de pegmatitos portadores de gemas, chamada Jazida
pegmatítica de Marinrongoė, na Província de Tete, a NO da aldeia de Fíngoè. Marques et
al. (2012) descreveu uma grande jazida pegmatítica na região de Marinrongoè. Os pegmatitos
incluem mineralizações de Nb, minerais Y e F. Recentemente (2012) são extraídas gemas do
grupo do berilo (água-marinha) e topázio. As condições geológicas e o grau reduzido de
estudos geológicos nesta região de Moçambique abre a possibilidade de uma cartografia
futura de mais conjuntos pegmatíticos e a possibilidade de existência de uma nova província
portadora de gemas.
*Existem também outras áreas onde os pegmatitos portadores de gemas podem ocorrer, por
exemplo a norte de Ribáuè–Malema e a sul de Nipepe, na área a sul de Nipepe, na área
entre Nipepe e o rio Lugenda, na zona oriental da Cintura do Lúrio, na área junto à foz
do rio Lúrio, no bordo a sul da Cintura do Lúrio, , entre a foz do rio Lúrio e Mirrote.
Lächelt (2004) descreveu jazidas portadoras de pegmatitos:
"Em todos eles foram encontrados berilos de pegmatitos, turmalina, quartzo com a qualidade
de gema e ametista.
Para sudeste, na Serra Nhote, perto de Metarica, foram observados quartzo amarelo
(citrino), amazonite, turmalina preta e samarskite em pegmatitos.
Dez por cento da amazonite destes pegmatitos são de uma bela cor verde escura.
Foram encontrados quartzo róseo, quartzo defumado, minerais radioactivos e samarskite em
pegmatitos, 11 km a SE de Erua.
Pegmatitos contendo amazonite também ocorrem 4 km a norte de Metarica, a sul de
Meluli, 12 km a ENE de Erua e noutros locais.
O berilo é conhecido a partir de pegmatitos distribuídos por uma extensão de terreno, desde
uma posição a sul da serra Meluli até 16 km a sul de Erua. Na mesma área (11 km a SE de
Erua, em
Lalauna e a NE da serra Meluli) afloram gnaisses granatíferos".
GTK (2006) e NGU (2007) designaram novas áreas de pegmatitos portadores de gemas (ver
texto abaixo).
Marques et al. (2012) mostra um resumo sobre as áreas potenciais de mineralização de
gemas, na região oriental da província do Niassa e ocidental da província de Cabo
Delgado (Figura 6.90.)

6.11.1. Depósitos e ocorrências de gemas em função dos grupos minerais

6.11.1.1. Diamantes

Não são conhecidos depósitos de diamantes em Moçambique (2013). Existem algumas


ocorrências de diamantes muito pequenos (Rio dos Elefantes etc., área do Limpopo, ao longo
da fronteira entre Moçambique - África do Sul - Zimbabwe) e indicações de possíveis
ocorrências de diamantes.

*Foram encontrados alguns diamantes muito pequenos nos aluviões do rio Limpopo, perto de
Mapai (Província de Gaza). Estes pequenos diamantes estão expostos no Museu Geológico de
Maputo.
*O Mining Journal (2/2000) referia diamantes aluviais em Mapai (Massingir) e Doa
(Província de Tete), mas não há nenhuma informação sobre a existência real dessas
ocorrências.
*Na bacia de Maniamba (Província do Niassa) foram cartografados diques kimberlíticos e
duas pequenas chaminés (?) da idade do pós-Karoo (Cretácico). Não há informações sobre
diamantes nesses kimberlitos.
**O conglomerado basal K7-Horizon (Triássico Beaufort) que estratigraficamente constitui a
parte basal da bacia de Maniamba e da bacia tanzaniana do Ruhuhu do Karoo Superior
contém piropo e picroilmenite, minerais indicativos de kimberlito, e foi dada uma informação
não oficial e não publicada de que foram encontrados diamantes extremamente pequenos em
aluviões próximos dos conglomerados de Karoo referidos. Se estas informações estiverem
correctas, confirma-se que existe ali uma fase mais antiga de magmatismo kimberlítico.
**A mesma informação não oficial foi dada a Lächelt relativamente aos aluviões próximos do
lago Niassa (E do Karoo portador de kimberlito), mas não existe nenhuma confirmação da
existência real dessas pequenas indicações de diamantes.
*Steiner (1992, ver também Lächelt, 2004), após o relatório publicado pela Companhia de
Diamantes de Moçambique SARL (1969), referiu a existência de uma chaminé de kimberlito
portador de diamante junto à aldeia de Zumbo (Província de Tete). Actividades de cartografia
geológica (GTK, 2006) não confirmaram quaisquer rochas de kimberlito nesta área.
*Um relatório do Mining Journal (2/2000, ver também Lächelt, 2004) refere-se à descoberta
de rochas diamantíferas na região do Zumbo, perto da fronteira com a Zâmbia, e na região do
rio Lungho, no norte de Moçambique na década de 1970. Actividades de cartografia
geológica (GTK, 2006) não confirmaram quaisquer rochas de kimberlito nesta área. No
entanto, deve-se ter em consideração que as chaminés kimberlíticas podem ser de diâmetro
muito pequeno e encontrá-las sem cartografia geológica especial pode ser difícil.
*Houve debates quase contínuos sobre a possibilidade de descobrir kimberlitos nos
sedimentos do Karoo que se acumularam na Depressão do Zambeze ou na sua bordo tectónico
activo, assim como noutras bacias do Karoo ou em zonas de rifte em reactivação. Para
responder em definitivo a este problema, têm que ser efectuados mais estudos (Lächelt, 2004).

De uma maneira geral, o autor (Lächelt) é de opinião que, provavelmente, as perspectivas de


existência de diamantes em Moçambique são limitadas:

*A posição estrutural mais favorável para a formação de diamantes são regiões e bordos
caracterizados por bacias sobrepostas em cratões ou rochas consolidadas do soco Pré-
Câmbrico, como é efectuado na África do Sul (Grande Bacia do Karoo) e na Sibéria
(Yakutia). Estas condições não se verificam em Moçambique.
**Excluindo a área muito pequena da estrutura de Manica (Cratão do Zimbabué), o território
de Moçambique durante o seu desenvolvimento geológico corresponde a uma zona tectónica
activa (Cintura de Moçambique, sistema do Rifte do leste africano).
*Os magmatismos mais favoráveis à formação de diamantes são as intrusões kimberlíticas em
chaminés. Em Moçambique, os kimberlitos estão cartografados apenas na Bacia de
Maniamba. Trata-se de kimberlitos intruídos como diques e de dois pequenos corpos
designados como chaminés, que são provavelmente pequenos afloramentos da morfologia do
dique (e não chaminés verdadeiras).
Os afloramentos de kimberlitos confirmam que foram intruídas rochas ultrabásicas com
temperaturas favoráveis à transformação do carbono em diamantes, mas as condições da
pressão são diferentes das melhores condições para a formação de diamantes. Nas chaminés, a
pressão alta está contida no pequeníssimo corpo da chaminé e pode ser activada como pressão
tipo choque, sendo que, no caso dos diques de kimberlito, existe um prolongado sistema físico
de abertura e a pressão pode, devido à forma prolongada dos diques, baixar em pouco tempo.
Nestas condições, raramente podem formar-se diamantes, mas geralmente estas condições não
são muito favoráveis à formação de diamantes.
*Nos diques de kimberlito de Maniamba foram observados os piropos de aluviões próximos,
um mineral indicador da prospecção de diamantes, que confirmam que as condições gerais
para a formação de diamantes, no entanto, são parcialmente realizadas.
*Alguns geólogos são de opinião que os depósitos de carvão situados nas proximidades
(África do Sul, Sibéria) são condições favoráveis para a formação de diamantes, uma vez que
os depósitos e as ocorrências de carvão podem servir como origem do carbono.
Em Moçambique, estas condições realizam-se na Depressão do Zambeze, assim como na
Bacia de Maniamba.

6.11.1.1.1. Bacia de Maniamba


(Folhas 1234/35)

O afloramento de rochas de kimberlito na parte SO da Bacia de Maniamba. Existem duas


posições geológicas de possível magmatismo kimberlítico:

*Parte inferior do Beaufort triássico (Horizonte K7)


*Intrusões de kimberlito pós-Karoo (Cretácico).

Os kimberlitos da Graben de Maniamba foram estudados por geólogos soviéticos na década


de 1970 e pelos NGU (2007).
Existem alguns dados e conclusões detalhados relativos aos kimberlitos (ver abaixo
6.11.1.1.1.1. e 6.11.1.1.1.1.2.) mas não foram confirmadas mineralizações de diamantes.
Lächelt (ver acima) é de opinião que em estruturas de graben e de rifte com intrusões de
kimberlito do tipo dique, as perspectivas, devido às condições físicas dessas intrusões,
relativamente à formação de diamantes, são limitadas. No entanto, a formação de diamantes é
possível e, por isso, são recomendados mais estudos dos kimberlitos da Graben de Maniamba.

Nos comentários seguintes são, por isso, efectivamente apresentadas breves (2013)
características desses kimberlitos.

6.11.1.1.1.1. Kimberlitos na parte inferior do Grupo Beaufort triássico (Horizonte K7)


*Lächelt (2004) com base numa informação não oficial de geólogos soviéticos referiu que, no
conglomerado basal do Beaufort triássico (Horizonte K7), que constitui estratigraficamente a
parte basal do Karoo Superior na Bacia de Maniamba e na Bacia de Ruhuhu na Tanzânia,
foram observados minerais indicativos de kimberlito, tais como piropo e picroilmenite.
*A mesma fonte não oficial indica que também foram encontrados diamantes extremamente
pequenos em aluviões próximos dos conglomerados do Karoo referidos.
*Lächelt (2004) registou vários minerais kimberlíticos, minerais indicadores, ou seja, piropo,
picroilmenite, magnetite Mg, assim como pequenos fragmentos de diamantes. Os vestígios de
kimberlito também foram cartografados (comunicado no Notícias 25/08/1999) nos
conglomerados basais (unidade K7) do Grupo do Karoo Superior, sugerindo que existem
kimberlitos do Karoo pré-Superior na graben. É, pois, possível que existam diversas gerações
de diques de kimberlitos.

Se estas informações corresponderem à realidade, isso indica que existem na Bacia de


Maniamba duas fases de magnetismo kimberlítico:

*uma fase mais antiga (1.ª fase kimberlítica) da idade Ecca Superior/Beaufort Inferior
*uma fase mais recente (2.ª fase kimberlítica) da idade Cretácica.

A cartografia geológica (NGU, 2007) realizada nesta parte da Bacia de Maniamba não pode
confirmar esta possível fase intrusiva kimberlítica inicial. Para conclusões finais relativamente
à possível existência de uma fase kimberlítica inicial, uma fase intrusiva nesta bacia, necessita
de investigações litológicas especiais.

6.11.1.1.1.2. Kimberlitos cretácicos antigos da Bacia de Maniamba (Bacia/Graben de


Metangula/Lunho)

Os kimberlitos observados no sudoeste da Bacia de Maniamba resultam de actividades


magmáticas tectónicas do pós-Karoo (Cretácico).
Devem ser distinguidos dois períodos de investigação destes kimberlitos:

*Primeiro período de pesquisas por um grupo de geólogos soviéticos na década de 1970


*Segundo período de pesquisas pelos NGU: estudos sobre kimberlitos (NGU, 2007)

Não foram observados diamantes, nem durante o 1.º período, nem durante o 2.º período de
estudos kimberlíticos.

6.11.1.1.1.2.1. 1.º Período da investigação sobre kimberlitos na Bacia de Maniamba

Foram encontrados kimberlitos no noroeste de Moçambique por um grupo de geólogos


soviéticos na década de 1970 (Afonso & Marques, 1993, citado em Lächelt, 2004). As
seguintes características deste período de investigação sobre kimberlitos são principalmente
citadas por Stajilo-Alekseev (1983), Lächelt (2004) e NGU (2007).

Os kimberlitos intruem rochas sedimentares do Karoo na parte sudoeste da Bacia de


Maniamba/Graben com orientação NE-SO.
Esta graben estende-se imediatamente a leste do lago Niassa, que se encontra dentro do
sistema de rifte da África Oriental. Não é, contudo, uma ramificação deste sistema de rifte,
mas uma estrutura tectónica muito mais antiga.
*O facto de os kimberlitos serem encontrados no rifte mais antigo e não no próprio sistema de
rifte da África Oriental é uma característica típica da geologia destas estruturas (Mitchell,
1986).
*As relações no terreno dos kimberlitos são bem documentadas pelos relatórios e as cartas
dos soviéticos, mas o trabalho laboratorial não foi publicado (a petrografia, a geoquímica e o
potencial diamantífero dos kimberlitos são, por isso, pouco conhecidos).

A descrição seguinte revê o trabalho original dos soviéticos e resume as conclusões do


trabalho de campo de 2003 e da subsequente investigação laboratorial (veja também
6.11.1.1.1.1.2. e NGU, 2007).

Oberreuter & Pilale (1998) fornecem um resumo (segundo Stajilo-Alekseev, 1983) do


trabalho de exploração dos geólogos soviéticos no final da década de 1970 e inícios da década
de 1980. A equipa descobriu primeiro um kimberlito em 1979 em Lufutiche, no norte de
Moçambique (Jakovenko et al., 1979).

*Pensava-se que a área com potencial para kimberlitos cobria cerca de 1100 km2 nas bacias
dos rios Lunho, Fúgòe, Luile e Chissongo, que têm subjacentes estratos do Karoo numa
graben imediatamente a leste do lago Niassa.
*As dimensões totais da graben no noroeste de Moçambique são de aprox. 140 km de
comprimento por 60 km de largura máxima e continua para o sul da Tanzânia.
*Foram referidos quarenta e três diques de kimberlito, assim como um número desconhecido
de kimberlitos basálticos e de quatro chaminés (corpos isométricos).
*Os corpos isométricos são indicados como chaminés, mas Lächelt (2004) é de opinião que
realmente estes são corpos isométricos/afloramentos em forma de chaminé da morfologia do
dique (são conhecidos na parte sudoeste da graben do Karoo, nas bacias dos rios Lunho e
Fúgòe).
*Não existiam kimberlitos fora da graben na camada subjacente das áreas elevadas adjacentes
de rochas pré-Karoo da cintura de Moçambique.
*Uma investigação de sedimentos de cursos de água nestas áreas também não conseguiu
encontrar minerais indicadores de kimberlito. Os geólogos soviéticos concluíram que existia
uma ligação directa entre a formação da graben e a instalação dos kimberlitos.
*Existem cinco zonas de kimberlito:
**As três zonas mais ocidentais têm tendências noroeste-sudeste paralelas, continuadas para
leste por uma curta zona de tendência leste-nordeste - oeste-sudoeste.
**A quinta, a zona mais oriental e mais pequena, tem também tendência noroeste-sudeste. Os
diques de kimberlito dentro de cada zona são paralelos à tendência das zonas.
*Os kimberlitos com brechas não foram encontrados como diques, mas são confinados a
tampões isométricos. Os clastos líticos bem como os cristalinos (olivina, granada/piropos e
picrite-ilmenite) estão inseridos numa matriz de serpentina e carbonato com sodalite,
perovskite e cromo-diópsido.
*Os kimberlitos são referidos como estando associados a anomalias magnéticas fracas
(positivas e negativas).

De oeste a leste, foram observadas as seguintes zonas portadoras de kimberlitos:

*I. Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe


*II. Zona ribeirinha do curso superior do rio Fúgòe
*III. Zona dos rios Tulo-Namango
*IV. Zona do rio Luimba
*V. Zona de Micuela
A Figura 6.74. mostra a posição regional das zonas portadoras de kimberlito da Graben de
Maniamba.

I = Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe: Ic = Grupo do Karoo Superior

Ib = Grupo Beaufort

Ia = Grupo Ecca

II = Zona ribeirinha do curso superior do rio II = Grupo do Karoo Superior


Fúgòe

III = Zona dos rios Tulo-Namango: IIIc = Grupo do Karoo Superior

IIIb = Grupo Beaufort,

---------------------------------------------------------------- IIIa = Grupo Ecca


Com o corpo isométrico = Chaminé TX3

IV= Zona do rio Luimba IV = Grupo Beaufort

V = Zona de Micuela V = Grupo Beaufort

Figura 6.92. Zonas portadoras de kimberlito da Bacia de Maniamba (segundo Stajilo-


Alekseev, 1983; Oberreuter & Pilale, 1998; Lächelt, 2004; NGU, 2007)
Figura 6.92.A.: Corte transversal esquemático da zona III portadora de kimberlito. Zona dos
rios Tulo-Namango
*A maioria dos diques de kimberlito têm até 3 m de espessura mas podem ter 15 m de
espessura. Os diques da zona do rio Luimba são os mais finos (<0,2 m).
*Os veios adjacentes ou kimberlitos isométricos vão de circulares a alongados (os cortes
transversais têm cerca de 15 x 60 m2).
*Os diques de kimberlito são localmente deslocados (até 50 m) por falhas de orientação
nordeste.
*Os diques são principalmente subverticais, embora tenham sido notados ângulos de
inclinação tão baixos como 65º.

6.11.1.1.1.2.1. I. Zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe

A zona dos rios Lefululutxe-Fúgòe situa-se a 4-10 km a leste do Lago Niassa.


*A zona tem cerca de 28 km de comprimento e 5 km de largura e tendências noroeste-sudeste
(145º).
*Foram identificados nove diques, assim como um veio de kimberlito, com o maior dique no
lado esquerdo do rio Lefululutxe.

6.11.1.1.1.2.1. II. Zona ribeirinha do curso superior do rio Fúgòe

*O curso superior da zona do rio Fúgòe é estreito (1-2,5 km de largura).


*A zona só foi investigada em 12 km, mas continua para noroeste, fora da área estudada pelos
geólogos russos.
*Foram descobertos onze diques, mas não foram concluídos estudos detalhados do terreno.

6.11.1.1.1.2.1. III. Zona dos rios Tulo-Namango

*A zona dos rios Tulo-Namango foi investigada em 25 km para noroeste a partir do limite sul
da graben.
*a zona tem cerca de 4 km de largura ao longo do vale do rio Lunho.
*Dezanove diques e 4 corpos isométricos (chaminés?) foram descobertos.
*Os 4 corpos isométricos (chaminés?) foram encontrados ao longo do vale do rio Namango
na única área explorada com algum detalhe.
*A chaminé TX3 (corpo isométrico) da zona dos rios Tulo-Namango tem cerca de 60 x 70 m
2
em corte transversal. Há um grande bloco de estrato do Karoo alterado no centro do corpo
isométrico (chaminé?).
6.11.1.1.1.2.1. IV. Zona do Rio Luimba

*Na zona do rio Luimba foram encontrados quatro diques subverticais muito delgados.
*A zona tem tendências sudoeste-nordeste (065º) durante cerca de 2,5 km.
*A área tem 500 m de largura.

6.11.1.1.1.2.1. V. Zona de Micuela

*A zona de Micuela foi estudada por pesquisas magnéticas no terreno em cerca de 600 m na
direcção noroeste-sudeste.
*A zona tem 200 m de largura.
*Foram encontrados nesta zona kimberlitos basálticos, que se pensa serem mais vastos do que
sugerem as pesquisas iniciais.

6.11.1.1.1.2.1.A. Comentários gerais sobre os kimberlitos da Graben de Maniamba

*Jakovenko et al. (1979) sugeriram que cerca de 1500 m de erosão tiveram lugar na região do
rio Namango com base na sua atenuada sequência do Karoo (inferior) de apenas 150 m no
total. Também foi sugerido que esta erosão afectou os kimberlitos, de tal forma que apenas as
suas bases estão preservadas. Isto implica que os kimberlitos são da idade do Karoo ou
imediatamente pós-Karoo. Uma carta de vista geral de 1:125 000 preparado pelos geólogos
soviéticos mostra diques de kimberlito que cortam transversalmente a totalidade da sequência
do Karoo (sugerindo que os diques são de data posterior a todas as rochas sedimentares do
Karoo). Isto significa que são provavelmente da idade do Cretácico.
*Olivina, flogopite, perovskite, serpentina, carbonato, monazite e vestígios de granada
piropo foram as principais fases de minerais registadas pelo estudo soviético. O piropo ocorre
como grãos violeta claros (baixo teor de crómio) a escuros (alto grau de crómio).
*Os kimberlitos com brechas estão associados ao maior número de minerais indicadores (60%
contêm piropo) e os kimberlitos porfiríticos portadores de magnetite têm o número mais baixo
de minerais indicadores.

Os geólogos soviéticos dividiram a sua área de exploração nas seguintes três subáreas com
base nos resultados de lavagens com peneira nos cursos de água:

*Os cursos superiores do rio Lucumba e do rio Mecondece (caracterizados por conjuntos
de ilmenite – zircão - rútilo com baixa clinopiroxena, almandina, turmalinas, epídoto e
apatite).
*A bacia do rio Fúgòe e a margem noroeste do rio Lunho (caracterizadas por conjuntos de
piropo – almandina - ilmenite com baixo rútilo, zircão, clinopiroxena, limonite e
horneblenda).
*Margem sudeste do rio Lunho (caracterizada por conjuntos de ilmenite – limonite -
almandina com baixa clinopiroxena, zircão, horneblenda, etc.).
**Os estratos do Karoo têm uma inclinação noroeste na parte sudoeste da graben, onde as
rochas do Karoo são cortadas por kimberlitos.
**Os estratos do Karoo são também cortados por diques que variam entre básicos e félsicos
na composição, que se pensa serem jurássicos (predominantemente do Karoo) com base na
idade dos vulcões predominantemente do Karoo, nas principais bacias do Karoo, mais a sul na
África do Sul.
Oberreuter & Pilale (1998) notaram que os geólogos soviéticos entre 1979 e 1983 não
divulgaram os resultados das análises da maioria das mais de 5000 amostras geoquímicas e
executadas com bateia.
A maioria das cartas detalhadas (1:500) dos resultados da investigação geofísica não foram
fornecidas.
O título do relatório (Oberreuter & Pilale, 1998) na sua última exploração era "Resultados dos
trabalhos sobre diamantes recolhidos nas bacias dos rios Lunho e Fúgòe durante 1982 e
1983".
No entanto, foi traduzido para Português como "Relatório sobre actividades de prospecção de
kimberlitos, realizadas nas bacias do rio Lunho e do rio Fúgòe".
Portanto, não é claro se foram encontrados quaisquer diamantes, mas no relatório original dos
geólogos soviéticos não foi indicada nenhuma recolha de diamantes. Provavelmente, o título
referido em inglês não está correcto.

6.11.1.1.1.2.2. 2.º Período da investigação de kimberlitos na bacia de Maniamba: estudos


dos NGU (2007) sobre kimberlitos

*Um kimberlito isométrico (TX3) da (III.) zona do rio Tulo-Namango foi localizado com
precisão entre UTM 36S 719537, 8610862 e 719493, 8610891.
*Outras quatro fossas dos diques de kimberlitos menores perto de TX3 também foram
examinadas (por ex., em UTM 36S 717946, 8613395 e 719490, 8610422).
*Dois diques kimberlíticos alterados de cor verde caqui aproximadamente verticais, expostos
na estrada principal para Cóbué a 36S 714109, 8617410 têm 0,1-0,2 m e 0,8 m de espessura.
Estão separados por um fino manto de argilitos sujeitos a acção térmica pertencentes ao
Grupo Beaufort. Os diques têm uma inclinação de cerca de 54º, ou seja, normal em relação à
inclinação do dique principal, na zona dos rios Tulo-Namango, e é possível que os diques
representem uma continuação em direcção a sudoeste da (IV.) Zona do rio Luimba.
*Diversos poços de exploração com diâmetros de cerca de 1 m e profundidades de vários
metros encontram-se ainda abertos no TX3, com escombreiras de kimberlito recente, maciço,
preto azulado (com um ligeiro tom verde), com crostas meteorizadas com uma espessura de
milímetros, variando entre as cores cinzenta mate e cinzenta azulada. Todos os kimberlitos
examinados são pouco magnéticos, com leituras de kappametre de 9 - 12 x 10-3 unidades SI.
O kimberlito recente está coberto por 1-2 m de solo argiloso amarelo pálido, com uma
camada superficial no ponto mais alto de calcreto cinzento impuro no TX3, que forma um
outeiro ligeiramente elevado acima do afloramento de arenito do Karoo circundante.
*Grandes cristais (macrocristais) até cerca de 1 cm de comprimento de olivina (comum),
granada, flogopite diópsido, magnetite, calcite e ilmenite, numa matriz com textura granular
fina, foram referenciados nos kimberlitos TX3. Os grãos de olivina e de granada têm
contornos arredondados e vulgarmente orlas de modificação com textura granular muito fina
até cerca de 1 mm de espessura. As granadas variam de cor, desde o vermelho muito escuro
ao laranja e roxo claro, sempre com aspecto vítreo. Os grãos de olivina são alterados de forma
variável para serpentina. A calcite ocorre de forma intersticial na matriz do kimberlito e
também como grandes grãos individuais ou como aglomerações de grãos grandes.
*A quantidade de fragmentos de rochas encaixantes é altamente variável, embora a maioria
das rochas examinadas das escombreiras seja classificada como deficiente. Os componentes
exóticos mais comuns observados no terreno são clastos angulares de estratos sedimentares do
Karoo endurecidos, até vários centímetros de comprimento, e grãos de quartzo angulares a
arredondados.
*Os kimberlitos examinados intruem arenitos do Grupo Ecca bem expostos (Karoo Inferior)
que estão essencialmente em posição horizontal. Um furo efectuado pela equipa soviética nos
estratos do Karoo Inferior em UTM 36S 0717644 8613912 revelou uma sequência (fluvial) de
arenitos arcósicos, siltitos, conglomerados de cascalho de quartzo e argilitos carbonosos.
*Os diques de kimberlito situados mais a sul estão localizados a menos de 100 m da escarpa
que marca o contacto entre os estratos do Karoo e as rochas metamórficas (graníticas)
subjacentes. Deduz-se que este contacto tem uma falha, embora a falha não seja exposta.
* Não se verificaram kimberlitos diamantíferos até agora. As amostras estudadas pelos NGU
(2007) indicam que as rochas hospedeiras são kimberlitos do Grupo 1 hipabissais
macrocristais, baseadas na sua mineralogia e geoquímica de toda a massa rochosa, assim
como nas análises SEM de vários macrocristais e minerais matriz. A regra geral dos
kimberlitos do Grupo 1 é que os diques associados a chaminés diamantíferas são
frequentemente estéreis e o objectivo de qualquer prospecção futura deve ser encontrar mais
chaminés.

6.11.1.1.1.2.2.A. Observações relativas aos estudos sobre kimberlitos pelos NGU (2007)

**White et al. (1995) reviu os controlos estruturais sobre a instalação dos kimberlitos.
Observaram uma associação entre kimberlitos e falhas distensivas nas grabens mais
importantes. As grabens lineares (acima das cinturas móveis profundas) foram destacadas
como uma de duas configurações estruturais favorecidas pelo Mesozóico e pelos kimberlitos
mais recentes. Um estudo detalhado dos kimberlitos no Corredor de Lucapa, em Angola,
mostrava que falhas com geometria Riedel no sistema do rifte controlavam a sua instalação
(De Boorder, 1982).
**Um modelo semelhante (NGU, 2007) pode ser aplicado aos kimberlitos no Graben de
Maniamba. A maior parte dos kimberlitos formam diques na orientação noroeste-sudeste e
menos vulgarmente leste-nordeste - oeste-sudoeste na graben com orientação nordeste-
sudoeste. As deslocações normais nas falhas dos limites da graben controlaram a
sedimentação do Karoo e precederam claramente a instalação dos kimberlitos.
**É sugerido que as tensões pós-Karoo causaram a subsequente deslocação dextrógira ao
longo dessas falhas e criaram as fracturas distensivas preenchidas pelos kimberlitos. Os
diques com orientação noroeste ocupam fracturas R2 unidas às falhas delimitadoras mais
importantes e os diques com orientação leste-nordeste preenchem cisalhamentos R1 para a
margem sudeste da graben (Ramsay & Huber, 1987). O suporte para este modelo é dado por
Cloos (1955), que mostra fracturas distensivas num sistema de cisalhamento dextrógiro que
imita exactamente o padrão da fractura preenchida com kimberlitos na graben de Maniamba)
**A datação dos kimberlitos indica que foram instalados cerca de 138 Ma, o que pode sugerir
que as tensões relativas à fragmentação de Gondwana no Cretácico Inferior, que
efectivamente isolaram África como continente, causaram uma reactivação das falhas
delimitadoras da graben (Jelsma et al., 2004) A reactivação distensiva destas falhas
fundamentais mais antigas proporcionou acesso à crosta superior para os magmas de mantos
superiores, ao longo de fracturas de segunda ordem.
**As falhas com orientação norte-nordeste do Sistema de Rifte da África Oriental cortam a
parte ocidental da Graben de Maniamba e a instalação de kimberlitos posteriores.
**Anteriormente, Mitchell (1986) observou a instalação de kimberlitos posteriores à
formação do rifte e rejeitou qualquer sugestão de que a instalação de kimberlitos adjacente ao
Rifte da África do Leste na Tanzânia teria sido influenciada por este sistema de rifte
neogénico.
**Vearncombe & Vearncombe (2002) concluíram, a partir de uma análise espacial da
distribuição de kimberlitos no sul de África, que os kimberlitos estão a ser intruídos em
corredores próximos, mas não ao longo de cisalhamentos importantes e de falhas crustais.
Observaram que os kimberlitos têm que ser instalados em crosta resistente e relativamente
homogénea, capaz de manter a pressão de CO 2 muito elevada, necessária para a rápida
instalação dos kimberlitos.
**Jelsma et al. (2004), que analisaram um conjunto de dados muito maior, confirmaram a
análise estatística de Vearncombes de distribuição dos kimberlitos. Observaram vários
corredores importantes de kimberlitos, incluindo um corredor nordeste-sudoeste desde o sul
da Namíbia, através do Botswana, em direcção ao centro do Zimbabué. Os kimberlitos
moçambicanos fazem parte de uma continuação deste corredor para nordeste, que é agora
uma estrutura transcontinental.
**Os novos dados aeromagnéticos de alta resolução são úteis para a localização de potenciais
kimberlitos adicionais. As anomalias interessantes estão principalmente localizadas a norte
dos kimberlitos anteriormente cartografados e os diques estimados têm direcções semelhantes,
principalmente norte-noroeste – sul-sudoeste.
**Foi também registada uma pequena anomalia magnética circular na parte mais a norte da
graben (UTM 36S 772500, 8703000, folha 1136 Lupilichi). Estas indicações devem ser
verificadas no terreno, especialmente as chaminés assumidas (NGU, 2006).

6.11.1.1.2. Ocorrências de diamantes e indicações de possíveis chaminés kimberlíticas


em Moçambique

6.11.1.1.2.1. Região de Mapai e Limpopo-Rio dos Elefantes

Foram encontrados alguns diamantes muito pequenos em aluviões do rio Limpopo, perto de
Mapai (Província de Gaza). Estes pequenos diamantes estão expostos no Museu Geológico de
Maputo.
Supõe-se que a origem destes diamantes está nas chaminés de depósitos/ocorrências de
diamantes do Zimbabué e/ou África do Sul.
O Mining Journal (2/2000) referia diamantes aluviais nas proximidades de Massingir.
Na região onde o rio Limpopo atravessa a fronteira de três países (Moçambique – África do
Sul – Zimbabué), foram estudados os aluviões e terraços do rio Limpopo e parcialmente do
rio dos Elefantes. Não foram publicados dados, mas são conhecidas informações não oficiais
de que nenhuns diamantes (economicamente interessantes) foram encontrados.

Recentemente (2013), não é possível dar uma resposta definitiva relativamente ao possível
potencial de diamantes desta região:

*Existe potencial para pesquisar nos rios pequenos (rio dos Elefantes, etc.) e nos terraços mais
antigos dos rios.
*Com interesse para os diamantes podem também ser as acumulações sedimentares dos
períodos Cretácico e Terciário, especialmente junto aos bordos dos cratões do Kaapvaal e do
Zimbabué.

6.11.1.1.2.2. Área de Doa

O Mining Journal (2/2000) referia diamantes aluviais na área de Doa (província de Tete).
Só era mencionado este local sem quaisquer informações relativas aos diamantes.
As actividades de cartografia geológica não observaram sinais de intrusões kimberlíticas ou
de diamantes aluviais.

6.11.1.1.2.3. Zona do Lago Niassa


No início da década de 2000, ao longo da zona da bacia de afloramentos do Karoo
(Maniamba), ao longo da área litoral do lago Niassa e dos pequenos rios desta área (E do
Karoo portador de kimberlito), foram estudados depósitos aluviais quanto às suas potenciais
riquezas em diamantes. Informações não oficiais de habitantes locais, que participaram nessas
actividades, disseram a Lächelt que apenas foram encontradas indicações de diamantes. As
actividades de prospecção foram concluídas sem quaisquer resultados económicos positivos.

6.11.1.1.2.4. Regiões de Zumbo e do Rio Lungho

Uma reportagem do Mining Journal (2/2000, ver também Lächelt 2004) refere-se à descoberta
de rochas diamantíferas na região do Zumbo, perto da fronteira com a Zâmbia, e na região do
rio Lungho no norte de Moçambique, na década de 1970.
*Steiner (1992; ver também Lächelt, 2004), após o relatório publicado pela Companhia de
Diamantes de Moçambique SARL (1969), referiu a existência de uma chaminé de kimberlito
portador de diamante, junto à aldeia de Zumbo (Província de Tete).
*As pessoas que participaram nas actividades da Cia. de Diamantes de Moçambique SARL
não podem confirmar (Lächelt na década de 1990) a descoberta de uma chaminé kimberlítica
ou de indicações de diamantes.

Actividades de cartografia geológica (GTK, 2006) não confirmaram quaisquer rochas de


kimberlito nesta área. No entanto, deve-se ter em consideração que as chaminés kimberlíticas
podem ser de diâmetro muito pequeno e encontrá-las sem cartografia geológica especial pode
ser difícil.

6.11.1.1.2.5. Bordo do Graben do Zambeze

Na década de 1980, geólogos portugueses informaram que, no bordo da Depressão do


Zambeze, foram observados mas não cartografados até à independência de Moçambique, em
1975. Não existem indicações reais da existência de ocorrência kimberlítica. Os geólogos
portugueses disseram que as actividades geológicas não foram concluídas e que as pequenas
chaminés apenas são referidas no manual de campo da empresa.
Quanto aos locais das pequenas chaminés, um deles fala de uma área a sul da Suíte de Tete,
outros falam da área do Zumbo perto da fronteira da Zâmbia. Provavelmente, estas
informações referem-se à área discutida acima (ver 6.7.1.1.2.4).

Actividades de cartografia geológica (GTK, 2006) não confirmaram quaisquer rochas de


kimberlito em qualquer uma destas duas áreas. No entanto, devido ao facto de poderem
ocorrer chaminés muito pequenas, não podem ser excluídas as possibilidades de entre eles
poderem existir chaminés kimberlíticas.
Os debates vão continuar no futuro para descobrir kimberlitos nos sedimentos do Karoo ou
nas proximidades da Depressão do Zambeze.
São precisos estudos especiais adicionais para responder a este problema.

6.11.1.2. Gemas do Grupo do Corindo

Em Moçambique, ocorrem as seguintes gemas do grupo do corindo:

*Rubi
*Safira
O corindo é conhecido em Moçambique há muito tempo (Afonso & Marques, 1998; Lächelt,
2004), mas não eram conhecidos locais reais da ocorrência de rubis ou safiras. Apenas eram
produzidas algumas pedras com qualidade de cabuchão.
Durante os últimos anos, Moçambique tornou-se um importante produtor de gemas do grupo
do corindo, principalmente rubis e safiras subordinadas.
No início da década de 2000, aparecem no mercado da Tanzânia (mas também noutros
mercados) rubis, geralmente de mineiros ilegais de Moçambique.
Durante uma visita de campo (2002) na Província de Cabo Delgado, a população local
confirma estas informações e indica uma região a SO da aldeia de Mueda. Um grupo de
geólogos da Direcção Nacional de Geologia de Moçambique recebe as mesmas informações
durante uma visita de campo especial sobre gemas, em 2003, mas não foram informados dos
locais/áreas reais dos depósitos de rubis.
Em 2002, Pilale (em cooperação com Lächelt), em alguns leitos de rios da Província de Cabo
Delgado, recolhem cascalheiras de corindo de um bonito cor-de-rosa e sinais muito
expressivos de desenvolvimento de cristais. Quanto à cor, os corindos correspondem a
verdadeiros rubis, mas não havia nenhuma transparência ou semi-transparência. Os corindos
eram diques cobertos por um núcleo preto de manganês. Não foram feitas publicações.
Com base nestas mineralizações e na realidade que aparece no mercado ilegal de rubis,
provavelmente da Província de Cabo Delgado, Lächelt (2004) efectua uma análise das
unidades geológicas conhecidas nas Províncias do Niassa e de Cabo Delgado, e chega à
conclusão de que nessas províncias existem factores metalogenéticos favoráveis aos depósitos
de rubi:
"Nas Províncias do Niassa e de Cabo Delgado, foram observados muitas indicações minerais
e condições e ambientes geológicos favoráveis à formação e desenvolvimento de gemas".
"Também é esse o caso em que diferentes rochas de composição basáltica e básica/ultrabásica
e produtos da sua decomposição hidrotérmica, mármores, calcários cristalinos de
metamorfismo de médio e alto grau (fase granulítica), pegmatitos graníticos e pegmatitos
dessilicatados podem favorecer a cristalização de safira e rubi, zoisite – tanzanite, alexandrite
e outros".
"Também podem existir ocorrências na Província de Tete (calcários cristalinos, intrusões
básicas e ultrabásicas, pegmatitos com berilo e intrusões graníticas de diferentes tipos).

*Os depósitos de rubi e de safira subordinados são conhecidos nos países africanos vizinhos,
junto à fronteira de Moçambique:
** No Malawi, a cerca de 15 km da fronteira de Moçambique, estão a ser explorados corindo,
rubi e safira a partir da crosta de meteorização de rochas ultrabásicas.
**Os mesmos tipos de rochas também afloram perto de Tsangano e a norte de Tsangano
(Província de Tete) e certamente justificam uma inspecção mais atenta em busca de gemas
(Lächelt, 2004).
**O Depósito de Chimvadzubu, com um rubi e safiras da Tanzânia multicores, foi encontrado
no Malawi. O depósito está localizado a 70 km a sul do Lago Niassa, perto do monte
Chimvadzuli, adjacente à fronteira de Moçambique (Pardieu & Thanachakaphad, 2009).
** Em 1994, no sul da Tanzânia, foram encontradas safiras com efeito de alexandrite na área
de Tunduru e Sonega da Província de Rovuma, perto da fronteira de Moçambique. São azuis-
acastanhadas ou cinzentas-violeta à luz do dia e acinzentadas, verdes-azuladas à luz artificial
(Pardieu & Thanachakaphad, 2009).
**Placers de rubi são explorados perto de Sembulule, na Zâmbia (Pardieu &Thanachakaphad,
2009).
** A exploração mineira no Zimbabué consiste em safiras de cor diferente, com distribuição
zonal de coloração entre elas. Os cristais zonais têm tamanhos até 7 cm. A cor varia entre
branco-creme no centro e azul no exterior. As safiras estrela negra também são conhecidas
neste país (Marques et al., (2012):

*O corindo é conhecido (em Moçambique) em diversos locais, mas especificamente na


Província de Cabo Delgado (SO de Mueda, a sul do rio Rovuma). Foram recolhidas algumas
pedras atraentes de cor avermelhada, mas não foram observadas variedades transparentes ou
semi-transparentes. Ainda não foram encontradas gemas de qualidade (rubi).
*Afonso & Marques (1993) indicou Revuè, Cancheira, monte Chissindo e os montes
Pandibuè – Congune, onde ocorre corindo.
*Na unidade de Marrupa, praticamente toda a região, entre Nipepe e o corindo do rio
Lugenda, está associada a rochas básicas e a calcários cristalinos (escarnito) e aos aluviões,
que se acumularam em redor destes depósitos, semelhantes às ocorrências em países vizinhos.
*Configurações e condições geológicas semelhantes são também conhecidas em outras áreas,
por exemplo, a sul do rio Rovuma, mas não estão disponíveis dados sobre os componentes
geológicos que afectam a mineralização destas regiões. As possibilidades de encontrar
corindo com qualidade de gema não devem ser, por isso, vistas como quase não existentes e a
procura de corindo com qualidade de gema deve continuar" (Lächelt, 2004).
*Em algumas destas áreas, onde ocorrem rochas carbonatadas (a área entre Mueda e
Montepuez e a NO de Mueda) intruídas por rochas ácidas, formaram-se escarnitos
granatíferos, local onde foram encontrados almandina e corindo na Província de Cabo
Delgado, a sul, e nas regiões a sul de Mueda, assim como ao longo da zona do rio Rovuma
(Lächelt, 2004).

Lächelt (2004) indicou algumas zonas/unidades favoráveis à prospecção de rubis/safiras:

*Área de Pemba–Mueda–Massombe–Montepuez (rubi) assim como a estrutura de


Mgomba, área entre Balama–Montepuez–rio Rovuma (Província de Cabo Delgado);
*Zona do rio Rovuma e área de M'Sawize (rubi) na Província do Niassa;
*Província da Zambézia Ocidental/zona fronteiriça Moçambique–Malawi;
*Região nordeste da Província de Tete e rochas ultrabásicas na zona fronteiriça
Moçambique-Malawi (safira).

Pardieu & Thanachakaphad (2009) descreve resumidamente o processo de formação deste


tipo de gemas:
*No soco pré-câmbrico do nordeste de Moçambique, uma secção da famosa Cintura de
Moçambique que se estende para norte em direcção ao Mediterrâneo, extensas regiões foram
metamorfoseadas a altas‐temperaturas e alta‐pressão, durante o evento tectónico Pan‐Africano
(800–550 Ma), criando condições adequadas à formação de gemas, incluindo rubis e safiras.
A África Oriental tem 500 milhões de anos de meteorização devido à acção do tempo; isto
explica a razão de a África Oriental e o Sri Lanka possuírem enormes depósitos de gemas
secundárias, como as de Ratnapura (Sri Lanka), Ilakaka (Madagascar) e também Tunduru, no
sul da Tanzânia. Os depósitos mais recentes estendem-se provavelmente para o interior de
Moçambique, como nas margens do rio Rovuma, ricas em gemas, tanto na Tanzânia como em
Moçambique.
*Segundo Marques et al. (2012), os depósitos primários de rubi estão relacionados com os
processos da intersecção entre fluidos pegmatíticos diferentes, sequências ofíticas
metamorfoseadas, organismos carbonatíticos ultramáficos e calcários cristalinos. A
concentração primária de mineralização de rubis é o resultado de circulações hidrotérmicas,
principalmente em zonas de fissuração.
*Marques et al. (2012) relaciona as mineralizações de safiras com a contaminação de
pegmatitos por rochas ultramáficas metassomatíticas, por exemplo, serpentinitos. As gemas
de melhor qualidade estão presentes em depósitos do tipo veio fluvial e de plumasito (com
minerais de corindo-plagioclase-biotite) incluídos em calcários cristalinos.
*Pardieu & Thanachakaphad (2009) indicam mais genericamente que o corindo é gerado em
migmatitos, pegmatitos e rochas metamórficas. Encontra-se, também, em depósitos
metassomáticos de contacto – em todas as rochas pobres em sílica.
*Recentemente (Marques et al. 2012) são principalmente os placers que são explorados, à
procura de rubis (Nanlicha/Luambeze, M'Sawize)
* Pardieu. & Thanachakaphad (2009) informaram que rubis e safiras têm sido explorados a
partir de 4 depósitos diferentes, no norte de Moçambique, 3 deles localizados na Província do
Niassa e um na Província de Cabo Delgado.

6.11.1.2.1. Depósitos e ocorrências de rubi nas províncias de Niassa e Cabo Delgado

6.11.1.2.1.1. Depósito de M’Sawize (depósito de rubi de Niassa)


(Folha 1236)

O depósito de rubi de M'Sawize está localizado no local denominado "Machimbu" 13 perto


do rio Luatise (12°40'53"S e 36°49'20"E) cerca de 40 km a SE de M'Sawize. O depósito situa-
se no interior da Reserva Nacional do Niassa, numa área protegida de 44 000 quilómetros
quadrados ao longo do rio Rovuma e da fronteira com a Tanzânia destinada à preservação.
Esta área é problemática porque as condições da Reserva Natural (Lei das Reservas Naturais)
e o interesse da exploração devem ser regulados e organizados tendo em consideração o
interesse mútuo.
O depósito foi descoberto em 2008 e as actividades de exploração mineira perto de M'sawize
começaram em 2009. A ocorrência de pedras de rubi nesta área foi presumida antes de 2008
por algumas informações não oficiais sobre actividades ilegais de exploração mineira no
local.
Segundo Balmer & Giuliani (in Pardieu & Thanachakaphad, 2009) o depósito de rubis de
M'sawize está localizado no interior de gnaisses de metagabro e de gabróico. Em M'sawize
também ocorrem pegmatitos. A relação dos pegmatitos com a ocorrência de rubi não é
completamente clara. Pode haver uma correlação de tempo no caso, se a formação de
mineralizações de rubi for associada às falhas Pan-Africanas.
Os rubis são extraídos a partir de dois tipos de depósitos:

*Um depósito primário em que é encontrado rubi em associação com feldspato branco e um
anfíbolo verde-escuro, em estreita associação com mica.
*Um solo rico em‐rubi eluvial que tem entre 1 e 2 metros de espessura e corresponde à
meteorização do depósito de rubi in situ. Os rubis encontram-se em associação com granadas
vermelhas.

A exploração mineira de rubi é em placers.

Investigadores do Laboratório GIA de Espectroscopia Raman de Banguecoque (Pardieu &


Thanachakaphad, 2009) examinaram amostras recolhidas no depósito de rubi de M'Sawize e
identificaram os seguintes minerais:
**O feldspato branco parece ser anortita
**O anfíbolo verde-escuro parece ser actinolite.
**Associada aos cristais de rubi existe uma orla onde estão presentes epídoto e escapolite.
**Também foram identificados pequenos cristais verdes de diópsido na matriz de feldspato.
A opinião de Marques et al. (2012) de que a concentração primária de mineralizações de rubi
está associada a circulações hidrotérmicas em zonas de fissuração parece estar confirmada. O
depósito está associado a uma falha próxima.

A Figura 6.92. mostra a carta geológica esquemática da área de extracção de rubis.

Figura 6.93.: Carta geológica esquemática da área de extracção de rubis (modificada por
Bingen et al., DNG 2006; Carta geológica, 2008; Pardieu & Thanachakaphad, 2009)

Relativamente a dimensões e qualidade, parece que o material produzido em Niassa cobre


uma gama variada de dimensões e qualidades.
VP ouviu falar de várias gemas notáveis com mais de 10 quilates e viu várias pedras facetadas
atraentes com até 5 quilates. A maior parte das pedras facetadas do Niassa vistas na Tailândia
tinham menos de 2 quilates e variavam entre rosa e vermelho escuro (Pardieu &
Thanachakaphad, 2009)

Relativamente às micro-observações, o exame em bruto no terreno com uma lupa de campo


escuro de 10x revelou poucas inclusões minerais. As observações mais comuns foram tubos
de intercepção de junção e associados (contendo boehmite) e algumas fissuras cicatrizadas.
Muito poucas inclusões minerais foram observadas em pedras do Niassa. Algumas pedras
também parecem hospedar algum rútilo ‐de baixa densidade,‐como agulhas ou partículas
(Pardieu & Thanachakaphad, 2009).
Não foram publicados dados acerca de possíveis reservas ou acerca do potencial em geral.
Tendo em consideração a distribuição regional das rochas hospedeiras para mineralizações de
rubi primárias, podem ocorrer nesta área futuras ocorrências de rubi.
No caso de uma cartografia das novas mineralizações de rubi, deve ser garantida e efectuada
uma sólida regulação para a Reserva Natural do Niassa.

6.11.1.2.1.2. Ocorrência/depósito de Luambeze (Ruambeze)


(Folha 1238)

A ocorrência/depósito de Luambeze localiza-se ao longo do rio Luambeze, entre Marrupa e


Mecula.
A ocorrência é conhecida dos habitantes locais desde os princípios da década de 1990.

A mina parece produzir material de grau cabuchão vermelho escuro, alaranjado e


acastanhado. O aspecto acastanhado provém das (numerosas) fissuras que estão
possivelmente preenchidas com limonite.

Um exame microscópico (Pardieu & Thanachakaphad, 2009) de amostras com uma lupa de
campo escuro GIA permitiu aos membros da expedição ver que o material apenas continha
algumas inclusões de minerais (normalmente cristais incolores‐semelhantes a zircão). As
micro características‐mais comuns eram planos gémeos e os seus tubos de intersecção
associados. As fissuras cicatrizadas também eram comuns, mas o material está normalmente
profundamente fracturado com muitas fissuras abertas preenchidas com limonite.

A maior parte das pedras foram exploradas a partir de placers, mas também podem existir
rubis explorados em rochas primárias.
João Marques, em 2009 (citado em Pardieu & Thanachakaphad, 2009) informa que, segundo
o seu conhecimento, o depósito estava a produzir apenas rubis de grau cabuchão.

Não foram publicadas nenhumas informações acerca do potencial de rubis. A fim de avaliar a
possível importância económica, vão ser recomendadas uma cartografia detalhada e
investigações especiais.

6.11.1.2.1.3. Depósito de rubi de Montepuez (Namahumbire, Mwiriti e Namahaca)


(Montepuez, folha 1339, 37S 520130, 8556346)

O depósito de rubi de Montepuez está localizado entre Pemba e Montepuez, cerca de 30


quilómetros a leste da cidade de Montepuez, na direcção de Pemba.
Existem dois locais de sub-depósitos localizados perto das aldeias de Namahumbire
(13°05’18”S / 39°20’35”E) e Namahaca (13°03’32”S / 39°11’08”E).
O sub-depósito/ocorrência de corindo e rubi de Namahaca ocorre a cerca de 21 km a leste de
Montepuez e a norte da estrada nacional Pemba-Montepuez
Existem outras informações de que também ocorrem rubis em Mwiriti, cerca de 10 km a sul
de Namahumbire.

O depósito foi descoberto em 2007 e a exploração teve início em 2009.

A Figura 6.94. mostra a carta geológica esquemática da área de extracção de Montepuez.


Figura 6.94.: Carta geológica esquemática da área de extracção de rubis de Montepuez
(modificada por Bingen et al./ DNG, Moçambique, 2006; Carta geológica, 2008; Pardieu &
Thanachakaphad, 2009)

O depósito de rubi de Montepuez é caracterizado da seguinte forma (em 2013):

*Pardieu, & Thanachakaphad (2009) descrevem os sub-depósitos de Namahumbire e


Namahaca como sendo de condições geológicas diferentes:
**As pedras do sub-depósito de Namahumbire tinham alguma descoloração castanha
devido à presença de material semelhante a limonite‐ como material de aterro das fissuras que
atingem a superfície. A maior parte do material é tipicamente composto por espécimens de
cristais hexagonais tabulares muito finas. O aspecto superficial das pedras é semelhante às
características superficiais do material extraído de depósitos primários (características de
ângulos pronunciados e de crescimento, fissuras nítidas). Nestas partes do terreno, alguns
cristais de rubi associaram-se à matriz de minerais verdes escuros e brancos em diversas
partes do terreno, cuja análise revelou serem feldspato (anortita) e anfíbolo (actinolite),
respectivamente, indicando que o depósito era provavelmente um depósito primário de
anfíbolo e de feldspato, relacionado de forma muito semelhante com o depósito do Niassa.
**O subdepósito de Namahaca é caracterizado por diferentes condições geológicas, em
comparação com o subdepósito de Namahumbire acima descrito. No subdepósito de
Namahaca foram encontrados rubis, no que parecia ser feldspato meteorizado. Nas
proximidades, foram encontradas diversas amostras de rochas recentemente partidas com
quartzo, feldspato e turmalina preta, sugerindo a presença de pegmatito nas imediações.
Podem ocorrer cristais de corindo, castanho avermelhados a rosa, até 24 mm de tamanho.
Vulgarmente, são em forma de lâmina, mas também foi encontrado um cristal com 10 mm de
comprimento. Ocorrem em areia e cascalheiras não calibradas e consistem principalmente em
quartzo e pegmatito (NGU, 2007).
*Os rubis ocorrem em três tipos de ocorrências:
**Depósitos primários em tipos de rochas hospedeiras (rochas duras);
**Depósito eluvial de tipo primário (restos da meteorização das rochas portadoras de
rubi)
**Depósitos aluviais a jusante.

*Com base em investigações analíticas de pedras do depósito de Montepuez, Pardieu &


Thanachakaphad (2009) informaram sobre algumas características preliminares das pedras:
**O material de rubi de "Montepuez" varia entre vermelho ligeiramente violáceo e vermelho:
Normalmente, parece menos rosa e menos violáceo do que o material do Niassa extraído perto
de M'sawize.
**A maior parte do material parece ligeiramente leitoso ou sedoso.
**As pedras de Montepuez são normalmente horizontais e exibem muito mais inclusões de
minerais em comparação com as pedras do Niassa.
**Grandes pedras grosseiras com qualidade gemológica até 20 quilates foram alegadamente
extraídas perto de Montepuez.
**Enquanto a maior parte do material se encontra profundamente fracturado (portanto, apenas
adequado para cristal de chumbo), foi também avistado algum material excepcionalmente
puro.
**Uma excepcional pedra grosseira pesando cerca de 10 quilates. A pedra não tinha fissuras e
quase nenhumas inclusões, excepto um minúsculo cristal e algumas agulhas, que provam a
sua origem natural.
**Pedras tão excepcionais, normalmente responsáveis por menos de 1% da produção das
minas primárias, podem ser consideradas um sub‐produto da extracção mineira para mais
pedras de qualidade comercial que exijam tratamentos para encontrar um mercado.
**Após estudar muitas pedras no terreno com a sua lupa de campo escuro GIA, foi possível
ver que as características internas mais comuns do material de Montepuez são cristais
transparentes arredondados a euédricos. Estes cristais foram identificados como anfíbolos.
Cristais opacos negros (provavelmente rútilo), tubos de intersecção, possivelmente
preenchidos com boehmite, planos gémeos, agulhas extensas e partículas minúsculas são
também vulgarmente encontrados.
**É interessante notar que algumas pedras de Montepuez podem ser muito puras e hospedar
agulhas curtas e cristais transparentes arredondados.
**Não obstante, análises preliminares indicam que a química e o facto de as inclusões
arredondadas serem normalmente anfíbolo, irão ajudar os gemólogos a identificar
correctamente a origem dessas pedras (as características descritas acima são citações
completas de Pardieu & Thanachakaphad, 2009)
*Na carta geológica (NGU, 2007), é mostrada uma falha (zona de falha) e o depósito pode ser
associado a esta(s) falha(s), um facto que também foi observado noutros depósitos de rubi
(M'sawize). A leste do depósito está situado o limite do soco pré-câmbrico infectado por um
sistema de falhas que pode influenciar as áreas de depósito de rubis.
*Provavelmente, o depósito cobre, segundo o tipo de afloramentos de rochas portadoras de
rubi, uma grande área potencial, possivelmente de vários km2. As condições geológicas
tornam possível a descoberta de futuras ocorrências/depósitos de rubi em toda a região entre a
Cintura do Lúrio no sul e na zona do rio Rovuma no norte.
*A qualidade assim como o peso das pedras varia em grande escala. Fontes não oficiais dizem
que foram extraídas pedras de alta qualidade até cinco quilates.
*As condições geológicas são favoráveis a futuras actividades de cartografia e prospecção
geológica orientada.
6.11.1.2.1.4. Outras indicações de rubi nas províncias do Niassa e Cabo Delgado

É possível ouvir os habitantes locais falar de ocorrências de rubi, mas na generalidade estas
"informações" são provavelmente destinadas a despertar o interesse dos visitantes.
No entanto, existem em largos territórios condições geológicas-metalogenéticas favoráveis a
futuras actividades de cartografia e prospecção geológica orientadas.
Pardieu & Thanachakaphad (2009) informaram sobre um negociante de Moçambique que lhes
disse existirem três depósitos de rubi no norte de Moçambique, a produzir algumas pedras de
boa qualidade:

**Uma dessas fontes, perto de Lichinga (folha 1335), diz-se que produzia pedras rosa a
vermelhas
**Outra, perto de Marrupa (folha 1337), produzia pedras vermelhas acastanhadas
**Uma outra, a norte de Nampula (folha 1439), produzia alegadamente pedras vermelhas
"sangue de pombo"

Segundo J. Marques (2012), foi encontrado corindo com qualidade de gema nos seguintes
locais:
**Corindo da variedade transparente do corindo vermelho (rubis "sangue de pombo") ocorre
na região de Nanlicha (Província do Niassa) ()
**Montanha Chissindo (Província do Niassa): corindo cinzento, azul, branco, rosa escuro
**Região de Mueda (Província de Cabo Delgado) (folha 1139): corindo cinzento, azul,
branco, rosa-escuro
**Munhiba (Província da Zambézia): corindo cinzento a azulado
**Montanhas de Pandíbuè e Congune (Província da Zambézia): corindo cinzento, azul,
branco, rosa escuro
**Canchoeira e Chimessolo (Província de Tete): corindo cinzento, azul, branco, rosa escuro

Afonso & Marques (1993) indicava em Revuè (folha 1933), Cancheira, Monte Chissindo e
Monte Pandibuè – Congune ocorrências de corindo.
Lächelt (2004) referiu grandes perspectivas territoriais em gemas de pegmatitos, rochas
ultrabásicas e carbonáticas:
*A região entre Mueda – Massombe - Montepuez - Pemba (rubis na Província de Cabo
Delgado) e na extensão norte para a área entre Muaguide e Mueda (possível ocorrência de
mineralização de rubis na Província de Cabo Delgado);
*Região oriental da Província do Niassa e região ocidental da Província de Cabo
Delgado
*A região de M'Sawize e zona sul do rio Rovuma (rubis na Província do Niassa), incluindo
o bordo norte e oeste do Complexo de M'Sawize / P3SO (Província do Niassa);
*Norte de Ribáuè–Malema e sul de Nipepe, região entre Nipepe e o rio Lugenda.
*Marques et al. (2012) comunicou uma ocorrência de corindo nobre em Nalincha, na
Província do Niassa. Não foram publicadas informações detalhadas sobre esta ocorrência.

A cartografia geológica destas regiões é principalmente realizada na escala de 1:250 000


(NGU, 2007) e é uma boa base para definir as unidades litoestratigráficas para projectos de
prospecção detalhados.

6.11.1.2.1.4.1. Ocorrência de corindo do Rio Muthicana (Odinepa)


(Folha 1340 Mecufi, UTM 37S 610300, 8494990)

A cerca de 2 km a sudoeste de Odinepa há uma ocorrência de corindo na rocha-mãe.


Os trabalhos (NGU, 2007) consistem numa fossa de 18 m de comprimento, 3-4 de largura e
até 6 m de profundidade, com orientação de 50°.

*Nas paredes laterais existe uma rocha xistosa com textura granular muito grosseira portadora
de anfíbolo-plagioclase-flogopite e corindo de cor vermelha.
*Grãos bem formados de corindo até 1 cm de tamanho ocorrem disseminados pela rocha.
*Não está confirmado que tenham sido encontradas gemas de rubis.
**Análises de microssonda do corindo mostram quantidades moderadas de crómio (1,2-1,4 %
Cr2O3) como vulgarmente se encontra nos rubis.
**Nesta secção são vistos cristais euédricos e em forma de estrutura com lamelas geminadas e
minúsculas inclusões de rútilo que podem fazer com que um cristal polido exiba asterismo. O
anfíbolo é um anfíbolo de Fe-Mg-Mn, gedrite, enquanto a plagioclase é andesina–labradorite.
São encontradas pequenas quantidades de quartzo e uma espinela verde (hercinite-picotite
portadora de crómio).
*Ocorrem para noroeste gnaisses com textura granular fina a média, graníticos a
granodioríticos bem foliados, com blastos e vários veios pegmatóides. Também se encontram
alguns xenólitos lensoidais de gnaisse rico em biotite na escala m. A sul da fossa, um mega
boudin (com várias dezenas de metros de comprimento e algumas dezenas de metros de
largura) de rocha máfica ocorre no gnaisse. A rocha hospedeira máfica da mineralização do
corindo pode representar um mega boudin semelhante nos ortognaisses félsicos.

São necessárias investigações especiais para saber se a variedade de rubi do corindo ocorre.

6.11.1.2.1.5. Ocorrência de corindo na província de Zambėzia


(Folha 1635)

GTK (2006) informou que no pegmatito de Chulo (Nhaphale), de acordo com


comunicações orais, perto do primitivo depósito de berilo azul, foram recolhidos concentrados
de eluvião, corindo azul e granadas, alguns dos quais com qualidade gemológica.

Não são conhecidas mais datas. São necessárias actividades de prospecção especiais para uma
cartografia detalhada de possíveis ocorrências de pegmatitos portadores de gemas adicionais.

6.11.1.2.1.6. Indicações de rubi na província de Tete


(Folha 1633)
Marques et al. (2012) indicou como ocorrência de corindo nobre a área de Changara na
Província de Tete.
Não foram ainda publicadas informações detalhadas acerca desta ocorrência.

6.11.1.2.2. Depósitos/ocorrências de safira em Moçambique

Geralmente, em regiões de ocorrência de rubis também podem existir safiras. As condições


geológicas das formações minerais são semelhantes.
Marques et al. (2012) relaciona a formação de safiras com uma contaminação de pegmatitos
com metassomatitos ultramáficos, por exemplo, do tipo serpentinito.
As pedras de melhor qualidade são, segundo estes autores, depósitos de fluatilo e diques
plumasíticos com corindo – plagioclase - biotite intruída em calcários cristalinos.

Um exemplo deste tipo de depósito é o depósito de safira de Ngauma na Província do


Niassa.
Recentemente (2013), são conhecidas duas regiões onde ocorrem safiras ou este mineral pode
estar presente:

*Depósito de safira de Ngauma e possíveis ocorrências de safira na Província de Niassa


*Região de prospecção de safira no nordeste da província de Tete

6.11.1.2.2.1. Depósito de safira de Ngauma e potenciais ocorrências de safira na


província de Niassa
(Folha 1435)

O depósito de safira de Ngauma está localizado a sudoeste de Lichinga entre Lione (uma área
conhecida há muitos anos pela sua água-marinha) e Itepelas.

*O depósito é composto por safira azul.


*Não estão publicados dados nem informações geológicas sobre o potencial de safiras.
*A extracção da safira começa em 2008.
*A mina produz grandes cristais de corindo azul-escuro com muitas fissuras e planos gémeos.
*O material aparenta ter zonamento de cores distintas e algumas pedras muito grandes (até
várias centenas de gramas) foram vistas (?) em Lichinga.

Não são conhecidas mais informações recentemente (2013). No entanto, toda a região tem
interesse para a prospecção de gemas (safira, rubi e água-marinha).

6.11.1.2.2.2. Região de prospecção de safira no nordeste da província de Tete


(Folha 1534)

Lächelt (2004), depois de visitar (2002) o depósito de Chimvadzubu no Malawi, a cerca de 15


km da fronteira de Moçambique, onde estão a ser extraídos rubis e safiras da crosta de
meteorização de rochas ultrabásicas.
Pardieu & Thanachakaphad (2009) assinalou que o depósito de Chimvadzubu com rubi e
safira de muitas cores da Tanzânia foi encontrado no Malawi. O depósito está localizado a 70
km a sul do Lago Niassa, perto do monte Chimvadzuli, adjacente à fronteira de Moçambique
Lächelt (2004) conclui que o mesmo tipo de rochas hospedeiras pode ocorrer na zona
fronteiriça de Moçambique.
Os mesmos tipos de rochas no Malawi afloram perto de Tsangano e a norte de Tsangano.
O problema é que, em toda esta zona, o relevo é montanhoso com raros afloramentos das
rochas duras e das massas magmáticas, que são principalmente de dimensão muito pequena,
talvez apenas cartografados com investigações especiais (ver Platina 6.3.B.2. SO em
Tsangano).

No entanto, a região de Tsangano a sul de Angónia, ao longo da zona fronteiriça Moçambique


- Malawi, corresponde, do ponto de vista metalogenético, a uma região de perspectivas de
safira (e rubi) (e possível platina) e é importante uma cartografia especial das (pequenas)
massas rochosas ultrabásicas.

6.11.1.3. Gemas do grupo do berilo

Em Moçambique são conhecidas as seguintes gemas do grupo do berilo:

*Esmeralda
*Água-marinha
*Morganite
*Heliodoro
*Goshenite

Todas as gemas do grupo do berilo em Moçambique estão associadas aos pegmatitos.


Os pegmatitos são intrusões comuns a todo o Proterozóico de Moçambique, mas os
pegmatitos portadores de berilo são principalmente os das idades do Pan-Africano a Pós-pan-
Africano.
Os pegmatitos são massas multiminerais, incluindo diferentes tipos económicos de minerais
(metais raros, ETR, minerais industriais, etc.), entre os quais também diferentes gemas (grupo
do berilo, grupo da turmalina, grupo do quartzo, grupo do feldspato e outros).
As gemas podem ser encontradas, de uma maneira geral, em pegmatitos, com berilo,
turmalina e vários feldspatos nas unidades rochosas do soco das Províncias de Tete,
Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado.
Recentemente (2013), a maior parte das gemas são produzidas por mineiros artesanais e não
são devidamente registadas.

Marques et al. (2012) é da opinião que o berilo ocorre principalmente nos pegmatitos
sodalíticos e, em menor extensão, nos pegmatitos potássicos, e os pegmatitos portadores de
esmeralda representam uma fonte insignificante de berilo industrial.
A posição do berilo num pegmatito é variável, mas situa-se normalmente na área sodalítica ou
na área de feldspato compacto e também, em quantidades mais pequenas, em bolsas de
quartzo-moscovite adjacentes ao núcleo de quartzo, mas raramente como grandes massas
dentro do núcleo de quartzo.
Lächelt é de opinião que estas condições correspondem aos pegmatitos do Alto Ligonha,
enquanto noutros grupos de pegmatitos as condições podem ser diferentes.
Marques et al. (2012) indica as seguintes gemas importantes do grupo do berilo:

*Esmeralda verde
*Água-marinha verde-azulada
*Morganite rosa
*Heliodoro amarelo dourado

Uma pedra de boa qualidade extraída ultimamente em Moçambique e que vende no mercado
de gemas internacional é o berilo "Blue Sky".

Outros minerais de berílio por ordem de aumento de raridade são:

*Crisoberilo
*Herderite
*Gadolinite

*Do ponto de vista económico, a esmeralda é a pedra mais importante, mas o potencial desta
pedra em Moçambique é limitado.
*A água-marinha é uma pedra explorada em Moçambique e com a mesma importância no
mercado de gemas. No entanto, a qualidade, especialmente a cor, das águas-marinhas
moçambicanas varia em grande escala, desde os tons quase incolores até um azul-marinho
bem evidente.
*A morganite, uma pedra que varia entre incolor e violeta azulado, é uma das melhores
pedras em relação à sua qualidade. A morganite forma grandes cristais de muitos quilates e as
qualidades ópticas, por exemplo o reflexo interno, aproximam-se dos diamantes.
Independentemente destas qualidades, não existe nenhum mercado internacional importante
para esta pedra. Lächelt (acima) é de opinião que a morganite é uma recém-chegada (por
exemplo, a esmeralda e a água-marinha são conhecidas e utilizadas como gemas desde a
Idade Média) ao mercado internacional de gemas e, por isso, o mercado é limitado.
* O heliodoro e a goshenite ocorrem em Moçambique em quantidades que apenas podem
cobrir um mercado muito limitado e, por isso, estas pedras não são de grande importância na
produção de gemas moçambicanas.

A indicação das características das gemas do grupo do berilo em pegmatitos inclui ao mesmo
tempo uma complexa descrição mineral destas rochas.
São listados os seguintes pegmatitos portadores de berilo (gemas):

*Jazida pegmatítica de Marinrongoė (NO da Província de Tete)


*Pegmatitos hospedados em granito de Marrupa (P2MR) (NO da Província de Tete)
*Província Pegmatítica do Alto Ligonha/jazida pegmatítica (Província da Zambézia)
*Nampula – Monapo – Província pegmatítica de Nacarôa (Província de Nampula)
Pegmatitos da área de Marrupa no Complexo de Marrupa / P2MR (Província do Niassa)

A Figura 6.90. mostra a localização das províncias/jazidas de pegmatito portador de gemas.

6.11.1.3.1. Gemas do grupo do berilo na província de Tete

6.11.1.3.1.1. Jazida pegmatítica de Marinrongoė


(Folha 1531)

6.11.1.3.1.1. A. Água-marinha, berilo verde e berilo esverdeado

Marques et al. (2012) descreveu uma grande jazida pegmatítica na região de Marinrongoè.
Os pegmatitos ocorrem numa região de cerca de 25 km² a leste do Monte Marinrongoè e a
NO da aldeia de Fíngoè na Província de Tete.

*Os pegmatitos são do tipo mineral complexo, incluindo minerais dos grupos de metal raro
(Nb) e terra rara (Y).
*Os pegmatitos podem ser comparados aos pegmatitos do Alto Ligonha (Província de
Zambézia).
*Recentemente (2012), são extraídos água-marinha berilo e topázio como gemas.
*Estão presentes outros minerais que, futuramente, podem ter interesse para a extracção de
gemas: turmalinas (?), quartzo róseo, quartzo defumado, hialino e cristais-de-rocha.
*O berilo também está presente como mineral industrial e pode ter interesse económico no
futuro.
*Como minerais de metais raros e ETR, Marques et al. (2012) indicou a samarskite, o
euxenite, o xenótimo e a monazite.

Nesta área, são conhecidos muitos corpos de pegmatitos e parece ser possível a prospecção
detalhada para descobrir mais corpos de pegmatitos.
Os pegmatitos da jazida pegmatítica de Marinrongoė estão localizados numa região muito
distante com infra-estruturas de baixa qualidade.
Uma avaliação do berilo nobre, assim como do topázio e de outras gemas potenciais (quartzo
róseo, quartzo defumado, hialino, cristal de rocha) não é possível.
No entanto, existem algumas jazidas pegmatíticas (ver também 6.7.1.3.3.) que necessitam de
futura atenção de prospecção.
Por isso, são recomendadas futuras investigações especiais.

6.11.1.3.1.2. Pegmatitos alojados em granito de Marrupa (P2MR ?)


(Folhas 14/1531)

6.11.1.3.1.2.A. Água-marinha/berilo azul-céu

Os pegmatitos portadores de berilo ocorrem numa área localizada a cerca de 40 km a NO da


aldeia de Fíngoè, na Província de Tete, estendendo-se para norte a partir da estrada nacional
do Zumbo.
Segundo GTK (2006), os pegmatitos são hospedados pelo granito de Marrupa (deve-se ter em
consideração que o Complexo de Marrupa / P2MR ocorre principalmente na Província do
Niassa)

*O berilo azul denominado "berilo Blue Sky" tem sido extraído destes pegmatitos. O
principal produto é uma água-marinha azulada que se encontra no pegmatito portador de
moscovite.
*Além do berilo azul, os corpos de pegmatitos podem conter alguma amazonite esverdeada de
textura granular grosseira e turmalina preta e, raramente, crisoberilo.
*São utilizados métodos artesanais de extracção e as gemas são tratadas na vizinha Zâmbia.

Os pegmatitos do granito de Marrupa estão localizados numa região muito distante com infra-
estruturas muito fracas. Não é possível uma avaliação do potencial do berilo nobre.
No entanto, existem algumas jazidas pegmatíticas (ver, por exemplo, também 6.7.1.3.2.) que
precisam de atenção de prospecção.
Por isso, são recomendadas futuras investigações especiais.

6.11.1.3.2. Gemas do grupo do berilo nas províncias da Zambézia e Nampula

Nas Províncias da Zambézia e Nampula são conhecidas as seguintes áreas/jazidas de


depósitos portadores de berilo nobre:

*Província pegmatítica do Alto Ligonha/jazida pegmatítica (Província da Zambézia)


*Nampula – Monapo – Província pegmatítica de Nacarôa (Província de Nampula)

Relativamente à posição regional destes pegmatitos, especialmente dos pegmatitos do Alto


Ligonha, estão em discussão ideias diferentes (ver subcapítulo 6.4.).
A mais recente subdivisão da posição regional dos pegmatitos nas Províncias da Zambézia e
Nampula (pegmatitos a sul da Zona de Carreamento do Lúrio) está publicada em Marques et
al, (2012).
Os pegmatitos das províncias pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula - Monapo - Nacarôa
estão distribuídos por seis cinturas/zonas/áreas (modificadas a partir de Marques et al. 2012)
que geralmente coincidem com as principais características estruturais da área, com excepção
da cintura de Errego-Ribáuè.
Estas cinturas subdividem-se, por sua vez, numa série de jazidas pegmatíticas, principalmente
com base na sua localização geográfica e, em certa medida, no tipo de mineralização e, assim,
ocasionalmente, podem passar para outras cinturas. Cada jazida inclui uma série de grupos de
pegmatitos, classificados de acordo com os tipos de pegmatitos dominantes. As principais
cinturas/zonas/áreas são:

*Cintura de Mucubela-Alto Ligonha


*Zona de Mocuba-Mugeba e Munhiba
*Cintura de Errego-Ribáuè
*Nampossa – Miricue
*Zona de Namarripo – Namivo
*Área de Nacala.

Os pegmatitos destas províncias são do tipo mineral complexo, incluindo nos pegmatitos do
Alto Ligonha minerais dos grupos do metal raro (Nb) e terra rara (Y).
Os pegmatitos da província pegmatítica do Alto Ligonha contêm, além de minerais metálicos
dos grupos de metais raros e ETR, como columbo-tantalite (coltan) e microlite, minerais não
metálicos, como berilo, espodumena, lepidolite, ambligonite, petalite, polucite e, finalmente,
pedras preciosas como gemas de berilo (água-marinha, morganite), espodumena (kunzita e
hiddenite) e gema de turmalina (Pedro, 1986; Lächelt, 2004).

*A gema de berilo mais importante da província pegmatítica/jazida pegmatítica de Alto


Ligonha é a esmeralda, conhecida apenas em dois locais, Maria III e Niame.
*A água-marinha é extraída em alguns pegmatitos do Alto Ligonha e é provavelmente, entre
a quantidade de berilos extraídos na província pegmatítica/jazida pegmatítica de Alto Ligonha
(Província da Zambézia) e na província pegmatítica de Nampula – Monapo – Nacarôa
(Província de Nampula), a gema economicamente mais importante.
*A morganite está especialmente presente em pegmatitos da província pegmatítica/jazida
pegmatítica de Alto Ligonha, onde este berilo está bem desenvolvido, mas os cristais maiores
estão provavelmente associados ao depósito de pegmatito de Marropino (e nas proximidades
dos corpos de pegmatitos). Em relação à importância económica, a morganite é de menor
valor que a água-marinha.
*Os pegmatitos da província pegmatítica de Nampula - Monapo - Nacarôa não contêm
minerais de metais raros e ETR ou os conteúdos destes grupos de minerais são limitados.

6.11.1.3.2.A. Esmeralda

A esmeralda é conhecida e extraída em dois locais da província pegmatítica/jazida


pegmatítica de Alto Ligonha:

*Maria III
*Niane (Niame)

Os depósitos de esmeralda estão localizados na jazida pegmatítica de Alto Ligonha. O facto


de a esmeralda apenas ser conhecida em dois locais ou ocorrer de forma muito limitada nesta
jazida pegmatítica, indica que não é um mineral característico (geneticamente associado) dos
pegmatitos e provavelmente apenas existe uma correlação temporal e espacial (Lächelt,
2004).

No entanto, (Lächelt, 2004) um factor metalogénico (metalotecto) que, com todas as


possibilidades, pode ser visto como autêntico, é que parece que os xistos de clorite – actinolite
– biotite (posteriormente designados xistos actinolíticos) e outros xistos constituem a rocha
hospedeira em todos os casos. Os xistos ocorrem como lentes de alguns centímetros até
poucos decímetros de comprimento. Essas lentes ou zonas pequenas estão estruturalmente
localizadas nas zonas de contacto entre gnaisses, gnaisses graníticos e rochas magmáticas
básicas ou pegmatitos.
Marques et al. (2011) indica que a mineralização de esmeralda está reduzida às zonas de
contacto entre granitos biotíticos (pegmatitos) e litologias ultrabásicas metamorfoseadas.

O facto de as esmeraldas que são extraídas em Moçambique estarem colocadas


temporariamente (nos últimos tempos muito esporadicamente) no mercado internacional de
gemas, confirma que são necessárias investigações especiais para esclarecer as condições de
produção de esmeralda de qualidade de gema e das quantidades de mercado em Moçambique.

6.11.2.3.2.A.1. Depósito de esmeralda Maria III


(Folha 1637)

O depósito Maria III está localizado no sul da Província da Zambézia no bordo norte do
klippe de Mugeba.
A zona mais conhecida de xistos portadores de esmeraldas ocorre em Maria III, onde os xistos
portadores de esmeralda têm uma orientação aproximada N–S, com uma inclinação de 50–75°
para noroeste.
As esmeraldas do Alto Ligonha são gemas verdes escuras com excelente aspecto estético, mas
são sobretudo prejudicadas por impurezas e imperfeições (Lächelt, 2004).

Relativamente às esmeraldas de Maria III, Lächelt (de visita a este depósito em 1982) é de
opinião que não existe uma associação visível entre a esmeralda e o pegmatito próximo. A
mineralização de esmeralda correlaciona-se muito melhor com xistos actinolíticos. No
entanto, a posição geral deste depósito está na província pegmatítica de Alto Ligonha e é
independente da interpretação genética das esmeraldas de Maria III, uma parte das
mineralizações de pegmatito de Alto Ligonha. Os xistos actinolíticos em combinação com
pegmatitos podem servir de indício metalogenético suplementar (prospecção) para a
prospecção de esmeraldas em jazidas pegmatíticas.
O depósito de esmeralda Maria III foi explorado durante um longo período de tempo. Não são
conhecidas datas relativas à real avaliação do potencial de esmeralda, provavelmente este é
limitado.
*No entanto, é recomendável realizar uma cartografia especial desta área, especialmente para
investigar onde os pegmatitos estão a introduzir-se nos xistos actinolíticos.
*A atenção à exploração de esmeralda necessita dos aluviões a jusante do depósito primário.

6.11.1.3.2.A.2. Ocorrência de esmeralda de Niane (Niame)


(Folha 1638)

A ocorrência de esmeralda de Niane está localizada na folha 1638 a sudeste de Gilè.


A pequena ocorrência de esmeralda está associada a um pegmatito. Também estão presentes
xistos actiloníticos.
Não foram publicados dados detalhados sobre o potencial geológico e mineral desta
ocorrência.

6.11.1.3.2.B. Água-marinha, morganite, heliodoro, goshenite

6.11.1.3.2.B.1. Berilo nobre na província/jazida pegmatítica do Alto Ligonha (província


de Zambézia) e na província pegmatítica de Nampula-Monapo-Nacorôa (Província de
Nampula)
(Folhas 1537/38 -1637/38 -1439/40 -1539/40)
As províncias pegmatíticas de Alto Ligonha e Nampula - Monapo - Nacorôa do norte de
Moçambique são famosas pelas suas gemas (Lächelt, 2004; Marques et al., 2011) raras e
espécimens minerais únicos e como origem de uma grande variedade de minerais de
elementos raros.
Na década de 1960, Moçambique foi o segundo maior produtor de berilo do mundo (Pedro,
1986) e foram produzidas gemas de alta qualidade do grupo do berilo. Após a guerra civil, a
produção de gemas (principalmente dos grupos do berilo e turmalina) foi recuperada e estas
províncias pegmatíticas são recentemente (2013) uma fonte importante do mercado de gemas
moçambicano e internacional.

Um inventário dos pegmatitos realizado nesta área (pegmatito de Alto Ligonha) por Barros &
Vicente em 1963, revelou aproximadamente 9 pegmatitos/100 km2 (ou seja, cerca de 400
pegmatitos numa área de 4400 Km2), dos quais apenas 3,4% eram economicamente
exploráveis (Dias & Wilson, 2000). A maioria dos pegmatitos, quando avaliados com base
numa mercadoria individual, tendem a ser subeconómicos e devem ser avaliados com base em
todos os seus conjuntos de minerais exploráveis para que possam ser considerados como
tendo interesse económico. Os pegmatitos contêm uma mineralogia complexa (Marques et al.,
2011).

Antes da guerra civil, a exploração de gemas e pedras ornamentais dos pegmatitos do Alto
Ligonha era um subproduto da extracção de outras mercadorias minerais (metais raros e ETR)
ou efectuava-se esporadicamente, quando a procura e o preço aumentavam, a nível artesanal
ou em pequena escala (Lächelt, 2004). Após a guerra civil, a extracção de gemas fez parte da
recuperação da extracção de metais raros (minerais de tântalo) e em muitos locais a extracção
de gemas é iniciada por produtores ilegais. Especialmente a exploração de água-marinha
desenvolvida na província pegmatítica de Nampula – Monapo – Nacarôa. No sul de Monapo,
até à área de Metil, a água-marinha é explorada de forma licenciada e artesanal em minas a
céu aberto. Nos pegmatitos do norte de Monapo, perto da estrada para Nacarôa, foram
encontrados pegmatitos portadores de águas-marinhas. Alguns destes pegmatitos são
caracterizados por elevadas quantidades de feldspatos potássicos (amazonite), que não foram
extraídos. Foram vistos grandes cristais de feldspato por Lächelt nas minas a céu aberto, a
oeste da estrada de Monapo - Nacarôa.

Lächelt (2004) e Marques et al. (2011) indicaram que os seguintes pegmatitos eram gemas
(especialmente do grupo do berilo) extraídas após a guerra civil:

*Muiane
*Naipa
*Morrua
*Marropino
*Naquisuppa
*Nampossa
*Mita (Mecossa).

Recentemente (2013), a mina de Muiane deixou de ser produtiva.

As mais coloridas águas-marinhas azul céu e azul intenso, conhecidas como "águas-
marinhas do tipo Blue Sky" são conhecidas a partir dos pegmatitos na área de Mocuba
(folha 1636/37). O chamado local de "Santa Maria" na área de Mocuba (Afonso &
Marques, 1993) é um dos primeiros depósitos donde as pedras foram extraídas
Além da água-marinha, a morganite é muito comum nos pegmatitos do Alto Ligonha. Os
cristais são extremamente transparentes e a cor é pálida a rosa intenso. Os depósitos mais
conhecidos (Lächelt, 2004) são os pegmatitos de:

*Muiane
*Mulate
*Namirrapo
*Namacurra
*Marropino (a mina está desactivada)
*Mocubela.

A morganite é de boa qualidade e adequada à utilização em joalharia, complementada pelas


suas boas características ópticas (elevado grau de reflexo). No entanto, a recolha de morganite
é esporádica e depende do mercado.

Heliodoro, uma pedra amarelo claro, de cor amarela a dourada (berilo), ocorre em conjunto
com a água-marinha e geralmente encontra-se nos mesmos depósitos pegmatíticos (ver
acima). O depósito de pegmatitos mais conhecido da jazida pegmatítica do Alto Ligonha é:

*Pegmatito de Namirrapo

A goshenite é uma pedra incolor e altamente transparente do grupo do berilo. Ocorre em:

*Alguns pegmatitos do Alto Ligonha


*Pegmatito de Gile.

Esta gema é, no entanto, geralmente qualificada como pedra semi-preciosa e não é valorizada
pelos joalheiros (Afonso & Marques, 1993).

6.11.1.3.2.B.2. Pegmatito de Chulo (Nhaphale)


(Folha 1735)

Foi cartografada um corpo de pegmatitos (GTK, 2006) no canto noroeste da folha 1735, perto
da fronteira com o Malawi, alguns quilómetros a norte do assentamento de Chulo.

É um tipo de pegmatito de feldspato potássico portador de berilo azul e de biotite, que foi
explorado para água-marinha durante os fins da década de 1980.
As gemas foram (ilegalmente) exportadas para o Malawi.
Recentemente (2006), partes do núcleo de quartzo são mostradas como fragmentos
preservados dentro da massa feldspática.
Não são conhecidas mais datas. São necessárias actividades de prospecção especial para uma
cartografia detalhada da possível ocorrência de mais pegmatitos portadores de gemas
(portadores do grupo do rubi).

6.11.1.3.3. Gemas do grupo do berilo nas Províncias de Niassa e Cabo Delgado

Uma grande variedade de pedras preciosas e semi-preciosas encontra-se nas Províncias de


Niassa e Cabo Delgado, mais vulgarmente berilo (água-marinha), turmalina, granada, corindo,
amazonite e quartzo cristalino (ver os subcapítulos).
Ocorrem mais frequentemente em veios de pegmatito granítico, mas também se encontram
ocorrências aluviais e eluviais.
Foi noticiada a extracção em pequena escala nos Complexos de Unango (P2UN), Marrupa
(P2MR), Nampula (P2NM) e Lalamo (P3LM) (NGU, 2007).
Estes complexos estão de acordo com a sua composição rochosa ou em reacção com outros
tipos de rocha (pegmatitos, intrusões básicas-ultrabásicas) favoráveis à formação de diferentes
tipos de gemas.

