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RELATÓRIO DE CAMPO

DIAMANTINA- MG /SERRA DO
ESPINHAÇO

2023 PROFESSOR JARBAS LIMA DIAS SAMPAIO


FUNDAMENTOS DE GEOLOGIA
IGC - UFMG

Data do campo
21 e 22 de outubro de 2023

Loic Ronsse Viana da Silva - 2023009337


Maressa Jocastra S. Seixas - 2023009582
Lucas Nilo Chaves - 2023076280
Índice

PÁGINA
03 INTRODUÇÃO

05 PONTO 01

08 PONTO 02

11 PONTO 03

12 PONTO 04

14 PONTO 05

16 PONTO 06

17 PONTO 07

18 PONTO 08

19 CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
O presente relatório apresenta os resultados de uma atividade de campo realizada
durante o fim de semana de 21 e 22 de outubro de 2023, na região da Serra do
Espinhaço, próximo a cidade de Diamantina ena cidade de Diamantina e regiões cidades
circunvizinhas. A atividade foi proposta pela disciplina Fundamentos da Geologia,
ministrada pelo professor Jarbas Lima, com o objetivo de promover a aplicação dos
conceitos teóricos estudados em campo. Os alunos visitaram diversos locais de interesse
geológico, durante a atividade, eles realizaram observaçõesão de estruturas geológicas e
fizeram registros fotográficos.

Diamantina é uma cidade histórica que faz parte da região do vale do Jequitinhonha, a
cidade abrange parte da Serra do Espinhaço Meridional que se inicia na cidade de Nova
União em Minas Gerais e se estende até o norte da chapada diamantina na Bahia. Além
da Serra do Espinhaço, a região é rica em estruturas geológicas, que contribuíram para o
desenvolvimento da cidade que já foi um importante centro da exploração de diamantes.

MAPA DA SERRA DO ESPINHAÇO - Autor Abel carvalho e Imaginosfera


fonte - imaginosfera comunicação verde

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Conforme apresentado em um dos arquivos base disponibilizados para elaboração do
relatório “A GEOMORFOLOGIA DA SERRA DO ESPINHAÇO EM MINAS GERAIS E DE
SUAS MARGENS” do autor Allaoua Saadi, pode se dizer que a Serra do Espinhaço
Meridional resultou de uma sequência de eventos geotectônicos ao longo da história
geológica. Inicialmente, houve o rifteamento por volta de 1.752Ma, que deu início à formação
de uma bacia onde se acumularam sedimentos do Supergrupo Espinhaço. Posteriormente,
ocorreu o fechamento da bacia por esforços compressivos, gerando o Orógeno Espinhaço.
Durante os 250Ma seguintes, houve a sedimentação do Grupo Macaúbas, principalmente na
parte setentrional da região. Por volta de 900Ma, um evento distensivo foi responsável por
intenso magmatismo basáltico e subsidência do Cráton do São Francisco, permitindo a
formação da bacia que abrigou os sedimentos do Grupo Bambuí. Em seguida, ocorreu o
amalgamento do Supercontinente Gondwana, que reativou as estruturas existentes,
resultando em empurrões de leste para oeste e sobreposição das sequências do Supergrupo
Espinhaço, Grupos Macaúbas e Bambuí.

Esses eventos geotectônicos contribuíram para a formação não apenas da Serra do


Espinhaço Meridional, mas também de outras estruturas geológicas na região. A região é
caracterizada pela existência de uma unidade geo-estrutural de direção meridiana na borda
leste do Cráton do São Francisco, formada por granitos-gnáisses e quartzo-mica-xistos do
Supergrupo Rio Paraúna. Além disso, a região possui 4 grandes unidades lito-estratigráficas
resultantes da história sedimentar e metamórfica proterozóica: Supergrupo Espinhaço
(unidade predominante quartzítica), diques e sills de rochas metabásicas, Grupo Macaúbas
(unidade predominantemente xistosa) e Grupo Bambuí (unidade pelítico-carbonática). A
evolução dessas estruturas geológicas ao longo do tempo contribuiu para a formação das
paisagens e relevo característicos da região da Serra do Espinhaço Meridional e outras áreas
adjacentes que é o caso de Diamantina.

Ao longo do trabalho de campo foram realizadas paradas nas adjacências da cidade de


diamantina onde foram registradas estruturas geológicas que serão apresentadas a seguir.

