Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2004
Para a génese dos granitos ricos em potássio, podem admitir-se dois tipos de
cenários: (a) cristalização fraccionada a partir de magmas TTG e (b) fusão parcial da
crusta continetal arcaica.
abstract The Manica area is located in the western part of Mozambique between
latitudes 18°50’S - 19°00’S and longitudes 32°45’E - 32°55’E. It is predominantly
composed of Late Archaean granite-greenstone terrains representing the eastern
extension of the Zimbabwe craton. The Manica greenstone belt is dominated by an E-
W trending series of ultramafic/mafic metavolcanics (Macequece formation)
unconformably overlain by a clastic metasedimentary sequence (M’Beza – Vengo
formation). Despite the lack of precise geochronological data, lithostratigraphic
correlations suggest that the Macequece formation may correspond to the Bulawayan
Group (3.5-2.7 Ga) and the M’Beza – Vengo formation to the Shamvaian Group (2.65-
2.6 Ga).
The samples studied in this thesis are all located in intrusive bodies belonging
to the TTG series according to the available geological maps. However, some of these
samples show affinities with the group of K-rich granitoids and have therefore been
treated separately.
For the genesis of the K-rich granitoids, two alternative scenarios can be
envisaged: (a) fractional crystallization from TTG magmas or (b) partial melting of
Archaean continental crust.
ÍNDICE
Pág.
1
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1 – OBJECTIVOS DO TRABALHO…………………………………………... 1
1.2 – LOCALIZAÇÃO, ACESSOS, ASPECTOS MORFOLÓGICOS E CLIMA 2
1.3 – TRABALHOS PRÉVIOS…………………………………………………... 4
1.4 – METODOLIGIA DE TRABALHO………………………………………… 6
xv
25
CAPÍTULO 3 – PETROGRAFIA
3.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS GRANITÓIDES DE MANICA…………………. 25
3.2 – SÉRIE TTG…………………………………………………………………. 29
3.2.1 – Quartzo-diorito……………………………………………………………. 29
3.2.2 – Tonalitos-Trondjemitos-Granodioritos…………………………………… 35
3.2.3 – Granitos TTG……………………………………………………………... 41
3.3 – GRANITOS RICOS EM POTÁSSIO………………………………………. 42
3.4 -CONCLUSÕES ……………………………………………………………... 47
CAPÍTULO 4 – GEOQUÍMICA 49
4.1 – GEOQUÍMICA DE ELEMENTOS MAIORES……………………………. 49
4.2 – GEOQUÍMICA DE ELEMENTOS VESTIGIAIS…………………………. 53
4.2.1 – Elementos de transição……………………………………………………. 54
4.2.2 – Elementos litófilos de grande raio iónico (LILE)………………………… 56
4.2.3 L Elementos de grande força de campo…………………………………….. 57
4.2.4 – Terras raras………………………………………………………………... 59
4.3 – DIAGRAMAS MULTI-ELEMENTARES NORMALIZADOS…………… 65
4.4 – DIAGRAMAS DE DISCRIMINAÇÃO DE AMBIENTE
GEOTECTÓNICO………………………………………………………………... 70
4.5 – GEOLOGIA ISOTÓPICA………………………………………………….. 72
4.5.1 – Dados isotópicos Rb-Sr (rocha-total)……………………………………... 72
4.5.2 – Dados isotópicos Sm-Nd………………………………………………….. 75
4.6 – CONCLUSÕES……………………………………………………………... 78
BIBLIOGRAFIA………………………………………………………………… 87
xvi
ÍNDICE DE FIGURAS
Pág.
xvii
Manica………………………………………………………………………………….. 57
Figura 4.4 – Diagramas de variação do Y e do Zr para os granitóides de Manica……. 58
Figura 4.5 – Diagramas de variação das terras raras nos granitóides da região de
Manica………………………………………………………………………………….. 60
Figura 4.6 – Padrões de Terras raras do quartzo-diorito e dos tonalitos de Manica,
normalizados para o manto primordial (Sun & McDonough, 1989)…………………... 61
Figura 4.7 – Padrões de Terras raras dos granodioritos de Manica, normalizados para
o manto primordial (Sun & McDonough, 1989)……………………………………….. 62
Figura 4.8 – Padrões de Terras raras dos trondjemitos de Manica, normalizados para
o manto primordial (Sun & McDonough, 1989)……………………………………….. 63
Figura 4.9 – Padrões de Terras raras dos granitos da série TTG de Manica,
normalizados para o manto primordial (Sun & McDonough, 1989)……………........... 64
Figura 4.10 – Padrões de Terras raras dos granitos ricos em potássio de Manica,
normalizados para o manto primordial (Sun & McDonough,1989)…………………… 65
Figura 4.11 - – Diagramas multi-elementares dos granitóides de Manica…………….. 66
Figura 4.12 - – Projecção dos granitóides de Manica nos diagramas de discriminação
tectónica de Pearce e tal. (1984)………………………….…………………………….. 71
Figura 4.13 - – Diagrama isocrónico para as amostras de Vumba……..……………… 74
Figura 4.14 - – Diagrama isocrónico para as amostras de Vumba e
Mondunguara……………………………………………………………………............ 74
Figura 4.15 – Diagrama Nd vs tempo geológico (Tassinari e tal., 2003)……………. 77
Figura 5.1 – Padrões de terras raras dos granitóides de Manica………………………. 83
Figura 5.2 – Diagramas multi-elementares dos granitóides de Manica, normalizados
para o manto primordial (Sun & McDonough, 1989)………………………………….. 84
xviii
ÍNDICE DE FOTOGRAFIAS
Pág.
xix
ÍNDICE DE TABELAS
Pág.
xx
Capítulo 1 – Introdução
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1
Capítulo 1 – Introdução
30° 34 ° 36 °
10 ° 10 °
32° 38° 40° 42°
TANZANIA
M
A
a lo
R ov u m sa
L A
es
M
12° NIASSA 12°
ZAMBIA da
CABO
g en DELGADO
Lu
L ag
REPÚBLICA
W
o N ia
DEMOCRÁTICA Pemba
DO CONGO Lichinga Oceano
(
sa
I
Índico
rio
14° Lú 14°
NAMPULA
Lago
Malombe
Tete
(
16° 16°
nha
Z
am Li Ilha Angoche
b ez cu
i ng
o
ZAMBÉZIA
Lake Kariba
Harare
MANICA Quelimane
18° 18°
Manica SOFALA
ZIMBABWE Chimoio
Beira
20° 20°
uzi
MOÇAMBIQUE
B
Sav e
Fronteira Internacional
Limite de Província
Estrada
22° 22°
BOTSWANA INHAMBANE Linha férrea
Capital do país
C
ha
GAZA
Li
ng
m
Capital da província
po
an e
po
Xa
i -X
ai
Pretória Oceano
Maputo
(
2
Capítulo 1 – Introdução
3
Capítulo 1 – Introdução
O clima da região de Manica é tropical com duas estações: uma quente e chuvosa
entre os meses de Novembro a Abril e outra fria e seca de Maio a Outubro. A média das
temperaturas máximas e mínimas anual é de 28,4º C e 14º C, respectivamente. A
precipitação anual é de 1014 mm, com um máximo de 230 mm em Janeiro e um mínimo
de 9 mm em Julho (FAO, 1984).
A região de Manica é conhecida pelo seu grande potencial mineiro desde o século
XV, segundo apontam alguns dos relatos da altura em que os primeiros estrangeiros
(Portugueses e Árabes) desembarcaram em território moçambicano, à procura de ouro.
4
Capítulo 1 – Introdução
5
Capítulo 1 – Introdução
6
Capítulo 1 – Introdução
de Manica onde afloram granitóides: Serra Vumba, Serra Nyautata, ao longo da estrada
Manica – Mondunguara, a sul do antigo campo de Mondunguara, a norte da Vila de
Manica, em Chazuca, Penhalonga, Catandica, Messica e norte do distrito de Manica.
