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IV Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados

Foz do Iguaçu, PR – 08 a 11/04/2008.

A GÊNESE DO VULCANO–PLUTONISMO UATUMÃ E DAS


MINERALIZAÇÕES DE Au E DE METAIS DE BASE ASSOCIADAS NAS
REGIÕES DO TAPAJÓS, IRIRI E XINGU (PA)

Caetano Juliani1, Carlos Marcello Dias Fernandes1, Felipe Brito Mapa1, Carlos Mario Echeverri
Misas1, Lena Virgínia Soares Monteiro2
1
Departamento de Mineralogia e Geotectônica, Instituto de Geociências, USP, Cidade
Universitária ASO. Rua do Lago, 562 - Bairro Butantã. CEP 05508-080. São Paulo, SP. E-
mail: cjuliani@usp.br; cmdf@usp.br; jesus_geol@yahoo.com.br, carlosma99@yahoo.com
2
Departamento de Geologia e Recursos Naturais, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas
Rua João Pandiá Calógeras, 51, Campinas, SP, CEP: 13083-870. E-mail: lena@ige.unicamp.br

Resumo – As rochas vulcânicas, vulcanoclásticas e sedimentares paleoproterozóicas do Cráton Amazônico,


bem como os granitos associados geneticamente a elas, têm sido referidos genericamente como pertencentes ao
Supergrupo Uatumã. Agrupam-se nesse conjunto rochas efusivas e intrusivas de filiação cálcio–alcalina e alcalina com
idades variando entre ~2,0 a 1,75 Ga, que podem ter sido geradas em diferentes ambientes tectônicos. Na parte sul do
Cráton Amazônico, na região entre o Gráben da Serra do Cachimbo e o rio Xingu as rochas dessa unidade compõem
extensos derrames e fluxos piroclásticos de rochas andesíticas a, predominantemente, riolíticas geradas, pelo menos em
parte, em grandes complexos de caldeiras erodidos em nível variável, os quais podem ser interpretados como formados
num ambiente de intra-arco ou de back-arc. Sobre essa unidade ocorre um extenso vulcanismo félsico de caráter
alcalino, do tipo A, formado em grandes fissuras, que geraram complexos de domos vulcânicos e ignimbritos. Ambas as
unidades mostram-se muito bem preservadas pelos eventos tectônicos pós-paleoproterozóicos e não foram afetadas por
metamorfismo regional de ambiente colisional. O magmatismo lato sensu Uatumã, a despeito da presença de unidades
mais antigas e mais jovens nessa região, mostra um padrão de zonamento que sugere a existência de uma zona de
subducção na região da Serra do Gráben do Cachimbo, com predominância de vulcânicas intra-continentais na região
de São Félix do Xingu. As rochas vulcânicas cálcio–alcalinas têm associadas mineralizações epitermais high- (quartzo–
alunita) e low-sulfidation (adularia–sericita) de Au–Cu–Mo e possíveis pórfiros de Au–(Cu). A distribuição desses
mineralizações sugere predominância de Cu–Au para sudoeste e de Au para nordeste. Ao magmatismo alcalino são
associadas apenas mineralizações de Sn e W na região de São Félix do Xingu, mas a estrutura e a evolução do
magmatismo de ambiente de arco a sudoeste para continental a nordeste sugerem potencial para ocorrência de
mineralizações do tipo IRGS (Intrusion Related Gold Systems) nos sistemas vulcânico e granítico na última região.
Assim, mostra-se a necessidade de ampliar-se o conhecimento do magmatismo Uatumã, tanto pela sua importância na
definição dos eventos magmáticos e tectônicos, como também pelo potencial para ocorrência de depósitos epitermais,
do tipo pórfiro e IRGS da região sul do Cráton Amazônico.

Palavras-Chave: Uatumã; Iriri; Metalogênese; Cráton Amazônico; Vulcanismo félsico; Paleoproterozóico