Perfis morfológicos do Planalto Meridional


fonte - artigo A GEOMORFOLOGIA DA SERRA DO ESPINHAÇO EM MINAS
GERAIS E DE SUAS MARGENS - autor Allaoua Saadi
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PONTO 01
Estrada Mg 569 - Serra do Espinhaço - Cráton são Francisco

O professor Jarbas começa a explicação da geologia da Serra do Espinhaço introduzindo que


se trata de uma cadeia de montanhas que se estende por cerca de 1.800 quilômetros de
Minas Gerais ao sul da Bahia o ponto que nos encontramos se trata do começo da Serra e
que ela é a expressão fisiográfica mais marcante da região. Ele explica que a Serra do
Espinhaço é dividida em quatro compartimentos: o Médio, o Septentrional, o Meridional e o
Central. O professor está com seus alunos no compartimento meridional, que é o mais
estudado.

A Serra do Espinhaço trata-se de uma crosta continental que se formou a partir de um


processo de rifting, que é o rompimento da crosta continental. Esse processo começou há
cerca de 1,7 bilhões de anos e terminou há cerca de 650 milhões de anos.

Durante a fase de rifting, foram depositadas na região camadas de rochas sedimentares,


como conglomerados, quartzitos e xistos. Essas rochas foram posteriormente metamorfizadas
para formar a base do supergrupo do espinhaço.

Depois da fase de rifting, houve uma fase de transgressão marinha, durante a qual a região foi
coberta pelo mar. Nessa fase, foram depositadas camadas de rochas sedimentares
(sedimentos finos), como filitos, siltitos e quartzitos.

Exemplo de Rift é uma zona de rift Perfis demonstrando o processo de


continental ativa na África Oriental. transgressão e regreção marinha
fonte - Alchetron fonte - site Geologia 11°

05
Bacia do São Francisco no contexto do Cráton de São Mapa Geológico simplificado do Cráton do
Francisco com as faixas móveis São Francisco
fonte - Monografia CARACTERIZAÇÃO fonte - Monografia Modelo deposicional e
ELETROMAGNÉTICA DE FORMAÇÕES DA BACIA DE arquitetura faiológica de leques aluviais
SÃO FRANCISCO, BRASIL proterozóicos - Formação Ouricuri do Ouro,
Supergrupo Espinhaço - Chapada Diamantina/BA

Após a fase de transgressão, houve um novo


período de rifting, seguido por um período de
compressão. Esse processo levou à formação
da faixa Araçuaí, (com os fechamentos das
bacias) uma estrutura geológica que atravessa
a Serra do Espinhaço. (faixa móvel empurrada
contra o cráton).

No Cretáceo, há cerca de 190 milhões de anos,


houve um novo período de extensão, que foi
marcado pelo surgimento de diques de basaltos.
Esses diques cortaram todas as unidades
rochosas da Serra do Espinhaço e formaram
estruturas de deformação. Foi possível observar
no horizonte do local de parada que há rochas
basculadas devido a um esforço tectônico que Imagem campo 1 - sentido das rochas
empurrou essas rochas fonte - alunos

no sentido Leste-Oeste. Contudo, uma região resistiu a essa pressão por ser mais estável,
sendo chamada de Cráton. Crato é uma região continental de grande estabilidade tectônica,
marcada por deposição de sedimentos de camadas horizontais, a Serra do Espinhaço está
localizada dentro de um Cráton, chamado Cráton de São Francisco. A parte externa do Cráton
é chamada de faixa móvel(Araçuai), e a parte interna é chamada de faixa de estabilidade.
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Imagem campo 2 - Vista da serra do Espinhaço primeira parada fonte: alunos

Craton de São Francisco


A formação do Cráton está relacionada ao ciclo de Wilson, que é um modelo que descreve a
evolução da crosta terrestre que explica a formação da faixa móvel. O ciclo de Wilson consiste
em três fases: abertura, fechamento e destruição.

Na fase de abertura, a crosta é formada a partir do magma que sobe do manto. Na fase de
fechamento, a crosta é destruída pela subducção, a Serra do Espinhaço foi formada durante a
fase de abertura do ciclo de Wilson. A região era então um mar raso, onde foram depositados
sedimentos de origem continental e marinha. Após a fase de abertura, a crosta começou a
fechar. A região foi então deformada pela compressão, formando as faixas móveis.

Além de abranger os estados de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Goiás e Pernambuco, uma
parte do Cráton de São Francisco está no Congo, de modo que se espera a mesma formação
rochosa em ambas as partes dos dois continentes, mesmo que separados pelo oceano
Atlântico.