Realizou-se em Julho de 1999, mas devido a dificuldades de vária ordem, nem todos os
locais previamente seleccionados foram amostrados, tendo-se colhido apenas 30 amostras,
das quais 22 são objectos deste estudo
A pesquisa bibliográfica incluiu, numa fase inicial, a consulta de mapas, relatórios de
trabalho e publicações ligados à região de Manica por forma a sintetizar a informação
disponível sobre a área em estudo. Posteriormente, já no decurso do trabalho, a consulta
bibliográfica destinou-se fundamentalmente a apoiar a interpretação dos dados obtidos.
O trabalho laboratorial foi realizado, em grande parte, no Departamento de
Geociências da Universidade de Aveiro e envolveu:
• preparação física das amostras para geoquímica de rocha total;
• caracterização petrográfica das diferentes unidades amostradas;
• química mineral em amostras seleccionadas.
As análises químicas sobre rocha total foram efectuadas nos Activation Laboratories
Ltd. (Canadá), por espectrometria de emissão de plasma ICP (técnica de fusão) para os
elementos maiores e por ICP-MS para elementos vestigiais, incluindo elementos de Terras
Raras.
As análises mineralógicas foram efectuadas numa microssonda electrónica Cameca
Camebax no Laboratório do Instituto Geológico e Mineiro, no Porto, com uma corrente de
15 kV, 20 nA, tempo de contagem 20 segundos e um programa de correcção ZAF.
Finalmente, o trabalho de gabinete foi dedicado ao estudo bibliográfico, digitalização
do mapa geológico da região de Manica, tratamento e interpretação dos resultados e
elaboração do relatório final.
7
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
CAPÍTULO 2
ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO
As marcas das orogenias mais antigas estão particularmente bem preservadas nos
terrenos de idade arcaica que formam os cratões e os cinturões móveis de idade pré-
grenvilliana. Embora os modelos tectónicos propostos para explicar a distribuição das
rochas do Arcaico ainda sejam alvo de grande controvérsia, não subsistem dúvidas que se
trata do mais importante período de crescimento crustal na história da Terra, tendo sido
dominado pelo desenvolvimento da associação greenstones-granitos.
9
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
Cratão da
Scale Tanzania
0 250 500 750 Km
Ub
Cratão de Angola-Kassai en
di a
no
Cratão
Zambiano
N el
óv
m
o
ã e
ur id
nt um
Ci e Ir
d
Cinturão móvel
a de Moçambique
ar
m el
Da m
óv
d e o
el ã
ur id
e
óv nt um Cratão do
m Ci e Ir
ão d Zimbabwe
ur
O ce a
nt BEIRA
Ci
n o A tl
â nti co
Cratão do
Kheis-Matsap
Kaapvaaal MAPUTO
Cratões Arcaicos
Cinturões móveis de idade Namaqualand
Pre-Grenvilliana
Cinturões móveis de idade Grenvilliana NATAL
Figura 2.1- Mapa simplificado da África Austral, mostrando a distribuição dos principais cratões e
cinturões móveis (adaptado de Hunter & Pretorius, 1981 e Afonso et al., 1998)
10
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
2.2.1 Evolução
11
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
12
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
13
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
2.2.2 Litoestratigrafia
14
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
Cobertura
Cinturão móvel
Dique do Zimbabwe
Faixa de greenstones
Sucessões ocidental/oriental
Granito/gnaisse < 3.5 Ga
Segmento de Tokwe
Figura 2.2- Mapa simplificado do cratão do Zimbabwe mostrando a localização das principais
faixas de greenstones (adaptado de Blenkinsop et al., 1997). 1- Makaha; 2- Mount Darwin; 3-
Chipuriro; 4- Harare; 5- Norton; 6- Chegutu; 7- Midlands; 8- Gweru-Mvuma; 9- Shurugwi; 10-
Beatrice; 11- Manesi; 12- Felixburg; 13- Bubi; 14- Bulawayo; 15- Filabusi; 16- Shangani; 17-
Gwanda; 18- Antelope-Lower Gwanda; 19- Mweza; 20- Buhwa; 21- Belingwe; 22- Masvingo; 23-
Odzi-Mutare.
15
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
2.2.2.1 Sebakwiano
As associações de greenstones mais antigas ocupam uma área com forma triangular,
no sector centro-sul do Zimbabwe, que tem sido designada por segmento Tokwe (Wilson,
1990). São constituídas por vulcanitos ultramáficos, formações ferríferas, anfibolitos,
quartzitos e micaxistos que estão especialmente bem preservados nos cinturões de
Shurugwi e Masvingo (Fig. 2.2). Segundo Taylor et al. (1991), as rochas verdes do
segmento Tokwe foram deformadas em conjunto com gnaisses datados de 3.5 Ga e
subsequentemente intruídas por granitóides com idades de 2.9 Ga e razões isotópicas
87
Sr/86Sr iniciais muito baixas. Por outro lado, o Sebakwiano do cinturão de Shurugwi
parece ter sido intruído pelo tonalito de Mont d’Or datado em 3.35 Ga pelos métodos Rb-
Sr (rocha total) e Pb-Pb (Taylor et al., 1991). Com base na datação referida admite-se que
a formação das associações de greenstones do Sebakwiano seja anterior a 3.35 Ga
(Blenkinsop et al., 1997).
16
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
2.2.2.4 Shamvaiano
O Bulawaiano Superior dá lugar, em vários cinturões de greenstones, a uma unidade
composta por rochas clásticas de granularidade grosseira, arcoses e grauvaques. A
sequência, inicialmente identificada no cinturão de Harare (Fig. 2.2), foi descrita como
assentando em discordância sobre o conjunto do Bulawaiano Superior e contendo
fragmentos de granitos provenientes de um basamento que teria sido exposto pouco antes
da sua deposição (Blenkinsop et al., 1997). Apesar desta formação ter sido reconhecida
nos cinturões de Masvingo e Midlands, onde o seu carácter discordante sobre o
Bulawaiano é inequívoco, noutros terrenos (incluíndo Harare), a natureza do contacto com
as unidades subjacentes nem sempre é tão óbvia. Assim, é possível que algumas das
litologias incluídas no Shamvaiano sejam do Bulawaiano Superior (Wilson, 1979).
17
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
As sequências em que o Shamvaiano está bem definido são intruídas pelos granitos
de Chilimanzi o que leva propôr uma idade mínima de 2.60 Ga para esta unidade
litoestratigráfica (Blenkinsop et al., 1997).
2.3.1 Litoestratigrafia
18
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
N
Zimbabwe
Vila de Manica
Scale
0 4 8 12 Km
19
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
2.3.2 Magmatismo
20
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
Figura 2.4- Esquema geológico simplificado da região entre Manica e Chimoio (adaptado
de Manhiça et al., 2001)
21
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
550 Ma). As idades 40Ar-39Ar de duas amostras de biotite dos granitóides de Vumba (1084
± 4 Ma e 1067 ± 4 Ma) são interpretadas como reflectindo o processo de acreção do
cinturão de Moçambique à margem leste do cratão do Zimbabwe durante a amalgamação
do supercontinente Rodinia (Manhiça et al., 2001). Por outro lado, a idade 40Ar-39Ar obtida
numa amostra de biotite do maciço de Messica (535 ± 2.5 Ma) é correlacionada com o
fecho do oceano de Moçambique e subsequente formação do continente Gondwana
durante a orogenia Pan-Africana (Manhiça et al., 2001).
22
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
intrusões graníticas, as paragéneses das rochas envolventes passam para o tipo anfibolítico
(Afonso et al., 1998).
