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Biologia e Geologia – 10º B

ANO LETIVO 2022-2023 Ficha de Trabalho

Nome: _____________________________________________ Data: ____/____/_______

Mobilismo geológico - revisões

GRUPO I
Supercontinentes anteriores à Pangeia
Rodínia é o nome dado a um supercontinente existente durante o Pré-Câmbrico, há aproximadamente 1000
milhões de anos (M.a.). De acordo com um dos vários modelos propostos para a reconstituição das posições
paleogeográficas dos escudos1 e dos terrenos tectónicos pré-câmbricos, a Rodínia ter-se-á formado por
acreção e colisão de fragmentos de placas litosféricas, essencialmente resultantes das massas continentais
constituintes de um supercontinente ainda mais antigo, a Colúmbia.
A Rodínia fragmentou-se nos finais do Pré-Câmbrico, como se evidencia na Figura 1, e os blocos
continentais voltaram a juntar-se, há 300 M.a., no supercontinente Pangeia. Em contraste com o volume atual
de conhecimento sobre a Pangeia, pouco se sabe sobre a configuração exata e a história geodinâmica da
Rodínia, uma vez que a reconstrução da morfologia e das posições das placas litosféricas durante o
Pré-Câmbrico é dificultada pela ausência de correlações litológicas ao longo das margens continentais, pelo
desconhecimento da forma dos continentes nessa época, pela falta de dados paleomagnéticos e pela quase
inexistência de registo fóssil.
A reconstituição paleogeográfica e tectónica da Rodínia é importante do ponto de vista científico, uma vez
que o extremo arrefecimento do clima global há cerca de 700 M.a. e a rápida evolução da vida no final do Pré-
Câmbrico e durante o Câmbrico têm vindo a ser considerados como efeitos da fragmentação do
supercontinente Rodínia.
Baseado em www.sccs.swarthmore.edu (consultado em outubro de 2011)

1 Área extensa e tectonicamente estável, formada por rochas antigas, magmáticas e metamórficas de alto grau.

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1. A fragmentação da Rodínia iniciou-se com a instalação de um rifte intracontinental, no qual ocorreram
fenómenos de
(A) espessamento crustal e de formação de crosta.
(B) estiramento crustal e de magmatismo.
(C) compressão tectónica e de orogénese.
(D) distensão tectónica e de destruição de crosta.

2. A identificação das posições paleogeográficas das placas litosféricas durante o Pré-Câmbrico é dificultada
pela
(A) inatividade das margens continentais ao longo do Paleozoico.
(B) variação do campo magnético terrestre ao longo do Paleozoico.
(C) abundância do registo fóssil ao longo do Paleozoico.
(D) reciclagem dos materiais crustais ao longo do Paleozoico.

3. As correntes de convecção do interior da Terra, associadas aos movimentos das placas litosféricas, resultam
do facto de
(A) o estado físico dos materiais do manto variar com a profundidade.
(B) o calor interno se distribuir uniformemente por todo o planeta.
(C) a densidade dos materiais do manto diminuir com o aumento da temperatura.
(D) a composição mineralógica influenciar a rigidez das rochas.

4. Os contextos tectónicos de formação de montanhas provocam espessamento crustal, favorável à formação


de rochas
(A) sedimentares, por diminuição de pressão e de temperatura.
(B) metamórficas, por aumento de pressão e de temperatura.
(C) sedimentares, por aumento de pressão e de temperatura.
(D) metamórficas, por diminuição de pressão e de temperatura.

5. Após a fragmentação da Rodínia, entre a Austrália e a Laurência, terão sido emitidos materiais que
originaram rochas
(A) vulcânicas, com minerais visíveis à vista desarmada.
(B) plutónicas, com minerais visíveis à vista desarmada.
(C) vulcânicas, com minerais não visíveis à vista desarmada.
(D) plutónicas, com minerais não visíveis à vista desarmada.

6. Um ciclo oceânico completo implica o processo de abertura e fecho de um oceano, com a consequente
formação de uma cadeia orogénica.
Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos associados a
este ciclo. Escreva, na folha de respostas, apenas a sequência de letras.
A. Início do alargamento de um oceano primitivo.
B. Estiramento de crosta continental.
C. Início de subdução de crosta oceânica, geralmente mais antiga e mais densa.
D. Formação de cadeias montanhosas de colisão.
E. Instalação de vulcanismo em margens continentais ativas.