As rochas da Serra do Espinhaço são de grande importância geológica. Ela é um exemplo da


evolução da crosta continental e da formação de montanhas.

Desenho esquematico ciclo de Wilson fonte: site universo racionalista

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PONTO 02
Lavra de quartzo

A segunda parada foi em um local onde anteriormente existia a exploração comercial do


quartzo, foi possível observar o resultado deixado pós exploração, conforme foto abaixo:

É importante compreender que estamos em cima da faixa móvel de Araçuaí e que sua
movimentação provoca metamorfismo sobre as rochas do local.

Imagem campo 3 - lavra de quartzo


fonte - Alunos
A) Filito:
A rocha na imagem se trata de uma rocha que
sofreu metamorfismo, e é constituído
essencialmente por muscovita, clorita e
quartzo. O filito é uma rocha de baixo grau
metamórfico, formada a partir de argila. Ela é
caracterizada por apresentar foliação, que é
uma textura formada pela orientação de
minerais folheados. A foliação é causada pela
pressão que é aplicada na rocha durante o
metamorfismo.

Foi explicado pelo professor Jarbas que a


foliação é perpendicular à pressão que é
aplicada na rocha durante o metamorfismo.
Isso ocorre porque os minerais folheados são
mais resistentes à deformação na direção Imagem campo 4 - Quartzito - Filito
fonte - Alunos
perpendicular à sua foliação.

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B) Veios de Quartzo:
Os veios de quartzo são estruturas geológicas
formadas pela precipitação de quartzo em
fraturas ou fendas nas rochas. O professor
explicou que os veios de quartzo podem ser
formados por diferentes processos, como:

Intrusão de magma: O magma pode se infiltrar


em fraturas nas rochas e, ao se resfriar, formar
veios de quartzo.
Metamorfismo: O metamorfismo pode causar a
transformação de minerais em quartzo,
formando veios de quartzo.
Fluídos hidrotermais: Os fluidos hidrotermais
que circulam nas rochas podem dissolver
minerais e precipitar quartzo, formando veios
Imagem campo 5 - Veios de Quartzo
de quartzo.
fonte - Alunos
O veio de quartzo que observamos foi formado
por fluidos hidrotermais. Os fluidos
hidrotermais que circulam na região são ricos
em sílicasilica, que é o principal componente
do quartzo.
C) Lavra de Quartzo:
Dois tipos de rocha – arenitos na parte superior, filito nas partes escuras. Arenito no topo se
comportam de maneira diferente, deslizando ao longo de uma falha sobre o filito. Junto com o
falhamento existe a presença de fluidos enriquecidos em quartzo formando veios de quartzo.
As zonas de falha formam os veios de quartzo.

Imagem campo 6 - Lavra de Quartzo


fonte - Alunos

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Durante a explicação do professor Jarbas foram apresentados tipos de rochas metamórficas.
As rochas metamórficas podem ser divididas em dois tipos principais: rochas competentes e
rochas incompetentes. As rochas competentes são rochas rígidas que não se fraturam
facilmente. As rochas incompetentes são rochas menos rígidas que se fraturam facilmente.
Questionamentos levantados pelos alunos no ponto 02

Por que a foliação é perpendicular à pressão?


A foliação é perpendicular à pressão porque os minerais folheados se orientam
perpendicularmente à direção da pressão. Isso ocorre porque os minerais folheados são mais
resistentes à deformação na direção perpendicular à sua foliação.

Por que o arenito é menos rígido que o filito?


O arenito é menos rígido que o filito porque os grãos de areia são menos resistentes à fratura
do que os minerais folheados. Os grãos de areia são compostos de quartzo, que é um mineral
muito duro. No entanto, os minerais folheados, como a mica, são mais flexíveis e resistentes à
fratura.

O que causou as fraturas na rocha?


As fraturas na rocha foram causadas pela tensão que foi aplicada na rocha durante o
metamorfismo. A tensão fez com que a rocha se deformasse e, em alguns casos, se
rompesse.

O que é uma rocha competente?


Uma rocha competente é uma rocha rígida que não se fratura facilmente. As rochas
competentes são mais resistentes à erosão do que as rochas incompetentes.

O que é uma rocha incompetente?


Uma rocha incompetente é uma rocha menos rígida que se fratura facilmente. As rochas
incompetentes são mais suscetíveis à erosão do que as rochas competentes.

