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Curitiba
Outubro de 2018
ANDERSON MATIAS DOS SANTOS
ARTHUR VICENTINI DE OLIVEIRA
VICTOR AMIR CARDOSO DORNELES
Curitiba
Outubro de 2018
“I was served lemons, but I made lemonade.”
Hattie White
AGRADECIMENTOS
Figura 3 - Mapas aerogeofísicos da área IV. (a) mapa do ternário RGB com R: K, G: eTh,
B: eU, ressaltando os granitoides em tons azulados a esbranquiçados (alto eU e dos três
elementos, respectivamente); (b) mapa reduzido ao polo da inclinação do sinal analítico
do gradiente horizontal total (RTP-ISA-GHT). ............................................................... 22
Figura 6 - Modelo digital de elevação da área IV. (a) mapa de elevação da área; (b) mapa
de declividade, com índices de declividade segundo Embrapa (1979). ........................ 26
Figura 9 - Mapa geológico do CDF em Santa Catarina, com detalhamento das formações
que compõem o CMB. (1) cobertura sedimentar fanerozoica; (2) granito Subida, de idade
cambriana; (3) Bacia de Itajaí; (4) ZC Major Gercino; (5) granitoides neoproterozoicos
intrudidos no CMB; (6) Complexo Camboriú; (7) granitoides do Batólito Florianópolis;
Complexo Metamórfico Brusque: (8 – 11) unidades metavulcanossedimentares da Fm.
Rio da Areia ; (12 – 14) unidades metassedimentares de grau metamórfico baixo da Fm.
Botuverá, (15 - 17) unidades metassedimentares de grau médio da Fm. Botuverá; Fm.
Rio do Oliveira: (18 - 21) unidades metavulcanossedimentares da Fm. Rio do Oliveira;
(22) embasamento paleoproterozoico; (23) microplaca Luís Alves; (24) lineamentos
estruturais propostos pelos autores como falhas inversas e de cavalgamento (modificado
de Basei et al., 2011). .................................................................................................... 32
Figura 14 - Fotografias da unidade hornfélsica (NPhf). (a) Ponto 48-IV-2018 com detalha
do afloramento na unidade NPhf evidenciando foliação de xistosidade e
sobrecrescimento de muscovita sem orientação, muscovita-quartzo hornfels; (b) amostra
de mão pertencente à seção delgada do ponto 26-IV-2018, com andaluzita finas nas
porções micáceas, classificada como muscovita-biotita-andaluzita-quartzo hornfels. .. 45
Figura 18 – Fotografias das ocorrências de diques básicos (Kβab). (a) Ponto 45-IV-2018
com intrusão de diques básicos na unidade NPγmsv; (b) amostra de mão do ponto 41-
IV-2018 de andesi-basalto com microfenocristais de plagioclásio e ao topo xenocristal de
plagioclásio com 1 cm de espessura ............................................................................. 48
Figura 34 - (a) Bloco diagrama esquemático das foliações presentes sendo S2:
xistosidade, S3: clivagem de crenulação demonstrando a obliquidade da foliação S4 com
as demais. (b) projeção estereográfica da foliação S4 com plano máximo em 83/257. 70
Figura 35 - (a) bloco diagrama esquemático das foliações presentes sendo S2:
xistosidade, s3: clivagem de crenulação demonstrando a feição de corte sub-horizontal
da foliação S5 com as demais. (b) projeção estereográfica da foliação S5 com plano
máximo em 07/330, (n=5). ............................................................................................. 71
Figura 36 - (a) Ponto 133-IV-2018 detalhe com foliação em geometria de par s-c, típica
em rochas miloníticas, indicando o plano c em vermelho e s em amarelo. falha
transcorrente sinistral de direção NW em azul. (b) ponto 133-IV-2018, vista em planta
marcando a foliação Sm em amarelo e veio sigmoidal de quartzo de regime dextral. (c)
projeção estereográfica da área IV com plano máximo de 67/147, (n=23). (d) projeção
estereográfica da área II com plano máximo de 82/137, (n=119). ................................ 72
Figura 38 - (a) Ponto 73-IV-2018 demarcando uma falha normal com rejeito de 2 cm; (b)
ponto 136-IV-2018 com uma falha transcorrente sinistral com deslocamento com 4 cm;
(c) ponto 174-IV-2018 com falhas normais do tipo “em dominó”; (d) projeção
estereográfica dos polos dos planos de falha com plano máximo de 82/300 (n=22). ... 75
Figura 39 - (a) Mapa dos lineamentos traçados em amarelo no modelo digital de terreno;
(b) projeção estereográfica com os polos das fraturas (n=98) mostrando as duas
principais famílias de direção NE (em vermelho) e NW (azul); (c) diagrama de rosetas de
fraturas (n=98) demarcando as duas famílias. .............................................................. 76
Figura 40 - (a) Ponto 149-IV-2018 com veio de quartzo boudinado; (b) ponto 73-IV-2018
evidenciando veio de quartzo centimétrico paralelo a foliação S2; (c) ponto 35-IV-2018
veio de quartzo branco esverdeado e boudinado. (d) diagrama de rosetas da direção dos
veios com trend direcional em N30-40 (n=25). .............................................................. 77
Figura 50 - (a) Diagrama QAP de Streckeisen (1976) para rochas graníticas da SV,
batólitos norte e sul, observada em lâmina e afloramento das equipes de mapeamento
de Brusque do ano de 2018; (b) diagrama QAP de Streckeisen (1976) com as rochas
graníticas da SV, batólito sul, mapeadas pela equipe IV, com as setas indicando as séries
magmáticas de Lameyre & Bowden (1982): A - alcalina, Sh - shoshonítica, AK - cálcio-
alcalina de alto potássio, MK - cálcio-alcalina de médio potássio, BK - cálcio-alcalina de
baixo potássio, T – toleiítica. ......................................................................................... 92
Figura 51 - (a) Diagrama TAS (Total Alkali Silica) de Middlemost (1994) para classificação
de rochas plutônicas; (b) diagrama multicatiônico R1-R2 de La Roche et al. (1980) para
classificação de rochas plutônicas; (c) diagrama SiO2 x K2O de Peccerillo & Taylor (1976)
para definição química de séries magmáticas; (d) diagrama A/CNK x A/NK de Shand
(1943). ........................................................................................................................... 93
Figura 52 - (a) Spidergram de elementos traço normalizado para condrito (Sun et al.,
1980); (b) spidergram de elementos terras raras normalizado para condrito (Boynton,
1984). ............................................................................................................................ 94
Figura 56 - Rio Itajaí-Mirim sob a ponte estaiada de Brusque (SC). (a) nível normal do rio
atual: 2,09 m. (foto: Defesa Civil de Brusque); (b) nível máximo do rio em 2017: 7,86 m,
provocando eventos de inundação (foto: Patrick Rodrigues). ..................................... 105
LISTA DE QUADROS
Quadro 7 - Resumo dos polígonos na área IV segundo DNPM (2018). ...................... 102
LISTA DE ABREVIATURAS
ab albita
apt apatita
ads andesina
and andaluzita
afs/kfs feldspato alcalino
bt biotita
chl clorita
cld cloritoide
crd cordierita
ep epidoto
gr grafita
grt granada
mc microclínio
ms muscovita
ol oligoclásio
op minerais opacos
qtz quartzo
ser sericita
sil sillimanita