Abstract – The Paleoproterozoic volcanic, volcaniclastic, and sedimentary rocks of the Amazonian craton,
as well as the genetically-related granites, have been considered as part of the Uatumã Supergroup. This unit comprises
2.0 to 1.75 Ga calc-alkaline and alkaline effusive and intrusive rocks, which could have been generated in different
tectonic settings. In the south part of the Amazonian craton, between the Serra do Cachimbo graben and the Xingu
river, extensive andesitic and rhyolitic flows and pyroclastic flux were developed in large caldera complexes possibly in
intra-arc or back-arc setting. These large calderas were variably eroded and overlain by extensive alkaline A-type felsic
volcanism controlled by large fissures, which generated volcanic dome complexes and ignimbrites. Both units are well-
preserved from post-Paleoproterozoic tectonic events and were not affected by regional metamorphism in colisional
setting. The lato sensu Uatumã magmatism, despite the occurrence of older and younger volcanic units in this region,
exhibits a zoning pattern, suggesting the existence of a subduction zone in the Serra do Cachimbo graben area and
predominance of intra-continental volcanic rocks at São Félix do Xingu. The calc-alkaline volcanic rocks have
associated high- (quartz-alunite) and low-sulfidation (adularia-quartz) epithermal Au–Cu–Mo mineralization and
possible Au–(Cu) porphyries. The mineralization distribution suggests predominance of Cu–Au towards southwest and
of Au in the northeast areas. Sn and W mineralizations are associated with the alkaline magmatism at São Félix do
Xingu. The structure and magmatism evolution in arc setting, at southwest, to continental environment, at northeast,
suggest potential for occurrence of IRGS (Intrusion Related Gold Systems) mineralization in the volcanic and granitic
rocks in the latter. Thus, the understanding of the Uatumã magmatism is necessary both for their importance in defining
the magmatic and tectonic events but also by the potential for occurrence of epithermal, porphyry type and IRGS
deposits in the southern Amazonian craton.

Keywords: Uatumã; Iriri; Metalogenesis; Amazonian Craton; Felsic volcanism; Paleoproterozoic


IV Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados

1. Introdução
O evento magmático Uatumã (Pessoa et
al. 1977) lato sensu representa uma das mais
importantes atividades magmáticas félsicas
paleoproterozóicas do mundo, sendo que suas
rochas vulcânicas recobrem mais de 1.100.000 km2
(Santos et al. 2000) e perfazem, excluindo-se a
bacia fanerozóica do Rio Amazonas, cerca de 30%
das rochas aflorantes no Cráton Amazônico (Figura
1). Esse evento gerou extensos derrames e fluxos
vulcanoclásticos riolíticos cálcio–alcalinos, com
unidades andesíticas e dacíticas basais
subordinadas, e rochas alcalinas do tipo A
(Fernandes et al. 2008, Juliani et al. 2005, Lagler et
al. 2008, Lamarão et al. 2002). Inclui também um
grande volume de granitóides de composições e
naturezas diversas, além de plútons e diques de
rochas máficas e ultramáficas.
As rochas vulcânicas paleoproterozóicas
estão muito bem preservadas pelos eventos
200 km
tectônicos posteriores, chegando mesmo a serem
identificadas na Província Aurífera do Tapajós
mineralizações epitermais formadas na ou muito Figura 1. Distribuição das rochas vulcânicas do evento Uatumã
próximo à superfície, com minerais hidrotermais (cor laranja) na parte sul do Cráton Amazônico e dos granitos
primários cristalizados a ~130 oC (Juliani et al. associados (vermelho). As linhas tracejadas separam os domínios
2005). onde há maior favorabilidade para ocorrência de mineralizações
de Cu, Au–Cu e Sn–W e IRGS.
2. Contexto Tectônico
O Cráton Amazônico (Almeida et al. 1981) já foi considerado uma grande plataforma arqueana retrabalhada e
reativada no Ciclo Transamazônico (Amaral 1974), mas estudos geocronológicos indicam que sua evolução foi iniciada
no Arqueano e que sua estruturação se deu por eventos de acresção de cinturões móveis e de arcos magmáticos
(Cordani & Brito Neves 1982, Santos et al. 2000, Tassinari & Macambira 1999). Segundo esse modelo, as vulcânicas
félsicas e intermediárias e as intrusivas sub-vulcânicas e plutônicas que compõem a primeira fase do evento Uatumã
podem ser interpretadas como geradas em ambientes de intra- ou de retro-arco (Juliani et al. 2005) e as mais tardias, a
zonas estáveis, em domínios continentais (Fernandes et al. 2008). Entretanto, os estudos mais detalhados nas zonas de
junção dos cinturões móveis têm evidenciado ausência de deformação e metamorfismo compatível com um evento
colisional. Unidades que deveriam ser restritas a um determinado bloco tectônico em função de suas idades, recobrem
as zonas de contato e, por vezes, se estendem largamente para regiões internas das províncias contíguas. O significado
dessas informações é contraditório com os dados geocronológicos e geoquímicos e merecem ainda maiores
detalhamentos para um melhor entendimento da evolução geológica e geotectônica do Cráton Amazônico.
A área em foco (Figuras 1 e 2) situa-se, segundo Santos et al. (2000), nas províncias Carajás–Imataca (3,10–
2,53 Ga), Amazônia Central (< 2,5 Ga, com magmatismo em 1,88–1,70 Ga) e Tapajós–Parima (2,10–1,87 Ga), ou
Amazônia Central (>2,30 Ga), Maroni–Itacaiúnas (2,20–1,90 Ga), Ventuari–Tapajós (1,95–1,80 Ga), segundo Tassinari
& Macambira (1999). Nota-se, entretanto, que apesar dos limites dessas províncias serem inferidos como antigas zonas
de colagem de placas tectônicas, as unidades vulcânicas mais antigas que o estágio colisional não se mostram afetadas
por deformações ou metamorfismo. Nessas regiões, em especial na Província Aurífera do Tapajós, diversos estudos
mostram uma evolução causada por orogenias oceano–continente, que resultaram na formação da seqüência vulcano-
sedimentar do Grupo Jacareacanga (~2,1 Ga) e nos arcos magmáticos definidos pelo Complexo Cuiú-Cuiú (~2,01 Ga),
Suite Intrusiva Creporizão (1,97–1,95 Ga), Tonalito Rio das Tropas (~1,90 Ga) e Suite Intrusiva Parauari (~1,88 Ga).
Rochas plutônicas do tipo A da Suíte Intrusiva Maloquinha e unidades correlatas (1,88–1,87) cortam as unidades
prévias. Depósitos marinhos e fluviais sin- a pós-vulcanismo e corpos de rochas máficas de diversas idades são comuns
nessa região.