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Grupo II

A margem divergente da América do Sul, estende-se por mais de 12.000 km, desde o Delta do Orinoco,
localizado na região oriental da Venezuela, até à Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina. Esta região inclui
um sistema contínuo de bacias sedimentares originadas pelos mecanismos de distensão litosférica que, a partir
do Mesozoico, conduziram à rutura do paleocontinente Gondwana e à separação definitiva das placas Africana
e Sul-Americana, processo acompanhado pela formação do Oceano Atlântico Sul.
Tendo em conta a natureza e a orientação dos campos de tensões existentes durante a fase de formação
do Rifte, bem como a dinâmica das placas tectónicas (placa Africana e placa Sul-Americana), durante a fase
de movimento das massas continentais, três domínios distintos podem ser reconhecidos ao longo da linha de
costa Este da placa Sul-Americana, tal como esquematizado na Figura 2:
− uma região predominantemente divergente, entre o sul da Argentina e o extremo nordeste da costa
brasileira – Atlântico Sul;
− um segmento de natureza transformante – Atlântico Equatorial;
− e uma região ao norte da Foz do Amazonas, no Atlântico Central, onde ocorreram novamente processos
de caráter predominantemente divergente.

Atlântico
Central

Atlântico
Equatorial

Placa de Nazca Legenda:


Atlântico
Sul
- Zona de fossa

- Crista Médio – Atlântica


Placa Sul-Americana

- Deslizamento longitudinal
de placas

Figura 2

Baseado em Milani, E. et al «Petróleo na margem continental brasileira: geologia, exploração, resultados e perspetivas»
Rev. Bras. Geof. v.18 n.3 2000

1. Na região do Atlântico Sul, ao nível da crusta oceânica localizada na proximidade da linha de costa do
continente Sul-Americano, encontram-se
(A) rochas com idade inferior às encontradas na proximidade do Rifte Atlântico.
(B) basaltos que resultaram da subducção da placa Sul-Americana.
(C) granitos com idade semelhante ao longo de toda a crosta oceânica.
(D) rochas com idade superior às encontradas na proximidade do Rifte Atlântico.

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2. De acordo com a figura 2, no limite existente a Sul da placa Sul-Americana existe
(A) conservação da crusta oceânica.
(B) intensa atividade vulcânica.
(C) formação contínua de crusta oceânica.
(D) colisão entre massas continentais.

3. Um dos argumentos que Alfred Wegener apresentou a favor da Teoria da Deriva continental foi a existência
de
(A) fósseis de seres diferentes em continentes atualmente distanciados.
(B) correntes de convecção ao nível da astenosfera.
(C) semelhança litológica entre regiões que hoje distam vários quilómetros entre si.
(D) um traçado morfológico, entre os continentes, não concordante entre si.

4. A mobilidade dos continentes ao longo do tempo geológico, enquadra-se numa linha de interpretação,
predominantemente,
(A) catastrofista, dado o caráter pontual do processo.
(B) uniformitarista, dado o caráter cíclico do processo.
(C) catastrofista, dado o caráter cíclico do processo.
(D) uniformitarista, dado o caráter pontual do processo.

5. Na região Oeste da América do Sul encontra-se a maior cordilheira montanhosa do mundo, com
aproximadamente oito mil quilómetros de extensão, constituída por montanhas de origem vulcânica e
datada do Terciário – a cordilheira dos Andes.

Explique a origem da cordilheira montanhosa dos Andes, atendendo ao enquadramento tectónico da região
por esta abrangida.