st estaurolita
stp estilpnomelano
ttn titanita
tur turmalina
zrn zircão
Retiradas de Siivola & Schmid (2007)
LISTA DE SIGLAS
BF - Batólito Florianópolis
SV - Suíte Valsungana
ZC - Zona de cisalhamento
8 METAMORFISMO ............................................................................................ 80
8.1 Metamorfismo Regional (M1) ................................................................... 81
8.2 Metamorfismo Termal (M2) ....................................................................... 84
9 MAGMATISMO ................................................................................................ 87
9.1 Magmatismo dos corpos hololeucograníticos ....................................... 87
9.2 Magmatismo da Suíte Valsungana .......................................................... 90
9.2.1 Taxa de Nucleação e de Crescimento ................................................... 90
9.2.2 Classificações e séries magmáticas ....................................................... 91
9.2.3 Geoquímicas de elementos menores e isotópica ................................... 92
9.2.4 Classificação geotectônica ..................................................................... 95
9.2.5 Possíveis mecanismos de colocação ..................................................... 97
10 ESTRATIGRAFIA........................................................................................... 99
11 GEOLOGIA ECONÔMICA ........................................................................... 102
12 GEOLOGIA AMBIENTAL ............................................................................ 104
13 EVOLUÇÃO GEOLÓGICA .......................................................................... 109
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 114
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 116
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
X Y
Topo Esquerdo 7000058 703866
Topo Direito 7000058 709660
Base Esquerda 6994687 703866
Base Direita 6994687 709660
2 MATERIAL E MÉTODOS
Figura 3 - Mapas aerogeofísicos da área IV. (a) mapa do ternário RGB com R: K, G: eTh, B: eU, ressaltando
os granitoides em tons azulados a esbranquiçados (alto eU e dos três elementos, respectivamente); (b)
mapa reduzido ao polo da inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total (RTP-ISA-GHT).
23
3 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
3.1 Geomorfologia
Figura 6 - Modelo digital de elevação da área IV. (a) mapa de elevação da área; (b) mapa de declividade,
com índices de declividade segundo Embrapa (1979).
27
4 GEOLOGIA REGIONAL
Figura 7 - Representação esquemática dos crátons e dos cinturões orogênicos durante a formação do
Gondwanaland. Em vermelho está em destaque a Província Mantiqueira. (Phillip et al., 2016)
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Figura 9 - Mapa geológico do CDF em Santa Catarina, com detalhamento das formações que compõem
o CMB. (1) cobertura sedimentar fanerozoica; (2) granito Subida, de idade cambriana; (3) Bacia de
Itajaí; (4) ZC Major Gercino; (5) granitoides neoproterozoicos intrudidos no CMB; (6) Complexo
Camboriú; (7) granitoides do Batólito Florianópolis; Complexo Metamórfico Brusque: (8 – 11) unidades
metavulcanossedimentares da Fm. Rio da Areia ; (12 – 14) unidades metassedimentares de grau
metamórfico baixo da Fm. Botuverá, (15 - 17) unidades metassedimentares de grau médio da Fm.
Botuverá; Fm. Rio do Oliveira: (18 - 21) unidades metavulcanossedimentares da Fm. Rio do Oliveira;
(22) embasamento paleoproterozoico; (23) microplaca Luís Alves; (24) lineamentos estruturais
propostos pelos autores como falhas inversas e de cavalgamento (modificado de Basei et al., 2011).
Figura 10 - Histograma de idades de U-Pb e Pb-Pb em zircões detríticos do CMB pelo método SHRIMP.
(adaptado de Basei et al., 2008).
FORMAÇÃO BOTUVERÁ
As rochas metassedimentares da Formação Botuverá compreendem três
unidades principais, com metamorfismo de fácies xisto-verde, variando de zona da
clorita até zona da granada (Basei et al., 2011). Segundo Silva et al. (2016), a
deformação e o grau metamórfico aumentam do oeste do município de Botuverá (SC)
em direção a Brusque (SC).
Conforme Basei et al. (2011), a Unidade Metapelítica é composta por sericita
xistos e sericita-clorita xisto, com a alternâncias de bandas milimétricas sericíticas e
quartzíticas. Xistos quartzosos e camadas centimétricas de quartzito se intercalam
com os metapelitos da unidade. Quando atinge condições de médio grau metamórfico
ocorrem granada-biotita-muscovita xistos e granada-biotita xistos na unidade, com as
rochas contendo porfiroblastos de granada.
Os autores também definem a Unidade Metarritmítica como filitos ritmíticos na
porção basal e gradam para ritmitos mais arenosos no topo. São xistos quartzosos
finos e quartzo-sericita xistos intercalados com níveis pelíticos com boudins de
quartzo, e subordinadamente lentes métricas de quartzito com lâminas centimétricas
de metarritmitos. Em metamorfismo de grau médio, ocorre a alternância de biotita-
muscovita xisto com xisto quartzoso, assim como a intercalação quartzitos e granada-
muscovita xistos, podendo haver algumas bandas cálcio-silicáticas locais.
A Unidade Metapsamítica ocorre, para os autores, principalmente à nordeste
de Brusque como dois cinturões de direção NE-SW. Esta unidade é composta
predominantemente por ortoquartzitos e quartzitos micáceos, com alguns sericita
quartzitos podendo ter granada e cloritoide. Em médio grau metamórfico a rocha
34
Phillip et al. (2004) expõe em seu trabalho que houve uma primeira fase de
magmatismo granítico relacionada à evolução metamórfica do CMB que gerou corpos
tabulares de hololeucosienogranitos, orientados de maneira vinculada à foliação
principal das rochas paraderivadas do Brusque. Segundo o autor, esses corpos
variam de espessuras centimétricas a métricas de caráter peraluminoso. Constituídos
por rochas esbranquiçadas a rosadas, de estrutura maciça ou foliada e textura
equigranular hipidiomórfica média, com quantidades diversas de muscovita/biotita, e
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SUÍTE VALSUNGANA
Em geral, a Suíte Valsungana (SV) é caracterizada pela presença de dois
batólitos de granitóides porfiríticos alongados na direção NE, diferenciados como
Valsungana Sul e Valsungana Norte. Macroscopicamente são granitos leucrocráticos
cinza-esbranquiçados e porfiríticos médios a grossos, com seus minerais essenciais
de feldspato alcalino (microclínio), plagioclásio (entre oligoclásio e andesina), quartzo,
biotita castanha avermelhada e traços de hornblenda, assim como traços dos minerais
acessários de zircão, apatita, titanita e alanita. (Basei et al., 2011)
O corpo mapeado é uma porção do maciço ao sul, que é predominantemente
citado na literatura como um corpo acinzentado leucocrático a mesocráticos.