3. O Magmatismo Uatumã
Tal qual originalmente definido, fazem parte do evento Uatumã os granitos alcalinos do tipo A, denominados
como Suíte Intrusiva Maloquinha no Tapajós (Almeida et al. 1977, Andrade et al. 1978), Mapuera a norte da Bacia do
Rio Amazonas (Oliveira et al. 1975) e Suíte Intrusiva Velho Guilherme no Xingu (Macambira & Vale 1997), dentre
vários outros nomes locais ou regionais. Entretanto, a filiação cálcio–alcalina predominante nas unidades vulcânicas
basais do evento Uatumã não favorece essa interpretação, apesar da existência de um possível relacionamento do
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magmatismo do tipo A com as vulcânicas mais tardias. Assim, o vulcanismo Uatumã pode ser mais provavelmente
relacionado ao plutonismo Parauari.
Com o avanço dos estudos em algumas áreas, as vulcânicas e vulcanoclásticas do Grupo Iriri lato sensu (~ 1,88
Ga) têm sido gradativamente subdivididas, sendo reconhecidas unidades relativamente mais jovens, como as que
ocorrem a sul da Serra do Cachimbo, onde podem ser destacadas as do distrito do rio Moriru (1.761 ±12 Ma; Neder et
al. 2002, Pinho et al. 1999), Teles Pires (1.760 ±12 Ma; Santos et al. 2000), da Suíte Vulcânica Colíder (1.786 ±17 Ma;
Lacerda Filho et al. 2001) e de Aripuanã (1.755 ±6
e 1.762 ±6 Ma; Neder et al. 2002), e outras mais
antigas, como a Formação Vila Riozinho (2.000 ±4
Ma; Lamarão et al. 2002) e a unidade andesítica do
Grupo Surumu, situadas em Roraima, (2.006 ±4 Ma
a 1.938 ±37 Ma; Almeida et al. 1997, Costa 1999,
Schobbenhaus et al. 1994), dentre outras. Também
têm sido descritas vulcânicas alcalinas com idades
semelhantes às das unidades cálcio–alcalinas do
Grupo Iriri, como a Formação Moraes Almeida na
Província Aurífera do Tapajós (1.875 ±4 Ma;
Lamarão et al. 2002) e a Formação Iriri no Xingu
(Fernandes et al. 2006).
As rochas vulcânicas do evento Uatumã
comumente possuem uma unidade basal de
composição intermediária, capeada por vulcânicas e
vulcanoclásticas félsicas, que receberam diversas
denominações regionais, como Grupo Iriri, com as
formações Bom Jardim (que é separada do Grupo
por Almeida et al. 2000), Salustiano e Aruri na
Figura 2. Províncias geocronológicas do Cráton Amazônico, segundo Província Aurífera do Tapajós (Almeida et al. 2000,
Santos et al. (2000) e as principais mineralizações associadas ao
Bahia & Quadros 2000, Ferreira et al. 2000, Juliani
magmatismo Uatumã na região em estudo.
et al. 2005, Klein & Vasquez 2000 , Pessoa et al.
1977, Vasquez et al. 1999), grupos Iricoumé e Surumu (Oliveira et al. 1975) a norte da Bacia Fanerozóica do Rio
Amazonas (Caputo 1984) e Grupo Uatumã e suas formações Sobreiro e Iriri na região do Xingu–Iriri (Macambira &
Vale 1997). Uma proposta inicial de subdivisão das unidades vulcânicas da região de São Félix do Xingu é apresentada
nesse simpósio por Fernandes et al. (2008) e
Lagler et al. (2008).
A identificação de complexos de
caldeiras de cinzas vulcânicas (Figura 3) na
Província Aurífera do Tapajós (Juliani et al.
2005), geneticamente ligadas aos estágios finais
do magmatismo Parauari, indica que não deve
haver continuidade lito- e até mesmo
cronoestratigráfica entre as unidades vulcânicas
do Grupo Iriri lato sensu de diferentes regiões
do Cráton Amazônico, ou até mesmo em uma
única província geológica. Isso se deve ao
processo de formação e evolução de um
complexo de caldeiras continental (Aguirre Diaz
& McDowell 2000, Lipman 1984), que é
usualmente iniciado com a construção de
estratovulcões com uma unidade vulcânica basal
andesítica, por vezes com basaltos associados,
que grada para ignimbritos e tufos com
derrames de riolito intercalados, que compõem
as unidades litoestratigráficas relacionadas ao
estágio pré-caldeira. Durante o estágio sin-
caldeira há a formação de grandes volumes de
tufos de cristais e cineríticos, distribuídos em
extensas áreas, resultantes do abatimento da
delgada crosta sobre a câmara magmática e sob