6.11.1.3.3.1. Água-marinha (e quartzo róseo) na área de Cuamba


(Folha 1436)

Um certo número de pequenos pegmatitos graníticos contendo água-marinha com ou sem


quartzo róseo foram encontrados na parte sudeste da folha 1436 Cuamba, assim como na
cidade de Cuamba e nos arredores.
Em todos estes pegmatitos ocorrem pequenos poços de exploração.

*As águas-marinhas formam pequenos cristais, bem formados, de cor azul clara, demasiado
pequenos para serem trabalhados como gemas, mas que podem ser vendidos como
espécimens de cristais.
*O quartzo róseo pode ser trabalhado para contas, mas novamente os recursos são muito
pequenos.
*A melhor prospecção (NGU, 2007) é em UTM 37S 281034, 8358250.

6.11.1.3.3.2. Ocorrências de berilo (água-marinha) na área de Marrupa


(Folha 1337)

Os NGU (2007) informaram que, na parte central norte da folha 1337 de Marrupa, os
ortognaisses em redor de Marrupa são intruídos por numerosos veios e corpos de pegmatitos
graníticos.
Muitos deles contêm minerais semi-preciosos como berilo, este frequentemente como água-
marinha e turmalina. O quartzo cristalino e a amazonite verde também são muito comuns.
De acordo com os habitantes locais (NGU, 2007), existem muitos outros depósitos que se
podem encontrar nos arredores de Marrupa.

De uma forma geral, esta área (Complexo de Marrupa / PP2MR) intruída por pegmatitos é
uma área de prospecção para gemas (grupo do berilo, gemas de turmalina e feldspato-
amazonite) no futuro.

6.11.1.3.3.3. Ocorrência de água-marinha de Meperia


(Folha 1337)

Os NGU (2007) informaram que a NE de Marrupa, no depósito de Meperia (UTM 37S


344101, 8549056), foram observadas fossas na parte meteorizada de um corpo de pegmatitos.
As fossas tinham 3-5 m de profundidade e 5-6 m de comprimento.
O pegmatito consistia principalmente em quartzo e feldspato potássico, com ocorrência de
cristais de quartzo até 2-5 cm de comprimento e 1 cm de espessura, orientados numa direcção
no feldspato. As fases subordinadas eram moscovite com textura granular fina, alguma biotite
e flocos de hematite até ao tamanho de um cm. Algumas partes do pegmatito continham
cristais de turmalina preta (escorlite) em cristais com até 2 cm de comprimento.
Os habitantes locais mostram espécimens de águas-marinhas verdes e azuis claras,
transparentes e claras, assim como algumas amostras de amazonite.
Com base nestas informações, são recomendadas futuras investigações relativamente ao
possível potencial de gemas, especialmente da água-marinha.

6.11.1.3.3.4. Ocorrências de água-marinha na área de Nambaica (pegmatitos na área de


Marrupa/UTM 37S 344101, 8549056)
(Folha 1337)

Na área de Nambaica, são conhecidas duas ocorrências de água-marinha associada a


pegmatitos:

*Ocorrência de Nambaica em UTM 37S 340640, 8546100


*Ocorrência do sudeste de Nambaica em UTM 37S 340827, 8545918

Na (principal) ocorrência de Nambaica (UTM 37S 340640, 8546100), os NGU (2007)


observaram uma fossa de 7 m de comprimento, 1,5 m de largura e 3 m de profundidade num
pegmatito meteorizado.
O pegmatito consistia em quartzo, microclina, biotite, moscovite, magnetite, hematite e
plagioclase menor.
O tamanho do grão varia de 2-3 mm a vários cm, sendo a microclina o mineral mais grosseiro.
O pegmatito apresenta uma textura reminiscente do "granito gráfico", com até vários cm de
tamanho de cristais de quartzo.
A biotite também era bastante grosseira, ocorrendo em flocos até ao tamanho de um cm.

Segundo os habitantes locais, o pegmatito foi extraído para água-marinha.

A ocorrência do sudeste de Nambaica (UTM 37S 340827, 8545918) fica apenas a cerca de
300 m a sudeste da principal ocorrência de Nambaica.
Existem aqui várias pequenas escavações cobrindo uma área de cerca de 100 x 50 m. Uma das
escavações era muito superficial, apenas no solo acima da rocha-mãe.
As pessoas tinham aqui obviamente apenas bateado o solo para obter as pedras preciosas.
Tal como no depósito principal, o pegmatito era de composição granítica, com microclina
vermelha e quartzo como fases dominantes. A moscovite estava presente localmente em
flocos com o tamanho de cm. Foi encontrado um grão pequeno de berilo verde amarelado
num dos blocos de pegmatito grosseiro. Por outro lado, as pessoas disseram aos geólogos dos
NGU que também tinha sido encontrada turmalina em alguns dos pequenos poços.

Não existem datas que tornem possível concluir sobre o possível potencial das gemas. Por
isso, são necessárias investigações especiais para confirmar estas mineralizações de gemas.

6.11.1.3.3.5. Ocorrências de água-marinha a sudeste de Mueda


(Folha 1239)

Os pegmatitos graníticos geralmente intruem os ortognaisses graníticos a granodioríticos do


complexo de Lalamo (P3LM) que ocorrem de ambos os lados do rio Messalo, a sudeste de
Mueda.

Os NGU (2007) descrevem alguns locais com perspectivas de gemas do complexo de Lalamo
(P3LM). Existem muitos outros locais com interesse para prospecção neste complexo.

Rio Messalo (UTM 37S 594740, 8670716): Neste local, existe um pequeno poço de 10 x 3 m
de extensão e até 1 m de profundidade. O pegmatito granítico tem orientação norte-sul e 1,2
m de largura. É dominado por feldspato potássico (5-10 cm) e contém lentes de quartzo claras
a leitosas, biotite menor (3-4 cm), agregados de magnetite e turmalina. Água-marinha foi
encontrada nestas rochas. A parede de rocha é desagregada, rica em mica e gnaisse granítico.

Chumbaindo (Rio Messalo) (UTM 37S 595090, 8669122): Neste local, existem 4-5 poços
com mais de 100 m na direcção norte-sul. A extensão das paredes do poço mais a norte tem 5
m no fundo e o poço tem até 4 m de profundidade. O pegmatito granítico é dominado por
feldspato potássico com quartzo claro a leitoso que contém turmalina negra (2-3 cm de
comprimento) e amazonite. Em dois grandes poços mais para sudeste, a amazonite com
textura granular grosseira (vários cm) é comum e ocorrem grossos cristais de turmalina até 10
cm de comprimento e 2-3 cm na diagonal. Água-marinha foi também detectada neste local.
Gnaisse muito xistoso e meteorizado constitui a parede da rocha.

Outros pegmatitos que foram explorados nesta área (Njange, 2000) incluem os locais
indicados na Tabela 6.117.:

Local Zona UTM UTM Leste UTM norte


Monte Chinalu 37 578268 8676478
Rio Muedi 37 588446 8671780
Lagoa Shuvi 37 589226 8669658
Tabela 6.117.: Pegmatitos com água-marinha na área a SO de Mueda

6.11.1.3.3.6. Ocorrências de berilo nobre na área de Mirrote


(Folha 1339)

Na área de Mirrote ocorre uma série de indicações de berilo nobre (algumas delas estão
listadas abaixo).
São recomendadas mais investigações do possível potencial de gemas (berilo nobre).

*Na área de Mirrote, os NGU (2007) observaram que várias fossas com pegmatitos de
quartzo-feldspato±mica ou rochas de escapolito-diópsido com textura granular grosseira se
encontram na área a norte e noroeste de Mirrote, na parte sudoeste da folha 1339 Montepuez.
Berilo e turmalina são os minerais acessórios mais comuns, mas raramente podem ser
identificados como pedras com qualidade de gema.
O berilo raramente com qualidade de gema é uma indicação de que podem ocorrer nesta área
gemas associadas a pegmatitos.
*Outros afloramentos na área de Mirrote são ocorrências de escapolito-diópsido-berilo.
Foram notadas várias pequenas fossas/afloramentos em rochas de escapolito-diópsido (NGU,
2007):

UTM 37S 557947, 8474322


UTM 37S 557974, 8474296
UTM 37S 558071, 8474472
UTM 37S 557713, 8474756

*Encontram-se em grandes blocos rochas de escapolito-diópsido com textura granular


grosseira a muito grosseira com quartzo, granada, carbonato, berilo verde azulado (?) de
segunda ordem e serpentina verde amarelada.
*O escapolito é composto por agregados radiantes constituídos por réguas emaranhadas com
diopsídio verde-escuro.
*Rochas de escapolito-diópsido com textura granular muito grosseira (pegmatíticas) e com
textura granular grosseira ocorrem no mesmo afloramento. Encontra-se neste local um
mineral verde azulado com textura granular muito grosseira (2-6 cm), provavelmente berilo.
*Quartzo e serpentina com textura granular fina parecem estar associados.
*A origem das rochas não está claramente identificada, mas pode estar relacionada com a
alteração metassomática dos paragnaisses.
*Em UTM 37S 562339, 8472012 perto de Mirrote, aflora pegmatito de quartzo-feldspato-
berilo. Ocorrem cristais de quartzo com textura granular muito grosseira e de feldspato e
alguns berilos verdes pálidos, sem qualidade gemológica.
Os pegmatitos desta área também parecem estar orientados de leste para oeste.
Segundo os habitantes locais, existem na área berilo e água-marinha com qualidade de gema.

6.11.1.4. Gemas do grupo da turmalina

As turmalinas com qualidade de gema estão predominantemente associadas aos pegmatitos,


principalmente da província pegmatítica/jazida pegmatítica de Alto Ligonha/(Província da
Zambézia) e da província pegmatítica de Nampula – Monapo – Nacarôa (Província de
Nampula).
Os pegmatitos graníticos zonados do Alto Ligonha são as rochas principais em que ocorrem
turmalinas da variedade de gema, e a zona do lítio, onde este mineral se encontra associado ao
quartzo, feldspato, berilo, lepidolite, espodumena e moscovite, fornecem a rocha hospedeira
mais favorável (Afonso & Marques; 1993, Lächelt, 2004).

Em Moçambique ocorre uma grande variedade de gemas de turmalina, como é mostrado na


Tabela 6.123.:
As principais pedras para joalharia são:

*Verdelite (verde)
*Rubelite (rosa)
*Turmalina tipo "Paraíba" (portadora de Cu, portadora de Au?)
*Dravite-uvite (castanho avermelhado)

As gemas raras são:

*Siberite (vermelho-violeta)
*Indigolite (azul)
*Turmalina amarela
*Turmalina branca
*Turmalina multicor
*Turmalina incolor

6.11.1.4.1. Gemas de turmalina e amazonite da província/jazida pegmatítica do Alto


Ligonha (província de Zambézia) e da província pegmatítica de Nampula-Monapo-
Nacarôa (Província de Nampula)
(Folhas 1537/38 -1637/38 -1439/40 -1539/40)

*Na província pegmatítica de Nampula – Monapo – Nacarôa os pegmatitos portadores de


amazonite e de turmalina são os mais interessantes pegmatitos de gemas.
**Exemplos de pegmatitos portadores de amazonite incluem o pegmatito Santos próximo de
Monapo. A estrutura interna tende a ser complexa, com uma zona sodalítica bem
desenvolvida contendo albite, cleavelandite sacaróide, turmalina e micas castanhas
desenvolvidas na contiguidade de uma zona maciça de feldspato portador de amazonite.
Outros minerais presentes incluem topázio, cassiterite, bismuto e microlite (Barros & Vicente,
1963; Pedro, 1986).
**Os pegmatitos portadores de turmalina em sentido estrito estão localizados na região de
Nacala, embora a turmalina esteja presente em muitos dos pegmatitos sodalíticos na região do
Alto Ligonha (Lächelt, 2004).
**O pegmatito de Tulua (40.8217°E, 14.4602°S) é provavelmente o pegmatito gerador de
turmalina mais conhecido fora da região de pegmatitos do Alto Ligonha.
Está hospedado em gnaisses biotíticos quartzo-feldspáticos e xistos e tem pelo menos 420 m
de comprimento com uma largura variável até 50 m.
*O pegmatito tem um zonamento interno relativamente bem desenvolvido, nomeadamente:
***Núcleo de quartzo com turmalina
***Zona de quartzo-microclina em blocos com grandes folhas de moscovite. Esta zona tem
uma espessura de 2-5 m.
***Zona sodalítica contendo albite (var. cleavelandite) e lepidolite e 0,5- 1,5 m de espessura.
***Zona gráfica de microclina-quartzo com albite e oligoclase que varia entre 2-4 m de
espessura.
***Zona de plagioclase-microclina com textura granular fina, 0,5-0,7 polegadas
*Embora a turmalina (var. verdelite) seja o principal produto, outros minerais presentes
incluem mica e cassiterite.
*Outros pegmatitos deste tipo incluem os locais de Equeza e Marrapa (Hunting, 1985).
*As turmalinas de maior qualidade das gemas provêm principalmente das seguintes áreas
(Marques et al., 2011):

*Pegmatitos do Alto Ligonha


*Chalaua
*Nipepe
*Nacarôa
*Monapo–Nacala

Estes pegmatitos incluem várias verdelites verdes e rubelites vermelhas (de Muiane, mas este
depósito terminou o processo de extracção).

Os pegmatitos graníticos zonados do Alto Ligonha são as rochas principais em que ocorrem
turmalinas da variedade de gema, mas a zona do lítio, onde este mineral se encontra associado
ao quartzo, feldspato, berilo, lepidolite, espodumena e muscovite, fornece a rocha hospedeira
mais favorável (Afonso & Marques, 1993; Lächelt, 2004).

6.11.1.4.1.A. Verdelite

A verdelite é uma das mais frequentes gemas de turmalina das jazidas pegmatíticas do Alto
Ligonha e Nampula-Monapo-Nacarôa

A verdelite é uma variedade de turmalina verde-esverdeada, por vezes semi-transparente a


transparente.

6.11.1.4.1.A.1. Verdelite nos pegmatitos do Alto Ligonha

A verdelite ocorre com relativa frequência nos pegmatitos do Alto Ligonha.


Afonso & Marques (1993) e Lächelt (2004) referiram especialmente os:
*Pegmatito de Naquissupa
*Pegmatito de Harrapa

Nos pegmatitos de Nampula-Monapo-Nacarôa, Afonso & Marques (1993) e Lächelt (2004)


referiram os seguintes pegmatitos:

*Minas de Nacala (corpos de pegmatitos da área de Nacala)


*Pegmatito de Equeza
*Pegmatito de Marrapa

A cor destas turmalinas varia entre verde e verde-azeitona e os minerais são muitas vezes
completamente transparentes. Por vezes, são recuperados cristais de alta qualidade, mas são
normalmente afectados por cursos de água e fendas (Lächelt, 2004).
Também estão presentes turmalinas do tipo verdelite noutros pegmatitos desta área.
De um modo geral, os pegmatitos graníticos são favoráveis à formação de verdelite (assim
como de rubelite).

6.11.1.4.1.A.2. Verdelite em placers nas Províncias da Zambézia e Nampula

Nos inícios da década de 1980, aparecem no mercado moçambicano verdelites semi-


transparentes muito bonitas extraídas em placers. A pedra foi utilizada na sua forma natural,
sem qualquer tratamento. O local da ocorrência é desconhecido, mas as pedras foram
indicadas como gemas da província pegmatítica de Alto Ligonha.
Em 2001, foram encontradas verdelites aluviais na área de Shalawa da Província de
Nampula.
Não foram publicadas datas detalhadas, mas esta ocorrência mostra que turmalinas do tipo
gema podem ter-se concentrado nos sedimentos do leito do rio (e dos terraços) nas áreas de
pegmatitos das Províncias da Zambézia e Nampula.

6.11.1.4.1.B. Turmalinas do tipo Paraíba


(Folha 1536)

Perto de Mavuco a noroeste da província pegmatítica/jazida pegmatítica de Alto Ligonha foi


descoberta a turmalina ‐"tipo Paraíba" portadora de cobre (e talvez portadora de ouro) que é
agora uma das pedras mais importantes no mercado de gemas de turmalina.

*A turmalina "tipo‐Paraíba" (também denominada turmalina Paraíba ou turmalina Cupiran) é


uma pedra de cor azul pálido a azul-escuro.
*As turmalinas "tipo‐Paraíba" são turmalinas portadoras de cobre (o Cu é a razão da cor azul).
*Estas turmalinas podem ter um conteúdo de ouro proporcionalmente superior ao de outras
partes da superfície terrestre.

É claro que estas gemas são muito caras e são mais raras do que os diamantes (Laurs, et al.,
2008; Rondeau, et al., 2007).
Não são conhecidas quaisquer estimativas do potencial deste tipo de turmalina, mas de acordo
com as condições geológicas, este tipo de gema também pode ocorrer noutros locais.
6.11.1.4.1.C. Rubelite

A rubelite é uma turmalina rosa-avermelhada, conhecida nos pegmatitos do Alto Ligonha.


Os pegmatitos de Muiane eram especialmente conhecidos pela sua rubelite, em que esta gema
era extraída como um subproduto da produção mineral de tântalo.
A rubelite também está presente noutros pegmatitos do Alto Ligonha, mas até agora (2013)
não foram definidas quantidades de mercado superiores.
No entanto, há esperança de descobrir outras ocorrências de rubelite nos pegmatitos
moçambicanos.
Alguns dos cristais de rubelite são de boa qualidade e também estão a ser procurados por
coleccionadores de minerais e conservadores de museus.

6.11.1.4.1.D. Dravite

A dravite é uma turmalina de cor castanha semi-transparente a transparente.


Nos inícios da década de 1980, a dravite era extraída em gemas de qualidade da área de
Tulua.
Em Moçambique não são conhecidas novas datas sobre esta gema.
É recomendável investigar a área de Tulua relativamente à possibilidade de encontrar mais
pedras de dravite.

6.11.1.4.1.E. Gemas de turmalina multicolores


(Folhas 1439/40, 1539/40)

Nos pegmatitos de Nampula-Monapo-Nacarôa e de Tulua, particularmente nos


pegmatitos de Equeza e de Marrapa, além de verdelite subordinada, também foram
extraídas como gemas turmalinas multicores, especialmente turmalinas polícromadas zonadas
vermelhas/rosas e verdes. No entanto, as turmalinas multicores raramente são usadas como
gemas.
Algumas turmalinas polícromadas são conhecidas pelo nome comercial "melancia" e
"esmeralda brasileira" devido à sua estética e atraente exibição de cores (Afonso &
Marques, 1993; Lächelt, 2004).
As turmalinas multicores interessam principalmente aos coleccionadores.

6.11.1.4.2. Verdelite no nordeste da Província de Tete


(Folha 1534)

Verdelites puras de cor verde e elevada transparência são conhecidas em alguns pegmatitos
nos Distritos de Angónia e Tsangano (Província de Tete).
Pedras exibidas por habitantes locais em 2002 (Lächelt) eram de cor esverdeada a verde e
aparentavam ser de boa qualidade.
Um pegmatito localizado nas proximidades (na estrada nacional para Angónia) pelos
habitantes locais, declarado como um pegmatito portador de turmalina, não apresenta
qualquer mineralização de verdelite.
A existência real da verdelite nesta área deve interessar a futuras actividades de prospecção
nesta área.

6.11.1.4.3. Ocorrências de turmalina (berilo/água-marinha) na área de Marrupa


(Folha 1337)
Os NGU (2007) informaram que na parte central norte da folha 1337 de Marrupa,
ortognaisses em redor de Marrupa são intruídos por numerosos veios e corpos de pegmatitos
graníticos.
Muitos contêm minerais preciosos, como turmalina (e berilo, ver 6.7.1.3.3.2.). O quartzo
cristalino e a amazonite verde também são muito comuns.
De acordo com os habitantes locais (NGU, 2007), existem muitos outros depósitos que se
podem encontrar nos arredores de Marrupa.

Não são comunicadas informações acerca do tipo das turmalinas com qualidade de gema.
De uma forma geral, esta área (Complexo de Marrupa / P2MR), intruída por pegmatitos, é
uma área de prospecção dedicada à prospecção de gemas.

6.11.1.5. Gemas do grupo do topázio

O topázio ocorre em Moçambique em tonalidades incolor, azul pálido e amarelo alaranjado. O


topázio encontra-se mais frequentemente em depósitos de pegmatito (Lächelt, 2004; Marques
et al., (2011).
Em Moçambique, o topázio raramente é extraído juntamente com outras gemas
(principalmente água-marinha)
No mercado internacional de gemas (2013), estão listados dois tipos de gemas de topázio de
Moçambique:

*Topázio azul
*Topázio branco

Nas informações do mercado, apenas é referido o país e não existem informações sobre os
locais dos depósitos.
Recentemente (2012), são conhecidas duas áreas de pegmatitos com qualidades de gema:

*Jazida pegmatítica do Alto Ligonha


*Jazida pegmatítica de Marinrongoė

Tendo em consideração que ocorrem pegmatitos graníticos em todas as rochas do soco no


norte de Moçambique, existe provavelmente a possibilidade de encontrar mais ocorrências de
topázio, mais provavelmente com outras gemas (água-marinha).

Na jazida pegmatítica do Alto Ligonha o topázio está presente em alguns depósitos de


pegmatito. A principal origem da extracção de gemas de qualidade foi o depósito de Muiane,
onde o topázio foi extraído juntamente com outras gemas (e minerais de metais raros).
As quantidades de gema de topázio de qualidade de Muiane são limitadas. A mina de Muiane
não é mais (ou é muito limitada) uma origem de extracção de topázio.
Lächelt (2004) indicou os seguintes corpos de pegmatitos da jazida pegmatítica do Alto
Ligonha:

*Naquissupa
*Nuaparra
*Piteia
*Marridge
*Naipa
*Namirrapo
No entanto, em toda a jazida pegmatítica do Alto Ligonha existe potencial para extracção de
gemas de topázio, geralmente em conjunto com outros minerais com valor económico.

Na jazida pegmatítica de Marinrongoė/Folha 1531, Marques et al. (2012) informou que


água-marinha (berilo) e topázio são extraídos como gemas. Não são dadas nenhumas
informações relativamente ao tipo de gemas de topázio, nem são indicadas as quantidades
extraídas.
Para informações mais detalhadas acerca destes pegmatitos, consultar 6.8.

Acerca do potencial em geral de pegmatitos na área de Marinrongoė e a noroeste da Província


de Tete, é de esperar que possam ser descobertos mais pegmatitos e, por isso, também é de
esperar um certo potencial de gemas de topázio.
São recomendadas futuras investigações especiais.

6.11.1.6. Gemas do grupo da granada

As gemas de granada de Moçambique ocupam um lugar significativo no mercado mundial


(2013).
Enquanto anteriormente apenas (principalmente) as granadas de Cuamba eram conhecidas,
actualmente as pedras provêm de vários outros locais com importância e em muitos casos os
locais verdadeiros não são tornados públicos (por causa dos mercados que vendem pedras
extraídas ilegalmente).

Os seguintes grupos/tipos de granada são conhecidos de Moçambique:

*Granadas do grupo da piralspite (almandina, piropo, espessartina)


*Granada – rodolite
*Granadas tipo espessartina e mandarim
*Granada glossulária/tsavorita

As granadas como um grupo são relativamente comuns em rochas altamente


metamorfoseadas e em algumas formações ígneas. Formam-se a altas temperaturas e/ou
pressões que esses tipos de rochas têm que suportar.
Por este motivo, as granadas de qualidade também são úteis para definir o fácies metamórfico
das rochas.
As profundidades de cerca de 300 a 400 km e superiores, um componente da piroxena é
dissolvido em granada, pela substituição de (Mg, Fe) adicionados a Si para 2Al no local
octaédrico (Y) na estrutura da granada, criando granadas extraordinariamente ricas em sílica
que têm uma solução sólida relativamente à maioria.
*Rochas altamente metamorfoseadas (das fases metamórficas anfibolíticas e granulíticas) e
formações ígneas favoráveis (rochas básicas e ultrabásicas) são muito comuns nas unidades
do soco pré-câmbrico moçambicano.
*Segundo Marques et al. (2012), em Moçambique as piralspites ocorrem em anfibolites e
serpentinitos portadores de granada da fase metamórfica granulítica ou em micaxistos
porfiroblásticos das fases anfibolítica – granulítica e finalmente em restites biotíticas de
migmatitos.
*Os melhores depósitos de gemas são dos tipos eluvial e aluvial, porque as granadas são
relativamente resistentes à alteração.

Lächelt (2004) indicou os seguintes tipos de ocorrências granatíferas em Moçambique:


*Aluvião, eluvião e laterito de rochas granatíferas de elevado grau metamórfico e rochas
carbonatadas;
*Xistos e gnaisses granatíferos;
*Mármores/calcários cristalinos associados a escarnitização) contendo corindo e granada;
*Pegmatitos, jazidas pegmatíticas e áreas de rochas metamórficas granatíferas;
*Produtos da meteorização de kimberlitos (piropos na bacia de Maniamba)

As características do mercado das granadas moçambicanas são:

A granada de Moçambique está classificada como 7 - 7,5 na Escala de Dureza de MOH, o que
a torna durável e bem indicada para virtualmente todos os fins de joalharia.
*A granada é uma gema natural, não tratada, normalmente acessível.
*A granada de Moçambique é uma mistura de piropo e almandina, semelhante na cor à
granada rodolita, mas exibindo uma cor vermelha ligeiramente mais escura. Além desta cor
vermelha escura, a granada de
*Moçambique também se pode encontrar em matizes vermelhos alaranjados e vermelhos-
roxos e como gemas "eye-clean" com forte saturação da cor.

As granadas do grupo de piralspite (almandina,, piropo,, spessartina) estão presentes em


Moçambique, em muitas rochas metamórficas de alta qualidade e em grandes territórios nas
Províncias de Tete, Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado, que podem ser classificadas
como potenciais regiões de prospecção de granada.

A granada–rodolite é um mineral cor de rosa a vermelho (presença de ferro e crómio) das


granadas do tipo piropo. As variedades de granada rósea, violácea ou vermelho-roxo são uma
mistura de almandite e piropo.
Além das suas maravilhosas cores vermelhas, a granada de rodolite tem vantagens adicionais
que fazem dela uma gema verdadeiramente única e valiosa. Estas granadas têm um elevado
índice de refracção, o que lhes dá um brilho excepcional.
Têm uma dureza de 7 - 7,5, o que as torna adequadas para qualquer peça de joalharia.

As granadas de espessartina e "Mandarin" são de cor de laranja.


As granadas "Mandarin" também são conhecidas como granadas de espessartina cor de
laranja. Esta granada tem um índice de refracção entre 1,78-1,81 e um factor de 6,5-7,0 na
Escala de Dureza Moh.
Esta pedra é muito cara no mercado internacional.

Granadas glossulárias/tsavoritas são pedras brilhantes azuis.


Segundo Marques et al. (2012), granadas deste tipo ocorrem em áreas de rochas
metamorfoseadas em fácies granulíticas, frequentemente como resultado de reacções
metassomáticas por fluidos hidrotérmicos em rochas ultramáficas, durante o processo
metamórfico. Um factor importante para a circulação dos fluidos é a existência nas
proximidades de zonas de fissura e anomalias relacionadas com a pressão.
As áreas/zonas onde estas condições são realizadas podem ser classificadas como de alta
prioridade para a prospecção de granada tsavorite.

6.11.1.6.1. Depósito de granada de Cuamba


(Folha 1436 Cuamba, UTM 37S 230206, 8358258)
Os depósitos de granada imediatamente a oeste de Cuamba (na vizinhança do UTM 37S
230072, 8360671) já tinham sido investigados detalhadamente e foram explorados
comercialmente durante a segunda metade do século passado.
As granadas de Cuamba são pedras semi-preciosas atraentes, de cor vermelha, transparentes.
Durante longos períodos de tempo, estas pedras dominam o mercado de gemas de granada
moçambicano.

Segundo Marques (1993) e Lächelt (2004), as granadas de Cuamba ocorrem em duas jazidas
separadas:

*Jazida de M'Pacurra
*Jazida dos rios Namecovo, Namelade e Nametala

A jazida de granada de M'Pacurra está localizada a cerca de 3 km a oeste de Cuamba.


As rochas hospedeiras do Complexo de Unango (P2UN) são compostas por micaxistos e
gnaisses biotíticos que contêm granadas num total de 25% do material a granel.
Esta jazida era a principal jazida de exploração.
No aluvião dos rios Namecovo, Namelade e Nametala, foi explorada a granada. O aluvião
destes rios tem cerca de 1 m de espessura e produz 577-1 151 g/m3de granadas.

Estas duas jazidas de exploração são agora exploradas.


O futuro potencial económico deste recurso pensa-se que é limitado, uma vez que a maior
parte das granadas já foi removida (Topangu, 1994).

Foram encontradas explorações abandonadas de granada aluvial no canto sudoeste (UTM 37S
179345, 8354541) da folha 1436 Cuamba. Não existem informações relativas aos resultados
dessas explorações, mas os resultados provavelmente não foram os melhores.
No entanto, podem ser encontradas concentrações de granada tipo aluvial na área de Cuamba
por investigações especiais.
As granadas estão agora concentradas em cascalheiras fluviais basais e podem encontrar-se
principalmente em buracos profundos isolados cobertos por aluvião com textura granular mais
fina sem granada (NGU, 2007).
Existem recursos de granada aluvial noutros pontos da folha de Cuamba, especialmente
associados aos paragnaisses centrais da área de Entre-Montes (por ex., em UTM 37S
255367, 8397903) que justifiquem investigações mais detalhadas (NGU, 2007).

6.11.1.6.2. Outras áreas granatíferas

6.11.1.6.2.1. Granadas no nordeste de Moçambique

Lächelt (2004) referiu outras áreas granatíferas em Lalaua (folha 1438) na área metamórfica
de alto grau da Zona de Carreamento do Lúrio e em Errua (folha 1637), provavelmente
associadas a intrusões de pegmatito.
Existem informações de habitantes locais de que perto de Nampula (folha 1539) se
encontram boas granadas vermelhas. Os locais de ocorrência destas granadas são
desconhecidos.
Unidades metamórficas de alto grau ocorrem a norte da Zona de Carreamento do Lúrio nas
regiões sul e centro da Província de Cabo Delgado.
GTK (2006) informou que no pegmatito de Chulo (Nhaphale) (Folha 1735), de acordo com
comunicações orais, perto do anterior depósito de berilo azul, em camadas concentradas de
granadas eluviais e de corindo azul, foram recolhidos alguns com qualidade gemológica.

Em todas estas áreas foram encontradas granadas em aluvião, eluvião e áreas de meteorização
laterítica de gnaisses e xistos granatíferos.
Estas ocorrências tornam estas áreas/regiões interessantes para investigações mais detalhadas.
Algumas das granadas que aparecem no mercado internacional indicam que podem ter sido
extraídas numa destas áreas.

6.11.1.6.2.2. Granadas na Província de Manica

Afonso & Marques (1993) descrevem ocorrências de granada no grupo de Gairezi do


Paleoproterozóico (P1Z), na Província de Manica.
A almandina ocorre no aluvião e parcialmente no eluvião entre as montanhas de
Nhamitombe e as fontes termais dos rios Nhanroa e Nhansinga.

Não há indicações no mercado internacional de que sejam extraídas granadas nestas áreas de
Moçambique.
Não é possível (recentemente) uma avaliação da possível ocorrência de quantidades com
interesse económico ou de qualidades comercializáveis destas granadas.

6.11.1.6.2.3. Granadas na Província de Tete

As granadas da Província de Tete são provavelmente vendidas no mercado internacional.


Em Angónia, foram observadas granadas rosa com boa transparência (Lächelt, 2004). Lächelt
(2004) escreve que raramente são encontradas granadas de boa qualidade para a produção de
gemas devido a movimentos tectónicos que deformaram e fracturaram estas pedras.
Realmente, durante trabalhos de campo (2002) em Angónia, só foram observadas granadas
extremamente fracturadas.
Rochas metamórficas de alto grau afloram não só na região de Angónia, mas também noutras
áreas da Província de Tete (NO da Província de Tete) e bonitas granadas ping de boa
qualidade podem ocorrer em qualquer ponto das áreas de rochas metamórficas de alto grau.
São necessárias investigações mais detalhadas para avaliar um possível potencial de granada
nesta província.

6.11.1.6.2.4. Piropos em kimberlitos e placers na Bacia de Maniamba

Na década de 1980, geólogos soviéticos investigaram a Bacia de Maniamba à procura de


intrusões de kimberlito como possíveis origens de diamantes. Foram observados almandina e
piropo e especialmente os piropos foram cartografados como mineral indicativo de possíveis
kimberlitos portadores de diamante.
Os piropos finos de cor vermelha não são investigados quanto à sua qualidade de gemas.
Pode ter interesse investigar estas pedras.

6.11.1.7. Gemas do grupo do quartzo

As gemas do grupo do quartzo são muito comuns em Moçambique.


A Tabela 6.123. mostra que em Moçambique ocorrem muitos tipos de gemas do grupo do
quartzo:
*Quartzo róseo
*Quartzo defumado
*Citrino (quartzo amarelo)
*Cristais de rocha (quartzo totalmente transparente, utilizado principalmente como
mineral industrial)
*Ametista (quartzo de diferentes tonalidades de violeta)
*Ágata (frequentemente utilizada como pedra para gravar)
*Jaspe

Foram observadas indicações (sem mineralizações com interesse económico) dos seguintes
minerais do grupo do quartzo:

*Calcedónia
*Opala
*Hialino

Os cristais mais importantes do grupo do quartzo estão associados aos pegmatitos,


especialmente os dos pegmatitos do Alto Ligonha e em subordinação aos pegmatitos de
Nampula-Monapo-Nacarôa.
De uma maneira geral, os pegmatitos são uma fonte potencial para mineralizações de quartzo
com qualidade de gema.
No mercado das gemas, os preços das gemas moçambicanas do grupo do quartzo são na
generalidade muito mais baixos do que os de outros grupos de gemas e caracterizadas como
pedras semi-preciosas.
De uma maneira geral, em todo o território de Moçambique, a prospecção dos pegmatitos
deve incluir a cartografia do quartzo róseo e das outras variedades minerais de quartzo nobre.

6.11.1.7.1. Quartzo róseo

O quartzo róseo é uma pedra de tonalidades rosa claro, rosa e margate. Algum deste quartzo é
semi-transparente.
O quartzo róseo pode ser facetado para ser aplicado em joalharia, mas em Moçambique esta
pedra é principalmente utilizada como pedra ornamental.

6.11.1.7.1.1. Quartzo róseo nas jazidas pegmatíticas do Alto Ligonha e de Nampula-


Monapo-Nacorôa

Especialmente nos pegmatitos do Alto Ligonha, o quartzo róseo é, por vezes, encontrado em
grandes quantidades e grandes blocos.
Lächelt (2004) indicou os pegmatitos de Mocachaia e Naquilite, mas também em outros
pegmatitos, o quartzo róseo está frequentemente presente.
Também nos pegmatitos de Nampula – Monapo – Nacarôa pode ser encontrado quartzo
róseo.
Grandes blocos isolados de quartzo róseo encontram-se directamente na estrada Monapo-
Nacarôa, alguns quilómetros a sul de Nacarôa, o que demonstra que ocorre quartzo róseo
nesta jazida pegmatítica.

6.11.1.7.1.2. Quartzo róseo (e água-marinha) na área de Cuamba


(Folha 1436)
Uma série de pequenos pegmatitos graníticos contendo quartzo róseo (e água-marinha) foram
encontrados na parte sudeste da folha 1436 Cuamba, assim como na cidade e arredores da
cidade de Cuamba (NGU, 2007).
O quartzo róseo pode ser trabalhado para contas, mas novamente os recursos são muito
pequenos. A melhor prospecção (2007) é em UTM 37S 281034, 8358250.

Na área de Cuamba podem ocorrer outros corpos de pegmatitos. Não há necessidade de


investigações especiais relativamente à mineralização do quartzo róseo, mas as actividades de
prospecção de água-marinha devem incluir a cartografia da mineralização do quartzo róseo.

6.11.1.7.1.3. Quartzo róseo na área de Walima (Uante)


(Folha 1339)

Os NGU (2007) comunicaram a existência em Walima (Uante) de pegmatitos de quartzo-


feldspato-mica (UTM 37S 560601, 8478026), imediatamente a sul do rio Lúrio.
O quartzo ocorre em diversas variedades, incluindo transparente, ligeiramente leitoso, rosa e
defumado.

6.11.1.7.1.4. Quartzo róseo em Mirrote


(Folha 1339)

Os NGU (2007) comunicaram quartzo-feldspato (pegmatito de turmalina) em UTM 37S


559325, 8472124, a meio caminho entre o rio Lúrio e Mirrote, um pegmatito de quartzo-
feldspato com um núcleo de quartzo, com 1-1,5 m de espessura, uma orla de feldspato-
quartzo com mais de 1 m de largura.
O quartzo é transparente e cor-de-rosa.
O quartzo róseo não é extraído.

6.11.1.7.2. Quartzo defumado

O quartzo defumado ocorre juntamente com cristais-de-rocha, principalmente em pegmatitos.


A cor do quartzo defumado varia entre cinzento-escuro e preto.
As melhores variedades transparentes são utilizadas em joalharia como pedras facetadas, mas
não com muita frequência.
Esta variedade de quartzo pode, por isso, produzir também grandes cristais com até 1 m.

6.11.1.7.2.1. Quartzo defumado em Walima (Uante)

Os NGU (2007) comunicaram pegmatitos de quartzo-feldspato-mica em Walima


(Uante)(UTM 37S 560601, 8478026), imediatamente a sul do rio Lúrio, o quartzo ocorre em
diversas variedades, incluindo transparente, ligeiramente leitoso, rosa e defumado.

6.11.1.7.3. Cristais-de-rocha

O cristal de rocha e o quartzo transparente ocorrem em pegmatitos. As origens mais


conhecidas dos cristais-de-rocha são os pegmatitos (drusas do núcleo de quartzo)
Lächelt (2004) indicou na jazida pegmatítica do Alto Ligonha os pegmatitos de Muiane,
Nahia, Iaia e Namacotche.
Como gema, o cristal de rocha raramente é utilizado no comércio de joalharia. Por vezes, os
cristais-de-rocha são encarados como pedras sagradas.
6.11.1.7.4. Citrino

O citrino é um quartzo amarelo e da cor do sol.


Esta pedra é menos frequentemente encontrada, mas foi obtida a partir de vários pegmatitos
do Alto Ligonha. Os citrinos provenientes destes pegmatitos têm uma cor amarela muito
atraente e são extremamente transparentes.
Pedras de citrino foram utilizadas como gemas e foram vendidas com sucesso no mercado
local. No mercado internacional, as pedras de citrino não foram vendidas devido às limitadas
quantidades de pedras.

6.11.1.7.5. Ametista

De uma maneira geral, a ametista não é frequente em Moçambique.

*Este mineral é conhecido nos geodes no vulcanismo do Karoo e em pegmatitos do Alto


Ligonha (Lächelt, 2004)
*A ametista não se encontra frequentemente nestes últimos, mas em Muiane e Munhamola
foram observados pegmatitos com cristais até 10 cm (Afonso & Marques (1993).
*Afonso & Marques (1993) também identificaram a área de Mecufi (Província de Cabo
Delgado) como uma unidade produtora de ametista. Não são conhecidas descrições
detalhadas destas ocorrências.

Mais frequentemente, a ametista está cristalizada em drusas do vulcanismo do Karoo,


particularmente nas dos Montes Libombos. Foram recolhidas muitos espécimens dos montes
Libombos, presumivelmente devido à sua fácil acessibilidade a partir de Maputo, onde estas
rochas vulcânicas foram mais frequentemente exploradas do que outras ocorrências.
Estas ametistas muito raramente têm um determinado tipo de qualidade, relativamente à cor e
à transparência (muito poucas têm a desejada cor azul-escura ou suficientemente
transparente), pelo que não têm interesse para os joalheiros. A maior parte delas são
recolhidas para exposição (Lächelt, 2004).

6.11.1.7.6. Ágata

As ágatas são encontradas com relativa frequência em Moçambique. As ágatas ocorrem no


Karoo vulcânico e nos placers associados.
Podem distinguir-se dois tipos de depósitos:

*Ágatas no Karoo vulcânico;


*Ágatas de terraços, eluviões e aluvião.

As ágatas têm diferentes cores, desde branco, cinzento, rosa até vermelho.
Normalmente, formam as partes internas dos geodes no Karoo vulcânico.
Alguns dos geodes têm diâmetros até 30 cm, por exemplo, as que foram recolhidas na
margem esquerda do rio Berira (5 km a NO de Mapangal).

As principais áreas de afloramento de geodes de ágata são o Karoo vulcânico de:

*Montes Libombos (Províncias de Maputo e Gaza)


*Canxixe – Área de Doa (Província de Sofala)
*Área de Lupata (Província de Tete)
*Área de Zunge (Província de Tete).
Os placers de ágata são conhecidos em terraços e no aluvião dos rios Incomati e Uaneteze.
As ágatas também ocorrem noutros rios, especialmente onde estes rios atravessam o Karoo
vulcânico. O terraço de ágata perto de Tambara na margem do rio Zambeze é um exemplo
deste tipo de ocorrência.
Ainda faltam ser encontrados outros locais no Luia vulcânico, na área oeste, leste e norte do
Chemba e do rio Búzi.
Na década de 1980, perto de Inharrime (Província de Gaza), foram exploradas cascalheiras
de ágatas na margem norte do rio Inharrime (Lächelt, 2004).

6.11.1.7.7. Jaspe

O jaspe só se sabe que ocorre nos Montes Libombos.


Esta pedra era, por vezes, (antes da independência de Moçambique) cortada em cabuchões
para ser usada em joalharia.
O jaspe já não está a ser usado para este fim (Afonso & Marques, 1993).
Não existem indicações de que possam ser descobertos novos depósitos, mas o Karoo
vulcânico é a rocha hospedeira potencialmente favorável (Lächelt, 2004).

6.11.1.8. Gemas do grupo do feldspato

Em Moçambique, são conhecidas as seguintes gemas do grupo do feldspato, no mercado


internacional também indicadas como pedras semi-preciosas:

*Amazonite (feldspato potássico esverdeado-verde)


*Adulária/pedra-da-lua (feldspato semi-transparente amarelado)

6.11.1.8.1. Amazonite

A amazonite é uma microclina com tonalidades verdes que variam desde verde-claro até
verde-escuro muito intenso.

A amazonite está presente em Moçambique em alguns pegmatitos, principalmente nos


pegmatitos de Nampula-Monapo-Nacarôa e em alguns dos pegmatitos do Alto Ligonha.
Lächelt (2004) destacou exemplos de pegmatitos portadores de amazonite de Cavala, Mona
(expostos na margem ocidental do rio Namirroe), Monapo e Piteia.

A sul de Monapo, até à área de Metil, a amazonite aflora em grandes quantidades em minas
de águas-marinhas. É uma bela amazonite verde escura. No entanto, não há nenhum interesse
em usar a amazonite (apenas é extraída a água-marinha).
Nos pegmatitos a norte de Monapo, perto da estrada para Nacarôa, foram encontrados
pegmatitos portadores de água-marinha.
Alguns destes pegmatitos são caracterizados por quantidades elevadas de feldspatos
potássicos (amazonite), que não foram extraídos.
Uma amazonite pura de cor verde ocorre no Monte Morirongoè (no distrito de Fíngoè da
Província de Tete). Na Província de Tete, os espécimens são de boa qualidade, mas a procura
por esta pedra é limitada.

Antes da independência, a amazonite era parcialmente utilizada para produzir algum


artesanato, mas recentemente este mineral é principalmente interessante para os
coleccionadores.
Os pegmatitos são hospedados pelo granito de Marrupa (P2MR) (ver 6.7.1.3.3.), localizado
a cerca de 40 km a NO da aldeia de Fíngoè, dirigindo-se para norte a partir da estrada
nacional para Zumbo; contêm alguma amazonite esverdeada com textura granular grosseira e
turmalina preta e crisoberilo raro.
A amazonite não foi extraída.

Os NGU (2007) informaram que na parte central norte da folha 1337 Marrupa, os
ortognaisses do Complexo de Marrupa (P2MR) em redor de Marrupa são intruídos por
numerosos veios e corpos de pegmatitos graníticos.
Muitos deles contêm minerais semi-preciosos como berilo, turmalina e quartzo cristalino e
também amazonite verde.
Segundo os habitantes locais (NGU, 2007) existem vários outros depósitos na área em torno
de Marrupa.

Em Chumbaindo (Rio Messalo) (UTM 37S 595090, 8669122) no pegmatito granítico existe
um dominado por feldspato potássico com quartzo transparente a leitoso, contendo turmalina
preta (2-3 cm de comprimento) e amazonite (NGU, 2007).

6.11.1.8.2. Adulária/pedra-da-lua

A pedra-da-lua é uma variedade transparente amarelo-clara da adulária. Esta pedra é


relativamente rara.
Marques et al. (2012) indica depósitos de pedra-da-lua em placers aluviais relacionados com
segregações feldspáticas de rochas verdes dos tipos anfibolítico e de gnaisse anfibolítico.

*Em Moçambique, esta pedra é conhecida por ocorrer nos pegmatitos e granitos na área de
Nacala (folha 1440) (Afonso & Marques, 1993; Lächelt, 2004).
*Também foi encontrada pedra-da-lua na região mais a noroeste da Província da Zambézia
(folha desconhecida, 15/1637?), mas os locais exactos não foram documentados nem
cartografados (Lächelt, 2004).

Antes da independência de Moçambique, esta pedra era, no entanto, extraída e comercializada


no mercado local.

6.11.1.9. Gemas do grupo da espodumena

Em Moçambique, raramente ocorrem dois minerais do grupo da espodumena:

*Hiddenite
*Kunzita

Ambos os tipos de pedra são classificados como variedades semi-preciosas.


Estas pedras apenas foram referidas em alguns locais.

A hiddenite, de acordo com informações não confirmadas, foi extraída como variedade
transparente incolor e de boa qualidade na área da Serra Namua (norte da Província da
Zambézia).
A cartografia geológica desta região (GTK, 2006) não pode confirmar a ocorrência de
hiddenite nesta região. A região é completamente isolada e, por isso, é possível que existam
mineralizações de hiddenite.
No entanto, no mercado local, pedras grandes e belas extremamente brilhantes estavam
ocasionalmente disponíveis na década de 1980.

Algumas pessoas deram informações sobre a kunzita, mas não são conhecidas informações
detalhadas.

6.11.1.10. Gemas do grupo da zoisite

A zoisite é conhecida em duas variedades:

*Zoisite verde
*Tanzanite (zoisite azul-lilás)

A tanzanite (assim designada a partir de Tanzânia) é uma gema importante no mercado


internacional.
Esta variedade azul-lilás transparente de gema de zoisite foi descoberta no norte da Tanzânia
e é muito valiosa como pedra preciosa.

Marques et al. (2012) descreve que a tanzanite é identificada em auréolas de porfiroblastos de


granadas e que parece ser possível que exista um contexto com uma alteração hidrotérmica
favorável de gnaisses portadores de grafite em/ao longo de zonas de fissura.
Resultantes destes processos, foram formadas lentes de quartzo portador de pirite e
eventualmente de zoisite.
As condições geológicas da cintura norte de Moçambique, especialmente em algumas áreas
das Províncias de Cabo Delgado e do Niassa, são semelhantes àquelas unidades da Tanzânia e
não há razões para que a tanzanite não possa também ocorrer nestas formações rochosas
semelhantes (Lächelt, 2004).
A zoisite, que provavelmente tem origem no norte de Moçambique, foi revelada por
habitantes locais.

A cartografia geológica (NGU, 2007) não confirmou estas mineralizações em Moçambique,


mas o território é grande e as condições geológicas gerais tornam possível a ocorrência de
tanzanite.
São necessárias investigações especiais para responder a este problema.

6.11.1.11. Outros minerais ou rochas para produção de gemas

6.11.1.11.1. Hematite

Hematite cinzento-escura e preta com boa qualidade para polimento é desde 1995
frequentemente utilizada para a produção de gemas. No mercado local, na cidade de Maputo,
são vendidos muitos objectos de joalharia diferentes.
A hematite é extensivamente extraída na área de Manica, cortada, polida e processada para
produtos de joalharia e artesanato. A hematite polida cinzento-escura é muito atraente e foi
constituído um mercado de sucesso. A hematite polida tem um aspecto muito bonito e
interessa especialmente aos jovens.
Não existem estimativas nem cálculos sobre as reservas, mas a ocorrência na área de Manica
deste tipo de hematite garante uma extracção em pequena escala durante um longo período.
Por outro lado, não é garantido que o mercado local seja estável durante muito tempo.
6.11.1.11.2. Fluorite

Antes da independência e na década de 1980, as variedades de fluorite amarela, verde,


esverdeada e semi-transparente esverdeada foram utilizadas em joalharia e na confecção de
ornamentos artesanais.
Após a guerra civil, esta produção não foi recuperada.
A fluorite para a produção de joalharia foi extraída nos depósitos de fluorite da zona de
Djalira - Canxixe (ver 6.5.1.8.1.2. zona de Macossa-Maringoè-Djalira-Canxixe/
Folhas 1734 - 1834)
Uma reactivação da produção de gemas de fluorite não pode ser prevista. Mais provável é
uma futura produção de objectos de artesanato, esculpidos em cristais de fluorite.

6.11.1.11.3. Olho-de-tigre

O olho-de-tigre ocorre ao longo do rio Uaneteze (Província de Gaza) e na área de


Mapulanguane (Província de Maputo) (Afonso & Marques, 1993; Lächelt, 2004).
Só são conhecidos estes locais (2013) em Moçambique. O olho-de-tigre pode ser cortado em
cabuchões.
O olho-de-tigre é uma variedade de quartzo amarela a amarela-acastanhada com uma irisação
bem expressa. A irisação é a principal qualidade para utilização desta pedra na joalharia.
Pela cartografia geológica na região dos locais indicados não foram observadas ocorrências de
olho-de-tigre.
Lächelt (nesta publicação) é de opinião que as quantidades de mineralizações de olho-de-tigre
são provavelmente limitadas e, portanto, não é de esperar uma produção de gemas.

6.11.1.11.4. Árvores silicificadas e amonites

Em muitos países, pedaços de árvores silicificadas e amonites foram cortadas em pedaços,


polidas e vendidas no mercado de gemas.
Em Moçambique são conhecidos muitos locais onde estes pedaços paleontológicos podem ser
extraídos:

*Zona de fronteira do rio Limpopo (área de Parfuri na Província de Gaza), árvores


silicificadas
*Área de Boane (Província de Maputo), amonites
*Área de Nacala (Província de Nampula), amonites
*Região da bacia de Maniamba perto do Lago Niassa (Província do Niassa), árvores
silicificadas
*Bacia do Rovuma (Província de Cabo Delgado), árvores silicificadas

Durante o período antes da independência, raramente foram cortados pedaços de árvores


silicificadas em pedaços e polidos, geralmente para serem usados como painel de fundo de
relógios de lareira e murais (Lächelt, 2004).
Em Moçambique, não existe tradição para este tipo de produção de gemas, mas no futuro
estes objectos podem ser um recurso proveitoso para a produção de joalharia.

6.11.1.11.5. Zircão

O zircão é, em Moçambique, extraído principalmente como mineral industrial, como


subproduto de areias com minerais pesados portadoras de minerais de titânio (depósito de
Moma).
Outras origens são os zircões portadores de háfnio nos pegmatitos do Alto Ligonha, onde este
tipo de zircão foi encontrado em fortes concentrações minerais (pegmatitos de Muiane, área
de Morrua, Conco, Moneia).
O zircão de boa qualidade para gemas raramente está presente em Moçambique. No entanto,
no mercado internacional, provavelmente com origem numa extracção ilegal em
Moçambique, são vendidas bonitas gemas brancas, vermelhas e roxas de zircão.
Os locais de ocorrência destas pedras não estão publicados.
Tomando em consideração aquelas gemas de zircão em comparação com outras gemas de
Moçambique relativamente raras no mercado de gemas, pode assumir-se que os zircões
raramente ocorrem com qualidade gemológica.
São necessárias mais investigações para definir o potencial real dos zircões com qualidade de
gemas.

6.11.2. Minerais e rochas adequados para esculpir

Em comparação com os países vizinhos (África do Sul e Zimbabué) não existe tradição em
Moçambique de esculpir ou cortar pedras adequadas em vários objectos (com excepção da
pedra sabão e, em menor grau, do serpentinito e do tufo), ou seja, estatuetas, cinzeiros, etc.
Se estes objectos artesanais são produzidos, é apenas para uso local e em escala limitada
(Lächelt, 2004).
A região com mais tradição de escultura em pedra é a Província de Manica. Noutras
províncias de Moçambique, as actividades de escultura em pedra são mais esporádicas.

Os seguintes tipos de rocha são adequados para escultura em pedra:

*Serpentinito
*Talco e pedra sabão
*Mármore
*Fluorite
*Amazonite

Os seguintes tipos de rocha eram normalmente utilizados (mas adequados) no passado para
esculpir em pedra e existem quantidades muito limitadas para extracção:

*Tufo
*Labradorite
*Rodonite
*Dumortierite

6.11.2.1. Serpentinito

Na área de Manica é utilizado serpentinito de bonita cor verde como pedra para objectos de
artesanato (os chamados objectos de artesanato de rochas duras).
A escultura em serpentinito segue a tradição muito antiga de toda a região em Moçambique e
Zimbabué.
Geralmente, é mais utilizada a pedra sabão mole (ver pedra sabão), mas os verdadeiros
artistas/escultores usam a rocha dura de serpentinito.
A cabeça humana e grupos de pessoas são os motivos mais populares das esculturas.
Uma parte do serpentinito, normalmente a base ou fundo de um conjunto de figuras gravadas
(frisos), é deixada irregular para mostrar a sua textura e cor naturais, enquanto os motivos são
desbastados e polidos para os destacar contra o fundo irregular (Lächelt, 2004).
Nas unidades arcaicas da área de Manica ocorrem serpentinitos que podem servir de fonte
para pedras adequadas à escultura durante um longo período de produção.
.
6.11.2.2. Talco e pedra sabão

A pedra sabão, uma variedade de talco, é geralmente de cor branca-acinzentada, muito macia
e pode ser facilmente cortada e esculpida. Os objectos artesanais podem ser pintados e polidos
de forma a assemelharem-se a outras pedras mais duradouras e valiosas. No entanto,
comparados com as pedras para escultura de rocha dura, os objectos pintados podem perder a
tinta.

6.11.2.2.1. Artesanato em talco-pedra sabão na área de Manica

O corte de objectos artesanais da variedade de pedra sabão do talco tornou-se uma tradição na
área de Manica, assim como no vizinho Zimbabué. Existe uma tradição comum de escultura.
A configuração simbólica de grupos de pessoas, especialmente o motivo da mãe e do filho, é
bem conhecido e tornou-se o símbolo desta região.
No entanto, por pressão dos turistas, são produzidos cada vez mais motivos de animais.

Na área de Manica ocorrem pedras sabão que podem servir de fonte para esculturas durante
um longo período de produção.

6.11.2.2.2. Pedra sabão nos Complexos da Ponta Messuli (P1P) e de Lalamo (P3LM)

No Complexo da Ponta Messuli (P1P), afloramento na área do Lago Niassa, assim como no
Complexo de Lalamo (P3LM), afloramento numa área especialmente na folha 1340, foram
cartografadas ocorrências de pedra sabão.
No norte de Moçambique não existe a tradição de escultura artesanal em pedra. No futuro,
quando mais turistas visitarem estas regiões, também a escultura em pedra (além da escultura
em madeira existente) pode ter interesse.

6.11.2.2.2.1. Complexo da Ponta Messuli (P1P)


(Folhas 1134/35 - 1234)

Os NGU (2007) informaram que ocorrem lentes de importância menor de pedra sabão e xisto
de talco no Complexo da Ponta Messuli (P1P). Estão localmente associadas a lentes de rochas
antofilíticas. Supõe-se que representam rochas magmáticas ultramáficas alteradas.
A pedra sabão tem sido utilizada localmente como pedra pré-talhada, por exemplo, em
lápides.
Lächelt, durante trabalhos de campo em 2002, no Complexo da Ponta Messuli nos
afloramentos ao lado do Lago Niassa deste complexo, observou muitas lentes de pedra sabão.
Parece que as lentes são pequenas, mas a extensão real só pode ser definida por cartografia
especial.

6.11.2.2.2.2. Complexo de Lalamo (P3LM)


(Folha 1340)

Vários corpos ultramáficos estão cartografados pela NGU (2007) no Complexo de Lalamo (P
3 LM), especialmente na folha 1340 Mecufi. Também poderão ter potencial como pedra
sabão, mas não foi registada nenhuma exploração destas pedras.
6.11.2.3. Mármore

Moçambique é rico num alto potencial de mármore de diversas cores e há um grande


manancial para a produção artesanal em mármore.
Durante o período antes da independência do país, o mármore era utilizado para lápides,
monumentos, mausoléus, sarcófagos, fabrico de mobiliário, painéis para decoração interior e
exterior, etc. Não eram esculpidos produtos artesanais (figuras, etc.) de pequenas dimensões.
O problema é que estas esculturas exigem um longo período de intenso trabalho e os preços
apenas são aceitáveis para alguns clientes.
Recentemente (até 2012), o mármore tem sido aplicado de forma mais prática para produzir
tampos de mesa para uso doméstico, etc. e blocos para exportação.
O mármore utilizado para produzir os produtos anteriores era predominantemente extraído na
área de Montepuez (depósitos). O mármore branco era o preferido, mas para a produção de
mobiliário e bancadas de trabalho eram preferidas variedades schlieren e flameado de
diferentes cores (Lächelt, 2004).

Não é de esperar que o mármore do nordeste de Moçambique se torne importante para a


pequena dimensão de produção artesanal, porém, está aqui um grande potencial para
verdadeiras esculturas em pedra.

6.11.2.4. Fluorite

A fluorite, principalmente da zona de Macossa-Maringoè-Djalira-Canxixe (folhas 1734 -


1834) foi, até à década de 1980, frequentemente utilizada para produção artesanal.
Especialmente as variedades amarelo-esverdeados a verdes e multicores da fluorite eram
utilizadas para fazer ornamentos artesanais e pequenas obras de arte. Até à década de 1980 do
século passado, muitos objectos artesanais eram esculpidos a partir de cristais de fluorite.
Moçambique é um país em explosão económica e turística e existem todas as razões para
recomeçar a produção de arte popular, esculpindo a bonita fluorite multicor.

6.11.2.5. Amazonite

A amazonite é uma microclina com tonalidades verdes que variam desde verde-claro até
verde-escuro intenso.
Em muitos países do mundo, a amazonite é utilizada para a produção de artesanato e,
parcialmente, de joalharia. Em alguns países (por exemplo, a Rússia) existe uma verdadeira
indústria com base na amazonite, especialmente das variedades verdes escuras.

A amazonite está presente em Moçambique em grandes quantidades em pegmatitos,


especialmente nos pegmatitos de Nampula-Monapo-Nacarôa e em alguns dos pegmatitos
do Alto Ligonha.
Lächelt (2004) indicou exemplos de pegmatitos portadores de amazonite de Cavala, Mona
(expostos na margem ocidental do rio Namirroe), Monapo e Piteia.
A sul de Monapo até à área de Metil a amazonite aflora em grandes quantidades em minas
de água-marinha. É uma bela amazonite verde escura. No entanto, recentemente (2012) não
tem havido interesse em utilizar a amazonite (apenas é extraída água-marinha).
Nos pegmatitos do norte de Monapo, perto da estrada para Nacarôa, foram encontrados
pegmatitos portadores de águas-marinhas. Alguns destes pegmatitos são caracterizados por
elevadas quantidades de feldspatos potássicos (amazonite), que não são extraídos.
Uma amazonite pura de cor verde ocorre no monte Morirongoè (no distrito de Fíngoè da
Província de Tete). Na Província de Tete, a amazonite é de boa qualidade, mas não há procura
para esta pedra.

Antes da independência, a amazonite era parcialmente utilizada para produzir algum


artesanato, mas recentemente este mineral é principalmente interessante para os
coleccionadores.

6.11.2.6. Tufo

O tufo de cor cinzenta a vermelha dos Montes Libombos é ocasionalmente utilizado para
esculpir figuras humanas. Na realidade, foi um ser humano que esculpiu o tufo.
O tufo é fácil de utilizar para pintura e escultura, mas não há tradição nos Montes Libombos
de escultura em pedra.
Por outro lado, nos Montes Libombos, o tufo só é conhecido numa única pequena massa. De
uma maneira geral, os riólitos e os basaltos são as rochas magmáticas dominantes. Deste
modo, não é de prever que a escultura em tufo tenha grandes possibilidades.

6.11.2.7. Labradorite

Em vários locais dentro da Suíte de Tete de gabro–anortosito (P2T) aflora labradorite.


Localmente, a labradorite aflora também em alguns outros locais de rochas de gabro-
anortosito.

Podem ser referidos os seguintes locais (Lächelt, 2004):

*20 km a leste de Moatize.


*Chipera

A labradorite da Suíte de Tete é explorada como pedra pré-talhada (ver 6.6.1. Pedras
decorativas/pré-talhadas).
Em alguns países (por exemplo, no Canadá), devido à bela irisação dos cristais de labradorite,
esta rocha é utilizada para a produção de gemas. Em Moçambique, esta rocha nunca foi
extraída com estes objectivos.

*20 km a leste de Moatize uma ocorrência de grandes cristais de feldspatos de labradorite


muito atraentes está situada a aproximadamente 20 km a leste de Moatize.
*A labradorite da Suíte de Tete é caracterizada por jogos de luz bem expressivos (efeito olho-
de-gato) que mudam entre cinzento e violeta.
*Em Chipera (folha 1532) cerca de 150 km a NO de Tete, a NNE da barragem de Cahora
Bassa, Real (1966) descreveu uma ocorrência de bela labradorite.
**A labradorite mostra um efeito olho-de-gato muito surpreendente e é extremamente
indicada como pedra decorativa, como espécimen mineral ou como pedra para produção de
gemas.

Não se conhecem dados mais detalhados. São necessárias mais investigações para definir as
perspectivas de extracção.

6.11.2.8. Rodonite
Sabe-se que a rodonite ocorre na Província geológica de Tete-Angónia, perto da fronteira
entre Moçambique e o Zimbabué em:

*Mazoè
*Catambula
*Blaundi–Bonge

A rodonite ocorre em rochas no Grupo de Rushinga do Paleoproterozóico (P1R).

A rodonite apresenta uma cor castanha avermelhada a rosa (Afonso & Marques, 1993) e
castanho – castanho-ferrugem. As variedades de castanho a castanho-ferrugem são as mais
frequentes (Alves, 1960/61).
A rodonite está presente nas rochas como inclusões arredondadas.
As variedades de castanho a castanho avermelhado são as mais comuns.
O tipo vermelho, que é principalmente utilizado no comércio de joalharia e para objectos de
artesanato, ocorre muito raramente.

Geralmente, a rodonite é boa como pedra pré-talhada, mas devido às quantidades limitadas da
ocorrência desta rocha em Moçambique, não é possível uma produção de pedra decorativa
com interesse económico.
No entanto, devido à sua cor e textura, deve ser realmente considerada a sua utilização como
material para o fabrico de joalharia e artesanato.
.
6.11.2.9. Dumortierite

A dumortierite é apenas conhecida a partir de blocos eluviais próximos de Estima – Chicoa


(Província de Tete).

*Este boro-aluminossilicato azul ocorre em diferentes tonalidades, desde azul claro a azul-
cobalto.
*Segundo Afonso & Marques (1993), estes blocos eluviais tiveram origem em veios
pegmatíticos – pneumatolíticos intruídos na zona de contacto entre arenitos/arcoses do
Cretácico e granito-gnaisses do Pré-câmbrico.
*A dumortierite está mais ou menos contaminada por outros componentes minerais,
especialmente por quartzo.

No passado, a dumortierite raramente era utilizada em joalharia ou para escultura de objectos


ornamentais. Antes da independência, a dumortierite era ocasionalmente extraída como
componente especial para a produção de cerâmica resistente ao fogo (Lächelt, 2004).

Devido às pequenas quantidades de dumortierite, apenas pode ser possível uma produção
limitada de objectos esculpidos.

6.11.3. Espécimens minerais, amostras geológicas únicas e interessantes e afloramentos


de potencial interesse turístico

Espécimens minerais, grandes cristais e produtos minerais são conhecidos em muitos locais
de Moçambique, especialmente com origem em corpos de pegmatitos.
Os pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula- Monapo-Nacarôa são uma verdadeira fonte
de espécimens únicas e existem reais oportunidades de recolha de minerais bons e bonitos nos
abundantes afloramentos de pegmatito existentes. Lächelt (1982), em viagem pelo sul da
Província da Zambézia, mostra na floresta cristais de quartzo muito grandes (provavelmente
de uma antiga extracção ilegal de gemas) e propõe-se organizar um parque mineral natural
(mas isso foi imediatamente antes da guerra civil chegar a esta região).
Ao visitar o Museu de Geologia de Maputo, podem ver-se espécimens minerais de carácter
único no mundo. Há nos pegmatitos um enorme potencial de espécimens minerais para
museus e coleccionadores, e este potencial precisa de ser explorado por motivos de defesa e
racionalidade.

Não são só os pegmatitos que são uma boa fonte de espécimens.


Em alguns locais de Moçambique são conhecidos objectos paleontológicos (amonites e
outros) que podem ter interesse para os coleccionadores. Em algumas áreas de Moçambique,
encontram-se árvores petrificadas e pode ser boa ideia experimentar a possibilidade de abrir
exposições na floresta petrificada.
Neste subcapítulo, apenas podem ser discutidos alguns exemplos e ideias, sublimando o grande
potencial de minerais com interesse e fenómenos paleontológicos e geológicos.

6.11.3.1. Pegmatitos com minerais complexos em Moçambique

Os pegmatitos são a principal fonte de espécimens minerais de Moçambique. Pegmatitos


especialmente complexos e corpos de pegmatitos com drusas e cavidades, onde teve lugar um
lento crescimento, e maravilhosos espécimens minerais ficaram cristalizados.

6.11.3.1.1. Espécimens minerais e amostras minerais únicas nos pegmatitos do Alto


Ligonha e de Nampula- Monapo-Nacarôa

Combinações minerais de quartzo, feldspato, berilo e turmalina, e cristais bem desenvolvidos


de cristais pequenos a muito grandes são conhecidos a partir dos pegmatitos.
Há cristais de quartzo (quartzo defumado) que produzem cristais grandes até 1 m de extensão.
Os cristais de rocha e os cristais de quartzo transparente são muito comuns nos pegmatitos.
Ocorrem como cristais separados de diferentes tamanhos e também em combinações
minerais, por vezes com inclusões, frequentemente com agulhas de escorlite (turmalina preta).
Foram observados, nos pegmatitos, cristais de quartzo gigantes (cristais-de-rocha) pesando
mais de 700 kg (Afonso & Marques, 1993). Segundo Lächelt (2004), as fontes mais
conhecidas destes cristais são os pegmatitos (drusas do núcleo de quartzo) de:

*Muiane
*Nahia
*Iaia
*Namacotche,

Os cristais de berilo variam em tamanho entre poucos milímetros e >4 metros. Foram
identificados cristais grandes nos seguintes pegmatitos (Lächelt, 2004):

*Muiane = de 14 t
*Nahiri = 22 t
*Munhamola = 50 t.

Na província pegmatítica de Nampula-Monapo-Nacarôa, em muitos locais, por exemplo,


nos pegmatitos a sul de Monapo até à área de Metil, onde é explorada água-marinha, e nos
pegmatitos a norte de Monapo, perto da estrada para Nacarôa, foram encontrados pegmatitos
com grandes quantidades de amazonite.
Foram vistos grandes cristais de feldspato por Lächelt (2003) nas minas a céu aberto a oeste
da estrada de Monapo - Nacarôa.

6.11.3.1.2. Pegmatito quartzo-feldspático-turmalínico de Walima (Uante)

O pegmatito quartzo-feldspático-turmalínico de Walima (Uante) (UTM 37S 560601,


8478026) está localizado imediatamente a sul do rio Lúrio.
Segundo os NGU (2007), o pegmatito não está exposto, mas é, segundo os habitantes locais,
muito grande. Os resíduos excedem o volume de 200 m3 e pensa-se que volumes substanciais
de resíduos foram cobertos pela vegetação.
Pegmatito com textura granular extremamente grosseira (de vários centímetros até 1-2 dm)
dominados por quartzo e feldspato de segunda ordem, mica e turmalina podem ser
encontrados nos blocos.
O quartzo ocorre em várias variedades, incluindo transparente, ligeiramente leitoso, rosa e
defumado. Existe algum intercrescimento de feldspato e quartzo-feldspato meteorizado. Os
flocos de mica têm até 30 cm de lado a lado.

6.11.3.1.3. Quartzo róseo (e água-marinha) na área de Cuamba


(Folha 1436)

Foi encontrada uma série de pequenos pegmatitos graníticos contendo água-marinha com ou
sem quartzo róseo na parte sudeste da folha 1436 Cuamba, assim como na cidade de Cuamba
e arredores.
O quartzo róseo pode ter interesse para os coleccionadores.
Em todos estes pegmatitos ocorrem pequenos poços de exploração.
As águas-marinhas- formam pequenos cristais, bem formados, de cor azul clara, demasiado
pequenos para serem trabalhados como gemas, mas que podem ser vendidos como
espécimens de cristais.
O quartzo róseo pode ser trabalhado para contas, mas, de novo, os recursos são muito
pequenos. A melhor prospecção (NGU, 2007) é em UTM 37S 281034, 8358250.

6.11.3.1.4. Espécimes minerais no Complexo de Lalamo (P3LM)

*No rio Opa (UTM 37S 565914, 8669754), ocorre pegmatito contendo turmalina preta
(escorlite), que atinge dimensões até 10-20 cm de comprimento e 2-3 cm de espessura.
*Também foram encontrados grandes flocos de moscovite, até 50 cm.
*No cimo do monte existe um quartzo cristalino compacto de cristais com 10-30 cm de
comprimento, com alguns agregados de "livros" de moscovite de alguns cms de largura.
*Outros locais de pegmatito desta área contendo turmalina preta, encontram-se em UTM
568323 8670018, 564648 8667932 e 569995 8669154 (NGU, 2007).

6.11.3.2. Ametista

De uma maneira geral, a ametista não é frequente em Moçambique.


Este mineral é conhecido nos geodes no vulcanismo do Karoo dos montes Libombos (Lächelt,
2004).
Foram recolhidos muitos espécimens dos montes Libombos, presumivelmente devido à sua
fácil acessibilidade a partir de Maputo, onde estas rochas vulcânicas foram mais
frequentemente exploradas do que quaisquer outras ocorrências.
*Estas ametistas muito raramente têm um determinado tipo de qualidade, relativamente à cor
e à transparência (muito poucas têm a desejada cor azul-escura), pelo que não têm interesse
para os joalheiros. A maior parte delas são recolhidas para exposição (Lächelt, 2004).
*Raramente é encontrada ametista em pegmatitos do Alto Ligonha (Lächelt, 2004). A
ametista não se encontra muito frequentemente nestes pegmatitos, mas em Muiane e
Munhamola foram observados pegmatitos com cristais até 10 cm (Afonso & Marques
(1993).
*Afonso & Marques (1993) também identificaram a área de Mecufi (Província de Cabo
Delgado) como uma unidade produtora de ametista.
Não são conhecidas descrições detalhadas destas ocorrências.

6.11.3.3. Espécimens minerais e afloramentos geológicos únicos e interessantes

6.11.3.3.1. Minerais para amostragem na Província de Sofala

A fluorite ocorre como belas amostras minerais, belas na cor e por vezes com cristais bem
desenvolvidos.
A sua variedade de cores, que vão do amarelo ao verde e ao verde azulado e algumas cores
intermédias, é também apreciada por negociantes e coleccionadores de minerais (Lächelt,
2004).

6.11.3.3.2. Minerais para amostragem na Província de Tete

*É conhecida a ocorrência na Província de Tete de grandes cristais de berilo com dimensões


até 30 cm.
GTK (2006) numa área localizada a cerca de 40 km a NO da aldeia de Fíngoè indica
pegmatitos hospedados em granito Marrupa (folhas 14/1531), em que ocorrem água-marinha
e berilo azul-céu.
**O berilo azul denominado "berilo Blue Sky" tem sido extraído destes pegmatitos.
*O principal produto é uma água-marinha azulada que se encontra no pegmatito portador de
moscovite.
*No entanto, existe berilo e amazonite esverdeada com textura granular grosseira e turmalina
preta e crisoberilo raro, que podem interessar aos coleccionadores.
*Uma amazonite pura de cor verde ocorre no Monte Morirongoè (no distrito de Fíngoè da
Província de Tete).
Na Província de Tete, existe amazonite de boa qualidade, no entanto, não existe procura para
esta pedra.

6.11.3.3.3. Minerais para amostragem nas províncias de Zambézia e Nampula

6.11.3.3.3.1. Pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula-Nacorôa

Os pegmatitos do Alto Ligonha e de Nampula -– Monapo – Nacarôa são muito conhecidos


pelos seus invulgares espécimens minerais.
Durante as operações de mineralização em Muiane, Marropino e especialmente Morrua, assim
como em vários outros depósitos pegmatíticos mais pequenos, foram recolhidos excelentes
espécimens minerais, alguns deles únicos nestas ocorrências.
Além de gemas, encontram-se frequentemente belos cristais, assim como cristais gigantes,
que são muito procurados por negociantes/coleccionadores de minerais ou por museus para
exposição de espécimens.
*Cristais de berilo bem desenvolvidos com até 40 cm e ainda maiores, e cristais bem
desenvolvidos são comuns.
*Turmalinas delicadas estão embutidas como inclusões em grandes cristais de quartzo, com
dimensões que variam entre alguns centímetros e 60 cm.
No Depósito de Tulua (Província de Nampula), assim como no Alto Ligonha, são
frequentemente encontrados cristais de turmalina com até 30 cm, por vezes como rubelite ou
verdelite, ou da variedade zonada (multicor).
*Nesta área, também foram encontrados grandes cristais de amazonite, cujo tamanho pode ser
superior a 30 cm, com diâmetros entre 60–70 cms.
*Também estão presentes outros feldspatos como cristais grandes. Foram recolhidos cristais
do mesmo tamanho que os grandes cristais de amazonite.
*Os cristais de quartzo no interior dos pegmatitos, os chamados cristais "gigantes", podem
atingir tamanhos de até 1 m, mas cristais mais pequenos podem também formar combinações
de cristais separados, grupos, formas ou combinações de vários tipos de quartzo de estrutura
em pirâmide (quartzo branco transparente e quartzo defumado).
*Perto do Alto Ligonha, particularmente na jazida Maria III, também foram recolhidos
espécimens de esmeralda de formato e cor soberbos, mas principalmente para utilização como
gemas. Foram encontrados cristais com até 5 cm, de cor verde intensa (mas que são,
infelizmente, frequentemente estragados por fendas e falhas que os tornam limitados para
utilização na indústria de joalharia). Como espécimens minerais são, no entanto, procurados
como artigos de coleccionador (Lächelt, 2004).

6.11.3.3.4. Minerais para amostragem na Província de Cabo Delgado

Na Província de Cabo Delgado foram identificadas granadas com até 20 cm de tamanho,


assim como cristais de corindo raro com interesse para os coleccionadores.

6.11.3.4. Afloramentos geológicos para excursões turísticas

Na Província de Maputo, perto de Muamba (a sul da auto-estrada Maputo – África do Sul)


numa pedreira ao longo de uma parede rochosa, afloram colunas de basalto.
Em Moçambique é um raro fenómeno geológico e pode ser apropriado como monumento
geológico e preparado para o turismo.

6.11.3.5. Espécimens paleontológicos e amostras geológicas únicas e interessantes

Relíquias de numerosos fósseis paleontológicos devem ser referidas, pois podem ter interesse
para coleccionadores e para a organização de parques florestais petrificados.

6.11.3.5.1. Província de Maputo

Amonites do Cretácico do sudoeste de Maputo (a sul de Boane, na estrada 202) ocorrem à


superfície (ou perto da superfície).
As amonites e os fósseis de conchas e caracóis são de tamanhos diferentes, desde pequenos a
grandes. No passado, os calcários portadores de fósseis foram utilizados como material de
construção em estradas e casas.
Por outro lado, estes fósseis podem ter interesse para coleccionadores e para excursões
organizadas de coleccionadores.

6.11.3.5.2. Província de Gaza


Foram observados troncos de árvores silicificadas na área de Parfuri de Moçambique (no
triângulo fronteiriço de Moçambique - África do Sul – Zimbabué) durante actividades de
prospecção mineral nesta área.
Grandes árvores permanecem à superfície ou são perceptíveis sob uma reduzida cobertura
sedimentar.
É recomendável clarificar a área de distribuição das árvores fossilizadas e, dependendo dos
resultados, decidir sobre a organização e abertura de um parque florestal petrificado.

Simultaneamente com a possibilidade de organização de um objectivo turístico geológico


como indicado no Ponto 6.7.3.4. Os objectivos de excursões turísticas geológicas para, neste
caso, dois objectivos turísticos de interesse geológico já foram indicados

6.11.3.5.3. Província de Tete

Árvores silicificadas já são conhecidas em alguns locais de sedimentos do Karoo.


Não foram efectuadas investigações sistemáticas deste potencial para colecções e museus. Por
isso, recomenda-se que seja chamada a atenção para estas árvores fossilizadas.

6.11.3.5.4. Províncias de Nampula e Cabo Delgado

Nas Províncias orientais de Nampula (Nacala)/Cabo Delgado são conhecidas amonites do


Cretácico e fósseis de conchas e caracóis (Terciário) .
As amonites estão bem desenvolvidas e são de diferentes tamanhos.
Estes fósseis podem ter interesse para museus, paleontólogos e colecções individuais.

6.11.3.5.5. Província de Niassa

No Lago Niassa e na Bacia de Maniamba são conhecidas árvores petrificadas nos sedimentos
do Carbónico e do Terciário.
Foram recolhidos restos de árvores ao acaso e existe uma base para futuras actividades neste
sentido.
6.12. Recursos hídricos de Moçambique

6.12.1. Breve descrição da hidrogeologia de Moçambique

De um ponto de vista geológico, o cenário hidrogeológico correlaciona-se bem com as


unidades geológicas gerais de Moçambique.
Na Carta Hidrogeológica de Moçambique à escala de 1 : 1 000 000 (1987), de acordo com
BPA Ferro e Bouman (1987), o território de Moçambique pode ser subdividido nas seguintes
principais províncias hidrogeológicas:

*Complexo de soco (complexo pré-câmbrico)


*Terrenos vulcânicos (magmatismo do Karoo)
*Bacias sedimentares do Karoo
**Bacia Sedimentar do Médio Zambeze (sobretudo sedimentos do Karoo)
***Sub-bacia Sedimentar do Médio Zambeze Ocidental (SSMZ)
***Sub-bacia Sedimentar do Médio Zambeze Oriental (SSMZ)
**Bacia Sedimentar de Maniamba (sobretudo sedimentos do Karoo a terciários)
*Bacias Sedimentares meso-cenozóicas a quaternárias
**Bacia Sedimentar do Rovuma (sedimentos meso-cenozóicos a quaternários)
**Bacia Sedimentar de Moçambique (sedimentos meso-cenozóicos a quaternários)
(BSM)
***Sub-bacia Sedimentar de Moçambique a norte do rio Save (BSM)
***Sub-bacia Sedimentar de Moçambique a sul do rio Save (BSM)

A figura 6.95. mostra as províncias hidrogeológicas de Moçambique.


Figura 6.95.: Principais províncias hidrogeológicas de Moçambique (adaptado de Ferro e
Bouman, 1987)

6.12.1.1. Complexo de soco (complexo Pré-câmbrico)

O complexo de soco cobre cerca de 57% do território moçambicano.


O Complexo ocupa grandes áreas das províncias de Sofala, Manica, Tete, Zambézia,
Nampula, Niassa e Cabo Delgado.

6.12.1.1.1. Geologia

O Complexo inclui rochas magmáticas, metassedimentares e metamórficas


(metamorfoseadas) Pré-câmbricas de diferentes composições petrográficas/litopetrográficas.
Todas elas são rochas duras, praticamente sem porosidade relevante.
As rochas formam relevos montanhosos e de planaltos de elevação média, uma faixa oriental
de planícies, serras, maciços e inselbergs.
Todas estas formas de relevo correspondem a um relevo erosivo-denotativo e apenas a faixa
de planície é caracterizada por um relevo acumulativo.

Devido à predominância de rocha dura, o complexo de soco é uma unidade de baixa produção
de águas subterrâneas. As águas subterrâneas podem circular e acumular-se em zonas de
falhas, zonas de juntas e fissuras (aquíferos próximos), adutores, zonas de fragilidade, ao
longo de sistemas de falhas e fissuras.
Ligados a estas áreas existem aquíferos, em formato predominantemente prolongado e linear,
que atingem alguns quilómetros (2 km).
Por outro lado, dependendo das condições específicas dos sistemas de falhas e juntas, das
falhas rochosas, estes elementos estruturais podem também desviar a água subterrânea.
Assim sendo, a definição do potencial real das águas subterrâneas nestas zonas requer estudos
hidrogeológicos especiais.

6.12.1.1.2. Aquíferos no complexo de soco

*De acordo com Ferro e Bouman (1987), os aquíferos mais produtivos do complexo de soco
estão relacionadas com mármores e anortositos. Estes autores classificaram os mármores
(P3MPma) do Complexo de Montepuez (P3MP) como mármores com textura média,
carsificados e fracturados até uma profundidade de 60 m.
A produtividade dos poços situa-se entre 40 a 70 m3/h e os testes aos aquíferos indicam um
elevado volume de armazenamento. No entanto, estes resultados reflectem condições locais e
não devem ser generalizados para todos os depósitos de mármore (calcário cristalino).
O mesmo poderá ser dito em relação aos anortositos, que, muitas vezes, são bastante maciços
e raramente poderão formar aquíferos.
Para definir as qualidades do aquífero, são sempre necessários estudos hidrogeológicos
específicos.
Os poços da Suíte anortosítica de Tete (P2T) apresentam uma produtividade moderada (Ferro
e Bouman, 1987).
*No complexo de soco, predomina a água do tipo bicarbonatado. Ao longo da zona costeira
de Cabo Delgado, também se pode encontrar água cloretada.
*Nos planaltos (montanhosos ou de planícies), pode desenvolver-se um manto ou núcleo de
meteorização com bons aquíferos (porosidade, permeabilidade) e a rocha dura na base da
rocha de meteorização (a base de rocha dura) pode servir para acumulação de água.
O grau de meteorização vai diminuindo do solo de superfície para as rochas-mãe na base. Nas
áreas de ocorrência de rocha básica-ultrabásica, o produto da meteorização é mais argiloso e,
portanto, de menor qualidade para acumulação de água.
*Devido ao clima de Moçambique, caracterizado por duas estações (estações seca e chuvosa),
grandes territórios, especialmente nas províncias de Manica, Zambézia e Cabo Delgado, são
caracterizados pelo tipo de meteorização laterítica.
A quantidade e/ou qualidade da água subterrânea depende da composição dos materiais
lateríticos, conforme sejam mais arenosos, argilosos ou salgados.
A espessura dos depósitos meteorizados pode ser excepcionalmente elevada.
Pode observar-se uma espessura excepcional de mais de 50 m a leste de Chimoio (Gondola) e
a 50 a 80 km a leste de Montepuez em Nivaco, Megama e Nangimbue (Ferro e Bouman,
1987).
*Ao longo dos maciços montanhosos e em torno dos inselbergs até uma distância de cerca de
100 m, pode formar-se uma depressão de meteorização que, dependendo das condições locais,
pode servir de aquífero (temporário).

No entanto, de modo geral, o complexo de soco é, com excepção dos planaltos, um mau
aquífero e necessita de actividades hidrogeológicas especiais.
Para satisfazer as necessidades de água da população, o complexo de soco, em muitos locais,
é caracterizado por condições geológicas e de engenharia favoráveis à construção de pequenas
barragens.

6.12.1.2. Terrenos vulcânicos (magmatismo do Karoo)

As principais áreas/zonas de afloramento são os Montes Libombos ao longo da zona de bordo


oriental do Cratão de Kaapvaal, a zona de bordo SE do Cratão do Zimbabué, a região da
Fossa de Lupata, a zona da Depressão do Zambeze e a zona de bordo do soco de Angoche.
Ao longo das zonas de bordo do rifte afloram intrusões alcalinas.

6.12.1.2.1. Geologia

Os terrenos vulcânicos são formados principalmente pelos vulcanismos do Karoo (basaltos e


riólitos).
Os possíveis aquíferos são sistemas de falhas, zonas de juntas e fissuras.
Os depósitos de meteorização desenvolvem-se sobretudo em rochas basálticas e podem, em
vales de erosão, formar aquíferos moderados de até 10-15 m. Os basaltos podem formar
planícies argilosas (bem definidas pelos seus solos escuros).
Devido ao seu elevado teor mineral de argila, estes depósitos são caracterizados por uma
baixa permeabilidade ou são impermeáveis.