Eventualmente apresentam lineação mineral gerada por fluxo magmático bem
desenvolvido com tendência geral para NE assim como os corpos.
Composicionalmente Basei et al. (2011) classifica os granitos do Valsungana
em sua maioria como monzogranitos e algumas partes sienograníticas e quartzo-
monzodiorito. O autor classifica a Suíte Valsungana como magmatismo tardi a pós-
tectônico em função de dados litológicos, estruturais e radiométricos com idade
variando entre 647 ± 12 Ma (U-Pb em zircão) a 500 Ma (K-Ar). Seu magmatismo
ocorreu pós-clímax metamórfico no CMB devido o registro nas fácies de contato.
A intrusão desses extensos corpos no CMB desenvolvera metamorfismo de
contato com sua intensidade variando entre fácies xisto verde, zona da biotita, fácies
anfibolito superior de fácies silimanita e fácies albita-epitodo. Ocorrem tardi a pós
foliação S2 do Complexo Brusque. Suas principais paragêneses são minerais de baixa
pressão como and+sil+-crd atingindo aproximadamente 500 m de espessura. (Philipp
et al., 2004).
Bitencourt & Nardi (2000); Peternell et al. (2010), Basei et al. (2011), Florisbal
et al. (2012) e Martini et al. (2015) consideram a Suíte Valsungana como relacionada
a magmatismo colisional (630 – 590 Ma). Caldasso et al. (1988, apud Castro, 1997),
Caldasso et al. (1995) e Philipp et al. (2004, 2010) também levantam a hipótese de
38
Arioli & Licht, 2013). A Província também possui os vários diques e soleiras que
intrudem as rochas pré-cambrianas do embasamento cristalino da Bacia do Paraná,
assim como a própria bacia. É uma das maiores manifestações vulcânicas
continentais do mundo, especialmente considerando a porção africana do
magmatismo, com cerca de 80.000 km² de rochas vulcânicas na Angola e Namíbia,
com o conjunto denominando-a Província Magmática do Paraná-Etendeka.
O pico do vulcanismo extrusivo da PMP foi datado por Thiede & Vasconcelos
(2010) pelo método Ar/Ar em plagioclásio como sendo 134,7±1 Ma, no Eocretáceo.
Já os diques da província, pertencentes ao Enxame de Diques Ponta Grossa, foi
datado por Turner er al. (1994) de 134,1±1,3 a 130,4±2,9 Ma, enquanto idades mais
novas foram obtidas por Renne et al. (1996) 131,4±0,5 a 129±0,5 Ma, com alguns
poucos diques localmente perpendiculares ao enxame de idade até 120 Ma, com os
dois trabalhos também utilizado o método Ar/Ar em plagioclásios.
Com relação a origem do magmatismo da PMP, foi proposto por O’Connor &
Duncan (1990) que a província teria conexão com a pluma mantélica de Tristão da
Cunha e a suposta abertura do Oceano Atlântico Sul a partir dela, porém Ernesto et
al. (2002) compilaram dúvidas e problemas que o modelo da pluma de Tristão da
Cunha acarretaria como originado da PMP, com Rocha-Júnior et al. (2013) definindo
que a pluma não fora a fonte do magmatismo utilizando a comparação de elementos-
traço e isótopos de Se, Pb, Nd e Pb da província com os dados de ilhas vulcânicas de
Tristão da Cunha.
O modelo mais aceito atualmente é o modelo de delaminação da crosta
continental inferior, como sugerido por Lustrino (2005), na qual esse processo raso da
delaminação seria causado pelo aumento da espessura crustal e das reações
metamórficas provocadas pela colisão de placas continentais. Marques (2008), com
dados geoquímicos, isotópicos, geocronológicos, geofísicos e paleomagnéticos da
PMP, da ilha de Tristão da Cunha e das cadeias submarinas de Walvis e Rio Grande,
demonstrou que as manifestações vulcânicas da província certamente foram
formadas por fusão mantélica de baixa profundidade.
40
5 UNIDADES MAPEADAS
A região que compreende toda a área IV mapeada pode ser dividida em três
principais domínios litológico: o domínio de rochas metassedimentares xistosas
(NPbqx, NPbmx e NPbxqt), o domínio de rochas graníticas (NPγmsgv, NPγqsv e
NPhlag) e o domínio de rochas hornfélsicas (NPhf). Os domínios xistosos pertencem
ao CBM de idade neoproterozoica sendo a maior área mapeada (44,92%), tendo uma
porção hornfelsificada próxima a intrusão granítica com menor ocorrência (16,42%).
Os granitoides pertencentes à Suíte Valsungana abrangem uma área de 33,14% com
duas fácies graníticas leucocráticas. Estudos anteriores na área mapearam as
mesmas unidades descritas neste trabalho, como pode ser visto no Quadro 2, o qual
sumariza as unidades correspondentes com as citadas na obra de cada autor.
Figura 12 - Fotografias da fácies quartzo-mica xisto (NPbqx). (a) Xstosidade crenulada; (b) xistosidade
crenulada e com dobras desarmônicas; (c) amostra de mão de muscovita-quartzo xisto com granada;
(d) dobras levemente assimétricas fechadas em mica-quartzo xisto.
Figura 13 - Fotografias da fácies quartzito-xisto (NPbxqt). (a) Ponto 98-IV-2018, amostra de mão de
quartzito foliado; (b) ponto 106-IV-2018, camadas de quartzito formando dobras fechadas; (c) ponto 111-
IV-2018, amostra de mão detalhando o aspecto sacaroidal do quartzito,
Figura 14 - Fotografias da unidade hornfélsica (NPhf). (a) Ponto 48-IV-2018 com detalha do afloramento
na unidade NPhf evidenciando foliação de xistosidade e sobrecrescimento de muscovita sem
orientação, muscovita-quartzo hornfels; (b) amostra de mão pertencente à seção delgada do ponto 26-
IV-2018, com andaluzita finas nas porções micáceas, classificada como muscovita-biotita-andaluzita-
quartzo hornfels.
com matriz de quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio e biotita, assim como a pouca
presença de magnetita. Possuem estrutura maciça e textura porfirítica grossa com
fenocristais de feldspato alcalino e matriz fanerítica inequigranular fina a média (Figura
16a e b).