os estratovulcões. Por fim, há a formação dos Figura 3. Aspectos geomorfológicos do complexo de caldeiras ao qual se
depósitos epiclásticos intracaldeira, e pode haver associa a mineralização high-sulfidation (indicada pela seta) na
a geração de vulcões anelares, radiais ou Província Aurífera do Tapajós.
internos, compostos por vulcanoclásticas e/ou
lavas, bem como de domos riolíticos ressurgentes do estágio pós-caldeira (Lipman 1984). Em complexos de caldeiras
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agrupadas (nested calderas), como as definidas no Tapajós (Juliani et al. 2005) e possivelmente presentes na região do
Iriri e do Xingu, o desenvolvimento de caldeiras próximas e superpostas, leva à interdigitação de lavas e de fluxos
piroclásticos num espaço de tempo de alguns milhões a poucas dezenas de milhões de anos. Isso pode fazer com que
datações pontuais, sem o reconhecimento da estratigrafia, faciologia e do quimismo das vulcânicas e vulcanoclásticas,
não separem efetivamente as formações, e sim as aglutinem em unidades híbridas.
Neste contexto, as unidades do Grupo Iriri lato sensu, como atualmente definidas, podem ser, pela sua
distribuição no Cráton, associações litotípicas pertencentes a diversos eventos vulcanogênicos, especialmente quando
consideradas as extensões superiores a 50 km dos complexos de caldeiras da Província Aurífera do Tapajós. A
formação de caldeiras vulcânicas intra- e no retro-arco magmático, deve resultar tanto em vulcânicas cálcio–alcalinas
como alcalinas, em um hiato de idade relativamente restrito e distribuídas em faixas. Com a migração do arco vulcânico
causada pela evolução da zona de subducção, de forma semelhante ao que ocorre no Cinturão Vulcânico Trans-
mexicano (Busby-Spera 1988, Ferrari & Rosas-Elguera 1999), dever-se-ia esperar que outras faixas de vulcânicas de
diferentes idades e/ou tipos de magmas estariam presentes no Cráton Amazônico. Conseqüentemente, a distribuição das
unidades vulcânicas pode ser também controlada estruturalmente, em especial ao longo e nas bordas de rifts que se
orientam paralelamente às zonas de subducção, que comumente controlam a formação dos complexos de caldeiras nas
zonas de retro-arco (Juliani et al. 2005).
Na região de São Felix do Xingu, Fernandes et al. (2006) identificaram derrames de lavas coerentes de
andesito basalto, traquiandesito, dacito e riolito recobertos por extensos depósitos de fluxos piroclásticos, representados
por tufos vítreos e de cristais, brechas e aglomerados vulcânicos polimíticos. Geoquimicamente a unidade de
composição intermediária (Formação Sobreiro) é cálcio–alcalina transicional entre alto potássio e shoshonítico, e exibe
características de geração em arcos vulcânicos. As rochas vulcânicas e vulcanoclásticas ácidas superpostas (Formação
Iriri) têm assinatura geoquímica compatível com uma formação intraplaca e anorogênica (Fernandes et al. 2006,
Macambira & Vale 1997, Teixeira et al. 2002). Estudos em desenvolvimento nessa área têm indicado que as rochas
cálcio–alcalinas são mais antigas que as alcalinas e têm sua gênese relacionada a grandes caldeiras parcialmente
preservadas (cauldrons), com diversos restos de cones vulcânicos andesíticos (com brechas de conduto com hematita e
sulfetos), invadidos por domos de riolitos e por pórfiros, os quais podem estar, juntamente com as vulcânicas,
intensamente sericitizados em grandes áreas. Sobre essa unidade instalou-se um extenso campo riolítico com rochas de
filiação alcalina, constituído por derrames de lavas, fluxos ignimbríticos, domos de riolitos e stocks de pórfiros diversos.
A formação dessa unidade é fortemente controlada por antigas falhas e, conseqüentemente, observam-se um grande
conjunto de diques com riolitos e rochas vulcanoclásticas com fluxo vertical, interpretadas como produto da efusão em
fissuras, invadidos por domos e com grandes fluxos de ignimbritos nas suas margens. Nessa unidade é notável a