6.12.1.2.2. Aquíferos em terrenos vulcânicos

*De acordo com Ferro e Bouman (1987), os basaltos de Angoche são mais produtivos, pois
atravessam uma zona de falha, definida por prospecções geofísicas.
**A água subterrânea em basaltos pode apresentar uma maior mineralização e ser mais
dura, especialmente ao longo das margens das bacias sedimentares, onde a mineralização
pode ser de até 8500 mg/l (orla dos Montes Libombos).
*Nos riólitos, os recursos hídricos estão associados a sistemas de falhas e fissuras. Não há
grandes recursos de águas subterrâneas mas, associada aos existentes, há água em circulação
que dá origem a água de mesa de muito boa qualidade. (ver abaixo 6.8.2.).
A mineralização é inferior a 500 mg/l, a dureza é baixa (<10 ppm de CaCO3).
A composição da água inclui desde cloreto a bicarbonato de sódio.
*As rochas alcalinas ao longo das zonas de bordo do rifte são sobretudo intrusões pontuais.
A sua relevância para os aquíferos subterrâneos é insignificante.

6.12.1.3. Bacias sedimentares do Karoo


As Bacias Sedimentares do Karoo são caracterizadas pela ocorrência sobretudo de sedimentos
de idade do Karoo, mas territórios pequenos ou pontuais nestas províncias hidrogeológicas
também incluem rochas e depósitos de outras idades.

6.12.1.3.1. Bacia Sedimentar do Médio Zambeze (BSMZ)


(sobretudo sedimentos do Karoo)

Esta bacia encontra-se subdividida em duas sub-bacias:

*Sub-bacia Sedimentar do Médio Zambeze Ocidental


*Sub-bacia Sedimentar do Médio Zambeze Oriental

6.12.1.3.1.1. Geologia

A Bacia Sedimentar do Médio Zambeze é composta por sedimentos do Karoo.


A sedimentação do Karoo Inferior começa localmente com os tilitos e conglomerados do
Grupo Dwyka (Formação de Vuzi/CbV), seguidos pelos sedimentos do Grupo Ecca (PeE)
(incluindo a produtiva sequência carbonífera) e pelos arenitos e margas do Grupo Beaufort do
Karoo Superior (PeB, PeC). Os principais depósitos são de lutitos, argilitos, siltitos e arenitos
(para características mais detalhadas, ver 6.1.2.1.). A espessura da sequência sedimentar é
superior a 3000 m.
Os diques doleríticos encontram-se intruídos localmente nos sedimentos do Karoo.
Na Sub-bacia Sedimentar do Médio Zambeze Ocidental, os sedimentos do Karoo encontram-
se principalmente cobertos por sedimentos meso-cenozóicos (sobretudo Membro de arenito
da Formação de Magoè do Cretácico/CrMs) ou ausentes.
A Sub-bacia Sedimentar do Médio Zambeze Oriental é composta sobretudo por sedimentos
do Karoo.

Geralmente, esses depósitos correspondem a rochas de textura fina pouco produtivas. As


perspectivas são melhores nas zonas de fractura, em arenitos de textura grosseira em brechas
de falha e ao longo de intrusões doleríticas. Esses aquíferos são comuns perto de Zumbo e
Boroma, na Província de Tete (Ferro e Bouman, 1987).

6.12.1.3.1.2. Aquíferos na bacia do Médio Zambeze

*De acordo com Ferro e Bouman (1987), a qualidade da água nos depósitos do Karoo é
variável. A mineralização situa-se entre 400 e 800 mg/l. São comuns elevadas concentrações
de mineralização, na ordem dos 1400-2500 mg/l, nas áreas de Changara e Moatize. Perto de
Chitima, nos sedimentos do Karoo Inferior, foram analisados conteúdos minerais de 7000
mg/l.
Os arenitos arcósicos da Formação de Matinde (PeT) do Karoo, a sul do lago Cahora Bassa,
provavelmente contêm água salobra.
*As areias quaternárias dos coluviões, terraços e camadas aluviais podem formar localmente
aquíferos, sendo possível encontrar aquíferos subterrâneos ao longo dos rios.
*Ferro e Bouman (1987) identificaram os rios Arangua, Panhame e Mucumbra a oeste de
Tete, a zona ao longo do rio Zambeze, a zona a jusante em Boroma, o braço antigo do rio
Zambeze perto de Tete, a área de Matundo e o vale de Revubue, próximo da confluência com
o rio Zambeze.

No entanto, numa grande parte do território ao longo do rio Zambeze, a necessidade de água
pode ser também coberta pela água do rio.
6.12.1.3.2. Bacia sedimentar de Maniamba (sobretudo sedimentos do Karoo a terciários)

6.12.1.3.2.1. Geologia

Os sedimentos do Karoo têm origem nos conglomerados, arenitos, horizontes carboníferos,


siltitos e argilitos parcialmente carbonosos do Grupo Ecca (PeE) do Karoo Inferior.
Os sedimentos do Grupo Beaufort (PeB, PeC) do Karoo Superior são compostos
essencialmente por siltitos, lutitos, arenitos com conglomerados e argilitos. A Formação
Arenítica de Mecondéce (TrMe), do Triássico, inclui arenitos argilosos, siltitos e argilitos
interestratificados. A Formação Arenítica de Tende (JrTe) seguinte é composta por siltitos e
arenitos desgastados pelo vento e, finalmente, a Formação Siltítica de Lupilichi (JrIp) contém
ciclos de arenitos com textura granular fina a média, siltitos e argilitos.
Os sedimentos do Karoo estão parcialmente cobertos pela Formação de Mikindani (TeK), do
Terciário, que é composta por arenito e litologias conglomeráticas subordinadas.

A espessura dos sedimentos da bacia pode atingir 2000 - 2500 m.

O relevo é formado por planícies de baixa inclinação que se estendem desde a fronteira entre
Moçambique e a Tanzânia a norte até à área do lago Niassa no sudoeste, formando uma
estrutura de graben típica, limitada por cordilheiras montanhosas de ambos os lados.

6.12.1.3.2.2. Aquíferos na bacia de Maniamba

*A sequência sedimentar é dominada por depósitos pouco produtivos. Localmente, é possível


encontrar aquíferos com água melhor em zonas de arenitos com textura granular grosseira e
em zonas de fractura. As zonas de fractura estão concentradas ao longo e em paralelo à zona
de bordo da bacia (fracturas de bordo do graben) e em zonas de falhas transversais (sobretudo
com uma orientação NO-SE). No entanto, estes aquíferos são conhecidos na bacia apenas
como aquíferos locais e limitados.
A qualidade da água é variável, tal como nas outras bacias do Karoo, e muda de algumas
centenas para alguns milhares de mg/l.
*Toda a bacia é uma região muito seca sem aquíferos significativos mas, para grandes regiões
da bacia, a necessidade de água pode ser parcialmente suprida pelos rios Messinge, Lijumo e
Moola, que desaguam na bacia e transportam água durante todo o ano.
*A sudoeste, a Bacia de Maniamba termina ou está situada junto ao Lago Niassa, um dos
maiores recursos naturais de água doce do mundo.

6.12.1.4. Bacias sedimentares meso-cenozóicas a quaternárias

Conhecem-se duas grandes bacias sedimentares meso-cenozóicas - quaternárias em


Moçambique:

*a Bacia do Rovuma, no Norte de Moçambique


*a Bacia de Moçambique, no Centro e Sul de Moçambique

A Bacia do Rovuma é uma bacia marginal típica do Oceano Índico. A Bacia de Moçambique
corresponde a uma combinação de uma margem oceânica com uma bacia interior continental.

6.12.1.4.1. Bacia sedimentar do Rovuma (sedimentos meso-cenozóicos a quaternários)


A Bacia do Rovuma estende-se desde o rio Rovuma, no norte, em direcção a sul. O limite sul
não está bem definido e pode ser determinado mais ou menos na latitude da Ilha de
Moçambique.
Na realidade, a bacia continua para sul, tendo uma pequena faixa costeira que entra na Bacia
de Moçambique.
De acordo com a área da Bacia do Rovuma acima definida, esta cobre uma superfície de cerca
de 25 000 km2. A extensão de maior largura da Bacia encontra-se no rio Rovuma, com cerca
de 120 km.

A Bacia consiste sobretudo de planícies ligeiramente onduladas e planaltos baixos. No norte,


a planície costeira é cortada por vales de rios.
A Bacia sobe para o interior, onde culmina com o impressionante planalto de Mueda, com
uma altitude máxima de cerca de 1000 m, e o que resta do planalto de Macomia (Ferro e
Bouman, 1987).

6.12.1.4.1.1. Geologia

A litologia começa no noroeste com pequenas unidades isoladas da Formação de N'Gapa


(JRrP), do Jurássico. É composta por arenitos e conglomerados continentais.
A leste, encontramos as unidades sedimentares da Formação de Macomia (CrMo), do
Cretácico, compostas por arenitos quartzo-feldspáticos com textura granular grosseira a fina e
com camadas conglomeráticas localizadas. No sudeste da Bacia, encontram-se a Formação de
Pemba (CrP) e a Formação de Mifume (CrMf), do Cretácico. A Formação de Pemba é
composta por conglomerados e arenitos (CrPc), arenitos (CrPs) e arenitos e argilitos (CrPm).
Uma grande área no sul da bacia é ocupada por arenitos e argilitos (CrPm).
A Formação de Mifume é essencialmente composta por margas, parcialmente gipsíferas e
contendo concreções carbonatadas.
Existem afloramentos do Terciário por toda a Bacia, ocupando um grande território
especialmente na área noroeste. A Formação de Mikindani (TeK) é composta por arenitos
com textura granular média a grosseira, em parte bastante maciços. Na área centro-sul da
Bacia existem afloramentos, em unidades separadas, de sedimentos das Formações de Alto
Jingone/Quissanga (TeQj), compostos por calcários bioclásticos, arenitos, margas, calcários
gipsíferos, arenitos com textura granular média e calcários micríticos.
Existem sedimentos quaternários por toda a Bacia do Rovuma. Estes sedimentos ocupam
grandes territórios nas regiões centro e norte da Bacia. No total, cerca de 50% dos sedimentos
quaternários da Bacia encontram-se em depósitos. São muito comuns sobretudo os depósitos
aluviais (Qa) compostos por areias, siltes, cascalheiras e camadas de areias com cascalheira
local (Qss).
Encontram-se depostas ao longo da zona costeira areias dunares e de praia (Qd, Qdi). Ao
longo da linha costeira e nas ilhas, há ocorrência de depósitos calcários de recifes marinhos
(Qmr).

De acordo com o acima exposto, as características litológicas não oferecem as melhores


condições para os aquíferos. "As perspectivas de águas subterrâneas são limitadas pela
predominância de margas impermeáveis com água subterrânea salobra. Nos aquíferos mais
produtivos da zona litoral, existe um grande risco de salinização. As áreas mais favoráveis
encontram-se no norte e ao longo dos principais vales aluviais, especialmente quando em
contacto com o complexo de soco" (Ferro e Bouman, 1987).

De acordo com Ferro e Bouman (1987), os aquíferos da Bacia do Rovuma são caracterizados
da seguinte forma:
6.12.1.4.1.2. Aquíferos na bacia do Rovuma

*Aquíferos em depósitos cretácicos:


**Nos planaltos de Mueda e Macomia, constituídos por arenitos quartzo-feldspáticos
cauliníticos com conglomerados interestratificados na base, sendo a parte superior
considerada bastante produtiva com uma permeabilidade de 3-4 d.
Os aquíferos de águas subterrâneas têm geralmente uma profundidade superior a 100 m.
**A sul do rio Messalo (em margas do Cretácico), a produtividade é baixa e a água é salobra.

*Aquíferos em depósitos terciários:


**Na Formação de Macomia, do Terciário, os arenitos têm produtividades moderadas. A
norte do rio Messalo, a água subterrânea é de boa qualidade, com uma mineralização entre
100 e 300 mg/l.
**Os sedimentos consolidados mais produtivos encontram-se na zona litoral (calcoarenitos e
calcários de coral do Miocénico-Pliocénico). As produtividades específicas são geralmente
moderadas a elevadas. No entanto, a salinidade destas águas pode ser elevada e há também
um risco elevado de intrusão de água do mar. Nos aquíferos litorais, a água pode ser muito
dura, ou seja, até 1500 ppm CaCO3.

*Aquíferos em depósitos quaternários:


**A norte do rio Mesalo e entre Pemba e Moma, as planícies estão cobertas por depósitos
eluviais (10-30 m). A produtividade dos sedimentos eluviais é baixa, de cerca de 0,4 m3/h/m.
A qualidade da água é boa, com uma mineralização inferior a 600 mg/l.
**O aluvião ao longo dos rios (principais), que atravessa as planícies sedimentares, inclui os
aquíferos mais produtivos da Bacia do Rovuma.
**O campo de poços de Metuge (abastecimento de água para Pemba), ao longo do rio
Muaguide, com um aluvião de/até 40 m, produz 1,2 a 12 m3/h/m.
**São também conhecidas áreas promissoras de aquíferos no ponto de contacto do aluvião
com o complexo de soco.
**No vale do rio Monapo, os poços produzem quantidades de água entre 40 e 60 m3/h.
**No aluvião do rio Messalo, os aquíferos são de boa qualidade, mas pode haver problemas
com as águas subterrâneas mineralizadas das planícies adjacentes que, desta forma,
influenciam a qualidade da água (por exemplo, no aluvião do rio Muaguide perto de Bilibiza).
**Na zona litoral, a água é geralmente salobra, com apenas algumas pequenas excepções a
nível local.

6.12.1.4.2. Bacia Sedimentar de Moçambique (sedimentos meso-cenozóicos a


quaternários) (BSM)

A Bacia Sedimentar de Moçambique encontra-se, do ponto de vista hidrogeológico, dividida


em duas sub-bacias:

*A Sub-bacia Sedimentar de Moçambique a norte do rio Save, com o curso inferior do rio
Zambeze como eixo central e
*a Sub-bacia Sedimentar de Moçambique a sul do rio Save, com o rio Limpopo como eixo
central.

6.12.1.4.2.1. Sub-bacia sedimentar de Moçambique a norte do rio Save


A Sub-bacia Sedimentar de Moçambique, a norte do rio Save, ocupa uma área de superfície
de cerca de 80 000 km2.
Em termos geomorfológicos, a Sub-bacia pode ser subdividida nas seguintes unidades:

*Planícies de Sena
*Planalto de Cheringoma (entre os vales dos rios Zambeze e Punguè)
*Planalto de Buzi (entre os vales dos rios Buzi e Save)
*Vale e delta do rio Zambeze
*Vale do rio Buzi e depressão de Dombe
*Zona de Grabens do Rifte do Leste Africano (Grabens de Chire-Urema)
*Zona litoral

6.12.1.4.2.1.1. Geologia

A ocidente do Graben de Urema (geologicamente conhecido como Fossa de Lupata) e ao


longo das margens ocidentais dos planaltos de Cheringoma e Buzi ocorrem sedimentos da
Formação de Sena (CrSs), do Cretácico. A Formação de Sena é composta principalmente por
arenitos e conglomerados. Tem à superfície a maior distribuição dos depósitos do membro de
conglomerado basal (CrSb), sendo que os conglomerados, principalmente com cascalho de
grandes dimensões, predominam neste membro rochoso. Os arenitos com textura granular
média a grosseira encontram-se posicionados sobretudo na parte superior deste membro. A
nível local e subordinado (sobretudo na área de Chiramba), aparecem calcários lacustres e
arenitos mal cimentados (CrMl). Na zona ocidental, ao longo do complexo de soco
(estratigraficamente na base da Formação de Sena), encontram-se arenitos arcósicos do
membro de arenito e tório (CrSt). Estes sedimentos entendem-se desde a área de Nhamatanda
na direcção sudeste ao longo do vulcanismo do Karoo até à fronteira entre Moçambique e o
Zimbabué na região da latitude 21°S.
Há afloramentos de arenitos e conglomerados (CrSs) da Formação de Sena desde a região de
Chibabawa da extensão sudoeste até à área de Mavuè.
Os sedimentos da Formação de Sena podem atingir uma espessura total de cerca de 2500 m.
Ao longo da zona de bordo oriental do Graben de Urema há afloramentos de sedimentos da
Formação de Grudja (CrG), do Cretácico, numa faixa NNE - SSO. A Formação de Grudja é
composta por arenitos glauconíticos e por margas e calcoarenitos subordinados.
A espessura da Formação de Grudja pode ser de até 1500 m, mas nesta área a espessura é de
até 90 m.
Os planaltos de Cheringoma e Buzi são dominados por sedimentos da Formação de
Mazamba (TeZ), do Terciário. A Formação de Mazamba contém uma sequência continental
arenosa-arenítica-conglomerática e, no norte, no Baixo Zambeze, é composta por arenitos
arcósicos, arenitos conglomeráticos e horizontes conglomeráticos.
Ao longo da escarpa ocidental dos planaltos de Cheringoma e Buzi, em ambas as margens
(norte e sul) do rio Buzi, afloram calcários glauconíticos e dolomíticos e calcoarenitos da
Formação de Cheringoma (TeC), do Terciário. Por vezes, os calcários são maciços. A
espessura desta Formação é de até 450 m.
As partes central e oriental dos planaltos de Cheringoma e Buzi encontram-se preenchidas por
uma cobertura eluvial fina composta, nas planícies ocidentais, principalmente por areia
argilosa de planícies eluviais (Qps) e, nas planícies orientais, principalmente por lamas de
planícies eluviais (Qpi).
O aluvião está bem desenvolvido nos vales dos rios Zambeze e Buzi, no Delta do Zambeze e
na Depressão de Dombe, a noroeste de Chibabawa.
A sul do Delta do Zambeze, a espessura do aluvião litoral diminui.
É possível encontrar afloramentos de arenito numa pequena faixa a norte da foz do rio Save.
Antigas cristas de praia formam cristas de areia paralelas na zona litoral pantanosa.
A zona do Graben Chire-Urema separa os planaltos de Cheringoma e Buzi, bem como a
unidade do vale e do delta do rio Zambeze em subunidades ocidental e oriental.
O graben encontra-se preenchido por sedimentos coluviais (Qc) e aluviais (Qa). O coluvião é
composto por areias argilosas residuais avermelhadas e o aluvião é composto por areias, siltes
e cascalheira.

6.12.1.4.2.1.2. Aquíferos na sub-bacia sedimentar de Moçambique a norte do rio Save

Geralmente, a Sub-bacia não é favorável à acumulação de águas subterrâneas, excluindo os


depósitos quaternários nos vales dos rios.
De acordo com Ferro e Bouman (1987), os sedimentos da Sub-bacia, relativamente ao seu
potencial em matéria de água subterrânea, são caracterizados da seguinte forma:

6.12.1.4.2.1. 2.1. Planícies de Sena

*Os arenitos com textura granular grosseira da Formação de Sena têm uma baixa
permeabilidade e podem conter água salobra com uma mineralização de até 8500 mg/l.
*Nas planícies de Sena, as melhores perspectivas encontram-se nos vales dos rios onde,
devido a uma óptima infiltração, se pode acumular água de boa qualidade. No entanto, nem
todos os vales de rios contêm água de boa qualidade. Por exemplo, a água no vale de rio
Sangadeze é caracterizada por um elevado grau de mineralização.
*Na região a norte do rio Zambeze e a oeste do Graben de Urema, podem aflorar arenitos
mais permeáveis da Formação de Sena. No entanto, esta expectativa ainda não foi confirmada
(1987).
É possível que esses arenitos mais permeáveis correspondam a terraços antigos do rio
Zambeze (por exemplo, na área de Chemba). Para definir a capacidade aquífera desses
arenitos são necessárias prospecções especiais.

6.12.1.4.2.1. 2.2. Planaltos de Cheringoma e Buzi

*As Formações (marinhas) de Grudja e Cheringoma são caracterizadas por aquíferos


baixos a moderados, especialmente no caso dos arenitos argilosos da Formação de Grudja que
são bastante desfavoráveis. Os sedimentos da Formação de Cheringoma indicam uma
qualidade da água variável, mas a qualidade pode ser influenciada pelas águas altamente
mineralizadas da Formação de Sena.
*Os sedimentos da Formação de Mazamba são comparáveis aos arenitos da Formação de
Sena. Podem ser um pouco mais produtivos e a permeabilidade pode ser ligeiramente mais
elevada.
No planalto de Cheringoma, na Formação de Mazamba, há uma camada fina e mais
permeável na transição de um arenito argiloso superior para um arenito carbonático-argiloso
inferior. Este aquífero tem uma espessura de apenas alguns metros e está localizado a uma
profundidade de entre 50-100 m.
A qualidade da água da Formação de Mazamba no planalto de Cheringoma é aceitável. A
mineralização diminui de 1500 mg/l nas proximidades de Inhaminga para 1000 mg/l perto de
Dondo e, finalmente, para cerca de 350 mg/l próximo da Beira. A concentração de cloreto é
inferior a 50 ppm e a dureza é inferior a 100 ppm CaCO3.
*Nalgumas áreas dos planaltos de Cheringoma e Buzi, desenvolve-se uma cobertura de
areia eluvial. Ao longo dos principais rios e na zona costeira, esta cobertura pode conter
águas subterrâneas pouco profundas.
A oeste da Beira, na transição do eluvião para o vale do rio Pungue, foram encontrados
depósitos de água muito ácida, com um pH de 4,5 a 6,5.

6.12.1.4.2.1. 2.3. Vale e delta do rio Zambeze

*Regra geral, o aluvião do vale do rio Zambeze tem uma boa produtividade de água. No
entanto, nalgumas partes sofre influência de água salobra; essa influência está associada
particularmente aos sedimentos da Formação de Sena.
*Os furos realizados no centro do delta do rio Zambeze (Marromeu, Luabo) indicam
aquíferos de produtividade moderada. Os poços de teste de hidrocarbonetos (Micaune I)
indicam cerca de 300 m de areia. Os diques e canais enterrados no rio são as áreas mais
promissoras.
No interior do Delta, a qualidade da água é boa, excepto nas áreas alagadas.
A mineralização aumenta em direcção à costa.

6.12.1.4.2.1. 2.4. Vale do rio Buzi e depressão de Dombe

*De acordo com a sua composição litológica, afigura-se que, nestas litologias, se pode esperar
aquíferos de produtividade moderada a boa.
Esta conclusão baseia-se apenas em dados geológicos. Não são conhecidas prospecções que
confirmem esta conclusão.

6.12.1.4.2.1. 2.5. Sistema de Graben de Chire-Urema

*O Graben de Chire-Urema encontra-se preenchido por depósitos aluviais. Nas proximidades


de Inhaminga, a espessura do aluvião é superior a 40 m e na foz do rio Pungue é de cerca de
80 m. A maioria dos depósitos aluviais argilosos é caracterizada por uma baixa
permeabilidade ou impermeabilidade. A água é sobretudo salobra.
Dentro do Graben, a mineralização aumenta na direcção das partes centrais do graben.
**No entanto, ao longo da zona marginal ocidental do Graben, nos grandes cones aluviais, há
aquíferos bons e produtivos. Os cones aluviais são compostos por sedimentos com textura
granular grosseira, que constituem boas perspectivas de água.
**Ao longo dos coluviões da zona marginal oriental, existem sedimentos que, de acordo com
sua composição sedimentar, podem incluir bons aquíferos.

6.12.1.4.2.1. 2.6. Zona litoral

*Na zona litoral, apenas as cristas de praia arenosas baixas formam aquíferos. Estas cristas
têm uma espessura de 10-20 m e estão rodeadas por sedimentos argilosos que contêm águas
salinas.
A qualidade da água pode ser boa apenas nos primeiros metros e piora com a profundidade.

6.12.1.4.2.2. Sub-bacia sedimentar de Moçambique a sul do rio Save

A Sub-bacia Sedimentar de Moçambique a sul do rio Save ocupa uma área de superfície de
cerca de 170 000 km2.
A Sub-bacia é geomorfologicamente caracterizada por extensas planícies de erosão, com uma
ligeira inclinação em direcção à costa.
As planícies são atravessadas pelos rios Save (zona ocidental da Sub-bacia) e Limpopo, bem
como por rios menores (Maputo, Umbeluzi, Rio dos Elefantes, Incomati), originários dos
Montes Libombos.
Encontram-se registados cerca de 700 lagos na área da Sub-bacia.
Todas as planícies, especialmente na região oriental da Sub-bacia, são atravessadas por
estruturas de rifte cobertas (horsts e sobretudo grabens), que se podem expressar à superfície
através de formas de relevo morfoestruturais. Porém, a maioria desses elementos estruturais
só pode ser definida por métodos geofísicos e furos.

As subunidades da Sub-bacia são as seguintes:

*Planícies do Alto Limpopo


*Planícies do Alto Changane
*Planalto de Urrongas
*Planícies desnudadas ao longo dos Montes Libombos
*Planícies aluviais (interfluviais) dos rios Limpopo e Incomati
*Funhalouro-Mabote, Massunga (Mazunga) e outros grabens
*Vales aluviais
*Planícies de dunas interiores
*Zona costeira (duna)

6.12.1.4.2.2.1. Geologia

Na região ocidental da Sub-bacia, ocorrem principalmente sedimentos de fácies


continental com textura granular grosseira (essencialmente, arenitos arcósicos).
A oeste, na região da fronteira entre Moçambique e o Zimbabué, próximo da fronteira, é raro
aflorarem sedimentos da Formação de Sena (CrSs), do Cretácico. A Formação de Sena é
composta principalmente por arenitos e conglomerados.
Para oriente surgem sedimentos da Formação de Mazamba (TeZ), do Terciário. A Formação
de Mazamba contém uma sequência continental arenosa-arenítica-conglomerática
Nas regiões sul (a sul do Rio dos Elefantes) e leste (a sul do rio Save) da Sub-bacia,
predominam os sedimentos de fácies de transição e marinhos.
*Ao longo do curso superior do rio Limpopo (e da área dos rios Uanétzi, Singuétzi, Rio dos
Elefantes e da barragem de Massingir), ocorrem sedimentos da Formação de Mapai (TeA), do
Terciário. Este é um tipo de sedimentos de transição, compostos por arenitos arcósicos e
calcários impuros (TeAm).
*A Formação de Maputo (TeP) que se segue inclui arenitos glauconíticos, conglomerados e
calcários arenosos (composição típica de fácies de transição).
*A Formação de Grudja (CrG), do Cretácico, desenvolve-se na sub-superfície de Inhambane,
sendo composta por arenitos glauconíticos, margas e calcoarenitos. Corresponde a uma parte
mais profunda da Sub-bacia e a formação de sedimentos do tipo de transição começa durante
o período de desenvolvimento do Cretácico. A Formação de Grudja atinge uma espessura de
cerca de 1500 m.
*O desenvolvimento Terciário encontra-se representado na Sub-bacia pelas Formações de
Mangulane (TeMG), Tembe (TeT), Boane (TeB) e Salamanga (TeS).
**A Formação de Mangulane (a norte de Maputo) corresponde ainda a uma unidade de
transição, que inclui arenito ferruginoso vermelho-acastanhado do Membro de Magude
(TeMm) e calcários do Membro de Calcário (TeMl).
**A Formação de Boane é composta por siltitos e siltitos ligeiramente arenosos.
**A Formação de Salamanga (a sul de Maputo) é principalmente uma unidade de fácies
marinha e os sedimentos dominantes são os calcários (puros). É possível observar margas,
arenitos e calcários fossilífero-glauconíticos. Os depósitos desta Formação afloram entre o
Rio dos Elefantes e Magude. Na sub-superfície, esta Formação estende-se para norte do rio
Limpopo, ao longo do meridiano 32°30'E.
**Na região nordeste da Sub-bacia, a Formação de Jofane ocupa um grande território ao
longo do curso inferior do rio Save e entre o rio Save e a latitude 24°S.
Ao longo de ambas as margens do Baixo Save, a Formação encontra-se representada
principalmente por um Membro de Calcoarenito (TeJc). Para o sul, um grande território é
ocupado pelo Membro de Calcário de Urrongas (TeJu). Este Membro é constituído por três
níveis com calcários e margas, seguidos por calcários fossilíferos e calcários maciços.
**A Formação de Inharrime (TeIn) é equivalente ao Membro de Calcário de Urrongas da
Formação de Jofane. Encontra-se directamente subjacente à zona de dunas ao longo da costa
sul de Moçambique. A unidade é composta por arenitos carbonatados portadores de
glauconite esverdeada-amarelada.
*Quase 70% da Sub-bacia encontram-se cobertos por sedimentos quaternários.
**A maioria das dunas interiores está coberta por uma camada eluvial de areias argilosas de
planícies de inundação eluviais (Qps) e de lamas de planícies de inundação eluviais (Qpi). A
Qps cobre grandes áreas, principalmente na parte ocidental (fronteira com o Zimbabué perto
da aldeia de Eduardo Mondlane e do meridiano 33°E) e na grande área central (entre o rio
Save, a norte, e sensivelmente a latitude 24°30'S, a sul). Este eluvião contém areias e argilas
soltas sem características dunares. Os depósitos de Qpi são sedimentos eluviais que ocupam
grandes territórios, sobretudo nas áreas centrais da Sub-bacia (entre o rio Save/Parque
Nacional de Zinave, a norte, e a latitude 24°30'S, a sul) e em formas morfológicas planas do
relevo e nos riftes-grabens, onde estes se manifestam em relevo (Graben de Funhalouro-
Mabote). A Qpi é composta por sedimentos de lama arenosos, que se encontram
frequentemente inundados e cobertos por lagoas e pântanos.
**Por toda a zona costeira, é possível encontrar um depósito de uma brilhante zona dunar
interior (Qdi) e directamente na faixa costeira com depósitos de duna eólica (Qd) e de areia
eólica (Qe).
As Dunas Interiores são uma unidade paleodunar composta por areias vermelhas com textura
granular fina a média, de grão arredondado e relativamente equigranulares. As dunas
primárias são desgastadas pela erosão, transformando-se em planícies com um relevo plano
ou ondulado. Por vezes, é possível observar a migração da antiga linha de costa de oeste para
leste. Muitos pequenos lagos e lagoas com água salgada estão localizados nas antigas
depressões intradunares.
A espessura das Dunas Interiores pode atingir 100 m.
Os depósitos de Qd são compostos por areias das praias e dunas costeiras e encontram-se por
toda a zona costeira da Sub-bacia. Trata-se de areias não consolidadas, originadas pela acção
combinada de factores relacionados com a alimentação fluvial e a erosão, tais como o vento,
as ondas do mar, as marés e as correntes ao longo da costa (Grantham et al., 2011). Nestes
depósitos estão incluídas as rochas de praia, grãos de areia cimentados que formam blocos
duros de areia de praia ao longo da linha de água do mar.
Finalmente, a Qe corresponde a camadas de areia avermelhadas arrastadas pelo vento, não
consolidadas, que formam camadas superficiais, geralmente com poucos metros de espessura.
**Os sedimentos aluviais nos vales dos rios (Planície Interfluvial Limpopo-Incomati) podem
atingir espessuras de 60 m.
**Em depressões aluviais mal drenadas (frequentemente localizadas em zonas de rifte-
graben), é possível encontrar sedimentos classificados como calcretos ou calcários lacustres
(Qll). São geralmente calcários fossilíferos de água doce, duros ou moles e ocasionalmente
meteorizados.

6.12.1.4.2.2.2. Aquíferos na sub-bacia sedimentar da bacia de Moçambique a sul do rio


Save
Geralmente, as condições hidrogeológicas não são favoráveis (ver geologia acima) a aquíferos
de águas subterrâneas, excepto nalguns depósitos aluviais dos vales dos rios, das áreas
dunares e de aquíferos mais profundos.
Mais da metade da Sub-bacia tem problemas com água subterrânea salina, especialmente na
área entre os rios Save e Maputo.
Os aquíferos mais profundos da Sub-bacia podem ser uma alternativa para o abastecimento de
água, mas a qualidade da água e uma investigação mal conduzida podem limitar a exploração
da água.

De acordo com Ferro e Bouman (1987), os sedimentos da Sub-bacia, relativamente ao seu


potencial em matéria de água subterrânea, são caracterizados da seguinte forma:

6.12.1.4.2.2.2.1. Planícies do Alto Limpopo

As planícies do Alto Limpopo estendem-se desde o Rio dos Elefantes até ao rio Save.
Os principais depósitos são as Formações Sena, do Cretácico, e Mapai, do Terciário.

*Camadas conglomeráticas e sedimentos calcários formam os principais horizontes de


produção de água.
*A quantidade de água é limitada e as produtividades superiores a 3 m³/h são raras.
*A profundidade dos lençóis freáticos e as fracas condições de recarga limitam a produção de
água subterrânea.
*A qualidade da água é aceitável. A mineralização aumenta na direcção leste, de 700 para
1300 mg/l.
*Em determinadas depressões, a mineralização pode ser muito elevada.
*A Depressão de Banhine, na parte central das planícies do Alto Limpopo, desenvolveu uma
fina cobertura aluvial com águas subterrâneas pouco profundas. Aqui, a água pode ir de
salobra a salina, com uma mineralização de até 33 000 mg/l.

6.12.1.4.2.2.2.2. Planícies do Alto Changane

As planícies do Alto Changane estão localizadas entre as planícies do Alto Limpopo a oeste, o
planalto de Urrongas a leste, o rio Save a norte e o rio Limpopo a sul.
As planícies têm subjacentes arenitos arcósicos a argilosos da Formação de Mazamba, do
Terciário.
*A produtividade dos poços é moderada a baixa. Na área entre os rios Changane e Limpopo, a
produtividade é extremamente baixa porque o arenito é muito argiloso.
*Contudo, na área de transição para as planícies do Alto Limpopo, ao longo do meridiano
32°30'E, há uma excepção positiva, onde os poços atravessam calcários da Formação de
Mangulane, do Terciário, e formam um aquífero mais profundo.
*Os depósitos quaternários encontram-se nas planícies do Alto Changane embora
desenvolvidos de forma muito subordinada e praticamente sem nenhuma relevância aquífera.
**Ao longo do vale do rio Changane e da Depressão de Bala Bala (situada entre Mabalane e
Changane-Maqueze) podem estar depositados sedimentos de até 60 m de espessura, que
produzem quantidades moderadas de água, embora frequentemente de composição salobra a
salina.
*Os aquíferos subjacentes às planícies do Alto Changane têm tipos variados de águas
subterrânea salinas.
**Nestes sedimentos, a mineralização é superior a 3000 mg/l, podendo atingir até 30 000
mg/l.
**A qualidade da água pode ser melhor localmente [vale de Chigombe, zona oeste de
Dindiza, abaixo do rio Changane, Graben de Funhalouro-Mabote, Graben de Massunga
(Mazunga)].
*Em solos de superfície arenosos e pequenas depressões locais, desenvolvem-se aquíferos de
água-doce pouco profundos. São geralmente depressões muito pequenas que recolhem águas
de superfície. Estes pequenos colectores são frequentemente a principal fonte de
abastecimento de água local. A grande flutuação do lençol freático e as fracas condições de
recarga são o motivo por que esta fonte de água vai ser de importância meramente local.
*Ferro e Bouman (1987) indicam, entre os rios Incomati e Save, a existência de um aquífero
mais profundo de água-doce (denominado Aquífero de Limpopo). A norte do rio Limpopo, é
de baixa produtividade. A permeabilidade é de 0,5 a 1,5 m/d. Os autores calculam recursos
hídricos renováveis de apenas 3 milhões de m3/ano ou 360 m3/h.

6.12.1.4.2.2.2.3. Planalto de Urrongas

O Planalto de Urrongas está localizado no nordeste da província de Inhambane.


Tem subjacentes os calcários da Formação de Jofane, do Terciário.
Uma faixa de 20 km de largura ao longo da margem oriental da área de afloramento é
caracterizada por calcários carsificados e, por conseguinte, por um aquífero muito produtivo.
Mais para ocidente, a produtividade é comparável à da Formação de Mazamba.
De um modo geral, a água subterrânea do planalto de Urrongas é salobra. É possível encontrar
água muito salobra, especialmente na parte central do planalto. A parte ocidental do planalto é
menos mineralizada, sendo comuns concentrações de sal entre 1000-1800 mg/l.
Na zona costeira carsificada, a mineralização é superior e corresponde a entre 1000 e 3000
mg/l.
No geral, as principais características dos aquíferos no planalto de Urrongas são: má
qualidade, profundidade do aquífero, grande flutuação do lençol freático e produtividade
variável.

6.12.1.4.2.2.2.4. Planícies desnudadas ao longo dos Montes Libombos

Entre a aldeia de Catuane a sul e o Rio dos Elefantes a norte, expande-se uma cadeia de
vulcanismos do Karoo (Montes Libombos) e desenvolve-se uma faixa/zona de planícies
desnudadas.
As planícies têm subjacentes aquíferos mineralizados.
Os sedimentos do Cretácico e do Terciário Inferior são de muito baixa produtividade. O grau
de mineralização é elevado.
Há melhores condições (mais produtivas) na Formação de Mangulane, do Terciário Inferior.
No entanto, nestes sedimentos a qualidade da água também é variável, sobretudo fraca.
As planícies encontram-se parcialmente cobertas por depósitos do Pliocénico ao Quaternário
(do tipo planalto). A melhor cobertura está desenvolvida entre Magude e Boane e a ocidente
do rio Matola.
Estes sedimentos de cobertura contêm alguma água subterrânea mineralizada.

6.12.1.4.2.2.2.5. Planícies aluviais (interfluviais) dos rios Limpopo e Incomati

As planícies aluviais (interfluviais) dos rios Limpopo e Incomati encontram-se nos


vales/grabens dos rios Limpopo e Incomati (Graben de Limpopo-Palmeira).
Estas planícies têm subjacente uma sequência deltaica e fluviolacustre com uma espessura de
até mais de 100 m. Estes depósitos contêm água muito salina. A mineralização diminui com a
profundidade.
A uma profundidade de 80 a 180 m, desenvolve-se um aquífero intermédio. Este contém água
fresca a ligeiramente salobra. O problema é que este aquífero está ligado a um aquífero
superior de água salina.
Há conhecimento de um aquífero mais profundo, a uma profundidade de 180 a 300 m. Este
aquífero está separado do aquífero intermédio por uma camada de argila com 60 m de
espessura. No entanto, este aquífero tem apenas 20 km de largura (faixa com orientação NO-
SE) e está localizado a sul do rio Limpopo. A permeabilidade média é de 2,4 m/d. A
mineralização é de 1000 mg/l.
Ferro e Bouman (1987) calculam que os recursos hídricos renováveis sejam de 3,5 milhões de
m3/ano ou 400 m3/h.
A exploração dos aquíferos intermédios e profundos é problemática do ponto de vista
económico devido à sua profundidade.

6.12.1.4.2.2.2.6. Funhalouro-Mabote, Massunga (Mazunga) e outros grabens

No Graben de Funhalouro, é possível encontrar depósitos de sedimentos de até 60 m de


espessura, que produzem quantidades moderadas de água, embora muitas vezes esta seja
salobra a salina.
A qualidade da água pode ser melhor localmente [vale de Chigombe, zona oeste de Dindiza,
abaixo do rio Changane, Graben de Funhalouro-Mabote, Graben de Massunga (Mazunga)].
Frequentemente, esses grabens aluviais mal drenados são lagos formados por sedimentos
lacustres (calcários lacustres ou calcretos). São, em parte, calcários de água doce e, em parte,
um recurso que não é de água doce.

6.12.1.4.2.2.2.7. Vales aluviais

Os vales aluviais desenvolvem-se ao longo de todos os rios principais (Limpopo, Incomati e


outros) na Sub-bacia.
Geralmente, os vales aluviais têm boas prospecções de água.

Rios Limpopo e Incomati


*As extensões centrais dos rios Limpopo e Incomati contêm aquíferos estratificados
produtivos de boa qualidade. As prospecções produzem até 20 m3/h/m.
No centro do vale do rio Incomati, entre Lago Chuali e Palmeira, as boas prospecções são
influenciadas negativamente pela água subterrânea altamente mineralizada das planícies
interfluviais adjacentes (ver 6.8.1.3.2.2.2.5.).
Nas extensões inferiores dos rios Limpopo e Incomati, as prospecções são limitadas, porque a
mineralização aumenta em resultado da influência de antigas inundações marinhas e da
intrusão de água do mar.
*DNA (1985) é da opinião de que os recursos de água subterrânea de aquíferos aluviais não
devem ser sobrestimados. Nas extensões centrais do rio Incomati, foram estimados 150
milhões de m3 de recursos hídricos, mas apenas 40% podem ser utilizados devido à
salinização.

Rios Save, Rio dos Elefantes, Changane, Matola, Movene e Tembe


*O aluvião destes rios está pouco desenvolvido. O aluvião destes rios contém sobretudo água
salobra a salina.

Rios Maputo e Umbeluzi


*Parcialmente, trata-se de um aluvião bem desenvolvido, mas os aquíferos podem muitas
vezes ser salinos.
*Foi identificado um aquífero de água-doce de boa qualidade a sudeste de Boane, no aluvião
do rio Umbeluzi.

6.12.1.4.2.2.2.8. Planícies de dunas interiores

Existe uma cintura de planícies de dunas interiores numa zona paralela à zona de duna
costeira por toda a Sub-bacia. As dunas primárias são desgastadas pela erosão,
transformando-se em planícies, pelo que formam um relevo plano ou ondulado. Em caso de
areias eólicas porosas, podem desenvolver-se aquíferos de água-doce.
Na área de Maputo, por exemplo, nalguns locais a água aparece a uma profundidade inferior a
3 metros.
No entanto, de um modo geral, a permeabilidade diminui na direcção do interior em
consequência do aumento do teor de argila. A permeabilidade é baixa, de 0,5 a 3 m/d. O
lençol freático aumenta à medida que se distancia do litoral. A qualidade da água está
associada a lentes de argila (por exemplo, na área de Homoine) ou a antigas inundações
marinhas (por exemplo, na área de Matola) de má qualidade.

6.12.1.4.2.2.2.9. Zona costeira (duna)

Ao longo da zona costeira da Sub-bacia, desenvolveu-se uma faixa de dunas recentes a sub-
recentes.
Estas dunas podem produzir muita água. As dunas costeiras produzem prospecções com mais
de 3 m3/h. A permeabilidade é de 4 a 8 m/d.
Por outro lado, devido à pequena distância em relação ao Oceano Índico e à existência de
muitas depressões interiores lagunares, os aquíferos podem ser limitados por uma composição
de água salobra ou salina.
A cintura costeira tem frequentemente (por vezes) subjacentes aquíferos mais profundos e
produtivos.
*Na costa de Inhambane, as dunas cobrem os aquíferos (calcários) da Formação de Jofane
(ver 6.8.1.3.2.2.2.3.).
*Por outro lado, na costa de Inharrime, as dunas cobrem os arenitos argilosos pouco
produtivos da Formação de Inharrime, onde a água subterrânea é sobretudo ligeiramente
salobra, embora entre Homoine e Massinga seja fresca.
*Mais a sul, na província de Gaza, as dunas costeiras, na sua maioria aquíferos, são
improdutivas, mas foi encontrado em Macia um aquífero com água pura.
*Na área mais a sul da foz/vale inferior do rio Incomati e entre Maputo e Manhiça, as dunas
cobrem calcários que dão gradualmente lugar, para oeste, a calcoarenitos, arenitos e arenitos
argilosos. Aqui os calcários são muito produtivos, mas a salinização é elevada.
*Na área de Maputo, existem outros dois aquíferos:

**Aquífero de Machaquene
**Aquífero de Areias de Infulene

O aquífero de Machaquene está incluído nos arenitos margosos, interestratificados por


séries de margas. O aquífero está localizado (abaixo da cidade) a uma profundidade de 120 a
300 metros. A sua espessura é de 300 m. A produtividade é baixa e a qualidade da água é
ligeiramente salobra.
O Aquífero de Areias de Infulene é mais produtivo mas a sua extensão é limitada.
*A sul de Maputo: as dunas cobrem calcários e calcoarenitos da Formação de Salamanga.
Estes sedimentos são produtivos localmente, mas por vezes também contêm água salina.
6.12.2. Água de nascente (água de mesa natural), água mineral, água termal e água para
balneologia

Não são conhecidas quaisquer definições obrigatórias internacionais para estes tipos de água.
Neste subcapítulo aplicam-se as definições abaixo indicadas:

*As águas minerais ocorrem naturalmente ou é possível preparar água contendo gases,
elementos ou sais minerais dissolvidos.
As águas minerais são aquelas que derivam de fontes naturais ou de fontes que captam água
artificialmente e onde a composição química ou as propriedades físico-químicas são
diferentes das da água comum.
*Em relação à temperatura da água de nascente (incluindo água não aquecida de poços e
excluindo a água de recursos geotérmicos), existem três grupos diferentes de água normal e
termal:

**Água de temperatura normal ou água fria: até 19 °C


**Água de nascente tépida 20 – 36 °C
**Água de nascente quente: 37 – 95 °C

*A água para balneologia é quente e/ ou mineralizada de fonte natural ou artificial, que é


usada para fins medicinais/terapêuticos ou recreativos. Esta definição também se aplica se o
conteúdo mineral da água for gerado artificialmente.

De acordo com a análise química da água mineralizada encontrada em Moçambique, estas


águas podem ser classificadas nos seguintes tipos, em função da sua natureza ácida ou
alcalina (Notícia Explicativa, 1995; Lächelt, 2004):

*Sulfáticas;
*Sulfático-cloríticas;
*Tipo clorítico (menos frequentemente);
*Clorítico-sulfáticas;
*Bicarbonático-clorítico-sulfáticas;
*Bicarbonático–sulfáticas (menos frequentemente);
*Bicarbonático-clorítico-sodalíticas
*Tipo sulfuroso.

Os solventes variam entre 0,1-8,3 g/R e são considerados de grau médio se os solventes forem
da ordem dos 2,0 g/R. A produtividade normalmente não excede 1 m³/h (Hunger, 1996).
Foram realizadas poucas análises às nascentes de água termal, termal-mineral e mineral,
devendo o seu potencial ser ainda determinado e avaliado.
É possível referir os seguintes factores de controlo das nascentes:

*Zonas sedimentares costeiras, em especial os sedimentos entre as dunas e o aluvião (zona


costeira do Sul de Moçambique)
*Zonas marginais do rifte no complexo de soco (zona marginal ocidental do rifte nas
províncias de Tete e Sofala e zona marginal oriental do rifte na província de Zambézia) e
áreas marginais das zonas de rifte
*Sistemas de falhas e fissuras no vulcanismo do Karoo, especialmente em riólitos (Montes
Libombos) e lavas traquíticas fissuradas (nascentes de Bandar)
*Bacias e zonas intracratónicas (áreas da antiga Cintura Móvel), especialmente a Depressão
do Médio e Baixo Zambeze:
*Zonas marginais do complexo de soco (de contacto) com áreas marginais de bacias
sedimentares (como, por exemplo, a área de Nacala)
*Sopés de cordilheiras (planaltos de Mueda e Macomia))
*Unidades proterozóicas reactivadas por movimentos tectónicos de rifte (províncias de
Manica e Sofala) e margens activas do complexo de soco (província de Zambézia, a sul da
latitude 16°S)
*Zonas marginais de cratões (especialmente do Cratão do Zimbabué)
*Zonas de contacto entre granitos e rochas básicas (área de Zumbo)
*Zonas marginais entre rochas básicas e sequências sedimentares (nascentes de Chinana e
Chichéri);
Cordilheiras (arcaicas) de granitos com sistemas de juntas graníticas (redes) e filonetes
graníticos (por exemplo, Serra de Vumba)

Lächelt (2004) caracteriza o triângulo formado pelas linhas de intersecção representadas pelo
bordo do Cratão do Zimbabué, pelo bordo ocidental do rifte e pela zona norte do bordo da
Depressão do Médio-Baixo Zambeze como uma combinação especial de elementos
tectónicos, favorável à ocorrência de nascentes naturais (províncias de Manica e Sofala a sul
da latitude 19°S).
.
A figura 6.96. mostra a distribuição regional das nascentes em função dos factores de controlo
acima mencionados e dos tipos de água.
Figura 6.96.: Diagrama da localização regional das nascentes em função de factores de
controlo e tipos de água

A figura 6.96.A. mostra a relação entre as nascentes e as principais unidades geológicas de


Moçambique.
Figura 6.96.A.: Relação entre as nascentes e as principais unidades geológicas de
Moçambique.

A figura 6.96.A. mostra uma boa correlação com as zonas de rifte, as zonas de bordo do
complexo de soco e o magmatismo do Karoo.
Ainda não está bem clara a posição das fontes termais no complexo de soco da província da
Zambézia. Estudos detalhados mostram que existem muitas falhas abertas em diferentes
períodos do desenvolvimento tectónico. É notório que, a partir do período pan-africano,
ocorreram intrusões de magmatismos e pegmatitos. Isso significa que, durante um longo
período, neste bloco normalmente estável de rocha de soco, existiu actividade tectónica de
falhas.

A figura 6.97. mostra a relação territorial entre a localização das nascentes e a distribuição de
epicentros em Moçambique.
Figura 6.97.: Relações territoriais entre a localização das nascentes e a distribuição de
epicentros de actividade sísmica em Moçambique

Existe uma boa correlação entre os epicentros de actividade sísmica, que mostram as
zonas/áreas da crosta terrestre em Moçambique com actividade tectónica actualmente, e a
localização de todos os tipos de nascentes naturais.
Estão excluídas as nascentes termais no complexo de soco da província da Zambézia. Aqui, as
nascentes termais não demonstram qualquer correlação com epicentros de actividade sísmica.
Provavelmente, houve falhas que se abriram em consequência da reflexão da formação de
rifte.

A tabela 6.118. enumera as nascentes naturais em Moçambique (situação em 2013).

Local/nome da nascente Folha T °C Observações


1 : 250 000
Zonas costeiras sedimentares
Zona costeira entre 2335, < 20° Na zona entre as dunas costeiras e o aluvião, podem
Pomene e Marracuene 2434/35, existir nascentes muito pequenas
2532/33
Península de Nacala 1440 < 20° Aquíferos na base da cobertura arenosa
>60 nascentes
Zonas marginais do rifte no complexo de soco e nas zonas marginais das cinturas do rifte
Mussumbo 1234 50° Margem oriental do rifte de Niassa e Graben de
Maniamba
Mecito 1634 < 20° Fracturas em sedimentos do Karoo na margem ocidental
do rifte de Urema
Metolola 1635 < 20° Margem do Rifte de Urema, perto da intrusão sienítica
mesozóica
Cananauica 1636 ? Margem oriental do Rifte de Urema e/ou unidades
(ver abaixo) proterozóicas reactivadas
Mussuril 14/1540 48° Ver abaixo
(Ver abaixo Margem da
bacia sedimentar)
Muambe 1634 37° Zona marginal da zona do Rifte do Leste Africano e
intersecção com a Depressão do Baixo Zambeze do
Karoo;
Chaminés carbonatíticas do Monte Muambe
Bandar 1634 37° Nas lavas traquíticas do Karoo e na zona marginal
(ver abaixo) ocidental do Rifte de Urema
Metambe 1635 76° Zona marginal oriental do Rifte de Urema
Chirombe 1635 76° Zona marginal oriental do Rifte de Chire
Liciro 1636 60° Zona marginal oriental do Rifte de Chire
Milange 1636 60° Zona marginal oriental do Rifte de Chire
Murrumbala 1735 78° Zona marginal oriental do Rifte de Urema
Águas Quentes 1735 78° Zona marginal oriental do Rifte de Urema
Vale do rio Rupizi 1834 48 – Complexo de soco influenciado por formação de rifte e
Várias nascentes 64,5° zona marginal ocidental do Rifte de Urema
Rupizi (Rupizli) 1834 60° Complexo de soco influenciado por formação de rifte e
zona marginal ocidental do Rifte de Urema
Nhambita 1834 ~62° Complexo de soco influenciado por formação de rifte e
zona marginal ocidental do Rifte de Urema
Zónuè 1932 33° Complexo de soco influenciado por formação de rifte,
(ver abaixo) influenciado pela zona marginal do Cratão do Zimbabué
Ximane 1933 37° Complexo de soco influenciado por formação de rifte
Peguasi 1933 42° Complexo de soco influenciado por formação de rifte
Toa 1933 40 Complexo de soco influenciado por formação de rifte
Parmassara 1933 36 Complexo de soco influenciado por formação de rifte
Escarivira 1933 50° Complexo de soco influenciado por formação de rifte
Nhamacombe 1933 36° Complexo de soco influenciado por formação de rifte ou
(ver também abaixo) zonas marginais do Cratão do Zimbabué
Rupice 1934 ? Complexo de soco influenciado por formação de rifte ou
zonas marginais do Cratão do Zimbabué
Chichere 1934 47° ? Complexo de soco influenciado por formação de rifte e
(ver também abaixo) 50° ? zona marginal ocidental do Rifte de Urema e
60° ? Zonas marginais entre rochas básicas e sequências
sedimentares na província de Sofala
Chinana 1934 ? Complexo de soco influenciado por formação de rifte e
(ver também abaixo) zona marginal ocidental do Rifte de Urema e
Zonas marginais entre rochas básicas e sequências
sedimentares na província de Sofala
Macune 2033 58° Zonas marginais do Cratão do Zimbabué
Zona marginal (de contacto) da bacia sedimentar com o complexo de soco
Serra de Mesa (Nacala) 1440 <20° Nascentes em sedimentos na zona de contacto do
(ver também abaixo) complexo de soco e/ou nascentes no sopé das montanhas
Mussuril 14/1540 48° Nascentes em sedimentos na zona de contacto do
(podem também ser complexo de soco. Ocorrem na proximidade vulcânicas de
zonas costeiras Angoche do Karoo.
sedimentares)
Manganha da Costa 1637 73 – Zona marginal do complexo de soco e depósitos da bacia
82° sedimentar
MucupiMucupi 163716 ??? Zona marginal do complexo de soco e depósitos da bacia
sedimentar
Mavinha 1638 64° Zona marginal do complexo de soco e depósitos da bacia
sedimentar
Mualama 1638 64° Zona marginal do complexo de soco e depósitos da bacia
sedimentar
Inhafula 1736 82° Zona marginal do complexo de soco e depósitos da bacia
sedimentar
Namacurra 1736 75° Zona marginal do complexo de soco e depósitos da bacia
sedimentar ou fracturas no complexo de soco
Ver também abaixo
Sistemas de falhas e fissuras no vulcanismo do Karoo
Bandar 1634 37° Nas lavas traquíticas do Karoo e na zona marginal
(ver acima) ocidental do Rifte de Urema
Região de Espungabera- 2032/33 ? Falhas no vulcanismo do Karoo
Dombe-Chibabava
Várias nascentes
Ressano Garcia 2531 < 20° Falhas e fissuras em riólitos
Várias nascentes
Fonte de Montemor 2531 < 20° Falhas e fissuras em riólitos
(Fonte de Monte Mor)
Namaacha 25/2632 < 20° Falhas e fissuras em riólitos
Várias nascentes
Goba 2532 < 20° Falhas e fissuras em riólitos
Várias nascentes
Mocumba 2532 < 20° Falhas e fissuras em basaltos
Fonte Herminia 2532 < 20° Falhas e fissuras em riólitos
Fonte de Ferrão 2532 < 20° Falhas e fissuras em riólitos
Duas nascentes: Ferrão
1,2
Zonas marginais dos cratões
Zónuè 1932 33° Complexo de soco influenciado por formação de rifte,
(ver acima) provavelmente influenciado pela zona marginal do Cratão
do Zimbabué
Matende 1932 40° Falhas do soco influenciadas pela margem do Cratão do
Zimbabué
Maforga 1933 7° Falhas do soco influenciadas pela margem do Cratão do
Zimbabué
Rupice-Matende 1933 60° Falhas do soco influenciadas pela margem do Cratão do
Zimbabué
Nhamacombe 1933 36° Zonas marginais do Cratão do Zimbabué ou complexo de
(ver também acima) soco influenciado por formação de rifte
Massangana 2032 27° Zonas marginais do Cratão do Zimbabué
Chaira 2032 20 – Zonas marginais do Cratão do Zimbabué/Cintura Móvel
30° de Limpopo influenciada/área da bacia meso-cenozóica do
Karoo nas proximidades
Mepotepote 2032 ? 27° Zonas marginais do Cratão do Zimbabué/Cintura Móvel
(Metotepote) de Limpopo influenciada/área da bacia meso-cenozóica do
Karoo nas proximidades
Lucite 2033 36° Zonas marginais do Cratão do Zimbabué
Duas nascentes: Lucite 1
e2
Mechenezi 2033 31° Zonas marginais do Cratão do Zimbabué
Puiziz 2033 20 – Zonas marginais do Cratão do Zimbabué
30°
Mechenezi 2033 31° Zonas marginais do Cratão do Zimbabué
Bacias intracratónicas e cinturas
Área de Zumbo 1530 30 – Fracturas na zona marginal norte da Depressão do
Várias nascentes ~50° Zambeze
(ver também abaixo)
Metâmboa 1530 >50° Fracturas na zona marginal norte da Depressão do
Zambeze
Zumbo 1530 50° Fracturas na zona marginal norte da Depressão do
Zambeze
Cacunguè 1530 52° Fracturas na zona marginal norte da Depressão do
Zambeze
Palmas 1530 37° Fracturas na zona marginal norte da Depressão do
Duas nascentes Zambeze
Candjama 1530 46° Fracturas na zona marginal norte da Depressão do
Zambeze
Membe 1530 52° Fracturas na zona marginal norte da Depressão do
Três nascentes Zambeze
Mugangádzi 1531 ? Falhas na Depressão do Zambeze
Zona marginal norte da 1531 ? Zona de fractura da zona marginal norte da Depressão do
Depressão do Zambeze Zambeze
Várias nascentes sem
denominação
Vúzi 1531 ? Zona de fractura da zona marginal norte da Depressão do
Zambeze
Carinde/Pitões 1531 37 – Zona marginal da Depressão do Zambeze
52°
Boroma 1633 80° Falhas na zona marginal da Depressão do Zambeze e
margem oriental exterior do Rifte de Urema
Nisondive (área de 1633 80° Falhas na zona marginal da Depressão do Zambeze e
Boroma) margem oriental exterior do Rifte de Urema
Cordilheiras
Ao longo do sopé das 1139 20 – Nascentes no sopé das montanhas
montanhas do planalto 25°
de Mueda

Serra de Mesa (Nacala) 1440 <20° Nascentes em sedimentos na zona de contacto do


(ver acima) complexo de soco e/ou nascentes no sopé das montanhas
Unidades proterozóicas reactivadas por movimentos tectónicos de rifte e margens activas do complexo de
soco
Alto Molócuè 1537 ? Fracturas no complexo de soco
Cananauica 1636 ? Margem oriental do Rifte de Urema e/ou unidades
(ver abaixo) proterozóicas reactivadas
Munhamade 1636 63° Fracturas no complexo de soco
Mucune 1637 63° Fracturas no complexo de soco
Gilé 1638 64° Fracturas no complexo de soco
Nhambure 1733 ? Fracturas no complexo de soco
Nhabote (Nhaboto) 1733 ? Fracturas no complexo de soco
Namacurra 1736 75° Fracturas no complexo de soco ou zona marginal do
complexo de soco e depósitos da bacia sedimentar
Ver também acima
Nhafuba 1736 >70°

Zonas de contacto entre sedimentos e rochas básicas


Chichére (Chichéri) 1934 47° ? Zonas marginais entre rochas básicas e sequências
50° ? sedimentares na província de Sofala e complexo de soco
60° ? influenciado por formação de riftes e zona marginal
ocidental do Rifte de Urema

Chinana 1934 ? Zonas marginais entre rochas básicas e sequências


sedimentares na província de Sofala e complexo de soco
influenciado por formação de riftes e zona marginal
ocidental do Rifte de Urema

Zonas de contacto entre granitos e rochas básicas


Área de Metamboa- 1530 50° e Ocorrência entre granitos e intrusões básicas, fracturas na
Zumbo >50° zona marginal norte da Depressão do Zambeze
Várias nascentes
(ver também acima)
Cordilheiras (arcaicas) de granitos com sistemas de juntas graníticas
Penhalonga 1832 < 20° Fissuras em granitos pré-câmbricos
(Pensalonsa)
Vumba/Manica 1832 < 20° Fissuras em granitos pré-câmbricos
Mussumba ?
Novinha ?
Muapuri ?
Nascentes de posição incerta
Inguingire 1338 < 20° ?
Camanguire 1636 ? Poderá ser a zona entre o complexo de soco e sedimentos
da Bacia Sedimentar/rifte oriental de Chire?

Legenda da tabela 6.118.

Sem dados suficientes


Nascente de água fria <20 °C
Nascente de água tépida 20 – 36
°C
Nascente quente >36 °C
Tabela 6.118: Lista de nascentes naturais em Moçambique, classificadas em função da
temperatura da água (adaptada de Freitags, 1995; Lächelt, 2004)

A tabela 6.118 mostra que as nascentes termais onde foram medidas as temperaturas mais
elevadas (>50 °C) ocorrem predominantemente em margens activas de rifte e na zona do
complexo de soco ao longo da margem do rifte. As nascentes localizadas em estruturas
reactivadas de formação de rifte do soco são caracterizadas por temperaturas de água que
variam entre 20 e 50 °C.
A água engarrafada é produzida apenas a partir de alguns locais/áreas (2012):

*Áreas de Namaacha-Goba (província de Maputo)


*Fonte de Montemor (província de Maputo)
*Vila de Manica/Montanhas de Vumba (província de Manica)
As nascentes termais que se seguem foram já utilizadas temporariamente para tratamento
terapêutico:

*Águas Quentes (província da Zambézia)


*Munhamade (província da Zambézia)
*Mucupi (província da Zambézia)
*Matende/Matendi (província de Manica)

6.12.2.1. Cinturas sedimentares costeiras, em especial os sedimentos entre as dunas e o


aluvião (zona costeira do Sul de Moçambique)

6.12.2.1.1. Zona costeira entre Pomene e Marracuene


(Folhas 2335, 2434/35, 2532/33)

Na zona costeira entre Pomene e Marracuene, surgem em vários locais, entre as dunas
costeiras e o aluvião, nascentes muito pequenas com temperaturas baixas (<20 °C).
Devido à proximidade do Oceano Índico, a água pode ser salobra ou, no caso de influência
das lagoas, pode ser salina.
As nascentes produzem quantidades muito baixas e estas são provavelmente usadas apenas
pela população local.

6.12.2.1.2. Península de Nacala


(Folha 1440)

Na península de Nacala, mais de 60 nascentes têm origem na base da cobertura de areia, mas
as suas descargas são pequenas (Ferro e Bouman, 1987).
As nascentes produzem quantidades muito baixas e estas são provavelmente usadas apenas
pela população local.

6.12.2.2. Zonas marginais do rifte no complexo de soco (zona marginal ocidental do rifte
nas províncias de Tete e Sofala e zona marginal oriental do rifte na província de
Zambézia) e nas zonas marginais das cinturas do rifte

Nesta área são conhecidas, no total, 23 nascentes naturais, 2 nascentes de água fria, 3
nascentes de água tépida e 18 nascentes de água quente (ver Tabela 6.126.).
Estas nascentes estão associadas à fracturação do rifte em ambas as margens dos grabens,
especialmente dos Grabens de Chire e de Urema.
No complexo de soco, as nascentes estão concentradas ao longo das estruturas de graben e
aqui o complexo de soco é influenciado pelo fraccionamento, pela fissuração e pelas intrusões
magmáticas. A orientação do fraccionamento é sobretudo paralela à estrutura de graben, mas
também são comuns falhas transversais ou elementos lineares com qualquer outra orientação.
Actualmente, estas zonas/áreas apresentam actividade tectónica, bem demonstrada pelo
elevado grau de concentração dos epicentros sísmicos nos grabens; estes são seguidos por
zonas de influência tectónica e magmática (Figura 6.95.A).
Regra geral, estas nascentes ainda não foram bem estudadas e existe grande potencial para
estudos mais orientados, no sentido de definir o potencial em matéria de água de nascente, a
sua composição química e as diferentes temperaturas da água.
No entanto, algumas das nascentes termais foram usadas temporariamente no passado ou
estudadas de forma mais intensiva. Devem ser aqui mencionadas especialmente três destas
nascentes quentes:
*Nascente quente de Águas Quentes
*Nascente quente de Nhafuba
*Nascentes quentes de Nhambita/Rupizi

Nascente quente de Águas Quentes


(Folha 1735)

A Nascente de Águas Quentes está localizada cerca de 20 km a oeste da vila de Morrumbala,


no sopé do talude leste da Serra da Morrumbala, e as suas propriedades curativas são
conhecidas desde 1898.
A nascente emite gases ricos em enxofre e água quente com uma temperatura superior a 70
°C.

Nascente quente de Nhafuba


(Folha 1736)

A Nascente de Nhafuba está localizada cerca de 35 km a noroeste da cidade de Nicoadala.

*Esta nascente também emite gases ricos em enxofre e água quente com uma temperatura
superior a 70 °C.
*A Nascente de Nhafuba também precipita carbonatos, sílica e sais, que formam depósitos
hidrotermais típicos de sinter com estruturas bandadas ou laminadas finamente, de cor branca
a bege (GTK, 2006).

Esta nascente termal está provavelmente relacionada com a actividade de plumas do manto e
a formação de riftes do Gondwana durante o Mesozóico-Cenozóico. No entanto, como está
localizada nas margens do vale do rio Zambeze, é mais provável que haja uma relação com a
formação de riftes do Cenozóico-Quaternário ao longo do Sistema de Rifte do Leste Africano
(GTK, 2006).

As nascentes termais de Águas Quentes e Nhafuba têm potencial para fins curativos e, em
conjunto com a vizinha Serra da Morrumbala, também têm potencial turístico. Os trilhos até
ao topo da Serra da Morrumbala, às nascentes naturais e às cascatas constituem roteiros de
caminhada atractivos com ênfase eco/geoturística.

Nascentes quentes de Nhambita/Rupizi


(Folha 1834)

A nascente quente de Nhambita está localizada a cerca de 600 m da margem norte do rio
Punguè, precisamente no canto sudoeste do Parque Nacional da Gorongosa e 55 km a sul da
Serra da Gorongosa.

A nascente quente de Nhambita está localizada em rochas mesoproterozóicas do Grupo de


Macossa (P2BM) que, nesta área, é composto por gnaisses granatífero-silimaníticos,
micagnaisses e metagrauvaques (P2BMsi).
Na área paralela ao Graben de Urema, desenvolveram-se enxames de diques de quartzo,
granito, basalto, microgabro e microdiorito.
A alguma distância, a sul da nascente, afloram pegmatitos (pegmatitos portadores de Sn) que,
em conjunto com a área da nascente, estão incluídos na zona de mineralização de fluorite.
No seu conjunto (incluindo as nascentes desta área), são elementos integrados da zona com
actividade tectónica da margem do rifte, o que é também confirmado por epicentros sísmicos
que confirmam que, até muito recentemente, existiu ali actividade tectónica.
As falhas nesta área correm sobretudo em paralelo ao Graben de Urema (N-S/NE-SO), mas
também podem existir outras direcções.

A nascente quente de Nhambita foi estudada por Steinbruch& Broder J. Merkel (2008). As
características desta nascente estão de acordo com estes autores.

"Existe descarga de água termal ao longo de uma zona de 100 m de comprimento para NE-
SO, com temperaturas de água entre 42 e 64,5 °C. A água da Nascente de Nhambita tem uma
temperatura de descarga de 62 °C.
A água termal é uma água sódica-cloretada-sulfatada pouco mineralizada enriquecida com
fosfato, flúor e níquel. Os níveis de fluoreto (8,63 mg/l) e de fosfato (1,72 mg/l) são elevados.
A água tem um baixo teor de TIC (HCO3–, CO2, CO32–), o que é uma clara indicação de que a
água não esteve em contacto com qualquer vulcanismo activo."

De acordo com a classificação utilizada pelos hidrogeólogos moçambicanos, o tipo de água


pode ser caracterizado como:

* *Tipo clorítico-sulfático

Nascente quente de Rupici


(Folha 1834)

A nascente quente de Rupici (621092/7906155) fica perto da nascente quente de Nhambita.


No pequeno vale de Rupice, existem muitas pequenas nascentes que, no seu conjunto, podem
ser consideradas uma área de nascente.
*A temperatura varia entre 42 e 64,5 °C.
*A nascente quente de Rupici tem uma temperatura de descarga de 60 °C.
A composição química das águas parece ser idêntica à da Nascente de Água Quente de
Nhambita.

6.12.2.2.1. Zona marginal sudeste do Cratão do Zimbabué

Esta zona é a continuação das zonas marginais do rifte no complexo de soco acima descritas.
De um modo geral, esta zona pode ser definida como estando situada entre o sul do meridiano
16°S e estendendo-se na direcção sudoeste até à fronteira entre Moçambique e o Zimbábue.
Não foi encontrada uma relação clara com as estruturas de rifte.
No entanto, provavelmente a fase de formação de rifte terá influenciado as áreas externas do
Cratão do Zimbabué, tendo-se formado fissuras e falhas activas ao longo desta zona marginal
externa do cratão. Este fenómeno tem subjacente uma zona de vulcanismos do Karoo que se
expande ao longo desta área através de actividades sísmicas (Figura 6.95.A.).

As águas termais são conhecidas em muitos lugares, tais como:

*Zónuè
*Matende
*Nhamacombe
*Massangana
*Chaira
*Mepotepote
*Lucite
*Mechenezi
*Puiziz
*Mechenezi

As temperaturas variam entre 20 °C e 40 °C e, na direcção noroeste (Graben de Urema), as


temperaturas atingem 60 °C (área da Nascente de Rupice-Matende).
As temperaturas mais elevadas (temperaturas de nascente quente) demonstram a influência
significativa do Graben de Urema.
O grau de sondagem realizada sobre estas nascentes é geralmente baixo.
A Nascente de Zónuè (folha 1932, 487745/862286) é mencionada nos relatórios geológicos
do GTK (2006).
*Foram medidas temperaturas de 33 °C.

A Nascente de Massangana (folha 2032) foi visitada por Hunger (1996), que procedeu à
recolha de dados. *Os solventes catiónicos destas nascentes variam entre 0,06–1,2 g/R,
situando-se normalmente entre 0,1–0,2 g/R.
*A produtividade é inferior a 1 m3/h, sendo excepcionalmente possível uma produtividade da
nascente de 9 m3/h.

Do ponto de vista do interesse de uma possível utilização destas nascentes, elas pertencem a
uma segunda categoria, com excepção das Nascentes de Rupice e Matende, também devido à
sua posição infra-estrutural desfavorável.

A baixa temperatura (7 °C) encontrada neste grupo de nascentes deve-se à sua localização
geográfica, incluindo a Nascente de Maforga. Esta nascente está localizada na província de
Manica, a sul da auto-estrada N6, alguns quilómetros a sudeste de Gondola.
*A nascente está localizada no complexo de soco, a oeste da zona marginal influenciada do
soco. Na área da nascente, afloram paragnaisses migmatíticos mesoproterozóicos do
Complexo de Báruè (P2BCmi). Ocorrem também metassedimentos siliciclásticos (P2BCss).
*A nascente é do tipo falha-fissura, sendo muito semelhante às nascentes do tipo granítico
(Vumba/Manica). Porque o tipo de fissura difere dos granitos e também difere das falhas de
margem de rifte, foi incluída dentro da zona de influência do Cratão de Zimbabué.
*No entanto, talvez fosse mais correcto incluir esta nascente nas unidades proterozóicas do
complexo de soco influenciadas pela tectónica de falhas.

6.12.2.3. Zona marginal (de contacto) da bacia sedimentar com o complexo de soco

Nalgumas áreas, onde as bacias meso-cenozóicas-quaternárias estão em contacto com o


complexo de soco proterozóico, podem ocorrer dois tipos de nascentes naturais:

*1o tipo: nascentes em sedimentos onde, na realidade, o soco funciona como um depósito
e, ao longo deste depósito, a água emerge.
*2o tipo: o complexo de soco é influenciado por fraccionamento em consequência da
reactivação tectónica da margem do soco.

Área de Nacala
(Folha 1440)
O 1o tipo é representado por cerca de 60 nascentes na área de Nacala que afloram entre os
sedimentos e as rochas do soco.
*Todas estas nascentes são de muito baixa produtividade e as temperaturas da água são
inferiores a 20 °C.
*Este tipo pode ser de interesse apenas para o abastecimento de água da população local.
O 2o tipo encontra-se no complexo de soco, sobretudo na província da Zambézia.
*As fracturas estão activas dentro do Complexo, a uma distância de vários quilómetros entre o
complexo de soco e a margem da bacia sedimentar meso-cenozóico- quaternária.

Este tipo/grupo de nascentes inclui sete nascentes quentes:

*Mussuril
*Manganha da Costa
*Mucupi
*Mavinha
*Mualama
*Inhafula
*Namacurra

Todas estas são verdadeiras nascentes quentes, com temperaturas de água que variam entre 48
°C e 75 °C.
Na verdade, estas nascentes não foram estudadas nem foram publicados quaisquer dados
sobre a sua natureza química.
Tendo em conta a posição infra-estrutural destas nascentes, pode ser aconselhável um estudo
especial.

6.12.2.3.1. Sopé de cordilheiras

As nascentes nesta posição correspondem a um subtipo da zona (de contacto) marginal da


bacia sedimentar com o tipo do complexo de soco. A sua característica especial é que o
complexo de soco forma um maciço/ cordilheira topográfica que mergulha na bacia
sedimentar num ângulo íngreme.
Estas condições favorecem frequentemente a formação de aquíferos.

Existem duas cordilheiras situadas nas margens dos planaltos:

*SO de Mueda no Planalto de Mueda (folha 1440)


*NNO de Pemba no Planalto de Macomia (folha 1139)

Aparecem várias nascentes com descargas de até 30 l/s nas margens dos planaltos.
*A água de nascente é muito pobre, com um teor de cloreto que varia entre 15 e 45 ppm.
*A água é ácida (pH de 5,2 a 5,7) e macia (20 a 130 ppm de CaCO3) e, por conseguinte,
agressiva e corrosiva para construções de betão (Ferro e Bouman, 1987).
*A temperatura da água é baixa, entre 20 e 25 °C.

As Nascentes de Serra de Mesa (área de Nacala) podem ser consideradas um exemplo deste
tipo de nascente.
Estas nascentes podem ser apenas de interesse local.

6.12.2.3.2. Zonas marginais entre rochas básicas e sequências sedimentares na província


de Sofala
Na Folha 1934, ocorrem algumas nascentes no limite entre as rochas básicas e as sequências
sedimentares do Graben de Urema.
As nascentes não foram estudadas.
Lächelt (2004) mencionou duas nascentes:

*Nascente de Xinana Chinana (folha 1933)


*Nascente de Chichére (Chichéri) (folha 1934)

A Nascente de Chichere regista uma temperatura da água de cerca de 50 °C. Esta temperatura
corresponde ao grupo das nascentes quentes vizinhas na zona marginal ocidental do rifte do
Graben de Urema (ver 6.8.2.2.).

6.12.2.3.3. Unidades proterozóicas do complexo de soco influenciadas pela tectónica de


falhas nas províncias de Zambézia e Nampula

Estas nascentes são um subtipo especial da zona (de contacto) marginal da Bacia Sedimentar
e das áreas das margens activas do complexo de soco.
Corresponde ao 2o tipo acima mencionado, que se encontra no complexo de soco,
principalmente na província da Zambézia.
Nas proximidades deste subtipo, havia também fracturas activas dentro do Complexo, mas a
uma distância de alguns quilómetros do complexo de soco e da margem da Bacia Sedimentar
meso-cenozóico-quaternária.

São representantes típicas destas nascentes:

*Namacurra
*Molócuè
*Gilè

Estas nascentes encontram-se todas na província da Zambézia.


Devido ao facto de não haver uma delimitação entre esses dois grupos/subtipos, a Nascente de
Namacurra é mencionada duas vezes.
Podem também ser incluídas neste grupo de nascentes:

*Alto Molócuè
*Munhamade
*Mucune
*Nhambure
*Nhabote
*Nhafuba

É notório que algumas dessas nascentes estão localizadas na jazida pegmatítica do Alto
Ligonha, o que demonstra que, começando com o evento tectónico pan-africano, houve
actividade tectónica de falhas e diques.

*Todas estas são verdadeiras nascentes quentes, com temperaturas de água entre 63 °C e 75
°C.
*Na verdade, estas nascentes não foram estudadas nem foram publicados quaisquer dados
sobre a sua natureza química.
*Recomenda-se que algumas dessas nascentes sejam objecto de um estudo mais aprofundado.
6.12.2.4. Sistemas de falhas e fissuras no vulcanismo do Karoo

No vulcanismo do Karoo, as nascentes ocorrem principalmente em riólitos e raramente em


basaltos (?) e lavas traquíticas.
Na sua maior parte, são boas águas de mesa com temperaturas <20 °C (raramente até 24 °C).

As principais áreas/locais de nascentes são:

*Montes Libombos [áreas de Namaacha-Goba, Ressano Garcia e outras (Província de


Maputo)]
*Zona de Espungabera-Dombe-Chibabava (províncias de Manica e Sofala)
*Lavas traquíticas fissuradas na província de Tete

As nascentes das áreas de Namaacha, Goba e Ressano Garcia produzem (2012) para o
mercado nacional (e para exportação), ou prevê-se que produzam no futuro, água engarrafada
de boa qualidade.
Nas proximidades de Namaacha, a água subterrânea derivada de riólitos é engarrafada.
A Nascente da Fonte de Montemor é bem conhecida (sobretudo na província de Maputo).

Na zona dos Montes Libombos, ocorrem várias nascentes:

*Ressano Garcia (várias nascentes)


*Namaacha (várias nascentes)
*Goba (várias nascentes)
*Fonte de Montemor
*Mocumba
*Fonte Herminia
*Fonte de Ferrão

6.12.2.4.1. Áreas de Namaacha, Goba e Ressano Garcia nos Montes Libombos


(Folhas: 2531/32, 2632)

Nos riólitos, os recursos hídricos estão associados a sistemas de falhas e fissuras. Não há
grandes recursos de águas subterrâneas, mas, associada aos existentes, há água em circulação
que dá origem a água de mesa de muito boa qualidade.

A mineralização é inferior a 500 mg/l, a dureza é baixa (<10 ppm de CaCO3).


*A composição da água inclui desde cloreto a bicarbonato de sódio.
Assim sendo, as águas são classificadas como:
*tipo bicarbonático-clorítico;
*tipo bicarbonático (menos frequentemente);
*tipo clorítico-bicarbonático (menos frequentemente).

As temperaturas destas águas variam entre 19 e 24 °C.

Muitas nascentes nas áreas acima mencionadas pertencem a este tipo de nascente. Há um
potencial relevante para uma boa água de mesa.
A água subterrânea em basaltos é mais mineralizada e mais dura, especialmente ao longo das
margens das bacias sedimentares, onde a mineralização pode ser de até 8500 mg/l, bem como
na extremidade dos Libombos (Ferro e Bouman, 1987).
Só num local é que ocorre em basaltos água que pode ser de nascente (?). Não há qualquer
razão para classificar este afloramento como uma verdadeira nascente natural.

6.12.2.4.2. Zona de Espungabera-Dombe-Chibabava


(Folhas 2032/33)

Na zona de Espungabera-Dombe-Chibabava, entre os rios Buzi e Save, são conhecidas várias


nascentes termais associadas às falhas do Karoo. Ao mesmo tempo, esta zona é
tectonicamente influenciada pela margem SE activa do Cratão do Zimbabué.
São conhecidas várias pequenas nascentes na área, mas não há estudos sobre a composição
química das mesmas nem foram recolhidos quaisquer outros dados sobre a qualidade da água.

*É provável que a água das nascentes associadas a falhas em vulcanismos do Karoo (análogas
às dos Montes Libombos) seja de baixa temperatura (<20 °C).

Considerando o interesse numa possível utilização destas nascentes, actualmente não há


necessidade de organizar investigações detalhadas, também devido à sua posição infra-
estrutural desfavorável e ao facto de já se encontrar disponível um grande potencial deste tipo
de água nos Montes Libombos.

6.12.2.4.2. Nascentes em lavas traquíticas fissuradas


(Folha 1634)

Na margem NE do rio Zambeze, nas fissuras de lavas traquíticas da Formação de Chueza


(JrC), de idade do Karoo, ocorrem pequenas nascentes. A Nascente de Bandar será talvez a
mais importante e mais conhecida:

Nascente de Bandar
(Folha 1634)

A Nascente de Bandar está localizada a sudeste da cidade de Tete, na margem nordeste do rio
Zambeze (16°37'42''S, 34°10'01''E).
A nascente ocorre na intersecção de lavas traquíticas de idade do Karoo com o sistema de
falhas da zona marginal ocidental do Sistema de Rifte do Leste Africano (zona marginal
externa mais ocidental dos Grabens de Chire-Urema).

*Não foram publicados quaisquer dados sobre a composição química.


*A temperatura da água da nascente é de 37 °C.

Devido à posição geográfica favorável (e à proximidade de uma importante zona mineira),


recomenda-se o estudo desta nascente (este campo de nascente?) relativamente à sua
adequação para turismo e/ou balneologia.

6.12.2.5. Bacias e cinturas intracratónicas (áreas da antiga Cintura Móvel)

Em Moçambique, este grupo de nascentes naturais está especialmente presente nas


Depressões do Médio e Baixo Zambeze. No entanto, será mais correcta uma posição no
interior do complexo de soco, porque existem não apenas unidades cratónicas (Cratão do
Zimbabué) mas também unidades proterozóicas nas margens destas bacias e cinturas.
No caso da Depressão do Zambeze, esta tem subjacente a antiga Cintura Móvel do Zambeze e
as cinturas móveis posicionam-se sobretudo entre cratões arcaicos.
As nascentes em questão estão associadas à fissuração frequente (fissuração e tectónica de
falhas de idade pan-africana a sub-recente e recente) no interior e ao longo das
bacias/cinturas.
Deve incluir-se neste grupo de nascentes os processos de magmatismo ácido a básico nas
proximidades das bacias/cinturas, independentemente da idade das intrusões magmáticas,
porque, de um modo geral, as zonas/áreas de fronteira com as bacias são caracterizadas por
actividades tectónicas que são contínuas, embora com interrupções, desde o período Pré-
câmbrico até aos dias de hoje.
Uma combinação de todos estes eventos encontra-se representada na área de Metamboa-
Zumbo, onde ocorrem nascentes em sistemas de falhas e zonas de contacto entre granitos e
rochas básicas.

Área de Metamboa-Zumbo
(Folha 1530)

Foram localizadas várias nascentes de água mineral na área de Metamboa-Zumbo,


relacionadas com zonas de fractura de orientação E-O ao longo da margem norte da Cintura
de Fíngoè.
Também ocorrem fracturas na área marginal norte da Depressão do Zambeze.
Algumas das nascentes desta área estão claramente localizadas na zona de contacto entre
granitos e intrusões básicas, mas, provavelmente, as nascentes utilizaram apenas a zona de
fraqueza entre duas intrusões diferentes.
Por exemplo, a (verdadeira) Nascente de Zumbo está localizada nesta posição.

*As temperaturas das nascentes, onde já foram definidas, são de 50 °C e >50 °C.

As ocorrências estão localizadas em áreas demasiadamente remotas para facilitar a exploração


comercial com o nível actual de infra-estruturas.

Nascente de Boroma
(Folha 1633: posição: 549918/8225478)

A Nascente de Boroma está localizada directamente a sul da Barragem de Cahora Bassa.


Em termos geológicos, a nascente está localizada na zona de falha da margem sul da
Depressão do Médio Zambeze.
Esta nascente já é conhecida há muito tempo.

*A composição química da nascente ainda não foi estudada.


*A temperatura da água da nascente é de 80 °C.

A infra-estrutura não está desenvolvida. Há uma ligação entre Cahora Bassa e Tete através de
uma estrada de cascalho, a Estrada 455.
Recomenda-se a inclusão da Nascente de Boroma em mais programas especiais de estudo das
nascentes naturais.

6.12.2.6. Serras arcaicas de granitos com sistemas de juntas graníticas (redes), filonetes
graníticos (Serra de Vumba)
A água da chuva de sistemas de juntas e filonetes dos corpos graníticos infiltra-se nalguns
maciços graníticos.
Ao descer pela rocha, a água é bem filtrada e retira da rocha substâncias químicas, o que se
traduz na ocorrência das melhores nascentes de água de mesa no sopé do maciço.
Este tipo de nascentes inclui:

*Serra de Vumba/Manica
*Mussumba
*Novinha
*Muapuri

As temperaturas destas águas variam entre 19 e 24°C.