Figura 16 – Fotografias da fácies quartzo-sienito da Suíte Valsungana (NPγqsv). (a) Ponto 173-IV-2018
com porção aflorante da fácies quartzo-sienito; (b) amostra de mão do mesmo ponto, sendo
classificado como biotita quartzo-sienito.
Figura 17 - Fotografias da unidade hololeucogranítica (NPhlag). (a) Ponto 27-IV-2018 com detalhe em
afloramento da unidade hololeucogranítica; (b) com ambos demonstrando fraturas preenchidas por
clorita esverdeada e porções centimétricas de alteração sericítica fracamente pervasiva.
Figura 18 – Fotografias das ocorrências de diques básicos (Kβab). (a) Ponto 45-IV-2018 com intrusão
de diques básicos na unidade NPγmsv; (b) amostra de mão do ponto 41-IV-2018 de andesi-basalto
com microfenocristais de plagioclásio e ao topo xenocristal de plagioclásio com 1 cm de espessura
49
Figura 19 – Fotografias da Formação Itaipava (Q1cc). (a) Ponto 125-IV-2018, clastos orientados e
imbricados com 2,8 m de altura, antigo local de exploração de argila; (b) contato com o CMB e a Fm.
Itaipava com cerca de 8 m de altura. Nota-se um forte processo erosivo com formação de voçoroca ao
lado esquerdo; (c) ponto 11-IV-2018, detalhe dos clastos arredondados de quartzito e feição de demoiselle.
6 PETROGRAFIA
Figura 20 - Mapa simplificado com detalhe para a localização dos afloramentos (estrelas amarelas) onde seções
delgadas foram confeccionadas.
52
Quadro 3 - Resumo das descrições das seções delgadas com a composição mineralógica e suas texturas.
And
Ads
Apt
Ser
Tur
Afs
Chl
Stp
Zrn
Qtz
Ttn
Grt
Ms
Op
Ab
Gr
Bt
St
Unidade Amostra Rocha Textura Metam.
Biotita-muscovita
15-IV-2018 65 15 - - - - - 15 tr - - - - - - tr - 5 Granolep. M1
CMB, -quartzo xisto
Fm. Botuverá
(NPbqx) Biotita-muscovita
35-IV-2018 -quartzo xisto 55 20 - - - - - 15 tr - 5 - - - - tr tr 5 Granolep. M1
com granada
Biotita-clorita
73-IV-2018 tr 40 - - - - - 15 35 - - - - - - tr - 10 Lep. Dec. M1
-muscovita xisto
CMB,
Fm. Botuverá 133-IV-2018 Ultramilonito 30 45 - - - - - - - - - 25 - - - - tr tr Mil. M1
(NPbmx)
Muscovita-biotita-
Granlep. De M1 e
26-IV-2018 andaluzita-quartzo 35 15 - - - - 25 20 - - - tr - - - - - 5
Unidade c. M2
hornfels
Hornfélsica
Grafita-biotita-
(NPhf) M1 e
92-IV-2018 muscovita hornfels 5 45 - - - - 5 tr 20 10 - - tr - - - - 15 Lep. Dec.
M2
com andaluzita
Unidade
Hololeuco-
27-IV-2018 Álcali-feldspato granito 35 5 30 - 30 tr - - - - - tr - - - - - tr Ineq.f-m -
granítica
(NPhlag)
Porf. Ineq.f-
57-IV-2018 Biotita monzogranito 30 - 20 20 - tr - 20 5 - - tr - - tr - tr tr -
Suíte Granítica g
Valsungana
(NPγmsv) Porf. Ineq.f-
62-IV-2018 Biotita monzogranito 30 - 25 20 - tr - 15 tr - - tr - - tr - tr 5 -
g
Legenda - Granolep. = Granolepidoblástica; Lep. = Lepidoblástica; Dec. = Decussada; Mil. = Milonítica; Porf. = Porfirítica; Ineq. = Inequigranular, f: fina, m: média, g: grossa.
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Figura 21 - Fotomicrografias referentes à fácies mica-quartzo xisto (NPbqx). (a) xistosidade (S2) com
domínios de clivagens definidos por cristais de muscovita e micrólitos de quartzo, lâmina 15-IV-2018; (b)
dobra na xistosidade, lâmina 15-IV-2018; (c) foliação S1, definida por alguns cristais de muscovita, sendo
obliterada pela foliação S2, lâmina 35-IV-2018; (d) porfiroblasto rotacionado de granada, na qual é possível
observar a xistosidade S2 como inclusão, lâmina 35-IV-2018.
55
Figura 22 - Fotomicrografias referentes à fácies quartzo-mica xisto (NPbmx). (a) textura localmente
decussada pela ação termal de veios, lâmina 73-IV-2018; (b) trilha de inclusão de minerais micáceos
em veio de quartzo, lâmina 73-IV-2018; (c) fotomicrografia de estilpnomelano, lâmina 135-IV-2018; (d)
xistosidade S2 crenulada; lâmina 135-IV-2018.
Figura 23 - Fotomicrografia da lâmina 133-IV-2018, referente ao milonito mapeado. (a) mica-fish com
sentido dextral; (b) porfiroclasto de muscovita e microfalha indicada.
Figura 24 - Scan e fotomicrografias referentes à lâmina 26-IV-2018 (a) visão geral da seção delgada em
luz polarizada cruzada; (b) texturas granolepidoblástica, representada pelos cristais finos de quartzo e
muscovita Ms1, e decussada, representada pelos cristais médios de muscovita Ms2, biotita e andalusita;
(c) porfiroblasto de andaluzita sintectônico à xistosidade; (d) porção de biotita e andaluzita; (e) porção
quatzosa com formação de ribbons de espessura milimétrica.
59
7 GEOLOGIA ESTRUTURAL
Clivagem de crenulação
Foliação plano-axial, simétrica, espaçada, contínua e Médio a alto
S3 Plástica D1
retilínea, definida por orientação preferencial de ângulo
cristais micáceos.
Foliação milonítica
Vertical a subvertical, contínua e retilínia, de
Sm Alto ângulo Plástica D1
espaçamento milimétrico, definida pela redução do
tamanho dos grãos e estiramento mineral.
Clivagem subhorizontal
Clivagem horizontal a sub-horizontal, contínua e
S5 Baixo ângulo Rúptil/Dúctil D2
retilínea, de espaçamento centimétrico com presença
de pouca muscovita
Figura 28 - (a) Afloramento do ponto 121-IV-2018 com o contato do acamamento da unidade Q1cc e
NPbmx marcado em preto. (b) projeção estereográfica do acamamento da unidade Q1cc (n=10) com
plano máximo 21/060.