A área de Manica é afectada pelos seguintes sistemas de fracturas:
a) fracturas de direcção E - W;
b) fracturas de direcção NW – SE;
c) fracturas de direcção NE - SW .
O primeiro grupo de fracturas concorda com a direcção do complexo metamórfico
arcaico pelo que tem sido interpretado como sendo o mais antigo. Grande parte dos filões
de quartzo auríferos localiza-se nos contactos entre os granitos orientados e as rochas
vulcano-sedimentares e a sua instalação parece ter sido controlada por este grupo de
fracturas. O segundo e o terceiro sistemas de fracturas cortam todas as formações arcaicas
pelo que lhes têm sido idades mais recentes. Estas fracturas condicionaram a intrusão de
corpos filonianos doleríticos e gabróicos tardios.
No centro da área estudada, a direcção E-W das associações greenstones-granitos é
interrompida pela “falha de Manica” de direcção NNE – SSW com uma componente de
desligamento esquerdo. Este acidente tectónico pode estar relacionado com a deformação
que ocorreu ao longo da margem oriental do Cratão do Zimbabwe na interface com o
Cinturão de Moçambique.
23
Capítulo 2 – Enquadramento Geológico
24
Capítulo 3 – Petrografia
CAPÍTULO 3
PETROGRAFIA
Neste capítulo far-se-á a descrição petrográfica dos granitóides da região de Manica
apresentando as características mineralógicas e texturais das diferentes fácies, e tentando
estabelecer a sequência de cristalização magmática. Mostra-se, na Figura 3.1, a localização
das amostras estudadas.
Foram realizadas algumas análises químicas de minerais por microssonda electrónica
no Instituto Geológico e Mineiro, Delegação do Porto, com o objectivo de determinar a sua
composição e complementar os dados petrográficos. Os resultados dessas análises são
apresentados no Anexo 1.
25
Capítulo 3 – Petrografia
26
Capítulo 3 – Petrografia
Com base nos resultados obtidos, foi possível distinguir dois grandes grupos de rochas:
1- um conjunto de amostras com teores de anortite normativa superiores a 7% que
se distribui desde o campo dos tonalitos até ao dos granitos e apresenta claras
afinidades geoquímicas com as rochas da série TTG;
2- um grupo de amostras que se projecta no campo dos granitos e se caracteriza
pelas suas baixas proporções de anortite normativa (< 7%) e altos valores de
ortose normativa (> 20%). Estes granitóides mostram assinaturas geoquímicas
semelhantes às da série rica em potássio identificada noutras áreas do cratão do
Zimbabwe.
An
Quartzo-diorito
Tonalitos
Trondjemitos
Granodioritos
Granitos (TTG)
Granitos (ricos de K)
T
Gd
Tdj
Gr
Ab Or
Figura 3.2 – Classificação dos granitóides do distrito de Manica (O’Connor,
1965, modificado por Barker, 1979).
27
Capítulo 3 – Petrografia
concluir que o complexo granítico-gnáissico de Vumba contém fácies que poderão não
fazer parte da série TTG. Contudo, a ocorrência de monzogranitos ricos em potássio neste
complexo não pode ser inequivocamente interpretada como representando uma série
distinta da dos restantes granitóides, uma vez que os diferentes tipos litológicos não são
individualizados como unidades independentes em termos da cartografia actualmente
disponível (Fig. 3.1). Deste modo, a utilização da designação de granitos ricos em potássio
para as amostras referidas em 2) tem um carácter fundamentalmente descritivo. Na Tabela
3.1 é apresentada a classificação adoptada para os granitóides em estudo.
28
Capítulo 3 – Petrografia
3.2.1 Quartzo-diorito
29
Capítulo 3 – Petrografia
Or
Ortoclase/Microclina
pertíticas
Pertite
Mesopertite Quartzo-diorito
Tonalitos
Andesina
Labradorite
Oligoclase
Bytownite
Ab An
Albite Anortite
Quartzo-diorito
1.6 Tonalitos
Granitos ricos de K
1.2
(para 22O)
Alvi
Alumino-flogopite Alumino-annite
0.8
0.4
Flogopite Annite
0.0
30
Capítulo 3 – Petrografia
Quartzo-diorito
Tonalitos
Tschermaquite Actinolite
0.5
o lit e
Ferro-tschermaquite Ferro-horneblenda -a c t in
F e rro
0.0
31
Capítulo 3 – Petrografia
32
Capítulo 3 – Petrografia
33
Capítulo 3 – Petrografia
34
Capítulo 3 – Petrografia
3.2.2 Tonalitos-Trondjemitos-Granodioritos
35
Capítulo 3 – Petrografia
36
Capítulo 3 – Petrografia
37
Capítulo 3 – Petrografia
38
Capítulo 3 – Petrografia
39
Capítulo 3 – Petrografia
40
Capítulo 3 – Petrografia
41
Capítulo 3 – Petrografia
42
Capítulo 3 – Petrografia
Or
Ortoclase/Microclina
pertíticas
Pertite
Mesopertite
Granitos (TTG)
Granitos ricos de K
Andesina
Labradorite
Oligoclase
Bytownite
Ab An
Albite Anortite
Figura 3.6 – Projecção dos feldspatos dos granitos de Manica no diagrama Ab-An-Or
43
Capítulo 3 – Petrografia
44
Capítulo 3 – Petrografia
45
Capítulo 3 – Petrografia
46
Capítulo 3 – Petrografia
3.4 CONCLUSÕES
47
Capítulo 3 – Petrografia
48
Capítulo 4 – Geoquímica
CAPÍTULO 4
GEOQUÍMICA
O estudo geoquímico cingiu-se às mesmas amostras usadas para o estudo
petrográfico. As análises químicas dessas rochas foram realizadas por espectrometria de
emissão de plasma ICP (técnica de fusão) para os elementos maiores e por ICP-MS para
elementos vestigiais, incluíndo as terras raras, nos Activation Laboratories Ltd. (Canadá).
Os resultados analíticos são apresentados no Anexo 2.
Este capítulo tem por objectivo a identificação da assinatura geoquímica dos
granitóides da região de Manica, com base nos resultados das análises químicas e dos
estudos petrográficos e mineralógicos abordados no capítulo anterior.
49
Capítulo 4 – Geoquímica
50
Capítulo 4 – Geoquímica
6 Quartzo-diorito
Fe2O3 (%)
Tonalitos
4 Granodioritos
Trondjemitos
2 Granitos(TTG)
Granitos ricos de K
0
60 70 80 90
SiO2 (%)
18
4
16
3
Al2O3 (%)
MgO (%)
14
2
12
1
10
0
60 70 80 90
60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
10
0.12
8
MnO (%)
CaO (%)
6
0.08
0.04
2
0 0
60 70 80 90 60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
Figura 4.1: Diagramas de variação de óxidos de elementos maiores para os granitóides de Manica.
51
Capítulo 4 – Geoquímica
5
K2O (%)
Na2 O (%)
4
2
3
0
60 70 80 90 60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
1 0.25
0.8 0.2
P2 O5(%)
TiO2 (%)
0.6 0.15
0.4 0.1
0.2 0.05
0 0
60 70 80 90 60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
Figura 4.1 (cont.): Diagramas de variação de óxidos de elementos maiores para os granitóides de
Manica.
No diagrama K2O vs SiO2 é visível uma clara separação entre os membros da série
TTG e os granitos do grupo rico em potássio. Apesar da dispersão observada, o K2O
parece ter “grosso modo”, para as rochas da série TTG, uma correlação positiva com SiO2.
No caso do Na2O, tal já não se verifica, o que poderá ser explicado não só por a alteração
poder ter apagado a variação primária deste constituinte químico, mas também por em
magmas intermédios a ácidos o comportamento do Na passar de predominantemente
incompatível a predominantemente compatível, em consequência do progressivo aumento
da importância das plagioclases sódicas na cristalização magmática.