Serra de Vumba/Manica
(Folha 1832; posição: 485966/7901012)

A água de mesa (por vezes também denominada de água mineral) é explorada


comercialmente a partir das nascentes do Monte Vumba, perto de Manica.
A água do Monte Vumba é descrita nalgumas publicações (GTK, 2006) como água mineral
mas, de acordo com as características mencionadas neste livro (ver composição química das
águas minerais) para as águas minerais, não há conteúdo suficiente para incluir esta água em
qualquer um dos tipos de água mineral.
No entanto, a água de Vumba é uma das melhores águas de mesa. A água passa através de
juntas graníticas e portanto, por um lado, é bem filtrada e, por outro, os elementos químicos
são assimilados do granito e dão origem a água de mesa de muito boa qualidade.

É difícil emitir um parecer quanto ao potencial desta água para exploração. A quantidade de
água de nascente que pode ser engarrafada depende da chuva, mas a Serra de Vumba está
localizada numa área montanhosa com pluviosidade suficiente para este tipo de exploração da
água.

Nascentes de Mussumba, Novinha e Muapuri

A única informação existente (GTK, 2006) é de que estes granitos contêm muitas fissuras e
estão associados a estas nascentes.
Não foi possível encontrar a verdadeira localização ou quaisquer características das nascentes.
7.0. Agradecimentos

Desejo agradecer à Excelentíssima Sra. Ministra dos Recursos Naturais de Moçambique, a


Sra. E. L. N. Bias, que promoveu este projecto com atenção e benevolência desde o início.
Os meus sinceros agradecimentos ao Director Nacional da Direcção Nacional de Geologia de
Moçambique, o Sr. Dr. A.S. Sênvano, e ao Director Geral do Instituto Geológico-Mineiro, o
Sr. Dr. E.X.F. Daudi, que sempre me apoiaram e que, especialmente na qualidade de co-
autores, deram um contributo significativo para o sucesso deste manual.
Estou particularmente grato aos geólogos, co-autores e consultores especializados, o Sr. Dr.
J. M. Marques e o Sr. Dr. V.J. Manhiça, pela sua participação intensiva no lançamento deste
livro.
Desejo exprimir o meu apreço, em particular, a todos os meus colegas, patrocinadores e
amigos em Moçambique, especialmente a J.A. Conjo, L. M. Costa Junior, A.V. Mamad, F.J.
Momade, e os meus extensivos agradecimentos a todos os colegas da Direcção Nacional de
Geologia e do Instituto Geológico-Mineiro, que não podem ser aqui todos referenciados.
Os meus agradecimentos a Th. Beckmann, P. Schünemann Ch Silva, P. Wolf, que ajudaram
através do seu apoio durante as minhas estadias em Moçambique, tendo contribuído
consideravelmente para o sucesso da minha missão.
Desejo agradecer ao Sr. Dr. A. Kampe e a G.Winkler pelo apoio e pelas discussões sobre
questões geológicas específicas.
Agradeço ao Sr. Prof. V. Avdonin, da Universidade Pública de Moscovo, pelas interessantes
discussões sobre questões gerais da geologia económica.
Por último, mas não menos importante, gostaria igualmente de expressar a minha gratidão e
apresentar os meus sinceros agradecimentos ao Senhor Presidente da Empresa de
Desenvolvimento Mineiro, S.A. (EDM), Carlos Caxaria, e a Luís Alves da EDM, por terem
patrocinado as minhas actividades relacionadas com este livro, assim como pela redacção e
impressão do mesmo.
Finalmente, os meus especiais agradecimentos à minha família, à minha esposa, a Sra. Dra.
A. Lächelt, aos meus filhos, netos e suas famílias, amigos próximos e companheiros e a
muitos e muitos outros que me encorajaram a continuar com o meu trabalho.
8.0. References

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Save/Bazaruto (2134/2135), Chi cualacuala (2231), Machaila (2232), Chigubo (2233),
Mabote/Vilanculos (2234/2235), Rio Singuédzi/Massingir (2331/2332), Rio Changana
(2333), Funhalouro/Inhambane (2334/2335), Chilembene (2431/2432), Chókwè (2433),
Zavala/ Inharrime (2434/2435), Maputo (2531/2532),
Xai-Xai/Zavala (2533/2534) and Bela-Vista (2632). National Directorate of Geology,
Maputo, Mozambique, 341 pp.
GTK Consortium (2006b). Map Explanation Volume 2 Sheets Mecumbura (1631), Chioco
(1632), Tete (1633), Tambara (1634), Guro (1732, 1733), Chemba (1734), Manica (1832),
Catandica (1833), Gorongosa (1834), Rotanda (1932), Chimoio (1933) and Beira (1934).
National Directorate of Geology, Maputo, Mozambique, 411 pp.
GTK Consortium (2006c). Map Explanation Volume 3 Sheets Mutarara-Quelimane-
Namacurra/Maganja-Pebane- Marromeu/Inhaminga-Chinde-Savane (1735-1736-
1737/1738/1739-1835-1836-1935). National Directorate of Geology, Maputo, Mozambique,
239 pp.
GTK Consortium (2006d). Map Explanation Volume 4 Sheets Inhamambo (1430),
Maluwera (1431), Chifunde (1432), Zumbo (1530), Fíngoè-Mágoè (1531), Songo
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Meluco, 1240 Quissinga-Pemba, 1334 Meponda,
1335 Lichinga, 1336 Majune, 1337 Marrupa, 1338 Namuno, 1339 Montepuez, 1340
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Zack, T., Morães, R. and Kronz, A. (2004). Temperature dependence of Zr in rutile: empirical
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Zeiller, R. (1883). Note sur la flore du bassin houiller de Tete (Région du Zambeze).
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Zolim, L. L. (1954). The mineral wealth of Mozambique. South African Mining and
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Zuberec, I., Ivaniska, J. and Sykora, I. (1981). A situação geológico-tecnológico e o
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Zubkov, V. A. (1992). Carta de Jazigos e Ocorrências minerais de Moçambique, Maputo
(Andrade, A. A., ed.).
Anexo I.: Lista de nomes estratigráficos modificados
Unidades litoestratigráficas Nomes anterior e alternativo da
unidade
Província geológica de Manica-Báruè
Paragnaisse (A3Mpgn) Granitóides mais antigos
Complexo de Masaso (P3MO) Suíte metamórfica
Complexo (metamórfico) de Suíte metamórfica
Mavuradonha (P3MV)
Gnaisse do Monte Chissui (P2BCfg) Gnaisse biotítico félsico e metagranito
Gnaisse de Mungári (P2MG) Granito-migmatito granatífero de Mungári
Rochas ígneas do Umkondo Doleritos do Pós-Umkondo
Suíte de Mashonalândia (P2ML) Dolerito e gabro de Mashonalândia do Pós-
Umkondo
Grupo de Rushinga (P1R) Complexo parcialmente metamórfico de
Rushinga
Formação de Fronteira
Grupo de Gairezi (P1Z) Formações de Fronteira e Nhanzónia (P1Zas)

Prov. geol. de Tete-Angónia


Anortosito de Metengobalame Anortosito de Metengo-wa-Mbalame e gnaisse
(P3ULan) anortosítico
Suíte de Guro (P3RO) Complexo metamórfico de Rushinga
Suíte de Atchiza (P3Ag, P3Ap, P3Ad, Diques e gabros de Ualádze
P3Umd, P3Ugd):
Diques e gabros (P3Umd, P3Ugd)
Suíte de Ulónguè (P3UL): Gnaisse máfico de Tomo-Gimo
Anfibolitos de Tomo-Gimo (P3ULum)
Suíte de Ulónguè (P3UL): Anortosito de Metengo-wa-Mbalame e gnaisse
Anortosito de Metengobalame anortosítico
(P3ULan)
Suíte de Ulónguè (P3UL): Monzonito de Dedza e rochas sieníticas
Sienito de Dedza (P3ULsy) (570+/- 90 relacionadas
Ma)
Granito do Monte Inchinga (P3lg) Granitos Pós-Fíngoè
Granito castanho (P2CT) Charnoquito granito castanho’

Grupo de Angónia (P2AG) Gnaisses e granulitos Pré-Mafingi


Grupo de Angónia: Gnaisse (biotítico) Gnaisses metabásicos
hornebléndico-quartzo-feldspático
(bandado) (P2AGqf)
Quartzo-monzonito (P2SJmz) Quartzo-monzonito, diorito e tonalito
Suíte de Cassacatiza (P2CZ) Granitos Pré-Fíngoè (Pcγ1)
Gabro de Muenda (P2FM) Gabronorito de Muenda
Grupo de Cazula (P2C) Parte oriental do antigo Grupo de Angónia
Formação de Macanda (P2Dvl) Rocha metavulcânica máfica
Supergrupo de Fingoè (P2F): Formação de Luangue na área SO da Zona de
Micaxistos, gnaisses biotítico- Fíngoè (Supergrupo de Fíngoè)
plagioclásicos e mármores (P2FSc) da
Formação do Monte Rupanjaze
(P2FR)
Supergrupo de Fingoè (P2F): Micaxisto, gnaisse biotítico-plagioclásico e
Micaxisto e micagnaisse, mármore mármore
(P2FSc)
Supergrupo de Fíngoè (P2F) Grupo de Fíngoè
Grupo de Chidzolomondo (P2CD) Parte norte do Grupo de Luia
Suíte de Tete (P2T) ou Gabro-anortosito de Tete,
gabro-anortosito de Tete (P2T) Suíte intrusiva da Suíte de Tete,
Complexo de gabro-anortosito de Tete
Formação de Chíduè (P1CH) anteriormente integrada no Grupo de Fíngoè
Sub-província geológica de Zambézia-Nampula
Suíte de Tundo Província alcalina de Chirua
(Plutões sieníticos jurássicos e diques
sieníticos e doleríticos) (Jrsy, sy)
Complexo de Ocua (P3OC) Supergrupo do Lúrio

Complexo de Mugeba (P2MB): Granulito máfico a indiferenciado (P2MBmg)


Gnaisse granulítico máfico (P2MBmg)
Complexo de Mugeba (P2MB): Gnaisse granulítico ácido a intermédio (P2MBfg)
Gnaisse granulítico félsico a e granulito charnoquítico
intermédio (P2MBfg) Gnaisse (P2MBch)

Complexo de Mugeba (P2MB): Ortognaisse leucocrático milonítico a flaser


Ortognaisse máfico a ultramáfico (P2MBog)
(P2MBog)
Complexo de Mugeba (P2MB) Klippes de Mugeba e da Plantação Santos
Complexo de Monapo (P3MN): Em parte igualmente com a designação de
Milonito (P3MNmy) milonitos marginais e blastomilonitos
(P3MNmyl)
Complexo de Monapo (P3MN): Suíte Gnaisse quartzo-feldspático bandado (P3MNbnq)
de Ramiane/Rocha granítica (P3MNr)
Complexo de Monapo (P3MN): Gnaisse hornebléndico mesocrático equigranular
Ortognaisse hornebléndico (P3MNh) (P3MNhgn)
Complexo de Monapo (P3MN) Klippe de Monapo
Suíte de Ramiane (P3MNr). Formações de Evate
Grupo de Mólocuè (P2NMa) Grupo de Metalola
Grupo de Nametil (Nametil/Namama ou Metil)
Série de Ramiane
Série de Chiure
Grupo de Mécuburi (P3CB) Complexo de Mécuburi
Gnaisse de Mamala (P2NMlcl) (1042, Anteriormente Formações de Mamala e Cavarro
1058,1092 Ma)
Leucognaisse e leptinito granítico Ortognaisses granitóides
(P2NMlg, P2NMlcl)
Gnaisse quartzo-feldspático Formação de Cavarro
(P2NMMlcl)
Suíte de Mocuba (P2NMM) Complexo de Mocuba
Suíte de Celicui do Complexo de Grupo de Gilé
Nampula (P2NMfgr)
Suíte de Culicuí (P2NMga): Gnaisse Ortognaisse leucogranítico
granítico megacrístico (P2NMal)
(1077+-26 Ma)
Suíte de Culicuí (P2NMga): Gnaisse Gnaisse ocelado com encraves locais de
ocelado (P2NMga) (1042 – 1087 Ma, charnoquito e migmatito ou ortognaisse ocelado
U-Pb) granítico e listrado ou gnaisse ocelado com
charnoquito
Suíte de Culicuí (P2NMga): Gnaisse Gnaisse equigranular
granítico com feldspato potássico rosa
fortemente foliado (P2NMfgr)
Grupo de Molócuè (P2NMa) Parcialmente pertencente à antiga Formação de
Morrua

Sub-província geológica de Niassa-Cabo Delgado


Granito (P3gra) Granitos de Metondovela e Nanlicha
Complexo de Montepuez (P3MP) Parte do Grupo de Chiure
Complexo da Ponta Messuli Parcialmente pertencente ao antigo Grupo de
Cobué
Gnaisse de Chala Unidade de Meponda
Complexo de Lalamo (P3LM): Metagabro
Gnaisse anfibolítico (P3LMag)
Complexo de Lalamo (P3LM) Klippe de Lalamo
Complexo de M'Sawize (P3SO): Migmatito bandado com granito migmatítico
Complexo de M'Sawize (P3SO) menor e anfibolitos
Migmatito bandado (P3SWmi)
Complexo de M'Sawize (P3SW) Antigo Grupo de M'Sawize como parte do
Supergrupo do Lúrio
Klippe de M'Sawize
Complexo de Muaquia (P3Q): Gnaisse Gnaisse granítico a granodiorítico, milonítico
granítico milonítico a granodiorítico
(P3Qmy)
Complexo de Muaquia (P3Q) Supergrupo de Chiure
Complexo de Muaquia (P3Q) Klippe de Muaquia
Unidades separadas do Complexo de Suíte Intrusiva da Serra Nicage
Xixano: Suíte da Serra Nicage
Complexo de Xixano (P3X): Gnaisse biotítico, gnaisse quartzo-feldspático e
Paragnaisse (P3Xbg) gnaisse anfibolítico
Complexo de Xixano (P3X): Granulito Gnaisse granulítico máfico
máfico (P3Xpx)
Complexo de Xixano (P3X) Parte do antigo Supergrupo de Chiure,
Parte do antigo Supergrupo do Lúrio
Klippe de Xixano
Grupo de Mécuburi (P3CB): Rocha gnáissica metassedimentar
Metaconglomerado gnáissico e brita
meta-arcósica (P3CBco)
Grupo de Mécuburi (P3CB) Complexo de Mécuburi
Complexo de Meluco (P2MC) Grupo de Meluco
Complexo de Marrupa (P2MR): Gnaisse tonalítico, bandado e rico em biotite
Gnaisse tonalítico bandado (P2MRbn)
Complexo de Marrupa (P2MR): Gnaisse e paragnaisse quartzo-feldspático
Gnaisse quartzo-feldspático (P2MRqv)
Complexo de Unango (P2UN): Gnaisse Granofels enderbíticos a charnoquíticos,
de Lichinga (P2UNef) parcialmente migmatíticos
(975+-33 Ma)
Complexo de Unango (P2UN): Granofels charnoquíticos a enderbíticos,
Granofels charnoquíticos a parcialmente gnáissicos
enderbíticos (P2UNce)
(1065±16 Ma; U-Pb)
Complexo de Unango (P2UN): Gnaisse Gnaisse biotítico e biotítico-hornebléndico
de Meponda (P2UNbb)
Complexo de Unango (P2UN): Granofels e gnaisse charnoquíticos do Monte
Granofels do Monte Linasse (P2UNfp) Elinasse, parcialmente porfíricos
(1001±33 Ma)
Complexo de Unango (P2UN): Gnaisse Gnaisse máfico estromático e gnaisse
máfico a charnoquítico (P2UNmc) charnoquítico
Complexo de Unango (P2UN): Gnaisse Gnaisse quartzo-feldspático e quartzito,
quartzo-feldspático (P2UNfq) localmente portador de magnetite
? Formação de Mirrote (anteriormente Supergrupo
do Lúrio)
Complexo de Ocua (P3OC): Charnoquito
Gnaisse charnoquítico (P3OCch)
Complexo de Ocua (P3OC): Granulito Máfico (P3OCpx), Granulitos máficos,
Gnaisse granulítico máfico (P3OCpx) idades metamórficas (P3OCpx)
U-Pb,576±7Ma; 587±Ma
Complexo de Ocua (P3OC): Leucogranulito félsico (P3OCfg), Gnaisse
Gnaisse granulítico félsico a máfico granulítico félsico a intermédio (P3OCfg
(P3OCfg)
Complexo de Ocua (P3OC) Supergrupo do Lúrio
Suíte de Culicuí (P2NMga): Gnaisse Ortognaisse leucogranítico
granítico megacrístico (P2NMal)
(1077+-26 Ma)
Gnaisse ultramáfico (P2NMam) Gnaisse máfico (P2NMmam) e ultramáfico
(P2NMug) ou gnaisse anfibolítico, anfibolitos
granatíferos (P2NMam)
Gnaisse granatífero-silimanítico e Gnaisse granatífero-silimanítico/migmatito
micagnaisse (P2NMgs) (P2NMgs)

Gnaisse de Rapala (P2NMmd) Gnaisse granodiorítico portador de horneblenda

Gnaisse de Mamala (P2NMlcl): Formação de Cavarro


Gnaisse quartzo-feldspático
(P2NMMlcl)
Gnaisse da Mamala (P2NMlcl): Ortognaisses granitóides
Leucognaisse e leptinito granítico
(P2NMlg, P2NMlcl)
Gnaisse de Mamala (P2NMlcl) Anteriormente Formações de Mamala e Cavarro
(1042, 1058,1092 Ma)
Suíte de Mocuba (P2NMM): Gnaisse Gnaisse biotítico bandado e migmatito
quartzo-feldspático-biotítico bandado (P2NMgm)
cinzento ± gnaisse anfibólico
migmatítico (P2nmgm)
Complexo da Ponta Messuli Parcialmente pertencente ao antigo Grupo de
(P1P) Cobué
Bacias/rochas pós-Pré-Câmbricas
Bacias do Karoo
Membro de riólito dos Pequenos Membro de riólito dos Pequenos Libombos
Libombos (JrMr)
Pórfiro de Bungue: Pórfiro (JrRf, Granófiro e pórfiro
JrRg)
Granito de Rukore Microgranito
Suíte Intrusiva da Gorongosa Suíte da Unidade de Canxixe
Gorongosa Unidade de Lupata
Formação de Zumbo (JrUz) Formação Arenítica de Carumacáfuè
Formação de Cádzi (PeC) Formação Arenítica de Tete
Formação de Tchaca
Bacias mesozóicas e cenozóicas do Pós-Karoo e sequências do Rifte do Leste Africano
Areia (arenito) costeira (Qcs) Grés costeiro
Calcários lacustres (Qll) Formação de Incomanine
Formação de Mikindani (TeK) Camadas de Mikindani
Formação de Chinda (TeQs) anteriormente parte da Formação de
Quissisua/Repa
Formação de Quissanga (TeQs) Formação de Sancul/Cogune
Formação de Alto Jingone (TeAj) Formação de Quissirua-Repa
Formação de Mifume (CrMf) Formação de Condusia
Margas Globotruncana
Formação de Macomia (CrMo) Formação de Maconde.
Camadas de Maconde
Formação de Pemba (CrPMml, Camadas marinhas do Cretácico Inferior
CrPmss, PMsm)
Formação de Tende (Siltito) (JrTe) Formação de Luulicia e Formação de Matchedje
Formação de Lupilichi (Siltito) (JrIp) Formação de Lipirichi

Formação de Mecondece (Arenito) Formação de Congresso


(JrMe) Formação de Moola
Formação de Zumbo (JrUz) Formação Arenítica de Carumacáfuè
Formação de Tende (Siltito) (JrTe) Formação de Matchedje e Luulicia.

Sedimentos de terraços Rochas de praia


marinhos/areia (arenito) costeira
(Qcs)
Calcários de Divinhe (?) Formação de Divinhe
Formação de Mazamba (TeZ) Formação de Mazamba,
Camadas de Inhaminga, arenitos de Inhaminga;
Formação de Chicolane
Arenitos roxos (parcialmente) de Inhaminga
Calcários numulíticos da Formação de
Cheringoma/Salamanga
Membro (Calcarenito) de Cabe (TeJc) Grés de Cabe;
Também: "calcario gressoso"
Formação de Jofane (TeJ) ? Formação de Temane
Membro de Calcário de Urrongas Formação de Divinhe
(TeJu) Formação de Morrumbene
Formação de Jofane (TeJ) Formação de Morrumbene
Formação de Cheringoma (TeC) Formação de Cherinyoma
Formação de Boane (TeB) Formação Arenítica de Boane
Formação de Inhaminga (TeI) Arenito roxo de Inhaminga
Cretácico indiferenciado (CrM) Arenitos parcialmente de Uanéteze

Formação de Incomanini (CrI) Série de Incomanini


Formação de Sena (CrS) Grés de Sena/Arenito de Sena/Grés de Tete
BASE DE DADOS DA LITOESTRATIGRAFIA DE MOÇAMBIQUE Sedimentar

Escala da carta Calcário

1 : 1 000 000 Quaternário Carbonatito

Outra escala Rocha alcalina, sienito

Desconhecido Intrusão ácida

Rochas básicas/ultrabásicas, kimberlito

Da base de dados Rocha metamórfica

CLASSIFICAÇÃO ESTRATIGRÁFICA
CÓDIG
ERA TIPO DE ROCHA LITOLOGIA
O
1 MILHÃO NOME HIERARQUIA ORIGEM

Qb Quaternário Sedimentar Praia, duna frontal activa, planícies de areia intertidal

Qd Qd+Qdi+Qdi1 Quaternário Sedimentar


153
Duna de areia costeira e areia de praia

Qm Quaternário Moebase Formação Sedimentar Cristas de praia/duna; planícies de areia intertidal e depósitos de praia
de cascalho elevados localmente

Qdi Quaternário Sedimentar Duna interior; areia eólica vermelha 103

Qdi1 Quaternário Areia eólica Sedimentar Dunas de areia interiores avermelhadas em rocha-mãe carbonatada
(areia eólica)

QTo Qto+QTo1 Quaternário Topuito Formação Sedimentar Duna interior; areia eólica vermelha

QTo1 Quaternário Areia Formação de Sedimentar Areia castanho-avermelhada escura rica em argila com localização basal
Topuito

Qe Quaternário Sedimentar Areia eólica

Qa Qa+Qas+Qls+ Quaternário Sedimentar 163


113
123

Aluvião, areia, silte, cascalheira

Qas Quaternário Sedimentar Areia, solo arenoso 103

Qst Quaternário Sedimentar Lamas aluviais de origem fluviomarinha 103

Qp Quaternário Sedimentar Detritos com cascalho

Qps Quaternário Sedimentar Areia argilosa de planícies de inundação eluviais

Qls Quaternário Sedimentar Lacustre; lamas salinas 143

Qll Quaternário Sedimentar Calcários lacustres

Qsb Quaternário Sedimentar Banco de areia, subtidal

Qcs Qcs+Qsb Quaternário Sedimentar Sedimentos de praia elevados/areia (arenito) costeira 142

Qmr Quaternário Sedimentar Recifes marinhos, coral e sedimentos bioclásticos 103

Qss Qss+Qas Quaternário Sedimentar Camada de areias com cascalheira local 103

Qc Quaternário Sedimentar Coluvião

Qpi Qpi+Qps Quaternário Sedimentar Lamas de planícies de inundação eluviais

Qbl Quaternário Sedimentar Sedimentos estuarinos e da zona entre marés, argila da zona húmida da
barreira posterior e interduna

Rqs Quaternário Sedimentar Lamas salinas ricas em matéria orgânica, mangais e planícies de
pântanos salgados
Qt Quaternário Sedimentar Cascalheira e areia de terraços fluviais

TeVs Terciário Ponta Vermelha Formação Sedimentar Areia eólica, siltito e arenito vermelho

TeIn Terciário Inharrime Sedimentar Calcoarenito com glauconite e microfauna fóssil

TeB Terciário Boane Formação Sedimentar Siltito, conglomerado

TeP Terciário Maputo Formação Sedimentar Marga argilosa, arenito, calcário com fósseis

TeZ Terciário Mazamba Formação Sedimentar Arenito arcósico, em parte, conglomerático

TeJ Terciário Formação de Jofane Sedimentar Indiferenciada

TeJco Terciário Conglomerado Formação de Jofane Sedimentar Arenito conglomerático

TeJs TeJs+TeJco Terciário Formação de Jofane Sedimentar Arenito com silificação local

TeJc Terciário Cabe Membro Formação de Jofane Sedimentar Calcoarenito com conglomerado e quartzito, fragmentos de microfauna
fóssil

TeJu Terciário Urrongas Membro Formação de Jofane Sedimentar Calcário e calcário de recifes com brechas

TeQs TeQs+TeAj Terciário Quissanga Formação Sedimentar Calcário, fossilífero ou sob a forma de recife de coral, com arenito basal,
calcário micrítico

TeC Terciário Cheringoma Formação Sedimentar Calcário numulítico, arenito glauconítico 124

TeAj Terciário Alto Jingone Formação Sedimentar Calcário, numulítico ou sob a forma de recife de coral, marga e arenito 124

TeS TeSs+TeSl Terciário Salamanga Formação Sedimentar Calcário, arenito

TeSs Terciário Arenito Membro Formação de Sedimentar Arenito vermelho


Salamanga
TeSl Terciário Calcário Membro Formação de Salamanga Sedimentar Calcário e calcário arenoso

TeA Terciário Mapai Formação

TeAul Terciário Calcário superior Membro Formação de Mapai Sedimentar Calcário

TeAuc TeAuc+TeAul Terciário Arenito superior Membro Formação de Mapai Sedimentar Arenito conglomerático

TeAcs TeAcs+TeAml Terciário Arenito médio Membro Formação de Mapai Sedimentar Arenito conglomerático

TeAml Terciário Calcário médio Membro Formação de Mapai Sedimentar Calcário

TeAlc Terciário Calcário inferior Membro Formação de Mapai Sedimentar Arenito conglomerático

TeAbl TeAbl+TeAlc Terciário Calcário basal Membro Formação de Mapai Sedimentar Calcário

TeI Terciário Inhaminga Formação Sedimentar Arenito

Teb Terciário Basalto Vulcânico Abertura vulcânica; basalto alcalino portador de augite

TeK TeK+ TeKc+Te Terciário Mikindani Formação Sedimentar Areia, arenito e conglomerado não consolidados

TeKc Terciário Conglomerado Formação de Mikindani Sedimentar Conglomerado com calhaus com transição gradual para arenito carbonatado
depósitos de praia

TeKs Terciário Areia Formação de Mikindani Sedimentar Areia vermelha maciça

TeCh Terciário Chinda Formação Sedimentar Arenito com caulinite

TeT Terciário Tembe Formação Sedimentar Calcário, calcoarenito, conglomerado com fósseis

TeM Terciário Matibane Formação Sedimentar Calcário portador de coral cinzento, coquina de conchas de ostras, conglome

TeMM TeMm+TeMl Terciário Mangulane Formação

TeMm Terciário Magude Membro Formação de Mangulane Sedimentar Arenito ferruginoso

TeMl Terciário Calcário Membro Formação de Mangulane Sedimentar Calcário arenoso

CrM Cretácico Magoè Formação Sedimentar Arenito, calcário, conglomerado indiferenciados

CrMl Cretácico Calcário e arenito Membro Formação de Magoè Sedimentar Calcário e arenito

CrMc Cretácico Conglomerado Membro Formação de Magoè Sedimentar Conglomerado, arenito menor

CrMs CrMs+CrMc Cretácico Arenito Formação de Magoè Sedimentar Arenito, conglomerado menor

CrMRs CrMRs+CrMRv Cretácico Sienito Suíte da Serra Morrombala Plutónica Sienito

CrMRa Cretácico Intrusão alcalina Suíte da Serra Morrombala Plutónica Intrusão alcalina

CrMRv Cretácico Brecha vulcânica Suíte da Serra Morrombala Plutónica Brecha vulcânica

CrMRq Cretácico Veios de quartzo Suíte da Serra Morrombala Plutónica Veio de quartzo, a maior parte com brechas

Crbx Cretácico Quartzo com brechas Plutónica Quartzo com brechas

Cr Cretácico Cretácico indiferenciado Sedimentar

CrK Cretácico Kimberlito Plutónica Kimberlito

Crcb Cretácico Carbonatito Intrusiva Carbonatito, indiferenciado

Crl Cretácico Incomanini Formação Sedimentar Arenito carbonatado, com fósseis

CrG Cretácico Grudja Formação Sedimentar Marga, silte, calcário, gesso

CrMf Cretácico Mifume Formação Sedimentar Marga com siltito carbonatado ou gipsífero

CrS Cretácico Sena Formação Sedimentar Conglomerado, arenito

CrSas Cretácico Formação de Sena Sedimentar Arenito arcósico vermelho (assinatura potássica elevada)

CrSc Cretácico Arenito conglomerático superior Membro Formação de Sena Sedimentar Conglomerado, arenito menor

CrSb Cretácico Conglomerado basal Membro Formação de Sena Sedimentar Arenito conglomerático

CrSt Cretácico Arenito de tório Membro Formação de Sena Sedimentar Conglomerado, arenito (assinatura de Th elevada)

CrCt Cretácico Ponta Congolone Formação Sedimentar Arenito com textura granular grosseira, com madeira silicificada

CrPM Cretácico Pemba Formação Sedimentar Marga, siltito, arenito, argilito e conglomerado indiferenciados

CrPMsm Cretácico Arenito e argilito Membro Formação de Pemba Sedimentar Arenito e argilito, interestratificados

CrPMss Cretácico Arenito Membro Formação de Pemba Sedimentar Arenito, espessamente estratificado

CrPMco Cretácico Conglomerado e arenito Membro Formação de Pemba Sedimentar Conglomerado e arenito com camadas de siltito, argilito e calcário

CrMo Cretácico Macomia Formação Sedimentar Arenito e conglomerado

CrX Cretácico Xiluvo Suíte Intrusiva Carbonatito, brecha

CrXc CrXc+CrXb+Cr Cretácico Carbonatito Suíte do Xiluvo Plutónica Carbonatito

CrXb Cretácico Brecha Suíte do Xiluvo Plutónica Brecha de carbonatito

CrXq Cretácico Lente de quartzo Plutónica Lente de quartzo; muitas vezes com brechas
CrXs Cretácico Microssienito Plutónica Microssienito, traquito

CrXa Cretácico Rocha alcalina Plutónica Rocha alcalina

CrN CrNc+CrNtr Cretácico Cone Negose Suíte Plutónica

CrNc Cretácico Carbonatito Suíte de Cone Negose Plutónica/intrusiva Carbonatito

CrNtr Cretácico Traquito Suíte de Cone Negose Intrusiva Traquito

Crc Cretácico Carbonatito Plutónica Carbonatito

CrCm CrCm+CrCb Cretácico Monte Muande Carbonatito Plutónica Carbonatito

CrMB Cretácico Monte Muambe Suíte Plutónica Carbonatito, traquito, sienito

CrMBcb Cretácico Carbonatito Suíte do Monte Muanbe Plutónica Carbonatito

CrMBsy Cretácico Sienito Suíte do Monte Muanbe Plutónica Traquito, sienito

CrSd Cretácico Serra Salambidua Suíte Plutónica Traquitos/sienitos e aglomerados associados

CrL Cretácico Lupata Grupo Sedimentar, vulcânica Indiferenciada

CrLM CrLM+CrLMa+ Cretácico Monte Linhanga Formação Grupo de Lupata Vulcânico Lava fonolítica

CrLMa Cretácico Aglomerado Membro Fm. do Monte Linhanga/Gr. de Lupata Vulcânico Aglomerado traquítico, tufo, lapilli, bomba vulcânica

CrLMs Cretácico Arenito Membro Fm. do Monte Linhanga/Gr. de Lupata Vulcânico Arenito feldspático, arenito tufoso, conglomerado menor

JrLM Jurássico Monte Mazambulo Formação Grupo de Lupata Sedimentar Arenito conglomerático

JrLP Jurássico Monte Palamuli Formação Grupo de Lupata Vulcânico Riólito

JrLT Jurássico Tchazica Formação Grupo de Lupata Sedimentar Arenito, conglomerado

JrPns Jurássico? Pessene Sienito Plutónica Sienito nefelínico


nefelínico

JrPal Jurássico Pessene Formação Plutónica Lava alcalina

JrMZ Jurássico Moeza Dolerito Plutónica Dique dolerítico

JrR Jurássico Rukore Suíte Plutónica Granito porfirítico, pórfiro feldspático, dique máfico

JrRg Jurássico Granito Suíte de Rukore Plutónica Granito granofírico rosa, muitas vezes porfirítico

JrRfe Jurássico Dique félsico Suíte de Rukore Plutónica Dique félsico

JrRf Jurássico Pórfiro feldspático Suíte de Rukore Plutónica Pórfiro feldspático

JrRmd Jurássico Dique máfico Suíte de Rukore Plutónica Dique máfico

JrB Jurássico Bangomatete Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Riólito, tufo, ignimbrito, brecha vulcânica

JrBr Jurássico Riólito Membro Fm. de Bangomatete/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Riólito, tufo, ignimbrito

JrBb Jurássico Brecha Membro Fm. de Bangomatete/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Brecha vulcânica, ignimbrito

JrC Jurássico Chueza Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Basalto amigdalóide

JrRM Jurássico- Rio Mecole Formação Sedimentar Arenito arcósico, conglomerado


Cretácico

Jrdo Jurássico Dolerito Plutónica Dolerito, colunar

JrG Jurássico Gorongosa Suíte Plutónica Gabro, traquito, sienito, aglomerado

JrGg Jurássico Granito, sienito Suíte da Gorongosa Plutónica Granito, sienito

JrGb Jurássico Gabro Suíte da Gorongosa Plutónica Gabro

JrI Jurássico Rio Mazoe Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Andesito, basalto, riólito

JrIp Jurássico Lipirichi Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Sedimentar Siltito, arenito e argilito

JrAg Jurássico Angoche Grupo Vulcânico Argilito e tufo subordinados amigdalóides de cor cinzenta-escura a vermelha

JrIa Jurássico Andesito Membro Fm. do Rio Mazoe/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Andesito amigdalóide, riólito subordinado

JrIb Jurássico Basalto Membro Fm. do Rio Mazoe/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Basalto amigdalóide, riólito subordinado

JrKuv Jurássico Dacito Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Dacito, rolhão vulcânico

JrMe Jurássico Mecondece Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Sedimentar Arenito, conglomerado, siltito
JrM JrM+JrMq+JrM Jurássico Movene Formação Grupo do Karoo Superior Vulcânico Basalto

JrMbr Jurássico Fm. de Movene/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Brecha riolítica


Karoo

JrMr Jurássico Pequenos Libombos Membro Fm. de Movene/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Riólito
Karoo

JrMfr Jurássico Riólito com fenocristais Membro Fm. de Movene/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Riólito com textura granular fina, fenocristais
Karoo

JrMq Jurássico Quartzo-latito Membro Fm. de Movene/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Quartzo-latito
Karoo

JrRN JrRN+JrLb+Sb Jurássico Rio Nhavúdezi Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Basalto amigdalóide

JrSb Jurássico Serra Bombue Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Riodacito, riólito

JrTe Jurássico Tende Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Sedimentar Siltito, arenito

JrUz Jurássico Zumbo Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Sedimentar Arenito, arenito silicificado

JrU JrJrh+JrU+JrUr Jurássico Umbelúzi Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Riólito

JrUr Jurássico Riólito Membro Fm. de Umbelúzi/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Riólito
Karoo

JrUbr Jurássico Brecha Fm. de Umbelúzi/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Brecha


Karoo

JrUg Jurássico Riólito microgranítico Membro Fm. de Umbelúzi/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Riólito microgranítico
Karoo

JrUa Jurássico Aglomerática Membro Fm. de Umbelúzi/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Sedimentar/vulcânica Riólito com camadas aglomeráticas
Karoo

JrUf Jurássico Tufo Membro Fm. de Umbelúzi/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Tufo, localmente com brechas na camada dura ressedimentada
Karoo

JrUt Jurássico Dacito e traquidacito Fm. de Umbelúzi/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Dacito e traquidacito
Karoo

JrUb Jurássico Basalto e dolerito maciço Fm. de Umbelúzi/Gr. do Karoo Superior/Supergr. Vulcânico Basalto e dolerito maciço
Karoo

JrJrh Jurássico Jozini Formação Supergrupo Karoo Vulcânico Riólito

JrSba Jurássico Sabie Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Basalto

JrLb Jurássico Letaba-Pafúri Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Vulcânico Basalto

JrZ Jurássico Lualadzi Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Sedimentar Areia e arenito vermelhos, silificação local

JrP Jurássico N'Gapa Formação Sedimentar Arenito, conglomerado, silicificado

JrFb Jurássico Fabue Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Sedimentar Arenito, conglomerático, siltito, arenito

Jrsy Jurássico Tundo Suíte Plutónica Sienito

TrKu Triássico Karoo Superior Grupo Supergrupo Karoo Sedimentar Rochas sedimentares

PeC Pérmico/Triássico Cádzi Formação Gr. do Karoo Superior/Supergr. Karoo Sedimentar Arenito arcósico, conglomerado e camadas de calcário

PeM Pérmico Moatize Formação Gr. do Karoo Inferior/Supergr. Karoo Sedimentar Siltito, arenito, argilito com camadas de carvão

PeT PeT+PeTc Pérmico Matinde Formação Gr. do Karoo Inferior/Supergr. Karoo Sedimentar Arenito, marga, argilito, camadas de carvão

PeTc Pérmico Conglomerado Fm. de Matinde/Gr. do Karoo Inferior/Supergr. Sedimentar Arenito com clastos, conglomerado
Karoo

PeB Pérmico-Triássico Beaufort Grupo Supergrupo Karoo Sedimentar Argilito, conglomerado, arenito

PeE Pérmico Ecca Grupo Supergrupo Karoo Sedimentar Siltito, arenito, carvão

PeEc Pérmico Camada de carvão Gr. Ecca/Supergr. Karoo Sedimentar Camada de carvão

CbK Carbónico-Jurássico Karoo Supergrupo Sedimentar, vulcânica Rochas sedimentares e vulcânicas do Karoo indiferenciadas

CbKl Carbónico-Pérmico Karoo Inferior Grupo Supergrupo Karoo Sedimentar Indiferenciada

CbV Carbónico Vùzi Formação Supergrupo Karoo Sedimentar Conglomerado basal, arenito com saibro, tilito

CbMS Carbónico Monte Sanga Pórfiro quartzoso Plutónica Pórfiro quartzoso

Orgr Ordovícico Dique microgranítico Plutónica Dique microgranítico

OrM Ordovícico Macanga Granito Plutónica Granito biotítico com textura granular média

Cagr Câmbrico Granito Plutónica Granito, sienito indiferenciados

CaS CaSg+CaSd Câmbrico Sinda Suíte Plutónica Indiferenciada

CaSg Câmbrico Granito microclina Suíte de Sinda Plutónica Granito microclina

CaSd Câmbrico Diorito quártzico, diorito e tonalito Suíte de Sinda Plutónica Diorito quártzico, diorito e tonalito

CaN Câmbrico Niassa Suíte Plutónica Granito alcalino, sienito indiferenciados

CaNPgr Câmbrico Serra Lipane Granito Suíte de Niassa Plutónica Granito

CaNgr Câmbrico Granito gnáissico Suíte de Niassa Plutónica Granito gnáissico

CaNSsy Câmbrico Monte Lissiete Sienito Suíte de Niassa Plutónica Sienito


CaNSgr CaNSgr+CaNS Câmbrico Monte Lissiete Granito Suíte de Niassa Plutónica Granito

CaNCgr CaNSgr+CaNC Câmbrico Monte Chande Granito Suíte de Niassa Plutónica Granito

CaNCsy Câmbrico Monte Chande Sienito Suíte de Niassa Plutónica Sienito

CaNMgr Câmbrico Monte Massangula Granito Suíte de Niassa Plutónica Granito

CaNTsy Câmbrico Monte Metonia Sienito Suíte de Niassa Plutónica Sienito e quartzo-sienito

CaNLsy Câmbrico Monte Livigire Sienito Suíte de Niassa Plutónica Sienito

CaNNsy Câmbrico Monte Nicucute Sienito Suíte de Niassa Plutónica Sienito

CaNLgr Câmbrico Monte Muelelo Granito Suíte de Niassa Plutónica Granito

Camy Câmbrico Milonito Tectónica Milonito

CaM Câmbrico Malema Suíte Plutónica Granito equigranular

CaMsy Câmbrico Sienito Suíte de Malema Plutónica Sienito

CaMgr CaMgr+CaMgv Câmbrico Granito Suíte de Malema Plutónica Granito

CaMgv Câmbrico Veios de granito e diques Suíte de Malema Plutónica Veios de granito e diques

CaMch Câmbrico Serra Messolua Charnoquito Suíte de Malema Plutónica Charnoquito

CaMRgr Câmbrico Serra Romulo Monzogranito Suíte de Malema Plutónica Monzogranito

CaMLgr Câmbrico Monte Lalaua Monzogranito Suíte de Malema Plutónica Monzogranito porfirítico

CaMTgb Câmbrico Gabro Suíte de Malema Plutónica Gabro

CaMTmz CaMTmz+(Ca Câmbrico Serra Nampatiua Monzogranito Suíte de Malema Plutónica Monzogranito

CaR Câmbrico Murrupula Suíte Plutónica Granito, sienito indiferenciados

CaRsy Câmbrico Sienito Suíte de Murrupula Plutónica Sienito

CaRgd Câmbrico Granodiorito Suíte de Murrupula Plutónica Granodiorito

CaRgr CaRgr+CaRgr Câmbrico Granito (equigranular) Suíte de Murrupula Plutónica Granito leucocrático equigranular com textura granular média

CaRgr1 Câmbrico Granito porfirítico, pequenos fenocristais Suíte de Murrupula Plutónica Granito porfirítico localmente, com textura granular fina a média,
pequenos

CaRgr2 Câmbrico Granito porfirítico, fenocristais grandes Suíte de Murrupula Plutónica Frequentemente porfirítico, com textura granular variável, fenocri

CaRpg Câmbrico Pegmatito Suíte de Murrupula Pegmatito

CaRNbg Câmbrico Monte Nauvana Gnaisse granítico Gnaisse biotítico, com textura granular média a grosseira

3
P CSgr Neoproterozóico Cassenga Granito Plutónica Leucogranito, portador de horneblenda

P3Ig Neoproterozóico Monte Inchinga Granito Plutónica Granito porfirítico

P3Umd Neoproterozóico Dique máfico Suíte de Ualádzi Plutónica Dique máfico

P3Ugb Neoproterozóico Gabro Suíte de Ualádzi Plutónica Gabro

P3A Neoproterozóico Atchiza Suíte Plutónica

P3Ag Neoproterozóico Gabro piroxénico Suíte de Atchiza Plutónica Gabro piroxénico, com textura granular média

P3Ad Neoproterozóico Dunito Suíte de Atchiza Plutónica Dunito

P3Ap Neoproterozóico Piroxenito Suíte de Atchiza Plutónica Piroxenito

P3CV Neoproterozóico Monte Cáverie Granito Plutónica Granito, pegmatito

P3MT Neoproterozóico Matumba Suíte Plutónica Granito, gnaisse granítico, gabro

P3Mgb Neoproterozóico Gabro Suíte de Matumba Plutónica Gabro

P3Mgn Neoproterozóico Gnaisse Suíte de Matumba Plutónica Gnaisse félsico e máfico intercalado

P3Mgg Neoproterozóico Gnaisse granítico Suíte de Matumba Plutónica Gnaisse granítico

P3MO Neoproterozóico Masoso Complexo Metamórfica Gnaisse milonítico máfico e félsico, migmatítico

P3Mir Neoproterozóico Monte Miruei Suíte Plutónica Granito gnáissico

P3MC Neoproterozóico Monte Maco Suíte Plutónica Granito porfirítico

P3do Neoproterozóico Dique dolerítico Plutónica Dique dolerítico

P3db Neoproterozóico Dique dolerítico Dolerito

P3gr Neoproterozóico Granito e pegmatito Plutónica Granito e pegmatito

P3gb Neoproterozóico Dique gabróico Plutónica Gabro

P3gra Neoproterozóico Granito Plutónica Granito

P3gdi Neoproterozóico Serra Mecula Granodiorito Plutónica Pegmatito granodiorítico a granítico

P3og Neoproterozóico Monte Messuse Gabro olivínico Plutónica Gabro olivínico


P3di Neoproterozóico Pegmatito granodiorítico a granítico Plutónica Pegmatito granodiorítico a granítico
P3SG Neoproterozóico
P3CH Neoproterozóico Monte Chissindo Sienito nefelínico Plutónica Sienito nefelínico
CbMS Carbónico Monte Sanga Pórfiro quartzoso Plutónica Pórfiro quartzoso
P3NC Neoproterozóico Monte Nuamale Sienito Plutónica Sienito
P3MV Neoproterozóico Mavuradonha Complexo Metamórfica Gnaisse e metagabro
P3UL Neoproterozóico Ulónguè Suíte Plutónica
P3ULum Neoproterozóico Tomo-Gimo Anfibolito Suíte de Ulónguè Plutónica Anfibolito, piroxenito, anortosito subordinado e ma
P3ULan Neoproterozóico Mtengo-Wa-Mbalame Anortosito Suíte de Ulónguè Plutónica Anortosito, gnaisse anortosítico
P3ULsy Neoproterozóico Dedza Sienito Suíte de Ulónguè Plutónica Gnaisse sienítico, granito alcalino
P3RO Neoproterozóico Guro Suíte Plutónica Granito indiferenciado, gnaisse-migmatito, metaga
P3ROIg Neoproterozóico Gnaisse leucocrático Suíte de Guro Plutónica Gnaisse leucocrático, migmatítico
P3ROgm Neoproterozóico Monte Calinga Muci Gnaisse granítico Suíte de Guro Plutónica Gnaisse granítico com gnaisse máfico, migmatítico
P3ROag Neoproterozóico Serra Banguatere Gnaisse aplítico Suíte de Guro Plutónica Gnaisse aplítico, migmatítico
P3ROgb Neoproterozóico Magasso Metagabro Suíte de Guro Plutónica Metagabro, gnaisse máfico, migmatítico
P3TR Neoproterozóico Monte Tarai Granito Plutónica Granito, pórfiro quartzo-feldspático
P3GC P3GCli+P3GCs Neoproterozóico Geci Grupo
P3GCIi Neoproterozóico Calcário Grupo de Geci Sedimentar Calcário
P3GCsc Neoproterozóico Micaxisto Grupo de Geci Sedimentar Micaxisto
P3GCco Neoproterozóico Conglomerado Grupo de Geci Sedimentar Conglomerado com cascalho de granito com textur
P3GCvo Neoproterozóico Metavulcanito Grupo de Geci Sedimentar Metavulcanito
P3MN Monapo Complexo
P3MNz P3MNns+P3MNij+P3MNcb+P3MNfe+P₃ Mazerapane Suíte
P3MNns Neoproterozóico Sienito nefelínico Suíte de Mazerapane/Complexo de Monapo Sienito nefelínico
P3MNij Neoproterozóico Ijolito Suíte de Mazerapane/Complexo de Monapo Ijolito
P3MNcb Neoproterozóico Evate Carbonatito Suíte de Mazerapane/Complexo de Monapo Carbonatito
P3MNfe Neoproterozóico Serpentina, hercinite, rocha de magnetite Suíte de Mazerapane/Complexo de Monapo Serpentina, hercinite, rocha de magnetite
P3MNr P3MNsy+P3MNto Ramiane Suíte
P3MNsy Neoproterozóico Sienito, quartzo-sienito, granito Suíte de Ramiane/Complexo de Monapo Sienito, quartzo-sienito, granito localmente com fa
P3MNto Neoproterozóico Tonalito Suíte de Ramiane/Complexo de Monapo Tonalito
P3MNmf Neoproterozóico Piroxenito, gabro Suíte de Mazerapane/Complexo de Monapo Piroxenito, gabro
P3MNmyl Neoproterozóico Milonito Complexo de Monapo Milonito, ultramilonito a blastomilonito
P3MNbnq P3MNbnq+P3M Neoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático bandado Complexo de Monapo Gnaisse quartzo-feldspático bandado
P3MNmgr Neoproterozóico Piroxena horneblenda granada granulito Complexo de Monapo Piroxena horneblenda granada granulito
P3MNmb Neoproterozóico Mármore Complexo de Monapo Mármore
P3MNmpl Neoproterozóico Gnaisse granatífero-silimanítico quartzo-feldspático (metapelito), quartzito Complexo de Monapo Gnaisse granatífero-silimanítico quartzo-feldspático
P3MNIgn Neoproterozóico Leucognaisse quartzo-feldspático Complexo de Monapo Leucognaisse quartzo-feldspático
P3MNhgn Neoproterozóico Ortognaisse hornebléndico Complexo de Monapo Ortognaisse hornebléndico mesocrático equigranu
P3TX Neoproterozóico Txitonga Grupo Sedimentar Indiferenciada
P3TXss Neoproterozóico Arenito arcósico Grupo de Txitonga Sedimentar Meta-arcose a meta-arenito
P3TXfe Neoproterozóico Rocha ferrífera bandada Grupo de Txitonga Sedimentar Rocha ferrífera bandada
PsTXgb Neoproterozóico Rocha verde, xisto verde, metagabro Grupo de Txitonga Metamórfica Rocha verde, xisto verde, metagabro
P3TXsc Neoproterozóico Quartzo-micaxisto Grupo de Txitonga Sedimentar Quartzo-micaxisto, parcialmente xisto clorítico
P3TXsg Neoproterozóico Meta-arenito, metagrauvaque e quartzo-micaxisto Grupo de Txitonga Sedimentar Meta-arenito, metagrauvaque e quartzo-micaxisto
P3TXpq Neoproterozóico Pórfiro quartzo-feldspático Grupo de Txitonga Vulcânico Pórfiro quartzo-feldspático
P3TXqz Neoproterozóico Quartzito Grupo de Txitonga Sedimentar Quartzito
P3OC Neoproterozóico Ocua Complexo Plutónica, metamórfica Indiferenciada
P3OCgr P3OCgr+P3OCg Neoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático, milonítico em determinados locais Complexo de Ocua Plutónica, metamórfica Gnaisse quartzo-feldspático milonítico, quartzito co
P3OCsy Neoproterozóico Gnaisse sienítico Complexo de Ocua Plutónica, metamórfica Gnaisse sienítico
P3OCgg Neoproterozóico Gnaisse granítico Complexo de Ocua Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico, localmente migmatisado
P3OCgt Neoproterozóico Gnaisse granodiorítico e tonalítico Complexo de Ocua Plutónica, metamórfica Gnaisse granodiorítico e tonalítico
P3OCch Neoproterozóico Gnaisse charnoquítico Complexo de Ocua Plutónica, metamórfica Gnaisse charnoquítico
P3OCda Neoproterozóico Gnaisse diorítico a anfibolítico Complexo de Ocua Plutónica, metamórfica Gnaisse diorítico a anfibolítico
P3OCma Neoproterozóico Mármore Complexo de Ocua Metassedimentar, metamórfica Mármore
P3OCbi Neoproterozóico Gnaisse biotítico Complexo de Ocua Metassedimentar, metamórfica Gnaisse biotítico
P3OCpx Neoproterozóico Gnaisse granulítico máfico Complexo de Ocua Plutónica, metamórfica Dois granulitos piroxénicos, +-granada, metagabro
P3OCfg P3OCfg+P3OCb Neoproterozóico Gnaisse granulítico félsico a intermédio Complexo de Ocua Plutónica, metamórfica Gnaisse granulítico félsico a intermédio
P3AB Neoproterozóico Alto Benfica Grupo Sedimentar Metaconglomerado, quartzito
P3CB Neoproterozóico Mecuburi Grupo Sedimentar Indiferenciada
P3CBbg Neoproterozóico Gnaisse biotítico clástico Grupo de Mecuburi Metassedimentar Gnaisse biotítico clástico, localmente conglomeráti
P3CBco Neoproterozóico Metaconglomerado gnáissico e brita meta-arcósica Grupo de Mecuburi Metassedimentar Metaconglomerado gnáissico e brita meta-arcósica
P3LM Neoproterozóico Lalamo Complexo Indiferenciada

P3LMgr Neoproterozóico Gnaisse granítico Complexo de Lalamo Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico
P3LMgd P3LMgd+P3LMg Neoproterozóico Gnaisse granítico a granodiorítico Complexo de Lalamo Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico a granodiorítico
P3LMto Neoproterozóico Gnaisse tonalítico Complexo de Lalamo Plutónica, metamórfica Gnaisse tonalítico
P3LMag P3LMag+P3LMu Neoproterozóico Gnaisse anfibolítico (metagabro) Complexo de Lalamo Plutónica, metamórfica Gnaisse anfibolítico (metagabro)
P3LMum Neoproterozóico Rocha ultramáfica Complexo de Lalamo Plutónica, metamórfica Rocha ultramáfica
P3LMma Neoproterozóico Mármore Complexo de Lalamo Metassedimentar Mármore
P3LMss P3LMss+P3LMr Neoproterozóico Meta-arenito e quartzito Complexo de Lalamo Metassedimentar Meta-arenito e quartzito
P3LMco Neoproterozóico Conglomerado Complexo de Lalamo Metassedimentar Conglomerado
P3LMcg Neoproterozóico Gnaisse cordierítico-biotítico Complexo de Lalamo Metassedimentar Gnaisse cordierítico-biotítico
P3LMbg Neoproterozóico Gnaisse biotítico Complexo de Lalamo Metassedimentar Gnaisse biotítico, localmente grafítico, intercalado
P3SW Neoproterozóico M'Sawize Complexo Plutónica, metamórfica Indiferenciada
P3SWgd Neoproterozóico Gnaisse granodiorítico a gabróico Complexo de M'Sawize Plutónica, metamórfica Gnaisse granodiorítico a gabróico
P3SWto Neoproterozóico Metatonalito Complexo de M'Sawize Plutónica, metamórfica Metatonalito
P3SWgb Neoproterozóico Metagabro e anfibolito Complexo de M'Sawize Plutónica, metamórfica Metagabro e anfibolito
P3SWmi Neoproterozóico Migmatito bandado Complexo de M'Sawize Plutónica, metamórfica Migmatito bandado, granito migmatítico menor e a
P3Q Neoproterozóico Muaquia Complexo Metamórfica Indiferenciada
P3Qmy Neoproterozóico Gnaisse granítico a granodiorítico Complexo de Muaquia Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico a granodiorítico, milonítico
P3Qgr Neoproterozóico Gnaisse granítico a granodiorítico Complexo de Muaquia Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico a granodiorítico
P3Qag Neoproterozóico Gnaisse anfibolítico Complexo de Muaquia Plutónica, metamórfica Gnaisse anfibolítico
P3Qqz Neoproterozóico Quartzito Complexo de Muaquia Metassedimentar Quartzito
P3Qqk Neoproterozóico Quartzito Complexo de Muaquia Metassedimentar Quartzito; portador de moscovite e distena
P3Qqf P3Qqf+P3Qcs Neoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático (meta-arcose) Complexo de Muaquia Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldspát
P3Qbg Neoproterozóico Gnaisse e xisto muscovítico-biotítico Complexo de Muaquia Metassedimentar Gnaisse e xisto muscovít
P3Qcs Neoproterozóico Gnaisse calco-silicatado Complexo de Muaquia Metassedimentar Gnaisse calco-silicatado
P3Qam Neoproterozóico Anfibolito Complexo de Muaquia Anfibolito
P3X Neoproterozóico Xixano Complexo Indiferenciada
P3Xmy Neoproterozóico Milonito Complexo de Xixano Tectónica Milonito
P3XMgr Neoproterozóico Monte Mapancane Granito Complexo de Xixano Ígnea Granito porfirítico
P3XS Neoproterozóico Sierra Nacaga Suíte Complexo de Xixano Meta-ígnea
P3Xau Neoproterozóico Gnaisse ocelado Complexo de Xixano Meta-ígnea Gnaisse ocelado
P3Xch Neoproterozóico Rochas charnoquíticas Complexo de Xixano Meta-ígnea Rochas charnoquíticas
P3Xgd P3Xgd+P3Xau Neoproterozóico Gnaisse granítico a granodiorítico Complexo de Xixano Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico a grano
P3Xto Neoproterozóico Gnaisse tonalítico Complexo de Xixano Plutónica, metamórfica Gnaisse tonalítico
P3Xag Neoproterozóico Gnaisse anfibolítico Complexo de Xixano Plutónica, metamórfica Gnaisse anfibolítico
P3XStl Neoproterozóico Tonalito Suíte da Sierra Nacaga/Complexo de Xixano Meta-ígnea Tonalito
P3XSgb Neoproterozóico Metagabro e diorito quártzico Suíte da Sierra Nacaga/Complexo de Xixano Plutónica, metamórfica Metagabro e diorito quá
P3Xrh Neoproterozóico Meta-riólito Complexo de Xixano Plutónica, metamórfica Meta-riólito
P3Xma P3Xma+P3Xqz+ Neoproterozóico Mármore Complexo de Xixano Metassedimentar Mármore
P3Xmn Neoproterozóico Rochas mangeríticas Complexo de Xixano Meta-ígnea Rochas mangeríticas
P3Xqm Neoproterozóico Quartzo-micagnaisse e quartzo-micaxisto Complexo de Xixano Metassedimentar Quartzo-micagnaisse e q
P3Xqz Neoproterozóico Quartzito Complexo de Xixano Metassedimentar Quartzito
P3Xss Neoproterozóico Meta-arenito Complexo de Xixano Metassedimentar Meta-arenito
P3Xbg Neoproterozóico Gnaisse biotítico, gnaisse quartzo-feldspático, gnaisse anfibolítico Complexo de Xixano Metassedimentar Gnaisse biotítico, gnaisse
P3Xmg Neoproterozóico Metagabro Complexo de Xixano Meta-ígnea Metagabro
P3XNP Neoproterozóico Grupo de Nipepe Complexo de Xixano Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldspát
P3Xgn Neoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático-granatífero Complexo de Xixano Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldspát
P3Xpx Neoproterozóico Granulito máfico Complexo de Xixano Metamórfica Granulito máfico
P3MP Neoproterozóico Montepuez Complexo Indiferenciada
P3MPgr Neoproterozóico Gnaisse granítico Complexo de Montepuez Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico
P3MPgd Neoproterozóico Gnaisse granítico a granodiorítico Complexo de Montepuez Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico a grano
P3MPto P3MPto+P3MPc Neoproterozóico Gnaisse tonalítico Complexo de Montepuez Plutónica, metamórfica Gnaisse tonalítico
P3MPdi Neoproterozóico Gnaisse diorítico Complexo de Montepuez Plutónica, metamórfica Gnaisse diorítico
P3MPam Neoproterozóico Gnaisse anfibolítico Complexo de Montepuez Plutónica, metamórfica Gnaisse anfibolítico
P3MPqz Neoproterozóico Quartzito, meta-arcose e gnaisse quartzítico Complexo de Montepuez Metassedimentar Quartzito, meta-arcose e
P3MPma Neoproterozóico Mármore Complexo de Montepuez Metassedimentar Mármore
P3MPqf Neoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático Complexo de Montepuez Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldspát
P3MPbg Neoproterozóico Gnaisse biotítico Complexo de Montepuez Metassedimentar Gnaisse biotítico
P2BS Boési Granito Plutónica Granito, tonalito, diorito
P2MR Marirongoe Granito Plutónica Granito heterogéneo
Neoproterozóico Diorito quártzico, diorito
P2MS Mesoproterozóico Messambe Quartzo-monzonito Plutónica Quartzo-monzonito porf
P2Cgr Mesoproterozóico Chacocoma Granito Plutónica Granito biotítico e porfir
P2MT Mesoproterozóico Mussata Granito Plutónica Granito biotítico e porfir
P2DM Mesoproterozóico Monte Domoe Granito Plutónica Granito maciço com text
P2CA Mesoproterozóico Monte Capirimpica Granito Plutónica Granito hornebléndico b
P2SJ Mesoproterozóico Monte Sanja Suíte Plutónica Granito e granodiorito co
P2SJmz Mesoproterozóico Quartzo-monzonito Suíte do Monte Sanja Plutónica Quartzo-monzonito a dio
P2SJgr Mesoproterozóico Granito Suíte do Monte Sanja Plutónica Granito, granodiorito e d
P2F Mesoproterozóico Furancungo Suíte Plutónica Indiferenciada
P2FM Mesoproterozóico Muenda Gabro Suíte de Furancungo Plutónica Gabro; não deformado a
P2FD P2FD+P2FDd Mesoproterozóico Desaranhama Granito Suíte de Furancungo Plutónica Granito biotítico e grano
P2FDd Mesoproterozóico Granito deformado Gr. de Desaranhama/Sér. de Furancungo Plutónica Ortognaisse hornebléndi
P2FP Mesoproterozóico Rio Ponfi Granito Suíte de Furancungo Plutónica Quartzo-monzonito a dio
P2FC Mesoproterozóico Nacococo Granito Suíte de Furancungo Plutónica Granodiorito equigranula
P2FZ Mesoproterozóico Monte Dezenza Gnaisse Suíte de Furancungo Plutónica Gnaisse (hornebléndico)
P2CT Mesoproterozóico Castanho Granito Plutónica Granito castanho e quart
P2CUga Mesoproterozóico Rio Chiticula Gabro Plutónica Gabro(-anortosito)
P2CP Mesoproterozóico Chipera Suíte Plutónica Gabro e leucogabro anor
P2gd Mesoproterozóico Gabro e diorito Plutónica Gabro e diorito, normalm
P2CZ Mesoproterozóico Cassacatisa Suíte Plutónica Granito indiferenciado, g
P2CZgr Mesoproterozóico Granito megacrístico Suíte de Cassacatisa Plutónica Granito deformado mega
P2CZgn Mesoproterozóico Granito Suíte de Cassacatisa Plutónica Granito gnáissico com te
P2CZmg P2CZmg+P2CZ Mesoproterozóico Granito Suíte de Cassacatisa Plutónica Granito mesocrático com
P2SD P2SD+P2SDp Mesoproterozóico Fase porfirítica da Serra Danvura Granito Plutónica Granito com textura gran
P2SDp Mesoproterozóico Granito da Serra Danvura Plutónica Quartzo-monzonito porf
P2RC Mesoproterozóico Rio Capoche Granito Plutónica Granito leucocrático folia
P2RF P2RF+P2RFv Mesoproterozóico Rio Tchafuro Granito Plutónica Granito biotítico e grano
P2RFv Mesoproterozóico Gnaisse venado Granito do Rio Tchafuro Plutónica Gnaisse venado
P2sv Mesoproterozóico Rocha metassedimentar e vulcânica Sedimentar, metamórfica Rochas metassedimentar
P2CSgr Mesoproterozóico Serra Chiuta Granito Plutónica Granito biotítico e porfir
P2MG Mesoproterozóico Mungári Gnaisse granatífero Metamórfica Granito gnáissico granatí
P2MH Mesoproterozóico Mucota Suíte
P2MHga Mesoproterozóico Gabro Suíte de Mucota Plutónica Gabro
P2MHan Mesoproterozóico Anortosito Suíte de Mucota Plutónica Anortosito, bandado
P2ML Mesoproterozóico Mashonaland Suíte Plutónica Dolerito, gabro
P2PM Mesoproterozóico Pamassara Granito Plutónica Granodiorito, adamelito
P2do Mesoproterozóico Dolerito Plutónica Dolerito
P2gra 1134 35 Paleoproterozóico Granito Plutónica, metamórfica Granito, parcialmente po
P2sp Mesoproterozóico Serpentinito Plutónica Serpentinito, alterado pa
P2AG Mesoproterozóico Grupo de Angónia Metassedimentar Paragnaisses
P2AGqz Mesoproterozóico Quartzito Membro Grupo de Angónia Metassedimentar Quartzito
P2AGma Mesoproterozóico Mármore Membro Grupo de Angónia Mármore
P2AGto Mesoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático tonalítico Grupo de Angónia Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldspát
P2AGbg Mesoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático granatífero bandado Grupo de Angónia Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldspát
P2AGqf P2AGqf+P2AGn Mesoproterozóico Gnaisse hornebléndico-quartzo-feldspático biotítico bandado Grupo de Angónia Metassedimentar Gnaisse hornebléndico-q
P2AGsv Mesoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático e anfibolítico Grupo de Angónia Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldspát
P2F Mesoproterozóico Fingoè Supergrupo Sedimentar Indiferenciada
P2FT
P2FPmc Mesoproterozóico Micaxisto calco-silicatado Fm. do Monte Pueque/Gr. do Monte Tchicombe/Supergr. Sedimentar Micaxisto calco-silicata
Fingoè
P2FPcc Mesoproterozóico Monte Pueque Formação Gr. do Monte Tchicombe/Supergr. Fingoè Sedimentar Gnaisse e xisto calco-s
P2FP P2FMco+P2FMs Mesoproterozóico Rio Mucanba Formação Gr. do Monte Tchicombe/Supergr. Fingoè
P2FMco Mesoproterozóico Conglomerado Fm. do Rio Mucanba/Gr. do Monte Tchicombe Sedimentar Conglomerado polimíc
/Supergr. Fingoè
P2FMss Mesoproterozóico Meta-arenito, xisto e rocha metavulcânica félsica Fm. do Rio Mucanba/Gr. do Monte Tchicombe Sedimentar Meta-arenito, xisto qu
/Supergr. Fingoè
P2FMqz Mesoproterozóico Quartzito Fm. do Rio Mucanba/Gr. do Monte Tchicombe Sedimentar Quartzito
/Supergr. Fingoè
P2FHm Mesoproterozóico Mármore Gr. do Monte Tchicombe/Supergr. Fingoè Sedimentar Mármore, rocha carbo
P2FHv P2FHv+P2FHm Mesoproterozóico Rocha metavulcânica félsica Gr. do Monte Tchicombe/Supergr. Fingoè Sedimentar Rocha metavulcânica f
P2FS Mesoproterozóico Monte Mesucco Grupo Supergr. Fingoé Sedimentar

P2FG P2FGb+P2FGmf Mesoproterozóico Monte Muinga Formação Gr. do Monte Messuco/Supergr. Fingoè Sedimentar

P2FGb Mesoproterozóico Brecha vulcânica e aglomerado Gr. do Monte Messuco/Supergr. Fingoè Sedimentar Brecha vulcânica, aglo
P2FGmf Mesoproterozóico Rochas metavulcânicas félsicas e amigdalóides Fm. do Monte Muinga/Gr. de Messuco/Supergr. Fingoè Sedimentar Rochas metavulcânica
máficas

P2FGvi Mesoproterozóico Rocha metavulcânica máfica a intermédia Fm. do Monte Muinga/Gr. de Messuco/Supergr. Fingoè Sedimentar Rocha metavulcânica m
P2FGfi Mesoproterozóico Rocha metavulcânica félsica Fm. do Monte Muinga/Gr. de Messuco/Supergr. Fingoè Rocha metavulcânica f
P2FSch P2FSch+P2Fsm Mesoproterozóico Micaxisto e micagnaisse Gr. do Monte Messuco/Supergr. Fingoè Sedimentar Micaxisto, micagnaisse
P2FSm Mesoproterozóico Mármore e rocha carbonatada Gr. do Monte Messuco/Supergr. Fingoè Sedimentar Mármore, rocha carbo
P2FR P2FRvf+P2FRvf Mesoproterozóico Monte Rupanjaze Formação Gr. do Monte Messuco/Supergr. Fingoè Sedimentar

P2FRch Mesoproterozóico Metacherte Fm. do Monte Rupanjaze/Gr. do Monte Messuco/Supergr. Sedimentar Metacherte
Fingoè
P2FRvf Mesoproterozóico Rocha piroclástica máfica e micaxisto Fm. do Monte Rupanjaze/Gr. do Monte Messuco/Supergr. Sedimentar Rochas piroclásticas m
Fingoè
P2FRvfe Mesoproterozóico Formação Ferrífera Bandada Banda na Unidade P2FRvfe Sedimentar Rocha Ferrífera Banda
P2FRvm Mesoproterozóico Rochas metavulcânicas máficas Fm. do Monte Rupanjaze/Gr. do Monte Messuco/Supergr. Vulcânico Rochas metavulcânica
Fingoè
P2D Mesoproterozóico Mualadze Grupo Sedimentar, metamórfica Indiferenciada
P2Dfe Mesoproterozóico Rocha ferrífera bandada Grupo de Mualadze Sedimentar, metamórfica Rocha ferrífera bandad
P2Dvl Mesoproterozóico Macanda Formação Grupo de Mualadze Sedimentar, metamórfica Rocha metavulcânica m
P2Dvlc Mesoproterozóico Conglomerado Fm. de Macanda/Gr. de Muladze Sedimentar, metamórfica Conglomerado
P2Dc Mesoproterozóico Micaxisto Grupo de Mualadze Sedimentar, metamórfica Micaxisto
P2Dq Mesoproterozóico Quartzito Grupo de Mualadze Sedimentar, metamórfica Quartzito
P2Dvu Mesoproterozóico Rocha metavulcânica ultramáfica Grupo de Mualadze Sedimentar, metamórfica Rocha metavulcânica u
P2C Mesoproterozóico Cazula Grupo Sedimentar, metamórfica Meta-arenito, gnaisse
P2MC Mesoproterozóico Meluco Complexo Plutónica, metamórfica Indiferenciada
P2MCgr P2MCgr+P2MC Mesoproterozóico Gnaisse granítico Complexo de Meluco Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico
P2MCgd Mesoproterozóico Gnaisse granodiorítico Complexo de Meluco Plutónica, metamórfica Gnaisse granodiorítico
P2MCgn Mesoproterozóico Gnaisse granítico a tonalítico Complexo de Meluco Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico a ton
P2NR P2NRgr+P2NRb Mesoproterozóico Nairoto Complexo Metamórfica Indiferenciada
P2NRgr Mesoproterozóico Gnaisse granítico a granodiorítico Complexo de Nairoto Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico a gra
P2NRbg Mesoproterozóico Meta-arenito e gnaisse biotítico Complexo de Nairoto Metassedimentar Meta-arenito e gnaisse
P2MR Mesoproterozóico Marrupa Complexo Plutónica, metamorfoseada Indiferenciada
P2MRmy Mesoproterozóico Granito milonítico Complexo de Marrupa Plutónica, metamorfoseada Granito milonítico
P2MRgg P2MRgg+P2MR Mesoproterozóico Gnaisse granítico Complexo de Marrupa Plutónica, metamorfoseada Gnaisse granítico

P2MRgd Mesoproterozóico Gnaisse granodiorítico Complexo de Marrupa Plutónica, metamorfoseada Gnaisse granodiorítico

P2MRdi Mesoproterozóico Gnaisse diorítico Complexo de Marrupa Plutónica, metamorfoseada Gnaisse diorítico
P2MRam Mesoproterozóico Gnaisse anfibolítico Complexo de Marrupa Plutónica, metamorfoseada Gnaisse anfibolítico

P2MRgy Mesoproterozóico Gnaisse cinzento migmatítico Complexo de Marrupa Plutónica, metamorfoseada Gnaisse cinzento migm
P2MRsp Mesoproterozóico Serpentinito Complexo de Marrupa Plutónica, metamorfoseada Serpentinito
P2MRqv Mesoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático Complexo de Marrupa Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldsp
P2MRsy Mesoproterozóico Matondovela Sienito Complexo de Marrupa Meta-ígnea Sienito

P2MRqp Mesoproterozóico Paragnaisse rico em quartzo Complexo de Marrupa Metassedimentar Gnaisse rico em quartz
P2MRad Mesoproterozóico Diatexito granítico portador de anfibolito Complexo de Marrupa Plutónica, metamórfica Diatexito granítico por
P2MRtr Mesoproterozóico Gnaisse trondhjemítico Complexo de Marrupa Plutónica, metamórfica Gnaisse trondhjemític
P2MRhg Mesoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático migmatítico e hornebléndico Complexo de Marrupa Plutónica, metamórfica Gnaisse quartzo-feldsp
P2MRma Mesoproterozóico Mármore Complexo de Marrupa Plutónica, metamórfica Mármore
P2MRlca Mesoproterozóico Leucognaisse quartzo-feldspático Complexo de Marrupa Metassedimentar Gnaisse com textura g
P2MRbqf Mesoproterozóico Gnaisse granatífero-biotítico-quartzo-feldspático Complexo de Marrupa Metassedimentar Gnaisse granatífero-bi
P2MRmc P2MRmc+P2MR Mesoproterozóico Leucognaisse migmatítico Complexo de Marrupa Metassedimentar Leucognaisse migmatí
P2MRb Mesoproterozóico Gnaisse tonalítico bandado Complexo de Marrupa Metassedimentar Gnaisse tonalítico ban

P2MRbl Mesoproterozóico Leucognaisse Complexo de Marrupa Metassedimentar Leucognaisse; localme


P2MB Mesoproterozóico Mugeba Complexo Plutónica, tectónica Indiferenciada
P2MBmg Mesoproterozóico Gnaisse granulítico máfico Complexo de Mugeba Plutónica, tectónica Gnaisse granulítico má
P2MBfg P2MBfg+P2MBc Mesoproterozóico Gnaisse granulítico félsico a intermédio Complexo de Mugeba Plutónica, tectónica Gnaisse granulítico fél
P2MBch Mesoproterozóico Charnoquito Gn. granulítico félsico a intermédio/C. de Mugeba Plutónica, tectónica Gnaisse granulítico cha
P2MBog P2MBog(+P2MB Mesoproterozóico Ortognaisse milonítico a flaser Complexo de Mugeba Plutónica, tectónica Ortognaisse milonítico
P2MBpx Mesoproterozóico Gnaisse piroxenítico Complexo de Mugeba Plutónica, tectónica Gnaisse piroxenítico
P2MBsy Mesoproterozóico Gnaisse sienítico Complexo de Mugeba Plutónica, tectónica Gnaisse sienítico
P2MBum Mesoproterozóico Rochas ultramáficas Complexo de Mugeba Plutónica, tectónica Gnaisse ultramáfico
P2UN Mesoproterozóico Unango Complexo Intrusiva, metamórfica Indiferenciada
P2UNmy Mesoproterozóico Granito milonítico Complexo de Unango Intrusiva, tectónica Milonito granítico
P2UNqg Mesoproterozóico Monte Balise Granito Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Granito quartzo-porfir
P2UNlc Mesoproterozóico Leucogranito Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Leucogranito

P2UNfg Mesoproterozóico Granito Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Granito, localmente fe

P2UNmz Mesoproterozóico Monzonito Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Monzonito, foliado


P2UNpx Mesoproterozóico Rochas ultramáficas Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Rochas ultramáficas
P2UNag Mesoproterozóico Gnaisse ocelado Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse ocelado, gnais