65
7.1 Foliações
FOLIAÇÃO S0
A foliação denominada como o acamamento sedimentar (S0) é observado em
campo entre camadas métricas a centimétricas de quartzitos em contato com
camadas dos xistos micáceos e quartzosos do CMB. Essa variação granulométrica
também define um bandamento composicional reliquiar entre as camadas, com
direção preferencial 04/060 dos planos de contato (Figura 29). Essa foliação foi
também afetada pelas deformações presentes em todo Brusque. Encontrada mais a
nordeste e sudeste da área xistosa mapeada, principalmente na unidade onde essa
intercalação é mais frequente (NPbxqt).
FOLIAÇÃO S1
A foliação S1 é uma foliação inicial e fora vista em mesoescala,
milimetricamente entre os planos da foliação de xistosidade predominante,
denominada como S2, na forma de dobras isoclinais de flanco rompido e intrafoliais
com relação à xistosidade principal. Para Passchier & Trouw (2005) a correlação da
S0 e a S1 pode ser difícil de identificar devido à transposição da S1 pela S2 (Figura
30a e b).
Observada mais nitidamente em lâmina, onde sua orientação se encontra
oblíqua a xistosidade. Basei et al. (2011) cita que ocorre uma transição gradual no
desenvolvimento da foliação S1 que é transposta pela foliação S2, geradas durante o
66
metamorfismo regional (ver seção 8.1, capítulo 8). Composta pela orientação
preferencial de finos cristais euédricos tabulares de muscovita em meio a cristais de
quartzo (micrólitos), dispostas de modo oblíquo às bandas ricas em micas (Figura 30c
e 30d). De acordo com Phillip et al. (2014), áreas onde a S1 está preservada, pode-
se observar a formação de crenulação resultando na clivagem de crenulação da S1,
classificada como a foliação S2. Todavia, os autores explicam diferentes eventos de
deformações para essa transposição, porém em uma mesma fase de deformação
essas estruturas podem se desenvolver.
Figura 30 - (a) Afloramento do ponto 95-IV-2018 evidenciando dobra da foliação S1//S0 e a foliação S2
transpondo-as; (b) dobra isoclinal mostrando a orientação de S0/S1 e S2 nos flancos da dobra e S2
oblíqua a S0/S1 na charneira em escala de afloramento (adaptado de Passchier & Trouw, 2005); (c)
fotomicrografia da amostra 35-IV-2018 com planos micáceos sub-horizontais (S2) e dobras isoclinais
de flanco rompido definido por muscovita nas porções quartzosas; (d) desenvolvimento de uma nova
clivagem (S1 e S2) na progressão de deformação, com microdobras intrafoliais visíveis em lâmina e
exemplificando escala de afloramento. (adaptado de Passchier & Trouw, 2005).
67
FOLIAÇÃO S2
A foliação de xistosidade (S2) é a mais penetrativa do CMB. Caracterizada
pelo arranjo orientado dos minerais filossilicáticos, que geralmente são muscovita,
biotita e clorita, e classificada como xistosidade do tipo espaçada anastomosada com
domínios de micrólitos quartzosos e domínios de clivagem por micas,
milimetricamente espaçados, definindo textura lepidoblástica dominante nos xistos.
Os cristais de muscovita nos planos da foliação possuem contato retilíneo com
quartzo, evidenciando dissolução por pressão, sendo o principal mecanismo de
deformação identificado nos minerais que caracterizam as foliações S1 e S2, além de
ocorrer dislocation creep e extinção ondulante nos cristais de quartzo.
Os planos dessa foliação possuem um trend principal medido entre N75-90E
com mergulhos de baixo a médio ângulo para SE e NW, com seu plano máximo
16/320. A mesma foliação foi descrita também como S2 por Basei et al. (2011), onde
o autor detalha que sua origem se deu durante o clímax metamórfico do CMB,
resultando em uma xistosidade disjuntiva a bandada.
As paragêneses associadas às foliações S1 e S2 são características de
evento metamórfico regional do tipo orogênico (M1), conforme Phillip et al. (2004),
geradas em condições metamórficas que variam da fácies xistos verdes, zona da
clorita, passando pela zona da biotita e zona da granada (ver seção 8.1, Capítulo 8).
Os porfiroblastos de granada são sin-cinemáticos, como observadas em lâmina,
definidos pela presença de inclusões helicíticas, rotacionadas para NW, indicando
intensa deformação tangencial de cisalhamento dúctil de baixo ângulo ao longo da
foliação (Figura 31a).
Em toda área a foliação S2 se encontra crenulada, ondulada e dobrada. Os
dados de campo demonstraram uma tendência a formar uma grande estrutura
dobrada, que pela distribuição dos pólos dos planos classificaria como uma grande
dobra regional suave e aberta (Figura 31b). Não raramente, demonstra a forte
presença de clivagem de crenulação e domínios de clivagem. A foliação de crenulação
da S2 foi denominada como a foliação S3.
68
FOLIAÇÃO S3
A foliação formada como clivagem de crenulação no plano-axial da S2 foi
hierarquizada como foliação S3. A orientação preferencial de finos cristais de
muscovita e biotita caracterizam a S3 também observada em seções delgadas,
evidenciando processos de dissolução por pressão como principal mecanismo de
deformação. É uma foliação espaçada disjuntiva paralela e discreta (Figura 32).
Basei et al. (2011) detalha que a deformação mais visível na foliação S2 é seu
forte dobramento, frequentemente resultando em dobras assimétricas de tamanhos
centimétricos caracterizadas por clivagens de crenulação de plano-axiais, onde a
classifica como foliação S4. A lineação Lx é resultado da intersecção da clivagem de
crenulação (S3) com a superfície da xistosidade (S2), com trends medidos para SW.
Devido a heterogeneidade da deformação regional, a presença de clivagem
de crenulação varia conforme as diferentes respostas das rochas e de acordo com a
proximidade com a zona de cisalhamento, possuindo mais alto ângulo. A geração
dessa foliação é comum nesse contexto de deformação progressiva (Fossen, 2012).
Comumente pode ser encontrada, de modo sutil, nos afloramentos e por vezes sendo
mais penetrativa, variando também a obliquidade com a xistosidade crenulada (Figura
32a e b).
69
Figura 33 - Projeções estereográfica da clivagem de crenulação. (a) Conjunto de vergência se com dois
máximos 1: 50/120 e 2: 33/160, (n=18); (b) conjunto de vergência WNW com plano máximo em 63/267
(n=21); (c) conjunto com medidas de alto ângulo de mergulho mostrando direções NS: 83/013 e EW:
83/099, (n=27); (d) esquema de verticalização da foliação S3 com a aproximação do corredor milonítico.