preservação das estruturas vulcânicas, como fluxo ígneo e vulcanoclástico em condutos, welded tuffs, tufos de cristais,
tufos cineríticos, estratificações, ejetólitos, esferulitos, etc.
Na região do Iriri foi identificada a Formação Sobreiro, basal e constituída por derrames de andesito, com
corpos subordinados de dacito, basalto e riolito. Sobre esta formação ocorrem corpos de ignimbritos, tufos cineríticos e
de cristais e riolitos, cuja falta de dados geoquímicos não permitem sua correlação com as rochas cálcio–alcalinas das
formações Salustiano e/ou Aruri, ou com as rochas alcalinas da Formação Iriri, apesar de suas características
petrográficas sugerirem essa filiação. Esse conjunto de rochas mostra-se comumente afetado por zonas de falhas rúpteis,
localmente intensamente. Sobre essas rochas foi identificado outro conjunto de rochas vulcânicas ácidas que podem,
potencialmente, pertencer à Formação Iriri, além de diversos corpos de granitos, geralmente granofíricos e com
características macroscópicas semelhantes às das rochas da Suíte Intrusiva Maloquinha. Duas estruturas
geomorfológicas maiores são identificadas na área: 1) depressões aproximadamente circulares com mais de 10 km de
diâmetro, agrupadas e superpostas, de relevo relativamente plano, e 2) áreas colinosas dispostas ao redor e, localmente,
no interior das depressões. Nas depressões ocorrem rochas sedimentares (incluindo arenitos epiclásticos vulcânicos)
com intercalações de tufos finos e riolitos, e nas colinas ao redor afloram riolitos, ignimbritos, brechas e tufos. Estas
características geomorfológicas e litológicas sugerem tratar-se de uma caldeira vulcânica, na concepção de Lipman
(1984), preenchida por depósitos intra-caldeira. Na parte norte, internamente à depressão, ocorre um dique com
quilômetros de comprimento e com centenas de metros de largura, com uma série de colinas nas bordas, formadas por
ignimbritos, incluindo abundantes tufos de cristais e brechas co-ignimbríticas e riolitos. As estruturas primárias de fluxo
das vulcânicas e a distribuição dos corpos de vulcanoclásticas e domos riolíticos são indicativas de extravasamento a
partir do dique. O dique, por sua vez, é formado por brechas e aglomerados vulcânicos com estruturas de fluxo vertical
muito bem desenvolvidas, constituídos por fragmentos arredondados de riolito dispersos em uma matriz de tufos de
cristais ou de riolito, nas quais nota-se envolvimento dos fragmentos arredondados por camadas de riolitos. Estas rochas
são ainda cortadas por diques e pequenos domos de riolito, de pórfiro e de granófiro e são comuns diques de brechas
hidrotermais e stockworks. Esses dados indicam que, tal qual na região do Xingu, um segundo evento vulcânico corta as
unidades vulcânicas e sedimentares da caldeira ao longo de zonas de falhas, aparentemente vinculado com a intrusão
dos granitos alcalinos da Suíte Intrusiva Maloquinha ou correlatos, como os da Suíte Velho Guilherme. Neste contexto,
os ignimbritos e riolitos anteriormente descritos, que recobrem a unidade de composição intermediária (Formação
Sobreiro), podem representar uma unidade vulcânica ácida um pouco mais antiga, correlacionável às formações
Salustiano e/ou Aruri no Tapajós. Dessa forma, a geologia da área Iriri sugere a existência de uma caldeira vulcânica
associada a uma seqüência vulcânica mais antiga, onde os depósitos sin-caldeira, seriam representados pelos
ignimbritos que ocorrem na área afetada por intensa alteração argílica avançada e o vulcanismo pós-caldeira seria
composto pelos corpos de riolito e pelas brechas hidrotermais na borda norte da caldeira, também afetados pela
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alteração argílica avançada, e pelas intrusões menores dentro da caldeira. O segundo evento magmático seria
representado pelo vulcanismo fissural associado a zonas de cisalhamento orientadas segundo noroeste–sudeste, com
fluxos de ignimbrito nas margens, que cortam os depósitos intra-caldeira, bem como pelos domos de riolito associados.