P2UNdi Mesoproterozóico Gnaisse granítico a granodiorítico Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse granítico a gra
P2UNtg Mesoproterozóico Chiconono Gnaisse Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse granodiorítico
P2UNsy Mesoproterozóico Gnaisse sienítico Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse sienítico
P2UNgo Mesoproterozóico Gnaisse migmatítico granítico a granodiorítico Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse migmatítico g
P2UNbb Mesoproterozóico Meponda Gnaisse Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse biotítico e hor
P2UNbf Mesoproterozóico Metagabro Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Metagabro
P2UNgb P2UNgb+P2UNb Mesoproterozóico Metagabro e gnaisse máfico Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Metagabro e gnaisse m
P2UNce Mesoproterozóico Granofels charnoquítico a enderbítico Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Granofels charnoquític
P2UNfp Mesoproterozóico Monte Linasse Granofels Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Granofels charnoquític
P2UNef Mesoproterozóico Lichinga Gnaisse Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Granofels enderbítico
P2UNm Mesopr Gnaisse máfico a Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse máfico estromático, 1435/1436,
c oterozói charnoquítico gnaisse charnoquítico 1334/1335
co
P2UNc Mesopr Gnaisse Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse charnoquítico, 1435/1436,
m oterozói charnoquítico, parcialmente migmatítico 1535/1536
co parcialmente
migmatítico
P2UNcf Mesopr Gnaisse Complexo de Unango Intrusiva, metamórfica Gnaisse charnoquítico, 1334/1335, 1336,
oterozói charnoquítico, feldspático com porfiroblastos 1435/1436
co feldspático com
porfiroblastos
P2UNq Mesopr Quartzito Complexo de Unango Metassedimentar, Quartzito, portador de moscovite 1336, 1234/1235,
m oterozói metamórfica e distena 1334/1335
co
P2UNfq Mesopr Gnaisse quartzo- Complexo de Unango Metassedimentar, Gnaisse quartzo-feldspático e 1236, 1334/1335,
oterozói feldspático e metamórfica quartzito, localmente portador de 1336, 1435/1436
co quartzito magnetite
P2UNbi Mesopr Gnaisse biotítico Complexo de Unango Metassedimentar, Gnaisse icotite Bh, milonítico 1334/1335, 1336
oterozói metamórfica
co
P2UNv Mesopr Meta-riólito Complexo de Unango Metassedimentar, Meta-riólito quartzo-porfirítico 1336
o oterozói metamórfica
co
P2UNb Mesopr Gnaisse Complexo de Unango Metassedimentar, Gnaisse hornebléndico 1236, 1134/1135,
h oterozói hornebléndico metamórfica 1234/1235, 1236
co
P2UNm Mesopr Gnaisse Complexo de Unango Metamórfica Gnaisse migmatítico, estromático 1234/1235,
g oterozói migmatítico, 1334/1335
co estromático
P2UNm P2UNmr+P2UNf Mesopr Chala Gnaisse Complexo de Unango Metamórfica Gnaisse granulítico máfico, 1334/1335,
r q [Ilegível] oterozói bandado 1435/1436
co
P2UNs Mesopr Gnaisse Complexo de Unango Metassedimentar Gnaisse migmatítico bandado 1435/1436, 1537, 1537
m oterozói migmatítico 1535/1536, 1635
co bandado
P2UNlc Mesopr Gnaisse quartzo- Complexo de Unango Metavulcânica Gnaisse quartzo-feldspático 1535/1536; 1635
r oterozói feldspático leucocrático
co leucocrático
P2NM Mesopr Nampula Complexo Indiferenciada
oterozói
co
P2NMg Mesopr Gabro e diorito Complexo de Nampula 1735
ab oterozói
co
P2NMl Mesopr Leucogranito Complexo de Nampula Leucogranito granatífero, 1735
cn oterozói granatífero, frequentemente gnáissico
co frequentemente
gnáissico
P2NMl Mesopr Leucognaisse Gnaisse de Leucognaisse 1736, 1639
g oterozói Mamala/Complexo de 1737/1738/1739
co Nampula
Mesopr Gnaisse granítico Suíte de Plutónica Gnaisse granítico com feldspato 1535/1536, 1635, 1538, 1637, 1078+-16
oterozói feldspático Culicur/Complexo JC potássico (equigranular) 1636 1638
co (equigranular) de Nampula fortemente foliado
P2NMt Mesopr Gnaisse tonalítico Suíte de Plutónica, metamórfica Gnaisse tonalítico e migmatito 1437, 1438 1439
o oterozói e migmatito Mocuba/Complexo de
co Nampula
P2NMl Mesopr Gnaisse Suíte de Ígnea, metamórfica Gnaisse leucogranítico com 1535/1536, 1635, 1735, 1736, 1440, 1537, 1603776,+-8
c oterozói leucogranítico Mocuba/Complexo de textura granular média, 1636 1737/1738/1739 1538, 1539,
co Nampula migmatítico 1540,
P2NMa Mesopr Camadas de Complexo JC de Camadas de anfibolito 1639
b oterozói anfibolito Nampula
co
P2NMd Mesopr Camadas de Complexo de Nampula Camadas de diópsido 1639
p oterozói diópsido
co
P2NMg Mesopr Camadas Complexo de Nampula Camadas granatíferas 1639
t oterozói granatíferas
co
P2NMg Mesopr Gnaisse granítico Suíte de Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico diatexítico e 1339/1536, 1438,
g oterozói diatexítico e Mocuba/Complexo de migmatito 1635, 1536
co migmatito Nampula
P2NM Mesopr Rapala Gnaisse Complexo de Nampula Plutónica Gnaisse tonalítico e 1636 1439, 1440, 1504905+-19, 1091-
md oterozói granodiorítico portador de 1537, 1538, 14
co horneblenda 1539,
P2NMq Mesopr Quartzito e Gr. de Molocué/Cplx. Metassedimentar Quartzito, gnaisse quartzítico 1635, 1636,
q oterozói gnaisse quartzítico de Nampula 1535/36, 1339, 1340
co
P2NM Mesopr Mármore Gr. de Molocué/Cplx. Metassedimentar Mármore 1438, 1338 1634/1635, 1735 1639
ma oterozói de Nampula
co
P2NMg P2NMga+P2NM Mesopr Gnaisse ocelado Suíte de Plutónica Gnaisse ocelado, com 1437, 1535/1536, 1735, 1736, 1439, 1440, 1504703,+-16,
a c [Ilegível] oterozói Culicui/Complexo de charnoquito 1438, 1635, 1636, 1737/1738/1739 1537, 1538, 1087+-13
co Nampula 1339, 1340 1539,
P2NMc Mesopr Charnoquito Suíte de Plutónica Charnoquito 1339, 1340, 1735,1736 1537, 1538, 1074+-13
h oterozói Culicui/Complexo de 1535/1536, 1635 1637
co Nampula
P2NMa Mesopr Gnaisse Suíte de Plutónica Gnaisse granítico ocelado 1439, 1537,
l oterozói leucogranítico Culicui/Complexo de leucocrático listrado 1538, 1539,
co ocelado listrado Nampula 1540, 1639
P2NMy Mesopr Gnaisse granítico Suíte de Plutónica Gnaisse granítico megacrístico 1537, 1538, 1077+-26
g oterozói megacrístico Culicui/Complexo de 1539, 1637,
co Nampula 1638
P2NMa P2NMa+P2NMm Mesopr Molocue Grupo Complexo de Nampula Metassedimentar Gnaisse metapelítico e 1537, 1538, 1603990+-22
[Ilegível] oterozói metassamito indiferenciado com 1539, 1637,
co mármore subordinado, calco- 1638,
silicatos, rochas metavulcânicas
félsicas e máficas
P2NMl Mesopr Leucognaisse (Gr. de Molocué Ígnea Leucognaisse hornebléndico 1437, 1438
cm oterozói hornebléndico indiferenciado+jGn. quartzo-feldspático
co quartzo- Mamala+Sér. de
feldspático Mocuba)/Cplx. de
Nampula
P2NMl P2NMlcl+P2NM Mesopr Mamala Gnaisse Complexo de Nampula Ígnea Gnaisse quartzo-feldspático 1339, 1340, 1437, 1634/1635, 1736 1439, 1537, 1058+-9, 1042+-9,
cl [Ilegível] oterozói leucocrático 1438 1538, 1539, 1092+-13, 1085+-10
co 1540,
P2NMg P2NMgm+P2NM Mesopr Gnaisse biotítico (Gr. de Molocué Metamórfica Gnaisse biotítico bandado e 1339, 1340; 1437, 1634/1635, 1734, 1439, 1440, 1128+-9, 1123+-14
m [Ilegível] oterozói bandado e indiferenciado+Gn. migmatito 1438, 1535/1536, 1735, 1736, 1537, 1538,
co migmatito Mamala+Sér. de 1634/1635, 1636 1737/1738/1739 1539,
Mocuba)/Cplx. de
Nampula
P2NMg Mesopr Gnaisse (Gr. de Molocué Metassedimentar Gnaisse granatífero-silimanítico, 1735, 1736,
s oterozói granatífero- indiferenciado+Gn. micagnaisse, migmatítico 1737/1738/1739
co silimanítico, Mamala+Sér. de
micagnaisse, Mocuba)/Cplx. de
migmatítico Nampula
P2NMg Mesopr Gnaisse biotítico Gr. de Molocué/Cplx. Metassedimentar Gnaisse biotítico bandado e 1339, 1340
mc oterozói bandado e de Nampula migmatito
co migmatito
P2NMa Mesopr Gnaisse Gr. de Molocué/Cplx. Gnaisse actinotremolítico 1639
t oterozói actinotremolítico de Nampula
co
P2NMs Mesopr Gnaisse sienítico Gr. de Molocué/Cplx. Gnaisse sienítico 1639
y oterozói de Nampula
co
P2NMc Mesopr Gnaisse calco- Gr. de Molocué/Cplx. Metassedimentar Gnaisse calco-silicatado e 1537, 1538,
m oterozói silicatado e de Nampula mármore 1539
co mármore
P2NMu Mesopr Gnaisse Gr. de Molocué/Cplx. Gnaisse ultramáfico 1538, 1637,
g oterozói ultramáfico de Nampula 1638, 1639
co
P2NMs Mesopr Gnaisse quartzo- Gr. de Molocué/Cplx. Metassedimentar Gnaisse quartzo-feldspático, 1339 1639
b oterozói feldspático de Nampula portador de sillimanite
co
P2NMp Mesopr Gnaisse Gr. de Molocué/Cplx. Metassedimentar Gnaisse metapelítico e migmatito 1437, 1438 1439, 1440
t oterozói metapelítico e de Nampula
co migmatito
P2NMg Mesopr Leucognaisse Gr. de Molocué/Cplx. Metavulcânica Leucognaisse granatífero 1437
lc oterozói granatífero de Nampula
co
P2NMs Mesopr Quartzito, arcose Gr. de Molocué/Cplx. Metassedimentar Quartzito, arcose e quartzito 1735, 1736, 1538, 1540,
g oterozói e quartzito de Nampula ferruginoso 1737/1738/1739 1637
co ferruginoso
P2NMq Mesopr Quartzito, Gr. de Molocué/Cplx. Metassedimentar Quartzito, mármore e calco- 1438, 1535/1536,
z oterozói mármore e calco- de Nampula silicato 1635, 1636
co silicato
P2NMa P2NMam+P2NM Mesopr Gnaisse Gr. de Molocué/Cplx. Metamórfica Gnaisse anfibolítico, anfibolito 1339, 1340, 1336, 1537, 1538,
m [Ilegível] oterozói anfibolítico de Nampula granatífero 1635 1539, 1637,
co 1638, 1639
P2NMa Mesopr Gnaisse Suíte de Gnaisse anfibolítico 1439, 1440, 1637,
mb oterozói anfibolítico Mocuba/Complexo de 1638
co Nampula
P2NMa Mesopr Gnaisse Gn.+Sér. de Mocuba) Gnaisse anortosítico 1639
n oterozói anortosítico /Cplx. Nampula
co
P2ZB
P2ZBz P2ZBm+P2ZBc+[I Mesopr Muze Formação Supergr. Zambue
legível] oterozói
co
P2ZBm Mesopr Musamba Formação Gr. de Muze/Supergr. Sedimentar/metamórfi Mármore, interestratificações 1430/1431,
oterozói Zambue ca calco-silicatadas 1530/1531
co
P2ZBc Mesopr Caduco Formação Gr. de Muze/Supergr. Sedimentar/metamórfi Gnaisse calco-silicatado, 1430/1431,
oterozói Zambue ca escarnito, metacherte
co
P2ZBaq Mesopr Quartzito arcósico Gr. de Muze/Supergr. Sedimentar/metamórfi Quartzito arcósico 1430/1431,
oterozói Zambue ca 1530/1531
co
P2ZBm Mesopr Malowera Grupo Supergr. Zambue Sedimentar/vulcânica Quartzito, paragnaisse,
oterozói ortognaisse
co
P2ZBss P2ZBss+P2 ZBsn[I Mesopr Sale-Sale Formação Grupo de
legível] oterozói Malowera/Supergr.
co Zanbue
P2ZBqz Mesopr Ortoquartzito Fm. de Sale-Sale/Gr. de Sedimentar/metamórfi Ortoquartzito 1431/1430,
oterozói Malowera/Supergr. ca 1530/1531
co Zambue
P2ZBsn Mesopr Gnaisse biotítico- Fm. de Sale-Sale/Gr. Sedimentar/metamórfi Gnaisse biotítico-granatífero (- 1430/1431,
oterozói granatífero de Malowera/Supergr. ca silimanítico) 1530/31
co Zambue
P2ZBa Mesopr Metamba Formação Gr. de Sedimentar/metamórfi Meta-arcose, gnaisse quartzo- 1430/1431, 1432, <1300 Ma
oterozói Malowera/Supergr. ca feldspático; bandas intermédias 1530/1531
co Zambue de rochas metavulcânicas máficas
P2ZBa Mesopr Bandas Membro Fm. de Metamba/Gr. Sedimentar/metamórfi Rochas metavulcânicas máficas e 1430/1431
v oterozói intermédias de Malowera/Supergr. ca intermédias
co vulcânicas Zambue
P2ZBgn Mesopr Rio Mese Formação Supergr. Zambue Metamórfica Ortognaisse e paragnaisse 1430/1431,
oterozói granatífero 1530/1531
co
P2RM Mesopr Rio Mepembe Gnaisse Ortognaisse e paragnaisse, tonalítico/Granulito 1430/1431,
oterozói granatífero-piroxénico bandado, quartzo feldspato e 1530/1531
co calco-silicato
P2CD Mesopr Chidzolomondo Grupo Gnaisse 1430/1431, 1432, 1433
oterozói 1532, 1533
co
P2MZ Mesopr Rio-Messuze Suíte Ortognaisse e paragnaisse 1532
1
oterozói
co
Mesopr Tete Suíte Plutónica Indiferenciada 1532, 1533/34,
oterozói 1633, 1634
co
P2Tgb_ P2Tgb+P2Tan+P Mesopr Gabro Suíte de Tete Plutónica Gabro; anortosito subordinado 1532, 1533/1534,
[Ilegível] oterozói 1633, 1634/1635
co
P2Tan Mesopr Anortosito Suíte de Tete Plutónica Anortosito 1533/1534,
oterozói 1634/1635
co
P2Tpx Mesopr Piroxenito Suíte de Tete Plutónica Piroxenito 1633
oterozói
co
P2Tmd Mesopr Dique máfico Suíte de Tete Plutónica Dique máfico 1533/1534
oterozói
co
P2BUgr Mesopr Monte Senge Granito Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Granito, deformado 1732/1733, 1734
oterozói
co
P2BUg Mesopr Monte Panda Granodiorito Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Granodiorito, 1732/1733, 1734,
d oterozói deformado 1832/1833
co
P2BUig Mesopr Inchope Ortognaisse Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Ortognaisse 1832/1833, 1079
oterozói 1932/1933, 1934, Ma
co 2032/2033
P2BUlg Mesopr Monte Tomonda Gnaisse Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Leucogranito, 1732/1733, 1734,
oterozói leucocrático granatífero 1832/1833, 1834
co
P2BUdi Mesopr Foz do Rio Diorito Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Diorito quártzico 1732/1733, 1734,
oterozói Banhale quártzico 1832/1833
co
P2BUd Mesopr Monte Hombe Granodiorito Plutónica, metamórfica Granodiorito e 1832/1833
g oterozói e tonalito tonalito, migmatítico
co
P2BUgg Mesopr Gnaisse granítico Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Gnaisse granítico 1832/1833,
oterozói portador de anfíbolo 1932/1933
co
P2BUg Mesopr Gabro e rocha Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Gabro, rocha 1832/1833,
b oterozói gabróica gabróica 1932/1933
co
P2BUp Mesopr Diorito piroxénico Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Diorito piroxénico 1832/1833
d oterozói
co
P2BUh Mesopr Horneblendito Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Horneblendito 1832/1833, 1834,
b oterozói 1932/1933
co
P2BMc Mesopr Gnaisse calco- Gr. de Metassedimentar Gnaisse calco- 1732/1733, 1734,
c oterozói silicatado Mecossa/Complexo de silicatado, escarnito 1832/1833, 1834,
co Báruè 1932/1933
P2BM Mesopr Mármore Gr. de Metassedimentar Mármore 1732/1733, 1734,
ma oterozói Mecossa/Complexo de 1832/1833
co Báruè
P2BMsi Mesoproterozóico Gnaisse granatífero-silimanítico Gr. de Mecossa/Complexo de Báruè Metassedimentar Gnaiss
P2BMfq Mesoproterozóico Quartzito feldspático Gr. de Mecossa/Complexo de Báruè Metassedimentar Quartz
P2BMar P2BMar+P2BMf [ilegível] Mesoproterozóico Meta-arcose Gr. de Mecossa/Complexo de Báruè Metassedimentar Meta-a
P2BMlc Mesoproterozóico Gnaisse leucocrático Gr. de Mecossa/Complexo de Báruè Metassedimentar Gnaiss
P2BMqf Mesoproterozóico Gnaisse quartzo-feldspático Gr. de Mecossa/Complexo de Báruè Metassedimentar Gnaiss
P2BCch Mesoproterozóico Micaxisto e micagnaisse Gr. de Chimoio/Complexo de Báruè Metassedimentar Micaxi
P2BCmg Mesoproterozóico Metagranito e paragnaisse Gr. de Chimoio/Complexo de Báruè Metassedimentar Metag
P2BChg Mesoproterozóico Gnaisse hornebléndico e anfibolito Gr. de Chimoio/Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Gnaiss
P2BCam Mesoproterozóico Anfibolito Gr. de Chimoio/Complexo de Báruè Metassedimentar Anfibo
P2BCmi Mesoproterozóico Paragnaisse migmatítico Gr. de Chimoio/Complexo de Báruè Metassedimentar Paragn
P2BCfg Mesoproterozóico Monte Chissui Gnaisse Gr. de Chimoio/Complexo de Báruè Plutónica, metamórfica Gnaiss
P2BCss Mesoproterozóico Metassedimento siliciclástico Gr. de Chimoio/Complexo de Báruè Metassedimentar Metas
P2UEv Mesoproterozóico Espungabera Formação Grupo de Umkondo Vulcânico Lava a
P2UD P2UDs+P2UDct [ilegível] Mesoproterozóico Dacata Formação Grupo de Umkondo Sedimentar
P2UDqz Mesoproterozóico Quartzito superior Membro Formação de Dacata/Grupo de Umkondo Sedimentar Ortoqu
P2UDs Mesoproterozóico Siltito Membro Formação de Dacata/Grupo de Umkondo Sedimentar Siltito,
P2UDch Mesoproterozóico Cherte Membro Formação de Dacata/Grupo de Umkondo Sedimentar Cherte
P2UDsc Mesoproterozóico Xisto grafitoso Membro Formação de Dacata/Grupo de Umkondo Sedimentar Quartz
P2UDlq Paleoproterozóico Quartzito inferior Membro Formação de Dacata/Grupo de Umkondo Sedimentar Quartz
P1CH P1CHm+P1CHs [ilegível] Paleoproterozóico Chíduè Formação Sedimentar, metamórfica Indifer
P1Hm Paleoproterozóico Mármore Membro Formação de Chíduè Sedimentar, metamórfica Mármo
P1CHs Paleoproterozóico Meta-arenito Membro Formação de Chíduè Sedimentar, metamórfica Meta-a
P1CHc Paleoproterozóico Micagnaisse Formação de Chíduè Sedimentar, metamórfica Micagn
P1P Paleoproterozóico Ponta Messuli Complexo Metamórfica Indifer
P1Pam Paleoproterozóico Anfibolito Complexo da Ponta Messuli Plutónica, metamórfica Anfibo
Paleoproterozóico Gnaisse ocelado Complexo da Ponta Messuli Plutónica, metamórfica Gnaiss
P1Ptc Paleoproterozóico Talcoxisto Complexo da Ponta Messuli Plutónica, metamórfica Talcox
P1Pqm Paleoproterozóico Quartzo-micaxisto Complexo da Ponta Messuli Metassedimentar Quartz
P1Pgb Paleoproterozóico Gabro Complexo da Ponta Messuli Plutónica, metamórfica Gabro
P1Pmg Paleoproterozóico Gnaisse migmatítico Complexo da Ponta Messuli Metassedimentar Gnaiss
PR_ Paleoproterozóico Rushinga Grupo Sedimentar, metamórfica Mármo
P2RP P1RPq+P1RPma [ilegível] Paleoproterozóico Monte Pitão Formação Grupo de Rushinga Sedimentar, metamórfica Indifer
P1RPq Paleoproterozóico Quartzito superior Membro Fm. do Monte Pitão/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Ortoqu
P1RPma Paleoproterozóico Mármore superior Membro Fm. do Monte Pitão/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Mármo
P1RPgn Paleoproterozóico Gnaisse biotítico Membro Fm. do Monte Pitão/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Gnaiss
P1RPml Paleoproterozóico Mármore Inferior Membro Fm. do Monte Pitão/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Memb
P1RPcc Paleoproterozóico Gnaisse calco-silicatado Fm. do Monte Pitão/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Gnaiss
P1RPa Paleoproterozóico Anfibolito Fm. do Monte Pitão/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Anfibo
P1RE P1REch+P1REa [ilegível] Paleoproterozóico Rio Embuca Formação Grupo de Rushinga Sedimentar, metamórfica Indifer
P1REch Paleoproterozóico Xisto biotítico Membro Fm. do Rio Embuca/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Xisto b
Paleoproterozóico Meta-arcose e quartzito Membro Fm. do Rio Embuca/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Meta-a
Paleoproterozóico Quartzo-feldspático Membro Fm. do Rio Embuca/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Rocha
P1REc Paleoproterozóico Metaconglomerado Membro Fm. do Rio Embuca/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Conglo
P1REqz Paleoproterozóico Quartzito inferior Membro Fm. do Rio Embuca/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Quartz
P1RN P1RNc+P1RNm+ [ilegível] Paleoproterozóico Nhamessolo Formação Grupo de Rushinga Sedimentar, metamórfica Indifer
P1RNc Paleoproterozóico Gnaisse calco-silicatado Fm. de Nhamessolo/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Gnaiss
P1RNm Paleoproterozóico Mármore Membro Fm. de Nhamessolo/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Mármo
P1RNq Paleoproterozóico Quartzito Membro Fm. de Nhamessolo/Gr. de Rushinga Sedimentar, metamórfica Quartz
P1do Paleoproterozóico Dolerito Plutónica Dolerit
P1Z P1Zqs+P1Zss+P [ilegível] Paleoproterozóico Gairezi Grupo Sedimentar Indifer
Paleoproterozóico Quartzito e xisto quartzítico Grupo de Gairezi Sedimentar Quartz
P1Zss Paleoproterozóico Xisto muscovítico-biotítico Grupo de Gairezi Sedimentar Xisto m
P2Zms Paleoproterozóico Micaxisto Grupo de Gairezi Sedimentar Micaxi
P1Zas Paleoproterozóico Micaxisto arenoso Grupo de Gairezi Sedimentar Micaxi
P1Zmb Paleoproterozóico Mármore Grupo de Gairezi Sedimentar Mármo
P1Zq Paleoproterozóico Quartzito Grupo de Gairezi Sedimentar Quartz
Mesoproterozóico Metaconglomerado Grupo de Gairezi Sedimentar Conglo
P1PPg Paleoproterozóico Gnaisse granatífero e migmatito Metamórfica Gnaiss
A3Mq Neoarcaico Mudzi Complexo Metamórfica Indifer
A3Mqm Neoarcaico Quartzo-monzonito Complexo de Mudzi Metamórfica Quartz
A3Mgr Neoarcaico Granito Complexo de Mudzi Metamórfica Granit
A3Mgn A3Mgn+A3Mqn [ilegível] Neoarcaico Gnaisse TTG Complexo de Mudzi Metamórfica Gnaiss
A3Mgg Neoarcaico Gnaisse granatífero Complexo de Mudzi Metamórfica Gnaiss
A3Mgd Neoarcaico Gnaisse granodiorítico Complexo de Mudzi Metamórfica Gnaiss
A3Mgb Neoarcaico Metagabro Complexo de Mudzi Metamórfica Metag
A3Mam Neoarcaico Anfibolito Complexo de Mudzi Metamórfica Anfibo
Neoarcaico Complexo de Complexo Metamórfica Indifer
A3Vpm Neoarcaico Pegmatito Complexo de Mavonde Plutónica Pegma
A3Vagr Neoarcaico Granito aplítico Complexo de Mavonde Plutónica Granit
A3Vgr Neoarcaico Granito Complexo de Mavonde Plutónica Granit
A3Vpgd Neoarcaico Granito porfirítico e granodiorito Complexo de Mavonde Plutónica Granit
A3Vogn Neoarcaico Ortognaisse máfico a intermédio Complexo de Mavonde Plutónica Ortogn
A3Vmgr Neoarcaico Granito maciço Complexo de Mavonde Plutónica
A3Vto Neoarcaico Tonalito e granodiorito Complexo de Mavonde Plutónica Tonali
A3Vpg Neoarcaico Granito Complexo de Mavonde Plutónica Granit
A3Vgn Neoarcaico Gnaisse TTG Complexo de Mavonde Plutónica Gnaiss
A3Vbgn Neoarcaico Gnaisse TTG bandado Complexo de Mavonde Plutónica Gnaiss
A3Vgb Neoarcaico Gabro e metagabro Complexo de Mavonde Plutónica Metag
A3Vmi Neoarcaico Granito migmatítico Complexo de Mavonde Plutónica Granit
Neoarcaico Manica Grupo Metassedimentar e vulcânica
A3MVmc Neoarcaico Micaxisto Fm. de Vengo/Gr. de Manica Metassedimentar Micaxi
A3MVar Neoarcaico Meta-arcose e quartzito arcósico Fm. de Vengo/Complexo de Mavonde Metamórfica Meta-a
A3MVqs Neoarcaico Xisto quartzo-sericítico Fm. de Vengo/Gr. de Manica Metassedimentar Xisto q
A3MVma Neoarcaico Mármore Fm. de Vengo/Complexo de Mavonde Metamórfica Mármo
A3MVch Neoarcaico Metacherte Fm. de Vengo/Gr. de Manica Metassedimentar Metac
A3MVfe Neoarcaico Rocha ferrífera bandada Fm. de Vengo/Gr. de Manica Metassedimentar Rocha
A3MVps Neoarcaico Filito e xisto grafitoso Fm. de Vengo/Gr. de Manica Metassedimentar Filito, x
A3MVgy Neoarcaico Metagrauvaque Fm. de Vengo/Gr. de Manica Metassedimentar Metag
A3MVqz Neoarcaico Quartzito Fm. de Vengo/Gr. de Manica

A3MVclo Conglomerado polimíctico Fm. de Vengo/Complexo de Mavonde

A3MVco Conglomerado vulcânico Fm. de Vengo/Gr. de Manica

A3MV A3MVmc+A3MV Neoarcaico Vengo Formação Grupo de Manica


A3MMfv Neoarcaico Rocha metavulcânica félsica Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMtb Neoarcaico Tufo-brecha Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMag Neoarcaico Aglomerado Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMiv Neoarcaico Rocha metavulcânica intermédia Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMvc Neoarcaico Conglomerado vulcânico Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMqp Neoarcaico Pórfiro quartzo-feldspático Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMff Neoarcaico Tufo cristalino félsico Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MVss Neoarcaico Meta-arenito lítico rico em ferro Fm. de Vengo/Gr. de Manica
A3MMdi Neoarcaico Diamictito Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMba Neoarcaico Metabasalto e xisto máfico Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMbaf Neoarcaico Rocha ferrífera bandada Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMro Neoarcaico Rocha metavulcânica máfica e ultramáfica Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMtu Neoarcaico Rocha metavulcânica máfica e intermédia
Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMbr Neoarcaico Brecha Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMch Neoarcaico Metacherte Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMqss Neoarcaico Xisto quartzo-sericítico Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMse Neoarcaico Serpentinito e metakomatiito Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMtc Neoarcaico Xisto talco-clorítico Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MMtcf Neoarcaico Rocha ferrífera bandada Fm. de Macequece/Gr. de Manica
A3MM A3MMfv+A3MM Neoarcaico Formação de Formação Grupo de Manica
A3MHfe Neoarcaico Rocha ferrífera bandada Fm. de Munhinga/Gr. de Manica
A3MHuv Neoarcaico Rocha metavulcânica ultramáfica e xisto talco- Fm. de Munhinga/Gr. de Manica
clorítico

A3MHqz Neoarcaico Quartzito Fm. de Munhinga/Gr. de Manica


A3MH A3MHfe+A3MHi Neoarcaico Munhinga Formação
A3Mpgn Neoarcaico Paragnaisse Grupo de Manica

A2gt Mesoarcaico Granodiorito e tonalito

dy_
fd Dique félsico
md Dique máfico
sy Dique alcalino
lp

qz_. Veio/dique quártzico

gr Dique granítico

gd Neoproterozóico Dique; intermédio

pg Pegmatito

do Dolerito
BASE DE DADOS DA LITOESTRATIGRAFIA DE
MOÇAMBIQUE

CLASSIFICAÇÃO ESTRATIGRÁFICA NORC GTK

CÓDIGO ERA TIPO LITOLOGIA

Código da
NOME HIERARQUIA ORIGEM UNIDADE N.º FOLHA 1:250 000 FOLH
UNIDADE

CLASSIFICAÇÃO ESTRATIGRÁFICA NORC GTK

CÓDIGO TIPO LITOLOGIA


Código da
NOME HIERARQUIA ORIGEM UNIDADE N.º FOLHA 1:250 000 FOLH
UNIDADE

Qd Quaternário Sedimentar Dunas de areia; costeiras, 50 1535/36, Qcd 2034/35


móveis
Anexo III. Depósitos minerais, ocorrências, mineralizações e indicações minerais

aga: Ágata; ala: Alaito; alb: Albite; ama: Amazonite; and: Andaluzite; apa: Apatite; apir: Arsenopirite; agua:
Água-marinha;
asb: Asbesto; azu: Azurite; bar: Barite; baux: Bauxito; ber: Berilo; ber nob: Berilo nobre; beta: Betafite; bis:
Bismutite;
bor: Bornite; calcd: Calcedónia; calco: Calcopirite; calcos: Calcosite; cals: Calcosina; cat: Calcodite;
cas: Cassiterite; che: Scheelite; arg: argila; carv: carvão; cob: Cobaltite; col: Columbite; col-tan: Columbo-
tantalite; cor: Corindo;
cri: Crisocola; crist: Cristofite; cro: Cromite; cup: Cuprite; dis: Distena; dav: Davidite; dia: Diatomito
(Kieselguhr;
Kieselguhr); dit: Diamante; diop: Diópsido; dum: Dumortierite; etan: Estibiotantalite; ele: Electrum; esme:
Esmeralda; esc: Escapolite;
esp: Espessartite; eux: Euxenite; fer: Fergusonite; ferb: Ferberite; fld: Feldspato; flu: Fluorite; gal: Galenite; gar:
Garnierita;
gems: Gemas; gibs: Gibbsite; glau: Glauconite; gra: Grafite; grn: Granada; gua: Guano; ges: Gesso; hem:
Hematite;
ilm: Ilmenite; cau: Caulino; cal: Calcário; cal ar: Calcário arenoso; cal crist: Calcário cristalino; cal dol: Calcário
dolomítico;
cal lac: Calcário lacustre; cal sil: Calcário silicático; m: Água mineral; mag: Magnetite; mal: Malaquite; man:
Minério de manganês;
mar: Mármore; mate: Marcassite; mic: Mica; micl: Microclina; micr: Microlite; min Li: Minerais de lítio; mol:
Molibdenite;
mon: Monzonito; mont: Montmorilonite; pet: Petróleo; orto: Ortoclase; pech: Pechblenda; per: Perlito; flg:
Flogopite;
fos: Fosforito; pir: Pirite; piro: Pirolusite; pirocl: Pirocloro; piros: Pirolusite; pirr: Pirrotina; psi: Psilomelano;
pirt: Pirrotite; pol: Polucite; qua: Quartzo amarelo; qur: Quartzo rosa; TR: Terras Raras; rod: Rodonite; rodcr:
Rodocrosite;
rub: Rubi; rut: Rútilo; sam: Samarskite; sfd: Sulfureto; sil: Sillimanite; sal: Sal; t: Água termal; tal: Talcito
(Asbestino);
tan: Tantalite; Ti mag: Titanomagnetite; top: Topázio; tre: Tremolite; tur: Turmalina; AT: Água termal; ura:
Uraninite; ver: Vermiculite;
vol: volframite; xen: Xenótimo
Localidade Coordenadas Folha(s) Tipo de Tamanho,
XX°NN`AA`` 1 : 250000 mineralização potencial
UTM principal (avaliado
principalmente em
2007)
Recursos energéticos
Carvão

Makaa-Itule 437000 / 8691700 1138 Carv Pequeno


Rio Lifutiche 713349 / 8610202 1234 Carv Médio
(Lunho)
Chipuputa 429500 / 429500 1238 Carv Pequeno
Mancha de Juzante 810000 / 8472500 1335 Carv Ocorrência
Mancha de 800000 / 8462500 1335 Ocorrência
Montante
Rio Lotcheze 222100 / 8535200 1336 Carv Pequeno
Rio Luambala 208300 / 8515000 1336 Carv Pequeno
Depressão do 1530 – Carv Grande
Médio-Baixo 1531-
Zambeze: 15/1632
*Bacia de Moatize- 1633
Minjova 1634
**Sub-bacia de
Moatize
**Sub-bacia de
Minjova
*Bacia de Mucanha-
Vúzi
*Sub-bacias de
Chícoa-Mecucoé e
Muanzi-Luângua
*Bacia de
Sanângoè-Mefidéze
(Mefedéze)
*Sub-bacia de
Chirodeze (Bacia de
Mefendeze-
Sanangoe)
*Sub-bacias de
Muaradzi-
Mecondezi,
Necungas-Meconé,
Rio Malica, Goma e
Nhacali
*Sub-bacia do Baixo
Chire
Bohazi 332032 / 8274692 1531 Carv Grande
Mucanha 353491 / 8272996 1531 Carv Grande
Mucangádzi 305190 / 8278168 1531 Carv Médio
Vúzi 319492 / 8278285 1531 Carv Médio
Luângua 382081 / 8273161 1531 Carv Médio
Muánzi 367797 / 8271239 1531 Carv Pequeno
Uhangoe 289219 / 8265114 1531 Carv Ocorrência
Chicôa 430312 / 8277047 1532 Carv Ocorrência
Morondoe- 396384 / 8271387 1532 Carv Ocorrência
Messambe
Sanângoè 489288 / 8258715 1532 Carv Ocorrência
Siege-Sangere 408839 / 8284346 1532 Carv Ocorrência
Mecondédzi 596359 / 8245606 1533 Carv Ocorrência
Moatize 576634 / 8218026 1633 Carv Grande
Muarádzi 605081 / 8203158 1633 Carv Médio
Rio Malica 658426 / 8189927 1634 Carv ?
Necungas-Mecondé 635385 / 635385 1634 Carv ?
Espungabera 452123 / 7698899 2032 Carv Pequeno
Espungabera 451246 / 7698588 2032 Carv Pequeno
Gás natural
Bacia do Rovuma 1040,1140 Indicações
Onshore
Bacia do Rovuma Oceano Gás (petróleo) Grande
Offshore: Índico
Área 1: entre
*Windjammer Rovuma
*Barguentine e Nacala
*Tubarão
Área 4:
*Complexo
Golfinho/Atum
*Mamba Norte
*Mamba Nordeste
*Camarão
*Lagosta
*Mamba Norte
*Coral Tubarão
Áreas 2 e 5
Áreas 3 e 6
Ocorrência de 1240 (petróleo) Indicação
Pemba
Ocorrência de 1340 (petróleo) Indicação
Mecufi
Ocorrência de 1639 (petróleo) Indicação
Angoche
Bacia de Área entre Gás Médio
Moçambique e zona 1935-2633
offshore Oceano
do Oceano Índico Índico
Campos de gás de 1934, Gás Médio
Pande-Temane- 2034,
Búzi-Inhassoro 2035
Bloco de Búzi 671446 / 7789832 1934 Gás Pequeno
Zambeze 1 1934 Óleo morto Indicação
Divinhe 1 681067 / 7714666 2034 Gás Ocorrência
Nemo 1 727480 / 7730319 2035 Gás Ocorrência
Nemo 1-x 2035 Petróleo Indicação
Bloco de Pande 693508 / 7632432 2134 Gás Médio
Bloco de Temane- 710846 / 7597396 2135 Gás Médio
Inhasorro
Blocos do Oceano Oceano Desconhecido
Índico: Índico
Bloco de Sofala
Bloco M-10
Blocos 16 e 19
Lagoas de Inhanjela 704563 / 7303688 2435 Petróleo Indicação
Lago Nhangela 2435 Petróleo Indicação
Palmeira NE 2532 Gás Indicação
Outros recursos
energéticos
Inhatóbuè 545502 / 8245767 1533 U, Vm, Gap, ETR Médio
Mavúdzi 545347 / 8244210 1533 U, Fe, Vm Médio
Cacumba 546409 / 8253140 1533 U Pequeno
Capangula 564222 / 8240190 1533 U Pequeno
Carletis 554397 / 8234685 1533 U, Cu, Mo, Gap Pequeno
Castro 549081 / 8250368 1533 U, Mo, Cu, Vm Pequeno
Celestino 557082 / 8238366 1533 U Pequeno
Chicuambo 566885 / 8235573 1533 U, Gap Pequeno
Bingre-Comboiboi 561549 / 8241120 1533 U, Fe, Ti Ocorrência
Sem denominação 533916 / 8254084 1533 U Ocorrência
Sem denominação 512234 / 8246309 1533 U Ocorrência
Sem denominação 555448 / 8247084 1533 U Ocorrência
Sem denominação 564307 / 8241656 1533 U Ocorrência
Sem denominação 548962 / 8253546 1533 U Ocorrência
Grupo do ferro e manganês
Mazogo 699170 / 8573690 1234 Fe, Ti Pequeno
Namuno 481962 / 8509407 1338 Fe Pequeno
Mirrote/Miravone 561031 / 8460622 1339 Fe Pequeno
Mazua 623831 / 8454538 1340 Fe, Ti Pequeno
Chiure Velho 614846 / 8519218 1340 Fe Pequeno
Oriental
Chiure Velho 609581 / 8518780 1340 Fe Ocorrência
Cassera 261566 / 8347859 1430 Fe Ocorrência
Nhancungue 145430 / 343400 1434 Fe, Ti Desconhecido
Sem denominação 1434 Ti Desconhecido
Ulonguè 1434 Fe, Ti Desconhecido
Lalaua 1438 Fe Médio
Mecuco 144000 / 400300 1440 Fe Ocorrência
Camitala 280454 / 8292727 1530 Fe, Mn, Ti Pequeno
Maiu-a-Chipunga 236649 / 8330068 1530 Fe Pequeno
(Muiu-Chipungo)
Sem denominação 284182 / 8276468 1530 Fe Ocorrência
Sem denominação 278682 / 8277168 1530 Fe Ocorrência
Sem denominação 278738 / 8280985 1530 Fe Ocorrência
Sem denominação 281403 / 8292652 1530 Fe Ocorrência
Sem denominação 276050 / 8286090 1530 Fe Desconhecido
Sem denominação 274221 / 8287434 1530 Fe Desconhecido
Sem denominação 272527 / 8283617 1530 Fe Desconhecido
Sem denominação 269760 / 8276592 1530 Fe Desconhecido
Sem denominação 273464 / 8273780 1530 Fe Desconhecido
Sem denominação 275271 / 8274706 1530 Fe Desconhecido
Camitala 280454 / 8292727 1530 Fe, Mn, Ti Pequeno
Luzina 365806 / 8306262 1531 Fe, Cu Pequeno
Messeca: Tumba 325171 / 8294828 1531 F, Cu Pequeno
Messeca; 324464 / 8295098 1531 Fe Pequeno
Tchiconcoe
Muengué 353332 / 8297888 1531 Fe, Cu Pequeno
Sem denominação 286756 / 8290969 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 287524 / 8293996 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 292211 / 8292708 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 297621 / 8305741 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 310010 / 8294504 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 312088 / 8289015 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 319564 / 8291014 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 316899 / 8289083 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 317814 / 8285458 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 328272 / 8297169 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 326487 / 8292832 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 331917 / 8300777 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 333580 / 8300142 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 332854 / 8298117 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 330271 / 8299112 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 340955 / 8296001 1531 Fe Desconhecido
Sem denominação 341067 / 8298163 1531 Fe Desconhecido
Luzina 365806 / 8306262 1531 Fe, Cu Pequeno
Messeca: Tumba 325171 / 8294828 1531 Fe, Cu Pequeno
Messeca; 324464 / 8295098 1531 Fe Pequeno
Tchiconcoe
Muengué 353332 / 8297888 1531 Fe, Cu Pequeno
Inhantipissa 571371 / 8243856 1533 Fe, Ti Pequeno
Singore 567812 / 8247554 1533 Fe, Ti Pequeno
Sem denominação 515853 / 8245627 1533 Fe Desconhecido
Sem denominação 511223 / 8240810 1533 Fe Desconhecido
Sem denominação 519377 / 8232562 1533 Fe Desconhecido
Sem denominação 513996 / 8234489 1533 Fe, Ti Desconhecido
Sem denominação 561534 / 8231669 1533 Fe Desconhecido
Sem denominação 546307 / 8262970 1533 Fe, Cu Desconhecido
Sem denominação 551688 / 8259280 1533 Fe, Ti Desconhecido
Sem denominação 573519 / 8268280 1533 Fe, Ti Desconhecido
Sem denominação 575352 / 8256460 1533 Fe, Ti Desconhecido
Sem denominação 575352 / 8256460 1533 Fe Desconhecido
Sem denominação 575070 / 8234348 1533 Fe, Ti Desconhecido
Bingre-Comboiboi 561549 / 8241120 1533 U, Fe, Ti Ocorrência
Monte Muande 553505 / 8234687 1533 Fe, P, Gap Grande
Chitonguè 571435 / 8264136 1533 Fe, Ti Médio
Rioni-Tenge 582131 / 8258569 1533 Fe, Ti Médio
Txizita 599887 / 8236372 1533 Fe, Ti Médio
M'tedadzi 501788 / 8247657 1533 Ti Ocorrência
Sem denominação 505137 / 8252748 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 531902 / 8233643 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 543675 / 8235358 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 542688 / 8231787 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 562545 / 8244382 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 566187 / 8267364 1533 Ti Desconhecido
Rioni-Tenge 582131 / 8258569 1533 Fe, Ti Médio
Txizita 599887 / 8236372 1533 Fe, Ti Médio
Inhantipissa 571371 / 8243856 1533 Fe, Ti Pequeno
Zumbo 253220 / 8288732 1530 Ti Ocorrência
Formação de 1533 rut Ocorrência
Chíduè (P1CH).
Singore 567812 / 8247554 1533 Fe, Ti Pequeno
N de M’Tetadzi/NO 15/1633 rut Ocorrência
de Tete
Alto Molócuè, NO 1537 Fe Desconhecido
Pegmatitos com 1537/38 Ti e outros Desconhecido
titânio 1637/38
Pegmatitos do Alto
Ligonha:
*Mocuba
*Muiane
*Morrua
*Nahora
*Pequenas
localidades sem
nome
Chitonguè 154200 / 334000 1540 Placer: ilm, mon, zir Desconhecido
Quinga-Namalungo 154430 / 402000 1540 Placer: ilm, zir, ETR Desconhecido
Catambula 487556 / 487556 1632 Mn Ocorrência
Foia 498223 / 498223 1632 Mn Ocorrência
Fumo Dique 491118 / 8157314 1632 Mn Ocorrência
Sem denominação 489406 / 7917651 1632 Mn, Fe Desconhecido
Changara 500000 / 8129660 1633 Fe, Ti Ocorrência
Lutino 503550 / 8135194 1633 Fe, Ti Ocorrência
Sem denominação 540832 / 8225230 1633 Fe, Cu Pequeno
Machédua 601674 / 8218294 1633 Fe, Ti, V Médio
Antiga Caldas 598035 / 8220707 1633 Fe, Ti Pequeno
Xavier
Boroma 546344 / 8223638 1633 Rt Ocorrência
Lupata Fe- Doa 620032 / 8168968 1634 Fe, Ti Pequeno
(Monte Pangula)
Honde: 513406 / 7953542 1833 Fe Médio
*Corpo de minério
de Mabote
*Corpo de minério
de Machacamira
*Corpo de minério
de Chito SO
*Corpo de minério
de Chito SE
*Corpo de minério
do Monte Pita
*Corpo de minério
de Bero
*Corpo de minério
de Nhaziri
*Corpo de minério
de Cimetério Lavra
*Corpo de minério
de Nhandiro
Cepucuto 506995 / 7842924 1933 Fe Pequeno
Área de Mavita: 1932 / 33 Fe Pequeno
*Tsetserra
*Chepecuto
*Mocuba
*Xigundo
*Mussapa

Mocuta 509619 / 7842923 1933 Fe Pequeno


Xigundo 522156 / 7847215 1933 Fe Pequeno
Mussapa Fe 502622 / 7835548 1933 Fe Ocorrência
Titânio, zircão

Ponta Maunhane 671100 / 8564700 1240 Ti, Zr Médio


Mucojo 663276 / 8667471 1240 Ti, Zr Desconhecido
Pemba 666741 / 8565686 1241 Ti, Zr Pequeno
Quissinga 662675 / 8624418 1242 Ti, Zr Pequeno
Chicapa (Metava 668882 / 8542066 1340 Ti, Zr Pequeno
Grande)
Murrebue 667000 / 8547000 1340 Ti, Zr Médio
Natuca (Ponte 667078 / 8515968 1340 Ti, Zr Desconhecido
Uifundo)
Ponta Metacaua 669517 / 8499654 1340 Ti, Zr Pequeno
(Lurio S)
Ponta Mituasi 671299 / 8471497 1340 Ti, Zr Pequeno
Mazua 623831 / 8454538 1340 Ti, Zr Pequeno
Monte Maulo 197587 / 8422157 1436 Zr Ocorrência
Mecuco 1440 Fe, Ti
Zumbo 253220 / 8288732 1530 Ti Ocorrência
Chitonguè (Rio 1533 Fe, Ti Ocorrência
Nhambia)
M'tedadzi 501788 / 8247657 1533 Ti Ocorrência
Sem denominação 505137 / 8252748 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 531902 / 8233643 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 531902 / 8233643 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 542688 / 8231787 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 562545 / 8244382 1533 Ti Desconhecido
Sem denominação 566187 / 8267364 1533 Ti Desconhecido
Tenge/Ruoni (Rioni) 0582131 / 8258569 1533 Fe, Ti Pequeno
Suíte de Tete: 1534 - Fe, Ti Pequeno
*Machédua 1634
*Antiga Caldas
Xavier
*Cambulatsitsi
*Txizita
*Singere
*Massamba
*Inhatipissa
Quinga-Namalungo 154430 / 402000 1540 Placers: zir, ilm, rut Desconhecido
Monte 15/1633 Fe, apa Desconhecido
Muande/Monte
Fema

Milange, Majau 1635 Fe Ocorrência


Corai 1637 Placer: rut, ilm, mon, Desconhecido
zir
Rarara 1637 Placer: rut, ilm, mon, Desconhecido
zir
Lurde (Larde) 163730 / 393130 1639 Placer: rut, ilm, mon, Desconhecido
zir
Moma: 164945 / 391215 1639 Placer: rut, ilm, mon, Grande
*Namalope zir
*Congolone
*Nataka (Nataca)
*Topuito
*Pilivili
*Mualadi
*Mpitini
*Marrua
*Quinga Norte
*Quinga Sul
Naburi 1639 Placer: rut, ilm, mon, Desconhecido
zir
Angoche-Sangage 161100 / 395900 1639 Placers: mon, ilm, zir Desconhecido
Angoche-Sangage 1639 + Placer: ilm, mon, lm, Desconhecido
1640 mon, zir
Congolone-Sangage 160530 / 400330 1640 Placer: ilm, mon Grande
Congolone 160530 / 400330 1640 Placer: mon, zir, ilm Grande
Sangage 160030 / 400730 1640 Placer: mon, zir, ilm Desconhecido
Moebase 474285 / 8113168 1738 Ti-MP, Zr Grande
(Lipobane, Naburi e
Mecalonga/Tigen)
*Depósito de
Moebase M1 –
formação de dunas
costeiras emergentes
*Depósito de
Moebase M2 –
formação de dunas
costeiras (móveis)
interiores
*Depósito de
Molocue M0 –
formação de dunas
costeiras emergentes
*Depósito de
Lipobane L1 –
formação de dunas
costeiras emergentes
*Depósito de
Lipobane L2 –
formação de dunas
por acreção
*Depósito de
Lipobane L3 –
formação de dunas
por acreção
*Depósito Decksand
D1 – formação de
paleodunas
*Depósito de
Decksand D2 –
formação de
paleodunas no
interior do depósito
D1
Zalala 295192 / 8019013 1737 Ti, Zr, ETR Médio
Moebase 474285 / 8113168 1738 Ti-MP, Zr Grande
Deia 901984 / 7979828 1836 Ti, Zr Pequeno
Micaúne 892936 / 7968926 1836 Ti, Zr Pequeno
Muio 252467 / 7972168 1836 Ti, Zr, rut Pequeno
Ilha Olinda I 909012 / 7999086 1836 Ti, Zr Desconhecido
Ilha Olinda II 273929 / 7986491 1836 Ti, Zr Desconhecido
Inhassoro I 727888 / 7619061 2135 Ti, Zr Pequeno
Inhassoro II 722834 / 7628368 2135 Ti, Zr Pequeno
Inhassoro III 731286 / 7615324 2135 Ti, Zr Pequeno
Inhassoro IV 734639 / 7607888 2135 Ti, Zr Pequeno
Mexecane 760779 / 7518850 2235 Ti, Zr Médio
Tofo-Miramar I 754757 / 7367522 2335 Ti, Zr Médio
Tofo-Miramar II 759688 / 7358192 2335 Ti, Zr Médio
Chidenguele I 622832 / 7240038 2434 Ti, Zr Médio
Chidenguele II 619476 / 7241918 2434 Ti, Zr Médio
Guiguane 745727 / 7336275 2435 Ti, Zr Médio
Jangamo 752043 / 7310310 2435 Ti, Zr Médio
Ponta Závora I 727936 / 7284869 2435 Ti, Zr Pequeno
Ponta Závora II 723045 / 7296028 2435 Ti, Zr Pequeno
Marracuene 468234 / 7153813 2532 Ti, Zr Ocorrência
Limpopo I 553743 / 7216487 2533 Ti, Zr Médio
Chibuto 554556 / 7272167 2533 Ti, Zr Grande
Xai-Xai 575622 / 7223769 2533 Ti, Zr Grande
Chongoene 573092 / 7221934 2533 Ti, Zr Pequeno
Lagoa Piti I 490036 / 7067089 2632 Ti, Zr Pequeno
Lagoa Piti II 491712 / 7048639 2632 Ti, Zr Pequeno
Madejanine 490054 / 7044938 2632 Ti, Zr Pequeno
Massano 402448 / 7234704 2632 Ti, Zr Pequeno
Ponta Malongane 486751 / 7035709 2632 Ti, Zr Pequeno
Ponta do Ouro 486757 / 7030172 2632 Ti, Zr Pequeno
Ponta Mamoli 490057 / 7041250 2632 Ti, Zr Pequeno
Alumínio
Intrusão de 1235 Sienito Em teoria, fonte de
Chissindo alumínio
Região de Nacala- 1440 + Al-laterito Pequeno
Angoche- 1540 +
Massuril- 1640
Boila
Suíte de Tete (P2T): 1532/33, Variedades Em teoria
*Necungas 1632/33) anortosíticas:
*Machedua aluminato de sódio
*Chimaruba
Monte Salambidua: 1534 Sienito nefelínico Em teoria, fonte de
*Domue alumínio
*Cheneca
*Macangue
Suíte de Tundo 1635 Sienito nefelínico Em teoria, fonte de
(Jrsy): alumínio

*Monte Máuzo

*Monte Tumbine

*Montes Chiperone
*Derre

Intrusão do bordo 1735 Sienito nefelínico Em teoria, fonte de


leste do rifte de alumínio
Chire-Urema
*Serra Morrumbala

Região de Manica 1832 Al (gibbsite) Pequeno


*Serra de
Moriangane
*Rio Inhamucarara
*Serra de Vumba
*Área de
Chimanimani-
Rotanda
*Serra Zuira
(Suira)
*Próximo de
Catangica
Alumen/ 470206 / 7917589 1832 Al, gipsito Pequeno
Moriangane
Serra de Manica V 494725 / 7943430 1832 Al, An, Ky Ocorrência
Mavita Al 510491 / 7840159 1833 Al, Ky, Sl Ocorrência
Cobre, Cr, Ni e Co
Rio Lureco 300654 / 8571601 1237 Cu Ocorrência
Lusaka 468044 / 8605158 1238 Cu, Ni Ocorrência
Monte Maco 454702 / 8505166 1338 Cu Ocorrência
Chiure (Mucacata) 585277 / 8506126 1339 Cu, Ni, Co Pequeno
Mazeze (Norte) 621254 / 8528310 1340 Cu Ocorrência
Rio Nicuburi 615643 / 8516004 1340 Cu, Ni Ocorrência
Monte Nicuculo 630695 / 8548839 1340 Cr, talco Ocorrência
Tenda 631871 / 8546941 1340 Cr, talco Ocorrência
Sem denominação 633488 / 8532738 1340 Cr Ocorrência
Afluentes do 1439 calco, mal, mag Desconhecido
Mecuburi
Meza 140300 / 402300 1440 Cu, flu Desconhecido
Tchofipa 275857 / 8289945 1530 Ni Ocorrência
Nhangoze-II 275128 / 8289240 1530 Cr, Ni Pequeno
Nhangoze-I 274652 / 8288645 1530 Cr, Ni Ocorrência
Sem denominação 281302 / 8289128 1530 Cr, Au Desconhecido
Sem denominação 270641 / 8285413 1530 Cr Desconhecido
Sem denominação 276095 / 8274819 1530 Cr Desconhecido
Sem denominação 267286 / 8283538 1530 Cr Desconhecido
Sem denominação 278783 / 8279156 1530 Cu, Co, Ni Ocorrência
Sem denominação 279732 / 8280985 1530 Cu, Co, Ni Ocorrência
Sem denominação 283086 / 8292697 1530 Cu, Co, Ni Ocorrência
Sem denominação 273340 / 8280861 1530 Cu, Co, Ni Ocorrência
Sem denominação 268935 / 8275576 1530 Cu, Co, Ni Ocorrência
Atchiza-Cu 274843 / 8290263 1530 Cu, Ni, A Ocorrência
Suíte de Atchiza 1530/1531 Cu, Ni, asb Ocorrência
(P3Ad, P3Ag)
Luzina 365806 / 8306262 1531 Fe, Cu Pequeno
Messeca: Tumba 325171 / 8294828 1531 Fe, Cu Pequeno
Macupiti 326332 / 8295197 1531 Cu Ocorrência
Sem denominação 329243 / 8294572 1531 Cu Ocorrência
Sem denominação 289648 / 8291929 1531 Cu Ocorrência
Sem denominação 289467 / 8294097 1531 Cu Ocorrência
Sem denominação 307683 / 8295125 1531 Cu Ocorrência
Sem denominação 304917 / 8293149 1531 Cu Ocorrência
Sem denominação 319700 / 8294515 1531 Cu Ocorrência
Sem denominação 333640 / 8300837 1531 Cu Ocorrência
Sem denominação 328272 / 8298073 1531 Cu Ocorrência
Mateu 277441 / 8289617 1531 Cu, tur Ocorrência
Muengué 353332 / 8297888 1531 Fe, Cu Pequeno
Messeca: Macupite 326332 / 8295197 1531 Cu, Fe Pequeno
Sem denominação 546307 / 8262970 1533 Fe, Cu Desconhecido
Carletis 554397 / 8234685 1533 U, Cu, Mo, Gap Pequeno
Castro 549081 / 8250368 1533 U, Mo, Cu, Vm Pequeno
Suíte de Tete (P2T) e 1533 Cu, Au, Ni, Co Desconhecido
Formação de
Chíduè (P1CH):
*Cónua
*Chídué
*M’Panda-Uncua
Bingre 15°54'30"S/33°34'30"E 1533 Au, Cu Ocorrência
Chíduè 562591 / 8267789 1533 Cu, Au, Co Médio
Cónua 508920 / 8260746 1533 Cu Pequeno
M’Panda-Uncua 514403 / 8254402 1533 Cu, Co Ocorrência
Sem denominação 547622 / 8235567 1533 Cu, U Desconhecido
Sem denominação 519166 / 8250891 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 510471 / 8241797 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 543605 / 8231693 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 543558 / 8239847 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 542782 / 8233596 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 539962 / 8233549 1533 Cu, Th Desconhecido
Sem denominação 539116 / 8231810 1533 Cu, Fe Desconhecido
Sem denominação 551618 / 8236063 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 549973 / 8237967 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 548140 / 8235335 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 548069 / 8233431 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 549949 / 8233572 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 551665 / 8231693 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 551665 / 8231693 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 555472 / 8236110 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 564331 / 8231693 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 546425 / 8259327 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 551594 / 8258434 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 555401 / 8260925 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 548116 / 8249035 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 550748 / 8252630 1533 Cu, U Desconhecido
Sem denominação 548234 / 8254533 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 532043 / 8254580 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 530375 / 8255450 1533 Cu Desconhecido
Sem denominação 528471 / 8252677 1533 Cu, U Desconhecido
Sem denominação 577044 / 8259891 1533 Cu, Au Desconhecido
Tsangano 668345 / 8326329 1534 Ni, Pt Desconhecido/outro
Murrupula 153200 / 383300 1538 mal Desconhecido
Rio Nampana, a 1539 mal Desconhecido
ENE
de Nametil
Rio Tenzene, a ENE 1539 calco, pir Desconhecido
de Corramne
Cacanga 16°06'00"S/33°47'00"E 1633 Au, Cu, Pb Ocorrência
Sem denominação 531973 / 8229014 1633 Cu Desconhecido
Sem denominação 526310 / 8230870 1633 Cu, Fe Desconhecido
Sem denominação 525511 / 8229014 1633 Cu Desconhecido
Sem denominação 541678 / 8226123 1633 Cu Desconhecido
Sem denominação 546213 / 8229061 1633 Cu Desconhecido
Sem denominação 571474 / 8218862 1633 Cu, Fe Desconhecido
Sem denominação 572250 / 8217053 1633 Cu Desconhecido
Sem denominação 581226 / 8223280 1633 Cu, Fe Desconhecido
Sem denominação 575093 / 8225160 1633 Cu, Ni Desconhecido
Sem denominação 522309 / 8226866 1633 Ni Ocorrência
Mundonguara 477977 / 7907124 1832 Cu, Au, Ag, Ni Médio
Sem denominação 493752 / 7912132 1832 Ni Desconhecido
Formação de 2033 Cu Desconhecido
Dacata (P2UD)
Espungabera 500000 / 7720272 2033 Cu Ocorrência
Chumbo, zinco
Chiôco 476899 / 8155463 1632 Pb Ocorrência
Fumo-Dique 489337 / 8157313 1632 Pb, Ag Ocorrência
Mazoe 502665 / 8153632 1633 Pb, Ag Ocorrência
Cacanga 16°06'00"S/33°47'00"E 1633 Au, Cu, Pb Ocorrência
Metais preciosos
Cintura de Ouro de 1135, 1234 Au Pequeno, indicações
Niassa
Long Bay 719940 / 8719700 1135 Au Pequeno
Miazini 719200 / 8715800 1135 Au Pequeno
Rio Luanguele 723999 / 8719400 1135 Au Pequeno
OA (Sero A) 728323 / 8715258 1135 Au Pequeno
M´Papa (M´papa) 723745 / 8713625 1135 Au Pequeno
OD (Sero 729894 / 8709752 1135 Au Pequeno
D/M´Papa)
Cagurue 739550 / 8714130 1135 Au Pequeno
Nacabuato 730129 / 8898621 1135 Au Pequeno
Tulo 728217 / 8889145 1135 Au Pequeno
Rio Lulimbo 789495 / 8868328 1235 Au Ocorrência
Rio Chimulicamuli 789141 / 8844628 1235 Au Pequeno
Rio Lugenda 353700 / 8823370 1237 Au Ocorrência
Rio Lureco-Rereco 297700 / 8564250 1237 Au Pequeno
Namuno-Napico 483757 / 8524154 1338 Au Ocorrência
Mualo 489161 / 8549960 1338 Au Ocorrência
Rio Monote 628090 / 8517170 1340 Au Ocorrência
Mazomboè 1430 / Pt, Aluvial: Au Indicações
Murrunguja 1530
Chifumbázi 492921 / 8411545 1432 Ocorrência
Muende 498587 / 8410057 1432 Au Ocorrência
Sem denominação 492529 / 8410039 1432 Au Ocorrência
Alto Mepuli 491017 / 8408033 1432 Au Ocorrência
Alto Vúboè 485624 / 8411717 1432 Au Ocorrência
Chibalene 490136 / 8435682 1432 Au Ocorrência
Milau-Chibalane 465835 / 8428288 1432 Au Ocorrência
Área de Missale- 1432/33 Au Ocorrências
Muende
(Chifumbázi)-
Mulolera:
*Chifumbázi
*Fundão
*Muende
*Missale
*Alto Vúboè
*Milau-Chibalane
*Alto Mepuli
*Mulolera
*Tchindundo
*Cacabanga
Fundão 1 499480 / 8442587 1432 Au Ocorrência
Fundão 2 512597 / 8441211 1433 Au Ocorrência
Mulolera 539528 / 8406156 1433 Au Ocorrência
Chabuino 1433 Au Desconhecido
Obrist Durão 1433 Au Desconhecido
Cacabanga 141800 / 331200 1433 Au, pir Ocorrência
Rio Luangue, 142900 / 332400 1433 Au Ocorrência
Rio Tchindunda,
ribeira do Nepale
perto de
Tassambuco
Messucuzi 1433 Au Ocorrência
Mulolera (Mulolelo) 142500 / 332200 1433 Au, Ag, pir, pirr Ocorrência
Tchindundo 142500 / 332700 1433 Au Ocorrência
Mecúcuè 1 280914 / 8292705 1530 Au, Pt Ocorrência
Mecúcuè 2 280984 / 8285327 1530 Au, Pt Ocorrência
Mese 218735 / 8328940 1530 Au Ocorrência
Sem denominação 331887 / 8305432 1531 Au Ocorrência
Songo–Manje–Bene 1532 Aluvião: Au Ocorrência
Chiputo
Chicôa 444621 / 8271555 1532 Ag, (Au, Ag, EGP) Ocorrências
Cabongo 434609 / 8337897 1532 Au Ocorrências
Capoche 489270 / 8295585 1532 Au Ocorrências
Área de Cazula: 1532/33 Au Ocorrências
*Machinga
*Catôa-Cazula
*Metosso
*Monte Nhamissale
*Bumbe
Metosso 577412 / 8307749 1533 Au Ocorrência
Monte Nhamissale 577176 / 8306434 1533 Au Ocorrências
Sem denominação 569947 / 8261818 1533 Au Ocorrências
Sem denominação 574412 / 8265437 1533 Au Ocorrências
Sem denominação 580803 / 8263651 1533 Au Ocorrências
Ponfir-Vúboè 585781 / 8279758 1533 Au Ocorrências
Machinga 563920 / 8308388 1533 Au, Ag Ocorrências
Catôa 571787 / 8309324 1533 Au, Ag Ocorrências
Metosso 577412 / 8307749 1533 Au, Ag Ocorrência

Monte Bumbe 1533 Au Indicação

Tsangano 668345 / 8326329 1534 Ni, Pt Desconhecido/outro


Tsangano 2 km para SO 1534 Pt, asb Desconhecido
Pegmatitos do NO 1537/38 ETR, Nb, Ta, Au + Ocorrências
do Alto Ligonha: outros
*Nacaluè
Apocoto II 155230 / 382100 1538 Pegmatito: Au, tur Ocorrência
Cavalo (a), próximo 154500 / 382800 1538 Pegmatito: Au, ber, Ocorrência
de mic
Metuisse
Cochilina 154330 / 381130 1538 Pegmatito: Au, ber, Ocorrência
mic
Cochilina 154330 / 381130 1538 Aluviões: Au Ocorrência
Macochaia 155500 / 381800 1538 Pegmatito: Au, tan, Ocorrência
ber, tur e
outros
Metuisse, Rio 154530 / 381530 1538 Pegmatito, aluviões: Ocorrência
Metuisse Au
Murrupula, 153200 / 383300 1538 Aluviões: Au Ocorrência
Tocanha
Nacula (Nacala) 154130 / 381700 1538 Pegmatito: Au Ocorrência
Naculue 1538 Filões de quartzo, Ocorrência
eluviões,
aluviões: Au
Rio Namirrol, 1538 Aluviões: Au Ocorrência
Tamia, Marropane
Rio Matera, a 10 km 1538 Aluviões: Au Ocorrência
de Murrupula
Nacocolo 154100 / 384100 1538 Aluviões: Au Ocorrência
Namirroe 155730 / 383130 1538 Pegmatito: Au e outros Ocorrência
Napacala 154700 / 381030 1538 Pegmatito: Au Ocorrência
Naquir-Sepua 155300 / 381800 1538 Au Ocorrência
Tarupa 154200 / 381700 1538 Pegmatito: Au Ocorrência
Toquinho 1538 Pegmatito: Au, ber, Ocorrência
mic, col
Xilapane 154645 / 381330 1538 Pegmatito: Au Ocorrência
Rio Xilapane, 1538 Filões de quartzo: Au Ocorrência
junção dos rios
Namirroe
e Nangulua
Mocoa/Naculua 1539 Sulfureto de quartzo Ocorrência
Filões: Au, bis, pir,
apir
Cacanga 1633 Sulfureto de quartzo Ocorrência
Filões: Au, bis, pir,
apir
Casunça 1633 Sulfureto de quartzo Ocorrência
Filões: Au, bis, pir,
apir
Luenha 546234 / 8170175 1633 Au Pequeno
Caniaculo 588783 / 8138695 1633 Au, F, Ba Ocorrência
Sem denominação 553404 / 8228920 1633 Au, Cu Desconhecido
Rio Luenha 526625 / 8131491 1633 Au Ocorrência
Namarocane 160900 / 375600 1637 Filões de quartzo: Au Ocorrência
Namivo 161700 / 375800 1637 Filões de quartzo: Au Ocorrência
Melela-Licé 162600 / 380100 1638 Filões de quartzo: Au Ocorrência
Monte Tere 162100 / 380130 1638 Filões de quartzo: Au Ocorrência
Mazoe/Changara- 1732/33 Aluviões: Au Ocorrência
Rio Luenha
Rio Cauarezi, 1733 Aluviões: Au Ocorrência
foz do Rio Luenha
Área de Massanga- 1732/33, Au Indicações
Guro-Mungari: 1832/33
Próximo de
Passarau
Rio Muira-
Massanga
Rio Mudzi (Muedzi) 1733 Aluviões: Au Ocorrência
Rio Muira, próximo 1733 Filões de quartzo: Au Ocorrência
de
Mungari
Passarau (Passaru) 521268 / 8100153 1733 Au Ocorrência
Cintura de Ouro de 1832 Au, Au + Cu Médio
Mutare-Manica
Bragança 488182 / 7920136 1832 Au, Ag Médio
Chimezi 500000 / 7917644 1833 Au, Ag Médio
Dot's Luck 481493 / 7910703 1832 Au, Ag Médio
Inhamucarara 486330 / 7921714 1832 Au, Ag Médio
Monarch 471180 / 7912264 1832 Au, Ag Médio
Muza 498244 / 7914909 1832 Au, Ag Médio
Rio Revuè 474542 / 7915291 1832 Au, Ag Médio
Boa Esperança 493152 / 7911061 1832 Au, Ag Pequeno
Mundonguara 477977 / 7907124 1832 Au, Cu, Ag, Ni Médio
Cantão 479571 / 7919109 1832 Au Pequeno
Damp 480156 / 7920000 1832 Au, Ag Pequeno
Dias Pereira 487357 / 7918747 1832 Au, Ag Pequeno
Excelsior 483465 / 7918252 1832 Au, Ag Pequeno
Fair Bride 486820 / 7910745 1832 Au, Ag Pequeno
Guy Fawkes 486687 / 7913306 1832 Au, Ag Pequeno
Lupata Au 479397 / 7917971 1832 Au, Ag Pequeno
Marianas 488790 / 7919639 1832 Au, Ag
Mimosa 481998 / 7922215 1832 Au, Ag Pequeno
Morondo 479014 / 7920245 1832 Au, Ag Pequeno
Old Wednesday 480067 / 7920738 1832 Au Pequeno
Palhada 487618 / 7913278 1832 Au Ocorrência
Pilhada 488000 / 7913100 1832 Au Ocorrência
Richmond 488059 / 7919300 1832 Au, Ag Pequeno
Try Again 486046 / 7910201 1832 Au, Ag Pequeno
Tsetserra 487834 / 7861109 1932 Au Pequeno
Two Fools 480471 / 7917375 1832 Au, Ag Pequeno
Vinganca 486365 / 7913675 1832 Au, Ag Pequeno
A Rir 494733 / 7914417 1832 Au, Ag Ocorrência
André 478785 / 7915911 1832 Au Ocorrência
Brown 471910 / 7914396 1832 Au, Ag Ocorrência
Cansunça 585581 / 8227212 1832 Au, Cu Ocorrência
Capitaite 499941 / 7915309 1832 Au Ocorrência
Caurezi 494707 / 8009814 1832 Au Ocorrência
Chipaceti 529127 / 8125729 1632 Au Desconhecido
Chivuma 485964 / 7902855 1832 Au, Ag Ocorrência
Colonelle 489554 / 7914414 1832 Au, Ag Ocorrência
Donkey 493768 / 7914416 1832 Au, Ag Ocorrência
Estrela 485541 / 7920682 1832 Au, Ag Ocorrência
Firenza 481680 / 7917390 1832 Au, Ag Ocorrência
Futuro 482945 / 7910998 1832 Au Ocorrência
Galiza 490461 / 7913800 1832 Au, Ag Ocorrência
Gold-Kop 490988 / 7914599 1832 Au, Ag Ocorrência
Hermínia 474807 / 7914339 1832 Au Ocorrência
Hong-Wong 479398 / 7916803 1832 Au, Ag Ocorrência
Ivone 486482 / 7914843 1832 Au Ocorrência
Joana 492890 / 7914139 1832 Au, Ag Ocorrência
Laugh 494353 / 7914724 1832 Au, Ag Ocorrência
Lion 485872 / 7908634 1832 Au, Ag Ocorrência
Matai 476186 / 7911728 1832 Au, Ag Ocorrência
Morgan 483142 / 7918989 1832 Au Ocorrência
Mulato 492099 / 7915153 1832 Au, Ag Ocorrência
Munene_Au 487716 / 7906852 1832 Au Ocorrência
Paradox 475920 / 7913910 1832 Au, Ag Ocorrência
Pedras Douradas 491514 / 7914661 1832 Au Ocorrência
Rosalina 494528 / 7914140 1832 Au Ocorrência
Tambarico 498010 / 7913311 1832 Au, Ag Ocorrência
Região de Mavonde 1833 Au Ocorrência
NO da Gorongosa 1833 Au Indicações
Monte Tecequire 608901 / 7932521 1834 Au Desconhecido
Zona de bordo do 1834 Ocorrências
rifte de Inchope-
Gorongosa:
Montanha de 608901 / 7932521 1834 Au Ocorrência
Teçequire
Caniaculo 1834 (F – Au) Ocorrência
Área de Changara- 1633, Au Ocorrências
Rio Luenha 1733,
1834
Mavita_Au 522958 / 7842542 1933 Au Ocorrência
Área de Rotanda- 1933 Au Ocorrências
Mavita-
Sussundenga
Mussapa 1 514028 / 514028 1933 Au Ocorrência
Mussapa 2 513985 / 7836465 1933 Au Ocorrência
Rotanda 512237 / 7836466 1933 Au Ocorrência
Xivume 522735 / 7843833 1933 Au Ocorrência
Yankee-Grab 529740 / 7849355 1933 Au Ocorrência
Bandire 523768 / 7842170 1933 Au Médio
Metais Raros (MR: Ta, Nb, Sn) - Terras Raras (TR/ETR) - Lítio, germânio, gálio, rubídio, césio
Palma 664002 / 8807576 1040 Ti, Zr, ETR Desconhecido
Olumbi 662071 / 8785464 1040 Ti, Zr, ETR Desconhecido
Área de N’Goo 1135 O Desconhecido
Maculo 658474 / 8757839 1140 Ti, Zr, ETR Desconhecido
Mocímboa da Praia 650300 / 8747700 1140 Ti, Zr, ETR Desconhecido
Chissindo 731700 / 8825100 1235 Ne, Nb, Ta, U Médio
Bacia de Lunho 1235 Carvão, germânio Desconhecido
Rio Lucuisse 207210 / 8583830 1236 Ne, Nb, U Pequeno
Naumale 705300 / 8515900 1334 Nb, Ta, U Pequeno
Lugenda SE 212000 / 8484500 1336 Nb, Ta, U Ocorrência
Área de Namuno 1338 Sn, W, Au aluvial Ocorrência
Taquinha 617811 / 8526604 1340 ETR Ocorrência
Cheneca 1434 sienito nefelínico, Ta, Desconhecido
Nb
Equeza, Namioque 143748 / 403205 1440 Pegmatito: tur, quartzo Desconhecido
colorido,
ETR
Tulua 143555 / 403359 1440 Pegmatito: orto, alb, Desconhecido
tur, (ETR,
Sn, Ta, U)
Enunze 1440 Pegmatito ETR, qur Desconhecido
Namiope 143718 / 403400 1440 ETR, U, Nb, (Ta, Zr), Desconhecido
zir e outros
Região/Área 1531 Nb, ETR, F, ber, Médio
pegmatítica de topázio, gemas
Marinrongoè
(Marinronguè)
Tambani 648260 / 8267452 1534 Cm, Zc, U, col Pequeno
Alto Ligonha 1537 + Pegmatito: rut, ilm, zir Desconhecido
(Nampoca) 1538
Inhatóbuè 545502 / 8245767 1533 U, Vm, Gap, ETR Médio
Conco 155545 / 375245 1537 Pegmatito: ber, ber Desconhecido
nob, micr,
col, tan, min Li, ETR
Comua 1537 Pegmatito: col, tan, Desconhecido
bis, ber,
mic
Guilherme, Comua, 152400 / 372700 1537 Pegmatitos: mon, tan, Desconhecido
Muetia, Ciline, eux, xen, ala, beta,
Culaipa, Ehiale, sam, col
Namovela, Horta
Guilherme 152400 / 372700 1537 Pegmatito: ber, ETR, Desconhecido
bis
Lice 155640 / 374900 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Jorge, Namavela, 1537 Pegmatito: xen, sam, Desconhecido
Matia, Gil eux
Namacotcha 155515 / 375735 1537 Pegmatito: cas, ber, Desconhecido
col-tan,
mon, gems, pol
Macaruene 155600 / 375700 1537 Pegmatito: an, ber, Nb Desconhecido
Macazine 155800 / 375300 1537 Pegmatito: tan, Nb Desconhecido
Malolo 155600 / 374900 1537 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
ber, bis
Maquine 155730 / 375300 1537 Pegmatito: tan, ber, Nb Desconhecido
Monea (Moneia) 155530 / 375430 1537 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
micr, ber,
ber nob, tur, Li
M'Pahoa 155600 / 375630 1537 Pegmatito: tan, bis, ber Desconhecido
Muetia, Nauela 152400 / 373300 1537 Pegmatito: ETR, U, Bi Desconhecido
Malolo 155600 / 374900 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Mecossa 1537 + Pegmatito: ber, col, Desconhecido
1538 + tan, bis,
1637 mon
+ 1638
Munhamola I 155615 / 375430 1537 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
ber, ber nob, pol, bis,
Li ber, micr,
min Li
Munhamola II 155615 / 375430 1537 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
ber, ber nob, pol, bis,
Li ber nob, tan
Mutala D 155500 / 375200 1537 Pegmatito: ber, tan, Desconhecido
ETR
Mutala 155500 / 375200 1537 Pegmatito: ETR, ber, Desconhecido
tan
Namacotcha 155515 / 375735 1537 Pegmatito: pol, Desconhecido
petalite, ber nob, bis,
mon, pol, tan, ber, Tr
Namacotcha 155515 / 375735 1537 Pegmatito: cas, ber, Desconhecido
col-tan,
mon, gems, pol
Namanhepere 155515 / 375655 1537 Pegmatito: tan, Nb, Li Desconhecido
Namarella 160300 / 375700 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Namophem 155600 / 375730 1537 Pegmatito: tan, ber, Nb Desconhecido
Napire 155630 / 375300 1537 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan, col-tan
Nassupe 155700 / 375500 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, col-tan
Quiririhe 155515 / 375715 1537 Pegmatito: tan, Li, Nb Desconhecido
Uelele 1537 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Uatela–Euron 155700 / 375100 1537 Pegmatito: ber, tan, tur Desconhecido
Calaipa, Junta 1537 Pegmatito: eux, xen, Desconhecido
Ehiala, Namave sam
Ehialo 152400 / 373200 1537 Pegmatito: ETR Desconhecido
Becote I 154100 / 382700 1538 Pegmatito: sam, mon, Desconhecido
bis
Mecula 1538 Pegmatito: rut, ber, Ocorrência
col, tan
Alata 155600 / 382400 1538 Pegmatito: ber, tan, bis Desconhecido
Boa Esperança 155600 / 382400 1538 Pegmatito: ber, tan, Desconhecido
ETR, xen, sam, eux,
col, fld, mon
Cochilina 154330 / 381130 1538 Pegmatito: ber, col- Desconhecido
tan, col, ber nob, micr,
Li
Familição 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Ingela 154600 / 381900 1538 Pegmatito: ber, mon, Desconhecido
col, tan,
sam
Inhuluti 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Inrule (Alata) 155600 / 382400 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, tur, min Li, col-
tan, mic
Intotcha 155730 / 381800 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
(Intchotcha) tan, tur, min Li, col-
tan, mic
Macitaia 1538 Pegmatito: tan, col, Desconhecido
mon, sam
Macula 155400 / 382300 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, rut
Macotaia 154000 / 384200 1538 Pegmatito: sam Desconhecido
Majamala 154700 / 380730 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
(Majamela) tan, bis, tur, mon
Maridge I 154300 / 381100 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, col,
tan, tur, min Li, cau
Maridge II 154300 / 381100 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col-tan, bis, Li, tur
Cau
Merrapane, 155100 / 382300 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
Namicala col, tan,
mic, bis, mic, ber, bis
Mirricue, Muhepe 155000 / 383000 1538 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Mocachaia 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
(Mucachaia, mic, col,
Macocheira) tan, col-tan, tur, zir,
min Li
M'Tomati 1538 Pegmatito: sam, mon, Desconhecido
tan e
outros, ber, tan, bis
Mucholone 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, col-tan, bis
Muchopina 154900 / 380330 1538 Pegmatito: tan, ber, Nb Desconhecido
Muhano 154600 / 380800 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, col-tan, bis, tur
Muiane 154400 / 381500 1538 Pegmatito: ber nob, Grande
top, col,
tan, col-tan, mic, tur,
ber nob, bis, Libis,
micr, mon,
min Li, cau
Muimira 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Murropoci 155000 / 380400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
(Murropoce) mic, col,
tan, col-tan, xen, bis,
mic bis, micr, min Li
Nacala/Paroe 155700 / 381900 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon, Nb
min Li, cau
Naquissupa, 154930 / 382100 1538 Pegmatito: mon, ber, Desconhecido
Naruuaca tan
Nahaji 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, rut col, ber nob,
mon, zir
Nahia/Iaia 154700 / 382900 1538 Pegmatito: ber, bis, Desconhecido
col, tan,
top, mic, col-tan, ber
nob, mon, rut, zir
Nahora 155500 / 382000 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, col,
tan, mic, pol, min Li
Naipa 155500 / 382000 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
mic, bis, top, cas, min
Li, cau
Naipa 154400 / 381300 1538 Pegmatito: cas, ber, Desconhecido
tan, mic,
top, gems, Li
Naiume 1538 Pegmatito: cas, ber, Desconhecido
col-tan, bis
Namiano 154400 / 382900 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Namicaia 155500 / 382100 1538 Pegmatito: tan, ber, Nb Desconhecido
Nanoa (Pampudo, 154400 / 381400 1538 Pegmatito: tan, ber,
Muimira) bis, ber
nob, tur
Namirrapo 154700 / 380500 1538 Pegmatito: ber, tur, Desconhecido
top, cau
Namirrapo 154400 / 381400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Nanro 154700 / 381600 1538 Pegmatito: ber, mic, Desconhecido
col, tan, min Li
Naquissupa 153900 / 382100 1538 Pegmatito: cas, ber, Desconhecido
gems, bis,
col, tan, mic
Naquissupa 153900 / 382100 1538 Pegmatito: ber, mic, Desconhecido
(Namuaca) cas, col,
tan, bis, nob
Naquissupa, 154930 / 382100 1538 Pegmatito: tan, col, Desconhecido
Nichuire ber, ber
nob, bis, cas, mic
Nihire, Vale de 154930 / 382400 1538 Pegmatito: col, tan, Desconhecido
Freias ber, top
Nicaca 154500 / 381400 1538 Pegmatito: ber, tur Desconhecido
Nuaparra 154500 / 380300 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, xen, col-tan, ber,
bis, cau
Nihire 154930 / 382400 1538 Pegmatito: ber, top, Desconhecido
col, tan
Pampudo 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Pavane 155100 / 380400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Piteia 154700 / 382800 1538 Pegmatito: tan, col, Desconhecido
top, bis
Ribauè, Boa 150400 / 381600 1538 Pegmatito: ETR e Desconhecido
Esperança outros
Tarupe (Tarupa) 154200 / 381700 1538 Pegmatito: ber, tan, Desconhecido
col-tan, bis, ber nob,
min Li
Quinga-Namalungo 154430 / 402000 1540 Placer: ilm, zir, ETR Desconhecido
Munhamade 163400 / 365630 1636 + Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
1637
Munhiba 165800 / 365500 1636 + Pegmatito: ber, col, Desconhecido
1637 tan, mic,
bis
Bere 163300 / 371500 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, sam,
mon, col, tan
Bive, Mucandane 165000 / 370000 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Cenga 1637 Pegmatito: dav, atan, Desconhecido
apa e
Outros
Cunhea (Cunheia) 164500 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Enluma/Minhate/ 163700 / 371900 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Pinheiro tan, col-tan, mic, bis,
mon, sam, fer, ura
Eraxe 160300 / 375100 1637 Pegmatito: mon, tan Desconhecido
Errego 1637 Pegmatito: eux Desconhecido
Ginema/Murrale/ 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Nigule tan, col-tan, micr, bis,
mon, min Li
Igaro I 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, col-tan, nob, bis,
mon, eux
Igaro II 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, col-tan, nob, bis,
mon, eux
Ilodo 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, mon,
fer, Nb, Cs, min Li
Ile, Namatacanua 1637 Pegmatito: eux, Desconhecido
biseux, bis
Japa 160000 / 375200 1637 Pegmatito: tan, Nb Desconhecido
Licungo, próximo 164700 / 370000 1637 Pegmatito: eux, tan, Desconhecido
de Igaro bis, ber
Lissava (Lissana) 164300 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, ta, Desconhecido
col-tan
Machamba Nova 161530 / 375100 1637 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, col-tan, ber, tur,
bis, pol, rut, min Li
Maoloua (Maolona) 164400 / 370400 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, col-tan, Li, ber
nob, mon
Maria II 161000 / 375600 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, col-tan, ama, tur,
Li, mic,
bis, mon, sam, ura
Maria, próximo de 161000 / 375600 1637 Pegmatito: sam, mon, Desconhecido
Enluma ura col-tan, ber, mic,
bis
Marropino 163000 / 375400 1637 Pegmatito: bis, zir, Grande
min Li, col-tan, micr,
ber, ber nob, zir, Li,
cau
Mecassa 160700 / 380000 1637 Pegmatito: col, tan, Desconhecido
ber, bis,
mon
Melela 162900 / 375800 1637 Pegmatito: ber, col, Médio
tan, bis,
mon, rut