52
Capítulo 4 – Geoquímica
53
Capítulo 4 – Geoquímica
comportamento incompatível de alguns dos elementos (P, Ba, Zr) dos dois grandes grupos
referidos pode tornar-se compatível em sistemas magmáticos com composições
intermédias a ácidas.
54
Capítulo 4 – Geoquímica
30
40
20
Cr (ppm)
Ni (ppm)
30
10
20
10 0
60 70 80 90 60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
160 25
20
120
Sc (ppm)
V (ppm)
15
80
10
40
5
0 0
56 60 64 68 72 76 80 60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
30
Quartzo-diorito
20
Co (ppm)
Tonalitos
Granodioritos
Trondjemitos
10 Granitos(TTG)
Granitos ricos de K
0
60 70 80 90
SiO2 (%)
Figura 4.2: Diagramas de variação dos elementos de transição
55
Capítulo 4 – Geoquímica
*Green & Pearson (1985); Drake & Weill (1975); Gill (1981); Philpotts & Schnetzler (1970)
**Arth (1976); Mahood & Hildreth (1983); Nash & Crecraft (1985)
Nos diagramas de variação da Figura 4.3, observa-se uma correlação negativa, com
declive acentuado, entre o Sr e a SiO2 o que sugere que a cristalização de plagioclase teve
um papel importante nos processos de diferenciação magmática. Para os casos do Ba e do
Rb, regista-se uma dispersão muito forte (Fig. 4.3), que deverá ser o reflexo da alteração
pós-magmática a que estas rochas foram sujeitas (Capítulo 3). Com efeito, uma das
características típicas dos elementos deste grupo é a sua grande mobilidade em meio
aquoso.
56
Capítulo 4 – Geoquímica
200
160
Rb (ppm)
Quartzo-diorito
120
Tonalitos
Granodioritos
80
Trondjemitos
Granitos(TTG)
40 Granitos ricos de K
0
60 70 80 90
SiO2 (%)
1000 500
800 400
Ba (ppm)
Sr (ppm)
600 300
400 200
200 100
0 0
60 70 80 90 60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
Figura 4.3: Diagramas de variação dos elementos litófilos para os granitóides de Manica.
57
Capítulo 4 – Geoquímica
Quartzo-diorito
Tonalitos
Granodioritos
Trondjemitos
Granitos(TTG)
Granitos ricos de K
250
60
200
Y (ppm)
40
Zr (ppm)
150
20 100
50
0
60 70 80 90 60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
58
Capítulo 4 – Geoquímica
dados actualmente disponíveis, não permitiram testar essa hipótese. Como, por outro lado,
a restante informação geoquímica apoia uma relação genética entre todos os granitóides
estudados, os factores considerados em (a) e (b) serão os mais plausíveis para explicar a
fraca correlação observada.
Nas rochas ígneas ácidas, as fases acessórias (allanite, esfena, monazite, xenótimo,
apatite, zircão) são as principais receptoras de terras raras (TR), embora este grupo de
elementos possa apresentar coeficientes de partilha superiores a 1 em minerais essenciais
como a anfíbola e a biotite (Tabela 4.3). O Eu é o único elemento do grupo das TR que
ocorre sob a forma de iões divalentes, em contraste com os iões de carga 3+ característicos
dos outros lantanídeos, o que permite que os feldspatos incorporem muito mais facilmente
aquele elemento do que as restantes TR (Tabela 4.3).
*Green & Pearson (1983; 1985); Drake & Weill (1975); Gill (1981); Philpotts & Schnetzler (1970)
**Arth (1976); Mahood & Hildreth (1983); Nash & Crecraft (1985); Fujimaki (1986)
59
Capítulo 4 – Geoquímica
intermédias (TRM) (Arth, 1976; Green & Pearson, 1983; Mahood & Hildreth, 1983;
Fujimaki, 1986).
Apresentam-se na Figura 4.5 os diagramas de variação química das terras raras nos
granitóides de Manica. Tal como no caso dos HFSE, as TR parecem decrescer para valores
de sílica compreendidos entre 59-73%, mas não definem nenhuma tendência de variação
regular nos termos mais diferenciados (SiO2 > 73%).
500
400
TR (ppm)
Quartzo-diorito
300
Tonalitos
Granodioritos
200 Trondjemitos
Granitos(TTG)
100 Granitos ricos de K
0
60 70 80 90
SiO2 (%)
500 40
400
30
TRP (ppm)
TRL(ppm)
300
20
200
10
100
0 0
60 70 80 90 60 70 80 90
SiO2 (%) SiO2 (%)
Figura 4.5: Diagramas de variação das terras raras nos granitóides da região de Manica.
60
Capítulo 4 – Geoquímica
SiO2(%)
MS09 58.99
MS01 67.94
MS06 70.12
100.0
MS07 68.17
ROCHA / MANTO PRIMORDIAL
MS19 71.67
MS28 70.86
10.0
1.0
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu
Figura 4.6: Padrões de terras raras do quartzo-diorito e dos tonalitos de Manica, normalizados para
o manto primordial (Sun & McDonough, 1989).
61
Capítulo 4 – Geoquímica
100.0
SiO2(%)
ROCHA / MANTO PRIMORDIAL
MS04 69.86
MS15 69.78
MS23 72.28
MS25 69.78
10.0
1.0
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu
Figura 4.7: Padrões de terras raras dos granodioritos de Manica, normalizados para o manto
primordial (Sun & McDonough, 1989).
62
Capítulo 4 – Geoquímica
100.0
ROCHA / MANTO PRIMORDIAL
SiO2(%)
MS11 73.05
MS20 73.04
MS21 72.89
10.0
1.0
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu
Figura 4.8: Padrões de terras raras dos trondjemitos de Manica, normalizados para o manto
primordial (Sun & McDonough, 1989).
63
Capítulo 4 – Geoquímica
Na Figura 4.9, estão representados os padrões de terras raras dos granitos TTG.
Embora os perfis obtidos se sobreponham na generalidade aos das litologias já descritas
(LaN/YbN = 4.5-26.4; LaN/SmN = 4.0-7.6; GdN/YbN = 0.9-2.5), os granitos podem mostrar
razões LaN/YbN inferiores e anomalias negativas de Eu (Eu/Eu* = 0.6-0.9). Estas
características parecem indicar uma diminuição da influência do fraccionamento de
anfíbola e o concomitante aumento do papel da plagioclase durante os últimos estádios de
evolução magmática (líquidos trondjemíticos líquidos graníticos).
100.0
SiO2(%)
ROCHA / MANTO PRIMORDIAL
MS22 72.41
MS30 74.43
MS29 77.53
10.0
1.0
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu
Figura 4.9: Padrões de terras raras dos granitos da série TTG de Manica, normalizados para o
manto primordial (Sun & McDonough, 1989).
Finalmente na Figura 4.10 são apresentados os padrões de terras raras dos granitos
ricos em potássio da região de Manica. Estes granitóides distinguem-se dos membros da
sequência TTG pela grande variabilidade das razões LaN/YbN (4.5–119.2) e pela existência
sistemática de anomalias negativas de Eu (Eu/Eu* =0.3-0.7). Tal como nos granitos da
série TTG, a presença deste tipo de anomalias nos granitos ricos em potássio testemunha o
fraccionamento da plagioclase, facto que é concordante com o decréscimo de Al2O3 e CaO
com a diferenciação. Por outro lado, a ampla gama de razões TRL/TRP observada mostra
que, a partir do momento em que a separação de anfíbola, esfena e apatite perde influência,
deixa de haver regularidade na variação das concentrações dos lantanídeos. A dispersão
das razões LaN/YbN nas composições mais ácidas deverá, por isso, ter sido condicionada
pelos efeitos de acumulação e/ou competição entre minerais com elevada capacidade de
incorporação de TR (KD >> 1).
