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DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GEOLOGIA ESTRUTURAL I (GEO0306)
RELATÓRIO DE CAMPO
AUTORES:
NATAL/RN
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
RELATÓRIO DE CAMPO
ORIENTADORES:
PROF. DR. ALEX FRANCISO ANTUNES
NATAL/RN
2019
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
2. O ARCABOUÇO GEOLÓGICO DA REGIÃO DO SERIDÓ .............................................. 2
2.1 Complexo Caicó ......................................................................................................... 2
2.2 Grupo Seridó .............................................................................................................. 2
2.3 Granitóides Brasilianos ............................................................................................. 2
2.4 Tectônica e metamorfismo ........................................................................................ 3
3. DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE ESTRUTURAS ............................................ 7
3.1 Considerações iniciais sobre a cronologia das estruturas .................................... 7
3.2 Fabric, Zonas de Cisalhamento e Estruturas em Granitóides Brasilianos e
rochas associadas ........................................................................................................... 7
3.3 Deformação Polifásica no Grupo Seridó e no Complexo Caicó ........................... 10
3.4 Estruturas “Tardias” nos litotipos do Embasamento Pré-Cambriano ................. 15
4. CRONOLOGIA RELATIVA DE UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS, ESTRUTURAS E
INTRUSÕES ....................................................................................................................... 17
5. REGIMES DE DEFORMAÇÃO E MODELO DA MACROESTRUTURA ......................... 21
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 22
Referências bibliográficas ................................................................................................ 23
1
1. INTRODUÇÃO
Figura 2.1: Afloramento de paragnaisse na margem da BR-304 (Assu - RN) exibindo estruturas
de três eventos deformacionais diferentes (bandamento metamórfico associado a D₁, dobras
intrafoliais, por vezes transpostas, geradas durante D₂, e dobras com plano axial verticalizado
e vergência oposta a S₂, representando D₃). O plano da foto tem direção aproximadamente E-
W, com o leste à direita.
Hackspacher et. al. (1995, apud. Costa e Dantas, 2018) atribuíram para
esse evento uma idade orosiriana (1,9 a 2,0 Ga); concordando com o que foi
constatado em campo.
Figura 3.1 : Mapa geológico do plúton Granítico e áreas adjacentes adjacentes, destacando o
formato “en cornue” (Cavalcante, 2015).
Figura 3.4: Sets de Fraturas perpendiculares nos veios de pegmatitos (estrutura tablete de
chocolate).
Figura 3.5: Dobra recumbente (F2) exibindo foliação de ângulo suave (S2), cuja a disposição a
torna paralela ao acamamento (S0).
Figura 3.6: Padrão de interferência coaxial, característico do evento D3, observado em rocha
da Formação Seridó.
Figura 3.7: Imagem exibindo “corredores” de estaurolita (mineral de cor castanho), indicativo
de altas temperaturas (alto strain).
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Figura 3.8: Projeção estereográfica comparando as atitudes das foliações S3 e a lineação L3X
do Granito Barcelona e do Micaxisto Seridó.
O evento D2 gerou dobras F2, cujo plano axial mergulha suavemente para
leste e veios boudinados simétricos (gerados por estiramento ao longo de y) e
assimétricos (gerados por mecanismo de deslizamento flexural e estrutura linear
marcada por biotita), indicando sua gênese em alta temperatura. No ortognaisse
ocorreram anfibolitos, de origem pós-D1, dobrados com geometria isoclinal, indicando
dobras F2.
oeste, podendo ser inferida uma macrodobra sinforme para oeste.e alojamento de
diques pegmatíticos de extensão métrica paralelos ao plano axial desta dobras F3.
Também podem ser vistas dobras incongruentes, gerando mais um indicativo de
distintas eventos deformacionais.
Figura 3.10: A imagem mostra duas gerações de anfibolitos (ANF1 e ANF2) e um metagranito
pegmatítico G2 inseridos no ortognaisse Caicó
Figura 3.12: Fraturas conjugadas no granito Barcelona. Note que o eixo Z por elas definido é
subparalelo ao Z definido pela foliação no granito.
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D₃, na sua fase inicial de alto strain, teve caráter altamente invasivo,
rotacionando, truncando e muitas vezes apagando as estruturas anteriores, o que
indica que tal evento foi de extremamente alto strain, e de nível crustal mais profundo
que D₂. A paragênese de alta temperatura associada a essa fase corrobora essa ideia,
e também indica que o magmatismo regional G₃ teve um papel importante em
aumentar o fluxo de calor na crosta da região, e também o gradiente geotérmico. Foi
nessa fase, portanto, que ambos os picos deformacionais e metamórficos foram
alcançados, marcando a lineação de estiramento mais penetrativa na região (Figura
4.1):
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Figura 4.1: Mapa geológico regional com as elipsóides de strain associadas à fase principal de
D₃ (cima) e à fase de exumação (embaixo). A orientação das elipses foram baseadas em dados
de L₃ₓ e pares conjugados de falhas. Informação geológica obtida de Angelim et. al. (2006),
adaptada com informações obtidas em campo.
Figura 4.3: Coluna litoestratigráfica para as unidades vistas em campo, acompanhada da linha
de tempo estrutural e detalhamento das estruturas.
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6. CONCLUSÃO
Utilizando os dados obtidos em campo, foi possível caracterizar vários eventos
tectono-metamórficos diferentes na Faixa Seridó, mesmo utilizando-se de poucos
afloramentos estratégicos. Isso mostra a importância da análise estrutural para
estudos geológicos, e o poder que essas informações possuem na elaboração de um
panorama interpretativo. Também é evidente a importância de, no pré-campo,
selecionar afloramentos-chaves para visitar, que ofereçam o máximo de informações
tanto gerais como específicas.
Referências bibliográficas
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