Morrua 161700 / 375200 1637 Pegmatito: ber nob, Grande


micr, col,
tan, col-tan, pol, bis,
pol, rut, min Li
Muagutaia 163500 / 372100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
(Muagotuia), tan, col-tan, mic, mon,
Mocangane sam, ura, bis
Mugeba 1637 Pegmatito: eux, col, Desconhecido
tan
Munhamade 164600 / 365900 1637 Pegmatito: col-tan, ber Desconhecido
Munhamola 152615 / 375430 1637 col-tan, ber, ber Desconhecido
nob
Murrule 164400 / 373100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis,
mon, sam
Murrule, Ginama, 164500 / 374200 1637 Pegmatito: tan, ber, Desconhecido
Nigule bis, U, outros
Namagoa 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, col-tan, Li, bis
Namarrela 160300 / 375700 1637 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
ber, bis
Namara 161600 / 375000 1637 Pegmatito: ber Desconhecido
Bere 163300 / 371500 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, sam,
mon
Bive, Mucandane 165000 / 370000 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Cunhea (Cunheia) 164500 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Enluma/Minhate/ 163700 / 371900 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Pinheiro tan, mic,
bis, mon, sam, fer,
ura
Ginema/Murrale/ 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Nigule tan, micr,
bis, mon, min Li
Igaro I 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
bis, mon, eux
Igaro II 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
bis, mon, eux
Ilodo 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, mon,
fer, min Li
Lissava (Lissana) 164300 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Machamba Nova 161530 / 375100 1637 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, bis, pol, rut, min
Li
Maoloua (Maolona) 164400 / 370400 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
mon
Maria II 161000 / 375600 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, mic,
bis, mon, sam, ura
Marropino 163000 / 375400 1637 Pegmatito: ber nob, Grande
micr, bis,
zir, min Li, cau
Melela 162900 / 375800 1637 Pegmatito: ber, col, Médio
tan, bis,
mon, rut
Morrua 171600 / 375200 1637 Pegmatito: ber nob, Grande
micr, col,
tan, bis, pol, rut, min
Li
Muagutaia, 163500 / 372100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Mocangane tan, mic,
bis, mon, sam, ura
Murrule 164400 / 373100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis,
mon, sam
Namagoa 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Namara 161600 / 375000 1637 Pegmatito: ber Desconhecido
Namissau 1637 Pegmatito: col-tan, ber Desconhecido
Nampero 161630 / 375400 1637 Pegmatito: tan, Nb, Li Desconhecido
Tomeia 160600 / 381700 1637 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
micr, ber,
bis, mon, zir
Uelele 160400 / 375900 1637 Pegmatito: col-tan, ber Desconhecido
Morrua, Muiane, 1637 + Pegmatito: zir e outros Desconhecido
Nahora, Namecuna, 1638
Boa Esperança,
Nuaparra, Muhano,
Macochaia,
Namacotche,
Namirrapo
Namivo 160600 / 381300 1638 Pegmatito: xen, mon e Desconhecido
outros
Nampoça 160700 / 381900 1638 Pegmatito: sam, eux, Desconhecido
mon e
Outros
Mecossa 160700 / 380000 1638 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
ber, mon, esm
Melela 162900 / 375800 1638 Pegmatito: col, tan,
ber, bis,
mon, rut
Muimire 1638 Pegmatito: col-tan, tur, Desconhecido
mic, ber,
ber nob, Li
Nahavarra 160230 / 381900 1638 Pegmatito: tan, bis, ber Desconhecido
Naiume 1638 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
ber, bis, cas
Namarripo 162500 / 380200 1638 Pegmatito: col, tan, Desconhecido
ber, bis,
mon
Nampoca, 160700 / 381900 1638 Pegmatito: col, tan, Desconhecido
Nahavarro ber, bis,
mon, sam, eux
Napacala 154700 / 381030 1638 Pegmatito: col-tan, Desconhecido
micr, mon,
ber, ber nob, Li
Namarripa, Napacala 1638 Pegmatito: ber, mon, Desconhecido
Napacala bis, col,
Tan
Namissau 1638 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Mecossa 160700 / 380000 1638 Pegmatito: ber, tan, bis Desconhecido
Namivo 161700 / 385800 1638 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, col,
tan, micr, mon, xen,
min Li
Tomeia 160600 / 381700 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis,
micr, mon, zir
Zalala 295192 / 8019013 1737 Ti, Zr, ETR Médio
Inchope II 561298 / 7869563 1933 Sn, col, Ta Médio
Doeroi 587921 / 7873413 1933 Sn, col, Ta Pequeno
Inchope I 588066 / 7882081 1933 Sn, Nb, Ta Pequeno
Inchope III 596351 / 7873104 1933 Sn, Au,Ta Ocorrência
Minerais e rochas industriais
Palma 662155 / 8809605 1040 Sal Pequeno
Quionga 664000 / 8829000 1040 Sal Pequeno
Meluluca 693948 / 8578886 1234 Quartzo Pequeno
Sem denominação 696325 / 8582338 1234 Mica Pequeno
Monte Chissindo 731300 / 8825100 1235 Corindo Ocorrência
Rio Levele 228840 / 8572186 1238 Quartzo, distena Médio
Nanlicha 395503 / 8610686 1238 Corindo Ocorrência
Lusaka 441630 / 8572733 1238 Grafite Ocorrência
Rio Maulo 574059 / 8654400 1239 Quartzo Pequeno
Monte Ricolo 478217 / 8543012 1338 Grafite Pequeno
(Balama-
Montepuez)
Balama 1338 Grafite Médio ?
Monte Machilala 464144 / 8527556 1338 Grafite Pequeno
Morrola 444146 / 8543073 1338 Grafite Ocorrência
Rio Nampaua 434201 / 8549406 1338 Grafite Ocorrência
(Morrola N)
Reteta 442310 / 8494605 1338 Grafite Ocorrência
Monte Cambir 440079 / 8545636 1338 Quartzo Ocorrência
Rio Nampuquia 496595 / 496595 1338 Quartzo Pequeno
Monte Balama 450131 / 8523288 1338 Quartzo Médio
Ancuabe 608377 / 8561868 1339 Grafite Grande
Namapa 583269 / 8482288 1339 Grafite Pequeno
Mirrote III 557947 / 8474322 1339 Berilo ? Pequeno
Meloco 514107 / 8522004 1339 Berilo Ocorrência
Plantacao Pinto 664430 / 8554992 1340 Calcite Pequeno
Rio Uanapula 614200 / 8537850 1340 Grafite Médio
Rio Megaruma 631030 / 8532580 1340 Grafite Médio
Taquinha 610336 / 8529262 1340 Grafite Médio
Mazeze (Mecufi) 645465 / 8516670 1340 Grafite Pequeno
Rio Monote 626616 / 8517869 1340 Grafite Desconhecido
Monte Nipacue 640500 / 8521250 1340 Grafite Ocorrência
Monte Nicuculo 630695 / 8548839 1340 Talco, Cr Ocorrência
Tenda 631871 / 8546941 1340 Talco, Cr Ocorrência
Namaruha 631781 / 8541742 1340 Talco Ocorrência
Nicuculo N 640152 / 8528100 1340 Berilo Ocorrência
Rio Muthicana 610302 / 8494988 1340 Corindo Pequeno
(Odinepa)
Mecufi 665743 / 8528090 1340 Sal Pequeno
Pemba 660000 / 8555000 1340 Sal Pequeno
Região de Angónia 1434 gra-grafite Grande
(Chiziro,
Metengo, Balame,
Mouzinho,
Nhanher,
Rio Maue, Ulonguè
Velha,
anteriormente Vila
Coutinho Velha)
Ulonguè 1434 gra Desconhecido
Monte Capanga 1434 cri Desconhecido
Lamas 194227 / 8424608 1436 Corindo Ocorrência
Mequice 1437 gra Desconhecido
Nicomissone 1437 gra Desconhecido
Serra de Nhoto 14°39´30``/37°52 30`` 1437 gra, fsp, ama, quartzo Desconhecido
óptico
Sem denominação 14° 08 43/37° 52 54 1437 Gra Desconhecido
Rio Lalaua 1438 Gra Desconhecido
Sem denominação 140302 / 383501 1438 Gra Desconhecido
(vários)
Gegaia 144900 / 400900 1438 Gra Desconhecido
Netia 1439 Ky, sil Desconhecido
Netia 1439 mar, cal, apa Desconhecido
Sem denominação 1439 Sil Desconhecido
Rio Nacuipira 1439 Zir
Gegaia 144900 / 400900 1440 Gra Desconhecido
Itotone, Monapo, 144714 / 401051 1440 Calcário, gnaisse: gra Desconhecido
Evate
SO (12 km) de 1440 Areias brancas: cau, Desconhecido
Nacala fld
Sem denominação 1440 sil, Ky Desconhecido
Nacala–Memba 1440 Sil Desconhecido
Namina (Otako- 144700 / 401100 1440 Gra Desconhecido
Ancane
Netia 144300 / 400600 1440 Mármore: gra Desconhecido
Sem denominação 145400 / 400800 1440 Gra Desconhecido
Mecuco/Muecate 144000 / 400300 1440 P-apa Desconhecido
Evate 145300 / 401300 1440 apa, mag Desconhecido
Sem denominação 145830 / 400730 1440 Apa Desconhecido
Rio Mularala 143530 / 403500 Rio 1440 Asb Desconhecido
(entre Mulatala I, Mularala
II e Rio Nacala)
Meza 140300 / 402300 1440 Cu, flu Desconhecido
Nacala 1440 orto, alb, cau Desconhecido
Tulua 143555 / 403359 1440 Pegmatito: orto, alb, Desconhecido
tur, (ETR,
Sn, Ta, U)
Zumbo 1530 Gra Desconhecido
Sem denominação 271165 / 8283387 1530 Mg Ocorrência
Sem denominação 276549 / 8281596 1530 Mg Ocorrência
Sem denominação 276549 / 8281596 1530 Mg Ocorrência
Sem denominação 280143 / 8279785 1530 Mg Ocorrência
Sem denominação 271165 / 8283387 1530 Mg Ocorrência
Sem denominação 276549 / 8281596 1530 Mg Ocorrência
Sem denominação 272096 / 8279707 1530 Mg Ocorrência
Sem denominação 280143 / 8279785 1530 Mg Ocorrência
Sem denominação 271165 / 8283387 1530 Mg Ocorrência
Cone Negose 315012 / 8281306 1531 P, Ba, GF Grande
Sem denominação 311311 / 8294818 1531 T Ocorrência
Taca 478572 / 8262394 1532 GDt Pequeno
Fíngoè 410509 / 8315699 1532 AC Desconhecido
Taca 478572 / 8262394 1532 GDt Pequeno
Mármore de Chíduè 562510 / 8266006 1533 MM-Mármore Ocorrência
Nhamassonga 539235 / 8233795 1533 Mg Ocorrência
Monte Muande 553505 / 8234687 1533 Fe, P, Gap Grande
Nhamassonga 155830 / 332200 1533 Gra Desconhecido
Tsangano 668279 / 8317102 1534 Ky Ocorrência
Tsangano 2 km para SO 1534 Pt, asb Desconhecido
Tsangano 668279 / 8317102 1534 Ky Ocorrência
Tambani 648260 / 8267452 1534 Cm, Zc, U, col Pequeno
Área do Alto 1537 + Pegmatito: minerais de Desconhecido
Ligonha 1538 + P
(Nahora, Morrua, 1637 +
Nuaparra, Ilodo) 1638
Serra de Namuli, 1536 + Pegmatito: ber, ber Desconhecido
Macue, 1537 nob e
Nascente do rio outros
Malema e outros
Conua 1537 Pegmatito: ber Desconhecido
Guilherme 152400 / 372700 1537 Pegmatito: ber, ETR, Desconhecido
bis
Macaruene 155600 / 375740 1537 Pegmatito: ber Desconhecido
Maquine 155730 / 375300 1537 Pegmatito: ber Desconhecido
Namophem 155600 / 375730 1537 Pegmatito: ber Desconhecido
Conco 155545 / 375245 1537 Pegmatito: ber, ber
nob, micr,
Pegmatito: col, tan,
min Li
Guilherme 152400 / 372700 1537 Pegmatito: ber, ETR, Desconhecido
bis
Lice 155640 / 374900 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Malolo 155600 / 374900 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Moneia (Monea) 155530 / 375430 1537 Pegmatito: quartzo, Desconhecido
ber, col, tan, bis, mon
Munhamola I 155615 / 375430 1537 Pegmatito: quartzo, Desconhecido
ber, col, tan, micr,
pol, bis, min Li
Munhamola II 155615 / 375430 1537 Pegmatito: quartzo, Desconhecido
ber nob, col, tan
Mutala D 155500 / 375200 1537 Pegmatito: ber, tan, Desconhecido
ETR
Namacotcha 155515 / 375735 1537 Pegmatito: quartzo Desconhecido
óptico, ber nob, bis,
mon,
pol
Namacotcha- 155515 / 375735 1537 Pegmatito: mic, ber, Desconhecido
Munhamola pol, tan,
mon, cas, micr
Nhaia 1537 Pegmatito: quartzo Desconhecido
Namarella 160300 / 375700 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Napire 155630 / 375300 1537 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan
Nassupe 155700 / 375500 1537 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Uelele 1537 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Uatela–Euron 155700 / 375100 1537 Pegmatito: ber, tan, tur Desconhecido
Zambézia 1537 + Pegmatitos: quartzo Desconhecido
(Nuaparra, Ilodo, 1538 + industrial
Munhamade I, 1637
Nhaia, Monea, + 1638
outros)
Alata 155600 / 382400 1538 Pegmatito: ber, tan, bis Desconhecido
Boa Esperança 155600 / 382400 1538 Pegmatito: quartzo, Desconhecido
ber, tan, ETR
Cochilina 154330 / 381130 1538 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Familição 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Ingela 154600 / 381900 1538 Pegmatito: ber, mon, Desconhecido
col, tan,
sam
Inhuluti 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Inrule (Alata) 155600 / 382400 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, tur, min Li
Intotcha 155730 / 381800 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
(Intchotcha) tan, tur, min Li
Macula 155400 / 382300 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, rut
Majamala 154700 / 380730 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis, tur,
mon
Maridge I 154300 / 381100 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, col,
tan, tur, min Li, cau
Maridge II 154300 / 381100 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, tur,
cau
Merrapane 155100 / 382300 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan,
mic, bis
Mirricue, Muhepe 155000 / 383000 1538 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Mocachaia 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, mon, zir, min Li
M'Tomati 1538 Pegmatito: ber, tan, bis Desconhecido
Mucholone 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Muchopina 154900 / 380330 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Muhano 154600 / 380800 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis, tur
Muiane 154400 / 381500 1538 Pegmatito: mic, ber Grande
nob, top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Muimira 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Murropoci 155000 / 380400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
(Murropoce) mic, col,
tan, bis, micr, min Li
Nacala/Paroe 155700 / 381900 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Nahaji 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, rut
Nahia/Iaia 154700 / 382900 1538 Pegmatito: quartzo, Desconhecido
ber, bis, col, tan,
mon, top, mic
Nahora 155500 / 382000 1538 Pegmatito: mic, ber Desconhecido
nob, bis, col,
tan, mic, pol, min Li
Naipa 155500 / 382000 1538 Pegmatito: quartzo, Desconhecido
mic, ber, col, tan, nob,
mic, bis, top, cas,
min Li, cau
Namacala 1538 Pegmatito: mic Desconhecido
Namiano 154400 / 382900 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Namicaia 155500 / 382100 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Namirrapo 154700 / 380500 1538 Pegmatito: ber, tur, Desconhecido
top, cau
Namirrapo 154400 / 381400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Nanro 154700 / 381600 1538 Pegmatito: ber, mic, Desconhecido
col, tan, min Li
Napes 1538 Pegmatito: mic Desconhecido
Naquissupa 153900 / 382100 1538 Pegmatito: ber, mic, Desconhecido
(Namuaca) cas, col,
tan, bis, nob
Piteia 154600 / 382800 1538 Pegmatito: mic e Desconhecido
outros
Nicaca 154500 / 381400 1538 Pegmatito: ber, tur Desconhecido
Nuaparra 154500 / 380300 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, bis, xen, cau
Nihire 154930 / 382400 1538 Pegmatito: ber, top, Desconhecido
col, tan
Pampudo 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Pavane 155100 / 380400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Maridge I, II 154300 / 381100 1538 Pegmatito Pequeno
meteorizado: cau, and
Muiane 154400 / 381500 1538 Pegmatito Pequeno
meteorizado: cau, and
Muiane 154400 / 381500 1538 Pegmatito: quartzo
óptico
Naipa 154400 / 381300 1538 Pegmatito Pequeno
meteorizado: cau, and
Namirrapo 154700 / 380500 1538 Pegmatito Pequeno
meteorizado: cau
Nuaparra I, II 154500 / 380300 1538 Pegmatito Pequeno
meteorizado: cau, and
Nuaparra I, II 154500 / 380300 1538 Pegmatito: quartzo Desconhecido
óptico
Ribauè, Boa 150400 / 381600 1538 Pegmatito Pequeno
Esperança meteorizado: cau, fld,
and
Boa Esperança 150400 / 381600 1538 Pegmatito: mic, fld, Desconhecido
xen, sam,
ber, col-tan
Ribauè-Iapala 150100 / 381100 1538 Pegmatito Pequeno
meteorizado: cau
Intocha (Intotcha) 155730 / 381800 1538 Pegmatito: mic e Desconhecido
outros
Merropano 155100 / 382300 1538 Pegmatito: mic, ber, Desconhecido
ber nob,
col-tan, bis
Mocachaia 155500 / 381800 1538 mic e outros Desconhecido
(Macochaia,
Macotaia)
M´Tomoti 154900 / 384900 1538 Pegmatito: mic e Desconhecido
outros
Mucachone 155000 / 382600 1538 Pegmatito: mic e
outros
Tarupe 154200 / 381700 1538 Pegmatito: ber, tan, Desconhecido
min Li
Luia 407391 / 8201367 1632 Cb Ocorrência
Djanguire 455036 / 8186511 1632 F, QV, GF Pequeno
Monte Fema 160400 / 332000 1633 Gra Desconhecido
Nhandonguè 597603 / 8125749 1633 Ba Ocorrência
Canchoeira 588249 / 8225358 1633 Cm Pequeno
Chimessolo 503552 / 8146257 1633 Cm Ocorrência
Moatize (Oriental) 589144 / 8227202 1633 Cm Ocorrência
Nhangoma 599160 / 8222977 1633 MA Médio
Sicarabo 599833 / 8224388 1633 MB, MB, St Pequeno
Degue 553751 / 8216081 1633 Dis Médio
Dombe 507893 / 8146161 1633 F, QV, GF Médio
Sem denominação 597654 / 8136812 1633 Mc, GB Ocorrência
Monte Fema 538303 / 8223684 1633 P, Fe Pequeno
Chinguere 519048 / 8135263 1633 QV Desconhecido
Argila de Manga 697323 / 7813242 1634 CP, CF,CS Pequeno
Zumbo 677741 / 8156574 1634 D Desconhecido
Monte Muambe 615150 / 8194700 1634 F Grande
Lupata F 628030 / 8167995 1634 F Ocorrência
Lupata Norte 615640 / 8179133 1634 F, QV, GF Ocorrência
Simbe 161700 / 354130 1635 Gra Desconhecido
Munhamade 163400 / 365630 1636 + Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
1637
Munhiba 165800 / 365500 1636 + Pegmatito: ber, col, Desconhecido
1637 tan, mic,
bis
Bere 163300 / 371500 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, sam,
mon
Bive, Mucandane 165000 / 370000 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Cenga 1637 Pegmatito: dav, atan, Desconhecido
apa e
Outros
Cunhea (Cunheia) 164500 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Enluma/Minhate/ 163700 / 371900 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Pinheiro tan, mic,
bis, mon, sam, fer,
ura
Ginema/Murrale/ 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Nigule tan, micr,
bis, mon, min Li
Igaro I 164500 / 374200 1637 Pegmatito: mic, ber, Desconhecido
col, tan, nob,
bis, mon, eux
Igaro II 1637 Pegmatito: mic, ber, Desconhecido
col, tan, nob,
bis, mon, eux
Maria, próximo de 1637 Pegmatito: mic e Desconhecido
Enluma outros
Muagotaia 163500 / 372100 1637 Pegmatito: mic e Desconhecido
outros
Naiume 1637 Pegmatito: mic, tan, Desconhecido
cas, ber,
bis
Ilodo 164500 / 374200 1637 Pegmatito: quartzo, Desconhecido
ber
Ilodo 165400 / 374600 1637 Gra
Lissava (Lissana) 164300 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Machamba Nova 161530 / 375100 1637 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, bis, pol, rut, min
Li
Maoloua (Maolona) 164400 / 370400 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
mon
Maria II 161000 / 375600 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, mic,
bis, mon, sam, ura
Marropino 163000 / 375400 1637 Pegmatito Desconhecido
meteorizado: cau
Marropino 163000 / 375400 1637 Quartzo industrial Desconhecido
e óptico
Mocuba 1637 Pegmatito Desconhecido
meteorizado: cau, and
Melela 162900 / 375800 1637 Pegmatito: ber, col, Médio
tan, bis,
mon, rut
Morrua 161700 / 375200 1637 Pegmatito: ber nob, Grande
micr, col,
tan, bis, pol, rut, min
Li
Muagutaia, 163500 / 372100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Mocangane tan, mic,
bis, mon, sam, ura
Murrule 164400 / 373100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis,
mon, sam
Namagoa 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Namara 161600 / 375000 1637 Pegmatito: ber Desconhecido
Área de 163400 / 365630 1636 + Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Munhamade 1637
Área de Munhiba 165800 / 365500 1636 + Pegmatito: ber, col, Desconhecido
1637 tan, mic,
bis
Bere 163300 / 371500 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, sam,
mon
Área de Mocuba 1636 + Pedras: rochas Desconhecido
1637 + metamórficas
1736 +
1737
Bive, Mucandane 165000 / 370000 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Cunhea (Cunheia) 164500 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Enluma/Minhate/ 163700 / 371900 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Pinheiro tan, mic,
bis, mon, sam, fer,
ura
Ginema/Murrale/ 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Nigule tan, micr,
bis, mon, min Li
Igaro I 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
bis, mon, eux
Igaro II 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
bis, mon, eux
Ilodo 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, mon,
fer, min Li
Lissava (Lissana) 164300 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Machamba Nova 161530 / 375100 1637 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, bis, pol, rut, min
Li
Maoloua (Maolona) 164400 / 370400 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
mon
Maria II 161000 / 375600 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, mic,
bis, mon, sam, ura
Marropino 163000 / 375400 1637 Pegmatito: ber nob, Grande
micr, bis,
zir, min Li, cau
Melela 162900 / 375800 1637 Pegmatito: ber, col, Médio
tan, bis,
mon, rut
Morrua 161700 / 375200 1637 Pegmatito: ber nob, Grande
micr, col,
tan, bis, pol, rut, min
Li
Muagutaia, 163500 / 372100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Mocangane tan, mic,
bis, mon, sam, ura
Murrule 164400 / 373100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis,
mon, sam
Namagoa 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Namara 161600 / 375000 1637 Pegmatito: ber Desconhecido
Ilodo 165400 / 374600 1637 Gra Desconhecido
Mulevala 1637 Asb Desconhecido
Mugulami 1637 Pedras: rochas Desconhecido
metamórficas
Naciaia 1637 Pedras: rochas Desconhecido
metamórficas
Namarripa, Napacala 1638 Pegmatito: ber, mon, Desconhecido
Napacala bis, col,
Tan
Namissau 1638 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Napacala 154730 / 381000 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
mon
Mecossa 160700 / 380000 1638 Pegmatito: ber, tan, bis Desconhecido
Naiume 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis, cas
Namivo 161700 / 385800 1638 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, col,
tan, micr, mon, xen,
min Li
Nampoca, 160700 / 381900 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Nahavarro tan, bis,
mon, eux, sam
Tomeia 160600 / 381700 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis,
micr, mon, zir
Boila 160400 / 394600 1639 Pegmatito Desconhecido
meteorizado: cau
Chainca 481281 / 7908276 1732 MA Médio
Sem denominação 586666 / 8057569 1733 Gr Ocorrência
Sem denominação 560118 / 8052134 1733 Gr Ocorrência
Sem denominação 567184 / 8050268 1733 Gr Ocorrência
Barauro 508831 / 8030096 1733 Ky Ocorrência
Choa 512419 / 8114910 1733 Ky, Sl Ocorrência
Massanga 500000 / 8089104 1733 Ky Ocorrência
Senga-Senga 508839 / 508839 1733 Ky, Sl Ocorrência
Djalire 630633 / 8018601 1734 F Pequeno
Geramo 636106 / 8044386 1734 F, QV, GF Pequeno
Majaua 744943 / 8050730 1735 Ls Ocorrência
Areia de Licuari 255087 / 8055109 1736 QB Pequeno
Areia de Nicoadala 266928 / 8056368 1736 QG Médio
Quelimane 910316 / 8040639 1736 CS Médio
Marramiza 907959 / 8080419 1736 CS Pequeno
Barreiros de 275835 / 8039905 1736 dis Médio
Montegiro
Serra Mangota II 494734 / 7912081 1832 asb Ocorrência
Serra Mangota I 491225 / 7915768 1832 asb, serp Ocorrência
Macequece I 487719 / 7901013 1832 dis, CS, CF Ocorrência
Macatacata 582115 / 7909749 1833 MB, M Médio
Cheringoma 700536 / 7947905 1834 Pg Pequeno
Sem denominação 616032 / 7939387 1834 Gr Ocorrência
Dongueni 555448 / 7876637 1834 Ti Desconhecido
Inhaminga 714755 / 7960669 1835 Ls Médio
Muio 252467 / 7972168 1836 Ti, Zr, rut Pequeno
Machipanda 470179 / 7899149 1932 dis Ocorrência
Asbesto de Mavita 520898 / 7849577 1933 asb Médio
Cafumbe 559331 / 7889311 1933 Cl Desconhecido
Revuè 569916 / 7833567 1933 Cm Pequeno
Minas Gerais 568379 / 7889825 1933 Mc Pequeno
Argila de Chimoio 549083 / 7886198 1933 dis Ocorrência
Mavita 520993 / 7849368 1933 P Pequeno
Serra Mocuta 513993 / 7847530 1933 QV Ocorrência
Dondo 685265 / 7829305 1934 dis Pequeno
Inhamizua 681371 / 7819585 1934 dis Pequeno
Monte Xiluvo 612114 / 7873011 1934 MM, F, P Pequeno
Guano de Búzi 624701 / 624701 1934 Pg Pequeno
Serra Mangota III 496489 / 7913925 1832 T Ocorrência
Chimoio 550006 / 7888674 1833 Ti Pequeno
Chissui 547097 / 547097 1933 Ti Pequeno
Areia da Beira II 702978 / 7810998 1944 dis Pequeno
Maputo 453274 / 7129770 2032 dis, CF, CK Pequeno
Chibabava 567865 / 7755187 2033 Pg Ocorrência
Marropanhe 680557 / 7713775 2034 ges-gesso Ocorrência
Calcário de Búzi 616089 / 7681133 2034 cal-calcário Ocorrência
Urrongas 694693 / 7588121 2134 Ls Ocorrência
Vilanculos 696556 / 7599173 2134 Pg Pequeno
Gesso de Inhassoro 714801 / 7609095 2135 ges-gesso Ocorrência
Chibotane 418535 / 7362150 2332 QB-Areia Pequeno
Marenquele 410075 / 7358413 2332 QB-Areia Pequeno
Marenquele- 427037 / 7358509 2332 QB-Areia Pequeno
Cantina
Homoíne 720668 / 7360693 2335 M, MQ Ocorrência
Morrumbene 737975 / 7380728 2335 M Ocorrência
Estivane I 459352 / 7332795 2432 QB-Areia, St Pequeno
Xinavane 496626 / 7292263 2432 QB-Areia Ocorrência
Estivane II 463594 / 7330969 2432 QB-Areia, St Pequeno
Lagoa Ramo 509863 / 7245534 2433 Ki Ocorrência
Maduaine 511773 / 7249649 2433 Ki Ocorrência
Argila de Xai-Xai I 566637 / 7230394 2433 CS-argila Pequeno
Chipapa 515117 / 7277485 2433 QB-Areia Pequeno
Massavasse 523609 / 7273786 2433 QB-Areia Pequeno
Areia de Xai-Xai 569018 / 7247801 2433 QB-Areia Pequeno
Buana 643485 / 7284141 2434 Ki Ocorrência
Mafuiane 641812 / 7286008 2434 Ki Ocorrência
Malucuve 661254 / 7287636 2434 Ki Ocorrência
Maticuane 632487 / 7282401 2434 Ki Ocorrência
Nhaliquene 607861 / 7262314 2434 Ki Ocorrência
Inharrime 706058 / 7290748 2435 CS Pequeno
Mutemba 738974 / 7338240 2435 CS Pequeno
Boane 433268 / 7125995 2532 Ki Pequeno
Manhiça 463968 / 7193482 2532 Ki Pequeno
Maguiguane 465334 / 7230259 2532 CS Ocorrência
Maolela 453157 / 7218915 2532 CS Ocorrência
Mangulane 440864 / 7197628 2532 Ls-calcário, St Grande
Namaacha 408218 / 7129532 2532 CS Pequeno
Ressano Garcia 416032 / 7169942 2532 M, CB Pequeno
Magude 440417 / 7211086 2532 P-Glauconite Ocorrência
Uetimane 426063 / 7177584 2532 QB-Areia Médio
Sílica de 463233 / 7148661 2532 QG-areia de sílica Pequeno
Marracuene II
Joaco Moamba 415873 / 71671 2532 MR Médio
Argila de Xai-Xai II 565563 / 7228717 2533 CS-argila Pequeno
Salamanga 466180 / 7076273 2632 cal-calcário Médio
Magude 460109 / 7234504 2632 Ls, QB, St Ocorrência
Boane 423291 / 7120403 2632 M, St Médio
Luzinada 424323 / 7114871 2632 Grn Ocorrência
Luzinada II 424394 / 7119062 2632 CB Bentonite Grande
Luzinada Claim 424600 / 7120900 2632 CB Bentonite Médio
Pequenos Libombos 423302 / 7118554 2632 CB Bentonite Pequeno
Umbelúzi 438974 / 7119400 2632 CP, CS Grande
Bela Vista 467567 / 7087364 2632 CS Médio
Bela Vista 466743 / 7085512 2632 St-glauconite, MQ Grande
Estevel 428342 / 7122525 2632 M, CB, St Pequeno
Pedras decorativas/pré-talhadas e materiais de construção
Nanhili 586000 / 8721000 1139 Argila Pequeno
N`Guri 618009 / 8891647 1140 Argila Médio
Ponta Ngoo 689002 / 8831642 1234 Pedra sabão Pequeno
TX3 (Bacia de 719537 / 8810882 1234 Kimberlito Pequeno
Maniamba)
Malulo 736600 / 8578700 1235 Calcário Médio
Pemba 665828 / 8564096 1240 Argila Desconhecido
Monte Chande 710600 / 8517200 1334 Granito Grande
(Tchonde)
Lichinga 742285 / 8531354 1335 Argila Pequeno
Montepuez 497498 / 8551917 1338 Mármore Grande
Mazeze 619423 / 8527248 1340 Mármore Pequeno
Furancungo 145400 / 333800 1433 Argila (para tijolo) Desconhecido
Angónia 1434 Argila (para tijolo) Desconhecido
Ulonguè 1434 Gnaisse granítico, Grande
charnoquito
Netia 1439 mar, cal, apa Desconhecido
Monapo 1439 cal crist, mar
Relanzapo 142800 / 404900 1440 Cal
Nacala 143550 / 403829 1440 Argila (para tijolo) Desconhecido
Nacala 1440 Cal Grande
Sem denominação 143730 / 400000 1440 Cal Desconhecido
Quissimanjulo 143030 / 404800 1440 Argila (para cimento) Desconhecido
Monte Mesa, NO 140330 / 402400 1440 Granito preto (?) Desconhecido
Momba
Monte Xica, 40 km 1440 Lamboanito Desconhecido
O de (migmatito)
Monapo-Namialo
Monte Mesa 140330 / 402400 1440 Mármore Desconhecido
Monte Meza 1440 Gabro Desconhecido
Cone Negose 315012 / 8281306 1531 P, Ba, GF Grande
Boroma 542474 / 8232590 1533 Cc Pequeno
Mármore de Chíduè 562510 / 8266006 1533 MM-Mármore Ocorrência
Alto Molócuè 1537 Argila cerâmica Ocorrência
Muiane 154400 / 381500 1538 Argila caulinítica Ocorrência
Corrane 1539 cal crist Desconhecido
Nampula 151000 / 391330 1539 Argila refractária Ocorrência
Paduc 560287 / 8203547 1633 St, M Desconhecido
Areia de Chimozi 559597 / 8214234 1633 QB Médio
Narrumeu 1637 Argila cerâmica Desconhecido
Angoche 161100 / 395600 1639 Argila cerâmica Desconhecido
Área O de Angoche, 1639 cal Desconhecido
NO de Moma
Angoche 1639 + Areia
1640
Longose 777503 / 8037390 1735 St-pedra, M Médio
Naciaia Pedreira 294275 / 8083087 1737 St-pedra, M Médio
Munene 475360 / 7903520 1832 St Pequeno
Matsinho 539594 / 7900047 1833 St Médio
Matsinho_S 540427 / 7898733 1833 St Pequeno
Cande 603690 / 7957278 1833 St Pequeno
Nharuchonga 617384 / 7871981 1833 St Desconhecido
Vandúzi 526339 / 7917596 1833 St, M Ocorrência
Basalto de Xiluvo 613124 / 7869497 1833 St Desconhecido
Matsinho 539594 / 7900047 1833 St Médio
Matsinho_S 540427 / 7898733 1833 St Pequeno
Messica 509145 / 7898703 1933 St Médio
Chigove 533110 / 7892103 1933 St Ocorrência
Bué Maria 625412 / 7895981 1934 St, M Médio
Carbonatito de 611663 / 7871339 1934 St, Gap Médio
Xiluvo 1
Carbonatito de 611067 / 7871665 1934 St, Gap Médio
Xiluvo 2
Areia de Manga 697942 / 7815715 1934 QB Médio
Mafambisse 618904 / 7839766 1934 QB Ocorrência
Bué Maria 625412 / 7895981 1934 St, M Médio
Agroareias 435016 / 7115962 2632 St-Pedras Médio
Pedreira Sul 423486 / 7114906 2632 St-Pedras Médio
Pedreira CMC 428176 / 7121877 2632 St-Pedras Médio
Pedreira Extramac 424951 / 7108576 2632 St-Pedras Médio
Libombos 424040 / 7114807 2632 St-Pedras Médio
Pedreira MAM 413124 / 7105831 2632 St-Pedras Médio
Sem denominação 423241 / 7118106 2632 St-Pedras Médio
Pedreira Probrita 428363 / 7123749 2632 St-Pedras Médio
Pedreira Riolitos 422028 / 7119151 2632 St-Pedras Médio
Pedreira Tamega 424318 / 7145310 2532 St-Pedras Médio
Sem denominação 414117 / 7107659 2632 St-Pedras Pequeno
Gemas, Pedras para Joalharia, Materiais e Rochas para Artesanato, Espécimens de Minerais e Rochas
Monte Chinalu 578268 / 8878478 1139 Turmalina Desconhecido
Região de Mueda 1139 Corindo cinzento, Desconhecido
azul, branco, rosa-
escuro
Região de Nanlicha (Província de Niassa) Rubis “Sangue de Desconhecido
Pombo”
SO da Bacia de 1234 Granada: piropo Desconhecido
Maniamba
Rio Fobue 693000 / 8619000 1234 Granada Desconhecido
(Messumba)
Montanha de (Província de Niassa) Corindo cinzento, Desconhecido
Chissindo azul, branco, rosa-
escuro
Depósito de 12°40’53”S / 1236 Eluvião, placers: rubi Médio
M’Sawize (depósito 36°49’20”E Rocha dura: rubi
de rubi de Niassa)
Luambeze 1238 Rubi Ocorrência
(Ruambeze)
Chumbaindo (Rio 595090 / 8669122 1239 Água-marinha Pequeno
Messalo)
Rio Muedi (a SO de 1239 Turmalina Desconhecido
Mueda) 588446 / 8671780
Lagoa Shuvi (a SO 589226 / 8669658 1239 Turmalina Desconhecido
de Mueda)
Monte Chinalu (a Ocorrência
SO de Mueda) 578268 / 8676478 1239 Água-marinha
Rio Messalo 594740 / 8670716 1239 Água-marinha Ocorrência
Rio Opa 565914 / 8669754 1239 Turmalina Ocorrência
Rio Messalo 594740 / 8670716 1239 Água-marinha Ocorrência
Chumbaindo (Rio 595090 / 8669122 1239 Água-marinha, Ocorrência
Messalo) amazonite
Complexo de 1136, Água-marinha, gemas Complexo de
Marrupa (P2MR) 1236/37, de turmalina, Prospecção
1438
Área de Marrupa e 1337 Água-marinha, gemas Desconhecido
secção central norte de turmalina, quartzo
da folha 1337 cristalino, amazonite
Marrupa (Meperia) 344101 / 8549056 1337 Água-marinha Pequeno
Marrupa 340640 / 8546100 1337 Água-marinha Pequeno
(Nambaica)
Maua 307000 / 8464000 1337 Turmalina Desconhecido
Meperia 344101 / 8549056 1337 Água-marinha Desconhecido
Área de Nambaica: 344101 / 8549056 1337 Água-marinha Ocorrências
*Nambaica 340640 / 8546100
*Nambaica SE 340827 / 8545918
Área de Shalawa Província de Nampula Verdelite Desconhecido
Uante (Walima) 560601 / 8478026 1339 Turmalina, quartzo Pequeno
róseo
Área de Mirrote 1339 Berilo nobre, Ocorrências
turmalina
Mirrote I 560968 / 8474420 1339 Turmalina Pequeno
Mirrote II 562339 / 8472012 1339 Água-marinha Ocorrência
Mirrote III 557947 / 8474322 1339 Berilo ? Pequeno
Mirrote 559325 / 8472124 1339 Quartzo róseo Ocorrência
Montepuez: 520130 / 8556346 1339 Rubi Depósito
*Namahumbire
*Namahaca
*Mwiriti
Namahumbire 13°05’18”S / 1339 Rubi Médio
39°20’35”E
Namahaca 13°03’32”S / 1339 Rubi Médio
39°11’08”E
Mwiriti 10 km a S de 1339 Rubi Ocorrência
Namahumbire
Rio Muthicana 610300 / 8494990 1340 Corindo: Rubi ? Ocorrência
(Odinepa)
Sem denominação 630965 / 8546423 1340 Turmalina Ocorrência
Ngauma 1435 Safira azul Desconhecido
Área de Lione– 1435 Água-marinha, rubi, Desconhecido
Itepelas safira
M'Pacurra 230072 / 8360671 1436 Granada Pequeno
Cuamba 230206 / 8358258 1436 Granada Pequeno
230072 / 8360671
Rio Mutagine 281034 / 8358250 1436 Água-marinha Pequeno
Entre Montes 255367 / 8397903 1436 Granada Desconhecido
Área de Cuamba: 1436 Água-marinha, quartzo Desconhecido
*Localidade sem 281034 / 8358250 róseo
denominação
Canto sudoeste da 179345, 8354541 1436 Granada Desconhecido
folha 1436
Secção sudeste da 1436 Quartzo róseo (água- Desconhecido
folha 1436, em marinha)
redor da cidade de
Cuamba e de 281034 / 8358250
localidade sem
denominação
Rios Namicoro, 1436 Granada Desconhecido
Namelade e
Nametala
Erua, 11 km a SE e 1437 Pegmatito: qur, quf, Desconhecido
12 km a ENE ama, sam
Rio Lalaua 1437 Gnaisse: grn, Desconhecido
Pegmatito: qur
Leonore 1437 Pegmatito: tur Desconhecido
Metarica 143500 / 375430 1437 Pegmatito: ama Desconhecido
Muctetere 1437 Pegmatito: ama, ber Desconhecido
Confluência dos 1437 Pegmatito: grn, tur, ber Desconhecido
Rios Muerro-Nivata
Namacala 1437 Pegmatito: agua, ber, Desconhecido
grn
Rio Nicaue 1437 grn Desconhecido
Serra de Nhoto 143930 / 375230 1437 Pegmatito: ama, fsp, Desconhecido
gra, quartzo
óptico
Serra de Nhoto 143930 / 375230 1437 qur, agua, tur, ber, Desconhecido
azulama, qur, tur, fld
Sem denominação 1437 Pegmatito: ama Desconhecido
Sem denominação 1437 Ametista Desconhecido
A SO de Lalaua, 1438 Granada Desconhecido
Serra
Meluli
Sem denominação 144300 / 380030 1438 Granada Desconhecido
Sem denominação 1438 Pegmatito: qur, agua, Desconhecido
tur, ber,
azul
Rio Nampaue 1439 Pegmatito: qur, tur Desconhecido
Carapira, a NO de 1440 agua Desconhecido
Monapo
Coranira 1440 Pegmatito: tur, verde, Desconhecido
rosa
Equeza, Namioque 143748 / 403205 1440 Pegmatito: tur, quartzo Desconhecido
colorido,
ETR
Monapo, Mina 1440 Pegmatito: ama, ber Desconhecido
Santos
Área de Nacala 1440 Pegmatito: ama, Desconhecido
feldspato, adulária
Navengo 1440 Pegmatito: tur Desconhecido
Sem denominação 1440 Pegmatito: qur Desconhecido
Pegmatitos de 1439/40, Pegmatito: turmalina Desconhecido
Nampula-Nonapo- 1539/40 "melancia",
Nacorôa: “esmeralda brasileira"
* Equeza (turmalina)
* Marrapa
Tulua 143555 / 403359 1440 Pegmatito: orto, alb, Desconhecido
tur, (ETR,
Sn, Ta, U)
Granito de 14/1531 Pegmatito: “Berilo Desconhecido
Marrupa (P2MR) azul-celeste", água-
marinha azulada,
amazonite, crisoberilo
Área de 1531 Pegmatito: água- Médio
Marinrongoė marinha, topázio, Nb,
ETR
Áreas de Angónia e 1534 Verdelite Desconhecido
Tsangano
Área de Tsangano, 1534 Safira (rubi) Desconhecido
N de Tsangano
Serra de Namuli, 1536 + ber, ber nob e Importante
Macue, 1537 outros
Nascente do rio
Malema e outros
Mavuco 1536 Turmalinas do tipo Importante
‐Paraíba
Área da Serra Norte da Província da Hiddenite Desconhecido
Namua Zambézia
Conco 155545 / 375245 1537 Pegmatito: ber, ber Desconhecido
nob, micr,
Pegmatito: col, tan,
min Li
Guilherme 152400 / 372700 1537 Pegmatito: ber, ETR, Desconhecido
bis
Lice 155640 / 374900 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Malolo 155600 / 374900 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Mecossa 1537 + Pegmatito: ber, col, Desconhecido
1538 + tan, bis,
1637 mon
+ 1638
Moneia 155530 / 375430 1537 Pegmatito Desconhecido
Munhamola I 155615 / 375430 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, micr,
pol, bis, min Li
Munhamola II 155615 / 375430 1537 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan
Mutala D 155500 / 375200 1537 Pegmatito: ber, tan, Desconhecido
ETR
Namacotcha 155515 / 375735 1537 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, mon,
pol
Namophem 155600 / 375730 1537 Pegmatito: agua
Nepue IV, V 155700 / 375130 1537 Pegmatito: tur
Nicaca 154500 / 381400 1537 Pegmatito: tur
Moneia 155530 / 375430 1537 Pegmatito: ber nob
(mor), tur,
tan
Uatela–Euron 155700 / 375100 1537 Pegmatito: ber nob, bis
Namarella 160300 / 375700 1537 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Napire 155630 / 375300 1537 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan
Nassupe 155700 / 375500 1537 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Uelele 1537 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Uatela–Euron 155700 / 375100 1537 Pegmatito: ber, tan, tur Desconhecido
Região noroeste da 15/1637 ? Adulária/pedra-da-lua Desconhecido
Província
da Zambézia
Campo pegmatítico 1538, 1637 Pegmatito: água-
do marinha
Alto Ligonha com
Macula, Ilodo,
Ginama, Igaro,
Lalaua, Chalaua
Pegmatitos: água-
marinha
Chalaua 1538 Eluvial: água-marinha Desconhecido
Campo pegmatítico 1538 Gnaisse: grn,
do Pegmatito: esme
Alto Ligonha
Apocoto 155200 / 382300 1538 Pegmatito: tur Desconhecido
Apocoto II 155230 / 382100 1538 Pegmatito: Au, tur Desconhecido
Macochaia 155500 / 381800 1538 Pegmatito: Au, tan, Desconhecido
ber, tur e
outros
Cochilina 154330 / 381130 1538 Pegmatito: tur Desconhecido
Iaia 1538 Pegmatito: qur, ber,
col, tan
Alata 155600 / 382400 1538 Pegmatito: ber, tan, bis Desconhecido
Boa Esperança 155600 / 382400 1538 Pegmatito: ber, tan, Desconhecido
ETR
Familição 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Ingela 154600 / 381900 1538 Pegmatito: ber, mon, Desconhecido
col, tan,
sam
Inhuluti 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Inrule (Alata) 155600 / 382400 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, tur, min Li
Intotcha 155730 / 381800 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
(Intchotcha) tan, tur, min Li
Macula 155400 / 382300 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, rut
Majamala 154700 / 380730 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis, tur,
mon
Maridge I 154300 / 381100 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, col,
tan, tur, min Li, cau
Maridge II 154300 / 381100 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, tur,
cau
Merrapane 155100 / 382300 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan,
mic, bis
Mirricue, Muhepe 155000 / 383000 1538 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Mocachaia 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, mon, zir, min Li
M'Tomati 1538 Pegmatito: ber, tan, bis Desconhecido
Mucholone 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Muchopina 154900 / 380330 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Muhano 154600 / 380800 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis, tur
Muiane 154400 / 381500 1538 Pegmatito: ber nob, Grande
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Muimira 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Murropoci 155000 / 380400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
(Murropoce) mic, col,
tan, bis, micr, min Li
Nacala/Paroe 155700 / 381900 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Nahaji 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, rut
Nahia/Iaia 154700 / 382900 1538 Pegmatito: ber, bis, Desconhecido
col, tan,
mon, top, mic
Nahora 155500 / 382000 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, col,
tan, mic, pol, min Li
Naipa 155500 / 382000 1538 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
mic, bis, top, cas,
min Li, cau
Namiano 154400 / 382900 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Namicaia 155500 / 382100 1538 Pegmatito: ber Desconhecido
Namirrapo 154700 / 380500 1538 Pegmatito: ber, tur, Desconhecido
top, cau
Namirrapo 154400 / 381400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Naquilite 1538 Pegmatito: qur e
outros
Nanro 154700 / 381600 1538 Pegmatito: ber, mic, Desconhecido
col, tan, min Li
Naquissupa 153900 / 382100 1538 Pegmatito: ber, mic, Desconhecido
(Namuaca) cas, col,
tan, bis, nob
Nicaca 154500 / 381400 1538 Pegmatito: ber, tur Desconhecido
Nuaparra 154500 / 380300 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, bis, xen, cau
Nihire 154930 / 382400 1538 Pegmatito: ber, top, Desconhecido
col, tan
Piteia 154700 / 382800 1538 Pegmatito: top, ama, Desconhecido
bis, tan, Li
Pampudo 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Pavane 155100 / 380400 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
top, col,
tan, bis, micr, mon,
min Li, cau
Tarupe 154200 / 381700 1538 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
tan, min Li
Uana 155400 / 382200 1538 Pegmatito: tur, ber, tan Desconhecido
Canchoeira e Província de Tete Corindo cinzento, Desconhecido
Chimessolo azul, branco, rosa-
escuro
Munhiba Província de Zambézia Corindo cinzento a Desconhecido
azulado
Montanhas de Província de Zambézia Corindo cinzento, Desconhecido
Pandíbuè e azul, branco, rosa-
Congune escuro
Corrane, Rio 1539 Pegmatito: grn, tur, ber Desconhecido
Muirrate
Perto de Nampula 1539 Granada Desconhecido
Nametal ENE 1539 Pegmatito: qur Desconhecido
Área de Changara 1633 Corindo nobre: rubi Indicações
Pegmatito de Chulo 1635 Eluvião: corindo azul, Desconhecido
(Nhaphale) granadas
Munhamade 163400 / 365630 1636 + Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
1637
Munhiba 165800 / 365500 1636 + Pegmatito: ber, col, Desconhecido
1637 tan, mic,
bis
Errua 1637 Granada Desconhecido
Bere 163300 / 371500 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, sam,
mon
Bive, Mucandane 165000 / 370000 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Cunhea (Cunheia) 164500 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Enluma/Minhate/ 163700 / 371900 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Pinheiro tan, mic,
bis, mon, sam, fer,
ura
Ginema/Murrale/ 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Nigule tan, micr,
bis, mon, min Li
Igaro I 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan, nob,
bis, mon, eux
Igaro II 1637 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan, nob,
bis, mon, eux
Ilodo 164500 / 374200 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, mon,
fer, min Li
Lissava (Lissana) 164300 / 370300 1637 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Machamba Nova 161530 / 375100 1637 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
mic, col,
tan, bis, pol, rut, min
Li
Maoloua (Maolona) 164400 / 370400 1637 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
col, tan, nob,
mon
Maria II 161000 / 375600 1637 Pegmatito: tur, top, ber Desconhecido
nob e
Outros
Maria III 160300 / 375700 1637 Xisto actinolítico + Médio
pegmatito: esme
Marropino 163000 / 375400 1637 Pegmatito: ber nob, Grande
micr, bis,
zir, min Li, cau
Marropino II 163000 / 375000 1637 Esme Pequeno
Melela 162900 / 375800 1637 Pegmatito: ber, col, Médio
tan, bis,
mon, rut
Morrua 171600 / 375200 1637 Pegmatito: ber nob, Grande
micr, col,
tan, bis, pol, rut, min
Li
Munhamola 155615 / 375430 1637 Pegmatito: ber nob e Desconhecido
outros
Namarepo 165400 / 372200 1637 Pegmatito, clorítico- Desconhecido
actinolítico
Xistos: esme
Namivo 160600 / 381300 1637 Pegmatito: ber nob e Desconhecido
outros
Sem denominação Pegmatito, clorítico- Pequeno
actinolítico
Xistos: esme
Uelela S 160400 / 375900 Pegmatito: agua Pequeno
Muagutaia, 163500 / 372100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Mocangane tan, mic,
bis, mon, sam, ura
Murrule 164400 / 373100 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis,
mon, sam
Namagoa 1637 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis
Namara 161600 / 375000 1637 Pegmatito: ber Desconhecido
Melele 162900 / 375800 1637 + Pegmatito: ber nob e
1638 outros
Namarripa, 1638 Pegmatito: ber, mon, Desconhecido
Napacala bis, col,
(Napacalas) tan
Namissau 1638 Pegmatito: ber, col, tan Desconhecido
Napacala 154730 / 381000 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, nob,
mon
Mecossa 160700 / 380000 1638 Pegmatito, xistos Desconhecido
clorítico-actinolíticos:
esme, ber, tan, bis
Naiume 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis, cas
Namivo 161700 / 385800 1638 Pegmatito: ber nob, Desconhecido
bis, col,
tan, micr, mon, xen,
min Li
Niane 161200 / 381700 1638 Pegmatito, clorítico- Pequeno
actinolítico
Xistos: esme
Nampoca, 160700 / 381900 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
Nahavarro tan, bis,
mon, eux, sam
Tomeia 160600 / 381700 1638 Pegmatito: ber, col, Desconhecido
tan, bis,
micr, mon, zir
Chulo (Nhaphale) 1735 Pegmatito: berilo azul, Desconhecido
água-marinha, (rubi)
Chulo (Nhaphale) 1735 Granada Desconhecido
Área de Manica 1832/33 Hematite (qualidade Pequeno
gemológica)
Entre as montanhas Província de Manica 18/1933 Granada Desconhecido
de Nhamitombe e as
fontes termais dos
rios Nhanroa e
Nhansinga
Rio Limpopo 2231 Aluviões: diamantes Indicações
*Mapai
Rio Uaneteze Província de Gaza 2532 Olho-de-tigre Desconhecido
Área de Província de Maputo 2632 Olho-de-tigre Desconhecido
Mapulanguane
Água de nascente (água de mesa natural), água mineral, água termal e água para balneologia
NNO de Pemba no 1139 Água de nascente fria Ocorrências
Planalto de
Macomia
Mussumbo 1234 50° Ocorrência
SO de Mueda no 1440 Água de nascente fria Ocorrências
Planalto de Mueda
Área de Nacala: 1440 AT Ocorrência
*Mussuril
*Manganha da
Costa
*Mucupi
*Mavinha
*Mualama
*Inhafula
*Namacurra
Serra de Mesa 1440 Água de nascente fria Ocorrência

Metamboa 272826 / 8296317 1530 AT Ocorrência


Carinde 296301 / 8272556 1531 AT Ocorrência
Chicôa 328444 / 8276510 1531 AT Ocorrência
Carinde 296301 / 8272556 1531 AT Ocorrência
Mucangádzi 294315 / 8294673 1531 AT Ocorrência
Sem denominação 326642 / 8278340 1531 AT Ocorrência
Vúzi 308598 / 8298485 1531 AT Ocorrência
Água de Chicôa 328444 / 8276510 1531 AT Ocorrência
Água de 294315 / 8294673 1531 AT Ocorrência
Mucangádzi
Sem denominação 326642 / 8278340 1531 AT Ocorrência
Água de Vúzi 308598 / 8298485 1531 AT Ocorrência
Zumbo 280231 / 8270563 1530 AT Ocorrência
Mossuril 150900 / 402900 1540 AT Ocorrência
Boroma 549918 / 8225478 1633 AT (água termal) Médio
Mecito 649486 / 8184458 1634 AN (água) Ocorrência
Bandar 608487 / 8171795 1634 AT (água termal) Ocorrência
Muambe 610387 / 8195756 1634 AT (água termal) Ocorrência
Metolola 1635 < 20° Ocorrência
Maganja da Costa 165400 / 373300 1637 AT Ocorrência
Mucune 163400 / 370000 1637 AT Ocorrência
Gilé 162000 / 380800 1638 AT Ocorrência
Mevinha 164700 / 382200 1638 AT Ocorrência
Mualama 165300 / 380800 1638 AT Ocorrência
Nhabote 538860 / 8031903 1733 AT (água termal) Ocorrência
Nhamburre 553060 / 8057685 1733 AT (água termal) Ocorrência
Águas Quentes 1735 AT Ocorrência
Nhafuba 1736 AT Ocorrência
Vumba 485966 / 7901012 1832 AN (água) Grande
Penhalonga 473661 / 7917596 1832 AN (água) Pequeno
Rupizi 621092 / 7906155 1834 AT (água termal) Pequeno
Nhambita/Rupizi 1834 AT (água termal) Pequeno
Zónuè 487745 / 7862286 1932 AT (água termal) Médio
Matende 492994 / 7871509 1932 AT (água termal) Ocorrência
Maforga 571871 / 7886123 1933 AN (água) Pequeno
Escarivira 592423 / 592423 1933 AT (água termal) Ocorrência
Nhamacombe 533191 / 7823530 1933 AT (água termal) Ocorrência
Pamassara 587355 / 7825190 1933 AT (água termal) Ocorrência
Rupice 587355 / 7829066 1933 AT (água termal) Ocorrência
Toa 576896 / 576896 1933 AT (água termal) Ocorrência
Xinana (Chinana) 601510 / 601510 1933 AT (água termal) Ocorrência
Chichere 642084 / 7896783 1934 AT (água termal) Ocorrência
Massangana 484402 / 7687064 2032 AT (água termal) Grande
Lucite 1 513939 / 7782980 2033 AT (água termal) Ocorrência
Lucite 2 514818 / 7782979 2033 AT (água termal) Ocorrência
Macune 559180 / 7758904 2033 AT (água termal) Ocorrência
Mechenézi 510445 / 7762698 2033 AT (água termal) Ocorrência
Zona costeira entre 2335, < 20°
Pomene e 2434/35,
Marracuene 2532/33
Fonte de Montemor 398205 / 7129458 2531 AT (água termal) Pequeno
Ressano Garcia 397779 / 7184833 2531 AT (água termal) Pequeno
Fontes Ferrão 409573 / 7127515 2532 AT (água termal) Pequeno
Moamba 424688 / 7168399 2532 AT (água termal) Pequeno
Quinta Hermínia 461608 / 7135334 2532 AT (água termal) Pequeno
Goba 1 e 3 411712 / 7107404 2632 AT (água termal) Médio
Goba 2 411762 / 7100017 2632 AT (água termal) Médio
TRADUÇÃO DAS IMAGENS NÃO EDITÁVEIS

Source - English Translations - Portuguese

1 0.01 cover (jpeg) 0.01 capa (jpeg)

2 GEOLOGY AND MINERAL POTENCIAL GEOLÓGICO E MINERAL


POTENTIAL OF MOZAMBIQUE DE MOÇAMBIQUE

3 INDIAN OCEAN OCEANO ÍNDICO

4 TANZANIA TANZÂNIA

5 ZAMBIA ZÂMBIA

6 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

7 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

8 0.1.3 page 3 0.1.3 página 3

9 Logo 1: MINISTÉRIO DOS Logo 1: MINISTÉRIO DOS RECURSOS


RECURSOS MINERAIS, MINERAIS, MOÇAMBIQUE
MOÇAMBIQUE

10 Logo 2: DNC DIRECÇÃO NACIONAL Logo 2: DNC - DIRECÇÃO NACIONAL


DE GEOLOGIA, MOÇAMBIQUE DE GEOLOGIA, MOÇAMBIQUE

11 INSTITUTO GEOLÓGICO – INSTITUTO GEOLÓGICO–MINEIRO,


MINEIRO, MOÇAMBIQUE MOÇAMBIQUE

12 Logo 3: EDM Empresa de Logo 3: EDM Empresa de


Desenvolvimento Mineiro, SA Desenvolvimento Mineiro, SA
13 Logo 4: BGR Bundesanstalt für Logo 4: BGR - Bundesanstalt für
Geowissenschaften und Rohstoffe Geowissenschaften und Rohstoffe

14 Logo 5: World Bank International Bank Logo 5: World Bank International Bank
for Reconstrution and Development for Reconstruction and Development

15 1.0. Introduction 1.0. Introdução

16 Figure 1.1.: 1 : 250 000 scale map Figura 1.1.: Folhas cartográficas de
sheets of Mozambique Moçambique à escala de 1 : 250 000

17 Pemba Pemba

18 Quelimane Quelimane

19 Beira Beira

20 Inhambane Inhambane

21 Xai Xai Xai-Xai

22 Maputo Maputo

23 1.0. Introduction 1.0. Introdução

24 Figure 1.2.: Provinces and Province Figura 1.2.: Províncias e capitais de


capitals of Mozambique província de Moçambique

25 Provinces of Mozambique Províncias de Moçambique

26 Capitals of the Provinces Capitais das Províncias

27 Niassa Niassa
28 Cabo Delgado Cabo Delgado

29 Lichinga Lichinga

30 Pemba Pemba

31 Nampula Nampula

32 Nampula Nampula

33 Tete Tete

34 Tete Tete

35 Zambezia Zambézia

36 Quelimane Quelimane

37 Sofala Sofala

38 Manica Manica

39 Chimoio Chimoio

40 Beira Beira

41 Inhambane Inhambane

42 Inhambane Inhambane
43 Gaza Gaza

44 Xai Xai Xai-Xai

45 Maputo Maputo

46 Maputo Maputo

47 Matola Matola

48 1.0. Introduction 1.0. Introdução

49 Figure 1.3.: Geological Provinces, Figura 1.3.: Províncias geológicas,


Subprovinces (basements units) and subprovíncias (unidades de soco) e
Basins (cover units) of Mozambique bacias (unidades de cobertura) de
Moçambique
50 Tanzania Tanzânia

51 Maniamba Basin Bacia de Maniamba

52 Lake Niassa Lago Niassa

53 Rovuma River Rio Rovuma

54 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

55 Luganda River Rio Luganda

56 Niassa-Cabo Delgado Geological Subprovíncia Geológica de Niassa-Cabo


Subprovince Delgado

57 Lichinga Lichinga
58 Pemba Pemba

59 Zambia Zâmbia

60 Malawy Malawi

61 Lurio River Rio Lúrio

62 Tete-Angónia Geological Province Província geológica de Tete-Angónia

63 Zambézia-Nampula Geological Subprovíncia Geológica de Zambézia-


Subprovince Nampula

64 Middle-Lower Zambeze Depression Depressão do Médio-Baixo Zambeze

65 Tete Tete

66 Angoche Zone Zona de Angoche

67 Zimbabwe Zimbabué

68 Quelimane Quelimane

69 Manica-Báruè Geological Province Província geológica de Manica-Báruè

70 Zambeze River Rio Zambeze

71 Lupata Through Fossa de Lupata

72 Manica Structure Estrutura de Manica


73 Chimoio Chimoio

74 Beira Beira

75 Indian Ocean Oceano Índico

76 Save River Rio Save

77 Mozambique Basin Bacia de Moçambique

78 Limpopo River Rio Limpopo

79 South Africa África do Sul

80 Inhambane Inhambane

81 Mezo-Cenozoic Cover Cobertura do Meso-Cenozóico

82 Precambrian Basement Soco Pré-Câmbrico

83 Xai Xai Xai-Xai

84 Maputo Maputo

85 Swaziland Suazilândia

86 South Africa África do Sul

87 2.0. geohistory africa 2.0. Geo-história africana


88 Figure 2.1.: Countries of Africa, the Figura 2.1.: Países de África, capitais e
capitals and important towns. cidades importantes

89 Mediterranean Sea Mar Mediterrâneo

90 Red Sea Mar Vermelho

91 Atlantic Ocean Oceano Atlântico

92 Indian Ocean Oceano Índico

93 Cape Agulhas Cabo Agulhas

94 Limit between oceans Limite entre oceanos

95 Atlantic Indian Atlântico Índico

96 Algiers Argel

97 Tunis Tunes

98 Casablanca Casablanca

99 Oran Orã

100 Constantine Constantina

101 Tunisia Tunísia

102 Morocco Marrocos


103 Bechar Bechar

104 Tripoli Tripoli

105 Benghazi Bengasi

106 Alexandria Alexandria

107 Cairo Cairo

108 El-Aaiun El Aiune

109 Algeria Argélia

110 Libya Líbia

111 Egypt Egipto

112 Western Sahara Saara Ocidental

113 Tamankrasset Tamankrasset

114 Al Jawt Al Jawt

115 Aswan Assuão

116 Mauritania Mauritânia

117 Mali Mali


118 Niger Níger

119 Faya-Largeau Faya-Largeau

120 Port Sudan Porto Sudão

121 Nouakchott Nouakchott

122 Nema Nema

123 Lombouctou Lombouctou

124 Agadez Agadez

125 Chad Chade

126 Khartoum Cartum

127 Eritrea Eritreia

128 Asmara Asmara

129 Dakar Dakar

130 Senegal Senegal

131 Bamako Bamako

132 Burkina Burquina


133 Ouagadougou Ouagadougou

134 Niamey Niamey

135 Zinder Zinder

136 N’Djamena N’Djamena

137 Al Fashir Al Fashir

138 Sudan Sudão

139 Djibouti Djibouti

140 Berbera Berbera

141 The Gambia Gâmbia

142 Guinea Bissau Guiné-Bissau

143 Guinea Guiné

144 Sierra Leone Serra Leoa

145 Liberia Libéria

146 Ivory Coast Costa do Marfim

147 Abidjan Abidjan


148 Ghana Gana

149 Accra Acra

150 Togo Togo

151 Loma Loma

152 Benin Benim

153 Porto Novo Porto Novo

154 Lagos Lagos

155 Abuja Abuja

156 Nigeria Nigéria

157 Kano Kano

158 Maiduguri Maiduguri

159 Bangui Bangui

160 Central African Republic República Central Africana

161 Waw Waw

162 South Sudan Sudão do Sul


163 Juba Juba

164 Addis Abeba Addis Abeba

165 Ethiopia Etiópia

166 Cameroon Camarões

167 Yaoundé Yaoundé

168 Malabo Malabo

169 Somalia Somália

170 Mogadishu Mogadíscio

171 Gabon Gabão

172 Libreville Libreville

173 Congo Congo

174 Brazzaville Brazzaville

175 Dem. Rep of Congo República Democrática do Congo

176 Pointe-Noire Pointe-Noire

177 Kinshasa Kinshasa


178 Kisangani Kisangani

179 Kananga Kananga

180 Rwanda Ruanda

181 Burundi Burundi

182 Kigali Kigali

183 Kalemie Kalemie

184 Bujumbura Bujumbura

185 Uganda Uganda

186 Kampala Kampala

187 Kenya Quénia

188 Nairobi Nairobi

189 Lake Victoria Lago Vitória

190 Mombassa Mombassa

191 Tanzania Tanzânia

192 Lake Tanganyika Lago Tanganica


193 Zanzibar Zanzibar

194 Dar es Salaam Dar es Salaam

195 Mbeyo Mbeyo

196 Angola Angola

197 Luanda Luanda

198 Malange Malange

199 Lobito Lobito

200 Namibe Namibe

201 Menongue Menongue

202 Zambia Zâmbia

203 Ndola Ndola

204 Lusaka Lusaka

205 Malawi Malawi

206 Lilongwe Lilongwe

207 Nacala Nacala


208 Namibia Namíbia

209 Windhoek Windhoek

210 Lüderitz Lüderitz

211 Botswana Botswana

212 Gaborone Gaborone

213 Zimbabwe Zimbabué

214 Harare Harare

215 Bulawayo Bulawayo

216 Mozambique Moçambique

217 Beira Beira

218 Madagascar Madagáscar

219 Antananarrivo Antananarivo

220 Toliara Toliara

221 South Africa Walvis Bay Walvis Bay, África do Sul

222 Cape Town Cidade do Cabo


223 South Africa África do Sul

224 Lesotho Lesoto

225 Port Elizabeth Porto Elizabeth

226 Maseru Maseru

227 Johannesburg Joanesburgo

228 Pretoria Pretória

229 Mbabane Mbabane

230 Swaziland Suazilândia

231 Maputo Maputo

232 Durban Durban

233 2.0. geohistory africa 2.0. Geo-história africana

234 Figure 2.2.: Regional position of the Figura 2.2: Posição regional das
Archaean units in the African continent unidades arcaicas no continente africano
(modified from Dirks, P., 2003; (adaptado de Dirks, P., 2003; Lächelt,
Lächelt, 2004; 2004;
234-2 GTK, 2006) GTK, 2006)

235 MZ – Mozambique MZ – Moçambique

236 Reguibat Shield Escudo Reguibat


237 West African Cratonic Bloc Bloco Cratónico da África Ocidental

238 Nile-East Sahara Ctaronic Block Bloco Cratónico do Nilo-Saara Oriental

239 Man Shield Escudo Man

240 Caillu-Gabon Block Bloco de Chaillu-Gabão

241 Central African Cratonic Block Bloco Cratónico da África Central

242 Uganda-West Nile Complex Complexo do Uganda e do Nilo Ocidental

243 Zaire Block Bloco do Zaire

244 Tanzania Craton Cratão da Tanzânia

245 Kasai Block Bloco do Kasai

246 Angola Block Bloco de Angola

247 Malagasy Shield Escudo Malgaxe

248 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

249 Kaapvaal Craton Cratão de Kaapvaal

250 Southern Africa Cratonic Blocl Bloco Cratónico da África Austral

251 Limpopo Mobile Belt Cintura Móvel do Limpopo


252 Witwaterstrand & Ventersdorp Basins Bacias de Witwaterstrand e Ventersdorp

253 Archaen in Post-Archaen Belts (out of Arcaico em Cinturas Pós-Arcaicas (fora


cratons) dos cratões)

254 Archaen in Intracratonic Basins Arcaico em Bacias Intracratónicas

255 Archaen on Craton Arcaico em Cratão

256 Cratonic Block: Covered Archaen Bloco Cratónico: Cobertura do Arcaico

257 Cratonic Block Limit Limite do Bloco Cratónico

258 2.0. geohistory africa 2.0. Geo-história africana

259 Figure 2.3.: Paleoproterozoic terrains Figura 2.3.: Terrenos do


of Africa (modified from Dirks, P., Paleoproterozóico em África (adaptado
2003; Lächelt, 2004; de Dirks, P., 2003; Lächelt, 2004;

259-2 GTK, 2006) GTK, 2006)

260 Peleoproterozoic on cratons Paleoproterozóicos em cratões

261 Eburian orogenic belt and units Cintura e unidades orogénicas Eburian

262 Paleoproterozoic in Post-Archaean Paleoproterozóico em Cinturas Pós-


Belts Arcaicas

263 Gneiss of unknown age (probably Gnaisse de idade desconhecida


>1 800 Ma) (provavelmente >1 800 Ma)

264 Archaean, outcropping Arcaico, afloramento

265 Archaean Cratonic Blocks Blocos Cratónicos Arcaicos


266 2.0. geohistory africa 2.0. Geo-história africana

267 Figure 2.4.: Mesoproterozoic (Kibaran) Figura 2.4.: Terrenos mesoproterozóicos


terrains (1750 – 900 Ma) on the (Quibarianos) (1750 – 900 Ma) no
African continent (modified from Dirks continente africano (adaptado de Dirks &
& Ashwal, 2002; Dirks, 2003; Ashwal, 2002; Dirks, 2003;
267-2 Lächelt, 2004; Lächelt, 2004;

267-3 GTK, 2006) GTK, 2006)

268 Kibaran Orogeny Orogenia Kibaran

269 Kibaran plattform sediments Sedimentos da plataforma Kibaran

270 Kibaran in younger belts Kibaran em cinturas mais jovens

271 Kibaran deformed Kibaran deformado

272 Kibaran Orogenic Zones Zonas Orogénicas Kibaran

273 Pre- Kibaran Units Unidades Pré-Kibaran

274 Gneiss ofunknown age, probably Gnaisse de idade desconhecida,


1 800 – 1 000 Ma provavelmente 1 800 – 1 000 Ma

275 Archaea. Archaea.

275-2 Paleoproterozoic Cratonic Blocks Blocos Cratónicos do Paleoproterozóico

276 Mozambique Moçambique

277 2.0. geohistory africa 2.0. Geo-história africana


278 Figure 2.5.: Neoproterozoic – Early Figura 2.5: Unidades pan-africanas do
Paleozoic Pan-African units in Africa Neoproterozóico-Paleozóico Inferior em
(modified from Dirks, P. África (adaptado de Dirks, P.

278-2 2003; GTK, 2006) 2003; GTK, 2006)

279 Approximate Extension of Extensão Aproximada das bacias


Neoproterozoic intracratonic basins (in intracratónicas do Neoproterozóico (em
foreland & sag) antepaís & subsidência)

280 Neoproterozoic-Cambrian Basins Bacias do Neoproterozóico-Câmbrico


(undeformed platform & molasse (plataforma não deformada e molasso)

281 Panafrican, deformed Pan-Africano, deformado

282 Panafrican orogenic zones Zonas orogénicas Pan-Africanas

283 Intracratonic fractures Fracturas Intracratónicas

284 Ophiolite-decorated suture Sutura decorada de Ofiolítico

285 Older Gneisses, reactivated in Gnaisses mais antigos reactivados nas


Panafrican Belts Cinturas Pan-Africanos

286 Archaean-Paleoproterozoic Cratons Cratões Arcaico-Paleoproterozóicos

287 2.0. geohistory africa 2.0. Geo-história africana

288 Figure 2.6.: Cambrian - Carboniferous Figura 2.6.: Bacias de antepaís do


foreland basins / Early Karoo Câmbrico-Carbónico/Desenvolvimento do
development (modified from Dirks, Karoo Inferior (adaptado de Dirks, 2003;
2003; GTK, 2006) GTK, 2006)
289 Post-Karoo / Meso-Cenozoic Pós-Karoo / Meso-Cenozóico

290 Cover sediments (<18 Ma) Cobertura de Sedimentos (<18 Ma)

291 Pre-Karoo and Karoo deposits Depósitos Pré-Karoo e Karoo


292 Karoo basin & rift deposits (maily S- Bacia de Karoo e depósitos de rifte
Africa) (290 – 180 Ma) (principalmente na África do Sul) (290 –
180 Ma)

293 Karoo faulting / rifting Falha/formação de rifte do Karoo

294 N-African platform & platform-foreland Plataforma Norte-Africana e depósitos da


deposits (570-290 Ma) plataforma-antepaís (570-290 Ma)

295 Hercynian Deformation Front Frente da Deformação Hercínica

296 Tassilian Discordance (~570 Ma) Discordância Tassiliana (~570 Ma)

297 Pracambrian Basement Soco Pré-Câmbrico

298 2.0. geohistory africa 2.0. Geo-história africana

299 Figure 2.7.: Regional position of the Figura 2.7.: Localização regional das
Karoo basins and structures of Africa bacias e estruturas do Karoo em África
(modified from Verniers et al.1989); (adaptado de Verniers et al., 1989);

299-2 Lächelt 2004; Lächelt, 2004;

299-3 GTK 2006). GTK, 2006)

300 Lake Victoria Lago Vitória

301 Lake Tanganyika Lago Tanganica

302 Lake Niassa/Malawi Lago Niassa/Malawi

303 Mozambique Moçambique

304 Karoo covered and suppose Cobertura do Karoo e suposto


305 Karoo outcropping Afloramento do Karoo

306 2.0. geohistory africa 2.0. Geo-história africana

307 Figure 2.8.: Post-Karoo basins and Figura 2.8.: Bacias e riftes do Pós-Karoo
rifts of Africa (modified from Dirks & de África (adaptado de Dirks & Ashwal,
Ashwal, 2002; Paul Dirks, 2003; 2002; Paul Dirks, 2003;

307-2 Lächelt 2004; Lächelt, 2004;

307-3 GTK 2006) GTK 2006).

308 Quaternary cover sediments in coastal Cobertura de sedimentos do Quaternário


and intracontinental basins em bacias costeiras e intercontinentais

309 Creatceous – Tertiary sedimentar Cretácico – Bacias de sedimentos do


basins Terciário

310 Cretaceous rift deposits and Depósitos de rifte e depósitos de bacias


continental margin basin deposits de margem continental do Cretácico

311 A: Cretaceous aged rift faults A: Falhas do Rifte datadas do Cretácico

312 B: East Africa rift zones B: Zonas de Rifte do Leste Africano

313 Jurassic pre-rift and early rift volcanics Vulcanismo do pré-rifte e da fase inicial
do rifte do Jurássico

313-2 Upper Karoo (Stormberg) vocanics Vulcanismo do Karoo Superior


(Stormberg)

314 Precambrian basement rocks Rochas do Soco Pré-Câmbrico

315 Pre-Upper Karoo (Stormberg) deposits Depósitos do Pré-Karoo Superior


(Stormberg)

316 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01


317 Figure 4.1.: Subdivision of the Figura 4.1.: Subdivisão do território de
Mozambican territory into principal Moçambique nas suas principais
(main) geological units unidades geológicas

318 Tanzania Tanzânia

319 Maniamba Basin Bacia de Maniamba

320 Lake Niassa Lago Niassa

321 Rovuma River Rio Rovuma

322 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

323 Luganda River Rio Luganda

324 Niassa-Cabo Delgado Geological Subprovíncia Geológica de Niassa-Cabo


Subprovince Delgado

325 Lichinga Lichinga

326 Pemba Pemba

327 Zambia Zâmbia

328 Malawy Malawi

329 Lurio River Rio Lúrio

330 Tete-Angónia Geological Province Província Geológica de Tete-Angónia

331 Zambézia-Nampula Geological Subprovíncia Geológica de Zambézia-


Subprovince Nampula
332 Middle-Lower Zambeze Depression Depressão do Médio-Baixo Zambeze

333 Tete Tete

334 Angoche Zone Zona de Angoche

335 Zimbabwe Zimbabué

336 Quelimane Quelimane

337 Manica-Báruè Geological Province Província Geológica de Manica-Báruè

338 Zambeze River Rio Zambeze

339 Lupata Through Fossa de Lupata

340 Manica Structure Estrutura de Manica

341 Chimoio Chimoio

342 Beira Beira

343 Indian Ocean Oceano Índico

344 Save River Rio Save

345 Mozambique Basin Bacia de Moçambique

346 Limpopo River Rio Limpopo


347 South Africa África do Sul

348 Inhambane Inhambane

349 Mezo-Cenozoic Cover Cobertura do Meso-Cenozóico

350 Precambrian Basement Soco Pré-Câmbrico

351 Xai Xai Xai-Xai

352 Maputo Maputo

353 Swaziland Suazilândia

354 South Africa África do Sul

355 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

356 Figure 4.2.: Geological Sketch Map of Figura 4.2.: Esboço da Carta Geológica
Mozambique de Moçambique

357 Geological Sketch Map of Esboço cartográfico geológico de


Mozambique Moçambique

358 Legend Legenda

359 Acid, intermediate, alkaline intrusions Intrusões ácidas, intermédias, alcalinas

360 Basic, ultrabasic intrusions Intrusões básicas, ultrabásicas

361 Q – Quaternary Q – Quaternário


362 Te – Tertiary Te – Terciário

363 Cr – Cretaceous Cr – Cretácico

364 Jr – Karoo vocanics Jr – Vulcanismo do Karoo

365 Cb, Pe, T, Jr – Sedimentary Karoo Cb, Pe, T, Jr – Sedimentares do Karoo

366 Pz3 – Neoproterozoic Klippen / Lurio Pz3 – Klippen Neoproterozóico / Zona de


Thrust Belt Carreamento do Lúrio

367 Pz3 – Neoproterozoic Pz3 – Neoproterozóico

368 Pz2 – Mesoproterozoic Pz2 – Mesoproterozóico

369 Pz1 – Paleoproterozoic Pz1 – Paleoproterozóico

370 Ar - Archaean Ar - Arcaico

371 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

372 Figure 4.2.1.: Geochronological Map Figura 4.2.1.: Carta Geocronológica de


of Mozambique (adapted from Moçambique (adaptado de Marques et
Marques et al., 2011) al., 2011)

373 Legend Legenda

374 Lithostratigraphic limits Limites litoestratigráficos

375 Faults (including overthrusts) Falhas (incluindo carreamentos)

376 Intrusive rocks Rochas intrusivas


377 Eon Éon

378 Era Era

379 Period Período

380 Ma Ma

381 Phanerozoic Fanerozóico

382 Proterozoic Proterozóico

383 Archaean Arcaico

384 Cenozoic Cenozóico

385 Mesozoic Mesozóico

386 Paleozoic Paleozóico

387 Quaternary Quaternário

388 Tertiary Terciário

389 Cretaceous Cretácico

390 Jurassic Jurássico

391 Permian-Triassic Pérmico-Triássico


392 Permian Pérmico

393 Carboniferous-Jurassic Carbónico-Jurássico

394 Carboniferous Carbónico

395 Ordovician Ordovícico

396 Cambrian Câmbrico

397 Neoproterozoic Neoproterozóico

398 Mesoproterozoic Mesoproterozóico

399 Mesoproterozoic Mesoproterozóico

400 Paleoproterozoic Paleoproterozóico

401 Neoarchaean Neoarcaico

402 Mesoarchaean Mesoarcaico

403 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

404 Figure 4.3 Figura 4.3

405 Tanzania Tanzânia

406 Zambia Zâmbia


407 Pemba Pemba

408 Malawi Malawi

409 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

410 Zimbabwe Zimbabué

411 Quelimane Quelimane

412 Mozambique Moçambique

413 Beira Beira

414 Limpopo Mobile Belt Cintura Móvel do Limpopo

415 Krapvaal Craton Cratão de Kaapvaal

416 South Africa África do Sul

417 Inhambane Inhambane

418 Maputo Maputo

419 Sawziland Suazilândia

420 Mobile Belts Cinturas Móveis

421 Zambeze Mobile Belt Cintura Móvel do Zambeze


422 Limpopo Mobile Belt Cintura Móvel do Limpopo

423 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

424 Craton Borders Bordo do Cratão

425 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

426 Figure 4.4 Figura 4.4

427 Zimbabwe Zimbabué

428 Beira Beira

429 South Africa África do Sul

430 Maputo Maputo

431 Zambeze Mobile Belt Cintura Móvel do Zambeze

432 Limpopo Mobile Belt Cintura Móvel do Limpopo

433 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

434 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

435 Figure 4.5.: Archaean cratons and Figura 4.5.: Cratões e cinturas móveis
mobile Belt and recent seismic arcaicas e epicentros de actividade
epicenters (adapted from Lächelt, sísmica recente (adaptado de Lächelt,
2004) 2004)
436 Zambeze Mobile Belt Cintura Móvel do Zambeze
437 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

438 Possible Craton part Possíveis partes de Cratão

439 Beira Beira

440 Limpopo Mobile Belt Cintura Móvel do Limpopo

441 Limpopo River Rio Limpopo

442 Inhambane Inhambane

443 Kraapvaal Craton Cratão de Kaapvaal

444 Xai Xai Xai-Xai

445 Maputo Maputo

446 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

447 Figure 4.5.1.: Possible extension of Figura 4.5.1.: Extensão possível do


the Zimbabwe Craton below the Cratão do Zimbabué sob a cobertura
Proterozoic cover. Proterozóica.

448 Middle Zambeze Graben Graben do Médio Zambeze

449 Possible Zimbabwe Craton Extension Possível Extensão do Cratão do


Zimbabué

450 Possible Greenstone Belt Extension Possível Extensão da Cintura de Rochas


Verdes

451 Limpopo Mobile Belt Cintura Móvel do Limpopo


452 Caraton Outcrop Afloramento de Cratão

453 Country Border Zimbabwe (ZB) Fronteira do Zimbabué (ZB)

454 Mozambique (MOZ) Moçambique (MOZ)

455 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

456 Figure 4.6.: Schematic regional Figura 4.6.: Posição regional


position of the Mozambican Archaean esquemática das unidades do Arcaico
units (modified from Grantham at al., moçambicano (adaptado de Grantham et
2011) al., 2011)
457 Cucahamano Cucahamano

458 Mudzi (Metamorphic) Complex Complexo (metamórfico) de Mudzi


(A{t1}3{/t1}M{t2}q{/t2} (A{t1}3{t2}M{/t2})

459 Catandica Catandica

460 Choal Choal

461 Mudzi (Metamorphic) Complex Complexo (metamórfico) de Mudzi


(A{t1}3{/t1}M{t2}q{/t2} (A{t1}3{t2}M{/t2})

462 Mavonde Complex (A{t1}3{/t1}V) Complexo de Mavonde (A{t1}3{/t1}V)

463 Manica Group (A{t1}3{/t1}M) Grupo de Manica (A{t1}3{/t1}M)

464 Tonalite, granodiorite (A{t1}2{/t1}to) Tonalito, granodiorito (A{t1}2{/t1}to)

465 Sussendenga Sussendenga

466 Mavita Mavita


467 Muchinga Group (A{t1}3{/t1}MH) Grupo de Muchinga (A{t1}3{/t1}MH)

468 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

469 Figure 4.7.: Possible sub-surface Figura 4.7.: Possível extensão sub-
extension of the Zimbabwe Craton on superficial do Cratão do Zimbabué no
the Mozambican territory (modified território Moçambicano (modificado de
from GTK Consortium, 2006). GTK Consortium, 2006).
470 Geophysical boundary of the craton Contorno geofísico do cratão

471 Phanerozoic cover Cobertura do Fanerozóico

472 Neoproterozoic Zambezi (Zambeze) – Neoproterozóico do Zambeze – Terreno


Mozambique Terrain de Moçambique

473 Mesoproterozoic Magmatic Terrain Terreno Magmático do Mesoproterozóico

474 Great Dyke Grande Dique

475 Archaean Gneiss Terrain Terreno de Gnaisse do Arcaico

476 Limpopo Belt Central Zone Zona Central da Cintura do Limpopo

477 Granite-Gneiss Complex Complexo de Gnaisse Granítico

478 Archaean Greenstone Belts Cinturas de Rochas Verdes do Arcaico

479 Togwe Segment Segmento de Togwe

480 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

481 Limpopo Belt Cintura do Limpopo


482 Mozambique Belt Cintura de Moçambique

483 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

484 Southern Africa Sul da África

485 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

486 Figure 4.8.: Geological Map of the Figura 4.8.: Carta Geológica da estrutura
Manica structure (adapted from Carta de Manica (adaptada da Carta
Geológica, 2008) Geológica, 2008)

487 Legend Legenda

488 Dolerite (P1do) Dolerito (P1do)

489 Metagabbro A3Vgb) Metagabro A3Vgb)

490 Porphyric granite and grannodiorite Granito porfirítico, granodiorito (A3Vpgd)


(A3Vpgd)

491 Mafic and intermedian orthogneiss Ortognaisses máficos e intermédios


(A3Vmgr) (A3Vmgr)

492 Foliated Porphyric granite (A3Vpg) Granito porfírico foliado (A3Vpg)

493 Mavonde complex Complexo de Mavonde

494 Manica Group (A3M) Grupo de Manica (A3M)

495 Vengo Formation (A3MV) Formação de Vengo (A3MV)

496 Macequece Formation (A3MM) Formação de Macequece (A3MM)


497 Mica schists (A3MVmc) Micaxisto (A3MVmc)

498 Phylite, grafite-bearing schists, Filito, xisto com grafite, conglomerado


subordinated conglomerate anda subordinado e arenitos (A3MVgo)
renites (A3MVgo)

499 Quartzite (A3MVqz) Quartzito (A3MVqz)

500 Felsic to intermediate metavolcanic Rocha félsica a metavulcânica intermédia


rock (A3MMtu) (A3MMtu)

501 Metabasalt, serpentinite, Metabasalto, serpentinito, metacomatito,


metakomatiite, mafic schists, banded xistos máficos, rochas ferríferas
iron-stones (A3MMbs) bandadas (BIF) (A3MMbs)

502 Mafic and ultramafic metavolcanic Rocha metavulcânica máfica e


rock, chert (A3MMro) ultramáfica, cherte (A3MMro)

503 Quartz-sericitic schists, talc-chloritic Xistos quartzo-sericíticos, xistos talco-


schists, Banded Iron Formation (BIF), cloríticos, Formações Ferríferas
conglomerate (A3MMqs) Bandadas (BIF), conglomerado
(A3MMqs)
504 Granodiorite, tonalite (A2gf) Granodiorito, tonalito (A2gf)

505 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

506 Figure 4.9.: Subdivision of the Figura 4.9.: Subdivisão do soco cristalino
Mozambican crystalline (Precambrian) (pré-câmbrico) moçambicano no
basement on the 1: 250 000 map esquema da folha cartográfica à escala
sheet plan de 1 : 250 000
507 East Gondwana territory (Niassa – Território Oriental da Gondwana
Cabo Delgado Geological (Subprovíncia Geológica de Niassa-Cabo
Subprovince) and Lurio Belt Delgado) e Cintura do Lúrio

508 Pemba Pemba

509 East Gondwana territory (Zambézia – Território Oriental da Gondwana


Nampula Geological Subprovince) and (Subprovíncia Geológica de Zambézia-
Lurio Belt Nampula) e Cintura do Lúrio

510 East Gondwana territory (Zambézia – Território Oriental da Gondwana


Nampula Geological Subprovince) and (Subprovíncia Geológica de Zambézia-
Lurio Belt Nampula) e Cintura do Lúrio

511 South Gondwana territory (Manica - Território Sul da Gondwana


Báruè Geological Subprovince) and (Subprovíncia Geológica de Manica-
Zambeze Mobile Belt Báruè ) e Cintura Móvel do Zambeze
512 Quelimane Quelimane

513 Beira Beira

514 Inhambane Inhambane

515 Maputo Maputo

516 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

517 Figures 4.10a. and 4.10b: Gairezi Figuras 4.10a e 4.10b: Áreas de
Group outcropping áreas afloramento do Grupo de Gairezi

518 Mozambique Moçambique

519 Choa Choa

520 Catandica Catandica

521 Zimbabwe Zimbabué

522 Onde Onde

523 Manica Manica

524 Bandula Bandula

525 Vanduzi Vanduzi

526 Sussundenga Sussundenga


527 Mavita Mavita

528 Dombe Dombe

529 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

530 Figure 4.11.: Localities of outcropping Figura 4.11.: Localidades onde aflora
of the Garnet Gneiss-Migmatite gnaisse-migmatito granatífero (P1ppg) e
(P1ppg) and the Rushinga Group o Grupo de Rushinga (P1R)
(P1R)
531 Rushinga Group Grupo de Rushinga

532 P1RP Monte Pitao Formation P1RP Formação do Monte Pitão

533 P1RE Rio Embuca Formation(<2 000 P1RE Formação do Rio Embuca(<2 000
Ma) Ma)

534 P1RN Nhamessolo Formation P1RN Formação de Nhamessolo

535 Garnet Gneiss, Migmatite P1ppg Gnaisse com Granada, Migmatito P1ppg

536 Cuchamano Cuchamano

537 Changara Changara

538 Mozambique Moçambique

539 Zimbabwe Zimbabué

540 Mungari Mungari

541 Guro Guro


542 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

543 Figure 4.12.: Detailed geology of the Figura 4.12.: Geologia detalhada do
Monte Pitāo (modified from GTK, Monte Pitāo (modificado de GTK, 2006)
2006)

544 Mt. Pitao Formation Formação de Monte Pitão

545 Orthoqartzite Ortoquartzito

546 Upper Marble Mármore Superior

547 Biotite-sillimanite Gneiss Gnaisse biotítico-silimanítico

548 Lower Marble Mármore Inferior

549 Interbedded calcsilicatic rock Rocha calco-silicatada interestratificada

550 Skarn rock Rocha de Escarnito

551 Rio Embuca Formation Formação do Rio Embuca

552 Granite of the Guro Bimodal Suite Granito da Suíte Bimodal de Guro

553 Biotite-garnet-sillimanite rock Rocha biotítica-granatítica-silimanítica

554 Metasandstone Meta-arenito

555 Quartzite Quartzito

556 Archaean Basement Soco Arcaico


557 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

558 Figure 4.13: Locality of the Chiduè Figura 4.13: Localização da Formação de
Formation (on the NW-border of the Chiduè (no bordo NO da Suíte de Tete
younger Tete Suite) mais recente)

559 Estima Estima

560 Chidue Formation Formação de Chíduè

561 Rio Zambeze Rio Zambeze

562 Tete Suite Suíte de Tete

563 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

564 Figure 4.14.: Regional localization of Figura 4.14.: Localização regional do


the Ponta Messuli Complex Complexo da Ponta Messuli

565 Tanzania Tanzânia

566 Lipoche Lipoche

567 Lake Niassa Lago Niassa

568 Ilha Cisimulo (Malawi) Ilha Cisimulo (Malawi)

569 Ilha Likoma (Malawi) Ilha Likoma (Malawi)

570 Cobue Cobué

571 Ponta Messuli Complex Complexo da Ponta Messuli


572 Madambuzi Madambuzi

573 Augen Gneiss Gnaisse ocelado

574 Migmatic Gneiss Gnaisse migmatítico

575 Ngoo Ngoo

576 Mozambique Moçambique

577 Metangula Metangula

578 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

579 Figure 4.15a: Meso - Neoproterozoic Figura 4.15a: Unidades meso-


units north of Manica neoproterozóicas a norte de Manica

580 Moatize Moatize

581 Tete Tete

582 Mozambique Moçambique

583 Changara Changara

584 Canxixe Canxixe

585 Zimbabwe Zimbabué

586 Catandica Catandica


587 Maringue Maringue

588 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

589 Figure 4.15b: Meso - Neoproterozoic Figuras 4.15b: Unidades meso-


units in Manica region and south of neoproterozóicas na região de Manica e
Manica a sul de Manica

590 (Figures 4.15a and 4.15b adapted (Figuras 4.15a e 4.15b, adaptado da
from Carta Geológica de Moçambique, Carta Geológica de Moçambique, 2008)
2008)

591 Gorongosa Gorongosa

592 Manica Manica

593 Bandula Bandula

594 Chimoio Chimoio

595 Tsetserra Tsetserra

596 Rotanda Rotanda

597 Dombe Dombe

598 Mozambique Moçambique

599 Zimbabwe Zimbabué

600 Espungabera Espungabera

601 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01


602 Table 4.18. Tabela 4.18.

602-2 Simplified stratigraphic scheme of the Esquema estratigráfico simplificado do


Umkonde Group (modified from GTK, Grupo de Umkondo (adaptado de GTK,
2006; Lächelt, 2012) 2006; Lächelt, 2012)

603 Mesoproterozoic Era Era Mesoproterozóica

604 Espungabera Formation (P2UEv) Formação de Espungabera (P2UEv)

605 Dakata Formation (P2UD) Formação de Dacata (P2UD)

606 Upper Quartzite Member (P2UDqz) Membro de Quartzito Superior (P2UDqz)

607 Chet Member (P2UDch) Membro de Cherte (P2UDch)

608 Siltstone Member (P2UDds) Membro de Siltito (P2UDds)

609 Graphite Schist Member (P2UDsc) Membro de Xisto Grafitoso (P2UDsc)

610 Lower Quartzite Member (P2UDlg) Membro Quartzítico Inferior (P2UDlg)

611 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

612 Table 4.19: Comparism of the upper Table 4.19: Comparação entre a parte
part of the Rushinga Metamorphic superior do Complexo Metamórfico de
Complex, Zimbabwe (Barton et al. Rushinga, Zimbabué, (Barton at al.,1991)
1991) and the Guro Suite, e a Suíte de Guro, Moçambique (GTK,
613 Rushinga
Mozambique Metamorphic Complex
(GTK, 2006; Lächelt Complexo Metamórfico
2006; Lächelt 2012) de Rushinga
(Upper
2012) Part) (Barton at al. 1991) (Parte Superior) (Barton at al. 1991)

614 Guro Suite (GTK Consortium 2006) Suíte de Guro (GTK Consortium 2006)

615 Layered and Migmatitic Gneiss Gnaisses Bandados e Migmatíticos


616 Massive feldspathic Maciço feldspático

617 MG MG

618 Striped Amphibolite Anfibolito Listrado

619 M-A M-A

620 Neo-proterozoic Neoproterozóico

621 Guro Suite Suíte de Guro

622 Serra Banguaierre Gneiss.migmatite Gnaisse-migmatito de Serra Banguatere

623 Monte Calinga felsic-mafic rock Rochas félsicas-máficas de Monte


Calinga

624 Leucocratic Gneiss-migmatite Gnaisse-migmatito leucocrático

625 Magasso Metagabbro Metagabro Megasso

626 Striped Amphibolite Anfibolito Listrado

627 M-A M-A

628 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

629 Figure 4.16. Figura 4.16.

629-2 Geological Map of the Tete - Angónia Carta geológica da província geológica
Geological Province and the de Tete-Angónia e respectiva subdivisão
subdivision for the Figures 4.16A, nas Figuras 4.16A, 4.16B e 4.16C
4.16B and 4.16C.
630 Meso-Neoproterozoic-Panafrican- Unidades Meso-Neoproterozóico-Pan-
Paleozoic Units >Western part< africanas-Paleozóico >parte oriental<

631 Geological Map of Tete – Angonia Mapa Geológico da Região de Tete–


Region Angónia

632 (adapted from Carta Geológica) de (adaptado de Carta Geológica de


Moçambique 1:1 000 000 2008) Moçambique, 1:1 000 000, 2008)

633 Meso-Neoproterozoic-Panafrican- Unidades Meso-Neoproterozóico-Pan-


Paleozoic Units >Middle part< africanas-Paleozóico >parte central<

634 Meso-Neoproterozoic-Panafrican- Unidades Meso-Neoproterozóico-Pan-


Paleozoic Units >Eastern part< africanas-Paleozóico >parte ocidental<

635 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

636 Figure 4.16A: Meso - Neoproterozoic, Figura 4.16A: Unidades meso-


Pan-African and associated Paleozoic neoproterozóicas, pan-africanas e
Units of the western region of the Tete unidades paleozóicas associadas da
- Angónia Geological Province região ocidental da província geológica
637 Zambia Zâmbia
de Tete-Angónia

638 Mozambique Moçambique

639 Zimbabwe Zimbabué

640 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

641 Figure 4.16B: Meso - Neoproterozoic, Figura 4.16B: Unidades meso-


Pan-African and associated Paleozoic neoproterozóicas, pan-africanas e
Units of the central region of the Tete - unidades paleozóicas associadas da
Angónia Geological Province região central da província geológica de
642 Zambia Zâmbia
Tete-Angónia

643 Mozambique Moçambique

644 Malawi Malawi


645 Cahora Bassa Cahora Bassa

646 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

647 Figure 4.16.C: Meso - Neoproterozoic, Figura 4.16.C: Unidades Meso-


Pan-African and associated Paleozoic Neoproterozóicas, Pan-africanas e
Units of the eastern region of the Tete Paleozóicas associadas da região
- Angónia Geological Province oriental da província geológica de Tete-
648 Malawi Malawi
Angónia

649 Furancungo Furancungo

650 Tsangano Tsangano

651 Malawi Malawi

652 Tete Tete

653 Mozambique Moçambique

654 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

655 Figure 4.17.: Cross section of the Figura 4.17.: Corte transversal do
Fíngoè Supergroup (GTK Consortium, Supergrupo de Fíngoè (GTK Consortium,
2006) 2006)

656 Fingoè Supergroup Supergrupo de Fíngoè

657 Group Grupo

658 Monte Tchicombe Monte Tchicombe

659 Monte Messuco Monte Messuco


660 Formation Formação

661 Rio Mucamba Rio Mucamba

662 Monte Muinga Monte Muinga

663 Monte Rupanjaze Monte Rupanjaze

664 Granite of Monte Sanja Suite Granito da Suíte de Monte Sanja

665 Serra Danvura granitoids Granitóides de Serra Danvura

666 Granitoids of Cassacatiza Suite Granitoides da Suíte de Cassacatiza

667 Polymictic conglomerate Conglomerado polimíctico

668 Metasandstone, quartz-feldspar schist Meta-arenito e xisto quartzo-feldspático

669 Marble, impure carbonate rock Mármore, rocha carbonatada impura

670 Felsic metavolcanic rock, metatuff, Rocha metavulcânica félsica, meta-tufo,


agglomerate aglomerado

671 Mafic amygdaloidal and felsic Rocha metavulcânica félsica e


metavolcanic rock amigdalóide máfica

672 Felsic metavolcanic rock, ignimbrite, Rocha metavulcânica félsica, ignimbrito,


volcanic breccia brecha vulcânica

673 Mica schist, mica gneiss, biotite- Micaxisto, micagnaisse, gnaisse biotítico-
plagioclase gneiss plagioclásico

674 Marble, impure carbonate rock Mármore, rocha carbonatada impura


675 Mafic pyroclastic rock and mica schist, Rocha piroclástica máfica e micaxisto,
ironstone rocha ferrífera

676 Mafic and ultramafic metavolcanic rock Rocha metavulcânica máfica e


ultramáfica

677 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

678 Figure 4.18: Geological – structural Figura 4.18: Condições geológicas e


conditions in Angónia (NE Tete estruturais em Angónia (NE da província
Province) and the neighbouring de Tete) e dos territórios vizinhos no
Malawi territories (modified from Barr Malawi (adaptado de Barr et al., 1988;
679 Malawi
at al., 1988; Lächelt, 2004) Malawi
Lächelt, 2004)

680 Lake Malawi Lago Malawi

681 Dedza Dedza

682 Ulongue Ulongue

683 Nchao Nchao

684 Mozambique Moçambique

685 Sedimentary cover Cobertura sedimentar

686 Amphibolite Anfibolito

687 Anorthosite Anortosito

688 Syenite Sienito

689 Metasediments Metassedimentos


690 Desaranhama Granite Granito de Desaranhama

691 High Grade metamorphic rocks Rocha metamórfica de alto grau

692 Gneiss Gnaisse

693 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

694 Figure 4.19.: General scheme of the Figura 4.19.: Esquema geral da
localizations of the P₂-P₃, the Pan- localização dos P₂-P₃, as unidades
African and early Paleozoic litoestratigráficas Pan-africanas e do
lithostratigraphic units the Zambézia – Paleozóico Inferior da província
695 Zambezia-Nampula
Nampula geological Subprovince
Subprovince. Sub-província do Zambézia-Nampula
geológica de Zambézia-Nampula.