FOLIAÇÃO S4
A foliação S4 foi descrita apenas localmente, no afloramento 73-IV-2018,
observada como planos de foliação de alto ângulo de mergulho oblíquos à clivagem
de crenulação (S3), classificada como uma foliação espaçada disjuntiva, subvertical
de espaçamento centimétrico, sendo definida pela presença de pouca muscovita e
com uma feição sutilmente anastomosada (Figura 34a). As atitudes medidas possuem
plano máximo em 83/257, com direção principal N-S. Observou-se nesse mesmo
ponto veios de quartzo centimétricos boudinados e dobrados, com geometria
sigmoidal, associados como indicadores cinemáticos que expõem uma transcorrência
de alto ângulo em regime sinistral. O trend desta foliação se assemelha à direção N-
S de um grande lineamento, delimitado por fotografia aérea e sensor, bem próximo ao
afloramento de ocorrência dessa. Infere-se uma possível coligação deste lineamento
na formação da foliação S4 (Figura 34b).
Figura 34 - (a) Bloco diagrama esquemático das foliações presentes sendo S2: xistosidade, S3:
clivagem de crenulação demonstrando a obliquidade da foliação S4 com as demais. (b) projeção
estereográfica da foliação S4 com plano máximo em 83/257.
FOLIAÇÃO S5
A foliação S5 é uma foliação subhorizontal disjuntiva, paralela, com
espaçamento decimétrico e definida por alguns poucos cristais micáceos (Figura 35a
e b). Ela é uma foliação muito localizada, vista somente em um ponto (135-IV-2018)
devido ao intenso intemperismo na região. No afloramento é possível observar que a
foliação S5 intersecta as foliações S2 e S3, portanto infere-se um evento posterior
71
para a formação desta superfície. Não há uma explicação conclusiva para a sua
formação devido a falta de evidências, porém um possível modelo é o colapso do
orógeno do Cinturão Dom Feliciano, causado após a cessão dos esforços tectônicos
provocados pela colisão dos terrenos.
Figura 35 - (a) bloco diagrama esquemático das foliações presentes sendo S2: xistosidade, s3:
clivagem de crenulação demonstrando a feição de corte sub-horizontal da foliação S5 com as demais.
(b) projeção estereográfica da foliação S5 com plano máximo em 07/330, (n=5).
FOLIAÇÃO MILONÍTICA
Na região próxima ao rio Itajaí-Mirim é comum a presença de corredores
miloníticos onde as rochas metapelíticas do CMB e porções das intrusões graníticas
foram totalmente deformadas e foliações pretéritas não são mais visível. Nesses
locais, a xistosidade é completamente transposta pela foliação milonítica Sm.
Segundo Juliani (2002), a textura milonítica é dada pela fragmentação lítica e de
minerais em zonas de cisalhamentos, com orientação dos minerais cominuídos e com
pouca cristalização de novos minerais.
Encontrada em apenas um afloramento na área mapeada, mas de maior
representatividade em áreas vizinhas, as rochas miloníticas possuem um trend geral
para NE, assim como a zona de cisalhamento strike-slip Itajaí-Mirim. Fossen (2012)
descreve que foliações miloníticas são normalmente resultado de alta tensão não-
coaxial, encontradas em zonas de cisalhamento. Essa ZC tem uma importância
regional e normalmente o curso do rio Itajaí-Mirim está instalado sobre a zona.
Estudos anteriores também descrevem esses corredores miloníticos, de direção
preferencial em N30-50E (Philipp et al., 2004; Basei et al., 2011).
A foliação Sm é caracterizada pelo seu mergulho vertical a subvertical,
contínua e retilínea, de espaçamento milimétrico, definida pela redução do tamanho
72
Figura 36 - (a) Ponto 133-IV-2018 detalhe com foliação em geometria de par s-c, típica em rochas
miloníticas, indicando o plano c em vermelho e s em amarelo. falha transcorrente sinistral de direção NW
em azul. (b) ponto 133-IV-2018, vista em planta marcando a foliação Sm em amarelo e veio sigmoidal de
quartzo de regime dextral. (c) projeção estereográfica da área IV com plano máximo de 67/147, (n=23).
(d) projeção estereográfica da área II com plano máximo de 82/137, (n=119).
73
7.2 Dobras
Figura 37 - Mapa simplificado destacando as unidades xistosa e dobras com seu caimento indicado.
Projeções estereográficas das dobras (1) dobra suave normal com eixo 05/235 (n=17); (2) dobra
fechada normal inclinada com eixo 45/240 (n=11); (3) dobra fechada normal inclinada com eixo 17/112
(n=12); (4) dobra fechada a apertada com eixo 25/255 (n=8).
74
FALHAS
Os principais lineamentos observados por imagem de satélite e mapas
aerogeofísicos demonstram predomínio das falhas com direção para NW e NNE,
tendo as de direção NE maior destaque. As falhas presentes em campo, em sua
maioria, eram falhas normais com poucos centímetros de rejeito e transcorrentes com
sentido sinistral, também com deslocamento centimétrico. Mediram-se 22 planos de
falhas, porém em nem todos foi possível identificar seu rejeito. Obtiveram-se atitudes
de 3 planos de falha normal: 83/293 com estria 27/016; 72/281 com estria 17/178; e
80/280 com estria 304/37. De acordo com a projeção esterográfica (Figura 38), as
falhas possuem um plano máximo de 82/300, indicando uma tendência de direção NE
para as falhas, permitindo uma associação a transcorrência da Zona de Cisalhamento
Itajaí-Mirim (ZCIM).
75
Figura 38 - (a) Ponto 73-IV-2018 demarcando uma falha normal com rejeito de 2 cm; (b) ponto 136-IV-
2018 com uma falha transcorrente sinistral com deslocamento com 4 cm; (c) ponto 174-IV-2018 com
falhas normais do tipo “em dominó”; (d) projeção estereográfica dos polos dos planos de falha com plano
máximo de 82/300 (n=22).
FRATURAS
As fraturas foram interpretadas a partir de dados de campo ocorrendo como
truncamento de foliações/lineações, com análises de sensoriamento remoto, incluindo
fotointerpretação com lineamentos de cinemática indefinida. Em campo as fraturas
localmente ocorrem preenchidas por clorita. Frequentemente observadas nas
unidades xistosas possuem duas principais famílias com direções preferenciais de F1:
N30-45E e F2: N60-75W. O mapa de lineamentos no modelo de elevação e o
diagrama de roseta dos lineamentos demonstram trend principal para nordeste de
toda região mapeada (Figura 39).
As fraturas NE pertencentes a F1, mais penetrativas, estão relacionadas com
a tendência geral das estruturas produzidas pela ZCIM. Fraturas com origem a partir
de estresse pode ser variada, onde os autores Singhal & Ravi (1999) citam cinco
principais origens de fraturas: i - stress tectônico relacionado a deformação das
rochas; ii - stress residual relacionado a evento anterior ao fraturamento; iii -
resfriamento do magma causa uma redução no volume, o que gera a contração na
rocha gerando fraturas, ou dissecação de sedimentos; iv - alívio de carga e
reativações do embasamento; v - erosão causada pelo intemperismo com rachaduras
extensionais.