Grupo III

Há aproximadamente 380 Ma, iniciou-se a Orogenia Varisca, que engloba um conjunto de processos
geológicos que culminaram com a aproximação e junção de todas as massas continentais e que deram origem
ao supercontinente Pangeia. Este episódio da história da Terra, que também afetou o território português, ficou
registado nos materiais sedimentares anteriormente depositados.
A atual geomorfologia da designada Meseta Meridional (planalto situado na zona interior centro de
Portugal) corresponde ao aplanamento das rochas metamórficas e graníticas da Cadeia Varisca. A este ciclo
orogénico sucedeu-se a Orogenia Alpina por colisão das placas tectónicas africana e eurasiática, responsável
pelo rejuvenescimento das formas de relevo a partir dos antigos sistemas de falhas variscos e pelo
aparecimento de grandes blocos que soergueram (levantaram). Deste soerguimento resultou a Serra da
Malcata e os relevos residuais de Penamacor, localidades que se situam na zona interior centro de Portugal.
No concelho de Penamacor, existem rochas que pertencem à Formação do Quartzito Armoricano, que
preservam a ocorrência de icnofósseis, isto é, vestígios da atividade de organismos. Nestes quartzitos, que se
formaram devido à alteração de arenitos provocada pela instalação da intrusão magmática de Penamacor,
encontram-se cruzianas que são marcas de locomoção deixadas pelas trilobites no fundo marinho.

Baseado em www.cm-penamacor.pt/00_exposicoes/abinitio_2015

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1. A formação da Serra da Malcata está associada a um contexto tectónico de _____ da litosfera e foi
favorável à formação de rochas metamórficas por _____ da pressão e da temperatura.
(A) convergência … diminuição
(B) convergência … aumento
(C) divergência … diminuição
(D) divergência … aumento

2. A formação da Serra da Malcata durante a orogenia Alpina, que ocorreu ao longo de milhões de anos, está
de acordo com o princípio do _____, que defende a existência de mudanças geológicas _____.
(A) catastrofismo … rápidas e pontuais
(B) uniformitarismo … rápidas e pontuais
(C) catastrofismo … lentas e graduais
(D) uniformitarismo … lentas e graduais

3. A Serra da Malcata resultou da colisão da porção continental de duas placas tectónicas com _____, cujo
movimento é assegurado por correntes de convecção que se estabelecem _____.
(A) a mesma densidade … no manto
(B) densidades diferentes … na crosta
(C) a mesma densidade … na crosta
(D) densidades diferentes … no manto

4. Em formações rochosas localizadas em continentes separados por um oceano estão presentes fósseis da
mesma espécie. Este facto é um argumento _____ a favor do mobilismo geológico. A aplicação do princípio
da _____ permite atribuir a mesma idade a essas formações rochosas.
(A) litológico … identidade paleontológica
(B) paleontológico … identidade paleontológica
(C) litológico … sobreposição dos estratos
(D) paleontológico … sobreposição dos estratos

5. Considere as seguintes afirmações referentes ao planeta Terra e aos seus subsistemas.


I. A biosfera e a geosfera são sistemas abertos.
II. O planeta Terra é considerado um sistema fechado, pois verificam-se trocas de matéria, mas não de
energia.
III. Os diferentes subsistemas terrestres são independentes uns dos outros.

(A) I e III são verdadeiras; II é falsa.


(B) III é falsa; I e II são verdadeiras.
(C) I é verdadeira; II e III são falsas.
(D) I e III são falsas; II é verdadeira.

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6. No Concelho de Penamacor existem rochas que pertencem à formação de quartzito Armoricano. Ordene
as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência dos processos que conduzem à formação de um
quartzito a partir de um arenito.
A. Deposição de areias.
B. Formação de uma rocha metamórfica.
C. Compactação e cimentação dos sedimentos arenosos.
D. Ocorrência de transformações mineralógicas e texturais, no estado sólido.
E. A rocha sedimentar é submetida a temperaturas elevadas.

7. Os Andes são uma cordilheira montanhosa que se formou


próximo do limite entre duas placas com constituição litológica
diferente.
Explique, tendo em conta o enquadramento tectónico dos
Andes, a existência de atividade vulcânica em alguns dos
vulcões aí presentes.