696 Eastern Region Região Oriental

697 Western Region Região Ocidental

698 Niassa-Cabo Delgado Subprovince Sub-província geológica de Niassa-Cabo


Delgado

699 Lake Chirua Lago Chirua

700 Indian Ocean Oceano Índico

701 Ocua Ocua

702 Memba Memba

703 Nacala Nacala

704 Monapo Monapo


705 Nampula Nampula

706 Mecuburi Mecuburi

707 Ribaue Ribaue

708 Murrumpula Murrumpula

709 Malema Malema

710 Molumba Molumba

711 Milange Milange

712 Namarroi Namarroi

713 Alto Molecue Alto Molócuè

714 Quinga Quinga

715 Angoche Angoche

716 Gile Gile

717 Morrua Morrua

718 Nipiodi Nipiodi

719 Tacuane Tacuane


720 Derre Derre

721 Morrumbala Morrumbala

722 Mocuba Mocuba

723 Moebase Moebase

724 Moma Moma

725 Pan-African and Early Pelozoic Intrusões Pan-africanas e do Paleozóico


Intrusions Inferior

726 Early Pelozoic acide Intrusions (Ca…) Intrusões ácidas do Paleozóico Inferior
(Ca...)

727 Early Pelozoic basic Intrusions (Ca…) Intrusões básicas do Paleozóico Inferior
(Ca...)

728 Pan-African Intrusions (Ca…) Intrusões Pan-africana (Ca)

729 Lurio Thrust Belt (LTB) and Klippen Zona de Carreamento do Lúrio (CL) e
(Mocuba Klippe MoK, Mugeba Klippe Klippen (Klippe de Mocuba - MoK, Klippe
MuK, Plantacao Santos PsK) Klippe) de Mugeba - MuK, Klippe de Plantação
Santos - PsK)
730 Nampula Complex Complexo de Nampula

731 Molocue Group (P2NMpt, P2NMam, Grupo Molócuè (P2NMpt, P2NMam,


P2NMsb) P2NMsb)

732 Garnet-sililimanite & mica gneiss Gnaisse granatífero-silimanítico e


(P2NMgs) micagnaisse (P2NMgs)

733 Anorthosite gneiss (P2NMan) Gnaisse anortosítico (P2NMan)

734 Rapala gneiss (P2NMmd) Gnaisse de Rapala (P2NMmd)


735 Mamala gneiss (P2NMcl) Gnaisse de Mamala (P2NMcl)

736 Leucicratic gneiss (P2NMc) Gnaisse leucocrático (P2NMc)

737 Mocuba Suite (P2NMgm, P2NMgg), Suíte de Mocuba (P2NMgm, P2NMgg,


P2NMto) P2NMto)

738 Calicui Suite Suíte de Calicui

739 Augen Gneiss (P2NMga), P2NMyg, Gnaisse ocelado (P2NMga), P2NMyg,


P2NMal) P2NMal)

740 Feldspatic granite-gneiss (P2NMfgr) Gnaisse de granito feldspático (P2NMfgr)

741 Rocks of the Niassa-Cabo Delgado Rochas da Subprovíncia de Niassa-Cabo


Subprovince Delgado

742 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

743 Figure 4.19.: General scheme of the Figura 4.19.: Esquema geral da
localizations of the P₂-P₃, the Pan- localização dos P₂-P₃, as unidades
African and early Paleozoic litoestratigráficas Pan-africanas e do
lithostratigraphic units the Zambézia – Paleozóico Inferior da província
744 Zambezia-Nampula
Nampula geological Subprovince
Subprovince. Região
geológicaOcidental da Sub-província do
de Zambézia-Nampula.
Western Region Zambézia-Nampula

745 Zambezia-Nampula Subprovince Unidades Orientais da Sub-província do


Eastern Units Zambézia-Nampula

746 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

747 Figure 4.20.: Overthrust and klippen Figura 4.20.: Estruturas de carreamento
structures in Mozambique. e klippen em Moçambique.

748 Tanzania Tanzânia

749 P₁-P₃ Units Unidades P₁-P₃


750 Lake Niassa Lago Niassa

751 Maniamba Graben Graben de Maniamba

752 M’Swaize Complex Complexo de M’Swaize

753 Muaquia Complex Complexo de Muaquia

754 Xixano Complex Complexo de Xixano

755 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

756 Lalamo Complex Complexo de Lalamo

757 Indian Ocean Oceano Índico

758 P₂-P₃ Basement Soco P₂-P₃

759 Lurio Thrust Belt Zona de Carreamento do Lúrio

760 Monapo Klippe Klippe de Monapo

761 Muguba Klippe Klippe de Muguba

762 Malawy Malawi

763 Plantacao Santos Klippe Klippe da Plantação Santos

764 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01


765 Figure 4.21.: Geology of the Monapo Figura 4.21.: Geologia do Complexo de
Complex (Klippe / Terrane) (CGS, Monapo (Klippe/terreno) (CGS, 2007)
2007)

766 Ilegível Ilegível

767 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

768 Figure 4.22.: Meso-Noproterozoic Figura 4.22.: Unidades meso-


Units in Niassa – Cabo Delgado neoproterozóicas na sub-província
Geological Subprovince. geológica de Niassa-Cabo Delgado.

769 Tanzania Tanzânia

770 Indian Ocean Oceano Índico

771 Nake Kiassa Lago Niassa

772 Malawi Malawi

773 Meso-Cenozoic Cover Rocks Rochas de Cobertura do Meso-


Cenozóico

774 Pan-African Early Paleozoic & Intrusões Pan-Africanas do Paleozóico


Jurassic Intrusions Inferior e Jurássico

775 Nampula Complex Complexo de Nampula

776 Paleoproterozoic Rocks (P₁ Units) Rochas paleoproterozóicas (Unidades


P₁)

777 Macuburi Group cut out of Map Macuburi Group recortado do Mapa

778 Meso-Neoproterozoic Units in Niassa- Unidades meso-neoproterozóicas na


Cabo Delgado Subprovince Subprovíncia de Niassa-Cabo Delgado

779 Neoproterozoic Cover Units Unidades de Cobertura do


Neoproterozóico
780 Ilegível Ilegível

781 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

782 Figure 4.23.: Tectonostratigraphy of Figura 4.23.: Tectonoestratigrafia das


the Niassa and Cabo Delgado províncias de Niassa e Cabo Delgado, no
Provinces, northeastern Mozambique nordeste de Moçambique (NGU, 2007).
(NGU, 2007).
783 Nomes de localidades na carta Nomes de localidades na carta ilegíveis /
ilegíveis / Parte da legenda ilegível Parte da legenda ilegível

784 Recent to Peleogene sediments Sedimentos recentes até Paleogénico

785 Karoo Supergroup Supergrupo Karoo

786 Paleozoic to Neoproterozoic Intrusions Intrusões Paleozóicas a


Neoproterozóicas

787 Txitonga Group Grupo de Txitonga

788 Geci Complex Complexo de Geci

789 Ocua Complex Complexo de Ocua

790 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

791 Figure 4.24.: Regional position of the Figura 4.24.: Posição regional das
Geci Group units (blue) (NGU, 2007) unidades do Grupo de Geci (azul) (NGU,
2007)

792 Tanzania Tanzânia

793 Lake Niassa Lago Niassa

794 Txitonga Group Grupo de Txitonga


795 Ponta Messuli Complex Complexo da Ponta Messuli

796 Karoo Supergroup Supergrupo Karoo

797 Geci Group Grupo de Geci

798 Unango Complex Complexo de Unango

799 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

800 Figure 4.25.: Karoo structures in Figura 4.25.: Estruturas do Karoo na


eastern Africa. África Oriental.

801 Uganda Uganda

802 Quenia Quénia

803 Ruanda Ruanda

804 Burundi Burundi

805 Congo Basin Bacia do Congo

806 Duruma Basin Bacia de Duruma

807 Tanzania Tanzânia

808 Tanga Basin Bacia de Tanga

809 Congo Congo


810 Tanzania Craton Cratão da Tanzânia

811 Mikumi Basin Bacia de Mikumi

812 Selous Basin Bacia de Selous

813 Ruhuhu Basin Bacia de Ruhuhu

814 Bangweule Block Bloco de Bangweule

815 Luangwa Basin Bacia do Luangua

816 Malawi Malawi

817 Maniamba Graben Graben de Maniamba

818 Metangula Basin Bacia de Metangula

819 Luangua Basins Bacias do Luangua

820 Zambia Zâmbia

821 Lukuashi Basin Bacia de Lukuashi

822 Barotse Basin Bacia de Barotse

823 Middle Zambeze Médio Zambeze

824 Mozambique Moçambique


825 Barotse Basin Bacia de Barotse

826 Lumpata Belt Cintura de Lupata

827 Angoche Volcanics Vulcânicas de Angoche

828 Mid-Zambezi Basin Bacia do Médio Zambeze

829 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

830 Zimbabwe Zimbabué

831 Kalahari Basin Bacia do Kalahari

832 Kaapvaal Craton Cratão de Kaapvaal

833 Save Basin Bacia de Save

834 Espungabera Espungabera

835 Karoo Covered Cobertura do Karoo

836 Mozambique Basin Bacia de Moçambique

837 Lebombo Monocline Monoclinal dos Libombos

838 Springbok Flats Basin Bacia de Springbok Flats

839 Great Karoo Basin Grande Bacia do Karoo


840 Karoo Outcropping Afloramento do Karoo

841 Covered and suposed Cobertura e, supostamente,

842 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

843 Figure 4.26.A.: Lower Karoo (Dwyka – Figura 4.26.A.: Desenvolvimento durante
Ecca – Beaufort Groups > 300 – 205 o Karoo Inferior (Grupos Dwyka-Ecca-
Ma<) development (modified from Beaufort > 300-205 Ma<) (adaptado de
Verniers, 1982; Salman & Abdula, Verniers, 1982; Salman & Abdula, 1995;
843-2 Lächelt,
1995; 2004) Lächelt, 2004)

844 Uganda Uganda

845 Kenya Quénia

846 Ruanda Ruanda

847 Burundi Burundi

848 Tanzania Tanzânia

849 Lake Victoria Lago Vitória

850 Lake Tanhayica Lago Tanganica

851 Africa África

852 Madagascar Madagáscar

853 Congo Congo


854 India Índia

855 Zambia Zâmbia

856 Mozambique Moçambique

857 Lake Malawi/Niassa Lago Malawi/Niassa

858 Malawi Malawi

859 Sri Lanka Sri Lanka

860 Zimbabwe Zimbabué

861 South Africa África do Sul

862 Swaziland Suazilândia

863 Antarctica Antártica

864 Terrigenous Basins Bacias Terrígenas

865 Terrestrial Facies Fácies Terrestres

866 Coal-bearing Portadores de carvão

867 Marine Facies Fácies Marinhas

868 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01


869 Figure 4.26.B.: Upper Karoo (Upper Figura 4.26.B.: Desenvolvimento durante
Karoo and Stormberg Groups > 205 - o Karoo Superior (Grupos do Karoo
157 Ma<) development (modified from Superior e Stormberg > 205-157 Ma<)
Verniers, 1982; Salman & Abdula, (adaptado de Verniers, 1982; Salman &
869-2 Lächelt,
1995; 2004) Lächelt, 2004)
Abdula, 1995;

870 Uganda Uganda

871 Kenya Quénia

872 Ruanda Ruanda

873 Burundi Burundi

874 Tanzania Tanzânia

875 Lake Victoria Lago Vitória

876 Lake Tanhayica Lago Tanganica

877 Africa África

878 Madagascar Madagáscar

879 Congo Congo

880 India Índia

881 Zambia Zâmbia

882 Mozambique Moçambique


883 Lake Malawi/Niassa Lago Malawi/Niassa

884 Malawi Malawi

885 Drifting À deriva

886 Sri Lanka Sri Lanka

887 Zimbabwe Zimbabué

888 South Africa África do Sul

889 Swaziland Suazilândia

890 Antarctica Antártica

891 Problably outcropping Provavelmente com afloramento

892 Lagooning and halitic facies Fácies lagunares e halíticas

893 Barrier reef Barreira de recife

894 Deep-sea facies Fácies de águas profundas

895 Rift lakes Lagos de rifte

896 Lower Karoo Karoo Inferior

897 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01


898 Table 4.28.1A: Karoo Supergroup Tabela 4.28.1A: Estratigrafia do
stratigraphy of the Great Karoo Basin Supergrupo Karoo da Grande Bacia do
(South Africa) and the main Karoo Karoo (África do Sul) e principais áreas
deposit areas in Mozambique de depósitos do Karoo em Moçambique
899 Paleozoic
(modified from F.J.P.Paulino (2009) Paleozóico
(adaptado de F.J.P. Paulino (2009) e
and Paulino F.J.P et al. (2011)) Paulino F.J.P et al. (2011))

900 Mesozoic Mesozóico

901 Carbon Carbono

902 Permian Pérmico

903 Trassic Triássico

904 Jurassic Jurássico

905 Upper Superior

906 Lower Inferior

907 Middle Médio

908 DWYKA GROUP GRUPO DWYKA

909 ECCA GROUP GRUPO ECCA

910 BEAUFORT GRP. GRUPO BEAUFORT

911 STORMBERG GROUP GRUPO STORMBERG

912 Frakesberg Basalts Basaltos do Frakesberg


913 Clarence Formation Formação de Clarence

914 Elliot Formation Formação de Elliot

915 Molteno Formation Formação de Molteno

916 Hiatus Hiato

917 Bergersdrop Bergersdrop

918 Katberg Formation Formação de Katberg

919 Balfour Formation Formação de Balfour

920 Koonap & Middleton Fm. Fm. de Koonap e Middleton

921 Waterford & Fort Brown Formations Formações de Waterford e Fort Brown

922 Ripon Formation Formação de Ripon

923 Collingham & Whitehill Fms. Formações de Collingham & Whitehill

924 Prince Albert Formation Formação de Prince Albert

925 Karoo Supergroup Supergrupo Karoo

926 Lower Karoo Karoo Inferior

927 Upper Karoo Karoo Superior


928 Group Grupo

929 Carboniferous Carbónico

930 Permian Pérmico

931 Trassic Triássico

932 Jurassic Jurássico

933 Period Período

934 Stratigraphy Estratigrafia

935 Epoch Serie Série de Épocas

936 Upper Superior

937 Lower Inferior

938 Middle Médio

939 Upper Lopingian Lopingiano Superior

940 Middle Guadalupian Guadalupiano Médio

941 Lower Cisuralian Cisuraliano Inferior

942 Pensylvanian Pensilvaniano


943 Age Ma Idade (Ma)

944 Type Tipo

945 Area Área

946 Stormberg Stormberg

947 Beaufort Beaufort

948 Ecca Ecca

949 Dwyka Dwyka

950 Niassa Niassa

951 Cabo Delgado Cabo Delgado

952 Tete Tete

953 Manica Manica

954 Maputo and Gaza Maputo e Gaza

955 Tete-Manica-Sofala Tete-Manica-Sofala

956 Nampula Nampula

957 Zambézia Zambézia


958 Sedimentary Basins of the Karoo Bacias Sedimentares do Supergrupo
Supergroup in Mozambique Karoo em Moçambique

959 Igneous Formations of the Karoo Formações ígneas do Supergrupo Karoo


Supergroup in Mozambique em Moçambique

960 Maniamba Maniamba

961 Tiambila Tiambila

962 SE and E Lichinga a SE e E de Lichinga

963 Lugenda Lugenda

964 Rovuna Rovuma

965 Chicôa-Mecucoè Chicoa-Mecúcoè

966 Sinángoè-Mefidézia Sinángoè-Mefidézia

967 Moatize Minjova N’Condédzi Moatize Minjova N’Condédzi

968 Mapotecte Mapotecte

969 Region South Região Sul

970 Lebombo Monocline Monoclinal dos Libombos

971 Central Region Região Central

972 Northern Region Região Norte


973 Nuaréteze-Sábiè, Upper-Middle Nuaréteze-Sábiè, Lupata Superior-Médio
Lupata

974 Area Tete e Zambézia Área de Tete e Zambézia

975 Angoche Angoche

976 Morrumbala Morrumbala

977 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

978 Table 4.28.1A: Karoo Supergroup Tabela 4.28.1A: Estratigrafia do


stratigraphy of the Great Karoo Basin Supergrupo Karoo da Grande Bacia do
(South Africa) and the main Karoo Karoo (África do Sul) e principais áreas
deposit areas in Mozambique de depósitos do Karoo em Moçambique
979 JrAg Angoche
(modified Basalt Formation
from F.J.P.Paulino (2009) JrAg Formação
(adaptado Basáltica
de F.J.P. Paulinode Angoche
(2009) e
and Paulino F.J.P et al. (2011)) Paulino F.J.P et al. (2011))

980 JrB Bangomatete Formation JrB Formação de Bangomatete

981 JrC Chueza Formation JrC Formação de Chueza

982 Jrdo Mafic Dykes and layers Jrdo Diques e Camadas máficos

983 JrG Gorongosa Suite JrG Suíte de Gorongosa

984 Jrgd Gabroic Dykes Jrgd Diques Gabróicos

985 Jrl Mazoe Formation Jrl Formação de Mazoe

986 Jrlp Lupilichi Formation Jrlp Formação de Lupilichi

987 JrLp Letaba-Pafúri Formation JrLp Formação de Letaba-Pafúri


988 JrM Movene Formation JrM Formação de Movene

989 JrPal Pessene Alkaline Lavas JrPal Lavas Alcalinas de Pessene

990 JrPns Pessene Nepheline Syenite JrPns Sienito Nefelínico de Pessene

991 JrR Rukore Suite JrR Suíte de Rukore

992 JrRN Rio Nhavúdezi Basalte JrRN Formação Basáltica do Rio


Formation Nhavúdezi

993 JrU Umbelúzi Formation JrU Formação de Umbelúzi

994 JrUz Zumbo Formation JrUz Formação de Zumbo

995 JrSba Sábiè Formation JrSba Formação de Sábiè

996 JrSb Serra Bâmbuè Formation JrSb Formação da Serra Bâmbuè

997 JrZ Lualádzi Formation JrZ Formação de Lualádzi

998 PeB Beaufort Formation PeB Formação de Beaufort


(problematic, generally known as (problemática, geralmente conhecida
Group) como Grupo)

999 PeC Cádzi Formation CPA Formação de Cádzi

1000 PeE Ecca Formation (problematic, PeB Formação de Ecca (problemática,


generally known as Group) geralmente conhecida como Grupo)

1001 PeFb Siltitic Formation of Monte PeFb Formação Siltítica do Monte


Lilonga and Fúbuè Arenites Lilonga e dos Arenitos de Fúbuè

1002 PeM Moatize Formation PeM Formação de Moatize


1003 PeT Matinde Formation PeT Formação de Matinde

1004 CbK Indifferentiated Karoo CbK Formações Indiferenciadas do


Formations Karoo

1005 CbKl Conglomerates and arcosic CbKl Conglomerados e arenitos


arenites arcosianos

1006 CbV Vúzi Formation CbV) Formação de Vúzi

1007 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1008 Figure 4.27. shows the regional Figura 4.27. Indica a localização regional
location of the Karoo units in das unidades de Karoo em Moçambique.
Mozambique.

1009 Maniamba Graben Graben de Maniamba

1010 Chemba Chemba

1011 Tiambila Tiambila

1012 Northern Luangua Norte de Luangua

1013 Southern Luangua Sul de Luangua

1014 N’Gapa Formation Formação de N’Gapa

1015 Lunho Lunho

1016 Chicoa-Mecucoe Chicoa-Mecúcoè

1017 Mefedeze Mefedeze


1018 Sanangoe Sanangoè

1019 Moatize-Minjova Moatize–Minjova

1020 Mancha de Juzante Mancha de Juzante

1021 Rio Lutheze Rio Lutcheze

1022 Luchimua Luchimua

1023 Middle Zambeze Médio Zambeze

1024 Lupata Belt Cintura de Lupata

1025 Muaradzi-Mecondezi Muaradzi-Mecondezi

1026 Nacala Nacala

1027 Lunga Lunga

1028 Angoche Volcanics Vulcânicas de Angoche

1029 Muanzi-Luangua Muanzi-Luangua

1030 Luia Luia

1031 Estima-Changara Estima-Changara

1032 Canxixe Canxixe


1033 Lupata Lupata

1034 Bantoga Bantoga

1035 Baicho Chire Baixo Chire

1036 Angoche/Moma Angoche-Moma

1037 Lupata Through Border área Bordo da Fossa de Lupata

1038 Limpoto Belt-Nhamatanda Cintura de Limpoto-Nhamatanda

1039 Espungabera Sub-Basin Sub-bacia de Espungabera

1040 SE Zimbabwe Craton Border Zone Bordo SE do Cratão do Zimbabué

1041 Parfuri Unit Unidade de Pafuri

1042 Lebombo Monocline Monoclinal dos Libombos

1043 Post-Karoo Cover Cobertura do Pós-Karoo

1044 Sedimentary Karoo Sedimentares do Karoo

1045 Volcanic Karoo Vulcanismo do Karoo

1046 Basement Rocks Rochas do Soco

1047 Main Karoo Units/Structures Principais Unidades/Estruturas do Karoo


1048 Karoo Magmatics Sub-Units Sub-Unidades Magmáticas do Karoo

1049 Karoo Sedimentary Sub-Units Sub-Unidades Sedimentares do Karoo

1050 Problematic / Possible Karoo Units Problemáticas/Possíveis Unidades de


Karoo

1051 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1052 Figure 4.28.: Karoo units of the Figura 4.28.: Unidades do Karoo do
Maniamba Graben and the Tiambila Graben de Maniamba e da Sub-Unidade
Sub-Unit (after NGU, 2007) de Tiambila (segundo NGU, 2007)

1053 Lake Niassa Lago Niassa

1054 Precambrian Basement (PcB) Soco Pré-Câmbrico (SPC)

1055 Maniamba Graben Graben de Maniamba

1056 Matchendje (Tende) Matchendje (Tende)

1057 Timabila Sub-Unit (Lupilichi FM) Sub-Unidade de Timabila (Lupilichi FM)

1058 Lupilichi/Lipirichi Formation Formação de Lupilichi (Lipilichi)

1059 Tende Fm Formação de Tende

1060 Macondece Formation Formação de Macondece

1061 Upper Karoo Group Grupo do Karoo Superior

1062 Lilonga-Fubue Fm Formação de Lilonga-Fubue


1063 Beaufort Group Grupo Beaufort

1064 Lower Karoo Karoo Inferior

1065 Ecca Group Grupo Ecca

1066 Precambrian Basement (PcB) Soco Pré-Câmbrico (SPC)

1067 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1068 Figure 4.29.: Kimberlite zones of the Figura 4.29.: Zonas de kimberlito da
Maniamba Basin (after Stajilo- Bacia de Maniamba (segundo Stajilo-
Alekseev, 1983; Alekseev, 1983;

1068- Oberreuter & Pilale, 1998; Oberreuter & Pilale, 1998;


2

1068- Lächelt, 2004; Lächelt, 2004;


3

1068- NGU, 2007) NGU, 2007)


4

1069 Upper Karoo Karoo Superior

1070 Beaufort Beaufort

1071 Ecca Ecca

1072 Lake Niassa Lago Niassa

1073 Metangula Metangula

1074 Pipes? Canos?


1075 Dykes Diques

1076 Precambrian Basement (PcB) Soco Pré-Câmbrico (SPC)

1077 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1078 Figure 4.30.: Karoo and Meso – Figura 4.30.: Bacias/grabens/estruturas


Cenozoic Basins / Grabens / do Karoo e do Meso-cenozóico de
Structures of Mozambique Moçambique

1079 Tanzania Tanzânia

1080 Maniamba Graben Graben de Maniamba

1081 Lake Niassa Lago Niassa

1082 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

1083 Zambia Zâmbia

1084 Malawi Malawi

1085 Quaternary Basins Bacias do Quaternário

1086 Pemba Pemba

1087 Lurio River Rio Lúrio

1088 Luangua Sub-Basins Sub-bacias do Luangua

1089 Luganda River Rio Luganda


1090 Zambeze Graben Graben do Zambeze

1091 Zimbabwe Zimbabué

1092 Quelimane Quelimane

1093 Indian Ocean Oceano Índico

1094 Beira Beira

1095 Lupata Through Fossa de Lupata

1096 Mozambique Basin Bacia de Moçambique

1097 Inhambane Inhambane

1098 South Africa África do Sul

1099 Maputo Maputo

1100 Swaziland Suazilândia

1101 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1102 Figure 4.31.: Meso-Cenozoic Basins Figura 4.31.: Bacias Meso-Cenozóicas e


and here tectonic position (GTK, 2006) respectiva posição tectónica (GTK, 2006)

1103 Tanzania Tanzânia

1104 MANIAMBA BASIN BACIA DE MANIAMBA


1105 LAKE NIASSA BASIN BACIA DO LAGO NIASSA

1106 ROVUMA BASIN BACIA DO ROVUMA

1107 Rovuma River Rio Rovuma

1108 Zambia Zâmbia

1109 Malawi Malawi

1110 Lichinga Lichinga

1111 Pemba Pemba

1112 Mocimboa da Praia Mocímboa da Praia

1113 Lurio River Rio Lúrio

1114 Mozambique Moçambique

1115 Nampula Nampula

1116 Ilha de Moçambique Ilha de Moçambique

1117 Angoche Angoche

1118 Pebane Pebane

1119 Tete Tete


1120 LOWER ZAMBEZI GRABEN GRABEN DO BAIXO ZAMBEZE

1121 MIDDLE ZAMBEZI GRABEN GRABEN DO ZAMBEZE MÉDIO

1122 Zimbabwe Zimbabué

1123 Quelimane Quelimane

1124 Mozambique Channel Canal de Moçambique

1125 Beira Beira

1126 Chimoio Chimoio

1127 Save River Rio Save

1128 Mambone Mambone

1129 Vilankulo Vilankulo

1130 Limpopo River Rio Limpopo

1131 Tropic of Capricorn Trópico de Capricórnio

1132 R.S.A. R.S.A.

1133 MOZAMBIQUE BASIN BACIA DE MOÇAMBIQUE

1134 Inhambane Inhambane


1135 Ponta Zavora Ponta Zavora

1136 Xai Xai Xai-Xai

1137 Moamba Moamba

1138 Maputo Maputo

1139 Swaziland Suazilândia

1140 KEY TO BASINS LEGENDA DAS BACIAS

1141 Pre-break-up “Karoo” (Late Karoo pré-separação (Carbónico


Carboniferous-Triassic) Superior-Triássico)

1142 Break-up related Jurassic volcanics Vulcanismo Jurássico relacionado com a


separação

1143 Syn-break-up (Jurassic-Tertiary) Syn-break-up (Jurássico-Terciário)

1144 Post-break-up (Mio-Piocene) Pós-separação (Mio-Piocene)

1145 (bathymetric contours in meters) (contornos batimétricos em metros)

1146 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1147 Figure 4.32.: The East Africa Rift Figura 4.32.: Sistema de Rifte do Leste
System, including the Indian Ocean Africano (RLA), incluindo as
Rift Structures / WSystem (EARS) Estruturas/Sistema de Falhas do Oceano
Índico
1148 African Continent Continente Africano

1149 Indian Ocean Oceano Índico


1150 Karimba Graben Graben de Maniamba

1151 Atlantic Ocean Oceano Atlântico

1152 East Africa Rift Valleys Vales do Rifte do Leste Africano

1153 Rift Faults Falhas do Rifte

1154 High seismicity areas Áreas de alta sismicidade

1155 Post-Karoo Volcanics Vulcanismo do Pós-Karoo

1156 Alkaline ring dykes Diques anelares alcalinos

1157 EARS: East Africa Rift System RLA: Sistema de Rifte do Leste Africano

1158 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1159 Figure 4.32.: East African Rift Graben Figura 4,32.: Rifte Graben da África
and Magmatics of Mozambique Oriental e Magmatismo de Moçambique
(Lächelt, 2004) (Lächelt, 2004)

1160 Tanzania Tanzânia

1161 Lichinga Lichinga

1162 Pemba Pemba

1163 Nampula Nampula

1164 Zambia Zâmbia


1165 Malawi Malawi

1166 Quilimane Quelimane

1167 Zimbabwe Zimbabué

1168 Chimoio Chimoio

1169 Beira Beira

1170 Inhambane Inhambane

1171 South Africa África do Sul

1172 Swaziland Suazilândia

1173 Xai Xai Xai-Xai

1174 Maputo Maputo

1175 Karoo rifts and depressions Riftes e depressões do Karoo

1176 1.Zambeze rift zones 1. Zonas de rifte do Zambeze

1177 1.1Middle Zambeze Graben 1.1 Graben do Médio Zambeze

1178 1.2Lower Zambeze Graben 1.2 Graben do Baixo Zambeze

1179 1.3Maniamba Graben 1.3 Graben de Maniamba


1180 1.4Luganda (ilegível) Depression 1.4 Depressão Luganda (ilegível)

1181 1.5Upper Rovuma Depressions 1.5 Depressão do Rovuma Superior

1182 1.6Rovuma Basin 1.6 Bacia do Rovuma

1183 1.7Espugabera… ilegível 1.7 Espugabera… Ilegível

1184 Meso-Cenozoic rifts and depressions Riftes e depressões Meso-Cenozóicas

1185 2.1Rovuma Delta Depression 2.1 Depressão do Delta do Rovuma

1186 2.2 Karimbes Graben 2.2 Graben de Karimbes

1187 2.3Ilegível………………… 2.3 Ilegível…………………

1188 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1189 Figure 4.33.: Lthostratigraphic units of Figura 4.33.: Unidades litoestratigráficas


the Rovuma Basin. da Bacia do Rovuma.

1190 Tanzania Tanzânia

1191 Rovuma River Rio Rovuma

1192 Indian Ocean Oceano Índico

1193 Precambrian Basement Soco Pré-Câmbrico

1194 Mozambique Moçambique


1195 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1196 Figure 4.34.: Lithostratigraphic Figura 4.34.: Sequências


sequences in Rovuma Basin (NGU, litoestratigráficas na Bacia do Rovuma
2007) (NGU, 2007)

1197 Period Período

1198 Epoch Época

1199 Stage Fase

1200 Onshore Onshore

1201 Offshore Offshore

1202 Quaternary Quaternário

1203 Pleistocene Plistocénico

1204 Calabrian Calabriano

1205 Tertiary Terciário

1206 Neogene Neogénico

1207 Paleogene Paleogénico

1208 Pliocene Pliocénico

1209 Miocene Miocénico


1210 Oligocene Oligocénico

1211 Eocene Eocénico

1212 Paleocene Paleocénico

1213 Cretaceous Cretácico

1214 Late Superior

1215 Early Inferior

1216 Jurassic Jurássico

1217 Late Superior

1218 Middle Médio

1219 Calalwian Calalwiano

1220 Placenzian Placenciano

1221 Messinian Messiniano

1222 Tortonian Tortoniano

1223 Serravallian Serravalliano

1224 Langhian Langhiano


1225 Burdigalian Burdigaliano

1226 Agitanian Aquitaniano

1227 Chattian Chattiano

1228 Rupelian Rupeliano

1229 Priabonian Priaboniano

1230 Bartonian Bartoniano

1231 Lutetian Luteciano

1232 Ypresian Ypresiano

1233 Thanetian Thanetiano

1234 Selandian Selandiano

1235 Danian Daniano

1236 Maastrichtian Maastrichtiano

1237 Campanian Campaniano

1238 Santonian Santoniano

1239 Coniachian Coniaciano


1240 Turonian Turoniano

1241 Cenomanian Cenomaniano

1242 Albian Albiano

1243 Aptian Aptiano

1244 Barremian Barremiano

1245 Hauterivian Hauteriviano

1246 Valanginian Valanginiano

1247 Berriasian Berriasiano

1248 Tithonian Titoniano

1249 Kimmerdigian Kimmerdgiano

1250 Oxfordian Oxfordiano

1251 Callovian Calloviano

1252 Bathonian Bathoniano

1253 Bajocian Bajociano

1254 Aalenian Aaleniano


1255 Chinda Fm Chinda Fm

1256 Mikindani Fm Mikindani Fm

1257 Rovuma Delta Complex Complexo do Delta de Rovuma

1258 Quissanga Fm Quissanga Fm

1259 Alto Jingine Fm Alto Jingine Fm

1260 Mifume Fm Formação Fm

1261 Macomia Fm Macomia Fm

1262 Pemba Fm Pemba Fm

1263 Continental clastics (sandstones + Clásticos continentais (arenitos +


conglomerates) conglomerados)

1264 Parolic clastics Clásticos parólicos

1265 Marine sandstones Arenitos marinhos

1266 Marine shale, silstones, sandstones Folhelho marinho, limolitos, arenitos

1267 Marl + calcareous sandstones Marga + arenitos carbonatados

1268 Shelf carbonates Carbonatos de plataforma

1269 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01


1270 Figure 4.35.: Red Bed deposits Figura 4,35.: Depósitos do tipo Red Beds
deposits in Central and Southern no Centro e Sul de Moçambique
Mozambique (modified from Salman & (adaptado de Salman & Abdula, 1995;
Abdula, 1995; Lächelt 2004). Lächelt, 2004)
1270- 1 = Palmeira Graben, 2 = 1 = Graben de Palmeira, 2 = Graben de
2 Chindenguele Graben, Chindenguele,

1271 3 = Changani Graben, 4 = Lower 3 = Graben de Changani, 4 = Graben do


Zambeze Graben Baixo Zambeze

1272 Quelimane Quelimane

1273 Beira Beira

1274 Recent coastal line Linha costeira recente

1275 Xai Xai Xai-Xai

1276 Maputo Maputo

1277 Red Beds "Red Beds"

1278 Precambrian basement Soco Pré-Câmbrico

1279 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1280 Figure 4.36.: Tundo Suite (Chirua Figura 4.36.: Suíte de Tundo (província
Alkaline Province) e equivalents rift alcalina de Chirua) e intrusões
border intrusions (adapted from equivalentes nos bordos do rifte
Lächelt, 2004) (adaptado de Lächelt, 2004)
1281 Cheneca Cheneca

1282 Lake Malawi/Niassa Lago Malawi/Niassa

1283 Lake Malombe Lago Malombe


1284 Mozambique Moçambique

1285 Lake Chiuto Lago Chiuto

1286 Lake Chirua Lago Chirua

1287 Chilwa Chilwa

1288 Malawi Malawi

1289 Tundulo Tundulo

1290 Mauzo Mauzo

1291 East Africa Rift System Sistema de Rifte do Leste Africano

1292 Salambidua Salambidua

1293 Cholo Fault Falha de Cholo

1294 Chuare/Buzimuane Chuare-Buzimuane

1295 Muambe Muambe

1296 Milange Milange

1297 Chiperone Chiperone

1298 Zambeze River Rio Zambeze


1299 Chiromo Chiromo

1300 Shire Graben Graben de Shire

1301 Cungune Cungune

1302 Pandibune Pandibune

1303 Derre Derre

1304 Murrumbala Murrumbala

1305 Lupata Through Fossa de Lupata

1306 Urema Graben Graben de Urema

1307 4 ChapterGeology Mz_V01 4 ChapterGeology Mz_V01

1308 Figure 4.37.: Generalised stratigraphy Figura 4.37.: Estratigrafia generalizada


of the Mozambique Basin da Bacia de Moçambique

1309 Relative Sea Level Nível Relativo do Mar

1310 T.R. Cycles INC Ciclos T.R. INC

1311 PLIOCENE PLIOCÉNICO

1312 MIOCENE MIOCÉNICO

1313 CLIOCENE CLIOCÉNICO


1314 CLIGOCENE CLIGOCÉNICO

1315 ECOCENE ECOCÉNICO

1316 PELEOCENE PELEOCÉNICO

1317 LATE CRETACEOUS CRETÁCICO SUPERIOR

1318 SEMONIAN SEMONIANO

1319 EARLY CRETACEOUS CRETÁCICO INFERIOR

1320 NEOGOMIAN NEOGOMIANO

1321 JURASSIC JURÁSSICO

1322 MID MÉDIO

1323 LATE SUPERIOR

1324 LATE SUPERIOR

1325 MID MÉDIO

1326 EARLY INFERIOR

1327 CHATTIAN CHATTIANO

1328 RUPELIAN RUPELIANO


1329 PERASONIAN PERASONIANO

1330 BARTONIAN BARTONIANO

1331 LUTETIAN LUTECIANO

1332 YPRESIAN YPRESIANO

1333 THANETIAN THANETIANO

1334 DANIAN DANIANO

1335 MAASCHTIAN MAASTRICHTIANO

1336 CAMPANIAN CAMPANIANO

1337 SANTONIAN SANTONIANO

1338 TURONIAN TURONIANO

1339 CENOMANIAN CENOMANIANO

1340 ALBIAN ALBIANO

1341 APTIAN APTIANO

1342 BARREMIAN BARREMIANO

1343 HAUTERRIVIAN HAUTERIVIANO


1344 VALAGINIAN VALANGINIANO

1345 BERRIASIAN BERRIASIANO

1346 TITHONIAN TITONIANO

1347 KIMMERDIGIAN KIMMERDGIANO

1348 OXFORDIAN OXFORDIANO

1349 CALLOVIAN CALLOVIANO

1350 DUNES DUNAS

1351 DUNES DUNAS

1352 LATE MIOCENE UNC MIOCÉNICO SUPERIOR UNC

1353 JOFANE JOFANE

1354 DIVINHE DIVINHE

1355 TEMANE TEMANE

1356 ZAMBEZI DELTA COMPLEX COMPLEXO DO DELTA DO ZAMBEZE

1357 INHARRIME INHARRIME

1358 LIMPOPO LIMPOPO


1359 LATE EOCENE UNC EOCÉNICO SUPERIOR UNC

1360 INTRA OLIGOCENE UNC INTRA OLIGOCÉNICO UNC

1361 CHERINGOMA CHERINGOMA

1362 EARLY EOCENE UNC EOCÉNICO INFERIOR UNC

1363 UPPER GRUDJA GRUDJA SUPERIOR

1364 EARLY PALEOCENE UNC PALEOCÉNICO INFERIOR UNC

1365 EARLY PALEOCENE UNC PALEOCÉNICO INFERIOR UNC

1366 LOWER GRUDJA GRUDJA INFERIOR

1367 DOMO SANDSTONE ARENITO DO DOMO

1368 INTRA SENONIAN UNC INTRA SENONIAN UNC

1369 UPPER DOMO SHALE FOLHELHO DO DOMO SUPERIOR

1370 SENA SENA

1371 LOWER DOMO SHALE FOLHELHO DO DOMO INFERIOR

1372 LUPATA GORGE VOLCANICS VULCANISMO DO DESFILADEIRO DE


LUPATA

1373 NEMO VOLCANICS VULCANISMO DE NEMO


1374 MID-CRETACEOUS UNC CRETÁCICO MÉDIO UNC

1375 MAPUTO (SOUTH) MAPUTO (SUL)

1376 LUPATA (NORTH) LUPATA (NORTE)

1377 NEOCOMIAN UNC NEOCOMIANO UNC

1378 LUPATA (NORTH) LUPATA (NORTE)

1379 RED BEDS (SOUTH) "RED BEDS" (SUL)

1380 LUPATA GORGE VOLCANICS VULCANISMO DO DESFILADEIRO DE


LUPATA

1381 BELO BELO

1382 Volcanics (extrusives) Vulcanismo (extrusões)

1383 Evaporilea Evaporilea

1384 Non-marine Não-Marinho

1385 Paralic Parálico

1386 Shallow marine-paralic Parálico de águas rasas

1387 Marine shales (shelf-paralic) Xistos marinhos (parálico de plataforma)

1388 Condensed section Secção condensada


1389 Shelf carbonates Carbonatos de plataforma

1390 Deep water carbonates Carbonatos de águas profundas


Source - English Translations - Portuguese

1 5.soils 5. Solos

2 Figure 5.1.: Provinces of Mozambique Figura 5.1.: Províncias de Moçambique

3 Provinces of Mozambique Províncias de Moçambique

4 Niassa Niassa

5 Lichinga Lichinga

6 Cabo Delgado Cabo Delgado

7 Pemba Pemba

8 Tete Tete

9 Nampula Nampula

10 Zambezia Zambézia

11 Quelimane Quelimane

12 Manica Manica

13 Chimoio Chimoio
14 Sofala Sofala

15 Beira Beira

16 Inhambane Inhambane

17 Gaza Gaza

18 Xai Xai Xai-Xai

19 Maputo Maputo

20 Matola Matola

21 Capitals of the Provinces Capitais das províncias

22 5.soils 5. Solos

23 Figure 5.2.: Generalized geological units of Figura 5.2.: Unidades geológicas gerais de
Mozambique Moçambique

24 Geological Sketch Map of Mozambique Esboço cartográfico geológico de Moçambiq

25 Niassa Highland good agriculture region Região montanhosa de Niassa - Boa região
agrícola

26 Angonia mountain area good agriculture region Região montanhosa de Angonia - Boa regiã
agrícola

27 S-Niassa and NW Zambezia tea plantations S de Niassa e NO da Zambézia - plantações


chá

28 Manica Mountains good for special agrocultures Região montanhosa de Manica - Boa região
culturas especiais
29 Manica-Sofala highland good agriculture region Região montanhosa de Manica/Sofala - Boa
agrícola

30 Zambezia - Nampula regions trees and cotton Regiões da Zambézia/Nampula - Árvores e


cultures culturas de algodão

31 S-Mozambique: All river valleys are good for S de Moçambique: todos os vales dos rios s
agriculture. indicados para a agricultura

31-2 Rice and others Arroz e outros

32 Volcanics: Basaltes form good quality soils Vulcanismo: Basalto - solos de qualidade

32-2 SE-Mozambique: Large sandy area: trees cultures SE de Moçambique: longo areal - cultivo de
árvores

33 Quaternary Holoceoe -Recent (Alluvial deposits) Quaternário Holocénico - Recente (Depósito


aluviais)

33-2 Quaternary Pleistocene Quaternário Plistocénico

34 Tertiary Terciário

35 Cretaceous Cretácico

35-2 Post-Karoo intrusions Intrusões Pós-Karoo

36 Volcanic Karoo (Late Triassic -Early Jurassic) Vulcanismo do Karoo (Triássico Superior-
Jurássico Inferior)

36-2 Sedimentary Karoo (Late Carboniferous - Early Sedimentares do Karoo (Carbónico Superio
Jurassic) Jurássico Inferior)

37 Precanibrian Basement Soco Pré-câmbrico

38 5.soils 5. Solos
39 Figure 5.3.: Sketch map of the relief heights in Figura 5.3.: Esboço cartográfico das altitude
Mozambique (modified from Lächelt, 2004). relevo de Moçambique (modificado a partir d
Lächelt, 2004).

40 Releif heights sketch map Esboço cartográfico das altitudes do relevo

41 Lake Niassa Lago Niassa

42 Rovuma R. Rio Rovuma

43 Lugenda R. Rio Lugenda

44 Pemba Pemba

45 Lurio R. Rio Lúrio

46 Cahora Bassa Cahora Bassa

47 Quelimane Quelimane

48 Zambeze R. Rio Zambeze

49 Beira Beira

50 Pungoe R. Rio Púngoè

51 Save R. Rio Save

52 Inhambane Inhambane

53 Xai Xai Xai-Xai


54 Limpopo R. Rio Limpopo

55 Maputo Maputo

56 Maputo R. Rio Maputo

57 Inselbergs / isolated mountain massifs Inselbergs/maciços montanhosos isolados

58 Mountains <1 000m Montanhas <1000m

59 Mountain areas 500 – 1 000m Áreas montanhosas 500 - 1000m

60 Highland areas 200 – 500m Regiões montanhosas 200 – 500m

61 Low areas <200. Zonas baixas <200.

62 5.soils 5. Solos

63 Figure 5.4.: Geomorphological sketch map of Figura 5.4.: Esboço cartográfico geomorfoló
Mozambique (modified from Bondyrev, 1983; Moçambique (modificado a partir de Bondyr
Lächelt, 2004) 1983; Lächelt, 2004)

64 Geomorphological Sketch Map Esboço cartográfico geomorfológico

65 Rovuma R. Rio Rovuma

66 Pemba Pemba

67 Lurio R. Rio Lúrio

68 Quelimane Quelimane
69 Zambeze R. Rio Zambeze

70 Beira Beira

71 Save R. Rio Save

72 Maputo Maputo

73 Mountain peaks, massifs and ridges Cumes, maciços e serras montanhosos

74 Of intrusive-tectonic origin De origem intrusiva-tectónica

75 Of intrusive-tectonic and erosive-denudative origin De origem intrusiva-tectónica e erosiva

76 Of erosive-denudative origin De origem erosiva

77 Lava plateus and ridges Planaltos e serras de lava

78 Of Karoo volcanic origin De origem vulcânica do Karoo

79 Basement peneplains Peneplanícies do soco

80 Of extrusive-denudative origin De origem extrusiva-erosiva

81 Of extrusive-denudative origin and accumulative De origem extrusiva-erosiva e acumulativa


origin

82 Areas of accumulation Áreas de acumulação

83 On levelled surfaces Em superfícies niveladas


84 In erosive-denudative & accumulative depressions Em depressões erosivas e acumulativas

85 On accumulative plains Em planícies acumulativas

86 On accumulative depressions & valleys Em depressões e vales acumulativos

87 On recent slopes, valleys and river courses Em taludes, vales e cursos de rio recentes

88 5.soils 5. Solos

89 Figure 5.5.: Erosion hazard sketch map of Figura 5.5.: Esboço cartográfico dos riscos d
Mozambique (modified from B.P.A. Ferro & D. erosão de Moçambique (modificado a partir
Bouman, 1987). B.P.A. Ferro & D. Bouman, 1987).

90 Erosion hazard sketch map Esboço cartográfico dos riscos de erosão

91 Pemba Pemba

92 Beira Beira

93 Maputo Maputo

94 No erosion areas, but with material and soil Sem zonas de erosão, mas com acumulaçã
accumulations during floods materiais e solos em caso de cheias

95 Temporary low degree of erosion, material Grau de erosão temporariamente baixo, tran
transportation of different distances de material entre diferentes distâncias

96 Very high and high degree of erosion and Elevado grau de erosão e desnudação, tran
denudation, material transport during short time de material durante curtos períodos de temp
periods and of different distances entre diferentes distâncias

97 5.soils 5. Solos

98 Figure 5.6.: Main climate zones of Mozambique Figura 5.6.: Principais zonas climáticas de
(modified from B.P.A. Ferro & D. Bouman, 1987). Moçambique (modificado a partir de B.P.A. F
D. Bouman, 1987).
99 Main climate zones of Mozambique Principais zonas climáticas de Moçambique

100 Lake Niassa Lago Niassa

101 Rovuma R. Rio Rovuma

102 Pemba Pemba

103 Lurio R. Rio Lúrio

104 Lichinga Lichinga

105 Nampula Nampula

106 Quelimane Quelimane

107 Tete Tete

108 Cahora Bassa Cahora Bassa

109 Zambeze R. Rio Zambeze

110 Chimoio Chimoio

111 Beira Beira

112 Save R. Rio Save

113 Inhambane Inhambane


114 Xai Xai Xai-Xai

115 Limpopo R. Rio Limpopo

116 Maputo Maputo

117 Tropical rain savannah climate with dry winter Clima de chuvas de savana tropical com inv
seasons secos

118 Dry savannah climate Clima seco de savana

119 Humid temperature climate with dry winter seasons Clima húmido com invernos secos

120 Dry savannah climate with dry winter seasons Clima seco de savana com invernos secos

121 Desert climate with dry winter seasons Clima de deserto com invernos secos

122 5.soils 5. Solos

123 Figure 5.7.: Sketch map of the salinity of the soils Figura 5.7.: Esboço cartográfico da salinidad
in Mozambique (adapted from Mafalacussa, 2013) solos em Moçambique (adaptado de Mafala
2013)

124 Sketch map of the salinity of the soils Esboço cartográfico da salinidade dos solos

125 Lake Niassa Lago Niassa

126 Cahora Bassa Cahora Bassa

127 Very low (<2 dS/m) Muito baixa (<2 dS/m)

128 Low (2-4 dS/m) Baixa (2-4 dS/m)


129 Moderate (4-8 dS/m) Moderada (4-8 dS/m)

130 High (8-15 dS/m) Alta (8-15 dS/m)

131 Very high (>15 dS/m) Muito elevada (>15 dS/m)

132 Sketch map adapted from J.J. Esboço cartográfico adaptado de J.J.

132-2 Mafalacussa (2013) Mafalacussa (2013)

133 5.soils 5. Solos

134 Figure 5.8.: Main river basins and dams in Figura 5.8.: Principais bacias hidrográficas e
Mozambique and scheme of geological processes barragens em Moçambique e diagrama dos
depending on the geological processes, as they processos geológicos em função dos proces
take place between the area of the source (divide) geológicos, à medida em que ocorrem entre
134-2 (modified from B.P.A.
and the estuary / deltaFerro
of the&rivers.
D. Bouman, 1987). (modificado
da nascentea(linha
partirde
deseparação
B.P.A. Ferro
das&águas
D. Bo
1987).
estuário/delta dos rios.

135 Main river basins and dams Principais bacias hidrográficas e barragens

136 Lake Niassa Lago Niassa

137 Messinge R. Rio Messinge

138 Lucheringe R. Rio Lucheringe

139 Lugenda R. Rio Lugenda

140 Rovuma R. Rio Rovuma

141 Messaio R. Rio Messaio


142 Pemba Pemba

143 Lurio R. Rio Lúrio

144 Lichinga Lichinga

145 Lake Chiuta Lago Chiuta

146 Revunoe R. Rio Revunoe

147 Lake Chirua Lago Chirua

148 Shire R. Rio Shire

149 Nampula Nampula

150 Monapo R. Rio Monapo

151 Quelimane Quelimane

152 Tete Tete

153 Cahora Bassa Dam Barragem de Cahora Bassa

154 Mazoe R. Rio Mazoé

155 Licungo R. Rio Licungo

156 Luala R. Rio Luala


157 Zambeze R. Rio Zambeze

158 Chimoio Chimoio

159 Beira Beira

160 Chicamba Dam Barragem de Chicamba

161 Pungoe R. Rio Púngoè

162 Buzi R. Rio Búzi

163 Save R. Rio Save

164 Govuro R. Rio Govuro

165 Changane R. Rio Changane

166 Inhambane Inhambane

167 Rio dos Elefantes Rio dos Elefantes

168 Massingir Dam Barragem de Massingir

169 Inharrime R. Rio Inharrime

170 Xai Xai Xai-Xai

171 Limpopo R. Rio Limpopo


172 Maputo Maputo

173 Maputo Maputo

174 Incomati R. Rio Incomati

175 Umbeluzi R Rio Umbeluzi

176 Lakes and dams Lagos e barragens

177 River basins Bacias hidrográficas

178 Rivers Rios

179 Water devides Linhas de separação das águas

180 No drained areas Sem áreas escoadas

181 Water devide Linha de separação das águas

182 Erosion formation and eluvium huts Erosão, formação e elúvio

183 Erosion-TRANSPORTATION-accumulation Erosão-TRANSPORTE-acumulação

184 Transportation-ACCUMULATION Transporte-ACUMULAÇÃO

185 Sea level Nível do mar

186 5.soils 5. Solos


187 Figure 5.9.: Main types of soils in Mozambique Figura 5.9.: Principais tipos de solo existente
(modified from Goudinho Gouveia D., Sá & Melo Moçambique (modificado a partir de Goudin
Marques, 1972) Gouveia D., Sá & Melo Marques, 1972)

188 Main Type-groups of Soils Principais grupos-tipo de solos

189 Alluvial marine soils (1a) Solos aluviais marinhos (1a)

190 Alluvial fluvial & lacustrine soils (1b) Solos aluviais fluviais e límnicos (1b)

191 Soils = weathering product of limestones (2) Solos = produto da meteorização de calcário

192 Soils of aridic weathering of sediments, brownish- Solos de meteorização árida de sedimentos
greyish, browish-psamitic and psamitic soils (3) acastanhados/acinzentados, solos acastanh
psamíticos e solos psamíticos (3)

193 Soils of aridic weathering of sediments, browish- Solos de meteorização árida de sedimentos
greyish, browish-psamitic and psamitic soils and acastanhados/acinzentados, solos acastanh
with organic materials (3b) psamíticos e solos psamíticos e com materia
orgânicos (3b)
194 Soils of aridic weathering mixed with weathering Solos de meteorização árida misturados com
material from Karoo volcanics (3c) materiais de meteorização do Vulcanismo d
Karoo (3c)

195 Soils from Karoo sediments with aride browish- Solos de sedimentos do Karoo com solos ár
reddish and partly holomorphic soils (3d) acastanhados e avermelhados e parcialmen
holomórficos (3d)

196 Soils from Karoo sediments with iron-sialic portions Solos de sedimentos do Karoo com parcelas
(3e) ferro-siálico (3e)

197 Soils of weathered Karoo volcanics, iron-rich soils Solos do Vulcanismo do Karoo alterado, sol
(4) ricos em ferro (4)

198 Soils from Mesozoic-Cenozoic sediments, browish- Solos de sedimentos Mesozóicos-Cenozóico


reddish and browish-greyish soils (5a) solos acastanhados-avermelhados e solos
acastanhados-acinzentados (5a)

199 Soils from Cretaceous and Tertiary elements, Solos de elementos do Cretácico e do Terci
psammitic browish-greyish soils (5b) solos psamíticos acastanhados-acinzentado

200 Soils, mainly from Quaternary sediments, greyish Solos, sobretudo de sedimentos do Quatern
browish-greyish soils (5c) acinzentados e acastanhados (5c)

201 Soils form hardrock of inselberg/mountain massif Solos de rocha dura do afloramento de
outcrops, forming plains of brownish-greyish, iron- inselbergs/maciços montanhosos, formando
silicate (acid) soils (6a) planaltos de solos acastanhados-acinzentad
com ferro-silicato (ácidos) (6a)
202 Soils from mountains plains and inselbergs, Solos de montanhas, planaltos e inselbergs,
highlands with intermountain valleys and small montanhosas com vales e pequenos planalt
plains, brownish-greyish & iron-silicate rich soils solos acastanhados-acinzentados e ricos em
(6b) silicato (6b)
203 Soils from hardrock terrains, brownish-greyish Solos de terrenos de rocha dura, solos
(acid) soils (6c) acastanhados-acinzentados (ácidos) (6c)

204 Basic hardrock massifs with thin weathering crust Maciços básicos de rocha dura com crosta d
(6d) meteorização pouco espessa (6d)

205 Hardrock areas with thin weathering crust of iron- Zonas de rocha dura com crosta de meteori
sialic (acid) soils (6e) pouco espessa de solos com ferro-silicato (á
(6e)

206 Hardrocl areas with psamitic-iron (acid) and Zonas de rocha dura com ferro psamítico (á
reddish-greyish soils. solos avermelhados-acinzentados

206-2 (6f) partly weathered from carbonatic (including (6f) parcialmente alterados por rochas
crystalline limestones) rocks carbonáticas (incluindo calcários cristalinos)

207 Main combinations of mixed types of soils Principais combinações de tipos de solo

208 Many other regional and local combinations of soils Existem ainda muitas outras combinações d
exist solos (regionais e locais)

209 5.soils 5. Solos

210 Figure 5.10.: Soil types of Mozambique in Figura 5.10.: Tipos de solo existentes em
accordance with the international FAO Moçambique, de acordo com a classificação
classification (adapted from Mafalacussa, 2013). internacional da FAO (adaptado de Mafalacu
2013).
211 Sketch map of soils of Mozambique Esboço cartográfico dos solos de Moçambiq

212 FAO classification of soils Classificação de solos da FAO

213 Acrisols Acrissolos

214 Arenosols Arenossolos

215 Calcisols Calcissolos


216 Cambisols Cambissolos

217 Chemozems Chernozems

218 Ferralsols Ferralsolos

219 Fluvisols Fluvissolos

220 Greysols Gleissolos

221 Leptosols Leptossolos

222 Lixisols Lixissolos

223 Luvisols Luvissolos

224 Lixi / Luvisols Lixi/Luvissolos

225 Mananga Mananga

226 Nitisols Nitissolos

227 Phaeozems Phaeozems

228 Solonchaks Solonchaks

229 Vertisols Vertissolos

230 Inland Waters Águas interiores


231 Sketch map adapted from J.M. Esboço cartográfico adaptado de J.M.

231-2 Mafalacussa (2013) Mafalacussa (2013)

232 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

233 Figure 6.1.: Schematic distribution of energetic and Figura 6.1.: Distribuição esquemática dos re
possible energetic resources (not included energéticos existentes e potenciais (recurso
geothermal resources) in Mozambique. geotérmicos não incluídos) em Moçambique

234 TANZANIA TANZÂNIA

235 Unlikely Hydrocarbon perspective Existência improvável de hidrocarbonetos

236 Lago Niassa Basin and SW Maniamba Graben Bacia do Lago Niassa e Graben de Maniam
SO

237 Low Coal Perspective Baixa probabilidade de carvão

238 Lunho Basin Bacia de Lunho

239 No Perspective Coal Basins Sem probabilidade de bacias carboníferas

240 High Gas / Oil Perspective Elevada probabilidade de gás/petróleo

241 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

242 Pemba Pemba

243 Hifh Coal Perspective Elevada probabilidade de carvão

244 Zambeze zone Zona do Zambeze


245 ZAMBIA ZÂMBIA

246 MALAWI MALAWI

247 Uncertain Coal-Methane Perspective Probabilidade incerta de carvão-metano

248 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

249 Low Perspective Espungabera Coal Basin Baixa probabilidade de carvão na Bacia
Carbonífera de Espungabera

250 Quelimane Quelimane

251 Beira Beira

252 Middle-High Gas Perspective Mozambique Basin Probabilidade média/alta de gás na Bacia de
Moçambique

253 Inhambane Inhambane

254 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

255 Maputo Maputo

256 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

257 Peat Ocurrences Ocorrências de turfa

258 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

259 Figure 6.2.: Indian Ocean coastal basins between Figura 6.2.: Bacias costeiras do Oceano Índ
the Red Sea and South Africa entre o Mar Vermelho e a África do Sul
260 Lamu Embayment Baía de Lamu

261 Kenya-Somalia Coastal Basin Bacia costeira Quénia-Somália

262 Lanzania Coastal Basin Bacia costeira de Lanzania

263 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

264 Diego Basin Bacia de Diego

265 Malunga Basin Bacia de Malunga

266 Morondava Basein Bacia de Morondava

267 Mozambique Basin Bacia de Moçambique

268 Natal Basin Bacia de Natal

269 Coastal Basins Bacias costeiras

270 Cristaline Basement Soco cristalino

271 Karoo Deposits Sediments Depósitos sedimentares de Karoo

272 Volcanics Vulcanismo

273 Basin Limits Limites da bacia

274 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01


275 Figure 6.3.: Gas fields (named) and prospecting Figura 6.3.: Campos de gás (nomes) e
blocks /areas (numbered) of the Mozambique and blocos/zonas de prospecção (números) nas
Rovuma Basins (situation in 2012) (adapted from, do Rovuma e de Moçambique (situação de 2
Mamad, 2012) (adaptado de Mamad, 2012)
276 Areas Áreas

277 Onshore Onshore

278 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

279 ZAMBIA ZÂMBIA

280 MALAWI MALAWI

281 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

282 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

283 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

284 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

285 Indian Ocean Oceano Índico

286 Area Zambeze Deltaic Complex Área do Complexo Deltaico do Zambeze

287 Buzi Búzi

288 Sofala Sofala

289 Pande Pande


290 Mozambique Chanel Canal de Moçambique

291 Mozambique Basin Bacia de Moçambique

292 Block 16 & 19 Blocos 16 e 19

293 Temane/Inhasorro Temane/Inhasorro

294 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

295 Figure 6.4.: Hydrocarbon deposits, occurrences Figura 6.4.: Depósitos, ocorrências e indicaç
and indications in the Mozambique Basin (modified de hidrocarbonetos na Bacia de Moçambiqu
from Mamad, 2012) (modificado a partir de Mamad, 2012)

296 Buzi (1962) Gas Indication Búzi (1962) Indícios de gás

297 Lago Nheguela Petroleum Indication Indícios de petróleo no Lago Nheguela

298 Buzi Gas occurrence Ocorrência de gás em Búzi

299 Pande-Temane-Inhasorro Gas Fields. Campos de gás Pande-Temane-Inhasorro.

300 Condensate Gas (5TCFs) Gás condensado (5TCFs)

301 Zambezi 1 Cretaceous (Dead oil) Zambeze 1 Cretácico (Óleo morto)

302 Nemo-1x Cretaceous Petroleum indication Nemo 1-x Indícios de petróleo Cretácico

303 Njika-1 (2008) Gas indication Njika-1 (2008) Indícios de gás

304 Palmeire NE-1 Cretaceous Gas occurrence Palmeire NE-1 Ocorrência de gás Cretácico
305 ILEGÍVEIS OS NOMES DAS LOCALIDADES NO ILEGÍVEIS OS NOMES DAS LOCALIDADE
MAPA MAPA

306 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

307 Figure 6.5.: Pande – Temane – Inhasorro Fields Figura 6.5.: Campos (Blocos) de Pande – Te
(Blocks) (modified from GTK, 2006; – Inhasorro (modificado a partir de GTK, 200

307-2 Grantham at al., 2011). Grantham et al., 2011).

308 Pande Field Campo de Pande

309 PANDE BLOCK (PSA) BLOCO (PSA) DE PANDE

310 Temane Field Campo de Temane

311 Inhasorro Field Campo de Inhasorro

312 TEMANE BLOCK (PSA) BLOCO (PSA) DE TEMANE

313 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

314 Figure 6.6.: Rovuma Basin and the rift structures of Figura 6.6 .: Bacia do Rovuma e estruturas d
the EARS (Davies Fracture Zone with the Karimba do RLA (Zona de Fractura de Davies com o
Graben). Graben de Karimba).

315 TANZANIA TANZÂNIA

316 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

317 Coast Line Linha costeira

318 Karimbas Graben Graben de Karimba


319 Rift zone and possible rift influenced areas Zona de rifte e possíveis zonas de influência
rifte

320 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

321 Possible Graben and depressions Possível graben e depressões

322 Devie Fracture Zone Zona de fractura de Devie

323 Crystaline Basement Soco cristalino

324 Dip direction Direcção de inclinação

325 Indian Ocean Oceano Índico

326 Rift magmatics Magmáticos - rifte

327 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

328 Figure 6.6.1.: Prospecting blocks and fields in Figure 6.6.1.: Blocos e campos de prospecç
southern Tanzania and the Mozambican Rovuma sul da Tanzânia e na Bacia Moçambicana d
Basin (modified from Franke et al, 2014) Rovuma (modificado a partir de Franke et al

329 Dar es Salaam Dar es Salaam

330 TANZANIA TANZÂNIA

331 Block 7 Bloco 7

332 Block 6 Bloco 6

333 Block 5 Bloco 5


334 Block 4 Bloco 4

335 Block 3 Bloco 3

336 Block 2 Bloco 2

337 Block 1 Bloco 1

338 Songo Songo Songo Songo

339 Kilwe Kilwe

340 Kivinje Kivinje

341 Chewa Chewa

342 Pweza Pweza

343 Mronge Mronge

344 Papa Papa

345 Zafarani Zafarani

346 Tangawizi Tangawizi

347 Lavani Lavani

348 Mzia Mzia


349 Jodari Jodari

350 Chaza Chaza

351 Lindi Lindi

352 Mtwara Mtwara

353 Mnazi Bay Mnazi Bay

354 Msimbati Msimbati

355 Windjammer Windjammer

356 Barguentine Barguentine

357 Camarao Camarão

358 Lagosta Lagosta

359 Mamba South Mamba Sul

360 Golfinho / Atum Complex Complexo Golfinho/Atum

361 Mamba North Mamba Norte

362 Mamba Norteast Mamba Nordeste

363 Coral Coral


364 Tubarao Tubarão

365 Area 1 Área 1

366 Area 2 Área 2

367 Area 3 Área 3

368 Area 4 Área 4

369 Area 5 Área 5

370 Area 6 Área 6

371 Pemba Pemba

372 Nacala Nacala

373 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

374 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

375 Figure 6.7.; Figura 6.7.:

375-2 Hydrocarbon indications in the Rovuma Basin Indicações de hidrocarbonetos na bacia do


(adapted from Mamad / ENH, 2012) Rovuma (adaptado de Mamad/ENH, 2012)

376 Pemba Petroleum Occurrence Ocorrência de petróleo em Pemba

377 Mecufi Petroleum Occurrence Ocorrência de petróleo em Mecufi


378 Angoche Petroleum Occurrence Ocorrência de petróleo em Angoche

379 Areas 1 and 4 TCFs Natural Gas (2012) Áreas 1 e 4 TCF gás natural (2012)

380 TANZANIA TANZÂNIA

381 ZAMBIA ZÂMBIA

382 MALAWI MALAWI

383 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

384 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

385 Figure 6.7.1.: Hydrocarbon occurrences in different Figura 6.7.1.: Ocorrências de hidrocarboneto
stratigrafic-aged units of the Rovuma Basin diferentes unidades estratigráficas-maduras
(modified from Brudbury, 2011) Bacia do Rovuma (modificado a partir de
Brudbury, 2011)
386 Mandawa Basin Bacia de Mandawa

387 Mafia Deep Offshore Basin Bacia offshore profunda de Mafia

388 TANZANIA TANZÂNIA

389 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

390 Rovuma River Rio Rovuma

391 INDIAN OCEAN OCEANO ÍNDICO

392 Western non-hydrocarbon-prospective Rovuma Sem perspectivas de hidrocarbonetos a oes


Basin Bacia do Rovuma
393 Mueda Mueda

394 Messalo River Rio Messalo

395 Oil and Gas prospective Rovuma Basin Possibilidade de petróleo e gás na Bacia do
Rovuma

396 Macomia Macomia

397 Precambrian Basement Soco Pré-câmbrico

398 Hydrocarbon Reservoir Deposits Depósitos reservatórios de hidrocarbonetos

399 Late Triassic Triássico Superior

400 Early Triassic Triássico Inferior

401 Cretaceous Cretácico

402 Jurassic Jurássico

403 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

404 Figure 6.8.: Gas reserves (2012) of the Figura 6.8.: Reservas de gás (2012) da Bac
Mozambique Basin (Temane, Pande) and the Moçambique (Temane, Pande) e da Bacia d
Rovuma Basin (Mamba, Areas 1 and 4)(compiled Rovuma (Mamba, Áreas 1 e 4) (compilado c
with dates from Amad, 2012). datas de Amad, 2012).
405 Reserves TCF Reservas TCF

406 Resources TCF Recursos TCF

407 Calculated+Estimated Calculados+Estimados


408 Change of scale Mudança de escala

409 Mozambique Basin Bacia de Moçambique

410 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

411 Temane G9 Temane G9

412 Pande G6 Pande G6

413 Prosp./Mamba Oligocene Prosp./Oligocénico Mamba

414 Areas 1+4 Mamba Área 1+4 Mamba

415 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

416 Figure 6.9.: Coal-bearing Karoo basins in Figura 6.9.: Bacias carboníferas do Karoo em
Mozambique. Moçambique.

417 Maniamba Graben Graben de Maniamba

418 Northern Norte

419 Southern Sul

420 Luangua Luangua

421 Lunho Lunho

422 Mancha de Juzante Mancha de Juzante


423 Rio Luzethe Rio Luzethe

424 Luchimua Luchimua

425 Mucanha-Vuzi Mucanha–Vúzi

426 Chicoa-Mecucoe Chicoa-Mecúcoè

427 Mefedeze Mefedeze

428 Sanangoe Sanangoè

429 Moatize-Minjova Moatize–Minjova

430 Muaradzi-Mecondezi Muaradzi-Mecondezi

431 Middle Zambeze Médio Zambeze

432 Muanzi-Luangua Muanzi-Luangua

433 Baixo-Chire Baixo-Chire

434 Post-Karoo Cover Cobertura do Pós-Karoo

435 Sedimentary Karoo Sedimentares do Karoo

436 Volcanic Karoo Vulcanismo do Karoo

437 Basement Rocks Rochas do Soco


438 Espungabera Sub-Basin Sub-bacia de Espungabera

439 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

440 Figure 6.10.: Scheme of planned and possible coal Figura 6.10.: Esquema das rotas de transpo
transportation carvão (planeadas e potenciais)

441 MALAWI MALAWI

442 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

443 INDIAN OCEAN OCEANO ÍNDICO

444 Railway Route Moatize-Nacala 912 Km Via férrea Moatize-Nacala 912 km

445 Paved Road Estrada asfaltada

446 Entre Lagos Entre Lagos

447 Possible Dam? Possível barragem?

448 Moatize Moatize

449 Zobue Zóbuè

450 Nkaya Nkaya

451 Cuamba Cuamba

452 Nacala Nacala


453 Ilha de Moçambique Ilha de Moçambique

454 Zambeze River Rio Zambeze

455 Lirangwe Lirangwe

456 Blantyre Blantyre

457 Tete Tete

458 Vila Nova da Fronteira Vila Nova da Fronteira

459 Bridge Dona Ana Ponte Dona Ana

460 Vila Fonte Inhaminga Vila Fonte Inhaminga

461 Railway Route Moatize-Beira 575 Km Via férrea Moatize-Beira 575 km

462 Nhagau Nhagau

463 Beira Beira

464 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

465 Figure 6.11.: Cross-section of the Moatize Coal Figura 6.11.: Corte transversal do Depósito
Deposit (modified from Limex, 1984; Lächelt, 2004) Carvão de Moatize (modificado a partir de L
1984; Lächelt, 2004)

466 M’Panda River Rio M’Panda

467 Coal-leading (seam) pelite Pelito condutor de carvão (camada)


468 Road 103 Estrada 103

469 Coal seam in pelite with sandstone Camada de carvão em pelito com arenito

470 Aluvia Aluvião

471 Sandstone/Pelite Arenito/pelito

472 Coal seam in sandstone Camada de carvão em arenito

473 Dolerite Dolerito

474 Basement Soco

475 Coal seam in politic sandstone Camada de carvão em arenito polido

476 Pelite Pelito

477 Sandstone Arenito

478 Horizontal Horizontal

479 Vertical Vertical

480 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

481 Figure 6.12.: Cross-sections of the Mucanha – Figura 6.12.: Secções transversais da Bacia
Vuzi (Coal) Basin (modified from Afonso at al., (Carbonífera) de Mucanha - Vúzi (modificad
1993; Lächelt, 2004) partir de Afonso et al., 1993; Lächelt, 2004)

482 Kaombe River Rio Kaombe


483 Teboere River Rio Teboere

484 Horizontal Horizontal

485 Vertical Vertical

486 Cahora Bassa Cahora Bassa

487 Post-Karoo Sedimentary Cover Cobertura sedimentar do Pós-Karoo

488 Upper Karoo Karoo Superior

489 Lower Karoo Upper Member Karoo Inferior Membro Superior

490 Lower Karoo Karoo Inferior

491 Lower Members Membros Inferiores

492 Coal Seam Camada de carvão

493 Basement Soco

494 Fault Falha

495 Lower Karoo Ecca Group Grupo Ecca do Karoo Inferior

496 Coal seam-bearing sequence Sequência geradora de camada de carvão

497 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01


498 Figure 6.13.: Position of the Lunho Sub-Basin in Figura 6.13.: Posição da Sub-bacia de Lunh
Maniamba Basin. Bacia de Maniamba.

499 Maniamba Basin Bacia de Maniamba

500 Upper Karoo Karoo Superior

501 Lilonga-Fubue Fm Formação de Lilonga-Fubue

502 Precambrian Basement (PB) Soco Pré-Câmbrico (SPC)

503 Beaufort Group Grupo Beaufort

504 Lower Karoo Karoo Inferior

505 Lunho Sub-Basin Sub-bacia de Lunho

506 Coal-Seam Bearing Ecca Group Grupo Ecca gerador de camada carbonífera

507 Lake Niassa Lago Niassa

508 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

509 Figure 6.14.: Radioactive mineral deposits, Figura 6.14.: Depósitos minerais radioactivo
mineralisations and radiometric anomalies mineralizações e anomalias radiométricas

510 Fingoe Zone Radiometric Anomalies Anomalias radiométricas da zona de Fíngoè

511 Maniamba Basin Possible Anomalies Possíveis anomalias da Bacia de Maniamba

512 Mavutzi-Benga Area Deposits Área de depósitos de Mavutzi-Benga


513 Mt. Chissindo Monte Chissindo

514 Alkaline Complexes Complexos alcalinos

515 Lugenda North Anomalies Anomalias a norte de Lugenda

516 Panda-Ucua Area Occurrence Área de ocorrência de Panda-Uncua

517 Mt. Naumale Monte Naumale

518 Lucuisse Lucuisse

519 Legenda Pegmaties Legenda Pegmatitos

520 Nb-Ta-U Nb-Ta-U

521 Pemba Pemba

522 Cone Negose Cone Negose

523 Mavutzi Radiometric Anomalies Anomalias radiométricas de Mavutzi

524 Mt. Muambe Monte Muambe

525 Tundo Suite Suíte de Tundo

526 Nepheline Syenites Sienitos nefelínicos

527 Samarskite Monatize Samarskite Monatize


528 Alto Ligonha Pegmaties Pegmatitos do Alto Ligonha

529 Heavy Mineral Placers Placers de minerais pesados

530 Monatize Monatize

531 Quelimane Quelimane

532 Mt. Xiluvo Monte Xiluvo

533 Beira Beira

534 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

535 Figure 6.15.: Uranium deposits, occurrences, Figura 6.15.: Depósitos, ocorrências,
mineralizations and radiometric anomalies in Tete mineralizações e anomalias radiométricas d
Suite (P2T) urânio na Suíte de Tete (P2T)

536 Quaternary Quaternário

537 Massambe Massambe

538 Rio Zambeze Rio Zambeze

539 Proterozoic Rocks (P₂) Rochas proterozóicas (P₂)

540 Post-Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

541 (Karoo- Quaternary) (Quaternário-Karoo)

542 Zone of Radiometric Anomalies Zona de anomalias radiométricas


543 Mavudzi Mavudzi

544 Tete Suite (P2T) Suíte de Tete (P2T)

545 Moatize Moatize

546 Necungas Necungas

547 Post-Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

548 (Karoo- Quaternary) (Quaternário-Karoo)

549 Proterozoic Rocks Rochas proterozóicas

550 Tete Tete

551 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

552 Figure 6.16.: Simplified geological map of the Rio Figura 6.16.: Carta geológica simplificada da
Lucuisse apatite, U, Nb, REE mineralisation (UTM mineralização de apatite, U, Nb e ETR do R
grid shown). Lucuisse (grelha UTM apresentada).

553 Biotite Gneiss Gnaisse biotítico

554 Pyroxenite Piroxenito

555 Carbonate Veins Veios de Carbonatos

556 Alkali Syenite Sienito alcalino

557 Granitic Gneiss Gnaisse granítico


558 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

559 Figure 6.17.: Radioactive anomalies in Fíngoè Figura 6.17.: Anomalias radioactivas no
Supergroup (modified from Steiner 1992, Lächelt Supergrupo de Fíngoè (modificado a partir d
2004) Steiner 1992, Lächelt 2004)

560 Macanha River Rio Macanha

561 Techicum Buzi River Rio Búzi - Techicum

562 Fingoe Fíngoè

563 Atchiza Atchiza

564 N’Goza N'Goza

565 Bohozi River Rio Bohozi

566 Zambeze River Rio Zambeze

567 Mucangadzi River Rio Mucangadzi

568 Mecohoe River Rio Mecohoe

569 Radioactive Anomalies Anomalias radioactivas

570 Karoo Sediments Sedimentos do Karoo

571 Granitoid Rocks Rochas granitóides

572 Basic / Ultrabasic Rocks Rochas básicas/ultrabásicas


573 Fingoe Supergroup Supergrupo de Fíngoè

574 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

575 Figura 6.18.: Possible sources for geothermal Figure 6.18.: Potenciais fontes de produção
energy production in Mozambique (Lächelt, 2004) energia geotérmica em Moçambique (Läche
2004)

576 TANZANIA TANZÂNIA

577 ZAMBIA ZÂMBIA

578 MALAWI MALAWI

579 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

580 ZAMBIA ZÂMBIA

581 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

582 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

583 Pemba Pemba

584 Quelimane Quelimane

585 Beira Beira

586 Inhambane Inhambane

587 Maputo Maputo


588 Thermal Water Resources Recursos hídricos termais

589 Sedimentary Basin Resources Recursos de bacias sedimentares

590 1: Lake Niassa 1: Lago Niassa

591 2: Lakes Chiwa and Chiui 2: Lagos Chirua e Chiui

592 3: Zambeze Depression 3: Depressão de Zambeze

593 4: Chire-Urema and other grabens 4: Grabens de Chire-Urema e outros

594 5: Boluma-Rovuma Zone 5: Zona de Boluma-Rovuma

595 6: Limit Precambrian-Meso-Cenozoic 6: Limite Pré-câmbrico-Meso-Cenozóico

596 7: Area of Karoo Volcanics 7: Área de vulcanismo Karoo

597 8: Manica-Gorongosa-Espungabera Triangle 8: Triângulo Manica-Gorongosa-Espungabe

598 9: Souther Zambezia 9: Zambézia sul

599 I: Sedimentary Rovuna Basin I: Bacia sedimentar de Rovuna

600 II: Sedimentary Mozambique Basin II: Bacia sedimentar de Moçambique

601 6.1.energy resources_V01 6.1.energy resources_V01

602 Figure 6.19.: Main iron deposits and occurrences Figura 6.19.: Principais ocorrências e depós
in Mozambique ferro em Moçambique
603 LICHINGA LICHINGA

604 PEMBA PEMBA

605 NAMPULA NAMPULA

606 QUELIMANE QUELIMANE

607 TETE TETE

608 BEIRA BEIRA

609 CHIMOIO CHIMOIO

610 Mazogo Mazogo

611 Mirrute Mirrute

612 Chiure Velho Chiure Velho

613 Mazua Mazua

614 Mirrote/Maravone Mirrote/Miravone

615 Mecuco Mecuco

616 Evate Evate

617 Lalaua Lalaua


618 Zambue Grp: Grupo Zambué:

619 Maio a Maio a

620 Chipunga Chipunga

621 Muangue Muangue

622 Messeca Messeca

623 Cassera Cassera

624 Fingoe Grp Grupo Fíngoè

625 Mt. Muande Monte Muande

626 Mt. Fema Monte Fema

627 Kazula Kazula

628 Masanha Masanha

629 Inhancungue Inhancungue

630 Tete Suite Suíte de Tete

631 Lupata Lupata

632 Milange Milange


633 Majau Majau

634 Tete Fe perspective Area Tete - Área potencial de mineração de Fe

635 Honde Honde

636 Mavita Tseterra Mavita Tseterra

637 Chepecuto Chepecuto

638 Tete Suite Suíte de Tete

639 1 Massamba 1 Massamba

640 2 Inhatipissa 2 Inhatipissa

641 3 Chitungue + Rioni Tenge 3 Chitungue + Rioni Tenge

642 3 Txatize 3 Txatize

643 4 Machedua 4 Machédua

644 5 Cambulatsiti, Txitizia, Massamba, Inhatipissa 5 Cambulatsiti, Txitizia, Massamba, Inhatipis

645 Fingoe Supergroup: I-Messeca; Supergrupo de Fíngoè: I-Messeca;

645-2 II-Mt. II-Monte

645-3 Tumba; Tumba;


645-4 III-Mt. III-Monte

645-5 Mancupiti; Mancupiti;

645-6 Mt. Muangue; Monte Muangue;

645-7 IV-Luzina; IV-Luzina;

645-8 V-Carnitala V-Carnitala

646 Fe-Cu-Skarn Fe-Cu-Escarnito

647 Fe-bearing Mesozoic volcanics Rochas vulcânicas mesozóicas portadoras d

648 Carbonatites Carbonatitos

649 Fe-bearing gabbro/anorthosite rocks Gabro/rochas anortosíticas portadoras de Fe

650 Fe-quartzite (BIF) Magnetic bodies Fe-quartzito (BIF) corpos magnéticos

651 6.2.Fe 6.2.Fe

652 Figure 6.20.: Fe-ore (magnetite) deposits and Figura 6.20.: Depósitos e ocorrências de min
occurrences in Tete Suite de Fe (magnetite) na Suíte de Tete

653 Quaternary Quaternário

654 Massambe Massambe

655 Rio Zambeze Rio Zambeze


656 Proterozoic Rocks (P₂) Rochas proterozóicas (P₂)

657 Post-Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

658 (Karoo- Quaternary) (Quaternário-Karoo)

659 Tete Suite (P2T) Suíte de Tete (P2T)

660 Txizita Txizita

661 Moatize Moatize

662 Necungas Necungas

663 Post-Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

664 (Karoo- Quaternary) (Quaternário-Karoo)

665 Proterozoic Rocks Rochas proterozóicas

666 Tete Tete

667 6.2.Fe 6.2.Fe

668 Figure 6.21.: Fe-Ti ore (magnetite, titano- Figura 6.21.: Depósitos e ocorrências de min
magnetite) deposits and occurrences in Tete Suite Fe-Ti (magnetite, titanomagnetite) na Suíte d
Tete

669 Quaternary Quaternário

670 Massambe Massambe


671 Rio Zambeze Rio Zambeze

672 Proterozoic Rocks (P₂) Rochas proterozóicas (P₂)

673 Post-Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

674 (Karoo- Quaternary) (Quaternário-Karoo)

675 Tete Suite (P2T) Suíte de Tete (P2T)

676 Moatize Moatize

677 Necungas Necungas

678 Post-Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

679 (Karoo- Quaternary) (Quaternário-Karoo)

680 Proterozoic Rocks Rochas proterozóicas

681 Tete Tete

682 6.2.Fe 6.2.Fe

683 Figure 6.22.A.: Schematic geological map of Figura 6.22.A.: Mapa geológico esquemático
Northern Machedua Deposit (modified from Real, Depósito de Machédua Norte (adaptado de
1966; Steiner, 1992; Lächelt, 2004) 1966; Steiner, 1992; Lächelt, 2004)

684 Tete Tete

685 Cateme Cateme


686 Beira Beira

687 Railway Via férrea

688 Mostize Mostize

689 Fluvia-bearing Ti-magnetite Ti-Magnetite portadora de fluvia

690 Ti-magnetite bodies Corpos de Ti-magnetite

691 Dolerite Dolerito

692 Gabbro Gabro

693 Anorthosite Anortosito

694 6.2.Fe 6.2.Fe

695 Figure 6.22.B.: Schematic geological map of Figura 6.22.B.: Mapa geológico esquemático
Northern Machedua Deposit (modified from Depósito de Machédua Norte (adaptado de
Steiner, 1992; Lächelt, 2004) Steiner, 1992; Lächelt, 2004)

696 Tete (34 Km road) Tete (estrada de 34 km)

697 Eluvium Ti-Magnetite Ti-magnetite eluvial

698 Ti-Magnetite body Corpo de ti-magnetite

699 Gabbro Gabro

700 Anorthosite Anortosito


701 Granite-Gneiss Gnaisse granítico

702 Quartzite / Dolomite Quartzito/Dolomite

703 6.2.Fe 6.2.Fe

704 Figure 6.23.: Schematic geological map of the Mt. Figura 6.23.: Carta geológica esquemática d
Muande Deposit (modified from Geological Insitute Depósito do Monte Muande (adaptado de In
Beograd, 1984; Geológico de Belgrado, 1984);

704-2 Lächelt, 2004) Lächelt, 2004)

705 Mount Muande Monte Muande

706 1.Granitoids 1. Granitóides

707 2.Dolerite 2. Dolerito

708 3.Tete Suite: Gabbro/Anorthosite 3. Suíte de Tete: Gabro/Anortosito

709 4.Magnetite bodies and marble rich on magnetite 4. Corpos de magnetite e mármore rico em
magnetite

710 5.Marble with Magnetite and apatite 5. Mármore com magnetite e apatite

711 6.Marble 6. Mármore

712 7.Gneiss 7. Gnaisse

713 8. Faults 8. Falhas

714 6.2.Fe 6.2.Fe


715 Figure 6.24.: Schematic geological map of the Figura 6.24.: Carta geológica esquemática d
Meseca (Messeca) iron deposit depósito de ferro de Messeca

716 Qartz vein Veio de quartzo

717 Granite/Granitoids Granito/Granitóides

718 Flaser Granite Granito Flaser

719 Arkose/Greywacke Arcose/grauvaque

720 Quartzite with pyrite Quartzito com pirite

721 Quartzite with magnetite Quartzito com magnetite

722 Crystaline limestone/Dolomite Calcário cristalino/Dolomite

723 Schists/Quartzite Xisto/Quartzito

724 Gneiss/Schists Gnaisse/Xisto

725 Fe and Cu – ores Fe e Cu - minérios

726 6.2.Fe 6.2.Fe

727 Figure 6.25.: Schematic geological map of the Figura 6.25.: Carta geológica esquemática d
Meseca – Tchinconcue iron deposit depósito de ferro de Meseca - Tchinconcue

728 Skarn Escarnito

729 Granite Granito


730 Limestone Calcário

731 Schists with magnetite + haematite Xisto com magnetite + hematite

732 Magnetite bodies Corpos de magnetite

733 6.2.Fe 6.2.Fe

734 The Figure 6.25 / 26.: Localities of Mn- Figura 6.25/26.: Localização das ocorrência
occurrences. Mn.

735 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

736 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

737 Mazoe Norte Mazoé Norte

738 Mn-mineral perspective areas Área potencial de mineração de Mn

739 Mn-concretions in alluvia Concreções de Mn em aluvião

740 Meso-Cenozoic Sediments Sedimentos meso-cenozóicos

741 Porhyry dykes Diques porfiríticos

742 Quartz veins Veios de quartzo

743 Mn-ore bodies (concordant) Jazidas minerais de Mn (concordante)

744 Marble lenses Lentes - Mármore


745 Gneiss Gnaisse

746 Rushing Group Grupo de Rushinga

747 6.3.Ti minerals_V01 6.3.Ti minerals_V01

748 Figure 6.26.: Regional distribution of the Figura 6.26.: Distribuição regional dos depós
Mozambican Ti-mineral bearing deposits and ocorrências de minerais de titânio em
occurrences. Moçambique.