64
Capítulo 4 – Geoquímica
SiO2(%)
MS03 80.31
MS08 78.50
100.0
MS10 75.02
ROCHA / MANTO PRIMORDIAL
MS12 74.91
MS18 73.49
10.0
1.0
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu
Figura 4.10: Padrões de terras raras dos granitos ricos em potássio de Manica, normalizados para o
manto primordial (Sun & McDonough, 1989).
65
Capítulo 4 – Geoquímica
Crusta total
Componente félsica
1000 Componente máfica
MS09
100
10
0.1
Th K Nb La Ce Sr Nd P Zr Hf Sm Ti Y Yb
TONALITOS
MS01
MS06
1000 MS07
MS19
MS28
100
10
0.1
Th K Nb La Ce Sr Nd P Zr Hf Sm Ti Y Yb
66
Capítulo 4 – Geoquímica
GRANODIORITOS
MS04
1000 MS15
MS23
MS25
100
10
0.1
Th K Nb La Ce Sr Nd P Zr Hf Sm Ti Y Yb
TRONDJEMITOS
MS11
1000
MS20
MS21
100
10
0.1
Th K Nb La Ce Sr Nd P Zr Hf Sm Ti Y Yb
67
Capítulo 4 – Geoquímica
GRANITOS(TTG)
1000 MS22
MS29
MS30
100
10
0.1
Th K Nb La Ce Sr Nd P Zr Hf Sm Ti Y Yb
GRANITOS RICOS DE K
MS03
MS08
MS10
MS12
1000
MS18
100
10
0.1
Th K Nb La Ce Sr Nd P Zr Hf Sm Ti Y Yb
68
Capítulo 4 – Geoquímica
69
Capítulo 4 – Geoquímica
70
Capítulo 4 – Geoquímica
1000
SYN-COLG
WPG
100
Rb (ppm)
ORG
10
VAG
10 100 1000
Y + Nb (ppm)
Quartzo-diorito
Tonalitos
100
Granodioritos
Trondjemitos
Granitos(TTG)
Granitos ricos de K
10 WPG
Ta (ppm)
SYN-COLG
1 ORG
VAG
0.1
0.1 1 10 100
Yb (ppm)
Figura 4.12: Projecção dos granitóides de Manica nos diagramas de discriminação tectónica de
Pearce et al. (1984).
71
Capítulo 4 – Geoquímica
Apresentam-se na Tabela 4.4, as análises isotópicas Rb-Sr (rocha total), obtidas por
Tassinari et al. (2003) no Centro de Pesquisas Geocronológicas da Universidade de São
Paulo, para nove amostras da parte sul do complexo granítico-gnáissico de Vumba. As
amostras 11137, 11142, 11139 e 11144 foram colhidas no mesmo afloramento que a
amostra MS-01. Existe também correspondência, em termos de localização, entre as
amostras 11113, 11118, 11157, 11156, 11159 e a amostra MS-18.
Usando o programa ISOPLOT de Ludwig (2001), verifica-se que as amostras da
pedreira de Vumba definem uma errócrona de 2762 ± 130 Ma, com uma razão inicial de
87
Sr/86Sr = 0.7020 ± 0.0034 (MSWD = 31) (Fig. 4.13). Quando projectadas conjuntamente
com as amostras de Mondunguara dão uma errócrona de 2713 ± 340 Ma com uma razão
inicial de 87Sr/86Sr = 0.7015 ± 0.0077 (MSWD = 310) (Fig. 4.14).
72
Capítulo 4 – Geoquímica
Estas “idades” são, dentro dos limites de erro, coincidentes com a obtida em
vulcanitos félsicos intercalados na sequência de greenstones de Manica (2768 ± 38 Ma,
87
Sr/86Sri = 0.7049 ± 0.0011, MSWD = 0.80), utilizando os dados analíticos de Manuel
(1992). Distinguem-se, no entanto, das idades apresentadas pelo mesmo autor para os
granitóides da parte norte do complexo de Vumba (3385 ± 255 Ma) e para as fácies
expostas a sul (2527 ± 632 Ma).
A grande dispersão de idades Rb-Sr demonstra que não é possível datar com precisão
a intrusão dos granitóides do complexo de Vumba através deste sistema isotópico. De
facto, existem fortes probabilidades das isócronas obtidas não reflectirem a idade de
instalação uma vez que o Rb e o Sr são elementos muito móveis em meio aquoso e as
rochas de Manica mostram sinais de terem sido intensamente afectadas por processos de
alteração pós-magmática (de que são exemplos a sericitização e a saussuritização descritas
no capítulo da petrografia).
Tabela 4.4 – Dados isotópicos Rb-Sr para granitóides da sequência TTG de Manica (Vumba)*
87
Ref. Litologia Localização Sr Rb Rb/86Sr Erro (2 )
87
Sr/86Sr Erro (2 )
11137 TTG- ext. sul Mondunguara 176.0 102.8 1.698 0.017 0.757820 0.000038
11142 TTG- ext. sul Mondunguara 262.4 73.5 0.812 0.003 0.734309 0.000022
11139 TTG- ext. sul Mondunguara 248.8 64.6 0.753 0.006 0.734477 0.000029
11144 TTG- ext. sul Mondunguara 223.5 67.9 0.881 0.008 0.733468 0.000029
11113 TTG- ext. sul Vumba 137.9 109.0 2.308 0.020 0.794322 0.000050
11118 TTG- ext. sul Vumba 125.4 110.9 2.584 0.023 0.806303 0.000073
11157 TTG- ext. sul Vumba 201.7 55.2 0.794 0.007 0.732994 0.000059
11156 TTG- ext. sul Vumba 132.9 88.5 1.940 0.008 0.778505 0.000311
11159 TTG- ext. sul Vumba 249.4 45.3 0.526 0.007 0.724033 0.000029
73
Capítulo 4 – Geoquímica
0,82
0,80
0,78
Sr/86Sr
0,76
87
0,74
0,70
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2
87
Rb/86Sr
Figura 4.13: Diagrama isocrónico para as amostras de Vumba
0,82
0,80
0,78
Sr/86Sr
0,76
87
0,74
0,70
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2
87 86
Rb/ Sr
Figura 4.14: Diagrama isocrónico para as amostras de Vumba e Mondunguara
74
Capítulo 4 – Geoquímica
Na Tabela 4.5, mostram-se os resultados das análises isotópicas Sm-Nd, obtidas por
Tassinari et al. (2003), de duas amostras da associação TTG de Manica (11144 e 11134),
uma amostra de um felsito (11147), uma amostra do granito de Messica (11161) e duas
amostras de granitóides do cinturão móvel de Moçambique (11125 e 11129). Considerou-
se importante incluir os dados referentes a unidades que não foram tratadas neste trabalho
(Messica e cinturão móvel de Moçambique) para se poder comparar as assinaturas
isotópicas dos diferentes tipos de litologias ígneas expostas na região.
75
Capítulo 4 – Geoquímica
76
Capítulo 4 – Geoquímica
Nd
20
10
Manto empobrecido
DePaolo
CHUR
-10
-20
-30
GRANITOS RICOS EM K
GRANODIORITOS - SUÍTE TTG
-40 GRANODIORITOS RETRABALHADOS
T(Ga)
-50
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
77
Capítulo 4 – Geoquímica
4.6 CONCLUSÕES
78
Capítulo 4 – Geoquímica
para fundir parcialmente a crusta oceânica, apesar de anómalo nos ambientes de subducção
actuais, seria a situação comum no Arcaico.