Qual é o protótipo do filito?


O protótipo do filito é a argila. O filito é formado a partir de argila que foi submetida a pressão e
temperatura elevadas.

O que é um xenótalo?
Um xenótalo é um fragmento de rocha que foi incorporado a outra rocha. No caso específico
do veio de quartzo que os alunos observaram, os xenótalos são fragmentos de arenito que
foram incorporados ao quartzo.

Onde se localiza a zona de falha?


A zona de falha é o plano de contato entre os dois tipos de rochas, o arenito e o filito. A zona
de falha é onde o arenito está deslizando sobre o filito.

Como se chamam os veios de quartzo que cortam a rocha inteirinha?


Os veios de quartzo que cortam a rocha inteirinha são chamados de veios de penetração.

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PONTO 03
Granito de Gouveia

Apesar de sua tonalidade escura atual, influenciada por sujeira e intemperismo, esta rocha
granítica possui características distintas, revelando uma história geológica fascinante. O
Granito de Gouveia, embora aparentemente preto, porém essa cor devido a sujeira
intemperismos, destaca-se por seus grãos relativamente grandes, indicativos de um
resfriamento lento. Este processo ocorreu em profundidades consideráveis, estimadas entre
15 a 20 quilômetros. Sua composição básica, caracterizada como félsica e silicática, é
composta principalmente por feldspato, quartzo e biotita, juntamente com possíveis minerais
máficos, como piroxênios e anfibólios.

Imagem campo 7 - corte feito no granito Imagem campo 8 - imagem aproximada granito
fonte - Alunos fonte - Alunos

A idade desta rocha remonta a 2,9 bilhões de anos, pertencendo à era arqueana. Durante
esse período, contribuiu para a formação dos núcleos continentais, que foram posteriormente
expostos devido à erosão. O Granito de Gouveia desempenhou um papel fundamental na
construção das crostas continentais iniciais, sobre as quais se depositaram sedimentos, dando
origem às diversas formações rochosas da região, incluindo o espinhaço.

Esta rocha granítica é essencialmente composta por minerais essenciais, como feldspato,
quartzo e mica, que constituem a maior parte de sua composição. Minerais secundários, como
hornblenda, actinolita, zircão e calcita, são encontrados em proporções menores,
representando de 5 a 10% da composição total, mas não influenciam na nomenclatura da
rocha.

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Imagem campo 9 - Foto retirada da base do granito onde se vê a diferença da coloração fonte - Alunos

O Granito de Gouveia emerge como o embasamento geológico primordial da região,


revelando uma mineralogia diversificada. Sua formação profunda, ocorrida há bilhões de anos,
serve como testemunho do papel crucial desempenhado por esta rocha na evolução geológica
local. A exposição do Granito de Gouveia, resultado da erosão que remove as camadas
superiores, proporciona uma visão única das bases geológicas que deram origem às
paisagens mais amplas e complexas ao seu redor

PONTO 04
Saprolito

A quarta parada tem como característica ser bem parecida com a terceira, porém totalmente
alterada, que é chamada de saprolito. Todos os Feldspato e micas já se transformaram em
argila. O Feldspato ainda é muito resistente, ainda está presente e se for esfregado, os grãos
de quartzo ainda vão ser sentidos. No local também se encontra um arenito metamorfoseado,
no qual está em cima de um granito grosseiro, que também está alterado. Esse granito estava
em profundidade, o mesmo foi erodido, após o granito exposto, foi depositado areia, que se
metamorfoseou resultando assim em metarenitos.

Imagem campo 10 - visão expandida do saprolito fonte: alunos

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Nesta imagem que está à direita acima é perceptível onde está o granito, que é o branco, e
onde está o arenito, que é o amarelado. Essa superfície de contato entre os dois têm como
característica uma discordância. É notável uma superfície erosiva antes do granito, a
deposição de areia e depois o metamorfismo.

Imagem campo 11 - Saprolito em destaque Imagem campo 12 - Discordância em destaque


fonte - Alunos fonte - Alunos

Nesta imagem abaixo foi exemplificado pelo professor que essa rocha é um filito. O granito
anterior, em cima dele, depositou areia com a argila e todos foram metamorfoseados. Sendo
um material fino que foi depositado em cima de um material grosseiro, o granito, para ser
transportado e depositado, depende de uma corrente muito fraca. Sendo assim, depois de o
granito estar exposto, pode ter acontecido uma subsidência ou uma subida do mar, para
que isso fosse depositado em uma corrente fraca, num local calmo, para depois todos
serem metaforizados e gerar o arenito e o filito deste lado. Então este local sofreu uma
subsidência ou uma transgressão marinha, fazendo com que o material fino fosse
depositado em seguida metamorfizado gerando este filito.