Grupo IV
Pontes continentais – realidade ou ficção?
Um dos pressupostos básicos da Biogeografia é o de que cada espécie se originou uma única vez. A região
– uma área mais ou menos vasta – onde isso ocorre é conhecida como o «centro de origem» de uma espécie.
A partir do seu centro de origem, cada espécie pode espalhar-se por áreas ainda mais vastas, até que uma
qualquer barreira física, ambiental ou ecológica trave a sua dispersão.
Os Descobrimentos Portugueses, seguidos das grandes viagens de exploração dos séculos XVII, XVIII e
XIX, deram a conhecer à civilização europeia múltiplas formas de vida, atuais e passadas, cuja existência era
ignorada na altura. Estudos sistemáticos, de natureza geológica e paleontológica, permitiram também constatar
os seguintes factos:
• Lystrossaurus aparece fossilizado em estratos do Pérmico (Paleozóico), na Antárctida e na África do Sul;
• em terrenos datados do Pérmico, Mesossaurus é um fóssil comum em África e na América do Sul;
• em terrenos datados do Carbónico (Paleozóico), encontram-se fósseis de uma planta, Glossopteris, na
Índia, em Madagáscar, em África e na América do Sul.
Como explicar estas correlações? Afinal, entre as áreas continentais citadas, existem oceanos que
constituem barreiras à dispersão das espécies terrestres, barreiras consideradas, inicialmente, bastante
eficazes.
Alguns autores sugeriram a existência de pontes continentais – faixas mais ou menos largas de terra firme
– que estabeleciam a ligação entre os diferentes continentes (figura 2). Um dos defensores da existência destas
massas rochosas foi Eduard Suess (1831-1914), um geólogo austríaco que sugeriu que os continentes antigos
eram mais vastos do que os atuais e que os seus fragmentos jazem hoje no fundo dos oceanos. Segundo
aquele autor, teriam ocorrido abatimentos contínuos da crosta, que se afundou nos materiais subjacentes, à
medida que a Terra foi arrefecendo e se foi contraindo.

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Alfred Wegener (1880-1930), um meteorologista alemão, defendeu a hipótese da deriva continental: os
continentes, que formaram uma massa única há milhões de anos atrás, foram-se separando ao longo dos
tempos (figura 3). Esta hipótese, retomada mais tarde e devidamente reformulada, ficou conhecida como Teoria
da Tectónica de Placas.

1. As afirmações seguintes referem-se a evidências de natureza geofísica e paleobiogeográfica, que têm sido
utilizadas como argumentos a favor da hipótese das pontes continentais e/ou da hipótese da deriva
continental.
Faça corresponder V (argumento verdadeiro) ou F (argumento falso) a cada uma das letras que identificam
as afirmações seguintes, de acordo com a possibilidade da sua utilização como argumentos a favor da
hipótese das pontes continentais.

A. Atualmente, encontram-se animais semelhantes em áreas geográficas separadas por oceanos, sem
que para aí tivessem sido levados pela ação do homem.
B. Na América do Sul, as rochas do Carbónico apresentam associações faunísticas semelhantes às que
se encontram em rochas da mesma idade, em África.
C. As rochas dos fundos dos oceanos apresentam diferentes polaridades magnéticas, verificando-se
que, em relação a um rifte, as inversões magnéticas são simétricas.
D. A dispersão de algumas espécies pode ser travada por barreiras como a localização de massas
continentais em zonas climáticas distintas.
E. Glossopteris é um género típico de latitudes elevadas que aparece associado a depósitos glaciários.

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F. A América do Sul e a Antártida estão, na atualidade, praticamente ligadas por uma cadeia de ilhas.
Uma pequena descida do nível das águas do mar poria em evidência uma banda de terra a unir as
duas massas continentais.
G. As dorsais oceânicas são regiões de elevado fluxo térmico, em consequência da ascensão de
materiais fundidos, provenientes do manto terrestre.

2. Lystrossaurus foi descoberto em rochas da África do Sul e da Antárctida. Na América do Sul, não se
encontraram rochas que datem da altura em que aquele animal viveu. De acordo com estes dados, pode
afirmar-se que uma explicação plausível para a inexistência de fósseis de Lystrossaurus no continente sul-
americano é que...
(A) ... Lystrossaurus não colonizou os ecossistemas existentes na América do Sul.
(B) ... o clima, na América do Sul, não era propício à sobrevivência de Lystrossaurus.
(C) ... na América do Sul, os estratos contemporâneos de Lystrossaurus foram erodidos.
(D) ... durante o Pérmico, não ocorreram condições favoráveis à formação de fósseis na América do Sul.

3. O talude continental corresponde a uma região


(A) emersa de grande declive.
(B) subaérea de pequeno declive.
(C) imersa de grande declive.
(D) submarina de pequeno decline.

4. Explique de que forma a distribuição de fósseis em continentes hoje distintos pode apoiar a Teoria da Deriva
dos Continentes e não apoiar a hipótese das Pontes Continentais.

FIM

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