79
Capítulo 5 – Síntese final
CAPÍTULO 5
SÍNTESE FINAL
O Grupo de Manica localiza-se no centro da República de Moçambique, na província
de Manica, junto à fronteira com o Zimbabwe. Representa o prolongamento do cratão
arcaico do Zimbabwe dentro do território moçambicano. As principais unidades
litoestratigráficas identificadas no grupo de Manica são: a Formação de Macequece e a
Formação de M’Beza-Vengo (D’Orey, 1978; Afonso et al., 1998). Embora a idade
absoluta das rochas verdes da região de Manica não seja conhecida, por analogia com as
formações zimbabweanas, a Formação de Macequece tem sido equiparada ao Sebakviano-
Bulavaiano (3.5–2.7 Ga) e a de M’Beza-Vengo ao Shamvaiano (2.65-2.6 Ga) (Afonso et
al., 1998).
A Formação de Macequece é a unidade mais antiga e é composta por uma sequência
alternada de rochas ígneas básicas/ultrabásicas e sedimentares metamorfizadas. As
litologias ígneas estão representadas por komatiitos basálticos, komatiitos peridotíticos e
horizontes esporádicos de vulcanitos félsicos. Sobre este conjunto assenta
concordantemente um pacote metassedimentar, menos metamorfizado, constituído
essencialmente por grés, conglomerados, grauvaques e quartzitos bandados ferruginosos
(BIF), com algumas intercalações de rochas lávicas (D’Orey, 1978).
A Formação de M’beza –Vengo repousa em discordância sobre a Formação de
Macequece e é formada por uma sequência metassedimentar de conglomerados,
grauvaques e pelitos com níveis intercalados de metavulcanitos máficos e ultramáficos.
Durante o Arcaico tardio e o Proterozóico, as formações de Macequece e de M’beza-
Vengo sofreram vários fenómenos de intrusão por magmas ácidos e básicos. Os corpos
ígneos intrusivos têm composição predominantemente granitóide e constituem um extenso
complexo batolítico na bordadura do cinturão de rochas verdes (granitos externos) e
diversos “stocks” no interior do cinturão (granitos internos). As suas idades variam entre
2.7 e 2.6 Ga (Manhiça et al., 2001).
81
Capítulo 5 – Síntese final
82
Capítulo 5 – Síntese final
sequência principal. A sua assinatura geoquímica é compatível com uma origem por
cristalização fraccionada a partir de magmas TTG, apesar de não se poder excluir
completamente a hipótese de terem derivado da fusão parcial de crusta continental arcaica.
Na globalidade, a sequência granitóide de Manica tem uma natureza calco-alcalina,
típica de ambiente de margem continental activa, o que é suportado pelas seguintes
características: (a) é formada por rochas variando entre quartzo-dioritos e granitos,
passando por tonalitos e granodioritos; (b) define uma linha evolutiva de progressivo
empobrecimento em Fe2O3, TiO2 e MnO com a diferenciação; (c) mostra elevadas razões
LILE/HFSE e TRL/TRP (Fig. 5.1); (d) apresenta sistematicamente uma anomalia negativa
de Nb (Fig. 5.2).
Série TTG
MS09
100.0
ROCHA / MANTO PRIMORDIAL
10.0
1.0
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu
10.0
1.0
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu
83
Capítulo 5 – Síntese final
100
10
0.1
Th K Nb La Ce Sr Nd P Zr Hf Sm Ti Y Yb
GRANITOS RICOS DE K
1000
100
10
0.1
Th K Nb La Ce Sr Nd P Zr Hf Sm Ti Y Yb
84
Capítulo 5 – Síntese final
85
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
AFONSO, R.S. (1976). A Geologia de Moçambique. Notícia explicativa da Carta Geológica de
Moçambique, 1/2 000 000. Dir. Serv. Geol. Minas, Maputo, 1ªed. 1976 b, 2ª ed. 1978, 175 p.
AFONSO, R.S., MARQUES, J.M. & FERRARA, A. (1998). A Evolução Geológica de
Moçambique. Inst. Invest. Cient. Tropical, Dir. Nac. Geol. Maputo. Lisboa, 95 p.
ANDRADE, A.F. (1929). Esbôço Geológico da Província de Moçambique. Imp. Nac. Lisboa, 229
p.
ARTH, J.G. (1976). Behaviour of trace elements during magmatic processes – a summary of
theoretical models and their applications. J. Res. U.S. Geol. Surv., 4, 41-47.
ARTH, J.G., BARKER, F., PETERMAN, Z.E. & FRIEDMAN, I. (1978). Geochemistry of the
gabbro-diorite-tonalite-trondhjemite suite of southwest Finland and its implications for the
origin of tonalitic and trondhjemitic magmas. J. Petrol., 19, 289-316.
ARAÚJO, J.R. (1966). The Mozambique Belt in the Barué Area, Manica and Sofala District,
Mozambique with special reference to the petrology, stratigraphy and metamorphism. PhD
Thesis, Department of Earth Sciences, University of Leeds, U.K.
ARAÚJO, J.R. & GOUVEIA, J.C. (1965). Contribuição para o estudo da geologia do distrito de
Manica e Sofala – Formações Precâmbricas. Bol. Serv. Geol. Minas, L. Marques, Moçambique.
ATHERTON, M.P. & PETFORD, N. (1993). Generation of sodium-rich magmas from newly
underplated basaltic crust. Nature, 362, 144-146.
BARKER, F. (1979). Trondhjemite: definition, environment and hypotheses of origin. In: F. Barker
(Eds). Trondhjemites, Dacites and Related Rocks, Developments in Petrology 6. Elsevier,
Amsterdam.
BARKER, F. & ARTH, J.G. (1976). Generation of trondhjemitic-tonalitic liquids and Archean
bimodal trondhjemite-basalt suites. Geology, 4, 596 – 600.
BICKLE, M.J. & NISBET, E.G. (1993). The development of the Belingwe greenstone belt: a study
in the development of the continental crust. Geol. Soc. Zimbabwe Special Publications, 2, A.A
Bakerma, Rotterdam.
BICKLE, M.J., NISBET, E.G. & MARTIN, A. (1994). Archaean greenstone belts are not oceanic
crust. J. Geol., 102, 121-138.
BLENKINSOP, T.G., MARTIN, A., JELSMA, H.A. & VINYU, M.L. (1997). The Zimbabwe
craton. In: De Wit, M.J., Ashwal, L.D. (Eds). Greenstone Belts. Oxford University Press.
Oxford. 567-580.
87
Bibliografia
BROOKS, C.K., HENDERSON, P. & RONSBO, J.G. (1981). Rare earth elements partitioning
between allanite and glass in the obsidian of Sandy Braes, Northern Ireland. Mineral. Mag., 44,
157-160.
CAMPBELL, S.D.G. & PITFIELD, P.E.J. (1994). Structural controls of gold mineralisation in the
Zimbabwe craton: exploration guidelines. Zimbabwe Geological Survey Bulletin, 101, 270.
CAMPBELL, S.D.G., OESTERLEN, P.M., BLENKINSOP, T.G., PITFIELD, P.E.J. &
MUNYANYIWA, H. (1992). A provisional tectonic map and the tectonic evolution of
Zimbabwe. Annals of the Zimbabwe Geological Survey, XVI, 31-51.
CASTRO, A.D. (1989). Petrografia Basica. Texturas, Classificación y Nomenclatura de Rocas.
Paraninfo (Ed.), Madrid.
CHENJERAI, K.G. (1995). The Mutare Greenstone Belt, Zimbabwe: geology, geochemistry and
gold mineralization. Tese de Doutoramento, Universität Zu Göttingen.
CIDADE, J.B. (1996). Estudo Geológico-Estrutural da Região Norte da Vila de Manica. Trabalho
de Diploma. Departamento de Geologia, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo,
Moçambique.
CONDIE, K.C. (1981). Archaean Greenstone Belts. Developments in Precambrian Geology 3,
Elsevier, Amsterdam, 434 pp.