Imagem campo 13 - visão expandida do filito fonte: alunos 13


PONTO 05
Xisto ocelar

A rocha metamórfica observada é de alto


grau, pois apresenta minerais mais O Xisto Ocellar observando foi empurrado de leste para oeste
desenvolvidos e foliação mais pronunciada por um movimento tectônico. Esse movimento fez com que o
xisto ficasse inclinado na direção Leste-Oeste.
do que o filito. Isso indica que foi
submetida a temperaturas e pressões
mais elevadas, observa-se muitos grãos
de quartzo, A presença de muitos grãos de
quartzo na rocha indica que ela foi
formada em corrente de turbidez. Essas
correntes são formadas quando grandes
volumes de sedimentos são transportados
por um corpo de água. O xisto observado
é do tipo ocelar, o que significa que os
grãos de quartzo apresentam a forma de
olhos. Essa forma é resultado da pressão
e temperatura que a rocha sofreu durante
a formação. Os grãos de quartzo
envolvidos por mica indicam que o
material foi transportado por uma corrente Imagem campo 14 - Xisto ocelar
fonte - Alunos
de turbidez com grande

energia. Isso é necessário para que os grãos de quartzo, que são relativamente duros,
sejam arredondados e assumam a forma de olhos. A rocha observada foi formada na linha
de costa da plataforma continental. Essa localização é consistente com a formação em
corrente de turbidez, pois as correntes de turbidez são mais comuns em ambientes
marinhos.

esquema de corrente de turbides grandes


grãos - fonte : Tese para: Mestrado em
Dinâmica dos Oceanos e da Terra

Corrente de turbidez - É um processo que pode levar à formação de sedimentos. Uma


corrente de turbidez ocorre quando um grande volume de sedimentos é repentinamente
depositado em um corpo de água. Isso pode ser causado por um deslizamento de terra,
uma avalanche submarina ou uma erupção vulcânica.

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A) conglomerado polimítico:
O conglomerado polimítico observado é uma
rocha sedimentar de alta energia,
caracterizada por apresentar sedimentos de
diversos tamanhos e ausência de matriz. Os
seixos arredondados indicam que o
transporte foi de longa distância, pois as
pontas dos minerais foram se desfazendo
no caminho. A grande energia de transporte
é evidenciada pelo tamanho dos seixos, que
requer força para serem transportados. As
características do conglomerado polimítico
observadas pelo professor Jarbas indicam
que ele se formou em um ambiente de alta
energia, provavelmente em uma área de
alta tectônica. A diferença com o xisto Imagem campo 15 - Conglomerado Polimítico
fonte - Alunos
observado anteriormente pode ser explicada
pela existência de uma discordância, que
indica um intervalo de tempo em que não
houve sedimentação e a área foi sujeita a
movimentos tectônicos.
A) Filito Hematítico:
O filito hematítico é uma rocha metamórfica
de baixo grau que apresenta alto conteúdo
de ferro. Isso é incomum para uma rocha
metamórfica de baixo grau, pois o ferro é
um mineral que é mais comumente
encontrado em rochas metamórficas de alto
grau. A explicação mais provável para a
formação do filito hematítico uma rocha de
alto conteúdo em ferro numa região aqui
que é predominantemente quartzítica é que
ele se formou a partir de uma rocha ígnea,
como o basalto. O basalto é uma rocha
ígnea máfica que é rica em ferro. Quando o
basalto é exposto a condições metamórficas
Imagem campo 16 - Filito Hematítico
de baixo grau, ele pode ser transformado fonte - Alunos
em filito.
No caso específico do filito hematítico observado, o professor Jarbas, ele acredita que a
rocha ígnea que deu origem ao filito foi intrudida na forma de diques, que são estruturas
rochosas tabulares que cortam outras rochas. Os diques de basalto podem se formar em
uma variedade de ambientes, incluindo a crosta continental e a crosta oceânica.
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A presença do filito hematítico é uma indicação de que a região onde ele foi encontrado foi afetada por
atividades tectônicas. O movimento das placas tectônicas pode levar à formação de fraturas na crosta, que
podem ser preenchidas por magma.