Os diques máficos mesozoicos (Kβab), que intrudem o CMB, ocorrem na
direção preferencial NW com um vulcanismo associado a tectônica extensional
responsável pela abertura do Atlântico Sul, cujo esses diques aproveitaram essas
estruturas de direção nordeste, sendo isso um indicativo de que a F2 seja mais recente
que as F1. Com relação à modelagem de Soares (1987 apud Castro 1997) esta
direção parece corresponder à direção na qual estariam instaladas as fraturas
distensivas alojadas durante o estágio transpressivo dextral, paralelamente ao esforço
compressivo principal.
76
Figura 39 - (a) Mapa dos lineamentos traçados em amarelo no modelo digital de terreno; (b) projeção
estereográfica com os polos das fraturas (n=98) mostrando as duas principais famílias de direção NE
(em vermelho) e NW (azul); (c) diagrama de rosetas de fraturas (n=98) demarcando as duas famílias.
VEIOS
Os veios encontrados na área são compostos por quartzo principalmente e
subordinadamente há inclusões de muscovita e localmente ocorre presença de pirita
(Figura 40a). Variando em uma escala métrica de comprimento (ca. 5 m) e com
espessura decimétrica de no máximo 40 cm, porém também vistos em pequenas
escalas (Figura 40b) e em seção delgada. Intrudidos em todas as unidades xistosas,
a presença desses veios é intensa, variando sua colocação e relação com as foliações
de xistosidade e também com outras estruturas de alto ângulo. Contudo, a presença
de alguns veios de quartzo verde/esverdeados (Figura 40c) nos metapelitos eram
raras. De acordo com Enokihara (2013), sabendo que o quartzo é basicamente
composto por íons de Si4+ e O2-, algumas impurezas estruturais como o Al3+ e o Fe3+
que substituem o íon de silício ocasiona na coloração esverdeada. Infere-se que a
presença dessa impureza se deve a contaminação desse fluido silicoso pelos minerais
dos metapelitos. Comumente estão dobrados e paralelos conforme a xistosidade,
segundo Silva (2018), se acomodando devido ao extensivo processo de dissolução
por pressão envolvendo os quartzo e micas do CMB. Os veios apresentavam
estruturas do tipo pinch-and-swell e principalmente boudinamento. De acordo com a
análise de medidas, a direção desses veios boudinados variam preferencialmente
entre N30-45E. O trend de direção NW sugere alocados em fraturas extensionais
geradas pela ZC (Figura 40d).
77
Figura 40 - (a) Ponto 149-IV-2018 com veio de quartzo boudinado; (b) ponto 73-IV-2018 evidenciando veio
de quartzo centimétrico paralelo a foliação S2; (c) ponto 35-IV-2018 veio de quartzo branco esverdeado e
boudinado. (d) diagrama de rosetas da direção dos veios com trend direcional em N30-40 (n=25).
7.4 Microestruturas
Figura 41 - Influência da temperatura nos regimes de deformação para diferentes tipos de minerais. As
setas indicam o efeito da taxa de deformação e a porção sombreada corresponde ao domínio de
deformação plástica do cristal, relacionado a presença de fluido intergranular (retirado de Passchier &
Trouw, 2005).
8 METAMORFISMO
Hornblenda
Termal (M2) qtz+ms+bt+and±st --- Médio
Hornfels
Como a maior porção das rochas mapeadas do CMB são xistos micáceos,
ocorre então a predominância de protólitos pelíticos, seguido de protólitos ritmíticos
definido pelos xistos quartzosos e psamíticos pela ocorrência de quartzitos.
Segundo Carmichael (1989), a composição química média de argilas
pelágicas é de alto Al2O3 (16,6%), FeOt significativos (~10%), MgO (3,4%) e
K2O+Na2O (4%) moderados, e baixa teor de CaO (0,7%), assim como grande
quantidade de H2O (9,2%). O aumento na quantidade de quartzo nos ritmitos,
portanto, incrementaria o teor de SiO2 em comparação com os outros óxidos, com
quartzitos sendo uma rocha composta basicamente de quartzo, com altíssimos teores
de SiO2 e baixos teores de outros óxidos e de H2O.
A alta quantidade de água dos sedimentos pelíticos sugere, então, que o
metamorfismo progressivo se inicia com as rochas no estado de máxima hidratação,
e que o H2O liberado durante as reações metamórficas auxilia no equilíbrio químico
durante a recristalização das rochas (Bucher & Grapes, 2011).
Para melhor caracterizar o metamorfismo das rochas metassedimentares,
serão utilizados o conceito das zonas barrovianas, conceito por Barrow (1893, 1912)
para classificar o zoneamento do metamorfismo das rochas pelíticas das Terras Altas
81
Figura 43 - Distribuição de minerais metamórficos de metapelitos nas zonas barrovianas e nos graus
metamórficos (modificado de Bucher & Grapes, 2011).
Figura 45 - Pseudoseção de P-T retirado para xistos da Fm. Botuverá. As linhas tracejadas
representam, em marrom, a entrada da biotita “Bt-in” do sistema e, em verde, a saída da clorita “Chl-
out” do sistema, com a seção em vermelho representando a área das prováveis condições
metamórficas para o metamorfismo M1 na área.
Figura 47 - Diagramas mostrando a coexistência da almandina com minerais de médio grau para
rochas metapelíticas. (a) Zona de estabilidade entre a biotita e aluminossilicato; (b) coexistência entre
andaluzita e biotita, num sistema com excesso de quartzo e muscovita; (c) incremento da almandina
no sistema estável pelo acréscimo da temperatura (retirado de Winkler, 2014).
9 MAGMATISMO
Figura 48 - Classificação de granitoides de acordo com o ambiente tectônico baseada em Pitcher (1983,
1993) e Barbarin (1990). Destacado em vermelho a classificação geotectônica referente à unidade
hololeucogranítica (modificado de Winter, 2014).
Figura 50 - (a) Diagrama QAP de Streckeisen (1976) para rochas graníticas da SV, batólitos norte e
sul, observada em lâmina e afloramento das equipes de mapeamento de Brusque do ano de 2018; (b)
diagrama QAP de Streckeisen (1976) com as rochas graníticas da SV, batólito sul, mapeadas pela
equipe IV, com as setas indicando as séries magmáticas de Lameyre & Bowden (1982): A - alcalina,
Sh - shoshonítica, AK - cálcio-alcalina de alto potássio, MK - cálcio-alcalina de médio potássio, BK -
cálcio-alcalina de baixo potássio, T – toleiítica.
Figura 51 - (a) Diagrama TAS (Total Alkali Silica) de Middlemost (1994) para classificação de rochas
plutônicas; (b) diagrama multicatiônico R1-R2 de La Roche et al. (1980) para classificação de rochas
plutônicas; (c) diagrama SiO2 x K2O de Peccerillo & Taylor (1976) para definição química de séries
magmáticas; (d) diagrama A/CNK x A/NK de Shand (1943).