CONDIE, K.C. & HARRISON, N.M. (1976). Geochemistry of the Archaean Bulawayan Group,
Midlands greenstone belt, Rhodesia. Precambrian Res., 3, 253-271.
CUNE, G.R. (1994). A Geologia da Faixa entre Manica e Chazuca e a Correlação com os Dados
Rádiomagnéticos. Trabalho de Diploma, Departamento de Geologia, Universidade Eduardo
Mondlane, Maputo, Moçambique.
DePAOLO, D. (1981). Neodymium Isotopes in the Colorado Front Range and crust-mantle
evolution in the Proterozoic. Nature, 291, 193-196.
DePAOLO, D. (1988). Neodymium Isotope Geochemistry, An Introduction, Springer Verlag, 187 p.
DIRKS, P.H.G.M. & JELSMA, H.A. (1998). Horizontal accretion and stabilization of the
Zimbabwe craton. Geology, 26, 11-14.
DIRKS, P.H.G.M. & JELSMA, H.A. (2002). Crust-mantle decoupling and the growth of the
Archaean Zimbabwe craton. J. African Earth Sci., 34, 157-166.
DIRKS, P.H.G.M. & VAN DER MERWE, J. (1997). Early duplexing in an Archaean greenstone
sequence and its control on gold mineralisation. J. African Earth Sci., 24, 603-620.
DODSON, M.H., COMPSTON, W., WILLIAMS, I.S. & WILSON, J.F. (1988). A search for
ancient detrital zircons in Zimbabwean sediments. J. Geol. Soc. London, 145, 977-983.
D’OREY, F.L.C. (1978). A Génese das Mineralizações Cupro-niquelíferas da Edmundian (Vila de
Manica, Moçambique). Tese de Doutoramento, Universidade de Lisboa, Portugal
88
Bibliografia
DRAKE, M.J. & WEILL, D.F. (1975). Partition of Sr, Ba, Ca, Y, Eu2+, Eu3+ and other REE
between plagioclase feldspar and magmatic liquid: an experimental study. Geochim.
Cosmochim. Acta, 39, 689-712.
FAO (1984). Agroclimatological Data Africa. Vol. 2, Roma.
FUJIMAKI, H. (1986). Partition coefficients of Hf, Zr and REE between zircon, apatite and liquid.
Contrib. Mineral. Petrol., 94, 42-45.
GILL, J.B. (1981). Orogenic Andesites and Plate Tectonics. Springer-Verlag, Berlin, 358 p.
GRANTHAM, G.H., STOREY, B.C., THOMAS, R.J. & JACOBS, J. (1997). The break-up
position of Haag Nunataks within Gondwana: possible correlations in Natal and Dronning
Maud Land. In: Ricci, C.A. (Eds). The Antarctic Region: Geological Evolution and Processes.
Proceedings of the VII International Symposium of Antarctic Earth Sciences, Siena, 13-20.
GREEN, T.H. & PEARSON, N.J. (1983). Effect of pressure on rare earth elements partition
coefficients in common magmas. Nature, 305, 414-416.
GREEN, T.H. & PEARSON, N.J. (1985). Experimental determination of REE partition coefficients
between amphibole and basaltic liquids at high pressures. Geochim. Cosmochim. Acta, 49,
1465-1468.
HAWKESWORTH, C.J., MOORBATH, S., O’NIONS, R.K. & WILSON, J.F. (1975). Age
relationships between greenstone belts and ‘granites’ in the Rhodesian Archaean craton. Earth
Planet. Sci. Lett., 25, 251-262.
HAWKESWORTH, C.J., BICKLE, M.J., GLEDHILL, A.R., WILSON, J.F. & ORPEN, J.L. (1979).
A 2.9 b.y. event in the Rhodesian Archaean. Earth Planet. Sci. Lett., 43, 285-297.
HOFFMAN, P.F. (1991a). Did the break-out of Laurentia turn Gondwanaland inside out? Science,
252, 1409-1412.
HOFFMAN, P.F. (1991b). On accretion of granite-greenstone terranes. In: Robert, F., Shean, P.A.,
Green, S.B. (Eds). Nuna Conference on Greenstone Gold and Crustal Evolution, Val D’Or.
Geological Association of Canada Special Publications, 32-45.
HOFFMAN, P.F. (1992). Global Grenvillian kinematics and fusion of the Neoproterozoic
supercontinent Rodinia. Geological Association of Canada. Program with abstracts, v. 17, 49.
HOFMAN, A., DIRKS, P. & JELSMA, H. (2001). Late Archaean foreland basin evolution,
Belingwe greenstone belt, Zimbabwe. Sedim. Geol., 141/142, 131-168.
HORSTWOOD, M.S.A. (1998). Stratigraphy, Geochemistry and Zircon Geochronology of the
Midlands Greenstone Belt, Zimbabwe. PhD Thesis, University of Southampton, U.K.
HUNTER, D.R. & PRETORIUS, D.A. (1981). Structural Framework. Precambrian of Southern
Hemisphere. Universidade do Natal, República da África do Sul, 397 – 419.
89
Bibliografia
HUNTER, M.A. (1997). The Tectonic Setting of the Belingwe Greenstone Belt, Zimbabwe. PhD
Thesis, University of Cambridge, U.K.
HUNTER, M.A., BICKLE, M.J., NISBET, E.G., MARTIN, A. & CHAPMAN, H.J. (1998).
Continental extensional setting for the Archaean Belingwe Greenstone Belt, Zimbabwe.
Geology, 26, 883-886.
INSTITUTO NACIONAL DE GEOLOGIA (1987). Carta Geológica da República Popular de
Moçambique (escala 1/1.000.000). Ministério dos Recursos Minerais.
JACOBS, J. (1991). Strukturelle Entwicklung und Abkuhlungsgeschichte der Heimefrontfjella
(western Droning Maud Land). Berichte zur Polarforschung, v. 97, 141 p.
JACOBS, J., THOMAS, R.J. & WEBER, K. (1993). Accretion and indentation tectonics at the
southern edge of the Kaapvaal craton during the Kibaran (Grenville) orogeny. Geology, 21,
203-206.
JELSMA, H.A. (1993). Granites and Greenstones in Northern Zimbabwe. PhD Thesis, Free
University of Amsterdam, Netherlands.
JELSMA, H.A. & DIRKS, P.H.G.M. (2000a). Tectonic evolution of a greenstone sequence in
northern Zimbabwe: sequential early stacking and pluton diapirism. Tectonics, 19, 135-152.
JELSMA, H.A. & DIRKS, P.H.G.M. (2000b). Neoarchaean tectonomagmatic evolution of the
Zimbabwe craton. J. African Earth Sci., 31, (1a), 33.
JELSMA, H.A. & DIRKS, P.H.G.M. (2001). Crustal growth and formation of the Zimbabwe
craton. Geological Society Special Publications, in press.
JELSMA, H.A., VINYU, M.L., VALBRACHT, P.J., DAVIES, G.R., WIJBRANS, J.R.,
VERDURMEN, E.A.T. (1996). Constraints on Archaean crustal evolution of the Zimbabwe
craton: a U-Pb zircon, Sm-Nd and Pb-Pb isotopic study. Contrib. Mineral. Petrol., 124, 55-70.
JÚNIOR, R.G.M. (1990). Estudo da Sequência Metavulcano-sedimentar a Sul da Serra Vengo.
Trabalho de Diploma, Departamento de Geologia, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo,
Moçambique.
KALSBEEK, F. (2001). Geochemical comparison between Archaean and Proterozoic
orthogneisses from the Nagssutoqidian orogen, West Greenland. Precambrian Res., 105, 165 –
181.
KUSKY, T.M. (1998). Tectonic setting and terrane accretion of the Archaean Zimbabwe craton.
Geology, 26, 163-166.
KUSKY, T.M. & KIDD, W.S.F. (1992). Remnants of an Archaean oceanic plateau, Belingwe
Greenstone Belt, Zimbabwe. Geology, 20, 43-46.