esquema intrusão de diques - fonte : aula rochas igneas

PONTO 06
Praia do Espinhaço - Contato Siltito - Meta-arenito

Localização que está aparente um meta-arenito, que formam marcas de ondas simétricas,
onde já foi ambiente de praia costeira, foi depositado material grosseiro, com um
alinhamento de ondas em direção Norte-Sul, paralelo à linha de costa. Sobre este meta-
arenito se encontra depositado um metassiltito, material mais fino, laminado que já foi
metamorfoseado. Para se explicar a diferença entre estes dois tipos de deposição foi
preciso haver uma subsidência, ou uma transgressão marinha, o nível do mar subiu para o
material mais fino ser depositado no mesmo local e estar em cima do mais grosseiro.
Efetivamente, o material mais grosseiro tende a ser depositado bem próximo a linha de
costa, e o material mais fino é levado mais para longe e depositado no fundo no mar.

Imagem campo 17 - meta arenito marcas de ondas Imagem campo 18 - meta siltito
fonte - Alunos fonte - Alunos

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PONTO 07
Conglomerado Sopa - Delta / Pro-Delta

Neste segundo ponto, a uma dezena de metros das marcas de onda, se encontra o
afloramento do conglomerado sopa, que possui seixos polimíticos bem arredondados, de
tamanhos diversos e composição variada como: quartzito, rocha básica e também de
formação ferrífera. O seixos são grandes e bem arredondados, evidenciando uma alta
energia e longo tempo de transporte antes de serem depositados na foz do rio que o
transportou. Este conglomerado é suportado pelo grão, pois tem muito mais grão do que
matriz, que é o material mais fino de composição arenítica que foi depositado
posteriormente aos grãos preenchendo os espaços entre os mesmos. Após a deposição
da matriz, ainda é possível que seja depositado um cimento, material que pode ser
quartzoso ou ferruginoso, mais fino que a matriz, que vai tampar os poros deste
conglomerado. Neste afloramento temos três ciclos diferentes de deposição, o grosseiro,
que é o metaconglomerado, o mais fino, que é o metarenito, depois novamente outro
grosseiro metaconglomerado.

Estes ciclos caracterizam um ambiente costeiro, deltaico, marcado por pelo menos três
locais de deposição diferentes com variações de níveis de subida do mar sendo estes na
planície deltaica, frente deltaica e o prodelta. O rio está depositando constantemente
materiais no ambiente costeiro, o material mais fino vai ser levado mais distante e é
depositado no prodelta, o material mais grosso é depositado na frente deltaica. Ao subir o
nível do mar, neste ambiente característico de sedimentação, onde antes era depositado o
material grosseiro na frente deltaica, vai ser depositado o material mais fino. Ao acontecer
outra mudança de nível do mar, o material mais grosseiro chega a ser depositado
novamente em cima do material mais fino e assim sucessivamente.

Imagem campo 19 - seixos polimíticos Imagem campo 20 - ciclos deposicionais Delta / Pro-Delta
fonte - Alunos fonte - Alunos
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PONTO 08
Sopa/Intrusão

Neste último ponto foi observado pelo professor a intrusão de uma rocha ígnea em cima,
originalmente, de uma rocha sedimentar. A rocha que está por cima, é um filito, com uma
foliação bem característica, bastante inclinada, que já foi metamorfizada. A intrusão da
rocha ígnea que está por baixo está deslocando as rochas e forçando espaço das que
estão em cima.

Imagem campo 21 - Filito Imagem campo 22 - Filito


fonte - Alunos fonte - Alunos

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CONCLUSÃO
Em suma, o Trabalho de campo feito pelo professor Jarbas na Serra do Espinhaço
proporcionou uma compreensão da evolução geológica da região nos trazendo o
entendimento da formação da Serra do Espinhaço. A análise detalhada das rochas
revelou não apenas a riqueza mineral, mas também a influência de processos tectônicos
em sua formação.

Este trabalho de campo este na Serra do Espinhaço não apenas desvendou os eventos
geológicos passados, mas também proporcionou uma compreensão mais ampla dos
motivos pelos quais os eventos aconteceram e porque as formações estão dessa maneira
atualmente. Sendo revelado pelo professor Jarbas as complexidades e conexões que
moldaram essa paisagem geológica única

Imagem campo 23 - Foto dos alunos frente a lavra de quartzo fonte: alunos

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