3. Alteração Hidrotermal e Mineralizações


As mineralizações epitermais no
Tapajós ocorrem em vulcões anelares e
estão associadas a pipes de brechas
hidrotermais. Na mineralização high-
sulfidation ocorrem, do topo para a base,
(Figura 4): (a) silica cap e núcleo de sílica
(silicificação e hematitização), com sílica
maciça e vuggy formado por quartzo
microcristalino e sulfetos muito
subordinados, parcial ou totalmente
substituídos por hematita, além de
pirofilita, alunita e restos instáveis de
feldspatos. Sobre e ao redor do silica cap
ocorre um halo de (b) alteração argílica
avançada com alunita e quartzo, com
alunita + natroalunita + andalusita +
corindon + pirofilita + quartzo + rutilo +
woodhousenita–svambergita + barita +
pirita + calcopirita + bornita + covellita +
Figura 4. Detalhe da geologia da mineralização high-sulfidation, com destaque
galena + esfalerita + enargita–luzonita + para os vulcões anelares em laranja, e os tipos e distribuição das zonas de
cobre, prata e ouro nativos. Envolve esse alteração hidrotermal, segundo Juliani et al. (2005)
halo uma zona de (c) alteração argílica
avançada, com pirofilita + quartzo + pirita + andalusita + diásporo + rutilo + woodhousenita–svanbergita + turmalina +
fluorita + hematita. Uma delgada e irregular zona de (d) alteração argílica intermediária segue a zona anterior, formada
por rochas ricas em caolinita + dickita + sericita + clorita + relíquias de feldspato. Nas partes mais profundas do
sistema, nas proximidades de intrusões de pórfiros forma-se uma zona de (e) alteração sericítica, com sericita + quartzo
+ zeólita + argilo–minerais + sulfetos e nas partes mais externas, uma zona de (f) alteração propilítica, com epidoto +
clinozoisita + clorita + actinolita + albita + zeólita + carbonatos + sulfetos. As condições físicas e químicas dos fluidos
hidrotermais paleoproterozóicos do Tapajós são idênticas aos observados em mineralizações cenozóicas a recentes
(Figura 5), o que permite deduzir que o seu potencial de transporte e deposição de metais foi o mesmo que os
verificados em períodos relativamente mais recentes nos
Andes, oeste dos EUA, na Indonésia, onde são comuns
depósitos epitermais e do tipo pórfiro de metais preciosos e de
base.
As alterações hidrotermais associadas à mineralização
low-sulfidation são definidas por halos de: (a) alteração
sericítica com adulária, com sericita + quartzo + adulária +
pirita + calcopirita + molibdenita + ouro + rutilo + titanita,
seguida por uma zona de (b) alteração propilítica com adulária,
com clorita + carbonato + epidoto + fluorita + albita + adulária
+ calcopirita + pirita + quartzo + leucoxênio + rutilo + barita e,
zonas de (c) alteração argílica com caolinita + calcedônia +
alofana + quartzo microcristalino + hematita. Sem relacionar-se
geneticamente ao sistema epitermal, formaram-se zonas de (d)
alteração sericítica nas zonas de falhas, com sericita + quartzo
+ sulfetos, sem adulária.
Um sistema epitermal de baixa temperatura, com
diásporo foi encontrado em rochas félsicas deformadas
pertencentes à seqüência vulcânica basal. Além de abundantes
corpos de possíveis silica cap (quartzo fino com hematita e
veios de brechas hidrotermais), ocorrem rochas ricas em
pirofilita, com diásporo e caolinita. Zonas de alteração
Figura 5. Características isotópicas dos fluidos
hidrotermais e dos minerais assoicados à
propilítica ocorrem ao redor desses corpos. Nas vulcânicas do
mineralização high-sulfidation. segundo evento, com aspecto de rochas alcalinas, as alterações
hidrotermais são restritas e ocorrem especialmente em domos
de riolitos mais tardios, juntamente com veios de brecha hidrotermal, stockworks com metassomatismo potássico,
sericitização, silicificação, sulfetação e argilização pouco intensas. Usualmente essas rochas têm sulfetos e fluorita,
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assemelhando-se a alterações do tipo IRGS. Nos granitos são comuns zonas de brechação com as mesmas alterações
hidrotermais, com fluorita abundante.
Nas vulcânicas da região do Xingu zonas muito extensas de alteração sericítica foram encontradas ao redor de
stocks de pórfiros, comumente com brechas hidrotermais, por vezes com hematita. Traços de alunita foram
identificados apenas por difração de raios X em poucas amostras com forte alteração sericítica, sugerindo que um
aquecimento resultou na formação dessa alteração, destruindo o sistema epitermal com sulfato. As rochas do segundo
evento são muito semelhantes às presentes na região do Iriri, assim como as alterações hidrotermais.
As alterações hidrotermais associadas aos granitos Batalha e Palito e aos granitos, granófiros e stocks e diques
de pórfiros associados com as mineralizações high- e low-sulfidation são caracterizadas por um (a) metassomatismo
sódico inicial (é um estágio importante apenas no Granito Batalha), com albita + quartzo + fluorita, seguida por (b)