749 TANZANIA TANZÂNIA

750 ZAMBIA ZÂMBIA

751 MALAWI MALAWI

752 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

753 INDIAN OCEAN OCEANO ÍNDICO

754 ZAMBIA ZÂMBIA

755 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

756 LICHINGA LICHINGA

757 PEMBA PEMBA

758 NAMPULA NAMPULA

759 QUELIMANE QUELIMANE


760 TETE TETE

761 BEIRA BEIRA

762 CHIMOIO CHIMOIO

763 MAPUTO MAPUTO

764 Rovuma River Rio Rovuma

765 Luganda River Rio Luganda

766 Qst deposits Depósitos Qst

767 Mazogo Mazogo

768 Wimbi Beach Praia Wimbi

769 (Murrebue) (Murrebué)

770 (Natuca) (Natuca)

771 Mecufi Mecufi

772 Mazua Mazua

773 M’Tedazi-Mulato M’Tedazi-Mulato

774 Cacame Cacame


775 Panda-Uncua Panda-Uncua

776 Tete Suite Suíte de Tete

777 Lupata Lupata

778 Zambeze River Rio Zambeze

779 Alto Ligonha Pegmatites Pegmatitos do Alto Ligonha

780 Quinga Quinga

781 Congolone Congolone

782 Angoche/Sangaje Angoche/Sangage

783 Moma Moma

784 Moebase Moebase

785 Milai Milai

786 Pebane Pebane

787 Idugo Idugo

788 Gorai Gorai

789 Zalala, Macuse, Raraga Zalala, Macuse, Raraga


790 Deia Deia

791 Micaune Micaune

792 Zambeze Mouth Foz do Zambeze

793 Inhasorro Inhasorro

794 Tofo-Miramar Tofo-Miramar

795 INHAMBANE INHAMBANE

796 Jangamo Jangamo

797 Zavora Zavora

798 Quissico Quissico

799 Xai xai Xai-Xai

800 Limpopo Mouth Foz do Limpopo

801 Marracuene Marracuene

802 Chibuto Chibuto

803 Inhaca Inhaca

804 Ponta do Ouro Ponta do Ouro


805 Ti-minerals H.M.S. Minerais de Ti - AMP

806 Ti-minerals in Ultrabasites Minerais de Ti em ultrabasitos

807 Rutile-bearing Deposits Depósitos portadores de rútilo

808 Ti-minerals bearings pegmatites Pegmatitos portadores de minerais de Ti

809 Fe-Ti magmatic deposits Depósitos magmáticos de Fe-Ti

810 6.3.Ti minerals_V01 6.3.Ti minerals_V01

811 Table 6.35. Tabela 6.35.:

811-2 Chemical composition of the HMS in northern Composição química das AMP na zona cost
Mozambique coastal zone norte de Moçambique

812 Characteristics of the heavy-mineral occurrences Características das ocorrências e dos depós
and deposits (excluding Chibuto) (Cilek 1981/1982; dos minerais pesados (excluindo Chibuto) (C
Afonso et al., 1993; Geological Map 1/250 000) 1981/1982; Afonso et al., 1993; Mapa geoló
1/250 000)
813 (ilm - ilmenite, rut - mtile, leu - leucoxene, zir - (ilm - ilmenite, rut - rútilo, leu - leucoxena, zir
zircon, mag - magnetite, mon - monazite, oth - zircão, mag - magnetite, mon - monazite, ou
other economic minerals, ind - indications) outros minerais com interesse económico, in
indicações)
814 Zone Ponta do Ouro Zona de Ponta do Ouro

815 Chinde Quilimane Chinde Quelimane

816 Ponte Deia Ponte Deia

817 Micaune Micaune

818 Zalaia Zalaia


819 Macuse Macuse

820 Baraga Baraga

821 Coral Coral

822 Pebane (Surroundings) Pebane (Envolvente)

823 Ponte Malirre/Melai Ponte Malirre/Melai

824 Melai River Rio Melai

825 Namanua River Rio Namanua

826 Idugo Idugo

827 Angoche Angoche

828 Sangage Sangage

829 Congoine Congoine

830 Quinga Quinga

831 Namadungo Namadungo

832 Necufi Necufi

833 Pemba Pemba


834 Rovuma mouth Foz do Rovuma

835 Zambeze Mouth Foz do Zambeze

836 Moebase Moebase

837 Moma Moma

838 Lazdel Lazdel

839 Ligonha River Rio Ligonha

840 Moma-Melui River Rio Moma-Melui

841 Zambeze Delta Delta do Zambeze

842 6.3.Ti minerals_V01 6.3.Ti minerals_V01

843 Table 6.36.: Chemical composition of the HMS in Tabela 6.36.: Composição química das AMP
southern Mozambique coastal zone zona costeira do sul de Moçambique

844 Characteristics of the heavy-mineral occurrences Características das ocorrências e dos depós
and deposits (excluding Chibuto) (Cilek 1981/1982; dos minerais pesados (excluindo Chibuto) (C
Afonso et al., 1993; Geological Map 1/250 000) 1981/1982; Afonso et al., 1993; Mapa geoló
1/250 000)
845 (ilm - ilmenite, rut - rutile, leu - leucoxene, zir - (ilm - ilmenite, rut - rútilo, leu - leucoxena, zir
zircon, mag - magnetite, mon - monazite, oth - zircão, mag - magnetite, mon - monazite, ou
other economic minerals, ind - indications) outros minerais com interesse económico, in
indicações)
846 {b1}Geological Map Sheet 1:250 000 {b1}Folha cartográfica geológica 1:250 000

846-2 Area/locality Área/Localidade

846-3 Main mineral content (%) Principal conteúdo mineral (%)


846-4 Sand Quantity (10* t) Quantidade de areia (10* t)

846-5 Mineralogical composition Composição mineralógica

846-6 Impurites Impurezas

846-7 Reserve* (10*t) remarks Total predictive{/b1} Reserva* (10*t) Observações Total preditivo

846-8 I{b2}nland dunes{/b2} Dunas {b2}interiores{/b2}

847 Coastal dunes Dunas costeiras

848 Beach sands Areias da praia

849 Continetal sloap Margem continental

850 Zone Ponta do Ouro Inhaca Zona da Ponta do Ouro - Inhaca

851 Ponta do Ouro Malongane Ponta do Ouro Malongane

852 Madejamine Pt Mamuli Madejamine Pt Mamuli

853 Pt Techabamine Mobela Pt Techabamine Mobela

854 Zone Maputo Bay Limpopo River Zona Baía de Maputo Rio Limpopo

855 Maracuene Maracuene

856 Zone Limpopo River Quissico Zona do Rio Limpopo - Quissico


857 E of Limpopo mouth e da Foz do Limpopo

858 Manela, Xai-Xai Manela, Xai-Xai

859 Missana Missana

860 Chindeguele Chindeguele

861 Zone Ponta Zavora Inhambane Zona Ponta Zavora Inhambane

862 Cuinguane-Jangamo Guinguane-Jangamo

863 Tofo Miramar Tofo-Miramar

864 Závora Závora

865 Morrungulo Morrungulo

865-2 Pt São Sebastião Ponte São Sebastião

866 Morrungulo Morrungulo

867 Pomene Pomene

868 Vilankulos Inhassoro Vilanculos Inhassoro

869 Bartolomeu Dias Bartolomeu Dias

870 N of Inhassoro N de Inhassoro


871 Inhassoro Inhassoro

872 Beira Beira

873 Zambeze mouth Foz do Zambeze

874 Nhague Nhague

875 6.4. Al deposits_V01 6.4. Al deposits_V01

876 Figure 6.27.: Position of the Alumen Al-deposit Figura 6.27.: Posição do Depósito de Al da A
area in relation to the Manica structure em relação à Estrutura de Manica

877 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

878 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

879 Al-ores area Área de minérios Al

880 Torcico Torcico

881 Espera Espera

882 Colio Colio

883 Arderic Arderic

884 Pico do Arroz Pico do Arroz

885 Pico d’Afuno Pico d'Afuno


886 Posto Alfandegari Posto alfandegário

887 Terro Terro

888 Mina Nova Mina Nova

889 Pico Rosu Pico Rosu

890 Rio Jarrim Rio Jarrim

891 Mel Mel

892 International Border Fronteira internacional

893 Rivers, Streams Rios, riachos

894 Al-mineral bodies (Bauxite) Corpos com minerais Al (Bauxito)

895 6.4. Al deposits_V01 6.4. Al deposits_V01

896 Figure 6.28.: Regional localisation of the nepheline Figura 6.28.: Localização regional das intrus
syenite intrusions sienito nefelínico

897 Mozambique Moçambique

898 MALAWI MALAWI

899 Lake Chirua Lago Chirua

900 Mauzo Mauzo


901 Tundo Suite (Jrsy) Suíte de Tundo (Jrsy)

902 Mt. Salambidua Monte Salambidua

903 Tete Suite Suíte de Tete

904 Milange Milange

905 Chiperone Chiperone

906 Cungune Cungune

907 Pandibune Pandibune

908 Derre Derre

909 Zambeze River Rio Zambeze

910 Lupata Through Fossa de Lupata

911 Chire-Urema Graben Graben de Chire-Urema

912 Serra Murrumbala Suite Suíte da Serra Morrumbala

913 6.4. Al deposits_V01 6.4. Al deposits_V01

914 Figure 6.29.: Geology of the Mt. Salambidua Figura 6.29.: Geologia da intrusão sienítica d
Syenite Intrusion Monte Salambidua

915 Karoo (PeT) Karoo (PeT)


916 Alluvial fans Cones aluviais

917 PeT PeT

918 Alluvial slobe debris Detritos aluviais

919 Basic Dykes Diques básicos

920 Serra de Salambidua Suite (CrSd) Suíte da Serra de Salambidua (CrSd)

921 Pegmatite-Syenite Pegmatito-Sienito

922 Tete Suite (P2T) Suíte de Tete (P2T)

923 6.4. Al deposits_V01 6.4. Al deposits_V01

924 Figure 6.30.: Geology of the Mt. Murrumbula Suite Figura 6.30.: Geologia da intrusão sienítica d
Syenite Intrusion Suíte do Monte Murrumbula

925 Slobe Breccia Brecha

926 Chire River Rio Chire

927 Basic Dykes Diques básicos

928 Granite Granito

929 Alluvium Aluvião

930 Alluvial Fans Cones aluviais


931 Colluvium Coluvião

932 Volcanic Breccia Brecha vulcânica

933 Syenite (CrMRs) Sienito (CrMRs)

934 Basic Dykes Diques básicos

935 6.5. Cu 6.5. Cu

936 Figure 6.31.: Regional distribution of the copper Figura 6.31.: Distribuição regional dos depós
deposits, occurrences and indications ocorrências e indicações de cobre

937 Atchiza-Fingoe Cu-bearing Zone Atchiza – Fíngoè - zona de influência de Cu

938 Tete-Suite Cu-bearing area Suíte de Tete - zona de influência de Cu

939 Rio Lureco Cu mineralisation Mineralização de Cu no Rio Lureco

940 Lusaka Cu-Ni indication Indícios de Cu-NI em Lusaca

941 Mazeze Cu mineralisation Mineralização de Cu em Mazeze

942 Rio Nicuburi Cu-Ni indication Indícios de Cu-Ni no Rio Nicuburi

943 Chiure Cu-Ni Occurrence Ocorrência de Cu-Ni em Chiúre

944 Pemba Pemba

945 Quelimane Quelimane


946 Mandonguara Cu-Au deposit Depósito de Cu-Au em Mundonguara

946-2 Buzi Cu Mineralisation Mineralização de Cu em Búzi

947 Beira Beira

948 6.5. Cu 6.5. Cu

949 Figure 6.32.: Scheme of the location of the copper Figura 6.32.: Esquema da localização das
mineralisations in Tete Suite (P2T) and bordering mineralizações de cobre na Suíte de Tete (P
rocks (Chíduè Formation / P1CH) das rochas limítrofes (Formação de Chíduè/

950 Quaternary Quaternário

951 Massambe Massambe

952 Rio Zambeze Rio Zambeze

953 Proterozoic Rocks (P₂) Rochas proterozóicas (P₂)

953-2 Chidue Chíduè

954 Chidue Formation (P1CH) Formação de Chíduè (P1CH)

955 Conua Conua

956 Panda-Uncua Panda-Uncua

957 Post-Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

958 (Karoo- Quaternary) (Quaternário-Karoo)


959 Zone of Radiometric Anomalies Zona de anomalias radiométricas

960 Boroma Boroma

961 Tete Suite (P2T) Suíte de Tete (P2T)

962 Moatize Moatize

963 Necungas Necungas

964 Post-Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

965 (Karoo- Quaternary) (Quaternário-Karoo)

966 Proterozoic Rocks Rochas proterozóicas

967 Tete Tete

968 6.5. Cu 6.5. Cu

969 Figure 6.33.: Schematic geological map of the Figura 6.33.: Carta geológica esquemática d
Chíduè copper occurrence (modified from Real, Ocorrência de Cobre de Chíduè (adaptado d
1966; Steiner, 1992; Lächelt, 2004) Real, 1966; Steiner, 1992; Lächelt, 2004)

970 Quaternary – Recent Cover Quaternário – Cobertura recente

971 Carbonatic Mica Schists Micaxistos carbonáticos

972 Cu-ores Minérios de Cu

973 Limestone Dolomite Calcário Dolomítico


974 Granulite Metaquartzites Metaquartzitos Granulíticos

975 Sericitic Schists Xistos sericíticos

976 Gabbro Amphibolite Anfibolito Gabróico

977 Limestone Dolomite Calcário Dolomítico

978 Skarn Escarnito

979 Diorite Monzonite Monzonito Diorítico

980 Diorite Monzonite Porphyry Pórfiro Diorito Monzonito

981 Gabbro Amphibolite Anfibolito Gabróico

982 6.6. Pb-Zn 6.6. Pb-Zn

983 Figure 6.34.: Schematic regional position oft he Figure 6.34.: Localização regional esquemá
Mazoe Pb-occurrences. das ocorrências de Pb em Mazoé.

984 Proterozoic Rocks Rochas proterozóicas

985 Cretaceous Cretácico

986 Deposits Cr Depósitos de Cr

987 Quaternary Deposits Depósitos quaternários

988 Chagara Chagara


989 Mazoe River Rio Mazoé

989-2 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

990 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

991 Cuchamano Cuchamano


Source - English Translations - Portuguese

1 Fig. 6.35 Fig. 6.35

2 Economic limit f Au-extraction Limite económico de extracção de Au

3 Price per ounce Au US $ Preço por onça de Au em USD

4 Estimated interval of possible price changes at the Intervalo estimado de possíveis alterações d
international gold markets and limit of economic preço nos mercados internacionais de ouro
exploration in Mozambique da exploração económica em Moçambique

5 g/t g/t

6 Au extraction indicated in publications Extracção de Au mencionada em publicaçõe

7 Au extraction reality Realidade da extracção de Au

8 Au extraction depending from ore type Extracção de Au dependendo do tipo de min

9 Fig. 6.36 Fig. 6.36

10 Niassa Gold Belt Cintura de Ouro de Niassa

11 R.Lugenda Lureco Rio Lugenda-Lureco

12 R.Lulimbo Chimulicamuli Rio Lulimbo-Chimulicamuli

13 Namuno Area Área de Namuno

14 Pemba Pemba
15 Mazeze Mazeze

16 North-eastern and Central Alto Ligonha Pegmatites Pegmatitos do nordeste e Centro de Alto Lig

17 Tete Suite Suíte de Tete

18 Casula Casula

19 Missale-Chifumbazi-Mulolera Missale-Chifumbazi-Mulolera

20 Songo-Manje-Bene-Chiputo Songo–Manje–Bene-Chiputo

21 Fingoe Zone Zona de Fíngoè

22 Mazomboe Mazomboé

23 Mazoe Occurrences Ocorrências em Mazoé

24 Massanga-Guro-Mungari Indications Indicações em Massanga-Guro-Mungari

25 Caniaculo F –Au Caniaculo (F - Au)

26 NE Gorongosa Indication Indícios a NE de Gorongosa

27 Manica Au-Belt Cintura de Au de Manica

28 Inchope-Gorongosa Zone Zona de Inchope-Gorongosa

29 Rotanda-Mavita – Sussundenga Au-area Área de Rotanda-Mavita-Sussundenga (Au)


30 Quelimane Quelimane

31 Beira Beira

32 Fig. 6.37 Fig. 6.37

33 Dolorite Dykes Diques doleríticos

34 Faults Falhas

35 Au Mineralisation Mineralização de Au

36 Fe-quartzite / BIF Fe-quartzito/BIF

37 Metasediments,schists,greywacke, conglomerates Metassedimentos, xistos, grauvaques,


conglomerados

38 Greenstones Rochas verdes

39 Granite-Gneiss Complex, granodiorite, tonalite Complexo de gnaisse granítico, granodiorito


tonalito

40 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

41 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

42 Au Placers Indications Indicações de {[i]}placers{/[i]} de Au

43 Occurrences / Deposits Ocorrências/Depósitos

44 Monarch Monarch
45 Mundonguara Mundonguara

46 Fig. 6.38 Fig. 6.38

47 Sedimentary cover Cobertura sedimentar

48 Great Dyke Grande dique

49 Granite-Gneiss Complex Complexo de gnaisse granítico

50 Greenstones Rochas verdes

51 Granitoids Granitóides

52 Middle Zambeze Graben Graben do Médio Zambeze

53 Tectonic active zones Zonas tectónicas activas

54 Au-mineralisations Mineralização de Au

55 Zimbabwe Craton Cratão do Zimbabué

56 Possible Zimbabwe Craton Extension Possível Extensão do Cratão do Zimbabué

57 East Africa Rift System Sistema de Rifte do Leste Africano

58 MOZ MOZ

59 ZB ZB
60 Country Border Zimbabwe (ZB) / Mozambique Fronteira do Zimbabué (ZB) / Moçambique (
(MOZ)

61 Craton Outcrop Afloramento de Cratão

62 Limpopo Limite Limite de Limpopo

63 MobileBelt Cintura móvel

64 Fig. 6.39 Fig. 6.39

65 Rio Zambeze Rio Zambeze

66 Proterozoic Rocks Rochas proterozóicas

67 Tete Suite Suíte de Tete

68 Post – Proterozoic Rocks Rochas pós-proterozóicas

69 (Karoo - Quaternary) (Quaternário-Karoo)

70 Moatize Moatize

71 Necungas Necungas

72 Au Placer {[i]}Placer{/[i]} de Au

73 Au Au

74 Cu Cu
75 Tete Tete

76 Boroma Boroma

77 Quaternary Quaternário

78 Chidue Chíduè

79 Fig.6.40 Fig.6.40

80 Matenga Matenga

81 Catoa Catoa

82 Cazula Cazula

83 Machinga Machinga

84 Au Au

85 Fig. 6.41 Fig. 6.41

86 Missale Missale

87 Mualadze Mualadze

88 Cacabanga Cacabanga

89 Mulolera Mulolera
90 Muende Muende

91 Chifunbazi Chifunbazi

92 Au Au

93 Cu Cu

94 Fig. 6.42 Fig. 6.42

95 Txitonga Group (P3TX) Greenstones Grupo de Txitonga (P3TX) Rochas verdes (x


(greenschists,metagabbro) and Fe-quartzites verdes, metagabro e quartzitos com Fe)

96 Au primary & secondary confirmed Au primário e secundário confirmados

97 Au exploration Exploração de Au

98 Au eluvial & alluvial confirmed Au eluvial e aluvial confirmado

99 Maniamba Karoo Graben Graben Karoo de Maniamba

100 Au not mapped Au não mapeado

101 Zone with possible Au mineralisation Zona com possível mineralização de Au


Source - English Translations - Portuguese

1 Fig. 6.43 Fig. 6.43

2 Nb –Ta (RM) and Rare Earth (REE) bearing rocks Intrusões e rochas portadoras de terras rara
and Intrusions in Mozambique (ETR) e Nb –Ta (MR) em Moçambique

3 Postprecambrian sedimentary and volcano- Rochas sedimentares Pré-câmbricas e roch


sedimentary rocks vulcano sedimentares

4 Precambrian Basement Soco Pré-câmbrico

5 Pemba Pemba

6 Mt.Chissondo RM-bearing Nepheline Syenite Gerador de metais raros, sienito nefelínico n


Monte Chissondo

7 Lunho Sub-Basin Germanium-bearing coal ash Cinzas de carvão portadoras de germânio n


bacia de Lunho

8 Mt.Naumale Rm- and REE- Alkaline Complex Complexo Alcalino de MR e ETR no Monte
Naumale

9 Rio Lucuisse RM- and REE-bearing Alkaline Complexo Alcalino gerador de MR e ETR no
Complex Lucuisse

10 Lugenda Southeas Pegmatite RM-bearing Gerador de metais raros, pegmatito no Sude


Lugenda

11 Marinrongoe Pegmatite Zone / Field Zona/jazida de pegmatito de Marinrongoė

12 Cone Negose Cone Negose

13 Mt.Slambidua Monte Slambidua

14 Mt.Muande Monte Muande


15 Mt.Fema Monte Fema

16 Mt.Muambe Monte Muambe

17 Tundo Suite (Chirua Alkaline Province) Suíte de Tundo (província alcalina de Chirua

18 Alto Ligonha RM- and REE- bearing Pegmatites MR e ETR portadores de pegmatitos em Alt
Ligonha

19 Moma – Pebane Coastal zone placers Moma - {[i]}Placers{/[i]} da zona costeira de


Pebane

20 Quelimane Quelimane

21 Coastal placers with REE {[i]}Placers{/[i]} costeiros com ETR

22 Beira Beira

23 Mt.Xiluvo RM and REE MR e ETR do Monte Xiluvo

24 Inchope – Doeroi Zone Sn-Ta- mineral bearing Zona de Inchope-Doeroi de minerais Sn-ta c
pegmatites pegmatitos

25 Fig. 6.44 Fig. 6.44

26 Boa Esperanca Boa Esperança

27 Camua Camua

28 Guilherma Guilherma

29 Muetia Muetia
30 Tarupe Tarupe

31 Marige Marige

32 Muhane Muhane

33 Naquissupa Naquissupa

34 Nuaparra Nuaparra

35 Pitela Pitela

36 Macatoia Macatoia

37 Muiane Muiane

38 Nahia Nahia

39 Mirrucue Mirrucue

40 Mtomati Mtomati

41 Murropoce Murropoce

42 Namacetche Namacetche

43 Mutala Mutala

44 Namarella Namarella
45 Ingela Ingela

46 Merrapane Merrapane

47 Nahora Nahora

48 Familacao Familacao

49 Nampoca Nampoca

50 Namivo Namivo

51 Mecossa Mecossa

52 Morrua Morrua

53 Namarripe Namarripe

54 Melela Melela

55 Marropino Marropino

56 Mugema Mugema

57 Bere Bere

58 Namivo Namivo

59 Maria Maria
60 Munhamade Munhamade

61 Nigule Nigule

62 Mugeba Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Mugeba

63 Ginamo Ilodo Ginamo Ilodo

64 Namogoa Namogoa

65 Lucingo Lucingo

66 Muhida Muhida

67 Munhamade Munhamade

68 Fig. 6.45 Fig. 6.45

69 Lurio River Rio Lúrio

70 Beryl Amazonite Pegmatite Pegmatito de amazonite e berilos

71 Nampula Nampula

72 Nampula - Nacorõa Pegmatites Pegmatitos de Nampula - Nacorõa

73 RE – Ta,Nb Pegmatite Pegmatitos de TR – Ta,Nb

74 Alto Ligonha Pegmatite Province Província Pegmatítica do Alto Ligonha


75 Quelimane Quelimane

76 Indian Ocean Oceano Índico

77 Au in Alto Ligonha Pegmatite and outside of these Au no pegmatito do Alto Ligonha e fora dest
pegmatites pegmatitos

78 Fig. 6.46 Fig. 6.46

79 Murrupula Suite, Namama Shear Zone and Alto Suíte de Murrupula, Zona de Cisalhamento
Ligonha Pegmatite Province Namama e Província Pegmatítica do Alto Lig

80 Alto Ligonha Pegmatite Province Província Pegmatítica do Alto Ligonha

81 Nampula Nampula

82 Monapo Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Monapo

83 Namama Shear Zone Zona de cisalhamento de Namama

84 Mugeba Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Mugeba

85 Fig. 6.47 Fig. 6.47

86 Pegmatite Areas South of Lurio Thrust Belt Áreas pegmatíticas a sul do Zona de Carrea
do Lúrio

87 Lurio River Rio Lúrio

88 Beryl Amazonite Pegmatite Pegmatito de amazonite e berilos

89 Nampula Nampula
90 Nampula Pegmatites Pegmatitos de Nampula

91 RE – Ta,Nb Pegmatite Pegmatitos de TR – Ta,Nb

92 Alto Ligonha Pegmatites Province Província Pegmatítica do Alto Ligonha

93 Quelimane Quelimane

94 Indian Ocean Oceano Índico

95 Fig. 6.48 Fig. 6.48

96 Tanzania Tanzânia

97 Maniamba Graben {[i]}Graben{/[i]} de Maniamba

98 Xixano Complex Complexo de Xixano

99 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

100 Lalamo Complex Complexo de Lalamo

101 Muaquia Complex Complexo de Muaquia

102 P₁-P₃ Units Unidades P₁-P₃

103 Lake Niassa Lago Niassa

104 M’Sawize Complex Complexo de M'Sawize


105 P₂-P₃ Basement Soco P₂-P₃

106 India Ocean Oceano Índico

107 Lurio Thrust Belt Zona de Carreamento do Lúrio

108 Monapo Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Monapo

109 Mugeba Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Mugeba

110 Plantacao Santos Klippe {[i]}Klippe{/[i]} da Plantação Santos

111 Malawi Malawi

112 Fig. 6.49 Fig. 6.49

113 Relation between Molocue Group / Mamala Gneiss Relação entre o Grupo Molócuè/unidade de
Unit and the Alto Ligonha Pegmatite Province and gnaisse de Mamala e a Província Pegmatític
the position of the Namama Shear Zone (Thrust Alto Ligonha e a posição da zona de cisalha
Belt) de Namama (Zona de Carreamento)
114 RE+Ta,Nb-Pegmatites Pegmatitos de TR – Ta,Nb

115 Namama Shear Zone Zona de cisalhamento de Namama

116 Molocue Group (P2NMa) Grupo de Molócuè (P2NMa)

117 Namala Gneiss (P2NMlcl) Gnaisse de Mamala (P2NMlcl)

118 Monapo Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Monapo

119 Nampula Nampula


120 Mugeba Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Mugeba

121 Indian Ocean Oceano Índico

122 Fig. 6.50 Fig. 6.50

123 Murrupula Murrupula

124 Errego Errego

125 Mugeba Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Mugeba

126 Plantacao Santos Klippe {[i]}Klippe{/[i]} da Plantação Santos

127 RE dominant pegmatites Pegmatitos dominantes de TR

128 Zones of RE dominant pegmatites Zonas de pegmatitos dominantes de TR

129 Ta,Nb dominant pegmatites Pegmatitos dominantes de Ta, Nb

130 Zone of Ta- Nb dominant pegmatites Zona de pegmatitos dominantes Ta-Nb

131 Namama Shear Zone Zona de cisalhamento de Namama

132 Fig. 6.51 Fig. 6.51

133 Contact Zone Zona de contacto

134 Book Mica Zone Zona de mica em livro


135 Homogeneous Zone Zona homogénea

136 Zone of Big Feldspars / Massive Feldspar Zone Zona de grandes feldspatos/Zona maciça de
feldspato

137 Lithium Mineral / Sodalithic Zone Minerais de Lítio/Zona sodalítica

138 Quartz-mica Zone Zona de quartzo-mica

139 Quartz Core Núcleo de quartzo

140 Host Rock Rocha hospedeira

141 Marginal Zone Zona marginal

142 Transition Zone Zona de transição

143 Fig. 6.52 Fig. 6.52

144 Faults Falhas

145 Rock orientation Orientação da rocha

146 Quartz Core Núcleo de quartzo

147 Pegmatites Pegmatitos

148 Quartz block Bloco de quartzo

149 Quartz-chlorite Rock Rocha quartzo-clorítica


150 Gneiss Micaschists Amphibolite Gnaisses Micaxistos Anfibolitos

151 Fig. 6.53 Fig. 6.53

152 Morrua Mine Mina de Morrua

153 Pegmatite Pegmatito

154 Rock Orientation Orientação da rocha

155 Gneisses Micaschists Amphibolites Gnaisses Micaxistos Anfibolitos

156 Fig. 6.54 Fig. 6.54

157 Rock orientation Orientação da rocha

158 Quartz Core Núcleo de quartzo

159 Pegmatite Pegmatito

160 Gneisses Micaschists Amphibolites Gnaisses Micaxistos Anfibolitos

161 Fig. 6.55A Fig. 6.55A

162 Marirongoè Marirongoè

163 FÍNGOÈ FÍNGOÈ

164 Legenda Legenda


165 Pegmatitos de Marirongoè Pegmatitos de Marirongoè

166 GONDWANA Gondwana

167 Fig. 6.55 Fig. 6.55

168 W O

169 E E

170 S S

171 Quartz Quartzo

172 Kaoline Caulino

173 Pegmatite kaolinised Pegmatito caulinizado

174 Mining waste Resíduos da mineração

175 Pegmatite (compact) Pegmatito (compacto)

176 Gneiss (altered kaolinised) Gnaisse (alterado, caulinizado)

177 Open pit Mina a céu aberto

178 Quartz Quartzo

179 Feldspar Feldspato


180 Kaolin Caulino

181 Pegmatite (Kompact) Pegmatito (compacto)


Source - English Translations - Portuguese

1 Fig. 6.56 Fig. 6.56

2 Rio Levele Rio Levele

3 Montepuez Montepuez

4 Pemba Pemba

5 Lichinga Lichinga

6 Mecuburi Mecuburi

7 Monapo Kllipe Klippe de Monapo

8 Meconta Meconta

9 Lurio Thrust Belt Zona de Carreamento do Lúrio

10 Ribaue Ribaue

11 Chidue Chíduè

12 Mavudzi Mavudzi

13 Tete Tete

14 Catandica Catandica
15 Quelimane – Quing Quelimane-Quing

16 HM – Coastal Zone MP – Zona costeira

17 Quelimane Quelimane

18 Chimoio Chimoio

19 Beira Beira

20 Zambeze Delta – Limpopo Delta do Zambeze-Limpopo

21 Mouth HM – Coastal Zone MP da foz – Zona costeira

22 Fig. 6.57 Fig. 6.57

23 Lago District Distrito do Lago

24 Lichinga Lichinga

25 Pemba Pemba

26 Ancuabe area Área de Ancuabe

27 Nhore Nhore

28 Mulatala Mulatala

29 Tsangano Tsangano
30 Fingoe Zone Zona de Fíngoè

31 Chicoa Chicoa

32 Atchiza Suite Suíte de Atchiza

33 Tete Tete

34 Mulevala Mulevala

35 Quelimane Quelimane

36 Serra Mangota Serra Mangota

37 Chimoio Chimoio

38 Mavita Mavita

39 Beira Beira

40 Fig. 6.58 Fig. 6.58

41 a.s.l.m SSW a.s.l.m. SSO

42 Mavonde Complex (A3V) Granitoids Granitóides do Complexo de Mavonde (A3V

43 Macequece Formation (A3MM) Formação de Macequece (A3MM)

44 NNE NNE
45 Mavonde Complex (A3V) Granitoids Granitóides do Complexo de Mavonde (A3V

46 Metaconglomerate Metaconglomerado

47 Greenstones Rochas verdes

48 Greenstones Rochas verdes

49 Metaconglomerate Metaconglomerado

50 Phyllite Grauwacke Filito e grauvaque

51 Felsite Felsito

52 Phyllite Graywacke Filito e grauvaque

53 Banded Quartzite Quartzito bandado

54 Asbestos-bearing serpentinites Serpentinitos portadores de asbesto

55 Fig. 6.59 and 60 Fig. 6.59 e 60

56 Movene Formation (JrM) Fomação de Movene (JrM)

57 Meso-Cenozoic Basin Deposits Depósitos basinais meso-cenozóicos

58 Umbeluzi Formation (JrU) Formação de Umbelúzi (JrU)

59 Bentonite perspective area Área de prospecção de bentonite


60 Maputo Maputo

61 Boane Boane

62 Pequeos Libombos Rhyolites (Jrq) Riólitos dos Pequenos Libombos (Jrq)

63 Highway EN2 Auto-estrada EN2

64 Namaacha Namaacha

65 Boane Boane

66 Plant Central

67 Bentonite Bentonite

68 Quaternary Quaternário

69 Bentonite Bentonite

70 Quaternary Quaternário

71 Boane Deposit Depósito de Boane

72 Area of deposit section Cooperativa II Área de secções do depósito Cooperativa II

73 1.Phase Rhyolite and Tuff 1ª Fase - Tufo riolítico

74 2.Phase Rhyolite 2ª Fase - Riólito


75 2.Phase Rhyolite 2ª Fase - Riólito

76 2.Phase Rhyolite-breccia 2ª Fase - Brecha riolítica

77 2.Phase Basalt 2ª Fase - Basalto

78 2.Phase Basalt 2ª Fase - Basalto

79 3.Phase intrusive Rhyolite 3ª Fase - Riólito intrusivo

80 3.Phase intrusive Rhyolite 3ª Fase - Riólito intrusivo

81 Pag. 6.61 Fig. 6.61

82 W O

83 E E

84 m m

85 Alluvium Aluvião

86 Bentonite Bentonite

87 Volcanic glass / Obsidian Vidro vulcânico/obsidiana

88 1.Phase Rhyolite 1ª Fase - Riólito

89 1.Phase Rhyolite tuff 1ª Fase - Tufo riolítico


90 1.Phase Rhyolite breccia 1ª Fase - Brecha riolítica

91 2.Phase Rhyolite 2ª Fase - Riólito

92 Fig. 6.62 Fig. 6.62

93 W O

94 E E

95 m m

96 Alluvium Aluvião

97 Mine waste Resíduos da mineração

98 Alluvium Aluvião

99 Fig. 6.63 Fig. 6.63

100 Pemba Pemba

101 Balama . Balama

101-2 Montepuez – Mueda Montepuez-Mueda

102 Lichinga Lichinga

103 Nipepe – Montepuez area Área de Nipepe-Montepuez


104 Nampula Nampula

105 Nampula-Nacoroa pegmatites Pegmatitos de Nampula-Nacorôa

106 Alto ligonha Pegmatites Pegmatitos do Alto Ligonha

107 Quelimane Quelimane

108 Zumbo possible Beryl-bearing rocks Possíveis rochas portadoras de berilo de Zu

109 Marinrongoe Pegmatite Field Jazida pegmatítica de Marinrongoè

110 Tete Tete

111 Changara beryl-bearing pegmatites Pegmatitos portadores de berilo de Changar

112 Chimoio Chimoio

113 Beira Beira

114 Industrial beryl-bearing Alto Ligonha Pegmatites Pegmatitos portadores de berilo industrial do
Ligonha

115 Murrupula Murrupula

116 Naquissupe Naquissupe

117 Naipa Naipa

118 Muiane Muiane


119 Maridge Maridge

120 Muhano Muhano

121 Murropoce Murropoce

122 Namacotcha Namacotcha

123 Namarela Namarela

124 Macossa Macossa

125 Namivo Namivo

126 Nahora Nahora

127 Ingela Ingela

128 Nahia Nahia

129 Morrua Morrua

130 Ginema Ginema

131 Errego Errego

132 Fig. 6.64 Fig. 6.64

133 Corundum occurrences Ocorrências de corindo


134 Lugenda River mouth area Zona da foz do rio Lugenda

135 Sw-Mueda SO de Mueda

136 Namahaca Namahaca

137 Rio Muthicana Rio Muthicana

138 Pemba Pemba

139 Nampula Nampula

140 Lichinga Lichinga

141 Malawian border zone Zona de fronteira com o Malawi

142 Zobue Zóbuè

143 Canchoeira Canchoeira

144 Tete Tete

145 Mt. Pandibue – Congune area Área do Monte Pandibuè-Congune

146 Chimessolo Chimessolo

147 Quelimane Quelimane

148 Chimoio Chimoio


149 Rovue – Mavundzi Róvuè-Mavundzi

150 Beira Beira

151 Fig. 6.65 Fig. 6.65

152 Nova Mambone Nova Mambone

153 Save River Rio Save

154 Pande Pande

155 Inhambane – Pande Area Área de Inhambane-Pande

156 Limpopo River Rio Limpopo

157 Inhambane Inhambane

158 Inharrime – Mandlakaze Area Área de Inharrime-Mandlakaze

159 Magude – Chokwe Area Área de Magude-Chókwè

160 Macia – Chokwe Area Área de Macia-Chókwè

161 Xai-Xai Xai-Xai

162 Marracuene – Manhica Area Área de Marracuene-Manhiça

163 Maputo Maputo


164 Boane Area Área de Boane

165 Maputo River Rio Maputo

166 Fig. 6.66 Fig. 6.66

167 Pemba Pemba

168 Metuge feldspar sands in Macomia Formation Areias com feldspato na Formação de Maco
(CrMo) (CrMo) em Metuge

169 Tulua Tulua

170 Nacala feldspar-kaolinite sands Areias com caulinite feldspática em Nacala

171 Namula Namula

172 Nampula-Nocoroa Pegmatites Pegmatitos de Nampula-Nacorôa

173 Alto Ligonha Pegmatites Pegmatitos do Alto Ligonha

174 Boa Esperanca Boa Esperança

175 Murrupula Murrupula

176 Naipa Naipa

177 Nuaparra Nuaparra

178 Munhamola Munhamola


179 Namacotche Namacotche

180 Errego Errego

181 Fig. 6.67 Fig. 6.67

182 m m

183 Deluvium/eluvium Waste Resíduos de diluvião/eluvião

184 Pegmatite of big crystals Pegmatitos de grandes cristais

185 Pegmatite of granitic zone Pegmatito de zona granítica

186 Gneiss, Gnaisse,

187 Biotite and amphibole Biotite e anfíbolo

188 Schist Xisto

189 Granitic gneiss, Gnaisse granítico,

190 leucocratic whith micas, leucocrático com mica,

191 fein grained com textura granular fina

192 Gneiss migmatized, Gnaisse migmatizado,

193 biotite and amphibole xisto biotítico e


194 schist anfíbolo

195 Pegmatite of small Pegmatito de pequenos

196 crystals cristais

197 Fig. 6.68 Fig. 6.68

198 MALAWI MALAWI

199 Cone Negose Cone Negose

200 Djanguire Djanguire

201 Mt.Dombe Monte Dombe

202 Tete Tete

203 Mt.Muambe Monte Muambe

204 Lake Niassa shore Costa do Lago Niassa

205 Mt.Palamuli Monte Palamuli

206 Tundo Suite (Jrsy) Suíte de Tundo (Jrsy)

207 Lupata Lavas Mt.Palamuli Fm (CrLl) Lavas de Lupata, Formação do Monte Palam
(CrLl)

208 Changara area / Djanguire – Mt.Domba Zone Área de Changara/Zona de Djanguire-Monte


Dombe
209 Macossa – Maringue – Djalira – Canxixe Zone Zona de Macossa-Maringoè-Djalira-Canxixe

210 Geramo Geramo

211 Djalira Djalira

212 Chimoio Chimoio

213 Mt.Xiluvo Monte Xiluvo

214 Beira Beira

215 Fig. 6.69 Fig. 6.69

216 Mesozoic sediments Sedimentos mesozóicos

217 Nhamasuta River Rio Nhamasuta

218 Luia River Rio Luia

219 Gneiss – migmatite rocks Rochasgnaisso-migmatíticas

220 Rushinga Group (P1R) Grupo de Rushinga (P1R)

221 Km km

222 Fig. 6.70 Fig. 6.70

223 Lake Niassa Lago Niassa


224 Tanzania Tanzânia

225 Indian Ocean Oceano Índico

226 Malawi Malawi

227 Rovuma Basin Bacia do Rovuma

228 Lalamo Complex (P3LM) Complexo de Lalamo (P3LM)

229 Xixano Complex (P3X) Complexo de Xixano (P3X)

230 Lusaka Lusaka

231 Muaquia Complex Complexo de Muaquia

232 M’Sawize Complex Complexo de M'Sawize

233 Morrola Morrola

234 Maniamba Graben {[i]}Graben{/[i]} de Maniamba

235 P₁-P₂ Units Unidades P₁-P₂

236 Balama – Montepuez – Namuno – Morrola Area Área de Balama-Montepuez-Namuno-Morro

237 Ancuabe Area Área de Ancuabe

238 Mecufi Area Área de Mecufi


239 P₂-P₃ Basement Soco P₂-P₃

240 Namapa Namapa

241 Ocua Complex (P3OC) Complexo de Ocua (P3OC)

242 Lurio Thrust Belt grahnite-bearing área Área com granito da Zona de Carreamento d
Lúrio

243 Monapo Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Monapo

244 Mugeba Klippe {[i]}Klippe{/[i]} de Mugeba

245 Plantacao Santos Klippe {[i]}Klippe{/[i]} da Plantação Santos

246 Fig. 6.71 Fig. 6.71

247 Colomue Colomue

248 Domue Domue

249 Cadzomba Cadzomba

250 Ulongoe Ulóngoè

251 Metengobalame Metengobalame

252 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

253 MALAWI MALAWI


254 Ulongoe Velha Ulóngoé Velha

255 Nhanhar Nhanhar

256 Graphite Deposits Depósitos de grafite

257 Maue Maue

258 Chizizo Chizizo

259 Satemua Satemua

260 Ulongoe Ulóngoè

261 Metengo-Balame Metengo-Balame

262 Metengobalame Metengobalame

263 Ulongoe Suite (P3UL) Suíte de Ulóngoè (P3UL)

264 Dedza Monzonite / syenite Monzonito/sienito de Dedza

265 Metangobalame Anrthosite Anortosito de Metangobalame

266 Angonia Group (P2AG) Grupo de Angónia (P2AG)

267 Angonia Group granulites Granulitos do Grupo de Angónia

268 Banded quartz-feldspatic gneiss Gnaisse quartzo-feldspático bandado


269 Fig. 6.72 Fig. 6.72

270 Pemba Pemba

271 Lichinga Lichinga

272 Nampula Nampula

273 Namecuna Namecuna

274 Catche-Muarra Catche-Muarra

275 Boa Esperanca Boa Esperança

276 Murrupula Murrupula

277 Macotaia Macotaia

278 Naipa Naipa

279 Naquissupa Naquissupa

280 Nuaparra Nuaparra

281 Munhamola Munhamola

282 Namacotcha Namacotcha

283 Murropoce Murropoce


284 Muiane Muiane

285 Nahia Nahia

286 Nahora Nahora

287 Merrapasie Merrapasie

288 Errego Errego

289 Maria Maria

290 Munhida Munhida

291 No shown pegmatites: Sem pegmatitos visíveis:

292 Enluma Enluma

293 Intoka Intoka

294 Namacala Namacala

295 Nanro Nanro

296 Mocachaia Mocachaia

297 Muagutaia Muagutaia

298 Muchoini Muchoini


299 Uante Uante

300 Fig. 6.73 Fig. 6.73

301 Cover deposits Depósitos de cobertura

302 Rhyolite Riólito

303 Rhyolite tuff Tufo riolítico

304 Dolerite Dolerito

305 Volcanic glass Vidro vulcânico

306 (black,greenish,brown) (preto, esverdeado, castanho)

307 Cover deposits Depósitos de cobertura

308 Amygdaloidal basic rock Rocha básica amigdalóide

309 Dolorite-basalt tuff Tufo de dolerito-basáltico

310 Rhyolite tuff Tufo riolítico

311 Rhyolite Riólito

312 Haematitic quartzite Quartzito hematítico

313 Rhyolite tuff Riólito e tufo


314 Rhyolite Riólito

315 Amygdaloidal basic rock Rocha básica amigdalóide

316 Dolerite Dolerito

317 Microconglomerate Microconglomerado

318 Haematitic quartzite Quartzito hematítico

319 Rhyodacite tuff Tufo riodacítico

320 Amygdaloidal basic rock Rocha básica amigdalóide

321 Volcanic glass Vidro vulcânico

322 Dolerite Dolerito

323 Fig. 6.74 Fig. 6.74

324 TANZANIA TANZÂNIA

325 ZAMBIA ZÂMBIA

326 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

327 MALAWI MALAWI

328 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE


329 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

330 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

331 INDIAN OCEAN OCEANO ÍNDICO

332 Meluluca Meluluca

333 R.Levele Rio Levele

334 Rio Maule Rio Maule

335 Metoro Metoro

336 Cambir Cambir

337 Balama Balama

338 Rio Napuquia Rio Napuquia

339 Lichinga Lichinga

340 Pemba Pemba

341 Munhamola, Nhaia, Moneia Pegmatites Pegmatitos de Munhamola, Nhaia, Moneia

342 Tete Tete

343 Quelimane Quelimane


344 Chimoio Chimoio

345 Beira Beira

346 Inhambane Inhambane

347 Xai-Xai Xai-Xai

348 Maputo Maputo

349 Pag. 6.75 Pag. 6.75

350 N’goo area Área de N’Goo

351 Lalamo Complex (P3LM) Complexo de Lalamo (P3LM)

352 Mt.Nicuculo Monte Nicuculo

353 Namaruha Namaruha

354 Lichinga Lichinga

355 Nampula Nampula

356 Malatala Malatala

357 Tete Tete

358 Quelimane Quelimane


359 Serra Mongota Serra Mangota

360 Chimoio Chimoio

361 Beira Beira

362 Mavita Region Região de Mavita

363 Fig. 6.76 Fig. 6.76

364 Zr-bearing pegmatites Pegmatitos portadores de Zr

365 Marropino Marropino

366 Namirrapo Namirrapo

367 Muhano-Majamala Muhano-Majamala

368 Boa Esperanca-Ribaue Boa Esperança-Ribáuè

369 Morma Morma

370 Munhamola Munhamola

371 Muiane Muiane

372 TANZANIA TANZÂNIA

373 MALAWI MALAWI


374 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

375 ZIMBABUE ZIMBABUÉ

376 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

377 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

378 ZAMBIA ZÂMBIA

379 Indian Ocean Oceano Índico

380 Lichinga Lichinga

381 Pemba Pemba

382 Nampula Nampula

383 Alto Ligonga Pegmatites Pegmatitos do Alto Ligonha

384 Tete Tete

385 Quinga Quinga

386 Congolone Congolone

387 Angoche – Sangage (sangaje) Angoche-Sangage (Sangaje)

388 Milai Milai


389 Pebane Pebane

390 Indugo Indugo

391 Gorai Gorai

392 Zalala – Macuse – Raraga Zalala-Macuse-Raraga

393 Quelimane Quelimane

394 Chimoio Chimoio

395 Beira Beira

396 Inhambane Inhambane

397 Xai-Xai Xai-Xai

398 Maputo Maputo

399 Coastal zone Zona costeira

400 Zr-bearing Portador de Zr

401 HM - sands Areias de MP

402 Fig. 6.77 Fig. 6.77

403 TANZANIA TANZÂNIA


404 MALAWI MALAWI

405 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

406 ZIMBABUE ZIMBABUÉ

407 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

408 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

409 ZAMBIA ZÂMBIA

410 Lichinga Lichinga

411 Mikindani (TeK) & Quissanga (TeQs) Fms.in Formações de Mikindani (TeK) e Quissanga
Rovuma Basin (TeQs) na Bacia do Rovuma

412 Mifume Fm. Formação de Mifume

412-2 (CrMf) N & S of Pemba (CrMf) N e S de Pemba

413 Pemba Pemba

414 Nampula Nampula

415 Tete Tete

416 Quelimane Quelimane

417 Chimoio Chimoio


418 Beira Beira

419 Divinhe Area Área de Divinhe

420 Temane – Maropanha area Área de Temane-Maropanha

421 Vendas Vendas

422 Xai-Xai Xai-Xai

423 Maputo Maputo

424 Porte Henrique Porto Henrique

425 Fig. 6.78 Fig. 6.78

426 TANZANIA TANZÂNIA

427 MALAWI MALAWI

428 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

429 ZIMBABUE ZIMBABUÉ

430 Indian Ocean Oceano Índico

431 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

432 ZAMBIA ZÂMBIA


433 Quissanga Quissanga

434 N’Guri N’Guri

435 Ancu Ancu

436 Pemba Pemba

437 Lichinga Lichinga

438 Angonia area Área de Angónia

439 Alto Molocue Alto Molócuè

440 Boa Esperanca Boa Esperança

441 Nacala Nacala

442 Nacala Plantation Plantação de Nacala

443 Muapelume Muapelume

444 Gurue Gúruè

445 Alto Ligonha Pegmatites Pegmatitos do Alto Ligonha

446 Muiane Muiane

447 Boila Boila


448 Marropino Marropino

449 Chire Chire

450 Tete / Zambeze R. Tete/Rio Zambeze

451 Mavonde Complexo de

452 Alumen Alumen

453 Vumba mountains Montanhas Vumba

454 Caia / Zambeze R. Caia/Rio Zambeze

455 Namacurra Namacurra

456 Quelimane Quelimane

457 Zambezia coastal zone Zona costeira da Zambézia

458 Dondo Dondo

459 Inhamizua Inhamizua

460 Beira Beira

461 Nova Mambone Nova Mambone

462 Buzi River Rio Búzi


463 Kaolin Caulino

464 Clays Argilas

465 Inhambane Inhambane

466 Chokwe Chókwè

467 Limpopo River Rio Limpopo

468 Ravene/Mubaba Ravene/Mubaba

469 Inharrime Inharrime

470 Xai-Xai Xai-Xai

471 Macia / Palmeira Macia/Palmeira

472 Maputo Maputo

473 Salamanga Salamanga

474 Matetuine / Bela Vista Matetuine/Bela Vista

475 Xinanevane Xinanevane

476 Sabie Sabie

477 Incomati River Rio Incomati


478 Namaacha Namaacha

479 Umbeluzi Umbeluzi

480 Catuane Catuane

481 Fig. 6.79 Fig. 6.79

482 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

483 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

484 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

485 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

486 Indian Ocean Oceano Índico

487 Tete Tete

488 Quelimane Quelimane

489 Chimoio Chimoio

490 Beira Beira

491 Inhambane Inhambane

492 Xai-Xai Xai-Xai


493 Maputo Maputo

494 Chire Area Limestones Calcários da zona de Chire

495 Chire and Nhmmuanza Deposits Depósitos de Chire e Nhmmuanza

496 NIS Buzina – Canxixe – Muringue Area NIS Área de Buzina-Canxixe-Muringue

497 Possible locally industrial limestones of Possibilidade de calcários industriais locais


Cheringoma Formation (TeC) Formação de Cheringoma (TeC)

498 Possible locally industrial limestones of the Possibilidade de calcários industriais locais
Urrongas Limestone Member (TeJu) of the Jofane Membro de Calcário de Urrongas (TeJu) da
Formation (TeJ) Formação de Jofane (TeJ)

499 Fig. 6.80 Fig. 6.80

500 Lake Chirua Chilwa Lago Chirua-Chilwa

501 Mt. Mauzo Monte Máuzo

502 MALAWI MALAWI

503 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

504 Milange Milange

505 Chiromo Chiromo

506 Murrumbala Murrumbala

507 Chire Chire


508 Urema Graben Graben de Urema

509 Zambeze River Rio Zambeze

510 Serra de Chiperone Serra de Chiperone

511 Mt.Chiperone Monte Chiperone

512 Mt.Pandibue Monte Pandibue

513 Mt.Derre Monte Derre

514 Mt.Cungune Monte Cungune

515 Fig. 6.81 Fig. 6.81

516 TANZANIA TANZÂNIA

517 ZAMBIA ZÂMBIA

518 ZIMBABWE ZIMBABUÉ

519 MALAWI MALAWI

520 SOUTHA AFRICA ÁFRICA DO SUL

521 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

522 India Ocean Oceano Índico


523 Chissindo Chissindo

524 Lucuisse Lucuisse

525 Lugenda? Lugenda?

526 Muaquia Muaquia

527 Lugensa SE Lugenda SE

528 Meponda Meponda

529 Pemba Pemba

530 Evate Evate

531 Mt. Muambe Monte Muambe

532 Cone Negose Cone Negose

533 Mt.Fema / Mt Muande Monte Fema/Monte Muande

534 Alto Ligonha Pegmatites Pegmatitos do Alto Ligonha

535 Grudja Fm (CrG) Fm. de Grudja (CrG)

536 Quelimane Quelimane

537 Chimoio Chimoio


538 Mt.Xiluvo Monte Xiluvo

539 Beira Beira

540 Cheringoma Fm (TeC) Fm. de Cheringoma (TeC)

541 Jofane Fm (TeJ) Fm. de Jofane (TeJ)

542 Inhambane Inhambane

543 Xai-Xai Xai-Xai

544 Maputo Maputo

545 P- mineralization bearing deposits Depósitos portadores de mineralização de P

546 Alkaline intrusions Intrusões alcalinas

547 Pegmatites Pegmatitos

548 Cretaceous sediments Grudia Fm (CrG) Sedimentos cretácicos da Formação de Gru


(CrG)

549 Tertiary sediments Cheringoma Fm(TeC) Jofane Sedimentos terciários da Formação de


Fm (TeJ) Cheringoma (TeC) e da Formação de Jofan

550 Fig. 6.82 Fig. 6.82

551 Cheringoma Area Área de Cheringoma

552 Beira Beira


553 India Ocean Oceano Índico

554 Buzi Area Área de Búzi

555 Favourable limestions for the formation of caves Calcários favoráveis à formação de grutas

556 Vilankulo Area Área de Vilankulo


Source - English Translations - Portuguese

1 Fig. 6.83 Fig. 6.83

2 MOZAMBIQUE MOÇAMBIQUE

3 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

4 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

5 Mt. Mesa Monte Mesa

6 Mt. Buzimuana Monte Buzimuana

7 Mt. Magatacata Monte Magatacata

8 Mt. Tchonde Monte Tchonde

9 Mt. Lissiete Monte Lissiete

10 Mt. Lingasse Monte Lingasse

11 Sheet 1138/39 marble points Sheet 1138/39 - pontos de mármore

12 Ponta Messuli Cpl.(P1P) Complexo de Ponta Messuli (P1P)

13 Malula Malula

14 Mavago Mavago
15 R. Levele R. Levele

16 Montepuez Cpl. Complexo de Montepuez

16-2 (P3MP) (P3MP)

17 Lalamo Cpl. Complexo de Lalamo

17-2 (P3LM) (P3LM)

18 R. Montepuez Rio Montepuez

19 Mazeze Mazeze

20 Chiure Velho Chiure Velho

21 Xixano Complex (P3X) Complexo de Xixano (P3X)

22 Namuno Namuno

23 Netia Netia

24 Namialo Namialo

25 Monapo Complex (P3MN) Complexo de Monapo (P3MN)

26 Serra Lipembecue Serra Lipembecue

27 Tete Suite (P2T) Suíte de Tete (P2T)


28 Castanho Granites (P2CT) Granito Castanho (P2CT)

29 Chipera Chipera

30 Rushinga Grp. Grupo de Rushinga

31 Guro Guro

32 Chire Chire

33 Morrumbala area Área de Morrumbala

34 Serra Morrumbala Serra Morrumbala

35 Quelimane Quelimane

36 Nova Vanduzi Nova Vanduzi

37 Manica Archaean marble Mármore Arcaico de Manica

38 Chimoio Chimoio

39 Beira Beira

40 Inhambane Inhambane

41 Xai-Xai Xai-Xai

42 Ressano Garcia Ressano Garcia


43 Maputo Maputo

44 Estevel Estevel

45 Marble outcrop Afloramento de mármore

46 Marble-bearing deposits Depósitos com mármore

47 Marble perspective areas Área de prospecção de mármore

48 Granites, Charnoquites Granitos, Charnoquitos

49 Brown Granites Granito Castanho

50 Black Granites Granito preto

51 Anorthosite / Labradorite Anortosito/Labradorite

52 Rhyolite Riólito

53 Rhodonite Rodonite

54 Lamboanite Lamboanito

55 Quartzite Quartzito

56 Soapstone Pedra sabão

57 Fig. 6.84 Fig. 6.84


58 Faults Falhas

59 Dykes Diques

60 Eluvium Eluvião

61 Gneiss Gnaisse

62 Migmatite Migmatito

63 Granite eluvium Eluvião de granito

64 Red Granite outcrops Afloramentos de granito vermelho

65 Granite Granito

66 Deluvium, proluvium, boulder fans Delúvio, prolúvio, leques de bloco

67 Migmatite Migmatito

68 Fig. 6.85 Fig. 6.85

69 Old quarry Antiga pedreira

70 Charnoquite Charnoquitos

71 Lamboanite / migmatite gneiss Lamboanito/Gnaisse-migmatito

72 Gneisses, monzonite gneiss Gnaisse, gnaisse monzonítico


73 Granitoide rocks, migmatites Rochas granitóides, migmatito

74 Fe Fe

75 Fe-mineralisation Mineralização de Fe

76 Fault Falha

77 Fault zones Zonas de falha

78 Granulites Granulito

79 Biotite-amphibole Gneiss Gnaisse biotítico-anfíbolo

80 Fig. 6.86 Fig. 6.86

81 Malulo Malulo

82 Carbonate rocks in Chidue Formation (P1CH) Rochas carbonatadas na Formação de Chíd


(P1CH)

83 Carbonate rocks in Fingoe Supergroup (P2F) Rochas carbonatadas no Supergrupo de Fín


(P2F)

84 Boroma-Matema Boroma-Matema

85 Massanga-Mungari areas Áreas de Massanga-Mungari

86 Chimoio Chimoio

87 Save River region Região do Rio Save


88 Mapulanguene Massingir area Área de Mapulanguene-Massingir

89 Magude area Área de Magude

90 Sabie area Área de Sabie

91 Mangulane Mangulane

92 SWAZILAND SUAZILÂNDIA

93 SOUTH AFRICA ÁFRICA DO SUL

94 Negomano Negomano

95 Mocimboa de Praia coastal zone Zona costeira de Mocímboa de Praia

96 Montepuez Complex (P3MP) Complexo de Montepuez (P3MP)

97 Pemba Pemba

98 Montepuez Montepuez

99 Xixano Complex (P3X) Complexo de Xixano (P3X)

100 Mesa Mesa

101 Balama Balama

102 Mazeze Mazeze


103 Chiure Chiure

104 Nacala Nacala

105 Monapo Complex (P3MN) Complexo de Monapo (P3MN)

106 Netia Netia

107 Chire – Amosse Chire – Amosse

108 Morumbala area Área de Morumbala

109 Tungoe River Rio Tongoe

110 Quelimane Quelimane

111 Canxixe – Maringue – Madzuire zone Zona de Canxixe – Maringuè – Madzuire

112 Cheringoma Plateau Planalto de Cheringoma

113 Chababawa – Buzi River region Região de Chababawa – Rio Búzi

114 Beira Beira

115 Cheringoma Fm (TeC) Fm. de Cheringoma (TeC)

116 Jofane – Vilanculo area Área de Jofane – Vilanculo

117 Jofane Fm (TeJ) Fm. de Jofane (TeJ)


118 Inhambane Inhambane

119 Morrumbene – Hemoine – Inharrime area Área de Marrumbene–Homoine-Inharrime

120 Lacustrine Limestones (Qii) Calcários lacustres (Qii)

121 Xai-Xai Xai-Xai

122 Maputo Maputo

123 Salamanga Salamanga

124 Quaternary Lacustrine Limestones (QII) Calcários Lacustres Quaternários (QII)

125 Tertiary sediments Cheringoma Fm (TeC) Jofane Sedimentos terciários da Fm. de Cheringom
Fm (TeJ) (TeC) e Fm. de Jofane (TeJ)

126 Sedimentary limestones Calcários sedimentares

127 Crystalline limestones Calcários cristalinos

128 Fig. 6.87 Fig. 6.87

129 W O

130 Depth Profundidade

131 m m

132 Content CaCO3 % Conteúdo CaCO3 %


133 Reddish Sandstone Arenito avermelhado

134 E E

135 Fig. 6.88 Fig. 6.88

136 m m

137 Sand unconsolidaded Areia não consolidada

138 Sandstone white medium grained Arenito branco com textura granular média

139 Sandstone and conglomerate with calcite matrix Arenito e conglomerado com matriz de calci

140 Sandstone, reddish, micaceous, fine grained Arenito avermelhado, micáceo, com textura
granular fina

141 Limestone fossiliferous Calcário fossilífero

142 Sandstone, reddish, fine grained Arenito avermelhado, com textura granular f

143 Limestone fossiliferous Calcário fossilífero

144 Sandstone, reddish, fine grained Arenito avermelhado, com textura granular f

145 Limestone fossiliferous Calcário fossilífero

146 Sandstone, reddish, fine grained Arenito avermelhado, com textura granular f

147 Sandstone white medium grained Arenito branco com textura granular média
148 Fig.6.89 Fig.6.89

149 Sedimentary deposits, only locally limestones are Depósitos sedimentares, os calcários só são
used foe road construction utilizados na construção de estradas a nível

150 Karoo volcanic, not uses Rochas vulcânicas do Karoo não utilizadas

151 Karoo rhyolites, good quality construction material Riólitos do Karoo, material de construção de
qualidade

152 Limite of Precambrian Basement rocks Limite de rochas do soco Pré-câmbrico

153 Hard rocks below big cover, locally mining possible Rochas duras sob a grande cobertura,
possibilidade de mineração local

154 Hard rocks outcropping or low thickness cover Afloramento de rochas duras ou cobertura p
espessa

155 Inselbergs and imposing mountain ranges or {[i]}Inselbergs{/[i]} e imponentes serras ou


massifs maciços

156 Hard rocks mainly outcropping or near surface Rochas duras maioritariamente em aflorame
ou próximas da superfície

157 The inselbergs, imposing mountain ranges and Os {[i]}inselbergs{/[i]}, as serras e os maciç
massifs compose of good quality construction imponentes são compostos por materiais de
material, but because of her imposing landscape construção de boa qualidade, mas, devido a
image they sold be protected and not mined valor paisagístico, devem ser protegidos e n
explorados
Source - English Translations - Portuguese

1 Fig. 6.90 Fig. 6.90

2 Corundum / ruby (& sapphire)–bearing areas of Áreas de corindo/rubi (e safira) de M'Sawize


M’Sawize – Rovuma River, Marrupa-Luambeze & Rovuma, Marrupa-Luambeze e Montepuez
Montepuez

3 Lalamo Complex (P3LM) gemstone perspective Área de prospecção de gemas do Complexo


area Lalamo (P3LM)

4 Tsangano-Angonia sapphire-tourmaline Área de prospecção de safira e turmalina de


perspective area Tsangano-Angonia

5 Marinrongoe & Zumbo beryl (quartz, feldspar) Campos de prospecção de pegmatito do gru
group perspective pegmatite fields berilo de Marinrongoe e Zumbo (quartzo,
feldspato)

6 Chulo beryl, corundum, garnet perspective area Área de prospecção de berilo, corindo, gran
de Chulo

7 Nampula – Monapo – Nacoroa & Alto Ligonha Gemas dos campos de pegmatito de Nampu
Pegmatite Fields Gemstones: Monapo – Nacoroa e Alto Ligonha:

7-2 Beryl Group; Grupo do berilo;

7-3 Tourmaline Group; Grupo da turmalina;

7-4 Quartz Group; Grupo do quartzo;

7-5 Feldspar Group; Grupo do feldspato;

7-6 Topaz Group (?) Grupo do topázio (?)

8 Lichinga Lichinga
9 Pemba Pemba

10 Nampula Nampula

11 Tete Tete

12 Quelimane Quelimane

13 Chimoio Chimoio

14 Beira Beira

15 Luambeze Luambeze

16 Montepuez Montepuez

17 M’Sawize M'Sawize

18 Meperia Meperia

19 Marrupa Marrupa

20 Lichinga Lichinga

21 Nambaica Nambaica

22 Ngauma Ngauma

23 Ngauma Ngauma
24 Mirrote Mirrote

25 R. Muthicana R. Muthicana

26 Lalaua Lalaua

27 Cuamba Cuamba

28 NE Tete Prov NE Província de Tete

29 Marrupa Granite Granito de Marrupa

30 Marinrongoe Marinrongoe

31 Mavuco Mavuco

32 Niane Niane

33 Maria III Maria III

34 Erru; Erru;

35 Chulo Chulo

36 Mocuba Mocuba

37 Corundum group perspective areas / zones Áreas/zonas de prospecção do grupo do cor

38 Ruby deposits Depósitos de rubi


39 Ruby / sapphire indications Indicações de rubi/safira

40 Sapphire Occurrences Ocorrências de safira

41 Corundum / ruby indications Indicações de corindo/rubi

42 Gemstone-bearing pegmatite fields Campos de pegmatito com gemas

43 Emerald, aquamarine, deposits and occurrences Esmeralda, água-marinha, depósitos e ocor

44 Noble beryl occurrences Ocorrências de berilo nobre

45 Noble beryl indications Indicações de berilo nobre

46 Noble tourmaline deposit / occurrence Depósito/ocorrência de turmalina nobre

47 Noble tourmaline indication Indicação de turmalina nobre

48 Garnet gemstone deposits & occurrences Depósitos e ocorrências de gemas granatífe

49 Main gemstone-bearing areas / zones in Principais áreas/zonas de gemas em Moçam


Mozambique

50 Important gemstone deposits, occurrences and Importantes depósitos, ocorrências e indicaç


indications de gemas

51 Corundum group Grupo do corindo

52 Beryl group Grupo do berilo

53 Tourmaline group Grupo da turmalina


54 Garnet group Grupo da granada

55 Gemstone groups in pegmatites Grupos de gemas em pegmatitos

56 Fig. 6.91 Fig. 6.91

57 Gemstones perspective areas of: Áreas de prospecção de gemas:

58 Corundum Group: Ruby / sapphire Grupo do corindo: rubi/safira

59 Beryl Group: Aquamarine Grupo do berilo: água-marinha

60 Tourmaline Group Grupo da turmalina

61 On the figure are shown/proposed: Na figura são demonstradas/propostas:

62 8 localities of priority 8 localidades prioritárias

63 7 areas of priority 7 áreas prioritárias

64 3 large regions of prospecting interest 3 grandes regiões de possível interesse


prospectivo

65 TANZANIA TANZÂNIA

66 Mozambique Moçambique

67 NIASSA NIASSA

68 CABO DELGADO CABO DELGADO


69 Namanhumbir.Mozambique Namanhumbir, Moçambique

70 Namanhumbir Namanhumbir

71 Rio Lugenda Rio Lugenda

72 Rio Rovuma Rio Rovuma

73 Limite of evaluated region Limite da região avaliada

74 Areas of 1{t1}st{/t1}. priority for gemstone Áreas de 1.{t1}ª{/t1} prioridade para prospe
prospecting de gemas

75 Areas of 2{t1}nd{/t1}. Áreas de 2.{t1}ª{/t1}

75-2 Priority for gemstone prospecting prioridade para a prospecção de gemas

76 Point targets 1 – 8 localities of priority Objectivos 1 - 8 localidades prioritárias

77 Structural lineaments Lineamentos estruturais

78 Fig. 6.92 Fig. 6.92

79 Imagem cima Imagem cima

80 Upper Karoo Karoo Superior

81 Beaufort; Beaufort;

82 Ecca; Ecca;
83 Precambrian Basemente (PcB) Soco Pré-câmbrico (PcB)

84 Lake Niassa Lago Niassa

85 Metangula Metangula

86 Pipes ? Chaminés?

87 Dykes Diques

88 Fig. 6.92 A Fig. 6.92 A

89

90 NW NO

91 SE SE

92 Pipe TX3 Chaminé TX3

93 Beaufort Group Grupo Beaufort

94 Upper Karoo Group Grupo do Karoo Superior

95 Kimberlite Dyke Dique de kimberlito

96 Ecca Group Grupo Ecca

97 III. Tulo – Namango Rivers Zone III. Zona dos rios Tulo-Namango
98 Fig. 6.93 Fig. 6.93

99 M’Sawize Ruby Deposit Depósito de rubi de M'Sawize

100 Sheet 1236 Folha 1236

101 P3SW – M’Sawize Complex P3SW – Complexo de M'Sawize

102 P3Q – Muaquia Complex P3Q – Complexo de Muaquia

103 P2MR – Marrupa Complex P2MR – Complexo de Marrupa

104 Pan-African aged fault / Zone of fissuration Antiga falha geológica/zona de fissuras Pan
Africana

105 “Metadabbro e amphibolite” "Metagabro e anfibolito"

106 “Granodioritc to gabbroic gneiss” "Gnaisse granodiorítico a gabróico"

107 “Banded migmatite with minor migmatitic granite "Migmatito bandado com granito migmatítico
and amphibolite” menor e anfibolito"

108 Granitic to granodioritic gneiss Gnaisse granítico a granodiorítico

109 Quartzite, muscovite and kyanite bearing Quartzito com moscovite e distena

110 Muscovite, biotite gneiss and schists Gnaisse e xistos muscovítico-biotíticos

111 Kyanite Occurrence Ocorrência de distena

112 M’Swize Ruby Deposit Depósito de rubi de M'Sawize


113 Metatonalite Metatonalito

114 640Ma intrusion U - Pb Intrusão U - Pb de 640 Ma

115 R.Luatize R. Luatize

116 Namissimbe Namissimbe

117 Rombulo Rombulo

118 gd, gr –Granitic to granodioritic gneiss, gd, gr - Gnaisse granítico a granodiorítico, g


granodioritic to gabboic gneiss; my – granitic to granodiorítico a gabróico; my – Gnaisse gra
granodioritic gneiss, mylonitic; bg – biotite, granodiorítico, milonítico; bg – Gnaisse e xis
muscovite-biotite gneiss and schists (partly muscovítico-biotíticos (parcialmente milonític
119 Fig. 6.94 qk – kyanite bearing quartzite; mi –
mylonitic); Fig. 6.94 com distena; mi – Migmatito band
– quartzito
Banded migmatite with minor migmatitic granite com granito migmatítico menor e anfibolito;
and amphibolite; gb – Metagabbro and Metagabro e anfibolito,
amphibolite,
120 Montepuez Ruby Deposit Sheet 1339 Depósito de rubi de Montepuez - Folha 1339

121 Namahaca Ruby Sub-deposit Subdepósito de rubi de Namahaca

122 Namahumbire Ruby Sub-deposit Subdepósito de rubi de Namahumbire

123 P3LM – Lalamo Complex P3LM – Complexo de Lalamo

124 P3MP – Montepuez Complex P3MP – Complexo de Montepuez

125 P2NR – Nairoto Complex P2NR – Complexo de Nairoto

126 to – Tonalitic gneiss; qz – Quartzite, meta-arkose, to – Gnaisse tonalítico; qz – Quartzito, meta


quartzitic gneiss; qf – Quartz-feldspar gneiss; bg – arcose e gnaisse quartzítico; qf – Gnaisse q
Biotite gneiss; gr – Granitic gneiss feldspático; bg – Gnaisse biotítico; gr – Gna
granítico
127 Algumas regiões a azul são quase ilegíveis Algumas regiões a azul são quase ilegíveis
Source - English Translations - Portuguese

1 Fig. 6.95 Fig. 6.95

2 Separa Magmatic Bodies; Separa - Órgãos magmáticos;

3 Tete Suite (P2T) Magmatics; Suíte de Tete (P2T) - rochas magmáticas;

4 Western MZSB Basin; MZSB - Bacia Ocidental;

5 Eastern MZSB Basin; MZSB - Bacia Oriental;

6 Lichinga, Lichinga,

7 Pemba, Pemba,

8 Nampula, Nampula,

9 Tete, Tete,

10 Chimoio, Quelimane, Chimoio, Quelimane

11 Beira, Beira,

12 Inhambane, Inhambane,

13 Xai Xai, Xai-Xai,

14 Maputo.~ Maputo.
15 Rovuma; Rovuma;

16 Lurio; Lúrio;

17 Zambeze; Zambeze;

18 Save; Save;

19 Limpopo. Limpopo.

20 MSB N of Save; MSB - N de Save;

21 MSB S of Save. MSB S de Save.

22 HYDROGEOLOGICAL PROVINCES PROVÍNCIAS HIDROGEOLÓGICAS

23 Precambrian Basement Rocks; Rochas de soco Pré-câmbrico

24 Volcanic Terrains (Karoo Volcanics) Middle Terrenos vulcânicos (Vulcanismo do Karoo)


Zambeze Sedimentary Basin (MZSB); sedimentar do Médio Zambeze (MZSB);

25 Mainly Karoo Sediments; Sobretudo sedimentos do Karoo;

26 Mainly Mezozoic – Quaternary Sediments; Sobretudo sedimentos mezozóicos - quatern

27 Maniamba Sedimentary Basin; Bacia sedimentar de Maniamba;

28 Rovuma Sedimentary Basin Bacia sedimentar de Rovuma

29 Mainly Meso-Cenozoic Sediments; Sobretudo sedimentos meso-cenozóicos;


30 Mainly Quaternary Sediments; Sobretudo sedimentos quaternários;

31 Mozambique Sedimentary Basin (MSB) Bacia sedimentar de Moçambique (MSB)

32 Quaternary Deposits; Depósitos quaternários;

33 MSB North of Save River MSB - Norte do Rio Save

34 Sena Plains; Planícies de Sena;

35 Cheringoma – Buzi Plateaus; Planaltos de Cheringoma - Búzi;

36 Zambeze Valley and Delta; Vale e delta do Zambeze;

37 Chire – Urema Grabens; Grabens de Chire-Urema;

38 Littoral Zone; Zona litoral;

39 MSB South of Save River MSB - sul do Rio Save

40 Alto Limpopo Plains; Planícies do Alto Limpopo;

41 Alto Changane Plains; Planícies do Alto Changane;

42 Urrengas Plains along Libombos; Planícies de Urrengas ao longo de Libombo

43 Limpopo – Incomati Interfluvial Plain; Planícies interfluviais de Limpopo-Incomati;

44 Dune Belt. Cintura dunar.


45 Fig. 6.96 Fig. 6.96

46 Chiweta; Chiweta;

47 Carali; Carali;

48 Nkotacota; Nkotacota;

49 Chikwidal; Chikwidal;

50 Zumbo Area; Área de Zumbo;

51 Metamboa; Metamboa;

52 Mugangadzi; Mugangadzi;

53 Cacunge; Cacunge;

54 Vuzi; Vuzi;

55 Niaondive; Niaondive;

56 Boroma; Boroma;

57 Tete; Tete;

58 Mecito; Mecito;

59 Muambe Bandar; Muambe Bandar;


60 Carinde – Pitoes; Carinde-Pitões;

61 Candjama – Membe; Candjama-Membe;

62 Nhambure; Nhambure;

63 Nhaboto; Nhabote;

64 Panhalonsa; Panhalonsa;

65 Vuma; Vuma;

66 Nhambita; Nhambita;

67 Rupice; Rupice;

68 Matembe; Matembe;

69 Zonue; Zonue;

70 Maforga; Maforga;

71 Nhamacombe; Nhamacombe;

72 Lucite 2; Lucite 2;

73 Puiziz; Puiziz;

74 Massangane; Massangane;
75 Mepotepote; Mepotepote;

76 Lucia 1; Lucia 1;

77 Mechenezi; Mechenezi;

78 Chaira; Chaira;

79 Espungabera – Dombe – Chibabawa Karoo Espungabera – Dombe – Chibabawa - Zona


Volcanic Zone; vulcânica do Karoo;

80 Pequeno Lebombos Karoo Volcanic Zone; Pequenos Libombos - Zona vulcânica do Ka

81 Mocumba; Mocumba;

82 Ressano Garcia; Ressano Garcia;

83 Namaacha; Namaacha;

84 Fonte de Mt. Mor; Fonte de Monte Mor;

85 Quinta Herminia; Quinta Hermínia;

86 Maputo; Maputo;

87 Fonte da Ferao; Fonte da Ferao;

88 Goba Fontes. Goba Fontes.

89 Chire Rift; Rifte de Chire;


90 Urema Graben; Graben de Urema;

91 Mussumbo; Mussumbo;

92 Mueda Plateau Margin; Mueda - Margem do planalto;

93 Inquingire; Inquingire;

94 Pemba; Pemba;

95 Peninsula of Nacala; Península de Nacala;

96 Serra de Mesa; Serra de Mesa;

97 Mussuril; Mussuril;

98 Mucune; Mucune;

99 Munhamade; Munhamade;

100 Chirombe; Chirombe;

101 Liciro; Liciro;

102 Milange; Milange;

103 Metambe; Metambe;

104 Metolola; Metolola;


105 Alto Molocue; Alto Molócuè;

106 Gile; Gile;

107 Mevinha; Mevinha;

108 Mualama; Mualama;

109 Maganha da Costa; Manganha da Costa;

110 Inhafule; Inhafule;

111 Nhafuba; Nhafuba;

112 Namacurra; Namacurra;

113 Cananauica; Cananauica;

114 Murrumbala; Murrumbala;

115 Aguas Quentes; Águas Quentes;

116 Chichere; Chichere;

117 Rupizili; Rupizili;

118 Peguazi; Peguazi;

119 Toa; Toa;


120 Ximane; Ximane;

121 Chichere – Chinana; Chichere-Chinana;

122 Pamassara; Pamassara;

123 Escarivira; Escarivira;

124 Macune; Macune;

125 Pomeone – Maracuene Coastal Zone; Zona costeira de Pomeone - Maracuene;

126 Xai Xai. Xai-Xai.

127 Insufficient Dates; Datas insuficientes;

128 Cold spring <20º; Nascentes frias <20º;

129 Warm spring 20 – 36ºC; Nascentes tépidas 20 – 36ºC;

130 Hot springs 37 - >37ºC; Nascentes quentes 37 - >37ºC;

131 Rifs / Grabens {[i]}Rifs/Grabens{/[i]}

132 Fig. 6.96.A Fig. 6.96.A

133 Lichinga; Lichinga;

134 Nampula; Nampula;


135 Tete; Tete;

136 Quelimane; Quelimane;

137 Chimoio; Chimoio;

138 Beira; Beira;

139 Inhambane; Inhambane;

140 Xai Xai; Xai-Xai;

141 Maputo; Maputo;

142 Tipe of Water; Tipo de água;

143 No dates; Sem datas;

144 Cold springs <20ºC; Nascentes frias <20 ºC;

145 Warm Springs 20 – 36ºC; Nascentes tépidas 20 – 36ºC;

146 Hot springs 37 - >37ºC; Nascentes quentes 37 - >37ºC;

147 Geology; Geologia;

148 Rift stuctures; Estruturas de rifte;

149 Chire – Urema Grabens; Grabens de Chire-Urema;


150 Karoo – Quaternary sedimentary basins; Bacias sedimentares de Karoo - Quaternário

151 Basement Complex; Complexo de soco;

152 Fig. 6.97 Fig. 6.97

153 Lichinga; Lichinga;

154 Pemba; Pemba;

155 Quelimane; Quelimane;

156 Tete; Tete;

157 Chimoio; Chimoio;

158 Inhambane; Inhambane;

159 Xai Xai; Xai-Xai;

160 Maputo. Maputo.

161 No dates; Sem datas;

162 Cold springs <20ºC; Nascentes frias <20 ºC;

163 Warm Springs 20 – 36ºC; Nascentes tépidas 20 – 36ºC;

164 Hot springs 37 - >37ºC; Nascentes quentes 37 - >37ºC;


165 Zones / areas seismic epicenters Epicentros de zonas/áreas sísmicas

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