Figura 52 - (a) Spidergram de elementos traço normalizado para condrito (Sun et al., 1980); (b)
spidergram de elementos terras raras normalizado para condrito (Boynton, 1984).
95
definição do ambiente. O autor também frisa que diagramas compostos com um banco
de dados mais recentes devem ser usados com cautela para amostras de rochas mais
antigas. Müller et al. (1992) fez um comentário sobre o uso de diagramas
discriminantes anteriores para basaltos e rochas graníticas não devem ser utilizados
para “rochas vulcânicas potássicas”, se referindo a rochas com teores muito elevados
de K, de série shoshonítica, como são classificadas as rochas graníticas da SV.
O Quadro 6 resume um apanhado de relevantes classificações geotectônicas
petrográficas e geoquímicas para rochas graníticas e, apesar do conselho de Müller
et al. (1992) com relação a rochas shoshoníticas, também serão listados alguns
diagramas discriminantes de amplo uso em granitoides.
para a colocação do granito, Vigneresse (1995) demonstra que a tensão regional não
é importante, pois o magma sempre intrudirá em uma região localmente extensional.
Figura 53 - Seis modelos de ascensão e colocação de magmas graníticos. Nota-se que todos começam
com a “separação” do diápiro e o soerguimento dos líquidos. 1) Ascensão diapírica contínua sem
interferência tectônica; 2) ascensão em um grande sistema vertical de falhas extensionais até
profundidades rasas, se desenvolvendo em uma caldeira; 3) diápiro estagnado pela mudança de força
e viscosidade na descontinuidade de Moho; 4) ascensão diapírica até a crosta intermediária
encontrando uma zona de falha strike-slip intracrustal gerando plútons alongados e com ballooning
posterior; 5) ascenção diapírica encontrando zona de falha extensional lístrica com a geração de
granitos tabulares lístricos e plútons assimétricos em caldeiras; 6) ascenção dos líquidos em diápiro
interceptando uma zona de cisalhamento vertical transcrustal. Em todos os modelos a região de fonte
é arbitrariamente colocada no manto litosférico (Hutton, 1988).
10 ESTRATIGRAFIA
11 GEOLOGIA ECONÔMICA
Figura 55 - Mapa esquemático das áreas requeridas no DNPM (acessado em set/2018) sobrepostas
ao mapa litológico e imagem de satélite disponibilizada pelo IMAGERY (2018).
12 GEOLOGIA AMBIENTAL
INUNDAÇÕES
A ocorrência de inundações é uma realidade em Brusque, tendo em vista os
relatos da população a respeito de diversos acontecimentos destes eventos na área
de mapeamento. Além disso, foi observado em residências ao sul do município a
105
Figura 56 - Rio Itajaí-Mirim sob a ponte estaiada de Brusque (SC). (a) nível normal do rio atual: 2,09 m.
(foto: Defesa Civil de Brusque); (b) nível máximo do rio em 2017: 7,86 m, provocando eventos de
inundação (foto: Patrick Rodrigues).
ANÁLISE DE RISCOS
Em um trabalho de análise de risco realizado pela Defesa Civil de Brusque,
foram estimadas as áreas mais vulneráveis à ocorrência de enchentes e enxurradas
no município. O mapa de análise de riscos (Figura 58) mostra as manchas de
enchentes (em azul claro), se concentrando na porção noroeste da área mapeada, se
estendendo para as porções norte e oeste de Brusque. Neste trabalho foi considerado
um aumento do nível do rio Itajaí-Mirim de 10 m, com base no histórico de cheia do
rio. Já as porções mais propensas a ocorrência de enxurradas (em laranja) estão
concentradas na porção nordeste e sul da área de mapeamento, porém também pode
ocorrer na porção norte e sudoeste de Brusque.
toda a área de mapeamento apresenta registros desses eventos, bem como setores
de risco. Entretanto, há uma concentração na porção sudeste que pode estar
relacionada com o litotipo encontrado naquela porção, o substrato granítico.
13 EVOLUÇÃO GEOLÓGICA
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As feições rúpteis são representadas por fraturas com duas famílias principais, F1:
N30-45E e F2: N60-75W; e falhas normais e transcorrentes em todos os domínios
mapeados;
Corredores miloníticos ocorrem próximo ao rio Itajaí-Mirim, representados pela zona
de cisalhamento strike-slip de mesmo nome. As rochas miloníticas ali encontradas,
apresentam trend geral para NE, de cinemática dextral, com presença da foliação
Sm, caracterizada por um mergulho vertical a subvertical;
Dois eventos metamórficos foram registrados nas unidades do CMB: o M1, um
metamorfismo regional derivado da evolução orogênica com grau fraco a médio de
fácies xisto verde (zona da granada), responsável pela formação dos xistos
mapeados; e o metamorfismo termal M2 de grau médio de fácies hornblenda
hornfels, originado pela intrusão dos granitoides da SGV, em uma auréola de contato
com a presença de hornfels;
Há corpos tabulares de hololeucogranitos métricos a decamétricos que estão
dispostos paralelamente a xistosidade principal do CMB, e correspondem a
granitoides do tipo S, formados pela fusão parcial dos metassedimentos;
A Suíte Valsungana, composta por biotita sieno a monzogranitos e quartzo-sienitos,
foi cristalizada de um magma com forte componente crustal, sendo classificada como
tipo I Cordilheirano, sin-orogênico, com a colocação do magma nas zonas de
cisalhamento de direção NE regional;
A área, apesar das mineralizações de Au e W conhecidas da Suíte Valsungana,
possui uma expressiva exploração de materiais para construção civil, a extração de
areia nos xistos do CMB e argila nos sedimentos coluvionares da Fm. Itaipava;
A área de mapeamento mostra-se vulnerável a ocorrência de desastres geológicos
urbanos, tais como movimentos de massa gravitacionais, na porção sudeste, e
inundações, na porção noroeste e nordeste. Fica claro a necessidade de se aplicar
ações para a mitigação desses desastres de forma a prevenir a população local;
Toda a área de mapeamento está inserida no contexto evolutivo geotectônico do
Cinturão Dom Feliciano, representado pelo antigo Oceano Adamastor, cujo
fechamento se deu na colisão entre os crátons neoproterozoicos, gerando as
unidades mapeadas.
116
REFERÊNCIAS
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Edinburgh, pp. 201.
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Babinski, M.; Chemale Jr., F.; Van Schmus, W.R.; Hartmann, L.A.; Silva, L.C.
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10, n. 3-4, p. 263-274.
Basei, M.A.S., Drukas, C.O., Nutman, A.P., Wemmer, K., Dunyi, L., Santos, P.
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