metassomatismo potássico, com microclínio + biotita + quartzo; (c) alteração propilítica, com epidoto + clinozoisita +
clorita + albita + carbonatos + quartzo ± sericita ± sulfetos ± leucoxênio ± biotita ± fluorita ± apatita ± titanita, (d)
alteração sericítica, com quartzo + ametista + sericita + pirita +calcopirita + galena + fluorita + pirofilita + argilo-
minerais + ouro e (f) silicificação, associada a veios de quarto com ou sem sulfetos e ouro nativo grosso. Zonas de
alteração argílica a argílica avançada fissural também ocorrem no Granito Palito. Esse granito constitui um pequeno
corpo com forma dômica, com seu topo erodido, intrusivo no contato do Granito Rio Novo com suas encaixantes,
representadas pelo Granodiorito Fofoquinha e por granitos da Suíte Intrusiva Parauari. Nota-se que as alterações
hidrotermais estão centradas no Granito Palito, sendo menos intensas nas encaixantes, onde são ainda
predominantemente propilíticas. Os veios mineralizados têm sua espessura e seus teores de Au reduzidos quando se
afastam do contato com o Granito Palito e todas paragêneses de alteração hidrotermal e de minério foram fortemente
afetadas por uma zona de falha.
Os tipos e os estilos das alterações hidrotermais em granitos profundos, rasos, stocks de pórfiros riodacíticos e
riolíticos e em diques de pórfiros riolíticos são semelhantes aos observados em sistemas do tipo pórfiro, enquanto os
presentes nas rochas vulcânicas e granitos alcalinos mais tardios assemelham-se a IRGS.
Em todas as zonas de alteração hidrotermal descritas, são observados diversos eventos de reativação e
resfriamento do sistema hidrotermal, com “telescopagem” das paragêneses.
O principal bem mineral associado ao magmatismo Uatumã é o ouro, que ocorre concentrado na Província
Aurífera do Tapajós. Nessa província são descritas mineralizações mesotermais orogênicas em zonas de cisalhamento,
hospedadas em granitos, relacionadas a intrusões e hospedadas em metassedimentos, além das epitermais nas
vulcânicas e as do tipo pórfiro (Juliani et al. 2002, Juliani et al. 2005, Juliani et al. 2004, Klein et al. 2001, Santos et al.
2000). Nesse último tipo inclui-se a mineralização do Granito Batalha (Juliani et al. 2002) que pode ser considerado a
parte profunda de um sistema mineralizante do tipo pórfiro, e o Granito Palito (Mapa et al. 2006).
No sistema high-sulfidation a mineralização é de Au e no low-sulfidation é de Cu–Mo, com Au subordinado.
Esses dois tipos mostram que os magmas do evento Uatumã possuem diferentes estados de oxidação e têm potencial
tanto para formação de depósitos de metais preciosos quanto de base. Não há estudos de definição de reservas nessas
áreas, mas estudos muito preliminares sugerem um potencial de ~ 30 ton. de Au na mineralização high-sulfidation.
O Granito Batalha tem mineralização apenas de Au, mas há grandes enriquecimentos de Cu, Zn e Pb, e o
Granito Palito, tem grandes concentrações de cobre associado ao ouro, ambos com teores significativos. Um estudo
feito numa amostragem ampla de fragmentos do Granito Palito “estéril”, sem vênulas de alteração hidrotermal revelou
um teor médio de Au ao redor de 0,8 ppm, com Cu e Zn associados, sugerindo que mineralização, apesar de
concentrada nos veios deformados que são minerados em lavra subterrânea, ocorrem em todo corpo granítico.
Adicionalmente, têm sido descobertas diversas ocorrências de calcopirita, galena e esfalerita nas rochas
vulcânicas e graníticas do evento Uatumã no Tapajós, ainda não estudadas.
Na região do Iriri há mineralizações de Au no sistema epitermal, com fortes anomalias de metais de base
associadas e na região do Xingu ocorrem apenas mineralizações de Sn e W, com ouro associado, dado ao estado
relativamente reduzido dos magmas de filiação alcalina. Entretanto, Dall´Agnol et al. 2005 descreve magmas com
elevado estado de oxidação na região de Carajás, o que favorece o transporte de deposição de metais de base, em
especial do cobre.
Assim, os dados sugerem zonamentos magmático (cálcio–alcalino e alcalino) e do estado de oxidação dos
magmas (oxidado no high-sulfidation e mais reduzido no low-sulfidation) regionais, produtos do zonamento tectônico.
Nesse contexto há uma maior favorabilidade de ocorrência de depósitos epitermais e do tipo pórfiro nas proximidades
do Gráben da Serra do Cachimbo, e de IRGS, com Au ou Sn–W na região do Xingu. A presença de mineralizações
epitermais é apenas conseqüência do nível da erosão e os bens minerais associados dependem do tipo do magma
presente e da posição tectônica.
Num exercício interpretativo, os zonamentos dos potenciais de ocorrências de minerais são apresentados nas
Figuras 1 e 2. Note, nesse contexto, que essa distribuição não é a mesma dos limites das províncias geocronológicas, o
que sugere que as eventuais paleo-zonas de subducção podem ter uma orientação distinta daquela dos limites entre as
províncias, que poderiam representar produtos de retrabalhamentos e não verdadeiras zonas de sutura.