90
Bibliografia
91
Bibliografia
O’ CONNOR, J.T. (1965). A classification for quartz rich igneous rocks based on feldspar ratios.
U.S. Geol. Surv. Prof. Paper, 525 B, B79 - B84.
OBERHOLZER, W. (1964). A Geologia da Mancha de Manica. Relatório inédito, Serv. Geol.
Minas, L. Marques, Moçambique.
OBRETENOV, N. (1977). Região Mineira de Manica. Relatório inédito, Dir. Nac. Geol., Maputo,
Moçambique.
OPIYO-AKECH, N., TARNEY, J. & HOSHINO, M. (1999). Petrology and geochemistry of
granites from the Archaean terrain north of Lake Victoria, western Kenya. J. African Earth Sci.,
29 (2), 283-300.
PEARCE, J. A., HARRIS, N. B. & TINDLE, A. G. (1984). Trace element discrimination diagrams
for the tectonic interpretation of granitic rocks. J. Petrol., 25, 956-983.
PHILPOTTS, J.A. & SCHNETZLER, C.C. (1970). Phenocryst - matrix partition coefficients for K,
Rb, Sr and Ba with applications to anorthosite and basal genesis. Geochim. Cosmochim. Acta,
34, 307-322.
PINTO, M.S. (1969). Geochemistry of Some Granites of the Manica e Sofala District,
Mozambique. MSc Thesis, Department of Earth Sciences, University of Leeds, U.K.
RAPP, R.P., WATSON, E.B. & MILLER, C. F. (1991). Partial melting of amphibolite/eclogite and
origin of Archaean trondhjemites and tonalites. Precambrian Research, v. 51, p. 1-25.
ROLLINSON, H. (1993). Using Geochemical Data: Evaluation, Presentation, Interpretation.
Longman, Essex, 352 p.
SHELLEY, D. (1993). Igneous and Metamorphic Rocks under the Microscope. Chapman & Hall,
London, 445 p.
SHERATON, J.W. & BLACK, L.P. (1983). Geochemistry of Precambrian gneisses: relevant for
the evolution of crust Antartic shield. Lithos, 16, 273 – 296.
STOCKLMAYER, V.R. (1978). The geology of the country around Inyanga. Rhodesia Geological
Survey Bulletin, 79.
STOWE, C.W. (1980). Wrench fault tectonics in the Archaean Rhodesian Craton. Geological
Society South Africa, 83, 193-206.
SUN, S. & McDONOUGH, W.F. (1989). Chemical and isotopic systematics of oceanic basalts:
implications for mantle composition and processes. In Saunders, A D. & Norry, M.J. (Eds.).
Magmatism in the Ocean Basins. Geol. Soc. Spec. Publ., nº 42, London, 313 – 345.
TARNEY, J. & JONES, C.E. (1994). Trace element geochemistry of orogenic igneous rocks and
crustal growth models. J. Geol. Soc. London, 151, 855-868.
92
Bibliografia
TASSINARI, C.C.G., SUMBURANE, E. & PINTO, M.S. (2003). Novos dados Rb-Sr e Sm-Nd
nos terrenos granito-greenstone da região de Manica, centro de Moçambique: Evidências de
acreção continental no Arqueano e Paleoproterozoico. VII Congresso de Geoquímica dos Países
de Língua Portuguesa, Maputo, Livro de resumos alargados (em impressão).
TAYLOR, P.N., KRAMERS, J.D., MOORBATH, S., WILSON, J.F., ORPEN, J.L. & MARTIN,
A. (1991). Pb-Pb, Sm-Nd and Rb-Sr geochronology in the Archaean craton of Zimbabwe.
Chem. Geol., 87, 175-196.
TAYLOR, S.R. & MCLENNAN, S.M. (1985) The Continental Crust: It’s Composition and
Evolution, Blackwell, Oxford, 312 pp.
TCHAMENI, R., MEZGER, K., NSIFA, N.E. & POUCLET, A. (2000). Neoarchaean crustal
evolution in the Congo Craton: evidence from K rich granitoids of the Ntem Complex, Southern
Cameroon. J. African Earth Sci., 30, 133 – 147.
TRELOAR, P.J. & BLENKINSOP, T.G. (1995). Archaean deformation patterns in Zimbabwe: true
indicators of Tibetan style crustal extrusion or not? In: Coward, M.P & Ries, A.C. (Eds). Early
Precambrian Processes. Geological Society South Africa Special Publications, 95, 87-108.
TRINDADE, N.S.R. (1995). Mapeamento Geológico-Estrutural entre as Serras Nhautata e
Andrada, região de Manica. Trabalho de Diploma, Departamento de Geologia, Universidade
Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique.
UNITED NATIONS (1998). Mozambique Map nº 3706 Rev. 2. Department of Public Information
Cartographic Section.
VINYU, M.L., MARTIN, M.W., BOWRING, S.A., HANSON, R.E., JELSMA, H.A. & DIRKS, P.
H. (1999). First U – Pb zircon ages from a craton-margin Archaean orogenic belt in Northern
Zimbabwe. Precambrian Res., 98, 67-82.
WARD, C.D., MCARTHUR, J.M. & WALSH, J.N. (1992). Rare earth element behaviour during
evolution and alteration of the Dartmoor granite, SW England. J. Petrol., 33, 785-815.
WAREHAM, C.D., PANKHURST, R.J., THOMAS, R.J., STOREY, B.C., GRANTHAM, G.H.,
JACOBS, J. & EGLINGTON, B.M. (1998). Pb, Nd and Sr isotope mapping of Grenville-age
Crustal Provinces in Rodinia. J. Geol., 106, 647-659.
WATSON, R.L.A. (1969). The geology of the Cashel, Melsetter and Chipinga areas. Rhodesia
Geological Survey Bulletin, 60.
WEAVER, B.L. & TARNEY, J. (1980). Rare earth geochemistry of Lewisian granulite-facies
gneisses, Northwest Scotland: implications for the petrogenesis of the Archaean lower
continental crust. Earth Planet. Sci. Lett., 51, 279-296.
WEAVER, B.L. & TARNEY, J. (1981). Lewisian gneisse geochemistry and Archaean crust
development models. Earth Planet. Sci. Lett., 55, 171-180.
93
Bibliografia
WILSON, J.F. (1968). The geology of the country around Mashaba, Rhodesia Geological Survey
Bulletin, 62, 139.
WILSON, J.F. (1979). A preliminary reappraisal of the Rhodesian basement complex. In:
Anhaeusser, C.R., Foster, R.P., Stretton, T. (Eds), A symposium on mineral deposits and
transportation and deposition of metals, Geological Society South Africa Special Publications,
5, 1-23.
WILSON, J.F. (1981). The granite-gneiss-greenstone shield, Zimbabwe. In: Hunter, D.R.T. (Eds).
Precambrian of the Southern Hemisphere. Elsevier, Amsterdam. 454-488.
WILSON, J.F. (1990). A craton and its cracks: some of the behaviour of the Zimbabwe block from
the late Archaean to the Mesozoic in response to horizontal movements and the significance of
some of its mafic dyke patterns. J. African Earth Sc., 10, 483-501.
WILSON, J.F., NESBITT, R.W. & FANNING, C.M. (1995). Zircon geochronology of Archaean
felsic sequences in the Zimbabwe craton: a revision of greenstone stratigraphy and a model for
crustal growth. In: Coward, M.P & Ries, A.C. (Eds). Early Precambrian Processes. Geological
Society South Africa Special Publications, 95, 109-126.
WINTER, J.D. (2001). An Introduction to Igneous and Metamorphic Petrology. Prentice Hall Inc.,
Upper Saddle River, New Jersey.
94
RIA – Repositório Institucional da Universidade de Aveiro