4. Conclusões
Apesar da complexidade causada pela presença de rochas vulcânicas de diferentes idades e filiações na área,
pode-se interpretar que o evento Uatumã iniciou-se com a formação de rochas efusivas e intrusivas cálcio–alcalinas,
IV Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados

com evolução de andesitos a riolitos, formados em regiões de intra- e de back-arc, num regime de subducção oceano–
continente. Posteriormente, com o início do estágio de cratonização da área houve a formação de vulcânicas,
subvulcânicas e plutônicas félsicas alcalinas, principalmente ao longo de extensas fraturas com orientação NW–SE ou
NE–SW, predominando vulcanismo fissural, com ignimbritos marginais e campos de domos de riolito.
A ocorrência de caldeiras não parece ser um evento isolado na fase inicial do magmatismo e também pode
estar presente na fase final, apesar de ainda não ter sido identificado. A região da colisão, cuja orientação sugere-se ser
WSW–ESSE, poderia localizar-se a sudoeste do Gráben da Serra do Cachimbo, mas faltam as típicas seqüências
acrescionárias, que podem ter sido removidas em eventos sin- ou pós-colisonais. A área com características mais
continentais, ou até mesmo de back-arc, seria a região do Xingu, onde há grandes volumes de vulcânicas ácidas
alcalinas.
Um importante aspecto para entendimento da metalogênese associada ao magmatismo Uatumã é a distinção
das unidades cálcio–alcalinas das alcalinas, pois, mesmo que ambos os tipos de magmas formem caldeiras, as
mineralizações associadas a cada um deles será distinta. Apesar de mineralizações epitermais e do tipo pórfiro
ocorrerem associadas aos dois tipos de magmas, as mineralizações high-sulfidation somente ocorrem em vulcânicas de
natureza cálcio–alcalina (Arribas Jr. et al. 1995), o que já define um importante condicionante aos trabalhos de
prospecção mineral. Complementarmente, os sistemas hidrotermais high- e low-sulfidation são os membros rasos ou
superficiais dos sistemas mineralizantes do tipo pórfiro de metais preciosos ou de base (Hedenquist et al. 1998, Sillitoe
1973) e, conseqüentemente, a identificação de caldeiras e de mineralizações epitermais no vulcanismo Uatumã implica,
geneticamente, num potencial geológico importante para ocorrência de mineralizações do tipo pórfiro.
A distribuição dos diferentes magmas é função do ambiente tectônico, ora mais proximal à zona de subducção,
ora intra- ou back-arc ou até mesmo peri-continental, o que faz com que a quantidade de fluido, o estado de oxidação
dos magmas e as fontes dos metais variem. Assim, concentrações de metais de base, especialmente de Cu e Mo, são
potenciais junto às antigas zonas de subducção, as mineralizações de Au e Ag ocorram nas partes intermediárias e
mineralizações de ouro do tipo IRGS e de Sn–W nas regiões continentais e associadas ao magmatismo alcalino (Figuras
1 e 2).

Agradecimentos
Os autores deste trabalho agradecem ao CNPq (Proc. CT-Mineral 555066/2006 e 505851/2004-0),
PROCAD/CAPES (Proc. 0096/05-9), PRONEX/CNPq/UFPA (Proc. 662103/1998), e FAPESP (Proc. 98-2567-6) pelo
apoio recebido para realização dessas pesquisas.

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